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CAPA PANORAMA MACROECONÓMICO IIIº Trimestre de 2020 Research ATLANTICO www.atlantico.ao

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Page 1: Apresentação do PowerPoint · foram moderadas em 1,9 p.p.. Os países da Zona Euro poderão contrair em termos médios 8,3% em 2020, reflexo das medidas restritivas para contenção

CAPA

PANORAMA

MACROECONÓMICO

IIIº Trimestre de 2020

Research

ATLANTICO www.atlantico.ao

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Índice

Sumário executivo

1. Contexto Internacional

2. Economia Real

2.1. Sector Petrolífero

2.1. Sector não-Petrolífero

3. Finanças Públicas

4. Inflação

5. Indicadores Monetários

6. Política Monetária

7. Mercado Monetário

8. Sector Externo

9. Mercado Cambial

10. Mercado de Capitais

11. Sector Bancário

12. Indicadores Sociais

1 13. Ambiente de Negócios

14. Outras Economias Africanas

1 15. Anexos

Outras Publicações

Contactos

Research

ATLANTICO

Pág. I

Pág. 1

Pág. 2

Pág. 3

Pág. 4

Pág. 5

Pág. 6

Pág. 7

Pág. 8

Pág. 11

Pág. 12

Pág. 14

Pág. 15

Pág. 16

Pág. 17

Pág. 18

Pág. 20

Pág. 22

Pág. 24

Pág. 25

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Siglas e Abreviaturas

• BM – Banco Mundial

• BM MN – Base Monetária em Moeda Nacional

• BNA – Banco Nacional de Angola

• BODIVA – Bolsa de Dívida e Valores de Angola

• COMESA – Common Market for Eastern andSouthern Africa

• CPM - Comité de Política Monetária

• EUA – Estados Unidos da América

• Fed – Reserva Federal Norte-Americana

• FMI – Fundo Monetário Internacional

• IDE – Investimento Directo Estrangeiro

• IGAPE – Instituto de Gestão de Activos eParticipação do Estado

• INE – Instituto Nacional de Estatística

• IPC – Índice de Preços no Consumidor

• IPCN – Índice de Preços no ConsumidorNacional

• MMI – Mercado Monetário Interbancário

• MN – Moeda Nacional

• OGE – Orçamento Geral do Estado

• OGE R – Orçamento Geral do Estado Revisto

• OPEP – Organização dos Países Exportadoresde Petróleo

• O/N – Overnight (a 1 dia)

• p.p. – Pontos percentuais

• PIB- Produto Interno Bruto

• RIB’s – Reservas Internacionais Brutas

• RIL’s – Reservas Internacionais Líquidas

• SADC – Southern African DevelopmentCommunity

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SumárioExecutivo

• A taxa de crescimento da economia mundial

poderá fixar-se em -4,4% em 2020, de acordo com

as previsões do FMI divulgadas em Outubro, um

desagravamento de 0,8 p.p. quando comparadas

com às actualizações feitas em Junho de 2020. A

moderação reflecte os impactos positivos das

medidas de política económica e de estímulos

monetários e fiscais introduzidas pelos países ao

longo do IIº trimestre de 2020.

• Os recentes relatórios divulgados pelo BNA

revelam que no IIIº trimestre (dados referentes

apenas aos meses de Julho e Agosto) o total de

novos créditos concedidos à economia situou-se

em 228,22 mil milhões Kz, um aumento de 172%

face ao período homólogo, reflexo das políticas de

apoio ao sector produtivo, com realce para o

Decreto Presidencial nº. 23/19 de Janeiro e os

Avisos nº. 04/2019, nº 07/2019 e n.º 10/2020 do

BNA.

• A produção petrolífera do país tem sido

condicionada pelos limites impostos pelo acordo

de corte de produção entre os países membros da

OPEP, tal como a maturação de alguns campos de

exploração. O Governo estima que para o ano

corrente os sectores de petróleo e gás,

combinados, registem uma contracção de 7,0%, o

que reflecte uma revisão em baixa face ao

crescimento de 1,5% projectado no OGE inicial.

• As receitas fiscais petrolíferas atingiram 647.140,99

milhões Kz no IIIº trimestre de 2020. O

desempenho revela uma redução trimestral de

24,67%, justificado, essencialmente, pela redução

da quantidade exportada em 10,52%, apesar do

aumento médio dos preços em 86,29% para 45,38

USD/barril.

• A taxa de inflação deverá atingir um dígito apenas

em 2023. As projecções efectuadas pelo FMI

demonstram que apesar da inversão da

desaceleração da inflação em 2020, nos anos

subsequentes poderemos assistir a uma retoma da

tendência de desaceleração dos níveis gerais de

preços, podendo a taxa de inflação atingir um

dígito em 2023 (6,9%).

• A oferta de moeda na economia medida pelo

agregado monetário M2 ascendeu os 11.357,69 mil

milhões Kz no IIIº trimestre de 2020. O montante

compara com os 10.898,97 mil milhões Kz (+4,21%)

apurados no trimestre anterior.

• O saldo da Conta Corrente registou um défice

equivalente a 1.281,7 milhões USD. O desempenho

apurado no IIº trimestre de 2020 representa uma

inversão de saldos positivos apurados desde o IIIº

trimestre de 2017, reflexo, essencialmente, da

deterioração da balança comercial em cerca de

66,90%. A queda das exportações acima das

importações influenciou o desempenho verificado.

• A moeda nacional depreciou 6,66% face ao dólar

norte-americano, no IIIº trimestre do ano corrente.

A taxa de câmbio durante o período em análise

fixou-se em 620,210 Kz por unidade de dólar. Em

termos acumulados, o Kwanza perdeu cerca de

22,25% do seu valor face ao dólar, ao longo dos

primeiros nove meses do ano corrente, o que

corresponde a uma aceleração de 3,88 p.p.,

quando comparado ao período homólogo.

• As yields dos Eurobonds seguiram tendência

ascendente na generalidade das maturidades. As

taxas exigidas pelos investidores para aquisição

dos Eurobonds nas diversas maturidades

apresentaram crescimento entre 0,53 p.p. e 0,91

p.p.. O desempenho reflecte o comportamento da

cotação do crude que durante o período em

análise reduziu cerca de 0,49%, fixando-se em

40,95 USD/barril.

• A taxa de crescimento da África Sub-sariana

poderá fixar-se em -3,0% em 2020, segundo o FMI.

As perspectivas avançadas representam uma

revisão em alta de 0,2 p.p. face às estimativas de

Junho de 2020, em linha com a moderação da taxa

de infecção pela COVID-19 no continente, o que

terá contribuído para a moderação das medidas de

confinamento.

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1. Contexto Internacional• O FMI reviu as estimativas de crescimento económico mundial, ao reduzir a contracção em 0,8 p.p., para

-4,4%, em 2020.

• O Reino Unido poderá registar uma taxa de crescimento económico de -9,8% em 2020, acima da

contracção média das economias avançadas, segundo previsões do FMI.

1

O FMI moderou as perspectivas de contracção da

economia mundial para 2020, em 0,8 p.p.. A taxa

de crescimento da economia mundial poderá fixar-

se em -4,4% em 2020, de acordo com as previsões

do FMI de Outubro, uma desaceleração de 0,8 p.p.

quando comparada com às actualizações feita em

Junho de 2020. A moderação reflecte os impactos

positivos das medidas de política económica e de

estímulos monetários e fiscais introduzidas pelos

países ao longo do IIº trimestre de 2020. O

destaque recai sobre a revisão da contracção das

economias avançadas, de -8,1% para -5,8%,

enquanto as pesrpectivas para as economias

emergentes foram desagravadas em 0,2 p.p. para -

3,3%.

A taxa de crescimento dos EUA poderá fixar-se em

-4,3% em 2020, de acordo com as previsões do

FMI. A estimativa representa uma moderação de

3,7 p.p. face às estimativas de Junho e encontra-se

em linha com os estímulos aplicados à economia no

IIº trimestre de 2020. Para 2021, os EUA poderão

crescer 3,1% uma desaceleração de 1,4 p.p., face as

projecções anteriores, suportado pela moderação

da contracção prevista para 2020. De acordo com

o FMI, em 2020, o Consumo das Famílias poderá

reduzir 4,9% enquanto os Gastos Públicos e a

Formação Brutal de Capital, poderão variar em 1,7%

e -2,7%, respectivamente. A taxa de desemprego

no IIIº trimestre fixou-se em 7,9% abaixo do pico de

14,7% apurado em Abril, no ápice da definição de

medidas restritivas para conter à COVID-19.

As perspectivas de contracação da Zona Euro

foram moderadas em 1,9 p.p.. Os países da Zona

Euro poderão contrair em termos médios 8,3% em

2020, reflexo das medidas restritivas para

contenção da propagação da COVID-19. A

contribuírem para as perspectivas negativas do

bloco está a contracção da maior economia, a

Alemanha, em 6,0%, da Espanha (12,8%), Itália

(10,6%) e da França (9,8%). Para 2020, as

perspectivas sobre a evolução da inflação poderá

manter-se abaixo do target de 2%, ao se fixar em

0,4% - abaixo dos 1,2% de 2019 – o que poderá

impulsionar a adopção de novos pacotes de

estímulos financeiros para suportar os desafios

impostos pela COVID-19, num contexto em que a

dívida pública atingiu 95,1% do PIB, no IIº trimestre

de 2020. Ao longo do IIIº trimestre a taxa de

desemprego situou-se em 8,3% acima dos 7,6% do

trimestre anterior e dos 7,5% do período homólogo.

A economia da China poderá crescer 1,9% em 2020,

segundo o FMI. As estimativas de Outubro

representa uma revisão em alta de 0,9 p.p., e

mantém-se como a única economia que poderá

manter a trajectória positiva do crescimento em

tempos de COVID-19, reflexo da recuperação

apurada no IIº trimestre de 2020 (+3,2%) e das

estimativas de crescimento no IIIº e IVº trimestre.

Para 2021, a China poderá crescer 8,2%. Por outro

lado, a inflação poderá fixar-se em 2,9% a mesma

taxa apurada em 2019 e acima da taxa prevista para

2021, em 0,2 p.p. Paralelamente, a taxa de

desemprego fixou-se em 5,4% em Setembro de

2020 uma aceleração face aos 5,7% do mês de

Junho.

O Reino Unido poderá contrair 9,8% em 2020, de

acordo com as perspectivas do FMI. A instauração

de medidas de confinamento no país para conter a

propagação da COVID-19 tem penalizado o

desempenho da economia, num contexto em que a

efectivação do Brexit continua a seguir o seu curso

normal. A taxa de desemprego no final do IIIº

trimestre fixou-se em 4,8% acima dos 4,1% do

trimestre anterior e dos 3,8% do período homólogo.

Paralelamente, a inflação deverá encerrar o ano de

2020, abaixo do target 2%, com o FMI a estimar

uma taxa de 0,8%, uma desaceleração face os 1,8%

registados em 2019.

País Crescimento Económico (%) Taxa de inflação Taxa de desemprego Taxa de juro

EUA 31,0 1,4 7,9 0,25

Zona Euro 12,7 -0,3 8,3 0,00

China 2,7 1,7 5,4 3,85

Reino Unido 15,5 0,5 4,8 0,10

Tabela 01 – Indicadores Macroeconómicos IIIº Trimestre 2020

Fonte: Trading Economics

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2. Economia Real

• A propagação da COVID-19 forçou a revisão em baixa das estimativas de crescimento da economia, tendo

o Governo revisto o crescimento de 1,8% para uma contracção de 3,6%.

• As projecções das diferentes instituições apresentam-se uniforme, ao apontarem para a manutenção da

contracção da economia em 2020, em linha com a tendência estimada para o crescimento mundial.

2

O Executivo procedeu a revisão do OGE 2020. O

destaque recaí para a revisão do crescimento

económico, tendo as estimativas passado de um

crescimento de 1,8% para uma contracção de 3,6%

(que a concretizar representará a quinta queda

consecutiva), reflexo dos impactos da pandemia da

COVID-19 sobre a actividade económica. Destaca-se

que tanto o sector petrolífero como o não

petrolífero deverão apresentar um desempenho

negativo.

O FMI, por sua vez, estima uma contracção de 4,0%

em 2020. As novas projecções avançadas pela

instituição, na terceira revisão do Extended Fund

Facility, revelam uma revisão em baixa quando

comparado com a estimativa de crescimento de

1,2% apresentada na segunda revisão. A semelhança

do Governo, o FMI estima um desempenho negativo

em ambos os sectores, petrolífero e não petrolífero.

Durante o IIIº trimestre a concessão de novos

créditos à economia situou-se em 228,22 mil

milhões Kz. Os recentes relatórios divulgados pelo

BNA revelam que no IIIº trimestre (dados referentes

apenas aos meses de Julho e Agosto) o total de

novos créditos concedidos à economia situou-se em

228,22 mil milhões Kz, um aumento de 171,66% face

ao período homólogo, reflexo das políticas de apoio

ao sector produtivo, com realce para o Decreto

Presidencial nº. 23/19 de Janeiro e os Avisos nº.

04/2019, nº 07/2019 e n.º 10/2020 do BNA.

No mesmo período foram desembolsados 19

processos ao abrigo do Aviso n º 10/2020 do BNA.

Os processos desembolsados em termos

monetários correspondem a 37,47 mil milhões Kz.

Importa ressaltar, que desde a publicação do Aviso

do BNA, os produtos como Bebidas, incluindo

sumos (28,87%), Leite e produção de seus

derivados (16,79%), Embalagens (7,24%) e Legumes,

Fruta Tropical e Feijão (4,02%), foram os produtos

que mais beneficiaram de financiamento

desembolsado em termos de montante.

Relativamente aos processos pendentes, no IIIº

trimestre (Julho e Agosto) o montante por

desembolsar situou-se em 44,69 mil milhões Kz

referentes a 25 projectos.

A COVID-19 penalizou a actividade das Pequenas e

Médias empresas (PME). O inquérito realizado pelo

BNA para aferir o impacto da COVID-19 nas

pequenas e médias empresas, em Setembro, revela

que 13,9% das empresas encerraram

temporariamente a sua actividade, sendo que 19,0%

mantiveram as actividades como antes da COVID-

19. Paralelamente, cerca de 45,9% das empresas

estimam um período curto (até um ano) para

retoma da actividade. Relativamente a situação

financeira, 24,8% das empresas enfrentam falta de

liquidez e 14,4% verificaram ausência de

encomendas/clientes. Das empresas inqueridas,

cerca de 86,2% declararam não ter recebido

nenhum apoio do Executivo e da banca, sendo que

5,4% receberam Adiamento do pagamento das

Obrigações fiscais e contributivas.

Gráfico 02 – Crédito Concedido ao abrigo do Aviso

n.º10/2020 (Mil Milhões Kz)

Fonte: BNA – Análise Mensal sobre a Concessão de Crédito à Economia,

Agosto

Gráfico 01 – Crescimento Económico (%)

Fonte: FMI Third Review; OGE R 2020

-2.6

-0.15

-1.2-0.9

-4.0

-2.6-2.0

-0.6

-3.6

2016 2017 2018 2019 2020

FMI Governo

4.23

14.54

-

18.49

26.20

19.59

10.65

1.68

15.92

21.55

abr mai jun jul ago

Por desembolsar desembolsado

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2.1. Sector Petrolífero

• O sector petrolífero continua a ressentir-se da propagação da COVID-19, ao reflectir-se na contracção da

procura pela commodity.

• O PIB não petrolífero deverá inverter o crescimento apurado em 2019, ao se estimar uma contracção de

7% durante o ano corrente.

3

A propagação da COVID-19 penalizou a actividade

económica como um todo e a petrolífera em

particular. A produção petrolífera do país tem sido

condicionada pelos limites impostos pelo acordo de

corte de produção entre os países membros da

OPEP, tal como a maturação de alguns campos de

exploração. O Governo estima que para o ano

corrente os sectores de petróleo e gás, combinados,

registem uma contracção de 7,0%, o que reflecte

uma revisão em baixa face ao crescimento de 1,5%

projectado no OGE inicial. De forma desagregada,

espera-se uma contracção de 7,2% do sector dos

petróleos e 3,3% do sector de gás.

Durante o IIIº trimestre do ano corrente a produção

petrolífera fixou-se em 1,213 milhões barris/dia. Os

dados avançados pela OPEP representam uma

redução de 54 mil barris/dia face ao trimestre

anterior, tal como a segunda queda consecutiva no

ano corrente. O OGE R 2020 projectou uma

produção de 1,283 milhões barris/dia, abaixo 1,436

milhões barris/dia previstos inicialmente. Segundo o

documento, a revisão em baixa resulta do acordo

entre a OPEP e os seus aliados com o intuito de

contrariar a tendência de queda do preço do

petróleo.

No mercado internacional, a cotação do crude

encerrou o IIIº trimestre em 40,95 USD/barril. O

nível apurado representa uma redução de 0,49%

face ao trimestre anterior e 33% em relação ao

período homólogo, suportado pela redução da

procura, em linha com a propagação da COVID-19 e

a necessidade de estabelecimento de medidas de

confinamento, o que levou em alguns casos, na

paralisação total ou parcial de algumas empresas.

Destaca-se que para o ano corrente, o Governo

projectou um preço médio do petróleo de 33

USD/barril, uma revisão em baixa face aos 55

USD/barril estimado inicialmente.

O sector deverá ganhar maior dinamismo com a

construção da refinaria de Cabinda, avaliada em 920

milhões USD. O projecto resulta da parceria entre a

Gemcorp e a Sonangol e será construído na planície

de Malembo, 30 Km a norte da capital de Cabinda.

Subdividido em três fases, deverá entrar em

funcionamento a partir do Iº trimestre de 2022,

prevendo-se a criação de 2 mil empregos directos e

indirectos. De acordo com o comunicado da

Sonangol, tão logo esteja operacional, a Refinaria

também contribuirá para a segurança energética

soberana de Angola, reduzindo a sua dependência

na importação de produtos refinados, bem como

aumentando as exportações dos mesmos com

margens mais elevadas.

Gráfico 03 – Crescimento do sector petrolífero (%)

Fonte: OGE R 2020, FMI

Gráfico 04 – Cotação do Brent (USD/barril)

Fonte: Bloomberg

40.95

10

25

40

55

70

85

31-dez-19 31-mar-20 30-jun-20 30-set-20

-9.4

-6.6-7.0

-9.5

-6.8

2018 2019 2020

Governo FMI

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2.2. Sector não-Petrolífero• O sector não petrolífero deverá ganhar mais relevância para a recuperação da economia a partir de 2021,

de acordo com as projecções do FMI.

• O sector dos Correios e Telecomunicações apresentou o melhor desempenho no IIº trimestre ao crescer

7,34%, reflexo do incremento da procura por estes serviços, devido as medidas induzidas pela COVID-19.

4

O FMI estima uma expansão da economia não

petrolífera de 2,3% para 2021. As estimativas

representam uma recuperação significativa quando

comparadas à contração de 2,8% de 2020, em linha

com a imposição de condições restritivas, que se

traduziram em desafios à economia, com particular

destaque para a produção os Serviços Gerais,

actividades ligadas ao Sector dos Transportes e à

Indústria Transformadora. A recuperação prevista

poderá representar a reposição da capacidade de

produção em virtude do relaxamento das medidas

restritivas tais como: i) a reabertura das fronteiras

aérea e terrestre do país, ii) o incremento do

número de horas de trabalho na função pública e do

sector privado; e iii) a flexibilização da cerca

sanitária de Luanda. O desempenho previsto pelo

FMI, poderá contribuir para que o PIB não

petrolífero reduza a sua participação no PIB global

de 76% em 2020 para 75%, cerca de 33.147 mil

milhões Kz.

A contracção do sector não petrolífero registou um

agravamento de 12,32 p.p. no IIº trimestre. A taxa de

crescimento fixou-se em -12,57%, em termos

homólogos, acima da contracção de 0,25% apurada

no período anterior, segundo os dados do INE. O

desempenho foi pressionado pelo Sector dos

Serviços, com particular realce para os “Transportes

e Armazenamento”, “Construção” e os Serviços

Imobiliários e de Aluguel. A erupção da COVID-19 e

a necessidade de instauração de medidas de

confinamento com o encerramento das fronteiras

do país associada à redução da mobilidade interna,

pesaram no desempenho do sector dos serviços

durante o período em referência.

A actividade de Comércio continua a ser o motor do

sector não petrolífero. Ao longo do IIº trimestre de

2020, a actividade de Comércio Geral apurou uma

contracção homóloga de 0,07%, reflexo da redução

da oferta externa, em linha com os ajustamentos nas

importações do país. Contudo, em termos

trimestrais a actividade apresentou uma contracção

mais profunda, de 15,39%, reflexo do encerramento

das actividades comerciais, com a redução do

número de dias de actividade do sector formal e

informal. Durante o período em análise, o sector do

comércio detinha um peso de 14,31% do total do

PIB, acima dos 13,1% do período homólogo.

O sector dos Correios e Telecomunicações cresceu

em termos homólogo 7,34% no IIº trimestre. Os

dados do INE revelam que, durante o IIº trimestre de

2020, a actividade da “Agro-Pecuária e Silvicultura”,

“Electricidade e Água” e “Intermediação Financeira”

cresceram em termos homólogos, em 2,29%, 4,43%

e 0,76%, respectivamente, o que contribuiu na

atenuação da contracção do PIB global no período

em referência. Contudo o desempenho positivo foi

mais pronunciado no sector dos Correios e

Telecomunicações, que cresceu 7,34% em linha com

o contexto de incremento do uso das novas

tecnológicas para trabalho e entretenimento.

A concessão de crédito reduziu 1,77% no fecho do

IIIº trimestre de 2020, em termos homólogos. O

montante de crédito concedido no Sector Privado,

excluindo os Outros sectores residentes, fixou-se

em 3.158,63 mil milhões Kz, tendo o crédito em

moeda nacional contraído 4,95% e em moeda

externa aumentado 8,74%. Paralelamente, o stock

do crédito ao sector não petrolífero cresceu 0,59%

em termos trimestrais, ao se fixar em 4.195,40 mil

milhões Kz, uma melhoria quando comparado com a

contracção de 13,82% do trimestre anterior, reflexo

da evolução positiva de actividades como Educação

(+21,6%) e Pesca (+17,8%).

Tabela 02 – Taxa de Crescimento Homóloga

Fonte: INE, 2020

Componente do PIB não Petrolífero Iº T20 IIº T20

Agró-pecuária e Silvicultura 5,4% 2,3%

Pesca -7,9% -27,8%

Extracção de Diamantes e Outros

minerais-5,2% -15,6%

Indústria Transformadora 10,0% -4,0%

Electricidade e Água 4,0% 4,4%

Construção 2,8% -41,0%

Comércio -5,9% -0,1%

Transporte e Armazenagem -0,7% -78,9%

Correios e Telecomunicações 2,8% 7,3%

Intermediação Financeira e Seguros -5,1% 0,7%

Administração Pública, Defesa e

Segurança Social-0,2% -7,1%

Serviços Imobiliários e Aluguel 2,9% -17,6%

Outros serviços -0,7% -2,1%

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3. Finanças Públicas• O rácio da Dívida Pública sobre o PIB poderá fixar-se em 122,8% durante o ano de 2020, segundo

estimativas do FMI, em linha com a contracção do PIB e manutenção das necessidades de financiamento

das despesas públicas.

• As receitas fiscais captadas na exploração de diamantes e petróleo apresentaram aumentos ao longo do

IIIº trimestre de 2020.

5

As receitas diamantíferas relativas ao IIIº trimestre

de 2020 fixaram-se em 7.050,23 milhões Kz. O

montante representa um incremento trimestral de

7,80%, justificado pelo aumento dos preços em

cerca de 28,15% para 282,45 USD/quilate, apesar

da redução do volume exportado em 35,46%, para

904.018,89 quilates. Analogamente, em termos

homólogos, o desempenho foi relativamente

diferente, com as receitas a assinalarem uma

queda de 11,14%, devido, sobretudo, a redução do

volume exportado, em aproximadamente 60,57%.

As receitas fiscais petrolíferas atingiram

647.140,99 milhões Kz no IIIº trimestre de 2020. O

desempenho revela uma redução trimestral de

24,67%, justificado, essencialmente, pela redução

da quantidade exportada em 10,52%, em linha com

as restrições impostas pela COVID-19 e

consequente redução da procura pela commodity.

No entanto, destaca-se que durante o período em

análise o preço médio registou um incremento de

86,29%, ao situar-se em 45,38 USD/barril.

A Conta Única do Tesouro fixou-se em 1.609,25 mil

milhões Kz até Setembro de 2020. O montante

revela um incremento trimestral e homólogo de

13,19% e 32,19%, respectivamente, o que poderá

sugerir melhorias na arrecadação das receitas não

petrolíferas.

O FMI concluiu com êxito a Terceira Revisão do

Programa de Financiamento Ampliado para

Angola. A revisão culminou com o desembolso

imediato de 1.000 milhões USD, com o intuito de

compensar os efeitos económicos adversos da

pandemia da COVID-19 e continuar com as

reformas estruturais importantes destinadas a

melhorar o potencial crescimento económico do

país.

A Dívida Pública sobre o PIB, segundo o FMI,

deverá fixar-se em 122,8% em 2020. O nível

representa uma aceleração de 13,6 p.p. face as

estimativas de 2019. No entanto, para 2021 a

instituição prevê uma desaceleração para 112,5%, o

que poderá sugerir a continuidade da estratégia de

consolidação orçamental, bem como a suspensão

no pagamento das dívidas com os seus principais

credores internacionais. A tendência decrescente

deverá manter-se até 2023, quando a dívida

pública ficará em 86,8% do PIB.

Gráfico 05 – Receitas Fiscais Petrolíferas (Milhões Kz) Gráfico 06 – Rácio de Dívida Pública (% do PIB)

Fonte: FMI Fonte: BNA

432 521,00

225 311,00201 264 208 043

227 450,28211 648

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

109,20%

122,80%

112,50%

97,50%

86,80%

2019 2020 2021 2022 2023

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4. Inflação

• O crescimento médio do nível de preços durante o IIIº trimestre do ano corrente acelerou cerca de 0,04

p.p., ao situar-se em 1,91%.

• O preço dos produtos que compõem a Classe 12. Bens e Serviços Diversos registou o maior incremento

durante o período em análise, cerca de 2,6%.

6

A taxa de inflação média (tendo como referência

os preços de Luanda) registou durante o IIIº

trimestre de 2020 um aumento de 0,04 p.p.. A

taxa fixou-se em 1,91%, suportada, essencialmente,

pelo incremento dos bens que compõem a Classe

12. Bens e Serviços diversos, seguida da Classe 11.

Hotéis, cafés e Restaurantes (2,3%) e Classe 01.

Alimentação e Bebidas não Alcoólicas (2,1%). A

especulação, aliada a manutenção da depreciação

da moeda, poderão justificar a tendência de

aumento do nível geral de preços.

Em termos acumulados a inflação nacional situou-

se em 18,04%. A redução do poder de compras

dos consumidores durante o período referenciado,

corresponde a um agravamento quando

comparado ao período homólogo, altura em que a

inflação acumulada nos primeiros nove meses

fixou-se em 11,44%. Destaca-se que o OGE R 2020

prevê uma taxa de inflação média de 25% no ano

corrente. Paralelamente, o FMI avança uma taxa de

inflação de final do período de 22,2%, que apesar

de representar uma revisão em baixa face a

estimativa anterior (23%), corresponde a uma

aceleração em relação aos 16,9% estimados em

2019. As estimativas da instituição reflectem as

expectativas de manutenção da depreciação

cambial devido os choques externos.

A taxa de inflação deverá atingir um dígito apenas

em 2023. As projecções efectuadas pelo FMI,

demonstram que apesar da inversão da

desaceleração da inflação em 2020, nos anos

subsequentes poderemos assistir a uma retoma da

tendência de desaceleração dos níveis gerais de

preços, podendo a taxa de inflação atingir um

dígito em 2023 (6,9%).

A nível dos preços grossistas registou-se um

incremento de 6,3% no IIIº trimestre. O

desempenho sugere uma ligeira manutenção da

tendência quando comparado com o período

anterior. Em termos acumulados, nos primeiros

nove meses de 2020, o índice de preços grossistas

acumulou um incremento de 18,93%, o que

representa uma aceleração de 5,62 p.p. em

comparação ao mesmo período de 2019.

O incremento dos preços dos produtos nacionais

superou a variação dos produtos importados.

Durante o IIIº trimestre do ano corrente, o índice

de preços dos produtos nacionais apresentou um

aumento de 7,4%, ao passo que os preços dos

produtos importados variaram 6,1%. Os

constrangimentos estruturais continuam a

impactar a produção dos bens nacionais, o que se

tem reflectido sobre o nível de preços, que para

determinados produtos o preço do bem importado

é inferior ao preço do mesmo bem produzido

localmente.

Gráfico 07 – Taxa de inflação média (%)

Fonte: INE

1.11 1.10

1.51 1.581.67

1.87 1.91

Iº T IIº T IIIº T IVºT

2019 2020

Gráfico 08 – Taxa de Inflação fim do período (%)

16.9

22.2

19.6

10.0

8.0

2019 2020 2021 2022 2023

Fonte: FMI

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5. Indicadores Monetários

• A Base Monetária em Moeda Nacional, variável operacional da Política Monetária, assinalou uma redução

de 10,88% ao situar-se em 1.482,41 mil milhões Kz.

• A oferta de moeda medida pelo agregado monetário M2 ascendeu os 11.357,69 mil milhões Kz no IIIº

trimestre de 2020.

7

A oferta de moeda na economia medida pelo

agregado monetário M2 ascendeu os 11.357,69 mil

milhões Kz, no IIIº trimestre de 2020. O montante

compara com os 10.898,97 mil milhões Kz (+4,21%)

apurados no trimestre anterior, impulsionado,

principalmente, pelo crescimento dos Depósitos a

Prazo em cerca de 5,45% para 5.789,15 mil milhões

Kz, seguido dos Depósitos a Ordem em 4,01% para

5.218,48 mil milhões Kz, apesar da contracção das

notas e moedas em poder do público em 10,71%.

Excluindo as moedas estrangeiras, o agregado

fixou-se em 4.933,61 mil milhões Kz, um

incremento de 2,75% face ao trimestre encerrado

em Junho.

A Base Monetária em Moeda Nacional (BM MN)

reduziu 10,88% em termos trimestrais, ao situar-se

em 1.489,41 mil milhões Kz. A redução da variável

foi justificada pelo comportamento descendente

dos Depósitos Excedentários em moeda nacional –

Reservas Livres – em 60,27% para 109,473 mil

milhões Kz. A tendência de queda verificou-se

igualmente na BM ampla que durante o período,

fixou-se em 2.273,57 mil milhões Kz, uma redução

trimestral de 6,82%, reflexo da redução dos

Depósitos Excedentários (28,93%) e das Reservas

Bancárias em 8,20%.

O nível de dolarização na economia situou-se em

58% no IIIº trimestre de 2020. O registo revela uma

manutenção quando comparado ao trimestre

anterior, mas um aumento de 8 p.p. face ao mesmo

período de 2019, reflexo do aumento do total dos

depósitos em moeda externa em 56,01% para

6.783,87 mil milhões Kz.

O indicador de liquidez analisado pelo rácio –

reservas livres sobre a BM MN – fixou-se em 7,83%

em Setembro último. O nível revela uma redução

trimestral de 10,06 p.p., fundamentado pela

diminuição das reservas livres em 58,26%,

influenciado pela introdução da Taxa Custódia

(taxa efectiva de 0,1% aplicada sobre as reservas

livres acima de 3 mil milhões Kz dos bancos

comerciais) no sistema bancário nacional.

Gráfico 09 – Agregados Monetários (Milhões Kz) Gráfico 10 – Base Monetária (Milhões Kz)

Fonte: BNAFonte: BNA

0

500 000

1 000 000

1 500 000

2 000 000

2 500 000

3 000 000

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

Base Monetária Base Monetária MN

10 762

11 032

10 898 10 902

11 150

11 357

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

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6. Política Monetária

• O Banco Nacional de Angola absorveu ao longo do IIIº trimestre de 2020 liquidez mediante operações de

Mercado Aberto no montante de 1.514,68 mil milhões Kz.

• A Autoridade Monetária absorveu liquidez mediante Operações de Mercado Aberto no valor de 460.207

milhões Kz no Iº trimestre de 2020.

8

O BNA absorveu ao longo do IIIº trimestre de 2020

liquidez mediante Operações de Mercado Aberto

(OMA) no montante de 1.514,68 mil milhões Kz. O

montante revela um incremento trimestral e

homólogo de 0,61% e 285%, em cada caso,

sustentado pela continuidade da estratégia de

estabilização dos preços pela via da absorção de

liquidez no mercado. Analogamente, vale destacar

que pelo segundo trimestre consecutivo a

autoridade monetária não realizou qualquer

operação de cedência de fundos ao mercado. Vale

destacar que, a última vez que a autoridade

monetária cedeu liquidez ao mercado monetário

remonta ao Iº trimestre de 2020, onde o montante

ascendeu os 104.554,83 mil milhões Kz.

O CPM manteve a Taxa BNA em 15,5% na última

reunião realizada em Setembro. Na mesma sessão, o

regulador decidiu aumentar o coeficiente das

reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 15%

para 17%, mas com o cumprimento deste diferencial

em moeda nacional, com o objectivo de adequar o

nível de liquidez às metas de inflação de curto e

médio prazo. Neste segmento, manteve também o

coeficiente das reservas obrigatórias em moeda

nacional em 22%, eliminando a dedução de Notas e

Moedas; a taxa de juro de facilidade Permanente de

Absorção de Liquidez, com maturidade de 7 dias

em 7%; a taxa de juro de absorção de liquidez, com

maturidade Overnight em 0% e a Taxa de Custódia

em 0,1% sobre o excesso de liquidez dos bancos

comerciais.

O Sistema financeiro conta desde Julho do ano em

curso, com uma nova Família do Kwanza “Série

2020”, segundo o Aviso nº 16/2020 sobre a

Circulação Monetária. O regulador avança no

documento que durante o período de transição, as

notas da nova família do Kwanza serão introduzidas

de forma gradativa devidamente datadas. Assim

sendo: i) 30 de Julho 2020 – 200 Kz, ii) 17 de

Setembro de 2020 – 500 Kz, iii) 01 de Outubro de

2020 – 1.000 Kz, iv) 11 de Novembro de 2020 –

2.000, e v) Janeiro de 2020 – 5.000 Kz.

Adicionalmente, vale lembrar que as notas da série

antiga, isto é, 2012, deverão manter-se em

circulação simultaneamente com a nova série, até

ao dia 31 de Dezembro de 2021, ou seja, a partir do

dia 01 de Janeiro de 2022, as notas da “Série 2021”

deixam automaticamente de ser aceitas como meios

de pagamento, mas de 01 de Janeiro a 30 de Julho

de 2022, as notas da "Série 2012" poderão ser

depositadas em contas bancárias em qualquer

Banco Comercial.

Gráfico 12 - Taxa BNA vs Overnight

Fonte: BNA

Gráfico 11 – Operações de Mercado Aberto (Milhões Kz)

Fonte: BNA

475.756,00512.281,00 517.387,00

784.117

626.108

104.456

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

12,00%

13,00%

14,00%

15,00%

16,00%

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

Taxa BNA Luibor Overnight

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Política Monetária

9

Reservas Livres e Venda de Divisas (2016-2019)

As Reservas Livres representam o montante que os bancos comerciais depositam junto do Banco

Central, que diferentemente das Reservas Obrigatórias que são constituídas legalmente, são constituídas

livremente pelos bancos movidos por diferentes razões, com destaque para o aumento de riscos na

economia, a percepção do aumento do risco de mercado e as potências perspectivas de agravamento

das necessidades de liquidez no mercado.

A primeira a razão, e possivelmente a mais relevante, e encontra-se associada a percepção de risco sobre

a evolução da economia no curto prazo. A contracção da economia apurada nos últimos anos tem

produzido desafios relevantes sobre os fundamentos, tanto da economia real, como da economia

financeira de Angola. Este facto, tem se traduzido na deterioração dos fundamentos microeconómicos

das empresas e das famílias – Redução dos activos líquidos, redução dos lucros das empresas, níveis de

endividamentos crescente das empresas e famílias e moderado poder de compra -, factos que têm

pressionado os custos de intermediação financeira.

A segunda razão está relacionada com a percepção de risco do mercado. A crescente subida nos níveis

de incumprimento no sector – a taxa de crédito mal parado na economia fixou-se em 34,50% no mês de

Maio de 2020 -, associada à manutenção da política monetária restritiva do BNA, às elevadas

necessidades de financiamento do Estado e a manutenção do processo depreciativo da moeda nacional,

têm contribuído na elevação da percepção de risco de curto prazo das instituições financeiras bancárias,

facto que tem direccionado a um posicionamento mais cauteloso na gestão dos recursos no sector.

A última razão estará relacionada com as expectativas de potenciais deficiências pontuais de liquidez

para o cumprimento da regulamentação prudencial ou a satisfação das necessidades dos clientes, facto

que se negligenciado tem o potencial de obrigar os bancos comerciais de mobilizarem novos recursos ou

de se desfazerem de investimentos rentáveis para cumprirem os rácios de liquidez impostos pelo

regulador.

As três razões apresentadas acima aconselham a um posicionamento cauteloso por parte dos bancos

comerciais, com o intuito de assegurar uma gestão prudente do balanço, evitando deste modo a redução

dos níveis de rentabilidade, ao mesmo tempo que mantêm a confiança dos seus clientes, accionistas e do

regulador, o que justifica em parte a constituição de Reservas Livres junto ao BNA.

Fonte: BNA

0

80,000

160,000

240,000

320,000

400,000

480,000

jan/16 set/16 mai/17 jan/18 set/18 mai/19 jan/20 set/20

Reservas Livres

Vendas de Divisas em Kz

Gráfico 01 – Reservas Livres e Venda de Divisas em Mil Milhões Kz

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Política Monetária

10

Contudo, existe uma percepção de que a constituição de Reservas Livres tem servido, principalmente, para

participação nos leilões de venda de divisas do BNA e, consequentemente, tem sido a razão para uma

reduzida actividade de intermediação, não cambial, fundamentalmente associada à concessão de crédito à

economia e de uma maior pressão sobre a taxa de câmbio.

Os dados sobre a constituição de Reservas Livres dos Bancos Comerciais datam de Janeiro de 2016, de

acordo as estatísticas monetárias do BNA. Nesta altura, as Reservas Bancária estavam avaliadas em 1.008

mil milhões Kz, sendo que 57,4% eram constituídas de Reservas Obrigatórias e 42,61% Reservas

Excedentárias. Contudo, as Reservas Livres em Moeda Nacional representaram 11,03% do total das Reservas

do sistema. Estes montantes têm mantido uma tendência de aumento, numa média mensal de 4,1% nos

últimos quatro anos, sendo que em termos de estrutura não se verificaram alterações significativas.

E num período em que se registaram sucessivas depreciações do Kwanza face às principais contrapartes, a

relativa manutenção da estruturas das Reservas Livres sobre a Base Monetária poderá fragilizar a tese

segundo a qual, a constituição das reservas estão exclusivamente dedicadas à aquisição de divisas no

mercado cambial e a consequente pressão sobre a taxa de câmbio.

Isso porque, no mercado cambial, a venda de divisas é uma variável exógena ao mercado e é determinada,

exclusivamente, pelo lado da oferta com destaque para o BNA, empresas petrolíferas e, pontualmente, pelo

Tesouro Nacional. Por seu lado, os bancos comerciais, como intermediários no mercado cambial,

condicionam a sua participação nos leilões às necessidades apresentadas pelos seus clientes e pela

estratégia de investimento dos mesmos, constituindo deste modo o lado da procura do mercado.

E pelo gráfico nº 01, consegue-se identificar uma relação inversa entre os montantes de divisas vendidas –

expressos em Kwanzas - no mercado e a constituição das Reservas Livres dos Bancos Comerciais, o que

fragiliza a tese segundo a qual a constituição das Reservas Livres tem como fim último a participação dos

bancos em leilões sem, contudo, anulá-la. Pois, a tendência apurada poderá sugerir que o aumento das

vendas de divisas pelo BNA ao invés de induzirem ao aumento das reservas dos Banco Comerciais, têm

impulsionado comportamento inverso, em linha com a expectativa de uma relativa estabilidade no mercado

cambial.

Por outro lado, a relação inversa poderá sugerir, a redução das reservas livres em moeda nacional

impulsionadas pelo incremento das vendas de divisas no mercado. No sentido em que por cada unidade de

moeda estrangeira colocada no mercado, retira-se do mercado o montante de Kwanzas equivalente a taxa

de câmbio em vigor no momento da efectivação da operação, sendo que as reservas livres têm servido

como garantias da liquidação das operações. Por esta via, é possível sustentar a tese, sem contudo

confirmá-la.

Dito de outro modo, porque a taxa de variação é um indicador de risco, o seu aumento poderá se traduzir

no aumento da percepção de risco no mercado. E nestes termos, aumento da variação de venda de divisas

do BNA poderá representar um aumento das incertezas por parte dos bancos comerciais na gestão da sua

liquidez. Por outro lado, as operações cambiais por ser uma das principais fontes de rentabilidade da

actividade bancária no país – tendo em 2019 contribuído em 42% para o produto bancário -, os

ajustamentos na constituição de reservas livres poderá reflectir um reposicionamento na gestão da liquidez

de modos a garantir a rentabilidade dos activos sem, contudo, condicioná-lo.

Portanto, se por um lado, a constituição de reservas por parte dos Bancos Comerciais não induz ao

aumento das vendas de divisas e, vice e versa, por outro lado, a constituição das reservas é uma opção

estratégica dos bancos para atender às necessidades dos clientes e manter o nível de intermediação

cambial rentável, tanto nas operações cambiais, através dos ganhos de comissão, assim como para a

reavaliação cambial.

Existe, contudo, uma questão que não é possível de aferir a partir da presente observação que é: quem

lidera está relação inversa entre a venda de divisas no mercado e a constituição de reservas livres? Será

que é a constituição de reservas livres a condicionar a oferta de menos divisas no mercado? – Aqui,

fundamentalmente, por via do BNA, como uma acção punitiva – ou é a oferta de divisas do BNA que induz

os bancos comerciais a reduzirem a constituição de reservas? – Potencialmente através de uma maior

liquidação de operações cambiais- São questões que pretendemos abordar de forma mais profunda em

próximos textos.

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7. Mercado Monetário• As operações de troca de liquidez entre os bancos comerciais no mercado monetário interbancário

ascenderam os 1.539 mil milhões Kz no IIIº trimestre de 2020.

• A taxa de juro Luibor Overnight, durante o IIIº trimestre de 2020 atingiu o menor nível desde Março de

2016, ao situar-se em 11,01%.

11

As operações de troca de liquidez entre os bancos

comerciais no mercado monetário interbancário

ascenderam os 2.298,95 mil milhões Kz no IIIº

trimestre de 2020. O montante revela um

incremento de cerca de 20% face ao trimestre

anterior, e 156% quando comparado ao mesmo

período do ano passado. O desempenho sugere, por

um lado o agravamento da politica monetária

restritiva, com o intuito de o Banco Nacional de

Angola garantir a estabilidade dos preços na

economia, por outro lado a introdução da Taxa de

Custódia com impactos directos sobre as taxas de

juro de curto prazo.

As taxas de juro de curto prazo, a Luibor, reduziram

para todas as maturidades ao longo do IIIº trimestre

de 2020. A maior redução verificou-se na Luibor

Overnight que durante o período, situaram-se em

12,50%, uma queda de 2,88 p.p., seguida da Luibor 1

mês com uma redução de 1,12 p.p. para 13,73%.

Analogamente, as menores oscilações verificaram-

se nas Luibor 6, 9 e 12 meses, respectivamente, ao

exibirem um nível de 15,35%, 16,48% e 17,50%, em

cada caso. O comportamento decrescente das taxas

de juro é justificado, essencialmente, pela

necessidade dos bancos desfazerem-se do excesso

de liquidez domiciliados nas suas contas junto do

BNA, sob pena de serem taxados em cerca de 0,1%.

Assim sendo, segundo o Instrutivo nº14/2020 de 04

de Agosto, os bancos devem manter apenas o

equivalente a 3 mil milhões Kz.

O BNA absorveu do mercado cerca de 165,59 mil

milhões Kz, no IIIº trimestre de 2020. As transacções

efectuadas via Facilidade de Absorção de Liquidez a

7 dias representam as primeiras operações, após no

trimestre anterior não se terem registado operações

desta natureza, o que poderá sugerir, uma maior

dispersão da liquidez no mercado. No entanto, para

a maturidade 63 dias, o montante absorvido fixou-se

em 87,15 mil milhões Kz, a uma taxa de 7%.

Gráfico 13 – Operações de permuta de liquidez

(Milhões Kz)

Fonte: BNA

Tabela 03 – Taxa de Juro MMI

Fonte: BNA

172 850

765 600,00

974 100,00 970 100,00

1 328 850,00

1 539 150,00

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

Período Overnight 1 Mês 3 Meses 6 Meses 9 Meses 12 Meses

abr/20 15,50% 15,24% 15,50% 15,82% 16,56% 17,49%

mai/20 15,37% 14,30% 14,81% 14,89% 16,34% 16,90%

jun/20 15,38% 14,85% 15,20% 16,20% 17,16% 18,06%

jul/20 15,40% 15,02% 15,42% 16,21% 17,28% 18,19%

ago/20 14,97% 14,79% 15,28% 16,47% 17,37% 18,30%

set/20 12,50% 13,73% 14,13% 15,35% 16,48% 17,50%

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8. Sector Externo (1/2)• Os constrangimentos impostos pela COVID-19 reflectiram-se sobre o desempenho da conta corrente, que

durante o IIº trimestre apresentou um défice de 1.281,7 milhões USD.

• O saldo da Balança de Pagamento, por sua vez, apesar da ligeira recuperação, manteve-se negativo, ao

situar-se em -707,7 milhões USD.

12

O saldo da Conta Corrente registou um défice de

1.281,7 milhões USD. O desempenho apurado no IIº

trimestre de 2020 representa uma inversão de

saldos positivos apurados desde o IIIº trimestre de

2017, reflexo, essencialmente, da deterioração da

balança comercial em cerca de 66,9%. A queda das

exportações acima das importações influenciou o

desempenho verificado.

As exportações atingiram o menor nível da série

histórica do BNA, que iniciou em 2012. Durante o IIº

trimestre de 2020 o montante arrecadado com as

exportações de bens fixou-se em 3.453,3 milhões

USD, o equivalente a uma redução de 46,9% face ao

período anterior. As exportações do sector não-

petrolífero apresentou uma redução significativa,

cerca de 538%, ao situar-se em 154,6 milhões USD,

sendo o menor nível arrecadado com a exportação

do sector desde 2012. O desempenho do sector foi

consideravelmente penalizado pela exportação do

Mármore, Cimento, Bebidas e Diamante, que

reduziram 97,8%, 80,3%, 66,9% e 55,1%,

respectivamente.

A China manteve-se como principal destino das

exportações petrolíferas no IIº trimestre de 2020. As

exportações para a China situaram-se em 2.421,2

milhões USD, uma redução de 37% face ao período

anterior, sendo que em termos de peso sobre o

total, assistiu-se a um incremento de 11,2 p.p., para

78,1%. A Tailândia, por sua vez, destacou-se como

segundo principal destino das exportações, com

uma quota de 4,4%.

O montante despendido durante o IIº trimestre de

2020 com as importações fixaram-se em 2.110,7

milhões USD. O nível representa uma redução de

13,8% em relação ao trimestre anterior, tal como o

menor montante apurado nos últimos oito anos, o

que poderá ser justificado, em parte, pelo relativo

aumento. As importações do sector não petrolífero

apresentaram uma diminuição de 12%, fixando-se em

1.823,2 milhões USD. A importação de bens

alimentares registou um aumento de 5%, para 542,3

milhões USD, o que representa cerca de 26% do

total importado no período em análise. Importa

ressaltar que as importações de bens de capital

reduziram 13,9%, ao atingirem o nível mínimo de

508,4 milhões USD.

A China e Portugal destacaram-se como principais

fornecedores de produtos no IIº trimestre de 2020.

Apesar da redução trimestral dos montantes

importados nos dois países em 1,5% e 26,7%, tendo

se fixado em 332,2 milhões USD e 263,9 milhões

USD, respectivamente o montante importado em

conjunto destes países representou de 28,2% do

total importado. A nível do continente africano, o

realce recaí para o facto das importações

provenientes da África do sul reduzirem para mais

da metade, ao passar de 145,3 milhões USD no Iº

trimestre para 69,9 milhões USD no período

anterior. O confinamento imposto para mitigação da

contaminação pela COVID-19 contribuiu para a

performance registada.

Descrição IIº T13 IIº T14 IIº T15 IIº T16 IIº T17 IIº T18 IIº T19 IIº T20

Conta Corrente 2.749,5 -493,3 -736,8 -335,5 -1.549,0 977,8 1.883,3 -1.281,7

Saldo da Conta de Bens 10.988,0 9.204,1 4.983,8 4.161,5 4.334,2 5.659,3 6.073,2 1.342,6

Exportações f.o.b. 16.431,5 16.107,1 10.045,4 7.178,3 7.960,8 10.733,9 9.199,6 3.453,3

Importações f.o.b. -5.443,5 -6.902,9 -5.061,6 -3.016,8 -3.626,6 -5.074,6 -3.126,5 -2.110,7

Serviços (Liq) -5.253,3 -6.770,0 -4.012,3 -2.983,4 -3.684,8 -2.732,8 -1.831,3 -1.327,4

Rendimentos (Liq) -2.449,4 -2.312,8 -1.472,1 -1.376,5 -2.074,2 -1.917,3 -2.307,0 -1.259,8

Rend. Secundários (Liq) -535,9 -614,6 -236,3 -137,0 -124,2 -31,5 -51,5 -37,1

Conta de Capital e

Financeira -607,6 -2.542,2 2.445,0 4.217,5 -154,7 -114,6 -1.738,0 -357,5

Conta de Capital 0,1 0,2 2,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0

Conta Financeira -607,8 -2.542,4 2.443,0 4.217,3 -154,7 -114,6 -1.738,0 -357,5

Erros e Omissões -1.508,0 1.431,8 -3.641,8 -3.902,8 -918,8 595,7 -164,7 931,5

Balança Global 633,8 -1.603,7 -1.933,6 -20,7 -2.622,5 1.458,8 -19,4 -707,7

Tabela 04: Balança de Pagamentos 2013-2020 (Milhões USD)

Fonte: BNA

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8. Sector Externo (2/2)• As Reservas Internacionais mantêm tendência decrescente, o que poderá reflectir a moderação da

capacidade de aquisição de moeda estrangeira, devido as oscilações da cotação do crude e das restrições

impostas pela COVID-19.

• O FMI estima que as Reservas Internacionais Líquidas atinjam 8.100 milhões USD até o final do ano

corrente, o que deverá impactar a capacidade de importação.

13

Os termos de troca poderão apresentar uma

degradação significativa. Os dados apresentados

pelo FMI revelam que os termos de troca

apresentem uma degradação de 43,8% no ano

corrente, que compra com a queda de 10,8% em

2019. O desempenho esperado poderá ser

justificado pela performance negativa do preço do

petróleo, que tem impactado as exportações, tal

como o reduzido grau de diversificação da

economia e as restrições impostas pela COVID-19.

A Conta Capital e Financeira apresentou um défice

de 357,5 milhões USD. Apesar de manter-se em

terreno negativo, o saldo apurado no IIº trimestre de

2020 registou uma melhoria quando comparado ao

período anterior em que se fixou 1.453 milhões USD.

A moderação do défice da rubrica Capitais do Médio

e Longo prazo líquido (reflexo da redução dos

desembolsos e das amortizações) aliado ao

aumento dos Outros Capitais líquidos. Em termos de

percentagem sobre o PIB, o défice da conta passou

de 8,1% no Iº trimestre para 2,8% no período

seguinte.

As Reservas Internacionais Líquidas atingiram um

digito. As RIL’s encerraram o IIIº trimestre em 9.297

milhões USD, o equivalente a uma redução de 10,5%

face ao trimestre anterior. A tendência decrescente

deverá manter-se, se levarmos em consideração as

projecções apresentadas pelo FMI que apontam

para um nível de 8.100 milhões USD em 2020 e

7.782 milhões USD no ano seguinte. De acordo com

a instituição de Bretton Woods os níveis de RIL´s

apenas voltarão a atingir os dois dígitos em 2023.

As Reservas Internacionais Brutas apuradas no IIIº

trimestre permitiam a cobertura de 11,54 meses de

importações. As RIB´s fixaram-se em 15.360,86

milhões USD, o que representa uma redução de 1,3%

quando comparado ao trimestre anterior. O nível

apurado permite a cobertura de 11,54 meses de

importações, uma ligeira redução quando

comparado aos 11,69 meses registados no IIº

trimestre de 2020. O FMI projecta um nível de

15.582 milhões USD em 2020, o que permitiria a

cobertura de 10,6 meses de importação.

Gráfico 15 – Reservas Internacionais Líquidas

Gráfico 14 – Termos de troca (%)

-10.8

-43.8

11.3

3.0

8.3

2019 2020 2021 2022 2023

Fonte: FMI Third Review

8,000

13,000

18,000

23,000

28,000

Fonte: BNA, valores em Mil Milhões USD

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9. Mercado Cambial• A moeda nacional continua o processo de depreciação, tendo ao longo do IIIº trimestre depreciado 7%

face ao dólar, uma aceleração de 3 p.p. face ao desempenho do período anterior.

• A tendência deverá manter-se ao longo dos próximos três anos, com a taxa de câmbio média implícita, do

Fundo Monetário Internacional, a situar-se em 767,145 Kz por unidade de dólar, em 2023.

14

A moeda nacional depreciou 6,7% face ao dólar

norte-americano, no IIIº trimestre do ano corrente. A

taxa de câmbio durante o período em análise fixou-

se em 620,210 Kz por unidade de dólar. Em termos

acumulados, o Kwanza perdeu cerca de 22% do seu

valor face ao dólar, ao longo dos primeiros nove

meses do ano corrente, o que corresponde a uma

aceleração de 4 p.p., quando comparado ao período

homólogo. Relativamente, a moeda única europeia,

o Kwanza acumulou depreciação de 26% desde o

início do ano, uma aceleração face os 15% registado

em igual período de 2019.

No mercado informal continua a se assistir a

depreciação da moeda. O dólar encerrou o IIIº

trimestre com uma cotação de 800 Kz por unidade

da moeda norte-americana e 910 Kz por unidade de

euro. Importa ressaltar, que no início do ano

corrente as moedas estiveram cotadas em 632 e

668 Kz por unidade, respectivamente. O mercado

informal, apesar de ilegal, continua a satisfazer parte

da procura, que por razões preferências insistem em

arriscar-se nas operações no mercado informal.

O FMI apresentou uma taxa de câmbio média

implícita de 767,145 Kz por unidade de dólar em

2023. As previsões apontam para a manutenção do

processo de depreciação da moeda, durante os

próximos três anos, no entanto a um ritmo cada vez

menor. A entrada de novos ofertantes no mercado

(empresas diamantíferas e o Tesouro Nacional)

aliado a redução da procura por moeda estrangeira,

em linha com o processo de substituição de

importações, poderá contribuir para a moderação

da depreciação estimada.

O BNA comercializou durante o IIIº trimestre o

equivalente a 1.139 milhões USD. O nível representa

um incremento de 27,5% face ao trimestre anterior,

mas uma redução de 36,8% quando comparado ao Iº

trimestre do ano corrente.

O Banco Central manteve o compromisso de

actualização das regras de procedimento no

mercado cambial. O BNA através do Aviso Nº

17/2020 de 03 de Agosto estabeleceu a

obrigatoriedade de abertura de uma conta de não

residente cambial numa Instituição Financeira

Bancária sedeada em Angola, por parte dos

trabalhadores estrangeiros não residentes cambias

que exerçam uma actividade remunerada no país, na

qual deverão ser domiciliados os seus rendimentos.

A obrigatoriedade mencionada não excluí a

possibilidade de transferência dos rendimentos

obtidos ao abrigo do contrato de trabalho, de

Angola para o estrangeiro. Esta medida poderá

contribuir para a dinamização das operações

cambiais, tal como a arrecadação de receitas.

Gráfico 17 – Venda de Divisas

Fonte: BNA, valores em milhões USD

Gráfico 16 – Variação Cambial

Fonte: BNA

-30%

-20%

-10%

0%

10%

mar/17 out/17 mai/18 dez/18 jul/19 fev/20 set/20

EUR/KZ USD/KZ

2,143.2 2,156.2

2,549.3 2,503.4

1,688.0

894.0

1,147.0

I T II T III T IV T

2019 2020

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10. Mercado de Capitais• O montante transaccionado no mercado secundário de dívida pública registou uma redução de 16%, ao

longo do IIIº trimestre do ano corrente.

• O fim da operacionalização da linha de liquidez disponibilizada pelo BNA para a compra de títulos de

dívida pública às empresas justificam a desaceleração trimestral apurada.

15

Durante o IIIº trimestre de 2020 o montante

transaccionado no mercado secundário fixou-se em

283.794 milhões Kz. O nível representa uma

redução trimestral de 16,3%, o que poderá reflectir o

fim da operacionalização da linha de liquidez

disponibilizada pelo BNA para a compra de títulos

de dívida pública às empresas. Porém, na

comparação face ao período homólogo verificou-se

um incremento de 31,7% reflexo da manutenção da

profundidade do mercado, tal como o incremento

da literacia financeira.

Entre os instrumentos negociados as Obrigações do

Tesouro representaram quase 100%. A manutenção

depreciação da moeda poderá justificar a apetência

dos investidores por Obrigações do Tesouro

indexadas à taxa de câmbio, que durante o período

em análise representaram 63%, apesar da

moderação do montante em 7%. Paralelamente, as

Obrigações do Tesouro não reajustáveis

corresponderam a 37%, ao situar-se em 104.944,94

milhões Kz. As Unidades de Participação do BFA e a

Obrigações Privadas negociaram perto de 3,69

milhões Kz.

O montante negociado por ano de vencimento

revela uma concentração nos títulos com

maturidade até 2022. Cerca de 76% do montante

negociado de títulos de dívida pública durante o IIIº

trimestre apresentaram vencimento até 2022, sendo

que 29% deverão vencer já em 2021. Destaca-se que

para títulos com vencimento a partir de 2024, o

montante negociado fixou-se perto dos 15%, o que

poderá estar associado as incertezas da evolução

do mercado no médio prazo.

Os investidores particulares representam 15%, um

aumento de 0,30 p.p., nos primeiros oito meses de

2020, face ao período homólogo. O perfil

conservador dos investidores particulares aliado a

reduzida diversificação do portfólio de investimento

justificam o desempenho apurado. Apesar da

emissão de uma obrigação corporativa e o registo

de unidade de participação, os títulos de dívida

pública continuam a representar a maior parte da

carteira dos investimentos particulares.

No mercado internacional, entre os meses de Julho

a Setembro, as yields dos Eurobonds seguiram

tendência ascendente na generalidade das

maturidades. As taxas exigidas pelos investidores

para aquisição dos Eurobonds nas diversas

maturidades apresentaram crescimento entre 0,53

p.p. e 0,91 p.p.. O desempenho reflecte o

comportamento da cotação internacional do crude

(principal fonte de arrecadação de receitas), que

durante o período em análise reduziu cerca de

0,49%, fixando-se em 40,95 USD/barril. Destaca-se

que as yields exigidas se situaram acima dos 11%.

Gráfico 18 – Transacções no mercado secundário

Fonte: BODIVA

Gráfico 19 – Negócios realizado p/ ano de

vencimento

Fonte: BODIVA, valores em Mil Milhões Kz

208.38218.67 215.45

231.61

288.13

339.02

283.79

Iº T IIº T IIIº T IVº T

2019 2020

26%

29%

21%

10%

14%

0%

2020 2021

2022 2023

2024 2025

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11. Sector Bancário• O Capital e Reservas dos bancos comerciais ascendeu os 1.802,59 mil milhões Kz no IIIº trimestre de 2020.

• As taxas de Juro dos Empréstimos a particulares em moeda nacional para a maturidade de até 180 dias

fixou-se em 16,63% em Setembro de 2020

16

O Capital e Reservas dos bancos comerciais

ascendeu os 1.802,58 mil milhões Kz no IIIº trimestre

de 2020. O montante representa uma redução

trimestral de 10,04%, mas um incremento homólogo

de 1,56%, o que poderá sugerir a necessidade das

instituições financeiras bancárias reforçarem a sua

estrutura de capital como forma de enfrentarem os

variados desafios impostos pela propagação do

Coronavírus.

O Total do Activo da banca comercial situou-se em

20.727,89 mil milhões no IIIº trimestre de 2020. O

desempenho revela um aumento de 4,47% em

relação ao trimestre anterior, resultante dos

aumentos dos Empréstimos e Títulos de dívida

pública, na ordem dos 8,15% e 5,85%, ao situarem-se

em 5.687,29 mil milhões Kz e 6.753,52 mil milhões

Kz, respectivamente. Em termos de peso, destaca-

se o facto de que 32,58% dos activos dos bancos é

composto por Títulos de dívida (+0,43 p.p.), ao

passo que os Empréstimos representaram 27,44%,

um incremento de 0,93 p.p..

Os depósitos corresponderam a cerca de 65,49% do

total dos passivos no último trimestre. Durante o

período em análise, os depósitos fixaram-se em

13.574,30 mil milhões Kz, um incremento trimestral

de 3,31% e pouco mais de 29,28% face ao período

homólogo quando situou-se em 10.500,12 mil

milhões Kz. Neste sentido constata-se que os

depósitos, apesar dos actuais constrangimentos

macroeconómicos, continuam a assumir-se como a

principal fonte de captação de recursos por parte

dos bancos, com os depósitos a prazo a

representarem 44,91% do total dos depósitos.

A taxa de Juro dos Empréstimos a particulares em

moeda nacional para a maturidade de até 180 dias

fixou-se em 16,53% em Setembro de 2020. O nível

representa uma redução trimestral e homóloga de

3,28 p.p. e 2,60 p.p., respectivamente, o que poderá

sugerir, por um lado a redução da procura por parte

dos mutuários, e por outro lado, da continuidade

dos programas do Governo de acesso ao crédito.

Por sua vez, a taxa dos Empréstimos a particulares,

igualmente em moeda nacional, mas na maturidade

de “181 dias a 1 ano” situou-se em 19,70%, um

aumento de 2,45 p.p. em termos trimestrais, e 1,03

p.p. na sua comparação homóloga.

As taxas de Juro dos depósitos a prazo para mais 12

meses situaram-se em 15,09% no IIIº trimestre de

2020. O registo revela um incremento trimestral de

5,11 p.p., reflexo da necessidade se de atrair novos

clientes para os bancos, com vista a melhorar a

estrutura de funding dos bancos. Neste sentido, vale

lembrar que a elevação das taxas de juro passivas,

numa altura de restrição da política monetária,

poderá ser desafiante para os bancos comerciais,

por uma questão de equilíbrio do seu balanço.

Gráfico 21 – Estrutura dos Activos do Sistema

Bancário

Fonte: BNA

Gráfico 20 – Capital e Reservas (Milhões Kz)

Fonte: BNA

1.413.987

1.297.655

2.003.8041.964.775

1.716.620

1.815.871

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

31% 31% 27% 27% 27% 27%

29% 29% 32% 33% 33% 33%

40% 40% 40% 39% 40% 39%

abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20

Empréstimos Títulos de Dívida Outros activos

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12. Indicadores Sociais• A taxa de emprego continua a apresentar tendência de aumento no sector informal da economia, tendo no

IIº trimestre concentrado perto de 80,1% do total dos empregos disponíveis na economia.

• A taxa de pobreza multidimensional em Angola é sentida por 54% da população, segundo os últimos

dados publicados pelo INE.

17

A taxa de desemprego do IIº trimestre fixou-se em

32%. Segundo dados do INE, a população

desempregada foi estimada em 4.737.747 pessoas,

sendo 2.041.215 eram homens e 2.696.531 mulheres.

Com efeito, a taxa de desemprego na população de

15 ou mais anos foi estimada em 32,7%, um aumento

de 0,07 p.p., quando comparado ao período

anterior, sendo 35,1% para mulheres e 30% para

homens. A taxa de desemprego na zona urbana foi

de 46,6% cerca de 3 vezes superior à área rural que

se fixou em 14,7%. Por outro lado, o sector da

Agricultura, Produção animal, Caça, Floresta e Pesca

com uma taxa de empregabilidade de 59,3%

representa o principal sector de empregabilidade do

país. Destaca-se que 80,1% da população

empregada estava ligada ao sector informal da

economia.

A taxa de desemprego jovem fixou-se em 50,8% no

IIº trimestre de 2020. O desempenho representa

uma desaceleração trimestral e homóloga de 7 p.p.

e 4,1 p.p., respectivamente, em linha com a redução

população desempregada em 20,1% e o aumento da

população empregada em 5,9%. Paralelamente,

assistiu-se a uma redução da população

economicamente activa, entre os 15 e 24 anos, de

9,1%. Importa ressaltar que a taxa de emprego nesta

faixa etária fixou-se em 37%, abaixo dos 58,9% da

taxa global.

O número de pessoas a testarem positivo ao

COVID-19 aumentou no último trimestre. A

propagação da COVID-19 pelo mundo tem causado

impactos relevantes à economia, à mobilidade das

pessoas e às estruturas sanitárias dos países. Em

Angola, os primeiros dois casos positivo foram

declarados no dia 21 de Março de 2020. E com o

intuito de reduzir a possibilidade de propagação, no

dia 26 de Março de 2020 foi declarado o Estado

Emergência, tendo sido prorrogado por três vezes e

depois passado para a Situação de Calamidade

Pública. Até o fecho do IIIº trimestre o país tinha

registado 4.797 casos positivos de COVID-19, acima

dos 367 casos de Junho último, enquanto rácio de

mortes por casos positivos passou de 3% em Julho

para 3,7% em Setembro.

A pobreza multidimensional em Angola fixou-se em

54% da população em 2020. Segundo os estudos

do INE em cada 10 pessoas mais de 5 têm privações

no acesso à educação, serviços de saúde, têm

reduzida qualidade de vida e enfrentam dificuldades

no acesso ao emprego. A incidência é mais

pronunciada entre as regiões do interior e do Sul do

país. Destaca-se que o país se comprometeu em

erradicar a fome e a pobreza extrema até 2030, em

linha com os Objectivos de Desenvolvimento

Sustentável (ODS) e tem empreendido esforços

para alcance das metas definidas, esforços que tem

sido condicionado pelo reduzido espaço fiscal e

pela da manutenção de taxas de crescimento

negativas do PIB desde 2016.

O país matriculou no ano lectivo de 2020 perto de

13,7 milhões de estudantes. Os números avançados

pelo Presidente da República no seu habitual

discurso sobre o Estado da Nação davam conta que

para o ensino geral e para o primeiro e segundo

ciclo foram disponibilizados 16,1 e 11,8 mil salas de

aulas, respectivamente, o que de forma agregada

permite que o país detivesse em 2020, perto mais

de 167 mil salas de aulas, tendo sido admitidos mais

de 3,1 milhões de alunos, num universo de 13,7

milhões de alunos matriculados.

O Banco Mundial deverá incrementar o orçamento

do combate à pobreza em 500 milhões USD. O

Projecto de Desenvolvimento do Sector de Águas

(PDISA), financiado pelo Banco Mundial com uma

linha de 150 milhões USD, tem em vista a abertura

de outra linha avaliada em 500 milhões USD, que

permitirá prosseguir-se com a cifra de mais de 25

mil ligações domiciliares efectuadas em cada uma

das províncias abrangidas. Destaca-se que o país

tem uma taxa de pobreza monetária fixada em

40,6%, segundo dados do INE, enquanto o Banco

Mundial estima que com a propagação da COVID-19

o país possa registar uma taxa de 52% até do fecho

de 2020.Tabela 05 – Estatísticas sobre o emprego desemprego IIº Trimestre

2020

Fonte: INE 2020

Categoria Total Formal Informal Urbano Rural Homens Mulheres

Taxa de emprego

Global 58,9 19,9 80,1 43,7 82 61,6 56,6

Jovem 23,4 76,6 - - - -

Taxa de desemprego

Global 32,7 - - 46,6 14,7 30 35,1

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13. Ambiente de Negócios• O país apresenta relevantes desafios na protecção do direitos de propriedade, tendo sido classificado

como o quarto país mais desafiante num universo de 129 países avaliados em 2019.

• Os montantes de Investimentos externos captado no IIº trimestre registaram reduções significativas, em

linha com a actual conjuntura desafiante.

18

O país ficou classificado na 4ª posição em matéria

de protecção do Direito de Propriedade. A

classificação do país fixou-se em 126ª posição, numa

avaliação de 129 países, acima de Yemen, Haiti e

Venezuela que ocupam as últimas posições. O

índice que é composto de três componentes –

Contexto Político, Protecção de Propriedade Física

e o indicador de Proteção de Propriedade

Intelectual -, Angola teve uma classificação de 3,116

pontos numa escala de 0 a 10, penalizada pelo

contexto político (2,822 pontos), seguida pela

protecção da Propriedade Intelectual (2,930

pontos) e pela Protecção da propriedade Física

(3,595 pontos). Dar nota que é a primeira vez que o

país aparece no índice.

O sistema jurídico de Angola poderá contar com

uma sala de Comércio nos próximos tempos. Numa

intenção de acelerar o processo de especialidade

judicial em curso nos tribunais do País, o Ministério

da Economia e o BNA acertaram com os tribunais a

preparação das condições materiais e humanas para

o surgimento da primeira Sala de Comércio,

Propriedade Intelectual e Industrial no Tribunal da

Comarca de Luanda, onde se perspectivam ser

resolvidos com maior celeridade e assertividades os

processos de insolvência, recuperações de

empresas, acções de declaração de inexistência,

nulidades, anulações de contrato, um passo

fundamental para a melhoria do ambiente de

negócios.

O Clima Económico registou redução no IIº

trimestre de 2020. O INE publicou as expectativas

dos empresários sobre a evolução da economia no

curto prazo. O cenário permanece desafiante, sendo

que as perspectivas mantêm-se em terreno

negativo, ao se fixarem em -21 pontos, acima dos -15

pontos do Iº trimestre de 2020. O desempenho é

justificado, na sua generalidade, pela reduzida

expectativa de recuperação da economia, depois

dos empresários terem identificado que os

problemas ligados ao acesso ao crédito, os custos

de reposição das peças, a reduzida procura interna

e a alta dos preços poderão permanecer no curto

prazo e condicionar a capacidade de produção.

O PROPIV poderá render mais de 1.000 milhões

USD para os cofres do Estado. Segundo notas do

Governo, o Tesouro poderá encaixar até mil milhões

USD com o programa de privatizações em curso no

país, onde estão inscritos 195 activos e

participações do Estado. Destaca-se que o IGAPE

procedeu, no dia 22 de Setembro, à assinatura de

contratos de adjudicação de 9 activos incluídos nos

concursos públicos de privatização de unidades

industriais localizadas na Zona Económica Especial

e de 3 unidades têxteis localizadas em três

províncias do país. O valor global dos contratos de

adjudicação foi fixado em 34 mil milhões de

Kwanzas.

O país manteve um nível de integração económica

abaixo da média da SADC, em 2019. Angola ficou

classificado na décima quinta posição, com 0,226

pontos – numa escala de 0 a 1 - no nível de

integração, acima apenas da República Democrática

do Congo. A classificação ficou penalizada pela

actual dimensão macroeconómica em que o país

enfrenta, o que o colocou em último lugar. Na

integração comercial fixou-se na décima quarta

posição. Relativamente à integração na dimensão

da “Liberdade de Movimentação das Pessoas”,

“Produtividade” e “Infra-estruturas”, o país ficou

classificado na oitava posição para os dois primeiros

critérios e na décima posição para o último. Não

obstante, em termos genéricos a performance do

país é baixa e está longe da média da região fixada

em 0,337 pontos, com a África do Sul a liderar o

ranking com 0,667 pontos.

Tabela 06 – Índice de Integração Económica em

Angola, em pontos

Fonte: Doing Business, Banco Mundial, 2020

Dimensão de Integração Angola SADC

Integração regional total 0,226 0,337

Integração comercial 0,197 0,34

Integração da Produtividade 0,278 0,239

Integração Macroeconómica 0,093 0,422

Integração de infrastrutura 0,107 0,214

Liberdade de movimentação de

pessoas0,461 0,49

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Ambiente de Negócios

19

PROPRIV : ADJUDICADOS CONTRATOS AVALIADOS EM 34 MIL MILHÕES DE KWANZAS

O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) procedeu, no dia 22 de Setembro, à

assinatura de contratos de adjudicação de 9 activos, incluídos nos concursos públicos de privatização de

unidades industriais localizadas na Zona Económica Especial (ZEE) e de 3 unidades têxteis localizadas em três

províncias do país.

A alienação dos activos resulta dos Concursos Públicos Nºs 1 e 3, ambos lançados pelo IGAPE no IIº trimestre

de 2020, no âmbito do Programa de Privatizações. Dos 10 activos, 6 foram alienados definitivamente a

empresas angolanas e as restantes 3 foram adjudicadas em regime de cessão do Direito de Exploração e

Gestão de Unidades Industriais Têxteis a uma empresa angolana (IEP) e a uma entidade do Zimbabwe

(BAOBAB). Para a 2ª fase de privatização de activos localizados na Zona Económica Especial, foram assinados

contratos no valor de cerca de 19 mil milhões de Kz, que correspondem às seguintes adjudicações:

Conforme já referido, para as unidades industriais têxteis Textang (Luanda), Comandante Bula, ex-SATEC,

(Kwanza-Norte) e África Têxtil (Benguela), o objectivo foi adoptar a modalidade de cessação do direito de

exploração e gestão. Esta modalidade, nos termos da Lei de Bases de Privatização, prevê o pagamento de um

valor fixo anual, uma componente variável em função das receitas a serem geradas e uma opção de compra no

final do tempo contrato em condições a serem contratadas entre as partes. Assim, o valor global da

componente fixa é de cerca de 16 mil milhões de Kz, que serão pagos anualmente entre os períodos de 8 a 15

anos, conforme se indica na tabela abaixo. Caso os investidores decidam exercer a opção de compra, o valor

total de alienação das três unidades será de 268 mil milhões Kz.

A BAOBAB Coton Group, com sede no Zimbabwe, venceu o concurso para cessão do direito de exploração e

gestão das unidades Comandante Bula, ex-SATEC, (Kwanza-Norte) e África Têxtil (Benguela). Relativamente à

Comandante Bula, ex-SATEC, o valor anual fixo é de cerca de 311 milhões de Kz, a ser pago num período de 15

anos, com pagamentos variáveis de 5% sobre o valor das receitas anuais. O investidor poderá exercer a opção

de compra depois de 10 anos e até ao fim do contrato, sendo o valor de compra avaliado em mais de 100 mil

milhões de Kz, descontados os valores pagos até ao momento do exercício da opção de compra.

Quanto à África Têxtil, cujo direito de exploração e gestão foi adjudicada à IEP, o valor anual fixo é de cerca de

268 milhões de Kz, por um período de 15 anos. A componente variável calculada sobre as receitas anuais é de

5%. A opção de compra poderá ser exercida depois de 10 anos, sendo o valor de pouco mais de 100 mil

milhões de Kz, descontados dos valores pagos até ao momento do exercício da opção de compra.

A unidade industrial Textang II, localizada em Luanda, foi adjudicada à empresa IEP. A componente fixa anual

do contrato é de 875 milhões de Kz a serem pagos num período de 8 anos. Os pagamentos variáveis serão de

6% sobre o valor anual das vendas. A opção de compra será exercida em 8 anos, sendo o valor definido 59 mil

milhões de Kwanzas.

Unidade Industrial Investidor Valor em Kz

GALVAGANG – Industrial de

Galvanização a quente

Anglobal – Comércio, Indústria e

Serviços, Lda1,885,414,410.00

VEDATELA – Indústria de Vedações de

AramesFerpinta – Angola, Lda 4,500,000,000.00

INDUPLAST – Indústria de Sacos de

PlásticoAngolalbox, Lda 1,022,548,478.00

MANGOTAL - Indústria de Torres

Metálicas

Anglobal – Comércio, Indústria e

Serviços, Lda6,607,816,020.00

INDUCARPIN - Indústria de Carpintaria Emadel, Lda 2,475,708,300.00

ABSOR - Indústria de Absorventes Nelt Angola, Lda. 2,343,890,632.00

Unidade Industrial InvestidorComponente

Fixa Anual

Componente Variável

(% indexada às

receitas anuais)

Preço de Opção de

Compra

Período para o Exercício

da Opção de Compra

Textang II IEP 875,323,500.00 6,0% 59,000,000,000.00 8º ano

Comandante Bula

Ex-SATECBAOBAB 310,946,383.83 5,0% 104,311,490,000.00 Entre 10º e 15º ano

Áfrical Têxtil BAOBAB 267,931,890.38 5,0% 104,311,490,000.00 Entre 10º e 15º ano

Fonte: IGAPE

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14. Outras Economias Africanas

• A África Subsariana deverá contrair 3,0% em 2020, segundo previsões do FMI, um desagravamento de 0,2

p.p. face as estimativas de Junho.

• A entrada de IDE para o continente africano poderá contrair entre 25% e 40% em 2020, de acordo às

estimativas da UNCTAD, como reflexo da propagação da COVID-19.

20

A taxa de crescimento da África Sub-sariana poderá

se fixar em -3,0% em 2020, segundo o FMI. As

perspectivas avançadas representam uma revisão

em baixa de 0,2 p.p. face às estimativas de Julho de

2020, em linha com a moderação da taxa de

infecção pela COVID-19 pelo continente, o que terá

contribuído para a moderação das medidas de

confinamento previsto. Paralelamente, a

recuperação dos preços das commodities com a

reabertura das economias e o restabelecimento da

mobilidade interna tem contribuído no incremento

das expectativas da evolução da economia da

região. Por outro lado, o FMI estima que a taxa de

inflação se fixe em termos médios em 10,6% uma

aceleração face os 8,5% do ano anterior, reflexo da

aceleração dos preços na generalidade dos países.

O PIB per capita da África Sub-sariana poderá

regredir para os níveis de 2007. As expectativas de

contracção de 3,3% das economias da região,

previstas pelo Banco Mundial – A primeira

contracação em 25 anos -, poderão condicionar os

ganhos adquiridos pelos países africanos nos

últimos anos e empurrar mais de 40 milhões de

africanos para a extrema pobreza, condicionar o

processo de criação de um capital humano

consistente com as necessidades do continente e

condicionar o processo de ensino-aprendizagem de

perto mais de 256 milhões de estudantes. O Banco

Mundial avança que este desempenho poderá custar

até 166 mil milhões USD ao continente, reflexo das

contracções em economias com elevada exposição

ao comércio externos - Exportação de commodities

e do sector do turismo – e de reduzida

diversificação da estrutura produtiva e fraco espaço

fiscal. Neste ponto, as organizações multilaterais

propuseram o adiamento do pagamento do serviço

da dívida de 28 países da região avaliada em 6.389

milhões USD.

Os países africanos continuam a desenvolver

esforços para a implementação da ZLCA em 2021.

Depois de aprovada por mais de 50 países da

região, abertura dos países ao comércio foi adiada

para Janeiro de 2021 em virtude dos desafios

impostos com a COVID-19. A nível regional, tem se

assistido relevantes esforços para o incremento dos

níveis de integração, tendo a região central, a

melhor posicionada com 0,537 pontos, seguida pela

a região central com 0,442 pontos. A região austral

do continente (SADC) apresentou classificação mais

desafiantes com 0,337 pontos.

A taxa de crescimento trimestral da África do sul

fixou-se em -51,0% no IIº trimestre de 2020. O

desempenho reflecte as medidas de confinamento

impostas no país e compara com a contracção de

1,8% do trimestre anterior. Em termos e

contribuição, do lado oferta, o sector da

manufactura e do comércio contribuíram em 10,8

p.p. e 10,5 p.p., respectivamente. Do lado da

procura, o desempenho da economia foi penalizado

pela contracção dos gastos privado e da Formação

Brutal de Capital em 30,8 p.p. e 11,5 p.p.,

respectivamente. Paralelamente, a taxa de

desemprego recuou, ao se fixar em 23,3% abaixo

dos 30% do Iº trimestre, reflexo da redução do

número de pessoas à procura de emprego em

virtude das medidas de confinamento impostas. Por

outro lado, a taxa de inflação até Agosto fixou-se

em 3,1% abaixo dos 4,3% do período homólogo.

A taxa de crescimento do Ruanda referente ao IIº

trimestre 2020 fixou-se em 12,4%. O desempenho

compara com o crescimento de 3,6% do trimestre

anterior e representa o primeiro desempenho

negativo da economia desde 2007, reflexo da

contracção do sector dos serviços em 16%,

contracção da produção industrial em 19%,

enquanto a actividade agricultura contraiu 2%. O

desempenho tem sido marcado pela expansão da

COVID-19.

Fonte: Perspectivas Económicas Regionais, FMI,

Outubro 2020

Tabela 07 – Crescimento da economia (%)

Taxa de Crescimento 2019 2020 2021

África subsariana 3,2 -3 ,0 3,1

África do Sul 0,2 -8,0 3

Nígeria 2,2 -4,3 1,7

Ruanda 9,4 2,0 6,3

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Outras Economias Africanas

21

Integração Económica de África, 2019

O continente fez aprovar em 2019 a Zona de Livre Comércios de África (ZLCA) que poderá entrar em funcionamento

em 2021, tendo a participação de 50 dos 54 países do continente até Junho de 2020, numa iniciativa que via elevar o

nível de cooperação entre os países e incrementar a trocas comerciais inter e intra-africana. A decisão para o

adiamento da entrada em funcionamento, que estava prevista para 2020, foi condicionada pela propagação da

COVID-19 pelo continente.

Segundo estimativas, o acordo comercial poderá fazer da ZLCA a maior área de livre comércio do mundo, com mais

de 1,2 mil milhões habitantes, um PIB combinado de 3,3 biliões USD e detentora da população mais jovem do mundo.

Estas potencialidades poderão ser melhores aproveitas pelos 50 países, desde que se criem as condições estruturais,

de modos a tirar os benefícios dos alargamentos dos mercados e o incremento da concorrência, o que demanda para

além da remoção das barreiras alfandegárias e não alfandegarias, a criação das condições de mobilidade interna, maior

integração internas dos processos produtivos e a redução dos desequilíbrios macroeconómicas internos.

Pela dimensão do continente e pelos desequilíbrios estruturais que os diferentes países enfrentam, o processo de

integração tem sido feito de forma particular nas oito regiões de integração – SADC, ECOWAS, CEN-SAD, COMESA,

ECCAS, IGAD, EAC e AMU -, sendo que a evolução tem sido acompanhada pela União África dentro da Agenda 63,

tendo em 2016, com a parceria do Banco Africano de Desenvolvimento apresentado a primeira edição do Índice de

Integração Regional (IIR). A segunda edição do Índice de Integração Regional, uma publicação conjunta entre a

Comissão da União Africana, Banco Africano de Desenvolvimento e a Comissão Económica das Nações, apresentou

pistas sobre a evolução dos níveis de integração do continente de pois de ter feito a primeira edição em 2016.

O índice leva em consideração cinco dimensões de integração: i) integração comercial, ii) integração produtiva, iii)

integração macroeconómica, iv) integração infra-estruturais e a v) livre circulação de pessoas. Onde os valores variam

entre 0 – Não integrado – e 1 melhor integrado. O índice mostra que o comércio e a integração macroeconómica do

continente avançam em um ritmo razoável, mas a necessidade de melhorar a conectividade da infra-estrutura,

capacidade produtiva e o movimento de pessoas através das fronteiras.

O Índice de integração Regional da África referente o ano de 2019 fixou-se em 0,327 o que revela que o nível de

integração do continente ainda é baixo – O nível mais alto é de 1 -, sendo penalizado, fundamentalmente, pela

integração na dimensão da produtividade e da infra-estrutura, tendo que 25 países avaliados no índice têm um

desempenho baixo (Classificação abaixo de 0,33 pontos), 9 países têm um desempenho médio (Entre 0,33 e 0,66

pontos), enquanto 20 países têm um bom desempenho (acima dos 0,66 pontos). Em termos desagregados, das oito

regiões avaliadas pelo índice em 2019, a EAC – composta pelo Quénia, Uganda, Ruanda, Tanzânia, Burundi e Sudão do

Sul, apresenta o melhor desempenho tendo se fixado em 0,537 pontos. Paralelamente, a SADC apresenta-se como a

região com o desempenho mais desafiante tendo se classificado em 0,337 pontos.

De forma individual, o índice captou a África do Sul como o país melhor integrado em todo continente ao se classificar

com uma classificação de 0,625 pontos com as seguintes classificações para a Dimensão Comercial (0,542), Dimensão

macroeconomia (0,630), dimensão da produtividade (0,993), dimensão da movimentação das pessoas (0,224) e

integração nas infra-estruturas (0,893 pontos). Por seu turno, a República do Sudão do Sul apresenta a pior

classificação no continente com 0,147 pontos.

Fonte: Africa Regional Integration Index

Região/MédiaIntegração

regional totalIntegração comercial

Integração da

Produtividade

Integração

Macroeconómica

Integração de

infra-estrutura

Liberdade de

movimentação de

pessoas

SADC 0,337 0,34 0,239 0,422 0,214 0,49

EOWAS 0,425 0,438 0,22 0,469 0,298 0,733

CEN-SAD 0,377 0,377 0,256 0,441 0,302 0,508

COMESA 0,367 0,445 0,328 0,365 0,317 0,385

ECCAS 0,442 0,357 0,323 0,684 0,373 0,469

IGAD 0,438 0,444 0,321 0,423 0,48 0,54

EAC 0,537 0,44 0,434 0,66 0,555 0,664

AMU 0,438 0,481 0,449 0,571 0,509 0,438

Africa 0,327 0,383 0,201 0,399 0,22 0,441

Tabela 01 – Dimensão da Integração em África, 2019

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15. Anexos

22

Fonte: BNA, OPEP, INE

Anexo 1 – Taxa de Inflação (%)

Fonte: INE

Anexo 2 – Indicadores monetários e cambial

INDICADORES2017 2018 2019 2020

Dez Nov Dez Jul Ago Set Out Nov Dez Março

TAXA DE CÂMBIO (MÉDIA)

USD/Kz165,9 310,5 308,6 349,5735 362,0025 378,0295 496,6355 491,248 482,227 536,7

EUR/Kz185,4 352,6 353 389,669 399,7225 412,827 554,096 540,6175 540,817 588,6

TAXA DE JURO CRÉDITO (181 D A 1 ANO %)

Empresas

Moeda Nacional16,12 19,28 33,81 13,92 18,5 20,14 16,08 18,75 22,06 16,48

Moeda Estrangeira 8,45 9,5 14n.d. n.d.

12n.d n.d 10 10

PARTICULARES

Moeda Nacional 17,7 16,1 20,5120,43 20,03 19,11 19,73 18,62 19,83 21,1

Moeda Estrangeira 10,48 20 14n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 10

TAXA DE DEPÓSITOS (181 D A 1 ANO %)

Moeda Nacional 4,28 8,35 8,237,32 7,97 6,27 8,24 7,85 8,83 8,54

Moeda Estrangeira 2,51 1,96 2,261,88 1,93 1,8 1,9 2,49 2,47 1,72

Agregados Monetários (Kz)

M1 3.732,10 3.957,60 4.089,104.458,42 4.692,04 4.375,85 4.940,72 5.074,52 4.939,36 5232,3

M2 6.517,60 7.946,20 7.844,408.356,03 8.764,63 8.730,79 10.248,115 10.220,31 10.214,36 10502,5

M3 6.521,70 7.950,90 7.853,808.362,41 8.771,14 8.737,44 10.255,37 10.227,62 10.219,11 10507,4

Taxa Básica (End Period, %)18 16,5 16,5 15,5 15,5

15,515,5 15,5 15,5 15,5

Taxa Inflação (End Period,

Y/Y,%) 26,26 17,77 18,21 17,59 17,9 16,5216,46 16,57 17,06 19,03

Reservas Internacionais

(Milhões USD)13.343,4 11.902,10 10636,1 10.401,59 10.807,78 10.102,22 10.180,22 12.362,40 11.711,76 10932,15

Produção Petrolífera (MB/D) 1,63 1,5 1,49 1,39 1,39 1,4 1,36 1,28 1,41 1,4

Classes Peso2018 2019 2020

T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1 T2

01. Alimentação e Bebidas

não Alcoólicas 44,0 0,8 1,2 1,3 1,6 1,3 1,2 1,4 1,9 1,5 2,6

02. Bebidas Alcoólicas e

Tabaco 2,7 0,6 1,3 1,4 2,0 1,1 0,9 1,5 1,9 1,1 2,3

03. Vestuário e Calçado 6,5 1,7 1,5 1,9 1,8 1,1 0,9 1,7 1,7 1,0 1,1

04. Habitação, Água,

Electricidade e

Combustíveis

12,5 0,6 1,1 6,9 0,9 0,4 1,2 2,0 0,4 0,7 0,8

05. Mobiliário,

Equipamento Doméstico e

Manutenção

6,0 1,6 1,1 1,4 1,4 1,3 1,3 1,4 1,7 1,0 1,4

06. Saúde 3,4 1,9 1,3 1,5 1,5 1,3 1,4 1,8 1,3 0,9 1,9

07. Transportes 7,9 1,1 0,8 0,7 0,6 0,2 0,5 1,5 1,5 0,8 1,0

08. Comunicações 3,3 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,1

09. Lazer, Recreação e

Cultura 2,2 1,7 1,6 1,2 1,3 1,3 1,7 1,8 1,4 1,3 0,6

10. Educação 2,5 5,2 0,0 0,0 0,0 0,7 0,0 0,0 0,0 1,2 0,0

11. Hotéis, Cafés e

Restaurantes 3,0 1,4 1,2 1,5 1,7 1,3 1,0 1,6 1,9 1,0 2,4

12. Bens e Serviços

Diversos 6,0 3,0 1,4 1,3 1,7 1,4 1,0 1,5 1,5 1,1 1,7

Índice Geral 100,0 1,3 1,2 1,7 1,4 1,11 1,10 1,51 1,58 1,67 1,9

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15. Anexos

23

Fonte: FMI

Anexo 5 – Indicadores Económicos de Países da África Subsariana

POPULAÇÃO

(Milhões)

PIB ( %)

PIB NOMINAL (Mil

Milhões USD)

PIB PER CAPITA

(USD)

DÍVIDA PÚBLICA

(%PIB)

BALANÇA CORRENTE

(%PIB)

INFLAÇÃO

(%)

PAÍSES 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020

ANGOLA 31,0 -0,3 1,2 91,5 89,0 3038,0 2867,5 95,0 89,9 0,9 -0,7 17,00 12,00

ÁFRICA DO SUL 59,7 0,7 1,1 358,8 369,9 6100,4 6193,2 59,9 60,3 -3,1 -3,6 4,70 5,30

CONGO 2,4 3,5 4,3 18,7 19,7 7859,2 8116,2 12,3 12,0 -3,0 -1,0 2,75 3,48

REP. DEM. CONGO 100,8 4,3 3,9 49,0 51,6 500,6 511,6 13,5 11,6 -3,4 -4,2 5,50 5,00

GANA 30,8 7,5 5,6 67,1 69,8 2223,4 2266,4 63,8 63,5 -3,6 -3,8 9,33 9,00

MAURÍCIA 1,3 3,7 3,8 14,4 14,9 11360,7 11720,6 68,7 69,4 -7,2 -6,5 2,02 2,65

MOÇAMBIQUE 32,0 1,8 6,0 15,1 16,7 484,4 521,8 108,8 106,8 -58,0 -66,7 8,50 6,50

NAMÍBIA 2,5 -0,2 1,6 14,4 14,9 5842,1 5963,0 49,2 50,9 -4,1 -2,3 4,80 5,50

NIGÉRIA 206,1 2,3 2,5 446,5 494,8 2222,0 2400,5 29,8 31,4 -0,2 -0,1 11,68 11,68

TANZÂNIA 58,0 5,2 5,7 62,2 67,2 1104,8 1159,3 37,7 38,2 -4,1 -3,6 4,14 4,33

QUÉNIA 50,7 5,6 6,0 98,6 109,1 1997,5 2151,5 61,6 61,3 -4,7 -4,6 6,21 6,25

ZÂMBIA 18,9 2,0 1,7 23,9 23,3 1307,0 1236,2 91,6 95,5 -3,6 -3,4 12,00 8,00

ZIMBABWE 15,2 -7,1 2,7 12,8 12,9 860,0 847,2 17,7 15,1 -0,5 -2,5 182,92 9,43

AS MEDIDAS ECONÓMICAS DE ALGUNS PAÍSES AFRICANOS NO CONTEXTO DA COVID-19

As restrições à mobilidade de pessoas, o encerramento das actividades comerciais, consideradas não

essenciais, tal como as interrupções na cadeia global de provisão de alimentos, em consequência da

rápida propagação da COVID-19, penalizaram as perspectivas económicas do Fundo Monetário

Internacional (FMI) para a economia mundial e da África Subsariana para 2020, ao prever uma

contracção do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,0% e 1,6%, respectivamente, sendo que o impacto

dependerá, em grande medida, do levantamento das restrições impostas pelos países.

Entretanto, as preocupações dos países cinge-se, para além de garantir todas as condições sanitárias

necessárias para combater a pandemia, a garantia de condições para a recuperação da economia no

período pós – COVID-19, mediante a definição de políticas económicas de apoio a liquidez à tesouraria

das empresas e rendimento das famílias.

Os países africanos têm definido um conjunto de medidas económicas – Políticas fiscais, monetárias e

cambiais -, para suportar a confiança e a liquidez nas economias, com o intuito de mitigar os efeitos

negativos que a reduzida mobilidade e a propagação da COVID-19 poderão produzir na economia.

Continue a ler aqui:

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