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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS COM ÊNFASE EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO BRUNO SOUZA DE OLIVEIRA APLICAÇÃO DA ITIL v3 UTILIZANDO PRÁTICAS ÁGEIS FOCADA NO PROCESSO DE OPERAÇÃO DO SERVIÇO Porto Alegre 2012

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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS COM ÊNFASE

EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

BRUNO SOUZA DE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DA ITIL v3 UTILIZANDO PRÁTICAS

ÁGEIS FOCADA NO PROCESSO DE OPERAÇÃO DO

SERVIÇO

Porto Alegre

2012

BRUNO SOUZA DE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DO ITIL v3 UTILIZANDO PRÁTICAS ÁGEIS FOCA DA NO

PROCESSO DE OPERAÇÃO DO SERVIÇO

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Hideki Yamaguti

Monografia apresentada como requisito para

obtenção de grau de Especialista em

Gerenciamento de Projetos com Ênfase em

Tecnologia da Informação pelo programa de

Pós-Graduação da Faculdade de Informática

da Pontifícia Universidade Católica do Rio

Grande do Sul.

Dedico esta monografia aos meus pais,

esposa, amigos e colegas de trabalho que

me apoiaram durante esta trajetória.

AGRADECIMENTOS

Ao meus pais pelo apoio, dedicação e incentivo para o meu crescimento pessoal e

profissional. A minha esposa pela compreensão e o apoio prestado durante a elaboração deste

trabalho. Ao meu orientador Marcelo Hideki Yamaguti pela sabedoria e o apoio dispensado

para realização deste trabalho e a toda equipe da célula de serviços do Projeto AGHU que

serviram de inspiração para elaboração desta monografia, além de terem prestado todo o

apoio necessário para o sucesso deste.

“Quanto aos métodos, pode haver mais de

um milhão deles, mas são poucos os

princípios. O homem que souber os

princípios pode selecionar com sucesso os

próprios métodos. O homem que testar os

métodos, ignorando os princípios,

certamente terá problemas”,

Ralph Waldo Emerson

RESUMO

No ano de 2009 nasceu o projeto chamado “Aplicativo de Gestão para Hospitais

Universitários” (AGHU) idealizado pelo Ministério da Educação do Brasil (MEC), pois foi

entendido que a situação dos Hospitais Universitários Federais (HUF) em nível de Tecnologia

da Informação (TI) e processos de gestão se encontravam em condições precárias. Com isso o

Projeto AGHU veio para mudar esta realidade, sendo que, para alcançar os seus objetivos foi

idealizada uma grande equipe de trabalho envolvendo profissionais de diversas áreas.

Com o passar dos anos e a constante evolução do desenvolvimento do AGHU iniciou a

necessidade de se estruturar, implantar e sustentar o Aplicativo de Gestão para Hospitais

Universitários em todos os 46 HUF’s do Brasil. Porém, para isso era necessária a construção

de uma célula de serviços de TI com equipes que tivessem a capacidade e a competência

necessária para realização deste trabalho. Em julho de 2011 foi montada apenas uma pequena

equipe, para sustentar parcialmente essas novas demandas. Essa estratégia acabou não sendo o

suficiente por uma série de fatores, tais como: poucos recursos humanos destinados a este

trabalho, a equipe não utilizava nenhum processo formalizado ou qualquer outra boa prática

conhecida para gerir serviços.

Sendo assim, este trabalho apresenta a estruturação de uma célula de serviços de TI

capaz de atender os HUF’s de forma a garanti-los o menor impacto possível, baseado em uma

pesquisa para elaboração de um processo fundado em boas práticas de gerenciamento de

serviços oriundas da Information Technology Infrastructure Library (ITIL) com foco na fase

de operação de serviço aliadas a algumas práticas ágeis. Com isto, será possível aumentar a

qualidade dos serviços prestados aos Hospitais Universitários Federais no que se refere ao

Projeto AGHU.

Palavras-chave: ITIL, gerência de serviços, práticas ágeis, Scrum, XP, Kanban,

qualidade de serviços.

ABSTRACT

In 2009, a project called Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU,

which stands for Application for University Hospitals Management) was conceived by

Ministério da Educação do Brasil (MEC, which stands for Brazilian Ministry of Education),

where it was detected that the Hospitais Universitários Federais (HUF, which stands for

Federal University Hospitals) were in poor conditions in terms of Information Technology

(IT) and management processes. Therefore, AGHU project was started to change this context,

through the setup of a big team composed of professionals from several knowledge areas.

Through the years it was evident the constant evolution of the AGHU development, and

it was necessary to organize, install and maintain this product in 46 HUF in Brazil. However,

it was necessary to create an operation cell with the skills and competencies to complete this

task. In July 2011 there was only a small team to support these new demands. This strategy

ended to be insufficient due to various factors, such as low availability of human resources,

deficient formal processes or any other good practice to manage services.

In this context, this work presents the creation of an operation cell capable of dealing

with all HUF so as to maintain them with the lowest impact possible, based on a research to

create a process based on Information Technology Infrastructure Library (ITIL) good

practices during the operations phase in conjunction with agile methods. So, it is possible to

improve the quality of service offered to HUF by the AGHU project.

Keywords: ITIL, service management, agile, Scrum, XP, Kanban, quality service.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Desenho do Método de Pesquisa. ............................................................................18 Figura 2 - Resumo em Alto Nível das Interações entre os Grupos de Processos (PMI, 2008)...................................................................................................................................................24 Figura 3 - Ciclo de Vida da ITIL v3 (OGC, 2007a). ................................................................26 Figura 4 - Fluxo de Gerenciamento de Eventos (OGC, 2007e). ..............................................32 Figura 5 - Fluxo do Gerenciamento de Incidentes (OGC, 2007e)............................................34 Figura 6 - Fluxo do Gerenciamento de Problemas (OGC, 2007e). ..........................................37 Figura 7 - Responsabilidades Gerenciamento de Aplicações (OGC, 2007e)...........................41 Figura 8- Modelo de Melhoria Contínua de Processo (OGC, 2007f). .....................................43 Figura 9 - Quatro Razões para Monitorar e Medir (OGC, 2007f)............................................44 Figura 10 - Framework Scrum (Ken Schwaber e Jeff Sutherland, 2011). ...............................49 Figura 11 - Exemplo de Ambiente Informativo (KNIBERG, 2004)........................................51 Figura 12 - Exemplo de Kanban (RASMUSSON, 2010). .......................................................52 Figura 13 - Escopo Completo do AGHU (MEC, 2009). ..........................................................57 Figura 14 - Estrutura Organizacional (MEC, 2009). ................................................................59 Figura 15 - Gráfico de Respostas da Avaliação Agrupada por Nível de Maturidade. .............69 Figura 16 - Gráfico de Média da Pontuação do Instrumento de Avaliação. ............................70 Figura 17 - Estrutura para Equipes de Central de Serviços de TI. ...........................................73 Figura 18 - Estrutura de Equipes para Célula de Serviços de TI AGHU/POA. .......................74 Figura 19 - Workflow Níveis de Serviço. .................................................................................80 Figura 20 - Localização de Centrais de Serviço - Projeto AGHU (Fonte: O autor, 2012).......85 Figura 21 - Workflow Realizar Suporte Nível 1. ......................................................................86 Figura 22 - Workflow Processo de Realizar Encerramento do Atendimento. ..........................88 Figura 23 - Workflow Requisição de Serviço. ..........................................................................91 Figura 24 - Workflow Incidentes e Problemas..........................................................................96 Figura 25 - Calendário do Mês de Julho.................................................................................106 Figura 26 - Situação HUF's. ...................................................................................................107 Figura 27 - Kanban e Quadro de Lições Aprendidas. ............................................................108 Figura 28 - Planejamento da Sprint – Kanban. ......................................................................109 Figura 29 - Kanban Metade da Semana. ................................................................................110 Figura 30 - Kanban com início Nova Sprint. .........................................................................111 Figura 31 - Gráfico de Respostas da Reavaliação Agrupada por Nível de Maturidade.........115 Figura 32 - Gráfico Comparativo da Execução do Instrumento de Avaliação.......................117 Figura 33 - Workflow Completo Requisições de Serviço.......................................................129 Figura 34 - Workflow Completo Incidentes e Problemas. ......................................................130 Figura 35 - Número de Requisições Registradas por Sprint. .................................................141 Figura 36 - Número de Requisições Concluídas por Sprint. ..................................................142 Figura 37 - Número de Requisições de Tipo “Serviço” registradas por Sprint......................143 Figura 38 - Número de Requisições do Tipo “Incidente” registradas por Sprint...................144 Figura 39 - Número de Requisições por Item do Catálogo de Serviços.................................145 Figura 40 - Número de Requisições Registradas por HUF. ...................................................145 Figura 41 - Número de Requisições por Prioridade. ..............................................................146 Figura 42 - Calendário do Mês de Agosto..............................................................................147 Figura 43 - Calendário Meses de Setembro e Outubro..........................................................147

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Responsáveis no Projeto AGHU. ............................................................................59 Tabela 2 - Instrumento de Avaliação........................................................................................65 Tabela 3 - Possíveis Respostas para o Instrumento de Avaliação............................................65

Tabela 4 - Relação do Instrumento de Avaliação com as Áreas Estudadas. ............................66

Tabela 5 – Relação do Instrumento de Avaliação com Pontos Negativos. ..............................67

Tabela 6 - Perfil dos Participantes da Avaliação Inicial...........................................................68 Tabela 7 - Respostas da Avaliação Agrupadas por Nível de Maturidade. ...............................69

Tabela 8 - Média de Pontuação por Área de Conhecimento. ...................................................70

Tabela 9 - Papéis Equipes de Central de Serviços....................................................................74 Tabela 10 - Responsabilidades das Equipes de Serviços de TI................................................76 Tabela 11 - Papéis equipes da Célula de Serviços de TI AGHU/POA. ...................................77

Tabela 12 - Fases dos Níveis de Serviço. .................................................................................81 Tabela 13 - Atividades Workflow de Níveis de Serviço...........................................................84

Tabela 14 - Atividades Processo de Realizar Suporte de Nível 1. ...........................................87

Tabela 15 - Atividades do Processo de Realizar Encerramento do Atendimento. ...................89

Tabela 16 - Fases Workflow de Requisições de Serviço, Incidentes e Problemas...................92 Tabela 17 - Atividades Workflow Requisição de Serviço. .......................................................94 Tabela 18 - Atividades Workflow Incidentes e Problemas. ......................................................97 Tabela 19 - Cronograma de Execução de Atividades de Implantação por Semana. ..............105

Tabela 20 - Perfil dos Participantes da Avaliação Final.........................................................114 Tabela 21 - Respostas da Reavaliação Agrupadas por Nível de Maturidade.........................115

Tabela 22 – Média Comparativa entre Avaliações por Área de Conhecimento. ...................116

Tabela 23 - Dados Primeira Execução do Instrumento de Avaliação. ...................................128

Tabela 24 - Catálogo de Serviços...........................................................................................140 Tabela 25 - Dados Segunda Execução do Instrumento de Avaliação. ...................................150

LISTA DE SIGLAS

AGH Aplicativo de Gestão Hospitalar

AGHU Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários

CCTA Central Computing and Telecommunications Agency

HCPA Hospital de Clínicas de Porto Alegre

HUF Hospital Universitário Federal

ITIL Information Technology Infrastructure Library

MEC Ministério da Educação

OGC Office of Government Commerce

POA

REHUF

Porto Alegre

Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais

TCU Tribunal de Contas da União

TI Tecnologia da Informação

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................13

1.1 Motivação ..................................................................................................................14 1.2 Solução Proposta........................................................................................................14 1.3 Objetivos....................................................................................................................16 1.4 Estrutura do Trabalho ................................................................................................16

2 MÉTODO DE PESQUISA...............................................................................................18 2.1 Fundamentação Teórica.............................................................................................18 2.2 Avaliação Inicial ........................................................................................................19 2.3 Definição....................................................................................................................20 2.4 Execução....................................................................................................................20 2.5 Análise dos Resultados ..............................................................................................20

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................22

3.1 Gerenciamento de Projetos ........................................................................................22 3.2 Gerenciamento de Serviços em TI.............................................................................25

3.2.1 Estratégia de Serviços (Service Strategy)...........................................................27 3.2.2 Desenho de Serviços (Service Design) ...............................................................27 3.2.3 Transição de Serviço (Service Transition) .........................................................28 3.2.4 Operação de Serviço (Service Operation) ..........................................................29

3.2.4.1 Gerenciamento de Eventos..........................................................................31

3.2.4.2 Gerenciamento de Incidentes ......................................................................33

3.2.4.3 Gerenciamento de Problemas......................................................................36

3.2.4.4 Cumprimento de Requisições .....................................................................38

3.2.4.5 Gerenciamento de Acesso ...........................................................................38

3.2.4.6 Central de Serviços......................................................................................39

3.2.4.7 Gerenciamento Técnico...............................................................................40

3.2.4.8 Gerenciamento da Aplicação ......................................................................40

3.2.4.9 Gerenciamento das Operações de TI...........................................................41

3.2.5 Melhoria Contínua de Processo (Continual Process Improvement) ..................42 3.3 Gestão Ágil de Projetos .............................................................................................44

3.3.1 Scrum..................................................................................................................47 3.3.2 XP (Extreme Programming)...............................................................................50

3.3.3 Kanban...............................................................................................................52 3.4 Síntese da Fundamentação Teórica............................................................................53

4 AVALIAÇÃO INICIAL ..................................................................................................56 4.1 Projeto AGHU ...........................................................................................................56 4.2 Descrição do Ambiente..............................................................................................57

4.2.1 Estrutura do Projeto AGHU ...............................................................................58

4.2.2 Estrutura da Célula de Serviços de TI ................................................................60

4.3 Instrumento de Avaliação ..........................................................................................62 4.4 Aplicação do Instrumento de Avaliação....................................................................67

5 DEFINIÇÃO.....................................................................................................................71 5.1 Avaliação das metodologias estudadas......................................................................71

5.2 Definição de Estrutura do Projeto..............................................................................72 5.3 Definição de Processos ..............................................................................................78

5.3.1 Central de Serviços.............................................................................................84 5.3.2 Catálogo de Serviços ..........................................................................................89

5.3.3 Workflows por Tipos de Requisição ...................................................................90

5.3.4 Método de Trabalho das Equipes da Célula de Serviços de TI ..........................97

5.3.5 Ferramenta de apoio .........................................................................................103 6 EXECUÇÃO ..................................................................................................................104

6.1 Planejamento da Implantação ..................................................................................104 6.2 Execução da Implantação ........................................................................................105 6.3 Reaplicação do Instrumento de Avaliação...............................................................112

7 ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................................................................116 7.1 Análise de Pontos Positivos e Negativos.................................................................118

7.2 Análise de Pontos a Melhorar ..................................................................................119 8 CONCLUSÃO................................................................................................................121

8.1 Limitações do Trabalho ...........................................................................................122 8.2 Trabalhos Futuros ....................................................................................................122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................124 APÊNDICE A – Dados coletados no instrumento de avaliação ............................................126

APÊNDICE B – Fluxo completo de uma requisição de serviço ............................................129

APÊNDICE C - Fluxo completo de um incidente ou problema.............................................130

APÊNDICE D – Catálogo de serviços ...................................................................................131 APÊNDICE E – Métricas.......................................................................................................141 APÊNDICE F – Exemplos de Ambiente Informativo ...........................................................147

APÊNDICE G – Dados coletados na reavaliação do instrumento de pesquisa......................148

13

INTRODUÇÃO

Segundo van Bon (2002), ao longo das duas últimas décadas o mundo de Tecnologia da

Informação (TI) mudou drasticamente, com isso, surgiram diversas outras preocupações que

inexistiam anteriormente e, a partir dessas, nasceram várias boas práticas como sugestão para

encarar essa nova realidade.

Em um mundo de crescente complexidade, escolha e globalização, a TI precisou mudar

seus processos, perceberam que a maioria de seus projetos estava fracassando e que algo

precisava mudar. Entendeu-se que não se podia mais apenas se preocupar com o

desenvolvimento do software, mas também em como manter este em seu correto

funcionamento após a sua entrega e, principalmente, zelar pelo relacionamento com o cliente.

Sendo necessário garantir a qualidade dos serviços prestados para o cliente também após a

conclusão do projeto, pois é nesse momento que será observado o valor do serviço prestado

(BON, 2002).

Gerenciar esses serviços é a alternativa para garantir o melhor atendimento possível

aos clientes, com isso e seguindo no contexto a evolução do mundo, surgem diversas novas

ideias para serem aplicadas nas mais diversas realidades, como é o caso da Information

Technology Infrastructure Library (OGC, 2007a) focada em gerenciamento de serviços e as

práticas ágeis inicialmente com o foco em desenvolvimento de software.

Ambas as práticas sempre vão estar em constante evolução, pois é necessário

acompanhar o crescimento do mundo, sua velocidade e mudanças constantes o que o torna

cada vez mais complexo e é com esse entendimento que as organizações vêm evoluindo de

forma a garantir um diferencial competitivo.

14

1.1 Motivação

No início do ano de 2009 o Ministério da Educação (MEC), baseado em um evento

promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) onde foi concluído que existiam

problemas estruturais recorrentes nas Instituições Federais de Ensino Superior, iniciou o

Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (REHUF) e a

partir deste nasceu o Projeto AGHU (Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários) que

tem como principal objetivo “Propiciar a transferência de tecnologia necessária à

implantação do sistema informatizado de gestão hospitalar desenvolvido pelo HCPA

fortalecendo as melhores práticas de gestão nos Hospitais Universitários Federais do

Ministério da Educação.” (MEC, 2009).

Neste contexto foi montada uma grande equipe em Porto Alegre alocada no Hospital de

Clínicas de Porto Alegre (HCPA), sendo que as primeiras implantações do AGHU tiveram

início em julho de 2011, onde uma célula de serviços de TI foi criada para manter o software

em seu correto funcionamento em 46 Hospitais Universitários Federais.

Entretanto, a equipe não utiliza nenhum processo formalizado ou qualquer outra boa

prática conhecida para gerenciamento de serviços. Não existe nenhum tipo de controle,

planejamento, indicadores e objetivos. Além disso, a estrutura apresenta apenas uma equipe

com conhecimento centralizado em seus membros, sendo que não existe um objetivo comum

entre esses. Os membros desta equipe não possuem conhecimento de boas práticas para

melhorar a qualidade do serviço prestado, sendo que cada um tem uma responsabilidade

técnica definida, não se caracterizando por uma equipe.

Por não existir nenhum tipo de processo, não se tem como controlar o trabalho que é

realizado e muito menos garantir acordos de nível de serviço com o cliente, sendo assim a

equipe não tem alcançado bons resultados gerando insatisfação dos clientes.

1.2 Solução Proposta

A ITIL nasceu para solucionar problemas de gerenciamento de serviços, assim como

outros modelos e boas práticas têm surgido com o passar dos anos. Considerando que a ITIL

pode ser utilizada para sustentação de problemas pós entrega do software e que um dos

movimentos que vem crescendo a cada ano é o Manifesto Ágil, sendo que seus valores

(BECK, 2001) apresentam uma relação com os objetivos dos processos descritos na ITIL v3,

15

entende-se que é possível adicionar práticas ágeis ao processo de operação de serviço

aumentando ainda mais a produtividade das equipes de operação minimizando o impacto para

o cliente e aperfeiçoando a qualidade dos serviços prestados.

Como solução, a proposta do trabalho de conclusão é utilizar boas práticas disponíveis

na ITIL v3 adotando algumas práticas ágeis focada no processo de operação do serviço. Será

necessária a realização de um estudo para validar a aplicabilidade das propostas existentes em

metodologias ágeis que possam agregar valor em uma equipe de operação, sendo que esse

trabalho será realizado no formato de monografia.

Baseado nesse estudo deve ser apresentado um conjunto de boas práticas ágeis que

devem ser aplicadas juntamente com a ITIL v3 em uma célula de serviços de TI focada no

processo de operação de serviços e por fim validar os resultados. A implantação dessa solução

deve mudar a situação desta célula, com um ambiente controlado, processos específicos para

atendimento, constituição de equipes autogerenciáveis, melhoria contínua e decisões baseadas

em indicadores aumentando assim a qualidade do atendimento.

16

1.3 Objetivos

O objetivo principal deste trabalho é a construção e implantação de um processo de

gerenciamento de serviços constituído com base na ITIL v3 focado na fase e operação de

serviços e práticas ágeis aplicados à realidade do Projeto AGHU, para assim, melhor atender

as necessidades dos HUF’s.

Alinhado a este objetivo, pretende-se atingir os seguintes objetivos secundários:

• Estudo de boas práticas (ITIL v3 e práticas ágeis): entendimento das boas

práticas sugeridas pela ITIL v3 e os métodos ágeis;

• Entendimento do contexto do Projeto AGHU: análise do contexto atual do

projeto para assim melhor aplicar o estudo realizado;

• Definição de um processo para gerenciamento de serviços: com a visão das

boas práticas e do cenário atual deve ser definido um processo de trabalho para

célula de serviços de TI;

• Implantação do processo definido na célula de serviços de TI: momento

onde deve ser implantado o processo definido;

• Avaliar o resultado do processo implantado: após a implantação será

reavaliado os resultados para assim verificar se houve o ganho esperado com o

novo processo.

Com estas metas atingidas pretende-se iniciar um processo de melhoria contínua do

trabalho realizado, sendo este baseado em indicadores extraídos de uma ferramenta que

permita um alto nível de controle, pois sempre é necessária a adaptação. Além disso, espera-

se incentivar outros trabalhos nesse sentido sugerindo melhorias neste processo.

1.4 Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado da seguinte maneira:

• Capítulo 2: descreve o desenho de pesquisa proposto para este trabalho. O

desenho tem o objetivo de formalizar a forma que será desenvolvido o estudo

proposto.

17

• Capítulo 3: apresenta a fundamentação teórica utilizada para construção deste

trabalho, onde será descrito de forma resumida todo o estudo realizado de boas

práticas da ITIL v3 para gerenciamento de serviços de TI, práticas ágeis que

venham a agregar valor nesta área da TI especificamente no processo de operação

de serviço e uma breve descrição do livro A Guide to Project Management Book of

Knowledge (PMBOK, 2008).

• Capítulo 4: descreve a situação do ambiente onde será aplicado este trabalho e

principalmente de onde se originou a motivação para a realização deste trabalho.

• Capítulo 5: apresenta a proposta da metodologia para gerenciamento de serviços

especificamente na fase de operação de serviço, sendo que essa proposta é baseada

no estudo descrito de forma resumida nos capítulos anteriores, bem como a

situação do ambiente relatado no capítulo 4.

• Capítulo 6: descreve o projeto piloto de execução da metodologia proposta, onde

será relatado a aplicação e análise de resultados.

• Capítulo 7: analisa resultados finais do trabalho, citando pontos positivos,

negativos e de melhoraria.

• Capítulo 8: relata as considerações finais do trabalho analisando limitações do

trabalho e possibilidade de trabalhos futuros.

No próximo capítulo será apresentado o método de pesquisa na qual esta monografia

deve seguir, bem como um pequeno resumo de cada um de seus capítulos.

18

2 MÉTODO DE PESQUISA

O desenho da pesquisa apresentado neste capítulo está alinhado com o objetivo deste

trabalho, sendo assim, é importante ressaltar que o mesmo não visa aplicar todas as boas

práticas possíveis e sim entender o contexto atual e aplicar apenas o que realmente deve

agregar valor a célula de serviços de TI do Projeto AGHU.

Nesse sentido abaixo segue um diagrama que ilustra a ordem que será construída este

trabalho:

Figura 1 - Desenho do Método de Pesquisa.

2.1 Fundamentação Teórica

Esta fase tem como objetivo identificar um conjunto de boas práticas que se apliquem a

realidade do cenário estudado agregando o valor desejado. Para isso é necessário, em um

primeiro momento, a identificação da literatura necessária para elaboração deste trabalho

buscando as principais referências teóricas dos assuntos abordados. Após a definição dessas

referências se inicia um estudo desse material para assim localizar as boas práticas desejadas

para a constituição de um processo que mantenha o Projeto AGHU dentro de suas metas.

Essa fase é fundamental para o sucesso da proposta, pois é nesse momento que deve ser

compreendido o que realmente pode fazer parte do método que será sugerido, por isso é

necessário buscar as melhores referências possíveis, ser realizado um estudo comparando com

outras boas práticas focando no contexto do Projeto AGHU.

19

O sucesso desta metodologia será avaliado através de sua aplicação durante algum tempo

e a coleta de dados oriunda de métricas e questionários, sendo estes, medidos antes do inicio

da implantação da metodologia e após sua implantação, assim nos fornecendo dados

comparativos. Então para sua melhor execução, esta fase está dividida em três grandes

atividades:

1. Estudo e identificação de literatura necessária para construção do trabalho:

nesta atividade deve ser pesquisado um conjunto de literaturas que devem ajudar

na concepção deste trabalho;

2. Estudo e identificação de boas práticas ITIL: esta fase deve iniciar o estudo de

boas práticas da ITIL com base na literatura selecionada na primeira atividade

realizada do método de pesquisa;

3. Estudo e identificação de boas práticas ágeis: esta fase deve iniciar o estudo de

boas práticas ágeis com base na literatura selecionada na primeira atividade

realizada do método de pesquisa.

2.2 Avaliação Inicial

Conforme relatado anteriormente, o entendimento do contexto atual é fundamental para

elaboração desta metodologia, pois somente assim é possível identificar os problemas

existentes, logo se faz necessário uma avaliação da situação atual. Entretanto, somente será

avaliado o ambiente de operação considerando algumas variáveis externas, sendo que, esta

célula será tratada como uma empresa que presta serviços para área de desenvolvimento,

transição e sustentação do Projeto AGHU.

Para execução desta fase foi definido as seguintes atividades:

1. Descrição do ambiente da área de serviços de TI: nesta atividade deve ser

relatado o ambiente da célula de serviços de TI, descrevendo como é montada a

equipe, suas metas, comunicação, tudo que pode ser melhorado com a aplicação

da nova metodologia;

2. Estudo e identificação de instrumento para avaliação: deve ser estudado o

ambiente descrito e, baseado neste, identificar um instrumento para avaliação do

cenário;

3. Execução do instrumento definido: o instrumento definido deve ser executado

com todos os integrantes da equipe de operação do AGHU e após isso os dados

20

devem ser coletados e armazenados para comparação após a implantação do

método.

2.3 Definição

Na fase de definição é onde deve ser montada a proposta de processo para a célula de

serviços de TI do Projeto AGHU, esta definição será guiada por todo o estudo realizado nas

fases anteriores, por esse motivo é imprescindível que as fases anteriores já estejam

concluídas antes de se iniciar esta. Com esse intuito esta fase apresenta uma grande atividade

nomeada de “Definição e desenvolvimento de metodologia para o processo de operação”

onde será finalizada a proposta do processo.

2.4 Execução

Com a metodologia definida é necessário aplicá-la, para isso essa fase foi dividida em

duas grandes atividades:

1. Implantação de metodologia definida para o processo de operação de serviço:

momento onde será implantado o processo proposto na célula de serviços de TI do

Projeto AGHU;

2. Nova execução do instrumento: o mesmo instrumento executado na fase de

avaliação inicial deve ser executado novamente após algum tempo depois da

implantação do método, desta forma será possível analisar os resultados comparando-

os com o antes e depois com a utilização do novo método.

2.5 Análise dos Resultados

Após a fase de execução e coleta dos dados, torna-se possível a análise dos resultados

obtidos com aplicação do método proposto, onde serão identificados pontos positivos e

negativos da metodologia. Com base nesta análise será identificado se os objetivos propostos

foram atingidos, sendo que os pontos negativos devem entrar em um processo de melhoria

contínua, para assim tornar esta cada vez melhor.

As atividades desta fase são:

21

1. Análise de pontos positivos e negativos: nessa atividade serão levantados com

toda a equipe da célula de serviços de TI todos os pontos positivos e negativos do

novo método;

2. Análise de pontos a melhorar: os pontos negativos devem ser analisados no

intuito de se identificar como melhorar o método, iniciando um processo de

melhoria contínua;

3. Documentação de resultados: todos os resultados e análises devem ser

documentados.

Este capítulo teve o objetivo de explicar como este trabalho será conduzido, no próximo

capítulo será apresentada a fundamentação teórica, primeira fase do método de pesquisa,

conforme ilustrado na figura 1.

22

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Durante muitos anos, as organizações puderam continuar seus negócios, ainda que

tivessem pouco apoio da TI (Tecnologia da Informação). Hoje a realidade é diferente, a TI é

um fator crítico de sucesso para organização, por esse motivo, cada vez mais vem se tornando

um dos pilares estratégicos dessas instituições, sendo muitas vezes seu grande diferencial

competitivo.

3.1 Gerenciamento de Projetos

Em 1996 a instituição Project Management Institute (PMI) desenvolveu o guia Project

Management Body of Knowledge (PMBOK), este acabou se tornando um dos guias de

gerenciamento de projetos mais conhecidos no mundo. Seu principal objetivo é identificar o

subconjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos que é amplamente reconhecido

como boas práticas assim fornecendo estes aos interessados no intuito de auxiliar nos

processos da área de gerenciamento de projetos (PMI, 2008).

De acordo com o PMI (2008), um projeto é um esforço temporário empreendido para

criar um produto, serviço ou resultado exclusivo, sendo assim, todo o projeto deve possuir um

início e um final bem definido. Nesse sentido vale destacar que este trabalho é focado

principalmente na área de gerenciamento de serviços, ou seja, caracterizado por um trabalho

contínuo que tem a responsabilidade de manter o negócio, entretanto, se entende que essa área

é composta de vários pequenos projetos e por esse motivo que houve a necessidade de se

estudar boas práticas de gerenciamento de projetos.

Para gerenciar projetos é necessário que se tenha conhecimento necessário, habilidades,

ferramentas e técnicas a fim de atender o objetivo desejado. Para o sucesso de um projeto a

equipe deve selecionar os processos adequados de acordo com sua realidade, utilizar uma

abordagem definida para adaptar os planos e as especificações do produto, atender os

requisitos para satisfazer as necessidades, desejos e expectativas das partes interessadas e

balancear as demandas conflitantes de escopo, tempo, custo, e outras áreas, para, assim

produzir um resultado de qualidade.

O PMBOK define cinco grupos de processos para o gerenciamento de projetos:

23

1. Grupo de processos de iniciação: onde deve ser realizada uma definição inicial

de um novo projeto ou nova fase de um projeto existente, sendo que este será

analisado e aprovado de acordo com a estratégia da organização;

2. Grupo de processos de planejamento: neste grupo deve ser definido o escopo

total do projeto bem como os objetivos desejados, assim elaborando um

planejamento para que seja possível alcançar estes objetivos dentro dos prazos

acordados;

3. Grupo de processos de execução: tem a responsabilidade principal de elaborar o

plano de gerenciamento do projeto além de integrar pessoas e recursos;

4. Grupo de processos de monitoramento e controle: compostos de processos

com a finalidade de monitorar e controlar métricas frequentemente para assim,

melhor avaliar o andamento do projeto e tomar alguma ação caso necessário;

5. Grupo de processos de encerramento: neste grupo é onde deve ser

encaminhado o encerramento formal do projeto de forma ordenada.

A seguir na figura 2 pode-se visualizar um resumo das iterações entre os grupos de

processos descritos acima, relacionados com as atividades realizadas entre um grupo e outro.

24

Figura 2 - Resumo em Alto Nível das Interações entre os Grupos de Processos (PMI, 2008).

25

3.2 Gerenciamento de Serviços em TI

Serviço de TI é um meio para entregar valor para os clientes, com o objetivo de que esses

alcancem os resultados desejados, sem que tais clientes precisem assumir custos e riscos

específicos inerentes a TI. Gerenciamento de Serviços de TI é o conjunto de capacidades

organizacionais (processos e métodos de trabalho, funções, papéis e atividades) realizadas

para prover valor sob a forma de serviços (OGC, 2007a).

Implementada no fim da década de 1980 pelo governo britânico, inicialmente pela CCTA

(Central Computing and Telecommunications Agency) e atualmente pelo OGC (Office of

Government Commerce), sendo que, o OGC é um órgão que tem como objetivo desenvolver

metodologias e criar padrões dentro dos departamentos do governo britânico (OGC, 2007a),

A ITIL ( Information Technology Infrastructure Library) nasceu como um catálogo de

melhores práticas para os departamentos de TI de seus órgãos governamentais, pois

perceberam que estavam gastando muito dinheiro para manter seus serviços em

funcionamento e decidiram criar uma biblioteca de boas práticas para melhorar sua gestão de

serviços.

Após o seu nascimento as empresas começaram a entender que as boas práticas descritas

poderiam ser utilizadas em seus departamentos de TI e em 1990 a ITIL acabou se tornando

um padrão de fato em todo o mundo (OGC, 2007a).

A TI se tornou uma grande dependência para os negócios, fazendo com que os gestores

busquem cada vez mais a adoção de melhores práticas com o objetivo de trazer resultados

positivos, reduzindo custos e aumentando a produtividade de seus processos. Com este fato, a

ITIL acabou despertando um grande interesse no mercado, pois as empresas começaram a se

preocupar com o Gerenciamento de Serviços de TI.

A ITIL oferece uma biblioteca de melhores práticas comum para todas as tarefas de uma

célula de serviços de TI, como a parte da operação dos serviços, baseada na infraestrutura de

TI. Estas tarefas são divididas em processos, que fornecem um framework eficaz para um

Gerenciamento de Serviços aprimorado. As melhores práticas descritas na ITIL têm como

objetivo (OGC, 2007a):

• Servir de inspiração para melhorar seus processos de TI;

• Sugerir onde é possível chegar;

• Sugerir para que servem os processos e práticas;

26

• Sugerir por que adotar os processos e práticas.

Uma observação importante é que a ITIL não pode ser considerada uma metodologia,

pois as melhores práticas são flexíveis a ponto de o usuário adaptar aos seus processos, já uma

metodologia possui uma implementação mais definida, com regras bem definidas, que é

exatamente a proposta desse trabalho.

Com o passar dos anos a ITIL teve melhorias e o acréscimo de mais práticas bem

sucedidas, desta forma este trabalho utiliza a terceira versão desta biblioteca que tem o foco

no ciclo de vida do serviço representando uma grande mudança estrutural entre as demais

versões.

Figura 3 - Ciclo de Vida da ITIL v3 (OGC, 2007a).

27

Conforme a figura 3 apresentada acima, o ciclo de vida de serviços da ITIL v3 é dividido

em cinco grandes processos, um para cada fase. O processo trabalhado neste trabalho será o

de Operação de Serviço, entretanto, a seguir segue uma explicação de cada um dos processos

a fim de contextualizar o trabalho.

3.2.1 Estratégia de Serviços (Service Strategy)

Pode se entender que este processo faz parte de uma análise de requisitos e definição

inicial, orientando o uso do Gerenciamento de Serviços como uma ferramenta estratégica para

satisfazer as necessidades do negócio, sendo que seu principal objetivo é identificar requisitos

e necessidades do negócio, que são acordados e documentados em um pacote de níveis de

serviço (OGC, 2007b).

A Estratégia de Serviço é a primeira fase do ciclo de vida de um serviço, e se caracteriza,

principalmente, por ser o eixo central que move todas as outras fases; tudo gira ao redor da

estratégia. Talvez um dos grandes diferenciais da ITIL e mais especificamente desta fase é a

proposta de integração entre as áreas de negócio e a TI de forma que cada um ressalte o que

há de melhor no outro focando mais no sucesso do cliente do que a eficiência e eficácia das

operações, qualidades estas, que apresentam uma relação com os valores das práticas ágeis.

Um dos propósitos desta fase é fazer com que os provedores de TI pensem de maneira

estratégica para que eles possam operar aumentando cada vez mais sua lucratividade, e

desenhar estratégias e modelos organizacionais baseados em serviços e com a visão da

organização.

Esta fase apresenta os seguintes objetivos:

• Identificar as necessidades do negócio;

• Desenvolver estratégias para satisfazer as necessidades do negócio;

• Ajudar a selecionar as melhores opções para o aperfeiçoamento do serviço;

• Analisar o uso dos serviços para criar valor para o negócio.

3.2.2 Desenho de Serviços (Service Design)

28

Nesta fase, como o próprio nome sugere, é onde os serviços devem ser desenhados

baseados nas estratégias definidas na fase anterior, a fim de atender as necessidades do

negócio. Seus principais objetivos são (OGC, 2007c):

• Elaborar processos para melhorar o gerenciamento do serviço;

• Desenhar serviços que estejam alinhados com a estratégia da organização, sendo

que, essa estratégia é elaborada na fase anterior;

• Elaborar uma documentação de políticas, planos, serviços, processos,

arquiteturas e treinamentos;

• Auxiliar no processo de melhoria contínua do serviço.

O Desenho do Serviço deve ser elaborado baseado no conceito dos 4 Ps (Pessoas,

Processos, Parceiros e Produtos), sendo que, a utilização deste conceito de forma eficiente e

eficaz minimiza consideravelmente a possibilidade de falhas de gerenciamento. Seus

processos são:

• Gerenciamento do Catálogo de Serviço;

• Gerenciamento de Nível de Serviço;

• Gerenciamento da Capacidade;

• Gerenciamento da Disponibilidade;

• Gerenciamento da Continuidade dos Serviços de TI;

• Gerenciamento do Fornecedor;

• Gerenciamento da Segurança da Informação.

3.2.3 Transição de Serviço (Service Transition)

Seu principal propósito é implantar os desenhos, elaborados na fase anterior, com sucesso

para que a área de operação possa gerenciar os serviços e a infraestrutura de maneira

controlada. Seus principais objetivos são (OGC, 2007d):

• Integrar as fases de Desenho de Serviço e Operação de Serviço;

• Garantir que os requisitos da Estratégia de Serviço estejam definidos no Pacote de

Desenho de Serviço;

29

• Gerenciar o processo de mudança de serviços, a fim de assegurar o menor

impacto possível ao cliente, aumentando assim sua satisfação.

• Assegurar recursos necessários para elaborar, planejar e implantar um novo

serviço.

Seus processos são:

• Gerenciamento de Mudança;

• Gerenciamento de Configuração e de Ativo de Serviço;

• Gerenciamento do Conhecimento;

• Planejamento e Suporte da Transição;

• Gerenciamento de Liberação e Implantação;

• Validação e Teste de Serviço;

• Avaliação.

3.2.4 Operação de Serviço (Service Operation)

Pode ser considerada uma das principais fases do ciclo de vida da ITIL v3, pois é nessa

fase onde é executado todo o planejamento estratégico e tático realizado nas fases anteriores,

sendo focada nas demandas do dia a dia e tem o dever de mostrar para o cliente o valor da TI.

Por essa característica, a fase de Operação de Serviço será o foco deste trabalho, sendo assim,

esta seção é descrita de forma mais detalhada. Segue uma descrição de relações importantes

que se tornam objetivos conflitantes:

• Visão interna (TI) versus Visão externa (negócio): um ponto importante de

ser relatado neste trabalho é o balanceamento entre a visão técnica e a visão de

negócio que deve ser trabalhada nesse momento, sendo que, de acordo com a ITIL v3,

recomenda-se que esse balanceamento tenha tendência para o lado do cliente (negócio)

(OGC, 2007e).

• Estabilidade versus Agilidade: O mundo tem se tornado cada vez mais

dinâmico, devido, principalmente, a velocidade de comunicação em consequência da

evolução da TI fazendo com que a globalização fosse acelerada. Tendo em vista esse

cenário e que essa realidade tende a aumentar com o passar dos anos a TI tem vivido

30

uma mudança de comportamento de seus clientes, pois as solicitações de mudança se

tornam cada vez mais frequentes. Logo se torna claro que as organizações que

responderem mais rapidamente a essas mudanças de escopo terão um grande

diferencial competitivo. Visando essa tendência a ITIL v3 sugere um balanceamento

entre estabilidade e agilidade, nem tão estável para não ser tão lento para adaptar-se e

nem tão ágil para não ser muito instável.

• Qualidade do serviço versus Custo do serviço: Existe ainda a relação de

qualidade do serviço e o custo do serviço, o cliente se torna cada vez mais exigente,

por outro lado não é simples ter qualidade a um baixo custo, logo é necessário

encontrar o equilíbrio ideal dessa relação com o objetivo de atender a requisição do

cliente dentro do prazo acordado ao menor custo possível e com alta qualidade.

• Reativo versus Proativa: Conforme descrito acima, o mundo pede cada vez

mais respostas rápidas a suas mudanças, para que isso se torne realidade é preciso ser

proativo em suas atitudes com o objetivo de minimizar ao máximo o impacto para o

cliente, não se pode mais se reativo, no sentido de somente atuar quando o problema já

existe.

Um fator fundamental para o sucesso dessa fase é a eficiência e eficácia da comunicação

entre equipes, essa característica fará toda a diferença nos resultados desse processo. É

necessário que exista um plano de comunicação bem elaborado e principalmente simples,

aumentando assim a produtividade e minimizando as falhas.

Em resumo, levando em consideração o que foi descrito até o momento neste capítulo,

pode se considerar os seguintes objetivos:

• Responder a necessidade do cliente dentro do prazo acordado com o menor custo

e alta qualidade;

• Encontrar o equilíbrio ideal entre as áreas de TI e Negócio;

• Gerenciar todos os recursos necessários para entregar e sustentar os serviços.

Para o sucesso desses objetivos, além das fases anteriores, a operação do serviço é

dividida em cinco grandes processos e quatro importantes funções:

Processos:

31

1. Gerenciamento de Eventos;

2. Gerenciamento de Incidentes;

3. Gerenciamento de Problema;

4. Cumprimento de Requisições;

5. Gerenciamento de Acesso.

Funções:

1. Central de Serviços;

2. Gerenciamento Técnico;

3. Gerenciamento da Aplicação;

4. Gerenciamento das Operações de TI.

Segue a descrição desses itens nos próximos capítulos descritos a seguir.

3.2.4.1 Gerenciamento de Eventos

Para compreender esse processo é necessário primeiramente entender o significado de um

evento, que pode ser traduzido como qualquer ocorrência detectável e discernível que tenha

significado para o gerenciamento da infraestrutura de TI ou a entrega de serviço de TI (OGC,

2007e). Os objetivos desse processo são:

• Monitorar tudo que pode influenciar na entrega de um serviço: para se ter

uma operação de serviço proativa e eficiente é necessário ter conhecimento da

situação dos serviços em tempo real e caso algum serviço saia do seu

funcionamento normal a ferramenta de monitoramento deve tomar uma atitude o

quanto antes, pois somente assim é possível ser proativo na solução de um

“possível” incidente.

• Gerar e detectar notificações, examina-las e processar a ação correta: além

de monitorar é necessário se analisar e executar o procedimento especificado a

fim de evitar o impacto ao serviço.

Os eventos são classificados nas seguintes categorias:

32

• Informativo: apenas mensagens com informações que não impactam no serviço

podem ser qualificadas como mensagens informativas ou de operação regular;

• Alerta: mensagens avisando que algum serviço está executando de forma anormal,

mas ainda está em funcionamento, operação usual;

• Exceção: alerta sobre uma anormalidade mais grave no serviço que pode ter

prejudicado o seu correto funcionamento.

Na figura 4 que segue é possível visualizar o fluxo de gerenciamento do evento.

Figura 4 - Fluxo de Gerenciamento de Eventos (OGC, 2007e).

33

3.2.4.2 Gerenciamento de Incidentes

Um incidente é uma interrupção não planejada de um serviço de TI ou uma redução da

qualidade de um serviço de TI. Falha de um item de configuração que ainda não tenha

impactado um serviço de TI é também um incidente (OGC, 2007e). A grande missão do

gerenciamento de incidentes é de minimizar o máximo possível o impacto ao cliente

corrigindo os incidentes o mais rápido possível, garantindo a qualidade do serviço.

Para que se consiga o objetivo descrito, segue a ilustração que apresenta todo o fluxo do

gerenciamento de um incidente:

34

Figura 5 - Fluxo do Gerenciamento de Incidentes (OGC, 2007e).

35

De acordo com a imagem (Figura 5) apresentada segue uma breve explicação das

atividades executadas:

• Identificação (Incident Identification): esse é o primeiro passo do fluxo,

somente quando a certeza de que se tem um incidente é que pode se iniciar o

processo;

• Registro (Incident Logging): é necessário ter um local onde são registrados todos

os incidentes com todas as informações relevantes para facilitar a correção do

mesmo;

• Categorização (Incident Categorization): todos os incidentes devem estar

classificados em uma categoria;

• Priorização (Incident Priorization): todo o incidente deve ter uma avaliação de

impacto versus urgência e dessa analise deve ser dado um código de prioridade

para cada incidente;

• Diagnóstico (Initial Diagnosis): é realizada uma avaliação inicial do incidente

em uma primeira tentativa de se descobrir a origem da falha e de se tentar corrigi-

la. Normalmente essa avaliação inicial é realizada pela central de serviços

(primeiro nível);

• Escalação (Escalation): caso no primeiro diagnóstico se conclua que a equipe de

central de serviços não está apta para resolver a requisição essa deve ser escalada

rapidamente para outro nível de suporte com maior capacidade para soluciona-lo;

• Investigação e diagnóstico (Investigation & Diagnosis): complementa demais

informações da requisição determinando sua natureza;

• Resolução e recuperação (Resolution and Recovery): encontra uma solução, o

incidente é corrigido e testado;

• Fechamento (Incident Closure): o incidente deve ter suas informações revisadas,

assim evitando erros de categorização. Essa etapa deve ser executada pela central

de serviços que, além disso, deve documentar o incidente e executar o processo de

encerramento do incidente.

36

3.2.4.3 Gerenciamento de Problemas

Um problema é a causa raiz de um ou mais incidentes. A causa geralmente não é

conhecida no momento em que o registro de problema é criado e o processo do gerenciamento

de problemas é responsável pela investigação adicional. O principal objetivo do

gerenciamento de problemas é de prevenir a ocorrência de incidentes minimizando o impacto

para o cliente (OGC, 2007e).

Um gerenciamento de problemas bem estruturado pode representar um grande ganho nos

serviços prestados, pois pode ser considerado um processo de melhoria contínua do serviço.

De acordo com sua proposta a cada problema corrigido são eliminados alguns incidentes que

ocorrem com certa frequência e aqui pode se perceber claramente a importância da

documentação dos incidentes, pois somente com informações bem organizadas e completas

pode se encontrar um problema.

Apenas para o melhor entendimento desse processo segue uma ilustração de seu fluxo,

sendo que, seu fluxo é muito parecido com o que foi apresentado na Figura 5.

37

Figura 6 - Fluxo do Gerenciamento de Problemas (OGC, 2007e).

38

Como alguns processos desse fluxo foram apresentados na seção anterior, serão descritos

apenas processos não vistos anteriormente.

• Solução de contorno (Workaround): este processo tem a finalidade de resolver o

incidente com uma solução de contorno enquanto ainda não se tem a solução final

do problema;

• Erro conhecido (Known error): como o próprio nome diz, o erro conhecido é

todo o problema na qual já possui sua causa raiz ou solução de contorno

documentado.

3.2.4.4 Cumprimento de Requisições

Uma requisição de serviço pode ser traduzida como uma solicitação de um usuário para

alguma informação, dúvida, sugestão, para uma mudança de rotina ou acesso a um serviço de

TI. Normalmente é o nome dado as demandas de um departamento de TI. Geralmente é

tratada pela central de serviço (OGC, 2007e).

Seus objetivos são (OGC, 2007e):

• Oferecer aos usuários um canal no qual eles possam requisitar e receber serviços;

• Fornecer aos usuários e clientes informações sobre a disponibilidade dos serviços

e procedimentos para obter estes serviços;

• Fornecer componentes de serviços-padrão (licença de software);

• Auxiliar em informações gerais, questionamentos e reclamações.

Analisando seus objetivos fica evidente a importância deste conceito, pois o usuário

somente pode requisitar uma demanda se existir um canal de comunicação entre o usuário e a

central de serviço. Logo, é necessário que se tenha um procedimento padrão para requisitar

serviços. As atividades desse processo são simples, porém fundamentais.

3.2.4.5 Gerenciamento de Acesso

É o processo responsável por permitir usuários a utilizarem um serviço de TI, dados ou

outros ativos. Gerenciamento de Acesso ajuda a proteger a confidencialidade, integridade e

disponibilidade de ativos através da garantia que apenas usuários autorizados sejam capazes

39

de acessar ou modificar os ativos (OGC, 2007e). Seu principal objetivo é fornecer aos

usuários o direito de utilizar um serviço, mas de recusar o acesso a usuários não autorizados.

Nesse processo é fundamental se ter em mãos a política de segurança da instituição,

somente com essa política bem definida é possível executar esse processo, logo esse método

deve ser planejado e criado durante a fase de desenho de serviço e testado durante a fase de

transição de serviço.

3.2.4.6 Central de Serviços

Central de serviços é considerada uma das funções do processo de gerenciamento de

incidentes, sua responsabilidade é servir como ponto único de contato entre o provedor de

serviços e o usuário, tendo a responsabilidade de gerenciar incidentes, requisições de serviço e

também a comunicação com os usuários (OGC, 2007e).

Também chamada de primeiro nível de atendimento, a central de serviços tem uma

função muito especial nesse processo, pois ela que, vai manter o contato com o usuário, zelar

pelas informações, corrigir requisições de primeiro nível e ter o conhecimento para escalar as

requisições para as equipes corretas, assim, maximizando o a velocidade da solução da

requisição.

Para essa função é fundamental que se tenha uma base de conhecimento bem completa e

simples de se utilizar, pois desta forma a central de serviços pode resolver um número de

requisições maior ainda. As principais atividades de uma central de serviços são:

• Cadastrar requisições importantes, categorizando-as e priorizando-as;

• Realizar um suporte de primeiro nível;

• Ter a habilidade de escalar as requisições para equipes especialistas;

• Monitorar a evolução das requisições;

• Solucionar incidentes quando tiver o conhecimento necessário;

• Manter os usuários informados em relação as suas solicitações;

• Encerra as requisições concluídas;

• Monitorar a satisfação dos usuários.

Para a execução dessas atividades a central de serviços pode ser de quatro tipos:

• Local: esse tipo de central de serviço fica alocada na própria unidade onde o

atendimento deve ser fornecido.

40

• Centralizada: esse modelo a equipe deve ficar centralizada em um única

unidade, podendo atender vários outros locais, entretanto as informação ficam

centralizadas em um único local;

• Virtual: pode-se ter uma ferramenta onde todas as requisições são cadastradas ter

equipes de atendimento em qualquer parte do mundo atendendo essas requisições;

• Siga o sol: é realizado um acordo entre as centrais de serviço através dos fusos

horários de cada uma. Sendo que cada central trabalha de acordo com o horário

comercial de seu país, dessa forma sempre que houver a luz do dia uma equipe vai

trabalhar e dessa forma garantindo um atendimento 24 horas.

3.2.4.7 Gerenciamento Técnico

Função responsável por manter e capacitar recursos necessários para prestar o melhor

suporte possível aos serviços de TI disponibilizados, sendo que, as decisões técnicas passam

por sua avaliação e decisão, como por exemplo, as ferramentas que devem ser utilizadas e as

equipes que devem ser montadas. Alguns de seus objetivos são (OGC, 2007e):

• Ajudar a planejar, implementar e manter estável a infraestrutura para apoiar o

negócio na organização dos processos;

• Uso adequado das competências técnicas para manter a infraestrutura em

condições ideias;

• Uso adequado das competências técnicas para solucionar o mais rápido possível

os incidentes que venham a ocorrer.

3.2.4.8 Gerenciamento da Aplicação

Essa função tem a responsabilidade de suportar e manter os aplicativos em seu correto

funcionamento durante todo o seu ciclo de vida, desde sua concepção até após sua

implantação conforme se pode visualizar na figura 7 que segue.

41

Figura 7 - Responsabilidades Gerenciamento de Aplicações (OGC, 2007e).

Seus principais objetivos são (OGC, 2007e):

• Suportar os processos de negócio da organização ajudando a identificar requisitos

funcionais para as aplicações;

• Implantação de aplicações;

• Suporte contínuo e melhoria desses aplicativos.

3.2.4.9 Gerenciamento das Operações de TI

Essa função tem a responsabilidade de controlar o dia a dia das atividades necessárias

para o gerenciamento dos serviços e da infraestrutura relacionada. Acumula também as

funções controlar as operações e gerenciar as instalações (OGC, 2007e).

O grande desafio desse papel é de encontrar um processo que chegue a um equilíbrio que

garanta o melhor serviço a um baixo custo, pois é nesse momento que o cliente vai visualizar

o valor do serviço, logo a qualidade do serviço fornecido é fundamental, porém ter qualidade

a baixo custo não é um simples. No próximo capítulo será explicado a ultima fase do ciclo de

vida da ITIL v3.

42

3.2.5 Melhoria Contínua de Processo (Continual Process Improvement)

A melhoria contínua de processo está relacionada em todas as fases de seu ciclo de vida.

A grande finalidade disto é de se identificar melhorias em qualquer uma das fases do

processo, sendo que sua responsabilidade é de gerenciar essas melhorias.

Para isso é necessário ter indicadores que forneçam a real situação do provedor de

serviços, com essas métricas deve ser possível entender o que está funcionando corretamente

e o que não está funcionando da forma esperada e com base nessa análise planejar novos

processos para melhorar o serviço. Seus principais objetivos são (OGC, 2007f):

• Encontrar e desenvolver melhorias;

• Monitorar continuamente os indicadores para assim descobrir maneiras de

melhorar a eficiência e eficácia do serviço entregue;

• Estar sempre alinhado com as estratégias da organização para não fugir do foco

da área de negócio.

A ITIL v3 sugere o seguinte modelo para melhoria contínua:

43

Figura 8- Modelo de Melhoria Contínua de Processo (OGC, 2007f).

Executando o processo apresentado na figura acima (Figura 8) com a frequência

necessária é possível melhorar o serviço continuamente. Ainda analisando esse processo é

possível perceber, conforme comentado anteriormente, a importância de ser medir para assim

poder controlar, pois somente controlando é possível gerenciar. Segundo ITIL v3 existem

quatro razões para se monitorar e medir (OGC, 2007f):

44

Figura 9 - Quatro Razões para Monitorar e Medir (OGC, 2007f).

• Para validar (To Validate): a única forma que se tem para verificar se o

processo está funcionando de acordo com o que é esperado se passa pela

validação de métricas e baseado nessa validação pode se entender se está sendo

realizado o que foi definido ou não, assim validando decisões prévias;

• Para direcionar (To Direct): somente assim se pode dar direção ao trabalho que

se deseja realizar, verificando o que é necessário mudar para se atingir as metas;

• Para justificar (To Justify): somente com dados ou evidências se pode justificar

a necessidade de uma mudança ou o motivo de um acerto;

• Para intervir ( To Intervene): tomar uma atitude no momento certo.

Existem diversas técnicas para aplicação de melhoria contínua, sendo que, as

organizações estão em busca constante de um diferencial competitivo e para isso precisam

estar em frequente adaptação com o objetivo de melhorar sempre que possível.

3.3 Gestão Ágil de Projetos

Com o passar dos anos e as constantes evoluções da TI, que acabou ajudando muito no

processo de globalização, o mundo começa a ter mais necessidades, as mudanças são mais

frequentes e quem responder mais rapidamente a elas deve se manter vivo nesse novo mundo.

Os projetos de TI, em sua maioria, não são finalizados dentro dos prazos estipulados se

45

apresentam cada vez mais instáveis e o cliente muitas vezes não sabe o que realmente deseja,

ou não tem tempo e nem capacidade para definir de forma clara o seu pedido.

Tendo em vista essa nova realidade, no dia 13 de novembro de 2001, um grupo de

profissionais da área de TI (Kent Beck, Mike Beedle, Arie van Bennekum, Alistair Cockburn,

Ward Cunningham, Martin Fowler, James Grenning, Jim Highsmith, Andrew Hunt, Ron

Jeffries, Jon Kern, Brian Marick, Robert C. Martin, Steve Mellor, Ken Schwaber, Jeff

Sutherland e Dave Thomas) se reuniu para discutir como se poderia melhorar o desempenho

dos projetos de desenvolvimento de software (BECK, 2001). A partir desse encontro nasceu o

Manifesto Ágil, onde, os seguintes valores deveriam ser valorizados:

• Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas;

• Software em funcionamento mais que documentação abrangente;

• Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;

• Responder a mudanças mais que seguir um plano.

Percebe-se claramente a nova visão que esse grupo teve e que vem agregando muito em

diversas organizações de TI e seus clientes, demonstra-se uma evidente preocupação tanto

com o cliente, em lhe entregar um produto útil que vá agregar valor ao seu negócio e quanto

com a organização de TI em se entregar projetos no prazo, principalmente, respondendo a

mudanças da melhor forma possível, desta forma, é necessário que as empresas tenham

capacidade de se adaptar rapidamente as mudanças e isso é ser “ágil”. Por trás destes quatro

itens do manifesto ágil existem os seguintes princípios (BECK, 2001):

• Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente, através da entrega adiantada e

contínua de software de valor;

• Aceitar mudanças de requisitos, mesmo no fim do desenvolvimento. Processos

ágeis se adéquam a mudanças, para que o cliente possa tirar vantagens

competitivas;

• Entregar software funcionando com frequência, na escala de semanas até meses,

com preferência aos períodos mais curtos;

• Pessoas relacionadas a negócios e desenvolvedores devem trabalhar em conjunto

e diariamente, durante todo o curso do projeto;

46

• Construir projetos ao redor de indivíduos motivados. Dando a eles o ambiente e

suporte necessário, e confiar que farão seu trabalho;

• O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para, e por dentro de

um time de desenvolvimento, é através de uma conversa cara a cara;

• Software funcional é a medida primária de progresso;

• Processos ágeis promovem um ambiente sustentável. Os patrocinadores,

desenvolvedores e usuários, devem ser capazes de manter indefinidamente, passos

constantes;

• Contínua atenção a excelência técnica e bom design aumenta a agilidade;

• Simplicidade: a arte de maximizar a quantidade de trabalho que não precisou ser

feito;

• As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de times auto-

organizáveis;

• Em intervalos regulares, o time reflete em como ficar mais efetivo, então, se

ajustam e aperfeiçoam seu comportamento de acordo.

A partir da visão desses dezessete profissionais da área de TI começaram a surgir

algumas metodologias com o objetivo de sustentar esses valores, pois até então só se tinha a

ideia, mas como fazer isso tudo funcionar? Por esse motivo começaram a aparecer alguns

frameworks interessantes, tais como:

1. XP (Extreme Programming);

2. Scrum;

3. Lean;

4. Kanban;

5. DSDM (Dynamic Software Development Method);

6. FDD (Feature Driven Development);

7. OpenUP;

8. Crystal.

Como pode se verificar foram criados diversos frameworks para auxiliar na construção de

uma equipe ágil, entretanto, este trabalho vai abordar, nos próximos capítulos, apenas alguns

desses itens que serão utilizados no desenvolvimento deste.

47

3.3.1 Scrum

Um dos frameworks mais utilizados para métodos ágeis, Scrum, concebido por Ken

Schwaber e Jeff Sutherland, foi criado com o objetivo de desenvolver e manter produtos

complexos, sua definição consiste em papéis, eventos, artefatos e regras, sendo que, não deve

ser considerado um processo ou uma técnica e sim uma ferramenta onde você pode empregar

vários processos e técnicas (SCHWABER, 2011).

Talvez um dos pontos mais intrigantes desse método é que ele é muito leve e simples de

entender, entretanto é extremamente difícil de dominar, pois depende de pessoas, padrões

culturais da empresa, quebra de alguns paradigmas entre outros.

Toda a teoria do Scrum é fundamentada, baseada em teorias empíricas, em três pilares de

sustentação:

• Transparência: todos os resultados ou definições da equipe devem sempre ser

visíveis por todos os envolvidos;

• Inspeção: os envolvidos devem frequentemente inspecionar os artefatos do

Scrum, para avaliar se os resultados estão alinhados com os objetivos, assim

avaliando os riscos;

• Adaptação: basicamente pilar fundamental para execução de um processo de

melhoria contínua, os resultados devem ser analisados e debatidos pela equipe, os

pontos negativos devem ser adaptados para que não ocorram novamente.

Para a correta execução destes valores o Scrum sugere os seguintes papéis:

• Product Owner: é o responsável por maximizar o valor do produto e do trabalho

da equipe de desenvolvimento. Para isso essa função deve gerencia o artefato de

backlog do produto priorizando os itens com o objetivo de alcançar as metas

definidas;

• Scrum Master: exerce a função de liderança servidora, deve atender o time de

scrum, sendo que tem a responsabilidade de garantir que o Scrum seja aplicado e

entendido;

48

• Equipe de Desenvolvimento: time responsável por desenvolver o produto de

maneira incremental agregando valor para o cliente, sendo que essas equipes

devem ter a capacidade de se auto-organizarem além de serem multifuncionais.

Um ponto fundamental do Scrum é o conceito de equipe que deve ser seguido,

principalmente quando se refere a equipes multifuncionais onde não existem

responsabilidades individuais e sim papéis, sendo que, a responsabilidade é a mesma para

toda equipe. Por exemplo, em uma equipe de futebol de campo tem 11 atletas com papéis

diferentes, mas todos tem a responsabilidade de vencer o jogo. Por esse motivo o framework

foi chamado de Scrum, pois é o mesmo nome dado a uma jogada de Rugby onde oito

jogadores de cada time devem se unir com o objetivo de formar uma muralha sendo essencial

o trabalho em equipe para o sucesso da jogada. O Time Scrum é formado por todas essas

funções descritas acima (Product Owner, Scrum Master e Equipe de Desenvolvimento), esse

modelo de equipe e suas características são projetados para incentivar a flexibilidade,

criatividade e produtividade.

O Scrum é composto dos seguintes eventos sendo que esses devem ter um tempo máximo

de duração, onde deve ser inspecionado o trabalho realizado e adaptado caso necessário:

• Sprint: é o período necessário para se entregar uma versão de software

incremental potencialmente utilizável do produto, esse período pode ser de um

mês ou menos. Pode ser considerado o núcleo deste framework, pois é nesse

período onde são executados os eventos como reunião de planejamento da sprint,

reunião diária, revisão da sprint e retrospectiva da sprint, conforme descrito

abaixo;

• Reunião de Planejamento da Sprint: essa é a primeira reunião realizada na

sprint, pois é a partir desta que a equipe vai planejar o que deve ser feito na sprint,

basicamente a equipe define o que fazer e como vai fazer;

• Reunião Diária: esta deve ser realizada diariamente em pé com duração máxima

de 15 minutos, onde cada membro da equipe deve responder o que fez desde a

última reunião, o que vai fazer até a próxima reunião e se tem algum impedimento

no seu trabalho. Esse encontro oportuniza a equipe avaliar os riscos diariamente

possibilitando a tomada de decisões imediatas;

49

• Revisão da Sprint: executada sempre ao final de uma sprint com objetivo de se

apresentar para as partes interessadas o trabalho realizado;

• Retrospectiva da Sprint: é uma das cerimônias mais importantes em relação ao

pilar de adaptação, relatado anteriormente, pois é nesse momento que a equipe faz

uma análise de seus pontos negativos e como fazer para melhora-los, criando um

plano de ação para sua adaptação.

Figura 10 - Framework Scrum (Ken Schwaber e Jeff Sutherland, 2011).

A figura anterior expressa à ordem de execução do framework descrito. Para melhor

controlar os resultados o Scrum nos apresenta ainda alguns artefatos que garantem de certa

forma a transparência do trabalho realizado possibilitando assim a inspeção e adaptação

baseado nesses, para assim melhor alcançar os objetivos. Os artefatos são:

• Backlog do Produto: deve ser uma lista de itens de tudo que for necessário para

construção do produto, sendo que o responsável por controlar e, principalmente,

priorizar essa relação é o product owner;

• Backlog da Sprint: é a relação de itens selecionados do backlog do produto para

entrarem na sprint, sendo que a responsabilidade desses é da equipe de

desenvolvimento.

50

Ambos os artefatos podem ser acompanhados por gráficos de burndown ou burnup, são

práticas muito utilizadas que facilitam o acompanhamento e aumentam ainda mais a

transparência por facilitar a visualização.

3.3.2 XP (Extreme Programming)

O XP foi criado baseado nos valores do manifesto ágil, relatado no capítulo anterior,

sendo que, foi utilizada pela primeira vez em um projeto que se iniciou no dia 6 de março de

1996 chamado de C3 (Chrysler Comprehensive Compensation) da Chrysler. O resultado não

poderia ter sido melhor incentivou a criatividade e consequentemente a inovação. Kent Beck,

Wrad Cunningham e Ron Jeffries são os idealizadores desta metodologia, vira a necessidade

de se mudar para se atingir os objetivos, exploraram ao máximo as práticas de

desenvolvimento de software, chegando assim no XP (BECK, 2009). Essa prática apresenta

cinco principais valores:

• Feedback: em consequência da alta frequência de comunicação com o cliente,

tem-se feedbacks em um curto espaço de tempo, além disso, é fundamental ter

uma forma de se ter feedback de tudo que é feito, não apenas do cliente;

• Comunicação: dar preferência para conversas pessoais, evitando outros meios de

comunicação, pois quanto mais eficiente e eficaz for à comunicação melhor será o

resultado;

• Simplicidade: codificar de forma simples, minimizando a criação de classes

complexas. Fazer somente o que for estritamente necessário;

• Coragem: esse talvez seja o principio mais importante e mais difícil, pois esse se

refere a características pessoais dos membros da equipe no que se refere à

coragem de se comunicar quando necessário, de ser simples quando for preciso e

de garantir a frequência do feedback do cliente;

• Respeito: esse valor pode ser considerado a maturidade da equipe, que para

execução dessa metodologia se torna essencial, se o time não tem respeito um

pelo outro, não é possível garantir os demais princípios.

Com base nesses valores nasceram diversas práticas para aperfeiçoar o desenvolvimento

de software, entre elas:

51

• Integração Contínua: garantir que o código fonte da aplicação está consistente

após alterações, normalmente executado diariamente, afim de, encontrar erros o

mais rápido possível, nesse momento, além de atualizar os ambientes, deve ser

executado a bateria de testes automatizados e testes unitários;

• Ambiente Informativo: o local de trabalho da equipe deve expressar claramente

a situação do projeto, de forma, que uma pessoa de outra equipe consiga entender

rapidamente aprimorando assim a comunicação, como no exemplo apresentado na

figura abaixo:

Figura 11 - Exemplo de Ambiente Informativo (KNIBERG, 2004).

• Folga: nunca planejar pensando em 100% do tempo da equipe, a ideia é reservar

um tempo para riscos evitando assim eventuais atrasos.

É importante ressaltar que neste trabalho não será abordado todas as práticas do XP, por

esse motivo, acima foi descrito apenas o que fará parte de seu desenvolvimento. No próximo

capítulo será relatada a metodologia Kanban que apresenta uma relação com a prática de

Ambiente Informativo, visto recentemente.

52

3.3.3 Kanban

O Kanban teve origem na década de 50 logo após a segunda guerra mundial, fazendo

parte do STP (Sistema Toyota de Produção) ou Lean (Lean Production System) que foi criado

visando principalmente à eliminação de desperdícios e redução de estoque. Foi utilizado pela

primeira vez por David Anderson com a colaboração de Don Reinertsen que se esforçaram

muito para ampliar o conhecimento do Lean (BOEG, 2011). O termo Kanban significa

“quadro visual” ou “cartão visual” apresentando apenas duas restrições, como o próprio

nome diz, deve-se visualizar o fluxo de trabalho e as atividades em andamento devem ter

limites definidos.

O mais interessante deste método é que em um primeiro momento pergunta-se “O que

realmente um quadro de tarefas pode mudar no desempenho, cultura, capacidade e maturidade

de uma equipe?”. Mesmo parecendo uma mudança pequena o Kanban causa uma grande

mudança na organização.

Normalmente as equipes ágeis tem utilizado um quadro branco com as suas fases e

atividades lançadas neste, isso alavanca a transparência do trabalho realizado iniciando um

processo de mudança cultural.

Figura 12 - Exemplo de Kanban (RASMUSSON, 2010).

Na figura acima pode se ver um exemplo de Kanban, dividido em fases e com seus

limites definidos dando transparência ao processo e seu fluxo, assim expondo gargalos, filas,

variabilidade e desperdícios. Com essa exposição todos tem a oportunidade de visualizar o

53

trabalho realizado e tomar alguma ação caso o resultado não esteja de acordo com os

objetivos, ou seja, o método incentiva a colaboração de todos os envolvidos, podendo surgir

melhorias no processo iniciando assim uma proposta de melhoria contínua.

3.4 Síntese da Fundamentação Teórica

Esta seção tem o objetivo de apresentar um resumo do que foi descrito na fundamentação

teórica deste trabalho, sendo citados os itens mais relevantes para o desenvolvimento do

trabalho.

No estudo realizado foram analisadas três grandes áreas de conhecimento bem

conceituadas na área de TI:

• PMBOK: o guia de estudos PMBOK foi analisado com foco na área de

gerenciamento de projetos, onde se entendeu que mesmo em serviços

operacionais existem diversos pequenos projetos com início, meio e fim,

justificando a estudo deste guia. Esta seção abordou resumidamente os cinco

grupos de processos (Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e

Controle, e Encerramento) que contemplam a atividade de gestão e bem como

suas nove áreas de conhecimento (gerenciamento de integração do projeto,

gerenciamento do escopo do projeto, gerenciamento de tempo do projeto,

gerenciamento de custos do projeto, gerenciamento de qualidade do projeto,

gerenciamento de recursos humanos do projeto, gerenciamento de comunicações

do projeto, gerenciamento de riscos do projeto e gerenciamento de aquisições do

projeto);

• ITIL v3: foi realizado um estudo nos cinco livros da biblioteca que contempla a

terceira versão da ITIL que é utilizada como referência de boas práticas na área de

gerenciamento de serviços, sendo esta dividida em cinco grandes fases: estratégia

de serviço, desenho de serviço, transição de serviço, operação de serviço e

melhoria continua de processo. Como o foco do trabalho será na fase de operação

de serviço, foi nesta fase onde houve um maior detalhamento de seus processos

sendo que a fase de operação de serviço conta com cinco processos e quatro

funções:

54

o Gerenciamento de Eventos: monitora tudo que possa influenciar na

entrega de um serviço para, no caso de algum evento, executar a ação

correta;

o Gerenciamento de Incidentes: deve corrigir falhas o mais rápido possível

minimizando o impacto ao cliente;

o Gerenciamento de Problemas: problema é a causa raiz de vários

incidentes, sua correção é fundamental para minimizar o número de

incidentes;

o Cumprimento de Requisições: seu principal objetivo é oferecer aos

usuários um canal de comunicação com a central de serviço;

o Central de Serviços: ponto único de contato entre o provedor de serviços

e o usuário;

o Gerenciamento Técnico: manter e capacitar recursos necessários para

prestar o melhor suporte possível aos serviços de TI disponibilizados;

o Gerenciamento da Aplicação: suportar e manter os aplicativos em seu

correto funcionamento durante todo o seu ciclo de vida;

o Gerenciamento das Operações de TI: controlar o dia a dia das atividades

necessárias para o gerenciamento dos serviços e da infraestrutura

relacionada além de controlar as operações e gerenciar as instalações.

• Práticas Ágeis: foram analisadas varias práticas ágeis, movimento esse que teve

início em novembro de 2001, onde dezessete profissionais da área de TI se

encontraram e criaram o Manifesto Ágil (BECKER, 2001) onde constava um

conjunto de valores essenciais para o sucesso de seus projetos (Indivíduos e

interação entre eles mais que processos e ferramentas, Software em

funcionamento mais que documentação abrangente, Colaboração com o cliente

mais que negociação de contratos, Responder a mudanças mais que seguir um

plano). Baseado nesses valores nasceu uma série de metodologias, entretanto este

trabalho vai focar apenas em três delas:

o Scrum: framework criado por Ken Schwaber e Jeff Sutherland, composto

de papéis (Product Owner, Scrum Marter, Equipe de Desenvolvimento),

eventos (Sprint, Planejamento da Sprint, Reunião Diária, Revisão da

Sprint e Retrospectiva da Sprint), artefatos (Backlog do Produto e Backlog

55

da Sprint) e regras sendo baseado em três grandes pilares: transparência;

inspeção; adaptação.

o XP (Extreme Programming): Kent Beck, Wrad Cunningham e Ron

Jeffries são os idealizadores desta metodologia sendo baseada em cinco

grandes valores: Feedback; Comunicação; Simplicidade, Coragem e

Respeito. Possui diversas práticas, porém foram citadas apenas as que

serão utilizadas no desenvolvimento deste trabalho, como por exemplo:

� Integração Contínua: garante que o código fonte da aplicação

está consistente após alterações;

� Ambiente Informativo: garante que o local de trabalho da equipe

expressa claramente a situação do projeto;

� Folga: nunca planejar pensando em 100% do tempo da equipe,

sempre deve ser reservado um espaço para riscos.

o Kanban: criado na década de 50 visa principalmente eliminar desperdícios

e reduzir estoque. Fornece transparência ao processo e seu fluxo expondo

gargalos, filas, variabilidade e desperdícios.

Após o resumo da fundamentação teórica, o próximo capítulo da inicio a fase seguinte

definida no método de pesquisa (figura 1) chamada de Avaliação Inicial, onde será realizada

uma avaliação do contexto atual do Projeto AGHU.

56

4 AVALIAÇÃO INICIAL

Para melhor avaliar o resultado da proposta da metodologia que será desenvolvida é

necessário entender o contexto e a realidade do cenário atual, pois somente assim é possível

fazer um comparativo da situação anterior e posterior à implantação do processo. Além disso,

não seria possível elaborar um processo que realmente agregue valor sem antes entender o

cenário atual, o ambiente, o projeto e outros fatores que são fundamentais para a melhor

utilização das boas práticas.

4.1 Projeto AGHU

Conforme comentado anteriormente, este trabalho será desenvolvido em um projeto

piloto chamado de AGHU, que teve origem após uma apresentação do primeiro relatório do

REHUF, onde o TCU determinou a criação de um modelo de gestão para a rede de hospitais

universitários federais. É nesse contexto, que o projeto AGHU foi criado com o objetivo de

“criar soluções perenes e concretas construídas a partir da participação ativa de todos

os atores” Dessa forma, o projeto AGHU ganhou duas grandes frentes de trabalho (MEC,

2009):

• Definição de um modelo de gestão que possa ser adotado por todos os HUF;

• Criação de um software capaz de apoiar esse modelo de gestão.

Depois de um grande trabalho de avaliação de vários hospitais no intuito de se escolher o

HUF que possuía o melhor modelo de gestão, o MEC indicou o HCPA como hospital modelo

e a partir disto se iniciou o trabalho migração de tecnologia do sistema antigo utilizado no

HCPA para tecnologias mais recentes e em software livre, para que este novo software não

tivesse custo para os HUF.

O Projeto AGHU acabou se tornando uma parceria entre o MEC e o HCPA que visa

disseminar o modelo de gestão hospitalar adotado por este hospital para os outros hospitais

universitários federais. Esse modelo é acoplado a um sistema, chamado AGH (Aplicativo de

Gestão Hospitalar), o que torna inviável transferir o modelo de gestão hospitalar sem

transferir também o software.

O sistema AGH é um software desenvolvido para suportar os processos assistenciais e

administrativos do HCPA. Utilizado por médicos, enfermeiras, demais profissionais de saúde,

57

administrativos e alunos. O sistema é composto de módulos totalmente integrados que

contemplam a identificação do paciente, atendimento ambulatorial e de emergência, serviços

auxiliares de diagnóstico e terapia, internação, prescrição, exames, cirurgias e outros. Além

destas aplicações, o sistema contempla ainda módulos administrativos, tais como estoque,

compras, faturamento e recursos humanos, completando desta forma as necessidades de apoio

aos processos da instituição. Abaixo é possível visualizar o escopo completo do aplicativo.

Figura 13 - Escopo Completo do AGHU (MEC, 2009).

O AGHU deve ser implantado nos 46 hospitais universitários do Brasil, hoje o aplicativo

está instalado em oito HUF’s.

4.2 Descrição do Ambiente

Nesta seção será apresentada a estrutura e de que forma se organiza o Projeto AGHU,

sendo que, inicialmente será apresentada a estrutura do projeto, como está dividido e

organizado e após será descrita a estrutura da equipe de operação que é o foco deste trabalho.

58

4.2.1 Estrutura do Projeto AGHU

O Projeto AGHU teve seu objetivo geral definido em reunião realizada em Brasília, no

dia 21 de maio de 2009 onde estavam presentes representantes do HCPA, da Diretoria de

Tecnologia da Informação do Ministério da Educação, da Coordenação dos HUF’s do

Secretário Executivo do MEC:

“Propiciar a transferência de tecnologia necessária à implantação do sistema

informatizado de gestão hospitalar (AGH) desenvolvido pelo HCPA fortalecendo as

melhores práticas de gestão nos Hospitais Universitários Federais do Ministério da

Educação.”

Este projeto busca, principalmente, a padronização de práticas administrativas e

assistenciais de todos os HUF’s, assim, será possível aperfeiçoar processos assistenciais e

administrativos através de benchmarks entre hospitais universitários, oportunizando uma

discussão em busca de novas ideias e sugestão de melhorias de forma a disseminar as

melhores práticas em todos os HUF’s do Brasil. Para atingir esse desejo o projeto apresenta

alguns objetivos específicos que seguem:

• Criar uma estrutura de desenvolvimento colaborativa de forma a permitir que equipes

de diferentes hospitais universitários possam aderir ao desenvolvimento;

• Desenvolver uma ferramenta de gestão hospitalar tecnicamente simples e passível de

ser implantada em qualquer HUF brasileiro;

• Desenvolver uma ferramenta de gestão hospitalar financeiramente viável e passível de

ser implantada em qualquer HUF brasileiro;

• Criar metodologia de dimensionamento de recursos computacionais exigidos para

executar o AGHU dentro de um hospital;

• Servir de instrumento para disseminar e evoluir a gestão hospitalar nos HUF’s,

propiciando melhorias consideráveis na Assistência, Ensino e Pesquisa nestas

instituições.

Por se tratar de um projeto de âmbito nacional possui como principais responsáveis:

59

Órgãos Proponentes MEC – Ministério da Educação

HCPA – Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Patrocinadores Secretário Executivo - MEC

Diretor de Tecnologia da Informação - MEC

Presidente - HCPA

Facilitadores Chefe do Serviço e Suporte a Projetos - HCPA

Chefe do Serviço de Suporte à Rede – HCPA

Coordenadores do Projeto Assessor da Presidência – HCPA

Gerente de Executivo AGHU – MEC

Tabela 1 - Responsáveis no Projeto AGHU.

O projeto é organizado de acordo com o organograma que pode ser visualizado a seguir.

Figura 14 - Estrutura Organizacional (MEC, 2009).

60

Baseado nas prioridades que o Comitê Gestor define, as equipes realizam seu trabalho

sendo que suas responsabilidades estão divididas da seguinte forma:

• Time de Mapeamento de Processos: realiza todo o mapeamento de processos do

HCPA, integrado com uma visão nacional, tornando-o mais genérico para que esteja

de acordo com os demais HUF’s, com base nesse mapeamento, a equipe cria as

estórias de usuário para que as equipes de desenvolvimento possam planejar seu

trabalho;

• Time de Desenvolvimento: responsável por migrar o código escrito em tecnologia

antiga (AGH) para nova tecnologia (AGHU);

• Time de Qualidade: deve garantir a qualidade do software AGHU;

• Time de Arquitetura: construir e manter a arquitetura de software do sistema AGHU;

• Time de Infraestrutura: fornecer e manter toda a infraestrutura necessária para o

projeto AGHU;

• Time de Integração: responsável por trabalhos de integração de dados;

• Consultores: fornecem apoio as equipes em relação as regras de negócio do sistema

AGH.

4.2.2 Estrutura da Célula de Serviços de TI

O projeto AGHU possui equipes de operação separadas conforme se pode observar na

figura 14, sendo estruturada basicamente em duas equipes, uma de infraestrutura e outra de

integração, a equipe de infraestrutura está localizada na estrutura do MEC em Brasília e a

equipe de integração fica alocada no HCPA em Porto Alegre.

A equipe de infraestrutura é composta de três membros com habilidades e papéis

equivalentes divididos nos seguintes papéis:

1. Um Líder de Equipe;

2. Dois Analistas de Infraestrutura.

A equipe de integração é composta por cinco membros divididos nos seguintes papéis:

1. Líder de Equipe;

2. Analista de Integração;

61

3. DBA (Database Administrator);

4. Dois Desenvolvedores.

Em ambas as equipes não existem processos de trabalho definidos, as demandas são

atendidas aleatoriamente quando necessário, segue uma relação dos principais pontos fracos

da estrutura atual:

1. Não existe qualquer tipo de documentação de processos, padrões ou de

implantações;

2. A equipe possui o conhecimento interdisciplinar centralizado em seus membros;

3. Não existe controle de mudanças;

4. Não é realizado nenhum planejamento;

5. Não existem metas ou objetivos claros para equipe;

6. Não existe nenhum indicador ou métrica;

7. Os serviços prestados não estão catalogados;

8. Não existe nenhum processo de melhoria contínua aplicado a essas equipes;

9. Distância entre equipe de infraestrutura e integração;

10. A equipe não possui conhecimento de boas práticas de gestão;

11. Ferramenta para cadastro de requisição desatualizada.

Apesar de se ter pontos fracos muito graves, existem também alguns pontos positivos que

seguem:

1. Equipes comprometidas com o projeto;

2. Equipes dispostas a melhorar;

3. Boa comunicação entre os membros;

4. Alta maturidade das equipes;

5. Excelente nível de conhecimento técnico;

6. Possibilidade de novas contratações.

Devido à falta de gerenciamento deste trabalho, as equipes acabam tendo que fazer

constantemente horas extras, pois normalmente todo problema que ainda não possua sua

causa raiz identificada é atribuído a estas equipes. Com a causa raiz identificada a equipe

acaba atuando frequentemente na solução do problema mesmo que não seja de sua

responsabilidade.

62

4.3 Instrumento de Avaliação

O instrumento de avaliação é necessário para que se tenha convicção do sucesso ou

insucesso da aplicação do novo processo, sendo que o mesmo instrumento deve ser aplicado

antes e depois da implantação do processo desenvolvido neste trabalho. Após sua aplicação

serão avaliados seus resultados.

A elaboração deste instrumento foi baseada em dois modelos de maturidade, tais como:

• Morton-Evans (2011): criador do questionário de avaliação de maturidade da

aplicação da ITIL;

• Curt Hibbs (2009): criador do modelo de maturidade chamado de Agile Process

Maturity Model (APMM) onde se determina o nível baseado em dois aspectos:

técnico e gerencial. O aspecto técnico se divide em três níveis: não ágil, mínimo e

consolidado. Enquanto o gerencial é dividido também em três níveis: inicial,

organizado e disciplinado.

Seguindo a ideia desses modelos de maturidade, foi elaborado um instrumento para se

avaliar um processo composto de práticas ITIL e ágeis conforme segue.

Instrumento de Avaliação

1 - Nós sabemos quais são os nossos serviços?

2 - Nós temos funções e processos bem definidos através do ciclo de vida?

3 - Nós temos a possibilidade de mensurar os processos de maneira relevante?

4 - O motivo de existir um processo é entregar um resultado específico?

5 - As metas da Gerência de Serviços estão definidas?

6 - Os objetivos da Gerência de Serviços estão definidos?

7 - O propósito da Gerência de Serviços está definido?

8 - Nós temos um plano de Gerência de Serviços?

9 - Melhorias de serviço e seus benefícios estão claramente definidos?

10 - Nós temos justificativas de Gerência de Serviços para os dirigentes de negócio e

dirigentes de tecnologia?

63

11 - Os benefícios da Gerência de Serviços para a área de negócio e clientes estão

claramente definidos?

12 - Os benefícios da Gerência de Serviços internos à organização de TI estão claramente

definidos?

13 - Nós envolvemos a área de negócio e determinamos seus requerimentos em nível de

serviço?

14 - Nós definimos um portfólio interno de serviços: serviços que estão planejados; em

desenvolvimento e em produção?

15 - Nós definimos um Catálogo de Serviços orientados a clientes que detalha cada serviço

e pacote de serviço oferecido?

16 - Nós identificamos as relações internas do departamento de TI codificando-as em

Acordos em Nível de Operação?

17 - Nós usamos o Catálogo de Serviços como linha de base para negociar os Acordes em

Nível de Serviço com a área de negócio?

18 - Nós criamos um Plano de Melhoria de Serviço para monitorar continuamente e

aprimorar os níveis de serviço?

19 - Papeis e responsabilidades estão claramente definidos?

20 - Gatilhos, entradas e saídas de interface entre os processos estão definidos?

21 - O propósito, meta e objetivo do processo de Implantação estão definidos?

22 - O escopo do processo de implantação está definido?

23 - As políticas, princípios e conceitos básicos para a Implantação estão definidos?

24 - Modelos de implantação estão definidos?

25 - O planejamento de Implantação está gerenciado?

26 - A preparação para a construção, teste e implantação está gerenciada?

27 - A construção e teste estão gerenciados?

28 - Planejamento e preparação para implantação estão gerenciados?

29 - Verificação de implantação está gerenciada?

30 - Revisão e fechamento de implantação estão gerenciados?

31 - O processo de Operação está bem documentado?

32 - Nós temos definidos os princípios, políticas e conceitos básicos do processo de

Operação?

33 - Nós temos definidos os gatilhos, entradas, saídas e interfaces do processo de

64

Operação?

34 - Nós temos definidos os relatórios de gerência de informação do processo de

Operação?

35 - Nós temos definidos os desafios, fatores críticos de sucesso e riscos do processo de

Operação?

36 - Nós monitoramos eventos que possam prejudicar a entrega de nossos serviços?

37 - Existe alguma ação automática, no caso de acontecimento de algum evento, que venha

a prevenir um incidente?

38 - Existe um ponto único onde os usuários possam requisitar serviços?

39 - Existem níveis de serviço bem definidos?

40 - Os incidentes são priorizados baseados em impacto e urgência?

41 - Os incidentes são categorizados?

42 - Existe um processo para gerenciamento de problemas?

43 - Existe um controle de qualidade dos serviços realizados?

44 - É realizada a reunião de planejamento da sprint?

45 - A reunião de planejamento da sprint é realizada em no máximo 25 minutos?

46 - A equipe estima o esforço necessário para o desenvolvimento de uma tarefa?

47 - A equipe seleciona as tarefas que podem ser concluídas dentro da sprint?

48 - São realizadas reuniões diárias?

49 - As reuniões diárias realizadas duram no máximo 10 minutos?

50 - As reuniões diárias são realizadas em pé?

51 - São realizadas reuniões de revisão da sprint?

52 - As reuniões de revisão da sprint duram no máximo 20 minutos?

53 - As reuniões de lições aprendidas são realizadas?

54 - A equipe comenta na reunião de lições aprendidas o que correu bem durante a última

iteração?

55 - A equipe comenta na reunião de lições aprendidas o que não correu tão bem?

56 - A equipe identifica os itens mais importantes ou problemas na reunião de lições

aprendidas para focar na próxima iteração?

57 - O ambiente de trabalho expressa claramente a situação da célula no momento? (o

ambiente é informativo?)

58 - Existe uma visão de risco no planejamento, armazenando uma folga no tempo

65

planejado, não sendo planejado 100% do tempo da equipe?

59 - Existe o processo de integração contínua?

60 - Na integração contínua são executados testes automatizados?

61 - Na integração contínua são executados testes unitários?

62 - Existe integração contínua em ambiente de produção?

63 - Os processos estão devidamente documentados?

64 - As equipes praticam gestão do conhecimento? Não centralizam o conhecimento em

seus membros?

65 - As equipes são autogerenciáveis?

66 - Existe algum processo definido para mudanças?

67 - Existem indicadores ou métricas que permitam avaliação do trabalho realizado?

68 - Existe uma ferramenta para o gerenciamento de serviços?

69 - Nós utilizamos kanban?

70 - Existe transparência entre a equipe do trabalho realizado?

71 - O kanban é dividido em fases e possui limites?

72 - É possível identificar gargalos no kanban utilizado?

Tabela 2 - Instrumento de Avaliação.

O questionário apresentado na tabela 2 visa analisar a maturidade da célula de serviços de

TI em relação ao processo que será desenvolvido, sendo que, o entrevistado poderá respondê-

lo de acordo com os níveis apresentados na tabela 3 que segue.

Grau Descrição

1 - Inicial Processos e atividades são caóticos ou não definidos.

2 - Repetível Processos e atividades básicas são estabelecidos e existe um nível de

disciplina e aderência.

3 - Definido Todos os processos e atividades são definidos, documentados, padronizados

e integrados.

4 - Gerenciado Processos são mensurados através de coleta detalhada de dados e sua

qualidade é melhorada apropriadamente.

5 - Otimizado Melhoria contínua de processos é adotada e atividades e processos são

maduros.

Tabela 3 - Possíveis Respostas para o Instrumento de Avaliação.

66

Na tabela 4 é possível visualizar a relação dos questionamentos do instrumento de

avaliação com as áreas de conhecimento que foram estudadas e devem fazer parte do processo

que será implantado. As informações são relacionadas de acordo com os números das

questões.

Questões Relação

19, 20, 66 PMBOK

1, 5, 6, 7, 14, 21, 22, 23, 24, 32, 35 Estratégia de Serviço

2, 8, 11, 12, 13, 15, 16, 17, 19, 20, 33, 39, 42, 63 Desenho de Serviço

3, 4, 9, 10, 18, 34, 67 Melhoria Contínua de Processo

25, 26, 27, 28, 29, 30, 66 Transição de Serviço

31, 36, 37, 38, 40, 41, 43, 68 Operação de Serviço

44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 64,

65 Scrum

57, 58, 59, 60, 61, 62 XP

69, 70, 71, 72 Kanban

Tabela 4 - Relação do Instrumento de Avaliação com as Áreas Estudadas.

Conforme citado na seção de estrutura da célula de serviços de TI (4.2.2) existem alguns

pontos negativos no trabalho realizado pela equipe atual, sendo que, o instrumento de

avaliação também apresenta o objetivo de analisar alguns desses pontos. Na tabela 4 que

segue é possível visualizar a relação dos questionamentos do instrumento de avaliação com os

pontos negativos citados. As informações são relacionadas de acordo com os números das

questões.

Questões Pontos negativos

20, 31, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 63, 69, 70, 71,

72 Não existe qualquer tipo de documentação de processos, padrões ou de implantações.

64 A equipe possui o conhecimento interdisciplinar centralizado em seus membros.

59, 60, 61, 62, 66 Não existe controle de mudanças.

8, 19, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 32, 33,

44, 45, 46, 47, 58 Não é realizado nenhum planejamento.

67

1, 2, 5, 6, 7, 21, 35 Não existem metas ou objetivos claros para equipe.

3, 10, 34, 67 Não existe nenhum indicador ou métrica.

13, 14, 15, 16, 17 Os serviços prestados não estão catalogados.

9, 18, 53, 54, 55, 56 Não existe nenhum processo de melhoria contínua aplicado a essas equipes.

36, 37, 68 Ferramenta para cadastro de requisição desatualizada.

Tabela 5 – Relação do Instrumento de Avaliação com Pontos Negativos.

4.4 Aplicação do Instrumento de Avaliação

O instrumento de avaliação definido na seção anterior foi aplicado a três membros da

equipe de operação antes da fase de início de implantação do novo processo a ser definido,

sendo que, após a execução do novo processo o instrumento de avaliação deve ser reaplicado

a fim de avaliar de forma comparativa os resultados antes e depois da aplicação do processo a

ser proposto.

O autor desta monografia não participou da amostragem inicial, sendo que a avaliação foi

aplicada através da ferramenta Google Docs e a média de suas respostas poderá ser

visualizada no Apêndice A. Segue um pequeno resumo sobre o perfil de cada participante.

Participante 1

Tempo de experiência na área de TI: 19 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 11 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 3 anos

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Lidera da equipe de operação;

• Monitora bancos de dados utilizados Projeto AGHU;

• Monitora ambientes utilizados para o Projeto AGHU.

Participante 2

Tempo de experiência na área de TI: 8 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 5 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 3 anos

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Analista da equipe de operação;

68

• Administra bancos de dados utilizados Projeto AGHU;

• Administra ambientes utilizados para o Projeto AGHU;

• Controla implantações do software AGHU.

Participante 3

Tempo de experiência na área de TI: 7 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 5 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 1 ano e 8 meses

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Analista de banco de dados da equipe de operação;

• Administra bancos de dados utilizados Projeto AGHU;

• Administra ferramentas de integração contínua do AGHU.

Tabela 6 - Perfil dos Participantes da Avaliação Inicial.

De acordo com as respostas obtidas com a primeira aplicação do instrumento de

avaliação (vide Apêndice A). Para aplicação desta avaliação não foi realizado nenhum

treinamento prévio entre os participantes a fim de nivelar conhecimentos sobre as boas

práticas estudadas neste trabalho, assim, os participantes responderam as questões

considerando apenas o conhecimento adquirido durante seus anos de experiência como

profissionais de TI.

Na tabela 7 que segue são apresentados os resultados das questões do instrumento de

avaliação aplicado, as informações estão agrupadas e somadas por grau de maturidade que

está ligado diretamente as possíveis opções de respostas apresentadas na tabela de número 3.

Após a tabela 7 pode ser visualizado os resultados representado graficamente através da

ilustração de número 16.

Gerência de

Serviços –

Projeto

AGHU

Inicial Repetível Definido Gerenciado Otimizado

Estratégia

de Serviço 15 18 0 0 0

Desenho de

Serviço 24 17 1 0 0

69

Transição

de Serviço 4 17 0 0 0

Operação de

Serviço 5 14 5 0 0

Melhoria

Contínua de

Processo

12 9 0 0 0

Scrum 27 17 1 0 0

XP 9 7 2 0 0

Kanban 8 3 0 0 1

Tabela 7 - Respostas da Avaliação Agrupadas por Nível de Maturidade.

A figura 15 demonstra que o processo em sua grande maioria está classificado com nível

inicial e repetível. O gráfico (figura 15) apresenta os números descritos na tabela 7 sendo que

os valores foram transformados para percentual.

Figura 15 - Gráfico de Respostas da Avaliação Agrupada por Nível de Maturidade.

A tabela 8 que segue apresenta a média das respostas obtidas por cada área de

conhecimento do instrumento de avaliação.

70

Gerência de Serviços – Projeto AGHU Média

Estratégia de Serviço 1,54

Desenho de Serviço 1,45

Transição de Serviço 1,80

Operação de Serviço 2

Melhoria Contínua de Processo 1,43

Scrum 1,42

XP 1,61

Kanban 1,58

Tabela 8 - Média de Pontuação por Área de Conhecimento.

Através dos dados apresentados na tabela 8 foi obtido o gráfico presente na figura 16. Ao

analisar este gráfico fica evidente a baixa qualidade do processo onde a área que mais se

destacou com média de 2 foi a de Operação de Serviço, foco principal deste trabalho.

Figura 16 - Gráfico de Média da Pontuação do Instrumento de Avaliação.

Após essa primeira avaliação realizada e seus resultados analisados o próximo capítulo

descreve a definição do novo processo a ser implantado na célula de serviços de TI do Projeto

AGHU, a fim de melhorar os resultados referentes à situação atual.

71

5 DEFINIÇÃO

Este capítulo descreve, principalmente, a definição de um processo embasado nos temas

estudados para este trabalho como PMBOK, ITIL v3, práticas ágeis e contexto atual do

Projeto AGHU, pois é importante conhecer a realidade antes de desenhar um processo.

Para iniciar a definição deste novo processo é necessário se entender onde os temas

estudados apresentam características em comum a fim de elaborar um processo lógico, correto

e com justificativas. A primeira seção deste capítulo tem o objetivo de apresentar tais

características em comum, para assim, justificar decisões tomadas nas próximas seções deste.

5.1 Avaliação das metodologias estudadas

A fim de avaliar as características em comum entre as áreas de conhecimento estudadas,

esta seção visa a um melhor esclarecimento dos pontos onde o objetivo de ambas (ITIL e

Agile) se encontram de forma equivalente.

Conforme citado na seção de Operação de Serviço, presente no capítulo 3, esta fase tem o

objetivo de mostrar para o cliente o valor da TI sendo necessário um balanceamento entre a

visão técnica e a visão de negócio, de acordo com a ITIL v3, recomenda-se que esse

balanceamento tenha tendência para o lado do cliente, ou seja, o serviço entregue deve

agregar valor para o cliente. Neste ponto surge uma forte ligação com um dos valores do

Manifesto Ágil (BECK, 2001), onde um de seus princípios é “Colaboração com o cliente

mais que negociação de contratos”. Práticas ágeis apresentam exatamente este espírito de

agregar valor ao seu cliente e não apenas fazer projetos, mas sim, conceber projetos que

agreguem valor ao negócio em um espaço de tempo pequeno.

Seguindo ainda o principio de colaboração com o cliente a ITIL v3 sugere, devido a um

mundo cada vez mais dinâmico, um balanceamento entre estabilidade e agilidade, onde se

deve ser ágil para responder de forma rápida as mudanças, entretanto tal resposta deve-se ser

eficaz ou estável, pois, hoje, com a velocidade da comunicação um erro pode se fatal para o

cliente. Este ponto apresenta um forte vínculo com outro princípio ágil conhecido como

“Responder a mudanças mais que seguir um plano” (BECK, 2001). Este princípio está

ligado com a forma de entrega (releases) proposta nas práticas ágeis, onde se entrega software

funcionando a cada iteração.

72

Um fator fundamental para o sucesso da fase de Operação de Serviço é a eficiência e

eficácia da comunicação entre equipes. É primordial a comunicação na área de gerenciamento

de serviços, logo o processo definido deve ter muita atenção neste ponto. E mais uma vez se

percebe uma forte relação com as práticas ágeis especificamente com o valor “Indivíduos e

interação entre eles mais que processos e ferramentas” (BECK, 2001). O valor da

comunicação para a ITIL v3 é bem próximo do valor citado nas práticas ágeis, onde não

significa de maneira alguma que não se devem ter processos e ferramentas, mas que, a

interação entre os envolvidos é o mais importante.

Uma das fases presentes na ITIL v3 é a Melhoria Contínua de Processo, descrita no

capítulo 3 deste documento, tal fase é essencial para a evolução do serviço conforme as

estratégias definidas. Novamente é possível perceber mais outra forte relação com as práticas

ágeis que de acordo com o guia do Scrum, um dos métodos ágeis, sugere que, um dos pilares

desse framework seja a “Adaptação” embasado totalmente no processo de melhoria contínua,

onde sugere uma reunião de retrospectiva, descrita no capítulo 3.

Conclui-se que a ITIL v3 e metodologias ágeis apresentam muitos princípios em comum.

O PMBOK também apresenta relação com algumas práticas dessas áreas, como por exemplo,

gerenciamento de riscos presente na fase de estratégia de serviços (ITIL v3) e diariamente no

Scrum através das reuniões diárias, gerenciamento de tempo (acordos de níveis de serviço e

sprint), gerenciamento de escopo (portfólio de serviços e planejamento de release), entre

outros. Isto deve facilitar bastante na definição do processo que poderá ser visualizado nas

seções que seguem.

5.2 Definição de Estrutura do Projeto

Com base nos estudos realizados, uma das primeiras ações a fim de tornar possível a

implantação de um processo fundado em valores diferentes dos atuais é a realização de uma

alteração na estrutura das equipes de serviço do Projeto AGHU, mudando sua forma de se

organizar. Desta forma a nova definição de processo deve ser sustentada bem como todos os

conceitos que serão aplicados.

A primeira alteração proposta é a constituição de equipes de Central de Serviços, função

necessária na fase de Operação de Serviços da ITIL v3, sendo que essas equipes devem estar

localizadas nos HUF’s, ou seja, se caracterizando por uma Central de Serviços Local a fim de

realizar o suporte de nível 1. Na figura 17 pode se visualizar a estrutura e os papéis

necessários para formação desses times.

73

Figura 17 - Estrutura para Equipes de Central de Serviços de TI.

Conforme pode se observar na figura acima (17), estas equipes de suporte nível 1 devem

estar formadas em todos HUF’s onde o AGHU se encontra implantado. Além disso, devem

escalar requisições de nível 2 ou 3 para equipe de serviços localizada em Porto Alegre (Célula

de Serviços de TI AGHU/POA). Na tabela 9 que segue, é descrito a função de cada um dos

papéis referenciados na figura 17.

Papel Função

Líder de Equipe

Deve exercer liderança servidora, seguindo os

padrões ágeis, bem como, garantir que o

processo foi entendido e está sendo aplicado

pela equipe. Pode atuar em qualquer outra

função da equipe.

Analista de Suporte

Apresenta como principal função a resolução de

requisições de serviço e incidentes de nível 1,

atuando de forma autogerenciável.

Célula de Serviços de TI

AGHU/POA

Apresenta como principal função a resolução de

requisições de serviço, incidentes e problemas

de nível 2 e 3. Sendo que esta função é

74

composta de varias equipes que pode ser

visualizada na figura 18.

Tabela 9 - Papéis Equipes de Central de Serviços.

Com as equipes de Central de Serviço definidas, o próximo passo é definir a estrutura da

Célula de Serviços de TI AGHU/POA. De acordo com a figura 18 que segue, pode se

perceber a nova proposta de estrutura para célula de serviços de TI do projeto AGHU/POA.

Nesta figura (18) fica claro a constituição de uma célula de serviços de TI com cinco equipes

sendo duas equipes para o gerenciamento de operação, duas equipes para o gerenciamento de

aplicação e uma equipe para função de gerenciamento técnico, de acordo com funções

definidas na ITIL v3.

Figura 18 - Estrutura de Equipes para Célula de Serviços de TI AGHU/POA.

75

Nesta proposta de reestruturação de organograma é possível perceber a presença dos

conceitos estudados, como por exemplo, a existência de cinco pequenas equipes variando de

quatro a cinco pessoas por equipe (Agile), cada equipe com responsabilidades definidas de

acordo com as funções presentes na Operação de Serviço (OGC, 2007e) bem como o nível de

suporte onde cada equipe atua. Na tabela 10, que segue, é apresentada a responsabilidade de

cada uma das equipes.

Equipe Responsabilidade

Delivery

Equipe de sustentação dos serviços de TI (nível

2) fornecidos pela célula de serviços de TI

AGHU/POA, deve trabalhar com uma matriz de

prioridades onde requisições relacionadas ã

implantação da aplicação AGHU devem ser

avaliadas com maior prioridade do que as

demais requisições.

Sustentação – Operação

Equipe de sustentação dos serviços de TI (nível

2) fornecidos pela célula de serviços de TI

AGHU/POA, deve trabalhar com uma matriz de

prioridades onde incidentes devem ser tratados

com maior prioridade do que as demais

requisições.

Sustentação – Aplicação

Equipe de responsável por manter todo o ciclo

de vida dos serviços de TI antes que esses

cheguem em ambiente de produção (nível 2),

deve trabalhar com uma matriz de prioridades

onde requisições de serviço devem ser tratadas

com maior prioridade do que as demais

requisições.

Infraestrutura

Equipe de responsável por manter todo o ciclo

de vida dos serviços de TI (nível 3) e

principalmente responsável por tomar as

decisões técnicas de infraestrutura do projeto,

deve trabalhar com uma matriz de prioridades

76

onde requisições de serviço devem ser tratadas

com maior prioridade do que as demais

requisições, entretanto deve focar no processo

de gerenciamento de eventos a fim de alertar as

equipes de operação caso algum incidente esteja

próximo de ocorrer, se tornando pró-ativo e não

mais reativo.

Arquitetura

Equipe de sustentação dos serviços de TI (nível

3) fornecidos pela célula de serviços de TI

AGHU/POA e principalmente responsável por

tomar as decisões técnicas de software do

projeto, deve trabalhar com uma matriz de

prioridades onde problemas devem ser tratados

com maior prioridade do que as demais

requisições, atendendo também outras áreas do

projeto através de requisições de serviço.

Tabela 10 - Responsabilidades das Equipes de Serviços de TI.

Na tabela 11, que segue, são apresentadas as funções de todos os papéis citados na figura

18.

Papel Função

Gerente de Serviços

Deve exercer liderança servidora e situacional,

sua principal função está no gerenciamento de

todos os serviços de TI prestados por esta

célula, incluindo o controle das operações e o

gerenciamento das instalações. Além disso,

deve ser um facilitador do trabalho realizado

por suas equipes.

Líder de Equipe

Pode atuar em qualquer outra função da equipe,

deve exercer liderança servidora, seguindo os

padrões ágeis, bem como, garantir que o

processo foi entendido e está sendo aplicado

77

pela equipe.

Desenvolvedor de Sistemas

Apresenta como principal função a resolução de

requisições de serviço e incidentes de nível 2

vinculados ao software AGHU, atuando de

forma autogerenciável.

Testador

Este papel deve atuar garantindo a qualidade do

produto que esta sendo instalado em ambiente

de produção. Uma de suas atividades é sempre

que houver uma correção de um incidente este

deve ser testado a fim de garantir que sua

correção está de acordo.

DBA

Deve garantir a disponibilidade, performance e

confiabilidade de todos os bancos de dados

existentes no Projeto AGHU.

Analista de Integração

Apresenta como principal função a resolução de

requisições de serviço e incidentes de nível 2

vinculados a problemas de integração ou

configuração, atuando de forma

autogerenciável.

Analista de Configuração

Deve realizar todo o gerenciamento de

configuração e controle de versões do projeto,

incluindo criação de branches, tags e merges.

Analista de Infraestrutura Deve estruturar, implantar e sustentar toda

infraestrutura necessária para o Projeto AGHU.

Arquiteto de Software

Este papel deve fornecer habilidades técnicas

para a melhoria contínua do suporte fornecido

pelas equipes de nível 2, bem como estruturar,

desenvolver e sustentar a arquitetura de

software do Projeto AGHU.

Tabela 11 - Papéis equipes da Célula de Serviços de TI AGHU/POA.

Para melhor organização e entendimento da estratégia destas equipes, foi elaborado um

planejamento estratégico para célula de serviços de TI do AGHU, pois somente assim será

78

possível a constituição de um novo processo que deve ser orientado também pela estratégia

desta célula:

• Missão: Estruturar, implantar e sustentar serviços de tecnologia da informação

relacionados ao Projeto AGHU, minimizando o impacto adverso aos Hospitais

Universitários Federais vinculados ao projeto, sempre aperfeiçoando a qualidade do

atendimento;

• Visão: Contribuir para reestruturação da tecnologia da informação de no mínimo 6

Hospitais Universitários Federais até o final do ano de 2013, se tornando referência na

prestação de serviços de TI;

• Valores:

o Transparência;

o Ética;

o Humildade;

o Consciência do Negócio;

o Comprometimento com a Estratégia;

o Buscar a Satisfação do Cliente;

o Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas;

o Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;

o Software em funcionamento mais que documentação abrangente;

o Responder a mudanças mais que seguir um plano.

Com os organogramas, papéis e missão definidos é possível iniciar a descrição de todo o

processo que esta estrutura deve sustentar, sendo assim, na próxima seção será detalhada toda

definição do processo que deve funcionar com base nessa reestruturação.

5.3 Definição de Processos

Esta seção deve detalhar toda a proposta do processo para célula de serviços de TI do

Projeto AGHU com foco na área de operação de serviços. Vale lembrar os pontos negativos

que a equipe apresenta nos dias atuais, citado no capítulo 4:

79

1. Não existe qualquer tipo de documentação de processos, padrões ou de

implantações;

2. A equipe possui o conhecimento interdisciplinar centralizado em seus membros;

3. Não existe controle de mudanças;

4. Não é realizado nenhum planejamento;

5. Não existem metas ou objetivos claros para equipe;

6. Não existe nenhum indicador ou métrica;

7. Os serviços prestados não estão catalogados;

8. Não existe nenhum processo de melhoria contínua aplicado a essas equipes;

9. Distância entre equipe de infraestrutura e integração;

10. A equipe não possui conhecimento de boas práticas de gestão;

11. Ferramenta para cadastro de requisição desatualizada.

Revisando os pontos negativos e todo o estudo realizado é necessário iniciar essa

proposta definindo uma solução de Central de Serviços bem como uma ferramenta para gerir

estes serviços. Entretanto, para o melhor entendimento das próximas seções, na figura 19 é

apresentado o workflow completo em alto nível dos níveis de serviço definidos.

80

Figura 19 - Workflow Níveis de Serviço.

81

De acordo com a figura 19 apresentada é possível verificar quatro papéis atuantes neste

processo reconhecidos como: usuários, central de serviços ou suporte de nível 1 (fundo

verde), suporte de nível 2 (fundo azul) e suporte de nível 3 (fundo vermelho). As cores

referenciadas também estão presentes nos organogramas apresentados (figuras 17 e 18) a fim

de facilitar a compreensão.

O processo proposto é dividido em cinco fases, segue na tabela 12 a descrição de cada

uma dessas fases.

Fase Descrição

Iniciação

Fase onde é identificada pelo usuário a necessidade de solicitar

uma requisição de serviço, sendo que essa é finalizada quando

a equipe responsável toma o conhecimento da requisição

desejada pelo usuário, normalmente através do registro desta

em uma ferramenta de apoio.

Avaliação Fase onde a equipe responsável classifica e prioriza as

requisições abertas baseado em um catálogo de serviços.

Execução

Fase onde a equipe responsável inicia a construção da

requisição solicitada, sendo que nesta fase também devem ser

realizados testes a fim de verificar se a requisição foi atendida

e somente se encerra caso a requisição tenha sido construída e

verificada.

Validação

Fase onde a equipe de central de serviços deve solicitar que o

usuário realize uma validação a fim de verificar se sua

requisição foi atendida, caso positivo a fase se conclui.

Encerramento

Momento de finalização do atendimento. Inicia-se quando o

usuário finaliza a fase de validação e se encerra após a

atualização do registro na ferramenta de apoio e o envio da

pesquisa de satisfação para o requisitante.

Tabela 12 - Fases dos Níveis de Serviço.

Apresentada a descrição das fases, segue na tabela 13 a relação de todas as atividades

bem como a equipe executora destas atividades.

82

Atividade Descrição Responsável

Defeito encontrado

Atividade na qual o usuário

identifica uma requisição e

comunica a central de serviços da

situação encontrada.

Usuário

Registrar requisição

Central de serviços recebe a

requisição e registra em sua

ferramenta de apoio.

Equipe de Central de

Serviços

Classificar e

priorizar requisição

Central de serviços classifica e

prioriza a requisição baseado em

um catálogo de serviços.

Equipe de Central de

Serviços

Realizar suporte de

nível 1

No caso da equipe de central de

serviços ter o conhecimento da

solução da requisição e esta ser de

nível 1 o próprio membro desta

equipe atende a requisição,

normalmente através de

configurações na ferramenta

AGHU.

Equipe de Central de

Serviços

Escalar para

suporte de nível 2

Caso a equipe de central de

serviços não tenha o conhecimento

da solução da requisição ou a

mesma seja de um nível superior,

esta deve ser escalada para o

suporte de segundo nível que é

realizado via o registro da

requisição na ferramenta de apoio

utilizada pela célula de serviços de

TI AGHU/POA.

Equipe de Central de

Serviços

Investigar e

diagnosticar S2

Atividade na qual é investigado e

realizado um diagnóstico da

requisição registrada, a fim de

avaliar sua classificação e

Equipes de Suporte de

Nível 2

83

priorização a nível nacional.

Realizar suporte de

nível 2

No caso da equipe de suporte de

nível 2 ter o conhecimento da

solução da requisição, esta realiza o

atendimento necessário.

Equipes de Suporte de

Nível 2

Notificar central de

serviços S2

Após a conclusão do

macroprocesso de realizar o suporte

de nível 2, a equipe deste nível

deve comunicar, via ferramenta de

apoio, a central de serviços que

registrou a requisição para que esta

de continuidade, junto ao usuário

de seu HUF, na resolução de sua

requisição.

Equipes de Suporte de

Nível 2

Escalar para

suporte de nível 3

Caso a equipe de suporte de nível 2

não tenha o conhecimento da

solução da requisição ou a mesma

seja de um nível superior, esta deve

ser escalada para o suporte de

terceiro nível que é realizado via

reclassificação do registro da

requisição na ferramenta de apoio

utilizada pela célula de serviços de

TI AGHU/POA.

Equipes de Suporte de

Nível 2

Investigar e

diagnosticar S3

Atividade na qual é investigado e

realizado um diagnóstico da

requisição registrada, a fim de

avaliar sua classificação e

priorização a nível nacional.

Equipes de Suporte de

Nível 3

Realizar suporte de

nível 3

No caso da equipe de suporte de

nível 3 ter o conhecimento da

solução da requisição, esta realiza o

atendimento necessário.

Equipes de Suporte de

Nível 3

84

Notificar central de

serviços S3

Após a conclusão do

macroprocesso de realizar o suporte

de nível 3, a equipe deste nível

deve comunicar, via ferramenta de

apoio, a central de serviços que

registrou a requisição para que esta

de continuidade, junto ao usuário

de seu HUF, na resolução de sua

requisição.

Equipes de Suporte de

Nível 3

Validar junto ao

requisitante se a

requisição foi

atendida

Atividade na qual a central de

serviços requisitante homologa

junto de seu usuário se o

atendimento está de acordo com o

que era esperado, caso positivo, se

inicia o encerramento do

atendimento.

Equipe de Central de

Serviços

Realizar o

encerramento do

atendimento

Atividade na qual a central de

serviços encerra o atendimento da

requisição.

Equipe de Central de

Serviços

Tabela 13 - Atividades Workflow de Níveis de Serviço.

Com estas informações é possível ter uma visão em alto nível do processo que é o

objetivo deste trabalho. As próximas seções devem explicar de forma mais especifica cada

etapa deste processo.

5.3.1 Central de Serviços

De acordo com a fase de Operação de Serviço presente na ITIL v3, deve existir uma

equipe de central de serviços que atue como ponto único de contato entre o provedor de

serviços e os usuários a fim de gerenciar requisições de serviço, incidentes e a comunicação

com esses usuários.

Entendendo a realidade de um hospital e a exigência de disponibilidade de serviço que

esta área de negócio exige, tomou-se a decisão de que cada Hospital Universitário Federal

85

(HUF) que receber o AGHU deve formar uma equipe de central de serviços local, conforme

ilustrado na figura 20, estas pessoas serão treinadas pelos consultores técnicos do Projeto

AGHU, membros da célula de serviços de TI AGHU/POA, a fim de aperfeiçoar a qualidade

desta função.

Figura 20 - Localização de Centrais de Serviço - Projeto AGHU (Fonte: O autor, 2012).

86

Com esta decisão, significa que o atendimento de nível 1 sempre será realizado localmente pela própria central de serviços do HUF e

somente será escalado para célula de serviços de TI do AGHU caso a requisição seja de nível 2 ou 3, onde a equipe do HUF não possui o

conhecimento necessário para encaminhar a solução. Na figura 21 pode se visualizar como deve ser realizado o suporte de nível 1.

Figura 21 - Workflow Realizar Suporte Nível 1.

87

Neste workflow, apresentado na figura 21, é possível visualizar as atividades do macro

processo de Realizar Suporte de Nível 1, abaixo segue, na tabela 14, a descrição de cada uma

de suas atividades.

Atividade Descrição Responsável

Verificar se existe

requisição

semelhante

Atividade pela qual a equipe de

central de serviços inicia o suporte

de nível 1. Deve ser realizada uma

busca através da ferramenta de

apoio se não existe alguma

requisição semelhante já

cadastrada.

Equipe de Central de

Serviços

Vincular requisições

Caso exista uma requisição

semelhante, esta deve ser

vinculada, via ferramenta de apoio,

a requisição cuja solução será a

mesma.

Equipe de Central de

Serviços

Aplicar solução

Caso já tenha sido solucionada uma

requisição igual a que está sendo

atendida, deve ser aplicada a

mesma solução que resolveu o

problema da requisição anterior.

Equipe de Central de

Serviços

Aplicar solução

padrão

No caso da equipe de central de

serviços não ter solucionado

nenhum problema parecido com o

que está sendo atendido, então esta

equipe deve aplicar a solução

padrão para o tipo de requisição.

Equipe de Central de

Serviços

Tabela 14 - Atividades Processo de Realizar Suporte de Nível 1.

Além destas atividades, ainda é necessário detalhar o processo de Realizar encerramento

do atendimento, na figura 22 que segue pode se visualizar as atividades deste.

88

Figura 22 - Workflow Processo de Realizar Encerramento do Atendimento.

Abaixo segue tabela 14 onde são explicadas as atividades do processo de realizar

encerramento do atendimento.

Atividade Descrição Responsável

Atualizar ambiente

de produção

Caso seja necessário atualizar

dados em ambiente de produção

para concluir a resolução da

requisição a equipe de central de

serviços deve agendar uma janela

para atualização no ambiente de

produção.

Equipe de Central de

Serviços

Encerrar requisição

Atividade na qual a equipe de

central de serviços encerra a

requisição em comum acordo com

o usuário requisitante.

Equipe de Central de

Serviços

Atualizar registro

da requisição

Atualiza registro da requisição na

ferramenta de apoio indicando a

conclusão do atendimento.

Equipe de Central de

Serviços

Solicitar

preenchimento de

Ao final do atendimento a equipe

deve solicitar ao usuário o

Equipe de Central de

Serviços

89

pesquisa de

satisfação

preenchimento da pesquisa de

satisfação do atendimento.

Tabela 15 - Atividades do Processo de Realizar Encerramento do Atendimento.

Após a definição da função e processo do suporte de nível 1 é necessário a definição de

um catálogo de serviços que a célula de serviços de TI AGHU/POA deve atender. Na próxima

seção é detalhada a definição do catálogo de serviços.

5.3.2 Catálogo de Serviços

O catálogo de serviços é fundamental para organização e agilidade do atendimento,

facilitando a triagem, realizada pela equipe de central de serviços, das requisições solicitadas.

Neste catálogo deve conter informações de todos os serviços de TI disponibilizados para

o cliente, contendo dados como nome do serviço, equipe responsável, descrição do serviço,

etc. Seguindo este conceito, citado na ITIL v3, é necessário a criação de um catálogo de

serviços do Projeto AGHU, onde as centrais de serviços presentes em cada HUF do Brasil

deve se guiar quando for preciso escalar suas requisições para nível 2.

Segue no Apêndice D um levantamento realizado de todos os serviços que podem ser

prestados pelas equipes de níveis 1, 2 ou 3, assim formando o catálogo de serviços.

90

5.3.3 Workflows por Tipos de Requisição

Nesta seção serão apresentados os diferentes tipos de requisições que a célula de serviços

de TI AGHU/POA deve atender, bem como, os fluxos utilizados por cada tipo, assim

representando o macroprocesso de realizar suporte de nível 2 e 3, sendo que esses fazem parte

da fase de execução ilustrada no workflow de níveis de serviço (figura 19).

Qualquer solicitação que não se caracteriza por uma falha ou melhoria de aplicação pode

ser considerada uma requisição de serviço. A figura 23 apresenta o workflow do fluxo

principal de uma requisição de serviço desde seu registro na ferramenta de apoio até o

encerramento de seu atendimento, sendo que os estados representados na cor verde

representam o fluxo principal deste workflow, na cor azul são atividades implícitas ao

processo.

O fluxo completo pode ser visualizado no Apêndice B.

91

Figura 23 - Workflow Requisição de Serviço.

92

O workflow proposto é dividido em cinco fases, segue na tabela 16 a descrição de cada

uma dessas fases.

Fase Descrição

Iniciação

Fase onde o requisitante (equipe de suporte nível 1) identifica

a necessidade de escalar a requisição para o próximo nível e

formaliza sua necessidade através do registro desta na

ferramenta de apoio utilizada pela célula de serviços de TI do

AGHU. Esta fase se encerra no momento em que um membro

da equipe de nível 2 identifica e inicia a avaliação desta

requisição.

Avaliação Fase onde a equipe responsável classifica e prioriza as

requisições abertas baseado em um catálogo de serviços.

Construção

Fase onde a equipe responsável inicia a construção da

requisição solicitada, sendo que nesta fase também devem ser

realizados testes a fim de verificar se a requisição foi atendida

e somente se encerra caso a requisição tenha sido construída e

verificada.

Validação

Fase onde a equipe responsável notifica a central de serviços

que a requisição está concluída e que estes devem iniciar sua

fase de validação a fim de verificar se a requisição foi atendida,

caso positivo a fase se conclui.

Encerramento

Momento de finalização do atendimento. Inicia-se quando a

equipe de central de serviços finaliza a fase de validação e

confirmando que a requisição está de acordo com o solicitado a

fase se encerra para equipes de nível 2 ou 3 e continua para

equipe de central de serviços a fim de finalizar o atendimento

junto ao usuário.

Tabela 16 - Fases Workflow de Requisições de Serviço, Incidentes e Problemas.

Segue, na tabela 17, a relação das atividades apresentadas na figura 23, bem como, as

atividades que compõe os fluxos alternativos (Apêndice B), além de sua descrição e o

responsável de cada atividade.

93

Atividade Descrição Responsável

Nova

Atividade na qual a central de serviços escala a

requisição para o nível 2 de suporte,

registrando esta na ferramenta de apoio da

célula de serviços de TI AGHU/POA.

Equipe de Central de

Serviços (Nível 1)

Investigação

e Diagnóstico

Equipes de sustentação realizam investigação a

fim de categorizar e priorizar a requisição a

nível nacional, onde esta deve entrar em uma

fila de atendimento organizada por ordem de

prioridade de acordo com o diagnóstico

realizado.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Lançar

Atividade no

Quadro de

Tarefas

Membro da equipe que realizou a atividade de

investigação e diagnóstico deve verificar se a

atividade demora mais de um dia para ser

concluída, caso afirmativo, esta deve ser

colocada no Kanban de sua equipe, caso

contrário, não é necessário colocar no Kanban,

visto que a mesma pode e deve ser alinhada na

reunião diária desta equipe.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Avaliado

Este estado significa que a requisição se

encontra na fila de atendimento nacional,

categorizada e priorizada de acordo com os

vetores de impacto e urgência. É a partir desta

fila que as equipes devem iniciar a fase de

construção.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Aguardando

Retorno do

Usuário

Este estado ocorre quando o membro, que esta

realizando a fase de avaliação, não

compreende a descrição da requisição ou ainda

a requisição não está de acordo com o padrão

de redação aceito pela célula de serviços de TI

do AGHU. Sendo que a responsabilidade da

requisição retorna para o requisitante a fim de

que este complemente as informações

Equipe de Central de

Serviços (Nível 1)

94

necessárias.

Impedido

Este estado representa que o atendimento de

uma requisição se encontra impedido por

depender de um serviço que não esta

disponível no momento.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Rejeitado

No caso da equipe de sustentação em comum

acordo com a equipe de central de serviços

entenderem que a requisição não faz mais

sentido então esta deve ser rejeitada.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Em

Construção

Após a fase de avaliação é possível iniciar a

construção de um serviço, onde é dado inicio a

implementação do serviço solicitado.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Em

Homologação

Após a construção do serviço a equipe que

atendeu este deve solicitar que o requisitante

valide o serviço a fim de verificar se o serviço

atende ou não.

Equipe de Central de

Serviços (Nível 1)

Reaberto

Caso na fase de validação o requisitante

entenda que o serviço entregue não atende ao

que foi especificado este deve reabrir a

atividade para que as equipes de sustentação

possam avaliar e iniciar o atendimento

novamente.

Equipe de Central de

Serviços (Nível 1)

Concluído

Caso o serviço atendido esteja de acordo com

o solicitado pelo requisitante este é concluído

finalizando o atendimento por parte da célula

de serviços de TI AGHU/POA.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Tabela 17 - Atividades Workflow Requisição de Serviço.

Normalmente, conforme o catálogo de serviços apresentado no Apêndice D, uma

requisição de serviço será atendida pelas equipes responsáveis pelo gerenciamento da

aplicação. Entretanto, no caso de um incidente, as equipes de operação têm a

responsabilidade.

95

Na figura 24 que segue pode-se visualizar o workflow do fluxo principal de um incidente

desde seu registro na ferramenta de apoio até a sua conclusão, sendo que os estados

representados na cor verde representam o fluxo principal deste workflow, na cor azul são

atividades implícitas ao processo.

O fluxo completo pode ser visualizado no Apêndice C.

96

Figura 24 - Workflow Incidentes e Problemas.

97

Na figura 24, conforme citado anteriormente, é apresentado o fluxo principal para realizar

atendimento de nível 2 e 3. Este esboça o workflow principal executado quando é registrado

um incidente ou problema na ferramenta de apoio da célula de serviços de TI AGHU/POA.

Segue, na tabela 18, a relação das atividades apresentadas na figura 24, bem como, as

atividades que compõe os fluxos alternativos (Apêndice C), além de sua a descrição e o

responsável de cada atividade, entretanto será descrito apenas as atividades que não foram

descritas na tabela 17.

Atividade Descrição Responsável

Pendente de

Merge

Este estado significa que a requisição foi

verificada em uma versão candidata a ir para

produção e se encontra de acordo. Logo o

responsável pela implementação deve passar

sua solução para uma versão de produção a

fim de iniciar as próximas fases.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Aguardando

Liberação

para Staging

Este estado é iniciado quando se finaliza o

estado de pendente de merge, significa que a

solução da requisição se encontra em uma

versão de produção e é necessário colocar esta

em um ambiente idem ao ambiente de

produção a fim de iniciar a fase de validação.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Aguardando

Liberação

para

Produção

Após a fase de validação o requisitante

(equipe de central de serviços) deve notificar

as equipes de nível 2 ou 3 caso seja necessário

uma atualização de versão de software em

ambiente de produção, sendo que, deve ser

negociada uma janela de atualização.

Equipes de

Sustentação

(Operação e

Aplicação)

Tabela 18 - Atividades Workflow Incidentes e Problemas.

5.3.4 Método de Trabalho das Equipes da Célula de Serviços de TI

Após a definição dos processos por tipo de requisição, esta seção descreve a definição do

método de trabalho das equipes da célula de serviços de TI do AGHU. De acordo com

organograma apresentado na figura 18, a célula será composta de cinco equipes de trabalho

98

separadas por responsabilidades e prioridades. Essas equipes apresentam o tamanho máximo

de cinco pessoas sendo que todas essas equipes possuem o papel de Líder, sendo que este

deve ser o facilitador e o responsável por fazer com que a equipe entenda e execute o método,

conforme o Scrum sugere.

Os membros das equipes devem ser maduros suficientes para trabalhar em grupo com alta

capacidade de comunicação e ser capazes de se autogerenciarem sem depender de uma pessoa

para dizer o que deve ser feito, sendo que as principais características exigidas são:

1. Maturidade;

2. Pró-atividade;

3. Transparência;

4. Flexibilidade;

5. Alta capacidade de comunicação;

6. Alta capacidade de trabalhar em equipe.

Estas características são fundamentais para o sucesso do método. Além disso, vale

lembrar que a ITIL v3 sugere um plano de comunicação que não seja complexo a fim de

agilizar o processo principalmente na fase de operação de serviço (OGC, 2007e).

Analisando o contexto de uma área de serviços de TI, fica claro que esta não possui

tempo hábil para reunir toda sua equipe a fim realizar reuniões de planejamento de sprint ou

revisão de sprint, conforme o sugerido no Scrum, essas cerimônias têm um tempo variável de

acordo com o tamanho da sprint, por exemplo, para uma sprint de duas semanas é sugerido

uma reunião de quatro horas para o planejamento da sprint (SCHWABER, 2011). Seguindo

essa lógica, caso fosse realizada uma sprint de uma semana seria necessário uma reunião de

planejamento de duas horas o que ainda se torna arriscado para uma equipe de serviços de TI.

Nesse momento surge a necessidade de unir os conceitos de ITIL v3, Kanban, Scrum e XP a

fim de solucionar pontos como:

1. Comunicação rápida e eficiente;

2. Capacidade de planejamento;

3. Rápida resposta a mudanças;

4. Priorizar serviços corretamente;

5. Trabalho em equipe;

6. Melhoria contínua;

99

7. Promoção da colaboração;

8. Processo deve estar vinculado ao planejamento estratégico.

Conforme citado anteriormente, é preciso realizar um planejamento priorizando

atividades de acordo com o planejamento estratégico da célula de serviços de TI do AGHU,

entretanto, é necessário realizar este de forma mais rápida e mantendo a mesma eficácia. É

importante ressaltar que requisições de serviço ou incidentes, em sua grande maioria, não

apresentam o mesmo grau de complexidade de uma estória de usuário, por exemplo, fato este

que possibilita a redução do tempo do planejamento sem perder a eficácia desta cerimônia.

Sendo assim segue as primeiras definições do método de trabalho das equipes:

1. Todas as equipes devem possuir um quadro de Kanban, sendo que suas fases

devem ser as mesmas apresentadas na figura 24, ou seja, devem seguir o mesmo

fluxo configurado na ferramenta de apoio a fim de facilitar o processo. Desta

forma é criado um ambiente informativo, conforme orientação do XP,

aumentando assim a capacidade de comunicação, pois esta passa a ganhar apoio

de forma visual e, além disso, expõe gargalos e falhas do processo para toda a

equipe, oportunizando a autogestão desta e a participação de todos na melhoria

contínua deste processo, pois cada membro desta equipe deve perceber seu valor

no resultado final e com isso sugerir melhorias para toda célula de serviços.

2. Cada equipe deve realizar uma reunião diária em pé, conforme sugerido no

Scrum, em frente ao Kanban com duração máxima de dez minutos. Nesta

cerimônia cada membro deve comunicar à equipe o que fez desde a última

reunião, o que pretende fazer até a próxima e se possuí algum impedimento

(SCHWABER, 2011). Em virtude do cenário de uma equipe de serviços de TI ser

muito dinâmico, esta cerimônia não deve ter um horário fixo para ser realizada,

apenas deve acontecer diariamente e seu tempo de duração foi reduzido pela

mesma característica;

3. Somente devem ser colocadas no Kanban atividades que demorem mais de um

dia de trabalho (8 horas) para serem solucionadas a fim de agilizar o atendimento,

sendo que atividades que não estão no Kanban devem ser alinhadas com a equipe

na reunião diária realizada;

100

4. As equipes devem trabalhar em sprints (conforme sugerido no Scrum) de uma

semana, pois as atividades, em sua grande maioria, não apresentam a mesma

complexidade de uma estória de usuário sendo assim á possível reduzir não

somente o tempo da sprint como os tempos das cerimônias;

5. Cada equipe deve realizar o planejamento da sua sprint no primeiro dia da

iteração, conforme sugerido no Scrum. Sendo que esta cerimônia deve ser

realizada de pé com duração máxima de 25 minutos e em frente ao Kanban, as

atividades devem ser movimentadas a fim de montar o planejamento. Após o

término desta, as atividades planejadas devem ser atualizadas na ferramenta de

apoio.

Nas cinco primeiras definições é possível visualizar de forma clara a união de diferentes

conceitos a fim de maximizar a produtividade e qualidade de todo processo, sendo que, o

Scrum contribuiu especificamente na inclusão de suas cerimônias (reunião diária,

planejamento da sprint e a própria sprint). Para dar seguimento às próximas definições é

necessário um melhor entendimento de como planejar e o que exatamente será planejado,

visto que se trata de uma célula de serviços de TI, onde apresenta atividades operacionais.

A célula de serviços de TI do AGHU deve atender três tipos de atividades: requisições

de serviço, incidentes e problemas (conforme descrito na seção 5.3.3). Entretanto, requisições

de serviços e incidentes são atendidas por ordem de prioridade, porém existem serviços

registrados pela própria equipe que possibilitam a melhoria contínua no atendimento, como

por exemplo, a instalação de uma ferramenta de monitoramento ou a atualização de versão de

qualquer outra ferramenta. Estes serviços são priorizados pela própria equipe a fim de atingir

o planejamento estratégico da célula de serviço de TI do AGHU, bem como outros tipos de

requisições. Sendo assim segue mais algumas definições, principalmente em relação à

cerimônia de planejamento:

1. Requisições de serviço e incidentes de alta prioridade devem ser atendidas de

forma operacional, ou seja, não fazem parte do planejamento, devem entrar nas

demandas operacionais do dia a dia. Vale salientar que mesmo não sendo

planejada, caso a atividade demore mais que um dia para ser concluída, esta deve

estar no Kanban;

101

2. As atividades que não forem de alta prioridade devem ser planejadas a fim de ser

executadas dentro da sprint;

3. Requisições do tipo problema ou atividades para melhoria continua devem entrar

no planejamento da sprint, sendo que, devem ser priorizadas de acordo com o

planejamento estratégico da célula;

4. Toda equipe deve possuir métricas (vide Apêndice E) a fim de entender quanto

tempo à equipe gasta com demandas operacionais, para assim ser possível a

realização de um planejamento mais coerente com sua realidade. Devido a esta

variável de demandas operacionais as equipes devem trabalhar com o conceito de

folga, sugerido no XP.

Com boa parte do método das equipes definido, ainda sobre a sprint, o Scrum sugere uma

reunião de revisão da sprint, com a finalidade de inspecionar o que foi feito e caso necessário

adaptar o backlog do produto (SCHWABER, 2011). Porém, no cenário de serviços de TI, essa

reunião não se faz necessária, pois não está sendo construído um produto e sim entregando

serviços. Entretanto, a fim de promover a colaboração entre equipes e alinhamento entre

essas, define-se que:

1. Deve ser realizada uma reunião de revisão de sprints com todas as equipes a cada

três semanas, sendo que esta deve ser realizada em pé e deve ter duração máxima

de 20 minutos. A intenção principal, além de promover a colaboração e o

alinhamento, é que todos saibam se o trabalho realizado está de acordo com o

planejamento estratégico da célula de serviços, caso não esteja, todos os membros

terão a liberdade de colaborar com novas ideias para que o trabalho realizado

tome o rumo correto.

Definida mais uma das cerimônias, existe um conceito que, apesar de ser comentado,

ainda não foi definido que é a melhoria contínua do trabalho realizado. Um dos pilares do

Scrum, adaptação (SCHWABER, 2011), na qual equipe precisa ser transparente para que na

inspeção se encontre pontos falhos e a partir destes a equipe deve ter a capacidade de adaptar-

se para assim melhorar de forma contínua. Uma das fases da ITIL v3, melhoria contínua de

processo, também se refere à necessidade de sempre estar melhorando.

Talvez uma das grandes vantagens da união da ITIL v3 com algumas práticas ágeis seja

na promoção da colaboração, ou seja, não deve existir mais uma pessoa responsável pela

102

melhoria contínua do trabalho e sim todos os membros da célula de serviços do AGHU

apresentam o mesmo grau de responsabilidade por melhorar continuamente todos os serviços

prestados, pois as práticas ágeis incentivam a colaboração e isto acelera a melhoria continua.

Pela importância destacada no parágrafo acima, define-se que:

1. Devido ao dinamismo das equipes de serviço e com isso a dificuldade de se

realizar uma reunião com todos durante um tempo considerável, cada uma das

equipes deve montar um quadro de lições aprendidas, onde deve ser possível

colocar pontos positivos e pontos negativos em papéis adesivos e lançar estes no

quadro a qualquer momento, ficando visível para todas as equipes;

2. O quadro de lições aprendidas deve ter quatro colunas, peso (1 a 3 para pontos

fortes e -1 a -3 para pontos fracos), ponto forte ou fraco, causa raiz e plano de

ação, sendo que qualquer uma das colunas pode ter uma atividade lançada a

qualquer momento;

3. Deve ser realizada uma revisão do quadro de lições aprendidas no intervalo

máximo de 3 semanas, ou seja, a equipe pode realizar a revisão a qualquer

momento, mas não deve demorar mais do que 3 semanas para realizar esta

revisão. Nesta revisão serão analisados e discutidos brevemente os pontos em

destaque e em comum acordo será definido o plano de ação necessário para

solução destes. Cada plano de ação definido deve ser transformado em atividades

planejáveis que farão parte do Kanban da equipe. Esta cerimônia deve ter duração

máxima de 30 minutos e pode ser realizada em frente ao quadro de lições

aprendidas.

Com estas últimas definições conclui-se a forma de como as equipes devem trabalhar,

com grande foco no trabalho em equipe e na promoção da colaboração entre todos os

membros desta célula. O grande objetivo destas definições esta na tentativa de seguir os

valores ágeis, ou seja, ser ágil e não apenas seguir suas práticas. Obviamente, já descrito neste

trabalho, existe um elo entre os conceitos e o contexto atual que possibilitaram a união destes

a fim de melhorar a realidade atual.

Na próxima seção serão apresentadas adaptações realizadas na ferramenta de apoio

escolhida para o gerenciamento dos serviços de TI prestados pela equipe do AGHU.

103

5.3.5 Ferramenta de apoio

Devido ao Projeto AGHU ser construído com tecnologias de software livre e utilizar o

Redmine (LANG, 2006) como ferramenta de gerenciamento de projetos, entende-se que é

possível utilizar a mesma ferramenta, com algumas customizações e atualizações, para gestão

de serviços. Entretanto, o Redmine apresenta algumas limitações em nível de gestão, mas que,

devido à dificuldade de adquirir uma nova ferramenta e a facilidade para customizar o

Redmine, tomou-se a decisão de utilizar este aplicativo para controle de todas as requisições

de serviço. Para utilização do Redmine será necessário a execução das seguintes tarefas:

1. Atualização da versão: a nova versão apresenta uma série de novas funcionalidades

que podem ajudar bastante às equipes de serviço no controle das requisições,

principalmente, no levantamento de métricas. Também é uma versão mais estável que

garante maior disponibilidade da ferramenta;

2. Inclusão de tipos de serviço: devem ser incluídos tipos como: Requisição de Serviço,

Incidente, Problema e Evento;

3. Inclusão de campos: devem ser incluídos alguns campos para disponibilizar

informações como: catálogo de serviços, categoria do serviço, causa raiz do incidente,

sprint da correção, prioridade, satisfação do atendimento;

4. Disponibilizar acesso ao Redmine para que os HUF’s possam abrir suas

requisições de serviços: deve ser liberado o acesso para os HUF’s.

Com a execução destas atividades eliminamos o ponto negativo “Ferramenta para

cadastro de requisição desatualizada” entre outros que não foram citados. Vale lembrar que a

ferramenta de apoio deve executar os workflows apresentados, principalmente na seção 5.3.3,

por esse motivo será necessária algumas customizações a fim de sustentar o processo

definido.

Após a definição do processo, no próximo capítulo será apresentado a execução destas

definições com um equipe piloto.

104

6 EXECUÇÃO

Com o processo definido, foi iniciada a sua implantação. Este capítulo está dividido em

três seções, são elas: Planejamento da Implantação onde será apresentado um pequeno plano

de implantação; Execução da Implantação onde será apresentado o dia a dia da execução com

fotos e comentários da evolução da implantação; Reaplicação do Instrumento de Avaliação

onde será reaplicado com mais participantes o instrumento de avaliação executado antes da

implantação do novo processo.

6.1 Planejamento da Implantação

Para iniciar a execução da nova proposta de processo é necessário preparar um

planejamento para sua correta implantação, segue o a relação de atividades necessárias para

implantação do novo processo em ordem de prioridade:

1. Modificação da estrutura de equipes do projeto;

2. Mover todas as equipes para mesma sala;

3. Apresentar planejamento estratégico da célula de serviços;

4. Estruturar equipes de central de serviço nos HUF’s;

5. Treinar todas as equipes nos conceitos (ITIL v3, Scrum, XP, Kanban) do novo

processo;

6. Apresentar a ferramenta de apoio para todas as equipes;

7. Apresentar catálogo de serviços para todas as equipes;

8. Apresentar novo processo para todas as equipes;

9. Apresentar método de trabalho para todas as equipes;

10. Acompanhar nos três primeiros sprints o dia a dia de todas as equipes a fim de

ensinar e inspecionar se o processo foi compreendido por todos e está sendo

seguido conforme o definido.

Com a relação de atividades definida, as mesmas devem ser executadas de acordo com o

seguinte cronograma:

105

Atividade Semana

1, 2 e 3 1

4 2

5 3

6 e 7 4

8 5

9 6

10 7, 8 e 9

Tabela 19 - Cronograma de Execução de Atividades de Implantação por Semana.

Na tabela 19, é apresentada a relação de atividades para implantação do novo processo

divididas em semanas, sendo que, de acordo com esta tabela a implantação deve ter duração

de nove semanas. Na próxima seção será apresentada a execução do planejamento de

implantação conforme cronograma visualizado na tabela 19.

6.2 Execução da Implantação

Esta seção tem o objetivo de descrever o andamento da atividade de número 10, citada na

seção anterior, que acompanha nos três primeiros sprints o dia a dia de todas as equipes a fim

de ensinar e inspecionar se o processo foi compreendido por todos e está sendo seguido

conforme o definido. As demais atividades do planejamento foram executadas conforme o

cronograma e são essenciais para o sucesso desta implantação.

Nas semanas anteriores à execução da atividade 10 iniciou-se a construção dos artefatos

de gerenciamento visual, a fim de se criar um ambiente informativo, conforme orientação do

XP. Na figura de número 25, é apresentado um calendário do mês de julho de 2012, onde

todas as equipes deveriam compartilhar da utilização deste, sendo que, foram criados

calendários para todos os demais meses até o final do ano de 2012 (vide Apêndice F).

A finalidade destes calendários é sincronizar e planejar as principais atividades que

devem ocorrer durante os meses do ano de 2012, com isso, as equipes se mantêm

devidamente alinhadas entre si, pois existem dependências entre o trabalho de cada uma

dessas equipes. Assim uma equipe consegue prever, com certa antecedência, atividades na

qual deve estar envolvida. Desta maneira, a comunicação ganha um reforço simples e visual.

106

Figura 25 - Calendário do Mês de Julho.

Ainda sobre a construção de um ambiente informativo que agregue valor no trabalho das

equipes da célula de serviços de TI do AGHU, foi elaborado um quadro para representar a

situação dos HUF’s, este segue na figura 26. Esta figura apresenta a situação em relação à

implantação de todos os HUF’s do Brasil, sendo que estes estão divididos por porte de 1 (para

hospitais menores) a 4 (para hospitais maiores).

Abaixo segue a legenda da figura 26:

• HUF’s escritos em vermelho representam hospitais de porte 4;

• HUF’s escritos em preto representam hospitais de porte 3;

• HUF’s escritos em verde representam hospitais de porte 2;

• HUF’s escritos em azul representam hospitais de porte 1.

107

Figura 26 - Situação HUF's.

Após a construção dos materiais citados anteriormente (figuras 25 e 26), iniciou-se a

montagem do Kanban, conforme definido no capítulo anterior.

A figura 27 apresenta o quadro de Kanban junto com o quadro de lições aprendidas, onde

pode-se perceber que o quadro foi dividido em cinco fases: iniciação; avaliação; execução;

validação; encerramento (conforme a definição descrita no capítulo anterior).

As fases de execução, avaliação e validação apresentam dois momentos, um

representando que está pronto para ser consumido pela próxima fase e outro representando

que está sendo consumido, conforme orientação da metodologia Kanban.

108

Figura 27 - Kanban e Quadro de Lições Aprendidas.

Segue a explicação de cada uma das etapas do Kanban (figura 27):

• Para Fazer (Iniciação): nesta etapa devem ser listadas as atividades mais

prioritárias a fim de ser realizadas nas próximas sprints, em uma comparação com

o Scrum, poderia ser chamada de Backlog do Produto;

• Avaliado (Avaliação): nesta etapa devem ser listadas as atividades que foram

avaliadas e serão executadas na sprint corrente, em uma comparação com o

Scrum, poderia ser chamada de Backlog da Sprint;

• Resp. (Responsável - Execução): esta etapa representa o membro da equipe

responsável pela execução de uma atividade. Como se pode ver na figura 27, cada

um dos papéis (em cor laranja) fixados nesta coluna representa um dos membros

desta equipe.

• Em Construção (Execução): nesta etapa devem ser fixadas atividades que

iniciaram sua construção;

• Construído (Execução): somente é considerado como “construído” a atividade

que estiver no estado “Aguardando Liberação para Staging”, conforme figura 24;

109

• Em Homolog. (Homologação - Validação): após liberação para o ambiente de

staging, pode se iniciar a homologação junto a central de serviços e está etapa

representa a execução da homologação;

• Homologado (Validação): neste deve ser listada todas as atividades que já estão

homologadas e prontas para ser colocada em ambiente de produção;

• Em Transição (Encerramento): atividades que iniciaram o processo de transição

a fim de disponibilizar estas em ambiente de produção;

• Pronto (Encerramento): representa que a atividade se encontra disponível em

produção.

Com o ambiente informativo e o Kanban construídos, é possível iniciar a execução de

todo o processo definido neste trabalho. Assim segue, na figura 28, a primeira reunião de

planejamento da sprint da equipe piloto.

Figura 28 - Planejamento da Sprint – Kanban.

Nessa primeira reunião de planejamento, houve um acompanhamento da equipe a fim de

explicar e entender se o processo está sendo executado de acordo com o que foi definido. Por

110

ser a primeira reunião de planejamento, apesar de ter sido efetuado os treinamentos

planejados na seção anterior, a equipe foi interrompida diversas vezes para uma melhor

explicação em alguns pontos. Pode-se perceber, através da figura 28, que os membros da

equipe já estavam executando algumas atividades e estas foram fixadas no Kanban seguindo

as definições.

Foi definido junto com a equipe um limite de três atividades por pessoa na fase de

execução, seguindo orientação da metodologia Kanban. Sendo que, esta limitação, além das

vantagens citadas na metodologia, deve promover uma melhor gestão do conhecimento bem

como a construção da ideia de um time, onde todos tem a mesma responsabilidade, porém

divididos em papéis diferentes, mas no final da sprint o time deve entregar tudo que se

comprometeu no planejamento.

Na figura 29, segue foto tirada do kanban na metade da semana.

Figura 29 - Kanban Metade da Semana.

Na figura apresentada (29) é possível verificar que o fluxo está sendo executado, restando

apenas uma atividade que ainda não iniciou sua execução. Também pode-se verificar que a

atividade definida como “Folga”, conforme orientação do XP, ainda não iniciou sua execução.

111

No decorrer da semana a equipe seguiu exatamente o processo definido, inclusive

respeitando o tempo máximo de cada reunião, ainda foi possível perceber alguma dificuldade

de alguns membros da equipe em trabalhar com o Kanban, por se tratar de uma mudança de

cultura. Entretanto todos se demonstraram motivados e acreditando nesse novo processo.

Durante a semana a equipe teve diversas conversas entre si com a finalidade de melhorar

o processo e nessa mesma semana já foi possível identificar algumas falhas internas através

de alguns gargalos apresentados no Kanban. Foi possível perceber de forma clara a promoção

da colaboração dessa equipe com todo o processo, que é um dos grandes objetivos do

processo descrito neste trabalho.

A próxima figura (Figura 30) nos apresenta a situação do Kanban após o planejamento da

segunda sprint de execução da implantação do novo processo.

Figura 30 - Kanban com início Nova Sprint.

Na figura 30 é interessante analisar alguns pontos, como por exemplo, nem todos os itens

da planejados na sprint anterior foram concluídos, alguns ficaram trancados na fase de

transição e outros na fase de homologação. Seguindo este exemplo é possível identificar

112

gargalos nesses pontos do fluxo de trabalho e a partir disso a equipe percebeu um ponto a

melhorar e iniciou a utilização do quadro de lições aprendidas. Ainda nesta figura é possível

perceber uma atividade lançada dentro do contexto de “folga” do XP e, além disso, a ideia de

limites por membro da equipe a fim de promover a troca de conhecimento, ninguém da equipe

está trabalhando em mais de três atividades.

O quadro de lições aprendidas que aparece nas figuras 28, 29 e 30, deve alavancar de

maneira colaborativa a melhoria contínua do processo executado pela equipe, os pontos fracos

devem estar relacionados a uma causa raiz e baseado nesta deve ser elaborado um plano de

ação ou atividade que será planejada pela equipe para ser executada dentro de uma sprint,

assim tem-se um processo melhoria cíclica.

Ao final da terceira semana de execução do novo processo foi reaplicado o instrumento

de avaliação a fim de validar os resultados obtidos, na próxima seção será detalhada essa nova

execução do instrumento.

6.3 Reaplicação do Instrumento de Avaliação

Nesta seção apresenta o resultado da reaplicação do instrumento de avaliação, definido no

capítulo 4 (tabelas 2, 3, 4 e 5), a fim de comparar os resultados obtidos antes a implantação do

processo descrito neste trabalho para que se tenha convicção do sucesso ou insucesso da

aplicação deste.

A primeira execução do instrumento de avaliação foi aplicada a dois membros da antiga

equipe de operação, entretanto a nova execução foi aplicada com seis membros na nova célula

de serviços de TI do AGHU, assim aumentando a amostragem do resultado.

O autor desta monografia não participou da amostragem inicial e nem da amostragem

final, sendo que a reaplicação do instrumento foi realizada novamente através da ferramenta

Google Docs e a média de suas respostas podem ser visualizados no Apêndice G.

Segue um pequeno resumo sobre o perfil de cada participante.

Participante 1

Tempo de experiência na área de TI: 19 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 11 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 3 anos

Atividades atuais na equipe de aplicação do AGHU:

113

• Líder de equipe de aplicação;

• Monitora bancos de dados utilizados Projeto AGHU;

• Monitora ambientes utilizados para o Projeto AGHU.

Participante 2

Tempo de experiência na área de TI: 8 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 5 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 3 anos

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Líder de equipe de operação;

• Responsável pela sustentação e implantação do Projeto AGHU.

Participante 3

Tempo de experiência na área de TI: 6 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 1 ano

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 1 ano e 3 meses

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Desenvolvedor de sistemas;

• Resolução de incidentes e problemas relacionados ao Projeto AGHU;

• Instalações vinculadas ao Projeto AGHU.

Participante 4

Tempo de experiência na área de TI: 8 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 2 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 1 ano e 3 meses

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Desenvolvedor de sistemas;

• Resolução de incidentes e problemas relacionados ao Projeto AGHU;

• Instalações vinculadas ao Projeto AGHU.

Participante 5

Tempo de experiência na área de TI: 9 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 2 anos

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 3 anos

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Desenvolvedor de sistemas;

114

• Resolução de incidentes e problemas relacionados ao Projeto AGHU;

• Instalações vinculadas ao Projeto AGHU.

Participante 6

Tempo de experiência na área de TI: 12 anos

Tempo de experiência na área de serviços de TI: 1 ano

Tempo de experiência no Projeto AGHU: 3 anos

Atividades atuais na equipe de operação do AGHU:

• Analista de Qualidade;

• Responsável pela garantia de qualidade do produto AGHU.

Tabela 20 - Perfil dos Participantes da Avaliação Final.

Para reaplicação desta avaliação foram realizados treinamentos, previstos no

planejamento de implantação, entre os participantes a fim de nivelar conhecimentos sobre as

boas práticas estudadas neste trabalho.

Na tabela 21 que segue são apresentados os resultados da reaplicação do instrumento de

avaliação, as informações estão agrupadas e somadas por grau de maturidade, conforme

realizado na avaliação inicial.

Gerência de

Serviços –

Projeto

AGHU

Inicial Repetível Definido Gerenciado Otimizado

Estratégia

de Serviço 1 4 17 27 17

Desenho de

Serviço 6 13 30 26 9

Transição

de Serviço 0 7 21 8 6

Operação de

Serviço 2 2 15 14 15

Melhoria

Contínua de

Processo

2 7 13 13 7

115

Scrum 3 10 13 32 32

XP 5 9 12 5 5

Kanban 0 0 3 3 18

Tabela 21 - Respostas da Reavaliação Agrupadas por Nível de Maturidade.

A figura 31 que segue apresenta os números descritos na tabela 21 sendo que os valores

foram transformados para percentual.

Figura 31 - Gráfico de Respostas da Reavaliação Agrupada por Nível de Maturidade.

Esta seção encerra este capítulo. No próximo capítulo será realizado uma análise dos

resultados obtidos.

116

7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O gráfico apresentado na figura 31 no capítulo anterior apresenta uma melhoria

significativa em relação ao resultado obtido na primeira execução do instrumento de avaliação

(figura 15). Neste é possível perceber que a média da maturidade ficou entre 3 e 4, apesar do

Kanban ter apresentado um excelente resultado.

A tabela 22 que segue apresenta a média da avaliação inicial comparada com a média

obtida na avaliação final separada por área de conhecimento de acordo com o instrumento de

avaliação.

Gerência de Serviços – Projeto AGHU Média (Inicial) Média (Final)

Estratégia de Serviço 1,54 3,83

Desenho de Serviço 1,45 3,22

Transição de Serviço 1,80 3,30

Operação de Serviço 2 3,8

Melhoria Contínua de Processo 1,43 3,38

Scrum 1,42 3,88

XP 1,61 2,88

Kanban 1,58 4,62

Tabela 22 – Média Comparativa entre Avaliações por Área de Conhecimento.

Através dos dados apresentados na tabela 22 foi obtido o gráfico comparativo (avaliação

inicial versus final) presente na figura 32.

117

Figura 32 - Gráfico Comparativo da Execução do Instrumento de Avaliação.

O gráfico comparativo apresentado na figura 32 resume em alto nível o resultado gerado

pela implantação do processo definido neste trabalho. A barra em azul corresponde à primeira

execução do instrumento de avaliação realizada com três participantes, membros da antiga

equipe de operação do projeto. A barra em vermelho corresponde a segunda execução do

instrumento de avaliação executado com seis participantes sendo todos membros da célula de

serviços.

Ficou claro, pela percepção da própria equipe da célula, que houve a implantação de um

processo que aproximou, o trabalho realizado por está célula, das boas práticas citadas neste

trabalho. Com isso o trabalho atinge seus objetivos e seguindo as boas práticas deve mudar a

situação desta célula, com um ambiente controlado, processos específicos, melhoria contínua

e promoção da colaboração aumentando assim a qualidade do atendimento.

Pela análise realizada, principalmente na figura 32, é possível perceber uma grande

melhoria no processo de acordo com a percepção dos próprios membros desta célula de

serviços. No intuito de relatar e analisar os resultados obtidos, este capítulo esta divido em

duas seções, onde serão relacionados os pontos positivos e negativos da implantação do novo

processo, e, além disso, também deve ser explicado como melhorar os pontos fracos

relacionados.

118

7.1 Análise de Pontos Positivos e Negativos

Após a execução final do instrumento de avaliação, mesmo que esse tenha obtido um

resultado satisfatório, foi possível identificar pontos positivos e negativos no novo processo

definido. Segue uma relação dos pontos positivos levantados durante a execução deste novo

processo:

1. Promoção da colaboração: durante a execução dos sprints ficou visível a

melhoria do comportamento das equipes, claro que ainda de uma forma cautelosa,

mas percebeu-se que uma certa motivação em querer melhorar;

2. Comunicação: um ponto fundamental e, junto com a promoção da colaboração, o

grande foco do novo processo. Este item demonstrou uma melhoria significativa

em relação ao entendimento da responsabilidade da equipe. Os membros

demonstraram preocupação no sucesso da conclusão da sprint e não apenas de

suas atividades.

3. Ambiente Informativo: ficou evidente a melhora na comunicação e alinhamento

entre equipes com a construção do ambiente informativo, as discussões passaram

a ser realizadas em frente ao quadro de Kanban ou no calendário, fazendo com

que a equipe tomasse decisões rápidas e em conjunto.

4. Melhoria Continua: aliado a essa mudança de cultura surge a melhoria continua,

fundamental nessa nova proposta de processo, entretanto a sugestão de melhoria

deve partir das equipes, no sentido da promoção da colaboração.

5. Organização: o novo processo organizou o trabalho realizado pela célula de

serviços, principalmente por seguir orientações da ITIL v3.

6. Trabalho em equipe: construção de um modelo de equipe de se trabalhar onde a

equipe toda possuí a mesma responsabilidade, o que acaba promovendo a troca de

conhecimentos a fim de atingir o objetivo da equipe.

Além dos pontos positivos, também foi possível identificar alguns pontos negativos:

1. Ferramenta de gerenciamento de serviços ainda não contempla todas as

necessidades;

2. Manter o controle do trabalho em duas ferramentas (Kanban e ferramenta de

apoio);

119

3. Workflow de incidentes e problemas ainda não contempla todas as necessidades

da célula de serviços de TI do AGHU;

4. Pouco foco no processo de gerenciamento de eventos da ITIL v3;

5. Falta de uma padronização de métricas.

Na próxima seção será realizada uma pequena análise dos pontos fracos citados.

7.2 Análise de Pontos a Melhorar

Baseado nos pontos negativos citados na seção anterior será realizado uma análise de

como aperfeiçoar tais pontos:

1. Ferramenta de gerenciamento de serviços ainda não contempla todas as

necessidades: deve ser levantado os pontos ainda pendentes e verificar a

possibilidade de customização da ferramenta ou a compra de outra;

2. Manter o controle do trabalho em duas ferramentas (Kanban e ferramenta

de apoio): no inicio a equipe não gostou muito da ideia de ter o controle do fluxo

de trabalho em dois locais, para solução deste ponto deve ser realizado

treinamentos para o entendimento dos conceitos entre todos da equipe;

3. Workflow de incidentes e problemas ainda não contempla todas as

necessidades da célula de serviços de TI do AGHU: ainda existem algumas

atividades não contempladas pelo o workflow definido, entretanto a ideia é focar

na melhoria continua e que todos da equipe contribuam para melhoria deste

workflow entendendo os pontos fracos e criando planos de ação para solução

destes;

4. Pouco foco no processo de gerenciamento de eventos da ITIL v3: mesmo

focado na fase de operação de serviço, este trabalho não abordou muito o

processo de gerenciamento de eventos. Este ponto é importante para que a célula

de serviços seja cada vez mais proativa e menos reativa na correção de incidentes,

para isso será necessário a elaboração de um planejamento a fim de solucionar

este ponto;

5. Falta de uma padronização de métricas: apesar de existir métricas (vide

Apêndice E) ainda falta uma padronização no processo de coleta e das próprias

métricas, no sentido de alinhar estas com o planejamento estratégico da célula.

120

Para melhorar este ponto, deve ser realizado um trabalho para se ter o

entendimento dos objetivos e baseado nestes criar as métricas a fim de verificar se

os resultados estão de acordo com o planejamento estratégico.

Com o detalhamento dos pontos, este capítulo se encerra. No próximo capítulo será

concluído este trabalho.

121

8 CONCLUSÃO

A oportunidade de realização deste trabalho nasceu devido ao Projeto AGHU e a

necessidade de constituir uma célula de serviços de TI a fim de sustentar este projeto em 46

Hospitais Universitários Federais. Esta célula de serviços já possuía uma estrutura, no

entanto, esta era insuficiente para os planos desejados para o projeto. Além disso, a equipe

não possuía maturidade em nível de processo ou qualquer outra boa prática conhecida para

gerenciamento de serviços.

Este trabalho se iniciou com o objetivo principal de definir e implantar um processo de

gerenciamento de serviços constituído com base na ITIL v3 com foco na fase de operação de

serviço e práticas ágeis aplicadas à realidade do Projeto AGHU, para assim, melhor atender as

necessidades dos HUF’s. Considera-se que o objetivo principal foi alcançado, pois hoje a

célula de serviços funciona com o processo definido neste trabalho.

Além disso, este trabalho possibilitou um melhor entendimento das boas práticas

sugeridas pela ITIL v3 e os métodos ágeis, o que norteou a definição do novo processo, bem

como o entendimento do contexto da área de serviços de TI para o Projeto AGHU, ponto

fundamental para estruturação deste. Após a execução, foi realizada uma reavaliação dos

resultados para assim verificar se houve o ganho esperado com o novo processo. Com isso

entende-se que o trabalho alcançou todos os objetivos inicialmente definidos.

O novo processo apresentou resultados positivos em comparação com a avaliação

realizada antes de sua implantação, sendo que, as duas avaliações foram realizadas por

membros da própria equipe de serviços de TI que já nas primeiras semanas de execução

levantaram pontos positivos e negativos. Os pontos negativos geraram atividades que deram

início ao ciclo de melhoria contínua sendo possível visualizar claramente a promoção da

colaboração.

Vale salientar também que este trabalho foi selecionado para a sessão de pôsteres do IX

Seminário de Gerenciamento de Projetos. Durante sua finalização foi enviado seu conteúdo

em formato de pôster para o IX Seminário de Gerenciamento de Projetos e este se deu por

vencedor (PMI, 2012).

Por fim, considera-se que um dos pontos mais relevantes deste trabalho, além das

melhorias que o novo processo trouxe para esta célula, foi o entendimento de que os

princípios ou valores são fundamentais para construção de qualquer processo, visto que este

122

trabalho uniu várias boas práticas a fim de constituir um processo que sempre esteve

preocupado com seus valores.

8.1 Limitações do Trabalho

Nesta seção serão comentadas algumas das limitações deste trabalho.

Uma das primeiras limitações que pode ser citada é em relação ao número pequeno de

pessoas que executaram o instrumento de avaliação. Com uma amostragem maior seria

possível ter números mais próximos da realidade.

Outra limitação enfrentada foi a falta recursos humanos que impossibilitou a formação do

número de equipes desejado neste trabalho. Devido a este problema a célula de serviços de TI

teve que ser formada inicialmente com três equipes que contemplaram a proposta do novo

processo, mas não da maneira desejada.

E por último, a necessidade do uso de ferramentas livres aliada à dificuldade de aquisição

de outra ferramenta, fez com que se tivesse poucas opções de ferramentas para gerenciamento

de serviços. Assim foram necessárias diversas alterações na ferramenta escolhida para que

esta atendesse às necessidades exigidas pelo processo definido neste trabalho e mesmo assim

não contemplou todo o necessário. Por este motivo ainda existe uma busca por outras

ferramentas que venham a suprir as necessidades restantes.

8.2 Trabalhos Futuros

Sempre existe a possibilidade de melhorar, e no caso deste trabalho, não seria diferente.

A proposta deste trabalho foi da aplicação da ITIL v3 utilizando práticas ágeis focada apenas

no processo de operação do serviço, ou seja, além da possibilidade de melhorar esta proposta,

ainda existe mais quatro fases da ITIL v3 que podem gerar trabalhos futuros.

Especificamente, no tema deste trabalho, seria possível explorar ainda mais a

metodologia Kanban aliada a metodologias ágeis como Scrum e XP para a execução de

serviços de TI baseada na ITIL v3, e na fase de operação de serviço ainda seria possível

aprofundar mais no processo de gerenciamento de eventos. Sugire-se ainda foco na fase de

melhoria contínua de processo, por considerar uma das principais fases da biblioteca da ITIL

v3.

123

Independente do trabalho que for realizado é fundamental que se tenha cuidado com o

número de pessoas que poderão participar da avaliação do instrumento de pesquisa, pois uma

das limitações deste trabalho foi exatamente o baixo número de pessoas que responderam o

instrumento. Além do instrumento de avaliação, seria interessante a comparação de métricas

ou indicadores antes e depois da implantação do trabalho para melhor entender os resultados.

124

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECK, Kent et al. Manifesto Ágil. Disponível em <http://agilemanifesto.org>, 2001. Último

acesso em: 23/08/2012.

BECK, Kent. Extreme Programming. Disponível em <http:// extremeprogramming.org>,

2009. Último acesso em: 23/08/2012.

BOEG, Jasper. Priming Kanban - A 10 step guide to optimizing flow in your software

delivery system. Denmark: Chronografisk A/S, 2011.

BON, Jan van. IT Service Management: An Introduction. Van Haren Publishing, 2002.

LANG, Jean. Redmine. Disponível em <http://redmine.org/ >, 2006. Último acesso em:

23/08/2012.

KNIBERG, Henrik. Scrum e XP direto das Trincheiras. United States of America:

C4Media Inc., 2004.

MEC, Ministério da Educação. Projeto AGHU. Disponível em <http:// aghu.mec.gov.br>,

2009. Último acesso em: 23/08/2012.

OGC, Office of Government Commerce. ITIL v3 The Official Introdution to the ITIL

Service Lifecycle. United Kingdom: The Stationery Office, 2007a.

OGC, Office of Government Commerce. ITIL v3 Service Strategy. United Kingdom: The

Stationery Office, 2007b.

OGC, Office of Government Commerce. ITIL v3 Service Design. United Kingdom: The

Stationery Office, 2007c.

125

OGC, Office of Government Commerce. ITIL v3 Service Transition. United Kingdom: The

Stationery Office, 2007d.

OGC, Office of Government Commerce. ITIL v3 Service Operation. United Kingdom: The

Stationery Office, 2007e

OGC, Office of Government Commerce. ITIL v3 Service Improvement. United Kingdom:

The Stationery Office, 2007f

PMI, Project Management Institute. IX Seminário de Gerenciamento de Projetos.

Disponível em <http://www.seminario.pmirs.org.br/site/home>, 2012. Último acesso em:

24/09/2012.

PMI, Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em

Gerenciamento de Projetos Quarta Edição (PMBOK). Pennsylvania: Project Management

Institute Inc., 2008.

RASMUSSON, Jonathan. The Agile Samurais - How Agile Masters Deliver Great

Software. United States of America: Susannah Davidson Pfalzer, 2010.

SKARIN, Mattias et al. Kanban e Scrum - obtendo o melhor de ambos. United States of

America: C4Media Inc., 2009.

SCHWABER, Ken et al. Guia do Scrum. Disponível em <http://scrum.org/scrumguides/>,

2011. Último acesso em: 23/08/2012.

126

APÊNDICE A – Dados coletados no instrumento de avaliação

Questão Participante 1 Participante 2 Participante 3

1 2 1 2

2 2 1 1

3 1 1 1

4 2 2 2

5 2 2 2

6 1 2 1

7 1 1 1

8 1 1 1

9 2 2 2

10 1 2 2

11 1 2 1

12 1 2 1

13 2 2 2

14 2 2 2

15 1 2 1

16 1 1 1

17 1 1 1

18 1 1 1

19 2 2 2

20 1 2 2

21 2 2 2

22 2 2 1

23 1 2 1

24 1 2 1

25 2 2 2

26 2 2 2

27 2 2 2

28 2 1 2

127

29 2 1 2

30 1 1 2

31 1 1 1

32 1 1 2

33 1 2 2

34 1 1 1

35 1 1 2

36 2 2 2

37 1 2 1

38 2 3 3

39 1 1 2

40 2 3 2

41 2 3 2

42 1 3 1

43 2 2 2

44 2 1 2

45 2 1 2

46 2 1 2

47 2 1 2

48 1 1 1

49 1 1 1

50 1 1 1

51 2 1 2

52 2 1 2

53 1 1 1

54 1 1 1

55 1 1 1

56 1 1 1

57 1 3 1

58 1 1 2

59 2 2 2

60 1 3 1

128

61 2 2 2

62 1 1 1

63 1 2 2

64 2 2 2

65 2 3 2

66 2 2 2

67 1 1 2

68 2 3 2

69 1 2 1

70 2 5 2

71 1 1 1

72 1 1 1

Média 1,46 1,68 1,58

Tabela 23 - Dados Primeira Execução do Instrumento de Avaliação.

129

APÊNDICE B – Fluxo completo de uma requisição de serviço

Figura 33 - Workflow Completo Requisições de Serviço.

130

APÊNDICE C - Fluxo completo de um incidente ou problema

Figura 34 - Workflow Completo Incidentes e Problemas.

131

APÊNDICE D – Catálogo de serviços

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Descrição do serviço Equipe

Como

solicitar o

serviço

1º Nível

Atendimento

prove

suporte

inicial?

Banco de Dados

Alteração Estrutural

Qualquer mudança de estrutura nos bancos suportados pelo time do AGHU.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Configuração Manutenção de configuração nos bancos suportados pelo time do AGHU.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Carga de Dados

Manutenção dos dados nos bancos suportados pelo time do AGHU.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Esperanto Carga de Dados Manutenção das tabelas do banco de dados denominado Esperanto.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Parametrização Manutenção da tabela AGH_PARAMETROS.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Versionamento Aplicação de Objetos de Banco. Versionamento do banco conforme a aplicação.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

132

Banco de Dados

Publicação Aplicação de mudanças no banco de dados em ambientes.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Backup "Criação de scripts para agendamento de backup de dados. Validação periódica dos agendamentos de backup."

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Restore Restaurar o backup da base de dados.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Sequence Manutenção de sequence de banco de dados.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Banco de Dados

Permissões Manutenção de permissões de banco de dados.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Aplicação Publicação Compilar aplicação no ambiente solicitado e publicar no respectivo servidor.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Integração Contínua

Novo serviço Solicitar automação de processos.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Integração Contínua

Manutenção dos serviços existentes

Alterar serviços existentes na ferramenta de automação.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Qualidade Automatização de Testes - Execução

Execução de Testes Automatizados para liberação de nova versão.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Configuração Criação de branch / Tag

Criar novo repositório de desenvolvimento.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

133

Software Configuração Manutenção de branch / Tag

Restaurar, alterar e excluir repositórios de desenvolvimento.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Configuração Realização de Merge

Realizar a manutenção de revisions entre respositórios diferentes.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Configuração Liberação de Versão

Criar versão definitiva de ambiente.

Sustentação - Aplicação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Perfis Configuração de Perfis do AGHU.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Impressoras Configuração de impressoras para impressão no AGHU.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Usuários Configuração dos usuários cadastrados no AGHU.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Unidades Funcionais

Cadastrar, vincular impressoras, editar e excluir unidades funcionais.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Parâmetros Configuração de parâmetros de sistema.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Reindexação Reindexação de tabelas como: AipCidades, AipTipoLogradouros, AipSinonimosOcupacao, AipOcupacoes, AipLogradouros.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Refonetização Refonetizar software de busca Lucene.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Sim

Software Manutenção Microcomputadores Cadastrar, editar, Sustentação - Ferramenta Sim

134

associar ou excluir microcomputadores.

Operação de Apoio.

Software Manutenção Arquitetura Qualquer problema identificado na arquitetura da aplicação.

Arquitetura Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Pacientes Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Pacientes.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Internação Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Internação.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Prescrição Médica Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Prescrição Médica.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Indicadores Hospitalares

Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Indicadores.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Farmácia Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Farmácia.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Registro Colaborador

Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Registro Colaborador.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Ambulatório Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

135

na aplicação no módulo de Ambulatório.

Software Manutenção Estoque Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Estoque.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Exames Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Exames.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Controle de Pacientes

Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo de Controle de Pacientes.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção SICON Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação no módulo SICON.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Software Manutenção Outros Serviços, Incidentes ou Problemas encontrados na aplicação.

Sustentação - Operação

Ferramenta de Apoio.

Implantação Inspeção Viagens, Relatórios, Reuniões, etc. Tudo que for referente a etapa de inspeção de HUF’s.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Implantação Instalação Toda a instalação necessária para implantar o AGHU.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Implantação Treinamento Treinamentos em geral. Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

136

Implantação Testes Automatizado Testes automatizados para garantir a qualidade da versão que se deseja implantar.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Implantação Testes Regressional Testes regressionais para garantir a qualidade da versão que se deseja implantar.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Implantação Suporte Suporte ou apoio em atividades do planejamento de implantação.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Redmine Inclusão Inclusão de novos usuários, projetos, tipos de tarefas, etc.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Redmine Alteração Alteração de dados de usuários cadastrados, projetos, tarefas, etc.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Redmine Exclusão Exclusão de dados de usuários cadastrados, projetos, tarefas, etc.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Redmine Treinamento Treinamento de como solicitar um serviço para equipe de suporte do AGHU pelo Redmine.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Redmine Coaching Coaching de como melhor utilizar a ferramenta para solicitar um serviço para equipe de suporte do AGHU pelo Redmine.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

137

Redmine Dúvida Diversas Dúvidas em relação a ferramenta, desde que tenham relação com o AGHU.

Sustentação - Delivery

Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação SVN Instalar SVN. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Jboss Instalar Jboss. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Postgres Instalar PostgreSQL. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Redmine Instalar Redmine. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Maven Instalar Maven. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Archiva Instalar Archiva. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Jenkins Instalar Jenkins. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação CUPS Instalar CUPS. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Pentaho Instalar software de business intelligence - Pentaho.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação LDAP Instalar LDAP. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Servidor Instalar Servidor. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Rede Instalar Rede. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Storage Instalar Storage. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

138

Infraestrutura Instalação Firewall Instalar Firewall. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Monit Instalar Monit. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Gateway SSH Instalar gw ssh. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Apache Instalar Apache. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação XenServer Instalar XenServer(appliances).

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação DNS Instalar DNS. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação Monitoramento Instalar ferramentas para monitoramento.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Instalação SO Instalar Sistema Operacional.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Jboss Manutenção do Jboss. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção PostgreSQL Manutenção do PostgreSQL.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Redmine Manutenção do Redmine.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Maven Manutenção do Maven. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Archiva Manutenção do Archiva. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Jenkins Manutenção do Jenkins. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção CUPS Manutenção do CUPS. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Sim

139

Infraestrutura Manutenção Pentaho Manutenção do Pentaho. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção LDAP Manutenção de LDAP. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Sim

Infraestrutura Manutenção Servidor Manutenção de Servidor.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Rede Manutenção de Rede. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Storage Manutenção de Storage. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Firewall Manutenção de Firewall.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Monit Manutenção Monit. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Gateway SSH Manutenção gw ssh. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Apache Manutenção Apache. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção XenServer Manutenção XenServer (appliances).

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Sim

Infraestrutura Manutenção DNS Manutenção DNS. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Sim

Infraestrutura Manutenção SO Manutenção SO. Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Infraestrutura Manutenção Monitoramento Manutenção das ferramentas de monitoramento.

Infraestrutura Ferramenta de Apoio.

Sim

Suporte Dúvidas Diversas Dúvidas sobre o AGHU. Todas Ferramenta de Apoio.

Suporte Dúvidas Usabilidade Dúvidas sobre usabilidade do AGHU.

Todas Ferramenta de Apoio.

Sim

140

Suporte Dúvidas Negócio Dúvidas sobre negócio do AGHU.

Todas Ferramenta de Apoio.

Sim

Suporte Informações Diversas Informações sobre o AGHU.

Todas Ferramenta de Apoio.

Tabela 24 - Catálogo de Serviços

141

APÊNDICE E – Métricas

O gráfico que segue (figura 35) representa o número total de requisições (serviços,

incidentes e problemas) que são registradas por sprint para célula de serviços de TI do

AGHU. Com essa informação é possível analisar a demanda operacional existente e com isso

entender quais os momentos aonde será necessário maior ou menor capacidade a fim de

melhor sustentar as demandas registradas.

Figura 35 - Número de Requisições Registradas por Sprint.

Segue, na figura 36, o número total de requisições (serviços, incidentes e problemas) que

são concluídas por sprint pela célula de serviços de TI do AGHU. Com essa informação é

possível analisar a capacidade de resposta da equipe a cada sprint.

142

Figura 36 - Número de Requisições Concluídas por Sprint.

A próxima ilustração (figura 37) representa o número total de requisições de tipo

“Serviço” que são registradas por sprint para célula de serviços de TI do AGHU. Com essa

informação é possível analisar a demanda operacional existente especificamente para o tipo

“Serviço”.

143

Figura 37 - Número de Requisições de Tipo “Serviço” registradas por Sprint.

Na figura 38, o gráfico apresentado representa o número total de requisições de tipo

“Incidente” que são registradas por sprint para célula de serviços de TI do AGHU. Com essa

informação é possível analisar a demanda operacional existente especificamente para o tipo

“Incidente”.

144

Figura 38 - Número de Requisições do Tipo “Incidente” registradas por Sprint.

Segue, na figura 39, ilustração que representa o número total de requisições por item do

catálogo de serviços que são registradas por sprint para célula de serviços de TI do AGHU.

Com essa informação é possível analisar toda demanda existente especificamente por item do

catálogo de serviço. Possibilitando o conhecimento dos serviços mais solicitados bem como

os menos solicitados.

145

Figura 39 - Número de Requisições por Item do Catálogo de Serviços.

No gráfico que segue, representado na figura 40, representa o número total de requisições

que são registradas por HUF para célula de serviços de TI do AGHU. Com essa informação é

possível analisar toda demanda registrada por Hospital Universitário Federal.

Figura 40 - Número de Requisições Registradas por HUF.

146

Na figura 41 que segue, é apresentado um gráfico com o número total de requisições que

são registradas por prioridade de atendimento para célula de serviços de TI do AGHU. Com

essa informação é possível analisar toda demanda registrada dividida por prioridade e com

isso melhor entender a qualidade do serviço entregue.

Figura 41 - Número de Requisições por Prioridade.

147

APÊNDICE F – Exemplos de Ambiente Informativo

Figura 42 - Calendário do Mês de Agosto.

Figura 43 - Calendário Meses de Setembro e Outubro.

148

APÊNDICE G – Dados coletados na reavaliação do instrumento de pesquisa

Questão Part. 1 Part. 2 Part. 3 Part. 4 Part. 5 Part. 6

1 3 3 4 4 4 5

2 3 3 5 5 4 4

3 4 3 3 3 4 3

4 4 4 5 5 5 4

5 4 3 5 5 4 5

6 4 4 5 5 4 5

7 4 4 5 5 4 5

8 3 3 4 4 4 3

9 2 2 5 3 4 2

10 2 4 5 4 3 2

11 2 4 3 3 4 2

12 2 4 3 3 4 3

13 2 4 3 4 3 1

14 4 4 5 5 4 3

15 5 4 1 3 5 3

16 2 2 2 3 3 1

17 3 2 1 1 5 1

18 2 1 4 4 5 3

19 3 4 5 5 4 3

20 2 3 2 2 4 3

21 3 3 5 4 4 3

22 3 1 5 5 4 2

23 2 3 4 4 4 4

24 3 2 3 3 3 3

25 3 2 4 4 4 2

26 3 2 5 3 5 3

27 3 4 4 4 5 3

28 3 2 5 3 4 3

149

29 2 3 3 3 3 3

30 3 3 4 3 3 3

31 3 3 5 4 4 3

32 3 4 5 5 4 4

33 3 3 3 4 4 4

34 3 3 1 3 3 3

35 3 3 4 4 4 2

36 3 3 4 3 4 2

37 1 3 1 3 3 2

38 4 4 5 5 5 5

39 4 2 5 5 4 4

40 3 4 5 5 5 4

41 3 4 5 5 5 4

42 3 4 3 4 4 3

43 3 4 3 5 4 3

44 3 4 5 5 5 4

45 3 4 5 5 4 5

46 3 1 1 2 4 1

47 3 4 5 5 4 4

48 2 3 5 5 4 5

49 2 2 5 3 3 5

50 3 4 5 5 4 4

51 3 4 5 5 4 4

52 2 4 5 5 4 4

53 2 4 5 5 4 5

54 2 4 5 5 4 5

55 2 4 5 5 4 5

56 2 4 5 5 4 4

57 2 5 5 5 4 5

58 2 4 5 4 4 4

59 3 2 3 2 3 2

60 2 2 3 3 3 1

150

61 3 2 3 3 3 3

62 1 2 1 1 3 1

63 2 3 4 3 4 3

64 2 3 5 3 4 3

65 3 4 5 4 4 4

66 2 3 5 5 3 2

67 2 4 5 4 4 3

68 3 4 5 5 5 4

69 3 4 5 5 5 5

70 4 5 5 5 5 5

71 3 5 5 5 5 5

72 3 5 5 4 5 5

Média 2.76 3.29 4.11 4 4.01 3.375

Tabela 25 - Dados Segunda Execução do Instrumento de Avaliação.