argumentaÇÃo e expressÃo oral - proedu

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ARGUMENTAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL 11 Fernanda Fonseca Pessoa Rossoni e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral

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ARGUMENTAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL

11 Fernanda Fonseca Pessoa Rossoni

e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral

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Meta

Apresentar as estratégias de argumentação e expressão

oral.

Objetivos

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. aplicar as estratégias que tornam uma mensagem

persuasiva;

2. reconhecer a expressão oral como uma importante

ferramenta de comunicação e identificar estratégias para

alcançar eficiência na comunicação.

Pré-requisito

Lembrar os conceitos de elementos da comunicação

estudados na Aula 1.

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253A arte do convencimento

Em um texto publicitário, a mensagem deve levar os consumidores a

ganharem consciência de um produto ou serviço, buscando convencê-los à

compra.

Como em uma propaganda, o objetivo da argumentação é levar o receptor

a aderir à TESE defendida pelo argumentador. Nesta aula, veremos como um

texto deve ser estruturado de modo que o emissor possa convencer o receptor

com sua mensagem.

A argumentação surgiu em 427 a.C., na Grécia Antiga. Era denominada

“Retórica” e tinha como objetivo convencer e persuadir por meio de um

discurso com adornos. No entanto, argumentar é muito mais que isso; é ir

além de um discurso bonito e vazio. É apresentar justificativas convincentes e

sustentar controvérsias.

TESE

Proposição que se

expõe para, em caso

de contestação, ser

defendida. Uma tese de

doutorado, por exemplo,

é um documento que

representa o resultado de

um trabalho experimental

ou exposição de um

estudo científico de tema

único e bem delimitado,

essencial para a obtenção

do grau de doutor. O autor

deve defender a sua tese,

publicamente, utilizando

a argumentação e as

provas obtidas no trabalho

experimental.

Entretanto, não basta compor uma mensagem com boa argumentação.

É preciso também saber expressar-se verbalmente (pela fala) para que o objetivo

da comunicação seja alcançado. É por isso que, além de argumentação, nesta

aula estudaremos expressão oral.

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255Persuasão e argumentação

...a linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seus

pensamentos, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua

vontade, seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é

influenciado, a base mais profunda da sociedade humana.

(Louis Hjelmslev – linguista dinamarquês)

Como vimos na primeira aula de Redação e Expressão Oral, é a linguagem

que proporciona ao ser humano a realização social, pois, por meio dos textos

(verbais ou não-verbais), interagimos com outras pessoas.

Se, quando falamos (ou escrevemos), temos uma determinada intenção, ou

seja, objetivos, é necessário que convençamos o INTERLOCUTOR a atuar conforme

nosso propósito. Para isso, além de utilizar as características de um bom texto

argumentativo (que veremos a seguir), é importante que compartilhemos o

mesmo código (ou seja, o mesmo sistema lingüístico) nos textos, nas palavras,

nas combinações e nos argumentos.

INTERLOCUTOR

Aquele que fala

com outro.

Persuadir é buscar a adesão do interlocutor para um determinado ponto

de vista, é tentar convencê-lo de alguma coisa. A base da persuasão é a

argumentação.

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255Nesta aula, utilizaremos muito os conceitos dos elementos do processo

comunicativo, que já foram estudados nas aulas anteriores. Para que você os

recorde, observe o esquema a seguir:

A argumentação é baseada na defesa de pontos de vista ou na contestação

de um fato e na consideração de contestações e perspectivas alternativas,

com o objetivo de aumentar – ou reduzir – a aceitação dos pontos de vista em

questão.

O que importa na argumentação é persuadir o receptor. Para que isso seja

alcançado, o enunciador deve utilizar um recurso efi caz: tentar se identifi car

ou se colocar no lugar do receptor para que a mensagem se torne confi ável

para ele.

Isso é possível por meio da apresentação da mensagem, do produto ou do

serviço e também pelo uso de uma linguagem adaptada ao receptor, ou seja,

uma linguagem que possa ser entendida e que desperte o interesse.

O argumento deve vir formado por uma opinião resultante de um raciocínio

lógico seguida por um elemento que lhe dá suporte: a justifi cativa. Esta, por

sua vez, deve ser adequada ao interesse e à expectativa do interlocutor, pois,

sem a noção do outro como alvo, a argumentação perde a força.

Figura 11.1: Um emissor transmite uma mensagem a um receptor por meio de um código lingüístico, sobre um determinado referente (contexto relacionado ao emissor e ao receptor). Para essa transmissão, utiliza-se um canal (ou meio) de comunicação.

Emissor Mensagem Receptor

Código

Canal de comunicação

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257Características de um texto argumentativo

Fonte: www.sxc.hu

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O texto, para ser bem argumentado, antes de tudo, deve possuir:

• clareza na transmissão de idéias;

• concisão e

• coerência.

Um bom esquema para se construir um texto argumentativo é o seguinte:

1. O primeiro parágrafo deve ser curto, deixando clara a idéia sobre a qual

se discute.

2. O desenvolvimento do restante do texto deve mostrar a opinião da

pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros,

além de elementos que exemplifiquem a situação e a aplicabilidade

dos argumentos. O desenvolvimento deve conter justificativas sobre a

importância e a relevância das idéias, assim como opiniões e exemplos.

3. Por fim, o texto deve ser concluído com um parágrafo que responda ao

primeiro parágrafo, ou simplesmente com a idéia-chave da opinião. É

interessante utilizar palavras e idéias que fixem o que você quer dizer na

mente do receptor e retome a vantagem de se adotar os pensamentos ou

ações propostas.

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Quanto às características gerais de um texto argumentativo, podemos

enumerar algumas:

1. Utilização de palavras que nomeiam idéias e conceitos: você deve

se remeter a conceitos genéricos que indiquem estado, ações e

qualidades, mas sempre exemplificando o que quer dizer.

Exemplos: trabalho, dever, direito, capacidade, solidariedade, retribuição,

satisfação, respeito.

2. Atemporalidade: os textos argumentativos não apresentam temporalidade,

mesmo que você utilize exemplos com datas. Por isso, na maior parte da

redação, utilize verbos no presente (preferencialmente do modo indicativo).

Exemplos: é, depende, falta, faz, tem, possui, comete, retribui, respeita.

3. Encadeamento de idéias: a seqüência dos enunciados, em vez de

cronológica (você viu que no texto argumentativo existe atemporalidade),

é composta por elementos de causa, conseqüência, conclusão,

oposição e exemplos ilustrativos. Sendo assim, você deve usar os

conectivos (porque, mas, portanto, no entanto, porém, contudo, assim,

além disto, por isto, pois etc.) para “amarrar” as idéias.

Não se esqueça: você deve evitar a redundância, a prolixidade,

os chavões e as frases feitas. Eles só empobrecem o texto!

Para relembrar:

• Redundância – utilização (repetição) de palavras desne-

cessárias, o mesmo que pleonasmo, como, por exemplo, elo de

ligação, há 2 semanas atrás, ganhar de graça etc.

• Prolixidade – repetição de informações já sabidas. Consiste

em informações inúteis, uma vez que o destinatário já as

conhece ou você já as falou.

• Chavões e frases feitas – frases que não transmitem

nada de especial; só empobrecem o texto. São os ditados

populares (por exemplo: “se conselho fosse bom, ninguém

daria; venderia”), idéias “batidas”, expressões “surradas” (por

exemplo: frio glacial; mera coincidência; condição sine qua non;

num futuro próximo...).

ATENÇÃO!

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259Exemplo: Como as coisas não iam bem, mudamo-nos para a capital; afinal,

lá existem mais oportunidades de emprego, que era o que precisávamos,

pois o dinheiro estava escasso.

4. Utilização de palavras e expressões introdutórias: a função desses

operadores é introduzir variados tipos de argumentos. No texto, as

conjunções estabelecem a ligação e o nexo entre os enunciados, de modo

a orientar o interlocutor a determinadas conclusões.

Exemplos: Portanto...; Porém...; Sendo assim...; Desta forma...; Entretanto...

etc.

5. Linguagem: sóbria e denotativa (apresentar as palavras em seu sentido

básico, tal como aparecem no dicionário).

6. Quando usar uma figura de linguagem, utilize-a como um instrumento a mais

para a defesa de determinada idéia, não como ornamento.

Exemplo: “A área do desmatamento equivale a trinta maracanãs.” (metáfora

com o objetivo de dar a dimensão da “área do desmatamento”, não de

enfeitar o discurso).

7. Orações: dê preferência à ordem direta (na seqüência sujeito – verbo

– complemento) e não faça rodeios. Vença o leitor ou ouvinte pela força

dos argumentos, e não pelo cansaço.

Exemplo: em vez de escrever “Nesse momento, aproximaram-se os

operários (ordem inversa), escreva “Os operários aproximaram-se nesse

momento” (ordem direta).

8. Dê preferência aos verbos na terceira pessoa (conjugados em ele, eles),

como forma de eliminar a situação “eu versus o outro” e “eu versus tu/você”.

Isso deixa o texto mais objetivo.

Exemplo:

Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a participação ativa das

mulheres em inúmeras atividades. Até nas áreas antes exclusivamente

masculinas elas estão presentes, inclusive em posições de comando. Estão

no comércio, nas indústrias, predominam no magistério e destacam-se

nas artes. No tocante à economia e à política, a cada dia que passa,

estão vencendo obstáculos, preconceitos e ocupando mais espaços.

(A posição social da mulher de hoje. Fonte: http://www.graudez.com.br/

redacao/ch05.html.)

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2599. É importante, em um texto argumentativo, não ficar “em cima do muro”:

exponha seu ponto de vista, de forma clara, concisa, coerente. E não se

esqueça da adequação vocabular!

Essas são as características que um bom texto argumentativo deve possuir

e que também podem estar presentes na expressão oral.

Vamos aprender a usar a argumentação em textos falados?

O mito da objetividade e da imparcialidade

Quando vamos escrever um texto, por mais que tentemos

ser objetivos, impessoais e parciais, não conseguimos. Sabe

por quê? Ao escolher o tema sobre o qual você vai escrever,

assim como selecionar as informações a serem usadas e a

disposição delas no texto, você coloca em prática sua opinião,

sua ideologia.

Neste sentido, tenha em mente essas considerações também

ao ler um texto escrito por outra pessoa.

Até mesmo a demonstração de uma fórmula ou teorema

matemático não é feita de forma impessoal: cada expositor

demonstra à sua própria maneira. Ou seja, os caminhos

escolhidos para se chegar ao mesmo ponto revelam o estilo

de cada autor.

Por trás de um texto, escrito ou falado, há sempre alguém

escrevendo com determinadas intenções, segundo os valores

que possui e seu modo de ler e interpretar o mundo.

ATENÇÃO!

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Marque V nas afirmativas corretas e F nas falsas:

1. ( ) O argumento independe de fatos ou informações que o

justifiquem, pois ele já é automaticamente concreto só por ser utilizado.

2. ( ) Quanto mais complexa e difícil for a linguagem, melhor; afinal,

isso atribui maior credibilidade ao argumento.

3. ( ) Um bom argumento é dotado de clareza, concisão e coerência.

4. ( ) Deve-se evitar: prolixidade, chavões, frases feitas e redundância.

5. ( ) Para que um argumento seja bom, não é preciso escrever

corretamente.

6. ( ) A persuasão é o resultado de uma boa argumentação.

ATIVIDADE 1 – ATENDE AO OBJETIVO 1

Expressão oral

A expressão oral é uma das formas pelas quais se opera a transmissão de idéias.

É também a forma em que as pessoas mais erram em termos de eficiência da

comunicação. Trata-se da mensagem falada.

Um importante componente da expressão oral é a dicção. Vamos conhecê-la?

Fonte: www.sxc.hu

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261Dicção

A dicção consiste na maneira de falar e na articulação e MODULAÇÃO da voz.

Possuir dicção correta ajuda na eficiência da argumentação (pois o orador

será bem compreendido), cansa menos os ouvintes e melhora a imagem do

orador perante seus interlocutores.

É importante ter uma boa dicção; afinal, os ouvintes associam a má

expressão oral a uma formação cultural deficiente ou a uma inferioridade

intelectual. Conseqüentemente, esta pessoa terá problemas com a sua

argumentação, pois encontrará barreiras à persuasão do interlocutor.

Erros comuns de dicção e vícios da linguagem

Os erros de dicção são decorrentes de troca e omissão de letras.

Veja alguns exemplos:

a. troca de “pr” por “p + vogal” e de “r por l”.

Exemplo: “problema” por “pobrema”

b. omissão do “r” final ou vogal final.

Exemplo: em vez de “vou buscar”, “vô buscá”.

c. supressão de vogais internas:

Exemplo: “leiteiro” por “leitero”.

d. erro de colocação de consoantes.

Exemplo: “iogurte” por “iorgute”.

e. troca de consoantes.

Exemplo: Salsicha por “chalchicha”.

Alguns erros de dicção também podem ocorrer por:

• Deixar a língua entre os dentes e, o que é pior, quase cuspir ao falar.

• Cerrar o maxilar inferior, não permitindo a abertura da boca.

• Manter os lábios relaxados ou contraídos demais, não desenhando a

palavra.

• Falar rápido demais, sem respeitar o ritmo e a pausa.

• Falar baixo demais.

• Falar alto demais.

• Não dar ênfase no final das palavras.

MODULAÇÃO

Transição ou passagem

de um tom ou modo de

voz para outro; melodia ou

variação da voz.

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263Os vícios de linguagem são as palavras usadas em linguagem coloquial

que prejudicam a mensagem e podem comprometer a imagem de quem fala.

Alguns deles já foram discutidos, mas vamos relembrá-los:

• Palavrão ou gíria: O uso de tal “recurso” apenas diminui o respeito e a

credibilidade em relação ao orador. Mesmo que você queira usá-los como

forma de se aproximar de um público-alvo que possui esse vício, acredite:

você perderá em persuasão e ainda comprometerá sua imagem.

• Cacofonia: Trata-se de uma construção frasal de má sonoridade.

Exemplos: “... um por cada...”, “... na boca dela”, “... gosto da cor vinho”, “...

da vez passada”, “O Sr. Oscar Neiro irritou-se por ver na boca dela a cor

vinho na vez passada”.

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263• Pleonasmo: É a redundância dos termos.

Exemplos: “subir para cima”, “descer para baixo”.

• Chavões: O uso de chavões serve apenas como indicativo da falta de

preparo do orador. É necessário evitá-los ao máximo.

Exemplo: “...a vida é uma caixinha de surpresas...”

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265Falando em público

Há pessoas que nasceram com o dom da oratória e, na hora de falar em

público, dão um show. Outras pessoas costumam sentir uma certa insegurança

nesses momentos.

Para que falar em público não seja, para você, motivo de estresse e pânico,

é preciso, antes de tudo, estar bem preparado, pois, assim, terá mais segurança

e mais chances de se sair bem. Afinal, a boa oratória é uma característica que

pode ser trabalhada e dominada.

A primeira coisa que você tem que saber é que é preciso simplificar. Se,

em um texto escrito, é necessário clareza e um certo grau de simplicidade para

que ele seja entendido, imagine na fala!

No final das contas, quanto menos se improvisar, melhor! O ideal é planejar

– ou até mesmo escrever – o que se pretende falar. Afinal, como dizem os

especialistas, a fala vazia para ocupar o tempo é sempre desastrosa.

Sendo assim, seguem algumas dicas para que você se saia bem ao falar

em público e participar de reuniões ou entrevistas.

Fonte: www.sxc.hu

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265Expresse-se!

A maior dificuldade que as pessoas encontram no momento de expressão

oral é a falta de domínio do assunto. Portanto, a primeira e mais importante

dica é se preparar e possuir bastantes conhecimentos sobre o assunto a ser

abordado.

Você precisa dominar o tema sobre o qual irá falar, pois, além de evitar a

transmissão de informações erradas, você se sentirá mais seguro.

Cumprida essa etapa, você pode se sair bem seguindo mais algumas dicas:

1. Planeje-se

Essa dica inclui o domínio do assunto a ser exposto, o que é fundamental.

Afinal, nada é pior do que demonstrar insegurança e desinformação a respeito

do que está sendo falado. Por isso, antes de expor suas idéias, leia a respeito do

assunto, pesquise as novidades e, se possível, converse com pessoas da área.

Além disso, sua apresentação dele levar em conta outros aspectos:

• Quem é o público-alvo? Tendo essa informação, você pode se

programar, planejando as principais informações a serem transmitidas,

a linguagem a ser usada e os melhores exemplos ilustrativos para o

que se está apresentando. Além disso, é importante saber o nível de

conhecimento dos ouvintes, de forma a definir como se expressar e ser

entendido por todos.

• Durante quanto tempo você poderá falar? Sabendo isso, você pode

planejar o quanto irá falar e o que deve priorizar em seu texto.

• Quais são as expectativas dos ouvintes? Tendo isto em mente, será

mais fácil corresponder ou superar o que se espera de você.

Fonte: www.sxc.hu

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267• Que mensagem você pretende passar para o público? Logo no início,

deixe claros seus objetivos (justificando-os) e demonstre a importância

do assunto sobre o qual irá falar.

2. Capriche na introdução

Para conquistar a simpatia dos ouvintes, inicie fazendo alguns elogios

sinceros e apresente-se demonstrando de forma gentil como está envolvido

com aquele ambiente e com o tema que pretende desenvolver. Para conquistar

a atenção logo nos primeiros momentos, use uma frase de impacto, conte uma

pequena história, levante uma reflexão ou mostre os benefícios que o público

terá com o tema. Mas tome cuidado para não usar chavões e frases feitas!

Evite iniciar a fala dando sua opinião sobre assuntos que possam contrariar

os ouvintes. Comece concordando com os pontos comuns e, depois de

quebrar as resistências, manifeste sua forma de pensar.

3. Seja natural

A naturalidade será uma grande aliada caso você perceba que cometeu

alguma falha ou “se der branco” na hora da fala. Nesses casos, se você estiver

à vontade e for natural, é possível que ninguém perceba. Relembre seu último

argumento e passe para o tópico seguinte.

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As frases a seguir foram preparadas para serem ditas em um texto

que será lido pelo autor. Nelas, identifique o que prejudica a argu-

mentação (e a credibilidade):

1. A dissonância cognitiva torna relativa a valoração do receptor.

Problema:

2. Ele nunca ganhou uma eleição.

Problema:

ATIVIDADE 2 – ATENDE AO OBJETIVO 2

Por isso, não use palavras difíceis ou que não façam parte do seu cotidiano.

Demonstre tranqüilidade, pois nada é pior do que um apresentador nervoso.

4. Simplifique

Você precisa ter domínio sobre o assunto que irá apresentar, mas nada

de tornar o conteúdo do seu texto demasiado complexo! É preciso fazer a

informação ficar o mais simples possível, de forma a atingir o maior número de

pessoas.

No entanto, obviamente, isso não se aplica às apresentações formais e

acadêmicas que, na maioria das vezes, têm, naturalmente, um conteúdo denso

e complexo.

5. Seja convincente

Mostre o assunto que pretende desenvolver, o problema que deseja

solucionar e como fazê-lo. Sabendo isso, os ouvintes acompanharão com

maior facilidade sua exposição.

6. Capriche no encerramento

Em uma ou duas frases, comente o assunto abordado e termine fazendo

com que os ouvintes reflitam ou ajam de acordo com sua mensagem (e sua

intenção). É nesse momento que você tem a possibilidade de mostrar sua

opinião e sua expectativa, de modo a concluir o raciocínio.

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2693. Este é um problema que atinge a América Latina há muitas décadas,

sacou?

Problema:

4. Pela importância do documento, sugerimos que todos compareçam

pessoalmente.

Problema:

5. No fim, tudo dá certo. Se ainda não deu certo, é porque não chegou

ao final.

Problema:

No final das contas...

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Nesta aula, você pôde perceber que é essencial o uso de uma linguagem

correta, bons argumentos e nitidez na fala. Possuindo esses requisitos, você

ganhará credibilidade em tudo o que fizer.

Sabendo estruturar um texto, escrevendo corretamente as palavras e as

frases, possuindo bons e adequados argumentos e, ainda por cima, falando

bem, não há quem não consiga boa colocação na vida profissional!

Fonte: www.sxc.hu

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Fonte: www.sxc.hu

O curso de Redação e Expressão Oral chega ao fim com esta aula, mas a

“redação” e a “expressão oral” podem sempre ser praticadas levando em conta o

que você aprendeu. Fazendo isso, você não se esquecerá das aulas e melhorará

cada vez mais sua escrita e sua fala. E, daí para a frente, é só sucesso!

Por isso, lembre-se sempre das aulas de Redação e Expressão Oral.

Elas podem ajudar (muito) você a ter sucesso. Afinal, na maioria das vezes,

destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele

que se comunica melhor.

• A argumentação é uma atividade de natureza social e discursiva na

qual indivíduos que expressam pontos de vista divergentes sobre

um tema defendem suas posições com vistas a torná-las aceitáveis

aos seus interlocutores.

• A argumentação é uma atividade inerentemente dialógica (diálogo

em situações solitárias – como ocorre freqüentemente na escrita

– ou na comunicação verbal entre duas pessoas).

• Persuadir é buscar a adesão do interlocutor para um determinado

ponto de vista, é tentar convencê-lo de alguma coisa, por isso, a

base da persuasão é a argumentação.

RESUMINDO...

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271• As características que um bom texto argumentativo possui são:

adequação vocabular; utilização de palavras que nomeiam idéias

e conceitos; atemporalidade; encadeamento lógico de idéias;

utilização de palavras e expressões introdutórias; linguagem sóbria

e denotativa; orações em ordem direta; utilização da terceira pessoa

do discurso e posicionamento claro, com opiniões bem definidas.

• A expressão oral é uma forma de comunicação baseada na conversa,

na exposição oral de idéias.

• A dicção consiste na maneira de falar e na articulação e modulação

da voz.

• Possuir boa dicção repercute no alcance da eficiência da argumen-

tação, pois provoca uma boa compreensão do orador pelo ouvinte.

• É importante ter uma boa dicção; afinal, os ouvintes associam a má

expressão oral a uma formação cultural deficiente ou inferioridade

intelectual.

• Os erros de dicção são decorrentes de troca e omissão de letras.

• Os vícios da linguagem (que não devem ser utilizados) são: palavrão

ou gíria; cacofonia; pleonasmo e chavões.

• Para falar bem em público, é necessário, primeiramente, ter domínio

do assunto e saber simplificar. Ou seja, é preciso se planejar.

• Ao planejar um discurso em público, é preciso considerar: quem é o

público-alvo, durante quanto tempo você poderá falar, quais são as

expectativas dos ouvintes e que mensagem deve ser transmitida ao

público.

• Algumas boas dicas para estruturar um texto a ser falado: planeja-

mento, capricho na introdução, naturalidade, linguagem simples,

convencimento e capricho no encerramento.

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Atividade 1

1. (F) O argumento independe de fatos ou informações que o justifiquem,

pois ele já é automaticamente concreto só por ser utilizado.

2. (F) Quanto mais complexa e difícil for a linguagem, melhor; afinal,

isso atribui maior credibilidade ao argumento.

3. (V) Um bom argumento é dotado de clareza, concisão e coerência.

4. (V) Deve-se evitar: prolixidade, chavões, frases feitas e redundância.

5. (F) Para que um argumento seja bom, não é preciso escrever

corretamente.

6. (V) A persuasão é o resultado de uma boa argumentação.

Atividade 2

1. Problema: linguagem complexa

2. Problema: cacofonia (“nunca ganhou”)

3. Problema: utilização de gíria (“sacou”)

4. Problema: pleonasmo (“compareçam pessoalmente”)

5. Problema: chavão

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES

Referências bibliográficas

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produção, ética e internet. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

LEITAO, Selma. Argumentação e desenvolvimento do pensamento reflexivo.

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MICHELETTI, Camila. Saber falar em público é competência necessária para

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carreira/administracao/ge/sucesso/falar/190704-falar_publico.shtm>. Acesso

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MINADEO, Roberto. Gestão de marketing: fundamentos e aplicações. São

Paulo: Atlas, 2008.

NECHO, Iran P. Moreira. Da expressão oral. Disponível em: <http://

www.mnecho.com/dicascomofalarempublico/expressoral.pdf>. Acesso em 17

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TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho.

São Paulo: Scipione, 2008.