aps. sobre o parque nac. da tijuca - elaboração de plano de ação

Upload: ibase-na-rede

Post on 08-Apr-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    1/22

    ELABORAO DE PLANO DE AO

    2006JULHO

    em unidades de conservao

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    2/22

    ELABORAO DE PLANO DE AO

    em unidades de

    conservao

    2006JULHO

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    3/22

    Elaborao de plano de ao em unidades de conservao

    Esta publicao est disponvel em www.ibase.br

    Julho de 2006

    EXECUO

    Instituto Brasileiro de Anlises Sociais e Econmicas(Ibase)

    Linha de Ao: 4.2 - Educao Ambiental na Gesto Participativa: fortalecimento do conselhoconsultivo do Parque Nacional da Tijuca Projeto gua em Unidade de Conservao, proje-

    to-piloto para a Mata Atlntica: Parque Nacional da Tijuca

    COORDENAO

    Nahyda Franca

    EQUIPE TCNICA DA L4.2

    Carlos Frederico B. Loureiro

    Marcus Azaziel

    Laila Souza Mendes

    Claudia Fragelli

    Joelma Cavalcante de Souza

    COLABORADORAS DA L 4.2

    Denise Alves

    Ana Lucia Camphora

    Marta de Azevedo Irving

    EDIO

    Iracema Dantas

    TEXTO

    Nahyda Franca

    COLABORAO

    Marcus Azaziel

    REVISOMarcelo Bessa

    PROJETO GRFICO E DIAGRAMAO

    Guto Miranda

    CAPA

    Flix Emlio Taunay - Vista da Me Dgua.

    leo sobre tela, coleo do Museu Nacional de

    Belas Artes.

    PATROCNIO

    Programa Petrobras Ambiental

    Instituto Brasileiro de Anlises Sociaise EconmicasAvenida Rio Branco, 124, 8 andar, CentroCEP 20040-916Rio de Janeiro RJTel.: (21) 2509-0660 Fax: (21) 3852-3517E-mail: [email protected]

    Site: www.ibase.br

    Instituto TerrazulIlha da Gigia, casa 18, Barra da TijucaCEP 22640-310Rio de Janeiro RJTelefax: (21) 2493-5770E-mail: [email protected]: www.institutoterrazul.org.br

    Parque Nacional da TijucaEstrada da Cascatinha, 850CEP 20531-590Rio de Janeiro RJTel.: (21) 2492-5407 / 2494-2253

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    4/22

    ApresentaoO fortalecimento da gesto participativa em unidades de conservao: o papel do Ibase

    Metodologia para formulao de planos estratgicos: consideraes iniciais

    O que um planejamento?Planejar para qu?O planejamento participativo

    Metodologia participativa para a elaborao de plano de aoRegras bsicas para oficina de planejamentoCinco passos metodolgicos

    Referncias

    SUMRIO

    5

    5

    6

    8

    8

    9

    11

    11

    12

    20

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    5/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE4

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    6/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 5

    O FORTALECIMENTO DA GESTO PARTICIPATIVA EM UNIDADES DE

    CONSERVAO: O PAPEL DO IBASE

    O centro e a referncia bsica do trabalho do Ibase so o fortalecimento da demo-

    cracia. Uma de suas estratgias para cumprir tal misso a qualificao de pessoas e

    grupos estratgicos com capacidade de intervir em processos que contribuam para a

    construo de uma sociedade mais democrtica.

    Espaos colegiados e descentralizados de gesto, como conselhos de direitos, soinstncias privilegiadas do exerccio da democracia e da participao. Nesse sentido,

    o papel do Ibase em aes voltadas para o fortalecimento da gesto participativa em

    unidades de conservao (UC) tem sido criar as condies necessrias que facilitem

    a interlocuo entre os diferentes atores envolvidos.

    A metodologia proposta pelo Ibase, em consonncia com a Coordenao Geral

    de Educao Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

    Naturais Renovveis (Ibama), para atuao em UC, parte da criao coletiva de um

    espao sistemtico de conversao, explicitao e negociao de diferentes interesses e

    da aprendizagem compartilhada, envolvendo variados saberes e referncias. Por meiode prticas e metodologias participativas, a linha de ao busca alternativas tcnicas

    e polticas capazes de aprimorar prticas sociais e fortalecer a gesto democrtica do

    Parque Nacional da Tijuca (PNT).

    A educao ambiental utilizada como um instrumento que contribui para dispo-

    nibilizar informaes qualificadas e atualizadas, compartilhar percepes e compre-

    enses e ampliar a capacidade de dilogo e de atuao conjunta comprometida com

    a misso de uma UC.

    Com esse objetivo, algumas apostilas foram elaboradas para apoiar o processo. Este

    texto parte de um conjunto de cinco apostilas produzidas no mbito do projeto gua

    em Unidade de Conservao. Tem o propsito de contribuir para o processo educativo

    que a linha de educao ambiental do referido projeto estabelece com os membros

    do conselho consultivo do PNT e parceiros estratgicos. Inclui-se nas iniciativas de

    fortalecimento desse conselho e da gesto participativa do parque.

    NAHYDA FRANCAPesquisadora do Ibase e coordenadora da Linha de Ao 4.2 Educao Ambientalna Gesto Participativa: consolidao e fortalecimento do conselho consultivo.Projeto gua em Unidade de Conservao, Parque Nacional da Tijuca

    APRESENTAO

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    7/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE6

    Com a abertura democrtica, no campo da administrao pblica h uma tendncia

    que vem se tornando uma exigncia implantao de um novo tipo de organizao

    pblica. Um dos elementos mais importantes dessa maneira de como se organizam

    e como se prestam os servios pblicos a abordagem voltada aos(s) cidados(s) e

    aos(s) usurios(as) dos servios.

    Fala-se em governana, ou seja, um modo de governar que no se limita ao poder

    j estabelecido do Estado, mas que abre espao para interao entre o poder pblicoe a sociedade organizada, no sentido de dar a esta a possibilidade de intervir em te-

    mas de natureza estratgica para a localidade onde se vive. Tecnologias avanadas de

    comunicao podem ser um instrumento para a democratizao das informaes,

    mantendo usurios e usurias dos servios pblicos aptos a controlar as aes de

    governo (controle social).

    Quando se elabora e se implementa um plano estratgico para um municpio, por

    exemplo, que trata de seu desenvolvimento futuro, a partir de uma abordagem que

    envolve tanto o Estado como a sociedade civil, fala-se de uma viso de futuro e de

    mundo que mais democrtica.Tudo isso exige pensar sobre um conjunto de instrumentos e mtodos que diferentes

    grupos sociais, especialmente os mais pobres e vulnerveis, precisam conhecer e operar

    a fim de que possam estar preparados para participar dos espaos institucionais que

    se abrem e para exercer a regulao democrtica (Villas Boas, 1996).

    Para enfrentamento das questes do campo socioambiental, no suficiente boas

    intenes. cada vez mais evidente a necessidade de se elaborarem bons projetos dentro

    de um plano administrativo e de ter competncia tcnica. As possibilidades de imple-

    mentao de um plano aumentam se h qualidade nos projetos que o compem. Quanto

    mais claras e concretas forem a identificao de uma determinada situao-problema e

    a formulao e redao dos projetos, maior a chance de esses mesmos projetos serem

    apoiados em sua execuo e maior se torna o grau de implementao do plano.

    A efetividade de toda ao transformadora depende de uma dimenso

    tcnica dada pelas competncias exigidas no s no planejamento, quanto

    na implementao e na avaliao dos projetos sociais. Mas tambm requer

    uma viso crtica capaz de questionar a todo momento o sentido do nosso

    agir. O compromisso tico exige que as nossas aes tenham resultados

    efetivos; que possam contribuir para a transformao positivadas

    condies sociais e que estejam comprometidas com os anseios do pblico-

    alvo. Esta a dimenso tica subjacente aos projetos sociais.

    (Oficina Social, 2002, p. 14. Os destaques so nossos)

    METODOLOGIA PARA FORMULAO DE PLANOSESTRATGICOS: CONSIDERAES INICIAIS

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    8/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 7

    No se pode, no entanto, pretender a continuidade das iluses de que planos e

    projetos bem feitos bastaro para a soluo de necessidades, problemas e impactos

    sociais e na natureza em geral. Planos, quando bem conduzidos, podem impulsionar

    algumas mudanas, at mesmo inici-las, mas para que toda a mudana desejada

    ocorra necessrio ter as condies polticas e econmicas que lhe dem suporte econtinuidade. A competncia tcnica deve buscar, ainda, compreender e absorver o

    saber acumulado de quem ser beneficiado pelo plano ou pela proposta. Nesse sentido,

    os mtodos participativos ajudam a obter sucesso na melhoria da situao-problema

    a ser enfrentada.

    A participao uma conquista e um direito de cidadania e o que vai garantir

    uma governabilidade mais democrtica. A participao na gesto, alm de contribuir

    na educao poltica, faz avanar os direitos sociais da populao brasileira.

    Uma vez obtidas as condies citadas anteriormente, torna-se mais possvel a rea-

    lizao de prticas sociais transformadoras, sendo o plano geral um guia para ao, oqual pode se desdobrar em vrios projetos.

    No necessrio esperar por todas as condies ideais para que a transformao

    almejada, pelo plano, se realize. Alguns tipos de projetos podem ser escritos com a

    finalidade de se obter ao menos parte dos recursos necessrios para a transformao

    desejada.

    Afinal, o que um planejamento? Planejar para qu? O que significa um planeja-

    mento participativo? As respostas a essas questes compem o contedo especfico

    desta apostila de apoio s atividades educativas com conselhos de UC.

    Destacam-se, ainda, a utilidade do planejamento e a elaborao de projetos comoinstrumentos de um plano maior. Finalmente, as regras bsicas para aplicao de uma

    metodologia participativa para a elaborao de plano de ao so apresentadas, assim

    como a descrio dos cinco passos que a compem.

    Nada do que apresentado aqui deve ser tratado como uma camisa-de-fora

    metodolgica. Os instrumentos e as dinmicas sugeridos devem auxiliar na estrutu-

    rao coletiva de uma proposta, sem, no entanto, inibir a criatividade e o bom senso.

    O mtodo participativo exigir, necessariamente, flexibilidade na ao, tempo e espao

    para que ocorram as trocas e a produo do conhecimento coletivo.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    9/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE8

    o trabalho de preparao que antecede o movimento de implementao de algum

    programa, poltica pblica ou empreendimento privado. Representa um esforo de

    organizao da ao, dando a esta uma direo a ser perseguida.

    Ao se planejar, constri-se a viso de futuro sobre determinada questo. As pessoas,

    no seu dia-a-dia, costumam planejar e organizar suas aes: muitas fazem isso apenas

    mentalmente, outras registram o que pensaram e planejaram em agendas ou dirios.

    O importante a destacar que o planejamento representa um empenho anterior ao e ajuda a organizar as idias. Alm disso, durante o processo de planejar,

    buscam-se informaes importantes que contribuiro positivamente para o resul-

    tado da ao.

    Trs perguntas bsicas orientam um planejamento:

    > O que queremos?

    > O que j temos?

    > Como chegar l?

    PLANEJAR PARA QU?Quando as aes so planejadas, sabe-se a direo de nossos passos. O planejamento

    permite que se trace o caminho por onde se anda e, com isso, perde-se menos tempo

    e adquire-se mais confiana e segurana no caminhar. Os obstculos dessa caminha-

    da podem ser previstos e sero enfrentados com o auxlio de ferramentas pensadas e

    construdas conjuntamente.

    O planejamento possibilita a aquisio de um conhecimento prvio e aprofundado

    da realidade que se quer transformar e traar as metas e estratgias para alcan-las.

    Portanto, para administradores(as) e gestores(as) de toda e qualquer instituio, o

    planejamento o principal instrumento de apoio tomada de deciso. Pode-se dizer

    que no existe gerenciamento sem planejamento.

    No contexto de uma UC

    Um plano de ao voltado para a gesto de uma unidade de conservao

    cumpre o papel de orientar seus gestores conselho (consultivo ou de-

    liberativo), gerncia, corpo tcnico e atores estratgicos na tomada de

    deciso conjunta e na implementao de aes que melhor cumpram sua

    misso de proteo, recuperao ambiental e interao com as reas e

    comunidades de seu entorno.

    O QUE UM PLANEJAMENTO?

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    10/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 9

    O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

    Pode-se dizer que a preparao dos indivduos para sua organizao e interveno

    em processos decisrios existentes permite a participao (Fundacin Foro Nacional

    por Colombia, 2001):

    > em atividades que geram intervenes na tomada de deciso no Estado, levandoo(a) cidado() a exercer o controle do poder poltico;

    > como cidado() ou como parte de um grupo especfico de cidados(s), na

    esfera pblica, no necessariamente vinculada institucionalidade do Estado,

    em funo dos interesses particulares;

    > em organizaes de carter comunitrio, que resulta na defesa de seus interesses

    e na busca da gesto do seu prprio desenvolvimento.

    A participao algo que se aprende e se aperfeioa por meio de

    sua promoo.

    Quando dada a devida prioridade ao planejamento participativo para planejar

    aes concretas voltadas para o fortalecimento da cidadania e a melhoria das con-

    dies de vida de uma determinada localidade, com nfase no percurso, em relaes

    mais democrticas e solidrias, podemos denominar esse processo como participao

    cidad. Ele exigir mudanas do indivduo que dele participa; do grupo, exigir a

    transformao coletiva.

    Como o prprio nome indica, o planejamento participativo se remete a esse prin-

    cpio fundamental da participao. uma vivncia coletiva onde todos e todas com-partilham idias e conhecimentos, socializam ideais, do sugestes e tomam decises

    sobre o que fazer.

    Fazer parte nas tomadas de deciso, acompanhar o desenvolvimento de um projeto

    ou plano de ao e, ainda, compartilhar as atividades geradas por meio das decises

    coletivas tomadas so etapas do processo de um planejamento participativo. Nesse

    sentido, a opo por metodologias participativas gera uma aprendizagem que poten-

    cializa, ao mesmo tempo, o indivduo e o grupo.

    Potencializar o indivduo significa favorecer a construo de conhecimento, esti-

    mular a troca de saberes e incentivar mudanas de comportamento (transformao

    individual) o indivduo se descobre com poder para agir. J o fortalecimento do

    grupo se relaciona com os laos de confiana e de cooperao que so criados e de

    interao e articulao que so construdos entre as pessoas e organizaes partici-

    pantes. O grupo se fortalece com os avanos do processo e, ao se fortalecer, expande

    seu poder de influncia.

    Mais do que uma tcnica, o planejamento participativo nos fala de postura, de

    modos de agir e pensar que podem levar o grupo que o vivencia a se fortalecer. uma

    atividade na qual a co-responsabilidade, o compromisso com o sucesso das aes

    que esto sendo planejadas e o compartilhamento do poder de deciso so aspectos

    relevantes de todo o processo. um momento de construo coletiva da misso do

    grupo, de explicitar o seu papel social, de propor mudanas e decidir junto.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    11/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE10

    Nos comits de bacia hidrogrfica e em UC, o frum legalmente constitudo

    pelos conselhos gestores um espao democrtico adequado ao uso

    do planejamento participativo.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    12/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 11

    Essa metodologia, na forma exposta nesta apostila, serve para a organizao de uma ou

    mais oficinas de planejamento. O tempo dedicado a isso variar conforme as condies

    disponveis. Da oficina, resultar um esboo de plano de ao que depois poder ser

    revisado, complementado e, ento, ter uma redao definitiva.

    REGRAS BSICAS PARA OFICINA DE PLANEJAMENTO

    > Trabalhar sempre em grupo o relacionamento coletivo o que permite a tro-ca de idias e vivncias e propicia o crescimento de cada um(a) e de todos(as),

    alm de um produto que espelha a vontade e a vocao do grupo. Os resulta-

    dos, frutos de um trabalho coletivo, so mais fortes e tm mais chances de se

    implementarem com sucesso. Alm disso, a gente precisa descobrir o valor da

    flexibilidade no relacionamento coletivo, seja ele particular ou profissional. Ao

    adquirir essa flexibilidade, a gente percebe que o aprendizado constante uma

    caracterstica bsica da abordagem participativa. Participar se aprende partici-

    pando (Pompia, 2005).

    > Exercitar algumas aes: ouvir, falar, pensar, argumentar e decidir somosindivduos nicos e, geralmente, temos dificuldades para ouvir o outro, inter-

    rompemos a fala de colegas e temos a tendncia a ouvir melhor quem possui

    opinies semelhantes s nossas. importante exercitar, no grupo, habilidades

    que permitam o dilogo, a troca, a chegada a um consenso ou acordo, ou seja, a

    um conjunto de idias que expresse, verdadeiramente, a opinio do grupo.

    > Identificar o(a) facilitador(a) escolher uma pessoa que seja bem aceita pelo

    grupo e que possa orientar as atividades da oficina indispensvel para que o

    grupo caminhe. A pessoa que for a facilitadora deve conhecer bem a metodolo-

    gia com a qual vai trabalhar, dominar tcnicas variadas de dinmica de grupo

    e provocar os integrantes, incentivando sua participao em todas as etapas do

    processo. Um clima agradvel e descontrado fundamental para que todas as

    pessoas se sintam vontade e acolhidas.

    > Registrar todo o processo importante que todas as etapas do trabalho este-

    jam registradas em papel grande, fixadas na parede para que todas as pessoas

    possam ver e recordar as decises tomadas. O registro tambm a memria do

    grupo e o instrumento que facilitar o encaminhamento posterior do que foi

    acordado e decidido.

    > Perguntar durante a oficina de planejamento, fundamental fazer perguntas. As

    respostas a questes nos permitem tomar conscincia e refletir sobre o dia-a-dia

    de nossas aes sociais e modificar algumas crenas e prticas j cristalizadas.

    METODOLOGIA PARTICIPATIVA PARAA ELABORAO DE PLANO DE AO1

    1 A metodologia descritafoi retirada de materialde planejamentoutilizado pela equipe doPrograma de EducaoAmbiental da AssociaoProjeto Roda Viva RJ.Seu contedo foiadaptado para os fins

    e o formato destapublicao.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    13/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE12

    CINCO PASSOS METODOLGICOS

    Por que mudar?, sonho (misso), diagnstico da realidade, cenrios e

    plano estratgico de ao so os cinco passos da metodologia adotada. Ao fim

    de cada estratgia proposta, esses passos sero apresentados em blocos-sntese, a

    ttulo de complementao, adaptados ao tema gesto participativa em unidade deconservao (UC).

    Por que mudar?

    Ao propor uma discusso a respeito dessa indagao, o grupo explicita a necessidade

    e o desejo de mudar, alm de analisar as causas dessa necessidade. Em geral, nessa

    etapa, um breve histrico da instituio e da evoluo do trabalho necessrio para

    a compreenso do que levou o grupo a propor mudanas.

    Estratgia Montar uma mesa-redonda com especialistas convidados(as) ou com

    alguns dos(as) participantes do grupo. As pessoas que compem a mesa tm o papelde iniciar um debate com o grupo, refletindo sobre a necessidade de mudar. Essa

    estratgia pode ser substituda por um debate a partir da exibio de uma fita de

    vdeo que provoque no grupo a mesma reflexo.

    No contexto da UC

    Propor uma discusso a respeito da pergunta:

    > Por que propor mudanas para a gesto desta UC?

    Essa pergunta pode ser complementada com outras:

    > Quem somos e por que estamos no conselho?> Que aspectos internos ao funcionamento do conselho da UC precisam

    ser considerados para torn-lo participativo?

    > Quanto aos aspectos externos, quais ameaas e oportunidades podem

    interferir no funcionamento do conselho desta UC?

    Registrar as principais questes surgidas durante o debate.

    A partir desta etapa, ser escrita a introduo do plano de ao.

    Sonho (misso)

    O convite ao sonho tem como objetivo a construo da utopia comum ao grupo. A

    resistncia inicial para o sonho comum e reflete uma dificuldade natural do ser

    humano de deixar de lado os problemas e entraves do cotidiano.

    H uma tendncia a se iniciar, imediatamente, a exposio dos problemas que a

    realidade apresenta. importante sensibilizar o grupo para viver um momento de

    delrio, no qual o idealser explicitado.

    O sonho do grupo ser a soma dos sonhos individuais compartilhados. Desse

    sonho saem a misso do grupo e a direo que ele deseja seguir.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    14/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 13

    Estratgia 1 Preparao do grupo para sonhar. Apresentar ao grupo uma msica,

    um poema ou texto que tenha como tema o ato de sonhar.

    Estratgia 2 Apresentar uma questo registrada em folha de papel grande e pedir

    para que todas as pessoas falem o que sentem e o que primeiro lhes vem cabea

    como resposta quela questo (tempestade de idias).

    No contexto da UC

    Apresentar a seguinte questo para o grupo: Qual o nosso sonho para

    esta UC? Aonde queremos chegar?.

    > registro fiel de todas as idias surgidas.

    > sistematizao do sonho comum do grupo.

    Estratgia 3 Compartilhar as idias registradas agrupando os aspectos comuns.

    > registrar de forma mais organizada as idias que surgiram no sonho, criandolistagens separadas por categoria dos aspectos comuns.

    Diagnstico da realidade

    Esse passo da metodologia consiste na reunio de dados e informaes sobre a realidade

    que se tem hoje, a sua anlise e sistematizao.

    Conhecer a realidade o primeiro passo para transform-la!

    Diversas so as fontes de coleta das informaes sobre a realidade: o conheci-mento e/ou saber trazido por cada integrante do grupo, a consulta a publicaes

    especficas e a especialistas da rea e a busca de dados oficiais por meio de pesquisa,

    envolvendo pessoas, grupos, universidades e instituies formais que trabalham com

    o tema. Igrejas, associaes de bairro, centros educativos e culturais, escolas, grupos

    associativos e lideranas tambm so importantes fontes de informao.

    preciso reconhecer que no se pode esgotar o conhecimento da realidade, mas

    importante que o grupo faa, em conjunto, uma anlise dos problemas que hoje o

    impedem de trabalhar a contento. Essa anlise no pode ser feita apenas baseada no

    senso comum do grupo, importante apoi-la com dados concretos para que adquira

    maior credibilidade.

    fundamental que se identifique tambm a potencialidade da realidade local, o

    que ela tem de positivo que possa vir a reforar a ao que se deseja desenvolver. Os

    resultados j obtidos por meio de aes passadas devem ser destacados e utilizados

    como argumentos de estudo da realidade. O conhecimento da realidade poder ser

    aperfeioado durante a implementao do plano.

    Estratgia 1 Propor ao grupo um jogo de simulao de papis. Montar uma mesa-

    redonda na qual se discutir a situao atual a respeito de determinada questo. A

    mesa ser composta de representantes dos diferentes setores da organizao equipe

    de direo, do corpo tcnico, colaboradores(as), voluntrios(as) quando houver,

    outros(as) funcionrios(as) etc.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    15/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE14

    Estratgia 2 Uma parte do grupo compor a mesa, e a outra parte ficar como

    observadora da discusso. preciso escolher algum que no participar das dis-

    cusses, mas registrar os principais pontos levantados.

    Estratgia 3 Compartilhar as idias registradas agrupando os aspectos comuns e

    criando listas de assuntos e/ou problemas.Estratgia 4 Propor ao grupo diferentes estratgias de enriquecimento dos argu-

    mentos apresentados pelos componentes da mesa: pesquisa bibliogrfica, entrevistas

    com pessoas-chave, levantamento de dados em rgos pblicos e/ou privados,

    associaes de bairro, entidades de pesquisa envolvidas com a questo etc.

    > O grupo pode ser subdividido para a realizao dessas tarefas. Um prazo deve ser

    dado para a apresentao do resultado obtido.

    > Caber a uma ou duas pessoas do grupo a sistematizao e a juno dos dados

    obtidos na etapa de pesquisa com aqueles registrados a partir da discusso travada

    na mesa-redonda simulada.

    Obs.: o jogo de simulao de papis pode ser substitudo por uma palestra, na qual

    um(a) ou mais especialistas discutiro com o grupo aspectos da realidade sobre de-

    terminada questo. Posteriormente, o grupo poder se dividir para buscar dados que

    enriqueam os aspectos abordados pelos(as) palestrantes.

    Anlise situacional da UC em questo

    Algumas UC brasileiras foram alvo de estudos/pesquisas e possuem le-

    vantamentos de dados e informaes qualificadas sobre suas realidades.No caso do PNT, o seu diagnstico socioambiental e de reas do entorno

    produzido em 2005, pela Linha de Ao 4.2 do projeto gua em Unidade

    de Conservao, uma importante fonte atualizada para a construo desse

    item da proposta. Outras fontes citadas nas referncias bibliogrficas deste

    documento tambm podem ser consultadas.

    Para complementar essa etapa, pode-se ainda subdividir o grupo e propor

    a discusso em torno da questo:

    > se nada for feito, o que acontecer com esta UC?

    A resposta a essa pergunta provoca uma reflexo que reforar a neces-

    sidade da mudana.

    Das etapas sonho e diagnstico da realidade se escrever a justificativa

    do plano de ao.

    Cenrio

    A metodologia sugerida at o presente momento mostra o sonho (misso) do grupo,

    ou seja, o lugar a que se deseja chegar num momento futuro. Apresenta tambm o

    diagnstico da realidade presente o que existe, hoje, que pode vir a dificultar e/ou

    facilitar as nossas aes.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    16/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 15

    Entre a realidade e o sonho, h um caminho a ser percorrido. No seu percurso,

    algumas cenas sero perseguidas.

    O cenrio o conjunto das cenas que representam os objetivos que se pretende

    alcanar em perodos de tempo determinados. Ao construir o cenrio, o grupo identi-

    fica as mudanas propostas, que sero alcanadas num determinado espao de tempo seis meses, um ano, dois anos...

    PLANO percurso para se chegar ao ideal

    REALIDADE SONHO>

    CENA 1 CENA 2 CENA 3

    Estratgia 1 Recuperar o registro organizado do sonho e identificar, a partir de

    discusso, as prioridades do grupo destac-las em folhas separadas.Estratgia 2 Dividir o grupo em trs ou quatro subgrupos. Cada subgrupo, inspi-

    rado nas prioridades escolhidas do sonho e supondo que as mudanas desejadas

    j esto sendo realizadas pelo desenvolvimento do plano, ser convidado a imagi-

    nar cenas (no mximo trs) que ocorrero daqui a um ou dois anos. Ou seja, cada

    subgrupo pode imaginar-se vendo o filme do plano sendo realizado e, num dado

    momento, manda parar o filme e congela algumas cenas.

    Estratgia 3 Cada subgrupo discute as cenas escolhidas e representa-as em forma

    de desenho, colagem ou pintura montando um painel que ser apresentado ao grupo

    todo. necessrio redigir uma legenda para cada cena. Ela deve ser escrita em tirasde papel, com letras grandes, de forma clara e curta evidenciando uma ao.

    Obs.: a construo do cenrio permite que o grupo pressinta as possibilidades das

    mudanas desejadas, tornando-as mais claras e viveis.

    Estratgia 4 Com a ajuda do(a) facilitador(a), as cenas sero agrupadas por se-

    melhana. Nesse momento, o grupo discute, d sugestes e prope alteraes ou

    complementaes s legendas redigidas at chegar a um consenso sobre as cenas

    finais que comporo o conjunto dos objetivos a serem alcanados.

    Estratgia 5 Provocar uma discusso sobre o que objetivo geral (aquele que se alcana

    a longo prazo) e objetivo especfico (o que se atinge a curto e mdio prazo e contribui

    para o alcance do objetivo geral). Propor a associao das cenas a um ou outro tipo de

    objetivos e a sua ordenao, do mais geral para o mais especfico. Pode ser necessrio a

    construo de mais um painel que retrate o objetivo mais geral do plano de ao.

    No contexto da UC

    > O que gostaramos que ocorresse nesta UC daqui a seis meses, um

    ano e dois anos?

    > O que se espera do conselho nos prximos dois anos?

    > Quais as cenas ideais que traduzem esses nossos desejos?

    > Qual o cenrio desejado de mais longo prazo para UC e seu conselho?

    (objetivo geral a ser alcanado)

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    17/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE16

    Da etapa cenrios se escrevero os objetivos do plano de ao.

    Plano estratgico de ao

    O plano estratgico de ao o mapa que dar as orientaes do que fazer e como fazer.Ele descreve o conjunto de estratgias, procedimentos e aes que sero realizadas

    para se chegar condio futura o que precisa ser feito para mudar. Quanto mais

    completo for o plano, menos trabalho ter a equipe que o planejou, no momento em

    que forem executadas as atividades. Ou seja, importante dedicar um tempo maior

    ao planejamento das aes, o resultado a sua execuo rpida e bem planejada.

    claro que, durante o percurso, surpresas podem ocorrer. Por isso, o plano deve

    ser flexvele possibilitar ajustes e adaptaes. Ele tambm no precisa estar pronto e

    acabado, ele ser detalhado e aperfeioado ao longo da sua execuo junto com os(as)

    participantes das aes e integrantes da equipe do projeto. necessrio, nessa etapa, levar em conta aquilo que desejamos, as necessidades con-

    cretas de mudanas e o possvelde ser realizado, tendo-se ainda a clareza dos objetivos

    propostos, dos recursos humanos e materiais disponveis e o tempo que dispomos. Esses

    so os fatores que devem ser conjugados e equilibrados para que a ao se realize.

    Trs etapas bsicas formam o plano estratgicode ao: construo do cronograma

    de atividades, anlise do campo de foras e monitoramento e avaliao.

    Construo do cronograma de atividades

    O conjunto de atividades concretas que comporo o plano est diretamente ligadoaos objetivos pensados as cenas do cenrio. As atividades precisam ser organizadas

    de acordo com o tempo disponvel, obedecendo uma seqncia lgica.

    Estratgia 1 Retomar s cenas construdas no quarto passo: elas devero estar

    dispostas na parede em local visvel para todos(as). Antes de identificar as atividades,

    o grupo define o pblico-alvo do plano: o grupo de pessoas que o conjunto das

    aes beneficiar e a rea de atuao em que ser desenvolvida.

    Estratgia 2 Dividir o grupo em subgrupos. Cabe a cada subgrupo a elaborao

    do conjunto de atividades que facilitaro o alcance de um objetivo (uma cena), no

    perodo de um ou dois anos. Registrar cada atividade em tiras de papel separadas,

    em letras grandes.

    No contexto da UC

    Qual o pblico-alvo preferencial das aes do conselho em uma deter-

    minada UC?

    Lembrando da pergunta anteriormente respondida:

    > O que se espera do conselho nos prximos dois anos?

    Perguntar em seguida:

    > O que preciso ser feito para que isso acontea? (atividades)

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    18/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 17

    Estratgia 3 Montar um painel na parede com as atividades distribudas em ordem

    cronolgica, compondo o cronograma.

    Estratgia 4 Apresentar o cronograma montado ao grupo todo, discutindo as

    atividades, incorporando as sugestes de modificao ou acrscimos.

    Anlise do campo de foras

    Identificao dos fatores da realidade que favorecem ou dificultam o percurso a

    ser realizado.

    Estratgia 1 Apresentar o quadro do campo de foras e discutir com o grupo o

    seu significado

    REALIDADE

    (+)

    REFORAR

    ()

    NEUTRALIZAR

    Estratgia 2 Dividir o grupo em dois; um lista os fatores negativos (-), que dificul-

    tam a execuo das atividades e que devero, portanto, ser neutralizados. O outro

    grupo far a listagem dos fatores positivos (+), aqueles que reforaro a ao.

    Estratgia 3 Apresentao, ao grupo todo, das listagens elaboradas e discusso sobre

    estratgias de fortalecimento e neutralizao. Registro das estratgias sugeridas.

    No contexto da UC

    > Que fatores da realidade desta UC contribuem positivamente para a

    realizao das atividades pensadas? Quais so aqueles que dificultam a

    realizao dessas mesmas atividades?

    Perguntar em seguida:

    > Como fortalecer os fatores positivos e neutralizar ou diminuir as dificul-

    dades apresentadas?

    Estratgia 4 Quem deve fazer?

    Montagem do quadro de comprometimento identificar as pessoas ou institui-

    es-chave responsveis pelas aes e aquelas que precisam ser envolvidas, durante

    o seu desenvolvimento, para que as aes aconteam. Identificar ainda as estratgias

    de envolvimento necessrias ao engajamento das pessoas/instituies. Incluir e colar

    novas tarjetas no painel construdo coletivamente, acrescentando as idias surgidas.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    19/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE18

    Quadro de comprometimento

    A X

    B X ?

    C X

    D X

    INSTITUIO/GRUPO/PESSOA

    DEIXARACONTECER

    AJUDAR AACONTECER

    FAZERACONTECER

    COMO?(ESTRATGIAS)

    = deslocar para

    Exemplo de quadro de comprometimento no contexto de UC federal

    Ibama rgo

    central

    XMant-los

    informados

    Ibama rgoregional

    X

    Mant-los informa-dos e envolv-los

    em atividadesespecficas

    Equipe tcnicada UC

    XEnvolv-los noplanejamentoparticipativo

    Prefeitura (secreta-rias municipais)

    X

    Mant-los informa-dos e envolv-los

    em atividadesespecficas

    Setores organizadosdas comunidades do

    entorno da UCX

    Mant-los informa-dos e envolv-losno planejamento

    participativo

    INSTITUIO/GRUPO/PESSOA

    DEIXARACONTECER

    AJUDAR AACONTECER

    = deslocar para

    Monitoramento e avaliao

    O principal papel do monitoramento e da avaliao na aplicao de um plano de ao

    fornecer informaes para que decises possam ser tomadas ao longo de sua imple-

    mentao e elaborao de outros planos que corrijam erros cometidos no anterior.

    Algumas aes corretivas, de reconduo do planejamento, podem ser necessrias

    durante a execuo do plano, so os chamados desvios de rota. Os erros e os acertos

    so fatores de aprendizagem constante do grupo.

    Analisar as dificuldades encontradas, assim como valorizar os resultados, ajuda

    a repensar as estratgias e as atividades sem perder de vista os objetivos traados.

    importante ainda avaliar e sistematizar os impactos produzidos pelo plano, pois o

    que vai legitimar a reproduo ou ampliao da experincia posteriormente.

    As perguntas-chave2 que orientam a avaliao so:

    > Onde estamos em relao ao prazo, custo, desenvolvimento das atividades e

    objetivos?

    > O que est se desenvolvendo conforme o planejado?

    > O que no est se desenvolvendo conforme o planejado?

    2Apostila do Cursode Elaborao de

    Projetos elaboradapor Ricardo Falco,ex-coordenador de

    programas da Agncia

    Norte-Americana parao Desenvolvimento

    Internacional(Usaid), 1994.

    FAZERACONTECER

    COMO?(ESTRATGIAS)

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    20/22

    PROJETO GUA EM UNIDADE DE CONSERVAO 19

    > Quais os problemas que esto surgindo?

    > Que boas possibilidades esto surgindo?

    > Existe alguma coisa que deveria ser feita que no se est fazendo?

    > O pblico-alvo do projeto est satisfeito com os resultados?

    Essas so perguntas-chave para se avaliar o processo de desenvolvimento das aes.

    Ao fim do processo, pode-se perguntar:

    > Quais os impactos produzidos no pblico-alvo?

    > Quais os impactos produzidos na instituio (unidade de conservao, por

    exemplo) e/ou comunidade?

    > Quais resultados alcanamos? Que mudanas foram produzidas por eles?

    Essas so perguntas-chave para se avaliar o plano de ao.

    O que deve constar no item monitoramento e avaliao de um plano so as estra-tgias de avaliao, que sero criadas para medir os resultados de processo, durante

    a sua realizao. Tambm so necessrios os indicadores observveis de avaliao, ou

    seja, as informaes-chave que nos indicaro se obtivemos ou no sucesso, com a ao

    que foi desenvolvida.

    Estratgia 1 Solicitar a elaborao, em grupos de duas ou trs pessoas, de estra-

    tgias para avaliao de processo. Listar todas as estratgias surgidas, agrupando as

    semelhantes. Identificar com o grupo as estratgias prioritrias.

    Estratgia 2 Em subgrupos, propor que cada um deles elabore indicadores de

    avaliao para cada objetivo especfico proposto. Os indicadores podero ser deordem qualitativa e/ou quantitativa.

    No contexto da UC

    > Participao ativa dos membros do conselho, nas suas reunies, contri-

    buindo com idias e sugestes um indicador de ordem qualitativa, que

    evidencia o grau de engajamento e envolvimento institucional dos membros

    do conselho.

    > Regimento interno elaborado coletivamente e difundido entre todas as insti-

    tuies representadas no conselho um indicador qualitativo que identifica

    o incio da atuao de uma gesto participativa na UC em questo.

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    21/22

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ANLISES SOCIAIS E ECONMICAS > IBASE20

    ASSOCIAO PROJETO RODA VIVA. Material de planejamento utilizado pela

    equipe do Programa de Educao Ambiental. Rio de Janeiro, 1993. Mimeo.

    FALCO, RICARDO. Apostila do Curso de Elaborao de Projetos. Agncia Norte-

    Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), 1994. Mimeo.

    FRANCA, N. Formar para a gesto participativa: mtodos em construo. In:

    LOUREIRO, C. F. B. (Org.). Cidadania e meio ambiente. Salvador: Centro de Recursos

    Ambientais, 2003.

    FUNDACIN FORO NACIONAL POR COLOMBIA. Planeacin participante

    para la gestin ambiental local. Colmbia, 2001. (Srie Cartillas para el manejo am-

    biental municipal con participacin ciudadana, mdulo 6).

    INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NA-

    TURAIS RENOVVEIS. Proposta de gesto participativa para o Parque Nacional da

    Restinga de Jurubatiba. Rio de Janeiro, 2002. Mimeo.

    OFICINA SOCIAL CENTRO DE TECNOLOGIA TRABALHO E CIDADA-

    NIA. Multiplicadores comunitrios de cidadania. Rio de Janeiro: Oficina Social, 2001.(Cadernos da Oficina Social, n. 8).

    ______. O planejamento de projetos sociais: dicas, tcnicas e metodologias. Rio

    de Janeiro: Oficina Social, 2002. (Cadernos da Oficina Social, n. 9).

    POMPIA, Slvia. Diagnstico e caracterizao por percepo de bacias hidrogr-

    ficas. So Paulo, 2005. (Programa Mos Obra Pelo Tiet e Ncleo Unio Pr-Tiet,

    SOS Mata Atlntica).

    TRUSEN, C.; PINHEIRO, M. R. B. (Orgs.). Planejando o desenvolvimento local:

    conceitos, metodologias e experincias. Belm: Secretaria Executiva de Agricultura deBelm, 2002.

    VILLAS BOAS, R. (Org.). Para que participao popular nos governos locais?.

    So Paulo: Instituto Plis, 1996.

    REFERNCIAS

  • 8/7/2019 Aps. sobre o Parque Nac. da Tijuca - Elaborao de plano de ao

    22/22

    Espaos colegiados e descentralizados de gesto, como conselhos de direitos, soinstncias privilegiadas do exerccio da democracia e da participao. Nesse sentido,o papel do Ibase em aes voltadas para o fortalecimento da gesto participativa emunidades de conservao tem sido criar as condies necessrias que facilitem ainterlocuo entre os diferentes atores envolvidos.

    A metodologia proposta pelo Ibase, em consonncia com a Coordenao Geral deEducao Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renovveis (Ibama), para atuao em unidades de conservao, parte dacriao coletiva de um espao sistemtico de conversao, explicitao e negociaode diferentes interesses e da aprendizagem compartilhada, envolvendo variadossaberes e referncias. Por meio de prticas e metodologias participativas, a linha deao busca alternativas tcnicas e polticas capazes de aprimorar prticas sociais efortalecer a gesto democrtica do Parque Nacional da Tijuca.

    Este texto parte de um conjunto de cinco apostilas produzidas no mbito do

    projeto gua em Unidade de Conservao. Tem o propsito de contribuir para oprocesso educativo que a linha de educao ambiental do referido projetoestabelece com os membros do conselho consultivo do Parque Nacional daTijuca e parceiros estratgicos. Inclui-se nas iniciativas de fortalecimento desseconselho e da gesto participativa do parque.