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Direito Eleitoral Marcos Ranayana DIREITO ELEITORAL DIREITO ELEITORAL 07.11.2000 Art. 15 da CR/88: Trata de perda e suspensão de direitos políticos. Inelegibilidades, impedimentos e incompatibilidades. Perda dos direitos políticos: É a privação definitiva dos ius sufraggi e ius honorum, isto é, da capacidade eleitoral passiva (direito público político subjetivo ativo) e da capacidade eleitoral passiva (direito público político subjetivo passivo), direito de votar e ser votado. O cidadão não pode ser votado e nem votar em ninguém definitivamente – perdendo a cidadania. Suspensão dos direitos políticos: É a privação temporária da capacidade eleitoral ativa e passiva. Inelegibilidades: O sujeito fica privado temporariamente da capacidade eleitoral passiva. Permanece o ius sufraggi. Podem ser: a) Nacionais – caso das eleições para Presidente e Vice- Presidente. b) Estaduais – caso das eleições para Governador, Vice- Governador, Senador, Deputado Federal, Estadual e Distrital. c) Municipais – caso das eleições para Prefeito, Vice- Prefeito e Vereador. OBS.: Tal classificação considera dois aspectos: 1) O território como circunscrição eleitoral; 2) Relevância temporal (apenas para certa eleição). Ex.: Súmula nº 7/TSE: é inelegível para o cargo de Prefeito a irmã da concubina do atual prefeito (inelegibilidade municipal para aquela eleição, naquele território). 1

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Apostila de Direito Eleitoral

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

DIREITO ELEITORALDIREITO ELEITORAL

07.11.2000

Art. 15 da CR/88: Trata de perda e suspensão de direitos políticos. Inelegibilidades, impedimentos e incompatibilidades.

Perda dos direitos políticos:É a privação definitiva dos ius sufraggi e ius honorum, isto é, da

capacidade eleitoral passiva (direito público político subjetivo ativo) e da capacidade eleitoral passiva (direito público político subjetivo passivo), direito de votar e ser votado.

O cidadão não pode ser votado e nem votar em ninguém definitivamente – perdendo a cidadania.

Suspensão dos direitos políticos:É a privação temporária da capacidade eleitoral ativa e passiva.

Inelegibilidades:O sujeito fica privado temporariamente da capacidade eleitoral

passiva. Permanece o ius sufraggi.Podem ser:a) Nacionais – caso das eleições para Presidente e Vice-Presidente.b) Estaduais – caso das eleições para Governador, Vice-Governador,

Senador, Deputado Federal, Estadual e Distrital.c) Municipais – caso das eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e

Vereador.

OBS.: Tal classificação considera dois aspectos:1) O território como circunscrição eleitoral;2) Relevância temporal (apenas para certa eleição).Ex.: Súmula nº 7/TSE: é inelegível para o cargo de Prefeito a irmã da concubina do atual prefeito (inelegibilidade municipal para aquela eleição, naquele território).

Outra classificação:1) Quanto à origem:1.1) Constitucionais:O standart de candidato só é obtido quando o pedido de registro

candidatura é deferido sem haver impugnações. Antes disso, é aspirante ou pré-candidato (ainda não transitou em julgado seu pedido de registro).Ex.: Analfabeto pode votar, mas não pode ser candidato.

Não há prova de alfabetização para a Constituição. Alguns juízes eleitorais pedem, sob pena de indeferimento, que o candidato escreva algumas linhas sobre certo assunto. Isso é juridicamente válido?

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Súmula nº 15/TSE: O exercício de cargo efetivo não é circunstância suficiente para, em recurso especial, determinar-se a reforma de decisão mediante a qual o candidato foi considerado analfabeto.

Assim, o TSE considerou legítima a medida do juiz.

1.2) Infraconstitucionais:Estão, p.ex., na LC nº 64/90.

2) Quanto à abrangência:2.1) Absolutas, amplas, totais ou gerais:Estendem-se a todo o território nacional.Ex.: Inalistáveis, conscritos (tendo tirado o título com 16 anos – é

alistado, mas não pode votar e ser votado. Trata-se de hipótese de suspensão durante o período de alistamento militar).

Aquele inalistável é inelegível absolutamente.

2.2) Estritas, parciais ou relativas:Limitam-se à circunscrição eleitoral.Ex.: Súmula nº 7/TSE.

Incompatibilidade:É a vedação de acumulação de funções ou empregos. Pode ser:a) Negocial: art. 54, I, “a”, CR/88. Contratar com a Administração Pública só se for com cláusulas

uniformes (Ex.: ACM que dizem ser o dono da OAS - como Senador não pode firmar contratos com pessoas jurídicas de direito público). Se ocorrer a contratação, nada tem a ver com a competência da justiça Eleitoral que só vai até a diplomação. Descoberto o negócio, haveria cassação do mandato pelo Senado Federal (RI do Senado e CR/88).

b) Funcional: art. 54, I, “b”, CR/88.Aceitar cargo ou função em pessoas jurídicas contratantes com

pessoas jurídicas de direito público. A partir da POSSE a competência é da Vara de Fazenda Pública e da Vara Federal (através da ação civil pública para sustar o ato da posse) e não da Justiça Eleitoral.

c) Profissional: art. 54, II, “a”, CR/88.d) Funcional: art. 54, II, “b”, CR/88.e) Patrimonial: art. 54, II, “c”, CR/88.f) Política: art. 54, II, “d”, CR/88.Não pode exercer dois cargos eletivos ao mesmo tempo.

Processo eleitoral:Possui quatro fases:1) Alistamento (título eleitoral expedido)2) Votação3) Apuração4) Diplomação (ato formal pelo qual a Justiça Eleitoral atesta a vitória

do candidato naquele embate eleitoral).Cód. Eleitoral: O juiz que deveria diplomar era para ser o mais antigo.

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Art 15, I, CR/88 c/c Lei nº 818/49: Aquisição e reaquisição de direitos políticos.

Há parte da doutrina que sustenta que sendo a reaquisição possível não seria perda de direitos, mas é minoria.

Art. 12, § 4º, CR/88: Atividade nociva ao interesse nacional.c/c Lei nº 6.815/80, art. 65: hipótese de exclusão.c/c Lei nº 818/49, arts. 24 a 34.

Art. 15, II, CR/88: Absolutamente incapaz.José Afonso da Silva (maioria): É suspensão.Pontes de Miranda: É perda de diretos.A questão se põe em relação aos “loucos de todo o gênero”. Pontes

de Miranda vê a loucura como um estado irreversível, com interdição ad eternum, ensejando a perda dos direitos políticos. José Afonso critica prevendo algum tipo de cura pela evolução da medicina.

Quanto ao menor de idade a questão é cronológica.

Art. 15, III, CR/88: condenação criminal com trânsito em julgado enquanto durarem seus efeitos.

Questões:1) A expressão criminal envolve a contravenção penal? Ex.: dirigir

lancha sem habilitação, apontar jogo do bicho, etc. Pode candidatar-se na eleição subseqüente à sua condenação? Duas Correntes:

► Corrente Minoritária (Antônio Carlos Mendes no Livro Teoria da Inelegibilidades): A expressão criminal abrange a infração penal. A interpretação da Constituição quando é literal não deve ser feita de forma radical ou em observância ao princípio da legalidade ou da reserva legal exigidos na interpretação do Código Penal ou das leis penais.

No Código Penal vigora o princípio da tipicidade restrita, sob pena de analogia dentro do tipo incriminador (in malam partem).

► Corrente Majoritária (TSE): Não abrange contravenção penal.

Art. 15, III, CR/88:c/c Súmula nº 9/TSE e LC nº 64/90, art. 1º, I, “a”.Súmula nº 9/TSE: Basta a declaração da extinção da pena pelo

cumprimento para que haja a reabilitação, readquirindo direitos políticos que estavam suspensos (Não é preciso prova = FAC limpa).

LC nº 64/90, art. 1º, I, “c”: condenado criminalmente pelo STJ pelas práticas de crimes contra a economia popular, fé pública, administração pública, patrimônio público, mercado financeiro, tráfico de entorpecentes, crimes eleitorais – por 3 anos após o cumprimento da pena.

Ex.: Tentar votar duas vezes. É condenado a pena de multa. Pagou a multa. Declarada extinta a pena, pode se candidatar nas eleições de 2001? Após o cumprimento da pena ficará inelegível por mais 3 anos.

Art. 15, III, CR/88:c/c Lei nº 9.099/95, art. 89: sursis processual. Com a suspensão

condicional do processo, pode ser candidato? Sim, pois não há condenação criminal.

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c/c Lei nº 9.099/95, art. 76: Transação penal. Pode ser candidato? Sim, pois não há condenação criminal.

Apenas o preso cautelarmente pode votar (prisão temporária, em flagrante, pronúncia, em razão de sentença condenatória recorrível). No entanto, há impossibilidade física para os presos votarem, porque os policiais estão tomando conta da eleição.

Questão da moralidade pública:O art. 14, § 9º, CR/88 é auto-aplicável? Segundo o TSE, Súmula nº 13,

esse dispositivo não é auto-aplicável, portanto, aquele que responde a processo, não tendo condenação transita em julgado pode candidatar-se. Falta lei que diga o que é “vida pregressa”.

Art. 15, IV, CR/88: Recusa de cumprir obrigação a todos imposta.c/c art. 143, § 1º, CR/88.c/c Lei nº 8.239/91: Prestação alternativa.Instituto do imperativo de consciência ou escusa de consciência.Só na recusa de cumprimento da prestação alternativa oferecida é

que há afetação de seus direitos políticos. Com a Lei nº 8.239/91 passou a se entender como suspensão, exceto José Afonso da Silva que entende ser perda.

Art. 15, V, CR/88: Improbidade Administrativa.c/c art. 37, § 4º, CR.c/c Lei nº 8.439/92, art. 12: prevê a suspensão dos direitos políticos

em gradações.Ação ordinária visa ao retorno dos bens ao Estado, indisponibilidade

de bens e sanção política (Vara de Fazenda Pública e Vara Federal).

Art. 55, CR/88: Perda do mandato de deputado/senador.A perda de mandato se dá pela cassação que decorre da falta

funcional definida em lei e assim punida ou por extinção, que é o perecimento do mandato decorrente de ato ou fato.

I. Caso de cassação.Ex.: Incompatibilidade política.II. Procedimento incompatível com o decoro parlamentar

(regulamentado nos RI do Senado e Câmara) c/c art. 1º, I, “b”, LC nº 64/90 (inelegibilidade por 8 anos após a legislatura cassada).

III. Contumácia: deixar de comparecer a 1/3 das sessões (o mandato será extinto).

IV. Perda ou suspensão dos direitos políticos (é tratado como extinção do mandato).

V. Determinação da Justiça Eleitoral (c/c CR/88).VI. Sofrer condenação criminal e sentença transitada em julgado

(cassação do mandato).

A cassação é oriunda de uma decisão constitutiva, colocada em votação. A extinção é uma decisão meramente declaratória, privativa da mesa do Senado ou da Câmara.

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Ex.: Condenado por tráfico de drogas. Não impugnado. Condenação transita em julgado após ser eleito Deputado Federal. Perderá o mandato. Cabe análise acerca dos incisos IV e VI do art. 55, CR/88.

No inciso VI é mister a maioria absoluta, por isso é mais difícil ocorrer a votação.

Assim, no Brasil, é mais difícil extinguir do que cassar o mandato.

§ 4º: A renúncia do parlamentar submetido a processo que vise a cassar seu mandato terá seus efeitos suspensos. Foi acrescentado por emenda constitucional para evitar fraudes, pois sendo esse procedimento admitido, o parlamentar não ficava inelegível por 8 anos.

17.11.00

Ação de impugnação de mandato eletivo:Motivada por fraudes no processo eleitoral na sua maioria no período

de propaganda, abuso do poder econômico (p.ex., o candidato aumentar o valor declarado a ser usado na campanha).

O MP é um dos titulares, pois no regime democrático é o defensor da legitimidade do pleito eleitoral, com interesse de aplicar a lei nas hipóteses concretas (a isonomia só será garantia com o financiamento público para as campanhas).

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Ação para combater o abuso do poder econômico (utilizar viaturas, funcionários e dinheiro público) e político, com prazo decadencial de 15 dias a contar da diplomação. Quando o MP não a ajuíza funcionara como custos legis, sob pena de anulação.

Art. 14, X e XI, CR/88.

Cabimento:É ação puramente eleitoral. Seu cabimento é amplo, podendo se

discutir questões jurídicas sobre as inelegibilidades, suspensão e perda de direitos políticos, abuso do poder econômico ou político. A matéria constitucional não preclui (entende-se por matéria constitucional, p.ex., os §§ 1º, 2º e 3º do art. 14, CR/88) em razão do que dispõe o art. 259, par. único do Cód. Eleitoral. Sendo matéria constitucional devemos ter atenção por não gerar a preclusão.

Ex.: candidato a vereador no Mandado de Segurança requereu o seu registro juntando uma prova falsa de quitação com o serviço militar. Questão foi para o STF, onde o Min. Néri da Silveira afastou a alegação de preclusão, considerando a matéria constitucional.

O TSE, em diversos acórdãos, considera matéria constitucional o seguinte:

1) Filiação partidária;2) Domicílio eleitoral;3) Idade mínima para concorrer;4) Reeleição;5) Princípios da moralidade pública.

Ex.: pessoa para se candidatar deve procurar a Justiça Eleitoral, seja TRE, TSE ou Juiz Eleitoral do registro, conforme seja uma candidatura a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Presidente e Vice-Presidente ou Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito.

Antes disso a pessoa é pré-candidato ou candidato a candidato (expressões encontradas em livros eleitorais).

Art. 14, §3º, V, CR/88: são condições de elegibilidade na forma da lei (...) I. Filiação partidária (c/c arts. 16, 18 e 20, Lei nº 9096/95).

A certidão de filiação partidária é conferida pelos partidos, os quais têm que remeter a lista de filiados para a Zona eleitoral de 6 em 6 meses.OBS.: Lei nº 9.096/95: Só pode se filiar a partido eleitor no pelo gozo de direitos políticos. A filiação deve dar-se um ano antes no partido (c/c CR/88 – é condição de elegibilidade)Art. 18, Lei nº 9.096/95: 1 ano.Art. 19, Lei nº 9.096/95: remessa da lista.Art. 20, Lei nº 9.096/95: o partido pode estabelecer prazo superior.Art. 21, Lei nº 9.096/95: desligamento (comunicar o partido e o Juiz Eleitoral da zona de inscrição. Após 2 dias estará desligado). Art. 11, § 1º, III, Lei nº 9.504/97: prova da filiação partidária até às 19 hs do dia 05/07 do ano da candidatura.

Natureza jurídica da ação:A doutrina majoritária, nas lições de Joel José Cândido, Torquato

Jardim, Tito Costa, P.H. Távora Niess, Adriano Soares da Costa, são uníssonos

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em afirmar que essa ação é de natureza constitucional eleitoral, cuja tutela reside na defesa dos direitos públicos políticos subjetivos e na defesa dos interesses difusos do eleitor. Todo o cidadão que for eleito com base na fraude é inelegível e os votos a ele atribuídos são nulos (art. 173, § 3º do Cód. Eleitoral). É considerada, ainda, uma ação popular eleitoral, na qual o bem público tutelado é a normalidade e legitimidade das eleições (art. 14, § 9º, CR/88), bem como o interesse público da lisura eleitoral (art. 23, LC nº 64/90).

Art. 23, LC nº 64/90: quebra de regra do processo civil. O processo civil moderno preocupa-se muito com a verdade material. Esse dispositivo coloca o juiz em posição investigatória, integrante da prova, ou seja, um “expectador engajado”, como denomina Torquato Jardim. Isso porque a fraude não interessa ao partido X ou Y e sim à ordem pública, configurada no interesse público de eleições legítimas, podendo ter reflexos criminais (p.ex., peculato-desvio).

Objetivo:Atinge a perda do mandato pelo reconhecimento judicial da fraude,

corrupção, abuso do poder econômico ou político, produzindo ainda, segundo uma corrente (Niess, J.J Cândido), a aplicação do art. 1º, I, “d”, LC nº 64/90, ou seja, a inelegibilidade por três anos.

A ação visa a anular o diploma do eleito assumindo o suplante ou o vice (a corrente acima citada visa mais conseqüências).

O TSE, em determinados casos, adota o posicionamento que permite a declaração de inelegibilidade como um dos efeitos que deve ser reconhecido na procedência do pedido da ação de impugnação. No entanto, em decisões mais recentes, o Min. Ilmar Galvão reconheceu que não pode ser declarado tal efeito, pois estaríamos atribuindo efeito jurídico-normativo a uma ação que ainda não foi normatizada, restringindo a capacidade eleitoral passiva e restringindo direitos públicos políticos subjetivos. Na fundamentação da sentença o juiz pode dizer que ele fraudou e que é inelegível, porém na parte dispositiva não pode declará-lo inelegível, para isso, é necessário seja intentada ação de investigação eleitoral, onde pode ser declarada a inelegibilidade.OBS.: Direitos políticos não se interpretam restritivamente (V. MS no TSE acerca de menor de 15 anos tirando título de eleitor)

A propositura de ação de investigação judicial eleitoral em paralelo coma ação de impugnação pode gerar decisões conflitantes.

Acabando o mandato, a ação perde o objeto.

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24.11.00

Diplomação:

1) Eleições municipais:Art. 40, IV, CE: Compete à Junta Eleitoral expedir os diplomas para os

eleitos para cargos municipais.Junta Eleitoral = Junta eleitoral designada pelos Juízes Eleitorais para

a entrega do Diploma aos eleitos no TRE-RJ. A partir daí cessa a atribuição da Junta.

Zona Eleitoral = menor fração territorial dentro de uma circunscrição judiciária eleitoral (Estado).

Seção Eleitoral = local físico onde se vota. Não exerce jurisdição (escolhido pelos Juízes Eleitorais).

O TRE sugere ao TSE a criação/desmembramento de zonas eleitorais (atribuição exclusiva).

2) Eleições estaduais e distritais:Governados, Vice-Governador, Deputado Estadual, Federal ou

Distrital e Senador. Competência do TER.

3) Eleições nacionais:Presidente e Vice-Presidente.Competência do TSE.

Isso fixa a competência para a ação de impugnação do mandato eletivo. O Procurador da República tem competência para impugnar o mandato.

A lei não trata da competência para a ação de impugnação, somente é tratada pela doutrina.

A Junta Eleitoral é um órgão colegiado de natureza jurisdicional similar ao Tribunal do Júri, sendo composta por juízes leigos em número de 2 a 4 e de um juiz togado que é o presidente da Junta (art. 36, CE). A Junta exerce jurisdição, isto é, julga impugnações, recursos, etc... (só na fase apuratória). Já as ações de impugnação são julgadas pelo TSE, TER ou juiz Eleitoral. Cada junta Eleitoral fica nas Zonas Eleitorais. O Juiz Eleitoral que diploma passa a ser competente para as ações de impugnação dos diplomados.

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Função eleitoral: seria da Justiça Federal pela origem, mas não há efetivo, portanto, é feita por delegação pelo Juiz de Direito e pelo Promotor de Justiça.

Mesmo com o voto eletrônico há que existir a Junta Eleitoral para eventuais impugnações (p.ex., quebra de teclas da urna).

Diplomação:É pré-requisito para a impugnação (art. 215, CE). A diplomação é ato

estritamente declaratório, onde a Justiça Eleitoral confirma oficialmente que o candidato venceu as eleições.OBS.: O suplente é considerado parte legítima para integrar o pólo passivo da ação de impugnação diante de seu interesse (TSE). A ação não fulmina o ato de diplomação e sim o mandato eletivo. O diplomado deverá exercer o mandato eletivo até o pronunciamento final do TSE a respeito da impugnação.

Legitimado para a ação: MP, Partido político...Observar que em havendo:Crime contra a União: a competência é do MPF e a ação tramita no

TRF.Crime: a competência é do PGJ e a ação tramita no TJ.Crime Eleitoral: a competência do PRE e a ação tramita no TER.Em todos os casos o diplomado permanece no mandato até o trânsito

em julgado em última instância. Pode inclusive ficar até o final do mandato.O Código Eleitoral, art. 216, prevê que enquanto o Tribunal Superior

não julga o recurso contra a diplomação, pode o diplomado exercer o mandato. O recurso da impugnação terá efeito suspensivo daquela decisão. Neste caso há dois valores em conflitos: o exercício da soberania popular X fraude eleitoral – não há como o impugnado retirado do cargo recuperar o mandato de 4 anos cumprido pelo Vice ou pelo 2º colocado, se, ao final, seu recurso for acatado. Lembrar que direitos políticos são direitos fundamentais.

O TSE já travou profundo debate sobre o tema, tendo os Min. Marco Aurélio e Ilmar Galvão defendido a aplicação do art. 216, CE e art. 15, LC nº 64/90. Já o Min. Carlos Velloso defendia a corrente vencida no TSE que nessa questão sustentava a aplicação do art. 257, CE. Essa última corrente não venceu porque o art. 216 é específico em relação ao 257, ou seja, os recursos eleitorais não têm efeito suspensivo; a única exceção é o art. 216.

Recurso contra a diplomação (art. 262, CE) # Ação de impugnação.TSE: o recurso pode ser inclusive do próprio STF e o político continua

no mandato.

01.02.01

O art. 16, CR dispõe que as alterações do processo eleitoral têm que estar regulamentada um ano antes da eleição.

Ver Lei nº 9.504/97 e Lei nº 9.840. Essa última em seu art. 2º alterou o § 5º do art. 73 da primeira; observar que a alteração se deu em 28/09/99 sendo, pois, aplicável ao processo eleitoral de 2000.

Fases do processo eleitoral:

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1. Alistamento;2. Votação;3. Apuração;4. Diplomação.Depois da diplomação termina a competência da Justiça Eleitoral.

Assim, qualquer ato contra a posse não é da competência da Justiça Eleitoral.

Perda e suspensão dos direitos políticos: na suspensão, a pessoa não pode votar ou ser votada temporariamente (Ex.: preso). Já perda é definitiva.

Na inelegibilidade, a pessoa pode votar, mas não pode ser votada.OBS.: O preso não pode votar porque teve seus direitos políticos

suspensos, mas o preso cautelarmente pode votar, já que seus direitos não foram cassados por sentença transitada em julgado.

A diplomação é ato solene na qual se entrega ao candidato vencedor o diploma. O TSE diploma o Presidente e Vice-Presidente; o TRE, diploma o Governador e seu Vice, os Deputados e Senadores; e a Junta Eleitoral diploma o Prefeito e seu Vice e o Vereador (é feito pelo juiz mais antigo se houver mais de uma junta).

A junta eleitoral é um colegiado formado de 2 ou 4 pessoas de notório saber que se reúne para a apuração.

Quando há fraude, cabe ação de impugnação ao mandato eletivo (AIME), a natureza desta é constitucional (art. 14, CR/88), seu prazo é decadencial de 15 dias.

Existe, ainda, a impugnação do mandato eletivo (IME) cujo prazo é decadencial de 15 dias.

O prazo do recurso contra a diplomação é de 3 dias, contados da diplomação.

Qual a semelhança entre IME e RCD? Ambas são ajuizadas pelo Presidente e seu Vice (TSE), PGE, Governador e Vice, Senador e Deputado Federal (TRE) e prefeito e Vice (juiz eleitoral).

E as diferenças?Embora ajuizadas no mesmo juízo eleitoral competente, possuem

prazo diferente (RCD = 3 dias e IME = 15 dias). O RCD exige prova pré-constituída (inquérito, ações, peças de

informação), enquanto a IME não a exige. O RCD tem tramitação mais rápida porque é um recurso.

Quem são os legitimados para IME, IJE e RCD? ●Ministério Público, ●Partidos políticos (é pessoa jurídica de direito privado; o registro no

Registro Civil de Pessoa Jurídica forma o estatuto sendo ainda mister a autorização do TSE),

●Coligações (são partidos políticos de natureza temporária formado por forças que se unem para aquela eleição, quem tem legitimidade é o síndico-presidente do partido) e

● Candidatos

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Pedro Henrique e Tito Costa entendem além desses arrolados no art. 22 CE, deveria incluir o cidadão, pessoa jurídica e associações de classe. Isto porque a CF é cidadã. Mas a maioria da doutrina não inclui o cidadão, sendo certo que o TSE não o admite.

A IME possui rito ordinário (não foi legislado sobre o rito).

09.02.01

Ação de impugnação de mandato eletivo:Art. 14, CR/88.Ex.: caça de voto nas localidades onde o poder público omite atuação

social.Lei nº 9.840/99, art. 1º: acresceu o art. 41 na Lei nº 9.504/97.

Captação de sufrágio – é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer, entregar ao eleitoral com o fim de obter voto ou vantagem pessoa de qualquer natureza com emprego ou função pública do registro de candidatura até o dia da eleição inclusive, sob pena de cassação do registro ou diploma.

Portanto, só é possível a manutenção de centros sociais e distribuição de fundos até o dia do registro da candidatura.

TRE/TSE: orientação de esconder o nome do candidato após o

registro da candidatura ao argumento de desassistência da população.

Abuso de poder econômico e político:Lei nº 9.504: enumera algumas condutas abusivas.Art. 77: freio na utilização da máquina administrativa a partir da

época da reeleição de FHC.Três meses antes da eleição não pode inaugurar obra pública, caberá

AIME se diplomado no prazo de 15 dias.

Correntes acerca dos requisitos do abuso do poder econômico e político:

Ex.: candidato inaugurou obra pública um dia antes da eleição. Os Tribunais julgaram procedente a AIME. Correntes:

► Corrente Minoritária (Min. Villas Boas do TSE): exigia provas incontroversas do abuso, além do nexo causal entre a conduta do candidato e o abuso, bem como o vício da eleição por meio da comprovação do número de eleitores do candidato.

Essa corrente gerava impunidade eleitoral.O TSE exige prova do nexo causal, ciência do candidato.► Corrente Majoritária (Min. Sepúlveda Pertence, TSE): o que importa

é a existência objetiva da corrupção ou fraude, além da prova indiciária de sua influência no resultado eleitoral.

Toda eleição é dotada de presunção de normalidade e legitimidade. Por isso, cabe ao autor da ação (MP, Partido Político, candidato) provarem a corrupção ou fraude (c/c art. 333, II, CPC).

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O bem jurídico tutelado na AIME é a normalidade e a legitimidade das eleições, ligadas ao interesse público de lisura nas eleições.

TSE – Precedentes:Não perquiriu a Corte sobre a constitucionalidade dos votos,

bastando a distribuição de benesses, contratação de servidores públicos no horário de trabalho para fazer a campanha. A AIME visou a isonomia entre candidatos.

Não se pode presumir o conhecimento dos candidatos.

TRE/RJ: Questão da propaganda em árvores. Alegação de atuação dos cabos eleitorais sem a ciência dos candidatos.

Segredo de justiça: Professor critica sua utilização na AIME e na prestação de contas.

Art. 14, § 11, CR/88: Lei ordinária não pode regulamentar de forma diversa.

Ações eleitorais:RCD – (contra o diploma) – Prazo: 3 dias.AIME (Ação Impetração de Mandato Eletivo) – Prazo: 15 dias.AIPRC (Ação de Impugnação de Pedido de Registro de Candidato) –

Prazo de 5 dias.IJE (Investigação Eleitoral Judicial) ou Representação – sem prazo.

Estas não são ações penais e sim eleitoraisRéus: ● Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador: Julgados por juiz eleitoral,

ação p/ Promotor Eleitoral (MPE). ● Governador, Vice-Governador, Deputado Federal, Distrital

ou Estadual e Senador: Julgados no TRE, ação p/ Procurador Regional Eleitoral (MPF)

● Presidente e Vice-Presidente: Julgados no TSE, ação p/ Procurador Geral Eleitoral (PGR).

Ações Penais (crimes eleitorais):● Prefeito: competência do TRE (c/c TSE) # art. 29, X, CR/88.

Atribuição do PRE.O TSE pacificou o entendimento de ser competente o TRE, baseado

nas seguintes afirmações:a) A matéria eleitoral é federal e o TRE é TJ Federal, portanto não

podemos ter a justiça estadual julgando matéria federal.b) Princípio da simetria, ou seja, como existe o TRE o prefeito deve

ser julgado por um Tribunal e não pelo Juiz Eleitoral. c) A CR/88 deve ser interpretada sistematicamente entre os arts. 29,

X e 96, III.Todas as autoridades públicas que tenham foro por prerrogativa de

função no Tribunal de Justiça são julgadas pelo TRE por crimes eleitorais.

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

d) Garantia de ampla defesa.

● Vice-Prefeito: competência do Juiz Eleitoral. Atribuição do MPE.Depende a competência das Constituições terem atribuído a eles foro

por prerrogativa de função ou não

● Vereador: Competência do Juiz Eleitoral. Atribuição do Promotor Eleitoral.

O vereador tem imunidade material (palavras e opiniões), e não foro por prerrogativa de função ou imunidade formal (autorização da causa para processar), cabe a aplicação do art. 70, CPP (locus criminis delicti), ou seja, o juiz eleitoral do local.

● Deputado Federal: Competência do STF. Atribuição do PGE.Art. 102, I, “b”, CR/88.Art. 53, § 4º, CR/8.O crime eleitoral é comum, pois a Constituição só distingue os crimes

em comum e de responsabilidade.Lei nº 1.079/51.

●Senador: competência do STF. Atribuição do PGRMesmo comentário do Deputado Federal

● Deputado Estadual: Competência do TRE. Atribuição do PGE.Mesmo comentário do Prefeito.

● Governador: Competência do STJ. Atribuição do PGE.Art. 105, I, “a”, CR/88.● Vice-Governador: Competência do TRE/Juiz Eleitoral. Atribuição do

PRE ou Promotor Eleitoral.Depende das Constituição Estaduais terem a lê atribuído foro por

prerrogativa de função ou não. No Rio de Janeiro há essa previsão, sendo, portanto, julgados pelo TRE.

● Deputado Distrital: Competência do TRE. Atribuição do PRE.

● Presidente e Vice-Presidente: Competência do STF. Atribuição do PGE.

Mesmo comentário do Deputado Federal.

Súmula 394: Cancelada.O Tse pode processar e julgar originariamente um réu por crime

eleitoral? Não, por faltar competência para julgar originariamente, pela garantia da ampla defesa e pela garantia de instâncias recursais para o TSE e STF.

16.02.01

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

Réu condenado com sentença transitada em julgado. Findo o cumprimento tem que faze prova disso para a reabilitação? Não. Automaticamente seus direitos políticos são restabelecidos.

Inelegibilidade # suspensão: No primeiro a pessoa não pode se candidatar, já no segundo, não pode se candidatar nem votar.

Ação de Impugnação ao Mandato Eletivo:Não está regulamentada ainda, sendo que só a Constituição a prevê.

Caberia ao PGR ajuizar ADIn por omissão. A legitimidade ativa é do MP, Partido Político, coligação ou candidato.

Observar que Tito Costa admite que o cidadão, associação e sindicato também são legitimados. P.H. Távora Neves acolheu a tese de Tito Costa aduzindo que deve prevalecer a possibilidade genérica do CPC.

Art. 22, LC nº 64/90: Investigação eleitoral: há legitimados expressos.O TSE diz que se já há legitimados na lei das inelegibilidades não há

que se falar em outros para a AIME. O eleitor não tem legitimidade.

A legitimidade passiva é do diplomado infrator.Art. 22, XIV, LC nº 64/90: Todos que contribuíram para o fato podem

ser sujeitos passivos da investigação judicial eleitoral em concurso de agentes (mesmo que o auxiliar nunca se candidate pode ser declarado inelegível). Tal investigação é cabível para diplomados ou não. Já na AIME só são legitimados os diplomados.

IJE (Representação) – Visa à inelegibilidade por 3 anos da data da eleição (art. 22, LC nº 64/90).

AIME – Visa à anulação do diploma em até 15 dias após a diplomação (art. 14, §§ 10 e 11, CR).

Procedimento: RCD em 3 dias

Votação Proclamação dos eleitos Diplomação (prova pré-constituída)

AIME em 15 dias (rito ordinário)

Ambos visam a combater a fraude durante o processo eleitoral.

Registro do candidato propaganda política votação.

O MO pode fazer a representação ou IJE, cujo objetivo é tornar ilegível por 3 anos o fraudador. Ação se julgada antes da diplomação tem duplo efeito: anular (ou cassar) o registro e tornar inelegível o candidato. Não é mais necessária a AIME. Se o candidato fosse eleito (diplomado) seria necessária a propositura da AIME concomitantemente coma IJE. Seria duas ações com a mesma prova. Se o MP não entrar coma a AIME em 15 dias, só poderá continuar com a IJE e não poderá ser declarado inelegível. Essa é a tese do TSE.

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V. Súmula 19/TSE: prazo a partir da data da eleição que se verificou.

Art. 55, V: Perda do mandato.É hipótese de extinção do mandato.

A IJE não tem prazo, mas como a inelegibilidade conta da eleição, se for deixada para a próxima eleição (4 anos), perde o objeto, pois a inelegibilidade não seria por três anos. Há corrente minoritária que diz que o prazo é o da AIME (15 dias), porém sem fundamento legal.

Os recursos eleitorais não têm efeito suspensivo (art. 257, CE). Candidato que vai sair do mandato tem que alegar o art. 216, CE. Se o político recorre, o recurso tem que ser recebido no duplo efeito e remetido ao TRE; o político deve impetrar MS ou Cautelar Inominada ou Agravo para ter o efeito que o juiz negou.

A IJE deve estar transitada em julgada antes da eleição (diplomação), pois anula o registro e torna o candidato inelegível.

Art. 216/217, CE: político frauda eleição e a AIME é julgada procedente pelo TRE, houve recurso para o TSE e para o STF. O político não sai do mandato enquanto não transitar em julgado. Se a fraude atingiu mais de 50% dos votos do local, haverá nova eleição, se menos de 50%, assume o seu Vice.

O art. 216 foi criado para ponderar valores, para valorar a vontade popular, seja o candidato fraudador ou não. Caso fosse afastado do cargo e a AIME fosse julgada improcedente, seu prejuízo seria irreversível a fraude não pode ser presumida. Por isso não cabe tutela antecipada no direito eleitoral, já que a situação é irreversível (o mandato não pode ser recuperado).

Art. 224, CE: forma de assumir o mandato. c/c art. 18, LC nº 64/90: não atingido mais de 50% dos votos assume

o Vice. Atingidos mais de 50%, haverá nova eleição.

Ação contra o Prefeito: Mais de 50% há nova eleição, assumindo o Presidente da Câmara até eleição. Menos de 50% assume o Vice.

O suplente do Senador e os Vices do Presidente, Governador e Prefeito devem necessariamente figurar no pólo passivo da AIME (litisconsórcio passivo necessário). Se um dos legitimados ajuíza a ação sem observar essa regra ocorre a extinção do feito sem julgamento do mérito. Intentada a ação em face de apenas um dos titulares, é considerada completamente proposta apenas após superada a falha, o que torna inviável se à época da determinação do Juízo tendente a suprir a omissão da inicial, a decadência já tiver operado, mostrando-se tardia a intervenção.

O Vice Prefeito forma um litisconsórcio necessário unitário.Quantos aos suplentes dos mandatos eletivos proporcionais

(vereador e deputados), não há obrigatoriedade da citação, mas podem intervir a qualquer momento no processo como assistentes.

O Partido Político deve figurar no pólo passivo da relação processual ou, ser ao menos notificado para manifestar seu interesse na solução da lide, na qualidade de assistente (art. 50, CPC) ou litisconsorte simples, sendo

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

variáveis as decisões jurisprudenciais e a doutrina nesse aspecto (professor entende que a qualidade do Partido é de parte ver Súmula nº 11/TSE).

09.03.01

Código Eleitoral:Art. 1º. Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos, precipuamente os de votar e ser votado.Par. Único. O Tribunal Superior eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução.

c/c art. 23, IX: competência privativa do TSE para expedir resoluções.

Art. 3º. Qualquer cidadão pode pretender a investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade.

c/c art. 14, § 3º, CR/88 que enumera as condições de elegibilidade.

Art. 4º. São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei.Não foi recepcionado pela CR/88, art. 14, § 1º, II que instituiu o voto

facultativo aos maiores de 16 anos.

Art. 5º Mão podem alistar-se eleitores:I – os analfabetos;II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional;III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos.Par. Único. Os militares são alistáveis desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.O analfabeto é inelegível para a CR/88 (ver Súmula n 15/TSE), mas

pode votar.O inciso II foi recepcionado. Quanto aos militares, se o for a menos de 10 anos, será alistável e

elegível, desde que se afaste da atividade. Se com mais de 10 anos, ficará agregado, passando a inatividade após a eleição e diplomação (art. 14, § 8º, CR/88).

Art. 6º. O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e de outro sexo, salvo: (...).

Não votam: os enfermos, fora de domicílio, funcionários civis e militares em serviço.

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Art. 23. Compete, ainda, privativamente ao Tribunal Superior:

(...).XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político; (...).Essa consulta não é considerada ato normativo não cabe ADIn (ver

Informativo 104/STF), pois tem sentido de súmula. O controle deve ser feito na via de defesa e por exceção. Quando o candidato pedir o registro, caberá Ação de Impugnação de Registro de Candidatura.

A legitimidade é da autoridade federal, Partido Político, PGR, Deputado, Senador.

Art. 7º. O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o Juiz Eleitoral até sessenta dias após a realização da eleição incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o salário mínimo da região, imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrada na forma prevista pelo art. 367.O eleitor, p.ex., não poderá se inscrever em serviço público, não

recebe vencimentos, não participa de concorrência...

O art. 24 elenca as atribuições do PGR, dentre as quais: assistir as sessões do TSE, exercer ação pública, oficiar feitos do TSE, defender a jurisdição do TSE, representar ao TSE sobre a aplicação das leis eleitorais, representar ao corregedor...

Art. 30. Compete, ainda, privativamente aos Tribunais Regionais:(...).V – constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; (...).A junta possui 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade mais o Juiz

Eleitoral que as indica (art. 36), sendo aquelas nomeadas pelo TRE. A impugnação aos nomes deve ser feita ao TRE (art. 39), no prazo de três dias. O número total na junta é ímpar para evitar empate nas decisões

VII – apurar, com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os resultados finais das eleições de governador e vice-governador, de membros do Congresso Nacional, e expedir os respectivos diplomas, remetendo, dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de seus trabalhos;

O TRE diploma Deputados e Governadores. O TSE, Presidente. As juntas eleitorais, o prefeito e o seu vice.

Art. 35. Compete aos juízes:(...).II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; (...).No entanto, o homicídio praticado pelo mesário, p.ex., é julgado no

Tribunal do Júri.

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

O juiz nomeia os integrantes da mesa receptora (art. 35, XIV) e o TRE nomeia a junta eleitoral, sessenta dias antes e por pelo menos cinco dias.

Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa.Pena – detenção de até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias multa. Assim, mesário que não comparece ao peito incorre em crime

eleitoral.

O art. 40 enumera a competência das juntas, dentre as quais a de resolver impugnações, expedir boletins e diplomas para os cargos municipais.

Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.

Par. Único. Para o efeito de inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer uma delas. O domicílio eleitoral não exige o ânimo de ficar, podendo ser

qualquer lugar.

Quinzenalmente o juiz publica pela imprensa a lista de pedidos de inscrição, os deferidos e os convertidos em diligência (art. 45, § 6º). Do despacho que indefere o pedido, cabe recurso do alistando e do que defere, cabe recurso do delegado do partido ou do MP, em caso de fraude. Prazo de 3 dias (art. 258, CE).

O Julgamento dos recursos é feito pelo TRE em 5 dias (art. 45, § 8º).

Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou delegados dos partidos.Trata da gratuidade dos atos como corolário do princípio da cidadania

albergado pela CR/88.

O art. 49 cuida dos cegos, sendo que sua qualificação dar-se-á em “Braille”. O alistamento será feito na sede dos estabelecimentos de proteção aos cegos.

O art. 55 trata da transferência.

16.03.01

Questões da Procuradoria Geral da República:

- Condições de elegibilidade: alistamento, filiação partidária, domicílio.

- A lei que alterar o processo eleitoral entra em vigor na data da publicação, valendo para o ano do início da vigência, i.e., só tem vigência um ano após sua publicação.

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- Direitos políticos:Decoro: violação leva à perda do mandato eletivo (decisão interna

corporis).Podem ser cassados definitivamente em crimes hediondos e

terrorismo e podem ser suspensos em caso de improbidade administrativa.

- Abuso de poder econômico:Cabe AIME (em 15 dias da diplomação) e RCD (em 3 dias da

diplomação).

- Sistema eleitoral brasileiro: não é o misto

- Crimes eleitorais: abuso de poder econômico (são suscetíveis de ação pública incondicionada pelo MP).OBS.: Ministério Público Eleitoral não é de carreira. É PRR que exerce função eleitoral (presença do MP no processo democrático).

- Órgãos da Justiça Eleitoral:TSE TRE Juízes Eleitorais Juntas Eleitorais.Segundo a CR/88, lei complementar disporá sobre a organização dos

tribunais. Tal lei ainda não existe no Brasil, então, o Código Eleitoral é considerado recepcionado como lei complementar.

Resolução pode revogar dispositivo do Código Eleitoral? Tem força de lei, mas só serve para pormenorizar aspectos de lei.

- Organização da Justiça Eleitoral:TSE é composto de 7 juízes que são ministros: 3 do STF, 2 do STJ e 2

advogados. O Presidente é um Ministro do STF, o Vice-Presidente também é

Ministro do STF, o corregedor é um Ministro do STJ. Os dois advogados são nomeados pelo Presidente da República, mas indicados pelo STF, eles vêm de lista sêxtupla, sendo a escolha um ato discricionário.

TRE é composto de 7 juízes: 2 desembargadores (TJ), 2 juízes (TJ), 2 advogados, 1 juiz federal (TRF).

O Presidente e o Vice são desembargadores e o corregedor é um juiz de direito. Os advogados são nomeados pelo Presidente da República e indicados pelo Tribunal de Justiça.

Não pode haver 1/5 constitucional nesses tribunais pois a lei fala em advogado e não em cidadão como no TJ.

O juiz federal é indicado pelos respectivos TRF.O mandato é de, no mínimo, 2 anos e nunca por mais de 2 anos

consecutivos (podem ser alternados). O prazo máximo seqüencial é de 4 anos.

A Junta Eleitoral é composta por 2 ou 4 membros e o juiz presidente da Junta que é convocada 60 dias antes da eleição. O juiz presidente indica os demais membros. O prazo para impugnar os nomes é de 3 dias antes dos 60

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

dias (i.e., antes da publicação) e são legitimados o partido político, MP, candidato e coligação. Art. 119. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos.

Art. 121. Da nomeação da mesa receptora qualquer partido poderá reclamar ao juiz eleitoral, no prazo de 2 (dois) dias, a contar da audiência, devendo a decisão ser proferida em igual prazo. (...).

O art. 135 dispõe acerca dos lugares de votação. A designação se dá até 60 dias antes. A preferência é pelos prédios públicos, mas se for usada propriedade particular, esta será cedida gratuitamente; não pode ser usada propriedade rural privada, mesmo que lá se localize um prédio público, também não pode se instalar, conforme a jurisprudência, em templos, centro paramédicos. A comunicação da resolução de utilização do imóvel aos proprietários privados deve se dar 120 antes.

O juiz eleitoral e o presidente da mesa receptora possuem poder de polícia eleitoral (art. 193/141).

Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação se não tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato de votação, contra as nulidades argüidas.

Art. 138. Deverão ser instaladas seções nas vilas e povoados, assim como nos estabelecimentos de internação coletiva, inclusive para cegos, e leprosários onde haja, pelo menos, 50 (cinqüenta) eleitores. Art. 159. A apuração começará no dia seguinte ao das eleições e, salvo motivojustificado, deverá terminar dentro de 10 (dez) dias.(...)Trata-se de prazo peremptório

O art. 164 enuncia vedações às Juntas Eleitorais.

Art. 165. Antes de abrir cada urna, a Junta verificará:I – se há indício de violação da urna;(...).

Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fiscais e delegados de partidos, assim como os candidatos, apresentar impugnações que serão decididas de plano. (...).

Art. 171. Não será admitido recurso contra a apuração, se não tiver havido impugnação perante a Junta, no ato da apuração, conta às nulidades argüidas.

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Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o seu mandato em toda a sua plenitude.

O art. 221 enumera as hipóteses de anulabilidade de votação, enquanto o art. 222 menciona caso de vício na votação.

Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta, só poderá ser argüida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a argüição se basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional.c/c art. 259 que dispões ser preclusivos os prazos recursais, salvo se

versarem sobre matéria constitucional.

Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do País nas eleições presidenciais, do estado nas eleições federais e estaduais, ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.(...)c/c art. 18, LC nº 64/90Assume o Presidente da Câmara e há nova eleição. Se a nulidade for

de menos de 50% dos votos, assume o Vice.

Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto. § 1º. Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso deflagrante delito: da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.§ 2º. Ocorrendo qualquer prisão, o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.No caso de condenação por crime inafiançável a prisão pode se dar

mesmo sem o trânsito em julgado. Se houver a prisão fora desses casos é abuso de autoridade e cabe HC ou pedido de relaxamento.

PM desertor pode ser preso no dia da eleição? Está em flagrante? Se passados 8 dias o crime já se consumou, não importa há quanto tempo. Não é crime permanente, o crime é afiançável, logo, não pode ser preso durante a eleição.

Recursos

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Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.Par. Único. A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão.A única exceção é o art. 216 que dispõe acerca da plenitude do

mandato enquanto a Justiça Eleitoral não decidir acerca do recurso contra a expedição do diploma

Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto em três dias da publicação do ato resolução ou despacho.

O art. 262 enumera os casos de cabimento do recurso contra a expedição do diploma

O art. 263 não foi recepcionado pela CR/88 sendo, pois, considerado revogado.

Recursos eleitorais:

Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias. Das decisões dos juízes cabe, em matéria criminal, Apelação Criminal

no prazo de 10 dias interposta junto com as razões (= JECrim), subsidiariamente cabe Recurso em Sentido Estrito.

Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Civil.

Há controvérsia quando o crime eleitoral é conexo com um homicídio. O foro dos crimes dolosos contra a vida é constitucional, logo, deve haver cisão dos processos (contra: Tourinho Filho).

Cabe, ainda, a Revisão Criminal.

Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos juízos ou juntas eleitorais caberá recurso para o Tribunal Regional. Trata-se de um recurso inominado, cabível em matéria não penal.O MP sempre terá vista por 48 hs para exarar seu parecer ou

promoção.Cabe o recurso inominado sobre a impugnação de Registro de

Candidato do Juiz Eleitoral, Investigação Judicial Eleitoral, Impugnação de mandato Eletivo, decisão que julga a transferência de título, reclamações com a seção eleitoral e recursos contra as juntas eleitorais.

Há a preclusão instantânea (arts. 165/169).

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se incluem os que versarem sobre matéria referente ao registro de candidatos, interpostos para os Tribunais Regionais no caso de eleições municipais, e para o Tribunal Superior no caso de eleições estaduais ou federais, serão julgados à medida que derem entrada nas respectivas secretarias. § 1º Havendo dois ou mais recursos parciais de um mesmo município ou estado, ou se todos, inclusive os de diplomação, já estiverem no Tribunal Regional ou no Tribunal Superior, serão eles julgados seguidamente, em uma ou mais sessão.§ 2º(...).

Recursos nos TRE’s:

● Art. 261, § 1º: Recurso parcial.●Art. 262: Recurso contra a diplomação de Governador, Senador,

Deputado Federal, Estadual ou Distrital.●Art. 264: Recursos inominados.● Embargos de Declaração, na forma do art. 275:Art. 275: São admissíveis embargos de declaração:I – quando há no acórdão obscuridade, dúvida ou contradição;II – quando for omitido ponto sobre que deveria pronunciar-se o Tribunal. § 1º. Os embargos serão opostos dentro de 3 (três) dias da data da publicação do acórdão, em petição dirigida ao relator, na qual será indicado o ponto obscuro, duvidoso, contraditório ou omisso.§ 2º. O relator porá os embargos em mesa para julgamento, na primeira sessão seguinte proferindo o seu voto.§ 3º. Vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão.§ 4º. Os embargos de declaração suspendem o prazo para a interposição de outros recursos, salvo se manifestamente protelatórios e assim declarados na decisão que os rejeitar. Os Embargos de Declaração tecnicamente não cabem contra decisão

de Juiz Eleitoral. Seria contra o acórdão e não contra a decisão, mas, na prática, vem sendo utilizado.

Se a matéria for criminal o prazo é de 2 dias e aplica-se subsidiariamente os arts. 619/620 do CPP por causa do art. 364, CE. Se a matéria é não penal, o prazo é de 3 dias.

● Recursos especial e ordinário (art. 276, CE c/c art.121, § 4º, CR/88), no prazo de 3 dias.

● Agravo de Instrumento para o TSE, na forma do art. 279.Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorrente poderá interpor, dentro de 3 (três) dias, agravo de instrumento.§ 1º. O agravo de instrumento será interposto por petição que conterá:I – a exposição do fato e do direito;II – as razões do pedido de reforma da decisão;

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

III – a indicação das peças do processo que devem ser trasladadas. § 2º (...).

Recursos no TSE:

São cabíveis:● Recurso inominado● Embargos de declaração● Agravo de instrumento ● Recurso ordinário para o STF, na forma do art. 281.Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo as que declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição Federal e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança, das quais caberá recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo de 3 (três) dias.§ 1º (...).Esse dispositivo consagra o princípio da irrecorribilidade das decisões

do TSE.Se for negado seguimento ao recurso ordinário cabe agravo de

instrumento (art. 282) no prazo de 3 dias, o seguimento deste não pode ser negado, mesmo se for intempestivo, mas, conforme o art. 279, § 6º, se o agravo não for conhecido porque interposto fora do prazo, o STF imporá ao recorrente multa de 1 salário mínimo.

Questões relevantes:1) Os Embargos de Declaração interrompem o prazo para a

interposição de outros recursos. O prazo começará a correr integralmente da data do julgamento dos mesmos (Lei nº 8.950).

2) A jurisprudência tem entendido que no RCD há litisconsórcio necessário, devendo o partido político ser chamado a integrar a lide.

3) Recurso Especial das decisões do TRE controla decisões proferidas contra a norma de natureza federal expressa ou divergência de interpretação. Não decide acerca da justiça ou injustiça das decisões. Destarte, há necessidade de prequestionamento da decisão do TRE em relação à questão federal objeto do recurso sob pena de inadmissibilidade.

4) Sobre o prequestionamento, ver Súmulas 282 e 356 do STF.O Min. Carlos Velloso admite o prequestionamento implícito, embora

a jurisprudência do STF seja contrária. A questão deve ser posta, ou seja, decidida no acórdão. A mera referência a artigos da Constituição não tem o dom de prequestionar a matéria constitucional. O STJ admite o prequestionamento implícito. As resoluções do TSE (que têm força de lei), admitem o Recurso Especial. Não é admissível Recurso Especial sobre matéria fática. Havendo decisões conflitantes nos TRE’s, o TSE pode uniformizar essas controvérsias através do Recurso Especial.

No direito eleitoral não cabem Embargos Infringentes. A interposição de recurso por telex ou fax, sem firma reconhecida

por tabelião é inexistente para o STF.

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Direito EleitoralMarcos Ranayana

Em matéria eleitoral, cabe agravo regimental nos tribunais, sendo este dirigido ao presidente do tribunal, Assim, depois do parecer do Procurador Eleitoral, vai ao Plenário do tribunal. É admissível contra determinações da corregedoria e despacho dos presidentes dos TRE’s.

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