aragao - idus.us.es

17
mudanfar inrtitucionair e tecnoldgiias no setor de telecomunicaf6erbrarileiro e reus impactor noprocerro e nar rela& de trabalho: o caso das telecomunicaf6erem Sergipe Verlane ARAGAO SANTOS Jose NILTON DE MELO 1,uis CAVALCANTEDE ALBUQUERQUE

Upload: others

Post on 28-Jun-2022

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ARAGAO - idus.us.es

mudanfar inrtitucionair e tecnoldgiias no setor de telecomunicaf6er brarileiro e reus impactor noprocerro e nar rela& de trabalho:

o caso das telecomunicaf6er em Sergipe

Verlane ARAGAO SANTOS Jose NILTON DE MELO

1,uis CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE

Page 2: ARAGAO - idus.us.es

As mudungax institucionais e tecnol6gicas no setor de telecomunicag5ex braxileiro e seus impactor noprocesso e nus relag6es de habalho:

o caso das~elecomunica~6es em Sergipa' Verlane ARAGAO SANTOS Jose NILTON DE MELO' Luis CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE'

0 quadro mais geral de mudangas recentes no Capitalisma define-se a partirde alguns elementos de natureza complementar: a reestruturag80 produtiva, corn as novas tecnologias da informaqio e da comunicagXo, a robb- tica, a microeletr6nica e as "novas" formas de gzstZo do process0 de trabalho; a hegemonia do preceito ideolb- gico neoliberal, corn conseqiiencia sobre a forma de regulag50 ccon6mica; e a intensificagZo da internacionaliza$Zo do capital, identificada pelo signo da globalizaq80, em que se acel~tua o poder do capital financeiro sobre as decisdes empresariais.

No Brasil, a privatizagXo acontcce de maneira retardatMa em relagXo i Europa. e a alguns msos la ti no^ americanos. ~ort-m o amcesso a c m e de maneira mais rbida, precipitando~se principalmente com a promulga~Bo . . . . . ~. da Lei Geml das TelecomunicagOcs (LGT), em 1997. Optando em proinover a quebra total dn monop6lio pfiblico, no Brasil empreendeu-se a abertura total do rnercado, com acesso ineshito do capital estnngciro 3s companhias telef6nicas existentes. Ao Estado, a partir de entXo, caberia o papel de regulamcntar o setor, scndo criada para fa1 a ANATEL (Agencia Nacional de Teiecomunicaqfies).

A regiZo que conesponde ao espaCo territorial que vai do estado do MaranhXo an Rio de Janeiro, cobrindo ainda os estados do Norte do Brasil, Par& h a p s , Amazonas e Roraima, passa a ser atendida pela TELE

mercado local.

Ap"vatiraqXo nXo ss6 alterou o arcabouqo institutional que estruturao setorno pais,mas tambem intcnsificou as mudancas tt-cnicas. corn a exoanszo da dieitalizacZo das redes e do uso da fibra 6tica.viabiiizand0, por sua vez,ocrescimentodos sistemasde annazenamentoe transmissZodcdados,dentre eles a intemct. No Xmbitodo

4 NarAsnrP,E aEuraa,Nn

' Pesquiia realizadv corn rrcunos do FUNIEClFAPlSE.

' Pmfeasm Assintente do Depwnment~ de EconomidUFS e Mentre em CiPncias S o c k s (NF'PCSNFS). i Grvduvdu em CiCncivs Econarnicas (UPS) e bo1siste.de lnicia$%o Cientiiiia PIBICICNPq (2000-2001). 'Graduudo em Cieocias Econdmicas (UFS) e bolsistadc 1niciq;lo Cientifica PIBICICXTq (2000-2002).

Page 3: ARAGAO - idus.us.es

24 V, ARAGAO, 1. NILTON, L. CAVALCANTE. ..rmud<,irjur riormro, deitlecamai~cae^ri b,u~iiri ioriaur imporins iiar rr loidrrdr imbnliio 369

mundo do trabalho, a privatizagio significou profundas altcraqnes no padrio de uso e rrmuneragio da mjlo-de- ohra, atingindo as formas de organirac8o das atividades laborais e as relagnes de trabalho, com retlcxos substanciais sobre os sindicatos dos trabalhadores incorporados as empresas de telecomunicaqOcs.

0 objetivo deste artigo d tornar publico os resulfdos parciais dainvestigaqBo desenvolvida pelo gupo de pesyuisd sobre as Tecnologias da Informaqio e da Comunica$Ho (TICS), do Observat6rio de Economia e Comunicagjlo do Depanamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, que trata dos impactos da reesvuturagHo produtiva sobre o processo e as rela~nes de trabalho. Para tanto, empreendeu-se aplica@o de questionkios semi-abertos,junto an SlNTTELISE (~indicato dos Telefirnicos doEstado de Sergipe),englobando trabalhadores das Breas de rede,comutaqjlo, transmissxo, adminisvaqZo e manutengBo, das empresas de telefolua fixa e m6vel do cstado

Primeiramente, serjlo discutidos os marcos teorico-hist6ricos que orientaram apesquisa, procedendo endo a apresentaqioe a anilise de a1gunsresultados.Noitem I , discutem-se anaturezae asprincipais caracteristicas da iiltima onda de transformag6es na base ttcnico-produtiva, altm da alteragHo nos padraes de regulagio econ6mica, no interior do modo de produqio capitalista. 0 papel das "novas tecnologias da informaqBo e da comunicaqjlo"e,neste espectro,aimpon&ciaestratCgioa das telecomunicagRes.0 itemseguinte tragaoquadro evolutivo do setor de telecomunicagaes no Brasil, dcstacando, entre outras coisas, os seguintes aspectos: a formagjlo e desenvolvimento do sistema TELEBRAS, evolugio da infra-estrutura, considcrando inclusive as politicas industrial e tecnal6gica voltadas para o setor,e as mudan$as dc ordcm institutional, que desembocaram na privatizucio, em 1998, das ernpresas subsidikias de tclefonia. Por fim, o item 3, analisa~se o histdrico e as

I. Recstrumra$io capitalista, tics e o setor de telecomunicaq6es

Desde as decadas de 60 e 70, o Capitalismo vem passando por transformaCfies ttcnicas importantes, re la^ tivas A intensificaqio da microeletr6nica. o surgimento da rohdtica, altm do desenvolvimento das novas tecnologias da informaqio e da comunica$jlo, premiado pelo aparecimentu da internet e pela expansjlo da tccnologia digital. Estes cram sinais do progresso ttcnico inerente i s formas de acumulagio capitalista, nu contexto da concor8ncia intra-capitais e reflexos imanentes da crise estrutural do sistema. Com alterapRes intensas na base tecnico-produtiva, consubstacitrm-se ~demais mudangas na ordem do trdbalho e no modo de regulagZo, frente an esgotamento do padran de acumulaqio hegem6~co desde o p6s~guera, denominado de taylorista-fordista.

E possivel elencar algumas caracteristicas desde novo quadro de transformagbes, chamado de Terceira Revolugio Industrial: I) introdu~ioe difusio de umanova base t~cnicamicroele~6nica,mb6tica; 2) inboduqio de inova$Res organiracionais -just in rime, kanhan,qualidade total etc; 3) esgotamento do padrZo de acumula$Bo fordista; 4) esvangulamentu do seu modo de regulagjlv - Walfare State; 5 ) ascensio do ideicio neoliberal; 6) emergencia dc um novo padrio de acumulaqio -"flmivel"; 7 ) desemprcgo estrutural; 8) fexibilizaCZo dos processes e relaqnes de trabalho; 9) novas enig8ncias de qualificagZo; 10) novo perfil do trabalhador -

Page 4: ARAGAO - idus.us.es

370 Ill ENCUENTRO IBIROAMERICANO DE ECONOMiA P O ~ C A DL 14 COMUNCACION

"polivalente"; 11) fragmenta$io e heterogeneidade da classe trabalhadora; 12) acentuado ritmo do desassalariamento; 13) predominsncia do capital financeiro (ARANHA, 2000).

0 processo recente dereestruwraqio da produqXopode ser identificado aputir do surgimento de experiencias pontuais, como o toyotismo,noJapXo, e o volvoismo,na Sukcia,paradigmas do chamado modelo de acumula~8o flexivel. No caso do modelo japan&, 6 possivel identificar caracteristicamente a ahsor@o de mudan~as muito mais organizacionais do que modificadoras da base t6cnico-produtiva, como por exemplo a importa$Bo da expenencia textil, onde o trabalhador opera simultaneamente vjrias m8quinas, e das tecnicas de comunicaq~o, como o konban, usuais nos supermercados nos Estados Unidos.

A experi&ncia japonesa, entretanto, permite-nos apreender algumas caracteristicas dcsse modelo flcxivel. no que cunccrne nBo somente as mudaqas na organiraqio da produ~io e do trahalho, como tambCm quanto ao papel e o significado dos sindicafos.

No toyotismo, como observa ANTUNES (1997), houve rnodifica~nes em relaqio ao trabalho, a exemplo da diminuiqio das hierarquias. da reduq.50 do despotismo fabril e da maior palticipagBo do rrahalhador na concepqio do processo produtivo.Estas modificaqOes representariamparao autor um process0 de estranhamento do ser social que trabalha. Neste "novo" modelo de acumula~io capitalisla, temos o confront0 direto com a nigidez do fordismo,baseado na flexibilidade dos processos de trahalho, dos mercado de trahalho, dos produtos e padrFes de consumo. No sentido amplo, apassagem do modelo fordista para o modelo de acumula$Xo flexivel teria trazido transformaq.50 para o mundo capitalista, qne corresponderia notadamente na altenqio de uma estmtura produtiva verticaiizada para uma horizontalizada, onde a empresa contrata outras sub-empresas (terceiriza$io).

A idCia de generalizaqio do fordismo, tanto quanto do toyotismo, deve ser questionada, como nos aasente MORAES NETO (1995,1998). 0 desenvoivimento tanto do fordismo, e o mesmo vale para o toyotismo, deu- se de maneira particular, dadas as indissiocracias de cada economia. coma tamhCm L especificidades de cada ramo produtivo. Para o autor, muitos dos elementos destas estruturds de produpio foram e sXo iinroduridos principalmente no setor automohilistico, que corresponde ao modelo paradigmitico desse conjunto de transfomaq6es.

Mais ainda, se se detCm is caracteristicas das modifica$Ho implementadas a partu do modelo japones C possfvel identificar que estas nio demarcariam uma altera@o excludente em telaqio ao modelo fordista, j i que

ao buscara nvturczvda ohnofsmo.verificamos quc o mesmo "2" superou o lvstro do trabalho vivo caracterfstico do fordimo,namedidaemqueefetuou, sob o fordisrno dafasc de 'rigificafto'.uma significativumudan~vde naiureril estritarnente organizaciand (MORAES NETO, 1998: 722).

ANTUNES (2001) corrohara esta perspectiva, no sentido de identificar neste novo momento um processo em que cabem continuidades e descontinuidades em relaqio ao padr8o at6 entio predominante. Mas, do que representar um nova modelo de produp?o e reproduqio capitalista, tal qua1 sublinharam Piore e Sobel (apud ANTUNES, 2001), as transfoma~6es que assistimos em vLias esferas s6cio-econ8micas significam a continuidade da ldgica da eaplora$io e da taclusBo. Assim,

6 precis0 que se diga do forma clara: dcsregularnenla~8o, tlexibiliza~&o. terceifiru$Ho, bem como toda esse ieceitudno que ne esparrama gel" 'mundo empresariai. sHo expressaes de "ma 16gica societal onde o capital vale e a

Page 5: ARAGAO - idus.us.es

- sz op oluameuo!a!sodar'og5ez!ie~!id 'og5eluawejn4arsap ap soiuam!hom so sopunjord ogs sarojas so soqoe ma as 'sew .s~Sea!unmoaajai seu a lens!ho!pne ou 'alualu[e!~adsa 'a sopeiap!suo~ saiolas SQI sou opuanmo maA anb sejuepnm s? sepeZ11 aluamepunjord ogsa emais!s op s!eraZ se!?uapual seysa anb a~uap!na 8

( P i ti661 'ONVIOB) ,,leqol8 Su!>.rnos ap scauuj segn ap eqlyd c mejm~xad anh 'oe5ez!lauo!3~uaiu! ap ossa.lnrd wa s!8oloo>aj ello ap msa~dwa ap no s!euo!,au!llnm s-esa~d~ua ap olluap,au!g uo'oelsa8 ap si!pez!ieuuoju! s!eqo[8 sapai srpa,!,s!jas ap ogSemin~~sa,, (3) I(.-) sesa~dua se3ood ma [e!punm r!?u31103uoo ep ogSellua3iio3 B rred cncluade .OL saiie sop rug o aps?p 'anb sasauod~l a snadam? ' sooe3pm~ s!cl!de:, sapmi8 sop sn!l!iadmo~ 0~5zz!lwuprmajoj cp '(8) ma>! ou ep!.raja~.apS8nl!s slad apsi!q!xj 'o~uaurapunjoidn o anb op yew oeu aob o '(omnruo~ ap e>!uonaja'e>!loa>ummJ '-c2!1sj1!qouo,ne E omm) saluqrodw! sgsppu! ssgn ma s!eiiopeoraiu! so!lpdo8!lo ap oySemioj -c (q) I(. . . ) ~ " 1 so aluamlo!~adsa 'so!qi!~!jap aluamcJ!uar2 s ? n ~ d sap oluame!3ueu!j 08 su!lgssa>au s!%]!de3 ap so!rplrsuadmo~ sovnu so re[nm!lsa ap an!lalqo 0 oo3 soqa3uau!J semaisls sop ,,og5~luame[n8arsap,, clad spel![!3ej, 'sam[rA 2 yo[ -nl!l ap'soqaJoeug's!e!qmen sopr9lam sop ograun312lul aluazsar2 ep aiuailo3ap ',,sr!lel!dn~ se!mouona rgd!>u,uud sup svqn_a~ucu!j a s!s!.qsnpu! sr!sanZmq sapoes se aqua le!uom!qed og-icriauadmulap os ra~o~d osualrqmn,, (z)

:ema>s!s op o ~ u a r n ~ ~ [ o ~ u a s a p ~p o luao

anb soluama[a ap 0lun~tI03 mn lod sope4!j-ralu! oglsa souauguaj salsa 'np;icz![nqo[Z ap equnqn e q o ~

'(9661 'VHNfl3) "*!inpo~d ae5ern1nrisaar F (3 'a s!~uo!Bai s03olq sop o e S e q c (q !t!mouv~a ep og5ez!ru!~ucug ap oiuam!nom op oms!, -ua2!2 o (e :soluam!nom sapued sail lexemap jan!ssod ? 'ossa~old op je1a5 s!em e q q u ! p o opuapuaardv

a sag5e~!unmo3aja1 'es!>?uuoju! :sarolas SSII ap e!aua4ianuo3 8 (3) :Jia epuemap e mo3 oe5elar 'se!501ou~a> ? 313j31 as anb nu o401op se12a1 se opurr3g!pow 'so3!1qnd so![?douolu oglua ale 'saroperado sop og3ez!ieh!1d a og5eluawe[n2aisap ap oluam!hom o (q) :s!euo!aoz!ue21o1alu! a synp!nrpuualu! oe5euaprooo ap soms!uc3am sox og5es~nmoa ep a o g 5 ~ u u o p ep se!Zo[ousai sup og503!1de c (u) :saroleJ s ~ u e opnjarqos a m3qme~ sem.e@01ou3ai ehou e o n ap opam!4ins oe seuade ogu ope4r[ ylsa o13edm! nas .apepa!aos ep a c!uouo3a ep opameuopunj 3p sagS!puos se smm zan epes opuemiojsuer, oen og5e3!unmos ep a og5euuop! cp sai2ojouoal s v

.oq[cqen op anjn-anb-assep ep o!as ou alueuodlu! oluama~a run eieuuojuoa [enlaa~alu! ropcqpqeil a>sz 'o>uam!3aquo3 r!znpoid ap apep!oedes e a sossa3ord sop o!u!mop o sop!4!xa ogs p n b o ered ' lei!de~ op og5az!roleh e emd jc!suassa laded e o n ] ropcq[cq~r~ ap od!l ohou mn 'Emllns ep a ug5e3!unmoo ep salolas sop ol!qwg ou ' xx ojnsas op o!aJu! a XIX 01""s op su!j ap ' e ~ s ! j o d o u o ~ oms!jel!de3 on maZessed ? oiuomal anb ossa~old - je!3os e~n lnqsa~adns ep ogSez![e!rlsnpu! ap ossaaord op ogsuedra ep ope1 o v .erqo-ap-ogm ep og5eq!janh ap sagiped so opu!u!japar ' oqpqeu ap sossasord so eralle a admon! se!Zo[ouaa~ sehou ap oesnj!p e anb 'o2mqma luas '%>elsap a l m u o d m ~

(61 :(9)1007'S3Nn,LNV) ol-!nZu!lxa ?pod ogo sum 'oe5~lndod ep swam! aelamd ~ ~ S a ~ d u a s a p a ol-yzue3azd apod ol-suylla ogu ssu o n ! uqleqen o nnu!m!p aped .ouemnq oqlsqcll op 3s-rezjljln uas og5~z~oj~nolnu cnr icz![ni i p zedom! [rl!do o mhlad .owl 'lal!dc~ omsam assap oe5npo~du e e ~ e d lan;pu!jsa~dm! ~[a>.md alurnhua E I T ~ U J ps oq!cqvil ap eucwml u5zoj

Page 6: ARAGAO - idus.us.es

tado, constituiqio de novas formas de regulagio, intemacionalizagio e incremento da conconfncia intemacio- nal, a grande cartada esti sendo jogada hoje na &a das telecomunicaqdcs, h e a de ponta, a l ib , na pr6pria reestruluraqHo do padrto de desenvolvimento capitalists em nivel mundial.

As telecomunicaqdes estgo no centro das grandes transfomaq6es por que passa hoje o capitalismo, na medida em que articulam a revoluqgo do proccsso econBmico (via telemMica) 2 nova mudanca estrutural da esferapdblica(abavCs, sejada6bvia vinculagiocom o setor audiovisual, seja daexpansgo da chamada dombtica, com a consrituiqio daquilo a que alguns se referem como "sociedade digital").

Do ponto de vista doprocesso econbmico mais global, as mudangas estruturais que vem se operando no setor das telecomunicaqfies estio relacionadas corn a criag8a da infraestmtura bisica para o descnvolvimento no dculo XXI.Nio 6 de se estranhar, portanto, que mudanqas estratigicas fundamentais estcjam ocorrendo nu setor, ligadas ao movimento mais amplo da chamada globalizaqio.

2. As telecomunicag6es no Brasil

2.1. Evoluq5o do Sistema Brasileiro de Telecomunica$6es

0 setor de telecomunicafdes no Brasil passou por diversas mudanqas tanto estruturais corno institucionais ao longo do siculo XX, especialmente aparrir do p6s~guena, onde as mudanqas eram visiveis nio somente no pais, mas tambem em todo o mundo e especialmente na Europa.Apartir da dicada de 70, devido i nova fase do capitalismo, a quebra do monop6lio public0 estatal das telecomunicag6cs era umarealidade para v f i o s paises, sendo para n6s aindaumfato novoe pouco discutido.No Brasil,uma das mudanqas mais notiveis foi a criacio do S ~ S ~ ~ ~ ~ T E L E B R A S , ~ ~ 1972,quepassou aserrcsponsivel portodo o sistemanacional de telecomunicaqfies. A T E L E B ~ S foi cnada apartirdas reivindicaq6es estabelecidas pelo C6digo Brasileifo de Telecomunicaq6es, de 1962, que continharegras decontrolepiiblicodos serviqos destesetor ATELEBRAS, criada pela Lei 5.792 de 11 de junho de 1972, subordinada ao MinistCrio das ComulucagGes, proporcionou um grande ganho pard toda a economia national.

Com a intuit0 de definir uma ampla palitica industrial para o setar de telecomunica$6es, foram tomadas vgrias medidas durante a seeunda metade da dicada de 60 e meados da de 70. como C o caso da cnacio da - EMBRATEL (Empresa Brasileira de Telecomunicac&s), em 1965, que era filiada 2 T E L E B ~ S , corn a finalidade de cuidar dos scwiqos de longa distllncia, do MinistCno das Comunicaqdes (Minicorn) e do CPqD,

, , . at6 i ~ c i o de 1980, devido a atuaG8o do CPqD, o Sistema de Telecomunicag6es Brasileiro (STB) presenciou um grande desenvolvimento tecnoldgico como jamais vista antes.

Segundo POCHMANN e PORT0 (2000), no inicio da dCcada de 70, o sistema TELEBRAS buscou estabelecer uma politica industrial-tecnol6gica visando elevar os indices cle nacionaliza~io de produtos do setor, bem como apoiar o desenvolvimento de indhstrias de equipamentos sobre contrvle local e dcsenvolver tecnologia localmente

J;i havianaipoca umaclarapercepq50 da transiqio tecnol6gica quc itia ocorrerno setor, com a digitalira~ho das centrais e o uso de transmissio 6ptica. Sendo assim, o CPqD mostrava-se essencial no desenvolvimento

Page 7: ARAGAO - idus.us.es

dessas tecnologias. O objetivo da TELEBRAS era de desenvolver no pais uma central digital CPA temporal, licenciar tecnologia para a produg20 local de centrais CPAespaciais e apoiar a constiruipzo e consolida~Ho de empresas sob conhole nacional para produzirem bens para o setor

A partir do inicio dos anos 80, o STB comegou a ser visto como um setor atrativo, despertando assim a ntenfio das multindcionais de scrvipos de telequipamentos dos paises cenhais, que buscam a expanbin do seu capital industrial e financeiro.

Neste momento as movimentos pela quebra do monop6lio estatal das telecumunicag6es comqam a se manifestar, no entanto, nZo se tem ainda umapresszo exercida porpate do govemo com o objetivo de privatizd- la.

No final dos anos 80 einiciocIos90, devido Bescasscz de investimmtos mteIecomunica$~s,osmovimentos privatizantes se intensificam cada vez mais, e isto p6de ser notado a pjlur do govemo Collor, que deixou bem olaro os seus interesses ern privatizar o Sistema TELEBRAS.

Desde o inicio dos anos 80, os movimentos privatizantes vinham ganhando forfa, por6m,nesta Cpoca eies tinham algumas barreiras para desestatizar as telecomunica~6es no Brasil; como por exemplo a burguesia industrial brasileira e os movimentos politicos de esquerda, como t o caso do sindicato dos trabalhadores das empresas de telecomulucafdes, SINTTEL. Estes movimentos possibilitaram um adiamento na discurs%o sobre a privatira@o das telecomulucapijes no Brasil. AlCm de contar com as barreiras internas, os movimentos p~ivatirantes se defrontaram com o desinteresse dos agentes entemos financiadores, como 6 o caso do Banco Mundial, que apresentava nesta Cpoca pouco intercsse na desestatizagio das telecomunica~Cies hrasileiras (LEAL.1997; BOLANO & FARIAS, 2000).

Entrctanto, no governo Samey, o setor de telecomunicafijes 6 acometido par cortes em investimentos, e isto f a d com que ocorra uma estagnaqZo no crescimento deste setor. Este fato estimula os movimentos privatizantes a pressionarem o governo para que este possa abrir o mercado das telecomunicapijes.

Com o governo Collor, as politicas privatirantes se tornaram mais reais, inclusive no setor de telecamunicagGes. Apesar de Collor declarar quc defenderia as estatais rentiveis, como, por exemplo, a TELEBRAS, obscmou-se no seu govema um incentive h privatiza~io dos setorcs importantes da economia brasilcira. Estes incentivos estavam prcscritos no Plano Nacionai de Desestatizasio, criado pela Lei 8.031. de 12 de abril dc 1990. Contudo, depois que foi elcito, Collor se comprometeu a dar prioridade ao pagamento da divida entema e a seguir o caminho proposto pelo Fundo Monetirio International, que, com o inruito de acabar com a inflayHo, enigia a privatizag3o dos setores estratigicos da economia brasileira, inclusive o de telecomunica$ijes.

Corn a saida de Femando Collor de Mello dapresid&ncia, assume opoder Itamar Franco, e esteestimulou, pauaadamente, o processo de privatizapHo das telecomunicagijes brasileiras. Estes estimulos puderam ser nota- dos com a promulgapHo da Lei de LicitapCies ndmero 8666193, com a fona$o do Lobby de doze grandes empresas nacionais para promover a desestatira$io dos serviqos de telecomunica$Cies c corn o decreto de regras de privatizagio da TELEBRAS.

Entrementes, as press6es pela privatizapio do sistema TELEBRAS se tomaram mais eficazes com a aprovagio da carta magna. pois ele aiegava que o sistcma Telebras precisava de rccursos para programas de

Page 8: ARAGAO - idus.us.es

'(8661 'ZH7yZNOO 78 N!IXTVMJ sO3!uS'3'lalal soS!~as ap selopeisald sesa~dma sy somalu! sa~olas sou elqo~ap-ogw ap apep!ssaaau ep elessa apue18 ma og5!nu!ru!p e 'ojdmaxa~od.opu~?snea~oq[eqe~i ap ossaaord ou a sen!lnpold se5uepnm sep amas ou glsa ea!ua?l aseq ep ogSwalle essa 'leluode ajon je 3 .ugSez!len!ld e moa ossaao~d assap oSuehu o eAea!Jguap! yl'opnjuoa ae!au~pua~ \i , ~ ~ q a f i ep o]uam!njohuasap o e n d u!sse apcp![!q!ssod e opu!rqe 'sjed op oqea ruoa sale1 sop g9.s~ ma ea!19 erqg e op!zupo~u! equg gloue omsam o elcd anb 'eu!lua4ly ep 0 ~ 5 a ~ x a e mosCeu!m7 eauamy ep serua~s~s sou o5uene orugu! run 3p eluoa ogp L661 ? i ~ sopep so 'og5sz!pl!X!p ep a3ueqe oe eluent)

. . . . ap apep!ssaaau e mas epaz!lel!8!p !OJ apaI e anb y [ ' ! enan~~ ou epuroab 'oluam!noru assau apeplpubladaare emn s ~ m a p e ei!a a 'sag5ea!unmo3aja~ ap ss!?do~na s!e~e~sa sesardma sep '~[dmaxa rod 'og5ez!jcuo!3cusue~ ap ossamrd op ma4!1o eu e!lelsa 'ea!4g[ou3al maplo ap <loleJ assa anb ap og5uaie e emeqa (8661 'Z~TZNOD q N!IXT$MJ ial[e~.[ue!8!p e!4o[ouan e ea!8?[eue aseqep ma4essede emd sep!S!xae]uom~le ap sagsliahu! se i!mnsse ap opeag op apep!aedesu! e arqosmewaau! 'lolas op 0~5sz!lc~ud ep lone3 e'ah!snjsu!'sol u a u n S ~ o so .P>!upamoqa[a aseq ep e!ouapsqo g aluage!qssa=au e5unpnm omoa elsodm!'sagSe~!unwosa[al ap sapai sup ogSnz!je1!8!p I! as-omjsap 'eu!>e7 eJ!qmv eu 'op5ez!ie~pd~sod opopad oe alue301 aN

,eimouoaa ep sosr8ale1jsa sarolas sup

o p u e u ~ a ~ ap oulano2 op l y e d e a>uamaa!j!3adsa '06 soue sop rgmd e e5.q s!em melang seja ' u y o d '08 sow sop 0!3JU! o apsap aluasa~d m e ~ a z ! ~ as seI!a[!selq sag5ea!unmoaalal sep oe5ez!mlsasap ap sea!lj[od s v

("1:8661) soS!~nar sop e l lap ap a apcp!lcnb ap srjalu a sermou mp olualuudurn~ o a o q n s n ocredse)!ml a so3ard sa~S~3!anluo>alal ap sai!,uai ap o~Segaid ap sssaidn~a a11aa oeS!ladmon ~ l s n l c e ~ e d ra~S!puon m JaJalaqelsa apss!ur an^ .ogSnjndod 1 irrsa~d eu! epen!id aa!leppi! e anb so3!nras so mz![eJs!j e n d swapod ~oua{d ! n s s o d .

73~vw e anb eluauoa S V I X ~ J ~olasaajsap apep!hg!]adruoa e i!iuemB ap oe5un3 e moa amapuadapu! a oruouglnc og419 mn ?'sag5ea!unmo~aja sep plat) !a7 eladepeuaC~3~v~vv'opea~am alsap apep!n!l!]admoa e iein4asse mud m?qruei a lolas alsap og5~1uamejn8al e 1!luem4 e n d 'l!serg ou sag5ea!unmoaajal sep og5ez!len!rd ap ossaaold o mla[ax e n d jejuamepun~ 9 lopez!pssy og81~ asap og5eua v .sag5v~!unmoaala~ ap ol!al!sm'g opealaw ou 'sel!aSue~lsa a s!euo!aeu 'sepenud sesa~dma sep og5enle e euopadsu! m?qmei a ~ ~ ~ 8 3 1 3 ~ eruals!s op og5ezgehpd ap serSa1 aaalaqelsa7q~v,k~ve s!od'squau!m! memulo1 as sag5v~!lehud SI! '(saoSes!unmoaala~ ap [euO!3eN e!au@v) ~ Z J ~ N V e 'IOpeZ![B3S!J 014.1g run ap og5e!rs e m a 3

s a g S ~ ~ ! u n m u ~ a l a ~ scp sagSez!ph!~d ap joSa1 ossa3oid op o!a~u! a ehlasqo as anb em!qly ! q e p ogSeS[nmord ep quad e aiuamos ' o l u n ~ a q u ~ sui!al!selq sag5ea!unmo3alal scp og3az!inn!rd ap olaCoid o aiuaruesualu! s!em noml!pa, '10[[03 ap le'aq!luau oppocn omsaru o opu!n4as80sop~~3 a n b ~ a ~ opueu13d aiuap!sa~d 0

'epen!~d eh!p!aN! el-y4aqua oqssaJau ela assauoao oss! anb emd a 'se!quo!ssaauoa seu sag5e4!j sep oiuameuo!~saSuoasap

N Q 3 d 3 N n W 0 3 W 3U V311110d VJWON033 30 ONV3III3WVOU3BI OUINin3N3 Ill VLE

Page 9: ARAGAO - idus.us.es

2.2. 0 processo dc privatizqio do Sistema T E L E B ~

No infcio da crise dus anos 70, o mundo assistiu a um movimento denominado de foma gen6rica de Reestmturasio Capitalists, noqual o setor de telecomunicaqbes aparece como elemento catalisadordesse processo a partir de meados dos anos 80. Eate setor sofreu uma importante transformaqiio, com processos de dcsregulamenta~8o,privatiza~8o,repnsicionnmentodoEstado.constituiqiio denovas formase novas instBncias de rcgulaqio e intemacionalizaqk~ da concorrencia.

Nos paises desenvolvidos tais transformaqnes foram impulsionadas pelos grandes grupos privados e pelo reforqo das empresas do Estado, quepassaram a agir cada vez mais segundo albgicaprbpria do capital privado

~ -

(o que inolui as estrattgias dc expansso intemacionalj, isto 6, os processos de privatizaqio e liheraliza@o acontecein de forma muito controlada e subordinada a uma ~olitica industrial e caoacitaciio tecnolbeica. Na . . America Latina, a historia 6 completamente diferente do ponto de vista polhico.

No Brasil. como em tnda America Latina, a quesljo 6 totalmente oulra. Diante da fulenccia do Eslada, as privatiza$6es surgem como uma aolu$5o in eniremii para responder i crise fiscal, sendo pate integrante dos progia- mas de ikjuste irnpostos pelo FMI. No caso particular das Telecomunicd$6es. d o v&ias us piess6es pcla IiberalizaqHo (BOLA";I,ZOOI: 30).

Quatro elementos foram apresentados para que se pressionasse pela mudaqa no monopblio das telecomunicaqbes. 0 s dois primeiros foram de ordem tecnolbgica: desenvolvimento da telemdtica e ampliaq8o do numero de sistemas de distribuigiio alternatives (satEiites, sistemas de cabo de handa larga, fihras bticas, micoondas ctcj, ahrindo a possibilidade de introdus80 de novos tipos de agentcs no setor. garantindo uma grande heterogeneidade dos serviqos oferecidos, sejam eles domisticos ou empresarial e a enpansso da comunicaqiio empresarial, que est i ligada ao terceiro elemento. Este terceiro elemento est i ligado ao desenvolvimento dos negdcios, das operaqbes transnacionais e multiplanta e , principalmentc, a intemacionalizaqio do setorfinanceiro, transformando este setor em um recurso da mais alta prioridade para as emrrresas tanto no oue se refere aos custos. auanto B eficiencia e B comoetitividade da firma. 0 auarto elemento . . 6 de ordem estrattgica: quando se aumenta o custo de pesquisa e desenvolvimento, o mercado n8o 6 suficiente para amortizaqiio dos investimentos necessdrios (COUTINHO et all i , 1995).

A existencia de uma consistente infra~estrutura no setor de telecomunicaq6es 6 a condis80 chave para o impulsionamcnto das empresas nacianais e para a atraqio do capital externo. COUTINHO er alli (1995) consideraram a decisBo do Congresso Nacional brasileira de flexibilizar o monop6lio das telecomunicaqbes, cum o ohjetivo de alavancar a nossa competitividade sisttmica, numa perspectiva de longo prazo, as seguintes constatagijes e diretrires que deveriam ser consideradas para a polftica de telecomunica$bes na segunda metade dos anos 90. A primeira era reconhecer que n8o existe um parddigma unico e inequivoco de eficisncia em telecomunicaqbes. Em segundo lugar, a diversidade de experiencias hem sucedidas e ripidas de mudan~as tecnologicas. Em terceiro, o processo de liberalizaqiio dos serviqos para o setor privado que vem sendo implementado de foma gradualists. particulamente na k e a bLica da telefonia convencionai.

O processo de reestruturacSo do setor de telecomunicacbes no Brasil comecou a ser feito em neosto de 1995 con1 a aprovaqio da emenda constitutional que permitiu a exploraq8o dos serviqos par empresas priva- das. Com a apiova@o da Lei Minima, que prevg a privatiza@o de alguns serviqos de telecomunicasbes, em

Page 10: ARAGAO - idus.us.es

julho de 1996, foi introduzida a competi$io no serviqo m6vel celuiar, passibilitando a concessio de licenqas para as operadoras da Banda B e a competipio cm autras servipos (FARIAS, 19991.

Apds a aprovaqji, da Lei Geral das TelecomunicaqFes, em julha de 97, o modelo constituciond foi total^ menteredefinido.cnando-se condicks Dara acomuetido no setor telef6nico.ALei Geral, baseada nos principios . . . . . . da competiqio e da universalizapio dos serviqos telefirnicos, trazia seus pnncipais pontos centrados na participaqio do capital estrangeiro no mercado nacional e na criapio de um 6rgBo autRnomo e independente, cam funpio de gerenciar contratos de concesszo, bem coma o de regulamentar e fiscalizar o setor de telecomunicapires brasileiro. Este 6rgZ0, a ANATEL (Agincia Nacional de Telecomunicap6es) tem par missBo adeestabelecer ascondipaes paraajustacompetiqioeentreasempresas de teiecomunicaqi,es,ou seja,estabelecer preqos e tarifas para o usuhio, e tambCm manter o cumprimento das nomas e metas de qualidade e oferta dos servipos (FARIAS, 1999).

Ap6s a criapio da ANATEL segue-se a privalizaqio &as telecomunica$Fes. no entanto, para n io i n c o ~ e r nos mesmos erros que alguns paises cometeram,foram adotadas algumas normas parao ieilio daTELEBRAS As normas foram as seguintes:

Fai pemitida a paticipugio de empresas e cons6rcios corn 100% de capital entema, ngo limitando poitanto o capital estrangeiro; - A emoiesa interessada cscalhena entn participw iraladnmcntc ou em co~1s61cios. Deveiia, no entanto, respeitar o . . limile eslabelrcido para a compra: o limite determinava que uma empresacom participaqio igual ou superior a 20% na composipio de um cans6rcia nio podenam ter rnais de uma companhia dc cada giupo: -As emoresas foram divididar em tRs erupos: cornpanhias de telefoniafixa locale regional -erupoA,companhias - . . . de telefoniv celular de maioi valor de mercada -grupo B, e us companhias de telefonia crlulai dr menor valor dc mercado -gmpo C; -ATeiebi& foisubdivididaemdozecornpanhias: ties holdings das concessiunttriar regionair de tclefoniafixa,uma haldine da o~eradora de lonea distsncia (Ernbratel). aita holdines das concessioni~ias de telefonia m6vel banda A:

I , . 9 , , 1 , I . j . I . ..!,,, .., 1 .ll.CI-;.'<.. . , . ' . I , I . , \ . < .I< I IN!. 1 1 3 ' . I . _

il I . ' ? , 3 l.lr#i~.)i. I , br~.#,,r. . l I I I I , , .~ . , ~ , ; ) ~ ~ \ ~ i . . r l % l : k I . r ' 1 1 1 1 1 1 . ~ . , / 41 I C , I . I : I ~ . 111. 1 . . I ! . . 3111212001, as empresas ficario liberadas desse lirmte e padrrio competir no mercado "mas das autms (FARIAS, 1999:07).

No que se refere ao leilio da TELEBRAS, este ocorreu cam sucesso nos itens relatives 2 organizaqio e a rapidez nas negociacnes. 0 Roverno mecadnu cam o leilio a quantia de R$ 22 bilhncs, superando assim o . . preqo minima, estipulado em R$13 bilh6es.Atribuem-se a essa supenpio do pre$o minima ao g rwde niimero de participantes do leilio e ao fato de qne h i no pais uma grande expectativa de crescimento deste mercado. Por terem adauindo as comuanhias mais valoriradas. a Teiefonica da Esuanha e aTelecom da ltklia foram conside- r a d a as grandes vencedoras. Para o leilzo, as operadoras foram agmpadas em tres holdings dc telcionin iixa e oito de telefonia celuiar, sendo que aEmbrate1 foi vendida par inteiro.

Page 11: ARAGAO - idus.us.es

u V. ARAGfio, 1. NILTON, L CAVALCANTE. d.~mi~d~ii~rino.~~iiord~~~l~coi~~~~~~~c~~aiiii b ia i ,b r lo~n~ i i i !myo~ io l i r l a j . i r i d r ,lobaillo 377

3. Osector de telecomunicaqoes e m Sergipe: 0 caso da Telemar

. . I . . . 8 I I . : : % 1 : . I I: : I I J; .,.. I. I l . ,h l 1 I!II:I . l , , , I l ; I,... ...

:I, I I ~ . * I ..;IcI.I (I . ,Tr.l E l l \K..,IIII ) . . v ,I 8 I ,\I!I.,...LI 8 : . l r . . ~ ~ . ~ : l ~ . ~ ~ . , ~ . ~ ~ . ~ , ' l . c. 8 1 , IIII.,.,. ' k ~ J , I..>.,, do de Sergipe (SINTTELISE). 0 objetivo 6 analisar as mudangas tanto organiracionais quanto nas relaqdes dc trabalho a partir da privatiragiio das tclecomunicagfies em Sergipe'.

Ap6s a privatiza$Zu, as telrcomunica$Ses sergipanns aprcsentaram algumas mudangas. Na Area de rede, observa-se aue houve um aumento considerAvel de telefoncs nhblicos e fixos instalados. oossibilitando assim a expansHo desse setorno Estado. Entretanto, observou-se tambCm uma queda na qualidade tecnicae na qualidade dos servi~os prestndos socicdade. Nouve tambem um aumento na desregulamenta$Ho do mercado de trabalho nesse setor, que 6 gerado atraves das demissdes, da sobrccarga de Wdbalho, do aumcnto da jornada de u-abalho

Na irea administrativa, de modo anilogo 2 de rede, ocnrreu uma diminuicZo da qualidade dos servi~os prestados e um aumento nas demissfies. 0 reduzido quadro de funcionArios acanetou aumento de jornada de trabalho para os trabalhadores que nZo foram demitidos,pois estcs tinham quc realirar o mesmo trabalho, que antes erarealizado por um nljmeru maior de pessoas

Tanto na Area de redes como na administrativa; os salirios dos trahalhadores permaneceiam constantcs, tendo uma ligeira elevaqiio apos dois anos. A redu~iio salarial ficou por coma dos terceirizados. Vale a pena ressaltar que na Area administrativa nHo h i trabalhadores terceirirados, parem, h i um considerivel nlimero de estagiirios

Em entrevista do dia 01/02100~ a Sra Iaraci Maria Silva; que supervisionava todas as ireas tecnicas (comuta$20, transmissfto, redc c cncrgia), constatou-se que ap6s a p~ivatiza$Ho hotive um outro acontecimcnto importantc: trata-se da migragjo de ftincionirios de outros Estados, especialmmte da Bahia para Sergipe, cuntribuincto assim para o agravamento do cmprego ncste setor no Estad0.A entrevistada acrescenta que apiis a privatizagHo a qualifica$Ho profissiunal dos trabalhadores em telecomunica$6es diminuiu. pois a empresa que atua em Sergipe (TELEMAR) nHo dava incentivos & qualifica$Za: cam" ocorria antes da privatizagHo. Comen- ta. ainda, que houve uma oueda no servico de assistgncia mCdica e ulna diminuiczo no ooadrZo de vida. oois , . mesmo com os salArios nominais constantes, os sal i~ios rcais, dcvido h infla$Ho, apcesentavam uma queda considerivel. Em seguida, a entrevistada apresenta a sua opiniHo acerca das demissees no sctor de telecomunicagdes que, segundo ela,deveriam existir Havia um inchaqo de pessoal no setor. No entanto, deveria haver um cntkrio de sele$8o para se demitir, pois ocolreram demissdes de pessoas qualificadas e a preservagjo de pessoas nHo qualificadas. Para ela, 71 problema n8o ~ ~ 7 0 as demissdes, e sirn as demiss6es sem conrrole". Finaiizando, a entrevistada afirma ser contra a privatizayHo, devido ao imcdiatismo do setor privado (Iucro a curto prazo e sem prever conseqii8ncias) e por achar que o governo tem papel relevante na cconomia.

' Nurn ptimeiro rnomcnto, f o r m fcir;!a rcuni6ei inioonais corn os subdhudares nas dependencins do Dep~rtumenlo de Fzonomia dn Univeraidade Federal de Seqipe Fm seguidr. corn s up1ica:;iu doa questianb~os. furam enfrcviatados us seguilites tmbnlhadores: I ) Blequiaa bnros: 11 snoa de trnbulbo - ocupl o cargo de vsristente udn,inistratiro; 11) Carlos Lhcio Amado e Silva: 15 ;inus dc trabnlllo - ocapa o cargo de cuhirtu, nu irea de vedes: 111) Iaraci Maia Silvil: 23 anos de tn~halho - " c u p o cargo de superris;lo de todlb $is ttcnics: IV) ~~~~i~~~ R ~ I ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ i ~ ~ . tecnico sgnior em te~ecomunic;iqoes grea de c o m u ~ a g ~ o do sintte1/se.

cxi a,, - \.rF % ..-~"'A ?- I -,** - ..d

Page 12: ARAGAO - idus.us.es

A opinijo da entrevistada diverge, do panto de vista politico, cam a opiniio de Carlos L6cio Amado, egresso da Area de redes, que diz ser a favor da privatizaqio coma umd forma de contribui$Xo para a expando do setor. Segundo eie, aprivatizapio sd Cnegdtivddevido bs demissdes desnecesskias.e por elan2over o lado social. Dir ainda que seria preferivel uma empresa de telecomunica$des privatizadd, sem demissdcs, n Umd

emprcsa estatal: "o papel do Esrado niio 4 inrervir ,to setor. produrivo da economia e sbn no social, isto 4, pruinoijer saneuiaento bdsico, saiiile eic" (entrevistadu, 01102100).

Luciano Ralemberg Farias, enmvistado no dia 13102100, ttcnico senior em tclccomunicaqiics na Brca de comuta~jlo, funcionario efetivo da empresaTELERGIPE, hoje TELERGIPE Ceiular. AopiniHo do enirevistado acerca da privatiza$io 6 de que houve muitas mudancas ncssc sctor. A TELERGIPE Celular, operadora da telefoniamdvel no Estadomclhorou aqualidadedos seiviqos; tantoemkeade coberturacomo emreclama$iies de assinantes. Sobre a telefonia fixa, n20 se pode dizer o mesmo, pois a qualidade dos serviqos devera cair devido 2s demissdes e mudanps no mundo do trabalho. Diferentemente, a celular contratou mdis funcionarios na irea de comuta~io, proporeionando tambCm um aumento salarial. 0 process0 de trabalho da telefonia mdvel pemanece inalterado, mas na telefonia fixa. houve mudan~as significativas.

Ao tratardas mudan~as observadas emrelac20 ipassagem da tecnologia analdgica para a digital,constatou~ se que houve vantagens e desvantagens.

Vantagens: - melhor transmissao da velocidade dc comunica$Ho via celular, on scja, cam maior rapidez e confiabilidade; - maior facilidade de an~plia$jlo da planta celular e fixa. Desvantagens: - voz melalizada, isto C, perde-se a naturalidade da voz na comunica~io; - presenp de eco e cortes continuos durante a conversaqjlo nd tclefonia celular: - desemprego, pois tarefas que 5 ou 6 pessoas faziam, cam a tecnologia digital, apenas uma faz.

E impoltante ressaltar que na telefonia m6vel nHo houve demissdcs apds a privatiza$iIo, fato esse que nio ocorreu na telefonia fixa.

Oentrevistado conclui, alegando que a privatizaq2o,njlo sd em Scrgipe,mas tambtm no Brasil,foi feitade maneira equivocada Segundo eie, o guvelno deveria regular o mercado, evitando a concorri-ncia descnfreada. Se o govemo ficasse cam a banda A e a iniciativa privada com a banda B, seria urna forma de se manter os

precos das tarifas de maneira justa.. Como fatores positives perccbemos urna maim facilidade na compra iie tcrminais fixos c aumento da escala produtiva. Como negativo ti-m-se as demissdes em massa na telefonia fixa.

Ao analisar o setor de telecomunica$iies do Estado de Sergipe ap6s a privatiza$io e comparando a antiga empresa TELERGlPE cam a operadora atual, TELEMAR pode-se constatar que ocorreram mudanqas nas diferentes ireas em que o trabalho se divide: cornuta$io, transmiss80, energia, rede, adrninistrativa etc. Segun- do os trabalhaiiores do setor de telecomunica$des de Serg ipe ;~ setor vem sofrendo alteragiies n8o so no mundo do trabalho,mas tambem naestrutura dacadeia produtiva.Paraesses trabalhadores.caiaqua1idade dos serviqos em todas as atividades do setor, devido hs demissiies em massa. Toda a responsabilidade do setor, cam a qualidade de serviqos, 6 jogada para as empresas terce~riradas, que contribuem ainda mais para a desregulamentaqjlo do trabalho

Page 13: ARAGAO - idus.us.es

As opini6es do SINTTEL (Sindicato dos Trahaihadores emTelecomunica$6es do Estado de Sergipe) e de alguns trabalhadores nio sindicalizados da TELEMAR (Sergipe), sZo hastante semelhantes. Para estes liltimus, o eovemo utiiizou um discurso oolitico tioico do neoliheralismo. cuio obietivo era ouramente a efetivacHo da u .~ ~

privatira~Ho.0 govemo alegou que a privatizapTo surgiriacomo algopositivo para o dcsenvolvimento econbmico hrasileirn, pois mais investimentos e inova~bes tecnol6gicas podcriam ser conaeguidos cam n iniciativa priva~ da e com a entrada do capital estrangeiro. 0 s argumentos dos trabalhadores sio contrkios aos do govemo: " a priw~tiza,c<o nndo trozlxe coilsign iaovagrio tecnoldgica nem runtos irivestirnentos, Inas sim as dernissdes ern illasso qlre aasretarnm qirrda na quaiidade rios scrvi~os" (trabalhador entrevistado, em 13 de marc0 de 2000).

As mudaneas ocorridas no Estndo de Sergipe nHu atingem somente as dreas t6nicas especificas, mas tamhkm toda estmtura organiracional da empresa. Segundo us trabalhadores da atual operadora TELEMAR (Sergipe),estaperde suaautonomiana tomdddde decisaes dentrodosetorde telecomonica~6es.ATELERGIPE, antiga operadora do sistemaTelebrjs. tinhasuaestmhlra organizacionai descwtraiizada. Hoje, corn aTELEMAR. a estmtura organiracional do setor estd centralirada, ou seja, qualquer problema de ordem superior, dcntro de uma nova hierarquia org;miracional cmtralizada, so podera ser resolvido na sede regional, que nio sc localil-a mais em Aracaju, mas em Salvador. Diante disso, Sergipe perde sua autonomia administrativa. alem de ficar comprometida, segundo os trabalhadorcs entrevistados, a qualidade dos servigos prestados e dos investimentos em infra-estrutura no estado.

H i trabalhadores que 0x0 veem nenhum aspecto positivo naprivatiraqio e outros que enxergam aspectos positives e negativos. 0 primeiro grupo afima que:

apeiar da midis dizer que ficaram mais acessiveis os seiviqos dr lelrfonia no tstado de Sergipe. discordamos. Quando a Telebris foi enireguc, esta j i tinha pianos de investimentos, ou seja, tuda que esti sendo feila hoje 6 a conclusb da piapoita da TELERGlPE. Para se ter uma id&, peguemos como excmplo o prCdia da Rua Lagaita em Amcuju, que foi concluido em nouembro, qualro meies ap6s a piivatira$5o (trabalhador enlreviswdo, em 13 de marc0 de 2000).

Cum" aspectopositivo, alguns trabalhadores concordam que a privatizaqjo aumenlou o nlimero de tenninais. Porbm, as demissfies em massa contrandm a qunlidade dos servigos.Adesregulamenta~io do trabalho tem sido negativa nesse sentido porque as empresas terceinzadas - maioria hoje no Estado - contralam trabalhadores mal capacitados, ma1 remunerados e desprovidos de alguns direitos trabdlhistas.

Segundo o presidente do SINTTEL de Sergipe, Sr. Rollemberg, a TELERGIPE tinha um quadro efetivo de 637 trabalhadores, distribuidos entre as Areas tkcnicas de comutacio, transmissb, energia, rede, administrativa e outras. Em 2000, a quadro de funcionjnos da TELEMAR no Estado de Sergipe era de 166, cum promessas de novas demissaes para 2001.

De acorclo com Rollemberg, cerca de 40% dos trahaihadoies demitidos estZo trabalhando na empresa terceirizada I. Simnes. 0 restante est j desempregado nu participando do mercado informal. 0 s servicos de comutaqio, energia,tr;msmissHo, rede e adminiswativa eram compostos respectivamente por 25, 12,30, 160 e 410 funcionjrios.Ap6s a privatizagio, ficaram com 11,03, 17,35 e 100, respectivamente6.

Page 14: ARAGAO - idus.us.es

0 niimero de trnbalhadores terceirizados daempresa J. Simbes, prestadorade serviqos da TELEMAR, nas ireas de rede, transmisstio c energia chega a 350 .0 n h e r o total de trabalhadores no setor de lelecomunicayio noEstado de Sergipe,em 2000,C de aproximadamente516. Natelefr,niam6vel,ocorreu o contririo. Aempresa de telefonia celular do Estado de Sergipc (TELERGIPE Celular) aumentou scu quadro de funcionirio de 37 para 57 ap6s a privatira$kio.AmCdia saltvial, que era de R$770,00, chegavaem 2000 a R$ 1.770.00.A analise comparativa entre os dois serviqos de telefonia no Estado de Sergipe, mostrando, entre outras coisas, que, enquanto o piso salarial pcrmanece fino na telefonia fixa, aumenta na celular.

AconclusHn de Rollemberg C que as demissAes na telefania fixa de Sergipe nHa se devem tanto introduplo de novas tecnologias, como aa monop6lio disf;tqado da emprcsa TELEMAR:

Aempreha eapelho daTELEMAR, VESPER, nHo tem condigdes de competir,pois sua escalaprodutiva C muita infenor iprimeira. Por sr iralzlr de uma cancorr&ciil injustiie rnanapolista, aTELEMAR reio a fenr alei geral de ielecomuniciigbes e,canseq"cntemente,o uabalhadare o consumidor. Por quena telefaniaceluliliadolou-se amesmv tecnologia da fixa e, no entanto, "50 houi,e denissGes? Aqui n5o houve derniasiies,poi se trvtaide uma concan&ncia mais justa. Existem duas empresaa. hlanitel e TELERGIPE Celular. Embora iiitioduzindo-se tccnolagia, essas em^

presas ,150 demitirarn justamenis poique estavamp~eocupadas coma qudidiide dos seivi~os (entrevirta rcalizada em 14 de jmclio de 2000).

Cam relaqtio aexpansZa da produsHo,cmborao setor de telecomunica$8es noEstado de Sergipensa tenha reelirado as mctas cxigidas pela ag&ncia reguladura para o an" 2000, apresentou, em 2001, nkio s6 urn signifi- cativo crescimento, mas a superaqzo daquelas metas, cum exceqjo para semiqo move1 ceiular (SMC).

As principais conseqii&ncias da privatirasHo das teiecomunicaq6cs em Scrgipe foram,em suma, as seguintes: - expansgo dos telefones finos e p6blicos acima das metas estabelecidas pela ANATEL, com exce$o do siste- ma m6vel celular (SMC); - ceatraliraqtio da administraq80; - expanskio do sseviqo terceirizado. - queda na qualidade dos scrvicos prestados;

demissnes; - sobrecaiga de trabalho; - perda de autonomia administrativa; - aumento da jornada de trabalho e, consequentemente, perda do lazer; pe rdn salarial para os que foram demitidos e entraram em empresas terceirizadas; - diminuiqSo dos incentives a qualificaqkio profissional; - contrataqBo de funcionirios de outros estados, especialmente da Bahia. - expansgo do ndmero de trabalhadores terceirizados, que jA uitrapassa 500;

salirio nominal constante com pcrdas reais.

Em pcsquisa realizada, no mesmo periodo, enfatirando os impactos da privatiza$Bo sobre o sindicato dos telef6nicos do estado de Sergipe, VASCONCELOS (2001) aponta as seguintes conclusbes: 1.assiste-se a uma crescente fragmentaqgo no interior da cntcgoria, cam o surgimento de novas empresas nu setor, e pelas diferencia~bes de contrato entre trabalhadores contratadus antes e depois da privarizaqZo da empresa estatal; 2. no sentido de superar a crise por que pilssa o siudicato, promoveu-se uma mudanqa no estatuto, incarporando

Page 15: ARAGAO - idus.us.es

24 V ARAGhO, I NILTON, L. CAVALCANTE Ar ,iladoil(ai ilvircivr dr tulurumui!iri#~8~~r blorilriio i,rn,i itnj>cirioi iioi,iiof&r dr i inhollh 381

um maior ndmero de trabalhadores, a saber. os envolvidos nos serviqos de teiefonia mrivel, centros de atendimento, call centers, operadores ile sistemas de TV a cabo, entre outros: 3. assim, busoa~se, par parte do sindicato, uma maior aproximaqiio cam todos os trabalhadorcs em telecomunicaqires e os das empreiteiras.

Vale comparar cam o que ocorreu em outros estados da Federa$Xo. A ANATEL nXo possui instrumentos punitivos contra possiveis demissdes que possam ser realiradas nas empresas do ex- Sistema TELEBRAS, e nem tern comoevitar essas demiss6es,amenoa que ocorte comece a interferir naqualidadedos scrvi~os. Sobre as metas intermediirias que de veriam ser executadas at6 dezembro de 1999, niio estiio previstas multas por oarte da ANATEL. 0 acordo corn os orotocolus assinados corn as o~eradoras. as emmesas uue nSo cumorircm as metas intermedidrias poderzo sse aade~tidas e submetidas a uma auditoria par parte da ANATEL. A ljnica

~ ~

multa prevista para esse period" s6 pode sser aplicada se a qualidade dos serviqos prestados cair por causa da demissiio excessiva de funcionMos. E demissOes id comecaram a ocorrer em aleumas emoresas. Foram iceis- wdos, desde julho de 98, data da privatizaqiio, a extinqiio de 17.968 ~ragi~s' no sctor de telefonia no pais.

A holding TELEMAR (Tele Norte Leste), que opera em Sergipe, cstd em dcrcsseis estados do pais: entre eles Minas Gerais, Rio de Janeiro e toda a Regiiio Nordeste. A empresa annnciou, em novembro de 1999, u maior corte de pessoal entre as ex-empresas do SistemaTelebrL. 0 propama de demissdes que atinge Sergipe prev8, acurfoprazo,reduzir oquadro atual defuncionblios,que possui 32mil empregados contratados e 18 mil terceirizados. A Embratel tambCm j A divulgou seu plano de demissXo incentivada, que pretende atingir 10% (cerca de #nil pessoas) do total de empregados. 0 programa de drmissdes voluntirias da Telcbahia, a16m dns obrigaqires e da multa sobre o FGTS, prcvi? honificaq6es varidveis de acordo cam o tempo de serviqo para aqueles que optarem pcla demissiio. A empresa quer redurir seu quadro de 3,3 mil funcionirios em 20%. Em dezembro fomm demitidos 300 funcion8rios da CRT (Companhia Ria Grandense de Telecomunicaq6es) e a empresa anunciou ainda a reduqk, de cargos gerenciais de 450 para 200.

As empresas argumentam quc as demibs6cs siio necessiritas porque possibilitam a modcmizaqiio de suns esuuturas operacionais. Alegam ainda que as demissdes estSo sendo compensadas cam a contrata$Bo de serviqos terceirizados e cam a admiss20 de novas funcionirios naa Areas comercial e de atendimento ao usuArio.

A avaliapBo do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em TelecomunicaqOes de Minas Gerais, Pedro Jaime Araljjo, mostruu talnbPm o mesmo pmblema ocorrido em Sergipe ap6s a privatiza~Xo. A TELEMAR passou por enxugamento de pessoal e piora consideravel no atendimento aos clientes. AiCm da prova do cum en^ Val que C a fiscalizag8o pela DRT~MG, o presidente do SINTTEL-Minas revelou que o ndmero de emprcgi~dos enquadrados como estagiarios naempresacresceu de umaproporqiio de 5% para30% do contingente empregado ap6s a privatiraqXo da empresa. 0 s estudos sobre o nso abusivo da mSo~de~obia mais barata pela TELEMAR- Minas foram enviados 3 Procurado~iaRegional doTrabalho no segundo semestre de 99. Segundo o presidente do SINTTEL-MG, a procuradoria fez umnproposta de ajuste de conduta. Pelo acordo, a TELEMAR-Minas se cornprometcria afixar o ndmero de estagidrios em 15% do total de funcionirios, mas a operadom se rcc~isou a assinar o term". Aqueda na qualidade do atendimento aos clientes. conforme o presidente do SINTTEL-Minds, oode scr rnedida oelo aurnento das reclamaciles contra a cmoresa iunta aas 6 r ebs de defesa do consumidor . . (SINTTEL-DF, 2000)

4 NOI.,I.O,[ DL W "A68.A

'Errrs nljmeros loram iornccidos pel" DEESE (Depwramcnto lnlciaindicai d e Bstiltisticve Essdos SoooeconRm~cos). 0 c6luulo foi k i f o u pllrir dns demissoees confinnndas nos sindicatns entre 0 period" do m&s d e ngaito dc 98 e maio de 99

Page 16: ARAGAO - idus.us.es

smaa :n[eacq:3nafl:olned og~.sag,p3n~!unuto3 snp ogSa21jwuo!Sd~a op.inz!lnqolg (6661) (.prooa) -

'Sdfl ' h m 3 ou opeluasarda oppielax .l!sn.ig ou sagSa3!untoo3ala~ aop our.ro/aa a o~~lnz!jt~uo!Sa~ ~ X J 'ogejog :XI ,errnojar a og5ez!~euo!5ar 'e!~u;l41anuo~ :[!seq ou sag5e,!unmona[aL sep eo!l!jod ejmouooa a og l e~ !unmo3 ap se3!>j[od,, ( 1 0 0 ~ ) ' S 3 3 ' O N V ~ O ( I

sdn woi!pa :XIEA~~S!IJ UBS l & ~ ~ l r n p u ~ ogSnlo"a&r u.,!aJdaj up muaiuo3 uu oyjoqu.~ a op,p3u~np3 (""0~) 7 ' ~ H N ~ X B

.dNV31Nn Bp RJOl!px :seu!dme3 !ZaUO3 :O[nCd UeS 'oqpqea op apvp!leiiua, e a sasopomli>am so arqos o!osug joyjoqv.~ uo snapV'(~661)

souyauea sop . p u ! ~ :ropnqeS !apjaq!ret) :O[nCd oeS .oq[eqerL op ornmg o emd sag5elap!suo3 .IXX ulnJ?S ou o y p q n ~ j 0 v 'samof) :UI ' . , oq [ eqe~~ op opunm ou sasopomeiam sv,, ' (q100~)

.l"rol!pg odmal!og :o[ncd oeS .pa .t. .oq[eqarl op o ~ j e a a u e a oe5euu!je e arqos o!esua -oylaqn.fj op sop!iua~ so ( 1 0 0 ~ ) 8 'SXN(JJ,NV

seay?r40!1q!q se!su;lyax

.lolas op ogi~luamaln4ar a ol:5a[nBa1 elad [ahgsuodsar aluaau omoa aluamje!nuassa sem'on!lju!jap a olej ap 9 oe5az!laA!id ap ossasord o anb y['soS!h~as sopiops~ado om03 etas OCU anb 'openram ou opols3 op olela [aded mn opuepuewap 'sag5ea!unmoaa[al sep onja?ieqsa raiyrea o elouap 'son!mguoaa sarolas s!emap sop o5uene o ered yressasau emlnqsa-vrju! ap e!1ue1e8 e 'zan ens rod

.sjed op sepojos~ s!em sag!5ar sou saluap!sar salanbe omoa 'epuar ap soleqxa sox!eq s!em soe saiuaauavad sodnr% so wed aiuamlud!3u!1d 'sija[!se~q ogjo[ndod cp aucd eoq emn e n d e!uoja[a~ ap soj!uas sop o~5ualnuem ap e!luemB ep a ossane op ogSez~~ernomap e alsa oprrapuaaidmo~ 'og5oz!losr~~!un ap ossa~o.~d run ap u e j e ~ ! i q ~ e nlrrenhreoo!lsanh a? ~aqs sod a ' - og5nrapaj ep sopnlsa 90 sopuj gscnb m a ' ~ q ~ v ~ v e [ a d spp!sapqRisa seiam SB r o ~ ~ ma ~aladns opu!n2asuo~ - jelnlas a ex!$ e!uoja[ar eu sossane sop oramnu op oiuamne op oijadsap v

'jqclsa esardma apunra ~p olearpu!s op npuals!xa e sunmon selanhep selu!erp 'se!%?lensa senou ap ogj!ugap a solenrpu!~ sop 34~x3 'eo!iymroJu! ep jsuo!ss~~ord op oldmaxa u 'ropeq[eqeil ap se!ro5aies waou ap ea!4pjounai e!nuaX~a~uon ep aaej ma oluam!4rns o omon 'ogjez!ienud e s ~ d e .sesa~dma sesran!p ma saJopeq[uqeii sop og5!nq!qs!p ap souual ma ogjpr!ra~lnd v

.qen!pu!s sarnlsod sep oe5!ogapa1 a 'openlrrane ras anap jan!pu!>sardm! oluamqa mn'sep%!zp!axsi seu Om03 'e!uoja[aj ap sesardma s ~ u alas 'oqjaqeq ap owiu op og5nl?3g!sua>~! ep o m o ~ ' 3d!813~ 3p OSE3 o ered opeuasqo !oj omon-mjnjaa e ~ o j a j a l ep oe5aaxa moo's?!mjes seprad sup a sagss!uap ap olamgu op ru?[v.oqpqe~l ap sao5ejar a sao5!puoa sap ogJez![jq!xa~ a oe5ezj1eaard e ered aiuamerejn eluode anb orpenh mn emlojuo3 anb sem 'oau@oralaq orisadsa mn e mapuodsanon 'sao5en!unmonajai ap Ioias ou 're[no!md ma 'a e~s!lel!de~ ewais!s op oijqmg ou sao5auuojsu~1i s v

Page 17: ARAGAO - idus.us.es

V. ARAGiO, 1. NILTON, L. CAVALCANTE As ri,8vio,~~ni i ioierior di l l t i a m > ! n r n r h i h~oi i l r i in r i p u i i!nl>nrros iini,piord<~i dr inioliio 383

- (urg) (1997) Prii,atizu$lo dai Telecorrrank.ug6es nu Europa e no Arn4rica Lutina. Aracaju: EDUFS..

B O L A ~ ~ O , C. R. S & FARIAS;F. M. (2000). "ASituasXo das Telecomunica$Aes no Brasil no Final do Processo de Privdtirt@io". In: Revisrn Brasileirn de Ciencias iin Cornuni capdo. Silo Paula; vol. XXIII; n. l,janeirolj~mho, pp. 43-55.

COUTINHO L, eralli, (1995). Telccoinieticn$6es, Globalizo~lo e Conzpefitividode. Campinas: Papirus.

CUNHA, J . (1996). "Recstrutura$io Capitalista e seus Reflexos no Mundo do Trabalho e no Estado". In: Cadcr-nos do CEAS, n. 165, set-out.

FARIAS. I? M. H. (1998).A PI-ivntiinpio do Sisnrnn Telebrrij e as Mi~dni i~nr no ~Wer-cadi, ilr Tclccoisunica~bes. RelatCliio apresentadu B Pr6-Reitu~ia de Gradua~ilo e Pesquisa, UFS.

LEAL, S. A G. (1997). 0 Sirfemo ilc Trlecoinanica~des no Bmsil: nlrerapbes no rnodelo de Monopdlio piblico de Same? a Fer-nnndo Henr-iqae Curdo~o . Monografia de GraduagXo do curso de Comunicn$io Social-Jomalismo.

MORAES Neto,B. R, de. (1998). "Fordismoe Ohnoismo: Trabalho eTecnologianaProdu$ilo em Massa". In: Annis do III E~ncontro Nncional de Econonlia Politics. Vol. 2. Niter6i: Ed. UFFF, pp. 712-724.

- (1995). "Automacilo e Trabalho: Marx igual a Adam Smith?". In: Revista de Estirdos Ecuniinzicos. Silo Paulo, v. 25 , n. I , jan-abr, pp. 53-75.

POCHMANN, M & PORTO, J . R. D. 2000. A Inforntdticn e as Telrcons,nico~6es nu Broril. Campinas.

VASCONCEI,OS, D , de S. (2001). 'Reestnitura@in Capitalista, Revolu$ilo Tecnol6gica e o Novo hlundo do Trabalho". In: 0 Novo Pnradijirnn do Enlprego e a Mum$Bo do Sindicalii- mu. Revista da Funda$ilo Milton Campos, n. 15. set., pp 39-86.

WALTER. Jorge & GONZALEZ, Cecilia Senen (comp.). (1998) Lu P~.ivntimcidn de Ins Te- leconnmicaciones en A~nPrica Latina. Empresas y sindicatos ante 10s desafios de la reestruturaoi6n. Buenos Aires: EudebaNniversidad de Buenos Aires.

Siteiconsultados:

DIEESE: http:www.dieese.org.hr IPEA: http:www.ipea.org.br ANATEL: http:www.anatei.gov.br FlTTEL: http:www.fittel.org.br IBGE: http:www.ibgc.gov.br EMBRATEL: http:www.embratel.com.br EPTIC: http:www.eptic.he.com.br GAZETAMERCANTIL: http:www.gazetamercantil.com.br TELEMAR: http:www.telemar.com.br MINISTERIO DAS TELECOMUINCACOES: http:mc.gov.br SINTTEL: http:www.sinttel.org.br