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Fatores psicológicos da esclerose múltipla Página 3 Exercício e esclerose múltipla Página 3 Vem aí o Simpósio CIEM 2006 Página 4 ANO II Nº 04 JULHO 2006 Orgão Oficial do Centro de Investigação e Tratamento de Esclerose Múltipla de Minas Gerais (CIEM-MINAS) N N No Mundo da Esclerose Múltipla Infelizmente, a esclerose múltipla (EM) pode ter um impacto negativo na forma como viajamos, interferir nos destinos para onde desejamos viajar ou, pior que tudo, não permitir que viajamos. Viajar com a EM pode ter aspectos tão complicados como encontrar o acompanhante ideal para nos apoiar ou outros tão simples como garantir as precauções necessárias ao transporte dos medicamentos. A decisão de deixar por uns dias o conforto e segurança do ambiente familiar e aventurarmo-nos no mundo desconhecido pode ser difícil, mas acaba sempre por se revelar gratificante. Independente do seu grau de incapacidade ou do destino das suas férias, planejar é a chave para o sucesso da viagem. Como o calor pode agravar os sintomas e até estragar as férias, quando escolher o destino da viagem tenha isso em conta. Não é o sol o seu inimigo e sim as altas temperaturas. Se para você férias sem praia não são férias, vá à praia mas refugie-se nas horas de maior calor. Avaliar as necessidades individuais é a parte mais importante do planejamento das suas férias fora de casa. Para cada obstáculo há geralmente uma solução adequada. Adaptado de MS in focus, Issue 5 – 2005. Aproveite suas férias!

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Page 1: Aproveite suas férias! - CIEM · familiares e cuidadores durante o Simpósio CIEM 2006, que estaremos promovendo, nos dias 08 e 09 de setembro. Marco Aurélio Lana – Diretor-Presidente

Fatores psicológicosda esclerose múltiplaPágina 3

Exercício e esclerosemúltiplaPágina 3

Vem aí o SimpósioCIEM 2006Página 4

ANO II • Nº 04 • JULHO 2006

Orgão Oficial do Centro de Investigação e Tratamento de Esclerose Múltipla de Minas Gerais (CIEM-MINAS)

NNNNNo Mundo daEsclerose Múltipla

Infelizmente, a esclerose múltipla (EM) pode ter um impacto

negativo na forma como viajamos, interferir nos destinos para

onde desejamos viajar ou, pior que tudo, não permitir que

viajamos.

Viajar com a EM pode ter aspectos tão complicados como

encontrar o acompanhante ideal para nos apoiar ou outros

tão simples como garantir as precauções necessárias ao

transporte dos medicamentos.

A decisão de deixar por uns dias o conforto e segurança do

ambiente familiar e aventurarmo-nos no mundo desconhecido

pode ser difícil, mas acaba sempre por se revelar gratificante.

Independente do seu grau de incapacidade ou do destino das

suas férias, planejar é a chave para o sucesso da viagem.

Como o calor pode agravar os sintomas e até estragar as férias,

quando escolher o destino da viagem tenha isso em conta. Não

é o sol o seu inimigo e sim as altas temperaturas. Se para você

férias sem praia não são férias, vá à praia mas refugie-se nas

horas de maior calor.

Avaliar as necessidades individuais é a parte mais importante

do planejamento das suas férias fora de casa.

Para cada obstáculo há geralmente uma solução adequada.

Adaptado de MS in focus, Issue 5 – 2005.

Aproveitesuas férias!

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No Mundo da Esclerose Múltiplajulho 20062

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EDITORIAL

O CIEM e os avançosno tratamento daesclerose múltipla

Vivemos hoje uma época de grande otimismo emrelação ao conhecimento da esclerose múltipla eao seu tratamento.

Há poucos anos dispúnhamos apenas doscorticosteróides – medicamentos ativos durante asrecorrências ou surtos da doença – e de medica-mentos imunossupressores inespecíficos.

A situação é muito diferente hoje, com a introdu-ção dos chamados imunomoduladores (o acetatode glatirâmer e os interferons) que tem importan-te ação preventiva, diminuindo o número desurtos, assim como promovendo redução da quan-tidade de lesões do sistema nervoso, vistas aosexames de imagem por ressonância magnética.

Um segundo grande avanço foi à modificação doscritérios de diagnóstico da doença, dando ênfaseaos achados do exame de ressonância magnéticapara detecção de um segundo surto da doença,mesmo na ausência de novos sintomas ou sinais.A adoção destes novos critérios tem permitido aidentificação da doença de maneira muito maisrápida, e conseqüentemente seu tratamento maisprecoce.

Outro ponto importante foi o conceito de“Síndrome clínica isolada” com alto risco de evo-lução para esclerose múltipla. Há crescente ten-dência mundial de recomendar, nestes casos emque o risco de conversão é maior, o início imedia-to do tratamento.

Muitos novos medicamentos têm sido desenvolvi-dos e testados, demonstrando eficácia e tolera-bilidade. Vários deles devem estar disponíveis parauso clínico em pouco tempo, trazendo inestimávelbenefício para os portadores.

O CIEM tem participado de todos estes progressose os incorporados na orientação a seus pacientes.Nossos profissionais participam ativamente dosavanços obtidos e compartilham do grande entu-siasmo que toma conta do meio científico mundi-al em relação ao presente e futuro do tratamentoda esclerose múltipla.

Os resultados das recentes pesquisas em relaçãoao conhecimento da esclerose múltipla e a seu tra-tamento – que nos tornam muito otimistas – se-rão apresentados e discutidos com os portadores,familiares e cuidadores durante o Simpósio CIEM2006, que estaremos promovendo, nos dias 08 e09 de setembro.

Marco Aurélio Lana – Diretor-Presidente

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ACONTECE NO CIEM

A presença de sintomas men-tais e comportamentais naEsclerose Múltipla (EM) é co-nhecida desde as primeirasdescrições da doença ainda noséculo XIX. A depressão é umdos quadros que freqüente-mente se encontra associadoà EM. Atualmente considera-se que em torno de 40 a 60%dos portadores de EM terãodepressão em algum momen-to de sua vida. A alta taxa deassociação entre ansiedade edepressão também sugereque os transtornos de ansie-dade sejam comuns na EM.Apesar disso, o conhecimentosobre o assunto ainda é bas-tante limitado.

A serotonina, um neurotrans-missor presente em nosso or-ganismo, tem sido implicadaem vários transtornos mentais,especialmente depressão, an-siedade e impulsividade. Atu-almente há vários estudos in-ternacionais que procuram es-tabelecer alguma relação en-tre alterações genéticas envol-vendo a serotonina e essestranstornos.

Apesar de os problemas men-tais e comportamentais seremcomuns em portadores de EM,não há, no Brasil, estudos sis-tematizados sobre transtornospsiquiátricos nessa população.Tampouco há, no Brasil, estu-

Depressão, ansiedade ealterações genéticas emportadores de EM

dos que abordem o tema doponto de vista genético.

Será iniciado no CIEM, em ju-nho de 2006, um estudo queavaliará a presença de sinto-mas mentais e alteraçõesgenéticas envolvendo aserotonina nos portadores deEM. Quem estiver interessa-do em participar, será entre-vistado de forma objetiva,com perguntas bem definidas,sobre a ocorrência de sinto-mas compatíveis com depres-são, ansiedade e outros pro-blemas mentais ou compor-tamentais. Após a entrevista,os participantes serão subme-tidos à coleta de saliva paraposterior análise de genes re-lacionados à serotonina. Aparticipação será inteiramen-te voluntária e não acarretaráem qualquer prejuízo em re-lação ao tratamento neuroló-gico já em andamento.

Este estudo almeja umamaior compreensão sobre aEM, marcando o pioneirismodo CIEM no estudo da EM noBrasil. Entender melhor asvárias facetas desta comple-xa enfermidade permitirá quepacientes com sofrimentopsíquico possam viver commais qualidade de vida. Os in-teressados devem procurar asecretar ia do CIEM paraagendamento.

Mariana Ybarra – Psiquiatra do CIEM.

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No Mundo da Esclerose Múltiplajulho 2006 3

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ARTIGO DO MÊS

Exercício e esclerose múltipla

A sintomatologia clínica da esclerosemúltipla (EM) é caracterizada por fa-diga, fraqueza motora, espasticidade,desequilíbrio, perda de sensibilidadee depressão. Sintomas da EM podemlevar à inatividade física associadacom desenvolvimento de doenças se-cundárias. O indivíduo com EM é de-safiado por sua incapacidade e en-tão, tenta adotar um estilo de vidaativo compatível com sua aptidãofísica.

Apesar da prescrição de exercíciosfuncionar como uma estratégia tera-pêutica para minimizar a perda dacapacidade funcional em doençascrônicas, ela permanece pouco utili-zada como estratégia de tratamentoem pacientes com esclerose múltipla.

A esclerose múltipla exige do paci-ente e do seu cuidador um processode adaptação contínuo e adequaçãoàs condições impostas pela doença.A esclerose múltipla confronta o pa-ciente com medos profundos numasociedade orientada para o sucessoprofissional e habilidade física.

Um surto pode mudar o quadro sin-tomático exigindo um ajuste na novacondição física podendo causar per-das decorrentes das atividades sociais,profissionais e psicológicas como:auto-imagem, auto-confiança, liberda-de, entre outros. No decorrer do pro-cesso de aceitação da esclerose múl-tipla o paciente pode passar por fa-ses de adaptação psicossocial: Shirlene Moreira – Musicoterapeuta/Psicóloga.

Contudo, um número crescente deestudos indica que o exercício em pa-cientes com EM moderada fornecebenefícios psicológicos e físicos.

Os autores revisaram numerosos es-tudos que abordam respostas de pa-cientes com EM ao exercício compa-rado com indivíduos saudáveis. Todosos exercícios de treinamento mostra-ram resultados positivos que supera-ram potenciais efeitos adversos daprática de exercícios.

Baseado nesta revisão, os autoresenfatizam o papel do exercício naabordagem multidisciplinar para me-lhorar e manter capacidade funcionalem pacientes com EM. Apesar docurso clínico imprevisível da EM, pro-

gramas de exercícios orientados paraaumentar a aptidão cardiorrespira-tória, força muscular e mobilidadeprovém benefícios que melhoramestilo e qualidade de vida reduzindoo risco de distúrbios secundários.

Recomendações para avaliações daaptidão cardiorrespiratór ia, daperformance muscular e da flexibili-dade são consideradas diretrizes bá-sicas para o planejamento de exercí-cios individualizados em pacientescom EM.

White LJ, Dressendorfer RH. Exercise andmultiple sclerosis. Sports Med2004;34:1077-1100.

?Fatores psicológicos da esclerose múltipla

– Choque: impacto com o diagnóstico

– Ansiedade: reação resultante do reconhecimento da doença

– Negação: defesa

– Depressão: medo

– Raiva: ressentimentos direcionados a si mesmo

– Hostilidade: reação relacionada às pessoas

– Aceitação: equilíbrio emocional

– Adaptação: modificação de hábitos.

A partir de informações sobre a esclerose múltipla, familiares, cônjuge, ami-gos e cuidadores terão conhecimento sobre como lidar com as dificuldadesauxiliando uma maior adaptação à doença, aceitação e qualidade de vida.

(Fonte: Vieira, Esclerose Múltipla: Informações Científicas para o Leito.Porto Ale-gre: Conceito, 2004.)

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SAÚDE DO PORTADOR

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CIEM MINAS - UFMGHospital das Clínicas da UFMGAnexo Hospital São GeraldoAv. Alfredo Balena, 110 - 30 andar – 30130-090Belo Horizonte / MG – Tel.: (31) 3243-9994

Dicas para matériasno informativo:

e-mail: [email protected]: (31) 3248-9994

Laboratório do movimento

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DE AMIGO PARA AMIGO

Nunca foi e não é fácil conviver com aEsclerose Múltipla, mas nós portadores enossos familiares que convivemos diari-amente com a Esclerose Múltipla temosque ter o dom da sabedoria e compre-ensão para transpormos as limitações quea Esclerose Múltipla nos proporciona, elanos causa desânimo e perda das forçasemocionais para viver.

Os familiares, indivíduos escolhidos paraessas missões são de essencial impor-tância para a qualidade de vida dos por-tadores da Esclerose Múltipla. Convivercom a Esclerose Múltipla não é fácil semo apoio da família e dos especialistasmédicos.

Uma dica de um portador: qualquer com-portamento que lhe proporcione momen-tos de bem estar físico, psíquico e emo-cional representa uma boa maneira deamenizar a fadiga. Temos que aprendera correta maneira de conviver com aEsclerose Múltipla, adaptando-nos com aslimitações, as dificuldades,que ela nosproporciona, devemos buscar com o au-xilio da família e dos médicos, outras pos-sibilidades para compensar tais situações.O bem estar emocional é o principio paraa manutenção da qualidade de vida. E aequipe medica do CIEM tem um traba-lho voltado para o emocional, com o in-tuito de nos ajudar nessa fase de confli-tos.

“...convertemos a vida de acontecimen-tos imprevistos, de interesses ocultos,onde o tédio e o desânimo não sejammais possíveis e aceitáveis, e a partir dasabedoria, do conhecimento, restabele-cermos uma sincronia entre nossa men-te, nossa alma e nossa vida.”

Emerson Guimarães Marques– Paciente do CIEM desde 2003.

O laboratório do movimento oferece aos pacientes com esclerosemúltipla terapia que utiliza a música como forma de tratamento.

Maiores informações no CIEM ou no próprio Laboratório do Movi-mento. Endereço: Av Alfredo Balena, 190, sala 1014 (andar térreoda Faculdade de Medicina). Tel: 3248-9929.

CIEM – Hospital das Clínicaspromove simpósio sobreesclerose múltipla

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ACONTECE NO CIEM

Marcos Moreira – Diretor Clínico do CIEM.

Durante os dias 8 e 9 de setembro, o

Centro de Tratamento e Investigação

em Esclerose Múltipla do Hospital das

Clínicas– CIEM/UFMG promove no

Hotel BH Platinum o Simpósio CIEM

2006. O Simpósio abordará os mais

recentes avanços sobre a esclerose

múltipla.

Faça sua inscrição no CIEM.

Vagas limitadas.

Local: Hotel BH Platinum – Av. Olegário

Maciel, 1748 – Belo Horizonte, MG.

(ao lado do Shopping Diamond Mall)