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Conceituada Escola de Gestão Municipal

e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,

câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e

empresas estatais nos municípios.

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (

learning/online), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Certificados de Participação

- Tira-dúvidas após a realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Corpo docente especializado e atuante na área

- Atendimento personalizado

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Material de apoio de qualidade

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de

participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada,

de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros alunos e contato

direto com professores.

A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação

e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,

câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e

unicípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (

), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:

Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

dúvidas após a realização do curso

Controle biométrico de presença (impressão digital)

Corpo docente especializado e atuante na área

Rigor no cumprimento de horários e programações

viduais digitalizadas

Material de apoio de qualidade

em todos os períodos

Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de

participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada, material complementar

de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros alunos e contato

do sul do país, especializada em capacitação

e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,

câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-

), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:

Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de

material complementar

de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros alunos e contato

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Público Alvo

- Servidores públicos municipais (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores

internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde,

assistência social e demais departamentos) .

- Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao

Calçadão da XV, na Rua Clotário Portugal nº 41, com estrutura apropriada para realização de

vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos,

alcançando índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2013, graças ao respeito e

responsabilidade empregada ao trabalho.

Transparência Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da

transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse

fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos e notas de avaliação dos alunos, todas as

certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos

serviços públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com

rigoroso critério define seu corpo docente.

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Missão

Preparar os servidores municipais, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais

e específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade

proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores.

Valores

� Reputação ilibada � Seriedade na atuação � Respeito aos alunos e à equipe de trabalho � Qualidade de seus produtos � Modernização tecnológica de metodologia de ensino � Garantia de aprendizagem � Ética profissional

SEJA BEM VINDO!

BOM CURSO!

Acesse nosso site:

www.unipublicabrasil.com.br

Telefone (41) 3099-5454 Sede: Rua Desembargador Clotário Portugal, n° 39, Centro (próx. à esquina da Saldanha Marinho).

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Programação Dia: 4 • Horário: 13h30 às 17h00

Atribuições da Mesa Diretora

1 O papel da Mesa Diretora:

1.1 Conceito: órgão diretivo

1.2 Composição regimental

1.3 Ausências e substituições

1.4 Impedimentos

1.5 A Ordem dos membros na Mesa do Plenário

1.6 Destituição de membro

1.7 Principais Funções (dependendo de previsão regimental)

2 Atribuições da Presidência:

2.1 Atribuições Genéricas

2.2 Atribuições em Plenário

2.3 Quanto às proposições

2.4 Quanto às Comissões

2.5 Quanto à Mesa Diretora

Dia: 5 • Horário: 09h00 às 12h00

As Regras do Plenário

1 O poder desse órgão colegiado

2 A solenidade necessária aos trabalhos

3 Principais órgãos do Plenário:

a) presidência

b) secretaria

c) lideranças

d) blocos

e) tribuna

4 Termos peculiares ao Plenário:

a) expedientes

b) ordem do dia

c) aparte

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d) questão de ordem

e) pronunciamento

f) uso da palavra

g) pela ordem

h) quórum

i) abstenção

j) acordo de lideranças

k) votação secreta ou nominal

l) turnos

m) pedido de vistas

n) ata (escrita ou não)

Dia: 5 • Horário: 13h30 às 17h00

Outros Temas de Interesse da Mesa Diretora

1 As Regras do Duodécimo

2 Diárias: Como autorizar dentro da legalidade?

3 Contratação de pessoal na Câmara

4 Os gastos com imprensa

5 Reajustes ao funcionalismo

6 Recomposição dos Subsídios (vereadores, prefeitos, vice e secretários)

7 Nepotismo: o que pode e o que não pode?

Dia: 6 • Horário: 09h00 às 11h00

Desaprovação de Contas: Erros a Serem Evitados

1) Resultado financeiro deficitário das fontes não vinculadas

2) Divergência de valores ativo/passivo do balanço patrimonial

3) Responsáveis por despesas não empenhadas

4) Déficit das obrigações financeiras frente às disponibilidades

5) Falhas na publicação de informações orçamentárias e financeiras

6) Despesas sem empenho prévio

7) Obras paralisadas x novos projetos orçamentários ou créditos adicionais

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8) Não inscrição de precatórios na dívida fundada

9) Falta de encaminhamento de atos ao TCE

Ministrante:

Jonias de O. e Silva: Advogado e Consultor - Especialista

em Administração Pública e Direito Constitucional

Luciano Marlon Ribas Machado: Advogado, especialista

em direito administrativo e civil, procurador municipal de

Curitiba.

Ednilson da Silva Mota: Contador - Especialista na área

de Controle, Auditoria, Perícia Contábil e Fiscalização.

.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 1

ATRIBUIÇÕES DA MESA DIRETORA

Jonias de O. e Silva

1 Principais atribuições da Câmara Municipal:

As principais atribuições do Poder Legislativo Municipal, e consequentemente das Câmaras Municipais e dos Vereadores:

- LEGISLAR (aprovar leis municipais);

- FISCALIZAR (verificar se as verbas, bens e serviços públicos estão sendo utilizados dentro da legalidade e em prol do bem estar dos munícipes locais);

- JULGAR (o Prefeito e os próprios Vereadores, por infrações político-administrativas);

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 2

- ASSESSORAR (o Poder Executivo Municipal, através de “Indicações” para a tomada de iniciativas e providências); e

- ADMINISTRAR (o funcionamento da Câmara Municipal e suas questões próprias).

A seguir, replicamos o texto de uma Lei Orgânica Municipal, na parte que indica as atribuições da Câmara Municipal:

Art. ... Compete à Câmara Municipal, bem como a qualquer das suas comissões, entre outras, as seguintes atribuições:

I – eleger a sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma desta Lei Orgânica e do seu Regimento Interno;

II – constituir Comissões Permanentes e Especiais;

III – elaborar seu Regimento Interno;

IV – organizar seus serviços internos, dispondo sobre seu funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção de cargos, empregos, funções e contratações por tempo determinado, fixando as respectivas remunerações, observando o disposto na legislação pertinente e nesta Lei Orgânica;

V – dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito, conhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do cargo, nos termos previstos em Lei e nesta Lei Orgânica;

VI – decidir sobre a perda de mandato de Vereadores, por voto secreto e maioria absoluta, nas hipóteses previstas em Lei e nesta Lei Orgânica;

VII – fixar, observada a Constituição Federal e esta Lei Orgânica, em cada legislatura para a seguinte, a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores;

VIII – conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores para afastamento do cargo, observado disposto nesta Lei Orgânica;

IX – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a ausentarem-se do Município por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, por necessidade de serviço;

X – decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, nos casos indicados na Constituição Federal e nesta Lei Orgânica;

XI – processar e julgar os Vereadores nas infrações político-administrativas, nos casos previstos na legislação pertinente e na forma desta Lei Orgânica;

XII – representar junto ao Procurador Geral da justiça do Estado do Paraná, mediante aprovação por dois terços dos seus membros, contra o Prefeito nas

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 3

infrações político-administrativas e pela pratica de crime contra a Administração Pública, quando tiver conhecimento;

XIII – representar junto ao Ministério Público, a nível de Comarca, contra o Vice-Prefeito, os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes e contra os Vereadores, pela pratica de crime contra a Administração Publica, quando tiver conhecimento, mediante aprovação por dois terços dos seus membros;

XIV – exercer com o auxilio do Tribunal de Contas do Estado ou Órgão equivalente, a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município, como forma de controle externo;

XV – solicitar ao Tribunal de Contas, por escrito, a abertura de vistorias ou diligências se julgar necessário;

XVI – requerer, solicitar ou requisitar por escrito, informações ou documentos à secretários do Município, ou a qualquer titular de órgãos diretamente subordinados ao Executivo Municipal;

XVII – apreciar relatórios sobre a execução dos planos de governo;

XVIII – proceder a tomada de contas do Executivo Municipal, através de abertura da sessão legislativa;

XIX – fiscalizar e controlar os atos do Executivo, incluídos os da Administração indireta e fundacional;

XX – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder de regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

XXI – convocar secretários do Município ou qualquer titular de órgãos diretamente subordinados ao Executivo Municipal, para prestarem pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado;

XXII – criar comissões especiais de inquérito sobre fato específico, na forma do regimento Interno, que se inclua na sua competência;

XXIII – mudar temporariamente a sua sede;

XXIV – aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumento celebrado pelo Município com a União, o Estado, outro Município, outra pessoa jurídica de direito público ou entidades assistenciais e culturais;

XXV – autorizar a realização de empréstimos, operação ou acordo externo de qualquer natureza, de interesse do Município;

XXVI – estabelecer e mudar temporariamente o local de suas reuniões, observado o disposto no Regimento Interno;

XXVII – deliberar sobre adiamento e suspensão de suas reuniões;

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 4

XXVIII – aprovar crédito suplementar ao seu orçamento, utilizando suas próprias dotações;

XXIX – conceder título honorífico, de acordo com o disposto no Regimento Interno;

XXX – suspender Lei ou ato municipal, declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça;

XXXI – autorizar referendo e convocar plebiscito;

XXXII – elaborar a proposta orçamentária do Poder Legislativo, observados os limites incluídos na lei de diretrizes orçamentárias;

XXXIII – fixar o numero de vereadores; (NR)

XXXIV – solicitar a intervenção do Estado ou da União no Município;

XXXV – propor, juntamente com outras Câmaras, emenda à Constituição do Estado do Paraná;

XXXVI – zelar pela preservação de sua competência em face da atribuição normativa do Poder Executivo;

XXXVII – deliberar sobre o veto do Prefeito;

XXXVIII _ julgar as contas anuais do Município;

2 – MESAS DIRETORAS DAS CÂMARAS

2.1 - Regras para Composição das Mesas Diretoras.

Regra geral, as Câmaras compõem ou formam suas Mesas Diretivas conforme dispuser sua Lei Orgânica e o Regimento Interno. Nas médias e pequenas Câmaras a Mesa é composta por um Presidente, um Vice-Presidente, um Primeiro e um Segundo Secretários.

Algumas regras são de observância para a escolha e composição da Mesa.

A primeira, no início de cada legislatura, tem normas especiais como, por exemplo, ser Presidida por um Presidente conforme indicar a Lei Orgânica ou o Regimento Interno, já que a Câmara não pode ser presidida, em 1º de janeiro, pelo Presidente da legislatura que findou em 31 de dezembro; já a renovação da Mesa para o período seguinte não apresenta esse óbice.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 5

Por segundo, no início da legislatura importa que, antes da eleição para escolha da Mesa, o presidente indicado na Lei Orgânica ou no Regimento Interno, dê posse aos Vereadores e lhes tome o compromisso legal ou “juramento”. Feito isso, assinado o Termo de Posse e apresentadas as declarações de bens, far-se-á a eleição para os cargos da Mesa.

De avante, procede-se a inscrição de chapas contendo os cargos que compõem a Mesa (forma mais utilizada) ou, eventualmente, mediante candidaturas avulsas para cada cargo.

Qualquer que seja a forma utilizada é importante – e necessária – a observância da proporcionalidade partidária na composição da Mesa, por força do contido no § 1º do art. da Constituição Federal1 que se aplica, por simetria, conforme decisões dos Tribunais pátrios.

Também a observância do “quórum” para a eleição da Mesa, deve ser a prevista em Lei Orgânica ou no Regimento Interno. Regra geral e usual é utilizado quorum de maioria absoluta.

2.2 - Natureza jurídica das câmaras – Órgão Colegiado.

As Câmaras Municipais são órgãos colegiados que representam as diferentes facções e correntes políticas nas pessoas de seus Vereadores, em função do que dispõe o art. 14 da Constituição Federal e o princípio da proporcionalidade.

As Câmaras são dirigidas pela Mesa Diretiva e seus trabalhos presididos pelo Presidente. Mas as decisões devem ser colegiadas.

2.3 – O “presidencialismo” nas Câmaras.

Por uma questão de tradição do regime presidencialista de Governo, de certa forma os Parlamentos seguem a mesma linha de ação. A figura do Presidente da Câmara assume importância maior do que a própria Mesa Diretiva, contrariando a natureza político-jurídica de órgãos colegiados.

Não por outra razão, a composição das Mesas, das Comissões Permanentes ou Temporárias deve obedecer ao princípio da proporcionalidade partidária prestigiando, assim as minorias e atendendo ao princípio do Estado Democrático de Direito, em que a Democracia é, sim, o governo da maioria, mas não a ditadura da maioria.

1 CF. Art. 58, § 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto

possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 6

Percebe-se que, aos poucos, as Câmaras, como um todo, e as Mesas Diretivas tomam consciência da sua natureza de órgãos colegiados adotando, inclusive, o registro de suas decisões em Livros de Ata da Mesa Diretiva ou equivalentes.

No tópico seguinte isso fica mais claro, como se verá.

2.4 - ATRIBUIÇÕES DA MESA DIRETORA.

2.4.1 – Introdução:

As Mesas Diretivas tem funções Administrativas e Legislativas. As funções administrativas são as que conferem competência aos membros da Mesa na condução das questões administrativas da Câmara, tais como realização de despesas, assinaturas de cheques, realização de concurso, admissão de pessoal, apresentação de relatórios e balancetes, etc.

Já os trabalhos legislativos compreendem a competência para apresentar proposições, elaborar e encaminhar ao Executivo a proposta orçamentária da Câmara e, enviar ao Executivo e ao TCE as contas do exercício anterior, declarar a perda de mandato de Vereador, nos casos previstos na LOM, etc.

Embora o Presidente dirija os trabalhos em Sessão, com amplas prerrogativas, é auxiliado, nesse mister, pelos Primeiro e Segundo Secretários, com atribuições também definidas no Regimento Interno.

2.4.2 - Mesa Diretiva - Competências regimentais:

As competências das Mesas Diretivas estão previstas nos respectivos Regimentos Internos e pouco destoam de uma Câmara para outra:

2.4.2.1 - Atribuições legislativas das Mesas Diretivas:

• - propor projetos de resolução para criação da Estrutura Organizacional da Câmara Municipal;

• - propor projeto de lei para implantação da Estrutura Administrativa da Câmara, criando ou extinguindo cargos dos serviços da Câmara Municipal e fixando os respectivos vencimentos;

• - promulgar as leis com sanção tácita por decurso de prazo ou as que não tiverem sido promulgadas pelo Prefeito na forma legal;

• - promulgar emendas à Lei Orgânica; • - propor projetos de lei dispondo sobre a abertura de créditos suplementares ou

especiais, através de anulação parcial ou total da dotação orçamentária da Câmara Municipal;

• - suplementar, por lei as dotações do orçamento da Câmara Municipal, observando o limite da autorização da Lei Orçamentária, desde que os recursos

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 7

para a sua cobertura sejam provenientes de anulação de sua dotação ou da reserva de contingência;

• - propor projeto de Decreto Legislativo e de Resolução e a redação final nos casos previstos neste Regimento;

• – elaborar, na época prevista em lei, projeto de lei para fixação dos subsídios dos Vereadores, do Prefeito, do Vice-Prefeito e Secretários Municipais.

• – receber ou recusar proposições apresentadas sem observância das disposições regimentais;

• – deliberar sobre a realização de sessões solenes fora da sede da Edilidade. • - assinar, por todos os seus membros, as resoluções e os decretos legislativos; • - autografar os projetos de lei aprovados, para sua remessa ao Executivo.

2.4.2.2 - Funções administrativas das Mesas Diretivas:

• - elaborar e expedir, mediante Resolução, a discriminação analítica das dotações orçamentárias da Câmara Municipal, bem como alterá-la quando necessário;

• - devolver à Prefeitura o saldo de caixa existente na Câmara Municipal, no final do exercício e dos rendimentos das aplicações da Câmara ao final de cada mês;

• - enviar ao Prefeito, até o dia 1º de março, as contas do exercício anterior; • - elaborar e enviar, até o dia 1º de agosto de cada ano a proposta orçamentária da

Câmara Municipal a ser incluída na Lei Orçamentária do Município; • - encaminhar ao Tribunal de Contas e ao Prefeito Municipal, até o dia 31 de março

as contas da Câmara Municipal do exercício anterior; • - propor Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato municipal frente a

Constituição do Estado, por iniciativa própria ou a requerimento de Vereador ou Comissão;

• - decidir conclusivamente, em grau de recurso, sobre as matérias referentes ao ordenamento jurídico de pessoal e aos serviços administrativos;

• - promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as providências necessárias de sua alçada ou que se insiram na competência legislativa da Câmara;

• - adotar providências, por solicitação de interessado, para a defesa judicial e extrajudicial de vereador, contra ameaça ou prática de ato atentatório ao livre exercício e às prerrogativas constitucionais e legais do mandato;

• - aplicar a penalidade de censura escrita a vereador ou de impedimento temporário do exercício do mandato, nos termos regimentais;

• - estabelecer os limites de competência para a autorização de despesas e organizar o cronograma de desembolso das dotações da Câmara;

• - autorizar licitações, homologar seus resultados e aprovar o calendário de compras;

• – apresentar na segunda reunião ordinária do mês subseqüente, relatório detalhado dos gastos da Câmara Municipal, o qual ficará à disposição dos Vereadores na Secretaria da Casa;

• – apresentar as proposições concessivas de licenças e afastamento do Prefeito; • – representar em nome da Câmara, junto aos Poderes da União, do Estado e do

Município; • – organizar cronograma de desembolso de dotações da Câmara vinculadamente ao

repasse das mesmas pelo Executivo; • – deliberar sobre convocação de sessões extraordinárias;

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 8

2.5 - RESPONSABILIDADE DA MESA DIRETORA E SEUS MEMBROS.

Não há dúvida de que os membros das Mesas Diretoras das Câmaras podem ser responsabilizados, administrativa, civil e criminalmente. É que como toda e qualquer autoridade ou servidor responsável por atos administrativos, - e, portanto, com efeitos jurídicos – em caso de cometimento de ilícitos podem ser responsabilizados.

Por primeiro, por ato mesmo da própria Câmara, qualquer membro da Mesa poderá ser destituído, na forma prevista no Regimento Interno.

O Dec. Lei 201/67, em pleno vigor conforme entendimento do STF, dispõe: “Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando: I - Utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa;”, o que se aplica a qualquer Vereador integrante da Mesa Diretiva.

Também por improbidade administrativa respondem os integrantes das Mesas Diretivas, na forma da Lei 8.429/92, inclusive por vício de elaboração legislativa, conforme inúmeros casos registrados no Paraná.

Os membros da Mesa Diretiva podem incidir em Crime Contras as Finanças Públicas, conforme dispositivos acrescentados pela Lei 10.028/00 ao Código Penal:

"Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura: "Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos

quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Ordenação de despesa não autorizada: Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." – Grifamos. ................ "Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa

total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da

legislatura: "Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."

Além dessas penalidades, qualquer outro crime contra a Administração Pública pode

ser aplicada a qualquer membro da Mesa Diretiva. Mas, não é só. A lei 10.028/00 prevê sanção aos ordenadores de despesa por infração administrativa:

“Art. 5o Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas: I –;

...; III – deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 9

IV – deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo. § 1o A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. § 2

o A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo

Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito público envolvida.” – Grifamos.

3 - Atribuições da Presidência

De igual modo, extraímos o texto do dispositivo de um Regimento Interno de Câmara Municipal, para análise em forma aleatória, sobre as atribuições da Presidência da Mesa Diretora do Poder Legislativo Municipal.

Vejamos:

“Art... - O Presidente é o representante da Câmara quando ela se pronuncia coletivamente e o supervisor dos seus trabalhos e da sua ordem nos termos deste Regimento.

Art. ...- São atribuições do Presidente, além das expressas no artigo 104 da Lei Orgânica, das que estão expressas neste Regimento, ou decoram da natureza de suas funções e prerrogativas.

I. quanto às sessões da Câmara: a) presidi-las; b) manter a ordem; c) conceder a palavra aos Vereadores; d) advertir o orador ou aparteando quanto ao tempo de que dispõe, não permitindo

que ultrapasse o tempo regimental; e) convidar o orador a declarar, quando for o caso, se irá falar a favor ou contra a

proposição em pauta; f) interromper o orador que se desviar da questão, que falar sobre o vencido ou, em

qualquer momento for considerado seu comportamento ou pronunciamento atentatório ao decoro parlamentar, advertindo-o, e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra;

g) autorizar o vereador a falar da bancada; h) determinar a não validade do discurso, ou aparte dele, ao secretário da Mesa e ao

Diretor Executivo; i) convidar o Vereador a retirar-se do recinto do Plenário, quando perturbar a

ordem; j) suspender a sessão quando necessário; l) autorizar a publicação de informações ou de documentos, em inteiro teor, em

resumo ou apenas referência na ata; m) nomear Comissão Especial, com autorização do Plenário;

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n) resolver e decidir sobre todas as questões de ordem e reclamações que ocorrerem durante as sessões;

o) anunciar a Ordem do Dia e o número de Vereadores presentes; p) anunciar o projeto de lei apreciado conclusivamente pelas Comissões e a fluência

do prazo para interposição de recurso a que se refere o inciso I do artigo 140 da Lei Orgânica do Município;

q) submeter a discussão e votação a matéria a isso destinada, bem como estabelecer o ponto da questão que será objeto da votação;

r) anunciar o resultado das votações; s) organizar e designar a Ordem do Dia para a sessão seguinte, para a distribuição

aos Vereadores; t) anunciar se o projeto de lei, em questão, entrará em Regime de Urgência, depois

de ouvido o Plenário; u) convocar as sessões da Câmara; v) desempatar as votações, quando ostensivas, e votar em escrutínio secreto,

contando-se a sua presença, em caso de verificação de quorum, quando este se fizer necessário;

x) aplicar, quando se fizer necessário, a censura verbal a Vereadores; y) resolver sobre requerimentos que lhe forem encaminhados, ou apresentados, de

acordo com este Regimento; z) levantar ou suspender a sessão, quando se fizer necessário.

§ 1º- Para tomar parte em qualquer discussão, o Presidente deixará a cadeira inteiramente ao seu substituto, quando se propuser a discutir a Proposição em pauta, ou para apresentar ou defender Proposição de sua autoria ou iniciativa, observado o disposto no inciso II do artigo 136 da Lei Orgânica.

§ 2º- Sempre que o Presidente não se achar no recinto à hora regimental, para o início dos trabalhos, observar-se-á o disposto no inciso I do artigo 140 da Lei Orgânica.

§ 3º- Nos casos previstos nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, as funções presidenciais da Câmara, serão cedidas ao Presidente, logo que o mesmo se fizer presente para suas atribuições.

II. Quanto as proposições: a) proceder a distribuição da matéria às Comissões Permanentes ou Especiais; b) despachar, ou apresentar à apreciação do Plenário, os requerimentos à Mesa,

conforme for o caso; c) determinar o arquivamento ou desarquivamento de proposição, nos termos

regimentais; d) devolver ao autor qualquer proposição que incorra no dispositivo disposto no

parágrafo 2º do artigo 158 deste Regimento.

III. Quanto às Comissões: a) designar seus membros titulares ou suplentes, mediante comunicação dos líderes,

ou independentemente destes, se expirado o prazo fixado, consoante ao disposto no caput do artigo 28 e seu parágrafo 1º deste Regimento;

b) declarar a perda de lugar ou de função do Vereador na Comissão a que pertencer, por motivo de faltas, previstas regimentalmente;

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c) assegurar os meios necessários, bem como as condições materiais ao seu pleno desenvolvimento;

d) convidar para a Mesa, ou para o Plenário, o Relator ou outro membro qualquer da Comissão, para esclarecimentos de parecer;

e) convocar as Comissões Permanentes para eleição dos respectivos Presidentes, Secretários e Relatores, nos termos do inciso IV do artigo 103 da Lei Orgânica do Município;

f) julgar recurso contra decisão do Presidente de Comissão em questão de Ordem Regimental.

IV. quanto a mesa:

a) presidir suas reuniões; b) tomar parte nas discussões e deliberações, com direito a voto; c) distribuir a matéria que dependa de parecer; d) executar as suas decisões, quando tal incumbência não seja atribuída a outro

membro.

V. quanto as publicações e divulgações: a) determinar a publicação em edital interno das resoluções e as portarias; b) determinar a publicação em edital, para conhecimento do público a ata da sessão,

observado o disposto neste Regimento; c) determinar a publicação, no órgãos oficial, de matéria referente à Câmara; d) tomar conhecimento com antecedência das matérias relativas a noticiário oficial

da Câmara a serem noticiadas pela imprensa escrita ou falada; e) divulgar as decisões do Plenário, das Reuniões da Mesa, do Colegiado de Líderes,

das Comissões, encaminhando cópia das mesmas a quem de direito.

VI. Quanto a sua competência geral, dentre outras: a) substituir o Prefeito Municipal nos termos da Lei Orgânica do Município; b) decidir ad referendum do Plenário sobre a convocação extraordinária da Câmara,

em caso de urgência ou de interesse público; c) dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores ou Suplentes, de conformidade e

nos casos previstos na Lei Orgânica do Município; d) conceder licença ao Prefeito de conformidade com o que dispuser a Lei Orgânica

do Município; e) conceder licença a Vereador, exceto na hipótese do inciso I do artigo 235 deste

Regimento; f) declarar vacância de mandato nos casos de falecimento, renúncia ou perda de

mandato dos Vereadores e do Prefeito e Vice-Prefeito; g) zelar pelo prestígio e decoro da Câmara, bem como pela dignidade e respeito às

prerrogativas constitucionais de seus membros, nos limites do território do Município;

h) dirigir, com suprema autoridade a polícia da Câmara; i) convocar e reunir, periodicamente, sob sua presidência, os líderes e os Presidentes

das Comissões Permanentes para avaliar os trabalhos da Casa, exame das matérias em trâmite e adoção das providências julgadas necessárias ao bem andamento das atividades legislativas e administrativas;

j) encaminhar aos órgãos ou entidades referidas no artigo 37 as conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito;

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l). autorizar, por si ou mediante delegação, a realização de conferências, exposições, palestras ou seminários no edifício da Câmara, e fixar-lhes data, local e horário, ressalvada a competência das Comissões;

m) promulgar as resoluções, decreto legislativos e as leis de competência da Câmara Municipal, bem como assinar todos os atos da Mesa;

n) assinar toda a correspondência oficial da Câmara, ressalvada as de competência das Comissões;

o) deliberar e fazer cumprir o Regimento Interno;

§ 1º- O Presidente não poderá, senão na qualidade de membro da Mesa, oferecer proposição, nem votar, em Plenário, exceto em caso de escrutínio secreto ou para desempatar o resultado de votação ostensiva.

§ 2º- O Presidente poderá, em qualquer momento, da sua cadeira fazer ao Plenário comunicação de interesse da Câmara ou do Município.

§ 3º- O Presidente poderá delegar ao Vice-Presidente competência que lhes sejam próprias.

§ 4º- Sempre que precisar se ausentar das reuniões ou mesmo do Município por mais de cinco dias, o Presidente passará o exercício da Presidência ao Vice-Presidente, ou na ausência deste ao Primeiro Secretário.”

4 - Atribuições da Secretaria da Mesa Diretora

“Art. 18- Cabe essencialmente ao Primeiro Secretário:

I. quanto a Câmara: a) superintender os serviços administrativos da Câmara; b) receber e fazer a correspondência oficial da Casa, exceto os das Comissões c) interpretar e fazer observar o ordenamento jurídico do pessoal e dos serviços

administrativos da Câmara; d) decidir, em primeira instância, recursos contra atos da diretoria geral da Câmara. II. Quanto as sessões da Câmara: a) constatar a presença dos Vereadores, ao abrir-se a sessão, confrontando-a com o

livro de presenças; b) anotar as faltas de Vereadores, com as causas justificadas ou não, encerrando o

livro ou as folhas de presença, anotando as faltas existentes, no final da sessão; c) fazer a chamada dos Vereadores nas ocasiões determinadas pelo Presidente; d) ler a ata, as proposições e demais papéis que devam ser do conhecimento da Casa; e) fazer inscrições dos oradores; f) superintender a redação da ata, relatando os trabalhos da sessão, e assiná-la

juntamente com o Presidente; g) redigir e transcrever a ata das sessões secretas;

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h) assinar com o Presidente os atos da Mesa.

Art. ...- Compete ao Segundo Secretário, além de outras atribuições regimentais:

I. substituir o primeiro secretário nas suas licenças, impedimento e ausências; II. assinar, juntamente com o Presidente e o Primeiro Secretário, os atos da Mesa.

§ 1º- Ao integrarem a Mesa durante a sessão, o Secretário só poderá usar da palavra, para chamada dos Vereadores, contagem dos votos ou leitura de documentos ordenada pelo Presidente.

§ 2º- Para participar de debates, para justificar ou defender proposição, o Secretário, com a permissão do Presidente da Mesa, passará os trabalhos de sua responsabilidade na Mesa, ao 2º Secretário, ou na ausência deste, ao Vereador indicado pela presidência.”

5 - Responsabilidades pela Prestação de Contas

Constituição Federal:

“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial

da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será

exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de

controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e

valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma

obrigações de natureza pecuniária.”

Constituição do Estado do Paraná:

“Art. 74. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial

do Estado e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será

exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo e pelo sistema de

controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física, jurídica, ou entidade

pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores

públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma

obrigações de natureza pecuniária.

Art. 75. O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com o

auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

...

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e

valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e

sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas daqueles

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que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao

erário público;”

Lei Complementar Estadual do Paraná nº 113/2005 (Lei Orgânica do TCE/PR):

“Art. 1º. Ao Tribunal de Contas do Estado, órgão constitucional de controle externo,

com sede na Capital do Estado, compete, nos termos da Constituição Estadual e na

forma estabelecida nesta lei:

...

II - julgar as contas dos chefes dos órgãos do Poder Legislativo estadual e municipal,

do Poder Judiciário, do Ministério Público e deste Tribunal;”

Lei Orgânica Municipal:

“Art. 71 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária. Operacional e

patrimonial do Município e das entidades administrativa indireta ou fundacional,

quanto a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e

renuncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal mediante controle

externo e pelo controle interno de cada Poder, na forma da Lei e pela apreciação das

contas municipais pelo exame público.

§ 1° - Prestara contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize,

arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens ou valores públicos ou pelos

quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza

pecuniária.”

6 - Responsabilizações

I) - Vias Jurídicas

a) - crime (de responsabilidade, comum, especial e funcional)

b) - infração político-administrativa (Decreto-Lei 201/67)

c) - improbidade administrativa (cível)

d) - indenizatória (cível)

e) - infração administrativa (Tribunal de Contas)

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II) – Penas Aplicáveis

a) - perda do mandato

b) - inelegibilidades (até 8 anos)

c) - suspensão dos direitos políticos

d) - penas privativas de direitos

e) - penas privativas da liberdade

f) - penas pecuniárias

g) - penas de prestação de serviços

h) - liberdade ou benefícios condicionais

i) - impedimento de contratar com órgãos públicos

j) - impedimento de participar de concurso público

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AS REGRAS DO PLENÁRIO

Luciano Marlon Ribas Machado

I – O PODER DESSE ÓRGÃO COLEGIADO

Há 25 anos, a Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, ampliou a

autonomia municipal e deu poder ao município de editar sua própria lei orgânica, que

equivale à constituição municipal. É a lei orgânica que define o funcionamento do município.

As regras estabelecidas na LEI ORGÂNICA de cada município devem seguir o

desenho da CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

O trabalho realizado no plenário das Casas Legislativas, devem obedecer o

estabelecido por cada Câmara no seu REGIMENTO INTERNO e não podem contrariar a

Lei Orgânica.

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Por sua vez, a LEI ORGÂNICA do município e o REGIMENTO INTERNO da

câmara devem ser obedecidos, o PLENÁRIO não é soberano para dispor das regras pré

estabelecidas. Ele não pode criar exceções, sob pena de criar-se uma insegurança legislativa.

O Regimento Interno norteia direitos e obrigações dos vereadores, regula o trabalho

legislativo e define regras que devem ser seguidas pelos parlamentares na Casa legislativa,

notadamente no plenário da câmara.

Conforme definição do glossário legislativo da Câmara dos Deputados, plenário é o

conjunto dos deputados federais, entenda-se parlamentares, reunidos em sessão para debater

matérias de interesse público ou para deliberar sobre proposições legislativas em pauta.

“É indisponível ao plenário, mesmo por consentimento de todos os seus

membros, criar exceções às regras legislativas. Suponha-se, por hipótese,

que o plenário resolva, em um caso específico, não realizar duas

discussões na deliberação de um determinado projeto de lei, quando esta

seria a regra regimental. O processo legislativo, neste caso, estaria

contaminado, resultando nulo o seu resultado. Poder-se-ia contra-

argumentar alegando que o plenário teria soberania para tanto. Tal

argumento é vazio, posto que o Plenário não tem poderes para criar

exceções ao regimento interno e às leis que o regem. O poder do plenário é

para alterá-las definitivamente, mas não para excepcioná-las.

Soberania do plenário significa que este é o órgão de maior envergadura

hierárquica dentro do Poder Legislativo, podendo até mesmo destituir os

membros da Mesa, mediante deliberação qualificada de seus membros.

Significa que, da decisão do plenário não cabe mais recurso. Contudo, a

soberania não chega a ponto de permitir subtrações ou descumprimentos

regimentais.

Se tal hipótese fosse aceita pelo sistema constitucional brasileiro, o

cidadão estaria desprotegido contra possíveis arbitrariedades no poder de

legislar, comprometendo a estrutura democrática e a legitimidade do

próprio processo de elaboração de leis.

Tem parlamentos que ainda não conseguem discutir regimentalmente as

matérias em suas instâncias internas, não realizando nem mesmo o

trabalho das comissões temáticas, quando o atual processo legislativo está

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 19

a exigir discussões legislativas externas, inclusive com a participação da

sociedade. O desafio posto é abrir o processo de elaboração de leis para a

sociedade, aproximando-o da vontade social e alinhando-o ao pensamento

do cidadão”. (Aspectos Gerais sobre o Processo de Elaboração de Leis no

Município, André Leandro Barbi de Souza).

É no plenário das câmaras municipais que acontecem as discussões políticas e as

deliberações das matérias.

A discussão técnica ocorre nas comissões. É o trabalho dos Vereadores nas comissões

permanentes da Casa que subsidiam as discussões e deliberações que ocorrem no plenário.

No plenário, salvo disposição em contrário, as deliberações das matérias serão

tomadas por maioria de votos (maioria simples), estando presente a maioria absoluta dos

membros da Casa Legislativa, conforme art. 47, CF/88.

II – A SOLENIDADE NECESSÁRIA AOS TRABALHOS

Nas sessões plenárias realizadas no Legislativo devem ser observadas regras definidas

no regimento interno, para que os trabalhos possam ser realizados de forma organizada e os

parlamentares tenham seu direito à voz e ao voto, garantindo inclusive a transparência e

imparcialidade nas deliberações das matérias.

a) tipos de Sessões Plenárias

Os tipos de sessão geralmente são ordinárias, extraordinárias, solenes e preparatória.

Sessão Ordinária: é aquela que acontece no dia e horário pré estabelecido no

regimento Interno, independente de convocação, com duração certa e possibilidade de

prorrogação.

Em algumas cidades, a sessão ordinária ocorre no período matutino, de segunda à

quarta, das 9h às 12h, com possibilidade de prorrogação.

É composta de quatro partes e deve conter:

1- Pequeno expediente: 1/3 dos vereadores presentes e 30 minutos de duração. Cada

orador terá direito a 5 minutos, SEM APARTES;

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2- Ordem do dia: maioria absoluta, debates e votação. O vereador terá 15 minutos

para defender o seu projeto, COM APARTES;

3- Grande expediente: duração de 1h15min. Vereador terá 15 minutos

improrrogáveis, tema de livre escolha, COM APARTES;

4- Parte fina do Grande expediente: Lideranças partidárias ou blocos parlamentares,

líder do prefeito e da oposição, VEDADO APARTES;

5- Explicações pessoais e chamada final: 1/3 dos vereadores. Cada vereador terá

direito a 5 minutos e não prorroga sessão para explicação pessoal.

Sessão Extraordinária: realizada em dia e horário diverso das sessões ordinárias,

mediante convocação.

Em Curitiba, devem ser convocadas com dois dias de antecedência e normalmente

ocorrem nas quintas e sextas-feiras.

Exemplo: se determinada matéria caracterizada como urgente for votada em 1o turno

na quarta e necessitar de uma segunda votação, deverá o presidente convocar na segunda-

feira os vereadores para a votação do 2o turno e fixar o edital nos locais de costume.

Também será dividida em cinco partes, como as Ordinárias.

Solenes: convocadas para instalar a legislatura, dar posse ao prefeito e vice,

comemorar fatos históricos, homenagens, concessão de honrarias a instituições ou pessoas.

Serão convocadas pelo Presidente ou por deliberação do Plenário.

Nas sessões solenes será feita lavratura de ata e dispensada a verificação de presença e

não haverá tempo determinado para encerramento.

Preparatória: é aquela que antecede a legislatura e recepciona os novos Vereadores.

Algumas Definições:

LEGISLATURA é o período de 4 anos, equivalente ao mandato (CF, Art. 44,

parágrafo único).

SESSÃO LEGISLATIVA é o tempo que a câmara funciona durante o ano,

compreende 2 períodos legislativos A Constituição Federal, Art. 57, define que a Sessão

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Legislativa do Congresso Nacional segue a data de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de

agosto a 22 de dezembro, e o município pode ou não seguir estas datas.

A Legislatura atual para os vereadores e prefeitos vai de 1º de janeiro de 2013 a 31 de

dezembro de 2016.

Legislatura: refere-se aos 4 anos

2013 2014 2015 2016

1ª Sessão

Legislativa

2ª Sessão

Legislativa

3ª Sessão

Legislativa

4ª Sessão Legislativa

Sessão Legislativa: divide-se em 2 períodos legislativos

No espaço entre os dois períodos legislativos e uma sessão legislativa e outra, temos o

recesso parlamentar.

Recesso é o período em que não são realizadas as sessões plenárias e as reuniões das

comissões.

Em algumas sessões, é necessário que além da solenidade, sejam respeitadas as regras

de cerimonial, como é o caso das sessões solenes, para recepcionar as autoridades

convidadas.

b) Sessão Preparatória

A Sessão Preparatória é aquela que antecede a Legislatura, tem a finalidade de receber

os Vereadores eleitos para a Legislatura seguinte, quando os mesmos devem proceder a

entrega da declaração de bens e do diploma de vereador, além de poder conhecer a câmara,

receber regimento interno e lei orgânica.

c) Sessão de Instalação da Legislatura

A Sessão de Instalação da Legislatura ocorre em todo território nacional no dia 1º de

janeiro subsequente à eleição dos vereadores. Os vereadores eleitos tomam posse, prestam

compromisso legal e assinam o Termo de Compromisso e Posse.

d) Sessão de Posse do Prefeito e Vice-Prefeito

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A sessão de posse do Prefeito e Vice-Prefeito ocorre em seguida à Sessão de

Instalação da Legislatura, pode ser no mesmo local ou não.

A câmara instalada dá posse ao Prefeito. A transmissão de cargo do prefeito ocorre na

prefeitura.

e) Procedimentos das Sessões de Eleição e Renovação da Mesa

A Sessão de Eleição da Mesa será na sequência da Sessão de Instalação, podendo ser

marcada para o mesmo dia ou para o dia seguinte (dia 2 de janeiro), com horário pré-

determinado no regimento interno e quórum estabelecido para iniciar esta sessão.

O regimento interno também deve trazer o número de membros da Mesa, ou seja, sua

composição e atribuição dos membros; a forma como será realizada a eleição, se por chapa

ou cargo a cargo; se por voto nominal ou não. Para serem considerados eleitos os membros,

deve-se obter o quórum “x”. É o regimento que dirá se por maioria absoluta de votos ou

maioria simples.

A posse deve ser imediata, considerando-se automaticamente empossados os eleitos.

O mandato da Mesa deve ser de 2 anos, podendo ocorrer de forma diversa em alguns

municípios.

A sessão de renovação da Mesa para o biênio seguinte deve ser realizada até o final da

2ª Sessão Legislativa (normalmente entre novembro e dezembro)

A possibilidade de reeleição dos membros da Mesa deve estar clara no regimento, do

contrário precisa constar que é vedada a reeleição dos membros ou vedada para o mesmo

cargo.

No âmbito federal é vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição

imediatamente subsequente, conforme art. 57, $4o da CF.

O regimento interno necessariamente deve prever a convocação com antecedência

para a Sessão de Reeleição, se não houver data pré-estabelecida.

A posse dos eleitos ocorrerá no dia 02 de janeiro do 3º ano (3ª Sessão Legislativa) da

Legislatura.

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f) Prorrogação da Sessão

A prorrogação da sessão dar-se-á enquanto estiver matéria para deliberar na ordem do

dia, mediante requerimento verbal.

g) Suspensão da Sessão

A sessão poderá ser suspensa ou encerrada antes do horário regimental. Ambas as

situações devem estar previstas regimentalmente, com seus respectivos motivos.

A sessão poderá ser suspensa para:

- preservação da ordem;

- permitir, quando necessário, que comissão apresente parecer;

- entendimento de lideranças sobre matéria em discussão;

- recepcionar visitantes ilustres.

Importante salientar que o tempo de suspensão não será computado na duração da

sessão.

Será decidido imediatamente pelo Presidente o requerimento verbal que solicite a

suspensão da sessão. É matéria afeta ao Presidente e que se insere dentro de suas atribuições.

III – PRINCIPAIS ÓRGÃOS DO PLENÁRIO

a) presidência

O presidente da Câmara é o representante legal para se pronunciar coletivamente. É

quem dirige seus trabalhos e fiscaliza a sua ordem.

Entre outras atribuições, em relação às sessões plenárias, cabe ao presidente: abrir,

presidir, suspender e encerrar as sessões; manter a ordem, interpretar e cumprir o regimento

interno; conceder a palavra aos vereadores e convidados, decidir as questões de ordem;

determinar a publicação e anunciar a ordem do dia, submetendo à discussão e votação a

matéria nela constante; convocar sessões extraordinárias, bem como sessão legislativa

extraordinária (aquela que acontece no recesso).

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A presidência do plenário será exercida pelo presidente da Câmara ou pelo Vice-

Presidente, na ausência daquele. Ou, ainda, por outro componente da Mesa Diretora, na

impossibilidade do Presidente ou Vice-Presidente.

b) secretaria A comissão executiva da câmara será integrada pelos secretários que auxiliam

o presidente na direção dos trabalhos da casa, especificamente no que diz respeito às sessões

plenárias, lendo a ata, verificando a presença dos vereadores e fazendo a chamada sempre

que necessário, nos casos previstos no regimento interno, lendo a matéria do expediente,

fazendo a inscrição dos oradores, entre outras.

Os secretários e o presidente compõem a Comissão Executiva, órgão que delibera

sobre todas as questões administrativas da Casa de Leis.

c) liderança de bancada

As representações partidárias eleitas em cada legislatura constituir-se-ão por

bancadas.

O requerimento de indicação de líder de partido ou de criação de bloco parlamentar

deve ser dirigido à Mesa para registro e publicação.

Líder é o porta-voz de uma representação partidária ou de bloco parlamentar e

intermediário autorizado entre eles e os órgãos da Câmara Municipal e do município.

O horário das lideranças, dentro das sessões plenárias, será usado pelo líder para

encaminhar a votação, passando o posicionamento do partido.

d) blocos parlamentares e suas lideranças

As representações de dois ou mais partidos, por deliberação das respectivas bancadas,

poderão constituir blocos parlamentares, sob liderança comum à qual caberá a competência

de representá-los.

As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco parlamentar perdem suas

prerrogativas regimentais.

No horário das lideranças, o líder do bloco poderá encaminhar a votação, passando o

posicionamento do bloco.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 25

e) tribuna

Tribuna é o local de destaque no plenário, que o parlamentar, autoridade ou visitante

ocupa para fazer seu pronunciamento.

IV – TERMOS PECULIARES AO PLENÁRIO

a) expedientes

Expediente é todo documento legislativo que dá entrada no protocolo da câmara.

Tem um momento próprio na sessão para sua leitura.

b) ordem do Dia

Ordem do dia é uma das partes que compõe a sessão plenária. Há casas legislativas

que dividem em 1ª e 2ª parte da ordem do dia. A 1ª parte refere-se à pauta das matérias a

serem apreciadas na sessão plenária, ou seja, os projetos a serem discutidos e votados. Na 2ª

parte, os requerimentos que dependem de apreciação do plenário.

Quando inicia a ordem do dia é necessário verificar a presença da maioria absoluta

dos vereadores para dar início às discussões e votações, conforme ordem de preferência a ser

estabelecida no regimento interno, de acordo com a importância das matérias (ex.: matérias

em regime de urgência, redação final, redação para 2º turno, projeto de lei orçamentária,

matéria cuja discussão tenha sido iniciada, projetos em pauta, recursos das decisões do

presidente, indicações e requerimentos, projetos e requerimentos, respeitada a ordem de

apresentação.

Os tipos de requerimentos devem estar enumerados no regimento interno ou, ainda,

exemplificados, trazendo a informação de que serão decididos pelo Presidente ou deliberados

pelo plenário.

A votação de requerimento será em turno único.

c) aparte

Aparte é a intervenção breve e oportuna ao orador que usa da Tribuna, para

indagação, esclarecimento ou contestação a pronunciamento do vereador que estiver com a

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palavra. É preciso que o orador permita, para evitar conversas paralelas ou desrespeito. Se

houver, o Presidente deve interferir.

d) questão de Ordem

Quando o Vereador suscita dúvida sobre a aplicação do regimento interno, ele

formula uma questão de ordem, que pode ser respondida na hora ou no prazo de 48 horas e

por escrito, por exemplo.

O vereador que formular questão de ordem e não apresentar imediatamente a dúvida na

aplicação do disposto no Regimento Interno, terá a palavra cassada.

e) pela Ordem

Quando um vereador quer a observância do regimento interno por parte dos

Vereadores, ele pede pela ordem e para isso deve mencionar qual o artigo que está sendo

infringido.

O presidente não poderá recusar a palavra ao vereador que a solicitar “pela ordem”,

mas poderá interrompê-lo e cassar-lhe a palavra se não indicar desde logo o artigo regimental

desobedecido.

f) pronunciamento

É a fala do vereador em plenário. Quando o parlamentar está com a palavra para fazer

seu pronunciamento, deverá ocupar a tribuna do Legislativo.

g) uso da Palavra

O tempo do uso da palavra pelo vereador deve ser definido pelo regimento para

discussão de matéria (projeto ou requerimento), encaminhamento de votação, declaração ou

justificativa de voto.

O tempo definido poderá ou não ser prorrogado, existindo aparte ou não, dependendo

do momento que o orador estiver usando a palavra na tribuna.

O encaminhamento de votação poderá ser feito pelo autor, líder de bancada ou de

bloco parlamentar, pela liderança do prefeito ou oposição.

A justificativa de voto pode ser feita por qualquer vereador que votou, com exceção

da votação secreta, onde não é permitido declarar o voto

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h) quórum

O quórum para o início da sessão é de 1/3 dos membros da Casa.

O qúorum para deliberação é por maioria simples de votos, presente a maioria

absoluta dos membros da Casa (art. 47, CF/88).

Quórum para deliberação

Nº de Vereadores Maioria Absoluta 2/3 Maioria Qualificada

9 5 6

11 6 8

13 7 9

15 8 10

17 9 12

19 10 13

21 11 14

35 18 23

39 20 26

Quórum quanto ao Assunto

Assunto Quórum Exigível Dispositivo

Lei Orgânica 2/3 CF, Art, 29, caput

Alteração da Lei Orgânica 2/3 CF, Art, 29, caput

Rejeição de Veto Maioria absoluta CF, Art. 66, § 4º

Aprovação de Lei

Complementar

Maioria absoluta CF, Art. 69, caput

Lei Orçamentária Maioria simples CF, Art. 47

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Maioria simples: considera-se o número de vereadores votantes dentre os presentes.

Maioria absoluta: metade + 1 dos presente para as câmaras com número par de vereadores e

mais da metade para as câmaras com número ímpar de vereadores.

Maioria Qualificada (2/3 ou 3/5): considera-se a totalidade dos membros da Casa.

i) abstenção

Em muitos parlamentos brasileiros, inclusive no Congresso Nacional, encontra-se, no

regimento interno, respaldo para o parlamentar abster-se de votar sem necessidade de

justificação. Em alguns casos, consta, inclusive, a possibilidade do vereador deixar de votar

por questões de foro íntimo. Essa é uma prática que revela grave desrespeito à cidadania.

Em uma democracia não há argumento para o parlamentar, que é o legítimo

representante da sociedade, e que é eleito para decidir em nome da sociedade, não querer,

por ela, decidir. A hipótese de abstenção de voto deve ser admitida somente em caráter

excepcional e mediante explicação concreta e pública para a omissão. E isso ocorre somente

quando o parlamentar tem interesse direto no resultado da votação de um projeto de lei

porque, da lei que dele resultará, benefícios serão obtidos em caráter pessoal.

Embora seja uma prática comum nos parlamentos, é preciso evitar que os vereadores

sejam omissos com o objetivo de não "desagradar ninguém". Para não se desgastar perante o

governo e também perante determinados segmentos da sociedade interessados na aprovação

de um projeto de lei, o parlamentar acaba então não votando, abstendo-se.

A democracia exige dos representantes da sociedade ação, ao mesmo tempo em que

repele a omissão. De nada adiantam as campanhas, como as que estão sendo desenvolvidas

em todo o Brasil, para acabar com a votação secreta, se os regimentos internos das casas

legislativas continuam a permitir a abstenção descomprometida de voto.

“Pior do que não sabermos como vota o nosso representante no parlamento,

que é o que ocorre na votação secreta, é saber que se ele quiser, ele, que foi

eleito para decidir, pode decidir "não decidir". A omissão do parlamentar na

hora de votar é um constrangimento democrático que represa todos os avanços

conquistados pelo exercício da cidadania. E o que é pior: ao abster-se de votar o

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 29

parlamentar está abrindo espaço para que leis ilegítimas sejam produzidas.”

(site cidadania e democracia)

j) acordo de lideranças

Acordo de lideranças é o acordo que acontece com os líderes de bancadas ou de

blocos parlamentares em relação a uma questão específica, por exemplo, encerramento de

discussão da matéria depois que vários vereadores já discutiram, entre outros.

k) votação

Tipos de Votação

− simbólica: a maioria das votações ocorre de maneira simbólica, quando o presidente

coloca em votação e diz “os vereadores que forem favoráveis à matéria que

permaneçam como estão, os contrários que se manifestem”.

− Nominal: exigida sempre que o quórum for de maioria absoluta ou de maioria

qualificada (2/3), como é o caso de votação de lei complementar ou de emenda à lei

orgânica, respectivamente, entre outras matérias. A votação nominal se dá pela

chamada dos vereadores respondendo favoráveis (SIM) à matéria ou contrários

(NÃO).

− secreta: conforme CF/88 ainda temos a votação secreta, enquanto não forem

apreciadas as PECs no congresso nacional, que por simetria, as assembleias e câmaras

devem seguir. Verifica-se pelas sobrecartas depositadas numa urna, com as

expressões “SIM” e “NÃO”.

A Emenda Constitucional n. 76, de 28 de novembro de 2013, alterou o $2o do art. 55

e o $4o do art. 66 da Constituição Federal para abolir a votação secreta nos casos de perda de

mandato de deputado ou senador e de apreciação de veto.

O Regimento Interno de Curitiba foi alterado antes da CF para abolir a votação

secreta. A resolução 3/2013 trouxe a inovação ao revogar o art. 145 do RI, conduta que

ampliou as situações de votação aberta, a saber:

“Art. 145 O voto será secreto: I - na deliberação sobre veto; II - na deliberação sobre destituição de membros da Mesa; III - na deliberação sobre perda de mandato de Vereador; IV - no julgamento do Prefeito por infração político-administrativa.(REVOGADO) Resolução n° 03/2013.

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l) pedido de Vistas nas Comissões e no Plenário

O pedido de vistas dos projetos preferencialmente devem ser solicitados na reunião

das comissões da câmara, que são órgãos fracionados do plenário que propiciam ao vereador

a oportunidade de desenvolver estudos, criando condições para que o processo de votação

seja subsidiado com informações e dados técnicos, opiniões e posicionamento dos cidadãos,

da sociedade civil organizada e do governo.

As comissões podem ser:

Permanentes: as de caráter técnico-legislativo, com finalidade de apreciar os assuntos e

proposições submetidos ao seu exame; e

Temporárias: as criadas para apreciar ou apurar assunto ou fato determinado, aplicar

procedimento instaurado em face de denúncia ou constituídas para representar a câmara em

atos externos, extinguindo-se ao término da legislatura, ou antes dele, quando alcançado o

fim a que se destinam ou expirado seu prazo de duração.

O funcionamento das comissões deve estar descrito no regimento e especificado no

regulamento interno de cada uma delas.

Se o pedido de vista acontecer no plenário da câmara, é preciso que seja justificado e

motivado por alguma propositura de emenda / substitutivo geral ou novos documentos

anexados, motivo pelo qual a discussão e votação do projeto deverá ser adiada.

m) Ata

Ata de uma sessão plenária é o documento escrito que registra o trabalho legislativo,

as discussões dos parlamentares sobre determinada matéria, as proposições (requerimentos,

indicações, sugestões e projetos de lei) apresentadas , principalmente, o resultado das

votações em plenário.

A ata precisa ser lida e votada, bem como ser publicizada para ter validade.

n) turnos de Discussão e Votação

As deliberações da Câmara Municipal serão tomadas mediante duas discussões e duas

votações com o interstício mínimo de 24 horas.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 31

A discussão e a votação da matéria constante da ordem do dia serão realizadas com a

presença da maioria absoluta dos membros. Para a abertura dos trabalhos de discussão e

votação deve estar presente a maioria absoluta, mas as votações em geral ocorrerão com

maioria simples.

Dependerá de voto favorável de 2/3 dos vereadores:

- a deliberação sobre as contas do município contra o parecer prévio do TCE;

- a destituição de componente da Mesa;

- a representação contra o prefeito municipal;

- a aprovação de emenda à LOM;

- a aprovação de proposta para mudança do nome do município;

- a aprovação do Regimento Interno da Câmara Municipal;

- a aprovação do Plano Diretor do município.

Dependerá de voto favorável da maioria absoluta dos membros:

- a rejeição do veto do prefeito;

- a mudança de local de funcionamento da Câmara Municipal;

- a aprovação de lei complementar;

No que tange a LOM ou emenda à LOM, alguns requisitos devem ser observados, a

saber:

- a proposta deverá ser de, no mínimo, 1/3 dos vereadores; do prefeito; da

população, subscrita por 5% do eleitorado do município;

- será discutida e votada em dois turnos, com interstícios mínimo de 10 dias,

considerando-se aprovada se obtiver 2/3 dos votos dos vereadores, em ambos os

turnos.

A matéria constante de proposta de emenda à LOM rejeitada ou havida por

prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Os projetos de lei complementar e lei ordinária serão discutidas e votadas em dois

turnos, com interstício mínimo de 24 horas, considerando-se aprovada a lei complementar

com maioria absoluta e a lei ordinária com maioria simples.

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Se o projeto de lei for rejeitado, poderá ser proposto novo projeto na mesma sessão

legislativa, desde que proposta pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal ou

de 10% do eleitorado do município.

O veto será apreciado em turno único, dentro de 30 dias do recebimento e só pode ser

rejeitado pela maioria absoluta.

A Resolução e o Decreto Legislativo obedecerão o disposto no Regimento Interno da

Câmara Municipal e, em regra, turno único de votação.

Em geral, no 1º turno caberá a apresentação de Substitutivo Geral, emendas

substitutivas, supressivas, aditivas e modificativas.

No 2º turno de votação pode ser limitado o tipo de emenda e havendo, vai gerar uma

redação final (3º turno).

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OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA MESA DIRETORA

Jonias de O. e Silva

1 - As Regras do Duodécimo

O que significa duodécimo?

Fundamentação para as regras de repasse do duodécimo: constituição federal art. 29-a

Observação:

A emenda constitucional nº 58 modifica os percentuais e reduz em 1% cada item

da tabela... constituição federal art. 168: o dia do repasse

- lei 4.320/64: art. 27 e art. 59: previsão contábil

- lei de responsabilidade fiscal: art. 15

- provimento 56/2005, do tce/pr art. 12 e art. 13: quais verbas formam o duodécimo

Lembrando:

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 34

O duodécimo somente poderá ser repassado até o limite do orçamento anual: in tce/pr -

protocolo n. 165565/01, resolução n. 1757/02

Entretanto, o orçamento poderá ser aumentado ou diminuído, no mesmo exercício,

desde que obedecidos os limites legais: in tribunal de contas do mato grosso - setembro

de 2009 - acórdão nº 2.987/2006 (doe 09/01/2007).

Por outro lado, a Jurisprudência define que o direito está embasado na receita do

exercício anterior, porém, deverá analisar a receita do exercício em curso...

In TJPR. AgReg. 71.683-4/01. Rel. Des. Sydney Zappa. Publicado em 10/5/1999).

In TJMG – AC 000.239.156-3/00 – 6ª C.Cív. – Rel. Des. Dorival Guimarães Pereira – J.

11.03.2002)

Da devolução do saldo no final do exercício: a devolução poderá ser feita mês a mês, ao

final do exercício, ou constituir fundo próprio.

Acórdão nº 254/2007 (DOE 22/02/2007).

In TCE-MT

27 de fevereiro de 2009.

RESUMINDO:

O entendimento legal, doutrinário e jurisprudencial define, pela ordem, as

seguintes regras para se encontrar o quantum máximo dos repasses mensais

(duodécimos):

1 – Com base na Receita efetivamente arrecadada no exercício anterior;

2 - A base da Receita do Exercício anterior não poderá ser a da Receita Total,

mas apenas a oriunda daqueles tributos indicados literalmente na Constituição

Federal (art. 29-A), denominada aqui de Receita Corrente Líquida, do exercício

anterior;

3 – Nos limites máximos da Previsão Orçamentária em vigor, depois de

obedecidas as regras anteriores;

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4 - Com base na Receita do exercício em curso, depois de obedecida a regra nº 3

(nos limites da previsão orçamentária).

DEVOLUÇÃO DE SALDOS FINANCEIROS DO LEGISLATIVO, PARA O

EXECUTIVO:

1º - A regra básica é que a câmara devolva, até 31 de dezembro, ao executivo

local, o saldo financeiro.

2º - EXCEÇÕES SÃO:

a) – a manutenção dos recursos com a Câmara, porém, sendo descontados do

valor que ela tiver direito no exercício seguinte;

b) – criação de fundo específico, pela Câmara, e manutenção dos recursos, para,

por exemplo, realizar uma obra de interesse da Casa;

c) – devolução mês a mês, ou de período a período, antes de dezembro.

Vale lembrar que, para cada situação desta, é preciso realizar adequações

contábeis.

A questão do fundo, inclusive, exige uma série de iniciativas formais.

Outrossim, é de se ressaltar que as devoluções antes de dezembro são de opção

do presidente da Câmara, e não uma obrigação.

Uma sugestão, no caso das devoluções antecipadas, é que o presidente acerte com

o prefeito que fará as devoluções e indicará em que o Executivo deverá aplicar o

recurso devolvido.

Todavia, se o prefeito não aceitar o acordo, ele não é obrigado a atender esse

direcionamento, epoderá utilizar os recursos no “caixa geral”, ou seja, em que

ele entender.

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RESPONSABILIZAÇÕES RELATIVAS AO DUODÉCIMO

PREFEITOS: Art. 29-A da CF...

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

PRESIDENTE DA CÂMARA: Art. 29-A da CF...

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o

desrespeito ao § 1o deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de

2000)

2 - Diárias: Como autorizar dentro da legalidade?

Em primeiro, vale dizer que:

1 – cobrem hospedagem e alimentação

2 – aplicação do princípios da razoabilidade, proporcionalidade e moralidade

3 – devem ser liberadas motivadamente (interesse público)

4 – dependem de lei autorizatória

5 – podem ser liberadas para participação em eventos

6 – não podem configurar “salário”

7 – exigem comprovação de realização do objetivo

8 – a partir de 50% do valor da remuneração incide ir e inss

9 – a fixação do valor pode ser variável de município para município

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10 – fraude ou simulação no pagamento de diária: acp ...

Jurisprudência correlata:

- TCE/PR: Acórdão 1637/2006 do Tribunal Pleno

- TJ/RS – ACP – Tramandaí – Relatora Tânia Bampi - proc. 70021816863

Na câmara municipal, a liberação é direito do vereador, ou prerrogativa do

presidente?

Na análise do padrão de lei orgânica, vemos que compete ao presidente da câmara,

entre outras atribuições:

– representar a Câmara Municipal;

– dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da

Câmara;

– interpretar o Regimento Interno e fazer cumpri-lo;

- requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara;

– administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo lavrar os atos

pertinentes a essa área de gestão;

– autorizar as despesas da Câmara;

ASSIM, se inexistir regulamentação, o PRESIDENTE é quem decide sobre a

liberação de recursos...

Por outro lado, se o presidente negar, sem justificativas, o vereador poderá levar a

Plenário (Requerimento) e, se aprovado, o Presidente deverá liberar...

No caso de CENTENÁRIO DO SUL, por exemplo, existia recursos financeiros...o

presidente negou...o requerimento foi aprovado...o presidente não liberou...a Justiça mandou

liberar...( TJ/PR - processo 0391038-1 – 5ª câmara cível – Rel. Des. Rosene Arão de Cristo

Pereira - 13/08/2007)

3 - Contratação de Pessoal na Câmara Municipal

3.1 CARGOS COMISSIONADOS

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Bases Legais para a Criação de Cargos Comissionados (CCs):

Trabalhadores contratados pelo poder público são chamados de servidores.

Regra geral de contratação: concurso público (art. 37, II, da CF)

Exceção: contratação (nomeação) em cargo comissionado

PREVISÃO CONSTITUCIONAL

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ...

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso

público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do

cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em

comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”

A criação de tais cargos é exceção a esta regra geral e tem por finalidade propiciar ao

governante o controle de execução de suas diretrizes políticas, sendo exigido de seus

ocupantes absoluta fidelidade às orientações traçadas.

Em sendo assim, deve ser limitada aos casos em que seja exigível especial relação de

confiança entre o governante e o servidor.

Porém:

Quem ocupa cargo comissionado, não poderá ocupar outro cargo público:

“CF - Art. 37......

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver

compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões

regulamentadas;”

QUAIS CARGOS PODEM SER COMISSIONADOS?

“CF – Art. 37...

...V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo

efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,

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condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de

direção, chefia e assessoramento;”

Tipos e Nomenclaturas dos Cargos Comissionados

� DIREÇÃO

� CHEFIA

� ASSESSORAMENTO

Porém, a nomenclatura sozinha não garante legalidade ao cargo comissionado. É que, mais

importante do que o nome são as atribuições de cada cargo (embora se aconselhe a seguir a

literalidade dos nomes indicados na CF).

Portanto, são as atribuições que definem a natureza jurídica do cargo (se efetivo ou

comissionado).

DIREÇÃO:

Segundo o dicionário wikipédia, no campo da administração, dirigir significa:

Comunicar , dirigir e motivar as pessoas (liderar); Negociar ; Tomar as decisões (rápidas e

precisas); Mensurar e avaliar (controlar). ...

O Mestre em Direito Administrativo HELLY LOPES DE MEIRELLES define:

� DIREÇÃO é comandar um órgão, um setor, um departamento.

� CHEFIA é comandar pessoas, a execução de serviços.

� Via de regra, Chefia é escalão (hierárquico) inferior à Direção

In Curso de Direito Administrativo Brasileiro, 24ª Edição, São Paulo, Malheiros, p.373

Segundo informa o Dicionário Jurídico de PLÁCIDO e SILVA,

ASSESSOR é:

Aquele que apoia, que auxilia diretamente a pessoa que o nomeou ASSESSOR, por

regra, deverá realizar assessoria diretamente à autoridade política, entendendo-se, no caso dos

Municípios (Prefeitura e Câmara), o servidor é nomeado em cargo comissionado para ser um

adjunto, um assistente, do agente político.

Agente Político é:

� Prefeito

� Presidente da Câmara

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 40

� Vereadores

� Secretários Municipais

� Dirigentes de Primeiro Escalão, na Câmara (Diretor, Secretário, etc.)

Não se aconselha a existência de cargos de Assessoria para atendimento de

autoridades públicas além do primeiro escalão, pois poderão não ser consideradas “agentes

políticos”.

Porém, a análise deverá ser feita caso a caso...

Cargos que Não Podem ser Comissionados (de preenchimento obrigatoriamente por

concurso público)

ASSESSORIA GERAL : EFETIVOS

“O TCE estipulou prazo de 60 dias para que a atual direção da Câmara Municipal de União

da Vitória (Sul do Estado) comprove que está adequada ao Artigo 37 da Constituição

Federal em relação a seu quadro de pessoal. O Pleno acatou Representação (Processo

276438/06) do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, que apontava a existência de

cargos em comissão irregulares nos exercícios de 2005 e 2006, sob responsabilidade do

então presidente, Sérgio Andrekowicz.

No caso da Câmara de União da Vitória, o TCE considerou irregular essa prática para a

ocupação dos cargos de assessor jurídico, assessor de imprensa e assessor da Direção

Geral. Esses cargos, na interpretação da Corregedoria do Tribunal, acolhida pelo Pleno,

deveriam ser efetivos, por se tratar de assessoramento geral do Legislativo, e não pessoal

dos vereadores.”

CARGOS DE NATUREZA PERMANENTES: EFETIVOS

“O TCE estipulou um prazo de 60 dias para que a Prefeitura de Paranaguá comprove que

exonerou todos os ocupantes de cargos em comissão para a função de agente administrativo.

Segundo denúncia do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas (Processo 276390/06),

97 pessoas foram nomeados pelo prefeito José Baka Filho (gestões 2005-2008 e 2009-2012)

para a função de agente administrativo, quando essas vagas, de natureza técnica e

permanente, deveriam ter sido preenchidas por meio de concurso. O Artigo 37da

Constituição Federal prevê que cargos em comissão devem ser reservados apenas a funções

de chefia, direção e assessoramento.”

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 41

DIREÇÃO – CHEFIA – ASSESSORAMENTO

Acórdão 1074/2006 do Tribunal Pleno - 27/07/2006- processo 44122/2006

“Em relação aos cargos de "Assistente de Administração" e "Zelador", por ser impossível de

se configurar característica de chefia, direção ou assessoramento, além de que presumem o

desenvolvimento de atividades cuja necessidade é permanente, a resposta é: Sim, há

obrigatoriedade de preenchimento de tais cargos por meio de concurso público.

No tocante aos cargos de "Assessor Jurídico", "Diretor Financeiro" e "Diretor

Administrativo" ... Os cargos deverão, efetivamente, caracterizar atividades de chefia,

direção ou assessoramento.”

CONTADOR COMISSIONADO: DESAPROVAÇÃO DE CONTAS

“O Pleno negou pedido de rescisão (Processo 444605/08) apresentado por Claudemir

Barbiere, prefeito de Esperança Nova (Noroeste) na gestão2001-2004, e manteve a

desaprovação das contas da Prefeitura no exercício de2001, devido à contratação de

contador sem a realização de concurso público.Recurso de revista, julgado em 2006, havia

mantido a decisão inicial pela desaprovação das contas.”

Obs. - contadores, advogados e consultorias (acórdão 1.111/2008 do TCE/PR)

VERBA ÚNICA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 39....

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os

Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado

em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,

verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o

disposto no art. 37, X e XI.”

Acórdão 1072/2006 do Tribunal Pleno

Decisão proferida em 27/07/2006, publicado no AOTC nº 60/2006, publicada na Revista do

TCE-PR nº 158, sobre o processo 199472/2005, a respeito de SERVIDOR PÚBLICO;

Origem: Município de Centenário do Sul; Interessado: Prefeita Municipal; Relator:

Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães.

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EMENTA: CONSULTA - VERBAS DE NATUREZA TRANSITÓRIA NÃO SÃO

INCORPORADAS À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES - COMISSIONADOS NÃO

FAZEM JUS AO PAGAMENTO DE ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO -

IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO COM

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO OU DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

HORAS EXTRAS: COMISSIONADOS NÃO TÊM DIREITO

Publicado no AOTC Nº 146 de 25/04/2008

ACÓRDÃO Nº 435/08 – Tribunal Pleno

PROCESSO N º : 7557-0/07

ORIGEM : CÂMARA MUNICIPAL DE PINHALÃO

INTERESSADO : SEBASTIÃO MORAIS

ASSUNTO : CONSULTA

RELATOR : CONSELHEIRO CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES

“Responder a presente Consulta, formulada pelo Presidente da Câmara Municipal de

Pinhalão, ...quanto ao pagamento de horas-extras ao Diretor Geral da Câmara Municipal,

pela impossibilidade, por se tratar de cargo de natureza comissionada.”

DÉCIMO TERCEIRO E FÉRIAS: TÊM DIREITO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 39...

3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,

XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos

diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.”

� Resolução 3707/2004 do Tribunal Pleno

� Decisão proferida em 15/06/2004 - processo 372843/2003

“Consulta. Possibilidade do pagamento de férias, 1/3 de férias e 13º salário aos Secretários

Municipais, de acordo com o preconizado pelo art. 39, § 3º, da Magna Carta Federal. O

Tribunal de Contas, nos termos do voto escrito do Relator, Conselheiro ARTAGÃO DE

MATTOS LEÃO, RESOLVE responder a Consulta, pela possibilidade do pagamento de

férias, 1/3 de férias e 13º salário aos Secretários Municipais, de acordo com o preconizado

pelo art. 39, § 3º, da Magna Carta Federal”

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 43

LEMBRANDO QUE:

Ocupante de cargo comissionado não poderá assumir outro cargo remunerado na

administração pública

Obs. Aposentado, pode.

3.2 TEMPORÁRIOS

Constituição Federal – art. 37, inciso IX:

“a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a

necessidade temporária de excepcional interesse público;”

Portanto, dois principais critérios:

a) a previsão expressa em lei;

b) a real existência de "necessidade temporária de excepcional interesse público".

Exemplos:

-Convênios (prazo determinado)

- Situações peculiares, que exigem rapidez na contratação.

Não poderão ser recontratados, para não gerar “continuidade”.

Regime de contratação: CLT

Competência em caso de dissídios trabalhistas (individuais ou coletivos): Justiça do Trabalho

Competência sobre Contratações Irregularidades: Justiça Comum e Tribunais de Contas

3.3 ESTAGIÁRIOS

Fundamentação legal: lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.

OBJETIVOS DO ESTÁGIO:

“§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário

formativo do educando.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 44

§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à

contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã

e para o trabalho”

PODEM SER ESTAGIÁRIOS:

• - estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na

modalidade profissional de educação de jovens e adultos

• - estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino

médio regular.

JORNADA DO ESTAGIÁRIO:

• I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de

educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de

educação de jovens e adultos;

• II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino

superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.

PARTES NO CONTRATO DE ESTÁGIO

- Instituição de ensino

- Empresa ou órgão concedente do estágio

- Estudante

- Agentes de integração públicos e privados (CIEE – SINE...) – Esta parte é opcional

PRAZO MÁXIMO DE ESTÁGIO:

DOIS (2) ANOS

(obs. Deficiente poderá aumentar...)

CUSTOS DO ESTAGIÁRIO:

1 – no estágio obrigatório, o pagamento é opcional (bolsa ou salário

2 – no estágio não obrigatório, o pagamento é obrigatório + vale-transporte

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 45

3 – a contribuição previdenciária é opção e por conta do estagiário

4 – contratos acima de um (1) ano o estagiário tem direito a férias

5 – direitos que outros possuam nas áreas de saúde e segurança no trabalho

6 – seguro obrigatório contra acidentes pessoais

7 – não tem direito a fgts

8 – auxilio alimentação é opção do concedente do estágio

PENALIZAÇÕES:

1 – declaração de vínculo empregatício

2 – suspensão por dois (2) anos de conceder estágios

LIMITES NO NÚMERO DE ESTAGIÁRIOS:

1 - a concedente não poderá ultrapassar a tabela (20% de estagiários – considerando-se os

empregados...)

2 – 10% das vagas de estágio, para deficientes

3 – estudantes de nível superior e de nível médio profissional não tem limites

QUEM PODE SER CONCEDENTE DE ESTÁGIO:

1 – empresas da iniciativa privada

2 – órgãos públicos

3 – profissionais liberais

OS ÓRGÃOS PÚBLICOS PODEM CONTRATAR ESTAGIÁRIOS

Acórdão 2046/2006 do Tribunal Pleno do TCE/PR

Decisão proferida em 21/12/2006

Processo 601940/2006

Origem: Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania; Interessado: Secretário de Estado;

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Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães.

“Possibilidade da contratação de estagiários e de coordenadores/supervisores, bem como da

efetivação dos devidos pagamentos.”

PORÉM, É EXIGÍVEL O PROCESSO LICITATÓRIO PARA ESCOLHA DO

AGENTE DE SELEÇÃO E PAGAMENTO DAS BOLSAS:

Protocolo nº 320341/07

Relator : Conselheiro Hermas Eurides Brandão

Decisão: Acórdão nº 1819/07 - Tribunal Pleno

Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nº 46 de 13/12/07

Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: nº133 de 25/01/08

Súmula nº 06

Enunciado: “Os acordos que tenham por objeto a seleção e o pagamento de bolsas a

estagiários da Administração Pública, celebrados, de um lado, por órgão ou entidade da

Administração e, de outro, por ente público ou privado, com ou sem fins lucrativos, têm

natureza jurídica de CONTRATO ADMINISTRATIVO, cuja celebração submete-se a todas

as regras fixadas na Lei nª8.666/93, devendo ser precedido de procedimento licitatório”.

Na APOSTILA estão indicados os principais itens de uma minuta de edital de licitação

para contratar estagiários, copiada de um edital de uma licitação realizada pelo

TCE/PR

REGISTRO CONTÁBIL DOS GASTOS COM ESTAGIÁRIO

Acórdão 828/2006 do Tribunal Pleno do TCE/PR

Decisão proferida em 22/06/2006

Processo 372557/2005

Origem: Câmara Municipal de Campo Largo;

Interessado: Presidente da Câmara;

Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães.

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“Ementa: consulta - sobre a inclusão das despesas com estagiários em gastos com educação

- impossibilidade - gastos com estagiários devem ser incluídos no elemento "outros serviços

de terceiros-pessoa física" relativos ao setor em que o estagiário exerce suas atividades."

NEPOTISMO:

Poderá ser contratado parente como estagiário, desde que a empresa intermediária tenha

realizado a seleção

CUIDADOS DO CONCEDENTE ÓRGÃO PÚBLICO:

1 – constatar a existência de dotação orçamentária

2 – realizar licitação para contratar a empresa intermediária (agentes de integração públicos e privados – aquela que fará a seleção e o pagamento de bolsas)

3 – verificar se a empresa realizou a seleção do estagiário contratado

4 – indicar orientador e supervisor

5 – atribuir tarefas próprias do curso

6 – cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigências do contrato)

3.4 Terceirização de Pessoal

• É a transferência de atividades complementares à finalidade do órgão...(de meios e, não,

de fins)

A Terceirização proporciona:

- Economia

- Eficiência

• A terceirização só é autorizada no Poder Público, como contrato de prestação de serviços e

não de pessoal.

CUIDADOS A SEREM TOMADOS NAS TERCEIRIZAÇÕES:

OBJETO: Se se trata de contratação de serviços não-essenciais (meios) e, não, de mão-de-

obra

ECONOMICIDADE

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 48

SUBORDINAÇÃO (não ao ente contratante)

LICITAÇÃO

GARANTIAS DE EXECUÇÃO

ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO

NO PAGAMENTO:

- comprovação da realização dos serviços

- retenções obrigatórias

- docs. comprobatórios (fiscais – trabalhistas...)

TIPOS DE SERVIÇOS QUE PODEM SER TERCEIRIZADOS:

LIMPEZA PÚBLICA (pode)

SAÚDE (depende: apenas se admite a terceirização de determinadas atividades materiais

ligadas ao serviço de saúde)

EDUCAÇÃO (mesmas regras da saúde)

• ...conservação

• limpeza

• Segurança

• vigilância

• Transportes

• informática

• copeiragem

• Recepção

• Reprografia

• Telecomunicações

• manutenção de prédios, equipamentos e instalações.

• serviços de "office-boy“ (através de empresa e licitação)

CONTRATAÇÃO DE COOPERATIVAS DE MÃO-DE-OBRA, OU OSCIPs:

Não recomendável...

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 49

TERCEIRIZAÇÃO DE ADVOGADOS E CONTADORES

Nas exceções indicadas no acórdão 1.111/2008

Acórdão 192/2007 do Tribunal Pleno

Decisão proferida em 22/02/2007, publicado no AOTC nº 90/2007, publicada na Revista do

TCE-PR nº 160, sobre o processo 127880/2000, a respeito de TERCEIRIZAÇÃO; Origem:

Câmara Municipal de Nova Esperança; Interessado: Presidente da Câmara; Relator:

Conselheiro Caio Marcio Nogueira Soares.

Decisão proferida em 23/11/2006, publicado no AOTC nº 77/2006, publicada na Revista do

TCE-PR nº 159, sobre o processo 494699/2006, a respeito de FUNREJUS; Origem:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ; Interessado: PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA; Relator: Conselheiro Artagão de Mattos Leão.

Acórdão 698/2006 do Tribunal Pleno

Decisão proferida em 25/05/2006, publicado no AOTC nº 52/2006, publicada na Revista do

TCE-PR nº 157, sobre o processo 200543/2005, a respeito de CONCURSOS PÚBLICOS;

Origem: Município de Palmital; Interessado: Prefeito Municipal; Relator: Conselheiro

Fernando Augusto Mello Guimarães.

Tribunal de Contas da União (Proc. TCU 4908/95)

“a verdadeira terceirização é contratação de serviços e não locação de trabalhadores.”

DEU NA GAZETA...

Terceirizações

Prefeituras pagam taxa de até 22% para ONGs executarem projetos

Além do dinheiro da prestação dos serviços em si, municípios repassam a entidades altos

valores para cobrir os custos operacionais dos programas

Publicado em 22/11/2009 |

Rodrigo Deda

CONTRATAÇÃO DE OSCIP

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 50

Resolução nº: 6340/2005

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 1/2005

11 de agosto de 2005

(Publicada no TCE/PR: Atos Oficiais, n. 19, de 7 de outubro de 2005, p. 24)

Alterada por Acórdão 680/2006, publicado no TCE/PR: Atos Oficiais, n. 56, de 7 de julho de

2006, p. 4-12)

Acórdão 680/06-TC.

Acórdão 1369/2006 do Tribunal Pleno – TCE/PR

3.5 FUNÇÕES GRATIFICADAS (FGs)

CONCEITO:

Gratificações pagas pelo desempenho de atividades de chefia, coordenação e supervisão.

LIMITAÇÕES

Poderão ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados).

Deverá ser autorizada por Lei.

A lei deverá quantificar e valorar cada FG.

Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlação com os CCs.

Ao corresponder determinado valor de FG, deverá ser analisada a natureza, o grau de

responsabilidade e a complexidade da função a ser exercida.

Orienta-se a que os valores fixados para as FGs não ultrapassem 4/5 da verba a título de

vencimentos básicos.

“...a gratificação por "encargos especiais" como sendo uma "retribuição financeira

extraordinária, de caráter transitório, para atividades ou tarefas de maior responsabilidade

previstas em Lei ou regulamento, cujo valor monetário não poderá exceder a 4/5 (quatro

quintos) do vencimento base, desde que não esteja contemplada em gratificações ou

adicionais de mesma natureza ou peculiaridade, não sendo incorporável na inatividade e

sendo extinta sua aplicação quando extinto o fato gerador que a deu ensejo"

In TJPR - 0355968-8 - Nº do Acórdão: 27202 - 4ª Câmara Cível - 13/02/2007

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A FG é temporária; transitória.

Não perderá a gratificação de função o funcionário que se ausentar em virtude de

férias, luto, casamento, doença comprovada, serviços obrigatórios por lei ou de atribuições

decorrentes de sua função.

O desempenho de Função Gratificada exigirá dedicação integral, com carga horária

mínima de 40 (quarenta) horas semanais, e não dará direito a horas extras.

Às FGs serão aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsão

em lei local) à Lei Ficha Limpa...

4 Os gastos com imprensa

4.1) Contratação de publicidade e Propaganda

De se lembrar que o caput do art. 37 da CF inclui a publicidade como um dos

princípios básicos da Administração Pública.

É que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgação dos atos

e ações dos governantes, para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuações dos

eleitos, bem como, com a coisa pública.

E indo além, a CF advertiu:

“Art. 37...

...

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos

órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação

social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem

promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade

do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.”

De modo geral, os termos PUBLICIDADE e PROPAGANDA se equivalem, quando

se trata da divulgação oficial pelos órgãos públicos.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 52

O TCE/PR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderão

contratar serviços de comunicação tanto diretamente, quanto por intermédio de agências (de

comunicação ou de publicidade).

Entretanto, é de se alertar que a lei federal nº 12.232/2010 criou regras específicas

para a contratação de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de

propaganda. (Vide cópia da Lei no material eletrônico)

Resumindo:

1- Serviços de criação e administração da publicidade, exigem contratação de

Agência de Comunicação (ou de Publicidade), por Licitação no tipo TÉCNICA e

PREÇO, por exigência da Lei nº 12.232/2010.

A Comissão de Licitação, se não possuir conhecimentos técnicos da área, deverá

nomear SUB-COMISSÃO, para julgar a melhor técnica.

2- Para contratar os serviços para objeto específico, como por exemplo, para

produzir jornal (impresso ou eletrônico), programa de rádio ou TV, ou outros

tipos de comunicação, poderá ser feita a licitação apenas pelo MELHOR PREÇO.

Mas para isso, terá que indicar exatamente o tipo do serviço (por ex: tamanho do

jornal, quantas páginas, periodicidade, etc.).

4.2) Contratação de órgão oficial de imprensa

Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em

um único meio de comunicação, escolhido por cada ente da federação, conforme previsão na

legislação esparsa (licitações-contabilidade-tributação-orçamentária...).

E atenção!

O Órgão Oficial nos Municípios deverá ser apenas 01, para o Executivo e para o

Legislativo, contratado por Licitação, cuja homologação deverá ocorrer após Autorização

Legislativa.

Deverá ser, obrigatoriamente, eletrônico e impresso, segundo a Lei Complementar

Estadual do Paraná nº 350/2011. (O TCE/PR foi superado, pois aceitava apenas órgão oficial

eletrônico...).

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 53

O Município poderá produzir seu diário oficial, mas em caso de não possui-lo, poderá

se utilizar de imprensa particular, desde que ofereça distribuição mínima e periódica na

cidade, devendo ser, também, neste caso, contratado por Licitação, cuja homologação deverá

ocorrer após Autorização Legislativa.

A partir de 2006, o TCE/PR passou a autorizar as Câmaras Municipais a publicar não

apenas seus atos oficiais, mas também, a contratar emissoras de Radiodifusão, de Televisão a

cabo ou de sites de internet, ou outros serviços de publicidade e de propaganda (Acórdão

1139/2006 – Prejulgado 02), para divulgar:

- transmissões de sessões

- divulgação e transmissão de audiências públicas

- mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a

personalidades

Porém, instruiu e indicou obediência:

- ao planejamento orçamentário e financeiro da entidade

- princípios constitucionais do caput do art. 37 da Magna Carta Federal

- §1º, art. 37, da Constituição da República

- as normas contidas na Lei de Licitações - Lei Federal nº 8666/93

- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal

- indicações da Lei de Imprensa.

5 VENCIMENTOS, SUBSÍDIOS, PROVENTOS E REMUNERAÇÃO

5.1 – Vencimentos.

Vencimento - é retribuição pecuniário pelo efetivo exercício do cargo correspondente

ao padrão fixado em lei (art. 40 da Lei 8.112/90):

“Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo

público, com valor fixado em lei.”

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 54

5.2 – Remuneração.

Remuneração - equivale ao vencimento, mais as vantagens pecuniárias atribuídas

em lei (art. 41 da Lei 8.112/90):

“Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das

vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.” – Grifamos.

5.3 – Subsídios.

Os agentes políticos (Prefeitos, Vereadores e Secretários) percebem subsídios (Art.

29, V da CF) sobre os quais incidem os encargos previdenciários.

5.4 – Proventos.

Para o nosso curso, tomamos a vocábulo “proventos” como sinônimo de

aposentadoria, conforme disposto na CF (Art. 37, XI e § 10, Art. 40, § 1º, § 2º, etc.). Quem é

aposentado recebe proventos.

5.5 Modificação dos subsídios

Reajuste/recomposição (Acórdão 1.127/2007 e Provimento 56/2005, ambos do

TCE/PR)

REGRA BÁSICA: Vereadores não poderão ter subsídios reajustados na mesma legislatura

(princípio da anterioridade, previsto no art. 29, inciso vi, da cf)

Prefeito, vice e secretários:

Não se aplica o princípio, e poderá ocorrer o reajuste no mesmo mandato.

Porém:

Aos vereadores poderá ser aplicada apenas a recomposição da perda inflacionária

Mas, mesmo para a recomposição, é preciso obedecer às seguintes regras:

Regras da recomposição:

- apenas a partir de janeiro/2014 (12 meses)

- verificar se a lom não proibe

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 55

- verificar os seguintes limites:

- Os subsídios do Prefeito

- Duodécimo (7% até 100 mil hab. – 6 %....– 5%...- 4%... – 3.5 % acima de 8

milhões…)

- 6% da receita do Município com a folha da Câmara

- 5% com a folha dos Vereadores e encargos

- 70% com a folha de Servidores e Vereadores

- Subsídios dos Deputados, de acordo com a tabela constitucional:

-

verificar se os servidores municipais receberam reajuste

- verificar se existe previsão nas leis orçamentárias(ppa – ldo – loa)

- verificar se os servidores municipais receberam reajuste por projeto de lei (especifica)

de iniciativa da câmara

- corrigir o valor fixado, com índice oficial (recomendado: INPC)

Obs. - Se os servidores municipais receberam índice menor, no período, os subsídios

não poderão ultrapassar esse limite.

Número de

habitantes do

Município

Limite Máximo em

relação ao

subsídio dos

Deputados

Estaduais

Até 10.000 20%

De 10.001 a 50.000 30%

De 50.001 a 100.000 40%

De 100.001 a 300.000 50%

De 300.001 a 500.000 60%

Mais 500.000 75%

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 56

PREFEITO, VICE E SECRETÁRIOS:

Não se aplica o princípio, e poderá ocorrer o reajuste no mesmo mandato. (Acórdão

521/2009)

Porém, deverá ser observado:

- o teto para o prefeito (subsídios dos ministros do stf)

- o teto para o vice e secretários (subsídios do prefeito)

- previsão orçamentária (ppa – ldo – loa)

- verificar se a lei orgânica não proibe

- lei específica de iniciativa da câmara

- obedecer as regras para a fixação

Reajuste aos Servidores:

Os servidores do Legislativo poderão ter reajustes, ou revisão geral anual.

No caso de REVISÃO GERAL ANUAL a competência de iniciativa será do

Executivo, enquanto que no caso de REAJUSTE a iniciativa será da Câmara Municipal.

Lembrando que nos dois casos o ato legal deverá ser Lei Específica...não poderá ser

Resolução!

6 NEPOTISMO

O significado original da palavra nepotismo é governo dos sobrinhos, já que é

derivada de nepote ou nipote (sobrinho ou neto em latim), e foi aplicada em referência aos

Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que nomeavam sobrinhos e outros parentes

para posições clericais e administrativas de importância, assim como aos Governantes

japoneses, tanto no período Heian (por volta do ano 669), quanto no começo do século IX

(governo da família Fujiwara) e até nos anos 1960, com Kiyomori.

Com o sufixo ismo, a palavra indica a concessão de privilégios ou cargos a parentes

no funcionalismo público.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 57

Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o

favorecido.

Em 2008, julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal

(STF), aquela Corte editou a Súmula 13, com o seguinte texto;

Súmula vinculante 13, de 21.08.08

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por

afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma

pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício

de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração

pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a

Constituição Federal.”

Data de Aprovação: Sessão Plenária de 21/08/2008 Fonte de Publicação DJe nº 162/2008, p.

1, em 29/8/2008.DO de 29/8/2008, p. 1.

Assim, fundamentados especialmente nos princípio constitucionais da impessoalidade

e da moralidade, o maior órgão do Poder Judiciário brasileiro definiu como proibidas as

nomeações e designações em cargos em comissão ou funções de confiança, de familiares dos

nomeantes, em até terceiro grau de parentesco.

O parentesco, segundo o Código Civil (arts. 1.591 a 1.595), é identificado em três

linhas distintas:

a) reta (ascendente e descendente: pai, mãe, avô, avó...; filho, filha, neto, neta...);

b) colaterais (provêm de um tronco comum, mas não descendem uma das outras: irmão,

irmã, tio, tia...); e

c) por afinidade (o vínculo que se estabelece entre um cônjuge e os parentes do outro

cônjuge).

De ressaltar que a Súmula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado, que é a

combinação entre nomeantes para a contratação direta de servidores parentes seus, de forma

cruzada (o parente de um é contratado pelo outro e vice versa), pois ao final do texto consta

“...compreendido o ajuste mediante designações recíprocas...”.

E mantendo a máxima de que cada regra tem sua exceção, o STF declarou na

sequencia, (no Recurso Extraordinário nº 579.951/RN), que a exceção dessa proibição seria a

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 58

possibilidade de nomeações e designações em cargos políticos aí compreendidos os

Ministros de Estado, Secretários de Estado e Secretários Municipais.

Então, dessa data em diante (29/8/2008: publicação da súmula 13 do STF), passou-se

a ser proibido o nepotismo em cargos e funções públicas de livre nomeação e exoneração.

Em resumo, quando da edição da Súmula 13, a Corte Máxima do Poder Judiciário

pátrio definiu que:

1 – é proibida a nomeação em cc ou fg, de cônjuge ou parente da autoridade nomeante,

ou de outro servidor nestes cargos (cc ou fg), até terceiro grau.

2 – cargos de ministros e secretários podem ser ocupados por parentes

Pois bem!

Após a proibição pelo Supremo, e vasta interpretação do Poder Judiciário, outros

pontos não abrangidos (ou esclarecidos) pela Súmula 13, foram praticamente pacificados.

Vejamos os mais relevantes:

01 – A LEI (Ordinária-Complementar-Orgânica) PODE AMPLIAR AS PROIBIÇÕES,

abrangendo, inclusive, os Ministros e Secretários (impedindo a contratação de parentes

ou limitando o número de parentes contratados).

02 – Para a configuração de nepotismo cruzado, só se houver prova da reciprocidade.

Ou seja: se ocorrer o ajuste, a combinação, a troca de favores entre autoridades

públicas.

03 - Parente de Autoridade Pública ou de servidor de um mesmo órgão poderá ocupar

CC ou FG, se foi nomeado antes da posse deste.

04 – Servidor efetivo poderá ser nomeado em CC ou designado em FG, em mesmo

órgão de Gestor Público ou servidor parente, se não for nomeado por ele ou

subordinado a ele.

05 – Servidores de um mesmo órgão, ocupantes de Cargo Comissionado ou Função de

Confiança, que venham a se tornar um casal, depois do ingresso no cargo ou função, e

desde que não ocorra subordinação direta entre si, não será considerado nepotismo.

06 – Ex-cônjuge, comprovadamente, podem ser nomeados pelo ex, sem caracterizar

nepotismo.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 59

07 – Nos casos de requisição/cessão de servidores, por autoridades ou órgãos, aplicam-se

as regras do nepotismo.

08 – Parentesco com autoridades públicas ou servidores falecidos ou aposentados, não

incidem a Súmula 13.

09 – Contratação de estagiários que sejam parentes de autoridades ou servidores do

órgão concedente do estágio não se configura nepotismo, desde que haja seleção prévia.

10 – Contratar, sem licitação, pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com

poder de direção, que seja familiar de detentor de cargo em comissão ou função de

confiança que atue na área responsável pela demanda, ou de autoridade a ele

hierarquicamente superior.

Por fim, destacar que os caminhos jurídicos para exigir a exoneração de parentes que

ocupem cargos comissionados ou funções de confiança, bem como, coibir e responsabilizar

os agentes públicos, que desrespeitarem a regra constante da Súmula 13 do STF e demais

acervo jurisprudencial, referentemente ao nepotismo, poderá ser a Ação Civil Pública(art. 1º,

inciso IV, da Lei 7.347/85), ou até mesmo a Reclamação ao STF (art. 102, inciso I, alínea

"l", da Constituição Federal).

Já, as consequências jurídicas para quem desobedecer às normas combatentes do

nepotismo, possuem as seguintes hipóteses:

1 – Consequências para o servidor nomeado ou designado: pela omissão de informar à

Administração Pública o fato de se encontrar sob o alcance da Súmula Vinculante nº 13 do

STF, incide o crime de falsidade ideológica (art. 299, do Código Penal); bem como pela

manutenção do cargo ou emprego público sabendo do impedimento, incide em crime de

desobediência à decisão judicial (art. 359, CP);

2 – Consequências para o agente político: pela omissão, incide no crime de prevaricação

(art. 319, CP); e na esfera político-administrativa, incorre no crime de improbidade

administrativa (art. 11, I e II, c/c o art. 12, III, todos da Lei nº 8.429/92); pode-se aplicar a

ele, ainda, no caso dos prefeitos municipais, estarão sujeitos à cassação do mandato eletivo

(Decreto-lei 201/67, art. 4º, VII).

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DESAPROVAÇÃO DE CONTAS: ERROS A SEREM EVITADOS

Ednilson da Silva Mota

Resultado financeiro deficitário das fontes não vinculadas

O resultado financeiro deficitário se dá com a apuração das disponibilidades líquidas

do exercício anterior, somando-se as receitas arrecadadas no exercício, livre dos

compromissos (despesas) do exercício. Quando o resultado dessa apuração for negativo, diz-

se que a Entidade apresentou resultado financeiro deficitário ou déficit financeiro.

Um dos fatores que contribui para a geração de um déficit financeiro é o chamado

déficit orçamentário. O déficit orçamentário ou resultado orçamentário, ou melhor, tudo

aquilo que se arrecadou no exercício nas fontes não vinculadas, livre das de com as

respectivas fontes de recursos no exercício. Enfim, são as receitas arrecadadas no exercício e

despesas empenhadas no exercício. Se as receitas forem inferiores as despesas, diz-se que a

Entidade apresentou déficit orçamentário, ou resultado orçamentário deficitário.

• Ocorrendo estorno de Empenhos Global/Estimativa inscritos em Restos a Pagar, de

despesas exclusivamente do exercício, desde que devidamente comprovado, concluir

pela REGULARIDADE;

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 62

• Ocorrendo estorno de Empenhos Ordinários (não liquidados) inscritos em Restos a

Pagar, de despesas exclusivamente do exercício, desde que devidamente comprovado,

concluir pela REGULARIDADE;

Importante 1 - Se o cancelamento de Restos a Pagar se referir a empenhos de obrigações

patronais do regime geral de previdência (INSS) ou previdência própria (RPPS) não poderá

ser acatado com regular.

Entende-se que, à época do registro desses valores no contas a pagar já deveria existir

suporte financeiro para sua quitação, tendo em vista se tratar de despesas

previdenciárias de caráter obrigatório e sem nenhuma margem de discricionariedade

quanto à sua realização. Portanto, dado que o supracitado parcelamento não elimina a

obrigação.

Importante 2 - Nos casos de cancelamento de restos não esquecer que somente é utilizado o

montante ajustado do superávit.

Exemplo 1: Balanço Patrimonial do exercício de 2011 – Passivo Financeiro maior que Ativo

Financeiro – R$ 200.000,00.

Cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 100.000,00.

No resultado financeiro permanece um déficit de R$ 100.000,00.

O déficit apontado na análise é de R$ 50.000,00 – como com os ajustes ainda

permaneceu déficit financeiro não é possível utilizar os Cancelamentos na análise.

Exemplo 2: Balanço Patrimonial do exercício de 2011 – Passivo Financeiro maior que Ativo

Financeiro – R$ 200.000,00.

Cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 220.000,00.

No resultado financeiro ocorrerá um superávit de R$ 20.000,00.

O déficit apontado na análise é de R$ 50.000,00 – poderá ser utilizado o superávit de R$

20.000,00 para ajustar o cálculo, no entanto ainda permanecerá a irregularidade.

Exemplo 3: Balanço Patrimonial do exercício de 2011 – Passivo Financeiro maior que Ativo

Financeiro – R$ 200.000,00.

Cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 280.000,00.

No resultado financeiro ocorrerá um superávit de R$ 80.000,00.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 63

O déficit apontado na análise é de R$ 50.000,00 – poderá ser utilizado o superávit de

R$ 80.000,00 para ajustar o cálculo, gerando um superávit de R$ 30.000,00. Neste caso o

item poderá ser regularizado.

A lei complementar nº 101/00 estabelece para a efetividade da gestão fiscal

responsável, a observância, entre outros, dos princípios do planejamento e do equilíbrio das

contas públicas. Como forma de proteção do princípio do equilíbrio fiscal, a LRF encarregou

a LDO de exercer diversas funções (art. 4º, I), destacando-se a destinada a dispor sobre o

equilíbrio entre receitas e despesas e a pertinente à definição de critérios e formas de

limitação de empenho, na iminência de a arrecadação tender a não suportar as metas de

resultado primário e nominal previstas para o exercício.

Em complementação prática, o art. 9º da mesma LRF determina o contingenciamento

de emissão de empenhos se percebido, ao final de um bimestre, que a realização da receita

poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal

estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. Por esse mecanismo, o Poder Executivo tinha a

responsabilidade de expedir ato próprio no montante necessário, nos trinta dias subsequentes,

limitando a emissão de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios que teria

que fixar na lei de diretrizes orçamentárias respectiva.

Divergência de valores ativo/passivo do balanço patrimonial

No caso de encaminhamento de um novo demonstrativo, na data de 31/12,

devidamente assinado e com os valores ajustados, sendo informado que as divergências

tiveram origem na ausência dos saldos iniciais ou que o relatório emitido inicialmente não

estava correto, haja vista que não foram assinaladas todas as contas que deveriam compor as

demonstrações, acatar o balanço regularizando o item.

No caso de encaminhamento de um novo demonstrativo, Balanço Patrimonial de

2013, devidamente assinado e com os valores ajustados, acatar o balanço regularizando o

item.

Considera-se regularizado o item, uma vez que o ajuste para regularização das

situações que deram causa às inconsistências foram realizados no exercício atual, com

emissão dos balanços gerados pelo sistema contábil da entidade extraído do bimestre da

realização dos ajustes, cabendo, contudo, salientar que a regularização não exime as

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 64

responsabilidades na hipótese de se verificar, em outros procedimentos fiscalizatórios,

divergências quanto às informações apresentadas neste contraditório.

No caso de encaminhamento de um novo demonstrativo, na data de 31/12,

devidamente assinado e com os valores ajustados, sendo informado que as divergências

tiveram origem em registros contábeis não efetuados ou não apresentar a motivação das

divergências, não acatar o balanço mantendo a irregularidade.

Ressalta-se que para a data base de 31/12 as demonstrações contábeis e o respectivo

sistema contábil se encontravam encerrados, não se admitindo a reabertura para ajustes de

qualquer natureza durante o transcurso do exercício contábil. Nesses casos, o ajuste para

regularização das situações que deram causa às inconsistências teriam necessariamente que

ser realizados no exercício atual, emitindo-se, após, balanços conciliados entre o sistema

contábil da Administração e o extraído do sistema SIM/AM no bimestre da realização dos

ajustes.

Responsáveis por despesas não empenhadas

Mesmo que o Atual Gestor comprove que efetuou os registros contábeis no exercício

de 2013 em Despesas de exercícios anteriores, NÃO É POSSÍVEL REGULARIZAR O

ITEM.

Muito embora o Interessado discrimine os valores e informe que o registro das

despesas ocorreu no exercício seguinte, o item não é passível de ser regularizado, pois o

registro implica em reconhecimento da realização de despesas à margem da execução

orçamentária.

Com sentido convergente à correlata norma do art. 21, parágrafo único, ambas

ocupam o primeiro lugar dentre as normas mais populares da legislação de defesa do

equilíbrio fiscal em ano de encerramento de mandato. Apesar disso, a aplicação ainda

continua sendo pivô de entendimentos vários, a começar por esquecerem-se alguns que a lei

buscou abraçar todos os compromissos e que a usual menção a Restos a Pagar, em termos do

assunto na LRF funciona como espécie de tecla de atalho para designar a proibição do art. 42,

justamente por ser a referência de mais conhecimento geral.

Falhas na publicação de informações orçamentárias e financeiras

A análise preliminar acusou a ocorrência de fato sujeito à sanção prevista em Lei, consistente

na falta da divulgação das informações requeridas pela Lei nº 131/09 e IN nº 89/2013 –

TCE/PR, o que sujeita o responsável pela administração à penalidade pecuniária.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 65

Observar que para municípios acima de 50 mil habitantes a multa é art. 87, IV,

“g”, LCE 113/2005 e abaixo de 50 mil habitantes, art. 87, III, “b” da LCE 113/2005.

NA CONTABILIDADE

RECEITAS (PRÓPRIAS E REPASSADAS)

“O recolhimento de todas as receitas do Município centralizadas em um só caixa foi

estabelecido pelo art. 56 da Lei 4.320/64. O Princípio da Unidade de Tesouraria deve ser

observado pelo Sistema de Controle Interno de cada Poder, no que tange às receitas, formas

de arrecadação, não permitindo a fragmentação desta fase.

A organização da Tesouraria deverá ser a que melhor atender às necessidades da

entidade, de forma a permitir que os estágios de arrecadação e recolhimento sejam efetuados

por estabelecimentos bancários credenciados.”2

ROTEIRO BÁSICO DE AUDITORIA DAS RECEITAS

CONTABILIDADE PÚBLICA

• Orçamento da Receita

• Receita Prevista

• Execução Orçamentária da Receita

• Receita Orçamentária arrecadada

• Receita Extraorçamentária

� Verificar se os registros das contas correspondentes à Receita estão sendo efetuados com

base nas Funções indicadas no Plano de Contas aprovado;

� Verificar se a receita prevista no orçamento inicial foi devidamente registrada para

confronto com a realizada;

� Verificar se a receita arrecadada está lançada e classificada em contas adequadas do

Sistema Orçamentário, bem como do Sistema Financeiro, cujos valores devem ser

checados entre si;

� Verificar se, no caso de arrecadação direta, o agente recebedor fornece recibo ou

autenticação em guia própria das importâncias que arrecada (Lei nº 4.320/64, art. 55);

2 Apostila Controle Interno – ISET.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 66

� Verificar se os documentos de arrecadação são considerados hábeis e satisfatórios à sua

comprovação especificando todos os dados necessários ao aprimoramento dos controles,

desde o setor originário da receita (prestação de serviço, por exemplo) até o seu

recolhimento e contabilização (analisar, se possível, os fluxos financeiros

correspondentes ao ciclo da arrecadação);

� Verificar se existe um setor específico de acompanhamento da arrecadação da receita e se

este envia regularmente à Contabilidade o mapa mensal de apuração;

� Verificar se está sendo remetida via dos documentos de arrecadação e recolhimento da

receita ao órgão de Contabilidade para fins de confronto com o mapa mensal e devida

contabilização, seguidos de arquivamento;

� Verificar se o produto da arrecadação, sem qualquer dedução, é recolhido no prazo

estabelecido, ao caixa único.

� Verificar se a escrituração da receita é feita segundo as categorias e subcategorias

econômicas, em obediência ao disposto no artigo 11, da Lei nº 4.320/64 e Classificador

da Receita;

� Verificar se os montantes das arrecadações mensais contabilizados coincidem com os

totais mensais acusados nas fichas do Diário da Receita Orçamentária da Contabilidade

Analítica;

� Verificar se os créditos desta conta são feitos em contrapartida com as contas:

a - Bancos e Correspondentes - pela arrecadação efetuada diretamente;

b - Rede Bancária C/Arrecadação - à vista dos mapas analíticos:

c- Outras Contas do Sistema Financeiro - conforme o caso;

1.1. RESTOS A PAGAR

1.1.1. OS RESTOS A PAGAR NO ART. 42 DA LRF3

Idealizada para expurgar da cultura administrativa comportamentos adversos aos

princípios do equilíbrio fiscal e da continuidade, então comumente perpetrados pelo

desvirtuamento do instituto dos Restos a Pagar (art. 36 da Lei nº 4.320, de 1964), a regra do

3 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores

e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 67

art. 42 da LRF somente aufere efetividade se houver adequada instrumentação do sistema de

planejamento e da programação financeira e orçamentária.

Com sentido convergente à correlata norma do art. 21, parágrafo único, ambas

ocupam o primeiro lugar dentre as normas mais populares da legislação de defesa do

equilíbrio fiscal em ano de encerramento de mandato. Apesar disso, a aplicação ainda

continua sendo pivô de entendimentos vários, a começar por esquecerem-se alguns que a lei

buscou abraçar todos os compromissos e que a usual menção a Restos a Pagar, em termos do

assunto na LRF funciona como espécie de tecla de atalho para designar a proibição do art. 42,

justamente por ser a referência de mais conhecimento geral.

Ainda que o título da seção em que o assunto se encontra inserido seja denominado

“dos Restos a Pagar”, para o art. 42 da LRF, consubstanciam compromissos os diversos tipos

de atos passivos que possam imediata ou mediatamente vir a serem exigidos. Afora as

obrigações por despesas realizadas, podem ser ilustrados como espécies de atos do tipo

aduzido: consignações, poupanças de terceiros, convênios, contratos, avais, fianças,

garantias, cauções, alienação antecipada de receitas e outras figuras do gênero, incluindo-se

os aditamentos, consolidações, parcelamentos e outras formas de novação de dívidas inscritas

no passivo exigível a curto prazo.

Tencionando, entre outros propósitos, a uniformidade de análise nas prestações de

contas, o Tribunal encorpa a jurisprudência com alguns estudos sobre o tema, sendo o mais

recente o Prejulgado nº 15. Com teor proveniente do Acórdão nº 1.490/11, do Pleno do

Tribunal, o julgado com força normativa dispõe os seguintes versos interpretativos:

1. a vedação estabelecida no art. 42 da Lei Complementar nº. 101/2000 se

dirige diretamente ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20,

condicionando a atuação dos titulares da chefia dos Poderes Executivos

(federal, estadual e municipal), Judiciário (federal e estadual) e Legislativo

(federal, estadual e municipal), além do Ministério Público da União e dos

Estados, Tribunal de Contas da União, do Distrito Federal e dos Estados, e

Tribunal de Contas do Município, quando houver;

2. A regra é peremptória para alcançar o final de mandato, especificamente,

os seus oitos últimos meses;

3. A princípio, o art. 42 da Lei Complementar nº. 101/2000 não possui condão

de impedir a celebração, nos últimos dois quadrimestres do mandato do

gestor, por prazo superior ao exercício financeiro ou com previsão de

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 68

prorrogação, de contratos cujos objetos se encontrem entre os previstos nos

incs. I, II e IV do art. 57 da Lei de Licitações, desde que haja suficiente

disponibilidade de caixa para pagamento das parcelas vincendas no

exercício, afastando a inscrição da despesa em restos a pagar, não se

exigindo disponibilidade em caixa de valores necessários à duração total do

contrato;

4. O ato de contrair obrigação de despesa, como a celebração de aditivos

dentro do período vedado pela norma complementar, deve ser sopesado

consoante as peculiaridades do caso, levando-se em conta a concretude dos

fatores envolvidos;

5. Dada a competência outorgada a esta Corte para o exercício do controle

externo da Administração Pública, os entes submetidos a sua jurisdição

devem encaminhar a este Tribunal os termos aditivos e respectivos contratos

celebrados nos últimos quadrimestres do mandato para fins de aferição do

cumprimento da regra de controle do art. 42 da Lei Complementar nº.

101/2000.

Nota: A implementação do item 5 (cinco) do Prejulgado aguarda a definição de

procedimentos próprios de captação, enquadramento e tramitação.

Lembrando que restos a pagar refere-se a uma das rubricas do passivo exigível de

curso prazo, a assunção de compromissos nos últimos 8 (oito) meses do final de mandato

exige lastro financeiro, ainda que a despesa seja transferida para o próximo exercício.

Portanto, infringe a LRF aquele que contrair obrigação de despesa que não possa ser

cumprida integralmente dentro do exercício ou que a inscreva em restos a pagar sem deixar

disponibilidade de caixa para o sucessor saldá-la.

Eventuais extrapolações do limite poderão ensejar juízo de valor qualitativo de caráter

individual, contrato a contrato (convênio ou outros termos da mesma importância). Quanto à

emissão do ato em si, há os casos previamente conhecidos sujeitos à geração futura de caixa

positivo, subordinados à existência de planejamento, diretrizes, objetivos e controle de metas

nas despesas continuadas, alocados em programas de investimentos de natureza plurianual.

Nessa hipótese, a emissão de empenho e a inscrição do compromisso em restos a pagar é

técnica ultrapassada pela nova ordem fiscal, em face do regime de competência preconizado

pela LRF, no seu artigo 50, inciso II.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 69

A adoção do regime de competência em seu grau mais refinado na contabilidade

pública está sendo determinado na rota da conversibilidade da contabilidade aplicada ao setor

público às normas internacionais. Nos termos do artigo 36 da Lei 4.320/64, somente poderá

ser inscrita em Restos a Pagar a despesa empenhada, mas não paga até 31 de dezembro.

Situações que também podem ser regularizadas, no plano da análise de prestações de

contas, como ajustamentos pela insuficiência de disponibilidades financeiras, são aquelas

cujas despesas foram realizadas à conta de verbas de convênios não adimplidas antes do

encerramento do exercício pela respectiva fonte de financiamento, muito embora o credor já

tenha satisfeito a sua responsabilidade contratual perante a Administração, na forma de

entrega dos bens ou a realização dos serviços contratados, estando habilitado ao recebimento

de seus créditos (art. 62 e 63 da Lei nº 4.320, de 1964).

A Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000, denominada Lei de Crimes Fiscais, tipifica

como crime, ordenar ou autorizar a assunção de obrigação em desacordo com a determinação

do referido artigo 42 da LRF.

Lembrete: O art. 59, § 1º, da Lei nº 4.320/64 veda ao Prefeito, no último mês do

mandato, empenhar despesa cujo valor ultrapasse a soma correspondente ao duodécimo da

despesa prevista no orçamento vigente. São nulos e de nenhum efeito os empenhos e os atos

praticados em desacordo com a regra supracitada, acarretando a responsabilização do

Prefeito, nos termos do art. 1º, inciso V, do Decreto-Lei Nº 201/67.

1.1.2. CANCELAMENTOS DE RESTOS A PAGAR PROCESSADOS OU NÃO RESTOS

A PAGAR PROCESSADOS/LIQUIDADOS4

A componente é variável cuja avalição é indispensável para encontrar a exatidão do

índice atingido face ao art. 42 da LRF. Apesar de alguns governos partirem para o

cancelamento de restos a pagar processados, ou liquidados, desencaminhados por distorcida

visão do art. 359-B, do Código Penal, na redação trazida pela Lei nº 10.028 de 2000, a prática

se revela calote ou, ilícita maquiagem de resultado. Ao revés e a despeito de arguições de ser

impossível a compatibilidade nesse assunto entre a LRF e a Lei de Crimes Fiscais, não se

4 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores

e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 70

deve tomar por despesas irregularmente empenhadas os restos a pagar liquidados

(processados) sem cobertura financeira.

"Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que

não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena -

detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."

Se da intenção de favorecer o calote se revestisse o código penal, de fato seria

plenamente incompatível com a ordem jurídica e as condições da LRF haveriam de

prevalecer, devido à sua precedência neste caso. E esta nada impõe a respeito do

restabelecimento do equilíbrio fiscal por vias artificiosas. Mesmo porque, para uma lei

genuinamente do ramo financeiro, seria puro contra senso prever dispositivo para o próprio

infrator burlar ditames da ciência contábil e que o ajudaria a dissimular o resultado de sua

anormal execução orçamentária e financeira. Diferente das argumentações em contrário,

parece claro que a lei está apenas estabelecendo a punibilidade daquele que infringir a norma,

e não o induzindo a travestir de legalidade o ato irregular por si praticado, anulando os

registros no encerramento do mandato. Não há, portanto, motivo para vacilações na hora de

manter no saldo contábil os restos a pagar já processados que se encontrem desemparceirados

de recursos financeiros.

1.1.3. RESTOS A PAGAR AINDA NÃO PROCESSADOS5

Alguma controvérsia também ocorre quanto à manutenção de empenhos não

processados no saldo da dívida flutuante, pois poderão ocorrer casos amparados por

disponibilidade financeira para o pagamento. Discute-se a quem cabe o encargo de processar

o cancelamento, a gestão que está deixando a cadeira ou aquele que a está recebendo. Ao que

parece ainda não se chegou a uma posição definitiva para o art. 359-F do Código Penal:

“Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do

montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:”

5 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 71

Importa saber é que - havendo estes - a nova administração está obrigada a cancelar

os restos a pagar inscritos em desconformidade com os dispositivos do art. 42, sob pena de

responder por crime fiscal, tendo em vista o art. 359-F do Código Penal.

Quanto aos empenhos não processados sustentados por lastro financeiro, costumam-se

praticar a denominada liquidação forçada ou, como dizem uns, os “restos a fazer”. Conquanto

a prática pareça imprópria por distorcer a realidade da situação patrimonial, tendo em vista o

regime de competência para as despesas e a inexistência de materialidade que possibilite a

incorporação ao patrimônio, o empenho não processado de recurso vinculado cuja receita já

tenha sido arrecadada deverá ser mantido no passivo financeiro.

A inscrição de ditos “restos a fazer” de despesas financiadas por fontes já recolhidas

ao tesouro fará efeito nulo na execução do orçamento futuro e em nada afetam a realidade do

superávit financeiro do balanço encerrado. Conforme o caso, os “restos a fazer” estão

vinculados ao cumprimento de ajustes conveniais e à demonstração do atendimento de

obrigações legais. Por isso, podem ficar dispensadas do cancelamento para reempenho no

orçamento seguinte e especificamente neste. São exemplos a saúde, diante da regra da Lei

Complementar nº 141/2012, que regula a Emenda Constitucional nº 29/2000, e no mesmo

conceito, os recursos da manutenção e desenvolvimento da educação básica, pela regra do

excesso de arrecadação do último trimestre, do § 4º, do art. 69, Lei n º 9.394/96.

Nesse item, vale aduzir acerca da implicação dos restos a pagar cancelados que os

mesmos, no novo exercício, terão que ser executados no grupo de natureza de despesa

denominado despesas de exercícios anteriores, emoldurada no art. 37 da Lei nº 4.320, de 17

de março de 1964, dispõe:

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento

respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se

tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição

interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício

correspondente, poderão ser pagas à conta de dotação específica consignada no

orçamento, discriminada por elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem

cronológica”.

Os empenhos de restos a pagar cancelados tornarão a ser empenhados no exercício

financeiro da cobrança, em prejuízo a programas aprovados para aquele período. O credor

que possuir o empenho cancelado deverá requerer seu direito primeiramente por via

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 72

administrativa e, se não obtiver sucesso, na via judicial. Fica patente, portanto, que o

cancelamento opera redução do risco de desequilíbrio fiscal e está em conformidade com a

norma respectiva à obediência à ordem cronológica da assunção do compromisso.

Reiterando que o empenho grava em si promessa da fonte de receita, para mais bem

fixar, transcreve-se do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Portaria

Conjunta STN/SOF nº 1, de 20 de junho de 2011, 4ª. Edição, p. 114, as classes em que as

despesas empenhadas podem ser agrupadas:

“(...) Dessa forma, para maior transparência, as despesas executadas devem

ser segregadas em:

a) Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do

material ou serviço, nos termos do art. 63 da Lei 4.320/1964; e

b) Despesas não liquidadas, inscritas ao encerramento do exercício como restos

a pagar não processados.

Despesas empenhadas, mas não liquidadas, inscritas no encerramento do

exercício, correspondendo a restos a pagar não processados.”

1.1.4. APURAÇÃO DA DISPONIBILIDADE FINANCEIRA6

A teor do parágrafo único do art. 42 da LRF: “na determinação da disponibilidade de

caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do

exercício”, o que a torna fator indissociável à correta aferição do cumprimento do limite dos

compromissos a pagar.

A necessidade líquida de disponibilidade financeira para cobertura das despesas

contraídas nos dois últimos quadrimestres do mandato em finalização é apurada mediante o

confronto das somatórias dos saldos de Restos a Pagar Processados, ou não Processados, por

fonte de recurso vinculado, relativos a empenhos emitidos entre 1º de maio e 31 de

dezembro, com a disponibilidade Financeira, por fonte de recurso vinculado na data do

fechamento do balanço.

6 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores

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Fica evidenciado, portanto, que a premissa de equilíbrio financeiro aludida no § 1º do

art. 1º, e a verificação do cumprimento do art. 42, seguem a linguagem segregacionista do art.

8º, parágrafo único, quanto ao controle por fonte de recursos financeiros vinculados e

ordinário (de livre alocação pelo Administrador).

1.1.5. ORÇAMENTO VIGENTE

Nos orçamentos, a viabilização de qualquer despesa autorizada depende do sucesso na

realização da fonte de recurso para cobertura, de forma que a deficiência na execução

orçamentária enseja emissão de alerta em face do artigo 59, § 1º, Inciso V, da LRF

A iniciativa privativa do projeto de lei orçamentária é do Pode Executivo (Prefeito)

nos termos do art. 165 da Constituição Federal. Este deverá ser encaminhado ao Poder

Legislativo (Câmara) até 31 de agosto de cada ano, e devolvido para sanção até o

encerramento da sessão legislativa, nos termos do art. 35, § 2º, inciso III do ADCT da

Constituição Federal.

Após a sanção do Poder Executivo (Prefeito), este tem o prazo de 30 (trinta) dias para

estabelecer a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso,

nos termos do art. 8º da LRF, bem como, dentro desse mesmo prazo, desdobrar as receitas

em metas bimestrais de arrecadação, nos termos do art. 13 da LRF (LC 101/00).

Esse instrumento servirá de parâmetro para que, se verificado ao final de um bimestre

que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado

primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério

Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias

subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, nos termos do art. 9º da LC

101/00.

Cabe ainda destacar que, nenhuma emenda poderá ser incluída ao projeto de lei de

diretrizes orçamentárias se estiver incompatível com o plano plurianual, nos termos do § 4º

do art. 166 da Constituição Federal. Em resumo, nenhum programa poderá ser executado se

os instrumentos de planejamento (PPA, LDO e LOA) estiverem incompatíveis.

Deve o controle interno acompanhar as alterações orçamentárias realizadas no

exercício, para fins de apuração do cumprimento da legalidade, seja a abertura de crédito

adicional suplementar por decreto, seja por lei específica, bem como, os créditos adicionais

especiais que somente poderão ser autorizados por lei específica.

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1.1.6. SISTEMA DE EMPENHAMENTO

A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista na Lei

nº 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.

a. Empenho

Empenho, segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade

competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento

de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.

O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento denominado

“Nota de Empenho”, do qual deve constar o nome do credor, a especificação do credor e a

importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução

orçamentária. Embora o art. 61 da Lei nº 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do nome

do credor no documento Nota de Empenho, em alguns casos, como na Folha de Pagamento,

torna-se impraticável a emissão de um empenho para cada credor, tendo em vista o número

excessivo de credores (servidores).

Caso não seja necessária a impressão do documento “Nota de Empenho”, o empenho

ficará arquivado em banco de dados, em tela com formatação própria e modelo oficial, a ser

elaborado por cada ente da Federação em atendimento às suas peculiaridades. Quando o valor

empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser realizada, o empenho poderá ser

reforçado. Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa realizada, o empenho

deverá ser anulado parcialmente. Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não

tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente.

Os empenhos podem ser classificados em:

- Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e

previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;

- Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se

pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica,

aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros; e

- Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor

determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de

aluguéis.

É recomendável constar no instrumento contratual o número da nota de empenho,

visto que representa a garantia ao credor de que existe crédito orçamentário disponível e

suficiente para atender a despesa objeto do contrato. Nos casos em que o instrumento de

contrato é facultativo, a Lei nº 8.666/1993 admite a possibilidade de substituí-lo pela nota de

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empenho de despesa, hipótese em que o empenho representa o próprio contrato.

b. Liquidação

Conforme dispõe o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação

do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do

respectivo crédito e tem por objetivo apurar

“Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I – a origem e o objeto do que se deve pagar;

II – a importância exata a pagar;

III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por

base:

I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II – a nota de empenho;

III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.”

c. Pagamento

O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque

nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular

liquidação da despesa.

A Lei nº 4.320/1964, no art. 64, define ordem de pagamento como sendo o despacho

exarado por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada seja paga.

A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos processados pelos

serviços de contabilidade.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 76

Fluxograma – Empenhamento

Descrição dos Fluxos de Trabalho

Seq

uência

Descrição

im ão /A

1 SETOR DE EMPENHO

O Setor de Empenhamento tem a função de emitir

as Notas de Empenho da despesa realizada

conforme a seguir:

1.1 Recebe a ordem de compra do setor de compras;

(emissão de empenho prévio pelo compras)

1.2 Verifica a dotação orçamentária;

1.3 Se classificação incorreta, devolve ao setor

de compras;

1.4 Se correta, emite a respectiva Nota de

Empenho;

1.5 Servidor responsável pela emissão assina o

documento e encaminha para contabilidade;

1.6 No caso de cancelamento de despesa pelo

Ordenador de Despesa ou superior, anula a Nota de

Empenho e devolve ao Setor de Compras para

anulação da despesa, consequente retorno da

dotação à origem.

Setor de empenhamento

Verificar dotação

Emite Nota de Empenho

Contabilidade

Anula Nota de Empenho

Compras (Ordem de Pagamento)

Anula Despesa

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 77

1.1.7. DÍVIDA PÚBLICA

1.1.7.1. A DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA7

Genericamente, a dívida pública consolidada de municípios considera os

compromissos de curto prazo ou dívida flutuante, e as exigibilidades de média e longa

duração do passivo permanente ou dívida fundada. O passivo de curto prazo abarca os restos

a pagar, serviços da dívida, os débitos de tesouraria e depósitos de terceiros em geral,

enquanto o endividamento de longo prazo compõe-se pelas obrigações por empréstimos e

financiamentos creditícios, parcelamentos de contribuições previdenciárias e de outras

dívidas, em ambos os grupos precatórios a pagar.

1.1.7.2. O LIMITE DA DÍVIDA PÚBLICA. (ART. 31, § 3º-LRF)8

O limite da dívida consolidada integra o sistema de vigilância constante do

enquadramento da gestão nas premissas de responsabilidades fiscais. Diferente dos demais

exercícios, no último ano de mandato as sanções pela ocorrência de excedente são impostas

imediatamente, sem aguardar os próximos três quadrimestres para o retorno, como seria o

caso nos períodos intermediários.

De modo que, se ocorrer a ultrapassagem dos limites estabelecidos para a dívida

pública consolidada no último ano de mandato do titular do poder ou órgão, as restrições

previstas na LRF aplicam-se de imediato, impedindo-se o ente de:

I – receber transferências voluntárias;

II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III – contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao

refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem a redução das despesas com pessoal.

1.1.7.3. OS LIMITES E CONDIÇÕES DA DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA9

7 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores

e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.

8 Idem

9 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores

e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 78

No exercício da competência prevista na constituição e no inciso I do artigo 30 da

LRF, o Senado Federal baixou as Resoluções n° 40 e n° 43, de 20 de dezembro de 2001,

fixando os limites de endividamento, ou de dívida consolidada, e nestes, ainda, as condições

para as contratações de operações de crédito. Assim, diante da prerrogativa estabelecida no

art. 52, VI e IX, da Constituição Federal, aos Municípios foi fixado o teto correspondente 1,2

(um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, para a dívida consolidada.

1.1.7.4. OPERAÇÕES DE CRÉDITO NÃO COMPUTADAS NO LIMITE DE

ENDIVIDAMENTO10

A Resolução nº 43 de 2001, antes referida, recebeu alterações incluindo hipóteses de

operações que não oneram o limite de endividamento. O plano de contas da contabilidade

dispõe de grupo de contas especifico para as operações enquadradas nesta condição, que são:

as operações contratadas com a União, organismos multilaterais de crédito ou instituições

oficiais federais de crédito ou de fomento, com a finalidade de financiar projetos de

investimento para a melhoria da administração das receitas e da gestão fiscal, financeira e

patrimonial, no âmbito de programa proposto pelo Poder Executivo Federal. Dentre os

programas conhecidos podem ser citados o PMAT e PNAFM; e os contratos no âmbito do

Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente - Reluz, estabelecido com base na Lei nº

9.991, de 24 de julho de 2000.

1.1.8. INFORMAÇÕES AO TRIBUNAL DE CONTAS

“O controlador interno ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou

ilegalidade, deverá comunicar formalmente ao gestor, assinando-lhe prazo para que se

manifeste e apresente, conforme o caso, plano de ação para saneamento das mesmas.

Em caso de omissão do gestor, ou em não havendo saneamento das

irregularidades ou ilegalidades conforme o plano de ação estabelecido, o controlador

interno dará imediato conhecimento ao do Tribunal de Contas do Estado do Paraná,

encaminhando o relatório de auditoria, sob pena de responsabilidade solidária.

10

Idem.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 79

O comunicado do Controlador Interno ao do Tribunal de Contas deverá informar as

providências adotadas pelo gestor para corrigir a irregularidade apurada e ressarcir o eventual

dano causado ao erário.

Todos os agentes públicos são responsáveis, proporcionalmente às suas competências

e atribuições, pela eficiência e eficácia dos controles internos.

Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical é parte legítima

para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas

do Estado.”11

11

Processo nº 40488-4/12 – TCEPR.

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Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTELHO, Milton Mendes. Controle Interno na Administração Pública Municipal.

Curitiba: Juruá, 2006.

BOTELHO, Milton Mendes. Manual de Controle Interno – Teoria & Prática. Curitiba:

Juruá, 2005.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE: Princípios Fundamentais e Normas

Brasileiras de Contabilidade – Auditoria e Perícia. Brasília, Conselho Federal de

Contabilidade, 2008.

BRASIL. Constituição da República Federativa: Promulgada em 5 de outubro de 1988.

Coleção Saraiva de Legislação. 19. Ed. São Paulo: Saraiva, 1988.

MACHADO JÚNIOR, L. Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4320 Comentada: com a

introdução de comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. 30 ed. Rio de Janeiro: IBAM,

2000/2001.

Auditoria externa, interna e governamental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2005. Auditoria

conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 1998.

MANUAL DE CONTROLE INTERNO, ISET, Curitiba – PR.

Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000.

Manual do Fundeb – MEC.

Parabéns por se qualificar!

Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos serviços públicos!

Obrigado pela atenção

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ANOTAÇÕES: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Enquete (opcional)

Nome completo:______________________________ Município:_________________

1° Como ficou sabendo do curso

( ) Site ( ) E-mail ( ) Ligação ( ) Folder ( ) Mensagem no celular

( ) Indicação ( ) Outro ______________________________________________

2º Qual sua avaliação quanto a Escola Unipública

Atendimento ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Acomodações ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Programação ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

3º Qual sua nota ao ministrante Jonias de O. e Silva ( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

4º Qual sua nota ao ministrante Luciano Marlon Ribas Machado

( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

5º Qual sua nota ao ministrante Ednilson da Silva Mota ( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

6º Qual sua nota ao Curso

( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

7º Quais temas gostaria que abordássemos nos próximos cursos ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8º Em qual hotel está hospedado, e qual nota

( ) Granville ( ) Caravelle ( ) Curitiba ( ) Del Rey ( ) Elo Inn ( ) Tibagi

( )Outro ______________

Nota:______ Justifique:_________________________________________________

9º Como realizou sua reserva

( ) Por intermédio do Departamento de Hospedagem Unipública

( ) Entrei em contato diretamente com o hotel

Deixe suas sugestões, elogios ou críticas aos Ministrantes e/ou ao Curso

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Muito obrigado! Sua opinião é muito importante para nós!

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EM CASO DE EMERGÊNCIA