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4 OBSERVAÇÃO

FASCINAÇÃO - UMA ADVERTÊNCIA DE KARDEC

Aprenda como lidar com os perigos da obsessão

6 KARDEC

PÉROLAS DA CODIFICAÇÃO

A mais meritória de todas as virtudes

8 ESCLARECIMENTO

ÁGUA FUIDIFICADA? JAMAIS!!!A ação dos fluidos sobre a matéria

10 REFLEXÃO

UM EXEMPLO DE QUE A DOUTRINA É DOS ESPÍRITOS

Toda a codificação foi ditada pelos Espíritos

12 CHICO

CHICO XAVIER E OS ORIGINAIS DOS LIVROS

MEDIÚNICOS

Chico Xavier como guardião dos livros espíritas

14 CAPASUICÍDIO JOVEM - UM PROBLEMA ATUAL

Uma reflexão sobre os motivos que levam umjovem ao suicídio

22 ESTUDO

O PASSE: CONCEITO E FUNÇÃO

Os vários tipos de passes e suas funções

27 COM TODAS AS LETRAS

PLURAL DAS PALAVRAS COMPOSTAS

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

SUMÁRIO

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Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Rua Luís Silvério, 120 – Vila Marieta 13042-010 Campinas/SPCNPJ: 01.990.042/0001-80 Inscr. Estadual: 244.933.991.112

Assinaturas

Assinatura anual: R$45,00(Exterior: US$50,00)

FALE CONOSCO

EDITORIAL

Edição

Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar” – Depto. Editorial

Equipe Editorial

Adriana Levantesi

Leandro Camargo

Rodrigo Lobo

Sandro Cosso

Thais Cândida

Zilda Nascimento

Jornalista Responsável

Renata Levantesi (Mtb 28.765)

Projeto Gráfico

Fernanda Berquó Spina

Revisão

Equipe FidelidadEspírita

Administração e Comércio

Elizabeth Cristina S. Silva

Apoio Cultural

Braga Produtos Adesivos

Impressão

Citygráfica

O Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar” responsabiliza-se

doutrinariamente pelos artigos

publicados nesta revista.

[email protected] (19) 3233-5596

Os infortúnios ocultos

Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado,e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida?

Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que àentrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jazuma mãe de família cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naquelesrostos emagrecidos. É que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de que necessitam,condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos,que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O paiestá no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalhoprover as necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres criançasnão mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas,o leite não secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lherepugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vaiao hospital levar ao pai algum reconforto e tranqüilizá-lo sobre a sorte da família.No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o quedestina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não lhespergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois consideracomo seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de sipara consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém osabe. Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação. Ànoite, um concerto de bênçãos se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos,judeus, protestantes, todos a bendizem.

Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu luxo. Por que sefaz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência.A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: “Que podes dar,minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te passar às mãos alguma coisa paraque dês a outrem, qual será o teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quemfaz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo. Quando visitamos osdoentes, tu me ajudas a tratá-los.

Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa. Não te parece bastante isso? Nadamais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essascriancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti.” É assim que aquelamãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristoensinou. É espírita ela? Que importa! Em casa, é a mulher do mundo, porque a suaposição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação,além da de Deus e da sua consciência.

Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe a casa uma de suasprotegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos. Esta última,ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. “Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não odigas a ninguém.” Falava assim Jesus.

O Evangelho Segundo o Espiritismo . Cap. XIII item 4

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

OBSERVAÇÃO

Fascinação - uma advertência de Kardec

por Orson Peter Carrara

O perigo está no império que os mausespíritos exercem sobre as pessoas...

Estágios da obsessãopedem cuidados

No Discurso que proferiu, naSociedade Parisiense de EstudosEspíritas, para o encerramento doano social de 1858/1859, entreoutras preciosas observações quemerecem leitura e estudo integral1

de todos nós, os espíritas da atuali-dade, está uma rápida abordagem,feita por Kardec, sobre a influênciados espíritos sobre a sociedade hu-mana.

O texto remete ao sempre atualassunto da obsessão, tão bem desen-volvido em O Livro dos Médiuns(capítulo XXIII, itens 237 a 254),onde podemos estudar os estágiosde obsessão simples, fascinação esubjugação.

Em síntese, como coloca Kardec,a obsessão simples é a insistência deum espírito no constrangimento

que tenta impor à sua vítima; a fas-cinação já é o mesmo quadro emestágio de fascinação para o médiumque não se crê enganado; a subjuga-ção, por sua vez, é a opressão queparalisa a vontade daquele que asofre, e o faz agir a seu malgrado.

Sugerimos aos leitores prévia con-sulta ao capítulo acima citado paraampliar o estudo da questão, poiso objetivo da presente abordagem é

trazer aos nossos leitores uma adver-tência do Codificador no que se re-fere ao processo de fascinação.

Como citamos, o texto está nafonte acima citada e eis o trecho quedestacamos:

"(...) O perigo está no impérioque os maus espíritos exercem so-bre as pessoas, o que não é apenasuma coisa funesta, do ponto de vis-

Orson Peter Carrara

(1) A íntegra encontra-se publicada na Revista Espírita, de julho de 1859, edição da Edicel, comtradução de Júlio Abreu Filho.

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 5ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

OBSERVAÇÃO

ta dos erros de princípios que aque-les podem propagar, como ainda doponto de vista dos interesses da vidamaterial. Ensina a experiência quenão é impunemente que nos aban-donamos ao seu domínio. Porquesuas intenções jamais podem serboas. Uma de suas táticas para al-cançar os seus fins é a desunião, poissabem muito bem que podem facil-mente dominar aquele que estiversem apoio. Assim, o seu primeirocuidado, quando querem apoderar-se de alguém, é sempre inspirar-lhea desconfiança e o isolamento, a fimde que ninguém possa desmascará-lo, esclarecendo a vítima com seusconselhos salutares. Uma vez senho-res do terreno, podem à vontade fas-

cinar a pessoa com promessas sedu-toras, subjugá-la por meio da lison-ja às suas inclinações, para o queaproveitam os lados fracos que des-cobrem a fim de melhor fazê-la sen-tir, depois, a amargura das decep-ções, feri-la nas suas afeições,humilhá-la no seu orgulho, e, mui-tas vezes, não a elevar um instantesenão para a precipitar de mais alto(...)".

Observemos com bastante aten-ção, objetivando estudar o tema, aquestão das táticas, da desunião, datentativa de dominar, da inspiraçãoda desconfiança e do isolamento, dalisonja às inclinações, do aproveita-mento dos lados fracos e finalmen-te, do desejo de fazer com que asvítimas sintam a amargura das de-cepções, o ferimento das afeições, dahumilhação de seu orgulho e mes-

mo da precipitação em abismos desofrimento, dor e dominação.

Este curto e sugestivo texto deveacender em nós o desejo ardente daauto-análise sobre o próprio com-portamento, ao mesmo tempo quesurge como valioso documento paraser debatido e estudado nos gruposespíritas.

Ocorre que estamos todos sujei-tos a essa constante influência emnosso cotidiano, dentro ou fora doCentro Espírita, e a defesa contraeste mal está mesmo, não há dúvi-da, na sintonia do comportamentocom a proposta do Espiritismo, quepor sua vez, está totalmenteembasado no Evangelho de Jesus.Razão maior, pois, para mais vigilân-cia e trabalho no bem. �

...aproveitam os lados fracos a fim demelhor fazê-lo sentir a amargura as

decepções...

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

KARDEC

Pérolas da Codificação

Quando entramos em contato com osensinos espíritas, descobrimos muitasorientações

"893. Qual a mais meritória de

todas as virtudes? Toda virtude tem

seu mérito próprio, porque todas in-

dicam progresso na senda do bem.

Há virtude sempre que há resistên-

cia voluntária ao arrastamento dos

maus pendores. A sublimidade da

virtude, porém, está no sacrifício do

interesse pessoal, pelo bem do pró-

ximo, sem pensamento oculto. A

mais meritória é a que assenta na

mais desinteressada caridade" (O

Livro dos Espíritos).

Quando entramos em contatocom os ensinos espíritas, descobri-mos muitas orientações e passa-mos a estudá-las com o objetivode colocarmos em prática. Portan-to, ao lermos a resposta dos imor-tais na questão acima, notamosque a resistência voluntária aosmaus hábitos já é o desenvolvi-mento de nossas virtudes, porém,a iniciativa deve ser espontânea,isto é, o indivíduo precisa estarconsciente do porquê e de que ma-

QUAL A MAIS MERITÓRIA DE

TODAS AS VIRTUDES?

neira deve realizar tal tarefa, exata-mente para não se tornar algoopressivo e tormentoso, vez quenas lides espíritas é comum a se-guinte afirmativa: "reconhece-se o

verdadeiro espírita pela sua trans-formação moral e pelos esforçosque emprega para domar suas másinclinações" .

Para compreendermos talafirmativa sem equívocos, precisa-mos de alguns esclarecimentos, taiscomo: (a) existe um Deus infinita-mente justo e bom regendo o Uni-verso; (b) somos seres imortais cri-ados simples e ignorantes compotencialidades a se desenvolve-

por Leandro Camargo - Hortolândia/SP

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 7ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

KARDEC

...colhemos no futuro o queplantarmos no presente,

lei de causa e efeito...

rem até atingirmos a perfeição; (c)colhemos no futuro o que plan-tarmos no presente, lei de causa eefeito; (d) convivemos com as pes-soas e situações que necessitamospara evoluir; (e) tudo se encadeiana natureza, desde o átomo primi-tivo até o arcanjo, que também co-meçou por ser átomo ; e (f) nada épor acaso, todos colaboramos dealguma forma com a obra da Cria-ção.

Na posse de tais conhecimen-tos, poderemos de forma consci-ente trabalhar contra nossas másinclinações promovendo a virtude.Entretanto, para atingirmos a su-blimidade das virtudes, sacrifican-do o interesse pessoal pelo bemdo próximo, precisamos ter von-tade, nos disciplinando pouco apouco, exercitando a renúncia, aabnegação, o desprendimento, odevotamento, para que, paulatina-mente, sejamos praticantes das vir-tudes almejadas, de forma espon-tânea, executando a mais desinte-ressada caridade.

A Casa Espírita pode nosofertar, neste campo, vastíssimasoportunidades, pois, além de for-necer os esclarecimentos sobre oEspiritismo, proporciona àquelesque a freqüentam possibilidadesdo exercício das virtudes, ofere-cendo permanentes tarefas de be-nemerência. Aqueles que já labu-tam na causa do bem sabem oquanto é importante filiar-se a estaobra, porquanto, as pessoas queconvivem conosco, os familiares,amigos, etc., percebem os resulta-dos de nossa transformação aoconstatar nossa tolerância, respei-

to, desprendimento das coisas fú-teis e, naturalmente, se sentirãomotivados ao trabalho cristão.

Atente-se: para toda jornadasempre existe o primeiro passo, setemos Jesus como guia e modelo,

que exemplificou a mais desinte-ressada caridade, amando sem que-rer nada em troca, comecemos hojedando os primeiros passos para umdia chegarmos em tal estágioevolutivo! �

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

ESCLARECIMENTO

por Teddy Nilson - Campinas/SP

Água Fluidificada? Jamais!!!

Há alguns anos, uma se

nhora mudou-se com

sua família para a nos-

sa rua e veio pedir informações so-

bre o Centro Espírita que freqüen-

távamos. Dizia ela que sempre sim-

patizou com a Doutrina Espírita,

porém na cidade pequena de onde

ela viera, existia apenas um Centro

que se dizia espírita, mas que na ver-

dade era uma mistura de várias re-

ligiões. Cultuavam imagens, queima-

vam velas e incenso e cobravam taxas

para certos trabalhos, enfim, cultos ex-

teriores, rituais e cobrança monetária,

tudo bem longe do estudo das obras

que Kardec nos deixou.

Falamos sobre os cursos e traba-

lhos espirituais do nosso centro e

lhe indicamos os dias e horários para

as entrevistas. Essa senhora passou

a freqüentar palestras e trabalhos de

vibrações abertos ao público e afir-

mava gostar muito, sendo essa a ra-

zão da sua assiduidade.

Tendo decorrido algum tempo,

ela veio muito desapontada nos fa-

lar:

- Jamais iria supor que um dia

viria a ter enorme decepção dentrodaquela Casa de caridade que apren-di a amar. Tudo estava indo tãobem, pois até consegui levar meumarido e dois filhos para as pales-tras de domingo de manhã e eu jáestava freqüentando o primeiro anode um dos cursos. Ali estava apren-

dendo sobre a importância da pre-ce diária, da reforma moral e doEvangelho no Lar e passei a realizá-lo uma vez na semana.

Como meu filho mais velho so-fria muito de prisão de ventre, des-de que nascera, e já havia feito inú-meros tratamentos médicos semobter resultado, levei-o para umaentrevista e dentre todas as orienta-ções recebidas havia aquela parafluidificar um copo de água duran-te o Evangelho no Lar, e fazer usodela todos os dias antes das refeições.Pensei em fluidificar logo uma jar-ra, assim ele poderia tomá-la comofora indicado e todas as vezes em quesentisse sede.

Meu marido comentou que foraótima a idéia e no término do Evan-gelho, todos fizeram uso daquela

água, reservando o restante para ofilho com o problema. E foi a par-tir desse momento que se deu odesastre: todos nós tivemos desar-ranjo intestinal, fazendo fila na por-ta do banheiro! Meu sogro, coita-do, foi o que mais sofreu... ficou doisdias internado, completamente de-sidratado! Posso não estar certa, masacredito que os espíritos exageraramna dose do laxante! De agora emdiante, farei tudo o que me reco-mendarem, mas água fluidificada...nunca mais! Já vi que ela se consti-tui em grande perigo!

Procurei acalmá-la e esclarecê-ladizendo-lhe que jamais os espíritosfariam tal coisa e que a águafluidificada é semelhante a um re-médio, portanto não devemos abu-sar de sua utilização, nem empregá-la indiscriminadamente. No livroFluidos e Passes vemos que "a águafluidificada pode adquirir qualida-des poderosas e eficientes para reor-ganizar as funções do corpo físico.Ao ser ingerida ela é metabolizadapelo organismo que absorve suasenergias e passam a atuar à semelhan-ça de medicamento homeopático.É excelente nos estados nervosos oude dores, na debilidade causada porenfermidade física, nos desgastes cau-sados por processo obsessivo, quan-do há lesões nos tecidos de órgãosinternos. Quando é fluidificada parauso de muitas pessoas terá açãoreconfortadora e tonificante, e quan-

"a água fluidificada pode adquirirqualidades poderosas e eficientes parareorganizar as funções do corpo físico

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 9ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

ESCLARECIMENTO

do para determinada pessoa, só porela deve ser usada, pois adquire pro-priedades especiais nem sempre apli-cáveis a outrem."

-Está vendo como eu tenho ra-zão, foi isso que aconteceu, todosnós bebemos dessa água e deu noque deu. Ai meu Deus! Que decep-ção, exageraram na dose do laxantecomo eu tinha pensado.

- Engano seu minha senhora, ori-entaram para fluidificar apenas umcopo e a senhora encheu uma jarra,os espíritos com certeza previramque pela quantidade, todos iriamtomá-la e tiveram o cuidado de co-locar nela apenas um tonificante.

Convidei-a a examinar o casocom mais cuidado e perguntei-lhe:

Qual foi o tipo de alimento ser-vido no almoço e jantar daquele dia?

Pensou, pensou e respondeumeio desconsertada:

-Ah... foi um alimento que minhafamília aprecia muito, rabada commolho de tomate bem apimentado eapesar de estar muito gordurosa, co-

memos no almoço e jantar sem so-brar nada. Aliás, o meu pessoal costu-ma comer com exagero, são muitogulosos e como o dia estava muitoquente de sobremesa comemos me-lancia e mamão bem gelados.

Antes que eu pudesse argumen-tar, ela cobriu o rosto com as mãose falou com voz entrecortada:

-Meu Deus! Coitados dos espíri-tos, não tiveram culpa alguma, e eupensando mal deles, dizendo quehaviam exagerado na dose do medi-camento, como pude me enganar deforma tão infantil? A culpa toda foiminha, deveria ter escolhido outrotipo de alimento para um dia tãoquente como aquele.

Redargüi: é por esse motivo que"a fluidificação da água na casa espíri-ta é feita apenas para os casos de mai-or necessidade. Ela não deve ser umaprática usual e rotineira, nem se desti-nar a todos de modo geral. Se for des-sa maneira, poderá ocasionar muitosinconvenientes como: a dependênciapor esse recurso fluídico; que todos

queiram recebê-la sem neces-sidade; acarretar trabalho parahigienizar os copos de vidro ougastos com copinhos plásticosse a água for distribuída a to-dos" e acontecimentos seme-lhantes ao seu, se alguém viera se sentir mal e relacioná-locom a água que tomou nocentro.

Para termos equilíbrio es-piritual e físico, as nossasações não devem ultrapassarcertos limites. Nós, mães defamília ou donas de casa, te-mos enorme responsabilida-de no sentido de auxiliarmosaqueles que convivemconosco a manter hábitos

sadios, começando pelas refeiçõesque devem ser nutritivas e saudáveis,sempre condizentes com as estaçõesdo ano. Exemplo: jamais fazer uso dealimentos fortes e pesados nos diasquentes de verão ou leves e fracos noinverno, para evitarmos certasdisfunções em nosso organismo.

Referindo-nos à gula, ela é um ví-cio nocivo que devemos combater.Imaginemos a sobrecarga de traba-lho que os nossos órgãos são obri-gados a desenvolver desnecessaria-mente, apenas para satisfazer o exa-gerado prazer da gustação. Todo ex-cesso de trabalho leva ao desgaste,quer de uma máquina, quer dosórgãos físicos. A gula também é umamanifestação de egoísmo. A porçãoalimentar que poderia sustentar maisuma ou duas pessoas, é totalmentedigerida por apenas uma, com visí-vel prejuízo para a coletividade.

A nossa alimentação diária já éexcessiva, todos nós normalmenteingerimos mais do que o necessário.Grandes quantidades de alimentosingeridos não significam ter boa saú-de. Nosso corpo físico representavaliosa ferramenta de trabalho queo Pai Criador nos concede para evo-luirmos a cada encarnação, assimcomo todos os recursos fluídicosque existem para nos auxiliar.

As pessoas enfermas devem, emprimeiro lugar, seguir sempre as re-comendações médicas, e nada impe-de que ao lado destas, utilizem-seda água fluidificada, do passe e prin-cipalmente da prece que nos forta-lece, consola e orienta. �

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

REFLEXÃO

Um exemplo de que a Doutrinaé dos Espíritospor Alexandre Fontes da Fonseca - Brotas/SP

... a Doutrina é dos Espíritose não de Kardec

Lemos no décimo parágra-

fo da Introdução de O Li-

vro dos Médiuns1 os se-

guintes esclarecimentos do

Codificador: "Esta segunda edição

foi bem melhorada, apresentando-

se mais completa do que a primei-

ra. Foi corrigida com especial cui-dado pelos Espíritos, que lhe acres-centaram grande número de obser-vações e instruções do mais alto in-teresse. Como eles reviram tudo,aprovando ou modificando à von-tade, podemos dizer que ela é, emgrande parte, obra deles." (grifos, emnegrito, nossos).

Essa é a razão pela qual aprende-mos que a Doutrina é dos Espíritose não de Kardec. Por essa razão é quea palavra "kardecismo" não é apro-priada para apresentar o Espiritismopois o sufixo "ismo" significa "dou-trina de" e, como vimos acima, oconteúdo da Doutrina foi totalmen-te revisto pelos Espíritos, sendo de-les a responsabilidade maior.

Se, por um lado, em grande par-te, a obra é deles, o papel de Kardecna codificação não pode ser despre-zado. Kardec possui o que podería-mos chamar de sinceridade científi-

ca onde ele verdadeiramente inves-tigava os fenômenos sem se deixarlevar por modismos nem preconcei-tos, que a crítica de outros intelec-tuais poderia gerar. Seus conheci-

mentos na área da Educação o aju-daram a apresentar o Espiritismo demodo sério e didático, sempre sepreocupando com o processo deensino da Doutrina Espírita aos in-teressados em conhecê-la2.

Entretanto, nossa intenção aquié destacar um exemplo em que cla-ramente a opinião pessoal de Kardecnão influenciou a explicação de umaimportante e fundamental caracte-rística do perispírito. Esseensinamento consta do ítem 56 deO Livro dos Médiuns. Neste ítemKardec diz: "A forma humana, comalgumas diferenças de detalhes e asmodificações orgânicas exigidas pelomeio em que o ser tem de viver, é a

mesma em todos os globos. É, pelomenos, o que dizem os Espíritos."(grifos, em negrito, nossos).

Destacamos a última frase por-que ela reflete o sentimento de

Kardec com relação a esseensinamento. Numa primeira leitu-ra, parece que Kardec não concor-dou com a afirmativa de que a for-ma humana é a mesma em todos osglobos (exceto por detalhes, comodito acima). Para tentarmos enten-der como Kardec analisava esse tipode questão, lembremos o valor queele atribuia aos fatos na confirma-ção de qualquer hipótese científica,o que pode ser verificado na leiturado segundo parágrafo do ítem VIIda introdução de O Livro dos Espí-ritos3: "Os fatos, eis o verdadeiro cri-tério de nossos juízos, o argumentosem réplica. Na ausência dos fatos,a dúvida se justifica no homem pon-

[1] A. Kardec, O Livro dos Médiuns, 1ª Edição, Edições FEESP (1984).[2] Ver o capítulo III da primeira parte de O Livro dos Médiuns.[3] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76a Edição, (1995).

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 11ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

REFLEXÃO

derado." Como Kardec poderia cons-tatar que a forma humana é a mes-ma em todos os globos se lhe falta-vam os fatos para essa constatação?No homem ponderado, a dúvida sejustificaria com relação a essa ques-tão. Isso explica o fato de Kardecusar a expressão "pelo menos" nafrase acima destacada, pois ele seriaincapaz de verificar a veracidade daafirmativa sobre a forma humana dosseres inteligentes em outros mundos.

O que Kardec fez, então? Ele aci-onou o outro critério muito impor-tante para analisarmos a validade dequalquer ensinamento ou comuni-cação mediúnica: o consenso univer-sal! O consenso universal consisteem somente considerar válida algu-ma revelação dos Espíritos, quandoo mesmo conteúdo for recebido porvários médiuns, de vários lugares,por Espíritos diferentes. Kardecmostra que a afirmativa sobre a for-ma humana dos seres inteligentesem outros mundos decorre dosensinamentos dos Espíritos e não deum único Espírito! Com base noque transcrevemos da Introdução deO Livro dos Médiuns, percebemosclaramente que essa afirmativa foimantida no ítem 56 porque os Es-píritos assim o quiseram.

A frase em negrito acima desta-cada revela dois ensinamentos im-portantes. Primeiro, isso exemplificao fato de que a Doutrina não é deKardec, e sim dos Espíritos. Se aDoutrina fosse de Kardec, pela suasinceridade científica, jamais a afir-mativa sobre a forma humana dosseres inteligentes de outros globosteria sido publicada. Segundo, esseé um bom exemplo, tanto do usocorreto do consenso universal,

quanto da ocasião em que é neces-sária, qual seja, diante de uma afir-mativa que nosso bom-senso nãopode avaliar.

Por isso é que em toda Casa Es-pírita séria seus colaboradores sem-pre fazem uma análise minuciosa, àluz da razão, de toda mensagem quechegar pela via mediúnica. Toda vezque o conteúdo de uma mensagemmediúnica representar ensinamento

novo ou diferente do que já é bemconhecido pela Ciência ou pelaDoutrina Espírita, este deverá aguar-dar futuras confirmações seja da par-te da Ciência ou dos Espíritos, deacordo com o critério do consensouniversal. �

A forma humana, com algumasdiferenças de detalhes, é a mesma em

todos os globos

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

Chico Xavier não é apenas o médium,mas também o zeloso guardião dessetesouro espiritual

CHICO

Chico Xavier e os originais dosLivros Mediúnicospor Suely Caldas Schubert

7-12-1943Wantuil estava há pouco na Pre-

sidência, à qual ascendera em vistada sua escolha após a desencarnação,a 26-10-1943, do Dr. Luiz OlímpioGuillon Ribeiro. Wantuil era o Ge-rente do “Reformador”. Chico

Xavier dirige-lhe palavras de estímu-lo, referindo-se ao apoio que estádando o novo Presidente ao progra-ma do Esperanto, a cargo de IsmaelGomes Braga, que, por isso, sente-se muito feliz. Chico agradece, ou-trossim, o envio do primeiro núme-ro de “Reformador” da edição, jásob a responsabilidade do novo Pre-sidente, e que contém palavras refe-rentes à desencarnação de seuantecessor, cujo retrato foi estampa-do na primeira página. As referênci-as de Chico Xavier a Guillon sãomuito carinhosas: “generosoorientador que nos antecedeu nagrande jornada”).

“(...) Relativamente aos originaisdos nossos humildes trabalhosmediúnicos, para mim será muito

mais interessante que a Federação osguarde nos arquivos da Casa. Ficomuito grato ao seu carinho. Haviapedido a restituição dos mesmos,porque tendo tido necessidade em1942 de rever algumas páginas de

“Paulo e Estevão”, pedi à Livraria queme emprestasse o original do livro,crendo que estivessem sendo arqui-vados, mas fui informado de que osoriginais, após a publicação, eraminutilizados. Felizmente, ainda tí-nhamos aqui uma cópia que desco-bri, depois, por ter sido guardadapor um companheiro de doutrina,que muito me ajuda no serviço dedatilografia e pude, assim, fazer aconsulta. Desde então, pedi ao nos-so amigo Sr. Carvalho que me envi-asse os originais de que não preci-sasse, porque ficariam guardadosconosco. Tenho aqui apenas o ori-ginal de “Renúncia”, porque os an-teriores a esse livro não foram arqui-vados. O meu amigo daqui, porém,ao qual já me referi linhas acima,tem cópias a carbono e isso me ale-

gra porque tinha receio de não fi-carmos com cópia alguma dos tra-balhos, senão as publicações. Já queVocê, porém, quer fazer o grandeobséquio de arquivar aí os originais,creia, meu bom Wantuil, que istome alegra e conforta muitíssimo.Não digo isto por mim, pois bemsei que de nada valho, mas é que aobra de Emmanuel costuma ser ata-cada, de vez em quando, pela igno-rância de algumas criaturas sem aclaridade do Evangelho e será sem-pre útil que tenhamos esses originaisem mãos para qualquer exame, nãoacha Você? (...)”

Chico Xavier não é apenas omédium, o meio para a comunica-

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 13ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

CHICO

O mandato mediúnico é muito maisabrangente do que se poderia supor

ção dos Benfeitores Espirituais, mas,também, o zeloso guardião dessetesouro espiritual, atento e vigilan-te em todos os instantes, para que aobra não seja atingida.

O mandato mediúnico e, nocaso de Chico Xavier, o mediumato,é muito mais abrangente do que sepoderia supor. O mediumato con-fere ao médium a responsabilidadede ser co-partícipe de toda uma pla-nificação do Mundo Maior. Ele nãoserá somente o instrumento, masparte integrante de um programaque a Espiritualidade Superior tra-çou, portanto, plenamente identifi-cado com os objetivos a serem al-cançados e pelos quais labora decomum acordo e sintonia com osque, na esfera espiritual, tambémsejam partes dessa programação. Omédium torna-se o representantedos Espíritos Benfeitores no planoterrestre. Assim, desde o instante emque os ensinamentos também ver-tem do Mais Alto e pelos canais

mediúnicos se expressem nas dimen-sões terrenas, ele – o médium – tor-na-se-lhe o guardião, o depositário,que terá, a partir desse momento,de cuidar para que a obra projetadatenha o curso esperado.

Para que isto se dê, evidentemen-te, outros companheiros são convo-cados à colaboração entre os encarna-dos, cada um deles com tarefas defini-das e que somarão seus esforços paraque o programa seja executado.

Essa é a primeira carta, sob nos-so exame, da correspondência entreChico Xavier e Wantuil de Freitas,no decorrer dos anos em que esteocupou o cargo de Presidente daFederação Espírita Brasileira.

Quando Chico Xavier endere-çou-a a Wantuil de Freitas, este aca-bara de assumir a Presidência. Diri-ge-lhe então palavras de estímulo.

Na realidade, Chico está saudan-do em Wantuil de Freitas o compa-nheiro que assumira, juntamentecom ele, a grandiosa tarefa de difun-dir o livro espírita em nosso país. Anobre tarefa do livro – a qual am-bos se comprometeram, ainda noPlano Espiritual Maior, a desenvol-ver na Pátria do Evangelho.

Wantuil de Freitas chega na horacerta à Presidência da Casa deIsmael. O trabalho mediúnico deChico Xavier se ampliava. A partirdaquela data, livros e mais livros sai-riam de suas mãos abençoadas,transmitidos pelos Espíritos de Luz,

para que a missão do ConsoladorPrometido por Jesus se estendessee, sobretudo, se tornasse mais aces-sível a todas as criaturas.

O programa está traçado. Todosseriam atendidos e consolados, inde-pendentemente de seu nível sócio-eco-nômico e cultural. Haveria consolopara todos os corações, far-se-ia luz paratodas as consciências e a palavra deJesus prosseguiria ecoando em todosos quadrantes da Terra.

Para isto, a figura de Wantuil deFreitas é peça essencial nessa grandi-osa programação. É o homem talha-do para abrir o caminho e implan-tar definitivamente a estrutura queos Altos Planos Espirituais requeri-am.

É o programa de Ismael – o GuiaEspiritual do Brasil – a se ampliar.

Atendendo ao seu chamado, vá-rios obreiros disseram “presente” ecolocaram mãos à charrua para aedificante tarefa da sementeira deluz.

Por certo que Chico Xavier sesente feliz e sossegado quando reco-nhece em Wantuil aquele coraçãoamigo e companheiro do seu, aoqual poderia entregar o imensuráveltesouro que Ismael lhe confiara.Sabe ele, Chico, que há agora umaequipe a postos, unindo esforçosnos dois planos da vida, sob a tute-la de Emmanuel, garantindo assimo êxito da tarefa do livro espírita noBrasil.

Chico Xavier fica profundamen-te feliz, pois entende que Wantuilde Freitas, ao pretender a guarda naFederação dos originais dos livroso está auxiliando a zelar por todaa obra. Em sua característica hu-mildade diz ao final: “Não digoisso por mim, pois bem sei quede nada valho, mas é que a obra deEmmanuel costuma ser atacada, devez em quando, pela ignorância dealgumas criaturas sem a claridade doEvangelho (...).” �

Fonte:

SCHUBERT, Sueli. Testemunhos de Chico

Xavier. Pág. 23-26. Feb. 1998

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

Suicídio Jovem

por Leandro Camargo - Hortolândia/SP

O suicídio de um ser hu-

mano, independente

de sua idade, é sempre

algo chocante e muito triste, especi-

almente com a visão espírita que

aponta conseqüências dolorosas,

embora necessárias para esta atitu-

de. Contudo, aparentemente, o sui-

cídio de um jovem causa maior cla-

mor no seio da sociedade.

Esta constatação levou Leonardo

Tondo a escrever que "um jovem se

jogar do alto ou disparar uma arma

contra a própria cabeça choca mais

que o mesmo ato cometido por uma

pessoa idosa" e que "o suicídio do

adolescente é um ato perturbador,

que contraria a lógica da sobrevivên-

cia da espécie. Tentativas e atos con-

sumados decorrem da depressão e

de eventos traumáticos, como fim

de namoro, humilhação e fracasso

escolar".

Afirmamos desde logo que não

coadunamos com afirmações no sen-

tido de que o suicídio de uma pes-

soa idosa é compreensível, ou que a

eutanásia de um enfermo em esta-

do terminal também o é, porém,

gostaríamos de nos ater à problemá-

tica do suicídio no seio de nossos

jovens, pois este é um dado concre-

to e lamentavelmente crescente nos

dias de hoje.

um problema atual

"O suicídio do adolescente é um ato perturbadorque contraria a lógica da sobrevivência da espécie.Tentativas e atos consumados decorrem da depres-são e de eventos traumáticos, como fim de namoro,

humilhação e fracasso escolar"

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Dentre os comportamentosconsiderados suicidas, existe oconsumado (que efetivamenteocorreu); a tentativa (também cha-mada de para-suicídio); o gestoque representa um comportamen-to inicial e em potencial, mas nãochega à tentativa (p. ex. a comprade uma arma); o suicídio parcial,que é muito presente entre os jo-vens, em que traços deimpulsividade se aliam a compor-tamentos de alto risco, sem que apessoa busque deliberadamentedesencarnar, é o caso de quem di-rige de forma irresponsável; entreoutros.

A importância dessas classifica-ções é que sugerem diferentes estra-tégias de prevenção e tratamento,conduzindo, em tese, da diminui-ção desta mazela que se faz presentede forma tão gritante em nossosdias.

Para se ter uma idéia de quãogrande e tormentoso é o suicídio emnossa sociedade, temos que entre ascausas de morte nos países ociden-tais, este ocupa o 7° ou 8° lugar en-tre todas as idades e o 2° ou 3° en-tre os jovens, logo após os aciden-tes automobilísticos e homicídios.É tão alarmante esta informação,pois nem as doenças são a causa prin-cipal dos desencarnes entre os jo-vens.

Este quadro fático levou a OMS(Organização Mundial de Saúde) aalçar o suicídio juvenil a um temade preocupação urgente.

Relevante indicar que há diferen-ciações substanciais entre os suicí-dios de homens e de mulheres, sen-do que, para exemplificar esta

assertiva temos a estatística da Unescoe do Ministério da Justiça, ambos noBrasil que, para cada suicídio femini-no, existem 3 masculinos.

Temos que apontar recentes es-tatísticas de suicídios no Brasil. Ataxa destes entre jovens brasileirosentre 15 e 24 anos aumentou 10vezes entre 1980 e 2000, passandode 0,4 a cada 100 mil, para 4, sen-do que o acréscimo entre os homensfoi de 20 vezes e o de mulheres 4vezes (dados da OMS, compiladospor Carolina de Mello Santos, exis-tentes no livro Suicídio: estudosfundamentais, Segmento Farma,2004).

CAUSAS

Que a problemática é mais atualdo que nunca, os números indicam,entretanto, cumpre-nos analisarquais são as causas deste fenômenopara melhor combatê-lo.

Profissionais da área de saúdemental concordam que certos fato-

res, como grande pressão familiar esocial por escolha profissional e oaumento da competitividade nomercado de trabalho, tornam osjovens brasileiros vulneráveis aosuicídio. Os mais pobres se depa-ram com a falta de oportunidade.

Os mais abastados sentem-se frus-trados pelo fracasso nos estudos,vestibulares, relacionamentos etc.A única coisa que não se altera éque ambos estão aumentando aestatística deste lamentável ato.

Outras causas podem explicar oautocídio entre os jovens, como asinabilidades emocionais, falta dehabilidade para lidar com sentimen-tos intensos, dentre outros.

A médica Alexandrina Meleirorelembra os ensinos de Freud queentendia ser o suicídio uma espéciede "homicídio invertido". Ao tirarsua vida física a pessoa "mataria" ooutro que está interiorizado em simesmo. Seria o que a médica cha-ma de armadilha dos 3 "is": ter a si-tuação como intolerável, inescapávele interminável.

Causa psiquiátrica pre-existen-te pode, segundo os pesquisado-res, representar 90% dos casos desuicídios, com destaque para a de-pressão que está presente em mui-tos casos (70%) e a ansiedade(50%).

A humilhação, seja nas escolas,serviços militar, homossexualismo,é causa ligada ao suicídio com mui-ta freqüência.

Observam os estudiosos que noscasos de suicídio um fator é semprecomum: a falta de esperança.

Causa psiquiátrica pode representar90% dos casos de suicídios

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

Na Áustria, o número de indivíduosque se jogavam sob trens aumentou...

GOETHE E A INFLUÊNCIACOLETIVA

Malgrado o suicídio seja um atoindividual, alguns dados indicamque possa existir influências deeventos que não lhe digam respei-to diretamente, sendo que já nadécada de 70, estudos sobre os

efeitos da televisão apontaram umacréscimo no número de suicídi-os após a veiculação de notícias oufilmes que abordavam o tema,mesmo que de forma educativa.

Diversos exemplos desse fenô-meno são encontrados. Na Áus-tria, o número de indivíduos quese jogavam sob trens aumentou

Johann Wolfgang von Goethe

CAIXA DE

PANDORA

A última assertivaindicada: nos casos de

suicídio um fator ésempre comum: a faltade esperança torna-se

possível vislumbrar que amitologia grega já

trabalhava este tema,com o mito da Caixa de

Pandora.

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17Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

O Espiritismo recomenda a oraçãopelos suicidas, pois é ciente dos

benefícios da prece

depois que um programa de TVno qual os maquinistas expressa-vam o medo de presenciar tal ato.

Esta influenciação coletiva, em-bora careça de estudos maisaprofundados, é conhecida como"efeito Werther". A expressão éoriunda do livro Os Sofrimentos doJovem Werther, publicado em 1774,de autoria de Goethe. Trata-se de umromance no qual um jovem apaixo-nado e rejeitado se "matava" com umtiro e, muitos adolescentes à épocase suicidaram após a leitura do mes-mo, valendo destacar que Goetheescrevera tal romance para inibir atossemelhantes ao do protagonista.

INDÍCIOS E PRECAUÇÕES

Todas as causas apontadas acimadevem servir como sinais de alarmepara os pais, amigos, professores,esposos (as) para identificar um sui-cida em potencial, podendo, assim,conduzir a pessoa para tratamentosadequados, com psiquiatras, psicó-logos, grupos de apoio, religião, etc.

Ao lado dessas causas, a obser-vância de atitudes depressivas uni-das à raiva, irritabilidade, medo, ten-dência ao isolamento, mau desem-

penho escolar, podem criar idéiassuicidas, especialmente se o jovemfaz uso de substâncias entorpecen-tes ou passou por recentes situaçõesde estresse.

Idéias agudas e freqüentes de sui-cídio podem exigir tratamentofarmacológico e até sedativo.

A depressão é assunto semprepresente neste tema, mas o tratamen-to com antidepressivos pode nãoconceder melhores resultados, ao con-trário, quando a depressão é o núcleoda idéia suicida os antidepressivospodem estimular (encorajar) o indiví-duo a consumar o ato.

CONTRIBUIÇÃO ESPÍRITAE RELIGIOSA

As religiões, com exceção de al-gumas seitas fundamentalistasislâmicas, condenam o suicídio,cada qual com uma razão, ou expli-

cação consentânea com seus ensi-nos, podendo ser utilizadas no tra-tamento preventivo a este ato dano-so ao ser humano, destacando quepode ser utilizada como apoio aostratamentos clínicos, especialmentepara os casos mais graves, nunca deforma isolada, como solução únicae definitiva.

Vale citar o pensamento de San-to Agostinho que condena o suicí-dio. Como vivia no seio da igrejacatólica, Santo Agostinho para ta-xar de equivocado o suicídio, deviadar este um caráter pecaminoso e, aigreja, ainda mais àquela época, ti-nha como pecado os atos contrári-os aos 10 mandamentos. Neste con-texto, o mesmo desenvolveu o se-guinte raciocínio: o autocídio violao 5° mandamento ("Não matarás"),mas neste caso a vítima e o algoz sãoas mesmas pessoas.

A Doutrina Espírita traz valiosas

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

contribuições para a análise do tema,a saber: (a) o suicídio não se enqua-dra como prova ou expiação no cum-primento dos desígnios divinos; (b)Deus respeita o livre-arbítrio de todacriatura. Com essa experiência oEspírito aprende e progride, mesmoque de maneira dolorosa; (c) ao con-trário do que pensam diversas reli-giões e doutrinas filosóficas, o Espi-ritismo recomenda a oração pelossuicidas, pois é ciente dos benefíci-os da prece. Divaldo P. Franco oroupor um suicida que nem conheciapor mais de 15 anos e como pode-mos constatar no livro O Semeadorde Estrelas, no capítulo denomina-do "O Suicida do Trem", pôde veri-ficar as conseqüências proveitosas deseu ato, perseverante e sincero; (d)o suicida será beneficiado por suasações caridosas que praticou enquan-to encarnado, pois todo ato benéfi-co praticado em sua romagemterrena, também irá ajudá-lo no pla-no espiritual; (e) a Providência Divi-na possui outros recursos em proldos suicidas, além da prece, bemcomo dispõe de recursos para a pre-venção do ato impensado. Os ami-gos, portadores dos conhecimentosexpostos, poderão demonstrar o efe-tivo valor da vida, buscando levar apessoa transtornada a uma reflexão ouaté mesmo a uma prece em busca desocorro, e sabemos, não há prece sin-cera que fique sem resposta. As men-sagens esposadas nos mais diversos li-vros da literatura espírita podem ser-vir de grande consolo e instrução aocandidato ao autocídio, que passaráa ser portador da idéia de que, se osuicida pudesse entrever o sofrimen-to que procede no além-túmulo, de-sistiria de praticar este ato que faz so-frer a ele e aos que ficam.

EXEMPLO DE "O CÉU E OINFERNO"

A Codificação Kardequiana trazinúmeros ensinamentos acerca dotema em comento, com destaquepara a obra O Céu e o Inferno,sendo que desta, vale ser transcri-to um trecho para ilustrar tópicosaqui abordados:

"DUPLO SUICÍDIO, PORAMOR E POR DEVER. É de umjornal de 13 de junho de 1862 aseguinte narrativa: 'A jovemPalmyre, modista, residindo comseus pais, era dotada de aparênciaencantadora e de caráter afável. Porisso, era, também, muito

reqüestada a sua mão. Entre todosos pretendentes ela escolheu o Sr.B..., que lhe retribuía essa prefe-rência com a mais viva das paixões.Não obstante essa afeição, por de-ferência aos pais, Palmyre consen-tiu em desposar o Sr. D..., cujaposição social se afigurava maisvantajosa àqueles, do que a do seu

rival. Os Srs. B... e D... eram ami-gos íntimos, e posto não houvesseentre eles quaisquer relações de in-teresse, jamais deixaram de se avis-tar. O amor recíproco de B... ePalmyre, que passou a ser a Sra.D..., de modo algum se atenuara,e como se esforçassem ambos porcontê-lo, aumentava-se ele de inten-sidade na razão direta daquele es-forço. Visando extingui-lo, B...tomou o partido de se casar, e des-posou, de fato, uma jovem possui-dora de eminentes predicados, fa-zendo o possível por amá-la. Cedo,contudo, percebeu que esse meioheróico lhe fora inútil à cura. De-correram quatro anos sem que B...

ou a Senhora D... faltassem aosseus deveres. O que padeceram, sóeles o sabem, pois D..., que esti-mava deveras o seu amigo, atraía-osempre ao seu lar, insistindo paraque nele ficasse quando tentavaretirar-se. Aproximados um dia porcircunstâncias fortuitas e indepen-dentes da própria vontade, os dois

O espírita, que sabe o que se passaalém do túmulo, conhece o valor doúltimo pensamento

VISÃO ESPÍRITA

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19Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

amantes deram-se ciência do malque os torturavam e acharam quea morte era, no caso, o único re-médio que se lhes deparavam. As-sentaram que se suicidariam jun-tamente, no dia seguinte, em queo Sr. D... estaria ausente de casamais prolongadamente. Feitos osúltimos aprestos, escreveram lon-ga e tocante missiva, explicando acausa da sua resolução: para nãoprevaricarem. Essa carta termina-va pedindo que lhes perdoasseme, mais, para serem enterrados namesma sepultura. De regresso acasa, o Sr. D... encontrou-os asfi-xiados. Respeitou-lhes os últimosdesejos, e, assim, não consentiufossem os corpos separados nocemitério. Sendo esta ocorrênciasubmetida à Sociedade de Paris,como assunto de estudo, um Es-pírito respondeu: Os dois aman-tes suicidas não vos podem res-ponder ainda. Vejo-os imersos na

perturbação e aterrorizados pelaperspectiva da eternidade. As con-seqüências morais da falta cometi-da lhes pesarão por migrações suces-sivas, durante as quais suas almasseparadas se buscarão incessante-mente, sujeitas ao duplo suplício dese pressentirem e desejarem em vão.Completa a expiação, ficarão reuni-

dos para sempre, no seio do amoreterno. Dentro de oito dias, na pró-xima sessão, podereis evocá-los. Elesaqui virão sem se avistarem, porqueprofundas trevas os separarão pormuito tempo. 1. Evocação da suici-da. - Vedes o vosso amante, com oqual vos suicidastes? - R. Nada vejo,

nem mesmo os Espíritos que co-migo erram neste mundo. Quenoite! Que noite! E que véu es-pesso me circunda a fronte! 2.Que sensação experimentastes aodespertar no outro mundo? - R.Singular! Tinha frio e escaldava.Tinha gelo nas veias e fogo na fron-te! Coisa estranha, conjunto inau-

dito! Fogo e gelo pareciam consu-mir-me! E eu julgava que ia su-cumbir uma segunda vez!... 3. Ex-perimentais qualquer dor física? -R. Todo o meu sofrimento resideaqui, aqui... - Que quereis dizerpor aqui, aqui? - R. Aqui, no meucérebro; aqui, no meu coração...

Coisa estranha, conjunto inaudito! Fogoe gelo pareciam consumir-me!

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

Os vossos sofrimentos terão umtermo, que os podereis abreviar peloarrependimento

É provável que, visível, o Espíritolevasse a mão à cabeça e ao cora-ção. 4. Acreditais na perenidadedessa situação? - R. Oh! sempre!sempre! Ouço às vezes risos infer-

nais, vozes horrendas que bradam:sempre assim! 5. Pois bem: podemoscom segurança dizer-vos que nemsempre assim será. Pelo arrependi-mento obtereis o perdão. - R. Que

dizeis? Não ouço. 6. Repetimosque os vossos sofrimentos terãoum termo, que os podereis abre-viar pelo arrependimento, sendo-nos possível auxiliar-vos com aprece. - R. Não ouvi além de sonsconfusos, mais que uma palavra.Essa palavra é: - graça! Seria efeti-vamente graça o quepronunciastes? Falastes em graça,mas sem dúvida o fizestes à almaque por aqui passou junto demim, pobre criança que chora eespera. Uma senhora, presente àreunião, declarou que fizera fervo-rosa prece pela infeliz, o que semdúvida a comoveu, e que de fato,mentalmente, havia implorado emseu favor a graça de Deus. 7.Dissestes estar em trevas e nadaouvir? - R. É-me permitido ouviralgumas das vossas palavras, maso que vejo é apenas um crepe ne-gro, no qual de vez em quando sedesenha um semblante que cho-ra. 8. Mas uma vez que ele aquiestá sem o avistardes, nem sequervos apercebeis da presença do vos-so amante? - R. Ah! não me faleisdele. Devo esquecê-lo presente-mente para que do crepe se extin-ga a imagem retratada. 9. Queimagem é essa? - R. A de um ho-mem que sofre, e cuja existênciamoral sobre a Terra aniquilei pormuito tempo. Da leitura dessanarrativa logo se depreende haverneste suicídio circunstâncias ate-nuantes, encarado como ato he-róico provocado pelo cumprimen-to do dever. Mas reconhece-se,também, que, contrariamente aojulgado, longa e terrível deve ser a

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21Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

pena dos culpados por se te-rem voluntariamente refugiadona morte para evitar a luta. Aintenção de não faltar aos de-veres era, efetivamente, honro-sa, e lhes será contada mais tar-de, mas o verdadeiro méritoconsistiria na resistência, ten-do eles procedido como odesertor que se esquiva no mo-mento do perigo. A pena con-sistirá, como se vê, em se pro-curarem debalde e por muitotempo, quer no mundo espi-ritual, quer noutrasencarnações terrestres; penaque ora é agravada pela pers-pectiva da sua eterna duração.Essa perspectiva, aliada ao cas-tigo, faz que lhes seja defesoouvirem palavras de esperançaque porventura lhes dirijam.Aos que acharem esta pena lon-ga e terrível, tanto mais quan-to não deverá cessar senão de-pois de várias encarnações, di-remos que tal duração não éabsoluta, mas dependente damaneira pela qual suportaremas futuras provações. Além doque, eles podem ser auxiliadospela prece. E serão assim, comotodos, os árbitros do seu des-tino. Não será isso, ainda as-sim, preferível à eterna conde-nação, sem esperança, a queficam irrevogavelmente subme-tidos segundo a doutrina daIgreja, que os considera vota-dos ao inferno e para sempre,a ponto de lhes recusar, comcerteza por inúteis, as últimaspreces?"

CONCLUSÃO

A Doutrina Espírita juntamente com a

mensagem cristã é remédio contra o

autocídio e a loucura, como bem leciona O

Evangelho Segundo o Espiritismo: "a calma

e a resignação adquiridas numa maneira de

encarar a vida terrena e a fé no futuro dão

ao Espírito uma serenidade que é o melhor

preservativo da loucura e do suicídio" .

A certeza na vida futura; a compreensão

de que o sofrimento é sempre passageiro; a

paciência e a resignação, são qualidades que,

de maneira natural, afastam a idéia do suicí-

dio.

PARA SABER MAIS:

Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V - itens 14/17 - Ed. LAKE.

Allan kardec - O Céu e o Inferno - 2ª Parte - cap. V - Ed. LAKE.

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - questões 943/957.

Camilo Castelo Branco/Yvonne A. Pereira - Memórias de Um Suicida - Ed. FEB.

Suely Caldas Schubert - O Semeador de Estrelas - caps. 9, 22 e 24 - Ed. LEAL.

Hilário Silva/Francisco C. Xavier - A Vida Escreve - cap. 2 - p. 24 - 4ª edição - Ed. FEB.

Celso Martins - Suicídio O Espiritismo esclarece - Ed. DPL.

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FidelidadESPÍRITA | Junho 2006

ESTUDO

O passe é uma transfusão

de fluidos de um ser

para outro, encarnado

ou não. Emmanuel o define como

uma transfusão de energias

“fisiopsíquicas”. Beneficia quem o

recebe, porque oferece novo con-

tingente de fluidos bons e modifi-

ca para melhor os fluidos já exis-

tentes, saneando-os e fortalecendo-

os.

Emmanuel o considera

“equilibrante ideal da mente,

apoio eficaz de todos os tratamen-

tos” e compara a sua ação a do an-

tibiótico e à da assepsia, que ser-

vem ao corpo, frustrando instala-

ções de doenças.

SEU MECANISMO

Constantemente, estamos irra-diando e recebendo fluidos do am-biente que habitamos e dos seres(encarnados ou não) com que con-vivemos, numa transmissão natu-ral e automática.

O passe, porém, é uma transfu-são feita com intenção e propósi-to. Quem o aplica atuadeliberadamente.

Para que o passe alcance seu me-lhor resultado, é necessário:

1) Que o passista use o pensa-mento e a vontade, a fim de cap-

tar os fluidos, emití-los e fazê-losconvergir para o assistido;

2) Que haja um clima de con-fiança entre o socorrista e o neces-sitado, a fim de se formar um elode força entre eles, pelo qual “ver-te o auxílio da Esfera Superior, namedida dos créditos de um ou deoutro”;

3) Que o paciente esteja recep-tivo, para que sua mente adquiraidéia de trabalho restaurativo ecomece a sugerí-lo em todas as cé-lulas do corpo físico; então, iráassimilando os recursos vitais queestiver recebendo e, pelas váriasfunções do sangue, o reterá na pró-pria constituição fisiopssicos-somática.

O PASSE AO LONGO DAHISTÓRIA

O passe não surgiu com o Es-piritismo, não é uma criação daDoutrina Espírita.

Esse meio de socorrer os enfer-mos do corpo e da alma já era co-nhecido e empregado na Antigüi-dade.

Jesus o utilizou, “impondo asmãos” sobre os enfermos e os per-turbados espiritualmente, parabeneficiá-los. E ensinou essa prá-tica aos seus discípulos e apósto-

por Wellington Santiago - Campinas/SP

O PASSE: Conceito e Função

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Junho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 23ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

ESTUDO

los, que também a empregaram,largamente, como vemos em“Atos dos Apóstolos”.

Ao longo dos tempos, o pas-se continuou a ser usado, sobvárias denominações e formas,em todo mundo, ligado ou nãoa práticas religiosas.

No século anterior a Kardec,tudo o que então se conheciasobre fluidos e como empregá-los estava consubstanciado noMagnetismo, de que o médicoaustríaco Mesmer foi o grandeexpoente, beneficiando muitosenfermos. Mas havia, ainda,muita ignorância sobre o quefossem os fluidos e a forma desua transmissão.

A codificação da Doutri-na dos Espíritos, pos AllanKardec, permitiu enterdermosmelhor o processo pelo qual oser humano influencia e é influ-enciado fluidicamente, tanto noplano material como no espiri-tual.

Na atualidade, o passe con-tinua a ser empregado por ou-tras religiões, que o apresentamsob nomes e aparências diversas(bênção, unção, benzedura,etc.).

É no meio espírita, porém,que o passe se encontra melhorcompreendido e mais largamen-te difundido e utilizado. Nele,o passe que Jesus ensinou eexemplificou veio a se tornaruma das principais práticas deação fluídica. Nada mais natu-ral, pois o Espiritismo é arevivescência do puro cristianis-mo.

TIPOS DE PASSES

Em relação ao seu agente, o pas-se pode ser classificado em:

1) MAGNÉTICOQuando ministrado somente

com os recursos fluídicos do pró-prio passista (magnetismo humano).

2) ESPIRITUALQuando ministrado pelos Espí-

ritos unicamente com seus própri-os fluidos (magnetismo espiritual),sem o concurso de médium passis-ta.

Os Espíritos agem com obser-vância da sintonia e considerandoos méritos ou necessidade do paci-ente (que, às vezes, nem percebe tersido beneficiado).

3) HUMANO-ESPIRITUAL Quando os Espíritos combinam

seus fluidos com os do passista, dan-do-lhes características especiais (tam-bém chamado de magnetismo mis-to).

O concurso dos espíritos pode-rá ser espontâneo ou provocadopelo passista, com uma prece ou sim-plesmente num propósito (que equi-vale a apelo íntimo). Essa influên-cia é sempre desejável pois: “O flui-do humano está sempre mais ou me-nos impregnado de impurezas físi-

Ao longo dos tempos, o passecontinuou a ser usado sob várias

denominações e formas

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ESTUDO

cas ou morais do encarnado enquan-to o dos bons espíritos é necessaria-mente mais puro e, por isto mes-mo, tem propriedades mais ativasque acarretam uma cura mais pron-ta.” (Revista Espírita set. / 1865 “DaMediunidade Curadora”).

4) MEDIÚNICO

Quando os Espíritos atuamatravés de um médium.

O fluido dos bons Espíritos“passando através do encarnado,pode alterar-se um pouco” (como

água límpida passando por umvaso impuro) “Daí, para todo ver-dadeiro médium curador, a neces-sidade absoluta de trabalhar a suadepuração”. (Revista Espírita set./ 1865 “Da MediunidadeCuradora”).

Haverá ocasiões em que seja

bom e mesmo necessário o passis-ta atuar inteiramente mediu-nizado.

Mas, nos serviços comuns depasse num Centro, isso não éaconselhável, porque:

a) Nem sempre o assistido estápreparado para presenciar manifes-tações mediúnicas e poderá se im-pressionar mal (mesmo que ocomunicante chegue a falar qual-quer palavra).

b) Poderá causar (aos olhos dosassistidos) uma diferenciação entreos passistas, o que não é deseja-do, porque é desnecessária e pre-judicial.

c) Poderá se estabelecer diálo-go entre espírito e assistido e:

· Não haverá o dirigente paracontrolar e orientar o intercâmbioe analisar a comunicação;

· Há tendência de se atribuirao espírito comunicante uma su-perioridade que ele pode não pos-

suir (um espírito pode ser bomtransmissor de energia mas não serum instrutor ou orientador);

· O assistido pode acostumar-se mal e querer sempre comunica-ção verbal durante o passe, mas osespíritos, como sabemos, nem sem-pre querem ou podem compare-cer e se comunicar.

CONCLUSÃO

O passe não é o momentoadequado para as manifesta-ções mediúnicas. Quem émédium, além de passista,tem as reuniões apropriadaspara dar passividade aos espí-ritos comunicantes: “Discipli-na é a alma da eficiência.”(André Luiz, Conduta Espíri-ta, Cap. 28 – Perante o Passe)

O passe deve ser um mo-mento de paz, tanto paraquem recebe como paraquem doa as energias restau-radoras.

A eficiência do passe esta-rá na razão direta do amorsincero que formos capaz desentir pela pessoa beneficia-da.

Movimentemos asenergias em favor dos neces-sitados, conscientes de que,nesse exercício de doação fra-ternal estaremos benefician-do a nós próprios.

BIBLIOGRAFIA:

OLIVEIRA, THEREZINHA, FLUIDOS E

PASSES, ED. EME, CAPIVARI-SP, 1ª ED.,

1995.

EMMANUEL, OPINIÃO ESPÍRITA, CAP.

O PASSE.

______, SEGUE-ME, CAP. O PASSE.

Nem sempre o assistido está preparadopara presenciar manifestaçõesmediúnicas

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É interessante refletirmos sobre aimportância da explanação doutrinária

na reunião de passes

ESTUDO

Em muitas Casas Espíri-

tas a reunião de passes

é a de maior público. O

passe realmente é uma atividade

abençoada, com amplas possibili-dades de trabalho no amor ao ir-

mão necessitado e pela oportuni-

dade de se buscar auxílio.

Vários aspectos podem ser

abordados. Deteremo-nos em ape-

nas dois:a) A preleção na reunião de pas-

se;

b) Público presente.

É interessante refletirmos so-bre a importância da explanaçãodoutrinária na reunião de passes.

Se há exposição doutrinária, seganha em oportunidade de escla-recimento ao público. Porém,deve-se analisar qual o momento

por Wellington Santiago - Campinas/SP

Preleção na Reunião de Passes

adequado para realizar a explana-ção doutrinária: antes, durante,ou depois do passe. Se o passe éantes da preleção, muitos vãoembora e não aguardam a peque-na palestra doutrinária. Se o pas-se é durante, a palestra sofre al-

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ESTUDO

Uma boa palestra tem mais efeitopsicológico em favor do público do quepropriamente o passe

gum ou um grande prejuízo (parao público e para o expositor). Se opasse é depois, muitos chegamapenas para recebê-lo, desprezan-do a preleção.

Cada casa tem seu perfil, suaparticularidade, seu critério. Poresta mesma razão, cada instituição

achará seu próprio caminho paraaprimorar suas atividades e utili-zar a reunião de passes como fon-te de trabalho e instrução de seu

BIBLIOGRAFIA:

1. CARRARA, ORSON PETER, CAUSA E

CASA ESPÍRITAS, EDIÇÕES CARRARA,

MINEIRO DO TIETE-SP, 1ª ED., 1999.

público. Se não há abordagemdoutrinária, perde-se, porém, estaoportunidade, criando-se depen-dência do público sem levar-lhe aorientação espírita.

Quanto ao público presente,há sempre alegria em ver a Casacheia. Mas, reflitamos no seguin-

te: aquele publico imenso e sem-pre presente na reunião de passesé espírita? Conhece a Doutrina?Está integrado às atividades daCasa ou está lá só para receber opasse? Não é interessante pensarse é vantagem ter um grande pú-blico presente, porém,desconhecedor da mensagem es-pírita?

Havendo exposição doutriná-ria, antecedendo ou durante aaplicação de passes, ela é suficien-te para lavar o conhecimento? Deque vale a Casa cheia de pessoas,só para receber o passe, muitasdelas, dependentes do passe e en-carando-o como solução salvadorade seus males, esperando que esteresolva seus problemas?

A tarefa do passe é importan-te, está integrada à atividade espí-rita, mas não é a tarefa principal,embora atraia grande público.Não se pode perder a oportuni-dade de um grande público para

falar da Doutrina, esclarecer pon-tos fundamentais, noticiar even-tos, motivar ao estudo, ao livro,ao jornal, à revista, convidá-lo aparticipar das atividades da Casae do movimento, pois, a orienta-ção espírita é muito mais que umpasse. Uma boa palestra, umaabordagem clara, tem mais efeitopsicológico em favor do público doque propriamente o passe. Nossaabordagem não visa desvalorizaro passe, ao contrário, desejamosvalorizá-lo ainda mais, apresentan-do-o ao lado da lógica e do escla-recimento que liberta.

Podemos imaginar o efeito dese comentar um determinado li-vro ou revista perante o público?Haverá interesse, despertará curi-osidade. Ou comentar sobre de-terminada palestra ou evento,com aquele entusiasmoenvolvente? Cativa-se o ouvinte.Este, participando, não será maismero recebedor de passe, mas umnovo trabalhador da seara.

Não é o que se deseja? Isto nãoenfraquecerá a reunião, nem afu-gentará seu público. Mas o trarámais consciente. �

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Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 27Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras.

Pág. 80. Editora Moderna. São Paulo/SP,

1999.

COM TODAS AS LETRAS

Plural das Palavras Compostaspor Eduardo Martins

Nos adjetivos compostos, por exemplo, só o últimoelemento vai para o plural: medidas econômico-finan-

ceiras, estudos histórico-geográficos, considerações político-econômico-filosóficas, partidos social-democratas, tendências nacional-socialistas,

vidas profissional-amorosas.No caso das cores, só o segundo elemento do adjetivo

composto varia quando ele é formado por dois adjetivos:blusas branco-amareladas, camisas azul-escuras, bandeiras amarelo-esverdeadas, cortina castanho-clara.

O adjetivo composto fica invariável, porém, caso entrena sua formação um substantivo (em geral nome de flor ousubstância que define a cor): carros vermelho-sangue, olhos azul-turquesa, uniformes verde-oliva.

Casos especiais: Os adjetivos compostos azul-marinho eazul-celeste não se alteram no plural. Assim: ternos azul-mari-nho, vestidos azul-celeste.

Os substantivos compostos têm uma série de normasespeciais, que convém individualizar.

a) Quando variáveis, os dois elementos vão para o plu-ral: prontos-socorros, guardas-civis, tenentes-coronéis, maus-olhados,mãos-bobas, caras-pintadas, meios-termos, pais-joões, martins-pescado-res, primeiros-ministros, segundas-feiras, longas-metragens.

Exceção: Se os dois elementos forem adjetivos, só o se-gundo será flexionado: os social-democratas, os democrata-cristãos,os franco-americanos, os maníaco-depressivos, as prima-donas. Trata-se na realidade da substantivação do adjetivo composto, jáexaminado.

b) Em alguns casos, só o segundo elemento vai para oplural:

1 – O primeiro é invariável e o segundo, variável: vice-prefeitos, abaixo-assinados, alto-falantes, auto-elogios, guarda-chuvas,caça-fantasmas, pega-rapazes, ave-marias, mal-entendidos, mata-ratos,beija-flores, ex-deputados, recém-nascidos.

2 – O primeiro elemento é redução de um adjetivo (grãoe grã, de grande, e bel, de belo): grão-duques, grã-duquesas, grão-

rabinos, grã-cruzes, bel-prazeres.3 – Os dois elementos são formados de palavras iguais

ou reproduzem som de coisas: reco-recos, troca-trocas, lambe-lam-bes, mata-matas, quebra-quebras, pisca-piscas, tique-taques, pingue-pongues.

c) Só o primeiro elemento vai para o plural quando:

1 – O segundo elemento dá idéia de semelhança oufinalidade ou limita o sentido do primeiro: postos-chave,elementos-surpresa, mandatos-tampão, países-símbolo, carros-bom-ba, idéias-base, pombos-correio, vales-refeição, seguros-desemprego,

peixes-boi.Uma regra prática válida para algumas dessas pala-

vras é intercalar a expressão que serve. Assim: vale-refeição(vale que serve para refeição), postos-chave (postos que servemde chave), países-símbolo (países que servem de símbolo).

Exceções: cidades-satélites, homens-rãs e decretos-leis.Esta é a regra mais controvertida do plural dos subs-

tantivos compostos. Os dicionários Aurélio e o recente MichaelisModerno Dicionário da Língua Portuguesa admitem as duas for-mas para o plural desse tipo de palavra (mandatos-tampão/mandatos-tampões, carros-bomba/carros-bombas, postos-chave/postos-chaves, etc.). A maioria dos gramáticos, porém, ainda reco-menda o plural só do primeiro elemento.

2 – Uma preposição une os dois substantivos: pães-de-ló, pontos-de-venda, mãos-de-obra, pés-de-moleque, caixas-d’água,câmaras-de-ar, estrelas-d’alva, mulas-sem-cabeça.

Às vezes, o segundo substantivo já está no plural: rosa-dos-ventos, rosas-dos-ventos; mestre-de-cerimônias, mestres-de-ceri-mônias; mestre-de-obras, mestres-de-obras.

d) Nenhum dos elementos vai para o plural quandoos dois elementos são invariáveis, o segundo já contém s,os dois são verbos de sentido oposto ou se trata de umaexpressão substantivada: os bota-foras, os pesque-pague, ostopa-tudo, os pára-quedas, os salva-vidas, os leva-e-traz, os entra-e-sai, os diz-que-diz, os faz-de-conta.

e) Casos especiais. Não se enquadram em nenhumadas normas acima: os padre-nossos, os mapas-múndi, oslugar-tenentes, os joões-ninguém, os arco-íris, os bem-me-queres, os bem-te-vis, os louva-a-deus, as salve-rainhas, ossurdo-mudos, as surda-mudas, os bem-me-queres.

A formação do plural dos adjetivos e substantivoscompostos é a que oferece maior complexidade,

por causa da extrema variedade das regras.

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Aproveitamento“Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.”

Paulo (I Timóteo, 4:15.)

Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé cons-

titui a preocupação de transformar compulsoriamente os ou-

tros.

Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela

obsessão. O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argu-

mentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias

alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência

da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço

na casa de Nosso Pai.

Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e es-

tender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la

é essencial.

Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, toda-

via, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em

face da menor alfinetada no caminho da crença. Não toleram

pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro

jogo de máscara em todas as posições.

A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara.

A questão fundamental é de aproveitamento.

Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista

imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperi-

oso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a

santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da

vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do espírito,

não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja

manifesto a todos.

Chico Xavier - Emmanuel

Vinha de Luz

Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé cons-

titui a preocupação de transformar compulsoriamente os ou-

tros.

Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela

obsessão. O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argu-

mentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias

alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência

da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço

na casa de Nosso Pai.

Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e es-

tender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la

é essencial.

Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, toda-

via, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em

face da menor alfinetada no caminho da crença. Não toleram

pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro

jogo de máscara em todas as posições.

A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara.

A questão fundamental é de aproveitamento.

Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista

imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperi-

oso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a

santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da

vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do espírito,

não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja

manifesto a todos.