aph acm

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ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DE MOÇOS ACM CURSO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) É o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte da vítima, visando mantê-la com vida e estável, evitando o agravamento das lesões existentes e fornecendo um transporte rápido e adequado até um serviço de referencia. Qual a importância de conhecer as técnicas de atendimento pré-hospitalar? Porque APH é coisa séria. Fatos imprevisíveis podem fazer vítimas bem ao nosso lado. Essas vítimas podem ser qualquer pessoa, ou até nós mesmos. SOCORRISTA É uma pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes. ATRIBUTOS DO SOCORRISTA Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento necessário. Ter controle das suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou exageradas daqueles que estão sob situação de estresse. Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente. RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA Ter conhecimento acerca da necessidade de utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) e fazer uso dos mesmos; Controlar o local do acidente, identificando e gerenciando os riscos, de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente e prevenir outros acidentes; Colher o maior número possível de informações junto à base, tais como tipo de acidente, nº e situação das vítimas, se já foi acionado outro órgão para o local (recursos adicionais), pontos de referência do local da ocorrência etc.. Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a situação; Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local, através da cinemática do trauma e pela avaliação do paciente; Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu treinamento, não correndo riscos desnecessários. Tentar fazer o que estiver ao seu alcance para socorrer uma vítima, desde que a cena esteja segura para si e sua equipe primeiramente; Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou minimizem os riscos de lesões adicionais; Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e coordenar as atividades;

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Page 1: APH ACM

ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DE MOÇOS – ACM

CURSO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH)

É o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante

o transporte da vítima, visando mantê-la com vida e estável, evitando o agravamento

das lesões existentes e fornecendo um transporte rápido e adequado até um serviço

de referencia.

Qual a importância de conhecer as técnicas de atendimento pré-hospitalar?

Porque APH é coisa séria. Fatos imprevisíveis podem fazer vítimas bem ao nosso

lado. Essas vítimas podem ser qualquer pessoa, ou até nós mesmos.

SOCORRISTA

É uma pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar e

identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o

adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já

existentes.

ATRIBUTOS DO SOCORRISTA

Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento

necessário.

Ter controle das suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou

exageradas daqueles que estão sob situação de estresse.

Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA

Ter conhecimento acerca da necessidade de utilização dos equipamentos de

proteção individual (EPI) e fazer uso dos mesmos;

Controlar o local do acidente, identificando e gerenciando os riscos, de modo a

proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente e prevenir outros acidentes;

Colher o maior número possível de informações junto à base, tais como tipo de

acidente, nº e situação das vítimas, se já foi acionado outro órgão para o local

(recursos adicionais), pontos de referência do local da ocorrência etc..

Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a

situação;

Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local,

através da cinemática do trauma e pela avaliação do paciente;

Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu

treinamento, não correndo riscos desnecessários. Tentar fazer o que estiver ao

seu alcance para socorrer uma vítima, desde que a cena esteja segura para si e

sua equipe primeiramente;

Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local

do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou

minimizem os riscos de lesões adicionais;

Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência

e coordenar as atividades;

Page 2: APH ACM

Fornecer um atendimento humanizado ao paciente, tratando com dignidade e

respeito à vida humana.

DIREITOS DO PACIENTE

Solicitar e receber atendimento;

Exigir sigilo sobre suas condições;

Denunciar a quem não lhe prestou socorro e/ou não fez sigilo de sua condição;

Recusar o atendimento conforme o caso.

BIOPROTEÇÃO

São precauções universais por meio de práticas assépticas e/ou disposição de

barreiras com o fim de diminuir as possibilidades das pessoas contraírem doenças

transmissíveis ou infecciosas reduzindo a exposição ao contágio por meio do contato

direto, via respiratória, via oral e ocular.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,

destinado à proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua

saúde.

LUVAS DESCARTÁVEIS ÓCULOS DE PROTEÇÃO PROTETOR FACIAL

TOUCA

AÇÕES INICIAIS EM APH

AVALIAÇÃO DA CENA

SEGURANÇA DA CENA

BIOPROTEÇÃO (EPI)

AVALIAÇÃO DA CENA

Assumir a situação até a chegada da equipe especializada, caso seja o

indivíduo com maior treinamento no local.

Colaborar com a equipe especializada, caso já se encontre no local.

Não tente efetuar procedimentos para os quais não foi treinado.

Avaliar a vítima.

Acionar o serviço de emergência através do telefone 193.

Manter a calma.

Page 3: APH ACM

Informar ao serviço de emergência:

Tipo de emergência

Número de vítimas

Tipo de lesões ou ferimentos

Endereço correto

Ponto de referência

Melhor acesso ao local

O socorrista deve se preocupar principalmente com sua segurança. Em primeiro lugar, deve

sempre avaliar a cena do paciente, quanto à emergência, antes de começar o atendimento.

Cuidado! Não se torne uma vítima!

BIOPROTEÇÃO – USO DE EPI

O socorrista deve ter o cuidado de não entrar em contato com sangue, saliva,

secreções ou excreções do paciente. O uso do EPI protege as vias de entrada de

doenças transmissíveis ou infecciosas: boca, nariz, olhos e pele devem ser

protegidos.

Cuidado! Nunca julgue o potencial de doença de um paciente com base na sua aparência e

vestimentas!

AVALIAÇÃO INICIAL DE APH (A.V.D.I)

ALERTA?

O paciente interage com o meio. Atenção para um paciente consciente é importante

saber se o mesmo está lúcido, orientado em tempo espaço e pessoa.

VERBAL?

O paciente pode parecer inconsciente, mas responde a um estímulo verbal.

DOLOROSO?

Caso a vítima não responda ao estímulo verbal, utiliza-se o estímulo doloroso.

INCONSCIENTE?

Se não responde ao estímulo verbal e doloroso, então está inconsciente.

Se o paciente está inconsciente, em decúbito ventral, o emergencista necessitará

colocá-lo em decúbito dorsal para fazer a avaliação. Caso suspeite de trauma,

movimente-o de acordo com a técnica adequada.

SINAIS VITAIS

São quatro: pulso, respiração, temperatura relativa da pele e pressão arterial.

Pulso:

É o reflexo das contrações cardíacas (sístole). Podem ser percebidas pela palpação

de uma artéria posicionada próxima à pele e sobre uma estrutura óssea.

Os pulsos mais comumente usados são:

Carotídeo Radial Braquial Femoral

Page 4: APH ACM

Respiração

Absorção do oxigênio e exalação do gás carbônico.

Na respiração, deve-se observar a inspiração e a expiração do paciente (ventilação).

Pressão arterial (PA)

É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes

internas das artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica e a diastólica. A

sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do

coração (sístole). A diastólica é a pressão remanescente no interior do sistema

arterial quando o coração fica relaxado (diástole).

ABCD DO SOCORRISTA

AIR – Vias aéreas

Consiste em liberar as vias aéreas do paciente através da manobra de elevação da

mandíbula, com extensão da cabeça para permitir a livre passagem do ar (caso não

se suspeite de lesão cervical) e inspecionar a cavidade orofaríngea para retirar

qualquer corpo estranho, se for o caso.

BRETHING – Respiração

Verificar a presença de movimentos respiratórios, caso haja respiração e se há

ruídos, crepitação ou roncos.

CIRCULATION – Circulação

Verificar a existência de pulso circulatório através da verificação do pulso arterial.

DISABILITIES – Avaliação neurológica

Avaliar se há alguma disfunção neurológica, confusão mental ou alteração da

fotorreagência das pupilas.

Page 5: APH ACM

EXAME PRIMÁRIO

Se a vítima está consciente (A.V.D.I);

Se as vias aéreas estão desobstruídas (A.B.C.D);

Se a vítima apresenta pulsação cardíaca (A.B.C.D).

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA

O exame de fotorreação das pupilas.

As pupilas são fotorreagentes. Portanto, espera-se que, ao aumento da intensidade

luminosa elas se contraiam; ou que se dilatem com a diminuição do estímulo

luminoso.

ISOCORIA Comparando-se uma pupila com a outra, o normal é que elas sejam iguais

(isocóricas), porém, uma pequena parte da população tem as pupilas desiguais.

Comparando-se uma pupila com a outra, o normal é que elas sejam iguais

(isocóricas), porém, uma pequena parte da população tem as pupilas desiguais.

ANISOCORIA

Se não for normal à característica da pessoa, pode ser causada por lesão no sistema

nervoso central. Como exemplo, tem-se a LCT (ver fotorreagência).

MIDRÍASE Pode ser causada por uso de drogas depressoras do sistema nervoso central

(maconha, álcool), ou lesões no sistema nervoso central.

MIOSE Pode ser causada por uso de drogas estimulantes do sistema nervoso central

(cocaína, anfetamina).

Page 6: APH ACM

V.O.S

É o procedimento para verificar se a vítima está respirando e o coração batendo.

Ver a expansão da cavidade abdominal

Ouvir o ar saindo do nariz e da boca da vítima

Sentir os batimentos cardíaco

ESTADO DE CHOQUE

Quando os mecanismos de compensação do organismo entram em ação

direcionando o fluxo sanguíneo para o cérebro e coração priorizando a oxigenação

dos tecidos nobres desses órgãos vitais, em ocorrências de traumas ou males

súbitos decorrentes de patologias, tornando temporariamente secundárias outras

funções.

Causas de estado de choque

Queimaduras graves;

Hemorragias;

Acidentes por choque elétrico;

Envenenamentos e intoxicações;

Ataque cardíaco;

Exposição a extremos de calor ou frio;

Dor aguda;

Infecção grave;

Emoções fortes;

Lesões graves;

Poli traumatismos.

CLASSIFICAÇÃO

Choque hipovolêmico

Hemorragias internas e externas, perda de plasmas em queimaduras graves e

por desidratação intensa.

Choque obstrutivo

É produzido por obstrução ao enchimento e/ou ao bombeamento cardíaco. São

causas o pneumotórax hipertensivo e tamponamento cardíaco.

Choque neurogênico

Desenvolve-se quando o controle autônomo dos vasos sanguíneos falha.

Normalmente o sistema nervoso controla a contração e dilatação dos vasos

sanguíneos, regulando a pressão arterial.

Choque anafilático

Resulta de reação alérgica grave, que produz substâncias vasodilatadoras.

Page 7: APH ACM

Ex.: venenos de insetos, medicamentos, alimentos etc.

Choque séptico

Ocorre em infecções graves devido à liberação de toxinas pelo agente

causador com efeito vasodilatador.

Choque cardiogênico

Causado pelo Infarto agudo do miocárdio, arritmia cardíaca e insuficiência

cardíaca congestiva.

Fases do estado de choque

Choque compensado

Choque descompensado

Choque compensado Choque descompensado

Sede Desorientação/inconsciência

Agitação Taquicardia severa

Taquicardia moderada Taquipnéia

Sudorese Sudorese

Pele fria e pegajosa Pele fria e pegajosa

Enchimento capilar retardado

Hipotensão (pulso radial ausente)

TRATAMENTO DO ESTADO DE CHOQUE

Avaliação do nível de consciência;

Promover a permeabilidade das v.a;

Oxigenoterapia;

Hemostasia de hemorragias externas;

Aquecer a vítima;

Transporte rápido.

PARADAS CARDIORRESPIRTÓRIAS - PCR

Parada cardíaca

É o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico

confirmado pela falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e

apnéia (ou respirações agônicas).

A parada do coração é sempre acompanhada pela parada imediata da

respiração.

A parada da respiração leva à parada do coração em 1 a 5 minutos.

Parada respiratória

Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, ser

acompanhada de parada cardíaca.

Parada respiratória/causas

Afogamentos

Asfixias

Epiglotites e laringites

Reações alérgicas/edemas de glote

Choques elétricos

Page 8: APH ACM

Parada cardíaca/causas

Crise cardíaca - arritmia ou IAM

Parada respiratória

Drogas

Traumatismo

Processos infecciosos agudos

Afogamentos

PCR/Diagnóstico

Pulso ausente, débil ou filiforme

Insuficiência respiratória

Dilatação das pupilas

Espasmos da laringe

Cianose

Ausência de batimentos cardíacos

Morte clínica e biológica

A reanimação RCP é também uma aspiração médica, porque a morte clínica

não é seguida instantaneamente da morte biológica.

No momento em que um paciente apresenta sinais de morte clínica ainda há

viabilidade biológica dos órgãos internos.

Portanto, se for possível manter a oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar a

respiração e a circulação espontâneas, antes da morte biológica dos tecidos, a

reanimação é conseguida com sucesso.

Para alguns pacientes com parada cardiorrespiratória e com funções

neurológica e cardiorrespiratória previamente preservadas, a utilização rápida

das técnicas de RCP, seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser

salvadora.

O tempo disponível de viabilidade dos tecidos antes da morte biológica é curto

e o principal determinante do sucesso da RCP.

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR - RCP

Cinco passos

1º Avaliação da cena

2º Verificação da responsividade A.V.I

Acione o serviço de emergência

Não responsivo, sem respiração ou com respiração anormal (apenas

com gasping) – inicia a RCP

Page 9: APH ACM

3º Compressões cardíacas (30)

4º Verificação das vias aéreas

5º Compressão-ventilação (30:2)

Compressões torácicas

Localização do ponto de compressão

As compressões torácicas devem ser exercidas num ritmo mínimo de 100/min

e profundidade mínima de 5 cm (adultos e crianças) ou 4 cm (bebês).

Tabela resumo das diretrizes da American Heart Association (AHA)

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM)

São lesões de coluna vertebral, as quais, quando mal conduzidas podem ocasionar a

morte ou incapacidade permanente. Aproximadamente l0% das lesões medulares

ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma por socorristas ou pessoal

hospitalar. A proteção da coluna cervical é uma das prioridades do tratamento pré-

hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida iminente.

Causas

Acidentes automobilísticos

Ferimentos por armas de fogo

Quedas

Acidentes esportivos

Acidentes de trabalho

Page 10: APH ACM

Classificação das lesões

As lesões medulares podem ser classificadas do ponto de vista clínico em completas

e incompletas.

Incompletas

Nas lesões medulares incompletas há preservação de algumas funções.

Mesmo algumas lesões que parecem completas podem melhorar, deste modo

todos os pacientes devem ser tratados com o máximo de cuidado para evitar o

“segundo trauma” e danos secundários a medula espinhal.

Completas

As lesões medulares completas resultam em perda total de função, ao exame o

paciente não tem movimentação ou sensações abaixo do nível da lesão.

A lesão da medula espinhal (LME) ocorre em cerca de 15 a 20% das fraturas

da coluna vertebral.

A localização anatômica da lesão está diretamente relacionada ao

mecanismo de trauma.

Em média, 66% das lesões medulares estão localizadas no segmento

cervical.

Em média, ocorrem lesões da medula em 10% das fraturas na região

torácica e em 4% das fraturas da coluna toracolombar.

O priapismo ou seja a ereção involuntária do pênis pode ocorrer em casos

de lesão da medula espinhal.

A capacidade de andar não deve ser um fator na determinação da

necessidade de cuidados especiais e imobilização da vítima.

Só considerar a vítima imobilizada após estar em prancha longa com

estabilizadores de cabeça e colar cervical.

Atendimento pré-hospitalar

Hemostasia das hemorragias externas

Prevenir o estado de choque

Imobilização em prancha longa

Transporte para atendimento hospitalar

Oxigenoterapia

Page 11: APH ACM

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO – TCE

Os mecanismos de lesão podem ser diretos e indiretos.

O mais comuns são os indiretos, nos quais o cérebro é lesado após

desaceleração súbita, como a que ocorre após acidentes

automobilísticos. A inércia do cérebro em movimento faz com que ele

atinja o crânio ou a dura-máter no lado da lesão (golpe) podendo

eventualmente ricochetear após o impacto e atingir o lado oposto do

crânio (contragolpe). A base do crânio é irregular nesta área e o

movimento pode causar dano ao tecido cerebral ou aos vasos

sanguíneos.

A lesão direta ao parênquima cerebral ocorre em traumatismos

penetrantes.

Sinais

Presença de lesões no couro cabeludo

Otorragia, rinorragia, otorreia, rinorreia

Equimoses periorbitárias e mastóide

Alteração pupilar

Alteração do nível de consciência

Perda de motricidade unilateral

Equimose mastoide ou sinal de Battle

Lesões no couro cabeludo

Fraturas Equimose periorbitária

Inchaço/contusões

Rigidez de pescoço

Alterações das pupilas

Rinorragia/rinorreia

Otorragias/otorreias

Perda de consciência

Perda de motricidade unilateral

Page 12: APH ACM

Sintomas

Vômito ou náuseas

Tontura ou desmaio

Cefaléia

Lapsos de memória

Tratamento Pré hospitalar:

Avaliação da cena. Segurança da cena. Bioproteção. AVDI. Contato equipe Bombeiros e SAMU Corrija os problemas que ameaçam a vida. Manter a permeabilidade das

vias aéreas, a respiração e a circulação. Administrar oxigênio, se disponível.

Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e faça a imobilização da cervical.

Controle hemorragias (não deter saída de sangue ou líquor pelo ouvidos ou nariz).

Cubra e proteja os ferimentos abertos. Mantenha a vítima em repouso. Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão. Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso. Trate o choque e evite a ingestão de líquidos ou alimentos.

Esteja preparado para o vômito.

O sinal de Battle e a equimose periorbitária são sinais tardios de fratura

de base de crânio.

HEMORRAGIAS

São perdas sanguíneas consequentes do rompimento de um ou mais vasos.

Quanto à origem, as hemorragias podem ser:

Internas

Hemorragias resultantes de ferimentos profundos com lesões de órgãos

internos.

As hemorragias internas são mais difíceis de ser reconhecidas porque o

sangue se acumula nas cavidades do corpo, tais como: estômago, pulmões,

bexiga, cavidades craniana, torácica, abdominal e etc.

Externas

Hemorragias originadas pela solução de continuidade dos tecidos externos.

Quanto ao tipo as hemorragias podem ser:

Arteriais

Hemorragia que ocorre pela ruptura de uma artéria. O sangue é de coloração

vermelha viva e sai em jatos.

Venosas

Page 13: APH ACM

Hemorragia que ocorre pela ruptura de uma veia. O sangue é de coloração

vermelha escura e sai em gotejos.

Capilares

Hemorragia que ocorre nos vasos capilares. Pequenos sangramentos, como

nas escoriações.

Tratamento das hemorragias internas:

Localize a fonte da hemorragia Faça compressão direta sobre o ferimento Eleve o ferimento Mantenha a vítima aquecida

Procedimentos para hemostasia

Compressão direta

Elevação do ferimento

Curativo compressivo

Sintomas de hemorragias internas

Fraqueza Sede Hipotermia Ansiedade e agitação Taquipneia Pele pálida, fria, úmida e pegajosa Confusão mental Taquicardia Sudorese Pupilas dilatadas

Tratamento pré-hospitalar

Avalie o nível de consciência; Abra as VA estabilizando a coluna cervical; Monitore a respiração e a circulação;

Page 14: APH ACM

Exponha o local do ferimento; Efetue hemostasia; Afrouxe roupas; Aqueça o paciente; Não dê nada de comer ou beber; Ministre oxigênio suplementar, se disponível; Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

TRAUMA DE ABDÔMEN

A cavidade abdominal contém órgãos sólidos – fígado, baço, pâncreas, rins, e órgãos

ocos – esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto, bexiga, além de

outras estruturas – diafragma, pelve, coluna e alguns vasos calibrosos – aorta,

artérias ilíacas, vasos mesentéricos, veia cava.

As lesões traumáticas dos órgãos e estruturas contidos na cavidade abdominal

podem levar à morte imediata por hemorragias e choque ou, tardiamente, por

infecção. As lesões abdominais ocorrem muitas vezes em associação com outras,

principalmente do tórax.

A gravidade dos traumatismos abdominais baseia-se especialmente na possível

existência de uma lesão visceral, capaz de produzir alterações gerais graves como

são as peritonites ou as hemorragias.

Trauma abdominal fechado

Direto – Causados por lesões de impacto. Ex.: cinto de segurança.

Indireto – Traumas contra o abdômen sem solução de continuidade da parede

abdominal e que transfira energia lesando órgãos internos.

Trauma abdominal aberto

Penetrantes – Quando há solução de continuidade; penetração da parede

abdominal por objetos, projéteis, armas brancas, ou ruptura da parede

abdominal provocada por esmagamentos, limitada à parede do abdômen sem

provocar lesões internas.

Perfurantes - Quando há envolvimento visceral de víscera oca ou maciça, ou

seja, quando o objeto que penetrar na cavidade abdominal atingir alguma

víscera , lesando órgãos e estruturas.

TRAUMA PENETRANTE POR FAF EM ABDÔMEN

Page 15: APH ACM

Sintomas de traumas abdominais

Dor na região abdominal e\ou pélvica Respirações rápidas e superficiais Pulso rápido Abdômen muito sensível e\ou rígido

Traumas abdominais – tratamento pré-hospitalar

Use EPI (biossegurança); Verifique se a cena está segura; Não recoloque órgão eviscerado para dentro da cavidade abdominal; Cubra todo o ferimento com curativo; Curativo umedecido e oclusivo em eviscerações; Manter em decúbito dorsal e pernas flexionadas; Lesões pélvicas não flexionar pernas; Esteja alerta para possibilidade de vômito; Não lave a lesão; Trate o estado de choque; Monitorar sinais vitais.

QUEIMADURAS

Lesão do tecido de revestimento do corpo, causada por agentes térmicos, químicos,

radioativos ou elétricos, podendo destruir total ou parcialmente a pele e seus anexos,

até atingir camadas mais profundas (músculos, tendões e ossos).

A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra perda de água e calor

pelo corpo, tendo também um papel importante na proteção contra infecções.

Pacientes com lesões extensas de pele tendem a perder líquido corporal e

temperatura e se tornam mais propensos a infecções.

Classificação das queimaduras quanto à origem:

As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou por radiação.

Térmicas

Causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos, gases e do calor

de chamas.

Elétricas

Produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. Na

realidade o dano é ocasionado pela produção de calor que ocorre à medida que

a corrente elétrica atravessa o tecido. São difíceis de avaliar e, mesmo as

lesões que parecem superficiais, podem ter danos profundos a músculos,

nervos e vasos. A eletricidade, principalmente a corrente alternada, pode

causar PCR e lesão do sistema nervoso.

Químicas

Provocadas pelo contato de substâncias corrosivas, liquidas ou sólidas, com a

pele.

Radiação

Page 16: APH ACM

Resulta da exposição à luz solar, fontes nucleares ou qualquer outra fonte de

energia emitida sob a forma de ondas ou partículas.

Classificação das queimaduras quanto à gravidade:

Depende da causa, estado prévio da vítima, profundidade, percentual de

superfície corporal queimada, localização, associação com outras lesões e

comprometimento das vias aéreas.

Queimaduras de 1º grau:

Lesão superficial da epiderme; Vermelhidão; Dor local suportável; Não há formação de bolhas;

Lavar o local com água fria corrente.

Queimaduras de 2º grau

Lesão da epiderme e derme; Formação de bolhas; Desprendimento de camadas da pele; Dor e ardência locais de intensidade variável;

Lavar o local com água fria corrente.

Queimaduras de 3º grau

Lesão da epiderme, derme e tecido subcutâneo; Destruição dos nervos, músculos, ossos etc.; Retirar anéis, pulseiras, tornozeleiras e congêneres, pois a vítima provavelmente sofrerá inchaço.

Gravidade das queimaduras quanto à extensão:

Queimaduras graves são as grandes queimaduras que atingem mais de

13% de área corporal queimada.

O risco de vida está mais relacionado com a extensão (choque, infecção) do

que com a profundidade.

São consideradas queimaduras graves: Na região genital; Queimaduras do 3º Grau, elétricas, por radiação; Com mais de 13% da área corpórea; Com lesão das vias aéreas;

Page 17: APH ACM

Queimaduras em pacientes idosos, infantis e pacientes com doença

pulmonar.

Tratamento pré-hospitalar:

Prevenir o estado de choque (cobrir o paciente); Evitar infecções na área queimada, protegendo-o; Controlar a dor; Umedecer o local com soro fisiológico; Administrar oxigênio, se disponível; Encaminhar a vítima ao pronto socorro o mais rápido possível.

Tratamento pré-hospitalar para as queimaduras químicas:

Use EPI (biossegurança). Verifique se o local é seguro. Limpe o pó químico da área afetada antes da proceder à lavagem. Remova a

roupa contaminada e joias ao fazer o enxágue. Use luvas de látex. Lave a área completamente com água corrente por vinte minutos ou mais. Cubra com compressas esterilizadas. Lave a área afetada, sem retirar o curativo, se o paciente começar a se

queixar de dor ou ardor. Previna o choque.

Queimaduras elétricas

Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada

respiratória ou cardiorrespiratória, dano ao SNC e lesões em órgãos internos.

Tratamento pré-hospitalar

Use EPI (biossegurança). Confira se a cena é segura; se necessário, acione a companhia energética

local. Verifique a respiração e pulso. A energia elétrica passa através do corpo,

muitas vezes resultando em parada cardíaca. Também pode haver um bloqueio parcial, devido à inflamação dos tecidos ao longo da via aérea.

Avalie a queimadura, procure pelo menos dois pontos queimados. Um deles será no local onde o paciente entrou em contato com a fonte de energia (muitas vezes a mão), o outro é a saída (muitas vezes é o pé ou a mão).

Aplique uma compressa estéril ou limpa para cobrir as queimaduras. Trate o choque e conduza o paciente com monitoramento constante ao

hospital.

Extensão das queimaduras

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da

regra dos nove, que permitem estimar a superfície corporal total queimada

(SCTQ). Nesse caso, analisamos somente o percentual da área corpórea

atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade(seus graus).

A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas

equivalem a 9% cada, e uma (região genital) equivale a 1%, conforme segue:

Divisão do corpo humano Adulto Criança

Cabeça e pescoço 9% 18%

Membros superiores 9% cada 9% cada

Tronco anterior 18% 18%

Tronco posterior 18% 18%

Membros inferiores 18% cada 13,5% cada

Genitais 1% 1%

Total 100% 100%

Page 18: APH ACM

Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes

aspectos:

Grau da queimadura;

Percentagem da SCTQ:

1º grau > 15% SCTQ = grave

2º grau > 10% SCTQ = grave

3º grau > 5% SCTQ = grave

Localização da queimadura;

Idade da vítima;

Enfermidades anteriores da vítima.

Queimaduras graves

Queimaduras que afetam as áreas críticas do corpo (rosto, mãos, pés, genitais

e nádegas), ou queimaduras inalatórias.

Sinais e sintomas de suspeita de queimaduras das vias aéreas

Pelos nasais queimados;

Queimaduras faciais;

Tosse com exposição de restos de carvão;

Dispnéia e dificuldade respiratória;

Inconsciência em um lugar fechado com chamas;

Antecedente de explosão.

Tratamento pré-hospitalar

1. Use EPI (biossegurança).

2. Verifique se o local é seguro.

3. Pare o processo de queimadura com um cobertor molhado ou com a

técnica de parar, cair e rolar para o paciente.

4. Esfrie a área queimada em água fria ou use um jato de água fria por

alguns minutos. A melhor coisa é mergulhar, se possível, a área afetada em

água fria.

5. Mantenha uma via aérea aberta; garanta que o paciente esteja respirando.

6. Cubra a queimadura inteira usando um curativo frouxo estéril ou limpo.

Não tape a boca ou nariz. Não aplique quaisquer cremes. Cubra com gaze

estéril de preferência.

7. Dê especial atenção aos olhos. Se as pálpebras e os olhos estão

queimados, cubra as tampas com curativo volumoso estéril ou limpo. Se o

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protocolo permitir e estiver disponível, aplique curativos umedecidos em

soro fisiológico ou água limpa.

8. Preste atenção especial aos dedos. NÃO feche uma mão que tenha

queimaduras de segundo ou terceiro grau sem ter de inserir um curativo

entre cada dedo. Se o protocolo local permitir, aplique compressas úmidas

em água estéril.

9. Previna o choque.

10. Não remova a roupa presa à pele. Corte em torno da lesão e cubra com

curativo limpo.