apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

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Page 1: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104
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pastiche = imitação de obra literária ou artística (frequentemente, com objetivos satíricos).

bestunto = cachimónia; cabeça de pouco juízo.

libidinoso = que expressa desejo sexual; lascivo.

lúbrico = sensual; lascivo.

lascivo = sensual; libidinoso.

cálido = quente; fogoso.

fogoso = muito quente; ardente; impetuoso.

epistolar = que tem forma de carta.

nefando = execrável; odioso; depravado; perverso.

execrando = abominável; execrável.

vívido = dotado de viveza; ardente.

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Ao longo do poema, o sujeito poético comenta com Marta o conteúdo sensual do bilhete que ela lhe enviara, destacando, contudo, que, mais do que todas as palavras, inclusivamente as existentes em «muitas bibliotecas» (v. 32), são os seus olhos que «dizem mais» (v. 31), ou seja, que expressam de forma mais evidente a sua volúpia.

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Lúbrica

Mandaste-me dizer,

No teu bilhete ardente,

Que hás de por mim morrer,

Morrer muito contente.

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Lançaste no papel

As mais lascivas frases;

A carta era um painel

De cenas de rapazes!

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Ó cálida mulher,

Teus dedos delicados

Traçaram do prazer

Os quadros depravados!

Page 7: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

Contudo, um teu olhar

É muito mais fogoso,

Que a febre epistolar

Do teu bilhete ansioso:

Page 8: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

Do teu rostinho oval

Os olhos tão nefandos

Traduzem menos mal

Os vícios execrandos.

Page 9: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

Teus olhos sensuais,

Libidinosa Marta,

Teus olhos dizem mais

Que a tua própria carta.

Page 10: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

As grandes comoções

Tu, neles, sempre espelhas;

São lúbricas paixões

As vívidas centelhas...

Page 11: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

Teus olhos imorais,

Mulher, que me dissecas,

Teus olhos dizem mais,

Que muitas bibliotecas!

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No sketch «Acho que faleceu», interessa apenas o título. Repara que tem dois verbos («acho» e «faleceu»). Portanto, é provável que a frase seja complexa e tenha precisamente duas orações.

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Os sujeitos de cada uma das orações são ambos nulos subentendidos: «eu» (correspondente a «acho») e «ele» [«o Meireles»] (correspondente a «faleceu»).

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Convém perceber que, nesta frase, uma das orações serve de complemento directo à outra. Assim, a oração «Acho» tem como objecto directo a oração «que faleceu». Esta oração, que serve de complemento directo às suas subordinan-tes, designa-se «subordinada substantiva completiva». A palavra que a introduz («que») é uma conjunção subordinativa completiva. Em conclusão:

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Acho | que faleceu.Subordinante | Subordinada substantiva completiva

Experimentemos substituir a oração subordinada por um complemento directo que não seja uma oração — portanto, por um simples nome, pronome, nome e adjectivo, etc.:

Acho-o. | Objecto direto

Predicado

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Vejamos uma oração completiva introduzida pela conjunção (subordinativa completiva) «se»:

Perguntei | se falecera. Subordinante | Subordinada substantiva completiva

O complemento direto de «Perguntei»

é «se falecera».

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Estas particulares subordinadas completivas — as que servem de comple-mento a verbos como «perguntar», «ignorar», «saber» — designavam-se também, tradicionalmente, «interrogativas indirectas».

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Depois de termos visto as orações adjetivas e as orações substantivas, veremos agora as ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS (cfr. pp. 330-331).

As subordinadas adverbiais desempenham funções sintáticas de modificadores (do grupo verbal — causais, finais e temporais — ou da frase — condicionais e concessivas).

Nos cinco períodos a seguir, temos frases simples e frases complexas. Todas elas têm um modificador (que, neste caso, exprime causa), mas, por vezes, essa função é desempenhada por uma oração (uma subordinada adverbial causal).

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Distingue as frases complexas e as simples (o número de verbos é o indicador óbvio):

Têm duas orações as frases n.º 4 e n.º 5 , que são também as que têm dois predi-cados (cujas formas verbais são: «faleceu» e «repetia»; «tinha» e «faleceu»). São, portanto, frases complexas. Ao contrário, são frases simples as n.º 1, n.º 2 e n.º 3, cada uma com uma única oração (tradicionalmente: oração absoluta).

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Em cada uma das duas frases complexas há uma oração subordinante e outra subordinada. Sublinha as orações subordinantes (as que poderiam aparecer sozinhas) e circunda as subordinadas (já fui dizendo que, neste caso, são subordinadas adverbiais causais).

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A sua tia faleceu,

subordinante

porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».

subordinada

Page 24: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

Como tinha um duende no peito,

subordinada

a sua tia faleceu.

subordinante

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As palavras que introduzem essas orações («porque» e «como») são conjunções subordinativas causais.

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Regressemos às frases simples. Nelas, há um sujeito («A sua tia») e um predicado, incluindo-se aí o modificador do grupo verbal (respectivamente: «devido a uma condição rara», «por um motivo bastante prosaico» e «por causa de um duende no peito»).

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Podemos reescrever as frases, substituindo os modificadores não oracionais por orações [completa 2’ e 3’] e vice versa [completa 5’]:

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1. A sua tia faleceu devido a uma condição rara.

1’. A sua tia faleceu | porque se deu uma condição rara.

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2. A sua tia faleceu por um motivo bastante prosaico

2’. A sua tia faleceu | porque aconteceu uma situação bastante prosaica

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3. A sua tia faleceu por causa de um duende no peito.

3’ A sua tia faleceu | visto que tinha um duende no peito

Page 31: Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 103-104

4. A sua tia faleceu | porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».

4’. A sua tia faleceu por causa da repetição da palavra «pinhal».

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5. Como tinha um duende no peito, | a sua tia faleceu.

Por causa de

5’. Devido a um duende no peito, a sua tia faleceu.

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Quando a oração subordinada adverbial precede a subordinante ou fica intercalada, deve ser isolada por vírgulas (se estiver depois da subordinante, é aceitável que não se ponha vírgula, embora, por mim, ainda prefira ir pondo vírgula também). A posição da subordinada causal relativamente à subordinante costuma poder alterar-se (mas, por exemplo, no caso da frase 5 — com «como» —, a subordinada tem de estar antes da subordinante).

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Nota ainda que «A sua tia faleceu derivado a complicações» é uma frase simples, em que «derivado a complicações» é o modificador do grupo verbal. No entanto, a expressão «derivado a» não é correta (o que se deve dizer é: «devido a»).

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Nos três períodos que se seguem (6-8), temos exemplos de frases com orações subordinadas adverbiais causais NÃO FINITAS (infinitiva, gerundiva, participial). Distribui estas últimas designações por cada uma das orações sublinhadas.

6. Por ter um duente no peito, a sua tia faleceu. / infinitiva

7. Tendo um duende no peito, a sua tia faleceu. / gerundiva

8. Alojado o duende no peito, a sua tia faleceu. / participial

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• Trabalho sobre Os Maias tem de ser enviado / entregue proximamente.

• Leitura de Os Maias vai continuar a ser testada.

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TPC (só para 11.º 9.ª e 11.º 4.ª) — Faz ponto 1/escrita da p. 315, embora em menos palavras do que as aí pedidas.