apocalipse 8 a 13 cd 2010

21
FACULDADE DE TEOLOGIA ADVENTISTA DA PROMESSA - Fatap Classe de estudo do livro de Apocalipse Segundo semestre de 2009 Prof. José Lima de Farias Filho APOCALIPSE 8 e 9 1. No CAPÍTULO 7 vimos como Deus protege a Igreja do juízo divino. João viu as duas multidões: uma composta de doze mil pessoas das doze tribos de Israel (7:4-8), a outra é formada por inumeráveis pessoas de todas as tribos, povos e línguas, que passaram pelo martírio (7:9-17). 2. CAPÍTULO 8: Começa com o fechamento dos Selos: o sétimo selo é aberto e um grande silêncio toma conta dos céus (v.1). Que silêncio é esse? O paralelo bíblico é Lv. 16:17; Lc 1:10 - o povo não sabia se o sacerdote seria aceito ao entrar no Santo Lugar, poderia não retornar com vida, pois chegava próximo à presença de Deus. "A melhor sugestão é que o silêncio representa uma atitude de silêncio e temor por parte dos exércitos celestiais, vendo os julgamentos de Deus que desabarão sobre o mundo. É o silêncio da terrível expectativa dos acontecimentos que estão por vir, agora que o tempo do fim chegou." (Ladd, pg. 91). 3. Mas Champlin opina que esse silêncio é para que os santos que sofriam na terra pudessem ser ouvidos diante do trono de Deus (8:3-5), assim como cessou momentaneamente os juízos sobre a terra até que os fiéis fossem selados (7:1-3). 4. Paralelismo entre os selos, as trombetas e as taças: Aberto, qual o conteúdo do sétimo selo? O juízo das sete trombetas! (v.2). Os selos e as trombetas falam do fim do mundo. O sexto selo, por exemplo, revela as catástrofes cósmicas que acontecerão precedendo a segunda vinda de Cristo (6:17), assim como a sétima trombeta anuncia o fim (11:15). Esses juízos seriam um só evento ou a intensificação do juízo divino? 5. É importante considerar que o sétimo selo não contém praga e nem julgamento (8:1). O que aparece são os sete anjos tocando suas trombetas (v.2 - em Lc 1:9 mostra somente Gabriel na presença de Deus). As sete trombetas seriam parte do sétimo selo? Lembremo- nos que os seis selos mostram as forças que deflagram o fim, e as sete trombetas apresentam o início do fim, isto é, o período da Grande Tribulação, que antecede o fim. 6. Os selos são interrompidos (cap. 7), as trombetas, também (cap. 10-11). Seriam os sete selos e as sete trombetas um só juízo em 1

Upload: elcio-pimenta-marli

Post on 15-Jul-2016

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Apocalipse 8 a 13 CD 2010.doc

TRANSCRIPT

Page 1: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

FACULDADE DE TEOLOGIA ADVENTISTA DA PROMESSA - FatapClasse de estudo do livro de Apocalipse

Segundo semestre de 2009Prof. José Lima de Farias Filho

APOCALIPSE 8 e 9

1. No CAPÍTULO 7 vimos como Deus protege a Igreja do juízo divino. João viu as duas multidões: uma composta de doze mil pessoas das doze tribos de Israel (7:4-8), a outra é formada por inumeráveis pessoas de todas as tribos, povos e línguas, que passaram pelo martírio (7:9-17).

2. CAPÍTULO 8: Começa com o fechamento dos Selos: o sétimo selo é aberto e um grande silêncio toma conta dos céus (v.1). Que silêncio é esse? O paralelo bíblico é Lv. 16:17; Lc 1:10 - o povo não sabia se o sacerdote seria aceito ao entrar no Santo Lugar, poderia não retornar com vida, pois chegava próximo à presença de Deus. "A melhor sugestão é que o silêncio representa uma atitude de silêncio e temor por parte dos exércitos celestiais, vendo os julgamentos de Deus que desabarão sobre o mundo. É o silêncio da terrível expectativa dos acontecimentos que estão por vir, agora que o tempo do fim chegou." (Ladd, pg. 91).

3. Mas Champlin opina que esse silêncio é para que os santos que sofriam na terra pudessem ser ouvidos diante do trono de Deus (8:3-5), assim como cessou momentaneamente os juízos sobre a terra até que os fiéis fossem selados (7:1-3).

4. Paralelismo entre os selos, as trombetas e as taças: Aberto, qual o conteúdo do sétimo selo? O juízo das sete trombetas! (v.2). Os selos e as trombetas falam do fim do mundo. O sexto selo, por exemplo, revela as catástrofes cósmicas que acontecerão precedendo a segunda vinda de Cristo (6:17), assim como a sétima trombeta anuncia o fim (11:15). Esses juízos seriam um só evento ou a intensificação do juízo divino?

5. É importante considerar que o sétimo selo não contém praga e nem julgamento (8:1). O que aparece são os sete anjos tocando suas trombetas (v.2 - em Lc 1:9 mostra somente Gabriel na presença de Deus). As sete trombetas seriam parte do sétimo selo? Lembremo-nos que os seis selos mostram as forças que deflagram o fim, e as sete trombetas apresentam o início do fim, isto é, o período da Grande Tribulação, que antecede o fim.

6. Os selos são interrompidos (cap. 7), as trombetas, também (cap. 10-11). Seriam os sete selos e as sete trombetas um só juízo em seqüência? Pensemos: tanto o sétimo selo como a sétima trombeta, não são juízos (8:1; 11:15-19). Repetindo: o sétimo selo não trás juízo, somente as sete trombetas; a sétima trombeta não trás juízo, somente o fim e segue-se as sete taças. Seriam os sete selos, as sete trombetas e as sete taças um só juízo em seqüência?

7. Vejamos a possível ligação entre trombetas e taças:

8:7 16:28:8 e 9 16:38:10 e 11 16:4-78:12 e 13 16: 8 e 99:1-12 16:10 e 119:13-21 16:12-1410:7 16:17-21

1

Page 2: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

8. Para tentar explicar essa "cadeia de juízos" evidenciada nos selos, nas trombetas e nas taças, Champlin separa um período de Tribulação do período da Grande Tribulação, dizendo: "Talvez seja correto dizer que a palavra "tribulação" apresenta o período inteiro das agonias finais da terra. Mas pode representar, igualmente, a primeira porção daquelas tremendas agitações finais, a porção menos severa, embora já por si agonizante. Supomos que essa "tribulação" inclui os primeiros seis selos, e também as seis primeiras trombetas. Continuando a expor esse raciocínio, a Grande Tribulação seria a sétima trombeta, que traria o juízo das sete taças (Ap 15-19)." (Champlin, pg. 488).

9. Afastados os engenhosos argumentos teológicos, o Apocalipse mostra que cada trombeta e cada taça contém uma poderosa praga que é derramada sobre a terra. É a ira do Deus santo contra um mundo que preferiu dedicar sua lealdade ao Anticristo (15:1; 16:2; 9:4). O vidente João antevê o dia em que "as forças da justiça e as do mal serão tão abertamente visíveis, que todo ser humano terá que se declarar a favor de Cristo ou do Anticristo. Os poderes da descrença e da hostilidade contra Deus se manifestarão publicamente na pessoa do Anticristo, e a lealdade de cada um será manifesta." (Ladd, pg. 92).

10. O propósito de Deus com as pragas não é apenas de julgamento, mas de misericórdia, se os homens se humilharem e se arrependerem (9:20). Caso contrário, é juízo mesmo (16:11).

11. Voltando ao v.3, nota-se que, além do sete anjos (v.2), João vê outro anjo mediando as orações dos santos. Ele fica de pé, como um sacerdote que vai oferecer incenso (Ex 40:5; Lv 4:7; Hb 9:4). Paralelo bíblico: Dn 9:20-27; 10:10-21; Hb 1:14. Tudo indica, porém, que não se trata de mediação (somente Cristo é Mediador), visto que os santos são constituídos sacerdotes diante de Deus (Ap 1:6; 5:10).

12. Em resposta as orações dos santos, as sete anjos se levantam e começam a tocar as sete trombetas. As pragas vão chegar à Terra em dois grupos: as quatro primeiras são catástrofes naturais (cap. 8), as três últimas caem diretamente sobre os seres humanos (cap. 9 e 11:15-19). Paralelo: Mt 24:4-8; 13-22. Propósito: levar a humanidade ao arrependimento (9:20).

13. A primeira trombeta destruirá um terço da terra, árvores e vegetação (8:7). (Tudo indica que estas narrativas são literais: o mundo físico vai ser abalado).

14. A segunda trombeta destruirá a terça parte do mar (8:8 e 9). Paralelo: Ex 7:20 e 21.15. A terceira trombeta destruirá um terço dos rios e fontes das águas. (8:10 e 11).

Paralelo: Ex 7:20; Jr 9:15; 23:15 (absinto com água = veneno mortal). 16. A quarta trombeta destruirá um terço dos corpos celestes. (8:12 e 13). 17. A quinta trombeta são gafanhotos diabólicos que atacarão o corpo das pessoas, mas

sem matá-las. (9:1-12). Paralelo: Jl 2:4-10 (aqui Joel vê gafanhotos de verdade, no Apocalipse, porém, João os vê como símbolos de hostes demoníacas). "Com base nos paralelos da literatura apocalíptica judaica... uma "estrela" é sempre símbolo de "angelical", santo ou decaído, dependendo do contexto. Assim, a "montanha incendiada" de Ap 8:8 e a "estrela" de Ap 8:10 não são fenômenos naturais, como cometas, meteoritos, etc., e sim, invasões demoníacas da terra, por parte de seres malignos, provavelmente pertencentes à classe dos anjos caídos... seres de profunda iniquidade, de natureza espiritual, serão soltos à face da terra." (Champlin, pg. 496).

18. Mais: "O vidente João quer que saibamos que, nos últimos dias, haverá uma invasão da terra por parte de seres excessivamente malignos e demoníacos, que levarão os homens a se odiarem, maltratarem e matarem uns aos outros, de tal modo que por pouco a humanidade não será completamente aniquilada. Esses seres serão tão maliciosos e inerentemente malignos que, até então, não terão permissão de vir a

2

Page 3: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

terra. Esses intensificarão as agonias à face da terra, de tal maneira que, através dessa intensa agonia, a terra será purificada, em preparação para uma nova era."

19. No v.5, os escorpiões são símbolo dos poderes demoníacos (Lc 10:19; 11:12; Ez 2:6). Eles imprimirão sofrimentos tão horrendos que os homens buscarão a morte inutilmente (v.6). Os homens não conseguirão destruir seus poderosos e bem preparados adversários demoníacos (v.9).

20. Esses seres excessivamente demoníacos saem do poço do abismo (9:1). Simbolismo: Ef 2:2; 6:12; Ap 12. Satanás é seu rei e seu nome é "destruição" (Ap 9:11).

21. O primeiro "Ai" passou (8:13): a quinta trombeta. O segundo "Ai" é a sexta trombeta (9:13-21) e o terceiro "Ai" é a sétima trombeta (11:14). Veremos os dois últimos na próxima aula.

22. Constatamos que o primeiro "Ai", a quinta trombeta, Ap. 8:13, passou. Hoje veremos que o segundo "Ai" é a sexta trombeta (9:13-21) e que o terceiro "Ai" é a sétima trombeta (11:14).

23. A quinta e a sexta trombeta são carregadas de julgamentos contra o mundo incrédulo através de demônios poderosos. Mas, enquanto a quinta trombeta apenas torturava, a sexta traz a morte. Essa trombeta apresenta cavalos demoníacos cujas cabeças parecem com a de leões e suas caudas como a serpentes. Trata-se de demônios com poder para matar. Paralelo bíblico: Ez 38:14-23; Is 5:23-30; Jr 6:22-26.

24. A expectativa militar dos profetas é usada por João como expectativa de invasão demoníaca carregada de flagelos. Os profetas viam o juízo divino contra Israel através de invasões de exércitos pagãos, mas João vê o juízo de Deus contra as civilizações mundanas através de hostis demoníacas.

25. O juízo é controlado por uma voz que sai do altar de ouro que se encontra na presença de Deus (v.13). O mesmo altar de 8:3 que é símbolo das orações dos santos em busca de justiça e do estabelecimento definitivo do reino de Deus. O juízo divino é uma resposta das orações dos santos mártires, que clamam debaixo do altar (6:9 e 10).

26. Em resposta, uma ordem sai do altar: Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates. (v.14). "O artigo definido indica que se trata de um grupo certo de anjos. Não podem ser os mesmos de 7:1, porque estes estão nos quatro cantos da terra. Estes aqui estão atados juntos ao rio Eufrates; eles não aparecem em nenhum outro lugar da literatura profética ou apocalíptica, e também não sabemos porque são quatro. Mas pelo fato de estarem atados podemos concluir que são anjos maus, impedidos de concretizar suas intenções enquanto atados. Como sua missão é a mesma dos cavalos demoníacos, "matar a terça parte dos homens" (v.15), podemos concluir que eles são os líderes sobrenaturais dos exércitos demoníacos." (Ladd, p. 101).

27. Por que esses demônios poderosos estão no rio Eufrates? Esse rio era uma das fronteira da Terra Prometida (Gn 15:18); era chamado de "o grande rio" (Gn 15:18; Dt 1:7; Js 1:4); os reinos pagãos habitavam além desse rio, tornando-se símbolo dos inimigos de Israel e de Deus (Is 7:20; 8:7; Jr 46:10). Invasões inimigas eram comparadas ao transbordar desse rio (Is 8:7). Os quatro anjos demoníacos poderosos estão presos ao Eufrates, mas, ao serem soltos, haverá um enchente demoníaca que vai transbordar o mundo com horror.

28. No v.15, esses anjos maus são soltos na hora, dia, mês e ano exato. Isso revela que eles são totalmente controlados por Deus, não podem fazer nada se o Altíssimo não permitir, pois são meros instrumentos do juízo divino contra a humanidade rebelde.

29. Soltos, esses líderes demoníacos saem para matar. "Não há indicação de como eles fizeram isto; podemos presumir que eles o fizeram como líderes dos cavalos demoníacos. Um terço é muita gente, mas não é a maioria; sua missão não era

3

Page 4: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

destruir a raça, mas advertir os homens do terrível julgamento que espera os que rejeitam o amor e a misericórdia de Deus. Novamente é importante observar que este julgamento atinge a civilização rebelde, não o povo de Deus (9:4,20)." (Ladd, p. 102).

30. O exército demoníaco é imenso: vinte mil vezes dez milhares (v.16). O exército de Deus, também (Sl 68:17). Tudo indica que esses números são simbólicos, a idéia é que esses exércitos são incontáveis.

31. As hostes demoníacas são ferozes, destrutivas e infernais (14:10; 19:20; 21:8). A morte é deflagrada por intermédio de três pragas: o fogo, a fumaça e o enxofre (v.18). E mais uma: a força de suas caudas (v.19). Está última tem relação com os gafanhotos demoníacos torturadores, da quinta trombeta (9:10).

32. Todo esse ambiente caótico visa despertar os homens para a misericórdia de Deus (v.20). "Por toso o curso da história os homens puderam viver em pecado e desafiar a Deus em impunidade e aparente segurança. À medida que o fim se aproxima e o julgamento está mais próximo, Deus proporciona aos homens uma amostra do seu julgamento e da sua cólera; não por ele ter prazer nisto, mas para advertir os homens que o pecado e a rebelião contra Deus somente podem levar ao desastre." (Ladd, p. 103).

33. Mas os homens não se arrependem preferindo desafiar a Deus adorando demônios e ídolos, que não valem nada (v.20 e 21; I Co 8:4; Sl 115:4-8; 135:15-18; Dn 5:23). Mergulhado em prostituição, feitiçaria, macumbaria e satanismo: é assim que João mostra a situação do mundo ao relatar as primeiras seis trombetas e as pragas que a acompanham.

APOCALIPSE 10

34. Em vez de falar da sétima trombeta, o vidente descreve uma visão de anjo forte que desce do céu com um pequeno livro na mão para João comer. (10:1-11). Na seqüência, relata a medição do templo (11:1 e 2) e do ministério, da morte e da ascensão das duas testemunhas (11:3-13), concluindo com os fatos decorrentes do toque da sétima trombeta (11:15-19).

35. Esse é um estilo do Apocalipse joanino: entre o sexto e o sétimo selo João inseriu as duas multidões (7:1-17), entre a sexta e a sétima trombeta ele introduziu o livrinho, a medida do templo e as duas testemunhas (10 e 11), e entre as sete trombetas e os sete flagelos colocou o dragão e a mulher (12:1-17), as duas bestas (13:1-18), e o Cordeiro sobre o monte Sião (14:1-20).

36. CAPÍTULO 10: A visão do anjo com o livrinho na mão, pode ser diferente do que aparece em 8:3 e dos anjos que tocam as sete trombetas. Por sua força, provavelmente é o mesmo de 5:2 e 18:21.

37. O livrinho. "Trata-se de uma espécie de Segunda redação de várias cenas notáveis dos capítulos primeiro a terceiro do livro de Ezequiel ...servem de "pano de fundo" para este décimo capítulo do Apocalipse... Deus comissionou Ezequiel que profetizasse contra os filhos rebeldes de Israel, ordenando que comesse um pequeno livro que lhe dera. O rolo escrito de ambos os lados, continha lamentações, suspiros e ais. Ezequiel fez o que lhe havia sido ordenado, e percebeu que o rolo era doce como o mel em sua boca. (Ez 2:8 a 3:3)". (Champlin, p. 510).

38. "Essa explicação identifica para nós o que é o "pequeno livro" do Apocalipse. É, na realidade, o "restante" do próprio Apocalipse, que o vidente João assimilara inteiramente em seu sistema, ao "comer" o livro celeste ou "revelação", em razão do que foi capaz de escrever prontamente o restante do livro com suas muitas e horrendas predições de condenação." (Ídem).

4

Page 5: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

39. Da mesma forma que a "meia hora de silêncio" no céu (8:1) foi um preparo para o início das sete trombetas, as cenas do livrinho é uma pausa, um suspense para as cenas assustadoras que irão se seguir. Desta forma, Champlin pondera que o conteúdo do "pequeno livro" tem paralelo com o quinto capítulo onde o rolo dos sete selos começam a ser abertos, dando início à revelação ou ao Apocalipse, que começava a ser desvendado. Assim, o "pequeno livro" seria parte do Apocalipse, uma "pequena porção" deste com símbolos e linguagem diferente.

40. O livrinho está aberto (10:2) como prova de que seu conteúdo não é mais segredo (poderia ser parte dos sete selos?). Certo mesmo é que o capítulo dez introduz a mensagem do terceiro ai: o juízo da sétima trombeta que diz não demorar mais o cumprimento do plano de Deus, dos seus propósitos eternos. (10: 6 e 7). Jesus Cristo logo passará a reinar definitivamente promovendo uma era nova e gloriosa. Todas as coisas serão reunidas em torno do Senhor Jesus, que se tornará tudo para todos.

41. Então, seria Cristo o anjo forte que brada com grande voz como a de um leão rugindo? (10:1-3). Na Bíblia, a voz de Deus a comparada ao rugido de leão e ao barulho de trovão (Am 3:8; Os 11:10; Sl 29:3). Uma voz poderosa do céu, que pode ser de Deus Filho ou de Deus Pai, determina que João não escreva o que ouviu dos sete trovões (10:4). Paralelo: Dn 12:4; Ap 5:1.

42. Quanto ao que disseram os trovões, a única coisa que se pode mencionar é que, no Apocalipse, sempre que há vozes de trovão, trata-se da manifestação do juízo de Deus 98:5; 11:19; 16:18). Na experiência de Paulo, há menção de vozes que o apóstolo não pôde descrever (II Co 12:4). João ouviu coisas que não pôde comunicar à Igreja.

43. O anjo forte levantou a mão direita para os céus e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há, dizendo: Já não haverá demora. (10:6). Não há mais tempo! É o aviso do fim iminente. Chegou a hora de responder as orações dos santos. O Senhor de toda a criação vai reinar. É o fim dos tempos e o início da eternidade. É o fim deste mundo e o futuro do mundo por vir (Mc 10:30; Lc 20:34 e 35; Ef 1:21).

44. É a hora de tocar a sétima trombeta (10:7). Ela é a concretização de que o fim está às portas. Quando ela estiver tocando, o fim chegou (16:1-20). O momento é profundamente sério: João não está mais no céu, veio para terra para receber o livrinho e publicar o seu conteúdo para os povos, nações, línguas e reis (10: 8-11).

45. Assim como Ezequiel (2;9; 3:3) e Jeremias (15:16) João precisa cumprir sua missão profética sobre o fim iminente: a ira de Deus vai cair sobre a humanidade rebelde. João precisa assimilar essa notícia geral "comendo o livro", pois não é um profeta autônomo, mas é pessoa sensível aos terríveis acontecimentos.

46. O sabor do livro não se refere à partes de bênçãos ou de juízos, mas à Palavra divina, que sempre é prazerosa para seus servos (Sl 19:10; 119:103; Ez 3:3; Jr 15:16). Em João, porém, as palavras tronaram-se amargas após refletir sobre elas (Ap 10:10), a exemplo de Jesus (Lc 19:41; Mt 23: 37 e 38).

47. O vidente João teria que proclamar o juízo divino e a vinda definitiva do reino de Deus, com a boca amarga (10:10 e 11). Mesmo com a alma chorando, ele teria que pregar.

APOCALIPSE 11

48. Vimos que o vidente João teria que proclamar o juízo divino e a vinda definitiva do reino de Deus, com a boca doce mas o estômago amargo (Ap 10:10 e 11).

49. Dando continuidade ao espaço entre a sexta e a sétima trombeta (iniciada com os anjos e os sete trovões e João e o livrinho - 10:1-11), vejamos as revelações sobre a

5

Page 6: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

"medida do santuário" e "as duas testemunhas". Em seguida, a sétima trombeta será tocada (11:15-19).

50. Nos dois primeiros versículos João recebe ordem para medir o templo de Jerusalém, exceto o pátio externo que as nações pisarão por quarenta e dois meses. Nesse ambiente, Deus mandará duas testemunhas para falar contra essas nações, mas elas serão mortas pela besta, e o povo se alegra com esse martírio. Mas elas são ressuscitadas. Em seguida, um grande terremoto destrói parte da cidade matando muitas pessoas, é quando parte das pessoas glorificam a Deus (11:3-13).

51. O versículo 13 afirma que pessoas, aterrorizadas, glorificam a Deus. Lembre-se de que uma das intenções do juízo divino é conduzir as pessoas ao arrependimento? (9:20 e 21).

52. Sem perder de vista a idéia de que a profecia bíblica fala de algo concreto (aqui e agora) que se estende para eventos futuros (lá e então), pode-se dizer que "a profecia de Apocalipse 11 é a maneira de João de predizer a preservação do povo judeu e a sua salvação no fim." (Ladd, pg 112).

53. "Quando João escreveu seu livro, Jerusalém já tinha sido destruída há muito tempo, e o templo estava abandonado. Pouco antes da guerra de 66-70 d.C. a comunidade judaico-cristã tinha fugido de Jerusalém para a cidade de Pela, na Transjordânia. Isto tinha aumentado a hostilidade dos judeus contra a comunidade judaico-cristã, e apresado o rompimento completo entre sinagoga e igreja. A pergunta que ardia nos judeus cristãos era "Será que Deus rejeitou seu povo?" (Rm 11:1). Paulo dedicou três capítulo a este problema e concluiu que no fim os ramos originais (os judeus), que tinham sidos que brados da oliveira (o povo de Deus), seriam enxertados na árvore; "Assim todo Israel será salvo" (Rm 11:26). É difícil interpretar estes três capítulos como falando simbolicamente da igreja - o Israel espiritual. Eles ensinam que o Israel físico ainda será incluído no Israel espiritual." (Ladd, pg 112).

54. "O próprio Senhor Jesus falou disto. Depois de lamentar sobre Jerusalém, ele afirmou: "Declaro-vos, pois, que desde agora já não me vereis, até que venhas a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor". (Mt 23:39). Em outra afirmação sua está implícita a salvação de Israel: Até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles" (Lc 21:14)." (Ídem).

55. No templo, além do Santo Lugar e do Santo dos Santos, havia quatro pátios: dos sacerdotes, de Israel e das mulheres, rodeados externamente pelo pátio dos gentios. Medi-los simbolizava destruí-lo (2 Rs 21:13; Is 34:11; Lm 2:8) ou preservá-los (Zc 2:1-5). Jerusalém, por exemplo, foi medida porque viria a ser a verdadeira cidade de Deus (Ez 40-43). A medição de João é um símbolo da proteção e da preservação divina.

56. Mas perceba que o "átrio dos gentios", foi proibida de ser medido, não será protegido, será pisado pelas nações, assim como a cidade santa (v.2). E perceba que o "santuário" é medido (v.1), portanto protegido. Perceba ainda que, no Novo Testamento, a palavra grega naos, é tradução de santuário, que é usado para designar a igreja, em substituição ao obsoleto templo judaico (I Co 3:16; II Co 6:16; Ef 2:21).

57. "Isto sugere um contraste entre um remanescente fiel de israelitas crentes, que adoram verdadeiramente a Deus, e a cidade como um todo (a cidade santa). Israel como um todo será pisado pelas nações; será julgado por Deus porque se tornou espiritualmente apóstata. O versículo 8, onde Jerusalém é figuradamente chamada de "Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado", sustenta este ponto de vista. Também em outras passagens da Escritura Jerusalém representa toda a nação (Sl 137:5-6, Is 40:1-2; Mt 23:37)." (Ladd, pg 113).

6

Page 7: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

58. Quanto aos "quarenta e dois meses" (v.2), a base é Daniel 9, referindo-se ao tempo que falta para o cumprimento da aliança, a saber "setenta semanas de ano" (9:24), obviamente, um tempo simbólico.

59. "Três anos e meio é espaço de tempo que o mal dominará antes do fim. O pequeno chifre que sai dos dez chifres da Quarta besta em Daniel 7 oprimirá os santos do Altíssimo "por um tempo, dois tempos, e metade de um tempo" (Dn 7:25; 12:7). No Apocalipse este número é o tempo em que a cidade santa será oprimida (11:2), em que as duas testemunhas executarão sua missão (11:3), a mulher celestial (a igreja) será preservada no deserto (12:6, 14), em que a besta tem permissão para exercer autoridade (13:5). Lembremo-nos que João escreveu seu livro uns sessenta anos depois do ministério do nosso Senhor, o que deixa óbvio que ele não está pensando em nenhum tipo de continuidade direta das sete semanas de Daniel. Temos que concluir que os quarenta e dois meses (1.260 dias) representam o período em que Satanás exerce seu poder no mundo, com referência espiritual aos últimos dias do Anticristo. Tudo o que o povo de Deus sofre da parte de satanás durante os séculos nada mais é que uma amostra da opressão convulsiva do fim pelo Anticristo. Neste sentido todo o desenrolar da história pode ser encarado como o tempo do fim." (Ladd, pg 114).

60. "Por longo tempo os gentios pisam a Terra Santa... Israel ocupa precariamente aquela terra. Mais uma vez, por causa da guerra freqüentemente renovada entre árabes e israelenses, os gentios, a saber, a Rússia e seus aliados ocuparão as terras de todos os participantes, a começar nos fins das décadas de 1980, assim ganhando o controle sobre o petróleo no mundo... Uma vez mais, pois, os gentios pisarão na Terra Santa, mais ainda não conforme será feita quando o anticristo tomar conta da região. A tentativa (finalmente bem sucedida), do anticristo de expulsar os russos da Terra Santa, dará início à Terceira Guerra Mundial, perto do fim do século XX, com o emprego de armas atômicas. Mas isso ainda não será a batalha de Armagedom. Está ocorrerá quando a China tentar conquistar a Palestina, após uma longa guerra de conquista da Ásia e da Europa, quando os chineses espalharem seu poder por imensa área do planeta. A Chinas será derrotada, igualmente pelo poder da ímpia federação de nações que se aliarem ao anticristo. A batalha final, que se ferirá na Palestina, contra os chineses, quando forças sobrenaturais serão envolvidas, é que será a batalha do Armagedom. Dentre esse horrendo sofrimento, que ameaçará a própria existência da humanidade, é que emergirá a "parousia", ou segundo advento de Cristo. O antigo ciclo da existência terminará e o milênio começará." (Champlin, pg 519).

61. AS DUAS TESTEMUNHAS.

APOCALIPSE 12 e 13

62. A briga entre o bem e o mal vem da eternidade. O capitulo 12 abre a visão dos cristãos para que compreendam a natureza desse conflito cósmico e de todas as questões que o envolve: uma guerra entre um grande dragão vermelho (Satanás) e uma mulher celestial (a Igreja).

63. Tanto o AT como o NT afirmam que o pecado teve origem na eternidade: Is 24:22; Dn 12; Ef 1:3 e 10; Lc 10:18.

64. Esse pecado cósmico invadiu violentamente a terra. Da mesma forma será arrancado. Esse é o grande conflito da terra: todos os seres humanos estão envolvidos. A vitória definitiva contra o mal será uma luta horrenda.

65. MANEIRA DE VER O CAPÍTULO 12 (CHAMPLIN): Em 12:7-12 é revelada a origem do pecado e a origem do primeiro grande conflito no universo: o conflito entre Deus e

7

Page 8: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

Satanás (12:3-4). O Dragão é frustrado em seus esforços para destruir o Messias (12:5) e, após ser derrotado na batalha com Miguel e os anjos (12:7 e ss.), dedica seus esforços à destruição da Igreja, na terra (12:17).

66. Em busca deste propósito, o Dragão chama duas bestas (12:17-13:1; 13:11), que blasfemam contra Deus (13:6), desviam de Deus os corações dos homens (13:4,14) e perseguem a Igreja (13:7,15). Esta Besta e seu Falso Profeta (19:20) têm permissão para obter êxito em seu propósito e forçam sua lei sobre todos os homens (13:7,8,16,17). Este pode ser o período de paz e segurança referido por Paulo em I Tes., entretanto, para a Igreja significa a grande tribulação, uma vez que a Igreja não se submeterá à besta.

67. O segundo grande conflito será, portanto, entre a Igreja e a Besta. O capitulo 11 revela que o fim de Satanás está próximo. No capítulo 12 ele é expulso do céu (12:7-12). Neste mesmo trecho a vitória de Cristo é decretada. Mas, antes que isso venha a ser exercido de forma plena, Satanás intensificará seus ataques: ele perseguirá a mulher – Israel e a Igreja, porque a salvação vem dos judeus(Ap 12:13-18; Jo 4:22) e espalhará maldade por todo o planeta terra, onde tem acesso.

68. Ele fará surgir falsos cristos e o falso profeta, especialistas na maldade, preparados exclusivamente para os últimos dias, para a grande tribulação, tempo de imensas agonias na terra inteira.

69. MANEIRA DE VER O CAPÍTULO 12 (LADD): “A visão descreve em termos mitológicos o esforço do dragão em destruir tanto a mulher quanto o Messias, a preservação dos dois da ira do dragão, a derrota do dragão, o seu esforço em destruir a igreja na terra. Isso não é uma visão de um acontecimento que virá no fim; a visão, com muita imaginação, vê o conflito celeste entre Deus e Satanás, que tem sua contrapartida na história do conflito entre a igreja e o mal demoníaco. Nesse sentido a visão vai além dos limites normais de tempo e espaço. Ela não está predizendo história, mas representando a luta do mundo espiritual que está por trás da história.” (pg 124).

70. “Nos primeiros versículos João aparece como observador das coisas que ocorrem no céu (vv. 1-12), mas súbita e inexplicavelmente ele se acha na terra (vv. 13-17. O nascimento do Messias é representado (vv. 2,5), mas no relato não há espaço para sua vida e ministério; ele é de repente levado ao céu (v.5); Satanás é jogado para baixo, e em sua ira se volta contra a igreja na terra. Este é o pano de fundo para a perseguição final escatológica da igreja pelo Anticristo, que em outras passagens é chamada de a grande tribulação (veja sobre 7:14). Em outras palavras, este capítulo apresenta um quadro surrealista do mundo que descreve a luta espiritual que se desenvolve por trás dos eventos históricos.” (Ídem).

71. Os capítulos 12 e 13 descrevem os perigos, as dores e os gritos provocados pela intensificação das ações satânicas na terra. Mas no 12 o conflito se caracteriza pela fúria do dragão diante do nascimento do Messias.

72. No cap. 13 a um duplo simbolismo sobre a “besta”: o império romano e a imagem do imperador (cria-se que Nero reencarnaria como o Anticristo). Ver contraste: Ap 17:3 (o império) com 17:11 (a pessoa). Em 13:1 é o império, em 13:3, é a pessoa de Nero (cujo número 666 eqüivale ao valor numérico das letras de seu nome), que reviverá do hades (11:7; 17:8), para reiniciar outro reinado de terror.

73. Paulo não apresenta só o indivíduo (II Ts 2). O importante, entretanto, é que o texto nos admoesta a preparar a nós, nossos filhos e nossos irmãos cristãos para fazer oposição ao Anticristo, que vai promover a mais terrível de todas as perseguições religiosas, de forma que os mais terríveis homens da história humana parecerão crianças inocentes diante do que ele vai fazer.

8

Page 9: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

74. Ele terá um poder universal e perverso, sua sabedoria, embora depravada, será reconhecida porque abarcará o conhecimento de toda a história (II Ts 2:3): “Eu nasci há dez mil anos atrás, e não tem nada neste mundo que eu não saiba de mais” – Raul Seixas.

75. Todo esse poder, claro, está sob a total monitoração de Deus. Como terá a permissão divina para agir, o Anticristo produzirá o maior reavivamento satânico da história e apresentará a maior oposição contra tudo que é sagrado para o cristianismo. Ele promoverá um culto no qual ele próprio será a divindade adorada. Esse culto será tão maligno, intenso, espiritualmente poderoso e sedutor, que um grande zelo e fidelidade a ele se apoderará dos fiéis, a ponto de os cultos onde pessoas são sacrificadas a demônios parecerem meras reuniões pacíficas.

76. Os jovens do mundo serão especialmente envolvidos em tudo isso, porque influências satânicas governarão o mundo, destruindo milhares de vidas novas. É o mundo louco e depravado se apresentando rumo a ruína final. Apocalipse 12:18 mostra Satanás sobre a areia da praia do mar, a pisar nos habitantes da terra, convocando seus monstros diabólicos, um saído do mar o outro saído da terra, para a destruição horrenda.

77. A Igreja desaparecerá como “corpo visível”, voltando, outra vez, a viver nas catacumbas. Será um tempo de imensas dificuldades para uma pessoa ter a Jesus como Senhor e comunicá-lo a outras pessoas (Buscai o Senhor enquanto de pode achar...). É dever nosso, como pessoas salvas por Cristo Jesus, nos prepararmos para enfrentar esse horror. Necessitaremos de grande força espiritual do Senhor Deus para que possamos enfrentar a terrível tribulação e permanecermos fiéis a Cristo.

78. O capitulo 12 mostrou os modos como o Dragão tem intensificado suas ações satânicas. O capítulo 13 mostra como ele controla suas personagens humanas, atingindo por meio delas os seres humanos, antes da segunda volta do Senhor Jesus Cristo à Terra. O capitulo 13, portanto, é uma convocação divina aos santos para que se preparem para o martírio, para as perseguições, para o desaparecimento da dignidade, pois quando Satanás e suas personagens humanas assumirem temporariamente o poder, nos últimos dias, o martírio se tornará comum na vida daqueles que tentarem preservar o testemunho de Jesus Cristo (Ap 12:17).

79. DETALHES IMPORTANTES DO CAPÍTULO 12: O traço principal da mulher é que ela é a mãe do Messias (12:2). Figuradamente, pode representar Israel, de onde veio o Messias (Is 66:7; 26:17; Mq 4:10). Certo é que ela é a mãe do Messias e da Igreja, que é sua descendência (12:17), a Igreja como Sião Ideal (Is 54:1; 66:7-9). Na linguagem paulina, a mulher é a Jerusalém de cima (Gl 4:26).

80. A figura de Israel como mulher com dores de parto (12:2) é comum no AT (Is 26;17; 66:78; Mq 4:10; 5:3). É mais provável que em 12:2, as dores de parto refiram-se aos sofrimentos do Israel espiritual, a igreja, do que ao nascimento de Jesus.

81. O dragão vermelho de 12:3 é descrito no v.9 como a antiga serpente chamada diabo e Satanás. A figura de monstros e serpentes para designar castigo e horror é comum no AT (Sl 74:14; 89:10; Is 27:1; 51:9; Jó 40:15; 7:12; Ez 32:2; Am 9:3; Is 27:1). Suas diademas (Cristo também as tem – 19:12), suas cabeças e seus chifres (Dn 7:7 e 24) revelam o grande poder que Satanás recebeu de Deus para agir contra os ímpios. Afinal, ele é o deus deste século (II Co 4:4), a besta de Apocalipse 13:1 e 17:3.

82. O texto de 12:4 está conectado com a profecia de Daniel 8:10: O Dragão recebeu grande autoridade que, com uma mexida de sua cauda altera as estralas de sua posição original. Mas por que não destruiu a mulher grávida? Porque seu papel principal é destruir a obra de Cristo. Na eternidade, o orgulho de Satanás o convenceu de que poderia derrotar a Cristo.

9

Page 10: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

83. O Filho nasce (12:5), para reger todas as nações (Sl 2:9; Ap 2:27; 19:5). O Filho é arrebatado para Deus, porque triunfou sobre todas as tentativas de Satanás de derrotá-lo (Hb 2:14; Cl 2:15).

84. A mulher fugiu para o deserto (12:6). Incompetente para destruir o Filho, Satanás volta-se para destruir sua mãe (a Igreja - que no NT é designada como Corpo de Cristo, Ef 5). Em vão! Assim como Deus Pai protegeu o Filho, preservou a mulher durante todo o período de domínio satânico (os simbólicos 1260 dias – ver também 11:3). A Igreja jamais será derrotada! (Mt 16:18).

85. Guerra cósmica e estelar no céu (12:7 e 8). Com base numa das regras áureas da hermenêutica (“a Bíblia explica a Bíblia”), que batalha é essa? A resposta está no v.11: Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro... “Na história da redenção Cristo obteve a vitória sob Satanás derramando seu sangue na cruz. João, no entanto, não está preocupado com a maneiro como está vitória foi conseguida, mas somente com o fato de que Satanás foi derrotado. Na Escritura não encontramos apoio para a idéia de que anjos completaram a redenção, o que inclui a derrota final do mal; tudo é obra de Cristo. Miguel aparece poucas vezes na Escritura. Ele é o anjo que guarda Israel (Dn 10:13, 21; 12:1), e luta contra os anjos que guardam as nações gentias (Dn 10-12). ...Judas 9 diz que ele lutou com o diabo pelo corpo de Moisés. Na nossa passagem ele é o defensor do povo de Deus como um todo contra o poder maligno de Satanás. A única intenção da passagem é dar àqueles que enfrentam maldades satânicas na terra a certeza de que na realidade este poder está derrotado, apesar de para nós às vezes parecer contrário.” (Ladd, pg 127). Está última afirmação de Ladd é baseada na segunda parte do v. 11: ...e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.

86. Por isso, foi expulso o grande dragão, a serpente, o diabo, Satanás (12:9). “Satanás” significa “adversário”, “acusador”, “caluniador, “sedutor”, o inimigo da humanidade, o acusador dos filhos de Deus (Jó 1:6; 2:1; Zc 3:1; I Cr 21:1; I Pe 5:8; II Co 11:3). Foi jogado para baixo com seus anjos (Ef 2:2; 6:12), pois suas acusações perderam força com a morte de Cristo (Ap 12:10).

87. Nesse mesmo sentido, Satanás é precipitado à baixo como relâmpago (Lc 10:18). “No contexto desta passagem do evangelho a queda de Satanás está relacionada com a missão poderosa dos discípulos. Eles foram capazes de expulsar demônios porque Jesus mesmo, em sua missão tinha causado a queda de Satanás. Novamente isto é somente linguagem simbólica, afirmando que a presença do Reino de Deus na terra, na pessoa de Jesus e dos seus discípulos, significou a queda de Satanás de sua posição de poder. É isto que João está querendo dizer, mesmo se ele se expressa com termos mitológicos, como a batalha celestial.” (Ladd, pg 128). Nessa base, o Reino de Deus chegou à terra (Mc 1:14 e 15), e o trabalho de Jesus e dos discípulos é vitorioso (Ap 12:11).

88. E a salvação é proclamada para os nossos irmãos (12:10), pelo sangue de Cristo e pelo testemunho que os discípulos deram dizendo que o sangue do Senhor tem poder de salvar; e fizeram isso com martírio porque amaram mais a Cristo do que a si mesmos (12:11; Mt 10:39). Isso nos ensina que a vitória do verdadeiro filho de Deus não é obtida preservando a vida e nem escapando das perseguições: o martírio por amor a Cristo é a prova da vitória!

89. Se você crê e aceita viver a fé cristã de acordo com a Palavra, festejai... (12:12). Mas não se esqueça: você ainda não está no céu! E a derrota de satanás tem duas conseqüências: alegria para os anjos nos céus, martírio para os justos e juízo para os ímpios. Isso porque a derrota do diabo não significa, ainda, sua destruição. Ele sabe que pouco tempo lhe resta. E, mesmo sabendo que não pode mais acusar os filhos de

10

Page 11: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

Deus, por causa de Cristo (Rm 8:33), ele agi porque tem permissão divina para exercer seu poder destruidor.

90. Por essa razão, ele trabalha para destruir a mulher (a Igreja), que fugira para o deserto (12:6), mas, após o decreto de sua derrota, Satanás vai atrás dela (12:13). Você entende agora por que somos perseguidos? E o que Deus faz com sua igreja amada quando ela sofre por amor a seu Senhor? Dá-lhe asas para voar, dá-lhe forças para lutar, dá-lhe sustento durante todo o período profético da grande tribulação (12:14).

91. E o que faz o diabo diante dessa espetacular proteção de Deus? Faz milagres espetaculares também: ajunta turbilhões de água para “afogar” a igreja (12:15). “Socorro Senhor!” E Deus aparece: Abre a terra e a terra engole o turbilhão diabólico (12:16).

92. O grande demônio se irrita: vai abrir fogo direto contra as obedientes testemunhas de Cristo (12:17). Coloca-se de pé para chamar das profundezas do mar a besta que será o principal instrumento da perseguição final (12:18).

93. DETALHES IMPORTANTES DO CAPÍTULO 13 (AS DUAS BESTAS): Continua o intervalo entre a sétima trombeta e as sete taças. Como temos estudado, a sétima trombeta descreveu os acontecimentos dos últimos dias: os planos de salvação e juízo de Deus serão cumpridos (10:7). Mas agora chegou, definitivamente, o tempo do fim: o juízo de Deus (os sete selos atingem a humanidade rebelde, e a igreja é perseguida e martirizada). Mesmo derrotado, o diabo tem autorização par infligir horrores contra os santos, através da besta. (11:7).

94. Surge a primeira besta vinda do mar (13:1). Que mar? São povos, multidões, nações e línguas (17:15; Is 57:20; Dn 7). É da corrupta sociedade mundial que surge a besta. O Dragão tinha sete chifres (12:3), mas a besta tem dez (13:1). São dez reis (17:12), que parecem não ter muita relevância nos planos da besta. Descartando os sete chifres (mais importante que os dez), como sendo sete imperadores romanos do primeiro século, Ladd pondera que a besta com os sete chifres "deve ser o Anticristo escatológico, com algumas das suas características já evidentes em Roma, como também em outros países totalitários." (pg 132).

95. A BESTA E OS IMPERADORES ROMANOS: "A deificação do imperador tinha destaque no Império Romano. Júlio César, Augusto, Cláudio, Vespasiano e Tito foram proclamados deuses pelo senado romano depois de sua morte. Diversos imperadores usaram o adjetivo DIVUS nas moedas enquanto ainda viviam. No oriente freqüentemente moedas traziam o termo grego theos. Vimos, nas cartas às sete igrejas, que as cidades da Ásia competiam entre si pela honra de Ter um templo dedicado a Roma a ao imperador, para promover o culto imperial. A reivindicação mais clara foi feita por Domiciano (81-96 d.C.), que exigia que as pessoas se dirigissem a ele com o título de Dominus et Deus - Senhor e Deus. A deificação do Estado e do seu governante não é um fenômeno limitado ao Anticristo e aos últimos dias; presenciamos manifestações do mesmo fenômeno, em essência, em países totalitários modernos." (Ladd, pg 132).

96. Escatologicamente falando, a besta blasfema pesadamente (13:1; Dn 7:25). Essa figura extremamente satânica, antes da segunda vinda de Cristo à Terra, se colocará no lugar santo, exigindo adoração (Mt 24:15; II Ts 2:4).

97. A descrição de 13:2, mostra que as três primeiras bestas de Daniel 7 se eqüivalem, em blasfêmia e poder, à primeira besta de Apocalipse 13:1; já a quarta besta de Daniel 7 se eqüivale aos dez chifres desta. A besta é identificada como o homem da iniquidade (II Ts 2:9). Todas essas características (blasfêmia, iniquidade, corrupção, arrogância e poder) são encontradas em todos os impérios já existentes no mundo.

11

Page 12: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

Ou seja, a maldade satânica se manifesta pelos podres poderes organizados na terra ("G 7", "G8"), cuja autoridade vem do grande dragão.

98. A besta é ferida, mas recebe cura (13;3). Poderia ser o terrível Nero (cria-se que ele ressuscitaria - morreu em 68, apareceu um falso Nero, em 69, e outro, em 88 d.C.). A maldade dos imperadores que se seguiram poderia ser essa "ressurreição". Em fim, Nero tem sua imagem colada ao Anticristo nas outras literaturas apocalípticas (Ascenção de Isaías, Oráculos Sibilinos, etc).

99. Segundo Ladd, "A objeção fatal a este tipo de ponto de vista é que não é só uma cabeça da besta que é ferida mortalmente, mas a própria besta (13:12,14). Mais tarde outro anjo diz a besta: 'A besta que... era e não é, está para emergir do abismo' (17:8). O assassinato ou suicídio de um imperador romano pode trazer um período de intranqüilidade caótica, mas a continuidade do império não é interrompida. Uma de suas cabeças e a própria besta foram mortalmente feridas, e isto dá a impressão de que de algum modo e besta se identifica com as suas sete cabeças. A besta corporifica tudo o que está expresso nas quatro bestas de Daniel 7, e as sete cabeças são personificações concretas deste poder imperial. (Veja mais observações em 17:8-12). A besta na pessoa de uma das suas cabeças, foi morta e reviveu mais tarde. Nesta visão João faz uma revisão radical do que foi dito em Daniel 7." (pg 133).

100. A besta consegue parte de seu objetivo: ser reconhecida, respeitada, exercer poder e ser adorada pelas pessoas (13:4), para desviá-las de Cristo. "Desviar-se de Deus e submeter-se à besta na realidade é adorar a Satanás." (Ladd). A besta trabalha com eficiência para ganhar a alma das pessoas e mostrará um poder espiritual tão impressionante que, resistir-lhe, eqüivalerá a ser uma pessoa ridícula (II Ts 2:9 e 10).

101. Encantados com o poder espiritual da besta, durante todo o período da perseguição (simbolizado pelos 42 meses), as pessoas não reconhecerão como satânicos os milagres e as blasfêmias contra Cristo (Dn 7:8, 20, 25). O figura diabólica que simboliza o "chifre pequeno", "fala com insolência" contra o Altíssimo. "Como ele recebeu esta boca de alguém, fica claro que o seu poder não vinha dele mesmo , mas de uma autoridade superior a ele. Ele recebeu seu poder do dragão. "Blasfêmia" não são palavras ofensivas diretamente a Deus, mas de alto-deificação." (Ladd, pg. 134). (Ver 13:6; Dn 8:10; Mt 26:65 e II Ts 2: 4).

102. Em 13:7, diz que a besta recebeu autoridade para hostilizar (13:16; 13:4; 19:11) e vencer os santos (12:11). " A meta primordial da besta é desviar as pessoas de Cristo, o que ela tenta com perseguição feroz. Ela os vence, mas neste contexto isso não significa que consegue desviar sua lealdade de Cristo para a besta - não consegue fazê-los apostatar - mas consegue perseguí-los terrivelmente. 'Este chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles (Dn 7:21). Na verdade aqueles que a besta aparentemente vencera tinham obtido a vitória, através do seu martírio. João viu mais tarde diante do trono de Deus 'os vencedores da besta e da sua imagem' (15:2). 'Eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida' (12:11). Seu martírio foi sua vitória; eles permaneceram firmes leais a Cristo e se recusaram a adorar a besta e o dragão." (Ladd, pg 134).

103. Também em 12:7, diz que a besta recebeu autoridade para hostilizar cada tribo, povo, língua e nação. " A besta recebeu permissão, pela soberania do propósito divino, de exercer autoridade no mundo todo. Não é possível encontrar o cumprimento destas palavras em nenhuma situação do Império Romano no primeiro século. A perseguição sob Nero (54-68 d.C.) estava limitada a Roma e implicou em, relativamente, poucos mártires; a perseguição sob Domiciano (81-96 d.C.) teve um alcance muito curto. Perseguições ocasionais aos cristãos ocorreram na Ásia, mas

12

Page 13: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

não uma perseguição geral. João olha muito além do seu horizonte, para um tempo em que um governante anticristão receberá permissão para exercer soberania universal." (Ladd, pg 135). Pense na China emergindo como potência mundial! Não se esqueça que, historicamente, ainda não houve um líder mundial genuinamente anticristão.

104. Mais uma vez a Bíblia antecipa a grande tragédia: o mundo adorará a besta (13:8), exceto os leais a Cristo que pagarão sua fidelidade com a própria vida (Mc 8:34), cujos nomes estão no Livro da Vida (3:5; 17:8; 21:27). E adverte: Se alguém tem ouvidos, ouça. (13:9).

105. Em 13:10, a Bíblia orienta que não adianta reagir aos ataques da besta com violência, pois a ação dela faz parte das ações ou da providência divina. Se o cristão tive que ser levado ao cativeiro para ser martirizado como prova de amor a Cristo, que vá com mansidão, que vá sofrer pelo seu Senhor com alegria (Mt 5:11 e 12; I Pe 4:12-16). Por que é nisso que está a perseverança e a fidelidade dos santos. (13:10).

106. À partir de 13:11, fica claro que este capítulo trata de duas bestas: uma emerge do mar e a outra emerge da terra. A besta da terra vem para servir a besta do mar. A segunda trabalha para que as pessoas adorem a primeira besta. "Os detalhes de sua descrição deixam claro que se trata da religião organizada, que o Império Romano eram os sacerdotes imperiais, principalmente na Ásia, que tinham o propósito de promover a adoração da cidade de Roma e de seu imperador. Os asiarcas de Atos 19:31 provavelmente eram sacerdotes locais que incentivavam a adoração ao imperador. Em sua forma escatológica a Segunda besta dá a impressão de que a religião organizada foi obrigada a ajudar a promover os objetivos da primeira besta. " (Ladd, pg 136).

107. O v.11 deixa bem clara a avaliação de Ladd: Vi uma besta emergir da terra... A organização religiosa, nos primeiros séculos representada pela estrutura sacerdotal, chegou a apoiai a adoração ao imperador. Escatologicamente, entretanto, esse fato é apenas o pano de fundo da terrível realidade dos últimos dias, quando o mundo vai adorar a primeira besta, com a participação de muitos cristãos apostatas (II Ts 2: 4; Ap 3:20; 13:12). Isso revela que a segunda besta não entra em competição com a primeira, pelo contrário, trabalha para captar a lealdade religiosa da humanidade para a sua parceira.

108. Essa besta chega a se parecer com cordeiro (13:1). Veja quanta ousadia! Se disfarçará de Cristo. Porém, fala como dragão. Trata-se da fé prostituída, da espiritualidade prostituída, de milagres prostituídos, de ensinos prostituídos, com finalidade maligna (13:13; Mt 7:15-23; I Tm 4:1), cujo instrumento é o falso profeta que, à partir deste ponto, destaca-se no livro de Apocalipse (16:13; 19:20; 20:10). Se a primeira besta é representada pelos podres poderes mundiais civis, a segunda representa os podres poderes religiosos do mundo, a serviço dos primeiros.

109. O v.14 é cumprimento do que Paulo dissera em II Tessalonicenses 2:9 e 10. Perceba que nas ações de Satanás não há falta de espiritualidade, mas falsa espiritualidade. Esse é o seu grande "anzol". É com ele que vai pescar bilhões de seres humanos: ele seduzirá com incríveis sinais espirituais, como fez no início da igreja cristã (At 13:6-11; 16:16-18; 19:13-20). As pessoas vão crer ao verem grandes milagres, incluindo até fogo do céu, sem perceber que na verdade trata-se do poder de Satanás.

110. Satanás deu poder para a besta ou o falso profeta (veja que o poder é dele), para dar vida à imagem da besta. (13:15; At 8:9-13). "A vivificação aparente da imagem da besta é a maior reivindicação de poder divino: ser capaz de criar vida, como Deus." (Ladd, pg 137).

13

Page 14: Apocalipse 8 a 13 CD 2010

111. Quem não tem o nome escrito no livro da vida adora a besta (13:8), quem não adorar a imagem da besta, morre (13:15), o que prova a guerra entre Cristo e Anticristo, Deus e Satanás.

112. Em Apocalipse 7:3 os santos são selados nas testas em meio à grande tribulação e são livres do grande castigo dos ímpios (9:4). Da mesma forma, a besta tem a sua marca (seu próprio nome ou número equivalente) e ela sela suas vítimas na mão ou na testa (13:16 e 17). "Não está bem claro se João tem em mente uma marca visível nos adoradores da besta. O selo que Deus colocou na testa dos 144.000 (7:3) certamente não é uma marca visível; é um símbolo que expressa a proteção divina (veja Is 44:5). A intenção pode ser que a marca da besta seja uma imitação da marca de Deus... A marca da besta é sinal de fidelidade por parte de quem a recebem, identificando-os como adoradores da besta" (Ladd, pg 138).

113. Sobre não poder comprar ou vender , não há nenhuma referência histórica sobre esta predição, mas, pelo contexto, fica claro tratar-se de "poderes totalitários, com controle completo de toda a política, religião e economia do mundo, com o objetivo de levar a humanidade a adorá-la." (Idem).

114. Sobre o número da besta, número de homem, 666, Ladd explica: "João dá o número da besta de maneira simbólica, usando um esquema conhecido no mundo antigo como gematria. Nem a língua grega nem a hebraica tinham um sistema numérico. Usavam as letras do alfabeto em lugar de números; por exemplo: A = 1, B = 2, C = 3, etc. Assim um nome podia ser transliterado no número correspondente. Deissmann fala de uns rabiscos no muro de Pompéia que dizem: 'Eu amo a que tem o número 545' (ou a letra "ômega" + ME, juntos). A interpretação mais comum entre os estudiosos prepteristas é que o número se refere ao imperador Nero (Neron Kaiser). ...Irineu, sugeriu que 666 poderia significar euanthas, teitan (Tito?)... Com manipulação... o número de Hitler é 666." (pgs 138 e 139).

115. "...É possível que o número queira ser algo simbólico. Se o número do Messias (em grego), totaliza 888, e sete é o número perfeito, pode ser que a intenção seja que 666 seja o símbolo para que o homem é capaz de fazer o que é melhor, impossibilitado de alcançar a perfeição. Este pode ser o significado da frase 'é número de homem'. O máximo que podemos dizer é que se o número da besta é uma profecia de uma situação futura, ninguém ainda foi capaz de resolver o seu significado, mas quando vier a hora, o significado será evidente." (pg 139).

14