aquecimento global: eu tambÉm sou responsÁvel … · apropriarem-se do conhecimento científico...

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AQUECIMENTO GLOBAL: EU TAMBÉM SOU RESPONSÁVEL POR ISSO?

Maria Cristina Aprigio da Silva1

Prof. Dr. Rogério Fernandes de Souza2

Resumo Este artigo tratou de apresentar os resultados do Plano de Implementação Pedagógica, desenvolvido pelo Programa de Desenvolvimento da Educação- PDE, junto a uma escola pública de ensino fundamental, com uma turma de 5ª. série, no ano de 2011. O seu objetivo foi demonstrar como o ensino de ciência por investigação pode auxiliar os alunos na aquisição e apropriação do conhecimento científico. Para promover uma aprendizagem significativa foram desenvolvidas diversas atividades abordando o tema aquecimento global, utilizando-se para tanto das estratégias metodológicas do ensino de ciências por investigação. Os resultados indicam que os estudantes conseguiram desenvolver uma visão mais completa sobre os mecanismos envolvidos com a temática escolhida e, principalmente, sobre a forma como o conhecimento científico é construído. Palavras-chave: Mudanças climáticas; Efeito Estufa; Ensino de Ciências por

Investigação.

1 Introdução

O fenômeno denominado Aquecimento Global é o desafio do nosso século.

Toda mídia e revistas científicas têm chamado a atenção para as mudanças

climáticas que vêm acontecendo, sendo que muitos as consideram como resultado e

consequência do modelo de desenvolvimento econômico humano que pode assim

deixar marcas profundas para o futuro do planeta. O enfrentamento desse problema

tem tomado a pauta dos governos e das instituições responsáveis pela formação do

1Professora de Ciências na Escola Estadual Anastácio Cerezine- Ensino Fundamental e Professora

PDE, 2011. 2Professor Doutor pela Universidade Estadual de Londrina- UEL e Orientador do PDE 2011.

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cidadão, como as escolas, igrejas e as famílias À Educação, por premissa, é

reservado o papel mais importante nessa empreitada, ou seja, o de esclarecer,

ensinar e conscientizar os sujeitos sociais a promoverem a vida com qualidade, bem

como a preservarem e a manterem um planeta em condições habitáveis, hoje e no

futuro.

No entanto, pode ser que, na inclusão desse tema no ensino de ciências, ele

acabe sendo distorcido e chegue para a maioria das pessoas numa imagem

catastrófica, como muitas vezes isso é feito pelos meios de comunicação. E isso

poderia tornar difícil a sua discussão e esclarecimento a partir do foco científico.

Mas, é justamente nesse ponto que se revela a importância de tais discussões em

sala de aula, pois, por meio delas é que o professor poderá intervir e contribuir pra

desmistificar ideias controversas sobre tais tipos de temas. Isso porque, se espera

que esse esteja preparado para buscar tal conhecimento, assim como para abordá-

lo de maneira esclarecedora nas suas aulas.

O ensino de ciências por investigação pode contribuir para uma

aprendizagem significativa, uma vez que, a partir dessa metodologia, abre-se a

possibilidade de que os alunos consigam, mesmo a partir do senso comum,

apropriarem-se do conhecimento científico e, dessa forma, conscientizarem-se sobre

as causas, consequências e a realidade do aquecimento global.

Neste trabalho, foram discutidos os fundamentos teóricos relacionados às

pesquisas científicas sobre o aquecimento global, promovendo atividades

investigativas sobre esse tema. Os resultados obtidos a partir da utilização dessas

estratégias metodológicas são aqui apresentados.

2 Revisão Teórica

2.1 O Ensino de Ciências hoje

A formação dos professores para o ensino de Ciências, por exemplo, para

escolas de ensino fundamental e médio começou apenas a partir da década de 30,

com a implantação das faculdades de filosofia, ciências e letras nas universidades e

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institutos de ensino superior. Ao que Azevedo (1954 apud TAGLIEBER, 1984)

justifica dizendo que a ciência nunca foi uma tradição cultural brasileira e, ainda

hoje, o conhecimento científico não é privilegiado nos currículos das escolas.

No entanto, Wortmann (2001), mais atualmente, lembra que a especificidade

dos mecanismos de organização da disciplina de Ciências, que agrupa saberes

oriundos de diversos outros, coloca todos diante de uma disciplina que tem seu

próprio dinamismo e se movimenta e se expande para todos os espaços

pedagógicos. Porém, cópias de livros e aulas expositivas durante as aulas de

Ciências têm formado alunos desinteressados e com pouca habilidade para a

reflexão, julgamento ou compreensão da realidade, limitando, posteriormente, sua

capacidade de atuação social.

É nesse quadro dinâmico que o ensino de ciências por investigação passa a

ser um método que vem ao encontro com essa necessidade de atualização na forma

de ensinar.

2.2 O ensino de Ciências por Investigação

Se o objetivo é suscitar e inovar, falar de ensino de ciências por investigação

é o caminho, pois, é a partir do “por quê?” (grifo meu) que se inicia o processo de

fazer-se Ciência, muito embora essa ainda não seja uma abordagem totalmente

conhecida pelas escolas brasileiras. Essa metodologia considera a importância da

participação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, no qual o papel do

professor é o de mediar todo esse aparato de informações dentro do contexto real

onde está inserida esta ou aquela comunidade de alunos, relevando sempre os

fatores que promovam a construção do conhecimento.

Esse método propõe atividades investigativas, tais como demonstrações

investigativas, laboratório aberto, questões e problemas abertos, partindo de

exemplos do cotidiano, concentrando e discutindo-os a partir de tais problemáticas

ou desafios. O caráter investigativo é o diferencial nesta abordagem, pois, por meio

dela será possível perceber que os estudantes aprendem melhor quando participam

ativamente das atividades de ensino.

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Carvalho (1998) enfatiza que essa proposta de ensino deve ser tal que leve

os alunos a construírem seu conteúdo conceitual participando do processo de

construção e dando oportunidade de aprenderem a argumentar e exercitar a razão,

em vez de se fornecer respostas definitivas ou impor os próprios pontos de vista do

professor, o que resulta na transmissão de uma visão fechada das ciências. Isso

porque, nota-se que, no ensino de Ciências, existe uma grande dificuldade de o

aluno relacionar a teoria desenvolvida em sala com a realidade a sua volta. Ou seja,

ele não reconhece nem o método e nem o conhecimento científico em situações do

seu dia a dia.

Por isso, seria importante ensinar ciências por investigação via diferentes

propostas que estarão em busca das soluções dos mesmos desafios ou situações

problemas, e de forma alguma tentando dissociar a aprendizagem escolar da

científica. Pelo contrário, tentando aproximá-las, contextualizando conceitos

científicos no campo da investigação acadêmica. O que não é tarefa simples.

Azevedo (2004) garante que ao se criar atividades investigativas para a

construção de conceitos, apresenta-se uma forma de oportunizar a participação do

aluno em seu processo de aprendizagem. É por isso que uma atividade de

investigação deve partir de uma situação problematizadora para levar o aluno a

refletir, discutir, explicar, relatar, enfim, que ele comece a produzir seu próprio

conhecimento por meio da interação entre o pensar, sentir e fazer.

Conforme Moreira (1983), a solução de problemas a partir da investigação

deve estar fundamentada na ação dos alunos, que deverão ter oportunidade de agir,

sendo acompanhados de ações que os levem a um trabalho prático. Porque ao se

considerar que a teoria é feita de conceitos que são abstrações da realidade

(SERAFIM, 2001), é possível inferir que o aluno que não reconhece o conhecimento

científico em situações do seu cotidiano, não foi capaz de compreender a teoria, e

isso é o que se deve melhorar dentro do ensino de Ciências. O importante, segundo

Borges (2002) é o envolvimento comprometido com a busca de respostas/soluções

bem articuladas para as questões colocadas, em atividades que podem ser

puramente de pensamento. Seguindo essa proposta, os estudantes passariam a ter

experiências com a Ciência, bem como compreender os seus métodos, podendo

assim adquirir, na prática, seus novos conhecimentos.

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Os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais propõem que o ensino de

Ciências deve propiciar:

[...] ao educando compreender as ciências como construções humanas, entendendo como elas se desenvolvem por acumulação ou ruptura de paradigmas, relacionando o desenvolvimento científico com a transformação da sociedade (BRASIL, 1999, p.107).

Assim o objetivo dessa metodologia é facilitar a aprendizagem e a

compreensão dos conceitos científicos de maneira que eles passem a ter significado

para os estudantes. A atividade investigativa vai então, priorizar a participação do

aluno como pensante, junto a esse processo de construção de conhecimento, e

permitirá o desenvolvimento de habilidades fundamentadas neste conceito que lhe

farão sentido, de modo que ele saberá o por quê de estar investigando tal fenômeno,

pois, conforme Bachelard (1996), todo conhecimento é resposta a uma questão.

Sob este ponto de vista, o papel do professor será o de orientador,

introduzindo as ideias de ciências, fazendo com que os alunos possam dar sentido a

elas. De acordo com Mortimer (2006), conferir significado é, portanto, um processo

dialógico que envolve pessoas em conversação e a aprendizagem é vista como o

processo pelo qual os indivíduos são introduzidos em uma cultura por seus

membros mais experientes. Dessa forma, o professor deve acompanhar as

discussões, provocar novas questões, questionar e conduzir o processo de ensino.

Considera-se que seja fundamental para a construção de um conceito científico a

discussão realizada em sala de aula acerca de um determinado fenômeno, com a

participação dos estudantes expondo seu conhecimento informal sobre o assunto

(VALE, 2007).

O processo de pensar é fruto da participação e pode contribuir na construção

da autonomia, facilitando a solução de problemas e reconhecendo que são

necessárias ações para enfrentá-los. Por essa razão Carvalho et al. (1998)

descrevem como é dada essa influencia do professor num ensino por investigação,

onde o aluno faz parte da construção de seu conhecimento:

É o professor que propõe problemas a serem resolvidos, que irão gerar ideias que, sendo discutidas, permitirão a ampliação dos conhecimentos prévios; promove oportunidades para a reflexão, indo

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além das atividades puramente práticas; estabelece métodos de trabalho colaborativo e um ambiente em que todas as ideias são respeitadas.

Carr e Kemmis (1988) também lembram que uma prática investigativa deve

estar organizada pelos passos de planejamento, ação, observação, reflexão e

replanejamento, que formarão uma espiral cíclica do movimento no contexto ação →

reflexão → ação. E, conforme Moreira (1983), a solução de problemas a partir da

investigação deve estar fundamentada na ação dos alunos, que deverão ter

oportunidade de agir, sendo acompanhados de ações que os levem a um trabalho

prático.

É neste caminho que se pretende trabalhar o tema Aquecimento Global para

uma turma de 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola pública.

2.3 Investigando o Aquecimento

De acordo com a Coleção Explorando o Ensino – Mudanças Climáticas

(OLIVEIRA et al., 2009), especialistas apontam o aquecimento global como um dos

mais graves problemas ambientais com que os habitantes do planeta terão que se

confrontar neste século, dentre os inúmeros impactos ambientais surgidos depois da

Revolução Industrial.

Calcula-se que no Brasil, o aquecimento global provocará um aumento nas

ocorrências de desastres naturais e eventos meteorológicos, como: ondas de calor,

estiagens prolongadas e excesso de chuvas. Essas mudanças climáticas terão

impactos sobre a agricultura, biodiversidade e qualidade de vida da população

(OLIVEIRA et al., 2009).

Segundo Tommasi (2008), o possível aumento das chuvas em decorrências

das mudanças climáticas provocaria aumento das inundações, dos deslizamentos

de encostas, das avalanches, da erosão do solo; redução dos recursos hídricos;

aumento dos riscos de incêndios florestais; decréscimo da produtividade agrícola;

aumento do risco de doenças humanas; aumento da pobreza; danos aos

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ecossistemas costeiros; redução da morbidade humana relativa ao frio; aumento da

mortalidade humana nas faixas etárias maiores e nas camadas sociais mais pobres.

Mudanças climáticas naturais sempre ocorreram, mas registros de

temperaturas a partir de estudos paleoclimáticos apontam que as mudanças de

temperatura do planeta não são restritas somente a causas naturais. Esse aumento

de temperatura também é atribuído ao aumento da emissão de dióxido de carbono e

outros gases do efeito estufa (GEE) provocados pelo homem em atividades como a

utilização de combustíveis fósseis, queimadas e desmatamentos. Os países mais

desenvolvidos são os que mais contribuem para esse aumento, porém, os em

desenvolvimento também dão sua contribuição (OLIVEIRA et al. 2009). Diante dessa

situação, diversos países se veem obrigados a tomar algumas medidas para reduzir

a emissão de GEE na atmosfera. A Organização das Nações Unidas (ONU) teve

papel importante na mobilização desses países para um acordo de cooperação

global na diminuição da emissão desses gases. A partir disso, várias convenções

sobre mudanças climáticas foram realizadas para uma conscientização mundial

sobre o problema (OLIVEIRA et al. 2009).

Tolentino (2008) relata que países desenvolvidos começaram a se

industrializar muito antes que os em desenvolvimento, tendo então responsabilidade

maior na emissão de gases oriundos da queima de combustíveis fósseis. Partindo

desse princípio, o Protocolo de Kyoto e a Convenção do Clima, realizado em 1992,

deram tratamentos diferenciados aos países desenvolvidos e em desenvolvimento

em relação à redução da emissão de gases de efeito estufa. Para os países

desenvolvidos, a meta de redução seria de mais ou menos 5% em relação aos

níveis de 1990 entre os períodos de 2008 e 2012. E, para os países em

desenvolvimento, não havia metas para a redução.

As questões ambientais citadas acima, também estão presentes no cotidiano

da escola e, na maioria das vezes, são evidenciadas na fala dos alunos, que

demonstram interesse na discussão sobre o tema que, frequentemente chegaram

até eles por informações veiculadas pela mídia. Cabe então à escola proporcionar

aos alunos estudos mais elaborados e sistematizados sobre esse assunto, levando

em consideração seus conhecimentos prévios e, a partir deles, levá-los a se

apropriarem dos conhecimentos científicos, selecionando conteúdos escolares

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condizentes com sua faixa etária e seu desenvolvimento cognitivo, e que sejam

relevantes para uma aprendizagem significativa.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (PARANÁ,

2008) a aprendizagem significativa no ensino de ciências implica no entendimento

de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhes atribui

significados. Isso põe o mecanismo de construção de significados como elemento

central do processo de ensino-aprendizagem.

Dentre as metodologias aplicáveis aos conteúdos de ciências, pode-se citar o

ensino de ciências por investigação como uma estratégia metodológica capaz de

tornar o ensino e a aprendizagem mais estimuladores, dinâmicos e enriquecedores

para o universo cultural do aluno. Proporcionando a ele condições para que seja

capaz de identificar problemas, elaborar hipóteses para explicá-los, planejar e

executar ações para investigá-los. Além de analisar e interpretar dados, propor e

criticar soluções, construindo assim seu próprio conhecimento, de modo a

compreender o mundo e suas transformações, situando-se como indivíduo

participativo, agente do processo ensino-aprendizagem e não como mero receptor

de conteúdos.

2.4 Mudanças Climáticas em Evidência

A discussão intensa sobre aquecimento global tem despertado a atenção da

população que está sendo alertada sobre os impactos que esse fenômeno pode

trazer ao dia a dia de cada um e ao futuro do Planeta. Sobre o aumento da

temperatura global surgem muitos discursos que ressaltam a forma como o homem

tem sido responsável por isso. Porém, é importante separar o termo “Aquecimento

Global” de mudanças climáticas e esclarecer o que realmente é o efeito estufa. Pois,

percebe-se que muitas vezes utiliza-se o conceito de efeito estufa para substituir o

de aquecimento global.

Para Molion, (2008) a hipótese do aquecimento global está alicerçada em

três pilares básicos: a série de temperatura média global do ar “observada” (grifo do

autor) nos últimos 150 anos, o aumento na concentração de gás carbônico e os

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resultados obtidos com modelos numéricos de simulação de clima.

As mudanças climáticas, de acordo com o Painel Intergovernamental de

Mudanças Climáticas (IPCC, 2007), referem-se as modificações que podem ser

identificadas por meio de testes estatísticos ou outros métodos. Podem ser

interpretadas como variações de propriedades que persistam por um período de

tempo extenso (como décadas ou mais) e podem ser ocasionadas tanto por efeitos

naturais quanto por atividades humanas que geram aumento do efeito estufa.

O aquecimento global tem apresentado consequências e impactos para os

ecossistemas e para o clima, como o derretimento das calotas polares continentais,

que acaba resultando na elevação do nível do mar, fatores esses que poderão

ocasionar a perda de habitats marinhos e terrestres. Além disso, as temperaturas

mais elevadas também alteram a circulação da atmosfera e dos oceanos,

aumentando o número, energia e distribuição geográfica de eventos extremos, como

furacões (CASTRO et al, 2010).

O termo mudança ou variação climática refere-se à variação do clima em

escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações

dizem respeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros

fenômenos climáticos em relação às médias históricas. Mas, este é um termo que

tem sido utilizado para indicar as mudanças climáticas atuais, associadas sempre ao

aquecimento global. Porém, suas causas também podem ser naturais e podem levar

até milhões de anos para acontecer. No entanto, mais recentemente, elas têm sido

atribuídas à ação do homem (WIKIPEDIA, 2011).

2.5 Efeito Estufa

O efeito estufa possibilita a existência da vida no Planeta. A atmosfera, ao

absorver e reemitir parte substancial da radiação infravermelha a partir dos oceanos

e da litosfera, regula as temperaturas superficiais e as mantêm em valores

apropriados à vida no planeta. O dióxido de carbono, entre os gases existentes na

atmosfera, é o que mais contribui para o efeito estufa (CASTRO et al, 2010).

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O aumento de temperatura pelo efeito estufa é um fenômeno natural de

retenção média de cerca de 10% da radiação solar que chega ao planeta, o que

permite a vida na Terra nas condições como a conhecemos. Mas, dados do Painel

Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, 2007), têm indicado que os

gases gerados têm intensificado esse efeito e, consequentemente, aumentado o

aquecimento global. Esses gases tiveram uma elevação devido à queima de

combustíveis fósseis, fruto da industrialização em grande escala; expansão de áreas

urbanas; desmatamentos e queimadas de grandes volumes de biomassa;

multiplicação do rebanho bovino (CONTI, 2005, p 71), dentre outras causas.

O Efeito Estufa consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e

outros gases sobre os raios infravermelhos refletidos pela superfície da Terra,

reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta. Ao

irradiarem a Terra, parte dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e

transformados em calor, outros são refletidos para o espaço, mas só parte destes

chega a deixar o planeta. Isto ocorre em consequência da ação refletora que os

chamados "Gases de Efeito Estufa" (dióxido de carbono, metano,

clorofluorcarbonetos – CFCs – e óxidos de azoto) têm sobre tal radiação,

reenviando-a para a superfície terrestre na forma de raios infravermelhos

(BORTHOLIN & GUEDES, 2003).

Segundo o IPCC (2007), a aceleração do processo de aquecimento global

observada durante os últimos 50 anos se deve a um aumento dos gases do efeito

estufa e muitos deles são produzidos naturalmente, como resultado de erupções

vulcânicas, da decomposição de matéria orgânica e da fumaça de grandes

incêndios, sendo indispensáveis para a existência de vida no planeta. Contudo, em

escala global, o aumento exagerado desses elementos provoca um aquecimento

global, bem como suas consequências catastróficas, como a destruição de habitats

naturais, o que resulta no desaparecimento de espécies vegetais e animais.

Portanto, quando se multiplicam as secas, inundações e furacões, as sequelas são

de destruição e morte.

3 Metodologia

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Este trabalho foi planejado a partir de um levantamento bibliográfico que

referendou os objetivos da proposta da professora PDE. A partir de então, tratou-se

de apresentar a ideia à equipe pedagógica da escola onde seria implementada as

ações (Escola Estadual Anastácio Cerezine, Alvorada do Sul - PR), de onde obteve-

se apoio.

Sob a orientação do profissional da Instituição de Ensino Superior

(Universidade Estadual de Londrina), vinculada à Secretaria de Estado de Educação

do Paraná, professor Dr. Rogério Fernandes de Souza, foi elaborado o Projeto de

Ação, que depois de analisado, foi apresentado na Semana Pedagógica da referida

escola e onde ficou estabelecido as datas para sua implementação.

Na sequência, elaborou-se o Plano de Implementação, onde continha,

detalhadamente o cronograma do desenvolvimento das ações, bem como, todas as

atividades planejadas.

A partir de então, as atividades foram sendo desenvolvidas uma a uma, de

acordo com o plano e os resultados foram apresentados a toda comunidade escolar

numa forma de valorizar o trabalho dos alunos e da professora PDE, visto terem

obtido as respostas esperadas.

4 Resultados e Discussão

Abaixo são apresentados os resultados obtidos dos estudantes a cada

questão proposta, bem como, as dificuldades enfrentadas e como elas foram

trabalhadas.

4.1 Ações Desenvolvidas 4.1.1 Ação Um: Semana Pedagógica

Durante a Semana Pedagógica da Escola, foi apresentada a forma de

aplicação deste Plano de Implementação. O Projeto (da Unidade Didática) foi dado a

conhecer a todos os professores, equipe pedagógica e Conselho Escolar, e foi

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explicado de forma resumida todo conteúdo teórico estudado sobre a importância

do Ensino por Investigação, bem como, explanada todas as estratégias

metodológicas que seriam utilizadas.

4.1.2 Ação Dois: Apresentação do Projeto aos Alunos

Ao retornar a sala de aula, a professora realizou uma reunião com os 25

alunos da 5 ª série onde foi desenvolvido o Projeto de Implementação, convidando-

os a participarem e esclarecendo quais eram as etapas a serem desenvolvidas.

4.1.3 Ação Três: Iniciando as Atividades

Antes de iniciar as atividades propostas no Projeto, foi necessário trabalhar

com a turma alguns conceitos como: o que é atmosfera, qual sua importância para a

vida no Planeta, a sua composição, a função dos principais gases que a constitui e

os ciclos do gás carbônico, oxigênio e nitrogênio na natureza, haja vista, que tais

conteúdos ainda não haviam sido apresentados a eles.

Tais conteúdos foram desenvolvidos por meio de mapa conceitual, imagens,

vídeos e textos, para se chegar ao conhecimento científico.

4.1.4 Ação Quatro: Levantamento Prévio do Conhecimento dos Alunos

Os alunos receberam um texto que continha a seguinte afirmação:

Especialistas apontam o aquecimento global como um dos mais graves problemas ambientais com que os habitantes do planeta terão que confrontar-se neste século, dentre os inúmeros impactos ambientais surgidos depois da Revolução Industrial.

Após lerem tal afirmação eles sentiram dificuldades na interpretação,

justamente quanto a compreensão dos conceitos sobre Impactos Ambientais e

Revolução Industrial. A professora escreveu novamente a proposição na lousa de

forma mais adequada à faixa etária deles, e eles leram novamente. Reuniram-se em

duplas para discutirem sobre a informação recebida e, de acordo com a

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compreensão de cada um, responderam as seguintes questões:

Você concorda com a afirmação dada pelos cientistas? Explique sua

resposta.

30% deles concordou e fez associações à emissão de gases oriundos

das indústrias, como poluentes do ar e como consequência destes, o

aquecimento global.

15% concordou com a afirmação porque já tinha ouvido falar sobre o

assunto na TV e no ponto de vista dessa percentagem o aquecimento

global é um grave problema.

25% não concordou, mas, não soube explicar porquê.

30% concordou com a afirmação, mas, não soube explicar porquê.

Para você o que é Aquecimento Global?

60% respondeu que é o aumento da temperatura da Terra.

30% disse que não sabe o que é.

10% respondeu que é um grande problema.

O Aquecimento Global interfere na sua vida de alguma forma? Explique

como.

30% disse que não, porque nunca ouviu falar sobre o assunto.

70% respondeu que sim porque ela causa muitos problemas (mas não

especificaram quais).

Ao ouvir falar em secas prolongadas, excesso de chuvas, formação de

ciclones e outros fenômenos climáticos, você acha que isso tem alguma

relação com o aquecimento global?

75% respondeu que sim.

25% respondeu que não.

Para você, quais são as causas do Aquecimento Global?

30% respondeu que é o aumento do gás carbônico.

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15% disse que são as indústrias que liberam gases que poluem.

25% não soube responder.

30% não entendeu a pergunta e respondeu que causa problema no

planeta.

Aquecimento Global e Efeito Estufa são a mesma coisa? Justifique sua

resposta.

25% não soube responder.

30% disse que não são a mesma coisa porque o aquecimento global

não é normal na Terra.

15% respondeu que não, pois o aquecimento global é um problema e o

efeito estufa não é.

30% respondeu que não é a mesma coisa, porque o efeito estufa

aumenta o gás carbônico e o aquecimento global aumenta a

temperatura da terra.

4.1.5 Ação Cinco: Laboratório Aberto

A questão problematizadora “Como o calor do sol aquece a Terra?” foi

apresentada a turma e várias foram as tentativas para respondê-la.

As respostas iam sendo colocadas no quadro de giz para se poder verificar

quais seriam as respostas mais adequadas para a questão. Em seguida, foi

realizada uma atividade experimental, cujo objetivo era simular a ocorrência do efeito

estufa no planeta a fim de se perceber como a radiação solar se comporta quando

entra na atmosfera. Para isso, os alunos foram divididos em grupos, com 5 (cinco)

integrantes cada grupo.

Eles receberam a lista de material necessário para a realização do

experimento de laboratório aberto e também os procedimentos a serem seguidos. A

atividade consistia em simular a ocorrência do efeito estufa e perceber como a

radiação solar se comporta quando entra na atmosfera.

Os materiais usados foram: termômetro, copo de vidro, papel alumínio, caixa

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de papelão, filme plástico, fita adesiva e tesoura. Estes foram dispostos na bancada

do laboratório de ciências para que os grupos pudessem realizar a experimentação,

sob orientação da professora.

Os alunos procederam da seguinte forma:

Forraram a parte interna de duas caixas de papelão com papel

alumínio;

Colocaram um copo com água dentro de cada uma das caixas;

Tamparam uma das caixas com uma camada de filme plástico;

Colocaram as caixas lado a lado e deixar ao sol por mais ou menos 20

minutos;

Após esse tempo, fizeram um furo no filme plástico, introduziram o

termômetro e fizeram a medida da temperatura de dentro das duas

caixas;

Destamparam a caixa que foi coberta como filme plástico e colocaram

um termômetro dentro de cada um dos copos com água;

Anotaram no caderno o valor das temperaturas do ar e da água dos

copos de cada uma das caixas, verificando em que, em média, a

temperatura encontrada dentro de uma das caixas ficava entre 1ºC e

2ºC maior que a outra. E que a temperatura da água nos copos

aumentou entre 0,2 ºC a 0,4 ºC.

Em seguida, foi iniciado um debate entre os alunos, sobre porque houve

diferença de temperatura nas duas caixas, tendo em vista que elas ficaram o mesmo

período de tempo expostas ao sol.

Alguns deles disseram que elas tinham sido colocadas em locais diferentes

e uma teria ficado mais exposta ao sol que a outra.

Três grupos comentaram que colocaram as caixas lado a lado e também

perceberam diferenças nas temperaturas, concluindo que a única diferença entre as

caixas era o filme plástico e que, então, ele estaria aprisionando o calor.

Aproveitando dessa observação a professora utilizou-se de imagens em um

vídeo onde era simulado o efeito estufa no planeta, levantando questões sobre este

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tema e associando-o ao fenômeno observado no experimento.

Para concluir a prática, os grupos anotaram como relacionavam o resultado

da atividade ao efeito estufa natural que acontece na Terra. Eles também foram

estimulados a conceituar o que seria o efeito estufa, e se este poderia ser um

fenômeno natural ou ao algo provocado pelo homem. Por fim, foi perguntado como

seria o planeta se não houvesse efeito estufa.

4.1.6 Ação Seis: Questões Abertas

As questões problematizadoras “Quais são as ações humanas que

contribuem para o aumento na concentração dos gases do efeito estufa na

atmosfera? Como o aumento desses gases contribui para o aquecimento global?

Quem são os maiores emissores dos gases do efeito estufa? As ações humanas são

as únicas responsáveis pelo aquecimento global?” foram apresentadas aos alunos.

Elas tinham por objetivo levá-los a compreender que o aumento na emissão do

dióxido de carbono e de outros gases contribuem para intensificação do efeito estufa

e, por consequência, do aquecimento global.

Todas essas questões foram discutidas longamente, sendo em seguida

levantadas hipóteses para respondê-las. Os alunos foram então levados ao

laboratório de informática para pesquisarem em textos, imagens, vídeos, animações

etc, de forma a buscarem achar as melhores respostas às questões apresentadas.

Após a pesquisa eles formaram grupos e tornaram a discutir as questões

percebendo que varias hipóteses levantadas por eles não eram aceitáveis e não

estavam de acordo com os dados apurados. Dessa forma, pode-se perceber que os

alunos foram capazes de se utilizar do conhecimento científico adquirido nessas

atividades para tentar encontrar a melhor resposta para tais questões.

A conclusão da pesquisa levou a elaboração de um mapa conceitual, com a

intervenção da professora.

Essa atividade despertou enorme interesse nos alunos.

4.1.7 Ação Sete: Problema Aberto

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Os alunos receberam duas questões problematizadoras: “Como o

aquecimento global altera o clima do planeta?” e “Como as mudanças climáticas

interferem nas nossas vidas?” O objetivo era relacionar o aquecimento global com a

intensificação da ocorrência de alguns fenômenos climáticos.

Em seguida eles elaboraram hipóteses para responder a tais questões e

assistiram a um vídeo relacionando o aquecimento global com as mudanças

climáticas. Durante todo o processo, a professora fazia associações e

questionamentos a fim de facilitar a apropriação do conhecimento científico.

Os alunos se reuniram em grupos e, utilizando-se do conhecimento

adquirido, confrontaram as suas hipóteses com as informações obtidas,

apresentando então uma síntese daquilo que tinham aprendido.

Por fim, foi pedido que eles trouxessem, para aula seguinte, imagens de

alguns fenômenos climáticos que foram intensificados devido ao aquecimento

global, sendo então criado um painel com elas.

4.1.8 Ação Oito: Demonstração Investigativa

O objetivo dessa ação foi simular a diferença da energia absorvida entre as

superfícies em uma área rural e urbana, tendo como questões problematizadoras:

A pavimentação com o asfalto, as construções e a diminuição da

quantidade de árvores nas cidades afeta de que forma a temperatura

ambiente?

Se sairmos da cidade em direção à uma área rural, a temperatura

ambiente deverá aumentar ou diminuir?

Após a apresentação das questões, os alunos relataram suas experiências

sobre o assunto e suas percepções sobre as mesmas. Por exemplo, um aluno que

já tinha morado na Zona Rural comentou que quando passava por uma matinha, na

beira da estrada, o ar era mais fresco e que, quando vinha passar o dia na casa da

avó, achava que era bem mais quente que no sítio onde morava.

Para que os alunos compreendessem o que realmente ocorre, foi realizado

um experimento com o intuito de construir com os alunos a passagem do saber

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cotidiano para o saber científico. Para tanto, foi feita uma investigação sobre como

diferentes superfícies absorvem a luz solar, e como isso reflete no aumento da

temperatura ambiental.

Depois de realizado, eles discutiram os resultados obtidos sendo

estimulados a fazer uma associação entre o aumento da temperatura nas áreas

urbanas como o processo de desmatamento. Bem como a forma com que a

urbanização contribui para a modificação do clima do planeta.

Considerações

A metodologia de resolução de problemas por investigação, utilizada neste

trabalho para o ensino do tema aquecimento global, se mostrou uma forma eficiente

de educação dos estudantes. Ao serem avaliados ao final de cada atividade, pode-

se perceber que estes conseguiam desenvolver uma maior diversificação e

sistematização de seus conhecimentos, que foram obtidos através de situações

problematizadoras, além de desenhos, sínteses, mapa conceitual, dentre outras.

O resultado positivo dessa implementação prova mais uma vez que existem

muitas estratégias metodológicas eficientes que podem ser utilizadas na educação e

que permitem que os estudantes se apropriem do conhecimento científico e da

forma como este é construído. Tais estratégias podem assim se reverter em

benefícios para os próprios estudantes, assim como podem servir para a construção

de um mundo melhor.

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