arabes e muçulmanos em foz e ciudad del este

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12'Ar abes e mu~ulmanos emFoz do Igua~u'e Ci udad del Est e: notas para .uma re~interpretadio . . . Se existe urn espa<;o na Am erica Latina no q~al a1?arecem inscrito s os , ret rat os da violencia vin cu lad os aos conf lit os do mun do ara be e isl amico, esse e a Trip l\ce Fro nteira: a area de con flue nci a do s limites inte rna cio nai s do ' Brasi l, Arg ent ina e Par agu ai. Segu ind o osm eios de cpm un ica< ;aoregio - nai s e ~n tern acionais. a. area pa rece ter-se tran sfo rmado em urn dos esp a<;os do glob o que cond ensa todos os prob lema s deseg uran<;a contem poran eos: 'c terro rism o e mafia s tnin sna cion ais, pira taria , con trab and o, lav agem de di- nh eiro e de artigo'S rou bad os, narc otra fico e trafi co de arm as. As den un cias sob re terro rism ois lam ico na reg iao fora m fu ndame nta is na con stitu i<;a oe consol ida <;a odess e retra to. Par tind o da image m de ileg ali- dad e, a gra nd e ma ioria das m ateri as jorna listi cas e dos trab alh os pro duzidos sob re a regiab pro fCu ra dem on stra r apr esen<;a ou , aus enc ia de terro rism o ali ou de fina nci amento de gru po s terro rista s qu e op eram em outr as latitu des. Quem escrevesabre areg iao parece conde nad o ao d ilem a de Hamlet ob jeti- vado na interpela<;aoa co mu ni da de ara be da fro nt eira: sa n ou na o sa n ter ra- rista s?As resp ost as n ega tiva s artic ula das poralguns jornalis tas e me mb ros da com un ida ae qu esti on and o a afirm a<; ao da exis ten cia de terr oris mo na regia o ratif icam ,sem qu erer , a aliena <;a od o dilema de Hamlet colo cad o d:te rna - mente. A di fer en <;a de Ha ml et, qu e se pe rg un ta a si m~s mo pe la con di ~a o de f .suaexiste ncia , ,no ca so do s arabes'da fronteir~, ess a resp ost a e rea< ;ao a uma per gu nta qu ~ nao e pro pria . Esse fato pro du z a con di< ;aoalie nad a na qu; l, frente a cada nov a susp eita ou apa~ i<;ab de eviden cias na regiao vin culad as

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12'Arabes e mu~ulmanosemFoz do Igua~u'eCiudad del

Este: notas para .uma re~interpretadio. . .

Se existe urn espa<;ona America Latina no q~al a1?areceminscritos os

, retratos da violencia vinculados aos conflitos do mundo arabe e islamico,

esse e a Tripl\ce Fronteira: a area de confluencia dos limites internacionais

do' Brasil, Argentina e Paraguai. Seguindo osmeios de cpmunica<;aoregio-

nais e ~nternacionais. a.area parece ter-se transformado em urn dos espa<;os

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ao unlv~rso politico do Oriente M~dio e do mundo islamico, a verdade da

nega<;ao ve-se questionada, ficando-se enta~ na impossibilidade de poder

discutir 0 que se revela nesse instante como problema anterior: quais san os

criterios de definicao da discussao. . .

opresente ~rabalho e urn inte-nto, precisamente, de estabeleceJoutrasnarrativas a partir das quais se possa discutir a presen<;a arabe e mu<;ulmana .

ria·regiao. 0regi~tro hist6rico no qual 0 trabalho se insCreve nos permitira

vislumbrar 0 desenvolvimento 'da regiao e conhecer 0 lugar que nele ocupa-

ram 6s imigrantes de origem arabe. As experiencias migrat6rias, comerciais

e de exilio nos permitiram ordenar urn material geralmente ausente nas dis-,cuss6es sobre a Triplice Fronteira, colocando-nos em urn terreno diferente

daque1e cenario maniqueista estruturado a partir da discussao sobre -a pre-

senca ou ausencia de terrorismo na regiao. Partindo de algumas trajet6rias, .- ,. .individuais, articula<;oes comunitarias e prati~as politicas, 0 trabalho tentara

aport:'!.r elementos para construir o'utras narrativas sobre aque1es que, che-

gados do Oriente Medio fizeram suas vidas em Foz do gua<;ue Ciudad del

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XX,emergindo cOmo uma alternativa dinamica a secular importancia da. ,

capital, Assun<;ao. Com jomais locais, universida?es, urn aeroporto interna-. ,cional e uma importanteinfra-estrutur~ urbana (ainda que precaria e desi-

gual), Ciudad del Este e fundamental no Paraguai contemporaneo.

Comq Ciudad del Este, Fez do 19ua<;uteve nas ultimas decadas urn

desenvolvimento significativo e, em muitos aspectos, mais acabado que a

cidade paraguaia; pelo menos no que diz respeito a midia, a infra-estrutura

urbana e mesmo a~brangencia do acesso a determinados bens e infra-estru-

tura. 0 lugar de Foz do 19ua<;u,contudo, e bem menos signifiCativo para a

dinamica estadual e nacional brasileira. Com uma popula<;ao de 258.543habitantes no ana 2000, era a quinta cidac'le do estado do Parana; urn dos

26 estados que compoem 0Brasil.

I .Comparada com as anteriores, a cidade argentina de Puerto 19uazu

e uma pequena cidade com pouca ou nenhuma autonomia em termos de

prodti<;ao ou reprodu<;a,o de uma esf¢ra publica local. Com 31.515 nabitan-

tes em 2001 era a quarta cidade em termos demograficos da provincia de

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espa<;oscbmerciais mais din~micos do continente. Aqui e onde nossa hist6-

ria come<;a.

Apresen<;aarabe, tal como a de o.utros imigrantc;;sna fronteira entre

Brasil, Paraguai e Argentina, s6 e compreensivel a luz da dinamica comercial

da regia-o.-Paraabord~r essa dinamfca, contudo, e neeessario- conhecer os

tempos eas formas de ocupa<;aodesse espa<;o.

Pormalmellte incorporada nos dominibs territoriais americanos das,corba,sporttiguesas e espanholas e nos Estados que as sucederam, a regiao

" ," \" /  ;;da confluencia dos rios Igua<;ue Parana permaneceu fora de uma ocupa<;ao

estatal efetiva ate finais do seculo XIX. CO:t;ltudo,aquele nao era urn espa-

<;0des~bitado: a ' popula<;ij.6indigena que dc~pava a matai subtropical que

conformava 0 territ6rio, somavam-se ocupantes particularesde diferentes

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vendo diversos produtos e esquemas de eircula<;ao.5 Por:em, logo depoisque

corri.e<;oua se concretizar 0corredor que ia ligar 0centro do Paraguai com os

portos brasileiros no litoral atlantico, 0eixo que movimentara aquela regiao

come<;ou a mudar de sentido. A funda<;ao de Puerto Presidente Stroessner,

'em 1957, na margem direita do Rid Parana, frentea brasileira Foz do Igua~u,

enquadra-se nesse empreendimento, 0qual se consolida com a inauguta<;ao

da Ponte de Amizade, em 1965.6 Na decada de 70, a constru<;ao da represa

de Itaipu, entre Brasil e Paraguai, alguns quil6metros ao -norte de ambas as

eidades, produziu urn salt<?demografico e de infra-estrutura que fez distan-

eiar, em term os de 'escala, ambas as eidades de Puerto 19uazu.7 A procura denovas possibilidades comereiais foi 0atrativo que levou muitos comereiantes.a fronteira. Atraidos poresse novo espa<;ode possibilidades e realizadores

das mesmas, 'os primeiros comereiantes que tiveram urn papel fundamental

na mudan<;:ado eixo que movimentava a regiao foram aqueles que levaram

produtos brasileiros ao Paraguai.T 6 hi 6 i lh l

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"ciantes se estabeleceram em ~oz do 19ua<;utendo em vista a perspectiva do

comercio com 0Paraguai, um mercado virgem para os produtos brasileiros.

Os primeiros migrantes arabes que se estabeleceram na regHio0fize-

ram na cidade brasileira de Fozdo 19ua<;u.8Se 0 desenvolvim~nto de Jardim

Jupira e Vila Portes - os bairros pr6ximos a Ponte da Amizade - e a mostra

espacial do cresc.imento de Foz do 19ua<;ucomo centro comercial exportador

de produto& brasileiro.s. para 0Paraguai, a importank presen<;a arabe' nesses

. bairros e a manifesta<;~o do papel que eles tiveram nesse cresci?1ento. Atrai-

dos pelo movimento comercial ou seguindo referencias e nomes de parentes

ou conhecidos, novos imigrantes continuaram a chegar. A primeira marcainstitucional 'dessa presen<;a em Foz do 19ua~u sera 0Clube Uniao Arabe,

fundado em 1962.

Quem san eSSesimigrantes? Em sua maiorhr sao originarios do Li-

bano. Alguns ja tinham rodado'~lo interior do Parana e Sao Paulo e inclu-

sive tinham ~e estabeleddo em outras cidades antes de mudar-se para Foz

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I '.

Ca15ltulo 12

  ja encontrou tres familias ?e migrantes arabes." Quando chegou ao e.xtreino

oeste do Parana, come<;:oua trabalhar nos povoados que -se estendiam ao

longo do rio Parana entre Foz do 19ua<;:ue Guaira. Finalmente, em 1958 ter-

minou se fixando em Foz do Igua<;:u,com a abertura de urn estabelecimento

comercial no centro da cidade.

Outro importante e~presario de Foz do 19ua<;:u,Mohamed Osman,

chegou em 1952, proveniente' do Libano, e sedirigiu para onde morava

seu irmao, na cidade,de Jataizinho (Parana). Nas suas palavras, se~ prJmeiro

neg6do foLI]lascatear com uma maleta cheia de roupas dadas por outro pa-

tricio. "Eu vendia nossitios, nas fazendas e nos cafezais da regiao." Abriu seuprimeiro bazar em Assai, depois mudou para Ivatilva, onde tinha l>arenteS, e

entrou no ramo da compra e venda de cafe e cereais. Em 1962 se estabeleceu

em Foz do Igua<;:u,onde realizou uma carreira comerdal importante, sendo

dono,da Textil Osm:;J.ne representante exclusivo da empresa Kraft Suchard,

, cujos produtos sac exportados para o'ParaguaLlO

Abdul Rahal libanes chegou ao Brasil em 1959 com 22 anos e fez

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paralelos significativos com as trajet6rias daqueles que seestabeteceram em

Foz do 19ua<;u.A cronologia e si}Ililar:rtra.ta-se de pessoas que chegam na

dedada de 50 e inicios de 60. 0percurso antes de se estabelecerem no Chui

e 0mesmo que no caso deFoz do 19ua<;u:~. portd de Santos como lugar

de 'chegada- e Sao Paulo como a cidade dos inicios e 0ponto de articula-

<;aodasprimeiras rela<;6escomOutroS patricios (parentes 6u, si'mplesmente,

contatos ou conhecidos)j depois uma grande mobilidade por circuitos que

intluem varias cidades brasileiras antes de se instalar no Chui. A 16giC'apor

'trasda mobilid'llde e da locaHza<;aotambem e similar: uma mobilidade que

permite vislumbrar uma 16gica espacial baseada nos "contatos pessoais com

p~tticios, parentes e infotmantes que indicam os lugares onde 'esm born' .

para 0 ~ofIlercio." QARDIM, 2\000; p. 110).

Assim como no caso do Chui, muitos dos que se dedicaram ao co-

mercio em Foz do 19ua<;ue Ciudad del Este.nao tinham uma experiencia co- .i .

mercial nos seus lugares de origem 12 As razoes para essa inser<;ao no comer-

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a grande cidade dosprimeirospassos e se cOn;lec:;aurn periplopelo interior,

levando-se as novidades a povoados e fazendas.14

o momento da chegada de muitos desses migrantes (decadas dos de

50 e 60) ~ fundamental para compreendero exito cbmercial que consegui-

ram, pois coincide com a expansao da produc:;aobrasileira de artigos indus-

trializados, particularmente no setor texti!' Em urn primeiro momento, os

mascates tornaram-se pec:;as-chaveno processo de distribuic:;aodessa produ-

yao para 0 inteJ,'iordo Brasil e mais tarde, com sua insdllayao em cidades

fronteiriyas, para os paises limitrofes. Nesse deambular, 0desejo de querer

se estabelecer vai se concretizar nos espayos o'nde se encontra utn s6cio ja

estabelecido (os lugares com outros patricios) ou nos lugares que,apreseqtam

boas possibilidades para 0comercio. Tanto Foz do 19uayucomo 0Chui san

exemplos disto.

Numa formulayao interessante par~ pensar 0lugar que ocupatn essas !

cidades de fronteiranesse movimento, Jardim sugere que "Na trajet6ria dos

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Muitas cidades de fmnteira tem-se tornado importantes mercados e

'nelas e possivel encontrar recorrentemente grupC!sdedicados ao comercio.

Alguns dos arabes que chegaram a America Latinae pmcuraram as oportu-- I

nidades abertas no comercio instalaram-se em diversas cidades fronteiric;:as,

como 0Chui e Foz do 19uac;:uno Brasil; Encarnacion e Ciudad del Este no

Paraguai, ou Maicao na fmnteira entre Colombia e Venezuela. Nas cidades _

brasileiras mepcionadas, vamos encontra-los vendendo' a produc;:ao brasilei-

ra. Nos outms casos, vao aparecer vendenda' pmdutos importados. A tom-

binac;:ao'de ambos os fluxos e precisamente 0que distiilgue Foz de 19uac;:ur

e Ciudad del Estee 0que constituiu 0grande atrativo para os ittligrantes .. .arabes quecontinuaram chegando a America Latina na decada de 70 e 80.

Com a fundac;:ao de Puerto Presidente Stroessner, em 1957, e a inau-

gurac;:aoda Ponte da Amizade, em 1965, a margem paragur-ia do rio Parana

ganhou uma nova vida. Os primeiros comercios abertos na saida da ponte

foram de paraguaiosj mas, logo em seguida, foram se estabelecendo putros

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No ~ecorrer do temRo, junto a esses comercios e as casas de impor-

ta<;ao que abriram em Puerto Presidente Stroessner, aqueles ja instalados

em Foz, ou~os imigrantesarabes fizeram suas apostas diretamente do outro, '.. .

lado do rio. Urn caso exemplar e 0 dos irmaos Mannah~ Originarios da vila

de Baaloul, no Vale de Bekaa, os irmaos Mohamad Said Mannah e A,tefSaidMannah chegaram em Puerto Presidente Stro~ssneJ; em 1972,onde abriram

a Ioja New YbrkY Com 0 tempo, Os neg6cios'se expandiram .e hoje sao(

proprietarios de tres lojas de produtos importados que estao entre as mais

importantes da ddade: La Petisquera, Frontier e Mannah.18

Outro caso sintomatico desse novo padrao de imigra<;ao e 0 casode Faisal Hammoud, originari6 do Libano,. que estabeleceu no inicio dos

anos 70 uma Ioja que !se ~xpandiu ate transformarrse em urn dos grupos

comerciais mais importantes da cidade: 0Grupo Monalisa. 0crescimento

e impa:etanre: escrit6rios em Nova York na decada de 80, escrit6rios em

Miami e Sab Paulo nos anos 90, butiques nos shoppings de Assun<;ao e u~a

diversifica<;ao alem da cbmercializa<;ao de produtos importados que permite'

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estudos, mas com a limita<;aode uma lingua desconhecida alias, vari;~

linguas, se considerarmos 0guarani e oportugues -, come<;oua trabalhar no

comercio, no qual continua ate hoje.20

_?e, ate metade dos anos 70, a regiao ti~ha se transformado em urn

de.stino atrativo para os comerciantes de.origem arabe, Idesde entao a fron-teira meridional entre Brasil ~ Paraguai se tran~fbrmou num safe haven com

boas oportunidades para trabalhar; algo ql.,le,por sua vez, atraiu. muitas pes-

soas que simplesmente deixaram 0Oriente Medio e~ procura de urn futuro

melhor. A expansao comercial,na decada de 80 - pela consolida<;aode Foz

do 19ua<;ucomo centro expo~tador de produtos brasileiros e de Ciudacl delEste como etIlP6rio de produtos importados de diversas partes do mundo

- sera 0marco de inser<;aodesses novos imigrantes. Analisar as causas oesse

crescimento comercial esta alem deste trabalhoP.lnteressa-nos, no entanto,

4escreversucintamente osfluxqs comerciais quese intersecam em Ciudad

del Este e que permite~ ter uma ideia das conex6~sinternacionais que ali se

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local de' provi~aopara Ciudad del Este; no entanto a posi~aoV q u ~ Qstentava ,se vera completamente eclipsada pelos cresc~ntes vinculQs'diretos com 0su-

deste asiatico e'comoutros p.ortos de triangulitcao, com..o Panama; vinculos.' . ( - , -

que tamb~m multiplicaram a ptesen~a da imigra~ao chi~esa, quese'tornara

o grupo comercial majoritario.zz Assim como as rotascomerciais mudaram,tambem °fizeram os p~rceiroscomerdais e os contatos.

) , . . \ 

o marco deste ~xpansivo universo comercial e.onde a grande migra-

~ <;aoarabe dos anos 80,e 90 se insere '- migra<;aoe presen<;aque, seguindo

esse ~esmo movimento comercial,sofreia Uma retra~ao a partird~ segun.~a. .

r£!.etade.dosanos 90. Para se ter uma ideia da importancia comercial daSpessoas de origem arabe nO'coinercio desenvolvido emCiudad del Este e

interessante considerar os dados levantados em estudo realizadopelo Banco

Central do Paraguai e1l1 1998, segundo 0 qual a distribui<;ao'pela. origem

~dosdonos das lojas era: paraguaio 28%, oriental 27%, arabe 24%, brasileiro

1!%, outros nao especificados 10%,23sendo que a cifra estimada d~stabe-

l i t d i f i t 1998 d 7 000 t d

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do Iguayu (entre 1974 e'1980). Desd'e entao, outras pes~oas de origem arabe

passam a ocupar posiyoes importantes na cena publica, Alguns participam

na politica local e estadual concorrendoem eleiy6es para cargos de vereador,

deputado estadual e feder;:l.l.Outros setornatn membros destacadosde con-

selhos comunais e diversas instituiyoes locais.

A partir dos anos 80, os arabes·da fronteira aparecem com urn novo

rosto, peln metios n,9 que diz respeito a sua inscriyao nos meios jornalisticos.

Em especial, 6 peri6dico Nossorempo de Foz do Iguayu com~ya'a veicular

itiformayao sobre 'a tomunidadearabe da' fronteira, isto. e, sabre as ativida-

ges, as associayoes, as,trildiyoes e os posicionamentospoHticos de alguns clos

~eus membros.25 Nos iniciosCflosanos 80, a populayao arabe da fronteira

parece haver alcancado urn numero consider.avel, levando-se em conta sua~ -.. , \ 

recente chegada naregiao.Em uma materia de 1982, le-se que "Mais de mil 

pessoas compoem acomunidade arabe residente emFoz do Iguayu e Ciudad

Presidente Stroessner Cerca de 80 por t:;Jnto sap originarios do Libano e se

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liimicas de distintas cidades brasileiras.28 Ja.em 1987 .,.em uma nota sobre os

trabalhos.da mesquita - fala-se de "aproximadamente dois mil mu<;ulmanos,

mtlitos com mais de vinte anos de residencia na regUia..."29 Ainda sem estar

terminada,.a mesquita ja abriga as cerimonias dassextas-feiras.Em outubro

de 1988, depois de mais de cinco anos. de ttaf,alho, a mesquita Gmar Ibn

Al-Khatab foi oficialmente inaugurada.30

Diversasassocia<;oes ,se desenvolveram durante esses anos, .algumas

orientadas a representa<;ao de determinados grupos com ma,tizes mais teul-

turais, politicos ou religiosos. Algumas delas foram a ~socia<;ao Cultural

Sirio-Brasileira, 0Centro Cultural Arabe-Brasileiro, a Sociedade Arabe Pa-lestina-Brasile'ira, a Associa<;ao Cultural Sanaud, a A$socia<;ao dos Jovens

Mu<;ulmanos de F~z do 19ua<;u.

Em Ciudad' del Este, a diniimica associativa teve outras caracteristi-

cas. Apresen<;a de imigrantes arabes na dire<;ao das R$socia<;oescomerciais

da cidade indica ? lugarde 4estaque que des tiveram na ativi~ade PeIo

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o desenvolvimento de outras estruturas alem daquelas vinculadas ao

comercio teve igualmente caracteristicasdiferenciais em Ciudad del Este,

sendo tambem de cara~rmais privado e individual. Exemplo disso foi a

construyao da mesquita do Profeta Mohammed, inaugurada na metade .dos

anos 90, cujos esforyospara a construyao foram organizados por urn comer- "cia~te local.-31Oa mesma forma 'foi/ormada~ pequena mesquita vinculada

ao Centro Arabe Islamico Paraguaio.

Passada a metade d~rdecada de 90, 0numero da populayao de origem

arabe apontado na midia era seis vezes maior. Numareportagem publicada ,~

em 1996, seg\J.indoinformayoes proporcionadas por pessoas da comunida- , 1de, 0numerode arabes instalados em Foz do .Jgu:ayue Ciudad del Este era. .~

de 12.000. Oeles, Sd% vieram do Libano (grande parte proveniente do suI'

do Libano, particularmente do Vale de Bekaa), 15%tinham origem pales-

tina eos 5% testantes vieram da Siria, Egito e outros paises do Oriente \  \

Medio. Segundo a mesma matel'ia, 95% eram rriu<;ulmanos(40% sunitas e

50% xiitas) 32

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Entretanto, aq~ilo qu~ valia para 0final dos anos""90 nao necessaria-

mente vale para lioje,espedalmente c.onsiderando-se0dedinio comercial

da regiao e a conseqiiente dispersao de muitos comerdantes. Por exemplo,

de acordocom Mohamed Hassan, presidente da Sotiedade Arahe Palestina-

.. Brasileira, no ana 200! havia cerca de 50 familias palestinas na froriteira

,(nao mais'de 300 pessoas), nutnero que contrastava marcadamente com as .

~.800 pessoasde origem palestinareportadas para metade dos anos 90.

Depois do '11 de setemhro nao foram poucos os que assinalaram que ~

milhares ·de pessoas de origem arahe tern aeixado a regiao. Por exemplo,0

atual prefeito de Ciudaddel Este, ohservou recentemente que pelo me~os(

" ,

20 ffiilarahes moravam na ddade, "perodespues de los atentados Mlll de

septiembre etnumero descendi6 a men;s dela mitad'\~4 Por~m, essadfra parec;-

pertencer ao universo da impredsijo p6s-11/09: os numeros apontados na

midia variam tanto quanto as acusa<;:6es.Entre as 30.000 pessoas de ori~em ,

arahe apontadas par alguns meios,35e as10.000'indicadas por outros,36qua-

se todas as dfras-intermediarias tern si:'doapontadas em algum attigo apared-

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pos que os franceses tinham dos libaneses na Costa do Marfim, Didier Bigo

assinala que "the image of the Lebanese community in Abidjan was once'

, that of an appendage to colonization, symbolized in the figures of the Ma-

ronite Christian, the good tradesman or the civil war refugee; in little time

this has changed into the supposed haven of anti-western terrorist lackeys'Of)Hizbollah; usually Shi'l and Arabic speaking." (BIGO,2002, p. 509). Se essa

ultima imagem e a mesma que aquela utilizada para falar cia Triplice Fron- '

teira, 0retrato nesse caso nem sequer tern a possibilidade do contraste com

uma representa<;}io anterior, porqoe a : presen9a arabe parece ter florescido"

  junto as atividacles ilegais que caracterizariam aquela fronteira.Contudo, a partir < :1 0 material ate aqui apresentado, dois elementos

rrierecerri ser subHnhados. 0primeiro e a continuidade que existe entre a

imigJ;a<;aoarabe no Brasil retratada nos trabalhos que a estudam ate meados

do seculo XX e os imigrantes que se localizaram em Foz do 19ua<;u.A mobi-

lidade espacial e a inser<;ao ocupacional se traduzem no mesmo parametro:

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na fronteira continuaram conectados a eles.39Por urn lado, atraves das dis-

cussoes sobre os conflitos que come<;aram com a guerra civil no Libano e

que se acirraram com a invasao israelense,- discussQesque se transformaram.

num den~o campo de posicionamentos. Na,da singular a fronteira em ques-

tao, senao uma dinamica que tern. caracterizado os libaneses ao longo do

mundo, como bem aponta Michael Humphrey.40 Por butro lado, ~traves das

discussoes sobre os alinhamento's pr6prios daqueles anos, isto e, as divers as

discussoes sobre socialismo" ar:abismo e islamismo' e·todas as combinacoes,

possiveis e suas r~-significa<;oesnos conte}(tos locais.

f  Como em tantas cidades do inundo, as mas de Fozdo Igua<;uassisti-ram a passeatas, protestos ou foram palcos de comemora<;oes.~lAssimC'omo

em tantos outros paises, 0governo do pais de.moradia recebeupedidos para

~ que se posicionasse em rela<;1ioos conflitos instaurados nos paises de ori-

gemY A importanda da comunidade arabe na fronteira pode ser avaliada

pela visita de lideres e representantes de diversos paises e organiza<;6es, tais

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(

(maio de 200l),entre tantas outras. Tbdas estas fbram visitas pubTicasfapre-, . , . . ~

sentadas na midia, e que 'contaram com a presen<;ade autoridadese tepre- !

. sentantes locais alem de m~mbros da comunidade. '

Longe de confi~mar as suspeitas sobre terrorismo, a' i~portanda

de destacar essas presenyas e essas dinamicas 'e simplesmente colocar Foz

do 19uayue Ciudad del Este como lugares que formalll p~rte, por um lado,

d~dhispora libanesa e arabe em tetmos gerais e,por outro lado, do espayo

regional transnational no qualessa diaspofa foi-sein~crevend<hOs arabes da

fronteira constituem uma comunidade alem~mar,nao de UlllEstado-Nayao

particular, mas de urn territ6rioregionaldefinido porcriterios em competi-

yao:em termosgeogiafico$ (Oriente Medio), em termos h~manos (arabes),~

em termos religiosos (Isl~).Pehsar o'desenvol~imentodesses processos a luz ,"<

da comunidad~. arabe localizada tla fi;onteira entre Brasil, Paraguai e Argen- !'

tina poderia. ilumin~r. de forma exempla~ as possibilidades exploradas, e os,  / .' -c_.,- _. .-:.. • __ ,

caminhostrllha'!os l'elosj,migr~ntes a~bes neste lado do mundo.

o questionamento das narrativas estruturadas a partir do terroris-

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que qualquer conexao entre a fronteira e 0universo politico do Oriente,

Medio ainda consegueter para fazerdaquele eSp3.<;oo,hotspot  do terrorismo

no continent~.45

As raz6es por tras da rela<;adentre aquelaarea 6as denuncias eo'

impressionante movimento comercial desenvolvido naquele espa<;o,movi-mento que usufrui'de diversos ilegalismos'e inoperandas institucionais.46

Porem, sua considera<;aocomo urn grande buraco de'ilegalidade tambem e

urn retrato contextual dependente das agendas do momento. Por exemplo,

ei~teressante ler uma das primeiras descri<;6esque aparecem na midia in-

ternacional sobre Ciudad del Este na, revista britanica The Economist eminicios dos anos 90: "The city, founded  20 years ago, lies where Paraguay me-

ets both Argentina and Brazil. The commodities it deals in are desk-top computers,

Scotch whisky, aut,hentic Levis, children's toys, even cars. The customers are Brazi~

ian a!1d Argentines who canno~ buy s~ch things at home b~cause their governments

have for decades 'protected' ,them from good cheap imports in favor of bad, expensive

home products" Y Oito anos depois n'amesma revista uma materia analisa as

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nhamentos sac realizados e proinovidos e onde a boa vontade internacional

pode ser expressada e testada.49

Questionar 0terrorismo com6 0elemento estruturador das narra-

tivas sobre os arabes da fronteira e sobre a fronteira em geral nao significa \ 

considerar tudo aquilo que e enunciado ou denunchido como mentira. 0

questionamento leva' a compreender melhor a natureza da rela<;ao entre de-

termirtados supostos, eveptos e situa<;oese 0que as {ormas de falar sobre eles

produzem. Porque antes que ser verdadeiro ou falso, 0terrorismo na frontei-

ra e um discurso produtivo e a sJJaprodutividade pode ser avaliada a partir

dos efeitos que tem para definir os elementos da agenda, que imp6e. Em

primeiro lugar, estabelece os parametros da discussao ao definir os termos

sob'os quais ela pode ser estabelecida: a existencia ou ausencia-de terrorismo

na fronteira. 'Em segundo lugar, ~stabelece uma tempa'ralidade que produz

uma hist6ria especifica: aq\.iela que se i~augura com os atos terroristas que

colocaram a aten<;ao naquela area

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t1nail; editor.:@ctlab.~fsm.br

. ~.ufs\1l.br/eJftora)

Santa Maria, 2007

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