ar gt a metodo pesquisa survey

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    Tecnologia e conhecimento para deciso

    Esta divulgao coordenada pelo Professor Henrique Freitas (PPGA/EA/UFRGS)1, em cooperao com oProfessor Jean Moscarola (Universit de Savoie, Annecy, Frana), e aborda diversas formas de uso da

    anlise de dados quantitativos ou qualitativos (anlise lexical e anlise de contedo), tcnicas indispensveisaos executivos, analistas e pesquisadores modernos, cujo ferramental est disponvel com o sistemaSphinx2.

    Atenciosamente

    Henrique M R de Freitas Visite nosso site:Doutor em Gesto (Grenoble, Frana) http://www.sphinxbrasil.comPesquisador CNPq, Professor PPGA/EA/UFRGS, ConsultorAd Hoc

    MTODO DE PESQUISA SURVEY 3

    Henrique FreitasDoutor em Gesto (Grenoble, Frana)Pesquisador CNPq, Professor PPGA/EA/UFRGS, ConsultorAd Hoc

    Mrian OliveiraDoutoranda - GESID - PPGA - Escola de Administrao - UFRGS

    Amarolinda Costa ZanelaMestranda - GESID - PPGA - Escola de Administrao - UFRGS

    Jean MoscarolaUniversit de Savoie, Annecy, Frana, Autor do sistema Sphinx

    Resumo:Os mtodos de pesquisa podem ser quantitativos ou qualitativos, sua escolha estando associada aos objetivos dapesquisa. No entanto, no h obrigao de se eleger apenas um nico mtodo, cada desenho de pesquisa ouinvestigao podendo ser multimtodo. Aborda-se aqui o mtodo de pesquisa survey, com foco nas caractersticasdeste mtodo e aspectos relacionados com amostragem, elaborao do instrumento e estratgia de aplicao, e deverificao da validade e da confiabilidade, alm de referncias gerais sobre anlise dos dados.Palavras-chave: Mtodo - Pesquisa - Survey - Anlise de dados

    Abstract:Research methods can be of a quantitative or qualitative nature, and choosing one or the other, or even combine them,depends on research aims. However, there is no need to choose only one method, and each investigation or researchdesign can use several methods. Here we approach the survey method, focusing on its characteristics and aspects

    related to sampling, tool elaboration, application strategy and checking of validity and reliability, as well as generalreferences about data analysis.Keywords:Method - Research - Survey - Data Analysis

    1 permitida a reproduo deste artigo, desde que sejam preservados todos os rodaps e a autoria.2 O sistema de pesquisa e anlise de dados Sphinx, de autoria do professor francs e sendo aperfeioado constantemente

    com o apoio da equipe gacha, descrito no decorrer deste artigo e serviu de suporte s ilustraes e anlises.3

    Preparao sob a coordenao do Professor Henrique Freitas, GESID (Grupo de Estudos em Sistemas de Informao eApoio Deciso) - PPGA (Programa de Ps-Graduao em Administrao), da Escola de Administrao da UFRGS. Estetrabalho foi elaborado com apoio de bolsa de ps-doutoramento concedida pelo CNPq, e tambm com apoio da Fapergs.

    http://www.sphinxbrasil.com/http://www.sphinxbrasil.com/http://www.sphinxbrasil.com/
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    O MTODO DE PESQUISA SURVEY

    Os mtodos de pesquisa podem ser quantitativos (por exemplo, survey, experimento, etc.) ouqualitativos (por exemplo, estudo de caso, focus group, etc.), devendo sua escolha estar associadaaos objetivos da pesquisa, ambos os tipos possuindo naturalmente vantagens e desvantagens. Noh nenhuma obrigao de se eleger apenas um nico mtodo, cada desenho de pesquisa ouinvestigao podendo fazer recurso a diferentes mtodos de forma combinada, o que se denominade multimtodo, ou seja, aliando o qualitativo ao quantitativo (e no somente tendo mais de umafonte de coleta de dados). Aborda-se aqui especificamente o mtodo de pesquisa survey,principalmente via questionrio ou guias de entrevista. Sero enfocadas as caractersticas geraisdeste mtodo e alguns aspectos relacionados a amostragem, elaborao do instrumento e estratgiade aplicao, bem como sobre a questo (controversa por natureza) da validade e da confiabilidade.Tambm so feitas algumas consideraes sobre anlise dos dados, e uma reflexo final.

    1. Definio e caractersticas geraisA pesquisa survey pode ser descrita como a obteno de dados ou informaes sobre

    caractersticas, aes ou opinies de um determinado grupo de pessoas, indicado comorepresentante de uma populao alvo, por meio de um instrumento, normalmente um questionrio(Tanur apud Pinsonneault e Kraemer, 1993). Como principais caractersticas do mtodo depesquisa survey pode-se citar: (1) o interesse produzir descries quantitativas de uma populao;e (2) faz uso de um instrumento pr-definido.

    A survey apropriada como mtodo de pesquisa quando: se deseja responder questes do tipo o qu?, por qu?, como? e quanto?, ou seja, o

    foco de interesse sobre o que est acontecendo ou como e porque isto estacontecendo;

    no se tem interesse ou no possvel controlar as variveis dependentes e independentes;

    o ambiente natural a melhor situao para estudar o fenmeno de interesse; o objeto de interesse ocorre no presente ou num passado recente.Pinsonneault e Kraemer (1993) classificam a pesquisa survey quanto ao seu prposito em: explanatria - tem como objetivo testar uma teoria e relaes causais, estabelece a

    existncia de relaes causais, mas tambm questiona porque a relao existe; exploratria - o objetivo familiarizar-se com o tpico ou identificar conceitos iniciais

    sobre um tpico, dar nfase na determinao de quais conceitos devem ser medidos e comodevem ser medidos, buscar descobrir novas possibilidades e dimenses da populao deinteresse;

    descritiva - busca identificar quais situaes, eventos, atitudes ou opinies esto manifestasem uma populao; descreve a distribuio de algum fenmeno na populao ou entresubgrupos da populao ou ainda faz uma comparao entre estas distribuies. Neste tipode survey a hiptese no causal, mas tem o propsito de verificar se a percepo dosfatos est ou no de acordo com a realidade.

    A pesquisa, quanto ao nmero de momentos ou pontos no tempo onde os dados so coletados,pode ser (Sampieri et al., 1991): longitudinal, a coleta dos dados ocorre ao longo do tempo emperodos ou pontos especificados, buscando estudar a evoluo ou as mudanas de determinadasvariveis ou, ainda, as relaes entre elas; corte-tranversal (cross-sectional), a coleta dos dadosocorre em um s momento, pretendendo descrever e analisar o estado de uma ou vrias variveisem um dado momento.

    Outro ponto a ser observado a adequao dos respondentes (indivduos que fornecem as

    informaes) unidade de anlise (aquilo que se pretende analisar), ou seja, que os respondentesrealmente representem a unidade de anlise. Segundo Pinsonneault e Kraemer (1993), a unidade de

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    anlise pode ser um indivduo, neste caso coincidindo com o respondente, mas tambm pode ser umgrupo, um setor da organizao ou a prpria organizao, entre outras.

    2. AmostraA melhor amostra a representativa ou um modelo da populao (Fink, 1995, v.6), contudo

    nenhuma amostra perfeita, o que pode variar o grau de erro ou vis. Alguns aspectos devem serfortemente considerados como: ter claramente definido qual o objetivo que se tem com a realizaoda survey, isto nos dar melhores condies de assegurar se a amostra adequada ou no; definirobjetivamente os critrios de elegibilidade dos respondentes, ou seja, quais as condies quedefinem se uma pessoa pode ou no participar da amostra.

    Perrien, Chron e Zins (1984) consideram que o processo de amostragem composto: peladefinio da populao alvo, pelo contexto de amostragem, pela unidade de amostragem, pelomtodo de amostragem, pelo tamanho da amostra e pela seleo da amostra ou pela execuo doprocesso de amostragem

    A principal caracterstica da amostra probabilstica o fato de que todos os elementos da

    populao tm a mesma chance de serem escolhidos, resultando em uma amostra representativa dapopulao. Isto implica utilizar seleo randmica ou aleatria dos respondentes, eliminando asubjetividade da amostra. A probabilidade de participar da amostra conhecida, podendo seraleatria simples (sortear numa tabela de nmeros aleatrios), sistemtica (definir um critrio paraacessar a lista e de quantos em quantos vamos reter a escolha), por grupos ou subgrupos, ou poretapas (Perrien, Chron e Zins, 1984). A amostra probabilstica ainda pode ser classificada em:estratificada e no estratificada. A amostra probabilstica estratificada assegura que todos os tiposde intervenientes estejam presentes na amostra; cada subgrupo da populao considerada darorigem a uma amostra, segundo o fator discriminante para a segmentao da populao. Este tipode amostra pode ser de dois tipos: proporcional (a amostra de cada estrato proporcional extensodele no universo, segundo alguma propriedade considerada relevante) ou no proporcional (a

    amostra dos estratos no proporcional extenso desses no universo).A amostra no probabilstica obtida a partir de algum tipo de critrio, sendo que nem todos

    os elementos da populao tm a mesma chance de serem selecionados, o que torna os resultadosno generalizveis. Guardando suas limitaes, este tipo de amostra pode ser conveniente quandoos respondentes so pessoas difceis de identificar (por exemplo, criminosos) ou grupos especficos(por exemplo, pacientes) ou ainda, quando existe restrio no oramento da pesquisa (Fink, 1995,v.6). Podem-se identificar seis tipos (Henry apud Brickman e Rog, 1997):

    por convenincia (convenience) os participantes so escolhidos por estarem disponveis; mais similares ou mais diferentes (most similar/dissimilar cases) os participantes so

    escolhidos por julgar-se que representam uma situao similar ou o inverso, uma situao

    muito diferente; por quotas (quota) os participantes so escolhidos proporcionalmente a um determinado

    critrio, a amostra composta por subgrupos; bola de neve (snowball) os participantes iniciais indicam novos participantes; casos crticos (critical cases) os participantes so escolhidos em funo de

    representarem casos essenciais ou chaves para o foco da pesquisa; casos tpicos (typical cases) os participantes so escolhidos por representarem a situao

    tpica, no incluindo extremos.

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    Arlene Fink publicou o livro How to sample in surveys (Sage Publications, 1995, v. 6),onde afirma que o tamanho da amostra refere-se ao nmero de respondentes que se necessita paraque os resultados obtidos sejam precisos e confiveis, sendo que ao aumentar o tamanho da amostradiminui-se o erro. Naturalmente, esta tendncia tem limites, a partir de uma certa quantidade, no

    se tem mais uma forte contribuio agregada pelo fato de se coletar mais questionrios. Fink (1995,v.6, p. 34) discute sobre quanto suficiente?. O tamanho da amostra deve ser estabelecidoconsiderando alguns aspectos: o universo finito ou infinito; nvel de confiana estabelecido(usualmente 95%) e erro permitido (normalmente no superior a 5%); e a proporo em que acaracterstica foco da pesquisa se manifesta na populao.

    Imprecises na definio da populao alvo determinam maiores chances de erro naamostragem e em conseqncia naquilo que se coletar, analisar e incorretamente concluir. Outroaspecto que pode afetar a qualidade dos resultados so as no-respostas, representadas peloindicador taxa de resposta.

    Moscarola (1990) apresenta uma leitura simplificada desse tema. Ele ressalta (p. 63) a leidos grandes nmeros, segundo a qual com uma amostra inferior a 30 observaes, tem-se tantochances de encontrar um valor errneo ou defasado, como um valor se aproximando da realidade.Isso aumenta consideravelmente com 100 observaes e ainda bem melhor com 300.

    Perrien, Chron e Zins (1984, p.213-220) abordam a questo do tamanho da amostra,argumentando tambm que a preciso tende a aumentar com o tamanho da amostra, e naprobabilstica para se dobrar a preciso deve-se quadruplicar a amostra. Eles afirmam que - almde argumentos estatsticos - o tamanho da amostra tambm influenciado em muito pelacredibilidade dos usurios da pesquisa.

    3. InstrumentoO instrumento utilizado para a realizao da survey pode ser, entre outros, o questionrio,

    tendo como estratgia de aplicao a entrevista pessoal, o envio pelo correio, etc. Na escolha da

    estratgia de aplicao deve-se atentar para o custo, o tempo, e tambm para a forma que venha agarantir uma taxa de resposta aceitvel para o estudo. Oppenheim (1992) oferece uma obra sobreeste assunto intitulada Questionnaire design, interviewing and attitude measurement.

    Arlene Fink publicou o livro How to ask survey questions (Sage Publications, 1995, v.2),no qual se pode encontrar um adequado referencial e guia prtico para tal atividade, como aaderncia das questes ao seu contexto, a questo difcil de se oferecer questes abertas oufechadas, as escolhas e medidas inerentes s respostas oferecidas, e um interessante debateenvolvendo conhecimento, atitudes e comportamentos.

    Moscarola (1990, p. 105) desenvolve uma interessante abordagem a propsito do questionrioe de sua elaborao, definindo primeiro todo o grande macro-ambiente que cerca ou define o

    contexto: cultura e modo de vida, economia, tcnicas, sociedade, organizaes, locais, geografia...depois aproxima-se mais com aspectos do marketing, a saber comunicao e publicidade, preos equalidade, distribuio, produtos e mercados, para ento chegar nas questes essenciais: quem?,onde?, o qu?, quando?, como? e por qu?. Ele faz uma triangulao interessante dosmtodos de observao ao contedo, associando o tema ou significado da observao (identidade,comportamentos, motivos, valores) com a natureza do objeto que observado (fatos,comportamentos, opinies) e com os meios (ou mtodos de observao, ou seja, observao direta,entrevista fechada, entrevista semi-aberta, ou entrevista aberta). o que ilustra a Figura 1. Suanfase ainda, a de que h diversas maneiras de se abordar um mesmo tema.

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    O QUESTIONRIO COMO SISTEMA

    NOSSAS AES

    OPINIES/VALORES

    IDENTIDADE COMPORTAMENTO

    MOTIVO

    O QUESTIONRIO COMO LISTA

    O QUEDESEJAMOSSABER

    IDENTIDADE

    COMPORTAMENTO

    QUEM?

    FAZER O QU?

    MOTIVO POR QUAL RAZO?

    OPINIES/VALORES

    COM QUE SENTIDO?

    Figura 1 - A concepo e funo do questionrio - Fonte: Moscarola (1990)

    Note-se ainda que h diferentes formas de realizao da enqute, que podem ser: pelaobservao direta, face-a-face, por telefone, por correio, por internet, por meio de postos multi-mdia, entre outros. Bourque e Fielder (1995) desenvolvem Como conduzir surveys auto-administrveis e por correio. Frey e Oishi (1995) oferecem Como conduzir entrevistas portelefone ou pessoalmente.

    Alguns cuidados devem ser seguidos na elaborao do questionrio (Gil, 1991; Perrien,Chron e Zins, 1984):

    as alternativas para as questes fechadas devem ser exaustivas para cobrirem todas aspossveis respostas;

    somente questes relacionadas ao problema devem ser includas; deve-se considerar as implicaes das perguntas quanto aos procedimentos de tabulao e

    anlise dos dados; o respondente no deve se sentir incomodado ou constrangido para responder as questes; as questes devem ser redigidas de forma clara e precisa, considerando o nvel de

    informao dos respondentes; as questes devem possibilitar uma nica interpretao e conter uma nica idia; o nmero de perguntas deve ser limitado; a seqncia das perguntas deve ser considerada sempre que houver possibilidade de

    contgio, preferencialmente iniciando-se por perguntas mais simples e terminando-se comas mais complexas, assim como iniciando-se por temas mais amplos, questes maisdelicadas no meio do instrumento e terminando por dados scio-demogrficos;

    as perguntas no devem induzir as respostas; a apresentao grfica do questionrio deve ser observada, procurando-se facilitar o

    preenchimento; deve haver um cabealho que informe o objetivo da pesquisa, a importncia das respostas e

    a entidade patrocinadora, de forma resumida; deve haver instrues sobre como preencher corretamente o questionrio.Deve-se ainda assegurar, sempre que for o caso, no prprio texto inicial, sobre a

    confidencialidade dos dados e dos resultados enquanto dados individuais, ou mesmo enquantodados coletivos.

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    Segundo Hoppen (1996), a elaborao do instrumento e o seu refinamento constituem as duasfases que devem ser consideradas para a validao do contedo. Os enunciados que compem oinstrumento so baseados na reviso da literatura pertinente ao fenmeno. Este tipo de validaoimplica que todos os aspectos do atributo que est sendo medido sejam considerados pelo

    instrumento, ou seja, que os indicadores construdos so uma boa representao do fenmeno a serestudado. Aps a elaborao do instrumento, pode-se utilizar juzes (especialistas na rea) para

    julgar a pertinncia, a clareza e a completeza do mesmo, considerando o seu propsito.Na seqncia, deve-se realizar o pr-teste do instrumento. O pr-teste tem como objetivo

    refinar o instrumento, visando a garantia de que ele realmente ir medir aquilo a que se prope. Naanlise, deve-se observar se todas as questes foram respondidas corretamente, se as respostas noindicam dificuldade quanto ao entendimento da questo e quanto forma de preenchimento doquestionrio. Segundo Gil (1991), devem ser considerados no pr-teste os seguintes aspectos:clareza e preciso dos termos, quantidade de perguntas, forma das perguntas, ordem das perguntas eintroduo.

    4. Validade e confiabilidade: alguns pontos essenciaisA validade e a confiabilidade ou fidedignidade (reliability) so requisitos essenciais parauma medio. Para que uma medida tenha validade, ela necessita ter confiabilidade, j uma medidaconfivel poder ou no ser vlida. Litwin (1995) oferece o estudo How to measure surveyreliability and validity.

    A medio formada por trs elementos: a medida verdadeira, o erro amostral e o erro noamostral ou sistemtico. Os erros amostrais ocorrem em funo do tamanho e processo de seleoda amostra, enquanto que os erros no amostrais so aqueles que ocorrem durante a realizao dapesquisa e no so classificados como erros amostrais, por exemplo, no-respostas, entrevistadoresno treinados ou desonestos, etc. (Mattar, 1994). Segundo este autor,

    a validade de uma medio refere-se a quanto o processo de medio est isento,

    simultaneamente, de erros amostrais e de erros no amostrais; a confiabilidade de uma medio refere-se a quanto o processo est isento apenas dos

    erros amostrais.Uma escala tida como fidedigna quando produz consistentemente os mesmos resultados,

    uma vez aplicada mesma amostra (Gil, 1995). A medio da confiabilidade pode ser feita atravsdos seguintes coeficientes (Sampieri et al., 1991): medida de estabilidade (confiabilidade por teste-reteste), mtodo de formas alternativas ou paralelas, mtodo de metades partidas (split-half),coeficiente alfa de Cronbach e coeficiente KR-20.

    Uma escala apresenta validade quando mede realmente o que se prope a medir. A validadeinterna se refere s condies de aplicao do instrumento. Segundo Campbell e Stanley (1979),alguns aspectos devem ser considerados para que no influam no resultado da pesquisa, que so:fatos que tenham ocorrido entre as medidas; alteraes internas aos respondentes, que ocorremdevido passagem do tempo; efeito da aplicao de um teste sobre o resultado do segundo;alteraes no instrumento ou nos observadores que reflitam em mudanas nas medidas encontradas;reduo dos respondentes no decorrer da pesquisa; etc. J a validade externa refere-se s condiesde generalizao, ou seja, representatividade da amostra e correspondncia entre osrespondentes e a unidade de anlise.

    Segundo Frankfort-Nachmias e Nachmias (1996, p. 165-166), quanto validade deve-se terem mente a seguinte questo: eu estou medindo aquilo que desejo medir?, ou seja, o meuinstrumento representa o fenmeno que est sendo estudado? A validade pode ser classificada emtrs tipos: de contedo, emprica e de construto. A validade de contedo (tambm chamada de

    face validity) enfoca o instrumento mas de forma subjetiva, mais preocupada em que medida opesquisador acredita que o instrumento adequado, podendo pois ser verificada atravs da opinio

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    de juzes. Gil (1995, p. 137) refora esta definio de uso de um comit.Hoppen (1996) observa que a validade pode ser classificada nos seguintes tipos: aparente

    enfoca a forma do instrumento e o vocabulrio utilizado; de contedo verifica se o instrumentorepresenta o que se deseja medir; de trao busca a coerncia interna de cada medida e a

    consistncia sob os diferentes enunciados; de construto elo entre o nvel conceitual e ooperacional; e nomolgica - testa a relao entre os construtos e a relao emprica entre as medidasde diferentes construtos.

    5. Anlise dos dados: uma tarefa na qual se chega quase sem flegoUma pesquisa bem planejada e realizada deveria permitir que, utilizando-se as ferramentas

    certas, se chegasse com tempo hbil e com energia explorao dos dados. Nem sempre issoocorre. Alm disso, no pode haver equvoco: para se obter algo bom dos dados, devemos conhec-los a fundo, quanto mais melhor, e devemos dedicar tempo a esta tarefa. Quanto mais tempodedicarmos, mais qualidade tero nossas inferncias e concluses.

    Por outro lado, h toda uma questo de se usar mtodos quantitativos ou mtodos

    qualitativos... de se usar dados quantitativos ou dados qualitativos... de se usar diferentesinstrumentos e tcnicas... de se usar tudo isso em diferentes etapas, num nico mtodo ou entomultimtodo... no nem simples nem fcil lidar com tudo isso!

    Contudo, a comunidade cientfica ainda est refletindo sobre a validade de se usar mtodosqualitativos, iniciando a valorizar mais este tipo de mtodo, tcnicas e dados, quando na verdade sedever ainda avanar mais que isto at a ousadia - que achamos j normal - de cruzar dadosquantitativos com dados qualitativos derivados de dados originais puros, como a opinio honesta,sincera e natural de um cliente sobre o servio prestado por uma organizao, ou do empregadosobre o seu gerente. A criao de novos dados exige envolvimento do pesquisador (e no somentede seus auxiliares!) com os dados! E extremamente consumidora de tempo, mas este um tempoque se reflete na riqueza das concluses diretamente!

    Os dados obtidos com a realizao da survey devem ser analisados fazendo uso doferramental estatstico para a obteno das informaes desejadas, devendo-se para isto consideraro tipo de anlise estatstica aplicvel s variveis em estudo. As variveis podem ser qualitativas etm como resultado atributos ou qualidades - por exemplo, sexo - ou quantitativas, que tm comoresultado nmeros de uma determinada escala - por exemplo, tempo de servio.

    Segundo Maxwell (apud Brickman e Rog, 1997), as decises sobre a anlise dos dados devemser consideradas durante o desenho da pesquisa, embora muitos pesquisadores as consideremsomente a posteriori.

    Os casos por ns desenvolvidos (Cunha Jr., Freitas e Slongo, 1995; Freitas, Cunha Jr. eMoscarola, 1997) podem ajudar o leitor a desenvolver alguns conhecimentos e habilidades a esterespeito, bem como oferecem outras referncias importantes, especialmente no que diz respeito parte de anlise estatstica de dados, bem como anlise de contedo de questes completamenteabertas (opinies, etc). O livro francs Enqutes et analyse de donnes (Moscarola, 1990) umaexcelente referncia nessa rea. Uma referncia canadense consistente o livro Recherchemarketing: mthodes et dcisions, de Perrien, Chron e Zins (1984). Enfim, uma refernciaamericana que cobre bem este assunto o livro Research methods in the social sciences, deFrankfort-Nachmias e Nachmias (1996).

    Uma referncia muito interessante o livro editado pela Harvard Business School (Boston),em 1991, por K.L. Kraemer, J.I. Cash Jr., e J.F. Nunamaker, intitulado The information systemsresearch challenge: survey research methods (volume 3). Trata-se de uma reunio de diversospesquisadores para discutir sobre a aplicabilidade, tcnicas, mtodos, para se aplicar surveys na

    rea de sistemas de informao, cada artigo tendo tambm comentrios e discusses de outrosautores. Medidas, coleta de dados, instrumentos, enfim, uma srie de aspectos importantes so

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    tratados, bem como alguns casos prticos e anlise de dados.

    Diversos aspectos devem ser observados, e diversas so as obras que tratam disso. Algumasdas referncias que podem ser eventualmente teis neste tema so:

    The market research toolbox: a concise guide for beginners, de E. F. Mcquarrie, SagePublications, 1996, 154p.

    Qualitative data analysis: an expanded sourcebook, de M.B. Miles e A.M. Huberman,Sage Publications, 1994, 338p.

    Traitement statistiques des enqutes, de D. Grang e L. Lebart, Dunod, 1994, 255p. Initiation lanalyse de donnes, de J. de Lagarde, Dunod, 1995, 162p. Lenqute feed-back, de R. Lescarbeau, Les Presses de lUniversit de Montral,

    Collection Intervenir, 1994, 155p. Interpreting qualitative data: methods for analysing talk, text and interaction, de D.

    Silverman, Sage Publications, 1993, 224p.

    Qualitative researching, de J. Mason, Sage Publications, 1996, 180p. Qualitative inquiry and research design: choosing among five traditions, de J.W. Creswell,

    Sage Publications, 1998, 403p. Research interviewing: context and narrative, de E.G. Mishler, Harvard University Press,

    1986, 189p. Consumer Psychology for marketing, de G.R. Foxall e R.E. Goldsmith, Routledge ed.,

    1994, 244p.

    A anlise a ser realizada tambm depende do tipo de varivel utilizada. A seguir, sodescritos os diferentes tipos de variveis:

    Variveis nominais: o tipo de varivel mais simples, os elementos do conjunto original

    sendo agrupados em classes ou categorias. Ex.: sexo (masc., fem.), estado civil (solteiro,casado...). Quanto s possibilidades estatsticas desse tipo de varivel, tem-se a contagemdo nmero de casos. Uma vez determinada a quantidade de elementos com o atributo queest sendo estudado, e com o objetivo de estabelecer comparaes entre as categorias,utilizam-se 3 medidas: propores, porcentagens e razes.

    Variveis ordinais: a varivel ordinal resulta da operao de ordenar por postos. Assim,alm de classificar os elementos de um conjunto, estabelece-se uma ordem hierrquicaentre as categorias. Por exemplo, classe econmica (nvel alto, mdio, baixo).Possibilidades estatsticas: mediana (estatstica mais adequada para a descrio datendncia central dos valores), decis, quartis, percentis, teste de hipteses: Qui-quadrado,correlao de postos. A correlao no ordenamento por postos aplica-se s escalasordinais, dado que os coeficientes resultantes (por exemplo, Spearman ou Kendall) seinterpretam somente como um teste em relao ao ordenamento dos valores.

    Variveis intervalares: as variveis intervalares possuem caractersticas das escalasnominais e ordinais, alm disso, apresentam distncias iguais entre os intervalos que seestabelecem sobre a propriedade medida; nas variveis desse tipo, pode-se comparar asdiferenas numricas que existem entre uma e outra categoria. Possibilidades estatsticas:podem utilizar todas as medidas estatsticas usuais a menos que estas impliquem oconhecimento de um zero absoluto (inexistncia natural do fenmeno estudado). Alm dasmedidas j descritas anteriormente, possvel utilizar as seguintes: mdia aritmtica,desvio-padro, correlao de postos, correlao produto-momento de Pearson, assim como

    os testes ou provas paramtricas comuns (teste t, teste F, etc.).

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    Variveis de razo: quando uma escala tem todas as caractersticas de uma escala deintervalos, e alm disso tem um verdadeiro ponto zero como origem, chamada devarivel de razo. So variveis que renem todas as propriedades dos nmeros naturais:classificao, ordem, distncia e origem. Por exemplo, nmero de habitantes de uma

    cidade (podem existir cidades sem habitantes, mas muito difcil que isso ocorra).Possibilidades estatsticas: pode-se aplicar todo tipo de medidas estatsticas. Alm dasestatsticas utilizveis em escalas intervalares, pode-se usar estatsticas como: mdiageomtrica, coeficiente de variao (estatsticas que exigem conhecimento do ponto zeroverdadeiro).

    A seguir, ilustra-se uma anlise bi-variada que se pode fazer com as variveis nominais, combase em Moscarola (1995a) e Sphinx Lxica (1997).

    NOMINAL, NOMINALAC (anlise de correspondncias)

    Da tabela...

    CRITERES

    MARQUE

    Renault

    Peugeot

    Citron

    Ford

    Fiat

    Volkswagen

    Opel

    Japonaise

    Autre

    TOTAL

    V it es se C onfort C onsommati

    Pr ix Se rv ic es TOTAL

    22% 0% 100% 17% 50% 100%

    64% 64% 50% 29% 7% 100%

    44% 17% 56% 72% 33% 100%

    50% 10% 10% 10% 50% 100%

    0% 17% 83% 83% 17% 100%

    59% 55% 0% 0% 27% 100%

    64% 36% 36% 27% 73% 100%

    44% 61% 6% 17% 6% 100%

    38% 13% 69% 50% 63% 100%

    45% 27% 49% 35% 40% 100%... para o mapa

    Axe 1 (67.5%)

    Axe 2 (20.8%)

    Renault

    Peugeot Citron

    Ford

    Fiat

    VolkswagenOpel

    Japonaise

    AutreVitesse

    Confort

    Consommation

    Prix

    Services

    A AC para

    visualizar

    os desvios

    equirepartio

    Figura 2 Exemplo de cruzamento de variveis nominais e numricas

    Fonte: Moscarola, 1995b

    A anlise multidimensional de dados (Hair et al., 1994) consiste em analisar simultaneamentemais de duas variveis visando a sntese ou anlise aprofundada; ou seja, deseja-se resumir a massade dados e informaes implicando um grande nmero de indivduos descritos por diversasvariveis. A Figura 3 ilustra alguns recursos.

    Anlise Multivariada

    Explicar ...V1

    V2

    V3

    V3

    Sintetizar ...

    Classificar ...

    Um caminho intuitivo para realizarprocedimentos avanados

    Regresso mltipla

    Anlise de Componentes Principais (ACP)

    Anlise fatorial

    Clustering ou tipologia

    ...Busque criar acesso ao

    pensamento mutidimensional!

    Figura 3 - Anlise multivariada e alguns testes estatsticos

  • 8/2/2019 AR GT a Metodo Pesquisa Survey

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    Arlene Fink publicou o livro How to analyze survey data (Sage Publications, 1995, v.8), noqual se pode encontrar um adequado referencial e guia prtico para tal atividade, como que tipo deestatsticas aplicar ou realizar, a busca de relaes e de correlaes, e os mtodos mais comumenteutilizados.

    6. Consideraes FinaisSegundo Pinsonneault e Kraemer (1993), para a melhoria da qualidade das surveys no campo

    da Administrao da Informao, os pesquisadores deveriam atentar para: utilizar mais de ummtodo para coleta de dados (permitindo a triangulao) em situaes em que esta estratgia se faanecessria; adotar procedimentos adequados e sistemticos para a amostragem; fazer uso deestratgias que garantam uma alta taxa de resposta; buscar o melhor elo entre a unidade de anlise eos respondentes; selecionar corretamente, considerando a pesquisa, entre corte-transversal elongitudinal.

    Fink (1995, v.9), tanto como Moscarola (1990), abordam de forma utilitria a elaborao dosrelatrios e comunicaes inerentes pesquisa realizada, um tema que os pesquisadores desprezam

    ou relaxam, uma vez que esto preocupados e envolvidos com o processo, e normalmentedesgastados pelo fato de ter de se preocupar, conduzir e gerenciar cada etapa, quais sejam. Desde aapresentao de cada um dos dados, at suas implicaes estratgicas ou gerenciais, tudo deve serainda preocupao do analista ou pesquisador.

    Deve haver completa distino entre o fato de se dispor de uma massa de dados, e a nossanecessidade de comunicar verbalmente ou por escrito os resultados a que chegamos. Esta umaatividade que exige concentrao e muitas outras competncias, e devemos com isto nos preocupare para tal alocar tempo.

    O problema que, muitas vezes quando este momento chega, no se possui prazos quepossibilitem a dedicao adequada. Talvez isto indique uma maior necessidade de organizao e deconscincia das pessoas, no sentido de se oferecer melhores resultados sociedade ou

    organizao que encomendou a pesquisa, sem a mera desculpa de falta de tempo.Referncias

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