apostila cidadania e direitos humanos.doc - cidadania_e_direitos_humanos

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  • 5/26/2018 Apostila Cidadania e Direitos Humanos.doc - Cidadania_e_Direitos_Humanos

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    Material auxiliar de estudo para a prova de mltipla escolha do curso GAAP Grupo de Apoio s Aes Penitencirias 2010

    CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS1

    1. Conceitos Bsicos2

    1.1 Direito

    A palavra "Direito"deriva do latim directume significa direo sem de -se otermo em trs sentidos:

    a) regra de conduta obrigatria (Direito Objetivo);

    b) sistema de conhecimentos jurdicos (Cincia Jurdica);

    c) faculdade ou poderes que tem ou pode ter uma pessoa de e outra (DireitoSubjetivo).

    1.2 Fato Social

    um fato social na medida em que se regis amento social. A vida emsociedade impensvel sem um conjunto de normas e o uso dos bens da vida(propriedade, liberdade etc.), impondo sanes pela a dos padres de condutaestabelecidos.

    1.3 Direitos Humanos (Direitos Fundamentais

    Conjunto de regras para dar as necessidades essenciais da pessoa humana

    e os benefcios que a vida em e proporciona, a fim de que a pessoa, ao mesmotempo em que se torne til m dade, viva em harmonia e goze de paz.

    justamente a lei qu etem o Estado e a sociedade, que vem coordenar oexerccio dos direitos fu rtigo 4 da Declarao de 1789 exprime, em suasegunda parte: "O exerc os naturais de cada homem no tem por limites senoos que asseguram aos os da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esseslimites no pod d eno por lei ".Tais leis decorrem, geralmente, de umacarta de princ o de Direitos, que precedem as constituies. Issoaconteceu na orte e na Frana. Neste pas, a Declarao dos Direitos doHomem e do C eu em 1789, e, a Constituio, somente em 1791.

    de 1988, os Direitos Fundamentais dizem respeito aos DireitosIndi ( 5: direito vida, liberdade, igualdade, segurana e prop Direitos Sociais (art. 6 ao art. 11 direito educao, sade, aotrab segurana, previdncia social, proteo, maternidade e infncia, e assistncia aos desamparados), e aos Direitos Polticos (art. 14 ao 16).

    Esses trs conjuntos de direitos, que compem os direitos do cidado, no podemestar desvinculados entre si, pois sua efetiva realizao depende da relao recproca e,

    1Contedos retirados da apostila do Curso de Formao para Agentes Penitencirios referente ao concurso do ano de 2005.2

    (Texto adaptado da apostila"

    Direitos Humanos"

    , Arlindo Mares Oliveira Filho. Academia de Polcia Civil/DF-CESPE /Universidade de Braslia, 1999).

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    sobretudo, de foras econmicas e polticas, que, a propsito, devero estar a servio dacidadania e no do capital.

    O ncleo do conceito de direitos humanos se encontra no reconhecimento da dignidadeda pessoa humana. Essa dignidade, expressa num sistema de valores, exerce uma funoorientadora sobre a ordem jurdica porquanto estabelece "o bom e o justo"para o homem. A

    expresso"

    direitos humanos"

    uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentaisda pessoa humana. Esses direitos so considerados fundamentais porque sem eles a pessoahumana no consegue existir ou no capaz de se desenvolver e de participar plenamenteda vida. Todos os seres humanos devem ter assegurado, desde o nascimento as mnimascondies necessrias para se tornarem teis humanidade, como tamb ter apossibilidade de receber os benefcios que a vida em sociedade pode proporc viverem harmonia e gozar de paz. Esse conjunto de condies e de possibilid a ascaractersticas naturais dos seres humanos sua capacidade natura r) deatuar como cidado na organizao social, e dela usufruir seus direitos conjunto quese d o nome de direitos humanos.

    1.3.1 Caractersticas

    Imprescritibilidade: os direitos humanos funda rdem por decurso deprazo. So permanentes.

    Inalienabilidade: no so transferidos de uma outra, quer gratuitamentequer mediante pagamento.

    Irrenunciabilidade: no so renunciveis. No se pode exigir de ningum querenuncie vida (no se pode pedir a um nte terminal que aceite a eutansia, porexemplo) ou liberdade (no se pode ped algum que v para a priso no lugar deoutro).

    Inviolabilidade: nenhum aconstitucional nem tampouco autoridade algumapode desrespeitar os dir mentais de outrem, sob pena de responsabilizaocivil, administrativa e crim

    Interdependncia vises constitucionais e infraconstitucionais nopodem se choca os fundamentais. Antes, devem estar relacionados eharmonizados par as finalidades.

    Univers fundamentais aplicam-se a todos os indivduos,independ alidade, sexo, raa, credo ou convico poltico-flosfica

    blico deve atuar de modo a garantir a efetivao dos direitos es, usando inclusive mecanismos coercitivos quando necessrio,

    es direitos no se satisfazem com o simples reconhecimento abstrato.

    ntaridade: os direitos humanos fundamentais no devem ser interpretadosisoladamente, mas sim de forma conjunta para sua plena realizao.

    1.4 Sanes

    As sanes visam alcanar a ordem e a estabilidade sociais, variando da simplesdesaprovao coletiva privao da prpria vida (pena de morte). Tais regras dividem-se emdois grandes grupos: as normas meramente sociais e as normas jurdicas. As primeiras

    decorrem do costume e no se encontram legisladas. As segundas, por sua vez, so

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    reconhecidas pelo Poder Pblico, que estabelece rgos prprios para observar seucumprimento (p. ex: a polcia e os tribunais).

    1.4.1 Um segundo significado de "sano"

    "Parte da lei em que se indicam as penas contra os transgressores",est diretamente

    relacionada lei. LEI toda norma obrigatria que serve para disciplinar as relaes doshomens numa sociedade.

    As leis so to importantes que sem elas no existe sociedade organizada. A esseconjunto de "normas obrigatrias", assim como cincia que as estuda, d e deDireito, na sua primeira de trs acepes (ver 1.1). E tudo isso existe em fu az nasociedade. Alis, se cada pessoa fizesse tudo o que lhe apraz, sem respe o dosoutros, no haveria paz na sociedade.

    1.4.2 Hieraquia da Lei

    So Toms de Aquino (sc. XIII), na Suma Teolgica,a orma refinada, sobreos direitos fundamentais do homem, relacionando-os com o lei, a qual, segundoele, tem a seguinte hierarquia:

    a) Lei eterna (s o prprio Deus a conhece na plenitud

    b) Lei natural (gravada na natureza humana, a qual o ce pelo uso da razo);

    c) Lei humana (a lei positiva, legislada).

    1.5 Pacto Social e Constituio

    O pacto social, para e a vida em sociedade de seres humanos livres,

    dotados de faculdades, prerro teresses e necessidades protegidas dotados dedireitos, enfim impe a defin mites que os membros da sociedade aceitam paraesses direitos, sob pena de se r o conflito, a balbrdia. Com a Revoluo Francesatem-se a Declarao dos em e do Cidado (1789), que estabelece em seu art.16: "A sociedade em q segurada a garantia dos direitos fundamentais nemestabelecida a separa no tem Constituio".A diviso do exerccio do poderseguiu frmula preconiz tesquieu (em "O Esprito das Leis"), e consistia noestabeleciment os e contrapesos (Constituio Brasileira, 1988, art. 2 "So Poderes es e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e oJudicirio").

    1.6

    o do Estado s regras do direito objetivo construo do final do sculoVIII, os movimentos sociais registrados na Frana e na Amrica do Norte. aconsagrao do poder do direito (lei) em substituio ao poder desptico, concretizandoantiga lio de Aristteles (sc. 4 a.C.), segundo a qual o governo das leis melhor do que ogoverno dos homens, porque aquelas no tm paixes.

    2. Evoluo dos Direitos Fundamentais

    Segundo Celso Lafer ("A Ruptura Totalitria e a Reconstruo dos Direitos Humanos"),

    os direitos fundamentais evoluram atravs de trs geraes:a) Direitos Individuais ou das Liberdades pblicas (sc. XVIII);

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    b) Direitos sociais (sc. XIX, aps a Primeira Guerra Mundial);

    c) Direitos de solidariedade (sc. XX e ainda em formao).

    fcil memorizar esses trs momentos. Basta lembrar-se do lema da Frana:Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

    2.1 Os Direitos Individuais (A Primeira Gerao dos Direitos Humanos)

    No final do sculo XVI e mais precisamente no sculo XVII formulou-se a modernadoutrina sobre os direitos naturais, preparando o terreno para a formao do Estado modernoe a transio do feudalismo para a sociedade burguesa. Tratava-se, ento ar osdireitos naturais no mais com base no direito divino, mas sim como a expre al doser humano.3

    O sculo XVIII caracterizou-se pelo confronto direto e definitiv gimeabsolutista. Foi a partir das lutas travadas pela burguesia europia con o absolutistaque se criaram condies para a instituio formal de um elen d di passariam aser considerados fundamentais para os seres humanos e m ora para as grandestransformaes sociais.

    Os momentos marcantes desse perodo com laraes de direitosque passaram a servir de paradigma universal, tanto ntigos regimes comonas lutas de independncia das colnias americanas erncias mais importantesforam a Declarao de Virgnia (1776) e a Declarao do Homem e do Cidado,da Assemblia Nacional francesa, de 1789.4

    Esse elenco de direitos coincidia com as aspiraes de amplas massas populares emsua luta contra os privilgios da aristocracia. N ntanto, eram direitos que primeiramentesatisfaziam s necessidades d b ia, dentro do processo de constituio do mercadolivre, com direitos inerentes (li a econmica; livre manifestao da vontade; livre-

    cambismo; liberdade de pensa xpresso; liberdade de ir e vir; liberdade poltica emo-de-obra livre), que viriam condies para consolidar o modo de produocapitalista. Para isso era fund consolidao do Estado liberal e a regulamentaoconstitucional dos direito

    Os direitos huma ra Gerao"so a expresso das lutas da burguesiarevolucionria, com bas iluminista e na tradio doutrinria liberal, contra odespotismo dos utistas. Materializaram-se, portanto, como direitos civise polticos, ou budos a uma pretensa condio natural do indivduo.So a express necessidades individuais que requerem a absteno do Estadopara

    2.2 oletivos ou Sociais (A Segunda Gerao dos Direitos Humanos)

    incipalmente, da reflexo de Karl Marx (1818-1883) tomou impulso opensa e to c t co com forte ataque desigualdade social entre a burguesia que ditava asregras da vida econmica e a ampla maioria do povo, que vivia sob duras condies deexistncia: sem direito remunerao digna, com jornada de trabalho de catorze a quinzehoras diria, sem segurana no trabalho e na velhice, sem moradia, sem condies deassegurar educao e sade aos filhos, etc.

    3Dornelles, op. cit., p. 18).4Ibidem, p. 19-205Ibidem, p.21

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    O pensamento socialista e a prtica poltica e sindical do movimento europeu e norte-americano do sculo XIX questionavam o fato da lei ser igual para todos,e alguns moraremem castelos e outros debaixo de pontes.A luta operria e popular debatia-se contra a meraformalidade dos direitos enunciados nas declaraes americana e francesa. De nadaadiantava a Constituio dizer que todos tinham direito vida se no eram garantidas ascondies materiais para se viver.

    Aquele contexto histrico passou a exigir a ao positiva do Estado, vindo, portanto, aserem criadas condies institucionais para o efetivo exerccio, pelo povo, dos direitosfundamentais: direito ao trabalho; organizao sindical; previdncia social (em caso develhice, invalidez, incapacidade para o trabalho, aposentadoria, doena, etc. reve;a uma remunerao que garantisse condies dignas para o trabalhador e s ireitoa frias remuneradas; estabilidade no emprego e a condies de segura alho;direito aos servios pblicos (transporte seguro e confortvel, seguran mentobsico, ruas caladas, iluminao, gua encanada e tratada, comun c.); direito moradia digna; ao lazer; ao acesso cultura; direito de proteo infn

    Trata-se, portanto, no apenas de enunciar direitos constitucionais, mas

    tambm de prever os mecanismos adequados para a viab suas condies desatisfao, onde o Estado o agente promotor d "Direitos Coletivoschamados, tambm, de "Direitos Sociais, Econmicos

    2.3 Os Direitos dos Povos ou os Direitos da So A Terceira Gerao dosDireitos Humanos)

    Depois da Segunda Guerra Mundial desenvolvem-se os direitos dos povos, tambmchamados de "direitos da solidariedade", a partir uma classificao que distingue entre os"direitos da liberdade"(os direi ais da Primeira Gerao), os "direitos da igualdade"(os direitos sociais, econm turais da Segunda Gerao) e os "direitos dasolidariedade"(novos direitos, o da "Terceira Gerao"). Assim, os direitos dos povosso ao mesmo tempo "direito ais" e "direitos coletivos", e interessam a toda ahumanidade.

    Uma nova e comp locou na ordem do dia uma srie de novos anseiose interesses reivindicad movimentos sociais. So direitos a serem garantidoscom o esforo conjunto indivduos, dos diferentes setores da sociedade e dasdiferentes na direito paz, ao desenvolvimento, autodeterminaoe soberania do ambiente saudvel e ecologicamente equilibrado e utilizao do pa m da humanidade.

    3. A dos Direitos Humanos

    es e garantias para os seres humanos interessam e obrigam cada Estado ea to de internacional.9

    Os conflitos internacionais, principalmente as duas grandes guerras mundiais do sculoXX, os massacres de populaes civis, os genocdios de grupos tnicos, religiosos, culturais,etc., e a permanente ameaa paz internacional provocaram a criao de mecanismos einstrumentos controladores da ao dos Estados em respeito aos princpios do Direito

    6Dornelles, op. cit., p. 30.7Ibidem, p.30-35.8Ibidem, p. 35 e seguintes9Ibidem, p. 37 e seguintes.

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    Internacional, independentemente de nacionalidade, raa, sexo, idade, religio, opiniopoltica e condio social. Portanto, o que passou a caracterizar a evoluo dos direitoshumanos durante o sculo XX, principalmente aps a Segunda Guerra Mundial (1939-1945),foi a sua progressiva incorporao ao plano internacional (enquanto o sculo XIX secaracterizou por ser o momento do reconhecimento constitucional, em cada Estado, dosdireitos fundamentais).

    O estabelecimento de mecanismos de controle das aes violadoras se chocou, assim,com um conceito ilimitado de soberania nacional que tem como corolrio o princpio da No-intervenoem assuntos de responsabilidade interna de cada Estado.

    O problema colocado para o Direito Internacional que lhe falta o pod o, porno existir na ordem internacional um rgo controlador direto e fiscalizador dadede exigir o fim da violao. Ele tem simplesmente um carter moral-referen por orespeito efetivo dos direitos humanos, mesmo quando se tratam de cas mo osde torturas, de desaparecimentos forados, de restrio liberdade de de credo, demassacres e genocdios notoriamente reconhecidos10.

    A universalizao da temtica dos direitos humanos eno da nossa pocaque acompanha o desenvolvimento da poltica e da econom onais, bem como aevoluo jurdica atravs do Direito Internacional.

    3.1 Conveno Contra Tortura

    A Conveno contra a Tortura e Outros Trata is Cruis, Desumanos ouDegradantesentrou em vigor em junho de 1987. A Co onsideravelmente alm doPacto Internacional dos Direitos Civis e Polticos ue diz respeito proteo contra o crimeinternacional de tortura. De acordo com a Con o, os Estados-partes so obrigados atomar medidas eficazes de tip o, administrativo e judicirio para prevenir atos de

    tortura; a comprometer-se co pio de no-rejeio quando houver motivos parasuspeitar que uma pessoa ser ; a assegurar s vtimas de tortura o direito de darqueixa e de ter o caso rpida lmente examinado por autoridades competentes; aproteger os queixosos e excluir provas ou declaraes obtidas sob tortura; aindenizar as vtimas e se

    3.2 Conven S b da Discriminao Racial

    A Conve re a Eliminao de Todas as Formas de DiscriminaoRacialentrou e neiro de 1969 e probe todas as formas de discriminao racialnas mica, social e cultural. Entre outros dispositivos, requer o

    trata odos os tribunais, agncias e organismos envolvidos naadm ustia, sem distino de raa, cor ou origem nacional ou tnica.

    4. A Tortura

    4.1 Histria

    Na antiguidade, os gregos e os romanos s empregavam a tortura contra os escravos,tendo-a usado, tambm, contra judeus e cristos.

    10Ibidem, p.39 e ss.

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    A partir do sculo XI, com a colonizao dos brbaros, comearam aparecer oschamados Juzos de Deus: o ru, para provar sua inocncia, colocava a mo num recipientecom leo fervente. Se no gemesse, era porque falava a verdade.

    A Inquisio empregava-a largamente, aproveitando-se dos Juzos de Deus e dosprocessos secretos, com a finalidade de obter confisso de acusados, pois essa era

    considerada a rainha das provas. Havia o Manual do Inquisidor, de autoria do Frei NicolEmrico. Mesmo o autor reconhecia que a tortura no era o mtodo mais seguro de se obter averdade, pois h presos fracos que, primeira dor, confessam crimes que no cometeram,enquanto outros, mais fortes, so capazes de suportar enormes tormentos.

    Com a evoluo da civilizao, a tortura oficialmente desaparece a to deprovas pois sua prtica exige do agente um embrutecimento da sensibilidad smo,repelido, alis, pelos valores culturais. No obstante, ainda hoje continua cada,embora ocultamente e ao arrepio da lei.

    Sendo prtica proibida, os algozes passaram a emprega s altamentesofisticadas para no deixar marcas nos corpos das vtimas. E ues eltricos,interrogatrios prolongados, privao do sono, rudo ensurdec o absoluto, lavagemcerebral, internao em clnicas psiquitricas, entre outros me

    A Declarao sobre a Proteo de Todas as Pe rtura e Outras Penasou Tratamentos Cruis, foi aprovada pela Assembl Naes Unidas em 9 dedezembro de 1975, entendendo, por tortura,todo at um funcionrio pblico, ououtra pessoa a seu poder, inflija intencionalmente a um nas ou sofrimentos graves,sendo eles fsicos ou mentais, com o fim de obter de erceiro informao ou umaconfisso, de castig-la por um ato que tenha cometido ou seja suspeita de que tenhacometido, ou de intimidar a essa pessoa ou a ras. Depois a Conveno das NaesUnidas, em 1984, considerou a tortura um crime.

    A Conveno Internacio revenir e punir a tortura, em Cartagena, Colmbia,em 1985, define a tortura com o pelo qual so infligidos intencionalmente a umapessoa penas e intimidao, c o pessoal, como medida preventiva, como pena ouqualquer outro fim. O Brasil a exto dessa Conveno Internacional em 1989 e otransformou em lei em 1

    Sistematizando, d ortura usada com os seguintes objetivos:

    1. Meio de prova: usad m que a confisso era considerada a rainha das provas.Persiste s esc

    2. Intimida m tortura para intimidao.

    3. os antigos, quando as penas de morte eram precedidas e

    exe os.4. muitas vezes a tortura aplicada para satisfazer instintos sdicos detortu

    a da tortura apresenta uma herana da Inquisio na Idade Mdia, quandose presumia a culpa a partir de qualquer denncia ou suspeita. injustia, pois incideigualmente sobre culpados e inocentes. O nmero de condenaes de inocentes baseadosem confisses obtidos em sesses de tortura compromete a responsabilidade do sistemapenal do pas.

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    4.2 Lei

    LEI N. 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997

    Define os crimes de tortura e d outras providncias

    Art. 1 Constitui crime de tortura:

    I Constranger algum com emprego da violncia ou grave ameaa, causando-lhe sofrimentofsico ou mental:

    com o fim de obter informao, declarao ou confisso da vtima ou de terceirapessoa;

    para provocar ao ou omisso de natureza criminosa;

    em razo de discriminao racial ou religiosa;

    II Submeter algum, sob sua guarda, poder ou autoridade, com o em ia ougrave ameaa, a intenso sofrimento fsico ou mental, como forma de stigo pessoalou medida de carter preventivo.

    Pena: recluso de dois a oito anos.

    Pargrafo 1 Na mesma pena incorre quem subme sujeita a medida desegurana, a sofrimento fsico ou mental por intermd de ato no previsto em leiou no resultante de medida legal.

    Pargrafo 2 Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evit-las ou apur-las, incorre na pena de deteno de a quatro anos.

    Pargrafo 3 Se resulta les al de natureza grave ou gravssima, a pena derecluso de quatro a dez anos; em morte, a recluso de oito a dezesseis anos.

    Pargrafo 4 Aumenta- sexto at um tero:

    I se o crime cometido blico;

    II se o crime cometid na, gestante, deficiente e adolescente;

    III se o crime qestro.

    Par o acarretar a perda do cargo, funo ou emprego pblico e a

    inte pelo dobro do prazo da pena aplicada.

    Par rime de tortura inafianvel e insuscetvel de graa ou anistia.

    Pargrafo 7 O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hiptese do 2, iniciar ocumprimento da pena em regime fechado.

    Art. 2 O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime no tenha sido cometido emterritrio nacional, sendo a vtima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob

    jurisdio brasileira.

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    Art. 3 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 4 Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069, de 23 de julho de 1990 Estatuto da Crianae do Adolescente.

    5. Direitos Fundamentais11

    5.1 Direito Vida

    A vida necessria para que uma pessoa exista. Tudo que uma pes rde ovalor e deixa de ter sentido quando ela perde a vida.

    Nenhum homem conseguiu inventar ou criar a vida. Os cientistas numtubo de ensaio elementos que geram a vida, mas no conseguem cr elementos. Avida no dada pelos homens, pela sociedade ou pelo governo; e que apaz de dar avida no deve ter o direito de tir-la.

    Quando uma pessoa mata a outra por dio, por vingan obter algum proveito,ou ainda para esconder alguma opinio, vaidade ou d j endo um ato imoral,est ofendendo o bem maior, a vida, a que nenhum ou

    O Cdigo Penal, que enfatiza a tutela vida in punir o aborto, (art. 128 eincisos) admite, em carter de excepcionalidade, dua e aborto: legtima defesa eestado de necessidade. Na eutansia, que a elimina e algum que se encontraem estado de agonia, o autor responde pelo crime de homicdio piedoso, com uma puniomenor, devido benevolncia da sua conduta pa om o agonizante.

    O homicdio no resolve problemas individuais ou sociais. Ao contrrio, fonte deproblemas. Retira-se o crimino da sociedade para ensin-lo a respeitar os valores

    humanos e sociais.A Constituio adota o p inviolabilidade, em face da dignidade e do direito

    vida, resguardando o cidado e

    5.1.1 Integridade fsica

    A pena d imeiro, porque, ao aplic-la contra algum que norespeitou os di m est desrespeitando um direito fundamental, que odireito vida. S ue, para sua aplicao, o poder pblico deve contratar algumpara t a pessoa, usando dinheiro pblico, para cometer um assassinato

    lega ena de morte no Brasil. Ela passou a ser proibida depois de umcaso dicirio. Aps a execuo de um homem acusado de um crimeviole o verdadeiro criminoso, que confessou o crime.

    outra forma imoral de atentado contra a vida humana. Na sua origem estointeresses econmicos venda de armamento, por exemplo ambio de mando, estratgiade domnio ou vaidade de impor sua vontade, seus valores, seu sistema poltico e econmico.

    Outra prtica imoral o genocdio: a matana de grupos populacionais comcaractersticas diferenciadas, por meios diretos ou indiretos, como, por exemplo, os ndiosbrasileiros. Eram mais de cinco milhes quando os portugueses chegaram; hoje, um pouco

    11

    Cpia de trechos do livro Direitos Humanos e Cidadania. Dalmo de Abreu Dallari. Coleo Polmica, So Paulo, Ed.Moderna, 1998. NOTA: Os textos alheios a esse livro e inseridos neste resumo sero referenciados ao serem citados.

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    mais de trezentos mil. So mortos por armas de fogo, ou morrem por doena, pela poluiodos rios (mercrio atirado por mineradores), escassez de pesca, caa, frutos e terra paraplantio.

    5.1.2 Integridade moral, psquica e espiritual

    Necessidade de amor, compreenso, dilogo, de beleza, de liberdade, de gozar dorespeito dos semelhantes, de ter suas crenas, de sonhar, de ter esperana. A vida s temsentido na liberdade, igualdade, fraternidade e solidariedade. S assim a dignidade serrespeitada e se poder conseguir paz e felicidade. Ser feliz: razo ltima da e

    Imoral, tambm, a situao de pobreza em que so obrigadas a es depessoas, num atentado flagrante contra a vida. Pessoas que morrem um po , porfalta de alimentos, de assistncia mdica e de condies mnimas p o davida. O mesmo acontece com muitos trabalhadores: ambientes ins em proteocontra odores e p (pintores, marceneiros, dedetizadores, etc.), s nos salriosindignos, sem correo, que no do condies de conforto no de lazer.

    A engenharia gentica um tema atual relacionado os humanos. Testesbiolgicos com seres humanos tm suscitado discusse os aspectos ticos.Recentemente se noticiou que determinado cientista desenvolveu mtodoque lhe permite realizar o transplante de cabeas hu outros corpos. Noticiou-se,tambm, que o mesmo cientista j havia realizado, co experincia com animais.Alguns princpios gerais de proteo do ser humano nalisados, tais como, suadignidade, a inviolabilidade e a no patrimonialidade d etc. (Pargrafo extrado daapostila Direitos Humanos, Arlindo Mares Oliveira Filho, APC/DF e SEPE/UnB, 1999).

    5.2 Direito de Ser Pessoa

    Pessoa um feixe de (Mounier). Para que um indivduo tenha direitos evenha a exerc-los preciso q nidade seja respeitada. Ningum deve ser escravoou escravizar; humilhado ou h olentado ou violentar. No se pode admitir que umpolicial pratique violnc um preso, que no tem como se defender. Asviolncias praticadas pe o contraditrias, pois as polcias existem para protegeras pessoas e fazer respe Toda punio deve estar prevista em lei. A violncia nomundo contr di i de conscincia, por parte de quem a pratica, de quesomos oriundos Esprito, criador da vida.

    O sofrim ou moral imposto a uma pessoa igualmente grave em face desua ando imposto a crianas. Ela frgil e menos capaz de se

    prot eza fsica, pelo seu insuficiente desenvolvimento psquico e porno ecimento dos costumes dos adultos.

    de autoridade, a atitude arrogante de quem manda, a imposio dehum subordinados, tudo isso caracteriza agresso psicolgica ou moral e,portanto, desrespeito ao direito de ser pessoa.

    A Constituio brasileira estabelece que todos devem ser considerados inocentesenquanto no sofrerem uma condenao judicial definitiva pela prtica de um crime. Esseprincpio chamado de Presuno de inocncia.

    A discriminao social outra forma de ofensa ao direito de ser pessoa, pois trataalgum como inferior por causa de sua raa, sua cor, suas crenas, idias ou sua condio

    social.

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    No existe respeito pessoa humana se no for respeitada, em toda e qualquersituao, sua integridade fsica, psquica e moral.

    5.3 Direito Liberdade Real

    Quando a Declarao Universal dos Direitos Humanos diz que todas as pessoas

    nascem livres, significa que a liberdade faz parte da natureza humana. Sem liberdade apessoa humana no est completa.

    Montesquieu, no seu livro O Esprito das Leis, diz que num Estado, isto , numasociedade onde h leis, a liberdade consiste no direito de se fazer tudo que a tem.A liberdade, como outro direito, deve ser exercitada de forma livre, at q ha ainvadir, privar, obstaculizar direito de outrem quando ento dever sofr s oupunies.

    Quando uma pessoa escolhe algo contra sua vontade, por me oderosos, ouporque sua pobreza a obriga a fazer o que outros querem, ou ainda p hefe polticolhe retribuir algum favor, no h verdadeira escolha e no ex e

    O Estado Democrtico de Direito um bero para o ento das liberdadespblicas. na democracia que o homem encontra o os para desenvolversuas liberdades e buscar, incansavelmente, sua sa por isso que JosAfonso da Silva afirma com razo que Quanto mais e democratizao avana,mais o homem se vai libertando dos obstculos angem, e mais liberdadeconquista. (Extrado do Curso de Direito Constitu Afonso Silva. So Paulo,Malheiros, 1992).

    Adotando a classificao proposta pela do na em geral, vamos dividir as formas deliberdade em quatro grandes grupos:

    5.3.1 Liberdade da pessoa fs

    Liberdade de locomoo ulao que se ope escravido e priso. odireito de ir e vir livremen o seja em tempo de guerra.

    5.3.2 Liberdade de pen

    Exteriori em suas variadas formas, ou seja, de opinio, religio,informao, art

    atrav nio que o cidado forma sua conscincia e tem convico aresp adere ou no a crenas religiosas e tem convices polticas e

    filosatravs da livre formao de opinio que o Estado garante os demais

    dire dentre eles a liberdade de comunicao (difuso dos pensamentos), derelig ( garantidas as liberdades espirituais) e de expresso intelectual, artstica oucientfica.

    5.3.3 Liberdade de expresso coletiva

    Direito de reunio e associao. O Estado garante que reunies e associaes sejamlivres, porm lcitas. No favoreceu o desenvolvimento dos direitos coletivos aqueles de

    Terceira Gerao podem, consequentemente, ter carter paramilitar, sob pena de pr emrisco a existncia e soberania do Estado. As reunies livres, quando feitas em locais pblicos,

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    devem ser comunicadas s autoridades competentes, para que no prejudiquem outrosdireitos igualmente existentes (ex.: locomoo ou mesmo outra reunio igualmente marcada).

    5.3.4 Liberdade de ao profissional

    No pode o Estado querer impor s pessoas as atividades que querem exercer. Este

    um direito individual, e no um direito social.

    5.4 Direito Educao

    A educao um processo de aprendizagem, aperfeioamento e mentoindividual da pessoa, pela utilizao mais conveniente da inteligncia e da pelaassociao da razo com os sentimentos, propiciando o seu ape f i bal biofsico, psicoemocional e mental-racional-espiritual. A educao de sa atodos, comeando nos seus primeiros instantes de vida, pois ali que a a observaro meio em que se est vivendo e a ter possibilidade de se tom d i ele momentoa pessoa inicia seu processo de integrao na vida social. D te, cada fato e cadasituao exercero influncia sobre a definio de sua perso pessoa adulta ser,em grande parte, o resultado da educao recebida instantes de vida. Apersonalidade a sntese dos fatores originrios s fatores adquiridos(sociais ou educacionais).

    O nvel e o padro de convivncia de um povo cultura (cultura entendidacomo tudo aquilo que um povo , faz e tem: Teoria er-Ter). No fcil mudarfuturamente os padres adquiridos na infncia, pois essa fase, bem como a uterina, deixamuitas marcas.

    A escola devia ser som t omplemento da famlia. O direito educao incluifamlia e escola, mas o mundo arece de convivncia no lar.

    Educar bem estimula a inteligncia e da crtica. reconhecer em cadacriana uma pessoa humana e ente livre e capaz de raciocinar sobre as conquistasanteriores da intelignci h e a melhor forma de utilizao dessas informaespara a busca de novos c

    O Estado respo ucao, especialmente pela educao de base, e devemanter um sistema de ta qualidade. A escola privada, por sua vez, devesubmeter-se das normas e diretrizes do Estado.

    No Bras Constituio que estabelece o mnimo de recursos que, em cadaano a Unio o Distrito Federal e os Municpios devem destinar manuteno eao d o.

    amental: que todos, sem qualquer exceo, tenham igualopo educao. Na realidade no est assegurado esse direito quando os paisno as taxas da escola, comprar livros e material escolar, ou, ainda, quando apob e a ob ga as crianas a procurar trabalho mais cedo, no lhes deixando tempo edisposio para a escola.

    Adolescentes e adultos tambm tm direito educao. O sistema escolar deve estarao alcance deles e possibilitar a conciliao com outras atividades trabalho,responsabilidades de famlia e procura de aperfeioamento atravs de cursos e outros meiosde aprendizagem. A educao deve ser prioridade de todos os governos, pois atravs dela aspessoas se aperfeioam e obtm elementos para serem mais teis coletividade.

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    5.5 Direito Sade

    Para que se diga que uma pessoa tem sade preciso que ela goze de completo bem-estar fsico, mental e social (Organizao Mundial de Sade OMS). No suficiente no terdoenas. Assim, as pessoas convivem em clima de dignidade, igualdade e respeito.

    Alm das condies salutares de qualquer ambiente, quer seja escola, trabalho,

    moradia condies de aerao (ar puro), ventilao, iluminao, temperatura (calor, frio,umidade, rudo e insolao) , o direito sade inclui a possibilidade de boa alimentao,para que a pessoa tenha energia suficiente para desenvolver suas atividades. No Brasil hmilhes de pessoas que, por sua pobreza, s conseguem alimentos em pequena quantidadeou de muita m qualidade.

    E quanto aos mdicos, remdios e hospitais? O ideal seria que nochegassem a ficar doentes ou tivessem um mnimo de doenas e m ezesuma pessoa tem boa situao econmica, mas adota um mtodo de v ade,alimentando-se mal, fazendo esforos exagerados ou no repousando e. O governodeve trabalhar, permanentemente, procurando evitar doenas condies devida para todos.

    A deficincia crnica dos servios pblicos de presta dados de sade noBrasil, de graves repercusses sociais, vem sen justificativa para aprivatizao dos servios de sade. A prpria Cons eira, declara a sade "umdireito de todos e dever do Estado".

    6. Declarao Universal dos Direitos do Homem (1 )

    Considerando que o reconhecimento da idade inerente a todos os membros dafamlia humana e de seus direitos iguais e inalienveis o fundamento da liberdade, da justiae da paz no mundo;

    Considerando que o de desrespeito pelos direitos humanos resultaram ematos brbaros que ultrajaram a a da Humanidade e que o advento de um mundo emque os homens gozem de libe alavra, de crena e da liberdade de viverem a salvodo temor e da necessida como a mais alta aspirao do homem comum;

    Considerandoser os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado deDireito, para que o hom compelido, como ltimo recurso, rebelio contra atirania e a opre

    Conside p mover o desenvolvimento de relaes amistosas entreas naes;

    povos das Naes Unidas reafirmaram, na Carta, sua f nosdire s, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade dedire ns e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhorescon em uma liberdade mais ampla;

    Co s de a do que os Estados-Membros se comprometeram a promover, emcooperao com as Naes Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdadesfundamentais e a observncia desses direitos e liberdades;

    Considerandoque uma compreenso comum desses direitos e liberdades da maisalta importncia para o pleno cumprimento desse compromisso:

    A Assemblia Geral

    Proclama a presente DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS comoideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as naes, com o objetivo de que cada

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    indivduo e cada rgo da sociedade, tendo sempre em mente esta Declarao, se esforcem,atravs do ensino e da educao, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e,pela adoo de medidas progressivas de carter nacional e internacional, por assegurar o seureconhecimento e a sua observncia universal e efetiva, tanto entre os povos dos prpriosEstados-Membros, quanto entre os povos dos territrios sob sua jurisdio.

    Art. 1 Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. So dotadas derazo e conscincia e devem agir em relao umas s outras com esprito de fraternidade.

    Art. 2

    I Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades est nestaDeclarao, sem distino de qualquer espcie, seja de raa, cor, gio,opinio poltica ou de outra natureza, origem nacional ou social, riq scimento, ouqualquer outra condio.

    II No ser tampouco feita qualquer distino fundada n poltica, jurdica ouinternacional do pas ou territrio a que pertena uma pesso rate de um territrioindependente, sob tutela, sem governo prprio, que r outra limitao desoberania.

    Art. 3 Toda pessoa tem direito vida, liberdade e pessoal.

    Art. 4 Ningum ser mantido em escravid u servido; a escravido e o trfico deescravos sero proibidos em todas as suas forma

    Art. 5 Ningum ser subme ra nem a tratamento ou castigo, cruel, desumano oudegradante.

    Art. 6 Toda pessoa ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoaperante a lei.

    Art. 7 Todos e tm direito, sem qualquer distino, a igual proteoda lei. Todos t ual proteo contra qualquer discriminao que viole a presenteDec incitamento a tal discriminao.

    Art. essoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remdioefet os que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pelaCon la LEI.

    Art. 9 Ningum ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

    Art. 10 Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audincia justa e pblica porparte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do

    fundamento de qualquer acusao criminal contra ele.

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    Art. 11

    I Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente at quea sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento pblico no quallhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessrias sua defesa.

    II Ningum poder ser culpado por qualquer ao ou omisso que, no momento, no

    constituam delito perante o direito nacional ou internacional. Tambm no ser imposta penamais forte do que aquela que, no momento da prtica, era aplicvel ao ato delituoso.

    Art. 12 Ningum ser sujeito a interferncias na sua vida privada, na sua f eu larou na sua correspondncia, nem a ataques sua honra e reputao. Toda p ireito proteo da lei contra tais interferncias ou ataques.

    Art. 13

    I Toda pessoa tem direito liberdade de locomoo e res fronteiras de

    cada Estado.II Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer pas inclusiv e a este regressar.

    Art. 14

    I Toda pessoa, vtima de perseguio, tem o direito e de gozar asilo em outrospases.

    II Este direito no pode ser invocado em caso d perseguio legitimamente motivada porcrimes de direito comum ou por atos contrrios ao bjetivos e princpios das Naes Unidas.

    Art. 15I Toda pessoa tem direito a u alidade.

    II Ningum ser arbitra i de sua nacionalidade, nem do direito de mudar denacionalidade.

    Art. 16

    I Os homens r idade, sem qualquer restrio de raa, nacionalidadeou religio, tm ontrair matrimnio e fundar uma famlia. Gozam de iguais direitosem a durao e sua dissoluo.

    II ido seno com o livre e pleno consentimento dos nubentes.III o ncleo natural e fundamental da sociedade e tem direito proteo dasoc tado.

    Art. 17

    I Toda pessoa tem direito propriedade, s ou em sociedade com outros.

    II Ningum ser arbitrariamente privado de sua propriedade.

    Art. 18 Toda pessoa tem direito liberdade de pensamento, conscincia e religio; estedireito inclui liberdade de mudar de religio ou crena e a liberdade de manifestar essa

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    religio ou crena, pelo ensino, pela prtica, pelo culto e pela observncia, isolada oucoletivamente, em pblico ou em particular.

    Art.19 Toda pessoa tem direito liberdade de opinio e expresso; este direito inclui aliberdade de, sem interferncia, ter opinies e de procurar, receber e transmitir informaes e

    idias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

    Art. 20

    I Toda pessoa tem direito liberdade de reunio e associao pacficas.

    II Ningum pode ser obrigado a fazer parte de uma associao.

    Art. 21

    I Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu pa mente ou porintermdio de representantes livremente escolhidos.

    II Toda pessoa tem igual direito de acesso ao servio pblico s.

    III A vontade do povo ser a base da autoridade do de ser expressa emeleies peridicas e legtimas, por sufrgio univ oto secreto ou processoequivalente que assegure a liberdade de voto.

    Art. 22 Toda pessoa, como membro da socieda , o segurana social e realizao, pelo esforo nacional, pela coope o internacional e de acordo com aorganizao e recursos de cada Estado, do reitos econmicos, sociais e culturaisindispensveis sua dignidade desenvolvimento de sua personalidade.

    Art. 23

    I Toda pessoa tem di it livre escolha de emprego, a condies justas efavorveis de trabalho e o desemprego.

    II Toda pessoa, sem qu o, tem direito a igual remunerao por igual trabalho.

    III Toda pess t reito a uma remunerao justa e satisfatria, que lheassegure, assim xistncia compatvel com a dignidade humana, e a quese acrescentar rio, outros meios de proteo social.

    IV a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteo de seus

    inte

    Art. essoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitao razovel das horasde t as peridicas remuneradas.

    Art. 25

    I Toda pessoa tem direito a um padro de vida capaz de assegurar a si e sua famliasade e bem-estar, inclusive alimentao vesturio, habitao, cuidados mdicos e osservios sociais indispensveis, e direito segurana em caso de desemprego, doena,invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistncia emcircunstncias fora de seu controle.

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    II A maternidade e a infncia tm o direito a cuidados e assistncia especiais. Todas ascrianas, nascidas dentro ou fora do matrimnio, gozaro da mesma proteo social.

    Art. 26

    I Toda pessoa tem direito instruo. A instruo ser gratuita, pelo menos nos graus

    elementares e fundamentais. A instruo elementar ser obrigatria. A instruo tcnico-profissional ser acessvel a todos, bem como a instruo superior, esta baseada no mrito.

    II A instruo ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humanae do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades is. Ainstruo promover a compreenso, a tolerncia e a amizade entre tod es egrupos raciais ou religiosos, e coadjuvar as atividades das Naes Un ol damanuteno da paz.

    III Os pais tm prioridade de direito na escolha do gnero de instru ministrada aseus filhos.

    Art. 27

    I Toda pessoa tem direito de participar livremente da munidade, de fruir asartes e de participar do progresso cientfico e de seus

    II Toda pessoa tem direito proteo dos interes materiais decorrentes dequalquer produo cientfica, literria ou artstica da qu

    Art. 28 Toda pessoa tem direito a uma ordem cial e internacional em que os direitos eliberdades estabelecidos na presente Declarao possam ser plenamente realizados.

    Art. 29

    I Toda pessoa tem deve com a comunidade, em que o livre e plenodesenvolvimento de sua a possvel.

    II No exerccio de s e liberdades, toda pessoa estar sujeita apenas slimitaes determinada xclusivamente com o fim de assegurar o devidoreconhecimento os e liberdades de outrem e de satisfazer s justasexigncias da m e do bem-estar de uma sociedade democrtica.

    III Esses erdades no podem, em hiptese alguma, ser exercidoscon s e princpios das Naes Unidas.

    Art. uma disposio da presente Declarao pode ser interpretada como oreco qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividadeou p er ato destinado destruio de quaisquer dos direitos e liberdades aquiestabelecidos.