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Segurança Industrial 1 CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA SEGURANÇA INDUSTRIAL

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Segurança Industrial

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIASEGURANÇA INDUSTRIAL

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Segurança Industrial

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Segurança Industrial

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CURITIBA2002

Equipe Petrobras

Petrobras / Abastecimento

UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap

SEGURANÇA INDUSTRIALANTONIO GRAVENA

ANDRE LUIS DA SILVA KAZMIERSKIILSON PAULO CASTELO DE BARROS

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Segurança Industrial

Gravena, Antonio.Curso de formação de operadores de refinaria; segurança industrial /

Antonio Gravena, Andre Luis da Silva Kamierski, Ilson Paulo Castelo deBarros; coordenação do Comitê de Desenvolvimento de Competências daREPAR; diagramação e revisão UnicenP. – Curitiba : PETROBRAS :UnicenP, 2002.

70 p. : il. (algumas color) ; 30 cm.

Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC,RECAP, SIX, REVAP.

1. Segurança Industrial. 2. Segurança do Trabalho. 3. Brasil. I.Kamierski, Andre Luis da Silva. II Barros, Ilson Paulo Castelo de. III.PETROBRAS. REPAR. IV. UnicenP. V. Título.

363.11G775

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Segurança Industrial

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Apresentação

É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-

renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos devocê e de seu perfil empreendedor.

Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre oCentro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representadapela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicosque auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planosde aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como umprocesso contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizadopela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades daPetrobras.

Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outrasfontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundarseu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão naPetrobras.

Nome:

Cidade:

Estado:

Unidade:

Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.

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Segurança Industrial

Sumário1 SEGURANÇA INDUSTRIAL ................................................. 7

1.1 Antecedentes Históricos .................................................. 71.2 Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil ................ 7

1.2.1 Conceito de Segurança ......................................... 91.2.2 Conceito de Acidente ........................................... 91.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho ....................... 91.2.4 O Ambiente de Trabalho ...................................... 91.2.5 A experiência e a percepção .............................. 101.2.6 Procedimentos para Identificação

através das Cores ............................................... 111.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – EPI ...... 11

1.3 Classificação dos E.P.I.'s ................................................ 121.3.1 Das obrigações do empregador quanto ao EPI: .. 121.3.2 Das obrigações do empregado ........................... 121.3.3 Das obrigações do fabricante e do importador ... 121.3.4 Responsabilidades da Empresa .......................... 131.3.5 Responsabilidade do Usuário ............................. 13

1.4 Características dos Equipamentos deProteção Individual – EPI .............................................. 131.4.1 Proteção para a Cabeça ...................................... 131.4.2 Proteção dos olhos ............................................. 141.4.3 Proteção facial ................................................... 141.4.4 Proteção auditiva ............................................... 151.4.5 Proteção das mãos .............................................. 161.4.6 Proteção dos pés e pernas .................................. 171.4.7 Proteção do tronco ............................................. 181.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos ............................... 181.4.9 Proteção do corpo inteiro ................................... 181.4.10 Proteção respiratória .......................................... 191.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores

e máscaras .......................................................... 191.4.12 Equipamentos autônomos .................................. 211.4.13 Equipamentos de Proteção Respiratória com .........

alimentação por linha de ar (ar-mandado) ......... 221.4.14 Proteção contra quedas ...................................... 231.4.15 Colete salva vidas .............................................. 24

1.5 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC .................... 241.6 Alguns Cuidados na Utilização dos Equipamentos

de Proteção Individual – EPI ......................................... 251.7 Inspeção Planejada ........................................................ 27

1.7.1 A Importância da Inspeção Planejada ................ 281.7.2 Levantamento dos riscos de acidentes ............... 301.7.3 Relatório de Inspeção ......................................... 30

1.8 NR-5 – Comissão interna de prevençãode acidentes – CIPA ....................................................... 311.8.1 Do objetivo ........................................................ 311.8.2 Da constituição .................................................. 311.8.3 Da organização .................................................. 311.8.4 Das atribuições .................................................. 32

1.8.5 Do funcionamento ............................................. 331.8.6 Do treinamento .................................................. 341.8.7 Do processo eleitoral .......................................... 341.8.8 Das contratantes e contratadas ........................... 351.8.9 Disposições finais .............................................. 35

1.9 O mapa de risco ............................................................. 381.9.1 Simbologia de Riscos ......................................... 381.9.2 Cores de Riscos .................................................. 381.9.3 Objetivos do Mapa de Riscos ............................ 401.9.4 Etapas de elaboração .......................................... 40

1.10 Acidente do Trabalho .................................................... 401.10.1 Tipos de lesão .................................................... 41

1.11 Fontes de Acidentes / Incidentes .................................... 421.11.1 Ato Abaixo do Padrão e Condição

Abaixo do Padrão .............................................. 431.11.2 Metodologia para Análise de

Acidentes/Incidentes .......................................... 451.11.3 A Importância da Análise do Incidente

ou Quase Acidente – A Pirâmide deSegurança de Frank Bird .................................... 47

1.12 Acidente de trajeto e estabilidade apóso acidente de trabalho .................................................... 481.12.1 Estabilidade após acidente de trabalho .............. 481.12.2 Custo dos acidentes ........................................... 491.12.3 Custo dos Acidentes no Brasil ........................... 49

1.13 Causas do acidente de trabalho ...................................... 501.13.1 Causas de Acidentes – O Modelo de

Falha Humana .................................................... 511.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais ........................... 511.13.3 Por Que as Pessoas Erram (Falha Humana)? ..... 52

1.14 Atos e condições inseguras ............................................ 541.14.1 Ato inseguro ...................................................... 541.14.2 Condicão insegura ............................................. 551.14.3 Análise dos acidentes ......................................... 55

1.15 Controle de acidentes .................................................... 571.16 Procedimento em caso de acidente ................................ 57

1.16.1 Procedimento do Acidentado ............................. 571.16.2 Procedimento do Supervisor .............................. 58

1.17 Condições gerais ............................................................ 591.17.1 Emissão .............................................................. 591.17.2 Requisição ......................................................... 601.17.3 Cancelamento .................................................... 601.17.4 Etiquetas de Advertência ................................... 601.17.5 Recomendações de Segurança ........................... 611.17.6 Execução dos Trabalhos ..................................... 621.17.7 Conclusão dos Trabalhos ................................... 62

1.18 Condições específicas .................................................... 631.18.1 PTT – Permissão de Trabalho Temporária ......... 631.18.2 Liberação de Área .............................................. 64

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Segurança Industrial

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1SegurançaIndustrial

1.1 Antecedentes HistóricosA Revolução Industrial foi uma das maio-

res revoluções da humanidade. A Inglaterra foio berço da Revolução Industrial. O avanço datecnologia e a criação de produtos para ofere-cer a um número maior de consumidores mar-caram essa época.

No período de 1760 a 1830, ocorreu o ad-vento da Revolução Industrial na Inglaterra,que deu grande impulso às indústrias na for-ma como são conhecidas atualmente.

A Revolução Industrial teve como pontomais importante a revolução social, devido àsmudanças nas diversas sociedades do mundo.A área econômica, por conta dessa revolução,sofreu uma série de transformações na indús-tria, na agricultura, no comércio, enfim, emtoda a economia que se tornou capitalista.

A Revolução Industrial transformou total-mente as relações de trabalho exigentes, pois,naquela época, praticamente só existia a figu-ra do artesão, que produzia seus produtos in-dividualmente ou com alguns auxiliares e tro-cava seus produtos por outros, geralmente emum mercado público.

Das máquinas domésticas e artesanais,criaram-se as máquinas complexas que exigiamvolumosos investimentos de capital para suaaquisição e considerável mão-de-obra para oseu funcionamento, que foi recrutada indiscri-minadamente entre homens e mulheres, crian-ças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu eas relações entre capital e trabalho também seiniciaram através de movimentos trabalhistasreivindicatórios.

Pressionado, o Parlamento Britânico apro-vou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dosAprendizes”, que estabeleceu o limite de 12horas de trabalho por dia, proibiu o trabalhonoturno e introduziu medidas de higiene nasfábricas. O não cumprimento desta Lei obri-gou o Parlamento Britânico a criar, em 1833,a Lei das Fábricas, que estabeleceu a inspeçãodas fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anospara o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos

menores de 18 anos e limitou a jornada de traba-lho para 12 horas diárias e 69 horas por semana.

Criou-se, em 1897, a Inspetoria das Fá-bricas como órgão do Ministério do TrabalhoBritânico, com o objetivo de realizar examesde saúde periódicos no trabalhador, além dese propor a estudar as doenças profissionais,principalmente nas fábricas pequenas ou des-providas de serviços médicos próprios.

Paralelamente, em outros países europeus enos Estados Unidos, adota-se uma legislaçãoprogressista em defesa da saúde do trabalhador.

Em 1919, é fundada em Genebra, a Orga-nização Internacional do Trabalho (OIT), como objetivo de estudar, desenvolver, difundir erecomendar formas de relações de trabalho. OBrasil foi um dos seus fundadores e signatários(serão verificados, adiante, alguns dados rela-tivos ao Brasil).

1.2 Histórico da Segurança do Trabalhono Brasil

No Brasil, para falar de Segurança do Tra-balho, devem ser localizadas na legislação asações do governo que regularizam e aplicampráticas de trabalho saudáveis.

No começo deste século, naqueles estadosonde se iniciava a industrialização – São Pauloe Rio de Janeiro – a situação dos ambientes detrabalho era péssima, ocorrendo acidentes e doen-ças profissionais de toda ordem. W. Dean, emseu livro “A industrialização de São Paulo1881–1945”, afirmava que as condições detrabalho eram duríssimas: muitas estruturasque abrigavam as máquinas não haviam sido,originalmente, destinadas a essa finalidade –além de mal iluminadas e mal ventiladas, nãodispunham de instalações sanitárias. As má-quinas amontoavam-se, ao lado umas dasoutras, e suas correias e engrenagens giravamsem proteção alguma. Os acidentes eram fre-qüentes, porque os trabalhadores, cansados,que trabalhavam aos domingos, eram multa-dos por indolência ou por erros cometidos, sefossem adultos, ou separados, se fossem crianças.

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Segurança IndustrialEm 1923, criava-se a Inspetoria de Higie-

ne Industrial e Profissional junto ao Departa-mento Nacional de Saúde, no Ministério doInterior e Justiça.

Em 1934, introduz-se a Inspetoria de Hi-giene e Segurança do Trabalho, no Departa-mento Nacional do Trabalho, do Ministério doTrabalho, Indústria e Comércio.

Nesse mesmo ano, o governo de GetúlioVargas promulga a segunda Lei de Acidentesdo Trabalho e, dez anos depois, ainda no go-verno Vargas, aparece a terceira Lei.

Um ano antes, a legislação trabalhista con-sagra-se na CLT (Consolidação das Leis doTrabalho), com todo o Capitulo V dedicado àHigiene e Segurança do Trabalho.

Não obstante o Brasil ser signatário daOIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é queveio a obedecer à Recomendação 112, de 1959,daquela Organização. Tornou-se, então, obri-gatória a existência de Serviços de Segurançae Medicina do Trabalho nas empresas, de acor-do com o número de empregados e o grau derisco em que se enquadram. Ainda assim, emtorno de 85% dos trabalhadores ficaram ex-cluídos destes serviços obrigatórios. As micro,pequenas e médias empresas não estão enqua-dradas nesta legislação e, atualmente as gran-des empregadoras são estas empresas.

Um outro fato alarmante é que os riscos eas condição insalubres a que estão expostosestes trabalhadores são muito maiores que emempresas de porte superior. Nas empresas demaior porte, as condições financeiras e eco-nômicas permitem um maior investimento emmáquinas modernas e processos com certagarantia de segurança e higiene do trabalho, oque não ocorre nas pequenas empresas.

Alguns estudos realizados apontam queo risco nas pequenas empresas industriais (até100 empregados) é 3,77 vezes maior que o dasgrandes empresas (mais de 500 empregados)ou 1,96 vezes o das médias empresas (101 a500 empregados).

As indústrias do ramo da mecânica, mate-rial elétrico e eletrotécnico são responsáveispelos índices mais elevados de acidentes gra-ves, seguidos pelas indústrias ligadas ao ramodos produtos alimentícios. Em nível nacional,a indústria da construção civil responde por25% dos acidentes, inclusive os mais graves eletais.

Com relação às estatísticas de acidentesdo trabalho, os dados brasileiros são poucosconfiáveis, por diversos motivos. A seguir,

estão listados alguns fatores que prejudicamuma análise mais aprofundada nas estatísticasde acidentes:

a) enorme quantidade de acidentes nãoregistrados ou ocorrência de sub-re-gistros;

b) grande quantidade de trabalhadores quenão têm carteira de trabalho assinada;

c) sistema de estatística oficial não é con-fiável devido, dentre outros fatores, àburocracia.

Em 1972, foi criado o PNVT – Plano Na-cional de Valorização do Trabalhador, em fun-ção da situação alarmante do número de aci-dentes registrados no país.

A legislação em vigor foi publicada em22 de dezembro de 1977 e recebeu o número6514. Ela altera o capitulo V, do titulo II, daConsolidação das Leis do Trabalho.

Decorrentes dessa Lei, foram baixadas 28Normas Regulamentadoras, Portaria 3214, de8 de junho de 1978, pelo então MinistroArnaldo Prieto.

Na iniciativa privada, o pioneirismo ficacom a Associação Brasileira para Prevenção deAcidentes – ABPA, fundada em 21 de maio de1941, com a participação de algumas pessoasidealistas que não aceitavam a produção, o lucroe a melhoria da qualidade de vida sem a preven-ção dos acidentes decorrentes do trabalho.

Da mesma forma, mantido pela iniciati-va privada CNI – Confederação Nacional daIndústria, foi criado em 22 de janeiro de 1942,pelo Decreto lei nº 4048, o SENAI, que em-bora tenha como finalidade principal a forma-ção profissional, visualizou que não podia ha-ver ensino de um trabalho sem o conhecimen-to dos correspondentes riscos de acidentes. Daío surgimento da área de Segurança do Traba-lho na Instituição, que hoje oferece treinamen-tos específicos, promovendo permanente tro-ca de informações e de experiências entreempresas, a fim de conscientizar seus funcio-nários para as práticas prevencionistas.

Poucos anos depois surge o SESI – Ser-viço Social da Indústria, também mantido pelainiciativa privada, com a finalidade de propor-cionar lazer e saúde ao trabalhador. Hoje, naárea de saúde, operacionaliza o PCMSO – Pro-grama de Controle Médico de Saúde Ocupa-cional – e junto com o SENAI, por meio deuma Unidade Corporativa, desenvolve traba-lhos de Higiene Industrial (levantamentos qua-litativos e quantitativos de riscos) para fins deelaboração do PPRA – Programa de Preven-ção de Riscos Ambientais.

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O Brasil tem uma legislação muito antigae abrangente, considerada boa por vários es-pecialistas. Não é estranho que ainda assimapresente taxas elevadíssimas de acidentes dotrabalho?

É muito difícil encontrar essa resposta,porém uma coisa é ter a lei e outra é se quererprevenir acidentes e doenças profissionais.

“Caso se deseje uma melhoria contínuade qualidade de vida, deve-se nos postos detrabalho ter como meta a melhoria da higie-ne e da segurança”.

Como conseguir isto?Participando dos programas de educaçãoe treinamento de higiene e segurança, co-nhecendo as normas e regulamentos, asmedidas de controle, os equipamentos deproteção individual e coletiva e partici-pando ativamente das campanhas de pre-venção de acidentes.

A partir da Revolução Industrial, além dahigiene, a segurança no local de trabalho pas-sou a ser vista como problema social digno deatenção e de medidas de controle.

1.2.1 Conceito de SegurançaSegurança é a condição, o estado ou a

qualidade de seguro, daquilo em que se podeconfiar, que não representa, em princípio, pe-rigo ou risco para nossa vida, saúde, integri-dade física e mental.

Daí a grande importância da educação edo treinamento para desenvolver nas pessoasatitudes e hábitos nas conhecidas e freqüentesInstruções de Segurança.

É muito comum as pessoas ligarem segu-rança a acidente. Na verdade, entende-se maisfacilmente aquilo que se vê.

1.2.2 Conceito de Acidente Acidente é o fato inesperado, não previs-

to e não desejado, que poderá ser ou não comlesão, em uma ou em várias pessoas ao mes-mo tempo.

Os jornais sempre publicam acidentes, ouseja, as conseqüências de quando não se utili-za a Segurança.

Exemplo:Você se lembra de algum outro acidente,

com você, com alguém de sua família ou al-gum de seus amigos? É difícil esquecer, não émesmo?

O grande desafio dos profissionais respon-sáveis pela prevenção de acidentes tem sidoconscientizar as pessoas de que...

todo trabalho é importante e deve ser pla-nejado e executado com segurança!

Assim, nos estudos que os cientistas rea-lizam, com vistas à prevenção de acidentes, oser humano é sempre o principal fator, sob to-dos os aspectos que o envolvam e o relacio-nem com os acidentes e sua prevenção.

A segurança deve ser exercida antes queocorra o acidente. É errado pensar que só ser-ve para criar mais trabalho. É comum ser lem-brada apenas quando ocorre um acidente.

Todos os acidentes têm uma ou mais cau-sas que contribuem para provocá-lo. A ques-tão é que se deve antecipar, avaliando, identi-ficando e eliminando as possíveis causas quepoderiam provocar o acidente. Com isto, pode-se afirmar com toda a certeza que:

Os acidentes podem ser evitados!

1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho“Acidente do trabalho é o que ocorre peloexercício do trabalho, a serviço da em-presa, ou ainda pelo exercício do traba-lho dos segurados especiais, e provocalesão corporal ou perturbação funcionalque cause a morte, a perda ou redução dacapacidade para o trabalho, permanenteou temporário”.

“Toda vez em que se falar em segurança,pode-se pensar na prevenção de acidentes.”

1.2.4 O Ambiente de Trabalho“... é no trabalho que as pessoas dedicam

a maior parte de suas vidas...”. Por esta razão é que se deve ter um local

de trabalho que ofereça condições dignas dehigiene e segurança e que seja, ao mesmo tem-po, um local agradável.

Considerando que o ser humano, dotadode inteligência e raciocínio, é capaz de criar efabricar coisas para o seu benefício, seu pra-zer, sua comodidade, seu lazer, enfim, paratornar sua vida a mais agradável possível,pode-se concluir que ele é capaz de criar umambiente apropriado para o seu trabalho.

Para compreender melhor o que foi ditoanteriormente, separa-se esse ambiente de tra-balho em duas partes: Aspectos Pessoais eAspectos Físicos.

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Segurança IndustrialAspecto Pessoal – é o jeito que se dá ao

ambiente de trabalho, conforme o posto, o in-teresse, as possibilidades e o objetivo de quemé responsável por ele.

É fato que todos gostam de estar em locaislimpos, arrumados, seguros e confortáveis; po-rém, nem sempre, tem-se a influência direta so-bre essas condições. De qualquer forma, pode-se, pelo menos, manter a ordem e a limpeza.

Teste: Como está nesse momento a suamesa de trabalho? Ou a sua bancada na ofici-na? O seu microcomputador, se você o utiliza?

Está tudo arrumado, limpo, organizado?Se a resposta for negativa mãos à obra, come-ce já a organização, a limpeza.

Importante:Os hábitos pessoais e a vida familiar re-

fletem no ambiente de trabalho de uma ma-neira muito especial.

Claro que a parte pessoal do ambiente detrabalho não se refere somente ao indivíduo,mas, principalmente, às outras pessoas quefazem parte desse ambiente, ao grupo, à equipe.

Para que se possa atingir os objetivos demelhoria da qualidade de vida, o ambiente detrabalho deve ser de confiança mútua e res-peito humano.

Não tenha medo de errar, de agir, de parti-cipar, de dar sua opinião. Se ela não for aceitadessa vez, será numa próxima.

Mostre a necessidade de participação decada um no processo de melhoria do local detrabalho.

Incentive o respeito que é o principal fa-tor no trabalho em equipe. Discuta, reflita como grupo, aceitando as decisões da maioria. Umgrupo unido, coeso e participativo certamentealcançará a eficiência e o dinamismo que to-dos buscam.

Converse sobre a possibilidade de distri-buir as tarefas de acordo com a preferência, acapacidade e a dinâmica de trabalho de cada um.

Faça com que os outros se sintam incluí-dos e participantes do seu trabalho. Demons-tre a importância do trabalho que você estáfazendo.

Pratique permanentemente suas qualida-des pessoais: respeito, criatividade, controleemocional, conhecimento, responsabilidade,discernimento, alegria, bom humor.

Deve-se incentivar as pessoas a venceremas barreiras aparentemente invencíveis para oSucesso.

O comprometimento é o que leva as pes-soas ao sucesso, além do interesse, da persis-tência, da vontade.

É o desejo especial e forte de assumir umcompromisso e de dar conta dele. Nasce daconsciência e da vontade de contribuir, cola-borar para a solução de qualquer problema.

Deve-se participar de um trabalho em grupoe desejar o sucesso: não como vaidade pessoal,mas pela certeza de que se está fazendo o melhor.

Antes, porém, é preciso conhecer a em-presa e sua cultura, os chefes, os colegas e,principalmente, a si mesmo, capacidade, de-sejos, objetivos e, também, limitações. Afinal,não existe nenhuma pessoa que saiba tudo e quepossa tudo. Cada um possui suas habilidades edeve utilizá-las respeitando os seus limites na-turais. O trabalhador deve explorar ao máximoseu potencial estendendo-o a outras áreas.

Aspecto Físico – o ambiente físico no lo-cal de trabalho deverá atender em primeiro lu-gar à adequação do ser humano, através de umcorreto arranjo físico chamado de ergonomia.

É necessário procurar conhecer “fisica-mente” o local de trabalho, assim como algu-mas características importantes como as di-mensões, a iluminação, a ventilação, o ruído,a poeira, os gases, os vapores, etc.

É importante também o tipo de trabalho,a movimentação e a postura corporal em quese trabalha, o ritmo de trabalho, a ocupaçãoprincipal, o horário, etc.

A Ergonomia e a Higiene Industrial pode-rão ajudar muito no correto arranjo do localde trabalho.

É interessante que se saiba que, no passa-do, grandes epidemias devastaram a humani-dade. A peste bubônica, também conhecidacomo peste negra, foi uma das maiores que seespalhou violentamente há séculos, devido àspéssimas condições de higiene naquele tem-po. Causada por uma bactéria, ela é transmiti-da pelo sangue do rato para o homem, atravésdas picadas de pulgas.

A partir de fatos como esses, deve-se pen-sar que ainda hoje poderão surgir infecções edoenças transmissíveis se não forem tomadosalguns cuidados básicos. Basta lembrar da den-gue e da leptospirose, que ameaçam a popula-ção de muitas cidades brasileiras.

1.2.5 A experiência e a percepçãoA experiência é um fator indispensável a

toda a atividade perceptiva e a todas as for-mas de treinamento sensorial. A sensibilidade

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da nossa percepção depende muito do quantojá se sabe sobre o objeto com o qual nossossentidos vão entrar em contato.

Explicando melhor: é a experiência queapura, que aumenta, que aguça os sentidos doprovador de vinho, do selecionador de chá, domúsico, do conhecedor de carros, etc.

A motivação é o processo que promove,mantém e dirige a aprendizagem e o compor-tamento das pessoas. A motivação interfere naaprendizagem: para aprender não basta poder,é preciso querer. Ela também interfere no com-portamento, na capacidade de realização, sa-tisfação para o trabalho, ação, desempenho.

Aperfeiçoar os sentidos consiste no pro-cesso de ganhar experiência através da práticanuma aprendizagem contínua.

Para se compreender bem as coisas queestão ao nosso redor, tanto em casa como notrabalho, é preciso que a nossa atenção, a per-cepção, a experiência e a motivação constituama base da aprendizagem.

1.2.6 Procedimentos para Identificação atravésdas Cores

Dentre as capacidades dos órgãos dos sen-tidos do ser humano a mais utilizada nas sen-sações recebidas é o sentido da visão.

Nos ambientes de trabalho, há necessida-de de distinguir o que é seguro do que é peri-goso, através das cores, na identificação dossistemas de canalizações, equipamentos, pro-teções de máquinas, corredores, caminho defuga e para localizar os equipamentos de com-bate a incêndio onde a rapidez é fundamental.

As aplicações e as técnicas de utilizaçãodas cores podem provocar reações e condicio-namentos mentais ou físicos, positivos ou ne-gativos, no ambiente de trabalho, que refle-tem diretamente na produtividade, através deconforto e segurança.

Essas aplicações contribuem também paramelhorar o rendimento da iluminação e cons-tituem uma combinação positiva para o traba-lhador, principalmente, quando atuam sobreseu campo de visão.

A Norma Regulamentadora (NR 26) so-bre Sinalização de Segurança do Ministério doTrabalho estabelece:

“As cores que devem ser usadas nos lo-cais de trabalho para prevenção de acidentes,identificando os equipamentos de segurança,delimitando áreas, identificando as canaliza-ções empregadas nas indústrias para a con-dução de líquidos e gases, e advertindo contrariscos”.

Além das pinturas de tubulações é comumidentificar com o nome do produto em setaspintadas ou em adesivos. As setas fazem a orien-tação do sentido do fluxo em tubulações delinhas próximas a equipamentos, válvulas ouinterseções de linhas.

As cores são utilizadas também como si-nalização de obstáculos, advertências, identi-ficação de equipamentos de emergência, etc.

A Norma Regulamentadora – NR 26 define estes casosVermelho Amarelo Branco Preto Azul VerdeLaranja Púrpura Lilás Cinza Alumínio Marrom

1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – E.P.I.É considerado Equipamento de Proteção

Individual (E.P.I.), todo dispositivo ou produ-to, de uso individual utilizado pelo trabalha-dor, destinado à proteção de riscos suscetíveisde ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.Entende-se como Equipamento Conjugado deProteção Individual, todo aquele composto porvários dispositivos, que o fabricante tenha as-sociado contra um ou mais riscos que possamocorrer simultaneamente e que sejam suscetí-veis de ameaçar a segurança e a saúde no tra-balho. O equipamento de proteção individual,de fabricação nacional ou importada, só pode-rá ser posto à venda ou utilizado com a indica-ção do Certificado de Aprovação – CA, expe-dido pelo órgão nacional competente em ma-téria de segurança e saúde no trabalho do Mi-nistério do Trabalho e Emprego.

A empresa é obrigada a fornecer aos em-pregados, gratuitamente, EPI adequado ao ris-co, em perfeito estado de conservação e funcio-namento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geralnão ofereçam completa proteção con-tra os riscos de acidentes do trabalho oude doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção cole-tiva estiverem sendo implantadas; e,

c) para atender situações de emergência.

Cabe ao empregador, quanto ao E.P.I.:a) adquirir o adequado ao risco de cada

atividade;b) exigir seu uso;c) fornecer ao trabalhador somente o apro-

vado pelo órgão nacional competenteem matéria de segurança e saúde notrabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre ouso adequado, guarda e conservação;

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Segurança Industriale) substituir, imediatamente, quando da-

nificado ou extraviado;f) responsabilizar-se pela higienização e

manutenção periódica; eg) comunicar ao Ministério do Trabalho

e Emprego qualquer irregularidade ob-servada.

Cabe ao empregado, quanto ao EPI:a) usar apenas para a finalidade a que se

destina;b) responsabilizar-se pela sua guarda e

conservação;c) comunicar ao empregador qualquer alte-

ração que o torne impróprio para uso; e,d) cumprir as determinações do emprega-

dor sobre o uso adequado.

1.3 Classificação dos E.P.I.'sOs Equipamentos de Proteção Individual

podem ser de dois tipos:a) de uso permanente;b) de uso temporário.

– Os E.P.I.'s de Uso Permanente sãoaqueles que a empresa fornece aostrabalhadores em função da habitua-lidade, permanência e natureza dosperigos e riscos de suas atividadesou ambientes de trabalho. Ex.: ca-pacetes de segurança, óculos desegurança, protetores auriculares,capas impermeáveis de trevira, bo-tas de segurança, luvas de seguran-ça, EPI´s para proteção de riscos ine-rentes ao cargo de soldadores e ou-tros a critério da SMS.

– Os E.P.I: s de Uso Temporário sãoaqueles que a empresa fornece aostrabalhadores para a realização deum trabalho específico sob condiçãode risco, em situação normal, anor-mal ou emergencial, e que devem serdevolvidos a SMS após o término dotrabalho para higienização, reposiçãode peças ou materiais, inspeção, ma-nutenção, etc. Ex.: máscaras, capasde aproximação, roupas de emergên-cia, cintos de segurança, etc.

A legislação define obrigações do empre-gador, do empregado e do fabricante como sesegue.

1.3.1Das obrigações do empregador quanto aoEPI:

– adquirir o tipo de equipamento adequa-do à atividade do empregado;

– fornecer ao empregado somente o equi-pamento aprovado pelo Ministério doTrabalho e de empresas cadastradas naSecretaria de Segurança e Saúde do Tra-balhador do Ministério do Trabalho –MTb;

– treinar o trabalhador para utilizar de for-ma adequada o equipamento;

– tornar obrigatório o uso do equipa-mento;

– substituir, imediatamente, o equipa-mento quando for danificado ou extra-viado;

– responsabilizar-se pela sua higieniza-ção e manutenção periódica;

– comunicar ao MTb qualquer irregula-ridade observada no EPI.

1.3.2 Das obrigações do empregado– usar o equipamento apenas para a fina-

lidade a que se destina; – responsabilizar-se pela guarda e con-

servação do equipamento; – comunicar ao empregador qualquer al-

teração que o torne impróprio para ouso.

1.3.3 Das obrigações do fabricante e doimportador

– comercializar ou colocar à venda so-mente o equipamento que tiver Certi-ficado de Aprovação – CA, do Minis-tério do Trabalho- MTb;

– renovar o CA, o Certificado de Regis-tro de Fabricante – CRF e o Certifica-do de Registro Importador – CRI, quan-do estiver vencido o prazo de validadeestipulado pelo MTb;

– requerer novo CA quando houver alte-ração das especificações do equipamen-to aprovado;

– responsabilizar-se pela manutenção damesma qualidade do EPI padrão quedeu origem ao Certificado de Aprova-ção (CA);

– cadastrar-se junto ao MTb, através doDepartamento Nacional de Segurançae Saúde do Trabalhador – DNSST.

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Segurança Industrial

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1.3.4 Responsabilidades da Empresa – instruir todos os empregados sobre a

necessidade e a maneira correta de usare de manter os equipamentos de prote-ção individual;

– acompanhar junto ao usuário a realiza-ção de testes, visando a sua adequação;

– possuir uma relação de equipamentosde proteção individual por função;

– fornecer os equipamentos de proteçãode utilização eventual e orientar quan-to ao uso;

– fazer cumprir a obrigatoriedade quan-to ao uso através de técnicas compor-tamentais;

– proporcionar aos empregados facilida-des para guardar, limpar e manter o seuEPI.

1.3.5 Responsabilidade do UsuárioCuidar do EPI sob sua responsabilidade,

utilizando-o de modo correto e sempre que seuuso seja obrigatório, mantendo-o em boas con-dições, zelando pela limpeza adequada, subs-tituição de partes e testes de certificação.

1.4 Características dos Equipamentos deProteção Individual – EPI

Para cada tipo de atividade existe um ris-co correspondente. A escolha do equipamen-to de proteção se fará não somente em funçãodo risco, mas também das condições do pró-prio trabalho.

O equipamento de proteção individualprotegerá contra os riscos dos locais de traba-lho e, ao mesmo tempo, dará proteção contraas condições de trabalho incômodas e desa-gradáveis.

Existem vários equipamentos de proteçãoindividual, os EPI específicos para cada ativi-dade profissional e a parte do corpo que deveproteger.

Para esclarecer o que foi abordado anterior-mente, serão apresentados alguns exemplos:

– um soldador tem que usar máscara comlentes próprias;

– o gari não pode recolher o lixo sem es-tar usando luvas especiais;

– um bombeiro para entrar num prédioem chamas tem que estar usando más-cara contra gás.

Não é possível detalhar todas as profis-sões e quais os equipamentos de proteção in-dividual necessários para exercê-las com se-gurança e sem riscos. Por isso, serão apresen-tados, a seguir, de forma reduzida os tipos deproteção que podem ser feitas em cada partedo corpo, a saber:

1.4.1 Proteção para a CabeçaA cabeça deve ser protegida nos locais

onde há o perigo de impacto e de penetraçãode objetos que caem ou que se desprendem esão lançados à distância; de queimaduras deorigem elétrica e em trabalhos a céu aberto.

Proteger os olhos e o rosto, em ambientesonde haja probabilidade de lesões, quandoapresentam iluminação forte direta ou indire-ta, líquidos e radiações perigosas ou uma com-binação de todos estes riscos.

Devem ser fornecidos equipamentos ade-quados para proteção auditiva aos emprega-dos em todas as áreas onde o nível de ruídonão possa ser reduzido.

Deve ser fornecida proteção respiratóriaem áreas que apresentem um ambiente respi-ratório limitado ou possibilidade de deficiên-cia de oxigênio ou contaminação do ar.

Alguns tipos de EPI para partes da cabeça:– Proteção do couro cabeludo – bonés,

redes, gorros, etc.– Proteção do crânio – Deve ser utili-

zado o capacete para proteger o crânionos trabalhos sujeitos a agentes meteo-rológicos (trabalhos a céu aberto), im-pactos provenientes de quedas, proje-ção de objetos ou outros, queimadurasou choques elétricos.

O capacete é composto, basicamente, pelo“casco” e pela “suspensão”, que operam e for-mam o sistema de proteção.

O CascoO “casco” é rígido,

leve e balanceado, parapermitir um confortáveluso. Constitui-se de umapeça, geralmente, injetada em polietileno dealta densidade, não condutora de corrente elé-trica. Dependendo do tipo, resiste até 20.000Volts durante 3 minutos, com fuga não superior

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Segurança Industriala 9mA e quando testado para ruptura, não deveocorrer abaixo de 30.000 Volts.

O polietileno injetado possui durabilida-de média de 5 anos e, após este tempo, pode-rão aparecer trincas em sua estrutura,provocada pelo ressecamento do polietileno.Ocorrendo o ressecamento do casco, toda a suaresistência mecânica contra impacto será com-prometida. Nessa situação, o capacete deveráser substituído por outro novo.

Recomenda-se não fazer furos no cascopara que não seja diminuída a sua resistênciacontra impactos.

SuspensãoA suspensão tem a função de absorver im-

pactos na cabeça, amortecendo o choque me-cânico transmitido pelo casco.

A suspensão possui duas partes impor-tantes:

– A cinta ajustável e a dupla fita amorte-cedora.

A suspensão deve sertrocada sempre que houverdesgaste da mesma ou quefor contaminada por gasesácidos, óleos e outros agen-tes, que podem atacar o material de que é feitaa suspensão e diminuir-lhe a segurança.

Para uma proteção eficaz durante o tem-po de uso mantenha-a limpa, lavando-a comágua e sabão. Não use álcool ou outros produ-tos. Ao menor sinal de deterioração troque deimediato a suspensão.

Os brigadistas de combate a incêndio evazamentos de produtos combustíveis e infla-máveis devem utilizar capacetes a prova defogo dotados de viseiras refletivas de radia-ção térmica e luminosa e protetor para a nuca.

1.4.2 Proteção dos olhosÉ obrigatório o uso de óculos de seguran-

ça para todos os empregados cujo trabalho ofe-reça risco de lesão aos olhos, provenientes deimpacto de partículas, respingos de líquidosagressivos e metais em fusão, poeiras e radia-ções perigosas.

Óculos com proteção lateralPossuem lentes de cris-

tal ótico endurecido, quepodem ser incolores ou co-loridas filtrantes, resistentes a impactos de partí-culas sólidas. Seu uso é recomendado para pro-teção contra projeção de partículas e poeiras.

Os óculos de lente depolicarbonato, são reco-mendados também paraprojeção de partículas epoeiras.

Óculos de proteção totalSão constituídos de

material plástico, macio eflexível, lente inteiriça, deacrílico ou policarbonato,resistente a impactos, plana e transparente.Possuem ainda um dispositivo para ventilaçãoindireta com tela para filtrar poeiras e um ti-rante para ajuste e fixação. Protegem contrapoeiras, respingos de produtos químicos e im-pactos de partículas.

Podem ser usados sobre óculos comuns.

Óculos para solda e corteÉ obrigatório o seu

uso para trabalhos de cor-te de metais com uso demaçarico. Protege a visãocontra a luminosidade gerada durante o corte,de modo a evitar danos à retina ocular. Sãoconstruídos com armação de PVC não tóxico,Celeron ou Poliestireno, possuindo lentesfiltrantes com tonalidades variáveis de 3 a 6.Os trabalhadores devem solicitar sua substi-tuição no caso das lentes estiverem riscadasou com respingos de aço.

1.4.3 Proteção facialÉ obrigatório o uso de protetores faciais

para todos os empregados cujo trabalho ofe-reça risco de lesão dos olhos e da face, porpartículas, respingos, vapores de produtos quí-micos ou por radiações luminosas intensas. Osprincipais tipos, de protetores são:

Protetor facial com lente trans-parente de policarbonato

Devem ser utilizadospara proteção contra res-pingos de produto quími-cos e impactos de partícu-las líquidas.

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Segurança Industrial

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Protetor facial com lente escuraDevem ser utilizados

para proteção contra radia-ções luminosas intensas,infravermelhas e ultravio-letas, em trabalhos de ins-peção dos queimadores de fornos e onde ocor-rerem reflexos luminosos de grande lumino-sidade.

Protetor facial com lente escu-ra (máscara para soldador)

Devem ser utilizadospara proteção contra raiosinfravermelhos e ultravio-letas em trabalhos desoldagem.

Protetor facial aluminizadoDevem ser utilizados

para proteção contra im-pactos e estilhaços de pe-ças ou materiais.

1.4.4 Proteção auditivaÉ obrigatório o uso de protetores auricula-

res em locais onde for constatado nível de ruí-do superior aos limites de tolerância definidospela legislação em vigor, NR-15, anexos I e II.Quando houver dúvida, quanto ao nível de ex-posição ou dose de ruído a que o trabalhadorestá exposto, deverá ser contatado o Técnicode Segurança da SMS, que fará a avaliação edefinirá qual o tipo de protetor é o mais ade-quado ou que outras medidas de proteção se-rão requeridas. Tem-se à disposição, na em-presa, os seguintes tipos de proteção:

Plug de inserção moldávelÉ constituído de espuma sintética moldá-

vel, com consistência esponjosa. Amolda-seperfeitamente ao formato do canal auditivo.Tem comprimento ideal para facilitar sua fi-xação e remoção.

Instruções de uso1. Para melhor proteção auditiva os plugs de-

vem ser adequadamente inseridos. Para tan-to, siga cuidadosamente as instruções de uti-lização:Mãos e plug devem estar limpos antes domanuseio!

2. Role e aperte o plugsuavemente, até queele atinja um diâme-tro tão pequeno, quan-to possível.

3. Enquanto o plug esti-ver comprimido, in-troduza-o, rapidamen-te, no canal auditivo.A introdução ficarámais fácil se a orelhafor levemente puxa-da, com a outra mão,para cima.

4. Com a ponta do dedo,mantenha o plug nolugar, até que a ex-pansão se inicie.Repita o mesmo parao outro ouvido.

5. O plug, quando bemcolocado, apresentavisível somente o cír-culo de sua extremi-dade. Desta forma aproteção obtida será amelhor possível.

6. O plug, quando malcolocado, apresentavisível uma certaporção da sua super-fície lateral. Retire-oe repita a seqüência,para alcançar umainserção adequada euma boa proteção.

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Segurança IndustrialProtetor auricular (tipoconcha)

É constituído por umpar de conchas de plásti-co de alto impacto comalmofada de vinil para proporcionar um per-feito ajustamento, suportados por um arco fle-xível também em material plástico. Não devepossuir partes metálicas ou material condutorde corrente elétrica. O arco deve permitir mo-bilidade ao redor da cabeça com possibilidadede uso na cabeça, nuca ou queixo. Pode ser usa-do com: capacete, viseira facial ou máscara desoldador.

O arco deve ter duas partes deslizantes demaneira a permitir um melhor ajuste na cabeça.

A pressão do arco é calculada de modo aoferecer a proteção adequada requerida pelaNorma, portanto, não deve o arco ser alargadocom o intuito de diminuir a pressão do ajuste,pois desta maneira o EPI tornar-se-á imprópriopor não oferecer proteção adequada ao risco.Caso seja constatado o amassamento perma-nente das almofadas ou rasgo da proteção daespuma, deverá o usuário substituir este EPI.

Protetor auricular tipo con-cha, acoplado ao capacete

As conchas possuemas mesmas característi-cas do protetor auricularcom arco flexível, po-rém, este modelo possuiarticulações afixadas aocapacete, que permitem ajuste aos ouvidos.

O trabalhador deverá providenciar a subs-tituição do EPI quando constatar que ocorre-ram deformidades das almofadas e/ou rasgona proteção da espuma.

1.4.5 Proteção das mãosÉ obrigatório o uso de luvas para prote-

ção das mãos em serviços onde haja contatoou risco de contato com:

– Materiais ou objetos escoriantes, abra-sivos, cortantes ou perfurantes;

– Produtos químicos corrosivos, cáusticos,tóxicos, alergênicos, graxos, solventesorgânicos e derivados de petróleo;

– Materiais ou objetos aquecidos;– Equipamentos elétricos energizados;– Radiações perigosas;– Frio;– Agentes biológicos.

Luvas de vaquetaDevem ser utiliza-

das para serviços em quehaja contato ou risco decontato com agentesabrasivos perfurantes oucortantes.

Caso haja o contatodas luvas com produtos químicos ácidos oucáusticos, o usuário deverá providenciar a suasubstituição junto à SMS.

Luvas de borracha paraeletricista

Devem ser utiliza-das para proteção con-tra choque elétrico. Aborracha usada na con-fecção das luvas deveser de alta qualidade,isenta de material recu-perado ou de sobras, eter características físi-cas, químicas e elétricasexigidas para a proteçãocontra choques elétri-cos. As superfícies, ex-terna e interna, devem estar isentas de: depres-sões, sulcos, porosidade ou incrustações. An-tes de sua utilização deve ser feita uma inspe-ção visual nos seguintes aspectos: furos, cavi-dades, oxidação, sinais de envelhecimento,ataque de ozônio, rachaduras, sulcos resultan-tes de cortes ou desgastes superficiais. Reco-menda-se o uso de luvas de vaqueta fina compunho de raspa para cobertura e proteção daluva de alta tensão contra impactos, arranhõesou perfuração durante a execução do trabalho

Luvas de PVCDevem ser uti-

lizadas para prote-ção das mãos con-tra: produtos quí-micos (ácidos ou cáusticos), óleos, graxas, de-tergentes, solventes, derivados de petróleo, etc.A superfície externa deve estar isenta de fu-ros, fendas ou porosidades que permitam a pas-sagem do agente agressivo. Conforme a ca-racterística da tarefa, são classificadas em 3tipos:

– para trabalhos leves;– para trabalhos médios;– para trabalhos pesados.

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Segurança Industrial

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Luvas de kevlarSão utilizadas para

proteção das mãos con-tra agentes térmicos se-cos em serviços com ob-jetos a temperaturas ele-vadas e manuseio de peças quentes.

Luvas de kevlar alumini-zadas

São utilizadas paraproteção das mãos con-tra agentes térmicos se-cos, tais como: serviçoscom objetos a temperaturas elevadas, fornos,manuseio de peças quentes, troca de maçari-cos e onde haja necessidade de reflexão decalor irradiado pela fonte de emissão.

Luvas de grafatex com fi-bra de kevlar

Devem ser utiliza-das para proteção dasmãos, contra agentes tér-micos secos. É utilizadono laboratório para omanuseio de vidros aquecidos a temperaturasde ate 500°C. Permitem a facilidade do manu-seio de pequenas peças aquecidas.

Luvas de látex São utilizadas para

proteção das mãos con-tra agentes químicos le-ves, na faixa dos sabõese detergentes. São utili-zadas em trabalhos queexigem maleabilidade e tato. Nunca devem serutilizadas para manuseio de ácidos, bases con-centradas, derivados de petróleo na faixa degasolina, querosene. naftas ou solventes. De-vem ser substituídas quando apresentarem fu-ros, deformações ou contaminação interna.

1.4.6 Proteção dos pés e pernas É obrigatório o uso de calçado adequado

para a realização de qualquer atividade na áreaindustrial da refinaria, nas oficinas e armazéns.Sempre que as condições de trabalho exigi-rem qualquer tipo de proteção adicional, usecalçados adequados.

Entende-se como calçado adequado, todoaquele que proteja o trabalhador dos riscosexistentes no local ou na natureza do trabalho.

Os empregados, temporariamente impedi-dos de usar o calçado exigido, em conseqüên-cia de ferimentos, contusões, etc., podem tra-balhar com outro tipo de calçado desde queatestada a lesão pela atividade de Saúde e des-de que constatado de que não haverá risco aotrabalhador em decorrência dessa permissão.

Cabe aos supervisores e a fiscalização ocumprimento dos requisitos aqui mencionados.

Botas de couro com bi-queira de aço

Devem ser utiliza-das para proteger o tra-balhador contra a açãode objetos cortantes ouperfurantes e impactossobre os dedos.

São confeccionadas em vaqueta, soladoantiderrapante e com forração interna. Devemser utilizadas nas áreas industriais, oficinas,armazéns e obras. Sempre que houver desgas-te acentuado do solado, as botas deverão sersubstituídas, a fim, de evitar acidentes provo-cados por escorregões.

Botas de PVCDevem possuir

solado antiderrapantee ter "cano" de 23 cmem relação à parte su-perior do solado. Sãoutilizadas para prote-ção da pele em pisos que haja hidrocarbone-tos, produtos corrosivos, cáusticos, água, etc.Sempre que houver desgaste acentuado dosolado deverão ser substituídos, a fim, de evi-tar acidentes provocados por escorregões.

Sapato de segurança São confecciona-

dos em couro, tipo va-queta, com solado an-tiderrapante e forraçãointerna. Devem ser uti-lizados nas atividadesdo laboratório que nãoenvolvam risco dequeda de materiais pe-sados, riscos elétricos e contato com produ-tos químicos. Sempre que houver desgasteacentuado do solado deverão ser substituídos,a fim, de evitar acidentes provocados por es-corregões.

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Segurança Industrial1.4.7 Proteção do tronco

Nos serviços em que haja risco de lesãono tronco é obrigatório o uso de proteção ade-quada.

Aventais

Capa de PVCDevem ser utilizadas

para proteção contra chu-va. Podem ser utilizadaspara respingos de produ-tos ácidos e cáusticos.

Conjuntos de PVC (calça, blusão e capuz)Devem ser utilizados

em trabalhos onde qual-quer parte do corpo possaentrar em contato com hi-drocarbonetos, produtostóxicos e/ou corrosivos.

São utilizados tam-bém para trabalhos em quehaja umidade em excesso.Exemplo: operação de la-vagem em interior de equi-pamentos.

Nestas situações, parauma completa proteção, éfeito também o uso de lu-vas e botas de PVC.

1.4.9 Proteção do corpo inteiroÉ obrigatório o uso de proteção para o

corpo inteiro, nas seguintes situações:– Em trabalhos onde haja risco de conta-

to com agentes químicos, prejudiciaisà saúde, absorvíveis pela pele ou quepossam lesioná-la;

– Em trabalhos com umidade em excesso;– Em trabalhos onde haja risco de conta-

to com superfícies abrasivas.

1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntosConjunto aluminizado

Devem ser utilizadosna proteção contra calor ra-diante ou condutivo e res-pingos de partículas quen-tes de metais ou líquidos.

Aventais de raspaDevem ser utilizados

em trabalhos onde haja ris-co de lesão provocada porobjetos escoriantes, cor-tantes, abrasivos e por ra-diações não ionizantes ge-radas por soldagens.

Aventais de PVCDevem ser utilizados

em trabalhos onde hajapossibilidades de ocorrerrespingos de hidrocarbone-tos e produtos corrosivos(ácidos e cáusticos).

Deve-se lavá-los comágua e sabão após o uso.

Macacões de brim com capuz (macacão de parada)São destinados para tra-

balhos em locais onde hajarisco de contato com super-fícies abrasivas. Possuemreforço nos ombros, cotove-los, joelhos e nádegas.

Exemplo: trabalhos eminterior de equipamentos.

Jardineiras de PVCDevem ser utiliza-

das em trabalhos envol-vendo substâncias quí-micas ou ambientescom grande umidadeou locais alagadiços.Possuem botas de PVCacopladas nas pernas.

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Segurança Industrial

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Macacão especial de proteçãoMacacão confeccionado

em não-tecido, com costuratermosselada e tratamentoanti-estático. Com aberturafrontal em zíper, elástico nospunhos e tornozelos e capuzcom elástico.

Oferece proteção emoperações em que exista ris-co de contaminação comagentes químicos líquidos.

Macacão anti-ácido hermeticamente fechadoSão indumentárias espe-

ciais de PVC ou neoprene,hermeticamente fechadasoferecendo proteção de cor-po inteiro contra contami-nantes químicos.

Na RPBC são utiliza-das na Unidade de Gasolinade Aviação (UGAV) paraatendimento e controle devazamentos de HF (ácidofluorídrico) de grandes pro-porções uma vez que pro-porciona ao usuário um alto grau de proteção.

Os macacões anti-ácido possuem insufla-ção de ar, através de mangueira de suprimentode ar respirável.

Deve-se tomar o cuidado de verificar, ro-tineiramente, o estado da roupa, quanto àpresença de furos ou cortes no tecido, bem comose o sistema de vedação está em perfeito estado.

SEQÜÊNCIA DE COLOCAÇÃO DA ROUPA

1.4.10 Proteção respiratóriaO uso de proteção respiratória é obrigató-

rio quando:a) a concentração volumétrica de oxigê-

nio no ambiente ou para respiração pelotrabalhador estiver abaixo de 19,5%;

b) o ar estiver contaminado com substân-cias prejudiciais à saúde, que atravésda respiração possam provocar distúr-bios ao organismo ou seu envenena-mento;

c) o ar ambiental não se encontrar no seuestado apropriado para a respiração, ouseja, ter temperatura e pressão anormaisque possam causar danos ao sistemarespiratório (ex.: congelamento, quei-madura, embolias, etc.);

d) o ar contiver qualquer substância que otorne desagradável por exemplo: odores.

A grande variedade de tarefas existentesna RPBC que necessitam de proteção respira-tória exigem em cada caso o equipamento maisadequado para sua execução.

Pode-se citar o uso de proteção respirató-ria nos seguintes casos:

– trabalhos em áreas continuamente con-taminadas;

– trabalhos em áreas com contaminaçãoprovável ou possível de ocorrer;

– para abandono em situação de perigoeminente (fuga);

– para salvamentos e ações de socorro.Os equipamentos de proteção respiratória

podem ser classificados em: a) Equipamentos filtrantes, respiradores e

máscaras;c) Equipamentos Autônomos;c) Equipamentos de Respiração com linha

de ar (ar mandado).

1.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores emáscaras

São equipamentos que permitem a passa-gem do ar ambiente para o sistema respirató-rio somente após ter sido purificado atravésde filtros mecânicos químicos ou combinados.Os filtros possuem carvão ativo para retençãode contaminantes químicos e elementos depapel ou algodão para retenção de poeiras.

Filtros químicos e mecânicosA utilização deste tipo de equipamento é

recomendada quando:– a concentração volumétrica parcial de

oxigênio na atmosfera estiver com, nomínimo 19,5% (NIOSH);

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Segurança Industrial– a atmosfera estiver isenta de monóxi-

do de carbono;– a concentração do contaminante na at-

mosfera estiver dentro das especifica-ções de uso do filtro;

– preferencialmente, o ambiente for aber-to e ventilado.

A vida útil dos filtros depende basicamente:– da concentração do contaminante;– da taxa de consumo de ar pelo usuário;– da umidade relativa do ar;– da temperatura do ar.O tempo de uso dos filtros depende dos

fatores anteriores, devendo os mesmos sersubstituídos quando ocorrer ou for detectado:

– elevada resistência ao fluxo de ar paraa respiração normal;

– percepção do cheiro das substânciascontaminantes;

– princípio de irritação.Nota: quando se tratar de filtros químicos,deve ser observado o prazo de validadedos mesmos, pois, expirado este prazo, osfiltros devem ser descartados.Os filtros de respiração aparecem nas mais

variadas formas construtivas. Na RPBC ostipos mais utilizados são os de rosca para res-piradores e máscaras panorâmicas. Os cartu-chos químicos utilizados obedecem a uma co-dificação de cores e apresentam suas especifi-cações rotuladas nos próprios cartuchos. Ne-les estão especificados os contaminantes paraos quais se destinam.

De acordo com o filtro utilizado, este pro-porcionará proteção contra poeiras, neblinas,asbestos, fumos, gases ácidos, vapores orgâ-nicos, halogenados, amônia, aminas, pestici-das, tintas, vernizes, esmaltes e outros, ou ain-da a combinação de mais de um contaminan-te, de acordo com as limitações especificadas.

Os filtros químicos e mecânicos, após oseu uso, deverão ser devolvidos para a SMSpara que seja promovido a destinação adequa-da dos mesmos.

Respiradores semi-facial, com filtros combinados

Sua utilização é indicada para proteçãorespiratória contra uma grande variedade decontaminantes, através de filtros químicos oumecânicos (para poeiras), todos intercambiá-veis. Assim, dependendo do contaminante pre-sente na atmosfera, o usuário poderá optar pelotipo de filtro mais adequado.

Os respiradores semi-faciais cobrem a bocae o nariz, e permitem uma respiração natural.As correias elásticas garantem uma vedaçãosegura e conforto no uso.

As vantagens principais do respirador semi-facial são, o peso reduzido e o conforto. Osrespiradores semi-faciais são, usados com fil-tros, em locais de trabalho onde os contami-nantes ou elementos prejudiciais à saúde exis-tem em pequenas concentrações.

Máscaras panorâmicas

As máscaras faciais panorâmicas envol-vem todo o rosto e, por isso, oferecem, simul-taneamente, proteção à visão, e à respiração.Isto se torna indispensável em ambientes comelementos irritantes ou agressivos à vista e res-piração.

As modernas máscaras faciais possuemum único visor abaulado, com grande campovisual.

O corpo da máscara facial, com seus lábiosde vedação, adapta-se a todos os tamanhos eformatos diferentes de rostos, ajustando-se

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Segurança Industrial

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através de câmaras reguláveis presas a cincopontos da máscara, que permitem uma ade-quada vedação.

As máscaras possuem, ainda, uma mem-brana acústica interna, que permite a transmis-são de comunicação verbal pelo usuário.

Conforme o equipamento de proteção res-piratória usada em conjunto com as máscarasfaciais, estas possuem diferentes conexões:

– se a máscara é usada com filtros, equi-pamentos com linha de ar ou conjun-tos autônomos de respiração, ela pos-sui uma Iigação de rosca e válvulas deinalação e exalação;

– máscaras faciais usadas em conjuntocom equipamento autônomo de respi-ração por pressão positiva, possuemconexão da válvula de demanda (pul-mão) tipo engate rápido baioneta.

Nota: sempre que for necessário utilizarequipamento de proteção respiratória apóso ajuste da peça facial, deve ser efetuadoo teste de vedação.Para efetuar o teste, deve-se obstruir a via

normal de entrada de ar e aspirar profundamen-te. Ocorrendo a contração da peça facial, a ve-dação é satisfatória. Caso a vedação não sejasatisfatória, a peça facial deve ser substituída.

Observação: o uso de barba não permiteuma perfeita vedação.

1.4.12 Equipamentos autônomosSão equipamentos com provisão de ar con-

tido num cilindro de alta pressão. Portanto,independem da qualidade do ar existente noambiente ou de outra fonte externa de supri-mento. Estes aparelhos têm sua utilização li-mitada, de acordo com sua capacidade de ar-mazenamento de ar. Sua autonomia depende,sempre, do esforço físico, biotipo e treinamen-to do usuário, quanto à utilização do equipa-mento.

São utilizados em situações de emergên-cia ou em trabalhos onde é necessária a movi-mentação constante do usuário, onde, em cujosambientes, existem ou possam existir altasconcentrações de contaminantes e/ou baixaconcentração de oxigênio (abaixo de 19,5%em volume).

Um aparelho autônomo é composto, basi-camente, de uma máscara panorâmica com tra-quéia, válvula de demanda (pulmão), disposi-tivo de alarme sonoro, cilindro para alta pres-são, válvula redutora de pressão, suporte bási-co para apoio do conjunto ao corpo, válvulade alívio de pressão e correias de sustentação.

O ar é respirado do cilindro de suprimen-to através da válvula de demanda, que fornecea quantidade de ar necessária para encher ospulmões.

O ar expirado pelos pulmões é expelidopara fora da máscara, através das válvulas deexalação da máscara.

As modernas máscaras panorâmicas pos-suem pressurização no seu interior, aumentan-do o grau de proteção do usuário em atmosfe-ras com presença de contaminantes.

O dispositivo de alarme sonoro indica queo suprimento de ar está chegando ao fim e queo usuário deve sair imediatamente da área con-taminada. Este alarme é disparado quando oar existente no cilindro for suficiente para,aproximadamente, cinco minutos.

Aviso importante: quando se abre a vál-vula do cilindro, o dispositivo de alarme dáum breve apito, o que indica o seu perfeitofuncionamento. Caso não ocorra este alarmeno momento de abertura da válvula do cilin-dro, o equipamento deverá ser substituído.

É conveniente o treinamento prévio e ahabilitação adequada aos usuários destes equi-pamentos.

Conjuntos autônomos modelo CarlaSão os menores

equipamentos autô-nomos de respiraçãoutilizados na RPBC.Simples e seguro, oCarla é ideal paraabandono de áreas epara a realização derápidas inspeções.Dispõe, também, deum dispositivo paraacoplamento demangueiras de supri-mento de ar e pode ser utilizado como um con-junto de emergência nos trabalhos com linhade ar mandado, para fuga.

O conjunto é fixado ao corpo através detirante de nylon e cinto.

Dados técnicos do cilindro de ar: – volume interno 1,5 litros – pressão de carga 200 kgf/cm2

– volume de ar 300 litros – autonomia(*) 10 minutos – peso total 4,2kgf – peso do cilindro 3,5kgf

(*) considerando consumo de 28 I/min (médio)

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Segurança IndustrialConjuntos autônomos

PA 93Aparelho autônomo, leve e econômico na

proteção contra gases.Desenvolvido especialmente para combate

ao fogo ou para atividades intensas de utiliza-ção de equipamentos autônomos. A máscarafacial, a válvula de demanda, a válvula regu-ladora, o manômetro e alarme sonoro são osmesmos utilizados no aparelho PA 90 BR. Osuporte do PA 93 é feito de um material plás-tico composto de fibra de carbono, recobertocom material anti-estático o que o torna extre-mamente resistente a impactos e esforços, bemcomo seguro para ser utilizado em atmosferasexplosivas de qualquer espécie.

As correias e cinto são confeccionados deespuma sintética especial, recoberta com teci-do anti-chama, que não se degrada em contatocom o fogo. As fivelas são auto-fixantes as-sim como o cinto, o que permite a rápida co-locação e retirada do aparelho.

Devido ao desenho do suporte, das cor-reias e do cinto, o PA 93 é um aparelho autô-nomo que reúne características ergonômicasexcelentes, sendo que grande parte do peso doequipamento é deslocado dos ombros parapara a região lombar do usuário, proporcio-nando além de maior conforto, uma ótima mo-bilidade durante as operações.

Todo o conjunto é modulado e pode serdesmontado em poucos minutos o que facilitamuito as operações de limpeza do mesmo.

A tira de fixação do cilindro é confeccio-nada em Kevlar, material muito existente eacomoda todos os tipos de cilindros básicos.O fecho da fita é de fácil acionamento e ga-rante um assentamento perfeito do cilindro aosuporte.

Cilindro de ar comprimidoÉ conectado manualmente a válvula regu-

ladora e permanece fixo ao suporte com auxí-lio da tira de fixação.

Os respiradores autônomos ARAP E-10destinam-se a serviços de rápida duração eproporcionam ao usuário independência do arambiente.

1.14.13 Equipamentos de Proteção Respiratóriacom alimentação por linha de ar (ar-mandado)

São equipamentos de proteção respirató-ria que suprem o trabalhador de ar respirávelatravés de mangueira de ar comprimido.

Os respiradores supridos por mangueirasde ar comprimido, dividem-se em dois siste-mas distintos: os de fluxo constante e os dedemanda automática de ar.

Sistemas tipo fluxo constante (ar mandado)São dispositivos

onde o suprimentode ar comprimidopara os respiradoresé, constantemente,gerado em centraisde compressores.

O ar comprimido respirável é conduzidoatravés de mangueiras apropriadas e flexíveis,com diâmetro interno de 3/8" (9mm), aos con-juntos filtrantes.

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O conjunto filtrante é usado para purifi-car, o ar comprimido proveniente dos compres-sores, filtrando vapor de óleo, partículas sóli-das e retendo o excesso de umidade no ar, bemcomo umedecendo-o quando se tratar de arseco (tipo ar de instrumentos).

O conjunto filtrante é composto do regu-lador de pressão, decantador de água e óleo,filtro de carvão ativo de alta capacidade deabsorção, umidificador de ar e bicos para saí-das de mangueiras tipo engates rápidos.

O abastecimento de ar comprimido deve si-tuar-se na faixa de pressão entre 4 e 6 kgf/cm2,podendo-se ajustar o fluxo de ar, individual-mente, através do regulador do conjuntofiltrante, na faixa de vazão entre 60 a 380 l/min.

Utilizando-se um sistema de suprimentode ar tipo fluxo constante, pode conectar umregistro de ar com traquéia e máscara facial asemi-máscara. Capuz com insuflação ou ma-cacão com insuflação podem ser alimentadosdiretamente através da mangueira de ar.

Para trabalhos localizados em ambientesconfinados e com a presença de contaminan-tes, é necessária a utilização de um conjuntoautônomo de respiração acoplado ao sistemada linha de ar mandado. Nesse caso, é utiliza-do o modelo Carla, que proporciona, em situa-ções de emergência, uma reserva adicional,destinada para a fuga do ambiente, tal recursotorna-se necessário, uma vez que a geração dear pode sofrer panes ou caso a mangueira quesupra o trabalhador venha a ser rompida aci-dentalmente.

Este sistema é utilizado na execução detrabalhos de longa duração, evitando-se tro-cas repetidas de cilindros e interrupção de exe-cução das atividades.

Sistemas com demanda automática de ar Como alternativa para a realização de ser-

viços onde existam contaminantes e não háfontes/pontos de suprimento de ar mandado,utiliza-se o sistema de demanda automática dear. Neste sistema de proteção respiratória, o aré fornecido a partir de cilindros de ar respirável

de grande capacidade de armazenamento. Oconsumo de ar é melhor dimensionado atra-vés da válvula de demanda automática, com avantagem do uso de máscaras de pressão po-sitiva.

A qualidade do ar respirável, neste siste-ma, é mais confiável, pois não haverá risco decontaminação do ar através do ambiente, umavez que provém diretamente dos cilindros quesão abastecidos em compressor apropriado,localizado no prédio da SMS.

O conjunto contém 4200 litros de ar respirá-vel, distribuídos em dois cilindros de 7 litros devolume interno e com pressão de 300 kgf/cm2.Este conjunto é disposto em uma unidademóvel, que possui duas rodas em suporte tu-bular de grande resistência.

Os cilindros estão unidos por uma barrade conexão manual,que incorpora válvu-las de retenção e vál-vulas de alívio de altapressão.

A pressão médiade trabalhos das man-gueiras de ar deveráestar fixada em 5 kgf/cm2, constante.

Duas conexõescom engates rápidos permitem ligar as man-gueiras para uso de, até, duas máscaras pano-râmicas.

As mangueiras podem ser acopladas umaa outra, para atingir o comprimento desejado,porém, não devem exceder a 60 metros de ex-tensão final, segundo recomendação do fabri-cante.

É recomendável que, ao ser utilizado oconjunto, seja mantido o acompanhamento deuma pessoa para observação da pressão, parasubstituição dos cilindros quando necessárioe para solicitar a retirada dos trabalhadores dolocal do trabalho, quando necessário. Essapessoa deverá ser habilitada para manusear eoperar o equipamento.

Considerando uma média de consumo dear em torno de 40 L/min, o conjunto PAR4000VAL proporcionará autonomia de, aproxima-damente, 100 minutos para um trabalhador.

1.4.14 Proteção contra quedasCinto de segurança

Para execução de trabalhos em locais acimade 2 m de altura do piso, em que haja risco dequeda, é obrigatório o uso de cinto de segurança.

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Segurança IndustrialOs cintos de segurança, em contraposição

a todos os equipamentos de proteção indivi-dual até agora vistos, não têm a finalidade deproteger uma determinada parte do corpo hu-mano em específico. São utilizados, quandoempregados corretamente, para inibir riscosmanifestados sob a forma de quedas ao soloou a outro nível inferior, riscos estes decor-rentes das seguintes condições de trabalho:

a) trabalhos em alturas elevadas;b) locais onde possa haver desprendimen-

to de terra ou desmoronamento.Convém esclarecer que os cintos de segu-

rança são dispositivos confeccionados commateriais de determinada resistência mecâni-ca (nylon, couro ou lona), associados a deter-minados elementos ou acessórios, conforme otrabalho a ser realizado.

Na RPBC, utiliza-se o tipo que oferece omaior grau de proteção e conforto ao traba-lhador, que é o cintode segurança tipopáraquedista.

Os cintos de segu-rança devem ser visto-riados constantementee, caso seja notado al-gum sinal de insegu-rança em alguma par-te de seus componen-tes, estes devem serimediatamente substi-tuídos ou sofrer manu-tenção, visto que oscintos de segurança são muito importantes napreservação da vida do trabalhador.

Em presença de qualquer um dos defeitosa seguir, o equipamento deverá ser substituído:

– sinais de desgaste ou princípios de rup-tura do cinto, talabarte ou suspensório;

– corte em qualquer componente denylon;

– deformação ou trinca das ferragens;– defeito ou enfraquecimento da mola

dos mosquetões;– rompimento de alguns fios da corda de

nylon.O equipamento devera sofrer manutenção

quando apresentar os seguintes defeitos:– costuras rompidas;– início de processo de corrosão nas fer-

ragens.No caso do cinto acoplado a uma corda,

alguns esclarecimentos tornam-se necessários:a corda deve ser bem ancorada em ponto fir-me e mais elevado, com lance de corda de 1,5 m.

O fato de a corda ser presa nas costas épara que, em caso de queda, o corpo seja for-çado a dobrar-se no sentido normal, para fren-te, evitando maior esforço ou impacto na co-luna (espinha dorsal) da pessoa. Nunca se deveprender a corda na frente, pois, em caso dequeda, a pessoa poderá ter a coluna (espinha)dobrada para trás com possibilidades de cau-sar sérios problemas à mesma.

Do mesmo modo a corda deverá ser, periodi-camente, inspecionada e testada quanto a suaresistência a carga estática e dinâmica.

1.4.15 Colete salva vidasDevem ser utilizados nas embarcações e

margens de rios, lagoas, córregos e outras si-tuações onde haja risco de afogamento de pes-soas.

1.5 Equipamento de Proteção Coletiva –EPC

São equipamentos instalados nos ambien-tes de trabalho, visando proteger a saúde e aintegridade física dos que ali exercem suasfunções. São os que neutralizam ou atenuamo risco na fonte, ou seja, no lugar em que elese manifesta.

Para ilustrar, podem ser citados os seguin-tes exemplos:

– protetores dos pontos de operação emserras, em furadeiras, em prensas;

– os sistemas de isolamento de operaçõesruidosas;

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– os exaustores de poeiras, vapores e ga-ses nocivos;

– os dispositivos de proteção em escadas,em corredores, em guindastes, em es-teiras transportadoras.

Estes são exemplos de proteção coletivaque devem ser reparados sempre que apresen-tarem uma deficiência qualquer.

A observação dos equipamentos de segu-rança, sejam individuais ou coletivos, têmgrande importância nas inspeções de seguran-ça. A eficiência desses equipamentos é com-provada pela experiência e, se obedecidas àsregras de uso, a maior parte dos acidentes ousuas conseqüências estarão sendo evitadas.

Importante!Sempre que for possível, devem ser eli-minados ou controlados os riscos de aci-dentes na origem, utilizando Equipamen-tos de Proteção Coletiva – EPC.

Exemplos de EPCAnteparos rígidos, em sistema de guarda -

corpo e rodapé, onde houver risco de queda;guardas de proteção de máquinas e equipamen-tos; balaustres, corrimãos, placas de aviso,exaustores; ventiladores; extintores; guarda-corpos mangueiras e hidrantes; etc.

Utilização dos Equipamentos de Uso ColetivoUm bom exemplo de uso de proteção co-

letiva é a ventilação por exaustão de ar. Estetipo de ventilação visa à retirada do poluentedo meio logo após o seu desprendimento, paraevitar assim que o mesmo chegue a ser aspira-do pelos trabalhadores. Com isso, evita-se ouso de proteção respiratória.

Manutenção, Higiene e Cuidados na Utilização dosEquipamentos de Uso Individual e Coletivo

Os itens descritos a seguir fazem parte dalegislação, que diz que:

– o empregador é responsável pela higie-nização, manutenção, fornecimentogratuito, treinamento e supervisão douso correto do EPI;

– o empregado é responsável pela guar-da e conservação do EPI, pelo seu usocorreto e que lhe cabe informar quan-do estiver danificado;

– o empregado é passível de punição,caso não cumpra as determinações desegurança estabelecidas pela empresa.

Importante!O EPI deve ser mantido sempre em bomestado de uso. Como o próprio nome jádiz, ele é de uso individual caso tenha queser usado por outro usuário, o equipamentodeve ser limpo, desinfetado e, eventual-mente, descontaminado. A SMS possuipessoal habilitado e condições de execu-tar a manutenção e higienização dos EPI.Os Equipamentos de Proteção Coletiva

também requerem manutenção periódica. Cabea empresa garantir a conservação e o bom fun-cionamento dos EPC.

1.6 Alguns Cuidados na Utilização dosEquipamentos de Proteção Individual – EPIEquipamento: Capacete

– Usar a aba voltada para a frente, a fimde proteger o rosto.

– Mantê-lo ajustado firmemente à cabe-ça, regulando a suspensão interna (car-neira).

– Substituir a peça interna de sustenta-ção, a carneira, e ajuste, no caso de da-nos, cortes parciais e totais, perdas deregulagem, etc.

– Substitui-lo, no caso de rachaduras nocasco.

– Manter o capacete limpo de manchasde óleo ou de qualquer outro produtoquímico. Para limpeza, usar água cor-rente a 60oC e sabão neutro. Nunca uti-lize na limpeza qualquer produto quí-mico.

Equipamento: Óculos de Segurança contra impac-to de partículas sólidas

– Regular as hastes de modo a obter umajuste adequado no rosto.

– Ajustar as conchas laterais de modo aevitar a penetração de partículas.

– Não é recomendado o seu uso em am-bientes com poeira em suspensão.

– Não é recomendado para proteger con-tra partículas líquidas.

Equipamento: Óculos de Segurança ampla visãocontra partículas líquidas

– Ajustar a tira elástica de modo a con-seguir adequada vedação sobre o ros-to. Substituir os óculos quando não formais possível conseguir vedação.

– Manter sempre à mão um pano limpopara a limpeza e desembaçamento daslentes.

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Segurança Industrial– Se o modelo tiver dispositivos para exa-

lação, mantê-los permanentemente lim-pos e desobstruídos.

– Caso as lentes estejam arranhadas, pro-videnciar a sua substituição.

– Deverão ser guardados em local fecha-do e protegido, para evitar contamina-ção e sujeira nas lentes.

Equipamento: Protetor Facial com visor de plásti-co transparente

– Manter a coroa, ou seja, o dispositivode fixação, ajustada à cabeça, a fim deconseguir boa fixação.

– Substituir o protetor no caso de danosno visor ou na coroa.

– Remover manchas de óleo no visor, uti-lizando água morna e sabão neutro. Nãouse nenhum produto químico.

Equipamento: Abafador de ruído– Mantê-lo permanentemente limpo,

guardá-lo em local livre de poeira e deoutros contaminantes do ar.

– Abrir o arco apenas o suficiente paraencaixá-lo sobre as orelhas a fim de nãoquebrá-lo.

– Ajuste a concha para a posição onde émenor o nível de ruído percebido.

– Quando as esponjas de selagem, loca-lizadas internamente nas conchas, sedanificarem ou sujarem, substituir o parde conchas.

Equipamento: Roupa resistente a produtos quími-cos – PVC

– Substituir a roupa quando estiver comrasgos, furos, etc.

– Após utilização, lavar o equipamentocom água em abundância e sabão neutro.

– Concluída a lavagem, secar bem.

Equipamento: Luvas resistentes a abrasivos – Mantê-las limpas de óleo e permanen-

temente secas. – Substituí-las no caso de danos. – Não tocar em superfícies aquecidas

com temperaturas superiores a 65oC.

Equipamento: Luvas resistentes a produtos químicos– Não segure objetos nem permita o con-

tato com líquidos cuja temperatura sejasuperior a 65oC.

– Não utilize as luvas para trabalhos emcircuitos elétricos energizados.

– Mantenha as luvas sempre limpas,usando água morna e sabão neutro,mantendo-as sempre secas.

– Atenção na hora de calçá-las e retirá-las da mão.

LembreteA roupa, após o seu uso, poderá conter

resíduos de produtos químicos.

Equipamento: Luvas resistentes à alta voltagem – Verificar a voltagem segura de traba-

lho por meio de faixas coloridas nopunho que identificam a voltagem e oRegistro de Inspeção;

– Fazer também uma inspeção visual eteste com ar comprimido na luva, an-tes do uso, para detectar possíveis cor-tes ou furos;

– Usar uma luva de pelica ou couro deporco sobre a luva de borracha paraproteger esta de algum corte ou furo.

Equipamento: Botas resistentes a produtos químicos– Mantê-las limpas, lavando-as com água

e sabão neutro. – No caso de ressecamento, rachadura ou

qualquer outro dano, providenciar aimediata substituição.

Equipamento: Máscara contra poeiras – Seu uso é proibido em ambientes onde

há deficiência de oxigênio. – Não oferece proteção contra gases, va-

pores ou partículas líquidas. – Deve ser substituída, diariamente ou

imediatamente, quando houver dificul-dades de respiração.

Equipamento: Máscara com filtros químicos– Usar somente o filtro indicado para a pro-

teção do(s) contaminante(s) presente(s). – Seu uso é proibido em ambientes onde

há deficiência de oxigênio. – Após o uso, devem ser higienizadas.– A máscara deve ser guardada em reci-

piente fechado, seco e limpo e abriga-do da luz.

– Quando o filtro não estiver em uso,deve permanecer vedado.

– Deve-se manter um registro de uso dosfiltros, com o objetivo de providenciara sua substituição aos primeiros sinaisde saturação.

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Atençao!Um equipamento apesar de ser capaz deoferecer 100% proteção mas que não éusado, não oferece proteção alguma.

Lista de verificação para consulta, casonecessário utilizar equipamentos de proteçãoindividual.

1. Existe na sua área sinalização para ouso obrigatório de EPI?

2. Em todas as atividades, estão sendousadas roupas de trabalho adequadas eresistentes?

3. Durante as atividades onde existe peri-go para os olhos estão sendo usadosóculos protetores de ampla visão e pro-tetores faciais?

4. Em áreas de trabalho com ruído muitoalto, são usados sempre, equipamentosadequados para proteção dos ouvidos?

5. Em todos os lugares sujeitos à ocorrên-cia de vapores, gases ou espécies de pónocivos à saúde, dispõe-se dos equipa-mentos específicos de proteção respi-ratória? Estão sendo usados correta-mente?

6. Para atividades com risco de queda, dis-põe-se de cintos e cordas de seguran-ça? Estão sendo usados freqüentemente?

7. Para manuseio de substâncias perigo-sas, dispõe-se dos equipamentos pro-tetores pessoais necessários (por ócu-los protetores contra ácidos, macacõesde PVC ou aventais e botas de borracha)?Estão sendo usados corretamente?

8. Os equipamentos de proteção – capa-cetes, óculos de segurança, etc. – sãousados também pelas chefias e pelosencarregados da supervisão?

9. Todos os equipamentos de proteçãopessoal existentes na minha Unidadesão controlados quanto ao seu estado?

10. São submetidos a uma manutenção re-gular?

11. Os equipamentos de proteção de usoindividual estão guardados em localpróprio?

12. Empreiteiros e visitantes também re-cebem todos os equipamentos de pro-teção individual necessários?

1.7 Inspeção PlanejadaA Inspeção Planejada tem como objetivo

garantir que os pontos importantes da empre-sa sejam sempre vistos pelos seus responsá-veis, principalmente por aqueles que tenhamuma visão crítica. A melhor maneira de se reali-zar uma inspeção é basear-se numa lista deverificações, ou seja, um check-list, cujo con-teúdo e periodicidade devem ser discutidosentre os empregados e o supervisor.

A inspeção planejada envolve o examesistemático das instalações, equipamentos, fer-ramentas, materiais e sua utilização pelos em-pregados, com o objetivo de identificar qual-quer condição abaixo do padrão. A inspeçãoplanejada está muito dirigida à identificaçãodos riscos na etapa pré-acidente, ou seja, an-tes do acidente. A inspeção deve estar dirigidapara qualquer componente de uma máquina,equipamento ou sistema, cuja falha possa cau-sar uma lesão ou doença grave, danos signifi-cativos ao patrimônio, ou interromper o pro-cesso produtivo.

A verificação dos equipamentos antes deserem operados é uma forma de identificarpartes com defeito em equipamentos comoempilhadeiras, guindastes, pontes rolantes, etc.Isto significa, simplesmente, que o equipamen-to deve ser normalmente revisado antes do iní-cio do trabalho, ou antes de ser usado por umoperador.

As inspeções planejadas não são apenasuma parte importante do Programa de Segu-rança, mas também um treinamento potencialpara garantir o cumprimento dos requisitoslegais, melhorar o moral dos funcionários eaumentar a eficiência do trabalho.

Apresenta-se, a seguir, um exemplo de umalista de verificação – check-list, com o que sepode perguntar:

– As partes móveis expostas das máqui-nas estão protegidas?

– A disposição do equipamento ajuda auma operação segura?

– Os gumes afiados de corte estão ade-quadamente protegidos?

– A exposição dos trabalhadores ao ruí-do já foi monitorada?

– Os sinais de AVISO, se necessários, es-tão adequados e no número apropriado?

– Os extintores de incêndio estão sinali-zados e seus acessos desimpedidos?

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Segurança Industrial1.7.1 A Importância da Inspeção PlanejadaInspeção de segurança

Todos os componentes da CIPA – Comis-são Interna de Prevenção de Acidentes, prin-cipalmente os que atuam nas subcomissões deinspeção de segurança, sabem que as inspe-ções têm um papel fundamental no sucessocontra os acidentes. É importante, então, apli-car, ao máximo, princípios de validade queestejam a nosso alcance.

Observem esta história, de imenso valorpara a prevenção.

A caixinha pretaConta-se que há muitos anos, aqui mes-

mo em nossa região, vivia um velho e sábiohomem, dono de uma grande fazenda, commuitos cavalos, milhares de cabeças de gado,infindáveis plantações dos mais ricos grãos ena qual trabalhava muita gente. Era a fazendamais famosa da região.

E, assim foi por muito tempo, até que, poruma razão misteriosa, tudo começou a min-guar; os cavalos começaram a adoecer, o gadojá não forneciam carne e leite com a mesmaqualidade, muitas deles morreram e as planta-ções secavam devido as pragas que apareceram.

Nosso fazendeiro, cada vez mais preocu-pado, fez de tudo que tinha ao seu alcance parareverter a situação, contratou especialistas,mudou pessoas chaves, deu treinamentos, po-rém sem sucesso.

Uma tarde, com o sol já entrando, o velhofazendeiro estava sentado na varanda de suacasa, meditando sobre o que estava acontecen-do. Logo teria que reconhecer o fracasso e afalência. Um peso enorme sentia sobre seupeito. O que seria de sua vida?

Voltou à realidade quando escutou alguémo chamando da estrada, que ficava próxima.

– Boa noite meu senhor, disse o homem,mais velho que o fazendeiro.

– Sou um peregrino que viaja pelos cami-nhos do Senhor, procurando sua Sabedoria.Estou com um pouco de fome e, respeitosa-mente, lhe peço um pedaço de pão para conti-nuar meu caminho.

Comovido e como já estava na hora dojantar, convidou-o para acompanhá-lo (“assimposso conversar com alguém e ter um poucode companhia”), pensou.

Durante a refeição o homem contou algu-mas histórias e das pessoas e lugares que co-nhecia na sua peregrinação. De repente mu-dou de conversa:

– Meu senhor, disse. Percebo uma grandepreocupação no seu semblante, será que podeme contar?

– Assim é, meu caro amigo, suspirou ofazendeiro. Até pouco tempo atrás, a minhafazenda era a mais próspera da região, os re-banhos cresciam e multiplicavam-se. As plan-tações me devolviam muitas vezes os investi-mentos realizados, e de um tempo para cá tudocomeçou a desmoronar. Tento e tento, mas nãoconsigo reverter a situação, não descubro qualo problema nem o que posso fazer.

A conversa sobre este assunto entrou atéaltas horas da noite.

– Já é muito tarde para você seguir seucaminho, disse o fazendeiro.

– Tenho um quarto de hóspedes onde podedescansar esta noite. O convite foi aceito.

Na manhã seguinte o fazendeiro acordoucedo, o quarto onde ficara seu convidado jáestava vazio e arrumado. Sobre a cama obser-vou uma nota junto a uma caixinha preta. Cu-rioso, pegou ambos e abriu o papel dobrado.

“Prezado Amigo:Muito agradeço seu grande coração que

me acolheu deforma muito superior à que es-perava. Para demonstrar o meu reconheci-mento estou lhe deixando esta Caixinha Pretaque possui uma aureóla mágica. Se você pes-soalmente pegar esta caixinha preta e a levartodos os dias por todos os cantos e recantosde sua fazenda, conversar com os trabalha-dores, que encontrar, a auréola mágica dacaixinha, tenho certeza, vai modificar a situa-ção negativa que está vivendo.

Uma condição, porém, deve cumprir, nun-ca, mas nunca tente abrir para ver o interiorda caixinha preta, a mágica seria perdida parasempre.

Senhor o guarde.Peregrino”

Nosso fazendeiro, no seu desespero e pormais louca que lhe parecesse a idéia, compro-meteu-se a atender esta sugestão. A partir dessedia, levantando bem cedo, começou a visitarsua fazenda, levando consigo a caixinha pre-ta. Pouco tempo depois e com grande surpre-sa e fé renovada, a situação começou a mudar.Os rebanhos lentamente se recuperavam, asplantações esverdeavam, começando a dar seusfrutos. O tempo passou e o velho viu sua fa-zenda recuperar-se várias vezes, voltando a sera admiração da região.

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Uma tarde, com o sol já entrando, o velhofazendeiro estava sentado na sua varanda, destavez planejando os investimentos e os novosprojetos para sua fazenda.

De repente foi trazido à realidade ao ou-vir um chamado desde a estrada. Era nossoperegrino. Muito feliz em revê-lo, convidou-o a entrar e mandou preparar o melhor jantarque pôde.

Durante a conversa contou, com entusias-mo, as maravilhas que a caixinha preta haviafeito na fazenda e do agradecido que estavapela dádiva entregue por ele.

– Realmente, a caixinha preta é miraculo-sa, comentou.

– Durante todos estes anos fiz exatamenteo que me recomendou. Saía cedo todos os diaspara percorrer a fazenda, todos seus cantos, etudo mudou. Agora, estou com uma fazendadez vezes mais rica e tudo está indo como nun-ca foi.

– Mas diga-me uma coisa que me deixacurioso até agora, o que esta caixinha preta temno seu interior?

O peregrino, como resposta, pegou a cai-xinha preta e cuidadosamente levantou a tam-pa, mostrando para o fazendeiro:

– Não tem nada!– Realmente, explicou o peregrino.– Na verdade, o milagre da caixinha preta

tem sido o fato de você ter visitado todos oslugares de sua fazenda, de ter visto com seusolhos todos seus recantos, conversado com aspessoas, tomando conhecimento das coisas,vivenciando os problemas e tomando oportu-namente as providências. Isto é o que na reali-dade você fez o tempo todo e por acaso, por-tando uma caixinha preta.

A Inspeção de Segurança consiste na ob-servação cuidadosa dos ambientes de trabalho,com o fim de descobrir, identificar riscos quepoderão transformar-se em causa de acidentesdo trabalho e também com o objetivo práticode tomar ou propor medidas que impeçam asituação desses riscos.

A Inspeção de Segurança é, portanto, tipi-camente preventiva. Ela se antecipa aos pos-síveis acidentes. Este é o seu objetivo imedia-to e mais importante

Mas, as Inspeções de Segurança, quandorepetidas, alcançam outros resultados: favore-cem a formação e o fortalecimento do espíritoprevencionista que os empregados precisam ter,servem de exemplo para que os próprios traba-lhadores exercem, em seus serviços, controles de

segurança, proporcionam uma cooperaçãomais profunda entre os serviços especializadose CIPA e os diversos setores da empresa, dãoaos empregados a certeza de que a direção daempresa e o poder público (no caso de inspe-ções oficiais) têm interesse na segurança dotrabalho, produzem efeitos psicológicos posi-tivos que estimulam a colaboração de todos.

Geralmente, as pessoas só se preocupamcom as causas, depois que alguma coisa acon-teceu, ou depois que se estabeleceu um pro-blema. Na prevenção de acidentes, deve ha-ver uma preocupação com as causas, tantoantes como depois que os acidentes ocorreram.

É tão importante para os supervisores es-tarem preocupados com o que pode causarcomo o que causou o acidente.

Existem quatro princípios relacionadoscom a identificação de causas potenciais:

1. detectar, prontamente, as condições in-seguras;

2. identificar suas causas originais;3. detectar, prontamente, as práticas inse-

guras;4. identificar suas causas de fator pessoal.

Conceito e TipoA Inspeção de Segurança permite detec-

tar riscos de acidentes possibilitando a implan-tação de medidas preventivas.

A inspeção pode ser:– Geral – envolve todos os setores da

empresa em todos os problemas relati-vos à segurança.

– Parcial – quando é feita em alguns se-tores da empresa ou em certos tipos detrabalho ou em certos equipamentos ouem certas máquinas.

– De rotina – traduz-se pela preocupa-ção constante de todos os trabalhado-res, do pessoal de mantenção, dosmembros da CIPA e dos setores de se-gurança.

– Eventual – é a inspeção realizada semdia ou período estabelecido e com o en-volvimento do pessoal técnico da área.

– Periódica – inspeção efetuada em in-tervalos regulares programadas previa-mente e visam apontar riscos previstoscomo: desgastes, fadigas, super-esfor-ços e exposição a certas agressivida-des do ambiente a que estão submeti-dos pessoas, máquinas, ferramentas einstalações.

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Segurança Industrial– Oficial – é a inspeção efetuada pelos

órgãos governamentais do trabalho ousecuritários. Para este caso, é muito im-portante que os serviços de segurançamantenham controle de tudo o queocorre e do andamento de tudo o queestiver pendente e que estejam em con-dições de atender e informar devida-mente à fiscalização.

– Especial – é a que requer conhecimen-tos e/ou aparelhos especializados. In-clui-se aqui a inspeção de caldeiras, ele-vadores, medição de nível de ruídos,de iluminação, etc.

– Planejada – este tipo de inspeção é pro-posital e rigorosa. Os itens a serem ins-pecionados devem ser previamente re-lacionados e ter indicado com quefrequência cada um deles deve ser ins-pecionado. Uma inspeção desta natu-reza é sistemática. Não deixa as coisasao acaso.

1.7.2 Levantamento dos riscos de acidentesUma inspeção de segurança, para que seja

corretamente realizada, deve ser desenvolvi-da em cinco fases:

– Observação – tanto dos atos como dascondições inseguras.

– Informação – a irregularidade deve serdiscutida na hora para que a solução doproblema ocorra antes de qualquerocorrência desagradável.

– Registro – os itens levantados na ins-peção devem ser registrados em formu-lário próprio, para que fique claro o quefoi observado, em que local e as reco-mendações e sugestões.

– Envio os pedidos e recomendações pro-venientes da inspeção devem ser enca-minhados aos setores e/ou pessoas en-volvidas, seguindo os procedimentospróprios da empresa.

– Acompanhamento – não se pode per-der de vista qualquer proposta ou su-gestão para resolver problemas de se-gurança. Durante todo o tempo, até asua solução.

1.7.3 Relatório de InspeçãoToda inspeção implica na emissão de um

Relatório de Inspeção, que embora não tenhaum modelo próprio, deve ser minuciosamenteelaborado.

As inspeções de Segurança, como já men-cionado, basicamente, destinam-se a fazer le-vantamento dos riscos, a descobrir problemasque deverão ser solucionados. Operadores demáquinas, supervisores de produção, membrosda CIPA, membros dos Serviços Especializa-dos em Segurança e Higiene do Trabalho po-dem ser os Agentes das inspeções.

Descobertos os riscos potenciais, isto é,que poderão tornar-se causas de acidentes, oAgente da inspeção ou os Agentes, quando setratar de um grupo de pessoas, devem fazerrelatório pormenorizado, que será estudadopelos técnicos em segurança e pela direção daempresa (quando for o caso) para que sejamtomadas as medidas preventivas pelos própriostécnicos ou por setores de Engenharia e Manu-tenção.

Os relatórios devem apontar, com clare-za, o tipo de risco a ser corrigido. As vezes,essa correção pode ser feita durante a própriainspeção. Riscos que podem causar, de imedia-to, certos acidentes devem ter recomendaçõesde solução sem qualquer espera. O relatório éuma das etapas mencionadas no ciclo completodas Inspeções de Segurança. Nenhum relató-rio deve ser arquivado enquanto não tiver sidodada solução ao problema levantado. Ossupervisores de produção devem recorrer aoschefes imediatos, aos gerentes e, em seguidaaos Serviços Especializados e a CIPA, quan-do for o caso.

Da inspeção de Segurança pode resultar anecessidade de um estudo mais aprofundadode determinada operação. Trata-se da Análisede Risco e, para realizá-la, o interessado devedecompor, separar as fases de operação paraverificação cuidadosa dos riscos que estão pre-sentes em cada fase.

Com três perguntas básicas é possível de-compor uma operação para verificar riscos in-dividualizados:1. O que é feito?

Deve ser feito isso que está sendo observa-do ou existe algum risco que sugere alteração?2. Como é feito?

A técnica desenvolvida é correta? Contémriscos que podem ser eliminados com peque-nas alterações?3. Por que é feito?

O objetivo da atividade será alcançadocorretamente e em segurança? Quando são eli-minados os riscos, o “por que é feito?” Justifi-cará, de modo lógico, tudo o que é feito.

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Itens similares podem ser preparados paralevantar outros problemas julgados de impor-tância na seção, tais como:

– rampas, escadas e parapeitos;– iluminação;– ventilação;– gases, vapores e poeiras;– canalização, válvulas e outros;– equipamento móvel;– ferramentas;– inflamáveis;– equipamento de combate a incêndio;– ordem, arrumação e limpeza;– equipamento de proteção individual;– corredores;– transporte de materiais;– proteções de máquinas e equipamentos;– armazenamento de materiais;– equipamentos de transportes;– instalações elétricas;– sinalização de segurança;– instalações sanitárias;– vazamentos de água, óleo, etc.;– obediência aos procedimentos de segu-

rança e saúde;– aspectos ergonômicos;– temperaturas.A presença do representante da CIPA nas

Inspeções de Segurança é sempre recomendá-vel, pois a assimilação de conhecimentos cadavez mais amplos – sobre as questões de segu-rança e saúde ocupacional – vai tornar maisprodutivo e mais complexo o trabalho educa-tivo que a comissão desenvolve.

Texto “A CIPA – Comissão interna de prevençãode acidentes”

Uma equipe de apoio das ações de elimi-nação de risco e, portanto, de redução de aci-dentes, é a Comissão Interna de Prevenção deAcidentes – CIPA.

A CIPA foi criada, oficialmente, pelo De-creto-lei número 7036, de 10 de novembro de1944, sem título definido. A obrigação parainstalação das comissões nas fábricas só en-trou em vigor em 19 de junho de 1945, porinstrução da Portaria número 229 do entãoDepartamento Nacional do Trabalho.

Desde os primórdios a CIPA propõe-se aexecutar tarefas, através de representantes dostrabalhadores e do empregador, com o "objeti-vo de observar e relatar condições de risco nosambientes de trabalho e solicitar medidas parareduzir até eliminar os riscos existentes e/ouneutralizar os mesmos..." (conforme redação

dada pela Portaria número 33 de 27 de outu-bro de 1983, que alterou a redação da NR-5,norma essa que regulamenta as atividades daCIPA).

1.8 NR-5 – Comissão interna de prevençãode acidentes – CIPA1.8.1 Do objetivo5.1 – A Comissão Interna de Prevenção deAcidentes – CIPA – tem como objetivo a pre-venção de acidentes e doenças decorrentes dotrabalho, de modo a tornar compatível perma-nentemente o trabalho com a preservação davida e a promoção da saúde do trabalhador.

1.8.2 Da constituição5.2 – Devem constituir CIPA, por estabeleci-mento, e mantê-la em regular funcionamentoas empresas privadas, públicas, sociedades deeconomia mista, órgãos da administração di-reta e indireta, instituições beneficentes, asso-ciações recreativas, cooperativas, bem comooutras instituições que admitam trabalhadorescomo empregados.5.3 – As disposições contidas nesta NR apli-cam-se, no que couber, aos trabalhadores avul-sos e às entidades que lhes tomem serviços,observadas as disposições estabelecidas emNormas Regulamentadoras de setores econô-micos específicos.5.4 – A empresa que possuir em um mesmomunicípio dois ou mais estabelecimentos, de-verá garantir a integração das CIPA e dos de-signados, conforme o caso, com o objetivo deharmonizar as políticas de segurança e saúdeno trabalho.5.5 – As empresas instaladas em centro co-mercial ou industrial estabelecerão, através demembros de CIPA ou designados, mecanismosde integração com objetivo de promover odesenvolvimento de ações de prevenção de aci-dentes e doenças decorrentes do ambiente e ins-talações de uso coletivo, podendo contar com aparticipação da administração do mesmo.

1.8.3 Da organização5.6 – A CIPA será composta de representantesdo empregador e dos empregados, de acordocom o dimensionamento previsto no Quadro Idesta NR, ressalvadas as alterações discipli-nadas em atos normativos para setores econô-micos específicos.5.6.1 – Os representantes dos empregadores,titulares e suplentes serão por eles designados.

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Segurança Industrial5.6.2 – Os representantes dos empregados, ti-tulares e suplentes, serão eleitos em escrutí-nio secreto, do qual participem, independen-temente de filiação sindical, exclusivamenteos empregados interessados.5.6.3 – O número de membros titulares e su-plentes da CIPA, considerando a ordem decres-cente de votos recebidos, observará o dimen-sionamento previsto no Quadro I desta NR,ressalvadas as alterações disciplinadas em atosnormativos de setores econômicos específicos.5.6.4 – Quando o estabelecimento não se en-quadrar no Quadro I, a empresa designará umresponsável pelo cumprimento dos objetivosdesta NR, podendo ser adotados mecanismosde participação dos empregados, através denegociação coletiva.5.7 – O mandato dos membros eleitos da CIPAterá a duração de um ano, permitida uma ree-leição.5.8 – É vedada a dispensa arbitrária ou semjusta causa do empregado eleito para cargo dedireção de Comissões Internas de Prevençãode Acidentes desde o registro de sua candida-tura até um ano após o final de seu mandato.5.9 – Serão garantidas aos membros da CIPAcondições que não descaracterizem suas ati-vidades normais na empresa, sendo vedada atransferência para outro estabelecimento sema sua anuência, ressalvado o disposto nos pa-rágrafos primeiro e segundo do art. 469, daCLT.5.10 – O empregador deverá garantir que seusindicados tenham a representação necessáriapara a discussão e encaminhamento das solu-ções de questões de segurança e saúde no tra-balho analisadas na CIPA.5.11 – O empregador designará entre seus re-presentantes o Presidente da CIPA, e os repre-sentantes dos empregados escolherão entre ostitulares o vice-presidente.5.12 – Os membros da CIPA, eleitos e desig-nados serão empossados no primeiro dia útilapós o término do mandato anterior.5.13 – Será indicado, de comum acordo comos membros da CIPA, um secretário e seu subs-tituto, entre os componentes ou não da comis-são, sendo neste caso necessária a concordân-cia do empregador.5.14 – Empossados os membros da CIPA, aempresa deverá protocolizar, em até dez dias,na unidade descentralizada do Ministério doTrabalho, cópias das atas de eleição e de pos-se e o calendário anual das reuniões ordinárias.

5.15 – Protocolizada na unidade descentrali-zada do Ministério do Trabalho e Emprego, aCIPA não poderá ter seu número de represen-tantes reduzido, bem como não poderá serdesativada pelo empregador, antes do términodo mandato de seus membros, ainda que hajaredução do número de empregados da empre-sa, exceto no caso de encerramento das ativi-dades do estabelecimento.

1.8.4 Das atribuições5.16 – A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de tra-balho, e elaborar o mapa de riscos, coma participação do maior número detrabalhadores, com assessoria do SESMT,onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibili-te a ação preventiva na solução de pro-blemas de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do con-trole da qualidade das medidas de pre-venção necessárias, bem como da ava-liação das prioridades de ação nos lo-cais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificaçõesnos ambientes e condições de trabalho,visando à identificação de situações quevenham a trazer riscos para a seguran-ça e saúde dos trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação documprimento das metas fixadas em seuplano de trabalho e discutir as situaçõesde risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informaçõesrelativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde hou-ver, das discussões promovidas peloempregador, para avaliar os impactosde alterações no ambiente e processode trabalho relacionados à segurança esaúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ouao empregador, a paralisação de máqui-na ou setor onde considere haver riscograve e iminente à segurança e saúdedos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e imple-mentação do PCMSO e PPRA e deoutros programas relacionados à segu-rança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimentodas Normas Regulamentadoras, bemcomo cláusulas de acordos e conven-ções coletivas de trabalho, relativas àsegurança e saúde no trabalho;

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l) participar, em conjunto com o SESMT,onde houver, ou com o empregador daanálise das causas das doenças e aci-dentes de trabalho e propor medidas desolução dos problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar asinformações sobre questões que tenhaminterferido na segurança e saúde dos tra-balhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CATemitidas;

o) promover, anualmente, em conjuntocom o SESMT, onde houver, a Sema-na Interna de Prevenção de Acidentesdo Trabalho – SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjuntocom a empresa, de Campanhas de Pre-venção da AIDS.

5.17 – Cabe ao empregador proporcionar aosmembros da CIPA os meios necessários aodesempenho de suas atribuições, garantindotempo suficiente para a realização das tarefasconstantes do plano de trabalho.5.18 – Cabe aos empregados:

a) participar da eleição de seus represen-tantes;

b) colaborar com a gestão da CIPA;c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao em-

pregador situações de riscos e apresen-tar sugestões para melhoria das condi-ções de trabalho;

d) observar e aplicar no ambiente de tra-balho as recomendações quanto a pre-venção de acidentes e doenças decor-rentes do trabalho.

5.19 – Cabe ao Presidente da CIPA:a) convocar os membros para as reuniões

da CIPA;b) coordenar as reuniões da CIPA, enca-

minhando ao empregador e ao SESMT,quando houver, as decisões da comissão;

c) manter o empregador informado sobreos trabalhos da CIPA;

d) coordenar e supervisionar as atividadesde secretaria;

e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;5.20 – Cabe ao Vice-Presidente:

a) executar atribuições que lhe forem de-legadas;

b) substituir o Presidente nos seus impe-dimentos eventuais ou nos seus afasta-mentos temporários;

5.21 – O Presidente e o Vice-Presidente daCIPA, em conjunto, terão as seguintes atri-buições:

a) cuidar para que a CIPA disponha decondições necessárias para o desenvol-vimento de seus trabalhos;

b) coordenar e supervisionar as atividadesda CIPA, zelando para que os objeti-vos propostos sejam alcançados;

c) delegar atribuições aos membros daCIPA;

d) promover o relacionamento da CIPAcom o SESMT, quando houver;

e) divulgar as decisões da CIPA a todosos trabalhadores do estabelecimento;

f) encaminhar os pedidos de reconside-ração das decisões da CIPA;

g) constituir a comissão eleitoral.5.22 – O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a. acompanhar as reuniões da CIPA, e re-digir as atas, apresentando-as para apro-vação e assinatura dos membros pre-sentes;

b) preparar as correspondências; ec) outras que lhe forem conferidas.

1.8.5 Do funcionamento5.23 – A CIPA terá reuniões ordinárias men-sais, de acordo com o calendário preestabele-cido.5.24 – As reuniões ordinárias da CIPA serãorealizadas durante o expediente normal daempresa e em local apropriado.5.25 – As reuniões da CIPA terão atas assina-das pelos presentes com encaminhamento decópias para todos os membros.5.26 – As atas ficarão no estabelecimento àdisposição dos Agentes da Inspeção do Tra-balho – AIT.5.27 – Reuniões extraordinárias deverão serrealizadas quando:

a) houver denúncia de situação de riscograve e iminente que determine aplica-ção de medidas corretivas de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave oufatal;

c) houver solicitação expressa de uma dasrepresentações.

5.28 – As decisões da CIPA serão, preferencial-mente, por consenso.5.28.1 – Não havendo consenso, e frustradasas tentativas de negociação direta ou com me-diação, será instalado processo de votação,registrando-se a ocorrência na ata da reunião.5.29 – Das decisões da CIPA caberá pedido dereconsideração, mediante requerimento justi-ficado.

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Segurança Industrial5.29.1 – O pedido de reconsideração será apre-sentado à CIPA até a próxima reunião ordiná-ria, quando será analisado, devendo o Presi-dente e o Vice-Presidente efetivar os encami-nhamentos necessários.5.30 – O membro titular perderá o mandato,sendo substituído por suplente, quando faltara mais de quatro reuniões ordinárias sem jus-tificativa.5.31 – A vacância definitiva de cargo, ocorri-da durante o mandato, será suprida por suplen-te, obedecida à ordem de colocação decrescen-te registrada na ata de eleição, devendo o em-pregador comunicar à unidade descentraliza-da do Ministério do Trabalho e Emprego asalterações e justificar os motivos.5.31.1 – No caso de afastamento definitivo dopresidente, o empregador indicará o substitu-to, em dois dias úteis, preferencialmente, en-tre os membros da CIPA.5.31.2 – No caso de afastamento definitivo doVice-Presidente, os membros titulares da repre-sentação dos empregados, escolherão o substi-tuto, entre seus titulares, em dois dias úteis.

1.8.6 Do treinamento5.32 – A empresa deverá promover treinamen-to para os membros da CIPA, titulares e su-plentes, antes da posse.5.32.1 – O treinamento de CIPA em primeiromandato será realizado no prazo máximo detrinta dias, contados a partir da data da posse.5.32.2 – As empresas, que não se enquadremno Quadro I, promoverão, anualmente, treina-mento para o designado responsável pelo cum-primento do objetivo desta NR.5.33 – O treinamento para a CIPA deverá con-templar, no mínimo, os seguintes itens:

a) estudo do ambiente, das condições detrabalho, bem como dos riscos origi-nados do processo produtivo;

b) metodologia de investigação e análisede acidentes e doenças do trabalho;

c) noções sobre acidentes e doenças dotrabalho decorrentes de exposição aosriscos existentes na empresa;

d) noções sobre a Síndrome da Imunode-ficiência Adquirida – AIDS, e medidasde prevenção;

e) noções sobre as legislações trabalhistae previdenciária relativas à segurançae saúde no trabalho;

f) princípios gerais de higiene do traba-lho e de medidas de controle dos riscos;

g) organização da CIPA e outros assuntosnecessários ao exercício das atribuiçõesda Comissão.

5.34 – O treinamento terá carga horária de vintehoras, distribuídas em no máximo oito horasdiárias e será realizado durante o expedientenormal da empresa.5.35 – O treinamento poderá ser ministradopelo SESMT da empresa, entidade patronal,entidade de trabalhadores ou por profissionalque possua conhecimentos sobre os temasministrados.5.36 – A CIPA será ouvida sobre o treinamen-to a ser realizado, inclusive quanto à entidadeou profissional que o ministrará, constando suamanifestação em ata, cabendo à empresa es-colher a entidade ou profissional que minis-trará o treinamento.5.37 – Quando comprovada a não observân-cia ao disposto nos itens relacionados ao trei-namento, a unidade descentralizada do Minis-tério do Trabalho e Emprego, determinará acomplementação ou a realização de outro, queserá efetuado no prazo máximo de trinta dias,contados da data de ciência da empresa sobrea decisão.

1.8.7 Do processo eleitoral5.38 – Compete ao empregador convocar elei-ções para escolha dos representantes dos em-pregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (ses-senta) dias antes do término do mandato emcurso.5.38.1 – A empresa estabelecerá mecanismospara comunicar o início do processo eleitoralao sindicato da categoria profissional.5.39 – O Presidente e o Vice-Presidente daCIPA constituirão dentre seus membros, noprazo mínimo de 55 (cinqüenta e cinco) diasantes do término do mandato em curso, a Co-missão Eleitoral – CE, que será a responsávelpela organização e acompanhamento do pro-cesso eleitoral.5.39.1 – Nos estabelecimentos onde não hou-ver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituí-da pela empresa.5.40 – O processo eleitoral observará as se-guintes condições:

a) publicação e divulgação de edital, emlocais de fácil acesso e visualização, no

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5.43 – Assumirão a condição de membros titu-lares e suplentes, os candidatos mais votados.5.44 – Em caso de empate, assumirá aqueleque tiver maior tempo de serviço no estabele-cimento.5.45 – Os candidatos votados e não eleitos se-rão relacionados na ata de eleição e apuração,em ordem decrescente de votos, possibilitan-do nomeação posterior, em caso de vacânciade suplentes.

1.8.8 Das contratantes e contratadas5.46 – Quando se tratar de empreiteiras ouempresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação destaNR, o local em que seus empregados estive-rem exercendo suas atividades.

5.47 – Sempre que duas ou mais empresas atua-rem em um mesmo estabelecimento, a CIPAou designado da empresa contratante deverá,em conjunto com as das contratadas ou comos designados, definir mecanismos de integra-ção e de participação de todos os trabalhado-res em relação às decisões das CIPA existen-tes no estabelecimento.

5.48 – A contratante e as contratadas, que atuemnum mesmo estabelecimento, deverão imple-mentar, de forma integrada, medidas de pre-venção de acidentes e doenças do trabalho,decorrentes da presente NR, de forma a ga-rantir o mesmo nível de proteção em matériade segurança e saúde a todos os trabalhadoresdo estabelecimento.

5.49 – A empresa contratante adotará medi-das necessárias para que as empresas contra-tadas, suas CIPA, os designados e os demaistrabalhadores lotados naquele estabelecimen-to recebam as informações sobre os riscos pre-sentes nos ambientes de trabalho, bem comosobre as medidas de proteção adequadas.

5.50 – A empresa contratante adotará as pro-vidências necessárias para acompanhar ocumprimento pelas empresas contratadas queatuam no seu estabelecimento, das medidas desegurança e saúde no trabalho.

1.8.9 Disposições finais5.52 – Esta norma poderá ser aprimorada me-diante negociação, nos termos de portaria es-pecífica.

prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) diasantes do término do mandato em curso;

b) inscrição e eleição individual (o perío-do mínimo para inscrição será de quin-ze dias);

c) liberdade de inscrição para todos osempregados do estabelecimento, inde-pendentemente de setores ou locais detrabalho, com fornecimento de compro-vante;

d) garantia de emprego para todos os ins-critos até a eleição;

e) realização da eleição no prazo mínimode 30 (trinta) dias antes do término domandato da CIPA, quando houver;

f) realização de eleição em dia normal detrabalho, respeitando os horários de tur-nos e em horário que possibilite a parti-cipação da maioria dos empregados;

g) voto secreto;h) apuração dos votos, em horário normal

de trabalho, com acompanhamento derepresentante do empregador e dosempregados, em número a ser definidopela comissão eleitoral;

i) faculdade de eleição por meios eletrô-nicos;

j) guarda, pelo empregador, de todos osdocumentos relativos à eleição, por umperíodo mínimo de cinco anos.

5.41 – Havendo participação inferior a cinqüen-ta por cento dos empregados na votação, nãohaverá a apuração dos votos e a comissão elei-toral deverá organizar outra votação que ocor-rerá no prazo máximo de dez dias.5.42 – As denúncias sobre o processo eleitoraldeverão ser protocoladas na unidade descen-tralizada do MTE, até trinta dias após a datada posse dos novos membros da CIPA.5.42.1 – Compete à unidade descentralizadado Ministério do Trabalho e Emprego, confir-madas irregularidades no processo eleitoral,determinar a sua correção ou proceder à anu-lação quando for o caso.5.42.2 – Em caso de anulação a empresa con-vocará nova eleição no prazo de cinco dias, acontar da data de ciência, garantidas as inscri-ções anteriores.5.42.3 – Quando a anulação se der antes da possedos membros da CIPA, ficará assegurada a pror-rogação do mandato anterior, quando houver,até a complementação do processo eleitoral.

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Segurança IndustrialQUADRO I – Dimensionamento de CIPA

QUADRO I – Dimensionamento de CIPA

*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo deNº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentarCIPA

C-1 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

C-1A Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2

C-2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1

C-3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2

C-3A Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-4 Efeitvos 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1

C-5 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2

C-5A Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-6 Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2

*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo deNº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentarCIPA

C-7 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

C-7A Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2

C-8 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1

C-9 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1

C-10 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2

C-11 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2

C-12 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2

C-13 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-14 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2

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Segurança Industrial

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QUADRO I – Dimensionamento de CIPA

Observação: "Nos grupos C-18 e C-18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores e quando o estabelecimento possuirmenos de 70 trabalhadores observar o dimensionamento descrito na NR 18- subitem 18.33.1." .

QUADRO I – Dimensionamento de CIPA

*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo deNº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentarCIPA

C-14a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1

C-15 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2

C-16 Efetivos 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2

C-17 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-18 Efetivos 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2Suplentes 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-18a Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2Suplentes 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2

C-19 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1

C-20 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1

C-21 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo deNº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentarCIPA

C-22 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2

C-23 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

C-24 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2

C-24a Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

C-24b Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

C-24c Efetivos 1 1 2 2 2 2 4 5 7 7 1Suplentes 1 1 1 1 2 2 4 5 7 7 1

C-24d Efetivos 1 1 2 2 2 3 4 5 7 9 1Suplentes 1 1 1 1 2 2 4 5 7 9 1

C-25 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

C-26 Efetivos 1 2 3 4 5 1Suplentes 1 2 3 3 4 1

C-27 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1Suplentes 1 1 2 3 3 4 5 5 1

C28 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1Suplentes 1 1 2 3 4 5 5 5 1

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38

Segurança Industrial

Obervação: Os membros efetivos e suplentes terão representantes dos Empregadores e Empregados.As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE nos QUADROS II e III.

1.9 O mapa de riscoNo PPRA, foi abordada a importância de

identificar e determinar medidas de controle eestabelecer monitoramento dos riscos.

No Mapa de Risco, será desenhado o lo-cal de trabalho e fixado em um lugar onde to-dos os trabalhadores possam, antes de entrarno ambiente, conhecer os tipos de riscos exis-tentes.

1.9.1 Simbologia de RiscosOs riscos serão simbolizados no layout da

empresa, em função de sua gravidade, por cír-culos, e identificados por cores que indicarãoo grupo a que pertence o risco. A especifica-ção dos agentes deve ser anotada dentro docírculo, bem como o número de trabalhadoresexpostos ao risco.

1.9.2 Cores de RiscosOs riscos serão classificados em cinco gru-

pos pelas cores: verde, vermelha, marrom, ama-rela e azul. Cada cor corresponde a um tipo derisco: Físico, Químico, Biológico, Ergonômicoe de Acidente, respectivamente.

Tabela de Cores de Riscos

Cores RiscosVerde FísicoVermelho QuímicoMarrom BiológicoAmarelo ErgonômicoAzul De Acidente

O Mapa de Risco é elaborado utilizandocírculos de cores cuja intensidade do risco, deacordo com a percepção dos trabalhadores,deverá ser representada por tamanhos propor-cionalmente diferentes dos círculos.

Deverá possibilitar, durante a sua execu-ção, a troca e a divulgação de informaçõesentre os trabalhadores, bem como estimular suaparticipação nas atividades de percepção.

LembreteDe acordo com a legislação, o Mapa deRisco deve ser elaborado pela comissãoInterna de Prevenção de Acidentes – CIPA.Os trabalhadores devem ser ouvidos e en-volvidos no processo produtivo e com aorientação da gerência de SMS.

QUADRO IDimensionamento de CIPA

*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo deNº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentarCIPA

C-29 Efetivos 1 2 3 4 5 1

Suplentes 1 2 3 3 4 1

C-30 Efetivos 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2

Suplentes 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1

C-31 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-32 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-33 Efetivos 1 1 1 1 2 3 4 5 1

Suplentes 1 1 1 1 2 3 3 4 1

C-34 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2

C-35 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

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Segurança Industrial

39

Dentre outras vantagens, destacam-se:– o mapeamento ajuda a criar uma atitu-

de mais cautelosa por parte dos traba-lhadores diante dos perigos identifica-dos e registrados no mapa;

– após o estudo dos tipos de riscos dasatividades por seção, deve-se dividir olocal em áreas, conforme as diferentesfases de produção;

– um procedimento prático para o respon-sável que irá montar o Mapa de Riscoé perguntar aos trabalhadores da seçãoda qual está sendo feito o mapa o queincomoda e quanto incomoda, lem-brando do exemplo da sala com ar con-dicionado;

– depois disso é que se começam a colo-car os círculos no mapa para represen-tar os riscos, que são caracterizadosgraficamente por círculos de cores;

RISCOS

Pequeno

Médio

Grande

– os riscos vão variar de acordo com aintensidade da sua exposição. Para isso,é necessário que haja uma avaliaçãoespecífica de um técnico de segurançado trabalho e que faça parte da CIPA;

– sugere-se que no próprio mapa de ris-co seja colocada uma legenda com ostrês tamanhos de círculos correspon-dentes à intensidade de risco: pequena,média ou grande conforme o caso. Otipo de agente do risco deve ser anota-do dentro do círculo, bem como o nú-mero de trabalhadores expostos.

Para pensar...De conformidade com a NR-1 da Portaria

número 3214, ítem 17, alínea "c", cabe ao em-pregador informar aos trabalhadores, entreoutros, o seguinte:

– os riscos profissionais que possam ori-ginar-se nos locais de trabalho.

Baseado no exposto anteriormente e com

vistas a proporcionar um ambiente de traba-lho seguro e saudável, além das legislaçõesjá existentes, foi publicada em 29/12/94 a Por-taria 25, que alterou a NR-9 e instituiu pormeio da NR-5 a obrigatoriedade da elabora-ção do Mapa de Risco por todas as empresasque possuem Comissão Interna de Preven-ção de Acidentes-CIPA.

ImportanteO Mapa de Risco deve ficar em local visível para alertar as pessoas que ali trabalhamsobre os riscos de acidentes em cada ponto marcado com os círculos. Depois que o mapaestiver bem compreendido, deverão ser discutidas as medidas de controle recomendadas eelaborado um programa de higiene ocupacional para a seção, incluindo-os no PPRA.Concluindo, o Mapa de Risco deverá ser realizado por etapa de execução das atividades de-

vendo ser revisto sempre que um fato novo modificar situação de risco antes estabelecida.Em se tratando de Higiene e Segurança do Trabalho, é importante estar prevenidos.

Classificação dos principais riscos em grupos e padronização de coresGrupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes

Ruídos Poeiras Vírus Esforço Físico Intenso Arranjo Físico InadequadoVibrações Fumos Bactérias Levantamento e Transporte Máquinas e Equipamentos

Manual de Peso sem ProteçãoRadiações Névoas Protozoários Exigência de Postura Ferramentas InadequadasIonizantes Inadequada ou Defeituosas

Frio Gases Parasitas Imposição de Ritmos Excessivos EletricidadeCalor Vapores Bacilos Trabalho em Turno Noturno Probabilidade de Incêndio

ou ExplosãoPressões Substâncias, Compostos ou Jornadas de Trabalho Armazenamento Inadequado

Anormais Produtos Químicos em Geral ProlongadasUmidade Monotonia e Repetitividade Animais Peçonhentos

Outras Situações Causadoras Outras Situações de Riscode Estresse Físico e/ou Psíquico que Poderão Contribuir para

a Ocorrência de Acidentes

VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

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40

Segurança IndustrialA obrigatoriedade da elaboração do Mapa

de Risco abrange no Brasil 700 (setecentas)mil empresas com 973 (novecentas e setenta etrês) atividades de acordo com informações daFederação das Indústrias do Estado do Rio deJaneiro – FIRJAN e da Federação das Indús-trias do Estado de São Paulo – FIESP. Deveseguir os seguintes procedimentos:

1.9.3 Objetivos do Mapa de Risco– Reunir as informações necessárias para

estabelecer o diagnóstico da situaçãode segurança e saúde no trabalho naempresa;

– Possibilitar, durante a sua elaboração,a troca e a divulgação de informaçõesentre os trabalhadores e estimular suaparticipação nas atividades de prevenção.

1.9.4 Etapas de elaboraçãoa) Conhecer o processo de trabalho no

local, analisando: – os trabalhadores: número, sexo, ida-

de, treinamentos profissionais e desegurança e saúde, jornada;

– os instrumentos e materiais de tra-balho;

– as atividades exercidas;– o ambiente.

b) Identificar os riscos existentes no localanalisado, de acordo com a classifica-ção da tabela de cores.

c) Identificar as medidas preventivas exis-tentes e sua eficácia:

– medidas de proteção coletiva; – medidas de organização do trabalho; – medidas de proteção individual; – medidas de higiene e conforto: banhei-

ro, lavatórios, vestiários, armários, be-bedouro, refeitório, área de lazer.

d) Identificar os indicadores de saúde:– queixas mais freqüentes e comuns

entre os trabalhadores expostos aosmesmos riscos;

– acidentes de trabalho ocorridos;– doenças profissionais diagnosti-

cadas;– causas mais freqüentes de ausência

ao trabalho. e) Conhecer os levantamentos ambientais

já realizados no local. f) Elaborar o Mapa de Risco, sobre o

layout da empresa, indicando atravésde círculos:

– o grupo a que pertence o risco, de acor-do com a cor padronizada na tabela decores;

– o número de trabalhadores expostos aorisco, o qual deve ser anotado dentrodo círculo;

– a especificação do agente de risco, porexemplo, a sílica, o hexano, o ácidocloridrico que correspondem ao riscoquímico;

– ou a repetição de gestos, o ritmo ex-cessivo que correspondem ao riscoergonômico, deve ser anotada tambémdentro do círculo;

– a intensidade do risco, de acordo coma percepção dos trabalhadores, quedeve ser representada por tamanhos.

Após discutido e aprovado pela CIPA, oMapa de Risco deverá ser afixado em cadalocal de forma visível e de fácil acesso para ostrabalhadores.

No caso das empresas da indústria da cons-trução civil, o Mapa de Risco do estabeleci-mento deverá ser realizado por etapa de exe-cução dos serviços, devendo ser revisto sem-pre que um fato novo modificar a situação derisco estabelecida.

Quadro comparativo entre exposição e contami-nação pelos agentes de riscos químicos e físicos

1.10 Acidente do TrabalhoConceito Legal

Este conceito consta na Lei nº 8213 de25/07/91, que diz que:

“Acidente do trabalho é aquele que ocor-re pelo exercício do trabalho, a serviço daempresa, ou ainda pelo exercício do trabalhodos segurados especiais, provocando lesãocorporal ou perturbação funcional que cause amorte, a perda ou redução, permanente ou tem-porária, da capacidade para o trabalho”.

Aspectos a Considerar Exposição ContaminaçãoIntensidade ou concentração Dentro dos limites Fora dos limites

dos agentes de risco de tolerância de tolerânciaValores biológicos Próximo ou dentro dos Acima dos limites

limites de tolerância de tolerânciaSintomas da doença Tardio ImediatoQuadro de gravidade Não Sim

imediatoNecessidade de Sim Sim

afastamento das funçõesNecessidade de Não Sim

tratamento imediatoNecessidade de medidas Sim Sim

de controle e gerenciamentodos agentes de risco

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Segurança Industrial

41

Conceito Prevencionista “Acidente do trabalho é uma ocorrência

imprevista, não querida, indesejável, imedia-ta ou não, relacionada com o exercício do tra-balho que provoca lesão pessoal ou risco pró-ximo ou remoto dessa lesão, havendo ou nãoprejuízo material”.

No controle de perdas pode-se definir aci-dente como:

“Um evento não desejado e inesperado quepode ter como resultado uma lesão, uma doen-ça ocupacional, danos ao patrimônio ou inter-romper o processo produtivo”.

E, por fim, tem-se o incidente, ou quaseacidente, que é uma situação potencial para aocorrência de um acidente.

Classificação dos AcidentesOs acidentes também podem ser classifi-

cados de acordo com a sua gravidade. Conhe-ça as principais expressões utilizadas na clas-sificação dos acidentes:

– Acidente sem lesão – é o acidente quenão causa lesão na pessoa.

– Acidente com lesão – é qualquer danosofrido pelo organismo humano emconseqüência do acidente de trabalho.

– Acidente com incapacidade perma-nente total – é a perda da capacidadede trabalho, em caráter permanente, ex-cluindo a morte.Exemplo: perda da visão de ambos osolhos, perda da visão de um olho e deuma das mãos, perda da visão de umdos olhos e de um dos pés, perda deambas as mãos ou ambos os pés, perdade uma das mãos e um dos pés.

– Acidente com incapacidade perma-nente parcial – é a redução parcial dacapacidade de trabalho, em caráter per-manente, não provocando morte ou in-capacidade permanente total.

– Acidente com morte – é a interrupçãoda capacidade de trabalho pela perdada vida.

Foi apresentada a classificação dos aciden-tes de acordo com a sua gravidade. Agora, osacidentes serão apresentados de acordo como local onde ocorrem, de acordo com as se-guintes definições:

– Acidente Típico – é aquele que ocorreno desempenho de suas tarefas no am-biente de trabalho ou fora deste, quan-do estiver a serviço do empregador,podendo ser com lesão.

– Acidente de Trajeto – é aquele queocorre durante o trajeto.

– Acidente com perdas materiais – éaquele que ocorre nas dependências daempresa ou fora dela, causando danos aosequipamentos, aos materiais, às instala-ções, aos produtos, ao meio ambiente,etc., mas sem causar lesões às pessoas.

Conclui-se que o resultado do acidentepoderá ser com ou sem uma lesão. A partirdaí, há também uma classificação pelo tipo delesão.

1.10.1 Tipos de lesão– Lesão imediata – é a lesão que se ve-

rifica imediatamente após a ocorrênciado acidente.Exemplo: fratura, ferida, etc.

– Lesão mediata ou tardia – é a lesãoque não se verifica imediatamente apósa exposição à fonte da lesão.Exemplo: os efeitos de certos tipos dequeimadura surgem algum tempo apóso contato com o agente, que normal-mente, nestes casos, são produtos quí-micos.

– Lesão com afastamento, também de-nominada lesão com Perda de tempoou lesão incapacitante – é aquela queimpede o acidentado de voltar ao tra-balho no dia imediato ao do acidente.Para efeito desta classificação, consi-deram-se 24 horas após o acidente.

– Lesão sem afastamento, também de-nominada lesão sem Perda de tempoou lesão não incapacitante – é aquelaque não impede o acidentado de voltarao trabalho no dia imediato ao do aci-dente.

A seguir tem-se um exemplo de fato queaconteceu com um dos funcionários de umausina siderúrgica:

“O tal funcionário era operador de umaponte rolante e transportava uma bobina de açopara o depósito de expedição, quando o cabode aço arrebentou e a bobina, ao cair no chão,ficou bastante danificada. Até aqui, pode-seconsiderar como somente um acidente comdanos materiais – perda da bobina e do cabode aço.

Para ilustrar, porém, um acidente semafastamento, diz-se que outros dois operado-res, que passavam perto do local assustaram-se com o barulho causado pela queda da bobina,

Page 42: Apostilas petrobras   seguranca industrial

42

Segurança Industrialum deles pisou em falso vindo a cair, sofren-do um ferimento no joelho direito. Imediata-mente, o operador foi levado à enfermaria,onde foi constatado que não era nada grave,sendo feito um curativo e, o operador, retor-nado ao trabalho.

Desta forma, conclui-se que foi um aci-dente sem afastamento.

No entanto, o outro operador não teve amesma sorte, ao tentar socorrer o colega, pi-sou em falso, torcendo o pé esquerdo, não sen-do permitido a ele retornar ao trabalho no diaseguinte ao acidente. Neste caso, pode-se di-zer que a torção no pé deste operador ocasio-nou um acidente com afastamento.

1.11 Fontes de Acidentes / IncidentesAcidentes ocorrem quase sempre por cau-

sa do próprio homem e/ou do meio. Com isso,sente-se a necessidade de descrever as quatrofontes de acidentes e incidentes que são:

– as Pessoas;– os Equipamentos;– o Ambiente;– o Material.Com a finalidade de entender melhor as

causas dos acidentes, considere essas fontescomo quatro elementos ou subsistemas prin-cipais, envolvidos na operação de uma empresa.Assim, analisa-se cada um desses elementos.

As Pessoas – o trabalhador é, geralmente,o elemento humano envolvido diretamente namaioria dos acidentes, com dano material oupessoal, e a sua ação de fazer ou não algumacoisa pode ser considerada como o fator decausa imediata do acidente.

Os Equipamentos – incluem as ferramen-tas e máquinas utilizadas pelo trabalhador naexecução de seu trabalho. Este elemento ousubsistema tem sido uma das fontes principaisde acidentes e desde o início do movimentode segurança industrial é o alvo principal dasleis, normas e regulamentos relacionados comproteções, inspeções e treinamento do pessoal.

O Ambiente – é formado por tudo o quecircunda as pessoas. Geralmente, relaciona-secom a iluminação, com o ruído, com a vibra-ção, com as condições atmosféricas, etc. Re-laciona-se também com problemas de saúdeocupacional. O ambiente tem sido apontadocomo uma das grandes causas de acidentesimediatos, e que está diretamente relacionadocom a ausência e má qualidade do trabalho.

Os Materiais – a adequação dos materiaisou substâncias com as quais as pessoas traba-lham, usam, fabricam ou manuseiam, são ou-tras das grandes causas dos acidentes, especi-almente os relacionados com doenças profissio-nais devido à exposição a substâncias tóxicasou por problemas decorrentes dos produtosfabricados.

Os acidentes são provocados por váriascausas que podem ser destacadas em três prin-cipais categorias:

– há uma deficiência ou de material ouno ambiente que não é conhecida – errode conhecimento.

– risco envolvido no material ou ambien-te foi estimado, durante a sua im-plantação, como sendo menor do querealmente se apresentava – erro deavaliação.

– as deficiências e os riscos são conheci-dos e mesmo assim, decide-se pela açãodo trabalho – erro de gerenciamento.

A seguir será apresentada uma metodolo-gia capaz de ajudar a observar algumas destasorigens e que possibilitará antecipar, identifi-cando as possíveis falhas e/ou deficiências ecom isto diminuir a probabilidade de ocorrên-cia de acidentes.

Nas causas ou origens dos acidentes émuito utilizada a seqüência do Dominó deBIRD para comunicar os princípios da preven-ção de acidentes e controle de perdas. Servepara simbolizar a relação direta que existe en-tre a administração e as causas e entre os efei-tos das perdas, produto de acidentes. Estedominó de BIRD está representado em 5 (cin-co) pedras que representam as fases, a saber:

Até pouco tempo, a análise dos acidentesera feita superficialmente, definindo o errohumano ou os fatores do trabalho, como a úni-ca causa do acidente.

Você já deve ter ouvido falar em atos in-seguros e condições inseguras.

Fata deControle

CausasAdministrativas

Origens

CausasBásicas

Sintomas

CausasImediatas

Contato

Acidentes

PessoasPropriedades

Perdas

Page 43: Apostilas petrobras   seguranca industrial

Segurança Industrial

43

O modelo de Dominó de BIRD mostra ascausas administrativas de acidentes ou a fal-ta de controle, que é a inexistência de açõesgerenciais.

Conseqüentemente, essas causas permi-tem o aparecimento de causas básicas e ime-diatas e, através de uma reação em cadeia, têmcomo conseqüência um incidente ou acidente.Este sempre está relacionado com perdas, asquais afetam as pessoas, a propriedade, o meioambiente, etc.

Por outro lado, a análise das causas ime-diatas e básicas de um acidente ou incidenteocorridos permite que se descubram as cau-sas administrativas do evento e assim se de-terminem os controles ou as ações gerenciaisadequadas que deverão ser implementadas.

Estudos realizados na Inglaterra indicamque 80% a 90% dos acidentes são originadospela inexistência de ações gerenciais.

É importante dizer que ações gerenciaisnão dependem somente do gerente, mas detodos os que exercem uma função de supervi-são, chefia e até mesmo função operacional.

A ação gerencial está ligada ao gerencia-mento da atividade desenvolvida.

Agora, conheça o que cada pedra dodominó representa.

1ª Pedra: Falta De Controle – Causas Adminis-trativas

– São representadas como falta de con-trole da gerência; são as ações que de-vem ser tomadas pelo gerente, supervi-sor, chefe, na execução de seu trabalho.

As falhas administrativas mais freqüen-tes que causam perdas, acidentes e danos ma-teriais são:

– não fazer inspeções sobre as condiçõesdo ambiente e da área de trabalho;

– não treinar os trabalhadores novos so-bre a maneira correta de operar o equi-pamento;

– não analisar e nem observar se o traba-lho está sendo desenvolvido correta-mente;

– não revisar os procedimentos de tra-balho;

– inexistência de procedimentos de tra-balho adequados para todas as tarefas;

– não acompanhar as variações de esta-do físico-psicológico dos subordinadosno cotidiano do trabalho;

– aceitar as atitudes inadequadas dos su-bordinados, não estabelecendo medidasrepreensivas.

2ª Pedra: Origens – Causas Básicas– São as origens dos atos e condições

abaixo dos padrões que levam aos aci-dentes. Existem e são conhecidos atose condições, num determinado estágiojá desenvolvido e aceito como seguro,sendo suficiente para a realização deum trabalho, sem expor a saúde e nemagredir fisicamente o trabalhador.

É possível dividir as causas básicas em:Fatores Pessoais– Falta de conhecimento ou capacidade

para a tarefa;– Falta de habilidade para executar a ta-

refa;– Falta de motivação ou motivação ina-

dequada;– Problemas físicos, psicológicos ou

mentais.

Fatores do Trabalho – Liderança ou supervisão inadequada;– Normas e procedimentos inadequados

de trabalho; – Compras inadequadas;– Manutenção inadequada;– Projetos errados, mal dimensionados;– Ferramentas, equipamentos, materiais

inadequados.

3ª Pedra: Sintomas – Causas Imediatas– São as razões que levaram a existência

dos atos e condições abaixo do padrão,que são sintomas de falhas administrativas.

1.11.1Ato Abaixo do Padrão e Condição Abaixodo Padrão

Antigamente, ato inseguro e condiçãoinsegura queriam dizer que havia falhas ad-ministrativas. Hoje, usam-se os conceitos atoabaixo do padrão e condição abaixo do pa-drão. O conceito ato abaixo do padrão seaplica às situações em que já deveria estar es-tabelecido um padrão mínimo, anterior, paraexecutar uma determinada tarefa.

Da mesma forma, quando se emprega oconceito condição abaixo do padrão, dese-ja-se mostrar que antes de executar determi-nada tarefa, deve-se saber que há condiçõesmínimas preestabelecidas (arranjo do ambiente,piso, arrumação, máquina, etc.) para tal situação.

Page 44: Apostilas petrobras   seguranca industrial

44

Segurança IndustrialExplicando...

Ato abaixo do padrão – É o ato do fun-cionário que, com ou sem intenção, desprezaos procedimentos ou práticas corretas e, dessamaneira, reduz a sua segurança e a do própriotrabalho.

Seguem alguns exemplos de ato abaixo dopadrão:

– uso não autorizado ou incorreto de equi-pamentos;

– desativação indevida de sistemas de se-gurança;

– uso de equipamento inseguro ou dani-ficado;

– postura de trabalho inadequada;– exposição a riscos como permanência

sob cargas suspensas;– carregamento ou empilhamento insegu-

ro de materiais;– não usar equipamento de proteção;– brincadeiras, distraindo colegas de tra-

balho;– uso de ferramentas improvisadas;– vestimenta incorreta para o trabalho.

Condição abaixo do padrão – É a con-dição que gera um ambiente propício para aocorrência de um acidente.

Eis alguns exemplos de condições abaixodo padrão:

– não fornecimento de E.P.I.s; – E.P.I.s inadequados/defeituosos; – proteção inadequada do maquinário; – projetos de construção ou manutenção

inadequados; – defeitos no equipamento, ferramentas

ou máquinas; – falta de limpeza e conservação.

4ª Pedra: Contato – Acidente – Quando ocorre um evento não deseja-

do e inesperado.

5ª Pedra: Pessoas/Propriedades – Perdas– É a conseqüência do acidente que pode

acontecer com as pessoas ou com a pro-priedade, com o processo de fabrica-ção ou com o ambiente.

O caminho estará livre para que aconte-çam acidentes com ou sem perdas se for pos-sível a presença de fatores de insegurança (pes-soais ou ambientais). O acidente é difícil deprever, assim como suas conseqüências, sejamlesões, doenças, danos ao patrimônio ou dete-rioração do processo produtivo.

Para esclarecer o que foi dito anteriormen-te, observe o exemplo seguinte:

"A Metalúrgica FerroAço produz chapasde aço para sensores. Certa vez, um dos em-pregados da linha de produção foi incumbidopelo seu supervisor de fazer furos em umachapa de aço para a colocação de sensorescom furos específicos, pois as chapas deste tipohaviam acabado no almoxarifado. Os proce-dimentos para esta tarefa não eram revisadoshá muito tempo. Num dado momento, esseempregado colocou um caixote sobre a estei-ra rolante que estava desligada. Ele já haviafeito vários furos na chapa e de repente a es-teira foi ligada. Ao perceber o que estava acon-tecendo, correu para retirar o caixote. Ao seaproximar da esteira, desequilibrou-se e caiuno chão. O resultado foi a fratura de um bra-ço e ferimentos na mão."

Por que este empregado chegou a essasituação?

A produção solicitou a substituição dossensores da cabine de pintura no intervalo datroca de turno. O supervisor indicou o auxiliar,considerando que fosse um serviço simples.Porém, o tal empregado ao verificar que ossensores eram de diâmetros diferentes dos quetinham no almoxarifado, tentou resolver sozi-nho o problema, já que o seu supervisor tinhaido embora. No almoxarifado, só havia aque-les sensores e eram de diâmetro de fixaçãodiferente. Para ganhar tempo, ele decidiu sol-dar o suporte da cabine já que o soldador esta-va ocupado no outro lado da fábrica. Não co-locou as luvas e tampouco adiantaram as medi-das de proteção para solda como barreiras deproteção, retirada do material inflamável, etc.

Com essas informações, pode-se seguira seqüência do dominó de BIRD de trás parafrente.

Perdas – Lesão sofrida pelo empregado,perda causada pela danificação da esteira eperda de produção.

Acidente – Queda, fratura do braço eferimentos na mão.

Causa Imediata– Ato abaixo do padrão – utilização do

caixote; não cumprimento de medidasde segurança; não utilização de luvas.

– Condição abaixo do padrão – sensorfora de especificação.

Causa Básica – Fatores pessoais – o empregado não ti-

nha conhecimento e capacidade paraexecutar a tarefa.

Page 45: Apostilas petrobras   seguranca industrial

Segurança Industrial

45

– Fatores do trabalho – o empregado nãorecebeu uma supervisão adequada; acompra incorreta dos sensores; méto-do de trabalho inadequado.

Causa Administrativa – O procedimen-to existente não era revisado há anos e não pre-via a troca de sensores em áreas elevadas nema substituição dos furos de fixação. O super-visor não analisou o trabalho corretamente. Osetor de almoxarifado forneceu sensores queestavam fora da especificação.

Como visto, o acidente ocorrido com oempregado da metalúrgica foi resultado de di-versas causas. Por isso, num processo de in-vestigação e análise de acidentes não é possí-vel que se fique concentrado somente na cau-sa mais evidente.

Se: – o almoxarifado tivesse as especifica-

ções com o diâmetro de encaixe dosensor correto;

– existissem procedimentos atualizados;– o supervisor tivesse feito uma análise

correta da tarefa;– o empregado fosse treinado para situa-

ções fora da rotina.Deve-se antecipar os fatos!Sugere-se a utilização da palavra "se" na

prevenção de acidentes, antes de se começar arealizar qualquer trabalho!

1.11.2 Metodologia para Análise de Acidentes/Incidentes

A análise de acidentes/incidentes deveráser sistemática e usada para qualquer aciden-te, seja ele com lesão ou não. Não se pode fi-car esperando acontecer um acidente sério oude grandes proporções para só então aplicaruma metodologia de análise.

A análise do acidente deve ser iniciada comlevantamento de todos os fatos que tenham con-tribuído direta ou indiretamente para o aciden-te. Deve-se ter o cuidado nesta fase de evitarjulgamento de culpa ou responsabilidades.

A preocupação em conhecer todos os fa-tos é importante para que, de uma maneira ló-gica e objetiva, seja possível restabelecer todaa seqüência do acidente. Desta forma, a pro-babilidade de erros de avaliação é bem menore elimina-se também o "achismo", que é a aná-lise sem conhecimento técnico.

Tanto a empresa como os empregados de-vem dar uma grande importância à análise deacidentes já que o seu objetivo é identificar ascausas dos acidentes para evitar a sua repetição.

O Decreto nº 2.172, de 05 de março de1997, seção III, fala da comunicação do aci-dente nos artigos:

– art. 134 – A empresa deverá comuni-car o acidente do trabalho à Previdên-cia Social até o 1º dia útil seguinte aoda ocorrência e, em caso de morte, deimediato, à autoridade competente, sobpena de multa.

Receberão cópia fiel, da comunicação aque se refere este artigo, o acidentado ou seusdependentes, bem como o sindicato a que cor-responde a sua categoria.

Na falta de comunicação por parte da em-presa, podem formalizá-la: o próprio aciden-tado, seus dependentes, a entidade sindicalcompetente, o médico que o assistiu ou qual-quer autoridade pública, não prevalecendonestes casos o prazo previsto neste artigo.

– art. 135 – O acidente de trabalho de-verá ser caracterizado:– administrativamente – pelo setor de

benefícios do INSS, que estabelece-rá a relação entre o trabalho exerci-do e o acidente;

– tecnicamente – pela Perícia Médicado INSS, que estabelecerá a relaçãode causa e efeito entre: o acidente ea lesão; a doença e o trabalho; a cau-sa mortis e o acidente.

Existem diversas técnicas e metodologiasde análise de acidentes que contribuem para aidentificação de suas causas.

Todas essas técnicas exigem a participa-ção de um grupo que, geralmente, é formadopelo acidentado, quando possível; pessoas quepresenciaram o acidente; chefe direto; super-visor; o pessoal técnico e um membro da CIPA.

Atenção! A liderança pela condução daanálise do acidente deve ser do pessoal técnico.

Como já foi apresentado, a análise de aci-dentes busca identificar as causas imediatas,as causas básicas e as causas administrativassem apontar culpados, isso é muito importan-te repetir, que nenhuma técnica de análise deacidentes visa encontrar um culpado pelo ocor-rido e sim descobrir todas as possíveis causaspara com isso tomar as atitudes necessáriaspara impedir que voltem a acontecer.

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Segurança IndustrialUm acontecimento semelhante, ocorrido

há um ano atrás, nesta mesma empresa, deter-minava o uso de óculos de segurança na exe-cução desta tarefa.

Os óculos que o soldador deveria estarusando estavam sujos e quebrados, pendura-dos na parede.

Segundo o supervisor, não ocorrera ne-nhum acidente nos últimos meses e o pessoalnão gostava de usar óculos. Logo, ele não sepreocupava em recomendar o uso dos mesmosnestas operações porque tinham coisas maisimportantes a fazer”.

A metodologia usada para a análise desteacidente é o Método da Árvore de Causas.Uma de suas características principais é a ob-jetividade de análise. Tem as propriedades dediminuir a culpa e de esgotar totalmente os as-pectos relativos ao acidente.

Uma outra vantagem deste método comrelação a outros é fazer com que apareça paracada acidente um número elevado de elemen-tos para serem analisados, o que vai dar a opor-tunidade de escolher formas de prevenção deuma maneira mais precisa e racional. Comofica, então, o caso do soldador.

Primeiro passo – Recolher todos os fatos, tais como: falta

de manutenção, broca sem fio, pressãoexcessiva, falta de isolamento no fio,faíscas no olho, inclinação da broca,quebra da broca, não usou óculos, le-são no olho, equilibrar-se em cima decaixas, óculos sujos e quebrados, nãogostar de usar óculos, o supervisor nãoobrigava o uso dos óculos.

Método da Árvore de Causas do caso do soldador

É a partir desta árvore que se pode, ao listarcada antecedente como objetivo, determinar asmedidas corretivas ou preventivas, a fim de evi-tar que acidentes parecidos tornem a acontecer.

Quando acontece o acidente, toma-se aconsciência de que os esforços e recursosempregados na sua prevenção não foram suficien-tes para evitá-lo. Pode-se dizer também que otrabalho de prevenção não termina nunca.

Após o fato ocorrido, é necessário tomarmedidas para garantir que o acidente não voltea se repetir. Existem diversas metodologias paraa análise de acidentes. São quatro as fases quesão mencionadas em qualquer uma delas:

– recolher os fatos que se relacionamcom o acidente;

– elaborar um plano dinâmico a partir doúltimo fato do acidente, voltando atrásno tempo, analisando tudo cronologi-camente;

– procurar todas as prevenções que se-jam capazes de evitar o acidente emquestão;

– definir as prevenções mais eficazes eaplicá-las.

A seguir, é apresentado um caso de aná-lise de acidente para se compreender melhora técnica.

O caso do soldador“Um soldador estava furando um cano com

uma furadeira elétrica portátil. Para trabalhar,equilibrou-se em cima de umas caixas. Comoa broca estava com o fio gasto e ele já haviafeito vários furos, começou a forçar a penetra-ção da broca para continuar a executar a tarefa.

Por um momento, distraiu-se com algu-mas faíscas que saíam do cabo de extensãopor causa de um rompimento que deixava des-coberto os fios condutores da eletricidade.

Ao desviar a atenção, ele torceu o corpo,forçando a broca no furo. Com a pressão, elase quebrou e, neste instante, ele, ao voltar orosto para ver o que acontecia, foi atingido porum estilhaço de broca em um dos olhos. Comum grito, largou a furadeira, pôs as mãos norosto, perdeu o equilíbrio e caiu.

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Segurança Industrial

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E também fica muito mais fácil determi-nar as causas do acidente pela seqüência dodominó.

1.11.3 A Importância da Análise do Incidenteou Quase Acidente – A Pirâmide de Segurançade Frank Bird

Hoje, entende-se que a ausência dos aci-dentes é um bom indicativo para medir ou ava-liar um programa de prevenção. Porém, é im-portante não se iludir pensando que o registrode um número baixo de acidentes dá um qua-dro verdadeiro do nível de segurança que seestá implantando dentro de uma empresa.Muitas vezes, mede-se a falta de segurança aoinvés da presença de segurança.

Em 1.966, Frank Bird. Jr. baseou sua teo-ria de “Controle de Danos” a partir de umaanálise de 90.000 acidentes ocorridos em umaempresa metalúrgica americana (Lukens SteelCompany), durante um período de 7 anos, che-gando à seguinte conclusão:

Ou seja, para cada lesão incapacitante ha-via 100 lesões menores e 500 acidentes comdanos à propriedade.

Em 1969, a Insurance Company of NorthAmerica analisou 1.753.498 casos, informa-dos naquele ano por 297 empresas, que em-pregavam 1.750.000 trabalhadores, chegandoa uma relação mais precisa que a de Bird, con-forme a figura a seguir:

Foram tabulados 1.753.498 acidentes, em297 organizações, com 21 tipos diferentes deempresas, totalizando 1.750.000 empregadose 3 bilhões de homens-hora!

Os dados concluíram que para um aciden-te com lesão grave, ocorrem 600 incidentes(quase acidentes). Pelo estudo apresentado, émuito importante analisar também os quaseacidentes e os com danos à propriedade. Aimportância real da análise detalhada de qual-quer acidente ou incidente é a identificação deuma situação, que potencialmente poderia re-sultar em futuras lesões ou danos.

Este estudo demonstra que a maioria dosacidentes e incidentes não resultam em per-das. Sabe-se que cada incidente, resultando ounão em perda, nos dá uma excelente oportuni-dade para obter informações capazes de pre-venir ou controlar eventos parecidos no futu-ro. Estes eventos poderiam resultar em per-das, já que as causas potenciais de um inci-dente e um acidente com lesão são as mesmas.

Os programas de prevenção devem se ba-sear nos dados conseguidos a partir dos aci-dentes sem lesão, sem perdas. Com isto, pro-blemas estariam sendo eliminados ou contro-lados, evitando acidentes, mais graves.

Segue um exemplo de um quase-acidenteque pode resultar num acidente, caso não se-jam analisados e sugeridas medidas de correção.

Exemplos: 1. O empregado de uma determinada in-

dústria queria testar um equipamentoe verificou que faltava energia na li-nha de montagem. Pediu então ao ope-rador para ligar a chave elétrica nopainel. O operador, ao chegar ao qua-dro elétrico, verificou que a chave es-tava desligada. Como não tinha nenhu-ma etiqueta de aviso, resolveu religá-la. No instante em que ele ia acionar achave elétrica, lembrou-se da conver-sa com um colega na hora do almoço:seria trocado um motor no final da li-nha de montagem. Se o operador tives-se ligado a chave elétrica teria causadoum acidente.

2. Uma pessoa possui em sua residênciauma escada que apresenta um defeitonum degrau. Certo dia, chegou um pa-rente que, ao subir pela escada, escor-regou e quase caiu; noutro dia, umavisita também escorregou e quase caiu,o mesmo aconteceu com ele próprio.Porém, num determinado dia, seu filho

500

100

1

600

30

1

10

Lesão incapacitante

Lesões nãoincapacitantes

Acidentes comdanos à propriedade

Acidentes comlesão leve

Acidentes comdanos à propriedade

Quase acidentes

Acidente com lesãograve

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Segurança Industrialde 8 anos escorregou, caiu, bateu a ca-beça e foi levado para o hospital, gra-vemente ferido.

3. Em uma empresa, para se acessar de-terminado equipamento, existe umaescada, que é atravessada próximo aoseu topo por um pedaço de tubo; váriosfuncionários já bateram a cabeça notubo, mas por talvez estarem de capa-cete, não relataram o quase-acidente.Num determinado dia, um outro funcio-nário subiu às pressas a escada, semcapacete, bateu a cabeça no tubo ecaiu, fraturando pernas e braços.

Esses casos se repetem no dia-a-dia e nãosão relatados.

Tanto a escada como o tubo “estavam di-zendo”: “– Conserte-me, repare-me, senãoalguém vai se machucar com maior gravida-de!!!”.

Não só o funcionário deve ser motivado arelatar um quase-acidente, como supervisorese gerentes – responsáveis pelo local – devemtomar, imediatamente, as medidas necessáriaspara eliminar a fonte de acidentes.

O "quase-acidente" é o acidente que – poralgum fator – não ocorreu; pode ser conside-rado como uma dádiva, pois ele é o sinal deque – se algo não for feito – um acidente alipode ocorrer!

O supervisor deve estimular e motivar seupessoal para que comuniquem todos os inci-dentes a fim de investigá-los e tomar medidaspara evitar a sua repetição, o que poderia re-sultar em acidente.

O que é um incidente?É um evento indesejado, inesperado ou

não, e que sob circunstâncias ligeiramente di-ferentes poderia:

– causar lesões ou perdas materiais;– interromper o processo produtivo;– afetar a qualidade do produto e dos ser-

viços prestados.É uma situação potencial para a ocorrên-

cia de um acidente.

O que é um acidente?É um evento indesejado, inesperado ou

não, e que pode:– causar lesões ou perdas materiais;– interromper o processo produtivo;– afetar a qualidade do produto e dos ser-

viços prestados.

Principais áreas de risco– Produção– Manutenção elétrica– Manutenção mecânica– Posturas– Operação (motoristas)– Oficinas A Pirâmide de Segurança é mais uma fer-

ramenta de prevenção de acidentes e não subs-titui as que já existem:

– Deve haver o comprometimento daGerência;

– Participação dos supervisores;– Foco na resolução dos problemas;– Retorno da Informação aos funcio-

nários;– Reconhecimento das boas idéias.– Trocar premiação por confraternização.

QUEM É O RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA?

TODOS NÓS!!!

1.12 Acidente de trajeto e estabilidadeapós o acidente de trabalho

O artigo 21 da Lei nº 8.213, de 24 de ju-lho de 1991, diz que se equipara também aoacidente do trabalho o ocorrido “no percursoda residência para o local de trabalho ou destepara aquela, qualquer que seja o meio de loco-moção, inclusive veículo de propriedade dosegurado”. O mesmo artigo, em seu parágrafoprimeiro, acrescenta que "nos períodos desti-nados a refeição e descanso, ou por ocasião dasatisfação de outras necessidades fisiológicas.No local do trabalho ou durante este, o empre-gado é considerado no exercício da profissão."Ai está o que se chama de "aspecto legal doacidente de trajeto no horário das refeições."Verifica-se, portanto, que só não é equiparadoao acidente do trabalho, quando houver des-vio do percurso por conveniência do empre-gado (o que é comum quando o empregadosai fora do percurso para fazer compras, fre-qüentar as aulas da escola etc.). Quanto aocarro particular, veja que a lei cobre essa cir-cunstância perfeitamente.

1.12.1Estabilidade após acidente de trabalhoTrata-se do artigo 118 – Plano de Benefí-

cios da Previdência Social, Lei nº 8.213, de

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Segurança Industrial

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24 de julho de 1991, fixando que "o seguradoque sofreu acidente de trabalho tem garantida,pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a ma-nutenção de seu contrato de trabalho na em-presa, após a cessação do auxílio doença aci-dentário, independentemente da percepção doauxílio-doença". Entende-se que a garantia deemprego de doze meses é assegurada aos aci-dentados que retormam ao emprego após o dé-cimo sexto dia de afastamento (ou da alta mé-dica), considerando que os primeiros quinzedias correm por conta do empregador. De ou-tra forma, pode-se dizer que esse tipo de esta-bilidade só é cabível ao trabalhador cujo aci-dente possa implicar num afastamento comprazo maior de quinze dias, desde a data doacidente.

Prevenção de acidentesAnte o vulto que podem assumir os aci-

dentes em uma indústria, como já se disse, éperfeitamente justificável, e os industriais bemo reconhecem, o investimento feito em pre-venção de acidentes.

Prevenir acidentes consiste, pois, em evi-tar a ocorrência de atos e condições inseguras.Este propósito é obtido através de:

Recursos de Prevenção– Treinamento– Adaptação do Trabalhador– Proteção Coletiva– Normas de Segurança– Equipamentos de Proteção Individual

1.12.2 Custo dos acidentesA análise do custo do acidente, pode ser

uma ferramenta eficaz na segurança do traba-lho. Os itens que podem ser incluídos no custode um acidente variam de empresa para empre-sa, porém alguns desses podem ser listados:

1. Custo dos danos materiaisIndica o que foi danificado após o aciden-

te ocorrer, incluindo máquinas, equipamentos,edificações, ferramentas, produtos, matérias-primas, etc.

2. Custo do Salário do AcidentadoO período em que o acidentado não traba-

lhar, deverá ser computado em termos de ho-ras em relação ao custo destas horas.

3. Custo do Atendimento MédicoDeverá ser incluído o custo do pessoal

médico (Médico, Enfermeiro, etc.) mais os

recursos utilizados para o atendimento (medi-camentos, produtos cirúrgicos, instalações,ambulâncias, exames, etc.).

4. Custo da Quebra de ProduçãoO período que o acidentado não produzir

deverá ser calculado em termos monetários.Normalmente este é o maior fator contributivono custo total.

5. Custo de Encargos SociaisÉ o valor das despesas de encargos sociais

que a empresa tem com o acidentado.

6. Custo de Reparação / ManutençãoÉ o custo do conserto pela manutenção ou

terceiros, que o acidente gerou na empresa.

7. Custo de Transporte / HospitalNo caso de internamento em hospital, cal-

cular o cujo com o mesmo mais o transporte.

8. Outros CustosTodos os outros custos, que porventura

sejam detectados, poderão entrar neste item.Lembre-se de que o cálculo do Custo do

Acidente varia de empresa para empresa, sen-do muito comum até não se calcular este cus-to, pois os fatores intangíveis são elementosconsideráveis e de difícil captação.

1.12.3 Custo dos Acidentes no BrasilCom relação aos custos dos acidentes no

Brasil, eles dividem-se em diretos e indiretos.Custo Direto é o que se gasta com as despesasmédico-hospitalares, como o auxílio doença.

O Custo Indireto decorre dos prejuízosmateriais, paralisação da produção, queda deprodutividade geral, dias de trabalho perdidos(em 1980 houve 93.301 899 dias/homens per-didos), custos sociais, etc.

Segundo a OIT, o custo indireto equivalea 4 vezes o valor correspondente ao custo di-reto. Segundo dados da Coordenadoria deInformática da Secretaria de Planejamento doINSS, em 1985, o total de despesas com osacidentes "Registrados" correspondeu a umcusto direto de US$ 138,87 milhões de dóla-res e um custo indireto de US$ 555,4 milhõesde dólares, com um total de USS 693,35 mi-lhões de dólares de custo total.

Quando são estimados os acidentes não-re-gistrados em 4 vezes o número dos registrados(estimativa modesta), esta cifra pula a 2,68 bilhõesde dólares de prejuízo imediatos à economia

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Segurança Industrialnacional. Com tal quantia, é possível imaginar o que poderia ser feito com relação à segurança ehigiene do trabalho, ou então em melhorias das condições sociais do país, como construção decasas, geração de empregos, construção de escolas e hospitais, etc.

Uma proposta para convencer os empresários investirem em segurança e higiene do traba-lho é a parte financeira, ou o retorno que se pode alcançar com um trabalho sério na área deprevenção de acidentes.

CUSTOS DE UM ACIDENTE

• Danos aos imóveis• Danos aos equipamentos• Danos aos materiais• Gastos legais• Interrupções de produção

• Salários pagos por perda de tempo• Custos de contratação e treinamento• Horas extras para supervisão• Horas extras• Menor produção dos trabalhadores

1% – Médicos e custos de compen-sação (assegurados)

$ 3 à 5Custos variados

(sem seguro)

CustosDocumentados

de dano àpropriedade

(com seguro)

1.13 Causas do acidente de trabalhoDurante anos, os profissionais da área de

segurança basearam seus esforços num axio-ma duplo, afirmando que:

1. acidentes são causados;2. acidentes podem ser prevenidos pela

eliminação dessas causas.A partir da década de 60, quando as em-

presas começaram a introduzir algum tipo deprograma de segurança, esses dois conceitosforneceram grande parte da base para os es-forços de prevenção de acidentes.

Antigamente, os programas de segurançabaseavam-se numa definição aberta sobre cau-sas de acidentes incluindo tudo e qualquer coi-sa relacionada com o funcionário ou seu am-biente que contribuísse para um acidente. Es-sas causas podiam incluir as ações dos funcio-nários e colegas ou inércia dos supervisores ouda gerência. Embora tais idéias ainda forneçam

um ponto básico de partida para a segurança,a natureza do local de trabalho industrial mu-dou profundamente, nos últimos anos.

Máquinas sofisticadas substituíram a for-ça muscular, computadores eliminaram a pa-pelada, laseres e outros equipamentos automá-ticos mudaram a natureza do trabalho. Novosprodutos e novas técnicas de processamentointroduziram novas preocupações sobre radia-ção, produtos químicos tóxicos, ruído e outrascondições de risco. A Ergonomia, estudo decomo o local de trabalho pode ser projetadopara se ajustar às necessidades físicas e de se-gurança do empregado, foi reconhecida.Introduziram-se novas técnicas de análise desegurança de sistemas para identificar riscosno local de trabalho, nas etapas de instalaçãode equipamentos, na construção de edifícios ede sistemas sofisticados com antecedência.

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Segurança Industrial

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Hoje, o ambiente de trabalho é visto emtermos cada vez mais amplos. Por ambientequeremos dizer não só o ambiente físico, mastambém os mecanismos que utilizamos paramonitorar as condições de segurança e saúde.Isso inclui o sistema de gerência que indicaquem é responsável e quem tem a obrigaçãode que ações, que procedimentos estão funcio-nando para descobrir e corrigir riscos, e quetreinamento é necessário para ter certeza deque cada funcionário saiba fazer o trabalho quelhe foi atribuído em condições seguras.

O ambiente atual também inclui o climaou cultura da organização; se a gerência esupervisores convenceram ou não os subordi-nados de que a segurança é uma alta priorida-de; se os funcionários acreditam ou não que agerência está realmente comprometida comsegurança; se a gerência e os funcionários per-cebem corretamente as necessidades recípro-cas de segurança e saúde; se os funcionários

recebem ou não comunicações regulares so-bre segurança, se os supervisores recebem ounão uma avaliação sobre seus respectivos de-sempenhos em segurança e saúde, ou se exis-tem outros mecanismos para demonstrar ocompromisso da companhia com a segurançae saúde ocupacional.

1.13.1 Causas de Acidentes – O Modelo deFalha Humana

Muitos dos aspectos comportamentais doprograma de segurança e saúde citados aqui,foram desenvolvidos por Dan Petersen, con-sultor em segurança industrial.

O Diagrama de Causa e Efeito dePetersen, apresentado a seguir, sugere que to-dos os acidentes são causados por

1. um sistema de gerência defeituoso,

2. falha humana, ou alguma combinaçãodessas duas condições básicas.

Modelo de Causa (Diagrama de Petersen – simplificado)Diagrama de Petersen

Falha no sistema

gerencial

Erro

humano

Armadilhas

Decisão de

Errar

Excesso de

Trabalho

Acidente ou

Incidente

Ferimento ou

perda

É causado por

O modelo de Petersen sugere que qualquerferimento ou outra perda na área de segurançae saúde para a companhia é resultado final deuso acidente ou incidente. Trabalhando da es-querda para a direita através do gráfico, pode-se ver que o acidente ou incidente é causadoou (1) por uma falha dos sistemas gerenciais e(2) por erro humano, ou alguma combinaçãodos dois.

1.13.2 Falha dos Sistemas GerenciaisOs elementos incluídos em uma falha dos

sistemas dizem respeito a muitas das seguin-

tes perguntas que os profissionais da área desegurança fazem diariamente:

– a gerência tem uma declaração de po-lítica sobre saúde e segurança?

– quem é o responsável e a que grau?– quem tem que autoridade para fazer o

quê?– quem é responsável pela segurança e

saúde? Como?– como essas pessoas são medidas em

termos de desempenho?– que sistemas são usados nas inspeções

para verificar o que saiu errado?

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Segurança Industrial– quais os sistemas usados para corrigir

erros encontrados?– como são selecionados os novos em-

pregados?– como é dada orientação aos novos em-

pregados?– recebem treinamento suficiente?– quais são os procedimentos operacio-

nais padronizados?– que padrões são usados?– como são reconhecidos, avaliados e eli-

minados ou controlados os riscos desegurança e saúde?

– que registros são utilizados e como sãomantidos?

– qual é o programa médico?

1.13.3 Por Que as Pessoas Erram (FalhaHumana)?

Dan Petersen classifica os comportamen-tos perigosos em três categorias. Ele diz que oerro humano se origina de:

Decisão de Errar (Trabalhar em Condi-ções Inseguras)

Em certas situações, parece lógico ao em-pregado preferir a ação insegura. As razõesdessa decisão poderiam incluir:

– Pressão de colegas, exigências de pro-dutividade da gerência, aborrecimento,falta de interesse, ou muitas outras.

– Uma atitude mental que dê à pessoa umarazão inconsciente para se acidentar.

– Crença de que não possa sofrer um aci-dente.

ArmadilhasArmadilhas, ou erros humanos causados

pelo sistema, são também uma razão básicapara que as pessoas errem. Neste caso, fala-se, principalmente, sobre fatores humanos.Uma dessas armadilhas é a incompatibilida-de. O funcionário pode ser forçado a atos in-seguros porque a situação de trabalho é incom-patível com seu físico ou com as condições aque está habituado. A segunda armadilha é olayout do local de trabalho – certos layoutslevam a erro humano. Por exemplo, nas insta-lações de uma nova oficina, os empregadoseram obrigados a estirar demais e forçar cer-tos músculos no processo de movimentaçãode material. Nesse caso, o local de trabalhomal projetado transformava os empregados emvítimas de uma armadilha.

SobrecargaA sobrecarga pode ser física, fisiológica

ou psicológica. Para lidar com a sobrecargacomo causa de acidentes, é necessário exami-nar a capacidade, carga de trabalho e o estadoou condição motivacional atual do indivíduo.

Capacidade diz respeito às habilidades fí-sicas, fisiológicas e psicológicas da pessoa,estado atual da mente, e nível atual de conhe-cimentos e habilidades do indivíduo para o tra-balho em questão. A capacidade do indivíduopode ser temporariamente reduzida pelo usode drogas ou álcool, tensão, fadiga, etc.

Carga refere-se à tarefa e o que é neces-sário para realizá-la. Carga diz respeito, tam-bém, à quantidade de processamento de infor-mações que a pessoa deve fazer, ambiente detrabalho, quantidade de preocupações, tensãoe outras pressões, e situação da vida total eprivada da pessoa. Carga também se refere àsituação de trabalho da pessoa e aos riscos queesta enfrenta diariamente no trabalho.

Estado ou condição refere-se ao nível demotivação, atitude, atenção e situação biorrít-mica da pessoa.

O Princípio de Causas MúltiplasA maioria dos acidentes tem mais de uma

causa. Nossa tendência comum para simplifi-car, muitas vezes nos leva a identificar errada-mente uma só causa. Na verdade, existe quasesempre uma série de causas em seqüência queprovoca o acidente. A idéia das causas múlti-plas afirma que muitos fatores se combinamao acaso para provocar acidentes.

Examine um acidente comum em termosde causas múltiplas.

Um funcionário caiu de uma escada de-feituosa

– por que a escada defeituosa não foi des-coberta durante as inspeções de rotina?

– por que o supervisor permitiu que fos-se usada?

– se o funcionário sabia que a escada es-tava com defeito, por que a usou?

– o funcionário foi adequadamente trei-nado?

– o funcionário foi lembrado sobre as prá-ticas seguras apropriadas?

– a escada estava corretamente marcadacom avisos de segurança?

– o supervisor examinou o trabalho deantemão?

As respostas a essas e outras perguntaspoderiam conduzir aos seguintes tipos de cor-reções:

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Segurança Industrial

53

– melhor procedimento de inspeção;– melhor treinamento;– definição melhor das responsabilidades

de trabalho;– melhor planejamento prévio do traba-

lho pelos supervisores.Como em qualquer acidente, se for dese-

jado impedir repetição, precisa-se encontrar eremover as causas básicas. Citar exclusiva-mente o aio inseguro de "galgar uma escadadefeituosa" e uma condição insegura, chama-da de "escada defeituosa" não irá ajudar mui-to. Quando se examina, exclusivamente, o atoe a condição, está se lidando com sintomas, enão com as causas.

Freqüentemente, encontram-se causas ar-raigadas no sistema de gerência. Essas causaspodem decorrer de políticas e procedimentos,supervisão e sua efetividade, treinamento etc.Causas arraigadas são aquelas que, se fossemcorrigidas, teriam efeito permanente sobre re-sultados positivos. Causas arraigadas são pon-tos fracos que poderiam afetar não só o aci-dente sob investigação, mas também muitosoutros acidentes e problemas operacionais fu-turos.

Causas que os Funcionários se ArriscamComo já foi sugerido, os empregados po-

dem agir em condições inseguras porque nãoconhecem o meio seguro de fazê-lo ou, às ve-zes, porque preferem deliberadamente o com-portamento inseguro. Decidem adotar o com-portamento inseguro porque algum outro fa-tor tem prioridade mais alta do que sua preo-cupação com a própria segurança Nesses ca-sos, o comportamento inseguro faz sentidopara eles, no momento.

Seguem-se algumas das razões para essaatitude:

1. Consciência do perigoMuitos dos empregados agem de maneira

perigosa porque simplesmente não reconhe-cem o perigo.

2. Falta de InformaçãoÀs vezes, os empregados agem perigosa-

mente porque não conhecem a forma corretade realizar determinado trabalho, ou não sa-bem como evitar um risco conhecido do tra-balho. Não se pode esperar que um novo fun-cionário limpe corretamente respingos de áci-do, se ele não tiver recebido instruções ade-quadas.

3. Nível de habilidadeAs habilidades e informações não são as

mesmas. Muitas habilidades exigem o uso dasmãos, dos olhos e de certos músculos de for-ma coordenada para se obter o resultado dese-jado. Poucos têm habilidade e coordenaçãonaturais para dirigir um carro-guincho ou paraatingir uma bola de golfe na primeira tacada.Nem a maioria das pessoas consegue operarum guindaste, uma locomotiva ou qualqueroutro equipamento industrial pesado sem umasoma considerável de treinamento e experiência.

4. Restrição de tempoSe o meio seguro for mais demorado do

que o inseguro, muitos funcionários irão pre-ferir o caminho mais curto, ganhando tempo.Quanto maior a vantagem de tempo oferecidapelo comportamento inseguro, maior a tenta-ção de correr o risco e adotá-lo.

5. O meio mais fácilSempre que o comportamento seguro exi-

gir mais esforço ou aplicação física, é possí-vel prever que alguns empregados prefiram omeio mais fácil. Quanto maior a imposição deesforço, maior a tentação.

6. Prevenção de desconfortoQuando o comportamento seguro envol-

ver algum desconforto físico (como o uso deequipamento de proteção individual) algunsdarão preferência para a alternativa mais con-fortável.

7. Motivo de AtençãoAlgumas pessoas preferem enfrentar ris-

cos de vida apenas para ganhar aprovação dogrupo ou para atrair atenção de seus colegas.

8. RessentimentoAlguns funcionários se ressentem e rea-

gem à supervisão. Essas pessoas, às vezes,seguem um comportamento perigoso para ex-pressar sua independência ou para “se desfor-rar” da supervisão por injustiça real ou imagi-nária.

9. Incapacidade físicaOs funcionários podem ser induzidos aos

comportamentos arriscados devido a intoxicação,ressacas, uso de drogas, fadiga, pequenosferimentos ou outros tipos de incapacidade física.

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54

Segurança Industrial 10. Condições mentais

Raiva, frustração, aborrecimento, preocu-pação, tensão por problemas familiares, tudoisso pode distrair o funcionário e interferir comsua capacidade de concentração para realizaro trabalho em segurança.

Exemplo de Causas Arraigadas de Comportamen-to Inseguro

A seguinte estória ilustra a importância dese descobrir as raízes ou causas arraigadas sobatos inseguros, antes de se decidir sobre açãocorretiva.

Depois de um registro na área de seguran-ça particularmente medíocre de um grupo demotoristas profissionais, o departamento desegurança procedeu um estudo detalhado so-bre o desempenho de segurança da frota. Cons-tatou-se que o equipamento mecânico estavaem ordem.

Os erros dos motoristas eram, obviamen-te, o problema. Mas que motoristas e que er-ros? Outras análises realizadas mostraram queum grande número de colisões era causado peladistância que o motorista interpunha entre seucarro e o da frente. A experiência indicava queos avisos normais do Departamento de Segu-rança sobre manter uma distância segura ti-nham pouco efeito, não evitando a freqüênciados acidentes.

Fez-se, então, um estudo profundo sobreos acidentes recentes e motoristas envolvidos –estudo esse destinado a descobrir porque osmotoristas não se desempenhavam de acordocom as expectativas – que mostrou resultadossurpreendentes.

A evidência do estudo indicava que umgrupo de motoristas – aquele com os pioresregistros de acidentes – simplesmente não es-tava dirigindo tão bem quanto sabia. Essesmotoristas tinham problemas de disposição deânimo e apresentavam comportamento descui-dado na direção. O remédio, no caso, foi umprograma de contatos mais freqüentes por par-te dos supervisores e retorno positivo, quan-do os resultados melhoraram.

O segundo grupo de motoristas não esta-va convencido de que a pequena distância en-tre o seu e o carro da frente oferecia perigo.Para estes, foi necessário mais treinamento emdireção defensiva.

O terceiro grupo era composto de moto-ristas com problemas de visão, que dificulta-va o cálculo exato das distâncias. Para estes fo-ram indicados exames oftalmológicos e lentescorretivas.

Havia ainda um outro grupo de motoris-tas muito pressionado em termos de tempo quejulgava impossível atender o programa exigi-do pelos chefes sem dirigir em alta velocidadeOs registros deste grupo melhoraram, assimque os programas foram reformulados maisrealisticamente.

Na situação anterior, a gerência usou qua-tro ações corretivas diferentes para melhoraro desempenho da frota na área de segurança,procurando as causas arraigadas dos atos in-seguros dos motoristas.

1.14 Atos e condições insegurasTodo acidente é causado, e não simples-

mente acontece, e por isso que toda vez queocorre um acidente, por mais simples que pos-sa parecer, este é investigado e analisado, coma finalidade de encontrar causas e, em conse-qüência, as providências ou recomendaçõesnecessárias, para evitar a repetição de aciden-tes semelhantes.

Atos e condições inseguras são fatoresque, combinados ou não, desencadeiam osacidentes de trabalho. São portanto, as causasdiretas dos acidentes. Assim, pode-se enten-der que prevenir acidentes do trabalho, em sín-tese, é corrigir condições inseguras existentesnos locais de trabalho, não permitir que outrassejam criadas e evitar a prática de atos insegu-ros por parte das pessoas.

Tanto as condições, como os atos insegu-ros têm origem mais remotas, em causas indi-retas. Esses fatores indiretos, porém, podemser atenuados ou eliminados, de modo a evitarque os últimos elos da cadeia, atos e condi-ções inseguras, venham a propiciar a ocorrên-cia de acidentes ou pelo menos que essas ocor-rências se tornem cada vez mais raras.

Levantamentos realizados por diversosórgão e institutos, mostraram que a proporção dascausas dos acidentes é de aproximadamente:

Atos inseguros 80%Condições inseguras 20%

1.14.1 Ato inseguroÉ a maneira como as pessoas se expõem,

consciente ou inconscientemente, a riscos deacidentes. São esses os atos responsáveis pormuitos dos acidentes de trabalho e que estãopresentes na maioria dos casos em que há al-guém ferido.

Nota-se nas investigações de acidentes,que alguns atos inseguros se sobressaem entre

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Segurança Industrial

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os catalogados como mais freqüentes, emboraessa maior evidência varie de empresa paraempresa. Cabe ressaltar que um funcionáriosem treinamento ou que não saiba os riscosinerentes a uma determinada atividade, nãodeve ser classificado como Ato Inseguro, massim como Condição lnsegura.

A seguir, tem-se alguns dos atos insegu-ros mais conhecidos:

– ficar junto ou sob cargas suspensas;– usar máquinas sem habilitação ou per-

missão;– lubrificar, ajustar e limpar máquina em

movimento;– inutilização dos dispositivos de segu-

rança;– uso de roupa inadequada;– transportar ou empilhar inseguramente;– tentativa de ganhar tempo;– colocar parte do corpo em lugar peri-

goso;– imprimir excesso de velocidade;– improviso ou mau emprego de ferra-

mentas manuais;– não usar proteções individuais – E.P.I.;– manipulação insegura de produtos quí-

micos;– fumar em local proibido; etc.

1.14.2 Condicão inseguraCondições inseguras nos locais de traba-

lho são aquelas que comprometem a seguran-ça do trabalhador. São as falhas, os defeitos,irregularidades técnicas e carência de disposi-tivos de segurança que põem em risco a inte-gridade física e/ou a saúde das pessoas e a pró-pria segurança das instalações e equipamentos.

Convém ter em mente que estas não de-vem ser confundidas com os riscos inerentes aestas operações industriais. Por exemplo: acorrente elétrica é um risco inerente aos traba-lhos que envolvam eletricidade, aparelhos ouinstalações elétricas; a eletricidade não podeser considerada uma condição insegura por serperigosa. Instalações mal feitas, ou improvi-sadas, fios expostos, etc., são condições inse-guras, a energia eIétrica em si não.

Algumas das condições inseguras maisfreqüentes, catalogadas pelos estudos de se-gurança do trabalho:

– falta de proteção em máquinas e equi-pamentos;

– deficiência de maquinário e ferramental;– passagens perigosas;– instalações elétricas inadequadas ou de-

feituosas;

– falta de Equipamento de Proteção In-dividual (EPI);

– nível de ruído elevado;– sistemas de alarmes inadequados;– proteções Inadequadas ou defeituosas;– má arrumação/falta de limpeza;– defeitos nas edificações;– iluminação inadequada;– piso danificado (esburacados);– risco de fogo ou explosão.

1.14.3 Análise dos acidentesTodo acidente traz informações úteis para

quem se dedica a sua prevenção. Um acidentenão comum, raro, pode revelar a existência decausas ainda não conhecidas ou de causas quepermaneciam ocultas, não notadas pelos en-carregados da segurança.

Um acidente comum, se for a repetição deum infortúnio já ocorrido, pode revelar possí-veis falhas das medidas de prevenção de aci-dentes que, por alguma razão determinada, sãoresponsáveis por essa repetição.

A cuidadosa investigação de um acidenteoferece elementos valiosos para a análise a serfeita. Além disso, as conseqüências dos aci-dentes provocam uma série de providênciasadministrativas, técnicas, médicas, psicológi-cas, educacionais, dentro da empresa, que re-percutem também na área da Previdência So-cial, amparando de muitas formas o acidenta-do. A CIPA deve participar dos vários aspec-tos do estudo relacionado com os acidentespreocupando-se em analisá-los e elaborandorelatórios, registros, comunicações e sugestões,entre outras providencias, conforme o deter-minado no item 5. 16, item "l" da Portaria 3214de 8 de junho de 1978, do Ministério do Tra-balho (... l) participar, em conjunto com oSESMT, onde houver, ou com o empregadorda análise das causas das doenças e acidentesde trabalho e propor medidas de solução dosproblemas identificados...). A análise do aci-dente corresponde a uma visão geral da ocor-rência.

Além dos registros relacionados à empre-sa e aos dados pessoais do acidentado, cuida-se de estabelecer a ocupação – a tarefa – de-senvolvida pelo trabalhador, o departamentoe seção em que cumpre suas atividades. Só es-ses dados já permitem que se faça um estudoda ocorrência de acidentes em certos departa-mentos, da freqüência, ou seja, do número devezes que tais acidentes acontecem.

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Segurança IndustrialNão se trata, portanto, de registros buro-

cráticos. São elementos de estudo. A descri-ção do acidente deve ser feita com os porme-nores possíveis: deve ser mencionada a partedo corpo atingida e devem ser incluídas as in-formações do encarregado, descrições de cen-so se desenvolveram os fatos relacionados aoacidente e a causa, ou causas, que lhe deramorigem. Esta investigação tem a participaçãode membros da CIPA. A CIPA deve concluir,ainda, sobre a causa do acidente, as possíveisresponsabilidades (principalmente atos inse-guros) e propor medidas quem devem ser to-madas para evitar que continuem presentes osriscos ou que eles se repitam

Convém ressaltar que o estudo de aciden-tes não deve limitar-se àqueles consideradosgraves. Pequenos acidentes podem revelar-seriscos grandes. Por outro lado, acidentes semlesão devem ser estudados. Perceber riscos emfatos que parecem não ter gravidade, mas queem ocasião futura se revelarão fontes de aci-dentes graves, é capacidade que os membrosda CIPA devem desenvolver. Disso depende-rá, em grande parte, a redução ou a soluçãodefinitiva de muitos problemas na área da se-gurança do trabalho.

A análise dos acidentes que ocorrem naempresa vai fornecendo dados que se acumu-lam e que possibilitam uma visão mais corre-ta nessa área de estudo, com indicações sobreos tipos de acidentes mais comuns, sobre ascausas mais atuantes dando a medida da gra-vidade das conseqüências e revelando os se-tores da empresa que necessitam de atençãomaior da CIPA e dos Serviços Especiais, quan-do existirem. Muitas outras indicações impor-tantes são também extraídas desses dados.

Uma investigação de acidente corretamen-te conduzida requer:

– habilidades Investigativas;– habilidades Analíticas;– habilidades de Confrontação;– habilidades Administrativas;– atitude Correta.A atitude do investigador na investigação

de acidentes pode ser o fator mais importante.As investigações são importantes, mas tomamtempo e podem gerar posições antagônicas. Damesma forma, se a estrutura de referência ouatitude mental do investigador estiver no todoou parcialmente de acordo os seguintes con-ceitos:

– o acidente só é acidente quando provo-ca perda de dias de trabalho, ferimento

grave que necessite tratamento médicoou quando ocorram danos materiais sé-rios;

– a maioria dos acidentes é evitável;– o esforço de prevenção está diretamente

relacionado à magnitude da perda; ou– o esforço de prevenção só é necessário

porque o acidente foi suficientementegrave para constar de relatório.

Nesse caso, os escopos dos esforços deprevenção estarão muito comprometidos.

É necessário que todos os acidentes de-vam ser investigados. A investigação envolve:

– estabelecer todos os fatos e opiniões re-levantes de como e porque o acidenteocorreu, de modo que...

– seja possível tirar conclusões sobre oque deve ser feito para impedir sua re-petição.

Isto significa que qualquer ocorrência dedoença ou ferimento ocupacional, dano deequipamento, edifício ou produto, perda finan-ceira, ou acidente frustrado, estando a pessoaresponsável pelas investigações consciente doincidente, este deve ser investigado. Se a in-vestigação deve ou não ser registrada, isto de-pende das imposições legais e procedimentoslocais. Os procedimentos e técnicas usadas noprocesso de investigação são, basicamente, osmesmos, independente da gravidade do feri-mento ou de outras perdas.

A política de informação de acidentes devedispor que todas as doenças e ferimentos ocu-pacionais, bem como avarias de equipamen-to, propriedade e produto, devem ser informa-das ao supervisor do indivíduo e, em seguida,investigados. Os empregados também deveminformar sobre acidentes frustrados, de modoque sejam tomadas ações corretivas antes queas causas do acidente possam resultar emferimentos ou outras perdas.

A justificativa da necessidade de tais re-latórios baseia-se na pesquisa realizada sobrecausas de acidentes, conforme indicado ante-riormente, e na própria experiência passada nasempresa em investigação de acidentes. Comestes conhecimentos, sabe-se que:

– As causas de acidentes frustrados ouacidentes menos graves são potencial-mente as mesmas dos acidentes gra-ves ou fatais. Em alguns casos, a dife-rença entre acidente grave e não ocor-rência de acidente é apenas uma ques-tão de tempo ou distância.

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– Todos os acidentes resultam de múl-tiplas causas. A habilidade do investi-gador é testada em termos de quão pro-funda é a investigação para identificarsuas múltiplas causas. Somente apósidentificar todos os fatores que contri-buíram para o acidente é que investi-gador pode começar a fazer perguntasduras sobre o "porquê" dos fatos; ex.:por que o operador estava trabalhandocom equipamento defeituoso, por queos procedimentos sobre derrames delíquidos ficaram fora da Análise deSegurança e Higiene do Trabalhador.

1.15 Controle de acidentesApós realizar a investigação dos aciden-

tes e estabelecer as ações corretivas necessá-rias, é de fundamental importância que se re-gistrem os dados básicos do acidente de for-ma organizada e sistêmica. Tal método é feitoatravés da Estatística de Acidentes, por meioda qual é possível comparar os resultados comoutros órgãos e orientar onde se deve atuarmais fortemente. Ela pode auxiliar para veri-ficar se os índices de segurança estão melho-rando ou não e – principalmente – onde de-vem ser priorizadas ações e recursos.

A Estatística de Acidentes é uma ferra-menta de vital importância, pois através delaé que se pode tomar as decisões necessáriaspara a melhoria dos índices de acidentes ecomo conseqüência a melhoria da qualidadede vida dos funcionários.

É indispensável que se tenha o controlede acidentes ocorridos, mediante cadastro eregistros estatísticos. através dos quais se podeacompanhar a evolução das ocorrências. Asunidades da Petrobras possuem formuláriospadronizados pela Empresa, em que são re-gistrados todos os dados importantes relativosaos acidentes. A análise destes dados e suaordenação sistemática permitem organizar ta-belas e gráficos estatísticos, os quais. devida-mente interpretados, podem demonstrar se osmétodos e técnicas de prevenção de acidentesestão produzindo resultados, dando orientaçãoquanto as medidas a serem adotadas.

A cada início de ano, metas para alguns ín-dices de segurança são negociadas entre o órgãooperacional e a SMS (antiga SUSEMA – Supe-rintendência de Segurança, Meio Ambiente eQualidade), órgão controlador da Sede. Algunsíndices são de acompanhamento mensal, enquan-to que outros são de acompanhamento anual.

Entre esses índices, podem ser citadas a Taxade Frequência de Acidentados com Afasta-mento (TFCA) e a Taxa de Gravidade (TG),ambas de acompanhamento mensal.

A TFCA, calculada pela fórmula a seguir,é o número de acidentes com afastamento, noperíodo considerado, por milhão de horas-ho-mem de exposição ao risco. Ela nos dá umaidéia da maior ou menor incidência de aciden-tados num determinado grupo de trabalho enum determinado período.

TFCA = Taxa de Freqüência de Acidenta-dos com Afastamento (acidentestípicos)

NCA = Número de Acidentes Típicos comAfastamento

6NCA x 10TFCAHHER

=

A TG, calculada pela fórmula seguinte, éo tempo computado (TC) por milhão de ho-ras-homem de exposição ao risco, O TC é osomatório dos dias perdidos por acidentados edos dias debitados em caso de lesão perma-nente ou morte, calculados de acordo com umatabela anexa a Resolução 48/64. Ela nos in-forma sobre a extensão e gravidade das lesõessofridas pelos acidentados, e nos fornece umamaneira prática de calcular os prejuízos mate-riais em razão de acidentes.

6TC x 10TGHHER

=

O controle estatístico dos acidentes do tra-balho, pelas atuais diretrizes da Petrobras éde responsabilidade do Órgão de SegurançaIndustrial de cada Unidade Operacional daEmpresa. No nosso caso a SMS.

1.16 Procedimento em caso de acidente1.16.1 Procedimento do Acidentado

O acidentado devera informar imediata-mente ao seu chefe imediato, quando vitimadopor um acidente de trabalho. Caso tenha sofri-do lesão que necessite de socorros médicos. Oacidentado deverá ser encaminhado ao ambu-latório médico da empresa, tomando providên-cias para que a ocorrência seja comunicada omais breve possível ao seu chefe imediato.

Todas as informações que se fizerem ne-cessárias para o registro e a comunicação doacidente, tanto para as estatísticas da empresacomo para o INSS, deverão ser prestadas comclareza e exatidão suficientes, quando solici-tadas.

Todos os acidentes deverão ser relatados,na forma das instruções vigentes, dentro dosprazos estabelecidos.

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Segurança Industrial1.16.2 Procedimento do Supervisor

Ao tomar conhecimento da ocorrência deum acidente, o supervisor deverá proceder oencaminhamento do acidentado ao ambulató-rio médico da empresa, em tempo hábil.

As informações referentes à ocorrênciadevem ser colhidas, também pelo supervisor,visando levantar as causas. Estas informaçõespermitirão o preenchimento dos formuláriospróprios de comunicação de acidentes, alémde servirem como fonte para prevenção de fu-turos acidentes semelhantes.

Permissão Para Trabalho (PT)É a autorização escrita para:Trabalhos de manutenção, montagem e

desmontagem, construção, reparos, inspeçãoe escavação, na área industrial, em equipamen-tos e instalações de oficinas de manutenção,de almoxarifados ou de laboratório. Para car-ga e descarga de caminhões de Produtos quí-micos na área industrial não há necessidadede emissão de PT, devendo ser seguido o esta-belecido nos Procedimentos dos Setores Ope-racionais para esta atividade. Visitas ou ins-peções visuais de curta duração em unidadesoperacionais prescindem de PT, mas o super-visor e o Operador da área serão obrigatoria-mente avisados.

Nota: Nenhum trabalho na área, fora oscasos citados neste procedimento, pode serexecutado sem PT.A PT é dada para prevenir:– riscos de acidentes;– dano material;– agressão ao meio ambiente; ou– descontinuidade operacional, nas situa-

ções em que há possibilidade de: ex-plosão ou incêndio, vazamento de pro-duto tóxico, corrosivo, inflamável oucombustível, vazamento de produto sobpressão;

– exposição a radiação ionizante;– exposição a altas temperaturas;– confinamento;– desabamento;– choque elétrico.

Início dos trabalhosSó se podem iniciar trabalhos nos locais

citados anteriormente, após a emissão da PT,e uma vez cumpridos todos os itens de reco-mendação citados na mesma e na análise derisco que a acompanha. Fatores que permitema obtenção da autorização do operador da área.

Permissão para Trabalho Combinada (PTC)É autorização para trabalho em equipa-

mento ou em sistema sob responsabilidade deum Órgão, mas localizado em área de respon-sabilidade de outro.

Permissão para Trabalho Temporária (PTT)É a permissão para trabalho, em formulá-

rio próprio, que autoriza a execução de um tra-balho específico, que não interfere em áreasadjacentes, por prazo determinado, em equi-pamentos ou sistemas definidos, que constituirisco isolado, ficando dispensada nesse prazoa sistemática de emissão de PT e CIS, excetuan-do-se os trabalhos com fonte de radiação ioni-zante e Parque de GLP.

Liberação de ÁreaÉ autorização especial, por prazo deter-

minado, para trabalho de manutenção, cons-trução ou montagem, ficando dispensada aemissão de PT e CIS para trabalho em localdelimitado, excetuando-se os trabalhos comfonte de radiação ionizante.

Lista de VerificaçãoSão as medidas preventivas a serem to-

madas para a liberação de equipamentosou sistemas, e para início do trabalho, ten-do em vista os riscos que apresentam. Taismedidas constam da PT com o título de Lis-ta de verificação. As medidas necessárias enão constantes da PT serão acrescentadas peloemitente.

Certificado de Inspeção de Segurança (CIS)É o documento emitido pela SMS para

assessorar o emitente da PT com recomenda-ções de segurança. Dele constam também osresultados de inspeção visual, dos testes e dasmedições feitas pela SMS na área ou no equi-pamento onde será realizado o trabalho.

Etiquetas de AdvertênciaAs Etiquetas de Advertência indicam que

o equipamento está em manutenção e não deveser operado. Serão afixadas em equipamentoscom a finalidade de proibir seu uso. As eti-quetas são de cores amarela e azul. A amarelaserá afixada pelo operador da área e a azul peloexecutante do serviço.

Nota: As etiquetas devem ser preenchidasde modo legível e completo.

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Etiqueta Vermelha de AdvertênciaQuando se tratar de serviço em circuito

elétrico, e somente no momento da execução,será afixada pelo executante, no cubículo dealimentação de carga, além da etiqueta azul, aPlaqueta Vermelha (Anexo 3), a qual só porele será retirada. A plaqueta tem a finalidadede identificar o executante e significa que oserviço está em andamento.

Etiqueta de AvisoÉ um cartão branco usado para dar outros

avisos, tais como alteração de condição ope-racional, de alinhamentos, etc.

Operador da áreaÉ o operador que trabalha na área da uni-

dade de processamento, transferência e esto-cagem ou utilidades, e é responsável pelo equi-pamento ou sistema que sofrer manutenção.

Liberação de Escavação (LE)Esta Liberação informa a existência de

instalações subterrâneas no local da escava-ção. Deve ser solicitada ao EN, para qualquerescavação na REPAR, seja qual for a profun-didade. Se, durante a escavação, for encontra-do algum elemento que não conste na libera-ção, os trabalhos devem ser interrompidosimediatamente, e solicitada a presença de pes-soa do EN para identificar e atualizar os desenhos.

1.17 Condições gerais1.17.1 Emissão

A PT deve ser emitida em 3 vias, no for-mulário Permissão para trabalho (Anexo 1),1ª via para o executante, 2ª via para o opera-dor da área e 3ª via para o emitente.

Ao emitir a PT o empregado deverá ob-servar o seguinte procedimento:

a) indicar com clareza o serviço que estásendo autorizado e identificar com pre-cisão o equipamento ou sistema (refe-rência, número de identificação e situa-ção do equipamento);

b) indicar a área ou o nome do responsá-vel pela área na qual o serviço realizar-se-á;

c) assinalar com "x" (na coluna "Emiten-te") as medidas preventivas que deve-rão ser obrigatoriamente verificadaspelo responsável pela área;

d) entregar ao executante as 1ª e 2ª viasda PT ficando com a 3ª;

e) certificar-se que foi realizada a APR;

f) certificar-se de que todas as recomen-dações constantes na APR foram im-plantadas antes do início do trabalho;

g) certificar-se que as permissões para astarefas que possam interagir sejam re-portadas a todos.

A PT é específica para o serviço nela des-crito e restrita a um único equipamento, per-feitamente identificado e delimitado.

Nota: Para serviços tais como: troca delâmpada, medições gerais, sem que hajaintervenção, medição de vibração, e asse-melhados, a PT pode ser emitida de for-ma genérica, desde que avaliadas todas asimplicações de risco.A PT é válida para a jornada de trabalho

do executante (que inclui também o serviçoem horário extraordinário), no dia da emissão.

Nota: Quando o potencial de risco justifi-car, o prazo de validade não deve ultra-passar a jornada de trabalho do emitente.Tal condição deve constar da PT.Quando da substituição do emitente da PT,

cabe ao seu substituto a responsabilidade de,após inspecionar o local e verificar as condi-ções de trabalho, decidir quanto ao cancela-mento ou não da PT.

Nota: O não cancelamento implica nacontinuidade do trabalho, até o horárioinicialmente previsto, agora sob a respon-sabilidade do substituto do emitente da PT.A Permissão Para Trabalho Combinada

(PTC), deve ser emitida no mesmo formulá-rio de Permissão para Trabalho (PT), pelo Ór-gão responsável pelo equipamento ou sistema;o co-emitente será o responsável pela área emque está o equipamento ou sistema.

Nota: O emitente e o co-emitente são res-ponsáveis pela liberação do equipamentoe da área, respectivamente.A Permissão para Trabalho para serviços

de escavação só pode ser emitida mediante aapresentação da L.E. (Liberação de Escava-ção), fornecida pelo EN, para escavação dequalquer profundidade.

Estão autorizados a emitir PT:– Dentro de sua área:

a) OP II;b) OP I, desde que treinado e autori-

zado pelo setor junto a PR.;c) TSI e TS II;d) Assistente de Suprimento;e) TQ II e III;f) TM I e II;

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Segurança Industrialg) COTUR e SMS nas áreas de produ-

ção não definidas;h) Os supervisores hierárquicos acima

citados anteriormente.

– Dentro das áreas de Empreiteiras:Os técnicos de manutenção dos setores a

seguir, conforme segue:– do EI/ELÉTRICA, quando o trabalho

for em sistemas elétricos, após o pai-nel de 480 V da subestação 5900-J eapós os transformadores provisórios deparada;

– do EDE/CALDERARIA, quando o tra-balho for nos galpões de pré-fabrica-ção de tubulação;

– do PMS, para o restante das instalações.

1.17.2 RequisiçãoÉ de responsabilidade do requisitante da

PT o fiel cumprimento das recomendações,providenciando os requisitos necessários paraa manutenção das condições de segurança nolocal de trabalho.

– Estão autorizados a requisitar PT:a) O executante, desde que emprega-

do da Petrobras;b) Empregados de empresa contratada

credenciada pela SMS, identificadospelo logotipo específico (chave in-glesa) afixado no crachá.

Nota: O credenciamento de empreiteirosé efetuado para os aprovados em curso es-pecífico. A participação neste curso é con-dicionada à solicitação formal da empre-sa contratada à Fiscalização e sua concor-dância após o que encaminhará a solicita-ção a SMS.Para acesso de máquinas de movimenta-

ção de cargas e veículos motorizados no inte-rior de unidades de processo e área de GLP,para serviços de apoio de carga ou transporte,é obrigação:

a) Do Executante:– informar ao Emitente que o serviço

necessita de apoio de carga.b) Do Emitente:

– ao emitir a PT, indicar a necessida-de de apoio de carga para o serviçono campo específico.

c) Do Operador da máquina ou motoristada viatura:– estacionar a máquina ou viatura fora da

unidade de processo e da área de GLP;

– apanhar a via da PT com o execu-tante, e obter do Operador da Áreaa autorização de entrada;

– rubricar no verso da PT junto com oOperador da Área;

– entrar na área somente depois deatendidas as recomendações dositens anteriores.

d) Operador da área:– indicar no verso da PT, na via do

executante, o horário e o tipo demáquina ou veículo que irá execu-tar o serviço;

– autorizar a entrada de veículos decarga, rubricando no verso a PT.

É dispensada, após a remoção do equipa-mento, a "baixa" na autorização para entradade máquina ou viatura.

1.17.3 CancelamentoA PT é cancelada quando:a) no caso de Emergências;b) suas recomendações não estiverem sen-

do atendidas;c) aparecerem condições de risco na área

onde se executa o trabalho, inclusiveaqueles decorrentes de manobras ope-racionais;

d) o executante não estiver usando osE.P.I.s adequados;

e) o executante tiver dúvida no trabalho aser realizado.

Nota: A PT pode ser cancelada por qual-quer pessoa que perceba que os padrõesde segurança não estão sendo cumpridosconforme as recomendações.Um atraso superior a 2 horas para o início

do trabalho ou o afastamento do executante porigual período cancela automaticamente a PT.

Após comunicar o Requisitante e o Emi-tente da PT, o Funcionário da Petrobrás quedetectou irregularidades e paralisou o serviçodeve preencher o Relatório de Descumprimen-to de Norma de Segurança e enviar copias parao Fiscal do contrato, Gerente do Contrato, MI,Chefia do Setor envolvido e SMS.

1.17.4 Etiquetas de AdvertênciaAntes da autorização para início do servi-

ço, tanto o responsável pela área, quanto oexecutante do serviço devem preencher oscampos das Etiquetas de Advertência e as fi-xarão nos equipamentos cuja operação podeinterferir no trabalho a ser executado. O exe-cutante do serviço fixará a etiqueta azul e ooperador da área a etiqueta amarela.

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61

Quando trabalhadores de diversos Seto-res estiverem dando manutenção ao mesmoequipamento, cada um deve afixar a sua eti-queta azul nesse equipamento. Nesse caso,apenas uma etiqueta amarela será afixada.

Para fins de liberação de trabalhos, devemser utilizados três tipos de etiquetas:

– etiqueta amarela – A ser fixada peloempregado Petrobrás responsável pelaárea, exemplo: Operador da área.

– etiqueta azul – A ser fixado pelo exe-cutante dos serviços, empregado Petro-bras ou de contratada.

– etiqueta vermelha imantada – A serfixado pelo eletricista, na porta do cubí-culo de alimentação de carga, somentedurante o tempo de intervenção direta.

No caso de liberação de equipamentos paramanutenção acionados por motor elétrico, asetiquetas devem ser colocadas nas gavetas enas botoeiras (campo e painel).

As liberações de equipamentos elétricosdevem ser realizadas desligando-se a chave oudisjuntor nos respectivos painéis e em segui-da o executante deverá colocar o cadeado pró-prio de cada oficina, bloqueando a operaçãoou energização do equipamento durante a ma-nutenção. No caso, de duas ou mais oficinasparticiparem da liberação do mesmo equipa-mento, cada executante deverá colocar o seucadeado. Caso não exista espaço na chave ouno disjuntor para mais de um cadeado, a ofici-na elétrica possui dispositivos para multipli-car a possibilidade de uso de cadeados.

Com o uso de cadeados não será necessá-ria a extração da gaveta para liberação, porémnos casos em que não seja possível o uso decadeados, a gaveta deverá ser extraída pelo EI.

As etiquetas de advertência só poderão serremovidas pelas pessoas que as afixaram, seussubstitutos ou Supervisor Imediato.

As etiquetas devem ser destruídas após asua remoção.

1.17.5 Recomendações de SegurançaCertificado de Inspeção de Segurança (CIS)

É obrigatório obter o CIS junto a SMS paraautorização do início de serviço, nos seguin-tes casos:

a) trabalho com fonte de radiação ionizan-te (gamagrafia ou Raio-X Industrial);

b) entrada de pessoas em equipamento,caixas de passagem (MH) de cabos elé-tricos, poço e caixa de drenagem deáguas oleosas ou contaminadas;

c) abertura de equipamentos quando oEmitente tiver dúvida;

d) trabalho de corte ou de solda em equi-pamento que contiveram produtos tó-xicos, inflamáveis, corrosivos ou quea estes estiveram interligados;

e) para que seja emitida Permissão paraTrabalho Temporária (PTT);

f) para escavação em profundidade supe-rior a 1,50 m.

Para outros tipos de trabalho a emissão doCIS pode ser solicitada a critério do emitenteda PT, do operador da área ou do executantedo trabalho.

A inspeção de segurança deve ser realiza-da na presença do operador da área.

O CIS é restrito ao trabalho para o qualfoi emitido, e é válido desde que sejammantidas as condições de segurança existen-tes no local. O CIS perde a validade se o tra-balho não iniciar até 2h após sua emissão ouem caso de afastamento do executante porigual período.

Na abertura de linhas ou bombas para ins-talação de raquetes ou flanges cegos, é dispen-sável o CIS, desde que o sistema tenha sidodespressurizado, drenado, purgado (quandoesse procedimento for indicado na PT/AP) enão esteja interligado com o sistema de tochas.

Antes de solicitar o CIS, o Emitente daPT/Operador da Área, obrigatoriamente ins-pecionará a área e/ou equipamento, quanto aoatendimento dos Padrões Mínimos de Segu-rança.

Frentes distintas de trabalho em um equi-pamento, a serem executadas simultaneamen-te, devem possuir AP conjunta.

Quando as condições de risco exigirem,será previsto o acompanhamento do serviçopelo operador da área e por representante daSMS.

Travas para haste de válvulas devem sersolicitadas a serem instaladas após o fechamen-to dos bloqueios e despressurização do equi-pamento, quando houver recomendação desteprocedimento na AP ou na própria PT. É obri-gatória a instalação das travas nos seguintescasos:

– Em bloqueios de equipamentos que ne-cessitam de grandes manobras para suaretirada de operação e que oferecemrisco de Parada da Unidade.

O Equipamento ou Sistema será conside-rado isolado quando:

– Estiver raqueteado (flangeado a cego).

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62

Segurança Industrial– Desconectado.– Existir duplo bloqueio com suspiro

(vent) ou dreno intermediário.Na impossibilidade de atendimento a es-

tas exigências, deve ser prevista medida adi-cional de segurança.

1.17.6 Execução dos TrabalhosAntes de autorizar os trabalhos para exe-

cução o operador e o executante devem ga-rantir que as recomendações da PT e da APestão sendo atendidas.

Qualquer trabalho só pode ser iniciadoapós o recebimento da PT com a autorizaçãodada pelo operador da área.

Somente o serviço descrito na PT deveráser executado.

A PT só será considerada autorizada apóso responsável pela área, os seguintes procedi-mentos devem ser observados, ao autorizar ostrabalhos:

a) Verificar se as medidas preventivasapontadas pelo emitente foram adota-das e rubricar (na coluna “Operador daárea”) os itens assinalados no formulá-rio de PT e o formulário da AP. Provi-denciar o cumprimento das medidasque não tenham sido adotadas;

b) Preencher o campo “Autorização parainício do trabalho”;

c) Devolver a 1ª via ao executante auto-rizando com esse ato o início do traba-lho, e reter a 2ª via.

O responsável pela área deve certificar-sede que as condições de trabalho estejam sufi-cientemente seguras durante todo o seu desen-volvimento. Para tanto, segundo sua avalia-ção, ele deve realizar verificações periódicasdo trabalho ou permanecer no local.

Por parte do Requisitante são necessáriosos seguintes procedimentos:

a) Assinar a PT antes do início dos trabalhos;b) Tomar conhecimento da AP;c) Dar conhecimento do conteúdo da AP

aos executantes;d) Alertar aos executantes, quanto ao pro-

cedimento de interrupção dos trabalhosem caso de emergências.

Por parte do Executante são necessáriosos seguintes procedimentos:

a) Verificar se as medidas preventivas fo-ram adotadas e providenciar o cumpri-mento das medidas que não tenhamsido, e atender os padrões mínimos desegurança e os procedimentos de ma-nutenção aplicáveis;

b) Executar apenas o serviço constante dapermissão;

c) Manter sempre a PT em seu poder, nolocal dos trabalhos.

1.17.7 Conclusão dos TrabalhosAo término do trabalho ou do prazo de

validade descrito na PT, o executante deve pro-curar o operador da área ou o operador emi-tente da PT, para informar a situação do servi-ço e dar baixa na PT, na seqüência seguinte:

a) O executante, se o trabalho foi concluí-do, retira a Etiqueta Azul (se houver) ea destrói. Se o trabalho não foi concluí-do, a etiqueta permanecerá afixada. Emambos os casos, entrega ao operador daárea ou operador emitente da PT a 1ªvia, dando baixa como trabalho conclu-ído, a verificar ou não concluído.

b) O operador da área anota no campo"Quitação da PT", o horário de conclu-são ou interrupção do trabalho nas 1ªe 2ª vias da PT e informa ao emitente,utilizando o meio de comunicação dis-ponível, para que este atualize sua via.Assina as 2 vias da PT, indicando a si-tuação dos trabalhos, e retira a Etique-ta de Advertência amarela, se houver ese os trabalhos foram concluídos, e adestrói.

c) Excepcionalmente, e se o operador daárea não for encontrado, o executantepode dar baixa "A VERIFICAR" na PT,com o emitente ou seu substituto, queanota o horário de conclusão ou inter-rupção do trabalho, nas 1ª e 3ª vias einforma ao operador da área, utilizan-do o meio de comunicação disponívelpara que este verifique o serviço, atua-lize a sua via e remova a Etiqueta deAdvertência amarela, se houver.

d) As 2ª e 3ª vias da PT devem ser arqui-vadas por 5 dias. Após esse prazo po-dem ser destruídas.

e) Em caso de Permissão para TrabalhoCombinada (PTC) o executante procu-rará o co-emitente, ou seu substituto,para informar a conclusão do serviço edar baixa na PTC.

Ao dar baixa na PT o executante, em cor-responsabilidade com o requisitante, está de-clarando que o local foi deixado em perfeitascondições de higiene, limpeza, organizaçãoe segurança e também que o responsável

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Segurança Industrial

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pela área está satisfeito ou ciente com o resul-tado dos trabalhos executados (exceto nos ca-sos em que o executante ou requisitante dãobaixa na PT como "A VERIFICAR"; caso emque o responsável pela área não necessaria-mente observou e avaliou os resultados dostrabalhos).

1.18 Condições específicasNos casos previstos nesta norma ou em si-

tuações especiais, tais como parada de sistemasou construção e montagem, após análise dosriscos envolvidos e com autorização competen-te, podem ser adotados outros tipos de permis-são para trabalho, como definido a seguir:

1.18.1 PTT – Permissão de Trabalho TemporáriaA PTT é emitida para trabalho específico

em equipamento que representa um risco iso-lado, por um prazo pré-estabelecido, superiora 5 dias.

A PTT é emitida com validade de 30 dias,e a cada revalidação, caso necessário, deve serrealizada avaliação conjunta pelo Setor Emi-tente, Setor Fiscal, Empreiteira e SMS.

A PTT não dispensa a autorização verbaldada pelo Responsável pela Área, e diariamen-te, antes do início do trabalho, o executantedos serviços deve entrar em contato com omesmo, para informar de sua presença e sabersobre as condições de segurança da área ope-racional onde irá trabalhar. O Fiscal do servi-ço de limpeza deve efetuar verificação diárianas frentes de trabalho.

A PTT é solicitada pelo setor de manu-tenção responsável pela execução do serviçoe emitida pelo setor responsável pelo equipa-mento, sistema ou área, após avaliação con-junta dos supervisores do Setor Responsávelpelo equipamento, sistema ou área, do Setorde Manutenção, SMS e do Supervisor daEmpreiteira.

A PTT só se aplica a situações diferentesdas relacionadas anteriormente, se autorizadaspelo chefe da PR, baseado em parecer da SMS,Setor Responsável pelo equipamento ou áreae MI.

Quando em início de manutenção, os equi-pamentos ficam sujeitos ao regime normal deemissão de PT /CIS, até que se atinja níveisde segurança adequados para entrar em regi-me de PTT. As etapas iniciais de manutençãoincluem, por exemplo: drenagem, purga, lim-peza, flangeamento ou isolamento elétrico.

Nota: Entende-se por nível de segurançaadequado, aquele em que os riscos da áreaonde se realiza o trabalho e das áreas pró-ximas estão controlados e não devem so-frer alteração durante o serviço.A execução dos trabalhos, assim como a

suspensão dos mesmos, segue as condiçõesestabelecidas nesta norma para PT. Cabe aoOperador do turno que antecede o início dostrabalhos de manutenção inspecionar as con-dições de segurança do local.

Os trabalhos com fonte de radiação ioni-zante ou Raio X Industrial exigem a obtençãode PT e CIS ainda que em área sob regime dePTT.

O responsável pela manutenção, deve afi-xar a PTT em plaqueta própria, e em local vi-sível junto ao equipamento ou local dos traba-lhos.

Nota: No caso de PTT's para trabalhosgerais que envolvam toda uma área, a PTTpoderá ser afixada, a critério do responsá-vel pela manutenção, tanto na área, emlocal visível por todos, quanto nas casasde controle.A PTT é aplicável às situações descritas a

seguir:a) Manutenção em tanques individuais ou

aos pares (conforme NBR-7505, dispo-nível na Atividade de DocumentaçãoTécnica) com distância entre costadosmaior ou igual ao maior diâmetro, nãosendo permitido, neste caso, o recebi-mento de produto no tanque vizinho.

b) Equipamentos ou sistemas específicosdesde que se possa isolá-los e não ocor-ra interferência dos trabalhos de manu-tenção com os sistemas em operação.

c) Nota: Equipamentos isolados são aque-les que foram raqueteados, cujos acio-nadores estão impedidos de entrar emoperação e foram tomadas medidaspara impedir que os serviços executa-dos coloquem em risco pessoas ouequipamentos em áreas vizinhas.

d) Deposição de resíduos de hidrocarbo-netos líquidos nas células de biodegra-dação (landfarming).

e) Parada parcial de unidade, desde queos equipamentos liberados tenham sidoetiquetados, isolados, esgotados, lava-dos e purgados.

f) Limpeza industrial ao nível do solocompreendendo varreção, recolhimen-to de restos de material, lavagem com

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Segurança Industrialágua e/ou vapor, capina em área britada,substituição de areia sob fornos, lim-peza de canaleta de águas pluviais (nãoabrange esgoto oleoso) e limpeza degrades do SAO.

g) Nota: A PTT é emitida pelo setor res-ponsável pela área onde a limpeza serárealizada, identificando claramente oslocais e especificando os tipos de tra-balhos autorizados.

h) Movimentação de Enxofre.i) Movimentação de Catalisador.j) Lubrificação de rotinas (exclusivamen-

te as atividades listadas a seguir):i.1 – Verificação do estado (aparência)

do óleo e completar níveis;i.2 – Verificação (visual e auditiva) de

ruídos, vazamentos e temperaturas;i.3 – Drenagem de água dos depósitos e

de mancais de bombas e turbinas;i.4 – Lubrificação de válvulas (após li-

beração do operador da área).

1.18.2 Liberação de ÁreaA Liberação de Área é aplicável às seguin-

tes situações:a) Manutenção em tanques grupados

(conforme NBR-7505), desde que to-dos estejam em manutenção;

b) Construção de novos tanques;c) Montagem de novos equipamentos nas

áreas de processo, desde que se possaisolar seguramente todos os trabalhosde montagem;

d) Paradas gerais de Unidade, após a faseinicial de drenagem, purga, raquetea-mento, ventilação, isentos de hidrocar-bonetos ou produtos tóxicos, quando osequipamentos já estiverem todos libe-rados para entrada de pessoal.

A Liberação de Área deve ser requisitadaao chefe da PR, por escrito, pela MI, excetonos casos de Parada, quando a situação seránegociada entre os envolvidos em reunião es-pecífica.

Os trabalhos com fonte de radiação ioni-zante exigem a obtenção de PT e CIS, aindaque em área liberada.

O chefe da PR pode autorizar a Liberaçãoda Área, dando conhecimento aos Órgãos en-volvidos.

MODELO DE FORMULÁRIO DE PT**Formulário REPAR ( G-271), disponível no SC com

o número de estoque: NE-7550-786-77550

(VERSO)

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Segurança Industrial

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MODELO DE ETIQUETAS DE ADVERTÊNCIAAMARELA – Formulário REPAR (G-215) – disponívelno SC com o número de estoque: NE – 9915-787-01147.AZUL – Formulário REPAR (G-465) – disponível noSC com o número de estoque: NE – 9915-787-01150.

(FRENTE) (VERSO)

MODELO DE PLAQUETA VERMELHAPLAQUETA VERMELHA (IMANTADA) – Para serafixada no cubículo de alimentação de carga, apenaspor eletricistas, no momento do trabalho.

MODELO DE ETIQUETAS DE AVISOBRANCA – Formulário REPAR (G-465) – disponívelno SC com o número de estoque: NE - 9915-786-58500.

(FRENTE) (VERSO)

MODELO DE CERTIFICADO DE INSPEÇÃODE SEGURANÇA – (CIS)

CIS – Formulário REPAR (G-057), disponível no SC,com o número de estoque: NE - 7550-787-01130.

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Segurança IndustrialMODELO DE PERMISSÃO PARA TRABALHO TEMPORÁRIA (PTT)

AO: (SETOR DE MANUTENÇÃO RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO OU FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO)

DO: (SETOR RESPONSÁVEL PELO EQUIPAMENTO OU ÁREA)

REF.: PERMISSÃO PARA TRABALHO TEMPORÁRIA

Comunicamos que após inspeção realizada pelos Supervisores do (Setor Responsável pelo Equipamento ou Área,Setor de Manutenção e SMS), nas condições descritas a seguir, autorizamos a execução de:

1. TRABALHO A EXECUTAR:Equipamento ou Área:Localização:Permissão emitida para (Setor ou Equipe de Trabalho):Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) exigidos:Recomendações de segurança:

2. Esta Permissão é válida até às ______h _____min do dia _____/______/______

3. O executante deve cumprir as Normas e Regulamentos de Segurança vigentes.

4. O trabalho deve ser suspenso na ocorrência de alteração no ambiente ou nas áreas adjacentes ao local de trabalho.

5. Ciente dos participantes da inspeção/avaliação:

OperaçãoFiscal do ContratoSMSRepresentante Empreiteira( se necessário)

Atenciosamente,

(Nome e Assinatura do Emitente)Anexo: o citadoc.c.: SMS, PR, MI, Fiscal Contrato, Empreiteira.

MODELO DE AUTORIZAÇÃO PARA ÁREA LIBERADA

A: DIVISÃO DE APOIO À PRODUÇÃODO: CHEFE DA PR

REF.: ÁREA LIBERADA

Comunicamos que esta Superintendência, atendendo solicitação da MI, resolveu adotar o regime de ÁREA LIBERA-DA, para a área situada entre as coordenadas _______, conforme croqui anexo, para a realização de trabalhos de:

Esta liberação é válida até às ______h _____min do dia____/_____/_____

Atenciosamente.

Anexo: Croquic.c.: SMS

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Segurança Industrial

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DESCUMPRIMENTO DE NORMAS DE SEGURANÇAAO:DO:

REF:. DESCUMPRIMENTO DE NORMAS DE SEGURANÇA

A Legislação vigente e a Jurisprudência predominante prevêem co-responsabilidade da Contratante (REPAR) deObras e Serviços, Pela Segurança dos empregados da Contratada (Empreiteira), através dos Gerentes e Fiscais doContrato.

Assim, informamos que a empresa descumpriu as Normas de Segurança da REPAR, no que diz respeito a: – (relacionar itens) – –Solicitamos as providências cabíveis, uma vez que o descumprimento das Normas de Segurança caracteriza infra-ção ao contido no Contrato firmado entre a REPAR e a prestadora dos serviços.

Lembramos que o Art. 157 da CLT estabelece que cabe à empresa cumprir e fazer cumprir as Normas de Segu-rança e Medicina do Trabalho. Principalmente as constantes na Portaria 3214 do Ministério do Trabalho (NormasRegulamentadoras - NR's).

Por outro lado, a lei 611 de 21 de julho de 1992, no Art. 173 estabelece que constitui Contravenção Penal aempresa deixar de cumprir as Normas de Segurança e Higiene do Trabalho.

Solicitamos que nos seja informado as providências tomadas.

Atenciosamente.

C/C: SMS, MI, PMS, Gerente e Fiscal do contrato, chefe do setor envolvido.

Planos de ContigênciaI. Objetivo

Estabelecer padrões mínimos que devemser observados pelos órgãos da Petrobras paraa elaboração de Planos de Contingência (PC).

Objetiva também a padronização dos PC,de forma a se facilitar o inter-relacionamentoentre os diversos planos existentes, a integra-ção através dos meios eletrônicos – onde a pa-dronização é fundamental, assim como possi-bilitar maior intercâmbio e melhor aproveita-mento das informações disponíveis e neces-sárias a desejada eficácia nas ações de contro-le e combate a ocorrências anormais.

Estas Diretrizes foram elaboradas em con-sonância com a Política de Meio Ambiente eSegurança Industrial da Petrobras, sob coor-denação da SUSEMA – Superintendência deMeio Ambiente, Qualidade e Segurança Indus-trial, visando atender aos preceitos da Gestãopela Qualidade Total, adotada pela Companhia,assim como aos requisitos aplicáveis das nor-mas internacionais de qualidade ambiental(normas da série ISO 14000).

Foram considerados para elaboração des-te documento, além das diretrizes anteriormen-te relacionadas, os seguintes documentos des-critos a seguir:

– planos de contingência de companhiascongêneres:

– planos de contingência de entidades in-ternacionais que a Companhia partici-pa, tais como: E&P Forum, etc.;

– documentos de caráter normativo, taiscomo os emitidos pelo Ministério daMarinha e Ibama;

– regulamentos internacionais aos quaisa Companhia, direta ou indiretamente,deve atender, tais como os requisitosestabelecidos pelo regulamento 26 doAnexo I da Marpol 73/78 e pela Reso-lução MEPC 54/32 Anexo 4 da "IMOGuidelines for Development of OilPollution Emergency Plans", etc.

ItemizaçãoConforme N-2644 – Critérios para Elabo-

ração do Plano de Contigência, os PC da Com-panhia devem, exclusivamente, obedecer àitemização seguinte, sendo, entretanto, facul-tativo a cada coordenador a inclusão do item“introdução”:

Introdução (opcional)01. Objetivo02. Considerações Gerais03. Normas e Regulamentos Aplicáveis04. Definições e Terminologia05. Área de Abrangência06. Caracterização das Instalações

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Segurança Industrial6.1 Hipóteses Acidentais6.2 Inventário de Produtos6.3 Caracterização da Região

07. Organização para Controle de Emergên-cia – OCE7.1 Organograma7.2 Atribuições e Responsabilidades

7.2.1 Atribuições e Responsabilida-des por Hipótese Acidental

08. Desencadeamento das Ações8.1 Comunicações8.2 Ações de Controle8.3 Disposição Final de Resíduos8.4 Evacuação da Área

09. Recursos Internos e Externos10. Gerenciamento do Plano11. Anexos

A. Lista de Endereços dos ParticipantesInternos e Externos

B. Disponibilização de RecursosC. Mapas

– Áreas Sensíveis– Rotas de Acesso

D. RelatóriosE. Padrões de Formulários e Impressos

Conforme Diretrizes para Controle deEmergência, os planos de controle deemergência devem:– Atender às necessidades e expecta-

tivas dos clientes internos e exter-nos afetados ou impactados pelaemergência, assegurando a integri-dade das pessoas, do patrimônio edo meio ambiente.

– Atender ao estado da arte da funçãosegurança e ao histórico de emergên-cias da Companhia e Internacionaise estar integrado aos planos desen-volvidos pela comunidade, empre-sas e autoridades locais.

– Envolver os serviços médico, poli-cial, de combate a incêndios, rodo-viário, etc das localidades.

– Ser de fácil entendimento e execu-ção, previsível e capaz, o que deveser constatado através de treinamen-to e simulados.

– Conter sistemática de gerenciamen-to das atividades de controle daemergência, contemplando prontainformação do evento aos gerentesinternos, autoridades comunidade,

imprensa e outras entidades que pos-sam colaborar com o controle daemergência.

– Conter mecanismos de melhoriacontínua do processo e dos recursosenvolvidos no controle da emergência.

07. Organização para Controle de Emer-gência – OCE7.1 Deve ser apresentada a estrutura or-

ganizacional preestabelecida a se for-mar quando da ocorrência de umaemergência. A estrutura deve ser com-patível com as ações necessárias aocontrole das emergências, em seusvários tipos, dimensões e cenários.Deve possibilitar ajustes para a am-pliação de sua capacidade de ação,quando requisitados recursos adicio-nais de outros órgãos, bem como ainteração com outros PC, internos ouexternos.

A estrutura organizacional básica deve serdefinida da seguinte forma:

7.2. Atribuições e Responsabilidades– Definir as atribuições de cada ór-

gão participante da OCE– Definir os responsáveis pela co-

municação da ocorrência à estru-tura da Companhia

– Definir os responsáveis pela co-municação inicial da ocorrênciaaos órgãos externos, tais como: oórgão ambiental (local, estadual efederal), as polícias civil, rodoviá-ria e militar, a secretaria de saúdedo município, o corpo de bombei-ros, a defesa civil, a marinha, a im-prensa etc.

– Definir/identificar o documentoque fixa as diretrizes para comu-nicação de acidentes e ocorrênciasanormais no órgão ou na Compa-nhia, conforme aplicável, anexan-do-o ao PC se o órgão gestor domesmo julgar conveniente.

7.2.1. Atribuições e Responsabilida-des por Hipótese Acidental– Deve guardar coerência com

o anterior, definindo as atri-buições de cada participan-te do PC, para cada hipóte-

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Segurança Industrial

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se acidental identificada, deforma a se facilitar a pesqui-sa no PC, destas atribuiçõese responsabilidades.

– Nas Unidades de Negóciosa Organização de Controlede Emergência (OCE) sãocompostas por empregadosdas áreas: SMS, Produção,Transferência e Estocagem,Laboratório, SegurançaPatrimonial e Manutenção.

– As equipes da OCE são trei-nadas mensalmente confor-me programação de cada ór-gão, além de realização desimulados de emergênciasque são as aplicações práti-cas dos procedimentos decombate a emergência.

Anotações

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Segurança Industrial

Principios Éticos da PetrobrasA honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, odecoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípioséticos são os valores maiores que orientam a relação daPetrobras com seus empregados, clientes, concorrentes,parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demaissegmentos da sociedade.

A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentesde competitividade e lucratividade, sem descuidar dabusca do bem comum, que é traduzido pela valorizaçãode seus empregados enquanto seres humanos, pelorespeito ao meio ambiente, pela observância às normasde segurança e por sua contribuição ao desenvolvimentonacional.

As informações veiculadas interna ou externamente pelaCompanhia devem ser verdadeiras, visando a umarelação de respeito e transparência com seusempregados e a sociedade.

A Petrobras considera que a vida particular dosempregados é um assunto pessoal, desde que asatividades deles não prejudiquem a imagem ou osinteresses da Companhia.

Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado dojulgamento, considerando a justiça, legalidade,competência e honestidade.