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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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    A atuação da

    psicopedagogia no

    contexto hospitalarProfª Walkiria de Assis

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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    I - Introdução 3

    II – Atendimentos à Pessoa Enferma 5

    III – Aspectos Legais 14

    IV- Considerações Finais 16

    Referências Bibliográcas 18

    Referências Eletrônicas 19

    Documentos Legais 20

    SUMÁRIO

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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     Autora: Profª Ms. Walkiria de Assis*

    Contextualização: Esta aula trata da especicidade

    e relevância do atendimento pedagógico-educacional eminstituições hospitalares e congêneres. Apresenta um

    breve histórico, a legislação, os conceitos, os objetivos e

    nalidades do atendimento educacional em instituições de

    saúde, enfocando o papel do psicopedagogo.

    Pimentas são frutinhas coloridas que têm

    o poder para provocar incêndios na boca. Pois

    há ideias que se assemelham às pimentas: elas

    podem provocar incêndios nos pensamentos.

    Mas, para se provocar um incêndio, não épreciso fogo. Basta uma única brasa. Um único

    pensamento-pimenta... (RUBEM ALVES, 2012).

    *Pedagoga com especialização na educação de

    pessoas com deciência física e Mestre em Educação

    Especial pela FEUSP (pesquisa sobre Classe Hospitalar).

    Ex-professora das redes particular e estadual de ensino;

    ex-diretora do Serviço de Educação Especial da Secretaria

    de Educação do Estado de São Paulo; professora de cursos

    de especialização; assessora e consultora na área de

    Educação Especial/Educação Inclusiva; coordenadora de

    curso EAD.

    I - INTRODUÇÃO

    Fonte: nathypsicopedagoga.blogspot.com

    Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia

    (ABPp), a Psicopedagogia  é um campo de atuação em

    Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem

    humana, seus padrões normais e patológicos, considerando

    a inuência do meio - família, escola e sociedade - no seu

    desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da

    Psicopedagogia. Ela é ainda uma práxis, ou seja, umaprática fundamentada em referenciais teóricos.

    Com o intuito de esclarecimento a respeito desse campo

    de atuação, assista aos vídeos com a dra. Nádia Bossa:

     A Psicopedagogia

    http://www.youtube.com/watch?v=WiLUKGDXy0A&fe

    ature=endscreen&NR=1.

    Diagnóstico psicopedagógico

    http://www.youtube.com/watch?v=bz_emtEnXb0&pla

    ynext=1&list=PL302CE15B.

    Contexto familiar

    http://www.youtube.com/watch?v=TR6spkrqROs&list

    =PL302CE15BB32EC77F.

     A psicopedagogia possui dois campos de atuação: o

    clínico e o institucional.

    No campo clínico (terapêutico), o psicopedagogo tem

    a incumbência de trabalhar com as pessoas no sentido

    de sanar as condições inadequadas de aprendizagem e

    de promover sentimentos de autoestima. Assim sendo,

    auxilia a pessoa na percepção e no desenvolvimento de

    suas potencialidades, recupera seus processos internos

    de apreensão de uma realidade, nos diversos aspectos:

    cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos.Quando o trabalho é realizado dentro de um espaço físico

    xo para tratar problemas já instalados, costumamos

    denominá-lo “trabalho clínico”. O trabalho clínico é

    realizado em Centros de Atendimento ou de Reabilitação,

    Clínicas Multidisciplinares ou Psicopedagógicas, e as

    atividades ocorrem, geralmente, de forma individualizada.

    No campo institucional, ele pode atuar em três áreas:

    empresarial, escolar e hospitalar.

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    Na área empresarial, o psicopedagogo poderá

    contribuir com a melhoria da qualidade das relações inter

    e intrapessoais das pessoas que trabalham na empresa.

    O psicopedagogo institucional que atua na área escolar pode ajudar no trabalho do gestor, do psicólogo escolar ou

    do coordenador pedagógico, bem como no dos docentes

    em relação ao planejamento e desenvolvimento de suas

    aulas, de maneira a obter melhores resultados. Nesse

    caso, a sua função é preventiva, responsável por orientar

    e esclarecer os outros prossionais sobre assuntos ligados

    aos processos de ensino e/ou de aprendizagem, de forma a

    evitar ou detectar precocemente possíveis diculdades de

    aprendizagem. Pode também atuar com grupo de alunos(não necessariamente da mesma série) com o objetivo de

    desenvolver habilidades e competências para facilitar a

    apreensão de conteúdos.

    Na área hospitalar, ele pode colaborar no trabalho

    da equipe multidisciplinar dessa instituição, tal

    como psicólogos, assistentes sociais, terapeutas,

    enfermeiros e médicos, além dos professores 

    . Também pode auxiliar no apoio às famílias e atuar com

    crianças, jovens e adultos, ajudando-os no seu processo

    de aprendizagem nas classes hospitalares ou atuando nas

    atividades recreativas das brinquedotecas hospitalares.

    Brinquedoteca. Fonte: www.faculdadeguairaca.com.br.

    Registros Históricos Você sabe quando começou o atendimento educacional

    em hospitais?

     A classe hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri

    Sellier (ministro da Saúde da França) inaugura a primeira

    escola para crianças inadaptadas nos arredores da cidade

    de Paris. Em seguida, na Alemanha, por toda a Europa

    e nos Estados Unidos, são criados espaços educacionaispara diminuir as diculdades escolares de crianças com

    tuberculose, uma moléstia fatal e grandemente contagiosa

    naquela época. Ainda na França, em 1939, instala-se o

    CNEFEI (Centro Nacional de Estudos e de Formação para a

    Infância Inadaptada de Suresnes), com o intuito de formar

    professores para exercer a Pedagogia Hospitalar. Nesse

    mesmo ano, é criado o cargo de professor hospitalar

     junto ao Ministério de Educação (VASCONCELOS, 2005).

     Até hoje, esse centro promove estágios em regime deinternato dirigidos aos professores e diretores (gestores)

    de escolas, aos médicos de saúde escolar e às assistentes

    sociais.

    Na sequência, devido aos problemas decorrentes da

    Segunda Guerra Mundial, surgem, na Europa as escolas

    nos hospitais. O grande número de crianças e adolescentes

    atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola

    propicia um engajamento especialmente dos médicos,

    que hoje são defensores do trabalho escolar dentro dos

    equipamentos de saúde.

     Aqui no Brasil, segundo Marcos Mazzotta (1996, p. 38-

    39), há registros – nos relatórios anuais da Santa Casa de

    Misericórdia de São Paulo – que indicam o atendimento

    pedagógico especializado a decientes físicos desde 1931

    no Pavilhão Fernandinho, na gestão do Secretário de

    Educação Professor Lourenço Filho. As crianças atendidas

    estavam internadas por apresentarem problemasortopédicos, por isso as classes eram criadas como

    atendimento a decientes físicos. As criações de classes

    que se seguiram (1932, 1948, 1950 e 1969) também

    foram denominadas classes hospitalares ou conguravam-

    se como ensino hospitalar.

     Atualmente, há classes hospitalares funcionando no

    Pavilhão Fernandinho para os problemas de ortopedia

    e traumatologia: hérnia, malformação congênita,fratura, osteocondrose  ; e no pavilhão denominado

    Condessa Penteado para diversas moléstias, como lúpus 

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    , leucemia, cardiopatias, desenvolvendo atendimento

    pedagógico-educacional a crianças e jovens.

     

    Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fonte:www.inclusive.org.br/?p=18449.

    Entretanto, muitas pessoas consideram que o primeiro

    atendimento educacional em hospitais é o da classe

    hospitalar no Hospital Municipal Jesus (hospital público

    infantil do Rio de Janeiro), ainda em funcionamento, que

    iniciou ocialmente suas atividades em agosto de 1950

    para atender crianças internadas com poliomielite.

    Fonte: www.hgb.rj.saude.gov.br.

     Agora, assista ao vídeo denominado  Pedagogia

    Hospitalar, acessando: http://www.youtube.com/watch

    ?v=EHKRaPlQIP0&list=PLE7BD0FE828916262&NR=1&fea

    ture=endscreen.

    Profa. Dra. Eneida Simões da Fonseca. Fonte: www.ufjf.br.

    No primeiro estudo sobre o atendimento pedagógico-

    educacional para crianças e jovens hospitalizados na

    realidade brasileira (1999), Eneida Simões da Fonseca

    (2003) revela que, dentre as classes hospitalares que

    responderam ao questionário enviado pela pesquisadora,

    as duas com maior tempo de funcionamento situam-se na

    região Sudeste, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A hospitalização infanto-juvenil tem sido tema

    de constante interesse entre prossionais da

    saúde e da educação, ambos preocupados com

    os possíveis efeitos da mesma sobre os processos

    de desenvolvimento e de aprendizagem da

    criança e do adolescente. Isso porque o ingresso

    no hospital pode se tornar uma experiência

    extremamente complicada e difícil, já que pode

    ser visto como um lugar gerador de medo, dor esofrimento. (LEITÃO, 1990, apud NASCIMENTO,

    2004, p.48).

    Então, que tal estudarmos este instigante tema?

    II – ATENDIMENTOS À PESSOAENFERMA

    Conceituação, Objetivos eCaracterísticas da Classe Hospitalar

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    Conceituação Você sabe o que é classe hospitalar?

     

    Hospital A. C. Camargo (Hospital do Câncer de São Paulo)-Fonte: revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-

    especial/ensino-horas-diceis-427724.shtml.

    De acordo com o documento elaborado com o intuito

    de estruturar ações políticas de organização do sistema

    educacional em ambientes hospitalares e também

    domiciliares, ela está assim denida:

    Denomina-se classe hospitalar o atendimento

    pedagógico-educacional que ocorre em ambientes

    de tratamento de saúde, seja na circunstância de

    internação, como tradicionalmente conhecida,

    seja na circunstância do atendimento em

    hospital-dia e hospital-semana ou em serviços

    de atenção integral à saúde mental (MEC/SEESP,

    2002a, p. 13).

     Assista ao vídeo  Aprendizagem no Hospital,

    acessando

    http://www.youtube.com/watch?v=8QxcMfMnhOA.

    Esse atendimento pedagógico-educacional é destinado

    a crianças e jovens hospitalizados por serem vítimas de

    acidentes ou violência ou por motivo de doenças crônicas e

    outras moléstias que exigem internação para intervenções

    cirúrgicas ou outros procedimentos médicos.

    Nesse ponto, é importante lembrar que os alunos/

    pacientes, além da enfermidade, podem apresentar

    necessidades educacionais especiais decorrentes de:

    a) deciência: auditiva/surdez, física,

    intelectual, visual, múltipla e surdocegueira.

    b) Transtornos globais do desenvolvimento: psicose

    infantil, autismo e síndromes do espectro do autismo.

    c) Altas habilidades/superdotação.

    d) Transtornos funcionais especícos: dislexia,

    disortograa, disgraa, discalculia, transtorno

    de atenção e hiperatividade, dentre outros.

    Fonte: apnendenovaodessa.blogspot.com A classe hospitalar “[...] como modalidade de ensino da

    Educação Especial, enquadra-se no referencial da escola

    inclusiva por comportar um vasto leque de diferenças entre

    seus alunos-pacientes” (SILVA apud MATOS; TORRES,

    2010, p. 155).

     Algumas doenças, crônicas ou não, levam a condições

    que limitam a capacidade física das pessoas e supõem

    períodos de internação hospitalar ou de repouso, com

    duração variável. Essa situação acarreta a interrupção

    do processo escolar formal, ocasionando, muitas vezes,

    a evasão escolar pela diculdade que os alunos possam

    apresentar quando do retorno para a sala de aula ou

    mesmo pela estigmatização resultante de sequelas de

    acidentes e/ou doenças que levam à deciência.

     Vale a pena destacar que, por consequência da própria

    moléstia, em muitos casos, o processo educacional formal

    inicia-se no ambiente hospitalar ou na própria residência.[...] a continuidade de um atendimento

    educacional em âmbito hospitalar certamente

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    dependerá do empenho com que os diferentes

    prossionais e pesquisadores encarem a qualidade

    de vida da criança enferma. E principalmente

    do pedagogo que deve ter a sensibilidade de

    respeitar o sofrimento, o medo, o anseio, a dor,a agressividade, a alegria, a depressão, enm,

    todos os sentimentos da criança doente durante

    as atividades pedagógicas, além de lhe dar a

    oportunidade de expressar-se, que dá a certeza

    da continuidade da vida! (FONTES, 2004, p.

    277).

    Objetivos

    E quais são os principais objetivos desse atendimento?

    - Dar início ou continuidade aos estudos regulares,

    considerando as necessidades especiais de cada aluno/

    paciente.

    - Diminuir traumas psicológicos resultantes da

    enfermidade, da internação ou da reinternação,

    possibilitando o desenvolvimento integral do educando

    hospitalizado.

    - Manter o nível de vida tão normal quanto possível

    enquanto o aluno permanecer no hospital, respeitando

    sua fase evolutiva e seu grau de compreensão.

    - Facilitar a (re)inclusão no ambiente familiar, escolar

    e social quando do processo da alta hospitalar, atentando

    para os obstáculos de ordem física e de relacionamento

    (ASSIS, 2009, p. 92).

    Para conhecer o atendimento em um Hospital de

    Curitiba (PR), assista ao vídeo Escolarização Hospitalar.

     Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=CVu5G40H4M

     A&feature=related.

    Sala de Apoio Pedagógico no Centro Infantil Boldrini, nacidade de Campinas (SP). Fonte: http://www.boldrini.

    org.br/site2013/sala-de-apoio-pedagogico.php

    Sabemos que a escolarização desempenha um papelfundamental no desenvolvimento, na formação acadêmica

    do indivíduo que vive numa sociedade letrada como a

    nossa. Portanto, considerando a importância da educação

    escolar, você sabe quais são os elementos que representam

    uma grave ameaça ao processo de escolarização?

     A resposta é bem conhecida de todos nós: a exclusão, o

    fracasso escolar e o abandono da escola, porque impedem

    a apropriação do saber ordenado, dos instrumentos quepermitem a atuação e a transformação da sociedade e

    das condições para a elaboração de novos conhecimentos.

    Não é verdade?

    Fica claro, então, que a classe hospitalar ou o ensino

    em hospitais é um serviço educacional de grande valor,

    principalmente por reconhecer e garantir o direito de

    acesso, de manutenção e de continuidade da escolarização

    aos alunos que estão hospitalizados, evitando a evasão e

    o fracasso escolar.

     A Profa. Rejane Fontes (2004) ressalta que a “atuação

    do pedagogo em hospital deve ultrapassar a experiência

    escolar e atingir níveis diferenciados de educação.” A

    mesma autora também diz:

    Começamos a perceber nesse contexto inter-

    subjetivo do hospital, em que se interpenetram

    os conceitos de educação e saúde, uma nova

    perspectiva de educação que fertiliza a vida, poissabemos que o desejo de aprender/conhecer

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    engendra o desejo de viver no ser humano

    (FONTES, 2004, p. 276).

    Características

    Como acontece o atendimento pedagógico-educacional

    em instituições hospitalares?

    Em primeiro lugar, precisamos considerar esse

    atendimento como um serviço especializado que nasce

    da inter-relação de duas importantes áreas – educação

    e saúde –, que devem atuar de forma cooperativa com

    a nalidade de promover o desenvolvimento integral do

    aluno/paciente.

    Para que isso aconteça, a instituição de saúde deve

    oferecer espaço físico adequado para o funcionamento de

    uma sala de aula com as devidas adaptações, e o órgão da

    educação, disponibilizar o(s) docente(s).

    Essa sala deve ser instalada perto da enfermaria ou

    dos quartos para atendimento de pequenos grupos, ser

    regida por professor devidamente capacitado, e, quando

    o aluno não puder se locomover, deve ser atendido no

    próprio leito. Essas são as considerações mínimas para o

    funcionamento.

    Ortiz e Freitas (2005, p. 60) alertam: “Infelizmente,

    poucos hospitais possuem um local exclusivo para

    a escolarização, longe do barulho e interrupções da

    enfermaria, com estimulação para a livre circulação do

    ensino”.

     Veja, abaixo, fotos ilustrativas de atendimento

    educacional em hospitais.

     Atendimento no leito

     

    Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba (SP) 2003. Fonte:http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=75639.

     

    Hospital Infantil Darcy Vargas (SP) Fonte:didaticafundamental.blogspot.com.

    O atendimento pedagógico educacional no leito também

    pode ocorrer se o aluno/paciente estiver internado na UTI

    (Unidade de Terapia Intensiva) ou no isolamento, desde

    que autorizado pela equipe médica.

     Atendimento em pequenos grupos

     

    Hospital Infantil Cândido Fontoura (SP).Fonte: Fotos de Walkiria de Assis.

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    Classe no Hospital do Seridó, em Caicó (RN), fundada em2004. Fonte: classesulivanmedeiros.blogspot.com

    No contexto da classe hospitalar, devemos ressaltar aimportância do professor como elo com o mundo externo,

    despojado da ideia de doença. Esse professor  deve ser

    mediador, não só de conhecimentos acadêmicos, pois está

    diante de um processo de desestruturação do ser humano,

    portanto, deve respeitar todos os sentimentos emergentes

    e resgatar o lado saudável do aluno/paciente, auxiliando-o

    na construção de sua singularidade.

    Esse é um ponto que merece destaque: a

    necessidade da atuação do professor como

    mediador (possibilitador, favorecedor) no

    processo das interações interpessoais e com os

    objetos de conhecimento, sempre respeitando

    o ambiente sociocultural de seu aluno (ASSIS,

    2009, p. 17).

    Nesse contexto hospitalar, o psicopedagogo deve ajudar

    na orientação de crianças e adolescentes que estejam

    internados com o propósito de evitar ou reduzir o décit na

    aprendizagem causado pelo afastamento (involuntário) daescola. Esse prossional pode também auxiliar o paciente

    e sua família a encararem a internação da forma menos

    traumática possível.

    Nós sabemos que

    não é qualquer ensino que promove o

    desenvolvimento da pessoa enferma, é preciso

    uma mediação profícua para suscitar-lhe o desejo

    de superação e de participação no seu processoeducativo dentro do contexto hospitalar (ASSIS,

    2009, p. 17).

    Esse contexto possui diferenças signicativas em

    relação à escola regular.

     A respeito de algumas diferenças entre a classe

    que funciona em escola regular e a que funciona emhospital, observe o quadro a seguir, apresentado pelas

    psicopedagogas Neide de Aquino Noffs e Vivian C. B.

    Rachman (2007).

    Quadro 1 - Diferenças entre as classesregulares e as classes hospitalares

    Classe Regular Classe Hospitalar

     Alunos na mesma série Alunos em séries diferentes

     Alunos moram nomesmo município ouem local próximo

     Alunos moram em municípiose/ou estados diferentes

    Convívio diárioentre os alunos

    Grande parte dos alunos seconhece no momento da aula

    Conguração normal desala de aula com lousa,carteiras, murais e etc

    Conguração diferenciada:duas salas, com poucasmesas, cadeiras e armários

     Aproximadamente trintaalunos por classe

    Número de alunosvaria de acordo com ademanda do setor

     Alunos matriculados peloperíodo de um ano

    Não há constância efreqüência precisa dos alunos

    Professores vão àssalas de aula  Alunos se dirigem àsala, exceto quandoimpossibilitados. No caso,a aula é realizada no leito

    Conteúdos organizadosem uma seqüência

     A temática planejada temde ser iniciada e nalizadano mesmo período

     Atividades que envolvemexercícios físicos podem serrealizados sem restrições

    Deve-se atentar àslimitações apresentadaspelos alunos-pacientes

    Exsite possibilidade depropor e de “cobrar”atividades extraclasse

    Pode-se deixar comosugestão algumasatividades extraclasse, sem

     “cobrar” sua execução

     Ao analisarmos as diferenças apontadas no quadro

    acima, podemos perceber que a dinâmica do ensino no

    hospital é distinta de uma escola regular. Dessa maneira,

    é preciso registrar que o processo de avaliação dos alunos

    no contexto hospitalar requer tempo e meios também

    diferentes.

    Sendo assim, é indispensável que o professor esteja

    preparado para atuar num ambiente muito diferente dasala de aula de uma escola regular e para tornar-se um

    educador capaz de concretizar uma prática educacional

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    sociointerativa que realmente responda às necessidades

    dos alunos/pacientes.

    Sobre isso, Ortiz e Freitas (2005, p. 64-5) pronunciam-

    se:O que-fazer docente atenta para a

    singularidade do aluno, acenando para um

    processo de ensino permeado de afetividade

    e alegria de viver, fazendo do hospital um

    espaço de teoria em movimento permanente de

    construção-desconstrução-reconstrução.

    Outros atendimentos

    E como acontece a educação lúdica?

    Muitas pessoas confundem brinquedoteca hospitalar

    com classe hospitalar. Você sabe a diferença?

    No Brasil, a Lei nº 11.104 de 21 de março de 2005

    - que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de

    brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam

    atendimento pediátrico em regime de internação -

    representa uma contribuição valiosa para a concretização

    de um trabalho mais humano nos hospitais de todo o

    território nacional.

    Drauzio Viegas (2007, p. 11) explicita o que é a

    brinquedoteca hospitalar:

    [...] um espaço no hospital, provido de

    brinquedos e jogos educativos, destinado aestimular as crianças, os adolescentes e seus

    acompanhantes a brincar no sentido mais amplo

    possível e conseguir sua recuperação com uma

    melhor qualidade de vida.

    O pediatra Viegas considera a brinquedoteca

    hospitalar um dos recursos mais importantes para a

    efetiva humanização nos hospitais, proporcionando uma

    interação saudável entre os pacientes, seus familiares eos prossionais de várias áreas de atuação, inclusive o

    psicopedagogo.

     

    Brinquedoteca de Viçosa (MG). Fonte: brinquedotecahss.blogspot.com.

     As atividades lúdicas fazem parte da vida do ser

    humano, especialmente da criança. Entretanto:

    Infelizmente, a criança quando passa para

    o ambiente hospitalar, muitas vezes, ca

    impossibilitada de brincar. Isto porque o processo

    de hospitalização rompe com sua rotina, com

    seus brinquedos, com seus amigos, com sua

    alegria e a expõe a procedimentos hospitalares

    que são invasivos e dolorosos (HAUSER, 2009,

    p. 5).

    Nesse sentido reside a importância da brinquedoteca

    hospitalar, pois ela simboliza “[...] o direito da criança,

    do adolescente ou do adulto ao reconhecimento de suas

    necessidades lúdicas e afetivas”   (CUNHA, 2007 apud

     VIEGAS, 2007, p. 74). Logo, a proposta é que cada pessoa,

    a despeito de quaisquer características e/ou de suas

    condições de saúde, possa ser protagonista no contexto

    da brincadeira.

     Aproveite este momento para conhecer um vídeo

    sobre a  Brinquedoteca do Hospital Alcides

    Carneiro, acessando: http://www.youtube.com/

    watch?v=iIWpTDunAKI.

     A seguir, fotos de brinquedotecas hospitalares.

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    Hospital A. C. Camargo (SP capital)

    Hospital doServidor Público Estadual (SP capital)

    Fonte: Fotos de Walkiria de Assis

    Projeto Brilhar- Ponta Grossa (PR). Fonte: http://brinquedotecahospitalar.blogspot.com.br/.

     Assista também ao vídeo Brinquedoteca Servas

    (Serviço Voluntário de Assistência Social - MG): http://www.youtube.com/watch?v=ViDVWaGaMbY 

     Aprendemos com Heymeyer e Ganem (2004) que é

    durante as brincadeiras que a criança adquire a consciência

    de si e do outro; o brincar dá a ela a oportunidade de

    interagir com outras pessoas e de desenvolver sentimentos

    de autoconança e competência. É por isso que o brincardeve ser divertido, espontâneo, voluntário e feito pelo

    prazer de fazer. Essas autoras alertam-nos: “Um fator

    importantíssimo é possibilitar a interação da criança

    com o meio ambiente de maneira que ela provoque

    transformações no ambiente e nas suas estruturas

    mentais, motoras e sensoriais” (2004, p. 20).

    Tanto a classe hospitalar como a brinquedoteca

    preocupam-se com o atendimento mais humano à pessoahospitalizada e a seus familiares, fortalecem interações

    pessoais e minimizam os impactos causados pelo contexto

    da enfermidade. Entretanto, é preciso saber que a classe

    hospitalar objetiva

    [...] atender pedagógico-educacionalmente

    às necessidades do desenvolvimento psíquico

    e cognitivo de crianças e jovens que, dadas as

    suas condições especiais de saúde, se encontramimpossibilitados de partilhar as experiências

    sócio-intelectivas de sua família, de sua escola

    e de seu grupo social (FONSECA, 2003, p. 12).

    Dessa maneira, visa assegurar, principalmente, a

    conservação dos vínculos escolares, proporcionando

    a continuidade ou mesmo o início dos estudos, além

    de oferecer as condições necessárias de participação

    nas atividades para crianças e jovens que estejam com

    problemas de saúde, que poderão ser temporários ou

    permanentes.

     

     As atividades lúdicas, as comemorações de datas festivas,

    a atuação dos “Doutores da Alegria”1 e outros importantes

    projetos recreativos são procedimentos decisivos para

    a pessoa enfrentar o adoecimento, o isolamento do seu

    convívio social, o sofrimento físico, as sequelas das

    1 Equipe composta por palhaços (atores profssionais) que atuam em hospitaispúblicos de quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte.

    Desde 1991, o grupo interage com os doentes e os profssionais das instituições

    hospitalares, por meio de um método que adapta técnicas teatrais para o cenário

    hospitalar.

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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    doenças, a aceitação dos tratamentos médicos e do

    período de internação.

    Para ter maior conhecimento sobre a importância de

    um trabalho que proporciona divertimento, assista aovídeo Doutores da Alegria - Um Resumo, acessando:

    http://www.youtube.com/watch?v=UKdukF8CGyc&NR=1

    &feature=endscreen.

    Hospital Unimed Sul Capixaba, de Cachoeiro de Itapemirim(ES), 2009. Fonte: www.ojornalonline.com.br

    Por um lado, é necessário deixar claro que:

     A educação lúdica ou o brincar como promoção

    de saúde não substituíram a necessidade de

    as classes hospitalares se ocuparem com as

    questões didático-pedagógicas da produção de

    conhecimento e da produção de relações de

    aprendizagem. (FONSECA, 1999, p. 122).

    Por outro lado, não podemos nos esquecer de que a

    classe hospitalar pode e deve se valer de projetos lúdicos

    e atividades recreativas como ferramentas para provocar

    o desenvolvimento e a aprendizagem; no entanto, seuponto central é a prática educativa. Ela está vinculada

    ao sistema de ensino como um atendimento educacional

    especializado e ao sistema de saúde como um programa

    de atenção integral aos educandos em tratamento nas

    instituições hospitalares e congêneres.

    O professor é o responsável pela prática educativa,pelo desenvolvimento dos conteúdos acadêmicos na

    classe hospitalar, mas o psicopedagogo pode prestar

    contribuições efetivas para o trabalho pedagógico.

     A classe hospitalar constitui-se num serviço que é

    direito das pessoas enfermas:

    Este é um lócus  social e político, onde

    muitas crianças poderão usufruir de seu direitoà saúde à educação, em igual condição. Nesse

    local há espaço tanto para professores como

    psicopedagogos [grifo meu], ambos com

    papéis distintos, porém complementares.

    (NASCIMENTO; FREITAS apud MATOS; TORRES,

    2010, p. 155).

    Para você entender melhor as contribuições da

    Psicopedagogia para o Atendimento Pedagógico Hospitalarleia o artigo de Michelle Cristina Carioca de Lima e Maria

    Cristina Natel, acessando: http://pepsic.bvsalud.org/

    scielo.php?pid=S010384862010000100013&script=sci_ 

    arttext.

    E o que você sabe sobre o atendimento domiciliar?

     

    Fonte: www.araucaria.pr.gov.br.

    Há situações em que o aluno oriundo da classe

    hospitalar, mesmo em condição de pós-alta, ainda não seencontra apto a frequentar a escola regular. Para atender

    às necessidades de alunos em convalescença, como

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

    13

    também de outros educandos acometidos por doenças e

    impossibilitados de ir à escola, existe a possibilidade de o

    atendimento pedagógico ser realizado em domicílio.

    No documento da Secretaria de Educação Especial doMEC (BRASIL, 2002a), temos a seguinte denição:

     Atendimento pedagógico domiciliar é o

    atendimento educacional que ocorre em ambiente

    domiciliar, decorrente de problema de saúde que

    impossibilite o educando de frequentar a escola

    ou esteja ele em casas de passagem, casas de

    apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio

    da sociedade.

    Fonte: smedaraucaria.blogspot.com.Para conhecer um pouco do atendimento domiciliar

    realizado na cidade de Araucária (PR), assista ao

    vídeo, acessando: http://smedaraucaria.blogspot.com.

    br/2010/12/smed-oferece-atendimento-domiciliar.html.

    O atendimento pedagógico deverá ser

    orientado pelo processo de desenvolvimento e

    construção do conhecimento correspondente à

    educação básica, exercido numa ação integradacom os serviços de saúde. A oferta curricular ou

    didático-pedagógica deverá ser exibilizada, de

    forma que contribua com a promoção de saúde

    e ao melhor retorno e/ou continuidade dos

    estudos pelos educandos envolvidos. (BRASIL,

    2002A, p. 17).

    Esse atendimento também é utilizado para beneciar

    crianças e jovens que apresentam diculdades de

    comportamento e/ou orgânicas persistentes e de elevada

    gravidade que possam tornar inviável o desenvolvimento

    da escolaridade no contexto da escola regular.

    Papel do Psicopedagogo

    E como é o atendimento psicopedagógico no contexto

    hospitalar? Qual o papel do psicopedagogo?

    Primeiramente, o psicopedagogo que vai atuar no

    hospital precisa estar ciente de que:

     A doença e a hospitalização desenvolvem no

    enfermo sentimentos de insegurança, medo de

    morte, aição, entre outras emoções negativas.

    O próprio ambiente hospitalar acentua estes

    sentimentos, por suas características e pelo

    padrão hospitalar que não valoriza os aspectosrelacionados aos sentimentos, não percebem que

    os hospitalizados são mais que corpos doentes.

    (JESUS, 2009 apud MATOS, 2009, p. 89).

    Depois, vamos considerar o que a psicopedagoga

    Claudia Terra do Nascimento arma:

    Muitas são as modalidades de inserção do

    psicopedagogo no contexto hospitalar. É possívelencontrarmos psicopedagogos atuando em

    serviços hospitalares tradicionais, tais como

    pediatria, psiquiatria e neurologia, compondo a

    equipe multiprossional desses setores. Também

    é possível a atuação do psicopedagogo na equipe

    das classes hospitalares e das brinquedotecas

    hospitalares. Em todos esses casos, o

    psicopedagogo atua inserido nas equipes,

    atuando com os problemas de aprendizagem de

    crianças que estão em processo de hospitalização

    (NASCIMENTO; FREITAS apud MATOS; TORRES,

    2010, p. 33).

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    Classe Hospitalar na Casa Durval Paiva de Apoio à Criança com Câncer,fundada em 1995 em Natal (RN). Fonte: www.caccdurvalpaiva.org.br.

     Agora, vamos aos pontos essenciais para uma ecienteatuação do psicopedagogo:

    - Implementar, em parceria com as equipes,

    programações lúdicas para promover a alegria e bem-

    estar dos internados e seus familiares.

    - Saber diferenciar o trabalho da brinquedoteca

    hospitalar e de outras atividades lúdicas do trabalho da

    classe hospitalar.

    - Reconhecer a classe hospitalar como um atendimento

    educacional especializado que favorece o desenvolvimento

    do aluno enfermo e a sua (re)inclusão social/escolar.

    - Compreender que a escolarização do aluno enfermo,

    durante seu afastamento da escola, deve ser realizada pelo

    professor da classe hospitalar, vinculado à escola regular,

    para dar continuidade e validade ao seu histórico escolar.

    - Dar apoio ao professor para ajudá-lo a atuar num

    ambiente muito diferente da sala de aula de uma escola

    regular.

    - Realizar avaliação psicopedagógica quando do

    ingresso dos alunos na instituição hospitalar, para auxiliar

    na programação das atividades pedagógicas.

    - Contribuir com estratégias diversicadas para otrabalho do professor da classe hospitalar, assumindo seu

    papel de participante na formação integral dos alunos

    enfermos.

    - Ajudar na busca de diferentes formas de expressão

    do conhecimento para o desenvolvimento das açõespedagógicas e da avaliação do processo de ensino e de

    aprendizagem.

    - Cooperar no processo de reintegração do aluno/

    paciente no ambiente familiar, escolar e social quando do

    processo da alta hospitalar.

     Assim, cabe ao psicopedagogo, conforme nos

    apontam Matos e Mugiatti, (2006, p.56), o auxíliono desenvolvimento de atitudes favoráveis

    ao tratamento e às atividades educativas,

    mantendo a convalescença de modo adequado,

    alcançando a “autoacomodação”. Por isso, apesar

    de considerarem importante o trabalho aos

    problemas de aprendizagem, colocam também a

    importância do trabalho psicopedagógico a nível

    psicossocial, desenvolvido através de atividades

    que auxiliem na adaptação ao hospital, bemcomo a minimizar problemas psicossociais.

    (Nascimento e Freitas, apud MATOS & TORRES,

    2010, p. 35).

    III – ASPECTOS LEGAIS

    Fonte:decienciatransitoria.blogspot.com

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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    Em relação ao atendimento pedagógico educacional

    para as pessoas enfermas, você conhece as leis que estão

    em vigência no nosso país?

    É  importante salientar que a política educacionalbrasileira, com base em preceitos constitucionais, assegura

    a todas as pessoas o direito de acesso e permanência na

    escola (artigo 3º, inciso I da Lei de Diretrizes e Bases da

    Educação Nacional, Lei  nº 9.394/96), promovendo uma

    sociedade com escolas abertas a todos.

     Ainda na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

    (1996):

    - Atribui-se “ao poder público a responsabilidade

    de garantir a obrigatoriedade de ensino e criar formas

    alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino,

    independentemente da escolarização anterior” (art. 5º, §

    5º).

    - Está expresso no art. 23, que a educação básica

    poderá organizar-se de diferentes formas, “sempre que o

    interesse do processo do processo de aprendizagem assimo recomendar”.

    - Dene-se que, para os alunos com necessidades

    educacionais especiais, os sistemas de ensino deverão

    assegurar serviços especializados e currículos, métodos,

    técnicas, recursos educativos e organizações especícas

    para atender às suas necessidades (capítulo V, arts. 58 e

    59).

     Assim sendo, nos casos em que o processo educacional

    em escolas regulares deva ser interrompido por problemas

    de saúde, há possibilidade de atendimento educacional

    em instituições hospitalares ou congêneres e, também,

    em domicílio, nas situações em que se justiquem tais

    providências.

    Para assegurar o direito à educação escolar para

    crianças e adolescentes enfermos, a legislação federal

    vigente garante o atendimento educacional especializado,que deve responder às peculiaridades e interesses dessa

    população, em parceria com a área da saúde. São elas:

    - Decreto-Lei nº 1.044, de 24/10/1969, que dispõe

    sobre tratamento excepcional para alunos portadores de

    afecções.

    - Lei nº 7.853 de 24/10/1989, artigo 2º, inciso I, alínead, que trata da obrigatoriedade de programas de Educação

    Especial em unidades hospitalares.

    - Lei nº 8.069, de 13/07/1990 (Estatuto da Criança e

    do Adolescente), que trata dos direitos das crianças e dos

    adolescentes.

    - Resolução nº 41 de 13/10/1995 que expressa os

    direitos da criança e do adolescente hospitalizados.

    - Lei nº 9394, de 20/12/1996 (Lei de Diretrizes e Bases

    da Educação Nacional), no art. 58, § 2º, estabelece o

    atendimento educacional em classes, escolas ou serviços

    especializados, sempre que, em função das condições do

    aluno, não for possível sua integração no ensino regular.

    - Decreto nº 3.298 de 20/12/1999, art. 24, inciso V, que

    dispõe sobre a obrigatoriedade de serviços de educaçãoespecial em unidades hospitalares e congêneres.

    - Resolução CNE/CEB nº 2, de 11/09/2001 - que institui

    Diretrizes Nacionais para a Educação Especial -, em seu

    artigo 13, §§ 1º e 2º, assegura, em ação conjunta com

    os sistemas de saúde, a organização do atendimento

    educacional especializado a alunos impossibilitados de

    frequentar aulas nas escolas em razão de tratamento de

    saúde.

    - Resolução CNE/CNB nº 4, de 2/10/2009 – que institui

    Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional

    Especializado na Educação Básica, modalidade Educação

    Especial –, em seu artigo 6º, resolve que, em casos de

     AEE em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada

    aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a educação

    especial de forma complementar ou suplementar.

     Após o conhecimento da legislação em âmbito federal,podemos observar que desde a década de 1960 há

    dispositivos legais que norteiam o atendimento educacional

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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    em ambientes hospitalares, porém a intensicação desse

    atendimento é observada a partir da década de 1990.

     As unidades federadas (os Estados brasileiros) possuem

    legislação própria para a criação e manutenção doatendimento pedagógico às pessoas enfermas, por meio

    de classes hospitalares, escola hospitalar e atendimento

    domiciliar. O conhecimento dessa legislação, vocês poderão

    obter por intermédio do Conselho Estadual de Educação

    de cada Estado ou mesmo pelas Secretarias de Educação.

    IV- CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Classe hospitalar do Rio de Janeiro. Fonte: www.rio.rj.gov.br.

    Pense na situação da pessoa internada no hospital:

    ela vê-se num ambiente estranho, ressente-se da falta de

    familiares e amigos, sente-se fragilizada ou mesmo culpada

    pela doença, muitas vezes sentindo dores e com medo de

    morrer, o que a deixa confusa e desamparada. Então, no

    atendimento hospitalar, além dos cuidados que a ciência

    médica oferece para controlar ou sanar os problemas de

    saúde, é de suma importância diminuir os sofrimentos

    e traumas psicológicos resultantes da internação, das

    cirurgias ou dos tratamentos prolongados e invasivos.

    Diante dessa realidade, é necessário implementar uma

    atitude de humanização nos hospitais, começando por

    ter um real interesse e respeito pela pessoa enferma e

    seus familiares e culminando com procedimentos mais

    solidários que propiciem conforto e qualidade de vida.

    Não há dúvida de que a educação hospitalar é parteintegrante de um programa de humanização. Nós podemos

    armar que a classe hospitalar, visando responder às

    necessidades educacionais especiais da pessoa enferma,

    é uma forma diferenciada de atendimento que leva à

    inclusão de direitos e evita a exclusão social/escolar. Porém

    é preciso tomar alguns cuidados:

    - As propostas pedagógicas meramente recreativas

    ou assistencialistas não atendem aos reais propósitos do

    ensino em classes hospitalares, isto é, além de não serem

    apropriadas, não favorecem a inclusão social/escolar dos

    alunos/pacientes.

    - O professor sem apoio e uma adequada preparação

    pode não atender às necessidades tanto dos familiares

    como dos alunos enfermos e gerar relações conituosascom as pessoas que compõem a equipe da saúde.

    - Os prossionais da saúde não podem tratar a

    enfermidade como um processo objetivo e estático,

    desprovido de seu caráter pessoal e histórico, sem levar em

    conta o ser humano que está vivenciando esse processo

    (ASSIS, 2009, p. 164).

    É fundamental ressaltar que  estamos diante de umatendimento pedagógico-educacional direcionado às

    pessoas que apresentam necessidades educacionais

    especiais, decorrentes de sua condição de saúde. Portanto,

    é importante recomendar:

    - O currículo deve ser exível e multicultural, para

    possibilitar o atendimento aos percursos individuais dos

    alunos/pacientes e eles se sentirem agentes do processo

    educacional e do seu tratamento, podendo transformar a

    realidade.

    - A avaliação do aluno durante seu afastamento da

    escola, seja na internação hospitalar ou na permanência

    em domicílio, deverá ser realizada pelo professor que o

    atende.

    - A escola vinculadora da classe hospitalar deve

    supervisionar e estar atenta ao trabalho desenvolvido pelo

    professor, pois este faz parte de sua equipe pedagógica.

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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    - Os professores não podem car solitários em seu

    trabalho docente; precisam encontrar mais tempo, espaço

    e disponibilidade interna para compartilharem suas

    experiências e dúvidas, reetirem sobre suas práticas

    pedagógicas e procurarem, conjuntamente, melhoresrespostas para agir e produzir mudanças.

    - O professor como mediador das relações interpessoais

    e dos objetos de conhecimento é quem busca motivar o

    aluno/paciente a superar suas diculdades, fomentando o

    despertar do desejo de interagir e construir, de maneira

    participativa, valores, atitudes e saberes.

    - Os pais precisam ser esclarecidos sobre a doençae suas consequências, as necessidades especícas, os

    cuidados necessários e as possibilidades de cura e/ou

    tratamento para que possam dirimir suas dúvidas, acabar

    com preconceitos e, assim, terem condições de lutar e

    apoiar seus lhos.

    - As escolas precisam reconhecer o direito ao

    atendimento educacional em domicílio, em hospitais e

    instituições congêneres, assim como sua responsabilidadeem contribuir e assumir seu papel de participante da

    formação integral dos alunos enfermos (ASSIS, 2009, p.

    162-163).

    Neste momento, vale a pena reetir sobre:

     A preocupação com a formação mais

    consistente dos prossionais, direcionada

    às demandas das pessoas enfermas e às

    contingências do ambiente hospitalar –

    ressaltando a importância do olhar diferenciado e

    da escuta sensível2 [grifo meu], os conhecimentos

    sobre os diferentes tipos de doença, os

    cuidados, os medicamentos, enm, o contexto

    da rotina hospitalar – e, primordialmente,

    orientada para a construção de um trabalho de

    parcerias (trabalho conjunto, colaborativo) mais

    humanizado, que possibilite encontrar caminhos

    para a reconstrução, dando sentido à vida das

    pessoas que adoeceram (ASSIS, 2009, p. 161).

    2 Escuta sensível – expressão criada por Ceccim.

    E, para nalizar, é fundamental a obrigatoriedade

    - a exemplo do que já ocorre com a implantação de

    brinquedotecas - de criação do atendimento pedagógico-

    educacional (classe hospitalar) em todos os hospitais, com

    prossionais da educação devidamente formados para odesempenho de sua função docente em instituições de

    saúde.

    Se você quiser ampliar seus conhecimentos sobre este

    tema, acesse:

    http://www.classehospitalarhicf.blogspot.com.

    http://www.escolahospitalar.uerj.br.

    http://www.accamargo.org.br/centrodeensino.

    www.boldrini.org.br.

  • 8/18/2019 apostila hospitalar

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     A atuação da psicopedagogia no contexto hospitalar

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