apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 126-127

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Page 2: Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 126-127

No «Memorial»

O «Memorial do Convento»

Memorial do Convento

Em Memorial do Convento

Memorial do Convento

Em Memorial do Convento

Em Memorial

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Mistificação = ‘embuste’, ‘mentira’

Mitificação = ‘tornar mito, exaltação’

Mitologia

Mito

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Memorial = romance (talvez romance histórico)

«Epopeia» é aceitável apenas como como metáfora

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Relativo caráter épico

de Memorial do Convento

tem subjacente um herói coletivo (o povo português, os humildes);

glorifica feitos (o esforço do povo, pelo menos);

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viagem;

vários planos;

vários géneros dentro de um só;

intervenções mágicas;

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história como bitola, como referência;

desmedida de certos episódios (transporte da pedra; voo da passarola).

in media res;

narração.

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70

E calcula agora quão miseráveis e quão perdidos andaríamos todos, por climas e mares desconhecidos, e sob céus inclementes, inimigos da natureza humana; já tão quebrantados pelas privações e tempestades, e tão cansados do longo esperar, quanto dispostos a desesperar de todo,

 

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71

vendo já putrefactos e avariados os mantimentos, tornados nocivos e perniciosos para os nossos enfraquecidos organismos, e não colhendo, além disso, uma alegria que nos alimentasse a esperança, embora iludindo-nos! Cuidas tu que, se este grupo de militares, que me acompanha, não fosse português, porventura persistiria tanto tempo na obediência ao seu rei e ao seu comandante?

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72

Cuidas que se não teriam já revoltado contra o seu capitão, se ele os contrariasse, fazendo-se piratas, levados pelo desespero, pela fome e pela cólera? Grandemente experimentados estão eles já, por certo, visto que nem as grandes fadigas a que têm sido submetidos os fizeram desviar daquela alta virtude portuguesa que consiste na firme lealdade e na obediência.

 

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86

Podes agora avaliar, ó rei, se houve um dia no mundo homens que se atrevessem a semelhante expedição. Supões acaso que tanto Eneias como Ulisses houvessem dilatado a tal ponto as suas viagens? Ousou alguém, por mais versos que a seu respeito se escrevessem, ver, do profundo mar, a oitava parte do que eu tenho visto a poder de valor e de ciência, e do que espero ver ainda?

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89

deixem-nos fantasiar e inventar ventos soltos dos odres, Calipsos enamoradas, Harpias que lhes conspurquem a comida, e descidas aos ; que, por muito que se aperfeiçoem nessas mentirosas fábulas, tão bem delineadas, as verdades e cruas que eu venho de contar sobrepujam todos esses sublimes poemas».

 

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90

Todos os ouvintes, extasiados, pendiam ainda da boca do eloquente Capitão quando ele pôs termo à extensa narração dos altos, grandes e sublimes feitos dos portugueses. Então, o rei de Melinde elogiou o ânimo nobilíssimo dos reis de Portugal, notabilizados em tantas guerras, e a histórica valentia, a lealdade de coração e a nobreza do povo português.

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92

Quão doce não é o louvor e a justa glória dos nossos feitos, quando os vemos proclamados! Todo o homem de nobre sentimentos se esforça por vencer ou igualar em fama os antepassados ilustres. As emulações produzidas pela história dos outros dão lugar, muitas vezes, a gloriosos feitos. A quem se propõe à prática de obras valiosas, muito o incita e estimula o louvor alheio.

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93, 1-4

Alexandre Magno tinha em menos apreço os feitos gloriosos de Aquiles na guerra que os maviosos versos do seu cantor. Só a estes encarecia e fazia jus.

 

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94, 1-4

Vasco da Gama esforçou-se por mostrar que essas antigas expedições navais exalçadas por todo mundo não merecem tamanha glória e tão alta fama como a sua, que assombrou o céu e a terra.

 

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95, 1-6

A terra portuguesa produz também Cipiões, Césares, Alexandres e Augustos; mas não lhes concede, a esses heróis, aqueles dotes cuja falta os torna rudes e incultos. Octaviano, entre as mais angustiosas conjunturas, compunha versos eruditos e formosos.

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97

Enfim, não houve general romano, grego, ou mesmo bárbaro, que não fosse ao mesmo tempo ilustrado e sabedor; só entre os portugueses não acontece assim. Não o digo sem vergonha; porque o motivo de não serem muitos heróis portugueses cantados em poemas é não serem os versos apreciados por eles, pois que quem desconhece a arte poética não pode amá-la.

 

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99

Pode o nosso Gama agradecer às Musas portuguesas o intenso amor da pátria que as levou a dar aos seus descendentes fama e nomeada, cantando os seus gloriosos e bélicos trabalhos; visto que nem ele, nem quem da sua geração usa o seu nome, usufrui tanto a amizade de Calíope, ou das ninfas do Tejo, que estas se dignassem abandonar as telas de oiro para o glorificarem.

 

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1.1 (p. 174) = est. 89, v. 8.

 

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1.1

A forma verbal «imagina» encontra-se no modo imperativo e introduz uma sequência discursiva em que Vasco da Gama apela à capacidade imaginativa do rei para que ele possa conceber como reais todas as privações e todos os perigos que caracterizaram a viagem dos portugueses.

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1.2

A expressão é repetida ao longo do texto para chamar a atenção do rei para o carácter extraordinário das ações e vivências dos marinheiros, capazes de suscitarem dúvidas quanto à sua veracidade, dada a sua excecionalidade.

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1.2.1

Para o mesmo efeito contribuem as interrogações retóricas presentes nas estâncias 71,72 e 86, a adjetivação múltipla e expressiva (est. 70, vv. 1-3; 71, vv. 1-2) e as enumerações (est. 70, v. 3; est. 72, v. 4).

 

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1.3

Ambas as estâncias destacam o carácter heroico das ações dos portugueses, apresentados como os únicos a empreender a difícil missão de conquistar o mar. Mesmo quando comparados com os heróis das epopeias clássicas (Eneias e Ulisses), saem vitoriosos, pois aqueles textos eram «fábulas vãs» (est. 89, v. 6), enquanto a atuação dos nautas lusitanos é «verdade» (est. 89, v. 7) e, por isso, superior a qualquer «escritura» (est. 89, v. 8).

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1.4.

Ao referir-se às provações vividas pelos marinheiros, o narrador apresenta-os como sofredores, resistentes e corajosos («coitados», «perdidos», «quebrantados», «cansados», est. 70, vv. 1-3 e 5) ainda que desesperançados («nenhum contentamento, / Que sequer da esperança fosse engano», est. 71, vv. 3-4). Por outro lado, apenas a sua personalidade «obediente» (est. 71, v. 7) e marcada pela «lealdade firme» (est. 72, v. 8) lhes permitiu superar em conjunto as dificuldades e manter o objetivo coletivo de chegar à Índia. 

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2.1

A desvalorização da poesia e da cultura pelos portugueses.

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2.2

«Dá a terra Lusitana Scipiões, / Césares, Alexandros, e dá Augustos; / Mas não lhe dá, contudo, aqueles dões / Cuja falta os faz duros e robustos» = A (o poeta censura os portugueses que desprezam a poesia)

 

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«Octávio, entre as maiores opressões, / Compunha versos doutos e venustos» = B (ao contrário do que sucedia na antiguidade)

 

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«Em fim, não houve forte Capitão / Que não fosse também douto e ciente, / Da Lácia, Grega ou Bárbara nação» = B

 

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«Sem vergonha o não digo: que a rezão / De algum não ser por versos excelente / É não se ver prezado o verso e rima: / Porque quem não sabe arte, não na estima» = A e C (o poeta afirma que é por falta de cultura que elite portuguesa despreza a arte)

 

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«Que ele, nem quem na estirpe seu se chama, / Calíope não tem por tão amiga / Nem as Filhas do Tejo, que deixassem / As telas de ouro fino e que o cantassem». = A e C

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TPC — Prepara a leitura em voz alta das estâncias nas pp. 178-179 (já pedidas).

Responde ao ponto 1 da p. 177 (em cerca de 150 palavras, ou até um pouco menos).

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Aula de amanhã pode começar às 8.15?

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Obrigado.

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