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Carolina Iwancow Ferreira 2ª EdiçÃo Atualizada de acordo com a reforma da Lei de Arbitragem e o Novo CÓdigo de Processo Civil ARBITRAGEM INTERNACIONAL SUA APLICAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO & ARBITRAGEM INTERNACIONAL

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com a reforma da Lei de Arbitragem e

o Novo CÓdigo deProcesso Civil

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2509747885849

ISBN 978-85-8425-097-4

“A obra da Professora Douto-ra Carolina Iwancow Ferreira sobre arbitragem resultou num absoluto sucesso.Como previ-mos em nossos comentários à primeira edição, esta obra por ser atual, muito bem elaborada,com profundidade de pesquisa, seriedade acadêmica nos seuscomentários e reflexões, viroureferência importante aos estu-dantes e operadores do direito que estudam ou trabalham com o tema – arbitragem. Com isso, esgotou-se rapidamente a pri-meira edição, contemplando ago-ra, o lançamento de sua segunda edição, revisada e atualizada.A autora, incansável, sempre se dedicando aos estudos e aulas nas faculdades, encontrou tempo pararever e aprofundar os estudos de sua primeira obra, atualizando-a de acordo com o Novo Código de Processo Civil e com a Refor-ma da Lei de Arbitragem.”

Professor Doutor Antônio Márcio da Cunha Guimarães

CAROLINA IWANCOW FERREIRA

Doutora e Mestre em Direito das Relações Econômicas Inter-nacionais pela PUC-SP. Graduadaem Direito pela PUC-Campinas.Diretora jurídica e proprietária de escritório de advocacia, com ênfase em Direito Internacional eEmpresarial. Advogada inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil ePortugal. Sócia do ramo brasileiro da International Law Association. Professora de Direito Empresarialda Faculdade de Direito e de Ges-tão Empresarial da Pós-Gradua-ção da Puc-Campinas. Autora dediversas obras e artigos jurídicos.

Esta obra tem por objetivo analisar os principais aspectosjurídicos e econômicos da arbitragem internacional en-quanto solução alternativa de confl itos, no contexto da globalização, caracterizada pelo intenso fl uxo do comér-cio internacional. Buscam-se os instrumentos de suporte contra a infl ação do volume de processos judiciais que atingem diretamente a atividade empresarial nacional.

Neste sentido, pretende-se expor as diferentes mo-dalidades de arbitragem internacional, bem como asvantagens de sua aplicação no direito brasileiro. Para tanto, torna-se importante observar os mecanismos de controle internos e internacionais. Em síntese, a demonstração se baseia no exercício da autonomia da vontade como forma de internacionalização dos con-tratos pautados na nova lex mercatoria, encontrando na arbitragem o veículo mais adequado para a solução das disputas empresariais decorrentes.

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ARBITRAGEM INTERNACIONAL

E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO

Carolina Iwancow Ferreira

2ª EdiçãoAtualizada de acordo com a

Reforma da Lei de Arbitragem e o Novo Código de Processo Civil

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Copyright © 2015, D’ Plácido Editora.Copyright © 2015, Carolina Iwancow Ferreira

Editor ChefePlácido Arraes

Produtor EditorialTales Leon de Marco

Capa Letícia Robini de Souza

DiagramaçãoLetícia Robini de Souza

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, por quaisquer meios, sem a autorização prévia da D’Plácido Editora.

Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

FERREIRA, Carolina IwancowArbitragem internacional e sua aplicação no direito brasileiro -- Belo Horizonte:

Editora D’Plácido, 2015.

Bibliografia.

ISBN: 978-85-8425-101-8

1.Arbitragem Internacional.2.Comércio Internacional.3.Direito. I. Título II. Autor III. Direito

CDU341 CDD340

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843 , SavassiBelo Horizonte – MGTel.: 3261 2801CEP 30140-002

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As pessoas podem duvidar do que você diz, mas elas acreditarão no que você faz.

Lewis Cass

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Dedico esta obra, especialmente, para Frederico Motta.Dedico, também, para meus queridos alunos,

eterna fonte de inspiração.

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Agradeço ao Professor Doutor Antônio Márcio da Cunha Guimarães por sempre e, incondicionalmente,

ter acreditado em meu trabalho.

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SUMÁRIO

PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO 15

PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO 17

INTRODUÇÃO 19

1. NOVO CONTEXTO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 231.1. NOVO DIREITO INTERNACIONAL 231.2. GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA 241.3. COMÉRCIO INTERNACIONAL 281.4. USOS E COSTUMES INTERNACIONAIS 321.5. SOCIEDADE INTERNACIONAL

DE COMERCIANTES 351.6. DIREITO COMERCIAL INTERNACIONAL 381.7. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 421.8. PRINCÍPIOS DO UNIDROIT 451.9. ORDEM PÚBLICA 491.10. AUTONOMIA DA VONTADE 521.11. BOA FÉ 581.12. PACTA SUNT SERVANDA 61

2. ARBITRAGEM COMERCIAL INTERNACIONAL 63

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2.1. ARBITRAGEM 632.2. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 662.3. CONSTITUIÇÃO DO JUÍZO ARBITRAL 692.4. ARBITRAGEM NACIONAL E INTERNACIONAL 712.5. ARBITRAGEM NO

COMÉRCIO INTERNACIONAL 732.6. CONTRATOS INTERNACIONAIS 782.7. LEX MERCATORIA 902.8. INCOTERMS 99

GRUPO “E”: PARTIDA 102GRUPO “F”: TRANSPORTE

PRINCIPAL NÃO PAGO 103GRUPO “C”: TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO 104GRUPO “D”: CHEGADA 106

2.9. PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DE ARBITRAGEM 1092.9.1. CÂMARA DE COMÉRCIO

INTERNACIONAL (CCI) 1102.9.2. CORTE DE ARBITRAGEM

INTERNACIONAL DE LONDRES (LCIA) 1122.9.3. ASSOCIAÇÃO AMERICANA

DE ARBITRAGEM (AAA) 1132.9.4. COMISSÃO INTERAMERICANA DE

ARBITRAGEM COMERCIAL (CIAC) 1152.9.5. CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

DAS EUROCÂMARAS (CAE) 1162.9.6. COMISSÃO CHINESA DE ARBITRAGEM

INTERNACIONAL ECONÔMICA E COMERCIAL (CIETAC) 117

2.9.7. CÂMARA AMERICANA DE COMÉRCIO (AMCHAM) 118

2.9.8. CÂMARA DE COMÉRCIO BRASIL-CANADÁ (CCBC) 121

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2.9.9. CÂMARA DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (BRICS-PED) 122

2.10. LEI MODELO DA UNCITRAL 123

3. ARBITRAGEM INTERNACIONAL E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO 1273.1. RECONHECIMENTO E EXECUÇÃO

DE SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA 1273.1.1. HOMOLOGAÇÃO 1273.1.2. EXECUÇÃO 1333.1.3. CONFLITOS 135

3.2. TRATADOS INTERNACIONAIS 1383.2.1. CONVENÇÃO DE NOVA IORQUE 1383.2.2. CONVENÇÃO DO PANAMÁ 1403.2.3. CONVENÇÃO DE MONTEVIDÉU 1413.2.4. PROTOCOLO DE LAS LEÑAS 1413.2.5. ACORDO DE BUENOS AIRES 1423.2.6. CONVENÇÃO DE WASHINGTON 1433.2.7. CONVENÇÃO DE VIENA 143

3.3. REFORMA DA LEI DE ARBITRAGEM BRASILEIRA 146

3.4. ARBITRAGEM NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 151

3.5. PRÁTICA DA ARBITRAGEM 1583.5.1. DESPORTO 1583.5.2. INTERNET 1643.5.3. INVESTIMENTOS 1653.5.4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1683.5.5. DIREITO EMPRESARIAL 1753.5.6. DIREITO CONSUMERISTA 1803.5.7. DIREITO TRABALHISTA 1823.5.8. DIREITO IMOBILIÁRIO 184

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CONCLUSÃO 187

REFERÊNCIAS 191

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS 203

CENTROS DE ARBITRAGEM 205NACIONAIS 205INTERNACIONAIS 208

PERGUNTAS FREQUENTES 211

ANEXOS 215

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PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO

A obra da Professora Doutora Carolina Iwancow Ferreira sobre arbitragem resultou num absoluto sucesso. Como previmos em nossos comentários à primeira edição, esta obra por ser atual, muito bem elaborada, com profundi-dade de pesquisa, seriedade acadêmica nos seus comentários e reflexões, virou referência importante aos estudantes e operadores do direito que estudam ou trabalham com o tema – arbitragem. Com isso, esgotou-se rapidamente a primeira edição, contemplando agora, o lançamento de sua segunda edição, revisada e atualizada.

A autora, incansável, sempre se dedicando aos estu-dos e aulas nas faculdades, encontrou tempo para rever e aprofundar os estudos de sua primeira obra, atualizando-a de acordo com o Novo Código de Processo Civil e com a Reforma da Lei de Arbitragem.

A Professora Carolina, muito querida por seus alunos e todos os que a conhecem com proximidade, continuou seus estudos e obteve pleno êxito obtendo o Título de Doutora em Direito pela PUC/SP, o que demonstra sua incansável busca pelo saber jurídico e aprimoramento acadêmico. Tais esforços se apresentam nitidamente na presente obra, revista e atualizada e que, com toda certeza, será novamente um sucesso de vendas tal é a aceitação dos leitores.

Reafirmo minhas palavras quando da primeira edi-ção, que a presente obra é fruto de profunda pesquisa

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e séria reflexão sobre o tema arbitragem, de conteúdo extremamente importante no Direito atualmente, e que pela abordagem feita pela autora, a mesma nos apresenta um texto de fácil leitura e entendimento, resultando num trabalho a ser usado diuturnamente pelo profissional no seu mister, bem como pelo estudante de direito, para consulta e solução de suas dúvidas. Temos certeza que será igualmente um sucesso!

Professor Doutor Antônio Márcio da Cunha GuimarãesProfessor Doutor de Direito

Internacional na PUC/SPAdvogado Membro da APD

(Academia Paulista de Direito)Membro da UJUCASP (União

dos Juristas Católicos de São Paulo)Autor de diversas obras jurídicas

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PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

O presente trabalho da Professora Carolina Iwancow Ferreira é uma obra atual, importante aos estudantes e de-mais operadores do direito, mormente aqueles que militam na área do Direito Internacional e do Direito Empresarial. A autora aborda a questão da arbitragem em todos os seus aspectos, analisando a vigência e aplicabilidade da arbitra-gem produzida no âmbito internacional face à sua aplicação interna, no direito brasileiro.

Hoje em dia, a globalização nas relações jurídicas está cada vez mais potencializada, seja pela necessidade de novos mercados, seja pela possibilidade que a tecnologia nos oferece para encurtar distâncias. Por esta razão, avolu-mam-se também os problemas e dissensos entre as partes contratantes. Face à enorme dificuldade em resolver tais litígios através do Poder Público - Poder Judiciário Estatal. Irrompem as dúvidas - qual o poder judiciário competen-te? qual a lei que seria aplicável ao caso? tudo porque nas relações internacionais temos mais de um ordenamento jurídico pátrio envolvendo e se conectando com aquela relação jurídica. A melhor e mais rápida solução, sem dú-vida, é a arbitragem, daí a grande relevância do tema e do presente livro para aqueles que militam nesta área.

Carolina foi minha orientanda na Pós-Graduação stricto sensu da Faculdade Paulista de Direito da PUC/SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo

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concluído e sido aprovada em seu Mestrado com uma ótima Dissertação, que agora é publicada. O presente livro trata-se de um trabalho sério, fruto da dedicação da pesquisadora, que sendo também professora de direito internacional está constantemente se atualizando nas técnicas e informações doutrinárias sobre o assunto.

Em razão da temática e profundidade de seu conteúdo, sendo ainda de uma linguagem simples e escorreita, é de fácil entendimento, em especial para aqueles que trabalham com o assunto, tratando-se de obra de uso constante que deve acompanhar o profissional no seu cotidiano, como uma excelente ferramenta de consulta e solução de dúvidas.

Professor Doutor Antônio Márcio da Cunha GuimarãesProfessor Doutor de Direito

Internacional na PUC/SPAdvogado Membro da APD

(Academia Paulista de Direito)Membro da UJUCASP (União

dos Juristas Católicos de São Paulo)Autor de diversas obras jurídicas

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1INTRODUÇÃO

“There are many reasons why, in the great bulk of commercial cases, it makes sense to settle rather than go

to trial. Litigation is expensive; it takes a long time to get a final judgment; lawsuits are a great source of aggrava-tion and negative energy; lawsuits can disrupt business

operations; there is a potential negative publicity; an unsettled publicized case can arouse the interest of the

regulators – to name just a few obvious factors1”.James C. Freund

A arbitragem é uma alternativa adequada e eficaz para a solução de controvérsias no âmbito dos direitos patrimoniais disponíveis, quer no plano interno quer no internacional.

Inicialmente, criou-se uma ideia equivocada de “pri-vatização da justiça”, principalmente em países como o Brasil, em que a formação acadêmica dos operadores do

1 Tradução livre: “Há muitas razões para que, na maioria das questões comerciais, faça muito mais sentido resolver a controvérsia do que partir para os tribunais. Litigar é caro; leva-se muito tempo até a obtenção de uma decisão final; demandas judiciais são uma grande fonte de agravamento e energia negativa; demandas judiciais podem prejudicar as operações negociais; trata-se de potencial publicidade negativa; a exposição de um caso mal resolvido pode despertar o interesse de reguladores – nomeando apenas alguns fatores óbvios”.

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direito é predominantemente voltada para o formalismo processual, quando a única solução do litígio é a via judicial.

A arbitragem, no entanto, apresenta-se como justiça alternativa, cujas sentenças são prolatadas por árbitros li-vremente escolhidos pelas partes e especialistas nas áreas objetos dos conflitos. É um procedimento fundado na confiança entre as partes e entre estas e a decisão dos ár-bitros escolhidos.

A Lei 9.307/96 alterou radicalmente o regime legal da arbitragem no Brasil e trouxe um impacto muito sig-nificativo nas relações jurídicas, visto que mais de 90% dos contratos entre empresas já contêm cláusula arbitral.

Nesta obra são examinadas as tendências mais atuais da arbitragem internacional, relacionando-as diretamente à legislação brasileira, incentivada sua aplicação no direito interno enquanto meio seguro, rápido, flexível e eficaz na resolução de conflitos advindos, principalmente, do intenso comércio internacional.

Por razões metodológicas e de cunho didático, esta obra foi dividida em três partes.

Na primeira parte, apresenta-se uma introdução ao tema, tendo em vista a nova modelagem do comércio internacional na atualidade, tornando clara a vinculação histórica da evolução do comércio internacional e do direito internacional privado.

Examinam-se quesitos como a globalização econô-mica, a autonomia da vontade, a internacionalização das empresas e dos contratos, a sociedade de comerciantes, a nova lex mercatoria, além de alguns princípios como boa fé, ordem pública, força obrigatória dos contratos, princí-pios estes que caminham em direção às fontes do direito comercial internacional.

A segunda parte é dedicada à arbitragem no comér-cio internacional. Tem um escopo amplo de observar

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a arbitragem comercial no âmbito internacional, nas relações entre empresários de diferentes países.

Arrolam-se as principais instituições e cortes de arbitragem. Também são examinadas as regras para a interpretação dos termos comerciais e a lei modelo da UNCITRAL que propugna pela modernização e unifor-mização das normas dos negócios internacionais.

Há uma breve apreciação histórica acerca da evolu-ção da lex mercatoria, antecessora de um direito comercial estatal, como solução proposta à desnacionalização do comércio internacional.

A terceira parte procura esboçar o procedimento a que se sujeita, pragmaticamente, o comércio internacional quando porventura ocorre uma pendência ou demanda que resultou em sentença estrangeira, arbitral ou judicial, que deverá ser homologada pela Justiça Brasileira. Nesse momento, a soberania e a jurisdição estatal hão de se con-frontar com o conceito da nova lex mercatoria.

São analisados o reconhecimento e a execução de sentença arbitral estrangeira, a homologação de sentença, os tratados internacionais e alguns exemplos práticos rela-cionados ao desporto, internet, investimentos, administração pública, direito empresarial, consumerista, trabalhista e imobiliário, além da jurisprudência.

Foi minuciosamente realizada a atualização desta se-gunda edição de acordo com a proposta de reforma da Lei de Arbitragem (PL 7.108/2014) e o Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).

A temática e as generalidades abordadas nesta obra constituem apenas uma parte da matéria fundamental necessária para o entendimento da arbitragem e para a compreensão das dinâmicas forças que atuam no comércio internacional.

Em síntese, verifica-se como o comércio internacional se desenvolveu, principalmente na Idade Média até os dias

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atuais, como os empresários encontraram meios para faci-litar seus procedimentos e resolver as questões que geram conflitos, tendo em vista a lex mercatoria, sem interferência do Estado, no exercício da autonomia da vontade, busca-ram encontrar um caminho mais adequado para a solução pacífica de suas controvérsias, o que resultou na arbitragem.

Hodiernamente, os juristas não mais divergem quanto à consideração de que a arbitragem é uma forma de justiça!

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1.1. NOVO DIREITO INTERNACIONAL

“O direito internacional caminha em direção à internacionalização dos direitos dos indivíduos,

alçados à esfera internacional em alguns aspectos”. José Carlos de Magalhães

O direito internacional clássico, desde Westfália, consa-grou a plenitude das múltiplas soberanias e, principalmente, o princípio da não intervenção estatal.

O novo direito internacional, levada em consideração a contínua inter-relação existente entre direito público e privado, distingue-se pela cooperação entre os povos e os Estados, interdependentes, fruto dos impactos tecnológicos e em busca da paz universal.

Neste contexto, as relações privadas internacionais assumem relevância cada vez mais acentuada na contem-poraneidade, em razão das migrações de trabalhadores, do êxodo de refugiados políticos, dos movimentos de capitais, dos fluxos de bens e serviços, dos deslocamentos turísticos, das transferências de tecnologia, dos investimentos estran-geiros, do desenvolvimento dos transportes e das comuni-cações internacionais, enfatizada a extraordinária evolução das transferências eletrônicas de dados em escala global.

NOVO CONTEXTO DO COMÉRCIO

INTERNACIONAL

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Destarte, a globalização da economia torna mais constantes as relações que extravasam o âmbito de cada comunidade, obri-gando os sujeitos de direito a lançarem seu olhar para além das respectivas ordens jurídicas nacionais (SANTOS, 2005, p. 31).

Para tanto, a necessidade de regulamentação pelo di-reito das relações privadas internacionais é intuitiva e não carece de demonstração; a continuidade dessas relações, a previsibilidade dos seus efeitos e a justiça e segurança jurí-dica exigem e postulam essa regulamentação (Idem, p. 32).

Além disso, o direito internacional privado tem pro-fundas relações com outros ramos do direito, quais sejam: direito constitucional, direito internacional público, direito comercial internacional, direito tributário internacional, direito comunitário, dentre outros.

Busca-se, justamente, a interpretação do mundo contem-porâneo de forma multidisciplinar, dando especial enfoque a questões hodiernas como a informação e a circulação de capitais, sobre as quais se assentam hoje as relações dos homens dentro e fora de seus países, seja como indivíduos nacionais ou como produtores de conhecimentos (BATISTA, 2004, p. 324).

Finalmente, no âmbito internacional, o operador ju-rídico não pode contar com o conforto de lidar com a proteção de uma rígida separação entre legislação e prática, somente possível no plano nacional. A ausência de uma au-toridade legislativa e a escassez de mecanismos à disposição expõem o operador a permanentes mudanças produzidas na sociedade internacional (Idem, p. 315).

1.2. GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA

“A globalização é o adensamento, em todo o mun-do, de relações que têm por consequência efeitos recí-

procos desencadeados por acontecimentos tanto locais quanto muito distantes”.

Anthony Giddens

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Com a estimulante globalização econômica, a dou-trina voltou seu estudo para as práticas internacionais de comércio decorrentes de seus usos e costumes.

Nos ensinamentos de GALVES (1996, p. 351), “ne-nhum país vive isolado do resto do mundo, nem mesmo os mais ricos. Todos eles mantêm relações de várias ordens, entre si. Entre elas, as relações econômicas”.

Afirma MAGNOLI (1998, p. 7-17) que o processo foi deflagrado com o advento das grandes navegações europeias dos séculos XV e XVI, resultante de um prisma de objetivos econômicos, onde a doutrina mercantilista já preconizava a interferência governamental na economia, proliferação de monopólios comerciais, acúmulo de riquezas (metais e pedras preciosas) e um incipiente relacionamento entre o Estado e a economia.

O capitalismo se expandiu de forma diferenciada e o elemento central para a compreensão de seu movimento está na dinâmica da expansão e nas situações concretas que encontra, ou seja, no modo de articulação das leis de expansão com as estruturas sociais e políticas nacionais (CRUZ, 2004, p. 79).

A globalização do capital no decorrer do século XX, após produzir a globalização dos padrões culturais, acabou por implementar a globalização econômica irreversível do século XXI, transformando a comunidade de indivíduos em comunidade de organizações sociais (MAGNOLI, 1998, p. 18-32).

A atual era da globalização é caracterizada pelo ex-traordinário grau de mobilidade do capital em compa-ração ao do trabalho. Esta grande mobilidade deve-se a uma combinação de liberalização econômica (remoção dos controles cambiais e desregulamentação da indústria bancária) e inovação tecnológica (transferências virtuais e instantâneas de fundos através do planeta) (OLIVEIRA, 2001, p. 47-161).

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Assim, a globalização passou a afetar os mais variados aspectos da vida humana, envolvendo fatores de ordem histórica, política, econômica e social. A título de exemplo, a poderosa nação norte-americana, diante da atualíssima e devastadora crise financeira, vê-se obrigada a negociar com as demais nações do planeta para conseguir regular os mercados financeiros.

A parte da economia com maior grau de inter-nacionalização é o sistema financeiro, que significa o aumento do volume ou da velocidade de circulação dos recursos entre as diversas economias. O aspecto positivo desse processo é a superação das barreiras anteriormente impostas ao movimento internacional de capitais. O lado negativo é a maior exposição dos países aos riscos de movimentos especulativos em grande escala, a exemplo do que ocorreu a partir de setembro de 2008, com a crise desencadeada pela “bolha imobiliária” do subprime2 norte-americano.

As empresas procuram reestruturar suas atividades em termos geográficos, buscando benefícios tanto pelas vantagens comparativas de cada país como pelo próprio nível de competitividade.

Muitas decisões em matéria de moeda, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, produção industrial e co-mercialização, são agora tomadas por organismos multi-laterais, conglomerados transnacionais, bancos, fundos de investimento, fundos de pensão e companhias seguradoras com atuação mundial.

Quanto ao processo de formação dos mercados de bloco, leciona FINKELSTEIN (2003, p. 39):

2 Trata-se de título financeiro com alto risco e baixa garantia de recebimento, como por exemplo, acesso a financiamento sem comprovação de renda, sem garantia alguma.

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A integração regional é uma tendência genera-lizada, vez que a maior parte das nações inde-pendentes, tanto as desenvolvidas como as em via de desenvolvimento, participam de um ou mais blocos ou processos integracionistas.

Ademais, diante da integração dos sistemas produtivo e financeiro em escala mundial, do enfraquecimento do poder de controle e intervenção sobre fluxos internacionais de capitais pelos bancos centrais e da crescente autonomia de setores econômicos, o Estado não consegue mais disciplinar e regular sua sociedade e sua economia exclusivamente por meio de seus instrumentos jurídicos tradicionais ou medidas econômicas mais comumente usuais.

Esta influência do processo de globalização econô-mica no direito interno, seja ela direta ou indireta, levou à criação de entidades profissionais especializadas em conci-liação e arbitragem e, também, não profissionais operadas com critérios de racionalidade material e circunscrevendo sua atuação a conflitos intragrupos, intracomunidade e intraclasses, propiciando a proliferação de foros descentra-lizados de negociação (como as Câmaras de Comércio) e a multiplicação de órgãos técnico-normativos (como a Organização Internacional para Padronização – ISO3) (GESSNER, 1995).

Por derradeiro, criados especialmente para fixar pa-râmetros de qualidade, estabelecer padrões de segurança, homologar pesquisas, dar pareceres e também promover arbitragens, os foros de negociação e arbitragem e os órgãos técnico-normativos tendem, na maioria absoluta dos casos, a oferecer processos de resolução dos conflitos muito mais rápidos, menos dispendiosos e mais eficientes do que os judiciais.

3 Mesmo que a sigla inglesa (ISO): International Organization for Standardization.

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1.3. COMÉRCIO INTERNACIONAL“Um comércio internacional livre e juridicamente uniforme; ideal para a troca de riquezas; que sirva

de instrumento na busca de dignidade e justiça social entre as nações; únicas bases aceitáveis para

uma nova ordem econômica internacional, muito propagada e pouco trabalhada”.

Hermes Marcelo Huck

O comércio internacional é disciplina da teoria eco-nômica, que juntamente com o estudo do sistema finan-ceiro internacional, formam a disciplina da economia internacional. Para esta teoria do comércio internacional, vários modelos4 foram propostos para prever os padrões de comércio e analisar os efeitos de suas políticas.

Para fomentar o comércio internacional de forma equilibrada e sustentável, os Estados procuram introduzir políticas que potencializem as exportações e minimizem as importações. Incentivam as empresas a ampliar e desen-volver negócios em mercados externos, atrair fornecedores internacionais, construir uma logística adequada, realizar operações financeiras internacionais e desenvolver estraté-gias para a internacionalização dos negócios destas empresas que atuam em mercados globais.

O comércio internacional é a troca de bens e servi-ços através de fronteiras internacionais ou territórios. Está presente em grande parte da história da humanidade, mas sua importância econômica, social e política foi crescente

4 O modelo ricardiano, que trata das vantagens comparativas, é talvez o mais importante conceito de teoria do comércio internacional. Neste modelo, os países se especializam naquilo que produzem melhor relativamente aos outros produtores. Vide: BAUMANN; CANUTO; GONÇALVES (2004).

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nos últimos séculos. O avanço industrial e dos transportes, a globalização, o surgimento das corporações transnacionais5 e o outsourcing6, tiveram grande impacto no incremento deste comércio.

Não tem caráter meramente artesanal, como a troca de bens para a suplementação das necessidades básicas do país importador, mas representa uma atividade econo-micamente constituída, importante para a satisfação das necessidades de uma sociedade e para o desenvolvimento do país como um todo.

Comércio “significa crescimento mais acelerado, pa-drões de vida mais elevados e novas oportunidades de negócios” (CRETELLA NETO, 2004 (b), p. 163).

O livre comércio internacional é defendido pelos pa-íses economicamente mais poderosos. Atualmente, Estados Unidos, Reino Unido e Japão são seus maiores precursores.

O modo mais direto de internacionalização da ati-vidade de uma empresa é a exportação. Esta situação não envolve um investimento tão grande como outras estra-tégias, mas não deixa de implicar a tomada de decisões importantes, especialmente no que tange ao transporte e à distribuição dos produtos.

Na importação, o procedimento deve ser efetuado via nacionalização do produto ou serviço, que ocorre a partir de procedimentos burocráticos ligados ao órgão de

5 Empresa transnacional é “a sociedade mercantil, cuja matriz é cons-tituída segundo as leis de determinado Estado, na qual a propriedade é distinta da gestão, que exerce controle, acionário ou contratual, sobre uma ou mais organizações, todas atuando de forma concertada, sendo a finalidade de lucro perseguida mediante atividade fabril e/ou comercial em dois ou mais países, adotando estratégia de negócios centralmente elaborada e supervisionada, voltada para a otimização das oportunidades oferecidas pelos respectivos mercados internos” (CRETELLA NETO, 2006, p. 27).

6 Mão de obra terceirizada, subcontratada.

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Carolina Iwancow Ferreira

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2ª EdiçÃoAtualizada de acordo

com a reforma da Lei de Arbitragem e

o Novo CÓdigo de Processo Civil

ARBITRAGEM INTERNACIONAL

SUA APLICAÇÃO NODIREITO BRASILEIRO&

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ISBN 978-85-8425-101-8

“A obra da Professora Douto-ra Carolina Iwancow Ferreirasobre arbitragem resultou num absoluto sucesso.Como previ-mos em nossos comentários àprimeira edição, esta obra porser atual, muito bem elaborada,com profundidade de pesquisa,seriedade acadêmica nos seuscomentários e refl exões, viroureferência importante aos estu-dantes e operadores do direito que estudam ou trabalham com o tema – arbitragem. Com isso,esgotou-se rapidamente a pri-meira edição, contemplando ago-ra, o lançamento de sua segunda edição, revisada e atualizada.A autora, incansável, sempre sededicando aos estudos e aulas nasfaculdades, encontrou tempo pararever e aprofundar os estudos desua primeira obra, atualizando-ade acordo com o Novo Códigode Processo Civil e com a Refor-ma da Lei de Arbitragem.”

Professor Doutor Antônio Márcio da Cunha Guimarães

CAROLINA IWANCOW FERREIRA

Doutora e Mestre em Direitodas Relações Econômicas Inter-nacionais pela PUC-SP. Graduadaem Direito pela PUC-Campinas.Diretora jurídica e proprietáriade escritório de advocacia, comênfase em Direito Internacional eEmpresarial. Advogada inscrita naOrdem dos Advogados do Brasil ePortugal. Sócia do ramo brasileiroda International Law Association.Professora de Direito Empresarialda Faculdade de Direito e de Ges-tão Empresarial da Pós-Gradua-ção da Puc-Campinas. Autora dediversas obras e artigos jurídicos.

Esta obra tem por objetivo analisar os principais aspectos jurídicos e econômicos da arbitragem internacional en-quanto solução alternativa de confl itos, no contexto da globalização, caracterizada pelo intenso fl uxo do comér-cio internacional. Buscam-se os instrumentos de suporte contra a infl ação do volume de processos judiciais que atingem diretamente a atividade empresarial nacional.

Neste sentido, pretende-se expor as diferentes mo-dalidades de arbitragem internacional, bem como as vantagens de sua aplicação no direito brasileiro. Para tanto, torna-se importante observar os mecanismos de controle internos e internacionais. Em síntese, a demonstração se baseia no exercício da autonomia da vontade como forma de internacionalização dos con-tratos pautados na nova lex mercatoria, encontrando na arbitragem o veículo mais adequado para a solução das disputas empresariais decorrentes.

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ISBN 978-85-8425-101-8