arquitetura do egito
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Curso de Arquitetura e UrbanismoCoordenao do Curso de Graduao
ARQUITETURA
Vrzea Grande _Mato GrossoJunho
Curso de Arquitetura e Urbanismo Coordenao do Curso de Graduao
ARQUITETURA DO ANTIGO EGITO
Vrzea Grande _Mato Grosso-MT Junho/2015/1
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JOO PAULO DA SILVA NASCIMENTO KRISLEY KENYON DA SILVA
SILAS MODESTO BRAZ THIAGO SALVADOR SILVA
WINDSON RAFAEL MONARI FERRARI
ARQUITETURA DO ANTIGO EGITO
Trabalho apresentado disciplina Projeto Integrador I cujo tema A Arquitetura do Antigo Egito do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitrio - UNIVAG, como requisito para aprovao da disciplina.
Orientador: Prof. Dr. Danilo Bertoloto
Vrzea Grande - Mato Grosso-MT Junho/ 2015.
Este trabalho de Arquitetura do Antigo Egito foi julgado e aprovado no Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitrio - UNIVAG, como requisito para aprovao do
Projeto Integrador I.
Vrzea Grande, MT, 01 de Junho de 2015.
BANCA EXAMINADORA
____________________________
Prof. Dr. Danilo Bertoloto Orientador
____________________________________
Carmelina Suquer de Moraes Coordenadora do
Curso de Arquitetura e Urbanismo.
___________________________
Avaliador externo
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Avaliador externo
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SMARIO INTRODUO ................................................................................................................... 6 JUSTIFICTIVA .................................................................................................................. 7 OBJETIVO ......................................................................................................................... 8
Objetivo Geral .................................................................................................................. 8 Objetivo Especfico............................................................................................................ 8
MATERIAL E MTODO ...................................................................................................... 8 1. EGITO .......................................................................................................................... 9 1.1 - CIVILIZAO EGIPCIA......................................................................................... 9
1.1.1 - Perodo pr-dinstico (5.000 3.200 a.C) ............................................................. 9 1.1.2 - Perodo dinstico (3.200 1.085 a.C) ................................................................. 10 1.2 - Sociedade, a pirmide formada por dominantes e dominados. ................................ 11 1.3 - Economia, o controle pelo estado. ......................................................................... 12 1.4 - Atividades econmicas. ........................................................................................ 12 1.5 - Cultura, a profunda influncia da religio. .............................................................. 12 1.6 - Religio. .............................................................................................................. 12 1.7 - Escrita hieroglfica e papiro. .................................................................................. 12
1. ARQUITETURA DO EGITO .................................................................................... 13 2.1 - Mastabas ............................................................................................................. 13 2.2 - Pirmides ............................................................................................................ 14 2.3 As Pirmides de Giz. .......................................................................................... 16 2.4 - Tmulos cavados na rocha ................................................................................... 19 2.5 - Os templos .......................................................................................................... 23 2.6 - Templo de Karnak, Luxor (antiga Tebas) ............................................................... 25 2.7 - Templo de Abu Simbel, Nbia. .............................................................................. 28 2.8 - Templos Greco-Romanos ...................................................................................... 31
CONCLUSO ................................................................................................................... 33 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................. 34
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LISTA DE ILUSTRAES
Imagem 01- Mapa da Regio do Egito Antigo......................................................... 10 Imagem 02- Pirmide social do Antigo Egito........................................................... 11 Imagem 03- Escrita Egpcia em Papiro................................................................... 12 Imagem 04- Pedra Roseta..................................................................................... 12 Imagem 05- Mastabas na Necrpole de Giz.......................................................... 13 Imagem 06- Mastabas na Necrpole de Saqqara.................................................... 13 Imagem 07- Vista panormica da Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C..... 14 Imagem 08- Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C.................................... 15 Imagem 09- Pirmide de Meidum, 3 Dinastia........................................................ 15 Imagem 10- Pirmide curvada de Dashur, c. 2723 a.C............................................ 15 Imagem 11- Vista panormica das Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos,
Quefrn e Queps)............................................................................ 16
Imagem 12- Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos, Quefrn e Queps)........... 17 Imagem 13- Mapa do complexo de Giz................................................................. 17 Imagem 14- Grande Esfinge no complexo de Giz.................................................. 18 Imagem 15- Grande Esfinge no complexo de Giz.................................................. 18 Imagem 16- Esquema do interior das pirmides de Giz.......................................... 18 Imagem 17- Vista panormica do Vale dos Reis. .................................................... 19 Imagem 18- Vista do Vale dos Reis........................................................................ 19 Imagem 19- Vista externa do Vale dos Reis............................................................ 19 Imagem 20- Mapa do Vale dos Reis....................................................................... 20 Imagem 21- Tumulo do Fara Tutankhamon (1341 a.C. 1323 a.C.)....................... 21 Imagem 22- Pintura mural no tmulo de Tutankhamon........................................... 21 Imagem 23- Local onde estavam guardados os tesouros do Fara
Tutankhamon.................................................................................... 21
Imagem 24- Esquema da tumba do Fara Tutankhamon......................................... 22 Imagem 25- Mmia do Fara Tutankhamon........................................................... 22 Imagem 26- Sarcfago do Fara Tutankhamon...................................................... 22 Imagem 27- Mascara morturia do Fara Tutankhamon.......................................... 22 Imagem 28- Reconstituio virtual do possvel rosto do Fara Tutankhamon............ 22 Imagem 29- Vista panormica do Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia 23 Imagem 30- Templo de Amon, Karnak 1.530 a.C................................................. 24 Imagem 31- Templo de Luxor, Tebas - 1.408-1.300 a.C......................................... 24 Imagem 32- Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia............................... 24 Imagem 33- Vista panormica do Templo de Karnak............................................... 25 Imagem 34- Entrada do templo de Amon, em Karnak............................................. 27 Imagem 35- O ptio, depois do primeiro pilone...................................................... 27 Imagem 36- Grande Sala Hipostila......................................................................... 27 Imagem 37- Colunas e hierglifos na Grande Sala Hipostila..................................... 27 Imagem 38- O nico obelisco que resta ................................................................ 27 Imagem 39- O nico obelisco que resta................................................................. 27 Imagem 40- Esfinges com cabea de carneiro........................................................ 27 Imagem 41- Esfinges com cabea de carneiro........................................................ 27 Imagem 42- Vista panormica do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari -
Abul Simbel, Nbia............................................................................ 28
Imagem 43- Templo de Ramss II e Templo de Neferetari...................................... 29 Imagem 44- Templo de Ramss II ........................................................................ 30 Imagem 45- Templo de Neferetari......................................................................... 30
Imagem 46- Colossos de Ramss II na Sala hipostila, Grande Templo de Abu Simbel 30 Imagem 47- Vista area do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari - Abul
Simbel, Nbia.................................................................................... 30
Imagem 48- Vista panormica do Templo de Edfu - Ilha Philae............................... 31 Imagem 49- Templo de Edfu, Ilha de Philae........................................................... 32 Imagem 50- Colunas do Templo de Edfu, Ilha de Philae.......................................... 32 Imagem 51- Ricas decoraes nas paredes do Templo de Edfu, Ilha de Philae.......... 32 Imagem 52- Mapa da Ilha de Philae....................................................................... 32 Imagem 53- Entrada do Templo de Edfu, Ilha de Philae.......................................... 32 Imagem 54- Estatua do Deus Horus no Templo de Edfu, Ilha de Philae.................... 32
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RESUMO
BRAZ, S.M. .et al A ARQUITETURA DO EGITO. Vrzea Grande, MT, 2015/1. 23p. Projeto
Integrador, Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitrio - UNIVAG.
Nascida a 4.000 a.C, a civilizao egpcia foi uma das civilizao a dominar o conhecimento em
diversas reas, tal como: arquitetura, medicina, astronomia e matemtica. Essas reas
influenciaram na formao de sua sociedade. A sociedade egpcia era formada por diferentes
camadas sociais, organizadas em cartas hereditrias, podendo ser representada na forma de
uma pirmide - a mais clebre construo arquitetnica desses povos. No decorrer de mais de
trs mil anos, o Egito passou por perodos de grande brilho, mas tambm de declnio e de
oscilaes polticas. Na arquitetura construram grandes obras dedicadas aos seus faras,
sendo a principal o complexo de pirmides de Giz.
Palavras-chave: Egito, antiguidade e arquitetura.
Abstract
BRAZ, S.M. .et al ARCHITECTURE OF EGYPT. Vrzea Grande, MT, 2015/1. 23p. Integrator
Project, Architecture and Urbanism Course, University Center - UNIVAG.
Born to 4,000 BC, the Egyptian civilization was one of civilization to master knowledge in
various fields, such as: architecture, medicine, astronomy and mathematics. These areas
influence the formation of their society. The Egyptian society was made up of different social
classes, organized in hereditary cards, which can be represented as a pyramid - the most
celebrated architectural construction of these people. In the course of more than three
thousand years, Egypt has gone through periods of high brightness, but also decline and
political swings. In architecture built great works dedicated to their pharaohs, the main
complex of pyramids of Giza.
Keywords: Egypt, antiquity and architecture.
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INTRODUO
Florescendo nas margens do Rio Nilo, tendo a figura do fara como governante
supremo, a civilizao egpcia alm de prosperar economicamente tambm produziu
conhecimento em vrios campos como: arquitetura, medicina e a astronomia. Era uma
civilizao j bastante complexa em sua organizao social e riqussima em suas realizaes
culturais. A religio invadiu toda a vida egpcia, interpretando o universo, justificando sua
organizao social e poltica, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente,
orientando toda a produo artstica desse povo. O fundamento ideolgico da arte egpcia a
glorificao dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerrios
e tmulos grandiosos. Edifcios, pirmides, esfinges, pinturas, esculturas e a utilizao de
metais foram artes aplicadas no antigo Egito. No campo arquitetnico, os egpcios construram
belas obras, que eram feitas com intuito que adorarem os mortos e durarem para sempre.
Entre as obras que criaram, vale ressaltar as construes das pirmides, tendo a primeira sido
construda no perodo dinstico pelo rei Djoser e seu arquiteto Imhotep.
O complexo de Giz marca o auge das pirmides egpcias. Erguido por trs faras, Quops, seu
filho Quefrn e seu neto Miquerinos, inclua em grande escala, todos os elementos
arquitetnicos associados aos tmulos reais. Milhares de blocos de pedra foram transportados
por rios e arrastados at a orla do deserto para constru-lo. As escalas descomunais das
pirmides e das edificaes do complexo deram margem a muitas lendas sobre a crueldade
dos reis do perodo, embora o processo de construo permanea obscuro. A pirmide de
Quops, grande demonstrao da mais pura geometria aplicada arquitetura, ainda inspira
edifcios modernos, com a pirmide do Museu do Louvre.
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JUSTIFICTIVA
Atravs dos estudos realizados podemos observar a gloria e a majestade de uma
civilizao, que num perodo ainda arcaico construam o inimaginvel, fazia o improvvel em
uma escala sem precedente, isso porque foram construdas grandes obras arquitetnicas
envolvendo grande logstica e planejamento numa era sem grandes recursos, fortalecido pelos
Deuses e enriquecido pelos seus atos de batalha, o Egito se ergue e se perpetua
historicamente ate os dias atuais.
O interesse de estudo pelo antigo Egito se manifesta pela organizao da sociedade
egpcia por critrios religiosos e econmicos, alem de que sua magia era considerada uma
cincia na qual orientava o funcionamento Estado. O que o antigo Egito mais temia era a perda
da ordem e a ascenso do caos.
Com a inteno de compreender as suas tcnicas construtivas, costumes e praticas
religiosa, atravs do estudo de suas artes, documentos e construes que podemos
compreender um pouco mais sobre essa civilizao enigmtica.
No Egito do imprio antigo, tudo que diz respeito a pessoa real refere-se a magia; o
fara e o nico sacerdote, tem a responsabilidade de ministrar magicamente os rituais do
Estado, somente o fara e capaz de utilizar as virtudes secretas.
A maioria das antigas cidades egpcias foi construda em reas prximas ao vale do Nilo,
com escassez de materiais, como tijolos de adobe e fibras vegetais; o sucesso da antiga
civilizao egpcia foi propiciado em parte por sua capacidade de adaptao as condies
climticas do vale do Nilo; com recursos de sobra o governo patrocinou a explorao mineral
do vale e nos rgios do deserto ao redor; muitas realizaes dos antigos egpcios incluem o
desenvolvimento de tcnicas de extrao mineral, topografia e construo que permitiram a
edificao de monumentais pirmides, templos, esfinges e obeliscos.
O Egito deixou um legado duradouro; sua arte e arquiteturas foram amplamente
copiadas e suas antiguidades levadas para os mais diversos contos do mundo; suas runas
monumentais inspiraram a imaginao dos viajantes e escritores ao longo de sculos. O
fascnio por antiguidades escavaes no inicio do perodo moderno levou a investigao
cientifica da civilizao egpcia e a uma maior valorizao do seu legado cultural.
Desde o principio de sua historia o homem vem se manifestando de varias maneiras,
seja as pinturas nas cavernas ate a criao de grandes monumentos, no a como falarmos de
monumentos da antiguidade sem destacarmos as grandes criaes da sociedade egpcia.
Nascida a mais de 4.000 a.C., a civilizao egpcia nos fascina, seja pela sua obra que duram
ate hoje, ou por sua cultura extica. Quando observamos os monumentos do antigo Egito, nos
indagamos os modos e motivos pelos quais foram feitos. Suas tcnicas demonstram um
enorme avano se comparado com a pr historia. Seus monumentos tm forte influencia das
suas crenas, onde suas obras eram feitas com intuito de durarem para sempre.
Demonstrando as principais obras e a historia do antigo Egito, temos como objetivo Descrever
e explicar de maneira ordenada, com auxlio de exemplos essa rica sociedade da antiguidade,
enriquecendo os conhecimentos de sua formao e suas obras na arquitetura.
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OBJETIVO
Objetivo Geral Analisar a civilizao egpcia e suas organizaes sociais, bem como suas obras arquitetnicas desde os primeiros perodos at a decadncia do imprio.
Objetivo Especfico
- Apresentar as principais obras da arquitetura egpcia; - Conhecer, relacionar e identificar elementos da arquitetura egpcia.
MATERIAL E MTODO O presente estudo fundamentou-se nos pressupostos da pesquisa bibliogrfica. Para isso foi
realizado um levantamento de acervo bibliogrfico sobre a temtica em questo. Depois da
seleo desse acervo, realizou-se a anlise de como era organizada a civilizao egpcia antiga,
suas principais obras arquitetnicas, como elas foram erguidas e o porqu de serem
construdas.
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1. EGITO
1.1 - CIVILIZAO EGIPCIA.
H mais de 4.000 anos antes de Cristo, a dominao das tcnicas agrcolas permitiu o
surgimento de vrias civilizaes ao redor do mundo. No extremo nordeste da frica, em uma
regio de caractersticas desrticas, a civilizao egpcia floresceu graas aos abundantes
recursos hdricos e terras frteis que se localizavam nas margens do rio Nilo.
O ciclo das guas nesta regio promovia o regular transbordamento do rio que, durante
a seca, deixava um rico material orgnico na superfcie de suas terras. Percebendo tal
alterao, os egpcios tiveram a capacidade de desenvolver uma civilizao prspera que se
ampliou graas s fartas colheitas realizadas. Dessa forma, temos definido o processo de
desenvolvimento e expanso dos egpcios.
No campo poltico, os egpcios estiveram organizados atravs da formao dos nomos.
Os nomos eram pequenas parcelas do territrio egpcio administradas por um nomarca.
Tempos mais tarde, esses vrios nomos estavam centralizados sob o poderio de um imperador.
No ano de 3.200 a.C., Mens, o governante do Alto Egito, promoveu a subordinao de 42
nomos, dando incio ao Imprio Egpcio.
A sociedade egpcia era organizada por meio de critrios religiosos e econmicos. O
fara ocupava o topo desta hierarquia na condio de chefe de Estado e encarnao do deus
Hrus. Logo abaixo, temos os sacerdotes como agentes organizadores dos cultos e festividades
religiosas. Os nobres e escribas ocupavam uma posio intermediria realizando importantes
tarefas que mantinham o funcionamento do Estado.
A base desta sociedade ainda contava com os soldados, que eram sustentados pelo
governo e garantiam a hegemonia do poder faranico atravs das armas. Logo abaixo, os
camponeses e artesos, que trabalhavam nas colheitas e na organizao das obras pblicas
necessrias ao desenvolvimento agrcola e comercial. Por fim, havia uma pequena parcela de
escravos que tambm estavam subordinados ao Fara.
Alm de conseguir prosperar economicamente pelo rgido controle da produo agrcola,
podemos notar que os egpcios tambm produziram conhecimento e variados campos. A
arquitetura, a medicina e a astronomia figuram como as mais interessantes facetas do legado
cientfico egpcio. Vale pena ressaltar tambm a escrita, que se organizava por complexos
sistemas de smbolos e cdigos.
Quando se fala no Egito da Antiguidade, as primeiras coisas que nos vm mente so
as imagens das grandes pirmides, as mmias e artefatos dos museus, os templos e a
atmosfera de aventura que cerca tudo o que diz respeito ao tempo dos faras, que a literatura
e o cinema nos mostram como sempre presentes nas expedies arqueolgicas.
No entanto muito j se sabe a respeito do modo de vida, da estrutura social, da estrutura
econmica, das relaes polticas do Egito faranico. Mas muitas vezes a circulao dessas
informaes fica restrita ao meio acadmico ou a umas poucas centenas de pesquisadores
dedicados. Infelizmente h muitas coisas que no chegam a pblico, propiciando a formulao
de ideias fantasiosas que no so comprovveis, engrossando um extenso hall de crenas
sobre a cultura egpcia, difcil de ser combatido.
No decorrer de mais de trs mil anos, o Egito passou por perodos de grande brilho, mas
tambm de declnio e de oscilaes polticas. A histria egpcia costuma ser dividida em:
- Perodo pr-dinstico
- Perodo dinstico
1.1.1 - Perodo pr-dinstico (5.000 3.200 a.C)
Desde 5.000 a.C, o Egito era habitado por povos que viviam em cls, chamados nomos.
Estes nomos eram independentes uns dos outros, mas cooperavam entre si quando tinham
problemas em comum. Essas relaes evoluram e levaram a formao de dois reinos
independentes (Imagem 01):
Reino do Baixo Egito = unio dos nomos do Norte
Reino do Alto Egito = unio dos nomos do Sul
Por volta de 3.220 a.C., esses dois reinos foram unificados por Mens, que se tornou o
primeiro fara, o governante absoluto do Egito, considerado um verdadeiro Deus na Terra. O
fara usava uma coroa dupla para demonstrar que era o rei do Alto e Baixo Egito (Imagem
01). Mens fundou, assim, a primeira dinastia de faras, finalizando o perodo Pr-dinastico.
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Imagem 01 - Mapa da Regio do Egito Antigo1
1 http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/mostre-cara-do-antigo-egito-no-tempo-de-akhenaton-e-do-rei-tutancamon
1.1.2 - Perodo dinstico (3.200 1.085 a.C)
Foi durante o perodo dinstico que se deu o crescimento territorial, econmico e militar
do Egito. Este perodo dividido em:
Antigo Imprio (3.200 2.423 a.C)
Durante o Antigo Imprio, os faras conquistaram enormes poderes no campo religioso,
militar e administrativo. Essa poca foi conhecida como a poca das pirmides. O primeiro a
criar uma pirmide foi o rei Djoser e seu arquiteto Imhotep, em Saqqara.
Mais tarde outro fara, Senfru, inspirado nessa pirmide construiu trs pirmides,
porque s a ultima tinha condies de abrigar a mmia do rei. O filho (Kufu ou Keops), o neto
(Quefrem) e o bisneto (Mikerinos) de Senfru construram as magnficas pirmides de Giz. A
famlia da 5 dinastia talvez tenha sido a famlia mais poderosa de toda a historia do Egito.
A sociedade era dividida em funcionrios que auxiliavam o fara e uma imensa legio de
trabalhadores pobres, que se dedicavam agricultura, s construes e arcavam com pesados
tributos. No Antigo Imprio, a capital do Egito foi primeiro, a cidade de Tinis; depois, a de
Mnfis. Por volta de 2.400 a.C., O Imprio Egpcio foi abalado por uma srie de revoltas
lideradas pelos administradores de provncias. O objetivo destas era enfraquecer a autoridade
do fara. Com a autoridade enfraquecida, o poder do fara declinou, a sociedade egpcia
desorganizou-se e o Egito viveu um perodo de distrbios e guerra civil.
Mdio Imprio (2.160 1.730 a.C.)
Representantes da nobreza de Tebas conseguiram reunir foras para acabar com as
revoltas que abalavam o Egito. Essa cidade acabou tornando-se a capital do Imprio Egpcio.
Dela surgiram novos faras que governaram o imprio nos sculos seguintes. Durante o Mdio
Imprio, o Egito atingiu certa estabilidade poltica, crescimento econmico e florescimento
artstico. Isso impulsionou a ampliao das fronteiras, levando a conquista militar da Nbia. Por
volta de 1.750 a.C., o Egito foi invadido pelos hicsos (povo nmade vindo do Oriente Mdio),
que se mostraram superiores aos egpcios em termos de tcnicas militares. Dessa forma os
invasores conseguiram dominar a regio norte do Egito e estabelecer a capital em varis.
Assim permaneceram por, aproximadamente, 170 anos.
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Novo Imprio (1.500 1.085 a.C.)
Novamente a nobreza de Tebas reuniu foras e conseguiu expulsar os hicsos,
restabelecendo a unidade poltica do Egito. Iniciou-se, ento, o Novo Imprio. Usando tcnicas
militares aprendidas com os hicsos, os faras organizaram exrcitos permanentes, lanando-os
em guerras de conquistas. Assim, invadiram territrios do Oriente Mdio, dominando cidades
como Jerusalm, Damasco, Assur e Babilnia. Os povos dominados eram obrigados a pagar
tributos ao fara em forma de ouro, escravos, alimentos, artesanato etc. Nessa poca que
existiram os faras mais famosos, como Hatchepsut, Akenaton, Ramss - O Grande, entre
outros. A Rainha Hatchepsut governou o Egito, mesmo sendo uma mulher, e no foi um mau
governo: ela construiu maravilhosos monumentos que so muito conhecidos hoje em dia, mas
depois de morta seu nome foi apagado. Os egpcios no gostavam da ideia de terem sidos
governados por uma mulher. Ramss, O Grande alm de ter sido um grande guerreiro foi um
grande construtor, foi ele que construiu os templos em Abu Simbel, ele at citado na bblia,
na historia de Moiss ele seria o fara que se recusou a soltar o "povo de Moiss". Akenaton
foi um grande revolucionrio, ele implantou o monotesmo, fazendo todos acreditarem apenas
em Aton o deus Sol. Ele tambm mudou a capital do Egito de Tebas para El-amarna. Mas
depois seu filho, Tutankamon voltou antiga capital do Egito. Tutankamon se tornou famoso
por sua tumba encontrada intacta. Ele tinha 9 anos quando virou fara e morreu aos 18.
A partir de 1.167 a.C., o Imprio Egpcio foi agitado por revoltas populares, entrando em
perodo de decadncia. A maioria da populao era sobrecarregada de impostos e afundava
em crescente pobreza. Enquanto isso, o fara e sua famlia, os chefes militares e os sacerdotes
exibiam luxo, riqueza e poder.
Decadncia do Egito
Depois do sculo XII a.C., o Egito foi sucessivamente invadido por diversos povos. Em
670 a.C., os assrios conquistaram o Egito, dominando-o por oito anos. Aps liberta-se dos
assrios, o Egito comeou uma fase de recuperao econmica e brilho cultural conhecida com
renascena sata. Essa fase recebeu esse nome porque a recuperao egpcia foi impulsionada
pelos soberanos da cidade de Sais. A prosperidade, porm, durou pouco. Em 525 a.C., os
persas conquistaram o Egito. Quase dois sculos depois vieram os macednicos, comandados
por Alexandre Magno, e derrotaram os persas. Finalmente, retirando Clepatra do trono de
fara, o Egito foi dominado pelos romanos, que governaram por 600 anos, at a conquista
rabe.
1.2 - Sociedade, a pirmide formada por dominantes e dominados. A sociedade egpcia era formada por diferentes camadas sociais, organizadas em cartas
hereditrias, podendo ser representada na forma de uma pirmide - a mais clebre construo
arquitetnica do Egito. No topo dessa pirmide encontrava-se o fara, que concentrava os
poderes administrativos, militar e religioso. Considerado um verdadeiro deus na Terra, sua
autoridade era absoluta. Abaixo do fara e de sua famlia, a sociedade dividia-se em dois
grandes grupos: o dos dominantes e o dos dominados (Imagem 02).
Imagem 02 Pirmide social do Antigo Egito2
Grupos dos dominantes
A esse grupo pertencia a elite dirigente, que era formada por:
Nobres - administradores das provncias ou comandante dos principais postos do exrcito.
Seus cargos eram hereditrios.
Sacerdotes - senhores da cultura egpcia; presidiam as cerimnias religiosas e
administravam o patrimnio dos templos, desfrutando de riqueza proveniente das oferendas
feitas pelo povo.
Escribas - funcionrios da administrao. Sabiam ler, escrever e contar. Realizavam
trabalhos como cobranas de impostos, fiscalizao da vida econmica, organizao das leis
etc.
2 http://historia.geografia.zip.net/arch2013-04-07_2013-04-13.html
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Grupos dos dominados
A esse grupo pertencia a maioria da populao egpcia, sendo formada por:
Artesos - trabalhadores das cidades, como barbeiros, ferreiros, carpinteiros, banqueiros,
teceles, ourives, ceramistas etc. Muitos trabalhavam na construo dos templos e das
pirmides. Viviam na nobreza.
Fels - camponeses e pessoas que trabalhavam na construo de obras pblicas, no
transporte etc. Constituam a maioria do povo egpcio e viviam na misria.
Escravos - estrangeiros capturados em guerra. Trabalhavam em servios pesados, por
exemplo, nas pedreiras. Viviam em condies precrias, mas tinham alguns direitos civis.
1.3 - Economia, o controle pelo estado.
Na economia egpcia predominou o modo de produo asitico. O Estado, representado
pelo fara, controlava as atividades econmicas. Era dono da terra e comandava o trabalho
agrcola. Administrava as pedreiras, as minas e construo de canais, diques, templos,
pirmides, estradas, alm de controlar o comrcio exterior. Assim, no havia no Egito pessoas
atuando fora do controle do Estado. A maior parte delas vivia em regime de servido coletiva,
obrigada a sustentar o fara e a elite dominante, pagando tributos em forma de bens ou de
trabalho.
1.4 - Atividades econmicas.
Entre as principais atividades econmicas desenvolvidas no Egito, citam-se:
Agricultura - o cultivo de trigo, cevada, linho e papiro;
Criao de animais - a criao de bois, asnos, carneiros, cabras, porcos e aves. A partir da
invaso dos hicsos, comearam a criar cavalos;
Comrcio exterior - importao e exportao de diversos produtos sob o controle do
Estado, que enviava expedies para Creta, Fencia, Palestina. Exportava-se trigo, linho,
cermica; importava-se marfins, perfumes, peles de animais.
1.5 - Cultura, a profunda influncia da religio.
A civilizao egpcia era profundamente influenciada pela religio; sobretudo a arte e a
arquitetura. Contudo, os egpcios, buscando solues para problemas prticos, tambm nos
deixaram um vasto legado cientfico.
1.6 - Religio.
Os egpcios eram politestas e adorava
Estado (culto oficial) ou realizada espontaneamente pelo povo (culto popular).
No culto oficial, destacava-se o deus Amon-R, fuso de R (deus do sol e criador do mundo) e
Amon (deus protetor de Tebas).
No culto popular, devotava-se, sobretudo, a Osris (deus da vegetao, foras da natureza e
dos mortos), sis (deusa esposa e irm de Osris) e Hrus (deus do cu, filho de sis e Osris).
Acreditando na ressurreio da alma, os egpcios preservavam o corpo dos
mumificao. Nos sarcfagos, junto das mmias, guardavam alimentos, roupas, jias e um
exemplar do Livro dos Mortos, coleo de textos religiosos para serem recitados no tribunal de
Osris.
1.7 - Escrita hieroglfica e papiro.
Assim como os sumrios, os egpcios desenvolveram um tipo de escrita. Mas a dos
egpcios era formada por sinais hierglifos. Coube ao sbio francs Jean Franois Champolion a
faanha de decifrar os hierglifos da famosa Pedra Roseta, em 1.822
escrito egpcio era feito em pedra, madeira ou papiro (Imagens 03).
Imagem 03 Escrita Egpcia em Papiro3
3 http://www.historia.templodeapolo.net/civ.asp?civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Eg%C3%ADpcia
4 http://antigoegito.org/pedra-de-roseta/
Os egpcios eram politestas e adoravam seus deuses em cerimnias patrocinadas pelo
Estado (culto oficial) ou realizada espontaneamente pelo povo (culto popular).
R, fuso de R (deus do sol e criador do mundo) e
se, sobretudo, a Osris (deus da vegetao, foras da natureza e
dos mortos), sis (deusa esposa e irm de Osris) e Hrus (deus do cu, filho de sis e Osris).
Acreditando na ressurreio da alma, os egpcios preservavam o corpo dos mortos por meio da
mumificao. Nos sarcfagos, junto das mmias, guardavam alimentos, roupas, jias e um
, coleo de textos religiosos para serem recitados no tribunal de
Assim como os sumrios, os egpcios desenvolveram um tipo de escrita. Mas a dos
egpcios era formada por sinais hierglifos. Coube ao sbio francs Jean Franois Champolion a
faanha de decifrar os hierglifos da famosa Pedra Roseta, em 1.822 (Imagens 04). O registro
escrito egpcio era feito em pedra, madeira ou papiro (Imagens 03).
Imagem 04 Pedra Roseta. 4
http://www.historia.templodeapolo.net/civ.asp?civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Eg%C3%ADpcia
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13
1. ARQUITETURA DO EGITO Os arquitetos no antigo Egito eram considerados as pessoas que realizavam os grandes
sonhos dos Faras. Possuam uma gama de trabalhadores que os cercava, tais como escribas e
pessoas que faziam as medidas dos locais das obras. Qualquer tipo de construo envolvia
uma grande logstica e um planejamento que at hoje abordado pelos principais egiptlogos.
Sem grandes recursos arqueologicamente comprovados, a arquitetura de pirmides,
templos e obeliscos continua sendo um grande mistrio. A arquitetura mais comum no antigo
Egito eram os templos. Eles possuam decorao inspirada na paisagem egpcia. Papiros, flores
de ltus e palmeiras eram algumas delas. A entrada dos templos geralmente era feita por
caminhos que continham esfinges de ambos os lados. Os templos eram enormes e geralmente
estavam sustentados por colunas. Porm sem dvida alguma, as mais belas e impressionantes
obras arquitetnicas do perodo faranico foram as pirmides. A pirmide em degraus ou
escalonada foi uma obra-prima idealizada pelo mais famoso arquiteto do antigo Egito; Imhotep
para o fara Djoser na terceira dinastia. Antes de Imhotep o lugar de descanso dos faras
eram as mastabas.
Posteriormente pirmide de degraus, surgiram outras com formatos diferentes. Foi na
quarta dinastia que se modificou o desenho das pirmides, originando as tradicionais pirmides
que conhecemos hoje. As mais famosas representantes dessa arquitetura so as pirmides do
complexo de Giz. Ambos os lados das estradas que davam acesso aos templos. As esfinges
mais comuns eram esttuas com corpo de leo e cabea humana (geralmente de Faras). Os
obeliscos eram tambm outras formas de arquitetura egpcia. Tinham o formato de colunas
com lados lisos e em sua ponta seu formato era triangular (piramidal). Sua principal funo era
de cunho religioso e servia para os egpcios homenagearem os deuses.
Existiam ainda outras formas arquitetnicas no antigo Egito, como entradas de templos que
eram verdadeiras obras de arte ou salas sustentadas por diversas colunas, conhecidas
popularmente como hipstilas, que faziam parte dos complexos de templos.
2.1 - Mastabas Tmulos antigos dos Egpcios, que as chamavam de "Casas da Eternidade. Eram
tumbas na forma de tronco de pirmide, tpicas dos nobres do Antigo Imprio. As mais
importantes encontram-se nas necrpoles de Giz (Imagem 05) e Saqqara (Imagem 06). Eram
esculpidas nas rochas, no cho, abrindo-se uma abertura retangular, para sepultamentos, e em
seguida eram cobertas com uma grande e superestrutura de tijolos e barro. As paredes eram
decoradas com cenas retratando diversos aspectos da vida cotidiana, alm do culto funerrio,
o que permite compreender com detalhes e com caractersticas especiais, e de carter notvel,
os quais tinham nessas construes o intuito de evitar as violaes e roubos das Mmias, e
tambm das Cmaras sepulcral que continham relquias e objetos de adorno, em verdadeiras e
valiosas obras Artes, naturalmente cobiados pelos ladres. Alm de esttuas, as mastabas
incluam a chamada porta-falsa: uma porta simblica atravs da qual o esprito vinha receber
as oferendas e vveres deixados pelos sacerdotes funerrios. Nas Mastabas no havia nenhum
acesso para a Cmara Sepulcral, a partir do solo. A partir das Mastabas evoluiu-se para as
construes das Pirmides.
Imagem 05 Mastabas na Necrpole de Giz5
Imagem 06 Mastabas na Necrpole de Saqqara6
5 http://looklex.com/egypt/giza14.htm
6 http://looklex.com/egypt/giza14.htm
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14
Imagem 07 Vista panormica da Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C.7
2.2 - Pirmides
No Antigo Egito a religio professada era a politesta a qual consiste na crena de que
existem vrios deuses, sendo cada considerado um ente singular e autnomo. Os egpcios
tinham como verdadeira a continuidade da vida aps a morte, portanto devia-se preservar
este corpo para que ele recebesse de forma adequada sua alma.
Preocupados com esta questo, os egpcios desenvolveram um intricado
sistema de mumificao - processo artificial de se preservar o corpo humano da
decomposio aps a morte -, no qual o corpo era embalsamado e os rgos retirados, pois os
egpcios acreditavam que o corpo e a alma eram separados aps a morte. O nico rgo que
permanecia no lugar era o corao, pois, segundo a tradio, o corao era o local onde
residiam as emoes e assim ele no podia ser retirado, em seguida o corpo era envolto em
faixas de linho branco. Depois de finalizado este processo, o corpo ento denominado
mmia - era colocado dentro de um atade, que seria levado pirmide para ser protegido e
conservado. Na poca, por ser um processo muito caro, apenas os faras e
os sacerdotes eram mumificados.
As pirmides so edificaes grandiosas arquitetadas em pedra, sua sustentao
retangular e possui quatro lados triangulares que afluem em direo ao seu ponto mais alto
(Imagens 08, 09 e 10). Existe a crena de que as pirmides do Egito Antigo seriam
monumentos funerrios, apesar de alguns profissionais especializados defenderem a ideia de
que se tratava de sepulcros suntuosos tambm utilizados como lugar de adorao a Deus.
As pirmides foram estruturadas h aproximadamente 2.700 anos, do princpio do antigo
reinado at o prximo do perodo ptolomaico - referente famlia macednica que reinou no
Egito, da morte de Alexandre o Grande, em 3.23 a.C., at o pas virar provncia romana.
Tinha por obrigao acolher e resguardar o corpo do fara mumificado e seus objetos de
uso pessoal joias, utenslios de uso pessoal e outros bens materiais da pilhagem dos
tmulos.
As construes eram muito resistentes, vigiadas e o acesso era bastante dificultoso, tanto que
os egpcios, para preservarem os segredos internos destas, davam cabo da vida dos
engenheiros que as haviam edificado. Todos os meios possveis eram usados para se evitar o
acesso ao corpo mumificado do fara e aos seus pertences.
7 https://hastaelinfinitoymasaca.wordpress.com/page/5/
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15
H conhecimento da existncia de cem pirmides no Egito, sendo a mais clebre a de
Quops nome dado em homenagem ao mais rico dos faras do Egito antigo -, a nica das
sete maravilhas antigas que resiste ao tempo. A Pirmide de Quops foi construda por volta
de 2.550. A experincia foi passada de gerao para gerao - Qufren, filho de Quops,
e Miquerinos, seu neto, concluram as trs pirmides de Giz.
Para se colocar em p as trs pirmides, calcula-se que cerca de 30 mil egpcios
trabalharam durante 20 anos, e a cada trs meses havia uma troca de homens. Uma grande
parte trabalhava no corte e transporte de blocos de pedras. Porm, no havia somente
trabalhadores braais, mas tambm arquitetos, mdicos, padeiros e cervejeiros, pois se
acredita que os homens que ali trabalhavam eram pagos com cerveja e alimentos, apesar das
vrias polmicas existentes.
Imagem 08 - Pirmide de degraus de Saqquara, c. 2778 a.C.8 Na orla do deserto, em Saqquara, os primeiros recintos das pirmides do fara Djoser, da 3 Dinastia, incluam uma rplica de palcio, edifcios de celebraes e templos. A pirmide de degraus foi uma das inovaes mais significativas do Antigo Imprio e seu arquiteto, Imhotep, foi depois deificado
8 http://10001aventour.blogspot.com.br/2010/11/cairo-piramide-de-djoser-pioneira.html
Imagem 09 - Pirmide de Meidum, 3 Dinastia.9
Imagem 10 Pirmide curvada de Dashur, c. 2723 a.C.10
9 http://www.descobriregipto.com/piramide-de-meidum/
10 http://www.jblog.com.br/passaporte.php?itemid=11956
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16
Imagem 11 - Vista panormica das Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos, Quefrn e Queps)11
2.3 As Pirmides de Giz.
As Pirmides de Giz (imagem 12) so estruturas monumentais construdas em pedra.
Possuem uma base retangular e quatro faces triangulares (por vezes trapezoidais) que
convergem para um vrtice. Estas trs majestosas pirmides foram construdas como tumbas
reais para os reis Kufu (ou Quops), Qufren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto.
A maior delas, com 120 m de altura (40 andares), chamada Grande Pirmide, e foi
construda cerca de 2.700 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito e esto
localizadas na cidade de Giz, que integra o Cairo, no Egito. Elas so as nicas das antigas
maravilhas que sobreviveram ao tempo.
As grandes pirmides de Giz: Quops, Qufren e Miquerinos, foram construdas h
cerca de 2.700 anos a.C., desde o incio do antigo reinado at perto do perodo ptolomaico. A
poca em que atingiram o seu apogeu, o perodo das pirmides por excelncia, comeou com
a III dinastia e terminou na VI dinastia (2.686-2.345 a.C.). As pirmides de Giz so um dos
monumentos mais famosos do mundo. Como todas as pirmides, cada uma faz parte de um
importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerrio e as
pirmides menores das rainhas, todo cercado de tmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas
do governo, uma autntica cidade para os mortos (imagem 11).
Para os egpcios, a pirmide representava os raios do Sol, brilhando em direo a Terra.
Todas as pirmides do Egito foram construdas na margem oeste do Nilo, na direo do sol
poente. Os egpcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirmide, ele se elevaria e se
juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.
As Pirmides de Giz no eram consideradas estruturas isoladas, mas integradas num
complexo arquitetnico. Foram encontradas cerca de 100 pirmides no Egito, mas a maior parte
delas est reduzida a pequenos montes de terra. Para se colocar em p as trs pirmides, calcula-
se que cerca de 30 mil egpcios trabalharam durante 20 anos, e a cada trs meses havia uma
troca de homens. Uma grande parte trabalhava no corte e transporte de blocos de pedras. Porm,
no havia somente trabalhadores braais, mas tambm arquitetos, mdicos, padeiros e
cervejeiros, pois se acredita que os homens que ali trabalhavam eram pagos com cerveja e
alimentos, apesar das vrias polmicas existentes.
A Pirmide de Quops, tambm conhecida como a Grande Pirmide, o monumento mais pesado
que j foi construdo pelo homem. Aproximadamente possui 2,3 milhes de blocos de rocha, cada
um pesa em torno de 2,5 toneladas. Com mais de 160 metros de altura.
11 http://www.airpano.com/360Degree-VirtualTour.php?3D=egypt-cairo-pyramids
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12 http://www.assombrado.com.br/2014/09/as-piramides-de-gize-quem-fez-qual.html
13 http://www.spanisharts.com/arquitectura/imagenes/protohistoria/i_planopiramides.html
Quops foi um fara do Antigo Imprio do Egito antigo. Ele reinou por volta de 2.551
a.C. a 2.528 a.C.. Foi o segundo fara da Quarta dinastia. Quops foi filho do Rei Senfru e, ao
contrrio de seu pai, foi lembrado como um fara cruel e sem piedade. Quops teve diversos
filhos, um dos quais, Djedefr, foi seu sucessor imediato. Ele teve uma filha chamada Rainha
Hetepheres II.
O fara Quops tambm foi o responsvel pela construo da maior pirmide de Giz -
que so as nicas das sete maravilhas do mundo antigo ainda existentes -, levando seu nome:
a pirmide de Quops.
Qufren foi um fara egpcio da quarta dinastia. Ele construiu a segunda maior das
pirmides de Giz, a Pirmide de Qufren, a Esfinge de Giz e um templo, que o nico
exemplo de templo remanescente do perodo do Antigo Imprio egpcio. Seu nome, Khaf-Re,
significa "da coroa de R" para alguns tradutores e "suba Ra!" para outros; o significado mais
provvel o primeiro, por os hierglifos representando seu nome possuem tal coroa.
Menkaur foi um rei da IV dinastia egpcia. Em portugus, tambm conhecido
como Miquerinos, que oriundo da verso helenizada do seu nome. Menkaur significa
"estveis so os kau de R" (sendo kau o plural de ka, elemento constituinte do ser humano
na mentalidade egpcia).
Era filho de Khafr (tambm conhecido como Qufren, rei da segunda pirmide de Giz)
e da rainha Khamerernebti I. Foi casado com a sua irm Khamerernebti II, tendo tido mais
duas esposas. Mikerinos teve pelo menos dois filhos do sexo masculino: um faleceu e o outro,
Chepseskaf, foi o seu sucessor.
Desconhecem-se os detalhes relativos ao reinado de Mikerinos. Herdoto descreve-o
como um rei "pio" e justo, que mandou reabrir os santurios. Esta descrio do historiador
grego baseia-se em relatos populares de credibilidade duvidosa.
A sua pirmide em Giz menor das trs. Contudo, foi revestido, at um tero da sua
altura, com um material mais nobre, o granito de Assuo. O seu tmulo foi restaurado na
poca da XXVI dinastia. No seu interior foi encontrado na poca moderna um sarcfago que foi
enviado para Londres, mas o barco que o transportava acabou por naufragar ao largo da costa
de Portugal.
Imagem 12 - Pirmides do complexo de Giz (Miquerinos, Quefrn e Queps)12
Imagem 13 - Mapa do complexo de Giz13
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Imagem 14 Grande Esfinge no complexo de Giz14 Imagem 15 Grande Esfinge no complexo de Giz15 Construda junto pirmide de Quefrn, a esfinge foi esculpida em pedra macia. Exemplo mais antigo do gnero um leo com cabea de fara, adereo de cabea e barba falsa, figurava como guardio dos tmulos reais.
Teorias sobre o surgimento das Pirmides de Giz
A teoria que melhor explica as construes das pirmides sem encontrar contradies
logsticas e sem invocar elementos extraterrenos a qumica, mais exatamente um
ramo dela, a geopolimerizao. Os blocos foram produzidos a partir de calcrio
dolomtico, facilmente agregados no local usando-se compostos muito comuns na
poca, como cal, salitre e areia. Toda a massa dos blocos foi transportada por homens
carregando cestos da massa, posta a secar em moldes de madeira. O esforo humano
neste caso seria muito menor e o assentamento dos blocos perfeito.
Contra a teoria da geopolimerizao pesa nomeadamente o fato de que os antigos
egpcios especializaram-se na extrao e transporte de enormes blocos de pedra, tais
como obeliscos de granito que chegavam a pesar mais de 300 toneladas. Ainda hoje
possvel ver-se, em uma pedreira abandonada, em Assuo, o famoso obelisco
inacabado, com mais de mil toneladas de peso, que tem servido como fonte de
informaes das tcnicas utilizadas na extrao de blocos de granito.
14 http://futurasarquitetas2022.blogspot.com.br/2014/08/as-piramides-de-gize-e-esfinge.html
15 http://www.milessis.com.br/holiday/pacote-viagem-cairo-cruzeiro-lago-naser-destinos/
Imagem 16 Esquema do interior das pirmides de
16 http://historiarecortada.blogspot.com.br/2012/03/construcao
Esquema do interior das pirmides de Giz16
http://historiarecortada.blogspot.com.br/2012/03/construcao-da-grande-piramide-de-gize.html
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19
Imagem 17 Vista panormica do Vale dos Reis.17
2.4 - Tmulos cavados na rocha
conhecido pelo nome de Vale dos Reis (Imagem 18 e 19) um vale situado a 643
quilmetros a sul do Cairo, na margem ocidental do rio Nilo, junto cidade
de Luxor (antiga Tebas). Seu nome vem do fato do local abrigar em meio rocha escavada a
maioria dos tmulos de faras do Mdio e Novo Imprio do Egito antigo, assim tambm como
os tmulos de alguns nobres que trabalhavam para corte. As mulheres dos faras esto
enterradas em outro local, o Vale das Rainhas, a alguns quilmetros mais ao sul, com exceo
da rainha Hatshepsut, esposa de Tutmsis II, a mulher que por mais tempo reinou sob o
Egito, e que assim assegurou o direito a um tmulo separado do das esposas reais.
O Vale dos Reis constitui na realidade um grupo de "wadis", gargantas sinuosas e
profundas escavadas por um antigo curso de gua. O seu formato de pirmide foi talvez o
fator primordial na deciso dos faras em adotar o local como morada definitiva. Antes do
perodo do Novo Imprio, os reis egpcios construam enormes pirmides, que deveriam estar
concludas ao tempo da morte do soberano. O fara Amenhotep I (1.551 a.C. - 1.524 a.C.),
porm, preferiu construir o seu templo junto ao rio, mudando a tradio, e assim, a partir
dele, os seus sucessores passaram a transferir os seus tmulos ao Vale dos Reis, em locais
mais reservados, escavados nos rochedos.
Ao todo, o conjunto rene 63 sepulturas encontradas pelos arquelogos (at o momento),
denominadas de KV1 a KV63 (Imagem 20) de acordo com a ordem cronolgica da descoberta. O
primeiro destes locais a ser descoberto foi o de Sti I, pelo explorador Giovanni Battista Belzoni,
em 1.817. Os sepulcros eram dotados de uma cmara funerria que abrigava o sarcfago, alm
de outras clulas com tudo o que se supunha que o fara iria precisar para desfrutar a vida
alm-tmulo. Pinturas murais apresentando hierglifos, cenas simblicas e da vida cotidiana
compunham a decorao em todas as paredes do tmulo.
I Imagem 18 Vista do Vale dos Reis.18 Imagem 19 Vista externa do Vale dos Reis.19
17 http://posnik.blogspot.com.br/2012/08/top-10-os-10-maiores-mausoleus-e.html
18 http://historiaegeoprofecarla.blogspot.com.br/2014/10/egito-etnias.html
19 http://historiaegeoprofecarla.blogspot.com.br/2014/10/egito-etnias.html
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20
Imagem 20 Mapa do Vale dos Reis.20
A maioria das tumbas est no vale leste, e onde h maior movimentao turstica.
KV1 Tumba de Ramss VII.
KV2 Tumba de Ramss IV.
KV3 Tumba de um filho de nome desconhecido do Ramss III.
KV4 Tumba de Ramss XI.
KV5 Recentemente descoberta, a tumba dos filhos do grande Ramss II. Com 120 salas
descobertas e ainda sendo escavada, provavelmente a maior tumba do vale.
KV6 Tumba de Ramss IX.
KV7 Tumba de Ramss II.
KV8 Tumba de Merenptah.
KV9 Tambm conhecida como tumba de Memnon ou La Tombe de la Mtempsychose, essa a
tumba de Ramss V e Ramss VI.
KV10 Tumba de Amenmess.
KV11 Tumba de Ramss III (ou "A Tumba de Bruce" e "A Tumba dos Harpistas").
20 https://desportoviajar.wordpress.com/2013/01/14/egito-vale-dos-reis-a-necropole-mais-famosa-do-planeta/
KV12 O dono dessa tumba ainda desconhecido. Era, provavelmente, uma tumba familiar.
KV13 Tumba de Bay e depois de Amen-herkhepeshef.
KV14 Tumba de Tausert, reutilizada aps por Setnakht.
KV15 Tumba de Seti II.
KV16 Tumba de Ramss I.
KV17 Tumba de Seti I tambm conhecida por tumba de Belzoni, tumba de Apis, ou a tumba de
Psammis, filho de Necho.
Detalhes da decorao da KV9. KV18 Tumba de Ramss X.
KV19 Tumba de Mentuherkhepeshef.
KV20 Tumba de Hatchepsut e Tutms I.
KV21 Dono original desconhecido.
KV22, 23, 24, 25 Veja abaixo no Vale Ocidental com os nomes WV.
KV26, KV27, KV28, KV29 Donos originais ainda no descobertos.
KV30 Conhecida como Tuba do Lord Belmore. Seu ocupante original ainda desconhecido.
KV31 - Dono original desconhecido.
KV32 Tumba de Tiaa, esposa de Amen-hotep II.
KV33 Dono original desconhecido.
KV34 Tumba de Tutms III.
KV35 Era originalmente a tumba de Amen-hotep II. Porm, mais de uma dezena de mmias,
muitas da realeza, foram colocadas nesta tumba.
KV36 Tumba do nobre Maiherperi.
KV37 Dono original desconhecido.
KV38 Tumba de Tutms I.
KV39 Possvel tumba de Amen-hotep I.
KV40 Dono original desconhecido.
KV41 O dono original incerto, mas acredita-se ser da rainha Teticheri.
KV42 Tumba de Hatchepsut-Meryt-Ra.
KV43 Tumba de Tutms IV.
KV44 Dono original desconhecido.
KV45 Tumba do nobre Userhet.
KV46 Tumba dos nobres Yuia e Tuiu. Possivelmente os pais da rainha Tiy. Antes da descoberta da
tumba de Tutankhamon, essa era a tumba mais reservada do vale.
KV47 Tumba de Siptah.
KV48 Tumba do nobre Amenemopet-Pairy vizir do fara Amen-hotep II.
KV49 Dono original desconhecido. Talvez uma sala de armazenagem.
KV50, KV51 e KV52 Pequenas tumbas com tmulos dos possveis animais de estimao de Amen-
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21
hotep II, cuja tumba fica prxima.
KV53 Dono original desconhecido.
KV54 Provavelmente a cmara de embalsamento de Tutankhamon.
KV55 Provavelmente outro esconderijo de mmias e tmulo de muitas pessoas da corte do perodo
Amarna; Tiy e Semenkhkar/Akhenaton.
KV56 Conhecida como A Tumba de Ouro, no teve o dono original descoberto.
KV57 Tumba de Horemheb.
KV58 Conheida como A Tumba da Biga, consiste em depsitos da tumba de Ay.
KV59 Dono original desconhecido.
KV60 Tumba do nobre Sit-re In.
KV61 Esta tumba aparenta no ter sido usada.
KV62 Tumba do fara Tutankhamon, a primeira tumba real a ser descoberta.
KV63 Dono original ainda incerto, talvez seja apenas uma cmara de armazenamento de itens de
embalsamento.
KV64 "Bolsa" de ar descoberta por um radar, acredita-se que seja uma tumba ou uma cmara.
KV65 A mais nova tumba descoberta, anunciada em agosto de 2008.
KVF Tumba sem tmulo pode ter sido um projeto para uma tumba e abandonado.
A numerao do Vale Oeste entra na sequncia do Vale Leste, onde h apenas quatro
tumbas funerrias.
WV22 Tumba de Amenhotep III. Atualmente, est sendo estudada e no aberta ao pblico.
WV23 Tumba de Ay e a nica aberta ao pblico no Vale Oeste.
WV24 Dono original desconhecido.
WV25 Pode ter sido aberta para Akhenaton, mas nunca foi terminada.
WVA Cmara de armazenamento de Amen-hotep III cuja tumba prxima.
Apesar de a rea ser alvo de importantes descobertas desde o incio do sculo XIX,
foi somente em 1.922 que o Vale dos Reis virou notcia no mundo todo, com a fabulosa
descoberta do arquelogo britnico Howard Carter, o tmulo intacto de um fara bastante
obscuro em meio historiografia egpcia, Tutancmon (1.341 a.C. 1.323 a.C.). Os faras
eram enterrados em meio a tesouros fabulosos de todo o tipo, mas, como foram perdendo
relevncia para a populao em geral, seus tmulos foram alvo de saqueadores durante
sculos a fio. Somente um fara pouco conhecido, que reinara durante pouco tempo, poderia
ter passado inclume aos ladres de sepulturas. Assim, o tmulo de Tutancmon (KV62) d
uma tima ideia de como eram os outros locais antes de serem saqueados. Hoje, o Vale dos
Reis um dos mais famosos locais de explorao arqueolgica, e o rei "Tut" talvez o mais
conhecido de todos os faras egpcios.
Imagem 21 Tumulo do Fara Tutankhamon (1341 a.C. 1323 a.C.)21
Imagem 22 Pintura mural no tmulo de Tutankhamon22
Imagem 23 Local onde estavam guardados os tesouros do Fara Tutankhamon23
21 http://www.penaestrada.blog.br/a-historia-de-tutancamon-e-o-vale-dos-reis/
22 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-egipcia/tutankhamon-5.php
23 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-egipcia/tutankhamon-5.php
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22
Imagem 24 esquema da tumba do Fara Tutankhamon24
Imagem 25 Mmia do Fara Tutankhamon25
24 http://www.taringa.net/posts/imagenes/9210895/En-la-tumba-de-Tutankamon.html
25 https://www.flickr.com/photos/scgkid/8099050565
Imagem 26 Sarcfago do Fara Tutankhamon26
Imagem 27 Mascara morturia do Fara Tutankhamon27
26 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao
27 http://averdadeestampadaonline.blogspot.com.br/2014/02/a
28 http://www.taringa.net/posts/imagenes/9210895/En
26
Imagem 28 Reconstituio virtual do possvel rosto do Fara Tutankhamon28
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-egipcia/tutankhamon-5.php http://averdadeestampadaonline.blogspot.com.br/2014/02/a-maldicao-de-tutankamon.html http://www.taringa.net/posts/imagenes/9210895/En-la-tumba-de-Tutankamon.html
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Imagem 29 Vista panormica do Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia 29
2.5 - Os templos
Alm das pirmides, os monumentos egpcios mais importantes so os templos
construdos para a venerao popular dos deuses durante o Novo Reino (c. 1.550-1.070
a.C.) os mais famosos so o Grande Templo de Amon, em Karnak (iniciado em c. 1.530 a.C.)
(Imagem 32), Templo de Luxor, Tebas (c. 1.408-1.300 a.C.) (Imagem 31) e o Templo da
Rainha Hatsheput, Del El-Bahari (1.520 a.C.) (figura 30).
Ao tratarmos dos templos no Egito faranico podemos considerar dois tipos: o funerrio e o
dedicado aos deuses. Iremos detalhar a estrutura do segundo, visto que o primeiro tinha
formas variadas e geralmente estava ligado pirmide ou ao tmulo para servir de local de
culto ao morto. J o templo dedicado aos deuses teve uma forma definida do II milnio a.C.
at a poca ptolomaica e romana. Sua estrutura era padronizada independente do tamanho
do templo: grande ou pequeno possua os mesmos elementos e poucas variaes. As
estruturas do complexo do templo situavam-se no interior de uma muralha de dimenso
imponente e compreendiam o prprio local de culto juntamente com as outras construes
existentes no local, como lojas, casas dos sacerdotes, guardas e pessoal administrativo.
O templo propriamente dito possua inicialmente um prtico formado por dois pilonos que
abrigavam em seu topo os estandartes da divindade, normalmente era decorado com esttuas e
obeliscos, alm de pinturas coloridas. Posteriormente havia um grande ptio onde se reuniam os
fiis nas festas dedicadas ao deus. Era nestes eventos que a populao em geral podia ver e
aplaudir a imagem da divindade.
Adentrando a estrutura principal do templo, havia uma sala de colunas onde era celebrada a
purificao dos sacerdotes para o culto. Em seguida localizava-se um vestbulo no qual era
guardada a barca do deus, que transportava sua imagem durante as procisses. interessante
notar que conforme se avana em direo ao interior do templo o teto vai baixando
progressivamente e o cho vai se elevando ligeiramente at chegar capela onde estava o
tabernculo que abrigava a imagem da divindade a quem o templo era dedicado. O efeito desta
forma da estrutura fazia com que a pessoa sasse da luz do sol do ptio para a penumbra e depois
para a escurido conforme avanava em direo ao interior do templo.
Percebe-se a que uma estrutura construda desta forma destinava-se a um culto reservado
exclusivamente aos sacerdotes, no contando com a participao dos fiis. O templo era a casa do
deus e no tinha como finalidade acolher mais ningum seno aqueles que deveriam prover o
culto da divindade.
29 http://alfanumerico.net/as-ruinas-templos-e-a-cidade-de-luxor/
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Visto do exterior, com suas grandes muralhas e colunas, o templo se assemelhava muito
a uma fortificao, e possua como tal a finalidade de proteger a esttua do deus de foras
hostis e tambm de olhares daqueles que no estavam a seu servio. No eram os fiis que
iam at o deus e sim este que se apresentava a eles em determinadas ocasies, nas festas e
procisses. O acesso ao templo estava desta forma, reservado ao pessoal especializado, os
sacerdotes e encarregados de servios auxiliares. Todos os outros estavam deliberadamente
excludos deste recinto. At mesmo o sacerdote para adentrar a capela do deus deveria
preced-la com vrios rituais de purificao de sua pessoa.
A exceo a esta regra para constituio dos templos egpcios se deu no denominado
perodo de Amarna (c. 1.353-1.336 a.C.), quando o fara Amenhotep IV/Akhenaton construiu
templos totalmente abertos dedicados a Aton, o disco solar, nica divindade cuja adorao era
permitida pelo soberano. No haveria sentido em adorar o sol em um templo totalmente
fechado, pois o astro atravessava o cu diariamente e ficava ao alcance dos olhares de todos,
oficiantes do culto e do povo em geral.
Imagem 30 Templo de Amon, Karnak 1.530 a.C 30
30 http://megaconstrucciones.net/?construccion=templos-karnak
Imagem 31 Templo de Luxor, Tebas - 1.408-1.300 a.C.31
Imagem 32 - Templo de Hatshepsut, Deir El-Bahri, 18 Dinastia32
31 http://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_de_Luxor
32 https://desportoviajar.wordpress.com/2013/01/22/egito-templo-de-hatshepsut-um-cenario-impressionante-
talhado-nas-escarpas-de-calcario/
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Imagem 33 Vista panormica do Templo de Karnak33
2.6 - Templo de Karnak, Luxor (antiga Tebas)
Na realidade, um complexo de templos e no s um templo, portanto mais
preciso dar o nome templos de Karnak na cidade de Luxor que est a distncia de cerca de
750 km do Cairo. O Complexo do Templo de Karnak dos maiores templos em todo o mundo.
um complexo de santurios religiosos nicos em historia e desenho, consagrados,
fundamentalmente, Trade de Tebas; Amn, Mut e Khonso, junto a outras divindades
egpcias. O local do complexo de Karnak ainda contem runas de vrios templos, construdos
ao longo de centenas de anos e os mais importantes so:
(1) Templo de Amn-R
(2) Templo de Mut.
(3) Templo de Khonso
(4) Templo de Ipyt (no canto sul)
(5) Templo de Petah
(6) Templo de Osris
(7) Templo de Atn (foi destrudo, estava construdo no lado leste de Karnak)
(8) outros santurios e capelas espalhadas dedicadas trade de Tebas e a outras
divindades locais do Egito Antigo.
No tempo do Mdio Reino o templo do Karnak foi chamado em Hierglifos de Ipt-iswt que
significa o eleito (local) para os tronos (divinos). Este nome est gravado na parede da capela
do rei Senusert I dentro do Karnak. Mas Tambm o complexo sagrado foi conhecido por outros
nomes como: Pr-Imn que significa o Lar de Amn, tendo em conta que o templo foi
considerado a casa do deus onde o ritual do culto dirio ( ou seja o servio dirio) era exercido
incessantemente pelos sacerdotes. A palavra atual KarnaK derivada do termo rabe
Khawarnaq que significa vila fortificada que , nome dado no tempo da conquista dos rabes
cidade, pois, no incio, os rabes acharam que os monumentos antigos, altos e enormes,
construdas de pedra tem portes e muros altos so tipos de fortificao militar dos povos
antigos.
Sem dvida, o templo principal do complexo de Karnak o de Amn-R que ainda mantem bem
preservado em muitas das partes. Alm disso, o local contem alguns santurios datados da era
do Mdio Reino no Egito (2.134 -1.778 a.C aprox.). O recinto do complexo dos templos de
Karnak est cercado de uma muralha gigantesca circundante feita de barro que tem 550 metros
de comprimento, 480 metros de largura e 20 metros de altura.
33 http://megaconstrucciones.net/?construccion=templos-karnak
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Alguns egiptlogos acreditam que a muralha circundante de barro foi construda durante
o tempo da dinastia XXVI, enquanto outros arquelogos atribuem essa muralha ao tempo da
dinastia XXX (sculo IV a.C). Acredita-se, segundo as crenas dos antigos egpcios que essa
muralha de adobes de barro simboliza a colina primordial sagrada, que uma vez apareceu no
meio das guas do oceano primignio, onde o mundo foi criado conforme a cosmogonia antiga
da criao do mundo no Egito antigo. Em outras palavras, a muralha de barro que rodeia os
templos do Karnak simboliza ao incio da vida na terra. Talvez o primeiro rei que mandou
construir um templo dedicado ao deus Amn foi Mentohotep I (da dinastia XI no sculo XXII
a.C) e mais tarde, os soberanos da dinastia XII aumentaram construo sagrada de Amn
outros elementos, considerando o deus tebano o principal do reino inteiro do Egito.
Amn era o deus oficial e principal da nova capital Tebas ou (Waset em hierglifos), o
rei dos deuses durante o tempo do Novo Imprio, por isso o plano geral do templo atual foi
levado a cabo durante o tempo da dinastia XVIII, sobretudo no reinado de Thotmus I (no
sculo XVI a.C) quem mandou reconstruir o templo, de uma forma massiva, aumentando alm
do quarto e quinto Pilono, (quarto portal e quinto Portal) dois obeliscos lindos e altos de
granito rosado.
Durante o reinado de Hatshepsut outros elementos importantes foram adicionados ao
templo como o oitavo pilono (Portal VIII), dois obeliscos gigantescos e extraordinariamente
decorados, localizados entre os pilonos IV e V junto a umas capelas localizadas ao lado do
santurio principal de Amn. O templo foi acrescentado durante o reinado de Thotmus III
(Totmose III) quem mandou construir o quinto pilono no lado septentrional, e o stimo pilono
no lado meridional do templo, e umas capelas localizadas no ptio do seu av Thotmus I, alm
de um edifcio conhecido como Sala das Festas. Mas tambm este mesmo rei mandou montar
um muro alto para esconder os dois obeliscos montados por Hatshepsut como um trabalho de
vingana contra a rainha falecida uns anos antes da data da construo, porque segundo a sua
prpria viso Hatshepsut era usurpadora do trono.
Com a construo da grande Sala Hipstila, ou seja, a Grande Colunata e o terceiro
pilono, o templo do Amon em Karnak atingiu o seu auge no reinado do rei Amenhotep III que
governou entre 1.389 a.C 1.351 a.C aproximadamente. Depois da disputa religiosa entre
Akhenaton e o clero de Amn que terminou com o desaparecimento do monarca monotesta
do cenrio dos acontecimentos, obras de restaurao, renovao e decorao foram feitas
durante o reinado de Tutankhamon e posteriormente pelo rei Hormohep que construiu o
segundo pilono, (no lado oeste), o nono e o dcimo pilono (no lado Sul). Alm disso, parece
que Hormohep ordenou destruir um templo anterior dedicado ao deus Atn, no lado este,
utilizando as suas pedras para incrustar os trs pilonos estabelecidos por ele mesmo. Nos
primeiros anos da dinastia XIX, durante o reinado de Ramss I iniciou-se a construo da
Grande Sala Hipstila, localizada entre os pilonos II e III. Quando Ramss I morreu, o seu filho
e sucessor Seti I continuou as obras do seu pai, construindo a grande parte dessa enorme sala
e existe at hoje na parede do lado norte da Grande Colunata pinturas que representam o rei
Seti I com as divindades, coroado por elas e recebendo benes e os smbolos do poder.
Durante o reinado de Ramss II (1.290 1.223 A.C aproximadamente) conhecido como o
grande construtor do Antigo Egito, as obras de construo e decorao foram completas e
muitas pinturas nesta colunata mostram o rei Ramss II com as diversas divindades ou
celebrando as festas religiosas sobre tudo a Festa de Opet, festa das barcas sagradas de
Tebas.
O grande rei da dinastia XX Ramss III restaurou o templo de Amn, edificando um
pequeno templo no lado direito do primeiro ptio aberto do templo de Amn. A partir do tempo
da dinastia XXII at o fim da Histria do Antigo Egito, obras sucessivas de restauraes, e
aumentos de importncia menor foram levadas a cabo dentro do recinto sagrado de Amn,
sobretudo pelos monarcas das dinastias XXII, XXV, e XXX. Na realidade, a dinastia XXX fez
tarefas importantes de restaurao, adicionando construo do templo o primeiro pilono
gigantesco (o portal e a entrada atual).
Alm disso, quando terminou a linhagem dos reis nativos do Egito com o fim da dinastia
XXX, e comeou a era grega no Egito, e posteriormente a poca romana, ou seja, no perodo
Greco-romano o templo de Amn-R chamou a ateno dos soberanos Ptolemaicos e os
imperadores de Roma, por exemplo: O rei de Macednia Filipe Arrideu (o meio-irmo do
Alexandre o Grande) aumentou uma capela de granito para a barca sagrada de Amn. O rei
Ptolomeu III (Euergetes) estabeleceu um grande portal, ou seja, pilono em frente do templo
do deus Khonso conhecido atualmente como o Portal de Euergetes.
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Imagem 34 Entrada do templo de Amon, em Karnak.34
Imagem 35 O ptio, depois do primeiro pilone.35
Imagem 36 Grande Sala Hipostila.36 Imagem 37 Colunas e hieroglifos na Grande
Sala Hipostila.37
34 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/
35 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/
36 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/
37 https://desportoviajar.wordpress.com/2012/12/04/egito-a-imponencia-de-karnak-e-o-templo-de-amon/
Imagem 38 O nico obelisco que resta38
Imagem 39 O nico obelisco que resta39
O Obelisco demonstra os avanos tecnolgicos do Novo Imprio. Este pilar quadrado de
pedra macia terminada em ponta, muitas vezes de granito, pesava at 350 toneladas e era
transportado at o templo para ser decorado no local. Os exemplos mais requintados da 18
Dinastia tinham hierglifos de ouro incrustados em homenagem ao deus R.
Imagem 40 Esfinges com cabea de carneiro40 Imagem 41 - Esfinges com cabea de carneiro41
Uma sequencia cerimonial de esfinges de pedra com cabea de carneiro levava
entrada do templo. Era uma escolta simblica queles que entravam, criando uma transio
para o reino espiritual. Esta esfinge mostra o fara protegido entre as garras de um leo com
cabea de carneiro, animal que era manifestao de Amon.
38 http://www.peregrinoturismo.com.br/package/egito-iniciatico/
39 http://www.voyagevirtuel.com/egypt/photo/luxor-karnak-572.php
40 https://deiatatu.wordpress.com/2008/11/
41 http://www.rydno.pttk.pl/news.php?readmore=1038
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Imagem 42 Vista panormica do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari - Abul Simbel, Nbia42
2.7 - Templo de Abu Simbel, Nbia.
Abu Simbel um complexo arqueolgico constitudo por dois grandes templos (Templo de
Ramss II e Templo de Neferetari), escavados na rocha, situados no sul do Egito, no banco
ocidental do rio Nilo perto da fronteira com o Sudo, numa regio denominada Nbia, a cerca de
300 km da cidade de Assuan.
A sua fachada tem 33 metros de altura e 38 metros de largura, a sua entrada foi
concebida como um pilone. A fachada constituda por quatro esttuas com vinte metros de
altura que representam o fara Ramss II sentado ostentando a coroa dupla da unificao entre
o alto e o baixo Egito, a barba postia, um colar e um peitoral com o nome de coroao. A
segunda dessas esttuas foi parcialmente destruda por um terremoto em 27 a.C. (a cabea e o
tronco de Ramss encontram-se prximo da entrada).
Os templos foram mandados construir no sculo XIII a.C. (XIX dinastia), pelo prprio fara
Ramss II em homenagem a si e sua esposa preferida, Nefertari. Levaram 20 anos para serem
concludos. Quando o templo ficou pronto, Ramss II levou sua esposa Nefertari para admir-lo
mas, para desespero do fara, ela morreu pouco tempo depois.
Ramss II iniciou o seu reinado em 1.290 a.C. e reinou durante 66 anos, durante os
quais mandou construir numerosos templos no s com o intuito de impressionar as naes
vizinhas mostrando a grandiosidade do Egito e o poder do seu fara, mas tambm para
recuperar o seu prestgio, perdido depois dos distrbios religiosos e polticos durante o reinado
de Akhenaton da XVIII dinastia quando o mesmo tentou forar a mudana do culto aos deuses
egpcios (politesmo) para o culto a um deus nico Atn (monotesmo).
Com a passagem do tempo, os templos ficaram cobertos de areia o que provocou o seu
esquecimento at que, em 1.813, um orientalista suo, Jean-Louis Burckhardt, descobriu o
friso do topo do templo de Ramss.
Burckhardt falou da sua descoberta ao explorador italiano Giovanni Belzoni que,
embora se deslocando para o Egito, foi incapaz de descobrir a entrada do templo. Belzoni
regressou em 1.817, conseguindo desta vez encontrar a entrada e levando com ele todos os
tesouros que encontrou no templo que pudessem ser transportados.
42 http://www.descobriregipto.com/abu-simbel/
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No interior existe uma cmara principal chamada "A grande sala dos pilares" ou "Grande
sala hipstila" que tem 18 metros de comprimento, 16 metros de largura e nove metros de
altura cujo teto sustentado por oito pilares representando o deus Osris com algumas
caractersticas de Ramss II; as esttuas da esquerda ostentam a coroa do alto Egito (sul)
enquanto as da direita ostentam a coroa Pschent (a coroa dupla que simboliza a unificao das
duas terras - norte e sul).
O santurio interno prolonga-se por 55 metros de profundidade e era o local mais
sagrado do Grande Templo; por essa razo apenas o fara l podia entrar. Nessa sala existem
quatro esttuas: uma do fara Ramss II e as de trs deuses: R, Ptah e Amon-R. Cada um
destes deuses tinha as suas capitais, ao longo da Histria do Egito.
Estes trs deuses foram venerados como a representao de um nico deus grandioso;
desta forma, por um lado eram rivais e por outro eram todos o mesmo.
O templo foi construdo de modo a que, duas vezes por ano, a 21 de Fevereiro (data do
nascimento do fara), e a 22 de Outubro (data da sua coroao), medida que o sol se
levantasse, os seus raios iluminassem as grandes esttuas do santurio e a parede que
descreve a alegada vitria dos egpcios sobre o Imprio Hitita na Batalha de Kadesh.
As salas menores, denominadas cmaras laterais, so no total oito e esto dispostas
cinco para a esquerda e trs para a direita tendo como ponto de referncia a entrada do
templo. A sua decorao, varivel, tipicamente simples, tal como na cmara principal,
embora algumas dessas cmaras contivessem tesouros.
Enquanto o Grande templo de Ramss um templo com estaturia excessiva e de
tamanho exorbitante, o templo de Nefertari parece ser baseado no templo funerrio da rainha
Hatchepsut (1.520 a.C.). O templo muito simples e construdo em dimenses bastante
inferiores s do templo de Ramss.
A fachada do templo representa no total seis esttuas, de dez metros cada uma, todas
com a perna esquerda mais frente da direita em posio de marcha. Duas delas so de
Nefertari (uma de cada lado da entrada) e cada uma dessas esttuas est ladeada por duas
esttuas de Ramss.
No entanto, este no o seu local de construo original; devido construo da
barragem de Assuan, e do consequente aumento do caudal do Rio Nilo, o complexo foi
transladado do seu local original durante a dcada de 1960, com a ajuda da UNESCO, a fim de
ser salvo de ficar submerso.
Na porta do templo existe uma inscrio criptogrfica do nome do fara: Ser-Ma'at-Ra e no
meio das pernas das grandes esttuas podem ver-se pequenas esttuas de familiares de
Ramss II:
Junto ao colosso I (lado esquerdo) esto as representaes da sua principal mulher
Nefertari (na perna esquerda), a sua me Mut-tuy (na perna direita) e do prncipe
Amonhorjepeshef (ao centro).
Junto ao colosso II (lado esquerdo) encontram-se as princesas Bentata, Nebettauy e
outra que se pensa ser Senefra.
Junto ao colosso I (lado direito) esto as representaes da sua principal mulher
Nefertari (na perna direita), a princesa Beketmut (na perna esquerda) e do prncipe
Riamsese (ao centro).
Junto ao colosso II (lado direito) encontram-se as representaes da princesa
Nerytamun, da me de Ramss, Mut-tuy e da rainha Nefertari.
Imagem 43 - Templo de Ramss II e Templo de Neferetari43
43 http://www.descobriregipto.com/abu-simbel/
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Imagem 44 - Templo de Ramss II44
Imagem 45 - Templo de Neferetari45
44 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Abu_Simbel,_Ramesses_Temple,_front,_Egypt,_Oct_2004.jpg
45 http://pedro-mundodebabel.blogspot.com.br/2015_01_01_archive.html
Imagem 46 - Colossos de Ramss II na Sala hipostila, Grande Templo de Abu Simbel. 46
Imagem 47 Vista area do Templo de Ramss II e Templo de Neferetari - Abul Simbel, Nbia 47
46 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Abu_Simbel,_Ramesses_Temple,_front,_Egypt,_Oct_2004.jpg
47 http://www.viatgesmanacor.com/viajar/abu-simbel-87
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Imagem 48 Vista panormica do Templo de Edfu - Ilha Philae 48
2.8 - Templos Greco-Romanos
No ano de 332 a.C., um dos maiores conquistadores de sempre, Alexandre Magno da
Macednia, que tinha sido educado por Aristteles, entra no Egito e domina o pas sem
resistncia. Os Macednios foram aceites como a melhor alternativa opresso dos Persas.
Durante a sua estada, Alexandre manda construir a cidade de Alexandria no ano 331, oferece
sacrifcios aos deuses egpcios e consulta o orculo de Amon no Osis de Siwa.
Pouco antes de atingir os 33 anos de idade, morre em 323 a.C. e o seu vasto imprio
macednico dividido pelos altos cargos militares, num regime chamado desatrapia. O Egito
coube assim a Ptolomeu, filho de Lagus, um dos generais de Alexandre. Comea assim a dinastia
ptolomaica, que se mantm firme no poder graas a casamentos incestuosos entre os vrios
familiares nobres, com vista a perpetuar a sua soberania intocvel. Durante os 250 anos
seguintes o Egito assim fortemente influenciado pela cultura grega, com transaes comerciais
cada vez mais intensas com a Grcia, mas sempre governado como um pas separado, com os
seus prprios interesses, mesmo que no fossem os da populao local. A partir do sculo II
a.C. comea uma poca de declnio na economia, de lutas polticas e conspiraes na famlia
reinante.
No decorrer do sculo I os governos continuam cada vez mais fracos, com a crescente
sombra de Roma, que condenou a independncia do Egito em 30 a.C. Sob o domnio romano
existe um aumento inicial de prosperidade, e o imperador Adriano (117-138 a.C.) chega
mesmo a levar o Egito em bastante considerao, mas no fundo este nunca gozou sequer de
alguma autonomia local, sendo o pas considerado apenas uma fonte de riqueza para o
governo de Roma. Mas quem ditou o fim da cultura tradicional egpcia foi o Cristianismo, cujo
xito se deveu em larga medida ao fato de no ser romano, constituindo assim um smbolo da
luta contra a opresso de Roma. O fim da histria egpcia antiga acontece em 395, data da
separao final do Imprio Romano, por essa altura j fortemente crist, em Imprio Romano
do Oriente (bizantino) e do Ocidente, pertencendo o Egito ao Oriente. Os antigos templos so
considerados objeto de paganismo, e so vandalizados; os deuses so apagados das inscries
monumentais. A cultura criada pelos faras do Egito desintegra-se por volta desta altura. Os
ltimos hierglifos conhecidos so escritos no ano 394, no templo da Ilha de Philae no sul do
Egito, um dos ltimos redutos da civilizao e religio egpcias.
48 http://www.viatgesmanacor.com/viajar/abu-simbel-87
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32
Imagem 49 Templo de Edfu, Ilha de Philae 49
Imagem 50 Colunas do Templo de Edfu, Ilha de Philae 50
Imagem 51 - ricas decoraes nas paredes do Templo de Edfu, Ilha de Philae 51
49 https://mochilana.wordpress.com/africa/egito-2010/
50 https://mochilana.wordpress.com/africa/egito-2010/
51 https://mochilana.wordpress.com/africa/egito-2010/
Imagem 52 Mapa da Ilha de Philae 52
Imagem 53 entrada do Templo de Edfu, Ilha de Philae 53
52 http://en.wikipedia.org/wiki/Philae#/media/File:Lepsius
53 http://en.wikipedia.org/wiki/Temple_of_Edfu
54 http://en.wikipedia.org/wiki/Temple_of_Edfu
Imagem 54 Estatua do Deus Horus no Templo de Edfu, Ilha de Philae 54
http://en.wikipedia.org/wiki/Philae#/media/File:Lepsius-Projekt_tw_1-2-104-2.jpg
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CONCLUSO
A arquitetura egpcia, por sua coeso, pela disciplina de sua tradio, sua grandeza, a
tenso sustentada de seu esforo de enorme durao, o reflexo da mais poderosa civilizao
que tenha aparecido at hoje, de forma que todas as manifestaes culturais que eclodiram
depois sobre a terra, poderiam muito bem no ser mais que formas dissociadas de seu estilo.
Enfim, toda a representao arquitetnica e seu estilo esttico do Antigo Egito expressam
aguda observao da natureza e de suas formas e tambm profunda venerao aos seus
deuses. Por isso, o Fara to glorificado, afinal, ele o prprio deus palpvel, representante
direto de R e Horus. Alm disso, as pirmides, os sarcfagos, as mscaras funerrias, a
mumificao e todo o enxoval funerrio expressam a grande importncia que a eternidade
tinha para esse povo, que acredita na morte como uma passagem para a continuao da vida.
A preparao para essa passagem era intensa nas altas classes dessa sociedade.
A religio tinha papel fundamental no Egito, e no Antigo Imprio atingiu sua maior forma,
permitindo a manuteno de uma monarquia mais forte, mas ao mesmo tempo exaurindo os
recursos do pas. medida em que tal influncia decresceu, houve certa liberdade artstica,
popularizao e divulgao da cultura, alm da queda do governo e nova segmentao do
Egito. Interessante notar que posteriormente, tal nvel da autoridade monrquica s foi
vagamente atingido durante o Mdio Imprio, e na grandeza do Novo Imprio o absolutismo,
alm de no ser to eficaz, baseava-se numa nova vertente: as guerras. Contrria ao nimo
egpcio como um todo, no se surpreende descobrir que aps tal momento de glria blica o
Egito tenha cado novamente. Desta vez, entretanto, para no mais se levantar.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS COLE, Emily , Histria Ilustrada da Arquitetura (titulo original: A Concise History of Architectural Styles), traduo: Livia Chede Almendary, Editora Publifolha. So Paulo, 2013. GLANCEY, Jonathan; FOSTER, Norman , Histria Ilustrada da Arquitetura (titulo original: The Story of Architecture), Dorling Kindersley Limited, London, 2000. Traduo: Luiz Carlos Borges e Marcos Marcionilo, reimpresso Editora Loyola. So Paulo, 2007. BENEVOLO, Leonardo, Histria da cidade (titulo original: Storia Della Cit). Traduo: Silvia Mazza, Editora Perspectiva S.A. 5 edio, 2011. GOMBRICH, E. H.,A Histria da Arte (titulo original: The Story of Art, 16th ed). Traduo: lvaro Cabral, Editora LTC Livros Tcnicos e Cientficos Editora Ltda. Rio de Janeiro,16 edio.