apostila combate a incÊndios

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PREVENO DE INCNDIOS

A humanidade aprendeu que o fogo pode ser usado para construir, bem como pode destruir. Contudo, para conviver em paz com o fogo, preciso primeiro compreend-lo.

Robson AC MAIO/2008PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 1

NDICEIntroduo Proteo contra incndio Objetivos da Preveno de Incndio Fogo e incndio Definio de fogo Tetraedro do Fogo Fundamento Qumico Pontos Notveis da Combusto Classes de Fogo Incndio Classificao dos incndios quanto proporo Causas de Incndios Fatores que contribuem para a evoluo de um incndio Influncia do contedo combustvel (carga de incndio) Influncia da ventilao Mecanismos de movimentao dos gases quentes Efeitos da fumaa Processo de controle de fumaa Isolamento de risco Compartimentao vertical e horizontal Resistncia ao fogo das estruturas Materiais Sada de emergncia Escadas de segurana Acessos Sistema de iluminao de emergncia Elevador de segurana Acesso a viaturas do corpo de bombeiros Meios de aviso e alerta Sinalizao Mtodos de extino de incndio Agentes extintores Extintores de incndio Tipos de Extintores Selecionando os Extintores: Capacidade dos extintores Validade da carga dos extintores Manuteno e reviso de extintores Distribuio dos extintores em edificaes Instalando os Extintores Sinalizao de Orientao e Salvamento

PREVENO E COMBATE A INCNDIOS

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PREVENO DE INCNDIO Introduo Um dos tpicos abordados na avaliao e planejamento da proteo de uma coletividade a preveno de incndio. O termo "preveno de incndio" expressa tanto a educao pblica como as medidas de proteo contra incndio em um edifcio. A implantao da preveno de incndio se faz por meio de atividades que visam a evitar o surgimento do sinistro, possibilitar sua extino e reduzir seus efeitos antes da chegada do Corpo de Bombeiros. As atividades relacionadas com a educao consistem no preparo da populao, por meio da difuso de idias que divulgam as medidas de segurana, para prevenir o surgimento de incndios nas ocupaes. Buscam, ainda, ensinar os procedimentos a serem adotados pelas pessoas diante de um incndio, os cuidados a serem observados com a manipulao de produtos perigosos e tambm os perigos das prticas que geram riscos de incndio. As atividades que visam proteo contra incndio dos edifcios podem ser agrupadas em: 1) atividades relacionadas com as exigncias de medidas de proteo contra incndio nas diversas ocupaes; 2) atividades relacionadas com a extino, percia e coleta de dados dos incndios pelos rgos pblicos, que visam aprimorar tcnicas de combate e melhorar a proteo contra incndio por meio da investigao, estudo dos casos reais e estudo quantitativo dos incndios. Proteo contra incndio definida como medidas tomadas para a deteco e controle do crescimento do incndio e sua consequente conteno ou extino. Essas medidas dividem-se em: 1) medidas ativas de proteo que abrangem a deteco, alarme e extino do fogo (automtica e/ou manual); e 2) medidas passivas que abrangem o controle dos materiais, meios de escape, compartimentao e proteo da estrutura do edifcio. Objetivos da Preveno de Incndio 1) a garantia da segurana vida das pessoas que se encontrarem no interior de um edifcio, quando da ocorrncia de um incndio; 2) a preveno da conflagrao e propagao do incndio, envolvendo todo o edifcio; 3) a proteo do contedo e a estrutura do edifcio; 4) minimizar os danos materiais de um incndio. Esses objetivos so alcanados pelo: 1) controle da natureza e da quantidade de materiais combustveis constituintes e contidos no edifcio; 2) dimensionamento da compartimentao interna, do distanciamento entre edifcios e da resistncia ao fogo dos elementos de compartimentao; 3) dimensionamento da proteo e de resistncia ao fogo da estrutura do edifcio; 4) dimensionamento de sistemas de deteco e alarme de incndio e/ou de sistemas de chuveiros automticos de extino de incndio e/ou equipamentos manuais para combate; 5) dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da fumaa. 6) controle das fontes de ignio e riscos de incndio; 7) acesso para os equipamentos de combate a incndio; 8) treinamento de pessoal habilitado a combater um princpio de incndio e coordenar o abandono seguro da populao de um edifcio; 9) gerenciamento e manuteno dos sistemas de proteo contra incndio instalado; 10) controle dos danos ao meio ambiente decorrente de um incndio. Fogo e incndio O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos. Ao seu redor, e graas ao seu calor, tem vivido centenas de geraes. O fogo foi a maior conquista do homem pr-histrico. A partir desta conquista o homem aprendeu a utilizar a fora do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou moldando a natureza em seu benefcio. Entre muitos fatores o fogo foi um dos maiores responsveis pelo grau de desenvolvimento que a humanidade atingiu, apesar de que, durante muitos perodos da histria, foi utilizado como fora destrutiva para a produo de armas. Definio O fogo uma manifestao de combusto rpida com emisso de luz e calor. O fogo constitudo por trs entidades distintas, que compem o chamado "Tringulo do Fogo".

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Tringulo do Fogo So eles: 1. Combustvel, que alimenta o fogo e serve de campo para sua propagao. 2. Calor, tambm chamado agente gneo, que d incio ao fogo, mantendo-o e propagando-o pelo combustvel. O calor provm de fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de um cigarro ou a chama de um fogo de cozinha. 3. Comburente, o ativador de fogo que d vida s chamas. O comburente mais comum o oxignio, elemento presente no ar que respiramos. Basta juntar o combustvel, o comburente e uma fonte de calor, com a intensidade ideal, que teremos como resultado o fogo. Ou seja, teremos formado o Tringulo do fogo. Sem uma ou mais dessas entidades, no pode haver fogo.Fogo em Madeira

Observaes: 1) De maneira geral, todas as matrias so combustveis a uma determinada temperatura, porm, para efeito prtico, foi arbitrada a temperatura de 1000C como um marco divisvel entre os materiais considerados combustveis (entram em combusto a temperaturas iguais ou inferiores a 1000C) e os incombustveis (entram em combusto a temperaturas superiores a 1000C). 2) Para que haja uma combusto completa necessrio que a porcentagem de oxignio esteja na faixa de 13% a 21%. Caso esta faixa esteja entre 4% e 13% a combusto ser incompleta, ou ainda, no se processar, em porcentagens inferiores a 4%. Tetraedro do Fogo A funo didtica deste polgono de quatro faces a de complementar o tringulo do fogo com outro elemento de suma importncia, a reao em cadeia. A combusto uma reao que se processa em cadeia, que aps a partida inicial, mantida pelo calor produzido durante o processamento da reao. A cadeia de reaes, formada durante a combusto, propicia a formao de produtos intermedirios instveis, principalmente radicais livres, prontos a se combinarem com outros elementos, dando origem a novos radicais, ou finalmente, a corpos estveis. Consequentemente, sempre teremos a presena de radicais livres em uma combusto. A estes radicais livres cabe a responsabilidade de transferir a energia necessria transformao da energia qumica em calorfica, decompondo as molculas ainda intactas e, desta vez, provocando a propagao do fogo numa verdadeira cadeia de reao. Para exemplificar este processo, vamos analisar o processo de combusto do Hidrognio no ar: 1 fase: Duas molculas de hidrognio reagem com uma molcula de oxignio, ativadas por uma fonte de energia trmica, produzindo 4 radicais ativos de hidrognio e 2 radicais ativos de oxignio; 2H2 + O2 + Energia Trmica de Ativao 4H (Radical) + 2O (Radical) 2 fase: Cada radical de hidrognio se combina com uma molcula de oxignio, produzindo um radical ativo de oxidrila mais um radical ativo de oxignio; H (Radical) + O2 OH (Radical) + O (Radical) 3 fase: Cada radical ativo de oxignio reage com uma molcula de hidrognio, produzindo outro radical ativo de oxidrila mais outro radical ativo de hidrognio; O (Radical) + H2 OH (Radical) + H (Radical) 4 fase: Cada radical ativo de oxidrila reage com uma molcula de hidrognio, produzindo o produto final estvel gua e mais um radical ativo de hidrognio. OH (Radical) + H2 H2O + H (Radical)

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E assim sucessivamente, se forma a cadeia de combusto, produzindo a sua prpria energia de ativao (calor), enquanto houver suprimento de combustvel (hidrognio).

Fundamento Qumico O fogo pode ser definido como um fenmeno fsico-qumico exotrmico onde se tem lugar uma reao de oxidao com emisso de calor e luz. Geralmente, um composto orgnico, como o papel, a madeira, plsticos, gs de hidrocarbonetos, gasolina e outros, susceptveis a oxidao, em contato com uma substncia comburente, como o oxignio do ar, por exemplo, ao atingirem a energia de ativao, tambm conhecida como temperatura de ignio entra em combusto. A energia para inflamar o combustvel pode ser fornecida atravs de uma fasca ou de uma chama. Iniciada a reao de oxidao, tambm denominada combusto ou queima, o calor desprendido pela reao mantm o processo em atividade. O fogo tem incio e ir durar se houver suprimento contnuo de um combustvel, de calor e de um comburente (oxignio). O calor de ignio necessrio para se iniciar o fogo, na prtica dado por uma fonte de calor como uma fasca, um fsforo, um raio, etc. Na falta de pelo menos um dos componentes, didaticamente descritos no tringulo do fogo, o fogo no se inicia, ou, se estiver aceso, se apaga. Com efeito, pode-se extinguir o fogo retirando-se o calor, por resfriamento (jogando gua, que faz com que o fogo perca calor) ou removendo o oxignio (usando CO2 ou abafando-se o fogo) ou ainda retirando o combustvel (madeira, gasolina, gs, etc.). Veja a seguir ilustraes sobre os mtodos de extino do FOGO:

- Ao jogarmos gua em um incndio, estamos resfriando, retirando o componente calor.

- Ao abafarmos, retirarmos o componente oxignio.

- Ao separarmos o combustvel, estamos isolando, como o caso de se abrir uma trilha (acero) no mato para que o fogo no passe.

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Os produtos da combusto (principalmente vapor de gua e gs carbnico), em altas temperaturas pelo calor desprendido pela reao, emitem luz visvel. O resultado uma mistura de gases incandescentes emitindo energia. A isto se denomina chama ou fogo. O fogo no , portanto, nem slido, liquido ou gasoso, energia. A composio dos gases que se desprendem, assim como a sua temperatura e disponibilidade do comburente, determina a cor da chama. No caso da combusto de madeira ou papel a chama roxa, amarela ou alaranjada. Na queima de gases de hidrocarbonetos obtm-se uma chama azulada, e cores exticas so obtidas quando so queimadas substncias que contm elementos metlicos. A cor do fogo tambm usada para estimar a temperatura de autofornos industriais, uma vez que a temperatura do fogo tambm varia de acordo com a cor da chama. Deve-se considerar aqui que h ento vrios fatores, entre eles o tipo de combustvel e a temperatura que fazem o fogo ter determinada cor. O fogo se manifesta diferentemente em funo da composio qumica do material; mas, por outro lado, um mesmo material pode queimar de modo diferente em funo da sua superfcie especfica, das condies de exposio ao calor, da oxigenao e da umidade contida. A maioria dos slidos combustveis possui um mecanismo sequencial para sua ignio. O slido precisa ser aquecido, quando desenvolve vapores combustveis que se misturam com o oxignio, formando a mistura inflamvel (explosiva), a qual, na presena de uma pequena chama (mesmo fagulha ou centelha) ou em contato com uma superfcie aquecida acima de 500C, igniza-se; aparece ento a chama na superfcie do slido, que fornece mais calor, aquecendo mais materiais e assim sucessivamente. Alguns slidos pirofricos (sdio, fsforo, magnsio etc.) no se comportam conforme o mecanismo acima descrito. Os lquidos inflamveis e combustveis possuem mecanismos semelhantes. O lquido, ao ser aquecido, vaporizase e o vapor se mistura com o oxignio, formando a "mistura inflamvel" (explosiva) que na presena de uma pequena chama (mesmo fagulha ou centelha) ou em contato com superfcies aquecidas acima de 500C, ignizam-se e aparece ento a chama na superfcie do lquido, que aumenta a vaporizao e a chama. A quantidade de chama fica limitada capacidade de vaporizao do lquido. Os lquidos so classificados pelo seu ponto de fulgor, que estudaremos abaixo, ou seja, pela menor temperatura na qual liberam uma quantidade de vapor que ao contato com uma chama produz um lampejo (uma queima instantnea). Existe, entretanto, outra classe de lquidos, denominados instveis ou reativos, cuja caracterstica de se polimerizar, decompor ou condensar violentamente ou ainda, de se tornar auto-reativo sob condies de choque, presso ou temperatura, podendo desenvolver grande quantidade de calor.

A mistura inflamvel vapor-ar (gs-ar) possui uma faixa ideal de concentrao para se tornar inflamvel ou explosiva, e os limites dessa faixa so denominados limite inferior de inflamabilidade e limite superior de inflamabilidade, expressos em porcentagem ou volume.

Estando a mistura fora desses limites no ocorrer a ignio. Os materiais slidos no queimam por mecanismos to precisos e caractersticos como os dos lquidos e gases. Nos materiais slidos, a rea especifica um fator importante para determinar sua razo de queima, ou seja, a quantidade do material queimado na unidade de tempo, que est associado quantidade de calor gerado e, portanto, elevao da temperatura do ambiente. 2 2 Um material slido com igual massa e com rea especfica diferente, por exemplo, de 1 m e 10 m , queima em tempos inversamente proporcionais; porm, libera a mesma quantidade de calor. No entanto, a temperatura atingida no segundo caso ser bem maior. Por outro lado, no se pode afirmar que isto sempre verdade, no caso da madeira, observa-se que, quando apresentada em forma de serragem, ou seja, com reas especificas grandes, no se queima com grande rapidez. Comparativamente, a madeira em forma de p pode formar uma mistura explosiva com o ar, comportando-se desta maneira como um gs que possui velocidade de queima muito grande. No mecanismo de queima dos materiais slidos temos a oxigenao como um outro fator de grande importncia. Quando a concentrao em volume de oxignio no ambiente cai para valores abaixo de 14%, a maioria dos materiais combustveis existentes no local no mantm a chama na sua superfcie. A durao do fogo limitada pela quantidade de ar e do material combustvel no local. Pontos Notveis da Combusto Antes de entrarmos neste assunto propriamente dito, importante ressaltarmos a ocorrncia de um fenmeno que incide sobre todos os corpos combustveis, quando submetidos a determinado aquecimento, denominado Pirlise, que pode ser caracterizado pelo desprendimento de gases e/ou vapores combustveis. A decomposio qumica do corpo com emisso de gases torna propcio o fenmeno da combusto. Cientes deste fenmeno veremos a seguir os trs pontos notveis da combusto.

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1) Ponto de Fulgor a temperatura mnima na qual um corpo combustvel emite quantidade suficiente de vapores para provocar combusto na presena de uma fonte gnea externa. Porm, ao ser afastada a fonte externa, a combusto no se mantm. 2) Ponto de Inflamao Tambm conhecido como ponto de combusto, a temperatura mnima, na qual os vapores emitidos por um corpo combustvel provocam combusto na presena de uma fonte gnea externa. Porm ao ser retirada a fonte externa a chama se mantm acesa. 3) Ponto de Ignio a temperatura mnima na qual os vapores desprendidos por um corpo combustvel provocam combusto ao entrar em contato com o ar, independente ou no da presena de qualquer fonte gnea externa.

Pontos Notveis da Combusto

Classes de Fogo Classe de Fogo uma classificao do tipo de fogo, de acordo com o tipo de material combustvel onde ocorre. As classes de fogo so as seguintes:

Classe A Classe B Classe C Classe D Classe K- Classe ADenomina-se Fogo Classe A quando ele ocorre em materiais de fcil combusto com a propriedade de queimarem em sua superfcie e profundidade, e que deixam resduos, tais como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.

- Classe BDenomina-se Fogo Classe B quando o fogo ocorre em produtos inflamveis que queimem somente em sua superfcie, no deixando resduos, como por exemplo, os lquidos inflamveis (gasolina, lcool, querosene, leo diesel, tintas, etc.), os gases inflamveis (acetileno, gs liquefeito de petrleo - GLP, etc.) e os colides (combustveis pastosos como graxas, etc.).

Observaes:Lquidos inflamveis so todos os lquidos cujo ponto de fulgor menor que 37,7 C (100F) e pode ser subdividido em subclasses A, B ou C. Lquidos combustveis so aqueles com o ponto de fulgor superior a 37,7C (100F).PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 7

- Classe CDenomina-se Fogo Classe C quando o fogo ocorre em equipamentos eltricos ou eletrnicos energizados como computadores, motores, transformadores, quadros de distribuio, fios, etc. Ao ser desligado o circuito eltrico, o incndio passa a ser de Classe A.

- Classe DDenomina-se Fogo Classe D quando o fogo ocorre em elementos pirofricos (metais e minrios que se inflamam facilmente) como magnsio, potssio, alumnio em p, zircnio, titnio, entre outros. Necessitam de recursos especiais para o combate como extintores contendo MAP (monoamnio fosfato) ou podendo utilizar areia seca no caso de incndio de alumnio ou magnsio em p.

Observao:O uso de gua pode causar a projeo de pedaos em chamas.

Recentemente foi inserida uma nova classe de fogo: classe K. Classificao do fogo em leo e gordura em cozinhas. Os agentes extintores da classe K controlam rapidamente o fogo, formando uma camada protetora na superfcie em chamas. Possuem efeito de resfriamento por vapor d'gua e de inertizao resultante da formao do vapor. Extinguem o fogo interrompendo a reao qumica de combusto.

Incndio Podemos definir incndio como sendo o fogo indesejvel, qualquer que seja sua dimenso, no controlado pelo homem e que tenha a tendncia de se alastrar e de destruir. Desde que a combusto fique localizada, o fogo no perigoso. S a sua extenso no espao constitui incndio. A propagao do calor pode fazer-se por trs maneiras diferentes: conduo, conveco e irradiao.

A evoluo do incndio em um local pode ser representada por um ciclo com trs fases caractersticas: 1) Fase inicial de elevao progressiva da temperatura (ignio); 2) Fase de aquecimento e 3) Fase de resfriamento e extino.PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 8

A primeira fase inicia-se como ponto de inflamao inicial e caracteriza-se por grandes variaes de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela inflamao sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a alimentao de ar. Normalmente os materiais combustveis (materiais passveis de se ignizarem) e uma variedade de fontes de calor coexistem no interior de uma edificao. A manipulao acidental destes elementos , potencialmente, capaz de criar uma situao de perigo. Os focos de incndio, deste modo, originam-se em locais onde fontes de calor e materiais combustveis so encontrados juntos, de tal forma que ocorrendo a decomposio do material pelo calor so desprendidos gases que podem se inflamar. Considerando-se que diferentes materiais combustveis necessitam receber diferentes nveis de energia trmica para que ocorra a ignio necessrio que as perdas de calor sejam menores do que a soma de calor proveniente da fonte externa e do calor gerado no processo de combusto. Neste sentido, se a fonte de calor for pequena, ou a massa do material a ser ignizado for grande, ou, ainda, a sua temperatura de ignio for muito alta, somente iro ocorrer danos locais sem a evoluo do incndio. Se a ignio definitiva for alcanada, o material continuar a queimar desenvolvendo calor e produtos de decomposio. A temperatura subir progressivamente, acarretando a acumulao de fumaa e outros gases e vapores junto ao teto. H, neste caso, a possibilidade de o material envolvido queimar totalmente sem proporcionar o envolvimento do resto dos materiais contidos no ambiente ou dos materiais constituintes dos elementos da edificao. De outro modo, se houver caminhos para a propagao do fogo, atravs de conveco ou irradiao, em direo aos materiais presentes nas proximidades, ocorrer simultaneamente a elevao da temperatura do recinto e o desenvolvimento de fumaa e gases inflamveis. Com a evoluo do incndio e a oxigenao do ambiente, atravs de portas e janelas, o incndio ganhar mpeto; os materiais passaro a ser aquecidos por conveco e irradiao acarretando um momento denominado de "inflamao generalizada - Flash Over", que se caracteriza pelo envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela emisso de gases inflamveis atravs de portas e janelas, que se queimam no exterior do edifcio. Neste momento torna-se impossvel a sobrevivncia no interior do ambiente. O tempo gasto para o incndio alcanar o ponto de Inflamao generalizada relativamente curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e acabamentos utilizados no ambiente de origem, embora as circunstncias em que o fogo comece a se desenvolver exeram grande influncia. A possibilidade de um foco de incndio extinguir ou evoluir para um grande incndio depende basicamente dos seguintes fatores: 1) quantidade, volume e espaamento dos materiais combustveis no local; 2) tamanho e situao das fontes de combusto; 3) rea e locao das janelas; 4) velocidade e direo do vento; 5) a forma e dimenso do local. Pela irradiao emitida por forros e paredes, os materiais combustveis que ainda no queimaram, so praquecidos temperatura prxima da sua temperatura de ignio. Se estes fatores criarem condies favorveis ao crescimento do fogo, a inflamao generalizada ir correr e todo o compartimento ser envolvido pelo fogo. A partir dai o incndio ir se propagar para outros compartimentos da edificao seja por conveco de gases quentes no interior da casa ou atravs do exterior, na medida em que as chamas que saem pelas aberturas (portas e janelas) podem transferir fogo para o pavimento superior, quando este existir, principalmente atravs das janelas superiores. A fumaa, que j na fase anterior Inflamao generalizada, pode ter-se espalhado no interior da edificao, se intensifica e se movimenta perigosamente no sentido ascendente, estabelecendo, em instantes, condies crticas para a sobrevivncia na edificao. Caso a proximidade entre as fachadas da edificao incendiada e as adjacentes possibilite a incidncia de intensidades crticas de irradiao, o incndio poder se propagar (por irradiao) para outras habitaes, configurando uma conflagrao. A proximidade ainda maior entre habitaes pode estabelecer uma situao ainda mais crtica para a ocorrncia da conflagrao na medida em que o incndio se alastrar muito rapidamente por contato direto das chamas entre as fachadas. No caso de habitaes agrupadas em bloco, a propagao do incndio entre unidades poder se dar por conduo de calor via paredes e forros, por destruio destas barreiras, ou ainda, atravs da conveco de gases quentes que venham a penetrar por aberturas existentes. Com o consumo do combustvel existente no local ou decorrente da falta de oxignio, o fogo pode diminuir de intensidade, entrando na fase de resfriamento e consequente extino. Classificao dos incndios quanto proporo Esta classificao visa definir as dimenses e a intensidade de um sinistro, bem como os meios necessrios para sua extino. So classificados em cinco itens: I) Princpio de incndio ou Incndio Incipiente - o incndio de mnimas propores, embrionrio, e que pode ser facilmente extinto pela utilizao de um ou mais aparelhos extintores portteis.PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 9

Ex.: fogo em aparelho de ar condicionado. II) Pequeno incndio - o incndio de pequenas propores, que queima, normalmente, os objetos existentes dentro de um compartimento, porm, sem apresentar perigo iminente de propagao e necessitando, na sua extino, de material e pessoal especializado. Ex.: queima dos mveis de uma sala. III) Mdio incndio - o incndio de propores relativas que queima na parte interna e externa de uma construo, destruindo as instalaes e com grande risco de propagao, necessitando, para sua extino do Corpo de Bombeiros. Ex.: queima de um ou mais apartamentos de um andar. IV) Grande incndio - o incndio de propagao crescente, causador de grande devastao, destruidor de construes e muito resistente. Ex.: incndio de um prdio. V) Extraordinrio - So os incndios catastrficos, abrangendo quarteires, oriundos de bombardeios, terremotos e outros, necessitando para o seu combate, do emprego de todos os meios disponveis em uma cidade. Causas de Incndios NATURAIS So aqueles decorrentes de fenmenos da natureza e se dividem em: 1) Natureza fsico-qumica Ex: Vulces, terremotos, raios, meteoros, etc. 2) Natureza biolgica So os incndios decorrentes do aumento da temperatura devido fermentao e ao degradativa das bactrias. Ex: Enfardamento da forragem mida. ARTIFICIAIS 1) Materiais 1.1) Primrias 1.1.1) De origem fsica Provenientes de qualquer fenmeno fsico que produz energia calorfica. a) Atrito Frico entre corpos rgidos, ou entre partes metlicas com lubrificao deficiente. b) Choque Choque entre partes metlicas frouxas ou desajustadas, em mquinas e motores que estejam sujos com resduos de leo e graxa. c) Compresso Compresso brusca e continuada dos gases provocando o aumento de temperatura em recargas de cilindro de gases, por exemplo. d) Conduo trmica Calor transmitido de um corpo em alta temperatura para corpos vizinhos que estejam em condies normais. Ex: Uma chamin em contato com o forro de madeira do telhado. e) Eletricidade So aqueles gerados por fenmenos termoeltricos. Ex: Curto-circuito, sobrecarga, fuga de corrente, etc. 1.1.2) De origem qumica Substncias qumicas que podem gerar calor quando se combinam, ou em decomposio, produzindo aquecimento, inflamao ou exploso. Ex: Metais pirofricos finamente divididos quando expostos ao ar. 1.1.3) De origem biolgica Aumento de temperatura provocado pela fermentao e a ao degradativa das bactrias, obtido em laboratrios. Ex: Fermentao do lixo em um biodigestor de gs para fins domsticos. 1.2) Secundrias o fogo considerado til que foge ao controle do homem. Ex: velas, lamparinas, lampies, fogareiros, etc. 2) Humanas 2.1) Culposas So incndios nos quais o homem o seu causador, sem, no entanto, ter havido inteno de provoc-lo. Esta pode ser dividida em trs situaes distintas:PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 10

2.1.1) Imprudncia Incndio provocado por crianas ou pessoas em condies de incapacidade (doentes mentais), que no podem ser responsabilizados legalmente pelo delito cometido. 2.1.2) Negligncia o desrespeito s normas de segurana, mesmo conhecendo-as, porm sem a inteno efetiva de provocar o incndio. 2.1.3) Impercia o desconhecimento das normas de segurana. 2.2) Dolosas So os incndios provocados com a inteno (dolo) de destruir. Logo, quem provocou o incndio, tinha plena cincia das suas consequncias e assumiu o risco de produzi-las. Incndios de causas dolosas normalmente tm motivao financeira. Como tal prtica crime, so alvos de investigao pericial (Percia de Incndio) e criminal para a apurao de sua autoria. Fatores que contribuem para a evoluo de um incndio Os fatores que contribuem para a evoluo de um incndio, j citados acima, esto relacionados com a transmisso de calor que ocorre de trs formas fundamentais: 1) por conduo, ou seja, atravs de um material slido de uma regio de temperatura elevada em direo a uma outra regio de baixa temperatura; 2) por conveco, ou seja, por meio de um fluido lquido ou gs, entre dois corpos submersos no fluido, ou entre um corpo e o fluido; 3) por irradiao, ou seja, por meio de um gs ou do vcuo, na forma de energia radiante. Num incndio as trs formas geralmente so concomitantes, embora em determinado momento uma delas seja predominante. Influncia do contedo combustvel (carga de incndio) O desenvolvimento e a durao de um incndio so influenciados pela quantidade de combustvel a queimar. Com ele, a durao decorre dividindo-se a quantidade de combustvel pela taxa ou velocidade de combusto. Portanto pode-se definir um parmetro que exprime o poder calorfico mdio da massa de materiais combustveis por unidade de rea de um local, que se denomina carga de incndio especfica (ou trmico) unitrio e corresponde carga de incndio especfica (fire load density). Na carga de incndio esto includos os componentes de construo, tais como revestimentos de piso, forro, paredes, divisrias etc. (denominada carga de incndio incorporada), mas tambm todo o material depositado na edificao, tais como peas de mobilirio, elementos de decorao, livros, papis, peas de vestirio e materiais de consumo (denominada carga de incndio temporal). Influncia da ventilao Durante um incndio o calor emana gases dos materiais combustveis, que podem em decorrncia da variao de temperatura interna e externa edificao, ser mais ou menos densos que o ar. Esta diferena de temperatura provoca um movimento ascensional dos gases que so paulatinamente substitudos pelo ar que adentra a edificao por meio das janelas e portas. Disto ocorre uma constante troca entre o ambiente interno e externo, com a sada dos gases quentes e fumaa e a entrada de ar. Em um incndio ocorrem dois casos tpicos, que esto relacionados com a ventilao e com a quantidade de combustvel em chama. No primeiro caso, no qual a vazo de ar que adentra ao interior da edificao incendiada for superior necessidade da combusto dos materiais, temos um fogo aberto, aproximando-se a uma queima de combustvel ao ar livre, cuja caracterstica ser de uma combusto rpida. No segundo caso, no qual a entrada de ar controlada, ou deficiente em decorrncia de pequenas aberturas externas, temos um incndio com durao mais demorada, cuja queima controlada pela quantidade de combustvel, ou seja, pela carga incndio, na qual a estrutura da edificao estar sujeita temperaturas elevadas por um tempo maior de exposio, at que ocorra a queima total do contedo do edifcio. Em resumo, a taxa de combusto de um incndio pode ser determinada pela velocidade do suprimento de ar, estando implicitamente relacionada com a quantidade de combustvel e sua disposio da rea do ambiente em chamas e das dimenses das aberturas. Deste conceito decorre a importncia da forma e quantidade de aberturas em uma fachada. Mecanismos de movimentao dos gases quentes Quando se tem um foco de fogo num ambiente fechado, numa sala, por exemplo, o calor destila gases combustveis do material e h ainda a formao de outros gases devido combusto dos gases destilados. Estes gases podem ser mais ou menos densos de acordo com a sua temperatura, a qual sempre maior do que e ambiente e, portanto, possuem uma fora de flutuao com movimento ascensional bem maior que o movimento horizontal.PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 11

Os gases quentes vo-se acumulando junto ao forro e se espalhando por toda a camada superior do ambiente, penetrando nas aberturas existentes no local. Os gases quentes, assim como a fumaa, gerados por uma fonte de calor (material em combusto), fluem no sentido ascendente com formato de cone Invertido. Efeitos da fumaa Associadas ao incndio e acompanhando o fenmeno da combusto, aparecem, em geral, quatro causas determinantes de uma situao perigosa: 1) calor; 2) chamas; 3) fumaa; 4) insuficincia de oxignio. Do ponto de vista de segurana das pessoas, entre os quatro fatores considerados, a fumaa indubitavelmente causa danos mais graves, e, portanto, deve ser o fator mais importante a ser considerado. A fumaa pode ser definida como uma mistura complexa de slidos em suspenso, vapores e gases, desenvolvida quando um material sofre o processo de pirlise (decomposio por efeito do calor) ou combusto. Os componentes desta mistura, associados ou no, influem diferentemente sobre as pessoas, ocasionando os seguintes efeitos: 1) diminuio da visibilidade devido atenuao luminosa do local; 2) lacrimejamento e irritaes dos olhos; 3) modificao de atividade orgnica pela acelerao da respirao e batidas cardacas; 4) medo; 5) desorientao; 6) Intoxicao e asfixia; 7) vmitos e tosse. A reduo da visibilidade do local impede e locomoo das pessoas fazendo com que fiquem expostas por tempo maior aos gases e vapores txicos. Estes, por sua vez, causam a morte se estiverem presentes em quantidade suficiente e se as pessoas ficarem expostas durante o tempo que acarreta esta ao. Da decorre a importncia em se entender o comportamento da fumaa em uma edificao. A propagao da fumaa est diretamente relacionada com a taxa de elevao da temperatura; portanto, a fumaa desprendida por qualquer material, desde que exposta mesma taxa de elevao da temperatura, gerar igual propagao. Se conseguirmos determinar os valores de densidade tica da fumaa e da toxicidade na sada de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o movimento do fluxo de ar quente e, ento, ser possvel determinar o tempo e a rea do edifcio que se tornar perigosa, devido propagao da fumaa. A movimentao da fumaa atravs de corredores e escadas depender, sobretudo, das aberturas existentes e da velocidade do ar nestes locais, porm, se o mecanismo de locomoo for considerado em relao s caractersticas do "Plume", pode-se, ento, estabelecer uma correlao com o fluxo de gua. Em casos em que exista um exaustor de seo quadrada menor que e largura do corredor; e se a fumaa vier fluindo em sua direo, parte desta fumaa ser exaurida e grande parte passar direta e continuar fluindo para o outro lado. No entanto, se o fluxo de fumaa exaurir-se atravs de uma abertura que possua largura igual do corredor, a fumaa ser retirada totalmente. Foi verificado que quanto mais a fumaa se alastrar, menor ser a espessura de sua camada, e que a velocidade de propagao de fumaa na direo horizontal, no caso dos corredores, est em torno de 1 m/s, e na direo vertical, no caso das escadas, est entre 2 m/s e 3 m/s. Processo de controle de fumaa O processo de Controle de Fumaa necessrio em cada edifcio para garantir a segurana de seus ocupantes contra o fogo e fumaa baseado nos princpios de engenharia. O processo deve ter a flexibilidade e a liberdade de seleo de mtodo e da estrutura do sistema de segurana para promover os requisitos num nvel de segurana que se deseja. Em outras palavras, o objetivo do projeto da segurana de preveno ao fogo (fumaa) obter um sistema que satisfaa as convenincias das atividades dirias, devendo ser econmico, garantindo a segurana necessria sem estar limitado por mtodo ou estruturas especiais prefixados. Existem vrios meios para controlar o movimento da fumaa, e todos eles tm por objetivo encontrar um meio ou um sistema levando-se em conta as caractersticas de cada edifcio. Como condies que tem grande efeito sobre o movimento da fumaa no edifcio, podem-se citar: 1) momento (poca do ano) da ocorrncia do incndio; 2) condies meteorolgicas (direo e velocidade e coeficiente de presso do vento e temperatura do ar); 3) localizao do incio do fogo; 4) resistncia ao fluxo do ar das portas, janelas, dutos e chamins; 5) distribuio da temperatura no edifcio (ambiente onde est ocorrendo o fogo, compartimentos em geral, caixa da escada, dutos e chamins).PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 12

Devem-se estabelecer os padres para cada uma destas condies. Entende-se como momento de ocorrncia do incndio a poca do ano (vero/inverno) em que isto possa ocorrer, pois, para o clculo, deve-se levar em conta a diferena de temperatura existente entre o ambiente interno e o externo ao edifcio. Esta diferena ser grande, caso sejam utilizados aquecedores ou ar condicionado no edifcio. As condies meteorolgicas devem ser determinadas pelos dados estatsticos meteorolgicos da regio na qual est situado o edifcio, para as estaes quentes e frias. Pode-se determinar a temperatura do ar, a velocidade do vento, coeficiente de presso do vento e a direo do vento. O andar do prdio onde se iniciou o incndio deve ser analisado, considerando-se o efeito da ventilao natural (movimento ascendente ou descendente da fumaa) atravs das aberturas ou dutos durante o perodo de utilizao, ou seja, no inverno o prdio aquecido e no vero, resfriado. Considerando-se esses dados, os estudos devem ser levados a efeito nos andares inferiores no inverno (trreo, sobreloja e segundo andar) ou nos andares superiores e inferiores no vero (os dois ltimos andares do prdio e trreo). Em muitos casos, existem andares que possuem caractersticas perigosas, pois propiciam a propagao de fumaa caso ocorra incndio neste local. Em adio, para tais casos, necessrio um trabalho mais aprofundado para estudar as vrias situaes de mudana das condies do andar, por exemplo, num edifcio com detalhes especiais de construo. Com relao ao compartimento de origem do fogo, devem-se levar em considerao os seguintes requisitos para o andar em questo: 1) compartimento densamente ocupado, com ocupaes totalmente distintas; 2) o compartimento apresenta grande probabilidade de iniciar o incndio; 3) o compartimento possui caractersticas de difcil controle da fumaa. Quando existirem vrios compartimentos que satisfaam estas condies, devem-se fazer estudos em cada um deles, principalmente se as medidas de controle de fumaa determinadas levarem a resultados bastante diferentes. O valor da resistncia ao fluxo do ar das aberturas temperatura ambiente pode ser facilmente obtido a partir de dados de projeto de ventilao, porm muito difcil estimar as condies das aberturas das janelas e portas numa situao de incndio. Para se determinar as temperaturas dos vrios ambientes do edifcio deve-se considerar que os mesmos no sofreram modificaes com o tempo. A temperatura mdia no local do fogo considerada 900C com o Incndio totalmente desenvolvido no compartimento. Isolamento de risco A Propagao do incndio entre edifcios isolados pode se dar atravs dos seguintes mecanismos: 1) Radiao trmica, emitida: a) atravs das aberturas existentes na fachada do edifcio incendiado; b) atravs da cobertura do edifcio incendiado; c) pelas chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura; d) pelas chamas desenvolvidas pela prpria fachada, quando esta for composta por materiais combustveis; 2) Conveco, que ocorre quando os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada ou pela cobertura do edifcio incendiado atinjam a fachada do edifcio adjacente; 3) Conduo, que ocorre quando as chamas da edificao ou parte da edificao contgua a uma outra, atingem a esta transmitindo calor e incendiando a mesma. Desta forma h duas maneiras de isolar uma edificao em relao outra. So: 1) por meio de distanciamento seguro (afastamento) entre as fachadas das edificaes; 2) por meio de barreiras estanques entre edifcios contguos; Com a previso das paredes corta-fogo, uma edificao considerada totalmente estanque em relao edificao contgua. O distanciamento seguro entre edifcios pode ser obtido por meio de uma distncia mnima horizontal entre fachadas de edifcios adjacentes, capaz de evitar a propagao de incndio entre os mesmos, decorrente do calor transferido por radiao trmica atravs da fachada e/ou por conveco atravs da cobertura. Em ambos os casos o incndio ir se propagar, ignizando atravs das aberturas, os materiais localizados no interior dos edifcios adjacentes e/ou ignizando materiais combustveis localizados em suas prprias fachadas. Compartimentao vertical e horizontal A partir da ocorrncia de inflamao generalizada no ambiente de origem do incndio, este poder propagar-se para outros ambientes atravs dos seguintes mecanismos principais: 1) conveco de gases quentes dentro do prprio edifcio; 2) conveco dos gases quentes que saem pelas janelas (incluindo as chamas) capazes de transferir o fogo para pavimentos superiores;PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 13

3) conduo de calor atravs das barreiras entre compartimentos; 4) destruio destas barreiras. Frente necessidade de limitao da propagao do incndio, a principal medida a ser adotada consiste na compartimentao, que visa dividir o edifcio em clulas capacitadas a suportar a queima dos materiais combustveis nelas contidos, impedindo o alastramento do incndio. Os principais propsitos da compartimentao so: 1) conter o fogo em seu ambiente de origem; 2) manter as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incndio; 3) facilitar as operaes de resgate e combate ao incndio. A capacidade dos elementos construtivos de suportar a ao do incndio denomina-se "resistncia ao fogo" e se refere ao tempo durante o qual conservam suas caractersticas funcionais (vedao e/ou estrutural). O mtodo utilizado para determinar a resistncia ao fogo consiste em expor um prottipo (reproduzindo tanto quanto possvel as condies de uso do elemento construtivo no edifcio), a uma elevao padronizada de temperatura em funo do tempo. Ao longo do tempo so feitas medidas e observaes para determinar o perodo no qual o prottipo satisfaz a determinados critrios relacionados com a funo do elemento construtivo no edifcio. O prottipo do elemento de compartimentao deve obstruir a passagem do fogo mantendo, obviamente, sua integridade (recebe por isto a denominao de corta-fogo). A elevao padronizada de temperatura utilizada no mtodo para determinao da resistncia ao fogo constitui-se em uma simplificao das condies encontradas nos incndios e visa reproduzir somente a fase de inflamao generalizada. Deve-se ressaltar que, de acordo com a situao particular do ambiente incendiado, iro ocorrer variaes importantes nos fatores que determinam o grau de severidade de exposio, que so: 1) durao da fase de inflamao generalizada; 2) temperatura mdia dos gases durante esta fase; 3) fluxo de calor mdio atravs dos elementos construtivos. Os valores de resistncia ao fogo a serem requeridos para a compartimentao na especificao foram obtidos tomando-se por base: 1) a severidade (relao temperatura x tempo) tpica do incndio; 2) a severidade obtida nos ensaios de resistncia ao fogo. A severidade tpica do incndio estimada de acordo com a varivel ocupao (natureza das atividades desenvolvidas no edifcio). A compartimentao horizontal se destina a impedir a propagao do incndio de forma que grandes reas sejam afetadas, dificultando sobremaneira o controle do incndio, aumentando o risco de ocorrncia de propagao vertical e aumentando o risco vida humana. A compartimentao horizontal pode ser obtida atravs dos seguintes dispositivos: 1) paredes e portas corta-fogo; 2) registros corta-fogo nos dutos que traspassam as paredes corta-fogo; 3) selagem corta-fogo da passagem de cabos eltricos e tubulaes das paredes corta-fogo; afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados. A compartimentao vertical se destina a impedir o alastramento do incndio entre andares e assume carter fundamental para o caso de edifcios altos em geral. A compartimentao vertical deve ser tal que cada pavimento componha um compartimento isolado, para isto so necessrios: 1) lajes corta-fogo; 2) enclausuramento das escadas atravs de paredes e portas corta-fogo; 3) registros corta-fogo em dutos que intercomunicam os pavimentos; 4) selagem corta-fogo de passagens de cabos eltricos e tubulaes, atravs das lajes; 5) utilizao de abas verticais (parapeitos) ou abas horizontais projetando-se alm da fachada, resistentes ao fogo e separando as janelas de pavimentos consecutivos (neste caso suficiente que estes elementos mantenham suas caractersticas funcionais, obstruindo desta forma a livre emisso de chamas para o exterior). Resistncia ao fogo das estruturas Uma vez que o incndio atingiu a fase de inflamao generalizada, os elementos construtivos no entorno de fogo estaro sujeitos exposio de intensos fluxos de energia trmica. A capacidade dos elementos estruturais de suportar por determinado perodo tal ao, que se denomina de resistncia ao fogo, permite preservar a estabilidade estrutural do edifcio.PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 14

Durante o incndio a estrutura do edifcio como um todo estar sujeita a esforos decorrentes de deformaes trmicas, e os seus materiais constituintes estaro sendo afetados (perdendo resistncia) por atingir temperaturas elevadas. O efeito global das mudanas promovidas pelas altas temperaturas alcanadas nos incndios sobre a estrutura do edifcio traduz-se na diminuio progressiva da sua capacidade portante. Durante este processo pode ocorrer que, em determinado instante, o esforo atuante em uma seo se iguale ao esforo resistente, podendo ocorrer o colapso do elemento estrutural. Os objetivos principais de garantir a resistncia ao fogo dos elementos estruturais so: 1) Possibilitar a sada dos ocupantes da edificao em condies de segurana; 2) Garantir condies razoveis para o emprego de socorro pblico, onde se permita o acesso operacional de viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com tempo hbil para exercer as atividades de salvamento (pessoas retidas) e combate a incndio (extino); 3) Evitar ou minimizar danos ao prprio prdio, a edificaes adjacentes, infra-estrutura pblica e ao meio ambiente. Em suma, as estruturas dos edifcios, principalmente as de grande porte, independentemente dos materiais que as constituam, devem ser dimensionadas, de forma a possurem resistncia ao fogo compatvel com a magnitude do incndio que possam vir a ser submetidas. Materiais Embora os materiais combustveis contidos no edifcio e constituintes do sistema construtivo possam ser responsveis pelo incio do incndio, muito frequentemente so os materiais contidos no edifcio que se ignizam em primeiro lugar. medida que as chamas se espalham sobre a superfcie do primeiro objeto ignizado e, talvez, para outros objetos contguos, o processo de combusto torna-se mais fortemente influenciado por fatores caractersticos do ambiente. Se a disponibilidade de ar for assegurada, a temperatura do compartimento subir rapidamente e uma camada de gases quentes se formar abaixo do teto, sendo que intensos fluxos de energia trmica radiante se originaro, principalmente, a partir do teto aquecido. Os materiais combustveis existentes no compartimento, aquecidos por conveco e radiao, emitiro gases inflamveis. Isto levar a uma inflamao generalizada e todo o ambiente tornar-se- envolvido pelo fogo, sendo que e os gases que no queimam sero emitidos pelas aberturas do compartimento. A possibilidade de um foco de incndio extinguir-se ou evoluir em um grande incndio (atingir a fase de inflamao generalizada) depende de trs fatores principais: 1) Razo de desenvolvimento de calor pelo primeiro objeto ignizado; 2) Natureza, distribuio e quantidade de materiais combustveis no compartimento incendiado; 3) Natureza das superfcies dos elementos construtivos sob o ponto de vista de sustentar a combusto a propagar as chamas. Os dois primeiros fatores dependem largamente dos materiais contidos no compartimento. O primeiro est absolutamente fora do controle do projetista. Sobre o segundo possvel conseguir-se no mximo, um controle parcial. O terceiro fator est, em grande medida, sob o controle do projetista, que pode adicionar minutos preciosos ao tempo da ocorrncia da inflamao generalizada, pela escolha criteriosa dos materiais de revestimento. Quando os materiais de revestimento so expostos a uma situao de incio de incndio, a contribuio que possa vir a trazer para o seu desenvolvimento, ao sustentar a combusto, e possibilitar a propagao superficial das chamas, denomina-se "reao ao fogo". As caractersticas de reao ao fogo dos materiais, utilizadas como revestimento dos elementos construtivos, podem ser avaliadas em laboratrios, obtendo-se assim subsdios para a seleo dos materiais na fase de projeto da edificao. Os mtodos de ensaio utilizados em laboratrio para estas avaliaes estipulam condies padronizadas a que os materiais devem ser expostos, que visam a reproduzir certas situaes crticas, caractersticas dos incndios antes de ocorrncia de inflamao generalizada. O desempenho que a superfcie de um elemento construtivo deve apresentar, para garantir um nvel mais elevado de segurana contra incndio, deve ser retirado de uma correlao entre os ndices ou categorias obtidos nos ensaios e a funo do elemento construtivo (consequentemente, sua provvel influncia no incndio). A influncia de determinado elemento construtivo na evoluo de um incndio se manifesta de duas maneiras distintas. A primeira delas se refere posio relativa do elemento no ambiente, por exemplo, a propagao de chamas na superfcie inferior do forro fator comprovadamente mais crtico para o desenvolvimento do incndio do que a propagao de chamas no revestimento do piso, pois a transferncia de calor, a partir de um foco de incndio, , em geral muito mais intensa no forro; neste sentido o material de revestimento do forro deve apresentar um melhor desempenho nos ensaios de laboratrio. O outro tipo de influncia se deve ao local onde o material est instalado. Por exemplo, a propagao de chamas no forro posicionado nas proximidades das janelas, em relao ao forro afastado das janelas, o fator acentuadamente mais crtico para a transferncia do incndio entre pavimentos, pois alm de sua eventual contribuio para a emisso de chamas para o exterior, estar mais exposto (quando o incndio se desenvolver em um pavimento inferior) a gases quentes e chamas emitidas atravs das janelas inferiores. Algo semelhante se d emPREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 15

relao propagao do incndio entre edifcios, onde os materiais combustveis incorporados aos elementos construtivos nas proximidades das fachadas podem facilitar a propagao do incndio entre edifcios. Os dois mtodos de ensaio bsicos para avaliar as caractersticas dos materiais constituintes do sistema construtivo, sob o ponto de vista de sustentar a combusto e propagar as chamas, so os seguintes; 1) Ensaio de incombustibilidade que possibilitam verificar se os materiais so passveis de sofrer a ignio e, portanto, estes ensaios possuem capacidade de contribuir para a evoluo da preveno de incndio; 2) Ensaio da propagao superficial de chamas, por meio do qual os materiais passveis de se ignizarem (materiais combustveis de revestimento) podem ser classificados com relao rapidez de propagao superficial de chamas e a quantidade de calor desenvolvido neste processo. Outra caracterstica que os materiais incorporados aos elementos construtivos apresentam, diz respeito a fumaa que podem desenvolver medida em que so expostos a uma situao de incio de incndio. Em funo da quantidade de fumaa que podem produzir e da opacidade desta fumaa, os materiais incorporados aos elementos construtivos podem provocar empecilhos importantes fuga das pessoas e ao combate do incndio. Para avaliar esta caracterstica deve-se utilizar o mtodo de ensaio para determinao da densidade tica da fumaa produzida na combusto ou pirlise dos materiais. O controle da quantidade de materiais combustveis incorporados aos elementos construtivos apresenta dois objetivos distintos. O primeiro dificultar a ocorrncia da inflamao generalizada no local em que o incndio se origina. O segundo, considerando que a inflamao generalizada tenha ocorrido, limitar a severidade alm do ambiente em que se originou. Com relao ao primeiro objetivo, a utilizao intensiva de revestimentos combustveis capazes de contribuir para o desenvolvimento do incndio ao sofrerem a ignio e ao levar as chamas para outros objetos combustveis alm do material / objeto onde o fogo se iniciou. Com relao ao segundo objetivo, quanto maior for a quantidade de materiais combustveis envolvidos no incndio maior severidade este poder assumir, aumentando assim o seu potencial de causar danos e a possibilidade de se propagar para outros ambientes do edifcio. O mtodo para avalizar a quantidade de calor com que os materiais incorporados aos elementos construtivos podem contribuir para o desenvolvimento do incndio denominado "ensaio para determinao do calor potencial". Sada de emergncia Para salvaguardar a vida humana em caso de incndio necessrio que as edificaes sejam dotadas de meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurana para um local livre da ao do fogo, calor e fumaa, a partir de qualquer ponto da edificao, independentemente do local de origem do incndio. Alm disso, nem sempre o incndio pode ser combatido pelo exterior do edifcio, decorrente da altura do pavimento onde o fogo se localiza ou pela extenso do pavimento (edifcios trreos). Nestes casos, h a necessidade da brigada de incndio ou do Corpo de Bombeiros de adentrar ao edifcio pelos meios internos a fim de efetuar aes de salvamento ou combate. Estas aes devem ser rpidas e seguras, e normalmente utilizam os meios de acesso da edificao, que so as prprias sadas de emergncia ou escadas de segurana utilizadas para a evacuao de emergncia, Para isto ser possvel as rotas de fuga devem atender, entre outras, as seguintes condies bsicas: O nmero de sadas difere para os diversos tipos de ocupao, em funo da altura, dimenses em planta e caractersticas construtivas. Normalmente o nmero mnimo de sadas consta de cdigos e normas tcnicas que tratam do assunto. A distncia mxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais distante de um pavimento at o acesso a uma sada neste mesmo pavimento. Da mesma forma como o item anterior, essa distncia varia conforme o tipo de ocupao e as caractersticas construtivas do edifcio e a existncia de chuveiros automticos como proteo. Os valores mximos permitidos constam dos textos de cdigos e normas tcnicas que tratam do assunto. O nmero previsto de pessoas que devero usar as escadas e rotas de fuga horizontais baseado na lotao da edificao, calculada em funo das reas dos pavimentos e do tipo de ocupao. As larguras das escadas de segurana e outras rotas devem permitir desocupar todos os pavimentos em um tempo aceitvel como seguro. Isto indica a necessidade de compatibilizar a largura das rotas horizontais e das portas com a lotao dos pavimentos e de adotar escadas com largura suficiente para acomodar em seus interiores toda a populao do edifcio. As normas tcnicas e os cdigos de obras estipulam os valores das larguras mnimas (denominado de Unidade de Passagem) para todos os tipos de ocupao. As sadas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma a propiciar efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de escape. Para isto devem estar suficientemente afastadas uma das outras, uma vez que a previso de duas escadas de segurana no estabelecer necessariamente rotas distintas de fuga, pois em funo de proximidade de ambas, em um nico foco de incndio poder torn-las inacessvel. A descarga das escadas de segurana deve-se dar preferencialmente para sadas com acesso exclusivo para o exterior, localizado em pavimento ao nvel da via pblica. Outras sadas podem ser aceitas, como as diretamente no trio de entrada do edifcio, desde que alguns cuidados sejam tomados, representados por:PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 16

1) sinalizao dos caminhos a tomar; 2) sadas finais alternativas; 3) compartimentao em relao ao subsolo e proteo contra queda de objetos (principalmente vidros) devido ao incndio e etc. A largura mnima das escadas de segurana varia conforme os cdigos e Normas Tcnicas, sendo normalmente 2,20 m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para as demais ocupaes, devendo possuir patamares retos nas mudanas de direo com largura mnima igual largura da escada. As escadas de segurana devem ser construdas com materiais incombustveis, sendo tambm desejvel que os materiais de revestimento sejam incombustveis. As escadas de segurana devem possuir altura e largura ergomtrica dos degraus, corrimos corretamente posicionados, piso antiderrapante, alm de outras exigncias para conforto e segurana. Escadas de segurana Todas as escadas de segurana devem ser enclausuradas com paredes resistentes ao fogo e portas corta-fogo. Em determinadas situaes estas escadas tambm devem ser dotadas de antecmaras enclausuradas de maneira a dificultar o acesso de fumaa no interior da caixa de escada. As dimenses mnimas (largura e comprimento) so determinadas nos cdigos e Normas Tcnicas. A antecmara s deve dar acesso escada e a porta entre ambas, quando aberta, no deve avanar sobre o patamar da mudana da direo, de forma a prejudicar a livre circulao. Para prevenir que o fogo e a fumaa desprendida por meio das fachadas do edifcio penetrem em eventuais aberturas de ventilao na escada e antecmara, deve ser mantida uma distncia horizontal mnima entre estas aberturas e as janelas do edifcio. Acessos Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes deve ser feito de forma a restringir a penetrao de fumaa durante o estgio inicial do incndio. Para isto suas paredes e portas devem apresentar resistncia ao fogo. Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaa, necessrio prever aberturas de exausto e sua subdiviso com portas prova de fumaa. As portas includas nas rotas de fuga no podem ser trancadas, entretanto devem permanecer sempre fechadas, dispondo para isto de um mecanismo de fechamento automtico. Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fechamento seja acionado automaticamente no momento do incndio. Estas portas devem abrir no sentido do fluxo, com exceo do caso em que no esto localizadas na escada ou na antecmara e no so utilizadas por mais de 50 pessoas. Para prevenir acidentes e obstrues, no devem ser admitidos degraus junto soleira, e a abertura de porta no deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga. O nico tipo de porta admitida aquele com dobradias de eixo vertical com nico sentido de abertura. Dependendo da situao, tais portas podem ser a prova de fumaa, corta fogo ou ambos. A largura mnima do vo livre deve ser de 0,80 m. Sistema de iluminao de emergncia Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que, em funcionamento, propicia a iluminao suficiente e adequada para: 1) permitir a sada fcil e segura do pblico para o 2) exterior, no caso de interrupo de alimentao normal; 3) garantir tambm a execuo das manobras de interesse da segurana e interveno de socorro. A iluminao de emergncia para fins de segurana contra incndio pode ser de dois tipos: 1) de balizamento; 2) de aclaramento. A iluminao de balizamento aquela associada sinalizao de indicao de rotas de fuga, com a funo de orientar a direo e o sentido que as pessoas devem seguir em caso de emergncia. A iluminao de aclaramento se destina a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os ocupantes no tenham dificuldade de transitar por elas. A iluminao de emergncia se destina a substituir a iluminao artificial normal que pode falhar em caso de incndio, por isso deve ser alimentada por baterias ou por moto-gerador de acionamento automtico e imediato; a partir da falha do sistema de alimentao normal de energia. Dois mtodos de iluminao de emergncia so possveis: 1) iluminao permanente, quando as instalaes so alimentadas em servio normal pela fonte normal e cuja alimentao comutada automaticamente para a fonte de alimentao prpria em caso de falha da fonte normal; 2) iluminao no permanente, quando as instalaes no so alimentadas em servio normal e, em caso de falha da fonte normal, so alimentadas automaticamente pela fonte de alimentao prpria.PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 17

Sua previso deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, passagens antecmara e patamares de escadas. Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potncia so determinados nas Normas Tcnicas Oficiais. Elevador de segurana Para o caso de edifcios altos, adicionalmente a escada, necessria a disposio de elevadores de emergncia, alimentada por circuito prprio e concebida de forma a no sofrer interrupo de funcionamento durante o incndio. Esses elevadores devem: 1) apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifcio ou pelos bombeiros. 2) estar localizados em rea protegida dos efeitos do incndio. O nmero de elevadores de emergncia necessrio a suas localizaes so estabelecidos levando-se em conta as reas dos pavimentos e as distncias a percorrer para serem alcanados a partir de qualquer ponto do pavimento. Acesso a viaturas do corpo de bombeiros Os equipamentos de combate devem-se aproximar ao mximo do edifcio afetado pelo incndio, de tal forma que o combate ao fogo possa ser iniciado sem demora e no seja necessria a utilizao de linhas de mangueiras muito longas. Para isto, se possvel, o edifcio deve estar localizado ao longo de vias pblicas ou privadas que possibilitam a livre circulao de veculos de combate e o seu posicionamento adequado em relao s fachadas, aos hidrantes e aos acessos ao interior do edifcio. Tais vias tambm devem ser preparadas para suportar os esforos provenientes da circulao, estacionamento a manobras destes veculos. O nmero de fachada que deve permitir a aproximao dos veculos de combate deve ser determinado tendo em conta a rea de cada pavimento, a altura e o volume total do edifcio. Meios de aviso e alerta Sistema de alarme manual contra incndio e deteco automtica de fogo e fumaa quanto mais rapidamente o fogo for descoberto, correspondendo a um estgio mais incipiente do incndio, tanto mais fcil ser control-lo; alm disso, tanto maiores sero as chances dos ocupantes do edifcio escaparem sem sofrer qualquer injria. Uma vez que o fogo foi descoberto, a sequncia de aes normalmente adotada a seguinte: alertar o controle central do edifcio; fazer a primeira tentativa de extino do fogo, alertar os ocupantes do edifcio para iniciar o abandono do edifcio, e informar o servio de combate a incndios (Corpo de Bombeiros). A deteco automtica utilizada com o intuito de vencer de uma nica vez esta srie de aes, propiciando a possibilidade de tomar-se uma atitude imediata de controle de fogo e da evacuao do edifcio. O sistema de deteco e alarme pode ser dividido basicamente em cinco partes: 1) Detector de incndio, que se constitui em partes do sistema de deteco que constantemente ou em intervalos para a deteco de incndio em sua rea de atuao. Os detectores podem ser divididos de acordo com o fenmeno que detectar em: a) trmicos, que respondem a aumentos da temperatura; b) de fumaa, sensveis a produtos de combustveis e/ou pirlise suspenso na atmosfera; c) de gs, sensveis aos produtos gasosos de combusto e/ou pirlise; d) de chama, que respondem as radiaes emitidas pelas chamas. 2) Acionador manual, que se constitui em parte do sistema destinada ao acionamento do sistema de deteco; 3) Central de controle do sistema, pela qual o detector alimentado eletricamente a ter a funo de: a) receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector; b) transmitir o sinal recebido por meio de equipamento de envio de alarme de incndio para, por exemplo: dar o alarme automtico no pavimento afetado pelo fogo; dar o alarme automtico no pavimento afetado pelo fogo; dar o alarme temporizado para todo o edifcio; acionar uma instalao automtica de extino de incndio; fechar portas; etc.; controlar o funcionamento do sistema; possibilitar teste.PREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 18

4) Avisadores sonoros e/ou visuais, no incorporados ao painel de alarme, com funo de, por deciso humana, dar o alarme para os ocupantes de determinados setores ou de todo o edifcio; 5) Fonte de alimentao de energia eltrica, que deve garantir em quaisquer circunstncias o funcionamento do sistema. O tipo de detector a ser utilizado depende das caractersticas dos materiais do local e do risco de incndio ali existente. A posio dos detectores tambm um fator importante e a localizao escolhida (normalmente junto superfcie inferior do forro) deve ser apropriada concentrao de fumaa e dos gases quentes. Para a definio dos aspectos acima e dos outros necessrios ao projeto do sistema de deteco automtica devem ser utilizadas as normas tcnicas vigentes. O sistema de deteco automtica deve ser instalado em edifcios quando as seguintes condies sejam simultaneamente preenchidas: 1) incio do incndio no pode ser prontamente percebido de qualquer parte do edifcio pelos seus ocupantes; 2) grande nmero de pessoas para evacuar o edifcio; 3) tempo de evacuao excessivo; 4) risco acentuado de incio e propagao do incndio; 5) estado de inconscincia dos ocupantes (sono em hotel, hospitais etc.); 6) incapacitao dos ocupantes por motivos de sade (hospitais, clnicas com internao). Os acionadores manuais devem ser instalados em todos os tipos de edifcio, exceto nos de pequeno porte onde o reconhecimento de um princpio de incndio pode ser feito simultaneamente por todos os ocupantes, no comprometendo a fuga dos mesmos ou possveis tentativas de extino. Os acionadores manuais devem ser instalados mesmo em edificaes dotadas de sistema de deteco automtica e/ou extino automtica, j que o incndio pode ser percebido pelos ocupantes antes de seus efeitos sensibilizarem os detectores ou os chuveiros automticos. A partir da, os ocupantes que em primeiro lugar detectarem o incndio, devem ter rpido acesso a um dispositivo de acionamento do alarme, que deve ser devidamente sinalizado a propiciar facilidade de acionamento. Os acionadores manuais devem ser instalados nas rotas de fuga, de preferncia nas proximidades das sadas (nas proximidades das escadas de segurana, no caso de edifcios de mltiplos pavimentos). Tais dispositivos devem transmitir um sinal de uma estao de controle, que faz parte integrante do sistema, a partir do qual as necessrias providncias devem ser tomadas. Sinalizao A sinalizao de emergncia utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifcio, relativamente a questes associadas aos incndios, assume dois objetivos: 1) reduzir a probabilidade de ocorrncia de incndio; 2) indicar as aes apropriadas em caso de incndio. O primeiro objetivo tem carter preventivo e assume as funes de: 1) alertar para os riscos potenciais; 2) requerer aes que contribuam para a segurana contra incndio; 3) proibir aes capazes de afetar a segurana contra incndio. O segundo objetivo tem carter de proteo, e assume as funes de: 1) indicar a localizao dos equipamentos de combate; 2) orientar as aes as de combate; 3) indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos. A sinalizao de emergncia deve ser dividida de acordo com suas funes em seis categorias: 1) sinalizao de alerta, cuja funo alertar para reas e materiais com potencial de risco; 2) sinalizao de comando, cuja funo requerer aes que condies adequadas para a utilizao das rotas de fuga; 3) sinalizao de proibio, cuja funo proibir aes capazes de conduzir ao incio do incndio; 4) sinalizao de condies de orientao e salvamento, cuja funo indicar as rotas de sada e aes necessrias para o seu acesso; 5) sinalizao dos equipamentos de combate, cuja funo indicar a localizao e os tipos dos equipamentos de combate. Mtodos de extino de incndioPREVENO E COMBATE A INCNDIOS Pgina 19

Como j sabemos, os mtodos de extino visam desagregar um dos trs elementos que formam o tringulo do fogo. Os mtodos podem ser empregados isoladamente ou simultaneamente. Resfriamento - Consiste na reduo da quantidade de calor presente na reao. Abafamento - Tem por objetivo isolar o oxignio do processo de combusto. Isolamento - Visa desagregar do processo de combusto o elemento combustvel. Agentes extintores So substncias empregadas para extinguir a combusto. Existem inmeros agentes extintores, sendo os mais empregados os de mais baixo custo, facilidade de obteno e bom rendimento operacional. gua - o agente extintor universal, sendo o de mais fcil obteno, mais baixo custo e de maior rendimento operacional. Espuma - um aglomerado de partculas de soluo aquosa de baixa densidade. Atua por abafamento e indicada para lquidos inflamveis. P Qumico Seco (PQS) - uma mistura de ps micropulverizados constitudos basicamente, de bicarbonato de sdio ou bicarbonato de potssio. Gs Carbnico (CO2) - um gs incolor, inodoro (sem cheiro), no txico e no condutor de eletricidade.

Extintores de incndio So aparelhos portteis ou carregveis que servem para extinguir princpios de incndios. De um modo geral os extintores so constitudos por um recipiente de metal contendo um agente extintor. Os extintores portteis mais comuns so os seguintes: Espuma Qumica Espuma Mecnica gua Pressurizada gua a Pressurizar Gs Carbnico PQS Pressurizado PQS a Pressurizar

IMPORTANTE A partir de 1999, a ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas, proibiu a fabricao de extintores portteis ou sobre rodas, cujo agente extintor fosse espuma qumica. Os extintores de espuma qumica existentes podero ser recarregados e vistoriados normalmente. A recomendao que seja substitudo gradativamente por outros extintores, por sua falta de segurana no manuseio, sua eficincia duvidosa no combate ao fogo, e seu custo de manuteno alto. Nos Estados Unidos o uso desse extintor foi abolido h vrias dcadas. Os extintores de incndio so aparelhos de primeiros socorros, que carregam em seu interior um dos tipos de agente extintor acima citado, que dever ser usado em princpios de incndio. O extintor receber sempre o nome do agente extintor que transporta e dever ser construdo conforme as normas da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). Poder ser: Porttil - Quando seu peso total for igual ou inferior a 25kg, e operado por uma nica pessoa; Carreta - Sobre rodas e quando seu peso total passar de 25kg, ou sua operao exigir mais de uma pessoa. Depois de instalado, um extintor nunca poder ser removido, a no ser quando para uso em combate ao fogo, recarga, teste ou instruo. Deve estar sempre sinalizado e seu acesso desobstrudo. Vamos relembrar as classes de incndios, conforme estudado. - Classe A

Denomina-se Fogo Classe A quando ele ocorre em materiais de fcil combusto com a propriedade de queimarem em sua superfcie e profundidade, e que deixam resduos, tais como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.

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- Classe B

Denomina-se Fogo Classe B quando o fogo ocorre em produtos inflamveis que queimem somente em sua superfcie, no deixando resduos, como por exemplo, os lquidos inflamveis (gasolina, lcool, querosene, leo diesel, tintas, etc.), os gases inflamveis (acetileno, gs liquefeito de petrleo - GLP, etc.) e os colides (combustveis pastosos, como graxas, etc.).

- Classe C

Denomina-se Fogo Classe C quando o fogo ocorre em equipamentos eltricos ou eletrnicos energizados como computadores, motores, transformadores, quadros de distribuio, fios, etc. Ao ser desligado o circuito eltrico, o incndio passa a ser de Classe A.

- Classe D

Denomina-se Fogo Classe D quando o fogo ocorre em elementos pirofricos (metais e minrios que se inflamam facilmente) como magnsio, potssio, alumnio em p, zircnio, titnio, entre outros.

- Classe K

Denomina-se Fogo Classe K quando o fogo ocorre em cozinhas, com leo e gordura.

Deve-se escolher o extintor contendo o agente de acordo com a classe de incndio a ser combatida. Veremos a seguir cada um dos tipos largamente utilizados e qual classe o mesmo dever ser utilizado. Os extintores de incndio, em seu rtulo, possuem indicao sobre as classes de incndio para as quais so adequados.

Exemplo de rtulo de extintor adequado s classes de incndio B e C.

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Em alguns casos o rtulo informa tambm as classes de incndio para as quais o extintor no se presta, conforme exemplo abaixo:

Classes de fogo, onde o extintor pode ser utilizado e nas quais proibida sua utilizao.

Rtulo de extintor indicando "proibio" de uso para algumas classes de incndio.

Tipos de Extintores Extintor de gua Aparelho que carrega em seu interior o agente extintor gua. Para que a gua (agente extintor) seja expulsa do recipiente (extintor de incndio) necessria a presena de uma presso interna, que ser conseguida com a ajuda de um gs propelente no combustvel (CO2, Nitrognio, etc.). Indicado com timo resultado para incndios de classe A. Contra-indicado para as classes B, C e D. Processo de extino: Resfriamento. O extintor de gua pode ser de dois tipos: Pressurizado Presso Injetada

Como utilizar o extintor de gua do tipo pressurizado

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Como utilizar o extintor de gua de presso injetada (com ampola)

Cuidados a serem observados no uso de extintores de gua. No tentar reparar defeitos nos extintores, encaminh-los a uma firma especializada. No recolocar o extintor no suporte sem antes recarreg-lo. No utilizar em equipamentos eltricos com energia eltrica. Extintor de espuma qumica Indicado com timo resultado para incndios de classe B e com bom resultado para a classe A. Contra-indicado para a classe C. Processo de extino: Abafamento. Um processo secundrio o resfriamento (umidificao). Como utilizar o extintor de espuma qumica Retirar o aparelho e transport-lo na mesma posio vertical, isto , na mesma posio de apoio no suporte e lev-lo at as proximidades do fogo. Inverter a posio do aparelho. Dirigir o jato contra a base do fogo, quando tratar-se de materiais slidos (classe A). Dirigir o jato contra as bordas ou peas salientes do tanque, em caso de lquidos (classe B).

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Cuidados a serem observados no uso de extintores de espuma qumica No inverter o extintor fora do local de uso. No us-lo em instalaes eltricas com energia ligada. No dirigir o jato diretamente sobre o lquido em chamas, pois haver risco de espalhar o fogo. Se aps a inverso para o uso, o aparelho no funcionar, abandone-o em local afastado, pois o aparelho defeituoso ou entupido apresentam risco de exploso. No tente reparar defeitos dos aparelhos; encaminhe-os a uma firma especializada. No recoloque o aparelho no seu local costumeiro, sem antes carreg-lo.

Extintor de espuma mecnica Adequado para extino de princpios de incndio em Classe A e B Processo de extino: Abafamento. Um processo secundrio o resfriamento (umidificao). Como utilizar o extintor de espuma mecnica Para extintores pressurizados: Levar o extintor ao local do fogo; Colocar-se a uma distncia segura; Retirar o pino de segurana; Empunhar a mangueira; Acionar o gatilho, aplicando o jato na base do fogo. Em caso de lquido inflamvel, dirigir o jato em anteparo ou indiretamente de forma a evitar a agitao do lquido.

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Para extintores com presso injetada (com ampola externa) Levar o extintor ao local do fogo; Colocar-se a uma distncia segura; Abrir o registro da ampola; Aplicar o jato na base do fogo. Em caso de fogo em lquido inflamvel, dirigir o jato em anteparo ou diretamente de forma, a evitar a agitao do lquido; Manter um filme sobre o lquido inflamvel, aps a aplicao, evitando desta forma, a reignio.

Observaes: O extintor de espuma mecnica substitui com vantagem o extintor de espuma qumica, tanto pela sua eficincia na extino do fogo, como pela durao de sua carga, de cinco anos. Possui um maior poder de penetrao em materiais slidos comuns, comparado com a gua. Extintor de p qumico seco (PQS) Indicado com timo resultado para incndios de classe B e C, sem grande eficincia para a classe A. No possui contra-indicao. Processo de extino: Abafamento. Existem dois tipos de extintor de p qumico seco: Pressurizado Presso Injetada

Como utilizar o extintor de p qumico seco (PQS): I) Aparelho pressurizado:

- Retirar o pino de segurana. - Empunhar a pistola difusora. - Atacar o fogo acionando o gatilho. - Pode ser usado em qualquer tipo de incndio.

*Utilizar o p qumico em materiais eletrnicos, somente em ltimo caso.

II) Aparelho de Presso injetada ou com ampola externa:

- Abrir a ampola de gs. - Apertar o gatilho e dirigir a nuvem de p base do fogo. - Pode ser usado em qualquer tipo de incndio.

*Utilizar o p qumico em materiais eletrnicos, somente em ltimo caso.

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Cuidados a serem observados no uso de extintores de p qumico seco (PQS): No tentar reparar os aparelhos defeituosos; encaminh-los a uma firma especializada. No recolocar o aparelho no seu local costumeiro, sem antes recarreg-lo.

Extintor de gs carbnico Indicado para incndios de classe C e sem grande eficincia para a classe A. No possui contra-indicao. Processo de extino: Abafamento. Como utilizar o extintor de CO2: - Remover o pino de segurana quebrando o lacre. - Segurar o difusor com a mo direita e comprimir o gatilho da vlvula com a mo esquerda. - Acionar a vlvula dirigindo o jato para a base do fogo. - Pode ser usado em qualquer tipo de incndio.

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Cuidados a serem observados no uso de extintores de CO2: No tentar reparar aparelhos defeituosos, encaminhe-os a uma firma especializada. No recolocar no suporte os aparelhos usados, sem antes recarreg-los. No conservar os extintores de Gs Carbnico (CO2) em locais de temperatura elevada (acima de 40 C).

Observao: Incndios de classe D requerem extintores especficos, podendo em alguns casos serem utilizados o de Gs Carbnico (CO2) ou o P Qumico Seco (PQS).

Extintor ABC Desde a aprovao pelo Conselho Nacional de Trnsito (CONTRAN) da resoluo n. 157 do uso do extintor de incndio automotivo com p ABC os carros produzidos no Brasil ficaram mais seguros contra princpio de incndio. A lei passou a valer para os veculos produzidos a partir de janeiro de 2005. Os extintores veiculares em uso at hoje so capazes de apagar princpios de incndio de classes B e C. No automvel a classe C, materiais eltricos energizados, so a bateria do carro, a fiao eltrica e outros dispositivos eltricos. J os novos extintores de incndio veiculares com p ABC so dotados de uma tecnologia que os tornam mais eficientes do que os atuais equipamentos prprios para classes B e C, uma vez que so capazes de apagar princpio de incndio tambm da classe A. No veculo a classe A, materiais slidos combustveis, so, como exemplos: revestimentos, estofamentos, pneus, painis, tapetes, puxadores etc. Alm da maior capacidade extintora, que, de maneira simplificada podemos dizer que a quantidade de fogo que o extintor consegue apagar, a outra vantagem do ABC sobre o BC a sua garantia que de cinco anos. Lembramos que at dezembro de 2004, o veiculo zero km vinha com o extintor original de fabrica de p qumico seco, BC, o qual possua trs anos de garantia e os recondicionados, um ano. Essa mudana beneficia o consumidor porque o novo equipamento mais seguro, mais potente e o prazo de garantia maior. Com a aprovao da resoluo, a utilizao do extintor veicular com p BC terminou em 2004. Sua substituio pelo extintor ABC foi gradual, entre 2005 e 2009, na medida em que foram vencendo o prazo de validade do teste hidrosttico dos vasilhames de extintor (cilindro) e no da carga. O novo extintor utiliza como agente extintor o p qumico base de monofosfato de amnia e sulfato de monoamnio no lugar do antigo p qumico seco base de bicarbonato de sdio. Alm disso, o cilindro passa a ter validade para cinco anos e no reciclvel. Uma vez utilizado o motorista deve descart-lo e adquirir um novo. Apesar de todos os avanos tecnolgicos e a introduo de novos sistemas de segurana nos automveis, os nmeros de incndios veiculares so altos. O risco de incndio est presente em razo do aumento extensivo do uso de materiais combustveis nos veculos, tais como, plsticos, borrachas, condutes, painis, bancos, tapetes, puxadores das portas etc. E o controle destes materiais, realizado com base no ndice de propagao de chamas de 250 mm por minuto, no rigoroso o suficiente para determinar a segurana contra incndio nos veculos. Estes produtos inflamveis presentes nos carros podem se ignizar a partir de um curto-circuito ou falha eltrica e, consequentemente, podem terminar provocando um princpio de incndio. Em resumo, no promovem adequadamente a seleo dos materiais. To grave quanto isto o vazamento do combustvel atravs das mangueiras de distribuio do veculo. Em vrios acidentes o corte automtico do combustvel no suficiente para evitar a combusto. S a introduo de novas tecnologias no basta. O correto seria implementar programas de esclarecimento e treinamento para habilitar os motoristas, o que j vem sendo feito. Uma campanha institucional educativa, em mbito nacional vem promovendo a orientao e educao para os futuros motoristas, atravs das auto-escolas / CFC (Centro de Formao de Condutores), para que os mesmos sejam capazes de combater o princpio de incndio e fazer a manuteno correta do extintor de incndio a fim de mant-lo em boas condies de uso.

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Selecionando os Extintores: Para classe "A" Se a edificao possuir em sua maioria elementos que produzam um incndio classe A, devero ser selecionados extintores que extingam tais tipos de incndio, como os de gua ou espuma.

Extintor de espuma

Extintor de gua

Para classe "B" Para incndio classe B, usa-se espuma, p comum, tambm chamado P BC, ou dixido de carbono, tambm chamado gs carbnico ou CO2.

Extintor de CO2

Para classe "C" Para classe C empregam-se os mesmos extintores de p e o gs carbnico, exemplificados nas figuras acima. Para classe "D" Empregam-se extintores especiais, tal como o Ps Multi Uso ou Ps-ABC. Os extintores de p chamados Multiuso ou ABC so extintores que podem ser usados em quaisquer classes de incndio, pois extinguem princpios de incndio em materiais slidos, em lquidos inflamveis e gases. Tambm controlam incndios em que haja a presena da corrente eltrica, sem transmiti-la, isto , sem gerar risco ao operador.Extintores de p Multi Uso ou p-ABC

Capacidade dos extintores O Corpo de Bombeiros utiliza a capacidade de extino para determinar essa capacidade. Extintor de gua Se escolhermos um extintor de gua que atende aos incndios classe A, ele deve ter como capacidade de extino 2A. Isto significa que o extintor deve ser capaz de extinguir, conforme testado em laboratrio, um incndio em 78 ripas com 600 mm de comprimento e espessura de 45 X 45 mm, montadas em 13 camadas. O extintor escolhido deve trazer um selo esclarecendo essa capacidade, conforme abaixo:

Extintor escolhido deve trazer um Selo esclarecendo essa capacidade

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Extintor de Espuma Se escolhermos um extintor de espuma, que atende aos incndios classe A e B, ele deve ter como capacidade de extino 2A 10B Isto significa que o extintor deve ser capaz de extinguir incndios Classe A com a mesma eficincia do extintor de gua mais capacidade de extino para Classe B conforme testado em laboratrio em um recipiente com 2,30 m que contenha 117 litros de lquido inflamvel. Extintor de P Escolhendo um extintor de P, prprio para as classes B e C, ele deve ter a capacidade mnima e extino 20 BC. Isto significa que o extintor deve ser capaz de extinguir um incndio conforme testado em laboratrio, mantendo um tempo mnimo de descarga de 8 segundos, em um recipiente com 4,65 m que contenha 245 litros de lquido inflamvel. Para receber a letra C o extintor tem que ser submetido a teste normalizado de no condutibilidade de energia eltrica. Extintor de CO2 Se for selecionado o extintor de CO2 (gs carbnico ou dixido de carbono), ele deve ter capacidade 5 BC. Onde houver a possibilidade de ocorrer incndios com a presena de energia eltrica deve ser escolhido extintor que possua a capacidade de no transmitir a corrente eltrica, isto , apto para a classe C. O extintor de CO2Extintor escolhido deve trazer um selo esclarecendo essa capacidade

ATENO Importante tambm destacar que o Gs carbnico (CO2) causa menos danos durante a extino, sendo mais indicado para uso em locais que possuam aparelhos eltricos delicados ou eletrnicos. Observao: Para incndio classe D (materiais pirofricos: sdio, potssio, magnsio, alumnio em p, etc.), os agentes extintores utilizados so: grafite em p, areia seca, limalha de ferro fundido. Para incndio classe K (leo de cozinha), o agente extintor utilizado soluo aquosa de acetato de potssio Validade da carga dos extintores A carga dos extintores possui validade conforme especificado pelo fabricante ou recarregador, no existindo, em Normas, um prazo especfico. Tanto os fabricantes, quanto as empresas que efetuam recargas, afixam ao aparelho um selo, com data de validade da garantia dos servios, conforme exemplo, em que a garantia do recarregador foi vlida at maio de 2007.

Manuteno e reviso de extintores Extintor de espumaPERODO Semanal Mensal Anual Verificar o acesso ao extintor Verificar se o extintor est com carga e se o bico est desobstrudo (usar em estilete) Descarregar completamente o extintor (usar durante instruo), verificar o estado geral do aparelho. Em caso de qualquer avaria mecnica, deve ser submetido ao teste hidrosttico. Usar carga sempre nova. Por ocasio da recarga, submeter o extintor ao ensaio previsto pelas normas EB-14 (espuma qumica-portteis), EB-52 (espuma qumica-carretas) e EB-1002 (espuma mecnica) da ABNT no prprio fabricante autorizado, esse teste revalida o extintor por mais 5 anos. VERIFICAR

Cada 5 anos

Extintor de gs carbnico PERODO VERIFICAR Semanal Semestral Cada 5 anos Verificar o acesso ao extintor ao lacre e pino de segurana Verificar o peso total do extintor, conferindo com o peso marcado na vlvula. Havendo uma diferena de 10% para menos, preciso fazer a inspeo e o recarregamento. Usar o aparelho para instruo e submete-lo ao teste de conformidade com a norma EB-150-NBR 11716.Pgina 29

PREVENO E COMBATE A INCNDIOS

Extintor de gua-gs PERODO Semanal Mensal Semestral Anual Cada 5 anos Verificar o acesso ao extintor

VERIFICAR

Verificar se o extintor est carregado e se o lacre da ampola est em ordem Verificar o peso da ampola lateral e se a diferena for maior que 10% deve ser substituda. Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecnica, submeter o extintor ao teste hidrosttico. Enviar o extintor empresa autorizada, para teste hidrosttico de conformidade com a norma EB-149-NBR 11715.

Extintor de p qumico PERODO VERIFICAR Semanal Semestral Anual Cada 3 anos Cada 5 anos Extintor de Halon PERODO Semanal Semestral Anual Cada 5 anos Verificar o acesso ao extintor Conferir se o ponteiro do manmetro est na faixa verde. Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecnica, submeter o extintor ao teste hidrosttico. Recarga obrigatria e teste hidrosttico, norma EB-1232. Verificar o acesso ao extintor e os lacres Verificar o peso do cilindro de gs, se for constatado um peso de 10% para menos, necessrio recarreg-lo e conferir o ponteiro do manmetro est na faixa verde. Examinar o estado do p qumico e se houver empedramento, o extintor deve ser recarregado Descarregar o extintor, usando-o para instruo Enviar o extintor empresa autorizada, para teste hidrosttico de conformidade com a norma EB-148-NBR 10721.

VERIFICAR

Extintores sobre-rodas Algumas ocupaes exigem extintores sobre-rodas, tambm conhecidos como carretas. Em geral so locais em que h a presena de lquidos e gases inflamveis e isso est detalhado em: Central de Gs Liquefeito de Petrleo (GLP- Gs de Cozinha) Presena de Lquidos Inflamveis

Os extintores sobre-rodas de P Qumico Seco, Espuma e P Multiuso so os mais indicados para tal, e sua capacidade mnima deve ser de: gua: 10-A; Espuma 6-A; 40-B; Gs Carbnico 10 B:C; P BC 80 B:C; P ABC- 6-A:80-B:C

Extintores sobre-rodas 80B podem ser substitudos por extintores portteis com a mesma capacidade extintora.Carreta de gua

Distribuio dos extintores em edificaes Selecionados os extintores mais adequados, deveremos distribu-los na edificao de modo a que sejam rapidamente apanhados. Inicialmente, a regra determina que cada pavimento possua no mnimo 2 unidades extintoras, cobrindo incndio classes A, B e C . Se o pavimento possuir menos de 50 m se permite a instalao de somente um extintor desde que de P Multiuso.

PREVENO E COMBATE A INCNDIOS

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ATENO: Salvo em casos em que o pavimento possua menos de 50 m, ser sempre necessria colocao de dois extintores, para classes de incndio distintas (ou o P Multiuso) independentemente da cobertura por caminhamento. Tambm obrigatrio que no mnimo um extintor seja instalado a no mais de 5 metros da porta de entrada, ou da escada em pavimentos superiores. E uma distncia mxima a ser percorrida para se alcanar um extintor. A distncia a ser percorrida depende da "carga de incndio por risco". Em locais com: Riscos altos essa distncia de 15 metros; Riscos mdios, 20 metros e Riscos baixos , 25 metros.

Essa distribuio deve ser iniciada com a colocao de um extintor a no mais de 5 metros da entrada principal ou da escada, nos pavimentos superiores OBSERVAO: Lembre-se da adequao para saber qual extintor colocar; prximos a quadros eltricos ou de equipamentos eletrnicos coloque um extintor para classe C. Para equipamentos eletrnicos o extintor de Gs Carbnico o mais adequado. Coloque o(s) demais extintor(es) obedecendo a essa distncia mxima a ser percorrida para se atingir um extintor.

Exemplo:

Figura A: PROJETO ERRADO O extintor foi instalado considerando que a distncia entre o extintor e ponto mais distante dele na planta era menor do que 15m.

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Figura B: CORREO Como o prprio nome diz o caminhamento deve medir a distncia mxima que se vai caminhar entre o extintor e um determinado ponto. Assim a distncia deve ser medida entre o extintor e a entrada e entre a entrada e o ponto mais distante. Como vemos na figura na verdade a distncia maior que 15 metros, portanto o extintor estava instalado incorretamente. No mnimo um extintor deve estar instalado a pelo menos 5 metros da entrada, o que no acontece no projeto. Figura C: PROJETO CORRETO Na figura C apresentamos uma proposta co