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www.pconcursos.com APOSTILAS (ENEM) VOLUME COMPLETO Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) 4 VOLUMES APOSTILAS IMPRESSAS E DIGITAIS Questão 1 (UFRGS) Ocorre pontuação inaceitável em: a) Doutor, ainda que mal pergunte, que negócio é esse? b) Se queres distrair-te, ouve cantores italianos. c) Bento era, entre todos os empregados, o mais fiel. d) Perdôo-te; espero, porém, que não reincidas no erro. e) Não creias naqueles que não acreditam em ninguém.

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Questão 2

(CEFET-MG) Há erro de pontuação em:

a) Na confusão, circulavam por via das dúvidas, os pacotes proibidos que o Sistema

procurava reter.

b) Não acho nada, acho uma coisa terrível, isso não pode acontecer. Tem que haver limites

para essas coisas.

c) Os homens da cidade marítima, que iam e vinham a cada dia, procuravam não saber de

tudo o que acontecia.

d) Que é isso, Paulinho? Esse é o Ângelo, trabalhador honesto.

e) O Amazonas, grande rio brasileiro, abriga, em suas águas, milhares de peixes, plantas,

crocodilos.

Questão 3

(UFC)

I - Os alunos que chegaram atrasados não fizeram a prova.

Os alunos, que chegaram atrasados, não fizeram a prova.

II - Hoje sairei mais tarde, disse-me o vendedor, porque preciso terminar um gráfico.

Hoje sairei mais tarde - disse-me o vendedor - porque preciso terminar um gráfico.

III - O rapaz comprou o relógio; não poderia, porém, pagá-lo à vista.

O rapaz comprou o relógio, mas não poderia pagá-lo à vista.

Observe o emprego dos sinais de pontuação nos conjuntos acima. É correto afirmar que há

alteração de sentido.

a) em I.

b) em II.

c) em III.

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d) em I e III.

e) em II e III.

Questão 4

(ITA) Assinale a opção em que, retirando-se a vírgula ou mudando-se a sua posição, não se

obtém alteração de sentido:

a) Isso também pesa aos brasileiros, que têm carro a álcool.

b) Pediu que contemplássemos a bela visão, da ampla janela.

c) Mariana foi, logo Mário não pôde ir.

d) Como precisava de ajuda, procurou Maria, sua melhor amiga.

e) Obtivemos, em julho, os passaportes; só em dezembro, porém, é que viajamos.

Questão 5

(UEBA) Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

a) Deu uma, última entrevista ocasião, em que pôde expor melhor suas intenções.

b) Deu uma última entrevista, ocasião em que pôde expor melhor suas intenções.

c) Deu uma última entrevista, ocasião em que, pôde expor melhor, suas intenções.

d) Deu uma última entrevista ocasião em que, pôde expor melhor, suas intenções.

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e) Deu uma última entrevista ocasião em que, pôde expor melhor, suas intenções.

Questão 6

(FUVEST) Assinale a alternativa em que o texto esteja corretamente pontuado:

a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo sem

chapéu trazendo pela mão, uma menina de quatro anos.

b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja, um sujeito baixo, sem

chapéu, trazendo pela mão, uma menina de quatro anos.

c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo, sem

chapéu, trazendo pela mão, uma menina de quatro anos.

d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo sem

chapéu, trazendo pela mão uma menina de quatro anos.

e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou na loja, um sujeito baixo, sem

chapéu trazendo, pela mão uma menina, de quatro anos.

Questão 7

(UFPE) Um dos itens não se refere a Machado de Assis. Assinale-o.

a) Foi romancista, contista e poeta.

b) Sua linguagem é impecável, clássica, tem preferência por frases e capítulos curtos.

c) Em seus livros, "conversa" com o leitor.

d) A análise psicológica é o traço mais marcante de sua obra.

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e) Surpreende os meios literários, criando um personagem-narrador que escreve suas

memórias, depois de morto: D. Casmurro.

Questão 8

(UFPE) Leia com atenção:

Mas age que nem criança. Cai aqui, levanta acolá(1). Enfim, corre (2). E, pula, e grita, e

chora, e cansa (3). É pena, porém (4): o tempo não volta, rapaz(5).

Assinale a alternativa que não justifica o emprego da vírgula, de acordo com o texto.

a) Situação (1): a vírgula é usada para separar orações coordenadas assindéticas.

b) Situação (2): a vírgula é usada para separar advérbio deslocado.

c) Situação (3): a vírgula é usada para separar a conjunção "e", repetida, dando idéia de

mobilidade.

d) Situação (4): a vírgula é usada para separar a conjunção deslocada.

e) Situação (5): a vírgula é usada para isolar o aposto.

Questão 9

(UFPE) Questão referente à PONTUAÇÃO.

a) Cecília Meireles, representante da poesia moderna escreveu também belas crônicas.

b) Li o texto cuidadosamente, refleti bastante e estou fazendo ótima prova.

c) Os presentes, lembra Cecília, devem ser, caros e raros.

d) Se você gostou do texto, procure ler toda a obra de Cecília.

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e) O texto de Cecília - irônico, crítico, levemente amargo - dá-nos bem a medida de sua

sensibilidade.

Questão 10

(UNICAP) "Nas conversas das mulheres no pino do dia o assunto eram sempre as

peraltagens do herói. As mulheres se riam muito simpatizadas, falando que "espinho que

pinica, de pequeno já traz ponta", e numa pajalança Rei Nagô fez um discurso e avisou que

o herói era inteligente".

a) De acordo com a norma padrão, os adjuntos adverbiais deslocados devem ser isolados

com vírgulas. O primeiro período, portanto, deveria estar assim pontuado: "Nas conversas

das mulheres, no pino do dia, o assunto eram sempre as peraltagens do herói".

b) O sentido da frase não se altera se a vírgula for deslocada em: "espinho, que pinica de

pequeno, já traz ponta".

c) A concordância verbal feita em "o assunto eram sempre as peraltagens do herói" está

completamente errada, pois o verbo SER deve concordar sempre com o sujeito a que se

refere.

d) O verbo SER pode concordar também com o predicativo plural, portanto a

concordância, no texto, está correta.

e) O verbo SER pode concordar com o predicativo plural, portanto também é correto

dizer.".... o herói eram inteligentes".

Questão 11

(UNICAP) Sobre Raul Pompéia julgue as afirmativas:

a) Nitidamente influenciado pelo cientificismo, escreve os mais típicos romances

naturalistas da literatura brasileira

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b) Seu romance O Ateneu reflete os desequilíbrios da sociedade e privilegia a análise

psicológica das personagens.

c) Sérgio ouve do pai, à porta do Ateneu: "Vais encontrar o mundo ... Coragem para a

luta!" O menino só conseguiu entender o sentido a frase depois de testemunhar a crueldade,

o homossexualismo, a hipocrisia, a falsidade.

d) Idealizando um mundo protegido da sociedade, construído para meninos ricos que

podiam pagar o internato, o autor se omite dos problemas sociais de sua época.

e) A figura de D.Ema, no livro o Ateneu, suaviza a vida dos meninos que encontraram nela,

ao mesmo tempo, a mãe e a santa , como os anjos, sem sexo.

Questão 12

(UNICAP) Sobre Machado de Assis julgue essas alternativas:

a) Em seus romances, persegue a interioridade, as razões mais profundas do

comportamento humano, seguindo a linha da análise psicológica.

b) Em sua vasta e valiosa obra, encontram-se poemas, contos, ensaios, romances, que

representam tanto a estética romântica, quanto a parnasiana e a realista.

c) Capitu e Bentinho são personagens de D.Casmurro, livro de sua fase romântica que

mostra como o amor de uma mulher sincera pode tornar um homem feliz.

d) O Alienista conta a história de um homem que, subornado pela classe dominante da

cidade, passava a vida alienando as pessoas com jogos, divertimentos e novidades.

e) "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria" - é o

desabafo final da Brás Cubas, personagem que escreve suas memórias depois de morto, em

um dos melhores e mais irônicos livros de Machado.

Questão 13

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(UNICAP) Sobre Raimundo Carreiro julgue essas alternativas:

a) Poeta da geração de 45 - trabalhou todos os tipos de versos, abordando os mais variados

temas.

b) Combate ferozmente a religião, acusando a Igreja de alienar o povo.

c) No livro Senhor dos Sonhos, procura provar que Deus não passa de uma ilusão e que só

o homem é SENHOR dos seus próprios sonhos.

d) No livro A dupla face do baralho, o comissário Félix Gurgel faz um apanhado de sua

longa carreira de crueldade, roubos, torturas, enquanto espera a morte, vestido de branco.

e) Através de três personagens - Miguel, Jonas e padre Paulo - , discute uma das questões

mais cruciais no Brasil hoje: a violência no campo.

Questão 14

(FUVEST) Assinalar a afirmação correta a respeito de O Ateneu, romance de Raul

Pompéia.

a) Romance de formação que avalia a experiência colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do

autor.

b) Romance romântico que explora as relações pessoais de adolescentes no colégio,

acenando para o homossexualismo latente.

c) Romance naturalista que retrata a tirania do diretor do colégio e o maternalismo de sua

mulher para com os alunos.

d) Romance realista que apresenta um padrão de excelência da escola brasileira do final do

império.

e) Romance da escola do Brasil no final do império cuja falência vem assinalada pelo

incêndio no prédio, no final da narrativa.

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Questão 15

(MACKENZIE) "Nomear um objeto é suprimir três quartos do prazer do poema, que é feito

da felicidade em adivinhar pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho... deve haver sempre

enigma em poesia, e é o objetivo da Literatura - e não há outro - evocar os objetos."

O trecho acima resume parte da ideologia de importante movimento literário. Assinale a

alternativa em que se encontra o nome do mesmo.

a) Simbolismo;

b) Romantismo;

c) Barroco;

d) Parnasianismo;

e) Modernismo;

Questão 16

(UEL) O Parnasianismo brasileiro foi um movimento.

a) Poético do final do século XIX e início do século XX.

b) Lítero-musical do final do século XVIII e início do século XIX.

c) Poético do final do século XVIII e início do século XIX.

d) Teatral do final do século XX.

e) Lítero-musical do início do século XX.

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Questão 17

(MACKENZIE)

;É a vaidade, Fábio, nesta vida,

Rosa, que da manhã lisonjeada,

Púrpuras mil, com ambição dourada,

Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,

Por mares de soberba desatada,

Florida galeota empavesada,

Sulca ufana, navega destemida

É nau enfim, que em breve ligeireza,

Com presunção de Fênix generosa,

Galhardias apresta, alentos preza:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa

De que importa, se aguarda sem defesa

Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa."

A leitura do texto acima permite encontrar características que o encaixam corretamente na

estética.

a) Simbolista;

b) Romântica;

c) Renascentista;

d) Barroca;

e) Parnasiana.

Questão 18

(FUVEST) "Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que

semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China , ao Japão;

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os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua

razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura:

aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhe de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah!

Pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá com mais passo..."

A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas típicas da prosa

seiscentista a saber.

a) O sebastianismo, isto é a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal,

morto na batalha de Alcácer-Quibir.

b) A busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de

viagem.

c) A exaltação do heróico e do épico, por meio das metáforas grandiloqüentes da epopéia.

d) O lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas.

e) O conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética.

Questão 19

(UNICAP) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) O homem recria a realidade pelas ciências e pelas artes. A arte pode manifestar-se de

várias formas. A literatura é uma dentre essas múltiplas maneiras de recriação do mundo.

b) Toma-se o romance Amar, verbo intransitivo. Trata-se de uma recriação da realidade

feita por Mário de Andrade: revela a "estrutura familiar da burguesia paulista, sua moral e

seus preconceitos... os sonhos e a adaptação dos imigrantes à agitada Paulicéia."

c) Das duas primeiras proposições (0 - 0 e 1 - 1), deduz-se que "a literatura não existe no

vácuo. Os escritores, como tais, têm uma função social definida." E essa responsabilidade

social do escritor é, precisamente, mergulhar na experiência humana, interpretá-la e,

revelando-a, contribuir para que todos se sintam responsáveis pelos distintos da

humanidade.

Para responder as proposições 3 - 3 e 4 - 4, leia atentamente os seguintes versos de Ferreira

Gullar, do poema Não há vagas:

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"Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço

o poema, senhores,

não fede

nem cheira".

d) Os versos "o homem sem estômago" e "a mulher de nuvens" são metáforas: imagens que

traduzem, ironicamente, a concepção burguesa de que a poesia não deve "misturar-se" com

o real, com o aqui e o agora.

e) A ironia poética de Gullar significa que a literatura deve ser um corpo-a-corpo com a

vida concreta, material, já que afinal o homem é um ser concreto, material e histórico.

Questão 20

(UFPE) Os versos "A arte é uma mentira" e "O poeta é um fingidor", sugerem dizer que a

linguagem literária: Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) atua como veículo para a formação da sensibilidade pessoal;

b) ajuda a proporcionar novas formas de percepção, compreensão, avaliação e

desenvolvimento da capacidade crítica;

c) permite conhecer os processos de expressão, embora não interfira no uso da linguagem e

no domínio da língua;

d) contribui em captar aspectos da realidade passada, sem qualquer chance de motivar a

curiosidade intelectual para o presente ou para o futuro;

e) utiliza-se da prosa e do verso para atuar no processo cultural, criando instrumentos,

inventando novos seres, gerando comunicação.

Questão 21

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(UFPE) Observe:

Recebe o afeto que se encerra

em nosso peito varonil

Querido Símbolo da Terra

da amada Terra do Brasil!"

A estrofe acima, do Hino à Bandeira, é de autoria do parnasiano Olavo Bilac. Sobre o

assunto, assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) O hino representa, com clareza, a tendência ufanista freqüente no autor, que se

identificou com o sistema na época;

b) O "Caçador de Esmeralda", outra de sua famosas composições poéticas, tem caráter

épico e traz também a marca de tendência ufanista;

c) Podemos verificar, na estrofe, a característica Parnasiana de culto à forma, pela

metrificação vigorosa dos versos, pelo objetivismo e impassibilidade na linguagem, pelas

rimas ricas e pelo descritivismo, eliminando as emoções pessoais;

d) Varonil (derivado de varão) é um termo que reflete a mentalidade da época, pois elimina

a mulher da homenagem à bandeira;

e) A estrofe usa linguagem denotativa e a figura de linguagem do 1o verso é uma

prosopopéia, expressa na forma verbal "recebe".

Questão 22

(UFPE) Leia atentamente. Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

"Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste magro

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.

Eu não dei por esta mudança

tão simples, tão certa e tão fácil.

- Em que espelho ficou perdida

a minha face?"

(Cecília Meireles, em "Viagem")

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a) A autora pertenceu ao Movimento Modernista, dentro de uma tendência diferenciada,

espiritualista.

b) Apesar de fazer parte do quadro de poetas modernistas junto com Manuel Bandeira,

Cecília Meireles está presa à tradição lírica do passado onde ecoa a herança simbolista.

c) Sua obra mais significativa é "O Romanceiro da Inconfidência" que versa sobre a

Inconfidência Mineira, oferecendo uma visão dramática e lírica do fato histórico. Esta obra

é escrita em prosa.

d) Com a delizadeza de imagens dos versos acima, podemos perceber a linguagem

renovadora da sua poesia, abordando temas prosaicos e cotidianos.

e) Também pelos versos acima podemos perceber que a passagem do tempo foi uma de

suas obsessões. Cecília Meireles angustiava-se porque "sabia" que o tempo elimina o amor,

as ilusões, o corpo e até as lembranças.

Questão 23

(UNICAP) Questão referente à sintaxe de colocação. Assinale as afirmativas verdadeiras e

as afirmativas falsas.

a) "Geralmente ocorre a próclise em orações que contenham uma palavra ou expressão de

valor negativo".

Exemplo: "Quer fugir - mas a hora não lhe dá passaporte."

(Paulo Gustavo)

b) A norma explicitada na proposição anterior está correta, mas o exemplo dado, embora

não transgrida as regras de colocação pronominal, não ilustra corretamente aquela norma.

c) "Emprega-se, geralmente, a ênclise com verbos no modo imperativo afirmativo".

Exemplo:

"Países deserdados do mundo uni-vos."

(Alberto Cunha Melo)

d) Mesóclise é a colocação do pronome átono entre dois verbos.

Exemplo: "Todos os fonemas são mágicos que vão se abrindo".

(Thiago de Melo)

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e) Por razões estilísticas, e mesmo por respeito ao uso efetivo no Brasil, alguns escritores

utilizam uma colocação pronominal que contraria a proposta pela norma padrão do idioma.

Exemplo:

"Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual"

(Chico Buarque de Holanda)

Questão 24

(UFPE) Sobre a função sintática das palavras destacadas no texto. Assinale as afirmativas

verdadeiras e as afirmativas falsas.

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços

neurastênicos do litoral.

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a

plástica impecável, o desespero, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.

É desgracioso, desengonçado, torto, Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade

típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gigante e sinuoso, aparenta a

translação de membros desarticulados. A grava-o a postura normalmente abatida, num

manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. É o homem

permanentemente fatigado.

Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene em tudo: na palavra remorada, no

gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência

constante à imobilidade e à quietude."

(Euclides da Cunha, em "Os Sertões")

a) "o raquitismo" é objeto direto do verbo ser;

b) "um forte" é predicativo do sujeito;

c) "o contrário" é adjunto adverbial deslocado;

d) "das organizações atléticas" é adjunto adnominal de "estrutura corretíssima";

e) "no aspecto" é aposto de "Hércules - Quasímodo".

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Questão 25

(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) A beleza formal é uma das grandes preocupações do Parnasianismo brasileiro

b) Entre os traços mais marcantes da poesia de Olavo Bilac está o patriotismo

c) Os parnasianos brasileiros transmitem, de um modo geral, as atitudes de revolta e o

desejo de mudanças características do fim do século passado brasileiro

d) O Parnasianismo Brasileiro, como o Europeu, se caracteriza pela visão mágica da

realidade e do devaneio

e) O otimismo e a alegria de viver são dois dos principais temas abordados pelos poetas

parnasianos brasileiros

Questão 26

(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) A poesia de Olavo Bilac prima pelo exagero da expressão e o pouco rigor formal

b) Alberto de Oliveira nos deixou uma poesia marcada pela descrição nítida e o ideal da

impessoalidade

c) O gosto pelo poema fiel às leis da métrica e da rima é o que caracteriza a produção

poética de Alberto de Oliveira

d) A arte parnasiana é marcada pela frieza do artista ante a realidade que descreve

e) "Ora direis, ouvir estrelas" é o título do único romance escrito por Olavo Bilac

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Questão 27

(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Casimiro de Abreu nos deixou uma poesia de difícil compreensão.

b) "Mal do Século" foi o nome dado a uma doença que causou a morte de muitos poetas

românticos.

c) Castro Alves nasceu no Recife e aqui escreveu a maior parte de sua obra.

d) "Deus ! ó Deus ! onde estás que não respondes?

Em que mundo, em qu' estrela tu t' escondes

Embuçado nos céus?

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde desde então, corre o infinito ...

Onde estás, Senhor Deus?..."

- No texto acima, o poeta repete o grito de Cristo na cruz.

e) A pontuação da estrofe acima, bem como seu estilo, indicam que o autor é um poeta

parnasiano.

Questão 28

(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Alberto de Oliveira nos deixou uma poesia caracterizada pelas descrições de estados

penumbrosos e oníricos.

b) A poesia de Cruz e Souza aborda freqüentemente temas realistas.

c) Frieza e impassibilidade, são duas das características da poesia parnasiana brasileira.

d) A poesia de Alphonsus de Guimarães descreve a realidade tal que ela é.

e) "Arte pela Arte", tal parece ser a divisa da Poesia Parnasiana Brasileira.

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Questão 29

(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Com seu romance "O cortiço", Aluizio de Azevedo parece querer documentar as teses

cientificistas então em voga.

b) A vida bucólica e o apelo a personagens mitológicos são alguns dos traços do século

passado.

c) As "Memórias de um sargento de milícias" são um exemplo de romance realista em

pleno Romantismo.

d) Tanto o Realismo como o Naturalismo se propõem a descrever os aspectos mórbidos ou

doentios da vida humana.

e) A doutrina Positiva influenciou, de certo modo, a literatura realista e naturalista

brasileira.

Questão 30

(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

"Quando Ismália enloqueceu

Pôs-se na torre a sonhar,

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar"

a) Esta estrofe de Cruz e Souza é uma amostra da poesia simbolista.

b) A loucura e o gosto por temas penumbrosos é um traço do parnasianismo brasileiro, do

qual a estrofe acima é um exemplo.

c) Na estrofe acima, Ismália pode representar o poeta simbolista, dividido entre o sonho e o

real.

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d) Alphonsus de Guimarães, autor da estrofe acima, deixou-nos uma poesia marcada pela

descrição de estados crepusculares.

e) A lua é um dos grandes temas de inspiração da poesia romântica, como nos mostra a

estrofe acima.

Questão 31

(UFPE) O mais importante para a literatura não é provar o que acontece, mas mostrar uma

realidade sob o ponto de vista do autor. Focalizada sob os mais diversos ângulos, a mulher

inspira poetas e artistas. Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a)

"Sois anjo que me tenta, e não me guarda".

- Verso de Gregório de Matos, delineando, pelo paradoxo, a figura da mulher como apelos

aos sentidos.

b)

"Eu vi uma mulher verdadeiramente bela. Seus cabelos são negros e luzidios como

azeviche (...) Sua fronte branca, elevada e lisa..."

- Fragmento do escritor romântico Manuel Antônio de Almeida, traçando um perfil

psicológico profundo do personagem feminino, sem a idealização própria da Escola

Romântica.

c) "E estas, sem se desunharem, tinham já mordeduras por todo o busto."

- Fragmento de Aluísio Azevedo, mostrando que as personagens são de condição inferior,

vistas na sua condição animal.

d)

"Porque a Beleza, gêmea da verdade, arte pura, inimiga do artifício,

É a força e a graça na simplicidade."

- Versos de Olavo Bilac, contando que à mulher, mesmo sendo bela, compete viver uma

vida que não escolheu e cujo destino lhe escapa.

e) "Como a senhora, comadre, pode manter o seu lar."

- Versos de João Cabral de Melo Neto, voltando-se para a condição social da mulher

nordestina.

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Questão 32

(UFPE) Esta questão versa sobre a forte relação existente entre o que acontece na vida

política, econômica e religiosa de um povo, e as atitudes literárias perante as crises.

Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Barroco: Influência européia, contestação à Igreja, à sociedade, com Gregório de Matos

Guerra.

b) Arcadismo: Escravidão negra, problemas diversos. Movimentação republicana. Poetas

começam a despojar sua poesia de sentimentalismo, e preocupam-se com a sociedade.

Poesia social com Castro Alves.

c) Romantismo: Período da mineração. Contestação ao regime português.

Descontentamento popular. Movimento revolucionário com a Inconfidência Mineira.

Críticas de Tomás Antônio Gonzaga.

d) Realismo: Abolição da escravatura. Vitória das idéias republicanas sobre as idéias

monárquicas. Proclamação da República. Literatura de crítica, de denúncia, de

documentação da realidade. Destaque para Machado de Assis.

e) Modernismo: Reflexo, no Brasil, das dificuldades econômicas na Europa e nos Estados

Unidos. Queima de café. Comércio e indústria em dificuldades. A literatura dedica-se ao

dia-a-dia, quer na Liberdade de criação, quer no uso da linguagem.

Questão 33

(FESP) OBSERVE:

"Nas horas tardias que a noite desmaia,

Que rolam na praia mil vagas azuis,

E a luz cercada de pálida chama

Nos mares derrama seu pranto de luz.

Eu vi entre os flocos de névoas imensas

Que em grutas extensas se elevam no ar

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Um corpo de fada, - serena, dormindo.

Tranqüila sorrindo num brando a sonhar."

É possível reconhecer, nas estrofes acima, um exemplo da corrente:

a) Barroca - pela imagem que evoca a natureza como um símbolo de transitoriedade da

vida.

b) Arcádica - o poeta revela seu amor a uma natureza idealizada.

c) Romântica - pela identificação de sentimentos com aspectos da natureza.

d) Parnasiana - pela visão da natureza como imagem escultural da perfeição.

e) Simbolista - a natureza é aí um recurso que o poeta transcende, atingindo um nível de

espiritualidade plena.

Questão 34

(UFPE) Assinale o par de frases que apresenta falha (s) na pontuação.

a) As mulheres, dizem as feministas, aperfeiçoam os homens.

A voz de Gilka, está cheia de acentos nunca dantes escutados.

b) Nada, nos másculos versos de Francisca Júlia, denuncia a mulher.

Em Três Marias, o esmagamento do personagem é mais contundente.

c)

Em 1980, a autora, sai de cena, discretamente, como sempre viveu.

Agora, na residência deles, falou da viagem das irmãs.

d)

A garota, sentia-se como única responsável pela caçula.

O olhar, iluminava sua face, com um sorriso doce.

e) Menina, venha cá. Vamos nadar?

Durante 10 anos, o governo holandês ocupou a ilha.

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Questão 35

(UFPE) "A natureza representou, também, a afirmação do nacionalismo brasileiro, nos

períodos romântico e modernista. "Partindo deste pressuposto, assinale a alternativa correta.

a) "O exotismo e a exuberância da natureza brasileira tanto inspiram os autores românticos

quanto os modernistas."

b) "O ufanismo nacionalista foi explorado no Romantismo, enquanto no Modernismo

havia, para o nacionalismo, uma perspectiva crítica."

c) "Para os românticos, a natureza exerceu profundo fascínio; nela eles viam a antítese da

civilização que os oprimia."

d) "No Modernismo, os princípios nacionalistas defendidos por seus representantes

incluíam o culto à natureza, comprometido com a visão européia do mundo."

e) "Nas várias tendências do movimento modernista, a natureza não se apresenta

transfigurada, mas real. Os modernistas não se consideravam nacionalistas exaltados só

pelo simples fato de serem brasileiros. Antes de mais nada, não tinham medo de falar dos

males do Brasil."

Questão 36

(UFPE) É incorreto afirmar que, no Parnasianismo:

a) a natureza é apresentada objetivamente;

b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas, céu, rios) é importante por

obedecer a uma ordenação lógica;

c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da

forma do poema;

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d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com que foi explorada em outros

períodos literários;

e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do mito da objetividade absoluta,

porém os melhores textos estão permeados de conotações subjetivas.

Questão 37

(UFPE) Esta questão trata das poesias romântica, realista e simbolista. Assinale as

afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a)

"...passeio os dias pelo meu corredor, sem companheiro, sem ler, sem poetar, Vivo

fumando..."

- O tédio ocupa um lugar de destaque na poesia de Álvares de Azevedo/Primeira Geração

Romântica.

b)

"Possas tu, descendente maldito

De uma tribo de nobres guerreiros...

Seres presa de vis Aimorés."

- O sentimento nativista / indianismo teve em Gonçalves Dias - Segunda Geração

Romântica - o seu mais autêntico representante.

c)

"Então, ergue-se súbito...

É minha aurora linda...

É minha amante, enfim!"

- Versando sobre o amor, Castro Alves / Terceira geração Romântica não se esquiva. As

relações amorosas são apresentadas de maneira viril, saudável, objetiva.

d)

"Porque o escrever - tanta perícia, tanta requer, que ofício tal... nem há notícia

De outro qualquer."

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- Olavo Bilac/parnasianismo fez sua poesia correta e precisa, equilibrando a forma e o

sentimento.

e)

"Que o pólen de ouro dos mais finos astros...

fecunde e inflame a rima clara e ardente...

Que brilhe a correção dos alabastros.

Sonoramente, luminosamente."

- Cruz e Sousa/Simbolismo explora, em sua poesia, elementos plásticos, sonoros e

auditivos.

Questão 38

(UFPE) Questão sobre a vida/obra do escritor Olavo Bilac. Assinale as afirmativas

verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Integrou a "tríade parnasiana", tendo sido o mais popular poeta do período. Seu nome

completo, Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, forma um verso alexandrino.

b) Com o romance "Via Láctea", tornou-se o mais expressivo representante do

Parnasianismo.

c) Primou pela qualidade dos versos, trabalhando-os com esmero, em nome da perfeição

formal.

d) No seu poema épico "O caçador de esmeraldas", celebrou a figura do bandeirante Fernão

Dias Paes Leme.

e) Contribuiu para a formação do espírito nacionalista/ufanista, com inúmeros poemas,

sendo seus os versos famosos:

"Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste.

Criança, não verás nenhum país como este!".

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Questão 39

(UFPE) As transformações sociais, decorrentes do progresso científico, na segunda metade

do século XIX, contribuíram para o surgimento do Realismo. Assinale as afirmativas

verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Os escritores da época tomam uma posição de analistas da sociedade, munem-se de

métodos "científicos" e transformam-se em observadores.

b) Filosóficos e escritores ( Voltaire e Rousseau, por exemplo) eram considerados os

profetas da emancipação humana e pregavam a igualdade social, a tolerância mútua, e a

liberdade cívica.

c) Passou-se a criticar violentamente a sociedade onde os problemas eram enormes e a

injustiça social era flagrante.

d) No Brasil, alguns autores expõem a nu as mazelas de um meio pouco sensível às

transformações que começavam a alterar os maiores centros do Sul do País.

e) Começa a ruir a concepção medieval da sociedade. Os privilégios da nobreza são cada

vez mais contestados. A burguesia valoriza-se na escala social e a nobreza torna-se

decadente.

Questão 40

(UFPE) O Parnasianismo apresentou características gerais do movimento em todas as

literaturas onde foi cultivado. No entanto, houve característica(s) que se tornou(aram)

própria(s) do PARNASIANISMO BRASILEIRO, e está(ão) bem marcada(s) neste

poema:

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto.

Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...

(..............................................)

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvidos

Capaz de ouvir e entender estrelas"

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(Olavo Bilac)

Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) Culto da arte pela arte.

b) Impassibilidade do poeta diante da vida.

c) Ênfase descritiva de pequenos detalhes.

d) Emprego de rimas raras.

e) Filete romântico percebido sob a forma do poema.

Questão 41

(UNICAP) Para resolver esta questão, você deve ler atentamente as regras e os exemplos

dados abaixo.

- Usa-se a vírgula para:

I. Isolar a oração adjetiva explicativa: "E este nascimento é certamente de tudo o que temos

dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história."

II. Isolar as orações subordinadas adverbiais: "Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à

borda do navio, o Leonardo fingiu que passa distraído..."

III. Isolar o objeto direto anteposto ao verbo: "Sentou-se num tamborete, em lugar isolado,

da sala, tomou uma viola."

Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) O exemplo do item não ilustra corretamente a regra do mesmo item.

b) O exemplo que corresponde à regra do item I é o dado no item II.

c) Não existe a regra enunciada no item III.

d) O exemplo do item corresponde à regra enunciada no item II.

e) Em apenas um há perfeita correspondência entre o exemplo e a regra.

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Questão 42

(UNICAP) "MACHADO DE ASSIS denunciou (...) a escravidão, (...) o tom por ele

utilizado na denúncia era diferente do emocionalismo que caracterizava as manifestações

abolicionistas. (...) A denúncia de Machado não assumiu uma aura declamatória ou

emotiva. Ele preferiu a análise, a reflexão, demolindo a idéia da "bondade dos brancos" ao

liberar os negros". Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.

a) O romance MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS transcorre no século XIX.

Nessa época, a sociedade brasileira vivia ainda os tempos da escravidão. No romance de

Machado de Assis, há preciosos registros a respeito das relações entre senhores e escravos,

como:" ...um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce

de coco que estava fazendo" .

b) "... um preto vergalhava outra na praça... O do vergalho... (era) nada menos que o meu

moleque Prudêncio, - o que meu pai libertara alguns anos antes." O narrador explica o

comportamento de Prudêncio, dizendo que "era um modo que o Prudêncio tinha de se

desfazer das pancadas recebidas - transmitindo-as a outro".

c) As "pancadas recebidas" é uma referência ao que é narrado no capítulo 11, quando Brás

Cubas diz: "Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as

mãos no chão, recebia um corcel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com

uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, -

algumas vezes gemendo, - mas obedecia".

d) Brás Cubas conclui o capítulo 68 ( O vergalho ), dizendo que Prudêncio "comprou um

escravo, e ia-lhe pegando, com alto juro, as quantias que de mim recebera. Vejam as

sutilezas do maroto!" É, afinal, um modo diferente de afirmar que o domínio assumiu a

identidade do dominador.

e) No capítulo 28 (Contato que...), depois de sugerir a Brás Cubas que case com Virgília,

por ser filha do Conselheiro Dutra, o que significará posição política de destaque, o seu pai

(de Brás Cubas) acrescenta: "Teme a obscuridade, Brás; foge do que é ínfimo. Olha que os

homens." O comportamento de Prudêncio (surrado o escravo em praça pública) pode ser

entendido como ilustração da "teoria" do comportamento humano em sociedade esboçada

no referido capítulo 28. É importante para Prudêncio que os outros vejam (saibam) que ele,

agora, é senhor, não escravo.

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Questão 43

(UFPE) Assinale a alternativa em que a(s) vírgula(s) são empregadas pela mesma razão que

na frase abaixo.

a) "Mariazinha, branca como uma sala de cirurgia, recitou."

(Coelho Neto)

b) "Camisas verdes e calções negros, corriam, pulavam, choravam-se."

(Aníbal Machado)

c) "A Cascatinha da Tijuca, porém, prima pela graça."

(José de Alencar)

d) "A quiromancia, leitura de cartas para previsões futuras, é tida como ilegal."

(JC - 17.10.93)

e) A meu pai, com efeito, ninguém fazia falta.

(Otto Lara Rezende)

Questão 44

(FESP) Associe cada frase ao que se diz sobre ela e assinale a alternativa incorreta.

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a)

Os candidatos, que sempre enfrentam muito nervosismo, devem procurar manter a calma.

O uso das vírgulas deixa subentendida a idéia de que todos os candidatos enfrentam

nervosismo.

b) "O tumulto leva a uma conclusão. Existe uma bancada de parlamentares de esquerda

interessada em impedir a revisão de qualquer maneira."

O uso dos dois pontos depois de "conclusão" é bastante indicado, pelo valor de aposto que

o segundo período assume em relação ao primeiro.

c)

"Pedro, aquele candidato precipitado marcou a resposta errada."

Uma vírgula, depois de "precipitado, altera o sentido mas não muda a função sintática de

termo ou termos da oração.

d) "Quando o teleporto estiver funcionando no Rio de Janeiro empresas poderão alugar salas

com todas essa infra-estrutura."

A oração subordinada adverbial, posposta à principal, deveria ser isolada por vírgula.

Portanto, este sinal deveria ter sido colocado depois de "Rio de Janeiro."

e)

"Uma sociedade é violenta quando a miséria de muitos sustenta o luxo de poucos."

A ausência da vírgula depois de "violenta" não constitui transgressão às normas de

pontuação.

Questão 45

(FESP) Com relação ao Parnasianismo, é correto afirmar:

a) É sentimentalista;

b) Assume uma visão crítica da sociedade;

c) Seus autores estiveram sempre atentos às transformações do final do século XIX e início

do seguinte;

d) O seu traço mais característico é o endeusamento da forma;

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e) Seu poeta mais expressivo, Olavo Bilac, defendeu um retorno à arte barroca.

Questão 46

(UNB) TEXTO

ESTILOS DE ÉPOCA

... o estilo em grande parte depende da intenção da obra, e um escritor pode variar de estilo

de uma obra para outra. Por outro lado, escritores com as mesmas tendências estéticas

apresentam muitos traços estilísticos comuns, e assim se tem o estilo de uma escola literária

ou de uma época.

J. Mattoso Câmara Jr. "Estilo", in Dicionário de Lingüística e Gramática.

Com base no texto julgue os itens abaixo.

a) O Realismo ficcional mostra preferência pela narração de costumes: o artista faz a

reconstituição de uma época e de tipos sociais, com base na observação minuciosa da

realidade e numa concepção materialista do homem.

b) A poética neoclássica revela um artista em conflito que se refugia numa realidade

idealizada, na qual podem estar presentes o pitoresco, a cor local, a natureza, bem como as

paisagens lúgubres, o mistério e a morte.

c) O Barroco apresenta um dualismo constante: o artista aprofunda os contrastes por meio

de uma elaboração formal que abusa dos conceitos e recorre a figuras de linguagem como a

antítese, o oxímoro e a metáfora, dita intelectual.

d) A poética modernista recorre freqüentemente ao hermetismo e à representação de

estados psicológicos, o que explica o desinteresse do artista pelas transformações sociais e

tecnológicas de seu tempo.

e) O Parnasianismo levou ao extremo a concepção de artificialidade do objeto artístico, ao

propor o culto à forma e a arte pela arte.

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Questão 47

(UNB) Julgue os itens abaixo, quanto à pontuação.

a) A modernidade é invocada, no Brasil de hoje, para os mais diferentes propósitos e, não

raro, para justificar a consolidação do passado, isto é, para justificar a frivolidade e o tédio

do existente.

b) Seria fácil reescrever a história se o tempo fosse revogável e se as experiências históricas

pudessem ser tomadas de empréstimo e copiadas como um dever de casa.

c) Por uma estranha coincidência todos estes "modelos" surgiram em um só movimento; o

mesmo que nos trouxe como brasileiros, ao atual estado de perplexidade e desencanto.

d) O peso político das classes proprietárias na representação parlamentar, e, sobretudo, na

máquina burocrática do Executivo, promove sistematicamente e generalização de favores.

e) A saúde das empresas e das famílias enriquecidas, foi construída com as peças da

degradação fiscal e financeira da instituição pública, em um processo cuja brutalidade,

encontra-se descrita em qualquer relatório internacional decente e honesto.

Questão 48

(UFPE) Sobre o Parnasianismo. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.

a) Foi um movimento essencialmente poético que reagiu contra os exageros românticos, no

fim do século XIX.

b) Seu ideal era a "arte pela arte", isto é, artes sem finalidades práticas, o que culminou com

o endeusamento dos processos formais.

c) A preocupação excessiva com a forma valeu fortes críticas, como a que se lê abaixo, de

Olavo Bilac:

"Invejo o ourives quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto relevo

Faz de uma flor."

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d) Para desvincular-se do mundo concreto, os poetas parnasianos escolheram como tema a

antigüidade clássica, sua história e sua mitologia, evitando as confissões e os

extravasamentos subjetivos.

e) A preocupação com os problemas sociais e a luta pela consolidação das idéias da

independência representaram um compromisso com a contemporraneidade, o que é

demonstrado em "O Caçador de Esmeralda":

"Fernão Dias Paes Leme organiza. Um lamento

Chora longo a rolar na longa voz do vento"

Questão 49

(UNICAP) Esta questão refere-se basicamente à pontuação, mas também enfoca outras

questões gramaticais. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.

a) "Os olhos de Cadzé, assombrados, perguntavam o que eles irão fazer. E o pior é que

Badzé não sabia o que respondê-la."

Fazendo a pontuação convencional, recomendada pela gramática normativa, e respeitando

as normas de emprego do pronome, encontramos:

Os olhos de Cadzé, assombrados, perguntavam:

- O que eles irão fazer?

E o pior é que Badzé não sabia o que lhes responder.

b) "O stress compromete a força do sistema imunológico, o responsável pelo combate aos

agentes infecciosos, deixando o organismo muito mais suscetível," (Isto é - 1391)

As virgulas isolam a oração adjetiva explicativa, que fornece esclarecimentos sobre

"sistema imunológico".

c) "As crises sempre pioram nesta estação e, quando estou estressada, fica ainda

complicado." (Isto é - 1931)

As virgulas, no texto acima, violam uma regra de pontuação que proíbe o seu uso depois da

conjunção aditiva e.

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d) "A nova diretoria da Faculdade de Direito do Recife, formada por José Souto Maior

Borges e Helena Caula Reis tomam posse nesta quarta-feira."

e) "a cidade não me ilude:

sou um homem apaixonado

à beira do Recife."

Carlos Lima usa os dois pontos para introduzir uma citação.

Questão 50

(UCSAL) Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira são representantes de uma

mesma escola literária. Assinale a alternativa cujos versos exemplificam as características

dessa escola.

a)

A noite caiu na minh'alma,

fiquei triste sem querer.

Uma sombra veio vindo,

veio vindo, me abraçou.

Era a sombra de meu bem

que morreu há tanto tempo.

b)

Dorme.

Dorme o tempo que não podias dormir.

Dorme não só tu,

Prepara-te para dormir teu corpo e teu amor contigo.

c)

Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade

Solto para onde estás, e fico de ti perto!

Como, depois do sonho, é triste a realidade!

Como tudo, sem ti, fica depois deserto!

d)

Pálida, à luz da lâmpada sombria,

Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada.

Entre as nuvens do amor ela dormia!

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e)

Nas horas da noite, se junto a meu leito

Houveres acaso, meu bem, de chegar,

Verás de repente que aspecto risonho

Que torna o meu sonho,

Se o vens bafejar!

Questão 51

(PUC-MG)

A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O ENCONTRO

MARCADO, DE FERNANDO SABINO.

A QUESTÃO ABAIXO REMETE AO POEMA "A CAVALGADA", DE RAIMUNDO

CORREIA, CITADO EM O ENCONTRO MARCADO:

A lua banha a solitária estrada...

Silêncio!... Mais além, confuso e brando,

O som longínquo vem-se aproximando

Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;

Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.

E as trompas a soar vão agitando

O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...

Da cavalgada o estrépito que aumenta

Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce...

E límpida, sem mácula, alvacenta

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A lua a estrada solitária banha...

A lua banha a solitária estrada...

Silêncio!... Mais além, confuso e brando,

O som longínquo vem-se aproximando

Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;

Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.

E as trompas a soar vão agitando

O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...

Da cavalgada o estrépito que aumenta

Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce...

E límpida, sem mácula, alvacenta

A lua a estrada solitária banha...

Todos os traços são próprios do Parnasianismo e ocorrem no poema acima, EXCETO:

a) apreço por poemas de forma fixa, como o soneto.

b) atmosfera mística, de contornos indefinidos.

c) exaltação da vida, dos jogos, do prazer.

d) paisagem exterior, rica de plasticidade.

e) riqueza de ritmos e nobreza vocabular.

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Questão 52

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO ABAIXO DE ACORDO COM O TEXTO A

SEGUIR.

REDE

Gustavo Bernardo

O diário corresponde, na fala, à conversa, com os próprios botões. Mas não se pode

conversar apenas com botões. Inclusive, aprende-se a falar pela observação dos outros, pelo

interesse nos outros. A conversa consigo mesmo, da qual as crianças são mestras, indica

claramente a presença da falta.

Um tanto paradoxal esta expressão: "presença da falta". Porém, precisa. A falta que todo

homem carrega consigo o tempo todo, tanto dos outros quanto daquele que ele podia ser

mas ainda não é, se faz uma presença viva, perceptível no papo das crianças com seus

amigos imaginários, no sonho dos adultos com seus desejos frustrados, na insônia dos

apaixonados em suas camas de solteiro. A falta que todo homem carrega consigo o tempo

todo é aquela que explica e dá sentido a boa parte dos seus atos e lapsos.

Eis a palavra, testemunhando a ausência e a falta. A falta depositada nos diários testemunha

a falta do autoconhecimento e, é claro, a necessidade da auto-afirmação. Mas não nos falta

apenas conhecer-nos. Falta-nos conhecer todos e tudo. Logo, não se escrevem única e

exclusivamente diários. Escrevem-se bilhetes, cartas, artigos de jornal, livros e discursos

públicos, a cada texto se marcando a presença de determinada falta.

Quando então o ato muda.

O diário afirma o indivíduo para si mesmo. Uma carta já o afirma para outro sujeito, e daí

se tem de pensar neste outro no momento da escrita, uma vez que ele passou a fazer parte

do ato. O outro, ao adentrar o espaço da comunicação, modifica radicalmente o texto: no

visual, no estilo, na seqüência, nas informações.

Por sua vez, um artigo de jornal, ou um capítulo teórico como este, buscam bem mais de

um outro só, buscam muitos outros leitores (quanto mais melhor). Todos estes outros,

desejados e possíveis, invadem e transformam/transtornam a mensagem, e não poderia ser

de outro modo. Tudo o que existe cobra a sua existência. Se existe um leitor, pelo simples

fato de existir, ele estará cobrando seu espaço no texto, na carta - cobrando que a coisa se

escreva de modo que ele entenda (ele, e talvez mais ninguém, pois por enquanto tratamos

de uma carta), que ele sinta e possa responder. Da mesma maneira, se existem mil leitores,

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pelo simples e inusitado (no Brasil) fato de existirem, eles estarão cobrando seu espaço no

artigo, no livro teórico, no romance - cobrando que a coisa se escreva de modo a que se

entenda, e se sinta, e mexa por dentro, e cobrando que se diga algo que ainda não tenha sido

dito, para valer a pena.

Por exemplo: não vou escrever este livro à moda de diário (ninguém deve estar muito

interessado se tomei café com leite ou não de manhã cedo, nem se eu consegui acordar

cedo). Também não vou escrevê-lo à moda de uma carta (o que eu sinto e penso de pessoas

muito especiais não será da conta de outras tantas que eu quero ver lendo este livro).

Entretanto, se eu souber bem que isto daqui é nem diário nem carta, posso, por breves

parágrafos, fingir que estou falando comigo mesmo, ou fingir que estou falando com aquele

leitor (leitora...) como se fosse o único (única). Será uma técnica esperta, e perfeitamente

legítima, de romper a monotonia da teoria e fazer um carinho verbal no leitor (na leitora!).

Em geral, o leitor ou leitora não devem ser os únicos (senão, este livro virou um best-seller

às avessas). Mas, no momento em que lêem, são eles (vocês) unicamente que me lêem, e eu

devo contar tanto com o geral, buscando ser claro e agradável a muitos, quanto com o

particular, buscando ser fino e pessoal àquele e àquela (a você).

Portanto, a diferença de quantidade (no caso, de leitores) gera diferença na qualidade (no

caso, no modo de dispor palavras e idéias). [....]

Atenção: uma teoria, uma dissertação, não é diametralmente oposta a um diário ou a uma

carta. Ao contrário, traz consigo as funções do diário (autoconhecimento e auto-afirmação)

e as funções da carta (procura de alguém, procura de ouvido, espelho e reflexo).

Acrescenta-lhes outras na soma que transforma o texto. Escrever para o outro, ou para

outros, continua representando o ato de afirmar-se, firmando no papel as próprias idéias.

Além disso, implica considerar atentamente a existência alheia. E a consideração da

existência alheia passa pelo esforço de facilitar o acesso geral às idéias próprias em

questão.

Com licença: quem sabe, sabe se explicar. Todo mundo que escreve deve deixar para o

leitor o esforço de pensar sobre o que leu, e não o sacrifício de adivinhar o que se queria ter

dito - este é o ponto.

Enfatizo, no entanto, uma coisa: preocupar-se com o leitor representa preocupar-se com o

seu entendimento preciso, mas não equivale a subordinar-se humilhantemente, não equivale

a escrever apenas o que o outro quer ver escrito. Escritor e leitor não são o mesmo sujeito,

são sujeitos diferentes e a diferença deve ser, além de respeitada, ainda defendida com

unhas, dentes e verbos.

A necessidade da preocupação com o outro anda junto com a necessidade da auto-

afirmação. As duas necessidades não se podem negar, sob pena de não se atender nem a

uma nem à outra. O outro precisa de mim e eu preciso do outro, porque ambos precisamos

da diferença. A diferença é o referencial único para sabermos que somos únicos, originais,

e talvez especiais para alguém. O outro não precisa que eu fale o que ele quer ouvir, pois

isto ele mesmo já se disse. Ele não precisa somente do seu espelho. Precisa, sim, muito de

um reflexo - do reflexo inesperado que estabelece a diferença entre os diferentes. Precisa se

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reconhecer diferente, para acalmar a angústia daquela pergunta primeira: "quem sou eu?".

Quem se fala afirma a si mesmo no ato da fala e da escrita, firmando idéias e estilos

pessoais, justinho para entregar ao outro o que o outro não tem - mas precisa demais.

Uma redação, assim, nunca é um produto acabado, pronto para ser entregue ao mestre e por

este enquadrada no conceito devido (ou indevido). Antes, será red-ação: ação de tecer a

rede dos acontecimentos e dos relacionamentos, guardando o acontecido na memória verbal

das gerações, pescando o acontecível no extenso lago das faltas e ausências testemunhadas

pelas palavras daqueles que falam e se falam.

(BERNARDO, Gustavo. Redação inquieta. Rio de Janeiro: Globo, 1991, p. 15-17)

Assinale a alternativa em que a alteração de pontuação proposta para o trecho acarrete

mudança de sentido:

a) Uma redação, assim, nunca é um produto acabado, pronto para ser entregue ao mestre

e por este enquadrada no conceito devido (ou indevido).

Uma redação assim nunca é um produto acabado, pronto para ser entregue ao mestre e por

este enquadrada no conceito devido (ou indevido).

b) Quem se fala afirma a si mesmo no ato da fala e da escrita, firmando idéias e estilos

pessoais, justinho para entregar ao outro o que o outro não tem - mas precisa demais.

Quem se fala afirma a si mesmo no ato da fala e da escrita, firmando idéias e estilos

pessoais, justinho para entregar ao outro o que o outro não tem, mas precisa demais.

c) O diário corresponde, na fala, à conversa, com os próprios botões.

O diário corresponde, na fala, à conversa com os próprios botões.

d) Será uma técnica esperta, e perfeitamente legítima, de romper a monotonia da teoria e

fazer um carinho verbal no leitor (na leitora!)

Será uma técnica esperta – e perfeitamente legítima – de romper a monotonia da teoria e

fazer um carinho verbal no leitor (na leitora!).

e) Mas não nos falta apenas conhecer-nos. Falta-nos conhecer todos e tudo.

Mas não nos falta apenas conhecer-nos; falta-nos conhecer todos e tudo.

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Questão 53

(FMU) Rio Abaixo

Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...

Quase noite. Ao sabor do curso lento

Da água, que as margens em redor alaga,

Seguimos. Curva os bambuais o vento.

Vivo há pouco, de púrpura sangrento,

Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga

A derradeira luz do firmamento...

Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga,

Um silêncio tristíssimo por tudo

Se espalha. Mas a lua lentamente

Surge na fímbria do horizonte mudo:

E o seu reflexo pálido, embebido

como um gládio de prata na corrente,

Rasga o seio do rio adormecido.

Olavo Bilac

Lendo o poema, não é difícil perceber tratar-se do estilo de época do

a) arcadismo

b) romantismo

c) parnasianismo

d) simbolismo

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e) modernismo

Questão 54

(FMU) Rio Abaixo

Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...

Quase noite. Ao sabor do curso lento

Da água, que as margens em redor alaga,

Seguimos. Curva os bambuais o vento.

Vivo há pouco, de púrpura sangrento,

Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga

A derradeira luz do firmamento...

Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga,

Um silêncio tristíssimo por tudo

Se espalha. Mas a lua lentamente

Surge na fímbria do horizonte mudo:

E o seu reflexo pálido, embebido

como um gládio de prata na corrente,

Rasga o seio do rio adormecido.

Olavo Bilac

Lendo o poema, não é difícil perceber tratar-se do estilo de época do

"_____________". Portanto, criado pelo seu autor

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a) no século XVIII

b) na primeira metade do século XIX

c) na segunda metade do século XIX

d) na semana de Arte Moderna

e) na segunda metade do século XX

Questão 55

(FMU) Rio Abaixo

Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...

Quase noite. Ao sabor do curso lento

Da água, que as margens em redor alaga,

Seguimos. Curva os bambuais o vento.

Vivo há pouco, de púrpura sangrento,

Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga

A derradeira luz do firmamento...

Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga,

Um silêncio tristíssimo por tudo

Se espalha. Mas a lua lentamente

Surge na fímbria do horizonte mudo:

E o seu reflexo pálido, embebido

como um gládio de prata na corrente,

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Rasga o seio do rio adormecido.

Olavo Bilac

Deste poema, só não se conclui que

a) o poeta preocupou-se com a perfeição formal do poema, demonstrado pela métrica

perfeita e pelo vocabulário rigorosamente escolhido

b) o sentimento de angústia e tristeza está presente no poema, provocado pela

impossibilidade de fugir à realidade

c) Rio Abaixo parece fruto da observação. É o estilo do Realismo na poesia

d) o vocabulário do poema é poético, próprio, expressivo e erudito

e) todos os versos encontram-se no presente do indicativo; prova que o assunto nasce da

observação, não da imaginação

Questão 56

(FMU) Professou com Bilac o mesmo estilo de época

a) Castro Alves

b) Álvares de Azevedo

c) Gregório de Matos

d) Raimundo Correia

e) Cruz e Sousa

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Questão 57

(FMU) O estilo literário de que Bilac é representante, sofreu violento ataque de

intelectuais ligados

a) à semana de Arte Moderna

b) aos poetas - introdutores do romantismo em Portugal

c) aos poetas - introdutores do romantismo no Brasil

d) aos escritores do realismo brasileiro

e) aos poetas do parnasianismo brasileiro

Questão 58

(FMU) Rio Abaixo

Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...

Quase noite. Ao sabor do curso lento

Da água, que as margens em redor alaga,

Seguimos. Curva os bambuais o vento.

Vivo há pouco, de púrpura sangrento,

Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga

A derradeira luz do firmamento...

Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga,

Um silêncio tristíssimo por tudo

Se espalha. Mas a lua lentamente

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Surge na fímbria do horizonte mudo:

E o seu reflexo pálido, embebido

como um gládio de prata na corrente,

Rasga o seio do rio adormecido.

Olavo Bilac

Bilac sobressaiu-se entre os poetas de seu tempo e, mesmo, da Literatura Brasileira. É

dele também

a) Esbraseia o Ocidente na agonia

O sol... Aves em bandos destacados,

b) Olha estas velhas árvores, mais belas

Do que as árvores novas, mais amigas.

c) Se a cólera que espuma, a dor que mora

N’alma, e destrói cada ilusão que nasce...

d) Ó formas alvas, brancas, formas claras

de luares, de neves, de nebrinas!...

e) Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...

Questão 59

(FMU) "Profissão de Fé" representa algo como uma plataforma do estilo que Bilac

pregava. Reconheça os versos extraídos de "Profissão de Fé"

a) Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim

No verso de ouro engasta a rima,

Como um rubim.

b) Sonhei que me esperavas. E sonhando,

Saí, ansioso por te ver: corria...

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c) Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada

E triste, e triste e fatigada eu vinha.

d) Ah! Quem há de exprimir, alma impotente e escrava,

O que a boca não diz, o que a mão não escreve?

e) Meu coração, na incerta adolescência, outrora,

Delirava e sorria aos raios matutinos.

Questão 60

(PUC-PR) Observe as informações abaixo e identifique a alternativa incorreta:

1907 - eleição de Olavo Bilac como "Príncipe dos Poetas"

1908 - publicação de Memorial de Aires, de Machado de Assis

1909 - publicação de Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto

1909 - publicação em jornal brasileiro do manifesto intitulado "O Futurismo"

1911 - publicação de Ilusão, de Emiliano Perneta

a) A linguagem de Recordações do escrivão Isaías Caminha, narrativa das desventuras de

um garoto no colégio interno, mescla influências simbolistas e expressionistas.

b) Memorial de Aires, último romance escrito por Machado de Assis, foi publicado no

mesmo ano da morte de seu autor, como obra póstuma.

c) Diferentemente do que aconteceu em outros lugares, no Brasil o Simbolismo, que teve

em Emiliano Perneta um de seus principais representantes, conviveu por muitos anos com o

Parnasianismo, de que a poesia de Olavo Bilac é bom exemplo.

d) O chamado Pré-Modernismo foi marcado pela convivência de tendências estéticas tão

diferentes entre si como o Simbolismo, o Parnasianismo, o Realismo de caráter social e o

Realismo de feição regionalista.

e) Apesar de ter chegado ao Brasil logo depois de seu surgimento na Itália, o Futurismo só

viria a influenciar decisivamente os escritores brasileiros cerca de uma década depois da

publicação do manifesto acima citado.

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Questão 61

(UFF)

TEXTO I

Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha

01 Muitos deles ou quase a maior parte dos que

02 andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos

03 beiços. E alguns, que andavam sem eles, tinham os

04 beiços furados e nos buracos uns espelhos de pau,

05 que pareciam espelhos de borracha; outros traziam

06 três daqueles bicos, a saber, um no meio e os dois

07 nos cabos. Aí andavam outros, quartejados de cores,

08 a saber, metade deles da sua própria cor, e metade

09 de tintura preta, a modos de azulada; e outros

10 quartejados de escaques. Ali andavam entre eles três

11 ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com

12 cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e

13 suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão

14 limpas das cabeleiras que, de as muito bem

15 olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.

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16 Esta terra, Senhor, me parece que da ponta

17 que mais contra o sul vimos até a outra ponta que

18 contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos

19 vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou

20 vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar,

21 nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas,

22 delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito

23 cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda

24 praia parma, muito chã e muito formosa.

25 Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito

26 grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver

27 senão terra com arvoredos, que nos parecia muito

28 longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja

29 ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro;

30 nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons

31 ares, assim frios e temperados, como os de Entre

32 Douro e Minho, porque neste tempo de agora os

33 achávamos como os de lá.

34 Águas são muitas; infindas. E em tal

35 maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela

36 tudo, por bem das águas que tem .

Carta de Pero Vaz de Caminha in: PEREIRA, Paulo Roberto (org.)

Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda, 1999, p.

39-40.

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Vocabulário:

1 -"espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha": associação de imagem com a

tampa de um vasilhame de couro, para transportar água ou vinho, que recebia o nome de

"espelho" por ser feita de madeira polida.

2 -"tintura preta, a modos de azulada" : é uma tintura feita com o sumo do fruto jenipapo.

3 -"escaques": quadrados de cores alternadas como os do tabuleiro de xadrez.

4 -"parma": lisa como a palma da mão.

5 -"chã ": terreno plano, planície.

Assinale o fragmento que representa uma retomada modernista da carta de Pero Vaz de

Caminha.

a) "O Novo Mundo nos músculos / Sente a seiva do porvir." (Castro Alves)

b) "Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá" (Gonçalves Dias)

c) "A terra é mui graciosa / Tão fértil eu nunca vi." (Murilo Mendes)

d) "Irás a divertir-te na floresta, / sustentada, Marília, no meu braço"(Tomás Antônio

Gonzaga)

e) "Todos cantam sua terra / Também vou cantar a minha" (Casimiro de Abreu)

Questão 62

(PUC-RJ)

Texto 1

5

As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos

remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte,

filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de

Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua.

Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-

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10

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35

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50

rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a univer-

sidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.

- A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu

emprego único; Itaguaí é o meu universo.

Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo

e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as

leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.

Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e

Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz

de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,

caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco,

admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão

Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições

fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com

facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelen-

te vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos

e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da

preocupação de um sábio, - D. Evarista era mal composta

de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, por-

quanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência

na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.

D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte,

não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da

ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três

anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez

um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores

árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas

às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconse-

lhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre

dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de

Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua

resistência, - explicável mas inqualificável, - devemos a total

extinção da dinastia dos Bacamartes.

Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as

mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo

e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos

desta lhe chamou especialmente a atenção, - o recanto

psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colô-

nia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante

matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão

Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particular-

mente a brasileira, podia cobrir-se de "louros

imarcescíveis", - expressão usada por ele mesmo, mas

em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era

modesto, segundo convém aos sabedores.

Machado de Assis. O alienista

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São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10.

Texto 2

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A mulher que passa

Meu Deus, eu quero a mulher que passa.

Seu dorso frio é um campo de lírios

Tem sete cores nos seus cabelos

Sete esperanças na boca fresca!

Oh! Como és linda, mulher que passas

Que me sacias e suplicias

Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos são poesia

Teus sofrimentos, melancolia.

Teus pêlos leves são relva boa

Fresca e macia.

Teus belos braços são cisnes mansos

Longe das vozes da ventania.

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!

Como te adoro, mulher que passas

Que vens e passas, que me sacias

Dentro das noites, dentro dos dias!

Por que me faltas, se te procuro?

Por que me odeias quando te juro

Que te perdia se me encontravas

E me encontrava se te perdias?

Por que não voltas, mulher que passas?

Por que não enches a minha vida?

Por que não voltas, mulher querida

Sempre perdida, nunca encontrada?

Por que não voltas à minha vida

Para o que sofro não ser desgraça?

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!

Eu quero-a agora, sem mais demora

A minha amada mulher que passa!

No santo nome do teu martírio

Do teu martírio que nunca cessa

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35 Meu Deus, eu quero, quero depressa

A minha amada mulher que passa!

Que fica e passa, que pacifica

Que é tanto pura como devassa

Que bóia leve como a cortiça

E tem raízes como a fumaça.

Vinicius de Moraes. Antologia poética. São Paulo:

Companhia das Letras, 1992, pp.88-89.

Assinale a única afirmação correta a respeito dos textos 1 e 2.

a) A opção por um lirismo de tom dramático aproxima os dois textos.

b) Ambos tratam o sentimento amoroso a partir de postulados racionais e científicos.

c) No conto, a relação de Simão Bacamarte com D. Evarista é caracterizada por valores

contrários aos observados na estética romântica.

d) Ambos representam a mulher como construção de um imaginário romântico.

e) No poema, a relação do eu lírico com a mulher é concebida a partir de uma visão do

amor já presente nas narrativas naturalistas.

Questão 63

(PUC-RJ) Assinale a alternativa em que o uso da vírgula é facultativo (desconsidere a

possibilidade de substituir a vírgula por outro sinal).

a) "Oh! Como és linda, mulher que passas" (texto 2, l. 5)

b) " Teus sofrimentos, melancolia" (texto 2, l. 9)

c) "...filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das

Espanhas." (texto 1, l. 3-4)

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d) "D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem

mofinos." (texto 1, l. 27-28)

e) "... meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência." (texto 1, l.

10-b)

Questão 64

(PUC-RS) TEXTO

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INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.

A afirmação correta sobre a pontuação no texto é

a) As quatro vírgulas na chamada em destaque indicam supressão do verbo.

b) No primeiro parágrafo, a vírgula após "casa" separa duas orações de valor sintático

equivalente.

c) Ainda no primeiro parágrafo, na segunda linha, uma vírgula após "jeito" tornaria a idéia

da frase mais clara.

d) Os dois-pontos presentes em "Nada mais natural: " (primeiro parágrafo) e em "não torça

para o time dos outros: " (terceiro parágrafo) estabelecem o mesmo tipo de relação de

significação entre os elementos que ligam.

e) A frase nominal que constitui o slogan da propaganda poderia ser assim pontuada:

"VARIG, Brasil, a nossa companhia aérea", sem prejuízo para a sua correção.

Questão 65

(PUC-RS)

"Há em sua província um poeta que eu adoro, disse ela, cortando em pedacinhos a carne

assada que tinha no prato.

– O Franco de Sá? Perguntou o maranhense.

[...]

– Não, refiro-me ao Dias Carneiro.

Amâncio sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha. Nunca em sua vida ouvira falar de

semelhante nome.

– É, disse entretanto. – É um grande poeta!

– Enorme! Corrigiu Lúcia, levando à boca uma garfada. – Enorme! Conhece aquela poesia

dele, o ...

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Novo calafrio, desta vez, porém, acompanhado de suores. E não lhe acudia um título para

apresentar, um título qualquer, ainda que não fosse verdadeiro.

– Ora, como é mesmo? Insistia a senhora. – Tenho o nome debaixo da língua! E, voltando-

se com superioridade para o marido:

– Como se chama aquela poesia, que está no álbum de capa escura, escrita a tinta azul?

O Pereira abriu os olhos e disse lentamente:

– O Cântico do Calvário.

És um idiota! Respondeu a mulher."

A parte final do texto, extraída do romance intitulado ______________, registra a

indignação de Lúcia em relação à desinformação do esposo sobre um assunto de ordem

literária, uma vez que "Cântico do Calvário" foi escrito por _____________.

a) O Mulato Casimiro de Abreu

b) Esaú e Jacó Álvares de Azevedo

c) Casa de Pensão Fagundes Varela

d) O Cortiço Gonçalves Dias

e) Memorial de Aires Castro Alves

Questão 66

(PUC-RS) "Tu, artista, com zelo, Esmerilha e investiga! Níssia, o melhor modelo Vivo,

oferece, da beleza antiga. Para esculpi-la, em vão, árduos, no meio. De esbraseada arena,

Batem-se, quebram-se em fatal torneio, Pincel, lápis, buril, cinzel e pena." [...]

O trecho evidencia tendências ___________ , na medida em que ______________ o rigor

formal e utiliza-se de imagens _____________.

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a) Românticas neutraliza abstratas

b) simbolistas valoriza concretas

c) parnasianas exalta mitológicas

d) simbolistas busca cotidianas

e) parnasianas evita prosaicas

Questão 67

(PUC-RS) "Tu, artista, com zelo, Esmerilha e investiga! Níssia, o melhor modelo Vivo,

oferece, da beleza antiga. Para esculpi-la, em vão, árduos, no meio. De esbraseada arena,

Batem-se, quebram-se em fatal torneio, Pincel, lápis, buril, cinzel e pena." [...]

A produção poética da transição do século XIX para o XX evidencia duas tendências

principais: uma que rejeita formalmente o Romantismo, outra que busca a genuína

expressão poética. Registra-se, ainda, na época, o caso isolado do poeta

_________________, cuja reduzida produção caracteriza-se pela linguagem ____________

e, ao mesmo tempo, ____________.

a) Alphonsus de

Guimaraens

subjetiva plástica

b) Augusto dos Anjos cientificista corrosiva

c) Eduardo Guimaraens erudita sugestiva

d) Augusto dos Anjos impressionista sonora

e) Alphonsus de

Guimaraens

cientificista grotesca

Questão 68

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(UFRN) A opção que apresenta pontuação correta é:

a) O último censo do IBGE permite dimensionar, no Rio de Janeiro, quando notórias as

diferenças entre os grupos sociais.

b) O último censo do IBGE, permite dimensionar, no Rio de Janeiro, quando notórias, as

diferenças entre os grupos sociais.

c) O último censo do IBGE permite, dimensionar no Rio de Janeiro, quando notórias as

diferenças entre os grupos sociais.

d) O último censo do IBGE permite dimensionar, no Rio de Janeiro, quando notórias, as

diferenças entre os grupos sociais.

Questão 69

(UFRN) "Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a deitar

fora este livro, se o tédio já não o obrigou a isso antes; tudo é possível. Mas, se não o fez

antes e só agora, fio que torne a pegar do livro e que o abra na mesma página, sem crer por

isso na veracidade do autor. Todavia, não há nada mais exato. Foi assim mesmo que Capitu

falou, com tais palavras e maneiras."

Pode-se afirmar:

a) O relato de Bentinho, sendo a manifestação de um ser passível de falhas, comprova o

equívoco do narrador ao interpretar os fatos.

b) O leitor admite que a narrativa é uma confissão da qual não deve duvidar, uma vez que

o autor escreve sobre sua própria vida.

c) As considerações do narrador eliminam a possibilidade de ele estar enganado sobre o

fato que o levou a desconfiar de Capitu.

d) O foco narrativo em 1ª pessoa tanto pode levar o leitor a crer no que diz o narrador

quanto a duvidar dos fatos narrados.

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Questão 70

(UFRN) "Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a deitar

fora este livro, se o tédio já não o obrigou a isso antes; tudo é possível. Mas, se não o fez

antes e só agora, fio que torne a pegar do livro e que o abra na mesma página, sem crer por

isso na veracidade do autor. Todavia, não há nada mais exato. Foi assim mesmo que Capitu

falou, com tais palavras e maneiras."

São dois traços do estilo machadiano presentes no fragmento:

a) metalinguagem - coloquialismo

b) coloquialismo - intertextualidade

c) diálogo com o leitor - metalinguagem

d) intertextualidade - diálogo com o leitor

Questão 71

(UFRN) Leia o trecho abaixo, extraído da obra São Bernardo, de Graciliano Ramos.

"Que mãos enormes! As palmas eram enormes, gretadas, calosas, duras como casco de

cavalo! E os dedos eram também enormes, curtos e grossos. Acariciar uma fêmea com

semelhantes mãos!"

Percebe-se, no fragmento, tendência

a) regionalista: utilização de linguagem específica do sertanejo.

b) naturalista: atribuição de características animais à personagem.

c) realista: compromisso com a descrição objetiva da personagem.

d) modernista: inventividade no uso da linguagem regional.

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Questão 72

(UFPE)

TEXTO 1

O ADEUS DE TERESA

A vez primeira que eu fitei Teresa,

Como as plantas que arrasta a correnteza,

A valsa nos levou nos giros seus...

E amamos juntos... E depois na sala

- Adeus! – eu disse-lhe a tremer co’a fala...

(Castro Alves)

TEXTO2

TERESA

A primeira vez que vi Teresa

Achei que ela tinha pernas estúpidas

Achei também que a cara era parecida

com uma perna

(Manuel Bandeira)

Observando semelhanças e diferenças entre os dois textos acima, podemos afirmar que:

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1)O texto 1 representa o Modernismo, enquanto que o texto 2 representa o Romantismo;

2)Ambos os poemas tratam do início de uma relação com uma mulher de nome Teresa e

são escritos em verso;

3)Enquanto o texto romântico segue os padrões da métrica e rima, o modernista é escrito

em versos livres, sem rima nem métrica rígida, seguindo o ritmo do autor;

4)O vocabulário também apresenta divergências, registrando o texto 1 termos mais

rebuscados e ordem inversa, de acordo com a escola a que pertence;

5)O texto 2 usa termos corriqueiros e até antipoéticos, sendo uma paródia do texto 1, fato

comum no movimento em que se insere;

Estão corretas:

a) 1, 2, 3 apenas

b) 2, 3, 4, 5 apenas

c) 1, 2, 3, 4, 5

d) 1, 2, 3, 4 apenas

e) 3, 4, 5 apenas

Questão 73

(UFPE)

DESCOBERTA DA LITERATURA

No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/

cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./

E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/

para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./

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Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/

ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/

com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./

Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/

em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/

e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/

a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/

que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/

e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/

receava que confundissem/ o de perto com o distante,/

o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/

e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/

ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./

(...)

João Cabral de Melo Neto

Quanto à pontuação do texto, é incorreto afirmar que:

a) Os dois pontos ("em segredo:") indicam a existência de uma citação;

b) Os pontos finais ("romance barbantes." "feirantes.") concluem as frases, encerrando

idéias;

c) O sujeito está separado do verbo em "toda a semana, durante";

d) As vírgulas separam termos que exercem a mesma função sintática em "nos crimes, no

amor, nos lances";

e) A oração reduzida "sem querer" está entre vírgulas por se tratar de uma intercalada.

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Questão 74

(UFPE) Os primeiros movimentos literários a terem entre seus representantes autores

brasileiros foram:

(1) Barroco / (2) Arcadismo / (3) Romantismo

Relacione os movimentos acima com suas características e representantes:

( ) Gonçalves Dias, maranhense, consolida

o movimento com sua produção poética,

celebrando a valorização do índio, a

saudade da pátria, o amor e a natureza

idealizada, mas selvagem.

( ) Antônio Vieira, nascido em Lisboa e

criado na Bahia, era um pregador e

escritor eloqüente e apaixonado. De

acordo com a tendência do movimento a

que pertenceu tinha estilo vigoroso,

cheio de imagens retóricas, e abusava de

pleonasmos, hipérboles e antíteses.

( ) Tomás Antônio Gonzaga foi poeta e

cantou uma natureza serena e

harmoniosa, transformada em paraíso

perdido, com pastores e pastoras

idealizados.

A ordem correta é:

a) 1, 2, 3

b) 3, 1, 2

c) 1, 3, 2

d) 3, 2, 1

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e) 2, 3, 1

Questão 75

(UFPE) O Realismo brasileiro tem em Machado de Assis sua figura maior. A respeito desse

movimento, assinale a alternativa incorreta:

a) É uma reação ao Romantismo, que idealizava a vida. É marcado pelo racionalismo e pela

objetividade;

b) A linguagem usada é simples e despida de voltas retóricas;

c) Apresenta como marca um certo pessimismo, sem fantasias;

d) Para os realistas, e entre eles Machado de Assis, bastava reproduzir a realidade para

constituir uma grande obra. A observação substitui a imaginação;

e) É um estado de espírito em que os sentimentos falam mais alto, trazendo o desejo de

evasão pela fuga ou pela morte;

Questão 76

(UFPA) Segundo boa parte de críticos literários, Machado de Assis atinge, na literatura

brasileira, o clímax do refinamento na análise da alma humana nos romances da chamada

fase madura; diz-se, também, que um bom número de seus contos dá uma contribuição

relevante ao entendimento desse mesmo homem. Que aspectos da natureza humana foram

colocados em destaque em "O enfermeiro"?

a) o tom memorialista do conto remete para os traumas de infância e conseqüentes

manifestações doentias, em fase adulta, do personagem central

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b) há no texto nítidos resquícios de questões políticas mal conduzidas, que dividiam os

poderosos e gananciosos do Império

c) percebe-se uma espécie de índice de desafogo machista no comportamento do

personagem central, em virtude do relevo devotado à figura da mulher

d) os personagens centrais do conto são exemplo de natureza humana desajustada, que não

respeita sequer os momentos extremos da vida

e) há questões metafísicas em jogo, em função do comportamento extremado do

protagonista

Questão 77

(UFPA)

OS BACHARÉIS E A LÍNGUA NACIONAL

A Ordem dos Advogados do Brasil está alarmada com o índice de reprovação dos

bacharéis, candidatos ao título de advogado. Como é sabido, desde 1970, criaram-se os

exames da Ordem, sem cuja aprovação, nenhum bacharel em Direito obtém inscrição junto

à OAB. Sem estar inscrito, não pode advogar, nem obter a carteira e o título de advogado.

Os exames se realizam em todo o Brasil, em diversas épocas do ano, junto às secções

estaduais da Ordem e Subsecções respectivas, nas capitais e no interior. As matérias

exigidas, em provas escritas, abrangem conteúdo do Direito Positivo - Civil, Penal,

Trabalhista, Processual, etc..., - e Português. Seria de esperar que a maior porcentagem de

reprovação fosse nas matérias jurídicas, propriamente ditas, que fazem parte dos currículos.

Engano. A reprovação maior é motivada pela ignorância dos candidatos, bacharéis, em

relação à língua nacional. Não sabem redigir, desconhecem os princípios elementares da

gramática, lêem mal, interpretam pior, têm dificuldade intolerável em se exprimir, o que

fazem como se fossem estrangeiros incultos, torturados pela necessidade de fazer uma

redação simples. Nestas condições, 70% são reprovados, no país.

(Adelino Brandão. A Província do Pará, 16.11.97)

A vírgula está empregada para separar um aposto explicativo em:

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a) "A Ordem dos Advogados está alarmada com o índice de reprovação dos bacharéis,

candidatos ao título de advogado."

b) "Como é sabido, desde 1970, criaram-se os exames da Ordem, sem cuja aprovação,

nenhum bacharel em Direito obtém inscrição junto à OAB."

c) "Os exames realizam-se em todo o Brasil, em diversas épocas do ano..."

d) "Não sabem redigir, desconhecem os princípios elementares da gramática, lêem mal,

interpretam pior, têm dificuldade intolerável em se exprimir..."

e) "Nestas condições, 70% são reprovados, no país."

Questão 78

(UFMG) No romance O Ateneu, de Raul Pompéia, o personagem Aristarco, que apresenta

um "vaivém de atitudes", é visto como portador de uma "individualidade dupla".

Todas as alternativas contêm trechos do romance em que Aristarco passa de uma atitude a

outra, EXCETO

a) Quando meu pai entrou comigo havia no semblante de Aristarco uma pontinha de

aborrecimento. (...) Mas a sombra de despeito apagou-se logo, como o resto de túnica que

apenas tarda a sumir se numa mutação à vista; e foi com uma explosão de contentamento

que o diretor nos acolheu.

b) Aristarco, que consagrava as manhãs ao governo financeiro do colégio, conferia,

analisava os assentamentos do guarda-livros. De momento a momento entravam alunos.

Alguns acompanhados. A cada entrada, o diretor lentamente fechava o livro comercial,

(...) oferecendo episcopalmente a mão peluda ao beijo contrito e filial dos meninos.

c) (...) viam-no (Aristarco) formidável, com o perfil leonino rugir (...) sobre outro (aluno)

que tinha limo nos joelhos de haver lutado em lugar úmido, gastando tal veemência no

ralho, que chegava a ser carinhoso.

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d) A cadeira girava de novo à posição primitiva; o livro da escrituração espalmava outra

vez as páginas enormes; e a figura paternal do educador desmanchava-se volvendo a

simplificar se na esperteza atenta e seca do gerente.

Questão 79

(UFMG) Todas as alternativas apresentam afirmações corretas sobre o narrador do romance

O Ateneu, EXCETO

a) O narrador entremeia à narrativa dos acontecimentos da vida escolar as suas opiniões.

b) O narrador dá mais ênfase aos fatos sociais do que aos da sua experiência pessoal.

c) O narrador estrutura o enredo, revelando a existência de etapas no processo de formação

de sua personalidade.

d) O narrador apresenta as relações entre os personagens de modo a desnudar alguns

aspectos ocultos dessas relações.

Questão 80

(PUC-RS) A representação da nação brasileira quase não se faz presente na segunda fase da

obra de Machado de Assis. Isso ocorre porque

a) a análise psicológica das personagens sobrepõe-se aos enredos das narrativas.

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b) o narrador, geralmente, é a personagem principal da história.

c) a seqüência da linearidade narrativa é observada na totalidade das obras.

d) as personagens apresentam destinos heróicos a serem cumpridos.

e) a ironia constitui elemento essencial de manutenção dos valores temporais.

Questão 81

(PUC-RS) (...) "Cada século trazia a sua porção de sombra e de luz, de apatia e de combate,

de verdade e de erro, e o seu cortejo de sistemas, de idéias novas, de novas ilusões; em cada

um deles rebentavam as verduras de uma primavera, e amareleciam depois, para remoçar

mais tarde."

(...)

Para responder à questão , considerar as afirmativas que seguem, relacionadas ao romance

em questão, de Machado de Assis.

I. Narra a vida pregressa de um defunto autor.

II. Atribui a Quincas Borba a teoria do HUMANITISMO.

III. Revela os motivos secretos do comportamento de Brás Cubas.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

a) somente I

b) somente II

c) I e II

d) II e III

e) I, II e III

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Questão 82

(PUC-RS) "E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com

as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro

palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas

transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre lustrosos

bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que

nem lagos de metal branco.

E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a

minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia

brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco."

A expressão sublinhada no texto exemplifica uma característica do romance ___________,

que é ____________.

a) realista / o descritivismo exaustivo

b) naturalista / o determinismo do meio ambiente

c) pré-modernista / a crítica social desvelada

d) naturalista / a patologia das personagens

e) realista / o determinismo da hereditariedade

Questão 83

(PUC-RS) "E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com

as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro

palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas

transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre lustrosos

bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que

nem lagos de metal branco.

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E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a

minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia

brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco."

Para responder à questão , analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto.

I. Mostra a formação de aglomerados humanos em um centro urbano.

II. Retrata a vida de seres que habitam ambientes degradados.

III. Compara a vida humana à vida animal.

IV. Expressa uma visão saudosista em relação à vida.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

a) I

b) II

c) II e III

d) III e IV

e) I, II e III

Questão 84

(PUC-RS) Vila Rica

"O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;

Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição

Na torturada entranha abriu da terra nobre:

E cada cicatriz brilha como brasão.

[...]

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Como uma procissão espectral que se move ...

Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu ...

Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove."

O poema, pertencente ao autor de "Profissão de Fé", não segue rigidamente o padrão

___________ no que se refere à ___________.

a) romântico / idealização do mundo

b) simbolista / busca do eu profundo

c) parnasiano / alienação dos problemas sociais

d) simbolista / inteligibilidade sintática

e) parnasiano / sonoridade dos versos

Questão 85

(UFPA) A frase que infringe uma regra de pontuação é:

a) Para fabricar a bola de borracha, o seringueiro usa a fumaça da queima de madeira.

b) Em 1745, o francês Charles Marie de la Condamine, que viera ao Equador em missão

geográfica, visando medir paralelos e meridianos terrestres, desceu os rios Napo e

Amazonas.

c) No começo do século XX, a produção crescente de automóveis fez o consumo e o preço

da borracha subirem enormemente.

d) Na Amazônia, o seringueiro brasileiro enfrentava doenças, os perigos da floresta e

precisava caminhar longas distâncias, para encontrar as seringueiras dispersas no mato.

e) Em 1819, o inglês Thomas Hancock, desenvolveu processos de fabricação de artigos

impermeáveis.

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Questão 86

(PUC-MG) AS PRÁTICAS ESCOLARES DE LEITURA

Na escola, tal como a conhecemos, a leitura de textos nunca deixou de estar presente, em

qualquer das disciplinas que nela se ministram (técnicas ou não). Mas é no interior daquela

disciplina que teria a própria leitura como seu objeto de estudos (as aulas de língua e

literatura) que esta prática é mais surpreendente. Nas aulas de português, a presença da

leitura tem tido um objetivo muito particular: o da transformação do texto que se lê em

modelo, isto por diferentes caminhos:

a) O texto transformado em objeto de uma leitura vozeada (ou da oralização do texto

escrito), em que se lê para "provar" que se sabe ler. Recomendava-se, em geral, que o

próprio professor fizesse uma leitura em voz alta do texto, e depois solicitasse que seus

alunos lessem o texto: aluno por aluno (às vezes sadicamente, aquele aluno que o professor

percebe estar com a alma vagando longe da sala de aula) vão lendo partes do texto. Lê

melhor aquele que melhor se aproxima do modelo de leitura dado: a leitura do professor.

Evidentemente, trata-se hoje de uma prática felizmente já ausente das aulas

contemporâneas;

b) O texto transformado em objeto de uma imitação. A leitura nada mais é do que a

motivação para a produção de outros textos pelo aluno. Com ela, dois resultados podem ser

perseguidos: ou que o aluno escreva outro texto tratando do mesmo tema (ainda que tal

tema lhe seja distante) ou que o aluno tome o texto como modelo formal para escrever,

sobre outro tema, mas na forma do texto lido (e os alunos então escrevem poesias, crônicas,

contos, fábulas, etc., sempre de acordo com o modelo a ser seguido);

c) O texto transformado em objeto de uma fixação de sentidos. Os sentidos que o professor

ou algum outro leitor privilegiado tenha dado ao texto passam a ser os sentidos do texto. Ao

aluno, em sua leitura do texto, cabe descobrir tais sentidos previamente definidos. Lê

melhor quem mais se aproximar dos sentidos que já se atribuíram ao texto. Não se trata de

o aluno (leitor) construir sentidos do texto a partir das pistas que este lhe fornece associadas

à experiência vivida por ele próprio, mas se trata de o aluno "redescobrir" a leitura

desejada, num exercício de adivinhações que não mobiliza a história de vida do leitor (que

inclui também outras leituras), mas mobiliza apenas sua experiência escolar, que sempre

lhe disse que deve "aproximar-se" do já dado para melhor se safar da tarefa.

Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio

leitor: são exercícios de leitura cujos objetivos são para ele incompreensíveis. Afinal, para

que aprender a ler em voz alta, se pretendo ser torneiro mecânico, eletricista, projetista, ou

o que seja? Para que escrever sobre este tema, se sobre ele já escreveu o autor que acabo de

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ler e nada tenho de diferente para dizer? Para que aprender a escrever poesias, crônicas,

contos, se não farei nada disso depois? Para que ler o texto que estou lendo, se não

houvesse estas perguntas de interpretação que tenho que responder para me ver "aprovado"

em português?

Não se trata de leituras de sujeitos que, querendo aprender, vão em busca de textos e,

cheios de perguntas próprias, sobre eles se debruçam em busca de respostas. O que poderia

ser uma oportunidade de encontros de sujeitos torna-se um meio de estimular operações

mentais (especialmente da memória), e não um meio de, operando mentalmente, produzir

sentidos e, conseqüentemente, construir categorias de compreensão da realidade vivida a

partir das informações e opiniões dadas pelo autor do texto lido.

GERALDI, João Wanderley. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação.

Campinas, SP: Mercado de Letras - ALB, 1996, p. 118-120.

Assinale a alternativa em que as alterações de pontuação propostas para o trecho em

destaque estejam de acordo com a norma culta.

"Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio

leitor: são exercícios de leitura cujos objetivos são para ele incompreensíveis."

a) Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem, a qualquer interesse do próprio

leitor: são exercícios de leitura, cujos objetivos são, para ele, incompreensíveis.

b) Em resumo: estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio

leitor - são exercícios de leitura cujos objetivos são, para ele, incompreensíveis.

c) Em resumo, estes três tipos de práticas, não respondem a qualquer interesse do próprio

leitor - são exercícios de leitura cujos objetivos são para ele, incompreensíveis.

d) Em resumo; estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse, do próprio

leitor: são exercícios de leitura cujos objetivos são para ele incompreensíveis.

e) Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse, do próprio

leitor. São exercícios de leitura, cujos objetivos são para ele, incompreensíveis.

Questão 87

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO ABAIXO.VOLTE

AO TEXTO SEMPRE QUE NECESSÁRIO.

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NÃO EXISTEM LÍNGUAS IMUTÁVEIS

Uma das coisas que aprendemos na escola é que o português veio do latim. Ou seja, que o

português é uma língua que não foi sempre o português, não foi sempre como é. Se

estudássemos um pouco mais esse tipo de assunto, aprenderíamos que também o latim é

uma língua que veio de outras línguas, e que o latim provavelmente não foi a língua falada

pelos primeiros seres humanos. Isto é: a) o latim não é uma língua totalmente pura; b) o

latim também é uma língua que não permaneceu sempre igual a si mesma, qualquer que

seja o estágio escolhido para análise; c) as coisas não terminam com um exemplo em latim.

Os fatos, grosseiramente, são da seguinte ordem: 1) o latim nem sempre foi o latim de

Cícero, César, Virgílio, etc. Antes de sê-lo, foi uma língua "pouco cultivada". Em primeiro

lugar, apenas falada; em segundo, falada principalmente por pessoas não cultas, pois não

havia "no início" do latim tais pessoas cultas, como ocorreu mais tarde; 2) depois de ter

sido língua de César, Cícero, etc., o latim mudou tanto que, entre outras coisas, veio a ser o

francês, o italiano, o espanhol, o português, etc.

Ora, o que ocorreu com o latim não ocorreu por castigo ou por azar. Ocorreu com outras

línguas, como o alemão, o inglês, o grego, o português. Na verdade, com todas as línguas.

E continua ocorrendo. Não há língua que permaneça uniforme. Todas as línguas mudam.

Esta é uma das poucas verdades indiscutíveis em relação às línguas, sobre a qual não pode

haver nenhuma dúvida.

[....] não há razão de ordem científica para exigir que alunos - ou outras pessoas - conheçam

formas arcaicas, que nunca ouvem e que são raras mesmo nos textos escritos mais

correntes. Dito de outro modo: se temos claro que as línguas mudam, fica claro também por

que os falantes não conhecem certas formas lingüísticas: é que elas não são mais usadas na

época em que os falantes se tornam falantes. Se não são usadas, não são ouvidas. Se não

são ouvidas (e ouvidas muitas vezes), não podem ser aprendidas.

Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os

dicionários registram e, por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos

também a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros. Há muitas formas que nós

eventualmente pensamos que ainda são vivas, porque são ensinadas na escola e por isso são

utilizadas eventualmente, mas, na verdade, já estão mortas, ou quase, porque não são mais

usadas regularmente. Por exemplo, quem é que encontra falantes reais que utilizam sempre

as regências de verbos como assistir, visar, preferir, etc. como as gramáticas mandam? O

que estou sugerindo é que, de fato, devemos considerar formas como "assistir ao jogo"

como arcaísmos e, conseqüentemente, formas como assistir o jogo como padrões,

"corretas". Simplesmente por uma razão: no português de hoje, ‘ser espectador de’ se diz

assistir, e não assistir a.

[....] A questão não é, entretanto, saber se há ou não alguém com autoridade (um gramático,

por exemplo) dizendo que agora se pode dizer assim ou assado. Que agora falar assim ou

assado está certo. O argumento interessante é de outra natureza, não o de autoridade. O que

estou afirmando é que os fatos lingüísticos são esses. E que contra tais fatos não adianta

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espernear. Se nós espernearmos contra esses fatos, deveríamos espernear contra todas as

formas de mudança, inclusive as que ocorreram nos séculos III, X, XII, XVII, etc. Por que

só os fatos de hoje são ruins e devem ser desprezados? E tem mais: tais fatos podem ser

explicados. Além de poderem ser explicados, eles explicam, por sua vez, por que nossos

alunos (ou nossos vizinhos) falam como falam. Além de, evidentemente, explicarem

também por que nós mesmos falamos assim... Ou seja, explicam por que falar assim não é

errado, mas é simplesmente falar segundo as regras da língua de hoje, do português vivo.

Se pensássemos dessa forma em relação às línguas, sem defender, explícita ou

implicitamente, que as formas antigas são as únicas corretas ou, pelo menos, que são

melhores que as atuais, nossa pedagogia das línguas mudaria. Por exemplo, todos

perceberíamos que gastar um tempo enorme com regências e colocações inusitadas é, a

rigor, inútil. A prova é que a maioria dos que as estudam não aprende tais formas, ou, pelo

menos, não as usa.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: ALB,

Mercado de Letras, 1996, p. 37-40.

Assinale a opção em que as alterações de pontuação propostas para o trecho em destaque

estejam de acordo com a norma culta.

"Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só

os dicionários registram e, por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos

também a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros."

a) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só

os dicionários registram e, por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas, nos acostumamos

também, a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano: há arcaísmos mais arcaicos do que outros.

b) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só

os dicionários registram e por isso, são chamadas de arcaísmos, mas nos acostumamos

também a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano. Há arcaísmos, mais arcaicos do que outros.

c) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só

os dicionários registram e, por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos,

também, a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano - há arcaísmos mais arcaicos do que outros.

d) Nós nos acostumamos a pensar, que há formas da língua que não são mais usadas, que

só os dicionários registram e por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas, nos acostumamos

também a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros.

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e) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só

os dicionários registram e, por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos

também a pensar, que os arcaísmos são sempre formas realmente antigas. Ora, isso é um

engano; há arcaísmos mais arcaicos do que outros.

Questão 88

(PUC-MG)

"Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,

Casualmente, uma vez, de um perfumado

Contador sobre o mármor luzidio,

Entre um leque e o começo de um bordado."

trecho do poema em destaque é parnasiano. Ele revela um poeta:

a) distanciado da realidade.

b) engajado.

c) crítico.

d) irônico.

e) informal.

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Questão 89

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

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14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

Marque a alternativa que preenche corretamente os espaços abaixo:

Capitu, personagem _____________de Dom Casmurro, exerce a função de

_____________ e, tendo profundidade interior e consciência do seu eu, constitui-se uma

personagem _____________.

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a) principal - protagonista - estática

b) secundária - antagonista - dinâmica

c) principal - antagonista - estática

d) secundária - protagonista - dinâmica

e) principal - protagonista - dinâmica

Questão 90

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

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(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

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25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

Em relação ao trecho entre as linhas 10 e 16, é correto afirmar:

a) as personagens fixam-se no passado.

b) as personagens apresentam uma visão trágica do futuro.

c) as personagens vivenciam um momento de harmonia e união.

d) o personagem-narrador critica relações familiares.

e) as personagens apresentam atitudes fingidas.

Questão 91

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

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06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

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21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

trecho entre as linhas 21 e 26 apresenta:

a) a força do conflito que envolve o personagem-narrador.

b) uma atitude de equilíbrio e estabilidade do personagem-narrador.

c) uma atitude de reciprocidade entre os dois personagens.

d) pequenas desavenças entre pai e filho.

e) dissimulação e ironia do personagem-narrador.

Questão 92

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

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02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

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17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

A ambigüidade do romance Dom Casmurro manifesta-se principalmente, através da:

I -escolha do tema;

II -seleção do foco narrativo;

III -objetividade do enredo;

IV -delimitação do espaço;

V - perspectiva temporal.

Assinale a opção em que figuram apenas elementos corretos:

a) I e II

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b) IV e V

c) I e IV

d) II e V

e) I e III

Questão 93

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

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10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

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26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

As constantes apelações do narrador ao leitor ao longo da obra Dom Casmurro revelam:

I -crítica da própria linguagem;

II -tentativa de persuadir o leitor;

III -ênfase às reivindicações sociais;

IV -exaltação nacionalista;

V - busca de verossimilhança.

Assinale a opção em que figuram apenas elementos corretos:

a) I, III e IV

b) II, IV e V

c) III e V

d) II e IV

e) I, II e V

Questão 94

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

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03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

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18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

tempo presente do verbo dar em "As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de

várias espécies (...)" (linha 01), justifica-se por:

a) o verbo ser responsável pelo fio narrativo.

b) o texto ser uma narrativa.

c) abordar um fato atual.

d) a atitude do autor ser de comentário.

e) tratar-se de uma sátira.

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Questão 95

(UFCE)

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

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14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

Ao referir-se às curiosidades de Capitu, o personagem-narrador descreve-as como:

I - explicáveis e inexplicáveis (linhas 01 e 02);

II -úteis como inúteis (linha 02);

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III -umas graves, outras frívolas (linha 02).

Sobre as descrições acima, é correto afirmar:

a) todas apresentam relação de antonímia.

b) apenas I e II apresentam relação de antonímia.

c) apenas I apresenta relação de antonímia.

d) apenas II apresenta relação de antonímia.

e) apenas II e III apresentam relação de antonímia.

Questão 96

(UFCE) TEXTO DE ESTUDO No 01

01 (...) As curiosidades de Capitu dão para um capítulo. Eram de várias espécies,

explicáveis e

02inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves outras frívolas; gostava de saber

tudo. No

03colégio, onde, desde os sete anos, aprendera a ler, escrever e contar, francês, doutrina e

obras de

04agulha, não aprendeu, por exemplo, a fazer renda; por isso mesmo, quis que prima

Justina lho

05ensinasse. Se não estudou latim com o padre Cabral foi porque o padre, depois de lho

propor

06gracejando, acabou dizendo que latim não era língua de meninas. Capitu confessou-me

um dia

07 que esta razão acendeu nela o desejo de o saber. Em compensação, quis aprender inglês

com um

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08velho professor amigo do pai e parceiro deste ao solo, mas não foi adiante. Tio Cosme

ensinou-

09lhe gamão.

(...)

10Capitu não era menos terna para ele e para mim. Dávamos as mãos um ao outro, e,

quando

11não olhávamos para o nosso filho, conversávamos de nós, do nosso passado e do nosso

futuro. As

12 horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação. Quando eu via o meu filho

chupando

13 o leite da mãe, e toda aquela união da natureza para a nutrição e vida de um ser que não

fora

14 nada, mas que o nosso destino afirmou que seria, e a nossa constância e o nosso amor

fizeram que

15 chegasse a ser, ficava que não sei dizer nem digo; positivamente não me lembra, e receio

que o

16que dissesse me saísse escuro.

(...)

17Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido,

mas

18crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de

costas na

19 estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo

subir e dar-

20me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

21- Papai! papai!

(...)

22Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei,

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23mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a

temperatura, porque o

24café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da

mesa, e dei

25por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

26- Papai! papai! exclamava Ezequiel.

27- Não, não, eu não sou teu pai!

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. SP:Moderna, 1983. p.66; 204; 247; 248.)

Da frase: "Capitu não era menos terna para ele e para mim." (linha 10), deduz-se que:

a) Capitu era mais terna com o filho que com o personagem-narrador.

b) Capitu era menos terna com o personagem-narrador que com o filho.

c) Capitu era igualmente terna com o filho e com o personagem-narrador.

d) Capitu era menos terna com o filho que com o personagem-narrador.

e) Capitu não era terna com o filho nem com o personagem-narrador.

Questão 97

(UFF) TEXTO I

O "brasil" com b minúsculo é apenas um

objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação

interior, pedaço de coisa que morre e não tem a

menor condição de se reproduzir como sistema;

como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do

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século XIX, que viam na terra - um pedaço perdido de

Portugal e da Europa - um conjunto doentio e

condenado de raças que, misturando-se ao sabor

de uma natureza exuberante e de um clima tropical,

estariam fadadas à degeneração e à morte

biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B

maiúsculo é algo muito mais complexo. É país,

cultura, local geográfico, fronteira e território

reconhecidos internacionalmente, e também casa,

pedaço de chão calçado com o calor de nossos

corpos, lar, memória e consciência de um lugar

com o qual se tem uma ligação especial, única,

totalmente sagrada. É igualmente um tempo

singular cujos eventos são exclusivamente seus, e

também temporalidade que pode ser acelerada na

festa do carnaval; que pode ser detida na morte e

na memória e que pode ser trazida de volta na boa

recordação da saudade. Tempo e temporalidade de

ritmos localizados e, assim, insubstituíveis.

Sociedade onde pessoas seguem certos valores e

julgam as ações humanas dentro de um padrão

somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas

de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e

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consciência: algo que se soma e se alarga para o

futuro e para o passado, num movimento próprio

que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte

conhecido e parte misterioso, como um grande e

poderoso espírito. Como um Deus que está em

todos os lugares e em nenhum, mas que também

precisa dos homens para que possa se saber

superior e onipotente. Onde quer que haja um

brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no

entanto - tal como acontece com as divindades -

será preciso produzir e provocar a sua

manifestação para que se possa sentir sua

concretude e seu poder. Caso contrário, sua

presença é tão inefável como a do ar que se respira

e dela não se teria consciência a não ser pela

comparação, pelo contraste e pela percepção de

algumas de suas manifestações mais contundentes.

DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?

Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-12

"Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto – tal como

acontece com as divindades – será preciso produzir e provocar a sua manifestação para que

se possa sentir sua concretude e seu poder." (linhas 36-41)

O uso dos travessões no trecho acima se justifica para destacar

a) reflexão complementar, à margem do que se afirma

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b) oração intercalada com verbo declarativo

c) oração, indicando mudança de interlocutor

d) final de um enunciado, enfaticamente

e) termos ou expressões não usuais

Questão 98

(UFSCAR) O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas

recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem

uma carta dizendo que ele caiu.

Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito mais tempo. Eu me

lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que

nós chamávamos simplesmente "tala") e da alta saboneteira que era nossa alegria e a

cobiça de toda a meninada do bairro, porque fornecia centenas de bolas pretas para o

jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas,

lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes,

"beijos", violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta- pão ao lado de casa e o imenso

cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia

crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para

apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os

morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.

(Rubem Braga: Cajueiro. In: O Verão e as Mulheres. 5ª ed. Rio de Janeiro:

Record, 1991, p. 84-5.)

Uma das normas estabelecidas para o uso da vírgula impõe que este sinal de pontuação

serve para separar elementos que exercem a mesma função sintática, desde que tais

elementos não venham unidos por conjunções aditivas. Este princípio vem formulado em

muitas Gramáticas, entre as quais a de Celso Cunha, Gramática do Português

Contemporâneo, e a de Gladstone Chaves de Melo, Gramática Fundamental da Língua

Portuguesa. Rubem Braga desobedeceu a essa norma no trecho:

a) O cajueiro já devia ser velho quando nasci.

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b) Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-

jorge ...

c) Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da

parreira ...

d) Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado de casa e o imenso cajueiro lá no

alto ...

e) ... ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o

pé e subir pelo cajueiro acima ...

Questão 99

(UFSCAR) Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia

de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se

humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras,

sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos

descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja?

Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma

vez.

— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra escritura, breviário contra

breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas,

novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos

espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se

combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem

Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.

(Machado de Assis: A Igreja do Diabo. In: Histórias sem Data - Obra Completa (II). Rio

de Janeiro: José Aguilar, l959, p. 367.)

Machado de Assis faz do conto A Igreja do Diabo um instrumento para análise e crítica,

por certo corrosiva, das instituições que, de algum modo, buscam estabelecer normas de

conduta moral para os seres humanos. Utiliza, para tanto, a ironia, a qual, no texto

transcrito, se faz presente em vários momentos, atingindo vários alvos, dentre os quais se

destaca a Igreja Católica Apostólica Romana. Esta instituição importante está sendo

atingida, de modo exclusivo, pela ironia, em:

a) Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar

uma igreja.

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b) Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos.

c) Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de

uma vez.

d) Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo

o demais aparelho eclesiástico.

e) Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.

Questão 100

(UFSCAR) Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia

de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se

humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras,

sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos

descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja?

Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma

vez.

— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra escritura, breviário contra

breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas,

novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos

espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se

combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem

Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.

(Machado de Assis: A Igreja do Diabo. In: Histórias sem Data - Obra Completa (II). Rio

de Janeiro: José Aguilar, l959, p. 367.)

Há no segundo parágrafo orações que aludem, sem referência direta, portanto, a várias

religiões. As religiões muçulmana e protestante estão aludidas em:

a) Escritura contra escritura, breviário contra breviário.

b) Terei a minha missa, com vinho e pão à farta ...

c) O meu credo será o núcleo universal dos espíritos ...

d) E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha será única.

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e) ... não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero.

Gabarito:

1-d 2-a 3-a 4-e 5-b 6-c 7-e 8-e 9-fvfvv 10-vffvf 11-fvvff 12-vvffv 13-fffvv 14-

a 15-a 16-a 17-d 18-e 19-vvvvv 20-vvffv 21-vvfvf 22-vvffv 23-vfvfv 24-fvfvf

25-vvfff 26-vfffv 27-fffff 28-ffvfv 29-vvvvv 30-fvfff 31-vfvfv 32-vffvv 33-c

34-d 35-b 36-c 37-ffvvv 38-vfvvv 39-vfvvf 40-ffffv 41-vfffv 42-vvvvv 43-d

44-c 45-d 46-vfvfv 47-vvfff 48-vvfvf 49-vffvf 50-c 51-b 52-a 53-c 54-c 55-b

56-d 57-a 58-b 59-a 60-a 61-c 62-c 63-e 64-e 65-c 66-c 67-b 68-d 69-d 70-c

71-b 72-b 73-c 74-b 75-e 76-d 77-a 78-c 79-b 80-c 81-c 82-b 83-e 84-c 85-e

86-b 87-c 88-a 89-e 90-c 91-a 92-d 93-e 94-d 95-a 96-c 97-a 98-c 99-d 100-e