armando cosani - o voo da serpente emplumada - livro 2

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA

SEGUNDO LIVRO 1 Sou o mais pobre e infeliz dos mortais, porm agora atingi o meu limite. Mas, para minha dita no h limites porque sou amado pela Sagrada Princesa SacNict, a Branca Flor do Mayab. Por ela suspirei durante muitos anos e por muitas geraes aguardando que concedesse a mim a oportunidade de levar-me a Sagrada Terra do Mayab. Mas durante todo o tempo que eu acreditava esper-la e que acreditava aguardar a sua apario, eu estava na realidade caminhando at ela e at Santa Terra Bendita do Mayab. Mas, como poderei descrever este andar de anos em desertos, em serras, este andar de um anelo solitrio que s se vive quando o corpo se aquieta? Como poderei dizer a quem l esta obra em que consiste este andar para poder receber um s beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict ? Como poderia explicar a Sagrada Princesa Sac-Nict, a Branca Flor do Mayab, e seu beijo que o beijo que arrebata os homens da morte e os leva origem de sua linhagem Maya onde se encontra o caminho que na Verdade a Vida ? Tenho-a visto envolvida em seu glorioso esplendor de simplicidade e luz, como jamais poderia imaginar o homem que prospera no vale dos sonhos, recorrendo a senda da morte. Eu a beijei, e seus lbios encostaram nos meus levemente. E essa leveza foi um toque de fogo que incendiou o meu sangue e deu vida minha carne e com suas chamas consumiu a escria petrificada que me afastava dela. J transcorreu um tempo desde desnudo ante ela, livre da infernal iluso. E ao recordar seu beijo, meu e tudo em mim arde, transformando meu Mayab. Nada me disse com palavras e no poderia dizer-me nada assim, porque ela como uma s palavra que todas as palavras; e em seu olhar, que a plenitude da vida que desperta a alma, h a luz que nos mostra a entrada da Terra do Mayab e nos envolve pelos sculos dos sculos, e faz dos homens de barro parte do Grande Senhor Escondido para quem no haver nunca um homem capaz de descrev-lo integramente. E nesse olhar, que plenitude e amor da Princesa Sac-Nict, aspirei o singular perfume que emana da mais pura flor do Mayab e em meus ouvidos ouvi: Tens me visto, tu me conheces e tens gostado dos beijos dos meus lbios. Tu ests em mim e eu estou em ti, s eternamente meu. No poders esquecer-me jamais e minha recordao ser teu consolo na solido e tua emoo o trar a mim quando quiseres vir. Poderia dizer algo a mais sobre isto ? Oh ! Homem de linhagem Maya ! Faz-te olhos para ver, ouvidos para ouvir, abre-os, escuta e desperta para poder morrer tambm. Morrer integramente de uma s vez ! Porque a plenitude que ela , a Princesa Sagrada Sac-Nict, a Branca Flor do Mayab, s a encontram os homens em cujas veias corre o sangue da linhagem maya; so os que nascem para a vida, aqueles que foram incendiados com o beijo de seus lbios, e esse beijo o beijo da mais doce morte porque o beijar da Ressurreio com a qual ver a salvao de Deus. poder Despertars um dia e logo morrers e sers livre, completamente livre para converter teu barro numa nfora justa na qual possa o Grande Senhor esse amanhecer de primavera quando eu ca roupagem que so os sete mantos de toda a corao palpita ansioso de consumir-se nela, ser.

Nada me disse com palavras a Sagrada Princesa Sac-Nict, a Branca Flor do

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA Escondido dar aquela comida e aquela bebida, a nica comida e a nica bebida com que poder saciar a fome e a sede de justia de todo aquele que procura escapar do vale da morte para alcanar o pice do Mayab. Me aproximei dela, a Sagrada Princesa Sac-Nict, Branca Flor do Mayab, em um amanhecer de primavera, numa das tantas voltas que a Terra tambm se aproxima do Sol para trocar beijos com ele, dar-lhe sua seiva e receber sua semente, e fecundar em seu ventre para que coma tambm daquele amor sua descendente, a Lua. E a seiva que nos d a Terra e a semente que procura o Sol que nos faz compreender o homem e dar vida Lua e servir e adorar tudo aquilo que nos deixou em herana todo o Filho do Homem, seja do Mayab, ou seja de Belm que a casa do po; seja do elevado Monte Sinai, ou seja nascido de baixo da sombra de uma sagrada rvore de Bo... Esta a herana da compreenso. E a Sagrada Princesa Sac-Nict a amante que d amor, a me que oferece seus seios para quem queira amamentar-se dela; sem este amor ningum ver a Princesa Sac-Nict , a Branca Flor do Mayab, porque o amor a fora que ela d ao homem enamorado de seu encanto e que se faz a si mesmo servidor do Mayab. Na noite anterior a seu sagrado beijo estava eu em trevas, buscando como uma criatura extraviada busca sua me quando tem fome, e eu queria agarrar a linha que me desse certeza e fora para poder andar. E a chamava dizendo: Vem! Vem! Vem!... Mas a Me Terra teve piedade de mim e me colocou em um sono profundo... E deste sonho me despertou o corao com um violento palpitar de ansiedade, e ao despertar senti um estranho perfume que elevou minha emoo porque intu que era o perfume dela, da Sagrada Princesa Sac-Nict, a Branca Flor do Mayab. Eu, pobre e infeliz mortal, afugentei o sonho de meus olhos, afinei meus ouvidos... E olhei para os cumes dos montes andinos, e pude distinguir suas silhuetas perdidas em trevas. Um pedao da Lua se acercava para amamentar-se no seio da Terra. Sem embargo tudo seguia obscuro, mas tudo palpitava no grande silncio. A claridade da primeira aurora, aquele reflexo prateado que precede a luz, iluminou pouco a pouco o cume dos montes. Desde as ramas das rvores vi elevar-se em um vo solene algumas aves, no havia gorjeio entre elas e os animais ainda despertavam para adorar a luz. S o homem dormia. E nesse recolhimento que unifica a vida, quando a alma da Sagrada Terra se prepara para tomar a semente do Sol, o espasmo de dita tambm era silente. Somente o homem alvoroava. Recolhi-me no silncio de mim mesmo, sabendo-me um mendigo daquela comunho a qual no pode aspirar seno o ousado em que arde o sangue dos homens Mayas. E apareceu a luz... Palpitou ainda um pouco de tristeza neste miservel corao de barro porque senti o fogo e soube que morria para sempre nesse instante, mas morria satisfeito porque queria morrer... Ento ela, a mais formosa entre todas as formosas, a Sagrada Princesa SacNict, Branca Flor do Mayab, mostrou seus lbios para que os beijasse e seu sorriso me incendiou somente quando havia morrido a ltima gota de temor e de tristeza em meu corao de barro. Ento a Terra se nutriu do Sol, e eu me nutri do fogo do amor. E o corao de barro se abriu e o fogo o cozeu e o fez nfora para o Grande Senhor Escondido e os lbios da Princesa Sac-Nict sopraram no barro e fizeram dele uma forma com seu alento inefvel de Eternidade. Nesse instante eu senti seu beijo. E nesse instante comeou a vibrar a vida de verdade em tudo aquilo em que eu fixava meus olhos, porque era EU, EU, EU quem em meu corao dizia que olhava e esse EU que falava era a doce voz de minha Princesa Sac-Nict, a Branca Flor do Mayab que no fala com palavras porque ela todas as palavras de uma s vez.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA E irromperam as aves cantando em unssono quando a luz apareceu sobre elas acima dos montes andinos, dando comida a minha alma; as folhas das rvores se fizeram a si mesmas a voz sempre madura da vida, e cada uma delas eram como eu, transitrias e eternas, e por cima do cume dos montes andinos vi como as trevas fugiram quando chegou a luz. O que aconteceu depois? No poderia dizer ainda que quisesse. Ningum poderia dizer, nada poder jamais descrever o que foi dito, porque essas so palavras que s podem pronunciar com seus beijos a minha Sagrada Princesa Sac-Nict, a Branca Flor do Mayab e seu beijo a sagrada palavra do Mayab que todas as palavras de uma s vez. Pode-se dizer que nesse instante morre o homem de barro quando em suas veias corre o ardente sangue da linhagem Maya. Entende para qu e porqu foi feito a Imagem e Semelhana de seu Criador. Sabe tambm que a partir de ento viver ligado ao Mayab, sem poder ignorar nem esquecer sua origem e saber que passaro os mundos, os homens, as estrelas, os sis, mas jamais passar a palavra Mayab, que a palavra Dele. Se s um homem de linhagem Maya, eis aqui que Eu falo agora essa palavra no fundo do teu corao para que a ti tambm fale com seu beijo a eternamente bela Sagrada Princesa Sac-Nict e se coza teu barro e tua gua para que quando a gua se evapore e o p do teu barro ao p volte, permanea tua nfora viva no amor do Grande Senhor Escondido. Para que se cumpra a profecia do Sagrado Chilam Balam de Chumayel que disse que no est a vista tudo o que h dentro disto, nem quando h de ser explicado. Os que sabem, vivem da grande linhagem de ns, homens Mayas. Eles sabero o que isto significa quando lerem. E ento o vero e o explicaro. E assim tambm se cumprir em vs a santa profecia do Mayab de Jesus e vir o dia que sabereis que no sois vs que falais, mas sim, o Esprito de vosso Pai que fala em vos. 2 Ah ! Para muitos o beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict marca o fim de suas desventuras. E no calor de sua recordao acham abrigo no inverno de sua vida de barro. Para mim, ao contrrio, seu beijo foi o comeo de um caminho infinito na eternidade. E por isso, talvez, tenha sido s um beijo marchando em busca dela por todos as sendas do Mayab. fugaz, para que seguisse

Bem, me dou conta que para os demais, tudo isso sonho e loucura. Mas os demais so homens de barro e minha linhagem Maya. E eu digo estas coisas para os homens cujo o sangue Maya. Ainda que agora no entendam completamente o que est escrito aqui, algum dia sabero e entendero e lero e me compreendero o que quero dizer porque o Mayab um e tem muitos nomes, e o Universo um e tem muitas formas. E o Mayab tem dado muitos filhos e tem feito a muitos homens a Imagem e Semelhana de seu Criador. Por isso eu os asseguro que sou o mais pobre e infeliz dos mortais porque nada meu, e tudo do Mayab. Mas tambm aqui est escrito que tenho minha nfora cheia e completa de uma dita secreta que no poderei perder ainda que queira perd-la porque a dita do Mayab e seguirei andando sempre com a Sagrada Princesa Sac-Nict ainda que as vezes ocorra que meus olhos no a vejam. Seguirei andando com ela, porque somente com ela e nela estou desperto. E na embriaguez de to singular viglia, quisera agora dar um pouco de justia como me tem sido dado conhecer.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA Asseguro-lhes que sou o mais pobre e infeliz dos mortais, que nada tenho que possa chamar de meu, e ainda esta vida que tenho tambm me tem sido dada, mas s a mim cabe saber por que e para que me tem sido dada. Quero-lhes falar de Judas, o homem de Kariot, aquele a quem vs haveis amaldioado muitas vezes, mas que foi um amabilssimo irmo daquele Filho de Deus que se chamou Jesus e que tambm foi um filho do Mayab. Minha histria e meu relato comeam com um impulso que falou em meu corao dizendo palavras to claras e precisas como aquelas que vs dizeis ao ouvido dos seres que amais; foram palavras nascidas do beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict. Suplico-lhes me concedeis ateno. Bem sei que o que vou dizer de agora em diante, neste empenho de justia, est em contradio com tudo aquilo que vs acreditais que verdade sobre o ocorrido em tempos muito remotos com o Filho de Deus, Jesus de Nazar, filho do Mayab, que havia em outro continente e que tambm foi andar entre homens de barro buscando aqueles que queriam seguir a sagrada linhagem do Mayab. Porque amava a Sagrada Princesa Sac-Nict e espalhava seu beijo em muitas santas e sagradas palavras e por isso tambm foi morto pelos chupadores de seu tempo. Jesus de Nazar nasceu tambm com o sangue dos homens Mayas, que sangue universal e sangue ardente que em seu ardor disse: Sou Unidade, Sou Eu . Nasceu em uma casa igual a toda casa do Mayab, em um lugar que em suas palavras se diz Bethlehem que significa Casa do Po, do po de onde come o seu po, ainda o Sol. Mostrou para os sbios o caminho para o beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict que o Po de toda a Vida, e porque havia chupadores que no queriam ser nforas do Grande Senhor Oculto, a quem Jesus chamava de Pai, decretaram morte a seu corpo em uma cruz levantada no Monte das Caveiras. Os homens de barro, que no barro viviam, enlodando-se uns aos outros, cresciam longe do Mayab verdadeiro desse continente e os chupadores jamais poderiam entender aquilo que falava Jesus de Nazar: Quero misericrdia e no sacrifcio. E poder haver compreenso em um crebro onde se oculta o amor? Ah ! Tu, que em cujas veias corre o ardente sangue da linhagem Maya e que quereis tambm ser filho do Mayab, nfora pura do Grande Senhor Escondido. Aprenders, antes de tudo, a ser justo para alcanar o beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict e este beijo acender a luz para que conheas o Pai de toda Terra do Mayab. Jesus de Nazar, em quem palpitou o Cristo Vivo, o esprito sagrado do Mayab, disse aos homens de seu tempo e de todos os tempos que todos seus pecados seriam perdoados, mesmo os pecados cometidos contra o Filho de Deus, mas que jamais seriam perdoados os pecados cometidos contra o Esprito Santo, que a Sagrada Palavra do Mayab. Durante dois mil anos muitos tm pecado contra o Esprito Santo crendo que com isso faziam justia ao Filho de Deus e ainda perseguiram a outros homens esquecendo que ao morrer na cruz, Jesus disse: Pai, perdoa-os porque no sabem o que fazem. Por Sua Misericrdia, que a Misericrdia do Mayab, este perdo alcana a todo aquele que na realidade no sabe o que faz e por isso alcana a vs tambm porque no vossa culpa ter pecado e errado contra esse outro homem do Mayab, nascido nas longnquas terras de Kariot, e cujo o corpo e cuja a vida de barro se conheceu com o nome de Judas. Porm, tende presente, vs, homens, que sois do cl da linhagem Maya, que qualquer injustia e qualquer falta de misericrdia um pecado contra o Esprito Santo que o Sagrado Esprito na Palavra do Mayab. Recordai-o e lede! Eu, o mais pobre e infeliz dos mortais, lhes contarei o que sei de Judas, o homem de Kariot.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA

3 Quando o calor do beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict chegou em meu corao, o ardor da vida que ela me deu, impeliu-me a seguir meu caminho ao Mayab, quando fechava olhos e ouvidos s coisas de barro para escut-la, em meu peito vibrava uma mensagem singular com uma insistncia singular e me urgia: Ajuda a espargir luz sobre Judas, o homem de Kariot, para que o homem possa construir a ponte atravs da qual passar do caminho de Pedro para o caminho de Joo e assim entregar-se ao beijo da Sagrada Princesa SacNict.

Ah ! Eu o mais pobre e infeliz dos mortais devo confessar que no entendia essa imperiosa ordem e suplicava luz minha adorada Princesa Sac-Nict. E me foi advertido que nessa ordem havia um estranho sabor de Eternidade. Como se a infinita e inesgotvel fora da Santa e Verdadeira Justia do Mayab insistisse que essa passagem obscura vivida na Terra do Cristo Vivo, Jesus, fosse aclarada para o entendimento dos homens Mayas. E tambm me foi dado entender que no poderia ser s eu, o mais pobre e infeliz dos mortais, o nico a quem este impulso do Mayab havia chegado porque deviam ser muitos os homens que, como eu, haviam feito do beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict o comeo e no o fim de seu amor pelo Sagrado Mundo do Mayab. E buscando em mil formas distintas encontrei muitos homens cujo sangue Maya, e muitos outros que so de barro, haviam escrito e dito muitas palavras sobre Judas, o homem de Kariot. Uns dizem que ele era filho do Mayab, outros dizem que no, que foi s um homem de barro que enlodou sua memria cometendo uma horrenda traio. Mas como eu vivo do beijo de minha Sagrada Princesa Sac-Nict e ela me disse que necessrio que eu oua meu corao, eu direi o que vi com os olhos que so de sangue Maya, e o que eu ouvi com meus ouvidos de carne Maya, acerca deste homem chamado Judas e nascido em Kariot. Eu, unicamente, sei aquilo que minha bem amada Princesa Sac-Nict quer que eu saiba e no me interessa e no quero saber nada mais do que isso porque a nica coisa real que existe para mim aquele beijo que ilumina o caminho at o Mayab, mais alm dos cumes dos montes andinos. E por isso sei que o destino no est e nem tem estado nunca nas mos dos homens, e sim na vontade do Grande Senhor Escondido no Mais Alto e Sagrado do Mayab, mais alm do cume dos montes andinos. O doce beijo de minha Princesa Sac-Nict me ensinou que destino e esprito so uma mesma coisa. Para os demais, que so somente homens de barro, o destino aquilo que ocorre dentro do tempo entre o bero e o sepulcro. Mas sucede que, pela vontade do Grande Senhor Oculto, para alguns h tambm um caminho que vai do sepulcro ao bero e por isso importante ajudar a fazer luz sobre Judas, o homem de Kariot. Que caminho, que sepulcro e que beros so esses? Isto uma coisa que o homem, cujo sangue Maya, poder aprender e conhecer se que busca o beijo da Princesa Sac-Nict. Quem acredita que o destino aquilo que ocorre entre o nascimento e o sepulcro se rebaixa a si mesmo, nada sabe sobre o tempo e muito menos sobre a vida. E to pouco pode afirmar que tem algum destino, ainda quando acredite no oposto. um homem de barro, pensa coisas de barro e por isso ao barro h de voltar. Porque no se cozeu no fogo da Sagrada Princesa Sac-Nict para ser nfora lmpida do Grande Senhor Oculto no Mais Alto e Sagrado do Mayab.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA E quem tente explicar o destino como aquilo que ocorre entre o nascimento e a morte no explicar absolutamente nada real e nem verdadeiro porque confundir um sopro da vida, um aspirar e exalar da Terra, com a verdade da existncia humana. Ah ! Homem que l e em cuja veia qui corra o sangue Maya: Pensa, pondera, indaga a verdade do destino que se urde no Sagrado Reino do Mayab, mais alm do cume dos montes andinos, e qui tambm brilhe sua luz em teu corao. Pensa na Luz, sente seu Amor e pondera que essa luz tem um poder que disse de si mesma, EU. E esse EU crescer em ti e seu fogo fundir a legio de demnios que a cada desatino te induzem ao sonho o qual tu chamas viglia, tambm dizem de si mesmo: eu. So muitos eus que te dominam e sugam seu sangue, o sangue que te chega do Reino do Mayab. S tu o amo, s tu um s e ntegro EU, um EU ao qual tanto ama a Sagrada Princesa Sac-Nict. Porventura um desses eus que tanto te confundem te faz pensar tambm que o destino aquilo que ocorre dentro do tempo limitado entre o nascimento e a morte. E lhe dir que o destino que ocorre dentro do tempo limitado entre a morte e o nascimento loucura . Assim com muitos, e assim tem ocorrido sempre e seguir ocorrendo na vida de barro porque os homens de barro esto sempre adormecidos e no lhes tem sido dado compreender que todo homem tambm a Humanidade, que quando ele sofre ou feliz, tambm a Humanidade quem sofre ou feliz, e tudo aquilo que est por vir ao homem, tambm est por vir Humanidade. difcil levar a palavra, e difcil para o homem de barro suportar a realidade. O homem tem esquecido que no h destino que busca e que recebe o beijo da Sagrada Princesa Palavra do Grande Senhor Oculto que vive no indivisvel e deixa de lado a iluso individual e aquele que o destino do Mayab. seja individual, mas aquele que Sac-Nict e ouve a Silenciosa Sagrado Reino do Mayab, ser no busca outro destino, seno

No homem de barro s existe uma iluso de destino individual, e por isso indaga com palavras lindas e com palavras nscias que unicamente lhe fazem ver isolado e separado de tudo o que o rodeia e de tudo o que vai tecendo no destino comum. E este destino aquele que o de baixo sempre tende a reunir-se com o de cima e assim vive abaixo da lei que se chama Bem e Mal. Porque neste destino a serpente se arrasta na Terra e s enxerga aquilo que est na frente e atrs e no tem a plumagem do Condor que lhe empreste asas para empreender vo mais alm do cume dos montes andinos. Mais alm dessa lei est o Sagrado Beijo da Princesa Sac-Nict que ilumina o destino. Quem no busca esse beijo est morto. Viver buscar a verdade do destino, e no fugir. Quem no busca em si mesmo a verdade do destino no vive porque seu sangue no ferve com o ardor do fogo da linhagem Maya. E no torpor desta morte animada poder at sonhar que livre, que tem um destino prprio e porventura chegue a convencer-se que esse mesmo torpor em que vive o cumprimento de seu verdadeiro destino. Est certo que assim seja, porque isso tambm verdade. Mas eu tenho que afirmar que todos so arquitetos de seu prprio destino... como se o homem que vive anelando o Mayab pudesse fazer algo que no fosse o destino do Reino do Mayab, o destino imortal. Esse prprio destino um profundo torpor.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA E Judas, o homem nascido nas longnquas terras de Kariot, havia renunciado ao torpor. Como para todos aqueles em quem arde nas veias o sangue dos homens Mayas, a Sagrada Princesa Sac-Nict havia escrito no Livro da Vida: Aquele homem cuja linhagem Maya e que anela conhecer a verdade sobre o destino, a verdade sobre si mesmo, sobre todas as coisas, o destino lhe veda o torpor de uma vida normal. E foi essa a verdade que Judas buscou. E ao buscar a verdade do seu verdadeiro destino, o destino o uniu com aquele homem que ele chamava de Rabino e que era o Senhor Jesus, nascido em Bethlehem. E Judas ento s agora teve destino em verdade. Porque em seu corao comeou a arder tambm o amor pela bela e sagrada Princesa Sac-Nict. E recebeu se beijo e seguiu seu caminho rumo ao Mayab. Porque Judas tambm anelava cozer seu barro para ser nfora pura do Grande Senhor Oculto, cujo amor modula vozes no corao dos homens por cujas veias corre o sangue da linhagem Maya. E essa voz modulou em meu peito o mandato, e foi luz que me orientou nos caminhos empreendidos por outros que tambm haviam buscado a verdade sobre a vida e a morte do homem Judas de Kariot. E tambm foi o farol que me mostrou os recifes por onde eu no haveria de navegar. Mas agora preciso que eu explique essa voz. 4 Sou homem nascido do barro de outras terras, mas em minhas veias corre o ardente sangue da linhagem Maya. Arde em todo o meu ser, e esse ardor me impulsionou a pedir o beijo da Princesa Sac-Nict e o calor de seu beijo foi um EU. Porque a voz do destino interior tambm me havia chamado para o mistrio que oculta o Mayab; mas primeiro tive que perder-me em um deserto cheio de dvidas e alimentado de temores. E o corao me urgia a que permanecesse impassvel em todo esse deserto e me dizia que somente assim, no meio daquela solido, e com fome, poderia comer o po do Grande Senhor Oculto o qual d com seu beijo a Sagrada Princesa Sac-Nict a quem no vacila em arrancar os olhos para poder ver, e destruir seus ouvidos para poder ouvir. At ento havia caminhado pela primeira senda, a senda da indeciso, que s vezes revela mas quase sempre oculta a verdade do Mayab. o caminho largo onde sempre estar acompanhado, porque muitos transitam nesse caminho por temor ao silncio, por medo da solido. E nessa senda havia visto brilhar por momentos a luz da Princesa Sac-Nict. Mas a luz se apaga ao cair sobre a Pedra que o Senhor Jesus deixou colocada como primeiro obstculo no destino que conduz ao Mayab. E no deserto encontrei somente pedras para saciar minha fome e minha sede, e eu era uma ovelha a mais no rebanho que Pedro apascentava e era uma ovelha branca, mas morria de fome e de sede do Mayab e no queria morrer assim. A luz da Sagrada Princesa Sac-Nict que brilhava mais alm da Pedra que era meu destino, fez minha l negra e as ovelhas brancas me arrojaram de seu seio e me deram por perdido quando deixei o rebanho e ca entre os riscos onde aoita a tormenta. Eu no havia feito uma ponte para cruzar o abismo.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA At ento eu no sabia, mas agora eu sei que o destino que est nas mos do Grande Senhor Oculto no Mais Alto e Sagrado do Mayab, tem um caminho que comea em Pedro, com as ovelhas brancas, e que conduzem a Joo somente quando o amor pelos beijos da Sagrada Princesa Sac-Nict faz negra a sua l. Ferindo-me entre riscos e maldades entendi as palavras do Sagrado Mayab, ditas e escritas naquele remoto continente, por outro ser cuja linhagem Maya e que se chamava Joo. E esta palavra se entende golpeando a Pedra na escurido. Esta palavra disse que no principio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e Deus, o Grande Senhor Oculto, e por esse Verbo tudo foi criado: o sol, a lua, a terra, as estrelas, o homem, o animal, os vermes, os frutos que do vida, os frutos que do a morte, e as palavras de todos os Mayabs que existiram, que existem e sempre existiro. Porque as pedras mudam os rebanhos, mas o Verbo sempre permanece, ainda que tudo mude. Assim tive noticias do destino que o destino do Mayab. E este destino o destino de todo aquele que encontra o caminho de Joo, caminho que tambm falou Judas, o homem de Kariot, caminho oculto dentro do homem e que conduz ao centro do Mayab e que tambm mostrou o Cristo Vivo em Jesus para levar outra carne com ele em seu mesmo destino. Por isso que peo justia e reflexo para Judas, o homem de Kariot. E j faz dois mil anos que comeou um destino na Vida do Homem, que ainda no se tem cumprido. E numa noite daquela poca, naquele remoto continente, o Cristo Vivo em Jesus, comeu pela ltima vez com seus discpulos que eram Gigantes da Pequena Cozumil e que tambm marchavam rumo ao caminho do Mayab. Aquela noite foi ordenada a voz que o impulso no corao de alguns homens por cujas veias corre o sangue da linhagem Maya. Ah! Ditosos os ouvidos que aquela noite puderam ouvir as grandes verdades do Sagrado Mayab que revelou o Santo Senhor Jesus. Ah! Pesado corao de pedra e de barro daquele que o deixaram sem cozer por ignorar o fio com que o Santo Senhor Jesus urdiu o destino desta civilizao! Mas para essa civilizao isso no est visvel, o que est visvel o que disse e no faz e por isso sua obra tem sido amaldioada e se consumir em sua prpria destruio. Porque quando mencionou que um deles o entregaria, os demais, que eram onze, to pouco sabiam aquilo que s sabiam nessa noite Jesus de Nazar e Judas de Kariot. E em suas prprias palavras, assim foi escrito. ... O que tem que fazer, faa logo ... Mas nenhum dos que estavam na mesa entenderam o propsito do que disse Jesus a Judas ... Pondera: Por que tanta pressa? Pois bem se sabe que muito tempo antes deste dia, Jesus j sabia que haveria de passar por uma morte infame. Pondera: Por que tanta pressa? * * *

Enquanto ocorria tudo isso, o discpulo Joo, que era o mais jovem de todos, tinha sua cabea apoiada no Corao de seu Senhor Jesus. E Pedro, a quem Jesus havia chamado em suas palavras, Cephas, (que significava Pedra) protestava seu amor pelo Senhor Jesus oferecendo a sua alma por Ele; mas o Senhor Jesus o advertiu que trs vezes ele o havia de negar antes que o galo cantasse ao amanhecer. Homem por cujas veias corre o ardente sangue da linhagem Maya: Pondera e medita nesta cena, pesa cada conceito porque toda ela foi urdida no destino que conhece o Grande Senhor Oculto no Santo Mayab. Pedro ofereceu sua alma, mas Judas a deu. E porque Judas a deu que Joo pode colocar sua cabea apoiada no Sagrado Corao de Jesus. Ainda agora poders ler claramente escrito em luz, abaixo do smbolo do Sagrado Corao de Jesus, as ardentes palavras do Mayab que dizem: D-me albergue de amor em vosso lar e eternamente em meu Eu vo-lo retornarei Sagrado Corao. Homem que l: estuda e pensa, medita e sente, o que est escrito para ti no

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA fundo de teu corao, e assim teu sangue Maya se vivificar e vers cumprir em ti a profecia de Chilam Balam, sacerdote inspirado do Mayab: Porque no est vista tudo aquilo que est escrito em seu corao, nem quando h de ser explicado. Os que sabem vm da nossa grande linhagem, os homens Mayas. Eles sabero o significado do que h aqui quando lerem. Portanto, havers de poder ler com o corao. Aquela noite comeou urdir-se o destino da alma Maya destes tempos, deste Katun, e da humanidade que se encontra condenada, da qual poder fugir quem buscar o Santo e Puro beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict. E entrar na Arca de No invisvel para criar uma nova civilizao. Mas antes daquela noite, naquele remoto continente, a voz do Grande Senhor Oculto, que falava pela boca do Santo Senhor Jesus, havia dito: Quem tem olhos, veja e, ouvidos, que oua. E o Santo Senhor Jesus conhecia o destino do Homem. Porque havia nascido para ensinar a despertar, a morrer e assim viver e mostrar o caminho at o fim. Mas nenhum dos que estavam com Ele naquela noite o entendia assim. Entenderam-no muito tempo depois porque aquela noite ainda dormiam. Como agora dormes tu. Mas se s zeloso, te esforas e no desmaias; estas palavras te ajudaro a despertar e assim tambm poders morrer e logo poders viver. E aquele que vive aprende que o destino mostra muitas coisas ocultas para o homem de barro, pois somente ao que desperta lhe dado morrer, ao que morre lhe dado viver e vivendo se vive no Corao do Mayab. E aquilo que Judas, o homem de Kariot, fez rpido foi sujeitar-se a seu tempo para que o Santo Senhor Jesus colocasse mais um fio na teia do destino humano que aponta em terras Mayas para uma nova civilizao que h dois mil anos somente Ele conhecia. Porque se Judas no tivesse feito rpido o que fez, no teria sido possvel ocorrer tudo aquilo que relatam os escritos de Joo. Porm, isso j est a caminho. Mas agora no farei outra coisa a no ser record-los o que diz essa parte da Escritura Sagrada que leva a assinatura de Joo. Era a terceira vez que o Santo Senhor Jesus aparecia entre seus discpulos por vontade do Grande Senhor Oculto, depois que seu corpo de barro havia morrido na Cruz. Nessa noite comeram peixes pescados nas guas do Lago Tiberades, e novamente o Santo Senhor Jesus perguntou a Pedro: Me amas?, e Pedro respondeu que sim; e o Santo Senhor Jesus lhe disse: Apascenta minhas ovelhas. E duas vezes mais lhe perguntou: Me amas?, e duas vezes mais disse Pedro que sim, e duas vezes mais lhe disse o Senhor Jesus: Apascenta minhas ovelhas. Trs vezes no total. E assim comeou a urdir-se o destino das ovelhas brancas, algumas das quais quando vem a luz que brilha mais alm da Pedra, luz acendida pelo ardor da Sagrada Princesa Sac-Nict, perdem a cor branca de sua l e se tornam negras por um tempo, mas depois se tornam prudentes como as serpentes, simples como as pombas e a serpente se empluma e voa. Mas o Santo Senhor Jesus disse ainda mais a Pedro. Mostrou-lhe a teia do destino quando lhe disse: Siga-me! Pedro morreu como o Senhor Jesus, cravado em uma cruz, distante dos seus e preso por outros que o levaram para onde no queria. E aquela noite, depois da ceia com pescado do Lago Tiberades, e quando Pedro tinha sido informado da teia do destino, olhou para Joo, aquele cuja cabea havia se apoiado no Sagrado Corao de Jesus, e perguntou: E a esse, o que lhe vai ocorrer? Quero que ele fique at que eu retorne. E da? E muito se fala sobre a imortalidade de Joo a raiz disso, porm, se fala e se discute sem saber nem o qu nem por qu Joo continua e nem se sabe o que significa o imortal. Esfora-te em entender o que que permanece at que venha aquilo que EU. 5 Assim comeou a urdir-se o destino do que agora amanhece como o comeo de uma nova civilizao. o destino que modula impulsos no corao de muitos homens para quem eu, o

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA mais infeliz e pobre de todos os mortais, escrevo em obedincia ao beijo de minha Sagrada Princesa Sac-Nict. Para que eles tambm sejam beijados. Assim como Pedro obedeceu ao destino que falou pela sagrada boca do Senhor Jesus e que lhe disse que iria morrer onde no queria morrer, Pedro morreu distante de seus irmos do Mayab, em uma grande cidade de outro continente, onde no havia linhagem de homens Mayas que estivesse formado como uma alma. Pedro morreu na cruz, mas ele mesmo se disps a morrer com a cabea apoiada na Terra enquanto muito perto dele a espada de um homem de barro que s obedecia ao barro do Imprio Romano, decapitava a cabea do Maya tardio Paulo, Apstolo da Santa e Eterna Verdade do qual deu testemunho o Senhor Jesus. E se falo que Paulo foi um Maya tardio, porque nele se cumpre, comparado com os outros, a verdade dita pelo Senhor Jesus que os ltimos sero os primeiros. Porque Paulo foi um tigre que se transformou em cordeiro aps ouvir a palavra do Mayab de Jesus. Assim se acrescentou mais um fio na teia do destino que teu e meu. E se tu perseveras, ainda que sejas homem de barro, poders atrair a essncia da linhagem Maya para que acenda teu sangue que agora indeciso. E eu aos poucos me tenho feito esta pergunta: - Por que Pedro escolheu morrer crucificado com a cabea para a Terra? - Por que Joo escolheu apoiar sua cabea no Sagrado Corao de Jesus? S o sabe o sagrado silncio do Mayab onde se urde o destino das ovelhas brancas e das ovelhas negras, ali onde emana a prudncia das serpentes e a simplicidade das pombas e de onde se fazem os ouvidos Mayas que ouvem e os olhos Mayas que vem e de onde tudo se junta numa s palavra. E eu, o mais pobre e infeliz dos mortais, estou repleto de alegria, porque sendo homem de barro, o barro de meu corao foi cozido no fogo do beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict, e no sagrado silncio do Mayab tenho percebido um murmrio que converte aquelas palavras to obscuras, e to obscuramente ditas as margens do remoto Tiberades, em um deslumbre daquilo que dirige e que urde o destino do homem. Falta algo naquelas palavras, por isso elas so obscuras. E o que falta nelas luz. E essa luz est em ti mesmo. Acende-a! Porque Joo permanece e Pedro apascenta as ovelhas. Mas a pomba empresta suas asas emplumadas para que a serpente voe. E o que simples pondera na prudncia. E o que prudente busca o caminho que leva at o Mayab. E o Santo beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict lhe ilumina o caminho. Para trilhar o caminho de Joo preciso primeiro conhecer o propsito do caminho de Pedro, mas intentar e conhec-lo com o corao pois quem o intenta e conhece s com a cabea, um chupador, para este no h caminho fora da Terra. O caminho do Maya o caminho do Sol. o caminho da inteligncia que orienta o Amor. Porque Pedro morreu na cruz com a cabea na Terra e Joo apoiou sua cabea no Sagrado Corao de Jesus. Pondera e julga. Mas nem todos compreendem o caminho de Pedro e no andam nele porque no sabem que mesmo as pedras tm corao. E to pouco compreendem o caminho de Joo. So muito poucos os que compreendem que no so dois caminhos, seno um s destino unido pelo Grande Senhor Oculto no Mais Alto e Sagrado do Mayab. Homem, por cujas veias corre o ardente sangue da linhagem Maya, no posso lhe dizer mais nada. Se em ti arde o anelo de conhecer a verdade do destino, procura ter olhos para ver e ouvidos para ouvir e encontrars, algum dia, como fazer em ti mesmo a ponte que une o caminho de Pedro ao caminho de Joo e te leve ao Mayab. Essa ponte a morte. S pode fabric-la quem ouse despertar. Muitos homens neste Katun tem cado em profundos abismos e em meio de tormenta e dor tm vivido unicamente para que possamos saber despertar. Venera-os e busca-os no mundo da realidade; aproxima-te deles, conhece suas idias, penetra no sentido oculto de suas grandes palavras. Eu te darei somente a medida que deram a mim, mas a ponte devers faz-la tu mesmo, em ti mesmo, ao impulso que sejas capaz de lograr do ardor de teu anelo. A medida que tenho que dar-te muito simples observa-te; complexo se

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA ainda dormes. Porque o Santo Senhor Jesus no apareceu somente trs vezes, mas muitssimas vezes mais, como Cristo, depois que seu corpo foi morto na cruz. Deves saber que o Cristo vivo em Jesus est vivo. E se aquele que Joo permanece, permanece porque Judas fez rpido o que lhe foi incumbido. Outro escrito do mesmo Mayab, com a assinatura de Lucas, confirma este fato, e revela que em uma de suas aparies o Santo Senhor Jesus, ento lhes abriu os sentidos para que entendessem as Escrituras. E aberto estes sentidos se conhece o caminho real que conduz ao Mayab, e o Mayab d a estes homens o Poder, o Amor e a Vida porque para eles Deus, o Grande Senhor Oculto , deixa de ter duas caras. E o de baixo se junta ao de cima e o de cima d vida ao de baixo. Para estes as escrituras so claras e sagradas porque sua verdade no est impressa nos livros, eles a lem na alma. Estes vero o dilvio de dentro da Arca. E a Serpente Emplumada voar. 6 Ah! Como o amor, o tempo tambm impossvel de se entender com a razo. Da mesma forma que existem amores diferentes, tambm existem tempos diferentes. S quem tem o Grande Destino em suas mos pode explic-lo a quem faa o esforo de entender. Ns s podemos dizer do tempo e do amor aquilo que eles no so. O tempo no neutro. O amor no neutro. Ao de Cima no podes amar se amas ao de Baixo. Mas amando ao de Cima amars ao de Baixo e ao do Meio. O tempo pode ir contigo para o segundo nascimento, pode ir contigo morte final. Se voc despertar hoje o que far? Far muitas coisas que no quer fazer, e deixar tambm de fazer muitas coisas as quais queria fazer. E no ter que esperar nenhum amanh. Porque o tempo , e o amor tambm . Se entendes tu tambm podes ser. O amor, como o tempo, est em todas as coisas, est em todas as formas. Est no destino como no desatino. Porque no tempo o amor faz todas as formas. Guarda-te bem do chupador que te diga que o tempo no existe, ou que te diga que no amor h pecado ou maldade. Somente no peito do Grande Senhor Oculto o trs um. O tempo e o amor so foras poderosas que evaporam a gua do barro, e s deixam a terra que para a terra volta. A gua e a terra se unem por obra do amor. Unem-se para o tempo, como barro. O beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict coze o barro por obra do amor daquele que quer viver, para que no evapore a gua. Seu beijo o fogo oculto do amor. A nfora de barro bem cozida para outro tempo . No homem de barro a gua sim, a terra no. Por isso, para o homem de barro, Deus tem duas caras, mas nenhuma delas verdadeira. O beijo de fogo da Sagrada Princesa Sac-Nict o que queima o no. Mas tambm queima o sim. E o homem EU. E Deus Deus no homem iluminado pela Sagrada Princesa Sac-Nict. O tempo do destino dos homens de linhagem Maya no um tempo que est separado do destino dos demais homens, porque os homens de linhagem Maya no esto separados dos outros homens; para eles vivem e para eles trabalham. S so diferentes porque seu tempo o tempo de uma luz que nunca se apaga. E este tempo o tempo imortal, tempo do Sol dos sis. O tempo dos outros homens o tempo da gua, como a gua do Dilvio. No so dois tempos, nem so dois destinos. So o tempo de Cima e o tempo de Baixo que fazem o tempo do Meio. E quem v pecado ou maldade no amor, quer castrar o Sol, mas ser castrado.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA E no comer o alimento do Sol, e seus testculos secaro e estar morto mesmo antes de morrer. Presta ateno, se que s, homem de linhagem Maya. * * *

O amor nasce no peito do Grande Senhor Oculto, que criou o tempo para permanecer ETERNO e o amor Seu Meio e d vida ao Tempo. Busca em teu corao: qual teu amor? Para no ser castrado e fazer tua criao viril. Se teu amor nico e neste amor incluas todos teus amores, teus testculos comero o alimento do Sol. S no peito do Grande Senhor Oculto h unidade; depois, tudo anda em trs. Em tudo o que vem teus olhos, em tudo que ouvem teus ouvidos, em tudo que tocam tuas mos, em tudo que sente teu nariz, em tudo que degusta teu paladar, em tudo est latente a fora que um, a fora que dois e a fora que trs. Os trs juntos fazem tudo um. Assim feito tudo o que feito. Todo um um Ser em trs maneiras de ser. Assim foi feito o homem de barro, o homem de gua e terra. O um a gua, o dois a terra e o trs a unio da gua com a terra para que se torne barro. E o que ser o trs? No ser, pois, um querer estar no tempo do Grande Senhor Oculto que, sem embargo, permanece ETERNO? Assim como vem desde Cima para Baixo. Mas o homem que permanece barro, se alguma vez pensa na Unidade, no lhe presta ateno; e se sente a Trindade logo a esquece porque o trabalho de recordla muito rduo. Por isso Deus ter sempre duas caras para ele, mas nenhuma ser verdadeira. Quem sabe e vive no querer estar do Grande Senhor Oculto, se eleva. Logo, compreende e sabe e vive desde Cima para Baixo, segundo o seu tempo, segundo o Katun que se tem feito em si mesmo. um pequeno trs. Um pequeno um. O barro ento , porque o sentido est aberto, e atrai a luz que com seus santos beijos acende a Sagrada Princesa Sac-Nict. E lhe possvel manejar os quatro para poder fazer. E est Acima e Abaixo no Grande Senhor Oculto. Isso tambm se faz por trs; mas sua ordem muda. Assim o um o querer estar do Grande Senhor Oculto, o dois a gua, o trs a terra que se aproxima do Sol. Existe a o segredo da gerao e da regenerao. E quando exista outra vez o nmero da nova linhagem dos homens Mayas na Sagrada Terra do Mayab, te pediro uma rvore de vinho de balch e o apresentars no alto, e no sers morto, nem lanado fora. A Serpente Emplumada Voar. Pedir-te-o tambm, porventura, traje de bodas; se no o tens, se tens sido preguioso, se no tens velado, sers lanado para fora onde haver choro e ranger de dentes. Porque o traje de bodas a vestimenta da regenerao e o mesmo que a rvore de vinho de balch. A regenerao o real caminho de Joo at o Mayab. Mas havers de saber ainda mais. O que no sabe nada do querer estar do Grande Senhor Oculto, no pode ser, no pode fazer, no pode fazer acontecer; est abaixo nada mais, e no tem rvore de vinho de balch, e a gua de seu barro se evaporar luz da lua, seu vapor ir para a lua e a terra terra e assim tudo terminar. Esta uma verdade e assim est bem; e este homem deixe-o estar como est porque no de tua estirpe. Deixe-o dormir em paz. Aquele que sabendo, do querer estar do Grande Senhor Oculto e dizer no, e no faz o que tem que fazer para poder viver, se torna um chupador; este no da estirpe Maya, afaste-te dele a menos que ele te suplique que o ajudes a fazer o que tem que fazer; ento lhe falars de tua linhagem Maya porque mesmo um chupador

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA insensvel pode mudar seu sangue se sincero e veraz. Mas guarda silncio ante o hipcrita. Pobre de ti se chegas a crer-te melhor que um chupador, ou superior a quem no tem uma rvore de vinho de balch. No sers homem, sers um maricas, podes colocar saia de mulher! O homem mostra sua virilidade fazendo obras de amor, no falando do amor que incapaz de fazer. O Santo beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict para o Maya viril. S o Maya viril pode entender a verdade que existe Acima. E sua virilidade existe porque seu corpo vive do querer estar do Grande Senhor Oculto. Estuda como se faz a verdadeira linhagem de homens Mayas. Em cada um que um, tambm h trs. Em cada um que dois, tambm h trs. Em cada um que trs, tambm h trs. Como se faz isso? Pretendes ser Maya e no conheces a profecia dos 16 versos do cantor de Mani, Chilam Balam? Em cada verso h o um, h o dois, h o trs. O quatro est em ti mesmo, s tu mesmo se s que vive um EU. Quando disso saibas, faa-o! O que est escrito nos escritos de Joo, o mesmo que est escrito nos escritos de Chilam Balam. Os dois so um s livro do Esprito do Mayab com palavras distintas, nada mais. E o Esprito disse: EU SOU! SOU DEUS! * * *

Porque o ETERNO Muito Elevado, de Uma S Idade; quis fazer Descendentes de Sete Geraes, e este o Grande Descendente que contm e mantm a todos os pequenos descendentes para que se mantenham entre si. Se, s Maya viril ,e se ests orgulhoso de teu Mayab, humilha-te em secreto e em silncio ao elevar teu pensamento a ELE, ao ETERNO, o de Uma S Idade que seu prprio Katun e que fez todos os Katuns e fez a ti tambm, e te fez igual a ele, uma pequena cpia, com tudo o que ELE at com seu Infinito Verbo Criador, dizendo: EU SOU! EU SOU DEUS! So sete Suas Geraes, desde o Mais Acima at o mais Abaixo. A stima gerao tem uma rvore da Vida com tantas ramas como trinta e dois vezes trs, e estas ramas sujeitam-se aos seres porque so muitas ramas, e no podem trepar pelo tronco da rvore de balch por si s; e o seu trepar o trepar de toda essa stima gerao. Lenta ascenso, dolorosa ascenso. Quem na stima gerao degenera, o choro e o ranger de dentes certo. A vida na Terra a vida de sexta gerao, e a rvore da Vida tem tantas ramas como dezesseis vezes trs; amarelas so as folhas de vinte e quatro ramas, negras so as folhas de vinte e quatro ramas; so ramas com as folhas da cor do Poente e do Sul; quem junte ramas amarelas e ramas negras por sua prpria vontade e as faa verdes agarrar o tronco da rvore da Vida e trepar para saber do Grande Pauah, daquele Joo que permanece, e do Grande Amor Dele. Como o fars? Despertando e estudando. Despertando e trabalhando. Despertando e lutando. Estudando, trabalhando e lutando em ti mesmo para que sejas tu mesmo, para que sejas EU. Pega um pouco de tinta negra, pegue um pouco de tinta amarela, misture as duas e observe, o que vs? No por acaso verde esta nova cor? Amarelo o Sol, negra a Terra, verde o florescer da imortalidade. Assim poders comear a trilhar o caminho de regenerao, e tua gerao ser ento a gerao que oito vezes trs, assim eram os Gigantes da Pequena Cozumil. Quatro vezes trs, assim eram os Pauahs, do Oriente, do Poente, do Norte e do Sul. O Pauah se alimenta da comida do Sol. Duas vezes trs no o concede seno o Pauah que no pode morrer. Mas todo homem pode ser Pauah.

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA Uma vez trs no podemos nem sequer pensar em nossa atual condio, porque um Katun que somente um Pauah o entende. Todos so tempos diferentes, medidos por medidas distintas. O Maya audaz e ousado vai de um a outro Katun, sempre para Cima e trs geraes em uma. Por seu querer estar na quinta gerao, gerao de barro que est cozinhando-se, pode o Grande Senhor Oculto fazer-se conhecer ao Maya audaz que tenha um s amor no qual tenha fundido todos os seus amores; mas o barro o far querer mais que barro, a gua o far querer mais que gua, o homem de barro o far querer mais que os Gigantes da Pequena Cozumil e ainda mais que os Pauahs do Norte e do Sul, do Oriente e do Poente. Haver de querer mais do que as palavras obscuras de Joo ou de Chilam Balam. Haver de querer tanto que as lindas palavras daqueles que mentem no o enganaro. E este querer lhe far entender e viver aquilo que com suas sbrias palavras disse o Santo Senhor Jesus que era o segredo da Vida Eterna. Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao prximo como a si mesmo. E quando o homem de barro aprenda a querer, o Grande Senhor Oculto falar a Palavra que Deus e que por sua vez o Verbo, e far saber. EU SOU A UNIDADE. Pois tem sido dito; o segredo est a. Conhece-o se puderes. No estar claro tudo isso para ti at que tenhas golpeado a pedra na escurido. A Grande Palavra, no selo da noite, no selo do cu, disse a Chilam Balam. Eu sou o Principio e o Fim. E a Joo que permanece o mesmo que Chilam Balam. Eu sou o Alfa e o Omega. Os dois so o mesmo Verbo, os dois permanecem porque assim tem sido e ser atravs dos sculos e muitos os tm ouvido. Foi aberto este Katun para que possam ouvir muito mais. E permanecer at que chegue o Filho Unignito do Grande Senhor Oculto, espelho que abrir sua formosura, Pai. Por Tu Querer Estar que s Tu Esprito Santo, Pai. Para que comece na terra a nova civilizao. Amm. Ao que queira saber, a Palavra do Pai o far saber, porque para as novas nforas Mayas h este novo Katun, para que quando chegue e caia sobre o mundo de barro a justia em trs partes, segundo as profecias de Joo e Chilam Balam, os justos estejam com ela, a Justia de Deus, a justia do Mayab, pela misericrdia de suas cabeas e a sabedoria de seus coraes e o amor da Vida em suas aes. So novamente trs. E a palavra emanou desde as entranhas do Oriente para que no haja Poente; e foi escrita no Norte para que no haja Sul. E esta palavra disse novamente para o que tenha olhos que veja e ouvidos que oua. EU SOU UNIDADE. O que um est em teu crebro, o que dois estende-se por tua coluna, o que trs, que o querer estar do Esprito Santo do Grande Senhor Oculto, jaz dentro, muito dentro de teu corao e por onde o queiras ver, se s capaz de ver. Se entendes e fazes isto, dominars a Serpente que arrasta-se na Terra e tua prudncia lhe dar plumagem para que possa voar. So o Pequeno Pai, Pequeno Filho e o Pequeno Esprito Santo, os trs pequenos Pauahs, o Vermelho, o Branco e o Eternamente Verde. Guarda-te da Serpente que te dizem que faz milagres! Todo o barro que sabe onde e quando fazer a guerra para poder morrer Terra de Viglia e Orao, Terra sem Sede, Terra regada pelo amor que h de servir a Deus para uma nova civilizao; e quando morra em sua sexta gerao, viver outro Katun na quinta; trs vezes quatro ser seu sim; trs vezes dezesseis ser seu no. Ir do sepulcro ao bero se que quer ir, porque ter passado da morte Vida e permanecer com Joo. Pois seus testculos tero comido o alimento do Sol, e seu smen no ser smen de carne unicamente, ser smen com esprito de regenerao e no arrojar esprito fora de ti quando arroje seu smen. Porque no haver fornicao nele, e seu um, seu dois e seu trs sero

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA realmente castos e seu sexo estar cheio de pureza. Ser sexo nada mais. * * *

Filho do Mayab! Ouve-me bem! No andes s cegas!!! Busca o conhecimento dos Homens Mayas, qualquer que seja sua nfora, qualquer que seja sua lngua! Busca o conhecimento que chegou outra vez do Oriente! Busca o conhecimento que est escrito no Norte. E no ters nem Poente e nem Sul, se s diligente. Porque o Senhor Jesus, cuja vinda foi precedida por uma estrela do Oriente, disse que aquele que pedir lhe ser dado o que pede; e aquele que buscar encontrar o que busca e aquele que chama s portas do Mayab Interior, lhe abrir a Princesa Sac-Nict. Deves saber poder pedir, deves saber poder buscar, deves saber poder chamar. Para estes trs poderes, que so um s poder, deves saber poder pensar. Pensa luz do dia, pensa na obscuridade da noite, pense debaixo da chuva, pensa debaixo do calor. PENSA NO GRANDE SENHOR OCULTO E EM SEU QUERER ESTAR QUE O COMEO DO TEU QUERER SER. Ento sentirs seu querer estar e fars seu querer ser. E compreenders e sabers. * Quem Quem Quem Quem queira queira queira queira * *

ser amo, faa-se servo, disse o Pauah do Norte. ser livre, faa-se escravo, disse o Pauah do Oriente. viver, aprenda a morrer, disse o Pauah do Poente. morrer, oua e desperte, disse o Pauah do Sul. * * *

Quem ouve e no faz o que fala no silncio da real quietude da linhagem de seu sangue Maya, sofrer, pois o escravo matar seu amo e o servo colocar no crcere a liberdade, e o escravo sugar o sangue do amo e morrer tambm e o servo tiranizar a liberdade e no viver, mas degenerar. O barro adormecido sonhar, e a gua se evaporar luz da lua. Todos os tempos de todos os Katuns desaparecero com dor para ele. Isso uma verdade. J aconteceu antes e ir acontecer neste Katun em muitos continentes de homens de barro que j perderam o sentido das palavras que disse seu Mayab. Assim foi antes, assim agora, assim ser at que ELE queira que seja. Porque o homem tem sido feito Imagem e Semelhana de seu Criador, e se assim foi existe um propsito. No ser este propsito aquilo que disse o Senhor Jesus a todos os homens de linhagem Maya: Sejais perfeitos como vosso Pai que est nos cus perfeito? Ser que porque Pedro morreu com a cabea na terra suas ovelhas esto mal apascentadas e chupadores as tranqilizam; e as que querem que sua l seja negra, os chupadores negros, os ladres de alma, seu sangue sugam. De todos chupadores os chupadores negros so os mais perigosos porque so ignorantes que pretendem saber e por sua pretenso caram e seguiro caindo. Guarda-te deles porque mais vale no saber nada que saber o pouco que eles sabem. Guarda-te da Serpente que dizem que faz milagres! Inteis se tornaram as pedras usadas para fazer a ponte para o Mayab Interior, tendo se tornado poos enquanto isso. Mas o Senhor do Tempo que vem pelo Oriente d a medida justa, e h poucas nforas que sabem receber. Por isso, para o que no tem feito olhos para ver e est em trevas, o que vermelho lhe parecer negro na escurido. E o Senhor do Amor que vem pelo Norte d em abundncia e generosidade e tambm so contadas as nforas que sejam continentes e que saibam se empenhar. Por isso a quem no tenha corao que lhe contente a sua abundncia, sempre

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA o destri na desagregao, pois branca a cor do reino dos cus. E o senhor que no tem Poente e que no tem Sul, que o Senhor do seu QUERER ESTAR, emanar de si outras guas, emanar de si outras terras e far outros barros que lhe recebam melhor. Outras vezes o tem feito, e assim pode-se ver quando se estuda atentamente o que perderam em seu Katun os seres-formigas, os seres-cupim, os seres-abelhas que um dia foram e j no so. Homens nscios! Isto unicamente o principio de um saber! Homem por cujas veias corre o sangue da linhagem Maya! Abre teus olhos, destampa teus ouvidos! Tenho-te explicado o trs, tenho-te explicado o sete, e tenho-te dado apenas uma idia sobre o que o quatro, e nada sobre a vontade com que se d continuidade a todo o sete que se quebra em dois pontos, em dois tempos. Quem no sabe como se d esta continuidade no poder fazer a Ressurreio de sua carne. Busca esta continuidade diligentemente e ouve o que disse sobre isso faz muitos sculos Chilam Balam, Grande Sacerdote da Linhagem Maya: O mau do Katun que um golpe de flecha pode destru-lo. Ento vem os juizes e recolhem os tributos. Pediro provas. COM SETE PALMOS DE TERRA ENCHARCADA! No ser isto o mesmo que em seu Katun falou o Santo Senhor Jesus? E qualquer um que ouve estas palavras e no as cumpre, compar-lo-ei a um homem insensato que edificou sua casa sobre um monte de areia; e desceu a chuva, e vieram os rios, e sopraram os ventos, e atingiram essa casa, e caiu e grande foi a sua runa. E no ser isto o mesmo que falou em outro Katun o Santo Senhor Moiss? Aos cus e a terra chamo hoje como testemunhas contra vs; coloquei-os diante da vida e da morte, da bno e da maldio; escolhe pois a vida para que vivas tu e tua semente. E no seria ainda o mesmo que em outro Katun falou o Santo Senhor Buda? Iluminai vossas mentes...Quem no pode desde logo quebra as oprimentes cadeias dos sentidos e cujos ps so muito fracos para trilhar o caminho real, devem disciplinar sua conduta de tal modo que todos os seus dias terrenos transcorram irrepreensveis praticando obras de caridade. E no seria ainda o mesmo que em outro Katun falou o Santo Senhor Lao-Ts? O Universal eterno; o Universal eterno porque no existe como indivduo; esta a condio da Eternidade. Da mesma maneira o Perfeito, eclipsando-se se impe; derrotando-se, se eterniza; DESEGOISTIGANDO-SE se individualiza. Todos, pois, falam do verde florescer do Imortal, de como o Infinito sempre vive no Eterno. * * *

Nscio o homem que se cr dono do tempo. Nscio o homem que se cr dono do amor. Nscio o homem que se cr dono da Terra. Nscio o homem que se cr amo do Mundo. Trs vezes nscio o que deliberadamente ignora que o homem um propsito do amor no tempo para a vida do Mundo na Terra. * * *

Jesus, Santo Senhor, foi um homem feito na Terra com gua do Amor e cozeu seu barro no fogo do Amor. Judas foi um homem que desafiou o poder do mundo e o Amor o ajudou. Se que aspiras o conhecimento do Mayab, tens de procurar entender. E te abrir as portas o beijo da Sagrada Princesa Sac-Nict e o fogo de seu amor cozer teu corao de barro e por seu amor sers nfora do Grande Senhor Oculto que te dar aquilo que podes conter. Eu agora s quero fazer justia a Judas, o homem de Kariot. Para que comece um novo Katun na linhagem Maya. E o Mayab Dos Andes seja pois o bero de uma nova civilizao. Tu fars tua parte se em tuas veias corre o sangue da linhagem Maya. Para que haja misericrdia na tua cabea, sabedoria em teu corao e possas

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O VO DA SERPENTE EMPLUMADA encontrar a pedra justa com a qual possas estender a ponte que vai de Pedro a Joo no destino do Homem Verdadeiro que aqui declaro que o Cristo vivo no Senhor Jesus. No Nome do Pai, e no Nome do Filho, e no Nome do Esprito Santo. Para que assim seja. E te relatarei como e por qu Judas, o homem de Kariot, estendeu um fio importante na teia do destino deste novo Katun. Seu fio fez possvel que a Quarta e a Quinta Geraes falem nos tempos e nas medidas da Sexta Gerao. Te relatarei assim como eu o tenho aprendido no Santo Mayab. Amm.

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