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TVCulturaOpinião
PPG-Mestrado em Letras e Grupo de Estudos InterArtes/UFGDEstágio de Docência – Mestranda: Evelin Gomes da Silva - Dourados/2016
Disciplina: Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos – Orientador: Prof. Dr. Paulo Custódio de Oliveira
Discussão de hoje
Encontro: Aula 2 (15/03/16)
• Destruição da autonomia do pensamento e das artes: indústria cultural (pp.22-30)
• Condição pós-moderna (pp.30-35)
• Meios de Comunicação (pp.35-57).
• Encenação: a produção do simulado (pp.14-20)
• Discussão e análise: Show de Truman (1998)
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
Próximas Discussões
Encontro: Aula 3 (22/03/16)
•Destruição da autonomia do Pensamento• Indústria Cultural
Encontro: Aula 4 (29/03/16)
•Direitos Humanos e a Cultura do Medo
Último Encontro: (05/04/16)
•AvaliaçãoApresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
ENTRETENIMENTO E LAZER X CULTURA
• Exigências vitais do ser humano: seja comopassatempo cultural ou reposição de forçascorporais e psíquicas (para que a força detrabalho aumente a sua produtividade elaprecisa de descanso).
Entretenimento é diferente de cultura:“quando entendida como trabalho criadore expressivo das obras de pensamento ede arte” (CHAUI, 2006, p.21).
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
Cultura é DIFERENTE de Entretenimento
1° TRABALHOMovimento de criação dosentido, quando a obra dearte e a de pensamentocapturam a experiência eum dado do mundo:interpretar, criticar etransformar.
“É a experimentaçãodo novo”
(CHAUI, 2006, p.21).
Cultura é DIFERENTE de Entretenimento
2° AÇÃOPensar, ver, refletir,imaginar e sentir o que seesconde sob as experiênciasvividas ou cotidianas,transformando em obrasque as modificam por setornam conhecidas, densas,novas e profundas.
Cultura é DIFERENTE de Entretenimento
3° SOCIEDADEExploração, dominação e exclusão social. “A cultura éum direito do cidadão, direito de acesso aos bens eobras culturais, direito de fazer cultura” (CHAUI, p.21).
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
CULTURA E MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Ação da mídia: obras de pensamento/arte - Risco:
ExpressivasReprodutivasRepetitivas
De trabalho
de criaçãoEventos para
Consumo
Duradouras PassageirasMercado da Moda
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
O PENSAMENTO E AS ARTES
Autonomia racional: refere-se
ao fim de sua subordinação
aos imperativos da religião
institucionalizada em igrejas e
formulada em teologias.
Arte e Pensamento: Não
estão a serviço de dogmas,
cultos ou rituais religiosos.
Walter Benjamim/1935:
A obra de arte na
Era da reprodutibilidade
técnica.
Abordagem:
Histórico e social.
Passagem do campo
religioso para a
autonomia no campo
artístico.
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
O PENSAMENTO E AS ARTES
Conceito de Aura: “A aura é a absoluta singularidadede um ser – natural ou artístico –, sua condição deexemplar único, que se oferece num aqui e agorairrepetíveis” (CHAUI, 2006, p.23).
Obra de Arte = Autenticidade / “Aurática”
“A obra de arte possui aura ou é aurática quando possui as seguintes qualidades: é única, uma, irrepetível,
duradoura e efêmera, nova e participantes de uma tradição, capaz de tonar distante o que está próximo e estranho o que parecia familiar porque transfigura a realidade”
(CHAUI, 2006, p.23-24).
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
DECLÍNIO DA ARTE – Walter Benjamim
Nova modalidade: Reprodução técnica
Difusão e intensidade dos “momentos das massasmodernas”: desejo de que as coisas fiquem maispróximas e aspiram “superar o caráter único de todosos fatos por meio de sua reprodutibilidade”(BENJAMIM apud CHAUI, 2006, p.24).
Reprodutibilidade: permitiria “à maioria daspessoas” o acesso às criações, ou seja, umademocratização da cultura e das artes.
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
INDÚSTRIA CULTURAL
Marilena e McLuhan: Conceito de “reprodutibilidade” de Walter Benjamin.
Marshall McLuhan fala em “mecanização”da expressão humana:
“Antes da imprensa, um leitor era alguém quediscernia a sondava enigmas. Após a imprensa,passou a significar alguém que corria os olhos, queescapulia ao longo das superfícies do texto impresso.
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
INDÚSTRIA CULTURAL
[...] chegamos a aliar a habilidade de ler velozmentecom a distração, em vez de com a sabedoria. Mas àimprensa, à mecanização da escrita, sucederam noséculo XIX a fotografia e em seguida a mecanizaçãodos gestos humanos no filme.
[...] Com o cinema falado e, finalmente, com atelevisão, sobreveio a mecanização da totalidade daexpressão humana, da voz, do gesto e da figurahumana em ação”, (MCLUHAN apud CHAUI, 2006,p.36-37).
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
INDÚSTRIA CULTURAL - MERCADORIA
Revolução Industrial (Séc. XIX): as artes sãosubmetidas a uma nova servidão (regras ditadaspelo mercado).
Theodor Adorno e Max Hokheimer:
Indústria Cultural – expressão usada para definira transformação das obras de arte emmercadoria e a prática do consumo de “produtosculturais” fabricados em série.
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
INDÚSTRIA CULTURAL - MERCADORIA
“Perdida a aura, a arte não sedemocratizou, massificou-se etransformou-se em distraçãoe diversas para as horas delazer”, (CHAUI, 2006, p.28).
Modelo econômico: Controlesobre o trabalho e o descanso(mercadorias).
COMO OPERA A INDÚSTRIA CULTURAL?
1° Separa bens culturais por seu suposto valor
de mercado: divisão social.
Obras “baratas” e “comuns”
Massa = “gratuita”
Obras “caras” e “raras”
Elite cultural = pagamento
COMO OPERA A INDÚSTRIA CULTURAL?
2° Cria a ilusão de que todos têm acesso aos
mesmos bens culturais: “cada um escolhendo
livremente o que deseja, como o consumidor em
um supermercado” (CHAUI, 2006, p.29).
Horários dos programas: empresas de divulgação
cultural já organizaram o que cada grupo social
deve ouvir, ler e consumir.
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
COMO OPERA A INDÚSTRIA CULTURAL?
3° Expectador, ouvinte e leitor “médio”: o qual
são atribuídas certas capacidades mentais,
conhecimentos e gostos “médios” – produtos
culturais “médios”.
O que está à venda?
Cultura!Objetivo: encantar
o consumidor
Resultado: Lucro!Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
“Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode
chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar,
trazer-lhe informações novas que o
perturbem, mas deve devolver-lhe com
nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já
fez. A ‘média’ é o senso comum cristalizado,
que a indústria cultural devolve com cara de
coisa nova”, (CHAUI, 2006, p.30).
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
COMO OPERA A INDÚSTRIA CULTURAL?
4° Define cultura como: lazer, entretenimento,diversão e distração.
“[...] de modo que nas obras de arte e depensamento significa trabalho criador eexpressivo da sensibilidade, da imaginação, dainteligência, da reflexão e da crítica não teminteresse, não vende”, (CHAUI, 2006, p.30).
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO - PROPAGANDA
Produção de mercadorias: pacote / informação
PROPAGANDA- Explicações simplificadas, elogios exagerados ao produto;
- Slogans curtos que possam ser facilmente memorizados;
- Aparente prestação de serviço;
CONSUMIDOR- Uniformização: do consumo,
pertencimento a um grupo);
- Privilégio: o produto oferece
uma individualidade “especial”;
INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO - PROPAGANDA
VALORIZAÇÃOPadrões sociais/sentimentais:
- O produto enaltece valores estabelecidos na sociedade;
- Desperta desejos que o consumidor não tinha;
- Garantia de satisfação(“nós devolvemos seu $”)
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
A questão não é o espetáculo em si, mas o queacontece com ele quando capturado, produzido eapresentado pela TV. Não é a informação, o fato, mas asua encenação, o seu simulacro.
Crítica da TV: The Truman Show
(1998)
O Show de Truman: O Show da Vida
BANALIZAÇÃO CULTURAL: ESPETÁCULO DO REAL
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
Jogo de palavras: true, man e show.
Truman: nome próprio, um sobrenome;True: verdade (pronuncia-se /tru/)Man: homem / Show: espetáculo (to show – mostrar)
Título do filme: “Espetáculo de Truman”,
isto é, “Espetáculo do homem verdadeiro” (CHAIU, 2006, p.18).
BANALIZAÇÃO CULTURAL: ESPETÁCULO DO REAL
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
Trecho 1: (28')
Fala de Christof
Planos de câmera/som
Eventos absurdos: Explicações
“Merchan”
Construção da Lembrança
Mensagem de Lauren/Sylvia
O Show de Truman
Trecho 2: (1h28‘)
Reação: Descoberta
Trilha sonora x Cena
Conversa entre Trumane o Produtor: tom de voz
Decisão de Truman
Reação da plateia
O Show de Truman
Ponto alto do filme: atitude do público da TV
“[...] embora sabedor da farsa, durante anos opúblico acompanhou o programa como se oespetáculo da vida de Truman fosse realidade;porém, encarou a tomada de decisão real everdadeira como se fosse ficção. Truman, ou oprotagonista, distingue realidade e ficção,verdade e simulacro, mas o público tornou-seirremediavelmente incapaz dessas distinções”,(CHAUI, 2006, p.19).
SHOW DE TRUMAN – MARILENA CHAUI
Apresentação: Mestranda Evelin Gomes da Silva - Grupo de Estudos InterArtes/UFGD – Dourados, 2016
Referências:
CHAUI, Marilena. Simulacro e poder: uma análise da mídia.São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2006, pp.5-57.
SHOW DE TRUMAN. Direção: Peter Weir. Produção: ScottRudin; Andrew Niccol; Edward S. Feldman; Adam Schroeder eoutros. Intérpretes: Jim Carrey; Laura Linney; Ed Harris; NoahEmmerich; Natascha McElhone. Roteiro: Andrew Niccol.Estados Unidos: Paramount Pictures e Scott Rudin Productions,1998. DVD, son., color., 103 min.