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Políticas públicas para a Energia: Desafios para o próximo quadriênio 31 de maio a 02 de junho de 2006 Brasília - DF Aplicação da ACC e Inclusão dos Atores dentro do PIR da Região de Araçatuba-SP 1 Miguel Edgar Morales Udaeta 2 Ricardo Junqueira Fujii 2 Ricardo Lacerda Baitelo 1 Geraldo Francisco Burani 1. RESUMO Este artigo pretende discorrer sobre o projeto de pesquisa relacionado à concretização da elaboração do PIR para a região do Oeste Paulista. São focados, principalmente, a Avaliação de Custos Completos (análise energética nas dimensões econômica, financeira, ambiental, social e política) dos recursos energéticos de oferta avaliados, assim como uma aplicação prática da mesma, através de uma dinâmica realizada com participantes da questão energética local e a participação de todos os atores energéticos em uma oficina de avaliação de custos completos de recursos locais, na qual se buscou a interação com os atores e o levantamento dos recursos disponíveis. 2. ABSTRACT Four years ago, GEPEA-USP (Energy Group of the Electric Power and Automation Department of the University of São Paulo) started working as a team with Cooperhidro (Cooperative of the Hydroviary Sector of Araçatuba – Agency of Regional Development), seeking to provide conditions to the Sustainable Development of the West of the State of São Paulo (Region of Araçatuba). A project in public policies has been developed, which aimed at the first steps to eaborating the Integrated Resources Planning to the region of Araçatuba. In this abstract, we focus in part of the executed process of IRP: the Full Cost Accounting of evaluated supply resources, as well as a practical application of the FCA, through a workshop including participants of the local energy issue. The accomplishment of both FCAs, the technical and the public one is highly positive as it enables the research team to receive a feedback from the several agents involved in the local energy issue. 1 INSTITUTO DE ENERGIA E ELETROTÉCNICA DA USP – IEE/USP 2 GRUPO DE ENERGIA DO DEPTO DE ENERGIA E AUTOMAÇÃO ELÉTRICAS DA EPUSP – GEPEA-USP 1

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Políticas públicas para a Energia: Desafios para o próximo quadriênio31 de maio a 02 de junho de 2006

Brasília - DF

Aplicação da ACC e Inclusão dos Atores dentro do PIR da Região de Araçatuba-SP

1Miguel Edgar Morales Udaeta 2Ricardo Junqueira Fujii 2Ricardo Lacerda Baitelo 1Geraldo Francisco Burani 1. RESUMO

Este artigo pretende discorrer sobre o projeto de pesquisa relacionado à concretização da elaboração do PIR para a região do Oeste Paulista. São focados, principalmente, a Avaliação de Custos Completos (análise energética nas dimensões econômica, financeira, ambiental, social e política) dos recursos energéticos de oferta avaliados, assim como uma aplicação prática da mesma, através de uma dinâmica realizada com participantes da questão energética local e a participação de todos os atores energéticos em uma oficina de avaliação de custos completos de recursos locais, na qual se buscou a interação com os atores e o levantamento dos recursos disponíveis. 2. ABSTRACT Four years ago, GEPEA-USP (Energy Group of the Electric Power and Automation Department of the University of São Paulo) started working as a team with Cooperhidro (Cooperative of the Hydroviary Sector of Araçatuba – Agency of Regional Development), seeking to provide conditions to the Sustainable Development of the West of the State of São Paulo (Region of Araçatuba). A project in public policies has been developed, which aimed at the first steps to eaborating the Integrated Resources Planning to the region of Araçatuba. In this abstract, we focus in part of the executed process of IRP: the Full Cost Accounting of evaluated supply resources, as well as a practical application of the FCA, through a workshop including participants of the local energy issue. The accomplishment of both FCAs, the technical and the public one is highly positive as it enables the research team to receive a feedback from the several agents involved in the local energy issue.

1 INSTITUTO DE ENERGIA E ELETROTÉCNICA DA USP – IEE/USP 2 GRUPO DE ENERGIA DO DEPTO DE ENERGIA E AUTOMAÇÃO ELÉTRICAS DA EPUSP – GEPEA-USP 1

3. INTRODUÇÃO

Há alguns anos, o GEPEA-USP (Grupo de Energia do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) vem desenvolvendo extensa pesquisa sobre o Planejamento Integrado de Recursos (PIR), visando proporcionar novas bases para o planejamento energético do país. A partir de 2001, o GEPEA-USP passou a trabalhar em conjunto com a Cooperhidro (Cooperativa do Pólo Hidroviário de Araçatuba – Agência de Desenvolvimento Regional), visando propiciar condições para o Desenvolvimento Sustentável do Oeste Paulista (Região de Araçatuba no Estado de São Paulo).

Neste contexto, desenvolveu-se um projeto de pesquisa em políticas públicas, que visou dar os primeiros passos para a concretização da elaboração do PIR para a região do Oeste Paulista. NEste artigo, focamos parte do processo de PIR realizado: a Avaliação de Custos Completos (análise energética nas dimensões econômica, financeira, ambiental, social e política) dos recursos energéticos de oferta avaliados, assim como uma aplicação prática da mesma, através de uma dinâmica realizada com participantes da questão energética local. 4. PLANEJAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS (PIR)

O planejamento energético tradicional, enquanto sugere uma política de

desenvolvimento, procura satisfazer os requisitos de confiabilidade e baixo custo. A confiabilidade é entendida como a garantia de fornecimento da energia de qualidade que comporte o seu consumo crescente. O custo baixo deve ser atendido no sentido de se obterem alternativas de produção e uso economicamente viáveis a curto prazo. Como uma transcendência ao planejamento energético tradicional, propõe-se o Planejamento Integrado de Recursos Energéticos (PIR), em que se se busca a melhor alocação dos recursos disponíveis atendendo aos requisitos do desenvolvimento sustentável. Todas as alternativas possíveis de produção e uso de energia são consideradas, e as que melhor atendem à finalidade de garantir uma atividade socioeconômica sustentável são selecionadas.

Fundamentando o PIR, aplica-se a avaliação de custos completos (ACC) aos recursos energéticos. Esta avaliação considera custos externos e internos relativos aos recursos energéticos. Com relação aos custos externos, verifica-se que é difícil quantificar problemas sociais e ambientais, o que força a adoção de abordagens qualitativas. Esta é uma ferramenta para a gestão eficaz dos recursos energéticos dentro do PIR. Além de uma visão abrangente de impactos relacionados a atividades energéticas, é incluído no processo a participação de todos os atores envolvidos (em maior ou menor escala) na questão energética. Tal participação é demonstrada, de maneira prática na dinâmica de ACC realizada em um workshop em Araçatuba.

5. DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DA REGIÃO 5.1. Coleta de dados

Foram realizadas pesquisas de dados estatísticos com o objetivo de identificar os aproveitamentos energéticos disponíveis de oferta e demanda, assim como a condição sócio-econômica da região. Adicionalmente foram realizadas

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entrevistas para se refinar a percepção dos agentes envolvidos-interessados (En-In) na questão energética; foram entrevistados representantes de indústrias consumidoras de energia, órgãos públicos, usinas de açúcar e álcool e sindicatos – os relatórios detalhados dessas entrevistas encontram-se em UDAETA (2004). 5.2. Levantamento do potencial disponível Definidas as características básicas da região e conhecendo-se as opções tecnológicas, desenvolveu-se o cálculo do potencial de recursos distribuídos de energia na região de Araçatuba. Determinou-se todos os recursos tecnicamente viáveis, especialmente do lado da oferta; que foram estimados em dois níveis: potencial teórico e potencial realizável. A metodologia encontra-se descrita em detalhes em UDAETA, 2004. Na tabela 1, são apresentados os valores obtidos, para os potenciais teórico e o realizável; este último representando o potencial energético com as atuais restrições econômicas.

Recurso Potencial Teórico

(MWh/ano)

Potencial Realizável (MWh/ano)

Custo da Energia Gerada

(US$/MWh) Bagaço de Cana 1221 mil 73 mil 45 – 105 Álcool 3628 mil 1814 mil 45 – 105 Cascas de Arroz 916 500 90 – 150 Biodiesel 154 mil 15 mil 200 Fotovoltáica 37000 mil 657 mil 500 – 1160 Coletores Solares 72 mil 7 mil 30 – 60 Eólica de Pequeno Porte 100 – 200 Eólica de Grande Porte 8760 mil 730 mil

50 – 95 Pico Centrais Hidrelétricas 60 – 250 Micro centrais hidrelétricas 45 – 200 Pequenas centrais hidrelétricas

1300 mil 130 mil 35 – 145

Resíduos Rurais Animais 60 mil 6 mil 60 – 120 Aterros Sanitários 37 mil 7,4 mil 160 – 400 Esgoto 18 mil 4,8 mil 250 Gás Natural - Termelétricas --- 17 mil 100 – 180

Tabela 1: Potenciais de geração de energia para a região de Araçatuba

6. AVALIAÇÃO DE CUSTOS COMPLETOS - ACC

A avaliação de Custos Completos (ACC) foi um método desenvolvido inicialmente para contabilizar os custos provenientes de impactos ambientais causados por um empreendimento (PAZZINI-2002- e UDAETA-1997), permitindo uma análise mais abrangente da viabilidade do projeto em questão. Posteriormente extendeu-se a avaliação para contabilizar todos os custos inerentes ao empreendimento, como fatores sociais e políticos.

Neste trabalho foram considerados diversos fatores, internos e externos, agrupados nas dimensões técnico-econômica, social, política e ambiental. A cada grupo foi atribuído o mesmo peso relativo, permitindo que a análise final apontasse qual tipo de geração é mais atraente para dada região. Dentro de cada grupo, por outro lado, foram atribuídos pesos diferentes para cada fator, proporcionalmente à

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sua importância relativa. Os fatores considerados e a metodologia adotada encontram-se em UDAETA (2004). 6.1. Classificação das alternativas

Com os resultados da ACC, é possível classificar as alternativas avaliadas de acordo com as notas obtidas. É importante destacar, de todo modo, que esta classificação é indicativa, além de não-restritiva. Ou seja, uma boa classificação do recurso não garante que ele seja usado com exclusividade; por conta de restrições impostas por fatores externos à ACC, mas que são considerados nas etapas posteriores do PIR.

A tabela a seguir (Tabela 2) mostra a classificação dos recursos energéticos avaliados. Uma das melhores alternativas, coletores solares, obteve tal nota devido ao seu grande desempenho em todas as dimensões: ela é relativamente barata e requer pouca manutenção, o que lhe rendeu boa nota no aspecto técnico-econômico. A natureza da fonte energética, renovável e livre, implicou em boa posição no quesito ambiental. Finalmente, o fato de não ser controlada por nenhum agente, gerar empregos na região e ser disponível em grande quantidade fez com que ela obtivesse boas notas nas dimensões sociais e políticas. No entanto, esta fonte não pode, pelas suas próprias características, fornecer toda a energia necessária na região. É adequada para um nicho específico, o que demonstra na prática a necessidade do PIR não se ater à ACC quando da formação de carteiras de opções energéticas.

Pontuações/Recursos

Pontuação Final

Bagaço de Cana 9.05 Coletores Solares 8,92 Dejetos Animais 8,22 Cascas de Arroz 8,14 Álcool 8,03 PCHs 7,91 Esgoto 7,59 Pico Hidrelétricas 7,58 Aterros Sanitários 7,37 Micro Hidrelétricas 7,25 Eólico de Pequeno Porte 6,96 Vinhaça 6,91 Eólico de Grande Porte 6,59 Painéis Fotovoltaicos 6,31 Gás Natural Residencial 6,21 Gás Natural Veicular 6,05 GLP 5,82 Biodiesel 5,74 Termelétricas a Gás Natural 5,43 GN Industrial 5,37 Gasolina 5,37 Querosene 5,06 Diesel 5,04 Óleo Combustível 4,60

Tabela 2: Notas obtidas pelos diversos recursos energéticos avaliados

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7. IDENTIFICAÇÃO E ENTENDIMENTO DE ATORES E INTERESSADOS NO PLANEJAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS NA REGIÃO DO OESTE PAULISTA

O reconhecimento claro dos En-In, assim como seu envolvimento ativo é de suma importância para a implantação de ações multi-laterais como o Planejamento Energético. Dessa forma, foi organizada uma lista com os mais diversos atores envolvidos com a questão energética na região do Oeste Paulista:

• Postos de GNV • Prefeituras e Governo do Estado • UDOP – Usinas e destilarias do Oeste Paulista • AES Tietê • Cetesb • Companhias de navegação • Gás Brasiliano • CPFL • CESP • Indústrias • Pólo Calçadista • Pecuaristas e Agricultores • Sindicatos

Destes, foram selecionados alguns para a fase de entrevistas, a partir de

critérios como . o grau de envolvimento com a questão energética, a representação setorial, a relevância no cenário do Planejamento Energético e a disponibilidade de contato com representantes qualificados. As entrevistas, visavam avaliar a percepção dos agentes acerca de elementos como os custos econômicos da energia consumida, opções energéticas disponíveis, a interação com os outros agentes – principalmente concessionárias distribuidoras de energia e poder público – e a motivação e autonomia para conduzir investimentos em opções mais atraentes. 7.1. Capacitação da equipe da entidade parceira e discussão do PIR com os En-In

A capacitação teve o objetivo de fomentar a análise e a discussão do planejamento energético na região, colaborando para a escolha de opções mais adequadas para o Desenvolvimento Sustentável. Isto foi feito basicamente através da capacitação de uma equipe da entidade parceira, introduzindo-a ao Planejamento Integrado de Recursos e às potencialidades energéticas da região de Araçatuba, usando-se dois mecanismos:

• Treinamento de uma equipe da entidade parceira em Planejamento Integrado de Recursos no Setor Elétrico, com ênfase na região de Araçatuba;

• Oficina aberta aos interessados da região de Araçatuba, versando sobre

Planejamento Integrado de Recursos, com uma dinâmica de Avaliação de Custos Completos.

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7.2. Treinamento

O treinamento, concebido para profissionais com envolvimento na questão energética ou formulação de planos de negócios consistiu dos seguintes módulos, cada qual com uma hora de duração: Introdução, Aspectos relevantes acerca do desenvolvimento, Meio ambiente, Energia, Recursos naturais, Produção de energia, Transporte de energia, Distribuição de energia, Usos da energia, Aspectos relevantes dos sistemas energéticos, Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). 7.3. Organização da Oficina A participação ativa dos atores é ponto imprescindível no PIR. Com isto em vista, planejou-se a execução de uma Oficina, aberta aos interessados, realizada logo após o treinamento de capacitação. contou com palestras sobre “Planejamento Integrado de Recursos” e “Resultados da Caracterização Inicial do Potencial Regional” e, ao final, a Dinâmica de avaliação de Custos Completos, conduzida com a audiência uma dinâmica, através do preenchimento da planilha de recursos energéticos.

A Oficina estimulou a participação de representantes de vários setores, como investidores, concessionárias de serviços públicos de energia, consumidores de energia, produtores de energia, Poder Público, sindicatos, formadores de opinião, ONG’s, imprensa e o público em geral.

Ela permitiu que os interessados pudessem compreender questões básicas acerca do planejamento energético; a difusão desses conceitos tende a despertar o interesse dos envolvidos, que poderão posteriormente procurar ajuda para elaborar planos e estratégias de investimento com a entidade parceira. 8. RESULTADOS OBTIDOS 8.1. Identificação/Diagnóstico dos recursos energéticos da região

A região possui um potencial enorme de produção de energia, se consideradas as necessidades energéticas nas próximas décadas. Nota-se, no entanto, que a região caracteriza-se pela presença marcante da agropecuária na economia, e para a cultura de cana-de-açúcar, possíveis fontes para a expansão do aproveitamento energético na região. Além da viabilidade econômica, a biomassa costuma ter facilidade de penetração no que diz respeito às esferas políticas e ambientais; apenas seu potencial realizável é capaz de atender às necessidades de consumo elétrico de cerca de 2 milhões de pessoas.

De todo modo, deve-se lembrar que a disponibilidade do gás natural na região pode colaborar de forma decisiva para o suprimento de certas necessidades energéticas, as quais pedem características específicas. 8.2. Capacitação da equipe da entidade parceira

O treinamento permitiu que a equipe da entidade parceira fosse inserida ao Planejamento Integrado de Recursos, especialmente nos tópicos mais relevantes em questão, a identificação dos recursos energéticos locais e dos atores interessados na utilização desses recursos. A própria natureza da entidade parceira

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somada ao treinamento formal em Planejamento Integrado elaborado especificamente para a formação de pessoal permite potencializar a capacidade da equipe da entidade parceira em disseminar e fomentar o uso de recursos energéticos de maneira inteligente, limpa e sustentável. 8.3. Identificação e entendimento com os principais atores da Indústria Energética na região e envolvidos em geral O entendimento realizado com os atores envolvidos na questão energética foi muito importante, pois dá base para a continuidade e a realização e implantação de um Planejamento Integrado de Recursos na região de Araçatuba. A participação ativa desses atores é fundamental, visto que são eles que, em última análise, implantarão, através da adoção de práticas e filosofias sugeridas, o Planejamento Integrado.

O Treinamento e a Oficina, além de serem o primeiro passo para que os indivíduos da entidade parceira pudessem se preparar para promover negócios no PIR permitiu o diálogo com os agentes interessados na questão energética. Foi possível confirmar a percepção dos mesmos sobre as opções energéticas da região, assim como o entendimento corrente sobre vários dos problemas associados a elas. Uma referência palpável deste processo está no resultado obtido com a dinâmica feita com os agentes. As notas da tabela 3 correspondem à média das notas atribuídas por eles; quanto melhor a nota, mais vantajoso é o recurso na dimensão avaliada.

Pontuações/Recursos Pont. Final Coletores Solares 8,71 Bagaço de Cana 6,67 Eólico de Grande Porte 6,40 Eólico de Pequeno Porte 6,31 Esgoto 6,23 Gás Natural Residencial 5,89 Gás Natural Veicular 5,81 Termelétricas a Gás Natural 5,58 Aterros Sanitários 5,44 Painéis Fotovoltaicos 5,25 Biodiesel 5,23 Álcool 4,92 Pico Hidrelétricas 4,79 Dejetos Animais 4,46 Diesel 3,44

Tabela 3: Média das notas atribuídas pelos agentes participantes da Oficina

9. CONCLUSÃO

Os levantamentos e avaliações feitas na região indicam que existem diversas fontes energéticas disponíveis para a expansão – ou substituição, no caso de combustíveis fósseis – do parque gerador atual. Estas fontes energéticas, aliadas às opções tecnológicas atuais, permitem que se produza energia de forma relativamente barata, limpa e socialmente mais responsável que as opções tradicionais (grandes hidrelétricas, pro exemplo). A biomassa, dada a vocação agropecuária da região, é uma opção que se apresenta vantajosa sob diversos aspectos; o gás natural, por outro lado, é um combustível razoavelmente limpo e que pode atender a diversas necessidades específicas da região, tanto no setor

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industrial, seu maior filão, quanto no comercial e residencial. Outras opções, embora aparentemente menos atrativas, podem ocupar certos nichos, de forma a otimizar o sistema energético da região.

Para a conclusão de um processo de PIR será importante analisar as possibilidades dos recursos de demanda – eficientização energética, mudanças nos processos finais – para que estes, somados aos recursos de oferta, possam delinear uma carteira de opções para discussão com os atores. Porém em ambos os casos, oferta e demanda, é necessário passar de um diagnostico inicial, para um mais complexo e dinâmico e envolva estabelecimento de sistemas de informações de qualidade, para valoração real dos carteiras de recursos que demonstrem um ganho para todos os atores (En-In).

Os primeiros passos para a elaboração de um PIR completo foram dados nesse projeto, onde se buscou a interação com os atores e o levantamento dos recursos disponíveis. A capacitação da equipe da entidade parceira foi iniciada, com a introdução destes ao PIR e às questões que envolvem a energia de uma maneira geral.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UDAETA, M.E.M., et alii; “Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável - Relatório Final”, PEA – USP, São Paulo, 2004. PAZZINI, L.H.A. Recursos do Lado da Oferta - Introdução do PIR na região de Araçatuba/SP. Relatório Técnico da Oficina III de PIR no GEPEA, 2002. UDAETA, M.E.M. "Planejamento Integrado de Recursos Energéticos para o Setor Elétrico - PIR - Pensando o Desenvolvimento Sustentado". Tese de Doutorado, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Brasil, 1997. BAITELO, R. L., Modelagem Completa e Análise dos Recursos Energéticos do Lado da Demanda para o PIR', Dissertação de Mestrado, São Paulo - SP, EPUSP - Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas, 2006.

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