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Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Julho de 2014 Ano XVIII Número 222 www.brasilimperial.org.br VAMOS JUNTOS!

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Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Julho de 2014 Ano XVIII Número 222 www.brasilimperial.org.br

VAMOS

JUNTOS!

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Para sermos os maiores e melhores, o Brasil precisa seguir os bons

exemplos dos países de primeiro mundo, não só no futebol, mas em todas

áreas. Educação, Saude, habitação, infraestrutura, Tecnologia, Justiça,

Sistema Politica e tudo mais ....

Estamos em clima de Copa do Mundo e deveríamos aqui e agora estar comentando a grande festa mundial do futebol que está acontecendo em nosso país desce o dia 12 deste mês e vai até o dia 13 de julho. Sobre a Copa do Mundo de 2014, poderíamos falar da alegria do povo torcendo e vibrando em cada jogo, independente de ser jogo do Brasil ou não. É claro que somos #PorUmBrasilMaisJusto, e um Brasil Mais Justo passa pela satisfação que o Estado proporciona à Nação, “Povo Alegre, Povo Feliz”. Acontece que a felicidade do nosso povo é momentânea, dura pouco, e logo voltamos para a realidade. A violência e a insegurança se aceleram num crescente vertiginoso em todas as cidades brasileiras, o que era só nas grandes metrópoles ultrapassou fronteiras e atingiu cada cidade por menor que seja. Jorge Pontes, delegado federal e ex-diretor da Interpol no Brasil, fala sobre o flagelo do crime institucionalizado que vive o País. Segundo suas palavras que aqui expomos como uma verdadeira realidade, a sociedade brasileira vem assistindo nos últimos anos, talvez ainda sem entender bem suas reais dimensões, o surgimento e o fortalecimento de mais uma praga – quase – endêmica do nosso país; digo “quase”, pois alguns países africanos também a experimentam. Trata-se do que podemos denominar de “Crime Institucionalizado”. É com plena alegria no coração que, como brasileiro, lhes dirijo a palavra. Mas, para abordar uma questão que nos oprime há décadas. Falo da insatisfação de homens, mulheres, das famílias, de profissionais das mais diferentes áreas que querem fazer do Brasil, há já muito tempo, um país melhor para viver.

Palavra do Presidente

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Falo de nosso desejo permanente de construirmos um Brasil verdadeiramente mais justo. Um Brasil onde os governos e seus partidos não sejam um equívoco ou engodo quase permanente, infelicitando a todos nós. Falo de um Brasil onde os princípios democráticos sejam reais. E não apenas um rótulo para administrações comprometidas com objetivos suspeitos de grupos ou pessoas Elaboramos pesquisa para identificar o que de melhor existe nos países cujos índices de desenvolvimento humano os colocam nos lugares de destaque mundial. E, também, para saber por que isto ainda não aconteceu em nosso Brasil. E o que descobrimos? Vejam isto! Entre os 30 países primeiros colocados no Índice de qualidade de vida, 27 são parlamentaristas. Repito: Entre os 30 países primeiros colocados no Índice de qualidade de vida, 27 são parlamentaristas! Eles são a Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia. E também Israel, Itália, Japão, Liechtenstein, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Reino Unido. Republica Tcheca, Cingapura, Suécia e Suíça. Dos 30 países pesquisados, apenas três não são parlamentaristas - Estados Unidos, Áustria e Brunei. Pelo que se constata, certamente estamos no caminho errado. Vivemos numa falsa democracia, onde a participação popular se circunscreve ao momento de apenas votar.

A partir daí, tudo fica sob o controle dos grupos escolhidos de forma muitas vezes enganosa. Por que não aderirmos, então, a um regime de governo verdadeiramente democrático onde as coisas poderiam andar melhor em nosso país? Nossa nação precisa, sem demora, dotar o Estado brasileiro de um mecanismo institucional evoluído, moderno, já experimentado em países democráticos, com alto índice de desenvolvimento humano e estabilidade política. Enfim, um regime de governo que possa vir a somar positivamente com uma melhor economia e uso sustentável de nossas riquezas naturais, ao invés de miná-las, utilizando-as pessimamente como se pode observar muitas vezes no regime de governo atual. Pense bem! Por que não aderirmos a uma forma de parlamentarismo? Fica nossa sugestão: informe-se melhor sobre o parlamentarismo. E siga-nos numa jornada que poderá transformar o Brasil num país muito mais justo. O RDP luta #PorUmBrasilMaisJusto ... Para a felicidade de todos nós, brasileiros!

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RDP da Bahia Apoia Aécio Neves para Presidente,

Paulo Souto para Governo da Bahia e Alexandre

Marques para Deputado Federal.

Roberto e o Presidente do Diretório de Salvador, Renato Arléo, trabalham com afinco no incentivo a todas as pessoas envolvidas nos Diretórios baianos para que providenciem a colheita das assinaturas para apoio à criação do Partido, o que vem dando certo, e os frutos já começam a ser colhidos, pelos dirigentes. Na oportunidade todos os integrantes reafirmaram o compromisso de lutar #PorUmBrasilMaisJusto, assumindo o compromisso de fazer do RDP, em futuro próximo, o maior partido no Congresso Nacional. Após muitos contatos com vários políticos baianos O RDP da Bahia resolveu apoiar Aécio Neves para Presidente do Brasil, Paulo Souto para Governo da Bahia e Alexandre Marques para Deputado Federal. Unidos somos mais fortes, este é o lema do RDP baiano na luta #PorUmBrasilMaisJusto, e convida a todos para curtir a Página do facebook “Movimento por Um Brasil Mais Justo”.

Redação IBI

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Antonio Bastos Sarmento foi homenageado com a Medalha Brasil Imperial do Mérito Cívico e Cultural, na Câmara Municipal de São Paulo por ocasião da fundação do RDP – Real Democracia Parlamentar, Sarmento vem prestando relevantes serviços voluntários ao Partido da Real Democracia Parlamentar. É dele o trabalho de preparação dos Estatutos, do Programa Partidário, e do Regimento Interno dos Movimentos de Ação Partidária, do RDP. Antonio Bastos Sarmento é Senior Counsel na área de Societário e Fusões e Aquisições do escritório do Rio de Janeiro de Tauil & Chequer. Antonio também atua em operações de E&P em geral; em contratos internacionais de projetos industriais, construção, geração de energia, serviços públicos e manutenção;

Redação IBI

Antonio Bastos

Sarmento é

condecorado com a

Medalha Brasil

Imperial do Mérito

Cívico e Cultural

na estruturação societária de projetos de petróleo, gás e energia e na assessoria para distribuição local de oleodutos e gasodutos e operações interestaduais; em contratos de fornecimento e transporte de gás, incluindo financiamento e tributação; em direito societário, governança e responsabilidade social; em aquisições, desinvestimentos e fusões; na assessoria e representação perante órgãos governamentais e prestadoras de serviços públicos, incluindo operações de permuta, direito concorrencial; no contencioso

Comendador Antonyo Cruz, Antonio Bastos Sarmento e Senhora Conceição de Maria Sarmento

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administrativo perante órgãos estaduais, a aduana brasileira e a Secretaria da Receita Federal; em direito ambiental, licenciamento e procedimentos; em contratos de assistência técnica e transferência de tecnologia, patente e licença de uso de marca; na admissão de expatriados e em assuntos trabalhistas. No decorrer de sua experiência jurídica, Antonio foi sócio no escritório Machado, Meyer, Sendacz and Opice Advogados, 2000-2003; Of Counsel de Veirano Advogados, 1996-2000 e Consultor Independente de Petróleo e Gás, 1991-1996. Antonio também atuou durante 30 anos na Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, onde teve vários cargos, incluindo: Gerente da Divisão de Contratos; Superintendência de Contratos de Prestação de Serviços para Petróleo e Gás, 1984-1990 – Rio de Janeiro; Diretor Jurídico, Petrobras Internacional SA - Braspetro, 1972 -1984; Conselheiro e Diretor Jurídico, Braspetro Oil Services Co., Grand Cayman, 1974-1981; Conselheiro, Petroleos Colombo-Brasileros AS, Bogotá – Colômbia - 1972 -1979; Departamento Jurídico, Gerente da Divisão de Consultoria, 1966-1972; Departamento Jurídico da Petrobras, Advogado do Conselho de Administração, 1962-1966; Gerente de Recursos Humanos – Refinaria da Petrobras em Presidente Bernardes , 1959-1962 – Cubatão – São Paulo; Advogado Interno – Refinaria da Petrobras em Presidente Bernardes , 1958-1962 – Cubatão – São Paulo.

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Vereador do Piauí adere ao RDP

Eduardo Bacelar, vereador pela Câmara Municipal da cidade de União, no Estado do Piauí, é a mais recente adesão de político militante à Real Democracia Parlamentar (RDP), segundo informou o presidente deste partido, Antonyo da Cruz. Formado em pedagogia e acadêmico do curso de direito ele foi eleito, em 2012, como o vereador mais jovem da história de União. A partir do momento de sua adesão ele passou a ser um dos membros da Comissão Executiva Estadual do RDP - Piaui. E sua esposa, Yara Mari Santos Sousa é Presidente da Executiva do Diretório Municipal de União. Bacelar tem demonstrado intensa atividade como vereador, apresentando diversas emendas ou projetos de lei em seu município, tal como para construção de rede de abastecimento de água na área de Santa Maria; um projeto do caminho de Fidié, que reconhece a importância da cidade de União no processo de independência do Piaui e do Brasil, na guerra do Jenipapo em 1823; projeto reconhecendo como a história correta local um estudo feito pela professora Valdirene Ambiel; projeto de lei que regulamentou a Orquestra Jovem de União; e o projeto de lei que criou neste município o Dia do Evangélico, a ser comemorado anualmente, todo segundo domingo de junho, atendendo solicitação de comunidades religiosas locais.

Antônio Carlos Azem

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Partido que prega o parlamentarismo

amplia suas ações regionais pelo Brasil

Em Outubro mais uma

“Festa” da democracia

Uma das nuances da política, como ela é praticada no Brasil, é a capacidade de dissimulação com que as coisas são tratadas. Assim em outubro haverá mais uma eleição, onde serão preenchidos os cargos de presidente da república até deputados estaduais, como voto é obrigatório, ou seja, o cidadão não pode deixar de fazê-lo sem sofrer uma penalização, costumou-se chamar o dia da eleição como o dia da grande “festa” da democracia. No entanto é uma festa curiosa, pois o cidadão não pode se dar ao direito de não ir à ela, o quê já é um indício de que não é democrática, pois não se dá o direito ao cidadão de não ir à “festa” caso ele não queira participar da “festa”. Uma característica dessa “festa” é que os interessados em serem sufragados (que chamaremos de anfitriões) agem da mesma forma todos os anos: Falam que só a educação levará o país para frente, então se eleitos providenciarão mais educação para o povo; dirão também que a saúde pública esta abandonada e os cidadão que dela dependem estão sofrendo

Luís Severiano Soares Rodrigues Economista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Conselheiro Consultivo do Instituto Cultural Dona Isabel I, A Redentora, e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ).

e/ou morrendo nas filas dos hospitais, onde falta de tudo desde profissionais capazes, remédios até esparadrapo, e que se eleitos irão solucionar essa situação inadmissível; falarão também do estado de insegurança “nacional” que se alastra por todas as cidades do país, que os cidadãos estão relegados à sua própria sorte e que os cidadãos estão à mercê dos criminosos que roubam, matam, sequestram, estupram, fraudam e ficam impunes, e que se eleitos reformularão e farão tudo ao seu alcance para trazer segurança aos convidados compulsórios, da “festa” da democracia. Outros temas, os mais diversos, serão abordados, como, por exemplo, falarão que vão resolver os problemas das estradas esburacadas ou em termos mais amplos que resolverão os problemas crônicos da infraestrutura nacional precária, e que sobretudo serão “implacáveis” contra a corrupção nas esferas públicas de governo; etc e tal. Outra característica dessa “festa” é que invariavelmente os anfitriões esgotam as peles de cordeiro disponíveis no mercado, para usarem na “festa”, outro fato que também se constata às vésperas da “festa” é que, salvo engano, só existe “gente boa” entre os anfitriões. O grande problema do quadro pintado acima, que nos faz

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suspeitar de que existe um grave problema nessa “festa”, é que ela é sempre igual às vésperas de todas as “festas” da democracia, a que os cidadãos brasileiros são chamados compulsoriamente. Passado o porre da festa, os “convidados” ainda de ressaca democrática, não percebem que aquela “gente boa” despe a pele de cordeiro e colocam no bolso os cheques em branco, que os convidados lhes passaram. Mais à frente se dão conta de que os “compromissos” assumidos antes de receberem os cheques são sem garantias, pois no sistema presidencialista, os eleitos podem não cumprir uma linha do que prometeram, e que nada acontece. Não existem metas a serem alcançadas com tempo determinado, não existem formas dos “ex-convidados” tirarem os anfitriões, agora eleitos para a farra dos mandatos eletivos, caso eles não cumpram nada do que juraram de pés juntos que iriam fazer. Os defensores desse sistema de governo, levantarão a voz para dizer que na próxima “festa” os convidados não votarão naquele que foi indigno do mandato que lhe deram anteriormente que ele não se reelegerá . Esses defensores só esquecem de dizer que um mandato de quatro anos é muito grande para quem só quer sacanear o eleitor “convidado”. Assim, nós monarquistas, temos a convicção que a democracia não é uma festa, e que as eleições devem ser encaradas com a maior seriedade, portanto o voto deve ser facultativo, o sistema eleitoral deve ser distrital misto (até para baratear as campanhas eleitorais e diminuir o poder econômico nas eleições) e com cláusula de barreira (para os partidos se fortalecerem e terem conteúdos programáticos) e que o sistema de governo deve ser parlamentarista para que os eleitos estejam sujeitos a constante cobrança de responsabilidade em relação aos programas políticos partidários das legendas que se oferecem à escolha dos eleitores e que as promessas eleitorais sejam quantificadas e

para tal se estabelecer metas de desempenho para serem alcançados e que os desvios de qualquer natureza, inclusive a incompetência, devem ser motivo de alteração de governo, para que o povo possa punir o mau governo, antes que ele faça um estrago maior, que é a camisa de força, que existe no presidencialismo, que é a data fixa para começar e terminar o governo, bem como se dá nos mandatos do legislativo. Para tanto, na nossa monarquia constitucional parlamentarista, termos nosso Imperador exercendo a chefia do Estado, de forma imparcial e apartidária, para fazer prevalecer o interesse do povo que é com quem o soberano tem compromisso e com isso acabar com a safadeza republicana brasileira onde a farra começa quando a “festa da democracia” acaba.

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O que mudou no Brasil desde Março

de 1964 para cá?

O objetivo do movimento comunista é fazer a mudança da natureza do homem, tirando-lhe a iniciativa e a ambição (motores da evolução da humanidade), transformando-o em um ser amorfo, acomodado e submisso - a sociedade sem classes. O que é uma balela, porque, no final das contas, a sociedade comunista não as elimina, mas as resume a duas: o partido e o proletariado. Para isto empenham-se para promover o rompimento com os valores judaico-cristãos que orientam, organizam e disciplinam a nossa sociedade – família, respeito à tradição, temor a Deus, respeito ao mestre, aos mais velhos e ás instituições, valorização do mérito. Essa desconstrução de princípios é fundamental para nivelar os homens por baixo, daí a quantidade de invejosos, iludidos, ingênuos, desajustados, incapazes, incompetentes e espíritos de porco que assumem as bandeiras e se identificam (ou pensam que se identificam) com o ideário comunista Em 64 vivíamos o ápice da sua segunda tentativa de tomada do poder e, consequentemente, da desconstrução dos valores culturais conservadores (morais,

Gen Bda Paulo Chagas

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éticos e religiosos), chegando ao cúmulo da ousadia de subverter a disciplina militar para, logicamente, enfraquecer estas instituições e sua possível reação ao golpe. O “basta”, representado pelas Marchas da Família com Deus pela Liberdade, foi a centelha para a reação e para a recuperação dos valores que estruturalmente suportam a sociedade brasileira. Ou seja, o movimento cívico militar reafirmou e recuperou estes valores, não permitindo que outros os substituíssem. Na área econômica, basta dizer que o Brasil, em 64, era quase a 50ª economia do planeta, com uma inflação de 80% ao mês, sem indústrias e sem estruturas para evoluir e, ao final do período militar, após as duas crises do petróleo que mudaram a configuração econômica do mundo, o Brasil ocupava a 8ª posição neste ranking. A atuação na área política foi o ponto fraco do regime militar, pois desprezou suas práticas ao invés de corrigi-las e não soube formar novas lideranças, capazes de dar continuidade ao trabalho dos técnicos, especialistas e militares que alicerçaram as bases para a evolução e deram o novo rumo ao Brasil. Hoje estamos nas mãos de uma classe política de politiqueiros, despreparados, mal-intencionados ou comprometidos com a ideologia da escravidão e da mediocridade! Após o fim do Regime Militar houve no Brasil uma intensa preocupação em proteger o cidadão comum de uma possível ação “opressora” do poder do Estado. Foram criados instrumentos legais que restringem, condicionam e tolhem a agilidade da atividade de segurança pública e do processo judicial. Neste cenário, houve incremento do crime organizado. Os novos instrumentos, ao dificultarem o exercício do poder

coercitivo pelo Estado, facultaram aos criminosos maior liberdade de ação, banalizando o crime e difundindo no País um destrutivo clima de impunidade. Os legisladores, tentando proteger o cidadão “de bem” de uma possível ação repressora ou ditatorial, acabaram por proteger os criminosos. Na mesma linha de oportunismo encontram-se movimentos de pressão social, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e outros, que, apropriados por lideranças radicais e ideologicamente revolucionárias e escudados na legitimidade das questões sociais que representam, praticam a desobediência civil de forma crescente e planejada, podendo, a qualquer momento, ultrapassar a capacidade do poder de polícia dos governos estaduais, passando a ameaçar o próprio poder central da União. Integrantes do MST já assumem publicamente a possibilidade de optar pela luta armada! Hoje, em função desta permissividade, estamos outra vez no limiar do rompimento das estruturas conservadoras que, respeitando e valorizando as diferenças individuais, sempre foram as molas mestras da evolução da humanidade, não apenas do Brasil. O rompimento com estas estruturas é o responsável último pelo caos que se aproxima, pois, “o socialismo dura enquanto durar o dinheiro dos outros”! A situação atual do Brasil e a de todos os demais signatários do Foro de São Paulo demonstra que, neste rumo, irão todos acabar como Cuba, exportando mão de obra escrava, pois não lhes restará outra riqueza.

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80 anos do falecimento do

Príncipe Dom Pedro Augusto de

Saxe-Coburgo e Bragança

Há 80 anos, em 19 de setembro de 1934, o saudoso Conde de Afonso Celso, em nota necrológica da Sessão Ordinária do IHGB, dizia: “entre os nossos consócios falecidos figurava um príncipe. Foi Dom Pedro Augusto de Saxe Coburgo, neto do nosso grande imperador Pedro II e filho da gentil Princesa D. Leopoldina”. Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior tinha total conhecimento deste ilustre confrade, que tanto no Rio, quanto no exílio pôde acompanhar. Este Príncipe, que no final da vida experimentou o esquecimento da Nação, foi recebido, ao nascer, com repiques de sinos, salvas de canhões e girandolas de foguetes. Carregando o peso de ser o neto primogênito do Imperador Dom Pedro II e de simbolizar a bonança, depois da terrível Guerra do Paraguai - verdadeiro terremoto no sul dos trópicos, Dom Pedro Augusto teve, portanto, as mais gloriosas honras do Império, mas também as mais desventurosos penas do desterro. Dom Pedro Augusto Luís Maria Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança nasceu em 19 de março de 1866, sob os auspícios do médico Cândido Borges Monteiro – primeiro e único Visconde com grandeza de Itaúna, e com o árduo trabalho da parteira Marie Josephine Mathilde Durocher, renomada profissional e famosa ensaísta – mais tarde primeira mulher a ser recebida na Academia Imperial de Medicina. Naquela segunda-feira, o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina, emocionados, acompanhavam todos os progressos no Palácio Leopoldina. Nascido, o pequeno Príncipe passou a receber toda a atenção dos avôs maternos, sendo festejado tanto pela Corte, quanto pelo povo. Dom Pedro Augusto foi batizado na Capela Imperial, atual Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé,

Dionatan da Silveira Cunha

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e teve como padrinhos o avô - Imperador do Brasil e a bisavó – a Rainha Maria Amélia da França. O nascimento mereceu destaque na Fala do Trono, em cerimônia que marcava a abertura dos trabalhos da Assembleia Geral do Império, de 3 de maio de 1866, onde o Imperador Dom Pedro II declarava: "Cheio de prazer vos anúncio o nascimento do Príncipe Dom Pedro, fruto do feliz consórcio de minha muito cara filha a Princesa Dona Leopoldina com o meu muito prezado genro o Duque de Saxe”. Fruto do casamento de uma princesa brasileira – nascida nos trópicos, e de um Príncipe alemão - nascido na França, Dom Pedro Augusto era membro de duas das mais importantes Famílias Soberanas do mundo, os Bragança e os Saxe-Coburgo-Gotha. Por sua mãe, a Princesa Dona Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, herdou as tradições das Casas de Borgonha e Avis que construíram Portugal, fazendo daquele pequeno país uma grande potência mundial, também da Dinastia Bragantina reconhecida por ter dados Reis e Santos àquelas terras e por ter cimentado a Independência do Brasil, dando também a este país, os seus dois melhores governantes. Dona Leopoldina descendia também dos Bourbon, Família Soberana da França, Espanha e de parte da Itália. Por seu pai, o Príncipe Luís Augusto Maria Eudes de Saxe-Coburgo-Gotha – Duque de Saxe, que fora indicado em 1863 para ser eleito Rei da Grécia, Dom Pedro Augusto era um dos legatários dos Ducados Ernestinos, originados na antiga Casa de Wettin, que dominaram Sachsen-Coburg und Gotha, no centro da atual Alemanha, de 1826 a 1920. Esta Casa emprestou a várias partes da Europa alguns de seus melhores varões, onde seus membros subiram ao trono da Grã-Bretanha, Polônia, Bélgica e Bulgária. Dom Pedro Augusto nascia aparentado com a realeza

de todo o mundo: era neto dos Imperadores do Brasil, bisneto do Rei Luiz Filipe dos Franceses, primo do Duque Soberano Ernesto II de Saxe-Coburgo-Gotha, do Rei Francisco II das Duas Sícilias, do Rei Leopoldo II dos Belgas, do Rei Dom Fernando II de Portugal e do Príncipe Alberto – Consorte da Rainha Vitória do Reino Unido da Grã-Bretanha. Dom Pedro Augusto era ainda sobrinho do Palatino da Hungria, o Arquiduque José Antonio da Áustria-Toscana, do Czar Fernando I da Bulgária, e, principalmente, da Herdeira do Trono brasileiro, a Princesa Dona Isabel. Depois do batizado do filho, o Duque de Saxe, acompanhado da família, rumou para a Europa. A primeira viagem internacional do pequeno Príncipe Pedro Augusto e da Princesa Dona Leopoldina serviu também como oportunidade para conhecer os familiares do além-mar, inclusive a Imperatriz Viúva Dona Amélia, que morava em Portugal e tinha como uma querida avó. A família só voltou ao Brasil em 1867, quando a Princesa estava gravida do seu segundo filho. Em 6 de dezembro daquele ano, nascia, em Petrópolis, Dom Augusto Leopoldo, o Príncipe Marinheiro. Depois da Guerra, a vida no Brasil se desenrolava de maneira tranquila. Com os cunhados e os sogros, além dos amigos que recebiam as terças-feiras no Palácio Leopoldina, os Duques de Saxe passavam os dias entre as cerimônias oficiais de Estado e os eventos da vida pessoal. Em 21 de maio de 1869, Dom Pedro Augusto ganhava mais um irmão – nascia, na Cidade Imperial, o Príncipe Dom José. Em agosto de 1869, o Duque de Saxe e a Princesa Dona Leopoldina desejaram retornar a Europa. A volta marcou a despedida da Princesa das terras brasileiras. Foi uma grande temporada, entre Paris, Viena, Graz, Ebenthal e tantas outras cidades onde o casal e os filhos eram

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muito bem recebidos. Apesar das dificuldades politicas da Europa de então, vivia-se feliz com as distrações domésticas e sociais. As crianças prendiam a atenção da família, crescendo, desenvolvendo-se e aprendendo. Dia-a-dia manifestavam progressos que eram compartilhados com os tios e os avôs no Brasil. O pequeno Dom Pedro Augusto recebia também os cuidados do preceptor Gustave Braun, que se encarregou das primeiras noções comportamentais do pequeno Príncipe. Em 1870, nascia no bucólico Castelo de Ebenthal, na Caríntia, o quarto filho dos Duques de Saxe, o Príncipe Luís. Uma criança esperada, bela e saudável, que foi batizada pelo Conde d’Eu e pela Princesa Dona Isabel do Brasil, que mais tarde viria a se casar com a Princesa Matilde da Baviera, filha do Rei Luís III e tia da Princesa Dona Maria (1914-2012), de jure Imperatriz do Brasil. Apesar de toda a comodidade e fausto, a precariedade do sistema sanitário abalava os grandes centros de todo o mundo. Viena, onde os Duques de Saxe residiam parte do tempo em que estavam na Europa, era uma metrópole cultural muito famosa, berço de Schubert e dos Strauss, era também reconhecida pelas artes dos mestres da Academia, além da bela arquitetura, como demonstra a Catedral de Santo Estevão e o Palácio de Schönbrunn. A Cidade dos Músicos, como sempre foi conhecida a capital austríaca, atraia gente de todas as partes do mundo e, com este fluxo, também emergiam as doenças. Com estas mazelas, as populações eram dizimadas por febres, infecções e outros vírus, que sem tratamento adequado e os parcos recursos da época, tornavam-se letais. Bom exemplo foi a febre tifoide, uma moléstia infectocontagiosa, extremamente perigosa, que debilitava as vítimas em pouco tempo. Não foi diferente quando a Princesa Dona

Leopoldina contraiu a doença. O mesmo mal que acabou por levar o compositor austríaco Franz Peter Schubert, em 1828, e depois o tio do marido de Dona Leopoldina, o Príncipe Alberto – Consorte da Rainha Vitória da Grã-Bretanha, em 1861, acabou por levar a Princesa. Aos 24 anos de idade, casada há 6 e com quatro filhos na tenra idade, depois de muito sofrer as agonias da doença, faleceu no Palácio de Coburgo, em 7 de fevereiro de 1871. A Família Ducal de Saxe se encerrou num grande luto, assim como a Corte de Viena e os Imperadores, que decretaram luto de 17 dias. O Núncio Apostólico em Viena, que viria a ser mais tarde Cardeal da Santa Igreja, Monsenhor Mariano Falcinelli Antoniacci, foi o encarregado dos ofícios fúnebres da Princesa, que muito bem conhecia por ter estado no Brasil como Inter Núncio entre os anos de 1858 e 1863. Às cerimônias comparecerem membros de diversas Casas Reais e, sobretudo, a irmã e o cunhado da falecida, a Princesa Dona Isabel e o Conde d’Eu, que haviam viajado à Europa e chegaram a tempo de presenciar os últimos momentos de Dona Leopoldina. Foi enterrada na Cripta da Igreja de Santo Agostinho, em Coburgo. É fácil imaginar o quão conturbado foi este período na vida da Família Imperial. O Duque de Saxe padeceu de grande tristeza e nunca mais casou. Na época, o pequeno Dom Pedro Augusto contava com 4 anos, Dom Augusto Leopoldo com 3, Dom José com 1 e Dom Luís com apenas 6 meses de idade. A tristeza abateu os amigos e a família. Dom Pedro Augusto nunca conseguiu refazer-se de tão grande consternação. A partir de então, as perdas passaram a ser uma constante na vida deste Príncipe, que com resiliência e fé continuou a viver. Os Imperadores do Brasil, também muito abalados com a morte da filha, viajaram também para Coburgo para

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visitar seu túmulo, onde foram recebidos pelo Príncipe Alfredo – Duque de Edimburgo e futuro Duque Soberano de Saxe, pelo genro viúvo – o Príncipe Luís Augusto, pelos netos - Dom Pedro Augusto e Dom Augusto Leopoldo, e pela Duquesa Alexandrina de Baden, casada com Ernesto II, então Duque Soberano de Saxe. O consenso familiar resolveu por levar a cabo as disposições da convenção matrimonial, que citava nos artigos 3º e 4º as obrigações do Duque de Saxe enquanto a sucessão da Princesa Dona Isabel não estivesse bem firmada. Decidiu-se, portanto, que o primogênito e o secundogênito viessem a morar com os avôs no Brasil. De fato, a Princesa Dona Isabel não havia conseguido engravidar e a situação colocava o Príncipe Dom Pedro Augusto como seu possível sucessor. Mas, depois dar a luz, em 1874, a uma menina natimorta, a Princesa Dona Isabel trouxe ao mundo o Príncipe Dom Pedro de Alcântara em 1875, tendo em seguida os Príncipes Dom Luís, em 1878, e Dom Antonio em 1881. Em 30 de março de 1873, o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina, acompanhados dos netos Dom Pedro Augusto e Dom Augusto Leopoldo, além do genro – o Duque de Saxe, desembarcaram no Rio de Janeiro. Era o início de uma nova vida para os pequenos órfãos. Muito inteligente, Dom Pedro Augusto, já aos 9 anos, pôde aproveitar, sem nenhum privilégio, dos benefícios implantados por seu avô, o Imperador do Brasil. Foi matriculado no Colégio Pedro II, grande referencial da educação no Brasil e de lá saiu, em 1881, bacharel em Ciências e Letras. Seguiu seus estudos na Escola Polytechnica do Rio de Janeiro, fundada em 1792, como a primeira instituição de ensino superior do país e que serviu

de celeiro de professores para as demais faculdades que surgiriam. Foi lá que Dom Pedro Augusto se graduou como Engenheiro Civil em 1º de abril 1887. Enquanto o irmão – Dom Augusto Leopoldo, aproximava-se da Marinha de Guerra, para fazer carreira como o avô – o Príncipe Luís, e o próprio pai, Dom Pedro Augusto preferiu seguir o outro avô – Dom Pedro II. O Imperador, dedicado a educação dos netos, transferiu a eles o gosto pelos estudos, pelas ciências e pelas artes. Dom Pedro Augusto em quase tudo parecia com este avô Imperador. Eram sempre vistos juntos, compartilhando livros, histórias e impressões. Depois de formar-se Engenheiro, Dom Pedro Augusto passou a residir no palacete de seus pais, na Rua Duque de Saxe (atual Rua General Canabarro), em companhia do irmão Dom Augusto Leopoldo. Este, por sua entrada na Escola Naval e o serviço como Oficial da Armada Imperial, pouco permaneceu na residência. O Palacete Leopoldina, como passou a ser conhecida a antiga casa de José Bessa, foi adquirido pelos Duques de Saxe, logo depois do casamento. Era uma agradável vivenda que contava com um grande terreno, acrescido de um lago e um belo jardim. A casa principal era um imenso pavilhão e contava com muitos cômodos. O terreno contava ainda com duas casas sobressalentes que foram ocupadas pelo pessoal de serviço dos Príncipes. Assim que foi adquirida, os Duques de Saxe empreenderam uma considerável reforma no casarão. Tapeçarias, louças, baixelas e objetos de arte vieram da Europa, tendo pagado, os ilustres moradores, tanto pelo translado comercial, quanto pelas altas tarifas alfandegárias. Os belos móveis foram executados, principalmente, por mestres brasileiros. Quando Dom Pedro Augusto foi morar no Palácio, teve que empreender muitas melhorias, pois, apesar do devotamento do abegão Guilherme Wagner, o prédio não era habitado há

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mais de 15 anos. O Príncipe adquiriu obras de renomados pintores brasileiros, incorporou aos jardins várias espécies da flora nacional e revitalizou a antiga propriedade. Numismata, filatelista e mineralogista, Dom Pedro Augusto reuniu no Palácio grandes coleções que eram admiradas pelos estudiosos, chegando a publicar trabalhos de pesquisa e ensaios profissionais, tidos hoje como livros raros. Patriótico e atento às questões nacionais, fez de sua casa um centro cultural informal, onde se discutia a literatura, as artes, as ciências, a economia e, claro, a política, reunindo gente da cepa de Alfredo d'Escragnolle Taunay - Visconde de Taunay, Joaquim José de França Júnior, José Antunes Rodrigues de Oliveira Catramby, José Joaquim de Maia Monteiro - Barão de Estrela, e muitos outros. Com as reformas na casa, Dom Pedro Augusto, assim como os tios – a Princesa Dona Isabel e o Conde d’Eu, recebia a todos, e tanto a população, quanto as grandes personalidades da época foram acolhidos no palacete. Aos 23 anos, Dom Pedro Augusto foi recebido como sócio no prestigiado Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e, como muito bem notou o Conde de Afonso Celso, “tinha já real merecimento”. O Instituto era motivo de grandes alegrias ao Imperador, que o colocou sob sua “imediata proteção”, participando ativamente das sessões e colóquios ali realizados. Também como o avô, o Imperador Dom Pedro II, Dom Pedro Augusto fazia parte dos quadros do prestigioso Institut de France. Muito distinto, o Príncipe possuía também a Grã-Cruz das Imperiais Ordens do Cruzeiro, de Pedro Primeiro, da Rosa, sendo também agraciado, no mesmo grau, com dignidades estrangeiras, como a Ordem da Torre e Espada de Portugal, de Leopoldo da Bélgica, Ernestina da Saxônia - da Casa Ducal de Saxe, da

legião de Honra da França e a de Santo Alexandre da Bulgária. Grande incentivador da cultura brasileira, Dom Pedro Augusto defendeu a criação de um Museu de Arte Retrospectiva, para abrigar objetos e documentos da História do Brasil. Sob sua presidência, instalou-se a Sociedade Comemorativa da Independência, que preconizava em seu estatuto, além da criação do museu, a instituição de medalhas comemorativas ao 7 de Setembro, como forma de premiação aos melhores trabalhos científicos sobre temas de interesse nacional. Entre 1887 e 1888, durante a terceira viagem do Imperador a Europa, o Príncipe Dom Pedro Augusto foi destacado para participar da comitiva de Dom Pedro II. Era uma viagem para recuperação do Monarca, que padecia de doenças severas que quase o levaram a morte. A comitiva passou por vários países, alcançando principalmente a França, a Itália e a Áustria. Dom Pedro Augusto, que pode rever o pai, os avôs Saxe, os tios e os primos no Velho Continente - com os quais trocava intensa correspondência – lá, dividia-se entre as visitas aos parentes e a assistência ao avô acamado. As anotações da época dão conta que comentava com a avó paterna, a Princesa Clementina, sobre a situação do Brasil e da Europa, mas principalmente sobre o Imperador. Com sua outra avó, a Imperatriz do Brasil, e com o Conde de Motta Maia, médico pessoal de Dom Pedro II, discutia alternativas para a cura do ilustre doente. Mas, depois de grandes eventos no Brasil, incluindo-se a Abolição da Escravatura, o Imperador Dom Pedro II, pela considerável melhora, resolveu retornar ao Brasil com sua comitiva. O escritor Heitor Lyra, na página 64 da obra “História de Dom Pedro II (1825–1891): Declínio (1880–1891)”, de 1977, refere que o "país inteiro o recebeu com um entusiasmo jamais visto.

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Da capital, das províncias, de todos os lugares, chegaram provas de afeição e veneração”. Era muita alegria na Corte naquele dia 22 de agosto de 1888, pois depois da grande apreensão com relação à saúde do Soberano, enfim ele retornava com vigor à sua pátria. Mas, a despeito de toda a alegria, chegava ao Rio, pouco depois do Imperador e de sua comitiva, o comunicado da morte do Príncipe José, ocorrida em 13 de agosto, na Áustria. Triste notícia que mais uma vez abalava a todos, sobremaneira seu irmão, o Príncipe Dom Pedro Augusto. Aos 19 anos desaparecia o jovem Príncipe José, que após contrair uma grave pneumonia, adquirida na Escola Militar de Wiener-Neustadt, acabou por não resistir. Era mais um duro golpe ao Príncipe Dom Augusto Leopoldo, sempre marcado pelas tragédias. Infortúnios que para ele significavam muito, pois tinha, conforme atestam as cartas e diários, um apurado senso de família, amor fraternal e, sobretudo, a carência - da falta de sua mãe, da distância do pai. Foram meses de luto, com poucos eventos sociais e quase nenhuma alegria, finalizados para que pudesse transcorrer, mais a frente e com relativa lentidão, a amargura do exílio, vinda com golpe republicano. Mesmo abalado, o Príncipe Dom Pedro Augusto quis oferecer um memorável jantar aos Oficiais do couraçado “Almirante Cochrane”, do Chile, em 5 de novembro de 1889. O evento, onde compareceram as maiores autoridades civis, militares e religiosas da capital do Império, tinha o fim exclusivo de agradecer aos chilenos a calorosa recepção que o presidente daquele país proporcionou a Dom Augusto Leopoldo, quando este esteve a serviço em Santiago, navegando no “Almirante Barroso”. Este jantar ocorreu apenas dez dias antes da proclamação da república. Em 15 de novembro de 1889, a pequena revolução alavancada pelos positivistas e endossada por um pequeno grupo de militares, acabou com a monarquia no Brasil.

Factualmente, os idealistas do positivismo objetivavam a queda da monarquia e, como massa de manobra, utilizaram os militares, que por desentendimentos com o novo Presidente do Conselho de Ministros, pretendiam derrubar apenas o Ministério e não o Império. Uma fatalidade. Essa situação também foi fatal para o Príncipe Dom Pedro Augusto. Era desde pequeno mencionado por pasquins e pelo povo como o neto predileto do Imperador e onde quer que fosse, sua inteligência e porte elegante atraiam a atenção. Era querido por todos. Reunia todas as características de um príncipe de sangue. Por todos os seus dotes, a impressa – já à época sensacionalista e impiedosa, costumava apontá-lo como futuro Imperador, o que de fato, não poderia ocorrer, tendo em vista que a sucessão da Princesa Dona Isabel estava assegurada. Com estas mesmas ideias, foi também insuflado por falsos amigos... Dom Pedro Augusto, pelas perdas tão frequentes e significativas, já na viagem que levaria a Família Imperial para o exílio, acabou por dar sinais de enfraquecimento mental, o que só fez piorar com o falecimento de quase todos os seus entes queridos: a avó – a Imperatriz Dona Teresa Cristina, falecida em 1889; o avô – Dom Pedro II, em 1891; a outra avó – a Princesa Clementina e, sem seguida, o pai, em 1907; o querido irmão – Dom Augusto Leopoldo, em 1922, e os primos Dom Antonio e Dom Luís de Orleans e Bragança e os tios – o Conde d’Eu e a Princesa Dona Isabel, também falecidos nesta mesma época. Ainda naquele fatídico ano, com as resoluções internas da Casa Imperial do Brasil, na condição de Família não reinante, Dom Pedro Augusto passou a ser o Chefe do Ramo Dinástico de Saxe-Coburgo e Bragança. Vivendo principalmente no Palácio de Coburgo, não reagindo a tratamentos ministrados pelos melhores médicos e cientistas

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de então, incluindo-se aí o famoso Dr. Sigmund Freud, o Príncipe teve de ser internado numa casa de saúde em Tülln an der Donau, permanecendo lá até o fim de sua vida. Com a queda da monarquia no Brasil e a extinção dos Ducados Ernestinos, sem nenhuma pensão, Dom Pedro Augusto, assim com todos os exilados, passou por dificuldades financeiras e seus procuradores viram-se obrigados a executar, em 25 de abril de 1900, um grande leilão de sua biblioteca. Verdadeiro tesouro estava a venda em Viena, chegando a ser anunciado em jornais da Europa, como sendo o leilão da biblioteca pessoal do Imperador do Brasil. Em 7 de julho de 1934, Dom Pedro Augusto pode enfim descansar, partindo para a vida eterna. Seu corpo foi depositado, junto as sepulturas de seus pais e irmãos na Cripta da Igreja de Santo Agostinho, em Coburgo. Na lápide de seu túmulo, pode-se ler a inscrição latina PETRUS AB ALCANTARA AUGUSTUS LUDOVICUS MARIA MICHAEL GABRIEL RAPHAEL GONZAGA SAXONIAE COBURGU ET GOTHAE PRINCEPS; SAXONIA DUX NAT, IN CIVITATE FLUMINENSI DIE XIX MARTII MDCCCLXVI JUVENIS PRAECLARIS PRAEDITUS DOTIBUS PRAESERTIM ACUMINE INGENII, PETRI BRASILIAE IMPERATORI NETOS PRAEDILECTUS. IN LAMENTABILI IMPERII OCCASU GRAVI CORREPTUS INFIRMITATE. OBIT PIE IN DOMINO VINDOBONAE DIE VI JULII A.D. MCMXXXIV R.I.P. Com sua morte, sucedendo-o na Chefia deste Ramo Dinástico, o Príncipe Dom Augusto Leopoldo e posteriormente sua filha, a Princesa Dona Teresa Cristina e, atualmente, o filho desta, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança. eixando uma brilhante história a ser lembrada, a biografia de Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança ainda não foi apresentada por completo. Algumas inserções sérias e isentas sobre a vida e obra do Príncipe foram feitas por Clado Ribeiro de Lessa e Carlos Wehrs nas Revistas do Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro, mas é seu sobrinho-neto, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, legitimo representante das tradições deste ramo da Família Imperial, que conta através de suas palestras, ensaios e livros, algumas interessantes notas sobre seu tio-avô. Dom Pedro Augusto, por seu patriotismo e abnegação, bem merece uma biografia fora da ficção e do romance, que atente para a realidade dos fatos. Maior justiça ainda seria feita com a transladação de seus restos mortais, assim como o de seus pais e irmãos, para o Brasil, a serem depositados em um mausoléu ou panteão à altura daqueles que tanto fizeram por sua pátria e jamais poderão ser relegados ao esquecimento. __________________ Referências bibliográficas: Lessa, Clado Ribeiro de. O Segundo Ramo da Casa Imperial e a nossa Marinha de Guerra, in Revista do Instituto Histórico e Geografico Brasileiro, vol. 211, 1951. Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. A Princesa Leopoldina, in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 243, 1959. Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. As Visitas de Dom Pedro II a Coburgo, in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 272, 1966. Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. Príncipe Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança e o "Leilão em Viena", in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 422, 2004. Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. Palácio Leopoldina, in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 438, 2008. Figueiredo Junior, Afonso Celso de Assis. Palavras do Conde de Affonso Celso sobre o falecimento do sócio honorário Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo, in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 169, 1934. Patrimônio do Príncipe Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança, Typografia do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1891. Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. A Intriga: Retrospecto de Intricados Acontecimentos Históricos e Suas Consequências no Brasil Imperial. Editora Senac. São Paulo, 2012. Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. Dom Pedro II na Alemanha: uma amizade tradicional. Editora Senac. São Paulo, 2014.

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JULHO Adenauer Oliveira 13 Montréal Canada - TO Adenilson Silva 4 Bezerros - PE Adriane Kuchkarian 24 São Paulo - SP Alessandro José Padin Ferreira 1 Praia Grande - SP Alexandre Maurano 4 São Paulo - SP Alvaro Queiroz 17 Manaus - AM Andre Luiz Santa Rosa de Oliveira 19 Niterói - RJ Carlos Eduardo Ruiz Martins 30 Bauru - SP Celso Pereira 20 Lorena - SP Daniel Assis de Alcântara 23 Itu - SP Davi Freitas 28 Quixadá - CE Delmo Junior Cortez Lage 31 Rio de Laneiro - RJ Diego Zoccola Amori 19 Caçapava - SP Domingos Antonio Monteiro 4 Bom Jardim de Goiás - GO Dorival Bueno Jr. 30 Balneário Camburíu SC Felipe Pires Ferreira 28 Cajazeiras - PB Francisco Antônio Soares de Sousa 7 São José dos Campos - SP Henrique Hamester Pause 24 Cruz Alta - RS Ivanês Lopes 31 Natal - RN Jean Tamazato 11 São José dos Campos - SP Jomar Assan Benck Kunnapp 29 Juiz de Fora - MG José Ventura 24 Campina Grande - PB Jounalist M.F. Machado 17 Niagara Falls-Ontario - Canadá Júlio Cesar dos Santos Oliveira 12 Brasília - DF Leonardo Luz 30 Carapicuíba - SP Leorne Menescal 9 Quixadá - CE Lucas Gabriel Ribeiro Wagne 7 Petrópolis - RJ Luciano Dias Rosa 22 São Vicente - SP Luiz dos Santos 22 São Paulo - SP Niels J. Petersen 26 Petropolis - RJ Pedro Paulo Ferreira do Nascimento 31 Lagoa Seca - PB Raimundo Nonato 12 Taubaté Reginaldo Pontes 3 João Pessoa - PB Renato Barbosa 26 Saovador - BA

ANIVERSÁRIOS Riolando Fransolino Júnior 4 Curitiba - PR Robson José Côgo 3 Serra - ES Ronaldo Alves Baralle 31 Foz do Iguaçu - PR Sebastião de Souza Figueiredo 23 São Paulo - SP Sérgio Henrique Monteiro Duarte 12 Belo Horizonte - MG Sostenes Ferreira Castro 12 São Jose de Ribamar - MA Terry Marcos de Oliveira Dourado 19 Jataí - GO Txiliá Credidio 13 Jaboatão dos Guararapes - PE Wanderly Nunes de Lima 1 Recife - PE AGOSTO Adenival Ferreira Dos Samtos 16 Ilheus - BA Adilson da Silva 19 Joinville - SC Albertove Manoel da Costa 10 Santo Antonio do Descoberto - GO Alexandre Amilton Vieira 22 Florianóplis - SC Almir Batista 4 philadelphia - 0 Ana Carla C. Soares 16 Fortaleza - CE Andréa Christina Silva Panaro Caldas 21 Santo Antônio de Pádua - RJ Dawdson Silva Correia 26 Ceilandia - DF Elisabeth Amélia Navarro 30 Santos - SP Erick dos Santos Schrega 19 Curitiba - PR Gabriel Mendonça Alves 11 Campinas - SP Genivaldo Ferreira de Macedo 5 Praia Grande - SP Gerhard Erich Boehme 5 Curitiba - PR Herotildes Maciel 11 São Josá do Rio Preto - SP Ignacio Rubens Paolillo 14 Poiso Alegre - MG João Marcos Alves Suzuki 9 Pirajuí - SP Jorge Anderson Ribeiro de Carvalho 31 Campos dos Goytacazes - RJ Josimar Lourenco Silva 7 Ji Paraná - RO Josmal dos Santos 31 Itajubá - MG Kalzely Barbosa dos Santos 27 Campo Grande - MS Leonardo Felipe Rossini 20 São José do Cedro - SC Lucas Alcantara 6 Embu das Artes - SP Manoel Do Carmo Da Silva Jr 16 Santana do Acaraú - CE

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Marcílio Medeiros Barbosa 1 FORTALEZA - CE Márcio Luís da Gama Cavalheiro 28 Curitiba - PR Maria Célia Serra Azul 2 São Paulo - SP Olavo Roberto de Arruda Campos 18 Londrina - PR Paulo Santos 1 Belgica Régis Augusto Rodrigues 1 São Paulo - SP Roselene Santos 28 Varzea Grande - MT Thiago Castelo Branco Coelho 6 Brasília - DF Wellington José Soares dos Santos Júnior 14 São Lourenço da Mata - PE Ydenir Prudenciano Machado 10 São Caetano do Sul - SP

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Os desiludidos da República

A proximidade das eleições permite uma breve reflexão sobre o processo de formação de uma cultura política democrática no Brasil. A República nasceu de um golpe militar. A participação popular nos acontecimentos de 15 de novembro de 1889 foi nula. O novo regime nasceu velho. Acabou interrompendo a possibilidade de um Terceiro Reinado reformista e modernizador, tendo à frente Isabel como rainha e chefe de Estado e com os amplos poderes concedidos pela Constituição de 1824. A nova ordem foi edificada para impedir o reformismo advogado por Joaquim Nabuco, Visconde de Taunay e André Rebouças, que incluía, inclusive, uma alteração no regime de propriedade da terra. Os republicanos da propaganda — aqueles que entre 1870, data do Manifesto, e 1889, divulgaram a ideia republicana em atos públicos, jornais, panfletos e livros — acabaram excluídos do novo regime. Júlio Ribeiro, Silva Jardim e Lopes Trovão, só para recordar alguns nomes, foram relegados a plano secundário,

Marco Antonio Villa Bacharel e Licenciado em História, Mestre em Sociologia e Doutor em História. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (1994-2013).

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considerados meros agitadores. O vazio no poder foi imediatamente preenchido por uma elite política que durante decênios excluiu a participação popular. As sucessões regulares dos presidentes durante a Primeira República (1889-1930) foram marcadas por eleições fraudulentas e pela violência contra aqueles que denunciavam a manipulação do voto. Os opositores — os desiludidos da República — passaram a questionar o regime. Se apontavam corretamente as falácias do sistema eleitoral, indicavam como meio de superação, como disse um deles, desses “governichos criminosos”, a violência, a tomada pelas armas do Estado. E mais: que qualquer reforma só poderia ter êxito através de um governo ultracentralizador, instrumento indispensável para combater os poderosos, os senhores do baraço e do cutelo, como escreveu Euclides da Cunha. Assim, o ideal mudancista tinha no seu interior um desprezo pela democracia. Acentuava a defesa de um novo regime para atender as demandas da maioria, mas com características autoritárias. Alguns até imaginavam que o autoritarismo seria um estágio indispensável para chegar à democracia. A Revolução de 30 construiu o moderno Estado brasileiro. Enfrentou vários desafios e deu um passo adiante no reformismo nacional. Porém, aprofundou as contradições. Se, de um lado, foram adotados o voto secreto, a Justiça Eleitoral, o voto feminino, conquistas importantes, manteve uma visão de mundo autoritária, como ficou patente desde 1935, com a repressão à rebelião comunista de novembro, e mais ainda após a implantação da ditadura do Estado

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Novo, dois anos depois. A vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial deu alguma esperança de, pela primeira vez, caminharmos para o nascimento de uma ordem democrática. A Constituição de 1946 sinalizou este momento. O crescimento econômico, a urbanização, o fabuloso deslocamento populacional do Nordeste para o Sul-Sudeste, a explosão cultural-artística — que vinha desde os anos 1930 — foram fatores importantes para o aprofundamento das ideias liberal-democráticas, mesmo com a permanência do autoritarismo sob novas vestes, como no ideário comunista, tão influente naquele período. O ano de 1964 foi o ponto culminante deste processo. A democracia foi golpeada à direita e à esquerda. Para uns era o instrumento da subversão, para outros um biombo utilizado pela burguesia para manter sua dominação de classe. Os que permaneceram na defesa do regime democrático ficaram isolados, excluídos deste perverso jogo autoritário. Um desses foi San Tiago Dantas. Paradoxalmente foi durante o regime militar — especialmente no período ditatorial, entre os anos 1968-1978 — que os valores democráticos ganharam enorme importância. A resistência ao arbítrio foi edificando um conjunto de valores essenciais para termos uma cultura política democrática. E foram estes que conduziram ao fim do regime e à eleição de Tancredo Neves, em janeiro de 1985. No último quartel de século, contudo, apesar das sucessivas

eleições, a cultura democrática pouco avançou, principalmente nos últimos 12 anos. As presidências petistas reforçaram o autoritarismo. A transformação da luta armada em ícone nacional é um bom (e triste) exemplo. Em vez de recordar a luta democrática contra o arbítrio, o governo optou pela santificação daqueles que desejavam substituir a ditadura militar por outra, a do “proletariado”. O processo eleitoral reforça este quadro de hostilidade à política. A mera realização das eleições — que é importante — não desperta grande interesse. Há um notório sentimento popular de cansaço, de enfado, de identificação do voto como um ato inútil, que nada muda. De que toda eleição é sempre igual, recheada de ataques pessoais e alianças absurdas. Da ausência de discussões programáticas. De promessas que são descumpridas nos primeiros dias de governo. De políticos sabidamente corruptos e que permanecem eternamente como candidatos — e muitos deles eleitos e reeleitos. Da transformação da eleição em comércio muito rendoso, onde não há política no sentido clássico. Além da insuportável propaganda televisiva, com os jingles, a falsa alegria dos eleitores e os candidatos dissertando sobre o que não sabem. O atual estágio da democracia brasileira desanimaria até o doutor Pangloss. A elite política permanece de costas para o país, ignorando as manifestações de insatisfação. E, como em um movimento circular, as ideias autoritárias estão de volta. Vai se formando mais uma geração de desiludidos com a República. Até quando?

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