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Apostila 1° ano 1° bim. 1

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Apostila1° ano

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Mitologia é o estudo dos mitos (lendas) de uma cultura em particular creditados como verdadeiros e que constituem um sistema religioso ou de crenças específicos. Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (astros, da terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, do bem, do mal, da saúde, da doença, etc.). A palavra mito vem do grego, Mytheyo (contar, narrar) e do verbo Mytheo (conversar, contar, designar). Para os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem com verdadeiras a narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma narrativa feita em público, baseada, portanto na confiança daquele que narra. A maioria dos mitos envolve uma força sobrenatural ou uma divindade, mas alguns são apenas lendas passadas oralmente de geração em geração. Figuras mitológicas são proeminentes na maioria das religiões e as maiores partes das mitologias estão atadas a pelo menos uma religião. Alguns usam a palavra mito e mitologia para desacreditar as histórias de uma ou mais religiões. O termo é freqüentemente associado às descrições de religiões fundadas por sociedades antigas como mitologia romana, mitologia grega, mitologia egípcia e mitologia nórdica, que foram quase extintas. No entanto, é importante ter em mente que enquanto alguns vêem os panteões nórdicos e célticos como meras fábulas outros os têm como religião. Pessoas de muitas religiões tomam como ofensa a caracterização de sua fé como um conjunto de mitos, pois isso é afirmar que a religião em si é uma mentira. Mesmo assim, muitas pessoas concordam que cada religião tem um grupo de mitos os quais se desenvolveram somados às escrituras. A mitologia foi uma forma encontrada para se compreender o mundo e entender coisas que para aquela época eram quase impossíveis de se entender; O que é terra, quem somos nós, por que estamos aqui e o que acontecerá quando morremos. A mitologia dava respostas para essas perguntas. Eram respostas falsas, mas satisfaziam à curiosidade das pessoas. Muita dessas perguntas não tem respostas até hoje. Sempre ficou claro na mitologia que os deuses não gostavam dos humanos, nós éramos apenas “brinquedinhos” deles. Mas por quê? Será que isso não seria uma explicação para os seres humanos entenderem por que as vezes a vida é tão dura, tudo da errado, e também compreender porque existia tanto sofrimento, tanta dor e tanta injustiça. Seria mais fácil dizer que não existia a vontade humana, apenas a vontade divina em vez de assumir o fracasso após muita luta dedicação e sofrimento. Os deuses eram muito parecidos com os homens não só fisicamente, mas tinham desejos, vontades e vícios, eram inteligentes (mais que os homens) e tinham seus sentimentos refletidos em nós. (Uma peste, por exemplo, era que algum deus estava descontente com os humanos). A mitologia tentava esclarecer entre tantas coisas os fenômenos naturais da terra. Com os recursos da época era praticamente impossível descobrir a origem do mundo. Com os mitos isso foi possível. Para os gregos, segundo Hesíodo, no poema TEOGONIA, tudo começou com o caos, e a partir dele surgiu NYX, à noite, e GAYA, a terra. Partindo desse fato, foi surgindo toda

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uma teoria mitológica das origens não só do mundo, mas de tudo, como o surgimento do homem e dos deuses. Quem narra o mito? O poeta-rapsodo. Quem é ele? Por que tem autoridade? Acreditava-se que o poeta era um escolhido dos deuses, que lhe mostraram os acontecimentos passados e permitem que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas. Sua palavra era sagrada porque vem de uma revelação divina. O mito é incontestável e inquestionável. O mito narra à origem do mundo e de tudo que nele existe de três maneiras; 1 – Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres, isto é, tudo o que existe decorre das relações sexuais entre forças divinas pessoais. Essas relações geram os demais deuses: titãs (seres semi-humanos e semidivinos),Os heróis (filhos de um deus ou deusa com um humano), os humanos, os metais, as plantas, as qualidades, etc. A narração da origem é assim uma genealogia, isto é, narrativa da geração dos seres, das coisas, das qualidades, por outros seres que são seus antepassados. 2 – Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir uma coisa no mundo. Nesse caso o mito narra ou uma guerra entre as forças divinas ou uma aliança entre elas para provocar alguma coisa no mundo dos homens. 3 – Encontrando recompensas ou castigos que os deuses dão a quem desobedecer ou a quem obedece.

Vemos, portanto, que o mito narra a origem das coisas por meio de lutas, alianças e relações sexuais entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos homens.

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Portanto podemos assim concluir que os mitos eram uma explicação irracional do mundo. Eles só seriam racionais a partir do momento em que o homem separasse o espírito da razão, que na época não era o caso. Eles eram a únicas formas das pessoas conhecerem a origem deles próprios, mesmo sendo uma origem falsa. Eles acreditavam em seus mitos, e isso era o mais importante. É obvio que eles não sabiam que os mitos existiam principalmente para desvendar tais mistérios, para eles aquilo era verdade e pronto.

Como funcionavam os mitos dentro da sociedade.

Para pedir permissão a um deus sobre algum assunto, não era qualquer pessoa que podia fazer isto, e sim aqueles que faziam parte da magistratura ou do sacerdócio. Os deuses eram invisíveis, e por melhores que fossem a representação deles, elas não tinham muita validade, pois os mitos transpassavam qualquer representação. Os deuses eram oniscientes (sabiam tudo) e onipresentes (estavam em todos os lugares). A grande diferença entre um deus e um ídolo, é que o ídolo é a pessoa até quando ela é ela mesma, já o mito não. Por exemplo, hoje em dia o Pelé é considerado um mito, pois ele além de ser o melhor jogador de futebol, ele é considerado o melhor atleta, o mais honesto, etc. Isto é, ele superou-se e superou a todos.

Mitologia moderna

Muitos fatos e personagens de jogos são inspirados em mitologias. Jogos de RPG como final fantasy recebem muitas criaturas provenientes da mitologia. Séries de televisão e de livros como star wars e Harry Potter, por exemplo, tem aspectos mitológicos marcantes que algumas vezes desenvolvem-se em sistemas filosóficos profundos e intrincados. Essas séries não são mitologias, mas contêm temas míticos que para alguns, atendem as mesmas necessidades psicológicas. Ficção, porém não atinge o nível de mitologia enquanto as pessoas não acreditam que aquilo realmente aconteceu. (apesar de algumas histórias serem baseadas em fatos reais) A mitologia sobrevive no mundo moderno através de lendas urbanas, mitologia científica e muitas outras maneiras.

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Condições históricas para o surgimento da filosofia

Quais foram às condições materiais, isto é, econômicas, sociais, políticas e históricas que permitiram o surgimento da filosofia no final do século VII e no início do século VI antes de cristo na Grécia. As principais condições históricas para o surgimento da filosofia na Grécia foram:

As viagens marítimas, que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões dos mares que os mitos diziam habitados por monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencadeamento ou a desmistificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem;

A invenção do calendário, Que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova,

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ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino;

A invenção da moeda, que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhantes, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, uma nova capacidade de abstração e de generalização.

O surgimento da vida urbana, com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a técnicas de fabricação, e de troca, e diminuindo o prestígio das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados; além disso, o surgimento de uma classe de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de poder e de prestígio para suplantar o velho poder da aristocracia de terras e de sangue, fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a filosofia poderia surgir.

A invenção da escrita alfabética, que, como a do calendário e a moeda, revelam o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de outras escritas como, por exemplo, os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos chineses, supõem que não se representa uma imagem da coisa que está sendo dita, mas idéia dela, o que dela se pensa e se transcreve;

A invenção da política, a idéia da lei como expressão da vontade de uma coletividade humana, que se decide por si mesma ou que é melhor para si e como ela definirá suas relações internas. A política estimula um pensamento e um discurso que não procuram ser formulados por seitas secretas dos iniciados em mistérios sagrados, mas que procuram, ao contrário, serem públicos, ensinados, transmitidos, comunicados e discutidos. A idéia de um pensamento que todos podem compreender e discutir, que todos podem comunicar e transmitir, é fundamental para a filosofia.

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Localização geográfica, A localização geográfica da Grécia era favorável a um entreposto comercial que acolhia barcos de quase todo o mundo conhecido que traziam além de mercadorias, conhecimento. (geometria dos egípcios, a observação dos astros dos povos da Ásia menor, etc.);

Sociedade machista e escravocrata, Os escravos desenvolviam o trabalho pesado nas fazendas e nas casas e as mulheres se ocupavam do trabalho da casa e de cuidar dos filhos, Dando assim aos homens livres a oportunidade de discutir os problemas da Polis e as questões que se faziam presente na nova ordem.

Principais características da filosofia nascente

Os traços principais desse novo pensamento filosófico remetem a uma tendência à racionalidade, isto é, a razão, com seus princípios e regras, é o critério da explicação de alguma coisa; tendências a oferecer respostas conclusivas para os problemas e a descobrir um buraco deixado pela mitologia. Os fenômenos naturais e o elemento básico que deu origem a tudo.

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Principais pensadores

Tales – O princípio é a água – Apesar do grande volume de relatos, não sabemos muita coisa a seu respeito. A sua figura, efetivamente, está condicionada ao fato de ser o primeiro de uma série de filósofos e de sua imagem corresponder ao estereótipo que se faz desse tipo de pensador: Tales é o observador da natureza, o inventor genial, o político empenhado na luta contra os persas, além de geômetra, astrônomo e um observador do céu tão atento a ponto de distrair-se e cair num buraco na rua. – (previsão correta de um eclipse solar em 585 a.C. e teorema de tales).

Anaximandro - o princípio era o infinito – Utiliza pela primeira vez o termo princípio e afirma que o infinito é o princípio e o elemento dos seres. Diz, ainda, que o princípio não é a água nem outro dos chamados elementos, mas uma outra natureza infinita que servia de equilíbrio entre os elementos ( fogo-água, terra-ar). Uma lei natural que atuava no mundo mantinha esse equilíbrio. (Fez o primeiro mapa do mundo conhecido e começou a ter idéias nitidamente cientificas).

Anaxímenes - o princípio era o ar – O ar diferencia-se, nas outras substancias, por rarefação e condensação. Atenuando-se se torna fogo; condensando-se, vento; ao crescer a condensação, transforma-se em água; e depois em terra, pedras e o resto. Ele também supõe ser eterno o movimento pelo qual se faz a transformação.

Heráclito – o princípio era o fogo – Que viveu em torno de 500 a.c.afirmava que tudo estava em fluxo. Mas acreditava também numa justiça cósmica que mantinha o equilíbrio do mundo. Era uma idéia complexa! O que ele escolheu como elemento primário que todo mundo estava buscando foi o fogo. Havia um fogo central que nunca se apagava.

Frases: “Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio” “Não pode viver vida sem antagonismos (opostos)” “Em cada contradição está implícita uma harmonia”

Pitágoras – O princípio eram os números – Descontente com a ditadura de Polícrates em samos, sua terra natal, Pitágoras foi para o Egito, estabelecendo-se posteriormente na Itália (naquela época o mediterrâneo era um lago da Grécia.). Na Itália, fundou uma escola baseada em sua filosofia matemático-metafísica. Os pitagóricos falavam em harmonia cósmica. Essa harmonia baseava-se nos números enquanto relações das coisas. Por exemplo, eles descobriram que uma corda de lira dividida em dois, no sentido do comprimento, produzia uma

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nota uma oitava mais alta, e que todas as harmonias representavam razões de números inteiros. Eles estenderam esta noção de harmonias a todas as coisas.

A glória que era a Grécia

Houve um extraordinário florescimento cultural na Grécia clássica. Apaixonados e investigativos, os gregos produziram idéias e artefatos que estavam muito além do desenvolvimento geral da sociedade da época. Houve estadistas como Péricles, tragedígrafos como Eurípedes, escultores como Fídias, historiadores, músicos, ceramistas, pintores, poetas líricos como Safo, satíricos como Aristófanes, arquitetos, matemáticos e filósofos. Mas é preciso lembrar que as recém inventadas democracias baseavam-se na escravidão. Apenas um sexto dos membros de uma cidade-estado eram cidadãos, escravos, crianças, estrangeiros e mulheres não contavam. Isso distorceria as tentativas dos gregos de desenvolverem filosofias éticas e políticas.

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Os sofistas

Enquanto o interesse dos primeiros filósofos gregos era o universo, a unidade e a diferença, e as grandes questões, o interesse maior dos sofistas era o próprio homem e seu comportamento. Em vez de procurar uma grande verdade, os sofistas estavam mais interessados no mecanismo que permitia ao homem fazer coisas para si. Isso os levou a ensinar as pessoas a escrever, a discursar e a ganhar disputas judiciais graças ao uso de paradoxos e argumentos deturpados. Assim arranjaram problemas em Atenas por estarem incutindo maus hábitos no povo.

Sócrates

Em princípio achavam que Sócrates fosse sofista, mas na verdade ele foi o maior adversário dos sofistas. Sócrates, pessoalmente, nada escreveu, mas, graças ao general Xenofonte e ao filósofo Platão, temos um retrato muito real do homem. Maltrapilho, sempre descalço corpulento e comprovadamente corajoso na luta, gostava de passar os dias polemizando na praça do mercado. Com Sócrates, o foco muda do questionamento científico, para o problema da ética. A grande preocupação desse filósofo era com a moral, era descobrir o que era justo, verdadeiro e bom. Para Sócrates, a filosofia não era uma profissão, como para os sofistas, mas sim um modo de vida. (quando o oráculo de delfos disse: ”não há homem mais sábio do que Sócrates”, ele optou por interpretar isso da seguinte maneira: é o mais sábio dentre os homens que vêem como ele, que esta sabedoria é insignificante). Sócrates afirmava que o homem pecava por falta de conhecimento. Se tivesse conhecimento das coisas, não pecaria. Conhecimento era virtude. Essa é uma posição ética muito anticristã.

A Dialética

O método de Sócrates de investigação era um método de pergunta e resposta. Ele se via como a parteira da verdade, que ele extraia aos poucos do interlocutor através da lógica, e muitas vezes com ironia. Dizem que essa técnica ele aprendeu com a mãe, que era parteira. O objetivo da dialética e da ironia de Sócrates era desmascarar a falsa sabedoria e chegar a um conhecimento da natureza do homem. Sócrates não era cético sobre a possibilidade da verdade, mas estava convencido de que só se podia chegar a ela com muito trabalho.

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Platão (428 – 354 A.C.)

Aristocrata, Platão deixou Atenas por ocasião da morte de Sócrates, antes de voltar para fundar a ACADEMIA. A academia foi o protótipo de todas as universidades. Os estudos básicos eram aritmética, geometria, astronomia e as harmonias do som. A academia tinha equipamento científico e uma biblioteca. O objetivo era treinar a mente dos homens para capacitá-los a pensar por si mesmo a luz da razão. O método parece ter sido o da pesquisa supervisionada. A educação exigia um esforço conjunto de parte do professor e do aluno, um processo verdadeiramente dialético. O aluno mais brilhante e mais aplicado foi Aristóteles, que estudou na academia por 20 anos. Para ilustrar a diferença entre aparência e realidade, Platão apresentou sua famosa alegoria da caverna.

“Todo mundo está acorrentado numa caverna. Os prisioneiros só vêem sombras e julgam que elas são a realidade. Um homem foge da caverna e vê o mundo real, volta e conta para os outros que o expulsão por acreditar que estava louco”.

Na teoria platônica de educação, há uma noção deque o conhecimento é recordação ou anamnese. A alma ou a mente passou antes por uma série de estados encarnados e desencarnados, e o conhecimento destes ciclos anteriores só precisa ser despertado. Ao nascer o conhecimento fica preso ao útero da mãe e aos poucos ele vai sendo recordado pelo ser humano. Na República, Platão delineia seu ideal de cidade-estado. Está é a avó de todas as utopias.

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Ele pensou um complexo sistema de educação onde apenas o melhor aluno seria o rei-filósofo. Platão foi o pai do idealismo, o tio da religião e o avô de quase todos os sistemas de especulação teórica rigorosa. Por buscar a perfeição, afastou-se do mundo confuso e particular e aproximou-se do mundo abstrato e ideal do pensamento. Mesmo sendo idealista, era rigoroso, e esta contradição está presente em toda sua obra.

Aristóteles

Aristóteles foi o último e mais influente dos grandes filósofos gregos. Nasceu em 384 a.C. em Estagira, na Tracia, e foi mandado pelo pai, um médico da corte, para a Academia de Platão. Tirava só C em matemática, mas A em aplicação no resto, e era brilhante em história natural. Depois viajou muito e começou a desenvolver e sistematizar as próprias idéias. Contestou mais diretamente o idealismo de Platão adotando uma abordagem empírica do estudo da natureza. Em Lesbos, fez um estudo original da biologia marinha. Em 335 a.C., Aristóteles fundou sua própria escola em Atenas, o liceu. Como centro de pesquisa sistemática, o liceu foi muito superior à academia. Aristóteles ensinava caminhando, e por causa desse hábito, os alunos do liceu ficaram conhecidos como peripatéticos. Aristóteles foi preceptor de Alexandre durante três anos e com sua morte foi acusado de ímpio pelos atenienses. Deixou Atenas secretamente e morreu dois anos depois. Aristóteles foi virtualmente canonizado pelos eruditos medievais como um santo pagão. Muitas de suas idéias, estranhamente fundidas com o cristianismo e o islamismo, propagaram-se através dos séculos como dogma e permaneceram inquestionadas por quase 2000 anos. O filósofo deixou muitos escritos, a maioria tratados bem fundamentados. Ele não é um escritor envolvente como Platão e, depois de ter sido reverenciado pelos eruditos da igreja, caiu em desgraça no renascimento e ganhou o estigma de professor tedioso. Mas em abrangência, e muitas vezes em precisão, é superior a Platão. Foi o primeiro a dividir e a subdividir áreas de investigação, o primeiro a tentar fazer uma classificação do conhecimento. O trabalho de Aristóteles com a lógica levou-o a estudar a estrutura da língua. Ele fez uma distinção entre o conhecimento do significado das palavras e o conhecimento dos juízos feitos com essas palavras. Detectou dez itens gerais diferentes no discurso – as categorias. As categorias eram o que as palavras significavam por si mesmas.(substância, qualidade, quantidade, relação, lugar, tempo, posição, estado, ação e propriedade). Em seus estudos detalhados, Aristóteles refere-se a mais de quinhentas espécies. Ele insistia no estudo dos particulares antes do estudo das teorias.

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Assumiu a monumental tarefa de classificar as formas de vida. Seu trabalho neste particular reflete sua tentativa mais geral de classificação do conhecimento.

Zenão

Zenão dirigia sua própria escola em Atenas, onde os estóicos levavam a vida simples que filosoficamente preconizavam. Seus ensinamentos partiram da lógica, passaram à física e depois à ética. O impacto mais forte do estoicismo ao longo dos séculos foi no campo da ética. Ser estóico era enfrentar o destino com coragem e dignidade. Para um estóico, o bem supremo era uma vida virtuosa. Prudência, justiça, temperança e coragem eram o que conduziam à virtude. Os estóicos viam o mundo como um todo organizado onde as leis da natureza eram determinantes.

Epicuro

Embora tenha pontos em comum com o estoicismo, o epicurismo é diferente, pois tem outra consistência e rejeita a idéia de destino. O bem supremo era o prazer, que era visto como a evitação de sofrimento. Na origem, o epicurismo não encerrava como depois passou a encerrar a idéia de uma vida voltada exclusivamente para os prazeres. Era uma filosofia que buscava o equilíbrio. Epicuro advogava a conquista da paz interior. Era importante combater o medo e a religião, sobretudo o medo da morte.

Hedonismo – Fazer algo simplesmente pelo prazer.

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