Área cultural 2ª edição

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Blumenau, julho de 2010 - n° 02 - ano I Paixão Solitária: Con- fira a resenha do colu- nista e escritor Maicon Tenfen Gerações musicais: a música corre nas veias da Família Stein Desenho japonês: a expressão facial dos “mangás” Literatura Música Artes As caricaturas de Costa de Souza Conheça a arte visual, que tem como principal carac- terística: o exagero. E que faz desenhos com personagens da vida real. Oktoberfest: a mudan- ça dos costumes e tra- dições Tradição Editorial Seguimos para a segunda edição do Área Cultural. Na 1ª edição, conferimos o trabalho de Gislaine Giam- bastiani, no Sessão de arte. A garota de 18 anos, que não é artista profissional, mas que faz desenhos que chamam a atenção pelo seu impacto cultural, principal- mente pela influência do Realismo, visível nos traços e detalhes enfatizados nos rostos das figuras humanas em que ilustra. Seu traba- lho, feito por lazer, não foi divulgado antes e nem reco- nhecido pela cidade. Ta aí uma oportunidade para co- nhecer desenhos tão signi- ficativos como os de Nany. Profissão: Artista Trabalho prazeroso e difícil, é assim que o artista Daniel Costa de Souza define a atividade de desenvolver caricaturas. Aos 26 anos, já expôs as caricaturas no Salão Internacional de Humor de Belo Horizon- te e no Salão Internacional de Humor de Campinas, com acesso livre para o público visitante. O artista desenha caricaturas de qualquer pessoa, mas quando faz por lazer e não por trabalho, escolhe pessoas bastante conhe- cidas e que despertam a estética da arte. O que é caricatura? Lugar de Resenhar Polêmica! O Área Cultural conversou com a diretora do Patri- mônio Histórico da Funda- ção Cultural de Blumenau, Sueli Petry, sobre a relação da cultura de Blumenau se voltar apenas para a Okto- berfest. A diretora acredita que é preciso aproveitar os locais culturais existentes, incluindo os privados. “O que influencia é a forma de organização dos even- tos. É preciso saber o que a comunidade quer e o que interpreta como cultura”, acredita. Paixão Solitária Numa entrevista recente, o escritor português José Sa- ramago disse brincando que a Bíblia não é um livro indi- cado para menores de idade. Com toda a sorte de assas- sinatos, traições, incestos e adultérios, teríamos nos tex- tos sagrados uma compila- ção dos maiores maus con- selhos de todos os tempos. A ideia não é nova, e cer- tamente já passou pela ca- beça dos muitos escritores que recorreram aos dramas bíblicos para garimpar a matéria-prima dos seus li- vros. Entre eles, o gaúcho Moacyr Scliar, autor de inúmeros contos e roman- ces que fazem referências diretas ou veladas às “pa- lavras ditadas por Deus”. Scliar compôs uma trilogia de romances que se debru- çam sobre passagens ou personagens quase sempre periféricos na mitologia ju- daico-cristã. No Manual da Paixão Solitária, publica- do em 2009, Scliar retoma o capítulo 38 do Gênesis, “história do patriarca Judá, de seus filhos e de uma mulher chamada Tamar”. A “paixão solitária” do tí- tulo é uma brincadeira com o nome de um dos filhos de Judá, Onan, que teria ori- ginado — erroneamente, como mostram o romance e o capítulo bíblico — o vocábulo onanismo, si- nônimo de quiromania e masturbação (sim, Sara- mago tem razão sobre os maus conselhos bíblicos!). Mas o livro não se restringe a isso. Onan é apenas um coadjuvante da trama que nos cativa graças à estranhe- za do assunto e às virtudes narrativas de Scliar, alguém que finge contar histórias à moda antiga e nos sur- preende com a energia de um texto novo e aprazível. Leitura de entretenimento, taí uma indicação. Maicon Tenfen Escritor e colunista do Jornal de Santa Catarina “A arte é uma forma do ser humano expressar sentimentos de forma consciente e aplicando conhecimentos técnicos”. Uma arte visual de rápida compreensão, que tem como tema a figura humana, se utiliza do exagero, desperta a comicida- de e tem alto valor documental. “Não sei quando comecei a fazer caricaturas, só sei que continuei”. [email protected] http://twitter.com/Areacultural Fonte: Divulgação Gostou das caricaturas? Saiba mais em: www.costadesouza.com Fonte: Divulgação Este é o conceito que o artista estabelece para a caricatura.

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Page 1: Área Cultural 2ª edição

Blumenau, julho de 2010 - n° 02 - ano I

Paixão Solitária: Con-fira a resenha do colu-nista e escritor Maicon Tenfen

Gerações musicais: a música corre nas veias da Família Stein

Desenho japonês: a expressão facial dos “mangás”

Literatura Música Artes

As caricaturas de Costa de Souza

Conheça a arte visual, que tem como principal carac-

terística: o exagero. E que faz desenhos com

personagens da vida real.

Oktoberfest: a mudan-ça dos costumes e tra-dições

Tradição

EditorialSeguimos para a segunda edição do Área Cultural. Na 1ª edição, conferimos o trabalho de Gislaine Giam-bastiani, no Sessão de arte. A garota de 18 anos, que não é artista profissional, mas que faz desenhos que chamam a atenção pelo seu impacto cultural, principal-mente pela influência do Realismo, visível nos traços e detalhes enfatizados nos rostos das figuras humanas em que ilustra. Seu traba-lho, feito por lazer, não foi divulgado antes e nem reco-nhecido pela cidade. Ta aí uma oportunidade para co-nhecer desenhos tão signi-ficativos como os de Nany.

Profissão:Artista

Trabalho prazeroso e difícil, é assim que o artista Daniel Costa de Souza define a atividade de desenvolver caricaturas. Aos 26 anos, já expôs as caricaturas no Salão Internacional de Humor de Belo Horizon-te e no Salão Internacional de Humor de Campinas, com acesso livre para o público visitante. O artista desenha caricaturas de qualquer pessoa, mas quando faz por lazer e não por trabalho, escolhe pessoas bastante conhe-cidas e que despertam a estética da arte.

O que é caricatura?

Lugar de ResenharPolêmica!

O Área Cultural conversou com a diretora do Patri-mônio Histórico da Funda-ção Cultural de Blumenau, Sueli Petry, sobre a relação da cultura de Blumenau se voltar apenas para a Okto-berfest. A diretora acredita que é preciso aproveitar os locais culturais existentes, incluindo os privados. “O que influencia é a forma de organização dos even-tos. É preciso saber o que a comunidade quer e o que interpreta como cultura”, acredita.

Paixão Solitária

Numa entrevista recente, o escritor português José Sa-ramago disse brincando que a Bíblia não é um livro indi-cado para menores de idade. Com toda a sorte de assas-sinatos, traições, incestos e adultérios, teríamos nos tex-tos sagrados uma compila-ção dos maiores maus con-selhos de todos os tempos.A ideia não é nova, e cer-tamente já passou pela ca-beça dos muitos escritores que recorreram aos dramas bíblicos para garimpar a matéria-prima dos seus li-vros. Entre eles, o gaúcho Moacyr Scliar, autor de inúmeros contos e roman-

ces que fazem referências diretas ou veladas às “pa-lavras ditadas por Deus”.Scliar compôs uma trilogia de romances que se debru-çam sobre passagens ou personagens quase sempre periféricos na mitologia ju-daico-cristã. No Manual da Paixão Solitária, publica-do em 2009, Scliar retoma o capítulo 38 do Gênesis, “história do patriarca Judá, de seus filhos e de uma mulher chamada Tamar”.A “paixão solitária” do tí-tulo é uma brincadeira com o nome de um dos filhos de Judá, Onan, que teria ori-ginado — erroneamente, como mostram o romance e o capítulo bíblico — o

vocábulo onanismo, si-nônimo de quiromania e masturbação (sim, Sara-mago tem razão sobre os maus conselhos bíblicos!).Mas o livro não se restringe a isso. Onan é apenas um coadjuvante da trama que nos cativa graças à estranhe-za do assunto e às virtudes narrativas de Scliar, alguém que finge contar histórias à moda antiga e nos sur-preende com a energia de um texto novo e aprazível.Leitura de entretenimento, taí uma indicação.

Maicon Tenfen Escritor e colunista do Jornal de Santa Catarina

“A arte é uma forma do ser humano expressar sentimentos de forma consciente e aplicando conhecimentos técnicos”.

Uma arte visual de rápida compreensão, que tem como tema a figura humana, se utiliza do exagero, desperta a comicida-de e tem alto valor documental.

“Não sei quando comecei a fazer caricaturas, só sei que continuei”.

[email protected]://twitter.com/Areacultural

Fonte: Divulgação

Gostou das caricaturas?Saiba mais em:

www.costadesouza.com

Fonte: Divulgação

Este é o conceito que o artista estabelece para a caricatura.

Page 2: Área Cultural 2ª edição

Cadastro: Basta preencher a ficha de cadastro no site: http://www.seblumenau.org/ e enviar junto com textos de autoria própria, inéditos ou não, para serem julgados pelo Conselho Editorial.

Qualquer pessoa que atua na atividade literária, que desen-volva trabalhos criativos e de

Um lugar para a prática da di-vulgação da literatura. Você sabia que Blumenau tem uma Sociedade de Escritores?Fundada em 1999, a socieda-de organiza eventos e man-tém cursos e oficinas de for-mação e atualização literária.A Sociedade dos Escrito-res de Blumenau (SEB) realiza feiras e congres-sos em que os associa-dos, cerca de 60 pessoas, são participantes ativos.

Seção de arteVocê já ouviu falar sobre os “man-gás”? Os desenhos japoneses já se tornaram febre em Blumenau. Ca-mila Gabriele Mammrich, 21 anos, faz parte dos fãs deste estilo de de-senho. Mas a jovem não só gosta, como faz ilustrações para cartazes e estampas de camisetas. Os desenhos são feitos por lazer, e é por meio deles, que a jovem ex-

Camila explica: “Os desenhos no estilo mangá mostram mais as ex-pressões faciais, é mais ´realista` com as emoções”. A vontade de desenhar surgiu aos 11 anos, de-vido a um colega, que a desafiou: “Duvido que você consegue fazer este desenho”, relata. Camila fez a ilustração e percebeu o interes-se pelos mangás, que permanece até hoje, registrado nos desenhos.

pressa sentimentos e extravasa as frustrações. Mas, por que o dese-nho japonês?

Informações Culturais

Canto da Poesia

Respostas ... porque chegaste como mar, a nuvem que eu era choveu em teu corpo e tornamo-nos um mesmo infinito.

... porque soubeste juntar todo pó que me espa-lhava, e ousaste unir-me, massa confusa, à beleza da tua história, somos hoje cordilheira.

... e porque teus olhos me confirmaram o que já di-ziam teus lábios e todo teu ser, que nos quedaste eternos.

Nascido em Blumenau, o autor é historiador, escritor, e editor do site de literatura Sarau Eletrônico, da Biblio-teca da FURB. Possui três li-vros publicados: “Sob a luz do farol” (crônicas, 2005), “De espantalhos e pedras tambem se faz um poema” (poemas, 2008) e “Pequeno álbum” (contos, 2009).

Sobre o autor:

O lugar para escritores

Viegas Fernandes da Costa

Quer conhecer mais? Acesse:http://viegasdacosta.blogspot.com/

manifestação de espírito hu-mano ou que participe de atividades culturais que possam beneficiar a comuni-dade (editores, professores, tradutores, entre outros) po-dem fazer parte da entidade.

Como participar?

Não existe casinha mais poética que a casa de um pescador. Tudo nela se re-veste de simplicidade, cores e aromas. Um cenário onde se descortinam madrugadas frescas e douradas de auro-ra.

Otto mora numa casinha as-sim. Toda caiada de branco e decorada com madeira de demolição. Paus roliços re-colhidos na praia ornam as escadas do mezanino. Ele não vive só da pesca. Man-tém um pequeno estaleiro e vive do jeito simples que vivem os homens do mar.

A rede de algodão, entre dois ganchos, estica os de-dos de fios grossos e aca-ricia o corpo candado do marujo. Uma velha canoa pendurada fora de casa guarda em seu casco as marcas do tempo. Histórias de amor e perdição. Ondas mansas e bravias, tempesta-des, naufrágios, salvação emorte.

Crônica

O mar batendo quase à por-ta da cozinha. o rumor das ondas e a brisa do ar ma-rinho. Se um assovio mais forte no meio da noite açoi-ta as paredes do quarto, o morador fecha os olhos e evoca lembranças de velas brancas e cardumes cinti-lantes passando ao lado da embarcação.

Enquanto constrói seus barcos, planeja a próxima aventura, Seja por terra ou mar, que tanto pode ser para Ilha Bela, Austrália, Havaí ou Patagônia. Mas, no seu cantinho de mundo, protegido por pedras e mata nativa ninguém é mais poe-ta que ele. Quando escreve fala de amor, maçãs e solda-dos, abandono, hipocrisia e solidão. Ao anoitecer, antes do jantar, acende tochas de querosene para não ofuscar a luz da lua cheia. Deita-se na rede. Toma o violão e de-dilha uma canção de amor.

Diz aí!“O que falta nos Cadernos Culturais?”

“Conhecer as origens de nossas famílias, e a partir desses conheci-mentos, as vezes esquecidos, pode-ríamos melhorar a relação de ética com o próximo”.

“Está faltando espaço para a cul-tura amadora, principalmente para as bandas locais”.

Tuany Bertoldi - 19 anos

Música.com.BNU

Fernando Jader Mantau - 18 anos

Alguns dizem que a mú-sica está no sangue. Este é o caso da família Stein. Sérgio e Lígia se conhe-ceram aos oito anos em uma escola musical, nos anos 70. Sérgio nunca se afastou da música, mes-mo com outras atividades profissionais.

Os dois filhos seguiram o mesmo caminho dos pais: João Alexandre (19 anos) começou a tocar violino aos cinco anos, já Carolina (17 anos) aos três anos. Ambos ensina-dos pela mãe.

“Era minha forma de la-zer, tocava acordeon, sa-xofone, violão e contra-baixo acústico”, lembra. Já Lígia, começou a dar aulas de música aos 14 anos. Mais tarde, iniciou a faculdade de música, na área de licenciatura.

Em 1996, a família musical criou a Escola de Música Espaço Kan, em Blumenau. Sérgio é administrador da escola e também professor de contrabaixo acús-tico. Enquanto a esposa é professora de piano, violi-no, viola, acordeon, flauta doce e musicalização. O filho é professor de violino. E Carolina, toca flauta transversa nas apresentações em família ou em casa, apenas por lazer.

O sonho se torna real ...

A casa poética

Confira

Estudante de Administração

Estudante de Publicidade e Propaganda

Fonte: Luana D

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onte: Divulgação

Fon

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Elenco: Anne Hathaway (Alice no País das Maravilhas), Neil Patrick Harris (da série “How I Met Your Mother), Rodrigo Santoro, Carlos Ponce, Jake T. Austin, Kate Del Castillo e Bernardo de Paula.

Com a direção do brasileiro Carlos Galdanha, da trilogia “A Era do Gelo”, o longa “Rio” conta história de uma arara azul (Blu).

Assista o trailler em:http://www.youtube.com/watch?v=avk1L3DSi90

Livre para voar, ao olhar carioca

Nesta viagem, o filme mostra a cultura da “cida-de maravilhosa”: praias, esportes, e claro, o Cristo Re-dentor.

O pássaro embarca em uma aventura para chegar ao Rio de Janeiro.

A animação de-monstra os prin-cípios da amiza-de, do amor e da coragem.

O filme chega nas telonas em 2011.

Terezinha Manczak Cônsul de Poetas del Mundo do

Estado de SC.

Fonte: D

ivulgação

Fonte: Divulgação

Projeto Experimental de Comunicação (PEC)Acadêmica: Luana Dallabrida.

Coordenadora e orientadora do PEC: Professora Doutora Ofelia Elisa Torres Morales.

Fon

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