“mais alguma coisa” - ens · 2018-10-01 · alguma coisa” talvez porque a data do fecho das...

94
1 Editorial LENA E JORGE FONTAÍNHAS (CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO) “MAIS ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro- xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar a abrir a Carta. A ideia era passar-lhe os olhos por cima mais demoradamente, página aqui, duas páginas depois, sem pres- sa, sem um objectivo determinado. Dizia cá para mim, não tarda sabes a Carta de cor, se não sabes devias saber, que queres tu encontrar de novo? Nada. Logo a primeira frase, há 60 anos, dizia: “Vivemos numa época de contrastes: por um lado o divórcio, o adultério, a união livre e o neo-mal- thusianismo triunfam; por outro lado, multiplicam-se os casais que aspiram a uma vida integralmente cristã; (...)” Esta frase podia ter sido escrita hoje que estava certa. Hoje, diria que se multiplicam os casais e os “não ca- sais” que aspiram a uma vida inte- gral, mesmo que não saibam bem o que é isso. O curioso é que o casa e descasa também cresce, e o adultério, e a união livre. Na nossa sociedade, cuja população não aumenta, como é que há gente para fazer crescer uma situação e, ao mesmo tempo, a sua contrária? Não interessa, aqui e agora, especu- lar sobre isto. A verdade é que, pres- tando um pouco de atenção, o desejo, para não dizer a ânsia, de “mais al- guma coisa” paira, muitas vezes por identificar, no ar que respiramos e no silêncio das almas de cada um. Seja ele casado, divorciado, solteiro, jo- vem ou menos jovem. A necessidade de alimento espiritual, mais ou me- nos presente em mais ou menos mui- tíssimos de nós, acaba a saltitar de terapia para esoterismo passando por algumas seitas ou teorias mis- teriosas. Há os que, finalmente, ade- rem e não precisam de mais. Há os que só encontram mais dúvidas e há os que não encontram nada. Também há, é claro, aqueles para quem o supremo bem é o dinheiro, o sucesso, o poder, etc., ou isto tudo junto: bens materiais. Para uns e para os outros a fome continua a mesma. E, então, lembrei-me que, tarda não tarda, o Advento e o Natal estão aí à nossa porta. Ambos os acontecimen- tos são comemorados em Dezembro, em dias aproximados, um celebran- do o surgir de uma pergunta inquie- tante para muitos (como podem crescer, simultaneamente, o amor

Upload: others

Post on 22-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

1

Editorial

LENA E JORGE FONTAÍNHAS (CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO)

“MAISALGUMA COISA”

Talvez porque a data do fecho dascomemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me umdia destes voltar a abrir a Carta. Aideia era passar-lhe os olhos porcima mais demoradamente, páginaaqui, duas páginas depois, sem pres-sa, sem um objectivo determinado.Dizia cá para mim, não tarda sabesa Carta de cor, se não sabes deviassaber, que queres tu encontrar denovo?

Nada. Logo a primeira frase, há 60anos, dizia: “Vivemos numa época decontrastes: por um lado o divórcio, oadultério, a união livre e o neo-mal-thusianismo triunfam; por outrolado, multiplicam-se os casais queaspiram a uma vida integralmentecristã; (...)”

Esta frase podia ter sido escrita hojeque estava certa. Hoje, diria que semultiplicam os casais e os “não ca-sais” que aspiram a uma vida inte-gral, mesmo que não saibam bem oque é isso. O curioso é que o casa edescasa também cresce, e o adultério,e a união livre. Na nossa sociedade,cuja população não aumenta, como éque há gente para fazer crescer umasituação e, ao mesmo tempo, a suacontrária?

Não interessa, aqui e agora, especu-lar sobre isto. A verdade é que, pres-tando um pouco de atenção, o desejo,para não dizer a ânsia, de “mais al-guma coisa” paira, muitas vezes poridentificar, no ar que respiramos e nosilêncio das almas de cada um. Sejaele casado, divorciado, solteiro, jo-vem ou menos jovem. A necessidadede alimento espiritual, mais ou me-nos presente em mais ou menos mui-tíssimos de nós, acaba a saltitar deterapia para esoterismo passandopor algumas seitas ou teorias mis-teriosas. Há os que, finalmente, ade-rem e não precisam de mais. Há osque só encontram mais dúvidas e háos que não encontram nada.

Também há, é claro, aqueles paraquem o supremo bem é o dinheiro, osucesso, o poder, etc., ou isto tudojunto: bens materiais. Para uns epara os outros a fome continua amesma.

E, então, lembrei-me que, tarda nãotarda, o Advento e o Natal estão aí ànossa porta. Ambos os acontecimen-tos são comemorados em Dezembro,em dias aproximados, um celebran-do o surgir de uma pergunta inquie-tante para muitos (como podemcrescer, simultaneamente, o amor

Page 2: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

2

Editorial

conjugal e o amor a Deus?), o outro, onascimento de Alguém que vem daruma resposta cabal a esta e outrasdúvidas, a todas as dúvidas de quemse interroga sobre o amor.

Mas não só isso. Ele veio anunciar-nos um novo significado e estilo devida, uma nova escala de valores,mostrar-nos uma maneira de olharo mundo com um olho no nosso tem-po terrestre e outro na eternidade. Enós, tantas vezes, ignoramo-Lo comtoda a facilidade e sem nenhuma in-quietação para voltarmos a lembrar--nos todos os anos, quando chega oNatal. E mesmo assim...

A nossa responsabilidade de casaisdas ENS é grande porque gozamosde privilégios, detentores que so-mos duma graça especial e da inten-ção declarada de lhe corresponder(1.ª página da Carta). A necessidadede amor (de ser amado mas tambémde amar) é universal, como se nostivesse sido impressa nos genes.Amar como Cristo nos veio dizerque amássemos é difícil e a vida écurta e super ocupada para se fazertanta coisa.

Grupos organizam-se para acudiraos mais carentes e funcionam bem.Uns tantos têm que comer duranteuns tantos dias, crianças têm roupase brinquedos. Os que trabalharam,trabalharam gratuitamente e poramor. E eu penso naqueles que têmum espírito e um espírito que morrede fome, nos que se meteram em tra-

palhadas afectivas que não sabem ounão podem gerir, nos que vivem sóspor incapacidade de relacionamento,nos jovens que queimam a vida e ossonhos. Na mão que não se lhes es-tende, na palavra que não lhes chegaou não os interpela, no “mais algumacoisa” que não descobrem e poderiaaliviá-los, no Deus que os ama infi-nitamente com o seu amor que cons-trói e salva e que eles desconhecem.

Para gente como nós que neste Mo-vimento somos ensinados a amar edurante a aprendizagem somos aju-dados uns pelos outros, esse “maisalguma coisa” de que tantos neces-sitam não terá nada a ver com o pa-trimónio que possuímos, com umideal objectivo de que dispomos eeles não são capazes de encontrarcontentando-se, à falta de melhor,com os bezerros de ouro que lhesapresentam por todo o lado?

Não podemos, de maneira alguma,resolver todo o problema. Mas, à ma-neira de Abraão (Gn 18, 23-33): me-tade do problema? A quarta parte doproblema? A décima parte do pro-blema? O problema do vizinho dolado? Se podemos e em atenção aesse, vamos ver a quantos vizinhospoderemos valer. Porque o que elesprocuram é amor, “o mais algumacoisa”não é mais do que a necessi-dade de se sentiram filhos amadosdum Deus maior.

Agora é Natal. A Carta faz 60 anos.E nós vamos reflectir sobre isto.

Page 3: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

3

Conselheiro Espiritual

“HÁ-DE VIR PARAJULGAR OS VIVOSE OS MORTOS ...”

PADRE ANTÓNIO JANELA (CONSELHEIRO ESPIRITUAL DA SUPRA-REGIÃO)

1. “Advento” – uma palavra do nossovocabulário tão usada, mas com sig-nificados diversos. Já para os pagãos,na antiguidade, “advento” indicava a“vinda” do deus local: em determi-nado dia do ano, expunham ao culto asua estátua, com a convicção de quese faria presente entre os seus fiéis,disposto a distribuir bênçãos e a con-ceder benefícios. Mas, podia tambémsignificar a “visita” de um rei a umacidade ou o dia da coroação do sobe-rano.

Os cristãos retomaram estes signifi-cados e aplicaram-nos à “vinda” doseu Deus, que Se manifestou ao mun-do em Jesus Cristo. Reservaram, po-rém, a palavra “Advento” ao períodode preparação para esta “visita”.

2. Poder-se-á perguntar: mas Jesusnão veio já? Certamente!

A Palavra de Deus, que nos acompa-nha nestes domingos que precedem o

A Palavra de Deus, que nos acompanha nestesdomingos que precedem o Natal, ensina-nos,porém, que Jesus não veio somente uma vez.

Natal, ensina-nos, porém, que Jesusnão veio somente uma vez. Veio, con-tinua a vir, e “virá para julgar os vivos eos mortos”... A questão é saber se esta-mos realmente preparados - “vigilan-tes” - para reconhecer, agora, a Suapresença nos acontecimentos da vidae O sabermos identificar na Suavinda.

Acontece connosco algo de estranho:quando damos conta de que o Senhorse aproxima, como reagimos? Quereacção teria uma pessoa, que sempreteve uma vida cristã exemplar, se umdia alguém lhe dissesse: “Prepara-te,pois amanhã encontrarás o Senhor!”Embora surpreendida e desconcer-tada, até talvez fizesse um sorrisoamarelo, achando que teríamos ditouma piada de mau gosto. Claro, de-pois percebendo que estávamos a fa-lar a sério iria ter com um padre parase confessar, ou pediria a Deus a graçade adiar a Sua vinda, ao menos poralguns anos...

Page 4: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

4

Conselheiro Espiritual

Não somente a última, a que chega nofim da vida, mas todas as vindas doSenhor nos assustam; porque elaspõem a claro as nossas incoerências,as nossas ambiguidades. Fazem desa-bar todas as justificações que temosinventado para desculpar as nossasfraquezas, as nossas misérias, as nos-sas escolhas incoerentes e tantas ve-zes mesquinhas. O Senhor, quandochega com a sua Palavra, penetra,qual “espada de dois gumes”; no cora-ção do homem; altera os seus projec-tos; subverte as relações sociais fun-dadas numa competição egoísta, noesmagamento dos outros, na falta deescrúpulos, pondo em questão todasas estruturas que geram injustiça,ofensa e violência. Por isso, nosassusta.

3. Temos de reconhecer que o homemé um “ser-para-a-morte”, e a dimen-são trágica da existência não pode,sem mais, ser afastada com um pipa-rote. Estamos votados ao desapare-cimento. “Nascemos condenados àmorte... com pena suspensa”, costu-mava dizer um padre meu amigo.Todos os que nos são queridos mergu-lham, cada um por sua vez, no ani-quilamento, pelo menos ao nível davisibilidade.

Entretanto, a Boa-Nova de Deus pro-clama: o amor é mais forte do que amorte. Deus venceu a morte-para-nós nodom total de Seu Filho-por-nós. No Cre-do confessamos todos os domingos:“... Também por nós foi crucificado sob Pôn-cio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressus-citou ao terceiro dia, conforma as Escrituras;e subiu aos Céus, onde está sentado à direita

do Pai. De novo há-de vir em sua glória,para julgar os vivos e os mortos; e o seureino não terá fim”. O que aconteceu aJesus, “primogénito de entre os mor-tos”, acontecer-nos-á também a nós,pela virtude do Espírito. O EspíritoSanto vai substituir o nosso sopromortal para nos introduzir na vidaque não conhece mais fim. No segui-mento de Jesus e na graça dinami-zante do Espírito, podemos franqueara muralha da morte.

4. Mas, ao mesmo tempo, o cristãosabe que não pode fazer o que lheapetece, que a sua acção não é umaqualquer brincadeira que Deus per-mite, sem o levar a sério. O cristãosabe, qual administrador, que tem deresponder, tem de prestar contas. Sóexiste responsabilidade, quando al-guém nos questiona. O artigo do Cre-do referente ao Juízo Final coloca-nosde forma clara perante este prestar decontas da nossa vida. Nada nem nin-guém nos dá o poder de minimizar aenorme seriedade que um tal conhe-cimento implica. Ao dar à nossa vidaum sentido de seriedade, confere-lhe,exactamente por isso, a sua digni-dade.

“Para julgar os vivos e os mortos” – sig-nifica também que no fundo ninguém,a não ser Ele, tem o poder de julgar.Desta maneira, afirma-se que a in-justiça do mundo não é a última pala-vra, até porque, qualquer que ela seja,pode ser apagada por um acto de gra-ça; é uma última instância de apelo,que protege a justiça, para poder rea-lizar o amor. Um amor que destruíssea justiça criaria injustiça e não seriamais do que uma caricatura do amor.

Page 5: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

5

Amor verdadeiro é excesso de justiça,mas não a destruição da justiça, que ée deve continuar a ser o alicerce doamor.1

Não se pode negar que o artigo da féno Juízo Final se desenvolveu naconsciência cristã de tal forma, que naprática poderia ter levado à destrui-ção da fé na salvação e na promessada graça. Como exemplo disso, apre-senta-se sempre a contradição entre obíblico “Maran atha” (Vem SenhorJesus) e o hino medieval do “Dies irae”(Dia de cólera), em que o homem setinha de apresentar com sofrimento epavor, reduzindo a segunda vinda doSenhor ao juízo, o dia do grande apu-ramento de contas, uma ameaça paratodos, esquecendo, no entanto, algodecisivo.

A oração com que termina o Livro doApocalipse – “Maran atha” – foi parao cristianismo um grito de alegria ede esperança na segunda vinda doSenhor, o anseio pelo encontro com

Ele como momento de total realiza-ção. A afirmação de que é o próprioJesus quem julga conferia ao juízo, aomesmo tempo, o sentido da esperan-ça. Deus transmitiu o direito de julgara alguém, que, como ser humano, énosso irmão. Não somos julgados porum estranho, mas por Aquele queconhecemos na fé. O juiz não se vaiapresentar como o totalmente outro– o Infinito, o Desconhecido, o Eterno –mas sim como um dos nossos, Al-guém que conhece a existência huma-na por dentro e sabe o que é o sofri-mento.

Desta maneira, o juízo é em si mesmoa alvorada da esperança, não só o diada cólera, mas o regresso do nossoSenhor. O cristão, naquele dia de me-do, tomará consciência de que “Aquelea quem foi dado todo o poder no Céu e naterra” (Mt 28, 18) foi, na fé, o seu com-panheiro de viagem nos dias que pe-regrinou sobre a terra. Pelas palavrasdo Credo, que o cristão hoje reza, écomo se o Senhor – tal como quandoos apóstolos atravessavam o mar daGalileia, num dia de tempestade – lhecolocasse a mão sobre a cabeça e dis-sesse: “Não tenhas medo, sou Eu!”

1 Cardeal Ratzinger, Credo para hoje – em queacreditam os cristãos, Braga, EditorialFranciscana, 2007, p 122.

Conselheiro Espiritual

Page 6: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

6

Page 7: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

7

Supra-Região

ANA E VASCO VARELA (CASAL RESPONSÁVEL SUPRA-REGIONAL)

A CARTA FUNDADORATEM UM NOME:

HENRI CAFFAREL

Estamos a comemorar os 60 anos daCARTA Fundadora escrita em 1947pelo Padre Caffarel. Ela é a manifes-tação visível do que faltava à suaintuição inicial quando criou as equi-pas. Henri Caffarel cedo se apercebeuque faltava uma regra para nos aju-dar a crescer no Amor: a regra daexigência, algo muito pouco em modanos dias de hoje. De facto, emborasaibamos que é fixando-nos numobjectivo que conseguimos lá chegar,a verdade é que nos nossos dias pre-fere-se o caminho da facilidade, aporta larga, a ilusão da felicidade.Mas:

Para nós, que nos sabemos imper-feitos, a ajuda que a Carta nos dá é aque uma bússola dá a quem andaperdido. Dá-nos a direcção certa queconduz à saída que buscamos: o ca-minho que nos conduz a Cristo, como outro ao nosso lado.

Muito devemos ao Padre Caffarel e àmedida que vamos lendo os seus tex-tos, ainda muito desconhecidos emPortugal por questões de direitos deautor, mais convictos ficamos da ur-gência da sua divulgação dado que asua actualidade é surpreendentecomo podem confirmar no texto:

Para nós, que nos sabemos imperfeitos,a ajuda que a Carta nos dá é a que umabússola dá a quem anda perdido.

«Amar é querer o sucesso pleno do entequerido. [...] O amor verdadeiro é ambi-cioso. O amor verdadeiro é exigente.[...]Ser exigente com uma exigência de amor[...] [é] favorecer num coração, comoquem ateia uma chama, o crescimentoda generosidade em relação a Deus e emrelação ao próximo.

«O teu amor sem exigência diminui-me.A tua exigência sem amor revolta-me.A tua exigência sem paciência desenco-raja-me. O teu amor exigente engran-dece-me».

Padre Caffarel

«Deus diz: casal cristão, tu és o meuorgulho e a minha esperança. Quandocriei o céu e a Terra, e no céu as grandesluzes, vi nas minhas criaturas vestígiosdas minhas perfeições e achei que issoera bom. Quando cobri a Terra com o seugrande manto de campos e florestas, vique isso era bom. Quando criei os inú-meros animais segundo as suas espécies,vi nesses seres vivos e fascinantes um

Page 8: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

8

Supra-Região

Por isso devemos lembrá-lo, divul-gá-lo, publicá-lo para que seja co-nhecido de todos, lido com fre-quência já que, certamente uma dassuas ambições era poder ajudar osoutros.

E, para evocar a memória do PadreCaffarel nada melhor do que a pu-blicação em Português da sua Bio-grafia. Escrita por Jean Allemand,um anterior responsável interna-cional do Movimento, ela é sobre-tudo constituída por textos do pró-prio Padre Caffarel. O livro serálançado no Encontro Nacional dasENS (17 e 18 Novembro 2007), ondetambém teremos a oportunidade deprestar homenagem ao Padre Caf-farel.

Prometemos continuar a esforçar--nos por tentar publicar outrasobras do Padre Caffarel, mas hojeficamos por aqui e deixamo-vos comalgumas citações suas sobre o Amore sobre as ENS. Será um bom ape-ritivo para a sua Biografia ...

reflexo da minha vida transbordante, eachei que isso era bom.

De toda a minha criação elevou-se en-tão um grande hino solene e jubilante, acelebrar a minha glória e as minhas per-feições. E, no entanto, em parte algumavia a imagem daquilo que é a minha vidamais secreta, mais ardente. Despertouentão em mim a necessidade de revelar omelhor de mim próprio, e cheguei à mi-nha mais bela invenção. Foi assim que tecriei, casal humano, “à minha imagem esemelhança”, e vi que isso era muitobom.

No meio deste universo em que cadacriatura proclama a minha glória, cele-bra as minhas perfeições, tinha por fimsurgido o amor para revelar o meuAmor. Casal humano, minha bem-ama-da criatura, meu testemunho privilegia-do, compreendes agora porque me ésquerido entre todas as criaturas, com-preendes a esperança imensa que depo-sito em ti? És portador da minha repu-tação, da minha glória, és para o uni-verso a grande razão de esperança ...porque tu és o amor».

CITAÇÕES DO PADRE CAFFAREL SOBRE O AMOR

«O olhar de amor atinge num ser, através da aparência, a radiosa face do santo em queele se deve tornar e que ele já é, em esboço ou em potência. Este olhar de amor encon-tra-se com o olhar do Criador no ser que amamos.O olhar do Criador é um olhar criador. Olhar e criar constituem um único e mesmo actopara Deus. O olhar de Deus não é o olhar de um espectador, não se fixa sobre um serque já exista, mas introduz e situa um ser na existência. O olhar de Deus “concebe” umhomem, um santo único, e esse homem existe. […]»

Page 9: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

9

«Não é o amor, mas o consentimento, como acabámos de ver, que, segundo os teólogos,faz o casamento. Sim, mas o que é esse consentimento se não a doação mútua, total eexclusiva que dois seres fazem das suas pessoas um ao outro, porque se amam, tendoem vista realizar a sua obra de amor? Se o amor estiver ausente, a união entre o homeme a mulher será como que esvaziada da sua substância. Não passará de um corpo semalma.»

CITAÇÕES DO PADRE CAFFAREL SOBRE AS ENS

«O termo “Movimento” indica dinamismo e adaptação contínua. O termo “espirituali-dade” sublinha a prioridade do sopro, do espírito sobre a organização e sobre os méto-dos, e especifica claramente o objectivo: a vida “espiritual”, ou seja, a vida cristã anima-da pelo Espírito Santo e tendente para a santidade.»

«Os nossos contemporâneos, individualistas voluntários e franco atiradores, num quadrode dificuldades, não vêem senão entraves e prisões. As equipas, muito longe de se des-culparem disso, propõem o seu forte enquadramento e a sua disciplina rigorosa como umauxílio de grande valor: antes de mais, a regra e o compromisso de a respeitar que vos éexigido que assumais num prazo de dois anos após a filiação, o controlo do respeito pe-las obrigações da carta – “controlo”, não tenho medo da palavra –, mas controlo inspira-do pela caridade e exercido com o objectivo de ajudar ao crescimento da caridade, e porfim os responsáveis, que, do mais alto ao mais baixo, são os guardiães da regra, da suacorrecta interpretação e da sua aplicação».

«Tenho a sensação de que as nossas antigas equipas estão num ponto de viragem tãodecisivo como nas vésperas da carta, e que se impõe uma opção. Para entrever a solu-ção, precisamos de considerar atentamente a natureza do nosso movimento. Serão asnossas equipas um movimento de iniciação à vida cristã no matrimónio ou um movimentode perfeição cristã?A minha convicção está certa: as nossas equipas devem ser simultaneamente movimentode iniciação e movimento de perfeição.»

«Nem é preciso clarificar que as Equipas de Nossa Senhora, apesar de serem um movi-mento supranacional, submetem filialmente à hierarquia da Igreja, em cada país, em ca-da diocese.»

«Uma reunião de equipa que não é, por princípio, esforço em comum para reencontrarJesus Cristo é algo muito diferente de uma reunião de uma Equipa de Nossa Senhora.»

«Diálogo, comunicação, melhor ainda comunhão – eis o que o Filho de Deus trouxe aoshomens, àqueles que, segundo Ele próprio, estando “reunidos em meu nome, Eu estouno meio deles” (cf. Mt 18, 19-20). Mas, precisamente, era necessário que o fizessem emseu nome, e não apenas para partilhar preocupações, infortúnios e agressividades.Reunir-se em seu nome é encontrar-se para O ouvir, para se abrir à sua Palavra e deixarque os irmãos ouçam o eco que ela desperta em si, é responder a esta Palavra, cada umpor si e todos em conjunto, com uma resposta saída do fundo da alma.»

Supra-Região

Page 10: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

10

Assunto: Muito obrigado

Como sabemos, as datas celebrativas são uma excelente oportunidade paraolhar com atenção para o passado e tomar consciência do essencial que nosmove, podendo assim perspectivar melhor o futuro.

Ao olhar para trás, no ano de celebração dos 60 anos da Carta Fundadora,o Movimento percebeu que deve agradecer a todos os Sacerdotes Conselhei-ros Espirituais das Equipas de Nossa Senhora (ENS) pelo seu esforço e de-dicação aos casais, à sua Equipa e ao Movimento.

Sabemos que nenhum dos Sacerdotes exerce a missão de Conselheiro Espi-ritual das ENS à espera de reconhecimento. Mas também sabemos que to-dos o merecem pelo que o fazemos com toda a justiça e com todo o gosto.

Bem-haja pois Senhor Padre pelo seu esforço e pela sua dedicação aos casaisdas Equipas de Nossa Senhora.

ENS, 8 de Dezembro de 2007.

Ex.mo Senhor PadreConselheiro Espiritual das ENS

O Casal Supra-Regional,

ANA E VASCO

Supra-Região

Page 11: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

11

Sobre a consolidação do Movimento,foram realizadas acções de Formaçãode Casais Pilotos e Casais de Ligação,tendo em atenção a qualidade dasPilotagens e das Ligações.

Realizaram-se também jornadas pa-ra debates de temas de actualidadeespiritual e moral.

A Província África esteve represen-tada no Encontro Internacional deLourdes, por 31 casais e 6 Conselhei-ros Espirituais (CE).

REGIÃO DE ANGOLA

O dia 17 de Julho, dia em que em1988 se realizou a primeira reuniãodas ENS em Luanda, passou a ser oDia Nacional das Equipas da Regiãode Angola.

Como reconhecimento pelo Movi-mento das ENS em Angola, o Sr. D.Damião António Franklin, Arcebispode Luanda, aprovou e recebeu emaudiência o casal Engrácia e Figuei-redo Mateus, da Luanda 7 Sector C,como Responsáveis pela Ligação dasENS à Arquidiocese de Luanda.

Todas as Dioceses estão a ser contac-tadas e continua a divulgação das

ENS no intuito de aumentar o núme-ro de CE(s), necessários para o lança-mento e acompanhamento de novasequipas.

O casal Cristina e João Baptista, Res-ponsáveis da Região, acompanhadospor 6 casais de Luanda, visitaram osSectores de Benguela. Durante a Ce-lebração Eucarística presidida peloVigário-Geral de Benguela, proce-deu-se à passagem de testemunhopara os novos responsáveis do Sec-tor de Benguela B.

Em duas novas Dioceses, Luena noMoxico e Malange, foram criadasrespectivamente 3 e 8 equipas, peloque no total existem 88 equipas emAngola.

De salientar as 3 equipas de Jovens,ligadas ao Sector A de Luanda, a fun-cionar com 30 jovens.

Realizou-se a Jornada da Família daArquidiocese de Luanda. Foi presi-dida pelo Sr. Cardeal D. Nascimento,que na sua alocução incentivou asfamílias a viverem na fidelidade mú-tua e a aderirem às ENS.

Com os temas “O Amor” e “Os Donsdo Espírito Santo” e a participaçãodas ENS, que acolheram um casalcatólico Filipino, decorreu um encon-tro durante dois dias presidido pelo

Supra-Região

BALANÇODA PROVÍNCIA ÁFRICA

Page 12: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

12

Sr. Bispo Auxiliar de Luanda, D. Ca-nhango.

Em Dezembro de 2006 a receita dosdonativos apresentava um saldo de167.093,00 kwanzas, 1.185,12 USdó-lares.

REGIÃO DE MOÇAMBIQUE

A 20 de Outubro de 2006, foi reco-nhecida como pessoa jurídica a Asso-ciação EQUIPAS DE NOSSA SENHO-RA - ENS, pelo Ministério da Justiçada República de Moçambique, no se-quência do seu registo na Conserva-tória do Registo Civil.

Realizou-se um encontro com o Arce-bispo do Maputo, que manifestou asua satisfação pelo funcionamentoem Moçambique de um Movimentovirado para a família, e sugeriu umareunião com o sacerdote que coor-dena o Ministério da Família na Ar-quidiocese, que já se realizou.

A 15 de Agosto, dia de Nossa Senho-ra da Assunção, Padroeira da Regiãode Moçambique das ENS, a Celebra-ção Eucarística foi presidida peloCardeal D. Alexandre dos Santos,Arcebispo Emérito do Maputo, quena sua qualidade de presidente daConferência Episcopal, convidou asENS a integrarem a Comissão Epis-copal de Moçambique para a Famí-lia. Seguiu-se um debate sobre oCongresso da Família realizado emSevilha.

Foi enviada a todos os Bispos de Mo-çambique uma carta apresentando oMovimento das ENS e solicitando au-torização e apoio para a sua implan-tação nas suas Dioceses.

A Região de Moçambique realizou 10reuniões com os responsáveis dossectores mais próximos do Maputoe uma com todos os sectores da Re-gião.

Na Paróquia Nossa Senhora das Vi-tórias no Maputo foi aberta uma se-cretaria de apoio à Região.

Quanto à expansão, além das ses-sões de informação, foram realizadasoutras de evangelização de casais,visando a sua entrada para o Movi-mento. Como resultado houve o nas-cimento de algumas equipas duranteo ano de 2006, a saber: 5 equipas noSector do Maputo, concretamente emMunhuana, Bairro Ferroviário e Con-golote, e 4 nas comunidades do Sa-grado Coração de Jesus, Santo Antó-nio, Santos e Anjos no Xai-Xai.

De salientar que dos 26 casais que en-traram nestas equipas, 4 no Xai-Xai,3 ainda não celebraram o casamentocanónico pelo que assumiram o com-promisso de o fazerem durante a Pi-lotagem.

O total de equipas em Outubro de2006 era de 51, das quais 28 em Pilo-tagem.

A Região que recebe 80% em donati-vos, tem um saldo de 21.300.000 me-ticais, equivalente a cerca de 675,00euros.

Supra-Região

Page 13: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

13

CABO VERDE

Nasceu a primeira equipa na Ilha deS. Vicente, Diocese do Mindelo, com oapoio do Sr. Padre Ildo Fortes, quenos informou estar para breve o lan-çamento da segunda.

Está em preparação a Missão a Caboa Verde, com a ida em Agosto de2007 do casal Margarida e Luís Cos-ta acompanhados pelo Sr. CónegoAntónio Janela, em missão de infor-mação e aconpanhamento destasequipas.

S. TOMÉ E PRÍNCIPE

12 equipas, 9 em S. Tomé e 3 no Prín-cipe, foi a boa nova que nos trouxeo Sr. Padre Nuno Coelho de visitaàquelas ilhas. O Sr. Padre João Na-zaré, exemplar CE, dá assistência a7 equipas.

Em Setembro de 2007, partirá emMissão de Apoio a estas equipas o

casal Donzília e Felisberto Eira,acompanhados pelo Sr. Padre MárioPais.

ÁFRICA DO SUL

Comemoram em 2007, 20 anos dolançamento das ENS.

Aguardamos o programa da Come-moração.

PROJECTO FORMAÇÂO ÁFRICA

Vieram 4 casais de Angola, 4 de Mo-çambique e 4 CE para os vários En-contros de Formação em 2006 e jáneste ano de 2007, um casal e um CEde Angola e igualmente um casal eum CE de Moçambique, num total de10 casais, 4 padres e 2 freiras.

Para o Encontro de Lourdes, ao abri-go do Dossier Solidariedade, vieram8 casais, 4 sacerdotes e uma freira deAngola e 8 casais e um sacerdote deMoçambique, num total de 16 casaise 6 CE.

Lisboa, 25 de Maio de 2007.

Supra-Região

Page 14: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

14

Supra-Região

A Missão a Moçambique está a ter-minar com a nossa chegada a Lisboa,mas trazemos a convicção de queuma nova era já começou por aque-las terras africanas e a esperança deque as ENS possam ao mesmo tempo

que se vão con-solidando, cres-cer e frutificar.Este sentimentoé fruto dos nos-sos contactos econvivênciacom os casaisdas ENS.

Iniciamos anossa Missãoem Quelimanena tarde do diada nossa chega-da, onde apóssermos recebi-dos pelos casaismembros dasENS, envoltos

MISSÃOEM MOÇAMBIQUELAI E FERNANDO (CASAL PROVINCIAL DE ÁFRICA)

Caros Amigos Ana e Vasco

Uma nova era já começou por aquelasterras africanas e a esperança de queas ENS possam crescer e frutificar.

Formação em Quelimane

Page 15: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

15

Formação em Maputo

Supra-Região

nas suas coloridascapulanas, em alasà porta da Sé Cate-dral com cânticosde boas vindas emdialecto local, ti-vemos um encon-tro em que esti-veram presentes 4sacerdotes e mui-tos casais repre-sentantes de todasas Equipas de todoo Movimento emQuelimane. Estevepresente o Vigárioda Diocese, Sr. Pa-dre Hilário a quemapresentamoscumprimentos eaproveitamos a oportunidade deentregar a carta de que éramos por-tadores para o Sr. Bispo, ausentenaqueles dias. Seguiu-se uma Euca-ristia, celebrada pelo Sr. Padre Da-niel, Conselheiro Espiritual do Sector.

Realizou-se uma Formação paraFormadores, numa sala de aulas daResidência das Irmãs Agostinianas

onde estivemos alojados, com a pre-sença de toda a Equipa do Sector, ca-sais Pilotos e todos os Responsáveisde Equipa. Presentes também doiscasais de duas Equipas recentemen-te formadas em Mocubo, povoação acerca de 100 kms a norte de Queli-mane, num total de 27 casais e doispadres.

Page 16: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

16

Supra-Região

No domingo dia 19, assistimos pelas7 horas, à Missa de Acção de Graçasna Paróquia de Coloane, que durou 2horas e 15 minutos, presidida peloSr. Padre Hilário, Vigário da Diocese,que ao anunciar a nossa presença foisaudada com uma salva de palmas eno fim, nos proporcionou a oportu-nidade de falarmos sobre as ENS. Emseguida tivemos um encontro comtodos os membros das Equipas, quese prolongou por todo o dia, somenteinterrompido para um almoço deconfraternização com convidados deoutras organizações. Um dos casaisconvidados, presenteou-nos com ummapa detalhado de Moçambique,com os votos para que as ENS, pos-sam um dia abranger todo o terri-tório.Tivemos também uma reunião com4 Sacerdotes, os Srs. Padres Jaime,Daniel, Hilário e Eusébio, Pároco daParóquia da Sagrada Família, ondetivemos depois um encontro de des-pedida com todos os casais das ENS eConselheiros Espirituais (CE) a que seseguiu uma Celebração Eucarística.

Á nossa chegada ao Maputo, reuni-mos com os responsáveis da Região,dos Sectores e dois CE, para aprecia-ção do programa.

Fomos visitar o Sr. Padre Eduardo,Conselheiro Espiritual de duas equi-pas no Maputo e agora colocado naParóquia de Santa Isabel de Portugalde Taninga a 100 Kms. do Maputo.Visitamos também o Centro Muta-nhana Weru, onde acolhem criançasdeficientes ou sem família, de que ti-vemos conhecimento pelo artigo pu-blicado na última carta.

Após as Eucaristias da tarde, nasParóquias de Nossa Senhora do Am-paro na Matola, de S. João Bosco noBagamoyo e Nossa Senhora das Vi-tórias no Maputo, onde pudemosapresentar o nosso Movimento, tive-mos encontros com grande númerode equipistas desses Sectores, quepartilharam connosco testemunhosque muito nos enriqueceram.

Fomos recebidos em audiência peloSr. Dom Francisco Chimoio, Arcebis-po do Maputo, que mostrou muitosimpatia e interesse pelas ENS.

Igualmente fomos muito bem recebi-dos pelo Sr. Monsenhor Mabuangue,Vigário Geral da Diocese do Maputo,que conhecedor das ENS, se mostroumuito agradado com esta Missão aMoçambique e nos convidou paraapresentarmos o Movimento na Eu-

Page 17: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

17

caristia da tarde, que iria celebrar naParóquia de Nossa Senhora das Vi-tórias onde é Pároco.

Também tivemos uma reunião noArcebispado do Maputo com o Sr.Padre Jaime, responsável pela Viga-raria do Centro, em que estiverampresentes 11 Párocos e Sacerdotes,um Diácono e um representante dumPároco, responsável pela PastoralFamiliar.

como habitualmente por todos os ca-sais do Movimento.

O sábado dia 25 foi totalmente pre-enchido com um Formação paraFormadores em que estiveram pre-sentes 38 casais, entre casais pilotos,e responsáveis a todos os níveis dosSectores Matola, Bagamoyo, Maputoe ainda do Xai-xai.

No domingo 26, foi dia de festa daPadroeira das ENS em Moçambique.Começou com uma Procissão pelas 7horas, seguida de Celebração Euca-rística, convívio e almoço partilhado

A Isabel e o João Luís, deram uma en-trevista para a rádio e a Rita e oGastão, também foram entrevistadospela TV Moçambicana, com trans-missão no noticiário na noite dessedomingo.

No dia do regresso houve ainda umencontro com o Sr. Cardeal D. Ale-xandre (resignatário), na sua resi-dência.

Com o sentimento de Missão cum-prida, pela Equipa constituída peloSr. Padre Edgar Clara, Isabel e JoãoLuís Baptista Ferreira, Rita e GastãoCunha Ferreira e Fernando Marques,agradecemos ao Senhor as graçasconcedidas, tudo quanto pudemosviver e testemunhar, pedindo tam-bém abençoe e ajude aqueles casaisa viverem à luz do Espírito do Movi-mento.

Com um abraço amigo.

Supra-Região

Page 18: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

18

1 - DIA 21 (TERÇA-FEIRA - REGRESSO DA MISSÃO DE QUELIMANE):1.1 - 16h20 - Desembarque no Aeroporto de Mavalane.1.2 - 19h00 - Reunião da Região com a Missão para apreciação do programa, na Universidade São Tomás de Moçambique

(USTM).

2 - DIA 22 (QUARTA-FEIRA):2. l - 08h00 - Partida para a Paróquia de Santa Isabel de Portugal de Taninga (l00 km).2.2 - 14h00 - Partida de Regresso de Taninga.2.3 - 15h00 - Visita ao Centro Muntanhana Weru ( Cidade de Maputo).2.4 - 17h00 - Partida para o Sector da Matola (Paróquia de Nossa Senhora do Amparo).2.5 - 18h00 - Eucaristia.2.6 - 19h00 - Encontro com os Equipistas do Sector da Matola.2.7 - 21h30 - Encerramento e Regresso a Maputo.

3 - DIA 23 (QUINTA-FEIRA):3.1 - 08h00 - l0h00 - Encontro com os Párocos e Sacerdotes da Vigararia Centro, no Salão Pio X do Arcebispado do Maputo.3.2 - 17h30 - Partida para o Sector de Bagamoyo (Paróquia de São João Bosco).3.3 - 18h30 - Eucaristia.3.4 - 19h30 - 21h30 - Reunião com os Equipistas do Sector de Bagamoyo.

4 -DIA 24 (SEXTA-FEIRA):4.1 - 10h30 - Encontro com Sua Ex.a Reverendíssima, o Arcebispo do Maputo, Dom Francisco Chimoio.4.2 - 18h00 - Eucaristia na Paróquia de Nossa Senhora das Victórias.4.3 - 19h00 - Encontro com os Equipistas do Sector do Maputo no Salão Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora das Victórias.

5. DIA 25 (SÁBADO - FORMAÇÃO, UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE - USTM):5.1 - 07h30 - Concentração no local de formação.5.2 - 08h00 - l0h00 - Formação.5.3 - 10h00 - l 0h30 - Intervalo e lanche.5.4 - 10h30 - 12h00 - Formação.5.5 - 12h00 - 13h30 - Almoço (Partilha de farnéis).5.6 - 14h00 - 16h00 - Formação.5.7 - 16h00 - 16h30 - Intervalo e lanche.5.8 - 16h30 - 18h00 - Formação.5.9 - 18h00 - Eucaristia na Capela São Carlos Lwanga.

6 - DIA 26 (DOMINGO):6.1 - 06h45 - Concentração na Paróquia de São João Bosco de Bagamoyo.6.2 - 07h00 - Procissão.6.3 - 08h00 - Eucaristia.6.4 - 11h00 - Actividades culturais conforme o Programa do Sector de Bagamoyo.6.5 - 12h30 - Partilha de farnéis e recreação.6.6 - 15h00 - Actividades recreativos e rifas.

7 - DIA 27 (SEGUNDA-FEIRA):7.1 - 15h00 - Encontro com Sua Eminência o Cardeal Dom Alexandre (residência)7.2 - 17h00 - Partida para o Aeroporto.7.3 - 19h45 - Embarque.

ENS - Equipas de Nossa Senhora

Missão da Supra-Região de Portugal a MoçambiquePrograma de 21 a 27 de Agosto de 2007

Região de Moçambique

Supra-Região

Page 19: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

19

SÁBADO, 18 DE AGOSTO DE 2007

SEXTA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2007

DOMINGO, 19 DE AGOSTO DE 2007

SEGUNDA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2007

REGIÃO DE MOÇAMBIQUE SECTOR DE QUELIMANEPROGRAMA DE VISITA DA SUPRA-REGIÃO

TERÇA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2007

Quelimane, 19 de Julho de 2007. JACINTA CONCELHO MARIANO (CASAL RESPONSÁVEL DO SECTOR)

Supra-Região

Page 20: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

20

Pediram-nos a Ana e o Vasco Varelapara fazermos um pequeno teste-munho para a Carta sobre a nossaviagem a Cabo Verde. As nossas pri-meiras palavras são de agradeci-mento a eles e à Lai e ao Fernando,casal responsável pela ProvínciaÁfrica, por terem confiado em nós epor nos terem enviado em missãopara um país que nos é muito que-rido.

No dia 16 de Agosto, ao final da tar-de, encontrámo-nos com o Padre Ja-nela no aeroporto da Portela pararumarmos a terras africanas. Aí co-meçou este tempo maravilhoso dasnossas férias, que já vinha a ser pre-parado algum tempo, e onde o en-contro diário com o Senhor, a ami-zade e a boa disposição foram umaconstante. Para mim, foi ainda o re-encontro com o meu Pároco dos tem-pos de adolescente e jovem em Oli-vais Sul. O Padre Janela, homemculto e inteligente, foi para nós umamigo e um grande companheiro demissão. Ele tem um cantinho muitoespecial no nosso coração e na nossacasa.

Chegámos ao aeroporto interna-cional Amílcar Cabral, na Ilha do Sal,à uma hora da madrugada do dia 17de Agosto. Após as formalidades ne-

MISSÃOA CABO VERDE

Chegar a Cabo Verde é chegar a outropaís, mas sentir que estamos em casa.

GUIDA RAMALHEIRA E LUÍS COSTA (PAREDE 14)

cessárias para quem chega de outropaís, passámos uma noite especta-cular deitados nos bancos do aero-porto, por sinal muito confortáveis,onde não faltou desde o ar condicio-nado à companhia de duas trabalha-doras do aeroporto, que resolverampassar uma boa parte da noite aconversar, para nos embalar. Diriaque tudo teria sido perfeito se tives-sem desligado as luzes da sala deembarque, mas não se pode ter tudo.Pelas onze horas rumámos à Ilha deSão Vicente, cidade do Mindelo.Chegar a Cabo Verde é chegar a ou-tro país, mas sentir que estamos emcasa. É sentir que estavam à nossa

Supra-Região

Sal

Page 21: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

21

espera, com toda aquela tranquili-dade própria dos cabo verdianos.Não foi preciso festas de recepção,nem encontros efusivos, mas fomosconhecendo casal a casal e os abraçoseram de quem tem alguma coisa emcomum, de quem tem alguma coisapara dar e para receber. O Padre Ildoé também o espelho de toda esta ri-queza, tão natural que nos sentimostambém daquela cidade, daquelagente. No dia da reunião com asequipas Mindelo 1 e Mindelo 2 fez-sesilêncio para nos ouvirem. Não hápressa, nem horas marcadas. Todosos casais se apresentaram e trocá-mos experiências das nossas equipas,afinal tão longe e tão perto. Depois àvolta duma mesa trocámos o nossovinho do Porto e o queijo da serra,com o cuscus e os pastéis que os ca-sais tinham trazido para o jantar emconjunto.Quando no final das missas nosapresentávamos e falávamos donosso Movimento, as pessoas, sempressa para saírem da Igreja, ou-viam-nos, no final batiam palmas evinham falar connosco. Foram mo-mentos muito bonitos e vividos commuita intensidade.No Mindelo fizemos a reunião deinformação com os padres, onde es-tiveram o Padre Ildo, pároco da Pa-róquia de São Vicente, o Padre Ber-nardo, pároco da Paróquia de NossaSenhora da Luz, o Padre Luís Pe-ralta, o Padre Gonçalo, ambos sale-sianos e o Padre Zé Mário que veio depropósito da Ilha de Santo Antão.Já em Portugal soubemos de um ca-sal de Santo Antão que está muito

interessado em formar equipas nestailha, juntamente com o Padre ZéMário e com o Padre Ima. Pode serque a semente tenha chegado a SantoAntão…

Fomos calorosamente recebidos peloSr. Dom Arlindo Furtado que se mos-trou muito interessado, sendo clara-mente um homem de Deus, pela suasimplicidade, pela sua capacidade deacolhimento, pela maneira como estáno meio do seu povo. Não temos pa-lavras para o descrever, apenas vosdigo que no final dei-lhe um abraço edisse-lhe:

- “Sr. Dom Arlindo estou encantadoconsigo”.

A estas palavras, Dom Arlindo, comum sorriso do tamanho do mundo,apenas me disse:

- “Muito obrigado”.

Estou a escrever estas palavras e jáestou a ficar todo arrepiado, por issovou ficar por aqui.

Fizemos um encontro com os casaisdas equipas Mindelo 1 e Mindelo 2,fizemos duas reuniões de informa-ção e demos a formação de pilotagemaos casais Fátima e Adriano Almei-da e Filomena e Joaquim Estêvão.Pensamos que estes casais darão unsbons pilotos para a Mindelo 2 e Min-delo 3, pois estamos com muita espe-rança que em breve arranque a Min-delo 3.

Em Santiago conseguimos falar, nofinal do retiro, com todos os padres,como era nosso desejo. Nesta reuniãoesteve presente o Sr. Dom Paulino doLivramento Évora.

Supra-Região

Page 22: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

22

Fizemos duas reuniões de informa-ção, demos uma entrevista à RádioNacional que, após a entrevista e onosso regresso a Portugal, entrou emcontacto com a Zézinha Alfama ecom o Mito, para saberem mais in-formações do Movimento, pois há ca-sais que ouviram a entrevista e fi-caram interessados.

No dia 22 de Setembro a equipaPraia 1 teve a sua primeira reuniãocom a Zézinha e o Mito, a Belita e oNedil. Estes dois casais já estão a sero “motor” do Movimento em Santia-go. A Zézinha e o Mito, a Belita e oNedil ficaram com a formação, quenos foi possível dar, para poderempilotar a Praia 1 e 2. Nós dissemos-lhes que não estão sozinhos, que oMovimento está totalmente dispo-nível para os apoiar.

Sabemos que as equipas vão “arran-car” na Praia, porque os casais iamdizendo que lhes agradava muito aideia dum movimento para o casal,

para poderem sentir mais força eestabilidade nesse compromisso tãoexigente, mas tão importante que é omatrimónio. Todos iam ganhar comisso: os casais, os filhos e, como con-sequência, a sociedade.

Pensamos que a ligação a Portugal,num país como Cabo Verde, é muitoimportante. Há empatia entre nós eestamos realmente muito próximos,temos muito a ganhar uns com osoutros.

Pelo Padre Ildo ficámos a saber que aIlha do Sal também é terra de mis-são, havendo condições para se for-marem equipas. Espargos é uma ci-dade muito interessante, onde vivembastantes casais jovens.

Pensamos que os nossos objectivosforam cumpridos, embora tenhamospena de não termos tido a oportu-nidade de fazermos as reuniões zero,quer no Mindelo (São Vicente), querna Praia (Santiago).

Supra-Região

Espargos

Page 23: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

23

Que o Senhor proteja e abençoe estesnosso novos amigos e que o Movi-mento das Equipas de Nossa Senhoracontribua para que estes casais, quequerem viver em todas as suas di-mensões o sacramento do seu matri-mónio, sejam ainda mais felizes.

Ana e Vasco, Lai e Fernando, paranós foi uma honra e um enorme pra-zer termos estado em Cabo Verde aoserviço do Senhor, através do Movi-mento, participando neste projectomaravilhoso de evangelização, onderevimos amigos e fizemos novosamigos. Como dizia o Alberto, umjovem que conhecemos na Paróquiade Nossa Senhora da Luz no Min-delo, que com o seu dinamismo e en-tusiasmo contagiante fazia com quetodos nós cantássemos na celebraçãoeucarística celebrada pelo PadreJanela: “conhecemo-nos hoje de ma-nhã e já ficámos amigos para o restoda vida”. Nesse dia à noite fomos auma festa no centro comunitário da

Igreja do Padre Luís e o Alberto, quetinha estado na reunião de informa-ção dessa tarde, virou-se para nós epara o Padre Janela e disse-nos: “voufazer uma serenata para os meusnovos amigos”. Enquanto jantáva-mos, o Alberto e os seus amigos, to-caram e cantaram para nós desde ofado até às mornas. O Padre Ildotambém nos brindou cantando umamorna que lhe vinha bem de dentrodo coração. Que sinal tão bonito deapreço e de carinho para connosco.Alberto, muito obrigado.

Queremos aqui deixar uma palavrade apreço ao Sr. Dom Arlindo Fur-tado, ao Sr. Dom Paulino do Livra-mento Évora e a todos os sacerdotesque nos receberam e que se disponi-bilizaram para serem conselheirosespirituais das Equipas de NossaSenhora que se forem formando emCabo Verde.

Queremos, ainda, deixar uma pala-vra de grande amizade e ternurapelo Padre Ildo. O Padre Ildo, que co-nhecemos nesta viagem, marcou-nosmuito pelo homem que é, por tudo oque nós observámos e vivemos du-rante todo o período que tivemos emSão Vicente. Padre Ildo gostamosmuito de ti. Podes contar sempreconnosco.

Concluímos este pequeno testemu-nho como começámos, muito obri-gado por terem confiado em nós.

Até sempre.

Supra-Região

Mindelo

Page 24: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

24

Page 25: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

25

Correio da ERI

Em 1947, segundo Jean Allemand (emseu livro “Henri Caffarel, um homemarrebatado por Deus”), alguns proble-mas levam o Padre Caffarel e os trêscasais que coordenam os grupos aredigir a Carta das Equipas de NossaSenhora. Foi por causa do sucessodas Equipas em França e em outrospaíses, da preocupação causada porum enfraquecimento do espírito queanima os casais que aderem ao Mo-vimento, da realidade de uma so-ciedade cada vez mais complexa. ACarta, anunciada na carta mensal deNovembro de 1947 e assinada em 8de Dezembro do mesmo ano, é publi-cada na carta mensal de Janeiro de1948.

“Vivemos uma época de contrastes. Por umlado, o divórcio, o adultério, a união livre, oneomalthusianismo triunfam. Por outrolado, multiplicam-se os casais que aspiramuma vida integralmente cristã.” É assimque começa a Carta! Indica a moti-vação fundadora do Movimento: le-var os casais e a família à santidade.Tem-se a impressão de ouvir pala-vras de hoje!

A leitura que a Carta faz da socie-dade francesa da época parece nega-tiva, mas muito lúcida. Ao se per-correr a “Carta”, percebe-se que por

trás dessa leitura há uma intençãobem precisa: “ [os casais] ambicionamlevar até o fim o compromisso de seu Bap-tismo”. A escola espiritual francesa,que tem raízes muito profundas nosséculos anteriores, conhece bem agrande importância que há em ali-cerçar a vida cristã sobre o Baptis-mo. O desejo do Padre Caffarel não éde alinhar o movimento que nascianuma frente de combate contra a so-ciedade, mas de oferecer, por umlado, um caminho de santificaçãopara os casais. As palavras da Escri-tura “sede santos”, “sede perfeitos comovosso Pai...” não são exortações pie-dosas, mas indicam objectivos bemprecisos.

Por outro lado, esses objectivos nãopodem restringir-se a um círculoprivado, devem ser oferecidos à hu-manidade inteira: “um testemunho aoshomens, demonstrando-lhes com toda evi-dência que Cristo salvou o amor” e, mais

A “CARTA DAS ENS”FAZ 60 ANOSPADRE ANGELO EPIS (CONSELHEIRO ESPIRITUAL DA ERI)

A motivação fundadora do Movimento:levar os casais e a família à santidade.

Page 26: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

26

Correio da ERI

adiante, “querem fazer de todas as suasactividades uma colaboração à obra deDeus e um serviço prestado aos homens”.

Sessenta anos se passaram desde aredacção da “Carta das Equipas deNossa Senhora”; cada uma das en-tidades que compõem o Movimentoencontrará uma forma de lembrareste aniversário. A Equipa Respon-sável Internacional quer aproveitara ocasião para expressar a profundagratidão de todos os equipistas aDeus e a todos aqueles que se dedi-caram, ao longo dos anos, à realiza-ção desse percurso do Espírito.

No encontro que terá lugar em Pa-ris no dia 8 de Dezembro próximo, aERI manifestará essa gratidão àque-les que se consagraram à preciosaobra de “santificação dos casais pela viadas Equipas de Nossa Senhora” e colo-car-se-á à escuta desses irmãos e ir-mãs para olhar para o futuro e paracolher as novas solicitações a serempartilhadas com todos os equipistas.

Hoje, também, temos diante de nósproblemáticas semelhantes ou novasque nos questionam. Seguramente,não somos chamados a elaborar umanova “Carta das Equipas de NossaSenhora”, mas a angariar sua força esuas intuições para que nos indi-quem as respostas adequadas para ohoje de nossa história. Com certeza,as respostas novas não querem dizeruma nova “Carta”, mas antes, a suaredescoberta por todos os equipistas.

A expansão das Equipas em tantospaíses do mundo deve pautar-se pelaconstrução de um movimento que

privilegia a qualidade e o testemu-nho. Na segunda parte da “Carta”,colocam-se em evidência os dois pi-lares necessários para a vivência darealidade actual: o auxílio mútuo e otestemunho. O auxílio mútuo não semede apenas pela solidariedadeeconómica, é, antes de mais nada,uma ajuda no caminho da fé. Não seé equipista por acaso! Ser equipistasignifica crer no compromisso de sedar um suporte recíproco na fé pelaoração e pelo conhecimento cadavez mais enraizado e profundo domistério de Cristo. Significa muitomais do que viver numa associaçãocom hierarquias e estratégias or-ganizadas. Significa ser responsávele engajado no caminho da fé comoutros irmãos e irmãs. Não sozi-nhos, mas todos juntos! E para oPadre Caffarel, o testemunho tem,ainda, por modelo, a comunidadedos primeiros apóstolos. A do amorfraterno!

Os questionamentos e a busca de res-postas são dever de todos os equipis-tas. A escolha dos temas de estudo ea oração são o espelho do caminharde cada equipa. A necessidade de umaprofundamento sério não pode dei-xar esquecer a constante preocupa-ção pela maturação da fé. A dificul-dade sentida por tantas equipas paraviver os momentos do encontro nãonos deve levar a fazer reduções, masa buscar os meios e as modalidadesmais convenientes para sustentar ocaminho de santidade de cada casale da sociedade em que vivemos. Porobra do Padre Caffarel, o Espíritonão nos alinhou contra uma socie-

Page 27: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

27

dade, mas dentro da história do nos-so mundo, para crer em Deus quesalva o mundo por amor.

Creio que testemunhar aos homens“que Cristo salvou o amor” e ao mesmotempo crer numa obra de “reparaçãodos pecados contra o matrimónio” é vitalpara os tempos em que vivemos, emtodas as partes do mundo onde oMovimento se está desenvolvendo.Esta obra convoca-nos a todos à fi-delidade a Deus e à história na qualvivemos, mas também à fidelidadeaos caminhos que escolhemos. Nestemomento de expansão do Movimen-to, uma vez mais, as respostas àsnecessidades e às expectativas só po-

derão vir numa atitude de oração ede busca em comum.

As reacções à publicação da “Cartadas Equipas de Nossa Senhora” nemsempre foram favoráveis. Houve di-versas objecções; em fim de 1948 oPadre Caffarel convidava os equipis-tas a questionarem-se: “por que aderi-ram ao Movimento?”. “... Queremos par-ticipar da grande tarefa empreendida pelasEquipas de Nossa Senhora, queremos ins-taurar o reino de Cristo nos lares... quere-mos que a santidade não seja um privilégioapenas dos monges, queremos formar bonsoperários para a Cidade e apóstolos robus-tos de Cristo”. (Carta Mensal, Dezem-bro 1948)

Correio da ERI

Nestes últimos anos, a consciênciada importância da missão na nossaZona cresceu e ampliou-se. As Su-pra-Regiões Transatlântica e Oceâniaforam muito activas neste campo e aúltima que adoptou o espírito mis-sionário foi a Índia.

O SENTIDO DA MISSÃO

Por 35 anos, as Equipas, na Índia, cir-cunscreveram-se ao Estado de Ke-rala. Todavia, no último ano, essa

pequena Região assumiu o compro-misso de abrir-se para várias gran-des cidades nesse país gigantesco. Oobjectivo era introduzir e expor amensagem das Equipas de NossaSenhora. Foi assim que fomos con-vidados a acompanhar alguns equi-pistas de Kerala numa viagem mis-sionária de Alleppey a Bangalore, aMumbai (Bombaim), ao norte deDelhi e finalmente ao Nordeste, nacidade de Ranchi. Na preparação, foinecessário enviar correspondências

NOTÍCIASDA ZONA EURÁSIA

JOHN E ELAINE COGAVIN (CASAL DE LIGAÇÃO PARA A ZONA EURÁSIA)

Page 28: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

28

ao Cardeal, aos Arcebispos e aos Bis-pos de todas essas cidades, para avi-sá-los de nossa visita e de seu objec-tivo pastoral. Marcámos encontroscom eles e com os padres e leigosenvolvidos na pastoral de prepara-ção para o matrimónio e na pastoralfamiliar nas dioceses.

Na chegada a cada lugar, fomos aco-lhidos por voluntários para nosacompanhar durante a visita. Namaioria das vezes fomos hospeda-dos em seminários e a hospitalida-de que nos reservaram foi mais doque generosa. Nossos encontroshaviam sido marcados com antece-dência. Foram reuniões que nos per-mitiram apresentar o Movimento,seu carisma e sua estrutura e darnosso próprio testemunho a res-peito das graças que podemos rece-ber pelo facto de pertencer a esteMovimento. A recepção das apresen-tações foi muito positiva e aquelescom quem conversámos compreen-diam a necessidade de um apoio ede um desenvolvimento como estepara o casamento em nossos dias.As conversas passaram então a deri-var para saber como as primeirasequipas poderiam ser lançadas nes-sas dioceses.

AS PORTAS ABREM-SE

Como sempre nestas viagens, experi-mentámos a força do Espírito Santoque nos abria as portas, e mais aindanos lugares onde parecia ter havidopouca preparação para os encontros.Gostaríamos de partilhar convoscoduas dessas histórias.

Em Nova Delhi, só tínhamos doiscontactos, um sacerdote, o Padre Jo-seph e George, da família de um casaldas Equipas de Kerala. Na nossachegada, convidaram-nos para to-mar um café no presbitério. Outrospadres juntaram-se a nós ali e come-çámos a dar-lhes um esboço do Mo-vimento. Enquanto discutíamos,chegou um outro sacerdote, o PadreJoe para acolher uns estrangeiros.Propusemos então que ficasse con-nosco e continuamos nossa apresen-tação. Depois de um minuto, o PadreJoe nos interrompeu e disse: “Vocêsestão falando das Equipas de Nossa Se-nhora, não?” Ficámos surpresos, masele explicou: “Fui conselheiro espiritualde uma equipa na Inglaterra, quando láfiquei em 1990 por um ano e foi para mimuma experiência maravilhosa. Realmente,precisamos desse Movimento em Delhi,neste momento. Como podemos lançá-lo?Posso ajudar vocês trazendo casais e pa-dres, mas devemos falar com o bispo”.Quando soube que tínhamos umareunião com o bispo às 18 h, propôsacompanhar-nos.

NENHUMA COINCIDÊNCIA

Ele preparou um plano e o apresen-tou ao bispo, para a introdução dasEquipas em Delhi. Seu projecto era defalar com todos os padres da dioceseno dia de seu recolhimento, na quar-ta-feira de Cinzas e depois pedir quecada um convidasse dois casais parauma reunião de informação durantea Quaresma. Ele pensava que issopermitiria lançar algumas equipas.Nunca poderíamos ter imaginado

Correio da ERI

Page 29: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

29

isso: esse Padre Joe era provavelmen-te o único sacerdote na Índia (fora doKerala) que tinha sido conselheiroespiritual numa Equipa. Só estáva-mos em Delhi para dois dias e tínha-mos essa curta reunião no presbi-tério. Ficámos estupefactos de elepassar precisamente naquele mo-mento. Alguns dirão: “Que coinci-dência!”, mas nós diríamos antes queo Espírito Santo sabia que precisáva-mos de ajuda. Foi o Espírito Santoque levou no Padre Joe a chegar pre-cisamente naquela hora. Nossa féfirmou-se profundamente graças aeste tipo de acontecimento ao longode nossas viagens missionárias. Ca-da vez que nossa fé foi posta à provapela falta de contactos para traba-lhar numa nova região de missão,orámos e todas as vezes encontrá-mos portas abertas e grandes opor-tunidades se nos ofereceram. Ficá-mos impressionados.

A outra história vem de Mumbai. Nareunião com Dom Agnelo Gracias,conversámos sobre a estrutura e ocarisma de nosso Movimento. Falá-mos de Antoinette de Souza – agoraviúva – que, com seu marido Cecil,havia introduzido as Equipas deNossa Senhora no Kerala. O bispoconhecia-a bem e achou que ela po-deria desempenhar um papel signi-ficativo na implantação das Equipasem Mumbai. O filho dela, o PadreGavin de Souza, tornar-se-ia assimo conselheiro espiritual da primeiraequipa e coordenador dos conselhei-

ros espirituais das futuras equipas.Antoinette contou-nos que o PadreGavin tinha apenas 9 meses quando,em 1970, Cecil e ela participaram doEncontro Internacional das Equipasem Roma. Ela confirmou que ele ha-via crescido no seio das Equipas eque conhecia bem o Movimento.Que belo início para a missão emMumbai!

O ESPÍRITO SANTO

Em função de tudo isso, nossa men-sagem consiste em fazer um apelo atodos aqueles que desejam, na fé, ex-pandir o Movimento no exterior. OEspírito Santo estará com vocês edar-lhes -á assistência quando pre-cisarem de apoio. Desde seu início, oMovimento foi guiado pelo EspíritoSanto e continuará a sê-lo enquantocrermos. Oremos por um fortaleci-mento da fé e por mais coragem, evamos em direcção àqueles que estãocarentes daquilo que nós recebemosao nos tornarmos membros dasEquipas de Nossa Senhora. As Equi-pas são tão necessárias para muitose especialmente para os jovens emnossas comunidades.

Ao falar de nosso Movimento em1965, o Papa Paulo VI o descreviacomo “o rosto sorridente da Igreja” e em1976 lembrou-nos a nossa responsa-bilidade, quando disse: “Um númeroimenso de casais será reconhecido pela aju-da que vocês lhes trouxerem; muitos casais,hoje, precisam de ajuda”

Correio da ERI

Page 30: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

30

RELANÇAMENTODASEQUIPAS SATÉLITETÓ E JOSÉ MOURA SOARES (CASAL XXXXXXXXXXXX)

APRESENTAÇÃO

Somos a Tó e o José Moura Soares,casados há 44 anos. Já estamos refor-mados e vivemos nos arredores deLisboa, na Costa do Sol, numa peque-na localidade chamada Carcavelos.Temos três filhas e três netos, quecrescem muito perto de nós, o quenos dá uma grande felicidade.

Costumamos dizer que continuamosapaixonados um pelo outro e os doispelo Movimento, onde entrámosmuito jovens, há cerca de quarentaanos. Aqui encontrámos o fio condu-tor para a nossa vida, o que nos le-vou a viver outras experiências naIgreja e até na sociedade.

Nas ENS, desde logo percebemos queestávamos num caminho onde todosdão muito e onde todos são chama-dos ao serviço. Assim, temos vindo aaceitar tudo, de mãos abertas à ofer-ta que o Senhor nos tem querido darneste Movimento, servindo nas di-versas tarefas a que temos sido cha-mados, porque o Seu chamamento éde tal forma forte e interpelante quenão conseguimos recusar. Ainda ago-

ra, nesta etapa da nossa vida, o Se-nhor mais uma vez se lembrou denos chamar para fazer parte da ERI,onde nos foi atribuída a missão decoordenar as Equipas Satélites. E foicom alegria e confiança que aceitá-mos o desafio e é por isso que iremosa seguir falar-vos sobre as EquipasSatélites, porque sabemos que o Se-nhor está connosco e orientará osnossos passos.

ANTECEDENTES

As Equipas Satélites (ES) nasceramno Colégio de Dickinson (EUA) em2001, como uma necessidade da ERIalargar os seus horizontes, passandoa ter ao seu serviço equipas especia-lizadas, compostas por casais e con-selheiros espirituais de todo o mun-do com capacidade para reflectirsobre temas e assuntos importantespara o Movimento.

Foram, na altura, constituídas cincoES, que fizeram o seu percurso e ter-minaram o seu serviço no Colégio deLourdes, em Setembro de 2006, reali-zando trabalho profícuo, com a ela-boração de vários documentos, que

Correio da ERI

Page 31: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

31

estão hoje à disposição dos equipis-tas de todo o mundo.

NOVAS EQUIPAS SATÉLITE

No mesmo Colégio de Lourdes, a ERIdecidiu dar continuidade ao traba-lho já desenvolvido, com o relança-mento de novas ES, reformulandoalguns conceitos e apresentando umanova estrutura.

Estas Equipas, que serão constituídaspela ERI e a ela ficarão directamenteligadas, estão vocacionadas para oaprofundamento de assuntos e temasespecíficos do Movimento, com vistaao aperfeiçoamento espiritual doscasais das ENS.

E todo este trabalho, que deve serrealizado em colegialidade, tendosempre em atenção a internacionalidade das ideias e das culturas, deveser condizente com as realidades domundo actual e as necessidades doMovimento.

ORGANIZAÇÃO

Para o efeito, foi decidido implemen-tar uma nova estrutura, passando asES a ser de dois tipos: de serviço per-manente (ESP) e de serviço tempo-rário (EST).

As de serviço permanente, com umaduração até 2012 – data do próximoencontro internacional – serão so-mente duas: Pedagogia e Formação.Estas equipas ficam directamente li-gadas à ERI e são constituídas porquatro casais pertencentes a três Su-

pra-Regiões diferentes, para realçara internacionalidade das ideias. Asáreas escolhidas são fundamentaispara as ENS. A da Pedagogia, sobre ométodo do Movimento, aprofundaráo carisma fundador no plano dasrealidades actuais. A da Formaçãopreparará os casais para o serviço aoMovimento e para poder partir emmissão.

As de serviço temporário (EST), comuma duração limitada ao tratamentodo respectivo assunto proposto, sãogrupos de trabalho formados pordois ou três casais, de preferência damesma Zona ou de países vizinhos,com conhecimentos específicos datemática a desenvolver. Os assuntosque estas equipas vão tratar foramescolhidos no Colégio de Lourdes eaprovados pela ERI e são os seguin-tes:

- Texto de reflexão sobre as EquipasAntigas.

- Documento de reflexão sobre os Ca-sais Jovens.

- Texto / livro sobre o Padre Caffarel.

As Equipas Satélites são formadase coordenadas por um casal da ERI– foi-nos confiada a nós esta mis-são – e por um conselheiro espiritual,que é o padre Ricardo Logroño, daColômbia.

METODOLOGIA DE TRABALHO

Cada Equipa Satélite tem um casalcoordenador que faz a ligação entrea sua equipa e o casal da ERI respon-

Correio da ERI

Page 32: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

32

sável das ES, através de contactosregulares e frequentes, de preferênciapor correio electrónico.

Estas ES serão lançadas depois doColégio de Durham, em Julho de 2007– onde o projecto de relançamentodas ES será apresentado a todos osresponsáveis das Supra-Regiões eRegiões directamente ligadas à ERI –com a realização dum encontro entreo casal responsável e o conselheiroespiritual das ES e os casais coorde-nadores das várias equipas, para de-finir as orientações gerais e específi-cas de cada ES e estabelecer as acçõesa desenvolver.

Depois da sua formação, cada ES or-ganiza o seu próprio trabalho a par-tir das orientações dadas pela ERI(objectivos, prioridades e prazos, ta-refas, etc.), utilizando preferencial-mente as comunicações por correioelectrónico entre os seus membros.

ABERTURAÀS DIFERENTES CULTURAS

As reflexões e os documentos a pro-duzir serão o resultado dum pôr emcomum das ideias destas equipas, oque constitui uma grande riquezapara o Movimento, porque represen-tam a realidade concreta dum ser-viço desenvolvido segundo a linha enum espírito de colegialidade inter-nacional e onde ficarão bem marca-das as várias culturas existentes.

São as culturas que fazem mover asdiferentes actividades dos casais, nabusca do sentido da vida para atransformação do mundo.

Pedimos ao Senhor que o caminhoque as Equipas Satélites irão percor-rer seja de coerência, mas tambémde ousadia missionária, na fidelidadeà mística das ENS.

Correio da ERI

Page 33: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

33

Page 34: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

34

Reflectindo

“Eis que estou à porta e bato, se al-guém ouvir a minha voz e me abrir aporta, entrarei em sua morada, ceareicom ele e ele comigo “ Ap, 3, 20

ESCUTADAPALAVRA DE DEUS

Hoje estamos aqui para vos falar umpouco sobre a escuta da palavra deDeus e como ela pode mudar a nos-sa vida. Todos sabemos que para es-cutarmos realmente alguém, temosque estar disponíveis, de coraçãoaberto, atentos ao que nos têm paradizer ou pedir. O Senhor, nosso Pai,está à porta, disponível para nosatender. É uma relação fantástica in-destrutível de Pai-filho que devemosalimentar para que os laços se tor-nem cada vez mais fortes, mais in-dispensáveis.

A Escuta da Palavra de Deus é umdos Pontos Concretos de Esforço(PCE) que o Movimento das ENS nospropõe. Um dos alicerces do edifício,que conjuntamente com os outrosPCE, nos ajudam a consolidar a nos-sa igreja doméstica, a nossa família ea nossa equipa.

Escutando a palavra e meditando-a,acabamos por conhecer melhor apessoa de Jesus, descobrindo que anossa vida se pode orientar de formadiferente para responder ao seu ape-lo. Tal como a amizade se cultivapelo diálogo e se consolida pelo co-

GABRIELA E JOAQUIM VILLAS-BOAS (CORRESPONDENTES REGIONAIS)

nhecimento, revelando-nos os outrose nós mesmos, também a inclusão daleitura da Palavra de Deus no nossodia-a-dia nos tocará, provocando--nos ou influenciando-nos, fazendo--nos sentir a Sua interpelação.

Por outro lado, a “EspiritualidadeConjugal” tornar-se-á realidade namedida em que a Palavra de Deus forlida e reflectida em comum, tornan-do-a fonte e alimento

Para nos ajudar neste diálogo, de “si-lêncio habitado”, com o Senhor e fa-zer face às dificuldades que muitoselementos ou casais colocam à escutada Palavra, que requer um esforçocontínuo e perseverante, há hoje emdia vários processos facilitadores,reforçados pelas ajudas que a Inter-net nos trás.

· Tendo acesso à Internet e possuindoum e-mail é possível a nossa ins-

Page 35: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

35

crição (ou dos nossos amigos) emwww.evangelhoquotidiano.org, oque, a partir do dia seguinte, per-mite passar a receber diariamenteno nosso computador as leituras e osalmo do dia. Na mesma página éainda possível conhecer a figuraque a Igreja celebra no dia com umpouco da sua história e também lero comentário ao Evangelho dessedia. Consultando o sítio do Evan-gelho Quotidiano podemos acederaos Evangelhos doutros dias.

· Ainda na Internet emhttp://www.sacredspace.ie/ em Lu-gar Sagrado, podemos aceder à“oração diária on-line”, ou aindaà opção “Rezar com o Papa”, emportuguês ou qualquer outralíngua.

· Para quem não tem acesso à Inter-net, a leitura da Bíblia está referen-ciada no Calendário do A. O. (litúr-gico de cada ano - A, B ou C), quetem agenda incorporada, por exem-plo, o da editorial – A. O. – Bragasecretariado nacional do apostola-do da oração, www.jesuitas.pt/ao(telefone 00 351 253201220 [email protected]);

· O Novo Testamento – também daeditorial A.O. -Braga, com textobase do padre Matos Soares – in-clui a indicação de leituras paracada dia, dos Evangelhos, Actosdos Apóstolos, Epistolas e Apoca-lipse. Para uma leitura diária pro-gramada, o texto está dividido emtrechos que, sem quebra de uni-dade temática, podem ser lidosisoladamente; são apresentados

três possíveis esquemas para asleituras diárias:

- Completa de todo o Novo Testa-mento ao longo de um ano;

- Somente dos quatro Evangelhos(duas vezes por ano);

- Completa de todo o Novo Testa-mento duas vezes por ano.

Facilita-se deste modo, em poucosminutos por dia e de uma maneiraordenada, um melhor e maior co-nhecimento da Boa Nova.ISBN 972-393-0329-6

Existem também livros dos Evange-lhos comentados:

· “A palavra no tempo” –, do PadreJoão Resina, da editorial Multino-va – União Livreira e Cultural,S. A. 1995;ISBN 972-9035-38-5

· “Os Evangelhos de 2001” com a in-trodução e anotações de MarceloRebelo de Sousa – editorial Ber-trand Editora Lda.;ISBN 972-25-1182-3

· “Os Evangelhos 2005 comentados”– edições Firmamento Lda.,ISBN 972-99270-1-4.

Estes evangelhos comentados de2005 têm a particularidade de cons-tituir um programa de leitura contí-nua, pública e oficial, que procurasugerir conteúdos de vivências epensamento que transcendem osleitores ou ouvintes das assembleiaslitúrgicas habituais, de modo a auxi-liar e estimular mais leitores paranovas leituras.

Reflectindo

Page 36: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

36

· A “Liturgia das Horas” – ediçãoabreviada – (oração oficial da igre-ja) editora gráfica de Coimbra L.da –ISBN 972-603-179-6

Para terminar, deixamos mais doisapontamentos de leituras baseadasna Bíblia:

· A carta encíclica – “O Evangelho daVida” de João Paulo II, editora Reidos Livros (sem ISBN), e

· “Orar” – a Espiritualidade do Papa,também do nosso querido PapaJoão Paulo II, VISLIS Editores,ISBN 972-52-0099-3.

Despedimo-nos, esperando que estassugestões de leitura e reflexão vosajudem na busca constante da men-sagem de Jesus.

Um abraço amigo,

Reflectindo

Para quem quiser ajudar no projectoda Pequena Obra da Divina Providência – Muntanhana Weru,apresentado na última carta no artigo Maputo Moçambique,

páginas 72 a 74, rectificamos a informação da conta:

I.B.A.N.: MZ59000301080211254103933

RECTIF ICAÇÃORECTIF ICAÇÃORECTIF ICAÇÃORECTIF ICAÇÃORECTIF ICAÇÃO

Page 37: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

37

Ontem estive na Foz, sossegada, ins-talada no jardim a pensar na nossaequipa e na próxima reunião de ba-lanço. E aqui vos escrevo as conside-rações que me ocorreram.

Estamos na equipa há 44 anos ... Al-guns até há mais tempo.Neste último ano, todos, salvo hon-rosas excepções, sentimos, com forçao peso dos anos especialmente atra-vés de doenças e achaques que muitonos limitaram.

Pessoalmente uma crise forte de co-luna que me deixou de rastos maisde um mês; dificuldades nos trans-portes! E o facto de me sentir cansa-da e sem energia a partir da tarde...Tudo isto põe-me perante uma novarealidade: perante a pessoa que souagora.

Julgo que quase todos nós enfrenta-mos situações novas deste tipo.

Lembro-me da preocupação do Pa-dre Caffarel com as equipas mais an-tigas. Várias vezes o ouvimos abor-dar este tema, em que propunha àsequipas com mais anos que se desfi-

zessem, procurando outros movi-mentos, ou outras formas de cresci-mento no seguimento do Senhor,mais adaptadas a outra fase da vida;ou que encontrassem na Equipa o seuestilo próprio, dando, por exemplo,mais tempo e importância à oração.Seriam então as “Equipas de NossaSenhora” no Outono da Vida ...

Aqui recordo o Preâmbulo da Cartaem que se diz que os casais das Equi-pas, Reunidos em nome de Cristo,querem fazer do seu amor um louvora Deus; um testemunho aos homens;uma reparação pelos pecados come-tidos contra o matrimónio; queremfazer do Evangelho a carta do seu lar;querem ser fiéis aos apelos dos seusBispos ...

Haverá caminho melhor do que estaproposta para todos os casais detodas Equipas, de qualquer idade?!

Desafio sempre actual, necessário eurgente.

Também as obrigações (os pontos deesforço) continuam a ser extrema-mente úteis e um grande apoio. Sãoorientações de vida que ajudam ocasal na sua caminhada ao encontro

EQUIPANO OUTONODA VIDAANA PESSOA DE CARVALHO (EQUIPA LISBOA 17-H)

Queridos Amigos

Reflectindo

Page 38: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

38

do Senhor, mas agora, “sem a exigên-cia habitual”, com muita maleabili-dade e uma grande preocupação aoacolhimento a cada um, a cada umcomo é agora.

Dizia eu que: sem a exigência habi-tual. Porque estamos noutra fase dasnossas vidas. Haverá por isso menosqualidade nas reuniões? Passariamas equipas a ser equipas de 2.a? Não.Se calhar, antes pelo contrário, secada um der mesmo tudo o que tempara dar.

Claro, há sugestões em catadupa,como: todos os casais lerem o tema,mas um, especialmente encarreguede o preparar e apresentar, talvezcom a ajuda do assistente; na parti-lha, cada um falar sobre a obrigaçãoque o ajuda mais, sobre aquele acon-tecimento que durante o mês mais omarcou e que foi importante; o Evan-gelho, a Oração, mais preparadospor cada um; a leitura de um salmopreviamente combinado, rezado, sa-boreado ...; lanche simples, como já éhabitual; um “bate papo” no fim doqual um casal ou o assistente teriampreparado um tema actual (o batepapo seria para pormos em dia o sa-

rampo dos netos ... etc.); outra suges-tão poderia ser levarmos uma vez ououtra, um casal convidado, um filho... e, porque não, talvez um neto! Epor aí fora ... sem fazermos da faltadeste ou daquele casal à reunião umproblema. Porque, “onde 2 ou 3 esti-verem reunidos em Meu nome Eu es-tarei no meio deles” ...

Estas e outras sugestões podem darà equipa aquela qualidade e acolhi-mento que julgo que todos precisa-mos agora para irmos “sempre maislonge”. Poderão dizer: “mas isto nãoé uma Equipa de Nossa Senhora!”Ao que me atrevo a responder: é. E amística, os pontos de esforço, até oentusiasmo, tudo continua presente,só que é uma Equipa de Nossa Senho-ra no Outono da Vida.

19 de Junho de 2007.

Um grande abraço.

Reflectindo

Page 39: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

39

Reflectindo

Há relativamente pouco tempo es-cutámos, na homilia de uma missadominical, o testemunho de um diá-logo verídico que se passou entre umateu e um católico com o qual pensa-mos ser oportuno abrir este artigo:

— Acreditas que esse a quem chamasDeus, está de facto realmente vivo nes-se pão e nesse vinho que são erguidosno vosso altar? – Perguntou o ateu.

— Acredito. – Respondeu o católico.

— Achas mesmo que isso é verdade,que isso é possível?... Ele estar mesmoali presente, vivo, nesse pão e nesse vi-nho, oferecendo-se a cada um de vós?...— Insistiu o ateu.

— Sim, acho! Todos os Domingos vouà missa e comungo uma vez por sema-na, tomando-O como alimento, porque,independente da nossa vontade, Ele es-tá mesmo realmente vivo, ali, disponívelpara Se oferecer a todo aquele que o de-seje receber.— Diz o católico.

— Vais por isso uma vez por semana àmissa! Ao Domingo ... — Acrescentao ateu.— Vou, e devo-te dizer que me sinto lin-damente, numa Paz de Espírito imensa,sempre que O recebo na comunhão!...— Respondeu o católico.— Pois é!... Se eu acreditasse nissocomo tu, não ia à missa uma vez porsemana, ia à missa todos os dias ...— Concluiu o ateu!

Surpreendente!... Desconcertante!... Asensibilidade de um ateu que por uminstante se colocou no lugar de umcrente diante de um bom católico ...

É sempre muito difícil falar sobre aMissa e sobre a Eucaristia. Tudo oque se diga ou escreva, tudo o que sesinta ou se experimente, é sempremuito pouco, e por isso redutor,quando comparado com a grandezado Mistério.Muitos dos que se dizem católicosnão vão à Missa, autodominam-se de‘católicos não praticantes’! E muitos dos

QUE MISSAVIVEMOS NÓS? ...

JOANA E SAMUEL SANCHES (LISBOA 100)

Queridos Amigos

São incomensuráveis as graças que são disponibili-zadas por Deus a cada um em cada eucaristia, assimcada um tenha capacidade para as acolher!…

VidaVidaVidaVidaVidaemememememMoMoMoMoMovimentovimentovimentovimentovimento

Page 40: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

40

Reflectindo

que vão à Missa não conseguem mer-gulhar no seu significado mais pro-fundo, presos que estão às superfi-ciais observações dos outros, às maisdiversas distracções, às últimasmensagens do telemóvel, etc ... Quan-tas vezes o ir à missa ao Domingonão passa do simples cumprimentode uma obrigação social? Ou mesmode uma forma de garantir uma certatranquilidade de espírito pela cons-ciência do dever cumprido?É necessário redescobrir permanen-temente a Missa, todos os dias, ouapenas alguns dias por semana, oumesmo apenas aos Domingos. E não éapenas necessário como é urgentepois corremos o risco de perder a ca-pacidade de, com o coração aberto,acolher todas as graças que Jesus nosoferece gratuitamente em cada mo-mento da sua celebração. A oblaçãode Jesus torna-se vã em todo aqueleque não Lhe abrir o coração com ahumildade de uma criança ... João Paulo II afirmou que a missa é o“Céu na Terra” ... e que a “liturgia quecelebramos na terra é uma misteriosa parti-cipação na liturgia celeste” ... Por isso,quando vamos à missa, vamos pri-meiramente tocar o Céu ... vamosabraçar e ser abraçados pelo Céu ...vamos ser Céu com os que são Céu naterra e com os que são Céu no Céu ...vamos viver essa comunhão entreDeus e o homem, que ali se unem e sefundem nesse grande mistério deAmor ...Ir à missa não deve ser uma obriga-ção, mas um acto espontâneo de umfilho que visita a casa de seu Pai ani-mado pelo o Amor que os une. Uma

visita ao Pai é sempre uma visita aoCriador, às origens, à família, e nocaso, a esta maravilhosa Família queé a Igreja ...

Trata-se de uma visita muito espe-cial, porque ali estão muitos fami-liares em comunhão, unidos a Jesus,ao Pai e ao Espírito Santo ... Ali estãofamiliares que connosco continuama peregrinar na terra, mas tambémfamiliares que já partiram e gozamhoje da visão beatifica de Deus noCéu ... Ali está toda a Igreja terrena etoda a Igreja celeste ... Dando ambasglória ao Pai, ao Filho e ao EspíritoSanto, ao Deus três vezes Santo ...

Não temos a pretensão de dissecaraqui todos os momentos que se vi-vem na missa, com as suas preciosase riquíssimas orações, mas pensamosser importante sublinhar que Jesusestá verdadeiramente presente, Vi-vo, em todos os seus instantes.

Após os ritos iniciais de entrada, doreconhecimento da nossa condiçãode pecadores e da nossa entrega àMisericórdia de Deus, da colecta detudo quanto trazemos nos nossoscorações, Jesus, através da Sua Pala-vra Viva, contida nas leituras do An-tigo e Novo Testamento, fala a cadaum de nós, geralmente com muitapertinência ... Em resposta aclama-mos, rezamos e acreditamos a Suamensagem, confirmando a nossa fé

«Santo, Santo, Santo, Senhor Deus doUniverso, o céu e terra proclamam avossa glória, hossana nas alturas»

(Aclamação na oração eucarística da missa)

Page 41: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

41

Reflectindo

com a oração do Credo. Depois, Jesusrecebe todas as nossas oferendas, odinheiro que se recolhe, o produto daterra e do nosso trabalho ali simboli-zado no pão e no vinho, e tudo quan-to transportamos no nosso coração:a família, os amigos, os projectos, asinquietações, as dificuldades, as ale-grias, numa palavra, tudo o que fazparte e são as nossas vidas ... Tudoisso, significando o conteúdo do nos-so sacrifício, Ele aceita de mãos aber-tas e coloca sobre o altar, onde Elemesmo também Se oferece totalmen-te, repetindo a oblação da Sua Pai-xão, Morte e Ressurreição, distri-buindo-Se como alimento, dando-nosa Sua ‘Vida em abundância’ num mag-nífico Banquete Celestial, oferecendo--nos a Sua Paz e enviando-nos aomundo…

dos acontecimentos, mas a própriarepetição, hoje mesmo, desse grandeAmor Vivo na Paixão, Morte e Ressu-rreição de Cristo que naquele ins-tante acontecem como há 2000 anosatrás. Em cada Eucaristia Jesus voltaa oferecer-Se em sacrifício por todosnós, e volta a vencer a morte com aSua Ressurreição, fazendo-nos res-suscitar para uma Vida nova... Por-quê? Porque nos tem um Amor in-finito! ... Porque quis vir ao mundomuito delicadamente, pedindo ‘au-torização’ a Maria Sua Mãe ... Porquequis entrar no meio de nós de umaforma simples e delicada sem pertur-bar as tradições e respeitando os cos-tumes ... Porque quis perpetuar a Suapresença na terra, connosco, até aofim dos tempos ... Porque acima detudo Ele nos quer salvar ... E ainda portantos e tantos ‘porques’ que Deuspossui no seu Coração, que fazemparte dos Seus desígnios, do Seu Mis-tério, que naturalmente não têm deser acessíveis à nossa compreensão ...

Eucaristia significa ‘Acção de Graças’,‘Ceia do Senhor’ ...

Certamente que tudo isto já nós, quesomos católicos, sabemos. Mas nuncaé demais recordar. Há detalhes im-portantes que por vezes geram con-fusão. Já nos temos apercebido, porexemplo, que alguns católicos, acre-ditando naturalmente na transubs-tanciação das espécies no Corpo eSangue de Cristo, vivem na convic-ção de que o memorial da Paixão eMorte de Cristo não é mais do queuma simples recordação desses acon-tecimentos! Mas não é assim! Essememorial significa, não a memória

Recuando aos tempos mais antigos, àépoca da pastorícia, onde os povoseram nómadas pela necessidade deprocurarem as melhores pastagens eos melhores locais para os seus reba-nhos, deparamo-nos com a tradiçãodo sacrifício do cordeiro.Era costume, sobretudo no inicio daépoca das pastagens, os homens ofe-recerem a Deus, ou aos Deuses, o sa-crifício do melhor cordeiro que tives-

«Eu vim para que tenham Vida e a te-nham em abundância»

(Jo 10, 10)

João Baptista reconheceu como o “Cor-deiro que tira o pecado do mundo”.

(Jo 1, 29)

Page 42: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

42

Reflectindo

sem, pedindo ou agradecendo a Suaprotecção para todo o rebanho dosdiversos perigos provocados por fe-nómenos naturais, animais selva-gens, ou outros. Era sempre o melhorcordeiro que era escolhido para ofe-recer em holocausto e depois de mor-to ser utilizado como alimento numarefeição. Também Jesus, o Filho pri-mogénito de Deus, é oferecido paraprotecção de todos os filhos de Deus edepois do sacrifício é oferecido comoalimento ...Muitas vezes o cordeiro era oferecidoem sacrifício não só por acção de gra-ças, ou para obter a protecção divi-na, mas também pela expiação dospecados. A pessoa reconhecia que oseu pecado merecia a morte, e porisso oferecia a morte de um animalresgatando a sua própria vida. Tam-bém hoje Deus, na Sua infinita mise-ricórdia, oferece o Seu Cordeiro, Oseu Filho Jesus em sacrifício para noslibertar da morte merecida pelo pe-cado, e para nos Ressuscitar com Elepara uma Vida Nova ...

O sacrifício do cordeiro é mesmo oacto de culto mais antigo que conhe-cemos. No livro do Génesis, vemoscomo Abel já oferecia em sacrifício osseus melhores cordeiros.Ao longo dolivro do Génesis encontramos mais

sacrifícios e de todos esses gostaría-mos de salientar o de Melquisedec(Gn 14, 18-20) e o de Abrãao e Isaac(Gn 22).Melquisedec é o sacerdote mais anti-go que conhecemos, o primeiro que aBíblia refere. Era Sacerdote e Rei. EraRei de ‘Salém’, que mais tarde se veioa tornar ‘Jeru-salém’ que quer dizer‘cidade da Paz’. O sacrifício de Melqui-sedec em vez de envolver animaisenvolveu Pão e Vinho, as mesmas es-pécies que Jesus mais tarde veio autilizar na Última Ceia.A Abraão, cuja Fé foi posta à provapor Deus, o Senhor pediu o holocaus-to do seu próprio filho Isaac. Tal comoo pediu a Abraão, Deus exigiu-Se a Simesmo a oferta do Seu próprio Filhomuito amado, Jesus. Assim comoIsaac, filho de Abraão, carregou áscostas a lenha que ia ser utilizada nosacrifício, também Jesus, filho deDeus, carregou o Seu próprio madeiroa caminho do Calvário. Num golpe decompaixão, o Senhor impediu o sa-crifício de Isaac e permitiu a sua subs-tituição por um cordeiro. Jesus porémvestiu a pele do próprio Cordeiro edeixou-se imolar ...

Mais tarde, quando o povo hebreupassou pela escravatura no Egipto,Deus, libertou-o através de Moisés.Para isso deu instruções precisas pe-dindo a todos que sacrificassem o seumelhor cordeiro, sem ossos partidos,que utilizassem o seu sangue e comele marcassem as portas de suas ca-sas a fim de serem reconhecidas, eainda que se alimentassem do cordei-ro sacrificado. Assim estaria garan-tida a salvação dos seus primogéni-

“Ao fim de algum tempo Caim apresentouao Senhor uma oferta de frutos da terra.Por seu lado, Abel ofereceu primogénitosdo seu rebanho e as suas gorduras. OSenhor olhou com agrado para Abel epara a sua oferta, mas não olhou comagrado para Caim e para a sua oferta”.

(Gn 4, 3-5)

Page 43: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

43

tos, seriam libertos da escravaturado Egipto e enviados para a Terraprometida.Tudo isto hoje se repete ... Em cadaEucaristia Deus oferece o Seu Filhoprimogénito, Jesus, como o Cordeiroque é imolado, sem ossos partidos,oferecido em sacrifício, e cujo Corpo eSangue é servido em alimento, mar-cando todos os Salvos que Ele pró-prio liberta da escravatura do peca-do e conduz à Terra prometida, aoParaíso, ao lugar de Deus, de todos osAnjos e Santos, ao lugar dos Salvos ...No credo Judaico, recorda-se a alian-ça de Deus com o Seu Povo segundo aqual o Senhor promete uma “terra on-de corre leite e mel” e em troca pede aoPovo o cumprimento dos Seus man-damentos. Os Judeus confiam numDeus que promete uma aliança e pedeque se cumpram os Mandamentos.Também hoje em cada Eucaristia Je-sus renova connosco a «nova e eternaaliança»:

Em cada Eucaristia Deus confirmacom cada um de nós a Sua novaaliança ... Deus promete a cada um aTerra prometida, onde corre a Ale-gria da Plenitude da Comunhão. Pe-de-nos porém o cumprimento do SeuMandamento de Amor:

«Este cálice é a nova aliança do Meusangue que é derramado por vós».

(Lc 22, 20)

Regressando novamente ao passado,o Povo de Israel, verdadeiramenteagradecido a Deus por ter sido liber-to da escravatura do Egipto, passoua celebrar com frequência esse acon-tecimento que marcou a sua Páscoa,a sua passagem da escravidão para aliberdade. A caminho da Terra Pro-metida foram desde logo promo-vendo celebrações, onde se medita-va a Palavra de Deus e se ofereciamsacrifícios de acção de graças peloAmor que Deus manifestava àquelepovo que conduzia por Sua interfe-rência Divina. Eram as celebraçõesda Páscoa do Senhor.

«Dou-vos um mandamento novo: amai--vos uns aos outros. Assim como Eu vosamei, também vós deveis amar-vos unsaos outros».

(Jo 13, 34)

«Quando Javé te tiver introduzido na ter-ra dos cananeus, heteus, amorreus, he-veus e jebuseus, terra que Ele jurou aosantepassados que te iria dar, uma terraonde corre leite e mel, então neste mêscelebrarás o seguinte rito: comeráspães sem fermento durante sete dias, eno sétimo dia haverá uma festa paraJavé. Durante os sete dias comer-se-ápão sem fermento. Em todo o território,não haverá fermento nem qualquer coisafermentada. Nesse dia, explicarás aoteu filho: “Tudo isto é pelo que Javé fezpor mim, quando eu saía do Egipto”. Istoservirá como sinal no braço e faixa nafronte, para que tenhas na tua boca a leide Javé, que te tirou do Egipto com mãoforte. Observarás esta lei todos osanos, na data marcada. Quando Javé tetiver introduzido na terra dos cananeuse ta tiver dado, como te jurou a ti e aosteus antepassados, reservarás para Ja-vé todos os primogénitos do útero ma-terno; e a Javé pertencerá todo o primo-génito de sexo masculino, mesmo dosanimais que possuíres. O primogénitoda jumenta, porém, resgatá-lo-ás, tro-cando-o por um cordeiro. Se não o res-gatares, deverás quebrar-lhe a nuca. Osprimogénitos humanos, porém, resgatá--los-ás sempre.»

(Ex 13, 5-13)

Reflectindo

Page 44: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

44

Por volta do ano 960 aC, por alturada edificação do templo de Jerusa-lém, Israel passou a oferecer a Deussacrifícios diários com majestososcerimoniais. Todos os dias os sacer-dotes sacrificavam dois cordeiros,um de manhã e outro à tarde, paraexpiar os pecados do povo.

Para o povo judeu a festa da Páscoaera o grande dia do sacrifício. Aotempo de Jesus o Templo de Jerusa-lém acolhia cerca de dois milhões emeio de peregrinos vindos dos maisdiversos cantos do mundo que entãose conhecia. Josefo, historiador Judeudo Século I, refere que na Páscoa doano 70 dC, poucos meses antes dosromanos destruírem o templo de Je-rusalém, e perto de quarenta anosdepois da ascensão de Jesus, os sacer-dotes ofereceram no templo 256 500cordeiros.

Mas já na época se sentia a impor-tância de não permitir que o rito dosacrifício, na sua rotina, perdesse oseu verdadeiro sentido de acção degraças, de louvor a Deus, de liberta-ção interior, da verdadeira Páscoaque deveria acontecer no mais ínti-mo de um coração que se liberta daescravatura do pecado.

Por isso Deus falou através do pro-feta Oseias dizendo: «Eu quero a mi-sericórdia mais do que os sacrifícios e oconhe-cimento de Deus mais do que os ho-locaustos» (Os 6, 6) e também o Sal-mista declara: «o sacrifício agradável aDeus é um espírito contrito» (Sl 50, 19).

Hoje, seguindo a tradição do povo Ju-deu, celebramos todos os dias a Pás-coa do Senhor em cada missa. Em ca-

da celebração eucarística, Jesus, FilhoPrimogénito de Deus, Cordeiro deDeus, oferece-Se em imolação para ex-piação dos nossos pecados e, Ressus-citando de novo, liberta-nos e envia--nos a caminho da Terra Prometida.

Celebramos pois a missa em acção degraças pelo incomensurável Amorque está por trás desta oblação de Je-sus para que hoje a salvação cheguea cada um de nós ...

Servindo-Se como alimento de cadaum dos nossos corações, Ele, com to-do o Seu coração, toda a Sua Alma etoda a Sua Divindade, funde-se comcada um de nós transformando-nosem homens novos, com corações no-vos. Desta forma vai transformandoa Sua Igreja e através dela a terra in-teira ...

Que privilégio este de sermos uminstrumento de Deus!... Em cada co-munhão eucarística Deus renasce emcada um, dá-lhe um coração novo ca-paz de Amar os outros, e envia-o aAmar todos homens que encontrar ...Os nossos corações passam assim aser instrumentos do Amor de Deuspelos quais Ele pretende Amar a ter-ra inteira ...

São incomensuráveis as graças quesão disponibilizadas por Deus a cadaum em cada eucaristia, assim cadaum tenha capacidade para as aco-lher! ... É necessário pois que frente aeste Mistério sejamos capazes de, hu-mildemente, ajoelhar o nosso cora-ção, oferecer-Lhe tudo o que temose que somos, e deixar que Ele nostransforme com a Sua Palavra, com aSua presença, com o Seu alimento ...

Reflectindo

Page 45: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

45

Se humildemente Lhe oferecermos anossa pequenez, Ele oferece-nos a SuaGrandeza; se Lhe oferecermos a nos-sa maledicência, Ele oferece-nos aSua Bondade; se Lhe oferecermos onosso pecado, Ele oferece-nos a SuaMisericórdia; se Lhe oferecermos anossa boa vontade e as nossas boasobras, Ele oferece-nos a Sua Esperan-ça e a Sua Alegria; se Lhe oferecer-mos a nossa falta de capacidade deamar, Ele, que é Amor, oferece-se to-talmente a nós em Corpo, Sangue,Alma e Divindade! ...

Recebendo o precioso alimento Euca-rístico, o Corpo e Sangue de Jesus,todo o homem se transforma e nãomais será igual ao que era, porquepassa a ser um Homem Novo, comum coração novo que resulta da fu-são de um coração humano com oCoração Divino do Senhor. É esta agrande graça sacramental da Euca-ristia.

Através deste novo ser renascido ca-da um experimenta diariamente, emtodo o instante, a comunhão entreDeus e homem em todas as vertentesda sua vida: em todos os seus projec-tos, em todas as suas contrariedades,em todos os seus sucessos, em todosos seus sofrimentos e alegrias, emtodas as suas relações com o próxi-mo, etc.

Nunca é demais repetir aqui o teste-munho da enorme riqueza que sen-timos quando vamos á missa com os

nossos quatro filhos. O testemunhoda grande Alegria que experimen-tamos ao sairmos todos da Missacom o coração renovado ... Pessoasrenovadas ... Família renovada ...

Como é maravilhoso levar a comu-nhão da nossa família nuclear à co-munhão de toda a Família da Igrejaperegrina na terra e senti-la em co-munhão com toda a Igreja Celestialunidos pelo Espírito Santo na pre-sença de Deus Pai e seu Filho Jesus.Sentimos desta forma que a comu-nhão da nossa família nuclear podeassumir assim um carácter de eter-nidade e que se hoje vivemos essacomunhão deste lado do véu a quechamamos terra, amanhã vivê-la--emos, aproveitando a Misericórdiade Deus, do outro lado do véu quechamamos Céu.

Acreditamos que, se pudéssemosimaginar as graças que nos são dis-poníveis em cada missa, prepará-la--íamos com grande antecedênciapara evitarmos as nossas superfi-cialidades, mergulharmos cada vezmais fundo no Mistério, e conseguir-mos abrir verdadeiramente os nos-sos corações para aumentar a nossacapacidade de acolher o Todo Jesus ...

Voltando ao início, sabemos que oateu iria à missa todos os dias seacreditasse ... Deixamos aqui a in-terrogação: o que acontece nas nos-sas vidas se acreditarmos verdadeira-mente ...

Observações: Algumas ideias deste artigo foram retiradas do livro de Scott Hahn “A festa doCordeiro” da Editora DIEL o qual aconselhamos a ler.

Reflectindo

Page 46: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

46

CORROEM DIRECÇÃOÀ META!60 ANOS VISTOS POR UM CE

“Irmãos, não me julgo como se já otivesse alcançado. Mas uma coisafaço: esquecendo-me daquilo queestá para trás e lançando-me para oque vem à frente, corro em direcçãoà meta, para o prémio a que Deus, ládo alto, nos chama em Cristo Jesus.(Fl 3, 13) ”

Penso que estas linhas da carta deS. Paulo aos Filipenses ajudam acompreender qualquer celebração ouevocação. Mais, estas palavras dePaulo podem fazer apreender a vi-vência dinâmica do dom das ENS,que o Espírito Santo suscitou na co-munidade cristã, num determinadomomento histórico, através de umapessoa escolhida.

A carta das equipas, para o movi-mento de casais, é disso um paradig-ma. “Corro em direcção à meta …”São apenas, e só, 60 anos desde o iní-cio. O dom continuará a desenvol-ver-se com a força do Espírito, que osuscitou e o acolhimento de cada ca-sal.

O dom, o carisma é como uma fonte.E toda a fonte, como sabemos, gostasempre de ser rio. E se a fonte seca, o

rio facilmente desaparece. Por estarazão todas as celebrações ajudam amelhor descobrir a fonte, para nelase refrescar.

Por outro lado é compreensível que oRio tenha, e tem sempre, que descre-ver curvas, superar obstáculos, en-trar em vales e encruzilhadas, isto é,tornear problemas e dificuldades,que surgem no leito do tempo.

A fidelidade ao dom exigirá ao riopor grande que seja, e por longo queseja o seu curso, uma consciênciaviva a fim de não esquecer a fonteoriginal. Sempre, em cada momentoda corrente do rio, se pode falar derenovação, refundação, actualizaçãodo carisma original. Deverá, porém,permanecer de pé a fidelidade à ori-gem, ao dom, à fonte.

O movimento de casais das ENS éesta experiência espiritual a dois quetem de ser vivida, conservada, cui-dada e aprofundada ao longo da vida

Reflectindo

No mundo que todos conhecemos, asequipas de casais querem ser “comuni-dades vivas de casais reflexo de amorde Deus”, ou como alguém escreve“Evangelho do amor nupcial de Deusrevelado na história.”

Page 47: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

47

em casal. O desafio que cada casal,que aderiu a este dom, tem pela fren-te é perguntar-se serenamente: naminha situação concreta de casalcomo tenho vivido esta experiência?Como deve ser vivida esta experiên-cia carismática em casal? Ou comono dia a dia devo manter vivo esteideal na comunidade cristã?

O carisma só existe verdadeiramen-te nos casais que o vivem. Por issoquando se reflecte sobre o dom, afonte, o carisma é necessário que to-dos compreendamos profundamentea gratuidade do dom para não descam-barmos para o cepticismo, para omedo ou para o desânimo.

Também devemos reconhecer que odom é uma utopia, que supera emmuito as belas e esforçadas respostasde cada equipa de casais, ou de cadacasal. E por isso o ideal gera necessa-riamente no casal uma atitude de hu-mildade perante o dom que descobriue ao qual vai buscar energia para sersinal do Evangelho do amor nupcialno mundo de hoje. Sempre consci-entes, porém, de que se torna difícilcorresponder plenamente ao caris-ma, podendo dizer: “o que é impossí-vel aos homens é possível a Deus” (Lucas18, 27).

Na alegria da celebração, depois darevisão e da avaliação dos dias ne-gros e os dias cheios de luz, resta-nossempre uma atitude humana do agrade-cimento ao Espírito criador, à pessoaque acolheu e transmitiu aos casaiso dom recebido e a todos os compa-nheiros de caminhada do movi-mento.

A utopia do carisma das ENS trans-forma-se em horizonte de vida e ca-minho a trilhar com entusiasmo. Daíque o carisma das ENS continua a seruma proposta, um projecto e tam-bém uma chave de leitura crítica darealidade envolvente, que se deseja-ria transformar, ou pelo menos setenta levedar. O carisma das ENS éum apelo exigente para superar ainércia, os costumes, as tradições e ainconsciência do casal.

No mundo que todos conhecemos, asequipas de casais querem ser “comu-nidades vivas de casais reflexo deamor de Deus”, ou como alguém es-creve “Evangelho do amor nupcialde Deus revelado na história.” Esteserá um princípio de esperança paraos casais no mundo que a todos en-volve. Os corações dos homens e mu-lheres são na mão de Deus como riosde água. Assim está o carisma nasmãos dos casais que o descobriram.

Sendo certo que quem não respeita ahistória não pode ter uma ideia dofuturo, porque uma coisa é o modelo,o ideal carismático e outra a vida.

Por isso ao celebrar-se 60 anos domodelo reconhecemos que a vida dasENS ou de cada casal nem sempreconseguiu encarná-lo, mas certamen-te permanece em todos a vontadeviva e firme de continuar a ser orien-tados pelo modelo, como diz S. Pe-dro “ Sempre dispostos a dar razãoda vossa esperança a todo aquele quevo-la peça; com mansidão e res-peito… (1 Pe 3, 15).

Batemos, pois, palmas aos 60 anos jápassados do modelo que é, está e per-

Reflectindo

Page 48: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

48

siste. Cada casal e cada equipa pode-rão torná-lo vida da sua vida, dassuas vidas. E como “a amar e a rezara ninguém se pode obrigar “ conti-nuamos a oferecer este dom, este ca-minho a outros casais para que oEvangelho do amor nupcial seja umfermento na sociedade dos nossosdias. Na celebração dos 60 anos de-

verá nascer a coragem de assumir aresponsabilidade pelas necessidadesdos outros para viver a vida plenaao jeito do Evangelho de Jesus deNazaré. E, como muito bem diz o povo, “Sóo rio não volta atrás”, os 60 anos deexistência do movimento rio são edisso dão testemunho.

A Carta de que vamos celebrar o 60.ºaniversário é um documento vital, pelaexigência de vida cristã que propõe aoscasais aderentes, pela mística que assu-me, pela disciplina que oferece, com osseus Pontos Concretos de Esforço.Pedem-nos um testemunho para a

Carta sobre a celebração do 60.º ani-versário da Carta Fundadora do nos-so Movimento das Equipas de NossaSenhora.

É com muita alegria que procuramoscorresponder a esta tão desafiantesolicitação.

Começaremos por dar graças a Deusnosso Pai por há 44 anos nos ter en-viado o saudoso, bondoso e inspira-dor Padre Aleixo Cordeiro, então pá-roco da Ajuda (Lisboa), a convidar--nos para integrarmos uma Equipade Nossa Senhora, juntamente comoutros jovens casais da paróquia,para nós desconhecidos, pois está-vamos a acabar de chegar. Era para

Caríssimos amigos

ANIVERSÁRIODA CARTA60 ANOS VISTOS POR UM CASAL

nós, casados de fresco, uma novidadeabsoluta, tendo-nos suscitado curio-sidade, por um lado, dado tratar-sede um movimento relativamente re-cente, nascido em Paris, com umaproposta atractiva de espirituali-dade conjugal, o que vinha, por outrolado, dar resposta aos nossos anseiosespirituais de dar continuidade ànossa experiência, muito enriquece-dora, realizada na Juventude Uni-versitária Católica, onde tínhamosdescoberto a necessidade de apro-fundarmos a nossa fé para melhorcorrespondermos às nossas respon-sabilidades de casal cristão, numa

Reflectindo

Page 49: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

49

sociedade em mudança rápida e pro-funda.

Impressionou-nos o formalismo dapilotagem, que derivava do sentidoda responsabilidade em manter a fi-delidade a um Movimento, com umaexperiência inicialmente francesa, eque ainda não tinha feito a acultura-ção a outras culturas (as própriascartas da pilotagem e mensais, bemcomo a restante documentação, eramem francês).

Compreendemos que se tratava deum Movimento sério, bem organi-zado e que tinha uma Carta Consti-tucional, definindo claramente osobjectivos a atingir e os meios a uti-lizar, para ser mais eficaz e evitar aderiva espiritual.

Numa sociedade como a portugue-sa, marcada pelo apelo à capacidadede desenrascanço e sem hábitos deplaneamento estratégico, foi uma ex-periência muito gratificante a querealizamos, em funções de responsa-bilidade, a vários níveis, podendotestemunhar o sentido dos outros e oempenhamento de que deram provasmuitos dos responsáveis, num ser-viço dedicado, entusiástico e de umaalegria contagiante.

Esta disponibilidade manifestava-senão só em relação ao próprio movi-mento, nas mais diversas funções,mas também em relação às acções depastoral familiar, quer no âmbito dosSecretariados Diocesanos de PastoralFamiliar, quer no serviço dos Centrosde Preparação para o Matrimónio,passando pelo Movimento de Defesada Vida, entre outros.

A Carta de que vamos celebrar o 60.ºaniversário é um documento vital,pela exigência de vida cristã que pro-põe aos casais aderentes, pela mís-tica que assume, pela disciplina queoferece, com os seus Pontos Concre-tos de Esforço (que originariamentese chamavam obrigações, não impos-tas, mas assumidas), e pela organi-zação que aponta.

Enriquecida por uma experiênciaque, entretanto, se alargou a outrospaíses e culturas, atenta aos sinaisdos tempos e às necessidades concre-tas dos casais, e mantendo sempre asua fidelidade às intuições dos fun-dadores, surgiu, cerca de 30 anosmais tarde, o seu Complemento, “Oque é uma Equipa de Nossa Senho-ra?”, identificando uma Equipa deNossa Senhora como uma comu-nidade cristã de casais, com toda adinâmica que caracterizava as pri-meiras comunidades cristãs e quepermitiu que o cristianismo nascentese enraizasse, numa sociedade hostil,e se difundisse, com coragem e espí-rito de missão, tal como o Senhor lheconfiou.

Para a construção dessa comunidadeé apontado um caminho, que retomao já anteriormente apontado, e quenão é outro senão o próprio JesusCristo, Palavra de Deus feito Homem:“Felizes os que escutam a Palavra deDeus e a põem em prática”.

O Movimento tem feito muito no sen-tido de levar os seus casais aderentesa escutar a Palavra de Deus, actua-lizada pelo ensino da Igreja, mas temtido mais dificuldade em ajudar os

Reflectindo

Page 50: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

50

casais a pô-la em prática. De facto, oambiente da sociedade em que vive-mos não é propício à vivência doEvangelho no nosso dia-a-dia, peloque temos necessidade de uma ajudaeficaz, que nos dê o discernimento e acoragem para adoptarmos critérioscristãos nas soluções dos problemasque a vida nos põe. Sabemos que é oEspírito Santo quem nos dá a luz e aforça para a nossa caminhada e que aEucaristia constitui o nosso alimentoespiritual, mas precisamos que a vi-da da Equipa e a sua Reunião Men-sal sejam propiciadoras de uma en-treajuda na procura e na aplicaçãoprática desses critérios cristãos.Concretamente, o tempo da Reuniãodedicado ao Pôr-em-Comum seriauma excelente oportunidade para setrocarem impressões acerca dessesproblemas e da busca em equipa dassoluções cristãs, marcadas pela ver-dade e pela justiça, mas sobretudopelo amor, que envolve respeito,compreensão, cedência e perdão.

Num mundo laicizado, a presençados cristãos torna-se mais indispen-sável, como fermento da massa, salda terra e luz do mundo, o que cons-titui uma enorme responsabilidade eexige uma grande coerência do nossotestemunho.

Numa sociedade marcada pelo mate-rialismo e pelo consumismo, é ur-gente converter a filosofia de vidabaseada no ter, em que as pessoas seidentificam pelas coisas que pos-suem, querendo cada vez ter mais,julgando que desse modo aumentama sua felicidade e o seu bem-estar, oque se mostra ilusório e sem sentido,

num modo de vida baseada no ser,em que, sem se prescindir do essen-cial em termos materiais, se colocatodo o nosso empenho em ser maishumano e mais cristão. E o processoeducativo dos nossos filhos tem depassar por aqui, pelo que, uma vezmais, se exige uma grande coerênciado nosso testemunho.

Para ajudar as equipas e os casaisnesse testemunho de vida, o nossoMovimento propôs-nos, há precisa-mente 20 anos, uma nova reflexão, aque chamou “O Segundo Fôlego”, eque vale a pena reler, meditar e tiraras consequências para a nossa vidade casal e de equipa.

Ao celebrarmos os 60 anos da nossaCarta, em Fátima, onde Nossa Se-nhora nos deixou uma mensagem degrande actualidade e que nos deveinterpelar seriamente, nomeada-mente no respeitante à educação dosnossos filhos, vamos aproveitar parareflectir sobre a vontade do Senhor arespeito do nosso Movimento, que setem mostrado muito actual e res-posta muito procurada pelos casais,jovens e não só, que nele encontramuma ajuda para a sua caminhada emcasal e em família.

Vale a pena reflectir sobre a forma demelhor atrair os casais jovens, a par-tir da experiência que todos eles fa-zem no CPM, convidando-os a conti-nuarem o seu ritmo de caminhada,e propondo-lhes, quando julgadooportuno, aderirem a um Movimentode espiritualidade conjugal. Isto im-plicaria uma boa articulação com osresponsáveis dos CPM, e um desafio

Reflectindo

Page 51: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

51

a lançar aos casais do nosso Movi-mento para que se disponibilizem aacompanhar esses casais jovens, comvista à sua adesão às ENS.

Mas que a nossa oferta de possibili-dades de entrada para as ENS não selimite aos casais jovens, pois em to-das as idades e situações de vida ha-verá casais a quem o Senhor quer fa-zer chegar a Sua mensagem da boanova do matrimónio como caminhodo amor, da felicidade e dasantidade.

Nem nos esqueçamos das situaçõesdifíceis, como a dos jovens que coabi-tam, as uniões de facto, os casamen-tos civis, os divorciados recasados eos casais em conflito, as quais reque-rem acompanhamento muito paci-ente e criativo, além de grande dis-ponibilidade de espírito e de tempo.

Aproveitemos, pois, no ambienteprivilegiado por Nossa Senhora paracomunicar ao mundo a sua Mensa-gem, para celebrar, para reflectir,para actualizar, e, sobretudo, pararezar, agradecendo ao Senhor asmaravilhas que Ele operou nos nos-sos Casais, nas nossas Famílias, nasnossas Equipas e no nosso Movi-mento, e Lhe implorar que aumente anossa fé, a nossa esperança e o nossoamor, para melhor cumprirmos amissão que o Senhor tem para cadacasal, para cada família, para cadaequipa e para o nosso Movimento.

Até Fátima. Que ninguém deixe defazer um esforço sério para vivereste acontecimento da maneira maisplena possível.

Os vossos,

Maria Almira e Alberto Ramalheira (PAREDE 1)

Reflectindo

Page 52: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

52

1. Parece pouco honesto queixar-se da falta de tempo, visto que é uma oferta homogénea, neutra e universal, pe-rante a qual estamos todos em pé de igualdade;

2. Esta realidade, que mede o que fomos e vamos sendo, é fonte de responsabilidade, porque democraticamentedispomos de vinte e quatro horas diárias para viver com sentido;

3. O que faz efectivamente a diferença é o modo persistente como gerimos as oportunidades para aprender a sa-ber, a saber ser e a bem fazer, o que implica competência, honestidade e verdade no ser e fazer;

4. Na planificação da vida é essencial identificar-se e articular as respectivas capacidades e limitações, tendo emconta uma correcta ordem de valores, o essencial e o secundário, assim como a urgência e as prioridades;

5. Tendo em atenção a idade, o estatuto e a função na vida familiar, cívica e eclesial, é essencial adaptar-se às cir-cunstâncias sem perder de vista o rumo vocacionado e a fidelidade aos compromissos assumidos;

6. É essencial auto-educar-se para a honestidade, a verdade, a lealdade e para a exigente disciplina e assim cumprirsolidariamente os próprios deveres, sem fazer perder tempo aos outros e moer-lhes a paciência, frustrando asexpectativas justas;

7. Para ser fiel aos compromissos, aprende a não deixar para depois o que deve ser realizado com competência esolicitude hoje, aqui e agora; é que adiar pode ser um risco para uma pressão excessiva e até por não cumprir osdeveres assumidos, provocando prejuízos injustos;

8. Aprende a bem planear os projectos, as várias etapas e o ritmo a imprimir a cada fase com realismo e até pre-vendo que podem surgir eventualidades que perturbem a dinâmica imaginada e as metas previstas;

9. O trabalho realizado serenamente a tempo e horas é fonte de prazer e até de criatividade, ao contrário do que éconseguido sob a pressão das preocupações que podem diminuir as capacidades de aplicar bem as regras ajus-tadas ao objecto;

10. Aprendendo a ser em si e por si/não incomodes os outros com o que podes conseguir por ti mesmo, come-çando tudo pelo princípio sem esquecer a finalidade e os meios ajustados para o conseguir atempadamente;

11. O que torna o “nosso tempo” bom ou mau somos nós mesmos pelo que vamos sendo e fazendo com a saúdepossível, os conhecimentos apurados, sem ficar dependente do consumismo ou da “imaginação balofa queconduz às frustrações;

12. Superando a preguiça, a manipulação e as ingénuas dependências do apetecer e do prazer, é essencial não gastarmais do que se tem, superando as mediocridades de gastar tempo e dinheiro com inutilidades que são compen-sações das pessoas frustradas, culpadas e parasitas.

GESTÃO O TEMPOPARA SER E BEM-FAZERFR. BERNARDO, O. P.

Reflectindo

Page 53: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

53

LIVROSCOLECTÂNEA DE DOCUMENTOSDO MAGISTÉRIODA IGEJA E DA FAMÍLIA

Os quatro volumes que seapresentam contêm umasérie de documentos selec-cionados pelo SecretariadoGeral do Episcopado Por-tuguês sobre a família.Trata-se de “um grandeguia que se recomenda aoscasais, movimentos fami-liares e, sobretudo, aos pá-rocos e demais sacerdotes eoutros responsáveis e guiasdo povo de Deus”. São estasas palavras de D. AntónioMonteiro, vogal da Comis-são Episcopal da Família naaltura da publicação doúltimo volume.

Esta colecção agrega documentosPontifícios, documentos do Magis-tério, documentos do Episcopadoportuguês e de outras ConferênciasEpiscopais e cadernos pastorais. Asgrandes temáticas são:

* A Família, futuro da humanidade;

* A Família, comunidade de amor ede vida;

* A Família, serviço à vida;

* A Família, situações difíceis.

O editor é Rei dos Livros.

Reflectindo

Page 54: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

54

Page 55: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

55

Notícias

Depois do último 1.º Sábado antesdas férias de 2007, em 2 de Junho,valerá a pena reflectir um pouco noseu significado, para nós casais dasENS de Lisboa. Os 1.os Sábados sãouma celebração que permite praticara devoção dos cinco primeiros Sába-dos e também um encontro mensal etradicional do Movimento. Depois deum período em que fomos recebidosno Colégio das Doroteias nas Calva-nas, no Campo Grande, que se aban-donou por razões diversas mas quedeixou muitas saudades, e mais re-centemente, também por váriosanos, na Igreja do Colégio de S. Joãode Brito, no Lumiar, em que semprefomos muito bem acolhidos, e se en-saiaram vários modelos – com EJNS esem EJNS, com e sem recolecções porum pregador reconhecido anteceden-do a Missa, com e sem Terço, etc ... –.Reconheceu-se a necessidade de mu-dar e ensaiar uma renovada forma:que lhes imprimisse uma nova dinâ-mica, reunindo os casais das ENS efilhos com os elementos das EJNS,dando a estes encontros um maiorsentido de família, num local centrale acessível, não muito longe da Igrejade Santa Isabel (a que os jovens estãohabituados) acolhedor, que assegu-rasse boas condições de estaciona-mento.Encontrada a disponibilidade da Ca-pela do Externato do Parque das Do-

roteias, na Rua de Artilharia 1, 97,em Lisboa, a Equipa da Região deLisboa das ENS e o Sector de Lisboadas EJNS com o seu casal assistentedas ENS, Filipa e José Diogo FerreiraMartins, decidiram organizar conjun-tamente os 1.os Sábados 2006-2007,com início em 7 de Outubro de 2006.Os 1.os Sábados, enriquecidos pelaanimação do coro dos jovens, passa-ram assim a ter início às 19H15 coma recitação do Terço e tempo de Re-conciliação, seguindo-se de imediato(cerca das 19H45) a celebração da Eu-caristia que se prolonga o mais tar-dar até às 20H45. O átrio coberto doColégio, proporciona no final da Mis-sa, um bom espaço de reencontro ede contactos, permitindo matar sau-dades e pôr conversas em dia.Pensamos que com este modelo recu-perámos com alegria esta oportuni-dade de encontro e devoção a Cristoatravés de Nossa Senhora, nossaPadroeira, dando-lhes um sentido deencontros de famílias. Julgamos, noentanto, que ainda não está suficien-temente interiorizado ou ainda émesmo, de alguns, desconhecido!Continuaremos certamente, a partirde Outubro de 2007, a ter mensal-mente, ao longo de todo o Ano Pas-toral seguinte, esta possibilidade deencontro com o Senhor e com muitosdos nossos companheiros de cami-nhada.

OS 1.os SÁBADOSDA REGIÃO DE LISBOA O CASAL CORRESPONDENTE

REGIONAL DA REGIÃO DE LISBOA

Page 56: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

56

Notícias

NOTICIÁRIODAS ENS

Tem sido actualizado e está recheado de informações úteis. O guia sobre a Liturgiadas Horas publicado na Carta de Junho está disponível “on-line”. As inscrições parao EN2007 já puderam ser efectuadas via site.

A Base de dados do Secretariado foi toda carregada com a informação que faltavae que estava disponível nas fichas em papel sobre todos os casais e CEs. Foramtambém introduzidas novas funcionalidades que facilitam bastante a sua utilização.O sistema de controlo de quotizações, que estava implementado em “Excel”, foi in-tegrado na estrutura da Base de Dados, o que também facilita bastante a sua gestão.Em preparação está agora a produção automática da Informação Estatística do Mo-vimento.

COLÉGIO DE 2007

O Colégio Internacional realizou-se em Durham, Newcastle, Reino Unido, com a Su-pra-Região Transatlântica como anfitriã, entre 15 e 21 de Julho de 2007 e correu mui-to bem. A aceitação do nosso pedido de reforço do apoio para o projecto África, paraatendermos também a Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, entretanto aprovado pelaERI, foi-nos comunicado durante esta reunião do Colégio. A ERI duplica o seu apoioao projecto África, passando a contribuir com 10.000 euros por ano. A Supra-RegiãoEspanha mantém o seu apoio de 6.000 euros por ano. A Supra-Região orientou umaoração da manhã e ofereceu a todos os participantes dois exemplares dos pins re-centemente produzidos. O novo projecto das Equipas Satélite, apresentado pela Tóe Zé Moura Soares, foi aprovado.

SITE DAS ENS WWW.ENS.PT

BASE DE DADOS

Está a ser preparado pela ERI um Encontro Mundial de Responsáveis de Região eProvíncia que se realizará em Roma em Janeiro de 2009. Os custos de estadia serãosuportados pela ERI.

ROMA 2009

JJJJJunhounhounhounhounhoa a a a a NoNoNoNoNovvvvvembrembrembrembrembrooooo

de de de de de 20072007200720072007

Page 57: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

57

MISSÃO A MOÇAMBIQUE

A Missão a Moçambique realizou-se de 16 a 27 de Agosto de 2007. Tivemos já um en-contro com a delegação (Lai e Fernando, Isabel e João Luís, Rita e Gastão, PadreEdgar Clara) e consideramos que os objectivos foram atingidos e que a missão foium acontecimento muito importante para as equipas em Moçambique e para o Mo-vimento. Esta foi também a opinião dos responsáveis locais, Beatriz e António Laice.

MISSÃO A CABO VERDE

A Missão a Cabo Verde realizou-se de 16 a 24 de Agosto de 2007. Tivemos um con-tacto com a delegação (Padre António Janela e Guida e Luís Costa) e também consi-deramos que os objectivos foram atingidos. Em Cabo Verde há agora a perspectivade termos no curto prazo 5 equipas (3 no Mindelo e 2 na Praia) e talvez ainda mais,pois foram deixadas sementes em mais duas ilhas (S. Antão e Sal).

MISSÃO A S. TOMÉ E PRÍNCIPE

MISSÃO A ANGOLA

A Missão a S. Tomé e Príncipe, prevista para Setembro, foi adiada para Outubropara dar tempo à Donzília para recuperar da queda que deu e do braço que partiu.A delegação será composta, em princípio, pela Donzilia e Felisberto e pelo PadreMário Pais.

A Missão a Angola realizar-se-á em Agosto de 2008, conforme planeado, e o seuprograma foi objecto de uma reunião com o Regional de Angola durante a Reuniãoda Supra-Região de Setembro.

MISSÕES A BRAGANÇA

No meio deste esforço que o Movimento está a fazer em África é também de sublinhartodo o esforço de todos os casais que têm efectuado sessões de informação, mesmoapesar de muitas vezes não terem o resultado que queriam. Entre estes esforçosestão as Missões a Bragança que o Provincial Norte e Centro tem empreendido comcontactos com o Senhor Bispo D. António Montes, alguns Sacerdotes por ele indi-cados e casais, em diversas longas viagens. Até aqui ainda não deu frutos mas o Es-pírito Santo sopra onde e quando quer. A nós cumpre-nos semear e é isso que elestêm feito com toda a dedicação.

Notícias

Page 58: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

58

EQUIPAS PORTUGUESAS DA ÁFRICA DO SUL CELEBRAM 20 ANOS

As equipas Portuguesas da África do Sul celebraram os seus 20 anos. Esta celebraçãopermitiu o contacto com as equipas de língua inglesa já que um casal inglês participoupor indicação do Supra-Regional da SR Transatlântica (que por sua vez recebeu estainformação do SR de Portugal durante o Colégio de Durham). A Rita e Gastão, deregresso de Moçambique, também estiveram com dois casais da África do Sul.

RESPOSTAS AO DISCURSO DE CHANTILLY

As respostas ao questionário sobre o discurso de Chantilly que recebemos (cercade 500) já foram analisadas e as respectivas conclusões serão apresentadas no En-contro Nacional de Novembro (17 e 18). Pelos comentários que recebemos ficamoscom a ideia que muitos casais jovens conhecem ainda pouco a obra escrita do PadreCaffarel, razão pela qual estamos a dar prioridade à edição em Português de algunsdos seus livros mais relevantes.

ENCONTRO NACIONAL DAS ENS (17 E 18 DE NOVEMBRO DE 2007)

Vai realizar-se em Fátima sob o tema: “60 anos da CARTA Fundadora: UMA PRO-POSTA DE EXIGÊNCIA”. De destacar a evocação que faremos à memória do PadreCaffarel, os três painéis com conferências e testemunhos, a noite de festa e o Deverde se Sentar no recinto do Santuários com chapéus de chuva multicolor. Será o pri-meiro encontro da história do Movimento onde teremos um painel com testemunhosde casais de Angola, Moçambique, S. Tomé e Portugal. O ponto alto será a Eucaristiade domingo, presidida pelo Senhor D. António Carrilho, bispo do Funchal e Presidenteda Comissão Episcopal do Laicado e Família.

CELEBRAÇÃO DOS 60 ANOS DA CARTA FUNDADORA)

Mantém-se o desafio aos Sectores e Regiões: que as actividades organizadas sejamoportunidades para recordar este símbolo da exigência no Movimento e ainda, or-ganizarem durante o ano pelo menos uma actividade inovadora e aberta ao exterior.

A ERI TAMBÉM COMEMORA OS 60 ANOS DA CARTA

A ERI vai organizar um congresso em Massabielle de 7 a 9 de Dezembro, nas datasexactas do aniversário da Carta, como lema: “Memórias e Perspectivas”. Para esteencontro foram convidados todos os casais e CE que fizeram parte da ERI nos anos

Notícias

Page 59: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

59

que passaram, para reflectir em conjunto sobre as alterações mais significativas docasamento e dos casais, à luz de um caminho de fé também proposto pelo Pe Caf-farel, que poderão dar contributos significativos na avaliação crítica da história dasENS e no seu projecto para o futuro. Este Congresso tem os seguintes objectivos:

- A avaliação da vida do Movimento ao longo destes 60 anos, por parte daqueles queexerceram um serviço a nível internacional, pelo que se trata de avaliações departicular significado;

- A possibilidade de relembrar e agradecer, mas também “dar voz à memória”, aoscasais e sacerdotes que nos trouxeram até aqui. É importante fazer memória dascoisas passadas e ligá-las ao futuro.

SR PORTUGAL EM SINTONIA COM A ERI NA COMEMORAÇÃO OS 60 ANOS DA CARTA

Propusemos aos Responsáveis Regionais que a 8 de Dezembro se realizem Euca-ristias a nível de Sector ou de Região para comemorar os 60 anos da CARTA, emunião com o encontro promovido pela ERI em Paris.

REUNIÃO DA SUPRA-REGIÃO (21 A 23 SETEMBRO)

Realizou-se em Fátima, na Casa Nossa Senhora do Carmo, a reunião da SR que aco-lheu a Cristina e João Baptista Makenengo, casal responsável da Região Angola eque contou com a presença do nosso casal de ligação à ERI (responsável da ZonaEurafrica) Maru e Paco Nemésio. Teve como pontos fortes o relato do Colégio, o ba-lanço das missões a África, o pôr em comum da Região Angola, a aprovação doorçamento do Movimento para 2008, a preparação dos próximos encontros, bemcomo a reflexão sobre a evolução das estruturas até 2009. O tempo de formação es-teve a cargo do Sr. Padre Ângelo Epis, CE da ERI que se encontrava em Fátima e de-correu no início da manhã de Domingo, como habitualmente, sob o tema “Se co-nhecesses o dom de Deus”. Na separata da Carta publicamos esta conferência emPortuguês.

MULTIPLICAÇÃO DA REGIÃO LISBOA

A Região Lisboa deu origem às novas Regiões Lisboa 1 e Lisboa 2 a partir do iníciode Setembro de 2007. Na Região Lisboa 1 ficaram os Sectores B, C, E e H e na RegiãoLisboa 2 os Sectores A, D, F, G e I. Durante o corrente ano pastoral será encontradaa melhor forma de multiplicar também os Sectores com mais equipas, que passarãode 9 para 13 Sectores no total das duas regiões. Deste modo cada Sector ficará comuma média de 11 equipas o que certamente agilizará o trabalho de cada equipa deSector.

Notícias

Page 60: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

60

DOCUMENTO “O MÉTODO DAS ENS”

Encontra-se concluída a revisão dos diversos textos existentes, para produção deum novo documento que se intitulará “O Método das ENS”. Este documento seráconstituído por 8 cadernos: A Equipa - Comunidade Cristã, A Reunião de Equipa, OsPCE e a Partilha, O Retiro Espiritual, O Dever de se Sentar, A Regra de Vida, APalavra de Deus e A Oração nas ENS. Vai agora ser enviado para composição grá-fica e produção.

FOLHETO “A FAMÍLIA É PARA TODA A VIDA”: 10.000 EXEMPLARES

O Folheto “A Família é para Toda a Vida” está pronto. A ideia que lhe deu origem foilançar uma actividade conjunta entre vários Movimentos ligados à Pastoral Familiar,para nos aproximar mais, através do reforço do conhecimento mútuo, e para permitirapresentar num pequeno Folheto a oferta de Movimentos da Igreja católica paraapoio à Famílias nas diversas fases da vida (jovens, noivos, casais, reformados, viú-vas). O Folheto foi produzido em 10.000 exemplares que estão a ser distribuídos aosmembros dos Movimentos participantes para que os entreguem pessoa a pessoanas suas paróquias aproveitando a oportunidade para conversas mobilizadoras. OsMovimentos participantes são, para além das Equipas de Nossa Senhora: Centro dePreparação para o Matrimónio, Encontro Matrimonial, Movimento por um Lar Cristão,Equipas de Jovens de Nossa Senhora, Movimento Esperança e Vida e MovimentoCristão de Reformados/Vida Ascendente.

Para o próximo ano esperamos poder contar com o apoio e a presença de mais Mo-vimentos para podermos produzir meio milhão de Folhetos para o lançarmos em to-das as paróquias a nível nacional. Será possível?

AS EQUIPAS ESTÃO PRESENTES NO CNMO

Realizou-se a 18 de Setembro de 2007 mais uma reunião do Grupo da Família(CNMO), com a presença do SR, e a 29 do mesmo mês a respectiva Assembleia,onde as equipas estiveram representadas por um casal (Gabi e Joaquim Villas-Boas), pois o SR estava reunido nesse dia com a equipa da Região Porto.

PRESENÇA NA REUNIÃO DA REGIÃO PORTO

O casal SR esteve presente na reunião da Região Porto em 29 de Setembro, acom-panhado pelo casal Provincial Norte e Centro. Na oportunidade reflectiram com to-dos os responsáveis, entre outros assuntos, sobre a divisão/multiplicação da Regiãocujas estruturas estão a necessitar de renovação.

Notícias

Page 61: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

61

ENCONTRO DE EQUIPAS DE SECTOR

Será já no próximo mês de Fevereiro, de 23 a 24. Estes encontros realizam-se de 4em 4 anos pelo que esta é uma oportunidade de formação e testemunho a não per-der pelas 67 equipas de Sector que temos em Portugal. Teremos também represen-tantes de Angola e Moçambique que levarão o testemunho para as suas terras.

REUNIÃO DE LANÇAMENTO DAS EQUIPAS SATÉLITE

O lançamento das novas Equipas Satélite (ERI) realizou-se em Fátima, nos dias 5 a7 de Outubro. O apoio para a logística de transportes foi dado pela SR Portugal. A Tóe o Zé fizeram o amável convite ao Casal SR para estar presente no início da reu-nião e fazer uma apresentação da Supra-Região Portugal. Foi bom reviver os temposde trabalho com eles e com os outros casais que lá encontrámos na equipa de apoio.

REUNIÃO DA ERI COM EQUIPISTAS PORTUGUESES

A ERI também se encontrará com Equipistas de Portugal no Sábado 26 de Julho, àtarde Será para os equipistas portugueses um momento histórico e uma oportunidadepara um encontro directo com a ERI.

A ERI encontrar-se-á ainda com a Equipa da Supra-Região no Domingo 27, de manhã.

PADRE PORTUGUÊS ESTUDA ESPIRITUALIDADE CONJUGAL

Para uma tese de Doutoramento em Roma, o Padre José Augusto, está a estudar otema da Espiritualidade Conjugal e solicitou-nos a documentação do Movimento edo Padre Caffarel por a achar indispensável para o seu trabalho. Foi com o maiorprazer que a fornecemos com votos de grande sucesso nos seus estudos avançados.

O Movimento foi convidado pelo Senhor Bispo de Leiria-Fátima e pelo Reitor doSantuário de Fátima, para a Dedicação da igreja da Santíssima Trindade, inseridanas celebrações do 90.º aniversário das Aparições, que se realizou em Fátima no dia12 de Outubro de 2007 sob a presidência de um Legado de Sua Santidade o PapaBento XVI, em representação das ENS esteve presente o casal Gabi e Joaquim Vil-las-Boas (vide testemunho deste casal nesta Carta).

CELEBRAÇÃO DA DEDICAÇÃO DA IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Notícias

Page 62: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

62

COLÉGIO DE 2008

O Colégio de 2008 terá lugar em Fátima, de 20 a 26 de Julho de 2008, antecedido pelareunião da ERI, de 17 a 20 de Julho.

JORNADAS NACIONAIS DA PASTORAL FAMILIAR

Realizaram-se em Fátima de 19 a 21 de Outubro, as Jornadas Nacionais da PastoralFamiliar, subordinadas ao tema: “Identidade e valores da família na sociedade global”,com a presença de Senhor D. António Carrilho, Presidente da Comissão Episcopaldo Laicado e Família. As Equipas também estiveram presentes como habitualmente.

DA IGREJA

BISPOS PORTUGUESES NO VATICANO

Os Bispos portugueses vão ser recebidos pelo Papa em Novembro, na habitual visi-ta “ad limina Apostolorum” (aos túmulos dos Apóstolos). D. Carlos Azevedo revelaque o Papa receberá, por dia, quatro Bispos. Os Bispos irão reunir-se também comresponsáveis da Cúria Romana.

Em Roma irá decorrer também uma reunião da Conferência Episcopal Portuguesa(CEP), dado que a assembleia plenária de Outono coincide com esta visita.

Anteriormente, de 13 a 16 de Junho, D. Jorge Ortiga, presidente da CEP, esteve emRoma a preparar esta visita.

41.ª JORNADA MUNDIAL DA PAZ

“Família humana: comunidade de paz” é o tema escolhido pelo Papa para a 41ª Jor-nada Mundial da Paz, que se celebrará em 1 de Janeiro de 2008.

O cardeal Renato Martino, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz afirmouque a reflexão proposta por Bento XVI desenvolve de maneira coerente as suas an-teriores mensagens para a celebração da Jornada Mundial da Paz de 2006, “Na ver-dade, a paz”, e de 2007, “A pessoa humana, coração da paz”.

Afirmou também que “Reconhecer a unidade da família humana é providencial nopresente momento histórico, marcado pela crise das organizações internacionais epela presença de graves inquietudes na comunidade internacional”.

Notícias

Page 63: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

63

ANO DEDICADO A SÃO PAULO

Na Basílica de São Paulo Fora Muros, a 28 de Junho, Bento XVI proclamou um “es-pecial ano Jubilar” dedicado a São Paulo que decorrerá de 28 de Junho de 2008 a 29de Junho de 2009. Com esta iniciativa, o Papa quer recordar os dois mil anos do nas-cimento do apóstolo dos povos.

O Instituto Superior de Direito Canónico da Universidade Católica Portuguesa vailançar uma Pós Graduação em Direito Matrimonial Canónico que se destina a quempossua já Licenciatura em Teologia, Ciências Religiosas ou Direito. Das unidades aleccionar, durante um ano lectivo, destacam-se Introdução ao Direito Canónico,Matrimónio Canónico, Direito Processual, Prática Jurisprudencial.

DIREITO MATRIMONIAL CANÓNICO NA UCP

«Orai sem cessar», apelo lançado por São Paulo aos primeiros cristãos é repetidopelos representantes das Igrejas cristãs para a Semana de Oração pela Unidadedos Cristãos em 2008. O lema, tirado da primeira carta aos Tessalonicenses (5, 17),reunirá anglicanos, católicos, ortodoxos e protestantes em encontros de oraçãopara pedir no próximo ano a unidade plena.O projecto de textos foi preparado por um grupo ecuménico dos Estados Unidos, emrecordação da primeira Semana celebrada em Graymoor (Garrisin, NY) de 18 a 25de Janeiro de 1908. Este grupo internacional foi acolhido pelos Irmãos e Irmãs Fran-ciscanos da Reconciliação (Society of the Atonement), comunidade que se encontrana origem da Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos.Os materiais de preparação da Semana foram publicados na Internet, no site daSanta Sé (www.vatican.va).

CENTENÁRIO DA SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS EM 2008

O Colóquio Europeu de Paróquias (CEP), que se realizou no Porto, de 8 a 12 de Julho,acolheu na Casa Diocesana de Vilar, cerca de duzentos participantes de 18 paísesda Europa e alerta para que o mundo em mudança exige novas paróquias. A pa-róquia, tal como vem sendo concebida ao longo do tempo, tem de reencontrar-senuma sociedade moderna cada vez mais urbana e mergulhada num pluralismo re-ligioso.

“Habitar cristãmente o nosso tempo” foi o tema escolhido e foi abordado por es-pecialistas na área teológica, procurando descobrir novas linguagens para ir ao en-contro dos desafios actuais.

COLÓQUIO EUROPEU DE PARÓQUIAS (CEP)

Notícias

Page 64: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

64

EPISCOPADOS EUROPEUS: «SEM FAMÍLIA NÃO HÁ FUTURO PARA EUROPA»

É a conclusão da Assembleia Plenária das Conferências Episcopais da Europa reali-zada em Fátima de 3 a 7 de Outubro, no nonagésimo aniversário das aparições deNossa Senhora aos três pastorinhos portugueses, em que trinta cardeais e bisposdo velho continente se reuniram no santuário mariano para tratar temas como omatrimónio e a família, o ecumenismo e a União Europeia.Nos intercâmbios apresentou-se «um panorama preocupante e com muitos con-trastes»: por um lado, as pesquisas testemunham com clareza que o matrimónio ea família estável «são os ideais prioritários dos jovens europeus»; por outro, «naprática, diminuem os matrimónios religiosos e civis, aumentam as separações, osdivórcios, as famílias monoparentais e as crianças nascidas fora do matrimónio».«A forma tradicional da família está em crise», constatam os bispos, recordando queas famílias vivem hoje «num ambiente caracterizado pelo individualismo e a secula-rização», mas também reconhecem que apesar das dificuldades «não faltam sinaisde esperança»: «há testemunhos de inumeráveis famílias que vivem com coerênciae alegria a sua própria vocação. Cada vez há mais casais jovens decididos a viverplenamente seu matrimónio e a ter mais filhos. Dão-se também sinais de atenção àfamília por parte da política». Neste contexto, a Igreja e os cristãos têm de «mobilizar-se a favor da promoção e da defesa do verdadeiro bem do homem, a favor do papelparticular da família e do matrimónio como célula primária e fundamental da socie-dade» e «a favor de uma rejeição da relativização deste modelo perante quem querequipará-lo com outras formas de convivência».

PAPA CONVOCA SÍNODO ESPECIAL PARA A ÁFRICA

Bento XVI proclamou oficialmente a II Assembleia Especial para a África do Sínododos Bispos, que irá ter lugar no Vaticano, de 4 a 25 de Outubro de 2009.O tema escolhido, é «A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e dapaz - “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13-14)».

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE, EM SYDNEY (AUSTRÁLIA)

Quase 2.000 grupos que representam mais de 120.000 pessoas já se inscreverampara participar do maior evento juvenil que se realizará no próximo ano, de 15 a 20de Julho de 2008. Espera-se a participação de aproximadamente 500.000 jovens e otema da jornada será «Recebereis força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereisminhas testemunhas até os confins da terra» (Actos 1, 8).

O Delegado Nacional dos Colóquios Europeus de Paróquias, Padre José Manuel Pe-reira, destacou que dois terços dos participantes no Colóquio são leigos, facto queconsiderou “muito importante”.

Notícias

Page 65: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

65

A inauguração da nova igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, teve lugar no dia12 de Outubro, na presença do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado doVaticano e enviado especial de Bento XVI para a cerimónia.A nova igreja destina-se a acolher os grupos entre 1.500 a 10.000 pessoas, as grandesmultidões continuarão a reunir-se no espaço exterior. Com a nova construção, in-dicou o Reitor do Santuário, as pessoas poderão “ver bem, ouvir bem, estar abrigadasdas intempéries e sentar-se”. Sob o ponto de vista arquitectónico, houve a ideia defechar mais o espaço do Santuário, para criar um “espaço de oração”, gerando umadimensão de “interioridade e intimidade”. Acrescentou que tinha-se tornado evidenteque a antiga Basílica não conseguia responder às crescentes “multidões inter-mé-dias”, cada vez “mais frequentes e maiores”. Neste contexto, revelou ainda que “aactual Basílica deve ser destinada ao culto dos Pastorinhos”.As preocupações com o espaço litúrgico passam pela centralidade do altar, a faci-lidade na deslocação no interior da igreja e, também, com os aspectos acústicos. Odespojamento da igreja é “compensado” pelas obras de arte encomendadas a artis-tas internacionais, com destaque para o painel de 500 m2, atrás do altar, em ouro eterracota. A igreja tem forma circular, com 125 m de diâmetro, e é sustentada pordois grandes pilares que evitam colunas no interior do templo. O projecto, desenhadopelo arquitecto greco-ortodoxo, Alexandros Tombazis, combina a luz e a tecnologia,procurando respeitar a atmosfera de Fátima.Com um volume de quase 130.000 m3cúbicos e uma altura média de 15 m, a nova igreja de Fátima tem uma nave centralde 8.800 lugares sentados, configurada para duas capacidades diferentes: um pri-meiro espaço para 3.500 pessoas, separado por um biombo, poder ser comple-tamente aberto em caso de necessidade. No altar será colocada uma pedra retiradado túmulo de S. Pedro, oferecida pelo Vaticano. O interior da igreja é iluminado pelotecto, através de janelas viradas a Norte, dando prioridade à luz natural.

NOVA IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE EM FÁTIMA

Budapeste acolheu, de 16 a 23 de Setembro, a quinta sessão do ICNE, com o tema“Dar-vos-ei uma esperança e um futuro” e que acolheu 500 congressistas. Em todaa cidade existiram mais de 50 actividades de evangelização. Na Missa de abertura oCardeal Peter Erdö, Arcebispo de Budapeste, apontou os objectivos do Congresso:“A riqueza da fé cristã deve ser apresentada ao mundo de uma forma nova”. Porisso, a Igreja de Budapeste preparou missões que falam “a linguagem dos homensde hoje”, indo “ao encontro da cultura, da música, e da arte”.A delegação portuguesa foi presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, que dirigiua sua palavra ao Congresso na manhã do dia 20 de Setembro, sobre a “Vivência daAlegria na Nova Evangelização”.Bento XVI nomeou o Cardeal Camillo Ruini, vigário papal para a Diocese de Roma,como seu enviado especial às celebrações conclusivas da “Missão nas cidades daEuropa”.

5.ª SESSÃO DO CONGRESSO INTERNACIONAL DA NOVA EVANGELIZAÇÃO (ICNE)

Notícias

Page 66: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

66

Arco-íris

Quem não sonhou já com Veneza,deixar-se levar numa gôndola, pas-sear pelas ruelas, espreitar de umaponte, dar-se as mãos, dar-se umbeijo e sonhar acordado escutando odeslizar silencioso de uma gôndolaque passa?

Chegar a Veneza de barco, numa ma-nhã de primavera, quando o sol ain-da não venceu a neblina da manhã edeixa confusos os contornos da ci-dade, e a pouco e pouco a manhã ilu-mina radiosa as ilhas e o casario, é

VENEZAInterInterInterInterInterpelaçõespelaçõespelaçõespelaçõespelaçõesdododododolugarlugarlugarlugarlugar

uma lembrança única. Ver Venezatoda do alto da torre de S. GiorgioMaggiore numa tarde límpida e cheiade sol é recordação quase de fantasia.Passear ao acaso por ruelas e canaisé sonhar tranquilamente com aquiloque se foi e se quer ser.

Mas nem sempre foi assim, uma ci-dade de sonho. Veneza nasceu domedo. Os bárbaros invadiram a pla-nície do rio Pó e os seus habitantesfugiram para as ilhas. Ali encontra-ram refúgio para as famílias e volta-

LUÍSA E LUÍS SANTOS PEREIRA

Veneza é diferente. O seu apelo vem do facto de a vermos como única.

Page 67: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

67

Arco-íris

vam a terra firme para cultivar eprocurar alimento. Nas ilhas encon-traram água doce, em poços suficien-temente distantes da Laguna paraque não fosse salobra, e terra para assuas hortas. Adaptaram-se a esseambiente e desenvolveram a capaci-dade de navegar. Tornaram-se a pou-co e pouco os grandes comerciantesdo Mediterrâneo. E com isso cons-truíram pontes entre o Ocidente e oOriente. Mas também as quebraram,

Veneza não tem carros, tem gôndo-las; não tem táxis, tem gasolinas; nãotem autocarros, tem “vaporetos”;não tem avenidas, tem o CanaleGrande e o Canale della Giudeca; nãotem viadutos, tem o Rialto ou a pon-te “dei Sospiri”. As casas ricas têmsempre duas portas, uma para umcanal ou um “rio”, outra para uma“calle” ou uma pontezinha. As pra-ças e os pátios têm ainda os velhospoços de outrora. Toda a vida da ci-dade é marcada pela água, pelos ca-nais, pelas pontes, pelos barcos. Ospalácios mostram o esplendor me-dievo e, sobretudo, renascentista.Tudo isto dá à cidade uma persona-lidade única, uma atitude de calma ede intemporalidade.

O nascimento de Veneza é como o dealguém: a dor do parto, o chorar dobebé, que entra noutro ambientepara ir depois crescendo devagar,aprendendo a andar, a alimentar-se,a viver, que passa da infância à ju-ventude, se torna robusto, cheiode vontade e de esperança, realizasonhos, luta por eles, atinge um apo-geu, vive-o em alegria, depois enve-lhece, mas fazendo gala do seu pas-sado.

É também como o amor de um casal.Nasce tímido mas temeroso, depoisdesabrocha, vai crescendo, torna-sefértil, é fruto da luta pelo sonho, atin-ge a plenitude numa batalha perma-nente por ser mais, para não morrer;depois encontra meios de mostrar oseu esplendor, mesmo quando a ve-lhice faz fenecer a vida. É sobretudoigual ao amor do casal porque o su-cesso de Veneza vem do esforço por

como quando se aliaram aos turcospara destruir o poder de Constan-tinopla. A pouco e pouco também,foram perdendo o domínio dos ma-res e do comércio, mais que isso, fo-ram envelhecendo as suas estruturasinstitucionais e organizativas e hojevivem do passado. Quando Napoleãoacabou com a república de Veneza,os doges já eram apenas a continua-ção tardia das estruturas feudais.Veneza é agora um museu vivo, vi-rado para quem a visita, sempre be-la, sempre mais bela, mas em riscode se perder se as águas da Lagunasubirem.

Page 68: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

68

ir sempre mais além. Sem esse es-forço, sem tenacidade, sem sonho, osque se refugiaram nessas ilhotas daLaguna nunca teriam feito Veneza elá teriam ficado até que a paz lhestivesse permitido regressar a terrafirme e fazer uma vida sem esplen-dor. Também o casal que não luta,não sonha, não renasce dos fracas-sos, deixa morrer o amor e seguenuma vida não vivida, não deixandomarcas para os que os rodeiam, emque o querer se apaga, sobretudo emque o querer amar e ser amado vaidesaparecendo.Veneza foi ponte entre o Ocidente e oOriente. S. Marcos e S. Sofia são comoalmas gémeas, nascidas de uma mes-ma cultura. Mas em corpos de ir-mãos desavindos. Quando Constan-tinopla se tornou grandiosa e domi-nadora do Oriente, Veneza, perdido odomínio, aliou-se para a vencer. E aponte quebrou para sempre, já nãohá Constantinopla, o mundo de Is-tambul é outro, que o Ocidente con-tinua a olhar com desconfiança, semsaber lidar com as diferenças quecresceram porque a tal ponte foimesmo destruída.Veneza é diferente. O seu apelo vemdo facto de a vermos como única. Éisso que nos poderá levar a deixar-mo-nos atrair pelos outros: tambémeles são diferentes e únicos. Ver Ve-neza como diferente e única é fácil eagradável. Ver os outros como úni-

cos é mais difícil, tanto mais quantoas diferenças nos podem ser desa-gradáveis. O apelo de Veneza vemtambém da sua beleza, o que temosdificuldade de ver nos outros, às ve-zes tão marginais que se lhes passaao lado, como na estrada de Jericó emque só o samaritano viu a beleza doser criado que ali jazia.

Veneza tem a sua vida marcada pelaágua. Nós também fomos marcadospela água. Mas que marca as nossasvidas? Veneza foi feita por sonhosqueridos e tornados realidade atra-vés dos tempos. Também a vida doscasais começou pelo sonho e se foitornando realidade. Será que somoscapazes de continuar sonhando elutando por novos sonhos mesmoque às vezes nada pareça ser aquilocom que sonhámos?

Parede, Setembro de 2007.

Arco-íris

Page 69: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

69

Após ter sido aprovado pela Equipada Supra-Região, conforme já seanunciava na Carta periódica deMaio/Junho, foi assinado em Setem-bro o PROTOCOLO DE COOPERA-ÇÃO entre as Equipas de Nossa Se-nhora (ENS) e a Faculdade de Teo-logia da Universidade Católica dePortugal (FT-UCP).

Este protocolo tem por objectivo pro-porcionar uma oferta complementarde formação de elevada qualidade,baseada na Internet (e-learning), pelaFaculdade de Teologia da Universi-dade Católica, aos casais das Equipasde Nossa Senhora da Supra-RegiãoPortugal (Continente e Ilhas, Angola,Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé ePríncipe e África do Sul).

De facto a FT-UCP é uma Faculdadeda Universidade Católica de reco-nhecidos méritos e com capacidade etecnologia disponível para a concep-ção, implementação e leccionação decursos de nível Universitário, basea-dos na Internet (e-learning).

A primeira iniciativa concreta foi apromoção de um curso, já existente,de introdução aprofundada ao Cris-

tianismo, ministrado à distância(e-learrning), pela Faculdade de Teolo-gia em colaboração com o Secretaria-do Nacional da Educação Cristã:

SÍNTESE CATEQUÉTICA AVANÇADA(Curso pela Internet)

Uma Proposta de IntroduçãoAprofundada ao cristianismo

No protocolo prevê-se ainda a utili-zação da plataforma de “e-learning”da FT-UCP para acesso aos documen-tos e temas das ENS ali disponíveis,para facilitar a aprendizagem doscasais no acesso e utilização destaplataforma, bem como a preparaçãode novos cursos que se acordar de-senvolver em conjunto com os repre-sentantes designados pela FT-UCP.

As Equipas de Nossa Senhora, fo-ram representadas pelo casal Res-ponsável Supra-Regional Ana e Vas-co Varela e a Faculdade de Teologiada Universidade Católica de Portu-gal pelo seu Director Padre PeterStilwell.

COOPERAÇÃOENTRE AS EQUIPASE A CATÓLICA

Arco-íris

Page 70: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

70

Num tempo em que os cristãos sãocada vez mais chamados a assumir asua corresponsabilidade na edifica-ção da Igreja e na concretização dasua missão para a construção de ummundo mais humano e mais frater-no, a formação consistente e apro-fundada, ao nível da fé, torna-se umatarefa cada vez mais inadiável.

Fortemente empenhada nesta tarefa,a Faculdade de Teologia da Universi-dade Católica Portuguesa continua aapostar em possibilitar, a todos osinteressados, uma oportunidade deformação e aprofundamento da iden-tidade cristã, das razões do acreditare dos fundamentos da missão. Paraisso vai realizar, de Outubro de 2007a Julho de 2008, a 4.ª edição do CursoSíntese Catequética Avançada.

Trata-se de uma proposta de forma-ção no âmbito de e-learning que pos-sibilita um percurso de IntroduçãoAprofundada ao Cristianismo, a to-dos aqueles que não têm a disponibi-lidade, nem o tempo, para frequen-

tarem uma formação séria e aprofun-dada num regime presencial.

Entre os vários temas abordadosdestacam-se:

· Elementos da História e Geografiado Povo Bíblico.

· Estudo introdutório da Bíblia.· Marcos essenciais da História da

Igreja.· Doutrinas principais do cristianis-

mo (Mistério de Deus, Cristologia,Igreja, Sacramentos, Salvação).

· Traves mestras de uma Ética teoló-gica.

· Princípios de uma EspiritualidadeCristã.

As candidaturas decorrem de 18 deJunho a 31 de Julho (1.ª fase) e de 1 a29 de Setembro (2.ª fase).

Para mais esclarecimentos consultea página www.ft.lisboa.ucp.pt (Ensi-no a Distância / Síntese CatequéticaAvançada).

UCPOFERECESÍNTESE CATEQUÉTICA AVANÇADAPELA INTERNET

Arco-íris

Page 71: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

71

As nossas férias são, de vez em quan-do, diferentes, e este ano foram muitomais, sem que tenha sido precisamuita imaginação, revistas, net ouagência de viagens. De repente vimo--nos chamados a ir em missão a Mo-çambique, com outros dois casais eum sacerdote, com o objectivo de for-mar casais das Equipas de Nossa Se-nhora, de que fazemos parte há mui-tos anos.

As ENS, que têm como carisma a es-piritulidade conjugal e como propó-sito a santificação dos cônjuges nasua vocação matrimonial, encon-tram-se hoje espalhadas por muitospaíses do mundo, num universo de50.000 casais e quase 8.000 sacerdo-tes, sendo a língua portuguesa, gra-ças ao Brasil, a língua mais falada.

Na estrutura das ENS, e da mesmaforma que os outros países africanosde língua portuguesa, Moçambiqueestá por enquanto incluído na Supra--Região Portugal. Criou-se o ProjectoÁfrica, suportado pelas ENS de Por-tugal, com apoio da Espanha e doSecretariado Internacional das ENS,destinado a formar casais e solidifi-car a estrutura das ENS, tendo comoobjectivo a sua autonomia e a consti-tuição futura em Supra Região.Outros casais e sacerdotes estiveramem Cabo Verde e S.Tomé e Príncipe,enquanto nós estivémos em Queli-mane e em Maputo. Se Deus quiser,no próximo ano haverá missões emAngola e, talvez, na Guiné.Durante vários meses preparámosprograma e conteúdos, dando o me-

FÉRIASEM MOÇAMBIQUE

Se na vertente da formação estávamos preparados, estávamostotalmente impreparados e vulneráveis para o carinho e o afectocom que fomos literalmente inundados.

RITA E GASTÃO

(CASAL PROVINCIAL SUL)

Arco-íris

Page 72: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

72

lhor para imaginar qual a forma deexprimir e transmitir tudo o que jul-gávamos importante e necessário, nacerteza de que teríamos de, na pró-pria hora, recorrer também ao im-proviso.

Se na vertente da formação estáva-mos preparados, estávamos total-mente impreparados e vulneráveispara o carinho e o afecto com que fo-mos literalmente inundados.

Fomos recebidos e tratados com umagenerosidade rara, por pessoas quevivem de forma simples e pobre, quenos receberam de braços e coraçãoaberto nas suas casas de adobe echão de terra batida. Vimos, com

justo orgulho, o muito de bom que ládeixámos e percebemos como séculosde história comum construíram umaverdadeira irmandade, que ultra-passa largamente o mal que tambémse fez.

Não estávamos em terra inóspita,mas não deixámos de sentir um en-tusiasmo que nos pareceu ser seme-lhante ao dos verdadeiros missio-nários, confrontados com a bondadede pessoas, para quem o amor aCristo representa uma mudança devida, de uma radicalidade que nãopressentimos e não podemos talvezentender.

Postos frente a frente com pessoaspara quem a nossa presença é umverdadeiro presente, quase uma re-velação, somos obrigados a pôr emcausa os nossos valores e priorida-des, e a aceitar com a humildade pos-sível o nosso papel de instrumentosde Deus.

Vamos precisar de mais tempo paraolhar esta experiência e percebê-lapor inteiro, mas já sabemos que nãotrocaríamos por nada estas férias.

Arco-íris

Page 73: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

73

Page 74: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

74

Rostos do Movimento

Acabo de telefonar para a Casa dogaiato a pedir ao Sr. Padre Carlos au-torização para reproduzir na Carta

Das ENS o curto texto que publicouno “Gaiato” quando da morte do Ma-nuel Cunha, que se segue:

EM MEMÓRIADE MANUEL CUNHA

VISITA DA IRMÃ MORTE

Foi das crónicas no «Correio de Coimbra», que Manuel Cunha conheceu PaiAmérico. E enamorou-se. E nasceu correspondência entre os dois.Em vinda ao Porto, já na perspectiva de Paço de Sousa, Pai Américo foi ao«Espelho da Moda» e, ao vê-lo, ia pedir-lhe que chamasse o pai. A imagemconcebida das cartas trocadas não o fazia contar com aquele jovem, mas eraele o interlocutor.A partir de então a amizade devotada de Manuel e de toda a família Cunha aPai Américo e o apoio à Obra tornaram-se património que sempre nos acom-panhou e deu alento ao longo dos anos. Foi nesta relação de família nossa queeu próprio o conheci – e quanto bem correu daí!O «Espelho da Moda» foi até ao fim, uma janela aberta da Obra para o Porto,pela qual ambos se viam e comunicavam. Para além do «depósito» onde oPovo amigo entregava as suas ofertas, era o lugar de encontro, em circuns-tâncias várias, como as das Festas do Coliseu ou da Queima das Fitas. Masera, sobretudo, aquele pequeno gabinete escondido ao fundo da loja onde PaiAmérico parou tantas vezes a rezar, a desabafar, a falar de projectos em vis-ta, ou a alegrar-se por outros já conseguidos ... Quantos momentos impor-tantes da Obra da Rua passaram por ali! Àquele jovem que o surpreenderaao verem-se a primeira vez, chamava Pai Américo o seu «Director Espiritual».E se o não fosse para assuntos da sua alma, foi com certeza para muitos ne-gócios de bem fazer, que era a profissão de Pai Américo, e também o comércio deque, nessas horas, se tratava naquele gabinete.Foi ali a sua última estação minutos antes do desastre. Com Manuel Cunha aúltima conversa que travou neste mundo. Ei-los agora com a eternidade aoseu dispor para continuarem o diálogo.

Padre Carlos

SUZANA E CARLOS SOUSA GUEDES (PORTO 1)

PPPPPorororororto 1to 1to 1to 1to 1

Page 75: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

75

Rostos do Movimento

Também eu conheci o Manuel no «Es-pelho da Moda» e vezes sem contaencontrámo-nos “naquele pequenogabinete escondido ao fundo da loja”,para um chá e conversas sobre asnossas vidas apostólicas. É que euandei sempre “atrás” do Manuel nes-ses seus afazeres: primeiro na AcçãoCatólica quando Presidente da JuntaDiocesana e eu Secretário; depois naOrdem do Terço, ele Provedor e euSecretário; depois vieram as Equi-pas de Nossa Senhora, que a Emíliae ele trouxeram para o Porto, em quenós ingressamos desde a primeirahora.

Presentemente a Porto 1 reúne sem-pre mensalmente com os membrosque o Senhor ainda não chamou paraSi, mas temos sempre presentes oCarlos, o Zé, o Xico e o Manuel e aEmília.

São mais de cinquenta anos que reu-nimos, agora no céu e na terra, em no-me do Senhor, cada qual com as suasvirtudes e defeitos; e assim continua-remos a fazer até que o Senhor noschame a todos.

Do Manuel lembramos a sua total dis-ponibilidade, profunda fé e espanto-sa generosidade.

BODAS DE OUROMARIA JOSÉ E RUI CUNHA (PORTO 2)

Celebrámos no passado dia 13 deMaio as Bodas de Ouro do nosso ma-trimónio.

Foi um dia cheio de alegria e felici-dade, pois pudemos ter connosco 6dos nossos 7 filhos (um encontra-se aviver em Macau), os nossos 12 netos,a família e os nossos amigos mais ín-timos. Dentre estes, evidentemente,

os casais da nossa equipa, a Porto 2,e um casal representante dos seusfilhos.

A preparação desta celebração foilonga e maravilhosa para nós, por-que resolvemos contar, por escrito,algumas vivências desde o dia emque nos conhecemos.

A ideia surgiu quando, num jantarde domingo, habitual encontro comos filhos e netos, um deles nos disseque conhecia pouco da nossa vida.

Calmamente fizemos um índice, aque chamamos “rascunho”, onde es-

Aconselhámos vivamente os nossos fi-lhos a fazerem de vez em quando en-contros de recordações das suas vidas

Page 76: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

76

crevíamos os factos de que nos íamoslembrando. Após alguns meses, jácom uma grande quantidade de re-cordações, começámos a escreve-las,ordenando-as no tempo (tanto quan-to possível) e por assuntos.

Durante os últimos dois anos vive-mos intensamente este documento, aque chamamos “AOS NOSSOS FI-LHOS”.

Escrevemo-lo à noite com a casa emsilêncio e na esperança da surpresa.Quantos olhares e gestos de ternuranão tivemos nestas deliciosas noites!Quantas e quantas vezes nos nãovieram as lágrimas aos olhos ao re-cordar o quanto fomos e somos feli-zes, sempre numa atitude de agra-decimento a Deus por nos ter feitoconhecer e viver um com o outro.

Foram muitas horas de encontro adois, em que tornamos presentestodas estas maravilhas, pois fazemparte da nossa vida.

Também nos aproximou muito a in-timidade que tivemos para descrevere relembrar estes factos, pois muitosdeles estavam já “arrumados” nasprateleiras da nossa memória.

Aconselhámos vivamente os nossosfilhos a fazerem de vez em quandoencontros de recordações das suas

vidas, pois serão de certeza muitofrutuosas.

Estas nossas memórias estão certa-mente incompletas, pois nos vamoslembrando, de vez em quando, de ou-tros pedaços da nossa vida.

Com tempo vamos tentar acrescen-tá-los e talvez um dia lhes ofereça-mos as actualizações. Mas, tambémestarão inacabadas, pois só Deus sa-be quanto tempo de vida ainda tere-mos para experimentarmos novasvivências.

Foi um momento emocionante quan-do, ao almoço, lhes entregámos estasurpresa!

A celebração começou na missa doDia na nova Igreja de Ramalde, foiconcelebrada pelo Pároco, que presi-diu, pelo Padre Carlos Galamba, quetinha presidido ao nosso casamento,pelo Frei Bernardo, nosso amigo eConselheiro Espiritual da nossa equi-pa, e pelo nosso primo Padre JoséAmorim.

O coro de Ramalde foi reforçado poralguns dos nossos filhos e netos.

Seguiu-se um animado almoço, ondetivemos a surpresa de ver um filmefeito pelos nossos filhos com fotogra-fias e comentários a propósito danossa vida de pais e avós.

Rostos do Movimento

Page 77: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

77

Qualquer caminha-da, por mais curtaque seja, implica ne-cessariamente de-sinstalação e dispo-nibilidade paraenfrentar dificulda-des. Quando a essesingredientes se jun-ta o sentido da pere-grinação, a camin-hada transforma-senum pretexto e nu-ma oportunidadepara um encontropessoal e íntimocom Deus.

Foi com esse objectivo que a EquipaTorres 12, do Sector de Torres Ve-dras, organizou uma peregrinação aFátima no passado dia 26 de Maio,um sábado, com partida da povoa-ção de Minde, distante 17,5 km dosantuário mariano da Cova da Iria.

Vários casais de outras equipas, bemcomo os filhos e outros familiares eamigos, associaram-se à iniciativa,apetrechados de cajados e mochilas.

O grupo avançou através dos tradi-cionais Caminhos do Tejo, um percursoefectuado pelos milhares de peregri-

CASAIS DAS ENSDE TORRES VEDRASCAMINHAM ATÉ FÁTIMAEQUIPAS TORRES 12

Início da caminhada, ainda em Minde

O sentido da peregrinação, a caminhadatransforma-se num pretexto e numa oportu-nidade para um encontro pessoal e íntimocom Deus.

Rostos do Movimento

Page 78: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

78

nos que, ao longo de séculos, cami-nharam rumo a Santiago de Com-postela vindos do sul da Península edo Norte de África, e que, desde 1917,passou também a ser utilizado porquem se dirigia a Fátima. A recupe-ração desses antigos trilhos, levada acabo recentemente pelo Centro Na-cional de Cultura, colocou à dispo-sição dos peregrinos do século XXIum trajecto aprazível, que se pro-longa por entre campos e arvore-dos, sempre com a Serra d’Aire nohorizonte.

A caminhada teve início pelas 9h30,em Minde, e prolongou-se até cercadas 17h30, altura em que o grupochegou à Cova da Iria. Durante o per-curso houve lugar a diversos mo-mentos de silêncio, de reflexão e deoração. As crianças presentes apre-

sentaram algumas teatralizaçõessobre trechos bíblicos e sobre osacontecimentos de Fátima. Foi cele-brada também a missa de Domingode Pentecostes, presidida pelo padreAntónio Ramires, assistente espiri-tual da Equipa Torres 12.

Já em Fátima houve ainda lugar auma largada de balões de diversascores, que pretendeu evocar o senti-do da diversidade e do anúncio, ca-racterísticas associadas à festa doPentecostes. A peregrinação termi-nou simbolicamente junto da ima-gem de Nossa Senhora, na Capelinhadas Aparições, onde cada uma dascrianças presentes depositou umaflor como sinal de esperança na edi-ficação de um mundo mais atento àsnecessidades dos homens e ao pro-jecto de Deus.

Momento da Celebração Eucarística

Rostos do Movimento

Page 79: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

79

Como é tradicio-nal acontecer dedois em doisanos, a RegiãoRibatejo-Oestelevou a efeito, nopassado dia 3 deJunho, o Dia daRegião, que mar-cou o encerra-mento do anopastoral, comum tempo deformação, par-tilha e convívio.Este ano coubeao Sector de San-tarém a organi-zação do evento,o qual teve lugarna Quinta daFeteira, em Almeirim.

Estiveram presentes quase 300 pes-soas entre casais das equipas e de-mais familiares e amigos, perten-centes aos Sectores de Santarém,Torres Vedras, Caldas da Rainha eTomar. O encontro teve início comuma oração da manhã, pelas 10h30,seguida de duas conferências, a pri-meira delas proferida pelo casal Milúe Luís Henriques (ex-casal regionaldo Ribatejo-Oeste), intitulada “ENS –Comunidade de Amor”, e a segunda

pelo casal provincial Rita e GastãoCunha Ferreira, que desenvolveramo tema “Viver pela exigência”. De-pois do almoço, que contou, entre ou-tras coisas, com a inevitável sopa depedra, seguiu-se um agradável mo-mento de convívio, com a actuaçãode um rancho folclórico peculiar, for-mado integralmente por casais deuma equipa de Almeirim e com umconcerto vocal e instrumental do“Projecto Tutti Trio”. O “Dia da Re-gião” terminou com a celebração daEucaristia pelas 17h30.

ENCERRAMENTODO ANO PASTORAL

RRRRReeeeegiãogiãogiãogiãogiãoRibatejo-OesteRibatejo-OesteRibatejo-OesteRibatejo-OesteRibatejo-Oeste

Rostos do Movimento

Page 80: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

80

No passado fim-de-semana, de 1 a 3de Junho, realizou-se o Encontro deEquipas Novas (EEN) no Turcifal. Estafoi a nossa primeira verdadeira in-gressão, como casal e como Equipa, noespírito do Movimento. E a experiên-cia não poderia ter sido melhor!Para além do espaço agradável e daóptima organização, ficámos com anítida sensação de que recebemosmuito mais do que aquilo que pude-mos dar ...Com efeito, a metáfora do caminho eos quatro temas à volta deste - “Quemnos guia?”, “Para onde vamos?”, “Oque levamos na mochila?” e “Quemvai connosco?” - pareceu-nos ade-

quadíssima ao percurso que, em casale em Equipa, nos propusemos em-preender há pouco mais de um anoatrás. E, ainda que o compromisso danossa Equipa tenha sido adiado (entreoutras razões, para nos dar tempo decompletar os Cadernos de Pilotagem),cremos que foi importante para nós- e para o resto da Equipa, a quemtransmitimos as nossas “impres-sões” - testemunhar o compromissoque outras Equipas fizeram durantea Eucaristia de encerramento do En-contro.

A riqueza das reuniões de equipasmistas é, também, um ponto essenciala focar. Só aquele Espírito que, no fun-

ENCONTRODE EQUIPAS NOVASANA E CRISTÓVÃO BYRNE (EQUIPA 211-C)

TTTTTestemestemestemestemestemunhounhounhounhounho

Ficámos com a nítida sensação de que recebemosmuito mais do que aquilo que pudemos dar ...

Rostos do Movimento

Page 81: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

81

do, nos trouxe àsENS poderia per-mitir que, num tãocurto espaço detempo, abríssemoso nosso coração apessoas que tínha-mos acabado deconhecer, quandonas nossas pró-prias Equipas foimuitas vezes ne-cessário dar algumtempo até que to-dos tivessem o àvontade para ver,nos outros casais, companheiros decaminhada. Por outro lado, a parti-lha/troca de experiências com os ou-tros casais permitiu-nos ver que, nal-

guns pontos, não estamos “tão mal”(ou tão bem ...) quanto pensávamose, noutros, que cada Equipa é umaEquipa e é com base nessa diversi-

dade que se constrói o talcaminho.

Com efeito, é nesta rea-lidade de “todos diferen-tes, todos iguais” que estáa beleza de pertencer aum Movimento que, commais de 70 anos, continuaa atrair gente de todo omundo e a desafiar mi-lhares de casais, em plenoséculo XXI, a ver na espi-ritualidade conjugal o ver-dadeiro caminho para al-cançar a tão famigeradasantidade ...

Rostos do Movimento

Page 82: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

82

Pinheiro da Bemposta foi o local on-de, no último fim-de-semana, a nossaequipa de casais esteve reunida.

Momentos bons, de convívio, anima-ção e partilha.

Momentos que servem para que haja,entre os 5 casais que formam a equi-pa, maior abertura e para que a ami-zade fique mais cimentada.

Momentos diferentes daqueles quesão vividos nas reuniões mensais,onde temos de “obedecer” a regrasque fazem parte do Movimento - aOração, a Palavra de Deus, a Parti-lha, o Pôr em Comum e o Dever deSentar - tudo isto com o “Sr. Relógio”a fazer-nos andar ao ritmo dos seussegundos e minutos, como que a que-rer ser o “orientador” da reunião.

Estes foram ainda para nós momen-tos de privilégio porque, apesar dosseus muitos trabalhos pastorais, ti-vemos connosco o Conselheiro Espi-ritual, Padre Querubim, a quem mui-to devemos por todo o esforço paranos continuar a orientar.

Mas tudo teve ainda mais sentidoporque temos a certeza que Maria,Mãe de Deus e nossa mãe, olhou coma doçura do seu rosto para todos nós,nos acompanhou e abençoou, sendoa medianeira das nossas preocupa-

ções e necessidades, junto de seu fi-lho, Jesus.

Todas estas vivências são graças querecebemos e que perderíamos se nãopertencêssemos a este grande Mo-vimento de Espiritualidade Con-jugal, que são as Equipas de NossaSenhora.

Obrigado, Senhor, por termos sidoescolhidos para as ENS.

Ajuda-nos a sermos Tuas testemu-nhas, na alegria do nosso sacramen-to, para que outros se sintam mo-tivados a seguir-Te através desteMovimento, escola de amor e de par-tilha com os outros.

ÁGUEDA 3EM CONVÍVIO

Rostos do Movimento

Page 83: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

83

... um grupo de amigos, que habitual-mente se sentavam numa praia, paraconversar, divertir-se e contemplar omar.

Até que um dia, um deles arriscoupropor conhecer o próprio mar,aquele mar que tantas vezes olha-vam, mas que para a maioria era sóaquele pedaço que banhava a praia ese estendia até à linha do horizonte.

A ideia era tentadora, porque se estarna praia já era muito bom, navegarsobre as águas imensas daquele mar,seria bem melhor. Contudo como sairda praia?

Foi então que surgiram, naquelapraia, dois navegadores de longa

data, que contaram as suas expe-riências e vivências naquele mar, eque ele era bem mais imenso do quea nossa humilde percepção, mas quetambém nós poderíamos construir onosso próprio barco e juntarmo-nosa outros tantos marinheiros que fa-ziam parte daquela frota, para queassim contemplasse-mos a imensi-dão do mar.Com algumas dificuldades, mas comdedicação, começou-se a construir onosso pequeno barco, apenas comseis tábuas duplas, para assim sermais forte, ainda que de diversos ta-manhos e feitios, se foram encaixan-do e ficou um belo barco. Depoisacrescentamos ao barco um leme,para que nos desse a estabilidade e a

ERA UMA VEZ ...FAFE II

Consigamostodos juntosenfrentar ventose tempestades,ondase rochedos.

Rostos do Movimento

Page 84: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

84

direcção que precisaríamos na nave-gação.Durante sensivelmente um ano ten-tamos perceber as tácticas e as ma-nobras, testando também cada umadas peças e a consistência do nossobarco, fazendo ainda pequenas via-gens contudo sem avançar muitoadentro naquele mar, sendo que du-rante este período fomos sentindo apresença de uma Luz que brilhavano Céu, que nos orientava nas via-gens e nos dava alento para que nãodesistíssemos.Por isso hoje estamos aqui perantevós, para lançar o nosso barco aomar, de velas içadas e bem lá no alto

a bandeira das Equipas de Nossa Se-nhora, pronto para navegar, nesteenorme Mar da Vida e que sob a Luzda Nossa Mãe do Céu, consigamostodos juntos enfrentar ventos e tem-pestades, ondas e rochedos, que cer-tamente nos irão surpreender nestanossa grande expedição, que é alcan-çar as águas tranquilas onde JESUSCRISTO é o Mestre do Mar da VIDA.

Até ao fim pedi um milagre.

A parada foi subindo, mas sempreacreditei.

Mal sabia eu que o milagre já me foradado: era esta amiga, mulher, comquem vivi.

Na fase final da sua doença, sucede-ram-se os sinais, imagens, palavrascarinhos de Deus. Uns atrás dos ou-tros: rezei por intercessão de Nossa

Senhora de Fátima quando foi inter-nada e no dia seguinte ela veio a Lis-boa; rezei por intercessão da MadreTeresa e uma imagem de Maria queela trouxe para Portugal apareceu noquarto da Cuquinha; rezei por inter-cessão da irmã Lúcia e ela levou-aexactamente um ano depois de par-tir também; rezei por intercessão doPapa João Paulo II e estava eu e aCuca a rezar com o terço que ele deu,quando ela adormeceu no Senhor.

IN MEMORIAMCUCA (3.JUN.59 - 13.FEV.06)

JOÃO PAULO SACADURA

Rostos do Movimento

Page 85: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

85

Percebo agora que todos estes sinaisnão eram para ela, mas para mim.

Sossega, João Paulo, Eu preciso delamais perto!”

Deus pô-la a caminhar neste mundopara mim, ainda antes de eu nascer, epartilhou comigo metade da minhavida.

Dias depois de a conhecer, andei cemquilómetros à boleia para lhe pedirnamoro.

Ela aceitou e a minha vida ganhououtro sentido, para melhor e maisalto.Os pais, irmãos e filhos não se esco-lhem e ambos tivemos sorte; o com-panheiro para a vida escolhe-se e eutive ainda mais sorte.

Temos a sorte de ambos termos famí-lias unidas, numerosas e fantásticas.

Dócil amiga, meiga, boa, trabalha-dora, responsável, divertida, foi sem-pre o meu equilíbrio, a minha paz, oombro que tantas vezes precisei.

Com ela fui - e sou - um homem feliz.A ela devo a maior lição de amor querecebi: quis estar na minha cabeceiraquando tive um grave acidente. Nemera preciso conversar: só queria es-tar. Ali ao lado, presente, como Mariaao pé da Cruz. Por isso não conseguilargar a sua cabeceira nestas noites.

Rezei muito com ela, falei-lhe muito,declarei-me mais, sosseguei-a.

Deu-me dois filhos maravilhosos.Uma herança a acarinhar. Já doente,

a sua primeira preocupação foi paraeles. Como sempre, mas agora já nãorezamos com ela, nem por ela, maspor intercessão dela.

Confortada com os últimos Sacra-mentos, comovia-se com as atençõesdos muitos amigos que tem e sempreteve, dos mais antigos aos mais re-centes e amigos de infância. Nos seusúltimos dias, dizia que rezava pou-co ... A sua vida já era uma oração!Deu sentido ao sofrimento e a suador teve efeitos maravilhosos a todaa nossa volta.

Não tenho qualquer dúvida que aCuquinha era santa, e que está empaz, no Céu e connosco. (Se por meaturar durante 23 anos de namoro ecasamento o merecimento já seriagrande, acreditem!).

Custa muito ver partir quem mais seama. Não imagino maior dor.

Eu não sou um homem forte, mas te-nho a força que ela me deu.

É bom poder partilhar com todos es-te dia - o mais feliz da sua vida.

A saudade é muita, mas a presença émais forte.

(Vá, descansa em paz, amor, todos ficamosbem - e ainda mais perto de ti, porque tetrazemos dentro de nós.)

Nunca chegarei às bodas de ouro,nem sequer às de prata.

Que importa?

Fui casado 16 anos e meio com umdiamante.

Rostos do Movimento

Page 86: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

86

Acabo agora de vir de um retiro dasEquipas de Nossa Senhora, de cabeçafresca, ainda meio embalada por umambiente que, daqui a uns dias (infe-lizmente) não passará de um senti-mento nostálgico que me leva a an-siar pelo próximo. Antes que estasensação se desvaneça, decidi deixaraqui expresso um pouco daquilo quesinto e que aprendi. Faço retiros háquatro anos e cada um que passa,parece ainda mais frutífero que o an-terior.

Um retiro é, para mim, um “pedaci-nho de céu”, que me é dado tão gene-rosamente pelo Senhor, e que me“aguça” o apetite, o desejo de me en-contrar com o Criador. Dá-me umalento fervoroso para continuar abuscar a presença de Cristo em mim.É fabuloso sentir como Deus é tãobelo. E, por outro lado, é devastadorreconhecer a nossa pequenez e cons-tatar que este mundo terreno, umamera passagem, está longe de “fazera Sua vontade como no Céu”.

O orientador do nosso retiro falou--nos da relação em casal e da relaçãocom Deus, mas chamou-nos parti-cular atenção à oração e à comunhão:“A felicidade não se obtém levantan-do muros, mas construindo pontes.”

Outro ponto que me chamou a aten-ção foi que, cada vez mais, nos diasque correm, os cristãos têm que seapoiar mutuamente em “pequenosnúcleos”, uma vez que é mais fácilincrementar a nossa fé partindo deuma pequena escala. Por isso, é tãoimportante investir na pequena“Igreja doméstica” – família. Cadavez mais a nossa salvação passa poraí. A nossa vocação de esposos e paisé abençoada por Deus, que por seuintermédio quer que sejamos santos.

O nosso propósito maior como cris-tãos, na minha opinião, é procurartrazer Deus connosco e sentir estaalegria imensurável de sentir queDeus nos ama, ainda que nada va-lhamos.

Não deixeis de fazer um retiro espi-ritual, pelos menos anualmente, paraficardes com esta sensação, nem queseja só por um momento, de trazerno coração um “pedacinho de Céu”.

Obrigada Senhor.

UM “PEDACINHO”DO CÉUSANDRA SOUSA

Obrigada Ceição e Manuel Spratley.Obrigada Sr. Padre Joaquim (e, já agora, FreiBernardo, Frei Pedro, e tantos outros guiasespirituais que nos elevam a ideais tão be-los).

Rostos do Movimento

Page 87: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

87

Um ponto alto da vida eda caminhada quares-mal e de uma vivênciareligiosa do Movimentodas Equipas de NossaSenhora, sector da IlhaTerceira foi o RetiroAnual, nos dias 17 e 18de Março de 2007, emAngra do Heroísmo,com a participação de54 casais.

Foram orientadores deste retiro o có-nego José de Lima e o padre Júlio quegentilmente acederam aos convitesque lhes foram dirigidos pelo Sector.A longa e vasta experiência do Sr.cónego José de Lima e a sua naturaldisposição para uma comunicaçãofácil, agradável, bem como a profun-didade das ideias apresentadas esti-veram em paralelo e em comple-mento muito enriquecedor, com osconhecimentos, a juventude e a boadisposição do Sr. Padre Júlio.

As suas intervenções tocaram fundoa sensibilidade e o interesse dos ca-sais presentes, que saíram da casa deSanta Catarina mais ricos na sua es-piritualidade e nas suas motivações

e ao mesmo tempo inquietos comnovas responsabilidades, quanto àvivência e coerência com os valoresdo Matrimónio, em face das exigên-cias crescentes com as realidades e osproblemas do meio social, em quecada um está integrado e as respos-tas que urge dar.

O Cónego José de Lima, depois de terreferido que o ser cristão é seguirCristo e que ser uma família cristãtem que significar ser manso, imitarCristo e que a verdadeira prática re-ligiosa não se traduz só com a fre-quência aos sacramentos e ir à missa.A fé tem que traduzir-se num encon-tro com uma pessoa que é Jesus Cris-to, mas também encontrar-se com

RETIRO ANUAL

SectorSectorSectorSectorSectordadadadadaIlha Ilha Ilha Ilha Ilha TTTTTerererererceirceirceirceirceiraaaaa

IMPLICAÇÕES SOCIAISDO SER CRISTÃO HOJE

CASAL LUCELINDA E JOSÉ ROCHA

Rostos do Movimento

Page 88: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

88

alguém, ser descobertopor alguém. DescobrirCristo e deixar-se des-cobrir por ele. Paraalém de dar testemu-nho do seu trabalhopastoral, particular-mente com a juventu-de estudantil ao longode mais de 40 anos,afirmou que amar ésobretudo deixar quealguém ame o outro àsua maneira e que ver-dadeiramente ninguém ama, se antestambém não for amado.

Por parte do Sr.Padre Júlio a sua in-tervenção centrou-se no tema “Omundo desafia a família” constituiuuma intervenção abrangente e si-multaneamente de incentivo paraque cada um faça uma leitura abertae empenhada sobre a realidade e omundo em que vivemos.

De seguida, debruçou-se sobre o queconsiderava serem os grandes desa-fios que se colocam actualmente àfamília: vivermos num tempo trági-co, num tempo do terrorismo e daintolerância, de desencanto e da per-da de valores, de destruições, tra-gédias e também de abandono daIgreja.

Defendeu a ideia de que a Igreja pre-cisa de mais padres e de mais leigosempenhados, de famílias que sejamum farol, um sinal de esperança e deluz do mundo. Conclui a sua inter-

venção, referindo que o cristão nãopode viver sem esperança, sendo porisso responsável por transportaressa esperança para o mundo e fun-damentados em Cristo.

Com base nas perguntas, “que tes-temunho cristão podemos dar comofamília?”, “qualidades do maridoideal, qualidades da esposa ideal?” e“quantos filhos existem no vossogrupo?”, foram constituídos gruposde casais de reflexão que, partindo daexperiência da sua vida, vieram atransmitir em plenário, através deum porta-voz, o resultado para to-dos os presentes.

Este encontro de casais constituiu,sem dúvida, uma oportunidade mui-to importante para os participantes.Houve reflexão e debate intensos,onde as vivências, preocupações eexperiências de cada casal ganharamnova expressão, enquadradas numaperspectiva cristã.

Rostos do Movimento

Page 89: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

Assim aconteceu no dia2 de Junho em Braga,onde o Casal Felgueirasreuniu todos os CasaisResponsáveis de Sector(cessantes e futuros) etambém o Casal da ECIPe o Casal Correspon-dente. Éramos muitos,de facto, mas todos dis-postos a pôr os seusdons ao serviço das ENSpara que o movimento produzafrutos e produza em abundância.

Depois de uma refeição simples maspartilhada, com muita alegria, pro-cedeu-se à apresentação dos casais eassim em pouco tempo passámos aconhecermo-nos e tornámo-nosamigos.

Meditou-se na 1.ª Carta de S. Pauloaos Coríntios (3, 7-8) e interiorizou--se que “... nem o que planta nem oque rega é alguma coisa, mas sóDeus, que dá o crescimento”.

Fez-se o balanço do ano findo, trans-mitiram-se avisos de acontecimentose datas para o próximo ano, tendo

sido sublinhado os 60 anosda Carta e a necessidade deacções de formação I e II.

Falou-se na divisão do sec-tor Chaves\Vila Real\Alijópassando no futuro a regiãoa ter 9 sectores: Braga, Cha-ves, Vila Real, Alijó, Fama-licão, Guimarães, Lamego,Póvoa de Varzim, Trofa eViana do Castelo.

HORA DE BALANÇOE RENOVAÇÃO RRRRReeeeegiãogiãogiãogiãogiãoNorNorNorNorNortetetetete

Casais que cessaram funções

Casais que assumiram responsabilidades

“Tanto o que planta como o que rega são iguais e cada um receberá arecompensa conforme o seu trabalho. Efectivamente todos são coope-radores de Deus” (1 C 3, 7-8)

Rostos do Movimento

Page 90: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

90

Regressámos da nossa viagem atéFátima, vindos da nossa Peregrina-ção, actividade escolhida pela Equiparegional para o nosso dia da RegiãoSintra. Pode dizer-se que é uma tra-dição do que já existia na ex-RegiãoSul, donde “saímos” nós Região Sin-tra e que quisemos com todo o gostomanter.

Este Dia da Região, escolhemo-lo pa-ra que fosse em Maio, por várias ra-zões. É o mês de Maria, e embora nãosejamos um Movimento mariano,somos um Movimento que tem Nos-sa Senhora como sua padroeira. Di-zia o Padre Caffarel que não há me-lhor maneira de chegar a Jesus que

não seja através de Sua Mãe:S o m o s Equipas de NossaSenhora! É a Mãe que nos guia enos con- duz ao Filho!

Neste mês de Maio, to-dos os sectores da nos-sa Região celebraram osacramento da família,ou seja o Sacramentodo Matrimónio, em vá-rias paróquias. Foi umsinal muito bonito eum grande testemunho

para as diversas co-munidades. Defacto é um mês que convida aestarmos mais perto de Maria e estanossa ida até Fátima é também sinalde acção de graças a Deus, porintercessão de Maria, por sermoscasais ENS, por esta graça que nos foidada, em be-nefício de uma melhorconjugalidade para nós, de umamelhor espiritua-lidade, quer comoseres individuais quer sobretudocomo casais.

A Conferência Episcopal Portuguesaescolheu também o mês de Maio paradedicar uma semana à Família, no-meadamente à Vida, o que já faz des-de 1994. Hoje, dia 20 de Maio, é o úl-

PEREGRINAÇÃOA FÁTIMA

RITA E DAVID DUQUE (CASAL REGIONAL DE SINTRA)

Dizia o Padre Caffarel que não há melhor maneirade chegar a Jesus que não seja através de Sua Mãe.

RRRRReeeeegiãogiãogiãogiãogiãoSintraSintraSintraSintraSintra

Rostos do Movimento

Page 91: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

91

timo dia dessa semana escolhidapela CEP (de 13 a 20 de Maio) sob umtema muito bonito: Felicidade hu-mana - Preocupação de Deus, inicia-tiva lançada pelo saudoso Santo Pa-dre João Paulo II em 1991.

Ainda, e por fim, estamos também aviver as comemorações dos 90 anosdas aparições em Fátima. Exacta-mente desde 1917 até 2007, decorre-ram já 90 anos das aparições da Vir-gem do Rosário aos pastorinhos.

Quisemos nesta nossa viagem, tam-bém comemorar, de uma forma sim-ples e modesta, esta data. São de fac-to todas estas as razões que noslevaram até à Senhora do Rosário.Nesta acção de graças, fomos sobre-tudo louvar a Deus, rezar e saudarMaria.

Após uma viagem de autocarro já emespírito de peregrinação (escolhemoscomo tema para a nossa viagem deautocarro, exactamente o facto de es-tarmos no último dia da Semana daVida), cantando e meditando o 1.ºTerço do Rosário, chegámos à Rotun-da dos Pastorinhos, onde fomos “re-

cebidos” com uma imensa chuva quenos convidava a retroceder, mas odesafio lançado pelo Padre MárioPais, que nos acompanhou, fez-nosavançar, passo a passo, numa ViaLucis até à Capela de Santo Estêvão(Calvário Húngaro), disponível paranós, para ali celebrarmos a SantaMissa. Como dizia o Padre Mário fo-mos acolhidos com uma grande“Chuva” de Bênçãos e o tempo ia me-lhorando, já quando saímos da cape-la, rumo ao Parque dos Piqueniques.

Depois de um saboroso piquenique,em alegre partilha, fomos rezar o 2.ºTerço, nas “arcadas” da Basílica,num santuário repleto de muitos emuitos fiéis. Por todo o lado ouviam--se cânticos e orações.

Regressámos ao autocarro para aviagem de regresso e o 3.º Terço foirezado e cantado, concluindo-se as-sim o nosso Rosário, neste dia deMaio, neste dia de frio, mas “aque-cido” pelo imenso calor da alegriavivida no louvor ao Pai do Céu atra-vés de Maria, em comunidade ENS,Região Sintra.

Rostos do Movimento

Page 92: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

92

Uma boa parte dos casais das Equi-pas de Nossa Senhora do Sector A daRegião Sintra, esteve presente naIgreja Paroquial de São José, no Al-gueirão, no último dia 6 de Maio, pe-las 19,00 horas: tratava-se da Missado 1.º Sábado que incluiria a home-nagem a três Conselheiros Espiri-tuais que, no decorrer deste ano de2007, celebrarão as Bodas da Orde-nação de Ministros Sagrados e dezCasais que, no mesmo período, com-pletarão Bodas Matrimoniais.

BODAS MATRIMONIAIS

São eles, agrupados por Equipas: Al-gueirão I – Diácono Manuel Valinho –(20 anos), Casal Rosa e Serafim Ri-beiro (55 anos), Casal Celeste e Ma-nuel Valinho (50 anos) e Casal Mariada Conceição e Luís Cunha (35 anos);Algueirão II – Casal Catarina e JoséGanito (35 anos); Algueirão IV – Pa-dre Delmar Barreiros (45 anos) e Ca-sal Otília e Mário Moniz (40 anos);Paiões – Casal Ana Maria e João Rosa(35 anos) e Casal Maria da Concei-ção e Hugo Valentim (40 anos); Rio

MARIA JÚLIA E ÓSCAR PEREIRA (ALGUEIRÃO I)

SectorSectorSectorSectorSectorSintra ASintra ASintra ASintra ASintra A

Rostos do Movimento

Page 93: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

93

ciando-se assim o Movimento dasEquipas de Nossa Senhora no Conce-lho de Sintra. Referimo-nos ao casalCeleste e Manuel Valinho, que no se-guimento da homenagem que acaba-ra de lhes ser prestada pelas Bodasde Ouro Matrimoniais e ainda pelos20 anos da sua Ordenação Diaconal,quis o Casal Responsável da Regiãode Sintra, Rita Maria e David Duque,oferecer-lhes uma réplica da imagemde Nossa Senhora, que lhes tinha si-do entregue quando assumiram aresponsabilidade da Região. Umagrande salva de palmas brindou estacerimónia e foi notória a comoção docasal homenageado.

Foi um momento alto para os casaisda Equipa Algueirão I! A alegriatransparecia nos rostos daqueles quenas reuniões da Equipa ou arros-tando as vicissitudes da vida, têmencontrado sempre no Diácono Va-linho, a palavra esclarecedora, o con-selho e o auxílio nas suas dúvidas,problemas e desânimos e, no CasalValinho, a compreensão e a sensibi-lidade que, numa perspectiva de ca-sal, melhor sentem, entendem e me-lhor os ajuda. Bem hajam!

O lanche numa dependência do Cen-tro Comunitário, com a partilha dobolo pelo Casal Rosa e Serafim Ribei-ro e o agradável convívio que habi-tualmente se gera entre os casais dasEquipas de Nossa Senhora, encerra-ram este encontro, cuja recordaçãoperdurará na memória de todos nósque seguimos a Mãe de Deus e nossaMãe, em direcção a Cristo.

de Mouro I – Padre João de BritoAnastácio (60 anos) e Casal Mariade Lourdes e Joaquim Gonçalves(45 anos); Rio de Mouro II – CasalAnabela e Manuel Morais (25 anos);S. João das Lampas II – Ana Isabel eEduardo Perpétuo (5 anos).

Com um apoio logístico eficiente e aapresentação das cerimónias a cargodo Casal Catarina e José Ganito, ini-ciou-se a Eucaristia, celebrada peloPadre Nuno Westwood, ConselheiroEspiritual da Equipa de Sector, acom-panhado pelo Diácono Manuel Va-linho, Conselheiro Espiritual daEquipa Algueirão I. Na homilia, oPadre Nuno, como sempre, prendeua atenção de todos com a sua palavrafluente, entusiástica e amiga.

Depois dos Casais presentes reno-varem em coro as promessas feitaspor ocasião do Matrimónio, seguiu-se a original cerimónia do beijo dasalianças. Todos os homenageadosreceberam das mãos do Casal Res-ponsável de Sector, Helena e Fran-cisco Correia, um “pergaminho” alu-sivo ao acto e ainda, aos que nesteano celebrarão as Bodas Matrimo-niais de Prata ou de Ouro, foi entre-gue também um documento de SuaSantidade, o Papa Bento XVI, conce-dendo-lhes a Bênção.

Seguiu-se depois a surpresa: a justahomenagem a um casal que, tendovindo do Porto, onde já pertenceraao Movimento das ENS, fundou comoutros sete casais, em Outubro de1970, a Equipa Algueirão I, integradadepois no Sector Lisboa – Termo, ini-

Rostos do Movimento

Page 94: “MAIS ALGUMA COISA” - ENS · 2018-10-01 · ALGUMA COISA” Talvez porque a data do fecho das comemorações dos 60 anos se apro-xima rapidamente, apeteceu-me um dia destes voltar

94

João SilvaEquipa Mem Martins I, Sector Sintra A

Partiramo Paipara

“Quem me segue nãoandará nas trevas,mas terá a luz da vida.”

Jo 8, 12b

Amândio LousaEquipa Algueirão IV, Sector Sintra A

Também as suas viúvas deixaram as equipas. A dor que as atingiunão permite, nestes dois casos, que continuem connosco, comoequipistas ( ao contrário de muitos outros casos que, apesar da dor,preferem ficar em Equipa).

Grandes perdas para o Sector Sintra A!

Rostos do Movimento