aprenda fácil - português

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SUMÁRIO 1- Compreensão e Interpretação de Textos; Denotação e Conotação..............................................................07 2- Semântica I...............................................................12 3- Coesão, Incoesão e Desconexão..............................18 4- Estrutura e Organização do Texto...........................22 5- Ortografia..............................................................22 6- Hífen.........................................................................30 7- Divisão Silábica.......................................................34 8- Acentuação Gráfica................................................39 9- Morfologia.............................................................45 10- Classes de Palavras..................................................49 11- Artigo........................................................................56 12- Advérbio...................................................................58 13- Preposição.................................................................59 14- Conjunção.............................................................60 15- Palavras Denotativas...............................................66 16- Verbo.........................................................................68 17- Pronomes................................................................113 18- Sintaxe..................................................................... 131 19- Concordância Nominal............................................143 20- Crase.......................................................................164 21- Sintaxe da Oração................................................... 169 22- Sintaxe de Período..................................................186 23- Classificação das Orações........................................188 24- Colocação Pronominal............................................204 25- Pontuação............................................................215 26- Semântica II...........................................................238

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Page 1: Aprenda Fácil - Português

SUMÁRIO

1- Compreensão e Interpretação de Textos; Denotação

e Conotação..............................................................07

2- Semântica I...............................................................12

3- Coesão, Incoesão e Desconexão..............................18

4- Estrutura e Organização do Texto...........................22

5- Ortografia..............................................................22

6- Hífen.........................................................................30

7- Divisão Silábica.......................................................34

8- Acentuação Gráfica................................................39

9- Morfologia.............................................................45

10- Classes de Palavras..................................................49

11- Artigo........................................................................56

12- Advérbio...................................................................58

13- Preposição.................................................................59

14- Conjunção.............................................................60

15- Palavras Denotativas...............................................66

16- Verbo.........................................................................68

17- Pronomes................................................................113

18- Sintaxe.....................................................................131

19- Concordância Nominal............................................143

20- Crase.......................................................................164

21- Sintaxe da Oração...................................................169

22- Sintaxe de Período..................................................186

23- Classificação das Orações........................................188

24- Colocação Pronominal............................................204

25- Pontuação............................................................215

26- Semântica II...........................................................238

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Compreensão e Interpretação de Textos

As questões interpretativas têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, devemos compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitarmos de um bom léxico* internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazermos um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreendermos as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete, pois um texto é sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

* Léxico é o conjunto de vocábulos de um idioma; vocabulário; dicionário. “Ter um bom léxico internalizado” é possuirmos um bom vocabulário, é determos o conhecimento de um conjunto variado de palavras.

Denotação e Conotação

É baseado no conceito de signo linguístico (significante {expressão gráfica, palavra} + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (=muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra

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ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto

Basicamente, devemos dominar dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de respondermos às interpretações que os examinadores consideraram como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecermos a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não podemos dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalhamos com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para

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responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pelos examinadores por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixemos de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida. Leiamos a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

Comandos de Interpretação

Comandos de Intelecção (ou compreensão): “o narrador do texto diz que...”; “o texto informa que...”; “segundo o texto...”; “é correto ou errado dizer que...”.

Comandos de Interpretação (significa: dedução, inferência, ilação): os examinadores não querem saber o que está escrito, mas o que se pode concluir: “da leitura do texto, infere-se que...”; “o texto permite deduzir que...”; “da fala do articulista pode-se concluir que...”; “qual a intenção do narrador quando afirma que...”. Nem sempre no processo de interpretação textual as informações poderão ser levadas ao “pé da letra”, literalmente: há informações nas entrelinhas.

Dicas

Podemos, sem grandes dificuldades, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para atingir esse objetivo, devemos observar o seguinte:

01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;

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02. Ao encontrar palavras desconhecidas, não devemos interromper a leitura, prosseguimos, ininterruptamente;

03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes;

04. Ler com perspicácia, nas entrelinhas;

05. Voltar ao texto tantas quantas vezes for necessário;

06. Não permitir que prevaleçam nossas ideias, sobrepondo as do autor;

07. Dividir o texto em “partes” para facilitar a compreensão;

08. Centralizar cada questão no pedaço do texto correspondente;

09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;

10. Devemos tomar cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto etc.; essas são palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam o entendimento do que se perguntou e o que se pediu na questão;

11. Quando duas alternativas parecerem corretas, procuramos a mais exata ou a mais completa;

12. Quando o autor apenas sugerir ideias, devemos procurar um fundamento de lógica objetiva;

13. Devemos ter cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;

14. Não devemos procurar a verdade exata dentro da resposta, mas a que melhor se enquadre no sentido do texto;

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15. Às vezes a etimologia1 ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;

1 Etimologia: estudo da origem das palavras.

16. Devemos estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;

17. O autor defende ideias e devemos percebê-las;

18. Os adjuntos adverbiais* e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.

Ex.: Ele morreu de fome.

“de fome”: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").

Ex.: Ele morreu faminto.

“faminto”: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu;

* O Adjunto Adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.

Ex.: No Brasil, muitas crianças ainda morrem de fome.

Adjunto adverbial de lugar: No Brasil

Adjunto adverbial de tempo: ainda

Adjunto adverbial de causa: de fome

19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si;

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20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.

Semântica

A semântica (palavra derivada de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (escrito ou falado). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: cômico - engraçado / débil - fraco, frágil / distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: economizar - gastar / bem - mal / bom - ruim.

Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São (Presente do verbo ser) - São (santo). É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

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As palavras homônimas podem ser:

1. Homônimas Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto (1ª pessoa singular do presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente do indicativo do verbo consertar);

2. Homônimas Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo selar) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar (verbo);

3. Homônimas Homófonas Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo curar) - cura (substantivo) / verão (verbo ver) - verão (substantivo) / cedo (verbo ceder) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento – cumprimento / aura (atmosfera) - áurea (dourada) / conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos) / descriminar (desculpabilizar) - discriminar (diferenciar) / desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação) / despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado) / geminada (duplicada) - germinada (que germinou) / mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar) / percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros) / sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar) / veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

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Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

Hiperônimo e Hipônimo: hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais abrangente do que o do o hipônimo (vocabulário de sentido mais específico). É o que acontece com as palavras doença e gripe – doença é hiperônimo de gripe porque em seu significado contém o significado de gripe e o significado de mais uma série de palavras como dengue, malária, câncer. Então se conclui que gripe é hipônimo de doença. A relação existente entre hiperônimo e hipônimo é fundamental para a coesão textual. Ex.: Grupos de refugiados chegam diariamente do sertão castigado pela seca. São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas. Note que a palavra “pessoas” é um hiperônimo da palavra “refugiados”, uma vez que “pessoas” apresenta um significado mais abrangente que seu hipônimo “refugiados”.

Conotação e Denotação: a conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplo: Você tem um coração de pedra. Já a denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplo: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Monossemia: a monossemia (de monos = um; sema = sinal, marca) é a característica das palavras que têm um só significado. Isso dificilmente acontece, uma vez que o significado é passível de interpretações variadas. Em princípio, as palavras técnicas são monossêmicas: logaritmo, manganês, decassílabo... Num texto literário, porém, qualquer palavra pode ganhar outros significados. É o que acontece quando Caetano Veloso diz em sua música "O Querer":

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"Onde queres o ato eu sou o espírito

E onde queres ternura eu sou tesão

Onde queres o livre, decassílabo

E onde buscas o anjo sou mulher..."

Nesse contexto, decassílabo1 ganha como significado a ideia de tradicional, recatado, bem-comportado ou organizado, entre inúmeras outras possibilidades de interpretação.

1 Chama-se decassílabo o verso com dez sílabas poéticas.

Anfibologia ou Ambiguidade: é a duplicidade de sentido resultante de má disposição das palavras na frase, ou seja, é o defeito da frase que apresenta duplo sentido. Exemplos: Comprei meias para senhoras claras. / Visitei a casa de minha avó que dá os fundos dela para o mar. / Pedro visitou seu amigo, depois saiu com sua noiva. / "O pai encontrou o filho em seu quarto." (No quarto do pai ou do filho?) / "Como vai a cachorra da sua irmã?" (Que cachorra? a irmã ou a cadela criada pela irmã?) / "Este líder dirigiu bem sua nação"("sua"? a nação é da 2ª ou 3° pessoa (o líder)??).

Campo Semântico e Campo Lexical: por não estarem devidamente diferenciados ou definidos, os conceitos de campo semântico e campo lexical frequentemente são confundidos. Tanto o campo semântico quanto o campo lexical são utilizados pela linguística textual a fim de se chegar a um melhor e mais adequado uso das palavras na língua portuguesa. Para melhor entendimento, propomos alguns esclarecimentos e algumas conceituações:

1. Léxico é o conjunto de palavras pertencentes a determinada língua. Por exemplo, temos um léxico da língua portuguesa que é o conjunto de todas as palavras que são

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compreensíveis nessa língua. Quando essas palavras são materializadas em um texto, oral ou escrito, são chamadas de vocabulário. O conjunto de palavras utilizadas por um indivíduo, portanto, constituem o seu vocabulário. Nenhum falante consegue dominar todo o léxico da língua que fala, já que o mesmo é modificado constantemente através do surgimento de palavras novas e o desaparecimento - desuso - de outras. Além de possuir normalmente uma quantidade imensa de palavras, impossibilitando qualquer um de guarda-las todas em sua memória.

2. Campo Lexical, por sua vez é o conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento, e está dentro do léxico de alguma língua. São exemplos de campos lexicais:

- o da medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação, etc.

- o da escola: livros, disciplinas, biblioteca, material escolar, etc.

- o da informática: software, hardware, programas, sites, internet, etc.

- o do teatro: expressão, palco, figurino, maquiagem, atuação, etc.

- campo lexical dos sentimentos: amor, tristeza, ódio, carinho, saudade, etc.

- campo lexical das relações interpessoais: amigos, parentes, família, colegas de trabalho, etc.

LEMBRE-SE: Semântica é o estudo do significado, no caso das palavras a semântica estuda a significação das mesmas individualmente, aplicadas a um contexto e com influência de

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outras palavras. No caso do campo semântico, por sua vez, temos o conjunto de possibilidades que permitem o emprego de uma mesma palavra ou conceito em diversos contextos.

O conceito de campo semântico está ligado ao conceito de polissemia. Uma mesma palavra pode tomar vários significados, bem diferentes, em um mesmo texto, dependendo de como for empregada e de que palavras a acompanham para tornar claro o significado que ela assume naquela situação. Por exemplo:

- conhecer: ver, aprofundar-se, saber que existe, etc.

- bacia: utensílio de cozinha, parte do esqueleto humano, região de águas.

- brincadeira: divertimento, distração, passatempo, gozação, piada, etc.

- estado: situação, particípio de estar, divisão de um país, etc.

O campo semântico pode também ser o conjunto das maneiras como as palavras são utilizadas para expressar um mesmo conceito. Exemplos:

- Campo semântico em torno do conceito de morte: bater as botas, falecer, ir dessa para a melhor, passar para um plano superior, falecer, apagar, etc.

- Campo semântico em torno do conceito de enganar: trapacear, engabelar, fazer de bobo, vacilar, etc.

Reforçando o aprendizado:

Sema = unidade de significado

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Monossemia ou unissignificação = apenas um significado no texto

Polissemia ou plurissignificação = múltiplos significados no texto

Ambiguidade ou anfibologia = duplo sentido

Denotação = sentido objetivo, literal

Conotação = sentido figurado

Campo semântico = área de abrangência: chuteira, drible... pertencem ao campo semântico do futebol; melodia, oboé... pertencem ao campo semântico da música.

Sinonímia = significados convergentes, semelhantes: vermelho e encarnado, brilho e luminosidade...

Antonímia = sentidos opostos: claro e escuro, branco e negro...

Homonímia = iguais na escrita ou no som, mas com sentidos diferentes: cassa e caça, cardeal (pássaro) e cardeal (religioso)...

Paronímia = palavras parecidas: eminência e iminência, vultoso e vultuoso...

Coesão, Incoesão e Desconexão

Coesão e conectores = inter-relação bem construída entre partes do texto, feita por meio de conectores ou elementos coesivos.

Coesão gramatical ou coesão referencial endofórica* = os componentes do texto se inter-relacionam, referem-se uns aos outros:

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* Referência endofórica: quando o referido está dentro do próprio texto.

a) Nominalização = o substantivo retoma ideia de verbo anteriormente expresso: Armando se casou (verbo) no final de 2006. O casamento (substantivo), entretanto, não durou muito.

b) Pronominalização = pronome retomando ou antecipando substantivo, é a troca de um substantivo por um pronome afim de evitar repetição: A Seleção Brasileira foi bem, no jogo de ontem, no Estádio do Arruda. Lá, a torcida sempre apoia o time brasileiro.

c) Repetição vocabular = repetição de palavra. A repetição vocabular deve ser evitada ao máximo. Entretanto, algumas vezes repetir uma palavra é inevitável para garantir a coesão textual, principalmente se ela representar a ideia principal do período: A fome vem se agravando nos países pobres. São vários os motivos desse problema, por isso a fome tem sido uma preocupação constante dos governantes mundiais.

d) Sintetização (Aposto Resumitivo) = uso de expressão sintetizadora. Ex.: tudo: O olhar, os cabelos, a beleza da mulher, tudo encantava Hagar.

e) Uso de numerais = primeira, segundo...;

f) Uso de advérbios: classe de palavras invariáveis que expressam circunstâncias. Os advérbios se ligam a verbos, adjetivos ou outros advérbios. Ex.: O aluno estudou muito. (advérbio muito ligado ao verbo estudou); Os salgadinhos estavam bastante frios. (advérbio bastante ligado ao adjetivo frios); Ela

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parecia meio brava hoje. (advérbio meio ligado ao adjetivo brava);

g) Elipse = omissão de termo facilmente identificável. A Elipse é a omissão de um termo ou de uma oração inteira, sendo que essa omissão geralmente fica subentendida pelo contexto. Exemplo: Como estávamos com pressa, preferi não entrar. Nessa frase, houve a omissão dos pronomes nós e eu, sujeitos, respectivamente, de “estávamos” e “preferi”. Essa omissão não dificulta a compreensão da frase, já que os verbos flexionados indicam as pessoas a que se referem. Veja outros exemplos: Sobre a mesa, apenas um copo d' água e uma maçã. Neste exemplo, há a omissão do verbo haver. Completa, a oração ficaria: "Sobre a mesa, havia apenas um copo d' água e uma maçã". A elipse do verbo em nada altera o conteúdo da oração, que se torna por sua vez mais sintética e econômica.

h) Sinonímia = sentidos semelhantes;

i) Hiperonímia = o sentido de uma palavra abrange o sentido de outra palavra. Ex: roupa é hiperônimo de calça;

j) Hiponímia = palavra cujo sentido está incluído no sentido de outra palavra. Ex: pipa é hipônimo de brinquedo;

k) Anáfora = elemento que retoma algo já dito; é a figura sintática que consiste na repetição da mesma palavra ou construção no início de várias orações, períodos ou versos. Observe: “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só."

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(Rocha Lima); “Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; E dor que desatina sem doer. “ (Camões); “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere.”; "Secretária de Educação escreve pichação com "x". Ela justifica a gafe pela pressa". Observe que o pronome "Ela" retoma uma expressão já citada anteriormente - Secretária de Educação -, portanto trata-se de uma retomada por anáfora. Dica: vale lembrar que a expressão retomada (no exemplo acima representada pela porção Secretária de Educação) pode ser chamada, também, como “referente ideológico”.

l) Catáfora = elemento que antecipa outro que será dito; pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do texto. Observe: Só queremos isto: a aprovação! No exemplo, o pronome "isto" só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de catáfora. Vejamos outros: Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você. (catáfora ou remissão catafórica); Não viu seu amigo na festa. (catáfora ou remissão catafórica); "A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome". (anáfora ou remissão anafórica); Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros no carro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica); A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também se faz por numerais, advérbios e artigos. Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce

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para outro time; aquele o faz. Explicação: O termo “isso” retoma o predicado “são fanáticos torcedores de futebol”; “este” recupera a palavra “Pedro”; “aquele”, recupera o termo “André”; “o faz”, recupera o predicado “briga com quem torce para o outro time” – portanto, são anafóricos. A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos. Explicação: O pronome possessivo “seu” e o pronome pessoal reto “ele” antecipam a expressão “o professor” – portanto, são catafóricos.

Estrutura e Organização do Texto

Tema = ideia central do texto > Subtema = ideias secundárias

Ideia = pensamento que o texto expõe ou defende > Argumento = linha de pensamento que dá suporte a ideia;

Fato = feito, acontecimento, ação > Causa = gerador do fato > Consequência = gerado pelo fato.

Ortografia

O Alfabeto tem 26 letras: a b c d e f g h i j k l m n o p q s t u v w x y z

As letras k w e y servem especialmente para escrever símbolos, palavras e nomes estrangeiros.

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A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua. As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o mesmo som (paço, palácio ou passo - movimento durante o andar). Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes regras:

O fonema “S”:

Escreve-se com “S” (e não com C/Ç):

- Escreve-se com “S” as palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent.

Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir - consensual

Escreve-se com “SS” (e não com C e Ç):

- Escreve-se com “SS” os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou meter.

Exemplos: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão

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- Escreve-se com “SS” quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”.

Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir

- Escreve-se com “SS” no pretérito imperfeito simples do subjuntivo.

Exemplos: ficasse, falasse

Escreve-se com “C” ou “Ç” (e não com S e SS):

- Escreve-se com “C” ou “Ç” os vocábulos de origem árabe:

Exemplos: cetim, açucena, açúcar

- Escreve-se com “C” ou “Ç” os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica.

Exemplos: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique

- Escreve-se com “C” ou “Ç” os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu.

Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço

- Escreve-se com “C” ou “Ç” os nomes derivados do verbo ter.

Exemplos: abster – abstenção / deter – detenção / ater – atenção / reter – retenção

- Escreve-se com “C” ou “Ç” após ditongos*.

Exemplos: foice, coice, traição

* Ditongo: é o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da

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semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca. Cai-xa: ditongo decrescente oral. Cin-quen-ta: ditongo crescente nasal, com a ocorrência do ressôo nasal. Vogal: são as cinco já conhecidas - a, e, i, o, u - quando funcionam como base de uma sílaba. Em cada sílaba há apenas uma vogal. NUNCA HAVERÁ MAIS DO QUE UMA VOGAL EM UMA MESMA SÍLABA. Semivogal: são as letras e, i, o e u quando formarem sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e as letras m e n, nos grupos AM, EM e EM (essas, em final de palavra - somente em final de palavra). Quando a semivogal possuir som de “i”, será representada foneticamente pela letra Y; com som de “u”, pela letra W.

- Escreve-se com “C” ou “Ç” as palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r).

Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção

O fonema “Z”:

Escreve-se com “S” (e não com Z):

- Escreve-se com “S” os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos* e títulos nobiliárquicos.

Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.

* Adjetivo gentílico ou pátrio: indica lugar de origem ou nacionalidade. Exemplos: espanhol, paulista.

- Escreve-se com “S” os sufixos gregos: ase, esse, ise e ose.

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Exemplos: catequese, metamorfose.

- Escreve-se com “S” as formas verbais pôr e querer.

Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste.

- Escreve-se com “S” os nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”.

Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir - difusão

- Escreve-se com “S” os diminutivos cujos radicais terminam com “s”.

Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho

- Escreve-se com “S” após ditongos.

Exemplos: coisa, pausa, pouso

- Escreve-se com “S” verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”.

Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar

Escreve-se com “Z” (e não com S):

- Escreve-se com “Z” os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo.

Exemplos: macio – maciez / rico – riqueza

- Escreve-se com “Z” os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem não termine com “s”).

Exemplos: final – finalizar / concreto – concretizar

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- Escreve-se com “Z” como consoante de ligação se o radical não terminar com “s”.

Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho

O fonema “J”:

Escreve-se com “G” (e não com J):

- Escreve-se com “G” as palavras de origem grega ou árabe.

Exemplos: tigela, girafa, gesso.

- Escreve-se com “G” os estrangeirismo, cuja letra “G” é originária.

Exemplos: sargento (sergeant), gim (gin).

- Escreve-se com “G” as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções).

Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge.

Observação: Exceção: pajem

- Escreve-se com “G” as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio.

Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio.

- Escreve-se com “G” os verbos terminados em ger e gir.

Exemplos: eleger, mugir.

- Escreve-se com “G” depois da letra “r” com poucas exceções.

Exemplos: emergir, surgir.

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- Escreve-se com “G” depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com “j”.

Exemplos: ágil, agente.

Escreve-se com “J” (e não com G):

- Escreve-se com “J” as palavras de origem latinas.

Exemplos: jeito, majestade, hoje.

- Escreve-se com “J” as palavras de origem árabe, africana ou exótica.

Exemplos: alforje, jibóia, manjerona.

- Escreve-se com “J” as palavras terminada com aje.

Exemplos: laje, ultraje

O fonema “ch”:

Escreve-se com “X” (e não com CH):

- Escreve-se com “X” as palavras de origem tupi, africana ou exótica.

Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro.

- Escreve-se com “X” as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).

Exemplos: xampu (shampoo), lagartixa (lagartija).

- Escreve-se com “X” depois de ditongo.

Exemplos: frouxo, feixe.

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- Escreve-se com “X” depois de en.

Exemplos: enxurrada, enxoval

Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com “ch”: palavra primitiva: cheio, cheia (é não derivada). Palavra derivada: enchente.

Escreve-se com “CH” (e não com X):

- Escreve-se com “CH” as palavras de origem estrangeira.

Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha

As letras “e” e “i”:

- os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Exceto o ditongo interno de “cãibra”, que é escrito com “i”.

- os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.

Atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).

A letra “h”:

O “h” é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrito do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas:

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- Emprega-se o “h” quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.

Exemplo: homem, higiene, honra, hoje, herói.

- Emprega-se o “h” no final de algumas interjeições.

Exemplo: Oh! Ah!

- No interior dos vocábulos não se usa “h”, exceto:

a) nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com “h” se une por hífen ao primeiro.

Exemplo: super-homem, pré-história.

b) quando ele faz parte dos dígrafos* ch, lh, nh.

Exemplo: Passarinho, palha, chuva.

* Dígrafo: é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São dígrafos da língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu (seguidos de “e” ou “i”), gu (seguidos de “e” ou “i”), sc, sç, xc e xs. Os encontros gu e qu se forem usados com trema ou acento, não serão dígrafos, uma vez que o “u” será pronunciado. Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais nasais: am, an, em, en, im, in, om, on, um e un.

Hífen

Hífen em palavras compostas:

- usam hífen as palavras compostas por justaposição: ano-luz, arco-íris, afro-asiático...@

Há exceções: girassol, mandachuva, madressilva, pontapé...

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- usam hífen os topônimos1 compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão, por forma verbal e palavras ligadas por artigos: Grã-Bretanha (adjetivo), Grão-Pará (adjetivo), Abre-Campo (forma verbal), Trás-os-Montes (artigo

1 Topônimo - Nome próprio designativo de lugar. Assim, nomes de cidades, de bairros, de lugares no espaço físico, de acidentes geográficos são topônimo, como: Brasil, Brasília, Lago Norte, chapada dos Veadeiros, rio Paracatu, Guanabara.

- usam hífen palavras compostas que designem espécies botânicas e zoológicas: abóbora-menina, couve-flor, erva-do-chá...

- usam hífen palavras compostas com o advérbio2 mal seguido de nomes* iniciados por vogal ou h: mal-afortunado (vogal), mal-estar (vogal), mal-humorado (letra h)...

2 Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo ou um adjetivo ou um outro advérbio. Raramente modificam um substantivo. É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal. CIRCUNSTÂNCIA & ADVÉRBIO: Tempo = Ontem, hoje, amanhã, breve, logo, antes, depois, agora, já, sempre, nunca, jamais, cedo, tarde, outrora, ainda, antigamente, novamente, brevemente, raramente. Lugar = Aqui, ali, aí, cá, lá, acolá, atrás, perto, longe, acima, abaixo, adiante, dentro, fora, além. Modo = Bem, mal, assim, depressa, calmamente, suavemente, alegremente. Afirmação = Sim, deverás, certamente, realmente, efetivamente. Negação = Não, tampouco. Dúvida = Talvez, quiçá, acaso, decerto, porventura, provavelmente, possivelmente. Intensidade = Muito, pouco, bastante, mais, menos, demais, tão, tanto, meio.

*Igual a substantivos e adjetivos. O “nome” é - num sentido amplo na gramática e na linguística - qualquer palavra que siga

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a flexão nominal1, ou seja, a declinação em contraposição à flexão verbal (ou conjugação). Portanto, não só substantivos, mas também adjetivos e, por vezes, as formas nominais dos verbos, podem ser considerados nomes. No sentido restrito e no uso comum, o nome é um vocábulo ou locução que tem a função de designar uma pessoa, um animal, uma coisa ou um grupo de pessoas, animais e coisas.

1 Flexionar um “nome” é passá-lo para o plural, singular, aumentativo, diminutivo, feminino ou masculino...

- usam hífen palavras compostas com o advérbio bem seguido de nomes iniciados por vogais ou consoantes: bem-aventurado (vogal), bem-estar (vogal), bem-soante (consoante), bem-me-quer (consoante)...

ATENÇÃO: o advérbio bem, ao contrário do advérbio mal, NÃO se aglutina com palavras começadas por consoante: bem-criado/malcriado, bem-ditoso/malditoso, bem-visto/malvisto...

- usam hífen palavras compostas com os elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, além-fronteiras, aquém-mar, recém-nascido, sem-vergonha...

ATENÇÃO: NÃO se usa hífen em locuções, como: cão de guarda, sala de jantar, cor de vinho, cada um...

Exceções, consagradas pelo uso: água-de-colônia, arco-da-velha, ao deus-dará, cor-de-rosa...

Hífen em palavras derivadas:

- usam hífen as palavras derivadas iniciadas por prefixos e pseudoprefixos e com o segundo elemento iniciados por h (todos os casos usam hífen, não há exceções): anti-higiênico,

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circum-hospitalar, co-herdeiro, extra-humano, geo-história, mini-hotel...

- usam hífen as palavras derivadas terminadas por vogal e com o segundo elemento iniciado por vogal igual ao do primeiro elemento: anti-inflamatório, contra-ataque, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus...

ATENÇÃO: antes do acordo ortográfico, não se usava hífen quando ocorriam encontros envolvendo o prefixo anti e os pseudoradicais eletro e micro. Portanto, palavras como antiinflacionário, arquiinimigo, microondas... podem ser escritos sem hífen até 2012.

- usam hífen as palavras derivadas terminadas em r e com segundo elemento também terminado com a consoante r: hiper-requintado, inter-racial, nuper-recuperado...

- usam hífen as palavras derivadas antecedidas pelos prefixos ex, pós, pré, pró, sota, soto (embaixo, inferior), vice e vizo (=vice), com o segundo elemento iniciado por qualquer letra: ex-aluno, pós-graduação, pré-história, sota*-piloto, vizo-rei...

*descanso, folga.

- usam hífen as palavras derivadas antecedidas pelos prefixos circum e pan e com o segundo elemento iniciado por vogal ou por h, m e n: circum-escolar (vogal), circum-hospitalar (letra h), pan-histórico (letra h), pan-mágico (letra m), pan-negritude (letra n)...

Observações: Usa-se hífen: em palavras derivadas com os prefixos de origem tupi-guarani açu, guaçu e mirim, antecedidas de palavra terminada em vogal acentuada graficamente ou por exigência da pronúncia: amoré-guaçu (acentuada), anajá-mirim, andá-açu (pronúncia)...

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Exceção: capim-açu.

Usa-se hífen para ligar encadeamentos vocabulares: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, Tóquio-Nova Iorque... (antes do acordo ortográfico, essa ligação era feita por travessão e não por hífen)

NÃO se usa hífen quando há encontro de vogais diferentes: autoinstrução, anteontem, coautor...

ATENÇÃO: antes do acordo ortográfico, usava-se hífen quando ocorriam encontros de prefixos terminados em vogais (exceto ante, anti, arqui e sobre), portanto até 2012, pode-se escrever: auto-escola, infra-estrutura, semi-analfabeto...

Usa-se hífen quando há encontro de vogal com r ou s: antirrábico, antissemita, cosseno, minissaia, contrarregra... Nestes casos duplicam-se as letras.

ATENÇÃO: Até 2012 estes encontros de vogal e r ou s podem ser escritas com hífen: extra-regular, neo-realismo, ultra-som...

Divisão Silábica

A divisão silábica pós-Acordo Ortográfico/90 deve ser estudada sob dois aspectos: soletração e translineação.

Normas para a divisão silábica:

Separam-se na soletração:

1) Os hiatos1: sa-ú-de, ca-o-lho, co-ro-a.

1 O Hiato é o encontro de duas vogais numa mesma palavra. Como em uma sílaba só pode haver uma única vogal, os hiatos são sempre separados na

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separação silábica. Exemplos: sa-í-da, mô-o, ru-im, pa-ís, ci-ú-me.

2) Os encontros consonantais disjuntos (pronunciados separadamente): ad-je-ti-vo, ab-dô-men, sub-lu-nar, e-nig-ma.

NÃO se separam na soletração:

1) Os ditongos decrescentes (da vogal para semivogal): sau-dar, trei-no, gai-o-la.

2) Os ditongos crescentes (da semivogal para a vogal) com u precedido de g ou q: á-gua, a-ve-ri-gueis, lo-quaz, quais-quer.

Observação:

1) Nos demais ditongos crescentes = divisão facultativa, pois podem ser pronunciados como hiatos: so-cie-da-de ou so-ci-e-da-de, his-tó-ria ou his-tó-ri-a, cá-rie ou cá-ri-e.

2) Não se separam os tritongos1 = sa-guão, i-gual, U-ru-guai-a-na.

1 Tritongo é a seqüência formada por uma semivogal*, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem. O tritongo pertence a uma única sílaba:

Exemplos: Pa-ra-guai, quão

Podem ser, de acordo com a natureza da vogal, orais...

Exemplos: Uruguai, averigüei, redargüiu, enxaguou

Ou nasais...

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Exemplos: saguão, enxáguam, enxágüem, saguões

*Semivogais sempre acompanham uma vogal, formando sílaba com ela. Na língua escrita as semivogais são representadas pelas letras "i" e "u", podendo em alguns casos serem representadas pelo "e" e "o" (quando têm sons de “i” e “u”, podem ser semivogais). Deve-se observar também que a letra “a” é sempre vogal e se estiver acompanhada de outra vogal na mesma sílaba, a outra será semivogal.

Como diferenciar as vogais das semivogais?

Como as letras que representam as semivogais são as mesmas que representam as vogais, pode haver certa dificuldade para diferenciá-las, mas para isso basta atentar para o seguinte: - Se na sílaba só há uma letra que representa vogal (a, e, i, o, u), esta é necessariamente uma vogal, pois as semivogais não aparecem sozinhas na sílaba, mas apenas acompanhadas por uma vogal.

- Outra dica simples é observar se na mesma sílaba houver uma letra “a” e outra letra que representa semivogal, pois dessa forma, esta outra será semivogal, pois o “a” sempre será vogal.

- As vogais sempre possuem som mais forte em relação às semivogais. Assim, se na mesma sílaba houver duas ou três letras que representam semivogais (e, i, o, u), a vogal será sempre a que tiver som de “e” ou “o” (som mais forte), enquanto as semivogais serão as que tem som de “i” ou “u” (som mais fraco).

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- Caso haja uma sequência de letras que representam vogais e os sons de “i” e “u” sejam tão fortes como os outros sons (“a”, “e”, “o”), estas letras não estarão na mesma sílaba, formando um hiato.

3) Não se separam os dígrafos* ch, lh, nh, qu e gu: fa-cha-da, co-lhei-ta, fro-nha, pré-gui-ça, quei-jo.

*O dígrafo é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São dígrafos da língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu (seguidos de e ou i), gu (seguidos de e ou i), sc, sç, xc e xs. Os encontros gu e qu se forem usados com acento, não serão dígrafos, uma vez que o u será pronunciado. Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais nasais: am, an, em, en, im, in, om, on, um e un. A palavra dígrafo é formada pelos elementos gregos di, "dois", e grafo, "escrever". O dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema. Também se pode usar a palavra digrama (di, "dois"; grama, "letra") para designar essas ocorrências. Isto posto, não se pode dizer que há encontro consonantal nos dígrafos consonantais, pois as letras presentes neles representam apenas uma consoante. Da mesma forma que não se pode dizer que há encontro consonantal nas palavras campo e ponto, pois o "m" e o "n" funcionam essencialmente como sinais de nasalidade da vogal anterior, com o valor de um "til". As combinações gu e qu nem sempre representam dígrafos. Isso ocorre apenas quando, seguidos de e ou i, representam os fonemas /g/ e /k/: guerra, quilo. Nesses casos, a letra u não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o u representa uma semivogal ou uma vogal: aguentar, linguiça, frequente, tranquilo, averigúe, argúi - o que significa que gu e qu

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não são dígrafos. Também não há dígrafo quando são seguidos de a ou o: quando, aquoso, averiguo.

4) Não se separam os encontros consonantais* seguidos de r ou l: re-cla-mar, re-ple-to, pa-trão.

*O encontro consonantal é a seqüência de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, que não sejam dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na mesma sílaba ou não (carpete, bíblia). Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando eles aparecem no início da sílaba são inseparáveis. Quando estão no meio criam uma pronúncia mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial, há uma tendência a destruir esse encontro, inserindo a vogal i depois da consoante surda. Quando x corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, x é chamado de dífono.

5) Não se separam os encontros consonantais iniciais: gno-mo, mne-mô-ni-co.

Podem ser separadas na Translineação (mudança, na escrita, de uma linha para outra):

As vogais consecutivas que não pertençam a ditongos decrescentes: ala-úde, áre-as, ca-apeba, co-ordenar, do-er, flu-idez.

Podem ser separados os ditongos, iguais ou diferentes, ou ditongos e vogais: cai-ais (ditongos iguais), cai-eis (ditongos diferentes), ensai-os (ditongo e vogal).

ATENÇÃO:

NUNCA se separam na translineação:

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1) Os ditongos crescentes com u precedidos de g ou q: á-gua, am-bí-guo, lo-quaz.

2) Os ditongos decrescentes: ai-roso, ca-dei-ra, insti-tui, traves-sões.

Na translineação, quando a partição coincide com o final de um dos elementos com hífen, se desejarmos, por clareza, podemos repetir o hífen no início da linha imediata: ex-//-alferes, serená-//-los-emos, vice-//-almirante.

Acentuação Gráfica

Regra das Oxítonas (uma palavra oxítona na língua portuguesa é uma palavra cujo acento tônico recai na última sílaba, também se chamam palavras agudas ou oxítono):

1) Acentuam-se as oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em(ens): sofá, pajé, porém, parabéns, pó.

Observações:

a) não se faz mais distinção, para fins de acentuação, entre monossílaba tônica e oxítona.

b) incluem-se nesta regra as formas verbais com os pronomes lo(s), la(s), lhe(s): adorá-lo, dá-las, dá-lhe.

c) não se acentuam as oxítonas monossílabas com as terminações em ou ens: bem, quem, trens...

2) Acentuam-se as oxítonas terminadas nos ditongos abertos éi(s), eu(s) e oi(s): anéis, céu(s), sóis...

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Regra das Paroxítonas (uma palavra paroxítona é um vocábulo cujo acento tônico recai na penúltima sílaba. Também são chamadas palavras graves):

1) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em l, n, r, x e ps: útil, próton, mártir, tórax, bíceps...

2) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em um(uns), i(s), us, ã(s), ão(s), ei(s): fórum, álbuns, júri, ônus, ímã, órgão, pônei...

Observações:

a) não se acentua o plural das paroxítonas terminadas em en: hifens, liquens, regimens...

b) acentua-se o plural das paroxítonas terminadas em on: protóns, íons...

Regra das Proparoxítonas (uma palavra diz-se proparoxítona ou esdrúxula quando tem o acento predominante, a sílaba tônica, na antepenúltima sílaba):

1) Acentuam-se TODAS as proparoxítonas: lâmpada, ínterim, período, álibi, bávaro...

2) Acentuam-se também as proparoxítonas aparentes (nova classificação das paroxítonas terminadas em ditongos crescentes): náusea, etéreo, glória, série, lírio, mágoa...

Outras regras de acentuação:

1) Acentuam-se o i e o u dos hiatos quando sozinhos ou seguidos de s, desde que não estejam precedidos de ditongos ou seguidos de nh: caí, faísca, baú, balaústre...

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Exceções:

a) Acentuam-se o i e o u, quando precedidos de ditongos, em palavras oxítonas: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú...

b) NÃO se acentuam os hiatos naturais i-i e u-u: vadiice (va-di-i-ce) = vadiagem, xiita (xi-i-ta), juuna (ju-u-na) = espécie de arbusto...

Atenção: até 31/12/2012 será aceita a acentuação de hiatos precedidos de ditongos em palavras paroxítonas: feiúra, baiúca...

2) Ocorre o acento diferencial:

a) Ocorre o acento diferencial obrigatório em pôr (verbo) para diferençar de por (preposição*) e em pôde (pretérito do verbo poder) para diferençar de pode (presente do verbo poder);

b) Ocorre o acento facultativo em fôrma(s) = modelo(s), para diferençar de forma(s) = aspecto(s).

ATENÇÃO: até 31/12/2012 a acentuação diferencial poderá ser utilizada em palavras como pêlo, pêlos (substantivo), péla, pélas (substantivo e verbo), pêra (substantivo), pólo, pólos (substantivo)...

c) Ocorre acento circunflexo para diferençar a 3a

pessoa do plural dos verbos ter, vir e derivados: tem/têm; contém (singular)/contêm (plural); retém/retêm; advém/advêm...

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Outras modificações:

1) NÃO se acentuam os ditongos abertos ei e oi em palavras paroxítonas (uma palavra paroxítona é um vocábulo cujo acento tônico recai na penúltima sílaba. Também são chamadas palavras graves): ideia, geleia, heroico...

2) NÃO se acentuam o penúltimo o fechado do hiato oo(s) em palavras paroxítonas:

a) não se acentuam o penúltimo o fechado do hiato oo(s) em palavras paroxítonas: o enjoo, o voo, o sobrevoo, o zoo...

b) não se acentuam o penúltimo o fechado do hiato oo(s) em palavras paroxítonas em formas verbais**: abotoo, caçoo, doo, magoo...

** utilizamos as formas verbais: para expressar nossas opiniões, relatar acontecimentos, descrever situações, fazer perguntas, transmitir informações ou dar instruções.

c) NÃO se acentua o e fechado da 3a pessoas do

plural dos verbos crer, dar, ler e ver e seus derivados: creem, descreem; deem, desdeem; leem, releem; anteveem...

d) NÃO se acentua o u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i de formas verbais, como argui, arguem, averigue...

e) NÃO mais se usa trema, exceto nas palavras estrangeiras e derivadas: Müller, Hübner...

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ATENÇÃO: até 31/12/2012 podemos acentuar palavras como idéia, zôo, crêem, caçôo, averigúe, lingüiça..

Palavras de dupla prosódia:

Podem ser grafadas com ou sem acento: acrobata/acróbata, autopsia/autópsia, amnesia/amnésia, réptil/réptil...

Emprego do Porquê:

Por que (separado e sem acento) = por que motivo ou pelo qual motivo > Não sei por que faltaste ontem.

Por quê (separado e com acento) = por que motivo. É usado no final da oração > Reclamam sem saber por quê...

Porquê (não separado e com acento) = substantivo > O porquê da minha vida...

Porque (não separado e sem acento) = pois, visto que, para que. É igual a uma pergunta com resposta implícita > Estudem, porque a prova será difícil.

O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos reforçar o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

Por que (separado e sem acento)

O por que tem dois empregos diferenciados:

- Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)

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Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

Por quê (separado e com acento)

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?

Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque (junto e sem acento)

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)

Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê (junto e com acento)

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)

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Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

MORFOLOGIA

Estrutura e processos de formação das palavras:

Estrutura > Elementos Mórficos ou Estruturais:

1) RADICAL: elemento básico e significativo ao qual acrescentamos prefixos, sufixos e desinências*: irreal, empedrar, livraria, ferreiro...

*Desinência é a parte de uma palavra que indica a classe a qual esta pertence, ou a função da mesma, dentre outras informações. A desinência que modifica a forma dos nomes chama-se desinência nominal. As desinências que modificam a forma dos verbos chamam-se desinências verbais e também desinências pessoais.

2) AFIXOS: acréscimos ao radical para formar os vocábulos derivados:

a) prefixos: infeliz, desleal...

b) sufixos: latão, livrinho...

3) INFIXOS: vogais e consoantes usadas para ligar radicais a radicais ou radicais a afixos:

a) vogal de ligação1: silvícola, gasômetro, alvinegro...

b) consoante de ligação: chaleira, cafeteira, girassol...

4) VOGAL TEMÁTICA: é a vogal situada entre o radical e as desinências verbais. A vogal temática indica a

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conjugação2 a que pertencem os verbos: estud a r = 1a conjugação; vend e r = 2a conjugação; sorr i r = 3a conjugação. O a é a vogal temática da 1ª conjugação. O e é a vogal temática da 2ª conjugação. O i é a vogal temática da 3ª conjugação.

2 Conjugar um verbo é dizê-lo em todas as suas formas, isto é, nas diversas pessoas, tempos, modos, vozes, de acordo com o modelo de sua conjugação.

5) TEMA: é o conjunto radical e vogal temática:

a) o tema nos verbos: estuda r, vende r, sorri r...

b) o tema nos nomes (substantivos): mesa, caderno, dedo...

ATENÇÃO: os nomes terminados em vogais tônicas, desinências de gênero e consoantes (tabu [vogal tônica], gata [desinência de gênero], mártir [consoante]...) são atemáticas, isto é, não possuem vogal temática.

6) DESINÊNCIAS: indicam flexões gramaticais:

a) desinências nominais (gênero e número): gata (feminino), gatos (plural), azuis (plural)...

b) desinências verbais: partiríamos, soubesses, partireis (tempo e modo); partiríamos, soubesses, partireis (número e pessoa).

Método prático para determinar as desinências verbais:

1) Sobrepor à forma em análise a 1a pessoa do plural, no mesmo tempo e modo;

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2) Isolar o tema e desinência mos;

3) As desinências são correspondentes:

Canta ría mos

Canta ríe is

Canta = tema

mos/is = desinência número-pessoal (2a pessoa do plural)

ria/ríe = desinência modo-temporal (futuro do pretérito do indicativo)

COGNATOS = são palavras que procedem do mesmo radical, frequentemente, o termo cognato é utilizado para destacar pares de palavras de duas línguas que tem origem comum, e grafias idênticas ou semelhantes, mas que evoluíram de forma diferente, total ou parcialmente, quanto ao significado: nocivo, inocente, nocividade, inócuo.

Processos de formação:

Composição (radical + radical):

1) Composição por justaposição (sem perda de fonemas): couve-flor, girassol, rodapé...A justaposição ocorre quando duas ou mais palavras se unem sem que ocorra alteração de suas formas ou acentuação primitivas.

2) Composição por aglutinação (com perda de fonemas): aguardente, planalto, embora, fidalgo,

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pontiagudo...A composição por aglutinação ocorre quando duas ou mais palavras se unem para formar uma nova palavra ocorrendo alteração na forma ou na acentuação.

Derivação (radical + afixo):

1) Derivação prefixal: incapaz, desleal, pré-história, supermercado...

2) Derivação sufixal: capacidade, lealdade, boiada...

3) Derivação prefixal e sufixal (prefixação e sufixação NÃO simultâneas): incapacidade, deslealdade, irrealidade...

4) Derivação parassintética (prefixação e sufixação simultâneas): emudecer, esfarelar, amaciar, amanhecido... A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

5) Derivação regressiva ou deverbal (substantivos derivados de verbos): pesca (pescar), estudo (estudar), canto (cantar), ataque (atacar), luta (lutar)...

6) Derivação imprópria ou conversão (mudanças de classe gramatical): o viver (deixou de ser verbo), o pobre (deixou de ser adjetivo), Coelho (deixou de ser substantivo coletivo), o porquê (deixou de ser preposição)...

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Outros processos de formação:

1) Onomatopeia (sons) ou reduplicação (repetição): tique-taque, reco-reco, pingue-pongue...

2) Redução ou abreviação (supressão de radical): pneu, moto, pólio, foto...

3) Hibridismo (línguas diferentes): televisão (grego e latim), monocultura (grego e latim)... Consiste na formação de palavras pela junção de radicais de línguas diferentes.

Ex.: auto/móvel (grego + latim); bio/dança (grego + português)

4) Siglas: INSS, FGTS, FUNAI...

CLASSES DE PALAVRAS

Substantivo:

O substantivo é a palavra que dá nome aos seres em geral (pessoas, lugares, animais, coisas...): homem, cidade, cavalo, cadeira, Paulo... e também às ações, estados, qualidades, sentimentos, sensações, conceitos...(tomados como seres): justiça, verdade, velhice, bondade, ira...

Classificação dos Substantivos:

1) Substantivo Concreto (seres reais ou tomados como reais): urso, palmeira, caderno, fada, saci, fantasma...

2) Substantivo Abstrato (ações, qualidades, sentimentos, sensações, conceitos, tomados como seres): beleza, coragem, brancura, amor, saudade, alegria, viagem, fuga, vida...

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3) Substantivo Comum (nome comum a todos os seres da espécie): mesa, menino, galo, cão...

4) Substantivo Próprio (nomes e apelidos): Paulo, Xuxa, Bolinha, Bahia, Brasil...

5) Substantivo Simples (um só radical): pão, casa, livro, pé, sapato...

6) Substantivo Composto (mais de um radical): passatempo, andorinha-do-mar, girassol...

7) Substantivo Primitivo (que não se formou de outro): chá, café, livro, colégio...

8) Substantivo Derivado (formado a partir de outro): chaleira, cafezal, livraria, colegial...

9) Substantivo Coletivo (designa vários seres): acervo (bens, obras), atilho (espigas), baixela (utensílios de mesa), banca (examinadores), bandeira (exploradores), cabilda (selvagens), correição (formigas), dactilioteca (anéis), fressura (vísceras), hemeroteca (jornais, revistas), mó (gente)...

Flexão dos Substantivos:

Gênero dos Substantivos Uniformes:

1) Substantivo Epiceno (os substantivos Epicenos ou Promíscuos são específicos para designar certos animais e, assim como os sobrecomuns, têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea): o jacaré (macho/fêmea), a águia (macho/fêmea), a onça (macho/fêmea), o rouxinol (macho/fêmea)...

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2) Substantivo Sobrecomum (um só gênero [sobrecomuns são os substantivos que têm a mesma forma genérica para o masculino ou feminino, não variando nem mesmo o artigo ou o adjetivo que os acompanham]): o algoz, o sósia, o carrasco, o cônjuge, a mascote, a vítima...

3) Substantivo Comum de dois (dois gêneros [comum de dois gêneros é a classificação que recebem os substantivos cujas formas masculina e feminina são idênticas, mas são diferenciáveis pela presença de um modificante, tal como um artigo ou adjetivo]): o/a agente, o/a artista, o/a camarada, o/a cliente...

Plural dos Substantivos Compostas:

1) Ambas as palavras se flexionam:

Ambas as palavras em substantivo + substantivo: couves-flores, cirurgiões-dentistas, sofás-camas...

Ambas as palavras em substantivo + adjetivo: águas-marinhas, amores-perfeitos, viúvas-alegres...

Ambas as palavras em adjetivo + substantivo: puros-sangues, belas-artes, altos-relevos...

Ambas as palavras em numeral + substantivo: quartas-feiras, primeiros-ministros...

2) Somente a primeira palavra flexiona:

Somente a primeira palavra flexiona em substantivo + substantivo que determina finalidade: pombos-correio, navios-escola...

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Somente a primeira palavra flexiona em substantivo + substantivo que determina semelhança: mangas-rosa, laranjas-pêra... entretanto, a maioria das gramáticas e dicionários registra, também, o plural com flexão de ambos os termos: pombos-correio, peixes-espadas, homens-rãs, mangas-rosas...

Somente a primeira palavra flexiona em substantivo + preposição + substantivo: águas-de-colônia, ervilhas-de-cheiro, bênçãos-de-deus...

3) Somente a segunda palavra ou termo varia:

Somente a segunda palavra ou termo varia em verbo + substantivo: arranha-céus, beija-flores, guarda-chuvas...

Somente a segunda palavra ou termo varia em advérbio* + adjetivo: alto-falantes, sempre-vivas, mal-agradecidos...

* Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo ou um adjetivo ou um outro advérbio.

Somente a segunda palavra ou termo varia em prefixo + substantivo: vice-diretores, pseudo-heróis, grão-duques...

Somente a segunda palavra ou termo varia em onomatopéias: reco-recos, tico-ticos, tique-taques...

ATENÇÃO: os compostos formados por verbos repetidos têm dois plurais:

pisca-piscas ou piscas-piscas

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corre-corres ou corres-corres...

4) Substantivos invariáveis:

Os substantivos são invariáveis quando combinam verbo + advérbio: os pisa-mansinho, os ganha-pouco, os cola-tudo...

Os substantivos são invariáveis quando combinam verbos antônimos: os senta-levanta, os sob-desce...

5) Alguns substantivos admitem dois plurais: guardas-marinhas ou guarda-marinhas, salvo-condutos ou salvos-condutos, xeque-mates ou xeques-mates, frutas-pão ou frutas-pães...

ADJETIVOS

Adjetivos são palavras que qualificam o substantivo, isto é, indica uma qualidade, característica ou origem:

Aluno saudável, inteligente e brasileiro.

Classificação dos Adjetivos:

Adjetivo Explicativo (qualidade inerente a todo ser): pedra dura, água mole, homem mortal, animal irracional...

Adjetivo Restritivo (qualidade NÃO inerente a todo ser): mulher sincera, homem fiel, maçã verde, carro veloz...

Adjetivo Simples, Composto, Primitivo e Derivado (idem aos substantivos):

1) Adjetivo Simples > um só radical: bonito, feio, branco, preto, grande, pequeno, fácil, difícil, curto, comprido, esverdeado...

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2) Adjetivo Composto > mais de um radical: azul-marinho, azul-celeste, vermelho-sangue, amarelo-canário, verde-oliva, socioeconômico, sociocultural, médico-hospitalar, austro-búlgaro...

3) Adjetivo Primitivo > que não se formou de outro > designam qualidades independentemente da existência de seres ou ações que as representem: branco, preto, amarelo, verde, vermelho, azul, marrom, cinza, castanho, curto, comprido, grande, pequeno, claro, escuro, livre, feliz, triste, liso, rugoso, fácil, difícil...

4) Adjetivo Derivado > formado a partir de outro adjetivo/radical: esbranquiçado, esverdeado, amarelado, avermelhado, acinzentado, infeliz, entristecido, amedrontado, desconfortável, imóvel, enraivecido, encurtado...

Locução Adjetiva (expressão com valor semântico equivalente ao adjetivo): presente de rei (régio), amor de filho (filial), paixão sem freio (desenfreada), confiança sem limites (ilimitada), gente de fora (forasteira)...

Adjetivos Eruditos (que significa relativo a, próprio de, da cor de): sacarino (açúcar), aquilino (águia), discente (aluno), vesical (bexiga), hircino (bode), venatório (caça), axial (eixo), óptico (olho), ótico (ouvido)...

Adjetivos Pátrios ou Gentílicos (referentes a continentes, países, estados, cidades, etc...): campinense (Campinas), lisboeta, lisboense (Lisboa), buenairense, portenho (Buenos Aires), flamengo (Flandres = região da Bélgica), pascense, pacenho (La Paz)...

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Flexão dos Adjetivos Compostos:

Só o último adjetivo se flexiona em gênero e número: saudades doce-amargas, ciências político-sociais, salas médico-cirúrgicas...

Casos especiais:

a) surdo-mudo (ambos adjetivos se flexionam): surda(s)-muda(s) e surdo(s)-mudo(s).

b) substantivos indicando cor (são invariáveis): fitas amarelo-ouro, bandeiras azul-turquesa, blusas rosa-claro...

c) azul-marinho e azul celeste (são invariáveis): ternos azul-marinho, saias azul-celeste...

O Grau dos Adjetivos:

Adjetivo no grau Comparativo:

Grau Comparativo de igualdade: tão... como / quanto

Ex.: Estou tão feliz como/quanto você.

Grau Comparativo de superioridade: mais... (do) que

Ex.: O prédio é mais alto (do) que a torre.

Grau Comparativo de inferioridade: menos... (do) que

Ex.: A revista é menos cara (do) que o jornal.

Adjetivo no grau Superlativo Relativo:

Grau Superlativo Relativo de superioridade: o mais... de

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Ex.: O juiz era o mais prudente de todos.

Grau Superlativo Relativo de inferioridade: o menos... de

Ex.: Eu sou o menos calmo da família.

Adjetivo no grau Superlativo Absoluto:

Grau Superlativo Absoluto analítico:

Aquela moça está muito magra.

Ela é exageradamente magra.

Grau Superlativo Absoluto sintético:

Aquela moça é magríssima (vernáculo = linguagem coloquial, comum)

Aquela moça é macérrima (erudito = culto)

Alguns superlativos eruditos: amaríssimo (amargo), máximo (grande), libérrimo (livre), friíssimo (frio)...

ATENÇÃO: as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno são empregados para comparar qualidades do mesmo ser:

Aquele aluno é mais bom que inteligente.

Esta sala é mais grande do que confortável.

ARTIGO

O artigo é a palavra que determina o substantivo, indica também gênero e número.

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Artigo Definido: são os monossílabos o, a, os, as > são definidos por que determinam o substantivo de modo preciso e particular:

Chamem o médico. (aquele médico)

Artigo indefinido: são os vocábulos um, uma, uns, umas > são indefinidos por que determinam o substantivo de modo vago, geral:

Chamem um médico. (qualquer médico)

Emprego do Artigo Definido:

1) O artigo definido é facultativo antes de pronomes possessivos adjetivos: O diretor elogiou (a) sua turma.

2) O artigo definido é facultativo antes de nomes personativos: Conhecemos (o) Rafael em Brasília.

3) Não se usa o artigo definido antes de casa indicando lar: Aos domingos, fico sempre em casa.

NUMERAL

O numeral é a palavra que exprime quantidade, ordem, múltiplo ou fração:

1) Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco...

2) Numerais Ordinais: primeiro, segundo...

3) Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo...

4) Numeral Fracionários: meio, terço, quarto, quinto...

Emprego dos Numerais:

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1) Na numeração de artigos, leis, decretos e similares:

Utilizar numerais ordinais do 1 ao 9: primeiro, segundo, terceiro...nono.

Utilizar numerais cardinais do 10 em diante: dez, onze, doze...

2) Na numeração de séculos, capítulos, reis, papas...:

Utilizar numerais ordinais do 1 ao 10: primeiro, segundo, terceiro...décimo.

Utilizar numerais cardinais do 11 em diante: onze, doze, treze...: Século X (décimo), Luiz XI (onze)...

ADVÉRBIO

Advérbio é palavra modificadora do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio:

Aquela moça bonita canta bem. (modificou o verbo cantar)

Aquela moça muito bonita canta. (modificou o adjetivo bonita)

Aquela moça bonita canta muito bem. (modificou o advérbio)

Classificação dos Advérbios:

1) Advérbio de Afirmação: sim, certamente, deveras...

2) Advérbio de Dúvida: talvez, quiçá, acaso...

3) Advérbio de Intensidade: muito, pouco, mais, tanto...

4) Advérbio de Lugar: aqui, ali, lá, acolá, perto, longe...

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5) Advérbio de Modo: bem, mal, assim, depressa, devagar, debalde, e os terminados em “mente”: calmamente, tristemente...)

6) Advérbio de Negação: não, absolutamente, tampouco, nunca...

7) Advérbio de Tempo: agora, hoje, amanhã, depois, ontem, já, outrora...

PREPOSIÇÃO

A preposição é uma palavra invariável que liga um termo (regente) a outro (regido):

Preposições essenciais (palavras que atuam exclusivamente como preposições): a, antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob e sobre.

Era nosso agregado desde de muitos anos.

E jorrou água de todos os afluentes...

O velho pescador usava óculos sem aros.

Preposições acidentais (palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições): afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, menos, salvo, segundo, senão, tirante...

Salvo melhor juízo, a expressão é correta.

Ele sofreu um enfarte durante o exercício.

Sempre se vestiam conforme a moda.

Locução prepositiva (duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma

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preposição): ao lado de, abaixo de, de acordo com, graças a, até a...

O perigo mora ao lado de todos os policiais.

Passei no concurso graças ao estudo.

A prova foi realizada de acordo com o edital.

CONJUNÇÃO

A conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou termos de mesma função, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação:

Conjunções Coordenativas:

Conjunção Coordenativa Aditiva (indica uma relação de soma, adição): e, nem, mas também, mas ainda, como também, bem como.

Conjunção Coordenativa Adversativa (indica uma relação de oposição, bem como contraste ou compensação, entre as unidades ligadas): mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, e.

Conjunção Coordenativa Alternativa (como o seu nome indica, expressa uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos): ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja.

Conjunção Coordenativa Conclusiva (indica relação de conclusão): logo, portanto, senão, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo): Ele bateu o carro pois estava embriagado.

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Conjunção Coordenativa Explicativa (expressam a relação de explicação, razão ou motivo): porque, que, porquanto e pois (antes do verbo).

Conjunções Subordinativas:

Conjunções Subordinativas Integrantes: que, se.

As conjunções subodinativas Integrantes introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração.

Conjunções Subordinativas Causais: porque, visto que, pois, que, como.

As conjunções subordinativas Causais iniciam uma oração subordinada denotadora de causa:

Dona Luísa fora para lá porque estava só.

Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.

Como o frio era grande, aproximou-se das labaredas.

Conjunções Subordinativas Comparativas: que, (mais / menos / maior / menor / melhor / pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade), etc.

As conjunções subordinativas Comparativas iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação. Indicam COMPARAÇÃO entre dois membros.

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Era mais alta que baixa.

Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.

O menino está tão confuso quanto o irmão.

O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada.

Conjunções Subordinativas Condicionais: se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.

As conjunções subordinativas Condicionais iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal.

Seria mais poeta, se fosse menos político.

Conjunções Subordinativas Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, em que, que, e, etc.

As conjunções subordinativas Concessivas iniciam uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la.

Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.

É todo graça, embora as pernas não ajudem.

Conjunções Subordinativas Conformativas: conforme, como, segundo, consoante, etc.

As conjunções subordinativas Conformativas iniciam uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal.

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Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.

Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

Conjunções Subordinativas Consecutivas: que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.

As conjunções subordinativas Consecutivas iniciam uma oração na qual se indica a consequência do que foi declarado na anterior.

Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.

Falou tanto na reunião que ficou rouco.

Tamanho o labor que sentiu sede.

Era tal a vitória que transbordou lágrimas de emoção.

Conjunções Subordinativas Finais: para que, a fim de que, porque [para que], que.

As conjunções subordinativas Finais iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal.

Aqui vai o livro para que o leia.

Fiz-lhe sinal que se calasse.

Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.

Conjunções Subordinativas Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais… (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais… (menos), quanto

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mais… (tanto menos), quanto menos… (menos), quanto menos… (tanto menos), quanto menos… (mais), quanto menos… (tanto mais).

As conjunções subordinativas Proporcionais iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal.

Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.

Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.

O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.

Conjunções Subordinativas Temporais: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.

As conjunções subordinativas Temporais iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo.

Custas a vir e, quando vens, não te demoras.

Implicou comigo assim que me viu.

INTERJEIÇÃO

A interjeição é uma palavra ou expressão que exprime sentimento: ah! oh! oxalá! apoiado! puxa! Ai meu Deus! As interjeições são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, ou mais abragentemente: sensações e estados de espírito; ou mesmo, servem como auxiliador expressivo para o interlocutor, já que permite a ele a adoção de um

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comportamento que pode dispensar estruturas linguísticas mais elaboradas.

A compreensão de uma interjeição depende da análise do contexto em que ela aparece. Quando a interjeição é expressa por mais de um vocábulo, recebe o nome de locução interjetiva: Ora bolas!, cruz credo!, puxa vida!, valha-me Deus!, se Deus quiser! Macacos me mordam!

A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte. Não desempenha função sintática.

As interjeições podem ser classificados de acordo com o sentimento que traduzem. Segue alguns exemplos para cada emoção:

Alegria: oba!, viva!, oh!, ah!, uhu!, eh! , gol!, que bom!

Saudação: oi!, olá!, salve!, adeus!, viva!, alô!

Alívio: ufa!, uf!, ah!, ainda bem!, arre!

Animação, estímulo: coragem!, avante!, firme!, vamos!, eia!

Aprovação, aplauso: bravo!, bis!, viva!, muito bem!

Desejo: tomara!, oxalá!, queira deus!, oh!, pudera!

Dor: ai! ui!

Espanto, surpresa, admiração: ah!, chi!, ih!, oh!, uh!, ué!, puxa!, uau!, caramba!, putz!, gente!, céus!, uai!, horra!, nossa! (francês: oh lala)

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Impaciência: hum!, hem!, raios!, diabo!, puxa!, pô!

Invocação, chamamento, apelo: alô!, olá!, psiu!, socorro!, ei!, eh!

Medo,terror: credo!, cruzes! uh!, ui!

PALAVRAS DENOTATIVAS

De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, certas palavras que antigamente eram classificadas como advérbios passaram a ter classificação à parte, sem designação própria. Não se classificam em nenhuma das dez classes gramaticais. São palavras denotativas porque expressam ideias e são analisadas em função dessas idéias que expressam; assim, podem aparecer numa frase palavras ou locuções denotativas de:

a) palavras ou locuções denotativas de ADIÇÃO: ainda, além disso, ademais, etc.

Comeu tudo e ainda queria mais.

b) palavras ou locuções denotativas de AFASTAMENTO: embora.

Foi embora daqui.

c) palavras ou locuções denotativas de AFETIVIDADE: ainda bem, felizmente, infelizmente, etc.

Ainda bem que passei de ano.

d) palavras ou locuções denotativas de APROXIMAÇÃO: quase, aproximadamente, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc.

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É quase 1h à pé.

e) palavras ou locuções denotativas de INCLUSÃO: até, mesmo, também, inclusive, etc.

Nosso colega é bom em tudo, até arqueologia.

f) palavras ou locuções denotativas de DESIGNAÇÃO: eis.

Eis a noite que chega!

g) palavras ou locuções denotativas de REALCE: é que, só, cá, lá, etc.

Eu é que vou falar hoje.

Lá vem você de novo com essa desculpa!

h) palavras ou locuções denotativas de RETIFICAÇÃO: aliás, ou melhor, digo, isto é, etc.

Vou sair já, ou melhor, daqui a alguns minutos.

i) palavras ou locuções denotativas de SITUAÇÃO: então, mas, afinal, agora, etc.

Então, como vai a família ?

j) palavras ou locuções denotativas de EXCLUSÃO e LIMITAÇÃO: somente, apenas, unicamente, sequer, só, salvo, etc.

Todos vieram à reunião, menos ele.

k) palavras ou locuções denotativas de EXPLICAÇÃO: isto é, por exemplo, a saber, como, etc.

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Duas alunas da classe, a saber, Renata e Ana, ficaram doentes.

VERBO

O verbo é a palavra que exprime ações - Os alunos estudam muito.; estados – O povo está cansado.; e fenômenos – Nevou e choveu no Sul.

Verbos Regulares:

Os verbos regulares não modificam seus radicais e seguem integralmente o modelo de sua conjugação: cantar, canto, cantava, cantei.

Verbos Irregulares:

Os verbos irregulares são os que, em algumas flexões, apresentam modificações nos radicais e não seguem integralmente o paradigma da conjugação: pedir, peço; ser, sou, era, fui.

Modos e Tempos Verbais

Emprego dos Modos Verbais:

Modo = indica a relação entre o falante e a ação.

a) Modo Indicativo = fato real, certo.

Amanhã estudarei verbos.

b) Modo Subjuntivo = fato duvidoso, possível.

Quando estudares verbo.

Se estudares verbos.

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c) Modo Imperativo = ordem, proibição, pedido.

Não façam isso, estudem mais!

Emprego dos Tempos Verbais:

Tempo = o tempo verbal posiciona o fato em relação ao momento efetivo da comunicação: presente, passado e futuro.

Modo Indicativo:

Indicativo Presente: fato atual, habitual, verdades científicas.

Os concursandos estudam cuidadosamente.

Ela sempre vai ao cinema.

O átomo é uma partícula da matéria.

Indicativo Pretérito Perfeito: fato totalmente concluído.

O deputado terminou sua árdua tarefa.

Indicativo Pretérito Imperfeito: fato NÃO concluído.

Ela descia as escadas quando cheguei ali.

Indicativo Pretérito Mais-Que-Perfeito: fato concluído e anterior a outro, também já concluído.

O filme já começara quando cheguei.

Indicativo Futuro do Presente: fato que ainda irá realizar-se.

Os bons alunos passarão neste concurso.

Indicativo Futuro do Pretérito: futuro vinculado ao passado.

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Se estudássemos, teríamos sucesso.

Modo Subjuntivo:

Subjuntivo Presente: o que pode ocorrer no presente.

É preciso que te dediques com seriedade.

Subjuntivo Imperfeito: expressa uma hipótese.

Se fizesse sua parte, teria mais facilidade.

Subjuntivo Futuro: o que pode ocorrer no futuro.

Quando você vier a Brasília e vir suas obras...

Modo Imperativo:

Imperativo Afirmativo: ordens, pedidos.

Estuda e não te arrependerás.

Imperativo Negativo: proibições.

Não faças a outrem o que não queres para ti.

Conjugação dos Principais Verbos

Verbos Auxiliares (em gramática e em linguística, são uma classe de verbos que fornecem informação semântica adicional ao verbo principal, ou seja, acrescentam informações sobre tempo, número, pessoa, etc. ao verbo principal):

Modo Indicativo

Presente do Indicativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: sou, és, é, somos, sois, são

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Estar: estou, estás, está, estamos, estais, estão

Ter: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm

Haver: hei, hás, há, havemos, haveis, hão

O Presente do Indicativo expressa o fato no momento em que se fala:

O aluno lê um poema.

Posso afirmar que meus valores mudaram.

Um aluno dorme.

Pretérito Perfeito do Indicativo (verbos auxiliares):

Ser: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram

Estar: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram

Ter: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram

Haver: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram

O Pretérito Perfeito do Indicativo indica um fato já ocorrido, concluído. Daí o nome: Pretérito Perfeito; referindo-se a um fato que se situa perfeitamente no passado. Emprega-se o Pretérito Perfeito do Indicativo para assinalar:

Um fato já ocorrido ou concluído:

o "Trocaram beijos ao luar tranqüilo." (Augusto Gil, Luar de Janeiro)

o "Andei longe terras,

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Lidei cruas guerras,

Vaguei pelas serras,

Dos vis Aimorés." (Gonçalves Dias, I-Juca-Pirama).

o Posso afirmar que meus valores mudaram.

o "Apanhou o rifle, saiu ao meio da trilha e detonou."(Coelho Neto, Banzo).

O Pretérito Perfeito do Indicativo na forma composta, é usado para indicar uma ação que se prolonga até o momento presente; através da locução verbal*, na qual se usa o particípio.

o Tenho estudado todas as noites.

o "Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo." (Fernando Pessoa, Poema em Linha Reta - caio)

* A locução verbal é formada por um verbo auxiliar (conjugado) + verbo principal (no infinitivo, gerúndio ou particípio). A locução constitui um todo, os verbos auxiliares apenas indicam as flexões. Exemplo: Estava indo; Começaram a falar. Nela se enquadram os tempos compostos, que são formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do verbo que se quer conjugar.

Pretérito Imperfeito do Indicativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: era, eras, era, éramos, éreis, eram

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Estar: estava, estavas, estava, estávamos, estáveis, estavam

Ter: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham

Haver: havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam

O Pretérito Imperfeito do Indicativo expressa o passado inacabado, um processo anterior ao momento em que se fala, mas que durou um tempo no passado, ou ainda, um fato habitual, diário. Por isto, chama-se este tempo verbal de pretérito imperfeito, pois não se refere a um conceito situado perfeitamente num contexto de passado. Emprega-se o pretérito imperfeito do Indicativo para assinalar:

Um fato passado contínuo, permanente ou habitual, ou casual.

o Eles vendiam sempre fiado.

o "Uma noite, eu me lembro... ela dormia Numa rede encostada molemente” (Castro Alves, Adormecida).

o Ela vendia flores

o o Pedro é Belmiro.

o "Glória usava no peito um broche com um medalhão de duas faces." (Raquel de Queirós, As Três Marias).

Um fato passado, mas de incerta localização no tempo:

o Era uma vez, ...

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Um fato presente em relação a outro passado, indicando a simultaneidade de ambos os fatos:

o Eu lia quando ela chegou.

o "Nessa mesma noite, leu-lhe o artigo em que advertia o partido da conveniência de não ceder às perfídias do poder." (poema de Quincas Borba).

Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram

Estar: estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram

Ter: tivera, tiveras, tivera, tiverámos, tivéreis, tiveram

Haver: houvera, houveras, houvera, houverámos, houvéreis, houveram

Emprega-se o Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo para assinalar um fato passado em relação a outro também no passado (o passado do passado, algo que aconteceu antes de outro fato também passado). O pretérito mais-que-perfeito aparece nas formas simples e composta, sendo que a primeira costuma aparecer em discursos mais formais e a segunda, na fala coloquial.

Exemplos de usos do pretérito mais-que-perfeito simples:

o Ele comprou o apartamento com o dinheiro do carro que vendera.

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o "Levava comigo um retrato de Maria Cora; alcançara-o dela mesma... com uma pequena dedicatória cerimoniosa." (Machado de Assis, Relíquias de Casa)

o Te dou meu coração, quisera dar o mundo

Exemplos de usos do pretérito mais que perfeito composto:

o Quando eu cheguei, ela já tinha saído.

o Tinha chovido muito naquela noite.

Futuro do Presente do Indicativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: serei, serás, será, seremos, sereis, serão

Estar: estarei, estarás, estará, estaremos, estareis, estarão

Ter: terei, terás, terá, teremos, tereis, terão

Haver: haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão

Emprega-se o Futuro do Presente do Indicativo para assinalar uma ação que ocorrerá no futuro relativamente ao momento em que se fala.

Se eleito, lutarei pelos menores carentes.

"... era Vadinho, herói indiscutível, jamais outro virá tão íntimo das estrelas, dos dados e das prostitutas, ... " (Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos)

"A qual escolherei, se, neste estado,

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Eu não sei distinguir esta daquela?" (Alvarenga Peixoto, Jôninha e Nice).

Exemplos de Futuro do Presente do Indicativo Composto:

Ele vai fazer (fará) compras e vai voltar (voltará) em breve.

Futuro do Pretérito do Indicativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam

Estar: estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, estariam

Ter: teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam

Haver: haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam

Emprega-se o Futuro do Pretérito do Indicativo para assinalar:

Um fato futuro em relação a outro no passado:

o "Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria. (Álvares Azevedo, Se Eu Morresse Amanhã).

o "Ia levar homens para o quarto. Como era boa de cama, pagar-lhe-iam muito bem." (Clarice Lispector, A Via-Crúcis do Corpo)

Uma ironia ou um pedido de cortesia:

o Daria para fazer silêncio!

o Poderia fazer o favor de sair!?

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Modo Subjuntivo ou Conjuntivo (conjugação de verbos auxiliares)

Presente do Subjuntivo:

Ser: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam

Estar: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam

Ter: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham

Haver: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam

Revela um fato duvidoso, incerto.

Emprega-se o Presente do Subjuntivo para assinalar:

Um fato presente, mas duvidoso ou incerto.

o Talvez eles façam tudo aquilo que nós pedimos.

o Talvez ele saiba sobre o que está falando.

Um fato futuro, mas duvidoso ou incerto.

o Talvez eles venham amanhã.

Um desejo ou uma vontade.

o Espero que eles façam o serviço correctamente.

o Se choro... bebe o meu pranto a areia ardente;

talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente!

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Não descubras no chão... (Castro Alves, Vozes d'África)

o Espero que tragam-me o dinheiro.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem

Estar: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem

Ter: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem

Haver: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem

Futuro do Subjuntivo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: for, fores, for, formos, fordes, forem

Estar: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem

Ter: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem

Haver: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem

Futuro Composto do Subjuntivo (conjugação de verbos auxiliares):

Emprega-se o Futuro Composto do Subjuntivo para exprimir uma possibilidade incerta, num tempo passado, ou num tempo passado em relação a um tempo futuro.

Se ela tiver chegado a tempo ontem, terá sido ótimo

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Ao final das provas, se ele tiver sido aprovado, pararão de falar mal dele.

Pretérito Perfeito do Subjuntivo (conjugação de verbos auxiliares):

Emprega-se o Pretérito Perfeito do Subjuntivo para o passado em relação a um futuro certo.

Caso eu tenha sido escolhido, ficarei muito feliz.

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Subjuntivo (conjugação de verbos auxiliares):

O Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Subjuntivo é formado pelo imperfeito do subjuntivo do verbo auxiliar (ter, haver) mais o particípio do verbo principal. Tem valor semelhante ao Imperfeito do Subjuntivo.

Ex: Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não tivesse trabalhado tanto.

Eu teria viajado se não tivesse chovido.

Obs: Perceba que todas as frases remetem a ação para o passado. A frase “Se eu estudasse, aprenderia” é diferente de “Se eu tivesse estudado, teria aprendido”.

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: sê, seja, sejamos, sede, sejam

Estar: está, esteja, estejamos, estai, estejam

Ter: tem, tenha, tenhamos, tende, tenham

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Haver: há, haja, hajamos, havei, hajam

O modo Imperativo exprime uma atitude de solicitação, de mando. É formado por afirmativo e negativo.

Este modo verbal não possui a primeira pessoa do singular (eu), pois não podemos mandar em nós mesmos. Uma atitude que expressa uma ordem, um pedido, um conselho, uma vontade ou um desejo é característica do Modo Imperativo. Exemplo: Faça isto, agora!

Com relação ao Tempo, podemos expressar um fato basicamente de três maneiras diferentes:

No presente: significa que o fato está acontecendo relativamente ao momento em que se fala;

No pretérito: significa que o fato já aconteceu relativamente ao momento em que se fala;

No futuro: significa que o fato ainda irá acontecer relativamente ao momento em que se fala.

Entretanto, as possibilidades de se localizar um processo no tempo podem ser ampliadas de acordo com as necessidades da pessoa que fala ou que relata um evento. Neste contexto, a língua portuguesa oferece-nos as seguintes possibilidades para combinarmos modos e tempo

Exemplo: Parcele sua compra! Faça sua tarefa! Lave a louça! Escove os dentes! Compre aqui e ganhe um brinde!

Imperativo Negativo (conjugação de verbos auxiliares):

Ser: (não) sejas, seja, sejamos, sejais, sejam

Estar: (não) estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam

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Ter: (não) tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham

Haver: (não) hajas, haja, hajamos, hajais, hajam

Formas Nominais (dos verbos auxiliares)

Infinitivo: ser, estar, ter, haver

Gerúndio: sendo, estando, tendo, havendo

Particípio: sido, estado, havido, tido

Como vimos, são três as formas nominais do verbo, que não apresentam flexão de tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos. Por serem tomadas como nomes (substantivos, adjetivos e advérbios), recebem o nome de formas nominais.

Recapitulando, as três formas são:

Infinitivo: indica a ação propriamente dita, sem situá-la no tempo, desempenhando função semelhante a substantivo. O infinitivo é o nome do verbo. Exemplo: ler, dormir, falar, sonhar...

É preciso aumentar o número de verbetes.

O infinitivo pode apresentar algumas vezes flexão em pessoa, constituindo assim duas formas possíveis:

- o infinitivo pessoal: é aquele que, como o próprio nome diz, se refere às pessoas do discurso. Exemplos: para eu amar, para tu amares, para ele amar, para nós amarmos, para vós amardes, para eles amarem. Veja que em tu, nós, vós e eles, há uma terminação especial no verbo, que indica que ele é flexionado (mos, por exemplo, mostra que o verbo se refere à pessoa nós); e o infinitivo impessoal: é o infinitivo que não se

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flexiona de acordo com as pessoas do discurso. Fica sempre do mesmo jeito: chorar, amar, sofrer, resistir, etc.

É melhor estudarmos agora. (infinitivo pessoal, com sujeito nós implícito).

Viver aqui é muito bom. (infinitivo impessoal)

Particípio: indica uma ação já acabada, finalizada, adquirindo uma função parecida com a de um adjetivo ou advérbio. O particípio é reconhecido pelas terminações ado, ido. Exemplo: acabado, finalizado, vivido. Contradições: feito(fazido-errado), escrito (escrevido-errado), coberto(cobrido-errado).

Gerúndio: indica uma ação em andamento, um processo verbal ainda não finalizado. Pode ser usado em tempos verbais compostos ou sozinho, quando adquire uma função de advérbio.

Estou finalizando os exemplos deste verbete. (tempo composto)

Fazendo teu trabalho antecipadamente, não terás preocupações. (gerúndio sozinho com função de advérbio).

O gerúndio é reconhecido pela terminação ndo. Exemplo: andando, comendo, rindo.

EXCEÇÃO: Supino: Em gramática, supino é uma forma verbo-nominal usada em alguns idiomas. O supino é uma forma nominal do verbo latino que não existe em português. Como adjetivo significa: elevado, alto, superior. Deitado de costas; com o ventre para cima. No contexto figurado significa: demasiado, excessivo: supina ignorância.

Os Verbos Auxiliares podem classificar-se em:

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Verbos Auxiliares de Tempo:

Um verbo auxiliar de tempo forma tempos verbais com o verbo principal denominados tempos compostos. Na língua portuguesa, os verbos ter, haver, ser, estar, ir e andar são verbos auxiliares de tempo.

Verbos ter e haver:

o Os verbos ter e haver no presente do indicativo, acompanhado de um verbo no particípio, indica uma ação começado no passado que ainda continua.

o Os verbos ter e haver no pretérito imperfeito do indicativo, acompanhado de um verbo no particípio, indica pretérito mais-que-perfeito.

Verbo estar:

o O verbo estar, acompanhado de verbo no gerúndio, indica uma ação momentânea, que pode ou não se estender ao futuro.

Verbo ir:

o O verbo ir no presente do indicativo, acompanhado de um verbo no infinitivo, indica futuro do presente.

o O verbo ir no pretérito imperfeito do indicativo, acompanhado de um verbo no infinitivo, indica uma ação planejada no passado, mas não realizada.

Verbo andar:

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o O verbo andar, acompanhado de verbo no gerúndio, indica uma ação passada que se estende até o presente.

Verbos Auxiliares Modais:

Um verbo auxiliar modal, também chamado simplesmente verbo modal, forma com o verbo principal locuções verbais com valor modal (de desejo, probabilidade, dever, possibilidade, necessidade etc.).

São exemplos de verbo auxiliar modal: dever, poder, necessitar, querer. Por ex., "o avião deve partir às 8 horas", "eu não quero pagar o jantar".

Verbos Auxiliares Aspectuais:

Um verbo auxiliar aspectual ou aspectivo acrescenta ao significado do verbo principal noções de como a ação se processa.

Os verbos começar, pôr, estar, continuar são verbos que podem ser usados como aspectuais. Por exemplo.: "eu não comecei a trabalhar", "ele está a comer/comendo".

Verbos Regulares (são aqueles verbos que seguem um modelo comum de conjugação, sem apresentar nenhuma mudança no radical [cantar... canto/cantava/cantei]. Para ser regular, um verbo precisa de sê-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo).

E só pra lembrar: VERBOS IRREGULARES - são os verbos cujo radical sofre modificações no decurso da conjugação, ou cujas desinências se afastam das desinências do paradigma, ou ainda, aqueles que sofrem modificações tanto no radical quando nas desinências (pedir... peço; ser... sou/era/fui).

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Modo Indicativo

Presente do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amo, amas, amamos, amais, amam

Ceder: cedo, cedes, cede, cedemos, cedeis, cedem

Partir: parto, partes, parte, partimos, partis, partem

Pretérito Perfeito do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amei, amaste, amou, amamos, amastes, amaram

Ceder: cedi, cedeste, cedeu, cedemos, cedestes, cederam

Partir: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, partiram

Pretérito Imperfeito do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam

Ceder: cedia, cedias, cedia, cedíamos, cedíeis, cediam

Partir: partia, partias, partia, partíamos, partíeis, partiam

Pretérito Imperfeito do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam

Ceder: cedia, cedias, cedia, cedíamos, cedíeis, cediam

Partir: partia, partias, partia, partíamos, partíeis, partiam

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Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amara, amaras, amáramos, amáreis, amaram

Ceder: cedera, cederas, cedera, cedêramos, cedêreis, cederam

Partir: partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram

Futuro do Presente do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amarei, amarás, amará, amaremos, amareis, amarão

Ceder: cederei, cederás, cederá, cederemos, cedereis, cederão

Partir: partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão

Futuro do Pretérito do Indicativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amaria, amarias, amaria, amaríamos, amaríeis, amariam

Ceder: cederia, cederias, cederia, cederíamos, cederíeis, cederiam

Partir: partiria, partirias, partiria, partiríamos, partiríeis, partiram

Modo Subjuntivo

Presente do Subjuntivo (conjugação de verbos regulares):

Amar: ame, ames, ame, amemos, ameis, amem

Ceder: ceda, cedas, ceda, cedamos, cedais, cedam

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Partir: parta, partas, parta, partamos, partais, partam

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amasse, amasses, amasse, amássemos, amásseis, amassem

Ceder: cedesse, cedesses, cedess, cedêssemos, cedêsseis, cedessem

Partir: partisse, partisses, partisse, partíssemos, partísseis, partissem

Futuro do Subjuntivo (conjugação de verbos regulares):

Amar: amar, amares, amar, amarmos, amardes, amarem

Ceder: ceder, cederes, ceder, cedermos, cederdes, cederem

Partir: partir, partires, partir, partirmos, partirdes, partirem

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: ama, ame, memos, amai, amem

Ceder: cede, ceda, cedamos, cedei, cedam

Partir: parte, parta, partamos, parti, partam

Imperativo Negativo (conjugação de verbos regulares):

Amar: (não) ames, ame, amemos, ameis, amem

Ceder: (não) cedas, cead, cedamos, cedais, cedam

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Partir: (não) partas, parta, partamos, partais, partam

Formas Nominais (verbos regulares):

Infinitivo: amar, ceder partir

Gerúndio: amando, cedendo, partindo

Particípio: amado, cedido, partido

Verbos Irregulares (verbos irregulares são verbos que sofrem alterações em seu radical ou em suas desinências, afastando-se do modelo a que pertencem). São os verbos cujo radical sofre modificações no decurso da conjugação, ou cujas desinências se afastam das desinências do paradigma, ou ainda, aqueles que sofrem modificações tanto no radical quando nas desinências (pedir... peço; ser... sou/era/fui).

Modo Indicativo

Presente do Indicativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem

Vir: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm

Pôr: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem

Pretérito Perfeito do Indicativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram

Vir: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram

Pôr: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram

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Pretérito Imperfeito do Indicativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: via, vias, via, víamos, víeis, viam

Vir: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham

Pôr: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham

Pretérito Mais-que-Perfeito do indicativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram

Vir: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram

Pôr: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram

Futuro do Presente do Indicativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: verei, verás, verá, veremos, vereis, verão

Vir: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão

Pôr: porei, porás, porá, poremos, poreis, porão

Futuro do Pretérito do Indicativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: veria, verias, veria, veríamos, veríeis, veriam

Vir: viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam

Pôr: poria, porias, poria, poríamos, poríeis, poriam

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Modo Subjuntivo

Presente do Subjuntivo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: veja, vejas, vejamos, vejais, vejam

Vir: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham

Pôr: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem

Vir: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem

Pôr: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem

Futuro do Subjuntivo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem

Vir: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vieram

Pôr: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: vê, veja, vejamos, vede, vejam

Vir: vem, venha, venhamos, vinde, venham

Pôr: põe, ponha, ponhamos, ponde, ponham

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Imperativo Negativo (conjugação de verbos irregulares):

Ver: (não) vejas, veja, vejamos, vejais, veja

Vir: (não) venhas, venha, venhamos, venhais, venham

Pôr: (não) ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham

Formas Nominais (verbos irregulares)

Infinitivo: ver, vir, pôr

Gerúndio: vendo, vindo*, pondo

Partícipio: visto, vindo*, posto

*Gerúndio e Partícipio são iguais nos verbos irregulares

1) para verificar se um verbo sofre alterações, basta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo. Ex:

faço - fiz

trago - trouxe

posso - pude

2) Não é considerada irregularidade a alteração gráfica do radical de certos verbos para conservação da regularidade fônica. Ex:

embarcar - embarco

fingir - finjo

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Verbos Derivados

Os verbos derivados seguem a conjugação das respectivas formas primitivas.

Verbos derivados do verbo ver: antever, entrever, prever e rever

Exceção: prover e desprover que, nos tempos abaixo, não são conjugados pelo verbo ver e, sim, como verbo regular:

Verbo prover (formas que apresentam problemas):

Pretérito Perfeito do Indicativo: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo: provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram

Futuro do Subjuntivo: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem

Partícipio: provido

Verbos derivados do verbo vir: advir, convir, desavir-se, intervir, provir

Verbo intervir (formas que apresentam problemas):

Pretérito Perfeito do Indicativo: intervim, intervieste, interveio, interviemos, interviestes, intervieram

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo: interviera, intervieras, interviera, intervierámos, interviéreis, intervieram

Futuro do Subjuntivo: intervier, intervieres, intervier, interviermos, intervierdes, intervieram

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Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: interviesse, interviesses, interviesse, interviéssemos, interviésseis, interviessem

Partícipio: intervindo

Verbos derivados do verbo pôr: antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, dispor, expor, impor, propor, repor, supor, transpor

Verbo compor (formas que apresentam problemas):

Pretérito Perfeito do Indicativo: compus, compuseste, compôs, compusemos, compusestes, compuseram

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo: compusera, compuseras, compusera, compuserámos, compuséreis, compuseram

Futuro do Subjuntivo: compuser, compuseres, compuser, compusermos, compuserdes, compuseram

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: compusesse, compusesses, compusesse, compuséssemos, compusésseis, compusessem

Os Verbos Terminados em ear e iar

a) Os verbos terminados em ear são irregulares nas formas rizotônicas* do presente do indicativo e tempos derivados, pois recebm o acréscimo de i ao radical.

Verbo pentear:

Presente do Indicativo: penteio, penteias, penteia, penteamos, penteais, penteiam

Presente do Subjuntivo: penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem

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Imperativo Afirmativo: penteia (tu), penteie (você), penteemos (nós), penteai (vós), penteiem (vocês)

Imperativo Negativo: (não) penteies (tu), penteie (você), penteemos (nós), penteeis (vós), penteiem (vocês)

*Formas rizotônicas são aquelas cuja sílaba tônica1 está no radical. Arrizotônicas são as que têm a sílaba tônica fora do radical. Encontra-se o radical de um verbo, retirando-se a terminação ar, er ou ir.

A forma é rizotônica quando a vogal da sílaba tônica recai no radical.

Exemplos: Canto - dormes - comes.

A forma é arrizotônica quando a vogal da sílaba tônica recai fora do radical.

Exemplos: Cantamos - comeste - dormirão.

Existem apenas oito formas rizotônicas: eu, tu, ele e eles do presente do indicativo e eu, tu, ele e eles do presente do subjuntivo. Observe a conjugação do verbo cantar no presente do indicativo. O radical de cantar é cant:

Eu CANto

Tu CANtas

Ele CANta

Nós canTAmos

Vós canTAIS

Eles CANtam

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1 Sílaba tônica – é a sílaba proferida com mais intensidade que as outras. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico: - cajá, caderno, lâmpada

Os verbos terminados em ear nos demais, são regulares; portanto sem i no radical.

Verbo frear (formas que apresentam problemas):

Pretérito Perfeito do Indicativo: freei, freaste, freou, freamos, freastes, frearam

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo: freara, frearas, freara, freáramos, freáreis, frearam

Futuro do Subjuntivo: frear, freares, frear, frearmos, freardes, frearam

Imperfeito do Subjuntivo: freasse, freasses, freasse, freássemos, freásseis, freassem

b) Os verbos terminados em iar são regulares, não sofrem alterações em seus radicais, exceto os seguintes, cujas iniciais formam o nome “MARIO”:

Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar = são irregulares nas formas rizotônicas do presente do indicativo e tempos derivados, em que o radical é acrescido de e:

1. No verbo ansiar (irregular):

Presente do Indicativo: anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam

Presente do Subjuntivo: anseie, anseies, anseie, ansiemos, ansieis, anseiem

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Imperativo Afirmativo: anseia (tu), anseie (você), ansiemos (nós), ansiai (vós), anseiem (vocês)

Imperativo Negativo: (não) anseies, anseie, anseie, ansiemos, ansieis, anseiem

2. No verbo mobiliar (regular):

Presente do Indicativo: mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam

Presente do Subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobíliem

Imperativo Afirmativo: mobília (tu), mobílie, mobiliemos, mobiliai (vós), mobíliem

Imperativo Negativo: (não) mobílies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobíliem

Observação: este verbo também se escreve mobilhar (VOLP) e mobilar; ambas com conjugação regular.

Os verbos terminados em uar

Os verbos terminados em uar são regulares, portanto têm a sílaba tônica no “u”. Exemplos: averiguar, apaziguar, obliquar, apaniguar etc.

O verbo averiguar:

Presente do Indicativo: averiguo, averiguas, averigua, averiguamos, averiguais, averiguam

Presente do Subjuntivo: averigue, averigues, averigue, averiguemos, averigueis, averiguem

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Observação: alguns verbos em uar apresentam deslocamento da sílaba tônica, no presente do indicativo e tempos derivados: aguar, desaguar, enxaguar, minguar...

O verbo aguar:

Presente do Indicativo: águo, águas, água, aguamos, aguais, águam

Presente do Subjuntivo: águe, águes, águe, aguemos, agueis, águem

Observação: “Há quem considere corretas as formas com sílaba tônica no “u” (aguo, aguas, agua...), porém tal procedimento não deve encontrar amparo da língua portuguesa”. (Mário Barreto)

O verbo requerer

Semelhante ao verbo querer, só NÃO segue a conjugação dele nos seguintes casos:

Presente do Indicativo: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem

Pretérito Perfeito do Indicativo: requeri, requereste, requereu, requeremos, requereis, requerem

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo: requerera, requereras, requerera, requerêramos, requerêreis, requereram

Futuro do Subjuntivo: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem

Imperfeito do Subjuntivo: requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem

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Os Verbos Irregulares da 3a Conjugação

a) Modelo: cair – perdem o i na 3a pessoa do plural do presente do indicativo.

Presente do Indicativo: caio, cais, cai, caímos, caís, caem

Seguem esse modelo: atrair, contrair, distrair, extrair, retrair, sair etc.

b) Modelo: ferir – trocam o e por i na 1a pessoa do singular do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo.

Presente do Indicativo: firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem

Presente do Subjuntivo: fira, firas, fira, firamos, firais, firam

Seguem o modelo: aderir, advertir, aferir, assentir, competir, deferir, refletir, vestir e outros (esses verbos, portanto, não são defectivos [verbos defectivos são aqueles que possuem alguma deficiência na sua conjugação, ou seja, não apresentam todas as formas verbais, deixando de ser conjugados em determinadas pessoas, tempos ou modos. São defectivos os verbos impessoais, que, por estarem presentes em orações sem sujeito, só aparecem na 3ª pessoa do singular. Como exemplos, temos os verbos chover, gear, nevar, trovejar, ventar etc. Os verbos que designam vozes de animais, como zurrar, cacarejar, latir, miar, rinchar, também só são empregados apenas na 3ª pessoa, em virtude de sua significação. Entretanto, nesses casos esses verbos podem deixar de ser defectivos quando usados no sentido figurado]).

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c) Modelo: agredir – trocam o e por i nas formas rizotônicas* do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo.

Presente do Indicativo: agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem

Presente do Subjuntivo: agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam

Seguem o modelo: regredir, progredir, transgredir, prevenir, cerzir e denegrir

*São rizotônicas verbos cujo acento tônico recai no radical. São rizotônicas a 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do presente do subjuntivo, bem como as correspondentes no imperativo; todas as demais formas são, normalmente, arrizotônicas:

Pessoa: Presente do Indicativo: Presente do Subjuntivo:

Eu Cant-o (rizotônica) Cant-e (rizotônica)

Tu Cant-as (rizotônica) Cant-es (rizotônica)

Ele Cant-a (rizotônica) Cant-e (rizotônica)

Nós Cant-amos (arrizotônica) Cant-emos (arrizotônica)

Vós Cant-ais (arrizotônica) Cant-eis (arrizotônica)

Eles Cant-am (rizotônica) Cant-em (rizotônica)

d) Modelo: cobrir – trocam o o por u na 1a pessoa do singular do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo.

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Presente do Indicativo: cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem

Presente do Subjuntivo: cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram

Seguem o modelo: encobrir, engolir, descobrir, recobrir, dormir, tossir

e) Modelo: subir – trocam o u por o nas formas rizotônicas do presente do indicativo (exceto na 1a pessoa do singular).

Presente do Indicativo: subo, sobes, sobe, subimos, subis, sobem

Seguem o modelo: acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, escapulir, fugir, sumir

f) Modelo: polir – trocam o o por u nas formas rizotônicas do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo.

Presente do Indicativo do verbo polir: pulo, pules, pule, polimos polis, pulem

Presente do Subjuntivo do verbo polir: pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam

Seguem o modelo: sortir e despolir

g) O verbo frigir: troca o i por e nas formas rizotônicas do presente do indicativo (exceto na 1a pessoa do singular, onde troca o g por j), o mesmo ocorre em todo o presente do subjuntivo.

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Presente do Indicativo: frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem

Presente do Subjuntivo: frija, frijas, frija, frijamos, frijais, frijam

Os Verbos Defectivos

Verbos defectivos são aqueles que não são conjugados integralmente, faltam pessoas ou tempos inteiros. são aqueles que possuem alguma deficiência na sua conjugação, ou seja, não apresentam todas as formas verbais, deixando de ser conjugados em determinadas pessoas, tempos ou modos. São defectivos os verbos impessoais, que, por estarem presentes em orações sem sujeito, só aparecem na 3ª pessoa do singular. Como exemplos, temos os verbos chover, gear, nevar, trovejar, ventar etc. Os verbos que designam vozes de animais, como zurrar, cacarejar, latir, miar, rinchar, também só são empregados apenas na 3ª pessoa, em virtude de sua significação. Entretanto, nesses casos esses verbos podem deixar de ser defectivos quando usados no sentido figurado.

Principais Verbos Defectivos

a) Reaver e Precaver-se

São conjugados apenas nas formas arrizotônicas do presente do indicativo e tempos derivados:

Presente do Indicativo:

Reaver Precaver-ser

nós reavemos nós nos precavemos

vós reaveis vós vos precaveis

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Presente do Subjuntivo:

não existe

Imperativo Negativo:

não existe

Imperativo Afirmativo:

Reaver Precaver-ser

vós reaveis vós precaveis-vos

Nos demais tempos:

Reaver – conjuga-se como o verbo haver: havido, houvermos, houvessem, haverão...

Precaver-se – conjuga-se como verbo regular*: vendíeis, vendêramos, venderdes, vendais...

* Verbo regular é aquele que não sofre alteração em seu radical e cujas desinências são as mesmas do paradigma ou modelo de conjugação.

b) Grupo do EI

São conjugados apenas nas formas com E ou I depois do radical: abolir (eu abulo, vós abolíeis, eu abula, vós abulais...), aturdir, banir, brandir, carpir, colorir, demolir, delinquir, esculpir, explodir, fulgir, feder, soer.

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c) Grupo do I

São conjugados apenas nas formas com I depois do radical: falir (vós falais, vós falirdes, vóas falírieis...), adir, remir, ressarcir, vagir, espavorir.

d) O verbo viger só é conjugado nas formas com E depois do radical: eu vijo, vós vigeis, eu vija, vós vijais, tu vigeres...

Particípios abundantes (Verbos abundantes são aqueles que apresentam duas ou mais formas equivalentes para determinada flexão. Normalmente, a abundancia ocorre no particípio: uma forma é regular, terminada em -ado (1ª conjugação) ou -ido (2ª e 3ª conjugações), e a outra é irregular, proveniente do latim ou de nome que passou a ter aplicação como verbo. Assim, o verbo "aceitar" apresenta os particípios aceitado, aceito e aceite; o verbo "entregar", os particípios entregado e entregue; o verbo "matar", os particípios matado e morto; o verbo "expulsar", os particípios expulsado e expulso):

aceitar: aceitado, aceito; acender: acendido, aceso; benzer: benzido, bento; eleger: elegido, eleito; entregar: entregado, entregue; enxugar: enxugado, enxuto; expressar: expressado, expresso; expulsar: expulsado, expulso; extinguir: extinguido, extinto; matar: matado, morto; prender: prendido, preso; romper: rompido, roto; salvar: salvado, salvo; soltar: soltado, solto; suspender: suspendido, suspenso; tingir: tingido, tinto.

As formas regulares são empregadas na voz ativa (tempos compostos = São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. [exemplo: tenho cantado, tenho vendido, tenho partido]) com os auxiliares “ter” ou “haver”; as

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formas irregulares são usadas na voz passiva com os auxiliares “ser”ou “estar”.

O diretor havia aceitado a proposta. (voz ativa – tempo composto)

A tarefa foi aceita por nós. (voz passiva)

O professor tinha suspendido a aula. (voz ativa – tempo composto)

O jogo foi suspenso pelo árbitro. (voz passiva)

Particípios Especiais

Somente Particípios Irregulares:

abrir: aberto; cobrir: coberto; dizer: dito; escrever: escritor; fazer: feito; ver: visto; vir: vindo; pôr: posto

Particípios Regulares que se tornaram obsoletos:

ganhar: ganhado, ganho; gastar: gastado, gasto; pagar: pagado, pago

Observação: tais particípios apesar de estarem obsoletos, seu uso NÃO é incorreto.

Particípio Literário:

pegar: pegado, pego

“Embora o uso tenha consagrado o particípio ‘pego’, deve-se preferir ‘pegado’ com qualquer auxiliar” (Rocha Lima)

O ladrão foi pegado pela polícia.

Jamais tinha pegado um passarinho na arapuca.

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Tempos Compostos

Os verbos auxiliares ter ou haver + Particípio (verbo regular)

Resumo da Conjugação de Tempos Compostos

Modo: INDICATIVO

1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO INDICATIVO do verbo “ter” com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tenho cantado;

tens cantado

tem cantado

temos cantado

tendes cantado

têm cantado

2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPERFEITO DO INDICATIVO do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tinha cantado

tinhas cantado

tinha cantado

tínhamos cantado

tínheis cantado

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tinham cantado

3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO PRESENTE SIMPLES do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

terei cantado

terás cantado

terá cantado

teremos cantado

tereis cantado

terão cantado

4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

teria cantado

terias cantado

teria cantado

teríamos cantado

teríeis cantado

teriam cantado

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Modo: SUBJUNTIVO

1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tenha cantado

tenhas cantado

tenha cantado

tenhamos cantado

tenhais cantado

tenham cantado

2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tivesse cantado

tivesses cantado

tivesse cantado

tivéssemos cantado

tivésseis cantado

tivessem cantado

3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUNTIVO do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

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tiver cantado

tiveres cantado

tiver cantado

tivermos cantado

tiverdes cantado

tiverem cantado

FORMAS NOMINAIS

1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL). Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

ter cantado ter vendido ter partido

2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL). Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

ter cantado

teres cantado

ter cantado

termos cantado

terdes cantado

terem cantado

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3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do verbo “ter” (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tendo cantado

tendo vendido

tendo partido

Observação: o presente, pretérito imperfeito, imperativo e particípio compostos NÃO existem!

Vozes do Verbo

Voz ativa = o sujeito pratica a ação.

O deputado apresentou um novo projeto.

Voz passiva = o sujeito sofre a ação.

O muro foi derrubado pela liberdade.

Voz reflexiva = o sujeito pratica e sofre a ação.

A menina via-se no espelho.

Observações:

1. A voz reflexiva se faz com os pronomes* me, te, se, nos e vos:

Nós nos afogamos no rio.

2. Uma variante da voz reflexiva no plural denota reciprocidade (ação mútua).

Eles abraçaram-se e cumprimentaram-se.

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* Pronome é classe de palavra (variável em gênero, número e pessoa) que acompanha ou representa o substantivo, serve para apontar uma das três pessoas do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo. O pronome pode funcionar como: - Pronome adjetivo: quando modifica um substantivo.

Esta casa é antiga. - Pronome substantivo: quando desempenha função de substantivo. Paulo é um ótimo aluno. Convidei-o para o curso. Observação: o pronome expressa um ser apenas quando inserido num contexto. Há, no português, seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e interrogativos. As três pessoas do discurso são: - primeira pessoa: aquela que se refere à pessoa que fala: eu, me, mim, meu... - segunda pessoa: aquela que se refere à pessoa com quem se fala: tu, te, ti, teu... - terceira pessoa: aquela que se refere à pessoa de quem se fala: ele, ela, se, si, seu...

Passagem da Voz Ativa para a Voz Passiva

Condição: verbo transitivo direto.

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Passagem para a voz passiva:

Voz ativa:

O fogo destruía o jardim.

sujeito verbo transitivo direto objeto direto

Voz passiva analítica:

O jardim era destruído pelo fogo.

sujeito paciente particípio agente da passiva

O verbo ser (era) permanece no mesmo tempo e modo do verbo da voz ativa (destruía).

Passagem de Locução Verbal* para a Voz Passiva

Voz ativa:

Os alunos estavam assinalando a resposta.

sujeito verbo auxiliar verbo principal objeto direto

verbo transitivo direto

Voz Passiva:

A resposta estava sendo assinalada pelos alunos.

sujeito verbo auxiliar particípio agente da passiva

O verbo ser (sendo) permanece no mesmo tempo e modo do verbo da voz ativa (sendo).

O verbo auxiliar (estava) concorda com o sujeito.

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*Locução verbal é uma expressão formada por mais de um verbo: verbo auxiliar + verbo principal. Os elementos da locução não se separam:

Estou chegando/ Tinha partido/ Vou viajar/ Tenho de fazer etc.

O verbo auxiliar é conjugado e o verbo principal fica numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Os verbos auxiliares ter e haver, quando seguidos da preposição de e um verbo no infinitivo, formam locuções verbais.

1. Com o verbo auxiliar haver, a locução verbal deixa de indicar obrigatoriedade para expressar promessa, intenção: hei de vencer, hei de estudar, havia de sair, haverei de viajar.

2. Com o auxiliar ter, a locução verbal implica ideia de obrigatoriedade: tenho de estudar, tinha de sair, terei de viajar.

ATENÇÃO: A expressão que apresenta dois ou mais verbos com valor de um é chamada de locução verbal, sendo sempre formada de verbo auxiliar1 + forma nominal (infinitivo, gerúndio e particípio).

A empregada estenderá roupa. (verbo)

A empregada vai estender roupa. (locução verbal)

1 Os verbos auxiliares são aqueles que fornecem informação

semântica adicional ao verbo principal, ou seja, acrescem informações sobre tempo, número, pessoa, etc.:

Eu tenho estudado matemática.

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Há de haver uma cura para a doença.

Um carro foi comprado por Juca.

Passagem da Voz Passiva para a Voz Ativa

Voz Passiva:

A prova seria corrigida pela professora.

sujeito paciente agente da passiva

Voz Ativa:

A professora corrigiria a prova.

sujeito agente (1) futuro do pretérito (3) objeto direto (2)

Observações:

(1) O agente da passiva voltou a ser o sujeito agente.

(2) O sujeito paciente voltou a ser o objeto direto.

(3) Eliminou-se o verbo ser, conjugando-se o verbo principal no mesmo tempo em que se encontrava o verbo ser.

PRONOMES Os pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. Os pronomes constituem uma categoria de palavras tão importante quanto a dos substantivos. Eles podem servir como uma espécie de curinga, sendo usados para substituir um substantivo (neste caso são chamados de Pronomes Substantivos = quando substituem o substantivo: Ex.: Alguns se julgam melhores que outros.). Pode ainda se referir a um substantivo, ou acompanhá-lo qualificando-o de

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alguma maneira (Nesta caso são chamados de Pronomes Adjetivos = determinam o substantivo: Ex: Meus amigos adoram esta casa.). Variáveis em gênero e número, os pronomes concordam com o substantivo ao qual substituem, se referem ou qualificam. Podem ser classificados como pessoais (eu, você, eles), possessivos (meu, seu), demonstrativos (este, aquele), interrogativos (quem, qual), indefinidos (alguma, alguém), relativos (que, qual) e reflexivos (si mesmo). É a palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome (substantivo). Ex.: Ana disse para sua irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa. 1. eu substitui "Ana" 2. meu acompanha "o livro de matemática" 3. o substitui "o livro de matemática" 4. ele substitui "o livro de matemática" Flexão dos Pronomes Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa: Gênero: (masculino/feminino) Ele saiu/Ela saiu Meu carro/Minha casa Número: (singular/plural) Eu saí/Nós saímos Minha casa/Minhas casas

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Pessoa: (1ª/2ª/3ª) Eu saí / Tu saíste / Ele saiu Meu carro / Teu carro / Seu carro Função dos Pronomes O pronome tem duas funções fundamentais: Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome) Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito "nenhum aluno" tem como núcleo o substantivo "aluno" e como palavra dependente o pronome adjetivo "nenhum") Tipos de Pronomes Pronomes Pessoais: Os pronomes pessoas são aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso: 1ª pessoa - a pessoa que fala - EU/NÓS 2ª pessoa - a pessoa com que se fala - TU/VÓS 3ª pessoa - a pessoa de quem se fala -ELE/ELA/ELES/ELAS Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.

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Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento. Os pronomes aparecem nas frases para indicar algo/alguém ou fazer alguma referência. Os pronomes do caso reto: designam as pessoas do discurso: eu e tu e suas formas plurais; designam também as pessoas que não pertencem ao discurso: ele, elas e seus plurais. Portanto, pronomes do caso reto: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Pronomes do caso reto funcionam como sujeito. Cada pronome caso reto tem um correspondente na forma caso oblíquo. Pronomes do caso oblíquo - átonos e tônicos: Átonos (usa-se sem preposição): me, te, lhe, o, a, se, nos, vos, lhes, os, as, se. Tônicos (usa-se com preposição): mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas, si. Os pronomes do caso oblíquo funcionam como complementos e não como sujeitos. Emprego dos Pronomes Pessoais

1) lo(s), la(s): na ênclise* de o(s) e a(s) com verbos terminados em r, s e z. Ex.: ajudar + o: ajudá-lo; ajudamos + a: ajudamo-la; satisfez + os: satisfê-los.

2) no(s) e na(s): na ênclise de o(s) e a(s) com verbos terminados em ao, õe, am e em. Ex.: dão + o: dão-no;

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põe + os: põe-nos; façam + a: façam-na. trazem + trazem-nas

3) os verbos terminados em mos perdem o s, com a ênclise dos pronomes o, a, os, as, nos e vos. Ex.: avisamos + o: avisamo-lo; vemos + nos: vemo-nos; amamos + vos: amamo-vos.

4) usa-se com nós e com vós, em lugar de conosco e convosco, quando seguidos de mesmos, próprios, outros, todos e numerais. Estamos surpresos com nós mesmos. Estão satisfeitos com nós todos.

5) para eu e para mim – para tu e para ti Este trabalho é para eu fazer. (sujeito) Estudar é difícil para mim. (Complemento Nominal = dá-se o nome de complemento nominal ao termo que complementa o sentido de um nome ou um advérbio, conferindo-lhe uma significação completa ou, ao menos, mais específica) Trouxe um livro para tu leres. (sujeito) Este livro é para ti. (objeto indireto) Observação: em “Será fácil para mim vender o carro”, mim é complemento nominal de fácil e não sujeito de vender; veja a ordem direta: Vender o carro será fácil para mim.

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6) eu e tu não podem ser preposicionados; em seus lugares, usamos mim e ti. Entre mim e ti, só há a distância. Pesam acusações sobre ti e mim.

7) consigo é pronome reflexivo (consigo = com ele mesmo). O vento traz consigo a chuva.

8) possessivo (objeto indireto de posse ou adjunto adnominal). Não lhes entendo as razões. (suas, deles) Rasgaram-me as roupas. (minhas)

Pronomes Oblíquos: Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem. Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem. Os pronomes oblíquos quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram um relatório. Fizeram-no. Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração. Ex.: Maria olhou-se no espelho Eu não consegui controlar-me diante do público.

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Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infinitivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (pronome oblíquo, pois é um complemento) O professor trouxe o livro para eu ler. (pronome reto, pois é sujeito) Pronomes de Tratamento: Os pronomes de tratamento são aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns: você (v.) : tratamento familiar senhor (Sr.), senhora (Srª.) : tratamento de respeito senhorita (Srta.) : moças solteiras Vossa Senhoria (V.Sª.) : para pessoa de cerimônia Vossa Excelência (V.Exª.) : para altas autoridades Vossa Reverendíssima (V. Revmª.) : para sacerdotes Vossa Eminência (V.Emª.) : para cardeais Vossa Santidade (V.S.) : para o Papa Vossa Majestade (V.M.) : para reis e rainhas Vossa Majestade Imperial (V.M.I.) : para imperadores Vossa Alteza (V.A.) : para príncipes, princesas e duques 1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade) 2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome "vossa" se

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transforma no possessivo "sua". Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso) Funções Sintáticas dos Pronomes Pessoais

a) Pronome o(s), a(s) Objeto direto* Jamais o acompanharei nesta loucura. Sujeito (verbos sensitivos e causativos)1

Deixei-o sair em péssimas companhias. (sujeito de sair)

* Objeto direto é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, por isso, é complemento verbal, na grande maioria dos casos, não preposicionado. Do ponto de vista da semântica, o objeto direto é: - o resultado da ação verbal, ou - o ser ao qual se dirige a ação verbal, ou - o conteúdo da ação verbal.

b) Pronome lhe(s) Objeto indireto* Não façam apenas o que lhes convém. Adjunto adnominal ou objeto indireto de posse A flecha transpassa-lhe o coração. (lhe = seu, dele)

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Complemento nominal (com verbos de ligação) Era-lhe impossível sorrir. (lhe = para ele)

* Objeto indireto é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto e vem sempre acompanhado de preposição. Do ponto de vista da semântica, o objeto indireto é o ser ao qual se destina a ação verbal.

c) Pronomes me, te, se, nos e vos Objeto direto ou indireto Os súditos sempre me obedeceram. (objeto indireto) Os peregrinos me acompanhavam. (objeto direto) Adjunto adnominal (ou objeto indireto de posse) Capitu captou-me as intenções. (=minhas) Complemento nominal A vitória parecia-me impossível. (= para mim) Sujeito (verbos sensitivos e causativos)1

1 Verbos Sensitivos (ou sensoriais [descrevem um afeto (uma sensação, uma emoção, um estado de alma, um juízo, etc.)]) - ver, divisar, olhar, perceber, mostrar, apresentar, desvelar, denotar, expressar, aparecer, sumir, esconder, parecer, fingir, ouvir, soar; cheirar, saber (de paladar); provar, sentir, etc. Verbos causativos: também chamado “factitivo”, é o verbo transitivo direto (o que se liga ao complemento sem auxílio de preposição) cujo objeto se constitui de um ser que age por força do sujeito. Em outras palavras, o sujeito faz com que o

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objeto faça ou torne-se alguma coisa. Exemplos: "João afugentou os cães" (pela ação de João, os cães fugiram), "Roma civilizou a Pensínsula Ibérica" (pela ação de Roma, a Península tornou-se civilizada), "Os portugueses cristianizaram a Terra de Santa Cruz" (pela ação dos portugueses, a Terra de Santa Cruz tornou-se cristã), "Notifiquei-o do atraso" (pela minha ação, ele tomou conhecimento do atraso). O caráter causativo desses verbos é expresso: pelo sufixo -entar: acalentar, afugentar, apascentar; pelo sufixo -izar: amenizar, galvanizar, robotizar; pelo sufixo -ficar: codificar, mumificar, retificar; por verbos auxiliares: deixar, fazer, mandar, tornar, como em "Fiz Leo estudar" (por minha ação, Leo estudou), “Tornei-o interessado em Português” (por minha causa, ele ficou interessado pelo estudo da língua portuguesa), “Mandei os alunos ficarem” (por minha ordem, os alunos ficaram), “Deixei o copo cair” (por minha ação, o copo caiu). Pronomes Possessivos: Os pronomes possessivos são aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora. As principais palavras que podem funcionar como pronomes possessivos: Pessoa do discurso: Pronome possessivo: 1ª pessoa singular meu, minha, meus, minhas. 2ª pessoa singular teu, tua, teus, tuas. 3ª pessoa singular seu, sua, seus, suas. 1ª pessoa plural nosso, nossa, nossos, nossas. 2ª pessoa plural vosso, vossa, vossos, vossas. 3ª pessoa plural seu, sua, seus, suas

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Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (= seus) os cabelos. Emprego dos pronomes possessivos:

1) Os pronomes possessivos seu(s) e sua(s) podem gerar ambiguidade: José saiu com a sua mulher.

2) Os pronomes possessivos podem indicar valores aproximados: Quando ainda tinha meus trinta anos.

3) Com os pronomes possessivos é facultativo o emprego de artigo: Aquela é (a) minha irmã.

4) Os pronomes possessivos podem indicar afeto, parentesco, senhoria: Você é o meu amigo. (afeto) Temos de defender os nossos. (parentes) Todos conhecem seu Antônio. (senhoria)

Pronomes Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior de um discurso. Primeira pessoa: Este, estes, esta, estas, isto Segunda pessoa: Esse, esses, essa, essas, isso Terceira pessoa: Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo Os pronomes demonstrativos podem ser usados como aposto distributivo:

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João e Almir são professores; este de Português, aquele de Matemática. (este = Almir, o último; aquele = João, o primeiro) Observações:

a) com a preposição de, pospostos a substantivos, os pronomes demonstrativos são usados apenas no plural: Terias coragem para uma coisa dessas. Com um calor destes, não saio de casa.

b) o, a, os, as serão pronomes demonstrativos, quando forem equivalentes a aquele, aquilo: Ana foi a (aquela) que mais estudou.

c) mesmo e próprio têm valor reforçativo: Ela mesma (própria) costurou o vestido.

d) tal será um pronome demonstrativo, quando significar este, isto, esse, isso: Jamais farei tal (este) discurso.

Pronomes Indefinidos: Os pronomes indefinidos são pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa. Alguns pronomes indefinidos: - pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem; - lugares: onde, algures, alhures, nenhures; - pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada.

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Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para:

1. Algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema);

2. Cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma);

3. Alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários);

4. Bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim);

5. O pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"; 6. O pronome nada, colocado junto a verbos ou

adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje);

7. O pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje);

8. Existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc.;

9. Todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ≠ Toda a cidade parou para ver a banda).

Algumas locuções pronominais indefinidas*: - Cada qual, quem quer que, qualquer um, todo aquele que, tudo o mais

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* Quando temos um grupo de palavras com valor de pronome indefinido, nós o chamamos de locução pronominal indefinida. Veja alguns exemplos:

Todo mundo ganhará com os esportes.

Cada um de nós deverá fazer a sua parte para salvar o mundo.

São também locuções: qualquer um, cada qual, qual for, seja quem for, todo aquele que, etc. Emprego dos pronomes indefinidos:

1) Não se usa apenas a palavra cada em lugar de cada um: As maçãs custam R$ 10,00 cada. (INCORRETO) As maçãs custam R$ 10,00 cada uma. (correto) Observação: cada tem valor intensivo: Esses jovens têm cada mania.

2) Posposto ao nome (substantivo), algum significa nenhum: Não vi fantasma algum.

3) Todo o e toda a significa inteiro(a); todo e toda significa qualquer: Toda a casa será pintada. Toda casa será pintada.

Uso de alguns pronomes indefinidos (o pronome indefinido é aquele que se refere à terceira pessoa do discurso de modo impreciso, indeterminado, genérico):

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Algum: a) quando anteposto ao substantivo dá a ideia de afirmação: "Algum dinheiro terá sido deixado por ela." b) quando posposto ao substantivo dá idéia de negação: "Dinheiro algum terá sido deixado por ela." Obs.: O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador. Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio "demais" ou com a locução adverbial "de mais". Ex.: "Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista." (locução adverbial) "Maria esperou os demais." (pronome indefinido = os outros) "Maria esperou demais." (advérbio de intensidade) Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.: "Percorri todo trajeto." (pronome indefinido) "Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada." (advérbio)

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Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas. Ex.: "Cada homem tem a mulher que merece." Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador: "Mário diz cada coisa idiota!" Pronomes Relativos: Os pronomes relativos são aqueles que representam nomes (substantivos) que já foram citados e com os quais estão relacionados. O nome (substantivo) citado denomina-se ANTECEDENTE do pronome relativo. Ex.:"A rua onde moro é muito escura à noite." onde: pronome relativo que representa "a rua" a rua : antecedente do pronome "onde" Os pronomes relativos são: Variáveis: O qual, a qual Os quais, as quais Cujo, cuja Cujos, cujas Quanto, quanta Quantos, quantas

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Invariáveis: Que (quando equivale a o qual e flexões) Quem (quando equivale a o qual e flexões) Onde (quando equivale a no qual e flexões)

O pronome relativo QUEM sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de "O QUAL". Com verbos transitivos diretos exige a preposição a. Ex.: “Tu já conheces a pessoas a quem admiro ?” "Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris." Antecedente: menina Pronome relativo antecedido de preposição: de quem

Os pronomes relativos CUJO, CUJA sempre precedem a um substantivo sem artigo (não admite o uso de artigo) e possuem o significado "DO QUAL" "DA QUAL". Ex.: "O livro cujo autor não me recordo."

Os pronomes relativos QUANTO(s) e QUANTA(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: "Você é tudo quanto queria na vida."

O pronome relativo ONDE tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. É equivalente a em que ou no qual, e indica lugar; transforma-se em aonde e donde em relação a verbos em movimento. Ex.: "A casa onde moro é muito espaçosa. “Já sabemos aonde você quer chegar.” “Nunca se soube donde provinha tanto ódio.”

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O pronome relativo QUE admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo ou outro pronome. Ex.: "Quero agora aquilo que ele me prometeu."

Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas orações em um só período. Ex.: A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. (A mulher que parece interessada comprou o livro.)

Pronomes Interrogativos: Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desempenham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: QUE, QUANTOS, QUEM, QUAL etc. Ex.: "Quantos livros teremos que comprar?" (direta) "Ele perguntou quantos livros teriam que comprar." (indireta) "Qual foi o motivo do seu atraso?" (direta)

Observação: outras palavras introduzindo perguntas serão advérbios interrogativos:

Onde moras ? Como vais ? Por que foste ?

Revisando conceitos: pronomes do caso reto e do caso oblíquo

Há dois caminhos para usar corretamente esses pronomes. Primeiramente, deve-se compreender quem são esses

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elementos e por que aparecem numa frase; depois, saber usá-los.

Os pronomes do caso reto designam as pessoas do discurso, que são: eu e tu e as formas plurais dessas pessoas; designam também as pessoas que não pertencem ao discurso: ele, elas e seus plurais. Esses pronomes são formas que funcionam como sujeito. Cada pronome da forma caso reto tem um correspondente na forma caso oblíquo.

Os pronomes do caso oblíquo são formas que funcionam como complementos e não como sujeitos.

Pronomes do caso reto: eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Pronomes do caso oblíquo - átonos e tônicos: Átonos (usa-se sem preposição): me, te, lhe, o, a, se, nos, vos, lhes, os, as, se. Tônicos (usa-se com preposição): mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas, si.

SINTAXE

Concordância Verbal

Sujeito Simples

No caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa:

Os alunos estudaram muito.

Nós somos bons alunos.

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Sujeito Composto

No caso de sujeito composto, o verbo vai para o plural, na mesma pessoa gramatical do núcleo de número (1a pessoa, 2a

pessoa ou 3a pessoa) mais baixo:

3a pessoa + 3a pessoa = verbo na 3a pessoa do plural (eles):

O diretor e a secretária já saíram.

1a pessoa + 2a pessoa = verbo na 1a pessoa do plural (nós):

Eu e tu iremos passar no concurso.

1a pessoa + 3a pessoa = verbo na 1a pessoa do plural (nós):

Eu e Raimunda estaremos na cidade.

2a

pessoa + 3a

pessoa = verbo na 2a pessoa do plural (vós):

Tu e alguns colegas saireis mais cedo.

2a pessoa + 3a pessoa = verbo na 3a pessoa do plural (vocês):

Tu e alguns colegas sairão mais cedo.

Casos Especiais de Concordância com o Sujeito Composto

1) Núcleos do sujeito composto pospostos ao verbo: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo:

Na igreja, choraram/chorou mãe e filha.

2) Núcleos do sujeito composto sinônimos: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo:

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A dor e o sofrimento sempre me acompanham/acompanha.

3) Núcleos do sujeito composto em gradação: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo:

Um ano, um mês, um dia pouco importam/importa.

4) Núcleos do sujeito composto ligados pela conjunção ou:

a) Com exclusão: o verbo concorda com o núcleo mais próximo:

João ou José casará com Raimunda.

Os gaúchos ou nós venceremos a corrida.

b) Sem exclusão: o verbo vai para o plural:

O rico ou o pobre morrerão um dia.

5) Núcleos do sujeito composto infinitivos (sujeito oracional*): o verbo fica na 3a pessoa do singular:

Caminhar e correr faz bem à saúde.

Porém, o verbo vai para o plural se os infinitivos forem antônimos, ou se estiverem determinados por artigos:

Amar e odiar fazem parte do ser humano.

O falar e o escrever bem revelam cultura.

* Quando o sujeito é uma oração subordinada1, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do

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singular. Ex.: Ainda falta/dar os últimos retoques na pintura.

1 Oração subordinada é a que exerce uma função sintática em relação a uma outra oração, chamada oração principal e que pede complemento.

6) Núcleos do sujeito composto ligados pela preposição com: o verbo vai para o plural, de preferência, podendo concordar com o 1o núcleo para realçá-lo:

O professor com seus alunos realizaram/realizou a pesquisa.

Observação: se o núcleo preposicionado vier separado por vírgulas, o verbo deverá concordar com o 1

o núcleo (sujeito simples):

O professor, com seus alunos, realizará a pesquisa.

7) Núcleos do sujeito composto ligados por conjunção comparativa:

a) O verbo concorda com o 1o núcleo, se quisermos destacá-lo (o 2o vem separado por vírgulas):

Na realidade, a felicidade, como o paraíso, não existe.

b) O verbo concorda com os dois núcleos, isto é, no plural (nesse caso não há vírgulas):

O homem como todos os seres humanos são mortais.

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8) Sujeito composto seguido do aposto resumitivo: o verbo concorda com o aposto:

[Vinho, dinheiro, mulheres,] {nada} o alegrava mais. sujeito composto aposto

Casos Especiais de Concordância

1) Com as locuções um e outro, nem um nem outro e nem..., nem..., o verbo pode ficar no singular ou no plural:

Um e outro assunto será/serão visto(s).

Nem um nem outro aluno saiu/saíram.

Nem livro nem apostila basta/bastam.

Observações:

a) Havendo reciprocidade, o verbo vai para o plural:

Nem um nem outro se olham mais.

b) Havendo exclusão, o verbo fica no singular:

Nem Paulo nem José se casará com ela.

2) Com a locução um ou outro, o verbo fica no singular:

Um ou outro assessor viajará a serviço.

3) Com a locução mais de um, o verbo fica no singular:

Mais de um jogador será convocado.

Observação: havendo reciprocidade ou repetição, o verbo vai para o plural:

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Mais de um carro se chocaram na pista.

Mais de um carro, mais de um caminhão derraparam na pista.

4) Sujeito locução pronominal com pronome pessoal preposicionado:

a) Núcleo do sujeito no singular: verbo na 3a pessoa do singular:

Qual de nós sobreviverá ?

b) Núcleo do sujeito no plural: verbo na 3a pessoa do plural ou concorda com o pronome pessoal:

Quais de nós vencerão/venceremos ?

5) Sujeito que, da locução “um dos... que”:

a) Verbo no singular (para enfatizar o indivíduo):

Vieira foi um dos escritores que me fascinou.

b) Verbo no plural (para enfatizar o conjunto):

Vieira foi um dos escritores que me fascinaram.

6) Sujeito coletivo, partitivo ou percentual:

a) Concordância com o núcleo do sujeito:

A maioria dos alunos passará.

Um bando de pássaros pousou.

Um por cento dos alunos já saiu.

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b) Concordância com o determinante do sujeito:

A maioria dos alunos passarão.

Um bando de pássaros pousaram.

Um por cento dos alunos já saíram.

7) Sujeito substantivo pluralício:

a) Com o artigo no plural, o verbo vai para o plural:

Os Estados Unidos invadiram o Iraque.

b) Sem o artigo, o verbo fica no singular:

Alagoas nos deu políticos ilustres.

8) Sujeito quem:

a) Pronome indefinido1 (sem ênfase), o verbo vai para a 3a pessoa do singular:

Não serei eu quem pagará a conta.

b) Pronome relativo2 (com ênfase), o verbo

concorda com o antecedente:

Não serei eu quem pagarei a conta.

1 Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar ideia de conjunto ou quantidade indeterminada.

2 Os pronomes relativos são aqueles que se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o na oração seguinte.

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Ex.: Eu conheço a história que você contou. Nesse caso, a palavra que substitui a palavra história.

9) Sujeito que:

Sendo o sujeito da frase o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente:

Sou eu que faço as contas.

10) Oração sem sujeito*, o verbo fica na 3a pessoa do singular (verbos impessoais):

a) O verbo indicando tempo (fazer, haver, estar):

Faz anos que estudo Português.

Fez muito frio neste inverno.

Há séculos não vou ao cinema.

Hoje está muito quente.

b) O verbo indicando fenômenos da natureza:

Trovejou no norte, mas choveu no sul.

c) O verbo haver significando existir, ocorrer:

Houve muitas faltas às aulas.

Observação: o verbo auxiliar ficará na 3a pessoa do singular, se houver locução verbal

1:

Pode fazer dez anos que não a vejo.

Deve fazer dias frios no Sul.

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Amanhã poderá haver problemas sérios.

**Oração sem Sujeito: ocorre quando não podemos atribuir a nenhum ser a informação contida no predicado. Nesse caso o verbo é chamado de impessoal e o sujeito é chamado de inexistente. Ocorre nos seguintes casos:

1) Com o verbo haver significando existir: Há 10 alunos na sala.

2) Com os verbos ser, estar e fazer indicando tempo cronológico ou fenômenos metereológicos: Está frio.

3) Verbos que indicam fenômenos da natureza: chover, anoitecer, nevar, trovejar…: Venta muito aqui.

Observações Importantes:

1) Se o verbo que indica fenômeno da natureza for empregado no sentido figurado, então haverá sujeito:

Ex. Chovem alegrias naquela casa. (“alegrias” é o sujeito)

2) O verbo existir possui sujeito: Existem gatos no telhado. (“gatos” é o sujeito) O verbo existir não é impessoal.

1 A expressão que apresenta dois ou mais verbos com valor de um é chamada de locução verbal, sendo sempre formada de verbo auxiliar + forma nominal:

A empregada estenderá roupa. (verbo)

A empregada vai estender roupa. (locução verbal)

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11) Com a partícula apassivadora (verbo transitivo direto + se), o verbo concorda com o sujeito:

Nesta oficina, consertam-se televisores.

12) Com o índice de indeterminação do sujeito (outros verbos + se), o verbo fica sempre na 3a pessoa do singular:

Precisa-se de calma. (verbo transitivo indireto)

Vive-se calmamente. (verbo intransitivo)

Nunca se está satisfeito. (verbo de ligação)

Quando se empregar o objeto direto preposicionado1, o verbo ficará, também, na 3a

pessoa do singular e o sujeito será indeterminado:

Louva-se a Deus, porque se teme ao demônio.

1 Sabemos que objeto direto é o complemento que se liga ao verbo diretamente, isto é, sem auxílio de preposição. Assim, em “Devemos amar nossos semelhantes”, nossos semelhantes é objeto direto do verbo amar porque se liga a ele sem a presença de preposição. Entretanto, às vezes, o objeto direto pode aparecer precedido de preposição – geralmente, “a” – sem que isso o transforme em objeto indireto (complemento ligado ao verbo mediante preposição). Neste caso, temos o objeto direto preposicionado, como em “Devemos amar a Deus sobre todas as coisas”. “Amar”, no contexto, é transitivo direto (amar quem? resposta: Deus), mas mesmo assim apareceu a preposição “a” (amar a Deus).

Método prático para determinar as funções básicas do se (em duas perguntas):

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1.) O “se” é equivalente a “a si mesmo” ou a “entre si” ?

Se SIM = pronome pessoal reflexivo.

Se NÃO = faça a 2a pergunta.

2.) O verbo da oração é verbo transitivo direto ?

Se SIM = partícula apassivadora.

Se NÃO = é índice de indeterminação do sujeito.

Exemplo: Concordar-se-ia (índice de indeterminação do sujeito) com o projeto, desde que não se (partícula apassivadora) violassem direitos de pessoas que se (pronome pessoal reflexivo) machuquem em serviço.

13) O verbo parecer seguido de infinitivo:

Flexiona-se o verbo parecer ou o outro verbo (infinitivo), nunca os dois:

As crianças parecem estar felizes.

As crianças parece estarem felizes.

14) Concordância do verbo ser:

Concordância com o predicativo:

1) Predicativo pessoa:

Os zelos do pai era Maria.

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2) Predicativo quantidade:

Dez mil reais seria muito.

3) Predicativo pronome o:

Problemas é o que não falta.

4) Predicativo horas, distâncias, datas:

São exatamente 10h45min.

Daqui ao centro, é 1Km apenas.

Observação: com datas, o verbo concorda com o numeral ou com a palavra dia clara ou subentendida:

Hoje são 15 de maio. (com o numeral)

Hoje é dia 15 de maio. (com a palavra dia)

Hoje é 15 de maio. (palavra dia subentendida)

5) O sujeito é pronome interrogativo ou nome partitivo:

Quem são os melhores alunos ?

A maioria eram pobres ou desempregados.

Concordância facultativa:

1) Sujeito tudo, nada, isto, isso e aquilo:

Na juventude, tudo é/são flores.

2) Sujeito título pluralício de obras:

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Os Lusíadas são/é uma epopeia.

3) Sujeito singular e predicativo “coisas”, objetos:

A cama era/eram só palhas velhas.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Os adjetivos, pronomes, numerais e artigos concordam em gênero e número com o substantivo que determinam. Isto é, os adjuntos adnominais* concordam com o nome a que se referem.

Os nossos dois maiores rios estão morrendo.

*É o termo da oração que sempre se refere a um substantivo. Vem representado por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos e numerais. Os adjuntos adnominais modificam o substantivo, qualquer que seja a função que ele exerça na oração.

Exemplos:

1) Adjetivos

- O alegre espetáculo começou tarde.

Alegre: Adjunto Adnominal Espetáculo: Substantivos

- Meninos tristes chegaram.

Tristes: Adjunto Adnominal Meninos: Substantivos

- As construções antigas eram mais trabalhadas artisticamente.

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Antigas: Adjunto Adnominal Construções: Substantivos

2) LOCUÇÕES ADJETIVAS

Era uma noite de inverno.

De inverno: hibernal (adjetivo)

Noite: Substantivo De inverno: Adjunto Adnominal (Locução Adjetiva)

3) PRONOMES ADJETIVOS

Você pegou meu livro.

Meu: Adjunto Adnominal Livro: Substantivo

4) NUMERAIS

Conheço aqueles dois alunos.

Dois: Adjunto Adnominal

5) ARTIGO

Onde estão os alunos?

Os: Adjunto Adnominal Alunos: Substantivo

Os fogos iluminavam a noite.

Os: Adjunto Adnominal A: Adjunto Adnominal

Conheci umas pessoas maravilhosas

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Umas: Adjunto Adnominal

O meu estimado vizinho comprou dois papagaios.

O/ meu/ estimado/ dois: Adjuntos Adnominais Vizinho/ papagaio: Substantivos

As pipas coloridas contrastavam com o céu azul.

As/ coloridas/ o/ azul: Adjuntos Adnominais Pipas/ céu: Substantivos

O adjetivo na função de predicativo concorda com o sujeito ou com o objeto:

Predicativo do sujeito:

As reservas serão preservadas.

Predicativo do objeto:

O promotor julgou válidas as provas.

Concordância do Adjetivo:

1) O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo:

O alto ipê cobre-se de flores amarelas.

2) Um adjetivo posposto a mais de um substantivo:

a) Adjetivo no plural, no gênero predominante, o masculino:

Carro e moto importados.

b) O adjetivo concorda com o mais próximo:

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Carro e moto importada.

3) Um adjetivo anteposto a mais de um substantivo:

a) Adjunto adnominal: concorda apenas com o mais próximo:

Compramos aromáticas ervas e flores.

b) Predicativo: no plural (de preferência) ou concorda com o mais próximo:

Julgo satisfatórios a pesquisa e o estudo.

Julgo satisfatória a pesquisa e o estudo.

Outros Casos de Concordância:

1) Alerta / menos (advérbios) – invariáveis.

Tenho menos fãs na TV que no teatro.

Por precaução, vivemos alerta.

2) Bastante / bastantes:

a) pronome indefinido1 (variável):

Tenham bastante dinheiro.

Façam bastantes exercícios.

1 São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo vago, genérico e impreciso. Pode funcionar como pronome adjetivo ou pronome substantivo.

b) advérbio2 (invariável):

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Temos estudado bastante.

Todos pareciam bastante felizes.

2 O advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo ou um adjetivo ou um outro advérbio. Nunca modificam um substantivo. É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

c) adjetivo3 (variável):

Já temos os livros bastantes.

3 O adjetivo é uma palavra que caracteriza um substantivo atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Flexionam-se em gênero, número e grau.

3) Quite / quites (adjetivo):

a) predicativo – concorda com o sujeito:

Ao votar, tu ficarás quite com o TRE.

Nós estamos quites com IRPF.

b) Adjetivo adnominal* – concorda com o nome:

Prova de alunos quites com a tesouraria.

4) Só /sós/ a sós:

a) só = sozinho, é adjetivo (variável):

Mesmo na multidão, eles vivem sós.

b) só = somente, é advérbio (invariável):

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O jogador estava só testando a sorte.

c) a sós, é locução adverbial (invariável):

Quero uma conversa a sós contigo.

5) Meio(s) / meia(s) / meio:

a) meio = metade, é numeral (variável):

Tomara meia tigela de leite.

b) meio = um pouco, advérbio (invariável):

Às vezes, mocinhas ficam meio confusas.

6) Mesmo(s) / mesma(s) / mesmo:

a) pronome demonstrativo (variável):

Ela mesma confessou sua farsa.

Os mesmos alunos saíram da sala.

b) advérbio (invariável):

Ele faz mesmo muitas promessas.

c) palavra denotativa (invariável):

Mesmo os espertos se enganam.

7) Anexo, incluso, apenso, separado:

a) adjetivos (concordam com substantivos):

Remeto anexas/inclusas/apensas/separadas/ as fotos solicitadas.

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b) em anexo e em separado (locuções adverbiais), ficam invariáveis:

Seguem em anexo/em separado os documentos solicitados.

8) O mais possível / os mais possíveis:

a) locução adverbial (invariável):

Vi peças o mais belas possível.

Vi dramas o mais belos possível.

b) locução adjetiva (variável):

Vi nações as mais ricas possíveis.

Vi países os mais ricos possíveis.

9) É bom, é proibido, é necessário, é justo etc.

a) o sujeito (no singular) sem artigo ou pronome, o predicativo fica invariável:

Paciência é necessário.

b) o sujeito com artigo ou pronome, o predicativo concorda com o sujeito:

A paciência é necessária.

10) Leso (elemento de composição) concorda em gênero e número com o 2o vocábulo:

leso-caráter / leso-caracteres

lesa-pátria / lesas-pátrias

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11) Com as locuções um e outro, nem um nem outro, um ou outro, o substantivo fica no singular, e o adjetivo vai para o plural:

12) Tal qual:

a) com verbos de ligação*, são predicativos e concordam com os respectivos sujeitos:

O filho será tal quais os pais.

O filho será tal//quais os pais (são)

b) com outros verbos, conjunção comparativa, invariável:

Os filhos falam tal qual os pais.

Os filhos falam//tal qual os pais (falam)

*Os verbos de ligação não indicam ação. Estes verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características são chamadas de predicativo do sujeito.

Ex. Maria é inteligente.

O verbo ser não indica ação, ele está ligando o sujeito (Maria) ao predicativo (inteligente).

Regência Verbal e Nominal

Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de dependência que as palavras mantêm na frase.

Termos Regentes: Termos Regidos:

Amar, amor a Deus.

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Insistiu, insistência em falar.

Obediente, obediência à lei.

Cuidado, cuidadoso com a revisão.

Regência dos Principais Verbos

Agradar (desagradar) (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto com preposição a)

1) no sentido de fazer carinho, amimar (verbo transitivo direto):

Fazia serão para agradar o chefe.

2) no sentido de ser agradável, satisfazer (verbo transitivo indireto com preposição a)

A notícia não agradou aos investidores.

Aconselhar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a)

1) aconselha-se algo a alguém:

Aconselhei prudência aos compradores.

2) aconselha-se alguém a algo:

Aconselhei o comprador a ser prudente.

Admirar (verbo transitivo direto)

Sempre admirei seus quadros.

Observação: admirar-se (verbo transitivo indireto com preposição de):

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Sempre me admirei dos seus quadros.

Agradecer (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a)

(agradecer algo a alguém, objeto indireto “coisa”, objeto indireto “pessoa”):

Agradeceu a compreensão aos amigos.

Aspirar (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto com a preposição a)

1) quando no sentido de sorver, cheirar (verbo transitivo direto):

É gostoso aspirar seu perfume.

2) quando no sentido de desejar, pretender (verbo transitivo indireto com preposição a):

Todos aspiram a um bom cargo.

Assistir (verbo transitivo direto – verbo transitivo indireto ou verbo indireto)

1) quando no sentido de ver, presenciar (verbo transitivo indireto com preposição a):

Amanhã quero assistir ao jogo.

Observação: não aceita o pronome lhe:

Assististe ao jogo ? Sim, assisti a ele.

2) quando no sentido de dar assistência, auxiliar (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto com a preposição a):

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As enfermeiras assistem os doentes.

As enfermeiras assistem aos doentes.

3) no sentido de caber, pertencer (verbo transitivo indireto com preposição a)

Assiste aos alunos o dever de estudar.

4) no sentido de morar, residir (verbo intransitivo – adjetivo adverbial com a preposição em):

Naquele tempo, assistia em Planaltina.

Atender (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto)

1) no sentido de dar atenção a “coisas” (verbo transitivo indireto com preposição a):

Por favor, atenda ao telefone.

Atenderei ao chamado do chefe.

2) no sentido de dar atenção a “pessoas” (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto):

No intervalo, atendo os alunos.

No intervalo, atendo aos alunos.

3) no sentido de deferir, conceder (verbo transitivo direto):

Deus atenderá meus pedidos.

Autorizar (verbo transitivo direto e indireto com preposição a)

(autoriza-se alguém a algo):

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Autorizamos o gerente a pagar o cheque.

Avisar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a ou de)

(avisa-se algo a alguém, ou alguém de algo):

Avise o resultado aos alunos.

Avise os alunos do resultado.

Observação: têm a mesma regência os verbos: certificar, comunicar, impedir, proibir, informar...

Anunciar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a)

(anuncia-se algo a alguém):

Anunciaremos o resultado ao povo.

Chamar (verbo transitivo direto – verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto)

1) no sentido de convidar, convocar (verbo transitivo direto):

Chamei os alunos para a sala.

2) no sentido de considerar, tachar:

a) verbo transitivo direto + predicativo:

Chamei o aluno de esperto.

Chamei-o de esperto.

Chamei o aluno, esperto.

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Chamei-o esperto.

b) verbo transitivo indireto com a preposição a + predicativo:

Chamei ao aluno de esperto.

Chamei-lhe de esperto.

Chamei ao aluno, esperto.

Chamei-lhe esperto.

Chegar (verbo intransitivo – adjetivo adverbial com preposição a)

Chegamos cedo à repartição.

Ontem, cheguei muito tarde a casa.

Observação: é vício de linguagem usar-se com preposição em: Cheguei muito tarde em casa.

Comparecer (verbo transitivo indireto ou verbo intransitivo)

1) atividades (verbo transitivo indireto com a preposição a):

Procure comparecer a todas as aulas.

2) lugares (verbo intransitivo – adjetivo adverbial com a preposição a ou em)

Poucos compareceram à ou na secretaria.

Convidar (verbo transitivo direto e indireto com preposição a ou para)

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(convida-se alguém a ou para alguma coisa)

Convidei os fiscais a entrar.

Convidei alguns amigos para o jantar.

Custar (verbo transitivo direto e indireto ou verbo transitivo indireto)

1) no sentido de acarretar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a):

Imprudência custa acidentes aos operários.

2) no sentido de ser custoso (verbo intransitivo com a preposição a – objeto indireto “pessoa” – sujeito oracional):

Custa aos alunos (objeto indireto) gostar disso (sujeito).

Deparar (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto com a preposição com)

Deparei dois erros em sua carta.

Deparei com dois erros em sua carta.

Esquecer (verbo transitivo direto)

Nunca esqueço o seu aniversário.

Observação: esquecer-se (verbo pronominal, verbo transitivo indireto com a preposição de):

Nunca me esqueço do seu aniversário.

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Implicar (verbo transitivo indireto, verbo transitivo direto e verbo transitivo direto e indireto)

1) no sentido de ter implicância (verbo transitivo indireto com a preposição com):

A professora implica com meu filho.

2) no sentido de acarretar, gerar consequência (verbo transitivo direto):

Contratação de pessoal implica despesas.

3) no sentido de envolver (verbo transitivo direto e indireto com a preposição em):

Implicaram o rapaz em vários crimes.

Ir (verbo intransitivo)

1) direção e retorno (verbo intransitivo com a preposição a):

Pretendo ir a Blumenau.

2) direção e transferência (verbo intransitivo com a preposição para):

No final do ano, irei para Curitiba.

Observação: é vício de linguagem usar-se com a preposição em: No final do ano, irei em Curitiba.

Lembrar (verbo transitivo direto)

Sempre lembro o seu aniversário.

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Observação: lembrar-se (verbo transitivo indireto com a preposição de):

Sempre me lembro do seu aniversário.

Morar (verbo intransitivo – adjetivo adverbial com preposição em):

Ainda moramos na rua Porto Alegre.

Observação: têm a mesma regência os verbos: residir, situar-se, estabelecer-se – e as formas derivadas: residente, sito, estabelecido:

Tenho novo escritório, sito no Setor Bancário.

Namorar (verbo transitivo direto)

Paula namorava todos os rapazes da rua.

Observação: é vício de linguagem usar-se a preposição com:

Raimunda só foi feliz namorando com Ricardo (incorreto)

Obedecer (desobedecer) (verbo transitivo indireto com a preposição a)

(obedecer a algo ou a alguém):

As crianças devem obedecer aos pais.

Não desobedeçam ao regulamento.

Observação: é vício de linguagem usar-se sem a preposição a: As crianças devem obedecer os pais.

Pagar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a)

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(pagar algo a alguém, objeto direto “coisa”, objeto indireto “pessoa”):

Já paguei as duplicatas ao cobrador.

Observação: é vício de linguagem usar “pessoa” como objeto direto.

Perdoar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a)

(perdoar algo a alguém, objeto direto “coisa”, objeto indireto “pessoa”):

Jamais perdoou as traições ao marido.

Observação: é vício de linguagem usar “pessoa” como objeto direto.

Preferir (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a):

Prefere uma sandice inglesa a pérolas nossas.

Observação: não aceita os reforços “antes, mais, muito mais, mil vezes” etc.; nem os comparativos “que”ou “do que”: Prefere muito mais uma sandice...

Querer (verbo transitivo direto e verbo transitivo indireto):

1) no sentido de desejar, querer para si (verbo transitivo direto):

Quero sua amizade e compreensão.

2) no sentido de amar, querer bem (verbo transitivo indireto com a preposição a):

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Muito queremos a nosso filhos.

Recordar (verbo transitivo direto):

Sempre recordo o seu aniversário.

Observação: recordar-se (verbo transitivo indireto com a preposição de):

Sempre me recordo do seu aniversário.

Responder (verbo transitivo direto, verbo transitivo indireto e verbo transitivo direto e indireto)

1) o complemento é a resposta dada (verbo transitivo direto):

Respondeu que não gostava de queijo.

2) resposta a algo/alguém (verbo transitivo indireto com a preposição a):

Respondeu ao questionário/ ao professor.

3) responder algo a alguém (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a):

Respondeu as perguntas ao professor.

Simpatizar (antipatizar) (verbo transitivo indireto com a preposição com):

Alguns não simpatizavam com o treinador.

Observação: é vício de linguagem usar-se com pronome oblíquo: Alguns não simpatizavam com ele.

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Solicitar (verbo transitivo direto e indireto com a preposição a)

(solicitar algo a alguém)

Solicitei apoio aos companheiros.

Visar (verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto com a preposição a):

1) no sentido de passar visto ou fazer visada (verbo transitivo direto):

O cônsul visou os passaportes.

Os atiradores visavam os alvos.

2) no sentido de almejar, pretender (verbo transitivo indireto com a preposição a):

Sempre visei ao bem-estar da família.

Observações Finais:

Verbos Pronominais são aqueles que:

1) não podem ser empregados sem pronomes oblíquos: atrever-se, indignar-se, ufanar-se, queixar-se...

2) mudam de significado: debater (discutir) / debater-se (agitar-se); dirigir (conduzir, guiar) / dirigir-se (ir a ou falar a); formar (compor) / formar-se (doutorar-se)... e/ou mudam de regência: lembrar, esquecer, recordar, admirar (verbo transitivo direto)... viram: lembrar-se, esquecer-se, recordar-se, admirar-se (verbo transitivo indireto)...

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O Pronome Oblíquo lhe: o pronome lhe é normalmente usado com verbo transitivo indireto (c/preposição a) que tenham objeto indireto “pessoa”. Os principais verbos transitivos indiretos que repelem o pronome lhe são: aludir, anuir, aspirar, assentir, assistir, presidir, proceder, referir-se, visar...

Regência Nominal

A regência nominal é a relação de subordinação entre os nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) e seus complementos, devidamente estabelecida pelas preposições:

Acostumado (a, com)

Estava acostumado a/com qualquer coisa.

Afável (a, com, para)

Afável a/com/para com todos.

Afeiçoado (a, por)

Afeiçoado aos estudos.

Afeiçoado pela vizinha.

Aflito (com, por)

Aflito com a notícia.

Aflito por não ter notícia.

Amizade (a, por, com)

Amizade à/pela/com a irmã mais velha.

Analogia (com, entre)

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Não há analogia com/entre os fatos.

Apaixonado (de, por)

Era um apaixonado das/pelas flores.

Apto (a, para)

É apto ao/para desempenho das funções.

Ávido (de, por)

Um homem ávido de/por novidades.

Constituído (de, por)

Constituído de/por várias turmas.

Contemporâneo (a, de)

Contemporâneo ao/do modernismo.

Devoto (a, de)

Um aluno devoto às/das artes.

Falho (de, em)

Um político falho de/em caráter.

Imbuído (de, em)

Imbuído de/em vaidades.

Incompatível (com)

A verdade é incompatível com a realidade.

Passível (de)

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O projeto é passível de modificações.

Propenso (a, para)

Sejam propensos ao/para o bem.

Residente (em)

Os residentes na Capital.

Vizinho (a, de)

Um prédio vizinho ao/do meu.

CRASE

A crase é a fusão da preposição a com o artigo a(s) ou com os pronomes demonstrativos a(s), aquele(s), aquela(s) e aquilo.

REGRAS PRÁTICAS PARA A CRASE

Método prático para verificar a ocorrência da crase: troque a palavra feminina por masculina, se dessa troca, sem alterar a regência, resultar a transformação do a em ao, ou de as em aos, é porque ocorre crase.

PRINCIPAIS CASOS EM QUE OCORRE A CRASE

1) antes de palavra feminina:

método prático: trocar a palavra feminina por masculina, se o a for equivalente a ao, ocorre crase = à:

Chegando a(?) cidade, procurei os amigos.

Chegando ao clube... logo,

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Chegando à cidade, procurei os amigos.

2) antes dos pronomes relativos que, a qual, as quais:

método prático: trocar o antecedente por palavra masculina, se o a for equivalente a ao, ocorre crase = à:

Conheço a estória a(?) qual se referem. Portanto,

Conheço a estória à qual se referem.

3) com os pronomes aquele(s) (e flexões) e aquilo:

método prático: trocar por este ou isto, se aquele = a este, então, àquele; se aquilo = a isto, então, àquilo.

Respondeste aquele(?) telegrama ?

Respondeste a este telegrama ? Então,

Respondeste àquele telegrama.

4) com nomes de lugares:

Crase com nomes de lugares, o principal problema é o artigo.

método prático para verificar se há artigo:

“Se estou na ou volto da, pode haver crase no a; se estou em ou volto de, crase pra quê ?”

Ainda voltarei a(?) Itália.

(Estou na Itália, volta da Itália): há artigo, pode, dependendo do verbo, haver crase. (verbo voltar: quem volta, volta a...) Portanto,

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Ainda voltarei à Itália.

O deputado foi a(?) Paris.

(Estou em Paris, volto de Paris): não há artigo, portanto não pode haver crase. Logo,

O deputado foi a Paris.

Observação: os nomes de lugares, se qualificados, exigem artigo:

Irei brevemente à Curitiba dos pinheirais.

5) casos particulares:

a) casa e terra

se significarem, respectivamente, lar e terra firme, não haverá crase, porque não há artigo.

Não chegue tarde a casa, filho! (=lar)

Os turistas não voltaram a terra. (=terra firme)

b) distância

1) indeterminada, não tem crase:

Os bombeiros ficaram a distância do fogo.

2) determinada, pode haver crase:

O bombeiro ficou à distância de cem metros.

Mantenha (v.t.d) a distância de cem metros.

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c) crase facultativa

1) antes de nomes personativos femininos:

Refiro-me a(à) Maristela.

(Refiro-me a(ao) José)

2) antes de pronome possessivo adjetivo:

Assisti a(à) sua formatura.

(Assisti a(ao) seu batismo).

3) com a locução até a:

A estrada vai até a(à) fazenda.

(A estrada vai até a(ao) sítio).

6) a crase nas locuções com palavras femininas:

Acentua-se o a das locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas, formadas com palavras femininas.

a) Locuções adverbiais1:

À primeira vista, o trabalho pareceu-nos bem simples.

Sempre estudei à noite, nem por isso fiquei obscuro.

1 Locução adverbial: duas ou mais palavras com valor de advérbio. Ex.: Rubens estava morrendo de medo. ( locução adverbial que expressa a circunstância de causa); A bela mulher apareceu

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na porta. (locução adverbial que expressa a circunstância de lugar).

b) Locuções prepositivas2:

Quem vive à espera de felicidade, encontra falsidades.

Triunfaremos à custa de nossos méritos.

2 Locução Prepositiva: é o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição. Principais locuções prepositivas: abaixo de, acima de, acerca de, a fim de, além de, a par de, apesar de, antes de, depois de, ao invés de, diante de, em fase de, em vez de, graças a, junto a, junto com, junto de, à custa de, defronte de, através de, em via de, de encontro a, em frente de, em frente a, sob pena de, a respeito de, de ao encontro de...

c) Locuções conjuntivas3:

O flagelo aumentava à medida que as chuvas continuavam.

À proporção que subíamos, o ar tornava-se mais leve.

3 Locução Conjuntiva: recebem o nome de locução conjuntiva os conjuntos de palavras que atuam como conjunção. Essas locuções geralmente terminam em "que". Observe os exemplos: visto que, desde que, ainda que, por mais que, à medida que, à proporção que, logo que, a fim de que...

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Observações:

1) Segundo alguns autores, às vezes, o acento grave no “a” (à) representa a pura preposição que rege substantivo feminino, formando locução adverbial. (Bechara, Rocha Lima, Adriano Kury e outros) Se tal procedimento não fosse adotado, teríamos, então, muitas frases ambíguas:

O rapaz cheirava a bebida.

(aspirava o cheiro da bebida)

O rapaz cheirava à bebida.

(exalava o cheiro de bebida)

2) Em relação à crase nas locuções adverbiais, há divergência entre alguns gramáticos; porém há consenso nos casos em que possa haver ambigüidade:

Fique a vontade na sala.

(“vontade” é sujeito ou adjetivo adverbial de modo ?)

SINTAXE DA ORAÇÃO

OS TERMOS DA ORAÇÃO

1. Termos Essenciais:

Os termos essenciais da oração são: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo que identifica o ser do qual se declara alguma coisa.

O predicado é a declaração que se faz a respeito do sujeito.

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O avião (sujeito) decolou no horário (predicado).

Acabaram-se (predicado) as férias (sujeito).

Classificação do Sujeito:

Sujeito Simples (um núcleo):

Os concursos tornam-se difíceis.

Paulo da Silva já assinou o cargo.

É preciso que todos sejam perspicazes.

Observação: no último exemplo, a oração sublinhada é o sujeito da anterior.

Sujeito Composto (mais de um núcleo):

O avião e o helicóptero já decolaram.

Convém que estudem e que sejam felizes.

Observação: no segundo exemplo, as orações sublinhadas são o sujeito composto da oração anterior.

Sujeito Elíptico ou Oculto (sujeito simples ou composto subentendido na oração):

A coordenadora e o professor chegaram ao curso (sujeito composto) e esclareceram (sujeito elíptico) as dúvidas dos alunos.

Defenderemos (sujeito elíptico) a natureza.

Observação: essa classificação não está prevista na Norma Gramatical Brasileira (NGB).

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Sujeito Indeterminado (quando não se pode ou quer identificar), ocorre nos seguintes casos:

a) com verbos na 3a pessoa do plural:

Retiraram seu carro do estacionamento.

b) com verbos na 3a pessoa do singular + se (índice de indeterminação do sujeito):

Confia-se na atuação da polícia.

Oração sem sujeito (verbos impessoais), ocorre nos seguintes casos:

a) em fenômenos da natureza:

Trovejou muito, mas não choveu.

Poderá nevar em São Joaquim.

Observação: haverá sujeito, se houver conotação1:

Choveram pedras no árbitro. (sujeito: “pedras”)

1 Denotação é o emprego de palavra(s) no seu sentido próprio,

comum, habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. Conotação é o emprego de uma palavra tomada em um sentido figurado, que depende do contexto.

Meu relógio de ouro foi roubado.

Pedro nadava em ouro.

No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso, dúctil, brilhante, de cor amarela: tem sentido próprio, real, denotativo. No segundo exemplo, a palavra ouro sugere ou evoca riquezas,

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opulência, poder, glória, luxo, ostentação, conforto, prazeres: tem sentido conotativo, possui várias conotações (idéias associadas, sentimentos, evocações que irradiam da palavra).

b) na indicação de tempo:

Há muitos séculos, não vou ao cinema.

No Sul, faz dias muito frios.

Está muito quente hoje.

c) com o verbo haver significando existir, ocorrer:

Ontem houve muitos acidentes.

d) com o verbo ser indicando distâncias, datas e horas:

Daqui ao centro, são 10km.

São exatamente 10h45min.

Hoje são 27 de maio.

Hoje é dia 27 de maio.

Classificação do Predicado

Predicado Nominal

No predicado nominal, verifica-se:

a) declaração de estado, qualidade ou característica do sujeito;

b) núcleo nominal: o predicativo;

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c) verbos de ligação (ligam o sujeito ao predicativo): ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, andar, viver (estado permanente), tornar-se e os verbos que indicam transformação (acabar, cair, fazer-se, virar, converter-se, meter-se, eleger-se...):

Os alunos parecem cansados.

Os concursandos vivem preocupados.

O deputado, de repente, virou patriota.

Observação: o predicativo do sujeito é o núcleo do predicado nominal:

O promotor ficou nervoso (predicativo).

Predicado Verbal

No predicado verbal, verifica-se:

a) declaração de ação ou fenômeno;

b) núcleo verbal: o próprio verbo;

c) verbos intransitivos:

A águia voava perigosamente.

d) verbos transitivos diretos:

O pedreiro construiu a própria casa.

e) verbos transitivos indiretos:

Sempre os pais perdoarão aos filhos.

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f) verbos transitivos diretos e indiretos:

Ela ofereceu seu coração ao namorado.

Predicação Verbal

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos são os que não necessitam de complementação, pois já possuem sentido completo.

Rei Hussein, da Jordânia, morreu aos 63.

Há verbos intransitivos que vêm acompanhados de um termo acessório, exprimindo circunstâncias, como lugar, tempo, modo, causa etc.

Governador diz que irá a Brasília para reunião.

Todos os verbos que indicam destino ou procedência são normalmente verbos intransitivos acompanhados de circunstâncias de lugar: adjunto adverbial de lugar: ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer, dirigir-se...

Verbos Transitivos

Os verbos transitivos são os que necessitam de complementação, pois têm sentido incompleto.

O Palmeiras derrotou o Corinthians.

O povo reclama de tantos impostos.

O Governo não dá assistência médica aos trabalhadores.

Os verbos utilizados necessitam de complementação, pois “quem derrota, derrota alguém”; “quem reclama, reclama de algo” e “quem dá, dá algo a alguém”.

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A complementação ocorre de três maneiras diferentes:

1) o verbo não exige preposição: transitivo direto.

2) o verbo exige preposição: transitivo indireto.

3) o verbo apresenta duas formas de complementação (com e sem preposição): transitivo direto e indireto.

Verbos Transitivos Diretos: exigem complemento sem preposição obrigatória.

O complemento é objeto direto.

O treinador escalará os reservas.

A chuva causou os atrasos.

Verbos Transitivos Indiretos: exigem complemento com preposição obrigatória.

O complemento é objeto indireto.

Os jogadores não obedeceram à convocação da CBF.

Pouca gente ainda acredita em políticos.

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos: apresentam duas formas (objeto direto e objeto indireto).

O pai perdoou ao filho o comportamento inadequado.

Kaká doa prêmios à instituição filantrópica.

Junto aos verbos transitivos e intransitivos podem surgir nomes indicando qualidades do sujeito ou do objeto. Esse nome denomina-se predicativo do sujeito ou do objeto.

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O promotor (sujeito) chegou (verbo) revoltado (predicativo do sujeito) naquela tarde.

O professor (sujeito) considerou (verbo) fáceis (predicativo do objeto direto) as questões da prova.

Chamavam (verbo) aos vereadores (objeto indireto) de oportunistas. (predicativo do objeto indireto)

Predicado Verbo-Nominal

No predicado verbo-nominal, verifica-se:

a) declaração de ação e de estado:

b) núcleo verbal (o verbo) e nominal (o predicativo);

c) verbos intransitivos:

Eles saíram do cinema decepcionados.

d) verbos transitivos diretos:

O juiz achou válidas as provas.

e) verbos transitivos indiretos:

Os alunos lhe chamavam de sábio.

f) verbos transitivos diretos e indiretos:

Comunicou-me feliz o resultado obtido.

Observação: o predicativo pode ser do sujeito ou do objeto (direto ou indireto).

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2. Termos Integrantes:

Os termos integrantes são: objeto direto, objeto indireto, agente da passiva e complemento nominal.

Objeto Direto

O objeto direto é o complemento dos verbos transitivos diretos.

Chama-se objeto direto por ligar-se diretamente ao verbo:

Os bons cidadãos cumprem as leis.

Como variações do objeto direto, tem-se:

A) Objeto Direto Preposicionado

O objeto direto preposicionado é o objeto direto regido de preposição não exigida pelo verbo, o que ocorre nos seguintes casos:

a) com verbos que exprimem sentimento e objeto direto “pessoa”:

Amemos a nossos pais.

Os romanos adoravam a falsos deuses.

b) com pronomes oblíquos tônicos:

Convidaram a ti, não a ele.

c) com pronomes substantivos:

Ofendeu a todos indistintamente.

d) com o numeral “ambos”:

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Quero aplaudir a ambos.

e) para evitar ambiguidade:

Elogiou ao aluno o professor.

f) em construções paralelas (pronome e substantivo):

Conheço-os e aos leais ao rei.

g) em construções enfáticas:

Puxou/arrancou da arma.

Cumprir com os deveres.

Comer do pão.

Beber do vinho.

B) Objeto Direto Pleonástico

O objeto direto pleonástico é a função do pronome que substitui o objeto direto, quando esse, enfaticamente, vem anteposto:

Esse capricho tolo, não o satisfarei jamais.

C) Objeto Direto Interno

O objeto direto interno é a função sintática decorrente da transformação de verbo intransitivo em transitivo direto:

Morrerás infame. – Morrerás morte infame.

Dorme tranquilo. – Dorme teu sono tranquilo.

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Objeto Indireto

O objeto indireto é o complemento dos verbos transitivos indiretos (ligado ao verbo por preposição):

Os bons cidadão obedecem às leis.

a) Objeto Indireto Pleonástico1

Também, para enfatizar, pode-se antepor o objeto e, a seguir, repeti-lo na forma de pronome:

Aos políticos de Brasília, nada lhes devo.

1 Muitas vezes, por uma questão de ênfase antecipamos o objeto, colocando-o no início da frase, e depois o repetimos através de um pronome oblíquo. A esse objeto repetido damos o nome de objeto pleonástico.

EXEMPLOS DE OBJ. DIRETOS PLEONÁSTICOS:

Estes alunos, já os conheço.

conhecer = VTD estes alunos = OD os = ODP

EXEMPLOS DE OBJ. INDIRETOS PLEONÁSTICOS:

A mim, ensinaram-me muito.

ensinar = VTDI a mim = OI me = OIP

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b) Agente da Passiva

O agente da passiva é o complemento dos verbos na voz passiva, indica o agente da ação:

A jogada foi executada pelo zagueiro.

Observação: o agente da passiva corresponde ao sujeito da voz ativa:

O zagueiro executou a jogada.

c) Complemento Nominal1

O complemento nominal é sempre preposicionado, de adjetivos, advérbios e substantivos abstratos que, em determinadas circunstâncias, pedem complemento à semelhança dos verbos transitivos indiretos:

O filme era impróprio para crianças.

O juiz decidiu favoravelmente ao réu.

Finalizou-se a construção do prédio.

Ela ainda tem medo de assombração.

1 Dá-se o nome de complemento nominal ao termo que complementa o sentido de um nome ou um advérbio, conferindo-lhe uma significação completa ou, ao menos, mais específica. Como o complemento nominal vem integrar-se ao nome em busca de uma significação extensa para nome ao qual se liga, ele compõe os chamados termos integrantes da oração. São duas as principais características do complemento nominal:

- sempre seguem um nome, em geral abstrato;

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- ligam-se ao nome por meio de preposição, sempre obrigatória.

Os complementos nominais podem ser formados por substantivo, pronome, numeral ou oração subordinada completiva nominal.

Observações:

1) substantivo concreto + complemento preposicionado (adjunto adnominal):

Há muitos políticos sem escrúpulos. (adjunto adnominal)

2) substantivo abstrato + complemento agente/preposição de (adjunto adnominal):

Esta não é a declaração do ministro. (adjunto adnominal)

3) substantivo abstrato + complemento paciente/preposição de (complemento nominal):

Em Minas, houve a descoberta de muitos fósseis. (complemento nominal)

PREDICAÇÃO VERBAL

Verbos Transitivos: Exigem complemento (objetos) para que tenham sentido completo. Podem ser:

- Transitivos diretos - Transitivos indiretos - Transitivos diretos e indiretos

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TRANSITIVOS DIRETOS

Não possuem sentido completo, logo precisam se um complemento (objeto). Esses complementos (sem preposição), são chamados de objetos diretos.

Ex.: Maria comprou um livro.

“Um livro” é o complemento exigido pelo verbo. Ele não está acompanhado de preposição. “Um livro” é o objeto direto. Note que se disséssemos: “Maria comprou.” a frase estaria incompleta, pois quem compra, compra alguma coisa. O verbo comprar é transitivo direto.

TRANSITIVOS INDIRETOS

Também não possuem sentido completo, logo precisam de um complemento, só que desta vez este complemento é acompanhado de uma preposição. São chamados de objetos indiretos.

Ex. Gosto de filmes.

“De filmes” é o complemento exigido pelo verbo gostar, e ele está acompanhado por uma preposição (de). Este complemento é chamado de objeto indireto. O verbo gostar é transitivo indireto.

TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS

Exigem dois complementos. Um com preposição, e outro sem preposição.

Ex. O garoto ofereceu um livro ao colega.

O verbo oferecer é transitivo direto e indireto. Quem oferece, oferece alguma coisa a alguém.

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Ofereceu alguma coisa = Um brinquedo (sem preposição). Ofereceu para alguém = ao colega (com preposição). ao = combinação da preposição a com o artigo definido o.

3. Termos Acessórios

Os termos acessórios são: aposto, adjunto adnominal e adjunto adverbial.

Aposto

O aposto é o termo que esclarece outro(s).

Joana, esposa de João, é muito bela.

Tipos de Aposto:

1) Aposto explicativo:

Alencar, escritor romântico, tem méritos.

2) Aposto resumitivo:

Estudo, esporte, cinema, tudo o chateava.

3) Aposto enumerativo:

Preciso de duas coisas: saúde e dinheiro.

4) Aposto especificativo:

A notícia foi publicada na revista Veja.

Adjunto Adnominal

O adjunto adnominal é o termo que determina um nome.

Podem ser adjuntos adnominais:

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a) os artigos:

As alunas serão aprovadas. (determina “alunas”)

b) os pronomes adjetivos:

Aquela aluna será aprovada. (determina “aluna”)

c) os numerais adjetivos:

Duas alunas serão aprovadas. (determina “alunas”)

d) as locuções adjetivas:

Aluno de verdade é aprovado.

Observação:

O adjetivo tanto pode ser adjunto adnominal quanto predicativo, observe as diferenças:

1) adjunto adnominal: ligado ao nome, indica estado próprio do nome a que se refere:

O rapaz esperto saiu da sala. (um rapaz sempre esperto)

2) predicativo: separado do nome, indica estado acidental, atribuído ao nome a que se refere:

O rapaz, esperto, saiu da sala. (esperto quando ou por que saiu da sala)

Adjunto Adverbial

O adjunto adverbial é o termo que exprime circunstância ao verbo e, às vezes, ao adjetivo e ao advérbio.

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Serão adjuntos adverbiais:

a) os advérbios:

Os povos antigos trabalhavam mais.

b) as locuções adverbiais:

Li vários livros durante as férias.

Alguns tipos de adjunto adverbial:

Acréscimo: Além de pobre, é muito azarado.

Afirmação: Ela, certamente, está feliz.

Assunto: Falávamos de futebol.

Causa: Os mendigos morriam de frio.

Conformidade: Fiz a prova conforme o tempo.

Fim: Algumas mães vivem para a família.

Observação:

Embora o adjunto adverbial seja um termo ligado ao verbo, o adjunto adverbial de intensidade modifica, também, adjetivos e advérbios.

Os concursandos estudam muito.

Os meninos falam muito alto.

Aquela mulher era muito bonita.

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Vocativo

O vocativo é um termo à parte, é um chamamento; normalmente, indica o ser com quem se fala:

Ó mar, por que não me levas contigo ?

Vem, meu amigo, abraçar um vitorioso.

SINTAXE DO PERÍODO

FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO

Frase

A frase é qualquer expressão falada ou escrita que estabeleça comunicação completa:

Pare!

Fogo!

Socorro!

Muito riso, pouco siso.

O estudo garante a aprovação.

Frase Verbal

A frase verbal é a frase com verbo: Estou muito feliz.

Frase Nominal

A frase nominal é a frase sem verbo: Que bela manhã!

Oração

A oração é uma expressão com verbo.

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Quando a oração tiver sentido completo, será uma frase verbal:

O povo merece mais atenção.

O porteiro chamou o elevador.

Considerações sobre a frase e a oração:

1) nem toda frase é uma oração:

Que dia maravilhoso!

Neste caso, é uma frase porque tem sentido, mas não é oração porque não tem verbo.

2) nem toda oração é frase:

Espero que vença o melhor.

Cada verbo formou uma oração:

1a oração = Espero

2a oração = que vença o melhor.

No entanto, cada oração, isoladamente, não tem sentido completo; para formar a frase, é preciso juntar as duas orações.

Período

O período é a estrutura verbal de sentido completo, pode conter uma ou várias orações. Portanto, toda frase verbal é um período.

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Período Simples

O período simples é formado por apenas uma oração:

Moro em Brasília desde sua fundação.

Período Composto

É formado por mais de uma oração:

Quem mora em Brasília // vive tranquilo.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES

Orações Coordenadas

As orações coordenadas vêm ligadas por conjunções coordenativas1, claras ou subordinadas.

1 Conjunções Coordenativas A conjunção é a palavra que liga duas orações ou termos de mesma função na oração. Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as orações, estabelece entre elas uma relação de coordenação ou subordinação. As orações coordenadas são independentes entre si, ou seja, possuem significado singular, mesmo que ligadas pela conjunção. Veja o exemplo: A lua surgiu e as estrelas inundaram o céu de luz. As duas orações estão ligadas pela conjunção e e não têm relação de dependência entre si. Então, a primeira oração (A lua surgiu) tem sentido completo e independe da segunda (As estrelas inundaram o céu de luz) para tê-lo e assim também é a segunda em relação à primeira. Duas ou mais orações que mantêm independência entre si

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chamam-se coordenadas, e conseqüentemente, a conjunção que liga tais orações é denominada conjunção coordenativa. A conjunção coordenativa também ocorre quando duas palavras são ligadas na mesma oração. Veja o exemplo: Ele venderá brinquedos ou revistas. Observe que a conjunção ou está ligando duas palavras: brinquedos e revistas, as quais exercem o mesmo papel de objeto direto na oração.

Podemos classificar as conjunções coordenativas em: • aditivas - exprimem ideia de adição, soma: e, não só, mas também, nem (= e não) etc.; Exemplos: Fui à escola e joguei bola. Não fui à escola nem joguei bola. • adversativas – exprime ideia de contraste, oposição: mas, porém, contudo, no entanto, entretanto, etc.; Exemplos: Fui à escola, porém não levei meu caderno. Fui à escola, no entanto, não prestei atenção nas explicações. • alternativas – exprimem ideia de alternância ou exclusão: ou, ou...ou, ora...ora, etc.; Exemplos: Ou estudo para a prova, ou tiro nota baixa. Ora como fast-food, ora me alimento bem. • conclusivas – exprimem ideia de conclusão: pois, logo, portanto, por isso, etc.; Exemplos: Pratiquei exercícios físicos, logo me senti muito melhor. Aquele medicamento é tarja preta, logo, deve ser vendido somente com receita. • explicativas – exprimem ideia de explicação: porque, que, etc..

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Exemplos: Ele saiu da escola, pois não veio mais. Não quero mais comer, porque estou satisfeito.

Orações Coordenadas Assindéticas (conjunção subentendida)

Cheguei, vi, venci.

Não fale alto: estou pensando.

Orações Coordenadas Sindéticas (conjunção clara/óbvia)

Chore, pois lágrimas lavam a alma.

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

orações coordenadas sindéticas aditivas (soma, acrescentamento):

Conjunções: e, nem, mas também, que, mas ainda, como também, bem como...

Fui a São Paulo e assisti aos jogos.

Ignorei os fatos, nem quis conhecê-los.

Fala que fala...

Vivo na roça, mas ainda estudo na cidade.

orações coordenadas sindéticas adversativas (contraste, oposição):

Conjunções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, e...

O som não era alto, mas ouvia-se bem.

Há vagas, contudo poucos são os alunos.

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orações coordenadas sindéticas alternativas (exclusão, alternância):

Conjunções: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja...

Irei à praia, ou viajarei para as montanhas.

Ora pesava demais, ora não tinha peso.

Iremos, quer chova, quer faça sol.

Seja domingo, seja segunda, cá estou.

orações coordenada sindéticas conclusivas (conclusão de uma ideia):

Conjunções: portanto, logo, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo)...

O carro está ruim, portanto não viaje nele.

Vives mentindo, logo não mereces crédito.

Ele é forte; tem, pois, condição de vencer.

orações coordenadas sindéticas explicativas (explicação, argumentação):

Conjunções: porque, que, porquanto, pois (antes do verbo)...

Não a abandone, porque te arrependerás.

O susto foi grande, porque você está pálido.

Vai, Maria; pois só tenho rancor e mágoas.

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Orações Subordinadas Substantivas

As orações (oração tem verbo, sem verbo = frase) subordinadas substantivas são introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes** que e se; e, também, por pronomes e advérbios interrogativos*:

Posso afirmar que a estória é verdadeira.

Os fiscais viram se a nota estava correta.

Não posso dizer quem é o mais rico.

Só ela sabia onde se escondera o marido.

** Conjunções subordinativas integrantes são as conjunções que, iniciando orações subordinadas, introduzem essas orações como termos da oração principal (sujeitos, objetos diretos ou indiretos, complementos nominais, predicativos ou apostos). As conjunções integrantes são que e se (empregado esta última em caso de dúvida). Exemplos: João disse que não havia o que temer (a oração subordinada funciona, neste caso, como objeto direto da oração principal); A criança perguntou ao pai se Deus existia de verdade (a oração subordinada funciona, neste caso, como objeto direto da oração principal).

*São advérbios interrogativos quando, como, onde, por que e se referem às circunstâncias de tempo, de modo, de lugar, e de causa, respectivamente. Podem aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas interrogativas indiretas:

Interrogativa direta: interrogativa indireta:

Quando sairemos? / Não sei quando sairemos

Como você caiu? / Não sei como você caiu.

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Onde você mora? / Não sei onde você mora.

Por que você não veio? / Não sei por que você não veio.

Método prático para identificar e analisar orações subordinadas substantivas:

1) Toda oração que possa ser substituída por pronome é substantiva (pode-se usar o pronome isso).

2) O tipo da oração subordinada substantiva corresponde à função sintática do pronome.

Não sabia que chegara sua hora.

Não sabia isso (objeto direto).

Portanto:

Não sabia que chegara sua hora (oração subordinada substantiva objetiva direta).

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas:

É possível que o livro valha muito.

Seria mais correto se todos votassem.

Não se sabe como chegou até aqui.

Orações Subordinadas Substantivas Predicativas:

Meu objetivo é que me deixem estudar.

A Pátria era onde me sentia bem.

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Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas:

O técnico exige que todos treinem muito.

Não posso dizer se amanhã poderei vir.

Perguntei aos alunos quando ela chegou.

Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas:

Nunca te esqueças de que a vida é breve.

O filme convida para que o vejas de novo.

A escola abriu vagas a quem as quisesse.

Orações Subordinadas Substantivas Completivas Nominais (Complemento Nominal1):

Tenho certeza de que há vagas para todos.

Passar só é fácil para quem estuda muito.

Sou favorável a que decidam logo.

1 Dá-se o nome de complemento nominal ao termo que

complementa o sentido de um nome ou um advérbio, conferindo-lhe uma significação completa ou, ao menos, mais específica.

Orações Subordinadas Substantivas Apositivas:

Imponho uma condição: que seja à vista.

Confesso uma verdade: ainda sou virgem.

A notícia veio de supetão: iria para casa.

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Observação:

A Norma Gramatical Brasileira não faz menção às orações que exercem a função de agente da passiva1:

A obra foi comprada por quem a fez.

O prefeito está rodeado de quem não o apóia.

1 AGENTE DA PASSIVA: É o elemento da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Sempre introduzido por uma preposição.

EXEMPLOS:

A lição foi feita pelo aluno.

Pelo aluno: agente da passiva

O Brasil foi descoberto por Cabral.

Por Cabral: agente da passiva

O mascate ficou rodeado de curiosos.

De curiosos: agente da passiva

Os exercícios foram resolvidos por mim.

Por mim: agente da passiva

Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais são introduzidas pelas conjunções subordinativas, exceto as integrantes (das orações subordinadas substantivas: que, se, como...). As orações subordinadas adverbiais ligam-se ao verbo da oração

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principal, como adjunto adverbial, para indicar a circunstância em que ocorre a ação verbal.

Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais

Orações Subordinadas Adverbiais Causais (a causa pela qual ocorre a ação verbal da oração principal):

Conjunções: porque, visto que, que, como...

O prisioneiro morreu porque tomou veneno.

Faltou às aulas, visto que andava doente.

Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas (o segundo termo de uma comparação iniciada na oração principal):

Conjunções: como, (mais) que, (menos) que, assim como, tal qual...

A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.

A cidade está tal qual você a deixou.

A luz é mais veloz que o som.

Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas (concedem ou aceitam ação contrária à oração principal):

Conjunções: embora, ainda que, se bem que, conquanto, mesmo que...

Sairei agora embora ainda seja cedo.

Ainda que viva cem anos, não lhe perdoarei a traição.

Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais (condição, hipótese sob a qual se realizará ou não a oração principal):

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Conjunções: se, caso, desde que, salvo se, sem que, a menos que, contanto que...

Seria diferente se tivessem chegado antes.

Caso saibas a causa, aceitarás a falta.

Passará na prova, desde que estude mais.

Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas (adequação, equivalência com a oração principal):

Conjunções: conforme, segundo, consoante, como...

Relatei a ocorrência conforme a presenciei.

Como diz o ditado, a História se repete.

Devemos escrever segundo as normas da linguagem culta.

Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas (consequência ou resultado do que se prolata na oração principal):

Conjunções: (tão) que, (tal) que, (tanto) que, de modo que, forma que...

A chuva era tão forte que não se via a rua.

Já estudei de modo que agora posso sair.

Orações Subordinadas Adverbiais Finais (finalidade, objetivo da ação verbal constante da oração principal)

Conjunções: para que, a fim de que, de sorte que, de modo que, porque...

Fiz um sinal para que o táxi parasse.

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Saí da sala a fim de que ficassem a sós.

Ora muito porque não caias em tentação.

Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais (ações simultâneas ou proporcionais à oração principal):

Conjunções: à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos...

À medida que andava pelas veredas, via a natureza preservada.

Quanto mais se vive, mais se aprende.

Orações Subordinadas Adverbiais Temporais (o tempo em que se realiza a oração principal):

Conjunções: quando, mal, enquanto, logo que, assim que, sempre que, depois que...

A gente vive enquanto ama a verdade.

Todos, mal soou o sinal, saíram correndo.

Quando o dólar cai, o turismo se levante.

Orações Subordinadas Adverbiais Locativas (equivalentes a um adjunto adverbial de lugar):

São introduzidas pelo advérbio onde:

Não há consenso onde todos são radicais.

Orações Subordinadas Adverbiais Modais (equivalentes a um adjunto adverbial de modo):

São introduzidas pela locução sem que:

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Todos saíram da sala sem que o anfitrião visse.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são as orações introduzidas pelos pronomes relativos que, quem, o(a) qual, os(as) quais, onde, quanto, cujo(a), cujos(as).

Método prático para identificar e analisar orações subordinadas adjetivas:

1) Toda oração introduzida por pronome relativo (que, quem, o qual, onde, quanto, cujo) é adjetiva;

2) Estando separada por vírgula, é adjetiva explicativa; caso contrário, sem vírgula, é adjetiva restritiva.

Não analisamos a proposta com que concordaste.

oração subordinada adjetiva restritiva

Os jogadores do Grêmio, que são pernas de pau, só pensam em dinheiro.

oração subordinada adjetiva explicativa

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas:

Os técnicos preferem jogadores que obedecem a esquemas.

Nem todos os jogadores obedecem a esquemas. A oração está restringindo um subconjunto. A oração subordinada adjetiva restritiva não vem separada por vírgula.

Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas:

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Vozes d’África, que é um poema épico, é um raro momento da poesia.

A oração subordinada adjetiva explicativa traz uma qualidade ou característica inerente ao ser ou ao conjunto a que se refere. A oração explicativa vem separada por vírgula(s).

Funções Sintáticas do Que (e dos demais pronomes relativos)

Método prático para analisar o pronome relativo:

Li a proposta com que concordaram.

1) Desenvolver a oração adjetiva a partir do verbo:

Eles concordaram com...

2) Substituir o pronome relativo por seu antecedente:

Eles concordaram com a proposta.

3) Analisar o termo que substituiu o pronome:

Eles concordaram com a proposta.

objeto indireto

4) Aplicar esse resultado ao pronome relativo:

Li a proposta com que concordaram.

“que”: objeto indireto

Orações Reduzidas

As orações reduzidas são aquelas que não se iniciam por conjunção e apresentam seus verbos em formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio:

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Eles dizem acreditar na sorte. (infinitivo)

Estudando, conseguirei boas notas. (gerúndio)

Terminado o jogo, fomos para a piscina. (particípio)

Método prático para analisar orações reduzidas:

1) Desenvolve-se a oração reduzida:

Eles dizem acreditar na sorte.

Eles dizem que acreditam na sorte. (oração desenvolvida)

2) Analisa-se a oração desenvolvida:

Eles dizem que acreditam na sorte.

oração subordinada substantiva objetiva direta (ocupa a função do objeto direto. Completa o sentido de um Verbo Transitivo Direto. Exemplos:

- Nós queremos que você fique. Suj. + VTD + O. S. S. Obj. Direta)

3) Aplica-se esse resultado, acrescentando-se “reduzida de...”:

Eles dizem acreditar na sorte.

oração subordinada substantiva objetiva direta, reduzida de infinitivo (acreditar)

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Tipos de Orações Reduzidas

Orações Reduzidas de Infinitivo:

É necessário terem paciência.

oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo (ocupa a função de sujeito. Exemplos:

- É preciso que o grupo melhore. Verbo de Ligação + predicat. + O. S. S. Subjetiva)

(= que tenham paciência)

O essencial é salvar tua alma.

oração subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo (ocupa a função do predicativo do sujeito. Exemplos:

- A dúvida é se você virá. Suj. + VL + O. S. S. Predicativa)

(= que salves tua alma)

Orações Reduzidas de Particípio:

Abertas as portas, entramos.

oração subordinada adverbial temporal, reduzida de particípio (são aquelas que indicam relação de tempo naquilo que se refere à ação expressa pela oração principal. Exemplos:

Enquanto leio poesia, recupero o equilíbrio emocional. Cada vez que eu penso, te sinto, te vejo...

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São conjunções subordinadas temporais: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, tanto que, apenas, antes que, até que, sempre que, depois que, cada vez que.)

(= quando as portas foram abertas)

Atingidos pela chuva, fugimos rápido.

oração subordinada adverbial causal, reduzida de particípio (são aquelas que modificam a oração principal apresentando uma circunstância de causa, isto é, respondem à pergunta "por quê?" feita à oração principal. Exemplos:

Carlos saiu porque precisava. Amadeu não saiu porque estava frio. Nilo Lusa deixou o magistério porquanto sua saúde era precária.

São conjunções causais: porque, que, porquanto, visto que, por isso que, como, visto como, uma vez que, já que, pois que.)

(= porque fomos atingidos)

Orações Reduzidas de Gerúndio:

Havia ali crianças pedindo esmolas.

oração subordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio (é aquela que se encaixa na oração principal, funcionando como adjunto adnominal. As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicativas e restritivas. Explicativas: acrescentam uma qualidade acessória ao antecedente e são separadas da oração principal por vírgulas. Ex.: Os jogadores de futebol, que são iniciantes, não recebem salários.

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Restritivas: restringem o significado do antecedente e não são separadas da oração principal por vírgulas. Ex.: Os artistas que declararam seu voto foram criticados.)

(= que pediam esmolas)

O vaso caiu da mesa, despedaçando-se.

oração subordinada adverbial causal, reduzida de gerúndio

Estando doente, não saiu de casa.

oração subordinada adverbial causal, reduzida de gerúndio

(= porque estava doente)

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Na oração, os pronomes átonos* podem ficar em três posições:

1) Próclise (pronome átono antes do verbo):

Nunca o criticarei por isso.

2) Ênclise (pronome átono depois do verbo):

Ofereceram-me tentadores cargos.

3) Mesóclise (pronome átono intercalado ao verbo):

Informar-te-ei do andamento do processo.

*São chamados átonos os pronomes oblíquos cuja acentuação tônica é fraca. Os pronomes oblíquos apresentam flexão de número, gênero e pessoa,

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sendo essa última a principal flexão porque marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:

- 1ª pessoa do singular (eu): me

- 2ª pessoa do singular (tu): te

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe

- 1ª pessoa do plural (nós): nos

- 2ª pessoa do plural (vós): vos

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

O pronome oblíquo átono lhe é o único que já se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre os pronomes o ou a e as preposições a ou para. Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Os demais pronomes átonos em geral funcionam como objeto direto. É importante conhecer algumas particularidades dos pronomes oblíquos átonos. Uma delas é que não se começa oração com pronomes oblíquos. Também é importante conhecer bem os pronomes oblíquos átonos para saber qual é o caso mais apropriado em próclises, mesóclises e ênclises.

PRINCÍPIOS BÁSICOS

Desde que não inicie oração, a colocação do pronome antes do verbo estará, quase sempre, correta:

As competições se iniciaram na hora marcada.

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Observações:

1) O pronome átono, no entanto, pode iniciar orações interferentes*:

As férias de julho, me diziam as crianças, foram as melhores.

*ORAÇÕES INTERFERENTES OU INTERCALADAS: São orações que se acrescentam à margem da frase, como esclarecimento, observação, ressalva, etc. As orações intercaladas são elementos estranhos à estrutura do período, por isso interferem na sequência lógica da frase. As interferentes são de largo uso no discurso direto. Exemplos:

• "Se me atirasse às bananas (devo ter comido meia dúzia), não poderia ter feito as milhares de coisas que fiz." (Lígia Fagundes Teles)

• "É bem feiozinho, benza-o Deus, o teu tal amigo," (Aluísio de Azevedo)

• "Tive (porque não direi tudo?), tive remorsos." (M. de Assis)

• "Meus irmãos (digo-o com tristeza) desviaram-se do bom caminho."

• "Nenhum destes historiadores, que eu saiba, faz referência àquele episódio.

• "No monte Calvário (relembra o nosso grande Vieira), esteve a Senhora sempre ao pé da Cruz..." (Carlos de Laet)

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Às vezes, não é apenas uma oração que se insere na frase, mas um período composto, como neste exemplo:

• A cidade, caso o tempo for bom – e não há quem admita o contrário – terá este ano um carnaval animadíssimo.

Muitos autores divergem quanto à classificação das orações interferentes. Domingos Paschoal Cegalla, entre outros gramáticos, entende que as interferentes são orações independentes justapostas.

2) Depois dos infinitivos invariáveis, a colocação será correta, mas não obrigatória:

Não dizer-lhe a verdade, será pior.

Não lhe dizer a verdade, será pior.

3) É proibida a colocação do pronome depois de verbos no particípio, futuro do presente ou futuro do pretérito:

Tenho dedicado-me ao trabalho. (incorreto/particípio)

Tenho-me dedicado ao trabalho. (correto)

Avisarei-te assim que chegarem. (incorreto/futuro do presente)

Avisar-te-ei assim que chegarem. (correto)

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PRÓCLISE OBRIGATÓRIA

1) A próclise é obrigatória com advérbios1 (aqui, não, jamais, ali, já, amanhã, ontem, hoje, nunca, quando etc.):

Aqui se trabalha.

Não o chame de tolo.

Jamais me ensinaram isso.

Quando lhe chamarem de feia, não lhes responda com mais feiura.

1 É uma palavra que modifica (que se refere) a um verbo, a um adjetivo, a um outro advérbio. A maioria dos advérbios modifica o verbo, ao qual acrescenta uma circunstância. Só os advérbios de intensidade é que podem também modificar adjetivos e advérbios.

Mora muito longe. (muito = modifica o advérbio longe).

Sairei cedo para alcançar os excursionistas (cedo = modifica o verbo sairei).

Eram exercícios bem difíceis (bem = modifica o adjetivo difíceis).

2) A próclise é obrigatória com pronomes indefinidos (alguém, ninguém, nenhum, pouco, tudo, muito etc.):

Alguém se esqueceu do chapéu.

Ninguém me ama de verdade.

Poucos o esperavam no aeroporto.

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3) A próclise é obrigatória com pronomes relativos (que, quem, o qual, onde, cujo etc.):

Aquele que se esforça, vence.

Foi ela quem nos preveniu do perigo.

Eram aulas nas quais se aprendia muito.

Veja o local onde se verificou o crime.

4) A próclise é obrigatória com conjunções subordinativas2 (que, se, porque, embora, conforme, visto que, como, caso, quando, conquanto, pois etc.):

Irei agora, porque se esqueceram de mim.

Viajarei se me for possível.

Tudo direi, embora me cause problemas.

Fizeram o trabalho, segundo se combinou.

Espero que nos ofereçam os convites.

2 As conjunções subordinativas possuem a função de

estabelecer uma relação entre duas orações, relação esta que se caracteriza pela dependência do sentido de uma oração com relação a outra. Uma das orações completa ou determina o sentido da outra. As conjunções subordinativas são classificadas em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, conformativas, consecutivas, proporcionais, finais e integrantes.

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5) A próclise é obrigatória com gerúndio preposicionado (em + gerúndio):

Em se tratando de política, tudo é possível.

6) A próclise é obrigatória com verbos no infinitivo flexionado3:

Não serás criticado por me dizeres a verdade.

3 O uso do infinitivo flexionado é chamado de "idiotismo" por ser, entre as línguas neolatinas, peculiar e exclusivo do português. Se, por um lado, a flexão [-es, -mos, -em] serve para esclarecer a pessoa do sujeito sem ser necessário mencionar explicitamente os pronomes tu, nós, eles (por exemplo, pode-se dizer "convém irmos juntos" em vez de "convém nós irmos juntos"), tornando a redação mais bonita e interessante, por outro lado deixa os falantes em dúvida sobre o que é mais correto ou melhor.

7) A próclise é obrigatória em orações negativas, interrogativas, exclamativas e optativas (desejos):

Ninguém nos convidou para o jogo.

Quanto te custará essa reforma ?

Como se estuda nessa vida!

Deus me perdoe.

PRÓCLISE FACULTATIVA

1) A próclise é facultativa com sujeito expresso:

As provas me deixaram louco.

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As provas deixaram-me louco.

A aula se iniciará em breve.

A aula iniciar-se-á em breve.

2) A próclise é facultativa com conjunções coordenativas4:

Estudara, porém me confundi na prova.

Estudara, porém confundi-me na prova.

4 A conjunção é a palavra que liga duas orações ou termos de mesma função na oração. Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as orações, estabelece entre elas uma relação de coordenação ou subordinação. As orações coordenadas são independentes entre si, ou seja, possuem significado singular, mesmo que ligadas pela conjunção. Veja o exemplo: A lua surgiu e as estrelas inundaram o céu de luz. As duas orações estão ligadas pela conjunção “e” e não têm relação de dependência entre si. Então, a primeira oração (A lua surgiu) tem sentido completo e independe da segunda (As estrelas inundaram o céu de luz) para tê-lo e assim também é a segunda em relação à primeira. Duas ou mais orações que mantêm independência entre si chamam-se coordenadas, e consequentemente, a conjunção que liga tais orações é denominada conjunção coordenativa. A conjunção coordenativa também ocorre quando duas palavras são ligadas na mesma oração. Veja o exemplo:

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Ele venderá brinquedos ou revistas. Observe que a conjunção ou está ligando duas palavras: brinquedos e revistas, as quais exercem o mesmo papel de objeto direto na oração.

3) A próclise é facultativa com infinitivos invariáveis:

O meu propósito era não lhe obedecer mais.

O meu propósito era não obedecer-lhe mais.

ÊNCLISE OBRIGATÓRIA

1) A ênclise é obrigatória com verbos iniciando orações:

Obrigaram-me a votar com a maioria.

Comprei o livro, li-os atentamente...

Observação: com verbos no futuro do presente, no futuro do pretérito e no particípio, não pode ocorrer ênclise:

Se eleito, lutarei pelos menores carentes. (futuro do presente)

Eu cantaria na festa de seu casamento. (futuro do pretérito)

O arroz está cozido. (particípio)

2) A ênclise é obrigatória com os pronomes o, a, os, as – nos infinitivos regidos das preposições a e por:

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Sabe ele se tornará a vê-los algum dia ?

Encontrei a madrasta a maltratá-las.

Ansiava por encontrá-lo.

3) A ênclise é obrigatória com verbos no imperativo afirmativo:

Localiza os processos e analisa-os hoje.

MESÓCLISE

A mesóclise só pode ocorrer com verbos no futuro do presente (lutarei...) e futuro do pretérito (cantaria...), no entanto somente será obrigatória se não houver caso(s) de próclise:

Elogiar-te-emos sempre.

Sempre te elogiaremos. (próclise obrigatória)

Seja merecedor e elogiar-te-emos.

Seja merecedor e te elogiaremos. (próclise facultativa)

COLOCAÇÃO DE PRONOMES NAS LOCUÇÕES VERBAIS

1) A colocação do pronome é livre (não havendo caso de próclise obrigatória):

Os servidores lhe devem fazer um pedido.

Os servidores devem-lhe fazer um pedido.

Os servidores devem fazer-lhe um pedido.

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2) É obrigatória a colocação do pronome antes ou depois da locução verbal* (havendo caso de próclise obrigatória):

O diretor jamais nos pôde negar tal direito. (antes)

O diretor jamais pôde negar-nos tal direito. (depois)

Os alunos se haviam comprometido comigo. (antes, com próclise)

Os alunos haviam-se comprometido comigo. (depois, com próclise)

* A locução verbal é formada por um verbo auxiliar (conjugado) + verbo principal (no infinitivo, gerúndio ou particípio). A locução constitui um todo, os verbos auxiliares apenas indicam as flexões.

Exemplo: Estava indo; Começaram a falar.

Observação:

A “sintaxe brasileira”, isto é, a colocação do pronome oblíquo “solto” entre os verbos, mesmo havendo fatores de próclise, vem sendo consagrada por escritores e gramáticos de renome, mas ainda não foi definitivamente aceita pelos padrões clássicos da língua:

Ao alunos ainda não tinham nos informado a data.

Deve-se dar preferência sempre pela colocação pronominal tradicional, especialmente em concursos públicos e textos formais:

As alunos ainda não nos tinham informado a data.

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PONTUAÇÃO

A Vírgula

Emprega-se a vírgula nos seguintes casos:

1) Emprega-se vírgula separando termos assindéticos* compostos:

Era uma rapariga bonita, corada, forte.

Dispensava festas, visitas, passeios e bailes.

Ana, Andrea e Adriana foram estudar.

*Assindético = assíndeto = supressão das conjunções coordenativas entre frases ou entre partes da oração e frase.

Observação: normalmente, não se separam palavras ligadas com as conjunções a, nem e ou:

Tragam cadernos, lápis e borracha.

Não trouxeram caderno nem borracha.

Tragam lápis ou caneta.

2) Emprega-se vírgula separando aposto explicativo:

Nós, brasileiros, consideramo-nos espertos.

3) Emprega-se vírgula separando vocativo:

Roda, meu carro, que é curto o caminho.

4) Emprega-se vírgula separando palavras ou expressões explicativas, conclusivas, retificativas, repetidas...

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Joguei futebol, isto é, completei o time. (explicativa)

As meninas, aliás, não gostavam de sair. (conclusiva)

Portanto, tudo tem seus limites. (retificativa)

O mar estava calmo, calmo. (repetida)

5) Emprega-se vírgula separando locuções adverbiais* antepostas ao verbo:

No aeroporto, esperavam-se as autoridades.

O povo, no ano passado, elegeu seus deputados.

*A Locução Adverbial é formada quando duas ou mais palavras exercem a função de um advérbio. Exemplos: à noite; à tarde; às vezes; de dia; de manhã; à esquerda; à distância; ao lado; de muito; de pouco; de todo...

Observações:

A vírgula será facultativa:

a) Se a locução estiver posposta ao verbo:

O povo elegeu(,) no ano passado(,) seus deputados.

b) Em relação aos advérbios1:

Amanhã(,) visitaremos várias comunidades.

Visitaremos(,) amanhã(,) várias comunidades.

1 Advérbio é a palavra invariável que modifica o sentido do verbo, acrescentando a ele determinadas circunstâncias de

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tempo, de modo, de intensidade, de lugar, etc. Ex.: Um lindo balão azul atravessava o céu. Um lindo balão azul atravessava lentamente o céu. Nesse caso, “lentamente” modifica o verbo “atravessar”, pois acrescenta uma ideia de modo. Os advérbios de intensidade têm uma característica particular, pois além de intensificar o verbo, eles podem intensificar o sentido de adjetivos e de outros advérbios. Ex.: Nosso amigo é inteligente demais. As encomendas chegaram muito tarde.

6) Emprega-se a vírgula separando termos antepostos desde que repetidos (pleonásticos*):

Os alunos, elogio-os sempre que mereçam.

Aos amigos, ofereci-lhes meu endereço.

Poderoso, há muito já não o é mais.

*Que contém pleonasmo; redundante.

7) Emprega-se vírgula separando conjunções deslocadas:

Aluguei o carro; viajei, todavia, de ônibus.

Ele é o chefe; obedeça, pois, suas ordens.

8) Emprega-se vírgula separando o predicativo do sujeito:

Carlos, entusiasmado, corria e gritava...

9) Emprega-se vírgula separando datas:

Brasília, 31 de maio de 2003.

A Lei 314, de 18 de maio de 1987.

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10) Emprega-se vírgula indicando zeugma* (do verbo):

A vida é efêmera; o amor, fugaz.

*Zeugma e elipse possuem características parecidas. Enquanto na elipse existe a omissão de um termo não mencionado antes, na zeugma ocorre a omissão de um termo ou expressão anteriormente mencionada. Veja os exemplos:

“Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção de selos (…)” (José Lins do Rego).

“A manhã estava ensolarada; a praia, cheia de gente”.

“A vida é um grande jogo e o destino, um parceiro temível (…)” (Érico Veríssimo)

Na primeira sentença, ocorre a omissão da expressão “queria saber”, já mencionada na primeira frase. Na segunda, está omisso o verbo “estava”, também presente na primeira afirmação. Na de Érico Veríssimo, está omisso o termo “é”, também mencionado na frase anterior.

11) Emprega-se vírgula separando as antíteses dos provérbios:

Pai ganhador, filho gastador.

12) Emprega-se vírgula separando orações coordenadas assindéticas1 e sindéticas1, exceto as aditivas ligadas pela conjunção “e”:

Estudas muito, logo tua aprovação é certa. (assindética)

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Estava perplexo, ora mexia-se na cadeira, ora olhava para a janela. (assindética)

O dia estava quente e fora muito cansativo. (sindética)

1 Coordenadas Assindéticas: são orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. Coordenadas Sindéticas: ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação: As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Observações: usa-se a vírgula com a conjunção e:

a) usa-se a vírgula com a conjunção e em orações com sujeitos diferentes:

Chegaram os livros, e me senti melhor.

Veio o verão, e as chuvas minguaram.

b) usa-se a vírgula com a conjunção e com conjunção adversativa* (e = mas):

Comprou passagens, e desistiu da viagem.

*Conjunções Adversativas: indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. São elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto etc. Ex.: O carro bateu, mas ninguém se feriu.

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c) usa-se a vírgula com a conjunção e, no polissíndeto*:

Passaram os anos, e os amores, e a vida, e a felicidade...

* Polissíndeto é o emprego repetitivo da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração. Um exemplo encontra-se neste texto de Sá de Miranda:

"Tudo é seco e mudo e de mestura

Também mudando eu fiz outras cores".

Polissíndeto e assíndeto possuem características opostas. Enquanto assíndeto é a figura de linguagem que omite conectivos entre as orações que estão em seqüência, polissíndeto é a figura que consiste em repetir os conectivos entre as orações dispostas em seqüência.

Observe esses exemplos:

“Se era noivo, se era virgem, Se era alegre, se era bom, Não sei. É tarde para saber”. (Carlos Drummond de Andrade)

“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge”. (Rubem Braga)

Nos versos de Drummond, veja que houve a repetição da conjunção “se”; na afirmação de Rubem Braga, o que se repete é a conjunção “nem”, uma maneira bem criativa e cômica de se

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dizer que o telefone dele não funcionava de maneira alguma. Para diferenciarmos bem polissíndeto de assíndeto, leia esta afirmação:

“Trejeita, e canta, e ri”

Neste exemplo, houve a repetição do conectivo “e”: temos, portanto um caso de polissíndeto. O mesmo exemplo seria assíndeto se estivesse sem as conjunções, desta maneira:

“Trejeita, canta, ri”

d) usa-se a vírgula com a conjunção e para dar realce estilístico:

Procurou emprego, trabalho, e o achou.

13) Emprega-se vírgula separando orações adverbiais:

a) emprega-se vírgula separando orações adverbiais obrigatoriamente, quando deslocadas:

Quando os tiranos caem, os povos se levantam.

Os povos, quando os tiranos caem, se levantam.

b) emprega-se vírgula separando orações adverbiais facultativamente, quando pospostas:

Farei meu trabalho(,) conforme prometi.

14) Emprega-se vírgula separando orações interferentes*:

Ideias, como dizia Silveira Martins, não são metais que se fundem.

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* ORAÇÕES INTERFERENTES OU INTERCALADAS: são orações que se acrescentam à margem da frase, como esclarecimento, observação, ressalva, etc. As orações intercaladas são elementos estranhos à estrutura do período, por isso interferem na sequência lógica da frase. As interferentes são de largo uso no discurso direto. Exemplos:

• "Se me atirasse às bananas (devo ter comido meia dúzia), não poderia ter feito as milhares de coisas que fiz." (Lígia Fagundes Teles)

• "É bem feiozinho, benza-o Deus, o teu tal amigo," (Aluísio de Azevedo)

15) Emprega-se vírgula separando orações adjetivas explicativas:

Os Lusíadas, que é um poema épico, narra as grandes navegações portuguesas.

16) Emprega-se vírgula separando orações adverbiais reduzidas*:

Pegados pela chuva, corremos para casa.

*São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio. As orações adverbiais reduzidas são aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Exemplos:

Chegou para poder colaborar. (final)

Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal)

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Quando usar e quando não usar a Vírgula

Embora a maioria das perguntas sobre vírgula seja sobre quando se deve usá-la, começaremos a explicação por em que casos não usar a vírgula. Depois, passaremos aos casos mais frequentes de uso. Quando NÃO usar a vírgula: 1. Em hipótese alguma, use vírgulas entre: SUJEITO VERBO e COMPLEMENTO DO VERBO Essa regra não tem nenhuma exceção, nem mesmo se o sujeito da oração for enorme e seu fôlego não aguentar chegar até o verbo. Ex.: Certo: Empresários e gestores de todos as empresas almejam crescer na carreira e alcançar seus objetivos profissionais e pessoais. Errado: Empresários e gestores de todos as empresas, almejam crescer na carreira e alcançar seus objetivos profissionais e pessoais. (neste caso o uso da vírgula separa o sujeito do verbo) Errado: Empresários e gestores de todos as empresas almejam, crescer na carreira e alcançar seus objetivos profissionais e pessoais. (neste caso o uso da vírgula separa o verbo do seu complemento) 2. Não usar vírgula antes de etc., pois se trata de uma abreviatura da expressão latina et cetera, que significa "e

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outras coisas", "e assim por diante". Obs.: Também é condenável o uso da conjunção e antes de etc. Estariam sendo usados dois "e", um do português e outro do latim (et = e : et cetera). Certo: Os colaboradores fazem diversos cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, MBA etc. Errado: Os colaboradores fazem diversos cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, MBA, etc. Errado: Os colaboradores fazem diversos cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, MBA e etc. Quando usar a vírgula: 1. Enumeração de mais de dois elementos: Ex.: O processo seletivo é composto por (1) teste on-line , dinâmica de grupo (2) e entrevista (3). 2. Para isolar o aposto explicativo (usar duas vírgulas): Ex.: O treinamento, fundamental para a capacitação dos profissionais, tem ganhado cada vez mais importância nas empresas. (aposto: fundamental para a capacitação dos profissionais) 3. Para isolar o vocativo: Ex.: Carlos, por que você ainda não chegou à reunião? (vocativo: Carlos) 4. Para marcar a supressão do verbo em uma oração:

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Ex.: Eu fiz um curso de Gestão de Projetos; ele, de Comunicação Escrita. (ele fez - verbo suprimido) 5. Para separar orações que não apresentam conjunções que as interliguem: Ex.: Decidiu fazer um curso de MBA fora do país, pesquisou, encontrou o mais adequado para sua carreira, fez a prova de seleção, foi aprovado. 6. Para isolar certas expressões exemplificativas, conformação e conjunções (além disso, por exemplo, isto é, ou seja, a saber, aliás, ou melhor, ou antes, com efeito, a meu ver, por assim dizer, por outra, entretanto, no entanto, por isso, logo etc.) Ex.: Não sei se faço esse curso no próximo semestre. Ou melhor, nem sei se terei as quintas-feiras à noite livres para fazer o curso. (uma vírgula em início de oração)

Você precisa se dedicar mais ao curso, escrevendo, por exemplo, mais textos e lendo mais os artigos sugeridos. (duas vírgulas quando o termo aparece no meio da oração) 7. Antes das conjunções mas, porém, pois, embora:

Sei que você não gosta de estudar quando é feriado, mas será preciso finalizar o trabalho o mais urgente possível. Além de lembrar dessas regras, não esqueça que:

você só pontuará corretamente se dominar o sentido do seu texto.

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a atenção é fundamental para a correta pontuação.

OS ERROS DE PONTUAÇÃO COM VÍRGULAS

(“Os Sete Pecados Capitais”)

1) Separar sujeito e verbo:

Os deputados amanhã votarão o projeto.

Convém que se confie nas pessoas de bem.

Observação: uma vírgula separa; vírgulas intercalam:

Os deputados, amanhã, votarão o projeto.

2) Separar verbo e objeto direto*:

Alguns analistas não conferiram todos os dados.

Os brasileiros esperam que a vida melhore.

3) Separar verbo e objeto indireto*:

Os eleitores já desconfiam de tantas promessas.

Eles desconfiam de que foram enganados.

*O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos transitivos.

Objeto direto:

- vem sempre associado a um verbo transitivo;

- liga-se ao verbo sem preposição, exigida por este;

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- indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual recai a ação verbal.

Ex.: Maria vendia doces.

sujeito v.trans. direto objeto direto

As crianças esperavam os pais.

sujeito v. trans. direto objeto direto

Objeto direto preposicionado:

O objeto direto pode vir precedido de preposição: é chamado objeto direto preposicionado. Tal preposição ocorre por razões várias e não pela exigência obrigatória do verbo. Ex.: Estimo aos meus colegas. (estimar: verbo transitivo direto, a preposição surge como um recurso enfático e não porque o verbo a exija.)

Objeto indireto:

- vem sempre associado a verbo transitivo;

- liga-se ao verbo através de preposição exigida por este;

- indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.

Ex.: Davi gosta de música.

sujeito v.trans. indireto objeto indireto

A professora não confia em seus alunos.

sujeito v.t. indireto objeto indireto

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Núcleo do objeto:

O núcleo do objeto é representado por um substantivo (ou palavra com valor de substantivo).

a) substantivo:

Ana comprou chocolate. sujeito v. trans. direto objeto direto

b) pronome substantivo:

O chefe confia em nós. sujeito v. trans. indireto objeto indireto

c) palavra substantivada:

Ele esperava um tchau.

sujeito v. trans.direto objeto direto

O objeto pode ser constituído por pronome oblíquo:

- os pronomes o, a, os, as atuam como objeto direto.

Ex.: O pai deixou - as na escola.

v.trans.direto obj.direto

- os pronomes lhe, lhes atuam como objeto indireto.

Ex.: A notícia interessava - lhes.

v.trans.indireto obj.indireto

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem atuar como objetos diretos ou indiretos, de acordo com a transitividade verbal.

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Ex.: Elegeram - me representante da classe.

v.trans.direto obj.direto

Mostraram - nos um mundo inacreditável.

v.tdireto/indireto obj. indireto obj. direto

continuação: ERROS DE PONTUAÇÃO COM VÍRGULAS

4) Separar verbo e agente da passiva*:

Os animais foram afugentados pelo vento.

A ópera fora composta por quem já esteve inspirado.

* "Agente da Passiva" é o complemento do verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passivo. Vem regido comumente da preposição por, e menos frequentemente da preposição de. Ex.: Paula é estimada pelas colegas. A cidade estava cercada pelo exército.

5) Separar verbo de ligação* e predicativo:

Ninguém mais parece entusiasmado com o jogo.

O essencial é que as pessoas tenham emprego.

* Os verbos de ligação não indicam ação. Estes verbos fazem a ligação entre dois termos: o sujeito e suas características. Estas características são chamadas de predicativo do sujeito. Ex.: Maria é inteligente.

O verbo ser (é) não indica ação, ele está ligando o sujeito (Maria) ao predicativo (inteligente).

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6) Separar nome e adjunto adnominal*:

A economia brasileira é muito vulnerável.

Pedra que muito rola não cria limo.

* É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo.

7) Separar nome e complemento nominal*:

Há os alunos que têm aversão aos estudos.

Tenho esperança de que tudo volte ao normal.

* Complemento Nominal é o termo complementar reclamado pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição.

Ex.: A defesa da Pátria.

O respeito às leis.

A luta contra o mal.

O PONTO E VÍRGULA

O ponto e vírgula assinala uma pausa maior que a da vírgula. O seu emprego varia muito de autor para autor.

Emprega-se ponto e vírgula nos seguintes casos:

1) Emprega-se ponto e vírgula para separar as partes principais de um período, cujas partes secundárias já tenham vírgula(s):

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À noite, após o jantar, saímos ambos a caminhar; a lua, quase cheia, iluminava nossos passos.

2) Emprega-se ponto e vírgula para separar os termos de uma enumeração:

A gramática da língua portuguesa estuda:

a) fonética; b) morfologia; c) sintaxe.

3) Emprega-se ponto e vírgula para separar orações com conjunção deslocada*:

O jogo terminou; vamos, portanto, sair logo.

*Conjunções deslocadas devem apresentar-se marcadas por vírgulas, como é o caso de portanto em "Existe, portanto, um lugar...".

4) Emprega-se ponto e vírgula para separar orações com conjunção adversativas* subentendida:

Há muitos modos de afirmar; há um só de negar.

* As Conjunções Adversativas Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente. São elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto etc.

Ex: O carro bateu, mas ninguém se feriu.

OS DOIS-PONTOS

Os dois-pontos assinalam uma pausa suspensiva para indicar que a frase não está concluída.

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Empregam-se os dois-pontos nos seguintes casos:

1) Empregam-se os dois-pontos antes de citações:

Diz um velho provérbio: “A agulha veste os outros, e anda nua”.

2) Empregam-se os dois-pontos antes do aposto* enumerativo:

O homem, para ver a si mesmo, precisa de três coisas: olhos, luz e espelho.

* Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. Por Exemplo:

Ontem, Segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:

Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.

Obs.: após a eliminação do termo ontem, o substantivo Segunda-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo.

3) Empregam-se os dois-pontos para explicações com a conjunção* subentendida:

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Você fez tudo errado: gritou quando não podia e calou quando não devia.

*Conjunção é uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação. São exemplos de conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.

4) Empregam-se os dois-pontos nas orações apositivas*:

Só te peço uma coisa: honra tua palavra.

* Orações apositivas são aquelas que funcionam como aposto. Exemplos: Sua instrução foi única: estudar sempre. Pedi-lhe um favor: que me chamasse às sete horas.

O aposto é uma forma de adjunto adnominal, que é constituído de uma palavra ou expressão em aposição, exemplificando um ou vários termos expressos na oração. Note-se nos exemplos que estudamos que sempre explica a frase inicial, determina qual foi sua instrução; qual foi o favor pedido.

PONTO FINAL

1) Emprega-se o ponto final para fechar períodos:

Faz muitos anos que moramos aqui.

2) O ponto final é usado também nas abreviaturas:

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Sr., V.Exa., pág. (página), ex. (exemplo)...

PONTO DE INTERROGAÇÃO

1) O ponto de interrogação é usado para indicar pergunta direta:

Aonde pensas que vais ?

2) O ponto de interrogação aparece em perguntas intercaladas:

A imprensa (quem contesta ?) é o mais poderoso meio de comunicação...

Às vezes, o ponto de interrogação combina-se com ponto de exclamação ou com reticências:

A mim ?! Que ideia mais tola!

Raimunda ? Então, era ela a tal pessoa misteriosa...?

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

1) Usa-se o ponto de exclamação depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas para exprimir surpresa, espanto, susto, indignação...

Céus! Que injustiça!

Coitado dos alunos!

2) O ponto de exclamação substitui a vírgula depois de um vocativo enfático:

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“Colombo! fecha a porta dos teus mares!” (Castro Alves)

RETICÊNCIAS

As reticências “...” são usadas:

1) As reticências são usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento, ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor, nos diálogos:

Mas essa cruz, observei eu, não me disseste que teu pai que...

Para quem se habilita aos livros...

2) As reticências são usadas no meio do período, para indicar certa hesitação ou breve interrupção do pensamento:

Porque... não sei porque... porque é a minha sina...

Ao contrário, se é amigo dele... peço-lhe que o distraia... que...

3) As reticências são usadas no fim de um período gramaticalmente completo, para sugerir certo prolongamento da ideia:

Na terra os homens sonham, os homens vivem sonhando...

4) As reticências são usadas para sugerir movimento ou a continuação de um fato:

E a vida passa... efêmera e vazia...

Era feio, feio...

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O EMPREGO DO TRAVESSÃO (-)

O travessão é usado para indicar:

1) O travessão é usado para indicar a fala das personagens nos diálogos:

“A caixinha de costura continha de tudo um pouco: tesoura, botões, fita métrica e, logicamente, agulha e linha.

A linha disse para a agulha:

- Então, você veste os outros e anda nua ?”

2) O travessão é usado para indicar uma curta intervenção do narrador para, por exemplo, esclarecer qual é a personagem que fala:

- Estou muito apressado – diz Tonhão – Deixem-me entrar!

3) O travessão é usado para isolar palavras ou frases, como se as colocasse entre parênteses (nesse caso usa-se travessão duplo):

O seu mundo não ia além dos muros que a enclausuravam. E ninguém via – ninguém mesmo – aqueles meigos olhos azuis.

ASPAS (“ “)

Normas para emprego das aspas:

1) Usam-se as aspas para indicação textual:

Como disse Cecília Meirelles: “Uma bomba não tem endereço”.

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2) Usam-se as aspas para indicação de serem estrangeiras ou gírias certas palavras:

O “jazz” revolucionou a música.

O seu maior sonho era ser um “tira” respeitável.

PARÊNTESES ()

A função básica dos parênteses é delimitar intercalações dentro de um período. Por exemplo:

Brasília (a capital do Brasil) é uma cidade moderna.

Usam-se os parênteses também para delimitar as referências de uma citação:

“Ao vencedor, as batatas!” (Quincas Borba – Machado de Assis.)

Usam-se os parêntese, ainda, para indicar o período de vida de uma pessoa:

Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986).

ASTERISCO, OU “ESTRELA” (*)

O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um recurso empregado para:

a) o asterisco é utilizado para remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um livro:

Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial.

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*É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.

b) o asterisco é utilizado para substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar:

O Dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de produtos adequados para assepsia.

SEMÂNTICA

A semântica é a parte da gramática que estuda a significação das palavras do texto.

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

Significante é a parte física da palavra (os fonemas e as letras).

Significado é o sentido da palavra que provoca na mente do ouvinte ou do leitor uma imagem ou uma ideia.

Polissemia é a multiplicidade de significados de uma mesma palavra:

Linha (costura), linha (conduta), linha (de ônibus), linha (estrada de ferro)...

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

A denotação é o emprego da palavra em seu sentido próprio (usada quando se quiser dar caráter técnico ou científico ao texto).

A conotação é o uso da palavra em sentido figurado, dando ao texto várias interpretações (nas obras literárias, os autores valem-se desse artifício para criarem a supra-realidade).

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SINONÍMIA E ANTONÍMIA

A sinonímia é o fenômeno em que palavras diferentes apresentam o mesmo significado (ou significado bem próximo):

Casa – moradia, lar, teto; Rosto – face, semblante, cara; Zelo – cuidado, carinho

A antonímia é o fato semântico em que as palavras apresentam significados contrários:

Economizar – gastar; Largo – estreito; Riqueza – pobreza

HOMONÍMIA E PARONÍMIA

São palavras que se assemelham na pronúncia ou na escrita, mas têm significados diferentes.

Palavras homônimas homógrafas perfeitas – mesma pronúncia e grafia: caminho (substantivo, equivale a estrada, via) – caminho (verbo, equivale a andar); cedo (advérbio de tempo) – cedo (verbo = ceder); livre (adjetivo) – livre (verbo = livrar, liberar); são (adjetivo = sadio) – são (verbo = ser, é); serra (substantivo, equivale a montes, morros) – serra (verbo = serrar).

Palavras homônimas homógrafas imperfeitas – mesma grafia, mas pronuncia diferente: colher (substantivo) – colher (verbo, equivale a recolher); começo (substantivo, o início) – começo (verbo = começar); gelo (substantivo) – gelo (verbo = gelar); torre (substantivo) – torre (verbo = torrar).

Palavras homônimas homófonas – grafia diferente, mas mesma pronúncia: acender (atear fogo) – ascender (subir); caçar (matar animais) – cassar (anular)...

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Palavras parônimas – grafia e pronúncia parecidas: tráfego (trânsito) – tráfico (comércio ilícito); emergir (vir à tona) – imergir (mergulhar).

Alguns homônimos e parônimos: acerca de (a respeito de) – a cerca de (distância aproximada) – há cerca de (aproximadamente); aleatório (eventual) – alheatório (que alheia); ao invés de (ao contrário) – em vez de (em lugar de ); a par (ciente) – ao par (sem ágio); aresto (decisão judicial) – arresto (penhora); asado (alado) – azado (oportuno); assoar (limpar o nariz) – assuar (vaiar); à-toa (ruim) – à toa (sem rumo); brocha (prego curto) – broxa (pincel grande); cabide (pendurar roupas) – cabido (coletivo de cônegos); chácara (quinta, sítio) – xácara (romance em verso); cível (relativo ao Direito Civil) – civil (relativo às relações dos cidadãos); deferir (conceder) – diferir (divergir, adiar); degradar (rebaixar) – degredar (desterrar); despercebido (não visto) – desapercebido (desprevenido); emitir (expedir) – imitir (fazer entrar); esperto (inteligente) – experto (perito); incerto (duvidoso) – inserto (inserido); incipiente (principiante) – insipiente (ignorante); incontinente (imoderado) – incontinenti (imediatamente); indefeso (sem defesa) – indefesso (incansável); intimorato (destemido) – intemerato (puro, íntegro); locador (proprietário) – locatário (inquilino, aquele que aluga); mandado (ato de mandar) – mandato (procuração); paço (palácio) – passo (marcha); perfilar (alinhar) – perfilhar (adotar como filho); presar (capturar) – prezar (estima); sobrescritar (endereçar) – subscritar (assinar, subscrever); vultoso (volumoso) – vultuoso (rosto vermelho e inchado).