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1 Aptidão Física Relacionada à Saúde Ricardo Martins de Souza 2013 Qualidade de Vida É a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócios-ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano (Nahas,1997).

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Aptidão Física Relacionada à Saúde

Ricardo Martins de Souza 2013

Qualidade de Vida É a condição humana resultante de um conjunto de

parâmetros individuais e sócios-ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano (Nahas,1997).

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Qualidade de Vida

Atividade Física

Culturais

Sociais Psicológicos

Biológicos

Ambientais

Pessoais

Q.V

Nível de Qualidade de Vida: Maslow

AUTO-ESTIMA

AFEIÇÃO

SEGURANÇA

FISIOLÓGICOS

REALIZAÇÃO PESSOAL

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Definição de Saúde Sa.ú.de - Michaelis-UOL s. f. 1. Bom estado do indivíduo, cujas funções orgânicas,

físicas e mentais se acham em situação normal. 2. Qualidade do que é sadio ou são. 3. Vigor. 4. Força, robustez. 5. Brinde ou saudação que se faz bebendo à saúde de alguém.

OMS Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e

social, e não apenas a ausência de doença; OMS - Escritório Regional Europeu A medida em que um indivíduo ou grupo é capaz, por um

lado, de realizar aspirações e satisfazer necessidades e, por outro, de lidar com o meio ambiente. A saúde é, portanto, vista como um recurso para a vida diária, não o objetivo dela; abranger os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas, é um conceito positivo.

Definição de Aptidão Física

Aptidão Física é a capacidade de executar as tarefas diárias com vigor e agilidade sem fadiga excessiva e energia abundante para usufruir as atividades das horas de lazer e atender as emergências imprevistas (President’’s council on Physical Fitness and Sport)

Aptidão Física é a capacidade de executar níveis moderados

a vigorosos de atividade física, sem fadiga excessiva e a capacidade de manter essa habilidade por toda a vida (ACSM)

Aptidão Física á a capacidade do coração, dos vasos

sangüíneos, dos pulmões e dos músculos de terem um desempenho com eficiência ótima (Bud Getchell)

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Definição de Atividade Física

Qualquer tipo de movimentação corporal que eleve ataxa metabólica de gasto energético acima dos níveis de repouso.

Definição de Exercício Físico

Qualquer tipo de atividade física realizada de forma sistematizada: com um início e fim pré-determinados, com objetivos claros e seguindo um protocolo com embasamento técnico-científico.

Aptidão Física Relacionada a Saúde

Aptidão Cardiorrespiratória

Composição Corporal

Flexibilidade

Força Muscular

Resistência Muscular

5

Fatores Fisiológicos: Nutrição

Fatores Fisiológicos: Cardiopatias

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Fatores Fisiológicos: Cardiopatias

Fatores Fisiológicos: Composição Corporal

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Composição Corporal

Composição Corporal

8

Composição Corporal

Composição Corporal

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Composição Corporal

Fatores Fisiológicos: Nível de Estresse

Maneira que o organismo responde a qualquer

estímulo que altere seu estado de equilíbrio.

Ambiente social

Relacionamentos

Auto-conhecimento

Evitar situações

Sono

Dieta

Tolerância

Atividade Física****

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Objetivos

Avaliação Física

Metodologia

Força Muscular Mobilidade Articular Resistência Cardiorrespiratória

Reavaliação

Programa de Atividade

Anamnese e PAR-Q

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Necessidades de Avaliações Prévias

Avaliação física mais profunda de grupos especiais (idosos não saudáveis, cardiopatas, gestantes, ex-lesionados, etc...)

Avaliações Físicas e Antropométricas

Teste, Medidas e Avaliação Função dos Testes na Obtenção da Aptidão Física e Saúde Escolha do Teste:

Fidedignidade

Objetivos Aplicação dos Testes:

Experiência do Avaliador

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Avaliação da Mobilidade Articular

Flexibilidade Funcional Testes e provas musculares

Teste de Thomas

Sentar e Alcançar de Wells

Encurtamento Peitoral

Flexiteste

Avaliação da Força Muscular

Força Muscular

1-RM

Múltiplas Repetições Resistência Muscular Localizada

Resistência em Suspensão na Barra Fixa

Número Máximo de Abdominais

Número Máximo Flexões

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Avaliação da Resistência

Cardiorrespiratória Diversos Protocolos Pista/Rua

Muito Baixa Aptidão: Andar 1,6km

Baixa Aptidão: Andar 3km

Andar 4,8km (Cooper)

Aptidão Razoável: Andar e Correr 12 min. (Cooper)

Correr 15 min. (Balke) Ergométricos: Balke, Bruce, etc.

Avaliação da Composição Corporal

Ecto, Meso e Endomorfia Dobras Cutâneas Bioimpedância IMC Balança Hidrostática Ressonância Magnética

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Mobilidade Articular

Arquitetura Articular 47% Tecido Conjuntivo 10% Tecido Muscular e Fáscia 41% Pele 2%

Imobilização e Mobilização do Tecido

Conjuntivo Imobilização e Mobilização: Remodelação em resposta a demanda mecânica exigida; Woo et al (1987): redução de 1/3 na carga de ruptura em coelhos imobilizados por nove semanas (ligamentos), sendo necessário um ano para retornar às condições normais; Noyes (1977): redução de 39% na carga máxima e 32% na energia armazenada em macacos imobilizados por oito semanas (complexo do joelho osso-ligamento-osso); Amiel et al (1982): redução na força e rigidez do ligamentos de coelhos imobilizados por nove semanas.

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Imobilização e Mobilização do Tecido

Conjuntivo Aumento da capacidade de suportar estresse mecânico (Tipton et al., 1967, 1970; Viidik, 1967, 1979; Woo et al., 1980, 1982); Ocorre um aumento do diâmetro das fibras de colágeno e a conexão ligamento osso se torna mais forte (Tipton, 1967; Viidik, 1968; Cabaud et al., 1980; Woo, 1981); Tipton et al. (1970): Verificaram-se aumentos significativos na força, rigidez e diâmetro das fibras de colágeno no ligamento colateral medial de cachorros treinados intensamente por 6 semanas; Noyes (1977): após 8 semanas de imobilização (animais) se realizou um programa de recondicionamento. Após 5 meses de treinamento os ligamentos apresentaram a força de 80%, e após 12 meses retornaram às condições normais (100%);

Flexibilidade e Terceira Idade

Desidratação; Substituição de Tecido Elástico por Fibroso; Cristalização do Tecido Colaginoso; Diminuição das Fibras do Tipo IIb; Diminuição da Sensibilidade Vestibular.

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Flexibilidade, Terceira Idade e Marcha

Diminuição do Tamanho do Passo; Diminuição da Velocidade da Marcha; Diminuição da Altura de Afastamento do Pé do Solo; Aumento da Instabilidade; Aumento do Risco de Quedas.

As Quedas e o Impacto na Saúde Pública

53% Quedas são em razão de

tropeços ao caminhar;

Taxa de fatalidade de 15% a

20%;

90% das fraturas de quadril

são em decorrência de uma

queda;

Nos EUA 1/3 das Mulheres e

1/2 dos Homens com mais de

90 anos tiveram fratura de

quadril;

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As Quedas e o Impacto na Saúde Pública

Canadá

Acidentes Automobilísticos

15-29 anos

21,5 mortes

100.000 envolvidos (0,02%)

Quedas Durante Caminhada

Acima 80 anos

185,8 mortes

100.000 envolvidos (0,18%)

Sistema Cardiovascular

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Coronáriopatias e Atividade Física

Mecanismos de Aumento da Pressão

Arterial

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Coronáriopatias e Atividade Laboral

Estudo de Morris et al., 1953 Motoristas da London Transport Executive Mais Ativos vs. Menos Ativos Prevalência 30% menor de todas as manifestações relacionadas a coronariopatia e 50% menor de incidência de infarto. Na maioria dos estudos o grupo de indivíduos mais ativos apresentou significativa redução nos casos de doença coronariana. Quando presente, a doença se apresentou menos grave. Na maior parte dos casos, o risco dos sedentários era de 2 a 3 vezes maior do que nos indivíduos ativos.

Coronáriopatias e Atividade Laboral

Estudo de Zukel et al., 1969 Pessoas que realizavam de uma a duas horas de trabalho braçal pesado por dia, apresentavam uma ocorrência de eventos ligados a doença coronariana de cerca de 1/5 (um quinto) em relação aos indivíduos mais sedentários. Estudo de Frank et al., 1960 Realizados com carteiros da cidade de NY. A principal diminuição da incidência de doenças estava entre o g rupo sedentár io e o g rupo cons iderado moderadamente ativo.

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Coronáriopatias e Atividade Laboral

Estudo de Paffenbarger et al., 1977 Estudo de 22 anos com 3.686 estivadores de São Francisco O aumento da atividade estava inversamente relacionado com a incidência de ataques cardíacos fatais e morte súbita, sendo que os trabalhadores menos ativos apresentavam um risco 3 vezes maior. Pouco dispêndio de energia, tabagismo e hipertensão aumentavam o risco em 20 vezes. Os autores indicaram que, pela eliminação desses fatores, a ocorrência de ataques cardíacos fatais nestes 22 anos reduziria-se em 88%.

Coronáriopatias e Atividade Física

Estudo de Skinner et al., 1966 Aumentos do gasto calórico diário de 400 a 500kcal acima dos níveis normais dos sedentários estaria associada a uma prevalência significativamente baixa de doença coronariana. Estudo de Rose, 1969 Uma caminhada de 20 minutos ou mais ao dia se associava a uma incidência 3 vezes menor de anomalias isquêmicas eletrocardiográfica.

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Coronáriopatias e Atividade Física

Estudo de Paffenbarger et al., 1984 Estudo com 16.936 alunos de Harvard com idade de 35 a 74 anos. Os indivíduos com um gasto calórico superior a 2000kcal por semana, em atividades física, a p r e s e n t a r a m u m a r e d u ç ã o d e 3 9 % n o desenvolvimento de coronariopatias em relação aos seus colegas sedentários.

Ex-Atletas vs. Sedentários

Estudo de Kahn et al., 1963 A incidência de doença coronariana se torna indistinguível após 5 anos de interrupção do estilo de vida mais ativo. Deste modo, os benefícios associados a atividade física não podem ser mantidos indefinidamente ao longo de todo período de vida restante do indivíduo.

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Atividade Física e Lipoproteínas

16km/sem. HDL VLDL LDL

Atividade Física e Redução da Pressão

Arterial

Redução do Sódio

Atividade Física Redução do Peso

Farmacológicos

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Coronáriopatias, Tabagismo e Diabetes

Incompatibilidade com o novo estilo de vida; Programas tentam inserir os exercícios em substituição ao vício de fumar; Diabetes t ipo I: efeito desprezível . Maior preocupação na manutenção do nível glicêmico; Diabetes tipo II: efeito importante; aumento da sensibilidade insulínica e redução dos níveis de liberação deste hormônio.

Obesidade e Qualidade de Vida

Conseqüências Econômicas Globais

1973 foram gastos US$ 10.000.000.000 Conseqüências Econômicas Pessoais Conseqüências Sociais Influências Mecânicas e Energéticas Influências Salutares

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Controle Ponderal

Adultos obesos apresentam 3,8 vezes mais risco de desenvolvimento de diabetes. Adultos obesos podem apresentar aumentos de 100-200% na secreção de insulina. Insuficiência respiratória.

Disturbio Obstrutivo do Sono

Controle Ponderal

A redução do peso corporal está mais diretamente relacionada a dieta do que a prática de atividades físicas.

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Respostas Fisiológicas em Função de

Atividades Aeróbicas

Aumento da musculatura cardíaca; Aumento significativo do ventrículo esquerdo; Aumento do débito cardíaco; Aumento da relação capilar/fibra; Melhora do suprimento sanguíneo ao miocárdio em função do aumento da árvore arterial coronariana.

Respostas Fisiológicas em Função de

Atividades Aeróbicas

Estudos realizados com modelos animais (coelhos); O grau de circulação foi reduzido proporcionalmente ao nível de restrição. Os exercícios produziam uma melhor circulação.

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Respostas Fisiológicas em Função de

Atividades Aeróbicas

Respostas Fisiológicas em Função de

Atividades Aeróbicas

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Contra Indicações de Atividades Aeróbicas

Contraindicações: As contra indicações de atividades físicas para idosos são as mesmas dos adultos jovens. Algumas situações requerem um maior cuidado na prescrição de exercícios, como diabetes, obesidade e hipertensão. Condições de alterações de ECG, infarto do miocárdio, angina, arritimias cardíacas (não controladas), obstrução arterial grave e falha cardíaca aguda. Nessas situações é imperativo a presença de supervisão médica para a aplicação de um protocolo de exercícios seguros.

Prescrição de Atividades Aeróbicas

Referência Frq. Intes. Dur. Adultos Saudáveis 1998 ACSM Position Stand 3-5 55/65-90%HRmx 20-60min contínuo

dia/sem. 40/50-85%HR res. 2000 ACSM Guidelines 3-5 3-5 55/65-90%HRmx 20-60min contínuo

dia/sem. 40/50-85% HR res 20-30 mínimo 1995 CDC/ACSM Public diário moderado acumulado 30min/dia Health Statement Idosos Pollock et al., 1994 3-5 50-85% HRmx 30-60 min. contínuo

dia/sem 40-80% HRres (baixo impacto) Cardiopatas 1995 AHA Exercise Standarts mínimo 50-60% HRmx ou 30 min. mínimo

3dia/sem HRres 1999 AACVPR Guidelines 3-5 50-60% HRmx ou 30-45 min. contínuo ou

dia/sem HRres intermitente

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Força, Aptidão Física e Saúde

Mecanismos de Adaptação aos

Exercícios Resistidos

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Exercícios Resistidos e Osteoporose

Osteoblastos (periósteo)

Osteoclastos (endósteo)

Lesões Ósseas Osteopenia: Valores de BMD entre (-1) e (-2,5) desvios padrão da média de adultos jovens; Osteoporose: Valores de BMD ≤ a (-2,5) desvios padrão da media de adultos jovens; Osteomalácia: matriz óssea com algum tipo de alteração/dificuldade de mineralização.

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Imobilização e Saúde Óssea

Indivíduos acamados sofreram severa perda do tecido ósseo (1% semana). Astronautas apresentam grande excreção de cálcio através da urina. Após 1 ano de permanência no espaço, podem ocorrer perdas de massa óssea da ordem de 25% (RAUMBAUT et al., 1979).

Recomendações de Prescrição de

Exercícios Resistidos Sér. Rep. Ex. Freq.

Adultos saudáveis e sedentários 1990  ACSM Position Stand 1 8-12 8-10 2 1995 ACSM Guidelines 1 8-12 8-10 2 1996 Surgeon General’’s Report 1-2 8-12 8-10 2 1998 ACSM Position Stand 1 8-12 8-10 2 2000 ACSM Guidelines 1 8-12 8-10 2 Coronariopatas 1995 AHA Ex. Standarts 1 10-15 8-10 2-3 1995 AACVPR Guidelines 1 10-15 8-10 2-3 1999 AACVPR Guidelines 1 10-15 2-3 Idosos Pollock et al., 1994 1 10-15 8-10 2

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Nova Visão da Atividade Física

Dificuldades para prática em razão da falta de tempo, de recursos e de oportunidades;

A atividade não precisa ser intensa; Mudança de sedentário para moderadamente ATIVO; Educação para a saúde e suas possibilidades.

Nova Visão da Atividade Física

Regularidade; Autonomia e independência; Promoção do bem-estar e do conforto durante e em razão dos

efeitos propiciados pela atividade realizada.

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Nova Visão da Atividade Física

Dificuldades Práticas: Busca por resultados rápidos e “milagrosos”; Falta de conhecimento e projeção de objetivos inalcançáveis; Manutenção da prática regular; Cultura de prática saudável.

Nova Visão da Atividade Física

Mudança de Comportamento: 1. Pré-contemplação: sem intenção de mudança, descaso e

recusa; 2. Contemplação: considera a possibilidade, considera as

barreiras, dificuldades e facilidades; 3. Preparação: tomada de decisão e planejamento; 4. Manutenção: estágio final com a incorporação de novas

atitudes no dia-a-dia.

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Nova Visão da Atividade Física

Vida Saudável: Modo de vida que incorpora hábitos promotores do bem-estar

e da qualidade de vida; Tem por objetivo o equilíbrio pessoal e a harmonia nas

relações sociais e ambientais; É um processo e não um produto.