apostila brigada de incêndio florestal

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UOV - Universidade On-line de ViosaCursos pela Internetwww.uov.com.brFormao e Treinamentode Brigada de IncndioFlorestal UOV - Universidade On-line de ViosaCursos pela Internetwww.uov.com.brFormao e Treinamento de Brigada deIncndio FlorestalMdulo 1 Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal1.0. IntroduoApesar de existirem diversos agentes de destruio da vegetao como as intempries climticas e oataque de pragas e doenas, o principal causador dessa destruio tem sido a ao do homem no meioambiente. Dentre essas aes, o fogo , provavelmente, a principal causa de destruio da vegetao e,dependendo da sua intensidade, a vegetao pode ser destruda totalmente ou ficar prejudicada em seucrescimento e em outras caractersticas silvipastoris.Os efeitos provocados pelos incndios florestais destacam-se por serem devastadores e por provocaremdiversos danos aos componentes do ecossistema.A vegetao existente como florestas, campos e pastagens so um dos principais componentes de prote-o do solo e de regulao do ciclo hidrolgico. O componente vegetal atua nesse processo como prote-o contra o escorrimento superficial da gua, no controle erosivo, nos deslizamentos de terra e no avanode dunas.Estes fatos, aliados importncia da vegetao como fixadora de CO, ao refgio e alimentao da fauna2silvestre e beleza cnica, ressaltam a importncia de sua preservao.Com o objetivo de diminuir a ao do fogo por meio de seu controle e da difuso de tcnicas e de mtodosde preveno e combate a incndios florestais e da popularizao dos conhecimentos sobre seu controle,diminuindo as ocorrncias e reduzindo seus efeitos malficos, foi elaborado este curso "FORMAO ETREINAMENTO DE BRIGADA DE INCNDIO FLORESTAL".2.0. Conceitos Bsicos importante iniciarmos o estudo do fogo atravs dealguns conceitos. Como estamos trabalhando compessoas de diversas regies, e algumas estoestudando o fogo e seu controle pela primeira vez,vrios termos utilizados podem no ser deconhecimento de todos, e o que seria pior, algunstermos utilizados neste curso podem ter outrossignificados em regies diferentes.Por isso, a primeira discusso a ser feita quanto aotermo utilizado j no objetivo do curso, que o controleaos incndios florestais. O que significa ou o que vocentende por incndios florestais?Diferente do que muitos pensam, o incndio florestalO incndio florestal a ao do fogo sobre um materialcombustvel, seja ele encontrado em uma pastagem,no somente o fogo que atinge a uma floresta. Oem uma floresta plantada ou em umaincndio florestal a ao do fogo sobre um materialfloresta natural ou nativa.combustvel, seja ele encontrado em uma pastagem,em uma floresta plantada ou em uma floresta naturalou nativa. Em resumo, a ao do fogo sobre qualquer tipo de vegetao, esteja ela viva ou morta.2.1. Incndio Florestal e Queima ControladaQual a diferena entre incndio florestal e queima controlada?Queima controlada o uso do fogo de forma planejada para se atingir a um determinado objetivo como, porexemplo, a limpeza de uma pastagem. A queima controlada , obrigatoriamente, acompanhada de umplanejamento prvio. Neste planejamento, devem ser considerados os aspectos legais, as tcnicas deUniversidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [3] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestalqueima, as condies climticas, a previso do comportamento do fogo, os equipamentos e as ferramentasapropriadas e at os vizinhos rea a ser queimada. Como pode ser visto, a queima controlada, apesar deno ser difcil, no pode ser realizada de qualquer forma e sem conhecimento.J o incndio florestal, como j comentamos, a ocorrncia do fogo em qualquer forma vegetativa. Oincndio florestal pode ser causado de diversas formas, desde as naturais, at aquelas causadas pelaao do homem. Essas aes podem ser de carter criminoso, acidental ou inesperado.Vamos discutir outros termos utilizados no curso como:- fogo;- material combustvel;- queimada; e- queima natural controlada.2.2. FogoO fogo uma reao qumica rpida que libera calor para o meio. Estareao qumica transforma o material vegetal (ou material orgnico) em,principalmente, CO, que um gs, com produo de calor, luz e,2geralmente, chamas.Ao esquentar o combustvelPara que possa existir o fogo e ocorrer esta transformao, necessrialidera gases que souma fonte de calor que, normalmente, o prprio fogo e o oxignio.inflamveis, que pegam ao fogoem contato com o calorAo esquentar o combustvel, este se transforma, produzindo gasesinflamveis. So estes gases que ao entrarem em contato com o calor e o oxignio, produzem as chamas.Veremos mais adiante que uma das formas de controlar o fogo abafando-o, retirando o oxignio e, desta forma, a reao pra deacontecer e o fogo se apaga.2.3. Material CombustvelO material combustvel, ou simplesmente combustvel, todo o tipode vegetao, viva ou morta, que se encontra no ambiente e estsujeita ao do fogo, ou seja, o elemento que serve de propagaodo fogo.O combustvel pode ser qualquermaterial que est sujeito a ao do2.4. Queimadafogo. Na natureza, normalmente, sofolhas galhos e troncos o termo utilizado pela populao em geral, inclusive na imprensa eem outros meios de comunicao, para a queima controlada. Noentanto, o termo queimada no garante o planejamento prvio e nemassegura as exigncias da queima controlada, como descritaanteriormente no curso.2.5. Queima Natural ControladaA queima natural controlada incorpora novos conceitos sobre a relaodo fogo com o ambiente natural.Para se realizar uma queimacontrolada necessrio realizar umplanejamento prvio e solicitarNa prtica, a queima natural controlada consiste em manejar o fogoautorizao aos rgos competentes.de ocorrncia natural nas reas previamente estabelecidas. NestasUniversidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [4] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestalreas, o fogo no controlado ou extinto, mas manejado para que queimea rea de forma controlada e com o menor impacto possvel. Diversas soas situaes em que pode ser importante no controlar o fogo, e sim manej-lo para queimar uma rea natural de forma a manter o seu equilbrio.3.0. Tringulo do FogoNa queima natural controladaO fogo, como foi visto, um fenmeno que ocorre quando se aplica calor adevem ser seguidas normasuma substncia combustvel em presena do ar. O fogo, assim denomina-para que a queima sejarealizada com seguranado, chamado de combusto.Se estudarmos a combusto da madeira, e que pode ser generalizada paratodo um incndio florestal, so necessrios trs fatores, que so:- calor;- ar; e- combustvel.Esses trs elementos caracterizam o tringulo do fogo.Em qualquer incndio florestal, precisa haver o combustvel paraque haja a queima, o oxignio para manter as chamas e o calorpara iniciar e continuar o processo de queima.O estudo do tringulo do fogo importante porque, quando reti-ramos qualquer um dos trs elementos do tringulo (calor, ar oucombustvel), inviabilizamos o processo de combusto e, con-seqentemente, apagamos o fogo.Vamos entender melhor como ocorre a combusto.3.1. Fases da CombustoA combusto difcil de ser compreendida porque uma reaocomplexa e que envolve uma srie de variveis que dependem umadas outras e que ocorrem em um processo de retroalimentao, ouseja, o produto do sistema que o calor e o fogo tambm a causaPara que exista o fogo so necessriostrs elementos:calor, ar e o combustvel.da nova combusto, dando continuidade queima.Por isso este processo chamado de tringulo do fogo.A reao de combusto pode ser dividida em trs fases diferentes:PRIMEIRA FASE - A primeira fase do fogo ou da combusto, tambmchamada de pr-aquecimento, o incio do processo. O materialcombustvel comea a se aquecer, mas a temperatura ainda baixa,por volta de 100C. Nesta temperatura, o material perde umidade,principalmente por evaporao, e seca. Nesta fase, ainda noexistem chamas. O calor elimina o vapor d'gua e continuaaquecendo o combustvel. Quando a temperatura chega prximaaos 200C, entramos na segunda fase da combusto.SEGUNDA FASE - Quando a temperatura chega aos 200C, com-Na primeira fase da combusto noexiste fogo, o combustvel comea aponentes do material vegetal, como a celulose, comeam a se de-esquentar e, normalmente, libera gua.sintegrar. Nesta temperatura tambm comeam a desprender osgases volteis. So estes gases volteis que entram em combus-Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [5] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestalto e no a celulose diretamente. Por isso, o fogo no ocorre diretamente no combustvel e sim prximo sua superfcie.A temperatura continua a subir e quando chega entre 300 e 400C, se tiver oxignio, ocorre a ignio coma presena de chamas. Esta a fase que mais chama a ateno durante um incndio.Na segunda fase da combusto pode ser observado o fogo. Repare nesta foto que o fogo no ocorrediretamente no combustvel e sim prximo a ele.TERCEIRA FASE - Aps a combusto em chamas, se inicia a terceira fase, que a combusto em bra-sas, onde o carvo consumido, restando apenas cinzas.O calor gerado intenso, mas praticamente no existem chamas, nem fumaa. Geralmente, quanto maiora quantidade de carbono, maior a quantidade de calor liberada. Esta fase facilmente visvel em churras-queiras onde existem somente brasas, mas o calor intenso.Em um incndio florestal, as trs fases ocorrem simultaneamente, mas podem ser perfeitamente obser-vadas. A primeira fase onde as folhas se enrolam e a madeira perde gua medida que so aquecidaspelo calor das chamas que se aproximam. Em seguida, comeam as chamas e, aps a sua passagem,permanece a terceira fase, onde ocorre o consumo do carvo.Observao das trs fases:Vamos fazer uma experincia simples para a observao das trs fases. Pegue uma caixa de fsforos.Risque o fsforo, mantenha-o na horizontal e observe o caminho da chama. Antes da madeira entrar emcombusto, soltam-se gases na forma de fumaa, liberando umidade.Na terceira fase no ocorre o fogo, somente a combusto em brasa.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [6] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalEm seguida ocorre a fase de chamas, onde se pode ver o fogo. Posteriormente o fogo se extingue, perma-necendo a brasa e depois somente as cinzas, que o resultado final da combusto.As diferenas entre a combusto em chamas e a combusto em brasas so importantes para se entenderos efeitos do fogo na natureza. A combusto em chamas a principal responsvel pela morte da partearea das plantas, enquanto que a combusto em brasas responsvel pela queima do hmus e dassementes sobre o solo (JOHNSON, 1992).3.2. Mecanismos de Transferncia de CalorO calor fundamental para que se inicie o processo de combusto e, conseqentemente, os incndios.Para que ocorra o incndio e esse se alastre, necessrio que haja a transferncia de calor para o mate-rial combustvel, como os restos vegetais que esto sobre os solo.A transferncia de calor ocorre de trs formas:- conduo;- conveco; e- radiao.3.2.1. ConduoA conduo a transferncia de calor por contato atravs das mo-lculas de um corpo. Um bom exemplo de conduo quando co-locamos a ponta de uma barra de ferro no fogo. Em pouco tempoPara que se inicie uma queimada outoda a barra estar quente, pois o ferro um bom condutor de ca-um incndio florestal necessria umafonte de calorlor. por isso que utilizamos panela de ferro e de alumnio paracozer os alimentos.No entanto, os materiais vegetais so mal condutores de calor e a conduo, portanto, tem pouca impor-tncia em incndios florestais.Um exemplo simples da conduo pode ser feito riscando-se um fsforo e mantendo-o aceso na vertical.Observe que a chama avana lentamente sobre o combustvel (palito).3.2.2. ConvecoA conveco a transferncia de calor atravs do movimento ascendente de massas de ar aquecidas.Este processo ocorre porque o ar aquecido torna-se mais leve etende a subir.A conveco muito importante na dinmica de incndios florestaisporque, alm de renovar o oxignio na rea de combusto,aumentando ainda mais a temperatura, carrega partculas incandes-centes que podem dar incio a um novo foco de incndio.Esse processo o responsvel pelo barulho que se ouve em gran-des incndios que se movimentam rapidamente.Para observar a conveco, acenda uma vela em um ambientesem ventos. Observe que a fumaa sobe na vertical e com veloci-Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [7] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestaldade. Agora coloque uma folha de papel acima da chama, sem toc-la. Com o calor da conveco, a folhade papel entrar em combusto.3.2.3. RadiaoA radiao a transferncia de calor que ocorre em linha reta e em todas as direes velocidade da luz.Este o nico processo que no depende de um meio para o transporte da energia, e o tipo de transfe-rncia responsvel pelo aquecimento da terra pelo sol.4.0. Comportamento dos Incndios FlorestaisO comportamento do fogo um processo bastante complexo e muitovarivel de acordo com as condies locais no momento do incndio.Estas condies podem ser alteradas rapidamente, mudando tambmas caractersticas do incndio e a forma de combate.Para que ocorra um incndio florestal, preciso a combusto que,como foi explicado, necessita de uma fonte de calor, do oxignio e domaterial combustvel.No entanto, as caractersticas e as dimenses do incndio florestal ouda queima controlada dependem de fatores climticos e de fatorestopogrficos. Esses fatores contribuiro positiva ou negativamente naintensidade da queima e na velocidade da sua propagao.Esses fatores interferem tambm no grau de dificuldade do combateao incndio e nas condies de acesso ao local.Acrescentando esses fatores ao tringulo do fogo, que rene ascondies bsicas para a combusto, podemos compreender melhoro comportamento do fogo aps a combusto no incndio florestal. Aoincluir a topografia e o clima que influenciam no comportamento dofogo formamos o losango do fogo, que mais completo e complexoA topografia acidentara umque o tringulo do fogo.dos fatores que mais influenciam ocomportamento do fogo.4.1. Tipos de CombustveisOs combustveis para os incndios florestais so todos o tipos de vegetao, viva ou morta, que se encon-tram no ambiente e que esto sujeita ao do fogo.Como o combustvel o material que pega fogo, ou entra em combusto, muito importante conhec-lopara poder prevenir ou controlar os incndios.O tamanho do combustvel, considerando a sua espessura ou o seu dimetro, uma das caractersticasmais importantes.Quanto mais finos forem os elementos individuais do material combustvel, mais rpida a troca de umidadecom o ar atmosfrico e, assim, a disperso do fogo acontece com maior ou menor velocidade se o mate-rial perder ou absorver maior quantidade de gua.Podemos separ-lo em trs classes de acordo com sua facilidade em pegar fogo ou sua inflamabilidade:Combustvel de combusto rpida - o combustvel constitudo de material leve e corresponde a todo oUniversidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [8] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalO combustvel o material que pega fogo. Conhecer suas caractersticas, como o seu dimetro e sua espessura, importante para um efetivo controle do fogomaterial fino como folhas, pequenos galhos, pasto seco, acculas mor-tas e arbustos.Como so materiais finos, perdem a umidade e absorvem calor comfacilidade. Por isso, so combustveis de acendimento rpido ecombusto acelerada, queimando-se por completo. Em incndiosflorestais, este tipo de combustvel apresenta alta velocidade depropagao.Por perderem umidade eCombustvel de combusto lenta - o combustvel constitudo deabsorvem calor mais rapidamente,materiais espessos como tocos, troncos e rvores. So de difcilos combustveis constitudos deacendimento porque perdem umidade mais lentamente, gastando longomateriais finos como folhas epequenos galhos apresentamtempo na fase de pr-aquecimento. Sua combusto demorada e nemcombusto mais acelerada e desempre completa.maior velocidade de propagaaoCombustvel verde - Corresponde a todo o material vivo e, por isso,apresenta maior teor de gua. Para que esse material pegue fogo necessrio que exista muito combustvel para sustentar o fogo por umperodo de tempo longo, at que o material verde perca toda a umidade.Este processo ocorre, principalmente, nos combustveis de menordimenso. Quando isso ocorre, mesmo o material vivo pega fogo.4.2. Outras CaractersticasOs combustveis de combustoPela importncia da compreenso de como o combustvel afetado du-lenta como os troncos e tocosrante um incndio, tanto para a preveno quanto para o controle do fogo.perdem umidade e absorvem calorVamos discutir outras caractersticas como forma de melhor compreen-muito lentamente e por isso sode difcil combusto, ocorrendoder o comportamento dos incndios florestais como a sua continuidade,somente em incndios de maiorsua compactao, a quantidade e, por fim, o seu teor de umidade.intensidadeO material vegetal vivo apresenta alto teor de gua, e por isso necessrio que permanea em condio de altatemperatura por longo perodo para que possa perder esta gua e entrar em combusto.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [9] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal4.2.1. ContinuidadeA continuidade corresponde distribuio do combustvel em uma rea.Quando a distribuio de forma contnua e homognea, permite o avanodo fogo com maior facilidade e rapidez.A continuidade deve ser considerada tanto no plano horizontal, quanto novertical.Outras caractersticas doscombustveisNo plano horizontal, consideramos como o combustvel est disposto so-afetam o fogo alm do seubre o solo. Quando o combustvel est disposto ao longo do solo de formadimetro e sua espessura como ahomognea, o fogo se dispersar mais rpido. Quando o material estdisposio ao longodisperso ou separado por barreiras como cursos d'gua, terra exposta oudo terreno, a quantidade eo teor de umidade.aceiros, o fogo ser irregular e se dispersar com maior dificuldade, dimi-nuindo a velocidade de disperso e podendo at se extinguir.No plano vertical, quando o material vegetal est muito compactado e com alta densidade, o fogo sepropagar rapidamente permitindo que as chamas subam da superfcie do solo at a copa das rvores.Por outro lado, quando o combustvel est muito espaado ou distanciado verticalmente, o calor no suficiente para acender o material para cima.4.2.2. CompactaoA compactao est relacionada com a densidade de material combustvel ou com os espaos vaziosexistentes entre as partculas individuais.Quando temos pouco espao va-zio entre as partculas, ou maiorcompactao, permanece menosar circulante entre elas, dificultan-do a secagem. Por outro lado,quando permanece muitos espa-os vazios, o ar circula com maisQuando o combustvel est compacto no ocorre entrada de ar e a perdafacilidade, renovando o oxignio,de umidade lenta. Quando permanecem muitos espaos vazios o ar circulafacilitando a secagem e a combus-com mais facilidade, secando o combustvel e renovando o oxignio,facilitando a combusto.to.4.2.3. QuantidadeA quantidade o peso de matria seca existente por unidade de rea. A quantificao de material impor-tante nos trabalhos e na caracterizao dos incndios florestais, bem como na associao dessas carac-tersticas aos efeitos do fogo. Em condies naturais, o material combustvel existente nem sempre totalmente eliminado durante o incndio. O material realmente consumido denominado de material com-Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [10] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestalbustvel disponvel. Essa quantificao antes da queima muito difcil,pois diversas variveis influenciam na combusto, como a compactao,a umidade, o tamanho das partculas e a quantidade de material vivo oumorto, entre outros fatores.4.2.4. UmidadeA presena ou no de gua no interior das partculas do materialcombustvel o fator decisivo no processo da combusto. Se o materialA quantidade de combustvelcombustvel est muito mido, ele somente entrar em combusto apsexistente antes de um fogo dedifcil quantificao.a evaporao da gua. Esta s ir evaporar se houver fonte de calorsuficiente e de maneira persistente. Com isso, parte do calor que deveriaestar contribuindo para o pr-aquecimento e para desencadear acombusto, acaba sendo desviada para a evaporao da umidade.A umidade nos vegetais vivos varia de acordo com o estgio dedesenvolvimento da planta. Um vegetal vivo, no incio de seu ciclo decrescimento, como, por exemplo, uma brotao nova, chega a ter 300%de umidade, enquanto uma folha comeando a amarelar possui em tornode 50%.Quanto maior o teor deumidade do combustvel maior aNo material morto, a umidade pode atingir teores de umidade bem maisdificuldade dela entrar embaixos, chegando prximo de zero nas partculas mais finas e a mais decombusto porque ele somente200%, aps longos perodos de chuva.entrar em combusto aps aevaporao da gua.4.3. Como as Condies Climticas Interferem no Incndio Flores-tal?Diversas variveis da condio climtica interferem nos incndios florestais. Entretanto, a temperatura, aumidade relativa do ar, o vento e a precipitao so as que mais afetam os incndios florestais. A combinaoentre elas que vai determinar os efeitos do clima sobre o fogo. Um exemplo o perodo de chuvas, comaltos ndices pluviomtricos, que reduz quase que por completo os riscos de fogo. No entanto, nas estaessecas, com um longo perodo sem chuvas, os riscos de incndio aumentam muito.O clima um dos fatores mais importantes para a ocorrncia dos incndios florestais, tanto no aspectopreventivo, quanto na fase de combate ao fogo. No aspecto preventivo, o clima impe mudanas gradativasnas caractersticas do material combustvel.J na fase de combate, a fora dos ventos influencia diretamente na velocidade de propagao e na dire-o do fogo.Vamos estudar cada um dos elementos do clima: a temperatura, aumidade relativa do ar, os ventos e a precipitao separadamente, masno devemos esquecer que eles atuam em conjunto.Destes, os ventos e a umidade relativa do ar so considerados os doismais importantes parmetros meteorolgicos que afetam a propagaodos incndios florestais.Em pocas de pouca chuva esol quente em que a umidaderelativa baixa a probabilidadedepropagaode incndio florestais alta.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [11] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal4.3.1. Temperatura do ArA temperatura do ar influencia tanto direta, quanto indiretamente nainiciao e na propagao do fogo. Indiretamente, a temperatura age sobreoutros fatores que atuam na propagao do fogo, como os ventos e aestabilidade atmosfrica, alm de manter os combustveis com umidademenor.Como vimos, para que ocorra a combusto que inicia o fogo, o combustveltem que alcanar temperatura elevada, e a temperatura ambienteinfluencia diretamente na temperatura do combustvel.Em pocas frias e comumidade relativa do ar elevada aNo entanto, a temperatura do combustvel difcil de ser determinadacombusto dificultada.durante os incndios florestais. Por isso, fazemos algumas infernciasentre os combustveis e a temperatura do ar, que so:- Os combustveis finos se aquecem mais rapidamente pela incidncia direta do sol e pela temperatura doar.- No hemisfrio sul, como no Brasil, em reas montanhosas, a face voltada para o norte e oeste apresen-tam temperaturas mais altas por receberem maior insolao do que a face sul e leste.- Os combustveis que se encontram sobre a superfcie, geralmente, apresentam temperaturas maioresdo que os areos.4.3.2. Umidade Relativa do ArA umidade relativa influencia a ao do fogo de diversas formas.Primeiro porque ela a responsvel, junto com a temperatura, pelo teor de umidade do material combustvel,desde que no haja chuvas. Isto ocorre no material que se encontra sobre a superfcie do solo. O materialseco absorve gua quando a atmosfera est mida e, ao contrrio, quando a atmosfera est seca omaterial perde gua.Na vegetao verde, este processo no ocorre desta forma, pois asplantas esto constantemente absorvendo gua do solo. Somente duranteperodos extremamente secos, a baixa umidade pode afetar a umidadedas plantas verdes.Quando se considera os elementos ambientais isoladamente, a baixaumidade um dos mais importantes fatores na propagao dos incndiosflorestais nas pocas secas, como ocorre no sul do Brasil e nas reasde cerrado.A umidade relativa influencia fortemente no grau de dificuldade de combateaos incndios e, quando est abaixo dos 30%, torna-se muito difcil o seucontrole.Durante o dia, o ar est mais seco e tanto os combustveis, quanto avegetao perdem umidade para o ar, que sobe. Durante a noite, esteprocesso inverso, tanto que, pela manh, o combustvel e a vegetaoesto cobertos de orvalho.O perodo crtico para se realizar o combate ao incndio vai das 10h daUniversidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [12] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestalmanh at s 18h da tarde. O incndio pode ser combatido em qualquer horrio, entretanto o melhorhorrio para apagar o incndio vai das 18 s 6 horas.4.3.3. VentosO vento o parmetro meteorolgico mais varivel e menos previsvel durante um incndio florestal. Quantomais rpido for o vento, maior ser a propagao do fogo, porque o vento renova o oxignio na rea decombusto e aumenta a rea de contato do combustvel com a alta temperatura da combusto.O prprio incndio pode afetar a direo e a velocidade do vento. O ar sobre as chamas torna-se aquecidoe levanta-se formando uma rea de baixa presso que pode alterar a direo dos vento.Os ventos aumentam a velocidade de propagao do fogo, porque:- renovam o oxignio na rea de combusto;- conduzem o ar quente para as reas adjacentes;- desidratam os combustveis; e- disseminam partculas incandescentes que funcionam como novo ponto de ignio.Para sabermos a velocidade dos ventos, utilizado um aparelho chamado anemmetro. Existem algunsanemmetros que tambm medem a direo dos ventos, que uma importante informao durante ocombate ao incndio. No entanto, normalmente, no se dispe desse aparelho no campo e, para estimara velocidade do vento, pode-se usar a escala de Beaufort que fornece, empiricamente, uma estimativadessa velocidade.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [13] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal4.3.4. PrecipitaoA precipitao atua tanto na combusto quanto na propagao dos incndios florestais. As estaes secas,com longos perodos de estiagem afetam o potencial de propagao dos incndios de diversas formas,mas, principalmente, por secar o material combustvel sobre o solo e por diminuir o teor de umidade davegetao verde, aumentando a quantidade de material de alta combusto pela queda das folhas.A precipitao talvez o fator climtico mais importante, tanto que, no perodo chuvoso, o risco de incndiodiminui para praticamente zero.Quando ocorre precipitao o grau de perigo de incndio diminui por causa do aumento da umidade doscombustveis e do ar.4.4. TopografiaObserve o esquema abaixo. Responda mentalmente como a topografiapode afetar os incndios florestais?A topografia afeta os incndios florestais indiretamente ao exercergrande influncia sobre o clima e, em menor escala, sobre a vegetaoe, conseqentemente, sobre o material combustvel. As principaisvariveis topogrficas que interagem, tanto com o clima, quanto coma vegetao, so a altitude, a exposio e a inclinao.4.4.1. AltitudeLocais de baixa altitude apresentam o ar menos rarefeito e com astemperaturas mais altas e, por isso, a estao de risco de incndio mais longa, ocorrendo mais incndios nestes locais do que em regiesde alta altitude.Segundo FUNDAO O BOTICRIO DE PROTEO NATUREZA(2001), o topo das montanhas e o fundo dos vales apresentamdiferentes condies de queima durante um mesmo perodo de24 horas. Devido s correntes de vento e s condies de temperatu-Em regies de alta altitude ara e umidade predominante nos dois locais, os fundos de vale apre-temperatura mais baixa e o arsentam maior potencial de propagao durante o dia, com situaomais rarefeito dificultando ainversa durante a noite.ocorrncia de incndios florestais.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [14] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal4.4.2. ExposioA exposio se refere direo do terreno em relao aos pontos cardeaisNorte, Sul, Leste e Oeste. Grande parte do Brasil est ao sul do Equador e,nestas condies, as encostas voltadas para o norte recebem os raios solaresmais perpendicularmente, transmitindo mais calor e, conseqentemente,aquecendo mais esta face do que as outras.4.4.3. InclinaoA inclinao exerce forte influncia no comportamento do fogo, favorecendo sua disperso e atuando devrias formas. Em rea inclinada, quando o fogo se inicia na parte inferior do aclive, ocorre maior proximidadedas chamas com o material combustvel, e alm disso, o ar quente, por ser mais leve, tende a subir,formando ventos no sentido do aclive. Assim, o fogo seca mais rapidamente o combustvel e aquece essarea pela exposio de uma superfcie maior s ondas de calor.A corrente de ar originada pelo fogo encaminha-se para a parte inferior, renovando o suprimento de oxigniona zona de combusto.Em conseqncia da maior quantidade de calor e secando mais rapidamente, o material combustvel daparte superior vai entrar em combusto mais rapidamente e com maior intensidade. Com esse aumentona velocidade de propagao, mais calor gerado, acelerando ainda mais o processo, que tende a aumentargradativamente de intensidade.4.5. Local de OcorrnciaQuanto ao local de ocorrncia, os incndios florestais podem ser divididos em trs situaes:- incndios subterrneos;- incndios superficiais; e- incndios de copa.4.5.1. Incndios SubterrneosO incndio florestal subterrneo est associado a regies onde ocorrematerial orgnico abaixo da superfcie do solo. Esta forma de incndiono um problema, a no ser em regies de vrzeas, de mangues e deturfa, que so depsitos naturais de matria orgnica e, em muitos casos,sofreram processo de drenagem.Por causa da deficincia de oxignio, a combusto na subsuperfcie dosolo difcil e, por isso, normalmente, os incndios subterrneos soprecedidos por incndios superficiais. Tambm por causa da deficinciade oxignio o fogo se propaga lentamente, sem chamas e com poucafumaa. No entanto, a intensidade do calor e o poder de destruio destesincndios so bastante altos.O combate a esses incndios muito perigoso, pois o brigadista noidentifica os locais de incndio facilmente, podendo cair em cavernasincandescentes, ferindo-se gravemente.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [15] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal4.5.2. Incndios SuperficiaisEste o tipo de incndio mais comum. Nele, o material combustvelcorresponde a todo o material orgnico existente acima da superfcie dosolo at cerca de dois metros de altura. Como este material fino, depequena espessura, e normalmente est seco, o principal responsvelpela manuteno do processo de combusto e pela propagao do fogo.No perodo em que esses materiais esto bastante secos, eles se tornammuito inflamveis, causando incndios com propagao rpida com chamasO fogo superficial o tipoe com muito calor.de incndio mais comum e,normalmente, mais fceis deserem combatidos.No entanto, normalmente, so mais fceis de serem combatidos.4.5.3. Incndios de CopaOs incndios de copa so aqueles que ocorrem em combustveis acima dedois metros a partir da superfcie do solo, incluindo a copa das rvores.Normalmente, estes incndios se originam de incndios superficiais, salvopoucos casos como os originados por raios.Este tipo de incndio se propaga rapidamente, liberando grande quantidadede calor, tornando seu combate muito difcil e perigoso.O fogo de copa de altaintensidade e de difcil4.6. Formas do Incndiocontrole.Todos esses fatores discutidos anteriormente influenciam as caractersti-cas e a forma do incndio.Em terrenos planos e sem ventos a forma dos incndios tendem a ser circular. Quando se inicia um vento,a frente do fogo tende a ficar com maior intensidade e com maior velocidade na direo do vento e a formado incndio passa a ser elptica.Em reas de terrenos acidentados, com ventos irregulares e com combustveis dispostos de formaheterognea o fogo assume uma forma irregular. Normalmente esta a situao encontrada na maioriados incndios florestais.4.7. Partes do IncndioPor questes de segurana, fundamental o brigadista conhecer as partes de um incndio. A parte queavana na direo do vento, rapidamente e com maior intensidade, chama de frente ou cabea, mastambm conhecida por linha de fogo. neste local que o fogo mais alto.A cauda ou base est situada em direo oposta. Ela avana lentamente.Os flancos ou os lados so as laterais do fogo e so identificados como direitos ou esquerdos em relao frente do fogo.Observe que com mudanas nas condies climticas como a direo dos ventos, a frente pode mudarde direo. Esta situao de alto risco porque o fogo pode cercar os brigadistas.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [16] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal5.0. Ciclo do FogoDurante o perodo de 24 horas, o fogo pode se comportar diferentementedependendo da hora do dia. Assim:1. Durante o dia, o sol aquece o combustvel e baixa o seu teor de umidade.Desta forma, o material combustvel comea a apresentar condiespara o processo de queima.2. No meio da manh as chamas comeam a pegar fora em mancha decombustvel de partculas menores que j esto secas. Os restos vege-tais maiores comeam a secar e os arbustos podem comear a pegarfogo.3. Por volta das 14 horas, por causa da conveco do ar, o vento aumentasua velocidade. O fogo aumenta sua velocidade e intensidade de propa-gao, ficando bastante intenso. Este processo influenciado ainda pelabaixa umidade relativa do ar, que tende a ressecar ainda mais os com-bustveis, facilitando a combusto.4. Depois do entardecer, o ar se esfria. Durante a noite, o combustvel ab-sorve umidade do ar, que diminui a intensidade do fogo. Ao amanhecer, amaioria do incndio est com menor intensidade.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [17] UOV - Universidade On-line de ViosaCursos pela Internetwww.uov.com.brFormao e Treinamento de Brigada deIncndio FlorestalMdulo 2 Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal1.0. Planos de ProteoA proteo dos recursos naturais exige um planejamento criterioso demaneira a antecipar a ocorrncia de incndios florestais, principalmenteprximos s unidades de conservao.Todo planejamento de proteo contra incndios florestais tem comoobjetivo primrio a reduo do nmero de ocorrncias. Mas, como no possvel acabar, por completo, com as causas de incndios, o sistemadeve estar sempre preparado e organizado para o primeiro ataque no menortempo possvel, antes que o fogo se alastre.No processo de combate, o planejamento fundamental para que o fogo seja controlado, alm do menortempo possvel, com segurana, o menor custo e menor rea queimada, minimizando os efeitos sobre oscomponentes do ecossistema atingido.Os sistemas de proteo, em geral, tm o mesmo objetivo, diferenciando-se apenas nos recursos e nosprocedimentos utilizados nos planos de proteo.O plano de proteo pode ser geral, considerando todas as etapas de preveno e de aes de combate,ou especfico, ou seja, direcionado exclusivamente para cada uma de suas etapas como a preveno, adeteco, a supresso, o manejo do combustvel, a queima controlada ou para o combate do fogo.Os planos devem ser feitos de acordo com a situao local e dos recursos disponveis, mas, em qualquersituao, o plano, para ser eficaz, deve considerar os seguintes elementos bsicos:- causa;- poca de ocorrncia;- local de ocorrncia;- classe do material combustvel; e- zonas prioritrias.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [19] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal2.0. Preveno de IncndiosA preveno de incndios florestais fundamental para que possamosminimizar os efeitos do fogo, reduzindo os impactos ambientais, eco-nmicos e sociais envolvidos em um incndio. O objetivo da prevenoresume-se na implementao de aes para reduzir as causas dosincndios e os riscos de propagao do fogo.Como as principais causas de incndios, normalmen-te, esto relacio-nadas com a atividade do homem, estas so em sua maior parte evit-veis, e um programa de preveno de incndios tem que, necessaria-mente, incorporar trabalhos de conscienti-zao e de educao dapopulao.Para se reduzir os riscos de propagao dos incndios florestais, devem ser adotadas medidas prviascom o objetivo de diminuir a possibilidade ou a velocidade de propagao, podendo ser utilizado para issoa construo de aceiros, o manejo do material combustvel e a silvicultura preventiva.2.1. Conhecimento das Causas dos IncndiosO conhecimento das causas dos incndios importante para a implementao de programas eficazes depreveno. As principais causas relacionadas so:- naturais (raios);- incendirios;- queimas agrcolas ou florestais;- caadores, pescadores e turistas;- estradas; e- diversos.2.2. Caracterizao da reaO primeiro passo em qualquer atividade de preveno realizar umlevantamento da rea que se deseja proteger. O levantamento deve par-tir de dados existentes como plantas topogrficas, mapas, dadosclimatolgicos, ocorrncia de incndios florestais em anos anteriores,uso do solo na regio, existncia de estradas, caminhos e outras viasde acesso, incluindo aceiros e a existncia de cursos d'gua. Este le-vantamento deve ser constantemente atualizado.2.2.1. Mapa Plani-AltimtricoEm regies planas, o mapa planimtrico, com todas as representaesnecessrias, satisfaz as necessidades do combate a incndios. Porm, em regies acidentadas, o mapaplani-altimtrico fundamental para que os brigadistas saibam onde se encontram as encostas, os vales,os cumes, as regies mais acidentadas entre outras.No mapa planimtrico (em regies planas) ou no plani-altimtrico (em regies acidentadas) necessriaa representao de diversos elementos existentes na regio. Esta representao varivel de acordocom as caractersticas locais.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [20] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalAlm dos componentes essenciais listados abaixo, importante a representao de referncias para osbrigadistas como casas, barragens e construes antigas:- caminhos e vias de acesso;- instalaes industriais e residncias;- tipo de cobertura vegetal;- topografia;- cursos d'gua, barragens e reservatrios;- aceiros;- uso do solo dos confrontantes; e- locais de incndios anteriores.As informaes contidas nos mapas plani-altimtricos devero sercomplementadas com dados florestais e climticos da regio, perodos crticos de incndios, existncia derecursos humanos, materiais disponveis para aes de preveno e combate e informaes de hbitosda populao confrontante.2.3. Preveno das Fontes de FogoO incndio ocorre devido a uma srie de fatores que podem ser evitados ou impedidos de acontecer. Numplano de preveno de incndios, esses fatores devem ser identificados para que se possa realizar umdiagnstico e, em funo dele, realizar a ao pertinente em cada caso.Por exemplo:O incndio causado por fogueira resultado do turista, da prpria fogueira e do descuido.Incndio de fogueiras = turista + fogueira + descuidoSe qualquer um dos trs elementos do incndio for eliminado, no haver fogo.Deste modo, existem quatro maneiras de se prevenir um incndio desse tipo:1) banir os turistas de reas sujeitas ocorrncia de incndios (fechamento completo da rea), ou induz-los a no fazer fogueiras em determinadas reas;2) limitar o uso de fogueiras em determinadas reas que no oferecem risco;3) educar ou motivar os turistas a ser cuidadoso; e4) tomar precaues necessrias, a fim de evitar o incndio.Com a adoo de medidas proibitivas como banir o turista ou proibir a visitao obtm-se resultadosimediatos para uma determinada rea. No entanto, este tipo de medida deve ter carter temporrio, poisno conscientiza a populao e no pode ser estendida para grandes reas.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [21] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalA educao da populao uma medida a longo prazo, mas efetiva, no somente para o controle deincndios, mas tambm para a conservao ambiental de forma geral.Todo o programa de combate a incndios tem que considerar e envolvera educao da populao.2.3.1. Educao e Comunicao da PopulaoComo o ser humano o maior causador de incndios florestais e, nor-malmente, a populao em geral pouco informada sobre a necessidadede controle de incndios, a educao deve ser a primeira iniciativa napreveno de incndios florestais.A conscientizao da populao para a importncia das florestas e dos prejuzos que os incndios flores-tais podem causar pode ser obtida atravs de contatos individuais ou em grupo, da elaborao e divulga-o de material de apoio, da realizao de reunies, seminrios, palestras, e, ou, entrevistas, e deve serencarada como a primeira iniciativa na preveno de incndios.O conhecimento prvio das caractersticas da populao confrontante permitir a definio da melhorestratgia de abordagem. Contudo, o contato pessoal com os confrontantes, em particular com aquelessituados em reas de risco, uma medida reconhecidamente eficaz. Dever ser realizada pelo menosuma visita antes do perodo crtico, procurando motivar os confrontantespara o problema, estabelecer laos de parceria, difundir normas legaisexistentes e distribuir material de apoio.A participao de representantes de orgos federais, estaduais ou mu-nicipais nesta abordagem deve ser viabilizada. O contato pessoal, ape-sar de ser um mtodo caro, apresenta bons resultados, pois permiteum dilogo direto, o que muito importante para a populao rural, ge-ralmente carente de informaes. Dependendo da regio, o contato emgrupo poder ser realizado, criando sinergia e aumentando a participa-o nas atividades de preveno.Os trabalhos com os jovens e atividades em escolas so muito impor-tantes na busca de uma nova conscientizao da populao frente conservao e aos incndios florestais. Com a populao em geralpodem ser feitas reunies em cooperativas, sindicatos, aps as mis-sas, os torneios leiteiros e nas festas folclricas regionais.2.3.2. VigilnciaA prtica tem mostrado que a vigilncia uma ferramenta importante enecessria.A finalidade bsica da vigilncia detectar o foco de incndio no estgio inicial e acionar, imediatamente, oservio de combate para debelar o fogo. Outro objetivo importante da vigilncia a fiscalizao da rea, afim de impedir a ao de pessoas estranhas.Existem dois tipos de vigilncia:- a fixa; e- a mvel.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [22] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal- Vigilncia FixaA vigilncia fixa normalmente feita com a utilizao de um observatrio,que pode ser uma torre de incndio. Quando se trabalha com reas muitograndes ou demasiadamente acidentadas, necessrio um conjunto detorres que funcionam por meio de triangulao entre elas, de forma que deuma torre seja possvel ter visada para as outras torres.A torre deve oferecer comodidade e segurana para o operrio, ter pra- fundamental a vigilncia pararaios, sistema de rdio-comunicao e boa visibilidade.se detectar o foco de incndiono incio.Os principais critrios para a instalao das torres so o local de maioraltitude dentro da rea, nmero de torres a instalar, zonas de ocorrncia e principalmente o acesso at olocal.Nem sempre necessria a instalao de torres. Em regies acidentadas, podem ser feitos abrigos empontos estratgicos, aproveitando os acidentes geogrficos.Para que a deteco possa ser eficaz, devero ser requeridas determinadas caractersticas pessoais aoobservador, tais como: boa acuidade visual, experincia, mtodo, ateno e concentrao; assim comolhe devero tambm ser proporcionadas boas condies de observao e um completo equipamento deobservao e de comunicao.- Vigilncia MvelNormalmente, a vigilncia mvel tem um custo de instalao mais baixo, mas de manuteno alta. Avigilncia mvel consiste do patrulhamento terrestre feito a p, a cavalo, de moto ou com qualquer outrotipo de veculo. Esta vigilncia eficaz, uma vez que tende a ser feita em locais distantes, no cobertospelo sistema de torres. A presena do patrulheiro na rea intimida e dificulta a ao de estranhos.A vigilncia mvel tambm pode ser feita com avies ou satlite. So meios mais onerosos, mas quepodem ser eficientes quando se tratar do patrulhamento de grandes reas.Os sistemas de vigilncia devem ser dotados de Centros de Preveno deIncndios Florestais que so estruturas operacionais que funcionam24 horas por dia durante a poca de maior ocorrncia de incndios.As funes que lhes so atribudas so as seguintes:- centralizar as informaes de vigia relacionadas existncia de incndio,sua localizao correta e a informao de ocorrncia aos meios de com-bate, como corpos de bombeiros e brigadas de incndio;- acompanhar a evoluo dos incndios, informando os responsveis pelo combate das infra-estruturasexistentes (rede viria, rede de defesa contra incndios, locais de apoio, pontos de gua); e das suascaractersticas- recolher elementos para o relatrio posterior do incndio.2.3.3. Regulamentao do Uso da FlorestaA regulamentao do uso de florestas, seja ela particular, ou uma unidade de conservao, importante napreveno dos incndios causados pelas pessoas que as utilizam.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [23] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalEsta regulamentao no est associada somente legislao em vigor, mas tambm educao dapopulao.Para ser colocada em prtica, necessria, inicialmente, uma campanha de esclarecimento no sentido deexplicar as razes das restries ao uso das florestas. Associados a estas restries, deve ser feito, emconjunto com as populaes, um levantamento de sua necessidade de uso das florestas e um estudo daalternativas de uso associadas s restries impostas.A forma mais drstica de regulamentao fechar a floresta, ou setores mais susceptveis ao incndio,durante os perodos crticos.2.3.4.Aplicao da LegislaoExistem pessoas que, mesmo aps campanhas de conscientizao, so descuidadas ou agem de acor-do com seus interesses pessoais, no obedecendo legislao. Para estas, a aplicao rigorosa da lei a medida mais eficiente na preveno de incndios.A aplicao da legislao, normalmente, no uma tarefa simples. Para ser aplicada, deve-se determinara causa do incndio, identificar a pessoa responsvel pelo fogo e provar legalmente o seu envolvimento noincndio.2.4.Preveno da Propagao do FogoMesmo com eficientes programas de preveno de incndios, estes ocorrero. Por isso, necessrioestabelecer programas de controle e propagao dos incndios, principalmente por meio do controle daquantidade, arranjo, continuidade e inflamabilidade, ou potencial de queima do material combustvel. importante salientar que, dependendo da intensidade do fogo, o aceiro isoladamente no consegue detero incndio. No entanto, ele fundamental para o rpido acesso ao local dofogo, alm de contribuir para o emprego de tcnicas do contra-fogo, quesero discutidas mais frente.Para se atingir este objetivo, podem ser utilizadas asseguintes tcnicas preventivas:- construo e manuteno de aceiros;A regulamentao do uso de- reduo ou manejo do material combustvel;florestas importante napreveno dos incndioscausados pelas pessoas que- cortinas de segurana; eas utilizam.- construo de audes.2.4.1. Construo e Manuteno de AceirosAceiros so faixas de terra, de largura varivel, sem cobertura vegetal viva ou morta, destinadas a quebrara continuidade do material combustvel e deter a propagao do fogo. uma tcnica embasada na elimina-o de um dos componentes do tringulo do fogo, o material combustvel.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [24] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalOs aceiros podem ser construdos nas seguintes condies:- ao longo das divisas;- ao longo das estradas de acesso rea protegida;- ao longo de reas cultivadas;- ao longo de reas industriais;- dentro de reas florestadas, para facilitar o acesso em caso de incn-dios e permitir a ao de combate; e- em caso de incndios florestais, para fazer contra-fogo.- Largura do aceiroA largura dos aceiros depende das condies locais, mas, normalmen-te, devem ser considerados o tipo de vegetao e a topografia. De for-ma geral, quanto mais inclinado for o terreno e maior a densidade davegetao, mais largo deve ser o aceiro. Observe, no quadro abaixo, as larguras que geralmente soutilizadas em aceiros:Entretanto, no devem ser considerados apenas os fatores de preven-o de incndios. Outros fatores, como o custo de construo e manu-teno e a vulnerabilidade do solo eroso, tambm devem ser consi-derados no planejamento do local e da largura dos aceiros.A sua construo deve obedecer topografia do terreno, seguindo ocontorno das encostas e, sempre que possvel, aproveitar elementosnaturais como cursos d'gua, reas rochosas e escarpas ou altera-es promovidas pelo homem como estradas, represas e plantios comespcies de menor inflamabilidade, tambm chamado de aceiro verde.- Construo do aceiroOs aceiros devem ser feitos com os recursos disponveis e podem ser construdos com trabalho manual,atravs de motosseras, de foices, de enxadas e ps, ou com o uso de mquinas, como o trator ou amotoniveladora. Quando se tem os equipamentos disponveis, a seqncia bsica para a construo deum aceiro deve seguir a utilizao de equipamentos mais pesados para os mais leves.Trator >> motosserra >> machado >> foice >> p/enxada >> rasteloO terreno deve ser trabalhado at que a superfcie se mantenha livre de material combustvel. No entanto,a situao local e a disponibilidade de equipamentos que determinaro, na prtica, os procedimentos aserem utilizados.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [25] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalO material vegetal cortado da rea do aceiro deve ser retirado da rea doaceiro e da sua borda, sendo incorporado mata da rea subjacente.Tm sido testados retardantes que, quando pulverizados sobre a vegeta-o, impedem que esta entre em combusto. Este mtodo apresenta asvantagens de no expor o solo eroso, no cortar a vegetao e gastarpouca mo-de-obra. No entanto, no so resistentes gua e, se ocorreruma chuva, ainda no perodo chuvoso, o retardante pode ser "lavado" davegetao e o seu efeito diminudo.- LimpezaA limpeza peridica dos aceiros de extrema importncia como medida depreveno. De modo geral, basta realizar a operao de limpeza no incioda poca crtica para que os aceiros atravessem todo o perodo de perigode incndio em bom estado de conservao. Durante o inverno, as plantasesto em estado de dormncia, com pequeno ou nenhum crescimentovegetativo.Ao se planejar um aceiro deA limpeza pode ser realizada mecanicamente com o auxlio de tratores,preveno deve-se considerarmotoniveladoras e roadeiras ou manualmente, com foices e enxadas.vrios critrios como porexemplo o seu custo deconstruo.Muitas empresas tm utilizado o herbicida na manuteno dos aceiros, comresultados satisfatrios. No entanto, sua utilizao deve ser evitada em uni-dades de conservao, prximo a nascentes e a cursos d'gua, como for-ma de evitar a contaminao da gua e da fauna.2.4.2. Reduo do Material CombustvelUm dos mtodos mais utilizados para se evitar as queimadas ou para queelas sejam de baixa intensidade a reduo da quantidade de material com-bustvel existente, principalmente sobre o solo.Esta tcnica pode manter o material combustvel em pequena quantidade apenas nos locais de maiorperigo de propagao do fogo.Os seguintes mtodos podem ser usados para este fim:Mecnico: com o uso de mquinas como tratores, arados e grades para a incorporao da matria org-nica;Qumico: com o uso de herbicidas, para impedir o crescimento da vegetao. Em unidades de conserva-o, este mtodo deve ser evitado para no contaminar a gua e a fauna;Fogo controlado: com o uso do fogo para a eliminao ou reduo do material combustvel; ePastoreio: com o uso de animais, especialmente caprinos, para manter a vegetao com porte baixo.2.4.3. Cortina de SeguranaChamam-se cortina de segurana as tcnicas que alteram a inflamabilidade do material combustvel pormeio de plantio de espcies menos inflamveis do que as que se deseja proteger. Este uma tcnica quecausa pouco ou nenhum impacto sobre o ambiente, mas de difcil implantao e muitas vezes poucoeficiente.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [26] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalAs florestas frondosas e hidrfilas sofrem pouco com os incndios florestaisquando comparadas com florestas de pinus, pastagens e outras coberturasmais susceptveis ao incndio. comum diversas espcies que ocorrem nessas florestas serem pouco re-sistentes ao incndio por no resistirem ao calor. Suas folhas so tenras eseu crtex pouco resistente.O uso de herbicidas deveser evitado, principalmenteEnto, por que no ocorre, ou ocorre com pouca freqncia, fogo nestasprximoflorestas?a reas de preveno.A compreenso para este fato no reside em estudar somente as rvores,que so mais resistentes ao fogo ou que se inflamam com maior dificuldade, mas tambm o ambientedeve ser considerado.Normalmente, estas reas so formadas por florestas hidrfilas e se estasespcies ocorrem porque o lugar mais mido, ou suficientemente midopara o desenvolvimento dessas plantas. O crescimento dessas plantas nolocal mais mido tambm contribui para a manuteno da umidade tanto nosolo quanto nas plantas e no material combustvel.Com o uso de algumas plantas podemos diminuir a velocidade e a intensida-de do incndio, porm elas no conseguem se desenvolver em qualquer lo-cal.O problema que, normalmente, as espcies arbreas so introduzidas em reas originalmente degrada-das, secas, pedregosas ou com algum impedimento ecolgico. Se forem implantadas nestes locais, estasespcies no se desenvolvero satisfatoriamente e no tero as caractersticas necessrias para que acortina de segurana seja efetiva.2.4.4. Construo de BarragensA construo de pequenas barragens ao longo dos cursos de gua serve como barreira para a propagaodo fogo. Alm do mais, trazem outros benefcios muito importantes para o combate aos incndios porserem utilizadas como locais para captao de gua, refgio e aumento da umidade relativa.2.5. Estimativa do Grau de "Perigo de Fogo"Ser que possvel saber antecipadamente a possibilidade de ocorrerfogo na regio?Se voc acha que sim, antes de prosseguir, tente listar quais condiesvoc acha que favorecem ou facilitam a ocorrncia do fogo em suaregio.Para determinar a estimativa do grau de perigo de fogo ou os ndices deperigos de fogo tentamos transformar os parmetros que facilitam aocorrncia de fogo em nmeros. Assim, quanto maior o nmero encon-trado, maior o grau de perigo de fogo.Normalmente, so utilizados dados meteorolgicos para a previso, porque eles refletem, com certa pre-ciso, a vulnerabilidade da vegetao ao fogo.Quando podemos obter boas previses de incndio, possvel tomar decises com antecedncia, nosentido de colocar em estado de alerta da brigada de incndio.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [27] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalA tendncia do grau de perigo ocorrncia do fogo calculada diariamente e de forma acumulativa. Como cumulativa, se a situao permanece favorvel ao fogo, os riscos vo sendo crescentes porque a gravi-dade determinada ontem somada hoje, se as condies persistirem.Em resumo, o comportamento climtico convertido em nmeros que so relacionados com uma escalade cinco nveis de grau de perigo, de forma crescente. Se a condio climtica drstica por um perodomaior, o grau de perigo atinge o ltimo nvel e permanece a at que a situao se reverta.2.5.1. Frmula de Monte Alegre (FMA)Existem diversas formas de se determinar o ndice de previso de incn-dios. Elas consideram as condies locais que mais influenciam. Vamosutilizar a Frmula de Monte Alegre (FMA), por ser um ndice adaptado scondies brasileiras.O valor do ndice calculado com base na umidade relativa do ar e naprecipitao das ltimas 24 horas. Para tomada das variveis, so neces-srios um psicrmetro, para medir a umidade relativa do ar, e um pluvi-metro, para a determinao da precipitao. Na equao abaixo, mostrado como realizado o clculo daFrmula de Monte Alegre.FMA= FMA* f + 100ho jeon te m(UR)ho jeFMA= ndice a ser calculado para hoje;ho jeFMA= ndice calculado no dia anterior;on t emF = fator de correo do valor acumulado, determinado de acordo com a precipitao ocorrida nas ltimas24 horas;UR= umidade relativa do dia atual.ho jeAs variveis meteorolgicas (a umidade relativa do ar e a precipitao so medidas sempre s 13 horas).O valor "f" determinado de acordo com a precipitao do dia, conforme o quadro abaixo.Modificao no Clculo (Valor de f) Conforme a Precipitao Ocorrida no DiaDepois de calcular o grau deperigo de fogo, devemosinformar a populao por meiode placas educativas.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [28] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalDeterminao do Grau de Perigo na FrmulaAps calculado o Valor do ndice (FMA), entra-se no Quadro abaixo com este valor e verifica-se o Grau dePerigo.Grau de Perigo de Ocorrncia de Fogo do Dia de Acordo com o Valor Calculado de FMAPara a divulgao do ndice para a populao, recomenda-se o emprego de painis, instalados em locaisde maior movimentao de pessoas.Os painis de grau de perigode fogo devem ser instaladosem locais de maiormovimentao de pessoas.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [29] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal2.5.3. Clculo Dirio dos Valores de FMADia 1:100*=f URFMAFMAhojeontemhojeporque o primeiro clculo da srie (no existem clculos anteriores). Uma vezFMA= 0adotado um ndice para uma regio esse valor ser sempre aquele do dia anterior.ontemf = 1 porque no houve precipitao no perodo compreendido entre a tomada de dadosmeteorolgicos do dia anterior e a do dia atual (veja quadro de modificao).100 FMA>*=1 52FMA0= 1,911Dia 2:100*=f URFMAFMA212FMA= 1,91f = 1 idem primeiro dia100 FMA>*=1,91 62FMA= 3,522Dia 3:100*FMA=FMAf UR323porque choveu 20 mm (quantidade > 12,9 mm veja quadro de modificao). Ou seja,FMA= 0chovendo quantidade acima de 12,9 mm, assume-se que no h risco de ocorrncia deincndio, e o valor de FMA , portanto, zero.3FMA= 03Dia 4:100*=f URFMAFMA434FMA= 03100 FMA>*FMA=1 50= 2,0042Dia 5:100*FMA=FMAf UR545FMA= 2,04f = 1 idem primeiro dia100 FMA>*=1 45FMA2,0= 4,255Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [30] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalDia 6:100*FMA=FMAf UR656FMA= 4,25f = 0,7 porque choveu 2,8 mm ( quantidade entre 2,5 e 4,9 mm veja quadro de modificao).100 FMA>*=4,20,7 45FMA= 5,266Dia 7:100*=f URFMAFMA767FMA= 5,26f = 1 idem primeiro dia100 FMA>*=5,21 55FMA= 7,077Dia 8:100*=f URFMAFMA878FMA= 7,07porque choveu 9,2 mm ( quantidade entre 5,5 e 9,9 mm veja quadro de modificao).f = 0,4100 FMA>*=7,00,4 76FMA= 4,188Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [31] UOV - Universidade On-line de ViosaCursos pela Internetwww.uov.com.brFormao e Treinamento de Brigada deIncndio FlorestalMdulo 3 Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal1.0. IntroduoComo foi discutido no primeiro mdulo deste curso, o incndio representado classicamente pelo tringu-lo do fogo, ou seja pelo calor, pelo ar (ou o oxignio) e pelo combustvel.Quando temos estes trs elementos em quantidades suficientes ocorre ofogo. O combate ou a extino do fogo consiste basicamente em eliminarum desses elementos para que se interrompa a reao e o fogo seja apa-gado.No entanto, para que seja feito o trabalho de combate, no podemos consi-derar somente as condies de reao e, conseqentemente, o fogo. necessrio considerar tambm o que chamamos do losango do fogo, ondetem-se, alm das condies de fogo (oxignio, combustvel e calor), asDurante o combate aocondies de clima e a topografia.incndio a segurana dosbrigadistas sempreest em primeiro lugar.Todas as tcnicas de controle na verdade partem da compreenso dessesfatores para que o fogo seja controlado. Em conjunto com esses fatores,podemos acrescentar outra preocupao inerente s tcnicas de combate, que a segurana dos briga-distas.Veja, a seguir, as tcnicas empregadas para o controle do fogo. Iniciaremos com dois pontos fundamentaise que so os mais importantes no combate ao incndio:- segurana e treinamento de pessoal; e- ferramentas e equipamentos.2.0. Treinamento de PessoalO treinamento de pessoal fundamental para capacitar os combaten-tes nos trabalhos de controle a incndios. Alm do treinamento, estafase fundamental para que haja interao entre os elementos do gru-po. Sem um efetivo trabalho de equipe no existe um eficiente e segurocombate ao incndio.O treinamento deve ser feito periodicamente, visando harmonizar ostrabalho dentro e entre as equipes, a utilizar as tcnicas de combateadequadas e a utilizar as ferramentas e os equipamentos corretamen-Antes do perodo crtico deincndio os brigadistas devemte.fazer treinamentos.Durante os treinamentos fundamental os brigadistas se conhecereme cada um saber o seu papel no combate ao incndio.A capacidade de um brigadista de realizar um bom trabalho conseqncia de um conjunto de qualidades,como sua capacitao fsica, sua inteligncia, seu entusiasmo, sua habilidade, sua experincia, aaclimatao e a nutrio. Os trabalhos fsicos realizados durante os treinamentos iro melhorar as carac-tersticas derivadas da capacidade fsica como aumento da resistncia ao calor, da capacidade de trabalho(condicionamento fsico) e da agilidade fsica.Mas, no treinamento devem ser feitos trabalhos que preparem o combatente a conhecer melhor o fogo eestar mais preparado psicologicamente para esta funo, alm de estar mais inteirado com o grupo.Por isso, importante, alm dos exerccios fsicos, realizar jogos que aliem o exerccio fsico interaocomo o futebol, a prova do barco e as corridas de 2,5 km.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [33] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalNa Reserva de Peti da Companhia Energtica de Minas Gerais - CEMIG, o treinamento iniciado trsmeses antes da estao de fogo. Estes treinamentos so realizados duas vezes por semana, sendo queem um dia feito um treinamento de reconhecimento das trilhas, aliado ao condicionamento fsico, ondeos brigadistas percorrem cerca de dez quilmetros de trilhas com equipamentos como bombas costaischeias, ferramentas e todos os equipamentos de proteo individual. No outro dia so realizadas ativida-des de condicionamento fsico e recreao, como o futebol.Alm dos treinamentos fsicos e de reconhecimento deveser feito um treino recreativo que trabalhe a resistncia e a interao entre osbrigadistas, como o futebol.3.0. Equipamentos e FerramentasExistem diversos tipos e formas de equipamentos e de ferramentas aserem utilizadas no combate a incndios. Eles podem ser muito simples,como um machado, ou sofisticadas como avies teleguiados. Todos tmseu uso e so importantes no programa de combate ao incndio e devemser utilizados em conjunto.Sempre em um combate ao incndio, a proteo do brigadista deve virem primeiro lugar. Discutiremos a seguir os Equipamentos de ProteoIndividual (EPI). Em seguida, os equipamentos e ferramentas mais utili-Existem diversos tipos deequipamentos e ferramentas,zadas em brigadas de incndio e, por fim, os mais sofisticados e quedesde os mais simplessomente algumas equipes podem contar com seu apoio.at os mais sofisticados.3.1. Equipamentos de Proteo IndividualPara garantir sua proteo e evitar acidentes o brigadista deve estar protegido contra as altas temperatu-ras e os gases, utilizando vestimenta e mscara apropriadas. As vestimentas e as mscaras devemsempre estar prontas e em bom estado, para que, ao chamado de incndio, o brigadista possa se vestir nomenor tempo possvel. Elas devem proteger o brigadista, mas tambm apresentar conforto e comodida-de, principalmente para os movimentos.Para as vestimentas necessrio:- roupa;- capacete;- botas;- culos protetores;- luvas;- toalha;- mscara purificadora;- cantil;- manta aluminizada;- cinturo;Brigadistas com equipamentosde proteo individual.- lanterna;Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [34] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal3.1.1. RoupaDeve ser feita, preferencialmente, de material antifogo, mas infelizmente,por causa de seu alto custo, normalmente no utilizada no Brasil. Nafalta de roupas com material antifogo deve-se utilizar roupas de algodo,nunca de material sinttico; com manga larga, de costuras resistentes,que permitam uma boa movimentao no trabalho; de cor bem visvel distncia e, preferencialmente, com tiras reflectantes noturnas,diagonalmente nas costas e na frente.Como o custo de roupasantifogo muito elevado deve-se utilizar vestimentas deAs peas ntimas tambm devem ser de algodo. No se deve utilizaralgodo.nenhuma pea do vesturio de material sinttico.3.1.2. CapaceteDevem ser certificados para incndios, possuir ajuste para a cabea dooperador, ser resistente a altas temperaturas e a contato com objetoscortantes e no podem ser condutores de eletricidade.Capacete utilizado para incdiosflorestais.3.1.3. BotasSo confeccionadas em couro, com cano alto, solado antiderrapante comestrias profundas, palmilha isolante e resistente ao calor. No devem serutilizadas partes metlicas como pontas de ao, que podem conduzir calorpara o interior da bota.Botas para controle deincndio.3.1.4. culos ProtetoresDevem ser resistentes ao calor, no inflamveis; devem cobrir a partesuperior do rosto para reduzir os efeitos de gases irritantes e evitar contatocom partculas incandescentes e choques com ramos.culos recomendados para ouso durante o combate aoincndio.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [35] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal3.1.5. LuvasDevem ser de couro reforado e com punhos longos. Para trabalhos depreciso, podem ser utilizadas luvas de couro fino, que permitam maiorflexibilidade de movimentos.3.1.6. ToalhaPodem ser utilizadas diversosPara reduzir os efeitos da temperatura, pode ser mantida uma toalha fina etipos de luvas. Estas somolhada em partes desprotegidas como o pescoo. Esta toalha no podeindicadas paraser utilizada como elemento filtrante enquanto estiver molhada.os trabalhos em geral.3.1.7. Mscara PurificadoraEsta mscara deve ser buo-nasal, com filtro trocvel, material suave e flexvel e, de preferncia, pequena.Normalmente no so utilizadas em brigadas de incndio no Brasil.3.1.8. CantilO cantil deve ter capacidade para um litro e recoberto com material trmi-co. Deve ser preenchido com lquido hidratante ou gua pura.3.1.9. CinturoO cantil para uso em combateDeve ser de tela reforada com engates metlicos e liso.a incndios florestais deve ser,preferencialmente, dealumnio.3.1.10. Manta Aluminizada um equipamento que deveria fazer parte dos acessrios de proteo aobrigadista, mas que, normalmente, no o acompanha. Esta manta servepara a proteo da radiao, no caso do brigadista ficar cercado por cha-mas ou para cobrir homens feridos durante o transporte at o centro mdi-co. Deve sempre estar no cinturo para qualquer emergncia.O cinto deve ter engatesmetlicos para pendurar osacessrios comoo cantil e o faco.3.1.11. ApitoSo utilizados em situao de emergncia e sinais de alarme.O apito deve ser utilizado por todos os brigadistas, mesmo durante ostreinamentos, ele pode e fundamental para se localizar feridos em casode acidentes. De forma a evitar acidentes, nunca utilize o apito dependura-do no pescoo, fixe-o no bolso da blusa.O apito sempre deveacompanhar os brigadistas e aqualquer situao deemergncia deve ser utilizado.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [36] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal3.2. Ferramentas Necessrias para o CombateA eficincia de um plano de proteo contra incndios florestais est na habilidade de uso dos recursosdisponveis, incluindo o emprego correto das ferramentas e equipamentos disposio do combatente.As ferramentas e os equipamentos devem ser de uso exclusivo para o combate ao fogo e mantidos emtimo estado de conservao. As ferramentas devem ser utilizadas de acordo com a aplicao para a qualforam desenvolvidas e nunca podem ser deixadas no campo ou em caminhos por onde ocorre o trnsitode brigadistas ou de veculos. Devem sempre ser mantidas em local visvel para serem encontradas comfacilidade e evitar acidentes.As ferramentas nunca devem ser jogadas e, ao serem transportadas, deve ser mantida uma distncia de,pelo menos, dois metros entre cada brigadista.Ferramentas Necessrias para o CombateAps os trabalhos, cada ferramenta deve sermeticulosamente limpa e avaliada. As que estiverem embom estado devem ser guardadas no almoxarifadoconstrudo para este fim. As ferramentas de corte soamoladas e lubrificadas aps o uso e depois enviadaspara o almoxarifado. J as que apresentam defeitos,devem ser consertadas ou, se no houver conserto,eliminadas do trabalho em combate a incndios.As ferramentas e os equipamentos devem serusadas somente de acordo com a aplicaopara a qual foi desenvolvida.3.2.1. Material BsicoEnxada e enxado:So utilizados para raspar, cavar e soltar a terra; capinar; cortar razesfinas; raspar a superfcie de troncos e de toras em brasa.No ataque direto, so empregadas para jogar terra sobre o fogo e, noataque indireto, para fazer e limpar os aceiros.Foice:Existem as foices de fio reto e as de fio curvo, so usadas para cortarramos, arbustos e o mato alto.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [37] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalRastelos:Esta ferramenta, de um lado funciona como uma enxada e, do outro, comoum ancinho. Muitos combatentes no gostam desta ferramenta por ela sermais pesada e considerada pior para o trabalho.Machados:Os machados so usados para cortar rvores, arbustos, razes, ramos etroncos sobre o solo; para raspar troncos e toras em brasa e para marcarrvores.P:De preferncia, usar as ps cortantes, que apresentam fio na parte frontal.So utilizadas para raspar o solo, soltar, quebrar e lanar terra para sufocaro fogo, cortar razes e ramos finos, raspar superfcie de troncos e toras embrasa.Ancinho: utilizado para o trabalho de limpeza final dos aceiros, retirando restos degalhos, folhas e outros combustveis soltos sobre o solo.Lanterna:Evitar o uso de lanternas que no suportem altas temperaturas. Deve-serevisar o seu funcionamento e ver se as pilhas esto em bom estado,antes de sair para o combate.Faco:So utilizados para abrir trilhas, cortar pequenos galhos e material herbceona confeco de aceiros e para cortar qualquer material que prenda ocombatente em uma situao de emergncia.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [38] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalPinga-fogo:O pinga-fogo utilizado para atear fogo quando se utiliza o contra-fogocom mais segurana e comodidade.O pinga-fogo feito com depsito de, aproximadamente, cinco litrospreenchido com 2/3 de leo diesel e 1/3 de gasolina. No deve serutilizada mistura mais rica em gasolina porque torna-se perigoso. Poroutro lado, quando se usa propores muito pobres, difcil mant-loaceso. Tambm pode ser utilizado querosene puro.O conjunto formado por um tubo com sistema anti-retorno que gotejasobre o queimador e permanece aceso durante o uso. A intensidade de gotejamento incandescente feitaatravs da vlvula de ar.Para acender o pinga-fogo, deve-se embeber o queimador com a mistura de leo e gasolina ou querosenee depois atear fogo no combustvel sobre o solo. Depois deve-se chegar o queimador sobre o fogo queeste vai acender.Quando terminar de usar, deve-se apagar o pinga-fogo soprando fortemente sobre o queimador.Para guardar o pinga-fogo em ambientes fechados aps o uso, deve-se esperar esfriar bem, porque elecontinua a soltar gases que so inflamveis.Mochilas e bombas costais de 18 a 20 litros:So depsitos de gua, flexveis ou rgidos com capacidade entre 18 a 20 litros,dotados de sistema de asperso de gua. Estes depsitos de gua sotransportadas como mochilas.A gua lanada por meio de uma bomba manual e de um aspersor. Soutilizadas tanto no ataque direto quanto no indireto. O alcance mximo,dependendo do bico e de sua regulagem, varia de trs a oito metros.Quando se usa o bico regulado para pulverizar, existe uma maior eficincia nouso da gua, porm o alcance menor. Esta regulagem deve ser usada quandose combate combustveis ligeiros em fogo sobre o solo. Quando se regula o bico para esguichar a gua, oalcance maior, podendo chegar a 8 metros. Esta regulagem usada em chamas maiores. Seja ela qualfor, sempre atuar esguichando sobre a base do fogo, com exceo dos casos em que se usa a gua emcombustveis sem chamas.Para maior conservao e segurana, o combatente deve estar atento para os seguintes pontos:- Nunca deixar a haste do pulverizador sobre o solo, para que este no se esvazie, evitando acidentes e aquebra do equipamento;- Manter engraxados os mbolos;- Evitar bater com a haste de pulverizao e com o mbolo de presso;- Usar gua o mais limpa possvel. Areia e terra estragam o pulverizador;- Quando possvel, substituir a mangueira de plstico, original do aparelho, por uma de borracha, quesuporta o calor e no fica rgida com o uso de gua fria; e- Sempre revisar o estado de conservao e o funcionamento dos pulverizadores antes de guard-los.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [39] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalCaixa de primeiros socorros:O material de primeiros socorros planejado de acordo com o tamanho daequipe e com o trabalho a ser realizado. Todo o material a ser transportado deveser acondicionado em maleta ou, de preferncia, em mochilas apropriadas, comoa da fotografia.Como em incndios florestais os acidentes mais comuns so queimaduras dediversas intensidades, cortes, desidratao, entorses, e picadas de insetos e deanimais peonhetos, os materiais a serem includos na caixa de primeirossocorros so os seguintes:- Maca;- Esparadrapo 10 cm x 4,5 m;- Ataduras de gaze de 10 e 15 cm;- Diversas ataduras de crepom;- Colete cervical;- Mscara facial;- Soro fisiolgico;- Manta aluminizada;- Tesoura;- Tala moldvel de 60 e 38 cm;- culos protetor;- Tala; e- Luvas descartveis.Abafador e chicote:Os abafadores devem ser feitos de borracha resistente a altas temperaturase so usados para sufocar o fogo. Brigadistas no treinados, normalmente,utilizam o abafador de maneira incorreta, no sendo efetivo o trabalho paracontrolar o incndio e gastam muita energia. Para ser eficiente, devem serdados golpes secos e manter por um instante o abafador sobre a base dofogo para sufoc-lo. Os golpes devem ser na direo do fogo, para que asfagulhas caiam sobre o fogo ou sobre o terreno j carbonizado.O abafador no deve ser agitado prximo ao fogo porque aumenta a circulaode oxignio, aumentando o fogo.Os chicotes so mais leves, mas tambm menos eficientes. So usadosbatendo-se no fogo, espalhando-o. Como no uso de abafadores, deve-se baterna direo do fogo para no espalhar fagulhas na direo do combustvel.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [40] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal3.2.2. Material Auxiliar- Martelo;- Cartas topogrficas;- GPS;- Sistema de moto bomba para controle de incndio;- Roadeira;- Bssolas;- Rdio de comunicao;- Cunhas de madeira ou de ferro;- Limas; e- Motoserras.Classificao das Ferramentas Segundo sua Funo3.4. Manuteno Preventiva de FerramentasDepois de cada operao ou treinamento, todas as ferramentas precisamser vistoriadas e passadas por uma srie de operaes para que sempreestejam prontas para o uso.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [41] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalChecar o cabo dasRevisar o fio dasferramentas que noferramentas que tenhamdevem apresentarcorte.rachaduras ou ns, quediminuem sua resistncia;e verificar os fios para queestejam afiadas.Colocar protees nasManter as ferramentaspartes cortantesafiadas. para afi-las,utilizando-se pedaos dedeve-se evitar o uso domangueira,esmeril eltricocapas de couro ou papelporque o caloradesivo. O uso dedestempera o ao, que vaiadesivos prtico eperder o fio maisfuncional,rapidamente.bastando colocar umaPara afi-la utilize umafita adesiva na partelima plana, fixada em umacortante da ferramenta.bancada.Isto deve ser feito comcuidado para no secortar.3.5. Principais Causas de Acidentes com FerramentasO uso de ferramentas defeituosas expe o combatente a perigos que podemlevar a ferimentos graves e a danos materiais. Por isso, devem existir condutaspara que eles sejam evitados.O combatente deve revisar as ferramentas ao fim de cada jornada, seja ocombate a um incndio ou mesmo treinamentos. O encarregado de cuidardas ferramentas, chamado de ferramenteiro, deve ser o responsvel poreliminar ou enviar para o conserto daquelas que estejam sem condies deuso.O uso de ferramentas inadequadas pode provocar numerosos acidentes eestragar as ferramentas. Por isso, todos os brigadistas devem conhecer ouso especfico de cada ferramenta, utilizando a mais adequada para a situaode combate existente.Mtodos de trabalho incorretos podem ocasionar situaes de risco em todasas etapas, como transporte, arrumao do veculo e durante o combate.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [42] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalA falta de manuteno no permite a realizao dos trabalhos eficientemente. Asegurana e o rendimento do trabalho depender, em grande parte, dasferramentas e de seu estado de conservao.O transporte durante o translado nas trilhas e aceiros so muito perigosos.O combatente deve segurar as ferramentas de corte pelo cabo, junto cabeada ferramenta, com o fio voltado para fora do corpo e com o brao esticado eparalelo ao corpo.As ferramentas nunca devem ser transportadas sobre o ombro.Muitas leses so provocadas por ferramentas deixadas temporariamente emlocais imprprios.As ferramentas, quando no esto em uso devem ser colocadas em local vis-vel, se possvel encostadas sobre um toco ou uma rvore, com a parte cortantepara baixo.A carga e a descarga das ferramentas nos veculos devem ser feitas de forma organizada e as ferramen-tas devem ser passadas de um brigadista para o outro pelo cabo, segurando-se firmemente com as duasmos. Este somente deve solt-la, quando o outro brigadista tambm estiver segurando a ferramenta damesma forma.4.0. Etapas do CombateQuando discutimos sobre controle de incndios florestais, o trabalho mais importante a preveno. Se,a partir de um eficiente programa de preveno, a ocorrncia de incndios pudesse ser totalmente controlada,os custos tanto econmicos, quanto ecolgicos e sociais, seriam evitados.No entanto, no existem programas de preveno que sejam totalmente eficientes, e sempre ocorrer oincndio florestal. Nestes casos, deve ser feita uma ao de combate rpida, organizada e planejada.Todos os planos de combate devem seguir etapas para o controle do fogo, com segurana para osbrigadistas.As principais etapas do combate ao incndio so:1. deteco;2. mobilizao do pessoal;3. estudo da situao e reconhecimento prvio; e4. definio e aplicao do mtodo de combate.Antes de discutirmos o combate propriamente dito, fundamental debater a organizao e a lderana.4.1. Organizao e Lderana fundamental que a brigada de incndio tenha uma hierarquia para que os trabalhos de combate sejamorganizados e eficientes. importante a estrutura de combate estar organizada para poder agir imediata-mente em caso de alarme de incndio. Para que isso ocorra, a operao de combate deve ter apenas umresponsvel pelo comando, e todos devem obedecer a ele. Este comando estabelecido por algum queconhea a rea e tambm os mtodos de combate, assumindo a responsabilidade pelas decises.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [43] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalPara que se possa combater o incndio com segurana e rapidez, cada um dos membros da brigada devesaber claramente as suas funes. Para que se tenha esta hierarquia bem definida, e que seja mantidaquando so incorporadas outras brigadas para ajuda quando o fogo assume propores acima da capaci-dade da brigada local, a estrutura bsica deve ser mantida.A brigada dividida em trs classes: o chefe de brigada, o lder de grupo e o brigadista.4.1.1. Chefe de Brigada a autoridade mxima em um incndio e tem as seguintes funes:- organizar e dirigir os recursos;- determinar as chefias para funes especficas;O chefe de brigada o- estabelecer estratgias e tticas de combate;responsvel peloplanejamento eataque ao fogo.- programar necessidades de recursos;- instruir no plano de combate;- planificar e revisar as aes de combate;- garantir e zelar pela segurana e bem estar dos combatentes; e- manter informada a central de operaes.4.1.2. Lder de Grupo- responsvel para que as ferramentas, os equipa-mentos, os alimentos e opessoal estejam sempre prontos;- instruir os combatentes sobre onde e como esta-belecer a linha de fogo;O lder de grupo obrigadistas mais- supervisionar a brigada e garantir o adequado uso de equipamentos e ferra-experiente do grupo.mentas;- garantir a segurana dos combatentes;- manter informado o chefe de brigada; e- supervisionar a correta desmobilizao das pessoas e dos equipamentos.4.1.3. CombatentesOs combatentes devem:- construir a linha de fogo de acordo com as ordens do lder de grupo, trabalhan-do de forma segura e eficiente;- realizar as obrigaes; eOs brigadistas devemouvir com ateno as- fazer bom uso e ter cuidado com os equipamentos e roupas.ordens do chefe debrigada.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [44] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalSeja qual for o tamanho da brigada, ou a ajuda que seja incorporada ao combate, a estrutura continua amesma. O chefe do incndio sempre ser a autoridade mxima e orientar os chefes de brigada. Casosejam incorporadas novas brigadas, elas sempre estaro sob o comando do chefe de brigada. O lder degrupo vai receber as ordens do chefe de brigada, organizar o ataque ao incndio e dar as ordens para osbrigadistas.Para facilitar a organizao dos trabalhos, cada brigada deve ter, no mnimo, trs e, no mximo, 14 brigadistas,chefiados por um lder de grupo.4.2. DetecoA deteco do fogo, tambm chamada vigilncia ou patrulhamento o tempo percorrido entre o incio dofogo e a comunicao para a brigada. Uma rpida deteco possibilita o controle do fogo antes que eletenha se propagado ou que tenha alta intensidade. Quanto menor o tempo entre o incio do fogo e o incio doataque mais fcil ser o seu controle.Com o incio do fogo, deve-se definir o plano de proteo. A preocupao principal deste plano no o fogopropriamente dito, e sim o tempo do primeiro ataque, que o tempo decorrido entre o incio do fogo at oincio do combate.Por isso, a capacidade de detectar o fogo e uma rede eficiente de comunicao para que a equipe possaagir rapidamente um dos objetivos dos servios de combate a incndios.A metodologia utilizada para a deteco do incndio pode ser fixa, mvel ou auxiliar.Na vigilncia fixa, normalmente, so utilizados abrigos ou torres de observao em pontos estratgicos.Existem sofisticadas torres com sistemas automticos de deteco, com sensores infra-vermelhos ecmaras de vdeos.A vigilncia mvel realizada atravs do patrulhamento terrestre, com veculos ou cavalos.Na vigilncia auxiliar fundamental a participao da sociedade civil, desde transeuntes at a aviaocomercial, que a partir da conscientizao comunicam os fatos aos tcnicos responsveis pelo combateao incndio.Um sistema de comunicao eficiente fundamental tanto para a fase de deteco, como tambm para afase de combate ao incndio. Sempre deve existir comunicao entre as equipes de combate e o centrode socorro, quando este existir.4.2.1. Torre de ObservaoNas reas onde no possvel a instalao de abrigos, que so de menorcusto, instalam-se torres de observao. Elas podem ser de madeira ou demetal, tendo no topo uma cabine com visibilidade para todos os lados, ondepermanece o observador.Em locais altos com boaAs torres devem ser instaladas nos locais de boa visibilidade para a maior reavisada podem serutilizadas torres depossvel, normalmente, localizadas nos pontos mais altos da regio.observao.A altura da torre vai depender da topografia e da vegetao e quanto mais planaa regio, geralmente, maior deve ser a torre, que pode chegar a 40 metros de altura.As torres devem ser munidas de diversos aparelhos como rdio de comunicao, binculos, livro deocorrncias e aparelhos para determinao da localizao do incndio.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [45] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio FlorestalA localizao do incndio deve ser feita com a utilizao do gonimetro.Com o gonimetro, que de baixo custo, determina-se o azimute ou ngulo hori-zontal. Para se localizar o incndio, necessrio realizar a triangulao a partir deoutra torre de observao.Aparelhos de rdiocomunicao soindispensveis paraos observadores.4.3. MobilizaoMobilizao so todas as aes necessrias para a sada do pessoal para ocombate.Para uma rpida mobilizao necessrio que todos os equipamentos estejamarrumados em um cmodo de fcil acesso pela viatura que os transportar. Osequipamentos necessrios devero estar prontos para o uso, como ferramentascortantes afiadas e pulverizadores cheios.A mobilizao deve serO treinamento das equipes de combate fundamental para se conseguir umafeita de forma rpidarpida mobilizao do pessoal. Neste treinamento, o responsvel deve definir clara-para que a equipechegue ao local domente as atribuies e responsabilidades de todo o pessoal. Essas atribuiesincndio antes que eledevem ser mantidas no processo de combate ao incndio.se alastre.O tempo de viagem, normalmente, o ponto crtico da mobilizao. Se o incndio muito distante e as vias de acesso so precrias, o tempo consumido no des-locamento da equipe poder permitir um grande aumento do permetro defogo, dificultando o seu combate.4.3.1. Transporte das Ferramentas para o VeculoDeve-se evitar o transporte de equipamentos e ferramentas no mesmo veculode transporte de pessoal. Caso seja utilizado o mesmo veculo, as ferramentasno devem permanecer soltas sobre o piso do veculo. Deve-se manter asNno veculo, ferramentasferramentas em compartimentos fechados na carroceria ou em armriosfrgeis no devem serconstrudos para esse fim, acoplados a ela.transportadas comferramentas cortantes.Para se realizar a operao de transporte das ferramentas e equipamentosdo almoxarifado para os veculos, os homens devem ser bem treinados. Ondeo ferramenteiro organiza a operao e os brigadistas realizam o trabalho. Um homem deve permanecer noveculo para arrumar as ferramentas e os outros realizam o transporte manual. As ferramentas devem sertransportadas firmemente com as duas mos e, ao serem transferidas para o homem que permanece noveculo, somente deve ser solta ao se ter certeza de que a ferramenta est firmemente segura.Primeiro, devem ser transportados para o veculo as ferramentas cortantes, como machados e foices. Emseguida, so transportadas as outras ferramentas.4.4. Estudo da Situao e Reconhecimento PrvioAs primeiras decises so muito importantes para o combate e no podem ser tomadas com precipitao.O reconhecimento prvio a primeira etapa e se inicia com a chegada ao local do fogo. O responsvel pelaao de combate, que o chefe de brigada, decide onde iniciar o ataque ao fogo, quais sero as aes decombate e os recursos a serem utilizados em funo do estudo detalhado da situao, considerando:Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [46] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal- condies do incndio (tamanho, extenso da frente, velocidade de propagao, direo, intensidade,tipo de combustvel e topografia);- condies climticas;- tipo de vegetao;- local de ocorrncia;- rede de aceiros, estradas e locais para captao de gua;- se os recursos disponveis so suficientes ou se h necessidade de convocao de meios humanos emateriais externos; e- rota de fuga.Somente uma pessoa dever coordenar o combate. Esta pessoa considerada o chefe de brigada. Estamedida evita situaes de perigo, gastos desnecessrios e desperdcios de recursos, que acontecemquando mais de uma pessoa d as ordens. neste momento que sero passadas as ordens para oslderes de grupo sobre a forma de combate a ser adotada e sobre os locais de aceiros.4.5. Definio e Aplicao do Mtodo de CombateComo vimos anteriormente, para que ocorra o fogo necessrio que exista nosistema os elementos do tringulo do fogo, que so o calor, o oxignio e ocombustvel.Para se debelar o fogo, necessrio que se retire do sistema um desseselementos. Ou seja, o princpio bsico do combate a retirada de pelo menosO chefe de brigada deveum desses elementos da maneira mais rpida possvel.realizar o reconhecimentoprvio para definir omtodo de combate.O combustvel pode ser removido com a utilizao de aceiros e de contra-fogo.O oxignio retirado por meio de abafamento ou da aplicao de gua. J ocalor pode ser reduzido com a utilizao de terra ou de gua.Para se realizar o combate ao incndio, podem ser utilizados dois mtodos de controle:- mtodo de ataque direto; e- mtodo de ataque indireto.4.5.1. Mtodo de Ataque DiretoEste mtodo age diretamente sobre o fogo. O ataque direto utilizado emincndios de superfcie, com vegetao baixa, apresentando reduzida intensidadee permitindo a aproximao direta do combatente, que poder utilizar abafadores,bombas costais, ps, entre outros equipamentos.O ataque direto expe os combatentes a alguns riscos como:No mtodo de ataque- o calor intenso, podendo causar queimaduras e asfixia;direto os combatentesficam expostos ao intenso- a emisso de fagulhas, que podem originar focos secundrios, cercando ocalor liberadocombatente;pelo incndio.Universidade On-line de Viosa / www.uov.com.br [47] Formao e Treinamento de Brigada de Incndio Florestal- o trabalho conjunto pode ocasionar acidentes por falta de espao;- exige mais esforo dos combatentes, causando cansao e fadiga prematura;- deslocamentos perigosos de combatentes em topografias abruptas, especialmente em trabalhos noturnos.Quando existe um aumento de caloria durante o ataque direto, utiliza-se a linha de homens, onde cada umbate no fogo e sai para que o prximo realize o mesmo servio, permanecendo, cada um, pouco tempo emcontato com as altas temperaturas.4.5.2. Mtodo de Ataque IndiretoNeste mtodo, o controle feito ou iniciado longe do limite do fogo, atuando oueliminando o combustvel da rea para ond