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A transição para a maternidade exige um compromisso ativo, que começa antes ou durante a gravidez e prolonga-se para além do parto (Graça, 2010). A
mudança e a diferença são consideradas essenciais, sendo que a necessidade de aprender, de considerar diferentes alternativas e decidir em relação aos
cuidados ao filho constitui atributos básicos (Cardoso, 2011). Sabemos que as novas tarefas, exigências e desafios podem exceder os recursos percebidos,
despoletar problemas até aí inexistentes ou acentuar vulnerabilidades prévias . No entanto manutenção da incerteza se, por um lado, aumenta o risco de
decisão, por outro lado, pode estimular comportamentos ativos de procura de informação. Assim, o comportamento de procura de informação deverá ser
entendido como a ação, que decorre da perceção da necessidade de informação, visando identificar o conteúdo que satisfaça essa necessidade percebida
(Cardoso, 2011).
Objetivos:
Analisar as evidências disponíveis sobre as etapas do processo de transição para a maternidade;
Conhecer quais os fatores facilitadores e inibidores na transição para a maternidade na
adolescência.
Materiais e método:
Revisão da literatura. Base de dados com base
num período de 2000 a 2015.
Os indicadores de uma transição saudável para a maternidade são determinados pelo grau que as mães demonstram domínio nas decisões, mestria nas
habilidades e capacidade para adotar comportamentos para gerir uma nova situação. Embora seja durante o período pré-natal que o processo de
adaptação à parentalidade/maternidade é iniciado, verifica-se que nas mães adolescentes que mesmo existindo o desejo, a procura e a receção de
informações sobre como cuidar dos seus bebés a partir de múltiplas fontes, estas não querem no entanto concentrar em problemas potenciais de
cuidados ao bebé, levando deste modo a que os profissionais percebam que estas mães precisem de apoio e ajuda a nível da prevenção e promoção de
saúde.
A transição caracteriza-se por um compromisso intenso e pelo envolvimento ativo que requer a reestruturação das responsabilidades e dos
comportamentos. Engloba tarefas de satisfação pessoal, relação com a família de origem e com o cônjuge/companheiro, aceitação do bebé e
reestruturação da identidade materna. Verifica-se que, perto da conclusão de uma transição, as mães experienciam uma sensação de estabilidade, sendo
que o seu nível de mestria vai indicar uma transição saudável/eficaz (Meleis, Sawyer, Im, Messias & Schumacher, 2000).
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Cardoso, A. M. R. (2011). Tornar-se mãe, tornar-se pai - estudo sobre a avaliação das competências parentais. Tese de doutoramento, Universidade Católica Portuguesa, Porto, Portugal;Graça, L. C. C. (2010). Contributos da intervenção de enfermagem na promoção da transição para a maternidade e do aleitamento materno. Tese de doutoramento publicada, Universidade de Lisboa, Portugal; Graça, L. C. C., Figueiredo, M. C. B. & Carreira, M. T. C. (2011). Contributos da intervenção de enfermagem de Cuidados de Saúde Primários para a transição para a maternidade. Revista de Enfermagem Referência, III Série, n.° 4, pp.27-35;Lopes, S. R. V. (2009). Genealogia do desejo: A Influência da Satisfação Conjugal no Estabelecimento da Relação Precoce entre Mãe-Bebé. Dissertação de mestrado integrado em psicologia publicada no Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Portugal;Melo, S. S. (2012, maio/dez.). Prevalência e fatores associados à dificuldade no cuidado do bebé em mães adolescentes de 14 a 16 anosde Porto Alegre/RS. Aletheia , 38-39, pp. 67-80. Meleis, A. I.; Sawyer, l. M., Eun-Ok Im, Messias, D. K. H., & Schumacher, K. (2000). Experiencing Transitions: An Emerging Middle-Range Theory. Aspen Publishers, 12-28.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONCLUSÕES
Etapas do Processo de Transição para a Maternidade na Adolescência
Sarreira de Oliveira, Paula (1)
(1) Professora Assistente do 2º Triénio da Escola Superior de Enfermagem Egas Moniz, MSc, Phd Student ICS da Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal, [email protected]
Adaptação Materna Três fases:
comportamentos dependentes;
comportamento dependentes/independentes;
comportamentos interdependentes. ou de incorporação decorre durante as primeiras 24 a
48 horas. È enfatizado a satisfação das necessidades
básicas, confiando nas mães para a satisfação das
necessidades de conforto, repouso, proximidade e
alimentação, participando com entusiasmo,
comunicativas e desejam relatar a experiência do
parto.
ou de posse inicia-se ao segundo ou terceiro dia de
puerpério e dura entre dez dias a várias semanas.
Nesta fase as mães:
• dão ênfase aos cuidados do bebé e competências
maternas;
•desejam assumir a responsabilidade;
•mantêm a necessidade de orientação e aceitação
pelos outros;
•ambicionam aprender e praticar.
Período ideal para a promoção de cuidados
e tarefas relacionadas com o bem-estar da
mãe e do RN. É a fase de tratamento dos
desconfortos físicos e das alterações
emocionais. Nesta fase subsiste a
probabilidade de existir surtos de labilidade
emocional.
ou de desprendimento centra-se no movimento
de evolução da família como unidade, com
interação entre os membros, reafirmação do
relacionamento com o companheiro, a retoma da
intimidade sexual e resolução dos papéis
individuais.
Desenvolver na mãe adolescente habilidades biopsicossociais para que seja capaz
de auxiliar de forma adequada, o desenvolvimento do seu bebé (Melo 2012).
Importância de estimular a
participação da pessoa significativa
para a mães adolescente, com
experiência em cuidar de RN, como
elemento facilitador na adaptação à
maternidade.