arcadismo (1756-1825, em portugal) (1768-1836, no brasil)

13
Arcadismo (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Upload: baba

Post on 08-Jan-2016

84 views

Category:

Documents


13 download

DESCRIPTION

Arcadismo (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil). Casa No Campo (Zé Rodrix e Tavito) Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo Onde eu possa ficar no tamanho da paz - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

Page 1: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Arcadismo (1756-1825, em Portugal)

(1768-1836, no Brasil)

Page 2: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Casa No Campo(Zé Rodrix e Tavito)

Eu quero uma casa no campoOnde eu possa compor muitos rocks ruraisE tenha somente a certezaDos amigos do peito e nada maisEu quero uma casa no campoOnde eu possa ficar no tamanho da pazE tenha somente a certezaDos limites do corpo e nada maisEu quero carneiros e cabras pastando solenesNo meu jardim

Eu quero o silêncio das línguas cansadasEu quero a esperança de óculos

Meu filho de cuca legalEu quero plantar e colher com a mão

A pimenta e o salEu quero uma casa no campo

Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapéOnde eu possa plantar meus amigos

Meus discos e livrosE nada mais

Page 3: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Características principais

• Paisagem campestre;

• Fuga para um mundo idealizado.

O balanço, de Jean-Honoré Fragonard, 1765

Page 4: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Em Portugal

• Fundação da Arcádia Lusitana (1756) para combater o exagero barroco;

• Poesia como gênero literário predominante.

Templo de Apolo em Phigalia, de Burlloff, 1835

Page 5: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Bocage(1765-1805)

Page 6: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Lírica

Olha, Marília, as flautas dos pastoresQue bem que soam, como estão cadentes!Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentesOs Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os AmoresIncitam nossos ósculos ardentes!Ei-las de planta em planta as inocentes,As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,Ora nas folhas a abelhinha pára,Ora nos ares sussurrando gira.

Que alegre campo! Que manhã tão clara!Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,Mais tristeza que a noite me causara.

Page 7: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Satírica

Dos tórridos sertões, pejados de ouro,Saiu um sabichão de escassa fama, Que os livros preza, os cartapácios ama, Que das línguas repartem o tesouro. Arranha o persiano, arranha o mouro, Sabe que Deus em turco Allah se chama;Que no grego alfabeto o G é gamma,Que taurus em latim quer dizer touro. Para papaguear saiu do mato. Abocanha talentos, que não goza. É mono, e prega unhadas como gato. É nada em verso, quase nada em prosa. Não conheces, leitor, neste retrato O guapo charlatão Tomé Barbosa?

Page 8: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

No Brasil

• Inconfidência Mineira (1789)

Tiradentes

Page 9: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Cláudio Manuel da Costa(1729-1789)

• O lançamento de Obras poéticas (1768), de Cláudio Manuel da Costa, foi o marco inicial do Arcadismo no Brasil.

Pastores, que levais ao monte o gado, Vêde lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda a terra, Basta ver se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro.

Page 10: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Tomás Antônio Gonzaga(1744-1810)

Page 11: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Lírica

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado,De tosco trato, de expressões grosseiro,Dos frios gelos e dos sóis queimado.Tenho próprio casal e nele assisto;Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;Das brancas ovelhinhas tiro o leiteE mais as finas lãs, de que me visto.Graças, Marília bela,Graças à minha estrela!Eu vi o meu semblante numa fonte:Dos anos inda não está cortado;Os pastores que habitam este monteRespeitam o poder do meu cajado.Com tal destreza toco a sanfoninha,Que inveja até me tem o próprio Alceste:Ao som dela concerto a voz celeste,Nem canto letra que não seja minha.Graças, Marília bela,Graças à minha estrela!

Trecho de Marília de Dirceu, Parte 1, Lira I. Nesta primeira parte,

Gonzaga conta para Marília os planos para o

casamento.

Page 12: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Lírica

Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, Fui honrado Pastor da tua Aldeia; Vestia finas lãs e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal e o manso gado,Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.

Para ter que te dar, é que eu queria De mor rebanho ainda ser o dono;Prezava o teu semblante, os teus cabelos Ainda muito mais que um grande Trono. Agora que te oferte já não vejo, Além de um puro amor, de um são desejo.

Se o rio levantando me causava,Levando a sementeira, prejuízo,Eu alegre ficava apenas viaNa tua breve boca um ar de riso.Tudo agora perdi; nem tenho o gostoDe ver-te ao menos compassivo o rosto.

Trecho de Marília de Dirceu, Parte 2, Lira XV. Na segunda parte da obra, após ser preso

junto aos outros inconfidentes, Gonzaga

lamenta a solidão e o sofrimento em razão do afastamento forçado da

amada.

Page 13: Arcadismo  (1756-1825, em Portugal) (1768-1836, no Brasil)

Satírica

Não cuides, Doroteu, que vou contar-te por verdadeira história uma novela da classe das patranhas, que nos contam verbosos navegantes, que já deram ao globo deste mundo volta inteira. Uma velha madrasta me persiga, uma mulher zelosa me atormente e tenha um bando de gatunos filhos, que um chavo não me deixem, se este chefe não fez ainda mais do que eu refiro.(...) Tem pesado semblante, a cor é baça, o corpo de estatura um tanto esbelta, feições compridas e olhadura feia; tem grossas sobrancelhas, testa curta, nariz direito e grande, fala pouco em rouco, baixo som de mau falsete; sem ser velho, já tem cabelo ruço, e cobre este defeito e fria calva à força de polvilho que lhe deita.

Trecho de Cartas chilenas, em que, sob o psudônimo de Critilo, Gonzaga critica os desmandos de Luís da Cunha Menezes (a quem o poeta dá o apelido de Fanfarrão Minésio), que governou a cidade de Vila Rica entre 1783 e 1788. As críticas são enviadas por carta ficticiamente do Chile (daí o título) para um amigo do poeta chamado Doroteu.

Ainda me parece que o estou vendo no gordo rocinante escarranchado, as longas calças pelo embigo atadas, amarelo colete, e sobre tudo vestida uma vermelha e justa farda.