arquitetura do egito

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Curso de Arqu Coordenação do ARQUITETURA Várzea Grand Jun uitetura e Urbanismo o Curso de Graduação A DO ANTIGO EGITO de _Mato Grosso-MT nho/2015/1

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egito

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  • Curso de Arquitetura e UrbanismoCoordenao do Curso de Graduao

    ARQUITETURA

    Vrzea Grande _Mato GrossoJunho

    Curso de Arquitetura e Urbanismo Coordenao do Curso de Graduao

    ARQUITETURA DO ANTIGO EGITO

    Vrzea Grande _Mato Grosso-MT Junho/2015/1

  • 2

    JOO PAULO DA SILVA NASCIMENTO KRISLEY KENYON DA SILVA

    SILAS MODESTO BRAZ THIAGO SALVADOR SILVA

    WINDSON RAFAEL MONARI FERRARI

    ARQUITETURA DO ANTIGO EGITO

    Trabalho apresentado disciplina Projeto Integrador I cujo tema A Arquitetura do Antigo Egito do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitrio - UNIVAG, como requisito para aprovao da disciplina.

    Orientador: Prof. Dr. Danilo Bertoloto

    Vrzea Grande - Mato Grosso-MT Junho/ 2015.

    Este trabalho de Arquitetura do Antigo Egito foi julgado e aprovado no Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitrio - UNIVAG, como requisito para aprovao do

    Projeto Integrador I.

    Vrzea Grande, MT, 01 de Junho de 2015.

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________

    Prof. Dr. Danilo Bertoloto Orientador

    ____________________________________

    Carmelina Suquer de Moraes Coordenadora do

    Curso de Arquitetura e Urbanismo.

    ___________________________

    Avaliador externo

    ___________________________

    Avaliador externo

  • 3

    SMARIO INTRODUO ................................................................................................................... 6 JUSTIFICTIVA .................................................................................................................. 7 OBJETIVO ......................................................................................................................... 8

    Objetivo Geral .................................................................................................................. 8 Objetivo Especfico............................................................................................................ 8

    MATERIAL E MTODO ...................................................................................................... 8 1. EGITO .......................................................................................................................... 9 1.1 - CIVILIZAO EGIPCIA......................................................................................... 9

    1.1.1 - Perodo pr-dinstico (5.000 3.200 a.C) ............................................................. 9 1.1.2 - Perodo dinstico (3.200 1.085 a.C) ................................................................. 10 1.2 - Sociedade, a pirmide formada por dominantes e dominados. ................................ 11 1.3 - Economia, o controle pelo estado. ......................................................................... 12 1.4 - Atividades econmicas. ........................................................................................ 12 1.5 - Cultura, a profunda influncia da religio. .............................................................. 12 1.6 - Religio. .............................................................................................................. 12 1.7 - Escrita hieroglfica e papiro. .................................................................................. 12

    1. ARQUITETURA DO EGITO .................................................................................... 13 2.1 - Mastabas ............................................................................................................. 13 2.2 - Pirmides ............................................................................................................ 14 2.3 As Pirmides de Giz. .......................................................................................... 16 2.4 - Tmulos cavados na rocha ................................................................................... 19 2.5 - Os templos .......................................................................................................... 23 2.6 - Templo de Karnak, Luxor (antiga Tebas) ............................................................... 25 2.7 - Templo de Abu Simbel, Nbia. .............................................................................. 28 2.8 - Templos Greco-Romanos ...................................................................................... 31

    CONCLUSO ................................................................................................................... 33 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................. 34

  • 4

    LISTA DE ILUSTRAES

    Imagem 01- Mapa da Regio do Egito Antigo......................................................... 10 Imagem 02- Pirmide social do Antigo Egito........................................................... 11 Imagem 03- Escrita Egpcia em Papiro................................................................... 12 Imagem 04- Pedra Roseta..................................................................................... 12 Imagem 05- Mastabas na Necrpole de Giz.......................................................... 13 Imagem 06- Mastabas na Necrpole de Saqqara.................................................... 13 Imagem 07- Vista panormica da Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C..... 14 Imagem 08- Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C.................................... 15 Imagem 09- Pirmide de Meidum, 3 Dinastia........................................................ 15 Imagem 10- Pirmide curvada de Dashur, c. 2723 a.C............................................ 15 Imagem 11- Vista panormica das Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos,

    Quefrn e Queps)............................................................................ 16

    Imagem 12- Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos, Quefrn e Queps)........... 17 Imagem 13- Mapa do complexo de Giz................................................................. 17 Imagem 14- Grande Esfinge no complexo de Giz.................................................. 18 Imagem 15- Grande Esfinge no complexo de Giz.................................................. 18 Imagem 16- Esquema do interior das pirmides de Giz.......................................... 18 Imagem 17- Vista panormica do Vale dos Reis. .................................................... 19 Imagem 18- Vista do Vale dos Reis........................................................................ 19 Imagem 19- Vista externa do Vale dos Reis............................................................ 19 Imagem 20- Mapa do Vale dos Reis....................................................................... 20 Imagem 21- Tumulo do Fara Tutankhamon (1341 a.C. 1323 a.C.)....................... 21 Imagem 22- Pintura mural no tmulo de Tutankhamon........................................... 21 Imagem 23- Local onde estavam guardados os tesouros do Fara

    Tutankhamon.................................................................................... 21

    Imagem 24- Esquema da tumba do Fara Tutankhamon......................................... 22 Imagem 25- Mmia do Fara Tutankhamon........................................................... 22 Imagem 26- Sarcfago do Fara Tutankhamon...................................................... 22 Imagem 27- Mascara morturia do Fara Tutankhamon.......................................... 22 Imagem 28- Reconstituio virtual do possvel rosto do Fara Tutankhamon............ 22 Imagem 29- Vista panormica do Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia 23 Imagem 30- Templo de Amon, Karnak 1.530 a.C................................................. 24 Imagem 31- Templo de Luxor, Tebas - 1.408-1.300 a.C......................................... 24 Imagem 32- Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia............................... 24 Imagem 33- Vista panormica do Templo de Karnak............................................... 25 Imagem 34- Entrada do templo de Amon, em Karnak............................................. 27 Imagem 35- O ptio, depois do primeiro pilone...................................................... 27 Imagem 36- Grande Sala Hipostila......................................................................... 27 Imagem 37- Colunas e hierglifos na Grande Sala Hipostila..................................... 27 Imagem 38- O nico obelisco que resta ................................................................ 27 Imagem 39- O nico obelisco que resta................................................................. 27 Imagem 40- Esfinges com cabea de carneiro........................................................ 27 Imagem 41- Esfinges com cabea de carneiro........................................................ 27 Imagem 42- Vista panormica do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari -

    Abul Simbel, Nbia............................................................................ 28

    Imagem 43- Templo de Ramss II e Templo de Neferetari...................................... 29 Imagem 44- Templo de Ramss II ........................................................................ 30 Imagem 45- Templo de Neferetari......................................................................... 30

    Imagem 46- Colossos de Ramss II na Sala hipostila, Grande Templo de Abu Simbel 30 Imagem 47- Vista area do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari - Abul

    Simbel, Nbia.................................................................................... 30

    Imagem 48- Vista panormica do Templo de Edfu - Ilha Philae............................... 31 Imagem 49- Templo de Edfu, Ilha de Philae........................................................... 32 Imagem 50- Colunas do Templo de Edfu, Ilha de Philae.......................................... 32 Imagem 51- Ricas decoraes nas paredes do Templo de Edfu, Ilha de Philae.......... 32 Imagem 52- Mapa da Ilha de Philae....................................................................... 32 Imagem 53- Entrada do Templo de Edfu, Ilha de Philae.......................................... 32 Imagem 54- Estatua do Deus Horus no Templo de Edfu, Ilha de Philae.................... 32

  • 5

    RESUMO

    BRAZ, S.M. .et al A ARQUITETURA DO EGITO. Vrzea Grande, MT, 2015/1. 23p. Projeto

    Integrador, Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitrio - UNIVAG.

    Nascida a 4.000 a.C, a civilizao egpcia foi uma das civilizao a dominar o conhecimento em

    diversas reas, tal como: arquitetura, medicina, astronomia e matemtica. Essas reas

    influenciaram na formao de sua sociedade. A sociedade egpcia era formada por diferentes

    camadas sociais, organizadas em cartas hereditrias, podendo ser representada na forma de

    uma pirmide - a mais clebre construo arquitetnica desses povos. No decorrer de mais de

    trs mil anos, o Egito passou por perodos de grande brilho, mas tambm de declnio e de

    oscilaes polticas. Na arquitetura construram grandes obras dedicadas aos seus faras,

    sendo a principal o complexo de pirmides de Giz.

    Palavras-chave: Egito, antiguidade e arquitetura.

    Abstract

    BRAZ, S.M. .et al ARCHITECTURE OF EGYPT. Vrzea Grande, MT, 2015/1. 23p. Integrator

    Project, Architecture and Urbanism Course, University Center - UNIVAG.

    Born to 4,000 BC, the Egyptian civilization was one of civilization to master knowledge in

    various fields, such as: architecture, medicine, astronomy and mathematics. These areas

    influence the formation of their society. The Egyptian society was made up of different social

    classes, organized in hereditary cards, which can be represented as a pyramid - the most

    celebrated architectural construction of these people. In the course of more than three

    thousand years, Egypt has gone through periods of high brightness, but also decline and

    political swings. In architecture built great works dedicated to their pharaohs, the main

    complex of pyramids of Giza.

    Keywords: Egypt, antiquity and architecture.

  • 6

    INTRODUO

    Florescendo nas margens do Rio Nilo, tendo a figura do fara como governante

    supremo, a civilizao egpcia alm de prosperar economicamente tambm produziu

    conhecimento em vrios campos como: arquitetura, medicina e a astronomia. Era uma

    civilizao j bastante complexa em sua organizao social e riqussima em suas realizaes

    culturais. A religio invadiu toda a vida egpcia, interpretando o universo, justificando sua

    organizao social e poltica, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente,

    orientando toda a produo artstica desse povo. O fundamento ideolgico da arte egpcia a

    glorificao dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerrios

    e tmulos grandiosos. Edifcios, pirmides, esfinges, pinturas, esculturas e a utilizao de

    metais foram artes aplicadas no antigo Egito. No campo arquitetnico, os egpcios construram

    belas obras, que eram feitas com intuito que adorarem os mortos e durarem para sempre.

    Entre as obras que criaram, vale ressaltar as construes das pirmides, tendo a primeira sido

    construda no perodo dinstico pelo rei Djoser e seu arquiteto Imhotep.

    O complexo de Giz marca o auge das pirmides egpcias. Erguido por trs faras, Quops, seu

    filho Quefrn e seu neto Miquerinos, inclua em grande escala, todos os elementos

    arquitetnicos associados aos tmulos reais. Milhares de blocos de pedra foram transportados

    por rios e arrastados at a orla do deserto para constru-lo. As escalas descomunais das

    pirmides e das edificaes do complexo deram margem a muitas lendas sobre a crueldade

    dos reis do perodo, embora o processo de construo permanea obscuro. A pirmide de

    Quops, grande demonstrao da mais pura geometria aplicada arquitetura, ainda inspira

    edifcios modernos, com a pirmide do Museu do Louvre.

  • 7

    JUSTIFICTIVA

    Atravs dos estudos realizados podemos observar a gloria e a majestade de uma

    civilizao, que num perodo ainda arcaico construam o inimaginvel, fazia o improvvel em

    uma escala sem precedente, isso porque foram construdas grandes obras arquitetnicas

    envolvendo grande logstica e planejamento numa era sem grandes recursos, fortalecido pelos

    Deuses e enriquecido pelos seus atos de batalha, o Egito se ergue e se perpetua

    historicamente ate os dias atuais.

    O interesse de estudo pelo antigo Egito se manifesta pela organizao da sociedade

    egpcia por critrios religiosos e econmicos, alem de que sua magia era considerada uma

    cincia na qual orientava o funcionamento Estado. O que o antigo Egito mais temia era a perda

    da ordem e a ascenso do caos.

    Com a inteno de compreender as suas tcnicas construtivas, costumes e praticas

    religiosa, atravs do estudo de suas artes, documentos e construes que podemos

    compreender um pouco mais sobre essa civilizao enigmtica.

    No Egito do imprio antigo, tudo que diz respeito a pessoa real refere-se a magia; o

    fara e o nico sacerdote, tem a responsabilidade de ministrar magicamente os rituais do

    Estado, somente o fara e capaz de utilizar as virtudes secretas.

    A maioria das antigas cidades egpcias foi construda em reas prximas ao vale do Nilo,

    com escassez de materiais, como tijolos de adobe e fibras vegetais; o sucesso da antiga

    civilizao egpcia foi propiciado em parte por sua capacidade de adaptao as condies

    climticas do vale do Nilo; com recursos de sobra o governo patrocinou a explorao mineral

    do vale e nos rgios do deserto ao redor; muitas realizaes dos antigos egpcios incluem o

    desenvolvimento de tcnicas de extrao mineral, topografia e construo que permitiram a

    edificao de monumentais pirmides, templos, esfinges e obeliscos.

    O Egito deixou um legado duradouro; sua arte e arquiteturas foram amplamente

    copiadas e suas antiguidades levadas para os mais diversos contos do mundo; suas runas

    monumentais inspiraram a imaginao dos viajantes e escritores ao longo de sculos. O

    fascnio por antiguidades escavaes no inicio do perodo moderno levou a investigao

    cientifica da civilizao egpcia e a uma maior valorizao do seu legado cultural.

    Desde o principio de sua historia o homem vem se manifestando de varias maneiras,

    seja as pinturas nas cavernas ate a criao de grandes monumentos, no a como falarmos de

    monumentos da antiguidade sem destacarmos as grandes criaes da sociedade egpcia.

    Nascida a mais de 4.000 a.C., a civilizao egpcia nos fascina, seja pela sua obra que duram

    ate hoje, ou por sua cultura extica. Quando observamos os monumentos do antigo Egito, nos

    indagamos os modos e motivos pelos quais foram feitos. Suas tcnicas demonstram um

    enorme avano se comparado com a pr historia. Seus monumentos tm forte influencia das

    suas crenas, onde suas obras eram feitas com intuito de durarem para sempre.

    Demonstrando as principais obras e a historia do antigo Egito, temos como objetivo Descrever

    e explicar de maneira ordenada, com auxlio de exemplos essa rica sociedade da antiguidade,

    enriquecendo os conhecimentos de sua formao e suas obras na arquitetura.

  • 8

    OBJETIVO

    Objetivo Geral Analisar a civilizao egpcia e suas organizaes sociais, bem como suas obras arquitetnicas desde os primeiros perodos at a decadncia do imprio.

    Objetivo Especfico

    - Apresentar as principais obras da arquitetura egpcia; - Conhecer, relacionar e identificar elementos da arquitetura egpcia.

    MATERIAL E MTODO O presente estudo fundamentou-se nos pressupostos da pesquisa bibliogrfica. Para isso foi

    realizado um levantamento de acervo bibliogrfico sobre a temtica em questo. Depois da

    seleo desse acervo, realizou-se a anlise de como era organizada a civilizao egpcia antiga,

    suas principais obras arquitetnicas, como elas foram erguidas e o porqu de serem

    construdas.

  • 9

    1. EGITO

    1.1 - CIVILIZAO EGIPCIA.

    H mais de 4.000 anos antes de Cristo, a dominao das tcnicas agrcolas permitiu o

    surgimento de vrias civilizaes ao redor do mundo. No extremo nordeste da frica, em uma

    regio de caractersticas desrticas, a civilizao egpcia floresceu graas aos abundantes

    recursos hdricos e terras frteis que se localizavam nas margens do rio Nilo.

    O ciclo das guas nesta regio promovia o regular transbordamento do rio que, durante

    a seca, deixava um rico material orgnico na superfcie de suas terras. Percebendo tal

    alterao, os egpcios tiveram a capacidade de desenvolver uma civilizao prspera que se

    ampliou graas s fartas colheitas realizadas. Dessa forma, temos definido o processo de

    desenvolvimento e expanso dos egpcios.

    No campo poltico, os egpcios estiveram organizados atravs da formao dos nomos.

    Os nomos eram pequenas parcelas do territrio egpcio administradas por um nomarca.

    Tempos mais tarde, esses vrios nomos estavam centralizados sob o poderio de um imperador.

    No ano de 3.200 a.C., Mens, o governante do Alto Egito, promoveu a subordinao de 42

    nomos, dando incio ao Imprio Egpcio.

    A sociedade egpcia era organizada por meio de critrios religiosos e econmicos. O

    fara ocupava o topo desta hierarquia na condio de chefe de Estado e encarnao do deus

    Hrus. Logo abaixo, temos os sacerdotes como agentes organizadores dos cultos e festividades

    religiosas. Os nobres e escribas ocupavam uma posio intermediria realizando importantes

    tarefas que mantinham o funcionamento do Estado.

    A base desta sociedade ainda contava com os soldados, que eram sustentados pelo

    governo e garantiam a hegemonia do poder faranico atravs das armas. Logo abaixo, os

    camponeses e artesos, que trabalhavam nas colheitas e na organizao das obras pblicas

    necessrias ao desenvolvimento agrcola e comercial. Por fim, havia uma pequena parcela de

    escravos que tambm estavam subordinados ao Fara.

    Alm de conseguir prosperar economicamente pelo rgido controle da produo agrcola,

    podemos notar que os egpcios tambm produziram conhecimento e variados campos. A

    arquitetura, a medicina e a astronomia figuram como as mais interessantes facetas do legado

    cientfico egpcio. Vale pena ressaltar tambm a escrita, que se organizava por complexos

    sistemas de smbolos e cdigos.

    Quando se fala no Egito da Antiguidade, as primeiras coisas que nos vm mente so

    as imagens das grandes pirmides, as mmias e artefatos dos museus, os templos e a

    atmosfera de aventura que cerca tudo o que diz respeito ao tempo dos faras, que a literatura

    e o cinema nos mostram como sempre presentes nas expedies arqueolgicas.

    No entanto muito j se sabe a respeito do modo de vida, da estrutura social, da estrutura

    econmica, das relaes polticas do Egito faranico. Mas muitas vezes a circulao dessas

    informaes fica restrita ao meio acadmico ou a umas poucas centenas de pesquisadores

    dedicados. Infelizmente h muitas coisas que no chegam a pblico, propiciando a formulao

    de ideias fantasiosas que no so comprovveis, engrossando um extenso hall de crenas

    sobre a cultura egpcia, difcil de ser combatido.

    No decorrer de mais de trs mil anos, o Egito passou por perodos de grande brilho, mas

    tambm de declnio e de oscilaes polticas. A histria egpcia costuma ser dividida em:

    - Perodo pr-dinstico

    - Perodo dinstico

    1.1.1 - Perodo pr-dinstico (5.000 3.200 a.C)

    Desde 5.000 a.C, o Egito era habitado por povos que viviam em cls, chamados nomos.

    Estes nomos eram independentes uns dos outros, mas cooperavam entre si quando tinham

    problemas em comum. Essas relaes evoluram e levaram a formao de dois reinos

    independentes (Imagem 01):

    Reino do Baixo Egito = unio dos nomos do Norte

    Reino do Alto Egito = unio dos nomos do Sul

    Por volta de 3.220 a.C., esses dois reinos foram unificados por Mens, que se tornou o

    primeiro fara, o governante absoluto do Egito, considerado um verdadeiro Deus na Terra. O

    fara usava uma coroa dupla para demonstrar que era o rei do Alto e Baixo Egito (Imagem

    01). Mens fundou, assim, a primeira dinastia de faras, finalizando o perodo Pr-dinastico.

  • 10

    Imagem 01 - Mapa da Regio do Egito Antigo1

    1 http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/mostre-cara-do-antigo-egito-no-tempo-de-akhenaton-e-do-rei-tutancamon

    1.1.2 - Perodo dinstico (3.200 1.085 a.C)

    Foi durante o perodo dinstico que se deu o crescimento territorial, econmico e militar

    do Egito. Este perodo dividido em:

    Antigo Imprio (3.200 2.423 a.C)

    Durante o Antigo Imprio, os faras conquistaram enormes poderes no campo religioso,

    militar e administrativo. Essa poca foi conhecida como a poca das pirmides. O primeiro a

    criar uma pirmide foi o rei Djoser e seu arquiteto Imhotep, em Saqqara.

    Mais tarde outro fara, Senfru, inspirado nessa pirmide construiu trs pirmides,

    porque s a ultima tinha condies de abrigar a mmia do rei. O filho (Kufu ou Keops), o neto

    (Quefrem) e o bisneto (Mikerinos) de Senfru construram as magnficas pirmides de Giz. A

    famlia da 5 dinastia talvez tenha sido a famlia mais poderosa de toda a historia do Egito.

    A sociedade era dividida em funcionrios que auxiliavam o fara e uma imensa legio de

    trabalhadores pobres, que se dedicavam agricultura, s construes e arcavam com pesados

    tributos. No Antigo Imprio, a capital do Egito foi primeiro, a cidade de Tinis; depois, a de

    Mnfis. Por volta de 2.400 a.C., O Imprio Egpcio foi abalado por uma srie de revoltas

    lideradas pelos administradores de provncias. O objetivo destas era enfraquecer a autoridade

    do fara. Com a autoridade enfraquecida, o poder do fara declinou, a sociedade egpcia

    desorganizou-se e o Egito viveu um perodo de distrbios e guerra civil.

    Mdio Imprio (2.160 1.730 a.C.)

    Representantes da nobreza de Tebas conseguiram reunir foras para acabar com as

    revoltas que abalavam o Egito. Essa cidade acabou tornando-se a capital do Imprio Egpcio.

    Dela surgiram novos faras que governaram o imprio nos sculos seguintes. Durante o Mdio

    Imprio, o Egito atingiu certa estabilidade poltica, crescimento econmico e florescimento

    artstico. Isso impulsionou a ampliao das fronteiras, levando a conquista militar da Nbia. Por

    volta de 1.750 a.C., o Egito foi invadido pelos hicsos (povo nmade vindo do Oriente Mdio),

    que se mostraram superiores aos egpcios em termos de tcnicas militares. Dessa forma os

    invasores conseguiram dominar a regio norte do Egito e estabelecer a capital em varis.

    Assim permaneceram por, aproximadamente, 170 anos.

  • 11

    Novo Imprio (1.500 1.085 a.C.)

    Novamente a nobreza de Tebas reuniu foras e conseguiu expulsar os hicsos,

    restabelecendo a unidade poltica do Egito. Iniciou-se, ento, o Novo Imprio. Usando tcnicas

    militares aprendidas com os hicsos, os faras organizaram exrcitos permanentes, lanando-os

    em guerras de conquistas. Assim, invadiram territrios do Oriente Mdio, dominando cidades

    como Jerusalm, Damasco, Assur e Babilnia. Os povos dominados eram obrigados a pagar

    tributos ao fara em forma de ouro, escravos, alimentos, artesanato etc. Nessa poca que

    existiram os faras mais famosos, como Hatchepsut, Akenaton, Ramss - O Grande, entre

    outros. A Rainha Hatchepsut governou o Egito, mesmo sendo uma mulher, e no foi um mau

    governo: ela construiu maravilhosos monumentos que so muito conhecidos hoje em dia, mas

    depois de morta seu nome foi apagado. Os egpcios no gostavam da ideia de terem sidos

    governados por uma mulher. Ramss, O Grande alm de ter sido um grande guerreiro foi um

    grande construtor, foi ele que construiu os templos em Abu Simbel, ele at citado na bblia,

    na historia de Moiss ele seria o fara que se recusou a soltar o "povo de Moiss". Akenaton

    foi um grande revolucionrio, ele implantou o monotesmo, fazendo todos acreditarem apenas

    em Aton o deus Sol. Ele tambm mudou a capital do Egito de Tebas para El-amarna. Mas

    depois seu filho, Tutankamon voltou antiga capital do Egito. Tutankamon se tornou famoso

    por sua tumba encontrada intacta. Ele tinha 9 anos quando virou fara e morreu aos 18.

    A partir de 1.167 a.C., o Imprio Egpcio foi agitado por revoltas populares, entrando em

    perodo de decadncia. A maioria da populao era sobrecarregada de impostos e afundava

    em crescente pobreza. Enquanto isso, o fara e sua famlia, os chefes militares e os sacerdotes

    exibiam luxo, riqueza e poder.

    Decadncia do Egito

    Depois do sculo XII a.C., o Egito foi sucessivamente invadido por diversos povos. Em

    670 a.C., os assrios conquistaram o Egito, dominando-o por oito anos. Aps liberta-se dos

    assrios, o Egito comeou uma fase de recuperao econmica e brilho cultural conhecida com

    renascena sata. Essa fase recebeu esse nome porque a recuperao egpcia foi impulsionada

    pelos soberanos da cidade de Sais. A prosperidade, porm, durou pouco. Em 525 a.C., os

    persas conquistaram o Egito. Quase dois sculos depois vieram os macednicos, comandados

    por Alexandre Magno, e derrotaram os persas. Finalmente, retirando Clepatra do trono de

    fara, o Egito foi dominado pelos romanos, que governaram por 600 anos, at a conquista

    rabe.

    1.2 - Sociedade, a pirmide formada por dominantes e dominados. A sociedade egpcia era formada por diferentes camadas sociais, organizadas em cartas

    hereditrias, podendo ser representada na forma de uma pirmide - a mais clebre construo

    arquitetnica do Egito. No topo dessa pirmide encontrava-se o fara, que concentrava os

    poderes administrativos, militar e religioso. Considerado um verdadeiro deus na Terra, sua

    autoridade era absoluta. Abaixo do fara e de sua famlia, a sociedade dividia-se em dois

    grandes grupos: o dos dominantes e o dos dominados (Imagem 02).

    Imagem 02 Pirmide social do Antigo Egito2

    Grupos dos dominantes

    A esse grupo pertencia a elite dirigente, que era formada por:

    Nobres - administradores das provncias ou comandante dos principais postos do exrcito.

    Seus cargos eram hereditrios.

    Sacerdotes - senhores da cultura egpcia; presidiam as cerimnias religiosas e

    administravam o patrimnio dos templos, desfrutando de riqueza proveniente das oferendas

    feitas pelo povo.

    Escribas - funcionrios da administrao. Sabiam ler, escrever e contar. Realizavam

    trabalhos como cobranas de impostos, fiscalizao da vida econmica, organizao das leis

    etc.

    2 http://historia.geografia.zip.net/arch2013-04-07_2013-04-13.html

  • 12

    Grupos dos dominados

    A esse grupo pertencia a maioria da populao egpcia, sendo formada por:

    Artesos - trabalhadores das cidades, como barbeiros, ferreiros, carpinteiros, banqueiros,

    teceles, ourives, ceramistas etc. Muitos trabalhavam na construo dos templos e das

    pirmides. Viviam na nobreza.

    Fels - camponeses e pessoas que trabalhavam na construo de obras pblicas, no

    transporte etc. Constituam a maioria do povo egpcio e viviam na misria.

    Escravos - estrangeiros capturados em guerra. Trabalhavam em servios pesados, por

    exemplo, nas pedreiras. Viviam em condies precrias, mas tinham alguns direitos civis.

    1.3 - Economia, o controle pelo estado.

    Na economia egpcia predominou o modo de produo asitico. O Estado, representado

    pelo fara, controlava as atividades econmicas. Era dono da terra e comandava o trabalho

    agrcola. Administrava as pedreiras, as minas e construo de canais, diques, templos,

    pirmides, estradas, alm de controlar o comrcio exterior. Assim, no havia no Egito pessoas

    atuando fora do controle do Estado. A maior parte delas vivia em regime de servido coletiva,

    obrigada a sustentar o fara e a elite dominante, pagando tributos em forma de bens ou de

    trabalho.

    1.4 - Atividades econmicas.

    Entre as principais atividades econmicas desenvolvidas no Egito, citam-se:

    Agricultura - o cultivo de trigo, cevada, linho e papiro;

    Criao de animais - a criao de bois, asnos, carneiros, cabras, porcos e aves. A partir da

    invaso dos hicsos, comearam a criar cavalos;

    Comrcio exterior - importao e exportao de diversos produtos sob o controle do

    Estado, que enviava expedies para Creta, Fencia, Palestina. Exportava-se trigo, linho,

    cermica; importava-se marfins, perfumes, peles de animais.

    1.5 - Cultura, a profunda influncia da religio.

    A civilizao egpcia era profundamente influenciada pela religio; sobretudo a arte e a

    arquitetura. Contudo, os egpcios, buscando solues para problemas prticos, tambm nos

    deixaram um vasto legado cientfico.

    1.6 - Religio.

    Os egpcios eram politestas e adorava

    Estado (culto oficial) ou realizada espontaneamente pelo povo (culto popular).

    No culto oficial, destacava-se o deus Amon-R, fuso de R (deus do sol e criador do mundo) e

    Amon (deus protetor de Tebas).

    No culto popular, devotava-se, sobretudo, a Osris (deus da vegetao, foras da natureza e

    dos mortos), sis (deusa esposa e irm de Osris) e Hrus (deus do cu, filho de sis e Osris).

    Acreditando na ressurreio da alma, os egpcios preservavam o corpo dos

    mumificao. Nos sarcfagos, junto das mmias, guardavam alimentos, roupas, jias e um

    exemplar do Livro dos Mortos, coleo de textos religiosos para serem recitados no tribunal de

    Osris.

    1.7 - Escrita hieroglfica e papiro.

    Assim como os sumrios, os egpcios desenvolveram um tipo de escrita. Mas a dos

    egpcios era formada por sinais hierglifos. Coube ao sbio francs Jean Franois Champolion a

    faanha de decifrar os hierglifos da famosa Pedra Roseta, em 1.822

    escrito egpcio era feito em pedra, madeira ou papiro (Imagens 03).

    Imagem 03 Escrita Egpcia em Papiro3

    3 http://www.historia.templodeapolo.net/civ.asp?civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Eg%C3%ADpcia

    4 http://antigoegito.org/pedra-de-roseta/

    Os egpcios eram politestas e adoravam seus deuses em cerimnias patrocinadas pelo

    Estado (culto oficial) ou realizada espontaneamente pelo povo (culto popular).

    R, fuso de R (deus do sol e criador do mundo) e

    se, sobretudo, a Osris (deus da vegetao, foras da natureza e

    dos mortos), sis (deusa esposa e irm de Osris) e Hrus (deus do cu, filho de sis e Osris).

    Acreditando na ressurreio da alma, os egpcios preservavam o corpo dos mortos por meio da

    mumificao. Nos sarcfagos, junto das mmias, guardavam alimentos, roupas, jias e um

    , coleo de textos religiosos para serem recitados no tribunal de

    Assim como os sumrios, os egpcios desenvolveram um tipo de escrita. Mas a dos

    egpcios era formada por sinais hierglifos. Coube ao sbio francs Jean Franois Champolion a

    faanha de decifrar os hierglifos da famosa Pedra Roseta, em 1.822 (Imagens 04). O registro

    escrito egpcio era feito em pedra, madeira ou papiro (Imagens 03).

    Imagem 04 Pedra Roseta. 4

    http://www.historia.templodeapolo.net/civ.asp?civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Eg%C3%ADpcia

  • 13

    1. ARQUITETURA DO EGITO Os arquitetos no antigo Egito eram considerados as pessoas que realizavam os grandes

    sonhos dos Faras. Possuam uma gama de trabalhadores que os cercava, tais como escribas e

    pessoas que faziam as medidas dos locais das obras. Qualquer tipo de construo envolvia

    uma grande logstica e um planejamento que at hoje abordado pelos principais egiptlogos.

    Sem grandes recursos arqueologicamente comprovados, a arquitetura de pirmides,

    templos e obeliscos continua sendo um grande mistrio. A arquitetura mais comum no antigo

    Egito eram os templos. Eles possuam decorao inspirada na paisagem egpcia. Papiros, flores

    de ltus e palmeiras eram algumas delas. A entrada dos templos geralmente era feita por

    caminhos que continham esfinges de ambos os lados. Os templos eram enormes e geralmente

    estavam sustentados por colunas. Porm sem dvida alguma, as mais belas e impressionantes

    obras arquitetnicas do perodo faranico foram as pirmides. A pirmide em degraus ou

    escalonada foi uma obra-prima idealizada pelo mais famoso arquiteto do antigo Egito; Imhotep

    para o fara Djoser na terceira dinastia. Antes de Imhotep o lugar de descanso dos faras

    eram as mastabas.

    Posteriormente pirmide de degraus, surgiram outras com formatos diferentes. Foi na

    quarta dinastia que se modificou o desenho das pirmides, originando as tradicionais pirmides

    que conhecemos hoje. As mais famosas representantes dessa arquitetura so as pirmides do

    complexo de Giz. Ambos os lados das estradas que davam acesso aos templos. As esfinges

    mais comuns eram esttuas com corpo de leo e cabea humana (geralmente de Faras). Os

    obeliscos eram tambm outras formas de arquitetura egpcia. Tinham o formato de colunas

    com lados lisos e em sua ponta seu formato era triangular (piramidal). Sua principal funo era

    de cunho religioso e servia para os egpcios homenagearem os deuses.

    Existiam ainda outras formas arquitetnicas no antigo Egito, como entradas de templos que

    eram verdadeiras obras de arte ou salas sustentadas por diversas colunas, conhecidas

    popularmente como hipstilas, que faziam parte dos complexos de templos.

    2.1 - Mastabas Tmulos antigos dos Egpcios, que as chamavam de "Casas da Eternidade. Eram

    tumbas na forma de tronco de pirmide, tpicas dos nobres do Antigo Imprio. As mais

    importantes encontram-se nas necrpoles de Giz (Imagem 05) e Saqqara (Imagem 06). Eram

    esculpidas nas rochas, no cho, abrindo-se uma abertura retangular, para sepultamentos, e em

    seguida eram cobertas com uma grande e superestrutura de tijolos e barro. As paredes eram

    decoradas com cenas retratando diversos aspectos da vida cotidiana, alm do culto funerrio,

    o que permite compreender com detalhes e com caractersticas especiais, e de carter notvel,

    os quais tinham nessas construes o intuito de evitar as violaes e roubos das Mmias, e

    tambm das Cmaras sepulcral que continham relquias e objetos de adorno, em verdadeiras e

    valiosas obras Artes, naturalmente cobiados pelos ladres. Alm de esttuas, as mastabas

    incluam a chamada porta-falsa: uma porta simblica atravs da qual o esprito vinha receber

    as oferendas e vveres deixados pelos sacerdotes funerrios. Nas Mastabas no havia nenhum

    acesso para a Cmara Sepulcral, a partir do solo. A partir das Mastabas evoluiu-se para as

    construes das Pirmides.

    Imagem 05 Mastabas na Necrpole de Giz5

    Imagem 06 Mastabas na Necrpole de Saqqara6

    5 http://looklex.com/egypt/giza14.htm

    6 http://looklex.com/egypt/giza14.htm

  • 14

    Imagem 07 Vista panormica da Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C.7

    2.2 - Pirmides

    No Antigo Egito a religio professada era a politesta a qual consiste na crena de que

    existem vrios deuses, sendo cada considerado um ente singular e autnomo. Os egpcios

    tinham como verdadeira a continuidade da vida aps a morte, portanto devia-se preservar

    este corpo para que ele recebesse de forma adequada sua alma.

    Preocupados com esta questo, os egpcios desenvolveram um intricado

    sistema de mumificao - processo artificial de se preservar o corpo humano da

    decomposio aps a morte -, no qual o corpo era embalsamado e os rgos retirados, pois os

    egpcios acreditavam que o corpo e a alma eram separados aps a morte. O nico rgo que

    permanecia no lugar era o corao, pois, segundo a tradio, o corao era o local onde

    residiam as emoes e assim ele no podia ser retirado, em seguida o corpo era envolto em

    faixas de linho branco. Depois de finalizado este processo, o corpo ento denominado

    mmia - era colocado dentro de um atade, que seria levado pirmide para ser protegido e

    conservado. Na poca, por ser um processo muito caro, apenas os faras e

    os sacerdotes eram mumificados.

    As pirmides so edificaes grandiosas arquitetadas em pedra, sua sustentao

    retangular e possui quatro lados triangulares que afluem em direo ao seu ponto mais alto

    (Imagens 08, 09 e 10). Existe a crena de que as pirmides do Egito Antigo seriam

    monumentos funerrios, apesar de alguns profissionais especializados defenderem a ideia de

    que se tratava de sepulcros suntuosos tambm utilizados como lugar de adorao a Deus.

    As pirmides foram estruturadas h aproximadamente 2.700 anos, do princpio do antigo

    reinado at o prximo do perodo ptolomaico - referente famlia macednica que reinou no

    Egito, da morte de Alexandre o Grande, em 3.23 a.C., at o pas virar provncia romana.

    Tinha por obrigao acolher e resguardar o corpo do fara mumificado e seus objetos de

    uso pessoal joias, utenslios de uso pessoal e outros bens materiais da pilhagem dos

    tmulos.

    As construes eram muito resistentes, vigiadas e o acesso era bastante dificultoso, tanto que

    os egpcios, para preservarem os segredos internos destas, davam cabo da vida dos

    engenheiros que as haviam edificado. Todos os meios possveis eram usados para se evitar o

    acesso ao corpo mumificado do fara e aos seus pertences.

    7 https://hastaelinfinitoymasaca.wordpress.com/page/5/

  • 15

    H conhecimento da existncia de cem pirmides no Egito, sendo a mais clebre a de

    Quops nome dado em homenagem ao mais rico dos faras do Egito antigo -, a nica das

    sete maravilhas antigas que resiste ao tempo. A Pirmide de Quops foi construda por volta

    de 2.550. A experincia foi passada de gerao para gerao - Qufren, filho de Quops,

    e Miquerinos, seu neto, concluram as trs pirmides de Giz.

    Para se colocar em p as trs pirmides, calcula-se que cerca de 30 mil egpcios

    trabalharam durante 20 anos, e a cada trs meses havia uma troca de homens. Uma grande

    parte trabalhava no corte e transporte de blocos de pedras. Porm, no havia somente

    trabalhadores braais, mas tambm arquitetos, mdicos, padeiros e cervejeiros, pois se

    acredita que os homens que ali trabalhavam eram pagos com cerveja e alimentos, apesar das

    vrias polmicas existentes.

    Imagem 08 - Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C.8 Na orla do deserto, em Saqquara, os primeiros recintos das pirmides do fara Djoser, da 3 Dinastia, incluam uma rplica de palcio, edifcios de celebraes e templos. A pirmide de degraus foi uma das inovaes mais significativas do Antigo Imprio e seu arquiteto, Imhotep, foi depois deificado

    8 http://10001aventour.blogspot.com.br/2010/11/cairo-piramide-de-djoser-pioneira.html

    Imagem 09 - Pirmide de Meidum, 3 Dinastia.9

    Imagem 10 Pirmide curvada de Dashur, c. 2723 a.C.10

    9 http://www.descobriregipto.com/piramide-de-meidum/

    10 http://www.jblog.com.br/passaporte.php?itemid=11956

  • 16

    Imagem 11 - Vista panormica das Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos, Quefrn e Queps)11

    2.3 As Pirmides de Giz.

    As Pirmides de Giz (imagem 12) so estruturas monumentais construdas em pedra.

    Possuem uma base retangular e quatro faces triangulares (por vezes trapezoidais) que

    convergem para um vrtice. Estas trs majestosas pirmides foram construdas como tumbas

    reais para os reis Kufu (ou Quops), Qufren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto.

    A maior delas, com 120 m de altura (40 andares), chamada Grande Pirmide, e foi

    construda cerca de 2.700 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito e esto

    localizadas na cidade de Giz, que integra o Cairo, no Egito. Elas so as nicas das antigas

    maravilhas que sobreviveram ao tempo.

    As grandes pirmides de Giz: Quops, Qufren e Miquerinos, foram construdas h

    cerca de 2.700 anos a.C., desde o incio do antigo reinado at perto do perodo ptolomaico. A

    poca em que atingiram o seu apogeu, o perodo das pirmides por excelncia, comeou com

    a III dinastia e terminou na VI dinastia (2.686-2.345 a.C.). As pirmides de Giz so um dos

    monumentos mais famosos do mundo. Como todas as pirmides, cada uma faz parte de um

    importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerrio e as

    pirmides menores das rainhas, todo cercado de tmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas

    do governo, uma autntica cidade para os mortos (imagem 11).

    Para os egpcios, a pirmide representava os raios do Sol, brilhando em direo a Terra.

    Todas as pirmides do Egito foram construdas na margem oeste do Nilo, na direo do sol

    poente. Os egpcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirmide, ele se elevaria e se

    juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.

    As Pirmides de Giz no eram consideradas estruturas isoladas, mas integradas num

    complexo arquitetnico. Foram encontradas cerca de 100 pirmides no Egito, mas a maior parte

    delas est reduzida a pequenos montes de terra. Para se colocar em p as trs pirmides, calcula-

    se que cerca de 30 mil egpcios trabalharam durante 20 anos, e a cada trs meses havia uma

    troca de homens. Uma grande parte trabalhava no corte e transporte de blocos de pedras. Porm,

    no havia somente trabalhadores braais, mas tambm arquitetos, mdicos, padeiros e

    cervejeiros, pois se acredita que os homens que ali trabalhavam eram pagos com cerveja e

    alimentos, apesar das vrias polmicas existentes.

    A Pirmide de Quops, tambm conhecida como a Grande Pirmide, o monumento mais pesado

    que j foi construdo pelo homem. Aproximadamente possui 2,3 milhes de blocos de rocha, cada

    um pesa em torno de 2,5 toneladas. Com mais de 160 metros de altura.

    11 http://www.airpano.com/360Degree-VirtualTour.php?3D=egypt-cairo-pyramids

  • 17

    12 http://www.assombrado.com.br/2014/09/as-piramides-de-gize-quem-fez-qual.html

    13 http://www.spanisharts.com/arquitectura/imagenes/protohistoria/i_planopiramides.html

    Quops foi um fara do Antigo Imprio do Egito antigo. Ele reinou por volta de 2.551

    a.C. a 2.528 a.C.. Foi o segundo fara da Quarta dinastia. Quops foi filho do Rei Senfru e, ao

    contrrio de seu pai, foi lembrado como um fara cruel e sem piedade. Quops teve diversos

    filhos, um dos quais, Djedefr, foi seu sucessor imediato. Ele teve uma filha chamada Rainha

    Hetepheres II.

    O fara Quops tambm foi o responsvel pela construo da maior pirmide de Giz -

    que so as nicas das sete maravilhas do mundo antigo ainda existentes -, levando seu nome:

    a pirmide de Quops.

    Qufren foi um fara egpcio da quarta dinastia. Ele construiu a segunda maior das

    pirmides de Giz, a Pirmide de Qufren, a Esfinge de Giz e um templo, que o nico

    exemplo de templo remanescente do perodo do Antigo Imprio egpcio. Seu nome, Khaf-Re,

    significa "da coroa de R" para alguns tradutores e "suba Ra!" para outros; o significado mais

    provvel o primeiro, por os hierglifos representando seu nome possuem tal coroa.

    Menkaur foi um rei da IV dinastia egpcia. Em portugus, tambm conhecido

    como Miquerinos, que oriundo da verso helenizada do seu nome. Menkaur significa

    "estveis so os kau de R" (sendo kau o plural de ka, elemento constituinte do ser humano

    na mentalidade egpcia).

    Era filho de Khafr (tambm conhecido como Qufren, rei da segunda pirmide de Giz)

    e da rainha Khamerernebti I. Foi casado com a sua irm Khamerernebti II, tendo tido mais

    duas esposas. Mikerinos teve pelo menos dois filhos do sexo masculino: um faleceu e o outro,

    Chepseskaf, foi o seu sucessor.

    Desconhecem-se os detalhes relativos ao reinado de Mikerinos. Herdoto descreve-o

    como um rei "pio" e justo, que mandou reabrir os santurios. Esta descrio do historiador

    grego baseia-se em relatos populares de credibilidade duvidosa.

    A sua pirmide em Giz menor das trs. Contudo, foi revestido, at um tero da sua

    altura, com um material mais nobre, o granito de Assuo. O seu tmulo foi restaurado na

    poca da XXVI dinastia. No seu interior foi encontrado na poca moderna um sarcfago que foi

    enviado para Londres, mas o barco que o transportava acabou por naufragar ao largo da costa

    de Portugal.

    Imagem 12 - Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos, Quefrn e Queps)12

    Imagem 13 - Mapa do complexo de Giz13

  • 18

    Imagem 14 Grande Esfinge no complexo de Giz14 Imagem 15 Grande Esfinge no complexo de Giz15 Construda junto pirmide de Quefrn, a esfinge foi esculpida em pedra macia. Exemplo mais antigo do gnero um leo com cabea de fara, adereo de cabea e barba falsa, figurava como guardio dos tmulos reais.

    Teorias sobre o surgimento das Pirmides de Giz

    A teoria que melhor explica as construes das pirmides sem encontrar contradies

    logsticas e sem invocar elementos extraterrenos a qumica, mais exatamente um

    ramo dela, a geopolimerizao. Os blocos foram produzidos a partir de calcrio

    dolomtico, facilmente agregados no local usando-se compostos muito comuns na

    poca, como cal, salitre e areia. Toda a massa dos blocos foi transportada por homens

    carregando cestos da massa, posta a secar em moldes de madeira. O esforo humano

    neste caso seria muito menor e o assentamento dos blocos perfeito.

    Contra a teoria da geopolimerizao pesa nomeadamente o fato de que os antigos

    egpcios especializaram-se na extrao e transporte de enormes blocos de pedra, tais

    como obeliscos de granito que chegavam a pesar mais de 300 toneladas. Ainda hoje

    possvel ver-se, em uma pedreira abandonada, em Assuo, o famoso obelisco

    inacabado, com mais de mil toneladas de peso, que tem servido como fonte de

    informaes das tcnicas utilizadas na extrao de blocos de granito.

    14 http://futurasarquitetas2022.blogspot.com.br/2014/08/as-piramides-de-gize-e-esfinge.html

    15 http://www.milessis.com.br/holiday/pacote-viagem-cairo-cruzeiro-lago-naser-destinos/

    Imagem 16 Esquema do interior das pirmides de

    16 http://historiarecortada.blogspot.com.br/2012/03/construcao

    Esquema do interior das pirmides de Giz16

    http://historiarecortada.blogspot.com.br/2012/03/construcao-da-grande-piramide-de-gize.html

  • 19

    Imagem 17 Vista panormica do Vale dos Reis.17

    2.4 - Tmulos cavados na rocha

    conhecido pelo nome de Vale dos Reis (Imagem 18 e 19) um vale situado a 643

    quilmetros a sul do Cairo, na margem ocidental do rio Nilo, junto cidade

    de Luxor (antiga Tebas). Seu nome vem do fato do local abrigar em meio rocha escavada a

    maioria dos tmulos de faras do Mdio e Novo Imprio do Egito antigo, assim tambm como

    os tmulos de alguns nobres que trabalhavam para corte. As mulheres dos faras esto

    enterradas em outro local, o Vale das Rainhas, a alguns quilmetros mais ao sul, com exceo

    da rainha Hatshepsut, esposa de Tutmsis II, a mulher que por mais tempo reinou sob o

    Egito, e que assim assegurou o direito a um tmulo separado do das esposas reais.

    O Vale dos Reis constitui na realidade um grupo de "wadis", gargantas sinuosas e

    profundas escavadas por um antigo curso de gua. O seu formato de pirmide foi talvez o

    fator primordial na deciso dos faras em adotar o local como morada definitiva. Antes do

    perodo do Novo Imprio, os reis egpcios construam enormes pirmides, que deveriam estar

    concludas ao tempo da morte do soberano. O fara Amenhotep I (1.551 a.C. - 1.524 a.C.),

    porm, preferiu construir o seu templo junto ao rio, mudando a tradio, e assim, a partir

    dele, os seus sucessores passaram a transferir os seus tmulos ao Vale dos Reis, em locais

    mais reservados, escavados nos rochedos.

    Ao todo, o conjunto rene 63 sepulturas encontradas pelos arquelogos (at o momento),

    denominadas de KV1 a KV63 (Imagem 20) de acordo com a ordem cronolgica da descoberta. O

    primeiro destes locais a ser descoberto foi o de Sti I, pelo explorador Giovanni Battista Belzoni,

    em 1.817. Os sepulcros eram dotados de uma cmara funerria que abrigava o sarcfago, alm

    de outras clulas com tudo o que se supunha que o fara iria precisar para desfrutar a vida

    alm-tmulo. Pinturas murais apresentando hierglifos, cenas simblicas e da vida cotidiana

    compunham a decorao em todas as paredes do tmulo.

    I Imagem 18 Vista do Vale dos Reis.18 Imagem 19 Vista externa do Vale dos Reis.19

    17 http://posnik.blogspot.com.br/2012/08/top-10-os-10-maiores-mausoleus-e.html

    18 http://historiaegeoprofecarla.blogspot.com.br/2014/10/egito-etnias.html

    19 http://historiaegeoprofecarla.blogspot.com.br/2014/10/egito-etnias.html

  • 20

    Imagem 20 Mapa do Vale dos Reis.20

    A maioria das tumbas est no vale leste, e onde h maior movimentao turstica.

    KV1 Tumba de Ramss VII.

    KV2 Tumba de Ramss IV.

    KV3 Tumba de um filho de nome desconhecido do Ramss III.

    KV4 Tumba de Ramss XI.

    KV5 Recentemente descoberta, a tumba dos filhos do grande Ramss II. Com 120 salas

    descobertas e ainda sendo escavada, provavelmente a maior tumba do vale.

    KV6 Tumba de Ramss IX.

    KV7 Tumba de Ramss II.

    KV8 Tumba de Merenptah.

    KV9 Tambm conhecida como tumba de Memnon ou La Tombe de la Mtempsychose, essa a

    tumba de Ramss V e Ramss VI.

    KV10 Tumba de Amenmess.

    KV11 Tumba de Ramss III (ou "A Tumba de Bruce" e "A Tumba dos Harpistas").

    20 https://desportoviajar.wordpress.com/2013/01/14/egito-vale-dos-reis-a-necropole-mais-famosa-do-planeta/

    KV12 O dono dessa tumba ainda desconhecido. Era, provavelmente, uma tumba familiar.

    KV13 Tumba de Bay e depois de Amen-herkhepeshef.

    KV14 Tumba de Tausert, reutilizada aps por Setnakht.

    KV15 Tumba de Seti II.

    KV16 Tumba de Ramss I.

    KV17 Tumba de Seti I tambm conhecida por tumba de Belzoni, tumba de Apis, ou a tumba de

    Psammis, filho de Necho.

    Detalhes da decorao da KV9. KV18 Tumba de Ramss X.

    KV19 Tumba de Mentuherkhepeshef.

    KV20 Tumba de Hatchepsut e Tutms I.

    KV21 Dono original desconhecido.

    KV22, 23, 24, 25 Veja abaixo no Vale Ocidental com os nomes WV.

    KV26, KV27, KV28, KV29 Donos originais ainda no descobertos.

    KV30 Conhecida como Tuba do Lord Belmore. Seu ocupante original ainda desconhecido.

    KV31 - Dono original desconhecido.

    KV32 Tumba de Tiaa, esposa de Amen-hotep II.

    KV33 Dono original desconhecido.

    KV34 Tumba de Tutms III.

    KV35 Era originalmente a tumba de Amen-hotep II. Porm, mais de uma dezena de mmias,

    muitas da realeza, foram colocadas nesta tumba.

    KV36 Tumba do nobre Maiherperi.

    KV37 Dono original desconhecido.

    KV38 Tumba de Tutms I.

    KV39 Possvel tumba de Amen-hotep I.

    KV40 Dono original desconhecido.

    KV41 O dono original incerto, mas acredita-se ser da rainha Teticheri.

    KV42 Tumba de Hatchepsut-Meryt-Ra.

    KV43 Tumba de Tutms IV.

    KV44 Dono original desconhecido.

    KV45 Tumba do nobre Userhet.

    KV46 Tumba dos nobres Yuia e Tuiu. Possivelmente os pais da rainha Tiy. Antes da descoberta da

    tumba de Tutankhamon, essa era a tumba mais reservada do vale.

    KV47 Tumba de Siptah.

    KV48 Tumba do nobre Amenemopet-Pairy vizir do fara Amen-hotep II.

    KV49 Dono original desconhecido. Talvez uma sala de armazenagem.

    KV50, KV51 e KV52 Pequenas tumbas com tmulos dos possveis animais de estimao de Amen-

  • 21

    hotep II, cuja tumba fica prxima.

    KV53 Dono original desconhecido.

    KV54 Provavelmente a cmara de embalsamento de Tutankhamon.

    KV55 Provavelmente outro esconderijo de mmias e tmulo de muitas pessoas da corte do perodo

    Amarna; Tiy e Semenkhkar/Akhenaton.

    KV56 Conhecida como A Tumba de Ouro, no teve o dono original descoberto.

    KV57 Tumba de Horemheb.

    KV58 Conheida como A Tumba da Biga, consiste em depsitos da tumba de Ay.

    KV59 Dono original desconhecido.

    KV60 Tumba do nobre Sit-re In.

    KV61 Esta tumba aparenta no ter sido usada.

    KV62 Tumba do fara Tutankhamon, a primeira tumba real a ser descoberta.

    KV63 Dono original ainda incerto, talvez seja apenas uma cmara de armazenamento de itens de

    embalsamento.

    KV64 "Bolsa" de ar descoberta por um radar, acredita-se que seja uma tumba ou uma cmara.

    KV65 A mais nova tumba descoberta, anunciada em agosto de 2008.

    KVF Tumba sem tmulo pode ter sido um projeto para uma tumba e abandonado.

    A numerao do Vale Oeste entra na sequncia do Vale Leste, onde h apenas quatro

    tumbas funerrias.

    WV22 Tumba de Amenhotep III. Atualmente, est sendo estudada e no aberta ao pblico.

    WV23 Tumba de Ay e a nica aberta ao pblico no Vale Oeste.

    WV24 Dono original desconhecido.

    WV25 Pode ter sido aberta para Akhenaton, mas nunca foi terminada.

    WVA Cmara de armazenamento de Amen-hotep III cuja tumba prxima.

    Apesar de a rea ser alvo de importantes descobertas desde o incio do sculo XIX,

    foi somente em 1.922 que o Vale dos Reis virou notcia no mundo todo, com a fabulosa

    descoberta do arquelogo britnico Howard Carter, o tmulo intacto de um fara bastante

    obscuro em meio historiografia egpcia, Tutancmon (1.341 a.C. 1.323 a.C.). Os faras

    eram enterrados em meio a tesouros fabulosos de todo o tipo, mas, como foram perdendo

    relevncia para a populao em geral, seus tmulos foram alvo de saqueadores durante

    sculos a fio. Somente um fara pouco conhecido, que reinara durante pouco tempo, poderia

    ter passado inclume aos ladres de sepulturas. Assim, o tmulo de Tutancmon (KV62) d

    uma tima ideia de como eram os outros locais antes de serem saqueados. Hoje, o Vale dos

    Reis um dos mais famosos locais de explorao arqueolgica, e o rei "Tut" talvez o mais

    conhecido de todos os faras egpcios.

    Imagem 21 Tumulo do Fara Tutankhamon (1341 a.C. 1323 a.C.)21

    Imagem 22 Pintura mural no tmulo de Tutankhamon22

    Imagem 23 Local onde estavam guardados os tesouros do Fara Tutankhamon23

    21 http://www.penaestrada.blog.br/a-historia-de-tutancamon-e-o-vale-dos-reis/

    22 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-egipcia/tutankhamon-5.php

    23 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-egipcia/tutankhamon-5.php

  • 22

    Imagem 24 esquema da tumba do Fara Tutankhamon24

    Imagem 25 Mmia do Fara Tutankhamon25

    24 http://www.taringa.net/posts/imagenes/9210895/En-la-tumba-de-Tutankamon.html

    25 https://www.flickr.com/photos/scgkid/8099050565

    Imagem 26 Sarcfago do Fara Tutankhamon26

    Imagem 27 Mascara morturia do Fara Tutankhamon27

    26 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao

    27 http://averdadeestampadaonline.blogspot.com.br/2014/02/a

    28 http://www.taringa.net/posts/imagenes/9210895/En

    26

    Imagem 28 Reconstituio virtual do possvel rosto do Fara Tutankhamon28

    http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-egipcia/tutankhamon-5.php http://averdadeestampadaonline.blogspot.com.br/2014/02/a-maldicao-de-tutankamon.html http://www.taringa.net/posts/imagenes/9210895/En-la-tumba-de-Tutankamon.html

  • 23

    Imagem 29 Vista panormica do Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia 29

    2.5 - Os templos

    Alm das pirmides, os monumentos egpcios mais importantes so os templos

    construdos para a venerao popular dos deuses durante o Novo Reino (c. 1.550-1.070

    a.C.) os mais famosos so o Grande Templo de Amon, em Karnak (iniciado em c. 1.530 a.C.)

    (Imagem 32), Templo de Luxor, Tebas (c. 1.408-1.300 a.C.) (Imagem 31) e o Templo da

    Rainha Hatsheput, Del El-Bahari (1.520 a.C.) (figura 30).

    Ao tratarmos dos templos no Egito faranico podemos considerar dois tipos: o funerrio e o

    dedicado aos deuses. Iremos detalhar a estrutura do segundo, visto que o primeiro tinha

    formas variadas e geralmente estava ligado pirmide ou ao tmulo para servir de local de

    culto ao morto. J o templo dedicado aos deuses teve uma forma definida do II milnio a.C.

    at a poca ptolomaica e romana. Sua estrutura era padronizada independente do tamanho

    do templo: grande ou pequeno possua os mesmos elementos e poucas variaes. As

    estruturas do complexo do templo situavam-se no interior de uma muralha de dimenso

    imponente e compreendiam o prprio local de culto juntamente com as outras construes

    existentes no local, como lojas, casas dos sacerdotes, guardas e pessoal administrativo.

    O templo propriamente dito possua inicialmente um prtico formado por dois pilonos que

    abrigavam em seu topo os estandartes da divindade, normalmente era decorado com esttuas e

    obeliscos, alm de pinturas coloridas. Posteriormente havia um grande ptio onde se reuniam os

    fiis nas festas dedicadas ao deus. Era nestes eventos que a populao em geral podia ver e

    aplaudir a imagem da divindade.

    Adentrando a estrutura principal do templo, havia uma sala de colunas onde era celebrada a

    purificao dos sacerdotes para o culto. Em seguida localizava-se um vestbulo no qual era

    guardada a barca do deus, que transportava sua imagem durante as procisses. interessante

    notar que conforme se avana em direo ao interior do templo o teto vai baixando

    progressivamente e o cho vai se elevando ligeiramente at chegar capela onde estava o

    tabernculo que abrigava a imagem da divindade a quem o templo era dedicado. O efeito desta

    forma da estrutura fazia com que a pessoa sasse da luz do sol do ptio para a penumbra e depois

    para a escurido conforme avanava em direo ao interior do templo.

    Percebe-se a que uma estrutura construda desta forma destinava-se a um culto reservado

    exclusivamente aos sacerdotes, no contando com a participao dos fiis. O templo era a casa do

    deus e no tinha como finalidade acolher mais ningum seno aqueles que deveriam prover o

    culto da divindade.

    29 http://alfanumerico.net/as-ruinas-templos-e-a-cidade-de-luxor/

  • 24

    Visto do exterior, com suas grandes muralhas e colunas, o templo se assemelhava muito

    a uma fortificao, e possua como tal a finalidade de proteger a esttua do deus de foras

    hostis e tambm de olhares daqueles que no estavam a seu servio. No eram os fiis que

    iam at o deus e sim este que se apresentava a eles em determinadas ocasies, nas festas e

    procisses. O acesso ao templo estava desta forma, reservado ao pessoal especializado, os

    sacerdotes e encarregados de servios auxiliares. Todos os outros estavam deliberadamente

    excludos deste recinto. At mesmo o sacerdote para adentrar a capela do deus deveria

    preced-la com vrios rituais de purificao de sua pessoa.

    A exceo a esta regra para constituio dos templos egpcios se deu no denominado

    perodo de Amarna (c. 1.353-1.336 a.C.), quando o fara Amenhotep IV/Akhenaton construiu

    templos totalmente abertos dedicados a Aton, o disco solar, nica divindade cuja adorao era

    permitida pelo soberano. No haveria sentido em adorar o sol em um templo totalmente

    fechado, pois o astro atravessava o cu diariamente e ficava ao alcance dos olhares de todos,

    oficiantes do culto e do povo em geral.

    Imagem 30 Templo de Amon, Karnak 1.530 a.C 30

    30 http://megaconstrucciones.net/?construccion=templos-karnak

    Imagem 31 Templo de Luxor, Tebas - 1.408-1.300 a.C.31

    Imagem 32 - Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia32

    31 http://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_de_Luxor

    32 https://desportoviajar.wordpress.com/2013/01/22/egito-templo-de-hatshepsut-um-cenario-impressionante-

    talhado-nas-escarpas-de-calcario/

  • 25

    Imagem 33 Vista panormica do Templo de Karnak33

    2.6 - Templo de Karnak, Luxor (antiga Tebas)

    Na realidade, um complexo de templos e no s um templo, portanto mais

    preciso dar o nome templos de Karnak na cidade de Luxor que est a distncia de cerca de

    750 km do Cairo. O Complexo do Templo de Karnak dos maiores templos em todo o mundo.

    um complexo de santurios religiosos nicos em historia e desenho, consagrados,

    fundamentalmente, Trade de Tebas; Amn, Mut e Khonso, junto a outras divindades

    egpcias. O local do complexo de Karnak ainda contem runas de vrios templos, construdos

    ao longo de centenas de anos e os mais importantes so:

    (1) Templo de Amn-R

    (2) Templo de Mut.

    (3) Templo de Khonso

    (4) Templo de Ipyt (no canto sul)

    (5) Templo de Petah

    (6) Templo de Osris

    (7) Templo de Atn (foi destrudo, estava construdo no lado leste de Karnak)

    (8) outros santurios e capelas espalhadas dedicadas trade de Tebas e a outras

    divindades locais do Egito Antigo.

    No tempo do Mdio Reino o templo do Karnak foi chamado em Hierglifos de Ipt-iswt que

    significa o eleito (local) para os tronos (divinos). Este nome est gravado na parede da capela

    do rei Senusert I dentro do Karnak. Mas Tambm o complexo sagrado foi conhecido por outros

    nomes como: Pr-Imn que significa o Lar de Amn, tendo em conta que o templo foi

    considerado a casa do deus onde o ritual do culto dirio ( ou seja o servio dirio) era exercido

    incessantemente pelos sacerdotes. A palavra atual KarnaK derivada do termo rabe

    Khawarnaq que significa vila fortificada que , nome dado no tempo da conquista dos rabes

    cidade, pois, no incio, os rabes acharam que os monumentos antigos, altos e enormes,

    construdas de pedra tem portes e muros altos so tipos de fortificao militar dos povos

    antigos.

    Sem dvida, o templo principal do complexo de Karnak o de Amn-R que ainda mantem bem

    preservado em muitas das partes. Alm disso, o local contem alguns santurios datados da era

    do Mdio Reino no Egito (2.134 -1.778 a.C aprox.). O recinto do complexo dos templos de

    Karnak est cercado de uma muralha gigantesca circundante feita de barro que tem 550 metros

    de comprimento, 480 metros de largura e 20 metros de altura.

    33 http://megaconstrucciones.net/?construccion=templos-karnak

  • 26

    Alguns egiptlogos acreditam que a muralha circundante de barro foi construda durante

    o tempo da dinastia XXVI, enquanto outros arquelogos atribuem essa muralha ao tempo da

    dinastia XXX (sculo IV a.C). Acredita-se, segundo as crenas dos antigos egpcios que essa

    muralha de adobes de barro simboliza a colina primordial sagrada, que uma vez apareceu no

    meio das guas do oceano primignio, onde o mundo foi criado conforme a cosmogonia antiga

    da criao do mundo no Egito antigo. Em outras palavras, a muralha de barro que rodeia os

    templos do Karnak simboliza ao incio da vida na terra. Talvez o primeiro rei que mandou

    construir um templo dedicado ao deus Amn foi Mentohotep I (da dinastia XI no sculo XXII

    a.C) e mais tarde, os soberanos da dinastia XII aumentaram construo sagrada de Amn

    outros elementos, considerando o deus tebano o principal do reino inteiro do Egito.

    Amn era o deus oficial e principal da nova capital Tebas ou (Waset em hierglifos), o

    rei dos deuses durante o tempo do Novo Imprio, por isso o plano geral do templo atual foi

    levado a cabo durante o tempo da dinastia XVIII, sobretudo no reinado de Thotmus I (no

    sculo XVI a.C) quem mandou reconstruir o templo, de uma forma massiva, aumentando alm

    do quarto e quinto Pilono, (quarto portal e quinto Portal) dois obeliscos lindos e altos de

    granito rosado.

    Durante o reinado de Hatshepsut outros elementos importantes foram adicionados ao

    templo como o oitavo pilono (Portal VIII), dois obeliscos gigantescos e extraordinariamente

    decorados, localizados entre os pilonos IV e V junto a umas capelas localizadas ao lado do

    santurio principal de Amn. O templo foi acrescentado durante o reinado de Thotmus III

    (Totmose III) quem mandou construir o quinto pilono no lado septentrional, e o stimo pilono

    no lado meridional do templo, e umas capelas localizadas no ptio do seu av Thotmus I, alm

    de um edifcio conhecido como Sala das Festas. Mas tambm este mesmo rei mandou montar

    um muro alto para esconder os dois obeliscos montados por Hatshepsut como um trabalho de

    vingana contra a rainha falecida uns anos antes da data da construo, porque segundo a sua

    prpria viso Hatshepsut era usurpadora do trono.

    Com a construo da grande Sala Hipstila, ou seja, a Grande Colunata e o terceiro

    pilono, o templo do Amon em Karnak atingiu o seu auge no reinado do rei Amenhotep III que

    governou entre 1.389 a.C 1.351 a.C aproximadamente. Depois da disputa religiosa entre

    Akhenaton e o clero de Amn que terminou com o desaparecimento do monarca monotesta

    do cenrio dos acontecimentos, obras de restaurao, renovao e decorao foram feitas

    durante o reinado de Tutankhamon e posteriormente pelo rei Hormohep que construiu o

    segundo pilono, (no lado oeste), o nono e o dcimo pilono (no lado Sul). Alm disso, parece

    que Hormohep ordenou destruir um templo anterior dedicado ao deus Atn, no lado este,

    utilizando as suas pedras para incrustar os trs pilonos estabelecidos por ele mesmo. Nos

    primeiros anos da dinastia XIX, durante o reinado de Ramss I iniciou-se a construo da

    Grande Sala Hipstila, localizada entre os pilonos II e III. Quando Ramss I morreu, o seu filho

    e sucessor Seti I continuou as obras do seu pai, construindo a grande parte dessa enorme sala

    e existe at hoje na parede do lado norte da Grande Colunata pinturas que representam o rei

    Seti I com as divindades, coroado por elas e recebendo benes e os smbolos do poder.

    Durante o reinado de Ramss II (1.290 1.223 A.C aproximadamente) conhecido como o

    grande construtor do Antigo Egito, as obras de construo e decorao foram completas e

    muitas pinturas nesta colunata mostram o rei Ramss II com as diversas divindades ou

    celebrando as festas religiosas sobre tudo a Festa de Opet, festa das barcas sagradas de

    Tebas.

    O grande rei da dinastia XX Ramss III restaurou o templo de Amn, edificando um

    pequeno templo no lado direito do primeiro ptio aberto do templo de Amn. A partir do tempo

    da dinastia XXII at o fim da Histria do Antigo Egito, obras sucessivas de restauraes, e

    aumentos de importncia menor foram levadas a cabo dentro do recinto sagrado de Amn,

    sobretudo pelos monarcas das dinastias XXII, XXV, e XXX. Na realidade, a dinastia XXX fez

    tarefas importantes de restaurao, adicionando construo do templo o primeiro pilono

    gigantesco (o portal e a entrada atual).

    Alm disso, quando terminou a linhagem dos reis nativos do Egito com o fim da dinastia

    XXX, e comeou a era grega no Egito, e posteriormente a poca romana, ou seja, no perodo

    Greco-romano o templo de Amn-R chamou a ateno dos soberanos Ptolemaicos e os

    imperadores de Roma, por exemplo: O rei de Macednia Filipe Arrideu (o meio-irmo do

    Alexandre o Grande) aumentou uma capela de granito para a barca sagrada de Amn. O rei

    Ptolomeu III (Euergetes) estabeleceu um grande portal, ou seja, pilono em frente do templo

    do deus Khonso conhecido atualmente como o Portal de Euergetes.

  • 27

    Imagem 34 Entrada do templo de Amon, em Karnak.34

    Imagem 35 O ptio, depois do primeiro pilone.35

    Imagem 36 Grande Sala Hipostila.36 Imagem 37 Colunas e hieroglifos na Grande

    Sala Hipostila.37

    34 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/

    35 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/

    36 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/

    37 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/

    Imagem 38 O nico obelisco que resta38

    Imagem 39 O nico obelisco que resta39

    O Obelisco demonstra os avanos tecnolgicos do Novo Imprio. Este pilar quadrado de

    pedra macia terminada em ponta, muitas vezes de granito, pesava at 350 toneladas e era

    transportado at o templo para ser decorado no local. Os exemplos mais requintados da 18

    Dinastia tinham hierglifos de ouro incrustados em homenagem ao deus R.

    Imagem 40 Esfinges com cabea de carneiro40 Imagem 41 - Esfinges com cabea de carneiro41

    Uma sequencia cerimonial de esfinges de pedra com cabea de carneiro levava

    entrada do templo. Era uma escolta simblica queles que entravam, criando uma transio

    para o reino espiritual. Esta esfinge mostra o fara protegido entre as garras de um leo com

    cabea de carneiro, animal que era manifestao de Amon.

    38 http://www.peregrinoturismo.com.br/package/egito-iniciatico/

    39 http://www.voyagevirtuel.com/egypt/photo/luxor-karnak-572.php

    40 https://deiatatu.wordpress.com/2008/11/

    41 http://www.rydno.pttk.pl/news.php?readmore=1038

  • 28

    Imagem 42 Vista panormica do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari - Abul Simbel, Nbia42

    2.7 - Templo de Abu Simbel, Nbia.

    Abu Simbel um complexo arqueolgico constitudo por dois grandes templos (Templo de

    Ramss II e Templo de Neferetari), escavados na rocha, situados no sul do Egito, no banco

    ocidental do rio Nilo perto da fronteira com o Sudo, numa regio denominada Nbia, a cerca de

    300 km da cidade de Assuan.

    A sua fachada tem 33 metros de altura e 38 metros de largura, a sua entrada foi

    concebida como um pilone. A fachada constituda por quatro esttuas com vinte metros de

    altura que representam o fara Ramss II sentado ostentando a coroa dupla da unificao entre

    o alto e o baixo Egito, a barba postia, um colar e um peitoral com o nome de coroao. A

    segunda dessas esttuas foi parcialmente destruda por um terremoto em 27 a.C. (a cabea e o

    tronco de Ramss encontram-se prximo da entrada).

    Os templos foram mandados construir no sculo XIII a.C. (XIX dinastia), pelo prprio fara

    Ramss II em homenagem a si e sua esposa preferida, Nefertari. Levaram 20 anos para serem

    concludos. Quando o templo ficou pronto, Ramss II levou sua esposa Nefertari para admir-lo

    mas, para desespero do fara, ela morreu pouco tempo depois.

    Ramss II iniciou o seu reinado em 1.290 a.C. e reinou durante 66 anos, durante os

    quais mandou construir numerosos templos no s com o intuito de impressionar as naes

    vizinhas mostrando a grandiosidade do Egito e o poder do seu fara, mas tambm para

    recuperar o seu prestgio, perdido depois dos distrbios religiosos e polticos durante o reinado

    de Akhenaton da XVIII dinastia quando o mesmo tentou forar a mudana do culto aos deuses

    egpcios (politesmo) para o culto a um deus nico Atn (monotesmo).

    Com a passagem do tempo, os templos ficaram cobertos de areia o que provocou o seu

    esquecimento at que, em 1.813, um orientalista suo, Jean-Louis Burckhardt, descobriu o

    friso do topo do templo de Ramss.

    Burckhardt falou da sua descoberta ao explorador italiano Giovanni Belzoni que,

    embora se deslocando para o Egito, foi incapaz de descobrir a entrada do templo. Belzoni

    regressou em 1.817, conseguindo desta vez encontrar a entrada e levando com ele todos os

    tesouros que encontrou no templo que pudessem ser transportados.

    42 http://www.descobriregipto.com/abu-simbel/

  • 29

    No interior existe uma cmara principal chamada "A grande sala dos pilares" ou "Grande

    sala hipstila" que tem 18 metros de comprimento, 16 metros de largura e nove metros de

    altura cujo teto sustentado por oito pilares representando o deus Osris com algumas

    caractersticas de Ramss II; as esttuas da esquerda ostentam a coroa do alto Egito (sul)

    enquanto as da direita ostentam a coroa Pschent (a coroa dupla que simboliza a unificao das

    duas terras - norte e sul).

    O santurio interno prolonga-se por 55 metros de profundidade e era o local mais

    sagrado do Grande Templo; por essa razo apenas o fara l podia entrar. Nessa sala existem

    quatro esttuas: uma do fara Ramss II e as de trs deuses: R, Ptah e Amon-R. Cada um

    destes deuses tinha as suas capitais, ao longo da Histria do Egito.

    Estes trs deuses foram venerados como a representao de um nico deus grandioso;

    desta forma, por um lado eram rivais e por outro eram todos o mesmo.

    O templo foi construdo de modo a que, duas vezes por ano, a 21 de Fevereiro (data do

    nascimento do fara), e a 22 de Outubro (data da sua coroao), medida que o sol se

    levantasse, os seus raios iluminassem as grandes esttuas do santurio e a parede que

    descreve a alegada vitria dos egpcios sobre o Imprio Hitita na Batalha de Kadesh.

    As salas menores, denominadas cmaras laterais, so no total oito e esto dispostas

    cinco para a esquerda e trs para a direita tendo como ponto de referncia a entrada do

    templo. A sua decorao, varivel, tipicamente simples, tal como na cmara principal,

    embora algumas dessas cmaras contivessem tesouros.

    Enquanto o Grande templo de Ramss um templo com estaturia excessiva e de

    tamanho exorbitante, o templo de Nefertari parece ser baseado no templo funerrio da rainha

    Hatchepsut (1.520 a.C.). O templo muito simples e construdo em dimenses bastante

    inferiores s do templo de Ramss.

    A fachada do templo representa no total seis esttuas, de dez metros cada uma, todas

    com a perna esquerda mais frente da direita em posio de marcha. Duas delas so de

    Nefertari (uma de cada lado da entrada) e cada uma dessas esttuas est ladeada por duas

    esttuas de Ramss.

    No entanto, este no o seu local de construo original; devido construo da

    barragem de Assuan, e do consequente aumento do caudal do Rio Nilo, o complexo foi

    transladado do seu local original durante a dcada de 1960, com a ajuda da UNESCO, a fim de

    ser salvo de ficar submerso.

    Na porta do templo existe uma inscrio criptogrfica do nome do fara: Ser-Ma'at-Ra e no

    meio das pernas das grandes esttuas podem ver-se pequenas esttuas de familiares de

    Ramss II:

    Junto ao colosso I (lado esquerdo) esto as representaes da sua principal mulher

    Nefertari (na perna esquerda), a sua me Mut-tuy (na perna direita) e do prncipe

    Amonhorjepeshef (ao centro).

    Junto ao colosso II (lado esquerdo) encontram-se as princesas Bentata, Nebettauy e

    outra que se pensa ser Senefra.

    Junto ao colosso I (lado direito) esto as representaes da sua principal mulher

    Nefertari (na perna direita), a princesa Beketmut (na perna esquerda) e do prncipe

    Riamsese (ao centro).

    Junto ao colosso II (lado direito) encontram-se as representaes da princesa

    Nerytamun, da me de Ramss, Mut-tuy e da rainha Nefertari.

    Imagem 43 - Templo de Ramss II e Templo de Neferetari43

    43 http://www.descobriregipto.com/abu-simbel/

  • 30

    Imagem 44 - Templo de Ramss II44

    Imagem 45 - Templo de Neferetari45

    44 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Abu_Simbel,_Ramesses_Temple,_front,_Egypt,_Oct_2004.jpg

    45 http://pedro-mundodebabel.blogspot.com.br/2015_01_01_archive.html

    Imagem 46 - Colossos de Ramss II na Sala hipostila, Grande Templo de Abu Simbel. 46

    Imagem 47 Vista area do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari - Abul Simbel, Nbia 47

    46 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Abu_Simbel,_Ramesses_Temple,_front,_Egypt,_Oct_2004.jpg

    47 http://www.viatgesmanacor.com/viajar/abu-simbel-87

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    Imagem 48 Vista panormica do Templo de Edfu - Ilha Philae 48

    2.8 - Templos Greco-Romanos

    No ano de 332 a.C., um dos maiores conquistadores de sempre, Alexandre Magno da

    Macednia, que tinha sido educado por Aristteles, entra no Egito e domina o pas sem

    resistncia. Os Macednios foram aceites como a melhor alternativa opresso dos Persas.

    Durante a sua estada, Alexandre manda construir a cidade de Alexandria no ano 331, oferece

    sacrifcios aos deuses egpcios e consulta o orculo de Amon no Osis de Siwa.

    Pouco antes de atingir os 33 anos de idade, morre em 323 a.C. e o seu vasto imprio

    macednico dividido pelos altos cargos militares, num regime chamado desatrapia. O Egito

    coube assim a Ptolomeu, filho de Lagus, um dos generais de Alexandre. Comea assim a dinastia

    ptolomaica, que se mantm firme no poder graas a casamentos incestuosos entre os vrios

    familiares nobres, com vista a perpetuar a sua soberania intocvel. Durante os 250 anos

    seguintes o Egito assim fortemente influenciado pela cultura grega, com transaes comerciais

    cada vez mais intensas com a Grcia, mas sempre governado como um pas separado, com os

    seus prprios interesses, mesmo que no fossem os da populao local. A partir do sculo II

    a.C. comea uma poca de declnio na economia, de lutas polticas e conspiraes na famlia

    reinante.

    No decorrer do sculo I os governos continuam cada vez mais fracos, com a crescente

    sombra de Roma, que condenou a independncia do Egito em 30 a.C. Sob o domnio romano

    existe um aumento inicial de prosperidade, e o imperador Adriano (117-138 a.C.) chega

    mesmo a levar o Egito em bastante considerao, mas no fundo este nunca gozou sequer de

    alguma autonomia local, sendo o pas considerado apenas uma fonte de riqueza para o

    governo de Roma. Mas quem ditou o fim da cultura tradicional egpcia foi o Cristianismo, cujo

    xito se deveu em larga medida ao fato de no ser romano, constituindo assim um smbolo da

    luta contra a opresso de Roma. O fim da histria egpcia antiga acontece em 395, data da

    separao final do Imprio Romano, por essa altura j fortemente crist, em Imprio Romano

    do Oriente (bizantino) e do Ocidente, pertencendo o Egito ao Oriente. Os antigos templos so

    considerados objeto de paganismo, e so vandalizados; os deuses so apagados das inscries

    monumentais. A cultura criada pelos faras do Egito desintegra-se por volta desta altura. Os

    ltimos hierglifos conhecidos so escritos no ano 394, no templo da Ilha de Philae no sul do

    Egito, um dos ltimos redutos da civilizao e religio egpcias.

    48 http://www.viatgesmanacor.com/viajar/abu-simbel-87

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    Imagem 49 Templo de Edfu, Ilha de Philae 49

    Imagem 50 Colunas do Templo de Edfu, Ilha de Philae 50

    Imagem 51 - ricas decoraes nas paredes do Templo de Edfu, Ilha de Philae 51

    49 https://mochilana.wordpress.com/africa/egito-2010/

    50 https://mochilana.wordpress.com/africa/egito-2010/

    51 https://mochilana.wordpress.com/africa/egito-2010/

    Imagem 52 Mapa da Ilha de Philae 52

    Imagem 53 entrada do Templo de Edfu, Ilha de Philae 53

    52 http://en.wikipedia.org/wiki/Philae#/media/File:Lepsius

    53 http://en.wikipedia.org/wiki/Temple_of_Edfu

    54 http://en.wikipedia.org/wiki/Temple_of_Edfu

    Imagem 54 Estatua do Deus Horus no Templo de Edfu, Ilha de Philae 54

    http://en.wikipedia.org/wiki/Philae#/media/File:Lepsius-Projekt_tw_1-2-104-2.jpg

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    CONCLUSO

    A arquitetura egpcia, por sua coeso, pela disciplina de sua tradio, sua grandeza, a

    tenso sustentada de seu esforo de enorme durao, o reflexo da mais poderosa civilizao

    que tenha aparecido at hoje, de forma que todas as manifestaes culturais que eclodiram

    depois sobre a terra, poderiam muito bem no ser mais que formas dissociadas de seu estilo.

    Enfim, toda a representao arquitetnica e seu estilo esttico do Antigo Egito expressam

    aguda observao da natureza e de suas formas e tambm profunda venerao aos seus

    deuses. Por isso, o Fara to glorificado, afinal, ele o prprio deus palpvel, representante

    direto de R e Horus. Alm disso, as pirmides, os sarcfagos, as mscaras funerrias, a

    mumificao e todo o enxoval funerrio expressam a grande importncia que a eternidade

    tinha para esse povo, que acredita na morte como uma passagem para a continuao da vida.

    A preparao para essa passagem era intensa nas altas classes dessa sociedade.

    A religio tinha papel fundamental no Egito, e no Antigo Imprio atingiu sua maior forma,

    permitindo a manuteno de uma monarquia mais forte, mas ao mesmo tempo exaurindo os

    recursos do pas. medida em que tal influncia decresceu, houve certa liberdade artstica,

    popularizao e divulgao da cultura, alm da queda do governo e nova segmentao do

    Egito. Interessante notar que posteriormente, tal nvel da autoridade monrquica s foi

    vagamente atingido durante o Mdio Imprio, e na grandeza do Novo Imprio o absolutismo,

    alm de no ser to eficaz, baseava-se numa nova vertente: as guerras. Contrria ao nimo

    egpcio como um todo, no se surpreende descobrir que aps tal momento de glria blica o

    Egito tenha cado novamente. Desta vez, entretanto, para no mais se levantar.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS COLE, Emily , Histria Ilustrada da Arquitetura (titulo original: A Concise History of Architectural Styles), traduo: Livia Chede Almendary, Editora Publifolha. So Paulo, 2013. GLANCEY, Jonathan; FOSTER, Norman , Histria Ilustrada da Arquitetura (titulo original: The Story of Architecture), Dorling Kindersley Limited, London, 2000. Traduo: Luiz Carlos Borges e Marcos Marcionilo, reimpresso Editora Loyola. So Paulo, 2007. BENEVOLO, Leonardo, Histria da cidade (titulo original: Storia Della Cit). Traduo: Silvia Mazza, Editora Perspectiva S.A. 5 edio, 2011. GOMBRICH, E. H.,A Histria da Arte (titulo original: The Story of Art, 16th ed). Traduo: lvaro Cabral, Editora LTC Livros Tcnicos e Cientficos Editora Ltda. Rio de Janeiro,16 edio.