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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
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Produto 14: Relatório Ambiental
Projeto de parceria público-privada destinada à modernização, eficientização, expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública do município de Macapá – AP
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 4
Apresentação .................................................................................. 5
2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ...................................................... 7
No Estado do Amapá ....................................................................... 7
No Município de Macapá ................................................................ 9
Atos de Regularidade Ambiental Associados ao Setor ................... 10
3 ANÁLISE DA REGULARIDADE DA OPERAÇÃO ............................ 12
Processos de licenciamento em curso ou concluídos ..................... 12
Licenças de operação em vigor ...................................................... 12
4 CUSTOS ATINENTES AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............ 13
5 BENEFÍCIOS, RISCOS E IMPACTOS AMBIENTAIS ....................... 14
Aspectos físicos gerais ................................................................... 15
5.1.1 Áreas de ressaca .................................................................................................. 17
Aspectos bióticos gerais ................................................................ 25
5.2.1 Áreas de Proteção .............................................................................................. 26
5.2.2 Arborização Urbana ........................................................................................... 30
Aspectos socioeconômicos ............................................................ 34
5.3.1 Demografia......................................................................................................... 36
5.3.2 Segurança Pública .............................................................................................. 38
Patrimônio Histórico e Cultural ................................................... 40
Impacto da Luz de LED .................................................................42
5.5.1 Benefícios ........................................................................................................... 42
5.5.2 Poluição Luminosa ............................................................................................ 44
6 PASSIVOS SOCIOAMBIENTAIS EXISTENTES.............................. 46
7 PLANO DE DESCARTE .................................................................. 47
Legislação Aplicada ....................................................................... 47
Caracterização dos Resíduos ........................................................ 50
Transportes e Deslocamento de Resíduos ..................................... 54
Área de Deposito de Resíduos ....................................................... 54
Destinação Adequada de Resíduos ................................................ 55
7.5.1 Resíduos Classe I - Perigosos ............................................................................. 55
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7.5.2 Resíduos Classe II - Não Perigosos ................................................................... 58
Receptores Adequados .................................................................. 59
Conscientização Ambiental ........................................................... 62
8 INDICADORES DE DESEMPENHO ............................................... 63
9 CAPEX E OPEX REFERENTES AOS TEMAS SOCIOAMBIENTAIS .. 65
Implantação e Atualização - CAPEX .............................................. 65
9.1.1 Implantação do Sistema de Gestão e Certificado .............................................. 66
Manutenção e Operação – OPEX .................................................. 66
9.2.1 Sistema de Gestão ............................................................................................... 67
9.2.2 Destinação de Resíduos Perigosos .................................................................... 68
9.2.3 Autorização para poda de vegetação .................................................................. 74
9.2.4 Destinação de Resíduos Comum ........................................................................ 74
10 CONCLUSÃO ................................................................................. 76
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 78
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Glossário
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
CAPEX - Despesa de Capital (Capital Expenditure)
CEPRO – Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí
CIP e/ou COSIP - Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública dos Municípios
CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
IBEAS – Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
IP – Iluminação Pública
NBR – Norma Brasileira
OPEX – Despesas Operacionais (Operational Expenditure)
PIB – Produto Interno Bruto
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PPP – Parceria Público-Privada
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PROCEL-Reluz – Programa Nacional de Iluminação Pública e Sinalização Semafórica
Eficientes
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1 INTRODUÇÃO
Este Relatório Ambiental, conforme item 4.9 do edital PE AARH nº 64/2017, traz o
conjunto de elementos necessários e suficientes para atender aos requisitos previstos
no art. 10, VII da Lei 11.079 de 2004, que referencia a necessidade de avaliação do
impacto ambiental do empreendimento, considerando os resultados do Projeto
Conceitual de Engenharia, eventuais análises já procedidas por órgão ambiental
competente, e avaliando todas as questões relacionadas ao licenciamento ambiental ou
a riscos ambientais.
O presente Relatório apresenta os estudos ambientais para implantação do projeto de
Projeto de Parceria Público Privada (PPP) destinada à modernização, eficientização,
expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública no
Município de Macapá - AP.
Este Relatório, desenvolvido tecnicamente pelo Consórcio IPB – Iluminação
Pública Brasil, bem como as opiniões e conclusões nele contidas, são de uso do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) podendo
delas dispor por intermédio de suas autoridades, dando total e ampla divulgação de
seu conteúdo. Qualquer usuário deste documento deve estar ciente das condições que
nortearam este trabalho, bem como das situações de mercado, econômica e tecnológica
do Brasil. Ademais, ressaltamos que este trabalho se constitui apenas em atividade de
apresentação do Relatório Ambiental para a formatação dos Estudos de Viabilidade
Técnica, Econômica e Ambiental e suporte à estruturação da Implantação da PPP de
Iluminação Pública no município de Macapá, no Estado do Amapá. A presente análise
tem o objetivo exclusivo de servir como base estruturada de informações, subsidiando
o edital de licitação do Parque de Iluminação Pública de Macapá dando suporte às
decisões futuras da Administração Pública.
Este documento está dividido em onze itens sendo o primeiro a introdução e
apresentação. O item 2 contextualiza a situação atual do licenciamento ambiental e os
atos de regularidade ambiental associado ao setor de iluminação pública. O item 3
apresenta a análise da regularidade da operação, incluindo a consulta de processos de
licenciamento em curso ou concluídos e as licenças de operação em vigor. O item 4
apresenta os custos atinentes ao licenciamento ambiental, sendo o item 5 os benefícios,
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riscos e impactos ambientais, subdivididos em aspectos físicos, bióticos e
socioeconômicos gerais, incluindo também o patrimônio histórico e cultural do
município e a análise do impacto da luz de LED. O item 6 identifica os passivos
socioambientais existentes conforme o item 4.9.1.2 do edital PE AARH nº 64/2017. O
item 7 caracteriza o plano de descarte de materiais e os ricos de contaminação,
conforme o item 4.9.1.6 do edital PE AARH nº 64/2017. O item 8 traz os principais
indicadores de desempenho. O item 9 traz a definição de CAPEX e OPEX destinados
ao atendimento de todos os temas socioambientais vinculados ao projeto, conforme o
item 4.9.1.7 edital PE AARH nº 64/2017. No item 10, a conclusão avaliando os
benefícios, riscos e impactos ambientais associados ao empreendimento e o item 11
com as referências bibliográficas do estudo.
Ademais, é importante ressaltar que este trabalho se constitui apenas em atividade de
apresentação do Relatório Ambiental para a formatação dos Estudos de Viabilidade
Técnica, Econômica e Ambiental e suporte à estruturação da Implantação da PPP de
Iluminação Pública no município de Macapá, no Estado do Amapá. A presente análise
tem o objetivo exclusivo de servir como base estruturada de informações, subsidiando
o edital de licitação do Parque de Iluminação Pública de Macapá dando suporte às
decisões futuras da Administração Pública.
Apresentação
A Iluminação Pública é essencial à segurança e qualidade de vida nos centros urbanos,
agindo como instrumento de cidadania, permitindo aos habitantes desfrutar do espaço
público no período noturno. Atua na segurança do tráfego, previne a criminalidade,
embeleza as áreas urbanas, valoriza monumentos de valor artístico, prédios e
paisagens, orienta percursos e permite aos cidadãos aproveitarem melhor as áreas de
lazer (DAMBISKI, 2007). Isto favorece as atividades de turismo, comércio e lazer
noturno, e ainda estimula a cultura do uso eficiente e racional da energia elétrica,
contribuindo, assim, para o desenvolvimento social e econômico.
Segundo a Resolução Normativa nº 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), iluminação pública é o “serviço público que tem por objetivo exclusivo prover
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de claridade os logradouros públicos de forma periódica, contínua ou eventual”, na
forma do inciso XXXIX, do art. 2º, da referida Resolução normativa.
Este relatório apresenta as informações legais preconizadas no inciso VII, Art.10 da Lei
11.079/04, que referência à necessidade de avaliação do impacto ambiental do
empreendimento, sendo com a obtenção de “licença ambiental prévia ou expedição das
diretrizes para o licenciamento ambiental do empreendimento, na forma do
regulamento, sempre que o objeto do contrato exigir. Ou seja, neste documento são
analisados atores e etapas do licenciamento ambiental, diagnóstico ambiental do
município, passivos socioambientais eventualmente existentes e aqueles que possam
surgir a partir da execução das atividades previstas para atualização e modernização
da rede de iluminação no município de Macapá/AP.
O município de Macapá tem um Parque de Iluminação Pública com 33.814 pontos,
caracterizado com diferentes tecnologias de iluminação, sendo: as lâmpadas de vapor
de sódio (89,11%); multivapores metálicos (10,30%), vapor de mercúrio (0,35%), LED
(0,14%), fluorescente (0,09%) e apenas um ponto com lâmpada de halogênio. O
Relatório de Diagnóstico Técnico da Rede de Iluminação Pública apresenta com
detalhes a situação da rede de iluminação pública e os planos de melhoria e
manutenção da Prefeitura Municipal de Macapá para a cidade.
Em consulta ao Plano Diretor, a Lei Orgânica do município e a Lei do Perímetro
Urbano, tem-se que o município de Macapá não dispõe de diretrizes específicas em
relação à iluminação pública em sua legislação municipal.
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2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Este item corresponde à identificação dos diferentes atores, etapas e prazos estimados
do processo de licenciamento ambiental em âmbito municipal, estadual e/ou federal
para execução de serviços de iluminação pública, incluindo a emissão dos principais
atos de regularidade ambiental, normalmente associados ao setor.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA 2004), o licenciamento ambiental é
uma requisição legal e um instrumento do poder público para o controle ambiental,
sendo o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais,
autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam recursos
naturais ou que sejam consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras.
De acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº
237 de 1997, que regulamenta os aspectos de licenciamentos ambiental estabelecidos
na Política Nacional do Meio Ambiente, em específico no Art 2° § 1º: “Estão sujeitos
ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas no
Anexo 1, parte integrante desta Resolução”. Em análise ao referido anexo 1 da
resolução, não foram identificadas atividades de substituição, modernização,
instalação ou operação de rede de iluminação pública como passíveis de licenciamento
ambiental.
Portanto, segundo o MMA 2004 e Resolução CONAMA nº 237/97, a substituição,
modernização, instalação ou operação de rede de Iluminação Pública não é listada
como uma atividade sujeita a licenciamento ambiental.
No Estado do Amapá
O Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá (IMAP),
vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA/AP), é o órgão responsável
pela execução da política de meio ambiente (licenciamento ambiental, fiscalização,
outorga e monitoramento) e pela gestão do espaço territorial estadual (regularização
fundiária e desenvolvimento de assentamentos urbanos e rurais). Além da SEMA/AP
e do IMAP, o sistema de meio ambiente do Amapá é formado pelo Conselho Estadual
do Meio Ambiente (COEMA) e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH).
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Atualmente, o COEMA é composto por 25 entidades, sendo oito estaduais, quatro
federais e 13 não governamentais, além de representantes da sociedade civil
(SEMA/AP, 2014).
Os principais norteadores do processo de licenciamento ambiental no estado do
Amapá consistem na Lei Complementar nº 5/1994 (AMAPÁ, 1994a), que institui no
âmbito do Estado do Amapá, o Código de Proteção ao Meio Ambiente; Decreto
Estadual nº 3.009/1998 (AMAPÁ, 1998), que institui o código ambiental do estado do
Amapá; Resolução COEMA nº 1/1999 (AMAPÁ, 1999b) que estabelece diretrizes para
caracterização de empreendimentos potencialmente causadores de degradação
ambiental e Lei Complementar nº 70/2012 (AMAPÁ, 2012) que dá nova redação ao
art. 12 da Lei Complementar nº 5 /1994 e dá outras providências. Os demais atores
estão associados direta ou indiretamente aos processos de licenciamento e
autorizações para intervenção ambiental estadual, estando de acordo com os
procedimentos adotados pelos técnicos do IMAP.
Para o processo de licenciamento e autorização para intervenção ambiental é
necessário a identificação da natureza do empreendimento, o que define se a atividade
é passível ou não de licenciamento ambiental e se possui ou não impacto local. Caso a
atividade promova impacto local, conforme especificado na Resolução COEMA nº
11/2009 (AMAPÁ, 2009b) e o município possua convênio/habilitação para a gestão
ambiental, o empreendedor deve procurar o órgão ambiental municipal. Caso
contrário, os procedimentos de licenciamento são realizados pelo IMAP.
Sendo assim, o município de Macapá é considerado apto a realizar o licenciamento
ambiental das atividades de impacto ambiental, segundo a Portaria nº 192/2018, que
dispõe sobre a relação dos municípios do Estado do Amapá aptos a realizar o
licenciamento ambiental das atividades de impacto local.
Assim, fica a critério do município a definição de atendimento de outras autorizações
ou licenças ambientais exigidas para a modernização, eficientização, expansão,
operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública do Município
de Macapá – AP.
Adendo apenas para caso seja necessário à supressão e poda de espécies florestais em
áreas urbanas nas atividades de modernização, eficientização, expansão, operação e
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manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública de Macapá, pois segundo
a Resolução COEMA Nº 046/2018 indica em seu Anexo Único como uma atividade
potencialmente poluidora e utilizadora de recursos ambientais licenciáveis pelos
municípios, considerado um potencial poluidor médio.
No Município de Macapá
O licenciamento é o instrumento de gestão que orienta a localização, a instalação, a
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais potencialmente poluidores ou daqueles que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental.
A Lei Complementar nº 027/2004 dispõe sobre o Licenciamento, Autorização e
Fiscalização das Atividades socioeconômicos do município de Macapá. Sendo assim,
em seu Art. 6º:
Art. 6º A Prefeitura assegurará, por meio de ação integrada dos seus
órgãos fiscalizadores, que os projetos de atividades econômicos e
sociais, sejam quais forem seus objetivos, dimensão e complexidade,
para efeito de licenciamento e fiscalização municipal, sejam julgados
sob os aspectos:
I - de urbanismo; II - de impacto de vizinhança, de acordo com o
Estatuto da Cidade e a legislação do Município; III - de meio ambiente;
IV - sanitários; V - de segurança da população; VI - outros aspectos que
digam respeito ao Interesse e à qualidade de vida no Município.
Parágrafo único. O Alvará de Licença ou de Autorização de
Funcionamento é o documento final que integra os julgamentos a que se
refere este artigo.
A responsabilidade da Prefeitura sobre as licenças ambientais foi regulamentada pelo
Código Ambiental de Macapá, da Lei Municipal de Meio Ambiente, e com a criação do
Conselho Municipal de Meio Ambiente. O Conselho Estadual de Meio Ambiente
(COEMA) autorizou a Prefeitura de Macapá a emitir licenças ambientais de instalação
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e operação a empreendimentos dentro do limite do município. A mudança foi
estabelecida pela resolução 40/2014, publicada em 22 de dezembro. Os pedidos de
licença passam a ser solicitados na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM).
A medida muda a dinâmica na emissão das autorizações ambientais, antes emitidas
exclusivamente pelo Instituto de Meio Ambiente do Amapá (IMAP). As licenças
passam a ser expedidas pela SEMAM. A documentação e as normas exigidas são as
mesmas às aplicadas anteriormente na administração estadual.
Algumas atividades, no entanto, continuam de responsabilidade do IMAP por serem
de alta complexidade, a exemplo de empreendimentos de mineração, condomínios e
indústrias. Entre as licenças emitidas pela SEMAM estão as destinadas a postos de
combustíveis, farmácias, revendedoras de gás etc.
De modo geral, o tipo de atividade em questão (modernização, eficientização,
expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública) é
passível de isenção de licenciamento ambiental de acordo com a SEMAM.
Atos de Regularidade Ambiental Associados ao Setor
No Brasil, o serviço de Iluminação Pública era prestado, em sua grande maioria, pelas
concessionárias distribuidoras de energia elétrica. Tal situação começou a ser alterada,
a partir da Resolução Normativa 414/2010, promulgada pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), que dispõe acerca do repasse dos ativos de Iluminação
Pública das distribuidoras para os municípios, bem como sobre a competência dos
municípios para a prestação deste serviço. Tal disposição tem base no artigo 30, inciso
V da Constituição Federal, que determina a competência dos municípios para
“organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local...”.
Amparada pela determinação constitucional, a Resolução Normativa ANEEL nº
414/10, no Art. 218, determinou que as distribuidoras transferissem os ativos de
iluminação pública (luminárias, lâmpadas, relés e reatores) às prefeituras.
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Corroborando com o exposto, uma alteração regulatória teve um impacto importante
no segmento de Iluminação Pública Brasil nos últimos anos. Em 2013, a ANEEL
determinou que até o final de 2014 todos os ativos de Iluminação Pública que antes
estavam em domínio das concessionárias de energia elétrica deveriam ser transferidos
para os municípios, afetando aproximadamente 42% de municípios brasileiros
(Resolução 587/2013). Com a conclusão dessa transferência, todos os municípios
passaram a exercer plenamente o direito à titularidade dos serviços, conforme
determinado pela Constituição brasileira, bem como com a obrigação de gerenciar os
ativos e prestar serviço adequado à população. Nesse contexto, vale salientar que as
resoluções supracitadas, embora de máxima importância, não alteraram o cenário da
prestação do serviço de iluminação pública em Macapá.
Além disso, a resolução ANEEL 395, de 2009, estabelece as disposições relativas à
conformidade dos níveis de tensão de energia elétrica em regime permanente e deve
ser levada em consideração para projeto e especificação de materiais de Iluminação
Pública. A confiabilidade do sistema de iluminação está diretamente ligada às
condições de fornecimento de energia elétrica e aos corretos níveis de tensão. Também,
utilizada como base para projetos de Iluminação Pública, tem-se a NBR 5101/2012,
norma brasileira utilizada para determinar os parâmetros mínimos a serem
considerados em um projeto de Iluminação Pública e na sua verificação em campo após
a instalação.
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3 ANÁLISE DA REGULARIDADE DA OPERAÇÃO
Esta seção contempla a análise da regularidade da operação, mediante a verificação
dos processos de licenciamento em curso ou concluídos e da existência de licenças de
operação em vigor para todas as instalações e da conformidade com as condicionantes
nelas constantes.
Processos de licenciamento em curso ou concluídos
O Instituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá – IMAP
disponibiliza para consulta as licenças ambientais (licença prévia, de instalação e de
operação, e termos de ajustamento de conduta) emitidas em sua plataforma digital
(http://www.imap.ap.gov.br/licencas). Cabe destacar que o material tem caráter
informativo e visa à transparência do processo.
Nesta consulta, realizada em 04/01/2019, não foram encontrados processos de
licenciamento em curso ou concluídos referentes à modernização, eficientização,
expansão, operação e/ou manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública
em Macapá.
A Prefeitura de Macapá não disponibiliza em sua plataforma digital instrumentos de
consulta a licenças ambientais de responsabilidade do município.
Licenças de operação em vigor
A mesma consulta na plataforma digital do IMAP foi feita para licenças de operação
em vigor e não foram encontradas licenças de operação em vigor referentes à
modernização, eficientização, expansão, operação ou manutenção da infraestrutura da
rede de iluminação pública em Macapá.
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4 CUSTOS ATINENTES AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Esta seção contém a avaliação dos custos atinentes ao licenciamento ambiental,
incluindo passivos existentes e aqueles que possam surgir das intervenções previstas
para o Projeto.
Por ser uma atividade considerada isenta de licenciamento ambiental, não haverá
custos relevantes para este fim para viabilizar a modernização, eficientização,
expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública do
Município de Macapá – AP.
Com a modernização, eficientização, expansão, operação e manutenção da
infraestrutura da rede de iluminação pública do município de Macapá, não haverá
desapropriações, desocupações ou reassentamentos e também não haverá impacto
direto no meio físico. A grande preocupação referente ambiental refere-se ao descarte
dos resíduos sólidos gerados, que serão especificados nos tópicos seguintes.
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5 BENEFÍCIOS, RISCOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
Esta seção traz a avaliação dos benefícios, riscos e impactos ambientais associados às
soluções que possam ser implementadas ao longo do processo de modernização da
rede de iluminação pública. As informações abordadas a seguir, correspondem ao
diagnóstico ambiental do município de Macapá/AP, refletindo as condições atuais dos
meios físico, biótico e socioeconômico, juntamente com o patrimônio histórico e
cultural e os possíveis impactos gerados pela luz de LED, considerando a infraestrutura
urbana para atualização da rede atual, bem como a geração de resíduos e passivos ao
longo da operação.
O objetivo principal deste diagnóstico é identificar e descrever as inter-relações entre
esses componentes, possibilitando o entendimento da dinâmica dos processos nas
diferentes áreas do município. A figura a seguir apresenta a localização da área de
estudo, com detalhe da delimitação do município de Macapá.
Figura 1 - Detalhe da Área Urbana do município de Macapá, com a localização
do cadastro dos postes feito pela Prefeitura.
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Aspectos físicos gerais
O município de Macapá, capital do Estado do Amapá, está situado, em sua maior parte,
na bacia hidrográfica do Igarapé Fortaleza, que possui superfície de 193Km². A região
apresenta um ecossistema típico da Zona Costeira do Estado do Amapá, as chamadas
‘Ressacas’, que serão descritas no tópico 5.1.1 a seguir.
Torres (2001), considerando a dinâmica sedimentar, dividiu a zona costeira estuarina
do Amapá em três compartimentos: Alto, Médio e Baixo Setor Costeiro Estuarino. Os
dois primeiros setores têm a faixa do continente não defrontantes com o mar, enquanto
que no último a faixa do continente está parcialmente defrontante com o mar:
• O Alto Setor Costeiro Estuarino corresponde ao trecho da baía de Macapá, onde
a planície é frequentemente interrompida pelas formações terciárias
(sedimentos do Grupo Barreiras), na forma de falésias. Observam-se, na
planície costeira, meandros abandonados, lagos residuais e “ressacas”. Este
termo local é dado para áreas úmidas costeiras constituídas por lagoas e lagos
que ocorrem exclusivamente nas áreas urbanas de Macapá e Santana,
influenciadas ou não pela maré (Torres & Oliveira, 2004). Destaca-se as
ressacas do Curiaú, do Sá Comprido, Lagoa dos Índios, do Chico Dias e do
Beirol. A planície costeira estreita-se em direção ao sul, onde os sedimentos do
Grupo Barreiras estão mais próximos da linha de costa e se destacam pequenas
praias retilíneas e arenosas. A presença de vegetação de mangue,
principalmente siriúba (Aviccenia germinans), em partes da baía de Macapá, é
um reflexo de uma costa com influência de marés;
• O Médio Setor Costeiro Estuarino é limitado entre a Ponta do Pau Cavado e a
foz do rio Gurijuba. Caracteriza-se pela extensão de suas florestas de várzea e
em direção ao seu interior predominam campos alagados, onde ocorrem lagos
residuais, paleocanais entulhados e meandros abandonados. Este trecho sofre
intensa erosão, criando imensos bancos areno-siltosos a silto-arenosos
imediatamente a norte da zona da foz de alguns afluentes do Canal do Norte.
Esses bancos são longitudinais à costa e afloram na maré baixa. Neste trecho,
ocorrem as Ilhas Pedreiras, que estão migrando rio abaixo e, portanto,
indicando que ao longo deste trecho as correntes fluviais, de maré e outras
geradas pelos ventos chegam a atuar significativamente;
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• O Baixo Setor Costeiro Estuarino situa-se no Arquipélago do Bailique entre a
foz dos rios Gurijuba e Araguari, onde os ambientes são marcadamente fluvio-
marinhos. Neste setor, a planície costeira é muito baixa e apresenta sua maior
largura. É caracterizada pelo acréscimo constante de sedimentos fluviais e
paleocanais entulhados. De acordo com Torres (2001; em preparação), o trecho
costeiro entre a foz do rio Araguari e a área norte do Arquipélago do Bailique
sofre influência da salinidade, em especial no período de descarga mínima do
Amazonas (outubro-dezembro), conseqüentemente favorecendo a ocorrência
de pequenas faixas de mangues, ricas em siriúba (Avicennia schaueriana),
tolerantes a uma salinidade intersticial mais alta que os demais gêneros de
mangue. A partir desta área, a salinidade aumenta em direção ao Cabo Norte e
decresce bruscamente em direção ao interior do Canal do Norte, onde
predominam a força e o volume das águas do rio Amazonas, que possibilitam a
presença de ecossistemas fitogeograficamente diferenciados dos manguezais.
Na zona de intermaré e ao longo das margens lamacentas, próximo a
desembocadura de alguns tributários do Canal do Norte do rio Amazonas, são
freqüentes a presença de aninga (Montrichardia arborescens) e de buriti
(Mauritia flexuosa).
Essas precipitações que ocorrem são influenciadas por fenômenos meteorológicos,
sendo o principal agente de grande escala a Zona de Convergência Intertropical.
Contudo, em qualquer época do ano as chuvas podem ocorrer pela ação das linhas de
instabilidade formadas pelas brisas (TAVARES, 2014).
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Segundo o INMET (2000) APUD TAVARES, 2014 o
mês mais chuvoso do município é o de março, com
407,2 mm acumulados, e o menos chuvoso o de
outubro, com 35,5 mm. O município também
apresenta temperatura média anual de 26,5 ºC,
apresentando umidade relativa média anual de 83%.
Sobre os ventos, o predominante na região é o
Nordeste (NE), havendo variações leste-nordeste
(ENE) e leste (E) (TAVARES, 2014).
A geomorfologia encontrada no município
acompanha a do Estado do Amapá, onde há a
combinação de formações muito antigas com outras
jovens. Existem duas Zonas geomorfológicas
principais a Depressão da Amazônia Setentorial e a
Planície Costeira. Sobre a geologia, cabe destaque os
cinturões de rochas verdes, que ocorrem em
domínios geotectônicos antigos, que são
responsáveis por múltiplas ocorrências minerais
(ATLAS Unidade de Conservação do Amapá).
De acordo com Torres e Robrini, as principais
evidências de erosão ao longo do setor costeiro
oceânico são árvores e arbustos de mangue
(Avicennia sp.) tombadas pela ação das correntes de
maré e a exposição de uma sequência de paleolama
correlacionável, desde o Cabo Norte até
aproximadamente 10 Km ao sul do Cabo Cassiporé,
conforme a Figura 2.
5.1.1 Áreas de ressaca
O Estado do Amapá, no extremo norte do Brasil possui particularidades ambientais em
função principalmente de sua localização, na foz do rio Amazonas a qual lhe dá
Figura 2: Zonas de erosão e
deposição, ao longo da costa oceânica do Amapá (Allison et al.,
1995b; Nittrouer et al., 1991; Nittrouer et al., 1996). APUD
Torres e Robrini.
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características ímpares no uso dos recursos naturais. A zona costeira do estado está
dividida em dois setores – o setor costeiro estuarino ou amazônico e o setor atlântico
ou oceânico (Chagas, 1997). O primeiro, banhado pelas águas do rio Amazonas, se
caracteriza por possuir as maiores densidades demográficas do Amapá, onde os
problemas sociais e as pressões ambientais já são preocupantes. Também neste setor
encontram-se extensas áreas úmidas chamadas localmente de "RESSACAS", que
constituem sistemas físicos fluviais colmatados, drenados por água doce e ligadas a um
curso principal d'água, influenciados fortemente pela pluviosidade e possuindo
vegetação herbácea.
De acordo com Néri (2004), as ressacas são áreas encaixadas em terrenos quaternários
que se comportam como reservatórios naturais de água, caracterizando-se como um
ecossistema complexo e distinto, sofrendo os efeitos da ação das marés, por meio da
rede formada de canais e igarapés e do ciclo sazonal das chuvas.
As áreas úmidas existentes no sítio urbano de Macapá estão ligadas a bacia hidrográfica
do igarapé da Fortaleza. Segundo estudos feitos pela Secretaria de Meio Ambiente do
Estado (ZEE, 2002) acerca das bacias hidrográficas do Estado, das quarenta e três
existentes, a bacia hidrográfica do igarapé Fortaleza, com 193 km² de superfície,
considerada uma das menores bacias do Estado, abriga a maior parte das duas
principais cidades do estado – Macapá, a capital, e Santana, o segundo município mais
populoso do Estado. A ocupação de áreas úmidas dessa bacia com o objetivo de
moradia tem causado uma pressão cada vez maior nesses espaços de grande fragilidade
natural.
Os solos das ressacas enquadram-se no grupo hidromórfico que são definidos como
solos muito jovens expostos à influência do regime das chuvas e marés e que têm
origem nos sedimentos do período geológico do quaternário. Tais solos possuem
aptidão à agricultura de baixo custo de cultivares possíveis em áreas alagadas
(Takiyama, 2012).
Segundo Portilho (2010), O município de Macapá apresentava em 2000, uma
população de 283.308 habitantes, cerca de 89% dessa população vivia na área urbana
da cidade de Macapá, capital do estado do Amapá. Destes, cerca de 19% viviam em
áreas de ressaca.
19
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Na área urbana do município de Macapá situam-se as seguintes ressacas: Lago da Vaca,
Lago do Pacoval, Lagoa dos Índios, Sá Comprido, Laguinho Nova Esperança, Chico
Dias, Beirol e Tacacá; conforme limites descritos a seguir:
• Ressaca Lago da Vaca: localiza-se ao norte da cidade de Macapá próximo ao
limite urbano e da Área de Proteção Ambiental - APA do Curiaú, entre os bairros
Jardim Felicidade e Novo Horizonte; seu canal principal está ligado diretamente
ao rio Amazonas.
• Ressaca Lago do Pacoval: abrange os bairros de São Lázaro, Pacoval e Jesus de
Nazaré, próximo a pista de pouso do aeroporto internacional de Macapá (área
da INFRAERO). Têm como principal fluxo de água, o canal do Jandiá, com
aproximadamente 10 km de extensão, que deságua diretamente no rio
Amazonas.
• Ressaca Lagoa dos Índios: situa-se ao longo da Rodovia Duque de Caxias,
abrangendo os conjuntos residenciais Buriti, Cajari, Lagoa dos Índios e parte do
Cabralzinho. A maior parte dessas ocupações está na borda da Lagoa dos Índios,
que por sua vez, está ligada ao igarapé Fortaleza.
• Ressaca Sá Comprido: localiza-se próximo à rodovia Duque de Caxias, às
margens da Lagoa dos Índios, no bairro Alvorada.
• Ressaca Laguinho Nova Esperança: situa-se ao lado da área do Exército (3o.
BIS), no bairro Nova Esperança, e não tem drenagem de ligação com outras
áreas.
• Ressaca Chico Dias: localiza-se nos bairros Novo Buritizal e Congós. A ressaca
Chico Dias está ligada ao igarapé Fortaleza.
• Ressaca Beirol: essa ressaca está conectada ao igarapé Fortaleza e localizada
próximo à ressaca Chico Dias, entre os bairros do Congós, Marco Zero, Buritizal
e Muca.
• Ressaca Tacacá: situa-se ao Sul da cidade de Macapá, entre os bairros Zerão e
Universidade, ligando-se ao igarapé Fortaleza.
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Figura 3: Mapa de localização das áreas urbanas de ressacas do município de Macapá.
Fonte: Aguiar e Silva, 2003 Considerando a existência de ocupação de diversos pontos das áreas de ressaca, estas
devem ser entendidas não apenas na sua estrutura física, que por si não consegue dar
conta da complexidade de realidades ali existentes, mas como espaços sociais, como
fruto da dinâmica das relações desiguais estabelecidas na sociedade.
21
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Segundo Ribeiro (2008), a partir do momento que são ocupadas, as ressacas recebem
por parte da população, nomes próprios que, na maioria das vezes, estão ligados a
nome de bairros da cidade, de antigos moradores, canais ou igarapés, conforme
descrito na tabela a seguir.
Tabela 1 - Estimativa de domicílios e pessoas nas áreas de ressacas do município de Macapá.
NOME ÁREA RESSACA
(Km²) ESTIMATIVA DOMICÍLIOS
ESTIVATIVA PESSOAS
Ressaca do Tacacá 4,30 876 3.986
Ressaca do Congos 1,99 2.695 12.478
Ressaca Nova Esperança 0,26 560 2.822
Ressaca Chico Dias 1,23 1.232 5.584
Ressaca Sá Comprido 1,15 95 443
Ressaca Lago da Vaca 1,53 1.015 4.612
Ressaca Canal do Jandiá 3.57 866 3.903
Ressaca do Pacoval 1,71 757 3.590
Ressaca do Perpétuo Socorro 0,95 2.520 11.626
Ressaca do Mucajá 0,06 270 1.416
Ressaca do Coração 2,35 41 190
Ressaca do Marabaixo 0,79 45 206
Ressaca do Infraero II 1,01 14 54
Ressaca da Lagoa dos Índios 15,54 377 1.714
Ressaca do Açaí 2,07 208 805
Ressaca do Ramal do 9 1,42 8 32 Fonte: Ribeiro (2008).
As ressacas são alimentadas principalmente durante o ciclo das chuvas. É nesse
período que ocorrer maiores índices de ocupação proveniente da relação de parentesco
decorrente das Ilhas do estado do Pará. Em função dessa estrutura é bem acessível à
chegada a cidade através dos diferentes tipos de embarcações.
Com relação a sua importância para o equilíbrio ambiental podemos citar que
ecologicamente as ressacas são de utilidade primordial em relação: COELHO (2006)
a) Ao clima da cidade de Macapá: A ressaca é excelente regulador térmico, por ser
fonte de umidade e servirem de corredores de vento, já que estes ventos se deslocam
para os centros de concentração populacional e de fluxo de automotores, dissolvendo
o calor e desconcentrando os agentes poluentes, o que proporciona uma temperatura
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mais amena na área urbana de Macapá, assim, portanto funcionando as ressacas como
fonte de equilíbrio climático;
b) Reprodutor biológico: São criadouros naturais para muitas espécies de peixes,
crustáceos que migram para as ressacas e lá se reproduzem e na seqüência retornam
ao rio, pelos canais naturais que interligam os rios às ressacas;
c) Circulação e equilíbrio das águas: Em sua comunicação as águas fluviais e
pluviais, as áreas de ressacas se interligam umas com as outras e com os canais de
drenagem, onde há a circulação e o equilíbrio das águas, permitindo a determinação
da pressão dos leitos fluviais primários, orientando escoamento e trânsito das águas
interiores e superficiais com o rio Amazonas, convergindo com as águas do Oceano
Atlântico; e
d) Centro natural paisagístico: A harmonia gerada pela rica biodiversidade
presente nas ressacas e pelos seus aspectos físicos (solo e água, por exemplo), cria um
ambiente saudável que contribui para o bem-estar das pessoas e demais seres vivos.
Para a cidade, o cenário natural proporcionado pelas ressacas, valoriza as áreas
urbanas situadas próximas a elas. As ressacas possuem um grande potencial
econômico que pode ser explorado pelo turismo.
Políticas Ambientais
De acordo com os estudos desenvolvidos, atualmente 90% das áreas de ressaca
existentes em Macapá possuem algum tipo de ocupação habitacional. A própria
legislação abre precedentes para as duas situações, de habitar e preservar, tenta
assegurar a existência do ambiente natural à medida que busca a qualidade de vida dos
cidadãos. Quanto à postura das políticas ambientais, serão consideradas para avaliação
as leis que amparam o ecossistema e em contrapartida o cidadão. Assim estão as
seguintes legislações que asseguram a proteção do ambiente das ressacas:
A legislação ambiental que envolve esse ecossistema e o coloca na categoria de Área de
Proteção Permanente, o que de acordo com o Código Florestal, Lei nº12.651/12, Art.
3º se define como:
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II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo
e assegurar o bem-estar das populações humanas.
A legislação definida através da Carta Magna do Brasil que assegura as competências
dos Estados e Municípios, delegando a eles, no Art. 23, as funções de:
VI – Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer uma
de suas formas.
VII – Preservar as florestas, a fauna e a flora.
A Constituição do Estado do Amapá (1991) pode ser também utilizada como referência,
pois define a proteção das espécies e dos cursos d’água locais, assegurando no Art. 313,
que é dever do Estado:
Seção XI – preservar os ecossistemas essenciais e promover o manejo
ecológico de espécies.
Seção XII – Zelar pelas áreas de preservação dos corpos aquáticos,
principalmente, as nascentes, inclusive os “olhos d’água”, cuja ocupação
só se fará na forma da lei, mediante estudos de impactos ambientais.
Por fim está também a Lei Estadual nº 455/99 que delimita proteção direta as áreas de
ressaca, proibindo:
A implantação e funcionamento de estabelecimentos potencialmente
poluidores; Obras de terraplanagem, aterramento, loteamento e
abertura de canais; Utilização como depósito de lixo; Uso de biocidas e
pesticidas sem controle; Qualquer atividade que ameace extinguir as
espécies da fauna e flora regionais.
Em contrapartida estão as legislações que asseguram a qualidade de vida à população
e que afirmam ainda o papel do estado e do município como agente maior que tem o
papel de proteger, orientar e coordenar a instalação da população nas áreas existentes
da cidade. Dessas legislações podem ser citadas:
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A lei nº 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente, Art. 4º, que assegura o papel
do poder público de encaminhar:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
III - estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; VI - à
preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a
manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida.
O Art.30 da Carta Magna, que delega aos municípios a função de:
VIII - Promover no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano.
O Art.225 da Constituição do Estado do Amapá (1991) que exalta que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
do uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.
E ainda a legislação do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que
assegura também a proteção das áreas e as caracteriza como APP’s Urbanas e destaca
de acordo com Sales e Santos (2012, p.6) que:
Por outro lado, a Resolução nº 369 do CONAMA, de 28 de março de
2006, prescreve sobre os casos excepcionais, de utilidade pública,
interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a
intervenção ou supressão de vegetação em APP.
Diante das duas posturas colocadas fica explícito o papel do poder público de
monitoramento e controle dessas áreas, e ainda as possibilidades de intervenção diante
da realidade e cultura existentes localmente. Hoje a realidade consolidada se firma
25
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cada vez mais em cima do descaso existente, seja com o meio ambiente como também
com os habitantes da cidade.
À medida que se faz uma análise direta das legislações que abrangem essas áreas, é
perceptível que o intuito não é evitar o contato humano com o meio, mas sim assegurar
a sobrevivência do ambiente das ressacas como áreas que atuam como referência da
essência fluvial do estado.
Então, na situação atual das ressacas em Macapá a elaboração de um projeto pautado
na ocupação sustentável e adequada tende a ser uma medida satisfatória para adaptar
o meio que já existe, ocasionando assim menos transtornos para a população, para o
poder público e principalmente para o ecossistema das ressacas.
Aspectos bióticos gerais
O Estado do Amapá apresenta um mosaico de vegetação de alta diversidade biológica,
onde mais 70% da cobertura vegetal é composta de floresta densa de terra firme,
caracterizada por uma rica diversidade por unidade de área, estrutura diferenciada,
com estratificações e dosséis de alto porte. As tipologias obedecem a critérios locais,
tendo em vista a evolução geológica e climática da paisagem e freqüentes níveis de
especialização, evidenciado pelo forte endemismo, presença de raridades e
gregarismos de muitas espécies (ZEE, 2002).
Os recursos vegetais de maior valor econômico são representados pela grande
quantidade de espécies madeireiras, com destaque para os angelins, acapú, sucupira e
outros. O restante do território é preenchido por florestas de várzea, igapó, transição,
cerrado, campos inundáveis e inundados e manguezal (ZEE, 2002). O litoral
amapaense abriga um importante patrimônio biológico ecológico e genético de
ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo da costa alternam-se manguezais,
florestas de várzea, igapó e transição, campos inundáveis (herbáceo e arbustivo), lagos
e outros ambientes (COSTA NETO; SILVA, 2004).
Dentre as maiores preocupações estão nos campos cerrados ao entorno de Macapá,
que sofreram um elevado nível de modificação em função de atividades humanas no
passado e ainda comuns no presente (como fogo, transformação em pastagens,
26
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reflorestamentos e extração de madeira). No entanto, muitos campos cerrados mais
afastados de Macapá ainda parecem conservar quase integralmente as condições
florísticas e fitofisionômicas primitivas. Quanto aos campos inundados, ainda
relativamente bem preservados, existe a preocupação com os efeitos ambientais da
pecuária bubalina, em função do regime de criação extensiva, de sua resistência e do
grande crescimento que os rebanhos demonstraram nos últimos anos. Os manguezais
do Amapá são, aliás, considerados os mais preservados de todo o litoral brasileiro.
Florestas nativas pouco ou muito pouco alteradas são a regra comum no Estado.
5.2.1 Áreas de Proteção
O Estado do Amapá merece atenção especial no contexto regional, nacional e
internacional uma vez que 62% do seu território está sob modalidades especiais de
proteção. São 19 unidades de conservação, totalizando 8.798.040,31 hectares, 12 das
quais federais, 5 estaduais e 2 municipais. São 8 unidades de proteção integral e 11 de
uso sustentável, as primeiras ocupando quase 60% do total da área protegida.
A maior parte das Unidades de Conservação no Amapá é de jurisdição federal, como
seria de se esperar em um Estado que se emancipou de sua condição de Território
Federal apenas em 1988. Elas abrangem trechos dos territórios de pelo menos 15 dos
16 municípios amapaenses, indicando um excelente índice de representatividade
espacial. Sete das 12 unidades federais são extensas ou relativamente extensas; quatro
delas se estendem pelas porções norte, noroeste e nordeste do Estado: o Parque
Nacional do Cabo Orange, o Parque Nacional (PARNA) Montanhas do Tumucumaque,
a Estação Ecológica de Maracá-Jipioca e a Reserva Biológica do Lago Piratuba. A
Floresta Nacional do Amapá está no centro geográfico do Estado, e se conecta à enorme
área do PARNA Montanhas do Tumucumaque. A Estação Ecológica do Jari, a Reserva
Extrativista do Rio Cajari e a RDS do Rio Iratapuru ocupam boa parte do sul e sudoeste
do Estado. Há, ainda, cinco RPPN, todas pequenas, distribuídas por quatro
municípios.
O quadro a seguir apresenta as principais informações de cada uma das unidades
existentes no município de Macapá.
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Quadro 1 - Unidades de Conservação Existentes no Município de Macapá
Nome Jurisdição
Base Legal Grupo
Área no Amapá
(Ha)
% do Território no
Amapá Caracterização Geral
Reserva Particular do Patrimônio
Natural Retiro Paraíso
Federal
Portaria 86 – N –
IBAMA, 6/8/1997
Uso Sustentáve
l 46,75 <0,01
Fica localizada no Município de Macapá, nas imediações do km 8 da rodovia BR -156. É de propriedade de Zildekias Alves de
Araújo. A área é predominantemente plana, abrangendo um mosaico
de diferentes ambientes, como campos inundáveis e não-inundáveis. O solo é do tipo latossolo vermelho-amarelo, sendo que a vegetação espelha as diferentes condições ecológicas do
ambiente. A vegetação da área é dominada por campos cerrados e florestas de galeria. Nos campos cerrados, sobressaem o
estrato herbáceo, dominado por gramíneas e ciperáceas, e o estrato arbustivo-arborescente. A vegetação caracteriza-se por árvores dispersas, com troncos tortuosos e folhas coriáceas. A
floresta de galeria acompanha e protege as margens de córregos e rios. Nos últimos anos, a propriedade vem
efetuando o plantio de espécies frutíferas, em que se utilizam mudas produzidas no viveiro da própria reserva
Reserva Particular do Patrimônio
Natural Aldeia Ekinox
Federal
Portaria 91 – IBAMA, 21/11/200
0
Uso Sustentáve
l 10,87 <0,01
A área de várzea da UC é plana e a parte de terra firme é ligeiramente acidentada. Predomina o latossolo gley húmico
em 80% da unidade. Os solos de terra firme (latossolo amarelo) constituem os 20% restantes.
A cobertura vegetal, estreitamente correlacionada com as propriedades do solo, é composta por floresta densa de várzea em mais de 80% da área, e pequenos recortes de terra firme, com florística de transição. Não há ainda nenhum inventário
científico de flora.
Área de Proteção Ambiental da Fazendinha
Estadual
Decreto Territorial
20/84, 14/12/1984
Uso Sustentáve
l 136,59 <0,01
Segundo dados levantados pela SEMA (2003), cerca de 95% da área continua em bom estado de conservação. Existem aproximadamente 230 residências no interior da UC
beneficiando-se de seus recursos naturais. A parte central encontra-se ainda preservada, e conseguiu manter a flora
primitiva.
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Nome Jurisdição
Base Legal Grupo
Área no Amapá
(Ha)
% do Território no
Amapá Caracterização Geral
A unidade caracteriza-se pelos elementos da Formação Barreiras, em que há sedimentos de idade terciária e
sedimentos quaternários, os quais compõem a paisagem costeira do Amapá.
A vegetação é essencialmente formada por floresta densa de várzea. Dentre as espécies mais representativas, destacam-se:
açaizeiro (Euterpe oleracea), pau-mulato (Calycophyllum spruceanum), seringueira, (Hevea brasiliensis) e andiroba
(Carapa guianensis). Existem moradores dentro dos limites da unidade. O número
deles tem crescido, apesar de nenhum morador ter documentação expedida pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), nem de caráter provisório, nem definitivo. No entanto, muitos moradores
possuem Cadastro Rural, Parecer do Ministério da Marinha de Guerra e Título de Posse.
Reserva Biológica do Parazinho
Estadual
Decreto Territorial
5, 21/1/1985
Proteção Integral 111,32 <0,01
Não existe ocupação humana na REBIO. Ocorre, às vezes, alguma pressão antrópica no entorno, mas ela é relativamente baixa, porque é controlada pelo desenvolvimento do Projeto de
Preservação e Reprodução de Quelônios – Quelônios da Amazônia (Q.AMA). A presença permanente de pesquisadores
e técnicos do projeto na UC tem contribuído para que os recursos naturais ainda estejam em excelente estado de
conservação. A vegetação da REBIO do Parazinho encontra-se em processo
de sucessão, com ecossistemas dependentes de fatores ecológicos e sujeitos à periodicidade inundável. A parte do
litoral é de alta vulnerabilidade à erosão natural causada pelas ondas da maré, o que freqüentemente ocorre pela queda das
árvores. Sua cobertura florística registra essências como mangue branco (Rhyzophora mangle), siriúba (Avecennia nítida), jaranduba (Pithecellobium inaequale), e paliteira
(Clitoria arborea), que formam uma floresta baixa e raleada, composta de um sub-bosque em que se encontram aturiá
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Nome Jurisdição
Base Legal Grupo
Área no Amapá
(Ha)
% do Território no
Amapá Caracterização Geral
(Drepannocarpus lunatus) e aninga (Moutrichardia arborescens).
A categoria de manejo da UC apresenta restrições para a prática de atividades produtivas e isso desestimula a presença
humana na REBIO.
Área de Proteção Ambiental do
Rio Curiaú Estadual
Lei Estadual
431, 15/9/1998
Uso Sustentáve
l
21.676,00 0,15
Atualmente, a UC abriga um dos mais belos ambientes naturais do Estado, a bacia do rio Curiaú, com grande
representatividade de fauna e flora regionais, ameaçada pela pressão do crescimento urbano do Município de Macapá.
A UC contém três tipos básicos de ambiente: cerrado, floresta densa de várzea e campo inundável. Nos dois primeiros,
ocorrem solos do tipo latossolo amarelo, de textura argilosa, fase pedregulho I e III, com o relevo variando de plano a
ondulado. Nos campos inundáveis, encontram-se solos do tipo gley pouco úmido, eutrófico a moderado de textura argilosa e relevo plano, e do tipo aluvial eutrófico, de textura argilosa, com muita matéria orgânica, periodicamente inundado nos
períodos chuvosos.
30
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Níveis Máximos de Iluminação em Áreas de Proteção Ambiental
As legislações federais, estaduais e municipais não preveem níveis máximos de
iluminação pública em áreas de proteção ambiental.
Apesar disso, um plano de Iluminação Pública contendo áreas verdes deve levar em
consideração não só os problemas de ordem luminotécnica, mas também as questões
técnicas paisagísticas, como o crescimento das espécies vegetais, estações do ano,
comportamento das espécies sob a temperatura das lâmpadas, além, evidentemente,
das questões de ordem plástica e conceitual. De tal modo, um roteiro básico de projeto
deve considerar:
Análise do projeto paisagístico;
Características da vegetação;
Elementos de composição da luz;
Técnicas de iluminação criando efeitos;
Escolha de lâmpadas e equipamentos;
Cuidados com a manutenção, segurança e consumo de energia; e
Tendências futuras.
5.2.2 Arborização Urbana
A arborização é muito importante dentro da configuração do espaço urbano. Os
benefícios ambientais proporcionados, tais como a diminuição da poluição,
diminuição do calor e do ruído, embelezamento e maior permeabilidade do solo são
essenciais à qualidade de vida.
Na relação entre a Iluminação Pública e a arborização, além da interferência desta no
funcionamento das redes elétricas, a obstrução das luminárias é um fato que deve ser
tratado minuciosamente, pois pode comprometer a eficiência e qualidade do serviço
de iluminação. Existem equipamentos específicos para aplicação em locais
densamente arborizados, no entanto a ação mais efetiva é o planejamento cuidadoso e
a manutenção adequada da arborização.
31
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Diante as atividades de modernização, eficientização, expansão, operação e
manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública, sendo esta atividade
passível de isenção de licenciamento ambiental, não afasta a necessidade de obter
autorização prévia para eventual manejo em vegetação arbórea.
No estudo feito por Castro et. Al (2016) concluiu que assim como em outras cidades do
Brasil, na capital amapaense 56% das espécies registradas são exóticas e 44% são
nativas do Brasil, além de que se forem levadas em consideração as espécies nativas
regionais ou do bioma, certamente esse percentual diminuirá consideravelmente. O
agravante é que, as três espécies mais ocorrentes mencionadas acima (mangueiras,
fícus e jambeiros) não são naturais do Brasil, foram cultivadas e adaptadas, cuja origem
é asiática.
Neste mesmo estudo, Castro et. Al (2016) analisou que a rede elétrica na cidade de
Macapá não atende a um padrão homogêneo. Encontram-se nas vias, postes com
altura que variam de 6 a 12 metros. Essa variação prejudica o desenvolvimento das
árvores já plantadas e a execução de futuros projetos. Aproximadamente 25% das
árvores estão abaixo da fiação e 28% apresentam a copa entre a rede de fios.
Considerando que as espécies com maior abundância possuem porte médio e grande,
como é o caso das mangueiras que podem chegar até 30 metros de altura, em poucos
anos, os conflitos oriundos dessa incompatibilidade serão maiores dos que os atuais.
A coexistência harmônica da arborização urbana com o sistema elétrico só será
possível, se houver um planejamento prévio tanto por parte do poder público estadual,
através da concessionária de energia elétrica que irá implantar e explorar os seus
serviços na cidade, como por parte do poder público municipal que irá implantar e
manter a arborização de ruas, praças e jardins de suas cidades. Em Macapá, o Corpo
de Bombeiros Militar também interfere e auxilia (quando necessário) em tal atividade
realizando podas de emergência.
Adendo apenas para caso seja necessário à supressão e poda de espécies florestais em
áreas urbanas nas atividades de modernização, eficientização, expansão, operação e
manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública de Macapá, pois segundo
a Resolução COEMA Nº 046/2018 indica em seu Anexo Único como uma atividade
32
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potencialmente poluidora e utilizadora de recursos ambientais licenciáveis pelos
municípios, considerado um potencial poluidor médio.
De acordo com a Lei Complementar Nº 0091/2015, que acrescenta dispositivos à Lei
Complementar n° 005, de 18 de agosto de 1994, que instituiu o Código de Proteção ao
Meio Ambiente do Estado do Amapá, em seu Art 1º:
§ 3º Para expedição das licenças e autorizações ambientais de baixo e
médio impacto, são exigidos os seguintes documentos:
I – documento comprobatório de posse (contrato de compra e venda do
imóvel acompanhado da certidão de justa posse emitida pelo Instituto
do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá – IMAP) ou
Título definitivo da propriedade, ou o registro no cartório de imóveis,
observado o disposto no art. 13, parágrafo único, da Lei nº 11.952, de 25
de junho de 2009;
II – georreferenciamento da área, apresentando planta e memorial
descritivo, destacando no mapa a Área de Reserva Legal - ARL e Área
de Proteção Permanente - APP;
III – relatório de Controle Ambiental – RCA para as áreas acima de 04
(quatro) Módulos Fiscais - MF;
IV - anotação de Responsabilidade Técnica – ART para as áreas acima
de 04 (quatro) Módulos Fiscais - MF, exceto para plano de manejo
florestal sustentável;
V - identificação do Requerente (CPF, RG, endereço), nos termos da Lei
Federal nº 7.115/83);
VI - procuração particular (art. 654 do CCB) do requerente para o seu
representante;
VII - publicações (nos termos do § 13 do art. 1º da Lei Complementar nº
070/2012);
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VIII - requerimento padrão do órgão ambiental responsável pela
Licença Ambiental;
IX - apresentação do Cadastro Ambiental Rural – CAR, que só terá
obrigatoriedade a partir de 05 de maio 2016.
Procedimentos para poda
A execução de poda de árvores que prejudicam a rede de iluminação deverá ocorrer
com frequência regular em muitos pontos da cidade. O município de Macapá não
detém de legislação específica, com o detalhamento dos procedimentos para poda.
Para a retirada de árvores em Macapá é necessária uma autorização oficial da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM). A medida serve para espaços
públicos ou privados. O pedido deve ser protocolado na sede da secretaria, localizado
na Rua do Horto Municipal, nº 246, no bairro Jardim Felicidade, Zona Norte.
Segundo o site da Prefeitura de Macapá, em 2017 foi firmado um acordo entre
Prefeitura de Macapá e Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) durante uma
reunião na Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística (SEMUR), na qual ficou
acordado que a CEA estaria autorizada à realização dos serviços de poda de árvores na
cidade.
Para que o procedimento de poda seja realizado pela CEA, é necessário que a Prefeitura
seja comunicada previamente, necessitando de uma autorização da mesma para a
execução da atividade, para que a mesma faça o acompanhamento por amostragem. A
poda deverá se restringir apenas a áreas onde ocorrer interferências na fiação.
A Concessionário e/ou possíveis terceiros interessados deverão identificar as
interferências nos Pontos De Iluminação Pública em razão da presença de arborização
e solicitar às autoridades competentes as podas ou transplantes estritamente
necessários à adequada prestação dos serviços, ao atendimento dos parâmetros de
desempenho e às demais obrigações do contrato e dos anexos (Vide disposto no
ANEXO 7 do Contrato, item 5.9).
34
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Entretanto, deverá ser previsto a comunicação formal à Prefeitura sempre que for
identificada a necessidade de execução de podas por obstrução à iluminação pública,
interferindo nos níveis normativos mínimos de avaliação da qualidade da iluminação.
A poda sem autorização é considerada infração ambiental gravíssima, conforme o
Decreto 458 de 2014, Art. 30 da Lei Municipal de Meio Ambiente 948/86.
Remoção dos Restos de Poda
Em relação aos resíduos da poda de arborização urbana, estes se enquadram como
resíduos públicos, os quais ficam, via de regra, ao encargo da Administração Pública,
quando não delegados para um particular.
O resto de poda de árvores não poderá ser depositado com outros tipos de materiais de
responsabilidade da concessionária, permanecendo essa atividade sob
responsabilidade do Poder Concedente.
Aspectos socioeconômicos
Historicamente, o Estado do Amapá apresenta uma baixa densidade demográfica. Sua
população está concentrada em núcleos populacionais e a maioria destes localiza-se na
área costeira. As primeiras concentrações de moradias em áreas de ressaca no estado
do Amapá, especialmente nos municípios de Macapá e Santana ocorreram a partir da
década de 1980, provavelmente devido à proximidade aos serviços urbanos.
Macapá é a maior cidade do Amapá e sua capital. Localizada na Amazônia Setentrional,
atualmente mais de 94% de sua população reside no perímetro urbano. Sua história
mostra que o seu crescimento urbano, até a estadualização em 1988, foi consequência
de grandes projetos econômicos ligados ao extrativismo, à exploração mineral e às
políticas públicas direcionadas à “ocupação” e ao desenvolvimento da Amazônia depois
que foi elevado à categoria de Território Federal, em 1943.
Dados do IBGE mostram que, entre 1990 e 2010, logo após a estadualização, a
população de Macapá cresceu 136,48%, passando de 132.668 habitantes para 381.214
35
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
em 2010. A média de urbanização atingida para a época foi uma das maiores entre as
capitais da Região Norte. Quanto aos fatores geradores desse crescimento, aponta-se
em primeiro lugar a migração.
A respeito da origem desses migrantes, as estatísticas do IBGE mostram que a grande
maioria das pessoas são provenientes da Região Norte, em especial regiões
circundantes ao estado do Amapá, como as ilhas do Pará. Do total de habitantes em
2010, 381.214 pessoas, 96,64%4 eram nascidas na Região Norte, indicando uma
dinâmica migratória de forte conteúdo intrarregional.
Com relação aos motivos da migração, o acesso a serviços, como saúde, educação e a
expectativa de conseguir melhores condições de trabalhado foram os principais fatores
que motivaram esse deslocamento para Macapá. As estatísticas do IBGE evidenciam
ainda que o crescimento da população macapaense entre 1990 e 2010 ocorreu de modo
a favorecer uma forte concentração das pessoas no espaço urbano e diminuição
significativa das residentes na área rural.
De acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PMM,
2004), no qual a cidade foi segregada em três Unidades de Gestão Urbana: Macapá
Centro, Macapá Norte e Macapá Sudoeste.
A Prefeitura Municipal de Macapá – PMM é a responsável pela definição de bairros e
limites urbanos. O setor Centro é o mais antigo da cidade, onde ocorreram as primeiras
ocupações, com residências mais desenvolvidas, portanto, é onde se encontram os
espécimes mais velhos. O setor Sudoeste é o único cuja área não é contínua,
encontram-se bairros em áreas alagadas ou úmidas (regionalmente chamadas de áreas
de ressaca) ocupadas irregularmente fruto da expansão desordenada nas últimas
décadas. Já o setor Norte é a área onde atualmente o processo de expansão da cidade
está mais intenso, ou seja, com bairros mais jovens.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
5.3.1 Demografia
Crescimento populacional
O crescimento da malha urbana de Macapá, entre 1990 e 2010, foi igualmente
significativo. A figura abaixo representa a expansão da malha urbana de Macapá em 4
momentos (1943, 1973, 2004 e 2014), fornece dimensões de quais foram os
direcionamentos do crescimento urbano para o período. Observa-se neste mapa que o
maior crescimento da malha urbana da cidade ocorreu entre 1973 a 2004, período
correspondente a 15 anos de administração do governo do Território Federal e outros
15 de vigência da estadualização. Verifica-se, ainda, que a malha urbana existente em
1973 abrangia a área central e os bairros periféricos do centro. Já a malha ocupada em
2004 evidencia o crescimento da cidade, especialmente nos sentidos Sul e Norte. A
malha urbana de 2014 destaca o crescimento da cidade para Oeste, Sul e Norte, sendo
possível afirmar que a expansão urbana em Macapá, a partir de 2011, ocorre segundo
três eixos principais: Eixo de Expansão Urbana Sul, Eixo de Expansão Norte e Eixo de
expansão Oeste.
37
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Figura 4 - Expansão da malha urbana de Macapá em 4 momentos (1943, 1973, 2004 e 2014).
Fonte: Silva (2017). Em função das características do relevo de Macapá as áreas úmidas são encontráveis
em toda a extensão da cidade, e, como a maioria dessas áreas, são ocupadas por
populações de baixa renda, tem-se essa dimensão de desigualdade socioespacial em
boa parte do tecido urbano da cidade acarretando áreas próximas ocupadas por
diferentes frações de classes sociais. Como se vê, são áreas onde está ausente qualquer
infraestrutura, seja de saneamento, coleta de lixo e mesmo vias para circulação de
veículos. Em geral as pessoas realizam seus percursos sobre pontes de madeira, que
ligam as áreas alagadas às áreas de terra firme da cidade.
38
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Índices Sociais
O IDHM é calculado considerando três dimensões no município: a Educação,
Longevidade e a Renda. Esta abordagem não se limita ao desenvolvimento econômico
e permite que seja realizada uma comparação entre índices de diferentes localidades
ao longo do tempo, com isso é possível conhecer melhor o perfil de um município e
considerar estas informações na tomada de decisão, criação de políticas públicas
visando a melhoria da qualidade de vida da população.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em Macapá em 2010 foi de
0,733. Na classificação dos municípios brasileiros – segundo Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 - Macapá ocupa a 940º posição.
Em Macapá, no ano de 2010, o IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal, para a educação foi de 0,663, em uma escala de 0 a 1. Este índice teve uma
grande ascendência entre os anos de 1991 e 2010, o que caracteriza uma maior
escolaridade da população do município, com mais crianças e jovens nas escolas ou
completando ciclos, no Brasil ensino fundamental e médio (Altas do Desenvolvimento
Humano no Brasil, 2013).
5.3.2 Segurança Pública
Em nova publicação, o Atlas da Violência colocou o Amapá na ponta entre os estados
mais violentos do país e do mundo. São pelo menos três indicadores preocupantes em
relação aos homicídios, latrocínios, mortes em decorrência de intervenção policial e
lesões corporais.
Segundo os números, o Amapá é, proporcionalmente, o 6º estado mais violento do
Brasil, e Macapá a 5ª capital com maior incidência de mortes violentas. O Atlas
considerou ainda um ranking divulgado por uma organização internacional que
colocou a capital como a 40ª cidade mais violenta do mundo.
Os dados do Altas são fornecidos pelas secretarias estaduais e a publicação é
consolidada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao todo, no Amapá, foram
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
445 pessoas vítimas de crimes violentos, representando uma taxa de 55,8 casos a cada
100 mil habitantes, aumento de 52,9% em relação a 2014.
Devido aos altos índices de violência, a melhora na iluminação pública do município
contribui para o aumento da segurança pública, pois a falta ou deficiência de
Iluminação Pública contribui bastante para ocorrência de crimes, com locais escuros e
a falta de iluminação prejudicando a população, que geralmente, em razão do trabalho
ou estudo, acabam transitando à noite nas ruas do município, como por exemplo no
Parque dos Buritis, na Zona Norte de Macapá1 e no bairro Zerão, na zona sul 2(Aver,
2013).
Segundo Aver (2013) em 1974 na Inglaterra, durante a crise do petróleo, quando a
iluminação pública foi reduzida em 50% em algumas áreas urbanas, as estatísticas
apontaram aumento de 100% nos indicadores de furtos e de 50% nos índices de
criminalidade, corroborando assim a efetiva correlação entre a falta de iluminação
pública e a criminalidade. Essa relação entre iluminação e segurança pode ser
confirmada também com base nas estatísticas policiais da capital paulista. O Centro de
Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) determinou os horários de
maior incidência de cada tipo de crime. Na maioria dos casos, os problemas estão
associados com a falta de iluminação.
Os seguintes princípios devem ser contemplados nos projetos para promover a devida
iluminação do ambiente:
• Maximizar as oportunidades para incidência de iluminação natural dos espaços;
• Usar diferentes pontos de iluminação para promover luminosidade consistente
e reduzir contrastes entre luz e sombra;
• Assegurar que todos os espaços internos, acessos, rotas de saída e sinalização
estejam bem iluminados;
• Evitar a iluminação de áreas não destinadas ao uso noturno;
1 Informação por meio da notícia: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2017/03/falta-de-iluminacao-publica-em-bairro-de-macapa-preocupa-moradores.html 2 Informação por meio da notícia: http://www.macapa.ap.leg.br/institucional/noticias/patriciana-guimaraes-pede-providencias-quanto-a-falta-de-iluminacao-publica-para-vias-do-bairro-do-zerao
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
• Assegurar que a iluminação clareie de modo efetivo as passagens (subterrâneas
ou passarelas) e pontos potenciais de emboscadas que são mais importantes que
janelas ou estradas;
• Posicionar os postes de iluminação de modo que não sejam encobertos por
vegetação;
• Identificar e iluminar “caminhos seguros”;
• Evitar a colocação de pontos de iluminação ao nível dos olhos, sem proteção;
• Instalar pontos de iluminação resistentes, que dificultem ataques de vândalos,
com foco direcionado para baixo.
A melhoria da qualidade dos sistemas de iluminação pública traduz-se em melhor
imagem da cidade, favorecendo o turismo, o comércio, e o lazer noturno, ampliando a
cultura do uso eficiente e racional da energia elétrica, contribuindo, assim, para o
desenvolvimento social e econômico da população.
Patrimônio Histórico e Cultural
A arte de iluminar fachadas de Monumentos Tombados cria uma poética da luz, na
atmosfera noturna, destacando a volumetria e detalhes da arquitetura da edificação,
que muitas vezes não são percebidos com a iluminação natural (Eloy, 2014).
Segundo Candura e Godoy (2009) a iluminação de destaque em um monumento
histórico tombado é de grande importância não só pelo cunho significativo que a
edificação possui como também a transformação da ambiência, influenciando nos
aspectos: de interesse dos governantes para projetos de revitalização e valorização
local; de orgulho dos cidadãos da cidade; de fomento para o desenvolvimento das
atividades sociais, culturais e turísticas. A interferência nessas edificações requer o
conhecimento da sua arquitetura e o estudo da percepção que envolve o observador e
as ações intervencionistas que devem obedecer aos critérios adotados pelos órgãos
responsáveis pela sua salvaguarda.
Para a realização do projeto de iluminação em monumentos tombados alguns aspectos
devem ser considerados: macro escala (meio ambiente); condições do meio ambiente;
arredores e periferia; disposição dos prédios; estilo da construção (clássico,
contemporâneo, convencional); formas, volume e fachadas; cores, fatores de reflexão.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Após a obtenção de dados e antes de realizar a implantação de qualquer solução técnica
em design de iluminação, será necessário estabelecer parâmetros como: o nível de
iluminação; controle da luminância; contrastes e uniformidade; modelagem; cor da luz
e controle do brilho, conforme diretrizes a serem destacadas no Plano de Iluminação
de Destaque.
O projeto também deve estar embasado em cálculos dos índices de iluminâncias,
determinação da potência dos sistemas e atendimento das normas relacionadas à
iluminação pública NBR 5101 e de instalações elétricas de baixa tensão NBR 5410. Os
sistemas de iluminação dispõem de ferramentas de simulação do projeto
luminotécnico através de software específicos que realizam estudos para obtenção do
resultado esperado.
Em suma, o projeto de iluminação urbana, seja de vias públicas, praças ou
monumentos, promoverá realce aos equipamentos, de acordo com as especificidades
do local, dando ênfase a iluminação de destaque para o lugar listado como Patrimônio
Histórico e Cultural.
A cidade de Macapá não tem patrimônios históricos e culturais tombados a nível
municipal e estadual, tendo em vista que o estado do Amapá detém a Lei Nº 0886/05.
Há apenas o tombamento a nível federal, identificado como Patrimônio Material
tombado pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – a
Fortaleza São José de Macapá. O endereço, que é uma das principais referências
culturais do Estado, foi restaurado pelo governo do Amapá e tombada em 1950.
É uma obra de grande dimensão quando comparada a outras fortificações brasileiras e
possui fosso e caminho coberto. Tombada pelo Iphan em 1950, após sua restauração,
no local são desenvolvidos projetos culturais e realizados eventos abertos ao público,
como as mostras de filmes brasileiros no Cine Mairi que funciona no interior da
fortificação.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Figura 5 - Fortaleza São José de Macapá, patrimônio tombado pelo IPHAN.
Fonte: IPHAN.
Impacto da Luz de LED
As lâmpadas de LED já estão presentes em boa parte das casas brasileiras, e essa
migração da iluminação convencional para uma nova tecnologia desperta a
necessidade de adaptação da rede de iluminação pública a esses novos avanços.
Há algum tempo o avanço em iluminação tem sido constante com o desenvolvimento
das lâmpadas com LED para a geração de luz. Não só na utilização do elemento para a
fabricação das lâmpadas convencionais, como também na variação de equipamentos e
elaboração de soluções para grandes projetos, como o de fornecer iluminação para uma
grande via pública.
5.5.1 Benefícios
Em geral, as luzes de LED têm impacto positivo na vida cotidiana nas cidades. A seguir
são demonstrados alguns fatores que reforçam as vantagens do LED na iluminação
pública (U.S. DOE, 2012; OSRAM, 2009).
Segurança: A iluminação é um fator de importância quando o assunto é segurança
pública. Principalmente em horários de pouco movimento as vias precisam estar bem
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
iluminadas para oferecer o conforto e seguridade que as pessoas precisam para circular
pela cidade independente do horário. Com a iluminação ampla das luminárias em LED
será difícil sentir desconforto ao circular em uma via pública.
Além de a iluminação coibir a criminalidade, a cor da luz do LED (branco-azulada) é
mais bem percebida por olhos humanos à noite. Após o pôr do sol as pessoas percebem
a luz de uma forma diferente, enxergando melhor os espectros azuis e verdes e
eliminando praticamente todo o espectro emitido pela lâmpada de sódio, aquela
amarela em maior presença, atualmente, nas ruas. Isso significa que a sensação de
claridade que temos quando andamos em vias iluminadas com luz branca é realmente
verdade e pode ser decisiva na prevenção da criminalidade e de acidentes noturnos.
Economia e serviços: O LED produz mais luz (lúmens) por watt consumido,
levando à economia de energia – de 40% a 80% – quando comparado a tecnologias
tradicionais, resultando em redução de custo. Nas lâmpadas incandescentes, mais de
90% da energia elétrica é desperdiçada em forma de calor (radiação infravermelha).
As luminárias públicas LED proporcionam facilidade na manutenção e fornecem ótimo
desempenho e versatilidade para instalação em rodovias, avenidas, ruas ou praças.
Possuem design moderno e arrojado com alta resistência mecânica, instalação simples
e segura, com excelente acabamento.
Outro fator que pode contribuir para a utilização do LED na iluminação pública está
na longa durabilidade deste equipamento. Fabricantes como Philips, Osram, Cree,
Nichia, entre outros, têm apresentado informações ao mercado mostrando que a vida
útil dos LEDs pode atingir até 100.000h, número muito além das 32.000h hoje
consideradas para as lâmpadas a vapor de sódio (OSRAM, 2011).
Quando acontece a reestruturação luminotécnica de grandes centros urbanos para
uma tecnologia como o LED, é preciso gerenciar bem esse investimento, devido à
quantidade de luminárias. A implantação de sistema de telegestão auxilia bastante no
controle e monitoramento dos pontos de toda a cidade. Se um circuito queima, o
Centro de Controle Operacional é notificado imediatamente, ou seja, o consumidor não
precisa fazer isso pelos telefones do serviço.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Este sistema inteligente permite o monitoramento em tempo real, inclusive com
registro do consumo energético da cidade e do desgaste da lâmpada, fazendo com que
a gestão dos pontos seja mais eficaz. Com a telegestão também é possível controlar a
intensidade luminosa, para que alguns pontos não iluminem em excesso ou outros
tenham menos luz do que de fato necessitam.
Meio ambiente: Lâmpadas de vapor de sódio, de mercúrio ou de vapor metálico
devem ser descartadas de forma especial por conta de seus metais pesados.
A alta durabilidade da tecnologia também diminuirá a quantidade de resíduo gerado
ao longo da operação da concessão, alinhada a redução do consumo de energia.
5.5.2 Poluição Luminosa
A poluição luminosa é definida como a luz externa mal direcionada que não é
aproveitada devidamente, causando o brilho visto acima das cidades, ao invés de
somente iluminar o chão. Este fenômeno é o resultado do mau planejamento dos
sistemas de iluminação. No caso da iluminação pública, a poluição luminosa é
manifestada em projetos com níveis de iluminância superdimensionados e/ou falta de
controle da distribuição luminosa das luminárias.
De acordo com a Lei n.°11/87 de 7 de Abril, a luz faz parte dos diversos componentes
ambientais naturais descritos nesta lei (artigo 6°) e também destacando para o artigo
9°, da seguinte forma: “Todos têm o direito a um nível de luminosidade conveniente à
saúde, bem-estar e conforto (…) ”, “O nível de luminosidade para qualquer lugar deve
ser o mais consentâneo com vista ao equilíbrio dos ecossistemas transformados de
que depende a qualidade de vida das populações”. Entende-se como poluição
luminosa, quando o limite do natural/necessário para o local é ultrapassado.
Segundo Gargaglioni (2007), no Brasil existem poucos locais com algum tipo de
legislação neste assunto. Destas legislações, duas são municipais (Lei Municipal Nº
10.850 De 07 de Junho de 2001 – Campinas/SP e a Lei Municipal de Caeté/MG),
ambas visando à proteção de sítios astronômicos, e outra que trata da proteção das
tartarugas marinhas na costa brasileira (Portaria IBAMA nº 11/95).
45
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Para o estado do Amapá, não foi verificada legislação pertinente quanto aos impactos
causados pela iluminação na flora e fauna.
Com as informações apresentadas neste documento, infere-se que a manutenção e
modernização da Rede de Iluminação Pública não causarão riscos ambientais. Entre
os benefícios podem ser listados a maior segurança das vias; economia de energia,
quando comparado a tecnologias tradicionais, executados com responsabilidade
ambiental e executados os serviços preferencialmente com a utilização de materiais
recicláveis.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
6 PASSIVOS SOCIOAMBIENTAIS EXISTENTES
De acordo com da Lei 10.650/03, Art. 3°, tem-se que é possível que as autoridades
públicas exijam a prestação periódica de qualquer tipo de informação por parte das
entidades privadas, mediante sistema específico a ser implementado por todos os
órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), sobre os impactos
ambientais potenciais e efetivos de suas atividades, ou seja, os passivos ambientais
também devem ser declarados quando solicitado. Como será visto a seguir, os passivos
se constituem de fontes de impactos ambientais e efetivos de suas próprias atividades,
posto que, muitas vezes, permanecem na natureza sem uma solução adequada,
gerando situações de risco permanente para a coletividade, que geralmente desconhece
essa matriz geradora em potencial de acidentes ambientais.
Desta maneira todos os resíduos e infrações ambientais que não foram gerenciados de
maneira adequada de acordo ao preconizado nas normas e legislações específicas,
decorrentes de atividades inerentes aos serviços de Iluminação Pública realizadas na
zona urbana de Macapá, serão enquadrados como passivos socioambientais.
Entende-se como passivos ambientais, todos os resíduos e materiais inservíveis
existentes em áreas sob gestão da concessionária, que deverão ser destinados quando
dado o início das atividades de implantação e operação dos sistemas de iluminação de
Macapá.
Em consulta aos órgãos competentes, conforme realizada no item 3 deste Relatório,
não foram encontrados processos referentes aos passivos ambientais no município de
Macapá até esta data e que caso eles existam e ocorram em quaisquer tempos serão de
responsabilidade do executor a sua época.
O responsável pela operação do parque de iluminação deverá realizar todas as ações
para execução dos procedimentos de destinação dos resíduos e materiais inservíveis
gerados durante todo o transcorrer da concessão.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
7 PLANO DE DESCARTE
Esta seção corresponde ao Plano de Descarte de materiais e risco de contaminação, que
detalhada as classificações dos principais resíduos provenientes das atividades
descritas anteriormente, apresentando também as definições para armazenamento,
acondicionamento, transporte e destinação final. Ações essas serão realizadas de
acordo ao preconizado nas legislações ambientais vigentes do município de
Macapá/AP, e demais âmbitos, estadual e federal.
Os resíduos sólidos podem ser de pós venda ou pós-consumo. Os primeiros retornam
ao ciclo de negócios por término de validade, estoques excessivos ou problemas de
qualidade, podendo usar a própria cadeia de distribuição direta. Os bens pós-consumo,
após cumprirem sua função original, podem ser reaproveitados, usando os canais
reversos de reuso, remanufatura ou reciclagem (LEITE, 2009). O retorno destes
resíduos é mais complexo por estarem dispersos por grande número de fontes
geradoras, tornando mais oneroso à coleta e transporte. A Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei 12.305/10, em seu artigo 3º, inciso XVI,
define resíduos sólidos como:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água (BRASIL 2010a).
Legislação Aplicada
Dentre as principais legislações pertinentes ao tema de resíduos sólidos, deve-se
observar ao preconizado na Lei nº 12.30510, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos - PNRS e define os princípios, objetivos e instrumentos, bem como
sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
instrumentos econômicos aplicáveis. Em especifico ao Art. 13, o qual classifica os
resíduos conforme origem e periculosidade.
Conforme determinado na Constituição Federal, a titularidade da limpeza pública é
atribuída aos municípios nos termos do art. 30. A responsabilidade pela segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento temporário, transporte, tratamento,
disposição final de cada tipologia de resíduos, de acordo com sua origem e
periculosidade.
Ainda no âmbito nacional, a Resolução CONAMA 275/01 especifica o código de cores
para os diferentes tipos de resíduos passíveis de reciclagem ou não gerados no
empreendimento. E a Resolução CONAMA 313/02 que dispõe sobre o Inventário
Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
No nível estadual, a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos encontram-se ainda
atrasados. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, por intermédio da Gerência
denominada de Agenda Marrom, tem buscado elaborar o Plano de Gerenciamento
Estadual e ampliar o debate junto aos atores interessados. O IMAP, por intermédio das
gerências de Licenciamento e Fiscalização tem incentivado os municípios para que
busquem atender esta política. No entanto, a normatização efetiva do estado ainda não
teve início e pouco disciplina sobre resíduos sólidos. Ou seja, até o momento o Estado
do Amapá não dispõe de Política Estadual de Resíduos Sólidos.
A gestão de resíduos sólidos no município de Macapá tem seus serviços administrados
pela Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística (SEMUR), por meio do
Departamento de Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos (DGSRS) que tem como
principais competências regimentais o planejamento e monitoramento de projetos
para o setor, sugerir normas e diretrizes que promovam a gestão adequada dos
resíduos sólidos e viabilizar a implantação de projetos específicos visando à
universalização da coleta, formas de tratamento e destino final dos resíduos sólidos,
dentre outras. Com relação ao tratamento dos resíduos sólidos urbanos, não há no
município a instalação de unidade de compostagem nem reciclagem.
A coleta diária de resíduos sólidos urbanos é realizada por caminhões compactadores
sem a separação dos resíduos recicláveis, existindo apenas a separação dos resíduos
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das residências, feiras, mercados, entulhos, varrição e capina de acordo com os carros
coletores, pois o município ainda não implantou a coleta seletiva.
A Área de Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos - ADFRSU no município de
Macapá é o Centro de Tratamento de Resíduos – CTR, mais conhecido como aterro
CTR, que teve início de suas atividades em agosto de 2008 com seu gerenciamento
sendo realizado pela concessionária Rumos Engenharia Ambiental Ltda. concedido
pela Prefeitura Municipal de Macapá. O CTR está localizado no km 14, na margem
esquerda da AP-210/BR-156, no sentido Macapá-Oiapoque. Encontra-se a menos de
1km de distância do povoado da Comunidade Quilombola de Ilha Redonda, 3,5km do
rio Matapi, 13km ao norte do Aeroporto Internacional de Macapá e 20km da área
urbana da capital.
Com uma área total de aproximadamente 103 hectares, 58,7 hectares são destinados à
vegetação nativa, e o restante para uso da concessionária para o gerenciamento do
aterro e seus diversos tipos de resíduos (domiciliares, comerciais, entulhos, pneus,
etc.), estimada em 35,7 hectares (SEMUR, 2012). Trata-se de área caracterizada
geologicamente por rochas sedimentares da Formação Barreiras, que impõem a área
um relevo do tipo Planalto Dissecado da Amazônia. Estão presentes nas imediações da
ADFRSU as bacias dos rios Curiaú e Matapi, ambos pertencentes à Bacia do Rio
Amazonas.
De acordo com Mira e Furtado (2019), o aterro CTR de Macapá recebe além de resíduos
sólidos urbanos e hospitalares, resíduos provenientes de construção, dentre esses
materiais pode-se citar argamassa, areia, cerâmica, concreto, tijolos, etc. que no aterro
são destinados à área de entulho. Outro tipo de resíduo são os provenientes de limpeza
de terrenos, e estes não têm a necessidade de tratamento, a exemplo galhos de poda,
capim, terra, entre outros, estes são colocados em uma área especifica chamada de
“bota fora” podendo estes materiais ainda ser aproveitados no aterro para
recobrimento de partes da célula no processo de disposição.
A administração da ADFRSU, bem como a gestão dos resíduos sólidos no município de
Macapá está a cargo da SEMUR, por meio do Departamento de Gestão Sustentável de
Resíduos Sólidos - DGSRS. De acordo com Góes (2011), compete a este setor o
planejamento e monitoramento de projetos; a promoção da integração de setores da
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sociedade na gestão dos resíduos sólidos; sugestão das normas e diretrizes visando o
gerenciamento adequado dos resíduos sólidos; viabilização e a implantação de projetos
específicos buscando a universalização da coleta, das formas de tratamento e destino
final dos resíduos sólidos; bem como, apoiar às iniciativas das comunidades na gestão
de projetos de limpeza pública.
Conforme informações repassadas pela Empresa Terraplena LTDA, a coleta domiciliar
dos RSU no município de Macapá é realizada três vezes por semana, em dias
alternados: segundas, quartas e sextas-feiras na zona sul da cidade e terças, quintas e
sábados, na zona norte de Macapá. De acordo com a SEMUR (2015) cerca de 400
toneladas de RSU domiciliar são destinadas diariamente para a Área de Destinação
Final de Resíduos Sólidos Urbanos – ADFRSU.
Caracterização dos Resíduos
Os resíduos aqui descritos foram classificados conforme CONAMA 313/02 e NBR
10.004/04, e recomendação especifica dos fabricantes. Visando assim, uma
padronização das informações e nomenclaturas para o gerenciamento do mesmo
durante a operação das atividades.
O quadro a seguir apresenta a descrição dos principais resíduos a serem gerados no
processo de modernização e operação do parque de Iluminação Pública, elaborada de
acordo as diretrizes preconizadas na NBR 10.004/04 e CONAMA 313/02, e Lei nº
12.305/10.
51
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Quadro 2 - Descrição dos principais resíduos a serem gerados
Identificação Cód. Fonte Descrição Componentes
Estado
Físico
Código de Acondicionamen
to
Tratamento
Destinação Final
Classificação
Armazenamento
temporário
Empresas Destinatári
as
Embalagens Contaminadas F104
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Embalagens vazias contaminadas não especificadas na
NBR 10.004
plástico, vidro e papel Sólido
Z 01 / S 01 - Tambor em Piso
impermeável, área coberta
R03 - Corpocessamento em fornos de cimento e
T01 - Incinerador
B04 - Aterro Industrial Terceiros
Perigoso (I A) Tambor
A ser contratada
EPI contaminado D099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
EPI´s contaminados com óleos e graxas
óleos sintéticos, tais como éster e silicone Sólido A ser
contratada
Estopas e Panos Contaminados
D099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Materiais contaminados com
óleos, graxas e solventes
óleos sintéticos, tais como éster e silicone Sólido A ser
contratada
Fios de Cobre A099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Sucatas metálicas de cobre cobre Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA) Caçamba A ser
contratada
Alumínio A004
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Sucatas metálicas de alumínio Alumínio Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA) Caçamba A ser
contratada
Pilhas D002
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Resíduo perigoso por apresentar
corrosividade
metais pesados altamente tóxicos e não-biodegradáveis,
como cádmio, chumbo e mercúrio Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas específicas ,
localizadas em área impermeável e
coberta
T34 - Recicladoras específicas
Devolução ao fabricante
Perigoso (I A)
Caixas especificas
A ser contratada
Baterias D002
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Resíduo perigoso por apresentar
corrosividade
Lítio, chumbo, mercúrio, zinco-manganês e alcalino-manganês Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas específicas ,
localizada em área impermeável e
coberta
T34 - Recicladoras especificas
Devolução ao fabricante
Perigoso (I A)
Caixas especificas
A ser contratada
Lâmpadas -
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Lâmpadas de LED
Componente eletrônico semicondutor, ou seja, um diodo
emissor de luz (L.E.D = Light emitter diode ), mesma tecnologia
utilizada nos chips dos computadores
Sólido R13 - Reciclagem T34 -
Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA)
Coletores de armazenament
o com cobertura
A ser contratada
52
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Identificação Cód. Fonte Descrição Componentes
Estado
Físico
Código de Acondicionamen
to
Tratamento
Destinação Final
Classificação
Armazenamento
temporário
Empresas Destinatári
as
F044
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Lâmpadas com vapor metálico
Vidro, Metal (Alumínio), Sal de Sódio, Mercúrio, Iodetos de metal,
gases inertes, Césio, Estanho, Tálio, Estrôncio, Bário, Ítrio, Chumbo,
Vanádio, ETR
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas de modo que não
ocorra a quebra e danificação do
mesmo
R99
B30 - Tratamento
específico para descontaminação
dos vidros e aproveitamento
do mercúrio
Perigoso (I A)
Caixas especificas
A ser contratada
-
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Lâmpadas com vapor de sódio*
Vidro, Metal (Alumínio) Gás de Sódio, Gases inertes, Mercúrio
(pequenas quantidades), Bário, Ítrio, Chumbo, Estrôncio Vanádio, ETR.
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas de modo que não
ocorra a quebra e danificação do
mesmo
R99
B30 - Tratamento
específico para descontaminação
dos vidros e aproveitamento
do mercúrio
Perigoso (I A)
Caixas especificas
A ser contratada
Material elétrico A099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Sobra de material de oficinas (os reatores
e ignitores)
Compostos de cádmio; chumbo; ácido sulfúrico Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (II) Caçamba A ser
contratada
Resíduo Orgânico A001
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Resíduos comuns sobras de comida, papel higiênico, papel toalha Sólido
Z 03 / S03 - Caçamba com
cobertura
T34 - envio para aterro de terceiros
B04 - Aterro Sanitário
Não perigoso
(IIA) Caçamba A ser
contratada
Plástico A207
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Pequenas embalagens de
plástico - Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA)
Coletores e baias de
armazenamento em área
coberta
A ser contratada
Madeira A099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Madeira contendo substâncias não
tóxicas
Oriundos de sobras de oficinas e carretéis Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA) Caçamba A ser
contratada
Vidro A117
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Resíduos de vidros - Sólido R13 - Reciclagem T34 -
Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA)
Coletores de armazenament
o com cobertura
A ser contratada
Ferro A004
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Sucata de Metais ferrosos - Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIB) Caçamba A ser
contratada
53
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Identificação Cód. Fonte Descrição Componentes
Estado
Físico
Código de Acondicionamen
to
Tratamento
Destinação Final
Classificação
Armazenamento
temporário
Empresas Destinatári
as
Papel A006
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO CONAMA nº
313/02
Resíduos de papel e papelão - Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso
(IIA)
Coletores de armazenament
o com cobertura
A ser contratada
*No caso dos sais de sódio presentes nas lâmpadas de sódio à baixa pressão, existe algum risco de reação destes com água, aonde produzem soluções potencialmente corrosivas de hidróxido de sódio e a gás de hidrogênio que é extremamente inflamável e explosivo.
54
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Transportes e Deslocamento de Resíduos
Para o transporte dos resíduos, devem-se avaliar as condições operacionais da geração
dos resíduos até a destinação final, de maneira a atender as recomendações específicas
pelo Código Brasileiro de Transito – CBT e Agência Nacional de Transporte Terrestre
– ANTT.
O transporte rodoviário por via pública de produtos perigosos, por representarem risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é
submetido às regras e aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, Resolução ANTT nº. 3665/11 e
alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela Resolução ANTT nº.
5.232/16 e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de cada
produto.
Ainda relacionado ao transporte de produtos perigosos, a Resolução ANTT n°420, de
fevereiro de 2004, apresenta as seguintes medidas a serem adotadas para o transporte
de produtos perigoso em território nacional:
Classificação;
Relação de Produtos Perigosos;
Provisões Especiais Aplicáveis a Certos Artigos ou Substâncias;
Produtos Perigosos Embalados em Quantidade Limitada;
Disposições Relativas a Embalagens;
Marcação e Rotulagem;
Identificação das Unidades de Transporte e de Carga;
Documentação;
Prescrições Relativas às Operações de Transporte.
Área de Deposito de Resíduos
As áreas de depósitos de resíduos deverão seguir as instruções normativas da NBR
11.174 de armazenamento de resíduos Classes II - não inertes e a da NBR 12.235 de
armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
55
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Ambas as áreas são de contenção temporária de resíduos, em área autorizada pelo
órgão de controle ambiental, à espera de encaminhamento à reciclagem, recuperação,
tratamento ou disposição final adequada, desde que atenda às condições básicas de
segurança.
Estas áreas de depósitos de resíduos deverão ter isolamento e sinalização; controle da
poluição do ar; controle da poluição do solo e águas; treinamento dos operadores e
equipamentos de segurança. Além disso, o encarregado da operação deve inspecionar,
periodicamente, as áreas de armazenamento, verificando os possíveis pontos de
deterioração dos recipientes e vazamentos causados por corrosão ou outros fatores,
assim também como o sistema de contenção. Qualquer irregularidade constatada deve
ser anotada e as ações corretivas necessárias devem ser executadas em tempo,
procurando-se evitar maiores danos.
Destinação Adequada de Resíduos
A seguir são detalhados os procedimentos para a destinação de resíduos providos da
reforma da rede de Iluminação Pública, destacando para a destinação correta dos
Resíduos de Classe I e II provenientes das atividades a serem desenvolvidas pela
concessionaria.
7.5.1 Resíduos Classe I - Perigosos
Os resíduos Classe I - Perigosos são aqueles cujas propriedades físicas e químicas
podem acarretar riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo
for gerenciado de forma inadequada.
Lâmpadas fluorescentes ou de vapor de mercúrio
Estes tipos de lâmpadas, assim como outros tipos, como as de descarga (de vapor de
sódio, de luz mista e de vapor metálico), possuem mercúrio em seu interior e, por isso,
são classificadas como resíduo Classe I (perigoso). O mercúrio presente nestas
lâmpadas pode causar intoxicação, tanto por via respiratória, quanto por via cutânea.
56
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Lâmpadas contendo Vapor de Sódio e Vapor Metálico
As lâmpadas fluorescentes, lâmpadas de vapor de sódio e vapor metálico são
compostas por componentes químicos altamente poluentes e tóxicos ao meio ambiente
e, portanto, essas lâmpadas não podem ser descartadas em aterros públicos
diretamente, necessitando de uma prévia recuperação destes compostos para evitar os
danos ambientais.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu a obrigatoriedade de estruturação
e implantação de sistemas de logística reversa para lâmpadas fluorescentes,
responsabilizando os fabricantes e distribuidores pelo retorno dos produtos após o seu
uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e
de manejo dos resíduos sólidos (SILVA, 2013).
Na reciclagem de lâmpadas, o objetivo principal é a recuperação de elementos nelas
contidos para posterior reutilização, evitando a contaminação do solo. O alumínio, o
vidro e o pó de fósforo podem ser reaproveitados tanto na construção de novas
lâmpadas como na produção de outros produtos.
Deverão ser seguidas as seguintes recomendações:
1. As lâmpadas contendo componentes tóxicos, consideradas inservíveis às
instalações de Iluminação Pública, deverão ter uma destinação final adequada
de modo que não coloquem em risco o meio ambiente e a saúde das populações.
2. As lâmpadas inservíveis deverão preferencialmente ser enviadas para empresas
especializadas em reciclagem de lâmpadas, devidamente credenciadas junto ao
órgão ambiental estadual e/ou federal.
3. No caso da não existência, em certa região, de firma especializada em reciclagem
de lâmpadas, ou inexistência de local apropriado para fazer a disposição final
do resíduo (aterro industrial - classe I), o gerador do resíduo de lâmpadas deve
entrar em contato com o órgão ambiental estadual ou com a firma de limpeza
pública (resíduo sólido) local, para solicitar orientações e cooperação para
encontrar a melhor solução de destinação final do resíduo.
57
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Lâmpadas de LED
Importante salientar que como o LED é um componente eletrônico, este não se
enquadra nos projetos de descarte de lâmpadas que contenham vapores específicos.
Por enquanto, com a instalação de Lâmpadas de LED na Rede de Iluminação Pública
do município, estes serão inicialmente caracterizados como classe I, resíduos perigosos
e, se comprovado pelo fabricante que o valor encontrado de resíduos perigosos (cromo,
antimônio e níquel) se encontram dentro dos limites definidos na Norma ABNT NBR
10.005, os módulos de LED poderão ser tratados como classe II. Além dos resíduos
perigosos, os dispositivos de LED geram resíduos como: plásticos em geral, alumínio,
cobre e zinco.
Atualmente, as lâmpadas de LED não estão sendo armazenadas e destinadas à
reciclagem, pois é necessário um processo de reciclagem apropriada que permita
recuperar os materiais valiosos. Contudo, ainda não existe nenhum processo de
reciclagem de LED adequado no Brasil. Por isso, a destinação final destas seria em
recicladoras específicas, visando à tentativa de reciclagem do maior número de
materiais possível.
Para as lâmpadas de LED, deverão ser discriminados no Plano de Tratamento de
Descarte de Materiais, minimamente, os procedimentos e responsáveis pelo:
Manuseio;
Acondicionamento;
Armazenamento;
Coleta realizada;
Transporte;
Reuso e reciclagem;
Tratamento em moagem/separação;
Destinação final para descontaminação.
58
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
7.5.2 Resíduos Classe II - Não Perigosos
Todos os resíduos não perigosos, gerados em decorrência da execução dos serviços de
Iluminação Pública deverão ser envolvidos em um Plano de Tratamento e Descarte de
Materiais, destacando-se entre eles:
Braços de luminárias;
Luminárias;
Relés fotoelétricos;
Instalações elétricas (fiação, conectores);
Reatores eletromagnéticos;
Reatores eletrônicos;
Postes de cimento;
Postes metálicos;
Resíduos gerados no escritório.
Para cada um dos itens listados acima, deverá constar minimamente:
Caracterização (Classe A ou B, resíduos reutilizáveis ou recicláveis);
Forma de manuseio;
Local de acondicionamento;
Tempo de armazenamento;
Procedimento de coleta;
Tipo de transporte;
Procedimentos de reuso;
Procedimentos e responsáveis por reciclagem (quando aplicável);
Forma e responsáveis pelo tratamento;
Procedimento de destinação final;
Volume mensal estimado (em unidades ou Kg).
Os materiais que serão substituídos e/ou descartados deverão ser armazenados em
local adequado, devidamente separadas para posterior envio para reciclagem
principalmente os de valores agregados, como alumínio e aço.
59
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Lâmpadas halógenas
As lâmpadas halógenas normalmente têm seu corpo constituído por vidro borosilicato,
que possui elementos em sua composição (como dióxido de silício e trióxido de boro)
para torná-la resistente a altas temperaturas, além de halogênio, iodo, flúor ou bromo,
tungsténio e quartzo.
Seus gases não representam riscos à saúde humana. Contudo, seu descarte necessita
somente de proteção para evitar que o vidro quebre e cause algum machucado, mas a
mesma pode ser descartada como vidro comum, a fim de que elas sejam devidamente
recicladas.
Reatores e Relés Fotoelétricos
Os reatores e os relés fotoelétricos deverão ser armazenados em local arejado,
protegido das intempéries, devidamente separado para posterior envio para
reciclagem de lixo eletrônico.
No Brasil, existem os postos coletores, mercados e revendedores de produtos
eletrônicos que aceitam os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE).
Apesar de não possuir uma alta tecnologia de reciclagem, o país inicia essa caminhada
para intervir na crescente produção de lixo eletrônico.
O lixo eletrônico gera uma preocupação ambiental, pois sua disposição inadequada
pode acarretar na liberação de substâncias tóxicas que podem causar sérios impactos
à natureza. Quando despejados no lixo comum, as substâncias químicas presentes nos
componentes eletrônicos, como mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e alumínio,
entre outras, penetram no solo e nos lençóis freáticos.
A destinação destes materiais deverá ser para recicladoras específicas, sendo uma
empresa devidamente habilitada para realizar a reciclagem deste material.
Receptores Adequados
Com um transporte especializado, os resíduos coletados deverão ser conduzidos até os
receptores licenciados junto aos órgãos ambientais.
60
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
A Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais – divulgou a edição anual do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil com
os dados de 2016, que descreve a produção e destino final dos resíduos sólidos urbanos
– RSU, resíduos de saúde – RSS, resíduos de construções e demolições – RCD e os
previstos nos acordos de logística reversa no país e nas regiões.
Neste artigo e com base no panorama da Abrelpe, estão as informações específicas
sobre a geração de resíduos e sua destinação final na Região Norte do Brasil em 2016,
com sete Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins que
possuem 450 municípios. Neste sentindo, não há informações específicas e oficiais
sobre a reciclagem e a logística reversa na Região Norte do país.
O Plano Diretor de Macapá de 2004, mesmo antes da PNRS, trouxe em seu texto a
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS
dentre do prazo de um ano, ou seja, até 2005, como estratégia geral para as operações
relativas ao acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos
de modo a proteger a saúde humana e o meio ambiente, contudo o município não
elaborou o referido plano até o momento, tendo como principal legislação sobre os
RSU o Código Municipal de Limpeza Urbana (CMLU), instituído pela Lei
Complementar Municipal nº 054/2008, mas que não atende a todas as propostas da
PNRS.
Há poucas empresas que oferecem o serviço de reciclagem de lâmpadas no Brasil.
Sendo assim, listaram-se todas as possíveis no país, conforme o quadro abaixo.
Quadro 3 - Relação de locais para coleta e reciclagem de lâmpadas no Brasil. Estado Nome Canais de Comunicação
São Paulo
Apliquim (11) 3722-5478; www.apliquim.com.br
Rodrigues & Almeida
Moagem de Vidros (19) 9649-6867
Tramppo (11) 3039-8382 - www.tramppo.com.br
Naturalis Brasil (11) 4496-6323 e 4591-3093 - www.naturalisbrasil.com.br
Santa
Catarina Brasil Recicle (47) 3333-5055 - www.brasilrecicle.com.br
61
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Estado Nome Canais de Comunicação
Paraná
Bulbox (41) 3357-0778 - www.bulbox.com.br
Mega Reciclagem (41) 3268-6030 e 3268-6031 -
www.megareciclagem.com.br
Rio Grande
do Sul Sílex (51) 3421-3300 e 3484-5059 - www.silex.com.br
Minas
Gerais
Recitec (31) 3213-0898 e 3274-5614 -www.recitecmg.com.br
HG Descontaminação (31) 3581-8725 -www.hgmg.com.br
A Reciclus é uma associação sem fins lucrativos que reúne os principais produtores e
importadores de lâmpadas com o objetivo de promover o Sistema de Logística Reversa.
No Estado do Amapá, a associação não conta com receptores de lâmpadas. Contudo,
nos estados próximos como Maranhão, Pará e Amazonas, existem alguns pontos de
coleta, conforme o quadro a seguir.
Quadro 4 - Relação de locais receptores de lâmpadas (Reciclus) Estado Nome Endereço
Amazonas
MAKRO ATACADISTA S.A Avenida Lourenço da Silva Braga, 1640 - Manaus
MAKRO ATACADISTA S.A Avenida Rodrigo Otávio, 900 - Manaus
SV INSTALAÇÕES LTDA Avenida Cosme Ferreira, 2116 - Manaus
SV INSTALAÇÕES LTDA Rua Santos Dumont, 495 - Manaus
Maranhão
ATACADÃO S.A. Avenida Jerônimo de Albuquerque Maranhão, 160 - São
Luís
BOMPREÇO
SUPERMERCADOS DO
NORDESTE LTDA
Av Professor Carlos Cunha, 1000 - São Luís
J GONÇALVES DOS
SANTOS FILHO & CIA LTDA Avenida Daniel de La Touche, 16 - São Luís
J GONÇALVES DOS
SANTOS FILHO & CIA LTDA Av. Guajajaras, 416 - São Luís
J GONÇALVES DOS
SANTOS FILHO & CIA LTDA Av. Castelo Branco, 621 Ed. Gonçalves - São Luís
MAKRO ATACADISTA S.A Avenida Jerônimo de Albuquerque Maranhão, 260 - São
Luís
62
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Estado Nome Endereço
Pará ATACADÃO S.A. Rodovia BR-316 - Km 9 - Ananindeua
MAKRO ATACADISTA S.A Rodovia BR 316 KM 03 S/N - Ananindeua
Em relação ao lixo eletrônico, mesmo com a determinação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, a capital amapaense não possui política específica para o descarte e
recolhimento de lixo eletrônico e não foram identificadas possíveis áreas para realizar
a destinação e reciclagem dos materiais eletrônicos.
Conscientização Ambiental
O eficiente tratamento e descarte dos ativos de Iluminação Pública estarão diretamente
relacionados aos hábitos dos envolvidos na prestação dos serviços executados pela
concessionária.
Nesse sentido, compete à concessionária incluir no Plano de Tratamento e Descarte de
Resíduos um programa de educação ambiental para seus funcionários, que servirá
como uma importante ferramenta para garantir a adoção de padrões de conduta mais
adequados ao modelo de gestão de resíduos por ela proposto. A implantação desse
programa deverá propiciar também condições para que os profissionais realizem as
atividades com responsabilidades, em relação ao meio ambiente.
Além disso, quando da realização de treinamentos, todos os funcionários da
concessionária que tenham contato direto com os resíduos gerados deverão ser
devidamente instruídos para a utilização das ferramentas, utensílios e dos
Equipamentos de proteção individual – EPIs necessários, conforme as normas de
saúde e segurança do trabalho.
63
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
8 INDICADORES DE DESEMPENHO
A aplicação de indicadores para o tema Ambiental permite promover uma avaliação e
acompanhamento das atividades executadas pela concessionária com relação às
exigências legais e normativas aplicáveis em vigência. Os indicadores também têm sido
utilizados como ferramenta padrão, auxiliando na compreensão das informações sobre
fenômenos complexos, em diversos estudos nacionais e internacionais.
Os indicadores de desempenho são requisitos que avaliam a qualidade dos serviços
obrigatórios prestados pela concessionária, com avaliações periódicas do patamar de
qualidade atingido em determinado período. Avaliando também padrões de qualidade
diferentes conforme o grau de engajamento e outputs de benefícios gerados pela
concessionária.
O acompanhamento será registrado por meio da apresentação de documentos que
comprovem procedimentos relacionados à gestão ambiental, devendo também a
concessionária apresentar os certificados de descontaminação e destinação final dos
resíduos poluentes gerados em seus processos de atualização e manutenção dos pontos
de iluminação.
Quadro 5 - Indicadores de Conformidade dos Certificados e Certificação.
Categoria Avaliação Forma de Medição Nota
Gestão
Ambiental
ISO 14001 Apresentação trimestral
de certificado ISO 14001
1 - Certificado valido apresentado
0 - Certificado valido não apresentado
Tratamento
e Descarte
de
Materiais
Descontaminação
e destinação final
de 100% dos
resíduos poluentes
gerados no
período.
Apresentação trimestral
de certificado emitido por
empresa credenciada e
autorizada contendo a
totalidade de resíduos
descartados
1 - Certificado válido apresentado
0 - Certificado válido não apresentado
(*) Caso não existam resíduos descartados
no período a nota do indicador será 1
(um).
A principal norma de gestão ambiental é a norma internacional ISO 14001. Ela faz
parte do conjunto ISO 14000, sendo a única norma certificável dentro deste conjunto.
A norma NBR ISO 14001 tem sido o instrumento mais utilizado para desenvolver a
64
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
gestão ambiental nas indústrias e empreendimentos sustentáveis. Este processo de
gestão tem por objetivo fornecer às organizações os elementos de um Sistema de
Gestão Ambiental eficaz, passível de integração com os demais objetivos da
organização. Sua concepção foi idealizada de forma a aplicar-se a todos os tipos e partes
de organizações, independentemente de suas condições geográficas, culturais e sociais.
Convém salientar que a norma ISO 14.001 não coloca requisitos absolutos ao
desempenho ambiental da empresa, exceto a obrigação de cumprir a legislação e
prescrições aplicáveis e do compromisso com a melhoria contínua.
Os indicadores referentes à certificação ISO 14.001 serão auditados a cada 2 anos e
pontuados conforme atendimentos as exigências preconizadas nos procedimentos.
Neste processo deverá conter os indicadores relacionados ao tratamento e descarte de
materiais, onde será avaliado se a concessionária obteve os certificados emitidos por
empresa credenciada e autorizada, para descontaminação e/ou destinação final, que
comprove a realização de 100% (cem por cento) da correta destinação dos resíduos
retirados das atividades relacionadas à rede de iluminação pública de Macapá.
65
Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
9 CAPEX E OPEX REFERENTES AOS TEMAS SOCIOAMBIENTAIS
Nos tópicos a seguir são descritas as planilhas orçamentárias de implantação e
atualização do CAPEX e OPEX referente aos temas socioambientais.
Ressalta que em pesquisa nas plataformas digitais e oficiais da Prefeitura de Macapá,
não foram encontradas áreas de destinação próprias da prefeitura para destinação dos
resíduos aqui descritos, na qual houve necessidade de solicitação de orçamento para
diversas empresas.
Além disso, é importante mencionar que o CCO instalado deverá conter um
almoxarifado para estoque e armazenamento destes materiais, conforme a instruções
normativas da NBR 11.174 de armazenamento de resíduos Classe II - não inertes e a da
NBR 12.235 de armazenamento de resíduos sólidos perigosos. Ressalta-se que os
resíduos serão acumulados, e o transporte para a destinação final destes será realizado
uma vez ao ano, quando necessário.
Implantação e Atualização - CAPEX
Para composição dos valores previstos na implantação e modernização da rede de
Iluminação Pública de Macapá-AP, são apresentados abaixo as tabelas de composição
de preços e serviços ambientais propostos. Os valores atribuídos para o CAPEX e
OPEX, foram compostos através de cotações de mercado e valores de consultorias
especializadas no tema e destacados em itens específicos.
Na tabela 3, é apresentada a memória de cálculo para composição de preços dos
serviços e atividades a serem desenvolvidas no período de implantação da
Concessionária.
Tabela 2 - Tabela Síntese CAPEX. ITEM DESCRIÇÃO TOTAL
A CAPEX 1 Implantação de Sistema de Gestão e Certificação R$ 40.000,00
1.1 Implantação de Sistema de Gestão e Certificação R$ 40.000,00
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
2 Total R$ 40.000,00
9.1.1 Implantação do Sistema de Gestão e Certificado
A seguir são apresentados os custos para implantação do sistema de gestão, que
certificam os atendimentos propostos durante o processo de implantação e
certificação.
As informações abaixo foram levantadas segundo informações fornecidas via telefone
pela empresa Templum Consultoria.
Tabela 3- Implantação e manutenção de Sistema de Gestão e Certificação
Sistema de Gestão e Certificação Ano Qde Valor unitário Valor Total Implantação de Sistema de Gestão e
Certificação 1º 1 R$ 40.000 R$ 40.000
Total R$ 40.000 *Considerando um período de concessão de 20 anos.
Manutenção e Operação – OPEX
Para composição dos valores previsto na operação e manutenção da rede de
Iluminação Pública de Macapá - AP, são apresentadas tabelas de composição de preços
e serviços ambientais propostos.
A seguir é apresentada a memória de cálculo para composição de preços dos serviços e
atividades a serem desenvolvidas no período de operação da Concessionária.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Tabela 4 - Tabela Síntese OPEX. ITEM DESCRIÇÃO TOTAL B OPEX 1 Trabalhos Iniciais R$272.000,00 1.1 Acompanhamento da legislação ambiental R$72.000,00 1.2 Auditorias e Certificações à cada 3 anos R$140.000,00 2 Trabalho de Atualização da Rede R$ 303.137,14 2.1 Transporte de resíduos perigosos R$11.732,12 2.2 Destinação de resíduos R$291.405,02
2.2.1 Lâmpadas Inteiras (Vapor de Sódio; Vapor Metálico; LED; Fluorescente) R$179.818082
2.2.2 Reatores de Lâmpadas R$111.586,20 3 Resíduos Comuns R$93.470,40
3.1 Destinação de resíduos comuns - Classe II (CCO, Áreas de Apoio e etc) R$93.470,40
4 Total R$668.607,54
9.2.1 Sistema de Gestão
A seguir são apresentados os custos para acompanhamento da legislação ambiental,
auditorias de certificação do sistema de gestão previstas a cada 2 anos, que certificam
os atendimentos propostos durante o processo de implantação e certificação.
As informações abaixo foram levantadas segundo informações fornecidas via telefone
pela empresa Templum Consultoria.
Tabela 6 – Implantação e manutenção de Sistema de Gestão e Certificação Sistema de Gestão e
Certificação Ano Qde Valor unitário Valor Total
Acompanhamento da legislação ambiental
Todos anos, 1x por mês 240 R$ 300 R$ 72.000
Auditorias e Certificações a cada 3 anos
2º, 4º, 6º, 8º, 10º, 12º e 14º, 16º, 18º e 20º
10 R$20.000 R$200.000
Total R$ 272.000
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
9.2.2 Destinação de Resíduos Perigosos
Para destinação final dos resíduos perigosos gerados durante o processo de
substituição das lâmpadas consideradas neste estudo, foram avaliadas empresas com
capacidade de realizar os procedimentos de acordo com as leis vigentes.
Conforme os dados do Relatório de Engenharia, os valores de custos da concessão
sofrem variação direta de acordo com os prazos do cronograma físico de modernização
que será definido em função da viabilidade econômica.
Para fins de referência dos custos, este Relatório adotará um prazo de 24 meses a
contar da assinatura do contrato para modernização do Parque de Iluminação Pública
de Macapá, em uma concessão cujo prazo é de 20 anos como já explicitado nos demais
relatórios. A origem das lâmpadas e quantitativos para cálculo são as seguintes:
Pontos de iluminação já existentes – Migração tecnológica: O total de
luminárias da Migração Tecnológica do Parque de Iluminação Pública de Macapá
atual, que é de 33.814 pontos. Para o início da concessão são dimensionadas as
equipes para atender as falhas normais do Parque Atual.
Remodelagem: Conforme conclusão do Relatório de Engenharia, haverá a
necessidade de substituição de 28.479 braços e incremento de 4.361 novos pontos,
considerando a instalação de postes, braços e luminárias para atendimento aos níveis
luminotécnicos da NBR-5101 e supressão dos pontos escuros na área 1; na área 2 serão
substituídos 961 braços e incremento de 99 novos pontos para correção dos pontos
escuros e na área 3 haverá a substituição dos 97 braços para fixação adequada das
luminárias LED. Total de 29.537 braços a serem substituídos e 4.460 a serem
incrementados;
Demanda reprimida: Na área 1: incremento de 114 pontos de iluminação pública
para o atendimento do sistema viário; incremento de 750 pontos de iluminação pública
para o atendimento das passarelas das áreas de ressaca; - Na área 2: incremento de
526 pontos de iluminação pública para o atendimento de vias e arruamentos das
localidades existentes que não estão atendidos pela rede de iluminação pública; Na
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
área 3: incremento de 308 pontos de iluminação pública para o atendimento de
passarelas que não estão atendidos pela rede de iluminação pública. Total de
incremento de 1.698 pontos de iluminação pública;
Crescimento vegetativo: Incremento anual de 114 pontos de iluminação
pública para o atendimento do crescimento vegetativo do município de Macapá.
Áreas Verdes: Implantação de 2.373 novos pontos de iluminação especial
para valorização das áreas verdes do município;
Orlas: Implantação de 422 novos pontos de iluminação especial para a
valorização das Orlas do município, com previsão de iluminação RGB;
Patrimônios: Implantação de 521 novos pontos de iluminação especial para
valorização dos patrimônios históricos de Macapá, inclusive com controles RGB;
Rotatórias: Implantação de 133 novos pontos de iluminação especial para
valorização de rotatórias importantes de Macapá.
Tabela 7 - Origem das lâmpadas e quantitativos para cálculo considerando a remodelagem, Demanda Reprimida, Crescimento Vegetativo, Áreas Verdes,
Orlas, Patrimônios e Rotatórias
Substituição e incremento da IP Pontos Remodelagem 33.997 Demanda Reprimida 1.698 Crescimento Vegetativo 2.280 Áreas Verdes 2.373 Orlas 422 Patrimônios 521 Rotatórias 133
Total 41.424
Conforme apresentado no Relatório de Engenharia, serão executadas durante o
período de concessão todas as atividades de manutenção necessárias a manter o fluxo
luminoso de cada ponto de iluminação, de acordo com as características das vias
existentes e a legislação em vigor. Dentre elas destacam-se as mais verificadas:
• Substituição de lâmpada queimada ou danificada;
• Substituição da lâmpada com defeito por outra de mesma característica;
• Substituição do relé com defeito por outro novo, necessariamente eletrônico;
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
• Substituição do componente comunicador de telegestão;
• Substituição do reator com defeito por outro novo com alto fator de potência e
níveis de perdas dentro dos limites previstos nas normas brasileiras;
• Substituição de trechos e condutores (fios e cabos) com excesso de emendas ou
com isolação comprometida por curtos-circuitos ou sobrecargas, por outros de
mesma bitola ou de bitola mais adequada, quando necessário, nos casos em que
a situação não permita o acendimento do ponto luminoso;
• Substituição de conectores danificados ou instalação de novos conectores
necessários ao perfeito funcionamento do ponto luminoso;
• Substituição de componentes/acessórios danificados que impossibilitam o
perfeito funcionamento do ponto luminoso, por exemplo: capacitores, soquetes,
ignitores, parafuso de ajuste, entre outros;
• Substituição de luminárias LED ou drivers quando queimados;
• Substituição de postes exclusivos de IP de propriedade da prefeitura de Macapá
danificados por vandalismo ou por más condições que representem risco de
queda.
O quadro a seguir apresenta o valor médio obtido para destinação final por lâmpada
gerada no processo de substituição das lâmpadas ao longo do período da concessão,
que serviram de base para o cálculo do valor na planilha OPEX:
Tabela 8 - Composição de Valores para Destinação Final de Lâmpadas Inteiras Diversas
Composição de Valores para Destinação Final de Lâmpadas Inteiras Diversas Empresas Valores
Empresa 1 - Recitec - Reciclagem Técnica do Brasil R$ 4,80 Empresa 2 - Trampoo R$ 1,00 Empresa 3 – Ciclo Ambiental S.A R$ 1,39
Valor Médio para descarte unitário R$ 2,39
Tabela 9 – Descrição da quantidade de lâmpadas, valor médio de descarte, tempo estimado de substituição, média de lâmpadas e valor mensal estimado
para Destinação Final de Lâmpadas Inteiras Diversas.
Quantidade de Lâmpadas –
Valor médio para descarte
unitário
Tempo estimado de substituição
Média de lâmpadas a
serem
Valor médio mensal
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Migração Tecnológica
substituídas por mês
estimado de substituição
33.814 R$ 2,39 24 meses* 1.409 R$ 3.367,31 *Considerando que a concessionária deve executar a melhoria de 100% da rede de IP em até 24 meses contados a partir da data da ordem de início.
Prever a vida útil de um LED depende de vários fatores, mas, geralmente, (boas)
lâmpadas de LED são produzidas para durar cerca de 50.000 horas, equivalente a 13
anos de uso contínuo se utilizada 12 horas por dia. Além disso, as indústrias produtoras
de lâmpadas para iluminação pública preveem aproximadamente 10 anos de garantia,
conforme relatório elaborado pela Comissão Brasileiro de Iluminação disponível no
site do Inmetro, titulado Tecnologia LED e inovações em Iluminação pública3.
Sendo assim considerou a substituição do atual Parque de Iluminação Pública de
Macapá nos primeiros 24 meses (dois anos) e sua manutenção no 13º ano e 14º ano
(caso da necessidade de substituição máxima do Parque de IP), devido a garantia das
lâmpadas e estando dentro do prazo de vida útil das lâmpadas de LED.
Tabela 10 - Valores de descarte de lâmpada por ano de concessão, lâmpadas a serem substituídas e Valores médios anuais para substituição
para Destinação Final de Lâmpadas Inteiras Diversas. Valores de descarte de
lâmpada por ano de concessão
Lâmpadas a serem descartadas (valores
aproximados)
Valores médios anuais para descarte de
lâmpadas*** 1º ANO 16.907* R$40.407,73 2º ANO 16.907* R$40.407,73 13º ANO 20.712** R$49.501,68 14º ANO 20.712** R$49.501,68
Total R$179.818,82 *Considerando a migração tecnológica de 33.814 pontos em 24 meses (1º e 2º ano); **Considerando Remodelagem, Demanda reprimida, Crescimento vegetativo, Áreas Verdes, Orlas, Patrimônios e Rotatórias até o 12º ano de concessão, somando aproximadamente 41.424 pontos de iluminação pública (vide Tabela 7), e o caso de necessidade máxima de substituição, divididos nos 13º e 14º de concessão; ***Considerando valor médio para descarte unitário de lâmpadas de R$2,39;
3 Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/ciebrasil/docs/Tecnologia-LED-e-Inovacoes-em-Iluminacao-Publica.pdf
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No caso da destinação final de lâmpadas quebradas, por serem unidades de medidas
diferenciadas, adotou-se o valor para o valor unitário e a média de valores para os
valores em kg, pois foram apresentados orçamentos em unidades de medida distintos.
Tabela 11 - Composição de Valores para Destinação Final de Lâmpadas Quebradas
Composição de Valores para Destinação Final de Lâmpadas Quebradas Empresa Valores
Empresa 1 - Recitec - Reciclagem Técnica do Brasil (unid) R$ 4,80 Empresa 2 - Trampoo (kg) R$ 18,00
Empresa 3 – Ciclo Ambiental (kg) R$ 47,90 Valor Médio para descarte (kg)* R$32,95
*Média realizada entre as empresas 2 e 3.
Como há divergências nas unidades de medidas e não é possível inferir quantos quilos
de lâmpadas quebradas equivalem ao número de lâmpadas que deverão ser
substituídas e que sofrerão manutenção ao longo da concessão, este valor não foi
considerado na planilha final do OPEX, e está sendo apresentado apenas como
informativo.
Foram levantados também os valores para a destinação final dos reatores de lâmpadas,
conforme a tabela a seguir.
Tabela 12 - Composição de Valores para Destinação Final de Reatores de Lâmpadas
Composição de Valores para Destinação Final de Reatores de Lâmpadas Empresa 1 – Trampoo (unid) R$ 4,80*
Empresa 2 – Ciclo Ambiental - (kg) para relés, reatores, componentes eletrônicos em geral** R$ 1,79
*Considerando a vida útil de um reator de 5 anos **Logistica Reversa de Resíduos Eletroeletrônicos - REE (relés, reatores, componentes eletrônicos em geral)
Para quantificação dos valores de substituição dos reatores por ano de concessão, será
utilizado o valor orçado por unidade, devido a todos os cálculos deste projeto
utilizarem esta unidade de medida, e não em kg.
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Tabela 13 - Composição de Valores substituição de reatores por ano de concessão
Valores de substituição de reatores por ano de concessão
Reatores a serem substituídos
Valores médios anuais para substituição
1º ANO 16.907* R$55.793,10 2º ANO 16.907* R$55.793,10
Total R$111.586,20 *Considerando a migração tecnológica de 33.814 pontos em 24 meses (1º e 2º ano);
A nova tecnologia implantada para modernização do Parque de IP de Macapá não
contempla reatores, a qual os mesmos só serão descartados nos dois primeiros anos de
concessão.
Foram cotados também valores para o transporte dos resíduos gerados a partir da
substituição da rede de IP, e sua manutenção no período de concessão de 20 anos. Não
foram encontradas empresas que fazem a destinação dos resíduos indicados neste
relatório no estado do Amapá, sendo assim considerou-se as empresas abaixo, e tendo
em vista que o valor de frete varia conforme sua localização.
Tabela 14 - Composição de Valores para o transporte de Material (frete)
Composição de Valores para o transporte de Material (frete)
Empresa Localização da Empresa Valores
Empresa 1 – Recitec Transporte de Macapá/AP a Pedro Leopoldo/MG R$ 18.000
Empresa 2 – Ciclo Ambiental Transporte de Macapá/AP a Raposa/MA R$ 2.933,03
Para composição do OPEX foi utilizado o valor do transporte da empresa mais próxima
a Macapá (Empresa 2 – Ciclo Ambiental). Os resíduos serão armazenados e
transportados uma vez por ano, sempre quando necessário. Considerando a
necessidade de destinação das lâmpadas e de seus reatores, o transporte se fará nos
anos de concessão: 1, 2, 13 e 14, conforme planilha anexo de OPEX.
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9.2.3 Autorização para poda de vegetação
De acordo com a necessidade ao longo da operação e manutenção do sistema de
iluminação é previsto que seja obtido pela concessionaria autorizações junto à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM) para a realização de serviços de
poda da vegetação, ressaltando que a responsabilidade de poda não será da
concessionária. Para obtenção da respectiva autorização deve-se atender aos
procedimentos legais e normas vigentes.
A princípio, o pedido de autorização de poda de vegetação deve ser protocolado na sede
da secretaria, localizado na Rua do Horto Municipal, nº 246, no bairro Jardim
Felicidade, Zona Norte.
Segundo a Prefeitura de Macapá, após o procedimento de poda, os resíduos gerados
por esse trabalho (folhas, galhos e mato) são levados para o aterro sanitário da cidade.
Caso a árvore ameace a cair, o procedimento deve ser encaminhado à Secretaria
Municipal de Manutenção Urbanística (SEMUR).
9.2.4 Destinação de Resíduos Comum
Ainda relacionado ao tema de resíduos, encontra-se previsto neste item a composição
de custo para destinação de resíduos comuns, sendo aqueles que não foram passiveis
de serem destinados à coleta seletiva e/ou incorporados em processos de logística
reversa.
O quadro a seguir apresenta a composição de valores, onde foram atribuídos valores
retirados da plataforma digital CEMPRE – Compromisso Empresarial para
Reciclagem4 durante a Pesquisa Ciclosoft, considerando que o custo seja atribuído
mensalmente ao longo de toda operação da Concessionária.
4 Disponível em: http://cempre.org.br/ciclosoft/id/8
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Consórcio IPB – Iluminação Pública Brasil
Tabela 15 - Composição de Valores para o transporte de Material (frete)
Destinação de Resíduos Comum Quantidade Valor Unitário
Considerado valor de acordo com as atividades e números de funcionários
Mês* R$389,46
Por ano R$ 4.673,52
Total Concessão R$ 93.470,40 * Valor encontrado pelo CEMPRE, na qual o custo médio da coleta seletiva, por tonelada, nas cidades pesquisadas foi de US$ 102,49 (ou R$ 389,46) em 2016.
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10 CONCLUSÃO
Este Relatório apresenta o diagnóstico ambiental para as atividades de modernização,
eficientização, expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de
iluminação pública no Município de Macapá.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2004) e CONAMA N°237/97, bem
como nas legislações estaduais e municipais, não há listados processos passiveis de
licenciamento relacionados à substituição ou instalação de rede de Iluminação Pública
como uma atividade sujeita a licenciamento ambiental. Desta maneira, as atividades
previstas neste estudo não requerem licenciamento ambiental. Ao que se refere aos
passivos socioambientais, não foram identificados até o presente momento em
consulta a informações públicas. Também não foram encontrados processos de
licenciamento em curso ou concluídos referentes à manutenção ou modernização da
Rede de Iluminação Pública em Macapá.
Em análise ao diagnóstico ambiental, avaliou-se que para o meio físico, as principais
alterações e ou impactos referem-se às áreas de ressacas. À medida que se faz uma
análise direta das legislações que abrangem essas áreas é perceptível que o intuito não
é evitar o contato humano com o meio, mas sim assegurar a sobrevivência do ambiente
das ressacas como áreas que atuam como referência da essência fluvial do estado.
Sendo assim, para as atividades de modernização, expansão, operação e manutenção
da infraestrutura da rede de iluminação pública no Município de Macapá haverá
necessidade de ponderação entre a satisfação da população em relação à melhoria da
qualidade da iluminação pública, somada a menor interferência possível nessas áreas,
que tendem a ser populosas, mas que necessitam de conservação ambiental.
Ao que se refere ao meio biótico, não foi avaliado impactos diretos, porém identificou-
se a necessidade de execução de atividades de poda e corte de vegetações instaladas no
perímetro urbano que possam promover interferências no sistema de Iluminação
Pública. O procedimento deverá seguir as diretrizes estabelecidas pela Municipal de
Meio Ambiente (SEMAM), tendo em vista que os tramites para a obtenção da
autorização será realizado pela concessionária.
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Em relação ao meio socioeconômico, foram avaliadas diversas áreas com carência de
iluminação adequada. Com a proposta de melhoria, não serão observados impactos
sociais, e sim medidas de melhorias após o projeto de iluminação urbana com aumento
de segurança, melhor aumento da qualidade das vias públicas, praças ou monumentos,
e também promoverá realce aos equipamentos públicos e dando ênfase à iluminação
de destaque de áreas Históricas e Culturais do município.
Em relação aos impactos da luz de LED na cidade, não foram encontradas legislações
previstas para o Estado do Amapá ou para o município de Macapá.
O gerenciamento de resíduos gerados em todas as etapas do processo de modernização
deverá seguir as obrigações previstas nas leis, decretos e normas vigentes durante todo
período de concessão.
Para controle e acompanhamento das atividades, foi considerada à implantação do
sistema de gestão ambiental ISO 14.001, sendo fundamental para rastreabilidade de
todos os produtos inservíveis descartados, e controle de processos realizados pela
concessionária durante todo o período de concessão.
Os valores atribuídos para o CAPEX e OPEX, foram compostos através de cotações de
mercado e valores de consultorias especializadas no tema e destacados em itens
específicos.
Com as informações apresentadas neste documento, infere-se que a manutenção e
modernização da Rede de Iluminação Pública não causarão riscos ambientais. Entre
os benefícios podem ser listados a maior segurança das vias; economia de energia,
quando comparado a tecnologias tradicionais, executados com responsabilidade
ambiental e executados os serviços preferencialmente com a utilização de materiais
recicláveis.
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