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“Sejamos realistas, tentemos o impossível.”

É um fato que somos órfãos. Não temos um pai que tenha pensado em todos os seus filhos como semelhantes, e,tampouco, que nos tenha ensinado a amar nossos irmãos. No entanto, pode-se passar pelo Complexo de Édipo sem um paibiológico, embora ainda se necessite que uma pessoa ocupe tal posição, e, enquanto não a encontramos, viveremos aeterna busca por um Messias.

A classe média é criada para que sonhe com morar fora, uma vez que o país parece não ter o futuro (que um diadesejamos), o prestígio (da Europa), ou o dinheiro (dos Estados Unidos). Todavia, o que resta para quem fica? A classe quedepende da frágil educação pública e que quase não tem acesso à universidade a qual ajuda a manter com o pagamento dealtos impostos? Ela vira massa de manobra? Vítima da desgastada política de Pão e Circo? Deixando-a cada vez maissuscetível a acreditar naquele que varreria a corrupção, ou, ainda, num suposto “caçador de marajás”. Talvez a classe médianão acredite mais no seu país ao tentar morar longe e evitar mais desgosto; entretanto, nunca se pode deixar de acreditarno seu povo (aquele que ainda é humilhado e explorado constantemente).

As sufragistas não precisaram de um pai propriamente dito para que se reconhecessem e se unissem. Já os jovens de1968, foram contra muitos de seus progenitores por apenas serem realistas ao tentarem o impossível. Portanto, emborasejamos órfãos, podemos ser pais de nossos irmãos ao enxergá-los não como apenas um outro, mas sim um outro igual anós.

Manuel Bandeira dizia estar farto do lirismo funcionário público, aquele bem comportado. Já eu estou farta da falta delirismo e do excesso de fuga. Estou farta do “Complexo de vira-lata” e do “jeitinho – egoísta – brasileiro”. Eu quero mais nós.Entrelaçados, amarrados, rizomáticos. Lima Barreto dizia: “O Brasil não tem povo, tem público”, e Lacan disse que nãoprecisamos de um pai verdadeiro, mas de alguém que exerça tal função. Portanto, ainda que órfãos, explorados ehumilhados, sejamos pais de nós mesmos aos invés de esperarmos por um salvador. Sejamos nós, sejamos um povo, pormais impossível que pareça ser.

Significado de Cidadania

O que é Cidadania:

Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país, por partedos seus respectivos cidadãos (indivíduos que compõem determinada nação).A cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um conjunto deestatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente articulada.Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos contribuempara uma sociedade mais equilibrada e justa.

Qual a importância da cidadania?Teoricamente, a aplicação do conceito de cidadania é imprescindível para que haja uma melhor organização social. Exercera cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações, garantindo que estes sejam colocados em prática.Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadaniaé um dos objetivos da educação de um país.Direitos e deveresA cidadania é constituída pela junção de uma série de direitos e deveres, que variam de acordo com cada nação ou gruposocial. No entanto, a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, alguns tópicos passaram a ser consideradosuniversais para quase todos os seres humanos.

Entre alguns dos principais deveres e direitos dos cidadãos está:

Deveres do cidadãoVotar para escolher os governantes;Cumprir as leis;Educar e proteger seus semelhantes;Proteger a natureza;Proteger o patrimônio público e social do País.Direitos do cidadãoDireito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre outros;O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que disse e escreveu;Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação na sociedade;O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso;Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros;Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros;Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra, ficar ou sair do país, obedecendo a lei feita para isso.

Exemplos de cidadaniaPraticar a cidadania é usufruir dos direitos e deveres que, teoricamente, todos os cidadãos têm. Por exemplo, no Brasil éobrigatório o voto, mas em outros países esse ato é opcional. Porém, trata-se de um exemplo de cidadania exercer essedireito de escolher os representantes políticos através do processo de eleição.Outro exemplo de cidadania é o zelo que cada pessoa deve ter com os espaços de bem-comum, como praças, ruas e demaislocais de acesso público.

Origem da cidadaniaA concepção de cidadania teria surgido durante a Grécia Antiga, mas de um modo menos igualitário como é praticada hojeem dia.Naquela época eram considerados cidadãos apenas os homens livres que nasciam e viviam nas cidades. Estrangeiros emulheres, por exemplo, não tinham os direitos e deveres que o regime político "democrático" concedia.Aliás, etimologicamente a palavra cidadania se originou do latim civitas, que significa literalmente "cidade", pois estavadiretamente relacionada com as pessoas dos centros urbanos. Atualmente, no entanto, o conceito de cidadão extrapola oslimites das metrópoles.A partir do século XVIII, com influência dos ideais iluministas e do liberalismo econômico e político, o modo como acidadania passa a ser interpretada começa a se assemelhar ao modelo contemporâneo.

Dupla cidadaniaCidadania também é interpretado como a condição de uma pessoa como membro de um Estado-Nação. Em outras palavras,seria a definição do local onde o cidadão exerce os seus direitos e deveres.Para ter cidadania brasileira, a pessoa deve ter nascido em território brasileiro ou solicitar a sua naturalização, em caso deestrangeiros. No entanto, os cidadãos de outros países que desejam adquirir a cidadania brasileira devem obedecer todas asetapas requeridas para este processo.Assim, a cidadania brasileira, por exemplo, está relacionada com o indivíduo que está ligado aos direitos e deveres que estãodefinidos na Constituição do Brasil. Porém, alguém que nasce no Brasil pode adquirir cidadanias de outros países (duplacidadania), desde que siga um conjunto de condições impostas pelas respectivas nações.

Cidadania no BrasilA Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas (deputados e senadores), consolidou a democracia, após longos anos da ditadura militar no Brasil.Ou seja, a plena democracia é relativamente recente no Brasil, assim como a cidadania, em comparação aos outros países.

Construção da identidade brasileiraA construção da identidade brasileira constituiu-se como um processo histórico, cultural e político desde a Independência, em 1822.

A identidade brasileira foi decorrente de um processo de construção histórica, como em diversos outros países. Apesar de terse iniciado após a Independência, em 1822, o processo de constituição da identidade nacional ganhou um impulso maior apósa década de 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder. A partir disso, pôde-se perceber que a construção da identidade,para além de um processo cultural, era também um processo político.Os esforços para se constituir a identidade brasileira, que também é chamada de brasilidade, estão ligados à necessidade deuma coesão social que acompanhe a existência de um Estado que administra todo o território nacional. Dessa forma, amanutenção de uma máquina administrativa comum a todo o território nacional foi um primeiro passo na construção daidentidade.Contribuiu ainda para a existência da identidade nacional o fato de a língua portuguesa ser comum a todo o território, apesarde suas particularidades regionais. A língua seria então um elemento no conjunto de elementos culturais comuns que sãoconstitutivos da cultura nacional.Porém, durante o Primeiro Reinado e o Período Regencial, não houve grandes avanços na construção da identidade nacional, anão ser a formação de forças repressivas militares para garantir a ordem latifundiária e escravocrata em todo o territórionacional. Os conflitos separatistas provinciais das décadas de 1830 e 1840 eram um obstáculo à integralidade territorial etambém à coesão social do país recém-independente.A forma com que esses conflitos foram reprimidos permite perceber que a violência repressiva do Estado contra conflitossociais que pretendiam alterar a ordem vigente passou também a ser constitutiva da identidade nacional. A cultura daviolência estatal permeou desde o início a formação da identidade nacional.Ainda durante a Regência houve outros esforços nesse processo de construção identitária. A criação do Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro em 1838 foi o primeiro passo na tentativa estatal de refletir sobre temas que estariam relacionados ànação brasileira.Anos depois, no âmbito da Literatura, o surgimento do Romantismo buscou também contribuir com a construção dessaidentidade. As obras de José de Alencar foram um exemplo de aliar a imagem da nação brasileira às suas belezas naturais,como também a mitificação do indígena como componente principal da nação brasileira. Esse trabalho literário e culturalbuscava criar uma interpretação genuinamente brasileira, afastada das influências estrangeiras.Apesar dessas tentativas de unificação de elementos culturais do que seria a brasilidade, a grande extensão do territórionacional e suas diferentes formas de ocupação resultaram em uma diversidade de manifestações culturais regionais. AProclamação da República e o federalismo instituído na administração do Estado espelharam um fortalecimento demovimentos culturais regionais, principalmente os ligados à decadente aristocracia das regiões não afetadas pelo crescimentoeconômico de início do século XX. Um exemplo foi o Manifesto Regionalista de Gilberto Freyre, publicado em 1926.Porém, ao mesmo tempo, houve esforços para a criação de símbolos culturais nacionais, como a mitificação da figura deTiradentes como um herói libertador do Brasil. O Movimento Modernista da década 1920 buscava também encontrar asraízes da sociedade brasileira, afirmando o nacionalismo como um estágio para se chegar ao universal. Para alcançar essapretensão, Mário de Andrade realizou uma extensa viagem pelo Brasil, pesquisando, compilando e estudando os elementosque faziam parte da cultura brasileira.Um esforço nacional estatal para a difusão de uma cultura brasileira comum iria se fortalecer após a Revolução de 1930. Achegada de Getúlio Vargas ao poder representou um novo momento de centralização política, auxiliado pela criação deinstituições que pretendiam uniformizar práticas administrativas, como o Ministério do Trabalho e a política de oferecimentode uma educação básica comum. Neste último caso, a padronização dos currículos escolares buscava veicular um conteúdonacional via processo educativo institucional, levando ainda a uma erradicação dos traços culturais das minorias étnicas quenão eram aceitos como componentes identitários.

Vargas utilizou também os novos meios de comunicação, principalmente o rádio, para difundir essa cultura nacionaluniformizada. Passaram a ganhar contornos de representação cultural nacional o samba, o futebol e pratos culinários. Noexterior, existiu também uma tentativa de criar uma imagem da cultura nacional, da qual Carmem Miranda é a principalexpressão.Entre as décadas de 1940 e 1960, a construção da identidade nacional passou a ser realizada levando em consideração a lutacontra o que era considerado uma influência colonial, do que era vindo da Europa ou dos EUA. A partir da década de 1960,com a ditadura militar e sua centralização autoritária e repressiva, aliadas à difusão da televisão pelos domicílios, um novomomento de difusão de elementos culturais foi conhecido. As telenovelas passaram também a auxiliar na exposição depráticas sociais consideradas expoentes da brasilidade.Só que a partir desse período, a entrada cada vez maior do capital estrangeiro na economia e a apresentação de um ideal demodo de vida cada vez mais próximo do estadunidense influenciaram o processo contínuo de formação da identidadenacional, momento ainda vivenciado no século XXI.