apêndice a identificação de sistemas via teoria de...

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183 Apêndice A Identificação de Sistemas Via Teoria de Realização A.1 Introdução Segundo a teoria de realizações de sistemas, existem várias formas de representar um sistema sem que sejam alteradas suas propriedades básicas. Dentre elas, são de fundamental importância: a relação entre entrada e saída (Função de transferência) e a covariância de saída. Estas propriedades são de grande utilidade na determinação de um modelo para um dado sistema a partir de dados experimentais. Tratando-se de realizações de sistemas, ou modelos na forma de espaço de estados, entretanto, não existe uma realização única para um dado sistema. Assim, a realização obtida pode vir a ter uma representação interna sem qualquer significado físico, mas sempre preservando propriedades relacionadas à entrada e à saída. Algum sentido físico pode ser obtido, realizando uma transformação de estados para a forma canônica modal, Skelton 1988. Para fins de controle, ao se obter um modelo de um sistema, o interesse está em preservar as propriedades referentes à relação entrada/saída. Portanto, não há qualquer restrição quanto ao comportamento dos estados internos do sistema. Assim sendo, o fato do sistema não ter uma realização única não é relevante e qualquer realização estimada, que preserve as propriedades de interesse, pode ser usada para se projetar um controlador. Este fato contém uma informação importante: a de que esta teoria permite que se obtenha modelos

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183

Apêndice A

Identificação de Sistemas Via Teoria de Realização

A.1 Introdução

Segundo a teoria de realizações de sistemas, existem várias formas de representar um

sistema sem que sejam alteradas suas propriedades básicas. Dentre elas, são de fundamental

importância:

• a relação entre entrada e saída (Função de transferência) e

• a covariância de saída.

Estas propriedades são de grande utilidade na determinação de um modelo para um dado

sistema a partir de dados experimentais. Tratando-se de realizações de sistemas, ou modelos

na forma de espaço de estados, entretanto, não existe uma realização única para um dado

sistema. Assim, a realização obtida pode vir a ter uma representação interna sem qualquer

significado físico, mas sempre preservando propriedades relacionadas à entrada e à saída.

Algum sentido físico pode ser obtido, realizando uma transformação de estados para a forma

canônica modal, Skelton 1988.

Para fins de controle, ao se obter um modelo de um sistema, o interesse está em

preservar as propriedades referentes à relação entrada/saída. Portanto, não há qualquer

restrição quanto ao comportamento dos estados internos do sistema. Assim sendo, o fato do

sistema não ter uma realização única não é relevante e qualquer realização estimada, que

preserve as propriedades de interesse, pode ser usada para se projetar um controlador. Este

fato contém uma informação importante: a de que esta teoria permite que se obtenha modelos

184

indiferentes a comportamentos internos do sistema, tais como pequenas não-linearidades. O

modelo obtido caracteriza-se por ser linear, invariante no tempo e a parâmetros concentrados.

Para estruturas flexíveis, onde os sistemas são considerados infinito-dimensionais e a

parâmetros distribuídos, a teoria de realização propicia um ferramental poderoso para

determinação de modelos. Os sistemas estruturais, do ponto de vista de controle, representam

um tipo de sistema muito peculiar e de difícil tratamento devido a estas suas características.

Entretanto, um modelo finito-dimensional a parâmetros concentrados pode ser estimado em

função das propriedades acima apresentadas. Especificamente, pode-se determinar uma

realização de ordem mínima (contendo um número finito de modos de vibração) que preserva

estas propriedades.

Posto isto, são tratados aqui dois métodos de identificação para obtenção de uma

realização de mínima ordem de um sistema estrutural (infinito-dimensional a parâmetros

distribuídos). O primeiro, denominado ERA, “Eingensystem Realization Algorithm”, (Juang,

1987) procura reproduzir a propriedade de entrada/saída do sistema. O segundo, denominado

Q-Markov COVER, “COVariance Equivalent Realization”, (Liu and Skelton, 1993), procura

reproduzir tanto a propriedade de entrada/saída como, adicionalmente, a propriedade de

covariância de saída do sistema.

Para tanto, este apêndice é divido como se segue. Inicialmente, é feita uma revisão em

teoria de realização. É dado um significado aos parâmetros de Markov e à covariância de

saída, relacionando-os às propriedades do sistema. Na sequência, os fundamentos de

controlabilidade e observabilidade de sistemas são apresentados. Em seguida os dois métodos,

embasados na teoria exposta, são deduzidos. Os algoritmos de identificação são apresentados,

descrevendo os procedimentos para tratamento dos dados provenientes de experimentos. Um

exemplo é apresentado ao final para ilustrar o procedimento a ser seguido para a identificação

de uma realização de um sistema qualquer.

185

A.2 Realização de sistemas

Realização é uma forma de representar um sistema dinâmico linear e invariante no

tempo preservando propriedades básicas deste sistema (Skelton, 1988). Um sistema dinâmico

pode ter assim várias realizações equivalentes, em diferentes formas. Entre elas, a mais

importante, do ponto de vista de controle, é a realização em forma de espaço de estados. Este

tipo de realização permite não só obter informações sobre a relação entre os sinais de entrada

e saída do sistema, como também sobre o comportamento de seus estados internos (embora

nem sempre estes tenham um sentido físico).

A forma geral de uma realização em espaço de estados é

x = x + u

y = x + u

A B

C D(A-1)

A.3 Propriedades da realização em forma de espaço de estados

A.3.1 Função de transferência

Considere um sistema cujo sinal de entrada é u(s) e o sinal de saída é y(s). Atendo-se

somente à relação entrada/saída, a realização na forma de espaço de estados pode ser

convertida em uma função de transferência, relacionando a entrada à saída, segundo a seguinte

forma

( ) ( )( ) ( )G C A I B Ds - s= = +−y s

u s1

(A-2)

Em um caso mais geral, considerando um sistema de múltiplas entradas e múltiplas

saídas, em vez de função de transferência, tem-se uma matriz de funções de transferência do

sistema.

Embora existam várias realizações do sistema em forma de espaço de estados, a relação

entrada/saída é a mesma, independente da realização. Assim, aplicando-se uma transformação

de coordenadas na equação de estados original

186

x = x + u

y = x + u

z = z + u

y = z + ux= zA B

C D

A B

C DT

(A-3)

onde∗

A T AT C CT

B T B D D

= =

= =

1

1

A função de transferência (matriz função de transferência) é preservada visto que, de

(A-2),

( ) ( )( ) ( )

( )

G C A I B D

C A I B D

s - s

= - s

= = +

+

y s

u s1

1

A.3.2 Parâmetros de Markov

Dada a realização (A-1), sabe-se que sua matriz de transição de estados é definida como

( )φ τ τt e t, ( )= −A

(A-4)

que pode ser expandida em forma de série de potências da seguinte forma

( ) ( )φ τ

τt

t

i

i i

i

,!

=−

=

∑ A

0

(A-5)

A resposta no tempo para este sistema, em função da matriz de transição de estados, é

dada por

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

x t x t t u d

y t x t t u d + u

0to

0to

t t

t t t

t

t

= +

= +

φ φ τ τ τ

φ φ τ τ τ

, ,

, ,

0 0

0 0

B

C C B D

(A-6)

∗ D =D simplesmente porque u e y não se alteram com a mudança de coordenadas de x para z

187

Considerando o sistema inicialmente em equilíbrio e aplicando-lhe uma entrada

impulsiva, x(0)=0 e u(t)=δ(0), a resposta do sistema é dada por

( ) ( ) ( ) ( )y t d + uto

t tt

= ∫C B Dφ τ δ τ, 0 0

substituindo (A-4) e integrando, tem-se

( )

( )

y

y + , > 0

0

0

=

==

D

CA B Dtt

iti

i

i !

(A-7)

Assim sendo, a resposta impulsiva do sistema pode ser descrita em termos de uma série

de potência onde os parâmetros desta série são definidos como

M CA Bii i= ∞ = 0,1,2,3,...,,

(A-8)

e denominados Parâmetros de Markov. Os parâmetros de Markov são considerados como

uma das propriedades básicas de um sistema, e em vista disso, são independentes da

realização assumida para este sistema. Portanto, tem-se que

M CA B

CA Bi

i

i

=

=

para ambas as realizações dadas em(A-3).

A.3.3 Covariância no tempo

Seja a covariância no tempo entre dois vetores definida como

( ) ( ) ( )& vw t v t w= *

d+∞

∫ τ τ τ0

(A-9)

assumindo-se, sem perda de generalidade, um sinal com média nula♣.

♣ w* denota-se transposto conjugado.

188

Principalmente em casos de sinais onde o ruído é relevante, a covariância no tempo

pode fornecer mais informações sobre o sistema do que o próprio sinal medido.

Considere um sistema onde se aplica uma entrada impulsiva, u(t)= δ(t). O vetor de

estados tem como solução

[ ]x( ) = x(0) + , > 0t e ttA B

(A-10)

Assim, a covariância no tempo do vetor de estados é dada por

( ) ( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

& xx = x x*

d

= x x*

d

x x*

d

t t

e

e

t

t

+

=

τ τ τ

τ τ τ

τ τ τ

0

0

0

A

A

onde, de (A-9), obtém-se

( ) ( )& &xx xx= t e tA 0

(A-11)

Para a covariância do vetor de saída, tem-se

( ) ( ) ( )y( ) =

y x = x , > 0

0 D

C C At t e tt= τ

(A-12)

de onde pode-se escrever, para t>0,

( ) ( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

& yy = y y*

d

= x x*

d

x x*

d

t t

e

e

t

t

+

=

τ τ τ

τ τ τ

τ τ τ

0

0

0

C C

C C

A

A

*

*

(A-13)

Assim sendo, define-se a covariância de saída como

189

( ) ( )& &yy xx= t e tC CA 0 *

(A-14)

Considerando-se um sistema linear, multi-entrada e multi-saída, tem-se que matriz de

covariância da saída dada por

( ) ( ) ( )R C C

C X C

A

A

t t e

e

i

ut

ii

u

t

= =

yyi

n

xx

n

& &= =∑ ∑

=

1 1

0 *

*

(A-15)

e que a matriz de covariância do vetor de estados é dada por

( ) ( )

( )

X = x x*

d

=

n

xx

n

i ii

u

ii

u

τ τ τ01

1

0

=

=

∫∑

&

(A-16)

Substituindo

( )e

t

it

i i

i

A A=

=

∑ !0

(A-17)

tem-se

( )R Rtt

iti

i

i

= , > 0=

∑0 !

(A-18)

onde o parâmetro

R C A X Cii = *

(A-19)

é denominado Parâmetro de Covariância. Este parâmetro define a terceira propriedade básica

de um sistema que se preserva independentemente da realização assumida para o sistema.

190

A.4 Realizações equivalentes

Resumidamente, das propriedades de um sistema dinâmico (linear e invariante no

tempo) acima apresentadas, pode-se determinar uma realização para este sistema. Esta

realização é determinada de tal forma a preservar uma ou mais destas propriedades. A esta

realização dá-se o nome de Realização Equivalente.

Assim, tem-se a realização equivalente à função de transferência que preserva a relação

entrada/saída, que para o caso de uma entrada impulsiva é

( )

( )

y

y , t > 0

0

0

=

==

D

Mtt

ii

i

i !

onde M i é definida em (A-8). Neste caso, o conjunto (A,B,C,D) representa uma realização que

procura reproduzir os parâmetros de Markov do sistema. Por este motivo, esta realização é

também denominada realização de Markov. Outra denominação para esta realização é

Realização de Auto-sistema (“Eigensystem Realization”).

Em outros casos, a realização é escolhida de tal forma a reproduzir a propriedade de

covariância do sistema. Desta forma, para uma entrada impulsiva tem-se

( )R Rtt

iii

i

= , t > 0=

∑0 !

Tal realização é denominada Realização Equivalente em Covariância (COVER -

“Covariance Equivalent Realization”).

Reunindo estas duas propriedades, M e R, a realização que procura reproduzir os

primeiros q parâmetros M i e Ri (i=1,2,...,q) do sistema é então denominada q-Markov

COVER.

Estes parâmetros, M i e Ri, têm o seguinte significado físico. Sendo

191

( ) ( )u = , i =1,2,..., ni ut δ 0

tem-se, para t>0,

( ) ( ) ( )[ ]( ) ( ) ( )[ ]

y y y D

y y y C B MA

1 2

1 20

0 0 0 ... =

... = = , > 0

n

n

u

u

ti

i

i

t t t et

it

!=

(A-20)

( ) ( ) ( )R

C X C D D

R D D

A

t

e

t

i

i

t

ii

u

t

i

i

i

u

= y y*

d

= +

= +

n

n

τ τ τ01

1

∫∑

=

=

* *

!*

(A-21)

onde yi(t) é a saída associada à i-ésima entrada impulsiva.

A.5 Controlabilidade e observabilidade

Controlabilidade e observabilidade são dois importantes conceitos, dos quais se fará uso

mais à frente para deduzir os algoritmos de identificação. Controlabilidade está ligada à

existência de uma função de controle que consiga levar a saída do sistema a um valor

desejado. Observabilidade se relaciona com a possibilidade de determinar o comportamento

interno do sistema (de todos os seus estados), dados somente os sinais de entrada e saída do

sistema.

Uma vez que o princípio básico de um sistema de controle é fazer o que se deseja que

seja feito, ou seja, fazer com que a saída do sistema controlado tenha um determinado

comportamento, é necessário:

1) determinar um modelo matemático para o sistema;

2) estabelecer um conjunto de especificações de desempenho, e

3) determinar se existe uma função de controle tal que o sistema satisfaça as especificações.

192

Para que o objetivo seja alcançado, um modelo apropriado deve ser escolhido, pois, para

um dado requerimento de saída, existem diferentes modelos de um mesmo sistema associados

a diferentes conjuntos de especificações. Por essa razão, é conveniente estudar as propriedades

de controlabilidade e observabilidade de um modelo para verificar se este modelo representa

uma boa escolha para o projeto do sistema de controle.

A.6 Controlabilidade de saída

Seja um sistema

x = x + u

y = x

A B

C

(A-22)

onde é inicialmente assumido que D=0. Deve-se notar que desenvolvimento semelhante leva a

resultados iguais para o caso em que D≠0. Este caso é omitido aqui por questões de

complexidade . A intenção aqui é somente dar um sentido físico aos termos definidos, para

maiores detalhes veja Chen (1984).

Em um instante tf, a solução deste sistema é

( ) ( ) ( ) ( ) ( )x = x + u df f 0 0 f

0

f

t t t t tt

t

φ φ τ τ τ, , B∫

(A-23)

( ) ( ) ( ) ( ) ( )y = x + u df f 0 0 f

0

f

t t t t tt

t

C C Bφ φ τ τ τ, ,∫

(A-24)

onde x(to) é um valor inicial arbitrário, φ é a matriz de transição de estados definida em (A-4)

e u(t) um sinal de entrada qualquer.

Se o sistema é controlável, então existe um u(t) tal que a saída é levada de seu valor

inicial y(to) para o valor final desejado y(tf). Assim, para controlar o sistema, é necessário

achar um sinal de controle u(t) que satisfaça à integral

193

( ) ( ) ( ) ( ) ( )C B C u d = y - x f f f 0 0

0

f

φ τ τ τ φt t t t tt

t

, ,∫

(A-25)

onde y(to)= C x(to).

A solução desta integral fornece

( ) ( ) ( ) ( ) ( )u = * d yf

ft t tt

t

< < <ξ ξ ξ*

0

1

(A-26)

onde

( ) ( )< σ φ σ = fC Bt ,

(A-27)

Note que, para que o sinal de controle exista, a matriz

( ) ( ) ( )Y tt

t

f = df

< <ξ ξ ξ*

0

1

(A-28)

deve ter inversa.

Definindo

( ) ( ) ( )Ψ t t t tt

t

f 0 f f = df

, , * ,*φ ξ φ ξ ξB B

0

(A-29)

tal que

( ) ( )Y C Ct t ,tf 0 f = *Ψ

(A-30)

a equação (A-28) possui inversa se Y(tf) > 0 para tf > t0.

194

Substituindo (A-4) em (A-29) tem-se

( ) ( ) ( )Ψ t e et t

t

t

= d0 0

f

A AB Bξ ξ ξ, * ,*

0

(A-31)

que deve ser positiva definida.

Fazendo tf=∞ e t0=0, pode-se escrever

( )Ψ Ψ = = d00

, * *∞

∫ e eA AB Bξ ξ ξ

(A-32)

Usando a expansão em série da matriz de transição de estados para escrever

( ) ( ) ( ) ( )e

t

it t

t

it

i i

i

ii i

i

i

AA

A= = ==

=

∑ ∑! !0 0

α α ,

(A-33)

tem-se de (A-32)

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

Ψ =

=

=

∞ ∞∞

∞ ∞∞

∑ ∑∫

∑ ∑∫

d

d

i

=0

i

=0

i

=0 =0

i

A B B A

A B A B

α ξ α ξ ξ

α ξ α ξ ξ

ii

ii

ii

ii

* *

*0

0

& & %

(A-34)

onde

( )

( )( ) ( )[ ]% =

∫ du

u

u u

α ξ

α ξα ξ α ξ ξ

0

0

0

I

I

I In

n

n n

(A-35)e

[ ]& = ∞ 1 2B A B A B A B

(A-36)

195

Desta forma (A-30) fica

( )Y C Ct f = * & &% *

(A-37)

Assim, a condição de inversão de Y(tf) equivale a

( )Y C Ct f = * > 0& &% *

Sabendo que, de (A-35), % >0, para que a desigualdade seja satisfeita deve-se ter C&≠0.

Isto implica em ter C e & linearmente independentes, o que ocorre quando

rank(C &) = ny

onde ny=dim(y).

Do teorema de Caley-Hamilton tem-se que An pode ser representada por uma

combinação linear de I , A, ..., An-1. Assim sendo, as colunas de AmB com m≥n são

linearmente dependentes de [ B AB ... An-1B ]. Consequentemente,

[ ]( ) [ ]( )rank( ) rank rank1 2 1 2C C B A B A B A B C B A B A B A B& = =∞ −

nx 1

(A-38)

A condição de controlabilidade pode então ser assim definida

Definição 1: Controlabilidade de saída

A condição necessária e suficiente para que para que o sistema

x = x + u

y = x

A B

Cseja controlável na saída é que a covariância de saída seja positiva definida

R0>0, R C X C0 = * , X B BA A=∞

∫ e eξ ξ ξ d* *

0

ou equivalentemente se

rank(C&) = ny, [ ]C C B A B A B A B& = − 1 2 xn 1

196

A.7 Controlabilidade de estado

Define-se controlabilidade de estado como sendo a capacidade de se determinar um

sinal de controle u(t), para um intervalo de tempo t0<t<tf, tal que um conjunto arbitrário de

estados x(tf) possa ser alcançado partindo-se de um conjunto arbitrário de estados iniciais

x(t0).

Do equacionamento deduzido acima, sendo ny=rank(C), pode-se dizer que o sistema é

controlável nos estados segundo a seguinte definição

Definição 2: Controlabilidade de estado

O sistema

x = x + uA B

é controlável nos estados, ou seja, permite que seus estados sejam levados a um valor

especificado se, e somente se, a matriz de covariância dos estados for positiva definida

X X B BA A> =∞

∫00

, de eξ ξ ξ* *

ou equivalentemente se

rank(&) = nx, [ ]& = −B A B A B A B1 2 xn 1

A.8 Observabilidade

Dado o sistema definido em (A-1), sendo o sinal de resposta determinado por (A-24),

para uma entrada nula, u(t)=0, tem-se que a resposta não forçada do sistema é dada por

( ) ( ) ( )y = x0 0t t t tC φ ,

(A-39)

Multiplicando (A-39) por [C φ(t,t0) ]*e integrando, obtém-se

( ) ( ) ( ) ( ) ( )φ φ φt t t t t t t t t tt

t

t

t

, , ,0 0 0 0* * y d = * * d x

0

f

0

f

C C C∫ ∫

(A-40)

197

Assim sendo, x(t0) pode ser determinado pela seguinte equação

( ) ( ) ( ) ( ) ( )x = *

* d *

* y d 0 0 0

-1

0

0

f

0

f

t t t t t t t t t tt

t

t

t

φ φ φ, , ,C C C∫ ∫

(A-41)

e a solução existe se

( ) ( ) ( )Γ t t t t t t tt

t

0 f 0 0 = *

* d 0

f

, , ,φ φC C∫

(A-42)

possui inversa.

Substituindo (A-4) e (A-33) em (A-42) obtém-se

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

Γ τ α ξ α ξ ξ

α ξ α ξ ξ

τ

=

=

=

∞ ∞

∞ ∞∞

∑ ∑∫

∑ ∑∫

d

d

=0

i i

=0

i

=0 =0

i

ii

ii

ii

ii

A C C A

CA CA

* *

*0

0

2 2 &

(A-43)

onde

( )

( )( ) ( )[ ]& =

∫ dy

y

y y

α ξ

α ξα ξ α ξ ξ

0

0

0

I

I

I In

n

n n

(A-44)

De forma análoga à dedução da controlabilidade de saída no Item A.6, (A-42) tem

inversa se ela for positiva definida, o que equivale a ter

rank(2)=nx

onde

198

2 =

1

2

x

C

CA

CA

CA

n 1

(A-45)

Desta forma, tem-se a seguinte definição para observabilidade.

Definição 3: Observabilidade

O sistema

x = x + u

y = x

A B

Cé observável se e somente se

Γ Γ > 0 , = * d e e tt tA AC C*

0

τ

ou equivalentemente se

rank(2)=nx , 2 =

1

2

x

C

CA

CA

CA

n 1

A.9 Identificação via realização de auto-sistema - ERA (“Eigensystem Realization

Algorithm”)

O algoritmo de identificação de sistemas multi-entradas e multi-saídas, ERA, baseia-se

na decomposição em valores singulares de uma matriz Hermitiana associada aos parâmetros

de Markov de um dado sistema, denominada Matriz de Markov (Juang, 1987). Conforme

visto no Item A.3.2, estes parâmetros estão relacionados à resposta impulsiva do sistema,

descrita por (A-7).

199

Normalmente, os dados referentes a um dado experimento, com um sistema dinâmico

qualquer, são adquiridos de uma forma discretizada no tempo. Assim sendo, a formulação que

descreve este método de identificação permite estimar uma realização na forma de espaço de

estados discreto no tempo. Entretanto, uma vez conhecida a freqüência de amostragem de

aquisição dos sinais, um modelo contínuo no tempo pode ser determinado.

O procedimento normal de identificação necessita da resposta impulsiva do sistema. Em

experimentos reais, dois processos de aquisição podem ser executados para obter tal resposta:

• sendo disponível um sistema de aquisição e análise de sinais, os dados da função

resposta em freqüência (FRF) são obtidos de um ensaio e então são computadas as

respostas impulsivas relacionando cada entrada a cada saída do sistema; e

• caso os sinais de entrada e saída sejam obtidos diretamente do ensaio, a resposta

impulsiva pode ser processada posteriormente, via convolução.

Em ambos os casos, a obtenção da FRF se faz necessária para comparar as propriedades de

entrada e saída do sistema identificado com o sistema real.

Considera-se um sistema contínuo genérico:

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )x = x + u

y = x + u

t t t

t t t

A B

C D(A-46)

amostrado a um intervalo de tempo ∆t.

A equação de diferença deste sistema é dada por

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

x = x + u

y = x + u

k k k

k k k

+1 A B

C D

(A-47)

onde

( )

A

B B

A

A

= e

= e u

t

t

dτ τ τ0∫

Para uma resposta impulsiva, u(t)=δ(0), sabe-se que

200

( )e u = 1Aτ τ τdt

0

que significa que, para uma reposta impulsiva

A

B B

A = e

=

∆t

(A-48)

Assumindo x(0)=0 tem-se para k=0,1,...,n

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( )

k

k

k

k

=

=

=

=

01 0 0

0 0 0

12 1 1

1 1 1

23 2 2

2 2 2

34 3

2

x = x + u =

y = x + u =

x = x + u =

y = x + u =

x = x + u =

y = x + u =

x = x +

A B B

C D D

A B A B

C D C B

A B A B

C D C A B

A ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

u =

y = x + u =

x = x + u =

y = x + u =

B A B

C D C A B

A B A B

C D C A B

3

3 3 3

1

3

2

1

1

=+

+

k nn n n

n n n

n

n

Tem-se assim

( )( )

y 0 =

y = =

D

C A B Mk kk

−−

11

(A-49)

Sendo yij a saída i associada à entrada j, pode-se compor a matriz de sinais de saída da

seguinte forma

( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

y k =

y k y k y k

y k y k y k

y k y k y k

nu

nu

ny ny ny nu

1 1 1 2 1

2 1 2 2 2

1 2

, , ,

, , ,

, , ,

(A-50)

Assim sendo, define-se a matriz de Hankel como

201

( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

H k =

y y y

y y y

y y y

k k k s

k k k s

r k r k r s

+ ++ + + +

+ + + +

1

1 2 1

1

(A-51)

onde r> n e s> n, com n=rank(A).

De (A-49) tem-se que

( )H

C A B C A B C A B

C A B C A B C A B

C A B C A B C A B

k =

k k k s

k k k s

k r k r k r s

− + −

+ +

+ − + + + −

1 1

1

1 1

(A-52)

ou ainda

( ) [ ]H

C

C A

C A

C A

A B A B A B A Bk =

2 1 2

r

k s

(A-53)

Da definição de Controlabilidade e Observabilidade, (A-36) e (A-45), pode-se rescrever (A-

53) como

( )H Ak = 2 &k−1

(A-54)

Disto se conclui que a matriz de Hankel, dada em (A-51), construída a partir da resposta

do sistema, está relacionada às matrizes de controlabilidade e observabilidade do sistema (A-

54).

Dada uma seqüência de parâmetros de Markov, obtida da resposta impulsiva, e montada

a matriz de Hankel, a realização mínima de um sistema tem a ordem do rank da matriz H(k)

(Juang e Pappa, 1985). Isto é fácil de verificar uma vez que & e 2 têm rank n, bem como A.

Assim, realizando uma decomposição em valores singulares de H(k) obtém-se

202

( ) [ ]H U UU

Uk =

T

T

~~

Σ 0

0 0

(A-55)

onde Σ contém os autovalores da matriz A e

( )H U Uk = TΣ

(A-56)

representa a matriz de Hankel associada à realização mínima do sistema, sendo Σ ∈ 5nxn, U ∈

5(nuxr)x n.

No entanto, na prática, devido a ruídos de medição, a Eq. (A-55) fica

( ) [ ]H U UU

Uk =

T

T

~~ ~

ΣΣ0

0

(A-57)

onde o par ~

,~

U Σ está associado à parte não significativa, ou residual, da decomposição em

valores singulares. Geralmente, quando o ruído não possui amplitude apreciável, a parte

residual apresenta autovalores com ordem de grandeza bem inferior à dos autovalores da

realização mínima.

Considerando apenas a parte significativa da decomposição tem-se, de (A-54) e (A-56),

que

( )H U U

U U

1 =

T

T

r s

Σ

Σ Σ==

1 2 1 2/ /

2 &

(A-58)

de onde, para uma dada realização, se conclui que

2

&6

r

T

=

= U

U

Σ

Σ

1 2

1 2

/

/

(A-59)

203

Como

( )( )

H A

H U A U

2 =

2 = r s

T

2 &

⇒ Σ Σ1 2 1 2/ /

(A-60)

Das propriedades da decomposição em valores singulares, UTU=UUT=I . Pré-

multiplicando H(2) por UT e pós-multiplicando por U chega-se a

( )U H U AT 2 = Σ Σ1 2 1 2/ /

(A-61)

de onde se obtém a matriz A estimada, definida como

( ) / /A U H U= − −Σ Σ1 2 1 2 2 T

(A-62)

Sendo ny o número de saídas do sistema e nu o número de entradas do sistema, define-

se

[ ][ ]

E

E

ny ny ny ny x rxnu

nu nu nu nu x sxny

= I 0

= I 0T

( ) ( )

( ) ( )

(A-63)

de tal forma que

[ ]C I

C

C A

C A

= E = 0 0

ny r2

r

(A-64)

e

[ ]B B BA BA

I

= E = s nus

&1

0

0

(A-65)

De (A-59), tem-se as matrizes B e C estimadas do sistema, dadas por

204

/C = E U ny Σ1 2

(A-66)

e

B U = E TnuΣ

(A-67)

Reunindo tudo, tem-se o seguinte conjunto de equações para se estimar as matrizes da

realização que representa o sistema

( )

A U H U

B U E

C E U

D

=

=

=

= y(0)

-1/2 T -1/2

1/2 T

1/2

Σ Σ

Σ

Σ

2

nu

ny

(A-68)

Por fim, a matriz A contínua estimada para o sistema é dada por

( )A A =

1

∆tln

(A-69)

A.10 Identificação via parâmetros de covariância e Markov - Q-Markov COVER (“Q-

Markov Covariance Equivalent Realization”)

O algoritmo de identificação Q-Markov COVER, ou simplesmente Q-Markov, tal como

o método, anterior se aplica a sistemas multi-entradas e multi-saídas. Valem, assim, as

mesmas observações feitas no início do capítulo anterior. Também este método baseia-se na

decomposição em valores singulares, sendo, neste caso, aplicado a uma matriz associada aos

parâmetros de Markov e de Covariância de um dado sistema (Anderson e Skelton, 1988). A

realização estimada se encontra na forma de espaço de estados a tempo discreto. A

identificação necessita da resposta impulsiva do sistema e a FRF se faz necessária para

comparar as propriedades de entrada e saída do sistema identificado com o sistema real.

Considerando o sistema contínuo genérico dado em (A-46), a equação de diferença

deste sistema é também expressa por (A-47), ou seja

205

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

x = x + u

y = x + u

k k k

k k k

+1 A B

C D

(A-70)Da teoria de realizações, sabe-se que, para t>0,

( ) ( )R t ti

u

= yyi

n

&=∑

1

(A-71)e que

( ) ( ) ( )& yy = y y*

dt t +∞

∫ τ τ τ0

(A-72)Para um sistema amostrado no tempo onde

y(k)=y(t)δ(t-nk), n=0,1,2,...

tem-se que

( ) ( ) ( )& yy=0

d

= y y*

k k l ll

+∑

(A-73)

ficando (A-71) assim definida para o caso discreto

( ) ( )R k j j=0

d

j=1

nu

= y y*

k l ll

+∑∑

(A-74)sendo yj o vetor de saída associado à entrada j, dado por

( )

( )( )( )

( )

y = j k

y k

y k

y k

y k

j

j

j

ny

1

2

3

1

,

,

,

,

(A-75)

Para uma entrada impulsiva, u(t)= δ(0), substituindo (A-7) em (A-74), obtém-se

206

( ) ( )

( ) ( )

R C C

C A C

C A X C

k j j=0

d

j=1

nu

kj j

=0

d

j=1

nu

k

= 1

d x k x

*

1

d x x

*

+

=

=

∑∑

∑∑

l l

l l

l

l

*

*

*

(A-76)

Assumindo que a realização do sistema se encontra na forma de Hessenberg, tem-se,

[ ]C c

A B

b

b

b

b

b

=

=

a a 0 0 0

a a a 0 0

a a a a 0

a a a a a

a a a a a

, =

11 12

21 22 23

31 32 33 34

(n-1)1 (n-1)2 (n-1)3 (n-1)4 (n-1)n

n1 n2 n3 n4 nn

1

1

2

3

4

0 0 0

n

(A-77)

Sabe-se que a equação contínua da covariância, (A-16), admite como solução uma matriz X>0

que satisfaz a equação de Lyapunov

A X X A B B + + = 0T T

(A-78)

No caso discreto tem-se

A X A B B I + = T T

(A-79)

Para o sistema na forma de Hessenberg, tem-se que X=I , ficando (A-79) da seguinte

forma

A A B B I + = T T

(A-80)

Pré e pós multiplicando a equação acima por A i-1 e (A T)j-1, com i ≥ j ≥ 0,

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

A A A A A A A B B A

A A A A A B B A

i 1 T T j-1 i 1 T j-1 i 1 T T j-1

i T j i 1 T j-1 i 1 T T j-1

= -

= -

− − −

− −⇒

(A-81)

207

Substituindo ( ) ( ) ( )A A A A A B B Ai-1 T j-1 i T j-2 i 2 T T j-2 = - − −2

( ) ( ) ( ) ( )[ ]A A A A A B B A A B B Ai T j i 2 T j-2 i 1 T T j-1 i 2 T T j-2 = - + − − −

(A-82)

e assim sucessivamente, chega-se a

( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]A A A A A B B A A B B A A B B Ai T j i j T j- j i 1 T T j-1 i 2 T T j-2 i j T T j- j= - + + + − − − −

(A-83)

ou ainda

( ) ( )A A A A B B Ai T j i j i T T j-

=1

j

= - − −∑ α α

α

(A-84)

Pré e pós-multipilcando por C e CT obtém-se

( ) ( )C A A C C A C C A B B A C = - i T j T i j T i T T j- T

=1

j− −∑ α α

α

(A-85)

Para a forma normalizada de Hessenberg, com X=I , substituindo (A-8) e (A-76) na

equação acima, obtém-se

( )C A A C R M M = - i T j Ti j i i-

T

=1

j

− −∑ α αα

(A-86)

Sendo a matriz de observabilidade dada por (A-45), tem-se que

( )( )

( )2 2q q

T

T T T T q-1 T

T T T T q-1 T

q-1 T q-1 T T q-1 T q-1 T

=

C C C A C C A C

C A C C A A C C A A C

C A C C A A C C A A C

(A-87)

De (A-86) e (A-87) chega-se à seguinte equação relacionando matrizes de

observabilidade, de Markov e de covariância

208

2 2 5 0 0q qT

q q qT = -

(A-88)

onde

2 5

0

q

q 1

q

0 1T

q-1T

1 0 q-2T

q-1 q-2 0

q

0

1 0

q-2 q-3 0

= , =

=

0 0 0 0 0

0

0

0

0

C

CA

CA

R R R

R R R

R R R

M

M M

M M M

0 0

0

(A-89)

Definindo

' 5 0 0q q q qT = -

(A-90)

e particionando 'q como

' q q qT = P P

(A-91)

onde

P

P

P

P

q

0

1

q-1

=

(A-92)

obtém-se uma nova partição, onde se define

P

P

P

P

P

P

P

P

= , =

0

1

q-2

1

2

q-1

(A-93)

209

De (A-88) e (A-91) sabe-se que

2 2q qT

q qT = P P

(A-94)

o que implica em

P

P

P

P

C

CA

CA

P

P

P

P

CA

CA

CA

C

CA

CA

A = = , = = =

0

1

q-2q-2

1

2

q-1q-1 q-2

2

(A-95)

Assim, sendo P de rank cheio, rank(P)=rank(A)=n, tem-se que

P P A =

(A-96)

Desta forma a matriz A estimada é dada por

A P P = +

(A-97)

Observando que

P B

C

CA

CA

B

C B

CA B

CA B

M

M

M

m = =

= =

0

1

q-2

q

q q− −

2 2

(A-98)

pode-se afirmar que

m P Bq =

(A-99)

de onde tem-se a matriz B estimada dada por

B P m = +q

(A-100)

e da definição de P, Eq. (A-95),

210

C P = 0

(A-101)

Por fim,

D = y(0)

(A-102)

A.11 Algoritmos de identificação

Os algoritmos ERA e Q-Markov encontram-se implementados em um pacote para o

ambiente MATLAB, cujo procedimento de utilização é descrito a seguir.

Inicialmente faz-se necessário um tratamento dos dados provenientes de um

experimento. Estes dados devem ser gravados em um arquivo para MATLAB, extensão MAT,

em uma forma padronizada, para que possam ser utilizados pelos algoritmos de identificação.

Após formatados os dados, a identificação pode ser então executada utilizando um dos

programas em questão:

• ERAID.M Æ programa de identificação usando ERA

• QMKID.M Æ programa de identificação usando Q-Makov

A.12 Preparação de dados

Para executar os programas de identificação, ERA ou Q-Markov, é necessário

inicialmente tratar dados provenientes de algum tipo de aquisição do experimento em questão.

Os dados a serem usados pelo programa de identificação devem ser gravados em um arquivo

com extensão MAT ( arquivo de dados do MATLAB) em um formato pré-definido.

Os dados necessários para a identificação são os seguintes:

1. a resposta impulsiva, IRT, para cada entrada e saída do experimento;

2. o vetor de tempo associado à resposta impulsiva;

3. a resposta em freqüência, FRF, para cada entrada e saída do experimento; e

211

4. o vetor de freqüência associado à resposta em freqüência.

Os dados referentes à resposta impulsiva e à resposta em freqüência devem ser

rearranjados de tal forma a representar matrizes contendo as FRFs e IRTs relacionando todas

as entrada a todas as saídas do sistema.

Assim, considere um dado experimento, com nu entradas e ny saídas, onde se realiza

uma aquisição, amostrando M pontos para cada relação entrada/saída. Para cada função Hij,

relacionando a i-ésima saída à j-ésima entrada, tem-se um vetor de dados para a FRF e um

outro para a IRT, respectivamente definidos como

Y ij(jω), yij(t) ∈ RM

A partir destes vetores, definem-se as matrizes de dados da resposta em freqüência e

resposta impulsiva da seguinte forma

IRT =

y y y 0 y 0

y y y 1 y 1

y M y M y M y M

XFREQ =

Y Y Y 0 Y 0

Y Y Y 1 Y 1

11 ny1 1nu nynu

11 ny1 1nu nynu

11 ny1 1nu nynu

11 1nu ny1 nynu

11 1nu ny1 nynu

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

0 0

1 1

0 0

1 1

k k k k

Y M Y M Y M Y M11 1nu ny1 nynu( ) ( ) ( ) ( )ϖ ϖ ϖ ϖ

(A-103)

onde k representa o tempo de amostragem e ϖ o incremento de freqüência.

O arquivo a ser usado pelo programa de identificação, deve, então, conter

necessariamente os seguintes dados

1. ny, o número de saídas do sistema

2. nu, o número de entradas do sistema

3. IRT, matriz com dados da resposta impulsiva

212

4. XFREQ, matriz com dados da resposta em freqüência

5. Freq, o vetor com intervalo de freqüência correspondente a XFREQ

6. t, o vetor com intervalo de tempo correspondente a IRT

A função doirt.m mostra o formato do arquivo de dados de entrada para a identificação.

Através do comando help doirt no MATLAB pode-se também verificar este formato.

A.13 Programa ERAID.M

O Programa de identificação ERAID.M é dividido nos seguintes módulos

• lê dados;

• monta matriz de Hankel;

• varre um intervalo de ordem para o modelo;

• executa a identificação para a ordem selecionada;

• compara respostas em freqüência;

• elimina modos fictícios; e

• salva o modelo identificado.

A execução do algoritmo de identificação inicia-se com a montagem das matrizes de

Hankel para k=1 e k=2. Assim, de(A-51), tem-se

( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

H

H

1 =

y y y

y y y

y y y

2 =

y y y

y y y

y y y

1 2

2 3 1

1

2 3 1

3 4 2

1 2 1

s

s

r r r s

s

s

r r r s

+

+ +

++

+ + + +

onde y(k) é dado pela eq. (A-50).

Para a montagem de H(1) e H(2) é necessário selecionar r e s. Intuitivamente, deve-se

escolher r e s tal que y(r+s+1) corresponda ao sistema já em regime, i. e., r+s deve

corresponder a um passo de amostragem superior ao tempo de acomodação do sistema (Juang,

1987).

213

O passo seguinte é a decomposição de H(1)

( ) [ ]H U UU

U1

0

0 =

T

T

~~ ~

ΣΣ

onde as matrizes U e Σ são determinadas a partir da estimativa da ordem da realização do

sistema. Portanto, estabelecida uma ordem n para o modelo estimado tem-se que

Σ ∈ Rnxn

Para um sistema ideal, onde dados do ensaio não se mostram corrompidos por ruídos,

ter-se-ia uma decomposição tal que

( )σ ε~Σ ≤

ou seja, os valores singular de ~Σ seriam de ordem de grandeza igual ou inferior ao erro

numérico da decomposição. Na realidade, a determinação de n obedece a critérios não muito

objetivos. Devido a presença de ruídos nos sinais provenientes de ensaio, ε pode ter de ordem

de grandeza não muito inferior aos valores singulares de Σ.

Um primeiro critério para determinar a ordem do modelo é verificar a distribuição de

valores singulares da matriz de Hankel. Intervalos onde se apresentam grandes

descontinuidades nesta distribuição são indícios de vizinhança entre autovalores associados ao

sistema e autovalores associados ao ruído. Um segundo critério consiste em averiguar o erro

entre a resposta impulsiva real e a reposta do modelo, para um dado intervalo de variação da

ordem deste modelo. Estipulando como critério de erro a soma do erro absoluto entre as

respostas, obviamente, o modelo que apresentar menor valor para este critério será aquele que

melhor reproduz da resposta do sistema real. Consequentemente, este pode ser o modelo

escolhido para a realização do sistema. A verificação final sobre a acuracidade deste modelo

faz-se comparando as respostas em freqüência do modelo e do sistema real.

Na realidade, existe um compromisso entre a escolha dos parâmetros r e s e a

determinação da ordem da realização. Isto significa que, tomando um conjunto de amostras do

ensaio menor ou maior do que o necessário, o valor do limiar de erro, ε, pode variar. Assim

214

sendo, não se pode afirmar que existe um critério objetivo para se determinar a ordem de uma

realização para um dado sistema.

Determinada a ordem da realização, considerando-se apenas a parte significativa da

decomposição em valores singulares de H(1), as matrizes do modelo são então dada por

( )

A U H U

B U E

C E U

D

=

=

=

= y(0)

-1/2 T -1/2

1/2 T

1/2

Σ Σ

Σ

Σ

2

nu

ny

onde Enu e Enu são definidos em (A-63).

Por fim, a matriz A contínua é dada por

( )A A =

1

∆tln

Em alguns casos, o critério da soma do erro absoluto nos leva a uma realização onde

modos fictícios são adicionados ao modelo. Estes modos fictícios correspondem a modos cuja

influência na resposta dinâmica é desprezível. Neste caso, estes modos podem ser removidos,

se for o caso de se ter alguma restrição quanto à ordem do modelo do sistema. De outra forma,

a realização identificada pode conviver com estes modos. Quando se tem uma idéia precisa do

número de modos (ou da ordem) do sistema, não há problema em se executar uma eliminação

dos modos fictícios. Em outros casos, sem haver segurança quanto à ordem do sistema,

nenhuma eliminação deve ser realizada.

A.14 Programa QMKID.M

O Programa de identificação QMKID.M é similar ao programa anterior, com a

diferença de considerar a decomposição da matriz Dq dada por (A-90). O programa apresenta

os seguintes módulos

• lê dados;

• monta matriz 'q;

• varre um intervalo de ordem para o modelo;

215

• executa a identificação para a ordem selecionada;

• compara respostas em freqüência;

• elimina modos fictícios; e

• salva o modelo identificado.

A identificação se inicia com a montagem das matrizes de Hankel e de Covariância

dadas por

( )( ) ( )

( ) ( ) ( )

0 q =

y

y y

y y y

0 0 0 0

0 1 0 0

0 2 1 0

0 1 2 1

q q− −

5 q

0 1T

q-1T

1 0 q-2T

q-1 q-2 0

=

R R R

R R R

R R R

m q =

y

y

y

( )

( )

( )

1

2

1

q −

onde y(k) é dado pela eq. (A-52) e Rj dados por (A-74).

Para construir 0q e 5q é necessário selecionar q e d. Um critério de ajuda para escolha

destes parâmetros é o seguinte (Lui e Skelton, 1993).

• q não deve ser muito pequeno para reduzir efeitos do ruído na identificação;

• q deve ser maior que o número de passos correspondente a um período do modo mais

lento do sistema; e

• d>>q , assegurando-se que para o tempo de amostragem superior a d o sistema se

encontra em regime.

216

Na seqüência, monta-se 'q

' 5 0 0q q q qT = -

e realiza-se a decomposição em valores singulares

[ ]' q

T

T = U U

U

U~

~ ~Σ

Σ0

0

onde as matrizes U e Σ são determinadas a partir da ordem n do modelo estimado, segundo os

mesmos critérios usado em A.3.

Determinada a ordem da realização, determina-se Pq

Pq = U Σ1/2

Dado Pq, obtém-se

P

P

P

P

P

P

P

P

= , =

0

1

q-2

1

2

q-1

onde

P

P

P

P

q

0

1

q-1

=

As matrizes do modelo são então dados por

A P P

B P m

C P

D

=

=

=

= y(0)

+

+−q 1

0

e a matriz A contínua e dada por

( )A A =

1

∆tln

217

A.15 Exemplo

Para ilustrar o procedimento dos programas de identificação, um problema simples é

tratado aqui. Tanto para o programa ERAID.M como para o QMKID.M, segue-se os

mesmos passos no processo de identificação:

1. adquire dados;

2. monta as matrizes associadas ao problema;

3. executa decomposição em valores singulares;

4. varre um intervalo de ordem para o modelo;

5. identifica o modelo para a ordem selecionada;

6. compara respostas em freqüência;

7. elimina modos computacionais (se necessário); e

8. salva modelo identificado.

Estes passos são apresentados na tela em forma de menu pelo programa. A seqüência de

1 a 3 deve sempre ser executada na ordem dada. O passo 4 tem o único objetivo de investigar

o erro entre a resposta real e a estimada associado a uma dada ordem do sistema identificado.

Isto introduz um primeiro critério para a escolha da ordem do modelo. O passo 5 realiza a

identificação propriamente dita. O passo 6 introduz o outro critério para a escolha do modelo.

Uma boa concordância entre a função de transferência obtida do ensaio com a função de

transferência do modelo confirma a escolha da ordem baseada no resultado do passo 5. Caso

contrário, una nova ordem deve ser selecionada, repetindo-se os passos 5 e 6 até que um

modelo adequado seja obtido. Após o processo de seleção da ordem do modelo sugere-se que

os parâmetros deste modelo sejam gravados.

Caso existam modos computacionais no modelo obtido, pode-se tentar eliminar estes

modos reduzindo sua ordem. No entanto, nem sempre é possível eliminar estes modos. Pode

ocorrer que alguns modos computacionais não sejam irrelevantes para o modelo identificado

como também pode ocorrer que um modo real seja representado por dois modos próximos,

entre outras coisas. Portanto, qualquer processo de eliminação de modos de ser seguido de

uma nova comparação da resposta em freqüência. Caso não ocorram alterações significativas

218

na função resposta em freqüência, a eliminação pode ser processada e o modelo originalmente

identificado substituído pelo novo modelo.

O exemplo aqui tratado consiste de um sistema massa-mola amortecido com três graus

de liberdade, o que equivale a um sistema de ordem seis. Conforme ilustra a Figura A.1, uma

força aplicada à massa 1 corresponde à entrada do sistema e os deslocamentos das massas 1 e

2 são as saídas medidas. Este sistema é simulado pelo programa sis_3d.m que gera o arquivo

de dados sis_3d.mat para a identificação, no formato definido na seção A.12. Para tornar a

simulação próxima do caso de um experimento real, os sinais adquiridos da simulação deste

sistema são acrescidos de ruído.

m m m

k k k k

c c c cx1 X2

F

Figura A.1: Sistema massa-mola amortecido.

A.16 Identificação ERA

Ao executar do programa eraid.m, um menu de opções com os passos do algoritmo,

como mostrado na Figura A.2, é apresentado na tela.

A opção [JHWGDWD@ lê o arquivo de dados do sistema simulado. Após selecioná-la na

janela correspondente, os gráficos da resposta em freqüência e da resposta impulsiva do

sistema são apresentados, como mostra a Figura A.3.

219

Figura A.2: Menu de opções do programa ERAID.

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-1

100

101

G11

Frequence response magnitude plot

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-3

10-2

10-1

100

101

G21

Freq - Hz

0 50 100 150 200 250-1

-0.5

0

0.5

1

G11

Impulsive response plot

0 50 100 150 200 250-0.5

0

0.5

G21

Sample

Figura A.3: Resposta em freqüência e resposta impulsiva do sistema

A opção seguinte >GR+DQNHOPDWUL[@ gera as matrizes de Hankel a partir dos dados

do ensaio. Na janela do MATLAB surge uma mensagem e o programa pede valores para r e s,

conforme definidos na seção A.3. Os parâmetros r e s irão definir a dimensão da matriz H.

Vale lembrar que r+s deve corresponder a um número de passo de amostragem superior ao

número de passo correspondente ao tempo de acomodação do sistema e inferior ao número de

passo correspondente ao tempo final do sinal. Neste caso escolheu-se r=s=90 (r+s<200). A

tela do programa ,apresentada no MATLAB, é a seguinte:

220

######################################################### DOHANKEL.M form the Hankel matrix with the impulse response, IRT, of the system. #########################################################

size of data matrix =201 ( OBS.: r+s < size )Enter row number : r = 90Enter column number : s = 90

Após montar a matriz, o programa realiza a decomposição em valores singulares e

apresenta o gráfico do logaritmo dos valores singulares em função do número de valores

singulares, como mostra a Figura A.4.

0 20 40 60 80 100-4

-3

-2

-1

0

1

2

number of singular values

log(sigma) Singular Values Plot

Figura A.4: Gráfico dos valores singulares de H(1).

Como pode-se ver, a decomposição apresenta 90 valores singulares para a matriz de

Hankel, H(1). Isto porque a matriz montada a partir dos dados tem tamanho (r+n_o)x(s+n_i),

já que n_o=n_i=1 e r=s=90, tem-se H(1) ∈ R90x90. Entretanto, destes 90 autovalores, somente

os 6 primeiros são relevantes. Como dito na seção A.9, no caso hipotético onde o sinal

experimental não apresentasse ruído, os valores singulares da matriz de Hankel não

221

relevantes seriam nulos como em (A-55). Entretanto, devido à presença de ruído no sinal do

sistema, surgem modos residuais não nulos na decomposição em valores singulares.

A partir do sexto modo, observando da direita para a esquerda, nota-se uma

considerável descontinuidade nos valores singulares da matriz, o que demonstra indícios de

que os valores singulares superiores a seis se devem a modos residuais, denominados modos

computacionais. Os valores singulares associados a estes modos computacionais apresentaram

ordem de grandeza inferior aos modos reais, neste caso σ<10-1.

Estas observações sugerem que modos computacionais podem ser identificados a partir

de descontinuidades no gráfico da Figura A.4, da direita para a esquerda, e pela ordem de

grandeza dos valores singulares.

É importante ressaltar que a magnitude dos valores singulares dos modos

computacionais cresce à medida que o nível de ruído presente no sinais medidos aumenta.

Assim sendo, para um sinal com uma baixa relação sinal-ruído, ou seja, com níveis de ruído

de mesma magnitude do sinal, torna-se difícil visualizar, no gráfico dos valores singulares,

esta separação entre modos reais e modos computacionais.

Ao apresentar o gráfico da Figura A.4, o programa pede que seja selecionado um

intervalo onde, aproximadamente, se encontram os modos reais do sistema. Isto é feito

posicionando no gráfico o cursor em uma posição onde haja um certa descontinuidade, ou

onde se considera que , devido a sua magnitude, os valores singulares são desprezíveis.

O parâmetro r_max representa o índice do valor singular onde o cursor foi posicionado e

log_sigma apresenta o valor de log10(σr_max). O índice apresentado sugere que a ordem do

sistema real se encontra próxima a este valor. A tela correspondente, apresentada na janela do

MATLAB, é a seguinte:

######################################################### H0DECOMP.M do the singular value decomposition of the Hankel matrix #########################################################

select the interval to search

222

with the mouse PRESS ENTER to finish

r_max = 6.2356log_sigma = 0.3812

Após a avaliação inicial da ordem do sistema, a opção seguinte >VFDQPRGHORUGHU

LQWHUYDO@ faz uma varredura em um intervalo de ordem para o sistema. O programa pede

então que seja selecionado o intervalo para que seja analisado o erro entre as respostas real e

simulada como descrito na seção A.13. Como o valor obtido na opção anterior está em torno

de 6, seleciona-se o intervalo e 2 a 12 para investigar a ordem do sistema.

Na janela do MATLAB a seguinte mensagem é apresentada

######################################################### ERASCAN.M scan a order interval to find one with mininal IAE (Integral of Absolute Error) input/output model of a system using the Eigensystem Realization Algorithm#########################################################

select the interval to search ( equal to the number of most... significants singular values )

A multiple of 2. [min max ] -> [2 12]

Após a execução da varredura, uma tabela do erro em função da ordem selecionada é

apresentada na janela do MATLAB, tal como mostrado a seguir

IAE =2.0000e+000 4.0000e+000 6.0000e+000 8.0000e+000 1.0000e+001 1.2000e+0017.7545e+000 2.6964e+000 9.5790e-014 3.3496e-013 1.9334e-012 1.9809e-0124.0412e+000 2.7006e+000 1.7904e-013 4.8282e-013 2.4162e-012 2.8586e-012

A primeira coluna refere-se à ordem do sistema identificado e as colunas 2 e 3 referem-

se ao erro entre as respostas real e simulada para as funções de transferência relacionando a

entrada e as duas saídas do sistema. Um gráfico com o erro máximo verso a ordem é também

apresentado na Figura A.5 para auxiliar na escolha da ordem para o sistema identificado.

223

2 4 6 8 10 121

2

3

4

5

6

7

8

9Order evaluation

max

(sum

_of_

Abs

_err

or)

Estimated order

Figura A.5: Gráfico erro x ordem estimada.

Como pode ser visto, o erro máximo tende a um valor constante para uma ordem igual e

superior a seis. Assim, fica claro que a ordem mínima do modelo é seis, que é exatamente a

ordem do sistema real.

Selecionada a ordem do modelo estimado para o sistema, o passo seguinte é executar a

opção >GR HUD LGHQWLILFDWLRQ@. Nesta opção, as matrizes do modelo são calculadas e a

resposta impulsiva real comparada à resposta do sistema identificado, como mostra a Figura

A.6.

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-1

0

1input : 1 output : 1

0 20 40 60 80 100-0.05

0

0.05Estimation error

Time (s)

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-0.5

0

0.5input : 1 output : 2

0 20 40 60 80 100-0.02

0

0.02Estimation error

Time (s)

Figura A.6: Comparação entre sistema real e identificado.

Por fim, para confirmar se o modelo identificado pode ser considerado uma realização

de ordem mínima do sistema a opção >FRPSDUH IUHT UHVSRQVH@ mostra o gráfico da

função resposta em freqüência, FRF, do sistema real e do modelo identificado. O gráfico das

224

FRFs são mostrados na Figura A.7, e demonstram uma considerável concordância entre o

sistema real e o modelo identificado.

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-4

10-2

100

102

G11

Frequence response magnitude plot

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-4

10-2

100

102

Freq - Hz

G21

Figura A.7: Resposta em freqüência do sistema real e do modelo identificado.

Apenas para ilustrar a opção >HOLPLQDWH FRPSXWDWLRQDO PRGHV@ imagine que a

ordem selecionada para o modelo tenha sido 8. Após realizar a identificação, >GR HUD

LGHQWLILFDWLRQ@, o gráfico comparativo entre a resposta impulsiva real e a resposta do sistema

identificado seria apresentado como mostra a Figura A.8. Como indicado no gráfico da Figura

A.5, o erro entre o sistema real e o modelo não é muito diferente do caso para o modelo de

ordem 6, Figura A.6.

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-1

0

1input : 1 output : 1

0 20 40 60 80 100-0.05

0

0.05Estimation error

Time (s)

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-0.5

0

0.5input : 1 output : 2

0 20 40 60 80 100-0.01

0

0.01

0.02Estimation error

Time (s)

Figura A.8: Comparação entre sistema real e identificado, para um modelo de ordem 8.

225

Ao analisar a resposta em freqüência,>FRPSDUH IUHT UHVSRQVH@, obter-se-ia o

gráfico dado na Figura A.9. Nota-se a presença de um pico no gráfico de G21 próximo a 0.9

Hz. Este pico se deve ao modo computacional adicionado ao sistema.

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-4

10-2

100

102

G11

Frequence response magnitude plot

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-4

10-2

100

102

Freq - Hz

G21

Figura A.9: Resposta em freqüência do sistema real e do modelo identificado de ordem 8.

Para se investigar a influência deste modo no modelo, o que se pode fazer é verificar se

sua eliminação do modelo produz alterações significativas na resposta impulsiva e na resposta

em freqüência. Selecionando a opção >HOLPLQDWHFRPSXWDWLRQDOPRGHV@ os gráficos da

freqüência e do amortecimento verso o índice do modo são apresentados, como mostra a

Figura A.10. É importante ressaltar que os modos se apresentam na forma de pólos complexos

conjugados. Assim, cada modo aparece no gráfico como duas freqüências e dois

amortecimentos a ele associados.

O programa pede então que, se necessário, seja selecionada uma área do gráfico para ser

ampliada. A intenção é permitir uma melhor visualização de uma dada região onde se quer

eliminar certos modos. Geralmente este procedimento se faz necessário quando o sistema

apresenta um grande número de modos. Neste caso, nenhuma ampliação é necessária devendo

apenas ser teclado <RETURN> para prosseguir.

226

0 2 4 6 80

0.5

1Frequencies

0 2 4 6 80

0.05

0.1Damping

Figura A.10: Freqüência e amortecimento x índice do modo.

O programa lista as freqüências dos modos do modelo e então pede que se selecione os

modos a serem eliminados com o mouse. Para cada modo a ser eliminado, uma freqüência

deve ser selecionada, correspondendo a um par de pontos no gráfico. Após feita a seleção,

tecla-se <RETURN> e a eliminação dos modos selecionados é realizada. O programa informa

então o número de pólos eliminados (cada par de pólos corresponde a um modo). As

mensagens apresentadas pelo programa durante este processo são mostradas abaixo:

Elimitate computational modes Select zoom area with the mouse or ... press <RETURN> to continueFrequenciesans = Columns 1 through 7 0.8931 0.8931 0.2945 0.2945 0.2249 0.2249 0.1219 Column 8 0.1219 Select values to eliminate with the mouse and ... press <RETURN> to finish2 poles eliminated

Após a eliminação, uma nova comparação é realizada. Na Figura A.11 e na Figura A.12

o modelo com o modo computacional eliminado é comparado com o sistema real. Como se

vê, a eliminação do modo computacional não ocasiona alteração significativa na resposta do

sistema. Conclui-se, assim, que o modo eliminado não apresenta nenhuma influência no

sistema. Novamente chega-se a um modelo de ordem 6 para representar o sistema.

227

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-1

-0.5

0

0.5

1input : 1 output : 1

0 20 40 60 80 100-0.04

-0.02

0

0.02

0.04Estimation error

Time (s)

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-0.5

0

0.5input : 1 output : 2

0 20 40 60 80 100-0.01

0

0.01

0.02Estimation error

Time (s)

Figura A.11: Comparação entre sistema real e identificado, para um modelo de ordem 6 após,

eliminação do modo computacional.

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-4

10-2

100

102

G11

Frequence response magnitude plot

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-4

10-2

100

102

Freq - Hz

G21

Figura A.12: Resposta em freqüência do sistema real e do modelo identificado de ordem 6

após eliminação do modo computacional.

O passo final do programa é salvar as matrizes do modelo identificado via opção >VDYH

LGHQWLILHGPDWULFHV@. Escolhido o nome e o diretório para o arquivo, as matrizes [A_e,

B_e, C_e , D_e] do modelo são então armazenadas.

228

A.17 Identificação Q-Markov

A execução do programa qmkid.m é semelhante ao procedimento do programa eraid.m.

O menu de opções com os passos do algoritmo é mostrado na Figura A.13.

Figura A.13: Menu de opções do programa QMKID.

A opção [JHWGDWD@ lê o arquivo de dados do sistema simulado. Após selecioná-la na

janela correspondente, os gráficos da resposta em freqüência e da resposta impulsiva do

sistema são apresentados, como na Figura A.3.

A opção seguinte >GR0DUNRY0DWULFHV@ gera as matrizes de Hankel e de covariância

a partir dos dados do ensaio. O programa pede como entrada valores para d e q, conforme

definidos na Seção A.14. Neste caso escolheu-se q=30 e d=170 (q+d≤200). A tela apresentada

pelo programa no MATLAB é a seguinte:

######################################################### DOMARKOV.M form the Markov matrices with the impulse response, IRT, of the system.######################################################### size of data matrix =201Enter Q -> 30Enter d -> 170

229

O gráfico do logaritmo dos valores singulares verso o número de valores singulares é

mostrado na Figura A.14.

0 10 20 30 40 50 60 70-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

number of singular values

log(sigma) Singular Values Plot

Figura A.14: Gráfico dos valores singulares de H(1).

A decomposição apresenta 60 valores singulares, isto por que a matriz Dq tem tamanho

(q+n_o)x(q+n_o), já que n_o=2 e q=30, tem-se Dq ∈ R60x60. Destes 60 autovalores somente

os 6 primeiros são relevantes.

Após selecionar o intervalo onde, aproximadamente, se encontram os modos reais do

sistema a seguinte tela é apresentada na janela do MATLAB:

######################################################### DQDECOMP.M do the singular value decomposition of the Dq matrix#########################################################

select the interval to search with the mouse PRESS ENTER to finish

r_max = 6.4665log_sigma = -3.0616

230

Como na Seção A.16, o parâmetro r_max representa o índice do valor singular onde o

cursor foi posicionado e log_sigma apresenta o valor de log10(σr_max). O índice apresentado

sugere que a ordem do sistema real se encontra próximo a este valor.

Avaliada a ordem do sistema, a opção seguinte >VFDQPRGHO RUGHU LQWHUYDO@ faz

uma varredura do intervalo de ordem para o sistema. Na janela do MATLAB a seguinte

mensagem é apresentada

######################################################### QMKSCAN.M scan a order interval to find one with mininal IAE (Integral of Absolute Error) input/output model of a system using the Q-Markov COVER Algorithm#########################################################

select the interval to search ( equal to the number of most... significants singular values )

A multiple of 2. [min max ] -> [2 12]

A tabela do erro versos a ordem selecionada, apresentada na janela do MATLAB, é a

seguinte

IAE = 2.0000e+000 4.0000e+000 6.0000e+000 8.0000e+000 1.0000e+001 1.2000e+001 8.2251e+000 3.6015e+000 1.6222e+000 1.6257e+000 1.6326e+000 1.6096e+000 4.8393e+000 3.1750e+000 8.2650e-001 8.2199e-001 8.2265e-001 8.1814e-001

O gráfico com o erro máximo verso a ordem é apresentado na Figura A.15, para auxiliar

na escolha da ordem para o sistema identificado. Novamente, como no caso ERA, o erro

máximo tende a um valor constante para uma ordem igual e superior a seis, tornando claro

que a ordem mínima do sistema é 6.

231

2 4 6 8 10 121

2

3

4

5

6

7

8

9Order evaluation

max

(sum

_of_

Abs

_err

or)

Estimated order

Figura A.15: Gráfico erro x ordem estimada.

No passo seguinte, a opção >GRHUDLGHQWLILFDWLRQ@ calcula as matrizes do modelo e

compara a resposta impulsiva real e a resposta do sistema identificado, como mostra a Figura

A.16.

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-1

-0.5

0

0.5

1input : 1 output : 1

0 20 40 60 80 100-0.04

-0.02

0

0.02

0.04Estimation error

Time (s)

RealEstimated

0 20 40 60 80 100-0.5

0

0.5input : 1 output : 2

0 20 40 60 80 100-0.02

-0.01

0

0.01

0.02Estimation error

Time (s)

Figura A.16: Comparação entre sistema real e identificado.

Por fim, a opção >FRPSDUHIUHTUHVSRQVH@ mostra o gráfico da função resposta em

freqüência do sistema real e do modelo identificado, Figura A.17. Analisando este gráfico,

conclui-se que o modelo de ordem seis reproduz com boa precisão o sistema real.

232

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-3

10-2

10-1

100

101

G11

Frequence response magnitude plot

EstimatedReal

0 0.2 0.4 0.6 0.8 110

-3

10-2

10-1

100

101

Freq - Hz

G21

Figura A.17: Resposta em freqüência do sistema real e do modelo identificado.

A opção >HOLPLQDWHFRPSXWDWLRQDOPRGHV@ é idêntica ao caso ERA. Como não se

faz necessária aqui qualquer eliminação de modos, esta opção não é utilizada.

O passo final do programa é salvar as matrizes do modelo identificado via opção >VDYH

LGHQWLILHGPDWULFHV@. Escolhido o nome e o diretório para o arquivo as matrizes [A_e, B_e,

C_e , D_e] do modelo são então armazenadas.

233

Apêndice B

Ambiente de Projeto

B.1 Caracterização dos modelos

Os modelos utilizados no projeto são determinados a partir do modelo estimado, dado

pela matrizes de estados [A_e, B_e, C_e D_e]. Com o programa partmodo.m o modelo

estimado é particionado em modelo nominal, definido pelas matrizes [am, bm, cm e dm], e

modelo residual, dado pelas matrizes [ar, br, cr e dr]. O programa pede que sejam

selecionados os modos do modelo nominal e então executa a decomposição modal do sistema.

As matrizes do modelo nominal, do modelo residual e do modelo completo, agora

denominadas [A, B, C e D] são gravadas em um arquivo XXXXX_s.mat para o caso nominal e

XXXXX_pi.mat para os casos perturbados, com i=1,2,…,n. Os caracteres XXXXX são cinco

quaisquer.

O programa resuncer.m lê os dados referentes ao modelo residual e através de uma

interface gráfica permite ao usuário selecionar o limitante para a incerteza residual, definido,

na forma de função de transferência, como Gup. O modelo da incerteza residual é gravado no

arquivo XXXXX_Gr.mat,

O programa paruncer.m lê os dados referentes ao modelo nominal e também através de

uma interface gráfica permite ao usuário selecionar o limitante para a incerteza paramétrica,

definido pelas matrizes E e H. O modelo da incerteza paramétrica é gravado no arquivo

XXXXX_i.mat.

234

B.2 Projeto

O procedimento de projeto é apresentado na forma de menu pelo programa, como

mostrado na Figura B.1, e consiste nos passos descritos a seguir. A opção >FUHDWH QHZ

SURMHFW@ lê os parâmetros do sistema contido em um arquivo denominado XXXXX_s.mat ,

criando um novo projeto. Criar um projeto significa que o programa abre o SIMULINK para o

projetista gerar os modelos da planta aumentada, do sistema em malha aberta e do sistema em

malha fechada, já devidamente denominados XXXXX_ap.m , XXXXX_ol.m e

XXXXX_cl.m . Estes modelos devem ser gravados para se prosseguir. Caso o projeto já

exista, a opção >RSHQ D SURMHFW@ lê o arquivo XXXXX_s.mat e abre o diagrama do

SIMULINK XXXXX_ap.m .

Figura B.1: Menu de opções do programa projeta.m.

Na seqüência, a opção >VSHFLI\ GHVLJQ SDUDPHWHUV@ define os parâmetros do

projeto, abrindo um novo menu, mostrado na Figura B.2. Para um projeto novo deve-se:

• especificar o número de entradas de controle e de saídas medidas, nu e ny, opção

>RUGHURIXDQG\@;

• ler o modelo da incerteza paramétrica gravado, arquivo XXXXX_i.mat, opção >UHDG

SDUDPHWULFXQFHUWDLQW\@;

235

• ler o modelo da incerteza residual gravado, arquivo XXXXX_Gr.mat, opção >UHDG

UHVLGXDOXQFHUWDLQW\@;

• especificar a função de ponderação sobre a função sensibilidade (relacionada ao

desempenho) , opção >ZHLJKWVHQVLWLYLW\@;

• definir os ganhos do projeto, K2 sobre a incerteza residual, ε sobre a incerteza

paramétrica e γ sobre a função de ponderação, opção >GHVLJQJDLQV@;

• salvar os parâmetros, opção >VDYH SDUDPHWHUV@ gravados em um arquivo tipo

XXXXX_W.mat.

Para um projeto já existente, pode-se ler os parâmetros gravados, opção >UHDG

SDUDPHWHUV@ e eventualmente especificar nova função de ponderação ou ganhos do projeto,

se necessário. A opção >SORW IXQFWLRQV@ apresenta os gráficos do modelo reduzido, junto

com a ponderação sobre a função sensibilidade, e os gráficos do modelo da incerteza, junto

com o modelo residual.

Figura B.2: Menu de especificações do projeto.

Terminada a especificação dos parâmetros de projeto a opção >([LW@ retorna ao

programa principal. Prossegue-se então com a opção >V\QWKHVL]H WKH FRQWUROOHU@ que

calcula o controlador. Esta opção permite selecionar entre a solução do problema H∞ via

enfoque de Riccati ou via LMI como dito no Capítulo 4. Após o controlador ser calculado, ele

236

é gravado no arquivo XXXXX_k.mat e são apresentados os gráficos dos custos entre as

entradas do sistema e as saídas controladas. Caso já exista um controlador calculado, a opção

>UHDGFRQWUROOHU@ lê este controlador.

Tendo lido os arquivos do controlador, dos modelos do sistema e dos parâmetros de

projeto, a opção >DQDO\]HV\VWHPIUHTXHQF\UHVS@ apresenta o gráfico da resposta em

freqüência da função sensibilidade, S, para o sistema em malha aberta e malha fechada, para

verificar o desempenho e da função restrição de energia, U, para averiguar a robustez. A

opção >DQDO\]HV\VWHPLPSXOVLYHUHVS@ apresenta os gráficos da resposta impulsiva dos

sinais de saída para o sistema em malha aberta e em malha fechada, e também o gráfico do

sinal de controle. Esta opção serve para verificar o comportamento das saídas do sistema e a

magnitude do sinal de controle no tempo. Estas duas opções permitem analisar o

comportamento do sistema controlador para verificar se ele satisfaz os requisitos de

desempenho e robustez. Caso os requisitos de projeto não sejam alcançados, deve-se

especificar novos valores para os ganhos de projeto.

A opção >DQDO\]H V\VWHP XQQRPLQDO V\VWHPV@ apresenta a resposta em

freqüência e a resposta impulsiva para os casos de operação não nominal. Esta opção faz a

qualificação final do controlador, incluindo a robustez à variação nos parâmetros. O que se

espera é que o sistema controlado mantenha ou apresente uma deterioração aceitável no seu

desempenho, para os casos dispersivos. A mesma análise feita para o caso nominal é repetida

aqui, ou seja, são apresentados os gráficos da função sensibilidade, S, e da função restrição de

energia, U, juntamente com a resposta impulsiva para o sistema em malha aberta e malha

fechada, e o sinal de controle.

237

Apêndice C

Detalhes da Instrumentação

C.1 Ambiente dSPACE

O Ambiente dSPACE é um ambiente inteiramente integrado ao MATLAB/SIMULINK,

reunindo assim ferramentas de projeto e análise de sistemas de controle com um software de

implementação em tempo real. O ambiente completo é apresentado na Figura C.1.

A Arquitetura do ambiente, mostrada na Figura C.2, consiste em:

• um “Host computer“: PC onde o programa Simulink é executado

• uma placa "Processor Board" DS1003 com um DSP (Digital Signal Processor) Texas

TMS320C40 (60Mflops)

• um barramento de comunicação (entre o PC e o DSP)

• uma placa de conversores A/D, DS2103, com 32 canais, “single end“

• uma placa de conversores D/A, DS 2003, com 32 canais, “single end“

sendo que as placas dos conversores A/D e D/A se comunicam com a placa DSP por um

barramento exclusivo, sem comunicação com o “Host“.

238

Figura C.1: Ambiente integrado MATLAB/dSPACE.

PC DSP

DS2003A/D

DS2103D/A

PC Bus

Figura C.2: Arquitetura do ambiente dSPACE/MATLAB.

239

Dados referentes ao equipamento dSPACE são dados na Tabela C.1 abaixo. Maiores

referências podem ser obtidas no site do fabricante: "www.dspace.de."

Tabela C.1: Características das placas.

Características das placa de entrada e saídaDS2003 - Conversor A/D • 32 canais A/D

• 2 conversores A/D independentes com 32 entradasmultiplexadas cada

• Amostragem e retenção simultânea• resolução de 4, 8, 12, 13, 14, 15 e 16 bits• tensão ±5V e ±10V (programável)

DS2103 - Conversor D/A • 32 canais A/D paralelos• saída imediata ou atualização simultânea em grupos de

4 canais• resolução de 14 bits• tensão ±5V e ±10V (programável)

C.2 Circuito acoplador de impedância para o sensor PZT

A placa DS2003, conversor analógico para digital, é uma placa conversora de uso geral,

onde qualquer tipo de sensor pode ser conectado. Em função disso, nenhum tipo de

condicionamento de sinal é incluído na entrada do conversor. Devido ao fraco nível de

corrente fornecido pela cerâmica PZT como sensor, um circuito condicionador específico foi

projetado para tornar compatível as características elétricas do sensor PZT com as do

conversor A/D. O esquema deste condicionador é apresentado na Figura C.3.

+-

+-

R1

Rf

Rp

C

Rf

R1

Rp

Figura C.3: Circuito condicionador do sensor PZT.

240

Os parâmetros deste circuito são:

• R1 = 10 kΩ

• Rf = 10 kΩ

• Rp = 4.7 kΩ

• C = 20 µF

• Amplificador Operacional: SA1458

C.3 Sensores, atuadores e equipamentos adicionais

Entre os demais equipamentos presentes nos experimentos tem-se:

• excitador eletrodinâmico LDS, LDS LTD., modelo V201,

• Amplificador LDS, modelo PA25E, para alimentar o excitador eletrodinâmico e os

atuadores de PZT,Transdutor de força PCB, Piezotronic Inc., modelo 208-A02,

• Cerâmica PZT, Piezo Electric Inc., T110-A4E-602,

• Filme plástico PVDF, AMP Inc.

A cerâmica PZT é capaz de agir tanto como sensor quanto atuador. A relação entre a

tensão aplicada e a deformação resultante depende: das propriedades do material cerâmico, do

tamanho e forma da peça e da direção da excitação elétrica. A relação entre deformação e

tensão, denominada constante de deformação ou coeficiente “d”, define a propriedade eletro-

mecânica do material. Sua unidade é expressa em metros por Volts. Para identificar a direção,

os índices 1, 2 e 3 são usados para definir os eixos X, Y, e Z. Como utilizado nos

experimentos desta tese, a principal constante a considerar para a cerâmica PZT é dada por

d31. Esta constante se aplica no caso em que a tensão é medida na superfície normal ao eixo 3

e a força é aplicada perpendicularmente aos eixos 1 e 3, Figura C.4. Para a cerâmica utilizada

aqui tem-se:

d31=190x10-12 m/V.

Mais detalhes sobre a cerâmica PZT podem ser obtidos no site do fabricante

“www.piezo.com”.

241

Com relação ao PVDF, a relação entre tensão e deformação na direção longitudinal (de

maior comprimento) é de:

12x10-3 V/µε, e 400x10-3 V/µm .

O modelo utilizado tem dimensões (do elemento piezelétrico) de 29.93x12.19 mm.

3

1

2

+

_+

_

V

F

P

Figura C.4: Esquema da relação tensão/deformação para um PZT com d31 como propriedade

principal indicando a direção de polarização P.

242

Apêndice D

Referência de Comandos e Funções do Ambiente de

Projeto

Observação: os programas apresentados aqui se encontram disponíveis no site do

Departamento de Mecânica Computacional (endereço eletrônico: www.dmc.fem.unicamp.br).

Estes programas podem também ser adquiridos diretamente com o autor via E-mail (endereço:

[email protected]) ou endereço atualizado no site citado acima.

addinct.m% [am_a,bm_a,cm_a,dm_a]=addinct(am,bm,cm,dm,H,E,nu,ny)%% Idiciona perturbacao parametrica na planta como% entradas/saidas adicionais.%% O sistema nominal original%% dx=A x + [B1 B2] | w |% | u |%% y = C x + |D1 D2 | | w |% | u |%% torna-se%% dx=A x + |[B1 Hx B2] | | w |% | [Di] |% | u |%% | y | = | C | x + | D1 Hy D2 | | w |% | [Do] | | Ex | | Ew [0] Eu | | [Di] |% | u |%% onde:% -> [am,bm,cm,dm] e o sistma nominal% -> incerteza fatorada na forma: H I E = | am-ad bm-bd |% | cm-cd dm-dd |

243

% sendo% H=[ Hx% Hz E=[ Ex Ew Eu ]% Hy ]%% -> [Di e Do] representam os vetores de entrada% e saida adiconados ao sistema.% -> nu = numero de entradas de controle% -> ny = numero de saida medidas

addpert.m% [am,bm,cm,dm,ar,br,cr,amr,arm,] = addpert(a,b,c,d,nr)%% Determina um modelo reduzido e um modelo residual% por truncamento modal na forma de incerteza aditiva%% O sistema é decomposts na forma%% A = |Ar 0 | B = |Br| x=|xr|% |0 Am| |Bm| |xm|%% C = |Cr Cm| D=Dm% .% x = Ax + Bu, y = Cx + Du%% onde% -> xm sao os estados preservados no modelo reduzido% -> xr sao os estados incluidos no modelo residual% -> nr é a ordem do modelo reduzido

checkadd.m% checkadd(a,b,c,d,am,bm,cm,dm,ar,br,cr,dr);%% Compara modelos do sistema original,% modelo reduzido e modelo residual%

checkmul.m% [am,bm,cm,ap,bp,cp,dp] = omultsep(a,b,c,nr)%% Determina um modelo reduzido e um modelo residual% na forma de incerteza multiplicativa de saida%% O sistema é decomposts na forma%% A = | am 0 | B = |bm| x=|xm|% |bp*cm ap| |0 | |xp|%% C = |cm+cm*dp cp| D=0%% sendo% .% x = Ax + Bu, y = Cx%% onde% -> xm sao os estados preservados no modelo reduzido

244

% -> xr sao os estados incluidos no modelo residual% -> nr é a ordem do modelo reduzido

compert.m% COMPERT.M Compara desempenho do sistema controlado% para o sistema perturbado ( variação da dinâmica)

compmodo.m% compmodo(a0,b0,c0,d0,am,bm,cm,dm,ar,br,cr,dr);%% Compara modelos do sistema original,% modelo reduzido e modelo residual%%% a0 = |ar 0 | b0 = |br| x=|xr|% |0 am| |bm| |xm|%% c0 = |cr cm| d0=dm%% .% x = ax + bu, y = cx + du%% onde% -> xm sao os estados preservados no modelo reduzido% -> xr sao os estados incluidos no modelo residual% -> nr é a ordem do modelo reduzido

compresp.m% compara resposta impulsiva% do sistema estimado com resposta real

dohankel.m% forma a matriz de Hankel a partir da% resposta impulsiva, IRT, do sistema.

doirt.m% traca a resposta impulsova e a resposta em frequencia% para o processo de identificacao selecionado o% respectivo arquivo de dados.%% Os dados devem ser salvos em um arquivo .MAT% com as seguintes informacoes:% -> n_i = numero de entradas do sistema% -> n_o = numero de saidas% -> IRT = uma matriz M-por-N onde:% >> as N=(n_i x n_o) colunas representam o vetor da resposta% impulsiva da entrada i para a saida o% >> e M e o comprimento do vetor de respostas% Ex.: IRT=[Imp11 Imp12 ... Imp1n_o ... Impn_i1 ... Impn_in_o]% -> XFREQ = uma matriz M-by-N onde:% >> as N=(n_i x n_o) colunas representam o vetor da resposta% em frequencia da entrada i para a saida o% >> e M e o comprimento do vetor de respostas% Ex.: XFREQ=[Xfreq11 ... Xfreq1n_o ... Xfreqn_i1 ... Xfreqn_in_o]% -> Freq e o vetor de frequencia da resposta em frequencia% -> t e o vetor de tempo da resposta impulsiva

245

domarkov.m% form the Markov matrices with the% impulse response, IRT, of the system

dqdecomp.m% executa a decomposicao em valores singulares% ma matriz Dq

dsgspec.m% agrupa as especificacoes de projeto do controlador%% sao elas :% -> ordem de u e y% -> incertesa parametrica% -> incertesa residual% -> ponderacao sobre a funcao sensibilidade% -> ganhos de projeto

elimodo.m% [am,bm,cm,dm] = elimodo(a,b,c,d)%% Elimina modos selecionados de uma realizacao%% O sistema e decomposto na forma modal%% A = |Ar 0 | B = |Br| x=|xr|% |0 Am| |Bm| |xm|%% C = |Cr Cm| D=Dm%% .% x = Ax + Bu, y = Cx + Du%% onde% xm sao os modos preservados% xr sao os modos removidos

eraid.m% identifica uma realizacao para um sistema% usando ERA, Eigensystem Realization Algorithm.

eraiom.m% identifica uma realizacao de um sistema de uma dada ordem% usando o Eigensystem Realization Algorithm

erascan.m% varre um intervalo de ordem de realizacoes para% determinar um modelo estimado com integral% absoluta do erro minimo% (criterio IAE, Integral of Absolute Error)% usando o Eigensystem Realization Algorithm

h0decomp.m% realiza a decomposicao em valores singuares% da matriz de Hankel H0

246

hinfdsg.m% Projeta um controador H-infinito de ordem cheia% para uma dada planta aumentada usando:% # o enfoque de Riccati% # o enfoque LMI

new_pl.m% function nome=new_pl% abre um arquivo simulink para gerar o% modelo de uma nova planta aumentada% (modelo de projeto)

omulpert.m% [am,bm,cm,ap,bp,cp,dp] = omulpert(a,b,c,nr)%% determina um modelo reduzido e um modelo residual% de um dada realizacao na forma de incertesa% multiplicativa de saida%% O sistema e decomposto como%% a = | am 0 | b = |bm|x=|xm|% |bp*cm ap| |0 | |xp|%% c = |cm+dp*cm cp| d=0%% x = Ax + Bu, y = Cx%% onde% -> xm sao os estados preservados no modelo reduzido% -> xr sao os estados incluidos no modelo residual% -> nr é a ordem do modelo reduzido

open_pl.m% function nome=open_pl% abre um arquivo simulink de um modelo% de uma nova planta aumentada ja existente

partmodo.m% [am,bm,cm,dm,ar,br,cr,dr] = partmodo(a,b,c,d)%% PARTMOD1.M% Particiona um modelo de uma dada realizacao% em modelo nominal e residual% O sistema é decomposts na forma%% a = |ar 0 | b = |br| x=|xr|% |0 am| |bm| |xm|%% c = |cr cm| d=dm% .% x = Ax + Bu, y = Cx + Du%% onde% -> xm sao os estados preservados no modelo reduzido% -> xr sao os estados incluidos no modelo residual

247

paruncer.m% seleciona a incerteza parametrica% para a especificacao do projeto

pfreq.m% compara graficos de magnitude da resposta em frequencia

projeta.m% Projeta o controlador

qmkid.m% Identifica uma realizacao para um sistema usando% a tecnica "Q-Markov COVariance Equivalent Realization",% Q-Markov COVER.

qmkiom.m% identifica uma realizacao de um sistema de uma dada ordem% usando o algoritmo Q-Markov COVER

qmkscan.m% varre um intervalo de ordem de realizacoes para% determinar um modelo estimado com integral% absoluta do erro minimo% (criterio IAE, Integral of Absolute Error)% usando o algoritmo Q-Markov COVER

respimp.m% Conversao da resposta em frequencia% para resposta impulsiva

resuncer.m% Determina a incerteza residual a ser usada no% projeto do controlador

selmodo.m% [am,bm,cm,dm] = selmodo(a,b,c,d)% SELMODO.M% Determina um modelo para umaa realizacao de um sistema% que contenha certos modos selacionados

upbound.m% [a,b,c,d] = upbound(Freq,Mag)% Determina um modelo que e limitante superior% para um conjunto de funcoes respostas em frequencia

upperfun.m% [a_g,b_g,c_g,d_g] = upperfun(a1,b1,c1,d1,a2,b2,c2,d2)% Determina um modelo que e limitante superior no% dominio da frequencia para um os sistemas dados% por (a,b,c,d) e (a2,b2,c2,d2)

wsensi.m% Determina a funcao de ponderacao sobre a% funcao sensibilidade