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Revista da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira

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ÍNDICE

EDITORIAL

Cartas e e-mails... .........................................................................4

Campanha Façamos do Brasil um país verdadeiramente feliz ...................6

Desafio Adotar é mudar um destino... ....................... 8

Gente que faz missões Dispostos a fazer mais pelo Brasil ................ 10

Clubinho Missionário Espalhando alegria pelo Brasil ..................... 12

Especial Igrejas em Libras ........................................... 14 Dia de oração pelos surdos no Brasil ............ 15

Iniciamos a campanha de Missões Nacionais, que é um grande desafio. Nosso alvo é de 10 milhões de reais e precisa-mos superá-lo para que mais missionários sejam enviados aos campos de missões em todo o nosso querido Brasil. Há muitas cracolândias que precisam ser alcançadas, grupos étnicos, além de cidades e bairros que precisam receber novos missionários.

O envolvimento de todas as igrejas e irmãos é fundamental para superarmos este desafio. Sua participação nesta campanha será de-cisiva. É preciso oração, empenho, criatividade e motivação bíblica para uma grande campanha de Missões Nacionais. Além do mais a campanha é uma jornada de fé. Sem fé é impossível se levantar uma grande oferta. Se desejamos um Brasil verdadeiramente feliz, servindo e glorificando a Deus, temos que colocar as mãos no arado e sob nenhuma hipótese olhar para trás. É nosso dever como cristãos avançar sempre na multiplicação de discípulos do Senhor Jesus.

Na última campanha fomos grandemente abençoados e graças ao esforço de cada irmão pudemos enviar mais missionários, abrir novas comunidades terapêuticas para dependentes químicos, cons-truir um novo lar batista e reformar outro, realizar várias Trans, ajudar pessoas necessitadas, entrar na cracolândia, iniciar a plan-tação de novas igrejas e multiplicar o número de discípulos.

Tivemos um ano intenso de trabalho dedicado à expansão do reino de Deus em solo pátrio. Mas ainda acho que podemos fazer muito mais. Há milhões de pessoas que ainda precisam ser evangelizadas e discipuladas; há muitas crianças sendo abusadas e se prostituindo; há uma epidemia de drogas em

Artigo“Jesus, com amor, demarcou uma área de terra para nós lá no céu” ...................................... 16

Mobilização ‘Deixai vir a mim as crianças’ ................................................18

Norte a Sul Notícias do campo ........................................ 19

Testemunhos Experiência incrível ...................................... 24 Surdos também precisam de salvação .......... 25 De volta para casa ......................................... 26

todo o país. É preciso orar mais, dedicar mais vidas e investir mais recursos para que a verdadeira luz brilhe onde as trevas estão reinando. Para continuarmos avançando vamos precisar do esforço de todos. Ninguém pode ficar fora desta grande ba-talha contra o reino das trevas. Mobilize mais pessoas na sua igreja como intercessores missionários. Se possível realize uma vigília de oração em prol da obra missionária em todo o Brasil.

Quero expressar toda a minha gratidão a todos que já par-ticipam desta obra ao nosso lado. Vocês tem sido bênção no trabalho missionário. Seu envolvimento com a obra é precioso. Graças a vocês estamos conseguindo expandir o trabalho mis-sionário em todo o Brasil.

O inimigo das nossas vidas sempre trabalha para nos colo-car fora de combate, pois ele sabe que quando avançamos as portas do inferno não resistem e terão que recuar. Fique firme e vamos fazer uma grande campanha porque o Senhor dos exér-citos está conosco. O resultado será mais obreiros no campo e mais vidas abençoadas com o evangelho da graça de Deus.

Missões é uma bênção e um privilégio na vida do crente fiel e leal ao Rei dos reis. Quando nos envolvemos com esta obra somos impactados e desafiados constantemente a avançar mais ainda, conforme Mateus 28.19 e 20. Além da alegria incompa-rável que sentimos quando trabalhamos na causa missionária, somos abençoados com as muitas promessas que o Senhor Je-sus nos fez. Ele é fiel.

No amor de Cristo,Pr. Fernando Brandão

Diretor executivo

Estamos fazendo uma grande obra e não podemos parar

Uma publicação da Junta de Missões Nacionaisda Convenção Batista Brasileira

Ano LXV nº 250Setembro a Dezembro/2010

Direção ExecutivaPr. Fernando Brandão

Gerência Executiva de Planejamento e EstratégiaPr. Jeremias Nunes

RedaçãoJornalista Responsável

Marize Gomes Garcia – DRT 41.487/RJAssistente – Tiago Pinheiro Monteiro

RevisãoAdalberto Alves de Sousa

ArteOliverartelucas

Nossa Missão: Conquistar a Pátria para Cristo.

Nossa Visão: Ser uma agência missionária dinâmica e criativa, com excelência na gestão missionária, voltada para servir às

igrejas da CBB no cumprimento da sua missão.

Endereço da Sede:Rua Gonzaga Bastos, 300 – Vila Isabel

20541-000 – Rio de Janeiro – RJTelefax: (21) 2107-1818

CARTAS E E-MAILS

InformaçõesÉ com prazer que informo aos redatores da revista A Pátria para Cristo que continuem sempre enrique-

cendo-nos com estas informações maravilhosas que nos ajudam muito no campo missionário. Parabéns!!!!!Maria do Amparo Sobrinho Sousa

PAM Brasil“Muito obrigado pelo cuidado e gentileza, que o Senhor os abençoe poderosamente. Vocês da JMN são

realmente uma benção e têm impactado essa nação, inclusive a minha vida e de minha família. Fiquem na paz de Jesus”.

Jeferson Luís Andrade

Alegria“Meu nome é Thayná Karine, tenho 10 anos, sou filha da missionária Luciana da Primeira Igreja Ba-

tista em Renascer II, PB. Estou escrevendo para dizer-lhe que me alegro muito por você ter sido escolhido por Deus para ser o executivo de Missões Nacionais em 2007. Espero que possamos alcançar o alvo de conquistar o Brasil para Jesus! Deus o abençoe e a toda a sua família.

Amém!”

Frutos da Cristolândia“Em João 8.32, o texto bíblico diz assim: ‘E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. Pr. Fernando Brandão, foi uma grande honra tê-lo conhecido pessoalmente no 1º Congresso Missionário Indígena. Que honra conhecer pessoas que creem no poder de Deus e arregaçam as mangas para fazer o que dinheiro nenhum deste mundo poderia fazer: recuperar, transformar lixos humanos em novas criaturas, em filhos queridos de Deus”.

Marcobiologia – pelo canal You Tube comentando o vídeo Frutos da Cristolândia

A Revista A Pátria para Cristo está empenhada em oferecer a você o melhor conteú-do informativo missionário do Brasil. Para que ela possa continuar abençoando sua vida, envie suas sugestões, comentários, cartas e frases missionárias para:

[email protected]

Façamos do Brasil um pa ís verdadeiramente feliz

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Missão Batista Cristolândia

Fruto do trabalho dos batistas brasi-leiros, 12 homens retirados das ruas da cracolândia paulista foram batizados em agosto, durante o Acampamento de Promotores de Missões em São Paulo. Enquanto não conseguem uma vaga em uma comunidade terapêutica, moram no projeto, onde recebem o apoio dos co-ordenadores, dos radicais e de missioná-rios voluntários locais. De junho a agos-to, 31 pessoas foram encaminhadas para tratamento. Neste mês de setembro, os missionários lançaram o projeto Novos

Sonhos, que oferecerá aula de balé para meninas, futebol para meninos e aulas de alfabetização e reforço escolar para crianças em geral. A primeira turma de balé conta com 20 meninas inseridas na cracolândia, filhas de prostitutas, de ciganos que não podem ir à escola, de coreanos e outras.

Desafio: o grande desafio deste pro-jeto é ter comunidades terapêuticas que possam receber a grande demanda exis-tente de pessoas que desejam deixar as drogas. Além disso, o alto custo do pro-jeto, que fornece café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar; oferece o banho, doando roupa limpa, e realiza palestras

Celebrando a Recuperação; dinâmicas em grupo; aulas de música; de corte de cabelo; de balé; futebol; alfabetização e reforço escolar.

“A obra de missões no Brasil avançou célere, houve depois um hiato e hoje com

pujança voltamos a avançar. Aleluia! Há um retrabalho a ser feito. Localidades outrora

totalmente evangelizadas, agora precisam ser

reevangelizadas. Como não há crise de vocacionados no Brasil batista, estamos enviando missionários do Oiapoque ao Chuí com a

mensagem de salvação, em uma nova dinâmica, e frutos

reais estão sendo colhidos”

Pr. Marcos Luis LopesIB Central de Resende

Lares batistasCom o empenho e dedicação dos ba-

tistas brasileiros inauguramos a primei-ra fase das obras de construção do novo Lar Batista F. F. Soren. E agora já estamos dando seguimento à segunda etapa, vi-

CAMpANhA

Iniciamos mais uma campanha em favor da evangelização de nosso Brasil e destacamos abaixo algumas conquistas e desafios dos dias atuais. Vejamos:

Pr. Humberto com os batizandos

Façamos do Brasil um pa ís verdadeiramente feliz

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sando à finalização do projeto. O Lar Batista David Gomes tem passado por uma revitalização promovida por voluntários, que dedicam tempo e dons para pro-porcionar o melhor para crianças e adolescentes, mas o planejamento de 2011 prevê um investimento maior também em Barreiras.

Além das obras nas estruturas físi-cas dos Lares, para melhor adequar os serviços prestados por meio deles, necessitamos ampliar o número de cuidadores/educadores sociais.

Desafio: Prosseguir com as obras e enviar novos obrei-ros para servir a Deus nos Lares.

Igrejas MultiplicadorasEm maio deste ano, Missões Nacio-

nais contava com 463 missionários nos campos brasileiros, mas precisamos con-tinuar investindo no envio de novos mis-sionários aos campos brasileiros, a fim de anunciar a mensagem de salvação, formar líderes, multiplicando o número de discípulos e de igrejas. Somente com o senhorio de Jesus poderemos ter um Brasil verdadeiramente feliz. Para tanto precisamos evangelizar e discipular cada pessoa em solo brasileiro.

O investimento realizado tem trans-formado a realidade de muitos estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí, multiplicando o número de obrei-ros nestes locais. São Paulo com 41 mi-

lhões de habitantes passou de seis para 80 obreiros em três anos, mas ainda há 71 etnias (das 75 presentes no estado) que ainda não foram alcançadas e 184 municípios sem trabalho batista. No Rio Grande do Sul, mais de 84% dos muni-cípios não contam com trabalho batista. Por muitos anos eram apenas três famí-lias missionárias, todas na capital, mas hoje são 50 obreiros no estado. Alagoas, após 10 anos sem apresentar crescimen-to, passou de 47 municípios não alcan-çados para 29, nos dois últimos anos.

Desafio: Levantar recursos financei-ros para dar continuidade à expansão do reino de Deus, atendendo a demanda dos estados.

Por tudo isso e muito mais, façamos uma grande campanha que nos per-mita seguir com afinco na conquista de nossa Pátria para Cristo. Infeliz-mente, 61% das igrejas batistas bra-sileiras não enviaram ofertas para a nossa campanha passada. A união de todos é imprescindível para que possa-mos fazer mais por nosso Brasil. Você, nosso leitor, é parte deste avanço e tem contribuído de muitas formas. Envolva mais pessoas neste investimento que gera retorno eterno. Envolva sua igre-ja, se ela ainda não está inserida, na conquista da Pátria para Cristo. Juntos, podemos mais. “Trabalhemos enquan-to é dia.”

DESAfIO

Adotar é mudar um destino...

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Após 19 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente so-freu a sua primeira grande reforma, por intermédio da Lei nº 12.010, de 03 de agosto de 2009, a chamada “Lei Nacional de Adoção”, que promoveu alterações em 54 artigos da Lei nº 8.069/90 e estabeleceu inúmeras outras inovações legislativas.

Em que pese sua denominação, a nova lei dispõe não apenas sobre a adoção mas procura aperfeiçoar a sistemática prevista na Lei nº 8.069/90 para garantia do direito à convivência familiar, em suas mais variadas formas, a todas as crianças e adolescentes.

Com a publicação da nova Lei de Adoção, o Brasil enfrenta um desafio: incluir um número maior de crianças no Cadastro Nacional de Adoção e garantir que elas tenham mais chances de encontrar uma família. Atualmente, estima-se que 80 mil crianças vivam em abrigos.

O Cadastro Nacional de Adoção, criado em 2008 para agi-lizar os processos de adoção, permite o cruzamento de infor-mações de todos os estados brasileiros e traz mais esperança para quem vive em abrigos. Ele potencializa as possibilidades de adoção de crianças mais velhas que não encontram espaço para adoção nas comarcas onde elas estão.

Há uma grande diferença entre a criança desejada (preten-dida por aquele que quer adotar) e o tipo de criança existen-te. No Brasil, há 4.200 crianças aptas à adoção e 25 mil casais pretendentes, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mas 80% dos casais querem bebês de até três anos e só 7% das crianças estão nessa faixa etária. O caso de irmãos é outra di-ficuldade enfrentada, pois devem ser adotados pela mesma fa-mília, mas 84% dos candidatos a pais preferem adotar apenas uma criança.

Em Missões Nacionais são grandes os nossos desafios na Área Social: ministramos compaixão e graça às crianças e adolescentes assistidos por nossos projetos e instituições so-ciais. Buscamos o seu desenvolvimento integral nas dimen-sões física, espiritual, emocional, “instruímos cada criança no caminho em que deve andar”. Buscamos oportunidades para sua reinserção familiar ou adoção por família substituta e pro-curamos prepará-la para o futuro, para que sejam agentes de transformação de nossa Pátria.

Alice Carolina Barbosa CirinoGerência Executiva de Ação Social

estatísticas que mostram que as prefe-ridas são as menores.

“A adoção de criança grande é um de-safio, ela já vem com um passado, uma história e exige dos pais substitutos mui-to amor, dedicação, paciência e submissão à vontade de Deus. Tínhamos medo, mas também a certeza de que era a vontade de Deus”, afirma Margarete, que acrescentou que preferiu buscar uma criança em uma de nossas instituições, fora do estado em que mora, onde já estaria recebendo a mi-nistração do evangelho de Cristo Jesus. Por enquanto o casal tem a guarda provisória,

aguardando o pronunciamento da juíza sobre a adoção definitiva, já tendo pare-cer favorável tanto da comarca da região onde reside como também do Ministério Público da Comarca onde o processo se originou. “O início do processo foi com-plicado, como todo processo de adoção no Brasil, principalmente porque transcorreu na época em que ocorreram as mudanças na legislação nacional de adoção. Demos entrada num modelo e a guarda provisó-ria saiu em outra legislação, mas as mãos de Deus estavam na condução. Obedeci-dos todos os trâmites legais pude viajar

Margarete Bernardo Tavares da Sil-va, antes mesmo de se casar, já dese-java adotar uma criança, pois sonha-va ter uma família grande. A ideia foi amadurecida ao lado do esposo, Jader Cardoso da Silva, clamando a Deus por orientação e providência. Em contato com a direção do Lar Batista F. F. Soren, foram informados sobre as crianças dis-poníveis para adoção. A filha do casal, Raquel, com 8 anos, sonhava ter uma irmã com idade próxima a dela. Assim o casal escolheu a pequena Nice, então com 6 anos de idade, contrariando as

Gesto capaz de transformar

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com a Nice no fim de 2009, e ela já veio comemorar o Natal em família”.

O relacionamento das irmãs tem sido equilibrado, as duas se dão bem, uma toma conta da outra em todos os sentidos “desde o cuidado num momento de ado-ecimento como para contar os erros para nós”, compartilha a mãe. Brigam por pequenas coisas como boneca, batom, espelho e quando uma vai falar com a mãe, a outra logo arranja algo para di-zer também. Após a adoção de Nice, a fa-mília torna a crescer, com o nascimento de Talita no dia 01 de setembro. As três filhas são de setembro: Raquel do dia 2 e Nice do dia 10. As duas irmãs curtiram a gestação da irmã mais nova, medindo o enxoval nas bonecas, arrumando o berço e pegando o carrinho pra passear com as bonecas. Isso sem contar os momentos em que as duas ficavam cochichando perto da barriga da mãe, conversando com a irmã. “A outra dentro do meu ventre ficava toda agitada com as irmãs”.

Margarete compartilhou também so-bre uma ocasião em que as duas irmãs conversavam sobre com quem Talita se pareceria. Uma de pele clara, cabelos lisos e louros. Outra morena de cabelos cache-ados. A mãe ficou observando a conversa das duas e elas chegaram à conclusão de que a irmã seria uma mistura das duas:

metade Nice, metade Raquel. Não puxaria nem à mãe, nem ao pai. “Fiquei quieta e deixei-as continuarem a conversa, mas dentro do meu coração senti que esse era um dos sinais de Deus, evidencian-do que elas são verdadeiramente  irmãs. Mas o mundo não é tão bom”, afirmou acrescentando o fato de que na escola muitas vezes as crianças não acreditam que sejam irmãs, dizendo que Nice men-te. “Certo dia estava com elas e Nice veio com uma coleguinha perto de mim e fa-lou: ‘mãe, ela está questionando se eu sou mesmo sua filha, diz para ela que eu sou sua filha e irmã da Raquel’. Eu respondi que sim para a menina e elas saíram. Depois Nice voltou e me falou: ‘mãe eu não sou sua filha de sangue, eu sou sua filha do coração, não é?’ Eu respondi: isso, meu amor, Raquel e Talita nasceram na minha barriga e você nasceu no meu co-ração, amo vocês da mesma forma. Aí ela saiu rindo e brincan-do com a colega”. 

Já no ambien-te da Igreja Batista Betel em Mesquita, as crianças da mes-

ma faixa etária sabiam previamente da adoção e aguardavam a chegada de Nice. Uma delas, durante o culto doméstico, falou para a mãe: “Mãe, vamos orar pela Nice, a irmã da Raquel, eu vou ser amiga dela também quando ela chegar”.

No relacionamento com os pais, Mar-garete diz que a ela cabem as chamadas de atenção, os castigos, enquanto o pai faz as vontades das filhas, compra guloseimas que elas pedem, deixa ver TV mesmo fora de hora. “Comigo tudo tem um ritmo e hora certa: estudar, ver TV, brincar, fazer a lição da EBD etc. A experiência da adoção tem sido tão positiva que o casal já ama-durece a ideia de, no futuro, adotar um menino, já que o sonho de Jader é ter um filho homem e Margarete não deseja mais engravidar devido à idade.

Certa de que todo relacionamento fa-miliar tem momentos de crise, a oração constante desta mãe “É que Deus traga ao nosso lar: união, amor, cumplicidade e amizade entre elas. E nos dê sabedo-ria enquanto pais para conduzi-las no seu caminho. Entendo que as diferenças sempre existem entre irmãos, que os pro-blemas virão e saberemos sob orientação divina como proceder”.

Família Silva na homenagem ao dia dos pais

As irmãs torcendo pelo Brasil

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Dispostos a fazer mais pelo Brasil

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GENTE QUE fAZ MISSÕES

O casal Aederson e Daniela Barros, da Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória/ES, ao ouvir o diretor executivo de Missões Nacionais, pastor Fernando Brandão, compartilhando histórias de diversos campos missionários, decidiu fazer uma pareceria com o trabalho em Laranjal do Jari (AP). Mas foi além de uma simples parceria financeira, Aederson desejou visitar o campo mis-sionário. “Durante todo o culto, o Espí-rito Santo estava falando muito ao meu coração para dedicar parte de minhas férias de 2010 em Laranjal. Quando terminou o culto, olhei para minha es-

posa e disse ‘Vamos ano que vem para Laranjal?’. Ela respondeu sem questio-nar: ‘VAMOS’... aleluia... entendi que Deus também estava falando com ela”. Compartilharam com o pastor Fernan-do o desejo de ir ao campo, e também com os pastores da igreja, sendo por todos apoiados. Iniciaram os contatos com Missões Nacionais para que tudo fosse planejado e no dia 5 de julho o casal chegou a Macapá, sendo hospe-dado pelos missionários – pastor Dir-ceu e Ana Paula Severino, para que no dia seguinte seguissem viagem para Laranjal do Jari.

Depois de nove horas e meia de via-gem, chegavam ao destino, onde per-maneceram por uma semana. “Foram dias incríveis e especiais promovidos por Deus. Fomos com um desejo muito gran-de de ajudar de alguma forma o pastor Alexandre e a irmã Carla e voltamos ricamente abençoados. Foram dias espe-ciais com eles, participando dos estudos e do projeto Igreja Multiplicadora. Foi tre-mendo”, afirmou Aederson. Segundo ele, o coração do casal é impulsionado por missões e sempre desejou ter esta experi-ência no campo, o que marcou seus mi-nistérios e suas vidas. “Voltamos impac-

Bairro Beira-Rio

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tados e dispostos a fazer mais pela nossa nação, que precisa experimentar o amor de Jesus Cristo. Estar em Laranjal do Jari, ver toda a necessidade de um povo, andar pelas ruelas no bairro Beira-Rio, entre uma palafita e outra, despertou o nosso coração”.

Para o casal, conhecer o campo mis-sionário por intermédio das cartas que os parceiros do PAM Brasil recebem é muito importante, porém vivenciar o dia a dia do campo e suas necessidades é in-crível. “Conhecemos um Brasil que não conhecíamos antes. Estivemos em uma

cidade muito carente e muito necessita-da do amor de Cristo. O enorme número de crianças de 12 e 13 anos que já têm filhos, frutos da prostituição e abuso in-fantil... Foi tudo muito marcante. Nosso tempo lá marcou nossa história”. Aeder-son, que é seminarista, garante que estar no campo missionário fornece uma vi-são real das necessidades de um povo e assim promoveu uma transformação de valores em suas vidas e também mostrou que existe algo mais que podemos fazer como igreja de Cristo. “Nossas priorida-des são outras e Deus falou muito comi-

go que preciso cuidar da minha ‘casa’, da minha nação”.

Como seminarista, Aederson e Da-niela estão sempre abertos para que o Senhor faça em suas vidas o que Ele quiser. Como Isaías, queremos responder “sim” ao chamado de Deus. Ir ao cam-po missionário e viver na prática essa experiência faz parte desse descobrir em Deus o que Ele tem para o nosso futuro. Desejamos que Deus use o que vimos e vivemos naqueles dias para contagiar outros irmãos para orar, ir e investir na obra missionária”.

Família missionária com Aederson e Daniela Aederson conversa com doador

do espaço da congregação

Antigo bar que agora é uma congregação batista

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Esdras batiza em Itabaiana

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ESpECIAL

Os seis primeiros missionários surdos de Missões Nacionais aprovados em outubro de 2008 estão nos campos anunciando as Boas-novas aos surdos desde o ano passado. Em junho, o casal Flávio Alan e Patrícia dos Santos viu os primeiros frutos do traba-lho em Arapiraca serem batizados. Foram seis surdos e o próprio filho do casal, Felipe, de 9 anos de idade. A Missão Batista em Li-bras, como é chamado o trabalho, tem cerca de 30 congregados, dos quais 15 já se converteram e preparam-se para o batismo.

No mês de agosto, foi a vez dos missionários Josivaldo e Val-delina Beda batizarem os dois primeiros frutos de seu trabalho em Morro do Chapéu (BA). Acompanhado do pastor Abraão Barbosa, da Igreja Batista Memorial em Ilhéus, igreja-mãe do projeto, Josivaldo batizou os irmãos Gonçalo e Maria Telma. Esta foi alcançada pelo projeto Alcance Surdos, em junho de 2009, e naquela ocasião deu um testemunho comparando o tempo em que a consideravam “maluca” com a alegria que sentia em sua vida por ter Jesus. Telma enfrentava problemas com o álcool, era agressiva com os filhos e em agosto teve sua alegria redobrada: seu próprio batismo e o batismo de um dos filhos, que é ouvinte.

Dando prosseguimento ao trabalho e driblando a resistên-cia que muitos têm de ir à igreja, os missionários visitam as casas de surdos, realizam discipulado, ensinam libras tanto para surdos como para ouvintes, na própria missão e também no Centro de Apoio à Pessoa Portadora de  Necessidade Especial (CAPNE), além de dar aulas de artesanato em que ensinam a

fazer bonecas, tudo visando inserir os surdos na sociedade e alcançá-los com a mensagem de salvação.

Ainda na cidade de Itabaiana, SE, o missionário Esdras dos Santos Paixão batizou também o primeiro fruto de seu traba-lho, no último domingo de agosto. Esdras compartilha que o trabalho está muito bom, com a participação de 17 surdos na Escola Bíblica Dominical e nos cultos. Na noite do batismo, um surdo aceitou Jesus espontaneamente, “e eu estou feliz com o trabalho missionário de surdo em Itabaiana, pois Deus está abençoando”, afirmou.

Seja em Arapiraca, em Morro do Chapéu, em Itabaiana ou no Rio de Janeiro, em geral os surdos não estão nas escolas, não trabalham, vivem isolados e suas famílias têm medo de deixá-los sair, pois os julgam incapazes de se defender e temem que façam mal a eles. Muitos não sabem Libras e tampouco o português e a família não crê que tenham capacidade de aprender qualquer coisa. A comunicação até mesmo com os familiares é deficiente, usando gestos para se comunicar.

Desta forma, o testemunho de vida dos missionários tem impressionado tanto os surdos quanto suas famílias, mos-trando também aos ouvintes que surdos podem fazer algo. Os missionários pedem ao povo batista que interceda para que Deus levante, urgentemente, intérpretes para auxiliar no tra-balho junto às famílias dos surdos, podendo assim alcançá--las também com a mensagem de salvação.

Igrejas em Libras

Felipe ao centro e os demais batizados de Arapiraca Batismo em Morro do Chapéu

Surdos evangelizados em Itabaiana

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No dia 26 de setembro comemorou-se o Dia Nacional dos Surdos. Em função desta data, Missões Nacionais conclama o povo batista para que se mobilize em oração pelos surdos em nosso Brasil, cerca de seis milhões, que precisam da salvação em Jesus.

Precisamos rogar ao Senhor para que estejamos atentos para identificar comunidades surdas e levar a elas a mensa-gem de salvação.

Motivos de oração:• Despertamento dos líderes surdos e ouvintes para evange-

lização dos surdos;• Vocacionados que se apresentem para a obra missioná-

ria entre os surdos;• Para que os líderes de surdos e surdos tenham ousadia na prega-

ção do evangelho aos surdos nas escolas e associações de surdos;• Igrejas que realizam o Ministério com Surdos;• Pelos missionários surdos e ouvintes que atuam com os sur-

dos em Missões Nacionais;• Pela produção de material evangelístico e de discipulado

em Libras;• Pelo aumento das clínicas de capacitação para implantação

do ministério;

• Pelo curso de formação de líderes para Ministério com Surdos;

• Pelos Congressos Regionais de Evangelização e Discipulado e o Projetos Alcance Surdos realizados anualmente nos es-tados brasileiros;

• Pelo projeto da Bíblia em Libras;• Pela população surda (5.735.099) no Brasil, sendo as-

sim divididos pelas regiões: Sudeste: 2.219.320; Nordes-te: 1.861.687; Sul: 898.482; Norte: 389.430; Centro Oeste: 366.180.(Fonte: IBGE, censo Demográfico, ano 2000).

Sugestão de atividades que podem ser desenvolvidas:a. Envolver sua igreja com os motivos de oração apresentados;b. Promover junto à associação de surdos de seu bairro um momento de oração, pelas

necessidades enfrentadas;c. Promover um chá com as famílias dos surdos do seu ministério, caso haja;d. Realizar uma vigília de oração;e. Montar uma cabana de oração nos movimentos promovidos pelas Associações;f. Promover caminhada de oração.

Dia de oração pelos surdos no Brasil

Os surdos do Brasil precisam de você! Invista em um Brasil com surdos verdadeiramente felizes.

R

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Recebi um texto do pastor Rinaldo de Mattos, missionário de Missões Nacio-nais entre os indígenas com o título: “De pregador a ouvinte, de consolador a consolado”, que me deixou muito emocionado. Entre outras palavras, ele destacou uma expressão genuinamente xerente revelada na letra de um cântico, escrita e cantada por um índio: “Wak-mãdkâkwa Jesus tô dapke snã mãt hêwa ns tka wam shârn” que, tra-duzido, nos oferece um declaração de fé xerente, especialmente linda e marcante: “Jesus, com amor, demarcou uma área de terra para nós lá no céu”. Fiquei impressionado porque a afirma-tiva manifesta que o evangelho do Se-nhor Jesus encontrou o endereço certo: o coração daquele povo. Em visitas que fiz às aldeias pude constatar que o povo xerente já tem uma igreja com liderança indígena. Somente para conhecimento, das 193 etnias alcançadas somente 51 têm igreja com liderança local.

É possível que alguns não consigam alcançar a profundidade desta afirmativa xerente, mas é bom que saibamos que so-mente alcançaremos o coração de um na-tivo se nos apercebermos de algumas coisas muito importantes como, por exemplo:

1 – A COSMOVISÃO DO POVOA cosmovisão ajuda a analisar a cul-

tura de um povo. A cultura exerce uma influência muito profunda sobre o com-portamento humano. A cultura não se transfere geneticamente, mas sim pela assimilação e isso vem pelo convívio.

Sem compreender a cosmovisão de um grupo, certamente encontraremos muitas

limitações e barreiras. A visão cosmológica de um povo é essencial para facilitar a acei-tação de nossa presença na comunidade.

Coisas que influenciam a formação de uma cosmovisão:

a) Crenças ReligiosasRefletem sentimentos, ideologias,

conceitos sobre vida e compreensão de Deus. É necessário descobrir no povo a ser alcançado quais são suas concepções básicas a respeito de Deus.

b) Processos cognitivosDizem respeito ao modo como as

pessoas na sociedade processam a infor-mação que recebem. Três coisas que for-mam o processo cognitivo: Conceitual, intuitiva e relacional. O pastor Edward Luz, presidente da Missão Novas Tribos do Brasil nos passou um relato muito importante sobre como alguns povos processam as informações. Disse ele: “quando levamos fotografias tiradas na aldeia e que os próprios índios foram fo-tografados, os indígenas não conseguiam fazer a leitura das fotos. Eles viravam de um lado para o outro sem poder enten-der o que aquilo significava. Até que um deles percebeu uma orelha na foto, logo outro viu o nariz e por fim, todos podiam ver sua própria imagem no quadro.”

c) Formas linguísticasComo as pessoas se comunicam e se

expressam entre si. Isso é muito mais do que falar a língua. O missionário tem um grande desafio pela frente que to-mará pelo menos uns cinco anos de seu trabalho. Ele terá que descobrir a estru-

tura da língua e terá que grafá-la, além de produzir sua gramática. Você pode até se comunicar, mas somente terá sucesso quando conhecer a estrutura da língua.

d) Padrões comportamentaisRelações, costumes, tradições, há-

bitos, atitudes, estilo de vida do grupo. Tenho ouvido muitas pessoas falarem que os índios são preguiçosos. Isto não é verdade. Na visão dele, sua responsabi-lidade é colocar a comida em casa e isso ele faz. Aliás, podemos aprender uma boa lição com eles. Não se preocupam com o amanhã. Trazem para casa o necessário para o dia, não colhem ou abatem mais que o necessário. Parece que eles enten-deram melhor do que nós quando Jesus diz: “o pão nosso de cada dia...”. Se você der uma saca de arroz para eles, come-rão tudo num só dia. O amanhã será uma nova oportunidade de buscar o pão.

e) Estruturas sociaisEnvolvem relacionamentos dentro da

família imediata, da família mais ampla e na comunidade como um todo.

O obreiro necessita entender que ele é o diferente ali. Tive o privilégio de des-frutar da convivência do pastor Guenther Carlos Krieger na época em que mora-mos juntos no Seminário Teológico Ba-tista do Sul do Brasil, no tempo de prepa-ro para o mestrado. É claro que fui muito abençoado pela presença dele. Enquanto tomávamos nosso chá com biscoito todos os dias, ouvia suas experiências. Entre elas, uma que me ajudou muito, a de um líder indígena que disse a ele que, apesar de ele cantar suas músicas, viver

ARTIGO

“Wakmãdkâkwa Jesus tô dapke snã mãt hêwa ns tka wam shârn” “JESUS, COM AMOR, DEMARCOU UMA ÁREA DE TERRA PARA NÓS LÁ NO CÉU”

17

com eles na aldeia, criar seus filhos ali e comer suas comidas não o faziam um índio. Ele estava inserido no contexto, mas era um enxerto na estrutura tribal.

f) Recursos motivacionaisDefinem valores como o que é o bem

e o mal, o certo e o errado etc. Quem manda? Quem é a autoridade? É uma autoridade oficial ou circunstancial? Quem toma as decisões na família? As famílias dão liberdade para alguém mu-dar de religião? Como resolvem conflitos na comunidade? Qual é a relação entre religião e a autoridade da tribo? Que es-pécies de pressões sociais são evidentes? O lugar do líder religioso, isto é, o pajé? Como as pessoas decidem o que é certo? O obreiro necessita entender que está em terreno minado e que com o tempo será aceito, desde que descubra estes detalhes.

3 – AS TRADIÇÕES, COSTUMES E CULTO DO POVO

Necessitamos de muita sabedoria de Deus para distinguirmos o que é culto do que é cultura em povo isolado. Esta é a grande batalha no campo missioná-rio. Os obreiros são acusados de alterar a cultua dos nativos. Volto ao pastor Guen-ther Carlos Krieger ao contar a história de um índio que o ajudava na tradução de textos e que num belo dia não veio ao trabalho. Com a ausência do índio, resolveu ir até a aldeia para averiguar a situação. Ao chegar, viu o seu ajudante todo pintado e dançando com o seu povo. Pastor Guenther voltou arrasado, com o que havia visto, e concluiu que o índio sempre o havia enganado e que certa-mente ele não seria um ajudante segu-ro para as traduções. No dia seguinte o moço chegou cedo para o trabalho. Ao

ser questionado por que não viera no dia anterior e o porquê das pinturas e dan-ças, o índio afirmou – como o senhor tem o 7 de setembro eu também tenho minhas festas cívicas no meu povo. Isto bastou para mais uma lição de cultura, costume e culto do povo xerente.

Cultura e culto andam em dois vieses, bem próximos, quase que imperceptíveis à luz do conhecimento antropológico e religioso. Para a maioria dos povos indíge-nas do Brasil o infanticídio é uma questão religiosa. Creem que se uma criança nasce com problema físico, tem que ser sacrifi-cada. Também se nascerem gêmeos o que nascer por último também será sacrificado. Os métodos da morte da criança diferem de um povo para o outro. O recém-nascido pode ser enterrado vivo, em um cerimonial ou colocado sobre um formigueiro e aban-donado lá até morrer. Creem que, em ambos os casos, a criança é portadora e emissária de maus espíritos. Alguém afirmar que isso é cultura é no mínimo uma insensatez. Isso é culto mesmo e consumado.

4 – A FORMA COMO A CULTURA E TRADIÇÕES SÃO TRANSFERIDAS PARA AS NOVAS GERAÇÕES

Na cultura judaica, a mãe é responsável pela educação e formação do menino até os seus 12 anos, após isso o pai assume porque ele passa a fazer parte do grupo de homens que vão à sinagoga. Aos 12 anos o menino é sabatinado pelos rabinos, e aqui o que vale é o que ele aprendeu do Pentateuco com a mãe. Jesus passou por isto. Conhecer estes detalhes na cultura e tradição do povo que desejamos alcançar é fundamental. Há culturas em que a mãe é quem dá a direção e o homem se submete sem dificuldade al-guma. É ela quem dá à luz a criança, mas o resguardo é do pai. Ele é responsável em

buscar o alimento para a família. Uma de minhas gafes mais marcantes aconteceu em um edifício com um grupo de chineses amigos que conheci em Cingapura. Como eu era hospedeiro, ao chegar ao elevador, convidei as mulheres para que entrassem primeiro, foi um constrangimento terrível. Pedi desculpas e seguimos a tradição. Ho-mens na frente sempre. À mesa o peixe que era o cardápio deveria estar com a cabeça virada para o convidado mais importante. Um deles, o mais íntimo, me disse que a melhor coisa que experimenta no ocidente é a cortesia com que as damas são tratadas e o fato de poder andar de mãos dadas com sua esposa.

Necessitamos descobrir estas e outras coisas para sermos bem-sucedidos no tra-balho de evangelização de indígenas e ou-tros povos. Como, quando e quem transfe-re a cultura e a tradição na sociedade-alvo e o que é culto são fatores determinantes para nos encaixarmos e sermos inseridos no contexto tribal. O missionário que se candidata a trabalhar com povos indíge-nas tem que, no mínimo, ter formação missiológica, teológica, linguística e an-tropológica. Isso só para começar. Sem essas ferramentas será um desastre, prin-cipalmente para o povo a ser alcançado.

Concluindo, gostaria de informar que há ainda no Brasil muitos povos indígenas que nunca ouviram uma única palavra so-bre Jesus, e tampouco tem algo escrito em sua própria língua. Uma das maiores ne-cessidades que localizamos para alcançar-mos os povos indígenas é a falta de jovens crentes estudando antropologia. Com esse preparo é possível entrarmos como profis-sionais e darmos o nosso testemunho de vida em Cristo Jesus para os silvícolas.

Geremias BentoEscola Bíblica do Ar

O

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O dia das crianças se aproxima e, mais uma vez, temos a expectativa de intensificar o trabalho evangelístico a elas direcionado. Dessa forma, queremos desafiá-lo a levar sua igreja a engajar-se no Programa Nacional de Evangelização de Crianças (Crianças para Jesus). Sepa-re três dias, de preferência próximos ao dia 12 de outubro, e leve o amor de Cristo aos pequeninos de seu bairro.

A Campanha Nacional de Evan-gelização de Crianças, realizada pela primeira vez no ano passado, transfor-

mou-se em um Programa, para o qual novos materiais serão criados, enrique-cidos a cada ano. Para 2010, teremos cinco histórias em um só volume, além de ferramentas adicionais, tais como CDs e diferentes kits para realização de atividades infantis.

O tema deste ano é “O Futuro come-ça aqui”. A ideia surgiu da necessidade de alertar as igrejas para a urgência da transformação do país, começando com a evangelização e discipulado de cada criança em solo brasileiro. As propostas de

programação, histórias, canções e brinca-deiras foram publicadas no Caderno In-fantil (pág. 25) da campanha de Missões Nacionais. Convoque líderes, verifique a agenda de sua igreja e ajude-nos a trans-formar vidas.

Missões Nacionais está à disposição para a realização de treinamentos. As datas dos mesmos passarão a ser exibidas em nosso site (www.missoesnacionais.org.br). Entre-tanto, Convenções e Associações poderão agendar novas datas para treinamentos em suas regiões.

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NORTE A SUL

Entre a rejeição e aceitação espontâneaNo Lar Batista F. F. Soren, em Porto

Nacional (TO), três meninas experi-mentam momentos bem distintos. Uma adolescente, com 13 anos, por apresen-tar comportamento muito rebelde, ou-viu a cuidadora falar do amor de Deus e sobre a necessidade de entregar a vida a Ele. Com palavras duras, a adolescente afirmou que a última coisa que quer em sua vida é Deus, atribuindo a Ele a culpa por tudo o que lhe aconteceu. No decor-rer da conversa, a adolescente disse que quando chegasse ao céu poderia mudar de ideia, mas foi esclarecida pela missio-nária de que a oportunidade é aqui ou então estava tudo acabado. Friamente ela respondeu: “então acabou”.

Outra missionária contava às suas crianças sobre um rapaz que tinha mui-ta raiva de seu colega e que quando este pediu sua ajuda, ficou dividido sem sa-ber se atendia ao conselho do inimigo de nossas almas, que orientava pela vingan-ça, ou ao conselho de Jesus, que indicava que deveria vencer o mal com o bem. Na história o rapaz seguiu a orientação de Jesus, resgatou a amizade do colega

e aceitou a Jesus como Senhor e Salva-dor de sua vida. Ao colocar as meninas para dormir, uma disse: “Tia, ainda não aceitei Jesus”. A missionária a convidou para orar, e outra menina disse que também queria aceitar a Jesus. As três se ajoelharam, a missionária ia orando e as meninas repetindo. “Foi um momento maravilhoso”, afirmou a missionária, acrescentando que todas as pessoas têm percebido a mudança das meninas.

Oremos para que Deus continue curan-do e limpando o coração dos pequeninos de nossos Lares de toda a dor, sofrimento e revolta que guardam. Que o amor de Cris-to possa ser transmitido a cada um deles pela instrumentalidade das missionárias que têm a árdua tarefa de cuidar de suas vidas. Oremos também para que Deus for-taleça os missionários que se dedicam às crianças e adolescentes em vulnerabilida-de social, e lhes dê sabedoria.

Fidelidade Uma família que congrega na frente

missionária de Mauriti (CE) tem teste-munhado da fidelidade de Deus em sua caminhada cristã. Eles moram a 4 km da igreja, mas a distância não impede que estejam presentes em todos os cultos, chegando com muita alegria na casa do Senhor, apesar de trazer no colo o filho de 6 anos, que é especial.

O pequeno Yago tem uma válvula na cabeça que estava sem funcionar por uns 2 ou 3 meses. Por isso teria que

ser internado em Barbalha a fim de se submeter a uma cirurgia para corrigir o problema. Um clamor foi levantado na igreja, em favor do pequenino, na véspera da viagem para o hospital. No dia seguinte, a mãe chegou à igreja chorando de alegria. Ao chegar ao hos-pital, o médico fez uma tomografia e constatou que a válvula tinha volta-do a funcionar, afirmando que só por milagre poderia ter acontecido. A mãe confirmou que o Senhor havia feito o

milagre, pois toda sua igreja havia ora-do por ele na véspera. O médico então disse: “pode ir para casa tranquila, por-que um milagre aconteceu e seu filho está ótimo”. A avó de Yago comparti-lhou que ele não ficava em pé e que, depois que sua família aceitou a Cristo, está quase andando.

Oremos por esta família e pelo levan-tamento de recursos para manutenção deste projeto missionário na cidade de Mauriti.

Voluntárias da SIB de Palmas dão oficina de artesanato no F. F. Soren

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Restauração de vidas

A Comunidade Terapêutica Águas de Meribá, em Senador Canedo (GO), inau-gurada em abril passado, tem realizado um belo trabalho no auxílio da restau-ração de vida de dependentes químicas, sendo apoiada por voluntárias e igrejas goianas. No mês de agosto, por exemplo, as internas desfrutaram de oficinas de biju-terias, fabricação de amaciante de roupas, costura e bordado em sandálias havaianas, oferecidas por voluntárias. A mocidade da Primeira Igreja Batista de Goiânia organi-zou um luau nas dependências de Meribá,

com a participação de todas as residentes integradas à juventude, com fogueira e muito louvor a Deus. “Todas estas ativi-dades têm feito da vida na CT um lugar de trabalho (laborterapia) e crescimento cristão”, afirmou a missionária Márcia Grycuk, que dirige a instituição ao lado do esposo, pastor Sérgio Grycuk.

Quando chegam à Comunidade, as residentes fazem um estudo de oito lições sobre o plano de salvação, por um período de 15 dias aproximadamente. A princí-pio a cargo dos missionários, mas hoje

apresentado por residentes de confiança e que já têm um testemunho de conver-são. “Isso impacta e traz confiabilidade a quem chega”, confirma pastor Sérgio. O processo tem dado resultados positivos: das 17 mulheres que já passaram por Meribá, apenas duas não confessaram Jesus como Salvador, mas o trabalho tem alcançado também os familiares das residentes. “Podemos contar perto de 30 conversões no total”. Neste contexto de alcançar familiares, a mãe de uma das residentes, ao ver sua transformação (recuperando 16 quilos e tendo a saúde mental restituída), resolveu interromper sua própria dependência de 10 anos à co-caína e optou por tratar-se. Hoje, mãe e fi-lha vivem juntas o processo de libertação das drogas em Meribá.

Na rotina das residentes, há tempo para meditação bíblica, arrumação da casa, oficinas, estudos bíblicos e à noi-te há sempre cultos e orações de acor-do com escalas das igrejas que apoiam neste trabalho: 1ª IB e 2ª IB de Goiânia. A Igreja Batista Jardim das Oliveiras, em função do fácil acesso, tem sido o local de culto dominical das residentes, onde são muito bem acolhidas.

Mais um batismo fruto da TransEm Ubarana (SP) foi iniciado um

trabalho missionário com a primei-ra Trans Paulista (2008), que tem à frente os missionários pastor Osmar Alves de Oliveira e Ediane Keller de Oliveira. No dia 29 de agosto o casal comemorou os dois anos de trabalho com a presença de cerca de 40 irmãos, entre os quais membros da igreja-mãe – Igreja Batista de Vila Elmaz, de São José do Rio Preto, e seu pastor. “Todos puderam ver os frutos deste trabalho

árduo, mas gratificante”, comparti-lhou pastor Osmar. Nesta ocasião, um jovem que era usuário de drogas pas-sou pelas águas batismais, após passar por tratamento em uma comunidade terapêutica. “Podemos ver que nosso trabalho como plantadores de igrejas não tem sido vão. Agradecemos a Deus pelo agir aqui em Ubarana e aos nos-sos colaboradores que nos motivam com seu apoio”, finalizou o pastor Osmar.

Luau promovido por jovens da PIB de Goiânia

Fruto do trabalho em Ubarana

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Jovens transformados e fieis a DeusIniciada em setembro do ano

passado, a frente missionária em Sales (SP) está hoje com 35 pessoas, sendo 19 jovens. “Está nascendo em Sales uma igreja jovem, animada, com uma juven-tude transformada e fiel a Deus”, exulta o missionário Edson José Landi, que realizou os primeiros batismos, de seis jovens, em 29 de agosto e prepara outras quatro pessoas para batismo ainda este ano. “Foi uma festa maravilhosa. Um momento marcante em mi-nha vida e na vida de Dayana. Foi inesquecível”, completou.

 

“Boas novas” em Prata

Na noite do sábado 04 de setembro, ocorreu a formatura de 13 pessoas que

concluíram o estudo bíblico “Boas no-vas para você”, ministrado pelo mis-

sionário Vagner Rhodes e sua esposa, Jéssica. A cerimônia ocorreu no salão da câmara de vereadores de Nova Prata e contou com a presença de al-guns irmãos da 1ª IB em Gra-vataí, igreja-mãe do trabalho, que se encarregaram do louvor. A formatura contou com cerca de 50 convidados de Nova Pra-ta e de cidades vizinhas, como Veranópolis, Paraí e Serafina Corrêa. Desta turma, foram iniciados dois núcleos de es-tudos bíblicos, que se reúnem nos lares semanalmente com a participação de novas pesso-as. O trabalho em Nova Prata tem avançado e começado a dar fruto. Orem pela cidade de

Nova Prata e pelo missionário Vagner Rhodes e esposa.

Culto na Câmara de Vereadores da cidade

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Na mídia

O Jornal da Associação Brasileira de Odontologia, regional de Blumenau, divulgou o trabalho do programa Den-tista Cidadão como uma iniciativa para prevenção e restauração da saúde bucal das comunidades onde está atuando. Na matéria, faz um apelo por mais dentis-tas voluntários para atender a grande demanda existente em Blumenau como também por doações de equipamentos e ajuda financeira. Segundo Dani Alves, coordenador nacional do programa, a ABO tem oferecido muito apoio ao Den-tista Cidadão, não apenas publicando matérias em seu jornal, mas também dando oportunidade de falar do progra-ma em cursos oferecidos pela instituição.

Um convênio com a Prefeitura Muni-cipal de Blumenau foi firmado, no qual se responsabiliza, pelo prazo inicial de dois anos, a fornecer todo o material de consumo dos atendimentos. Em um dos pontos de atendimento, dois dentistas tra-balham três vezes por semana, somando cerca de 300 procedimentos odontológi-cos mensais. Outra parceria foi firmada com a Clínica Cia. do Sorriso, que aderiu ao projeto, realizando 10 tratamentos de ortodontia (correção anatômica dos den-tes por meio de aparelhos) para crianças carentes, além de atendimentos semanais de casos cirúrgicos complexos.

“A sociedade local tem visto o tra-balho de forma muito positiva. Inclu-

sive já recebemos algumas doações de consultórios usados, que estão sendo destinadas a mais uma unidade de saúde em Itajaí (SC),  que em breve será inaugurada”, compartilhou Dani Alves. As parcerias mostram que é pos-sível implantar  o programa Dentista Cidadão com custos quase zerados. Se você é dentista e deseja conhecer mais sobre este programa, que visa a abenço-ar grande parte da população de nossa Pátria que não tem acesso ao trata-mento dentário, entre em contato com o coordenador: [email protected] . Use também a sua pro-fissão para abençoar vidas e proclamar o amor de Cristo.

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Uma experiência incrível eu vivi du-rante 15 dias ao participar, como volun-tário, de um projeto maravilhoso nascido no coração de Deus, cujo nome é: “JESUS TRANSFORMA”!

Tudo começou em Zé Doca, na divisão das equipes que seguiriam para os cam-pos de ação. Naqueles dois dias de convi-vência, deu para sentir o Espírito Santo de Deus agindo no coração de cada um, motivando-nos a avançar sem esmorecer.

Diante daquele exército de mais ou menos 800 voluntários, composto de homens, mulheres e crianças, aparente-mente seria impossível agir com rapidez e organização. Mas a eficiência dos que estavam na direção fez com que tudo transcorresse de forma ágil e organizada.

Depois de feita a divisão, chegou a hora dos que ficaram para a ‘repesca-gem’. E lá estava eu! Sozinho! Distraído e contagiado por aquele calor de homens, mulheres, jovens e crianças, ali reunidos!

Nem me dei conta de que não estava escolhido para nenhuma equipe. Alguém então me perguntou em qual equipe eu estava. Foi aí que me dei conta de que era a sobra das sobras. Corri então e pergun-tei ao pastor Manoel e ele me indicou a equipe dos “Radicais”.

Num todo foi boa a recepção e de cara me apaixonei por todos!

Aquele bando de crentes de espírito jovem me conquistou com sua maneira radical de ser, fazendo jus ao nome ado-tado. Prova disto foi terem assumido um campo rejeitado por igrejas consideradas grandes. Mas aqueles jovens intrépidos e ousados, confiando na Providência Divi-

na, aceitaram o desafio sem pestanejar. E eu posso dizer que foi uma bênção ter participado da “Trans Maranhão” com um grupo tão dedicado à obra de Deus. Posso dizer também que aprendi muito nestes dias de convivência radical.

Agradeço muito ao Senhor Deus por ter me colocado ao lado deste grupo tão boni-to. O que nunca esquecerei é a dedicação de todos no trabalho. A impressão que ti-nha, é que 24 horas eram insuficientes de-vido à disposição de todos. Legal também foi a alegria contagiante. Era lindo tam-bém ver a satisfação de todos de manhã, na saída para o censo e para os estudos. Como nos entregávamos nesta tarefa tão importante, gratificante e difícil.

Às vezes, devido ao ceticismo de al-guns, dava vontade de desistir, mas nin-guém se entregava ao desânimo, e seguia em frente, pois o trabalho tinha que ser feito. Apesar de termos a sensação do de-ver cumprido, nós não fizemos nada. A sensação que tenho é de que algo ficou

pendente. Que muito poderia ter sido fei-to e não o foi. O que conforta é saber que todos nós procuramos cumprir a missão que o Senhor nosso Deus nos confiou, da melhor maneira possível.

Esta foi a experiência de um missioná-rio voluntário na Trans Maranhão/2010. Experiência incrível e edificadora, pois serviu para mostrar o quanto podemos ser úteis no que concerne ao nosso próximo, que precisa tanto de nosso amor e carinho.

Como disse certo pastor, o missionário na ‘Trans’ iria chorar e ficar com cora-ção entristecido pelos momentos de afli-ção, angústia e impotência, por não po-der fazer mais do que estava sendo feito para, pelo menos, amenizar o sofrimento daqueles que estavam diante de nós.

Que o Senhor dos Exércitos nos aben-çoe, nos console e nos conforte! Amém!

Romério Barbosa LimaIgreja Batista Monte Sinai

TESTEMUNhOS

Experiência incrível

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Miriam Gomes Soares, aluna do Cen-tro Integrado de Educação e Missões (CIEM), no Rio de Janeiro, cumpriu dois meses de estágio no campo missionário de Arapiraca, AL, onde pôde auxiliar o trabalho desenvolvido pelos obreiros sur-dos Flávio e Patrícia dos Santos. Como ela mesma definiu, “foram dias inten-sos”, mas que garantiram grandes expe-riências no convívio com membros e fre-quentadores da Missão Batista de Surdos.

Auxiliando os missionários surdos

Eu sou estudante do CIEM e na mini Trans Blumenau, em janeiro de 2009, conheci o Luís, missionário surdo, e ali foi um despertar para essa área. Fiz o curso de capacitação de líderes que Mis-sões Nacionais promoveu, no fim do ano passado, quando o Senhor tocou no meu coração de fazer o estágio missionário com os surdos de Arapiraca. Foi muito bom.

É um grupo que precisa também da salvação de Jesus. Foi muito bom conhe-cer, estar nesse mundo dos surdos e co-nhecer a Patrícia, o Flávio e o Felipe – o filho deles. São pessoas com o coração na obra, que amam realmente a Deus e dizem que o surdo também precisa de salvação. Ali foi o momento de conhecer famílias que não têm tanta informação, que acham que os surdos não são capa-

zes de fazer tanta coisa. E quando eles chegaram ali, viram que o casal era sur-do. E se questionavam: “Como eles vão viver? Os dois surdos?”. E viram o teste-munho deles. E mostraram que o que nos separa é apenas a língua.

Foi um estágio intensivo porque os surdos pegaram uma intimidade muito grande com o casal de missionários. Fa-zíamos visitas evangelísticas, tínhamos um cronograma de trabalho de discipu-lado para os surdos, realizado pela Pa-trícia. Às quartas-feiras a parte de ação

social, em que são passadas informações para os surdos de empreendedorismo, cultura etc. No discipulado estão cerca de 20 surdos. São 10 convertidos e quan-do saímos de lá já tínhamos começado o discipulado sobre batismo. Existem os que estão olhando, que estão visitando. Às quintas-feiras, dão aulas de reforço es-colar de português e geografia. Às sextas--feiras, visitas e discipulados individuais. Aos sábados tem algo interessante, que é a parte de comunhão, quando eles se divertem juntos, um momento de inte-

Surdos também precisam de salvação

Miriam com o esposo e o casal missionário

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Venho com alegria relatar a bênção que a Trans Paulista foi na cidade de Ita-pevi. Sou pastor da Igreja Batista El Sha-ddai e quero partilhar das grandes bên-çãos que Deus reservou a mim, à comuni-dade, mas também à minha família. Sou pai de quatro filhos, três deles até então todos comprometidos com a causa do Se-nhor, inclusive um deles é pastor da Igreja Batista Betel, Aurélio, mas a minha filha caçula estava, há algum tempo, fora dos caminhos do Senhor, e pelo pecado, não via mais condição de perdão, totalmente deprimida pelas consequências.

Eu, como pai, a família e o irmão, também pastor, não tínhamos mais pa-lavras para reanimá-la, mostrando que o Senhor Jesus perdoa, desde que reco-

nheçamos os erros e peçamos perdão. Foi então que Deus, pela sua misericórdia, enviou dois anjos na Trans Paulista, a saber os irmãos Alaíde e Adailson, que, durante os 15 dias, visitaram sua casa. Deus, usando estes irmãos poderosamen-te, abriu a visão de minha filha e de seu companheiro. Quando os irmãos a visi-taram na primeira vez, viram ali uma mulher destruída, mas Deus operou e ambos entenderam que Deus libera o perdão. Na segunda visita, estes irmãos já relataram a mim que viram minha filha sorrir, e que seu companheiro nesta noi-te aceitou a Jesus, como Senhor de sua vida. Em uma terceira visita, eu e minha esposa acompanhamos os irmãos Alaíde e Adailson, e nos surpreendemos com a

De volta para casa

gração. Então nesses 60 dias somamos a eles nesses trabalhos.

É algo muito interessante que a igre-ja para surdos é algo novo. Todo o culto tem uma estrutura especial para o surdo. Não tem exclusão do ouvinte. Não, até porque havia ouvintes, familiares que se adaptavam muito bem, tendo um in-térprete para eles. É um estímulo para o próprio surdo que se vê como importan-te, especial, parte do corpo. Realmente é um trabalho muito bom, que valorizou esse grupo.

O grande desafio é o próprio precon-ceito das pessoas que se perguntam de que forma entenderão, compreenderão o evangelho. O ouvinte tem esse receio

e ali eu vi, presenciei vidas transforma-das e testemunhos maravilhosos. Uma frase que a Patrícia disse é que tanto os surdos quanto os ouvintes precisam da salvação. O desafiador é levar Jesus, in-dependentemente de ser ouvinte ou sur-do. A língua não é a dificuldade, mas o desafio é ver vidas arrependidas de seus pecados.

Em Arapiraca vi testemunhos das famílias que diziam: “Meu filho foi re-almente transformado por Jesus”. Fui à casa dos pais de um surdo e quando cheguei lá me disseram que não sabiam por onde ele andava. Ele viajava, saía, mas ninguém sabia nem com quem andava. Ele bebia muito e brigava den-

tro de casa. Hoje, ele fala de Deus, que precisa de Deus e que a família também precisa de Deus. Ele dando esse testemu-nho não apenas falando, mas vivendo. Isso me chamou a atenção de ele ser transformado e querer levar essa men-sagem aos familiares.

Na época da mini Trans em Blume-nau, estava acompanhando o Luís e não conhecia Libras. Chegamos à casa de uma surda e ele começou a evange-lizar e ela estava muito interessada. Ele me perguntou, por escrito: “Como você se sentiu?” Eu disse que não havia en-tendido nada. Ele respondeu: “Está ven-do? Quando não falam a minha língua, eu me sinto assim, sem entender nada”.

ação de Deus. Minha filha nos recebeu com um largo sorriso, testemunhando sentir-se perdoada, e não foi só isto. A casa era outra, havia até móveis novos, a mudança foi em todos os sentidos. 

Na noite do Culto da Vitória, ela foi à frente entregando sua vida ao Senhor de Missões, renovando o compromisso dela de fidelidade a Deus. Glorifico a Deus, ela voltou a frequentar os cultos, e seu companheiro está fazendo discipulado. A Trans Paulista aqui em Itapevi não foi só evangelismo, mas também foi restauração de vida! Que Deus abençoe o trabalho de missões, os missionários e os voluntários da Trans Paulista, por esta experiência magnífica em nossas vidas.

Pr. José Elias M. Castro

Seja um voluntárioe leve o calor do Espírito

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Transrio Grande

do Sul 2011