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CONSEUtO_REDATORIAL~

Dr. Johannes RottmannDr. Donaldo SchülerRev. Leopoldo Helmann

EXPEDiÇÃO E ENCOMENDAS~

Casa Publicadora Concórdia S. A-a quem devem ser dirigidos os ped1dos -de 8ssl­naturas, bem como os valores correspondenteS êassinatura.

ENDEREço~

APRESENTANDO

Todos os que exam'~:::ram e absorveram a «sã C:J

«palavras de verdade- e :;'zas de Deus» que a 19re<iapresentou em suas qua:~:1976, . certamente • to (""1 c.S ,adultos em Cristo», C:5:graça e no conhecir5~~_Senhor e Salvador 15S_",devem estar melhor «::;,=::"responder a todo aqli6 edir razão da esperar;:: -vós»_

Foi -graças aos co 2.::'::-:=

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'saram de ensinar e ce :-_o Cristo».

Todo aquele que ~__ ~_e aproveitar as expcs ;:.?'oportunas dos artiS::s Ódas mensagens devcc ::-:.=:::.=

lises objetivas de te-ss cbam o nosso sécu c : --,melhor a responsao = _que estão convictos c= ::_=de escrever palavras cs ::.­que tem significado:: =-:Evangélica Luterana cc =:s:

Procurai progreG:r .::.i

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APRESENTANDO

Todos os que examinaram, refleti­ram e absorveram a «sã doutrina», as«palavras de verdade» e as «grande­zas de Deus» que a Igreja Luteranaapresentou em suas quatro edições de1976, certamente «tornaram-se maisadultos em Cristo», cresceram «na

graça e no conhecimento de nossoSenhor e Salvador Jesus Cristo», edevem estar melhor «preparados pararesponder a todo aquele que vos pe­dir razão da esperança que há emvós»"

Foi graças aos colaboradores «deboa reputação, cheios do Espírito San­to e de sabedoria» que nos foi possí­vel praticar uma sadia e equilibradareflexão teológica, transmitir mensa­gens de edificação espiritual e mos­trar que ainda hoje muitos «não ces­

'saram de ensinar e de pregar Jesus,o Cristo»"

Todo aquele que souber valorizare aproveitar as exposições atuais eoportunas dos artigos doutrinários,das mensagens devocionais, das aná­lises objetivas de temas que pertur­bam o nosso século, compreenderãomelhor a responsabilidade daquelesque estão convictos de que «é tempode escrever palavras de verdade» e deque tem significado o lema da IgrejaEvangélica Luterana do Brasil em 1976.

Procurai progredir para a edifi­cação da igreja.

L

o CÂNONE DO ANTIGOTESTAMENTO

Rudi Zimmer ")

Por várias razões o tópico a ser estu­dado nas páginas seguintes deve mereceratenção cuidadosa. Uma destas razões,sem dúvida, está inerente nas grandesproporções assumidas pelo movimentoecumênico, envolvendo de modo especi­al também a Igreja Católica. Este fatonaturalmente levanta a seguinte questão:Qual é a extensão da Escritura autorita­Uva da Igreja, a' dos católicos ou a dosprotestantes?

Outra razão decorre diretamente dapropagação do liberalismo teológico nomundo, atingindo também o Brasil deuma maneira não menos perniciosa. Ainfluência do liberalismo em relação aocânone do Antigo Testamento assumevárias formas. De um modo, essa influ­ência manifesta-se na completa rejeiçãodo cânone do Antigo Testamento, base­ada ou na alegação de que o Deus doAntigo Testamento não é o Deus e Paido Sénhor Jesus (Marcião, Harnack), ouna alegação de que o Antigo Testamentosempre prejudicou a prática da arte exe­gética da Igreja e submergiu as contro­vérsias doutrinárias em complicações inú­teis e desnecessárias (Schleiermacher).De um outro modo, a influência do libe­ralismo manifesta-se na avaliação nega­tiva do Antigo Testamento, encarando-oapenas como uma apresentação (entreoutras) das possibilidades básicas paraa compreensão da existência humana.Neste caso vê-se o Antigo Testamentocomo "lei" num sentido negativo, a sa­ber, como preparação para ouvir-se o"evangelho" expresso no Novo Testa­mento (Bultmann). E a influência do li­beralismo ainda manifesta-se de um ter­ceiro modo, isto é, na identificação Iite­ralística da Igreja com o antigo Israel.

*) O autor, pastor da IELB, está termi­nando seus estudos teológicos, comodoutorando em Teologia, no ConcórdiaSeminary de .Saint Louis, Mo, EUA.

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B. Duas Posições

Ao estudarmos a formação do câno­ne do Antigo Testamento, imediatamenteencontramos entre os teólogos duas po­sições opostas: a dos liberais e a dosconservadores.

Os liberais procuram explicar a for­mação do cânone como um processo pu­ramente humano; esta é a caracteristicadistintiva de sua posição. Os livros bí­blicos, quando pela primeira vez apare­ceram, não teriam sido sagrados e divi­namente autoritativos, mas teriam adqui­rido tal status na medida que a comu­nidade dos crentes atribuía-Ihes autori­dade divina, e por fim, em vista de ame­aças que colocavam em perigo' a listadesses livros, esta canonizava-os com afinalidade de assegurar e garantir umanorma e regra da fé e conduta. '" claroque não podemos generalizar e colocartodos os criticos no mesmo pacote. Osmais moderados, na verdade, reconhe­cem de alguma forma a presença daprovidência divina em todo esse proces­so. O nosso objetivo em resumir a po­sição liberal desta forma é de dar rele­vo à posição conservadora defendidaneste estudo.

Em geral, a teoria dos críticos basei­a-se em alguns eventos da história do

xandria chamavam a sua coleção de es­critos antigos de kanôn, porque esta co­leção era o padrão para a linguagem pu­ra e o modelo para a composição literá­ria. O mesmo termo também era usadopelos gregos no sentido ético. Eurípedesfaz referência ao "cânone do bem", eAristóteles afirma, na Ética, que o b'omhomem é "o cânone e a medida" daverdade.

O Novo Testamento emprega o termokanôn de uma maneira similar a dosgregos. Paulo concluiu a carta aos Gá­latas enunciando a promessa de que"a todos quantos andarem de conformi­dade com esta regra, paz e misericórdiasejam sobre eles e sobre o Israel deDeus" (GI 6.16; cf. 2 Co 10.13-16), So­mente no 4.° século da era cristã estetermo veio a ser usado com referênciaàs Escrituras, primeiramente por Ataná­sio, em 352 A.D. (De decretis Nicaenaesynodi 18.3), e então no Concílio deLaodicéia, em 360 A.D.

o termo grego kanôn vem de umapalavra semítica que significa "cana","junco". A cana foi um dos primeirosinstrumentos de medida, de modo quekanôn veio a designar especificamentea "cana de medida", e então, metafori­camente, veio a significar aquilo que re­gula, julga, ou serve como norma oumodelo para outras cousas. Mais tarde,na crítica literária, os gramáticos de Ale-

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A. "Cânone"

11 - A FORMAÇÃO DO CÃNONE DOANTIGO TESTAMENTO

Ao ignorar a descontinuidade entre oscânones do Antigo e Novo Testamentose consequentemente enfatízar demasiada­mente a continuidade, esta tendência li­beral advoga, entre outras coisas, o en­volvimento direto da Igreja na política(Teologia da Liberação).

E uma terceira razão deve levar-nosa ver a importância deste tópico. Estarazão diz respeito ao uso prático do An­tigo Testamento nas atividades da Igreja,a saber, na pregação, no ensino, noaconselhamento, na missão; enfim, noplanejamento e execução de todas asatividades da Igreja. Embora tenhamosaceito e defendemos a afirmação dasnossas Confissões de que "Cremos, en­sinamos e confessamos que os escritosproféticos e apostólicos do Antigo e No­vo Testamentos são a única regra e nor­ma de acordo com todas as doutrinasbem como os que ensinam devem seravaliados e julgados, como está escritono SI 119.105:' Lâmpada para os meuspés é a tua palavra, e luz para os meuscaminhos' " (FC, Ep. I, 1), observa-seque muitas vezes não fazemos jus aoprincípio confessional "Antigo e NovoTestamentos" .

Querer responder, através do estudodo cânone do Antigo Testamento, a todosos problemas até este ponto, seria umapretensão injustificável. Vários dessesproblemas caberiam mais adequadamentedentro da Hermenêutica Bíblica. No en­tanto, se fizermos menção deles aqui éporque, por um lado, eles envolvem deuma ou de outra forma o presente tópico,e, por outro, esperamos fornecer algumasindicações que possam contribuir paraa solução desses problemas.

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·,,5. primeiramente por Ataná­:2 A.D. (De decretis Nicaenae3). e então no Concílio de3m 360 A.D.

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.:armos a formação do câno­go Testamento, imediatamente:3 entre os teólogos duas po­s:as: a dos liberais e a dos-es.'ais procuram explicar a for­:ânone como um processo pu­:'Tlano; esta é a características sua posição. Os livros bí­-,do pela primeira vez apare-

teriam sido sagrados e divi­j:oritativos, mas teriam adqui­Hus na medida que a comu­; crentes atribuía-Ihes autori­i. e por fim, em vista de ame­colocavam em perigo' a lista:5, esta canonizava-os com ade assegurar e garantir umagra da fé e conduta. E claroademos generalizar e colocar:fticos no mesmo pacote. Os:rados, na verdade, reconhe­guma forma a presença da

divina em todo esse proces­so objetivo em resumir a po­,j desta forma é de dar rele­'ção conservadora defendidaia.;1, a teoria dos críticos basei­'guns eventos da história do

povo de Israel. O primeiro passo nacanonização do Antigo Testamento teriaocorrido na Reforma do rei Josias (2 Rs23.2ss.; Cr 34.30ss.). De acordo com ateoria evolucionista cristalizada porWellhausen, e ainda hoje defendida, osdocumentos JEDP teriam aparecido res­pectivamente ao redor de 950, 850, 625e 450 A.C. Por ocasião da Reforma dorei Josias (622 A.C.) o documento O (gran­de parte de Deuteronômio) teria sidocanonizado, isto é, introduzido comouma norma obrigatória. O segundo pas­so teria ocorrido depois do Exílio coma introdução do Pentatêuco (compiladoa partir dos documentos JED e suple­mentado pelo acréscimo de P) por Es­dras (Ed 7; Ne 8), como a função e nor­ma da comunidade de Jerusalém. OsProfetas Anteriores (Josué, Juízes, Sa­muel e Reis) e Posteriores (Isaías, Jere­mias, Ezequiel e os Doze) teriam come­çado a aparecer ao mesmo tempo emque o Pentatêuco vinha sendo composto,mas estes só viriam a adquirir a cano­nicidade pelo ano de 200 A.C. (cf. Pró­logo de Eclesiasticus). Os livros queconstituem a última parte do cânone he­braico, os Escritos, teriam começado aaparecer apenas depois que a dos Pro­fetas estavam canonizada. E o passofinal na canonização teria ocorrido porocasião do muito discutido Sínodo deJabné realizado pelos rabis em 90 A.C.Nesta ocasião ter-se-ia definido a ex­tensão da terceira parte do cânone eestabelecido o exato número dos livrospertencentes ao Antigo Testamento, en­cerrando o processo de canonização.

Em vez de atacarmos a posição libe­ral, vamos, pelo contrário, apresentar aposição conservadora. Esta atitude éadotada não por falta de argumento ­a simples leitura dos textos a respeitodos aventos que envolvem o rei Josiase Esdras mostra que a existência deEscrituras canônicas é um fato pressu­posto e não resultante em ambos oscasos -, mas por considerarmos quea posição liberal tem sido extensamentediscutida por outros teólogos (cl. Bibli­ografia).

A posição conservadora caracteriza­se por eQtender que a formação do câ­none foi uma obra divina pela qual aspalavras autoritativas de Deus foram

escritas, através do mistério da inspira­ção, em documento após documento,sendo o cânone formado pelo próprioaparecimento destas Escrituras inspira­das. Aqui tabém é preciso deixar claroque, embora o que acabamos de dizercaracterize os teólogos conservadoresem geral, nem todos possuem a mesmavisão quanto ao processo histórico daformação do cânone em si. Na verdade,existem poucos estudos detalhados nes­ta área. Também neste estudo não pre­tendemos ser exaustivo. O objetivo éfornecer um breve esboço das origense desenvolvimento do cânone, sua di­visão, e o problema dos apócrifos, en­cerrando o estudo com algumas reflexõessobre a função do cânone do AntigoTestamento na Igreja.

O presente estudo está baseado emvárias obras (cl. Bibliografia), mas aci­ma de tudo reflete a posição elaboradapor Meredith G. Kline em sua obra '. neStructure of Bliblical Authority (GrandRapids, Michigan: William B. EerdmansPublishing Company, 1972), pois achamosque mais do que qualquer uma ela fazjus às evidências bíblicas.

C. Origens e Desenvolvimento do Cânone

As raízes formais do cânone bíblicoencontram-se na literatura do Orienteantigo. A publicação do artigo de Geor­ge Mendenhall, "Covenant Forms in Isra­elite Tradution," em The Biblical Archaeologist XVI1.3 (Sept. 1954), 50-76, cons­tituiu-se num marco para os estudos doAntigo Testamento. Embora já era re­conhecido anteriormente, desde entãotornou-se evidente que Deus ao fazer asua aliança com o povo de Israel nomonte Sinal lançou mão de uma formacomum naquela época em todo o Orien­te. Esta forma chama-se Tratado de Su­serania. Sem entrar em maiores deta­lhes, estudos da forma demonstrada demodo conclusivo que, entre outras, tan"to a aliança no Sinai como a renovaçãoda aliança em Moabe (Deuteronômio)correspondem inteiramente em suas par­tes ao Tratado de Suserania usado pelosheteus no 2.0 milênio A.C., exceto naqui­lo que destoa do monoteísmo hebreu.Uma das feições essenciais da forma daaliança atestada pelos tratados heteus é

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o fato que eles eram redigidos por es­crito. Em outras palavras, o documentocontendo o tratado era parte integrantee inseparável do próprio tratado. Seme­lhante, nós bem sabemos que tanto noSinai como em Moabe o soberano Deustransmitiu através de MOisés, o media­dor da aliança, aos seus vassalos terre­nos a lei do seu reino. E suas palavrasautoritativas, reguladoras da fé e con­duta de Israel, foram inscritas nas tábuasde pedra e "no livro". No devido tem­po Deus providenciou que as "tábuasda lei" fossem colocadas na arca e o"livro da lei" fosse guardado junto daarca, no santuário, como testemunhaspermanentes da aliança. O carácter ca­nônico destes documentos certamenteficou claro, pois esta provisão de guar­dar os documentos no santuário e a san­ção canônlca constituíam a marca decanonicidade para os documentos extra­bíblicos. E os dois elementos não fal­tam nas Escrituras: Em Dt 31.9-13 te­mos ampla descrição da provisão deguardar o "livro da lei" no santuário (cf.Dt. 10.2; Ex 25.16, 21; 40); da mesmaforma encontramos a sanção canônicaem Dt 4.2: "Nada acrescentareis à pala­vra que vos mando, nem diminuireis de­la, para que guardeis os mandamentosdo Senhor vosso Deus, que eu vos man­do" (et. Dt 27.2ss.; Js 8.30ss.; Jr 36; éimportante notar essa sanção em Ap22.18s.; cl. 1.3). E é claro que a "pala­vra" mencionada nesta sanção não équalquer expressão oral, mas na reali­dade refere-se ao documento escrit9,pois em Dt 30.10 a "palavra" é identifi­cada com a "voz do Senhor" escrita no"livro da lei". Em vista disso conclui-seque, no que diz respeito à forma, à es·trutura canônica já era usada no Trata­do de Suserania. Era necessário ape­nas que esta forma fosse absorvida einspirada pelo Sopro de Deus para tor­nar-se aquilo que a Igreja confessou co­mo sendo o cânone. E foi isto que a­conteceu quando Deus adotou a formaliterária e legal das alianças de Suse­rania para a administração do seu rei­no em Israel. As origens da Escrituracanônica, então, coincidem com a fun­dacão formal de Israel como reino deDeus. O próprio tratado que formalmen~te estabeleceu a teocracia israelita eraem si mesmo o começo e o núcleo de

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todo o corpo escriturístico que consti­tui o cânone do Antigo Testamento. Deforma que o conceito de cânone estáinerente no conceito de aliança.

Admitindo que de fato a canonicida­de bíblica está fundada na aliança, ain­da assim surge a pergunta: Qual é abase da canonicidade do grande núme­ro de escritos do Antigo Testamento quenão possuem a forma clássica da alian­ça? Será que podemos estender asconclusões a que chegamos até esteponto a toda a Bíblia? ou no caso desteestudo, a todo o Antigo Testamento?As evidências supridas pelas Escriturassugerem que sim, nós podemos esten­der essas conclusões a todo o AntigoTestamento e, em última análise, tam­bém ao Novo Testamento.

Em 2 Co 3.14, o apóstolo Paulo re­fere-se à leitura das Escrituras por par­te dos judeus, chamando todo o AntigoTestamento de "antiga aliança". Have­remos de ver que esta identificação émuito apropriada se levarmos a sério.em .primeiro lugar, o testemunho expres­so do Antigo Testamento de que Deusé o seu autor primário. Por outro lado.no entanto, chegaremos à mesma con­clusão se analisarmos o Antigo Testa­mento na sua direta procedência terre­na de membros individuais e de gruposdo povo de Israel, o povo de Deus. Poistoda a vida de Israel, seu culto e suacultura (esta última tanto em sua mani­festação privada, na família, como emsua manifestação pública, na esfera doestado) estava sob o domínio de Deus,um dominio do centro de culto de seupovo, o lugar de sua presença teofânica.Deste fato segue a conclusão que todaa literatura inspirada que derivava des­te culto e era relacionada a ele (comoas legislações rituais e hinos), e era as­sociada com a cultura (como a lei civil,a história nacional, as mensagens diplo­máticas dos profetas ea instrução dossábios) servia à aliança e inevitavel­mente levava a sua marca. Além disso,haveremos de observar que as funçõesparticulares das várias partes do cânonedo Antigo Testamento na vida de Israelrelacionam-se a um ou outro elementodos documentos da aliança Mosaica.ilustrações destes fatos serão providen­ciados no que segue.

(1) Lei

Sendo o corpo esc,,~_- õ",tigo Testamento um tr,,~5: c ~a presença das leis é fê:: -::cada, pois as estipulaç6sõ -=10 Suserano eram um e "'-"'"nos tratados antigos .. " "'- "go que contém as esk:,c; "c ~.~ça fundadora do povo c:' ::~tras leis contidas no Pe-:":õ-,,borações sobre as e5::. =.:5cálogo, sendo que Ds"s :;lar ao seu povo atrai"'õmediador da aliança.

As leis menciona·:as _23.33 são especificam:,-:õ '"como o "livro da 2!]a-.;" :;:24.4). O fato que esc" :: '7-~

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'::: que de fato a canonicida­está fundada na aliança, ain­sAge a pergunta: Qual é a

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::: 3.14, o apóstolo Paulo re­8itura das Escrituras por par­'8US, chamando todo o Antigo

de "antiga aliança". Have-ver que esta identificação é

::Jriada se levarmos a sério,'0 lugar, o testemunho expres­::go Testamento de que DeusJLOr primário. Por outro lado,

chegaremos à mesma con­analisarmos o Antigo Testa­

sua direta procedência terre­"bras individuais e de grupose Israel, o povo de Deus. Poisa de Israel, seu culto e suata última tanto em sua mani­rivada, na família, como em;stação pública, na esfera dotava sob o domínio de Deus,a do centro de culto de seu;ar de sua presença teofânica.

segue a conclusão que toda: inspirada que derivava des-

era relacionada a ele (como5es rituais e hinos), e era as­m a cultura (como a lei civil,nacional, as mensagens diplo­iS profetas ea instrução dosrvia à aliança e inevitavel­'Ia a sua marca. Além disso,de observar que as funções

i das várias partes do cânoneTestamento na vida de Israel,se a um ou outro elementonentos da aliança Mosaica.destes fatos serão providen­que segue.

(1) Lei

Sendo o corpo escriturístico do An­tigo Testamento um tratado da aliança,a presença das leis é facilmente expli­cada, pois as estipulações impostas pe­lo Suserano eram um elemento centralnos tratados antigos. Além do Decálo­go que contém as estipulações da alian­ça fundadora do povo de Deus, as ou­tras leis contidas no Pentatêuco são ela­borações sobre as estipulações do De­cálogo, sendo que Deus continuou a fa­lar ao seu povo através de Moisés, omediador da aliança.

As leis mencionadas em Ex 20.22­23.33 são especificamente identificadascomo o "livro da aliança" (Ex 24.7; cf.24.4). O fato que esta coleção de leisabrange assuntos morais e cerimoniais,civís e de culto, individuais e de grupo,é uma indicação de como toda a vidade Israel caía dentro das regulamenta-ções da aliança de Deus. Resultante -disto é a tranformação natural e necesá­ria da esfera política em cúltica. Assim,o palácio do grande Rei vem a. ser opróprio santuário, e os ritos da ratifica­ção da aliança correspondem ao siste­ma de sacrifícios (especialmente a ofer­ta de paz). Entende-se então as trêsperigrinações anuais obrigatórias ao san­tuário, e a estipulação de que o "livroda lei" deveria ser lido na Festa dosTabernáculos de sete em sete anos di­ante de todo o povo (Dt 31.9ss.), Poroutro lado, o sistema de sacrifícios doculto era também um meio de fazercompensação por ofensas contra as es­tipulações do tratado da aliança. E, emgeral, era através da par1;icipação noculto que os israelitas experimentavammais diretamente a aliança como umrelacionamento pessoal com o SenhorDeus.

Mais um aspecto a ser destacado éo fato que as leis do Antigo Testamentotambém legislavam a vida coletiva deIsrael. Assim, encontramos, no Penta­têuco, leis que prescrevem para o povode Israel o seu sistema de governo comsacerdotes, juízes, reis e profetas. Ou­tras dividem o território da terra deCanaã entre as tribos do povo e estipu­lam como programa nacional a conquis­ta desta terra com a finalidade de esta­belecer ali o culto e o domínio de Deus.

Finalmente, deparamo-nos com mais leisque tratam de ofensas de toda a comu­nidade (cf. especialmente Lv 4.13) eimpõem sanções de interesse nacional.

(2) História

As narrativas históricas constituemuma grande parte do cânone do AntigoTestamento. A combinação deste ma­terial com legislações, especialmente noPentatêuco, é uma indicação da sua na­tureza, a saber, de ser parte integranteda aliança; pois nos Tratados de Suse­rania um prólogo histórico introduzia asecção das estipulações. Tanto no De­cálogo COmo em Deuteronômio as leissão precedidas por uma revisão histó­rica do relacionamento gracioso de Deuspara com Israel. Se encararmos o Pen­tatêuco como uma unidade cujo núcleoé a aliança de Deus e a geração deIsrael do período do êxodo, então asnarrativas do Gênesis e a primeira par­te do Êxodo assumem o caráter de umprólogo histórico, em que o relaciona­mento fundamentado na aliança é re­montado às suas raizes históricas nasintervenções de Deus no passado emfavor do povo escolhido e dos seus an­cestrais, os patriarcas. As demais nar­rativas históricas do Pentatêuco, comotambém era comum nos tratados extra­bíblicos, fornecem o cenário para o apa­recimento de certas legislações especí­ficas.

Quanto às narrativas encontradas fo­ra do Pentatêuco, embora não exerçama função de prólogo ou cenário para asleis decorrentes da aliança, tematica­mente elas não são nada mais do queuma elaboração dos prólogos históricosdos tratados Mosaicos. Pois o seu te­ma, de um modo geral, é o relaciona­mento de Deus para com Israel comoo seu Senhor, relacionamento este quefora estabelecido pela aliança. Assim,por um lado, as narrativas relatam oscontínuos benefícios concedidos por Deus,o fiel protetor do seu reino vassalo, e,por outro lado, a constante quebra daaliança por parte do povo e consequen­te inflingimento dos males delineados nasmaldições dos tratados Mosaicos, espe­cialmente Deuteronômio. Em vista disso,os pontos altos destas narrativas só po­diam ser as renovações e re-afirmações

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da aliança (cf. Js 8.30ss.; 23 e 24; 1 Sm12; 2 Sm 7; 2Rs 11.17ss.; 22 e 23; 2 Cr15.8ss.; 34 e 35; Ed 9 e 10; Ne 9 e 10).

Além disso, devemos notar a estrei­ta conexão entre as narrativas, e comoas narrativas históricas estão ligadas àaliança. É reconhecido que a vocaçãodos profetas era distintamente subordi­nada à aliança.

(3) Profecia

Os profetas eram mensageiros deDeus, não apenas no sentido geral deserem inspirados agentes de revelação,mas no sentido particular de exerceremuma distintiva função diplomática. Nestafunção eles eram os representantes deDeus na administração de sua aliançasobre Israel, para declarar as suas rei­vindicações e reforçar a sua vontadeatravés de efetiva proclamação.

O estabelecimento do ofício proféti­co foi em si mesmo matéria de uma es­tipulação de um tratado da aliança. Atra­vés de Moisés, o mediador da antigaaliança, Deus estabeleceu que a funçãode Moisés fosse continuada por umasucessão de profetas semelhantes a ele(Dt 18.15ss.; cf. Ex 4.16; 7.12). A tarefapeculiar desta sucessão de profetas eraa elaboração e aplicação das sançõesda aliança feita através de Moisés. Demaneira que os escritos proféticos sãoextensões dos documentos Mosaicos.

(4) Louvor

É claro que muitos salmos eram usa­dos no culto de Israel. E sendo que osantuário era o ponto focal e sacramen­tal das orações de Israel (cf. 1 Rs 8.29 ss.), podemos afirmar que os salmosem geral possuem uma orientação cúl­tica. Os salmos de louvor eram os sacri­fícios espirituais oferecidos ao grandeRei; como veículos da devoção privadae pública, eles continuamente faziamsoar o "Amém" de Israel pela ratifica­ção da aliança. Além destes, há salmosque relatam a história do relacionamen­to estabelecido pela aliança (cf., porexemplo, SI 78; 105; 106; 135; 136), es­tes relacionam-se com os prólogos his­tóricos dos tratados. Em salmos queexaltam a lei, Israel re-afirma a sua sub­missão às estipulações da aliança. En-

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fim, os salmos serviam como um ins­trumento de culto na manutenção dorelacionamento apropriado do povo pa­ra com Deus, um relacionamento funda­do na aliança.

(5) Sabedoria

A tese central dos livros de sabedo­ria é que "0 temor do Senhor é o prin­cípio da sabedoria" (cf. Pv 1.7; 9.10; Jo28.28; SI 111.10), o que é o mesmo quedizer que o caminho da sabedoria é ocaminho da aliança. Em Deuteronômio,Moisés deixa claro que Israel recebeu asabedoria como uma dádiva objetiva doSenhor quando ele entregou-Ihes os jus­tos estatutos da sua aliança, e que a pos­sessão subjetiva da sabedoria por par­te de Israel deveria ser manifestada emsua observação da aliança (Dt 4.6-8; cfJr 8.8; Ed 7.14j 25). Em vista disso, afunção da literatura da sabedoria do An­tigo Testamento é a explicação da a­liança de uma maneira a traduzir suasestipulações em máximas e in.struçõesreferentes à conduta em diferentes árease sob diversas condições da vida. Masos livros da sabedoria estão igualmen­te preocupados com a efetuação dassanções da aliança na experiência huma­na. Um importante ponto de contato en­tre a sabedoria do Antigo Testamento eos tratados, bíblicos e extra-bíblicos, éa preocupação que os seus preceitosfossem transmitidos a sucessivas gera­ções através da instrução dos pais aosfilhos (cf. Pv 3.1sS.; 6.20s.; 7.1sS.; Dt 4.2-8; 6.1s5.; 11.13ss.; Jr 31.3ss.). O fa­to de Deus providenciar as palavras desua aliança em forma de instrução a serlevada a efeito no lar lembra-nos da ver­dade que o Senhor da aliança é tam­bém o Pai do seu povo (cf. Dt 1.31; 8.5;14.1; 32.5ss.; 1 Co 8.5s.).

Resumindo, então, podemos dizer queo tratado de Suserania adaptado na ali­ança do Sinai e na renovação desta, emMoabe, antecipou em sua forma com­pósita o desenvolvimento subsequentedo cânone do Antigo Testamento, deforma que a aliança do Sinai constituiu­se numa notável epítome de todo o re­lacionamento entre Deus e o seu povo.E com M. G. Kline podemos dizer queno tratado da aliança vemos uma coro­Ia de pétalas cerradamente compactas,

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D. Divisão do Cânone

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enquanto que no cânone do Antigo Tes­tamento como um todo vemos esta co­rola da aliança desabrochada em flor.Portanto, o Antigo Testamento não éapenas materialmente mas também for­malmente sui generis. Ele é de fatocomo um todo a aliança de Deus paracom o seu povo, e como tal ele é canô­nico, isto é, divinamente autoritativo,constituindo-se na norma e regra da fée conduta do povo de Deus.

D. Divisão do Cânone

Há uma grande discussão em tornoda seguinte questão: Qual foi a divisãooriginal do cânone do Antigo Testamen­to? Uma posição é que originalmenteo cânone estava dividido em três partes,a saber, a mesma divisão que encon­tramos na Bíblia Hebraica:lei (Toráh) -

1. Gênesis; 2. Exodo; 3. Levítico;4. Números; 5. Deuteronômio.Profetas (Nebiim) -

Anteriores: 6, Josué; 7. Juízes; 8. Sa­muel (1 e 2); 9. Reis (1 e 2).

Posteriores: 10. Isaías; 11. Jeremias;12. Ezequiel; 13. Os Doze (Oséias, Joel,Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias,Malaquias).Escritos (Ketubim) -

14. Salmos; 15. Jó; 16. Provérbios;17. Rute; 18. Cantares; 19. Eclesiastes;20. Lamentações; 21. Ester; 22. Daniel;23. Esdras e Neenias; 24. Crônicas(1 e 2).

A primeira evidência escrita queatesta claramente esta divisão provémdo 4.° século A.D., no Talmud. A di­visão em três partes, no entanto, é su­portada por algumas evidências maisantigas mas não tão claras. Ben Sira,no prólogo do livro apócrifo de Ecle­siasticus, escrito pelo ano 130 A.C.,menciona duas vezes "a lei e os profe­tas e os outros", mas ele não enumeraos livros que constituiamcada parte.Também Josefo (contra Apionem, 1.8),pelo ano 90 AD., menciona uma divi­são em três partes, e acrescenta o nú­mero que cada uma delas possuia:Lei - 5 livros; Profetas - 13 livros; e oresto dos Iivos contendo hinos a Deuse preceitos para a conduta - 4 livros.Para chegar ao total de 22 livros, Josefo

provavelmente juntou o livro de Rute aJuízes e o livro de Lamentações a Je­remias. Este fato, no entanto, envolvea transferência de Rute e Lamentaçõesdo terceiro grupo de livros (cf. acima)para o segundo; e, como o grupo queele chama de Profetas possuia 13 livros,Josefo deve ter transferido mais algunslivros do terceiro grupo para O segundo.Finalmente, inclusive uma referência noNovo Testamento parece apoiar a divi­são em três partes. Em Lc 24.44, Jesusdirige-se aos discípulos dizendo "queimportava se cumprisse tudo o que demim está escrito na Lei de Moisés, nosProfetas e nos Salmos". A referência"nos Salmos" pode ser interpretada pe­lo menos de duas maneiras: Em prime­iro lugar, ela pode de fato identificarum terceiro grupo de livros, sendo umaparte deste grupo, a saber, o livro dosSalmos que encabeçava o grupo, men­cionada pelo todo; por outro lado, noentanto, Jesus pode ter mencionado osSalmos à parte apenas para enfatizarque eles são especialmente ricos emprofecias Messiânicas, mantendo aomesmo tempo a divisão em duas partes.Esta última interpretação parece ter a­poio no versículo 27 do mesmo capítu­lo 24 de Lucas, onde lemos:"E, come­çando por Moisés, discorrendo por to­dos os profetas, expunha-Ihes o que aseu respeito constava em todas as Es­crituras. "

Como esta última citação de Lucasjá indicou, a divisão do cânone do An­tigo Testamento em duas partes, a sa­ber, a Lei de Moisés e' os Profetas, tam­bém estava em uso. Na realidade, estadivisão possui uma lista maior de evi­dências atestando o seu uso, e há osque defendem a posição de que estateria sido a divisão original. O livro deDaniel, do tempo do Exílio, já parecesugerir a divisão em duas partes (9.2,6, 11); da mesma forma, após o Exílio,Zacarias (7.12) e Neemias (9.14, 29-30).No período intertestamentário encontra­mos esta mesma divisão em 2 Macabe­us (15.9) e no Manual de Disciplina dacomunidade de Qumran (1.3; 8.15; 9.11).Finalmente, no Novo Testamento, amenção da divisão em duas partes é amais frequente (Mt 5.17, 18; 22.40; Mc13.11; Lc 16.16, 29, 31; 24.27; At 13.15;20.27; 24.14; 26,22; Rm 1.2).

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As considerações feitas até este pon­to levam-nos a concluir que não se podetomar nenhuma das divisões acima ana­lisadas como sendo a divisão original.As evidências sugerem que as duas es­tavam em uso, e que havia grande fle­xibilidade na organização dos livros quevem depois do Pentateuco. No entanto,precisa ficar claro que esta flexibilidadenão significa que o cânone ainda esta­va aberto, isto é, sem definição exatado número de livros, no tempo de Cris­to. No Novo Testamento, a expressão"todas as Escrituras'" (cf. Lc 24.27),bem como as citações de livros queabrangem todo o Antigo Testamento, eainda o fato que nenhum livro apócrifoé citado como " Escritura", são evidên­cias que claramente mostram que notempo de Jesus o cânone do AntigoTestamento já estava fechado. Por ou­tro lado, o testemunho de Josefo (90A.D.) corresponde a esta conclusão, edemonstra que tal fechamento não erade data recente, pois Josefo deixa cla­ro que a lista dos livros já estava com­pleta há muito tempo.

Finalmente, devemos acrescentar umapalavra sobre a divisão do Antigo Tes­tamento que possui mos em nossas Bí­blias. O agrupamento dos livros naBíblia portuguesa segue a versão latinachamada Vulgata, que por sua vez se­gue a Septuaginta, a versão grega. Apa-

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rentemente esta sequência dos livros bí­blicos está baseada no conteúdo:Lei - Gênesis, Êxodo, Levítico, Núme­

ros e Deuteronômio (5 livros, oPentatêuco).

História - Josué, Juízes, Rute, 1 e 2Samuél, 1 e 2 Reis, 1 e 2Crônicas, Esdras, Neemias eEster (12 livros).

Poesia e Sabedoria - Jó, Salmos, Pro­vérbios, Eclesiastes e Cantares (5livros).

Profecia - Isaías, Jeremias, Lamenta­ções, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel,Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,Zacarias e Malaquias (17 livros; to­tal - 39).

111 - o PROBLEMA DOS APóCRIFOS

Se conferirmos uma Bíblia Católica,haveremos de ver que o seu cânone doAntigo Testamento possui um acréscimode 15 Iivros ou partes de livros: 1 e 2Esdras, Tobias, Judite, Adições ao livrode Ester, Sabedoria de Salomão, Ecle­siasticus, Baruque, Carta de Jeremias,Oração de Asarias e Cântico dos TrêsJovens, Susana, Bel e o Dragão (estesúltimos três são adições ao livro de Da­niel), Oração de Manassés, e 1 e 2 Ma­cabeus. Estes livros e partes acrescen­tadas a livros bíblicos, que foram escri­tos durante os últimos dois séculos an­tes de Cristo e no primeiro da era cris­tã, sãochamados de "Apócrifos". Onome, na realidade vem do grego apó­krypha, que significa "cousas que estãoescondidas". Alguns sugeriram que es­tes livros foram "escondrdos", ou tira­dos de circulação, porque continham dou­trinas misteriosas, ou esotéricas, muitoprofundas para quem não era um inici­ado. Outros sugeriram que este termofoi empregado para indicar que os livrosmereciam ser "escondidos", porque eramfalsos e heréticos. Seja como for, oproblema é: Por que nós, luteranos, ouprotestantes em geral, não aceitamosestes livros como integrantes do cânonedo Antigo Testamento? Esta perguntaleva-nos de novo a considerar o prin­cípio que determina a canonicidade deum livro,

Nas considerações acima, sob o sub­título "Origens e Desenvolvimento do

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~ esta sequência dos livros bí­2. baseada no conteúdo:?nesis, Êxodo, Levítico, Núme­s e Deuteronômio (5 livros, o",tatêuco).- Josué, Juízes, Rute, 1 e 2

Samuél, 1 e 2 Reis, 1 e 2Crônicas, Esdras, Neemias eEster (12 livros).

Sabedoria - Jó, Salmos, Pro­s. Eclesiastes e Cantares (5

- Isaías, Jeremias, Lamenta­Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel,

Obadias, Jonas, Miquéias,Habacuque, Sofonias, Ageu,

as e Malaquias (17 livros; to­39).

;) PROBLEMA DOS APóCRIFOS

~ferirmos uma Bíblia Católica,de ver que o seu cânone do

stamento possui um acréscimoos ou partes de livros: 1 e 2)bias, Judite, Adições ao livroSabedoria de Saio mão, Ecle­Baruque, Carta de Jeremias,

, Asarias e Cântico dos TrêsJsana, Sei e o Dragão (estes3S são adições ao livro de Da­;ão de Manassés, e 1 e 2 Ma­ostes livros e partes acrescen­'irOS bíblicos, que foram esc ri­:8 os últimos dois séculos an­:sto e no primeiro da era cris­~hamados de "Apócrifos". Orealidade vem do grego apó­

Je significa "cousas que estãos". Alguns sugeriram que es­

foram "escondidos", ou tira­culação, porque continham dou­teriosas, ou esotéricas, muitopara quem não era um inici­

ros sugeriram que este termoJado para indicar que os livrosser "escondidos", porque eramheréticos. Seja como for, oé: Por que nós, luteranos, ou,s em geral, não aceitamoss como integrantes do cânone, Testamento? Esta pergunta:ie novo a considerar o prin-

determina a canonicidade de

>nsiderações acima, sob o sub­'igens e Desenvolvimento do

Cânone", procuramos deixar claro, emprimeiro lugar, que o próprio Deus daaliança determina a canonicidade doslivros bíblicos, e, em segundo lugar,que ele faz isto, nas dimensões terrenase humanas, ao chamar homens para se­rem seus mediadores, fazendo-os escre­ver os termos de sua aliança. Este se­gundo aspecto, no entanto, precisa demaiores esclarecimentos, nesta altura.A passagem chave no Novo Testamentoa este respeito é a de Pedra, que diz:"homens falaram da parte de Deus mo­vidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21).Fortes razões levam-nos a concluir queno Novo Testamento canonicidade estádiretamente ligada a profelas: (1). Ofrequente uso, peios escritores do NovoTestamento, da designação "Lei e Pro­fetas" parece apontar para esta direção;(2). No contexto da passagem de Pe­dra, o apóstolo usa ° termo "profecia"com referência à Escritura do AntigoTestamento; (3). E o falar "da parte deDeus" caracteriza a função dos profetas,a saber, a de serem mediadores entreDeus e seu povo. Em vista disso, po­demos dizer que, de acordo com o No­vo Testamento, livros inspirados e, porisso mesmo, canônicos eram produzidosapenas por profetas "movidos pelo Es­pírito Santo". Entretanto, esta conclu­são leva-nos a outro problema, pois bemsabemos que nem todos os livros doAntigo Testamento foram escritos porprofetas, isto é, por pessoas que ocupa­vam o ofício profético. Mas, por outrolado, se tomarmos a sério a estreita as­sociação entre aliança e cânone, comofoi desenvolvida acima, e se notarmosque Deus estabeleceu a sua aliança a­través de um mediador, Moisés, e pro­meteu que continuaria a comunicar-seao seu povo por meio de mediadoressemelhantes a Moisés, a saber, os pro­fetas (Dt 18.15-22), então veremos quesempre que o Senhor da aliança acha­va por bem acrescentar alguns detalhesou desenvolver alguns aspectos da ali­ança, com a finalidade de levar o seupovo a compreender melhor o significa­do e as implicações do seu relaciona­mento com ele, ele chamava alguém,pela ação do Esprito, para escrever taisdetalhes ou aspectos, adicionando-osaos anais da sua aliança, o cânone doAntigo Testamento. E assim que tais

escritos faziam a sua aparição, eles ime­diatamente faziam-se reconhecer comoparte daquele corpo escriturístico quejá era norma e regra da fé e condutado pOVO de Deus. Isto significava quemesmo aqueles autores de livros canô­nicos que Qão eram profetas no senti­do clássico exerceram esta função aoproduzir as suas obras inspiradas, poisnaquele momento ou período eles exer­ciam a função de mediadores do Deusda aliança, transmitindo as suas pala­vras, Tendo feito essas qualificações,podemos dizer que, no sentido humano,a "profeticidade" é o princípio de cano­nicidade.

Quanto aos livros Apócrifos, então,é apenas necessário dizer que eles sim­plesmente não são obras escritas porprofetas "movidos pelo Espirito Santo";nenhum deles reclama esta qualificação.Em vista disso, desde o seu aparecimen­to eles não se fizeram reconhecer comointegrantes do cânone. E, assim, em­bora fazendo parte da Septuaginta, atradução grega muito usada no tempode Jesus, eles jamais foram citados co­mo Escritura no Novo Testamento. Estaconstatação final, pelo menos, além doque foi dito acima, deveria merecer anossa confiança.

Para finalizar queremos apenas des­tacar brevemente algumas implicaçõesteoiógicas da posição apresentada nocorpo deste estudo.

O reconhecimento de que as origensdo cânone coincidem com a fundaçãodo reino de Deus em Israel, no Sinai,leva-nos a observar, em primeiro lugar,que a Escritura já no momento de suaaparição possui o caráter de uma pala­vra triunfante, pois surge em conse­qüência de uma demonstração do poderde Deus em julgamento e salvação, deacordo com promessas proféticas dadasaos patriarcas. Em segundo lugar, ob­servamos que, constituindo-se no própriodocumento da aliança, esta palavra tri­unfante tem como função o estrutura­mento do reino da aliança. E ela des­empenha essa função de duas maneiras,a saber, como palavra de poder e pala­vra autoritativa. Como palavra de podera Escritura possui o seu protótipo nasenunciações criadoras de Deus reiatadasem Genesis 1, pelas quais ele de fatocriou luz, vida, etc. Da mesma forma,

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a palavra da Escritura, manejada eficaz­mente pelo Espírito, é poderosa para aexistência a nova criação de Deus. Épor meio da Escritura como palavra po­derosa que Deus prepara e incorpora oseu povo como pedras vivas na estru­tura do seu Templo.

No estudo do cânone, no entanto, apreocupação gira mais em torno da Es­critura como palavra autoritativa. Nestafunção ela constitui-se num modelo ar­quitetõnico, pois canonicidade é umaquestão de normaS. Sendo assim, asEscrituras funcionam como autoridadedelineadas dos elementos constituintesdo santo Templo de Deus em suas di­mensões históricas e teológicas, huma­nas e divinas. Em outras palavras, ainsistência da Reforma que as Escritu­ras formam a Igreja, e não vice-versa,fica aqui confirmada e é colocada emdestaque. Mas, nesta função específi­ca das Escrituras, será que o AntigoTestamento ainda possui para nós quevivemos sob a Nova Aliança a mesmaautoridade como para o antigo Israel?Certamente não. Se o Antigo Testamen-·to ainda tivesse para nós a mesma au­toridade que teve para o antigo Israel,deveríamos submeter-nos à prática dacircuncisão e à observação do sábado,etc., pois canonicidade é uma questãode normas e regras de fé e conduta. OAntigo Testamento, então, permanecenormativo para a fé, em todos os sécu­los (todo o Novo Testamento constitui­se numa confirmação e desenvolvimentodo Antigo, neste sentido), mas ele nãopermanece normativo para a conduta, anão ser naquelas normas de vida quede alguma forma foram confirmadas pe­lo Novo Testamento. Em vista disso, de­veríamos falar não em "cânone das Es­crituras", mas em "cânones do Antigo edo Novo Testamento", que juntamenteconstituem as "Escrituras", estabelecen­do assim uma distinção entre "cânone"e "Escrituras". Esta distinção não en­volve a negação da infalibilidade do An­tigo Testamento; ela apenas afirma queo "cânone" da Igreja da Nova Aliançae o Novo Testamento, enquanto que as"Escrituras" consistem nos oráculos deDeus comunicados ao seu povo tanto naera Mosaica como na era Messiânica.

Finalmente, é preciso enfatizar que,embora não sendo autoritativo para nós

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em matéria de conduta ou vida, o An­tigo Testamento continua sendo parteintegrante das Escrituras da Igreja. tcomo tal ele é palavra poderosa dirigi­da a nós como lei e evangelho para jul­gamento e salvação, a fim de que nosarrependamos e confiemos no Messias,o Emanuel de Deus, Jesus Cristo. Alémdisso, como parte das Escrituras, o An­tigo Testamento é palavra autoritativaem matéria de fé, sendo que, juntamentecom o Novo Testamento, é normativo pa­ra a teologia tanto em suas dimensõesdivinas como humanas.

A ignorância de um ou outro dos fa­tos acima apontados pode levar-nos asérias consequências teológicas, Entreoutras, enumeramos as seguintes: (1) Seignorarmos que o Antigo Testamento nãoé mais normativo em matéria de con­duta, seremos de alguma forma "judai­zantes" modernos; (2) Se, na prática,considerarmos que o Antigo Testamentoé supérfluo para a fé cristã baseada noNovo Testamento, então ou a nossa teo­logia acabará sendo acentuadamente co­lorida pelo pensamento grego, (3) ou, noextremo, exaltaremos as nossas própriasfantasias e aspirações como expressõesdo pensamento de Deus; (4) Mas, acimade tudo, tal atitude deixar-nos-á extre­mamente empobrecidos, pois negligen­ciamos dois terços da rica, poderosa egenuína palavra escrita de Deus. Por­tanto, é absolutamente necessário quetodos aqueles que ensinam e pregam naIgreja de fato façam jus ao princípio pra­ticado pelos escritores das nossas Con­fissões, isto é, façam uso constante do"Antigo e Novo Testamentos", a fim deque em todas as atividade da Igreja sereflita uma teologia sadia.

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2' de conduta ou vida, o An­2:-nento continua sendo parte

das Escrituras da Igreja. I::

sie é palavra poderosa dirigi­:omo lei e evangelho para jul­: salvação, a fim de que nos~os e confiemos no Messias,

de Deus, Jesus Cristo. Além-o parte das Escrituras, o An­::-nento é palavra autoritativa2 de fé, sendo que, juntamente.0 Testamento, é normativo pa­gia tanto em suas dimensões:-no humanas.'ància de um ou outro dos fa­

apontados pode levar-nos a'sequências teológicas. EntreJmeramos as seguintes: (1) Se

que o Antigo Testamento nãoormativo em matéria de con­rnos de alguma forma "judai­Ddernos; (2) Se, na prática,~,08 que o Antigo Testamento) para a fé cristã baseada no2mento, então ou a nossa teo­ará sendo acentuadamente co-

pensamento grego, (3) ou, noialtaremos as nossas próprias, aspirações como expressões'ento de Deus; (4) Mas, acimatal atitude deixar-nos-á extre­empobrecidos, pois negligen­is terços da rica, poderosa e",lavra escrita de Deus. Por­2bsolutamente necessário que'es que ensinam e pregam naato façam jus ao princípio pra­)8 escritores das nossas Con­o é, façam uso constante doNovo Testamentos", a fim dedas as atividade da Igreja se

teologia sadia.

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--:0:--

AS TRADUÇÕES DA BíBLIAWalter G. Kunstmann

Quando o Senhor da Igreja mandouseus discípulos a todo o mundo a fimde pregarem a todas as nações a Palavrada Vida, e quando: no dia do Pentecosteséquipou os apóstolos com o Espírito San­to, também Ihes concedeu falarem em di­versas linguas, desta maneira Ele certa­mente manisfestou a sua vontade quehouvesse comunicação direta com as na­ções no próprio idioma destas.

Por isso era do agrado do Senhorque na medida do possível a Sua Pala­vra se tornasse acessível a todos, nãoapenas aos eruditos, como aconteceu naIdade Média no seio da Igreja Católicacom a Bíblia em latim, mas que surgis­sem traduções nos idiomas que preva­lescessem. E como fez Lutero, que aotraduzir a Bíblia para o alemão achouíndispensável de "dem gemeinen Mannaufs Maul schauen", de reparar na lingua­gem do homem comum, surgiram emtodas as épocas traduções da Bíblia oude partes da mesma.

Desta maneira foram feitas traduçõespara os idiomas universais nas respec­tivas épocas: a Septuaginta para o mun­do grego que por séculos era o idiomauniversalmente falado e lido {1}, e depoisa Itala - Vulgata (2), quando os romanosconquistaram e governavam o mundo deentão.

Mas desde cedo surgiram no orientetraduções de importância mais ou me­nos regional e de carater missionário,abrangendo muitas vezes apenas o No­vo Testamento. Depois de Tatiano (ca172 AO) com seu Diatessaron (harmoniados evangelhos) e diferentes versões si-

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riacas, das quais a Peshitta (3) é a maisimportante, podemos lembrar a armênica,isto de um lado, e do outro lado, desdeo 4. século da era cristã as versõescópticas (a sahídica e a bohairica) e aetiópica, seguidas mais tarde pela arábica.

No ambiente germânico, primeiro edigno de menção a tradução gótica deWulfila (Ulfila), bispo missionário dos go­dos, que, para poder dar a Bíblia ao seupovo adotivo, teve que inventar o alfa­beto gótico. Em Upsala é guardado o"Codex Argenteus" desta tradução. Exis­tem ainda muitos manuscritos parciaisda mesma versão, como o "Codex Ca­rolínus". Houve nos séculos XV e XVIvários ensaios de traduções para o aie­mão, geralmente feitas com base apenasna Itala-Vulgata. Mas estas não podemser comparadas com a do reformadorMartinho Lutero que, depois da traduçãodo NT no seu retiro na Wartburgo em1522, deu ao povo alemão a Bíblia todanum caprichado alemão, compreensívelpara todos, desde 1534, fazendo, poste­riormente, ele mesmo, nada menos doque 8 revisões desta obra, sempre me­lhorando-a, até 1546. Por causa da lin­guagem antiquada, desde 1864 até 1912foram 'feitas revisões da "Bíblia de Lu­tero", mas com as necessárias atualiza­ções lamentavelmente foi mudado tam­bém o teor de várias passagens quan­to ao seu sentido em conformidade coma teologia racionalista-Iiberal do séculopassado. Lutero traduziu das línguas o­riginais e da maneira mais fiel possível.

Ao lado de traduções modernas pa­ra o alemão, também feitas em confor­dade com os originais, como p.ex. a deH. Menge (1961), podemos mencionarainda "Gute Nachricht für Sie" (Boa No­va para Você), o NT em linguagem dehoje, que se beseia nas edições parale­las populareS inglesas "Good News forModern Man" e "The New Testament inToday's English Version", com muitas de­ficiências devido a liberdades tomadaspara com o texto.

Diz Bo-Reicke (4); "Traduções nãoalemãs há legiões, especialmente apósa invenção da arte tipográfica e da Re­forma". Isto em território luterano e re­formado, algumas com base em Luteroque mais tarde foram modernizadas nosséculos XVIII a XX (5).

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Só de traduções para fins missioná­rios, da Bíblia, do NT e de partes dasEscrituras, existem mais de 1000 em lín­guas e dialetos diferentes. Esta obraestá sendo continuada, e ainda resta mu­ito a fazer (6). Em parte, os missionários,antes de poderem dar a Palavra de Deusàs tríbos no meio das quais estavam eestão trabalhando, tiveram que inventaralém de vocábulos e designações paracousas abstratas (como alma, pecado,eternidade, etc.) até letras e sinais pa­ra idiomas e dialetos que nunca antespossuiram escrita ou literatura. Não fal­ta muito que se cumpra a Palavra (Mt24.14): "E será pregado este evangelhOdo Reino por todo o mundo, para teste­munho a todas as nações. Então virá ofim."

Quanto, agora, à divulgação de Bi­blias e partes da mesma é necessáriolembrarmos que nao apenas na antigüi­dade e no começo da Idade Média ascópias foram feitas à mão e com isto setornaram caríssimas, fora do alcance dopovo em geral, até que Deus, certamentecom isto visando a maior divulgação deSua Palavra, em 1452 fez surgir a 1.a Bi­blia impressa. Joh. Gutenberg inventoua arte tipográfica, de modo que a tradu­ção feita por Lutera pudesse "ter livrecurso".

Mais tarde foram as Sociedades Si­blicas que mais contribuíram para umadivulgação em larga escala da Palavrade Deus. Surgindo na época do pietis­mo, publicavam altruisticamente, i.e. semvisar lucro algum, pelo contrário, POSSI­bilitando mediante as contribuições deseus associados a venda da Bíblia abai­xo do preço de custo, obra esta rica­mente abençoada por Deus.

É considerada a primeira Soe. Bíbli­ca a "Cansteinsche Bibelanstalt", funda­da em 1710 em Halle, Alemanha, peloBarão H. Canstein. Mas esta sociedadeainda tinha um carácter local. Quando,porém, em 1804 foi fundada a SociedadeBíblica Britânica, seguida pela "Württen­bergische Bibelgesellschaft" (1812) e a"Haupt-Bibelgesellschaft", em 1814, aSociedade Bíblica da Saxônia, tambémem 1814, e mais tarde (1852) a de AI­tenburg na Alemanha, isto em nada a­gradou a Satanás, o inimigo mortal daPalavra de Deus. Quando se tinha for­mado até uma Soco Bíbl. Católica em

Regensburg (por V;f;tt,-~-­imprimiu e divulgou c- ~tólica para o alemãG ''-~2 :3ander von Ess e cutr:5 _--=­em 1817, não apenas '2: - :'"Regensburg, mas ta",:2- 2.-;;

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e mais tarde (1852) a de AI­, Alemanha, isto em nada a­,satanás, o inimigo mortal da

Deus. Quando se tinha for­uma Soe. Bíbl. Católica em

Regensburg (por Wittmann, 1805), queimprimiu e divulgou uma tradução ca­tólica para o alemão feita pelo Prof. Le­ander von Ess e outros, uma bula papai,em 1817, não apenas fechou a SB deRegensburg, mas também amaldiçoou asdemais Sociedades Bíblicas existentes.Isto, porém, não apenas não impediu otrabalho abençoado das mesmas entida­des, mas em seguida em todo o mundose formaram tais sociedades. Em 1948surgiu na Alemanha o "Verband Evange­lischer Bibelgesellschaften" (Liga de So­ciedades Bíblicas Evangélicas) e, em1950, a "United Bible Society" com 56sociedades afiiiadas em todo o mundo,Esta UBS, em 1973, distribuiu um totalde 1526 diferentes traduções da Bíbliaou de partes da mesma para todas asnações em diferentes ,línguas e dialetosindígenas ..

O que mais de perto nos interessa,ou antes devia interessar, nesta nossaterra é a fundação da Sociedade Bíblicado Brasil (SBB) em 10 de junho de 1943,agora com secretarias regionais em qua­se todos os estados do Brasil e que noano de seu 25.0 aniversário já tinha lan­çado mais do que 10 milhões de exempla­res da Bíblia toda ou partes da mesma.

Últimamente também a Igreja Cató­lica Romana divulga em medida conside­rável a Bíblia. Isto se deve ao Movimen­to Bíblico desta Igreja ("Divino AmanteSpiritu", 1943). A Conferência Geral dosBispos do Brasil, recentemente, concor­dou com a"Almeida Revista e Atualiza­da" e a adotou tão bem como a nossa"Bíblia na Linguagem de Hoje", da qualaté agora foi publicada apenas o NT (jána 2." edição). esperando-se a publica­ção do AT e assim da Biblia tl)da para1980.

Isto nos leva a dizer algo a respeitodo primeiro tradutor da, Bíblia para o por­tuguês, o Rev. João Ferreira de Almeida(7). Pouco se fala sobre este pioneiro.P. ex. o Dicionário Enciclopédico Brasi­leiro, por Alvaro Magalhães, traz 8 per­sonagens com o nome de Almeida, deixa,porém, lamentavelmente, de mencionar ohumilde reverendo de Batávia, a quemtanto devemos.

Almeida, nascido em Lisboa, Portu­gal, em 1628, deixou a sua pátria já com14 anos, indo para a Holanda e depoispara MálrlcR nas Indias Orientais, onde

ele, que tinha sido educado por um clé­rigo na fé católica, se converteu e fezconfissão de fé para a Igreja Reformada.Casou com a filha de um pastor holan­dês. Só, agora começou a estudar asIinguas originais das Escrituras Sagradas.

Com 16 anos traduziu o NT para oportuguês, mas esta versão deve ter si­do feita da Vulgata. Como pastor, ser­viu a grande congregação evangélica deBatávia na ilha de Java, desde o anode 1663 até 1689. Faleceu em 1691.Além de traduções para sua língua ma­terna de Esopo, do Catecismo de Heidel­berg e outras obras da Igreja Reformada,traduziu enfim toda a Bíblia das línguasoriginais (8). Esta Biblia portuguesa foiimpressa várias vezes na Batávia e naHolanda, depois também em Nova lorque,Londres e Rio de Janeiro.

E esta a Bíblia que a SBB, por co­missão revisara, atualizou, sempre combase nas línguas originais, como tambémao português moderno, Isto num traba­lho de mais de 7 anos. Nesta revisão, anossa Igreja tem prestado importantecolaboração sobretudo o saudoso Prof.Dr. Paul W. Schelp. Enquanto diverSaSequipes trabalharem em diversos cen­tros do Brasil (9), a última revisão geralfoi feita por Dr. Schelp, assistido, quantoao português, pelo rev. Antônio de Cam­pos Gonçalves num trabalho de doisanos em tempo integral, período em quea nossa Igreja Ev. Luterana do Brasillicenciou o Dr. Schelp de sua cadeira noSeminário Concórdia em Porto Alegre,RS, assim que ele desta maneira podededicar-se integralmente a trabalho tãoimportante, sendo naquela ocasião subs­tituído na sua cátedra pelo então pas'crda Com. Ev. Luterana "Cristo" de PortoAlegre, o abaixo firmado. Desta manei­ra a referida congregação também quiscolaborar para que se realizasse a mag­na obra.

A atualização e revisão, sempre combase nos melhores textos das línguas o­riginais, podia muito bem ser considera­da uma nova "tradução". Mas, é umahomenagem, aliás muito merecida, aogrande vulto, o rev. João Ferreira de AI­meida e seu trabalho gigantesco, poistraduziu toda a Blíbia sozinho, pessoal­mente. Assim foi resolvido que seu no­me venerando continuasse no frontispí­cio de nossa Bíblia brasileira.

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Nunca houve uma tradução que nãotivesse, posteriormente, necessitado decorreções e aperfeiçoamentos. Assim e­xiste para este fim no seiol da nossa SBBa "Comissão Permanente de Revisão eConsulta" (10) que recebe continuamen­te sugestões para o aprimoramento daBíblia Revista e Atualizada. Tais suges­tÕés, é claro, devem ser bem fundamen­tadas sempre com argumentos gramaIl­cais, lexicográficos, ou então baseadosno contexto e consenso bíblicos, e istotanto quanto às línguas originais comoao português. Para ta! a citada comis­são pede a colaboração das igrejas eseus componentes, de professores e te­ologandos, de ministros e leigos.

E falando de correção e sugestões:isto vale igualmente para a "Bíblia naLinguagem de hoje: O Novo Testamento",agora já na sua 2." edição. O AT nalinguagem de hoje ainda está sendo ela­borado.

A "Comissão para Versões Biblicas"da nossa Igreja-Mãe nos Estados Unidos,mediante a "Comissão para Teologia eRelações Eclesiais" (CTCR), distribuiurecentemente (setembro de 1975) um tra­balho, entitulado "Comparative Study ofBible Translations and Paraphrases". Nopreâmbulo diz entre outras: "Por causadas muitas traduções das Sagradas Es­crituras agora disponiveis e em uso po­pular, a CTCR pediu da "Com. para Ver­sões Bíblicas": " ... desenvolver critériospara auxiliar individuos a avaliar tradu­ções contemporâneas da Bíblia" (cf. Can­vention Workbook, 1971, pg. 36). Emresposta a este pedido, a Com. para Ver­sões Bíblicas preparou este estudo com­parativo de dez das mais amplamente u­sadas traduções e paráfrases da Bíblia ..."

Escolheram para fins analíticos as pas­sagens bíblicas constantes das Perguntas121 a 159 do Catecismo Sinodal, compa­rando os termos de 6 traduções (5 recen­tes mais a "King James Version") e de4 paráfrases (entre estas o NT na lingua­gem de hoje, "Good News for ModemMan", e os salmos como parte da mesmaobra). O "Novo Dicionário de Aurélio"traz sob "paráfrase": 1) Desenvolvimento-do texto de um livro ou de um documen­to, conservando-se as idéias originais ..2)Tradução livre ou desenvolvida .. - Por"desenvolver" entende-se: aumentar, ex­plicativamente.

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Agora o nosso equivalente do NT "forModem Man", o "Nt na Linguagem deHoje", certamente não conserva apenasas idéias originais, e não desenvolve, an­tes simplifica e reduz vocabulário, vistoser este bastante reduzido em mais doque a metade do povo brasileiro, a quemse quer proporcionar também a Palavrade Deus. O NT na Linguagem de Hojenão foi criado para substituir o NT daAlmeida Revista e Atualizada, e muitomenos para servir no altar e no púlpito.E que nesta tradução possam ser encon­tradas falhas e erros, e que exista a pos­sibilidade, sim, a necessidade de apri­moramento, jamais foi negado. Isto a­contece com cada nova tradução, comotem acontecido com a de Lutero também(oito revisões por ele mesmo feitas), AAlmeida Revista e Atualizada está sendocorrigjda ainda hoje, onde isto se com­provar necessário. Mas para que tal a­conteça é indispensável a colaboração(não apenas uma crítica generalizada edestrutiva) de todos nós. O autor desta,por experiência própria sabe, como sãolevadas a sério as "reclamações" pelacomissão competente, da qual ele fazparte.

O que mais interessa no opúsculo dosirmãos da Igreja-Mãe é o resultado a quechegaram com sua classificação. Aquiloque - sempre da seleção reduzida de pas­sagens analisadas (num total de 104 pas­sagens, das quais 7 são do AT e o restodo NT) - foi julgado bom sob todos osaspectos, não levou nota. Os marcadoscom 1) são considerados "usáveis, masnão refletindo o original tão bem comodevia". Os marcados com 2) são con­siderados "não usáveis".

Agora: nas 10 traduções analisadasas melhores são KJV (King James Ver­sion), com 5 + O = 5. A NASV (NewAmerican Standart Version) com 2+3=5.A NIV (New Intemational Version, NT)com 2 + 4 = 6. O que neste contextointeressou mais o autor desta é a TEV(Today's English Version: Good News forModem Man, NT), classificado entre as"paráfrases" e correspondendo (11) aonosso NT na Linguagem de Hoje, a clas­sificação é 7 + 13 = 20, enquanto outrastraduções: a NEB (New English Bible),a JB (Jerusalem Bibie), a PH (Philips, NTin Modem English) e a LB, esta "pará-

frase" The Living Bible Pé'.2':;mam 23, 30, 30 e 53 ,=:::-==

As conclusões gera:s. :::0;liza a publicação da CTC::: :'ªacertadas, referindo-se :: c:,;,:

duções da Bíblia em ~:=::="-1- Nenhuma versão é p"'~huma versão é inadequad~ ~sagem - 3 - Algumas .8r:--':_usadas com maior pree-::_c;outras, como o sumário ,~d:Cc!:

dispensável competência ~..=:s

bíblicas (12) ao julgar "'~Concluimos esta c:- = .."

decimentos a Deus G-,~ ~:"Palavra desde os cr"g-:: = ;;;

sos dias; que foi dae·a. ': ':s§da, no nosso idioma. ;-~j!trossim, à Socied2d~ :: = .::;;

por seus esforços 2.-'_ :-!Bíblia ao povo bras:~': ::coração a colabor202: :~ '"penas no trabalho =;;: ~b!ia, mas espeG"?>"~--~ :;o':!çoamento das tr2..:·;;:, ':= ::"sa Igreja traba[~2 ~ :: - ~camos a nossE. '2 _'" =- '" !nossas al171as

(1) A Septuaginta _. ,-~11 (283-246 2.. C-=- .. -=- :;;;,

duzida por 72 ~'_: --2 2'~

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ram uniformes, e ftêS c. "ção local desta espsç S ==':l;lata Agostinho. - A Vu1g..,""" ­

é a versão oficiai e 2."~: -"Católica desde 1546. _ - ~te, a ítala, a Vulgata,:_~-~geral originou-se ccr'", :.. = ~

390 a 405 AD em 82'=- ::=:

do original hebraico. ,:.. ~:;

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: 'lOSSO equivalente do NT "for'::.r,". o "Nt na Linguagem der:::.mente não conserva apenas:"ginais, e não desenvolve, an­'ca e reduz vocabulário, visto:::.stante reduzido em mais do2.de do povo brasileiro, a quem.'cporcionar também a Palavra

O NT na Linguagem de Hoje-ado para substituir o NT da'svista e Atualizada, e muito-a servir no altar e no púlpito.-::: tradução possam ser encon-2.Se erros, e que exista a pos­sim, a necessidade de apri-

jamais foi negado. Isto a­:,m cada nova tradução, comos:::ido com a de Lutera também3es por ele mesmo feitas). A.avista e Atualizada está sendo:::inda hoje, onde isto se com­:essário. Mas para que tal a­, indispensável a colaboração::.s uma crítica generalizada ede todos nós. O autor desta,

éncía própria sabe, como sãosério as "reclamações" pela

:::ompetente, da qual ele faz

mais interessa no opúsculo dosigreja-Mãe é o resultado a queCOITIsua classificação. Aquilo

:)re da seleção reduzida de pas­aiisadas (num total de 104 pas­,s quais 7 são do AT e o restofoi julgado bom sob todos osnão levou nota. Os marcados~o considerados "usáveis, masndo o original tão bem como)s marcados com 2) são con­"não usáveis".

nas 10 trad uções anal isadas9S são KJV (King James Ver-

5 + O = 5. A NASV (NewStandart Version) com 2+3=5.~ew International Version, NT)<i = 6. O que neste contexto

mais o autor desta é a TEV:nglish Version: Good News for:an, NT), classificado entre ass" e correspondendo (11) aona Linguagem de Hoje, a clas­:; 7 + 13 = 20, enquanto outras

a NEB (New English Bible),;salem Bible), a PH (Philips, NT

English) e a LB, esta "pará-

frase" The Living Sibie Pa:aphrased), so­mam 23, 30, 30 e 53 respectivamente.

As conclusões gerais, com que fina­liza a publicação da CrCR ótimas e bemacertadas, referind·:)-se a todas as tra­duções da Bíbiia em todas as épocas:"01- Nenhuma versão é perfeita. -2- Nen­huma versão é inadequada em cada pas­sagem - 3 - Algumas versões devem serusadas com maior precaução do queoutras, como o sumário indica. -4- e in­dispensável competência nas linguagensbíblicas (12) ao julgar uma versão."

Concluimos esta com sinceros agra­decimentos a Deus que velou sobre SuaPalavra desde os originais até aos nos­sos dias; que foi dada, e está sendo da­da, no nosso idioma. Agradecemos, ou­trossim, à Sociedade Bíblica do Brasilpor seus esforços altruístos em dar aBíblia ao povo brasileiro. E pedimos decoração a colaboração de todos não a­penas no trabalho de divulgação da Bí­blia, mas especialmente para o aperfei­çoamento das traduções com que a nos­sa Igreja trabalha e com as quais edifi­camos a nossa fé para a salvação denossas almas.

Notas

(1) A Septuaginta (LXX), sob PtolomeosII (283-246 a.C.) na ilha de Pharos tra­duzido. por 72 eruditos israelitas, inicial­mente para a biblioteca de Alexandria,tornou-se o código dos judeus na díás­pora bem como, quanto ao A T o doscristãos na fase inicial da era do NovoTestamento.(2) Haia é nome quase coletivo e impre­cedente para as traduções latinas anti­gas antes de Hierônimo (tradutor daVulgata) que, fragmentárias, circularamde ca 175 a 400 AO. Por na Africa, Itá­lia e Espanha o povo não mais dominaro grego da LXX, certos trechos (períco­pes) foram traduzidos para o latim parao uso nos cultos. Estas versões não fo­ram uniformes, e ítala foi uma designa­ção local desta espécie, segundo nos re­lata Agostinho. - A Vulgata, por sua vez,é a versão oficial e autorizada da IgrejaCatólica desde 1546. Utilizando, em par­te, a ítala, a Vulgata, quanto ao AT, emgeral originou-s6 com Hierônimo, que de390 a 405 AO em Belém traduziu o ATdo original hebraico. A Vulgata passou

por diferentes fases, até que, desde 1546,no Concílio de Trento fosse declarada"autorizada", mas obteve, depois de vá­rias revisões por comissões nomeadasno Concílio, a sua forma definitiva so­mente em 1592 (sob os Papas Sixto V edepois Clemente VIII).(3) A Peshitta ("a Simples") foi a maísusada das traduções sírlcas (revisão con­cluída ca 400 AO), traduzido. do gregoe do Targum, por isso de pouco valorpara a crítica sacra.(4) Bibl.,-Hist. Handworterbuch, I, 244).(5) Na Inglaterra, W,Tyndale, NT 1525M. Coverdale, 1535, mais tarde com ou­tras traduções aproveitada para a "GreatBible ", 1539, revisada esta para a "BI­shop's Bible", 1568, chegando, posterior­mente, à "King James Version" ou "Au­thorized Version", 1611. Esta última é,depois da de Lutera, a tradução maisdivulgado.. Novas revisões em inglêssão: a "Revised Version", 1881/85, a"Standard Version", 1901, e afinal a "Re­vised Standard Version", 1952, esta úl­tima surgido. nos Estados Unidos onde,em 1971, apareceu a "The New EnglishBible". Iria levar-nos longe demais, seaí quiséssemos enumerar todas as tradu­ções surgidas na Suiça, na Holanda, nospaíses escandinávios.(6) A "United Bible' Society" (UBS) coma sua publicação "The Bible Translator",ulTIa revista técnica que quer "ajudar aostradutores", agora já por 26 anos, àscomissões tradutoras ou aos missioná­rios que., isoladamente, traduzem textosbíblicos das línguas originais em todo omundo. A UBS ajuda também financiartais empreendimentos. Restam ainda cen­tenas de tribos com idiomas próprios queainda não possuem a "sua" Bíblia. Osmissionários não deviam ensinar, comoantes tem sido a regra, aos indígenas umidioma mundialmente conhecido, que to­davia sempre para eles continuaria lín­gua estrangeira, para somente depoisinstruí-Ios mediante este idioma e come­çar a sua obra missionária.(7) Para informações mais concisas a res­peito confere: P. Schelp, Igreja Luterana1954, 9/10, pgs. 173-181, e 11/12, pgs.243-249.(8) NT três edições por ele feitas: 1681,1693 e 1712; a 1." edição do AT foi pu­blicada só após a sua morte por seussucessores no pastorado de Batávia, em

183

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respeite, ,:;s :: s, e -tido '1'23,,"":: -: :=--:: :;;:

do que se c_e __ e,raJ entsc = - =- ::- =-

É mistec ',e-' :'O' ,~

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Tem-se atribuído a ,~omais variados sentidosto _e comum a pa!avr2- - ': ;zahlung, besonders e'- -e :;-:~te, die in einer biidhafte- =:...",was ein Volk oder e"e =e"in religioser Hinsicht ; s_:'Tomando como defir:;:~: :.,,;

o mito é a expre'ó-,~: _~preensao do me:2-"2-:, ,;§da revelação, o s~::'=" '-""se-ia dizer, em t&Seum livro de mitosdizer é, contudoniente,

A inconveniêno ::to de mito em re :~: _ ~em primeiro iuge- ::'cher e Barth 0,,3-:: -e~ =_

reditariedade c:: -ec~:autor fale de"-: ~: -- -- =_,

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mais amplo:; 2: :S'-: ,- '"xa de ser es,":::,,: -- -7 -.,.. - -Strauss diz que: =- :: 1;

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J. Andrade Fe"e '.o =-=-=~sa com respeite à :s: =-; =- ~

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Diferenciação entre história e mito

Capítulo 1I

A teologia moderna ultimamente, comfreqüência, se tem perguntado o que éverdadeiro, histórico, e o que é mi­tológico na Bíblia, Antes de se fazerqualquer julgamento sobre o procedimen­to dos teólogos da nossa época, é con­veniente analisar a definição e o sentidoque se dá aos termos história e mito.

A teologia "moderna" faz uma dife­renciação entre Historie e Geschichte,conforme o teólogo Ernst Ki:isemann seexpressa: "Hitoria ist erstarrte Geschi­chte. , , ", 1 Na medida em que o tempopassa, um acontecimento do passado sesolidifica. O que, no entanto, é decisi­vo é a lição que tal acontecimento trou­xe, Aquilo que se aprendeu do aconte­cimento é o que se chama de Geschich­te. "Historie ist also das Erstarrte.Geschichte das Lebendige", 2

Apesar de se fazer a diferenciaçãoentre ambos os termos, pode-se afirmarque eles designam um fato verídico a­contecido no passado e re!embrado nopresente,

Consideramos Adão e Eva persona­gens históricos, levando em considera­ção a seguinte explanação:

Se os acontecimentos de Gênesis 1-3deveriam ser chamados "históricos", de­pende de como aquele termo é empre­gado. Se "histórico" se refere ao querealmente aconteceu, Gênesis 1-3 é his­tórico. Mas se "histórico" é empregad'opara designar ao que pode ser estabele­cido em termos de observações e rela­tos humanos, então a criação obviamenteestá excluida do âmbito do "histórico".Visto que, no entanto, o termo "não-his­tórico" geralmente tem o sentido de"não tendo acontecido", sería muito en­ganoso, e, em conseqüência, em desa­cordo com a forma da sã doutrina de­clarar a criação e a queda como sendo"não-histórico". 3

mo este aqui tratado. Encontrou-se di­ficuldades na coleta de fontes que for­necessem indicações precisas e as ba­ses para formar as afirmações conveni­entes ao caso. - (As traduções das cita­ções do original foram feitas para a pu­blicação pelos próprios autores).

Paulo W. BuasAmo Besse!

(Estudantes de Teologia - 3.° anoSeminário Concórdia)

Capítulo I

Introdução

Objetiva-se através desta monografiaverificar em que implica afirmar ou ne­gar a historicidade de Adão e Eva.

De princípio achou-se conveniente a­bordar a problemática da diferenciaçãoentre história e mito, uma vez que é im­portante definir sob qual dessés termosdeve ser classificado o relato bíblico dacriação do primeiro homem. Em segui­da, julgou-se oportuno apresentar diver­sos pontos de vista referente ao temadeste estudo. Por último, tentou-se, su­mariamente, afirmar a hístoricídade deAdão e Eva.

Resta ainda ressaltar a complexídadeque envolve a abordagem dum tema co-

1748. Escreve David Lopes "A expan­são da língua portuguesa no Oriente nosséculos XVI, XVII e XVIII", Barcelona,1936, diz: "A segunda tradução (da Bí­blia), feita pelo católico Antônio Pereirade Figueiredo, sobre a Vulgata latina, or­todoxa, pois, é superior (a de Almeida) ...".Isto deixa claro, que a primeira foi deAlmeida e que esta, por Lopes conside­rada não ortodoxa por não se basear naVulgata, consequentemente se basearanos textos hebraico e grego.(9) Além do Dr. Schelp colaboraram danossa Igreja entre outros os revs. Th.Reuter, Prof. Johannes H. Rottmann,Prof. W. K. Wadewitz, e o autor desta.(10) Desta, o signatário é membro, ten­do preenchido a vaga deixada pelo Dr.Schelp.(11) Prof. Dr. Robert Bratcher, que diri­giu nos EU os trabalhos desta tradução,é colaborador constante também da nos­sa "em Linguagem de Hoje".(12) Hebraica e grega.

A HISTORICIDADE DE

ADÃO E EVA

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- ~ tratado. Encontrou-se di-- 2 coleta de fontes que for--jicações precisas e as ba-

: rmar as afirmações conveni­:2S0. - (As traduções das cita­';,:nal foram feitas para a pu­s as próprios autores).

Capítulo II

ação entre história e mito

;;ia moderna ultimamente, comse tem perguntado o que éhistórico, e o que é mi­

a Bíblia. Antes de se fazer.igamento sobre o procedimen­ogos da nossa época, é con-

calisar a definição e o sentidoaos termos história e mito.

.gia "moderna" faz uma dife­entre Historie e Geschichte,

:: teólogo Ernst Kasemann se;;Hitoria 1st erstarrte Geschi­

Na medida em que o tempoacontecimento do passado seO que, no entanto, é decisi­

2.0 que tal acontecimento trou­) que se aprendeu do aconte­o que se chama de Geschich­:orie 1st also das Erstarrte.

das Lebendige". 2de se fazer a diferenciação

os os termos, pode-se afirmardesignam um fato verídico a­no passado e relembrado no

aramos Adão e Eva persona­:ricos, levando em considera­2uinte explanação:acontecimentos de Gênesis 1-3ser chamados "históricos", de-como aquele termo é empre-"histórico" se refere ao que

aconteceu, Gênesis 1-3 é his­as se "histórico" é empregado:nar ao que pode ser estabele­:ermos de observações e rela­os, então a criação obviamenteilda do âmbito do "histórico".

no entanto, o termo "não-his­eralmente tem o sentido de.~ acontecido", seria muito en-

em conseqüência, em desa­~ a forma da sã doutrina de­:riação e a queda como sendorico", 3

Tem-se atribuijc 2 :)2'2':r2 "mito>; osmais variados se,,~j::s [\]um sentido la­to e comum a :::3'a·.'r& mito é "eine Er­zahlung, beson,j2-s 2'-e Güttergeschich­te, die in eine, b'::-.,,'~en Form ausdrückt,was ein Volk o:er eine Personengruppein religioser Hinsicht glaubt". 4Tomando como definição que

o mito é a expressão humana de a­preensão do mata-racional (no casoda revelação, ° supra-racional) poder­se-ia dizer, em tese, que a Biblia éum livro de mitos. Essa maneira dedizer é, contudo, perigosa e inconve­niente.

A inconveniência do uso do concei­to de mito em relação à Biblia, se vê,em primeiro lugar, por aquilo que VIS­

cher e Barth chamaram a "pesada he­reditariedade do termo". Ainda que oautor fale de Adão como mito, pen­sando não na falsidade do relato, masna realidade da criação especifica dohomem como algo que não é histó­rico no sentido comum, esse autor es­tará correndo o risco de ser mai en­tendido e, pois, na contingência deconfusão. 5Vaie analizar primeiramente o senti­

do que se quer dar ao termo "mito" pa­ra, então, analisar as idéias do autor.É mister verificar se o termo "mito" éusado no sentido de contos primitivos arespeito de Deus ou se é usado no sen­tido mais amplo indicando a maneira deexpressão, diferente do discurso literal,mas que é a apresentação essencial daverdade religiosa.

Apesar da atribuição dum sentidomais amplo ao termo, seu uso não dei­xa de ser perigoso no campo teológico.Strauss diz que o uso do termo "mito"não teria inconvenientes caso "não seriamais do que as vestimentas, em formahistórica, das idéias reiigiosas, plasma­das pelo poder inventiva da legenda eincorporada num personagem histÓrico".o

J. Andrade Ferreira assim se expres-sa com respeito à teologia de Bultmann:

A pretensa "demitolização" de Bult­mann mostra uma nuance diversa doassunto: Bultma.nn entende por mito"o relato de aparências no plano hu­mano de seres de mundos superioresou inferiores." O que eie pretende éeliminar o sobrenaturai, e o faz usan­do mito num sentido que é peculiar. 7

O Dr. Olto Piper considera viável aaplicação do termo "mito" à Bíblia:

A linguagem mitica, diz ele, fala dosobrenatural em termos concretos co­mo se toda ela fosse muito semelhan­te ao mundo natural, mas ao mesmotempo o caráter peculiar das realida­des sobrenaturais é indicado pela au­sência de certas limitações que osmesmos objetos deveriam ter, se de­signassem fenômenos do mundo na­tural. 8

O relato bíblico do primórdio casalAdão e Eva, bem como da criação detodo o universo, não pode ser conside­rado mito quando a definição desta pa­lavra não quer significar um aconteci­mento certo, veridico, do passado.

Capitulo 111

Posições assumidas face ao reiatobiblico da criação de Adão e Eva

Na medida em que os tempos cor­rem, tem surgido multiformes afirmaçõesque procuram desvirtuar o verdadeirosentido das páginas do Sagrado Livrode Deus, de modo especial o relato dacriação do homem como também dacriação de todo o universo. A ciênciacom sua teoria evolucionista e a teolo­gia "moderna" com a "demitificação' daBíblia, negam ou colocam em dúvida ahistoricidade dos primeiros homens cri­ados neste mundo pelo Criador.

Evolução e teologia "moderna",

Quer-se aqui considerar a posi';:2.0a argumentação dos cientistas evoiucio­nistas e dos teólogos "modernos'.

Eis uma afirmação científica:Considerando no seu corpo, o "ho­mem" nasceu por uma mutação espon­tânea, passando de uma natureza me­nos perfeita a uma natureza mais p",­feita, para afinal desembocar nà na­tureza Ilumana. 9

Ou ainda: "Os evolucionistas con­cordam que o homem evoluiu de umacriatura a qual hoje não seria considera­da homem". 10A teoria evolucionista faz ainda a se­guinte afirmação:

O homem é considerado como sendoum produto, possivelmente o produto

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final, desse sistema. Com respeito aoque teria sido sua ascendência, nãohá unanimidade de opinião.O pensamento popular é que sua des­cendência é dos macacos antropóidessuperiores ou, senão, que o homeme o macaco têm um ancestral comum.O ponto crítico da questão é a supo­sição dessa teoria de que o homemnão foi criado separadamente mas queele mesmo é um subproduto da vidaanimal. 11A ciência acredita no surgimento do

homem duma forma gradativa, isto é,provindo originariamente de seres de vi­da simples, os quais aos poucos sedesenvolveram e adquiriram enfim um cé­rebro capaz de raciocinar. Ao mesmotempo a ciência crê no surgimento deum grande número de seres racionais aomesmo tempo e em diversos lugares, enão apenas num ser individual.

Há teólogos que pretendem desmem­brar o relato de Gênesis da criação emdois relatos diferentes: o capítulo pri­meiro seria um relato e os capítulos se­gundo e terceiro outro relato.

Westermann assim declara sobre osdois supostos relatos:

Ambos se esforçam para demonstrarcomo tudo tem sua existência em De­us. Tudo é o que é porque Deus ofaz assim. (... ) Em Gn 1 a ques­tão é, donde tudo se originou e comotudo surgiu? Em Gn 2 a questão é,por que o homem é assim como eleé? Ambas as questões humanas são,num sentido, deixadas abertas e per­mitiram uma variedade de respostas.Quando, porém, ambos os relatos dacriação apontam ao investigador queDeus é o Criador, eles indicam, emtudo o que dizem da crição, a linhademarcatória em que questões huma­nas somente podem terminar numacalma e reverente sub-missão diantedo Criador. 12

Questiona-se onde e em que alturados acontecimentos descritos em Gêne­sis, se poderia dividir a criação e his­tória, ou fixar o início da história. So­bre a questão Westermann diz o seguin­te:

No capítulo 1 criação e história estãonitidamente separadas uma da outra.Nos capítulos 2 e 3 pOder-se-ia dizerque a história começa exatamente

186

com a obra da criação. t: uma nar­rativa que começa com a criação, edesde o princípio aponta para a rea­lidade presente dos seus ouvintes.Ela não se detém em relatar diferentesestágios que tiveram sua importâncianuma remota pré-história, isto é, umafase antes e outra após a queda empecado. Antes, ela mostra ao leitor,em seu próprio contexto, através dahistória de como tudo começou, qualé sua real existência. 13Apesar da questão duvidosa aborda­

da acima, o mesmo teólogo deixa intr­mamente relacionadas a criação do ho­mem e a história seqüente. O autor bí­blico tem ligado ambos de tal maneiraque um não pode ser compreendido se­paradamente do outro. 14

Alguns opinam de que o modo comoDeus criou o homem, segundo Gn 2.7,é descrito também em outras fontes ex­tra-bíblicas.

A idéia de que Deus formou o homemdo barro, como um oleiro molda umvaso, é bem conhecida de fontes ex­tra-bíblicas, da África Central, Egito eGrécia. Portanto, não é uma idéia es­pecificamente bíblica. 15Além do que foi citado, outros procu­

ram datar a escrita de Gênecis num pe­ríodo bastante tarde após os aconteci­mentos da criação, fazendo a seguinteconsideração:

Uma renovada reflexão sobre a cria­ção deverá, em primeiro lugar, dar-seconta de que o primeiro capítulo daBíblia, embora importante, não é oúnico texto em que é expressada essadoutrina. Essa passagem, conquantose ache na primeira página do LivroSagrado, foi escrita relativamente tar­de, como, aliás, muitas outras passa­gens. Deve, pois, ser lida numa per­spectiva de uma revelação em via dedesenvolvimento, da qual ela forma omaduro coroamento. 16Outro fator bastante polêmico e dis­

cutido é a ordem cronológica na cria­ção e o modo como o homem foi for­mado. Na tentativa de solucionar o pro­blema, muitos distorcem a situação aoponto de afirmar que o texto bíblico dei­xa transparecer claramente que tais ques­tões não existiam para o escritor sacroinspirado, e, em conseqüência, não sepreocupou com elas . Caso essas pre-

ocupações tivesse,,: S'. ~. ::escritor, ele não ts'" :: :::=pítulos 1 e 2 dO:2 -s ,,':' "que sobre estes ::::- ,~ '~,alegam eles.

A ele interess2':= ô::: 'S";-êleitores reconh,,:sô.ôs- ':;\criaturas, tanto" Sô :: -: ;::que vivem. Pa-a" ~ :; :;;atural atual é ,..,s:: -- - '"a origem rerTK'S : ~ :':@Até Leão Xlii ,=- 's= ::;:c,;;

a Bíblia não tr2Z - .0::2 _c~.~

concreto das ot·.o:~ :=. - :~:Os escritores s=.; 2: _, ::Espírito Sam:. __2 ~""

falava, não te ..::: - =., =. ec'.==<

mens algo sob"s " -" .'7.::-;;visíveis, o q-~s ". - ~.S' ~

importância 2;: _-" :' ~ ,18

Duvidando: 2 -::: ':;::;::texto bíblico. __ 2:- --:: .3revelação p"-'c.=- :-'- : - ::: t::sacro, outrc:s 5._5:=--Z.-'- :''':::~

respeito do :: -:" _:: . : __ .'l'i

lato de Gn :" : ,,:~: - -~Só se ::: ::2 2: - - - ~'"sobre & ::. ;2­10 que: ,,-"pela ::;& 2, -" :s _7. -~o ma s:s.s ,,"- 'c--:. :::;0

do 'caç·:::-,,': ::- -"---:~:3ê-- -tamsntc c __

Nesta cs~:-=:-"';: :':..~:]!naL ::.:),,::::: -= -=-- ',,,

homem: é : 5-=-;,_ -,= :;i3

a sua ex;s:~"': = ~:,-,:-s-:::= ~todo a um 2.:: : - "c:: '""

que o ar\::" " "s;..-;" -?-...ro seu, em ::,,-::-:-:-= :::;de Deus. ;>:- "" -=:-:-:dois sex::". - -; -:. :"is seres v\v:" := ,,-Mas ao me" ....:dicalmente d:s 3- - ::-.: ~ele é capaz", :-:0:.-.0::: ~pela palavra '" 2;2': 2~ ~us, tendo pGr:2-:: - 2 :;diata e única :: - ~''''''-E!do mundo.Se o hagiógr&': :-2.- =::.~gem do ho~~- - - '---::lÇ:c :::. == '~.-=o mesmo hOmET S =­

ela direta de DS,_2

cunstância par:2-'-:2 -=

a relação do h:::-2-

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::: ra da criação. É uma nar­_e começa com a criação, e

princípio aponta para a rea­:-esente dos seus ouvintes.se detém em relatar diferentesque tiveram sua importância

710ta pré-história, isto é, uma2S e outra após a queda em

Antes, ela mostra ao leitor,próprio contexto, através da

:e como tudo começou, qual,aí existência. 13da questão duvidosa aborda­J mesmo teólogo deixa inti­

eracionadas a criação do ho­"stória seqüente. O autor bí­'igado ambos de tal maneira

:J pode ser compreendido se­'8 do outro. 14opinam de que o modo como

l o homem, segundo Gn 2.7,também em outras fontes ex-

de que Deus formou o homem). como um oleiro molda umbem conhecida de fontes ex­as, da África Central, Egito ePortanto, não é uma idéia es-

,ente bíblica. 15:) que foi citado, outros procu­a escrita de Gênecis num pe­ante tarde após os aconteci-

criação, fazendo a seguinteão:1Jvada reflexão sobre a cria­ará, em primeiro lugar, dar-se2 que o primeiro capítulo daembora importante, não é oxto em que é expressada essa

Essa passagem, conquantoe na primeira página do Livro

foi escrita relativamente tar­\0, aliás, muitas outras passa­ave, pois, ser lida numa per­de uma revelação em via de

vimento, da qual ela forma ocoroamento. 163-tor bastante polêmico e dis­3- ordem cronológica na cria­nodo como o homem foi for-

tentativa de solucionar o pro­dos distorcem a situação aoifirmar que o texto bíblico dei­recer claramente que tais ques­existiam para o escritor sacroa, em conseqüência, não secom elas . Caso essas pre-

ocupações tivessem existido na mente doescritor, ele não teria colocado nos ca­pítulos 1 e 2 dois relatos lado a lado,que sobre estes pontos se contradizem,alegam eles.

A ele interessava sobretudo que seusleitores reconhecessem serem todoscriaturas, tanto eles como o mundo emque vivem. Para ele, a condição cri­atural atual é mais importante do quea origem remota da criatura. 17Até Leão XIII já fez declarações que

a Bíblia não traz nada sobre o modoconcreto das obras da criação:

Os escritores sagrados, ou, antes, oEspírito Santo, que pela boca delesfalava, não tencionava ensinar aos ho­mens algo sobre a natureza das coisasvisíveis, o que, com efeito, não é deimportância aiguma para a salvação.18Duvidando da inspiração integral do

texto bíblico, ou admitindo apenas umarevelação parcial da criação ao escritorsacro, outros sustentam pensamentos arespeito do conteúdo doutrinário do re­lato de Gn da criação, como segue:

Só se pode admitir como revelaçãosobre a origem da humanidade aqui­lo que o autor sacro podia conhecerpela palavra de Deus presente. Tudoo mais deve ser atribuido ao esforçodo hagiógrafo por representar concre­tamente a doutrina.Nesta perspectiva, o conteúdo doutri­nal, contido no relato da criação dohomem, é o seguinte: O homem devea sua existência concreta e como umtodo a um ato criador livre de Deus,que o criou e elegeu para ser parcei­ro seu, em liberdade. Este parceirode Deus, por ele mesmo criado nosdois sexos, origina-se como os dema­is seres vivos da substância da terra.Mas ao mesmo tempo se distingue ra­dicalmente dos animais, porquanto sóele é capaz e chamado a responder,pela palavra e ação, ao apelo de De­us, tendo portanto uma relação ime­diata e única com o Senhor absolutodo mundo.Se o hagiógrafo transpõe para a ori­gem do homem a aliança divina como mesmo homem e a sua proveniên­cia direta de Deus, também esta cir­cunstância pertence à sua afirmação:a relação do homem a Deus é tão

fundamental para a existência humana,que jamais em toda a sua 'história ohomem pode esquivar-se dela. Em­bora, continue com o direito de rejei­tar ou aceitá-Ia, como parceiro livreque é, por mercê de Deus, contudosempre permanece a aliança como ra­zão última de sua existência. 19

Além do que acima foi afirmado, tu­do mais sobre o relato da criação deveser encarado apenas como meios e mo­dos do autor biblico se expressar. Ba­seado nisso, a formação do homem emulher descritas em Gn como a conhe­cemos, nada mais seria que uma manei­ra de expressão do autor. Encarandoo problema sob este aspecto, a modela­gem do homem a partir do pó da terra,bem como o sopro do fôlego da vida nasnarinas do homem e a formação da mu­lher a partir duma costela tomada dohomem, deixam de ser uma realidadeobjetiva e histórica.

Constata-se mais uma outra teoria,olhando o tema da criação sob um pris­ma diferente:

A narrativa do Gênesis da criação érealmente uma forma de "propagandaateística". Destina-se a ensinar aoshebreus que a visão mágica, pela quala natureza é tida como uma força se­midivina, não tem nenhuma base defato. Jeová, o Criador, cujo ser secentraliza fora do processo natural,que chama este processo à existênciae dá nome às suas peças, permite aohomem perceber a própria naturezacomo matéria de fato. 20A teologia não mais toma como cer­

to o surgimento do homem por uma cri­ação feita por Deus, em que o homemteria sido formado do nada, sem havermatéria viva preexistente.

Enquanto alguns aceitam como sendoviável a teoria da evolução, embora aindanão comprovada, outros ficam penden­tes entre o relato da criação, conforme ..Gênesis, e a teoria da evolução. O ca­tolicismo hoje, por exemplo, não pre­tende obrigar aos católicos de aceitarema teoria evolucionista ou ficar com acriação adulta do homem por Deus. Ucatolicismo quer deixar a decisão a cri­tério de cada um - é uma liberdade dafé. Constata-se hoje entre os cristãoscomo entre os teólogos cada vez maiornúmero de 'partidários de uma visão e-

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intenções de dize: : -::: "ação foi ·efetuada. :: _ -..;;;constituiria argume-:: 'a,: ~lucionismo e nem se : ::" a:õ

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É, portanto, nS:5'-55"-: .~fessar o que 65:=" :" - -~~

1 - A criação ex """-,: -do nada - co-: _-: "i

dias por par-e :e :~2 - A criação p:' =,,_:

homem, Adão. a _= ~

Iher, Eva; e a :como um se'e responsáveL ra - a~isto é, em '.e-::a:.,.,",santidade, dG:a::: -=conhecimento:a - "e em bem-:s,e-- _-5[gmento com se_ :- ,,[g

3 - A queda do '"::-5'- ~ato de desoee: ~-: adade, a conse: ~~--smagem de Ds_" 5;do sua natur.=':::.. :::~

4 - A promessa d: :::. ,';;As afi rmaçõ65 ::.:" :.~

volucionista do universo, principalmenteno tocante à origem do homem.

Baseados na Encíclica "Humani Ge­neris", alguns teólogos católicos admi­tem que o corpo humano tenha-se de­senvolvido de formas de vida pré-huma­nas. A alma, no entanto, Deus teria cri­ada. Após a decorrência de algum tem­po, a vida animal teria evoluido já bas­tante, estando apta para receber a a!­ma espiritual por parte do Criador, co­mo novo princípio vital. 21

Embora o catolicismo hoje não pre­tenda forçar diretamente a ninguém aadmitir a teoria evolucionista, eie tenraamainar o conceito de evolução fazen­do a seguinte afirmação;

Não resta dúvida que um evo!ucionis­mo antroprológico radical como o deSpencer, Lamark, Darwin e Hackei sãoexcluidos pela revelação, porque im­pugnam uma ação criadora de Deus,sobre o devir do homem. ( ... ) Noâmbito de uma fé revelada, portanto,só é admissível um evolucionismo mo­derado. 22A teologia católica, até tempos re­

centes, crê que o Adão do relato bíbli­co era um indivíduo histórico, e proto­parente de toda a' humanidade, Elaaceitava a descendência do gênero hu­mano dum Adão individual fundamenta­do nos textos vétero-testamentários.

Mas com a crescente aceitação dumevolucionismo moderado, muitos teólo­gos católicos modificaram seu pensamen­to:

Entre os exegetas católicos afirma-secada vez mais a convicção de que osautores de Gn 1-2 não pretendiam en­sinar como verdade revelada que Aaaofosse uma só pessoa da qual descen­desse toda a humanidade. O teólogodogmático terá que renunciar a eSi.apassagem bíblica como prova do 1110­

nogenismo. Os demais textos do A.T.não acrescentam nada à exposição deGênesis. Mais difícil é julgar dos tex­tos neotestamentários, porquanto suaexplicação, por parte dos exegetas ca­tólicos, da atualidade, diverge consI­deravelmente. Enquanto antigamentetodos os exegetas católicos eram deopinião que Rm 5.12-21 continha oensinamento católico sobre o pecadooriginal e, relacionado com ele, a dou­trina tradicional sobre Adão como pai

188

individual da humanidade, hoje muitosexegetas católicos já defendem a idéiade que Paulo não pode ser citado co­mo testemunha a favor do monogenis­mo. Dificilmente será possível deci­dir esta questão diretamente com tex­tos escriturístic0s, a não ser atravésduma ulterior reflexão teológica sobreas implicações do pecado original. 23Quando a ciência lançou a teoria da

evolução com todos os seus argumen­tos, a teologia romana sentiu-se obriga­da a expressar a sua posição sobre ofato: ou se rebate a teoria científica ouse nega a antiga interpretação do relatobiblico para concordar com cientistas.Mas a aceitação da teoria evolucionistaredundaria num revés para a teologia.Muitos tiveram, então, a infeliz ousadiade tentar harmonizar as afirmações bí­bncas com as teorias científicas. Umadessas tentativas de harmonização estátraduzida nas palavras abaixo:

A Bíblia ... descreve o desenvolvi­mento progressivo da vida na terra, aseparação da terra da água, a cria­ção das plantas, dos peixes, dos 2nl­mais gigantescos, de bovinos, e, fi­nalmente, do homem. Desenvo!vimen­to progressivo, portanto. Este relatobíblico da criação ... foi confirmadopela ciência. 24"Deus cria, Deus opera em nós, por

meio da evolução" 25, afirma Teilhard.Teilhard procurou conciliar a fé no an­tigo e tradicional dogma da criação coma ciência. Ele explica a sua posiçãoassim:

Ao nível da ciência, a formação davida e do homem é explicada pelasforças naturais, cujas leis as ciênciasnaturais vão cada vez mais decifrando;de outra parte, este contínuo impulsoda matéria para uma crescente intimi­dade, e portanto para uma superaçãode si mesma, ao nível da reflexão fi­losófica, demonstra ser sustentado ps­Ia vontade de uma pessoa absoluta­mente transcendente; "Deus, motor,coletor, transformador, por antecipa­ção, da evolução". 26

Em outras palavras, o que pretendeestabelecer é não excluir totalmente umser superior o qual teria contribuido naformação do homem e do universo . ...:para não desprezar totalmente a Sagra­da Escritura, julga-se que ela n'ão teve

Afirmação daEva

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-3. concordar com cientistas.Hação da teoria evolucionista

num revés para a teologia.;,am, então, a infeliz ousadiaiarmonizar as afirmações bi­

as teorias científicas. Uma':ativas de harmonização está'-as palavras abaixo:

... descreve o desenvolvi­·agressivo da vida na terra, a,0 da terra da água, a cria­

plantas, dos peixes, dos ani­;antescos, de bovinos, e, fi-

do homem. Desenvolvimen­'essivo, portanto. Este reiato:2. criação ... foi confirmadoneia. 24

cria, Deus opera em nós, por,volução" 25, afirma Teilhard.rocurou conciliar a fé no an-':ional dogma da criação com

Ele explica a sua posição

da ciência, a formação dado homem é explicada pelasaturais, cujas leis as ciênciasvão cada vez mais decifrando;: parte, este contínuo impulsoria para uma crescente intimi-portanto para uma superação

8sma, ao nível da reflexão fi­demonstra ser sustentado po­

,de de uma pessoa absoluta­ranscendente: "Deus, motor,transformador, por antecipa­evolução". 26

e'as palavras, o que pretender é não excluir totalmente umJr o qual teria contribuido nado homem e do universo. ""desprezar totalmente a Sagra­'a, julga-se que ela não teve

intenções de dizer o modo como a cn­ação foi ·efetuada. Eia também nãoconstituiria argumento favorável ao 8VO­lucionismo e nem se opõe ao mesmo.

Da mesma maneira como se levantamdúvidas sobre a criação do primeiro ho­mem, também surgiram dúvidas sobre adescendência do pr1meiro casal. A dú­vida gira em torno da capacidade gera­dora do homem - se ele por si só seriacapaz de originar um novo ser animadode alma esp'('ua! ou se haveria neces­sidade da participação do Criador emcada novo descendente. Pelo fato denão existir nenhuma passagem bíblicaesclarecedora do assunto, se originaramduas opiniões:a) o traducionismo (a alma dos filhos

tem origem a partir da substânciamaterial ou espiritual dos pais);

b) o criacionismo (a alma espiritual écriada imediatamente por Deus - in­fundida no corpo gerado pelos pais).

Capítulo IV

Afirmação da historicidade de Adão eEva

Tendo apresentado diversas posiçõescom respeito à criação de Adão e Eva,cabe agora apresentar a nossa posição.Endossamos a posição assumida no se­guinte enunciado, referente aos capítu­los 1-3 de Gênesis:

É, portanto, necessário afirmar e con­fessar o qúe estes capítulos ensinam:

1 - A criação ex nihílo - uma criaçãodo nada - como uma obra de seisdias por parte de Deus.

2 - A criação por Deus do primeirohomem, Adão, e da primeira mu­lher, Eva; e a criação do homemcomo um ser perfeito, raciona;,e responsável, na imagem de Deus,isto é, em verdadeira justiça esantidade, dotado de um perfeitoconhecimento da vontade de Deuse em bem-aventurado relaciona­mento com seu Criador.

3 - A queda do homem através de umato de desobediência e increduli­dade, a conseqüênte perda da i­magem de Deus, e a corrupçãode sua natureza (pecado origina!).

4 - A promessa do Salvador.As afirmações dos próprios capí-

tulos são apoiadas e confirmadasespecialmente por todo o NovoTestamento e muitas passagens in­dividuais do mesmo (Rm 5. 12-21;1 Co 15.21 e ss, e 45 e ss.; 1 Co11.7-12; 1Tm 2.13 e s.). Claramen­te, portanto, a estrutura fatual-his­tórica da narrativa de Gênesis é· ofundamento indispensável, não so­mente para a história do povo deDeus que segue, mas para a pró­pria encarnação e redenção. Den­tro dessa estrutura, sem dúvida,se encontrarão elementos figura­tivos. Mas devemos rejeitar todasas interpretações que de qualquermodo minam a realidade (factici­ty) da própria estrutura, a saber,a sugestão de que a criação e aqueda de Adão e Eva podem sertomadas como não representandopessoas e eventos reais, mas co­mo mitos ou parábolas atemporaísdo que acontece a todo homem. 28

Esta posição vai de encontro tantoà teoria .evoluclonista quanto à moder­na teologia liberal. Com referência àprimeira cabe afirmar o que segue:

E claro que o evolucionismo é umamaneira anti-cristã de encarar o mun­do. Ele é atersta e basicamente ma­terialista, e expressa a fuga instintivado homem pecador de Deus (ver Rm1.18 e ss.). Ele relativiza todos os ab­solutos morais e inspira várias filo­sofias, incluindo ideologias demonia­cas que trouxeram incontáveis misé­rias sobre' milhões de seres humanosem nosso tempo. 29

Enquanto evolução como usualmenteentendida, é, portanto, claramente con­trária à Escritura, pode-se perguntar setoda e qualquer especulação evolucionis­ta deve ser rejeitada com base bíblica.Nas palavras abaixo parece dar-se algu­ma luz neste sentido:

Realmente a Escritura fala muito pou­co acerca do mistério do "como" dacriação, e onde a Escritura silencia, aigreja não pode dogmatizar. Se nes­tas áreas pensadores cristãos sugerema possibilidade de algumas formas ouaspectos de evolução como meios deDeus para criar, então diferenças deopinião sobre tais pontos de vista de­veriam ser tratados como não-doutri­nários e, portanto, não divisórias da

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comunhão da igreja. Os claros limi­tes de tal espécie de especulação sãoa autoridade da Escritura em geral. ea historicidade de Adão e Eva em par­ticular, como estas doutrinas são ex­pressas em algum detalhe no presentedocumento e na "The Theses of Agre­ement and Inerrancy". 30

Necessário se faz ainda apontar al­guns aspectos bíblicos para os quais aafirmação da historicidade de Adão eEva é de vital importância, sendo queao mesmo tempo eles corroboram a mes­ma afirmativa.

Primeiramente lembramos as diversasgenealogias apresentadas na EscrituraSagrada. Nessas genealogias o nomede Adão aparece lado a lado dos nomesde outras personagens histó.ricas. Ne­gar, portanto, a historicidade de Adão eEva implica também em negar a auten­ticidade dessas genealogias.

Outro fator importante a consideraré o paralelo estabelecido pelo apóstoloPaulo, na carta aos Romanos, em queele justapõe o primeiro e o segundoAdão. Os versículos 12-25 do capítulo5 desta carta, constituem um dos trechosdo Novo Testamento que mais nos o­briga a defendermos a historicidade dasprimitivas criaturas humanas. MartinFranzmann faz o seguinte comentário arespeito do paralelo estabelecido nestapassagem:

Tão certo como a grande ação Iiber­tadora de Cristo foi dele tão somente,e ainda assim envolve e afeta a todos,tão certo também a transgressão deAdão foi sua própria ação e, no en­tanto, envolve e afeta a todos. O pa­ralelo formal que mais se aproximadeste, nos escritos de Paulo, é 2 Co5.14, onde Paulo assim se expressa

.quanto ao significado da morte deCristo: "Um morreu por todos, logotodos morreram. " Aplicando isto aocontraste entre Cristo e Adão, poder­se-ia dizer sem deturpar o pensamen­to de Paulo: "Um pecou por todos;logo todos' pecaram." Adão pecoucomo cabeça e representante inclusi­vo de sua espécie. 31Se nós aceitamos essa posição, que

realmente parece apresentar o sentidoque Paulo pretendeu dar às suas paia­vras, devemos, caso quisermos ser co­erentes, aceitar a historicidade da Adão.

190

O versículo 12 afirma claramente que opecado entrou no mundo por um só ho­mem. Em Gênesis nos é mostrado queeste homem é Adão. Foi dito acimaque Adão pecou como o representantede todos os homens; seu pecado foitransmitido qual doença hereditária a to­dos os homens (descendentes de Adão).

Sendo assim parece fora de dúvidaque devemos rejeitar opiniões que que­rem transformar o relato bíblico sobreAdão numa mera apresentação simbó­lica da origem do homem.

Capítulo V

ConclusãoA questão da aceitação da historici­

dade de Adão e Eva é uma questão defé. Se aceitamos a Bíblia como sendo,em todos os seus aspectos; a revelaçaode Deus, então parece não haver outraopção a não ser a de aceitar que Adãoe Eva são personagens histór"icos.

Caso, porém, quisermos passar o re­.Iato bíblico pelo crivo da razão envere­daremos" sem dúvida, pelos caminhosda teologia "moderna" e das teorias e­volucionistas. Opção que nos ofereceum número de possibilidades não com­provadas.

Optou-se, nesta monografia, pela ~ri­meira alternativa: a fé. Acredita-se queas conclusões atingidas dentro desteposicionamento estejam justificadas pe­las razões apresentadas no decorrer daexposição.

NOTAS

1 Gerhard Bergmann, Alarm um dieBibel (Gladbeck, Westfalen: Schriftenmis­sions-Verlag, 1963), p. 26 .

2 Ibid.3 "The Theses of Agreement and Ine­

rrancy," The Springfielder, XXXVIII (Sep­tember, 1973), p. 87.

4 Bergmann, p. 55.5 Júlio Andrade Ferreira, "Mito" na

Terminologia Teológica Contemporânea,"Revista Teológica" (Seminário TeológicoPresbiteriano de Campinas, 1960), p. 35.

6 Ibid., p. 36.7 Ibld., p. 37.8 Ibid.9 Pieter Smulders, "Fé na Criação e

no Evolucionismo,"~ A Redescoberta do

Homem. Do Mito à Antro::~(Petrópolis, RJ: Editora ,!Ç2~2.,.

10 John F. Fritz. --õ ~The Springfielder, XX/,1973), p. 110.

11 James H. Jann:2turns to God (Grand P-,-2 .::;;

Zondervan Publishing ;""2 _::::

12 Claus Westerrna.-­Account of Creationtress Press, C. 1954),

13 Ibid., p. 25.14 Ibid., p. 26.15 Ibid.16 Smulders, p. R~":17 Ibid., p. 63.18 Ibid.19 Mysterium Salutis. 0:i

Dogmática Histórico·Sa\-.-tf::~do por Johannes Feine " §rer. RJ: Editora VC;2~ó .Lp. 8,9.

20 Harvey Coxo A c;~~(Tradução de Jovelin: ::=".",.,

Myra Ramos. RJ: Ed::c= ?1968), p.33.

21 Mysterium SaluUs ­22 Ibid., p. 15.23 Ibid., p. 16.17.24 Smulders, p. e"c: =..:.

25 Ibid., p. 79.26 Ibid., p. 75.27 Mysterium SaÍtit1s28 The Theses of A9;c~

rrancy, p. 86,87:29 Ibid., p. 87.8330 Ibid., p. 88.31 Martin H. F's-:-" --",

Romanos (Traduzido 02' ',":il

K. Rehfeldt. Porto .~&:;c~ Cdora Concórdia, 1972 c:- 3i:

--:(,=--

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: 12 afirma claramente que o":u no mundo por um só ho­Gênesis nos é mostrado que

,.,..' é Adão. Foi dito acima:cecou como o representante

: 3 homens; seu pecado foiqual doença hereditária a to-

isns (descendentes de Adão),2-ssim parece fora de dúviaa:)3 rejeitar opiniões que que­:rmar o relato bíblico sobre2. mera apresentação simbó­::Jem do homem.

Capítulo V

Conclusão:ão da aceitação da historici­jão e Eva é uma questão des'tamos a Bíblia como sendo,:8 seus aspectos, a revelaçao?rltão parece não haver outra~o ser a de aceitar que Adão

oersonagens histórkos.orém, quisermos passar o re­: pelo crivo da razão envere­sem dúvida, pelos caminhos,'moderna" e das teorias e­iS. Opção que nos oferece) de possibilidades não com-

e. nesta monografia, pela ~ri­nativa: a fé. Acredita-se que35es atingidas dentro desteento estejam justíficaaas pe-apresentadas no decorrer da

NOTAS

~rd Bergmann, Alarm um diebeck, Westfalen: Schriftenmis­" 1963), p. 26.

Theses of Agreement and Ine­ie Springfielder, XXXVIII (Sep­73), p. 87.nann, p. 55.Andrade Ferreira, "Mito" na

a Teológica Contemporânea,iológica" (Seminário Teológico'o de Campinas, 1960), p. 35.p. 36.p. 37.

Smulders, "Fé na Criação e)nismo," A Redescoberta do

Homem. Do Mito à Antropologia Crítica(Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1970), p.71

10 John F. Fritz, "The Beginnings,"The Springfielder, XXXVII! (September,1973), p. 110.

11 James H. Janncey, Science Re­turns to God (Grand Rapids, Michigan:Zondervan Publishing House, 1972), p. 53.

12 Claus Westermann, The GenesisAccount of Creation (Phíladelphia: For­tress Press, c. 1964), p. 24.

13 Ibid., p. 25.14 Ibid., p. 26.15 Ibid.16 Smulders, p. 61,62.17 Ibid., p. 63.18 Ibid.19 Mysterium Salutis. Compêndio de

Dogmática Histórico-Salvífica, 11/3 (Edita­do por Johannes Feiner e Magnus Loh­rer. RJ: Editora Vozes Uda., 1972),p. 8,9.

20 Harvey Cox, A Cidade do Homem(Tradução de Jovelino Pereira Ramos eMyra Ramos. RJ: Editora Paz e Terra',1968), p.33.

21 Mysterium Salutis, p. 21.22 Ibid., p. 15.23 Ibid., p. 16,17.24 Smulders, p. 63,64.25 Ibid., p. 79.26 Ibid., p. 75.27 Mysterium Saiutis, p. 10.28 The Theses of Agreement and Ine-

rrancy, p. 86,87:29 Ibid., p. 87,88.30 Ibid., p. 88.31 Martin H. Franzmann, Carta aos

Romanos (Traduzido por Mário e GladisK. Rehfeldt. Porto Alegre: Casa Publica­dora Concórdia, 1972), p. 80.

--;(,õ--

TRADUÇÃO DA PALAVRAPARA 11ALMAII NO

ANTIGO TESTAMENTO

Dr. Heber F. Peacock"The Bible Tranlator" 27,2,216ss

(Trad. e Anotado W. Kunstmann)

A palavra hebraica geralmente tradu­zida com "alma" em traduções ao péda letra, se acha mais de 750 vezes noAT. Mas apenas algumas vezes a tradu­ção "alma" é adequada ao sentido dohebraico. Muito mais vezes a palavraquer dizer cousas como "garganta","desejo", "ser interior (inner being)","vida", "pessoa", e às vezes é usadano mesmo sentido como nós íamos em­pregar um pronome pessoal.

Num artigo como este é impossíveldizer exatamente como cada passagembíblica devia ser traduzida para cada umdos idiomas, mas talvez seja útil apre­sentar alguns exemplos dos diferentesusos da palavra. O tradutor pode usaros exemplos seguintes como guia paracontrolar o sentido de sua própria tra­dução. Talvez também ache útil com­parar com atenção cada uma das ilus­trações para ter a certeza que compre­ende aquilo que o texto bíblico preten­de dizer. Só então será capaz a deci­dir qual a maneira melhor de traduzirpassagens a King James-Version (KJV),a Revised-Standard-Version (RSV) e aNew-English-Bible (NEB) serão citados,sendo o vocábulo para "alma" impressoem grifo. *

(1) Comecemos com algumas passa­gens nas quais o vocábulo para "alma"de fato significa "garganta". Confere,p. ex. Pv 25.25

KJV: como água fresca para uma.. alma sedenta

RSV: idemNEB: como água fresca para a gar­ganta quanto esta está seca(AR: como água fria para o seden­tO)

O tradutor desta, por sua própria conta,acrescentará, entre Parêntese, a pas­sagem como a achamos na nossa AI­meida Revista e Atualizada.

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Nesta e em outras passagens, ondeo tema maior á algo para comer e be­ber, a palavra claramente se refere a gar­ganta. Por extensão também seria pos­sível compreender a palavra como refe­rindo-se a uma "pessoa sedenta". O mes­mo significado acha-se em Is 29.8:

KJV: sua alma é vaziaRSV: sua fome não é saciadaNEB : a achar-se vazio(AR: sente-se vazio (= o faminto)

Em Is 5.14 é encontrado o mesmosignificado, mas aqui a figura é exten­dida à morte, como se fosse uma pes­soa:

KJV: o IIlferno se alargouRSV: Sheol alargou seu apetiteNEB: Sheol está aberto com gar­ganta tensa(AR: aumentou o seu apetite)

A significação essencial da palavra é'garganta". Isto fica ciaro pele fato de

na linha seguinte a palavra pai alela ser"boca". A palavra traduzido. "inferno"ou "Sheo!" se refere ao mundo dos mor­tos. A morte é ilustrada como sendo al­gum enorme gigante que abre a sua bo­ca e garganta para engolir a pessoaquando esta morre. Em algumas tradu­ções não seria possível manter a idéia fi­gurativa, que o mundo, dos mortos é co­mo um enorme gigante que abre sua bo­ca e garganta. Talvez seja necessário u­sar algo parecido como "o mundo dosmortos tem grande apetite", ou até "amorte está pronta para levar emboragrandes multidões de gente".

(2) A palavra também é usada demaneira um pouco diferente, assim que"garganta" está em lugar da parte docorpo que respira, ao invés da parte do

'c.orpo que está necessitando algo paracomer e beber. Nestes casos, a pala­vra tem quase o sentido de "respiração"(hálito). Vê Jó 11.20:

KJS : sua esperança será como orender do espírito (ghost)RSV: sua esperança é de respirs!rseu últhroNEB: sua esperança é desespero(AR: sua esperança será o render

do espírito)E nota o uso em Gn 35.10:

KJV: sua alma estava partindoRSV: idemNEB : com seu último hálito(AR: ao sair-lhe a alma)

192

(3) A palavra também significa "pes­coço" como o exterior da garganta. Con­fere Jr 4.10:

KJV: a espada alcançou até à almaRSV: a espada tem alcançado aprópria vida delesNEB: a espada se acha às nossasgargantas(AR: A espada lhe penetra até à

alma)Confere também tais passagens comoSi 69.1 onde está bem claro que a sig­nificação do vocábulo é "pescoço":

KJV: as águas estão entrando atéà minha almaRSV: as águas subiram até ao meupescoçoNEB: idem(AR: as águas me sobem até à al­

ma)Também no SI 105.18 o hebraico

usa a mesma palavra que seguidamenteé traduzida como "alma", mas a refe­rência a "ferros", e a menção de "pés"na linha anterior torna evidente que"pescoço" é o sentido:

KJV: ele foi posto em ferrosRSV: seu pescoço foi posto em umcolar de ferroNEB: um colar de ferro apertou seupescoço(AR: a quem puseram em ferros)

A palavra, assim, evidentemente serefere a uma parte do corpo e é, em umsentido, um símbolo para um homem emaperto ou em perigo. A garganta ou opescoço é quase uma figura para fome,sede, hálito e o próprio homem expos­to ao perigo.

(4) O vocábulo traduzido "alma" po­de também ter significado de "necessi­dade" (want) ou "desejo". Em taispassagens como Dt 14.26, onde a cau­sa desejada. é algo para se comer oubeber, está bem perto de se assumir quea garganta é vista como centro do de­sejar e necessitar:

KJV: tudo que a tua alma desejaRSV: tudo que almeja teu apetiteNEB: tudo que tu desejas(AR: o que deseja a tua alma)

Ma3 a mesma palavra é usada atéquando outras causas são objeto do de­sejo. Em tais passagens se torna claroque a garganta não está em foco. An­tes o vocábulo para "alma" se refereaos desejos intrínsecos em geral. É

quase sua cobiça que é ~ õ';l

mo sujeito do desejo. Coe'"',,,KJV: a alma do pervs c~: ~RSV: idemNEB: o homem 0'2'.,,'0<com mal(AR: a alma do os'.'; o:)mal)

Note que a NEB rã.:o vocábulo para "a1!T:2" ".~parte interior do hOf"e- - ~ceu, que o desejo é:=.'õ,,==homem. mas reconheç-=~ ~G care.cterfstica de ;....: ::-~

Até ern mU:T2S :=-::~'':::7objeto do desele ~ =7_=

parte de h:,me- c_e e-:o: __sede de De.;:, ·:'-:e:: ,:::ê'lalma~~ é '....:53.:·: ::=·~:'::=-=-=_::>E

do homs!T: ~::=. :o:::: _ ~anela por De_= = =. =

KJV: 2::­pós tiRSV: .,,':': - ~.': 'epor ti. 6 :"'.'NEB : a':,5'- ~_Deus(AR: ass1C'" --,

a minha alma(5) A palavre :='-:7­

simbolizar o cer1:'e: ::::0

homem ou aquilo e:_= :: :~"=

de disposição erne:e:o-e ',ê;J

ma" como alguma :e-ê' :- -;:;a inteira idéia de ~:-ê'- ::::i

nagem sensível. qUê' :o 0:0---;;;Em Êx 23.9 note c: ....: -­1am exprimir esta i::s e _';2c~(coração) como o ee:_' :o 7-""símbolo para home- : o- o =;;;

KJV: vós con;-,eoe" - '"""forasteiroRSV: idemNEB : vós con;"eoê': ~se sente por se' ""'-"-'Ji(AR: vós conhecê''' ' ,

forasteiro)A "alma" é imE.g;,,=:~ -::~

tro de toda espécie :e 5:0 :;;

clusive tais como ócio :o :-,3imina 2 Sm 5.8:

KJV: que são h

de DaviRSV: idemNEB : os inimiºo~ 'T'r~r:_~(AR: a quem e aim=: o~rece)

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: a.'avra também significa "pes­: ') exterior da garganta, Can-

a. espada alcançou até à almas. espada tem alcançado a

a. vida deless. espada se acha às nossas

lIas.ó, espada lhe penetra até à

ô"bém tais passagens como':;e está bem claro que a sig­:::; vocábulo é "pescoço":as águas estão entrando até-a almaas águas subiram até ao meu;0idem

as águas me sobem até à al-

.,., no SI 105.i8 o hebraico;ma palavra que seguidamente6. como "alma", mas a refe­'erros", e a menção de "pés"anterior torna evidente queé o sentido:

ele foi posto em ferrosseu pescoço foi posto em umde ferroJm colar de ferro apertou seu?O

a quem puseram em ferros)\/ra, assim, evidentemente se':02 parte do corpo e é, em umê símbolo para um homem emem perigo. A garganta ou oquase uma figura para fome,

G e o próprio homem expos­:go.'ocábulo traduzido "alma" po­, ter significado de "necessi­mt) ou "desejo". Em taiscomo Dt 14.26, onde a cou­

'a é algo para se comer oubem perto de se assumir queé vista como centro do de­

,cessitar:

tudo que a tua alma desejatudo que almeja teu apetitetudo que tu desejaso que deseja a tua alma)mesma palavra é usada até

tras causas são objeto do de­tais passagens se torna claro

;anta não está em foco. An­ábulo para "alma" se refereos intrínsecos em geral. E

quase sua cobiça que é imaginada co­mo sujeito do desejo. Confere Pv 21.10:

KJV: a alma do perverso deseja malRSV: idemNEB: o homem perverso ocupa-secom mal(AR: a alma do perverso deseja o

mal)Note que a NEB não tentou traduzir

o vocábulo para "alma" como algumaparte interior do homem, mas reconhe­ceu, que o desejo é caracteristica dohomem, mas reconheceu, que o desejar:3 característica do homem inteiro.

Até em muitas passagens, onde oobjeto do desejo é Deus, não é umaparte do homem que anele por, ou temsede de Deus. Antes o vocábulo para"alma" é usado para expressar o desejodo homem total; é o próprio homem queanela por Deus. Veja SI 42.1:

KJV: assim arqueja minha alma a­pós ti, ó DeusRSV: assim suspira a minha almapor ti, ó DeusNEB: assim eu suspiro por ti, óDeus(AR: assim, por ti, ó Deus, suspira

a minha alma)(5) A palavra também é usada para

simbolizar o centro dos sentimentos dohomem ou aquilo que podemos chamarde disposição emocional. Não é a "al­ma"como alguma parte do homem, masa inteira idéia do homem, como perso­nagem sensível, que é central.Em Êx 23.9 note como KJV e RSV ten­tam exprimir esta idéia usando "heart"(coração) como o equivalente inglês dosímbolo para homem como ser sensível:

KJV: vós conheceis o coração dumforasteiroRSV: idemNEB : vós conheceis como alguémse sente por ser extrangeiro(AR: vós conheceis (\ coração do

forasteiro)A "alma" é imaginada como o cen­

tro de toda espécie de sentimentos, in­clusive tais como ódio e tristeza. Exa­mina 2 Sm 5.8:

KJV: que são odiados pela almade DaviRSV: idemNEB : os inimigos mordazes de Davi(AR: a quem a alma de Daví abor­

rece)

Nota-se que a NEB muda o foco etraduz a idéia sem usar uma palavra pa­ra alguma parte interior do homem. Uhomem todo se acha envolvido no senti­mento. A mesma causa acontece emtais passagens como Jr 13.17:

KJV: a minha alma chorará (shallweep)RSV: idem (will weep)NEB: Eu somente posso chorar(AR: a minha alma chorará)

(6) Existem também muitas passa­gens nas quais o vocábulo "alma" so­mente pode significar a própria vida,por exemplo como NEB traduz Si 30.3:

KJV: tu fizeste subir minha almado túmuloRSV: tu fizeste subir minha almado SheolNEB : tu me fizeste subir do Sheol(AR: da cova fizeste subir minha

alma)Se considerarmos o versiculo todo,

que a pessoa tem sido devolvida à vida.torna-se claro que o sentimento deve serporque foi trazida de volta do mundo dosmortos.

O vocábulo também é usado referen­te à vida animal, onde fica óbvio que asignificação não é "alma" no sentido u­sual da paiavra, mas no da vida em si.Isto fica claro em todas as traduçõesde Pv 7.23:

KJV: isto é para sua vidaRSV: que isto lhe custará a suavidaNEB: ele estava arriscando sua vida(AR: isto lhe custará a vida)

Também em tais passagens, comoDt 12.23, está claro que devemos com­preender o vocábulo para "alma" no sen­tido de "vida", como foi feito por todasas traduções:

KJV: o sangue é a vidaRSV: idemNEB: idem(AR: pois o sangue é a vida)

(7) Em um número de passagens doAT fica claro que "alma" ou "vida" nãoé algo que o homem possui. Antes, aidéia é, que o homem inteiro (as a who­le) é vida; ele é causa viva. Isto signi­fica que muitas vezes a palavra para "al­ma" deve ser traduzida "pessoa" ou"ser". Isto é bem claro em tais versícu­Ias como Gn 2.7:

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KJV: o homem se tornou uma almaviventeRSV: o homem se tornou um serviventeNEB: o homem se tornou uma cri­atura vivente(AR: o homem passou a ser alma

vivente)Em Lv 17.10 é achado um uso si­

milar, e uma palavra como "pessoa" de­ve ser empregada na tradução, se o sen­tido é para ser esclarecido:

KJV: me voltarei contra aquela al­ma

RSV: me voltarei contra aquela pes­soa

NEB: me voltarei contra aquele eo­medor(AR: contra ele me voltarei)

Note que a NEB substitui "pessoa"com aquele, a quem "pessoa" se refere.

(8) Com o uso do vocábulo como"pessoa" estam os colocados muito pel"­to da possibilidade de usar a palavra nosentido de "homem" ou "humanidade".A palavra muitas vezes é usada destamaneira; é também usada simplesmentecomo pronome. Para tomar um exem­plo, confere Lv 24.17, onde a palavrapara "alma" tem sido traduzida "ho­mem":

KJV: aquele que matou qualquerhomemRSV: aquele que mata um homemNEB: caso um homem ferir outroe o matar(AR: quem matar a alguém)

O mesmo uso do vocábulo para "al­ma" se acha referente a anirnais. Ocontexto deixa claro que a idéia geralé compreendida. Confere Lv 24.18:

KJV: quem matar um animalRSV: aquele que mata um animalNEB: todo aquele que fere um ani­mal e o mata(AR: quem matar um animal

Quando a palavra é usada com "to­do", fica claro que o sentido é "cadaum". Em Gn 46.15 é contado cada um:

KJV: todas as almas de seus filhosRSV: conjuntamente os seus filhosNEB: seus filhos(AR: todas as pessoas de seus fi­

lhos)Note que na NEB o contexto em si

é suficiente para indicar, que a palavra

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quer dizer "cada um", e não é tradu­zida diretamente.

O uso do vocábulo para "alma" co­mo um pronome é óbvio em um núme­ro de passagens, onde o pronome daprimeira pessoa é entendido. Vê Gn 27.4:

KJV: que minha alma te abençoeRSV: que eu te abençoeNEB : que eu te dê uma bênção(AR: para que eu coma e te aben­

çoa)Estas poucas ilustrações não bastam

para cobrir todas as várias significaçõesda palavra para "alma" no AT. Mas de­viam mostrar ao tradutor como é impor­tante compreender a larga extensão dasignificação da palavra. Os versículoscitados também deviam advertir o tradu­tor que nunca se deve traduzir a pala­vra (ou qualquer outra questão) sem cui­dadosamente atender para o sentido ge­ral da· passagem que defronta, ou semconsiderar os vários sentidos possíveisda palavra.Nota do tradutor. - O trabalho acima a­presentado em tradução serve para ilus­trar em geral as possibilidades de ostradutores chegarem a traduções leve­mente divergentes sem, entretanto, ferira imutabilidade do texto original inspi­rado. Para nós, porém, em certo senti­do o exemplo escolhido é significativo.Conhecemos as possibilidades enumera­das, mas para nós o sentido geral eprimário de "néphesh = psyché - alma"é basicamente igual no AT como no NT.Os tradutores da Septuaginta eram isra­elitas vetera-testamentários, mas tradu­zem "néphesh" com "psyché" na quasetotalidade dos casos. E quem é queprova que só os gregos deram à "alma"o sentido neo-testamentário? O dicioná­rio de Koehler-Baumgarten dedica nadamenos do que 3 3/4 colunas a "néphesh"e traz as seguintes significações (a queo autor do trabalho acima se agarrou,aparentemente):" 1 - garganta; 2 - alma(não no sentido grego); 3 - ser vivente;4 - gente, homem; 5 - hálito, alma, per­sonalidade; 6 - cada um, todo que; 7 - vi­da; 8 - hálito, alma como centro de emo­ções e sentimentos (vontade). - O dici­onário novo de de Gruyter, seguindo a li­nha pré-traçada de K-B, traz mais oumenos o mesmo, acrescentando, tambémele, a "alma"; "não no sentido grego". ­Podemos imaginar, p. ex. SI 103.1, sub-

stituindo "alma" por "º2'::2~~ço" etc. "Interior" a;~ç=. '~"'=

já por causa da paras =. jhá em mim", Confere ::- ::;;sagens como Gn 2,7' - SSi 31.5; 146.4; Ec 12.7 -: ,:",Poderíamos aumentar e~:~= ';i

tos outros exemplos. =.::;;gsa parte imortal, ina!ad2 ::'~do corpo se separa na -:'2que, na ressurreição 22'=' ,o corpo, que recebe :': : e~aceitação em filiação ,~ ::seqüências do pecado. ,2 2::"juntamente com o c:::: .;E isto é ensinado tant: -: ~NT. Confessamos q"" :2;];"corpo e alma". O ,,-:::2'~nalista que lamentavei~e -2 ;teologia, nega a idé:2 :2 """alma" no AT. Eis::se reflete também n: ~_.~bom e útil, acima a:::-222-'3;

PROF. Dr. HER,\,<i

SASSE[ DD -Um dos grandes

nestes tempos do fi,,-·. ~, 2'seu Senhor e Deus :2·2vale de lágrimas paradeira, da qual foi - ~22 -:: iterra - cidadão abe-; ::,,::~8asse, um dos país e~:: '7_3!Jassinado, fechou os e'~:: :3;':do, a fim de ser ir2::::<: "3!!guarda da milícia do 3e' - :ro exército dos 144000", .. que vêm da gran:e :--.i

varam suas vestiduras, e 2~ jsangue do Cordeíro.'=:~:acham diante do trone ::': J;;vem de dia e de noite -: 5iii

e aquele que se asse-:.:: C!

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dia 8 de agosto deste s':: ~via, recentemente, (nas::2_ ~lho de 1895) compie:s::: sde existência terrena, 3e_stais foram postos à cs::::o:anhor de sua ressureiç§: -;

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"cada um", e não é tradu­s-nente.

do vocábulo para "alma" co­'~nome é óbvio em um núme­:ssagens, onde o pronome daassoa é entendido. Vê Gn 27.4:que minha alma te abençoeque eu te abençoeque eu te dê uma bênçãopara que eu coma e te aben-

poucas ilustrações não bastamr todas as várias significações

, para "alma" no AT. Mas de­'rar ao tradutor como é impor­'preender a larga extensão dal) da palavra. Os versículosmbém deviam advertir o tradu­unca se deve traduzir a pala­.aiquer outra questão) sem cui­~te atender para o sentido ge­'ssagem que defronta, ou sem

os vários sentidos possíveis

:radutor. - O trabalho acima a­J em tradução serve para i1us­;eral as possibilidades de os

chegarem a traduções leve­'ergentes sem, entretanto, ferir:idade do texto original inspi­ra nós, porém, em certo senti­,mplo escolhido é significativo.os as possibilidades enumera-para nós o sentido geral e

ie "néphesh = psyché - alma"lente igual no AT como no NT.Jres da Septuaginta eram isra­ero-testamentários, mas tradu­hesh" com "psyché" na quasedos casos. E quem é quesó os gregos deram à "alma"neo-testamentário? O dicioná-

)ehler-Baumgarten dedica nadaque 3 3/4 colunas a "néphesh"seguintes significações (a que

jo trabalho acima se agarrou,ente):" 1 - garganta; 2 - alma;entido grego); 3 - ser vivente;

homem; 5 - hálito, alma, per­~; 6 - cada um, todo que; 7 - vi­;ao, alma como centro de em0­sntimentos (vontade). - O dici­/0 de de Gruyter, seguindo a Ii­raçada de K-B, traz mais oumesmo, acrescentando, também-na": "não no sentido grego". ­imaginar, p. ex. SI 103.1, sub-

stituindo "alma" por "garganta", "pesco­ço" etc. "Interior" ainda seria possível,já por causa da paralela: "e tudo quehá em mim". Confere com atenção pas­sagens como Gn 2.7; 7.15; Jó 12.10;S1 31.5; 146.4; Ec 12.7 no seu contexto.Poderiamos aumentar esta lista por mui­tos outros exemplos. É a alma, a nos­sa parte imortal, inalada por Deus, quedo corpo se separa na hora da morte eque, na ressurreição será reunida como corpo, que recebe de Deus perdão eaceitação em filiação, ou sofre as con­seqüências do pecado, já aqui, e depois,juntamente com o corpo, eternamente.E isto é ensinado tanto no AT como noNT. Confessamos que Deus nos deu"corpo e alma". O modernismo racio­nalista que lamentavelmente penetrou nateologia, nega a idéia da existência da"alma" no AT. E isto, de certo modo,se reflete também no trabalho, em sibom e útil, acima apresentado.

PROF. Or. HERMANNSASSE, 00 -;

Um dos grandes no Reino de Deus,nestes tempos do fim, foi chamado porseu Senhor e Deus para partir destevale de lágrimas para sua pátria verda­deira, da qual foi - mesmo peregrino naterra - cidadão abençoado. HermannSasse, um dos pais espirituais do abáixoassinado, fechou os olhos para este mun­do, a fim de ser transportado, da van­guarda da milícia do Senhor Jesus, parao exército dos 144.000 de Ap 7.14,15," ... que vêm da grande tribulação, la­varam suas vestiduras, e as alvejaram nosangue do Cordeiro, razão por que seacham diante do trono de Deus e o ser­vem de dia e de noite no seu santuário;e aquele que se assenta no trono es­tenderá sobre eles o seu tabernáculo".

Foi no oitavo domingo da Trindade,dia 8 de agosto deste ano de 1976. Ha­via, recentemente, (nasceu em 17 de ju­lho de 1895) completado seu 81.0 anode existência te"rena. Seus restos mor­tais foram postos à disposição do Se­nhor de sua ressureição, no dia 12 de

agosto, na terra da cidade de seu refú'gio terreno, Adelaide, Austrália do Sul.

Dr. Hermann Sasse tornou-se um dosesteios do luteranismo confessionalquando se negou a assinar e subscrevera "Declaração de Barmen", aquele mun­dialmente conhecido documento, elabo­rado em protesto às perseguições da po­lítica eclesiástica dos partidários de Hi­tler contra a Igreja Confessional Evan­gélica da Alemanha. Hermann Sasse, noinício estava muito a favor desta decla­ração; ele mesmo participou na elabo­ração das Teses. No entanto, quandoos teólogos ao redor de Karl Barth in­troduziram elementos calvinistas-existen­cialistas na formulação final da decla­ração, protestou e, segundo explicaçõesdadas pessoalmente ao abaixo assina­do, não subscreveu. - Certamente nãoporque foi nazista. Ao contrário: sofreumeses horríveis em campos de concen­tração do nazismo por causa de suafirme posição confessional. Negou-se asubscrever a afamada "Declaração" porsua absoluta fidelidade às Confissões daIgreja Luterana.

Esta absoluta fidelidade às Confis­sões Luteranas, também o fez protestarcontra aquela aglomeração de igrejas deposições confessionais diferentes na igre­ja Evangélica da Alemanha (EKiD), quan­do a sua própria igreja, a Igreja Lute­rana da Bavária, se afiliou à EKiD. Des­ligou-se desta Igreja e também demitiu­se do seu. alto cargo de Professor deTeologia na Universidade de Erlangen.Amava tanto a verdade, como ele a tin­ha conhecido, que em 1949 emigrou comsua família para a Austrália. Aqui elede novo pôde viver e ensinar segundosua consciência. Desde aquele ano atéo ano passado, por mais de 25 anos, ser­viu à Igreja Evangélica Luterana naAustrália na capacidade de professor deTeologia Sistemática e História Eclesi­ástica na Faculdade de Teologia do "Im­manuel Theological Seminary" na cida­de de Adelaide, Austrália do Sul. Namão de Deus lá ele tornou-se o instru­mento mais decisivo na unificação dasduas igejas luteranas, de modo que a­gora em todo aquele continente só exis­te uma única Igreja Luterana.

Sua voz - mesmo de longe - foi ou­vida em todo o mundo teológico atravésdas suas "Cartas" - "Briefe an lutheri-

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sche Pastoren" - que por muitos anosregularmente foram por ele escritas e emgrande parte republicadas na revista te­ológica "Lutherische Blatter", que nes­te ano já tem 28 anos de existência, soba redação de um dos grandes amigos ediscípulos de Hermann Sasse, o Dr. Frie­drich Wilhelm Hopf. Nestas cartas(das quais também a "Igreja Luterana"publicou, através de vários anos, maisou menos uma dezena) sua voz se ou­viu em respostas à questões fundamen­tais de Teologia, tais como: A Igreja deCristo e sua verdadeira Unidade; A Ori­gem, Forma e Significância das Confis­sões da Igreja, desde os inícios até onosso século; Os Sacramentos da Igre­ja, especialmente a Santa Ceia; A Auto­ridade e a Inspiração das Escrituras Sa­gradas, etc. Em todas estas questõesele procurava e achava as respostas daBíblia, demonstrando-se um verdadeiroconfessor e defensor das verdades bi­blicas contra todas as aberrações e in­terpretações espúrias.

Uma das suas obras mais profundasfoi traduzida para a língua brasileira porMário Rehfeldt, sob o título "Isto é omeu corpo" (Ed. CPC), um livro em queHermann Sasse expõe, de uma maneirainequívoca, a doutrina bíblica da Pre­sença Real de Cristo na Santa Ceia, dou­trina defendida também pelas Confis-

sões da Igreja Luterana. - Friedrich WiI-.helm Hopf colecionou os mais destaca­dos trabalhos teológicos, ensaios e ar­tigos, que durante os anos foram publi­cados em diferentes revistas e jornaisteológicos, em dois volumes sob o títu­lo "In Statu Confessionis": um verdadei­ro monumento dedicado a este "gran­de", porém muito humilde confessor eservo do seu Senhor Jesus Cristo, quefoi o nosso querido amigo e mestre, oDr. Hermann Sasse.

Escreve Dr. Friedrich Wilhelm Hopfem memória do Hermann Sasse, no nú­mero 113 de "Lutherische Blatter":

"Por cima da vida e da morte destehomem de Deus está escrito o que con­fessamos no terceiro artigo;

Tenho cridono Espírito Santo,na Santa Igreja Cristã, a Comunhãodos Santos,na Remissão dos pecados,na Ressurreição da carnee na vida Eterna. Amém."

Sim, dele, com verdade, pode serdito o que lemos em Dn 12.3: "Os queforam sábios, resplandecerão como ofulgor do firmamento; e os que muitosconduziram à justiça, como as estrelassempre e eternamente."

Johannes H. Rottmann

DEVOCION

-:0:-

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·S,= Luterana. - Friedrich WiI-_::iecionou os mais destaca­:s teológicos, ensaios e ar­:",rante os anos foram publi-:fferentes revistas e jornaisem dois volumes sob o títu­

" Confessionis": um verdadei­;~'o dedicado a este "gran-

muito humilde confessor e'eu Senhor Jesus Cristo, que: querido amigo e mestre, o-: Sasse.

Dr. Friedrich Wilhelm Hopf2. do Hermann Sasse, no nú­:8 "Lutherische Bléitter"::a da vida e da morte desteDeus está escrito o que con­o terceiro artigo:crido

)rrito Santo,,ta Igreja Cristã, a Comunhão,ntos,nissão dos pecados,;surreição da carne.'ida Eterna. Amém."

,Ie, com verdade, pode serlemos em Dn 12.3: "Os que

os, resplandecerão como o'!rmamento; e os que muitos

à justiça, como as estrelaseternamente."

Johannes H. Rottmann

DEVOCIONAL

A IMAGEfYl DO CRISTÃO(Meditação: SI 51.5-9)

Th. Reuter

V.5: "Eu nasci na iniqüidade, e empecado me concebeu minha mãe." Aprocriação em si não é algo pecamino­so, pois faz parte da ordem criadora di­vina (Gn 1.28). Por esta razão tambémdepois da queda não pode constituir pe­cado. Este versículo antes fala do efei­to que o primeiro pecado teve para coma humanidade inteira, e por isso paracomigo também. Pela procriação umageração passa o pecado, característicodo homem depois da queda, à outra ge­ração; meus pais o passaram a mim.Para apagar o conhecimento desta ver­dade, o diabo inventou um truque pér­fido, a saber, a mentira grosseira da e­volução. Segundo esta, o homem deviaser descendência do animal, tendo-sedesenvolvido no percorrer de milhõesde anos ao estado atual. Seria lógico,que deste modo o homem não podia serpecaminoso, pois o animal, seu supostoante passado, não tem alma, nem espí­rito, nem livre-arbítrio. O mal no ho­mem destarte não teria nada a ver commoral, mas seria somente um caracterís­tico do seu estado primitivo. Não existi­ria assim na história humana a quedanem o pecado original, nem culpa here­ditária. Confrontando com esta afirma­ção tenho que decidir-me: ou aceito averdade divina no tocante ao meu esta­do natural, ou então concordo com opai da mentira, colocando-me no mesmonível com os animais que não tem alma,logrando-me a mim mesmo, querendoesquivar-me da responsabilidade que te­nho diante de Deus.Outro truque diabólico nesta conexão éa idéia de o homem nascer em inocên­cia e se tornar mau somente pelo con­vívio com maus elementos. Cederei eua este logro satânico ou farei uso daminha reflexão? Basta observar uma cri-

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ança ao mentir pela primeira vez, ao di­zer propositadamente uma mentira paraproteger-se contra qualquer conseqüên­cia :como não está corando tal criança!Vejo até que aqui se manifesta que "docoração precedem os maus pensamen­tos .. falsos testemunhos" (Mt 15.19) eque "a norma da lei, gravada nos seuscorações, testemunha-Ihes a consciênciae os pensamentos mutuamente acusan­do-se" (Rm 2.15). Todavia o diabo ten­cioha levar-me à convicção de que omal, provindo só de fora, podia ser ven­cido por mim mesmo, mediante um bomcarater e por energia própria, sastifazen­do destarte as exigências de Deus e me­recendo seu bom agrado. Quero eu ilu­dir-me tão grosseiramente, ou quero le­var a sério minha consciência acusado­ra? Sim, quero conscientizar-me do meuestado natural assim como o Deus oni­sciente me vê a mim: "Nasci na iniqüi­dade, e em pecado me concebeu minhamãe."

V.6: "Eis que te comprazes na ver­dade no íntimo, e no recôndito me fa­zes conhecer a sabedoria."O olhar de Deus penetra no interior. Es­tando a norma. da lei gravada no meu co­ração, encontro ainda a lei do Senhorpor extenso na Bíblia. Estas duas rea­lidades confrontam-me com a vontadede Deus pelo que toca não somente àsminhas ações e palavras, aos meuspensamentos, gestos· e feições, mas tam­bém, às minhas omissões e até ao meuser inteiro. A Bíblia diz, resumindo to­da a vontade de Deus a nosso respeito:"Santos sereis, porque eu, o Senhor vos­so Deus, sou santo" (Lv 19.1). Deus o­lha o meu interior e vê minha reaçãofrente à sua lei. Quer ver contrição. De­vo arrepender-me, reconhecendo que nãosou como devo ser, que não faço o queele manda, mas faço o que ele proíbe.E Deus compara o que confesso com a

. boca com o que vê no meu coração. Sebem que eu confesse: "Sou pecador",é possível que meus pensamentos a­cham: "Não sou pior do que os outros,pois todos são pecadores." Deste mo­do escondo-me no anonimato do mundopecador. Penso que posso esquivar-medo olhar de Deus como Adão e Eva atrásdos arbustos. Deus, porém, procura sin­ceridade e veracidade comigo mesmo.Quer que eu me veja a sós com o Deus

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santo, quer qué eu sinta não estar con­forme a norma divina, quer que eu re­conheça ter ofendido a santidade delee ter merecido a condenação eterna.Deste modo, todavia, ainda não me torneicristão. O arrependimento acima descri­to pode ser um tal "que traz pesar" (2Co 8.10), como o vejo em Caim que pen­sou não haver maneira para Deus endi­reitar sua situação de assassino (Gn 4.­13). "Caim se retirou da presença doSenhor" (v.16), isto é, do lugar onde De­us fez "conhecer a sabedoria no recôn­dito". Na família de Adão vivia a fé noDeus de amor que prometera salvaçãoaos pecadores. Este amor é a "sabe­doria no recôndito" do coração de Deus,revelada nas promessas divinas, no santoevangelho.O arrependimento que não traz pesar,diz: "Que vergonha! Ofendi ao Deus deamor! Concorri em crucificar o Filho deDeus e empurrá-Io à morte. Meus peca­dos são os cravos que o prenderam àcruz, que o fizeram gemer: 'Deus meu,Deus meu, por que me desamparaste?'"Sentir doridamente' a vergonha de ter agi­do contra este santo Deus do amor, istoé verdadeiro arrependimento e contrição.Que Deus mos conceda!

V.7: "Purifica-me com hissôpo, e fi­carei limpo; lava-me, e ficarei mais al­vo que a neve."Vejo que no Antigo Testamento observa­ram-se ritos de purificação. Num destes,o sangue de um animal imolado se as­pergiu por meio dum ramo de hissôposobre a pessoa a ser purificada. Numoutro, cumpriram-se lavagens cerimoniais.Davi se refere parabolicamente a estesritos, pedindo que Deus, de um modosemelhante, porém mais sublime, efetuea purificação de Davi. É óbvio, que es­sa não é conseguida por sangue de ani­mal ou água simples. Vejo que todosos detalhes do culto do Antigo Testa­mento são tipos daquilo que Deus pro­meteu fazer para a redenção. Vejo quesão sombras do corpo que havia de vir(CI 2.17), a saber, o Cristo. Diz a cartaaos Hebreus (9.13,14): "Se o sangue debode e de touros santifica os contami­nados quanto à purificação da carne,muito mais o sangue de Cristo purificaa nossa consciência." E João escreve(1 Jo 1.7): "O sangue de Jesus, seu Fi­lho, nos purifica de todo pecado." A

gota mínima pode da' ::_.""todo o mundo, o Iiberta,,:;::- .;ji

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- Que eu sinta não estar con­erma divina, quer que eu re­sr ofendido a santidade dele<;:do a condenação eterna.e. todavia, ainda não me tornei

arrependimento acima descri­sr um tal "que traz pesar" (2emo o vejo em Caim que pen­aver maneira para Deus endi­situação de assassino (Gn 4.­, se retirou da presença do.16), isto é, do lugar onde De­nhecer à. sabedoria no recôn-família de Adão vivia a fé no

,mar que prometera salvaçãoores. Este amor é a "sabe­3côndito" do coração de Deus,3S promessas divinas, no santo

jimento que não traz pesar,vergonha! Ofendi ao Deus de

corri em crucificar o Filho deiQurrá-lo à morte. Meus peca­s cravos que o prenderam ào fizeram gemer: 'Deus meu,

por que me desamparaste?'":Jamente' a vergonha de ter agi­este santo Deus do amor, istoro arrependimento e contrição.mos conceda!

)urifica-me com hissôpo, e fi­o; lava-me, e ficarei mais ai­neve."10 Antigo Testamento observa­s de purificação. Num destes,de um animal imolado se as-

meio dum ramo de hissôpoassoa a ser purificada. Numpriram-se lavagens cerimoniais.;fere parabolicamente a estesndo que Deus, de um modo'. porém mais sublime, efetueão de Davi. É óbvio, que es­:onseguida por sangue de ani­Jua simples. Vejo que todos'8 do culto do Antigo Testa-

tipos daquilo que Deus pro­,r para a redenção. Vejo queas do corpo que havia de vira saber, o Cristo. Diz a cartaiJS (9.13,14): "Se o sangue de; touros santifica os contami­,nto à purificação da carne,; o sangue de Cristo purifica:onsciência." E João escreve

"O sangue de Jesus, seu Fi­purifica de todo pecado." A

gota mínima pode dar pureza plena atodo o mundo, o libertando do vil demô­nio infando (Hinário 177.9).As lavagens do Antigo Testamento nãosão nada mais do que tipos do sacra­mento da "lavagem de água pela Pala­vra" (Ef 5.26). Tudo aquilo que Cristoadquiriu por sua obediência ativa e pas­siva, ele o incluiu no santo batismo, eisso dum modo tão certo como as pala­vras são verdade eterna que dizem:"Quem crer e for batizado, será salvo"(Mc 16.16).Para ilustrar o valor e a qualidade des­ta lavagem espiritual, Davi compara o e­feito dela com um fenômeno natural fa­miliar aos habitantes daquela terra, mi­rando o cume Hermom, a saber, a neveeterna lá, aquela pureza tão alva. Tãopura e não contaminada como esta ne­ve se oferece à vista, tão perfeita é apureza que o batismo efetua, pureza"sem mácula ou cousa semelhante" (Ef5.27). Dela Paul Gerhardt canta numhino natalício: '.'Louvo algum em mim évisto. Limpo estou, justo sou pelo a­mor de Cristo." Exclamo com Paulo:"Agora, pois, nenhuma condenação hápara os que estão em Cristo Jesus"(Rm 8.1).

V.8: "Faze-me ouvir júbilo e alegria,para que exultem os ossos que esma­gaste."Nova tão sublíme não pode ser objetosó de raciocínios, bem que eu preciseda razão para compreender as palavrasda mesma e reconhecer seu conteúdo.A nova é a Boa Nova, o Evangelho, anotícia alegre. Esta origina uma trans­mudação no meu íntimo. Anteriormente,pela pregação da Lei de Deus, "marteloque esmiuça a penha" (Jr 23.29), fiqueidestroçado, como que os meus ossosfossem esmagados (cf.a descrição dacontrição nos outros salmos de arrepen­dimento: 6; 32; 38; 102; 130; 143).Agora, porém, percebo a nova do perdão,a nova de júbilo e de alegria como umbálsamo sedativo, assim que digo: E co­mo a mão de cirurgião que endireita to­do o meu corpo, todo o meu ser. Come­ço a exultar e a gloriar o nome de meuSalvador, do Senhor que me sarou (Ex­15.26). Esta alegria que se apoderou demim se me torna o elemento da vida.Não importa mais, como se me apresen­tam os' dias de minha vida, se a tribu~

lação se amontoar às vezes, ou se elame acompanhar por longos trechos davida. Sou perdoado.' Por isso o ditode Salomão se refere também a mim:"Ele não se lembrará muito dos diasde sua vida, porquanto Deus lhe encheo coração de alegria" (Ec 5.20). Sin­to-me no convívio com os Filipenses, aosquais Paulo tanto escreve acerca da ale­gria e os exorta: "Alegrai-vos sempreno Senhor; outra vez digo: alegrai-vos(4.4). Oxalá eu aparecesse muito maisalegre no Senhor. Para eu não me vercriticada por aquele pensador afamado,mas incrédulo, que disse: "Os. cristãosdeveriam aparecer-me muito mais redi­midos !"

V.9: "Esconde o teu rosto de meuspecados, e apaga todas as minhas ini­qüidades."Confessei meu pecado, fui perdoado eme alegro. Não convem, todavia, ficaragora despreocupado. Minha justifica­ção não é uma transformação do meuser. É, antes, um ato que se dá no co­ração de Deus, um ato forense. Deusme justifica a mim, o ímpio. Juiz algumdeveria proceder assim (pr 17.15), por­que o direito tem que prevalecer. Deus,sim, ele justifica o ímpio, pois o direitodivino foi satisfeito pela obediência ativae passiva de Jesus Cristo. Por amordele fui justificado. Ele me substituiu amim em sua justiça e paixão. Creio ne­le,isto é: ponho toda a minha confiançana sua obra vicária. Sua justiça agorame é imputada. Sou justificado peran­te Deus. Deus me vê tão justo, comoé justo o seu Filho.Permaneço, todavia, pecador no que dizrespeito ao velho homem que habita emmim até ao sepulcro. "Simul justus etpeccator", diz Lutera, descrevendo o re­dimido.

Paulo pinta um quadra vivo deste con­flito em Rm 7.15-23. Por isso necessi­to do perdão contínuo. É mister Deusesconder o seu rosto dos meus pecadosque diariamente cometo, e de apagarsempre de novo as minhas iniqüidades.Todas elas. A Bíblia inclui tambéma mim. Perguntando: Quem há quepossa descernir as próprias faltas?"Por esta razão também eu tenho quepedir: "Absolve-me das faltas que mesão ocultas" (SI 19.12).

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Envolvido por completo no perdão, vivomesmo, sou vitalizado, vivo realmenteno sentido de GI 2.19 b, 20. O perdãodivino é o sol da graça, sol este de queme vem a força para viver como um re­dimido.

Esboço: O crente vê a sua imagemem cinco facetas:

1 - Pecaminoso por descendência2 - Arrependido por meio da Pala-

vra3 - Purificado por Cristo4 - Regozijado pelo Evangelho5 - Vitalizado pelo perdão contínuo.

"BEM-A VENTURADOS OS

MANSOS"(Meditação - Mt 5.5)

J. E. van den Brink

Diz assim a terceira bem-aventuran­ça: "Bem-aventurados' os mansos, por­que eles herdarão a terra." Quem per­tence a esta categoria e quais são suasqualificações? Está o Senhor se refe­rindo aos pretensos sentimentais, quesempre falam terna e amorosamente deuma necessidade geral e coletiva, masque nunca fazem coisa alguma para aedificação da igreja ou da família? Sãoestes homens tímidos, que não sabemdizer não, sempre duvidando até mesmode si, sempre, se comprometendo, sãoestes os bem-aventurados? Este glori­oso futuro está prometido aos de cará­ter imponente, destituidos de energia edinamismo?

Apontando a Si mesmo como um e­xemplo o Senhor disse ser manso e hu­milde. Os que o seguem acharão des­canso para as suas almas. O próprioJesus era, em Si mesmo, uma fonte depoder espiritual, sabedoria e conheci­mento, entretanto se entregou à direçãodo seu Pai celestial. Os mansos são dó­ceis. São accessíveis a influências ex­ternas. Jesus disse referindo-se a simesmo: "Em verdade, em verdade vosdigo que o Filho de si mesmo nada po­de fazer, senão o que vir o Pai fazer."Os mansos gostam de ser guiados. Quemnão tem esta qualificação é ingovernável.Pessoas possuídas por espíritos maus

200

são insubmissas. Em alguns casos aBíblia os chama de teimosos e obstina­dos, semelhantes a uma criança que re­siste aos pais. É um comportamentonatural a obediência dos filhos aos pais.Se eles se recusam a obedecer-Ihcs, aquem vêem, possivelmente não poderãoobedecer a Deus a quem não vêem. Se,entretanto, acontecer de a criança ficar soba influência de um espírito mau, não seharmoníza com aqueles que cuidam de­la, o que seria lógico, mas ao, espíritoinjusto e mau de rebelião. A Bíbliachama a desobediência e a rebelião depecado de adivinhação e feitiçaria.

A teimosia não é chamada de adi­vinhação, mas tem as mesmas origens,que é a obediência a Deus, portanto éidolatria. Em decorrência da velha ali­ança não ter tido compreensão do reinodos céus e ser incapaz de libertar umacriança da escravidão do mal, isto é,incapaz de tirar a teimosia do coração,o processo de desobediência nas crian­ças, às vezes, chegava ao seu clímaxcom a morte da mesma. Então o filhorebelde era morto, como idólatra, portodos os homens da tribu(Dt 17.5; 21.12).

Os mansos são pessoas livres, quenão sofrem a influência perniciosa dosespíritos maus. Jesus os chama debem-aventurados, felizes. Esta bem-a­venturança é também um paralelo às an­teriores e tem uma condiço. A bençãonão será recebida porque se é pobre deespírito, ou porque se chora, ou pelofato de se ser manso, gentil e submisso.O senhor afirma aqui que Sua mensa­gem do reino dos céus abre um caminhode livramento para todos. Os mansos,que são chamados de abençoados, a­brem seus corações para o Espírito deDeus. Durante sua vida na terra Jesusguiou seus discípulos no caminho certo.Prometeu mandar o Espírito Santo de­pois de sua partida, para guiar às fon­tes da vida todos aqueles que recebes­sem de seu Espírito; Este mesmo Es­pírito faz verdadeiras as palavras do po­eta dos Salmos: "Guia os mansos noque é reto, e Ihes ensina o seu camin­ho."

O oposto do manso é o teimoso ourebelde. Estevão disse aos líderes:"Homens de dura cerviz e incircuncisosde coração e ouvido, vós sempre resis­tis à (direção) do Espírito Santo;" Naque-

les judeus habitava ~:'"" o=:'~mosia, o espirito de 82.:2.'=.=rio. Jesus disse a reS:2:: :~des o diabo por pai,' - :eram incapazes de::~:~:='am ouvir e cumprir c c.= :'=~Moisés era uma ce22: = -. '"o Senhor pode º~e.-, _ ,,=,,sua mansidão. e.-:" :.7 :Smento, se pôs -O' -",'-= - :."",homem de do';:=' .:2·,: = - ~:"

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dos céus.;':.:-='2.,: H_ -:-:c;Deus p6:je º~=..,: :O".::= c:. '!seu povo 2:~ .- c:. :2 --c:. ':''::'J;§disso o E2C':': :2 := _um lugar a:~::: - 2 -':'celestia!.

Pedra. ° 2::S:':: c:.:-':~Iheres que 0:":. ~::5~2- :-'::§

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possivelmente não poderãoi Deus a quem não vêem. Se,3.contecer de a criança ficar sob

3 de um espírito mau, não secom aqueles que cuidam de-seria lógico, mas ao. espíritomau de rebelião. A Biblia

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, de desobediência nas crian­,zes, chegava ao seu clímax:ie da mesma. Então o filhoa morto, como idólatra, poromens da tribu(Dt 17.5; 21.12).,sos são pessoas livres, que1 a influência perniciosa dosnaus. Jesus os chama derados, felizes. Esta bem-a­é também um paralelo às an­

tem uma condiço. A bençãoecebida porque se é pobre deu porque se chora, ou peloser manso, gentil e submisso.afirma aqui que Sua mensa­no dos céus abre um caminho:;to para todos. Os mansos,hamados de abençoados, a-corações para o Espírito de

-ante sua vida na terra Jesusdiscípulos no caminho certo.

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:0 do manso é o teimoso ouEstevão disse aos líderes:ie dura cerviz e incircuncisos

e ouvido, vós sempre resis­~o) do Espírito Santo," Naque-

les judeus habitava um espírito de tei­mosia, o espírito de Satanás, o adversá­rio. Jesus disse a respeito deles: "Ten­des o diabo por pai." - Por esta razãoeram incapazes de obedecer, não podi­am ouvir e cumprir o que Deus ordenava.Moisés era uma pessoa muito mansa eo Senhor pode guiá-Io. Quando perdeusua mansidão, ainda que por um mo­mento, se pôs na mesma posição de umhomem de dura cerviz e não entrou naterra prometida, uma imagem do Reinodos céus. Abraão era manso, portanto,Deus pôde guiá-Io, desde a sua terra eseu povo até uma terra estranha. Alémdisso o Espirito de Deus o guiou paraum lugar ainda melhor, isto é, a pátriacelestia!.

Pedro, o apóstolo, admoestou as mu­lheres que conquistassem seus maridosincrédulos através' de um espírito calmoe submisso. O que não puderam fazercom jóias e frizar de cabelos, somenteo conseguiram através de uma atitudesubmissa. É impossível que uma mu­lher alcance seu marido se tiver um es­pírito de teimosia e rebelião.

O Espírito Santo nunca dirige umapessoa usando a violência e por estarazão somente os mansos estão qualifi­cados para o Reino de Deus, aquelesque são guiados por sua mão, por seuEspírito. Se resistirmos ao Espírito, elese afastará de nós. Paulo diz aos gála­tas: "Irmãos, se um homem chegar aser surpreendido em algum delito, vós,que sois espirituais corrigi o tal com es­pírito de mansidão." Pessoas espiritu­ais são guiados pelo Espírito Santo e elenunca Ihes orienta a agirem com raiva,fúria ou violência. O Espírito Santo sópode lidar com pessoas que sejam tra­táveis, dóceis, o que, naturalmente, in­clui mansidão. Os mansos são para aPalavra de Deus como um canal aberto,não como um solo empedernido: "Re­cebei com mansidão a palavra em vósimplantada", pois o solo endurecido nãoé receptível.

Deve ter sido chocante para os ju­deus quando ouviram que somente osmansos herdariam a terra. Pois espe­ravam que seus problemas políticos fos­sem resolvidos por uma vitória militar,não através da direção do Espírito San­to. Pensavam que a herança da terra ­ou, mais diretamente, do país - depen-

desse de uma demonstração de força epoder exterior. Mas as pessoas que her­darão a terra, que até mesmo governarãotodo o universo, não são as agressivas,mas as mansas. "Sabeis que os san­tos julgarão o mundo?" Deus só podeusar pessoas como o manso Moisés,pois só estes são capazes de guiar as na­ções e governar em obediência a ele. Adescendência de' Abraão é o "herdeirodo mundo", isto é, Cristo e os que es­tão em Cristo.

No Novo Testamento a palavra he­rança é quase sempre usada em cone­xão com bençãos espirituais, com umaherança celestial, com a vida eterna,com as promessas. A terra não é men­cionada aqui, pois dentre os mansosDeus recrutará aqueles que herdarão tu­do. Até então, o que governa o mundocomanda a terra através de meios de vi­olência, agressão, compulção e supres­são. Na plenitude do tempo "os reisda terra" serão revelados, aqueles quegovernam junto com seu "Capitão". Eserão achados aptos, porque são guia­dos pelo Espírito de Deus e portanto fa­zem a vOntade do Pai.

COMUNHAO EAÇAOIINO SENHOR 111

(Estudo bíblico)

(Romanos 16.3-16)

Vilson ScholzIntrodução:

Apenas mais uma destas insípidasrelações de nomes que estão na Biblia.Algo semelhante às genealogias. Nomesdifíceis, estranhos e malsonantes. Estaé a primeira impressão.

É uma impressão falsa. Romanos 16é um dos mais instrutivos capítulos doNovo Testamento (Emil Brunner). É pre-

. ciso apenas lê-Ia adequadamente, commente aberta para os detalhes. É umcapítulo importante por ser o epílogo dacarta aos Romanos, a jóia do Novo Tes­tamento, o mais rico escrito doutrináriode toda a Bíblia. Além disso, é o mes­mo Paulo quem escreveu os 15 primeiroscapítulos e este ultimo é-lhe igualmenteimportante.

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Romanos 16 nos mostra que a con­gregação cristã é formada por pessoas,nomes, que individualmente são importan­tes para Deus. No Cristianismo o queinteressa e é de importância vital são aspessoas: o Deus pessoal, em contrastecom o "deus" imanente (politeísmo) eo "deus" espírito transcendente (ensspirituale) dos filósofos; as três pessoas:Pai, Filho, Espírito Santo (trindade naunidade); a pessoa individual - o cristão.Cristianismo não é massa, povo, - é in­divíduo. Eis então o grande significadode Romanos 16: tudo o que Paulo escre­veu anteriormente não fica suspenso noar mas sim, é uma realidade na vida deindivíduos e por isso Paulo cita nomes.Quando Paulo cita "Apeles, aprovado emCristo", "Rufo, eleito no Senhor" ele fazcom que as palavras escritas anterior­mente (como pr. ex. "Concluímos, pois,que o homem é justificado pela fé, in­dependentemente das obras da lei" ­Rm 3.28), sejam trazidas para a vida,deixando de ser apenas uma afirmaçãoteórica. É como se ele dissesse: "Con­cluímos que Urbano, Asíncrito são jus­tificados pela fé ... "

Estas pessoas, no Cristianismo, se re­lacionam. Se relacionam no sentido ver­tical e horizontal: e isto forma a CO­MUNHÃO. Esta é a primeira grande li­ção e verdade deste texto: por detrásdas saudações vemos que existe umaGrande Família ligada pela comunhão.

COMUNHÃO

a) "Saudai ... Saudai ... Saudai"(v. 3, 5, 6, 7, etc.) Paulo escreve aoscristãos de Roma, em Corinto, duranteo inverno de 55-56 A. D. A congregaçãode Roma era-lhe em grande parte des­conhecida (1.13). Àqueles que Pauloconhece ele solicita que saúdem. im­portante é que ele não diz "eu vos sa­údo" mas "saudai vós este e aquele".Paulo pede que os próprios cristãos deRoma saúdem uns aos outros em seulugar. Paulo tem por objetivo incentivara comunhão, a união. Os cristãos deRoma podem saudar os outros em lugarde Paulo porque existe um elo comumque os une: o SENHOR. Na verdade,quando um cristão saúda o outro, ele seconfessa ligado a este em nome de Cris­to. Por isso, quando Paulo, que viveu

202

inteiramente para Jesus e que fazia tu­do em Cristo, fala em "saudar' ele nãoquer expressar mera simpatia humanamas sim união e amor em Jesus.

b) "Saudai a meu querido Epêneto,primlcias da Ásia, para Cristo" - Epêne­to foi o primeiro gentio da Ásia incorpo­rado em Cristo. Bem-aventurados osprimeiros que não abandonam o primeI­ro amor! Epêneto continuava em Cris­to e por isso Paulo não receia em usara calorosa palavra "meu querido", "aga­peetón mou", meu amado (v. 5).

c) "Saudai Amplíato, meu dileto ami­go (no original "meu amado") NO SEN­HOR ... e a meu amado Estáquis" (v.8,9)

"amado NO SENHOR" - Fato que sedestaca neste capítulo 16 de Romanose que é de profunda implicação teológi­ca é a insistência com que Paulo enfa­tiza o "no Senhor" (en kyríoo), "emCristo" (en Kristõo). Para ser exato,Paulo, em suas cartas, emprega essaexpressão 164 vezes. Andrônico e Jú­nias estavam em Cristo antes de Paulo(v. 7). Os da casa de Narciso estão noSenhor (v. 11). Estar no Senhor, estarem Cristo querl dizer "estar ligado a ele"."Permanecei em mim, e eu permanece­rei em vós", .diz Jesus em João 15.4Objetivamente somos ligados a Cristopelos meios da graça. O batismo nosincorpora em Cristo, nos torna corpo deCristo que é a Cabeça (há uma estreita,absolutamente necessária relação entrecabeça e corpo). Subjetivamente, o quenos liga a Cristo é a fé. Estar em Cris­to, estar no Senhor em resumo quer di­zer "ter comunhão com Cristo", a co­munhão vertical. Os que tem esta co­munhão tem também razões suficientespara chamar o irmão de "amado nó Sen­hor", estabelecendo a comunhão horizon­tal mesmo que se trate de um escravo,que para os homens era "coisa". (Am­plíato provavelmente era escravo).

d "Saudai os da casa de Aristóbu­10 ... os da casa de Narciso, que estãono Senhor" (v. 10,11) - Os da casa deAristóbulo e Narciso são dois grupos deescravos compostos de muitas pessoas.(Eram conhecidos não pelo nome mascomo sendo da casa de, propriedadede Aristóbulo e Narciso, os senhores,donos). São pessoas despersonalizadas(não Ihes conhecemos os nomes), rlas-

sificadas, sem expressão scc,;.cravos, objetos. Mas, estão noE isto basta. Paulo não c::; ::~cristãos" ou que "crêem emas que "estão no Senhçc "uma existência nova, inic'a:::= ::.~e determinada por Jesus, ',e~no Senhor, que os compr::c;:"dão espiritual com sua me":,, s:;;va na cruz, está sua impe:-t2~:·"sar de humanamente esora,:svres no Senhor. Paulo escre,: !!

tãos da Galácia (Gi 3.28) c_=estão em Cristo, que se]a~quer libertos, são um só. =s_vos de Roma estão em Cris:c = ;Paulo os saúda e solicita c.:e ::;;nos os saúdem como conse-,:ôhor Jesus.

e) "Saudai ... aos irmã: õ

reúnem com eles .. , os sa~-::~reúnem com eles" (v, 14'::duas afirmações nos mos,r:=~cristãos de Roma não se rejê '"única sala de cultos. A cen;;-7~reunia em diversas casas, =,,--,

cio na três congregações áom:: ;;te capítulo 16 de Romanos. ade Áquila e Priscila (v.5),reunem como os mencionacc2 ~e os do v. 15. Paulo de~,::-""santo" porque apesar de :12­cerem eles o são, declaraccs :;;;;devido à cruz de Cristo e esc. j;to de eles estarem em Crist:tos" em Cristo são "irmãos" :: ~irmãos formam o corpo de ::-';;corpo de Cristo se reúne. -"comunhão.

f) "Saudai-vos uns acs _ósculo santo. Todas as igrE"-"to vos saúdam". (v. 16) - c: _lavras Paulo aumenta e 'e:-", ;:;da comunhão. Ele so]'c:,;.'" ;seu lugar, saúdassem j,"9'==--õescravos, livres, gentios (i=::~~:";:gente de origem judai::a "--jEJúnias), romanos (Urbano -, :ô\e mulheres que agora eram _- ;pela união com Cristo. ;.;:;;;:pede que saúdem uns a:s ::':mentando o círculo. Peje:.âúdem com o ósculo (1:,e.: S3:!era uma cerimônia esta::·e:: ':2'ja antiga e temos mençª-::: ,;. ,16.20, 2 Co 13.12, 1 Ts :: 22Cada um se dirigia ac -,2U:

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'~e para Jesus e que fazia tu­-sto, fala em "saudar' ele não-essar mera simpatia humanajC:íão e amor em Jesus.:;udai a meu querido Epêneto,::a Ásia, para Cristo" - Epêne­"imeiro gentio da Ásia incorpo-

Cristo. Bem-aventurados osque não abandonam o primei-

Epêneto continuava em Cris­sso Paulo não receia em usar

:; palavra "meu querido", "aga­ou", meu amado (v. 5).oudai Ampliato, meu dileto ami­:ginal "meu amado") NO SEN­e a meu amado Estáquis" (v.

J NO SENHOR" - Fato que seeste capitulo 16 de Romanosje profunda implicação teológi­sistência com que Paulo enfa­10 Senhor" (en kyríoo), "emm Kristõo). Para ser exato,1 suas cartas, emprega essa

164 vezes. Andrônico e Jú­am em Cristo antes de Paulo

da casa de Narciso estão no11). Estar no Senhor, estar

querl dizer "estar ligado a ele".ei em mim, e eu permanece­s", diz Jesus em João 15.4inte somos ligados a Cristo)S da graça. O batismo nosem Cristo, nos torna corpo de

é a Cabeça (há uma estreita,mte necessária relação entrecorpo). Subjetivamente, o queCristo é a fé. Estar em Cris­o Senhor em resumo quer di­:omunhão com Cristo", a co­,rtical. Os que tem esta co­1m também razões suficientes3r o irmão de "amado no Sen­·elecendo a comunhão horizon-

que se trate de um escravo,os homens era "coisa". (Am­avelmente era escravo).dai os da casa de Aristóbu­ia casa de Narciso, que estão. (v. 10,11) - Os da casa dee Narciso são dois grupos de':Jmpostos de muitas pessoas.hecidos não pelo nome masJo da casa de, propriedadeulo e Narciso, os senhores,ão pessoas despersonalizajasconhecemos os nomes), 1'1as-

sificadas, sem expressão social. São es­cravos, objetos. Mas. estão no Senhor.E isto basta. Paulo não diz que "sãocristãos" ou que "crêem em Cristo"mas que "estão no Senhor", que temuma existência nova, iniciada em Jesuse determinada por Jesus. Neste estarno Senhor, que os comprou da escravi­dão espiritual com sua morte substituti­va na cruz, está sua importância. Ape­sar de humanamente escravos, são li­vres no Senhor. Paulo escreve aos cris­tãos da Galácia (GI 3.28) que os queestão em Cristo, que sejam escravosquer libertos, são um só. Estes escra­vos de Roma estão em Cristo e por issoPaulo os saúda e solicita que os roma­nos os saúdem como conservos do Sen­hor Jesus.

e) "Saudai .. , aos irmãos que sereúnem com eles '" os santos que sereúnem com eles" (v. 14,15). - Estasduas afirmações nos mostram que oscristãos de Roma não se reuniam numaúnica sala de cultos. A congregação sereunia em diversas casas. Paulo men­ciona três congregações domiciliares nes­te capitulo 16 de Romanos: a da casade Áquila e Priscila (v.5), os que sereunem como os mencionados no v. 14e os do v. 15. Paulo denomina-os de"santo" porque apesar de não o mere­cerem eles o são, declarados por Deus,devido à cruz de Cristo e devido ao fa­to de eles estarem em Cristo. Os "san­tos" em Cristo são "irmãos" entre si. Osirmãos formam o corpo de Cristo, e ocorpo de Cristo se reúne, mantém acomunhão.

f) "Saudai-vos uns aos outros comósculo santo. Todas as igrejas de Cris­to vos saúdam". (v. 16) - Com estas pa­lavras Paulo aumenta e fecha o circuloda comunhão. Ele solicitara que, emseu lugar, saúdassem diversas pessoas:escravos, livres, gentios (Epênoto - v. 5),gente de origem judaica (Andrônico eJúnias), romanos (Urbano' - v. 9), homense mulheres que agora eram um só corpopela união com Cristo. Agora Paulopede que saúdem uns aos outros, au­mentando o círculo. Pede que se sa­údem com o ósculo (beijo) santo. Estaera uma cerimônia estabelecida na igre­ja antiga e temos menção dela em 1 Co·16.20, 2 Co 13.12, 1 Ts 5.26, Pe 5.14.Cada um se dirigia ao vizinho dando e

recebendo um beijo na face, demons­trando que estavam unidos pelo mesmovínculo. l:: um costume que ainda per­siste nas igrejas do Oriente, onde ho­mens e mulheres sentam separados naigreja.

Para ampliar o circulo da comunhãoe fechá-Ia, Paulo, diz que todas as igre­jas de Cristo (não "as igrejas do oriente"mas "as igrejas de Cristo") saúdam aigreja de Roma (ocidente). A grande fa­mília dos que estão em. Cristo está re­unida, está em comunhão.

AÇAO

A segunda grande verdade de Rm16 é que a congregação, aquele corpoem comunhão, é um todo ativo, é umacomunidade ativa que trabalha no SEN­HOR.

a) "Priscila e Áquila, meus coopera­dores em Cristo Jesus". Áquila e Pris­cila formam um casal exemplar no NovoTestamento. Moravam originalmente emRoma donde foram expulsos por um de­creto de Cláudio em 49 D.C. (At 18.2).Foram a Corinto onde Paulo foi seu hós­pede após seu "fracasso" em Atenas.De Corinto Paulo os levou consigo a Ê­feso (At 18.19). onde instruem Apoio (At18.26) e mantém uma igreja em sua ca­sa (1 Co 16.19). Deixando de vigoraro decreto de Cláudio, eles voltam a Ro­ma (Rrri 16.3). Mais tarde encontramo­los novamente em Éfeso (2 Tm 4.19).Um casal que muito se moveu dentro doImpério Romano e que aproveitou estasua situação para ser "cooperador" naobra que Paulo estava realizando emCristo Jesus. Paulo era o pioneiro. Suaestratégia missionária era lançar a se­mente em determinados centros, crian­do pequenas células, prosseguindo via­gem então. A partir destes centros (Ê­feso, Corinto, etc.) o trabalho se desen­volvia, era continuado. Nesta expansãoe neste trabalho de edificar, instruir ocorpo de Cristo entrava o trabalho deoutras pessoas e entre estas o de lei­gos como Priscila e Áquila, em cuja ca­sa se reunia parte da congregação deRoma (v. 5).

Eles igualmente arriscaram suas pró­prias cabeças por Paulo. Não sabemoso "quanto" nem o "onde" contudo sa­bemos que houve muitas destas situa-

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ções e experiências das quais hoje nosfaltam detalhes mas que nos novos cé­us e nova terra ouviremos maiores de­talhes contados pelos personagens ne­las envolvidos, entre os quais Áquila ePriscila.

Por este seu cooperar com Paulo,por este seu arriscar da vida por Paulo,são-lhe gratos as igrejas dos gentios,somos-Ihes gratos também nós que den­tre os gentios fomos incorporados emCristo.

b) " ... Maria que muito trabalhoupor vós" (v. 6) - É notável o trabalhodas mulheres. Sua atuação é destaca­da. Priscila, citada antes de Áquila seumarido; Maria, Pérside, Trifena e Trifo­sa, etc. Quantas servas consagradas!

c) " ... Urbano, que é nosso coope­radar em Cristo" (v. 9) Urbano, "nosso'cooperador de Paulo e dos romanos. Eracooperador não por causa de vantagenspessoais, por tradição, para manter apa­rências, por amizade a Paulo e aos cris­tãos de Roma; ele era cooperado r emCristo, ele agia porque estavà em Cristo,porque Cristo agia nele e por interme­dia dele .

d) " ... Trifena e Trifosa ... traba­lhavam no Senhor .... Pérside que tam­bém muito trabalhou no Senhor" (v. 121- Mulheres que trabalharam e muito.Não trabalharam para a igreja. Traba­lhavam no Senhor, como fruto da uniãocom este, e no serviço do Senhor.igreja primitiva desconhecia um trabalhovoltado para uma denominação, uma or­ganização externa. Trabalhavam no epara seu Senhor, eles, os servos redi­midos.

e) " ... Rufo ... e sua mãe, quetambém tem sido rT\ãe para mim" (v. 13).

"mãe para mim" - por detrás destaspalavras está uma história viva ocorridano passado, talvez em Jerusalém. Mães,além de serem mães no âmbito humano(mãe de Rufo), podem ser e são tambémmães para os servos de Deus (Paulo eoutros) rio Senhor!

Rufo - segundo Me 15.21, trata-sedo filho de Simão Cireneu. (Marcos, otransmissor, o intérprete de Pedro, es­creveu .seu Evangelho em Roma, para osromanos razão porque, ao relatar sobreSimão, refere-se a Rufo e Alexandre queeram conhecidos dos romanos). Assimsendo, Rufo é o filho do homem que por

204

coação carregou a cruz de Cristo rumoao GÓlgota. Agora Rufo leva sua cruzespontaneamente e difunde a cruz deCristo na capital do mundo de então,Roma. É provável inclusive que Rufojunto com Andrônico e Júnias tenhamsido os pioneiros do trabalho em Roma.

Já na primeira geração o Evangelhode Jesus estava em Roma, criando a co­munhão e impulcionando para a ação.Sejamos cooperadores do Evangelho pa­ra que isto seja realidade no Brasil!

"SERVOIl(Estudo bíblico)

(At 16.17)

Valdir Feller

No Grego a palavra é "doulos" e setraduz literalmente por "escravo". ~ otermo fundamental de todo o cristão. Si­gnifica um objeto, um escravo, ou al­guém que foi comprado por um deter­minado preço, e recebeu então a marca

. de seu dono, e não tem a liberdade defazer o que quer e de falar o que quer,só deve fazer a vontade de seu dono.

O verdadeiro servo de Deus é na re­alidade um escravo, não um empregaao.Um servente, um empregado, ou um o·perário, como nós conhecemos nos diasde hoje, pode desejar a sua liberdadea hora que quiser; trabalha segundo umcerto horário (Horista-quinzenista-mensa­lista-empreiteiro etc.) e tem partes dodia livre para fazer o que quizer; trabalhapor um salário; possui vontade própriae pode pensar por sua conta; pode dis­cutir o 'preço que quer pelos seus servi­ços; o que quer fazer; onde quer traba­lhar; possui leis que o protegem; pos­sui certas garantias (INPS-FGTS-PIS-Sin'dicatos, parques de recreação etc.).

Um escravo não pode fazer nenhumadessas coisas. O escravo é uma posses­são absoluta de seu amo e não tem tem­po para fazer o que ele quiser, nem von­tade que se possa dizer sua. Deve ren­der a sua vida ao seu dono, sem fazerperguntas, sem opor objeções ou res­trições, sem poder escolher o que elequer fazer, sem poder tirar férias (no cris­tianismo não há férias - não se pode dei­xar de ser cristão por um determinado

tempo como que para dGecs' ~S'­nós, como cristãos, somcs 7~:-':Deus e não possuimos 'C·'::'::7

Nós somos objetos comp-~:::=eto pagou o preço. 1 Cc ê = =

fostes comprados pcr :'s~:pois, glorificai a Deus nCi:: õõ ::

(demonstra a nossa ob(g::.:~:: :~cravos compradOS). O Cri,;: ~:~lado quando nós nos vet"c=-:::,bo (O salário do pecado 2 s -:~6.23). Cristo pagou o :;0'=:: .::;resgatar desse pecado e ::':;;'::' ªso dono. Foi o Gn:cc:.s :;"condições de ,esga::ar ::, :=alguém, pois e'a "es: es:::.::'cravo é um se, C'SS:: " õ,,­própria e, conss:::",s-:::s,,-::"libertar ou des,,:,,' ",- ::,h::cravo não pode ::s '~S' 'tem que obedece' ,,; SS_ :::-: jto alguém está es ::s:: s.-=: s õ-:'.sdiabo e não pode õ6si mesmo).

Para quem Cristo p.a:-~;,; '"

Cristo morreu para De",,, :: ::S;;'lou o preço. O diat.ç ,..~::: s:~preço pois está abaixo ::e :",..2está acima de tudo. dee -::õ <;

e ele faz o preço. (Tai:;ez_ ­esquema esclareça meiho"

Douloi são todos os (;'.;6 ;;,;pagamento de Cristo. Cad2 s-õ:;:sua obrigação, sua incurntê-:: ~isso o seu Dono lhe dá::-jequipa (dons espirituais) .. ::...."vos temos dois nascimen::s ,~carne, para o mundo e 0:.'-;:espírito, para a vida pelo :3-õ-:"e Nicodemos ... "impo~::.-.:~de novo") ..

Quem é servo, ou escravo áABRAÁO é servo de Ds~õ

24; SI 105.42.MOISÉS recebe este 0 •• __

zes do qualquer um outr:: :.~da bíblia - Ex 14.31; Nm -2-;Js 1.1; 2.7; 13.15; 8.31; 11-22Cr 24.6; Ne 1.7; 10.19; Se • '"

10; 144.10; Dn 9.11.JACÓ é servo de Deus - ~

45.4; Ez 37.25.

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~rregou a cruz de Cristo rumo:2.. Agora Rufo leva sua cruzo2.rnente e difunde a cruz de

capital do mundo de então,:: provável inclusive que Rufo~ Andrônico e Júnias tenham:c·neiros do trabalho em Roma.

primeira geração o Evangelhoestava em Roma, criando a co­

impulcionando para a ação.ooperadores do Evangelho pa­

'o seja realidade no Brasil!

/lSERVQII(Estudo bíblico)

(At 16.17)

Valdir Feller

ego a palavra é "doulos" e sesralmente por "escravo". É odamental de todo o cristão. Si­"1 objeto, um escravo, ou al­3 foi comprado por um deter­reço, e recebeu então a marcaono, e não tem a liberdade deue quer e de falar o que quer,azer a vontade de seu dono.jadeiro servo de Deus é na re­11 escravo, não um empregaClo.nte, um empregado, ou um 0­orno nós conhecemos nos diaspode desejar a sua liberdade

1e quiser; trabalha segundo umário (Horista-quinzenista-mensa­siteiro etc.) e tem partes doara fazer o que quizer; trabalha;alário; possui vontade própria3nsar por sua conta; pOde dis­eço que quer pelos seus servi­e quer fazer; onde quer traba­,ui leis que o protegem; pos-

garantias (INPS-FGTS-PIS-Sin­arques de recreação etc.).cravo não pode fazer nenhuma'sas. O escravo é uma posses­lta de seu amo e não tem tem­,zer o que ele quiser, nem von­se possa dizer sua. Deve ren-

vida ao seu dono, sem fazersem opor objeções ou res­

3m poder escolher o que elesem poder tirar férias (no cr:s­

ão há férias - não se pode dei­'r cristão por um determinado

tempo como que para descansar). Assim,nós, como cristãos, somos escravos deDeus e não possuimos vontade própria.

Nós somos objetos comprados. Cris­to pagou o preço. 1 Co 6.20: "Porquefostes comprados por preço. Agora,pois, glorificai a Deus no vosso corpo".(demonstra a nossa obrigação como es­cravos comprados). O preço foi estipu­lado quando nós nos vendemos ao dia­bo (O salário do pecado é a morte - Rm6.23). Cristo pagou o preço para nosresgatar desse pecado e agora é o nos­so dono. Foi o único que possuia ascondições de resgatar ou de compraralguém, pois era sem pecado. Um es­cravo é um ser preso e sem vontadeprópria e, consequentemente, não podelibertar ou desatar um outro. Um es­cravo não pode libertar o outro, poistem que obedecer ao seu dono (Enquan­to alguém está em pecado é escravo dodiabo e não pode se libertar dele porsi mesmo).

Para quem Cristo pagou o preço?

Cristo morreu para Deus, e este estipu­lou o preço. O diabo não estipulou opreço pois está abaixo de Deus. Deusestá acima de tudo, dele nos afastamose ele faz o preço. (Talvez um pequenoesquema esclareça melhor). '"

Douloi são todos os que aceitam opagamento de Cristo. Cada escravo temsua obrigação, sua incumbência e paraisso o seu Dono lhe dá condições, oequipa (dons espirituais). Como escra­vos temos dois nascimentos; um para acarne, para o mundo e o outro para oespírito, para a vida pelo batismo. (Cristoe Nicodemos ... "importa-vos nascerde novo").

Quem é servo, ou escravo de Cristo?

ABRAÃO é servo de Deus - Gn 26.24; SI 105.42.

MOISÉS recebe este título mais ve­zes do qualquer um outro personagemda bíblia - Ex 14.31; Nm 12.7; Dt 34.5;Js 1.1; 2.7; 13.15; 8.31; 11.12; 1Cr 6.49;2Cr 24.6; Ne 1.7; 10.19; SI 105.26; 132.10; 144.10; Dn 9.11.

JACó é servo de Deus - Is 44.1,2;45.4; Ez 37.25.

CALEBE E JOSUÉ são servos de De­us - Nm 14.24; Js 24.9; Jz 2.8.

DAVI ocupa o segundo lugar, comrespeito a Moisés, entre os servos deDeus - 1Re 8.66; 11.36; 2Re 19.34; 20.6;1Cr 17.4; titulos dos salmos 18 e 36; SI89.3; Ez 34.24..

ELlAS é servo de Deus - 2Re 9.36;10.10.

JÓ é servo de Deus - Jó 1.8; 42.7OS PROFETAS são servos de Deus

2Re 21.10; Am 3.7.OS APÓSTOLOS são servos de Deus­

Fp 1.1; Tt 1.1; Jd 1; Rm 1.1; 2Co 4.5.UM HOMEM COMO EPAFRAS é tam­

bém servo de Deus - CI 4.12.TODOS OS CRISTÃOS SÃO SERVOS

DE DEUS - Ef 6.6.Podemos acrescentar ainda;Os maiores homens da história tem

considerado como a maior honra sabe­rem ser servos de Deus. Não havia tí­tulo mais alto que se podia aspirar entreos reis cristãos. O lema do principe deGales, que se inscreve debaixo de trêsplumas de seu escudo é "servo". Na­da neste mundo pode ser maior do queum servo de Deus.

Devemos notar a amplitude a que es­te termo se refere:

Moisés, o LEGISLADOR;Davi, o PASTOR DE OVELHAS, o

mais doce CANTOR de Israel, o REI desua nação;

Abraão, o PEREGRINO E AVENTU­REIRO;

Calebe e Josué, SOLDADOS e ho­mens de ação;

Elias e Isaias, PROFETAS e varõesde Deus;

Jó, que foi fiel em seu infortúnio;Os apóstolos que transmitiram aos

homens a história de Jesus;Todos os crístãos, porque todos po­

dem aspirar o título de servo de Deus,porque ... Rm 3.23,24 ("Fostes compra­dos por preço" 1Co 6.20) E... "Agoranão vos torneis escravos de homens" ...Mas de Crísto - 1Co 7.23.

Não há nada' que Deus não possausar, se está disposto a submeter-se aseu serviço. Cada um tem o seu d('l~e como escravo deve usá-Io dignamenteem favor de seu dono.

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UMA PALAVRA A CADA UM(Estudo bíblico)

(Tito 2.1-10)Arno Bessel

INTRODUÇÃO - (Algumas recomenda-ções como proceder):

Todos devem ter sua Bíblia.Leitura particular silenciosa.Pensar na vida diária (comparar avida particular com a narração bi­blica): em casa, no relacionamentocom os pais, irmãos; na escola, noserviço, na igreja.

- Destacar as palavras que mais cha­maram a atenção.Ouvidos atentos: deixar que Deusfale:

Obs.: Antes de principiar a leitura, po­de-se fazer a seguinte oração:"Fala, Senhor, porque o teu ser­vo ouve."

Leitura comparativa com o Novo Tes­tamento na Linguagem de Hoje.Notar que a palavra de Deus se di­rige às mais diversas classes de pes­soas. Deus se dirige a cada um ­a responsabilidade ante Deus é indi­vidual. Todos estão colocados nomesmo plano.Tito recebe instruções de Paulo decomo e o que deveria ensinar às pes­soas que lhe foram confiadas.

Verso 1 - Tito certamente estava cientecomo proceder e o que ensinar, umavez que recebera instruções de Paulo(Tt 1.9).Paulo, no entanto, dá um lembrete:"Tito, lembre-te: Ensina somente o quea Palavra de Deus diz." Tito recebeuma admoestação e incentivo de perma­necer firme naquilo que aprendera, emmeio das falsas doutrinas que estavamsendo anunciadas ao seu redor. Tito écolocado em contraste com os falsosprofetas (Tt i. i 0-16).

Ligado ao ensino da sã doutrina es­tá a conduta. A sã doutrina requer jus­tamente uma conduta condigna - quecondiz, prová e mostra o que ela naverdade é.

A aceitação ou não-aceitação do E­vangelho, bem como sua estimação porparte dos não-cristãos, podem dependerbastante do modo de se portar e viverdos cristãos.

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Tito recebe recomendações as quaisdeve transmitir aos seus congregados.Elas dirigem-se às mais variadas faixasde idades.

UMA PALAVRA AOS HOMENS IDOSOSV. 2

Verso 2 - Cabe aos homens idosos se­rem exemplos; são o mastro principalque dá equilíbrio à congregação, no ca­so. Sua maturidade e experiência na vi­da haverão de mostrar-se: 1) Pela tem­perança - ser moderado, ter medida,manter-se dentro dos limites cristãosquanto à bebida, sexo, pensar e falar.A leviandade, a irreflexão e a imprudên­cia não devem mais acompanhá-I os.Homens idosos não deveriam deixar ar­rastar-se pelas paixões e desejos carnais,nem por emoções espirituais. 2) Pelorespeito - une-se à temperança - tomaras coisas a sério. Respeitar para serrespeitado. 3) Pela sensatez - empre­gar a inteligência como dom de Deus.4) Serem sadios na fé, no amor, na con­stância .. Na - fé - ser autêntico na confi­ança em Deus, Fundamento da fé: Pa­lavra de Deus; no amor - o padrão doamor sadio é a Palavra de Deus - é oamor de Deus para com os que não lheretribuiram amor, e nem mereciam esteamor. É o amor desinteressado, t semesperar por recompensas. É o amor dosapesares: Exemplo: Deus amou apesardos homens não o amarem; apesar quenão receberia nenhuma recompensa, étc.

UMA PALAVRA ÀS MULHERES IDOSAS E MOÇ""V. 3-5

Verso 3 - "Sérias em seu proceder" ­Conduzir-se convenientemente, sabendoque sempre se está na presença de De­uS. "Não caluniadoras" - 8.° Manda­mento - manter a língua no freio. Língua- órgão usado por Satanás, muitas vezes.Pode ser usada para bendizer ou maldi­zer. A fala - particularidade, bênção da­da somente aos homens; destaca o ho­mem das demais criaturas. Eleva o ho­mem sobre os animais. Pode tambémescravizá-I o quando empregada maldo­samente. Ex.: fofocas. "Não escraviza­da pelo vinho" - parece ser causa me­nos comum entre as mulheres do queentre os homens. No Oriente: vinho era

bebida comum; água ;,,-~ - ~:' ~nho era necessário. N~::::"vinho, mas o muito vinr.: :_ :_-:;'bidas alcoólicas.Mulheres idosas-espelhos ::;;às mais moças.

Segue parte positiva: 'i _ ''='"tarefas - "Sejam mestras ::: ~~as experiências são vali::sa: -"',,Iheres mais moças. Te-- já enfrentaram muitas s - , ~~~"as moças irão enfrenta; - :: ':Jperigos - por isso agora :e.:~ ;contra os perigos. Conse:~:s;~te, pouco aceitos pelos r"f:::: Sselho sábio da mulher ex: E' E-:i!capaz de evitar muita Inre": :,,:2tos passos em falso da ,7;,,'-'0' -"Verso 4 - "Instruírem ... 2. ~-:"

seus maridos" - trata-se dE 2.~:"

Na agitação da vida, no tra: "- - :ga diários, na convivênc:a --"ajudar ao outro a supcrta: as :'"'des. Compartilhar o bem =. ::: J!!

O amor pode esfriar -: õ: 2.,

e baixos - daí lembre-se C"E :dádiva de Deus. Ele pedE :~­amarem a seus filhos" - c-:=. ;pera a Palavra de Deus, c :~: "amor materno pode dec-=s:",'sumir. (Pode-se abordar éS -::,cias da mãe que trabalha "- -õ ­

da de seus filhos).Verso 5 - "Sensatas" - aS2- ­homens, assim tabém as :--:';-7'"""são conclamadas a freiar a" :,,:1turais do corpo e do esp1r"::sato para fazer aos outres s'o;;tarefa das idosas. "Hones:asras no proceder. Pureza :;I!

As oportunidades tentadoras s~:;ras para levar ao deslise, &::ade casa" - 1 Tm 5.13 - De,,'O '~dicadas donas de casa. ==~:.alhos, zelar pela vida es,,:':."Construir um lar acolhedc- - ::;propícias para a educaçã:, t:::;.lhos. Daí a importância da ~..~ver com tempo integral CC~ :.;;

ILUSTRAÇÃO - Lutera: ,n.::=. .~foi pintada de modo tal qus c==:cima duma lesma. A les"7'= :::ti!

onde ela vai, leva sua casa

Assim a mulher deve pe::-2.-ijseus cuidados do lar e n~: 3t!

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UMA PALAVRA AOS MOÇOS - V. 6-8

acompanhada poro verdadeiro amor

por submissão volun-

muito dos mesmos. Comparar Pv 7.11com 31.10 e ss.Missão primeira da mulher - ser mãe,zelar pelo lar."Submissas aos maridos" - Hoje se fa­Ia muito em emancipação da mulher ­isto não pode, todavia, excluir a submis­são ao marido.Ef 5.22,23; 1 Pe 3.1-6; Gn 3.16. Sub­missão não é escravizar.Na antigüidade, especialmente, a mulherera considerada inferior em muitos sen­tidos em relação ao homem = objeto.Cristianismo eliminou, ou tenta eliminar,esta concepção - como seres humanosnão há diferença de valor entre um eoutro. - Pode ser que aqui surgem per­guntas e discuções. O líder deve ser pre­parado para tal.É da vontade de Deus que o marido se­ja o cabeça, o chefe da família - nãose entende com isso autoridade tirâni­ca. Homem ser o cabeça é como Cristoé o Cabeça da igreja que a si mesmo seentregou por ela - traçar a comparaçãoentre Cristo e a significação do homemcomo cabeça.A submissão vemverdadeiro amorvem acompanhadotária.

"As ações das mulheres cristãs de­vem pregar (soar) mais alto que suaspalavras."

Verso 6 - "Em todas as cousas sejamcriteriosos" - ser sensato, de modo re­forçado. Ser controlado - sensatos:usar suas faculdades mentais, sua inte­ligência para distinguir o que convém aocristão. Envolve moderação em todosos aspectos - auto-domínio.

As tentações apresentam-se bem ves­tidas, atraentes. Não brincar com cou­sas que sabemos que são perigosas ­expor-se voluntáriamente ao perigo.Quando menos se espera, é possívelacontecer a queda. O diabo é o melhoramigo - mas amigo da "onça"!Verso 7 - Ser PADRÃO - é recomenda­ção a Tito, mas não exclui cada cristãoindividualmente. PADRÃO - modelo o­ficial - alguma coisa que se usa paracomparar outras. Ex.: o metro. Outrasextensões se compara (o seu tamanho)

bebida comum; água rara - por isso vi­nho era necessário. Não se proíbe ovinho, mas o muito vinho ou outras be­bidas alcoólicas.

Mulheres idosas - espelhos de condutaàs mais moças.

Segue parte positiva: Mulheres temtarefas - "Sejam mestras do bem." Su­as experiências são valiosas para as mu­lheres mais moças. Tem vivido a vida- já enfrentaram muitas situações queas moças irão enfrentar - perceberamperigos - por isso agora devem advertircontra os perigos. Conselhos, geralmen­te, pouco aceitos pelos moços. O con­selho sábio da mulher experiente já foicapaz de evitar muita infelicidade e mui­tos passos em falso da mulher moça.Verso 4 - "Instruírem ... a amarem aseus maridos" - trata-se de amor mútuo.Na agitação da vida, no trabalho e fadi­ga diários, na convivência mútua, umajudar ao outro a suportar as dificulda­des. Compartilhar o bem e o mal.

O amor pode esfriar - oscilar: altose baixos - daí lembre-se que o amor édádiva de Deus. Ele pode dá-Io. "Aamarem a seus filhos" - onde não im­pera a Palavra de Deus, o tão elogiadoamor materno pode decrescer, senãosumir. (Pode-se abordar as inconveniên­cias da mãe que trabalha fora - afasta­da de seus filhos).Verso 5 - "Sensatas" - assim como oshomens, assim tabém as mulheres jovenssão conclamadas a freiar as paixões na­turais do corpo e do espírito. Ser sen­sato para fazer aos outros sensatos ­tarefa das idosas. "Honestas" - since­ras no proceder. Pureza, castidade.As oportunidades tentadoras são inúme­ras para levar ao deslise. "Boas donasde casa" - 1 Tm 5.13 - Deus requer de­dicadas donas de casa. Educar os tI­lhos, zelar pela vida espiritual no lar.Construir um lar acolhedor - condiçõespropícias para a educação boa dos fi­lhos. Daí a importância da mãe convi­ver com tempo integral com os filhos.

ILUSTRAÇÃO - Lutero: A deusa Vênusfoi pintada de modo tal que parasse emcima duma lesma. A lesma, para ondeonde ela vai, leva sua casa.

Assim a mulher deve permanecer nosseus cuidados do lar e não se afastar

'RA ÀS MULHERES IDOSAS E MOÇnvV. 3-5

-"cebe recomendações as quais,-,smitir aos seus congregados.gem-se às mais variadas faixas

"Sérias em seu proceder" ­;8 convenientemente, sabendore se está na presença de De­) caluniadoras" - 8.° Manda­lanter a língua no freio. Língua;ado por Satanás, muitas vezes.usada para bendizer ou malai­Ia - particularidade, bênção da­te aos homens; destaca o ho­demais criaturas. Eleva o ho­'e os animais. Pode tambémo quando empregada maldo-Ex.: fofocas. "Não escraviza­

inho" - parece ser cousa me­m entre as mulheres do que)mens. No Oriente: vinho era

~ALAVRA AOS HOMENS IDOSOSV. 2

- Cabe aos homens idosos se­:'1plos; são o mastro principal3quilíbrio à congregação, no ca-

maturidade e experiência na vi­ão de mostrar-se: 1) Pela tem­- ser moderado, ter medida,

dentro dos limites cristãos: bebida, sexo, pensar e falar.;ade, a irreflexão e a impruden­

devem mais acompanhá-Ios.1dosos não deveriam deixar ar­pelas paixões e desejos carnais,emoções espirituais. 2) Pelo

- une-se à temperança - tomar3 a sério. Respeitar para ser

3) Pela sensatez - empre-:e!igência como dom de Deus.sadios na fé, no amor, na con­Na - fé - ser autêntico na confi­Deus. Fundamento da fé: Pa­Deus; no amor - o padrão doiO é a Palavra de Deus - é oDeus para com os que não lhen amor, e nem mereciam este

o amor desinteressado, t semar recompensas. É o amor dos

Exemplo: Deus amou apesarinS não o amarem; apesar que)eria nenhuma recompensa, etc.

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com a medida oficial que é o metro.Cristão ser exemplo, PADRÃO = outrosse medirem, se compararem com eie,Na comparação se manifestam as dife­renças que há entre um e outro.

Tito - ser padrão, exemplo "de boasobras" - primeiramente se refere ao pas­tor; em segundo lugar a cada cristão.Pastor: membros observam sobremanei raseu proceder. Haver coerência do seuensino com a vida que leva. O EXEM­PLO de vida é a melhor pregação."Integridade e reverência" - motivaçãocerta (amor de Deus) - não desejo derecompensa - motivado pelo amor deCristo ensinar a doutrina pura, de modoque não se ache nada contrário à Pa­lavra de Deus."Reverência" - dignidade corresponden­te ao ensino - não arrogante quanto àposição que o pastor ocupa,

Pregar a verdade - não adaptar apregação às conveniências dos ouvintespara agradá-Ias - não perguntar se elesgostam ou não:Pregação ser convicta, clara, decisiva,convincente que o adversário se enver­gonhe perante ela. Deveria ser impos­sível ao adversário apontar qualquer ob­jeção - responsabilidade pastora! ! ! !

Verso 8 - "Linguagem sadia e irrepreen­sível" - assim que nada se tem a obje­tar contra. Manter a integridade da re­velação, sem acréscimos nem diminui­ções.

JOVENS - SEREM EXEMPLOS

Surgem dúvidas: Posso fazer issoou aquilo? Frequentar baile! posso ounão posso? É questão individual - ques­tão de consciência.Muito importante perguntar-se: "Deuspode ir e ficar comigo onde vou ?"

UMA PALAVRA AOS SERVOS - v. 9,1u

Verso 9 e 10 - Recomendações espeCiaisde Paulo aos servos (escravos). Deveter havido escravatura nas congregaçõesda época. Serem obedientes - respeitaros superiores - não rebelar-se na suasituacão humilde. Portar-se de tal mo­do que o senhor (patrão) se mostre sa­tisfeito com ele. Não ser involuntários,descontentes. Respondões - retrucarasperamente à uma ordem pouco a-

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gradável. Isto também é válído no re­lacionamento familiar: pais - filhos. ­Tópico: NT e a escravatura.

De uma ou outra maneira todos es­tão subordinados: no trabalho, no lar,na escola, na igreja, etc."Não furtem" - Por causa da consciên­cia, por causa da fé, por causa do man­damento de Deus: "Não furtarás".Fidelidade para que o senhor possa de­positar plena confiança nele. O Evan­gelho será beneficiado desta maneira ­o Evangelho está comprometido com aboa conduta (fidelidade) do cristão.

O 7.° Mandamento - tenho a impres­são - que menos parece nos atingi"Achamos que contra este quase não pe­camos, ou pecamos menos que contraos demais!

Não seria a cola em aula furto? Porque?1. É sinônimo de preguiça - Ec 10.18;

Pr 13.4.

2, É covardia - fuga à responsabilidade.3. Vai contra a consciência - Rm 14,23.4. É Infidelidade - Lc 16.10; 19.17

Ap 2.10,5. E engano - Pr 26.18,19; SI 6.6b.

"O costume começa a existir quandoo ato se tem muitas vezes repetido."- cola, roubo pode tornar-se vício!

Alunos - também na escola ser CriS­tão PADRAO !

CONCLUSÃO

Deus fala a todos. Cada um é res­ponsável por si, em primeiro lugar.O vizinho não pode defender-me pe­rante Deus, assim como o advogadodefende a causa duma pessoa peran­te a justiça.Não apreciamos as verdades quandonos tocam - elas doem!Cristo, a Palavra de Deus não diz oque agrada mas o que é verdade, oque edifica, o que é conveniente aohomem.

- CRISTO TEM TAMBÉM UMA PALAVkl-\PARA VOCÊ! - palavra de perdão, deamizade, de ajuda, de salvação.

- Cada um mostre que o nome de cris­tão que ele leva não é simples enfe­feite, mas que realmente tem signifi­cado para sua vida.

OBS.: Este estudo ce:~diversas oc.a.s;:-·7~- congregaçã:- socieda:je ;:= 37~-:-~

liga dereuni§e :=

Dependec::: :::'.~

Devoce.e

Na Carta aos 82.=.::'.s :õ:-,;;siculo 11 e 12. es:-e·e"Faço-vos, porém. s:'.: e- _~evangelho por mim a-.-: :'.:: êgundo o homem: p:r:~= =_ -~bi, nem o aprendi ::2 -: -õ~mas mediante reveiaçb: _= _'"to",

Prezados amigosUma das coisas que ~

leitura das cartas de Pe~: eque ele manifesta com r~-::e o:'gelho que anuncia. ,A,sse;:c.--=--,:trata de um apocalipse d .=:.Cristo. Quanto a isso, ":b: e~bra de dúvida. No ccc:eJ": .."nossa palavra chega e -~:;:­tema contra quantc;; c-e;: _e- ;que vá além do seu, se.-= :'. ,ele mesmo, Paulo, eu T ~ ::20:0,ou Pedro, ou Tiago, ou - =e:-}vindo do céu: seja a":2:=-e _'!

lembra ele, e ag.ora re::: :::.;ma.

Adeptos de algumas ':--"",samento naturalista iec-c-2- ,tipo de certeza conce~~--~ções é fenómeno bem c:--=-:;otas vitimas de aluclna;::-e--odogmatizar e trovejar an2:~- 25-

O fenômeno realmen:e e :.;:cido. Mas pensar que es~e :'"}do também o caso de Pa_:

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Isto também é válído no re­,ento familiar: pais - filhos. -

NT e a escravatura._ma ou outra maneira todos es­::::rdinados: no trabalho, no lar,:a, na igreja, etc.J'tem" - Por causa da consciên­. causa da fé, por causa do man-

de Deus: "Não furtarás".de para que o senhor possa de­oiena confiança nele. O Evan­erá beneficiado desta maneira ­2e1ho está comprometido com a~duta (fidelidade) do cristão.. Mandamento - tenho a impres­que menos parece nos atingir;

8 que contra este quase não pe­ou pecamos menos que contra

ais!seria a cola em aula furto? Por

nônimo de preguiça - Ec 10.18;,3.4.

::vardia - fuga à responsabilidade.contra a consciência - Rm 14.23.:fidelidade - Lc 16.10; 19.172.10.

ngano - Pr 26.18,19; SI 6.6b.::ostume começa a existir quando3e tem muitas vezes repetido."'oubo pode tornar-se vício!;8 - também na escola ser cns­RAO!

ISÃO

fala a todos. Cada um é res­'lei por si, em primeiro lugar.:nho não pode defender-me pe­Deus, assim como o advogado

je a causa duma pessoa peran­justiça.=-preciamos as verdades quandoDcam - elas doem!. a Palavra de Deus não diz o.grada mas o que é verdade, o-difica, o que é conveniente aon.

'0 TEM TAMBÉM UMA PALAVkAVOCÊ! - palavra de perdão, de

:ie, de ajuda, de salvação.um mostre que o nome de cris­;e ele leva não é simples en1e­mas que realmente tem signifi­:Jara sua vida.

08S.: Este estudo pode ser usado emdiversas ocasiões:- congregaçã.o- sociedade de senhoras- liga de leigos- reunião de juventudeDependendo das circunstâncias,dever-se-á enfatizar e desenvol­ver mais o item que se referemais diretamente às pessoascom as quais se está tratando.

EVANGELHO ... I/NAOSEGUNDO O HOMEMil

Devoção - (GI 1.12,13)

Arnaldo Schueler

Na Carta aos Gálatas, capítulo I, ver­sículo 11 e 12, escreve o Apóstolo:"Faço-vos, porém, saber, irmãos, que oevangelho por mim anunciado não é se­gundo o homem; porque eu não o rece­bi, nem o aprendi de homem algum,mas mediante revelação de JesLls Cris­to".

Prezados amigos.Uma das coisas que impressionam na

leitura das cartas de Paulo é a certezaque ele manifesta com respeito ao evan­gelho que anuncia. Assegura-nos que setrata de um apocalipse direto de JesusCristo. Quanto a isso, não admite som­bra de dúvida. No contexto imediato denossa palavra chega a redigir um aná­tema contra quantos preguem evangelhoque vá além do seu, seja lá quem for:ele mesmo, Paulo, ou Timóteo, ou Tito,ou Pedro, ou Tiago, ou mesmo um anjovindo do céu: seja anátema! Já o disse,lembra ele, e ag.ora repito: Seja anáte­ma .

Adeptos de algumas formas de pen­samento naturalista lembram que essetipo de certeza concernente a revela­ções é fenómeno bem conhecido. Cer­tas vítimas de alucinações costumamdogmatizar e trovejar anátemas.

O fenômeno realmente é bem conhe­cido. Mas pensar que este pode ter si­do também o caso de Paulo é flagran-

temente superficial. Há um complexo defatos que tornam impossível enquadrar oApóstolo na hipótese naturalista. Su­blinharemos apenas um deles, que seevidencia a qualquer inspeção.

Os devaneios do homem, invariavel­mente, naturalmente, trazem a marca desua origem. Mas vem aos olhos queo evangelho anunciado pelo Apóstolotransgride os horizontes do homem. Enão só transgride os horizontes do ho­mem; está em conflito insanávei com tu­do o que o homem considera óbvio. Hos­tiliza todas as fantasias humanas e porelas é hospitalizado. Choca-se com o quede melhor produziu a sabedoria humanae com o consenso unânime dos homens.

Manifestamente, o evangelho de Paulonão é katà ánthrõpon, "segundo o ho­mem". Seu evangelho machuca de ta!forma as visões do coração, que doponto de vista humano este maior detodos os missionários parece um homemfora de si, um propagandista empenhadoem fabricar a destruição da causaqual se mata. E Paulo, em certo sen­tido, é um homem fora de si. Ele mes­mo se explica no versículo imediatamen­te anterior ao nosso texto: "Porventuraprocuro eu agora o favor dos homens,ou o de Deus? ou procuro agradar ahomens? Se agradasse ainda a homens,não seria servo de Cristo". Homem quepode falar assim é, em certo sentido, ho­mem fora de si, alheado, arrancado desi mesmo.

Vocês decidiram habilitar-se, nesteSeminário, para a missão de anunciaraos homens um evangelho, rejeitado pe­la sabedoria dos homens, tornou-se sa­bedoria para vocês. Toda vez que isso'acontece, estamos em presença do mi­lagre da fé.

Graças a este milagre, concluímoscontra as visões do homem. Graças aeste milagre, sabemos meditar o evan­gelho fazendo cara feia às objeções dohomem. Graças a este milagre, resisti­mos a todas as emendas ao evangelho,emendas que têm, qualquer uma delas,a particularidade assustadora de anular·o evangelho todo inteiro.

Que Deus preserve em nossos frá­geis corações de homens esta fé no evan­gelho que não é segundo o homem.

Amém

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"... ANTES DA FUNDAÇÃO DO

MUNDO"

(Devoção)

Acir Raymann

Irmãos:Penso que tenho uma mensagem muitoimportante para vocês nesta manhã.É uma mensagem que sempre me enchede alegria e de conforto. A mensagemé esta: a comunicação e o amor já exis­tiam antes da fundação do mundo!Fala-se tanto neste bimônio comunica­ção e amor. Fala-se tanto na sua faltae na sua necessidade. Na verdade osgrandes problemas da humanidade resi­dem n0 desiquilibrio ou na inexistênciade comunicação e amor.e homem moderno pergunta de ondevêm comunicação e amor tão necessan­os à sobrevivência do ser humano. Mú­sicos, cantores, poetas, psicólogos afir­mam que tudo depénde de comunicaçãoe amor mas nem sempre sabem de ondevêm e não sabem o que significam.Nós podemos afirmar que embora façamparte da natureza humana, comunicaçãoe amor não surgiram na criação do mun­do. Não apareceram com as coisas queexistem. Não foram criados do nada.Comunicação e amor já existiam bemantes .de todas as cousas. Este relacio­namento íntimo, este sentimento quenteque tens pelo teu Deus, pelos teus pais,teus filhos, tua esposa, tua namorada,teu amigo não é novo, é mais antigo quequalquer cousa que vês. É um reflexoda comunicação e do amor que existi­am antes da criação.A expressão registrada em Gênesis 1.26que diz "Façamos o homem" demonstraque houve uma conversação, uma assem­bléia, uma decisão inteligente e volitivadentro da Trindade. Portanto, houve co­municação!

Comunicação existia em Deus!Comunicação faz parte da eterni­dade!

Que dizer do amor?Em João 17.24 Jesus ora a seu Pai nocéu dizendo: "Tu me amaste antes dafundação do mundo". Jesus está afir­mando que é amado pelo seu Pai antes

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da criação de todas as cousas. Antesde "No princípio", portanto, uma situa­ção, que não é uma situaçã.o estática, es­tava acontecendo.Mas, esta comunicação e este amor nãose limitavam, não se restringiam à Trin­dade. Eles visavam um objetivo fora de­la - visavam a criatura, o homem.Deus estava pensando no mundo,

nos homens,em nós quando comunica­

va-se consigo mesmo e demonstravaamor para consigo mesmo. Por isso oapóstolo Pedro (1.20) enfatizava que amorte sacrificial de Cristo já era conhe­cida, preordenada antes mesmo da fun­dação do mundo.E tudo porque Deus pensava em nós.

Na minha pessoa.Na tua vida.

No meu destino.Na tua salvação.

O Pai amava o Filho e através do Filhoamava a cada um de nós. Por isso nóssobrevivemos espiritualmente porque re­cebemos a comunicação e o amor deDeus.Que grande evangelho, que grande con­solo, que grande maravilha quando oSenhor diz em Efésios (1.4) que "Deusnos escolheu em Cristo antes da funda­ção do mundo ... e em amor nos predes­tinou para ele". Sublime mensagem!Para mim, a mais grandiosa.Sim, nós fazemos parte do pensamentode Deus desde a eternidade. Não es­tamos no mundo por acaso. Não somossalvos por acaso. Houve um plano, bemdefinido, bem delineado.Mas, o cuidado de Deus por nós nãose manifesta apenas no que respeita anossa vida, nossa salvação. Deus en­volve-se também naquilo que queremosser, realizar. E isto também nos tocabem de perto. Se somos de Deus, so­mos agentes de Deus. Somos reflexosda comunicação e do amor de Deus. Oministério que exercemos ou para o qualnos preparamos também não é um a­caso. A função profética também estádentro dos planos de Deus. Tambémfaz parte da eternidade. Todos conhe­cemos a passagem de Jeremias(1.5) quediz: "Antes que tu te formasses no ventrematerno ... eu te constituí profeta àsnações". E motivado por este consolo

(Continua na pág. 212)

COMENTÁRI

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:ão de todas as cousas. Antesprincípio", portanto, uma situa­

s não é uma situação estática, es­:;:otecendo.<:: comunicação e este amor não::'/am, não se restringiam à Trin­Eles visavam um objetivo fora de­avam a criatura, o homem.stava pensando no mundo,:8 homens,

em nós quando comunica­:):)nslgo mesmo e demonstravaara consigo mesmo. Por isso o

Pedro (1.20) enfatizava que aacrificial de Cristo já era conhe­'eordenada antes mesmo da fun­iD mundo.

porque Deus pensava em nós.minha pessoa.

:a tua vida.No meu destino.

Na tua salvação.,mava b Filho e através do Filho, cada um de nós. Por Isso nósamos espiritualmente porque re­3 a comunicação e o amor de

,nde evangelho, que grande con­ie grande maravilha quando odiz em Efésios (1.4) que "Deus::liheu em Cristo antes da funda­nundo ... e em amor nos predes­:ra ele". Sublime mensagem!'11, a mais grandiosa.

fazemos parte do pensamentodesde a eternidade. Não es­

~ mundo por acaso. Não somosar acaso. Houve um plano, bem

bem delineado.cuidado de Deus por nós nãoresta apenas no que respeita a'da, nossa salvação. Deus en-também naquilo que queremos

izar. E isto também nos tocaperto. Se somos de Deus, so­

;ntes de Deus. Somos reflexosnlcação e do amor de Deus. O) que exercemos ou para o qualparamos também não é um a­\ função profética também estáias planos de Deus. Também; da eternidade. Todos oonhe-

passagem de Jeremias(1.5) quees qUE!tu te formasses no ventre

eu te constituí profeta àsE motivado por este consolo

(Continua na pág. 212)

COMENTÁRIOS

o EXORCISTARev. Abival Pires da Silveira

O livro "O EXORCISTA" termina comum diálogo interessante entre o padreDyer e Chris, a mãe de Rags. "O quevocê aoha que aconteceu mesmo? Per­guntou o padre Dyer em voz baixa. ­Como descrente. Acha que ela estavaendemoninhada mesmo?" Baixando a vis­ta, Chris pensou um pouco antes de res­ponder. - "Pois é, como você diz ...quanto a Deus sou descrente. E con­tinuo sendo. Mas quando se trata dodiabo ... bem aí a ooisa muda de figu­ra. Nisso eu seria capaz de acreditar.E acredito realmente, acredito mesmo. Enão é só por causa do que aconteceucom Rags. Falo de modo geral. Quan­do se pensa em Deus, ohega-se à con­clusão de que, se ele existe, então comcerteza precisa dormir um milhão de a­nos cada noite, porque do contrário te­ria que ficar irritado. Entende o que euquero dizer? Deus nunca abre a bo­ca pra nada. Mas o diabo não pára defazer propaganda, padre. O diabo fazcomerciais à beça."

Dyer olhou-a um instante e, depois,retrucou tranqüilamente:- "Mas já que tudo o que há de ruimno mundo leva você a pensar que o di­abo tem de existir, então como é quevocê explica tudo o que há de bom?"

A idéia a fez espremer os olhos en­quanto resistia à mirada dele. Por fimbaixou-os.- "Pois é, pois é ... murmurou. Aí éque está." (O Exoroista, pg. 318, Rg/74).

Este diálogo descreve com rara fide­lidade uma das vivências de nossa vidacotidiana e ao mesmo tempo uma expe­riência fundamental da humanidade: aexperiência do mal, da dor, do sofrimen­to, da doença, da morte, de potênciassatânicas e de poderes demoníacos.Sabemos que esta não é uma questãofácil e que poderia ser abordada de mui­tas e qiferentes perspectivas. É claro

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das

O PROBLEMA HERMENtuTICO

bretudo nas diversas fonnas de -'mentais.

maçõesdois extra",:::s.:e- -'S ':2-'~eo que é c':::::,,=- ôs' .--,,:: ::alidade, p:::·c.= - - '". ~~,~ :~~concepção ;:;,-,:ç= :: -, : ~ =

tá superado \1 ).- 2-5 :: - - . 'se pode em ",:::6:=5= "', 3,

do conhecimento c_" :e--:" ~tos fatos (por exe:-:-::: :c:- '51físicos ou psíquiccs'::-:­mente que as forças çe-: - diexistem ou não exercecs~~:Agora entremos no rm.:n,j: :::;as potências demoníacas 2-:',,""caráter paradoxal e c:::,,:;a.s:,,--"lado o seu caráter pess:::s : -"constatado pela pre:c.:c"-;,~: ::sar nomes concreL:s:: -: o

Belzebu, Lúcifer.De outro lado. ess"" ,- ­

acas apresentam -:2- ',,-S'São simplesmene :::2 -: ,,:sem especificaçãc. ~~- - = -

as potestades do a.', -:: :"nio, força, prepotér:a. :=-=:~c!!

O termo "diab::: e- -- ~ballein que signífica. :e-õ: --C:-'~diabólico é tudo a.::_ : : -=- ~

desintegra, confunce ,,-':: - ~Bíblia, todas as m2~ ',,5:::=Sê:ou demoníacas tê,.,., - e=-: ,~mum da desordem. c:" ::"S -,?'iconfusão. Aqui a e,ôô-:-- 2. 1deres satânicos. E 0:-: =-,::' ~

E como podemos tc:-:-2.' -"'::'~

les? De que moa: : ::~- c=;los como forças aLa.':: s­nosso mundo? Sã:: 2",,:= 2.5.

que a Bíblia nos res:: - ::"1 - A primeira C2:,,:::' ~

interpretação demoni2:2 - ~ :;. 1Assim, a tentação é _~2 -:!;

o gênio próprio da literatu;2­sa exige critérios e catego'3;;prias de interpretação. Assim. 2mental que na interpretação ::.'"bíblicos se tome em considers~ ~nero literário próprio. Sem:,remos a Bíblia dizer aquilo q~sdiz e deixaremos de dizer a:j,ela diz. 1'·18stesentido seris ­esta observação: ;::",0 se jL,;igE.

:' ~';;:'':::': .~~'..~-:..~

O PROBLEMA DA CIÊNCIA, OU DOPROGRESSO CIENTíFICO

Escreveu alguém, recentemente, co'mentando este gosto sensacionalista pe'Ia demologia. "Não se pode usar luzelétrica ou aparelho de teievisão ou, emcasos de doença, valer-se dos recursosmédicos e clínicos modernos e ao mes­mo tempo crer no mundo dos espiritose dos milagres. Com o conhecimentodas forças e das leis da natureza morreua crença na existência dos espíritos edos demônios".

Não há dúvida alguma que o progres­so e o conhecimento científico tem ar­rancado, expulsado, exorcizado da men­te do homem idéias mágicas e crendi­ces. Se a idade média se caracterizoupor uma crença excessiva nos demôniosa ponto de se tornarem comuns e cor­riqueiras as excomunhões, as condena­ções e queimas de bruxas e luceferinos,a partir do seco XVII sob a influênciado iluminismo e do desenvolvimento ci­entífico começou-se a relegar tais cren­ças cada vez mais ao reino da magíae da fantasia. E hoje, graças a Deus,sabemos que fenômenos físicos comotempestades e secas têm suas causasnaturais e não precisamos dos espíritosbons ou maus para explicá-Ias, assim co­mo a medicina especializada já fincoualguns marcos significativos nesta deli­cada fronteira que distingue possessãode fenômenos patológicos naturais, so'

dem mais a linguagem dos filhos e vi­ce-versa. As palavras já não servem pa­ra comunicar. Não comunicam bem, pa­ra não dizer não comunicam nada.

No campo da religião este problemase torna dramático, pois, a fé dependetotalmente da palavra. A revelação di­vina é transmitida com a palavra huma­na. "A FÉ VEM PELO OUVIR". A féentra pelo ouvido. Ora, quando a pa­lavra humana perde o seu valor e geraconfusão, é claro que a convivência hu­mana fundamentada na fé entra em cri­se.

Daí porque o homem de hoje encon­tra grande dificuldade em compreendera linguagem que versa sobre pecado,graça, milagre, anjo e, também, demônio.

Este é um aspecto.

antes da fundação do mundo."(Vem da pág. 210)

o PROBLEMA DA LINGUAGEM

de ser designado por Deus antes denascer que Jeremias profetiza a uma na­ção que perdeu a comunicação e o a­mor com Deus. É -motivado pela graçade que Deus o separou antes de nascer(GI 2.15-16) que Paulo anuncia o quepara alguns é escândalo e loucura.Motivados também por esta verdade deque Deus nos chamou, escolheu e desi­gnou para o ministério é q'ue precisamosdesenvolvê-Io com sublimidade, dinamis­mo, responsabilidade. O ministério decada um de nós também faz parte daeternidade. Foi ali que foi designado.Por isso o "lde ... pregai" (Me 16.15) deJesus é uma ordem imperiosa. Porqueesta missão está dentro de nós, faz par­te de cada um de nós.Nós fomos agraciados pela comunicaçãoe pelo amor de Deus, que nos criaram,redimiram, e salvaram. Sejamoa bonsportadores, instrumentos desta comunica­ção e desta amor de Deus porque são deimportância e de valor eternos. Amém.

que vamos analisar este problema daperspectiva bíblico-teológica mas é bomassentarmos alguns pontos preliminaresmuito importantes com a ajuda de dis­ciplinas auxiliares.

O problema da linguagem é funda­mental na cultura moderna. A comuni­cação tornou-se hoje um problema. Sepor um lado os meios de comunicaçãopropiciaram uma vertiginosa veiculaçãode idéias, de outro lado a dinâmica e aaceleração do processo dissemântico pri­varam os vocabulários de toda sua uni­vocidade. Em outras palavras: quandoabrimos o jornal ou ouvimos o noticiárioas paiavras mais usadas como amor, de­mocracia, revolução, abertura, detente,têm tantas conotações que já não sig­nificam mais nada a ponto de as pesso­as que as usam passarem a brigar paradizer o que queriam dizer e o que nãoqueriam dizer quando as usaram.

Não apenas no campo político, masdentro dos lares, os pais já não enten-

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s a linguagem dos filhos e vi-As palavras já não servem pa­

-caro Não comunicam bem, pa­:zer não comunicam nada.

"mpo da religião este problemadramático, pois, a fé depende

- da palavra. A revelaçfio 01­'"nsmitida com a palavra huma­FÉ VEM PELO OUVIR". A fé: ouvido. Ora, quando a pa­,ana perde o seu valor e gera

é claro que a convivência hu­damentada na fé entra em cri-

~rque o homem de hoje encon­:e dificuldade em compreender;em que versa sobre pecado,agre, anjo e, também, demônio.

~ um aspecto.

3LEMA DA CIÊNCIA, OU DOROGRESSO CIENTíFICO

eu alguém, recentemente, co­este gosto sensacionalista pe­

:gia. "Não se pode usar luz.; aparelho de televisão ou, emdoença, valer-se dos recursos

: clínicos modernos e ao mes-crer no mundo dos espíritos

agres. Com o conhecimentoe das leis da natureza morreu

na existência dos espíritos e1[OS".

dúvida alguma que o progres­cnhecimento científico tem ar­:xpulsado, exorcizado da men­~em idéias mágicas e crendi­, idade média se caracterizourença excessiva nos demônios9 se tornarem comuns e cor­:s excomunhões, as condena­ôimas de bruxas e luceferinos,J seco XVII sob a influênciamo e do desenvolvimento ci­meçou-se a relegar tais cren­vez mais ao reino da magiasia. E hoje, graças a Deus,ue fenômenos físicos como

3 e secas têm suas causasnão precisamos dos espíritos,us para explicá-Ias, assim co­)ina especializada já fincou)OS significativos nesta deli­era que distingue possessão;os patológicos naturais, so-

bretudo nas diversas formas de doençasmentais.

O PROBLEMA HERMENtoUTICO

O gênio próprio da iiteratura religio­sa exige critérios e categorias pró­prias de interpretação. Assim, é funda­mental que na interpretação dos textosbíblicos se tome em consideração o gê­nero literário próprio. Sem o que fa­remos a Bíblia dizer aquiio que ela nãodiz e deixaremos de dizer aquilo queela diz. Neste sentido seria oportunaesta observação: Ao se julgar as afir­mações das Escrituras deve-se evitardois extremos: de uma parte, nem tudoo que é dito deve ser tomado como re­alidade, porque muita coisa pertence àconcepção antiga do mundo e hoje es­tá superado (1), mas por outra parte nãose pode em hipótese alguma, em nomedo conhecimento que temos hoje de mUI­tos fatos (por exemplo: de fenômenosfísicos ou psíquicos) concluir imediata­mente que as forças demoníacas nãoexistem ou não exercem ação maléfica.Agora entremos no mundo bíblico. Aías potências demoníacas apresentam umcaráter paradoxal e contrastante. De umlado o seu caráter pessoal que pode serconstatado pela preocupação em se u­sar nomes concretos como Satã, Belial,Belzebu, Lúcifer.

De outro lado, essas forças demoní­acas apresentam um caráter impessoal.São simplesmente potências, poderes,sem especificação. São os poderes eas potestades do ar símbolos de domí­nio, força, prepotência, despotismo ..

O termo "diabo" vem do grego dia­ballein que significa desordenar. Logo,diabólico é tudo aquilo que desordena,desintegra, confunde, aniquila. Assim, naBíblia, todas as manifestações diabólicasou demoníacas têm o denominador co­mum da desordem, da desintegração, daconfusão. Aqui a essência desses po­deres satânicos. E como expressam eles?E como podemos tomar consciência de­les? De que modo podemos percebê­los como forças atuando em nós e nonosso mundo? São essas as perguntasque a Bíblia nos responde.

1 - A primeira categoria bíblica dainterpretação demoníaca é a TENTAÇAO.Assim, a tentação é uma manifestação

da presença diabólica. Fazer com queo mundo, fazer com que a existência,fazer com que as coisas no seu con­junto ou nos seus pormenores apareçamcomo TENTAÇÃO. Pessoas, atitudes, pa­lavras, situações, intuições apareçam car­regadas de sedução e de ameaça. Ten­tações, seduções e ameaças que adqui­rem um caráter absoluto e que visaminstalar o homem numa órbita em queele se aparte de Deus e se perca. E eisporque é perigoso o tentador. Ele nãotem sinais característicos. O seu peri­go está justamente no disfarce da sedu­ção.

2 - Outra categoria típica da interpre­tação demoníaca na Bíblia é a DOENÇA.Encontramos constantemente nos relatosdos evangelhos as doenças, de um mo­do geral, como manifestação da presen­ça diabólica. Marcos e Lucas atribuemao demônio o caso de um "espírito sur­do-mudo". Mateus cita o caso de umendemoninhado ao qual o demônio tinhaarrebatado não somente a fala mas tam­bém a vista. Em Lucas, também, umamulher atormentada é descrita como pos­suída por um espírito de enfermidade.

E assim poderíamos enumerar muitosoutros casos do espírito do mal causan­do doenças descritas de um modc vagocomo a daquela mulher encurvada aquem Jesus chama e diz: "Esta filhade Abrão a quem Satã mantém prisio­neira por 18 anos". Outrora a doençaera considerada uma deterioração dasrelações com o cosmos, um estado ca­ótico da existência individual e, conse­quentemente, uma situação falsa peran­te Deus. Havia sensibilidade muito gran­de para esse tipo de defeitos, aos quaisse procurava dar uma interpretaçãoética. Doença e possessão quase nãose dissociavam. Nos evangelhos a do­ença é a expressão da impotência dohomem, de sua prostração e miséria ede sua necessidade de cura e restaura­ção. Mas além deste dois há um tercei­ro nível de manifestacão diabólica. Sãoas chamadas •

3 - POSSESSÕES DEMONIACAS oro­priamente ditas. A possessão é ~mamanifestação especialmente drástica dopoder satânico como se ele fosse a al­ma desse corpo. É a possessão totalem que a atividade demoníaca suplan­ta as potências anímicas a tal ponto que

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as faculdades superiores da alma e aprópria consciência desaparecem.

É por isso que um especialista noassunto assim se expressa: "nas doen­ças psíquicas experimentamos ainda ho­je o "momento da possessão" que', numsentido mais amplo, e profundo se ve­rifica em todas as doenças".

A narrativa do endemoninhado de Ge­rasa nos Sinóticos tem um valor quaseparadigmático. O desventurado tem umaafinidade inegável com a morte. A ten­dência de seu ser revela-se na ação dearruinar, de destruir, de corromper, de a­niquilar, Perdeu a sua identidade. Es­queceu o seu nome. É a síntese deforças em conflito que o arrebentam dedentro para fora. Está condenado à es­cravidão e à morte. E este poder dia­bólico não destrói apenas o homem en­quanto individuo. Ele invade a história.Apossa-se das instituições políticas e so­ciais, insinua-se no ânimo dos detento­res do poder criando um verdadeiro im­pério que o apóstolo descreve na figurados principados e potestades. E o "prin­cipe deste mundo".

Dentro de todo este contexto Cristoé apresentado como o Exorcista por ex­celência. Este é um dos aspectos maisdesconcertantes do ministério de Jesus.Não era algo periférico mas central emsua obra.

Cristo tem não só de ensinar umadoutrina, mostrar um caminho e trazeruma vida. Ele tem de romper os gri­lhões de um poder antidivino. Ele ven­ce a tentação, repreende a enfermidade,expulsa o demônio e numa visão do seutriunfo cósmico vê Satã caindo do céucomo um relâmpago. É afirmação davitória, total, completa e final de Cristosobre toda e qualquer expressão do po­der demoníaco. Onde Cristo entra a ten­tação e a sedução são desmascaradas,as enfermidades são curadas, os ende­moniados são devolvidos ao seu perfei­to juizo e as potestadas são destrona­das.

As narrativas de exorcismo nos evan­gelhos não são narrativas vulgares. Elasse encaixam plenamente na economiada salvação: A nossa vida e a vidado nosso mundo se desenrola na fron­teira da vida e da morte, da liberdadee da escravidão, e só Ele, descrito co-

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mo o mais forte que venceu a morte,pode livrar-nos dos poderes da morte edar vida.

Os exorcismos que ele praticou sãoos sinais do advento do Reino de Deus,da destruição do império de Satanás euma antecipação da salvação, escatoló­gica.

O filme ou o livro "O Exorcista", naverdade, nos ensina, quiçá sem querer,uma verdade preciosa. Penso que sempretender, inconscientemente, o autor de"O EXORCISTA" põe em evidência o fa­to de que a fixação em fenômenos ex­traordinários de suposta origem diabóli­ca dificulta uma compreensão adequadado ministério no qual têm lugar as rela­ções entre o homem e Deus. Em outraspalavras: todos os recursos técnicos fo­ram empregados para a representaçãomais surrealista possivel do espírito ma­Iígno a ponto de causar calafrios, hor­ror e até náuseas e vômitos mas o re­sultado foi que ao invés de levar. à féna bondade libertadora de Deus, levoua heroina, a mãe de Rags, no fim datragédia, a confessar que quanto a Deuscontinuava descrente, mas depositavatoda a sua fé no diabo. É bem o retra­to da condição do homem de hoje: deum lado o descrédito de Deus mas deoutro a sua aproximação cada vez maiordos poderes satânicos que, à semelhan­ça de "O Exorcista", parece ter desco­berto uma nova técnica de fazer pos­sessos.

Hoje o clima cultural é diferente. Van­gloriamo-nos de viver na tecnópolis cons­truida pelo nosso próprio engenho. Masaí continuam a operar, quiça apenas deum modo mais sofisticado, os poderesdemoníacos. As atividades do espíritomalígno adaptam-se ao espírito da épo­ca. O cidadão megalopolense é mani­pulado, no recôndito mais íntimo de suaconsciência, pela tecnologia audio-visual,pelos meios técnicos de comunicação demassas, pela propaganda e pelos fenô­menos de sugestão global.

Nunca, como em nossos dias, o ho­mem foi tão manipulado, massificado,despersonalizado e, quanto mais desper­sonalizado, tanto mais suscetível de se­dução demoníaca. Pois ela nivela o va­lor da personalidade individual, impededecisões pessoais, e tende a destruir a

autoconsciência e reSpD'i5s: ::.S::'fvidual. O endeusamenL: :::6 '::.: :5

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mais forte que venceu a morte,Ira r-nos dos poderes da morte e3,

3xorcismos que ele praticou sãos do advento do Reino de Deus,ruição do império de Satanás eIecipação da salvação, escatoló-

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) clima cultural é diferente. Van­'0S de viver na tecnópolis cons­o nosso próprio engenho. Mas1am a operar, quiça apenas de

mais sofisticado, os poderesJS. As atividades do espírito,daptam-se ao espírito da épo­idadão megalopolense é mani­) recôndito mais íntimo de sua'a, pela tecnología audio-visual,JS técnicos de comunicação de'ela propaganda e pelos fenô-sugestão global.como em nossos dias, o ho­tão manipulado, massificado,

3!izado e, quanto mais desper­, tanto mais suscetível de se­ioníaca. Pois ela nivela o va­rsonalidade individual, impede)8ssoais, e tende a destruir a

autoconsciência e responsabilidade indi­vidual. O endeusamento de ídolos fabri­cados para a sociedade de consumo, aexploração desenfreiada das paixões noscomerciais, o apelo constante aos in­stintos, tornam o homem de hoje vítimafácil de qualquer tipo de demonismo.

Talvez, isto tudo esteja na origem deum dos fenômenos mais paradoxais daera tecnológica: a volta das bruxas, aproliferação dos feiticeiros, a multiplica­ção dos terreiros, a popularização dosorixás e enxús, a industrialização dos ho­róscopos, nas moderníssimas megalópo­lis do século XX.

Isso tudo vai gerando um clima mór­bido de angústia doentia, despertandoum apelo cego e fanático ao irracional,provocando práticas fantásticas e super­sticiosas que vivem à custa da emotivi­dade sensual, do medo e do terror. Eonde há medo, e onde há crendice, e'

, onde há superstição, e onde há angústiae terror não há verdadeira religião e simmagia.

Daí porque hoje, quiça mais aindaque nos tempos de Cristo, temos de,como cristãos e como igrejas, atentarpara o mandamento de Cristo: "não nosdeixes cair em tentação", "curai enfer­mos" e "expulsai demônios".

Quando Jesus pede a seus discípu­los para curarem enfermos e expulsaremdemônios, não distingue entre enfermi­dades corporais, mentais ou espirituais.Cada página do evangelho mostra queele menciona igualmente as três e astrês são uma só.

Aqui está, talvez, a lição mais pre­ciosa que o divino exorcista nos quertransmitir: - que tanto a enfermidadefísica, como mental, tanto a enfermidadeindividual como a social, são conse­qüências do distanciamento entre o es­pírito do homem e o espírito divino eque nenhuma doença pode ser curadae nenhum demônio pode ser expulsosem a reaproximação do espírito huma­no com o divino. Como os discípulos,tenhamos alegria em nossa vocação.Nesta missão encontraremos outros ali­ados.

Quando os discípulos relataram con­trariados que outras pessoas estavamtambém expulsando demônios, pedirampara que Jesus os castigasse mandando

cair sobre eles fogo do céus. Não fo­ram atendidos e Jesus lembrou: "quemnão é contra nós é por nós",

Aí está a medicina, aí está a psiqui­atria e tantos outros aliados preciososneste ministério grandioso de cÚrar eexorcisar os males do homem e do mun­do. Mas aí está, também, a advertênciade Cristo: haveremos de encontrar de­mônios que só podem ser exorcizadospela palavra da fé, pela mensagem dareconciliação e do' perdão. Apesar denossa enfermidade, apesar dos demô­nios que operam dentro de nós, de nos­sas igrejas e de nosso mundo, apesarde todos os usurpadores deste século,apesar da brutalidade e do cinismo, a­pesar dos tiranos e poderosos, apesardo pecado e da servidão, alegramo-nos.porque:

Teu é o poder,Tua é a glória,Não por uns temposMas por todo o sempre, Senhor!E alegramo-nos, mais ainda:~ não

porque curamos e expulsamos demôni­os, mas porque temos os nossos no­mes arrolados nos céus.

(Extraído de "O Estandarte", junho/?6p. 3, 7)

QUE LUZES LARça A HISTÓRIA

SOBRE O SIGNIfiCADO DA

páSCOA 1

(D. A. Reily - Professor de HistóriaEclesiástica da Faculdade de Teolo­gia de Rudge Ramos, SP)

Os cristãos primitivos pouco se pre­ocuparam em recordar os seus atos pa­ra .a posteridade. Por isso, há muitaslacunas em nosso conhecimento da his­tória da Igreja nos primeiros séculos.Não podemos precisar quando a Igrejacomeçou a celebrar a Páscoa como fes­ta . anual e nem sabemos onde tal cele­bração primeiro se fez. Mesmo assim,a própria controvérsia que se travou so­bre a Páscoa, concernente ao dia cor­reto da sua celebração, a maneira dasua celebração e as interpretações da

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festa, lança luzes sobre o verdadeiro sig­nificado da Páscoa.

A resistência dos cristãos, de origemgentílica, a tudo que cheirava de juda­ísmo. Existem evidências de diversasespécies que os cristãos primitivos fa­ziam questão de demonstrar que nãoeram judeus. A Didaquê, por exemplo,explica que os cristãos jejuavam nos 4.°e 6.0 dias da semana, exatamente para

~ser diferentes dos "hipócritas" (os jude­us), os quais jejuavam nos 2.° e 5.°dias (Cap. 8). O próprio Apóstolo Pau­lo criticara severamente os Gáiatas porguardarem "dias, meses, tempos e a­nos", a saber, observar os sábados efesta judáicas (GI 4.10). O mais con­hecido dos Apologistas Cristãos, JustinoMártir, no seu Diálogo com o judeu Tri­fão, deixou claro que os cristãos nãolevaram em conta os sábados e as ou­tras festas judáicas.

Por causa deste evidente desprezode "dias, meses, tempos e anos" e oafã geral de evitar quaiquer aparência dejudaísmo, é provável que a Igreja de­morou algum tempo antes de introduzira prática anual da celebração da Pás­coa. No Novo Testamento não existenenhuma referência a uma "Páscoa Cris­tã" no sentido de um dia anual, a exem­plo da festa judáica. A referência neo­testamentária mais parecida é 1 Co 5.7­"Cristo, nossa Páscoa" ou "Cristo, nos­so cordeiro pascai". Também a Dida­quê, um manual de culto cristão, quedá instruções sobre batismo, santa ceia,festa de amor, oração, jejum e coi­sas afins não menciona nenhuma ce!e­bração anual da Páscoa.

Apesar desta resistência a "dias, me­ses, tempos e anos", duas cousas signi­ficativas ocorreram.

A primeira destas é que os cristãoscomeçaram, espontaneamente, a celebrar,como dia especial de culto, "o primeirodia da semana" (cf. 1 Co 16.2; At 20.7)que depois também foi denominado Ó

"Dia do Senhor" (d. Ap 1.10; Didaquêcapo 14, refere ao "dia próprio do Sen­hor"). O "Dia do Senhor", é claro, foio dia da ressurreição, nada tendo a vercom o sábado dos judeus. Os cristãosdeixaram claro este fato. Um dos Pais

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Apostólicos, Barnabé, na sua Epístola,chamava Domingo o 8.0 dia!

"Portanto, guardamos o 8.° dia comalegria, no qual também Jesus ressur­giu dos mortos, e tendo se manifestado,subiu aos céus" (Cap.15). Ele o cha­mava assim, pois quis enfatizar que emCristo, e particularmente na sua ressur­reição, Deus havia iniciado uma novaera! Bem mais tarde, Agostinho tam­bém deixou clara a distinção entre oSábado dos judeus e o Domingo doscristãos: "Sábado significa descanso;Domingo significa ressurreição".

A segunda coisa foi que, apesar daresistência de Paulo e de outros, a Igre­ja chegou a estabelecer um dia anualpara oomemorar a morte e ressurreiçãodo Senhor! E curiosamente, este diacristão veio a ter o mesmo nome da­quele dos judeus - Páscoa. (Claro quea coincidência da morte e ressurreição aeJesus com aquela grande festa judáicacontribuiu significativamente para isto).Gostariamos de ter maiores detalhes so­bre as origens desta festa anual, porémas lacunas aqui são grandes. Na ver­dade, as primeiras referências à Pásooacomo festa anual provêm da controvér­sia entre dois bispos sobre a data cor­reta da sua celebração. Bispo Poli car­po de Esmirna (o qual foi martirizadodepois) visitou o Bispo Aniceto de Ro­ma, e os dois discutiram sobre o dia ea maneira corretos da celebração daPásooa. Não chegaram ao acordo, masse separaram ainda como amigos. Oque nos interessa no momento, porém,é que esta disputa ocorreu mais ou me­nos no ano 154 d.C., o que índica que,pelo menos em meados do segundo sé­culo, já se celebrava a Páscoa comouma festa anual.

Apesar, então, de uma resistência aoestabelecimento pelos cristãos de diasespeciais, a Igreja, de fato, chegou aestabelecer, quase desde o início, umdia espeoial semanal, e um outro anual.Este fato força-nos a perguntar: por quê?

A única explicação que nos parecede qualquer-forma adequada é que am­bas destas coisas enalteciam a RESSUR­REiÇÃO, e que a Igreja reconhecia aressuneição como pedra - de - toque dopróprio cristianismo.

- Sem a ressurreição, Jesus seria a­penas um profeta, mestre e mártir, im-

portante, sem dÚ":::=- - ~vamente diferente ce _-um Amós. Poré~ :e e =---

Deus poderosame"te -e -= e=-_ o ~

mo Filho de Deus ::- .- Sem a ressurre~§:

a Igreja, cuja razão c:e ~e- e-= - ~har as maravi!has .je : e_~mente a ressurreiçãe,.

- Sem a ressurreiçª-c ~:: ~ " -;;;tã seria vã, toda a ç~:: ~-~::':uma falsidade (1 Co 15.-":'

Foi esta convicção ,Le ",: c ]itãos a celebrarem toda =- 5" - ~- :'surreição, para que es:a ~ª-: ::31nas uma memória, um 12::: - "=_ :;;i

também um elemento na "_=- e,_~no dia-a-dia. No entan::::, ="-- :~resistiram à tendência C3 -=.:e­contecimento uma festa ar;c;" :::

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cos, Barnabé, na sua Epístola,3, Domingo o 8.° dia!~anto, guardamos o 8.° dia com

no qual também Jesus ressur­mortos, e tendo se manifestado,

)3 céus" (Cap.15). Ele o cha-3sím, pois quis enfatizar que ems particularmente na sua ressur-Deus havia iniciado uma nova

33m mais tarde, Agostinho tam­xou clara a distinção entre odos judeus e o Domingo dos

"Sábado significa descanso;significa ressurreição".

,gunda coisa foi que, apesar da)'a de Paulo e de outros, a Igre­ou a estabelecer um dia anualmemorar a morte e ressurreição~,or! E curiosamente, este dia"eio a ter o mesmo nome da­JS judeus - Páscoa. (Claro que:ência da morte e ressurreição aeem aquela grande festa judáicaj significativamente para isto).mos de ter maiores detalhes so­)'ígens desta festa anual, porém:as aqui são grandes. Na ver-

primeiras referências à Páscoasta anual provêm da controvér­, dois bispos sobre a data cor­sua celebração. Bispo Policar­:smirna (o qual foi martirizadovisitou o Bispo Aniceto de Ro­3 dois discutiram sobre o dia e'a corretos da celebração daNão chegaram ao acordo, mas

raram ainda como amigos. Ointeressa no momento, porém,

:ta disputa ocorreu mais ou me­,no 154 d.C., o que indica que,:os em meados do segundo sé-se celebrava a Páscoa como

a anual.,r. então, de uma resistência ao:mento pelos cristãos de dias

a Igreja, de fato, chegou asr, quase desde o início, um:ial semanal, e um outro anual.força-nos a perguntar: por quê?ca explicação que nos pareceJer' forma adequada é que am­,s coisas enalteciam a RESSUR-

e que a Igreja reconhecia a20 como pedra - de - toque dodstianismo.a ressurreição, Jesus seria a­

1 profeta, mestre e mártir, im-

portante, sem dúvida, mas não qualitati­vamente diferente de um Jeremias ouum Amós. Porém, pela ressurreição,Deus poderosamente revelara Jesus co­mo Filho de Deus (Rm 1.4).

- Sem a ressurreição, nem existiriaa Igreja, cuja razão de ser era testemun­har as maravilhas de Deus, particular­mente a ressurreição.

- Sem a ressurreição, toda a fé cris­tã seria vã, toda a proclamação cristãuma falsidade (1 Co 15.14).

Foi esta convicção que levou os cris­tãos a celebrarem toda a semana a res­surreição, para que esta não fosse ape­nas uma memória, um fato histórico, mastambém um elemento na sua existênciano dia-a-dia. No entanto, também nãoresistiram à tendência de fazer do a­contecimento uma festa anual. E desdeo início, pela importância dela, foi sem­pre mais do que um dia de celebração,pois os cristãos sentiam, desde logo,a necessidade de um tempo mais demo­rado para se preparar para esta come­moração, que Gregório Nazianzo chama­va "a festa das festas" ou "o mais felizdos dias".

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A evidência histórica que temos le­va a crer que logo tornou-se práticauniversal na Igreja a celebração anualda Páscoa. Mas, apesar da universali­dade da celebração, havia diversidadequanto à data e à maneira da sua ce­lebração. Pelo exposto acima, ficou cla­ro que havia diferenças entre a celebra­ção em Roma e Ásia Menor. Porém,mais ou menos em 167 d. C., arrebentouuma outra controvérsia, indicando aindauma terceira modalidade da celebraçãoda Páscoa e uma terceira data tida co­mo a correta. Sem nos perder em mi­núcias, será necessário a esta alturaexaminar ligeiramente cada grupo, espe­cialmente quanto à sua interpretação dadata correta da celebração.1) A ênfase dos Ebionistas ou Judaizan­tes. Este grupo, seguindo a orientaçãodos Evangelhos Sinõticos, a saber, Ma­teus, Marcos e Lucas, entendeu que Je­sus realizou sua última ceia na noitede 14 de Nisã (isto é, na mesma noiteem que os Judeus em geral também es­tavam celebrando sua Páscoa). Para

eles, Jesus fora crucificado no dia 15 domês de Nisã.2) O segundo grupo, representando umcostume geral da Ásia Menor, baseou asua prática no Evangelho de João, queindica que Jesus morreu na tarde do dia14 de Nisã. Estes faziam uma vigília ejejum, terminando o mesmo às 15 horas(a hora que Jesus teria morrido) com aSanta Ceia.3) A terceira posição, a romana, era amais radical. Esta desprezou o calendá­rio judáico, sem desprezar a história.Todos os Evangelhos concordam que aressurreição ocorreu no "primeiro diada semana", ou seja, domingo. Já vi­mos como as Igrejas espontaneamenteadotaram o domingo, ou seja, o Dia doSenhor, como o seu dia especial de .a­doração, por ser o dia da ressurreiçãode Cristo. A celebração romana semprese fazia no domingo, sem levar em con­ta a data do calendário judáico.

A prática romana, então, fez duas coi­sas: a) Ela conservou o elemento his­tórico do acontecimento, em lembrar queJesus de fato apareceu ressurreto aosseus discípulos no primeiro día da se­mana. b) Ao mesmo tempo, ela des­vinculou o evento da festa judáica! .Poisas respectivas práticas acima descri­tas representavam três posições filosófi­cas ou doutrinárias bem diversas. Se­não, vejamos:

Sucintamente, podemos representar aposição Ebionista assim: "A PáscoaCristã é, basicamente, uma continuaçãoda Páscoa judáica".

A posição da Ásia Menor era: "APáscoa cristã, de fato, se liga à Páscoajudáica, mas não é idêntica".

Enquanto a posição romana insistia:"A Páscoa cristã é algo radicalmente no­vo. De fato. ela ocorreu históricamentena mesma época da Páscoa judaica,mas convém frisar que há novidade, háelementos únicos, há dimensões inéditas,que precisam ser enfatizados e aprovei­tados" .

Esta controvérsia sobre a data cor­reta da celebração da Páscoa noslem­bra, então, dois fatos importantes. Pri­meiro, que a nossa fé é essencialmentehistórica! Ela está vinculada a eventosque ocorreram mesmo, envolvendo pes­soas cujos nomes conhecemos e cujas

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personalidades podemos deiinear, emuma área geográfica conhecida e em é­poca que pode ser precisa quase aodia e hora. Não é uma filosofia cujosprincípios são universais e eternos, Masé a fé no Deus que age e que de fatoagiu na pessoa de Jesus, o carpinteirode Nazaré, o qual viveu, ensinou, 'mor­reu e foi ressurreto! Mas, em segundolugar, que este carpinteiro judeu, criadoem Nazaré, e crucificado em Jerusalém,não pode ser confinado ao judaísmo.Este carpinteiro de Nazaré realmenterevolucionou o mundo; ele derrubou aparede que separava Judeu e Gentio(Ef 3.14); ele iniciou a nova era; eleinaugurou o Reino de Deus entre os ho­mens.

(Expositor Cristão, Março/76, p.5)

SÓ NO CASO DE URIAS

Poucas pessoas têm a nobreza decaráter e a delicadeza de espírito da­quele que escreveu a maior parte dosSalmos, o livro mais lido da Bíblia. Oi­tavo e último filho de Jessé, ruivo, debelos olhos e boa aparência, harpista degrande talento, homem de fé, ao mesmotempo forte e corajoso, sisudo em pa­lavras, profundamente humano, desprovi­do de vaidade e espírito de vingança,nascido em Belém da Judéia, Davi co­meçou a vida exercendo a profissão depastor de ovelhas. Saiu da obscuridadede repente, ao aceitar por conta própriao desafio de Golias. Pouco depois tor­nou-se chefe da guarda pessoal e gen­ro do rei Saul. A sua popularidadefoi tal, que despertou os ciumes do reie foi obrigado a fugir por tempo indeter­minado. Neste período, juntaram-se aDavi "todos os homens que se achavamem a,perto, e todo o homem endividado,e todos os amargurados de espírito, eele se fez chefe deles" (1 Samuel 22.2).Com a morte de Saul, Davi foi aclamadorei e tratou com benevolência os seusinimigos. Fez o que era agradável aosolhos de Deus, a ponto de se tornarpadrão para os demais reis, até o ca­tiveiro babilônico, Mas há um grave se­não, que a Bíblia não oculta: Davi fezo que era reto perante o Senhor, e nãose desviou de tudo quanto lhe ordenara

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em todos os dias da sua vida,senão sóno caso de Urias, o heteu"(1 Reis, 15.5).O chamado caso de Urias foi o escân­dalo provocado por um escorregão mo­ral de grandes proporções envolvendo orei e Bate-Seba, a mulher de Urias.A análise cuidadosa deste famoso adul­tério e de suas conseqüências há deproduzir nos leitores boa dose do temordo Senhor e oportunas advertências pa­ra o dia de hoje. Para tornar as cau­sas mais vivas, apresentaremos os fatospor meio de uma suposta entrevista como autor da comovente confissão do Sal­mo 51. As respostas colocadas na bo­ca de Davi têm base bíblica e uma do­se muito pequena de imaginação.

A concupiscência dos olhos

Ultimato - Ninguém poderia suporque o Rei seria capaz de todas aque­las misérias contidas no 11.° capítulodo 2.° livro de Samuel ...

Davi - Nem eu tampouco. Posso, noentanto, garantir que não foi uma cou­sa premeditada. Fui tomado de surpre­sa.

Ultimato - Os psicólogos dizem quehá uma idade considerada perigosa, en­tre os 31 e os 50 anos, um período detumulto interior, quando a juventude jáacabou, mas a velhice ainda não seestabeleceu. O Rei pecou quando es­tava nesta faixa?

Davi - Sim, mas não exagero o va­lor destas pesquisas. Se há crises deidade, não há algo como dispensa decertas obrigações morais, que devemser guardadas a qualquer custo, para onosso próprio bem. José era jovem sa­dio e solteiro quando, em circuntânciastremendamente favoráveis ao pecado, re­jeitou a proposta da mulher de Potifar,sob a alegação de que pecaria contraDeus (Gênesis, 39.7-20). Jamais tenteidesculpar o meu pecado.

Ultimato - Como o Rei explica o seuadultério com Bate-Seba?

Davi - Creio ter havido o concursodos seguintes elementos: 1.°) Naquelesdias eu não estava fazendo o 'que deve­ria fazer. Meu lugar era o campo debatalha e não Jerusalém (2 Samuel, 11.1e 12.26-31; 1 Crônicas, 20.1). 2.°) Deium valor exagerado ao ímpeto das pai­xões. Dispus-me a satisfazer a carne

de imediato, sem mais ne!7, ....~- Jesta razão passei por cima::,o ~contrariei inclusive certas face:e" jha personalidade. 3.°) A!ér- :: ~"vavelmente porque atravessa',=, -"odo de relativa segurança e ~~:io meu relacionamento cor- :>õ';;estava na melhor fase.

Ultimato - Por que nãota de recato de Bate-Seba - - - ­mentos que o levaram ao

Davi - Não há dúvida ca ::. eda parte dela uma provocaç~: '.",se pode depender da ausê- ~ ~ ~tações para se viver corre;"-~'"mundo inteiro jaz; no maligno ~ -"jhá no mundo, a concupiscê-:: :: ~ne, a concupiscência dos é> ~ ::" ::

berba da vida - não proce:a ::emas procede do mundo. :::-~fazer a vontade de Deus ne"ca ::'hostil (1 João 2.15-17; 5.18 =eu falhei, porque fiz a "':-. eNão há aquilo que se Cf,e-eesmagadora da carne, pcs e }jé humana e não divina, e Ce.~ "mite que sejamos tentado ô ~ ~

nossas forças (1 Coríntics - 3)

bém não se pode confu,:; - "e~pecado _ O sexo faz p,,;-::e :::õde Deus e é elemento :r: ô::·e-s:,;

biologia atual. Pecado ê .o.::_'='dência sempre presente ::,o -~.}ceitar as regras do j09: e _-;;;de achar que Deus rão ='=,oexiste, não ditou lei a!;c - ô

A diferença entre perék-

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nando que pusesse c ....e·:: '~Seba na frente da r-ce:~ ':-:e ~ja, para que a morte ce,e 0::'.,0:'3

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os os dias da sua vida,senão só~ de Urias, o heteu"(1 Reis, 15.5).nado caso de Urias foi o escân­'ovocado por um escorregão mo­grandes proporções envolvendo oBate-Seba, a mulher de Urias.se cuidadosa deste famoso adul-

de suas conseqüências há de, nos leitores boa dose do temor.'<0 r e oportunas advertências pa­a de hoje. Para tornar as cou­'s vivas, apresentaremos os fatoso de uma suposta entrevista comda comovente confissão do SaI-As respostas colocadas na bo­

)avi têm base bíblica e uma do­J pequena de imaginação.

~oncupiscência dos olhos

lalo - Ninguém poderia suporRei seria capaz de todas aque­érías contidas no 11.° capítuloivro de Samuel ...- Nem eu Iampouco. Posso, nogarantir que não foi uma cou-

editada. Fui tomado de surpre-

ato - Os psicólogos dizem queidade considerada perigosa, en­1 e os 50 anos, um periodo deinterior, quando a juventude jámas a velhice ainda não se

~eu. O Rei pecou quando es­ta faixa?- Sim, mas não exagero o va­,s pesquisas. Se há crises deão há algo como dispensa de)brigações morais, que devem:Jadas a qualquer custo, para oóprio bem. José era jovem sa­dteiro quando, em circuntânciasmente favoráveis ao pecado, re­proposta da mulher de Potifar,'egação de que pecaria contraênesis, 39.7-20). Jamais tentei. o meu pecado.lto - Como o Rei explica o seucom Bate-Seba?

- Creio ter havido o concursointes elementos: 1.°). Naqueleslão estava fazendo o que deve-

Meu lugar era o campo denão Jerusalém (2 Samuel, 11.1

1; 1 Crônicas, 20.1). 2.°) Deiexagerado ao ímpeto das pai­

)ispus-me a satisfazer a carne

de imediato, sem mais nem menos. Poresta razão passei por cima de tudo e

; contrariei inclusive certas facetas de min­ha personalidade. 3.°) Além disto, pro­vavelmente porque atravessava um perí­odo de relativa segurança e facilidade,o meu relacionamento com Deus nãoestava na melhor fase.

Ultimato - Por que não incluiu a fal­ta de recato de Bate-Seba entre os ele­mentos que o levaram ao pecado?

Davi - Não há dúvida de que houveda parte dela uma provocação. Mas nãose pode depender da ausência de ten­tações para se viver corretamente. Omundo inteiro jaz; no maligno, e tudo quehá no mundo, a concupiscência da car­ne, a concupiscência dos olhos e a so­berba da vida - não procede de Deus,mas procede do mundo. Compete-nosfazer a vontade de Deus neste ambientehostil (1 João 2.15-17; 5.19). Foi ai queeu falhei, porque fiz a minha vontade.Não há aquilo que se chama pressãoesmagadora da carne, pois a tentaçãoé humana e não divina, e Deus não per­mite que sejamos tentados além dasnossas forças (1 Coríntios, 10.13). Tam­bém não se pode confundir sexo compecado. O sexo faz parte da criaçãode Deus e é elemento indispensável nabiologia atual. Pecado é aquela ten­dência sempre presente de não se a­ceitar as regras do jogo, a presunçãode achar que Deus não existe ou, seexiste, não ditou lei alguma.

A diferença entre perdão e correção

Ultimato - Parece que o pecado trou­xe alguns problemas para o Rei ...

Davi - Primeiro, a preocupação deocultar o ocorrido. Segundo, a gravidezindesejável de Bate-Seba. Terceiro, ofracasso da tentativa de trazer o maridodela do campo de batalha e fazê-Io es­tar com ela, para que o filho fosse ti­do como de Urias.

Ultimato - Foi aí que o Rei resolveumatar a Urias, um de seus valentes (2Samuel, 23.39)?

Davi - Não o matei com as minhaspróprias mãos. Enviei por Urias umacarta ao comandante do Exército, orde­nando que pusesse o marido de Bate­Seba na frente da maior força da pele­ja, para que a morte dele parecesse aci-

dente de guerra. Tenho repugnância dis­to tudo, especialmente da falsidade eda maldade de meus atos. O pecadonunca vem só. Ele cria um circulo vi­cioso e ilude.

Ultimato - Depois da morte de Urias,o Rei levou a viúva para o palácio e afez sua mulher. Houve algum problemade consciência?

Davi - O pecado insensibiliza. Só a­cordei para a hediondez de minha condu­ta meses depois, por ocasião do nasci­mento de nosso filho, quando a palavrado Senhor veio a mim por intermédio doprofeta Natã.

Ultimato - Foi nesta ocasião que oRei compôs o Salmo 51 ?

Davi - Minha alma se derreteu comocera. Nunca senti tanto a necessidadede perdão e purificação. Orei para queo Senhor me lavasse completamente deminha iniqüidade, não retirasse de mimo seu Santo Espírito e me devolvessea alegria da salvação.

Ultimato - Deus o perdoou?Davi - Enquanto calei os meus peca­

dos, não obtive cousa alguma do Senhor.Mas, quando confessei tudo que haviafeito, Ele me perdoou. Bem-aventuradoaquele cuja iniqüidade é perdoada ecujo pecado é coberto (Salmo 32.1-5).

Ultimato - Se Deus o perdoou, porque, então, feriu a criança?

Davi - E necessário fazer distinçãoentre perdão e correção. Deus me li­vrou da culpa, mas não me poupou dasconseqüências naturais do pecado. Pormeio do perdão, eu me aproximei dEleoutra vez, reatei a comunhão perdida,achei-me purificado de minha iniqüida­de, encontrei ânimo e alegria para vivere livrei-me de sua mão que pesava so­bre mim dia e noite. Por meio da cor­reção, Deus mostrou o seu desagradopelo meu pecado e os homens viramque Ele é Deus zeloso. O Senhor cor­rige a quem ama e açoita a todo filhoa quem recebe (Hebreus, 12.6). A varae o cajado de Deus me consolam (Sal­mos, 23.4).

Ultimato - O Rei nunca teve um sen­timento de aversão por Bate-Seba?

Davi - Por que o teria? Quando acriança morreu, fui a ela e consolei-a.Não a deixaria sozinha numa hora desta.

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Ultimato - A naturE3za humana temdificuldade para acolher crítica e repre­ensão. Quanto mais alta a posição doindivíduo, maior é esta dificuldade. Guar­da o Rei algum rancor contra o pro­feta Natã?

Davi - Natã veio a mim por ordemdo Senhor. ~Jão havia nada de pesso­al nas palavras dele. Graças ao profeta,o círculo vicioso criado pelo pecado serompeu. Portanto, nada tenho contr'aele. Quando Bate~Seba me deu à luz osegundo filho, Salomão, este dentro domatrimônio, eu o entreguei nas mã.os deNatã (2 Samuel, 12.25). Anos a fio oprofeta foi amigo particular da família.Ele teve papel importante para que Sa­lomão subisse ao trono após a minhamorte (1 Reis, 1.5-31). Dois filhos deleforam oficiais de meu filho (1 Reis, 4.5).

Os ris.cos a longo prazo

Ultimato - Natã anunciou que o Rei,por ter desprezado a palavra do Senhor,veria acontecimentos bastante desagra­dáveis, envolvendo membros da famíliareal. Estas cousas se deram?

Davi - Elas foram acontecendo aospoucos. A primeira tragédia foi o inces­to de Amnon. Este meu filho primoge­nito se apaixonou por uma meia-irmã,chamada Tamar, filha de outra esposa,forcou-a e abandonou-a. A segunda o­correu dois anos depois: meu filho A>salão matou a Amnon à traição paravingar a irmã, e fugiu para o exterior.Ao cabo de três anos, permíti que Ab­salão voltasse ao país, mas ordenei quepermanecesse em sua casa, em Jerusa­lém. A liberdade total só a concedi de­pois de mais dois anos. A terceira tra­gédia deu-se quatro anos mais tarde:este mesmo Absalão furtou o coraçãodos homens de Israe! para si e levantouuma conspirata contra mim. Fui obriga­do a fugir de Jerusalém. Deixei dezconcubinas para cuidarem da casa, eAbsa!ão, para se mostrar odio~o a mim,armou uma tenda no eirado e, à vistade todo o povo, coabitou com elas.

Ultimato - Mas tudo isto tem relaçãocom o seu pecado com Bate-Seba?

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Davi - O Senhor me disse por bocade Natã: "Eis que da própria casa sus­citarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mu­lheres à tua própria vista, e as darei ateu próximo, o qual se deitará com elas,em plena luz deste sol".

Ultimato - Então, Deus é mau e vin­gativo?

Davi - Entendo doutra maneira. Euprovoquei o Senhor a zelo, isto é, leveio Senhor a agir, a descarregar a suamão sobre mim, a exercer a sua justiçaou a sua ira. Já disse, e repito: o Sen­hor é Deus zelozo (Êxodo, 20.5). Poresta razão, quando Slmei, valendo-se dasituação, me amaldiçoou e me atiroupedras, estando eu fugindo de Jerusa­lém, não permiti que Abisai lhe tirassea cabeça, dizendo-lhe: "Deixai-o, queamaldiçoe, pois o Senhor lhe ordenou"(2 Samuel, 16.5-14).

Ultimato - Quer dizer que Deus man­dou Absalão possuir as concubinas doRei ?

Davi - Deus não mandou que eiefizesse isto. Foi Aitofel quem lhe deueste conselho. Também não foi Deusquem sugeriu que os irmãos de Joséintentassem contra a sua vida, mas oSenhor fez uso daquele crime como lheaprouve e o transformou em bem (Gê­nesis, 50.20). Deus tem tudo sob con­trole. Absalão agiu como quis e nãodeíxou de responder por seus atos, masDeus se serviu de tudo aquilo paracumprir o seu intento.

Uitimato - Diz-se que onde abundouo pecado, superabundou a graça (Roma­nos, 5.20). O Rei o comprova?

Davi - Acho notável que Natã tenhachamado Salomão de Jedidias,que querdizer "amado do Senhor". Foi estemeu filho com Bate-Seba que ocupou otrono após minha morte. Exatamenteele conduziu o país ao período de mai­or glória e construiu o templo do Sen­hor em Jerusalém. O perdão de Deusé algo maravilhoso. t:. como se nadativesse acontecido. Por esta razão, lê­se na genealogia de Jesus, de acordocom Mateus: "Jessé gerou ao rei Davi;e o rei Davi, a Salomão, da que foramulher de Urias" (1.6)!

(Ultimato - junho/76 - p. 6,7)

REENCARNAÇÃOPara o Jornal Espírita. - ._­

A Viagem "marca uma n0'i'" =',,- =,doutrina espírita no Bras: - ~mesmo abatendo o entus!",s-.: .: "-5

iro que deixou muita gen:e .:: - ~~com vontade de estuda":::2 :;Allan Kardec, é possive: c:_= : 1tismo ganhe alguns novos ::::7:'~'"número de católicos com c.: -. : ::"píritas se amplie. Os pro:s;:,,--~~õmente sem doutrina e se~ =:.: "se cuidem, porque o al2.:: = ':

de. Ao mesmo tempo. a:c,,-; ~c·rece e estimula uma ava!iaçé.: :: ~espíritas, especialmente a -~~- .•à luz do Cristianismo.

O que é

A reencarnação é uma: '=- :::;e muita antiga, sem o me...:' ._'-.~to bíblico. Faz parte da :: --" -~rita codificada por Allan 1<","::=- '"ados do século passado. = -;c ""ralidade das existências. 7- -"qual todas as criaturas h·1-2- .... ,cessivas encarnações, vã: 2,: - -.~dativamente, quer no p;2.~': --"quer no plano moral, er-::_,,-:: ::;mesmo passo, vão resgs:=:-:: - !!

crimes do passado. "O::: ,,' ­encarnação, «diz o próp": ,: ~.:~expiação, o melhorament:: :::.: c .=':S;

humanidade". As novO'.. ,,'-: =='!

podem se dar aqui na 1'2--::: :. ,tros corpos celestes, de -·2 -.:;)perior ao nosSO. O es:r":: :=mem pode encarnar n0 c.:' c: .~mulher e vice-versa.

Em que se baseia

A doutrina da reenoa--2:§.:assentar as suas bases i:3 7;~ 3;espíritos. Detalhes fanté.s-::2 s2

buídos a eles e aceitos.: _z- :'=.

disse: "Tenho ainda mu:: : - =

zer, mas vós não o podes ;_::'1ra" (Jo 16.12), Ele esta, .. s" !'1

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com o concurso de dive,sC:2 -~que chega a ser séria ir"6'.S"-S""E

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Confrontando .com a Bíblia

221

I

IIi

§

-..

- o Senhor me disse por bocaEis que da própria casa sus­

"'-sl sobre ti, e tomarei tuas mu­'Uá própria vista, e as darei a

""'0, o qual se deitará com elas,-s iuz deste sol".

nato - Então, Deus é mau e vin-

Entendo doutra maneira, Euo Senhor a zelo, isto é, levei

- a agir, a descarregar a sua-e mim, a exercer a sua justiça

,s ira. Já disse, e repito: o Sen­Jeus zelozo (Êxodo, 20.5). Por:ãc, quando Simei, valendo-se da

me amaldiçoou e me ,atirouestando eu fugindo de Jerusa­

c permiti que Abisai lhe tirasse;;a, dizendo-lhe: "Deixa i-o, que:a, pois o Senhor lhe ordenou".ai, 16.5-14).

lato - Quer dizer que Deus man­selão possuir as concubinas do

- Deus não mandou que ele'sto. Foi Aitofei quem lhe deu,selho. Também não foi Deus,,;geriu que os irmãos de Joséem contra a sua vida, mas o'ez uso daquele crime como lhee o transformou em bem (Gê­

;,20). Deus tem tudo sob con­'.bsalão agiu como quis e nãoa responder por seus atos, mas, serviu de tudo aquilo para:' seu intento.

,10 - Diz-se que onde abundou). superabundou a graça (Roma­:j. O Rei o comprova?

- Acho notável que Natã tenhaSalomão de Jedidias, que quer

'nado do Senhor". Foi estecom Bate-Seba que ocupou o

,ós minha morte. Exatamentelziu o país ao período de. mai-

e construiu o templo do Sen­Jerusalém, O perdão de Deusnaravilhoso. t:: como se nada::ontecido. Por esta razão, lê­,nealogia de Jesus, de acordoJUS: "Jessé gerou ao rei Davi;Davi, a Salomão, da que fora= Urias" (1.6)!(Ultimato - junho/76 - p, 6,7)

REENCARNACÃO,Para o Jornal Espírita, a telenovela

A Viagem "marca uma nova era para adoutrina espírita no Brasil". De fato,mesmo abatendo o entusiasmo passage­iro que deixou mui,ta gente confusa ecom vontade de estudar os livros deAllan Kardec, é possível que o Espiri­tismo ganhe alguns novos adeptos e onúmero de católicos com convicções es­píritas se amplie. Os protestantes igual­mente sem doutrina e sem Bíblia quese cuidem, porque o alarde foi gran­de. Ao mesmo tempo, a ocasião favo­rece e estimula uma avaliação dos temasespíritas, especialmente a reencarnação,à luz do Cristianismo,

o que é

A reencarnação é uma crença pagãe muita antiga, sem o menor fundamen­to bíblico. Faz parte da doutrina espí­rita codificada por Allan Kardec em me­ados do século passado. Ensina a plu­ralidade das existências, em virtude daqual todas as criaturas humanas, em su­cessivas encarnações, vão evoluindo gra­dativamente, quer no plano intelectual,quer no plano moral, enquanto que, aomesmo passo, vão resgatando erros ecrimes do passado. "O objetivo da re­encarnação, «diz o próprio Kardec», é aexpiação, o melhoramento progressivo dahumanidade ". As novas encarnaçõespodem se dar aqui na Terra ou em ou­tros corpos celestes, de nível moral su­perior ao nosso. O espírito de um ho"mem pode encarnar no corpo de umamulher e vice-versa.

Em que se baseia

A doutrina da reencarnação procuraassentar as suas bases na revelação dosespíritos. Detalhes fantásticos são atri­buídos a eles e aceitos. Quando Jesusdisse: "Tenho ainda muito que vos di­zer, mas vós não o podeis suportar ago­ra" (Jo 16.12), Ele estaria se referindoa outras revelações, inciusive à lei dareencarnação, que viriam a seu tempopor intermédio dos espíritos superiorescom o concurso de diversos médiuns, oque chega a ser séria irreverência para

quem conhece e preza a Palavra de D.e­us. Além destas bases, a reencarnaçãoseria a explicação para o sofrimento hu­mano e para uma série de fenômenos,tais como a existência de crianças-pro­dígio, as reminiscências, as faculdadessupranormais de animais, etc. A doutri­na firma-se ainda na tentativa de afas­tar para longe e para sempre a idéiado juízo final, pois, por meio dela, querqueiram quer não, com menor ou maiordemora, todos os homens chegarão aoestado de perfeição e pureza que Deusexige, por esforço e moto próprios.

Ninguém se iluda: uma vez aceitaa reencarnação, as principais doutrinasdo Cristianismo são reduzidas a nada.A atriz Eva Wilma estava tremendamen­te enganada quando declarou ao JornalEspírita que não acha "o Espiritismo con­flitante com o Catolicismo". E o atorEwerton de Castro, que também traba­lhou na novela A Viagem e que é mem­bro de uma Igreja Presbiteriana Indepen­dente, confessou grave tibieza ao afir­mar, ao mesmo jornal, que gosta muitoda doutrina espírita e encontrou nas o­bras de Kardec respostas a muitas desuas perguntas.

Apesar de o Espiritismo se gloriar denão ser materialista por acreditar, acer­tadamente, que o homem não é só cor­po, o sistema deixa o homem sozinhoem seus anseios de salvação, Não háIu'gar na doutrina espírita para a mais

,importante mensagem da Bíblia, de queJesus "veio buscar e salvar o perdido"(Lc 19.10). Não se conta a expiação denossos pecados "mediante a oferta docorpo de Jesus Cristo, uma vez por to­das" (Hb 10.10). O véu do templo nãose rasgou em duas partes, de alto a ba­ixo, naquela sexta-feira da Paixão (Me15.38), e nós não podemos entrar noSanto dos Santos pelo sangue de Jesus(Hb 10.19). Não é a propiciação pelosnossos pecados (1 Jo 1.9; 2.2). Deusnão amou ao mundo de tal maneira adar o seu Filho unigênlto, para que to­do o que nele crê não pereça, mas ten­ha a vida eterna (Jo 3.16). Paulo es­tava errado quando declarou: "Pela gra­ça sois salvos, mediante a fé, e isto nãovem de vós, é dom de Deus; não de

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obras, para que ninguém se glorie" (Ef2.8-9). O escrito da dívida que era con­tra nós não foi removido nem encravadona cruz (CI 2.14). O ladrão que se ar­rependeu e creu ali na cruz junto a Je­sus, não se salvou nem foi levado parao Paraíso (Lc 23.43). O castigo que nostraz a Daz nunca esteve sobre Ele, Je­sus, m~s repousa implacavelmente sobrenós, indefinidamente (ls 53.5).

Aquele que crê na reencarnação o­briga-se a rejeitar a doutrina das ultimascousas conforme apresentada na Bíblia.Para ele não haverá salvos e perdidos,não obstante as palavras de Jesus (Mt13.41,2 4, 49, 50; 25.46; etc). O juízofinal é algo meramente simbólico. Osinjustos, contemporâneos a Noé e a Ló,não estão, sob castigo, reservados pa­ra o dia do juízo (2 Pe 2.4-11). A res­surreição dos mortos não deve ser en­tendida como Paulo ensinou: "Semeia­se o corpo na corrupção, ressuscita naincorrupção" (1 Co 15.42), pois entre amorte e a "ressurreição" dar-se-ão in­termináveis novas encarnações. A des­truição dos céus e da Terra que agoraexistem (2 Pe 1.13) será um fenômenonatural, e quando isto suceder, daqui amilhões de anos, a Terra já estará desa­bitada, porque os seres humanos "terãoatingido um nível evolutivo em que oplano terreno não mais Ihes servirá demorada".

o que fazer

A doutrina da reencarnação é tão o'posta à Bíblia que se impõe uma opçãocomo aquela que Elias colocou dis'ltede Israel: "Até quando coxeareis entredois pensamentos? Se o Senhor é De­us, segui-o; se é Baal, segui-o" (1 Rs18.21). No caso das múltiplas existên­cias, a primeira opção terá que ser en­tre o Espírito Santo de Deus e os espí­ritos de que falam os espíritas, entre aautoridades das Escrituras Sagradas e acodificação de Allan Kardec, entre o ab­solutamente certo dos Evangelhos (SI2.36) e a ficção reencarnacionista. Deuma causa não haja dúvida: é inútilqualquer tentativa de harmonizar o ver­dadeiro Cristianismo com o Espiritismo.

(Ultimato - maio/76 - p. 5)

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MÉDICOS CAPITULAM DIANTE

DE ADIVINHOS

Um pesquisador afirma: adivinhos po­dem evitar que os médicos tenham derealizar exames que envolvem riscos.

Os adivinhos podem diagnosticar cer­tas doenças e males indeterminados coma mesma certeza que os médicos commétodos complicados, mas sem riscos,concluiu um relatório, foi pesquisa deum enoontro médico em Tuscon, Arizona,EUA. O DI'. C. Norman Shealy, um cirur­gião, formado pela Universidade de Wis­consin, disse numa entrevista, que num,estudo de 18 meses concluiu que adivin­hos podem realizar um diagnóstico médi­co exato em cada três de quatro casos.portanto, a mesma média alcançada commétodos que muitas vezes são acompan­hados de exposição a raios ou outrosriscos. O médico disse que muitas quei­xas sobre males indefinidos - como do­res de cabeça e no ventre - levam auma série de exames caros e arrisca­dos, que não garantem um diagnósticocorreto. O DI'. Shealy disse aos médicosque a sua "solução-PSI" (Fator PSI ==

poder sobrenatural), poderia ser a res­posta para a realização de um diagnós­tico numa situação duvidosa e arriscada.Ele não aconselha, portanto, consultaradivinhos ao invés de médicos, mas a­conselhou aos médicos que consultemum vidente conhecido quando acharemnecessário. "Se o PSI disser não, por­que deveríamos realizar o exame?" - "Ese consultares três adivinhos, e eles con­cordarem, poderás ohegar a uma certe­za em torno de 98%, e isto é muitomais garantido que um diagnóstico médi­co!" - O Congresso Nacional sobrecomplementação da medicina, exortou àprocura de diretivas novas e não tradi­cionais na medicina, e à busca de ca­minhos onde o corpo e o espírito traba­lhem conjuntamente para a cura. ODI'. Shealy afirmou que sua pesquisa foirealizada com mais de 200 pacientes, ecom a ajuda de videntes, interpretadoresde sinais, quiromantes e astrólogos,que na maioria dos casos nunoa viramos pacientes cujo diagnóstico tinha quefornecer. "A maior parte do trabalno foifeita pelo correio, e nunca fornecemos

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;08 CAPITULAM DIANTE

DE ADIVINHOS

oesquisador afirma: adivinhos po­Itar que os médicos tenham deexames que envolvem riscos.

,divinhos podem diagnosticar cer­"ças e males indeterminados com'8 certeza que os médicos com; complicados, mas sem riscos,; um relatório, foi pesquisa deentro médico em Tuscon, Arizona,

Dr. C. Norman Shealy, um cirur­rmado pela Universidade de Wis­disse numa entrevista, que num,:!e 18 meses concluiu que adivin­em realizar um diagnóstico médi­) em cada três de quatro casos,

a mesma média alcançada comque muitas vezes são acompan­

1a exposição a raios ou outrosO médico disse que muitas quei­ra males indefinidos - como do­cabeça e no ventre - levam a'ie de exames caros e arrisca­s não garantem um diagnósticoO Dr. Shealy disse aos médicos,ua "solução-PSI" (Fator PSI =Dbrenatural), poderia ser a res­,ra a realização de um diagnós­:a situação duvidosa e arriscada.

aconselha, portanto, consultar, ao invés de médicos, mas a­u aos médicos que consultemnte conhecido quando acharem'o. "Se o PSI disser não, por­,ríamos realizar o exame?" - "Eítares três adivinhos, e eles con­i. poderás chegar a uma certe­torno de 98%, e isto é muitosntido que um diagnóstico médi-O Congresso Nacional sobre

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) correio, e nunca fornecemos

informações médicas", disse o Dr. She­aly, "aos videntes enviamos fotos, aosinterpretadores de sinais e astrólogos for­necemos a data do nascimento, e aosquiromantes as impressões das mãos.Os adivinhos receberam também um de­senho do corpo. Aii localizavam a par­te do corpo onde estava o mal, preen­chendo depois um formulário. Em todosos casos", disse Shealy, "o diagnósticojá era conhecido. Os adivinhos foram3 a 10 vezes mais exatos que o acaso.Em aproximadamente 75%· dos casos oseu diagnóstico foi correto."

Baseado nesta exatidão, Sheaiy pro­pôs a utilização da solução-PSI, ao in­vés de muitos dos 750.000 caros e po­tencialmente perigosos exames de con­traste com Raio-X, realizados anualmen­te nos EUA. "Quando se tira uma cha­pa de Raio-X do crâneo, para localizarum tumor cerebral, a chance de encon­trá-Io está em menos de 10%, disse ele."Os médicos conseguem uma exatidãode 80% com exames de contraste", dis­se ele, "mas com o risco de complica­ção em torno de 10%. "Com os adivin­hos conseguimos uma exatidão de 98%,sem fator de risco. Somente 10% dosexames com Raio-X descobrem uma do­ença que necessita de operação, istosignifica que nós médicos fazemos es­tes testes para evitar diagnósticos fal­sos. Poderíamos alcançar a mesma, ouaté uma maior exatidão, com diagnós­ticos-PSI, evitando anualmente 5. O O ucomplicações" .

O Dr. Shealy disse que um adivinho,num certo caso de pesquisa, corrigiu umdiagnóstico médico. "Tínhamos um paci­ente que, pensávamos, sofria de leuce­mia. Um PSI o olhou e disse que elesofria do fígado. Ele disse também queem 10 dias o paciente estaria em casa.Dois dias depois o paciente levantou-seda cama e disse que se sentia bem.Achamos que ele teve sintomas de en­venenamento em conseqüência da anes­tesia na operação." - Num outro caso,o diagnóstico do adivinho dizia de umpaciente que ele tinha câncer no siste­ma linfático. "Eu achei que o diagnós­tico estava errado. O paciente morreuapós nove meses. A autópsia revelouque ele havia morrido de câncer nosistema linfático."

Nota da Redação: Copiamos este re­latório horrivel da revista "Chamada daMeia Noite", cujo redator evangélico a­crescenta um comentário que aceitamosna íntegra. Escreve Wim Malgo: "Estaé uma notícia muito séria. Ela relata na­da menos que o fato de a classe médicaamericana estar se colocando à disposi­ção dos demônios. Em outros camposo limite entre a ciência e o ocultismo jáfoi apagado há muito. Agora também amedicina é atacada. Por que os médi­cos capitulam diante dos adivinhos?Porque se impressionam com os resuita­dos. Certamente desconhecem que Sa­tanás sabe muito, mas que para cadamanifestação do seu conhecimento exigeum preço, o direito sobre a alma dopaciente em questão. Não podemos a­iertar suficientemente contra a busca doauxílio com adivinhos, pois quem faz talcoisa é abominação ao Senhor" (Dt 18.10-12).

BRASIL: 500 MILHÔES

1. Em 1872 quando foi feito o prime­iro recenseamento geral do país, tinhao Brasil dez milhões de habitantes. Aca­bara de sair vitorioso de sangrenta guer­ra contra o paraguai, que invadira o Sule ameaçara a segurança nacional.

2. Trinta anos antes, cessara o tráfi­co dos escravos, principal fonte de bra­ços para a agricultura e mineração epara o desenvolvimento do país. Já es­tava em andamento a campanha da abo­lição da escravatura, o que, na opiniãode muitos, significaria a desorganizaçãodo setor agrícola e a queda da produ­ção.

3. A primeira prioridade do Brasil,era então, povoar para desenvolver e ga­rantir a segurança nacional. Embarcamosem intensa campanha para atrair colonoseuropeus. Oferecíamos ajuda em dinhe­iro, terras gratúitas e outras vantagensaos que quisessem emigrar para o Bra­sil e aqui se radicarem. A resposta foimuito satisfatória. Nas décadas seguin­tes cinco milhões de italianos, portugue­ses, espanhóis, alemães e pessoas deoutras nacionalidades optaram pelo Bra­sil. Na década de 1880, mais de 500mil estrangeiros chegaram ao Brasil, ís-

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to é, o dobro da migração de 1800 a1870. No último decênio do século,mais de 1.200 mil emigrantes preferiramnosso País. Tal caudal humano corres­pondia a quase 10% da população to­tal de então.

4. A família numerosa era glorifica­da de todas as formas. As mulhereseram convocadas a dar à pàtria o maiornúmero possivel de filhos. Era a po!í­tica adequada, certa e lógica para umcontinente subpovoado. Cem anos maistarde, em 1972, a população brasileiraatingia a marca dos 100 milhões. Agora,somos 110 milhões. Crescemos ao ritmode três milhões por ano. Justificam-sehoje as políticas, atitudes e "slogans"de um século atrás? A nossa primeiraprioridade não deveria ser a qualidadede vida dos brasileiros, em vez da quan­tidade de vidas?

5. Não só duplicou nossa populaçãoem um século, como nas últimas déca­das passou a só aumentar nas cidadese grandes aglomeraçõ~s metropolitanas.Em 1940, dos 41 milhões de brasileiros,28 milhões estavam dispersos nas áreasrurais e 13 milhões viviam nas cidadese vilas. Em 1970 mais da metade dos93 milhões de brasileiros (52 milhões)se concentravam em cidades e vilas e41 milhões nas áreas rurais. Em 1980,nossa população urbana será de 80 mi­lhões e a rural 40 milhões. Em 40 anos,de "país essencialmente agrícola" emque dois terços da população eram ha­bitantes do campo, nos transformaremosem "nação preponderantemente urbanacom dois terços da população nas cida­des e vilas.

6. Os brasileiros mostram clara pre­ferência pela vida nos grandes aglome"rados urbanos, onde as oportunidadesde trabalho são mais amplas. Em 1960,habitavam as nove regiões metropolita­nas oficiais 13.600 mil pessoas. Em 1970,eram 22800 mil. Em 1985, serão 51 mi­lhões, ou seja, quase a mesma popula-'ção total do Brasil em 1950. Em 1960,apenas três regiões metropolitanas ti­nham mais de um milhão de habitantes.Em 1970, seis estavam nesta categoria.Em 1985, todas terão mais de um mi­lhão. A região metropolitana de São Pa­ulo terá 20 milhões e a do Rio 12 mi­lhões.

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7. A causa principal da rápida urba-.nização é o acelerado crescimento de­mográfico e a migração rural urbana.Todo nosso aumento populacional ocor­re nas áieas urbanas. Estas aumentam3 milhões de pessoas por ano. Assim,nos 24 anos que nos separam do fimdo século, a população urbana do Bra­sil aumentará 100 milhões de pessoas.Chegaremos ao ano 2.000 com uma po­pulação de 200-210 milhões, dos quais80%, ou seja, 160-170 milhões viverãonas megalópoles cidades e vilas.

8. Quantos seremos daqui a 100 a­nos? Em 1872 éramos 10 milhões. Du­plicamos em 1910. Já em 1939 o Brasiltinha 40 milhões. Em 1965 atingimosa cifra de 80 milhões. Em 1990 nossapopulação terá duplicado para 160 mi­lhões. Se duplicarmos nos 30 anos se­guintes (supondo que a taxa de cres­cimento demográfico caia para 2,3% aoano), seremos 320 milhões no ano2020. Se a taxa de crescimento dimi­nuir para 1,5% ao ano, nossa popula­ção será de 640 milhões no ano 2065.

9. Como num planeta fínito não po­de haver crescimento infinito, a popu­lação do mundo tenderá a se estabilizarno futuro. A do Brasil também. As ta­xas de crescimento demográfico diminu­em com o desenvolvimento econômico,a urbanização, a elevação d9 "status"da mulher'- e muitos outros fatores demodernização da sociedade. No Brasiljá se verifica lenta redução de natalida­de, o que autoriza certa cautela nasprojeções de população. Mas, pode seconfirmar com bastante confiabilidadeque no ano 2000 seremos cerca de 200milhões e que, daqui a cem anos, oBrasil terá aproximadamente 500 milhõesde habitantes.

10. Com esta perspectiva, não teriaChegado a hora de o Governo patroci­nar amplo programa de planejamentofamiliar voluntário, oferecendo aos ca­sais que desejam determinar o númerodos filhos a informação e os meios in­dispensáveis? É bem provável que nospróximos 24 anos a população aumentecerca de 100 milhões de pessoas, asquais, em sua totalidade, se localizarãonas áreas urbanas. Torna-se, pois, in­dispensável que o poder público ajude

(Continua na pág. 226)

A IGREJA NO ft

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de 640 milhões no ano 2065.

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100 milhões de pessoas, assua totalidade, se localizarãourbanas. Torna-se, pois, in-

si que o poder público ajude(Continua na pág. 226)

A IGREJA NO MUNDO

Lutero na avaliação do catolicismode hoje - 459 anos após afixação desuas famosas teses na porta da cate­dral de Wittenberg, Martinho Lutero aindaé discutido. O número de agosto-outu­bro de 1975 do jornal "Catolicismo", e­ditado em Campos, RJ, publica violentoartigo contra o reformado r alemão sobo título "Aprender com Lutero?" e diz:"nos lábios de Lutero encontramos pa­lavras que só se pode transcrever fazen­do ao mesmo tempo um ato de repara­ção a Deus Nosso Senhor e aos seussantos. São blasfêmias que dispensamqualquer comentário." Já o teólogo do­minicano francês Yves Congar, em re­cente entrevista, publicada inclusive na"Folha da Tarde" de Porto Alegre, dizexatamente o contrário: "Lutera foi umdos maiores gênios religiosos da Histó­ria, e de certa forma maior do que San­to Agostinho, São Tomás de Aquino ePascal. Lutero reexaminou o cristianis­mo inteiro. Ele foi um homem da Igre­ja". - É evidente: assim como foi profe­tizado do próprio Jesus nas palavras deSimeão: "Eis que este menino está desti­nado tanto para ruína como para levan­tamento de muitos em Israel, e para seralvo de contradição" (Lc 2.34), assimseus mensageiros aqui na terra, e emespecial os que por Deus foram cha­mados de levantar bem alto a bandeirado evangelho, como Lutero, serão atéo fim deste mundo "alvo de contradi­ção". - H.R.

Alvos para o I Centenário dos Batis­tas Brasileiros - Em 1982, portanto da­qui a seis anos, os batistas brasileiroscomemorarão o· seu primeiro centenário.No momento, eles possuem 3.000 igre­jas e 400.000 membros. Neste períodode 312 semanas ou 2.190 dias, esperamalcançar o seguinte alvo, proposto na úl­tima convenção nacional realizada emManaus: 6.600 igrejas, 1. 000. 000 demembros, 120 missionários no Exterior,550 missionários nos campos nacionais,3.000 alunos nos seminários, 3.000 igre-

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jas com pastores de tempo integral euma tiragem de 50.000 exemplares doórgão oficial, o semanário O Jornal Batis­ta. (Parece que a proporção entre o nú­mero de membros e a tiragem do órgãooficial ainda não é ideal - Um jornal pa­ra 20 batistas. O entusiasmo da con­venção deveria aumentar o alvo para200.000 exempiares - um jornal para 5batistas.) Para conseguir 3.300 novasigrejas até 1982, será necessário orga­nizar mais de 10 igrejas por domingo.Para conseguir 600.000 novos crentesaté 1982, será necessário um acréscimodominical de 19.230 pessoas por batis­mo. Os alvos são audaciosos, mas pos­síveis, com a benção de Deus e a con­sagração dos fi eis. Não obstante osbatistas terão que zelar pela qualidadedos frutos e pela motivação do aivo pro­posto. - "Ultimato", nr.89,6.

A População Judaica - De acordocom o 1976 "American Jewish YearbooK ,a população judaica mundial é de 14.200.000, assim espalhada: 5.700.000 nosEUA (40,1%), 2.900.000 em Israel (20,4%), 2.700.000 na União Soviética (19%)e o restante em outros países (20,4%).Em cada quilômetro quadrado do atuaiEstado de Israel há 140 habitantes denacionalidade judaica. A população éacentuadamente urbana (84%) e cresceà razão de 3% ao ano. Em 1973, hou­ve 27,4 nascimentos e 9 mortos por

B R A S I L: 500 Milhões(Vem da pág. 224)

aos que desejam planejar suas famíliase, assim, evite que, a longo prazo, nostornemos a índia do Ocidente, em nú­mero de habitantes. A política de fo­mentar o crescimento populacional erapatriótica há cem anos. Hoje, nossa"primeira prioridade" é reduzir o explo­sivo crescimento demográfico do País,se desejarmos legar a nossos filhos enetos uma sociedade maís justa em quea qualidade da vida melhore gradativa­mente. Nada fazer neste campo, porpreconceito religioso, timidez política ouapego a velhas idéias, é marcar um en­contro nacional com o caos.

(Folha de S. Paulo de 24-6-76)

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mil habitantes. No censo levantado pormilitares durante nove meses e vinte di­as, por ordem 'do rei Davi, cerca de1.000 anos antes de Cristo, havia emIsrael 1.300.000 homens de guerra, o quesignifica uma população muito maior quea atual (2 Sm 24.8-9). - "Ultimato"nr.89,7.

A mulher que fuma - O presidente daSociedade Americana de Câncer, Dr.Benjamin F. Byrd, declarou recentemen­te que a campanha contra o fumo deveser intensificada, e as companhias decigarros deveriam ser proibidas de rela­cionar o fumo com "saúde, beleza, boaaparência e sexo". O pronunciamentofoi ocasionado pela revelação de que27% das meninas entre 13 e 17 anosestão fumando agora nos EUA, um ele­vado aumento nos últimos seis anos. Ohábito de fumar entre rapazes perma­neceu mais ou menos constante nestemesmo período. A propósito, sabe-seque no Estado de Utah a incidência decâncer fica 22% abaixo da taxa no paíse os pesquisadores relacionam este fa­to com outro : 70% da população da­quele Estado é mórmon, e os mórmonsnão fumam. Aqui no Brasil, o cirurgiãoplástico Dr. Vilmar Ribeiro Soares, porocasião do XIII Congresso Brasileiro deCirurgia Plática, realizada alguns mesesatrás em Porto Alegre, explicou ql:le ofumo é o grande causador do evelheci­mento precoce da mulher e explica sub­stancialmente a procura da cirurgia plás­tica. - H.R. cf. "Ultimato" nr. 91.15.

o trabalho dos "Gideões" torna-sefrutífero também no Brasil. - Esta orga­nização reune homens de negócios e pro­fissionais liberais que acreditam na Bí­blia como a Palavra de Deus e em Je­sus Cristo como o eterno Filho de Deuse Salvador pessoal daqueles que crêem.A Convenção Mundial dos "Gideões"deste ano realizou-se em São Franciscoda Califórnia, EUA, em julho deste ano.Nos dias 17 a 19 de Setembro realizar­se-á em Goiânia a VII Conferência Na­cional dos Gideões Brasileiros. - Tantoa organização internacional como a doBrasil tem por objetivo colocar as Escri­turas Sagradas em quartos de hotéis, enas mãos de militares, estudantes, enfer­meiras, presidiários ete. - "Ultimato" (a-

gosto 76.14) rep;C':~::: "~-~=nantes que mostram :: -: ==

de Brasília distribus- ',~ ,~= - -:-;:tos aos 1) soldados :::~ =' = -:--

mens da Polícia M!::,,' =-Jipré-universitários; 4i e5'~: = -'7-"grau; 5) presidiários s ~ ;. :',-~um colégio católico. -: .::: '","Gideões" começou er- '~=-= : sra muito modesta. H~;s. S5::::'~vários países, os "G1de::25 : o,!!

dos porque o relógio de : -= ,õ :::::rendo", estão aceleran,:;: " ::: ,CS

Evangelhos através da:õ--~ o';;Novos Testamentos. AC2: ,,- = =iganizar o Campo de D2:."- - ~ 3>onde há 2.500 quartos de-::e ­tado de Senegal é dor--<,,:::: :::7'"com uma minoria de c,,:: ::::: "e o Campo de Jerusa!é:- ::: "ção Internacional de - : "suma oferta especial pari'. i'. ::::_:::j636.000 Novos Testame~:: s ::::.:::siL - Aqui o trabalho se ôo-: ::: ~mais.: Só no ano passôo:~ :, i:de Brasília" distribuira-piares. Os Gideões:::e ','O-"distribuiram mais de • ~= === :;

organização daquele C2.-:: :::deões" de Londrina, P=. :S'S':!;tribuir 30. 000 Novo~ -20::: -S~1976. - H.R.

Ordenação de mulhec~ -c.., Õj

Esta questão está ce"":- -::-:: ~algumas Igrejas - ta;:: i'. : :::::

protestantes. O A':2: 5::representante do Va' :,,- ~ -:" ::reunião anual da Fe-:-=-s~~~ '!;

dos Concílios de .S2.:e-:::~--:ton, Texas,- declar: _ - e-:_ ,~::;"Mais por razões te: :,;:::.2 :::.e

gicas, as mulheres .._-:=. 50.~:das sacerdotes na ,;'S =. .::::-"

Que tal não é a Ct-'O :s= = ~ja Católica se vê :-=: -ôo-: :'2'Pontifícia Comissã: :::::= :-c

de vinte membros • ::::5 :c7'S"'!nacional, concluiu : -,; :mento, por si só. ~~: :::: ·S:'O spara "determinar de ':' - =- :::.:::'

vez para sempre" o." =-= -.''''''

possam ser admiti:as ôo: ==.=,;'1lmesmo grupo de es:~: :2:2 =~credita que se a Ig-e.a :-2'­dócio às mulheres - ~- .::: c::::.

íntenções de Cristo :-_e~ 2.=

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,ntes. No censo levantado pordurante nove meses e vinte di­ordem 'do rei Davi, cerca deos antes de Cristo, havia emJO.OOO homens de guerra, o queJma população muito maior que(2 Sm 24.8-9). - "Ultimato"

her que fuma - O presidente da; Americana de Câncer, Dr.F. Byrd, declarou recentemen­campanha contra o fumo deve

sificada, e as companhias dejeveriam ser proibidas de rela­fumo com "saúde, beleza, boa

e sexo". O pronunciamento:nado pela revelação de que

meninas entre 13 e 17 anos:ando agora nos EUA, um ele­ento nos últimos seis anos. O

fumar entre rapazes perma­;is ou menos constante neste:eriodo. A propósito, sabe-sestado de Utah a incidência de:a 22% abaixo da taxa no paísquisadores relacionam este fa­:utro : 70% da população da­e.do é mórmon, e os mórmonsTI. Aqui no Brasil, o cirurgião) r. Vilmar Ribeiro Soares, poro XIII Congresso Brasileiro de"ática, realizada alguns mesesPorto Alegre, explicou que ogrande causador do evelheci­

,coce da mulher e explica sub­·nte a procura da cirurgia plás­R. cf. "Ultimato" nr. 91.15.

lalho dos "Gideões" torna-se~mbém no Brasil. - Esta orga­une homens de negócios e pro­liberais que acreditam na Bi-a Palavra de Deus e em Je­como o eterno Filho de Deus

r pessoal daqueles que crêem.l':;ão Mundial dos "Gideões"

realizou-se em São Francisconia, EUA, em julho deste ano.17 a 19 de Setembro realizar­30iânia a VII Conferência Na­; Gideões Brasileiros. - Tanto;ção internacional como a do

por objetivo colocar as Escrí­'adas em quartos de hotéis, ede militares, estudantes, enfer­ssidiários etc. - "Ultimato" (a-

gosto 76.14) reproduz fotos impressio­nantes que mostram como os "Gideões"de Brasília distribuem Novos Testamen­tos aos 1) soldados do exército; 2) ho­mens da Polícia Militar; 3) estudantespré-universitários; 4) estudantes de 1.°grau; 5) presidiários e 6) à diretoria deum colégio católico. - O trabalho dos"Gideões" começou em 1899, de manei­ra muito modesta. Hoje, espalhados emvários países, os "Gideões", "preocupa­dos porque o relógio de Deus está cor­rendo", estão acelerando a difusão doEvangelhos através da distribuição deNovos Testamentos. Acabam eles de or­ganizar o Campo de Dacar, no Senegal,onde há 2.500 quartos de hotel - o Es­tado de Senegal é dominado pelo Islão,com uma minoria de católicos romanos,e o Campo de Jerusalém. Na Conven­ção Internacional de julho levantou-seuma oferta especial para a aquisição de636.000 Novos Testamentos para o Bra­sil. - Aqui o trabalho se amplia cada vezmais,. Só no ano passado os "Gideõesde Brasilia" distribuiram 73.000 exem­plares. Os Gideões de Natal, RN, jádistribuiram mais de 160.000, desde ~organização daquele campo. E os "Gi­deões" de Londrina, PR, pretendem dis­tribuir 30. 000 Novos Testamentos em1976. - H.R.

Ordenação de mulheres na Igreja. ­Esta questão está perturbando bastantealgumas Igrejas - tanto a católica comoprotestantes. O Arcebispo Jan Jadot,representante do Vaticano nos EUA, nareunião anual da Federação Nacionaldos Concílios de Sacerdotes, em Hous­ton, Texas,' declarou inequivocamente:"Mais por razões teológicas que socioló­gicas, as mulheres nunca serão ordena­das sacerdotes na Igreja Católica." ­Que tal não é a última palavra na Igre­ja Católica se vê pelo fato de que aPontifícia Comissão Bíblica, compostade vinte membros - todos de fama inter­nacional, concluiu que o Novo Testa­mento, por si só, não parece suficientepara "determinar de forma clara de umavez para sempre" que as mulheres nãopossam ser admitidas ao sacerdócio. Omesmo grupo de estudiosos também a­credita que se a Igreja permitir o sacer­dócio às mulheres não iria contra asintenções de Cristo. Quase ao mesmo

tempo, a irmã Elizabeth Carroll, da or­dem das "Religious Sisters of Mercy",recebeu uma ovação quando afirmou,numa reunião de 600 freiras em NovaYork, que "nem os Evangelhos nem asdoutrinas centrais da igreja excluem asmulheres do ministério ordenado". Nomeio protestante, as divergências são,às vezes, enormes. Há pouco tempoatrás uma pastora presbiteriana dos EUAacusou os que se opõem à ordenaçãode mulheres de misogenia (desprezo ouaversão às mulheres) e convidou-os aoarrependimento .. , Em compensação, La­vínia Stewart, pastora da Igreja BatistaMonte Sião, em Nassau, Capital das Ba­hamas, foi eleita a Mulher Religiosa doano(1975), pelos ouvintes de estação derádio do arquipélago. Ela foi ordenadaem 1971, após a morte do marido, aquem substituiu no pastorado da igreja.E a Rev. Dora Ofori-Owusu, a primeiramulher ordenada pela Igreja Presbiteri­ana de Ghana, na África Ocidental, aca­ba de aceitar um convite para trabalharno Presbitério de Atlanta, Geórgia, naárea de evangelismo e educação. - Tam­bém a Igreja Episcopal nos EUA na suaúltima Convenção Geral, realizada emfins de setembro na cidade de Minne­apolis, Estado de Minnesota, teve mui­tas dificuldades de evitar, ao menos porora, uma completa ruptura sobre a ques­tão da ordenação de mulheres. A par­te mais aberta para a Igreja Católicanão aceita mulheres no ministério orde­nado, enquanto a parte que se inclinapara o protestantismo em geral já or­denou várias mulheres e quer que sejamconfirmadas como ministros femininos or­denados. - Também aquela parte na Igre­ja Luterana, Sinodo de Missouri, que sereuniu na organização chamada "ELlM"está favoravelmente inclinada a aceitarmulheres no pastorado. - Sem dúvidasurgirá também nas igrejas luteranas daAmérica Latina o problema mais cedoou mais tarde, e o assunto deve ser es­tudado à base do Novo Testamento. H.li.

Rebelião feminina na religião judai­ca - É sem dúvida, uma notícia extra­ordinária que a Revista "Veja" na suaseção "Religião" está comentando, no­ticia, aliás, que se sincroniza perfeita­mente com o comentário acima. A re­vista dá destaque ao seu comentário,

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reproduzindo a foto de uma (notem ofeminino!) rabi tendo na mão o rolo daLei, a rabi Priesand. Notícia e comen­tário que seguem, merecem, de fato,também destaque para nós, os luteranos.O texto é o seguinte:

"Segundo a tradição hebraica, o lu­gar de uma mulher judia é o lar. Porisso, nas sinagogas ortodoxas, a mulherfica segregada no balcão ou atrás dasbalaustradas. Não é chamada à "aliiah"(leitura da Tora, a lei mosaica) nem con­ta para o "minián" (serviço religioso quesó se realiza com um mínimo de dezpessoas). Ela também não possui qual­quer participação na cerimônia de casa­mento ou no encaminhamento do pedi­do de divórcio, bem como no serviçoreligioso que acompanha o nascimentode seus filhos. E, mesmo no JudaismoReformado, que há 130 anos proclamoua igualdade feminina, a ordenação deuma primeira mulher rabi só ocorreuquatro anos atrás.

A tradição admite a existência detodas essas limitações, mas explica queelas só ocorrem para assegurar a so­brevivência da fé judaica. Em outraspalavras, os direitos principais da mu·Iher judaica seriam a concepção, paraa continuidade de sua raça, e a educa­ção de seus filhos como judeus prati­cantes. 'Depois do holocausto nazistaa que fomos submetidos e do adventodas modernas técnicas anticoncepcio­nais, essas premissas se tornaram extre­mamente atuais', sustenta o rabino orto­doxo Steven Riskin, de Nova York. "Nece­ssitamos desesperadamente de mulheresque tenham uma porção de filhos. Alémdisso, o lar, onde são gerados novos ju­deus, é uma fonte de espiritulidade bemmaior que a sinagoga."

- O fato é que nos Estados Unidos,onde vive a maior comunidade hebraicado mundo, formada por 6 milhões depessoas, os judeus vêm-se reproduzin­do apenas vegetativamente, ou quase ­cada casal tem em média dois filhos.Mais ainda, muitos que nascem judeussimplesmente abandonam sua fé depoisde adultos, e uma terça parte com não­judeus. Para arrematar, um respeitávelcontingente de mulheres, inspirado pe­lo movimento feminista, trabalha inces-

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santemente pelos chamados "direitos re­ligiosos . femininos".

"Se as mulheres são infelizes, aí es­tá o perigo para a sobrevivência da ra­ça judaica", diz Ester Faber, ex-Iider daOrganização Feminista Judia, de 1.500associados. Com a finalidade expressade conquistar tais direitos, um grupo defeministas judias está lançando nos Es­tados Unidos a revista "Lilith", cujo tí­tulo homenageia uma mitológica figurafeminina, anterior até mesmo a Eva, queteria sido, segundo a lenda, expulsa doParaíso por reivindicar igualdade em re­lação ao primeiro homem, Adão. A com­batividade de crescente número de femi­nistas judias, aliás, já levou a mudançassignificativas. Uma pesquisa da Assem­bléia Rabínica mostra, por exemplo, que50% dos ministros do culto judaico dosEstados Unidos já estão permitindo aparticipação da mulher em alguns atosreligiosos, inclusive no chamamento à lei­tura do Tora.

- Com efeito, estimuladas pelo su­cesso, algumas mulheres judias chegama ultrapassar antigas tradições e criarrituais próprios. Arabi Sandy Sasso,por exemplo, da Havurah Reconstrucionis­ta de Manhattan, acaba de escrever umserviço celebrando o nascimento de suafilha. "Havia um enorme simbolismo en­volvendo o nascimento de um menino,mas pouquísima coisa em relação aode uma menina", explica ela. Além dis­so, em sua busca do que chamam "es­piritualidade alternativa", mulheres judiascomeçam a se unir em grupos religiosospouco ortodoxos, como certas comuni­dades independentes destinadas a estu­dar e a prestar culto a Deus.

É bem verdade que o movimento dasfeministas judias também se defrontacom problemas. Das três primeiras mu­lheres ordenadas rabis pelo JudaismoReformado, somente uma, Sally Príesand,por coincindência a primeira, tem o di­reito de fazer pregações. E os tempostambém não são fáceis para a Organi­zação Feminista Judia. Acometida porfalta de dinheiro e divergências internas,o movimento viu recentemente desertarmetade de sua diretoria. E tal como omovimento leigo, as feministas judiastambém se defrontam com resistência da

parte de suas irmãs de S3.fg_-:pegadas à tradição.

"Devo admitir que as aç::-:5dias feministas me parecer:- ::""lameaça", diz, por exemplo, :2---~berg, filiada a uma sinagoga :~de Los Angeles. "Vejo-as o: - :tivessem tentando destrui r :...::::críticas, as feministas judias '­católicas e protestantes, res;::- j'lestão simplesmente buscandc - "'ª

dade e igualdade. Mas nc: - ::~luta, muitos judeus ortodoxos 2-~

que elas estão na verdade - -;;formas de sua fé.

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?'lte pelos chamados "direitos re­femininos".

2.S mulheres são infelizes, ai es­"lgO para a sobrevivência da ra­ca", diz Ester Faber, ex-Iider da

::ção Feminista Judia, de 1.500JOS. Com a finalidade expressa:uistar tais direitos, um grupo de,8 judias está lançando nos Es­'lidos a revista "Lilith", cujo tí­-nenageia uma mitológica figura" anterior até mesmo a Eva, que

segundo a lenda, expulsa dopor reivindicar igualdade em re-

primeiro homem, Adão. A com­e de crescente número de femi­dias, aliás, já levou a mudanças,vaso Uma pesquisa da Assem­bínica mostra, por exemplo, que3 ministros do culto judaico dos

Unidos já estão permitindo a~ão da mulher em alguns atos3. inclusive no chamamento à lei­Tora.

11 efeito, estimuladas pelo su­'gumas mulheres judias chegamlssar antigas tradições e criarróprios. A rabi Sandy Sasso,pio, da Havurah Reconstrucionis­lnhattan, acaba de escrever umelebrando o nascimento de suaavia um enorme simbolismo en­o nascimento de um menino,

quísima coisa em relação aonenina", explica ela. Além dis­ua busca do que chamam "es­de alternativa", mulheres judiasa se unir em grupos religiosos

'lodoxos, como certas comuni­Jependentes destinadas a estu­orestar culto a Deus.

verdade que o movimento dasjudias também se defronta

'emas. Das três primeiras mu­"denadas rabis pelo Judaismo:, somente uma, Sally Príesand,;ndência a primeira, tem o di­azer pregações. E os temposão são fáceis para a Organi­T1lnlsta Judia. Acometida por'nheiro e divergências internas,'lto viu recentemente desertar

sua diretoria. E tal como oleigo, as feministas judias

defrontam com resistência da

parte de suas irmãs de sangue mais a­pegadas à tradição.

"Devo admitir que as ações das ju­dias feministas me parecem como umaameaça", diz, por exemplo, Dianne Wein­berg, filiada a uma sinagoga ortodoxade Los Angeles. "Vejo-as como se es­tivessem tentando destruir tudo". A taiscríticas, as feministas judias, tal comocatólicas e protestantes, respondem queestão simplesmente buscando mais liber­dade e igualdade. Mas no curso destaluta, muitos judeus ortodoxos acreditamque elas estão na verdade mudando asformas de sua fé.

(Revista "Veja" 06/10/76, pág. 73)

João Ferreira de Almeida - "O extra­ordinário Lisboeta". - Em 1642, um ado­lescente de 14 anos, chamado João Fer­reira de Almeida, nascido em Lisboa eresidente na Ilha de Java (Indonésia), leuum folheto em espanhol intitulado "ADiferença da Cristandade da Igreja Refor­mada e Romana" e se tornou oalvinista.O rapazinho era um gênio em lingüísti­ca e, aos 17 anos, já havia traduzido pa­ra o português o Novo Testamento, ser­vindo-se da versão latina de Beza, daespanhola, da francesa eda italiana.Casou-se com a filha de um pastor ho­landês, que muito o ajudou no estudodo holandês e do grego. Com a idade

de 28 anos ordenou-se pastor da Igre­ja Reformada e foi enviado como mis­sionário a Ceilão e à índia. Mais tardevoltou para Java e pastoreou a comuni­dade portuguesa de Batávia, hoje Jacar­ta, capital da Indonésia. Dos originaisgrego e hebraico, traduziu todo o NovoTestamento (1670) e quase todo o Ve­lho Testamento (de Gênesis a Ezequiel48.21). A impressão foi custeada pelaCompanhia Holandesa das índias Orien­tais. Um volume, da 3.a edição, impres­so em Al"1lsterdam, em 1712, pode servisto na seção de Livros Raros da Bibli­oteca Nacional do Rio de Janeiro

João Ferreira de Almeida é o primei­ro tradutor da Bíblia em língua portu­guesa e o autor da 32.a versão integralda Bíblia nas línguas modernas, depoisda Reforma. A obra tem sido revisadavárias vezes. A Sociedade Bíblica doBrasil gastou dez anos para apresentaruma edição revista e atualizada no Bra­sil da tradução de Almeida. É: a versãomais usada pelos evangélicos brasilei­ros. O extraordinário lisboeta traduziutambém a liturgia das Igrejas Reforma­das, o Catecismo de Heidelberg e asfábulas de Esopo (aos 44 anos).

A morte o levou no dia 6 de agostode 1691, com a idade de 63 anos.

("Ultimato", nr. 92, 15)

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LIVROSleonhard Goppelt: Teologia do No­

vo Testamento - Volume I: Jesus e aComunidade Primitiva. - Tradução domanuscrito por Marlin Dreher. - Coedi­ção: Editora Sinodal/Editora Vozes ­São Leopoldo/ Petrópolis. 1976. 300 pá­ginas, Capa plastificada. - Cr$ 70,00.

É com profunda satisfação que anun­ciamos a publicação dum dos mais re­centes e, sem dúvida, mais importanteslivros no campo da teologia neotesta­mentária ultimamente escrito: "Theologiedes Neuen Testaments" com o subtítulopara o primeiro volume "Jesus und dieUrgemeinde" de leonhard Goppeit. Go­ppelt, um dos teólogos luteranos quenão caiu diante das ondas derrubadorasda teologia existencial, pessimista e ne­gativista, apresenta com esta obra, nu­ma visão magistral, a riqueza do NovoTestamento sob um aspecto novo e em­polgante. Esta nossa satisfação torna­se alegria quando o já no mesmo anoda publicação do original alemão - po­demos ter em mão uma tradução destaobra numa linguagem fluente e nobrepara a Iingua brasileira, por Martin Ore­her, pastor da IECLB, baseado no ma­nuscrito do próprio autor. A esta ale­gria associa-se mais uma satisfação, asaber, que a obra pode ser publicada noBrasil em coedição Editora Sinodal/Vo­zes e que, porisso, terá - o que certa­mente merece - uma divulgação real­mente ampla.

Para dar aos nossos leitores oportu­nidade de conhecer algo mais sobre ométodo do autor, o conteudo da obra eseu alto objetivo, reproduzimos aqui a"Introdução", da qual infelizmente, nãoé mencionado o autor. Vale a pena lê-Ia:

"O Novo Testamento contém as úni­cas tradições fidedignas a respeito daatividade de Jesus, bem como a respeitoda formação básica da igreja e da suapregação. Constitui, por isso, para to­dos os tempos, a base decisiva e orien­tadora de tudo aquilo que se designapor cristianismo e por igreja.

Os escritos do Novo Testamento, noentanto, são, todos eles, palavras destl-

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nadas a uma determinada situação his­tórica. O objetivo de uma "Teologia doNovo Testamento" é o de deduzir, deescritos isolados ou de grupos de es­critos, imagens objetivas e coerentes daatividade de Jesus ou da pregação e daprimeira igreja. Ela é uma disciplina deciência neotestamentária, surgida no sé­culo XVIII.

A "Teologia do Novo Testamento" éo cume do monte ao qual conduzemos difíceis caminhos da exegese neotes­tamentária e do qual, olhando-se paratrás, a vista os pode abranger. Essacomparação evidencia que entre a exe­gese e. a Teologia do Novo Testamentoexiste uma reciprocidade. A Teologianeotestamentária nao somente coleta osresultados da exegese, mas desenvolveum panorama, ou melhor, uma visão glo­bal que, por seu torno, enriquece a exe­gese e, no fundo, a torna possivel. Oestudo do Novo Testamento ocorre, tan­to teológica como historicamente, sem­pre a partir do detalhe em direção aotodo e do todo em direção ao detalhe.

Nas diversas exposições da "Teolo­gia do Novo Testamento" espelham-se,mais do que nas exegeses isoladas, asposições, a orientação e as premissasdos diversos teólogos. Por isso é CII8se apresentam nelas, com especial cla­reza, os problemas metódico-hermenêuti­cos, históricos e teológicos que nos o­ferecem os escritos do Novo Testamento.Nos diversos tópicos abordados eviden­ciar-se-ão as possibilidades de solução,discutidas na pesquisa, e suas pressu­posições, e não apenas a nossa opinião.Assim o leitor participará do diálogo dapesquisa, habilitando-se a formar umaopinião própria.

A "Teologia do Novo Testamento"resume, pois, os resultados teológicosda pesquisa neotestamentária. Esses re­sultados, e as afirmações do NT que seencontram por trás deles, somente tra­rão frutos para o diálogo teológico e e­clesiástico da atualidade, caso as análi­ses históricas e as premissas das quaispartem se tornarem transparentes damaneira a que há pouco aludimos. Não

podemos submeter a compr: :-~-iNT, de maneira estática, às :"S;;do pensamento moderno, ne- :'"tar o homem e a socieda:e 2'l!

com meras recitações do NT. :)aspectos, o Novo Testamec:::- :;mem de nossos dias, deve"" ~=frontados em um diálogo cr":.diálogo tem que se realizar. e5:~:"te, entre o texto e o exege~:: ~as disciplinas exegéticas e e e""",Somente por esse caminho é ':" ede chegar a uma compreensê.::.;;mações neotestamentárias.:e ""que se tornem compreensíve:s ::~ti ma exigência e última pro!'"essa

Compreendida desta mans"=. ,logia do Novo Testamento ase" ~esição-chave em toda a teo:;::Sua estrutura e sua problemá'::: ;ciam-se no resumo da histÓ"=. jquisa a respeito de seu dEee- :~to, que apresentamos a seg~' ~lidade deste resumo é a de : 'i!respeito dos problemas bás:-:s 'tudo do Novo Testamento e = ;;

da posição dos teólogos eLe :'''' ,ram a esse estudo. Para:-: :e'­de orientação, através de :-:- - :'''iladas e da literatura, noss=- :;'~tem que ser, necessariame-:= e""lica. Não é necessário :: - -= ~=a leitura da "Teologia tc .,: ­mento" na primeira página: :-::7 ;;cipiar também com a 16'."'= :7minados temas, p.ex., c:- =- : cs;

a respeito da ressurrei;ê.:Quanto mais, no ent2r':: --­nomes e opiniões, tanto -=. S """c:será que se procurem 0":-'- =.: ~sa orientação global Q~e :"'-=.----.;presenta o resumo maCe -::--:;história da teologia da :,,:'" "Ji

Essa introdução é ::"~:~::: :extenso "Sumário" a'.~ _:" -'"grande riqueza do ma:e'=- :C~'e;;;obra. O livro tem, t2!'":~ - - - ~registro de passage,",s ::: =-=

que perfaz mais do q~s "- :"'~que nos dá uma idéia ::: ,,:: =. - :=tudo. - O que ainda pC::.Oo :'7" =::tado seria um registro ::e -:-~picos, o qual enriqt.:s,:s" S - - ~o uso da obra; será, 0:-: '" :8' ,acrescentado ao segun:: ':: - -~

Só nos resta reCOiT:S-:"- ::~te aos nossos leitores =- :: -: .•

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uma determinada situação his­.:) objetivo de uma "Teologia dostamento" é o de deduzir, de'solados ou de grupos de es-

lagens objetivas e coerentes dade Jesus ou da pregação e daigreja. Ela é uma disciplina de

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s caminhos da exegese neotes­a e do qual, olhando-se paralista os pode abranger. Essa·ão evidencia que entre a exe­! Teologia do Novo Testamento-na reciprocidade. A Teologia,entária nã'o somente coleta os3 da exegese, mas desenvolveama, ou melhor, uma visão glo­cor seu torno, enriquece a exe­ia fundo, a torna possível. O) Novo Testamento ocorre, tan­ca como historicamente, sem­rtir do detalhe em direção aoJ todo em direção ao detalhe.iversas exposições da "Teolo­'ovo Testamento" espelham-se,que nas exegeses isoladas, asa orientação e as premissas

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as afirmações do NT que sepor trás deles, somente tra­

Qara o diálogo teológico e e­da atualidade, caso as análi-

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que há pouco aludimos. Não

podemos submeter a compreensão doNT, de maneira estática, às premissasdo pensamento moderno, nem confron­tar o homem e a sociedade de hojecom meras recitações_ do NT. Os doisaspectos, o Novo Têstamento e o ho­mem de nossos dias, devem ser con­frontados em um diálogo crítico. Essediálogo tem que se realizar, especialmen­te, entre o texto e o exegeta, e entreas disciplinas exegéticas e sistemática.Somente por esse caminho é que se po­de chegar a uma compreensão das afir­mações neotestamentárias, de maneiraque se tornem compreensíveis como úl­tima exigência e última promessa.

Compreendida desta maneira, a Teo­logia do Novo Testamento assume a po­sição-chave em toda a teologia cristã.Sua estrutura e sua problemática eviden­ciam-se no resumo da história da pesequisa a respeito de seu desenvolvimen­to, que apresentamos a seguir. A fina­lidade deste resumo é a de orientar arespeito dos problemas básicos do es­tudo do Novo Testamento e a respeitoda posição dos teólogos que se dedica­ram a esse estudo. Para poder servirde orientação, através de opiniões iso­ladas e da literatura, nossa exposiçãotem que ser, necessariamente, esquemá­tica. Não é necessário que se inic'ea leitura da "Teologia do Novo Testa­mento" na primeira página; pode se prin­cipiar também com a leitura de deter­minados temas, p.ex., com a discussãoa respeito da ressurreição de Jesus.Quanto mais, no entanto, apareceremnomes e opiniões, tanto mais necessárioserá que se procurem informações nes­sa orientação global que certamente a­presenta o resumo mais importante dahistória da teologia da Idade Moderna .."

Essa introdução é precedido por umextenso "Sumário" que nos mostra agrande riqueza do material oferecido naobra. O livro tem, também, no fim, umregistro de passagens bíblicas citadasque perfaz mais do que 17 páginas, oque nos dá uma idéia do alcance do es­tudo. - O que ainda podia ser acrescen­tado seria um registro dos nomes e tó­picos, o qual enriqueceria muito aindao uso da obra; será, como é de esperar,acrescentado ao segundo volume.

Só nos resta recomendar cordialmen­te aos nossos leitores a compra deste

livro para um estudo criterioso. Tal es­tudo, provavelmente, nos induzirá a porpontos de interrogação aqui e acolá aolado de algumas afirmações e formula­ções, estranhas à terminologia à qual,em nosso meio, estamos acostumados.Porém podemos assegurar aos nossosleitores também, que o estudo deste li­vro enriquecerá grandemente a nossa"bagagem teológica" e a nossa visãogeral daquele instrumento divino, nos da­do para nos servir em nosso ministérioneste mundo: o Novo Testamento.

Johannes H. Rottmann

Desafio às Igrejas. - Diálogo Ecumê­nico em Tempos de Mudança. Patrocina­do pelo Instituto de Pesquisa Ecumênicade Estrasburgo (França). Editorado porWalter Altmann e Bertholdo Weber. ­Editora Sinodal, São Leopoldo. 1976.Coedição Edições Loyola, São, Paulo126 páginas, Capa plastificada-Cr$ 25,00.

Este "Desafio às Igrejas" é tambémum desafio para nós. Merece ser estu­dado; merece ser estudado criteriosa­mente. Pode ser que entre os nossosleitores haja muitos que, com grande re­serva, vão se aproximar deste "Desafio"e, aliás, com certa razão, especialmentequando se lê somente o que o subtítu­lo promete: Diálogo Ecumênico! - Já setem conhecimento de tantos "diálogosecumênicos" não só infrutíferos, massim, até perigosos pela inclinação a fa­zer concessões, pressupostas em tais"diálogos". No entanto achamos queessa coletânia nos apresenta algo novo.Já o fato de que é um livro de co-ediçãodas Edições Loyola, de origem jesuíta,e da Editora Sinodal, com a qual a Co­missão de Literatura da IELB tambémestá trabalhando, lançando co-edições,mostra um raio de ação algo extraordi­nário. Além disso convém lembrar queaté a Comissão de Teologia e RelaçõesEclesiais da Igreja Luterana-Sinodo deMissouri mantém diálogos com teólogosda Igreja Católica Romana, o que tam­bém nos demonstra que o subtítulo dolivro indica algo que realmente existe,a saber "tempos de mudança". Nestesentido achamos aceitável o primeiro pa­rágrafo da descrição na capa do livro:"O 'cenário' ecumênico é hoje muito di-

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Apresentando - L. pág. 169

íNDICE

ástica da Igreja Evangélica de ConfissãoLuterana no Brasil, Vitória): Ecumenismoe teologia da libertação. - 2." parte: Du­as Perspectivas de Ação Ecumênica ­com contribuições de Pe. Fernando Bas­tos, S. J. (Instituto Brasileiro de Desen­volvimento, Rio de Janeiro): A missãoda Igreja hoje; - D.Mário Teixeira Gurgel,S.D.S. (Bispo de Itabira): Relações ecu­mênicas nas comunidades de base. ­3." parte: Diálogo Teológico Católico-Luterano: Histórico e Significado do Re­latório de Malta - com contribuições deProf. DI'. Harding Meyer (Instituto dePesquisa Ecumênica de Estrasburgo): Odiálogo católico-Iuterano internacional; ­Pe. Jesús Hortal, S.J. (Faculdade de Teo­logia Cristo Rei, São Leopoldo): O Evan­gelho e a Igreja perante a realidade bra­sileira; - Pastor DI'. Walter Altmann (Fa­culdade de Teologia da Igreja Evangé­lica de Confissão Luterana, São Leopol­do): O Evangelho e a Igreja no contex­to do ecumenismo brasileiro. - Essa re­lação do conteúdo do livro mostra seualcance. Sem dúvida constitui este li­vro um enriquecimento da literatura ecu­mênica nessa época "de mudanças".O preço é acessível.

Johannes H. Rottmann

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ARTIGOS DE FUNDO:

O Cánone do Antigo Testamento - Rudi Zimmer, 169As Traduções da Biblia - W. Kunstmann, 179A Historicidade de Adão e Eva - P. W. Buss! A. Bessel, 184Tradução da palavra para «alma» no A. T. - H. E. Peacock, 191Professor Dr. Hermann Sasse, DD t - Johannes H. Rottmann, 195

DEVOCIONAL:

A Imagem do Cristão - Meditação - Th-Reuter, 197«Bem-aventurados os mansos» - Meditação - v. d. Brínk, 200Comunhão e ação «no SenhOr» - Est. Bíblico - V. SCholz, 201«Servo» - Estudo Biblico - Valdir Feller, 204Uma palavra a cada um - Estudo Biblico - Arno Bessel, 206Evangelho ... <mão segundo o homem» - Devoção - A. Schueler, 209«Antes da fundação do mundo» - Devoção - Acír Raymann, 210

COMENT ARIOS:

O Exorcísta - A. Pires da Silveira, 211Luzes sobre o Significado da Páscoa - D. A. Reily, 215Só no caso de Urias - Uma «entrevista», 218Reencarnação, 221Médicos capitulam diante de adivinhos, 222Brasil: 500 Milhões, 223A Igreja no lUundo, 225LivrOs, 230

verso daquele de dez anos atrás. O queatualmente carateriza o ecumenismo é oque tem sido chamado a transconfessi­onalidade de posições. Quer dizer, den­tro das mais diversas igrejas institucio~nais, podem ser localizadas as mesmastendências, os mesmos posicionamentos,as mesmas correntes, as mesmas tensões,as mesmas divergências, os mesmos con­flitos."

Desta maneira o conteudo pode servisto como uma tentativa de demonstrarestas tensões e ao mesmo tempo a pos­sibilidade de um diálogo apesar das ten­sões. Assim temos: 1." parte: As Igre­jas e suas tensões internas - com con­tribuições de Prof. DI'. Gunars J. Ansons(Instituto de Pesquisa Ecumênica de Es­trasburgo): O movimento ecumênico e atensão entre correntes sócio-po! iticas eevangelicais; - Pe. Jesús Hortal, S. J.(Faculdade de Teologia Cristo Rei, SãoLeopoldo): Catolicismo brasileiro hodier­no: posições e tendências; - Pastor DI'.Walter Altmann (Faculdade de Teologiada Igreja Evangélica de Confissão Lute­rana no Brasil, São Leopoldo): A crisede identidade eclesial e a incónformi­dade de Cristo; - Pastor Albérico Baes­ke (Pastor Regional da I Região Eclesi-