apresentação oral do sgh 2011
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O Plano de Urbanização do Alto do Lumiar ou Alta de Lisboa
O actual estado do projecto
Que factores justificam o atraso do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar
(PUAL), mais conhecido por Alta de Lisboa?
Relatório orientado pelo Prof. Dr. Mário Vale Discente: Rui Camelo, nº. 70835383
Seminário em Geografia Humana
2011
Estrutura do projecto de investigação
1. Introdução do tema de análise
2. Descrição da metodologia de investigação
3. Alguns conceitos, reflexões e perspectivas
4. Localização Geográfica
5. Apresentação e discussão dos resultados
6. Conclusões
7. Bibliografia
Introdução do tema em análise
Objectivos: identificar os factores que justificam o
atraso do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar .
Questão de partida: Que factores justificam o atraso
do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL)
mais conhecido por Alta de Lisboa?
Palavras-Chave: Plano de Urbanização do Alto do
Lumiar (PUAL); Expansão Urbana; Novo Urbanismo
(New Urbanism); Mix Social; Crise Económica;
Imobiliário.
Descrição da metodologia de investigação
Pesquisas bibliográficas
Entrevistas exploratórias
Investigação extensiva
Observação directa
Alguns conceitos, reflexões e perspectivas
teóricas
• Expansão Urbana
“ A expansão urbana das cidades modernas é uma consequência do
aumento da população, bem como da migração de pessoas das zonas
rurais, aldeias e vilas” (Giddens, 2001).
• Um olhar sobre o Novo Urbanismo
“ O New Urbanism norte-americano remete de facto para três tipos de
práticas: estilo estético, desenho urbano e modos de urbanização.”
(Ascher, 2001 e 2010).
Localização GeográficaA área do Plano de Urbanização do Alto Lumiar (PUAL), mais conhecida por Alta de Lisboa situa-se
na periferia Norte da cidade de Lisboa, desenvolvendo-se numa superfície de cerca de 300 hectares, e
abrange três freguesias: Ameixoeira, Charneca e Lumiar, prevendo-se que venha a ter uma população
de 65 000 habitantes.
Fonte: http://ulisses.cm-lisboa.pt/
O Plano de Urbanização do Alto do
Lumiar
O Plano de Urbanização do Alto do Lumiar na versão actual foi aprovado pela
Assembleia Municipal de Lisboa em 18 de Julho de 1996 e 16 de Junho de
1997. Devido às necessárias alterações ao Plano Director Municipal (PDM) em
vigor, foi ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros nº.126/98 de 24
de Setembro. Plano Director Municipal ratificado pela Resolução do Conselho
de Ministros nº. 94/94, de 14 de Julho, publicada no Diário da República, 1º
Série – B, nº. 226, de 29 de Setembro de 1994.
O enquadramento do plano
• Esta parceria público-privada previa a disponibilização por parte da CML de
terrenos por si detidos naquela área, a criação do enquadramento legal e
administrativo necessário à implementação e viabilização da operação e a
mediação entre os vários actores, no papel de garante do interesse público.
Por sua vez, competia à SGAL a elaboração do plano e a sua
execução, comprometendo-se a edificar, segundo dados fornecidos pela
UPAL, 4000 habitações para realojamento, assim bem como todas as infra-
estruturas, espaços públicos e equipamentos da área, tendo como
contrapartida a cedência de terrenos para a edificar 14 700 habitações de
venda livre.
• A sua área de intervenção ocupa uma superfície de cerca de 300
hectares, prevendo vir a ser ocupada por 65 000 habitantes. A AL é então
pensada como uma extensão natural da área central da cidade, admitindo uma
maior edificabilidade, com o objectivo de dar corpo e viabilidade a essa nova
visão de expansão da centralidade de Lisboa, criando não volumetria, mas sim
urbanidade, através do espaço público.
A operacionalidade e as posteriores alterações
ao projecto
• Devido à necessidade imperiosa de cumprir os prazos muito curtos do PER, e
consequente libertação dos terrenos ocupados com habitação
degradada, obrigou a que se avançasse em primeiro lugar com a operação de
realojamento;
• O realojamento encontra-se concluído, sendo a sua execução de 95% face ao
contratualizado;
• O grau de realização do Plano é de 51%, sendo o grau de realização do
edificado de 41% (com 95% PER e 30% de venda livre);
• O grau de infra-estruturação é de 62%, da rede de equipamentos de 22% e da
estrutura verde de 60%.
Os factores que contribuíram para o actual
estado do projecto• a deficiente gestão nos processos de expropriação necessários para a
libertação dos terrenos para a construção dos edifícios destinados ao
realojamento;
• o ineficaz acompanhamento e as alterações verificadas durante a execução do
plano, e em terceiro lugar o deficiente relacionamento entre a Câmara
Municipal de Lisboa e a Sociedade Gestora do Alto do Lumiar;
• a falta de visão estratégica da empresa face à dimensão do PUAL, não só em
termos de área, mas também em termos temporais, visto que, ao aceitar ser
parceiro na promoção e comercialização de um projecto com a componente
de realojamento alavancada no financiamento através da venda livre, num
horizonte de cerca de trinta anos, não é do ponto de vista da
gestão, adequado;
• um outro factor que foi identificado através da bibliografia e das
entrevistas, foi o défice de vontade política por parte CML e de outros
organismos oficiais, visto que o PUAL nunca foi desde a sua génese
considerado um projecto “bandeira” da sua estratégia para a cidade de
Lisboa, verificando-se este panorama através dos sucessivos executivos
camarários.
Conclusões
• o objectivo original que moveu a CML de realojar estas, mantê-las no mesmo
local, e simultaneamente expandir para norte a cidade e criar uma nova
centralidade, foi de facto à época uma ideia inovadora;
• A utilização de soluções urbanísticas no PUAL, com vista à obtenção de uma
malha regular, com avenidas e ruas amplas, e com o aproveitamento dos
espaços verdes já existentes e a construção de um novo, são uma mais-valia
para o projecto;
• O relativo sucesso da execução da operação de realojamento, face à operação
de venda livre, estabelecendo o mix social existente, com os problemas de
integração conhecidos e identificados, entre os antigos e os novos habitantes
poderá ser ao contrário do que parece, uma janela de oportunidade, para a
obtenção dos resultados pretendidos;
• o envolvimento cívico dos novos habitantes, através de associações como a
ARAL, AVAAL e o GCAL, é manifestamente um valor acrescentado para o
sucesso do PUAL. O exemplo do GCAL com a proposta apresentada durante
a discussão pública da revisão do PUAL, demonstra cabalmente a importância
destes, como parceiros na construção de soluções para o Alto do Lumiar e o
seu plano.
Questão para uma futura investigação
• Será possível hoje em dia fazer cidade sem uma
visão integrada dos processos
urbanísticos, envolvendo todos os
protagonistas, sejam eles políticos, planeadores ou
as populações?
Bibliografia• Ascher, F (2010) Novos Princípios do Urbanismo seguido de Novos Compromissos
Urbanos. Um Léxico. Livros Horizonte, Lisboa.
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