apostila de direito processual do trabalho
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Direito Processual do TrabalhoTRANSCRIPT
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Direito Processual do Trabalho
Mário Vitor Suarez Lojo
Direito Processual do Trabalho
Informações preliminares:
• Bibliografia sugerida:
Consolidação das Leis do Trabalho, atualizada, ou consulta ao site
www.presidencia.gov.br;
Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST;
Sinopses Jurídicas ou apostilas fornecidas pelo IBENAC;
Dúvidas via computador.
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Aula 01:
Assunto(s) desta Aula:
Princípios e peculiaridades do direito processual do trabalho
Princípio da inafastabilidade da jurisdição - “Nenhuma lesão será subtraída ao
controle da jurisdição.”
Art. 5º, XXXV, CF/88 - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito.
Mitigação constitucional
Art. 114, §2º, CF/88 - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho,
bem como as convencionadas anteriormente
Art. 217, §1º, CF/88 - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina
e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
desportiva, regulada em lei.
Interpretação conforme a Constituição Federal
Art. 625-D, CLT – “Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à
Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços,
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houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da
categoria.”
Posição do STF : livre acesso ao Judiciário, independentemente de instauração
ou da conclusão do procedimento perante a Comissão de Conciliação Prévia
“A Constituição Federal em vigor, ao contrário da pretérita, é exaustiva quanto
às situações jurídicas passíveis de ensejar, antes do ingresso em juízo, o
esgotamento da fase administrativa, alcançando, na jurisdição cível-trabalhista,
apenas o dissídio coletivo.” (STF, Pleno, ADI 2160 e ADI 2139, j. 13/05/2009,
DJ 23/12/2009)
Princípio da Motivação - “Necessidade de argumentação, com suportes nas
fontes normativas existentes.”
Art. 93, IX, CF/88 - Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a
lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação
Art. 832, CLT – Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do
pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a
respectiva conclusão.
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“A fundamentação da sentença é sem dúvida uma grande garantia de justiça,
quando consegue reproduzir exatamente, como num levantamento topográfico,
o itinerário lógico que o juiz percorreu para chegar a sua conclusão, pois se
esta é errada, pode facilmente encontrar-se, através dos fundamentos, em que
altura do caminho o magistrado se desorientou.” (CALAMANDREI, Piero. Eles,
os juízes, vistos por nós, os advogados. Clássica, Lisboa, 7 ed., s.d, p. 143)
RECURSO DE REVISTA - NULIDADE - NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. Se a pretensão à complementação da prestação jurisdicional
importa esclarecimento de questões de fato imprescindíveis ao deslinde da
controvérsia, revela-se a emissão de tese explícita, pelo julgador de origem,
para o aperfeiçoamento da tutela jurisdicional perseguida e a garantida do
princípio constitucional da motivação das decisões judiciais inserido no art. 93,
inciso IX, da Constituição da República. Recurso de revista conhecido e provido.
(RR 304000-40.2006.5.12.0053, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello
Filho, Data de Julgamento: 15/06/2011, 1ª Turma, Data de Publicação:
24/06/2011)
RECURSO DE REVISTA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O Tribunal
Regional de origem esgotou a apreciação da matéria, tendo consignado os
fundamentos que lhe formaram a convicção, bem como apreciado as questões
relevantes para o deslinde da controvérsia, configurando-se, assim, a efetiva
prestação jurisdicional. Não conhecido. (RR - 126400-26.2006.5.17.0010,
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Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de Julgamento: 08/06/2011, 5ª
Turma, Data de Publicação: 17/06/2011)
Revisibilidade das decisões - Garantia do reexame das decisões. Como não foi
expressamente previsto pela Constituição é permitido sua flexibilização na
legislação inferior, por exemplo, o art. 2º, §4º, da Lei 5.584/70.
ALÇADA. VALOR DA CAUSA. INFERIOR À DOBRA DO MÍNIMO. MATÉRIA
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA MATERIAL. JUSTIÇA DO TRABALHO. AÇÃO
DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. RECURSO ORDINÁRIO.
CABIMENTO. -Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso
caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o
parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data
do ajuizamento da ação.- (Artigo 2º, § 4º, da Lei nº 5.584/70) Viola o
dispositivo legal em foco acórdão regional que, a despeito de não atingida a
alçada, valor da causa inferior ao dobro do mínimo legal, vigente à época em
que ajuizada a ação trabalhista, não conhece de recurso ordinário que versa,
em parte, sobre matéria de índole constitucional. Na espécie, a discussão gira
em torno da competência material da Justiça do Trabalho para dirimir questão
na ação em que se postulam honorários advocatícios. Conhecido e provido.
(TST, RR 192700-26.2009.5.09.0094, Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data
de Julgamento: 22/06/2011, 5ª Turma, Data de Publicação: 01/07/2011)
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Súmula 365/TST - ALÇADA. AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA.
Não se aplica a alçada em ação rescisória e em mandado de segurança.
Súmula 356/TST - ALÇADA RECURSAL. VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO. O
art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988,
sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo.
Súmula 71/TST. A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu
ajuizamento, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do
processo.
Publicidade dos atos do processo - Caráter público dos atos do processo
5º, LX, CF/88 - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
770, CLT – Os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas.
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO. INVERSÃO POR PREJUDICIALIDADE.
NULIDADE. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA SENTENÇA. Decisão regional que
rejeita arguição de nulidade processual por falta de intimação da sentença,
forte na ausência de manifesto prejuízo - pedra de toque das nulidades no
processo do trabalho, na linha do brocardo pas de nullité sans grief, a teor do
art. 794 da CLT -, não macula os arts. 5º, XXXVI e LV, e 93, IX, da Lei Maior e
852 da CLT nem o entendimento vertido na Súmula 197/TST. (TST, RR
1783000-94.1999.5.09.0001, Relatora Ministra: Rosa Maria Weber, Data de
Julgamento: 24/11/2010, 3ª Turma, Data de Publicação: 03/12/2010)
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Imparcialidade do juiz - O órgão julgador deve manter-se eqüidistante das
partes.
Art. 801, CLT - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e
pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos
litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição,
salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do
processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já
a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou,
finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
REMESSA DE OFÍCIO. MANDADO DE SEGURANÇA. INQUÉRITO
ADMINISTRATIVO. SUSPEIÇÃO. Suspeição é desconfiar da equidade de alguém
que se encontra envolvido no julgamento de outrem. Trata-se, com efeito, de
um instituto imbuído na missão de assegurar às partes um julgamento não
tendencioso. O fundamento da suspeição alegada, no presente caso está
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inserido no inciso I do artigo 135 do CPC, pelo fato de ter a juíza Presidente da
Comissão da Sindicância aberta contra a impetrante, denunciado a recorrida,
no desenrolar da apuração da sindicância, no crime de calúnia. Neste passo,
entende-se que a Juíza Ruth Barbosa Sampaio ao se sentir caluniada pela
impetrante, e, consequentemente, ter contra ela apresentado denúncia penal,
perdeu a imparcialidade, que é condição essencial para atuar como Presidente
da Comissão de Inquérito Administrativo instaurado contra a ora recorrida,
caracterizando, nitidamente, a sua suspeição. Remessa de ofício não provida.
(TST, ED-RXOFROMS - 2271500-31.2002.5.11.0900, Relator Ministro: Renato
de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 06/10/2005, Tribunal Pleno, Data de
Publicação: 28/10/2005)
Conciliabilidade - Tentativa obrigatória de conciliação antes de impor a vontade
do Estado-Juiz.
Art. 764, CLT - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da
Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
Art. 831, CLT - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a
proposta de conciliação.
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Aula 02:
Art. 846, CLT - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
Art. 850, CLT - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em
prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou
presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será
proferida a decisão.
Art. 852-E, CLT - Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre
as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a
solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência.
Art. 860, CLT - Recebida e protocolada a representação, e estando na devida
forma, o Presidente do Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do
prazo de 10 (dez) dias, determinando a notificação dos dissidentes, com
observância do disposto no art. 841.
Celeridade e economia do processo – Previsão de prazos curtos e
improrrogáveis, e concentração dos atos processuais - máximo de atuação da
lei com o mínimo de atividade processual. Tais princípios beneficiam os
trabalhadores dado o caráter alimentar do salário.
DENUNCIAÇÃO À LIDE. Não obstante o cancelamento da Orientação
Jurisprudencial nº 227 da SBDI-1 do TST e a ampliação da competência da
Justiça do Trabalho pela Emenda Constitucional nº 45/2004, o cabimento do
instituto da denunciação à lide deve ser examinando caso a caso, à luz da
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competência desta Justiça Especializada para dirimir a controvérsia entre
denunciante e denunciado e dos princípios que norteiam o Processo do
Trabalho, especialmente o da celeridade, efetividade e simplicidade. Recurso de
revista não conhecido. (TST, RR 44400-19.2006.5.01.0008, Relator Ministro:
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 24/02/2010, 3ª
Turma, Data de Publicação: 12/03/2010)
Inaceitação da inépcia - Certa margem de tolerância. Forte poder saneador do
magistrado.
Súmula 263/TST - PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO
OBRIGATÓRIA DEFICIENTE. Salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro
requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade
em 10 (dez) dias, a parte não o fizer.
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL - PRAZO PARA EMENDA OU COMPLEMENTAÇÃO
- SÚMULA Nº 263 DESTA CORTE. Registrando o Regional que não houve
pedido de condenação da empresa no pagamento de multa prevista no artigo
477, § 8º, da CLT, correta a decisão que declarou inepta inicial, nesse
particular. Inteligência do artigo 295 do CPC e Súmula nº 263 da Corte. Recurso
de revista não conhecido. (RR 30100-27.2008.5.15.0094, Relator Ministro:
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Milton de Moura França, Data de Julgamento: 08/06/2011, 4ª Turma, Data de
Publicação: 17/06/2011)
INÉPCIA DA INICIAL DECRETADA - AUSÊNCIA DA CUMULAÇÃO DOS PEDIDOS
RESCINDENTE E RESCISÓRIO - ART. 488, I, DO CPC. Considerando que a
jurisprudência desta Corte segue no sentido de se abrandar o rigor do art. 488,
I, do CPC (cumulação dos pedidos de juízo rescindente e juízo rescisório), deve
ser afastada a inépcia da inicial decretada na origem, com apreciação, desde
logo, do mérito da lide, em respeito aos princípios da economia e celeridade
processual (art. 5º, LXXVIII, da CF), deixando de determinar o retorno dos
autos ao 1º Regional, pois a causa versa sobre questão exclusivamente de
direito e está em condições de imediato julgamento (art. 515, § 3º, do CPC).
(ReeNec e RO - 5536300-64.2000.5.01.0000, Relatora Juíza Convocada: Maria
Doralice Novaes, Data de Julgamento: 28/06/2011, Subseção II Especializada
em Dissídios Individuais, Data de Publicação: 01/07/2011)
Jus postulandi - capacidade de postular em juízo a quem não está legalmente
habilitado ao exercício da advocacia.
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
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§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-
se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou
provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por
advogado.
§ 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá
ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.
Súmula 425/TST. JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O
jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas
do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO. CONFISSÃO. ADIAMENTO DA
AUDIÊNCIA POR AUSÊNCIA JUSTIFICADA DO ADVOGADO DO RECLAMANTE.
AUSÊNCIA DO AUTOR À AUDIÊNCIA DIANTE DA NECESSIDADE DE ESTAR
ASSISTIDO POR PROFISSIONAL HABILITADO PARA A DEFESA DE SEUS
INTERESSES. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA
AMPLA DEFESA. O fato de ser assegurado o jus postulandi ao reclamante não
retira a necessidade da presença do advogado constituído pela parte, se
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justificado o motivo da ausência. Desse modo, decisão que defere o adiamento
da audiência, em razão da impossibilidade de comparecimento do patrono do
reclamante, justificado o motivo e apresentado o pedido de adiamento em
tempo hábil, consagra a observância do princípio do contraditório e da ampla
defesa, assim como o devido processo legal, que norteiam o direito processual,
erigidos, inclusive, a garantia fundamental constitucional, nos termos dos
incisos LV e LIV do artigo 5º da Constituição da República. Recurso de revista
não conhecido. (AIRR e RR 278100-93.2005.5.09.0014, Relator Ministro:
Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 22/06/2011, 6ª Turma, Data de
Publicação: 01/07/2011)
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Aula 03:
Assistência judiciária gratuita - Favorecimento do hipossuficiente econômico
com assistência judiciária gratuita.
Art. 14, Lei 5.584/70 - Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se
refere a Lei n. 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato
profissional a que pertencer o trabalhador.
Presunção de miserabilidade - Presunção absoluta para o trabalhador que
recebe até 2 salários mínimos
Art. 790, § 3o - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de
ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do
mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições
de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua
família.
304. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. DECLARAÇÃO
DE POBREZA. COMPROVAÇÃO. Atendidos os requisitos da Lei nº 5.584/70 (art.
14, § 2º), para a concessão da assistência judiciária, basta a simples afirmação
do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar
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configurada a sua situação econômica (art. 4º, § 1º, da Lei nº 7.510/86, que
deu nova redação à Lei nº 1.060/50).
Cumprimento de sentença ex officio – princípio inquisitivo
Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex
officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do
artigo anterior.
Parágrafo único - Quando se tratar de decisã
o dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria
da Justiça do Trabalho.
Art 4º, Lei 5.584/70 - Nos dissídios de alçada exclusiva das Juntas e naqueles
em que os empregados ou empregadores reclamarem pessoalmente, o
processo poderá ser impulsionado de ofício pelo Juiz.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE OU SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE NO
PROCESSO DO TRABALHO. Potencial violação do art. 7º, XXIX, da Constituição
da República, a viabilizar o processamento do recurso de revista. RECURSO DE
REVISTA. EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE OU SUPERVENIENTE.
INAPLICABILIDADE NO PROCESSO DO TRABALHO. A execução trabalhista
prescinde, a teor do art. 878 da CLT, - e presente a hipótese de liquidação por
cálculos -, de iniciativa do interessado, suscetível que é de se desenvolver por
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impulso oficial, o que inviabiliza, iniciado o processo, a configuração de inércia
da parte ensejadora da extinção da execução pela intercorrência de prescrição.
Não verificada a premissa ontológica do instituto da prescrição - decurso do
tempo para o exercício de uma pretensão (formalização da actio ou execução
de título), por inércia do respectivo titular - e, consequentemente, o suporte
fático de sua expressão normativa, viola a literalidade do art. 7º, XXIX, da Carta
Política, a invocação desse preceito para fundamentar a pronúncia da prescrição
extintiva da execução. Precedentes desta Corte. Recurso de revista conhecido e
provido. (RR 40300-03.2009.5.20.0003, Relatora Ministra: Rosa Maria Weber,
Data de Julgamento: 15/06/2011, 3ª Turma, Data de Publicação: 24/06/2011)
Preclusão - perda de uma faculdade processual.
Art. 795, CLT - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação
das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar
em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma
ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade
competente, fundamentando sua decisão.
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879, § 2º, CLT - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às
partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a
indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
879, § 3º, CLT - Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da
Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação,
no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.
RECURSO DE REVISTA. CERCEAMENTO DE DEFESA. EXISTÊNCIA DE
PROTESTO EM AUDIÊNCIA. DESNECESSIDADE DE RENOVAÇÃO NAS RAZÕES
FINAIS. Nos termos do art. 795 da CLT, -as nulidades não serão declaradas
senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira
vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos-, não havendo a
exigência de que se renove a arguição em sede de razões finais. Logo, tendo o
reclamante consignado seus protestos ou seu inconformismo, na primeira
oportunidade que teve para tanto, verifica-se que restou sobejamente atendido
o comando legal, não havendo falar em preclusão. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR 3645500-41.2007.5.09.0010, Relatora Ministra: Dora
Maria da Costa, Data de Julgamento: 08/06/2011, 8ª Turma, Data de
Publicação: 10/06/2011)
Julgamento de pedidos implícitos – inexistência de julgamento „ultra‟ ou „extra
petita‟.
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Art. 137, CLT - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que
trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
§ 1º Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as
férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença,
da época de gozo das mesmas.
§ 2º A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário-
mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.
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Aula 04:
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia
sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por
cento".
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à União, aos Estados, ao
Distrito Federal, aos Municípios e as suas autarquias e fundações públicas.
Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável,
dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando
for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela
obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
Súmula 211/TST - JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA.
INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. Os
juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que
omisso o pedido inicial ou a condenação.
Súmula 401/TST - AÇÃO RESCISÓRIA. DESCONTOS LEGAIS. FASE DE
EXECUÇÃO. SENTENÇA EXEQUENDA OMISSA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À
COISA JULGADA. Os descontos previdenciários e fiscais devem ser efetuados
pelo juízo executório, ainda que a sentença exeqüenda tenha sido omissa sobre
a questão, dado o caráter de ordem pública ostentado pela norma que os
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disciplina. A ofensa à coisa julgada somente poderá ser caracterizada na
hipótese de o título exeqüendo, expressamente, afastar a dedução dos valores
a título de imposto de renda e de contribuição previdenciária.
Súmula 396/TST - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO.
CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ
EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA"
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os
salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do
período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário
quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
RECURSO DE REVISTA - MULTA DIÁRIA - ANOTAÇÃO DA CTPS - OBRIGAÇÃO
DE FAZER - JULGAMENTO EXTRA PETITA - NÃO CONFIGURAÇÃO. A multa
diária fixada na sentença e mantida pelo Juízo regional encontra amparo no art.
461, § 4º, do CPC, podendo ser estipulada, inclusive, de ofício, já que visa ao
cumprimento efetivo da decisão, no caso, a obrigação de fazer consubstanciada
na anotação da CTPS no prazo legal, não restando violados os arts. 128 e 460
do CPC. Recurso de revista não conhecido. (RR 111800-06.2005.5.15.0005,
Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento:
13/10/2010, 1ª Turma, Data de Publicação: 22/10/2010)
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AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA. JULGAMENTO "EXTRA PETITA". O fato de o Regional ter
acolhido a responsabilidade subsidiária, e não a solidária, constante do pedido,
não caracteriza julgamento "extra petita", porquanto quem pode atribuir a
responsabilidade solidária, mais ampla, pode, consequentemente, estabelecer a
menos abrangente, ou seja a subsidiária. Não há, portanto, falar em
julgamento "extra petita". Quanto à responsabilidade subsidiária, a decisão
regional encontra-se em sintonia com a iterativa, notória e atual jurisprudência
desta Corte, consubstanciada no inciso IV da Súmula nº 331 do TST. (AIRR
39040-04.2008.5.09.0011, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de
Julgamento: 12/05/2010, 8ª Turma, Data de Publicação: 14/05/2010)
Impulso oficial – princípio inquisitivo
Art. 765, CLT - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na
direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DISPENSA DO
DEPOIMENTO DO AUTOR E DA OITIVA DE TESTEMUNHAS. CERCEAMENTO DE
DEFESA. Nos termos do art. 765 da CLT, o Juízo tem ampla liberdade na
direção do processo, devendo velar pelo rápido andamento da causa. Ademais,
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de acordo com o disposto no art. 130 do CPC, cabe ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do
processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Conforme consignado pela Corte -a quo-, a dispensa em questão decorreu da
desnecessidade do depoimento do reclamante e da oitiva de testemunhas, já
que as provas colhidas nos autos serviriam satisfatoriamente ao julgamento.
Por conseguinte, não se há de falar em cerceamento do direito de defesa. ( RR
148500-15.2005.5.17.0008, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de
Julgamento: 29/06/2011, 7ª Turma, Data de Publicação: 01/07/2011)
23
Aula 05:
Oralidade - Técnica vinculada ao rápido desfecho da causa – celeridade
processual
Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente
da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante
e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias
datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o
disposto no parágrafo anterior.
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Art. 847, CLT. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir
sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por
ambas as partes.
Art. 850, CLT. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais,
em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o
juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta,
será proferida a decisão.
Art. 895, § 1º, CLT. Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o
recurso ordinário:
24
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão
de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão.
Concentração de atos processuais - Também vinculado a celeridade.
Art. 799, CLT - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente
podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou
incompetência.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo,
quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no
entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.
Art. 845, CLT - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais
provas.
Art. 849, CLT - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for
possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou
presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificação.
Art. 852-C, CLT. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e
julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que
poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.
25
Art. 852-G, CLT. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que
possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais
questões serão decididas na sentença.
Art. 893, §1º, CLT - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo
ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões
interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
NULIDADE POR CERCEAMENTO DA ATIVIDADE PROBATÓRIA. As contrarrazões
ao recurso ordinário não são meio próprio para as partes se insurgiram contra
as decisões desfavoráveis proferidas pelo Juízo de primeiro grau. Diante da
possibilidade de reforma da decisão pelo Regional, cabia aos reclamantes
interpor recurso adesivo para arguir a nulidade da decisão e a reabertura da
instrução processual. Como se sabe, a marcha do processo não está sujeita a
retrocessos a critério das partes, às quais a lei reserva uma única oportunidade,
no curso do feito, para a prática dos atos processuais de seu interesse. Assim,
não é legalmente admissível que os reclamantes deixem de submeter a questão
do alegado cerceamento da atividade probatória à apreciação do Regional, e só
aleguem nesta instância extraordinária, diante da decisão contrária proferida
pelo Regional. Essa postura, além de incompatível com os princípios da
concentração e celeridade processuais, ignora a preclusão lógica e temporal
ocorrida a respeito. Recurso de revista não conhecido. (RR 201400-
26
64.2001.5.01.0006, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de
Julgamento: 08/06/2011, 2ª Turma, Data de Publicação: 17/06/2011)
RECURSO DE REVISTA. PRELIMINAR DE NULIDADE POR CERCEAMENTO DE
DEFESA. JUNTADA DE DOCUMENTOS. No processo do trabalho admite-se a
juntada de documentos destinados à produção de provas até o encerramento
da instrução, tendo em vista a disciplina constante do art. 845 da CLT, a qual
estabelece que as partes comparecerão à audiência com suas testemunhas,
apresentando, nessa oportunidade, as demais provas; nelas, portanto, inclui-se
a prova documental, dado que a finalidade da instrução é precisamente de
reunir todos os elementos de prova, em busca da verdade real. Assim, em face
do permissivo legal, que viabiliza aos litigantes a apresentação de provas na
audiência, há de se entender que a lei abre possibilidade às partes de, durante
a fase instrutória, trazer as provas que lhes podem favorecer. Ademais, o
conteúdo da réplica e as provas com ela juntadas aos autos, especialmente
cuidando-se de prescrição, integra extraordinariamente a litiscontestatio, pois
se está a tratar de exceção substancial de que não se conheceria se não oposta
pela defesa e submetida, em seguida, ao contraditório. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR 88500-21.2004.5.01.0011, Relator Ministro: Augusto
César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 01/06/2011, 6ª Turma, Data de
Publicação: 10/06/2011)
27
RECURSO DE REVISTA. 1. PRELIMINAR DE NULIDADE POR CERCEAMENTO DE
DEFESA E NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. CONTESTAÇÃO
APRESENTADA POR PETICIONAMENTO ELETRÔNICO IMEDIATAMENTE ANTES
DA AUDIÊNCIA. O artigo 847 da CLT determina claramente que a defesa deve
ser produzida na audiência, logo após frustrada a tentativa de conciliação. O
ônus a ser suportado pela parte que infringir tal regra é a confissão ficta. Neste
caso, a Recorrente apresentou a contestação 50 minutos antes da audiência,
sem tempo hábil para que a Secretaria da Vara pudesse juntar a peça aos
autos. O patrono da Reclamada, presente à audiência, não alertou o magistrado
da existência de contestação, quedando-se silente mesmo quando declarado
pelo juiz que não fora apresentada defesa e que seriam reputados
incontroversos os fatos descritos na inicial. Afastada, assim, a alegação de
cerceamento de defesa, bem como a arguição de prestação jurisdicional, pois a
questão foi amplamente debatida na primeira e na segunda instâncias. Revista
não conhecida. (RR 129900-12.2009.5.12.0018, Relator Ministro: Carlos Alberto
Reis de Paula, Data de Julgamento: 11/05/2011, 8ª Turma, Data de Publicação:
16/05/2011)
Identidade física do juiz com a causa – vinculado a produção de prova oral
Art. 132, CPC. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a
lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo,
promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
28
Súmula 136/TST - JUIZ. IDENTIDADE FÍSICA. Não se aplica às Varas do
Trabalho o princípio da identidade física do juiz.
Nulidade por inobservância do princípio da identidade física do juiz no processo
do trabalho após a EC 24/99. Com a reforma textual introduzida pela Lei nº.
8.637/93, o art. 136 do CPC foi significativamente elastecido, passando a
permitir a passagem dos autos ao substituto na eventualidade de um simples
afastamento do titular, por qualquer motivo. Não há, pois, razão para o
retrocesso representado pela tese de que o princípio da identidade física do Juiz
passou a ser aplicável às Varas do Trabalho após a entrada em vigência da
Emenda Constitucional nº. 24/99, que extinguiu a representação classista.
Conseqüentemente, há de se manter o entendimento consubstanciado no
Enunciado 136 do TST e na Súmula 222 do Excelso STF, em virtude do que
tem-se como perfeitamente admissível que a audiência de julgamento, em Vara
Trabalhista, seja presidida por juiz que não procedeu à instrução do feito.
Revista não provida pela preliminar. (RR 3213400-50.2002.5.08.0900 , Relatora
Juíza Convocada: Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, Data de Julgamento:
07/05/2003, 3ª Turma, Data de Publicação: 30/05/2003)
Imediatidade - oportunidade em que o juiz acompanhará a reação emocional
das partes e das testemunhas diante dos questionamentos efetuados.
29
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente,
podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das
partes, seus representantes ou advogados.
30
Aula 06:
Direito Processual do Trabalho
CRFB/88 - ART. 92, IV – OS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
JURISDIÇÃO TRABALHISTA (art. 111 = TST – TRTs – Juízes do Trabalho)
STF (Guardião da Constituição) – via Recurso Extraordinário – art. 102,
§3º,CF/88
TST (art. 111-A, 92 e 94, CF) – art. 690 a 701, CLT; 27 Ministros (8 Turmas)
| 111-A, §2º, I = Escola Nacional e Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho
| 111-A, § 2º, II = Conselho Superior da Justiça do Trabalho
TRT (art. 115 e 93, CF)
| 115,§ 1º = Justiça Itinerante.
| 115, §2º = Câmaras Regionais (descentralização do Tribunal)
Juízes do Trabalho (art. 116/CF) Varas do Trabalho (v.668-669, CLT)
Juízes de Direito, art. 112, CF/88
Art. 111-A, CF/88. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
31
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos
de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais
para o ingresso e promoção na carreira;
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma
da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da
Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do
sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
Art. 115, CF/88. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no
mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e
menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos
de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
32
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e
merecimento, alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites
territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o
pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
Art. 116, CF/88. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz
singular.
Art. 112, CF/88. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas
comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito,
com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Art. 668, CLT - Nas localidades não compreendidas na jurisdição das Juntas de
Conciliação e Julgamento, os Juízos de Direito são os órgãos de administração
da Justiça do Trabalho, com a jurisdição que lhes for determinada pela lei de
organização judiciária local.
33
Art. 669, CLT - A competência dos Juízos de Direito, quando investidos na
administração da Justiça do Trabalho, é a mesma das Juntas de Conciliação e
Julgamento, na forma da Seção II do Capítulo II.
§ 1º - Nas localidades onde houver mais de um Juízo de Direito a competência
é determinada, entre os Juízes do Cível, por distribuição ou pela divisão
judiciária local, na conformidade da lei de organização respectiva.
§ 2º - Quando o critério de competência da lei de organização judiciária for
diverso do previsto no parágrafo anterior, será competente o Juiz do Cível mais
antigo.
COMPETÊNCIA TRABALHISTA
“critério de distribuição de serviços”
Ver art. 643 e seguintes da CLT.
1. Em razão da matéria (ex ratione materiae)
2. Em razão da pessoa (ex ratione personae)
3. Em razão do lugar (ex ratione loci)
4. Funcional
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
34
À determinação da competência da Justiça do Trabalho não importa que
dependa a solução da lide de questões de direito civil, ..." (CJ 6.959, Rel. Min.
Célio Borja, julgamento em 23/5/1990, Plenário, DJ de 22/2/1991)
"Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de
pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e
saúde dos trabalhadores." (Súmula 736/STF)
Súmula 389/TST - SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS. I -
Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre
empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento
das guias do seguro-desemprego. II - O não-fornecimento pelo empregador da
guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao
direito à indenização.
Súmula 300/TST - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
CADASTRAMENTO NO PIS. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar
ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao
cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. REPRESENTANTE COMERCIAL
AUTÔNOMO. EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 45/2004. O artigo 114, I e IX, da
35
Constituição da República, alterado pela Emenda Constitucional n.º 45/2004,
estabelece ser a Justiça do Trabalho competente para processar e julgar
questões oriundas da relação de trabalho e outras controvérsias dela
decorrentes. Sendo a representação comercial modalidade de relação de
trabalho, resulta inequívoca a competência desta Justiça Especial para dirimir
litígio envolvendo relação de trabalho do representante comercial. Precedentes
desta Corte superior. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (AIRR
10140-04.2006.5.23.0007, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de
Julgamento: 13/04/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 29/04/2011)
AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSOR DATIVO.
Adoção do entendimento predominante na jurisprudência atual do TST,
segundo a qual a relação jurídica que se estabelece entre o Poder Público e o
advogado dativo é de natureza civil ou administrativa, já que não se origina de
uma relação de trabalho stricto sensu. Assim, as ações de cobrança de
honorários advocatícios movidas por defensores dativos contra o ente público
estadual não devem ser processadas e julgadas por esta Justiça Especializada,
e sim pela Justiça Comum. Precedentes da jurisprudência do TST acerca do
tema. Recurso de revista conhecido e provido. (RR 30340-43.2005.5.17.0101,
Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento: 22/06/2011,
7ª Turma, Data de Publicação: 01/07/2011)
36
JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA MATERIAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO
DE POSSE Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho
solucionar dissídio entre empregador e empregado, cujo objeto seja pretensão
patronal de reintegrar-se na posse de imóvel residencial cedido ao empregado
por força do contrato de trabalho. Inteligência do art. 114, da Constituição
Federal. Recurso de revista conhecido e provido. (RR 561972-
07.1999.5.05.5555, Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento:
23/08/2000, 1ª Turma, Data de Publicação: 29/09/2000)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. INCOMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. NULIDADE DE SOCIEDADE COMERCIAL. A Justiça do
Trabalho não tem competência para apreciar a legalidade de sociedade
comercial e seu quadro societário, exceto na hipótese de reconhecimento de
vínculo empregatício e, ainda assim, de forma incidental. Agravo de
instrumento conhecido e não provido. (AIRR 160600-11.2009.5.12.0037 ,
Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 23/03/2011, 8ª
Turma, Data de Publicação: 25/03/2011)
RECURSO DE REVISTA. MULTA ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO DE OFÍCIO
PELO TRT. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A Justiça do Trabalho é
incompetente para impor a multa administrativa prevista no art. 201 da CLT,
concernente às infrações relacionadas à medicina do trabalho. Precedentes.
37
Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (RR 54500-
52.2007.5.03.0134, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de
Julgamento: 24/11/2010, 5ª Turma, Data de Publicação: 03/12/2010)
RECURSO DE REVISTA. BENEFÍCIO DECORRENTE DA RELAÇÃO DE EMPREGO.
SEGURO DE VIDA CONTRATADO PELA EMPREGADORA. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. Compete à Justiça do Trabalho julgar ação ajuizada
contra empresa de seguros e empregador, onde se questiona o valor relativo a
prêmio do seguro devido por acidente do trabalho que causou redução parcial e
permanente da capacidade laborativa do autor. Recurso de revista conhecido e
provido. (RR 35800-30.2008.5.15.0014 , Relator Ministro: Aloysio Corrêa da
Veiga, Data de Julgamento: 27/10/2010, 6ª Turma, Data de Publicação:
12/11/2010)
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
Súmula 189/TST - GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
ABUSIVIDADE. A Justiça do Trabalho é competente para declarar a
abusividade, ou não, da greve.
“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da
iniciativa privada.” (Súmula Vinculante 23/STF)
38
RECURSO DE REVISTA. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS A TERCEIROS. ATOS
RELACIONADOS AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE. CÁRCERE PRIVADO E
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. COMPETÊNCIA RATIONE MATERIAE. DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. A Justiça do Trabalho é competente para julgar
pedido de indenização contra o Sindicato, em face dos atos que se
desenrolaram durante o exercício do direito de greve, pela prática de ato ilícito
contra terceiros que sofreram constrangimento ilegal e cárcere privado,
impedidos de se retirar do prédio onde realizada a manifestação por seis horas.
A competência da Justiça do Trabalho decorre da expressa dicção do inciso II
do art. 114 da CF, que ao remeter às "ações que envolvem o direito de greve",
não limita àquelas relacionadas à relação do trabalho. Aplica-se o art. 515, §1º,
do CPC, afastada a incompetência da Justiça do Trabalho, para julgamento
imediato da causa e, diante dos fatos narrados, a retratar que se trata de
matéria de direito, é de se verificar que os atos e condutas que norteiam o
direito de greve devem seguir o que determina a norma legal, sendo repudiada
a prática de violência ou ilícito, pelo constrangimento a terceiros, como
determina os §§2º e 3º do art. 6º da lei 7783/89. Incumbe, assim, ao Sindicato
que procedeu à conduta ilícita, reparar o dano causado, por força do art. 5º, V,
da CF, c/c art. 927 do Código Civil c/c arts. 146 e 148 do Código Penal. Recurso
de revista conhecido e provido. (RR 333000-76.2008.5.12.0001, Relator
Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 28/04/2010, 6ª Turma,
Data de Publicação: 14/05/2010)
39
Aula 07:
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
“O disposto no art. 114, I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC 45, não atribui à
Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações penais.” (ADI
3.684-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 1º-2-2007, Plenário, DJE de
3-8-2007.
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
“Conflito de competência. STJ: juiz de direito investido de jurisdição trabalhista
versus junta de conciliação e julgamento. Conflito de competência entre Juiz de
Direito investido de jurisdição trabalhista e Juiz do Trabalho. Competência do
TRT para dirimir o conflito.” (CC 7.061, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em
3-10-2001, Plenário, DJ de 31-10-2001.)
Súmula 420/TST - COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E
VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO.NÃO CONFIGURAÇÃO. Não se
configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara
do Trabalho a ele vinculada.
40
Súmula 419/TST - COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO POR CARTA. EMBARGOS DE
TERCEIRO. JUÍZO DEPRECANTE. Na execução por carta precatória, os
embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo
deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se
versarem, unicamente, sobre vícios ou irregularidades da penhora, avaliação ou
alienação dos bens, praticados pelo juízo deprecado, em que a competência
será deste último.
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho;
“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de
trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que
ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004.” (Súmula Vinculante 22/STF)
Súmula 392/TST - DANO MORAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Nos termos do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para
dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando
decorrente da relação de trabalho.
"A competência para julgar ações de indenização por danos morais e materiais
decorrentes de acidente de trabalho, após a edição da EC 45/2004, é da Justiça
41
do Trabalho. (...) O ajuizamento da ação de indenização pelos sucessores não
altera a competência da Justiça especializada. A transferência do direito
patrimonial em decorrência do óbito do empregado é irrelevante." (CC 7.545,
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-6-2009, Plenário, DJE de 14-8-2009)
DANOS MATERIAIS E MORAIS. ACIDENTE DO TRABALHO. AÇÃO AJUIZADA
PELOS HERDEIROS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 1. É
incontroversa, nos termos do disposto no inciso VI do artigo 114 da
Constituição da República, a competência da Justiça do Trabalho para
processar e julgar ações de indenização por danos morais e materiais
decorrentes das relações de trabalho. 2. De outro lado, a jurisprudência desta
Corte superior é firme no sentido de que esta Justiça especial detém
competência para julgar pedido de indenização resultante de danos morais e
materiais decorrentes de acidente de trabalho. 3. Na presente hipótese, o fato
danoso - acidente de trabalho - que ocasionou o óbito do empregado decorreu
da relação de emprego existente entre a reclamada e o obreiro. Nesse
contexto, não há dúvidas de que os danos suportados decorrem dessa relação.
Independe, assim, para a definição da competência para processar e julgar a
lide, a qualidade do polo ativo da relação processual, tendo em vista que a
competência material define-se pelo pedido e pela causa de pedir - que, no
caso concreto, decorrem da relação de emprego firmada entre o irmão e filho
do reclamante e a reclamada -, inafastável, daí, a competência desta Justiça
42
Especial. 4. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e desta Corte superior. 5.
Recurso de revista conhecido e provido. (RR 58100-83.2008.5.05.0007, Relator
Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 15/12/2010, 1ª Turma,
Data de Publicação: 04/02/2011)
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
MULTA ADMINISTRATIVA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Nos
termos do art. 156, inc. III, da CLT, é atribuição do Poder Executivo, por meio
das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, impor penalidades
por descumprimento das normas de Segurança e Medicina do Trabalho. Ao
Poder Judiciário compete processar e julgar as ações relativas à imposição
dessas penalidades, nos termos do art. 114, inc. VII, da Constituição da
República. Recurso de Revista de que se conhece em parte e a que se dá
provimento. (RR 37200-75.2006.5.03.0049 , Relator Ministro: João Batista Brito
Pereira, Data de Julgamento: 20/10/2010, 5ª Turma, Data de Publicação:
28/10/2010)
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a
, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Súmula 368/TST - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA.
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO
43
I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das
contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução
das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem
o salário-de-contribuição.
II. É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições
previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de
condenação judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre o
valor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado ao final,
nos termos da Lei nº 8.541, de 23.12.1992, art. 46 e Provimento da CGJT nº
01/1996.
III. Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração
encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que
regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do
empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do
salário de contribuição.
"Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Competência da
Justiça do Trabalho. Alcance do art. 114, VIII, da CF. A competência da Justiça
do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da CF, alcança apenas a execução das
contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das
44
sentenças que proferir." (RE 569.056, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento
em 11-9-2008, Plenário, DJE de 12-12-2008.)
RECURSO DE REVISTA - AVERBAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A competência para determinar
a averbação do tempo de contribuição no cadastro do trabalhador é da Justiça
Federal, e não da Justiça do Trabalho. Inteligência dos artigos 109, I e § 3º, e
114 da Constituição da República. Recurso de Revista conhecido e provido.
(RR - 258301-94.1996.5.15.0052 , Relator Ministro: Márcio Eurico Vitral Amaro,
Data de Julgamento: 08/06/2011, 8ª Turma, Data de Publicação: 10/06/2011)
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
45
Aula 08:
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo
de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito,
respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como
as convencionadas anteriormente.
RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO PELA FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE
BENS E DE SERVIÇOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. DISSÍDIO
COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA. AJUIZAMENTO. COMUM ACORDO.
NOVA REDAÇÃO DO § 2º DO ARTIGO 114 DA CONSTITUIÇÃO ATUAL APÓS A
PROMULGAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. Ressalvado o
entendimento pessoal deste Relator, a Seção Especializada em Dissídios
Coletivos deste Tribunal Superior do Trabalho firmou jurisprudência no sentido
de que a nova redação do § 2º do artigo 114 da Carta Política do país
estabeleceu o pressuposto processual intransponível do mútuo consenso dos
interessados para o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica.
Recurso ordinário provido. (RO 2850-45.2010.5.04.0000, Relator Ministro:
Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 13/06/2011, Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: 01/07/2011)
46
§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local
ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a
competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou
filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a
Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais
próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção
internacional dispondo em contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades
fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos
respectivos serviços.
47
OJ 149 SBDI-2 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INCOMPETÊNCIA
TERRITORIAL. HIPÓTESE DO ART. 651, § 3º, DA CLT. IMPOSSIBILIDADE DE
DECLARAÇÃO DE OFÍCIO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA. Não cabe declaração
de ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da
faculdade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o
conflito pelo reconhecimento da competência do juízo do local onde a ação foi
proposta.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR - POSSIBILIDADE DE ELEIÇÃO DO FORO
PELO EMPREGADO - LOCAL DA CONTRATAÇÃO OU DA PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS - INTERPRETAÇÃO DO ART. 651, § 3º, DA CLT. 1. A competência
para o ajuizamento de reclamação trabalhista, em geral, é a da localidade em
que o empregado presta os serviços (CLT, art. 651, -caput-). No entanto, os
parágrafos do art. 651 Consolidado dispõem a respeito das exceções a essa
regra e, dentre elas, avulta a exceção do § 3º, que possibilita a apresentação
da reclamação na localidade da prestação dos serviços ou na da celebração do
contrato, hipótese em que a lei estabelece como condição apenas a promoção
pelo empregador de realização de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, sem nenhuma referência à imprescindibilidade de se tratar de
atividades geograficamente transitórias. 2. Diante das premissas fáticas
lançadas no acórdão recorrido, de que o Reclamante teve o seu contrato de
48
trabalho celebrado em Brasília(DF) - sede da Reclamada - tendo prestado
serviços exclusivamente no Rio de Janeiro(RJ), verifica-se que o Empregado
realmente se enquadrava na situação descrita no § 3º do art. 651 da CLT, qual
seja, da possibilidade de escolha do local para ajuizamento da ação, entre o
lugar da prestação de serviços e o lugar da contratação. 3. Por outro lado, esta
Corte Superior já se posicionou no sentido de que o art. 651, § 3º, da CLT
faculta ao Obreiro a eleição do foro, desde que o empregador promova a
realização das atividades fora do lugar do contrato de trabalho, como -in casu-,
pois o dispositivo consolidado enseja interpretação que vise à garantia de todos
os princípios protetivos do Direito do Trabalho e de acesso ao Poder Judiciário
prevista no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal. 4. Assim, o acórdão regional
merece reforma para que seja afastada a exceção de incompetência territorial,
com o consequente retorno dos autos à 15ª Vara do Trabalho de Brasília(DF).
Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 108600-57.2009.5.10.0015 ,
Relatora Juíza Convocada: Maria Doralice Novaes, Data de Julgamento:
27/04/2011, 7ª Turma, Data de Publicação: 06/05/2011)
OJ 130 SBDI-2. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA TERRITORIAL.
EXTENSÃO DO DANO CAUSADO OU A SER REPARADO. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO ART. 93 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Para a
fixação da competência territorial em sede de ação civil pública, cumpre tomar
em conta a extensão do dano causado ou a ser reparado, pautando-se pela
49
incidência analógica do art. 93 do Código de Defesa do Consumidor. Assim, se
a extensão do dano a ser reparado limitar-se ao âmbito regional, a
competência é de uma das Varas do Trabalho da Capital do Estado; se for de
âmbito supra-regional ou nacional, o foro é o do Distrito Federal.
Reclamação Trabalhista
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente
da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante
e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias
datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o
disposto no parágrafo anterior.
Art. 853, CLT. Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave
contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará
reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias,
contados da data da suspensão do empregado.
Art. 856, CLT - A instância será instaurada mediante representação escrita ao
Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do
50
presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho,
sempre que ocorrer suspensão do trabalho.
51
Aula 09:
Notificação – processo de conhecimento
Art. 841, CLT - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário,
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à
audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco)
dias.
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado
criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a
notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente
forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou
na forma do parágrafo anterior.
Súmula 16/TST. NOTIFICAÇÃO. Presume-se recebida a notificação 48
(quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a
entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
Súmula 262/TST. PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM
SÁBADO. RECESSO FORENSE
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no
primeiro dia útil imediato e a contagem, no subseqüente.
52
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior
do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais.
Mandato (Tácito vs. Expresso) e Substabelecimento
Súmula 395/ TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE
VALIDADE
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém
cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da
demanda.
II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua
juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo
dentro do aludido prazo.
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do
Código Civil de 2002).
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é
anterior à outorga passada ao substabelecente.
Súmula 383/TST. MANDATO. ARTS. 13 E 37 DO CPC. FASE RECURSAL.
INAPLICABILIDADE.
I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração,
nos termos do art. 37 do CPC, ainda que mediante protesto por posterior
juntada, já que a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente.
53
II - Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual,
na forma do art. 13 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau.
OJ 374 SBDI-1. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL.
REGULARIDADE. PROCURAÇÃO OU SUBSTABELECIMENTO COM CLÁUSULA
LIMITATIVA DE PODERES AO ÂMBITO DO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO. É regular a representação processual do subscritor do agravo de
instrumento ou do recurso de revista que detém mandato com poderes de
representação limitados ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, pois,
embora a apreciação desse recurso seja realizada pelo Tribunal Superior do
Trabalho, a sua interposição é ato praticado perante o Tribunal Regional do
Trabalho, circunstância que legitima a atuação do advogado no feito.
OJ 373 SBDI-1. REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO.
INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE.
É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que
não contenha, pelo menos, o nome da entidade outorgante e do signatário da
procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam.
OJ 371 SBDI-1. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO.
SUBSTABELECIMENTO NÃO DATADO. INAPLICABILIDADE DO ART. 654, § 1º,
DO CÓDIGO CIVIL. Não caracteriza a irregularidade de representação a
ausência da data da outorga de poderes, pois, no mandato judicial, ao contrário
54
do mandato civil, não é condição de validade do negócio jurídico. Assim, a data
a ser considerada é aquela em que o instrumento for juntado aos autos,
conforme preceitua o art. 370, IV, do CPC. Inaplicável o art. 654, § 1º, do
Código Civil.
OJ 349 SBDI-1. MANDATO. JUNTADA DE NOVA PROCURAÇÃO. AUSÊNCIA DE
RESSALVA. EFEITOS. A juntada de nova procuração aos autos, sem ressalva de
poderes conferidos ao antigo patrono, implica revogação tácita do mandato
anterior.
55
Aula 10:
OJ 331 SBDI-1. JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA. MANDATO. PODERES ESPECÍFICOS DESNECESSÁRIOS.
Desnecessária a outorga de poderes especiais ao patrono da causa para firmar
declaração de insuficiência econômica, destinada à concessão dos benefícios da
justiça gratuita.
OJ 286 SBDI-1. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRASLADO. MANDATO TÁCITO.
ATA DE AUDIÊNCIA. CONFIGURAÇÃO
I - A juntada da ata de audiência, em que consignada a presença do advogado,
desde que não estivesse atuando com mandato expresso, torna dispensável a
procuração deste, porque demonstrada a existência de mandato tácito.
II - Configurada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade
detectada no mandato expresso.
OJ 255 SBDI-1. MANDATO. CONTRATO SOCIAL. DESNECESSÁRIA A JUNTADA.
O art. 12, VI, do CPC não determina a exibição dos estatutos da empresa em
juízo como condição de validade do instrumento de mandato outorgado ao seu
procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.
OJ 200 SBDI-1. MANDATO TÁCITO. SUBSTABELECIMENTO INVÁLIDO. É
inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
56
OJ 110 SBDI-1. REPRESENTAÇÃO IRREGULAR. PROCURAÇÃO APENAS NOS
AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. A existência de instrumento de
mandato apenas nos autos de agravo de instrumento, ainda que em apenso,
não legitima a atuação de advogado nos processos de que se originou o
agravo.
OJ 52 SBDI-1. MANDATO. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E
DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS.
DISPENSÁVEL A JUNTADA DE PROCURAÇÃO. (LEI Nº 9.469, de 10 DE JULHO
DE 1997). A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e
fundações públicas quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por
seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato.
57
Aula 11:
Direito Processual do Trabalho
NULIDADES
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes
litigantes.
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das
partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em
audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma
ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade
competente, fundamentando sua decisão.
Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;
b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa.
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que
ela se estende.
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele
dependam ou sejam conseqüência.
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Súmula 170/TST. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CUSTAS. Os privilégios e
isenções no foro da Justiça do Trabalho não abrangem as sociedades de
economia mista, ainda que gozassem desses benefícios anteriormente ao
Decreto-Lei nº 779, de 21.08.1969.
RECURSO DE REVISTA. 1. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO
LUGAR. Tratando-se de incompetência em razão do lugar e, portanto, relativa,
a nulidade depende da comprovação de prejuízo à parte que suscitou a exceção
de incompetência. Ora, não se declara eventual nulidade, no Direito Processual
do Trabalho, se não se verificar manifesto prejuízo às partes litigantes (art. 794,
CLT) ou caso seja possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato (art. 796, a,
CLT). Dessa feita, na hipótese, não alegado pelo Reclamado nenhum prejuízo
capaz de justificar a nulidade dos atos processuais praticados, não há como
acolher a preliminar. Ademais, sabe-se que, regra geral, a competência
territorial trabalhista é fixada pelo local de prestação de serviços (caput do art.
651 da CLT). Tratando-se, porém, de hipótese em que a proposta é feita em
localidade diversa da do que o serviço é prestado, incide a exceção do § 3º do
art. 651 da CLT, considerando-se celebrado o contrato de trabalho no local em
que a proposta foi feita (art. 435 do CCB/2002). No caso dos autos, o Regional
deixou claro que a contratação do Reclamante efetivou-se em Araguari, tendo,
apenas, a sua formalização ocorrida em Uberlândia, local onde também teria
havido a prestação dos serviços. Entender de forma diversa da esposada
59
implicaria necessariamente revolvimento de fatos e provas, inadmissível nesta
instância de natureza extraordinária, diante do óbice da Súmula 126/TST.
Recurso de revista não conhecido. (RR 225200-60.2009.5.03.0047 , Relator
Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 23/02/2011, 6ª
Turma, Data de Publicação: 11/03/2011)
NULIDADE ABSOLUTA ARGÜIDA DE OFÍCIO PELO JUÍZO – VALIDADE. As
nulidades absolutas, onde o interesse tutelado é público e não privado, não
admitem a convalidação do ato nulo ou mesmo a aplicação do princípio da
transcendência ou do prejuízo, na medida em que é dever do juízo declará-las
de ofício, independentemente de provocação das partes. O princípio da
convalidação do ato nulo somente alcança aquelas nulidades relativas em que
prepondera o interesse privado sobre o interesse público. Recurso de revista
conhecido e desprovido. (RR 416153-46.1998.5.06.5555, Relator Juiz
Convocado: Aloysio Silva Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 26/09/2001, 2ª
Turma, Data de Publicação: 19/10/2001)
AUDIÊNCIA TRABALHISTA
1ª Tentativa de conciliação, obrigatória (arts. 764, 846, 831, CLT; )
Fixação da alçada (art. 2º, Lei 5584/70)
Defesa [oral - 20 minutos] (art. 847, CLT)
Interregatório/depoimento pessoal (arts. 820 e 848, 1º, CLT; cf. 344, CPC)
60
848, §2º, CLT (dif. 452,CPC)
Oitiva de testemunhas (arts. 821/825; Súmula 357/TST)
Perito
Assistentes técnicos
Razões finais orais [oral – 10 minutos] (art. 850, CLT)
2ª Tentativa de conciliação, obrigatória
Sentença
Intimação da sentença (art. 852, CLT)
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20
(vinte) horas.
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e
realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados,
entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas
seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
Dissídios de Alçada (Lei 5.584/70)
Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo,
o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-
lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no
pedido.
61
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes,
impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.
§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído
com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria
da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu
recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder
de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o
resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto
à matéria de fato.
62
Aula 12:
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e
o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes
salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando
os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência,
sendo feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e
demais pessoas que devam comparecer.
RECLAMATÓRIA PLÚRIMA - Art. 842 - Sendo várias as reclamações e havendo
identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar
de empregados da mesma empresa ou estabelecimento.
AÇÃO DE CUMPRIMENTO - Art. 872, parágrafo único - Quando os
empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários, na
conformidade da decisão [normativa] proferida, poderão os empregados ou
seus sindicatos, independentes de outorga de poderes de seus associados,
juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à Junta ou Juízo
competente, observado o processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo
vedado, porém, questionar sobre a matéria de fato e de direito já apreciada na
decisão.
63
Súmula 406/TST. AÇÃO RESCISÓRIA. LITISCONSÓRCIO. NECESSÁRIO NO
PÓLO PASSIVO E FACULTATIVO NO ATIVO. INEXISTENTE QUANTO AOS
SUBSTITUÍDOS PELO SINDICATO
I - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao pólo passivo
da demanda, porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que
não admite solução díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do
objeto. Já em relação ao pólo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que
a aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade
decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o exercício do
direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos
demais para retomar a lide.
II - O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em
cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para
figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de
todos os empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo
necessário.
OJ 310 SBDI1/TST. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO
EM DOBRO. ART. 191 DO CPC. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO. A
regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em face
da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo
trabalhista.
64
Aula 13:
COMPARECIMENTO PESSOAL
Art. 842, § 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou
qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações
obrigarão o proponente.
Art. 842, § 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso,
devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer
pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença
à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
OJ 245 SBDI1/TST. REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inexiste previsão legal
tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.
Súmula 377/TST - PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO.
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou
pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do
reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
OJ 255 SBDI1/TST. MANDATO. CONTRATO SOCIAL. DESNECESSÁRIA A
JUNTADA. O art. 12, VI, do CPC não determina a exibição dos estatutos da
empresa em juízo como condição de validade do instrumento de mandato
outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.
65
RECURSO DE REVISTA. ADVOGADO E PREPOSTO. LEGITIMIDADE PARA
ATUAÇÃO CONCOMITANTE. Partindo do pressuposto de que o Provimento nº
60 do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil não vincula o Poder
Judiciário, pois trata de preceitos disciplinares e da ética profissional, inexiste
no ordenamento jurídico norma legal que inviabilize o conhecimento de recurso
interposto por advogado que atuou como preposto nos autos. Recurso
conhecido e provido. (TST, 5ª Turma, RR 530450-75.1999.5.08.5555, Rel. Juiz
Convocado: André Luís Moraes de Oliveira, Data de Julgamento: 18/06/2003,
Data de Publicação: 08/08/2003)
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente
suspender o julgamento, designando nova audiência.
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal,
não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à
Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo
prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2
(duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
66
Aula 14:
Súmula 9/TST. AUSÊNCIA DO RECLAMANTE. A ausência do reclamante,
quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa
arquivamento do processo.
Súmula 268. INTERRUPÇÃO. AÇÃO TRABALHISTA ARQUIVADA. A ação
trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação
aos pedidos idênticos.
OJ 392 SBDI1/TST. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE
PROTESTO JUDICIAL. MARCO INICIAL. O protesto judicial é medida aplicável
no processo do trabalho, por força do art. 769 da CLT, sendo que o seu
ajuizamento, por si só, interrompe o prazo prescricional, em razão da
inaplicabilidade do § 2º do art. 219 do CPC, que impõe ao autor da ação o ônus
de promover a citação do réu, por ser ele incompatível com o disposto no art.
841 da CLT.
OJ 152 SBDI1/TST. REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT). Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à
revelia prevista no artigo 844 da CLT.
Súmula 398/TST. AÇÃO RESCISÓRIA. AUSÊNCIA DE DEFESA. INAPLICÁVEIS
OS EFEITOS DA REVELIA. Na ação rescisória, o que se ataca na ação é a
sentença, ato oficial do Estado, acobertado pelo manto da coisa julgada. Assim
67
sendo, e considerando que a coisa julgada envolve questão de ordem pública, a
revelia não produz confissão na ação rescisória.
Súmula 122/TST. REVELIA. ATESTADO MÉDICO. A reclamada, ausente à
audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu
advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a
apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a
impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da
audiência.
Súmula 74/TST. CONFISSÃO
I – Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela
cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria
depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto
com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa
o indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a
ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de
conduzir o processo.
68
OJ 278 SBDI1/TST. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE
TRABALHO DESATIVADO. A realização de perícia é obrigatória para a
verificação de insalubridade. Quando não for possível sua realização, como em
caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios
de prova.
OJ 165 SBDI1/TST. PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT. O art. 195
da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de
caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para
a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.
Súmula 293/TST. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE
NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL. A verificação mediante perícia
de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre
diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de
insalubridade.
69
Aula 15:
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da
parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de
justiça gratuita.
OJ 98 SBDI1/TST. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR
EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS. É ilegal a
exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a
incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de
segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da
Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta
de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como
decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que
lhe forem devidas.
Súmula 259/TST. TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA. Só por ação
rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do
art. 831 da CLT.
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
70
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos
litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser
estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer
integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo
do cumprimento do acordo.
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as
vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a
solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá 20 (vinte) minutos para
aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for
dispensada por ambas as partes.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
Art. 800 - Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos
ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser
proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.
EXCEÇÃO DE “SUSPEIÇÃO”
71
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode
ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos
litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição,
salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do
processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já
a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou,
finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará
audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da
exceção.
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais,
julgada procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a
mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro
suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á
da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito.
72
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na
forma da organização judiciária local.
Art. 767 - A compensação, ou retenção, só poderá ser argüida como matéria de
defesa.
Súmula 18/TST. COMPENSAÇÃO. A compensação, na Justiça do Trabalho, está
restrita a dívidas de natureza trabalhista.
Súmula 48/TST. COMPENSAÇÃO. A compensação só poderá ser argüida com a
contestação.
RECONVENÇÃO
RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
RECONVENÇÃO. CONTRATO DE EMPREITADA. PAGAMENTO PELA RECLAMADA
DE DÍVIDA CONTRAÍDA PELO RECLAMANTE PARA EMPRÉSTIMO DE VEÍCULO.
O empréstimo de veículo realizado pelo reclamante ocorreu em razão do
contrato de empreitada mantido pelas partes, motivo pelo qual compete a esta
Justiça o julgamento da reconvenção apresentada pela reclamada visando à
condenação do reclamante ao pagamento das dívidas contraídas pelo autor
para empréstimo de veículo. Resta, portanto, afastada a alegada ofensa aos
arts. 87, 91, 278, § 1º, e 315 do CPC, 477, § 5º, e 769 da CLT e 114 da
Constituição Federal. Recurso de revista não conhecido. (RR 269940-
73
28.2005.5.12.0004 , Relator Juiz Convocado: Roberto Pessoa, Data de
Julgamento: 01/09/2010, 2ª Turma, Data de Publicação: 10/09/2010)
RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA. PRAZO PARA CONTESTAÇÃO À
RECONVENÇÃO. APLICAÇÃO DA PENA DE CONFISSÃO. VIOLAÇÃO DOS
ARTIGOS 841 DA CLT E 316 DO CPC. NÃO CONFIGURAÇÃO. O processo do
trabalho orienta-se pelo princípio da conciliação e da oralidade, daí porque a
CLT, em seus artigos 846, caput, e 850, determina ao Juiz que realize proposta
conciliatória na abertura e no encerramento da audiência. Nos termos do art.
847 da CLT, o prazo para contestar será de 20 minutos e a oportunidade para
fazê-lo será em audiência, após a rejeição da primeira proposta conciliatória.
Nessa esteira, em face do que dispõem os artigos 841, 846, 847 e 850 da CLT
e da autonomia da reconvenção em relação ao processo principal, impõe-se a
realização de audiência a fim de que o Juiz possa envidar os esforços
necessários ao êxito das propostas conciliatórias e de que o Renconvindo tenha
oportunidade de apresentar a defesa. Assim, também deve ser observado o
interregno de cinco dias de que trata o art. 841 da CLT, o qual, conquanto não
se detenha à fixação de prazo para a apresentação da defesa, estabelece um
interstício mínimo razoável para o exercício do contraditório pelo Reconvindo.
Dessa feita, não se há falar em subsidiariedade do art. 316 do CPC, a uma,
porque há norma própria na CLT, a duas, porque tal dispositivo colidiria com os
artigos 841, 846, 847 e 850 da CLT, já que a defesa e as propostas
74
conciliatórias far-se-ão, oralmente, em audiência, cujo prazo mínimo para
realização será de cinco dias. A protocolização da contestação antes da
realização da audiência não tem o condão de suprir a omissão da Parte, pois,
na forma do art. 847 da CLT, no processo do trabalho, a defesa é ato de
audiência, devendo ser apresentada após a rejeição da primeira proposta
conciliatória. Recurso ordinário parcialmente conhecido e não provido. (ROAR
49400-72.2006.5.10.0000 , Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de
Julgamento: 01/06/2010, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: 11/06/2010)
CONTESTAÇÃO EM AÇÃO RESCISÓRIA
OJ 146 SBDI2. AÇÃO RESCISÓRIA. INÍCIO DO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO
DA CONTESTAÇÃO. A contestação apresentada em sede de ação rescisória
obedece à regra relativa à contagem de prazo constante do art. 774 da CLT,
sendo inaplicável o art. 241 do CPC.
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título
contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente,
ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal
oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda,
daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.
75
PROVAS
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o
presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar
os litigantes.
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se,
prosseguindo a instrução com o seu representante.
§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se
houver.
76
Aula 16:
Faculdade do interrogatório
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. CERCEAMENTO DO
DIREITO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. Não há falar em cerceio do direito
de defesa pelo fato de não ter havido a oitiva do depoimento da reclamante,
uma vez que, na esteira dos arts. 820 e 848 da CLT, o interrogatório das
partes é uma faculdade, e não uma imposição ao juiz condutor do
processo. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (TST, 8ª Turma,
AIRR 30440-42.2007.5.06.0001, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data
de Julgamento: 03/08/2011, Data de Publicação: 05/08/2011)
802, CLT - 313, CPC
RECURSO ORDINÁRIO. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. ATRIBUIÇÃO DA
COMPETÊNCIA À MM VARA. EXTINÇÃO DA FIGURA DO JUIZ CLASSISTA.
APLICABILIDADE DO ART. 769 DA CLT. DISPOSIÇÃO EXPRESSA NO CPC:
ARTS. 313 E 314. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL PARA DIRIMIR O
INCIDENTE. É de se atribuir a competência do Tribunal Regional para
julgamento de incidente em exceção de suspeição de Juiz do Trabalho, por
força do que dispõem os arts. 313 e 314 do CPC. Em face da extinção da
representação classista na Justiça do Trabalho, não há mais se falar na
aplicação do art. 802 da CLT, para o exame dos procedimentos das
77
exceções de suspeição. Por outro lado, não há previsão legal que viabilize
atribuir a juiz substituto o julgamento do incidente, a determinar o respeito ao
princípio insculpido no art. 5º, II, da Carta Magna. Por sua vez, O STJ, no
julgamento do RE 704.600-RJ, assinalou: -O Juiz a quem se atribui suspeição
não pode julgar a exceção, princípio que se aplica também aos Magistrados que
atuam no segundo grau de jurisdição-. Isso porque incumbe ao judiciário
proporcionar segurança jurídica às partes, focando nos princípios que traduzem
as garantias processuais constitucionais, em especial a imparcialidade do
julgador. É certo que ao regular a exceção de suspeição, o Regimento Interno
da eg. Corte não levou em consideração as alterações constitucionais
relacionadas às Varas do Trabalho, conforme a EC 24, de 9.12.1999, que
extinguiu a representação classista. Incumbe, portanto, que se aplique o rito
previsto na legislação processual ordinária, com o fim de se atribuir
competência ao Tribunal Regional do Trabalho para o julgamento do incidente.
Nesse sentido orientação contida no Ato 002/2009 da Corregedoria da Justiça
do Trabalho. Recurso ordinário provido. (Órgão Especial, RO 2220-
75.2010.5.08.0000, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de
Julgamento: 06/06/2011, Data de Publicação: 24/06/2011)
Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde
logo acompanhada dos documentos em que se fundar.
78
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado
autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu
será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original,
cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a
conformidade entre esses documentos.
Súmula 424/TST - RECURSO ADMINISTRATIVO. PRESSUPOSTO DE
ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO PRÉVIO DA MULTA ADMINISTRATIVA. NÃO
RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO § 1º DO ART. 636 DA CLT. O §
1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito
prévio do valor da multa cominada em razão de autuação administrativa como
pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo, não foi
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, ante a sua
incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º. [ver Súmula vinculante 21/STF]
Súmula 299/TST - AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO RESCINDENDA. TRÂNSITO EM
JULGADO. COMPROVAÇÃO. EFEITOS
I - É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito
em julgado da decisão rescindenda.
79
II - Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o
documento comprobatório, abrirá prazo de 10 (dez) dias para que o faça,
sob pena de indeferimento
III – (...)
IV – (...)
Súmula 263/TST - PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO
OBRIGATÓRIA DEFICIENTE. Salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro
requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a
irregularidade em 10 (dez) dias, a parte não o fizer.
Súmula 415/TST - MANDADO DE SEGURANÇA. ART. 284 DO CPC.
APLICABILIDADE. Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-
constituída, inaplicável se torna o art. 284 do CPC quando verificada, na
petição inicial do "mandamus", a ausência de documento indispensável ou de
sua autenticação.
OJ 76 SDI2/TST - AÇÃO RESCISÓRIA. AÇÃO CAUTELAR PARA SUSPENDER
EXECUÇÃO. JUNTADA DE DOCUMENTO INDISPENSÁVEL. POSSIBILIDADE DE
ÊXITO NA RESCISÃO DO JULGADO. É indispensável a instrução da ação
cautelar com as provas documentais necessárias à aferição da
80
plausibilidade de êxito na rescisão do julgado. Assim sendo, devem vir junto
com a inicial da cautelar as cópias da petição inicial da ação rescisória
principal, da decisão rescindenda, da certidão do trânsito em julgado da decisão
rescindenda e informação do andamento atualizado da execução.
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais
provas.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento [sumaríssimo], ainda que não requeridas previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta
impossibilidade, a critério do juiz.
Súmula 8/TST - JUNTADA DE DOCUMENTO. A juntada de documentos na fase
recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
Súmula 16/TST - NOTIFICAÇÃO. Presume-se recebida a notificação 48
(quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a
81
entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do
destinatário.
Prova necessária e prova emprestada
Prova emprestada - imprescindível que a parte contra a qual vai ser usada esta
prova tenha sido parte no processo onde a referida prova foi produzida. Vale
dizer, a prova emprestada não tem eficácia em relação à parte contrária, que
não participou de sua produção, em regular contraditório.
OJ 278 SBDI1/TST - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE
TRABALHO DESATIVADO. A realização de perícia é obrigatória para a
verificação de insalubridade. Quando não for possível sua realização, como em
caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros
meios de prova.
OJ 278 vs. OJ 401
OJ 406 SDI1/TST - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO
ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO.
DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. O pagamento
de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da
empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou
em percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização
82
da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a
existência do trabalho em condições perigosas.
83
Aula 17:
Fato notório
Fato cujo conhecimento forma parte da cultura normal própria de um
determinado grupo social no tempo em que se produz a decisão judicial,
inclusive o juiz.
Súmula 217/TST - DEPÓSITO RECURSAL. CREDENCIAMENTO BANCÁRIO.
PROVA DISPENSÁVEL. O credenciamento dos bancos para o fim de recebimento
do depósito recursal é fato notório, independendo da prova.
Presunção legal
OJ 304 SDI1/TST - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA.
DECLARAÇÃO DE POBREZA. COMPROVAÇÃO. Atendidos os requisitos da Lei nº
5.584/70 (art. 14, § 2º), para a concessão da assistência judiciária, basta a
simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para
se considerar configurada a sua situação econômica (art. 4º, § 1º, da Lei nº
7.510/86, que deu nova redação à Lei nº 1.060/50).
Direito Processual do Trabalho
Súmula 254/TST - SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO. O
termo inicial do direito ao salário-família coincide com a prova da filiação. Se
84
feita em juízo, corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se
comprovado que anteriormente o empregador se recusara a receber a
respectiva certidão.
Súmula 276/TST - AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO. O direito ao
aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de
cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo
comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.
Ônus da prova
Súmula 338/TST - JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o
registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-
apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por
prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da
prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo
a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
85
Direito Processual do Trabalho
OJ 234 SDI1/TST - HORAS EXTRAS. FOLHA INDIVIDUAL DE PRESENÇA (FIP)
INSTITUÍDA POR NORMA COLETIVA. PROVA ORAL. PREVALÊNCIA. A
presunção de veracidade da jornada de trabalho anotada em folha individual
de presença, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida
por prova em contrário.
Ônus da prova
Súmula 212/TST - DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA. O ônus de provar o
término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o
despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação
de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
Súmula 6, VIII/TST - É do empregador o ônus da prova do fato
impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial.
Súmula 385/TST - FERIADO LOCAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE FORENSE.
PRAZO RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. Cabe à
parte comprovar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado
local ou de dia útil em que não haja expediente forense, que justifique a
prorrogação do prazo recursal.
86
Súmula 352/TST - CUSTAS - PRAZO PARA COMPROVAÇÃO. O prazo para
comprovação do pagamento das custas, sempre a cargo da parte, é de 5
(cinco) dias contados do seu recolhimento (CLT art. 789, § 4º, - CPC art. 185).
Impossibilidade do exame das provas
Súmula 126/TST - RECURSO. CABIMENTO. Incabível o recurso de revista ou
de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e
provas.
Súmula 410/TST - AÇÃO RESCISÓRIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
INVIABILIDADE. A ação rescisória calcada em violação de lei não admite
reexame de fatos e provas do processo que originou a decisão rescindenda.
Direito Processual do Trabalho
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três)
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número
poderá ser elevado a 6 (seis).
Art. 852-H, § 2º - As testemunhas [no sumaríssimo], até o máximo de 2 (duas)
para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento
independentemente de intimação.
87
Aula 18:
Direito Processual do Trabalho
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao
serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando
devidamente arroladas ou convocadas.
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em
hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à
audiência marcada.
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma
testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de
notificação ou intimação.
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a
requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das
penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à
intimação.
Art. 852-H, § 3º - Só será deferida intimação de testemunha [no sumaríssimo]
que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a
testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução
coercitiva.
88
Súmula 357/TST. TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA.
SUSPEIÇÃO. Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando
ou de ter litigado contra o mesmo empregador.
A circunstância de a testemunha formular pedido que coincida, no todo ou em
parte, com o objeto da reclamação proposta pelo reclamante, também não a
torna suspeita. A suspeição há de ser cabalmente provada, e não inferida
(SBDI-1, E-RR 1306/2000-001-04-00-6, Rel. Min. Maria de Assis Calsing, julg.
24/09/2009, DJ 02/10/2009), por exemplo, “troca de favores”, comprovada,
entre a testemunha e o reclamante (SBDI-1, E-RR 545917-38.1999.5.02.0063,
Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, j. 30/06/2011, DJ 29/07/2011); ainda que objeto
e pedidos apresentados nas duas reclamações sejam idênticos (SBDI-1, E-ED-
RR 83400-04.2006.5.15.0051, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, j. 30/06/2011, DJ
29/07/2011).
Art. 852-H, § 4º - [no sumaríssimo] Somente quando a prova do fato o exigir,
ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz,
desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
Súmula 341/TST. HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO. A indicação do
perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos
honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.
89
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível,
por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente
marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente
de nova notificação.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas
em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá
ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.
Art. 852-B, III - a apreciação da reclamação [sumaríssimo] deverá ocorrer no
prazo máximo de 15 (quinze) dias do seu ajuizamento, podendo constar de
pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta
de Conciliação e Julgamento.
852-H, § 7º Interrompida a audiência [sumaríssimo], o seu prosseguimento e a
solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de 30 (trinta) dias, salvo
motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
Encerramento da audiência
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em
prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou
presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será
proferida a decisão.
90
Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão
resumidos em ata, de que constará, na íntegra, a decisão.
§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo
do presidente, o resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão
do Tribunal quanto à matéria de fato.
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente
assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da
audiência de julgamento,...
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu
representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á
pela forma estabelecida no § 1º do art. 841.
91
Aula 19:
Direito Processual do Trabalho
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu
representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á
pela forma estabelecida no § 1º do art. 841.
Súmula 30/TST. INTIMAÇÃO DA SENTENÇA. Quando não juntada a ata ao
processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da
CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a
intimação da sentença.
Súmula 197/TST. O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer
à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua
publicação.
Elementos da sentença trabalhista
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido
e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva
conclusão.
§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o
prazo e as condições para o seu cumprimento.
§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte
vencida.
92
§ 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a
natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo
homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo
recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
Art. 852-I. A sentença [no sumaríssimo] mencionará os elementos de convicção
do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado
o relatório.
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e
equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que
prolatada.
Persuasão racional – livre convencimento motivado
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Adota-se o princípio do livre
convencimento motivado, consubstanciado na livre apreciação da prova,
desde que a decisão seja fundamentada na lei e nos elementos dos autos; é o
sistema da persuasão racional, consagrado no art. 131 do CPC. (5ª Turma,
RR 5800-26.2002.5.02.0012, Relator Ministro João Batista Brito Pereira, Data de
Julgamento: 29/06/2011, Data de Publicação: 05/08/2011)
93
OJ-SDI1-233 - HORAS EXTRAS. COMPROVAÇÃO DE PARTE DO PERÍODO
ALEGADO. A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou
documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o
julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou
aquele período.
Poder público - intimação
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - TEMPESTIVIDADE -
PROCURADOR DE ESTADO - INTIMAÇÃO PESSOAL - DESNECESSIDADE.
Somente os membros da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria da
Fazenda Nacional devem ser pessoalmente intimados, nos termos do art. 38 da
Lei Complementar nº 73/93, considerando-se válida a intimação via imprensa
oficial para os representantes das Procuradorias dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, momento em que se inicia o prazo para a interposição
dos recursos. Precedentes. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR - 69740-
66.2007.5.06.0015, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 08/06/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 17/06/2011)
94
Aula 20:
Direito Processual do Trabalho
Formas de impugnação às decisões judiciais:
A) Recursos
B) Meios autônomos de impugnação (ex.: ação rescisória, mandado de
segurança, embargos de terceiro, etc.)
Recursos trabalhistas
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
I - embargos;
II - recurso ordinário;
III - recurso de revista;
IV - agravo.
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,
admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias
somente em recursos da decisão definitiva.
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não
prejudicará a execução do julgado.
Formas de classificação
a) âmbito: total ou parcial (princípio do dispositivo)
b) momento: independente ou adesivo
95
c) fundamentação: livre ou vinculada
d) objeto: ordinário (ex.: 895, a, CLT) e extraordinário (ex.: 894, 896, VI a VIII,
CLT)
e) efeitos: devolutivo, suspensivo, translativo, substitutivo.
Recurso Parcial
Súmula 100, II, TST - Havendo recurso parcial no processo principal, o
trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se
o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada
decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar
insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do
trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial.
Recurso Adesivo - compatibilidade
RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO.
CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS. O recurso adesivo é compatível com o processo
do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de
recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo
96
desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso
interposto pela parte contrária.
Recurso Adesivo - CPC
CPC - Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no
prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu,
ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O
recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas
disposições seguintes:
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso
principal, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso
extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for
ele declarado inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento
no tribunal superior.
Efeito Devolutivo (profundidade – extensão)
Súmula 393/TST. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM
PROFUNDIDADE. ART. 515, § 1º, DO CPC. O efeito devolutivo em profundidade
97
do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 515 do CPC, transfere ao
Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não
examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões.
Não se aplica, todavia, ao caso de pedido não apreciado na sentença, salvo a
hipótese contida no § 3º do art. 515 do CPC.
Reexame necessário
Súmula 303/TST. FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO.
I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na
vigência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo:
a) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60
(sessenta) salários mínimos;
b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do Supremo
Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho.
II - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está
sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente
público, exceto nas hipóteses das alíneas “a” e “b” do inciso anterior.
98
III - Em mandado de segurança, somente cabe remessa “ex officio” se, na
relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte
prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de
figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito
privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa.
99
Aula 21:
Reexame necessário e condenação
Súmula 45/STJ. No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a
condenação imposta à Fazenda Pública.
Efeito Suspensivo
Suspensivo: adia/impede a produção dos efeitos da decisão.
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida
a execução provisória até a penhora.
Efeito suspensivo - exceções
RO de decisão proferida em ação civil pública
Lei 7.347/85, Art. 14. O Juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
para evitar dano irreparável à parte.
Efeito suspensivo - exceções
RO de decisão proferida em dissídio coletivo (sentença normativa)
100
Lei 10.192/01, Art. 14. O recurso interposto de decisão normativa da Justiça do
Trabalho terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas em
despacho do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
Item I da IN/TST 24/03 – Ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho é
facultada a designação de audiência de conciliação relativamente a pedido de
concessão de efeito suspensivo a recurso ordinário interposto à decisão
normativa da Justiça do Trabalho.
Súmula 414/TST. MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU
LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA.
I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação
pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso
ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito
suspensivo a recurso.
Efeito Substitutivo
Substitutivo: regra - quando conhecido o recurso (art. 512, CPC)
Súmula 192. AÇÃO RESCISÓRIA. COMPETÊNCIA E POSSIBILIDADE JURÍDICA
DO PEDIDO.
101
III - Em face do disposto no art. 512 do CPC, é juridicamente impossível o
pedido explícito de desconstituição de sentença quando substituída por
acórdão Regional.
IV - É manifesta a impossibilidade jurídica do pedido de rescisão de julgado
proferido em agravo de instrumento que, limitando-se a aferir o eventual
desacerto do juízo negativo de admissibilidade do recurso de revista, não
substitui o acórdão regional, na forma do art. 512 do CPC.
V - A decisão proferida pela SDI, em sede de agravo regimental, calcada na
Súmula nº 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de
mérito, comportando, em tese, o corte rescisório.
Juízo de admissibilidade e de mérito
Juízo de admissibilidade (receber/não – conhecer/não)
Juízo de mérito (prover/desprover)
Provimento:
- error in judicando (vício de juízo)– substituição/reforma (injusta)
- error in procedendo (vício de atividade) – anulação/ cassação/ invalidação
[ilegal–função rescindente)
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
“Há pressupostos comuns ou extrínsecos de admissibilidade e há
pressupostos intrínsecos ou específicos de admissibilidade. Os pressupostos
102
comuns ou extrínsecos são os exigíveis da generalidade dos recursos e os
únicos exigíveis dos recursos de natureza ordinária (recurso ordinário, agravo
de petição e agravo de instrumento). Os pressupostos intrínsecos ou
específicos de admissibilidade são requisitos legais suplementares – isto
é, que devem coexistir com pressupostos comuns -, exigíveis dos
recursos de natureza extraordinária (recurso de revista, recurso de embargos e
recurso extraordinário). (Min. João Oreste Dalazen. In: Recursos trabalhistas:
Estudos em homenagem ao Ministro Vantuil Abdala. SP:LTr, nov.2003, p.84)
103
Aula 22:
Irrecorribilidade
Art. 884, § 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado
impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e
no mesmo prazo.
Súmula 218/TST. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO
DE INSTRUMENTO. É incabível recurso de revista interposto de acórdão
regional prolatado em agravo de instrumento.
Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias
Art. 893, § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões
interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
Súmula 214/TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE. Na
Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
104
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos
para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Princípio da fungibilidade
AGRAVO. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. NÃO CABIMENTO. ERRO
GROSSEIRO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE RECURSAL. O agravo é incabível contra decisões colegiadas,
conforme jurisprudência pacífica desta colenda Corte. Acrescente-se que,
embora o artigo 810 do CPC de 1939 não tenha sido reproduzido no Código
atual, a doutrina sempre entendeu que a aplicação da fungibilidade
recursal é possível, desde que observados os dois requisitos daquele
dispositivo, a saber, inexistência de má-fé ou erro grosseiro - mas esse
último está caracterizado no feito sub judice, como demonstrado alhures.
Agravo não conhecido por incabível. (3ª Turma, Ag-Ag-AIRR 121340-
94.2008.5.02.0018, Rel. Min. Horácio Raymundo de Senna Pires, j. 03/08/2011,
pub. 12/08/2011)
Fungibilidade recursal – decisão monocrática
Súmula 421/TST. EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONTRA DECISÃO
MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 557 DO CPC. CABIMENTO
105
I - Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso,
prevista no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide,
comporta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão
aclaratória, também monocrática, quando se pretende tão-somente suprir
omissão e não, modificação do julgado.
II - Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declaratórios
deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em
agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual.
Fungibilidade recursal – indeferimento da inicial
OJ 69 SBDI2/TST. FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE
AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO PARA O TST.
RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO
TRT. Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático
indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de
segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como
agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e
devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.
Pedido de Revisão de Alçada – Lei 5.584/70
Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo,
o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-
106
lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no
pedido.
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes,
impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.
§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser
instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela
Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do
seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não
exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo,
será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a
conclusão da Junta quanto à matéria de fato.
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso
caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o
parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data
do ajuizamento da ação.
107
Aula 23:
Recurso ordinário em dissídio de alçada
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - DESCABIMENTO. CAUSA
DE ALÇADA. RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. Restrito o valor da
causa à quantia inferior ao dobro do salário-mínimo e não se questionando
matéria constitucional, a causa é de alçada exclusiva da Vara do Trabalho
(Lei nº 5.584/70, art. 2º). Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (3ª
Turma, AIRR 90300-68.2008.5.04.0332, Rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de
Fontan Pereira, j. 29/06/2011, pub. 05/08/2011)
ALÇADA. VALOR DA CAUSA. INFERIOR À DOBRA DO MÍNIMO. MATÉRIA
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA MATERIAL. JUSTIÇA DO TRABALHO. AÇÃO
DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. RECURSO ORDINÁRIO.
CABIMENTO. -Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso
caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o
parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data
do ajuizamento da ação.- (Artigo 2º, § 4º, da Lei nº 5.584/70) Viola o
dispositivo legal em foco acórdão regional que, a despeito de não atingida a
alçada, valor da causa inferior ao dobro do mínimo legal, vigente à época em
que ajuizada a ação trabalhista, não conhece de recurso ordinário que versa,
em parte, sobre matéria de índole constitucional. Na espécie, a discussão
108
gira em torno da competência material da Justiça do Trabalho para dirimir
questão na ação em que se postulam honorários advocatícios. Conhecido e
provido. (5ª Turma, RR 192700-26.2009.5.09.0094, Rel. Min. Emmanoel
Pereira, j. 22/06/2011, pub. 01/07/2011)
Legitimidade
LEGITIMAÇÃO: o recurso pode ser interposto por quem possui – por força de lei
– o poder de recorrer.
- partes
- terceiro prejudicado
- ministério público
Interesse recursal
INTERESSE: o recurso deve ser útil (vantagem) e necessário (única via) ao
recorrente.
Tempestividade
TEMPESTIVIDADE: o recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido
pela lei.
Lei 5.584/1970. Art 6º Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-
arrazoar qualquer recurso (CLT, art. 893).
109
Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as
suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o recorrente.
Recurso Extemporâneo
OJ 357 SBDI1/TST. RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO
ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. NÃO CONHECIMENTO. É
extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão
impugnado.
Litisconsórcio
OJ. 310 SBDI1. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM
DOBRO. ART. 191 DO CPC. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO. A
regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho,
em decorrência da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente
ao processo trabalhista.
Justificação de prorrogação do prazo
Súmula 385/TST. FERIADO LOCAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE FORENSE.
PRAZO RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. Cabe à
parte comprovar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado
local ou de dia útil em que não haja expediente forense, que justifique a
prorrogação do prazo recursal.
110
Interposição por fac-símile
Súmula 387. RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999.
I - A Lei nº 9.800, de 26.05.1999, é aplicável somente a recursos interpostos
após o início de sua vigência.
II - A contagem do quinquidio para apresentação dos originais de recurso
interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subsequente ao
término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de
26.05.1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu
antes do termo final do prazo.
III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação,
pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não
se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao "dies a quo", podendo coincidir
com sábado, domingo ou feriado.
IV – A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei n.º
9.800, de 26.05.1999, somente alcança as hipóteses em que o documento é
dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando à transmissão
ocorrida entre particulares.
e-DOC
IN 30/2007- Art. 7º O envio da petição por intermédio do e - DOC dispensa a
apresentação posterior dos originais ou de fotocópias autenticadas, inclusive
111
aqueles destinados à comprovação de pressupostos de admissibilidade do
recurso.
Regularidade formal
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição (...)
112
Aula 24:
Fundamentação
PN 37. Dissídio coletivo. Fundamentação de cláusulas. Necessidade (positivo).
Nos processos de dissídio coletivo só serão julgadas as cláusulas
fundamentadas na representação, em caso de ação originária, ou no recurso.
Súmula 422/TST. RECURSO. APELO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS
DA DECISÃO RECORRIDA. NÃO CONHECIMENTO. ART. 514, II, do CPC. Não
se conhece de recurso para o TST, pela ausência do requisito de
admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente
não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que
fora proposta.
Princípio da dialeticidade recursal
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RAZÕES DO AGRAVO
DISSOCIADAS DO CONTEÚDO DO DESPACHO AGRAVADO, PROCURANDO
REDISCUTIR O MÉRITO DA CAUSA. APELO DESFUNDAMENTADO. SÚMULA 422
DO TST. O agravo de instrumento é recurso de fundamentação vinculada,
pois tem por objetivo específico obter a revisão da correção ou incorreção do
despacho denegatório do recurso de revista, conforme prevê o art. 897, -b-, da
CLT. Não é possível, no âmbito do agravo de instrumento, incursionar tão
113
somente sobre as questões de fundo da causa, que foram alvo de resolução no
acórdão regional já impugnado no recurso de revista. Cabe à parte,
inconformada com a negativa de seguimento do recurso de revista, enfrentar
os fundamentos próprios do despacho denegatório para o efeito de
demonstrar a sua incorreção. Há de haver um vínculo entre a decisão
agravada e as razões de inconformidade do agravante, por observância do
princípio da dialeticidade recursal. Incidência da Súmula 422 do TST.
Agravo de instrumento não conhecido. (7ª Turma, AIRR 90140-
14.2008.5.15.0081, Rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, j. 22/06/2011, pub.
01/07/2011)
Diversos fundamentos
Súmula 23/TST. Não se conhece de recurso de revista ou de embargos, se a
decisão recorrida resolver determinado item do pedido por diversos
fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos.
Formalidades
Súmula 8/TST. JUNTADA DE DOCUMENTO. A juntada de documentos na
fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
OJ 120 SDI1/TST. RECURSO. ASSINATURA DA PETIÇÃO OU DAS RAZÕES
RECURSAIS. VALIDADE. O recurso sem assinatura será tido por
114
inexistente. Será considerado válido o apelo assinado, ao menos, na petição
de apresentação ou nas razões recursais.
Preparo
PREPARO: consiste na exigência de que o recorrente efetue o pagamento dos
encargos financeiros que dizem respeito ao recurso.
Art. 789, §1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado
da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o
recolhimento dentro do prazo recursal.
Lei 5.584/70. Art. 7º A comprovação do depósito da condenação (CLT, art.
899, §§ 1º a 5º) terá que ser feita dentro do prazo para a interposição do
recurso, sob pena de ser este considerado deserto.
Comprovação em separado - possibilidade
Súmula 245/TST. DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO. O depósito recursal deve ser
feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada
deste não prejudica a dilação legal.
Diferença ínfima
OJ 140 SBDI1. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS. DIFERENÇA ÍNFIMA.
DESERÇÃO. OCORRÊNCIA. Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento
115
insuficiente das custas e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação
ao "quantum" devido seja ínfima, referente a centavos.
Isenção
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de
justiça gratuita:
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas
autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não
explorem atividade econômica;
II – o Ministério Público do Trabalho.
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades
fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas
no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela
parte vencedora.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da
parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de
justiça gratuita.
Depósito e deserção
Súmula 161/TST. DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA. Se
não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que
tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT.
116
Súmula 86/TST. DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO
EXTRA-JUDICIAL. Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de
pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio,
todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial.
Inversão e ressarcimento das custas
Súmula 25/TST. CUSTAS. A parte vencedora na primeira instância, se vencida
na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas
fixadas na sentença originária,das quais ficara isenta a parte então vencida.
OJ 186 SBDI1/TST. CUSTAS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.
DESERÇÃO. NÃO-OCORRÊNCIA. No caso de inversão do ônus da sucumbência
em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor das custas e se estas
já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte
vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, ressarcir a quantia.
Ações plúrimas e intimação do cálculo
Súmula 36/TST. CUSTAS. Nas ações plúrimas, as custas incidem sobre o
respectivo valor global.
Súmula 53/TST. CUSTAS. O prazo para pagamento das custas, no caso de
recurso, é contado da intimação do cálculo.
117
Momento oportuno para requerimento de gratuidade
OJ 269 SBDI-1/TST. JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE
DESPESAS PROCESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO. O benefício da justiça
gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde
que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao
recurso.
Ônus e condenação solidária
Súmula 128/TST. DEPÓSITO RECURSAL
I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em
relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor
da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso.
II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para
recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988.
Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da
garantia do juízo.
118
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito
recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que
efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.
119
Aula 25:
TST - Instrução Normativa 27/2005
Art. 1º As ações ajuizadas na Justiça do Trabalho tramitarão pelo rito ordinário
ou sumaríssimo, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho,
excepcionando-se, apenas, as que, por disciplina legal expressa, estejam
sujeitas a rito especial, tais como o Mandado de Segurança, Habeas Corpus,
Habeas Data, Ação Rescisória, Ação Cautelar e Ação de Consignação em
Pagamento.
Art.2º A sistemática recursal a ser observada é a prevista na Consolidação das
Leis do Trabalho, inclusive no tocante à nomenclatura, à alçada, aos prazos e
às competências.
Parágrafo único. O depósito recursal a que se refere o art. 899 da CLT é
sempre exigível como requisito extrínseco do recurso, quando houver
condenação em pecúnia.
Art.3º Aplicam-se quanto às custas as disposições da Consolidação das Leis do
Trabalho.
§ 1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da
decisão.
§ 2º Na hipótese de interposição de recurso, as custas deverão ser pagas e
comprovado seu recolhimento no prazo recursal (artigos 789, 789 - A, 790 e
790 - A da CLT).
120
§ 3º Salvo nas lides decorrentes da relação de emprego, é aplicável o
princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas.
Depósito Recursal
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida
a execução provisória até a penhora.
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo
regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o
extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada
em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da
importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho
do juiz.
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito
corresponderá ao que for arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo
de Direito, até o limite de 10 (dez) vezes o salário-mínimo da região.
§ 4º - O depósito de que trata o § 1º far-se-á na conta vinculada do
empregado a que se refere o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de
1966, aplicando-se-lhe os preceitos dessa Lei observado, quanto ao respectivo
levantamento, o disposto no § 1º.
121
§ 5º - Se o empregado ainda não tiver conta vinculada aberta em seu nome,
nos termos do art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, a empresa
procederá à respectiva abertura, para efeito do disposto no § 2º.
§ 6º - Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas,
exceder o limite de 10 (dez) vezes o salário-mínimo da região, o depósito para
fins de recursos será limitado a este valor.
§ 7o No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal
corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso
ao qual se pretende destrancar.
Atualização dos valores do depósito recursal
ATO Nº 449/SEGJUD.GP, DE 25 DE JULHO DE 2011
O PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, no uso de suas
atribuições legais e regimentais,
Considerando o disposto no item VI da Instrução Normativa nº 3 desta Corte,
RESOLVE
Editar os novos valores alusivos aos limites de depósito recursal de que trata o
artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, reajustados pela variação
acumulada do INPC do IBGE, no período de julho de 2010 a junho de 2011, a
saber:
R$ 6.290,00 (seis mil, duzentos e noventa reais), no caso de interposição de
Recurso Ordinário;
122
R$ 12.580,00 (doze mil, quinhentos e oitenta reais), no caso de interposição de
Recurso de Revista, Embargos e Recurso Extraordinário;
R$ 12.580,00 (doze mil, quinhentos e oitenta reais), no caso de interposição de
Recurso em Ação Rescisória.
Esses valores serão de observância obrigatória a partir de 1º de agosto de
2011.
Publique-se no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho e no Boletim Interno do
Tribunal.
Brasília, 25 de julho de 2011.
Ministro JOÃO ORESTE DALAZEN
Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
Recurso Ordinário
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8
(oito) dias; e
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em
processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer
nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
Recurso Ordinário em Rito Sumaríssimo
123
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso
ordinário:
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o
relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou
Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão
de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão;
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a
indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do
voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá
de acórdão.
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma
para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas
nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo.
RO em AR e MS
Súmula 158/TST. AÇÃO RESCISÓRIA. Da decisão de Tribunal Regional do
Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal
Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista.
Súmula 201/TST. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. Da
decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe
124
recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do
Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões
de contrariedade;
Recurso de Revista - finalidades
Min. Vantuil Abdala: “O Recurso para uma instância superior se destina à
proteção do direito objetivo e não do direito subjetivo; à regularidade da
aplicação da norma jurídica, em primeiro lugar, e só em segundo plano o
direito das partes; a uniformização da jurisprudência e não a justiça do
caso concreto.” (Pressupostos intrínsecos de conhecimento do recurso de
revista. In: RTST, v.65/1, out/dez 99, p.42)
Recurso de Revista
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio
individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que
lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção
125
de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de
Jurisprudência Uniforme dessa Corte;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de
Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de
observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal
Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma
da alínea a;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta
direta e literal à Constituição Federal.
§ 1o O Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será
apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou
denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a decisão.
§ 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por
suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de
embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de
ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.
§ 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à
uniformização de sua jurisprudência, nos termos do Livro I, Título IX, Capítulo I
do CPC, não servindo a súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do
Recurso de Revista quando contrariar Súmula da Jurisprudência Uniforme do
Tribunal Superior do Trabalho.
126
§ 4º A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se
considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e
notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 5º - Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da
Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro
Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos
Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao
Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e
ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo.
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será
admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência
uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da
República.
127
Aula 26:
Transcendência
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará
previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos
gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
Incabível
Súmula 126/TST. RECURSO. CABIMENTO. Incabível o recurso de revista ou de
embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.
Súmula 218/TST. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO
DE INSTRUMENTO. É incabível recurso de revista interposto de acórdão
regional prolatado em agravo de instrumento.
Interpretação atual / razoável
Súmula 333/TST. RECURSOS DE REVISTA. CONHECIMENTO. Não ensejam
recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e atual
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
Súmula 221/TST. RECURSOS DE REVISTA OU DE EMBARGOS. VIOLAÇÃO DE
LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. INTERPRETAÇÃO RAZOÁVEL.
128
I - A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem
como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da
Constituição tido como violado.
II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a
melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de
revista ou de embargos com base, respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e
na alínea "b" do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à literalidade do
preceito.
Recurso de Revista em Execução
Súmula 266/TST. RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão
proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo
incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de
demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal.
Prequestionamento
PREQUESTIONAMENTO: prévio debate e decisão do tema jurídico constante
das razões recursais.
Súmula 297/TST. PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO
129
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada
haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no
recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento
sobre o tema, sob pena de preclusão.
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso
principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante
opostos embargos de declaração.
OJ 256 SBDI1/TST. PREQUESTIONAMENTO. CONFIGURAÇÃO. TESE
EXPLÍCITA. SÚMULA Nº 297. Para fins do requisito do prequestionamento de
que trata a Súmula nº 297, há necessidade de que haja, no acórdão, de
maneira clara, elementos que levem à conclusão de que o Regional adotou uma
tese contrária à lei ou à súmula.
Necessidade de manifestação
Súmula 184/TST. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO EM RECURSO DE
REVISTA. PRECLUSÃO. Ocorre preclusão se não forem opostos embargos
declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de
embargos.
130
OJ. 62 SBDI1/TST. PREQUESTIONAMENTO. PRESSUPOSTO DE
RECORRIBILIDADE EM APELO DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA.
NECESSIDADE, AINDA QUE A MATÉRIA SEJA DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA.
Recurso de Embargos em Dissídio Coletivo
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8
(oito) dias:
I - de decisão não unânime de julgamento que:
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam
a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou
rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos
previstos em lei; e
Recurso de Embargos em Dissídio Individual
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões
proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida
estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal.
Agravos
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
131
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de
recursos.
Recebimento e efeitos
§ 1º - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução
imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de
sentença.
§ 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber
agravo de petição não suspende a execução da sentença.
132
Aula 27:
Competência funcional
§ 3o Na hipótese da alínea a deste artigo [agravo de petição], o agravo será
julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se se
tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito,
quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que
estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no art. 679, a
quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria
controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido
determinada a extração de carta de sentença.
§ 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo [agravo de instrumento], o agravo
será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja
interposição foi denegada.
Formação do Agravo de Instrumento
§ 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do
instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato
julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição:
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante
e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do
133
depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da
comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere
o § 7o do art. 899 desta Consolidação;
II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao
deslinde da matéria de mérito controvertida.
Procedimento
§ 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso
principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento
de ambos os recursos.
§ 7o Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso
principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo
a esse recurso.
§ 8o Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais,
o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que
serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e remetidas à
instância superior para apreciação, após contraminuta.
Juízo primeiro de admissibilidade
Súmula 285/TST. RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE PARCIAL PELO
JUIZ-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. EFEITO. O fato de
o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível
134
apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação
integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a
interposição de agravo de instrumento.
Embargos de Declaração
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no
prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou
sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito
modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.
Efeito Modificativo
Súmula 278/TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO JULGADO. A
natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode
ocasionar efeito modificativo no julgado.
OJ 142 SBDI1/TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO.
VISTA À PARTE CONTRÁRIA. É passível de nulidade decisão que acolhe
embargos de declaração com efeito modificativo sem que seja concedida
oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.
Não cabimento em face de decisão/despacho
135
OJ 377 SBDI1/TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO DENEGATÓRIA DE
RECURSO DE REVISTA EXARADO POR PRESIDENTE DO TRT. DESCABIMENTO.
NÃO INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL. Não cabem embargos de
declaração interpostos contra decisão de admissibilidade do recurso de revista,
não tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal.
Fonte subsidiária – Lei de Executivos Fiscais (Lei 6.830/80)
Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis,
naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o
processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da
Fazenda Pública Federal.
Fonte subsidiária – Art. 655 CPC
Art. 882 - O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir
a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas
processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial
estabelecida no art. 655 do Código Processual Civil.
Execução trabalhista: títulos executivos (CLT)
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido
recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos
de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os
136
termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia
serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.
Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas
em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho,
resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os
salários pagos durante o período contratual reconhecido.
137
Aula 28:
Súmula 368/TST. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS.
COMPETÊNCIA.
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO.
I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das
contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução
das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem
o salário-de-contribuição.
II. É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições
previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de
condenação judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre o
valor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado ao final,
nos termos da Lei nº 8.541, de 23.12.1992, art. 46 e Provimento da CGJT nº
01/1996.
III. Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração
encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que
regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do
empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do
salário de contribuição.
138
OJ 368 SBDI-1/TST
368. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO.
INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELAS INDENIZATÓRIAS.
AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR TOTAL. É devida
a incidência das contribuições para a Previdência Social sobre o valor total do
acordo homologado em juízo, independentemente do reconhecimento de
vínculo de emprego, desde que não haja discriminação das parcelas sujeitas à
incidência da contribuição previdenciária, conforme parágrafo único do art. 43
da Lei nº 8.212, de 24.07.1991, e do art. 195, I, “a”, da CF/1988.
OJ 398 SBDI-1/TST
398. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO
SEM RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. CONTRIBUINTE
INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DA ALÍQUOTA DE 20% A CARGO DO TOMADOR
E 11% A CARGO DO PRESTADOR DE SERVIÇOS. Nos acordos homologados em
juízo em que não haja o reconhecimento de vínculo empregatício, é devido o
recolhimento da contribuição previdenciária, mediante a alíquota de 20% a
cargo do tomador de serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na
qualidade de contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o
teto de contribuição. Inteligência do § 4º do art. 30 e do inciso III do art. 22,
todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991.
139
OJ 376 SBDI-1/TST
376. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO
APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA
SOBRE O VALOR HOMOLOGADO. É devida a contribuição previdenciária sobre o
valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão
judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza
salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto
do acordo.
OJ 363 SBDI-1/TST
363.DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. CONDENAÇÃO DO
EMPREGADOR EM RAZÃO DO INADIMPLEMENTO DE VERBAS
REMUNERATÓRIAS. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADO PELO PAGAMENTO.
ABRANGÊNCIA. A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições social e
fiscal, resultante de condenação judicial referente a verbas remuneratórias, é
do empregador e incide sobre o total da condenação. Contudo, a culpa do
empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias não exime a
responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido
e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte.
Competência
140
Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do
Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o
juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.
Competência – embargos de terceiro
Súmula 419/TST. COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO POR CARTA. EMBARGOS DE
TERCEIRO. JUÍZO DEPRECANTE. Na execução por carta precatória, os
embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo
deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se
versarem, unicamente, sobre vícios ou irregularidades da penhora, avaliação ou
alienação dos bens, praticados pelo juízo deprecado, em que a competência
será deste último.
Legitimidade
Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex
officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do
artigo anterior.
Parágrafo único - Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a
execução poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho.
Execução definitiva e provisória
141
Art. 899, CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.
Art. 475-I, § 1o, CPC. É definitiva a execução da sentença transitada em
julgado e provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante
recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo.
Penhora em dinheiro
Súmula 417/TST. MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina
penhora em dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir
crédito exeqüendo,uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do
CPC.
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o
executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro
fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art.
666, I, do CPC.
III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do
impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros
bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da
forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.
142
Liquidação de sentença trabalhista
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a
sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por
artigos.
Procedimento de liquidação
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda
nem discutir matéria pertinente à causa principal.
§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do
cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
§ 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo
sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação
dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
§ 6o Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear
perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos
respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de
razoabilidade e proporcionalidade.
Liquidação e contribuições previdenciárias
§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições
previdenciárias devidas.
143
§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do
Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de
10 (dez) dias, sob pena de preclusão.
§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios
estabelecidos na legislação previdenciária.
§ 5o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado,
dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que
integram o salário-de-contribuição, na forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão
jurídico.
Ciência judicial, nomeação de bens e pagamento
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará
expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão
ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando
se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à
União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a
execução, sob pena de penhora.
§1º - O mandado de citação deverá conter a decisão exeqüenda ou o termo de
acordo não cumprido.
§2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência.
144
§3º - Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48
(quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital,
publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo,
durante 5 (cinco) dias.
145
Aula 29:
Custas e juros de mora
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á
penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da
condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer
caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.
Impugnação e embargos
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5
(cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente
para impugnação.
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da
decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da divida.
STF - ADC 11-MC – art. 1º-B da Lei 9.494/97
EMENTA: FAZENDA PÚBLICA. Prazo processual. Embargos à execução. Prazos
previstos no art. 730 do CPC e no art. 884 da CLT. Ampliação pela Medida
Provisória nº 2.180-35/2001, que acrescentou o art. 1º-B à Lei federal nº
9.494/97. Limites constitucionais de urgência e relevância não ultrapassados.
Dissídio jurisprudencial sobre a norma. Ação direta de constitucionalidade.
Liminar deferida. Aplicação do art. 21, caput, da Lei nº 9.868/99. Ficam
146
suspensos todos os processos em que se discuta a constitucionalidade do art.
1º-B da Medida Provisória nº 2.180-35. [prazo 30 dias]
OJ 343 SBDI-1. PENHORA. SUCESSÃO. ART. 100 DA CF/1988. EXECUÇÃO. É
válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada
anteriormente à sucessão pela União ou por Estado-membro, não podendo a
execução prosseguir mediante precatório. A decisão que a mantém não viola o
art. 100 da CF/1988.
Impenhorabilidade do salário – art. 649, IV, CPC
OJ 153 SBDI-2/TST. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE
PENHORA SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. ART. 649, IV,
DO CPC. ILEGALIDADE. Ofende direito líquido e certo decisão que determina o
bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito
trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores
recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que
o art. 649, IV, do CPC contém norma imperativa que não admite interpretação
ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não
gênero de crédito de natureza alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.
Penhora parcial - empresa
147
OJ 93 SBDI-2/TST. MANDADO DE SEGURANÇA. POSSIBILIDADE DA PENHORA
SOBRE PARTE DA RENDA DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL (inserida em
27.05.2002) É admissível a penhora sobre a renda mensal ou faturamento de
empresa, limitada a determinado percentual, desde que não comprometa o
desenvolvimento regular de suas atividades.
Carta de fiança bancária = dinheiro (art. 655, I, CPC)
OJ 59 SBDI-2/TST. MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA. CARTA DE FIANÇA
BANCÁRIA. A carta de fiança bancária equivale a dinheiro para efeito da
gradação dos bens penhoráveis, estabelecida no art. 655 do CPC.
STF - Infiel depositário
Súmula Vinculante nº 25/STF: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito”.
Procedimento: embargos e impugnações
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o
Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar
audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5
(cinco) dias.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a
sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.
148
§ 4o Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à
liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário.
§ 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou
interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.
Fase de expropriação
Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da
nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por
edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se
houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão
vendidos pelo maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.
§ 2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20%
(vinte por cento) do seu valor.
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exeqüente a adjudicação dos
bens penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo
Juiz ou Presidente.
§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro)
horas o preço da arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de
que trata o § 2º deste artigo, voltando à praça os bens executados.
149
Execução de prestações sucessivas
Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo
não-pagamento de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem.
Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a
execução compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do
ingresso na execução.
150
Aula 30:
Fontes do direito do trabalho
1) Materiais: fatos sociais, políticos, econômicos, etc.
2) Formais:
2.1) autônoma (CCT, ACT, costume)
2.2) heterônoma (lei)
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho,
naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.
Princípios do direito do trabalho
1) da proteção
2) da irrenunciabilidade
3) da continuidade da relação de emprego
151
4) da primazia da realidade
5) da inalterabilidade contratual lesiva
6) da intangibilidade salarial
1) Princípio da proteção
A) in dubio pro operario: opção pela interpretação mais favorável ao
trabalhador
B) aplicação da norma mais favorável: dinâmica das fontes formais
C) condição mais benéfica: respeito aos direitos incorporados ao contrato
In dubio pro operario
INTERVALO INTRAJORNADA - VIGIA. Decisão que entende não ser aplicável ao
vigia o intervalo intrajornada implica ofensa à norma do art. 71, § 4º, da CLT.
De outro lado, a concessão ao final da jornada de trabalho, esvaziaria o intento
do legislador, pois não preservaria a higidez física e mental do trabalhador.
Dessarte, se o legislador não restringiu, tampouco cabe ao intérprete fazê-lo,
até porque na dúvida de interpretação de uma norma de direito material do
trabalho deve-se usar a regra in dubio pro operario, como manifestação do
princípio protetivo. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 6121000-
52.2002.5.12.0900 , Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de Julgamento:
06/08/2008, 5ª Turma, Data de Publicação: 22/08/2008)
152
Aplicação da norma mais favorável
Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis,
prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. ENQUADRAMENTO
SINDICAL. ACORDO COLETIVO VERSUS CONVENÇÃO COLETIVA.
PREVALÊNCIA. A jurisprudência pacífica desta Corte entende que, existindo
conflito entre convenção coletiva de trabalho e acordo coletivo de
trabalho, devem prevalecer as normas do instrumento que, como um
todo, mostra-se mais benéfico para os trabalhadores. No caso dos autos,
a Corte de origem concluiu que a convenção coletiva de trabalho era mais
favorável, aplicando à hipótese o artigo 620 da CLT. Óbice da Súmula nº 333
do TST e do art. 896, § 4º, da CLT. Agravo de instrumento conhecido e não
provido. (AIRR - 642-59.2010.5.03.0148, Relatora Ministra: Dora Maria da
Costa, Data de Julgamento: 31/08/2011, 8ª Turma, Data de Publicação:
02/09/2011)
Condição mais benéfica
Súmula 51/TST. NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO
REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou
alteração do regulamento.
153
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do
empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema
do outro.
Súmula 288/TST. COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA.
A complementação dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em
vigor na data da admissão do empregado, observando-se as alterações
posteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do direito.
Súmula 277/TST. SENTENÇA NORMATIVA, CONVENÇÃO OU ACORDO
COLETIVOS. VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I – As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa,
convenção ou acordo coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando,
de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
2) Princípio da irrenunciabilidade
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO. HORAS IN ITINERE. SUPRESSÃO DO PAGAMENTO. NORMA
COLETIVA. IMPOSSIBILIDADE. Esta Corte trabalhista entende não ser possível
que o instrumento coletivo proceda à supressão total do direito obreiro às horas
in itinere, disciplinado no artigo 58, § 2º, da CLT, por se tratar de norma
154
cogente. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR - 2131-
52.2010.5.18.0201, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de
Julgamento: 31/08/2011, 8ª Turma, Data de Publicação: 02/09/2011)
3) Princípio da continuidade
Súmula 212/TST. DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA. O ônus de provar o
término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o
despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado.
4) Princípio da primazia da realidade
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 1. VÍNCULO DE EMPREGO. CORRETOR DE
SEGUROS E SEGURADORA. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE. O artigo
17 da Lei nº 4.594/64, que veda a relação de emprego entre corretores e
empresas de seguros, são dirigidos às seguradoras, que deveriam cuidar para
não manter formal e materialmente relação de emprego com seus corretores,
em obediência aos referidos normativos. Todavia, caracterizados os elementos
ensejadores de uma relação de emprego, correto o egrégio Tribunal Regional
ao conformar o vínculo de emprego direto com o segundo reclamado, que era
onde a reclamante laborava e efetivamente exercia suas funções. Incide, na
155
hipótese, o princípio da primazia da realidade. Agravo de instrumento a que se
nega provimento. (AIRR - 193400-36.2008.5.18.0013, Relator Ministro:
Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 17/08/2011, 2ª Turma,
Data de Publicação: 26/08/2011)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - VÍNCULO DE
EMPREGO - ESTAGIÁRIO - DESCARACTERIZAÇÃO. A decisão regional está
assentada na premissa de não haver motivos aceitáveis para que se prestigie
meros aspectos formais, deixando-se de lado o princípio da primazia da
realidade, constatando, na verdade, situação de irregularidade fraudulenta,
com o intuito de disfarçar a verdadeira relação de emprego (art. 9º da CLT).
Também ressaltou o Tribunal o fato de que o autor, embora nomeado como
estagiário, prestou concurso público e exerceu suas funções como autêntico
empregado, restando presentes os requisitos insertos nos arts. 2º e 3º da CLT,
circunstâncias que não se coadunam com o contrato de estágio e que
autorizam o reconhecimento do vínculo empregatício. Nessa hipótese
específica, decidir de outra forma importaria em promover a análise de todos os
fatos e provas com o intuito de atingir conclusão diversa daquela do Tribunal
Regional, que, expressamente, insiste em afirmar que o recorrido era apenas
frequentador de um curso fornecido pela empresa. Óbice na Súmula nº 126 do
TST. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR - 25740-85.2007.5.10.0009,
156
Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento:
03/08/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 26/08/2011)
157
Aula 31:
5) Inalterabilidade contratual lesiva
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta garantia.
Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do
empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo,
anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.
PRESCRIÇÃO PARCIAL. DIFERENÇAS. REDUÇÃO SALARIAL LESIVA. A pretensão
do reclamante refere-se às diferenças salariais resultantes da redução do salário
básico dos trabalhadores. Assim, a alteração contratual lesiva perpetrada pelo
reclamado não atrai a incidência da prescrição total sobre a pretensão às
diferenças salariais, porquanto configurado o descumprimento do princípio
constitucional da irredutibilidade salarial (artigo 7º, IV, da Constituição da
República). Nessa hipótese, resta caracterizada lesão que se renova mês a mês,
resolvendo-se em prestações de trato sucessivo, justificando-se a incidência da
exceção consagrada na Súmula n.º 294 desta Corte uniformizadora.
Precedentes desta Corte superior. Agravo de instrumento a que se nega
provimento (AIRR - 130440-71.2003.5.04.0025, Relator Ministro: Lelio Bentes
158
Corrêa, Data de Julgamento: 31/08/2011, 1ª Turma, Data de Publicação:
02/09/2011)
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL. EMPREGADOS NÃO ASSOCIADOS. Nos termos
do Precedente Normativo 119/SDC, -A Constituição da República, em seus arts.
5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É
ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo,
convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor
de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo,
assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma
espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as
estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os
valores irregularmente descontados.- A decisão que reconhece desconto a título
de contribuição assistencial de empregado não sindicalizado viola o art. 462 da
CLT, que alberga o princípio da intangibilidade salarial. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR - 23640-06.2008.5.02.0023, Relatora Ministra: Rosa
Maria Weber, Data de Julgamento: 15/06/2011, 3ª Turma, Data de Publicação:
24/06/2011)
Contrato de emprego
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
159
Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis)
meses no mesmo tipo de atividade.
Empregado e Empregador
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação
de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem
trabalhadores como empregados.
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de
emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das
subordinadas.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.
160
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
“Não existem elementos fáticos jurídicos específicos à figura do empregador,
exceto um único: a apreensão, por um sujeito de direito qualquer, de prestação
de serviços (efetuada por pessoa física, com pessoalidade, não eventualidade,
onerosidade e sob subordinação ao tomador). Verificados os cinco elementos
fáticos-jurídicos da relação de emprego, pesquisa-se apenas pelo sujeito
jurídico que tomou os serviços empregatícios – este será, em princípio, o
empregador.” (DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 10
ed.,SP, LTr, 2011, p. 392)
Ajenidad (assunção dos riscos pelo empregador)
“Los servicios se prestan por cuenta ajena, esto es, se prestan por el trabajador
a outra persona, a un otro o ajeno, el empresario, que adquire, em virtud del
contrato La titularidad originaria sobre los frutos de este trabajo.” (OLEA,
Manoel Alonso. Derecho del trabajo. 18 ed., Madrid, Civitas, 2000, p. 60)
Lei 5.889/73 - Rural
Art. 3º - Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa
física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica,
161
em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e
com auxílio de empregados.
§ 1º Inclui-se na atividade econômica, referida no "caput" deste artigo, a
exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na
Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas
personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração
de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia,
integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis
solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Empregado rural
OJ 315 SBDI-1/TST. MOTORISTA. EMPRESA. ATIVIDADE
PREDOMINANTEMENTE RURAL. ENQUADRAMENTO COMO TRABALHADOR
RURAL. É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de
empresa cuja atividade é preponderantemente rural, considerando que,
de modo geral, não enfrenta o trânsito das estradas e cidades.
Empresa de reflorestamento – rurícola
OJ 38 SBDI-1/TST. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA
DE REFLORESTAMENTO. PRESCRIÇÃO PRÓPRIA DO RURÍCOLA. (LEI N.º 5.889,
DE 08.06.1973, ART. 10, E DECRETO N.º 73.626, DE 12.02.1974, ART. 2º, §
162
4º). O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento, cuja atividade
está diretamente ligada ao manuseio da terra e de matéria-prima, é rurícola e
não industriário, nos termos do Decreto n.º 73.626, de 12.02.1974, art. 2º, §
4º, pouco importando que o fruto de seu trabalho seja destinado à indústria.
Assim, aplica-se a prescrição própria dos rurícolas aos direitos desses
empregados.
Consórcio de empregadores (Lei 10.256/2001 – Lei 8.212/91)
Art. 25A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado
de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas,
que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores
para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante
documento registrado em cartório de títulos e documentos.
Contrato de trabalho doméstico – Lei 5.859/72
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços
de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no
âmbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta lei.
163
Aula 32:
VIGIA DE RUA. RELAÇÃO DE EMPREGO CELETISTA. O vigilante de rua,
contratado por grupo de moradores, que exerce suas atividades totalmente fora
do âmbito residencial dos empregadores, não é empregado doméstico. Aplica-
se a ele, por analogia, o disposto na Lei 2.757/56. (RR 110700-
58.2005.5.03.0002, Rel. Min. José Simpliciano Fontes de F. Fernandes, j.
22/04/2009, 2ª Turma, pub. 15/05/2009)
Condomínio
Lei 2.757/56 - Dispõe sobre a situação dos empregados porteiros, zeladores,
faxineiros e serventes de prédios de apartamentos residenciais.
Art. 1º São excluídos das disposições da letra "a" do art. 7º do decreto-lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, e do art. 1º do decreto-lei nº 3.078, de 27 de
fevereiro de 1941, os empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes
de prédios de apartamentos residenciais, desde que a serviço da administração
do edifício e não de cada condômino em particular.
Art. 2º São considerados representantes dos empregadores nas reclamações ou
dissídios movimentos na Justiça do Trabalho os síndicos eleitos entre os
condôminos.
Art. 3º Os condôminos responderão, proporcionalmente, pelas obrigações
previstas nas leis trabalhistas, inclusive as judiciais e extrajudiciais
164
Dono da obra
CLT, art. 455. Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro
pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo,
todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal
pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.
OJ 191 SBDI1/TST. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE. (nova redação) – Res. 175/2011,
DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. Diante da inexistência de previsão
legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da
obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas
obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra
uma empresa construtora ou incorporadora.
Em síntese, o dono da obra será empregador na hipótese de finalidade lucrativa
e assunção dos riscos do empreendimento.
Cartório Extrajudicial
CF/88, art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter
privado, por delegação do Poder Público.
Lei 8.935/94, art. 20. Os notários e os oficiais de registro poderão, para o
desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre eles escolhendo os
165
substitutos, e auxiliares como empregados, com remuneração livremente
ajustada e sob o regime da legislação do trabalho.
Lei 8.935/94, art. 48. Os notários e os oficiais de registro poderão contratar,
segundo a legislação trabalhista, seus atuais escreventes e auxiliares de
investidura estatutária ou em regime especial desde que estes aceitem a
transformação de seu regime jurídico, em opção expressa, no prazo
improrrogável de trinta dias, contados da publicação desta lei.
Vínculo de emprego
AUXILIARES E ESCREVENTES DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL. REGIME
CELETISTA. VÍNCULO DE EMPREGO. 1. Este Tribunal Superior tem-se
posicionando no sentido de que a relação jurídica havida entre o serventuário e
o cartório extrajudicial está sujeita ao regime jurídico da Consolidação das Leis
do Trabalho. O artigo 236 da Constituição da República é norma auto-aplicável,
dispensando regulamentação por lei ordinária. 2. Assim, desde a promulgação
da Constituição da República de 1988 os auxiliares e escreventes dos cartórios
extrajudiciais passaram a ser regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho,
não havendo falar em incidência do regime jurídico celetista tão somente a
partir da opção a que alude o artigo 48 da Lei n.º 8.935/94. Precedentes desta
166
Corte superior. (1ª Turma, RR - 81300-68.2002.5.15.0002, Rel. Min. Lelio
Bentes Corrêa, j. 08/06/2011, pub. 17/06/2011; SBDI-1, ED-RR - 795653-
94.2001.5.02.5555, Rel. Min.Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, j. 10/12/2009,
pub. 18/12/2009)
Grupo econômico
Lei 5.889/73, art. 3º, § 2º (Rural). Sempre que uma ou mais empresas, embora
tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada
uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão
responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de
emprego.
CLT, art. 2º, § 2º. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de
emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das
subordinadas.
167
Grupo: solidariedade ativa e passiva
Súmula 129/TST. CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO. A prestação
de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a
mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um
contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Nexo entre as empresas do grupo
Contagem do tempo de serviço prestado para outras empresas do mesmo
grupo;
Transferência de empregado de uma empresa para outra do mesmo grupo;
Possibilidade de aproveitamento ou reintegração do empregado em caso de
extinção de uma da empresas;
Possibilidade de equiparação salarial;
168
Aula 33:
Sucessão de empregadores/ Sucessão trabalhista/ Alteração subjetiva do
contrato
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os
direitos adquiridos por seus empregados.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não
afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
Sucessão: alienação ou transferência de parte significativa do estabelecimento
ou empresa de modo a afetar significativamente a garantia original dos
contratos de emprego.
A manutenção de empregados pelo novo proprietário do empreendimento se
constitui elemento indicativo da sucessão de empregadores, não sendo,
entretanto, essencial e muito menos necessário que se verifique em relação ao
empregado que busca o reconhecimento dos seus direitos trabalhistas. O
objetivo dos preceitos contidos nos artigos 10 e 448 da CLT é desvincular o
empregador das pessoas físicas proprietárias da empresa; fazer com que o
empreendimento, independentemente de alterações na constituição jurídica ou
na propriedade, responda pelo contrato de emprego, presentes ou futuros. Se
assim não fosse, o empregado que tivesse sido dispensado anteriormente à
169
alteração da propriedade, ou na estrutura jurídica, estaria desprotegido, não
podendo contar com o patrimônio da empresa para garantir a satisfação de
eventuais direitos trabalhistas violados. Ademais, seria porta aberta à fraude e
desvirtuamento dos preceitos contidos nos citados artigos 10 e 448 da CLT. (1ª
Turma, RR 68800-36.2000.5.09.0089, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, j.
26/05/2010, pub. 19/08/2011)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 1. SUCESSÃO TRABALHISTA. TRANSFERÊNCIA DE
PARTE PRODUTIVA. ARTIGOS 10 E 448 DA CLT. NÃO PROVIMENTO. Restou
devidamente consignado pelo egrégio Colegiado Regional que o conjunto
probatório dos autos evidenciou que, de fato ocorreu a transferência da
unidade produtiva da primeira para a segunda reclamada. Devidamente
registrado, ainda, que não houve a solução de continuidade na prestação de
serviços pelo reclamante. Assim, considerando tais premissas fáticas - Súmula
nº 126 -, tem-se que não merece reparos o v. acórdão regional, estando
devidamente comprovada a ocorrência de sucessão trabalhista, devendo a ora
agravante permanecer no polo passivo da ação, nos termos dos artigos 10 e
448 da CLT. Vale ressaltar, ainda, que, para a configuração da sucessão, se
mostra desnecessária a transferência de todo o complexo jurídico da empresa
sucedida à sucessora, bastando, para tanto, a transferência de parte
significativa dos seus ativos. Agravo de instrumento a que se nega
provimento. ( AIRR - 535-48.2010.5.03.0137 , Relator Ministro: Guilherme
170
Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 17/08/2011, 2ª Turma, Data de
Publicação: 26/08/2011)
OJ 411 SBDI-1/TST. SUCESSÃO TRABALHISTA. AQUISIÇÃO DE EMPRESA
PERTENCENTE A GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO
SUCESSOR POR DÉBITOS TRABALHISTAS DE EMPRESA NÃO ADQUIRIDA.
INEXISTÊNCIA. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010). O sucessor não
responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida,
integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época,
a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada
a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão
Inaplicabilidade
a) relação doméstica
b) desmembramento de ente público (art. 18, CF/88. Princípio da autonomia
político-administrativa. OJ 92 SBDI1)
c) falência e recuperação judicial (STF)
OJ 92 SBDI1. DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS. RESPONSABILIDADE
TRABALHISTA (inserida em 30.05.1997) Em caso de criação de novo município,
por desmembramento, cada uma das novas entidades responsabiliza-se pelos
171
direitos trabalhistas do empregado no período em que figurarem como real
empregador.
SUCESSÃO TRABALHISTA. EMPRESA SUBMETIDA A PROCESSO DE
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA. ALIENAÇÃO DE BENS.
ARREMATAÇÃO JUDICIAL. LEI Nº 11.101/2005. 1. O artigo 60, parágrafo único,
da Lei n° 11.101/2005 dispõe que, na recuperação judicial, o objeto da
alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante
nas obrigações do devedor. 2. O Supremo Tribunal Federal, na ADI nº 3.934/DF
(Rel. Min. Ricardo Lewandowski, in DJ de 6/11/2009), reconhecendo a
adequação constitucional da referida norma, concluiu que a alienação de
empresa em processo de recuperação judicial não acarreta a sucessão pela
arrematante. (...). 4. Nesse contexto, nos termos do artigo 60, parágrafo único,
da Lei n° 11.101/2005 e em conformidade com a decisão do Supremo Tribunal
Federal, a alienação de empresa em processo de recuperação judicial não
acarreta a sucessão pela arrematante e, consequentemente, não há que se
falar em responsabilidade solidária das recorrentes pelos direitos que emergiam
da aludida sucessão. Ou seja, não havendo sucessão trabalhista, as recorrentes
não podem figurar no polo passivo da demanda, como responsáveis solidárias.
Sendo partes ilegítimas, deve ser afastada a responsabilidade que lhes fora
atribuída. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (RR 66000-
172
68.2007.5.01.0006, Rel. Min. Horácio Raymundo de Senna Pires, Data de
Julgamento: 31/08/2011, 3ª Turma, Data de Publicação: 09/09/2011)
Responsabilidade
OJ 261 SBDI1. BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA. As obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o
banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este
foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais,
caracterizando típica sucessão trabalhista
OJ SBDI1 225. CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO.
RESPONSABILIDADE TRABALHISTA. Celebrado contrato de concessão de
serviço público em que uma empresa (primeira concessionária) outorga a outra
(segunda concessionária), no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou
qualquer outra forma contratual, a título transitório, bens de sua propriedade:
I - em caso de rescisão do contrato de trabalho após a entrada em vigor da
concessão, a segunda concessionária, na condição de sucessora, responde
pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho, sem prejuízo da
responsabilidade subsidiária da primeira concessionária pelos débitos
trabalhistas contraídos até a concessão;
173
II - no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigência da concessão,
a responsabilidade pelos direitos dos trabalhadores será exclusivamente da
antecessora.
Trabalho Ilícito X Trabalho Proibido (lícito)
Exemplos de trabalho proibido:
Art. 7º, XXXIII, CF/88 - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
Art. 37, II, CF/88 - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração.
Súmula 363/TST. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem
prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II
e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação
174
pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da
hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.
OJ-SDI1-366 ESTAGIÁRIO. DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO DE ESTÁGIO.
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA OU INDIRETA. PERÍODO POSTERIOR À CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE. Ainda que desvirtuada a finalidade do
contrato de estágio celebrado na vigência da Constituição Federal de 1988, é
inviável o reconhecimento do vínculo empregatício com ente da Administração
Pública direta ou indireta, por força do art. 37, II, da CF/1988, bem como o
deferimento de indenização pecuniária, exceto em relação às parcelas previstas
na Súmula nº 363 do TST, se requeridas.
CLT, Art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que
demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o
trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
Parágrafo único - Não está compreendida na determinação deste artigo a
remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de
carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos.
Art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que
demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o
trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
175
Parágrafo único - Não está compreendida na determinação deste artigo a
remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de
carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos.
Art. 405, § 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu parágrafo
único.
Súmula 386/TST. POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA. Preenchidos os requisitos do art. 3º
da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial
militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de
penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.
176
Aula 34:
Trabalho ilícito — inexistência de efeitos
OJ 199 SDI1. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO.
É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à
prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de
validade para a formação do ato jurídico.
Contrato de emprego: classificações
Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou
indeterminado.
§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência
dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da
realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao
maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de
aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação.
Lei 6.019/74, Art. 10 - O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa
tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de
três meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e
Previdência Social, segundo instruções a serem baixadas pelo Departamento Nacional
de Mão-de-Obra.
177
Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e
cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente
será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos
conferidos aos trabalhadores por esta Lei.
Lei 9.615/98, Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o
direito de assinar com ele, a partir de 16 (dezesseis) anos de idade, o primeiro contrato
especial de trabalho desportivo, cujo prazo não poderá ser superior a 5 (cinco) anos.
(Redação dada pela Lei 12.395/2011.
Súmula 12/TST. CARTEIRA PROFISSIONAL. As anotações apostas pelo empregador na
carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas
apenas "juris tantum".
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado
por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias.
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou
expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação
de prazo.
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de
6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste
dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos
acontecimentos.
Alteração do Contrato de Trabalho
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente
desta garantia.
178
Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador
para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado,
deixando o exercício de função de confiança.
Súmula 372/TST. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES.
I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o
empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a
gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira.
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o
empregador reduzir o valor da gratificação.
OJ 308 SDI1. JORNADA DE TRABALHO. ALTERAÇÃO. RETORNO À JORNADA
INICIALMENTE CONTRATADA. SERVIDOR PÚBLICO. O retorno do servidor público
(administração direta, autárquica e fundacional) à jornada inicialmente contratada não
se insere nas vedações do art. 468 da CLT, sendo a sua jornada definida em lei e no
contrato de trabalho firmado entre as partes.
Súmula 265/TST. ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO.
POSSIBILIDADE E SUPRESSÃO. A transferência para o período diurno de trabalho
implica a perda do direito ao adicional noturno.
Súmula 391/TST. PETROLEIROS. LEI Nº 5.811/1972. TURNO ININTERRUPTO DE
REVEZAMENTO. HORAS EXTRAS E ALTERAÇÃO DA JORNADA PARA HORÁRIO FIXO
I - A Lei nº 5.811/1972 foi recepcionada pela CF/88 no que se refere à duração da
jornada de trabalho em regime de revezamento dos petroleiros.
II - A previsão contida no art. 10 da Lei nº 5.811/1972, possibilitando a mudança do
regime de revezamento para horário fixo, constitui alteração lícita, não violando os
arts. 468 da CLT e 7º, VI, da CF/1988.
OJ 159 SDI1. DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. ALTERAÇÃO. Diante da inexistência de
previsão expressa em contrato ou em instrumento normativo, a alteração de data de
pagamento pelo empregador não viola o art. 468, desde que observado o parágrafo
único, do art. 459, ambos da CLT.
179
Aula 35:
OJ 244 SDI1. PROFESSOR. REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA. POSSIBILIDADE. A redução
da carga horária do professor, em virtude da diminuição do número de alunos, não
constitui alteração contratual, uma vez que não implica redução do valor da hora-aula.
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a
que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que
exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição,
implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de
serviço.
§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que
trabalhar o empregado.
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o
empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as
restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento
suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o
empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador
Súmula 43/TST. TRANSFERÊNCIA. Presume-se abusiva a transferência de que trata o
§ 1º do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.
Súmula 29/TST. TRANSFERÊNCIA. Empregado transferido, por ato unilateral do
empregador, para local mais distante de sua residência, tem direito a suplemento
salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte.
OJ 113 SBDI1. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. CARGO DE CONFIANÇA OU PREVISÃO
CONTRATUAL DE TRANSFERÊNCIA. DEVIDO. DESDE QUE A TRANSFERÊNCIA SEJA
PROVISÓRIA. O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de
previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O
180
pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a
transferência provisória.
Interrupção do Contrato de Trabalho
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do
salário:
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e
previdência social, viva sob sua dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por 5 dias*, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
(*ADCT, art. 10, II, §1º, CF/88)
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária
de sangue devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
lei respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar
referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do
Serviço Militar).
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de
entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do
qual o Brasil seja membro.
Repouso Semanal Remunerado (Art. 7º, XV, CF/88)
Lei 605/49. Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de
vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das
exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a
tradição local.
181
Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado
não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu
horário de trabalho.
Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial,
a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o
direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias,
sem prejuízo da remuneração.
182
Aula 36:
Férias
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco)
vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze)
faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três)
faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e
duas)
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de
serviço.
30 dias → até 5 faltas
(-6) (+8)
24 dias → de 6 a 14 faltas
(-6) (+8)
18 dias → de 15 a 23 faltas
(-6) (+8)
12 dias → de 24 a 32 faltas
Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze
meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na
seguinte proporção:
183
I - 18 (dezoito dias), para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e duas)
horas, até 25 (vinte e cinco) horas;
II – 16 (dezesseis dias), para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte horas),
até 22 (vinte e duas horas);
III – 14 (quatorze dias), para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze)
horas, até 20 (vinte) horas;
IV – 12 (doze dias), para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até
15 (quinze) horas;
V – 10 (dez dias), para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10
(dez) horas;
VI – 8 (oito dias), para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco)
horas.
Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver
mais de 7 (sete) faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período
de férias reduzido à metade.
18 dias → 22h até 25h
16 dias → 20h até 22h
14 dias → 15h até 20h
12 dias → 10h até 15h
10 dias → 5h até 10h
8 dias → ≤ 5h.
mais de 7 (sete) faltas injustificadas → período reduzido à metade
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à
sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta)
dias;
184
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em
virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de
auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o
implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as
datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em
igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria
profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois)
períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de
idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará
recibo.
§ 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao
empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada
a respectiva concessão.
§ 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de
registro dos empregados
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do
empregador.
185
§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou
empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se
disto não resultar prejuízo para o serviço.
§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer
coincidir suas férias com as férias escolares
186
Aula 37:
Concessão
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134,
o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias,
o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de
gozo das mesmas.
§ 2º - A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da
região, devida ao empregado até que seja cumprida.
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do
Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo
Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.
Férias Coletivas
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma
empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum
deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do
Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de
início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos
pela medida.
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos
sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a
afixação de aviso nos locais de trabalho.
187
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na
oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.
Art. 141 - Quando o número de empregados contemplados com as férias coletivas for
superior a 300 (trezentos), a empresa poderá promover, mediante carimbo, anotações
de que trata o art. 135, § 1º.
§ 1º - O carimbo, cujo modelo será aprovado pelo Ministério do Trabalho, dispensará
a referência ao período aquisitivo a que correspondem, para cada empregado, as
férias concedidas.
§ 2º - Adotado o procedimento indicado neste artigo, caberá à empresa fornecer ao
empregado cópia visada do recibo correspondente à quitação mencionada no
parágrafo único do art. 145.
§ 3º - Quando da cessação do contrato de trabalho, o empregador anotará na
Carteira de Trabalho e Previdência Social as datas dos períodos aquisitivos
correspondentes às férias coletivas gozadas pelo empregado.
Remuneração das férias
Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for
devida na data da sua concessão.
§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a
média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das
férias.
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a media da produção
no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da
tarefa na data da concessão das férias.
§ 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a
média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à concessão
das férias.
§ 4º - A parte do salário paga em utilidades será computada de acordo com a
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão
computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias.
188
§ 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo
adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será
computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das
importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais
supervenientes.
Abono Pecuniário
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a
que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida
nos dias correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término
do período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá
ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da
respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a
concessão do abono.
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo
parcial.
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o concedido em
virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de
convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias do salário, não
integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho.
Momento do pagamento das férias
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono
referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e
do termo das férias
189
Suspensão do Contrato de Trabalho
Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar,
ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do
contrato de trabalho por parte do empregador.
Art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato
de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do
benefício.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. Esta Corte superior tem se posicionado no
sentido de que a aposentadoria por invalidez, apenas suspende o contrato de
trabalho. O reclamante continua a ser empregado dos reclamados, tendo jus à
manutenção do plano de saúde nas mesmas condições de quando estava em
atividade. Precedentes desta Corte uniformizadora. Recurso de revista não conhecido.
(RR 35700-21.2003.5.17.0006, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento:
31/08/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 09/09/2011)
Lei 8.213/91, Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.
OJ 375 SDI1. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO
CONTRATO DE TRABALHO. PRESCRIÇÃO. CONTAGEM. A suspensão do contrato de
trabalho, em virtude da percepção do auxílio-doença ou da aposentadoria por
invalidez, não impede a fluência da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de
absoluta impossibilidade de acesso ao Judiciário.
190
Aula 38:
Lei 7.783/89, Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em
greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o
período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do
Trabalho.
Súmula 269/TST. DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO TEMPO DE
SERVIÇO. O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato
de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se
permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego.
Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a
cinco mescurso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregadores, para participação do empregado em, com duração equivalente à
suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de
trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta
Consolidação.
§ 1º Após a autorização concedida por intermédio de convenção ou acordo coletivo,
o empregador deverá notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima de
quinze dias da suspensão contratual.
§ 2º O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em conformidade com o
disposto no caput deste artigo mais de uma vez no período de dezesseis meses.
§ 3º O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal,
sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos do caput
deste artigo, com valor a ser definido em convenção ou acordo coletivo.
§ 4º Durante o período de suspensão contratual para participação em curso ou
programa de qualificação profissional, o empregado fará jus aos benefícios
voluntariamente concedidos pelo empregador.
§ 5º Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão
contratual ou nos três meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador
191
pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em
vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no
mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à
suspensão do contrato.
§ 6º Se durante a suspensão do contrato não for ministrado o curso ou programa de
qualificação profissional, ou o empregado permanecer trabalhando para o
empregador, ficará descaracterizada a suspensão, sujeitando o empregador ao
pagamento imediato dos salários e dos encargos sociais referentes ao período, às
penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, bem como às sanções previstas
em convenção ou acordo coletivo.
§ 7º O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ou
acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o
empregador arque com o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificação
profissional, no respectivo período.
Jornada de Trabalho
Art. 7º, CF/88. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e
quatro) semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de 6 (seis) horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Art. 58, CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer
atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado
expressamente outro limite.
Turno Ininterrupto de Revezamento
XIV - jornada de 6 (seis) horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Súmula 423/TST. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE
TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. Estabelecida jornada
192
superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva,
os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não tem direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
Necessidade de Instrumento Coletivo
OJ 275 SBDI1. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA. HORAS EXTRAS E
ADICIONAL. DEVIDOS. Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o
empregado horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao
pagamento das horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo
adicional.
Escalas variadas, com alternância de turnos
OJ 274 SBDI1. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FERROVIÁRIO. HORAS
EXTRAS. DEVIDAS. O ferroviário submetido a escalas variadas, com alternância de
turnos, faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988.
Petroleiros
Súmula 391/TST. PETROLEIROS. LEI Nº 5.811/1972. TURNO ININTERRUPTO DE
REVEZAMENTO.HORAS EXTRAS E ALTERAÇÃO DA JORNADA PARA HORÁRIO FIXO.
I - A Lei nº 5.811/1972 foi recepcionada pela CF/88 no que se refere à duração da
jornada de trabalho em regime de revezamento dos petroleiros.
II - A previsão contida no art. 10 da Lei nº 5.811/1972, possibilitando a mudança do
regime de revezamento para horário fixo, constitui alteração lícita, não violando os
arts. 468 da CLT e 7º, VI, da CF/1988.
Alternância em dois turnos
OJ 360 SBDI1. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO
DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO. Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º,
XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância
de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em
parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário
prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de
forma ininterrupta.
193
Hora Noturna Reduzida no Revezamento
OJ 395 SBDI1. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA REDUZIDA.
INCIDÊNCIA. O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira
o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições
contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.
Art. 73, § 1º, CLT. A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e
30 segundos.
Intervalos Intra e Interjornadas
Súmula 360/TST. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS
INTRAJORNADA E SEMANAL. A interrupção do trabalho destinada a repouso e
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não
descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art.
7º, XIV, da CF/1988.
Súmula 110/TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO. No regime de revezamento, as
horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do
intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser
remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.
Melhoria da condição: irredutibilidade salarial
OJ 396 SBDI1. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. ALTERAÇÃO DA JORNADA
DE 8 PARA 6 HORAS DIÁRIAS. EMPREGADO HORISTA. APLICAÇÃO DO DIVISOR 180.
Para o cálculo do salário hora do empregado horista, submetido a turnos ininterruptos
de revezamento, considerando a alteração da jornada de 8 para 6 horas diárias, aplica-
se o divisor 180, em observância ao disposto no art. 7º, VI, da Constituição Federal,
que assegura a irredutibilidade salarial.
Como calcular o divisor
Após a Constituição de 1988, o empregado submetido a jornada constitucional de 44
(quarenta e quatro) horas semanais passou a ter o seu salário-hora calculado com base
no divisor 220.
Critério de cálculo conforme art. 64 da CLT: 44 / 6 = 7,33 X 30 = 220
194
Divide-se 44 horas semanais por 6 dias úteis e chegamos a um total de 7,3333 horas
diárias, que, multiplicado por 30 dias, resulta no divisor 220.
Assim, ocorrendo a redução para 36 horas semanais, dividimos por 6 dias úteis e
chegamos a um total de 6 horas diárias, que, multiplicado por 30, resulta no divisor
180.
195
Aula 39:
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade
privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado
expressamente outro limite.
§ 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado
o limite máximo de dez minutos diários.
Súmula 366/TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE
ANTECEDEM E SUCEDEM. A JORNADA DE TRABALHO. Não serão descontadas nem
computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto
não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que
exceder a jornada normal.
OJ 372 SBDI1. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. LEI
Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. A
partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da
CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que
elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para
fins de apuração das horas extras.
Horas In Itinere: Tempo de Serviço
Art. 58, § 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu
retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de
trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o empregador fornecer a condução.
§ 3o Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por
meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo
empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo
médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração.
196
Súmula 429/TST. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO
DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO - Res. 174/2011,
DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. Considera-se à disposição do empregador, na
forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a
portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez)
minutos diários.
Súmula 90/TST. HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO.
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador,
até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular,
e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado
e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas
"in itinere
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in
itinere.
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução
da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado
pelo transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o
tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele
deve incidir o adicional respectivo.
Súmula 320/TST. HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA JORNADA
DE TRABALHO. O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo
transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por transporte regular,
não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".
Horas extraordinárias e compensação
Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares,
em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e
empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.
197
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar,
obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo
menos, 50% superior à da hora normal.
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período
máximo de 1 (um) ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de 10 (dez) horas diárias.
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a
compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará
o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o
valor da remuneração na data da rescisão.
§ 4o Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas
extras.
Compensação Semanal e Anual (banco de horas)
Súmula 85/TST. COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item V) - Res. 174/2011, DEJT
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual
escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma
coletiva em sentido contrário.
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada,
inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do
pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada
máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de
jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal
deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à
compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário.
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na
modalidade “banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação
coletiva.
198
Limites e Reflexos
Súmula 376/TST. HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o
empregador de pagar todas as horas trabalhadas.
II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres
trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT.
Supressão e Indenização
Súmula 291/TST. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. (nova
redação em decorrência do julgamento do processo TST-IUJERR 10700-
45.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. A
supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com
habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à
indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou
parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de
serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas
suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo
valor da hora extra do dia da supressão.
199
Aula 40:
Atividade externa e Cargo de gestão
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de
horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e
Previdência Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se
equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de
departamento ou filial.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados
mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo
salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).
Súmula 102. BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA (mantida) - Res. 174/2011, DEJT
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art.
224, §2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é
insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos.
II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe
gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas
extraordinárias excedentes de seis.
III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, §2º, da CLT
são devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento
a menor da gratificação de 1/3.
IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, §2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8
(oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava.
V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce
cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do art. 224 da
CLT.
VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se
perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa
200
remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas
extraordinárias além da sexta.
VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não
inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não
tem direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão somente às diferenças de
gratificação de função, se postuladas.
Intervalo Interjornada
Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.
Intervalo Intrajornada
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um
intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por
ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de
Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os
respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for
concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período
correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho.
OJ 178 SBDI1. BANCÁRIO. INTERVALO DE 15 MINUTOS. NÃO COMPUTÁVEL NA
JORNADA DE TRABALHO. Não se computa, na jornada do bancário sujeito a seis horas
diárias de trabalho, o intervalo de quinze minutos para lanche ou descanso
201
Pagamento integral
OJ 307 SBDI1. INTERVALO INTRAJORNADA (PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO). NÃO
CONCESSÃO OU CONCESSÃO PARCIAL. LEI Nº 8.923/94. Após a edição da Lei nº
8.923/94, a não-concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, implica o pagamento total do período correspondente, com
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho (art. 71 da CLT).
Natureza salarial
OJ 354 SBDI1. INTERVALO INTRAJORNADA. ART. 71, § 4º, DA CLT. NÃO CONCESSÃO OU
REDUÇÃO. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL. Possui natureza salarial a parcela prevista
no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de
1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras
parcelas salariais.
Seis horas com horas extras habituais
OJ 380 SBDI1. INTERVALO INTRAJORNADA. JORNADA CONTRATUAL DE SEIS HORAS
DIÁRIAS. PRORROGAÇÃO HABITUAL. APLICAÇÃO DO ART. 71, “CAPUT” E § 4º, DA CLT.
Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do
intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o
período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, “caput” e § 4, da CLT.
Trabalhador Rural
OJ 381 SBDI1. INTERVALO INTRAJORNADA. RURÍCOLA. LEI N.º 5.889, DE 08.06.1973.
SUPRESSÃO TOTAL OU PARCIAL. DECRETO N.º 73.626, DE 12.02.1974. APLICAÇÃO DO
ART. 71, § 4º, DA CLT. A não concessão total ou parcial do intervalo mínimo
intrajornada de uma hora ao trabalhador rural, fixado no Decreto n.º 73.626, de
12.02.1974, que regulamentou a Lei n.º 5.889, de 08.06.1973, acarreta o pagamento
do período total, acrescido do respectivo adicional, por aplicação subsidiária do art.
71, § 4º, da CLT.
202
Flexibilização – TST
342. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. NÃO CONCESSÃO
OU REDUÇÃO. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. INVALIDADE. EXCEÇÃO AOS
CONDUTORES DE VEÍCULOS RODOVIÁRIOS,EMPREGADOS EM EMPRESAS DE
TRANSPORTE COLETIVO URBANO
I - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71
da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
II – Ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que
são submetidos estritamente os condutores e cobradores de veículos rodoviários,
empregados em empresas de transporte público coletivo urbano, é válida cláusula de
acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a redução do intervalo
intrajornada, desde que garantida a redução da jornada para, no mínimo, sete horas
diárias ou quarenta e duas semanais, não prorrogada, mantida a mesma remuneração
e concedidos intervalos para descanso menores e fracionados ao final de cada viagem,
não descontados da jornada.
Datilografia e Digitação
Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou
cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo
corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de
trabalho
Súmula 346/TST. DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO ANALÓGICA
DO ART. 72 DA CLT. Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT,
equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia,
escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10
(dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.
Subsolo e Frio-Quente
Art. 298 (empregados em minas no subsolo) - Em cada período de 3 (três) horas
consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para
repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo.
Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e
203
vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será
assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo
como de trabalho efetivo.
Serviço Ferroviário
Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobreaviso
e de prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros
empregados que faltem à escala organizada.
§ 1º Considera-se "extranumerário" o empregado não efetivo, candidato efetivação,
que se apresentar normalmente ao serviço, embora só trabalhe quando for
necessário. O extranumerário só receberá os dias de trabalho efetivo.
§ 2º Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua
própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala
de "sobreaviso" será, no máximo, de 24 (vinte e quatro horas), As horas de
"sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do
salário normal.
§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da
estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de 12 (doze)
horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3
(dois terços) do salário-hora normal.
Aplicação Analógica
Súmula 229/TST. SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS. Por aplicação analógica do art. 244, §
2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à base de 1/3
sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.
Uso de aparelho de intercomunicação
Súmula 428/TST. SOBREAVISO (conversão da Orientação Jurisprudencial n.º 49 da
SBDI-1) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. O uso de aparelho de
intercomunicação, a exemplo de BIP, “pager” ou aparelho celular, pelo empregado,
por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não
permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o
serviço.
204
Integração indevida do adicional de periculosidade
Súmula 132/TST. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO.
I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de
indenização e de horas.
II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de
risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as
mencionadas horas.
Regime de Tempo Parcial
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a 25 (vinte e cinco) horas semanais.
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será
proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas
funções, tempo integral.
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita
mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento
decorrente de negociação coletiva
OJ 358 SBDI1. SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA
REDUZIDA. POSSIBILIDADE. Havendo contratação para cumprimento de jornada
reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro
semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao
tempo trabalhado.
205
Aula 41:
Trabalho Noturno
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno
terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
§1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as
22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que
não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito,
tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante.
Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades,
o aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo
devido quando exceder desse limite, já acrescido da percentagem.
§4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e
noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus
parágrafos.
§5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.
OJ 127 SBDI1. HORA NOTURNA REDUZIDA. SUBSISTÊNCIA APÓS A CF/1988.O art. 73, §
1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso IX do art.
7º da CF/1988.
Súmula 65/TST. VIGIA. O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-
se ao vigia noturno.
Súmula 112/TST. TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO. O trabalho noturno dos
empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação do
petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e
seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se
lhe aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º, da
CLT.
206
Súmula 265/TST. ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO.
POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO. A transferência para o período diurno de trabalho
implica a perda do direito ao adicional noturno.
Súmula 60. ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM
HORÁRIO DIURNO.
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para
todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é
também o adicional quanto às horas prorrogadas.
OJ 388 SBDI1. JORNADA 12X36. JORNADA MISTA QUE COMPREENDA A TOTALIDADE
DO PERÍODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO. O empregado submetido à
jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda a totalidade do
período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após
as 5 horas da manhã.
Rural – Lei 5.889/73
Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as
21 (vinte e uma) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, na lavoura, e
entre as 20 (vinte) horas de um dia e as 4 (quatro) horas do dia seguinte, na atividade
pecuária.
Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento) sobre a remuneração normal.
Advogado – Lei 8.906/94
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não
poderá exceder a duração diária de 4 (quatro) horas contínuas e a de vinte horas
semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em
que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as
despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação.
207
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um
adicional não inferior a 100% (cem por cento) sobre o valor da hora normal, mesmo
havendo contrato escrito.
§ 3º As horas trabalhadas no período das 20 (vinte) horas de um dia até as 5 (cinco)
horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de
25% (vinte e cinco por cento).
Mulher e prorrogação da jornada
Art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de
15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho.
INTERVALO INTRAJORNADA. ART. 384 DA CLT. Nos termos da jurisprudência desta
Corte Superior, sedimentada por ocasião do julgamento do TST-IIN-RR-1.540/2005-
046-12-00.5 pelo seu Tribunal Pleno, em 17/11/2008, a diretriz disposta no artigo 384
da CLT foi recepcionada pela Constituição Federal. Homens e mulheres, embora iguais
em direitos e obrigações, se diferenciam em alguns pontos, a exemplo do aspecto
fisiológico, merecendo, assim, a mulher, um tratamento diferenciado quando o
trabalho lhe exige um desgaste físico maior, como nas ocasiões em que presta horas
extras, motivo por que são devidas como extras as horas decorrentes da não
concessão do intervalo previsto no artigo 384 da CLT. Recurso de revista conhecido e
provido. (RR 328600-39.2009.5.09.0010, Rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, Data
de Julgamento: 31/08/2011, 2ª Turma, Data de Publicação: 09/09/2011)
Remuneração: Salário + Gorjetas
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§ 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as
comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos
pelo empregador.
208
Salário Complessivo
Súmula 91/TST. SALÁRIO COMPLESSIVO. Nula é a cláusula contratual que fixa
determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários
direitos legais ou contratuais do trabalhador.
Súmula 247/TST. QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA. A parcela paga aos bancários sob a
denominação "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salário do
prestador de serviços, para todos os efeitos legais.
Súmula 203/TST. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL. A
gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.
Natureza previdenciária
Lei 8.213/91, Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes
prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do
trabalho, expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: (...)
f) salário-família;
g) salário-maternidade;
Participação nos lucros ou resultados
Art. 7º, XI, CF/88 - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei;
Lei 10.101/00, Art. 3º. A participação de que trata o art. 2º não substitui ou
complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de
incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da
habitualidade.
§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para
viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo
empregado. [ver Súm. 101 e 318]
§ 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente
ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como
209
adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados. [ver
Súm. 354]
Súmula 101/TST. DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO. Integram o salário, pelo seu valor total
e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinqüenta por
cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem as viagens.
Súmula 318/TST. BASE DE CÁLCULO PARA SUA INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO. Tratando-se
de empregado mensalista, a integração das diárias no salário deve ser feita tomando-
se por base o salário mensal por ele percebido e não o valor do dia de salário, somente
sendo devida a referida integração quando o valor das diárias, no mês, for superior à
metade do salário mensal.
Gorjetas
Súmula 354/TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas,
cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos
clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para
as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal
remunerado.
210
Aula 42:
Parcela em utilidades (in natura)
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os
efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura"
que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao
empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou
drogas nocivas.
Súmula 367/TST. UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO.
CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO.
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado,
quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda
que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades
particulares.
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.
Súmula 241/TST. SALÁRIO-UTILIDADE. O vale para refeição, fornecido por força do
contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado,
para todos os efeitos legais.
OJ 123 SBDI1. BANCÁRIOS. AJUDA ALIMENTAÇÃO. A ajuda alimentação prevista em
norma coletiva em decorrência de prestação de horas extras tem natureza
indenizatória e, por isso, não integra o salário do empregado bancário.
OJ 133 SBDI1. AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO
SALÁRIO. A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de
alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial.
Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal.
Art. 458, § 1º. Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e
razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas
componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82).
Art. 82, parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30%
(trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona.
211
Súmula 258/TST. SALÁRIO-UTILIDADE. PERCENTUAIS. Os percentuais fixados em lei
relativos ao salário "in natura" apenas se referem às hipóteses em que o empregado
percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade.
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as
seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e
utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo
os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso
servido ou não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante
seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão
atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25%
(vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual.
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela
correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo
número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma
unidade residencial por mais de uma família.
Trabalho Rural
Lei 5.889/73, Art. 9º Salvo as hipóteses de autorização legal ou decisão judiciária, só
poderão ser descontadas do empregado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o
salário mínimo:
a) até o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupação da morada;
212
b)até o limite de 25% (vinte por cento) pelo fornecimento de alimentação sadia e
farta, atendidos os preços vigentes na região;
c) adiantamentos em dinheiro.
§ 1º As deduções acima especificadas deverão ser previamente autorizadas, sem o
que serão nulas de pleno direito.
§ 2º Sempre que mais de um empregado residir na mesma morada, o desconto,
previsto na letra "a" deste artigo, será dividido proporcionalmente ao número de
empregados, vedada, em qualquer hipótese, a moradia coletiva de famílias.
§ 3º Rescindido ou findo o contrato de trabalho, o empregado será obrigado a
desocupar a casa dentro de trinta dias.
Pagamento do Salário: até o 5º dia útil
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não
deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a
comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o
mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Súmula 381/TST. CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT. O pagamento
dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à
correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção
monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º.
213
Aula 43:
Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância
ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma
empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço
semelhante.
Equiparação Salarial
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade.
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com
igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de
tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver
pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão
obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas
alternadamente por merecimento e por antingüidade, dentro de cada categoria
profissional.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou
mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de
paradigma para fins de equiparação salarial.
Súmula 127/TST. QUADRO DE CARREIRA. Quadro de pessoal organizado em carreira,
aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de equiparação salarial, não
obsta reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação.
Súmula 6/TST; EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT
I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal
organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-
se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da
214
administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da
autoridade competente.
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo
de serviço na função e não no emprego.
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a
mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm,
ou não, a mesma denominação.
Súmula 6/TST; EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial,
reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se
relacione com situação pretérita.
V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a
função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários
do paradigma e do reclamante.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que
o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma,
exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada pela
jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em cadeia, se
não demonstrada a presença dos requisitos da equiparação em relação ao paradigma
que deu origem à pretensão, caso arguida a objeção pelo reclamado.
Súmula 6/TST; EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação
salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja
aferição terá critérios objetivos.
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo
da equiparação salarial.
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças
salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento.
X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em
princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente,
pertençam à mesma região metropolitana.
215
Intangibilidade
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do
empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de
contrato coletivo.
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que
esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
§ 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos
empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações " in natura "
exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem
do armazém ou dos serviços.
§ 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços
não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de
medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços
prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício das
empregados.
§ 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por
qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário.
216
Aula 42:
Meio de pagamento
Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.
Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo
considera-se como não feito.
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo
empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não
sendo esta possível, a seu rogo.
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária,
aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em
estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.
Lugar do pagamento
Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho,
dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo
quando efetuado por depósito em conta bancária, observado o disposto no artigo
anterior.
Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada
a transação a que se referem.
§ 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento
das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à
respectiva liquidação.
§ 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e
percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo.
217
Multa do Art. 467
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o
montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à
data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas,
sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento".
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à União, aos Estados, ao Distrito
Federal, aos Municípios e as suas autarquias e fundações públicas.
Lei 4.090/62 – Gratificação de Natal
Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo
empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que
fizer jus.
§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em
dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês
integral para os efeitos do parágrafo anterior.
Lei 4.090/62 – Gratificação de Natal
§ 3º - A gratificação será proporcional:
I - na extinção dos contratos a prazo, entre estes incluídos os de safra, ainda que a
relação de emprego haja findado antes de dezembro; e
II - na cessação da relação de emprego resultante da aposentadoria do trabalhador,
ainda que verificada antes de dezembro.
Art. 2º - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins
previstos no § 1º do art. 1º desta Lei.
Art. 3º - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de trabalho, o empregado
receberá a gratificação devida nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei,
calculada sobre a remuneração do mês da rescisão.
218
Lei 4.749/65 – Gratificação de Natal
Art. 1º - A gratificação salarial instituída pela Lei 4.090, de 13 de julho de 1962, será
paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada a
importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do
artigo seguinte.
Art. 2º - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará,
como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez,
metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior.
219
Aula 43:
Aviso Prévio
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 (trinta)
dias, nos termos da lei.
Proporcionalidade
OJ 84 SBDI1. AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE (inserida em 28.04.1997). A
proporcionalidade do aviso prévio, com base no tempo de serviço, depende da
legislação regulamentadora, visto que o art. 7º, inc. XXI, da CF/1988 não é auto-
aplicável.
STF (aviso prévio proporcional) - Mandados de Injunção 943, 1010, 1074 e 1090, em
22/06/2011: os ministros observaram que a Suprema Corte deveria manter o avanço
em relação a decisões anteriores de omissão legislativa, em que apenas advertiu o
Congresso Nacional sobre a necessidade de regulamentar o respectivo dispositivo
invocado, e adotar uma regra para o caso concreto, até mesmo para estimular o Poder
Legislativo a votar uma lei regulamentadora.
Elastecimento por norma coletiva
OJ 367 SBDI1/TST. AVISO PRÉVIO DE 60 DIAS. ELASTECIMENTO POR NORMA COLETIVA.
PROJEÇÃO. REFLEXOS NAS PARCELAS TRABALHISTAS. O prazo de aviso prévio de 60
dias, concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos
jurídicos, computa-se integralmente como tempo de serviço, nos termos do § 1º do
art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisórias.
Irrenunciabilidade
Súmula 276/TST. AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO. O direito ao aviso
prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não
exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o
prestador dos serviços obtido novo emprego.
220
Prazo legal
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência
mínima de:
I – 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior;
II – 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de
12 (doze) meses de serviço na empresa.
Trabalhador Rural
Art. 15, Lei 5.889/73. Durante o prazo do aviso prévio, se a rescisão tiver sido
promovida pelo empregador, o empregado rural terá direito a 1 (um) dia por semana,
sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho.
Aviso Prévio em Contratos de Prazo Determinado
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado,
aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que
regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Súmula 163/TST. AVISO PRÉVIO. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. Cabe aviso prévio nas
rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT
Súmula 380/TST. AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE
2002. Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à
contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do
vencimento.
Invalidade
Súmula 348/TST. AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA DE
EMPREGO. INVALIDADE. É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia
de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos.
221
§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos
salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse
período no seu tempo de serviço.
§ 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de
descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
§ 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos
parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses
de serviço.
§ 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta.
§ 5o O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.
§ 6o O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio,
beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido
antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu
tempo de serviço para todos os efeitos legais.
OJ 268 SBDI1/TST. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. LEIS NºS 6.708/79 E 7.238/84. AVISO
PRÉVIO. PROJEÇÃO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. Somente após o término do período
estabilitário é que se inicia a contagem do prazo do aviso prévio para efeito das
indenizações previstas nos artigos 9º da Lei nº 6.708/79 e 9º da Lei nº 7.238/84.
Art. 9º, Lei 6.708/79. O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30
(trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial terá direito à indenização
adicional equivalente a um salário mensal, seja ele, ou não, optante pelo Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço.
Art. 9º, Lei 7.238/84. O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30
(trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização
adicional equivalente a um salário mensal, seja ele optante ou não pelo Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.
Súmula 182/TST. AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708, DE
30.10.1979. O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da
indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de 30.10.1979.
222
Art. 9º, Lei 6.708/79. O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30
(trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial terá direito à indenização
adicional equivalente a um salário mensal, seja ele, ou não, optante pelo Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço.
Integração
OJ 82 SBDI1. AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS. A data de saída a ser anotada na CTPS
deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado.
OJ 83 SBDI1. AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO. A prescrição começa a fluir no
final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º, da CLT.
Registro de candidatura no curso do AP
Súmula 369, V/TST - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente
sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a
estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis
do Trabalho.
AP e FGTS
Súmula 305/TST. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O
AVISO PRÉVIO. O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não,
está sujeito a contribuição para o FGTS.
AP e 40% FGTS
OJ 42 SBDI1. FGTS. MULTA DE 40%.
II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta
vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a
projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal.
Súmula 44/TST. AVISO PRÉVIO. A cessação da atividade da empresa, com o pagamento
da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao
aviso prévio.
223
Súmula 14/TST. CULPA RECÍPROCA. Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do
contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por
cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
224
Aula 44:
ESTABILIDADE DA GESTANTE. CONCEPÇÃO NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO.
INDENIZADO. Esta Corte, interpretando o art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, editou a Súmula n° 244, item I, do TST,
segundo a qual “o desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta
o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, inciso II,
alínea 'b', do ADCT)”. Logo, é condição essencial, para que seja assegurada a
estabilidade à reclamante, o fato de a gravidez ter ocorrido durante o transcurso do
contrato de trabalho, não sendo exigido o conhecimento da gravidez pela
empregadora. No caso, extrai-se do acórdão regional que a concepção ocorreu na
vigência do contrato de trabalho, considerando a projeção do aviso-prévio indenizado.
Na esteira da Orientação Jurisprudencial nº 82 da SBDI-1 desta Corte “a data de saída a
ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda
que indenizado” e, nos termos do artigo 487, § 1º, da CLT, o aviso-prévio, ainda que
indenizado, integra o contrato de trabalho para todos os efeitos. Logo, a gravidez
ocorrida nesse período não afasta o direito da reclamante à estabilidade provisória
prevista no artigo 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT. Recurso de revista conhecido e
provido (2ª Turma, RR 296300-90.2007.5.12.0016. Rel. Min. José Roberto Freire
Pimenta, j. 06/09/2011, DEJT 16/09/2011)
Redução do horário
Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se
a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas
diárias, sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas)
horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo
do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos,
na hipótese do inciso lI do art. 487 desta Consolidação.
Súmula 230/TST. AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS
REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO. É ilegal substituir o período que se reduz da
jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.
225
OJ 14 SBDI1. AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA. VERBAS RESCISÓRIAS. PRAZO PARA
PAGAMENTO. Em caso de aviso prévio cumprido em casa, o prazo para pagamento das
verbas rescisórias é até o décimo dia da notificação de despedida.
Concessão de benefício previdenciário
Súmula 371/TST. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-
DOENÇA NO CURSO DESTE. A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela
concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas
obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso
de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os
efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário.
Art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à
outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
Parágrafo único - Caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois
de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso prévio não
tivesse sido dado.
Faltas cometidas no curso do AP
Art. 490 - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado,
praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da
remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização
que for devida.
Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.
Súmula 73/TST. DESPEDIDA. JUSTA CAUSA. A ocorrência de justa causa, salvo a de
abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador,
retira do empregado qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória.
226
Garantias provisórias: dirigente sindical
Art. 8º, VIII, CF/88 - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos
rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 543, §3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a
partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou
representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após
o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta
grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação.
Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no
máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de
três membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral.
Art. 543, §5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à
empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura
do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a
este, comprovante no mesmo sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social
fará no mesmo prazo a comunicação no caso da designação referida no final do § 4º.
Membro de Conselho Fiscal e Delegado Sindical
OJ 365 SDI1. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE
SINDICATO. INEXISTÊNCIA. Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à
estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não
representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua
competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da
CLT).
OJ 369 SDI1. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DELEGADO SINDICAL. INAPLICÁVEL. O
delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII,
da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos
de direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
227
Súmula 369/TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA
I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do
§ 5º do art. 543 da CLT.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada,
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e
igual número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de
estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do
sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do
sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o
período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto
que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
228
Aula 45:
Cipeiro e Gestante
Art. 10, ADCT-CF/88. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o
art. 7º, I, da Constituição:
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da
porcentagem prevista no art. 6º, "caput" e § 1º, da Lei 5.107, de 13 de setembro de
1966;
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de
acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu
mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o
parto.
Suplente da CIPA
Súmula 676/STF. A garantia da estabilidade provisória prevista no art. 10, II, "a", do
ADCT, também se aplica ao suplente do cargo de direção de comissões internas de
prevenção de acidentes (CIPA).
Súmula 339/ TST. CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988.
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT
a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia
para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em
atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária,
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
Súmula 244/ TST. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
229
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante
o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais
direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de
admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de
emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa
causa.
Doméstica Gestante
Art. 4º-A, Lei 5.859/72. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da
empregada doméstica gestante desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses
após o parto.
Impossibilidade de renúncia ou transação
OJ 30 SDC. ESTABILIDADE DA GESTANTE. RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO DE DIREITOS
CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 10, II, "a", do ADCT, a
proteção à maternidade foi erigida à hierarquia constitucional, pois retirou do âmbito
do direito potestativo do empregador a possibilidade de despedir arbitrariamente a
empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo 9º da CLT, torna-se nula de
pleno direito a cláusula que estabelece a possibilidade de renúncia ou transação, pela
gestante, das garantias referentes à manutenção do emprego e salário.
Empregado Acidentado
Art. 118, Lei 8.213/91. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida,
pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.
Súmula 378/TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA
LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS.
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à
estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao
empregado acidentado.
230
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15
dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada,
após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a
execução do contrato de emprego.
OJ 31 SDDC. ESTABILIDADE DO ACIDENTADO. ACORDO HOMOLOGADO. PREVALÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 118 DA LEI Nº 8.213/91. Não é possível a
prevalência de acordo sobre legislação vigente, quando ele é menos benéfico do que a
própria lei, porquanto o caráter imperativo dessa última restringe o campo de atuação
da vontade das partes.
Previsão em Instrumento Normativo
OJ 41 SDI1. ESTABILIDADE. INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA. EFICÁCIA.
Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade decorrente de
acidente ou doença profissional, ainda durante a vigência do instrumento normativo,
goza o empregado de estabilidade mesmo após o término da vigência deste.
Súmula 277, I/TST. As condições de trabalho alcançadas por força de sentença
normativa, convenção ou acordo coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando,
de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
Estabilidade Decenal
Art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma
empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância
de força maior, devidamente comprovadas.
Parágrafo único - Considera-se como de serviço todo o tempo em que o empregado
esteja à disposição do empregador.
Art. 493 - Constitui falta grave a prática de qualquer dos fatos a que se refere o art.
482, quando por sua repetição ou natureza representem séria violação dos deveres e
obrigações do empregado.
Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções,
mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a
procedência da acusação.
Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do
processo.
231
Aula 45:
OJ 137 SDI2. MANDADO DE SEGURANÇA. DIRIGENTE SINDICAL. ART. 494 DA CLT.
APLICÁVEL. Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do
empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do
inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art. 494, "caput"
e parágrafo único, da CLT.
OJ 142 SDI2. MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE
CONCEDIDA. Inexiste direito líquido e certo a ser oposto contra ato de Juiz que,
antecipando a tutela jurisdicional, determina a reintegração do empregado até a
decisão final do processo, quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo
material, como nos casos de anistiado pela Lei nº 8.878/94, aposentado, integrante de
comissão de fábrica, dirigente sindical, portador de doença profissional, portador de
vírus HIV ou detentor de estabilidade provisória prevista em norma coletiva.
OJ 64 SDI2. MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE CONCEDIDA.
Não fere direito líqüido e certo a concessão de tutela antecipada para reintegração de
empregado protegido por estabilidade provisória decorrente de lei ou norma coletiva.
Estabilidade Contratual ou Regulamentar
Súmula 98/TST. FGTS. INDENIZAÇÃO. EQUIVALÊNCIA. COMPATIBILIDADE.
I - A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da
estabilidade prevista na CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo indevidos
valores a título de reposição de diferenças.
II - A estabilidade contratual ou a derivada de regulamento de empresa são
compatíveis com o regime do FGTS. Diversamente ocorre com a estabilidade legal
(decenal, art. 492 da CLT), que é renunciada com a opção pelo FGTS.
Ação de Inquérito
Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra
empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por
escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da
suspensão do empregado.
232
Art. 854 - O processo do inquérito perante a Junta ou Juízo obedecerá às normas
estabelecidas no presente Capítulo, observadas as disposições desta Seção.
Art. 855 - Se tiver havido prévio reconhecimento da estabilidade do empregado, o
julgamento do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará a execução para
pagamento dos salários devidos ao empregado, até a data da instauração do mesmo
inquérito.
Membro do Conselho Curador do FGTS
Art. 3º, § 9º, Lei 8.036/90. Aos membros do Conselho Curador, enquanto
representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no
emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação,
somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada
através de processo sindical.
Membro do CNPS
Art. 3º, § 7º, Lei 8.213/91. Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos
trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no
emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação,
somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada
através de processo judicial.
Diretores de Cooperativas
Art. 55, Lei 5.764/71. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de
sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos
dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei
n. 5.452, de 1° de maio de 1943.
Conselho Fiscal de Cooperativa
OJ 253 SDI1. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. COOPERATIVA. LEI Nº 5.764/71. CONSELHO
FISCAL. SUPLENTE. NÃO ASSEGURADA. O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia
de emprego apenas aos empregados eleitos diretores de Cooperativas, não
abrangendo os membros suplentes.
233
Membros da CCP
Art. 625-B, §1º. É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da
Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei.
Consequências da decisão
Art. 495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o
empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria
direito no período da suspensão.
Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o
grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o
empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação
em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
Ajuizamento após o término da garantia
OJ 399 SDI1. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA APÓS O
TÉRMINO DO PERÍODO DE GARANTIA NO EMPREGO. ABUSO DO EXERCÍCIO DO
DIREITO DE AÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. O ajuizamento de
ação trabalhista após decorrido o período de garantia de emprego não configura
abuso do exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo
prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da CF/1988, sendo devida a indenização desde a
dispensa até a data do término do período estabilitário.
234
Aula 46:
Fim do contrato de emprego
Extinção ou solução – Feita quando da criação do vínculo (prazo determinado)
Pedido de demissão [empregado]
Despedida imotivada [empregador]
Sem fixação de prazo
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência
mínima de: (...)
Prazo determinado
Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte
variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da
indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do
contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos
prejuízos que desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o
empregado em idênticas condições.
Distrato
Mútuo consenso das partes (prazo indeterminado)
OJ 270 SBDI1. PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. TRANSAÇÃO
EXTRAJUDICIAL. PARCELAS ORIUNDAS DO EXTINTO CONTRATO DE TRABALHO.
EFEITOS. A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho ante a
235
adesão do empregado a plano de demissão voluntária implica quitação
exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
- Taxatividade
- Imediatidade (cf. perdão tácito)
- Proporcionalidade entre a falta e a punição
- Vedação de dupla punição pela mesma falta
a) Ato de improbidade
DEMISSÃO - JUSTA CAUSA - REGISTRO DE PONTO PARA OUTRO EMPREGADO. O ato de
improbidade pode ser conceituado como aquele que revela claramente desonestidade,
abuso, fraude ou má-fé, é uma ação ou omissão dolosa do empregado visando uma
vantagem para si ou para outrem, em decorrência do emprego. (RR 205300-
12.2009.5.03.0041, Relator Juiz Convocado: Sebastião Geraldo de Oliveira, Data de
Julgamento: 06/09/2011, 8ª Turma, Data de Publicação: 09/09/2011)
b) incontinência de conduta ou mau procedimento
c) 2. JUSTA CAUSA. (...) impossível vislumbrar a alegada ofensa à alínea "b" do art. 482 da
CLT, porque os fatos narrados no acórdão não se amoldam à hipótese nela descrita
(incontinência de conduta ou mau procedimento), porque a "incontinência de
conduta" tem conotação sexual e, quanto ao "mau procedimento", trata-se de
comportamento capaz de afetar a moral, sob o ponto de vista geral. Quanto à alínea
"h" do art. 482, melhor sorte não assiste à recorrente, porquanto os fatos descritos no
acórdão não revelam indisciplina ou insubordinação, primeiro, porque não há notícia
de desrespeito a ordens diretas ou indiretas do empregador e, segundo, porque estes
atos não foram praticados contra superior hierárquico do reclamante. (...) (RR 611032-
35.1999.5.09.5555, Rel. Juíza Convocada Dora Maria da Costa, Data de Julgamento:
01/09/2004, 3ª Turma, Data de Publicação: 24/09/2004)
236
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado,
ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido
suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções
RECURSO DE REVISTA - JUSTA CAUSA - CARACTERIZAÇÃO - GRADAÇÃO DAS PENALIDADES
1. Para a caracterização da desídia, prevista no art. 482, "e", da CLT, necessária é a
habitualidade das faltas cometidas pelo empregado, bem como, em contrapartida, a
reação do empregador, mediante a aplicação de penalidades gradativas, até culminar com
a dispensa por justa causa. Precedentes da C. SBDI-1. 2. Na hipótese, o Tribunal Regional
consignou que as provas dos autos revelaram que a falta cometida pelo Reclamante não
ensejava a aplicação da penalidade máxima. Assim, do quadro fático delineado no acórdão
recorrido infere-se que o ato imputado ao empregado não se trata de conduta
excepcionalmente grave, capaz de dispensar a gradação da pena. 3. Porém, a Corte de
origem registrou que não houve observância da gradação de penalidades, tendo em vista
que foi aplicada uma única advertência ao Autor. Neste contexto, verifica-se que não
existiram punições graduais necessárias à caracterização da desídia. (RR - 1712400-
59.2004.5.09.0652 , Relatora Ministra: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Data de
Julgamento: 05/08/2009, 8ª Turma, Data de Publicação: 07/08/2009)
f) embriaguez habitual ou em serviço
g) JUSTA CAUSA. 1. O alcoolismo crônico, nos dias atuais, é formalmente reconhecido
como doença pela Organização Mundial de Saúde - OMS, que o classifica sob o título
de -síndrome de dependência do álcool-, cuja patologia gera compulsão, impele o
alcoolista a consumir descontroladamente a substância psicoativa e retira-lhe a
capacidade de discernimento sobre seus atos. 2. Assim é que se faz necessário, antes
de qualquer ato de punição por parte do empregador, que o empregado seja
encaminhado ao INSS para tratamento, sendo imperativa, naqueles casos em que o
órgão previdenciário detectar a irreversibilidade da situação, a adoção das
providências necessárias à sua aposentadoria. 3. No caso dos autos, resta
incontroversa a condição da dependência da bebida alcoólica pelo reclamante. Nesse
contexto, considerado o alcoolismo, pela Organização Mundial de Saúde, uma doença,
e adotando a Constituição da República como princípios fundamentais a dignidade da
pessoa humana e os valores sociais do trabalho, além de objetivar o bem de todos,
primando pela proteção à saúde (artigos 1º, III e IV, 170, 3º, IV, 6º), não há imputar ao
237
empregado a justa causa como motivo ensejador da ruptura do liame empregatício. 4.
Recurso de revista não conhecido. (RR 152900-21.2004.5.15.0022, Relator Ministro:
Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 11/05/2011, 1ª Turma, Data de Publicação:
20/05/2011)
238
Aula 47:
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
Participação em greve
RECURSO DE REVISTA. DISPENSA POR JUSTA CAUSA. GREVE. LEGALIDADE. Depreende-
se, dos termos registrados na decisão regional, que a autora apenas exerceu o direito
garantido nos arts. 9º da Lei Maior e 1º da Lei 7.783/89, que conferem aos
empregados a decisão sobre a oportunidade de recorrer à greve, não havendo falar
em subsunção da hipótese aos termos do art. 482, -h-, da CLT. Revista conhecida e
provida, no tema. (RR 61840-75.2008.5.24.0086, Relatora Ministra Rosa Maria Weber,
Data de Julgamento: 25/05/2011, 3ª Turma, Data de Publicação: 03/06/2011)
i) abandono de emprego
Súmula 32/ TST. ABANDONO DE EMPREGO. Presume-se o abandono de emprego se o
trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do
benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a
prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à
segurança nacional.
239
Falta do empregado – EPI e Instruções
Art. 158 - Cabe aos empregados:
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de
que trata o item II do artigo anterior;
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do
artigo anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.
Falta do empregado – ferroviário
Art. 240 (serviço ferroviário) - Nos casos de urgência ou de acidente, capazes de afetar
a segurança ou regularidade do serviço, poderá a duração do trabalho ser
excepcionalmente elevada a qualquer número de horas, incumbindo à Estrada zelar
pela incolumidade dos seus empregados e pela possibilidade de revezamento de
turmas, assegurando ao pessoal um repouso correspondente e comunicando a
ocorrência ao Ministério do Trabalho, Industria e Comércio, dentro de 10 (dez) dias da
sua verificação.
Parágrafo único - Nos casos previstos neste artigo, a recusa, sem causa justificada, por
parte de qualquer empregado, à execução de serviço extraordinário será considerada
falta grave.
Falta do aprendiz
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o
aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do
art. 428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
II – falta disciplinar grave;
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou
IV – a pedido do aprendiz.
240
Parágrafo único. Revogado.
§ 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de
extinção do contrato mencionadas neste artigo.
Falta do empregado – vale-transporte
§ 3°, art. 7º, Lei 7.418/85. A declaração falsa ou o uso indevido do Vale-Transporte
constituem falta grave.
Falta do empregado – abuso na greve
Art. 14, Lei 7.783/89. Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas
contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração
de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não
constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que:
I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que
modifique substancialmente a relação de trabalho.
Art. 15, Lei 7783/89. A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes
cometidos, no curso da greve, será apurada, conforme o caso, segundo a legislação
trabalhista, civil ou penal.
Parágrafo único. Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do
competente inquérito e oferecer denúncia quando houver indício da prática de delito.
Rescisão indireta
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos
bons costumes, ou alheios ao contrato;
241
Aula 48:
superiores às suas forças
Art. 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.
Art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o
emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou
25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
Parágrafo único - Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou
quaisquer aparelhos mecânicos
Art. 405, § 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu parágrafo único.
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
RESCISÃO INDIRETA. AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS. De acordo com o
entendimento desta Corte, a ausência de anotação na CTPS configura justa causa que
autoriza a rescisão indireta, haja vista a ocorrência de prejuízos para o empregado. A
conduta do empregador que se recusa ao cumprimento da obrigação prevista no art.
29 da CLT justifica a decretação da rescisão indireta, nos termos do art. 483, alínea -d-,
da CLT. (RR 192900-85.2008.5.18.0007 , Relator Ministro: João Batista Brito Pereira,
Data de Julgamento: 31/08/2011, 5ª Turma, Data de Publicação: 16/09/2011)
RESCISÃO INDIRETA. MORA SALARIAL. CONFIGURAÇÃO. A jurisprudência desta Corte
superior tem se orientado no sentido de que o atraso no pagamento dos salários,
independentemente de configurar a mora contumaz, caracteriza inadimplemento das
obrigações contratuais por parte do empregador, ensejando a resolução do contrato
por culpa da reclamada, na forma do artigo 483, d, da Consolidação das Leis do
Trabalho. Frise-se que o pagamento de salários desponta entre as principais
242
obrigações do empregador no âmbito do contrato de emprego. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR 352000-76.2002.5.21.0921, Relator Ministro: Lelio Bentes
Corrêa, Data de Julgamento: 29/06/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 02/09/2011)
Mora Contumaz
§ 1º, art. 2º, DL 368/68 - Considera-se mora contumaz o atraso ou sonegação de
salários devidos aos empregados, por período igual ou superior a 3 (três) meses, sem
motivo grave e relevante, excluídas as causas pertinentes ao risco do
empreendimento.
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a
afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o
contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a
continuação do serviço.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de
seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo
ou não no serviço até final decisão do processo.
Dispensa Discriminatória
EMPREGADO PORTADOR DO VÍRUS HIV. DISPENSA IMOTIVADA. ATITUDE
DISCRIMINATÓRIA PRESUMIDA. REINTEGRAÇÃO. 1. A jurisprudência desta Corte
firmou-se no sentido de que se presume discriminatória a dispensa do empregado
portador do vírus HIV. Desse modo, recai sobre o empregador o ônus de comprovar
que não tinha ciência da condição do empregado ou que o ato de dispensa tinha outra
motivação - lícita. 2. Entendimento consentâneo com a normativa internacional,
especialmente a Convenção n.º 111, de 1958, sobre Discriminação em Matéria de
Emprego e Ocupação (ratificada pelo Brasil em 26.11.1965 e promulgada mediante o
Decreto n.º 62.150, de 19.01.1968), e a Recomendação n.º 200, de 2010, sobre HIV e
AIDS e o Mundo do Trabalho. 3. 3. Nesse contexto, afigura-se indevida a inversão do
243
ônus da prova levada a cabo pelo Tribunal Regional, ao atribuir ao empregado o
encargo de demonstrar o caráter discriminatório do ato de dispensa promovido pelo
empregador. 4. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 104900-
64.2002.5.04.0022, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento:
03/08/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 02/09/2011)
Rescisão por culpa recíproca
Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de
trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de
culpa exclusiva do empregador, por metade.
Súmula 14/ TST. CULPA RECÍPROCA. Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do
contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por
cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
FGTS - culpa recíproca e força maior
§ 2º, art. 18, Lei 8036/90. Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força
maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de
20 (vinte) por cento.
Resolução por força maior
Atenua a responsabilidade do empregador
Art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à
vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.
Resolução por factum principis
Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou
resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da
indenização, que ficará a cargo do governo responsável.
244
§ 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente
artigo, o tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público
apontada como responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30
(trinta) dias, alegue o que entender devido, passando a figurar no processo como
chamada à autoria.
Dissolução/extinção da empresa
Súmula 44/TST. AVISO PRÉVIO. A cessação da atividade da empresa, com o pagamento
da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao
aviso prévio.
+ verbas da dispensa imotivada
245
Aula 49:
Rescisão por morte do empregador
483, § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é
facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
Art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477
e 497.
Morte do Empregado
Art. 1º, Lei 6.858/80. Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os
montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do
Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares,
serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência
Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua
falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial,
independentemente de inventário ou arrolamento.
Art. 20, Lei 8.036/90. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser
movimentada nas seguintes situações: IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo
pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência Social,
segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de
dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores
previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do
interessado, independente de inventário ou arrolamento;
Aposentadoria Voluntária
OJ 361 SBDI1. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE
TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO. A aposentadoria
espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado
permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da
sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a
totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.
246
Aposentadoria por Invalidez
Art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato
de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do
benefício.
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria
cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da
aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão
do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele
portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
§ 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá
rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que
tenha havido ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato.
Art. 476 - Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é
considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício.
Assistência na Rescisão Contratual
Art. 477 - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação
das relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na
base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.
§ 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de
trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido
quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do
Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Súmula 330/ TST. QUITAÇÃO. VALIDADE. A quitação passada pelo empregado, com
assistência de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos
requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia liberatória em
relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva
expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas.
I - A quitação não abrange parcelas não consignadas no recibo de quitação e,
conseqüentemente, seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse
recibo.
247
II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato
de trabalho, a quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no
recibo de quitação.
§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou
forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela
paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas,
relativamente às mesmas parcelas.
§ 3º - Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste artigo, a
assistência será prestada pelo Represente do Ministério Público ou, onde houver, pelo
Defensor Público e, na falta ou impedimento deste, pelo Juiz de Paz.
§ 4º - O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da
homologação da rescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado,
conforme acordem as partes, salvo se o empregado for analfabeto, quando o
pagamento somente poderá ser feito em dinheiro.
§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não
poderá exceder o equivalente a um mês de remuneração do empregado.
Prazo para o pagamento das verbas rescisórias
§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de
quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:
a) até o 1º (primeiro) dia útil imediato ao término do contrato; ou
b) até o 10º (décimo) dia, contado da data da notificação da demissão, quando da
ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.
§ 7º - O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º) será sem ônus para o
trabalhador e empregador.
Parcelas básicas na dispensa imotivada e no distrato
Aviso prévio
Saldo de salários
Férias (simples ou em dobro) + 1/3 constitucional
248
Gratificação natalina proporcional
Indenização de 40% do saldo atual do FGTS
Guias para saque do FGTS
Guias de CD/SD (ou indenização – Súmula 389/TST)
Indenização Substitutiva do SD
Súmula 389/TST. SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado
e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do
seguro-desemprego.
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do
seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização.
Parcelas básicas no pedido de demissão
Saldo de salários
Férias (simples ou dobro) + 1/3 constitucional
Gratificação natalina proporcional
Parcelas básicas na dispensa por justa causa
Saldo de salários
Férias (simples ou dobro) + 1/3 constitucional
Multa do 477
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de
160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado,
em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do
BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
249
Doméstica
MULTA DO ARTIGO 477 § 8º, DA CLT. EMPREGADA DOMÉSTICA. INAPLICABILIDADE. A
jurisprudência desta Corte adota o entendimento de que a multa pela percepção das
verbas rescisórias em atraso, prevista no artigo 477, § 8º, da CLT, por expressa
vedação contida na alínea -a- do artigo 7º do referido diploma celetista, não tem
aplicabilidade à categoria dos empregados domésticos, os quais se submetem ao
regramento específico da Lei nº 5.859/72, que nada dispõe acerca dessa multa.
Recurso de revista conhecido e provido. (RR 206100-92.2005.5.15.0058, Relator
Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 15/06/2011, 2ª Turma,
Data de Publicação: 24/06/2011)
Massa Falida
Súmula 388/TST. MASSA FALIDA. ARTS. 467 E 477 DA CLT. INAPLICABILIDADE. A Massa
Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477,
ambos da CLT.
MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. MASSA
FALIDA. Na hipótese, ocorrida a rescisão contratual anteriormente à decretação da
falência da empresa devedora principal, não há falar em exclusão do pagamento da
multa prevista no artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho. A decisão
hostilizada, ao contrário do afirmado, revela consonância com o entendimento
sedimentado nesta Corte uniformizadora, consubstanciado na Súmula de n.º 388.
Agravo de instrumento a que se nega provimento. (AIRR 223-79.2010.5.09.0016,
Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 24/08/2011, 1ª Turma,
Data de Publicação: 02/09/2011)
Vínculo reconhecido em juízo
VÍNCULO DE EMPREGO. CONTROVÉRSIA. MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. A
simples controvérsia acerca do vínculo de emprego, por si só, não obsta a aplicação da
multa prevista no artigo 477 da CLT. Precedentes desta colenda Corte Superior.
Incidência da Súmula nº 333 e do artigo 896, § 4º, da CLT. Recurso de revista não
conhecido. (RR 161600-90.2004.5.15.0052, Relator Ministro: Guilherme Augusto
Caputo Bastos, Data de Julgamento: 06/09/2011, 2ª Turma, Data de Publicação:
16/09/2011)
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Atraso na homologação (1)
MULTA DO ART. 477 DA CLT. ATRASO NA HOMOLOGAÇÃO. Conforme inteligência do
art. 477 da CLT, o fato gerador da multa prevista no § 8º está vinculado,
exclusivamente, ao descumprimento dos prazos especificados no § 6º do mesmo
artigo, e não ao atraso da homologação da rescisão e/ou entrega das guias. Recurso de
revista conhecido e provido. (RR - 92700-79.2008.5.18.0004, Relator Ministro: Alberto
Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 14/09/2011, 3ª Turma, Data de
Publicação: 23/09/2011)
Atraso na homologação (2)
RECURSO DE REVISTA - TEMA COMUM AOS RECURSOS DE REVISTA DE AMBAS AS
RECLAMADAS - MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT - PRAZO - VINCULAÇÃO AO EFETIVO
PAGAMENTO - HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL. O pagamento das verbas
rescisórias, por expressa disposição legal, exige, para sua validade, a homologação com
assistência sindical. Logo, não realizada a homologação no prazo, não se ultimou
regularmente o pagamento, havendo mora e aplicação da multa prevista no art. 477
da CLT. Recursos de revista conhecidos e desprovidos. (RR 190200-85.2007.5.18.0003,
Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 08/06/2011, 1ª
Turma, Data de Publicação: 17/06/2011)
Pagamento parcelado
MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. De acordo com a o artigo 477, parágrafos 4º e 6º, da
CLT, o pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação
da rescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado. Dessa forma, o
pagamento de forma parcelada considera-se atrasado. Precedentes. Recurso de
Revista conhecido e provido. (RR 6321-53.2010.5.01.0000, Relator Juiz Convocado:
Sebastião Geraldo de Oliveira, Data de Julgamento: 14/09/2011, 8ª Turma, Data de
Publicação: 16/09/2011)
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