após problemas, receita amplia prazo para pagamento do...

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1 Boletim 867/2015 – Ano VII – 05/11/2015 Após problemas, Receita amplia prazo para pagamento do Simples Doméstico Problemas generalizados na emissão do boleto unificado, que traz tributos como INSS e FGTS, levaram a Receita Federal a adiar para desta sexta para o dia 30 deste mês a data final para a quitação TÂNIA MONTEIRO, VICTOR MARTINS - O ESTADO DE S. PAULO Depois de quatro dias com problemas no sistema, o governo federal anunciou na noite de quarta-feira que vai prorrogar até o último dia útil de novembro o prazo para emissão e pagamento da guia única com os tributos, como INSS e FGTS, pela contratação de empregados domésticos. O prazo vencia na sexta-feira. Agora, os empregadores terão até o dia 30 de novembro para quitar as obrigações com a Receita. Uma portaria interministerial assinada pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério do Trabalho deve ser publicada nesta quinta com a nova data. A Receita disse que ter sido informada oficialmente pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), responsável pelo sistema, que as medidas adotadas para solucionar os problemas do portal eSocial não são suficientes para garantir que todos os empregadores domésticos consigam imprimir o documento até sexta. A assessoria do órgão informou que, até às 19h de quarta-feira, foram geradas 265.503 guias, o que representa 22,9% do total. “Diante da situação, a Receita propôs e os Ministros da Fazenda e do Trabalho e Previdência Social editarão portaria conjunta que prorrogará o prazo para pagamento do DAE até o último dia útil de novembro”, informou o Fisco. “A medida permitirá que o Serpro conclua o trabalho de saneamento dos problemas dos sistemas, oferecendo aos empregadores mais tempo e qualidade nos serviços oferecidos no site.” Os contribuintes que já emitiram a guia poderão pagar o documento até amanhã ou emitir outro documento para pagamento com a nova data. A Receita já havia reconhecido que milhares de pessoas em todo o País enfrentavam dificuldades na emissão da guia de pagamento do eSocial e, por causa disso, trabalhava em um “plano de contingência”. Mas o Fisco afirmou na terça-feira que o prazo não seria

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Boletim 867/2015 – Ano VII – 05/11/2015

Após problemas, Receita amplia prazo para pagamento do Simples Doméstico Problemas generalizados na emissão do boleto unifica do, que traz tributos como INSS e FGTS, levaram a Receita Federal a adiar para desta sexta para o dia 30 deste mês a data final para a quitação TÂNIA MONTEIRO, VICTOR MARTINS - O ESTADO DE S. PAULO Depois de quatro dias com problemas no sistema, o governo federal anunciou na noite de quarta-feira que vai prorrogar até o último dia útil de novembro o prazo para emissão e pagamento da guia única com os tributos, como INSS e FGTS, pela contratação de empregados domésticos. O prazo vencia na sexta-feira. Agora, os empregadores terão até o dia 30 de novembro para quitar as obrigações com a Receita. Uma portaria interministerial assinada pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério do Trabalho deve ser publicada nesta quinta com a nova data. A Receita disse que ter sido informada oficialmente pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), responsável pelo sistema, que as medidas adotadas para solucionar os problemas do portal eSocial não são suficientes para garantir que todos os empregadores domésticos consigam imprimir o documento até sexta. A assessoria do órgão informou que, até às 19h de quarta-feira, foram geradas 265.503 guias, o que representa 22,9% do total. “Diante da situação, a Receita propôs e os Ministros da Fazenda e do Trabalho e Previdência Social editarão portaria conjunta que prorrogará o prazo para pagamento do DAE até o último dia útil de novembro”, informou o Fisco. “A medida permitirá que o Serpro conclua o trabalho de saneamento dos problemas dos sistemas, oferecendo aos empregadores mais tempo e qualidade nos serviços oferecidos no site.” Os contribuintes que já emitiram a guia poderão pagar o documento até amanhã ou emitir outro documento para pagamento com a nova data. A Receita já havia reconhecido que milhares de pessoas em todo o País enfrentavam dificuldades na emissão da guia de pagamento do eSocial e, por causa disso, trabalhava em um “plano de contingência”. Mas o Fisco afirmou na terça-feira que o prazo não seria

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alterado. Se não fosse adiado, quem não conseguisse emitir a guia e pagar o tributo no prazo poderia ser multado em 0,33% ao dia. No início da tarde de quarta-feira, a Receita já havia flexibilizado a posição e anunciou que o prazo poderia ser estendido depois de uma avaliação técnica do Serpro. O próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chegou a admitir o adiamento. “Se for necessário adiar, a gente adia, porque é uma questão tecnológica.” O anúncio oficial da prorrogação do prazo foi feita pelo Palácio do Planalto e confirmado depois pela Receita, em nota. A guia reúne o pagamento de uma alíquota de 8% do FGTS e outros 3,2% do salário do empregado para cobrir os 40% sobre o saldo do FGTS a ser pago em caso de demissão sem justa causa. Ao INSS, a alíquota é de 8% para o empregador e 8% para o empregado. Há ainda 0,8% para cobrir o seguro por acidente de trabalho.

Produção industrial encolhe 6,3% no 1º semestre, ap onta IBGE Setor produziu 0,3% menos em junho ante maio; já no confronto com junho de 2014, queda foi de 3,2%, a 1 6ª taxa negativa consecutiva IDIANA TOMAZELLI - O ESTADO DE S. PAULO RIO - A produção industrial voltou a encolher em junho e acumulou queda de 6,3% no primeiro semestre do ano, a mais intensa desde 2009, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A baixa confiança dos empresários e dos consumidores, o aumento do desemprego e a queda na renda das famílias são fatores que pesaram sobre a produção. Nos seis primeiros meses do ano, os veículos tiveram o principal impacto negativo, com baixa de 20,7%, mas não foi o único setor. Ao todo, 24 das 26 atividades pesquisadas tiveram retração nesta base de comparação. Segundo o IBGE, a indústria brasileira opera 12,2% abaixo do pico histórico, atingido em junho de 2013. Com isso, a atividade atual é comparável a níveis de julho de 2009, numa "clara tentativa" da indústria de tentar adequar os estoques acumulados à demanda Em junho ante maio, o recuo foi de 0,3%, na série com ajuste sazonal. A queda veio

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dentro das expectativas dos analistas e foi registrada após uma alta de 0,6% no mês anterior - a qual foi vista com cautela por analistas e pelo IBGE. Segundo o instituto, o novo recuo em junho ratifica a avaliação de que o avanço de 0,6% no mês anterior não significava reversão na trajetória de perdas. André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, destaca que nos últimos dez meses, a atividade cedeu em sete, um sinal do menor dinamismo do setor. Em relação a junho de 2014, a produção teve queda de 3,2%, a 16ª taxa negativa consecutiva - uma marca inédita na série do IBGE, iniciada em 2002 (veja o gráfico acima). Apesar disso, o recuo foi menos intenso do que os observados em abril (-7,9%) e maio (-8,9%). Mas isso se deve a dois fatores: efeito calendário e base de comparação mais baixa, em função da Copa do Mundo de 2014. "A queda menor na produção ante junho de 2014 se deve a efeito calendário. O mês de junho deste ano teve um dia útil a mais. Além disso, há a base de comparação mais baixa, pois no ano passado teve a Copa do Mundo, com reduções de jornada de trabalho", explicou Macedo. O gerente também notou que houve predominância de perdas na atividade em junho ante maio, com queda em 15 de 24 ramos pesquisados. Mesmo em segmentos que tiveram aumento na produção, Macedo observou que os desempenhos positivos estão concentrados na categoria de bens de consumo semi e não duráveis. Enquanto a produção geral teve queda, a categoria de bens de consumo semi e não duráveis mostrou alta de 1,7% na produção em junho ante maio. "Os soluços na produção têm a ver com melhora no nível de estoque de determinados segmentos. Os bens de consumo semi e não duráveis estão mais próximos de uma determinada normalização de seus estoques do que outras categorias", explicou o gerente. Mesmo assim, o comportamento recente não anula as perdas anteriores. De outubro do ano passado a abril de 2015, a categoria teve queda acumulada de 8,5%. Em maio e junho, os resultados positivos significaram avanço acumulado de 2,9%, segundo o IBGE. Já a produção de bens de consumo duráveis teve em junho o nono mês de queda em relação ao mês imediatamente anterior. Com isso, a categoria acumula no período uma retração de 26,2%, calcula Macedo. Segundo ele, o setor de veículos é o principal impacto negativo no setor.

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Greve pode afetar caixa da Petrobrás e ação cai 6,3 4% HSBC calcula que, se a paralisação durar um mês, o custo para a Petrobrás pode ficar entre US$ 196 milhões e US$ 315 milhões ANTONIO PITA / RIO - O ESTADO DE S.PAULO Após a Petrobrás reconhecer queda de até 13% na produção de petróleo, por causa da greve de trabalhadores, as ações da companhia lideraram, nesta quarta-feira, 4, as perdas na BMF&Bovespa. O temor é que a queda na receita da estatal aprofunde a crise financeira da empresa. Pelos cálculos do HSBC, um mês de paralisação pode custar aos cofres da Petrobrás de US$ 196 milhões a US$ 315 milhões. Hoje o movimento grevista conseguiu a adesão de mais unidades de produção, além de terminais de distribuição da Transpetro no Paraná, São Paulo e Santa Catarina. A companhia não fez novas estimativas de perda de produção. Na noite de terça-feira, a petroleira avaliou em 460 mil barris de petróleo e cerca de 19 milhões de metros cúbicos de gás natural a redução acumulada na produção desde domingo. As ações fecharam em queda de 6,34% (ordinárias) e 4,72% (preferenciais), pressionadas também por uma redução na cotação internacional de petróleo. Efeito da greve. Além do recuo na produção, analistas e investidores avaliam os efeitos da greve sobre a reestruturação da Petrobrás, uma vez que os petroleiros são contra a venda de ativos, o corte de investimentos e as alternativas para financiamento do plano de negócios. “As greves impedem a diretoria de executar seu plano de desinvestimento para 2016. Além disso, acreditamos que o uso de ativos como garantia para futuros novos empréstimos também está em risco”, afirma relatório do HSBC. Para a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), a paralisação não afeta “no momento” a nota de crédito da estatal, mas pode influenciar a redução do endividamento e alavancagem, por causa das perdas na produção. “A extensão da greve e seu impacto na curva de produção ainda são incertos. Caso seja prolongada, aprofundará os desafios de crescimento da produção, a desalavancagem do balanço patrimonial e a nossa avaliação do perfil de risco isolado da companhia.” Adesões. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), ao reconhecer perdas entre 8,5% e 13% na produção por causa da greve, a Petrobrás “subestima o impacto da paralisação”. A federação contabiliza duas novas adesões, somando 47 unidades em greve. Segundo o sindicato, 28 plataformas produtoras estão completamente paralisadas na Bacia de Campos. Outras sete estão com produção restrita e nove são operadas por equipes de contingência da Petrobrás. Além das unidades produtoras, três unidades de manutenção e serviço também foram paralisadas, assim como o Terminal Cabiúnas, em Macaé. Em São Paulo, os terminais da Transpetro em Barueri e Guararema também

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aderiram ao movimento. No Paraná, houve adesão no terminal aquaviário de Paranaguá (Tepar) e em Santa Catarina, nos terminais de Guaramirim, Biguaçu e Itajaí.

Governo tenta esvaziar greve de caminhoneiros Avaliação do Planalto é que tentativa deparalisação tem viés muito mais político do que econômico TÂNIA MONTEIRO, VERA ROSA E ISADORA PERON - O ESTADO DE S.PAULO O governo reforçou as conversas com lideranças de caminhoneiros em todo o País para impedir que haja uma paralisação da categoria, a partir da próxima segunda-feira. A preocupação do Planalto é que essa paralisação, se ocorrer, possa provocar desabastecimento de produtos nas cidades. A avaliação de assessores presidenciais é que a mobilização está sendo feita com objetivo eminentemente político, já que conta com a participação e convocação de grupos que pedem o impeachment de Dilma da Presidência, como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua. Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff fez pelo menos duas reuniões para tratar do problema, dada a grande preocupação com o tema. O Planalto não quer reviver a crise enfrentada no início do ano, quando rodovias foram bloqueadas, o que causou grande desgaste para o governo. A exemplo do que houve naquela época, o governo sabe que uma paralisação dessa categoria pode provocar muita confusão e protestos contra a presidente, justamente num momento em que a ameaça de impeachment contra ela começa a perder força. O acompanhamento está sendo conduzido pelos ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, da Justiça, José Eduardo Cardozo e do Trabalho, Miguel Rossetto. O governo se prepara até para, se necessário, usar medidas judiciais para evitar fechamento de estradas, por meio da obtenção de liminares preventivas. Ontem, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) afirmou que, diferentemente do que aconteceu em fevereiro, esse o movimento não tem o apoio dos principais sindicatos do setor. A greve está sendo chamada pelo Comando Nacional do Transporte, que se declara independente de sindicatos. O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros, José Araújo Silva, conhecido por China, disse repudiar a paralisação, por sua conotação política. O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos, Janir Bottega, por sua vez, disse que, “enquanto cidadão”, reconhece que “há um descontentamento contra o governo”. Mas ressalvou que os caminhoneiros não podem fazer paralisações com uma pauta de reivindicação cujo primeiro item é o pedido de impeachment da presidente da República. /COLABOROU ANDRÉ BORGES (Fonte: Estado de SP dia 05-11-2015).

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