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WILSON SABURO HONDA
“Certificação da Sustentabilidade de
Edifícios de Escritórios Corporativos no Brasil”
Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia.
São Paulo
2016
WILSON SABURO HONDA
“Certificação da Sustentabilidade de
Edifícios de Escritórios Corporativos no Brasil”
Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia.
Área de Concentração: Engenharia de Construção Civil e Urbana Orientador:
Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr.
São Paulo
2016
Esteexemplarfoirevisadoealteradoemrelaçãoàversãooriginal,sobresponsabilidade
únicadoautorecomaanuênciadeseuorientador.
SãoPaulo,04demaiode2016.
Assinaturadoautor: _________________________________________________
Assinaturadoorientador: _________________________________________________
Catalogação-na-publicação
Honda, Wilson Saburo Certificação da Sustentabilidade de Edifícios de Escritórios Corporativos no
Brasil / W. S. Honda -- versão corr. -- São Paulo, 2016. 172 p.
Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Departamento de Engenharia de Construção Civil.
1.Construção Civil 2.Edifícios de Escritórios 3.Sustentabilidade I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Construção Civil II.t.
i
ÀminhaesposaElianaeaosmeusfilhosMarianaeMatheuspeloapoio,paciênciaeinspiraçãoparaarealizaçãodessesonho.Aosmeuspaiseirmãos,grandesincentivadoresemtodasasetapasdaminhavida.
ii
AGRADECIMENTOS
AoProfessorDr.JoãodaRochaLimaJrpelailuminadaorientação,constanteestímuloeensinamentosvaliososparaodesenvolvimentodessa tese,aosprofessoresDra.ElianeMonettieDr.CláudioTavaresdeAlencarpelosconhecimentostransmitidos.ÀTakaokapeloincentivoeaoportunidadeparaarealizaçãodestetrabalho,emespecialaosamigosMarceloVespoliTakaoka,TherezinhaVespoliTakaoka,MariaTeresaVespoliTakaoka, Douglas Tevis, Sandra Regina Rampinelli, Denis de Almeida Corazza eHenriqueJunInoue.Aos amigos Mauro Shiraishi Moraes, Kátia Satiko Shiraishi Moraes, Carlos EduardoTakeshi Saiki e Luciane Hirota pelo apoio, incentivo e compreensão na importânciadesteprojeto.AosamigosAntonioCarlosdeAbreuSodré,PaolaTorneriPortoeGláuciaEstherSatopelasrecomendaçõeseconstantescobrançasparaaconclusãodestetrabalho.Aosprofissionaisquetransmitiramconhecimentosfundamentais,especialmenteparaosamigos Ricardo Vasconcelos, Diana Csillag, Marcia Menezes e Clarissa Turra quecompartilharamasdificuldadeseosdesafiosdaconstruçãomaissustentáveis.
iv
RESUMO
Ocrescimentoindustrial,comercialedeserviçostrazparaassociedadesmaisevoluídas
uma série de benefícios, como o desenvolvimento econômico e o crescimento
populacional, aliados a maiores oportunidades de emprego e renda. Entretanto, pela
falta de uma consciência mais apurada sobre os possíveis impactos negativos desse
ritmoaceleradodecrescimento,acaba-severificandoumasériedeproblemassociaise,
sobretudo,ambientais.Emrazãodisso,nasúltimasdécadas,constata-seapreocupação
dealgunssetoresdasociedadenabuscadodesenvolvimentofundamentadoempráticas
maissustentáveis.
Isso não tem sido diferente no setor da construção civil. A preocupação com a
sustentabilidadenosempreendimentosétemaefocodediversoseventos,tantonomeio
acadêmico,comonoprofissionalegovernamental.
Particularmente, o segmento demercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS tem
sido alvo de pressãopara o uso de práticasmais sustentáveis em todo o seu ciclo de
vida. Para aferir a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, muitas
empresas do setor buscam certificações de origem estrangeira, que possuem certas
limitaçõesemsuaaplicabilidadenoBrasil,asquaissãodiscutidasnessetrabalho.
Neste contexto, essa tese visa à construção da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE
EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSnoBrasil,queéoportunaenecessáriaparatratar
das condições de contorno e de realidade nacional. Para isso, foram realizados:
[i] levantamento do estado da arte deste tema; [ii] entrevistas com formadores de
opinião; [iii] visitas em EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS relevantes para as
arbitragens iniciais; [iv] construção do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO; [v] testes de
validação, calibragem e atualizações do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO; [vi] rotinas para
emissãodaQUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADOdoedifício.
A CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS no Brasil
seráoferecidapeloNúcleodeRealEstatedaEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSão
Paulo, assim comoocorre como Sistemade Certificação daQualidade deEdifícios de
EscritóriosnoBrasil.
v
ABSTRACT
Theindustrial,commercialandservicegrowthprovidedthedevelopedsocietieswithmany
benefits, such as the economic development and the population increase, along with
greater work and income opportunities. However, due to the lack of a better
understanding about any possible negative impacts the fast growth pace createdmany
socialandenvironmentalissues.Becauseofthat,inthelastyears,therehasbeenagreater
concernofafewsocietygroupsaimingatusingmoresustainablepractices.
Thecivilconstructionsegmenthasbeennodifferent.Theconcernwithsustainability isa
primary topic of several corporate events, either academically, professionally and
governmentally.
Especially theOfficeBuildingsmarkethasbeena target for theuseofmore sustainable
practices,bothinitsdesign,project,implementation,operationandrevitalization.Inorder
to measure the sustainability of Office Buildings, many companies seek for foreign
certificates,withspecificlimitationsasfortheiruseinBrazil,whichwillbedetailedinthis
paper.
Inthiscontext,thisThesisaimsatdesigningasystemfortheSUSTAINABILITYCERTIFICATEOF
OFFICESBUILDINGS inBrazil, convenientandneeded to treat thenational conditions.That
required:[i]abibliographicalresearchonthetopic;[ii]interviewswithinfluentpeoplein
therealestatesegment;[iii]visitstorelevantOFFICESBUILDINGSfortheinitialarbitrations;
[iv]building theCLASSIFICATIONSYSTEM; [v] setting theprocedures, rulesandroutine,with
validationtestsforCLASSIFICATIONSYSTEM;[vi]routineforQualificationandCertificate.
TheSUSTAINABILITYCERTIFICATEOFOFFICESBUILDINGSinBrazilwillbeofferedbytheNúcleode
Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, as well as with the
CertificationSystemofOfficeBuildingQualityinBrazil.
vi
SUMÁRIO
RESUMO__________________________________________________________________________________________IVABSTRACT________________________________________________________________________________________VSUMÁRIO__________________________________________________________________________________________VIFIGURAS________________________________________________________________________________________VIIIGRÁFICOS_________________________________________________________________________________________IXTABELAS__________________________________________________________________________________________XEQUAÇÕES________________________________________________________________________________________XIANEXOS__________________________________________________________________________________________XIIABREVIATURASESIGLAS________________________________________________________________________XIII1 INTRODUÇÃO_________________________________________________________________________________11.1 Justificativa.......................................................................................................................................................11.2 MetaseResultados.........................................................................................................................................41.3 LimitaçãodoTema.........................................................................................................................................61.4 Oportunidades.................................................................................................................................................71.5 Objetivos............................................................................................................................................................71.6 Metodologia......................................................................................................................................................81.7 Organizaçãodatese.....................................................................................................................................10
2 DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL__________________________________________________________153 OMERCADODEREALESTATE______________________________________________________________213.1 CulturaConstrutiva......................................................................................................................................213.1.1 OPatamardaQualidade.............................................................................................................................................223.1.2 EuforianoMercadodeRealEstate.........................................................................................................................243.1.3 PatamardaSustentabilidade....................................................................................................................................29
3.2 AnálisedoCiclodeVida..............................................................................................................................313.2.1 AnálisedoCustodoCiclodeVida............................................................................................................................32
3.3 BuildingInformationModeling(BIM)...................................................................................................333.4 DesempenhodosMateriaisedosEmpreendimentos......................................................................38
4 CONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL__________________________________________________________424.1 BottomLine:Ambiental..............................................................................................................................424.1.1 Energia................................................................................................................................................................................424.1.2 Água......................................................................................................................................................................................464.1.3 Materiais.............................................................................................................................................................................484.1.3.1 SeleçãodeMateriais.............................................................................................................................................494.1.3.1.1 MadeiraLegal_____________________________________________________________________________50
4.1.3.2 Transporte,RecebimentoeArmazenamentodeMateriais.................................................................514.1.4 ResíduosSólidos...............................................................................................................................................................524.1.5 Clima.....................................................................................................................................................................................53
4.2 BottomLine:Social.......................................................................................................................................544.3 BottomLine:Econômico.............................................................................................................................554.3.1 OsCustosdeImplantaçãodaConstruçãoMaisSustentável........................................................................564.3.2 AsDespesasOperacionaisdaConstruçãoMaisSustentável........................................................................584.3.3 OsPreçosdeLocaçãodeEdifíciosdeEscritóriosMaisSustentáveis........................................................66
vii
4.4 Desempenho:Legal......................................................................................................................................704.5 Desempenho:Conforto...............................................................................................................................714.6 Desempenho:Integração............................................................................................................................724.7 Iniciativas........................................................................................................................................................734.7.1 ConselhoBrasileirodeConstruçãoSustentável................................................................................................734.7.2 SeloCasaAzul...................................................................................................................................................................774.7.3 ProcelEdificaçõesePBEemEdificações..............................................................................................................77
5 CERTIFICAÇÕESAMBIENTAISPARAEEC ____________________________________________________815.1 EstadoAtualnoBrasil.................................................................................................................................815.2 Leed...................................................................................................................................................................835.3 Aqua...................................................................................................................................................................845.4 LimitaçõesdasCertificaçõesAmbientais.............................................................................................85
6 REFERENCIAISDASUSTENTABILIDADEDEEEC______________________________________________876.1 DesempenhodosEdifíciosdeEscritóriosCorporativos..................................................................876.2 PerformancedosEdifíciosdeEscritóriosCorporativosnoCicloOperacional........................906.2.1 PopulaçãoeveículosdoiTowerConsumodeEnergiaElétrica..................................................................936.2.2 ConsumodeÁgua............................................................................................................................................................96
6.3 ReferenciaisdaSustentabilidadeparaEEC.........................................................................................997 CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC_______________________________________________1017.1 SistemaparaClassificação......................................................................................................................1027.1.1 MatrizdeAtributos.....................................................................................................................................................1037.1.1.1 MetodologiadaMatrizdeAtributos...........................................................................................................1037.1.1.2 1aFase-Piloto......................................................................................................................................................1047.1.1.2.1 EstruturaçãodoProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOS___________________________________1057.1.1.2.2 Seleçãodeparticipantes________________________________________________________________1057.1.1.2.3 JulgamentodoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS_____________________________________1067.1.1.2.4 Interpretaçãodosresultados___________________________________________________________1097.1.1.2.5 ProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada_____________________________________110
7.1.1.3 1aAnáliseCrítica.................................................................................................................................................1107.1.1.4 2aFase–Definitivo.............................................................................................................................................1117.1.1.4.1 EstruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS__________________________________________________1117.1.1.4.2 Seleçãodosparticipantes_______________________________________________________________1147.1.1.4.2.1 PerfildosParticipantes___________________________________________________________114
7.1.1.4.3 JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS____________________________________________________1177.1.1.4.4 InterpretaçãodosResultados __________________________________________________________1187.1.1.4.5 MATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada____________________________________________________118
7.1.1.5 2aAnáliseCrítica.................................................................................................................................................1217.1.2 ClassificaçãodosEdifícios........................................................................................................................................1227.1.2.1 AferiçãodaEscaladeClassificação.............................................................................................................125
7.1.3 ComitêdeClassificação.............................................................................................................................................1267.2 QualificaçãoeCertificado.......................................................................................................................1287.3 AtualizaçõesdoSistemaparaClassificação......................................................................................1287.4 ValidadedaQualificaçãoedoCertificado.........................................................................................131
8 CONSIDERAÇÕESFINAIS____________________________________________________________________1339 REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS____________________________________________________________13510ANEXOS____________________________________________________________________________________144
viii
FIGURAS
Figura1Metodologiadatese......................................................................................................................................................8Figura2Tema:MercadodeRealEstate.............................................................................................................................11Figura3Tema:ConstruçãoMaisSustentável..................................................................................................................12Figura4Tema:CertificaçõesAmbientais...........................................................................................................................12Figura5Tema:ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC...........................................................................................13Figura6Tema:CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC.............................................................................................14Figura7IPD–ProcessoTradicionalXProcessoIntegrado.......................................................................................36Figura8CurvadeMacLeamy..................................................................................................................................................37Figura9Desempenhoaolongodotempo..........................................................................................................................40Figura10Desempenhodoempreendimentoaolongodasuavidaútil................................................................41Figura11Consumodeenergiaporregiões.......................................................................................................................88Figura12EstruturaparaaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC....................................................................102Figura13CoredaMATRIZDEATRIBUTOS............................................................................................................................103Figura14EtapasparaelaboraçãoevalidaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS...........................................................104
ix
GRÁFICOS
Gráfico1-PopulaçãoBrasileira:urbanaerural............................................................................................................16Gráfico2-ExpansãodoCréditoImobiliáriocomfundingdapoupança..............................................................24Gráfico3-DescolamentodoINCC-DIemrelaçãoaoIPCA.........................................................................................27Gráfico4-EvoluçãodoIFIX,IMOBeIBOVESPA..............................................................................................................28Gráfico5-Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizenergéticabrasileira...............................................42Gráfico6-Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizdeenergiaelétricabrasileira..............................43Gráfico7-EmissõesdeCO2percapita.................................................................................................................................54Gráfico8-IncrementodecustoparaaimplantaçãodeumEdifícioMaisSustentável.................................58Gráfico9-DespesadeCondomínio.......................................................................................................................................62Gráfico10-Contasdeconsumodasáreascomuns–BlocosAeB..........................................................................63Gráfico11-ContasdeConsumodasÁreasComuns–BlocosCeD.........................................................................64Gráfico12-Contasdecondomínioajustadopormeiodeparâmetros–BlocosAeB...................................65Gráfico13-Contasdeconsumo–BlocosCeD................................................................................................................66Gráfico14-PreçosdeLocaçãodosEdifíciosdeEscritóriosnaCidadedeSãoPaulo.....................................70Gráfico15-PopulaçãoetaxadeocupaçãodoiTower.................................................................................................92Gráfico16 -Consumodeenergiaelétricadasáreascomunsedosistemadearcondicionado
privativodoiTower.......................................................................................................................................................94Gráfico17-ConsumodeEnergiaeTemperaturadoiTower....................................................................................95Gráfico18-ConsumodeáguatotaldoiTower................................................................................................................96Gráfico19-DesempenhonoConsumodeÁguaporABLdoiTower......................................................................97Gráfico20-DesempenhonoConsumodeÁguapelapopulaçãodoiTower.......................................................98Gráfico21-TaxadeConsumodeÁguaPotáveledeÁguadeReúsodoiTower...............................................99GRÁFICO22-EscalaparacomparaçãodosATRIBUTOS.................................................................................................109Gráfico23-Tempodeexperiênciaprofissionaldosparticipantesdapesquisa.............................................115Gráfico24-Cargosdosparticipantesdapesquisa.....................................................................................................116Gráfico25-Escolaridadedosparticipantes..................................................................................................................116Gráfico26-Formaçãodosparticipantes........................................................................................................................117Gráfico27-NíveldosCritériosAHP-AtributosHierarquizados..........................................................................119
x
TABELAS
Tabela1CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosAeB......................................................................62Tabela2CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosCeD......................................................................63Tabela3ParâmetrosparaconversãonoProtótipodeEmpreendimento...........................................................65Tabela4PreçosdeLocaçãonaCidadedeSãoPaulo....................................................................................................69Tabela5MATRIZDEATRIBUTOS:ATRIBUTOS;CRITÉRIOSdeAPLICAÇÃO,AVALIAÇÃOeMONITORAMENTO............113Tabela6MatrizdeAtributosHierarquizados...............................................................................................................120Tabela7ImportânciadosAtributos,percebidapelosparticipantes..................................................................121TABELA8ESCALADENOTA...........................................................................................................................................................122Tabela9NotadoAtributo......................................................................................................................................................123Tabela10DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício..........................................................................................123TABELA11ESCALADECLASSIFICAÇÃO........................................................................................................................................125Tabela12AferiçãodaEscaladeClassificação..............................................................................................................126
xi
EQUAÇÕES
EQ(1)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaTotalpelaABL.................................................................95EQ(2)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaABL.......................................................................95EQ(3)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaPopulaçãoFixa...............................................96EQ(4)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricadaÁreaComum.............................................................96EQ(5)-DesempenhodoConsumodeáguaporABL......................................................................................................97EQ(6)-DesempenhodoConsumodeáguapelapopulação.......................................................................................97EQ(7)-NotadoAtributo........................................................................................................................................................123EQ(8)-DesempenhodaSustentabilidadedoAtributo..............................................................................................124EQ(9)-DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício................................................................................................124
xii
ANEXOS
ANEXO1MatrizdeAtributos–AtributoseCritériosdeDesempenho.................................................................145ANEXO2PesosdosCritériosdeDesempenho.................................................................................................................163ANEXO3AsEtapasparaAplicaçãodoAHP....................................................................................................................167ANEXO4ParticipantesdaPesquisadaMatrizdeAtributos....................................................................................172
xiii
ABREVIATURAS E SIGLAS
ABL ÁreaBrutaLocávelACCV AnálisedoCustodoCiclodeVidaACV AnálisedoCiclodeVidaACV-m AvaliaçãodoCiclodeVidamodularAHP AnalyticHierarchyProcessAQUA AltaQualidadeAmbientalANEEL AgênciaNacionaldeEnergiaElétricaAnvisa AgênciaNacionaldeVigilânciaSanitáriaATRIBUTOS AtributosMaisSustentáveisBaseline LinhadeBaseBENCKMARKS IndicadoresdeDesempenhoOperacionalBIM BuildingInformationModelingBM&F-Bovespa BolsadeValores,MercadoriaseFuturosdeSãoPauloBMS BuildingManagementSystemBRICS Brasil,Rússia,Índia,ChinaeÁfricadoSulCaixa CaixaEconômicaFederalCBCS ConselhoBrasileirodeConstruçãoSustentávelCDURP CompanhiadeDesenvolvimentoUrbanodaRegiãodoPortodoRiode
JaneiroCerflor CertificaçãoFlorestalCLT ConsolidaçãodasLeisdeTrabalhoCTEnergia ComitêTemáticodeEnergiadoCBCSCTMateriais ComitêTemáticodeMateriaisdoCBCSCONAMA ConselhoRegionaldoMeioAmbienteDelphi MétodoDelphiDGNB DeutscheGesellschaftfurNachhaltigesBauenDOF DocumentodeOrigemFlorestalECO’92 ConferênciadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbienteeDesenvolvimentoEEC EDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSENCE EtiquetaNacionaldeConservaçãodeEnergiaERE EmpresasdeRealEstatequeatuamnosegmentodeempreendimentos
paravendaDEO DesempenhoEnergéticoOperacionaldoCBCSDSE DesempenhodaSustentabilidadedoEdifícioFSC ForestStewardshipCouncilGEE GasesdeEfeitoEstufaGEPE-RES GrupodeEnsino,PesquisaeExtensãoUniversitária–RealEstateHIS HabitaçõesdeInteresseSocialHQE HauteQualitéEnvironnementaleIBGE InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatísticaIFIX ÍndicedeFundosdeInvestimentosImobiliáriosdaBM&FBOVESPAIMOB ÍndiceBM&FBOVESPAImobiliárioINCC-DI ÍndiceNacionaldeCustodaConstruçãodoMercado–Disponibilidade
InternaINMETRO InstitutoNacionaldeMetrologia,QualidadeeTecnologiaIPCA ÍndiceNacionaldePreçosaoConsumidorAmploISO InternacionalOrganizationofStandardization
xiv
IPO InitialPublicOffering–OfertaPúblicadeAçõesLCA LifeCicleAnalisysLCCA LifeCostCycleAnalysisLEED LeadershipinEnergyandEnvironmentalDesignNRE-POLI NúcleodeRealEstatedaEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPauloOMS OrganizaçãoMundialdaSaúdeONS OperadorNacionaldoSistemaONU OrganizaçãodasNaçõesUnidasOscip OrganizaçãodaSociedadeCivildeInteressePúblicoPBE ProgramaBrasileirodeEtiquetagemPBQP-H ProgramaBrasileirodeQualidadeeProdutividadenoHabitatPIB ProdutoInternoBrutoPMO PlataformadeMonitoramentoOperacionalPMOC PlanodeManutençãoeOperaçãoeControlePNUMA ProgramadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbientePOLI-USP EscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPauloPROCELEDIFICAOUPROCELEDIFICAÇÕES ProgramaNacionaldeEficiênciaEnergéticaemEdificações
PRÓ-ÁLCOOL ProgramaNacionaldoÁlcoolQAI QualidadedoArInternoRD REPRESENTANTEDADIREÇÃOROD ResultadoOperacionalDisponívelSabesp CompanhiadeSaneamentoBásicodoEstadodeSãoPauloSGE SistemasdeGerenciamentodosEmpreendimentosSGA SistemadeGestãoAdministrativaSIMD SistemadeIntegraçãodeMídiaDigitalSistemaDOF SistemaDocumentodeOrigemFlorestalSmartGrid SistemadeRedesInteligentesSmartMeter TecnologiasdeMediçãoInteligenteSushi SustainableSocialHousingInitiativeVGV VolumeGeraldeVendasVOC CompostoOrgânicoVolátilVolumeMorto VolumeabaixodacaptaçãodasbombasdoSistemaCantareiraUN UnitedNationsUNEP UnitedNationsEnvironmentProgrammeUSP UniversidadedeSãoPaulo
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
As discussões sobre a sustentabilidade no mercado imobiliário têm mobilizado sua
cadeiacomoumtodo,tantonomeioacadêmicoeprofissionalcomonogovernamental,
envolvendo desde projetistas, fornecedores, distribuidores, comerciantes, prestadores
de serviços, construtores, concessionárias, universidades, governos, instituições não
governamentaisatéusuários.
O conhecimento de toda a cadeia é ramificado pela multidisciplinaridade dos
profissionais envolvidos. Isso porque a sustentabilidade tem relevância em diversas
dimensões que abordam, no mínimo, aspectos relacionados às questões sociais,
ambientaiseeconômicas(TrippleBottomLine).
Neste ambiente de conhecimento multidisciplinar, em agosto de 2007, algumas
lideranças empresariais, pesquisadores, consultores, profissionais atuantes e
formadoresdeopiniãoarticularamaconstituiçãodoConselhoBrasileirodeConstrução
Sustentável(CBCS),comoobjetivodecontribuirparaapromoçãododesenvolvimento
sustentávelpormeiodageraçãoedisseminaçãodoconhecimentoedamobilizaçãoda
cadeiaprodutivadaconstruçãocivil.
Para o Comitê de Avaliação de Sustentabilidade (2009) do CBCS, os sistemas de
avaliação e, quando pertinente, certificação ambiental, ou de sustentabilidade de
empreendimentos, têmporobjetivodefinir e estruturar categoriasdepreocupações e
requisitos, indicadores e critérios de desempenho que permitam avaliar se um dado
empreendimento, ao longo do seu ciclo de vida, responde à agenda ambiental e de
sustentabilidadedeumdadolocal,emumdadomomento.
As mudanças na Linha de Base (Baseline) para desempenho mínimo aceitável da
sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS (EEC) só ocorrem com
alteraçõesnasdemandasdomercado,quepodemserclassificadascomo:
2
i. DEMANDAS VOLUNTÁRIAS: O mercado impõe pressão sobre o referencial da
qualidade da sustentabilidade de um produto para a sua inserção, que,
consequentemente,alteraaBaselinerelacionadaaumdeterminadoaspecto,local
emomento.
ii. DEMANDASCOMPULSÓRIAS:Estãorelacionadasàsalteraçõeslegaisnodesempenho
mínimo, sejam no âmbito federal, estadual ou municipal, na forma de leis,
decretos,portarias,normasetc.
O desempenho sob a ótica da sustentabilidade de empreendimentos ao longo do seu
ciclo de vida, ou seja, desde a aquisição do terreno, concepção, projeto, implantação,
operaçãoatéasuarevitalização,étemaefocodediversoseventoseseminários,tanto
nomeioacadêmicoeprofissionalcomonogovernamental.
SegundodadosdoBalançoEnergéticoNacional,EPE(2013),osedifíciosconsomem40%
da energia elétrica produzida no Brasil. Diante desta importância no consumo de
energiaelétrica, esse temaédinamicamentedebatidonoprimeiro, segundoe terceiro
setor,abrindooportunidadesparaimplementarsistemasetécnicasmaiseficientespara
reduçãodoconsumodeenergia.
Particularmente, omercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS tem sido alvo de
pressãoparaousodepráticasmaissustentáveisemtodooseuciclodevida.Paraaferir
a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, grande parte das
incorporadoras atuantes no setor busca certificações de origem estrangeira, que
possuemcertaslimitaçõesparaaaplicabilidadenocontextobrasileiro.
AsduasprincipaiscertificaçõesquemaissedestacamnoBrasilsão:
i. LeadershipinEnergyandEnvironmentalDesign(Leed):métododesenvolvido
nosEUA,presentedesde2005noBrasil.Aprimeiracertificaçãonopaísocorreu
em2007;
ii. AltaQualidadeAmbiental(Aqua):origináriodométodofrancêsHauteQualité
Environnementale (HQE), foi lançado em 2008 no Brasil e sua primeira
certificaçãoocorreuem2009.
3
Essascertificaçõesambientaisavaliamdiferentestipologiasdeempreendimentos,sejam
imobiliáriosoudebaseimobiliária,desderesidênciasebairrosresidenciaisatéhotéis,
shoppingcenters,centrosdeconvenções,escolaseescritórioscomerciais.
Destaca-se amaior demanda por certificações nomercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOS
CORPORATIVOS. Isso se deve ao fato de que diversas empresas preocupam-se com a
sustentabilidade de suas operações e, principalmente, com as estratégias de seus
negócios,razãopelaqualbuscamseinstalaremempreendimentosmaissustentáveis.
Outras iniciativas indutorasdaavaliaçãodasustentabilidadeemempreendimentosno
paísestãoemdesenvolvimento,taiscomo:
i. EtiquetaNacionaldeConservaçãodeEnergia(ENCE),doProgramaNacional
deEficiênciaEnergéticaemEdificações(PROCELEDIFICA):instituídaem2003,
promove o uso racional da energia elétrica em edificações, incentivando a
conservaçãoeousoeficientedosrecursosnaturais,comointuitodereduziros
desperdícioseosimpactosnomeioambiente.OPROCELEDIFICAtemporobjetivo
desenvolveratividadesparaadivulgaçãoeoestímuloàaplicaçãodosconceitos
deeficiênciaenergéticaemedificações,apoiaraviabilizaçãodaLeideEficiência
Energética (10.295/2001)e contribuir comaexpansãodeste conceitono setor
deedificações, reduzindoos custosoperacionaisnaconstruçãoeutilizaçãodos
imóveis.
ii. SELOCASAAZUL, daCaixaEconômica Federal: lançadoemjunhode2010,visa
reconhecere incentivarpráticasde sustentabilidade, sendoum instrumentode
classificaçãosocioambientaldeprojetosdeempreendimentoshabitacionaisque
busca reconhecer os empreendimentos que adotam soluções mais eficientes
aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à manutenção das edificações,
objetivando o uso racional de recursos naturais e a melhoria da qualidade da
habitaçãoedeseuentorno.OSELOCASAAZULseaplicaatodosostiposdeprojetos
deempreendimentoshabitacionaisapresentadosàCaixaEconômicaFederalpara
financiamentoounosprogramasderepasse.
iii. COMITÊDEAVALIAÇÃODESUSTENTABILIDADEdoCBCS:temcomoobjetivocontribuir
paraodesenvolvimentoeavalorizaçãodeferramentasdeavaliaçãodeprodutos
eempreendimentosalinhadascomascaracterísticasenecessidadesbrasileiras.
4
O alcance atual destes sistemas para classificação da sustentabilidade de EDIFÍCIOS DE
ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSnoBrasilaindaépequenoegeograficamenteconcentradonas
cidadesdeSãoPauloeRiodeJaneiro.
Diantedocenárioapresentado,odesenvolvimentodaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE
DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS (CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC), por
entidade reconhecida nacionalmente, como o Núcleo de Real Estate da Escola
Politécnica da USP (NRE-POLI), permitirá avaliar adequadamente a qualidade dos
Atributos Mais Sustentáveis (ATRIBUTOS) no empreendimento, podendo se tornar um
referencialparaempreendedores,corretores,projetistas,construtoreseusuários.
O NRE-POLI possui notória experiência na prestação de serviços à comunidade,
orientadaparaaeconomiaeosnegóciosnoâmbitodorealestate.Onúcleodestaca-se
peloseudesenvolvimentoeevoluçãocontínuapormeiodosestudosepesquisasdeseu
grupodeprofessoresepesquisadoresemprogramasdepós-graduação,possibilitando
sinergiaentreosetoracadêmicoeoprofissional.
Em 2004, o NRE-POLI desenvolveu um Sistema para Classificação da Qualidade de
EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS. Até setembro de 2015, este sistema tinha 58
edifícios certificados, representando mais de 700.000 m² de área privativa. Ele não
penetra na questão da sustentabilidade, e será, de certa forma, complementado com
estetrabalho.
1.2 METASERESULTADOS
ACERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EECpossibilitaráclassificaroestadodoedifícioem
relaçãoaoseuDESEMPENHODASUSTENTABILIDADEDOEDIFÍCIO(DSE),pormeiodaavaliação
da qualidade dos ATRIBUTOS que encontram-se no empreendimento, conforme um
conjuntodeprocedimentos,regrasecritériosestabelecidosnoSISTEMADECLASSIFICAÇÃO,
apresentadasnoCapítulo7, tendoemvistaatenderàsnecessidadesdosusuários,dos
operadores, dos empreendedores e da comunidade ao longo do ciclo de vida do
empreendimento.
As necessidades do usuário e dos operadores estão mais associadas ao conforto do
ambienteconstruídoedodesempenhooperacionaldoempreendimento,poisesperam
5
obter mais eficiência e menor despesa de condomínio em relação aos edifícios
convencionais, até porque estas características podem ser diferenciais na decisão do
usuárionaescolhadoimóvel.
Asnecessidadesdosempreendedoresestãorelacionadasaodesempenhomercadológico
do edifício frente aos empreendimentos que disputam o mesmo nicho de mercado.
Certamente,osempreendedorespoderãoinduzirouaomenosprovocarosprojetistase
osconstrutoresaadotarsoluçõesepráticasmaissustentáveisnosentidodetornarseu
produtomaiscompetitivo.
Asnecessidadesdoentornodoedifício,sejanaescaladobairrooudainfluênciadoseu
impacto nomundo, bem como as restrições e exigências legais, foram aqui colocadas
comonecessidadesdacomunidade.
A CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC pode trazer sistemas complementares para o
mercadodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS:
i. a construção da PLATAFORMA DO MONITORAMENTO OPERACIONAL (PMO) que
utilizarátecnologiasdemediçãointeligenteparacoletaretransmitirosdados
operacionais 1 dos EECs com CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC, e,
posteriormente,armazena-losemambientecloudcomputing.;
ii. osdadosoperacionais,capturadospelaPMO,serãotratadosestatisticamente
paraaconstruçãodosindicadoresdedesempenhooperacionaldestenichode
mercado (BENCHMARKS), que serãodisponibilizados aomercadopormeiodo
NRE-POLI, semcomprometerosigiloesegurançadosdadosdecadaedifício
certificado;
iii. os edifícios certificados deverão dispor de monitores ou de painéis no(s)
elevador(es) ou no(s) hall(s) da(s) área(s) comum(ns), onde serão
conectados comoSISTEMADEINTEGRAÇÃODEMÍDIADIGITAL (SIMD), controlado
pelo NRE-POLI, que transmitirá matérias relacionadas ao desempenho do
edifício em relação às práticas usuais do mercado de EEC, bem como,
disponibilizar conteúdo e notícias relacionadas à sustentabilidade no
ambiente do real estate. O objetivo do SIMD é impactar e conscientizar os
1Osdadosoperacionaispodemser:consumodeenergia,deágua, fluxodepessoasfixasedeflutuantes,fluxodeveículosfixosedevisitantes,dadosmeteorológicosetc.
6
usuários, os visitantes e os operadores da importância de se criar um
ambientemaisparticipativoesustentávelnociclooperacionaldoedifício.
iv. formar o GRUPOTÉCNICO, composto por profissionais domercado de EECs e
membros do NRE-POLI, cujo objetivo é promover a disseminação do
conhecimentododesempenhooperacionaledasustentabilidadedomercado
deEECs,apartirdosdadosdaPMO,dosBENCHMARKSedaprópriaexperiência
dos membros participantes do GRUPO TÉCNICO, assunto que é discutido no
Capítulo7.1.2,
v. aPMO,osBENCHMARKS,SIMDeoGRUPOTÉCNICOsãosistemascomplementares
da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC, que possibilitarão aos
empreendedores, construtores, projetistas, operadores e usuários
perceberem commaior acuidade o ambiente mais sustentável ao longo do
ciclodevidadoempreendimento,sejanaconcepção, implantação,usoeaté
nasuareadequação;
1.3 LIMITAÇÃODOTEMA
Aspossíveislimitaçõesdessatesesão:
i. a CERTIFICAÇÃODA SUSTENTABILIDADE–EEC é inadequada para classificar outra
tipologia de empreendimento (hotel, shopping center, edifício residencial,
edifícioescolaretc.).Issoporqueoreferencialdasustentabilidadedoedifício
empregado nas análises está relacionado ao uso na sua operação, que não
pode se confundir com aspectos próprios de outros tipos de
empreendimento. No entanto, nada impede que este trabalho seja uma
referência na construção de outros sistemas para classificação de outras
tipologiasdeempreendimentosnoBrasil;
ii. a MATRIZ DE ATRIBUTOS foi construída com base em pesquisa bibliográfica,
avaliaçãoevalidaçãoemedifíciosjáemoperação,semexceção,entretodosos
participantesdapesquisa, a fimdehierarquizarosATRIBUTOS,maspodeser
queelanãoabranjatodososrequisitosestabelecidosempráticasrecorrentes,
normaseleisdeumadeterminadalocalização;
7
iii. o SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO necessitará de atualizações quando ocorrerem
mudançasnaBaselinedodesempenhodasustentabilidadedeEEC,sejamelas
voluntáriasoucompulsórias;
iv. no início da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC, alguns BENCHMARKS não
estarãodisponíveiscomoreferênciadosCritériosdeDesempenho, sejapela
inexistênciaouinsuficiênciadedadosdeedifícioscertificadospeloNRE-POLI,
requerendoousodeinformaçõesnacionaiseinternacionaisforadoambiente
donúcleo.
1.4 OPORTUNIDADES
Este trabalho poderá ser um referencial para a construção de novos sistemas para
classificaçãodasustentabilidadeemoutrastipologiasdeempreendimentosnoBrasil.
Com isso será possível criar outras Plataformas de Monitoramento Operacional,
Benchmarksdodesempenhooperacional,SistemasdeIntegraçãodeMídiaDigitalpara
outras tipologias de empreendimentos imobiliários ou de base imobiliária, o que
auxiliaráempreendedores,projetistas, construtores,operadoreseusuários, em todoo
ciclodevidadoempreendimento.
1.5 OBJETIVOS
OobjetivodessatesededoutoradoéaconstruçãodaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-
EEC.Paraisso,foirealizadoolevantamentodoestadodaartedestetema,alémdevisitas
epesquisasparaidentificarodesempenhodeEECrelevanteparaasarbitragensiniciais
daMATRIZDEATRIBUTOS.
AMATRIZDEATRIBUTOSfoiavaliadaporprofissionaisdestesegmentodemercado,como
objetivo de hierarquizar os ATRIBUTOSmais importantes na decisão do usuário em se
instalaremumEECmaissustentável.
Além disso, foram elaborados procedimentos, regras, critérios, testes de validação,
calibragem,atualizações,mecanismosparareciclagemeaprimoramentodoSISTEMAPARA
CLASSIFICAÇÃO. Ao final desse processo, foram definidas as rotinas para emissão e
validadedaQUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADO.
8
A CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC será oferecida pelo NRE-POLI, assim como
ocorrecomoSistemadeCertificaçãodaQualidadedeEdifíciosdeEscritóriosnoBrasil.
1.6 METODOLOGIA
Ametodologiadepesquisadapresenteteseestáestruturadaemtrêsetapas,conforme
apresentadonaFigura1-Metodologiadatese.
Fonte:AutorFigura1 Metodologiadatese
Conhecimento*Prévio* Condições*de*Contorno* Obje6vos*
***Etapa*(i)*
***Etapa*(ii)*
***Estado*da*Arte*Mercado*de*Real*Estate*
Construção*civil*mais*sustentável**Cer6ficações*da*sustentabilidade*de*EEC*existentes*
Metodologia*do*Sistema*de*Classificação*da*Avaliação*da*Sustentabilidade*de*EEC*
Referenciais*da*sustentabilidade*de*EEC*
***Etapa*(iii)*!!!Cer%ficação!da!Sustentabilidade!5!EEC!!!!!!
Sistema*para*Classificação*
Procedimentos,*regras*e*ro6nas*para*as*atualizações*do*Sistema*para*Classificação*e*
critérios*para*emissão*e*validade*da*Qualificação*e*do*Cer6ficado*
Entrevistas*e*visitas*em*EEC*
Comitê!de!Classificação!
Classificação!dos!Edi9cios!
Matriz!de!Atributos!
9
Na Etapa (i), foram estudados os elementos que permitiram agregar o conhecimento
prévio, a apreensão e a uniformização dos termos e conceitos acerca do tema,
contemplandoaspráticasmaissustentáveiseassuaslimitações,aplicadasnosetorda
construção civil, mais especificamente no segmento de mercado de EDIFÍCIOS DE
ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS. Partindo deste conhecimento prévio do tema foi possível
identificarascondiçõesdecontornoedetalharcommaiorprofundidadeosobjetivosda
pesquisa.
NaEtapa(ii)foilevantadooestadodaartedomercadoderealestate,daconstruçãocivil
maissustentáveledascertificaçõesambientaisdeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
Esses levantamentos foram feitos pormeio de dados coletados em artigos publicados
em journals ou eventos científicos, monografias, dissertações e teses, bem como com
formadoresde opiniãoque atuamno ambientedasdiscussõesda sustentabilidadeno
setor da construção civil e dos profissionais ligados ao segmento de EDIFÍCIO DE
ESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
Nessa etapa, evidenciou-se a abrangência do tema em nívelmundial, o que impôs a
necessidade de se trabalhar com publicações nacionais e estrangeiras. Entretanto, a
bibliografiaestrangeiraapresentacertas limitaçõesemfunçãodeeventuaisdiferenças
regionais,comoemaspectoslegaiseculturais,naconcepçãodeimpactoambientalenas
característicasmercadológicas.
É importante ressaltar que o Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da
UniversidadedeSãoPaulo (NRE-POLI),disponibiliza trabalhosacadêmicosna linhade
pesquisa de empreendimentos imobiliários e de base imobiliária, na qual estuda o
planejamento, os padrões de qualidade e os indicadores da qualidade dos
empreendimentos,segundoosvetoresmercadológico,financeiro,econômicoederiscos.
Deste modo, as fontes de dados utilizadas alinhadas com os preceitos gerais e as
doutrinaspreconizadaspeloNRE-POLI,comumaanálisecriteriosa,afimdeobterbase
bibliográficaparaodesenvolvimentodotema.
Posteriormente ao levantamento do estado da arte, foram realizadas entrevistas com
formadoresdeopiniãodeste segmentodemercado imobiliário e visitas aEDIFÍCIOSde
10
ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS relevantes para as arbitragens iniciais e identificação dos
ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC.
NaEtapa(iii),oSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOfoiestruturadodeformaaconteraMATRIZDE
ATRIBUTOS,aCLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOSeoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO.
A MATRIZ DE ATRIBUTOS é composta pelos ATRIBUTOS e pelos CRITÉRIOS de APLICAÇÃO,
AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO e DESEMPENHO. Esta composição visa abranger as
necessidadesdosusuários, dos operadores, dos empreendedores e da comunidade ao
longodociclodevidadoempreendimento.
Foinecessárioestudarametodologiamaisadequadaparao julgamentodosATRIBUTOS
comos formadoresdeopiniãoatuantesnestenichodemercado.Emsituaçõesemque
não há disponibilidade de dados históricos ou técnicos adequados, destacam-se o
MétodoDelphieoAnalyticHierarchyProcess(AHP).Comoresultadodestapesquisa,foi
possível hierarquizar e ponderar, segundo o grau de importância percebido pelos
participantes,osATRIBUTOSmais importantesnadecisãodousuárioemse instalarem
umEECcompráticasmaissustentáveis.
Paralelamente,foramdefinidososprocedimentos,regrasecritériosdaCLASSIFICAÇÃODOS
EDIFÍCIOSedoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,bemcomooscritériosparaemissãoevalidadeda
QUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADO.
Por fim, foi realizada a aferição e calibragem da CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS, com a
aplicação do sistema nos edifícios identificados no levantamento de campo como os
maisconceituadoscompráticassustentáveis.
A CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC no Brasil será oferecida pelo NRE-POLI, assim
comojáéfeitoparaoSISTEMADECERTIFICAÇÃODAQUALIDADEDEEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSNO
BRASIL.
1.7 ORGANIZAÇÃODATESE
O presente trabalho está organizado em 5 (cinco) principais temas, igualmente
apresentadosdoCapítulo3aoCapítulo6,asaber:
• 1OTEMA–CAPÍTULO3:MercadodeRealEstate;
11
• 2OTEMA–CAPÍTULO4:ConstruçãoMaisSustentável;
• 3OTEMA–CAPÍTULO5:CertificaçõesAmbientaisdeEEC;
• 4OTEMA–CAPÍTULO6:ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC;
• 5OTEMA–CAPÍTULO7:CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC.
No1oTema–Mercadoderealestate,discutem-seaculturaconstrutivaeaevoluçãodo
mercadoderealestateaolongodasúltimasdécadas,permitindocompreenderoestágio
atual, as perspectivas futuras e as condições de contorno do setor à luz da realidade
brasileira.
Figura2 Tema:MercadodeRealEstate
Para identificaroestágioatual, asperspectivas futurase as condiçõesde contornoda
construção mais sustentável no Brasil, é necessário compreender a interação e a
dinâmicadomercadoderealestatecomosaspectosambientais,sociais,econômicose
legais, além de verificar as principais iniciativas existentes para a adoção de práticas
maissustentáveis,assuntosdiscutidosno2oTema-ConstruçãoMaisSustentável.
Processo
1.CulturaConstrutiva2.EvoluçãodoSetor
Resultado
Estágioatual,perspectivasfuturasecondiçõesdecontorno`
MercadodeRealEstate
12
Figura3 Tema:ConstruçãoMaisSustentável
Comaidentificaçãodoestágioatual,asperspectivasfuturaseascondiçõesdecontorno
dosetordaconstruçãociviledaconstruçãomaissustentávelbrasileira,pode-setraçar
um paralelo com as certificações ambientais de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS
existentesnoBrasile identificaras limitaçõesdestascertificações,assuntosdiscutidos
no3oTema–CertificaçõesAmbientaisdeEEC.
Figura4 Tema:CertificaçõesAmbientais
Para o 4o Tema – Referenciais da Sustentabilidade de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS
CORPORATIVOS, dadas as limitações das certificações ambientais de EEC existentes no
Brasil, foi necessário identificar o real desempenho dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS
CORPORATIVOS,afimdeestabelecerosBENCHMARKSdodesempenhooperacionalparaeste
nichodemercado.Apartirdisso,pôde-seconstruiraMATRIZDEATRIBUTOSquepossibilita
avaliarodesempenhodasustentabilidadedeEEC.
Processo1.MercadodeRealEstate2.AspectosAmbientais,Sociais,EconômicoseLegais3.Iniciativas
Resultado
Estágioatual,perspectivasfuturasecondiçõesdecontorno
Processo
1.ConstruçãoMaisSustentável2.Certi�icaçõesambientaisparaEECexistentesnoBrasil
Resultado
Limitaçõesdascerti�icaçõesambienaisparaEECexistentesnoBrasil
ConstruçãoMaisSustentável
CertificaçõesAmbientaisdeEEC
13
Figura5 Tema:ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC
Por fim, no 5o Tema – CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC,aMATRIZDEATRIBUTOS foi
julgadaporformadoresdeopiniãoatuantesnosegmentodeEEC,peloMétodoAHP,que
resultou na hierarquização e ponderação, segundo o grau de importância percebido
pelos participantes da pesquisa, dos ATRIBUTOS mais relevantes para a avaliação da
sustentabilidadedeEEC.
Posteriormente, foram apresentados o SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO e os critérios da
QUALIFICAÇÃO,doCERTIFICADOedasatualizaçõesdopróprioSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO.
Emseguida,foirealizadaaaferiçãofinaldoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,comaaplicação
do sistemanos edifícios conceituados compráticasmais sustentáveis identificadosno
levantamentodecampo.
Ao final deste trabalho são apresentadas as conclusões, limitações e recomendações
sobre a CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC, além de as possibilidades para futuros
estudos.
Processo
1.Limitaçõesdascerti�icaçõesambientais2.DesempenhodosEEC
Resultados
MatrizdeAtributosIndicadoresebenchmarksdasustentabilidadedeEEC
ReferenciaisdaSustentabilidade
deEEC
14
Figura6 Tema:CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC
Processo
1.MatrizdeAtributos
Resultados
1.SistemaparaClassi�icação2.Quali�icaçãoeCerti�icado3.AtualizaçõesdoSistema
CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–
EEC
15
2 DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL
Orápidocrescimentoindustrial,comercialedeserviçostrouxeparaassociedadesmais
evoluídas o desenvolvimento econômico e o crescimento populacional, esse último
causado,emgrandeparte,peloêxodorural,vinculadoàsoportunidadesdeempregoe
melhorqualidadedevida.
Segundoo InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE),em1940,apopulação
brasileira era de aproximadamente 41 milhões de habitantes, sendo
predominantemente rural, em torno de 28 milhões de pessoas (69% da população)
vivendonocampoeapenascercade13milhõesdepessoas(31%dapopulação)vivendo
noscentrosurbanos.
Estecenário inverteu-seapartirdo finaldadécadade1960.Épossívelconstatar,que
entreasdécadasde1940e2010,apopulaçãocresceumais360%,passandoparamais
de 190milhões de habitantes, tornando-se predominantemente urbana, com cerca de
160milhõesdepessoas(84%dapopulação)vivendonascidadesecercade30milhões
depessoas(16%dapopulação)vivendonocampo.
Esta dinâmica de desenvolvimento econômico e do crescimento da população urbana
causou algumas transformações nos centros urbanos. Surgiram novas centralidades,
comcentrosdenegóciosligadosaatividadescomerciais,deserviçoseculturais,ecom
aglomeraçãoderecursoshumanosaltamentequalificadosecapacitados.
Para CARLOS (2001), a centralidade surge a partir de uma nova capacidade de
concentração.Elaécriadademododiferenciadoeemrelaçãoamomentosdistintosda
vida.Elaseoriginaemfunçãodasnecessidadesdeproduçãodelugaresdentrodalógica
devalordetroca.
16
Fonte:IBGEGráfico1- PopulaçãoBrasileira:urbanaerural
Os centros de negócios concentram cada vezmais empreendimentos que visama dar
suporte às atividades comerciais e de serviços, como edifícios de escritórios
corporativos,centrosdeconvenções,hotéis,shoppingcentersetc.
Noentanto,nemsempreodesenvolvimentourbanotrouxeprogressoebenefícios.Em
diversascidades,quenãoestavamestruturadasparaoritmodecrescimentoacelerado
dapopulaçãocomovivenciadonasúltimasdécadas,aqualidadedevidadapopulação
urbanaacabousendocomprometida,poisascidadesviramseagravardeficiênciasem
setores como saúde, educação, transporte, segurança e habitação. Além disso, os
problemasambientaisverificadosnoscentrosurbanos,comoaspoluiçõesdoar,dosolo,
daáguaesonora,causamdanosàfaunaeàflora,bemcomoàsaúdeeaobem-estarda
população.
A falta de uma consciência mais apurada sobre os possíveis impactos negativos do
desenvolvimento urbano gerou uma série de problemas sociais e, sobretudo,
ambientais,comconsumocadavezmaiordosrecursosnaturais.
Com a crise do petróleo na década de 1970, a sociedade constatou que os recursos
naturaiseramlimitadosepoderiamsetornarcadavezmaisescassosemaiscaros.Isso
28## 33## 39## 41## 39## 36## 32## 30##13##
19##
31##
52##
80##
111##
138##
161##
0%#
20%#
40%#
60%#
80%#
100%#
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40##
80##
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1.940## 1.950## 1.960## 1.970## 1.980## 1.991## 2.000## 2.010##
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tual#da#Po
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lação#Brasileira
,#em#m
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População#Rural# População#Urbana# %#Rural# %#Urbano#
17
difundiu a necessidade de procurar alternativas aos combustíveis fósseis e soluções
maiseficientesparaousodaenergia.
NoBrasil,porexemplo,foidesenvolvidopeloGovernoFederaloProgramaNacionaldo
Álcool(PRÓ-ÁLCOOL)parasubstituir,emparte,ademandadagasolina,quepossuimatriz
fóssil,porálcool,produzidoapartirdacana-de-açúcar,queéumafonterenovável.
Nos últimos anos, verifica-se cada vez mais a preocupação de alguns setores da
sociedade em buscar o desenvolvimento com práticas mais sustentáveis. Este
comportamento é discutido mundialmente, inclusive no âmbito da Organização das
NaçõesUnidas(ONU).
AsprimeirasdiscussõessobreoconceitodesustentabilidadesurgiramnaConferência
InternacionaldasNaçõesUnidassobreoAmbienteHumano(UnitedNationsConference
ontheHumanEnvironment),realizadaem1972,emEstocolmo.Osprincipaisresultados
foram aDeclaração sobre oAmbienteHumano e a criação do PNUMA (Programadas
NaçõesUnidasparaoMeioAmbiente).
O conceito de sustentabilidade está relacionado ao equilíbrio dos aspectos sociais,
ambientaiseeconômicos,eésintetizadopelaexpressãoTripleBottomLine.AComissão
MundialsobreAmbienteeDesenvolvimento(TheWorldComissiononEnvironmentand
Development) publicou, em 1987, o relatório intitulado “Nosso Futuro Comum”,
conhecido como RelatórioBruntland, BRUNTLAND (1987). Este relatório apresenta a
definição de desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento que atende as
necessidadesdasgeraçõesatuaissemcomprometeracapacidadedeasgeraçõesfuturas
atenderemassuasprópriasnecessidades.
Como bem disse CSILLAG (2007, p. 2), a preocupação com o meio ambiente e a
sustentabilidade não se trata de modismo. As sociedades ditas “mais evoluídas”
utilizaram maciçamente os recursos naturais existentes, sem avaliar os possíveis
impactos negativos, tudo em prol do desenvolvimento econômico e urbano. Este
processotrouxediversosproblemasambientais,detiposeintensidadesdiferentes,que
ameaçamaexistênciadoserhumanonaTerra.
Para o CBCS (2013, p.1), trabalhar a sustentabilidade no setor da construção civil
significa também desenvolver produtos adequados aos usos a que serão submetidos,
18
queproporcionemaoserhumanoumambientesaudável,confortável,seguro,confiável
eduráveleque,portanto,atendamàsnecessidadeseanseiosdasociedadecomrelação
àqualidadedevida.Durantesuautilização,osprodutosdevemproporcionarfacilidade
demanutençãoeeconomiadegastos.Avidadeumprodutodeveserprolongadae,no
términode suautilidade, apossibilidadede reúsodosmateriais e componentese sua
corretadestinaçãodevemestarprevistos.
Para ilustrar as oportunidades da economia verde, TAKAOKA et al (2013, pp. 1 - 2)
demonstram que, em 2006, o consumo de energia elétrica do ambiente urbano no
mundo foi de 56.169 mboe (barris de petróleo equivalente). Em 2013, a cotação do
barril de petróleo era de US$ 100, deste modo o consumo de energia elétrica do
ambienteurbanonomundorepresentaaordemdeUS$5,6trilhões.Usandoaenergiade
modo mais eficiente por meio da adoção das tecnologias atualmente disponíveis no
mercado,estima-sequesejapossível reduziroconsumoempelomenos30%,ouseja,
emtornodeUS$1,6trilhão2.
Tendoemvista,queem2006,adívidadaGréciaerasuperiora€$224bilhões3,quase
US$300bilhões4,épossívelafirmarqueaoportunidadedaeconomiaverde,apenascom
relaçãoaoconsumodeenergiaelétrica,representoumaisde5dívidasdaGrécia.
Diantedessecontexto,novosfundosecarteirasdeinvestimentossurgiramparaaplicar
em empresas que desenvolvem produtos, processos e sistemas mais eficientes e
sustentáveis. Em detrimento da diversificação financeira em papéis de empresas
alinhadas com esta filosofia, surgiramnovos indicadores de desempenho corporativo,
comoporexemplo:
i. Dow Jones Sustainability Indices: criado em1999naBolsadeNovaYork, é a
maiorreferênciaparainvestidoresacompanharemodesempenhodasaçõesdas
2Emnovembrode2015,a cotaçãodobarrildepetróleo foideUS$45,assimoconsumodeenergianoambienteurbanonomundototalizaomontantetotaldeUS$2,5trilhões,comumpotencialdeeconomiadeUS$750bilhões.3DadosdoEurostat,disponívelem:<https://www.google.com.br/publicdata/explore?ds=ds22a34krhq5p_&ctype=l&met_y=gd_mio_eur&hl=pt&dl=pt#!ctype=l&strail=false&bcs=d&nselm=h&met_y=gd_mio_eur&scale_y=lin&ind_y=false&rdim=country_group&idim=country:el&idim=country_group:non-eu&ifdim=country_group&hl=pt&dl=pt&ind=false>4em dezembro de 2006, €$ 1 era equivalente a US$ 1,3323, dados do portal brasil, disponível em:<https://www.portalbrasil.net/indices_euro_dolar.htm>
19
principaisempresasdomundoemtermosdecritérioseconômicos,ambientaise
sociais.
ii. Ethical Indices FTSE-Good: criado na Bolsa de Londres, possui o objetivo de
medir o desempenho das empresas que atendem aos padrões de
responsabilidadecorporativaglobalmentereconhecidos.
iii. Principles for Responsible Investment (PRI): criado em 2003 pela ONU, é
formadoporinvestidoresinstitucionais,gestoresdeinvestimentoseprovedores
deserviço.Emabrilde2012,osparticipantesdoPRIadministravammaisdeUS$
30trilhõesemativosdeinvestimentossustentáveis.
NoBrasil,existemduas iniciativasnaBM&F-Bovespa(BolsadeValores,Mercadoriase
FuturosdeSãoPaulo):
i. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): iniciado em 2005, foi criado
para ser um referencial para os investimentos socialmente responsáveis, de
forma a possibilitar a análise da performance das empresas listadas naBM&F-
Bovespa sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência
econômica,equilíbrioambiental,justiçasocialegovernançacorporativa.
ii. ÍndiceCarbonoEficiente (ICO2):criadoem2010,oindicadorécompostopor
algumas companhiasparticipantesdo IBr-X-50 (50ações selecionadas entre as
mais negociadas na BM&F-Bovespa5, que adotam práticas transparentes com
relaçãoàemissãodegasesdeefeitoestufa(GEE).
Diantedestenovocontextoeordemmundial,osetordaconstruçãocivilnoBrasilvem
semobilizandoerefletindosobreosseusprodutoseprocessos,poiséumadascadeias
maisimportantesdopaís,querepresentamaisde8%doPIBnacionalegera6,1%dos
empregos6,maséumdossetoresquemaisimpactamnegativamenteomeioambiente.
JOHNetal(2007,p.6)citamqueosetordeconstruçãodeedificaçõeschegaaconsumir
até75%dosrecursosextraídosdanatureza,comoagravantedeamaiorpartedestes
recursosnãoserrenovável.Aprodução,o transporteeousodemateriaiscontribuem
5O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 açõesselecionadasentreasmaisnegociadasnaBM&FBOVESPAemtermosdeliquidez,ponderadasnacarteirapelovalordemercadodasaçõesdisponíveisànegociação.6DadoscompiladosdoIBGEem2009pelaFGV(2011,p.82)
20
paraapoluiçãoglobal,bemcomoasemissõesdegasesdeefeitoestufaedepoluentesdo
ambienteexternodeedificações.
SegundoSOUZA;DEANA (2007,p. 7), a cadeiaprodutivada construçãoé responsável
pelo consumo de 14% a 50% dos recursos naturais extraídos no planeta. No Japão,
responde por 50% dos materiais circulantes na economia, e nos EUA, relaciona-se a
75%dosmateriais.
SINDUSCON-MG; SENAI-MG (2008) estimamque a geraçãode resíduosda construção
civilsitua-seemtornode450kg/habitante/ano,variandonaturalmentedeacordocom
acidadeecomaoscilaçãodaeconomia.
Aoperaçãodeedifíciosconsomecercade40%daenergiaelétricaproduzidanoBrasil,
segundoestudorealizadopelaEPE(2013).
Diantedessecenário,osetordaconstruçãocivilpassaporintensareflexãoemudança
de paradigmas, no sentido de buscar o uso mais racional, eficiente e de maior
desempenho de materiais e sistemas construtivos, visando reduzir os impactos
negativos e potencializar os impactos positivos nomeio ambiente e na sociedade, de
formaequilibradacomaexpectativaderesultadoseconômicosdestesetor.
21
3 OMERCADODEREALESTATE
3.1 CULTURACONSTRUTIVA
A busca pelo usomais racional, eficiente e demelhor desempenho demateriais e de
sistemasconstrutivosdevelevaremcontaoaspectoculturaldecadaregião,poiscada
localidadepossuicaracterísticasculturaisúnicasedistintas.
Amaioriadasconstruçõesbrasileirasseassemelhamuitocomasconstruçõeseuropeias,
especialmente devido à influência dos artesões portugueses e espanhóis que para cá
vieramcomoimigrantesedisseminaramseuscostumes,hábitosepreferências.
Emboraexistasimilaridadeentreessasconstruções,ossistemasconstrutivoseuropeus
evoluíram significativamente em relação às construções convencionais brasileiras, e
hoje são dotados de maior sistematização e racionalização nos processos, além de
operaremcommãodeobramaisqualificada.
SOUZA (2012, p. 95) relata que a Europa equacionou a questão da qualidade da
construção e dos materiais há um bom tempo, privilegiando as fases de projeto e o
planejamento. Lá, a preocupação com o meio ambiente e também com os custos de
operação,manutençãoeracionalizaçãodoconsumodeenergiaedeáguaémaisantiga.
Em todaaEuropa,principalmentenaFrança, a legislaçãoe asnormasde confortodo
usuário, especialmente as relacionadas ao ruído urbano e ao conforto acústico nas
edificações são rigorosas, comdefiniçãode limitesdeníveisde ruídodeumaunidade
paraaoutra,deumambienteparaoutro.
NosEUA,ascaracterísticasdasconstruçõessãodiversasdaseuropeiasebrasileiras.Lá
sãomaisaplicadossistemasconstrutivospré-fabricados,comoporexemplo:steelframe,
wood frame, dry-wall etc. Estes sistemas construtivos, aliados à organização, ao
planejamento, ao detalhamento dos projetos e àmão de obra qualificada, contribuem
paramaiorracionalização,agilidadeevelocidadenaexecuçãodasobras.
Nas capitais dosEstadosbrasileiros, constata-seumgrandenúmerode empresasque
adotamsistemasconstrutivosmaiseficientes.Masaindapersisteafragilidadenagestão
22
operacional das obras, com mão de obra desqualificada e falta de planejamento
adequadoparaaimplantaçãodeempreendimentos.
Alémdisso,aconcentraçãoeaqualidadedosprestadoresdeserviçosespecializadosna
Região Metropolitana de São Paulo são dificilmente encontradas em outras regiões,
comoporexemplo,nasregiõesNorteeNordestedopaís.Logo,asdiferençasnacultura
construtivanãose limitamàescaladecontinentesoupaíses,elastambémocorremde
formadiversaemdiferentesregiõesdeumpaís.
3.1.1 OPATAMARDAQUALIDADE
Omercadoderealestatesofreutransformações,algumaspositivas,outrasnão,aolongo
das últimas décadas, influenciando a cultura construtiva na qualidade, na
sustentabilidadeenabuscadainovaçãopormeiodasempresasqueatuamnosetor.
Antesdaúltimadécada,devidoaodescontroleda inflação, vivenciadonasdécadasde
1980 e início de 1990, o resultado de muitas empresas vinha de suas aplicações no
mercadofinanceiro,razãodadespreocupaçãocomagestãooperacional,quegeroubaixa
competitividadeebaixaqualidadedosprodutoseserviços.
Nadécadade1990,aestabilizaçãodaeconomia,ocontroledainflação,aglobalizaçãoe
ocódigodedefesadoconsumidorgeraramumambientemaiscompetitivoemdiversos
mercados. Constatou-se um avanço na gestão administrativa e operacional nas
empresas que atuavam no setor da construção civil, muitas das quais buscaram a
certificaçãoISO9001–GestãodaQualidade–parapadronizarecontrolarseusprodutos
eprocessos, tendoemvistaareduçãodecustose, consequentemente,obtermelhores
resultadosnosseusempreendimentos.
Segundo dados do International Organization of Standardization (ISO), até 2009, o
númerodeempresascomacertificaçãoISO9001–GestãodaQualidade–ultrapassava
1.000.000(ummilhão)emtodoomundo.
ComoressaltouSOUZA(2012,p.20),acompetitividade,quenãoeraimportante,passou
aseressencialnosetordaconstruçãocivil.Asempresaslíderesnomercadoequenão
incorporaram as novas práticas de gestão da qualidade de seus produtos e processos
decaíram,easempresasqueperceberamosnovosparadigmastornaram-seemergentes.
23
Segundo citações correntes, sem sustentação, o setor da construção civil chegou a
registrar perdas equivalentes a 30% em desperdícios de materiais e retrabalhos,
motivadas pela falta de planejamento adequado e pela baixa qualidade dos próprios
materiaiseserviços,queoneravamoscustoseampliavamoprazodasobras.
Tais perdas – desperdícios e retrabalhos - aumentam o consumo demateriais, o que
consequentemente impacta na redução dos recursos naturais e no desempenho do
negócio.
Paramelhorarestecenário,oGovernoFederalinstituiu,em1998,oProgramaBrasileiro
de Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional, hoje com conceito mais
amplo, conhecido comoProgramaBrasileirodeQualidade eProdutividadenoHabitat
(PBQP-H),contribuindofundamentalmenteparaamelhoriadaqualidadedohabitatea
modernizaçãoprodutivadosetordaconstruçãocivil.
Oreferencialdaqualidadedeummaterialdependeexclusivamentedofimaqueelese
destina. Logo, a especificação inadequadadomaterialmais resistente e/oudemelhor
acabamento,semadevidanecessidade,podetambémserconsideradodesperdício.
OCBCS (2013,p. 4) ressaltaquenãoexistematerial bomoumaterial ruim,mas, sim,
material adequado ao fim a que se destina. Para essa análise, deve-se considerar
formalidade, qualidade, durabilidade em uso, desempenho acústico, desempenho
térmico, confiabilidade, facilidade de uso e de manutenção, entre outras exigências
específicasàsuaaplicação.Esempreatenderàsegurança,àsnecessidadeseaosanseios
daquelesqueirãoutilizar,operaremanteromaterial.
Oconsumodemateriaisimpactadiretamentenareduçãodosrecursosnaturais, logoo
desperdícionãoaparente,emfunçãodeinadequadaespecificaçãodeusodemateriais,
impactanegativamentenomeioambiente.
Pode-sedizerqueaGestãodaQualidadefoiaprimeiraevoluçãonopatamardosetorda
construção civil (Baseline–Qualidade). Muitas empresas que não acompanharam esta
transformaçãodeixaramdesercompetitivasouatédeixaramdeexistir.
24
3.1.2 EUFORIANOMERCADODEREALESTATE
Em2005, iniciou-seo ciclode crescimentoexponencialdadisponibilidadeeofertade
crédito imobiliário, com funding da poupança, não apenas para financiamento à
produção,comotambémparaaaquisiçãodeimóvelnovoouusado.
Fonte:ABECIP,AGUIAR(2015)Gráfico2- ExpansãodoCréditoImobiliáriocomfundingdapoupança
Apartirde2005, algumasEmpresasdeRealEstate (ERE)queatuamnosegmentode
empreendimentos para venda elaboraram planos de negócios fundamentados
exclusivamente no indicador Volume Geral de Vendas (VGV), e abriram o capital na
BM&F-Bovespa, por meio de Oferta Pública de Ações – Initial Public Offering (IPO),
captando mais de R$ 25,4 bilhões no período compreendido entre 2005 e 2007, em
moeda de maio de 2015, atualizada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo(IPCA).
A busca por mais VGV pelas ERE foi motivada pela disponibilidade de recursos
financeiros para aquisição de terrenos, pela possibilidade de alavancagem dos seus
negócios,utilizandofinanciamentoàprodução,epelademandapelaaquisiçãodenovas
unidades.
1,7 1,9 1,5 1,7 2,1 1,7 1,8 1,9 1,8 2,2 3,04,9
9,3
18,3
30,034,0
56,2
79,982,8
109,2112,9
75,6
0
20
40
60
80
100
120
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
R$Bilh
ões,valoresnom
inais
25
A velocidade de vendas e a liquidez dos imóveis no mercado nacional eram altas e
causavam euforia entre os compradores e as ERE. Foi muito comum ver
empreendimentossendovendidosnomomentodolançamento.
Em 2008, o Brasil obteve o investment grade por agências de classificação de risco,
proporcionando maior evidência no cenário internacional, atraindo maior volume de
investimentosestrangeiros,empartederivadosparaomercadoderealestate.
Em setembro de 2008, foi desencadeada a crise financeira imposta pelos títulos com
fundamentoemcréditossub-primenosEUA,apartirdaquebradeinstituiçõesdecrédito
queconcediamempréstimoshipotecáriosdealtorisco,arrastandooutrosbancosparaa
situação de insolvência e repercutindo fortemente nas bolsas de valores de todo o
mundo.
AsERElistadasnaBovespaforamatingidasfortementeporestacrise.Mas,jánoinício
de2009,asatividadeseconômicasnopaíspareciamestaremrecuperação,eomercado
derealestatevislumbrouumaperspectivaderecuperação.
Assim comooBrasil, outrospaíses emdesenvolvimento apresentaramperspectivade
recuperação econômica.Os investidores internacionais passarama apreciar commais
atençãonaçõesemdesenvolvimento,vislumbrandoumnovocontextoea importância
destespaísesnodesenvolvimentodaeconomiamundial.
Diantedeste cenário,Brasil,Rússia, Índia, China e,maisposteriormente,ÁfricadoSul
(BRICS) se uniram para discutir e alinhar estratégias políticas e econômicas para
cooperaçãomútua.
OBrasilsurge,então,comoumadasprincipaisvitrinesparainvestimentointernacional.
Recursosfinanceirosvultososeminfraestruturaforaminternadosparaaexploraçãodo
pré-sal, e os eventos da Copa doMundode 2014 e dasOlimpíadas de 2016 serviram
paracolocaraeconomiabrasileiranarotadeanálisedeinvestidoresestrangeiros.
Nesteambientedesucessodevendas,asEREelaboraramplanosdenegóciosemquese
evidenciavamumacorridapelaexpansãogeográficaeadiversificaçãonossegmentosde
mercado,voltadotantoparasegmentosdealtarenda,comoparaosdemaisbaixarenda,
aímotivadospeloprogramaMinhaCasaMinhaVida.
26
Todavia, o resultado da implementação dessas estratégias se demonstrou frágil, pois
faltoucompreendermelhoraculturaconstrutivalocal,assimcomoimplantarSistemas
deGerenciamento dos Empreendimentos (SGE), suportados por um eficaz Sistemade
Gestão Administrativa (SGA), com ênfase no controle adequado nas finanças
corporativas.
A fragilidade do SGE das ERE era perceptível, fosse pela falta de planejamento e
detalhamentodosprojetos,fossepelabaixaprodutividade,qualidadeecompetitividade
das empresas. Assim, muitas vezes, as incertezas do custo da obra pelas ERE eram
indexadaseembarcadasnaformaçãodopreçodosprodutos,elevandoopreçodeoferta
dosimóveis.
Com isso, ainda faltou mão de obra qualificada para o desenvolvimento dos
empreendimentos,resultandonaelevaçãodoscustosdemãodeobraenapromoçãode
pessoas desqualificadas nomercado de trabalho, baixando a qualidade dos produtos,
serviçoseprocessos.
Alémdisso,ospreçosdeaquisiçãodosterrenosedosmateriaisdeconstruçãocivilpara
aproduçãodasobrastambémseelevaramporefeitoespeculativo.
EssaselevaçõesdepreçospodemserconstatadaspelodescolamentodoÍndiceNacional
deCustodaConstruçãodoMercado–DisponibilidadeInterna(INCC-DI)emrelaçãoao
IPCA, justamente a partir de 2003, ano emque se constata uma inflexãona oferta de
créditoimobiliário.Odescolamentoentreabril/2003eabril/2015foidemaisque70%.
ROCHALIMAJR(2012,p.2)expõetodaafragilidadedodesempenhodasaçõesdasERE,
que foram precificadas sob a imposição de parâmetros operacionais totalmente
equivocadosàépocadosIPOs.Ovalordasações,apósumprimeirocicloespeculativo,se
posicionou em um patamar inferior e, desse patamar, o setor vem acompanhando a
tendência do Ibovespa desde então. Algumas companhias não tiveram nemmesmo a
capacidadedequeomercado,passadaaeuforiadepartida,levantasseospreçosacima
dovalorarbitradonosIPOs,desvalorizando-serecorrentemente.
27
Fonte:IBGEeFGVGráfico3- DescolamentodoINCC-DIemrelaçãoaoIPCA
Salientaainda,ROCHALIMAJR(2012,p.10)queosistemadeapropriação,noconceito
deusaracurvadecustosdeprodução,mostrounopassado(até2010,paraamaioria
das empresas) resultados muito acima do que os empreendimentos estavam
produzindo, demodoque a compensaçãodos lucros exagerados aparecena formade
prejuízoadiante.Quandosechegouaotérminodosempreendimentos(grandecicloem
2006/2007 se encerrando em2011), ou por força de pressão de auditores, custos de
empreendimentossefecharamacimadoquevinhaservindodeapuraçãoderesultados
ouorçamentosparacompletarobrasforamrevistos,provocandoascompensaçõescom
osexcessospresentesembalançosanteriores,queresultaramnoregistrodeprejuízos.
Neste cenário,não restadúvidadequealgumasempresas ficaramabaixodaBaseline-
Qualidade,causandonãoapenasaperdadaqualidadeeprodutividade,mastambéma
reduçãodasmargensdelucro,quegerouperdasparaalgumasincorporadoras.
Mas, se houve descolamento dos preços, com quem ficou a valorização dos imóveis?
Certamente, com quem adquiriu/investiu em imóveis a partir daquelemomento. Isso
pode ser ilustrado a partir da evolução do Índice de Fundos de Investimentos
0%#
15%#
30%#
45%#
60%#
75%#
90%#
#100##
#150##
#200##
#250##
#300##
#350##
#400##
jan/00#
jan/01#
jan/02#
jan/03#
jan/04#
jan/05#
jan/06#
jan/07#
jan/08#
jan/09#
jan/10#
jan/11#
jan/12#
jan/13#
jan/14#
jan/15#
Descolamento# INCC/DI=100#EM#JAN/00# IPCA=100#EM#JAN/00#
28
Imobiliários da BM&F-BOVESPA (IFIX)7, que acumula valorização de mais de 40%
desde dezembro de 2010, quando o índice foi criado e da depreciação do Índice
BM&FBOVESPA Imobiliário (IMOB)8, que acumula perdas em torno de 60%, desde
dezembrode2010.
Fonte:BM&FBOVESPAGráfico4- EvoluçãodoIFIX,IMOBeIBOVESPA
As ERE devem rever suas estratégias de negócios baseadas em outros fundamentos
econômicos e operacionais, além de voltar a dar importância à localização dos
empreendimentos,culturaconstrutiva,qualidade,sustentabilidadeeeficiência.Exige-se
foconaanálisedaqualidadedoinvestimentodoprodutoaserdesenvolvido,semdeixar
aspreocupaçõescominovaçãoparaganhodecompetitividade.
Este período vivenciado pelas ERE poderia ter sido de grande aprendizado, inclusive
paraelevaropatamardomercado.Mas,oqueseconstataéqueasempresasbuscaram7OIFIXtemporobjetivomediraperformancedeumacarteiracompostaporcotasdefundosimobiliáriosque são listados para negociação nos ambientes administrados pela BM&FBOVESPA. Essas cotas sãoselecionadasporsualiquidezeponderadasnascarteirasporseuvalordemercadototal(númerototaldecotasemitidasmultiplicadoporsuaúltimacotaçãoemmercado).8 O IMOB tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado acionário, medindo ocomportamento das ações das empresas representativas dos setores da atividade imobiliáriacompreendidos por construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis. As açõescomponentessãoselecionadasporsualiquidez,esãoponderadasnascarteiraspelovalordemercadodasaçõesdisponíveisànegociação.
-
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
dez-07
mar-08
jun-08
set-08
dez-08
mar-09
jun-09
set-09
dez-09
mar-10
jun-10
set-10
dez-10
mar-11
jun-11
set-11
dez-11
mar-12
jun-12
set-12
dez-12
mar-13
jun-13
set-13
dez-13
mar-14
jun-14
set-14
dez-14
mar-15
jun-15
set-15
dez-15
IMOB IFIX Ibovespa
IndexaçãoIMOB=IFIX=1.000emdezembrode2010
29
estratégiasequivocadasdediversificaçãosem,muitasvezes,analisaradequadamenteos
fundamentos econômicos e operacionais, tanto dos empreendimentos como de seus
sistemasdedecisãoegestão,noSGEounoSGA.
3.1.3 PATAMARDASUSTENTABILIDADE
Mas nem tudo foi avassalador neste período. O setor da construção, que por muito
tempoconviveucoma informalidade, começouaverificarmudançaspositivasnaárea
social,comamaiorofertadeempregosnoregimedaConsolidaçãodasLeisdeTrabalho
(CLT),devidoàestabilizaçãoeaocrescimentodaeconomia,aofortalecimentodosetor
com a expansão de crédito e à maior disponibilidade de recursos para o mercado
imobiliárioedeinfraestrutura.
Além disso, as ERE listadas na BM&F-Bovespa se aprofundaram em práticas de
transparência e de governança corporativa que contribuíram para a redução da
sonegaçãofiscal.
PesquisarealizadapelaFVGapudNAKAMURA(2012,p.29)demonstraque,em2009,as
construtorasformalmenteconstituídasrepresentaram65%doPIBsetorial,sendo35%
édecorrentedaautoconstrução.
A redução da informalidade e da sonegação fiscal promove a arrecadação de tributos
paraaplicaçãoemáreasesetoresessenciaisparaasociedade,comosaúde,educaçãoe
mobilidade.
Ainda nos anos 2000, consolidou-se a implantação de empreendimentos que foram
desenvolvidostendoemvistaapromoçãodosrecursosnaturaisexistentesnoterreno,
bem como a redução dos impactos ambientais causados durante a implantação e
operação do empreendimento. Isso se deu em função da demanda cada vezmaior da
sociedadeedasempresasquesepreocupamcomosimpactosnegativosqueosetorda
construçãocivilpodecausarnomeioambiente.
Poroutrolado,verifica-sequeafaltadeplanejamentoedeinvestimentosemgeraçãode
energianoBrasil causoua crisede fornecimento edistribuiçãode energia elétricade
2001e2002,bemcomooriscoatualdemaisumcolapso.
30
Amesmasituaçãodefaltadeplanejamentoeinvestimentosocorrenoabastecimentoe
distribuição de água potável nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de
Janeiro, que vivenciam o esgotamento de suas reservas operacionais, apelando para
medidas emergenciais paliativas para utilização do “volumemorto” das suas reservas
hídricas.
Diante desse quadro, parte da população busca o uso mais eficiente e racional do
consumo de energia elétrica e de água potável, o que aumenta a procura por
empreendimentosqueadotemsoluçõesepráticasmaissustentáveisnessesaspectos.
As ERE perceberam esta demanda e começaram a buscar certificações para atestar a
sustentabilidadedosempreendimentos, indoaoencontrodasexigênciasdasociedade.
As principais certificações ambientais existentes no Brasil são o Leed e o Aqua, mas
outras certificações ambientais também estão presentes no país, ainda que de forma
incipiente,comooBreeameoDeutscheGesellschaftfurNachhaltigesBauen(DGNB).
Alémdascertificaçõesambientais,existeacertificaçãodeSistemadeGestãoAmbiental
ISO14001.SegundodadosdaISO,até2009,onúmerodeempresascomacertificação
ISO14001–SistemadeGestãoAmbiental–ultrapassava200milemtodoomundo.
Existem iniciativas nacionais, ainda de forma voluntária, indutoras da avaliação da
sustentabilidadeemempreendimentonopaís:[i]EtiquetaNacionaldeConservaçãode
Energia(ENCE)edoProgramaNacionaldeEficiênciaEnergéticaemEdificações(Procel
Edifica/ProcelEdificações);[ii]SeloAzul,daCaixaEconômicaFederal;[iii]Comitêde
AvaliaçãodeSustentabilidadedoCBCS.
Esta preocupação com os aspectos ambientais, sociais e econômicos é a segunda
mudançadepatamarnomercadoderealestate,Baseline-Sustentabilidade.Certamente,
assim como ocorreu com aBaseline–Qualidade,muitas empresas que não aderirem a
estanovafase,deixarãodeserapreciadaspelasociedadee/oupassarãoaterprodutos
inadequados e com baixa competitividade, colocando em risco sua própria
sobrevivência.
O caminhopercorridopelas empresas que atuamnomercadode realestate,ao longo
das últimas décadas, foi de certa forma desorientado: ocorreram muitas crises e
surgiramdificuldades,mastambémseexaltaramoportunidades.
31
Aolongodasúltimasdécadas,foiperceptívelqueasempresasevoluíramnasBaselines
QualidadeeSustentabilidade,maselasdevemestarlimitadasnisso,precisamestarmais
conscientesdaimportânciadoprocessodoprojeto,planejamentoedesempenho,sejano
ambientedoSGEcomotambémnoSGA.
Sob este enfoque, são discutidas abaixo: [i] Análise do Ciclo de Vida; [ii] Building
InformationModeling(BIM),[iii]DesempenhodosEmpreendimentos.
3.2 ANÁLISEDOCICLODEVIDA
AmetodologiadeAnálisedoCiclodeVida(ACV)éamaneiramaisobjetivaparaavaliar
os impactos ambientais dos materiais e sistemas construtivos. Ela é baseada na
quantificaçãodetodososfluxosdematériaedeenergiaestabelecidosporcadaproduto
aolongodoseuciclodevida,ouseja,dasuaorigemaoseufim.
Aperspectivafuturaédequetodososfabricantes,prestadoresdeserviço,construtoras
e incorporadoras forneçamas informações necessárias para que se possammensurar
efetivamente os impactos ambientais causados no desenvolvimento de obras de
construçãocivil.
A utilização da ACV parece ser evidente, pois trata de todas as etapas ligadas a um
produto,desdeaextraçãodesuasmatérias-primasatésuadisposiçãofinal.Noentanto,
conforme disse SILVA (2003, p. 193), não há dados nacionais sobre a ACV e é
inconsistenteavaliarimpactosdemateriaisbrasileiroscombaseemdadosestrangeiros.
Porestarazão,deve-secompreenderociclodevidadoedifíciodeformasistêmica.
NoBrasil,ametodologiaACVaindaéincipienteepoucodifundida.Noentanto,verifica-
se cada vez mais o interesse e a publicação de inventários de CO2 por parte de
construtoras e incorporadoras, tais como: Camargo Correa Desenvolvimento
Imobiliário, Cyrela, Even, Odebrecht Realizações, Racional Engenharia, Rossi, Stan e
Tecnisa.
Aindaquesejalimitadaaociclodeimplantação,ecomointuitodesuplementaranorma
ABNTNBR ISO14067:2007, a iniciativa realizada pelo SINDUSCON-SP (2013) propõe
umguiametodológicoparaInventáriosdeEmissõesdeGasesdeEfeitoEstufa(GEE)na
construção civil – setor edificações – para que as construtoras e incorporadoras
32
elaboreminventáriospormeiodeummodelopadrão.Issopermiteacomparaçãoentre
osinventárioseproporcionatrocadeexperiênciaseaçõesparareduçãodeGEE.
Além disso, destaca-se a publicação de balanços de CO2 por parte das principais
cimenteirasbrasileiras.Caberessaltarquea indústriadecimentonoBrasiléumadas
que apresenta menores emissões de CO2 no mundo e, por esta razão, torna-se
estratégicaparaasempresasquetrabalhamnosetordaconstruçãocivilpelopotencial
demitigaçãodoimpactopormeiodaaplicaçãomaiseficientedocimento.
Nestecontexto,umadas iniciativasmais importantesrealizadasnoBrasiléo trabalho
coordenado pelo CBCS no Projeto ACV Modular de Blocos de Concreto, que busca
exploraropotencialdemitigaçãopormeiodeaplicaçãomaiseficientedocimento,tendo
emvistaocontroledoprocessocomoferramentadecomunicaçãocomconsumidorese
porassociaçõessetoriais.
Vislumbra-se no futuro que as informações da Análise do Ciclo de Vida estejam
disponíveis na Building Information Modeling (BIM), de tal forma que possibilite
mensurar quantitativamente e qualitativamente os impactos ambientais, sociais e
econômicosdeumdeterminadoprodutoouempreendimentoaolongodesuavidaútil.
3.2.1 ANÁLISEDOCUSTODOCICLODEVIDA
Avaliar o desempenho econômico é aparentemente mais simples do que avaliar o
desempenhoambiental,devidoàsuacomplexidadeeàquantidadedevariáveisaserem
arbitradas,sobreasquaismuitasvezes,comoocorreregularmentenoBrasil,inexistem
ou,simplesmente,faltamindicadoresquesustentemestasarbitragens.
A metodologia mais utilizada para avaliar o desempenho econômico do
empreendimentoéaAnálisedoCustodoCiclodeVida(ACCV)–LifeCostCycleAnalysis
(LCCA),queécompreendidapelaanálisedosgastosqueincorremdesdeaconcepção,os
projetos, as obras, a manutenção, até os upgrades previstos para manter a Baseline
Qualidadeesperadaduranteavidaútildoempreendimento.
A ACCV permite avaliar o desempenho econômico das possíveis alternativas
construtivaseoperacionaisnodesenvolvimentodeempreendimentos.
33
Para HELGESON; LIPPIATT (2009, p. 392), a integração da ACCV e da ACV permite
avaliar de modo eficiente o desempenho ambiental e econômico das possíveis
alternativasdeprojetoparadesenvolvimentodeumempreendimento.
LIPPIATTI (1999, p. 453-454) argumenta que o resultado da análise integrada da
performance ambiental e econômica, pormeio daACV e daACCV, deve ser simples e
interpretado em escala linear, sendo em três vetores de análise: [i] ambiental; [ii]
econômica;[iii]global.Issopermitemensurarcommaioracuidadeosresultadosesuas
possíveisdistorções,quemuitasvezespodemlevaraconclusõesprecipitadas,devidoao
conhecimentopopularpré-existentedeumdeterminadoproduto/modelo.
3.3 BUILDINGINFORMATIONMODELING(BIM)
NoBrasil,aBIMéconhecidacomoMODELAGEMDAINFORMAÇÃODACONSTRUÇÃO,sendouma
tecnologia que vem se desenvolvendo significativamente no setor da construção civil
porproporcionarumamodelagemmaisprecisa, sejacom informaçõesgeométricasou
de dados relevantes para suportar as necessidades ao longo do ciclo de vida do
empreendimento,desdesuaconcepção,projeto,implantação,operaçãoereciclagem.
Segundo EASTMAN et al (2008, p. 1), quando implantada apropriadamente, a BIM
facilitaamaiorintegraçãodosprocessosdeprojetoedeimplantação,queresultamem
maiorqualidadedosempreendimentos,menorcustoereduçãodosprazosdeprojeto.
As vantagens e os benefícios na implantação da BIM, para os profissionais e para as
empresas que atuam no setor da construção civil, são discutidos por vários autores,
comoEASTMANetal(2008),ELVIN(2007),KYMMELL(2008)eJERNIGAN(2008).
ABIMdespertaointeressedeprofissionaiseempresasdediversosnichosdemercado
do setor da construção civil, inclusive paramodelar e desenvolver empreendimentos
mais sustentáveis, conceituados para reduzir o consumo dos recursos naturais,
promover uma melhor qualidade de vida aos usuários e maior integração com a
comunidadedoseuentorno.
KRYGIEL; NIES (2008) apresentam projetos mais sustentáveis que utilizaram a
tecnologiaBIMparaasuamodelagemeconstrução.
34
AlémdaaplicabilidadedatecnologiaBIMparaodesenvolvimentodeempreendimentos
imobiliários ou de base imobiliária, a BIM pode ser utilizada para a modelagem da
informação dos projetos, do planejamento, das construções e do gerenciamento das
cidadesaolongodetodooseuciclodevida.Constata-sequeestaaplicaçãoécadavez
maior,conformeverificadoemBERSANI(2011),PHILBRICK;SIMIONE(2011),SANTOS
etal(2003),DELVECCHIO;WEST;PRETTYMAN(2011),SAMMARCO(2010).
AtecnologiaBIMparaainfraestruturaproporcionarecursosvisuaisem3Dquefacilitam
a leitura e a interpretação de projetos urbanísticos, otimizando a adoção de políticas
públicas.Asvantagensparaosprincipaiselementosdestacadeiasão:
i. paraosplanejadores,aBIMparainfraestruturapermiteaanáliseeaotimização
dos projetos ao longo de todo seu ciclo de vida, sem que os mesmos estejam
prontos, pois, com a modelagem de informações de múltiplas fontes 9 e a
colaboração de diversos especialistas, pode-se aumentar a qualidade dos
projetos,bemcomoreduziroscustoseosriscosenvolvidos.
ii. Para os projetistas e construtores, a BIM para infraestrutura permite a
compatibilizaçãodosprojetosdeformaprecisa,reduzindoerroseretrabalhosde
serviços e potencializando a qualidade das instalações e dos sistemas
construtivos.
iii. Paraosusuários,osmoradoreseacomunidade,umprojetocommaisqualidade,
mais conforto, maior segurança e com maior controle do uso dos recursos
financeirospúblicosproporcionamaiorsatisfaçãoetransparência.
No Brasil, a tecnologia BIM parece que vem se consolidando cada vezmais. Enquete
realizadapelaEDITORAPINI(2013)demonstraquemaisde90%dos588participantes
pretendemutilizaratecnologiaematécincoanos.
A exigência do uso da BIM pelo mercado da construção civil ainda é baixa,
despreocupando os profissionais que atuam no setor quanto à adoção imediata da
tecnologia. No entanto, já existe a percepção demelhoria da qualidade e aumento da
produtividadedosprofissionaise/ouempresasqueautilizam.
9As principais fontes de dados podem ser: [i] dados vetoriais (quadras, lotes, edificações, limites, riosetc.);[ii]ortofotos;[iii]modelodigitaldoterreno;[iv]modelodeprojetos(edificações,rodovias,metrosetc.);[v]laserscanning.
35
Porestarazão,verifica-seaadoçãodestatecnologiaemlicitaçõesdeobraspúblicaspara
desenvolvimento de projetos. A primeira a ter este tipo de licitação foi realizadapela
Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS) para a elaboração do projeto executivo e a
construçãodaUnidadeOperacionaldaBaciadeSantos–ASededoPré-Sal–,comcerca
de25milm2deáreaconstruída,emSantos–SP.
Emfevereirode2011,aCompanhiadeDesenvolvimentoUrbanodaRegiãodoPortodo
Riode Janeiro(CDURP) tambémrealizouuma licitaçãoparaelaboraçãodeestudosde
viabilidadeem terrenosnaÁreadeEspecial InteresseUrbanísticodoPortodoRiode
Janeiro,pormeiodatecnologiaBIM.
A tecnologiaBIMnãoparaporaí,SAMMARCO(2010)citaousodesta tecnologiapara
realizar o geomarketing dos produtos imobiliários, tais como: análise do mercado,
market share, análise dos atributos de localização, análise dos produtos competitivos,
attractor analysis, área de influência do empreendimento, mapas temáticos e routing
analysis(trajetos,isócronas,proximidadeetc.).
Diante desta gama de opções de uso da BIM, surgiu a metodologia Integrate Project
Delivery (IPD) – Implementação Integrada de Empreendimentos – para integrar de
formaotimizadaosprincipais stakeholders deumempreendimento, pormeiodeuma
tecnologiacolaborativa.
Segundo AIA-CALIFORNIA (2007, p.5), a IPD possui enfoque na implementação de
empreendimentosqueintegrempessoas,sistemas,estruturasdenegócioepráticas,em
umprocessocolaborativoqueaproveitatalentosepercepçõesdetodososparticipantes
parareduziroscustoseotimizarosresultadosdetodasasfasesdeprojeto,fabricaçãoe
construção.
Alémdisso,aintegraçãopodeenvolvertodoociclodevidadoempreendimento,desdea
escolhadoterreno,concepção,projeto,implantação,operaçãoerevitalização.
A IPD promove o processo integrado para a realização de um empreendimento, pois
antecipaaparticipaçãodealgunsdosprincipaisstakeholders,taiscomoórgãospúblicos,
arquitetos, projetistas, construtoras, empreiteiras e o gestor da operação, de forma
conectadacomadinâmicadoincorporador,conformeilustradonaFigura7.
36
Oprocesso integradootimizaa gestãodeprojetos,melhoraaqualidadee amitigação
dos riscos e possibilita maior controle sobre o prazo e o resultado econômico do
empreendimento.
ProcessoTradicionalOquê?
Como? Quem? Realização
Terreno EstudoPreliminar Anteprojeto Projeto Documentaçãoparaconstrução Licenças/Alvarás Implantação Operação
ÓrgãosPúblicos
Incorporador
Arquiteto
Projetistas
Construtora
Empreiteiros
Gestor
Usuários
ProcessoIntegradoOquê?
Quem? Como?
Realização
Terreno Concepção CritériosdeProjeto
DetalhamentodoProjeto
Documentaçãopara
ImplementaçãoLicenças/Alvarás Implantação Operação
ÓrgãosPúblicos
Incorporador
Arquiteto
Projetistas
Construtora
Empreiteiros
Gestor
Usuários
Fonte:AIA–CALIFORNIA(2007),modificadopeloautorFigura7 IPD–ProcessoTradicionalXProcessoIntegrado
A Figura 8 ilustra claramente que as decisões para o desenvolvimento do
empreendimentosãoantecipadasnoprocesso integrado,sendomaiseficazesemenos
onerosasnaeventualidadedemudançasnoescopodoprojeto.
37
ProcessoTradicional EstudoPreliminar Anteprojeto Projeto Documentospara
ConstruçãoLicenças/Alvarás Implantação
ProcessoIntegrado Concepção CritériosdeProjeto
DetalhamentodoProjeto
DocumentosparaImplantação
Licenças/Alvarás Implantação
Fonte:AIA–NATIONAL;CALIFORNIA(2007)Figura8 CurvadeMacLeamy
JRADRE; JALAEI (2013)defendema integraçãodametodologiadaAnálisedoCiclode
Vida do empreendimento e da BIM para o desenvolvimento de edifícios mais
sustentáveis. Na prática, a integração pode auxiliar na avaliação de atributos nas
certificações ambientais existentes e apurar o custo ao longo do ciclo de vida do
empreendimento.Aintegraçãoapresentadaaindaélimitadaàsinformaçõesebancode
dados existentes nomercado,mas não engloba a totalidadedos atributos necessários
para avaliação completa do empreendimento. Porém, já se apresenta como uma
perspectiva simples, intuitiva e fácil deutilizar, queotimizaoprazo e realiza cálculos
rapidamente.
AperspectivaparaousodaBIMedaACV,comovistaatéaquiéamplaepodesercada
vezmaisdifundidanoBrasil,promovendoumavisãosistêmicaparaagestãodeprojetos
e a implantação de iniciativas mais sustentáveis para o desenvolvimento de
empreendimentos.
1
24
31
1
2
4
31
Possibilidadedemudanças
Impactonocustodevidoasmudanças
TomadadedecisõesnoProcessoTradicional
TomadadedecisõesnoProcessoIntegrado
38
Aintegraçãocomosprincipaisstakeholderspromovemaiordinâmicaparadisseminação
do conhecimento das melhores práticas da construção sustentável, além de
proporcionar um ambiente de eficiência e inovação para o desenvolvimento de
empreendimentosimobiliáriosedebaseimobiliária.
Nessaperspectiva,aparticipaçãoantecipadadosoperadoreseintegraçãodosusuários
deEECssetornanecessáriaeéumadaspropostasdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-
EECaserapresentadanoCapítulo7.
3.4 DESEMPENHODOSMATERIAISEDOSEMPREENDIMENTOS
A NBR 15575 – Desempenho de Edificações Habitacionais –, publicada em 19 de
fevereiro de 2013, entrou emvigor em19 de julho de 2013, e é a normaque obteve
maiornúmerodeparticipantesemComissõesdeEstudosdenormastécnicasnoBrasil,
sendo composta por representantes da cadeia produtiva e de instituições públicas e
privadas.
Além de ser um dos referenciais da qualidade10para o desempenho11, eficiência e
durabilidadedasedificaçõeshabitacionais,aNBR15575delimitaasresponsabilidadese
condições de contorno dosplayers demercado: [i] fornecedores de insumo,material,
componente e/ou sistema; [ii] projetistas; [iii] construtores e incorporadores; [iv]
usuários.
10A ABNTNBR 15575 – Norma de Desempenho – aplica-se a edificações habitacionais unifamiliares ecoletivas,algunscritériossãoespecíficosparaedifícioscomatécincopavimentos,enãoabrangetodosossistemas construtivos da edificação, ficando limitado aos sistemas: [i] estruturais; [ii] de piso; [iii] devedaçõesverticaisinternaseexternas;[iv]decoberturas;[iv]hidrossanitários.As instalações elétricas fazem parte de um conjunto mais amplo de normas, não sendo portanto,contempladosnaABNTNBR15575.Anormanãoseaplicaa:[i]obrasjáconcluídas/construçõespré-existentes;[ii]obrasemandamentonadata da entrada em vigor da norma; [iii] Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data daentradaemvigordanorma;[iv]obrasdereformas;[v]retrofitdeedifícios;[vi]edificaçõesprovisórias.11A NBR 15575 estabelece o desempenho por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios(quantitativosoupremissas) emétodosdeavaliação, osquaispermitemamensuração claraquantoaoseuatendimento.
39
Asucumbênciadadaaosincorporadores,construtores,projetistaseusuáriospreenche
claramente as lacunas da responsabilidade de cada um destes, antes vistas como
“nebulosas”.
As prefeituras não possuem a atribuição de verificar se os projetos de construção
atendemos requisitosdasnormas técnicas.ComobemcolocouCBIC (2013,p.227), a
verificaçãoquantoaoatendimentodosrequisitosdaABNTNBR15575seráfeitapelos
interessados–proprietários,usuários,consumidoresdeummodogeral–epoderáser
necessária sua comprovação, a qualquer momento futuro, em caso de dúvida ou
discussãosobreaqualidadedaconstruçãoeocumprimentodeobrigaçõesparaapurar
responsabilidades,sejanotocanteaosprojetos,sejaquantoàqualidadedeexecuçãoda
construção.Daíaimportânciademanteremarquivo,duranteosprazosdevidaútil,os
projetos,contratos,atasdedecisõesedemaisdocumentosreferentesàobra.
Os EECS são projetados e desenvolvidos para atender à demanda crescente das
atividades comerciais, industriais e de serviços.O desenvolvimento desta tipologia de
empreendimento ocorre de maneira aparentemente lógica, repetindo-se os padrões
mais aceitos pelo mercado. Contudo, esta sistemática limita o ambiente para
desenvolvimentodetecnologiasinovadoras.
Desta forma, o mercado acaba criando novos padrões de desempenho dos EEC. O
desempenhomínimodosEECpodeserdefinidoporleis,decretos,normastécnicase/ou
por requisitossubscritos12.Estepadrãomínimopodeseralteradocompulsoriamente,
ouseja,émotivadoemfunçãodemaioresrestriçõesemleis,decretos,normastécnicas
e/ourequisitossubscritos.
Osprincipais fatoresquecomprometemnegativamenteodesempenhodosEDIFÍCIOSDE
ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSnociclooperacionalsão:[i]comissionamentoinadequado;[ii]
manutenção inadequada; [iii] baixo investimento em modernização - upgrade – do
edifício.
Ocomissionamentoéumaetapaquevisaaverificarseasutilidadesestãoinstaladase
calibradasdeacordocomasespecificaçõesdeprojeto.Sendoassim,oenvolvimentoda
12Entende-se como requisitos subscritos, os acordos, cooperações e/ou firmado comos stakeholders –partesinteressadas-deumempreendimento.
40
incorporadora,construtora,instaladora,projetistaseespecialistasnocomissionamento
éessencial,mastorna-semaisinteressante,quandoépossível,aparticipaçãodaequipe
deoperaçãoedosfuturosusuáriosdoedifício,poisestesúltimossãoosqueutilizarãoos
sistemas.
Os investimentos emmodernização, por serem gastos operacionais,muitas vezes são
interpretados comosendo investimentoemmanutenção.Noentanto, os conceitos são
distintos: a manutenção é primordial para manter a gestão operacional nos níveis
estabelecidosnaBaselinedoempreendimento,enquantoqueamodernização-upgrade-
refere-seàmelhoriadodesempenhodoempreendimento.
ConformeilustradonaFigura9–Desempenhoaolongodotempo–aseguir,avidaútil
do empreendimento pode ser comprometida se não ocorrer amanutenção adequada
desdeaentregadoempreendimento.
Caso o empreendimento não receba investimentos paramodernização -upgrade - de
suas instalações, sistemas e/ou infraestrutura, com o passar do tempo, a Baseline
definida na sua concepção e/ou no desenvolvimento dos projetos pode sofrer
prematuramenteaobsolescênciamercadológica.
Fonte:ABNTNBR15575Figura9 Desempenhoaolongodotempo
Aobsolescênciamercadológicapodeocorrerpor:
Desempenho
Desempenho
Requerido
Vidaútilsemmanutenção
Vidaútildeprojeto(manutençãoobrigatóriapelousuário)
T0 Tf1 Tf2
Manutençãodesdeaentrega
Tempo
41
i. Iniciativas Voluntárias: o mercado pode definir novos patamares de
desempenho em função de inovações em instalações, sistemas e/ou
infraestruturadosedifícios;
ii. Iniciativas Compulsórias: quandoodesempenhodoempreendimentoestá
abaixo do patamar mínimo de desempenho induzido por leis, decretos,
normastécnicase/ouporrequisitossubscritos.
As alterações nos padrões de desempenho, seja por iniciativas voluntárias ou por
iniciativas compulsórias, sofrem influência da cultura e da localização do
empreendimento.
Assim, as questões culturais e de localização são pontos sensíveis pelos quais são
algumasdaslimitaçõesdoscertificadosdeorigemestrangeira.
A Figura 10 ilustra a necessidade de se realizar os upgrades para manter a Baseline
esperadadoempreendimento,casoosinvestimentosemupgradesnãosejamrealizados,
oedifíciopoderesultarnoprecoceestadodeobsolescênciamercadológica,amedidaem
que surgem novas iniciativas compulsórias para o desempenho mínimo legal para o
mercadodeEECs.
Fonte:AutorFigura10 Desempenhodoempreendimentoaolongodasuavidaútil
Vidaú'ldoedi+ciosemupgrade Vidaú'ldoedi+ciocomupgrade
inves&men
to
tempo
Patamar3
Patamar2
Patamar1
Patamarn
Desempenhomínimolegal
Baselinedoempreendimento
Upgrade1
Upgrade2
Upgrade3
Upgraden
Possívelpontodeobsolescênciamercadológica
42
4 CONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL
4.1 BOTTOMLINE:AMBIENTAL
4.1.1 ENERGIA
O Brasil vem reduzindo gradativamente ao longo dos anos a participação de energia
renovávelnasuamatrizenergética,mas,mesmoassim,elaéumadasmaiselevadasno
mundo.Em2012,chegouasermais3(três)vezesmaiorqueamédiamundial,quefoi
de13,2%,conformedemonstradonoGráfico5.
Fonte:EmpresadePesquisaEnergéticaDadoscompiladosàpartirdeEPE(2013);EPE(2014);EPE(2015)Gráfico5- Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizenergéticabrasileira
Sob o enfoque na matriz de energia elétrica, em 2012 a participação da energia
renovávelnoBrasilfoide88,9%,essepercentualémuitosuperioramédiamundialde
21,2%,conformedemonstradonoGráfico6.
8,5%
8,1%
8,0%
13,2%
13,0%
13,2%
39,4%
40,4%
42,4%
44,0%
91,5%
91,9%
92,0%
86,8%
87,0%
86,8%
60,6%
59,6%
57,6%
56,0%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
OCDE2012
OCDE2011
OCDE2010
Mundo2012
Mundo2011
Mundo2010
Brasil2014
Brasil2013
Brasil2012
Brasil2011
Renováveis NãoRenováveis
43
Fonte:EmpresadePesquisaEnergéticaDadoscompiladosàpartirdeEPE(2013);EPE(2014);EPE(2015)Gráfico6- Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizdeenergiaelétricabrasileira
A energia é um dos principais temas discutidos no ambiente da sustentabilidade no
setor da construção civil, pois, o setor consumiu cerca de 40%da energia produzida,
conformeEPE(2013).
Dada esta proporcionalidade, o setor da construção civil passa a receber atenção de
todosossetores(governo,mercadoeinstituiçõesnãogovernamentais),tendoemvistaa
obtençãodemaioreficiênciaeageraçãodeinovações.
Umadasprincipais inovaçõesquesurgiramnaáreadeenergia,aplicadasnasredesde
transmissãoedistribuiçãodeenergiaelétrica,foioSistemadeRedesInteligentes(Smart
Grid). Por meio desse sistema, com a implantação de sensores e equipamentos de
comunicação,épossívelmonitorarinstantaneamenteoqueocorrenarede.
Alémdisso,noSmartGrid épossível incorporaramicrogeraçãodeenergiapelospró-
consumidores13,deformaaproporcionarmaioreficiência,fomentarousodeenergias
maisrenováveiseamelhorianaqualidadedaprestaçãodeserviçosenainterfacecomo
consumidor.
13Consumidoresquealémdeconsumirpodemgerarenergiaelétrica.
19,7%
18,1%
18,1%
21,2%
20,3%
19,7%
74,6%
78,3%
88,9%
84,5%
80,3%
81,9%
81,9%
78,8%
79,7%
80,3%
25,4%
21,7%
11,1%
15,5%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
OCDE2012
OCDE2011
OCDE2010
Mundo2012
Mundo2011
Mundo2010
Brasil2014
Brasil2013
Brasil2012
Brasil2011
Renovável NãoRenovável
44
ExisteminiciativassobreSmartGridemdiversospaíses,masnemsemprepossuemas
mesmas propostas e objetivos para adoção da tecnologia a ser empregada, pois cada
paíspossuinecessidadesematrizenergéticadistintas.Sãoexemplosdisso:
i. Europa:Objetivodeincorporarenergiarenovávelnasuamatrizenergética,que
éemgrandepartedefontefóssil,principalresponsávelpelasemissõesdegases
deefeitoestufa;
ii. EUA:Buscareduziroconsumodeenergianohoráriodepicoe,assimcomona
Europa,introduzirenergiarenovávelemsuamatrizenergética;
iii. Brasil: Visa principalmente a melhorar a qualidade dos serviços prestados e
coibirasperdasnãotécnicas,ouseja,furtosdeenergia,querepresentamperdas
de 23 tWh por ano, equivalentes a R$ 7,3 bilhões, segundo VIDINICH; NERY
(2009,p.15).
Em2012,aenergiaelétricageradapelasusinashidrelétricasrepresentacercade70%
damatrizelétricadopaís,segundoEPE(2013).Ocorreque,comoasusinashidrelétricas
sãoaltamentedependentesdovolumedeáguaarmazenadaemseusreservatórios,em
períodos de seca pode ocorrer o desequilíbrio na distribuição de energia elétrica em
todooterritórionacional.
NoBrasil, amaior criseenergéticadecorrentedestedesequilíbriono fornecimentode
energia elétrica ocorreu em 2001 e 2002, conhecida como a Crise do Apagão, que
culminoueminterrupçõeseatémesmoblecautesnadistribuiçãodeenergiaelétricaem
diversasregiõesdopaís,decorrentesde:
i. faltadeplanejamentoedeinvestimentosemgeraçãodeenergiaelétrica;
ii. aumento do consumo de energia devido ao crescimento populacional,
aumentodaproduçãoindustrialecrescimentodasatividadescomerciaisede
serviços.
Neste cenário, existia a possibilidade do racionamento forçado, principalmente nas
grandescidades,quepoderiamproduzirperdasinestimáveisparaaeconomiabrasileira.
Porém, o governo federal optou pelo amplo programa de racionamento de energia
elétricaenvolvendoeintegrandotodaapopulaçãobrasileira.
45
Foramcriadasmetasdeconsumoparatodasasresidências,estabelecendopenalidades
paraosquenãoconseguissematingirestameta.Alémdisso,houveoaumentodatarifa
deenergiaelétrica.
Deimediato,sobreoriscodeumambientedecolapso,amaioriadapopulaçãobrasileira
aderiuaesteprogramaebuscousoluçõesparaaeconomiaemaioreficiênciaenergética
em suas residências, como por exemplo a troca de lâmpadas incandescentes por
lâmpadasfluorescentes,quesãomaiseconômicas,eficientesedemaiordurabilidade.
Na época, origináriodaBolívia, abundante e debaixo custo, o gásnatural foi utilizado
comofontealternativadeenergia,sejanosetorindustrial,comercialedeserviços,como
também,oresidencial.
A integração e aderência de toda a população nacional foi fundamental para o
programademetas,comistoopaíssuperouaCrisedoApagãosemcortesforçadosno
racionamentodaenergiaelétrica.
SurgiunoBrasilumaquebradeparadigma,poisfoi instauradoumambienteemquea
populaçãobuscasoluçõesmaiseficientesparareduziroconsumodeenergiaelétrica.
Contudo, a falta de planejamento e de investimentos e atrasos para implantação de
novashidrelétricas,tornounecessáriaaimplantaçãodeusinastermoelétricas,movidas
agás,carvãoeóleocombustível,queimpactammaisnegativamenteomeioambientee
possuemmaiorcustooperacionalsecomparadascomasusinashidrelétricas.
Em 2014 e 2015, em decorrência da precipitação pluviométrica abaixo da média
histórica, o nível de operação dos reservatórios encontrava-se baixo, requerendo o
acionamentocontínuodasusinastermoelétricas.
O custo operacional para geração de energia elétrica aumentou em decorrência do
acionamentodasusinastermoelétricas.Assim,ogovernofederalcrioumaisumencargo,
denominado Sistema de Bandeiras Tarifárias14, cujo propósito é buscar o equilíbrio
14OSistemadeBandeirasTarifáriasédivididoem3faixas:
46
econômico em decorrência do acionamento das usinas termoelétricas, que entrou em
vigoremjaneirode2015.
O acionamento de cada bandeira tarifaria será sinalizado pela Agência Nacional de
EnergiaElétrica(ANEEL),deacordocominformaçõesprestadaspeloOperadorNacional
doSistema(ONS),conformeacapacidadedegeraçãodeenergiaelétricadopaís.
TendoemvistaqueosEECsconsomemcercade40%detodaenergiaelétricaproduzida
no país, se torna necessária a promoção da eficiência energética neste segmento de
mercado.Nesse sentido, o INMETRO (2010) avalia a eficiência energética de edifícios
comerciais, de serviços e públicos, conforme seja o desempenho de projeto da
envoltória,dosistemadeiluminaçãoedosistemadecondicionamentodear.
Requereraeficiêncianossistemasdearcondicionadosetornaobrigatória,poiscoma
reduçãodos custosdeprodução ede implantaçãodos sistemasde ar-condicionado, a
solução adotada nas décadas de 1980 , 1990 e 2000 para o conforto térmico dos
edifícios de escritórios, que privilegiavam o design e deixavam em segundo plano as
soluçõespassivasparaventilaçãoeiluminação,passouaseropróprioar-condicionado.
EstacondiçãoelevaocustooperacionalevainacontramãodosconceitosdosEDIFÍCIOS
DEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSMAIS SUSTENTÁVEIS, que partem da premissa de possuírem
maior investimentonociclode implantaçãoe,emcontrapartida,menorcustonociclo
operacional.
4.1.2 ÁGUA
CBCS (2009) cita que o setor da construção civil é responsável por boa parte do
consumo de água potável nomundo. Em áreas urbanizadas o consumo é de cerca de
50%daáguapotávelfornecidapotávelfornecidaàregião,podendochegara84%,como
ocorrenacidadedeVitória–ES.
i. Bandeira Verde: possui condições favoráveis de geração de energia. Logo, a tarifa não incidiránenhumacréscimoepartedeumpatamarmaisbaixoqueatarifacalculadapelametodologiaatual;ii. Bandeira Amarela: possui condições menos favoráveis de geração de energia. A tarifa sofreráacréscimodeR$2,50paracada100kWhconsumidos;iii. BandeiraVermelha:condiçõesmaiscustosasdegeração.AtarifasofreacréscimodeR$4,50paracada100kWhconsumidos.Osvaloresapresentadossãodenovembrode2015
47
O setor da construção civil ganha importância para promover o usomais eficiente e
racionaldoconsumodeáguapotável,namedidaemqueelaéindutoranainstalaçãoe
readequaçãodasinstalaçõeshidráulicasdecasas,edifícioseobrasdeinfraestrutura.
Somentenosetordeabastecimentodeáguaexistegrandeoportunidadedeeconomiade
águapotável.Apenasparailustrarestadimensão,asperdasmédiaspeloabastecimento
deáguanoBrasilsãoemtornode37%,algunsestadosoíndiceésuperiora50%,jána
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) representam na
ordemde30%deperdas,masnoJapão,referênciamundialnoassunto,asperdasestão
naordemde3%,dadosapresentadospelaSABESP(2014,p.35).
Além da questão da oportunidade de economia, se torna necessária a promoção da
reduçãodoconsumoeusoracionaldeáguaemdecorrênciadoaparenteesgotamento
das reservas hídricas, seja em função do aumento do consumo decorrente do
crescimentopopulacional,quemuitasvezescrescedesordenadamenteeocupaasáreas
de mananciais, removendo as áreas de preservação permanente e contaminando as
reservas hídricas, como também o risco de baixas precipitações pluviométricas, que
podemnãoreporovolumenecessárioparaatendimentodademanda.
O Estado de São Paulo vivenciou em 2014 e 2015 numa das maiores crises no
abastecimentodeáguapotável,queculminounautilizaçãodepartedovolumetécnico
doSistemaCantareira–abaixodacaptaçãodasbombas-(VolumeMorto).
ProgramademetadeconsumofoiintroduzidopeloGovernodoEstadodeSãoPaulopor
meio da Sabesp. A adesão expressiva da população evitou o colapso no sistema de
abastecimentonoperíododemenorprecipitaçãopluviométrica.Aparticipaçãodeparte
expressiva da população foi devido ao programa de conscientização realizado não
apenas pela Sabesp, mas também por diversos meios de comunicação e de pessoas
formadorasdeopinião,naqualapopulaçãofoiconstantementeimpactadapelasmídias
impressa,eletrônica,onlineetc.
Várias famílias aderiram ao apelo e buscaram o usomais eficiente e racional para o
consumo de água potável e promoveram a instalação de sistemas para coleta de
efluentes.
48
Aindaquenãohajaconsolidaçãoepadronizaçãodossistemasparacoletadeefluentes,
informação destacada pelo CBCS (2014), é notória a evolução e utilização destes
sistemasparausomaiseficienteeracionaldaágua.
Assim como vivenciado na Crise do Apagão, a integração e a conscientização da
população foi mais uma vez crucial para superar os problemas de abastecimento de
águanoEstadodeSãoPaulo.
Nota-se mais uma quebra de paradigma, pois foi instaurado um ambiente em que a
populaçãobuscasoluçõesmaiseficienteseracionaisparaoconsumodeágua.
4.1.3 MATERIAIS
Conformejámencionadoanteriormente,aconstruçãodeedificaçõeschegaaconsumir
até 75% dos recursos extraídos da natureza, sendo que na sua maior parte não são
recursosrenováveis.
Logo, a seleção e especificação demateriais adequados para o uso são fundamentais
para minimizar a emissão de poluentes, reduzir os impactos negativos e, sobretudo,
potencializarosimpactospositivossobreomeioambiente.
Conforme dito anteriormente, o referencial da qualidade de um material depende
exclusivamentedofimaqueelesedestina.Aespecificaçãodomaterialmaisresistente
e/ou de melhor acabamento, sem a devida necessidade, pode ser considerada
desperdícionãoaparente.
Diante deste contexto, a seleção de materiais, tema a ser debatido a seguir, é
fundamental para reduzir os impactos negativos que possam ser causados ao meio
ambiente.
49
4.1.3.1 SELEÇÃODEMATERIAIS
Aseleçãodemateriaiséumprocessofundamentalparaasustentabilidadenasempresas
e,principalmente,nosempreendimentos.Aparentemente,éumprocessorelativamente
simples,masquenapráticanãoocorre,poisprocedimentose/oucritériossimplesnão
sãodevidamenteaplicadosparaaseleçãodemateriaisecontrataçãodefornecedores,o
queprejudicaaevoluçãodacadeiadefornecedoresdosetor.
Diante deste cenário, o Comitê Temático de Materiais (CT MATERIAIS) do CBCS
desenvolveuaFerramentaSeisPassos15paraauxiliarosprojetistas,empreendedorese
usuáriosnaseleçãodosfornecedoresedosmateriaisqueserãoutilizadosnasobras.As
etapassugeridassão:
i. Verificaçãodaformalidadedaempresafabricanteefornecedora;
ii. Verificaçãodalicençaambiental;
iii. Verificaçãodasquestõessociais;
iv. Qualidadeenormastécnicasdoproduto;
v. Consultaroperfilderesponsabilidadesocioambientaldaempresa;
vi. Identificaraexistênciadepropagandaenganosa.
ANBR15575–NormadeDesempenho -delimitaos referenciaisdaqualidadeparao
desempenho das edificações habitacionais, as responsabilidades e as condições de
contorno dos players de mercado: [i] fornecedores de insumo, material, componente
e/ousistema;[ii]projetistas;[iii]construtoreseincorporadores;[iv]usuários.
A seleção de materiais deve levar em conta a sua durabilidade, assunto abordado n
Capítulo8.2.2.3-DesempenhodosMateriaisedosEmpreendimentos-,e,sepossível,a
AnálisedoCiclodeVida(ACV).
Cuidado redobrado deve ser dado às matérias-primas e aos produtos utilizados no
processo de fabricação dos materiais, pois muitas empresas utilizam materiais e
processos inadequados, que muitas vezes não são aparentes, ao adquirir um
determinadoproduto, como é o casodoCompostoOrgânicoVolátil (VOC), agregados,
madeiraetc.
15Disponívelem:http://www.cbcs.org.br/selecaoem6passos/
50
Logo, torna-se fundamental verificar a procedência legal dos materiais utilizados no
processodefabricaçãodosprodutosadquiridos.
4.1.3.1.1 MadeiraLegal
O setor da construção civil utiliza madeira em sua cadeia produtiva desde a
infraestrutura, as fundações e a cobertura, até o acabamento interno das edificações.
Embora haja uma rigorosa legislação para a supressão e o comércio demadeira, boa
partedamadeirautilizadanaconstruçãociviltemprocedênciaduvidosae/ouilegal.
Para controlar a origem da Madeira Legal, foi desenvolvido pelo Governo Federal o
SistemaDocumentodeOrigemFlorestal(SistemaDOF),umaferramentaeletrônicaque
integra os documentos de transporte florestal, federal e estaduais, com o objetivo de
monitorarecontrolaraexploração,atransformação,acomercialização,otransporteeo
armazenamentodosrecursosflorestais.
Embora O SISTEMA DOF tenha contribuído para a redução da exploração ilegal da
madeira,aindaseverificaocomércioilegaldemadeiranovarejo,emquemuitasvezes
pode-seconstataraproximidadese/ouatémesmoamisturadosestoquesdamadeira
legalcomamadeirailegal.
Uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio
Ambiente, promove o Cadmadeira, que é um cadastro estadual das empresas que
comercializamMadeiraLegal,noqualaempresaqueestiverhabilitadapoderárequerer
o SeloMadeira Legal, que dentre outras obrigatoriedades, exige a disponibilização do
arquivodasnotasfiscaisrecebidas,comseusrespectivosDOFs,procedimentoestequeé
umtantoquantoburocrático.
EstacondiçãopoderiaserotimizadasehouvesseobrigatoriedadededescreverosDOFs
nas notas fiscais eletrônicas emitidas pelo comércio. As prefeituras poderiam
disponibilizar essas informaçõespara oGovernodoEstado, que, por sua vez, poderia
compatibilizardemaneiramaisprática,ecommaiorvelocidadenoprocessamentodos
dados,paraidentificarcommaisagilidadeaspossíveisirregularidades.
51
Além daMadeira Legal, existe aMadeira Certificada, que é uma importante iniciativa
paraatestaraorigemdamadeiraedisseminaromanejomaissustentáveldasflorestas
nativase/oudereflorestamento.
As duas principais certificações são o Forest Stewardship Council (FSC), entidade
internacional,eaCertificaçãoFlorestal (Cerflor),parceriaentreaSociedadeBrasileira
deSilviculturaeaABNT.
OusodaMadeiraCertificadapossuialgumaslimitações,destacadasaseguir:
i. Acadeiaprodutivadamadeiracertificadaparaosetordaconstruçãocivilé
limitadaapoucosfornecedoreseprestadoresdeserviços;
ii. Baixa disponibilidade nos estoques do comércio varejista, mesmo nos
principaismercadosconsumidores;
iii. O custo da madeira certificada é em torno de 30% superior ao custo da
madeiralegal;
iv. As madeiras certificadas possuem a obrigatoriedade de informar que são
certificadasnanotafiscal,masnãoháobrigatoriedadedeinformaroDOF.
v. Um estabelecimento comercial pode vender madeira legal e madeira
certificada.
Além de identificar a madeira adquirida diretamente para o empreendimento,
recomenda-severificareexigiraprocedênciadosprodutosqueutilizamindiretamente
a madeira no processo produtivo e/ou logístico. No caso da indústria cerâmica, ela
utilizamaisde51%delenhaemsuamatrizenergética,segundodadosdeEPE(2013).
4.1.3.2 TRANSPORTE,RECEBIMENTOEARMAZENAMENTODEMATERIAIS
As etapas de transporte, recebimento e armazenamento de materiais são tão
importantes quanto a etapa de seleção e aquisição de materiais, pois podem
comprometerousodomaterial.
Asemissõesdefumaçadosveículosdetransportedemateriaisdevemestardentrodos
limites legais, pois além de poluir o meio ambiente, os veículos inadequados e
descalibrados podem comprometer a imagem associada ao empreendimento e ao
empreendedor.
52
4.1.4 RESÍDUOSSÓLIDOS
Conformevistoanteriormente,osetordaconstruçãociviléoprincipalresponsávelpelo
consumodosrecursosnaturais,bemcomopelageraçãoderesíduossólidos.
Por várias décadas, inexistiu a preocupação com a gestão de resíduos sólidos na
construçãocivilbrasileira,mesmoemumcenárionoqualocorriamperdaseconômicas
equivalentesa30%emdesperdíciosdemateriaiseretrabalhos16.
Apenasem2003entrouemvigoraCONAMA307,resoluçãoqueestabelecediretrizes,
critérioseprocedimentosparaagestãoderesíduossólidosdaconstruçãocivil.Segundo
estaresolução,osgeradoresderesíduosdaconstruçãocivildevemserosresponsáveis
pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de
estruturasedeestradas,bemcomoporaquelesresultantesdaremoçãodavegetaçãoe
escavaçãodesolos.
O Conselho Regional doMeio Ambiente (CONAMA), pormeio da Resolução CONAMA
307,de2002,estabelecequeosplanosdegerenciamentoderesíduosdaconstruçãocivil
deverão contemplar as etapas: [i] caracterização; [ii] triagem; [iii] acondicionamento;
[iv]transporte;[v]destinação.
Os resíduosdaconstruçãocivil, apósa triagem,deverãoserdestinadosconformeseja
suaclassificaçãonoCONAMA307de2002,descritaaseguir:
i. ClasseA-sãoosresíduosutilizáveisourecicláveiscomoagregado;
ii. ClasseB–sãoosresíduosrecicláveisparaoutrasdestinações;
iii. Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente atrativas que permitam a sua
reciclagemourecuperação;
iv. ClasseD–sãoosresíduosperigososdoprocessodeconstrução.
A destinação dos resíduos deve atender ao Manifesto de Transporte de Resíduos,
estabelecido no Processo n° 02001.000597/2004-40, de 8 de agosto de 2002, do
CONAMA,quedispõesobreoTransporteInterestadualdeResíduosPerigosos.
16Segundoinformaçõescorrentesesemsustentaçãotécnica.
53
ANBR10004:2004estabelece critériospara classificaçãodos resíduos sólidosquanto
aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, de forma que possam ser
gerenciadosadequadamente.Osresíduossãoclassificadosem:
i. ClasseI–Perigosos;
ii. ClasseII–Nãoperigosos
§ ClasseII-A–Nãoinertes
§ ClasseII-B–Inertes
ANBR12.235estabeleceoarmazenamentodosresíduossólidosperigosos–ClasseI–
deformaaprotegerasaúdepúblicaeomeioambiente.
4.1.5 CLIMA
Segundo BARBIRATO et al (2011), o clima é o resultado dinâmico de fatores globais
(radiação solar, latitude, altitude, regime dos ventos, massas de água e terra), locais
(topografia e revestimento do solo) e de elementos (temperatura do ar, umidade,
radiação,ventos,nebulosidade,precipitações).
Em função desta gama de variáveis, existe uma infinidade de padrões. Logo, a
construção mais sustentável não deve ser modelada ou padronizada
internacionalmente,poiseladevelevaremconsideraçãooclima,aculturaeosaspectos
ambientais,sociaiseeconômicosdecadaregião.
Mais uma vez, não faz sentido a existência de uma certificação que afira a
sustentabilidadedeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSemqualquerlugardoplaneta.
SegundoEPE(2013),asemissõesdeCO2percapitanoBrasilestãoentreasmenoresdo
mundo,conformedemonstradonoGráfico7.
54
Fonte:EPE(2013)Gráfico7- EmissõesdeCO2percapita
4.2 BOTTOMLINE:SOCIAL
A construção deHabitações de Interesse Social (HIS) é umprograma social realizado
pelos governos das três esferas (federal, estadual e municipal) para tentar reduzir o
déficithabitacionaldemaisde5milhõesdeunidadesnoBrasil,segundoFJP;CEI(2012).
Ao investir neste programa adequadamente em sinergia com os stakeholders, os
governospromovemoportunidades, comodemonstradonoSustainableSocialHousing
Initiative(ProjetoSushi),projetodesenvolvidopeloProgramadasNaçõesUnidasparao
MeioAmbiente(PNUMA)-UnitedNationsEnvironmentProgramme(UNEP)–,comapoio
daUniãoEuropeiae,comoumdeseusexecutores,oCBCS.Asprincipaisoportunidades
apontadaspeloProjetoSushisãopara:
i. governo: menos gasto com saúde, mais produtividade dos trabalhadores,
melhorcapacidadedeapreenderdascriançasetc.;
ii. setordaconstruçãocivil:oportunidadesdenegócios,empregosverdesetc.;
iii. sociedade:geraçãoderiqueza,menospoluiçãoetc.;
iv. agentes financeiros: novas oportunidade de financiar, melhores garantias,
evitarobsolescênciaprematuradahabitaçãoetc.;
17,3
7,3
5,4
2,0 2,20
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
EUA-2010 UniãoEuropeia-2010
China-2010 Brasil-2010 Brasil-2012
tCO2/ha
b
55
v. famílias:maiorqualidadedevida.
Investirnosetordaconstruçãocivil temsua importânciasocialnoBrasil,poisosetor
gerou mais de 8% dos empregos no Brasil em 2011 e sua participação do valor
adicionado bruto representa na ordem de 35%, segundo informações tabuladas pela
CBIC(2015).
O setor da construção civil vem se transformando ao longo dos anos, criando mais
oportunidades de emprego e renda para população, como também o aumento da
arrecadação de tributos e impostos para aplicação em setores essenciais para a
sociedade:saúde,educaçãoemobilidade.
Mas, recursos aplicados na saúde e na educação são insuficientes para atender as
necessidades da população. Assim, diversas empresas do setor da construção civil
oferecem planos de saúde e programas de alfabetização para promover a melhor
qualidadedevidaevalorizaçãodeseusfuncionários.
4.3 BOTTOMLINE:ECONÔMICO
Aaplicaçãodepráticasmaissustentáveispressupõequeoedifícioterámenorgastode
manutenção e operação, causará menor impacto negativo e, com o intuito de
potencializar os impactos positivos no meio ambiente, usará materiais e sistemas
construtivosmaiseficientes,quevisemreduziroconsumodosrecursosnaturais.
O segmento de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS tem sido alvo de pressão não
apenasda sociedade,mas tambémde algumas empresas alinhadas compráticasmais
sustentáveis, quebuscam instalar suasoperaçõesnesta tipologiade empreendimento.
Deste modo, para atender a esta demanda e à necessidade deste público, os
empreendedoresdevemreveraspráticassustentáveisadotadasdeformasistêmicatodo
o ciclo de vida do empreendimento, desde sua concepção, projeto, implantação e
operação,atéasuarevitalização.
VERONEZI(2004,p.5)relataqueavisãoinicialdeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS
como sendo apenas a estrutura física de suporte foi substituída pelo conceito de
ambiente adequado ao desenvolvimento de novos negócios e parte integrante destes.
Sobesseenfoque,énecessárioquetaisedifíciosacompanhemasevoluçõestecnológicas,
56
demateriais construtivos, de conceitos arquitetônicos e de estruturas organizacionais
dotrabalho,bemcomoosmovimentosdoscentrosdenegóciosdentrodamalhaurbana,
paraquepossamatenderdamelhorformaaseusocupantes.
Diantedessecontexto,osegmentodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSpassaporum
momento de evolução tecnológica, no qual é necessário quebrar paradigmas, buscar
sistemasconstrutivosemateriaismaiseficientesparaociclodeimplantação,tendoem
vista minimizar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos nomeio
ambiente.
4.3.1 OSCUSTOSDEIMPLANTAÇÃODACONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL
Oscustosdeimplantaçãodeumedifíciodeescritórioconceituadocomaspráticasmais
sustentáveissãomaioresemrelaçãoaosedifíciosdeescritóriosconvencionais,situação
esta que conduz o empreendedor a ummaior nível de exposição ao final do ciclo de
implantação.
ALENCAR(2009)citaofatodeque,“paraaquelequeexploraosedifíciosdeescritórios
sustentáveis,oResultadoOperacionalDisponível(RODi)médiogeradopelalocaçãodos
seus espaços poderá ter mais substância, mesmo se os preços de locação forem
mantidosnosníveisdospreçosmédiosdomercadodeedifíciosconvencionais.Portanto,
opatamardeatratividadeparao investimentoemedifíciosdeescritóriossustentáveis
tem vínculo direto, justamente, com a relação entre o incremento de custos de
implantação, que eleva o nível de exposição do empreendedor ao final do ciclo de
implantaçãodoedifício, ea respectivacontrapartidapotencialde incrementodeRODi
noseuciclodeoperação”.
Consequentemente, o incremento de RODi no ciclo de operação gera mais valia ao
edifíciodeescritóriomaissustentável.EssaconstataçãofoifeitaporHUIetal(2015,p.
298)emedifíciosdeescritórioscomcertificaçãoambientalemShanghai,China.
Mas, quanto seria o percentual de incremento de custo para a implantação de um
empreendimentomaissustentável?Édifícilprecisarisso,poisocustovariaconformeo
patamardedesempenhodasustentabilidadedoedifício.Porsuavez,odesempenhoda
sustentabilidade do edifício depende diretamente do meio em que o edifício será
57
inserido,poisvariadeacordocomasnecessidadesdosfuturosusuários,dasexigências
legais, da interação com os stakeholders e da leitura destas variáveis feita pelo
empreendedorparaodesenvolvimentodeempreendimentos.
Entretanto,emmercadosmaisevoluídos,comoéocasodonorte-americano,podem-se
obteralgunsdadosrelevantes,afimdedaradimensãodoincrementodecustoparaa
implantaçãodeumedifíciodeescritóriomaissustentável.
KATS(2003,p.14-18)analisou33empreendimentos,sendo25edifíciosdeescritóriose
8 edifícios escolares, todos coma certificaçãoLeadership inEnergyandEnvironmental
Design (Leed), concluídos ou comprevisão de conclusão entre 1994 e 2004 nos EUA.
Estes projetos foram selecionados porque possuíam os custos de implantação na
concepção em que foram desenvolvidos, ou seja, mais sustentáveis e na condição de
projetosconvencionaisalternativos.
Paraessaanálise,ocustomédiodeumedifíciomaissustentávelécercade2%maiordo
queodeumedifícioconvencional.DependendodacategoriaLeedemqueéclassificado
oedifício,ocustomédiodeimplantaçãopodevariarentre0,66%e6,5%.
Destaca-se que, com o passar do tempo, o custo de implantação de um edifício de
escritório mais sustentável tende a diminuir a partir da experiência e do
desenvolvimento do empreendedor no segmento de mercado, comparativamente aos
seusprojetospioneiros.Alémdisso,omercadoé livre,competitivoedinâmico,epode
criarcondiçõesparaodesenvolvimentodeprodutosinovadorescomnovastecnologias,
capazes de reduzir significativamente o custo de implantação e de operação de um
edifício.
58
Gráfico8- IncrementodecustoparaaimplantaçãodeumEdifícioMaisSustentável
IssopodeserobservadonamodelagemrealizadaporREHM;ADE(2013)-pormeioda
metodologianãoparamétricadeWilcoxon,em17edifíciosmaissustentáveislocalizados
naNovaZelândia-queevidenciouquenemsempreocustodeimplantaçãodeedifícios
deescritóriosmaissustentáveisémaiselevadoemrelaçãoaosedifíciosconvencionais.
Ainda que os custos de implantação sejam maiores nos edifícios de escritórios mais
sustentáveis,aaplicaçãodepráticasmaissustentáveispressupõequeosedifíciosterão
menor gasto de manutenção e despesa no ciclo de operação, além de causar menor
impactonegativo.Alémdisso,essaspráticastemointuitodepotencializarosimpactos
positivos no meio ambiente, com o uso de materiais e sistemas construtivos mais
eficientes,quevisemreduziroconsumodosrecursosnaturais.
4.3.2 ASDESPESASOPERACIONAISDACONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL
Aestratégiadeobtermenorgastodeoperação,utilizadapordiversasempresas,como
intuito de alcançarmaior resultado financeiro, pode estar equivocada, principalmente
nestemomentodereflexãodopensamentosistêmico.
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
Cer.ficado Silver Gold Pla.num
Incrementodecusto Média
Fonte:USGB,CapitaleAnalysisapudKats(2003)
59
Todasasatividades,sejamelasdeserviçosoudeaquisiçãodemateriaiseequipamentos,
devem estar contempladas em um orçamento detalhado, pois é pré-requisito para a
realização da gestão operacional de qualquer edifício, sendo crucial paramanter sua
performanceesuasustentabilidade.Aprematuradeterioraçãoeousoacimadolimite
recomendadopara as facilities dos edifícios de escritórios podem causar insatisfações
aosusuáriose,consequentemente,reduçãonasreceitasdelocação,LAI(2009,p.415).
Para os edifícios de escritórios mais sustentáveis, o componente vital é a integração
entreosempreendedores,construtores,projetistas,operadoreseusuários,de formaa
promover o conhecimento e, consequentemente, melhorar a performance no ciclo
operacionaldoedifício.Noentanto,integrareconscientizarosusuáriosdosedifíciosde
escritóriosmaissustentáveiséumabarreiraqueexistenaAustrália,comotambémno
restodomundo,JAILANIetal(2015,p.391).
Além disso, a falta de integração dos usuários com os gestores dos edifícios de
escritóriosfazcomqueaquelesnãoreconheçamosresultadosobtidosnaperformance
doedifício.Porestemotivo,osinquilinosnãodemonstramomenorinteresseempagar
maior valorde locação.A análise efetuadapor JONES (2008) com28 gestores, em17
edifíciosdeescritóriosconvencionaisemHongKong, comprovaqueaperformancedo
budgetdocondomínionãoestácorrelacionadacomopreçodelocação.
Adicionalmente,muitas empresasquebuscam instalar suasoperações emedifíciosde
escritóriosmais sustentáveis, aindaquenão reconheçamosdiferenciais competitivos,
pelomenosemumprimeiromomento, tambémnãoestãodispostasapagarmaispor
isso,queentraemconflito comasexpectativasdoempreendedor,que teveummaior
níveldeexposiçãoaofinaldociclodeimplantaçãoeesperaobtermaiorRODi.
Desse modo, para atender a esta demanda e à necessidade deste público, os
empreendedores devem rever de forma sistêmica todo o ciclo de vida do
empreendimento, desde sua concepção, projeto, implantação e operação, até a sua
readequação,comoobjetivonãoapenasdepromoverosaspectosambientaisesociais
do empreendimento, como também de demonstrar e promover as vantagens
econômicasparaousuário.
60
Com base em 60 edifícios americanos certificados pelo LEED, KATS (2003, p.19)
demonstrou algumas vantagens dos edifícios de escritóriosmais sustentáveis quando
comparadosaosedifíciosdeescritóriosconvencionais,asaber:
i. emmédia,25%a30%maiseficientesemenergiaelétrica;
ii. caracterizadosporbaixopicodeenergia;
iii. maissuscetíveisdegerarenergiarenovávelnolocal;
iv. temmaiorprobabilidadedeadquirirenergiageradaporfontesrenováveis.
Estudo realizadopeloUS-EPA;DWR(1997),que teve comobaseomonitoramentode
741consumidores comerciaisamericanos,porumperíodode12meses, entre1994e
1995, constatou que o uso mais eficiente da água pode reduzir o seu consumo em
aproximadamente 22%. Quando se analisam os 17 edifícios de escritórios mais
eficientes,areduçãomédiaédecercade28%.
NoBrasil,obterosdadosdeconsumodosedifíciosdeescritóriosédifícil,sejapormeio
de concessionárias de energia elétrica, seja companhias de abastecimento de água e
esgoto,quepreservamosigilodas informaçõesdosconsumidores.Alémdisso,nãohá
um padrão de cobrança do consumo de energia elétrica e de água junto às
administradoras de edifícios de escritórios, dificultando a comparação direta entre os
edifícios.
Diantedestacircunstância,foirealizadaumapesquisaem2010,comvaloresatualizados
peloIPCA,emmoedadesetembrode2015, juntoàsadministradorasdecondomínioe
aosempreendedoresde7edifíciosdeescritórios,classificadosentreAeAAA,sendo5
convencionaise2maissustentáveis,todoscomocupaçãomultiusuárioeemoperação.A
pesquisademonstrouqueasdespesasdecondomíniodosedifíciosdeescritóriospodem
variarsignificativamentedeumempreendimentoparaoutro-videTabela1eGráfico9.
Evidentemente, por se tratar de uma pesquisa de caráter qualitativo, não houve a
preocupaçãodesefazerumlevantamentoestatísticorepresentativodocomportamento
do mercado de edifícios de escritórios, realizando-se apenas uma amostra por
conveniência–métododeamostragemnãoprobabilístico.Ouseja,foiunicamenteuma
consultaaumgrupolimitadoeseletodeprofissionaisquepossueminformaçõessobrea
operaçãodeumoumaisedifíciosdeescritórios.
61
Além disso, existe a limitação na formação das despesas de condomínio, que não
apresentamumpadrãodecobrançanascontasdeconsumonosedifíciosdeescritórios
pesquisados.
Amediçãoindividualizadaéacobrançamaisjustanascontasdeconsumo,àmedidaque
o usuário paga o que efetivamente consumir, ao passo que na medição coletiva o
consumototaldoedifícioérateadoentretodososusuários,mesmoqueumusuárionão
tenha consumido no período da cobrança. O mesmo ocorre para o sistema de ar-
condicionadocentral,emqueascontasdeconsumodosistemaderesfriamento,queé
coletivo,sãorateadasportodososusuários.
Emboraapresenteaslimitaçõesdescritasacima,,aamostrade7edifíciosdeescritórios
possibilitaidentificaralgunsdadosinteressantes(Gráfico9e10),taiscomo:
i. aosepararasamostrasemdoisblocos,BlocoA(dosedifíciosdeescritórios
mais sustentáveis) e Bloco B (dos edifícios de escritórios convencionais), e
desprezar o Edifício 7, em função de seu valor ser substancialmentemaior
frenteaosdemais,verifica-sequeocustodocondomíniomédiodoBlocoAé
aproximadamente48%menorqueodoBlocoB.
ii. amenor diferença da despesa de condomínio encontrada na amostra entre
umedifíciodeescritóriomaissustentáveleoconvencionaléentreoEdifício2
eoEdifício3,emqueadiferençachegaacercade33%.
iii. desprezando o Edifício 7, a maior diferença da despesa de condomínio
encontrada é entre o Edifício 1 e o Edifício 6, diferença que chega a
aproximadamente59%.
iv. as contasmensaisde consumodoBlocoA, sãoemmédia,75%menoresdo
queoconsumomédiodoBlocoB.
v. amenordiferençaentreascontasdeconsumodecondomíniodeumedifício
de escritório mais sustentável e um convencional é entre o Edifício 1 e o
Edifício4,quechegaaser60%inferior.
vi. amaior diferença entre as contas de consumo das áreas comuns é entre o
Edifício2eoEdifício7,estadiferençachegaaser83%menor.
vii. verifica-se que a despesa de condomínio, demonstrada no Gráfico 9, não
possuiproporçãodireta comas contasde consumo, conformeoGráfico10.
62
Issosedeveemfunçãoàvariaçãodeoutrascontasquecompõemasdespesas
docondomínio,taiscomosegurança,manutençãoegestãoadministrativa.
Edifício CaracterísticaÁreaBruta
Locável(ABL)m2
Mediçãode
Água
MediçãodeEnergia
SistemadeArCondicionado
CustoMensaldoCondomínio
(R$/m2deABL)baseSet/2015
1 MaisSustentável 41.350 Individual Individual Individual 10,112 MaisSustentável 60.145 Coletiva Individual Individual 13,403 Convencional 8.160 Coletiva Individual Central 20,124 Convencional 7.770 Coletiva Individual Central 21,815 Convencional 17.683 Coletiva Individual Central 23,746 Convencional 6.885 Coletiva Individual Central 24,787 Convencional 14.980 Coletiva Individual Central 41,87Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutorTabela1 CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosAeB
Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutorGráfico9- DespesadeCondomínio
10,11
13,40
20,1121,82
23,74 24,77
41,87
11,76
22,78
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7
R$/m
2/mês(b
aseset/2015)
Edi9cios
CustodoCondomínio MédiadoBloco
BLOCOA
BLOCOB
48%
63
Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutorGráfico10- Contasdeconsumodasáreascomuns–BlocosAeB
LevantamentorealizadopelaCushman&Wakefieldem6edifíciosdeescritório, todos
naconcepçãomultiusuário,apresentadoispadrõesdegastosnascontasdeconsumo.O
Bloco C apresenta custo mensal de 4,52 / (R$/m2 de ABL), enquanto que o Bloco D
apresentacustomensalde11,14(R$/m2deABL).
AosepararasamostrasemdoisBlocos,CeD,ecompararcomoBlocoA(edifíciosde
escritórios mais sustentáveis), verificamos que os edifícios de escritórios mais
sustentáveis são entre 65% e 86% mais econômicos que os edifícios de escritórios
convencionais.
Edifício CaracterísticaÁreaBruta
Locável(ABL)m2
Mediçãode
Água
MediçãodeEnergia
SistemadeArCondicionado
CustoMensaldoCondomínio
(R$/m2deABL)baseSet/2015
8 Convencional 24.522 Coletivo Individual Central 3,829 Convencional 16.793 Coletivo Individual Self 4,2310 Convencional 22.755 Coletivo Individual Central 5,5111 Convencional 29.576 Coletivo Individual Central 10,6512 Convencional 10.916 Coletivo Individual Central 10,9113 Convencional 51.858 Coletivo Individual Central 11,85
Fonte:Cushman&WakefieldTabela2 CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosCeD
1,61 1,51
5,82
4,09
9,00
5,90
10,44
1,56
6,20
0
3
5
8
10
13
1 2 3 4 5 6 7
R$/m
2/mês(b
aseSet/2015)
Edi8cios
ContasdeConsumoÁreasComuns
MédiadoBloco
BLOCOA
BLOCOB
BLOCOA
BLOCOB
75%
64
Fonte:Cushman&Wakefield.Gráfico11- ContasdeConsumodasÁreasComuns–BlocosCeD
Pelosdadosapresentados,pode-seconcluirqueocustodocondomíniodeumedifíciode
escritório mais sustentável é menor em relação a um edifício de escritórios
convencional. No entanto, conforme descrito anteriormente, existe uma limitação na
comparaçãodiretaentreestas tipologiasdeempreendimentos imobiliários,emfunção
das diferenças de concepção e projeto destes edifícios, que caracterizam formas de
cobrançadecontasdeconsumodiferentes.
Diante desse dilema, para medir o desempenho de um edifício de escritórios mais
sustentável frente ao edifício de escritórios convencional, foi necessário ajustar por
meiodeparâmetrososedifíciosdeescritóriosmaissustentáveis,deformaquetivessem
as mesmas características dos edifícios de escritórios convencionais, utilizando os
índicesparamétricosdaTabela3.
Com o ajuste de parâmetros os EECs mais sustentáveis possuem medição de água
coletiva, energia elétrica individualizada e ar-condicionado coletivo. As características
dascontasdemanutençãoedegestãoadministrativanãoserãoconsideradas,poissão
fatores mais específicos do empreendimento, e, conforme visto anteriormente, não
possuemrelaçãodiretacomascontasdeconsumo.
3,824,23
5,51
10,65 10,92
11,85
4,52
11,14
0
3
5
8
10
13
8 9 10 11 12 13
R$/m
2/mês(b
aseSet.2015)
Edi9cios
ContasdeConsumo
MédiadasContasdeConsumo
BLOCOC
BLOCOD
65
CaracterísticadoProtótipo Padrão
Parâmetros*áreaprivativa+áreacomum
áreaprivativa**
ConsumodeÁgua Coletivo 1,98 1,84Ar-Condicionado Coletivo 2,88 -Fonte:Umuarama,DaikineAutor*emR$deSet./2015**nocasodoEdifício1,oconsumodeáguadaáreacomumjáestavanadespesacondominial.Tabela3 ParâmetrosparaconversãonoProtótipodeEmpreendimento
Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutoresGráfico12- Contasdecondomínioajustadopormeiodeparâmetros–BlocosAeB
Considerandoestesparâmetros,amédiamensaldascontasdecondomíniodosedifícios
deescritóriosmaissustentáveisédeR$15,56/m2deABL,31%menorqueascontas
dosedifíciosdeescritóriosconvencionais.
Aocompararascontasdeconsumo,verifica-sequeoscustosmensaisdealgunsedifícios
deescritóriosconvencionaispossuemdesempenhonosmesmospatamaresdosedifícios
de escritórios mais sustentáveis. Mas a diferença entre o edifício de escritórios mais
sustentável e o edifício de escritórios convencional pode atingir até 51%, diferença
verificadaentreoBlocoAeoBlocoD.
Diantedoexposto,parecemserevidentesosbenefícioseosdesempenhosdosedifícios
deescritóriosmaissustentáveisparaosusuáriosemrelaçãoaosedifíciosdeescritórios
convencionais.Porém,osedifíciosdeescritóriossãorealmentemaisatrativosdemodoa
gerarmaiorRODieatenderaexpectativadoempreendedor?Paraverificarestaquestão
10,1113,40
20,11 21,82 23,74 24,77
41,87
1,842,88 2,88
15,56
22,61
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7
R$/m
2/mês(b
aseSet/.2015)
Edi9cios
Condomínio ParâmetroÁgua
Parâmetroar-condicionado Médiaajustadapormeiodeparâmetros
BLOCOA
BLOCOB
31%
66
é necessário compreender os preços de locação praticados no mercado, que são
discutidosnaseçãoseguinte.
Fonte:Cushman&WakefieldGráfico13- Contasdeconsumo–BlocosCeD
4.3.3 OSPREÇOSDELOCAÇÃODEEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSMAISSUSTENTÁVEIS
Adecisãodaescolhadoedifíciodeescritóriosparaa instalaçãodasoperaçõesdeuma
empresa não é apenas centrada nos atributos de localização, preço e qualidade. A
sustentabilidade começa a ganhar importância para as empresas, seja em função da
associação da sua imagem corporativa sobre a responsabilidade ambiental e social,
como também, na questão econômica, em função da menor despesa de condomínio,
discutidanaseçãoanterior.
Para comprovar esta evidência, LEVY; PETERSON (2015) realizaram entrevistas
qualitativas com 13 gestores de empresas, que mudaram para edifícios mais
sustentáveis no Central Business District, Auckland, Nova Zelândia. A importância da
sustentabilidadefoipercebidanomomentodadecisãodaescolhadoimóvel,sendoum
dos atributos que influenciaram na escolha do imóvel: localização, flexibilidade,
despesas operacionais, necessidades das instalações, marketing, sustentabilidade do
edifícioeatratividadefinanceira.
3,824,23
5,51
10,65 10,92
11,85
4,52
11,14
5,36
0
3
5
8
10
13
8 9 10 11 12 13
R$/m
2/mês(b
aseSet.2015)
Edi;cios
ContasdeConsumo
MédiadasContasdeConsumo
MédiadosEdi:ciosMaisSustentáveis-BlocoA
BLOCOC
BLOCOD
67
A demanda cada vez maior por edifícios de escritórios mais sustentáveis é nítida,
evidente,eumatendênciamundial.Ocrescimentodademandanestenichodemercado
possibilita inferir a premissa de que os edifícios de escritóriosmais sustentáveis são
maisatrativosparaoempreendedor.
Paracorroborarcomesteraciocínio,HUIetal(2015)aplicaramametodologiadopreço
hedônico em 59 edifícios em Shanghai, na China. Estes autores identificaram que os
edifícios com certificação Leed são 12% mais valorizados em relação aos que não
possuemacertificação.
Noentanto,avalorizaçãomencionadaporHUIetal(2015)podeserinsuficienteparaa
atratividade do empreendedor. BROTMAN (2014) realizou uma modelagem para
analisaraqualidadedo investimentoemedifíciosdeescritórioscomcertificaçãoLeed
Gold,emPittsburgheSt.Louis,EUA.Aanálisedesensibilidadedaeconomiadeenergia
durante o ciclo de operação em até 35% não foi suficiente para demonstrar a
atratividadedoinvestimentoparaoempreendedor,quefoiarbitradanumataxade12%
aoano.
Emalgunsmercados,comoodeSidney,naAustrália,osinquilinosnãoestãodispostosa
pagar um prêmio ao locador em função da eficiência energética, conforme
demonstraramGABE;REHN(2014)pelametodologiadepreçohedôniconoscontratos
de locação.Ospreçosde locaçãoestãomaisassociadosaoandar, localização, trânsito,
mercado,qualidadeeinclusão/exclusãopelopagamentodasdespesasdecondomíniodo
edifício.
NaSuíçatambémnãotemsidodiferente.Aorealizarametodologiadepreçohedônico
em 2.453 imóveis residenciais, com 36 indicadores de sustentabilidade, FEIGE et al
(2013) identificaram que a eficiência energética tem impacto negativo no preço de
locaçãodos imóveis. Issopodeservisto comosendoumaparticularidadedomercado
suíço, onde no preço de locação está incluído o consumode energia elétrica, assim, a
conta de energia elétrica é de responsabilidade do proprietário do imóvel. Logo, o
proprietáriodeumedifíciodemenoreficiênciaenergéticapodecobrarmaiorpreçode
locaçãoparacobrirestaineficiência.
68
Para analisar o patamar de preços de locação nomercado de edifícios de escritórios
maissustentáveisnoBrasil,foramrealizadosestudosapartirdosdadosdeedifíciosde
escritórios em operação no Município de São Paulo – Estado de São Paulo – Brasil,
fornecidospelaBuildings,emmarçode2015.
Foiextraídaumaamostracom73edifíciosdeescritórios,quecontinhainformaçõesdos
imóveis, como preço pedido de locação, taxa de condomínio, Imposto Predial e
TerritorialUrbano(IPTU),vacânciaetempodeoperaçãodoedifíciodeescritório.Desta
amostra, 15 edifícios de escritórios possuem certificação Leed e 58 edifícios de
escritóriosforamconsideradosconvencionais.
Paraesteestudo,valemasmesmas limitaçõesdapesquisaanteriormenteapresentada
pelosautores:
i. a pesquisa é tratada qualitativamente, ou seja, é uma amostra por
conveniência,métododeamostragemnãoprobabilístico;
ii. aanálisedasdespesasdecondomíniodomercadodeedifíciosdeescritórios
fica comprometida, em função das limitações na forma de cobrança e
concepçãodeprojeto,jádiscutidasanteriormente.
Constata-se,emtodasaslocalizações,queastaxasdevacânciasãomenoresnosedifícios
deescritóriosmaissustentáveis,exceçõesfeitasparaasregiõesdaPaulistaedaBerrini,
onde os edifícios de escritórios tinham pouco tempo de operação no momento da
pesquisa, ou seja, o período entre a entrega do edifício e omomento da pesquisa foi
insuficienteparacomercializarosespaçosdisponíveisparalocação,queresultounuma
baixaocupação.
Ospreçosmédiosdelocaçãodosedifíciosdeescritóriosmaissustentáveissãomaiores
doqueosdeedifíciosdeescritóriosconvencionais.ExceçãofeitaparaaPaulista,ondeo
únicoedifíciodeescritóriosmaissustentávelpossuipoucomaisde6mesesdeoperação
eapresentaelevadataxadevacância.
Desconsiderando a região da Paulista, o preço médio de locação dos edifícios de
escritóriosmaissustentáveispodeserentrede10%e45%maisvalorizadoemrelação
aosedifíciosdeescritóriosconvencionais,considerandoanáliselocal.Seanalisarmoso
mercadodacidadedeSãoPaulo,avalorizaçãopodeserapenasde9%.
69
Fonte:Buildings;GBC-Brasil;tabulaçõesespeciaisdoautorBase:Set/2015Tabela4 PreçosdeLocaçãonaCidadedeSãoPaulo
As empresas que se instalam em edifícios de escritórios na cidade de São Paulo,
aparentamaceitar pagarumpoucomaisporestaremumambientemaissustentável.
Cabeaoempreendedorrealizaraanálisedaqualidadedoinvestimentoparaconstatarse
o acréscimo de RODi gerado pelos atributos mais sustentáveis é suficiente para a
atratividadedoinvestimento.
Item Localização Tipo Edifícios de Escritórios
Preço MédioLocação
DespesaCondomínio
Convencional 13 100 20 Certificação 1 119 23
Prêmio 19%
Convencional 12 146 25 Certificação 1 192 33
Prêmio 32%
Convencional 7 106 24 Certificação
Convencional 1 104 27 Certificação 2 119 24
Prêmio 15%
Convencional 1 102 18 Certificação 1 130 12
Prêmio 28%
Convencional 7 62 18 Certificação 3 90 22
Prêmio 45%
Convencional 4 132 23 Certificação 1 124 19
Prêmio -6%
Convencional 4 80 18 Certificação 1 88 15
Prêmio 10%
Convencional 9 108 17 Certificação 5 120 19
Prêmio 11%
Convencional 58 108 21 Certificação 15 117 21
Prêmio 9%
Todos 73 110 21
Média
Berrini
Faria Lima
Itaim Bibi
Marginal
Marginal Norte
Marginal Sul
Verbo Divino
Vila Olímpia
8
9
6
7 Paulista
1
2
3
4
5
TxVacância
Tempo de Operação
(anos)
25% 11 32% 1
13% 12 7% 2
25% 12
31% 19 24% 1
27% 18 21% 7
49% 15 34% 3
18% 5 69% 1
21% 14 9% 2
21% 7 13% 5
22% 11 23% 3
22% 10
70
Fonte:Buildings;GBC-Brasil;tabulaçõesespeciaisdoautorBase:Set/2015Gráfico14- PreçosdeLocaçãodosEdifíciosdeEscritóriosnaCidadedeSãoPaulo
4.4 DESEMPENHO:LEGAL
Entende-se que o atendimento aos aspectos legais, seja na forma de leis, normas,
decretos, em qualquer esfera, tanto na federal, estadual como tambémmunicipal, é o
mínimonecessárioparaodesenvolvimentodeempreendimentosimobiliários.
Acordos e contrapartidas negociadas em função dos possíveis impactos negativos do
desenvolvimento de empreendimentos com órgãos públicos, empresas, instituições e
comunidadessãoconsideradosrequisitossubscritosedevemcontroladosao longodo
desenvolvimentodoempreendimento.
Ospaísespreocupadoscomumdesenvolvimentomaissustentável,procuraramlegislar
sobreamatérianosentidodecriarmecanismospararegularasdiscussõesrealizadasno
âmbitointernacional,porestarazão,asdiscussõesnoambientedaUnitedNations(UN)-
Organização das Nações Unidas (ONU) - por meio do United Nations Environment
70
82
101106
112 114 116
130
149
90 88
119 120 119130
124
192
62
80
100
108104
102
132 146
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
0 10 20 30 40 50 60 70 80
R$/m
2de
ABL,b
aseSet/2015
Edi7ciosdeEscritórios
Cer/ficado
Convencional
MédiadaRegião
MédiadosEECsCer/ficados
MédiadosEECconvencionais
71
Programme(UNEP)-ProgramadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbiente(PNUMA)-é
igualmenteimportanteparaodesenvolvimentodeempreendimentos.
Ser mais sustentável é ir além do mínimo imposto, o desenvolvimento de
empreendimentosdevepromover amelhoria contínua e inovaçãonosprocessospara
proporcionar mais impactos positivos, tendo em vista a melhor qualidade de vida e
equilíbriocomanatureza.
4.5 DESEMPENHO:CONFORTO
OconfortodoambienteconstruídonosEECSganhouimportânciaapartirdomomento
emqueaspessoascomeçaramapassarváriashorasdodiaemumúnicoambiente.A
pessoasquecomeçaramatrabalharemambientesfechadosnosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOS
apresentaramalgunssintomasnosolhos,viasaéreas,pele,dordecabeçaecansaço.
Váriosestudos foramrealizadospara identificarascausasdestessintomas, sendoque
foram em consequência da proliferação demicro-organismos, decorrentes da falta de
manutenção do ar condicionado, e/ou por poluentes que são produzidos dentro dos
EECs pormateriais de construção e/ou de limpeza baseados em solventes orgânicos.
Além disso, constatou-se a deficiência na iluminação, ventilação e temperatura dos
EdifíciosdeEscritórios.
Em meados da década de 1970, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu na
“SíndromedosEdifíciosDoentes”–SickBuildingSyndrome-ostrêsfatoresbásicosdos
quais a Qualidade do Ar Interno (QAI) depende: emissão de poluentes (interior dos
ambientes); infiltraçãodepoluentes(pormeiodoambienteexterior);acumulaçãodos
poluentes no interior dos ambientes (devido à pouca ventilação e à baixa taxa de
renovaçãodoar).
A temperatura, a umidade e o índice de renovação do ar também devem ser
consideradoscomofatoresinfluenciadoresdaQAI.
Na maioria dos EECs as unidades privativas necessitam ser climatizadas para
proporcionar um ambiente mais confortável para os seus usuários. Assim torna-se
necessáriomanutençãopreventivaecorretivadosistemadearcondicionado,demodoa
controlaratemperatura,aumidade,aremoçãodeparticuladosearenovaçãodoar.
72
Uma maneira de monitorar a QAI é a instalação de equipamentos de medição e
monitoramentodeindicadores,taiscomo:[i]temperatura;[ii]umidade;[iii]CO2.
Portaria3.523,de28deagostode1998,doMinistériodaSaúde,quecontémoPlanode
Manutenção e Operação e Controle (PMOC), voltado para todas as instalações com
sistemasdear-condicionadoacimade5TRs.
Resolução 9, de 16 de janeiro de 2003, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), que regulamenta padrões, valores, parâmetros, normas e procedimentos
necessários à garantia da boa qualidade do ar interior, inclusive de temperatura,
umidade,velocidade,taxaderenovaçãoegraudepureza.
A NBR 15848:2010, para sistemas de ar condicionado e ventilação, prevê os
procedimentos e requisitos às atividades de construção, reformas, operação e
manutenção das instalações de ar-condicionado – sistemas centrais unitários, contém
parte3dedicadaaoassunto.
4.6 DESEMPENHO:INTEGRAÇÃO
CBCS (2015, p. 28) cita que alguns edifícios, principalmente os mais modernos, são
equipados com um Building Management System (BMS) que permite a gestão da
automaçãopredialemonitoramentodetalhado,quepossibilitarealizaranálisescríticas
dosconsumos.Àsvezeséutilizadoumsoftwaredegestãodeenergiapararegistraro
históricodedemandaeconsumohorário,diário,semanal,mensaleanual.Noentanto,
foiconstatadoqueasimplesexistênciadosoftwareoudoBMSnãoindicaqueeleesteja
sendousadodefatoparafazerasanálisescríticaseorientarbuscaspormelhorias.
De fato,omelhor sistemadeautomaçãonãogaranteamelhorperformancenagestão
operacional do edifício, pois muitas vezes o operador não foi integrado no ciclo de
concepção e projeto do empreendimento e, tão pouco, recebeu informações e
treinamentos adequados para a realização da análise crítica sobre a performance do
edifício.
Em sua pesquisa de campo, CBCS (2015) revela que foram encontrados casos de
edifícioscompresençadeBMSetecnologiasdemediçãointeligente(SmartMeter),mas
os dispositivos demedição não estavam programados para atuar em conjunto com o
73
sistema de automação, e, na prática, não eram utilizados. Essa situação leva a um
desconhecimento do consumo de cada locatário, e a uma forma de rateio que não é
baseada em consumos reais, mas sim, em fatores imprecisos como o histórico de
consumo.
Aanálisecríticadaperformancedoedifíciopodesermelhorrealizadaseooperador
doedifícioforintegradodesdeociclodeconcepçãoeprojetodoempreendimento,
debatendo e compartilhando conhecimentos para proporcionar a maior eficiência na
gestãooperacional.
Os BENCKMARKS do desempenho operacional dos EECs com CERTIFICAÇÃO DA
SUSTENTABILIDADE–EEC - proporcionam ao operador identificar com maior acuidade o
real desempenho do edifício em relação aos demais empreendimentos, com
similaridadeconstrutivas,semelhançadatipologia,da localizaçãoe,eventualmente,de
alguns equipamentos instalados, como por exemplo a central de processamento de
dados assunto abordado no Capítulo 6.1 – Desempenho dos Edifícios de Escritórios
Corporativos.
4.7 INICIATIVAS
4.7.1 CONSELHOBRASILEIRODECONSTRUÇÃOSUSTENTÁVEL
Criadaemagostode2007,oCBCSéumaOrganizaçãodaSociedadeCivilde Interesse
Público (OSCIP) que tem por objetivo contribuir para a geração e difusão de
conhecimentoedeboaspráticasdesustentabilidadenaconstruçãocivil. Asprincipais
açõespráticasdoCBCSsão:
i. Promoverainovação;
ii. Integrarosetordaconstruçãoaosdemaissetoresdasociedade;
iii. Formarredesdeparceirosestratégicos;
iv. Elaborardiretrizes,orientaçõeseferramentasparaosetor;
v. Discutirpolíticaspúblicasesetoriais;
74
vi. Coordenarsoluçõeseaçõesintersetoriaiscomobjetivodeotimizarousode
recursos naturais, sociais e econômicos, reduzir os efeitos negativos da
atividadedeconstruçãocivilemaximizarseusefeitosbenéficos,visandoum
ambientemaissaudáveleumasociedademaisequilibrada.
OCBCSse inter-relacionacomosetor financeiro,ogoverno,aacademiaeasociedade
civil,alémdeserelacionarcomimportantesorganizaçõesnacionaiseinternacionaisque
sededicamnospilaresdasustentabilidade–TRIPLEBOTTOMLINE.
Em vista do seu inter-relacionamento, o CBCS encontra-se em um ambiente neutro e
propícioparadesenvolveratividadesquediscutemasustentabilidade,como:simpósios,
comitêstemáticos,seminários,oficinas,cursoseprojetos.
OCBCSpossuioitocomitêstemáticos,asaber:
i. Água: aborda o uso racional e indicadores de consumo de água; a
conservação e reuso de água; a gestão da demanda e da oferta de água; o
saneamentobásicoeossistemasprediaisdeágua;aeducaçãoambientalpara
ousodaágua.
ii. Avaliação da Sustentabilidade: trata das boas práticas na avaliação de
produtos,projetoseprocessos;daavaliaçãodesustentabilidadecomrelação
àrealidadebrasileira;daelaboraçãoedaimplementaçãodabasededadose
decomoestabasepodesetransformareminformaçõeseconhecimentospara
alimentaratividadesdepesquisaeinovação.
iii. Econômico e Financeiro: discute as formas de estimular, por meio das
instituições financeiras, as boas práticas de sustentabilidade no setor da
construção civil; a identificação de riscos não econômicos do setor
imobiliário,principalmente,osriscosambientais,ossociaiseosdemercado.
iv. Energia: abrange a eficiência energética em edificações; a educação
ambientalaoconsumidor;aetiquetagemdeníveldeeficiênciaenergéticade
edificações do Inmetro-Procel; a Norma de Desempenho – NBR 15.575; o
benchmarkingdeenergiaoperacionaldeedificações.
v. Gerenciamento de Riscos: discute as intervenções em espaços territoriais
especialmente protegidos; a ocupação e gerenciamento de áreas
contaminadas;apoluiçãosonora;aproteçãoàpaisagemebenstombados;a
75
saúdeeasegurançanoambientedetrabalho;oarmazenamentoeomanuseio
de produtos perigosos/controlados e o gerenciamento de resíduos da
construçãocivil.
vi. Materiais: abrange o diagnóstico de práticas sustentáveis na indústria de
materiais e componentes; a inovação em materiais de construção civil; o
desenvolvimento da infraestrutura para elaboração de Análise do Ciclo de
Vida Simplificada como ferramenta de projeto e gestão na cadeia da
construção.
vii. Projeto: discute o sistema de aquecimento de água por energia solar nas
novas edificações do Município de São Paulo - regulamentação da Lei nº
14.459; a análise crítica do ProgramaMinha CasaMinha Vida; a Norma de
Desempenho-levantamentodosaspectosjurídicosrelacionadosaosprojetos;
Habitaçãode InteresseSocial Sustentável; a avaliaçãodoManualdeEscopo
paraContrataçãodeEmpreendimentosSustentáveis.
viii. Urbano:abordaasquestõesdascidadescompactaseeficientes;aslegislações
ambientaiseurbanísticas;ainformalidadeurbana.
DentreostrabalhosdesenvolvidospeloCBCSdestacam-se:
i. Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável: Evento anual realizado
desde 2008 pelo CBCS. Abrange temas nacionais e internacionais sobre a
sustentabilidadenosetordaconstruçãocivil.
ii. Ferramenta Seis Passos: desenvolvidopeloCTdeMateriais doCBCS, esta
ferramenta auxilia projetistas, empreendedores e usuários na seleção dos
fornecedores e dos materiais que serão utilizados nas obras. Os assuntos
abordados são: formalidade, legalidade, qualidade, social, socioambiental e
propagandaenganosa.
iii. Sustainable Social Housing Initiative (SUSHI): é um projeto desenvolvido
pelaUnitedNationsEnvironmentProgramme (UNEP/PNUMA)paraoestudo
de práticas de construção sustentável no mundo, e foca em Habitações de
InteresseSocial(HIS)emdoispaísesemdesenvolvimento:TailândiaeBrasil.
NoBrasil,oprogramaécoordenadopeloCBCS
iv. Condutas de Sustentabilidade: Resultado da parceria entre Secovi-SP e
CBCS, a publicação apresenta um conjunto de conceitos relacionados à
76
sustentabilidade,comenfoqueparaacadeiadosetor imobiliárioresidencial
doEstadodeSãoPaulo.
v. Avaliação do Ciclo de Vida modular (ACV-m): É a plataforma de
informações com indicadores da sustentabilidade de materiais, produtos e
componentes para auxiliar profissionais e consumidores na tomada de
decisão.
vi. AspectosdaConstruçãoSustentávelnoBrasil:OCBCS,juntamentecomo
Ministério do Meio Ambiente e o PNUMA, desenvolveu um estudo sobre
construção sustentável noBrasil para servir de orientaçãopara uma futura
políticanacionaldepromoçãodaconstruçãosustentável.
vii. Benchmarking / Desempenho Energético Operacional em Edificações:
Comitê Temático de Energia (CT ENERGIA) está desenvolvendo uma
ferramentaparacoletaesistematizaçãodedadosquepermiteacomparação
doconsumoenergéticonafasedeoperaçãodeedificações,dentretipologias
comcaracterísticaseusossemelhantes.
Particularmente,obenchmarkingdoCTEnergiaadotouumaestratégiaquepormeiode
reuniõesregularescomosfiliadosdoCBCS,convidadosespeciaiseoutrosstakeholders,
umfórumdediscussãoedesenvolvimentodeconhecimentonestaárea.Ametodologia
paradesenvolvimentodebenchmarkseoformatopadrãoparapublicaçãodosmesmos
foramdesenvolvidosnoâmbitodeste fórum,epublicadospeloCBCSpara livreacesso
dosfiliados.
Dentro deste ambiente colaborativo e de integração que o NRE-Poli promoverá a
reuniãodoGRUPOTÉCNICOparadiscussão,desenvolvimentoedifusãodoconhecimento
adquiridonasustentabilidadedosEdifíciosdeEscritóriosCorporativos.
OGRUPOTÉCNICOserácompostoporpelomenosummembrodoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,
REPRESENTANTESDADIREÇÃO(RDs)dosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSclassificados
comoDIAMANTE e convidadosquepossamenriquecer a reunião, assuntos regradosno
Capítulo7.3–AtualizaçãodoSistemaparaClassificação.
77
O CBCS (2015) salienta que os resultado do Desempenho Energético Operacional no
Brasil,coordenadopeloCTEnergia,servirãocomobaseparaprogramasvoluntáriosde
eficiênciaemedifíciosexistentesetambémparaaelaboraçãodeumprogramanacional
nestaárea.
4.7.2 SELOCASAAZUL
O SELOCASAAZUL é uma certificação voluntária criada em 2010 pela Caixa Econômica
Federal (CAIXA) para classificação socioambiental de projetos de empreendimentos
habitacionais, como intuitode reconhecer os empreendimentosque adotam soluções
mais eficientes aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à manutenção das
edificações,objetivandoincentivarousoracionalderecursosnaturaiseamelhoriada
qualidadedahabitaçãoedeseuentorno.
OSELOCASAAZULpossui53indicadores,entreobrigatóriose facultativos,sendoqueos
níveisdegraduaçãosãoBRONZE,PRATAeOURO.AcertificaçãoBRONZEdeveráatenderos
19 (dezenove) critérios obrigatórios; a certificação PRATA deverá atender os critérios
obrigatóriosemaisoutros6(seis)critériosdelivreescolha;eacertificaçãoOUROdeverá
atenderalémdosrequisitosobrigatóriosmais12(doze)critériosdelivreescolha.
Além dos critérios estabelecidos pelo SELO CASA AZUL, a certificação BRONZE será
concedida somente aos empreendimentos cujo valor de avaliação da unidade
habitacional não ultrapassar os limites estabelecidos neste programa, que varia
conformesualocalidade.Casoaunidadehabitacionalsupereoslimitesestabelecidos,o
empreendimentodeveráseenquadrar,nomínimo,nacertificaçãoPRATA.
SegundoRevistaGreenBuilding (2014), atédezembrode2013,oitoempreendimentos
foramcertificados,totalizando3.820unidades.
4.7.3 PROCELEDIFICAÇÕESEPBEEMEDIFICAÇÕES
Em1984,oInstituoNacionaldeMetrologia,QualidadeeTecnologia(INMETRO)iniciou
programas de avaliação da conformidade do desempenho, com a finalidade de
contribuirparaaracionalizaçãodousodaenergianoBrasilpormeiodaprestaçãode
78
informações sobre a eficiência energética de alguns equipamentos disponíveis no
mercadonacional.
Inicialmente voltado para o setor automotivo, por causa das crises do petróleo da
décadade70,oprojeto foiredirecionado,ampliadoesetornouoProgramaBrasileiro
deEtiquetagem(PBE).Atualmente,oPBEécompostopor38programasdeavaliaçãoda
conformidade,quecontemplamdesdeaetiquetagemdeprodutosdalinhabranca,como
fogões,refrigeradoresearcondicionadosatéosveículoseasedificações.
Em 2003, o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel) e a
EletrobráscriaramoProcelemEdificações(ProcelEdifica),atualmentedenominadopor
SeloProcelEdificações,eatuadeformaconjuntacomosMinistériosdeMinaseEnergia,
oMinistériodasCidades,asuniversidades,oscentrosdepesquisaeentidadesdasáreas
governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da
construçãocivil.
O Selo Procel Edificações tem por objetivo principal identificar as edificações que
apresentem os melhores níveis de eficiência energética em uma dada categoria,
motivandoomercadoconsumidoraadquirireutilizarprodutosmaiseficientes.
Esse objetivo é cumprido de duas maneiras: por meio da afixação do Selo Procel
Edificações em todas as edificações, projetadas ou construídas, demodo a orientar o
consumidor no ato da compra, e por meio de sua página na internet
<www.procelinfo.com.br>, que é atualizada periodicamente, indicando os produtos
contempladoscomoSeloProcelEdificações.
Alémdaeficiênciaenergética,oProcelpodeexigircritériosadicionaisparaaconcessão
do Selo Procel Edificações, de forma a garantir o melhor desempenho energético do
imóvele/ouatenderarequisitosambientais.
AparceriaentreoINMETROeEletrobrás/ProcelEdificacriouoProgramadeBrasileiro
deEtiquetagememEdificações(PBEEdifica)parapromoveraeficiênciaenergéticaem
edificações.
79
O Selo Procel Edificações direciona a análise dos edifícios em relação aos melhores
índices de eficiência energética e que atendam a requisitos ambientais,
preferencialmenteintegrantesdoPBE,classificando-osemníveisquevãode“A”até“E”.
PROCEL;ELETROBRÁS(2015)sitaquecasojulguenecessário,oProcelpodeconcedero
SeloProcelEdificaçõesaumacategoriaquenãosejacontempladopeloPBE,desdeque
istosejaobjetodeajusteprévioentreoProceleasentidadesdeclasse.
OSeloProcelEdificaçõeséconcedidonafasedeprojetoeapósaconclusãodaobra.Nos
edifícios comerciais e de serviços públicos são avaliados três sistemas: envoltória,
iluminaçãoearcondicionado.Nosedifícios residenciais sãoavaliadosaenvoltóriaeo
sistemadeaquecimentodeágua,alémdossistemaspresentesnasáreascomuns.
Adicionalmente,oSeloProcelEdificaçõespossibilitabonificaralgumasações,taiscomo:
sistemas ou fontes renováveis de energia, sistemas de cogeração e sistemas e
equipamentosqueracionalizemousodaágua.
Nocasodousoracionaldaágua,osistemadeveproporcionarumaeconomiamínimade
40% no consumo anual de água do edifício, considerando práticas correntes de
dimensionamento.
Os projetos podem ser avaliados pelo método prescritivo ou por simulação
computacional,enquantooedifícioconstruídodeveseravaliadopormeiodeinspeçãoin
loco.
BORGSTEIN (2014, p. 33) relata que as experiências do Programa Brasileira de
Etiquetagemmostramqueemqualquerprogramavoluntáriodeetiquetagem(tantode
edifíciosquantodeequipamentoseletrônicos),umníveldedesempenhoabaixodonível
“A”émuitomalvisto,eataxadeadesãoaoprogramacaidrasticamentequandonãoé
possívelatingirfacilmenteomelhorníveldedesempenho.
CBCS(2015,p.15)mencionaqueoPBEEdificaéuminstrumentoquepodefuturamente
funcionarcomoumindutormassivodeeficiênciaenergética,casoseuregimepasseaser
compulsório e índices mínimos sejam estabelecidos. Ainda assim, há um grande
potencialparaumaumentodaeficiênciaenergéticaemedificaçõesexistentes,quenãoé
atingidoporesteformato.Nestecaso,aferramentamaisadequadaseriaaadoçãodeum
80
processo de certificação de Desempenho Energético Operacional (DEO), como uma
ferramentadeinformaçãoaousuário,comparandoousorealdaenergianasedificações
combenchmarksdeconsumoquerepresentemamédiadomercado.parei
Tendoemvista,aimportânciadosindicadoresdorealdesempenhodomercadodeEEC,
essa tese apresenta como sistema complementar a construção da PLATAFORMA DO
MONITORAMENTOOPERACIONAL (PMO), que utilizará tecnologias demedição inteligente
para coletar e transmitir os dados operacionais 17 dos EECs com Certificação da
Sustentabilidade-EEC e, posteriormente, armazena-los em ambiente cloud computing,
controladopeloNRE-POLI,conformeCapítulo7.
Osdados capturados e armazenadospelaPMO serão tratados estatisticamentepara a
construção dos Benchmarks do desempenho de EECs. Esta informação será
disponibilizada ao mercado por meio do NRE-POLI, sem comprometer o sigilo e a
segurançadosdadosdecadaedifíciocertificado.
Com o passar do tempo, será possível construir os BENCHMARKS em detrimento às
diversastipologiaselocalizaçõesdomercadodeEEC.
17Os dados operacionais podem ser consume de energia elétrica, de água, fluxo de pessoas fixas e deflutuantes,fluxodeveículosfixosedevisitantes,dadosmeteorológicosetc.
81
5 CERTIFICAÇÕESAMBIENTAISPARAEEC
5.1 ESTADOATUALNOBRASIL
Para aferir a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, os
empreendedores buscam certificações para atestar a sustentabilidade do
empreendimento. Isto vai no encontro de algumas empresas que buscam
empreendimentos com práticas mais sustentáveis com certificação por instituição
reconhecida.
Odesenvolvimentodasprimeirascertificaçõessobreaavaliaçãoambientaldeedifícios
surgiunadécadade1990paracumprimentodasmetaslocaisestabelecidasnaECO’92,
ConferênciadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbiente e oDesenvolvimento, realizada
entreosdias3e14dejunhode1992noRiodeJaneiro–Brasil.
Esta conferência consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu
paraamaisamplaconscientizaçãodequeosprincipaisdanosaomeioambienteforam
causados essencialmente pelos países desenvolvidos. Concomitantemente, foi
constatada a necessidade dos países em desenvolvimento receberem fácil acesso aos
recursosfinanceirosetecnológicosparaseuprópriodesenvolvimentosustentável.
A partir da ECO’92, alguns países comprometeram-se a adotar diretrizes para o
desenvolvimento sustentável. Uma destas diretrizes diz respeito à Agenda 21, um
programadeaçãoparatodososdomíniosdodesenvolvimentoemseusdiversosníveis.
Nestaconferênciaforamestabelecidososprincípiosglobais,paraquecadaregião,país
ou estado definisse seus próprios parâmetros baseados em suas necessidades e
característicaslocais.
Isto impulsionou ainda mais a discussão em nível mundial sobre as questões de
sustentabilidadeemdiversasáreasdeconhecimento,dentreasquaissedestacaosetor
daconstruçãocivil.
Logo,diversospaísesdaEuropa,alémdosEstadosUnidos,Canadá,Austrália,HongKong
e Japão desenvolveram métodos de avaliação da sustentabilidade em edifícios.
82
Entretanto, estes métodos concentram basicamente a dimensão ambiental da
sustentabilidadeepossuemcertaslimitaçõesparasuaaplicabilidadenoBrasil.
NãoháimpedimentoslegaisparaautilizaçãodestessistemasnoBrasil.Entretanto,nem
sempreosatributosavaliadossãoosmaisrecomendadosparaoBrasil,poisosmesmos
são baseados em normas e práticas estrangeiras, que são ligadas a características
específicas de cada país, tais como: recursos naturais, clima, economia, cultura,
conhecimento, desenvolvimento tecnológico, subsídio governamental, restrições legais
etc.
Os sistemasde certificaçãoexistentes concentram-senadimensãoambientaldevidoà
natureza da agenda da sustentabilidade nos países desenvolvidos. O viés ambiental é
sustentadopelanecessidadederecuperarosdanoscausadosaosrecursosnaturaisem
função do desenvolvimento econômico acelerado ocorrido por décadas nos países
desenvolvidos.
SILVA (2003,p.193)expõequeao contráriodos contextosdeorigem,os sistemasde
avaliação são apropriados e vêm experimentando alto grau de sucesso, mas são
inadequadosparaoBrasilporque:
i. oqueosmétodosavaliaméinsuficiente:todosdetêm-senaavaliaçãoambientale
ositensambientaisnãonecessariamenterefletemaagendabrasileira;
ii. aformacomoestesmétodosavaliaméinapropriadaparaoBrasil:
a. objetivando prover resultados aderentes ao contexto de avaliação é
necessáriodefinirlocalmenteumcritériodeponderação;e
b. nãohádadosnacionaissobreaAnálisedoCiclodeVidaeéinconsistente
avaliarimpactosdemateriaisbrasileiroscombaseemdadosestrangeiros.
iii. Oquantosedeveatingiremcadamétodoédefinidopelasinergiadefatorescomo
tecnologias e produtos disponíveis em cada mercado, práticas construtivas e
normasvigentes,que,juntos,delineiamníveisdereferênciaemetasquemudam
deumcontextoparaooutro.
O alcance atual destes sistemas de certificação no Brasil ainda é limitado e
geograficamente concentrado nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de
Janeiro,masconstata-seocrescentemercadoemoutraslocalidadesdopaís.
83
AsprincipaiscertificaçõesverdesexistentesnoBrasilsãooLeedeoAqua,masoutras
certificaçõesverdesestãonopaísdeformaincipiente,taiscomo:oBreeameoDeutsche
Gesellschaft furNachhaltigesBauen (DGNB). Por esta razão, somente o Leed e o Aqua
foramabordadosmaisadiante.
Existem iniciativas nacionais, ainda de forma voluntária, indutoras da avaliação da
sustentabilidade em empreendimento no país que estão em desenvolvimento: [i]
Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) do Programa Nacional de
EficiênciaEnergéticaemEdificações(ProcelEdifica);[ii]SeloAzul,daCaixaEconômica
Federal;[iii]ComitêdeAvaliaçãodeSustentabilidadedoCBCS.
Diantedocenárioapresentado,odesenvolvimentodaCertificaçãodaSustentabilidade–
EEC por entidade reconhecida nacionalmente, como o NRE-POLI, que avalie
adequadamenteseusATRIBUTOS,diantedascondiçõesdecontornoerealidadebrasileira,
pode-se tornar um referencial para empreendedores, corretores, projetistas,
construtores,usuáriosecomunidade.
5.2 LEED
OLeadership inEnergyandEnvironmentalDesign (Leed) é uma certificação ambiental
criada pelo U.S. Green Building Council e coordenada localmente pelo Green Building
CouncilBrasil.
OLeedé aprincipal certificadoraambientaldoBrasil, segundoRevistaGreenBuilding
(2014),dos836empreendimentosqueforamsubmetidosaavaliaçãoapenas136foram
certificados.
Atualmente, o Leed está na versão 3, envolve o atendimento de oito pré-requisitos
obrigatóriosparaqueoprojetodoedifíciosejacertificado.Aavaliaçãoéfeitapormeio
de pontos, em um total de 110. Há quatro PATAMARES DE DESEMPENHO, que variam
conformeapontuaçãoobtida:
i. CERTIFICADO:entre40e49pontos;
ii. SILVER:entre50e59pontos;
iii. GOLD:entre60e79pontos;
iv. PLATINUM:apartirde80pontos.
84
Emnovembrode2013foilançadaaversão4doLeed,quetrazadequaçõesdeprocesso
eatualizaçõestécnicas.Asduasversõescoexistiramaté30demaiode2015,apartirde
1dejunhoapenasaversão4doLeedestarádisponível.
AcertificaçãoLeedaindalimita-seaodesempenhoesperadodoprojetoeobra.Nãohá
continuidadedomonitoramentodoedifícioprontoeoperandonacertificaçãoCoreand
Shell.
5.3 AQUA
O Processo de Alta Qualidade Ambiental (Aqua) foi desenvolvido com base na
certificaçãofrancesaDémarcheHQE,coordenadonoBrasilpelaFundaçãoVanzolini.
NoReferencial Técnico do Processo Aqua, o empreendimento é avaliado nas fases de
programa, concepção (projeto), realização (implantação) e operação e uso, com
certificadosemitidosemcadafase.
OAquaéasegundamaiorcertificadoranoBrasil,segundoRevistaGreenBuilding(2014)
atédezembrode2013,153empreendimentos foramavaliadosna fasedeprogramae
concepção,sendo27certificadosnafasederealizaçãoeoperaçãoemuso.Fonte:Revista
GreenBuilding(2014)
Acertificaçãoéestruturadaemdoissubsistemas:
i. SistemadeGestãodoEmpreendimento:Estabeleceascaracterísticasmínimas
do sistema de gestão a ser implantado pelo empreendedor, de maneira a
organizar o empreendimento, permitindo coordenar os esforços de todos os
envolvidos;
ii. Qualidade Ambiental do Edifício: Possui 14 categorias para avaliar o
desempenhodoempreendimento,sobopontodevistadasustentabilidade.Cada
categoriasesubdivideemoutrassubcategorias,que,porsuavez,sãocompostas
dealgunsrequisitos.Parareceberacertificação,oempreendimentoprecisater,
nomínimo,trêscategoriasavaliadascomoexcelentesequatrocomosuperiores.
OAquaenfatizaanecessidadedoempreendedorsepreocuparcomaGestãodeProjetos
doempreendimento.
85
RODRIGO (2011, p. 147) identificou, nos seus estudos de caso, que o Processo Aqua
proporciona:
i. Flexibilidade para atender aos requisitos da certificação, baseados em
justificativasquedevemsersuportadasporcálculoseargumentostécnicos.
ii. Processo Aqua gera análise e discussões em toda equipe que participa do
empreendimento,quemotivaabuscapormelhoressoluções;
iii. Alinguagemdoreferencialéacadêmicae,naprática,difícildecompreender.
A flexibilidade de argumentação do Aqua permite que o projetista exploremais seus
conhecimentos,quedevemsertecnicamenteembasados,promovendodiscussõeseque
podemgerarinovações.
RODRIGO (2011, p. 165) afirma que, embora seja visto comoummétodo adequado à
realidade brasileira, é sabido que a adaptação do Processo Aqua se deu de forma
incipiente até omomento. É preciso ummaior investimento em pesquisas nos temas
relacionadosacadaumadas14categorias.E,ainda,pesquisasdeavaliçãopós-ocupação
querelacionemaprodutividadedosfuncionárioscomasestratégiasparaamelhoriadas
condições de trabalho, decorrentes de processos de certificação de edifícios
sustentáveis.
5.4 LIMITAÇÕESDASCERTIFICAÇÕESAMBIENTAIS
As certificações existentes são baseadas pelo desempenho potencial de projeto e
construção, não havendo efetiva avaliação do desempenho no ciclo operacional dos
EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOCORPORATIVOS.
Muitas vezes, o desempenho potencial de projeto e construção é muito aquém do
desempenhoefetivonociclooperacionaldosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS,esta
diferençadedesempenhoéconhecidacomoPerformanceGap.
NoBrasil,nãoháobrigatoriedadelegalparadisponibilizarindicadoresdodesempenho
operacional, principalmente relacionado aos consumo de energia e água dos EEC
implantadosnoBrasil.
86
Neste contexto, a inexistência de indicadores do desempenho operacional impede, de
formamaisobjetivaepragmática,aanáliseeopotencialparamelhoriadeumedifício
frente aos outros empreendimentos de mesma tipologia, localização e com o padrão
similardeusuários.
AsprincipaislimitaçõesdascertificaçõesdasustentabilidadeexistentesnoBrasilsão:
i. não exigência controle dos documentos legais e quanto ao grau de
atendimento dos mesmos, seja na forma de leis, normas ou requisitos
subscritosdosaspectosambientaisesociais;
ii. a avaliação é realizada apenas pelo desempenho esperado na ciclo de
concepção/projeto e obra. Não há efetiva avaliação do desempenho
operacional do edifício, tampouco os benchmarks de desempenho
operacional;
iii. adimensãoeconômicaélimitada,nãoháregistrododesempenhoeconômico
doedifício;
iv. nãoháobrigatoriedadedocomissionamentodasinstalações;
v. baixa integração com os operadores na gestão do condomínio e,
principalmente,dosusuáriosdoedifício.
87
6 REFERENCIAISDASUSTENTABILIDADEDEEEC
6.1 DESEMPENHODOSEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS
Conforme já discorrido anteriormente, as mudanças na Baseline para desempenho
mínimo aceitável da sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS só
ocorrem com alterações nas demandas do mercado, sejam elas voluntárias ou
compulsórias.
Noentanto,apercepçãodemudançanaBaselinedevesermaisdinâmica,desfocadade
decisões baseadas na sensibilidade dos órgãos públicos, projetistas, construtores,
empreendedoreseusuários,poiselapodeestarbaseadaemdecisões ingênuasou,até
mesmo,tardias.
Neste sentido, o Comitê Temático de Energia do CBCS coordena o projeto DEO, que
desenvolve conhecimento, indicadores e técnicas para a avaliação e melhoria do
desempenhoenergéticodeedificaçõesnafasedeuso.
O DEO busca compreender a diferença entre o consumo projetado em edifícios,
estimado na fase de projeto, e o medido na fase de operação. Dentre os trabalhos
realizado no DEO destaca-se o desenvolvimento de uma ferramenta de coleta e
sistematização de dados que permite a comparação do consumo energético no ciclo
operacional do edifício. Os dados são fornecidos voluntariamente por proprietários e
gestoresdestesedifícios.Asatividades iniciaisconcentram-seemagênciasbancáriase
deEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOS.
SegundoCBCS (2015), asprincipaisdificuldadesencontradaspeloCTEnergianoDEO
paraamontagemdobenchmarksão:
i. Definiçãodeáreacomumeprivativa;
ii. Taxadevacância;
iii. Mediçãoinadequadaparaaferiçãodoconsumosetorizado;
iv. Usosfinaisdistintos;
v. Diferençasnodesempenhoentreedifíciosmonousuáriosemultiusuários;
88
vi. Distorçãogeradapelosdatacenters.
Além destas dificuldades, o consumo de energia elétrica pode variar conforme a
localidade,emfunçãodazonaclimáticanaqualestáinseridooedifício.
Fonte:CTEnergiadoCBCSFigura11 Consumodeenergiaporregiões
O CBCS levantou dados demais de 430 escritórios demédio e grande porte. Destes,
apenas 249 poderiam ser considerados como EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS,
sendo que 95 edifícios disponibilizaram dados para consumo das áreas comuns, 157
edifícios forneceram dados de consumo total, destes últimos, apenas 3 edifícios
possuíamoconsumodasáreasprivativasecomunsseparadamente.
Dessa amostra, oito edifícios foram vistoriados para detalhamento de suas
características, tipologia, localização, sistemas e equipamentos instalados, o que
possibilitoucompararodesempenhodecadaedifício,emrelaçãoàsdespesascomunse
privativas. Ao final do processo, obteve-se a equação do benchmark do consumo
energético anual e, alémdisso, demonstrou o desempenho do edifício típico e da boa
prática.
89
Este estudo realizado pelo CBCS (2015) representa um grande avanço na literatura
brasileira para avaliação da performance energética do mercado de EDIFÍCIOS DE
ESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
ACERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC–pretendeavançaraindamaissobreotrabalho
realizadopeloCBCS(2015),pormeiodomonitoramentodosindicadoresemrealtime,
permitindonãoapenasidentificaraperformanceanual,masconstatarasazonalidadeao
longodoano,emdetrimentodasvariaçõesclimáticas,bemcomoaperformancediária,
detectandoospadrõesdeconsumonohoráriodepontaeforadeponta.
OsBENCHMARKS daCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC - permitirão aosoperadores
dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS ter maior acuidade para dimensionar a
demandaasercontratadajuntoàsconcessionáriasdeenergiaelétrica.
A base dos indicadores e BENCHMARKS é constituída por informações disponibilizadas
pelos empreendedores no ciclo de projeto e de implantação do edifício, sendo
complementadas frequentemente com dados do ciclo de operação fornecidos pelos
operadoresdosedifíciosdeescritóriosquepossuemaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–
ECC.Estesdadossão:
i. característicasetipologiadoedifício;
ii. consumodeenergiaelétricasetorizadonasáreasprivativasecomuns;
iii. consumodeáguadasáreasprivativasecomuns;
iv. dadosmeteorológicos;
v. fluxosdepessoasfixaseflutuantes;
vi. despesasdecondomínio;
vii. taxadevacância;
viii. preçomédiodelocaçãoemR$/m2.
Do item i até o iv, as informações serão transmitidas por meio de cloud computing.
Todososdadosserãopreservadosparamanterosigilodainformaçãodecadaedifício,
conformedescritonoCapítulo7.3.
90
OsindicadoreseosBENCHMARKSaseremdisponibilizadospeloNRE-POLIdemonstrarãoa
média da performance do mercado de EECS, de acordo com suas características,
tipologia, localização, sistemas e equipamentos instalados. Nesta condição, os
operadoreseusuáriospoderãoanalisarodesempenhodoedifíciofrenteaomercadode
EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
À medida que os operadores e usuários tenham acesso às informações sobre a
performance do edifício, melhor será a integração e promoção de ações e de ideias
inovadoras, tendo em vista a sustentabilidade no ciclo operacional do edifício. A
divulgação da performance do edifício e de outras informações relevantes para
promoverasustentabilidadepodeserrealizadapormeiodosmonitoresinstaladosnos
elevadoreseno(s)totem(ns)digital(is)no(s)hall(s)doedifício.
HálimitaçõesparaaaplicaçãoimediatadosBENCHMARKSdaperformancedaCERTIFICAÇÃO
DASUSTENTABILIDADE–EEC–,poisnoinícionãohaverádadossuficientesparaformá-los.
Destaforma,nafaseinicialdeavaliação,aCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC–terá
como primeira Baseline do desempenho energético o trabalho realizado pelo CBCS
(2015),conformedetalhadonoAnexo1.
6.2 PERFORMANCE DOS EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS NO CICLOOPERACIONAL
Anecessidadede criar indicadores eBENCHMARKS naCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–
EECsurgiudadificuldadeemseobterdadosoperacionaisjuntosaosadministradoresde
EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, seja devido à indisponibilidade de tempo e de
recursosparacoletaetransmissãodasinformações,comotambémpelanecessidadede
semanterosigilodestasinformações.
Em um mundo cada vez mais colaborativo, tais informações deveriam ser
disponibilizadas para omeio acadêmico e profissional, a fim de promover soluções e
91
ideias inovadorasquevisemaomelhordesempenhonociclooperacionaldosEDIFÍCIOS
DEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
Parailustrarestadificuldadeemseobtertaisdados,oautorcontatou20operadoresde
EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, dos quais 12 administravam empreendimentos
certificadospeloLeede8administravamempreendimentosconvencionaisclassificados
comoAAA18.Noentanto,apenasumgestordemonstrouinteresseedisponibilidadepara
fornecer os dados de consumo do iTower, classificado como de tipologia AAA,
certificadoLeedGoldeélocalizadoemAlphaville,MunicípiodeBarueri,EstadodeSão
Paulo,Brasil.
Os dados apresentados a seguir referem-se ao edifício iTower. Embora seja único, as
informações possibilitam estudar quais são os dados relevantes para a criação de
BENCHMARKSdedesempenhooperacionaldeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
AsprincipaiscaracterísticasdoiTowersão:
Ø lajestipode1.563m2privativos;
Ø pé-direitode2,80m;
Ø centrodeconvenções;
Ø heliponto;
Ø umavagaparacada30m2privativos;
Ø sistemadesegurança;
Ø reaproveitamentodeágua.
Ociclooperacionaldoedifícioteveinícioemnovembrode2011.Emoutubrode2015,a
taxa de ocupação era demais de 66%, compopulação fixa de 2.675pessoas,mais de
7.000 pessoas flutuantes e um fluxo de veículos superior a 22.000 unidades referido
mês.
18SegundocritériosdoSistemaparaClassificaçãodaQualidadedeEdifíciosdeEscritóriosdoNúcleodeRealEstate.
92
Fonte:AutorGráfico15- PopulaçãoetaxadeocupaçãodoiTower
Fonte:Autor*Ofluxodeautomóveiscomeçouasermedidoemjulhode2013.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
-
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
jan-12
abr-12
jul-1
2
out-12
jan-13
abr-13
jul-1
3
out-13
jan-14
abr-14
jul-1
4
out-14
jan-15
abr-15
jul-1
5
out-15
jan-16
TaxadeOcupa
ção
Popu
lação
Fixa Flutuante TaxadeOcupação
5.000
7.500
10.000
12.500
15.000
17.500
20.000
22.500
25.000
27.500
30.000
-
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
jan-12
abr-12
jul-1
2
out-12
jan-13
abr-13
jul-1
3
out-13
jan-14
abr-14
jul-1
4
out-14
jan-15
abr-15
jul-1
5
out-15
jan-16
Veículosporm
ês
Popu
lação
Fixa Flutuante Automóveis
93
6.2.1 POPULAÇÃOEVEÍCULOSDOITOWERCONSUMODEENERGIAELÉTRICA
Aenergiaelétricamedidarefere-seàalimentaçãodasáreascomunsedosistemadear
condicionadoprivativo.Osistemademonitoramentoemediçãodeenergiaelétrica foi
iniciadoemabrilde2013,situaçãoquepermitiurealizarumlevantamentohistóricodo
consumoemrelaçãoàocupaçãodoedifício.
Constata-se claramente, no Gráfico 17, que desde o início domonitoramento omaior
consumodeenergiaelétricaocorreuduasvezesemmarço,motivadopeloacionamento
do ar condicionado em função do calor do verão brasileiro. A temperatura média e
máximaémaioremdezembro, janeiroe fevereiro,masoconsumodeenergiaelétrica
nestes meses é menor em relação a março. Isso é motivado pela concentração de
feriados no período e pelo fato de muitas pessoas que trabalham nas empresas
instaladasnoedifíciotiraremfériasnessaépoca,reduzindoconsequentementeousode
arcondicionado,comotambémdeoutrosequipamentoseinstalações.
Poroutrolado,oconsumodeenergiaelétricanoperíododeinvernoébemmelhorem
relação às outras estações do ano, como pode ser visto no Gráfico 17. Em agosto de
2013, a taxa de ocupação era de 22% e o consumo de energia era algo em torno de
100.000kWh,emjunhode2015,ataxadeocupaçãodobroupara44%,masoconsumo
deenergiaelétricanesteperíodosubiuapenas10%(110.000kWh).
A temperatura média entre 17 e 21oC mantém um padrão de consumo de energia
elétricaentre100.000e110.000kWh/mês.Nestafaixadetemperatura,oacionamento
dosistemadearcondicionadoéminimizado,sendoquasedesnecessário.
94
Fonte:AutorGráfico16- Consumo de energia elétrica das áreas comuns e do sistema de arcondicionadoprivativodoiTower
Logo, o desempenho do consumo de energia elétrica dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS
CORPORATIVOSnãoé constante e varia conformea sazonalidade.Alémdisso, em função
das particularidades físicas, de localização e gestão operacional de cada
empreendimento, é necessário criar indicadores em razão de algumas variáveis que
retratam estas particularidades. Para isso foram selecionados as variáveis Área Bruta
Locável(ABL)eÁreaComum(AC).
99.931
167.265
103.851
198.036
109.540
195.768
137.058
0
30.000
60.000
90.000
120.000
150.000
180.000
210.000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
jan-12
abr-12
jul-1
2
out-12
jan-13
abr-13
jul-1
3
out-13
jan-14
abr-14
jul-1
4
out-14
jan-15
abr-15
jul-1
5
out-15
jan-16
kWh/mês
TxdeOcupa
ção
TxdeOcupação ConsumodeEnergia MédiaConsumodeEnergia
95
Fonte:INMET19;CIIAGRO20;AutorGráfico17- ConsumodeEnergiaeTemperaturadoiTower
Assim, os indicadores do desempenho do Consumo de Energia Elétrica são definidos
por:
𝐷𝐶𝐸𝐸!"#$% =𝐶𝐸𝐸!"#$%𝐴𝐵𝐿
EQ(1)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaTotalpelaABL
Onde:CEETotal:ConsumodeenergiaelétricatotalABL:ÁreaBrutaLocável
𝐷𝐶𝐸𝐸!"!!"# =𝐶𝐸𝐸!"𝐴𝐵𝐿
EQ(2)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaABL
Onde:CEEAr-ABL:ConsumodeenergiaelétricadosistemadearcondicionadoABL:ÁreaBrutaLocável
19Disponívelemhttp://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep20Disponívelemhttp://www.ciiagro.sp.gov.br/ciiagroonline/Quadros/QTmedPeriodo.asp
-
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
5
10
15
20
25
30
jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16
kWh/mês
Tempe
raturaM
édia
Temperatura ConsumoEnergia MédiadoConsumo
96
𝐷𝐶𝐸𝐸!"!!" =𝐶𝐸𝐸!"𝑝𝑓
EQ(3)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaPopulaçãoFixa
Onde:CEEAr-p:Consumodeenergiaelétricadosistemadearcondicionadopf:populaçãofixa
𝐷𝐶𝐸𝐸!" =𝐶𝐸𝐸!"𝐴𝐶
EQ(4)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricadaÁreaComum
Onde:CEEAC:ConsumodeenergiaelétricadaáreacomumAC:ÁreaComum
6.2.2 CONSUMODEÁGUA
Oconsumodeáguadoedifícioéproporcionalàsuaocupação.Porenvolveroconsumo
dasáreasprivativase comuns,quantomaioraocupação,maioréo consumodeágua,
conformedemonstradonoGráfico19–Consumodeáguatotal.
Fonte:Autor*emmaioenovembrode2015oconsumodeáguapotávelaumentoudevidoàlimpezadacaixad’águanessesmeses.Gráfico18- ConsumodeáguatotaldoiTower
-
200
400
600
800
1.000
1.200
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
jan-12
abr-12
jul-1
2
out-12
jan-13
abr-13
jul-1
3
out-13
jan-14
abr-14
jul-1
4
out-14
jan-15
abr-15
jul-1
5
out-15
jan-16
consum
oem
m3/mês
TxdeOcupação
Total
Potável
Reúso
97
O Desempenho do Consumo de Água por ABL (DCAabl) é um indicador da razão do
consumototaldeáguapelaÁreaBrutaLocáveldoedifícioeéexpressopor:
𝐷𝐶𝐴!"# =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎
𝐴𝐵𝐿 EQ(5)- DesempenhodoConsumodeáguaporABL
Oconsumodeáguanoiníciodaocupaçãodoempreendimentoéaltamenteafetadopelo
consumo nas áreas comuns do edifício, chegando a índice superior a 200
litros/ABL/mês, mas quando a taxa de ocupação atinge 65%, o DCAabl fica em um
patamardeconsumomédiode28litros/ABL/mês,conformeGráfico20.
Fonte:AutorGráfico19- DesempenhonoConsumodeÁguaporABLdoiTower
ODesempenho do Consumo de Água pela População (DCApopulação) é um indicador da
razãodoconsumototaldeáguapelapopulaçãodoedifícioeéexpressopor:
𝐷𝐶𝐴!"!#$%çã! =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 EQ(6)- DesempenhodoConsumodeáguapelapopulação
55
28
-
50
100
150
200
250
0%
20%
40%
60%
80%
100%
jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16
Consum
ode
Água(litros/ABL/m
ês)
TxdeOcupa
ção
TxdeOcupação ConsumodeÁgua
MédiadoConsumo MédiaAjustadaa65%TxOc
98
O𝐷𝐶𝐴!"!#$%çã!éaltamenteafetadonoiníciodaoperação,emfunçãodovolumedeágua
consumidonas áreas comuns.Amédia comocupaçãoacimade65% fica em tornode
282litros/pessoa/mês,conformeGráfico21.
Fonte:AutorGráfico20- DesempenhonoConsumodeÁguapelapopulaçãodoiTower
OiTowerpossuiumsistemadetratamentodeefluentes,queéreaproveitadoparafins
nãonobres,comoporexemplodescargasanitária,irrigaçãoparajardinsetc.
AnalisandooGráfico22,verifica-sequeoconsumototaldeáguaéestratificadaemcerca
de40%paraconsumodeáguapotávelecercade60%refere-seàutilizaçãodeáguade
reúso.
784
282
-
1.000
2.000
3.000
4.000
-
1.000
2.000
3.000
4.000
jan-12
abr-12
jul-1
2
out-12
jan-13
abr-13
jul-1
3
out-13
jan-14
abr-14
jul-1
4
out-14
jan-15
abr-15
jul-1
5
out-15
Consum
ode
Água(litros/pop
ulação
/m
ês)
Popu
laçãoFixa
PopulaçãoFixa ConsumodeÁgua
MédiadoConsumo MédiaAjustada-65%TxOc
99
Fonte:AutorGráfico21- TaxadeConsumodeÁguaPotáveledeÁguadeReúsodoiTower
6.3 REFERENCIAISDASUSTENTABILIDADEPARAEEC
OsReferenciaisdaSustentabilidadedevemestarapoiadasnospilaresfundamentaisda
sustentabilidade-TrippleBottomLine-,ouseja,devemlevaremconsideraçãoostemas
ambientais,sociaiseeconômicos.
Noentanto,cada localidade,sejaelanaescaladecidade,regiãometropolitana,estado,
país ou bloco econômico, possui necessidades, anseios, expectativas, condições
econômicas, riquezas naturais, infraestrutura, cultura, educação e dinâmicas próprias.
Poressemotivo, alémdoTrippleBottomLine, osReferenciaisdaSustentabilidade são
ancoradosnospatamaresdedesempenhobaseadosnascondiçõesdecontornodecada
localidade,asaber:
i. Legal:Esteéopatamardedesempenhomínimoesperadopeloempreendimento,
ouseja,agarantiadequeoempreendimentofoidesenvolvidoatendendoàsleis,
normaserequisitossubscritos;
ii. Ambiente Construído: Define critérios para o conforto e acessibilidade dos
usuários;
40%
60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nov-11
jan-12
mar-12
mai-12
jul-1
2set-12
nov-12
jan-13
mar-13
mai-13
jul-1
3set-13
nov-13
jan-14
mar-14
mai-14
jul-1
4set-14
nov-14
jan-15
mar-15
mai-15
jul-1
5set-15
nov-15
jan-16
Tx.ÁguaPotável Tx.ÁguadeReúso
MédiaÁguaPotável MédiaÁguadeReúso
100
iii. Integração: Estabelece as integrações dos stakeholders, principalmente dos
usuárioseoperadoresdoedifício,aolongodociclodevidadoempreendimento.
Umcomponentevitalparaosucessodasustentabilidadenosedifíciosdeescritórioséa
integração entre projetistas, operadores e usuários, de forma a promover o
conhecimentoe,consequentemente,melhoraraperformancenociclooperacional.
JAMES(2015,p.391)constatouqueexisteumabarreiraparaintegrarosusuárioscom
aspráticasmaissustentáveisdisponíveisnosedifícios,quesãoverificadasnãoapenas
naAustrália,masemtodoomundo,poisinexisteumacomunicaçãoefetivadaspráticas
maissustentáveisutilizadasnaoperaçãodoedifíciosparacomosseususuários.
101
7 CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC
A CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC possibilita classificar o edifício em relação ao
seudesempenhoquantoa sustentabilidade,pormeioda avaliaçãodeumconjuntode
procedimentos,regrasecritérios,sendoestruturadaemtrêsetapas:
i. SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO:Possibilitaclassificaroedifícioemrelaçãoaoseu
DESEMPENHODASUSTENTABILIDADEDOEDIFÍCIO (DSE), pormeio da avaliação da
qualidade dos ATRIBUTOS do empreendimento, conforme estabelecido nos
procedimentos,regrasecritérios.Sejanacondiçãodedesempenhopotencial,
a ser demonstrado na fase de projeto e de obras, seja também, na situação
prontoparaouso.;
ii. QUALIFICAÇÃO: O empreendimento será analisado conforme desempenho
potencial estabelecido no projeto e/ou nas obras. Desde que atendidos os
requisitosdestaetapa,oNRE-POLIpoderáemitirumparecerdaQUALIFICAÇÃO
doedifício,noqualatestaqueoempreendimentoestáaptoparaprosseguir
comaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC.;
iii. CERTIFICADO: O NRE-POLI poderá emitir o parecer da CERTIFICAÇÃO DA
SUSTENTABILIDADE–EEC, que atesta o desempenho obtido conforme sua
classificação no SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO na condição do empreendimento
prontoparaouso.
Para regrar a atualização e validade dessas etapas, é necessário manter mecanismos
para reciclagem e aprimoramento do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, assim como, rotinas
paravalidaçãoecalibragemdaCLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS.
102
CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADEDEEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS
Fonte:AutorFigura12 EstruturaparaaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC
7.1 SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO
O SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC segue a mesma
estrutura do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO do Sistema de Certificação da Qualidade de
Edifícios de Escritórios no Brasil desenvolvido e oferecido pelo NRE-POLI, sendo
estruturadopor:
i. MATRIZDEATRIBUTOS:A avaliação da sustentabilidade do edifício émedida por
meiododesempenhodosATRIBUTOSdoedifícioemrelaçãoaopontodevistado
usuário,considerandooseumomentodedecisãoemseinstalaremumEDIFÍCIO
DEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSMAISSUSTENTÁVEL;
ii. CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS:Aclassificaçãododesempenhodoedifícioémedida
numaescala,queestabeleceospatamaresdedesempenho(CATEGORIAS);
iii. COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO: É formado por membros do NRE-POLI, que emitem
parecersobreodesempenhodoedifícioanalisado.
SistemaparaClassi�icação
Quali�icação
Certi�icação
Atualizações
Mecanismosparareciclagem
eaprimoramento
Rotinasparavalidação
103
7.1.1 MATRIZDEATRIBUTOS
AMATRIZDEATRIBUTOSrefleteaspráticasmaissustentáveisadotadasaolongodociclode
vidadosEEC,sendoapoiadanosReferenciaisdaSustentabilidade.
Fonte:AutorFigura13 CoredaMATRIZDEATRIBUTOS
AMATRIZDEATRIBUTOSécompostapor:
i. ATRIBUTOS: representam os aspectos mais relevantes, úteis e aplicáveis de
acordo com as melhores práticas da construção mais sustentável para o
mercadodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS;
ii. CRITÉRIOS: o desempenho dos ATRIBUTOS é medido conforme o grau de
atendimentoaosCRITÉRIOSdeAPLICAÇÃO,daAVALIAÇÃO,doMONITORAMENTOedo
DESEMPENHO(CRITÉRIOS).
7.1.1.1 METODOLOGIADAMATRIZDEATRIBUTOS
A metodologia para estruturar a MATRIZ DE ATRIBUTOS e estabelecer o grau de
importância dosATRIBUTOS que a compõemé composta por duas fases, sendo que, ao
finaldecadaumaérealizadaaanálisecrítica,conformeFigura14.
Ambien
tal
Social
Econ
ômico
DesempenhoLegal
AmbienteConstruído
Integração
104
A 1a Fase (PILOTO) foi destinada para teste e validação do processo para estruturar a
MATRIZ DE ATRIBUTOS e validar a metodologia para hierarquizar os ATRIBUTOS que a
compõem.
Ao finalda1aFase,aprimeiraANÁLISECRÍTICA foirealizadaparacompreender,validar,
aferireidentificarospontosdemelhoriaparaaestruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOSea
metodologiaparahierarquizarosATRIBUTOSqueacompõem.
Com as validações da estruturação da MATRIZ DE ATRIBUTOS e da metodologia para
hierarquizar os ATRIBUTOS, a 2a Fase consistiu em aplicar em maior número de
participantes, a fim de hierarquizar os ATRIBUTOS mais importantes na decisão dos
usuáriosemseinstalaremumEECcompráticasmaissustentáveis.
Fonte:AutorFigura14 EtapasparaelaboraçãoevalidaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS
7.1.1.2 1AFASE-PILOTO
O PILOTO destinou-se à compreensão, teste e validação do processo para validar a
estruturadaMATRIZDEATRIBUTOSeahierarquiadosATRIBUTOSqueacompõem.Estafase
foicompostapelasseguintesetapas:
Estruturação*da*Matriz*de*Atributos! Seleção*de*Especialistas* Julgamento*da*Matriz*de*
Atributos*Interpretação*dos*
Resultados*Protó>po*da*Matriz*de*Atributos*Hierarquizada*
Análise*Crí>ca*da*Matriz*de*Atributos*e*método*
de*julgamento*
Aferições*da*Matriz*de*Atributos*e*método*de*
julgamento*Seleção*de*Especialistas* Julgamento*da*Matriz*de*
Atributos*Interpretação*dos*
Resultados*Matriz*de*Atributos*
Hierarquizada*
Aferição*e*Calibragem*da*Matriz*de*Atributos*
Matriz*de*Atributos*
1a!Fase'!Piloto!
2a!Fase!
105
i. EstruturaçãodoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS;
ii. Seleçãodeparticipantes;
iii. JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS;
iv. Interpretaçãodosresultados;
v. PROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOShierarquizada.
7.1.1.2.1 EstruturaçãodoProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOS
O PROTÓTIPODAMATRIZ DEATRIBUTOS foi inicialmente estruturado com base na revisão
bibliográfica realizada em literatura nacional e internacional, tanto em artigos
publicados em journals, eventos científicos, dissertações e teses, assim como em
manuaisdereferênciadascertificaçõesambientaisexistentesnomercadobrasileiro.
Toda esta pesquisa objetivou identificar as melhores práticas da construção mais
sustentávelnosegmentodomercadodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSemnível
nacional.
Além disso, foi realizada pesquisa de campo em empreendimentos e entrevistas com
profissionaisparaobteropiniõesprevalentesnomeioespecializadoparaidentificarse
tais práticas são realmente úteis e aplicáveis aos empreendimentos relevantes deste
segmentodomercadoimobiliário.
A estrutura do PROTÓTIPO daMATRIZDEATRIBUTOS segue as recomendações doMétodo
AnaliticHierarchyProcess(AHP),ouseja,elaéformadapeloObjetivoPrincipal,Critérios
e Alternativas. AMATRIZDEATRIBUTOSé demonstrada e debatida na 2a Fase - Capítulo
7.1.1.4.1–EstruturaçãodaMatrizdeAtributos.
AsvalidaçõesdaestruturadoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOSedametodologiapara
hierarquizar os ATRIBUTOS que a compõem foram realizadas por profissionais que
possuem expertise no segmento demercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSe
amploconhecimentonotemadaconstruçãomaissustentável.
7.1.1.2.2 Seleçãodeparticipantes
Nestafaseparticiparam7(sete)profissionaiscomexpertisenomercadodeEDIFÍCIOSDE
ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, que testaram a aplicabilidade do processo para validar a
106
estrutura do PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS e a metodologia para hierarquizar os
ATRIBUTOSqueacompõem.
Por se tratar de um PILOTO, não houve preocupação estatística quanto ao número de
participantes, pois o intuito era exclusivamente qualitativo para teste e validação do
processo.
Os participantes foram selecionados em função do conhecimento e da experiência
profissional no mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS e dos temas
relacionados à prática da construção mais sustentável ao longo do ciclo de vida do
empreendimento,desdeociclodeconcepção,projeto, implantação,operaçãoatéasua
revitalização.
Ocontatoinicialcomosparticipantesfoipessoal,portelefoneoupore-mail.Naocasião,
foiinformadooobjetivodapesquisa,ametodologiaparajulgamentodosATRIBUTOSea
importância da participação de profissionais que atuam neste segmento de mercado
imobiliárioparamaiorincrementodedadosevolumedeinformações.
7.1.1.2.3 JulgamentodoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS
O julgamento para hierarquizar os ATRIBUTOS que compõem o PROTÓTIPODAMATRIZDE
ATRIBUTOS necessitou de ampla pesquisa bibliográfica sobre o tema, pois inexistem
dadoshistóricosou técnicosparaavaliaçãoeponderaçãodosATRIBUTOS.Emsituações
comoesta,destacam-seoMétodoDelphi(Delphi)eoAHP.
O Delphi propõe que os especialistas avaliem qualitativamente cada ATRIBUTO. Os
resultados dessas avaliações deverão ser representados estatisticamente e devem ser
reenviados, inclusivecomeventuaissugestõesemodificações,paranovaavaliaçãodos
participantes. Essa rotina deverá se repetir até que se obtenha o maior consenso
possíveldeopiniõesacercadotema.
ParaMATTAR(2001,p.68),asmaioresvantagensdoDelphiestãonasimplicidadede
suaaplicaçãoenafacilidadequeproporcionaparatabulação,análiseeinterpretação.Se
o questionário for bem construído e devidamente testado, os participantes não terão
dificuldades em respondê-los, e poucas orientações serão suficientes para instruí-los.
Comoasopçõesderespostassãopadronizadas,estemétodopodeserpré-codificado,o
107
quevemafacilitaroprocessodedigitaçãoeprocessamentodedados,tantoemtermos
de rapidez e economia, quanto em termos de precisão. Outro fator que deve ser
consideradocomopositivoéobaixocustoparaaplicação,poisosquestionáriospodem
serdistribuídospormeiodainternet.
As desvantagens da metodologia Delphi estão associadas à dependência dos
participantes de responderem aos questionários e disporemdo dado solicitado. Além
disso,dependendode comoosquestionários foremelaborados, ametodologiapoderá
influenciarnasrespostasdosparticipantes.Istosignificaqueessasrespostaspodemser
uniformes, ou seja, todos osATRIBUTOS testados podem ser considerados importantes,
tornandoinconclusivaahierarquiadoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS.
No AHP, os participantes avaliam a importância dos ATRIBUTOS qualitativa e
quantitativamenteaospares,ouseja,umemrelaçãoaooutro,pormeiodeumaescala
de notas. Posteriormente, o ATRIBUTO testado é hierarquizado em relação aos demais.
Por essa razão, essa ferramenta tem sido empregada em situações como decisões
estratégicas, definições de prioridades, avaliação de custos e benefícios, alocação de
recursos,medidadedesempenho,pesquisademercado,resoluçãodeconflitosetc.
Assim como o Delphi, as principais vantagens do AHP estão relacionadas à sua
simplicidade e diversidade de uso. Como a entrevista a ser realizada com os
participantes depende da assistência do pesquisador, seja presencial ou por video
conference, por meio de aplicativos facilmente encontrados na internet, tais como
Hangout,Skypeetc.,oprocessoémaisdinâmico,poisaavaliaçãoérealizadaemapenas
uma rodada e os participantes podem esclarecer eventuais dúvidas que porventura
apareçamaoresponderemosquestionáriosdiretamentecomopesquisador.
Cabe ressaltar que nem todos os participantes estão familiarizados com o video
conferencee,emalgunscasos,abaixavelocidadedebandadainternetpodeprejudicaro
andamentoeacompreensãodaentrevista.
AsdesvantagensdoAHPestãorelacionadasaodispêndiocomgastosdetransporte,caso
apesquisasejapresenciale,principalmente,àdisponibilidade(tempo)dopesquisadore
de cada um dos participantes. Além disso, o pesquisador não deve opinar sobre o
assunto,afimdeevitarsuainfluêncianasrespostasdosparticipantes.
108
Naprática,umnúmeroexcessivodeATRIBUTOSparaseremavaliadosnoAHPpodelevar
à inconsistência nos resultados, pois exige muita atenção do participante na sua
avaliação,alémdeserdesgastante.
ParajulgarosATRIBUTOSquecompõemoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS,optou-sepor
utilizar a Metodologia Delphi, motivado pelo baixo risco da hierarquia dos ATRIBUTOS
ficar uniforme, ou seja, existe pouca possibilidade de todos os ATRIBUTOS testados
possuírem a mesma ponderação e importância, o que poderia tornar inconclusiva a
hierarquia dosATRIBUTOS que compõemo PROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS - situação
estaquepoderiaocorrernametodologiaDelphi.
A metodologia AHP é conhecida, amplamente difundida no meio acadêmico, e já foi
utilizada inclusivenoambientedoNúcleodeRealEstatedaEscolaPolitécnicadaUSP,
como por exemplo: HONDA (2008), GREGÓRIO; ROCHA LIMA JR. (2007) e RIBEIRO
(2005).Porestarazão,osdetalhesdametodologiaforamabordadosnoAnexo3.
Os elementos básicos que compõem a estrutura hierárquica daMETODOLOGIA AHP são
formadosporObjetivoPrincipal,CritérioseasAlternativas.
O Objetivo Principal do PROTÓTIPO é hierarquizar os ATRIBUTOS mais importantes na
decisão do usuário em se instalar em um EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS mais
sustentáveis.
OsparticipantesdapesquisadevemavaliarosATRIBUTOSsempresobopontodevistado
usuário, pois ele é grande motivador da demanda para o desenvolvimento desta
tipologiadeempreendimentoimobiliário.
Ousuário,nessecaso,édefinidocomoaquelequeparticipadadecisãodaempresaemse
instalaremumempreendimentomaissustentável.
Diversas literaturas, como SAATY (1980), SAATY (1990), MORITA (1998), SHIMIZU
(2001),RIBEIRO(2005)eGREGÓRIO;ROCHALIMAJR(2007),sugereme/ouaplicama
comparaçãoentreosatributosaospares,identificamapreferênciaporumdeterminado
atributoemrelaçãoaoutro,pormeiodeumaescaladereferênciaemnúmerosinteiros,
quepodemvariarentre1e9,sendo1apontuaçãomínima,igualmentepreferível,e9a
máxima,extremamentepreferível.
109
Porém,HONDA(2008,p.100)encontroudificuldadespráticasnaaplicaçãodessaescala
comos participantes da sua pesquisa. Verificou-se que os participantes tinhammaior
facilidade em comparar os atributos diretamente pelo peso, ou seja, eles preferiram
comparar os atributos aos pares e identificavam a preferência por um determinado
atributo em relação ao outro, atribuindo um peso maior para o atributo de maior
preferência. A somados pesos dos atributos em comparação deve ser sempre igual a
100%.
EmfunçãodapraticidadedojulgamentodosatributosapresentadaporHONDA(2008),
ficajustificadaacomparaçãoentreosatributosdiretamentepelosseuspesos,segundoa
escalaapresentadanoGráfico23abaixo.
Fonte:AutorGráfico22- EscalaparacomparaçãodosATRIBUTOS
7.1.1.2.4 Interpretaçãodosresultados
Não há regras para a interpretação dos resultados a partir dos julgamentos dos
ATRIBUTOSquecompõemaMATRIZDEATRIBUTOS.PorsetratardeumPILOTO,comapenas7
participantes,aanálisefoimaisnosentidoqualitativo,paraquepossarealizaranálises
estatísticasparaainterpretaçãodosresultados.
Nesta fase, verificou-se a possibilidade de que, mesmo com um número maior de
participantesprevistospara a2a Fase, as análises estatísticas gerassem incertezas, ou
seja,osresultadospoderiamestardispersos.
50%
60%
70%
80%
90%
50%
40%
30%
20%
10%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Igual
Poucomaisimportante
Maisimportante
Muitomaisimportante
Extremamenteimportante
110
7.1.1.2.5 ProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada
ComaaplicaçãodaMETODOLOGIAAHP,foipossívelestabelecerograudeimportânciados
ATRIBUTOS mais importantes na decisão do usuário em se instalar em um EDIFÍCIO DE
ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSCOMPRÁTICASMAISSUSTENTÁVEIS.
AMetodologiaAHPatingiuseupropósitodemaneiraeficienteeeficaz,noentanto,como
mencionado anteriormente, há a limitação em relação à dispersão dos resultados,
questãoqueserádiscutidamaisadiante.
Porse tratardeumPILOTOpara testeevalidaçãodaMETODOLOGIAAHP,adiscussãoda
hierarquia dos ATRIBUTOS que compõem o PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS não foi
abordadanestetrabalho.
7.1.1.3 1AANÁLISECRÍTICA
Na1aAnáliseCrítica,pôde-seressaltarquetodososparticipantesda1aFasevalidarama
estrutura do PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS, que possibilita avaliar as melhores
práticasdaconstruçãomaissustentávelemEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.
AcompreensãodoAHPfoiadequadaparaosparticipantes,vistoqueamaiorianãotinha
conhecimento prévio dametodologia. A apresentação dametodologia AHP e a escala
proposta para avaliação dos ATRIBUTOS, a serem discutidas no próximo subcapítulo,
foram essenciais para estabelecer o mesmo patamar de conhecimento entre os
participantes.
Ametodologia de pesquisa adotada tomava entre 40 e 60minutos dos participantes,
tempoconsideradoadequadopelosmesmos.
Algunssugerirama inclusãodaopiniãodepessoasque jáseencontraminstaladosem
EEC,sugestãoaceitaparaa2aFase.
Como limitação, fica registrada apenas a possibilidade da dispersão dos dados, já
discutidaanteriormente,.
111
Diantedestecenário,aaplicaçãodométododejulgamentodosATRIBUTOSquecompõem
o PROTÓTIPO DAMATRIZ DEATRIBUTOS atingiu adequadamente o propósito da 1a Fase –
Piloto,validandoaMETODOLOGIAAHPparaofimaquesedestinanestatese.
7.1.1.4 2AFASE–DEFINITIVO
A2aFasecontoucomaparticipaçãode24pessoasparahierarquizarosATRIBUTOSque
compõemaMATRIZDEATRIBUTOS.Asetapassãoexatamenteasmesmasda1afase:
i. EstruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS;
ii. Seleçãodeespecialistas;
iii. JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS;
iv. Interpretaçãodosresultados;
v. MATRIZDEATRIBUTOShierarquizada.
7.1.1.4.1 EstruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS
Utilizado na 1a Fase, o PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS foi validado por todos os
participantesdapesquisa,queporconsideraramqueosATRIBUTOSrefletemaspráticas
maissustentáveisparaodesenvolvimentodeEEC.Porestarazão,oPROTÓTIPOpassaa
sermantido,semrestriçõeserevisõesparaa2aFase,comosendoaMATRIZDEATRIBUTOS.
AMATRIZDEATRIBUTOSfoiestruturadaconformeosReferenciaisdaSustentabilidadepara
EEC,descritosnoCapítulo6.3,queabrangemospilaresdasustentabilidadedoedifício
(TrippleBottomLine)eseuspatamaresdedesempenho.
AMATRIZDEATRIBUTOSéestruturadaapartirde6ATRIBUTOSprincipais:[i]ambiental;[ii]
social;[iii]econômico;[iv]legal;[v]ambienteconstruído;[vi]integração.AFigura13-
CoredaMATRIZDEATRIBUTOS–ilustraessaestrutura.
AsubdivisãodaMATRIZDEATRIBUTOSsegueasrecomendaçãodaMETODOLOGIAAHP,que
estabeleceelementosbásicosparaaestruturaçãohierárquica,discutidaanteriormente
noCapítulo7.1.1.2.3-JulgamentodoPROTÓTIPOdaMATRIZDEATRIBUTOS.
No Critério AMBIENTAL, foi necessário criar um sub-nível de critérios para que
posteriormente sejam apresentadas as alternativas. No sub-nível de critérios os
112
Atributossão: [i]TERRENO; [ii]MATERIAIS; [iii]GESTÃODOSRECURSOSHÍDRICOS; [iv]GESTÃO
DA ENERGIA; [v] GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS; [vi] GESTÃO DE RUÍDOS; [vii] PLANOS DE
EMERGÊNCIAECONTINGÊNCIA.
A localização é um aspecto primordial na decisão do usuário em se instalar em um
determinado imóvel, por esta razão, este tema está intrínseco no 1. AMBIENTAL; 1.1.
TERRENO;1.1.1.ANÁLISEDALOCALIZAÇÃO,que tratamdemaneiramaisamplaaanáliseda
localização, que propõe identificar os acessos, a infraestrutura, amenidades, serviços,
comérciosdisponíveisnaproximidadesdoempreendimentoetc.
Nos ATRIBUTOS Social, Econômico, Legal, Ambiente Construído e Integração não foi
necessáriaacriaçãodeoutrossub-níveisdecritérios.
113
Fonte:AutorTabela5 MATRIZ DE ATRIBUTOS: ATRIBUTOS; CRITÉRIOS de APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO eMONITORAMENTO
Atributos
CritériosparaAplicação
CritériosdeAvaliação
CritériosdeMonitoramento
CiclodeVida
[0]Escolhado
terreno
[1]Concepçãoe
Projeto
[2]Lançamento
eObra
[3]Uso
[4]Revitalização
1.Ambiental 1.1.Terreno
1.1.1.Análisedalocalização [0] [1] Registroeinspeção Documentostécnicos
1.1.2.AnáliseAmbiental [0] [1] Registroeinspeção Documentostécnicos
1.2.Materiais
1.2.1.SeleçãodeMateriais [1] [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.2.2.RecebimentodeMateriais [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.3.GestãodosRecursosHídricos
1.3.1.Consumoracionaldeáguapotável [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.3.2.Reaproveitamentodeáguascinzas [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.3.3.Aproveitamentodeáguaspluviais [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.4.GestãodaEnergia
1.4.1.Monitoramentoecontroledoconsumodeenergia [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
1.4.2.SistemasEconomizadores [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
1.5.GestãodosResíduosSólidos
1.5.1.Gestãoderesíduossólidos [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.6.GestãodeRuídos
1.6.1.Gestãoderuídos [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência
1.71.1Planosdeemergênciaecontingência [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
2.Social
2.1.Priorizarotrabalholocal [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
2.2.Educaçãoambientaleprogramadealfabetizaçãodosfuncionários [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
3.Econômico
3.1.Desempenhooperacional [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
3.2.Desempenhoenergético [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria
3.3.Desempenhodosrecursoshídricos [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria
4.Legal 4.1.Gestãodeaspectoseimpactosambientais [0] [1] [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicos
4.2.Gestãodasleis,normaserequisitossubscritos [0] [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
4.3.Gestãodosdocumentoslegais [0] [1] [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
4.4.Combateàinformalidadeesonegaçãofiscal [0] [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
4.5.Saúdeesegurançadosfuncionários [2] Registroeinspeção Documentostécnicos
5.AmbienteConstruído 5.1.ConfortoAcústico [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
5.2.Qualidadedoar [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria
5.3.Confortohigrotérmico [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria
5.4.Acessibilidade [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
6.Integração
6.1.Inter-relacionamentocomacomunidade(stakeholders)
[0] [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais
6.2.Gestãodeprojetos(empreendimento)
[1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
6.3.Integraçãocomooperador [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
6.4.Integraçãocomousuário [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos
114
7.1.1.4.2 Seleçãodosparticipantes
Porsetratardeumapesquisamaisnoâmbitoqualitativo,nãofoiencontradanarevisão
bibliográficanenhumarecomendaçãoquantoaonúmerodeparticipantes.
Além disso, esta pesquisa não pretende fazer um levantamento estatístico
representativo da opinião de todos os especialistas que atuamno setor. Foi realizada
umaamostraporconveniência–métododeamostragemnãoprobabilístico,ouseja,foi
unicamenteumaconsultaaumgrupolimitadoeseletodeprofissionais,que,pormeio
dasuaexperiência,buscouprocurarograudeimportânciadosATRIBUTOS.
Alguns estudos sobre julgamento de atributos, que utilizaram a metodologia Delphi,
comoemVERONEZI(2004)ePASCALE(2005),citamqueamostrasquecontêmmaisde
50 participantes apresentam ineficiências de custos relacionadas ao tempo, e que
gruposcommenosde10participantesresultamemescassezquantoàgeraçãodeideias.
Ambasaspesquisastiveramcomoobjetivoaparticipaçãode50especialistas,esperando
chegaraofinaldoprocessocomaparticipaçãoefetivade30especialistas.
Partindodestesparâmetros,apresentepesquisacontoucomaparticipaçãoefetivade
24participantes,queporseuconhecimentoeexperiêncianestesegmentodemercado
puderamjulgarosATRIBUTOSquecompõemaMATRIZDEATRIBUTOS.
Osparticipantesdapesquisa foramcuidadosamenteselecionadospararepresentar,da
formamaisrealísticapossível,otematratado.Assim,atençãoespecialfoidadaaoperfil
dos especialistas, não apenas em função de se obter a qualidade da informação,mas
tambémpara identificar eventual divergência nos resultados em funçãode a algumas
característicasintrínsecasaumdeterminadoperfildeespecialistas.
7.1.1.4.2.1 PerfildosParticipantes
De um lado, salienta-se que o tempo de experiência profissional dos participantes é
muito importante para tratar o tema, pois pessoas muito jovens podem não dar
importânciasignificativaadeterminadosATRIBUTOSemfunçãodaprópriavivência.
Mas,poroutrolado,osmaisjovensestãomaissuscetíveisaintroduzirnovastecnologias
einovações,comotambématrabalharemumambientemaiscolaborativo.Onúmerode
115
participantescommenosde5anosdeexperiêncialimitou-seaduaspessoas,conforme
Gráfico24.
Fonte:AutorGráfico23- Tempodeexperiênciaprofissionaldosparticipantesdapesquisa
Demonstrado no Gráfico 25, a maior parte dos participantes (42% - 10 pessoas) é
formada por diretores de empresas, seguidos de consultores (21% - 5 pessoas),
coordenadores (17% - 4 pessoas), gerentes (12% - 3 pessoas), advogado (4% - 1
pessoas)epesquisador(4%-1pessoa).
1-5
6-10
11-15
16-20
Mais20
- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Expe
riênciaProfission
al-an
os
Par2cipantes
116
Fonte:AutorGráfico24- Cargosdosparticipantesdapesquisa
O Gráfico 26 apresenta que mais de 80% dos participantes possuem pós-graduação,
sendo29%latusensu,50%commestradoe4%comdoutorado.
Fonte:AutorGráfico25- Escolaridadedosparticipantes
Pesquisador,1,4%
Gerente,3,12%
Coordenador,5,21%
Consultor,5,21%
Diretor,10,42%
Graduação,4,17%
Pós-graduação,7,29%
Mestrado,12,50%
Doutorado,1,4%
117
Por se tratar de um segmento de mercado mais voltado à construção sustentável, a
formaçãodosparticipantesé,emsuamaioria,emengenhariacivil(29%)earquitetura
(21%), seguida por administração (13%) e engenheira elétrica (9%), conforme
detalhadonaGráfico27.
Fonte:AutorGráfico26- Formaçãodosparticipantes
7.1.1.4.3 JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS
A METODOLOGIA AHP adotada na 1a Fase atendeu aos requisitos para hierarquizar os
ATRIBUTOS que compõem o PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS. Por esta razão, ela foi
mantidana2aFase,comomesmoobjetivodefinidoanteriormente.
OobjetivodaMetodologiaAHPéhierarquizarosATRIBUTOSmaisimportantesnadecisão
dousuárioemseinstalaremumEDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOmaissustentável.
AnálisedeSistemas,1,4% Direito,1,4%
Economia,1,4%
Marke9ng,1,4%
GestãoAmbiental,1,4%
EngenhariaAmbiental,1,4%
EngenhariaElétrica,2,9%
Administração,3,13%
ArquiteturaeUrbanismo,5,
21%
EngenhariaCivil,7,29%
EngenhariaQuímica,1,4%
118
7.1.1.4.4 InterpretaçãodosResultados
Não há regras para a interpretação dos resultados no método AHP a partir dos
julgamentosrealizadospelosparticipantes.Alémdisso,estapesquisanãopretendefazer
um levantamento estatístico representativo da opinião de todos os especialistas que
atuamnosetor.Foirealizadaumaamostraporconveniência–métododeamostragem
nãoprobabilístico,ouseja,tratou-seunicamentedeumaconsultaaumgrupolimitadoe
seletodeprofissionais,que,pormeioda suaexperiência,buscou identificarograude
importânciadosATRIBUTOSmais importantesnadecisãodousuário emse instalar em
umEDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSmaissustentável.
Destemodo,porserumaamostraporconveniência,nãoserãodiscutidasasmedidasde
variaçãoestatística.
7.1.1.4.5 MATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada
A MATRIZ DE ATRIBUTOS hierarquizada é apresentada segundo a percepção de 24
participantesdapesquisa sobreosATRIBUTOSmais importantesnadecisãodousuário
emseinstalaremumEDIFÍCIODEESCRITÓRIOCORPORATIVO.
Como os resultados dos pesos dos ATRIBUTOS apresentavam fração decimal
possivelmenteinfinita-númerosreais-,opesodecadaATRIBUTOfoiarredondadopara
umacasaapósavírgula.
Naavaliaçãodosparticipantesdapesquisa,oATRIBUTOmais importantenadecisãodo
usuárioemseinstalaremumEdifíciodeEscritórioCorporativoéoECONÔMICO,compeso
de28,3%,conformedemonstradonoGráfico27.
Issopareceserevidenteeestáalinhadopraticamentecomasestratégiasdenegóciosde
diversasempresas,preocupadascomodesempenhoeconômicodassuasoperações,que
tambémserefletemnasdespesascondominiaisdoedifício.
OsegundoATRIBUTOmaisimportanteéoAMBIENTAL,compesode23,1%,queincorpora
temas relacionados ao Terreno, Materiais, Gestão de Recursos Hídricos, Gestão de
Energia, Gestão dos Resíduos Sólidos, Gestão de Ruídos e Planos de Emergência e
Contingência.
119
Fonte:AutorGráfico27- NíveldosCritériosAHP-AtributosHierarquizados
NocasodoTerreno,ocritérioenvolveaspectosligadosàANÁLISEDELOCALIZAÇÃO,ouseja,
aimportânciafoidadaemfunçãodaavaliaçãodainfraestrutura,amenidades,serviços,
comérciosdisponíveisnasproximidadesdoedifício.
O ATRIBUTOAMBIENTECONSTRUÍDO é o terceiromais importante, com peso de 15,5%. A
sequênciaestábempragmáticaparaadecisãodousuárionaescolhadoedifícioparaa
instalação das operações da empresa. Assim, somente após definido o preço e a
localização é que o usuário irá estudar a qualidade do produto, demonstrado pelo
ATRIBUTOAMBIENTECONSTRUÍDO.
Continuandocomasequênciaobjetivadopontodevistadousuário,a importânciado
AtributoLegal,compesode12,8%,épercebidapelosusuáriosàmedidasãodefinidoso
preço,alocalizaçãoeoproduto.
EmumpatamardeimportânciasimilarestáoATRIBUTOINTEGRAÇÃO,compesode12,3%.
Muitosusuáriosdetectaramanecessidadedemelhor integraçãodas açõesdo edifício
comaspartesrelacionadas,acreditandoqueissocontribuiparamelhorperformancedo
edifício.
Porúltimo,mastambémnãomenosimportante,estáoATRIBUTOSOCIAL,compesode8%.
AimportânciadoATRIBUTOSOCIALnãofoiacentuada,poisnapercepçãodosparticipantes
28,3%
23,1%
15,5%
12,8%
12,3%
8,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
Econômico
Ambiental
AmbienteConstruído
Legal
Integração
Social
120
as ações sociais não refletem diretamente no desempenho e performance do
empreendimento.
Fonte:AutorTabela6 MatrizdeAtributosHierarquizados
1.Ambiental1.1Terreno1.1.1.AnálisedaLocalização1.1.2.AnáliseAmbiental
1.2.Materiais1.2.1.Seleçãodemateriais1.2.2.Recebimentodemateriais
1.3.GestãodosRecursoshídricos1.3.1.ConsumoracionaldeÁguaPotável1.3.2.ReaproveitamentodeÁguasCinzas1.3.3.AproveitamentodeÁguasPluviais
1.4.GestãodaEnergia1.4.1.MonitoramentoeControledoConsumodeEnergia1.4.2.SistemasEconomizadores
1.5.GestãodosResíduosSólidos1.51.GestãodeResíduosSólidos
1.6GestãodeRuídos1.6.1GestãodeRuídos
1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência1.7.1PlanosdeEmergênciaeContingência
2.Social2.1.Priorizarotrabalholocal2.2.EducaçãoambientaleProgramadealfabetizaçãodosfuncionários
3.Econômico3.1.DesempenhoOperacional3.2.DesempenhoEnergético3.3.DesempenhodosRecursosHídricos
4.Legal4.1.GestãodeAspectoseImpactosAmbientais4.2.GestãodasLeis,normaserequisitossubscritos4.3.GestãodeDocumentosLegais4.4.CombateaInformalidadeeSonegaçãoFiscal4.5Saúdeesegurançadosfuncionários
5.AmbienteConstruído5.1.Acústica5.2.Qualidadedoar5.3.Higrotémico5.4.Acessibilidade
6.Integração6.1.Gestãodosstakeholders-relacionamentocomacomunidade6.2.GestãodeProjetos(empreendimento)6.3.IntegraçãocomoOperador6.4.IntegraçãocomosUsuários
23,1%6,9%5,5%1,4%
2,7%2,0%0,7%
3,4%1,7%0,7%1,0%
4,5%2,0%2,5%
1,9%
1,8%
1,9%
8,0%3,8%4,2%
28,3%15,6%7,2%5,5%
12,8%1,9%2,2%3,4%2,3%3,0%
15,5%3,6%3,6%4,4%3,9%
12,3%2,5%3,1%3,0%3,7%
121
Ao analisar os dados dos participantes, percebeu-se que 67% dos entrevistados
consideramqueoATRIBUTOmaisimportanteséoECONÔMICO,58%acreditamquesejao
AMBIENTALe50%acreditamquesejaoAMBIENTECONSTRUÍDO,conformedemonstradona
Tabela7.
ATRIBUTOSImportânciadosAtributos,percebidapelosparticipantes
1o 2o 3o 4o 5o 6o
1.Ambiental 21% 58% 17% 8% 0% 0%
2.Social 0% 0% 4% 0% 29% 67%
3.Econômico 67% 21% 0% 4% 4% 0%
4.Legal 4% 8% 17% 25% 29% 17%
5.AmbienteConstruído 4% 4% 50% 25% 13% 4%
6.Integração 4% 8% 13% 38% 25% 13%
Fonte:AutorTabela7 ImportânciadosAtributos,percebidapelosparticipantes
7.1.1.5 2AANÁLISECRÍTICA
Nasegundafase,participaram24(vinteequatro)profissionaisquepossuemexpertise
no mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS ou que vivenciaram ou
participaramdomomentodadecisãodaempresaemquetrabalhamemseinstalarem
umEDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSmaissustentável.
Assimcomona1aANÁLISECRÍTICA,a2aAnáliseCríticareforçouqueaestruturadaMATRIZ
DE ATRIBUTOS reflete as boas práticas da construção mais sustentável, pois todos os
participantesdapesquisaconcordaramcomasuaestruturaesualógica.
AaplicaçãodametodologiaAHPpermitiuestabeleceraimportânciahierárquicadecada
ATRIBUTOquecompõeaMATRIZDEATRIBUTOS.Assim,aavaliaçãodasustentabilidadedo
edifício serámedidapormeiododesempenhode cadaATRIBUTOdopontodevistado
usuário, considerando o seu momento de decisão em se instalar em um EDIFÍCIO DE
ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSMAISSUSTENTÁVEL.
122
7.1.2 CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS
A CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS é realizada por meio da avaliação de um conjunto de
procedimentos,regrasecritériosdoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,queserãoauditadaspor
um membro do NRE-POLI, que será o RELATOR e um dos membros do COMITÊ DA
CLASSIFICAÇÃO da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC, a ser discutida no próximo
capítulo.
ORELATORdeverásereunircomoREPRESENTANTEDADIREÇÃO(RD)doempreendimento
paraesclarecereprogramarasetapasdoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,sejaparaaanálise
dos registros ou para as inspeções necessárias para evidenciar o atendimento quanto
aos CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO e DESEMPENHO da MATRIZ DE
ATRIBUTOS,conformeTabela5eAnexo1.
CadaCRITÉRIODEDESEMPENHOdeveseravaliadopormeiodeumanota,quepodevariar
entre0e100,dependendodoseugraudeatendimento.
Asnotasentre0e100representam,respectivamente,aspontuaçõesmínimaemáxima
para o ATRIBUTO avaliado, enquanto que a nota 50 representa o valor exatamente na
escalacentral.
NocasoemquecabeapenasconstatarapresençaouaausênciadoATRIBUTOavaliado,a
notapodeseravaliadaapenasnosdoisextremos,ouseja,correspondea0ou100.
Em situações nas quais o CRITÉRIO DE DESEMPENHO avaliado represente atendimento
parcialaosCRITÉRIOS,arecomendaçãoéavaliá-loquantoaoseugraudeatendimento,em
escalade25pontos,conformeapresentadonaTabela8–EscaladeNota.
ATENDIMENTO NOTA
TOTAL 100PREDOMINANTE 75PARCIAL 50MÍNIMO 25AUSENTE 0Fonte:AutorTabela8 ESCALADENOTA
123
CadaCRITÉRIODEDESEMPENHOpossuiseupesoatribuídoemfunçãodasuaimportânciano
ATRIBUTOavaliado.AnotadoATRIBUTOéasomadaAVALIAÇÃODOCRITÉRIODEDESEMPENHO
(ACD), ou seja, é a soma dos resultados do produto entre o peso e a nota de cada
CRITÉRIODEDESEMPENHOdopróprioATRIBUTOavaliado.
CritériodeDesempenho
PesoCritério(PC)
NotaCritério(NC)
AvaliaçãodoCritérioDesempenho(ACD)
Critério(1) PC(1) NC(1) ACD(1)=PC(1)*NC(1)Critério(2) PC(2) NC(2) ACD(2)=PC(2)*NC(2)... ... .... ...Critério(n) PC(n) NC(n) ACD(n)=PC(n)*NC(n)
NotadoAtributo(NA)= 𝐴𝐷𝐶(!)
!
!!!
Fonte:AutorTabela9 NotadoAtributo
𝑁𝐴 = 𝐴𝐷𝐶!
!
!!!
EQ(7)- NotadoAtributo
Onde:
NA–NotadoAtributoADC–AvaliaçãodoCRITÉRIODEDESEMPENHOODESEMPENHODASUSTENTABILIDADEDOATRIBUTO (DSA) se darápormeiodoprodutodo
PESODOATRIBUTO(PA)edaNOTADOATRIBUTO(NA).
ODesempenhodaSustentabilidadedoEdifício(DSE)sedarápelasomadetodososDSA
daMATRIZDEATRIBUTOS.
ATRIBUTOS PesoAtributo(PA)
NotaAtributo(NA)
DesempenhodaSustentabilidadedoAtributo(DSA)
Atributo(1) PA(1) NA(1) DSA(1)=PA(1)*NA(1)Atributo(2) PA(2) NA(2) DSA(2)=PA(2)*NA(2)... ... .... ...Atributo(n) PA(n) NA(n) DSA(n)=PA(n)*NA(n)
DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício(DSE)= 𝐷𝑆𝐴(!)
!
!!!
Fonte:AutorTabela10 DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício
124
𝐷𝑆𝐴 = 𝑃𝐴! ∗ 𝑁𝐴!
!
!!!
EQ(8)- DesempenhodaSustentabilidadedoAtributo
Onde:
DSA–DesempenhodaSustentabilidadedoAtributoPA–PesodoAtributoNA–NotadoAtributo
𝐷𝑆𝐸 = 𝐷𝑆𝐴!
!
!!!
EQ(9)- DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício
Onde:
DSE–DesempenhodaSustentabilidadedoEdifícioDSA–DesempenhodaSustentabilidadedoAtributoTendo em vista que os ATRIBUTOS LEGAIS são requisitos mínimos necessários para
atenderodesenvolvimentodeempreendimentosimobiliários,seemalgummomentoda
auditoriaoRELATORidentificarausênciaoufraudenosdocumentoslegaisestabelecidos
nos CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E DESEMPENHO, o processo da
CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECCéimediatamentesuspensoatéqueomesmoseja
efetivamenteesclarecido,sobapenadecancelamento.
ConformeapresentadonaTabela11,dependendodoresultadodoDSE,oedifíciopode
serclassificadoemumadastrêscategorias:
i. DIAMANTE:Edifícioquepossuiomaiselevadocompromissoeaderênciacoma
sustentabilidade,comousodemateriais,instalações,sistemaseserviçosque
proporcionam mais eficiência na operação e maior conforto aos usuários,
sempreprovocandoa inovaçãonosprodutoseprocessos, alémdebuscaro
treinamento e conscientizaçãodos stakeholders. Os edifíciosnesta categoria
possuemDSEapartirde91pontos.
ii. SAFIRA: Edifício que adota elevado compromisso e aderência com a
sustentabilidade,comousodemateriais,instalações,sistemaseserviçosque
proporcionammaiseficiêncianaoperaçãoemaiorconfortoaosusuários.Os
edifíciosnestacategoriapossuemDSEentre71e90pontos.
125
iii. ESMERALDA: Edifício que adota as práticas mais sustentáveis, com o uso de
materiais, instalações, sistemas e serviços que proporcionam eficiência na
operaçãoe confortoaosusuários.Osedifíciosnesta categoriapossuemDSE
entre60e70pontos.
CATEGORIADESEMPENHODASUSTENTABILIDADE
DOEDIFÍCIO
DIAMANTE 91e100
SAFIRA 71e90
ESMERALDA 60e71Fonte:AutorTabela11 ESCALADECLASSIFICAÇÃO
SeoedifícioobtiverDSEinferiora60pontos,significaqueomesmonãoseenquadrana
CLASSIFICAÇÃO, logo, o NRE-POLI não emitirá parecer ou qualquer certificado para o
edifícioemquestão.
7.1.2.1 AFERIÇÃODAESCALADECLASSIFICAÇÃO
AMATRIZDEATRIBUTOSfoiaferidapormeiodaaplicaçãodasistemáticadeavaliaçãodos
ATRIBUTOSem5edifíciosdeescritóriosconceituadoscomaspráticasmaissustentáveis.
Isso permitiu regrar e calibrar os CRITÉRIOS DEAPLICAÇÃO, AVALIAÇÃO,MONITORAMENTO e
DESEMPENHO da MATRIZ DE ATRIBUTOS para estabelecer a consistência do sistema para
avaliação.
Dos5edifíciosavaliados,3estavamlocalizadosnomesmoempreendimento,comdois
edifíciosemprocessodecertificaçãoLeedCore&Shell–Silver-eumcomprocessode
certificaçãoAqua,mascomamesmaconcepçãodeprojetoedesenvolvimento.Assim,a
análisedestesedifíciosfoireunidaemumúnicoempreendimento.
Para estes 3 empreendimentos, foi necessário realizar 4 cenários para a aferição da
ESCALADECLASSIFICAÇÃO,asaber:
126
i. Cenário 1: a avaliação dos edifícios foi realizada no statusquo, ou seja, no
estado em que realmente se encontra, sem considerar o ATRIBUTO 3 -
DESEMPENHOECONÔMICO;
ii. Cenário2:aavaliaçãodosedifíciosfoirealizadaconsiderandoatendimentoa
todos os ATRIBUTOS que possuem regulamentação legal obrigatória e
assumindoanotaESMERALDANOATRIBUTO3-DESEMPENHOECONÔMICO;
iii. Cenário3:aavaliaçãodosedifíciosfoirealizadaconsiderandoatendimentoa
todos os ATRIBUTOS que possuem regulamentação legal obrigatória e
assumindoanotaSAFIRANOATRIBUTO3-DESEMPENHOECONÔMICO;
iv. Cenário4:aavaliaçãodosedifíciosfoirealizadaconsiderandoatendimentoa
todos os ATRIBUTOS que possuem regulamentação legal obrigatória e
assumindoanotaDIAMANTENOATRIBUTO3-DESEMPENHOECONÔMICO.
Edifício CertificaçãoCenário(1)
statusquo
Cenário(2)
Esmeralda
Cenário(3)Safira
Cenário(4)
Diamante1 LeedCoreandShell–Gold 44 70 77 962 Aqua 40 67 74 923 LeedCoreandShell–Silver;Aqua 40 66 71 93
Fonte:AutorTabela12 AferiçãodaEscaladeClassificação
Diante do exposto, constata-se que a ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO proposta, atende aos
diversoscenários,conformedesempenhoesperado.
7.1.3 COMITÊDECLASSIFICAÇÃO
OCOMITÊDECLASSIFICAÇÃOéformadoporintegrantesdoNRE-POLI,noqualemiteparecer
sobre o posicionamento da entidade com relação àQUALIFICAÇÃO ou ao CERTIFICADO do
edifício em análise, segundo a CATEGORIA em que este edifício se encontre na
CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS e quanto ao atendimento aos procedimentos, regras e
critériosdoSISTEMAPARACERTIFICAÇÃO.
127
A integridade, a ética e a imparcialidade do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO devem seguir os
preceitos dasmelhores práticas e condutas adotadas em empresas e instituições, tais
como:GENERALELETRIC(2005)eTAKAOKA(2007).
Caso qualquer membro do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO detecte potencial de conflito de
interessenoedifícioemanálise,omesmodeverácomunicar imediatamenteosdemais
membros. Caberá aos demais integrantes do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO avaliarem este
potencial conflito e verificar a abstenção da opinião deste membro na avaliação do
edifício.
OCOMITÊDECLASSIFICAÇÃOdeverátransmitiraopiniãoprevalentedomercadosegundoo
SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, aceito pelos participantes da pesquisa, que avaliaram a
MATRIZDEATRIBUTOSehierarquizaramosATRIBUTOSqueacompõem.
Para cada análise de edifício de escritórios ummembro do COMITÊ DECLASSIFICAÇÃO é
nomeado como RELATOR DA CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC. O RELATOR deve
analisarosATRIBUTOSconformeosCRITÉRIOSparaAPLICAÇÃO,AVALIAÇÃO,MONITORAMENTOe
DESEMPENHO.
ORELATORdeveráaindaelaborarumRELATÓRIOTÉCNICOparaoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,
noqualdeveráconstaraindicaçãodacategoriadeclassificaçãodoedifícioemanálise.O
COMITÊDECLASSIFICAÇÃOdeveráemitirPARECERTÉCNICOsobreoposicionamentodoNRE-
POLIparaaQUALIFICAÇÃOouparaoCERTIFICADOdoedifícioemquestão.
Caso haja divergência de opiniões sobre a categoria de classificação, o COMITÊ DE
CLASSIFICAÇÃO deverá nomear umnovomembro –REVISOR –, distinto doRELATOR, para
emitirsuaopiniãonoRELATÓRIOTÉCNICOelaboradopeloRELATOR.
O COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO deverá se reunir novamente para analisar a opinião do
REVISOR.Naremotapossibilidadededivergênciadeopiniõesconstatadanos relatórios
elaborados pelo RELATOR e pelo REVISOR, o COMITÊDECLASSIFICAÇÃO deverá nomear um
segundorevisorparaanalisarasituação.
A convergênciadeopiniõesdeveprevalecereoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃOdeverá, enfim,
emitir parecer técnico final sobre o posicionamento do NRE-Poli para a emissão da
QUALIFICAÇÃOoudoCERTIFICADOdoedifícioemanálise.
128
7.2 QUALIFICAÇÃOECERTIFICADO
AQUALIFICAÇÃOouoCERTIFICADOdoedifíciopoderáseratestadapeloNRE-POLI,segundo
os critériosdo SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO edoparecerdoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO, que
estabelecem a inserção do edifício de acordo com a sua categoria estabelecida na
CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS.
Caso seja detectada a ausência ou fraude nos documentos legais estabelecidos nos
CRITÉRIOS DE MONITORAMENTO, o NRE-POLI poderá suspender temporariamente a
QUALIFICAÇÃOouoCERTIFICADOatéqueofatosejaesclarecido,sobpenadoprocessoser
cancelada.
Os CERTIFICADOS da QUALIFICAÇÃO e da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC possuirão
prazosdevalidade,poisosmecanismosparareciclagemeaprimoramentoprevistosno
SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOpodemimpactardiretamentenaMATRIZDEATRIBUTOS,sejanos
ATRIBUTOS como também nos CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO e
DESEMPENHO.
ÉpermitidoousoparafinsdedivulgaçãocomercialedemarketingdaQUALIFICAÇÃOEDA
CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC,desdequepreviamenteaprovadopeloNRE-POLI.
7.3 ATUALIZAÇÕESDOSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO
As atualizações e a validade do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO são definidas a partir do
comportamento do mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS e sua evolução
histórica.
Conforme visto anteriormente no Capítulo 3.1.1, o patamarmínimo da qualidade dos
empreendimentosimobiliáriossofremudançascomopassardotempo.Taismudanças
impactam diretamente no SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, o que motiva atualizações que
ocorrememduassituações:
i. Voluntária:Comaconstanteinovaçãoeevoluçãotecnológica,queinduzemo
desenvolvimentodenovosmétodosconstrutivosedoempregodemateriais
cada vez mais eficientes, verifica-se a necessidade frequente da revisão da
MATRIZDEATRIBUTOS.
129
ii. Compulsória: Surgimento de novas determinações legais que induzem à
necessidadederevisãodaMATRIZDEATRIBUTOS.
Cabe ressaltar que a CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC prevê a construção da
PlataformadeMonitoramentoOperacional (PMO),queutilizará tecnologiademedição
inteligenteparacoletaretransmitirosdadosoperacionaisdoEECscomCertificaçãoda
Sustentabilidade-EEC,e,posteriormente,armazena-losemambientecloudcomputing.
AtransmissãodosdadosdeveráserrealizadapeloRDouporseupreposto,sendoqueo
sistema deverá conter log de acesso do usuário, demodo que sejam identificados no
mínimoousuário, localdeacesso(servidor),data,comandosrealizadose informações
transmitidas.
Estes dados poderão ser tratados estatisticamente para a construção dosBENCHMARKS,
cujo intuito é gerar informações sobre o desempenho operacional deste nicho de
mercado, sendo disponibilizados pelo NRE-POLI, sem comprometer o sigilo das
informaçõesdecadaedifíciocertificado.
Além do sigilo, este conjunto de dados deverá ser preservado com critérios de
segurança. O acesso deve ser restrito aos membros do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO e a
armazenagem dos dados deve conter o log de acesso do usuário, de modo que se
identifiquenomínimoousuário,localdeacesso(servidor),dataecomandosrealizados.
Com o passar do tempo, será possível identificar as mudanças nos padrões de
desempenhooperacionaldestesegmentodemercadoemfunçãodasnovastecnologias,
novossistemasconstrutivoseatémesmodagestãooperacionalmaiseficiente.
OsedifícioscomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EECdeverãodispordemonitoresou
de painéis no(s) elevador(es) ou no(s) hall(s) das(s) área(s) comum(ns), onde serão
conectadoscomoSISTEMADEINTEGRAÇÃODEMÍDIADIGITAL(SIMD),controladopeloNRE-
POLI,que transmitirámatérias relacionadasaodesempenhodoedifício emrelaçãoàs
práticas usuais desse mercado de EEC, bem como, disponibilizar conteúdo e notícias
relacionadas à sustentabilidade no ambiente do real estate. O objetivo do SIMD é
impactareconscientizarosusuários,osvisitanteseosoperadoresdaimportânciadese
criarumambientemaisparticipativoesustentávelnociclooperacionaldoedifício.
130
Além do fornecimento dos dados, os RDS dos edifícios com a CERTIFICAÇÃO DA
SUSTENTABILIDADE–EEC na categoria DIAMANTE deverão participar periodicamente de
reuniões com outros RDs, aqui denominado GRUPO TÉCNICO, sempre coordenadas por
pelomenosummembrodoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO.
AaproximaçãocomosRDSdosedifícioscertificadoscomoDIAMANTE,pormeiodoGRUPO
TÉCNICO,promovemaiorinteraçãodosetorprivadocomoNRE-POLI,deformaapermitir
aampliaçãodasdiscussõesnãoapenasdosaspectosdeeficiêncianagestãooperacional,
mas também sobre as mudanças comportamentais dos usuários, desde identificar as
necessidadesdoindivíduoatéreconhecerasnecessidadesdasempresas.
Diantedestaperspectivadacoletadedadosedaaproximaçãocomasmelhorespráticas
daconstruçãosustentável,oSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOancora-sedemodoaestaromais
atualizadopossíveldentrodocenárionacional,inexistindoanecessidadedeformalizar
um prazo determinado para a atualização do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, pois a
constataçãodemudançanaBaseline deste nichodemercadopode ser percebida com
maioracuidade.
As atualizaçõesno SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOpodemserdarde forma simplificadaou
maiscomplexa,comoqueconstamdarevisão:
i. MATRIZ DE ATRIBUTOS: de inserção ou eliminação dos ATRIBUTOS e alteração
nosCRITÉRIOSdeAPLICAÇÃO,AVALIAÇÃO,MONITORAMENTOedeDESEMPENHO;
ii. CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS: no peso hierárquico dos ATRIBUTOS, inclusão ou
exclusão de categorias de classificação, redefinição da escala para a
CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS;
iii. QUALIFICAÇÃO OU CERTIFICADO: modificar o prazo de validade e alteração na
rotinadeprorrogaçãodeprazodoCertificadodaQualificaçãoedofluxopara
revalidaçãodoCERTIFICADOdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC;
iv. ATUALIZAÇÕES: Alterações no processo de atualizações do SISTEMA PARA
CLASSIFICAÇÃO.
131
7.4 VALIDADEDAQUALIFICAÇÃOEDOCERTIFICADO
DiantedanecessidadedaatualizaçãodoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,sejapormotivação
voluntáriaoucompulsória,conformevistonoCapítulo7.3,acima,estabelecerumprazo
devalidadeparaaQUALIFICAÇÃOeparaaCERTIFICAÇÃOsetornanecessárioàmedidaque
sãopercebidososnovospadrõesdedesempenhodosEECs.
Identificarereconhecerosnovospatamaresdedesempenhosãoalgunsdosdesafiosda
presenteCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC,masomonitoramentodealgunsdados
que será realizado nos edifícios certificados possibilitará criar BENCHMARKS do
desempenhooperacionaldeEECseperceberasmudanças.
Considerando que a implantação de EEC é normalmente realizada com prazo em 36
meses, a identificação demelhoria no desempenho na operação de EEC pormeio de
novosmateriaise sistemasconstrutivosseriaapenasconstatadaao finaldaconclusão
dasobraseiníciodasoperações,ouseja,decorridopelomenosoperíodode36meses.
Além disso, o reconhecimento de novos padrões arquitetônicos e estruturas
organizacionaisdasempresasocorremdemaneiraaparentemente lógica,repetindo-se
ospadrõesmaisaceitospelomercado.Destaforma,operíodode3(três)anosproposto
paraavalidadedaQUALIFICAÇÃOeCERTIFICAÇÃOésuficienteparareconhecerasmudanças
nospadrõesqueatingemdiretamenteodesempenhodoempreendimento.
Nestadiscussão,considera-seadequadooprazodevalidadepropostode3(três)anosa
partirdaemissãodaQUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADOdoedifício.
OprazodevalidadedaQUALIFICAÇÃOedaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EECéde3
(três)anosapartirdasuadatadeemissão.
Na inexistência de atualização do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO depois da emissão da
QUALIFICAÇÃOdedeterminado edifício,o prazo de validade da QUALIFICAÇÃO poderá ser
prorrogado por nomáximo 3 (três) anos, desde que justificado e fundamentado para
análiseenovoparecerdoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO.
132
Comantecedênciade6 (seis)mesesdoprazode vencimentodoCERTIFICADO, oRDdo
edifício poderá requerer sua revalidação, bastando seguir a rotina do processo do
primeiroCERTIFICADO:
i. NomeaçãodoRELATOR,membrodoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO, para analisar os
ATRIBUTOS do edifício conforme os CRITÉRIOS para APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO,
MONITORAMENTOeDESEMPENHO;
ii. Reunião entre o RELATOR e o RD do empreendimento para esclarecer e
programarasetapasdoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO;
iii. ORELATORelaboraoRELATÓRIOTÉCNICOparaoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,noqual
deverá constar a indicação da categoria de classificação do edifício em
análise;
iv. O COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO deverá elaborar PARECER TÉCNICO sobre o
posicionamentodoNRE-POLIparaacertificaçãodoedifício.
133
8 CONSIDERAÇÕESFINAIS
A construção civil é um dos setores que mais impactam o meio ambiente.
Particularmente, omercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS tem sido alvo de
pressãoporpráticasmaissustentáveisemporpartededasempresasquesepreocupam
comasustentabilidadedesuasoperaçõesecomasestratégiasdeseusnegócios,razão
pelaqualbuscamseinstalaremempreendimentosmaissustentáveis.
Para aferir a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, os
empreendedores buscam certificações ambientais de origem estrangeira. Logo, a
diversidadedemétodosdeavaliaçãodasustentabilidadedespertagrandeinteressede
toda a cadeia do segmento de EEC, sejam empreendedores, corretores, projetistas,
construtores,usuárioseatéacomunidade,emtodoociclodevidadoempreendimento.
ApropostadaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS é
inovadora,poisalémdeclassificaroedifícioconformeoDESEMPENHODASUSTENTABILIDADE
DO EDIFÍCIO, por meio da avaliação da qualidade dos ATRIBUTOS MAIS SUSTENTÁVEIS do
edifício, pode trazer sistemas complementares com o objetivo de disseminar o
conhecimentodaspráticasmaissustentáveisparatodaacadeiadestenichodemercado:
Ø a PLATAFORMA DE MONITORAMENTO OPERACIONAL permitirá armazenar os dados
operacionaisdosedifícioscomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC;
Ø comopassardo tempo, serápossível construir osBENCHMARKS dodesempenho
operacionaldeEEC,proporcionandomaioracuidadenapercepçãodasmudanças
daBaseline.;
Ø oSISTEMADEINTEGRAÇÃODEMÍDIADIGITALpodetransmitirmatériasrelacionadasao
desempenhodoedifícioemrelaçãoàspráticasusuaisdomercadodeEEC, bem
como, disponibilizar conteúdo e notícias relacionadas à sustentabilidade no
ambientedorealestate.Oobjetivoéodeimpactaredeconscientizarosusuários,
os visitantes e os operadores da importância de se criar um ambiente mais
participativoesustentávelnociclooperacionaldoedifício.
Ø oNRE-POLI podepromover a integraçãoentreomeio acadêmico eprofissional
pormeiodasreuniõesdoGRUPOTÉCNICO,nasquaisserãodebatidasasmelhores
134
práticas da construção sustentável no mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS
CORPORATIVOS.
Dentro deste ambiente de integração, conscientização e busca incessante por mais
eficiência, inovação e sustentabilidade em todo o ciclo de vida do edifício é que a
CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–ECC encontra o seu desafio de contribuir para um
mundocadavezmelhoremaissustentável.
Esse trabalho poderá ser um referencial para a construção de novos sistemas para
classificação da sustentabilidade em outras tipologias de empreendimentos no Brasil.
Associado a isso, poderá trazer novas Plataformas de Monitoramento Operacional,
novosBenchmarksdodesempenhooperacional,SistemasdeIntegraçãodeMídiaDigital
paraoutras tipologiasdeempreendimentos imobiliáriosoudebase imobiliária, oque
auxiliaráosempreendedores,projetistas,construtores,operadoreseusuários.
135
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146
ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho
Item Esmeralda Safira Diamante1.Ambiental
1.1.Terreno
1.1.1.AnálisedaLocalização 1.1.1.1 [0][1]Identificarosacessos,ainfraestrutura,amenidades,serviços,comérciosdisponíveisnasproximidadesdoempreendimento.
1.1.1.2 [1]Realizarvistoriaseelaborarrelatóriotécnicosobreascondiçõesdasedificaçõesnoentorno.
1.1.1.3 [1]Localizareidentificaraspossíveisinterferênciascomasinstalaçõesdeenergiaelétrica,drenagem,água,esgoto,gás,telefonia,internetetc.
1.1.1.4 [1]Identificarascotasdealagamento:[i]máximomaximorum;[ii]tempoderecorrênciade100anos;[iii]tempoderecorrência1.000anos;tempoderecorrênciade10.000anos.
1.1.2.AnáliseAmbiental 1.1.2.1 [1]AAnáliseAmbientaldoTerrenodeveráserelaboradaporespecialistanafasedeconcepçãodoempreendimento,naqualdeveconter:-Aanálisedeveráconternomínimoestudosobreosrecursoshídricos,fauna,flora,estudodoclima(soleventos)eestudodosoloesubsolo;-Identificarosriscosambientaisesuamitigação.
1.1.2.2 [1]Identificareintegrarosatributosambientaisexistentesnolocalcomosprojetos
147
ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho
Item Esmeralda Safira Diamante1.2.Materiais
1.2.1.SeleçãodeMateriais 1.2.1.1 [1][2][3]Selecionar,preferencialmente,materiaisquepossuambaixaemissãodeVOCdosmateriaisempregadosnoempreendimento(CompostoOrgânicoVolátil).
1.2.1.2 [1][3]Especificaçãoecontroledavidaútildosmateriais,equipamentosedoempreendimento.
1.2.1.3 [2][3]Verificaçãodalicençadeoperaçãoe/ouorigemdomaterialcombustívelparaproduçãodosmateriaisaseremadquiridosnoempreendimento.Como,porexemplo,materialutilizadonosfornosparaproduçãodetijolosetelhascerâmicas.
1.2.1.4 [1][2][3]Especificaçãoeaquisiçãodiretaouindiretademadeiralegalprovenientedeáreasdevidamentelicenciadas.
[1][2][3]Especificareadquirirportas,preferencialmente,commadeiracertificada.
[1][2][3]Especificareadquirir,preferencialmente,madeirascertificadas,diretaouindiretamenteemtodaaobra.
1.2.1.5 [1]Quandopossível,elaborarrelatóriodeACV-Simplificado:-Consumodeenergia;-Consumodeágua;-Consumodematérias-primas;-Geraçãoderesíduos;-EmissãodeCO2.
1.2.1.6 [1][2][3][4]Identificareespecificarosmateriaisquepodemserutilizadosequeestejamdisponíveisnoterreno,taiscomo:agregados,rocha,areia,madeira,águaetc.Verificaraslicençasnecessáriasparaofimaquesedestina.
1.2.1.7 [1][4]Identificareespecificarosmateriaisquepodemserreaproveitados.
1.2.1.8 [1][3]Especificareutilizargásrefrigerantedosistemadearcondicionadoquetenhamenorimpactoambiental,principalmentesobrelacionadoaoaquecimentoglobal.
148
ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho
Item Esmeralda Safira Diamante1.2.2.RecebimentodeMateriais 1.2.2.1 [2][3]Estabelecerprocedimentosecritérios
derecebimento,armazenamentoetransporteparacadaprodutorecebido.
1.2.2.2 [2][3]MonitoraraemissãodefumaçadosveículosdeentregademateriaispormeiodaescaladeRingelmann.Casoaemissãoestejasuperioràemissãopermitida,comunicareinfluenciaramanutençãodoveículodosprestadoresdeserviço
1.3.GestãodeRecursosHídricos
1.3.1.ConsumoRacionaldeÁguaPotável 1.3.1.1 [1][2][3]Especificaçãoeinstalaçãodedispositivoseconomizadoresdeágua,taiscomo:baciasdeduplofluxo;torneirasdefechamentoautomático;torneirasde¼devolta;restritoresdevazão;torneirascomaeradores.
1.3.1.2 [1][2][3]Verificarapossibilidadedecaptardemaneirasustentávelaáguadolençolfreáticonosubsolodeformaapromoveroaproveitamentodomesmo.
1.3.1.3 [1][2][3]Verificarapossibilidadedecaptardemaneirasustentávelaáguasubterrâneapormeiodepoçoscaipira,artesianosesemi-artesianos.
1.3.2.ReaproveitamentodeÁguasCinzas 1.3.2.1 [1][3]Quandopossível,especificareutilizarembaciasanitária,irrigaçãodejardins,lavagemdepisosetc.
1.3.3.ReaproveitamentodeÁguasPluviais
1.3.3.1 [1][2][3]Quandopossível,especificareutilizarembaciasanitária,irrigaçãodejardins,lavagemdepisos.Esteiteméaplicávelnocanteirodeobras.
1.3.3.2 [1][2][3]Semprequepossível,promovereespecificareinstalardispositivosparaaretençãodeágua.Esteiteméaplicávelnocanteirodeobras.
149
ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho
Item Esmeralda Safira Diamante1.4.GestãodaEnergia
1.4.1.MonitoramentoeControledoConsumodeEnergia
1.4.1.1 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodosistemadeautomação(buildingmanagementsystem).
1.4.1.2 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodemediçãodoconsumodeenergiaelétricaconforme:1.ÁreasComuns1.1.Iluminação1.2Tomadas1.3Ventilaçãopararenovaçãodoar1.4Consumodosistemadearcondicionado1.5Exaustãodo(s)subsolo(s)1.6Elevador(es)1.7.Arcondicionado(compressoreseventiladores)1.8Bombeamentodeágua2.ÁreasPrivativas;2.1.Iluminação2.2.Tomadas2.3.Arcondicionado(condensadoreseevaporadores)2.4CentraldeProcessamentodeDados
1.4.1.3 [1][3]Planoparaprogramaçãodaativaçãodailuminação,exaustores,ventiladoresnasáreascomuns.
1.4.1.4 [1][2][3]Quandoaplicável,especificaçãoemonitoramentodoconsumodeoutrasfontesalternativasdeenergia.
1.4.1.5 [1][3]Especificaçãodocontrolededemanda(horáriodeponta)deenergiaelétricadoedifício
150
ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho
Item Esmeralda Safira Diamante1.4.2.SistemasEconomizadores 1.4.2.1 [1][2][3]Especificaçãoeinstalaçãode
lumináriasmaiseficientes.Esteiteméaplicávelnocanteirodeobras.
1.4.2.2 [1][2][3]Quandopossível,especificaçãoeinstalaçãodesensoresdepresença.
1.4.2.3 [1][3]Quandopossível,especificaçãoeinstalaçãodeelevadorescomsistemaantecipadodechamada
[1][3]Quandopossível,regeneradordeenergiaelétricanoselevadores.
[1][3]Quandopossível,especificareinstalarinversoresdefrequênciaparaelevadores,exaustores,ventiladoreseescadaseesteirasrolantes.
1.4.2.4 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodeoutrasfontesdeenergiaelétricaparaatenderademandacomumeprivativa.
[1][3]Especificaçãoeinstalação/captaçãodefontesdeenergiaelétricalimpa.
1.5.GestãodosResíduosSólidos
1.5.1.GestãodosResíduosSólidos 1.5.1.1 [1][2][3]Definiratribuiçõeseresponsabilidadesparaoscolaboradoresnagestãoderesíduos.
1.5.1.2 [1][2][3]Especificar,identificar,quantificareinstalarasformasdeacondicionamentoinicialadequadasparaasfontesgeradoras.
1.5.1.3 [1][2][3]Especificar,identificar,quantificareinstalarasformasdeacondicionamentofinaladequadasepromoverareciclagem
1.5.1.4 [1][2][3]Elaborarecontrolararemoçãoedestinaçãodosresíduosemlocaisdevidamentelicenciadosparaofimaquesedestina,comidentificaçãodovolumederesíduodestinadocomseurespectivoromaneio.
1.5.1.5 [1][2][3][4]Promoverasegregaçãoereciclagem.
1.5.1.6 [2]Instalaçãodelavabica,lavarodaseproteçãonascaçambadoscaminhõesparaminimizarapoeira.
151
1.6.GestãodeRuídos
1.6.1.1 [1]Mediçãoemapeamentodosruídosantesdaimplantaçãodoempreendimento
1.6.1.2 [2][3]Monitorarosruídoscausadosnoempreendimentocomperiodicidadeadequada.Darprovidênciasquandoolimitelegalforrompido.
1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência
1.7.1.PlanosdeEmergênciaeContingência
1.7.1.1 [1][2][3]Elaboraçãoeimplementaçãodeumplanocomrespostaapotenciaissituaçõesdeemergênciase/ouacidentesquepossamterimpactonomeioambiente.Oplanodevedestacarosresponsáveiseamaneiradeidentificaraemergência,osrecursosnecessáriosparacombatê-laseoplanodecomunicaçãointernaeexterna.Realizarsimulaçõesparaverificaraefetividadedoplano
152
2.Social
2.1.Priorizarotrabalholocal 2.1.1 [3]Disponibilizarofluxodepessoasfixaseflutuantesdoedifício,comdadosnãosigilos,comoidade,sexo,residência,meiodetransporteutilizado,empresaemquetrabalhaouquevisitaetc.EstesdadosserãoutilizadosparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.
[1][2][3]Promovereincentivarjuntoaosprestadoresdeserviçoacontrataçãodeprofissionaisqueresidemnasproximidadesdoempreendimento.
2.2.Educaçãoambientaleprogramadealfabetizaçãodefuncionários
2.1.2 [1][2][3]Promoveraeducaçãoeconscientizaçãoambientalparaopúblicointerno
[2]Quandoaplicável,promoveraalfabetizaçãodosfuncionários
[1][2][3]Promoveraeducaçãoeconscientizaçãoambientalparaopúblicoexterno
153
3.Econômico
3.1.Desempenhooperacional 3.1.1 [1]AnálisedoCustodoCiclodeVidadoempreendimento
3.1.2 [1]OrçamentodocondomínioestimadoemR$/m2au
3.1.3 [3]DisponibilizaradespesamensaldocondomínioparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.
3.1.4 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodepluviômetroetermômetrocomtelemetria,informaçõesquedeverãoserdisponibilizadasparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.
3.1.5 [1][3]CustoPrevistoeRealdocondomínioematé(1*)R$/2au
[1][3]CustoPrevistoeRealdocondomínioematé(1*)R$/2au
[1][3]CustoPrevistoeRealdocondomínioematé(1*)R$/2au
154
3.2.Desempenhoenergético 3.2.1 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodemedidoresdeconsumodeenergiadasáreascomunseprivativas,informaçõesquedeverãoserdisponibilizadasparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.
3.2.2 [1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeenergiaelétricaematé(2*)kWhmês/m2*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante;-temperatura(3*)
[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeenergiaelétricaematé(2*)kWhmês/m2*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante;-temperatura(3*)
[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeenergiaelétricaematé(2*)kWhmês/m2*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante;-temperatura(3*)
3.3.Desempenhodosrecursoshídricos 3.3.1 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodemedidoresdeconsumo,informaçõesquedeverãoserdisponibilizadasparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.
3.3.2 [1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeáguaematé(4*)m3/m2deau*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante-temperaturamédia(3*)
[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeáguaematé(4*)m3/m2deau*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante-temperaturamédia(3*)
[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeáguaematé(4*)m3/m2deau*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante-temperaturamédia(3*)
155
4.Legal
4.1.Gestãodeaspectoseimpactosambientais.
4.1.1 [0][1][2][3][4]Identificarosaspectoseosimpactosambientaisparacadaatividadeesituaçãoquepossaocorreraolongodociclodevidadoempreendimento,determinandoosriscos,suamitigaçãoeseumonitoramento
4.1.2 [0][1][2][3][4]Mapeamentoemonitoramentodosriscosambientaisconformeestágionociclodevidaemqueseencontraoempreendimento
4.1.3 [2][3]Elaborareimplementarprocedimentosparaprevenção,monitoramentoecontroledapoluição.
4.1.4 [0][1][2][3][4]RelatóriodeinspeçãoambientalrealizadoporespecialistanaáreaambientalemperiodicidadesuficienteenecessáriaparamitigarriscosambientaisprevistosnoFormuláriodeAvaliaçãodeAspectoseImpactosAmbientais
4.1.5 [0][1][2][3][4]RelatóriodeinspeçãoambientalrealizadoporjuristaemperiodicidadesuficienteenecessáriaparamitigarriscosambientaisprevistosnoFormuláriodeAvaliaçãodeAspectoseImpactosAmbientais
4.2.Gestãodasleis,normaserequisitossubscritos
4.2.1 [0][1][2][3][4]Identificarasleis,normaserequisitossubscritosaplicáveisparaosaspectosambientaisaolongodociclodevidadoempreendimento,determinandoosresponsáveisparaaverificação,atendimentoe,eventualmente,osplanosdeação.
4.2.2 [0][1][2][3][4]Relatóriodeinspeçãoambientalrealizadoporjuristaemperiodicidadesuficienteenecessárianolocaldoempreendimentoparaconstataroatendimentoaocritério4.2.1
156
4.3.Gestãodedocumentoslegais 4.3.1 [0][1][2][3][4]Identificarecontrolaravalidadedosdocumentoslegaisnecessáriosparaodesenvolvimentodoempreendimento,taiscomo:licenças,outorgas,alvarás,habite-se,requisitossubscritosetc.
4.3.2 [2][3][4]Controledaslicençasdosdestinatáriosderesíduossólidos
4.3.3 [2][3][4]Controledelicençasedeorigemdemateriaisindiretamenteempregadosnasobras,taiscomo:materiaisutilizadosparaaqueimadetijolosetelhascerâmicas
4.4.Combateàinformalidadeeàsonegaçãofiscal
4.4.1 [0][1][2][3][4]Contratarprestadoresdeserviçosefornecedoresdevidamenteformalizadoselegalizados.Todososfuncionáriosdeverãotervínculoempregatíciolegal.Banirempresasqueexplorammãodeobrainfantilemantémcondiçõesdetrabalhoinadequadas.
4.5.Saúdeesegurançadosfuncionários 4.5.1 [2][3][4]Planodetrabalhovisandoàsaúdeeàsegurançadosfuncionários
4.5.2 [2][3][4]PCMSOePCMAT
4.5.3 [2][3][4]Relatóriodeinspeçãorealizadoporprofissionalespecializadonasaúdeesegurançadotrabalhador.
157
5.AmbienteConstruído
5.1.Acústica 5.1.1 [2][3]Monitoramentodoconfortoacústico.Esteitemdistingue-sedomonitoramentodoruído.Esteiteméaplicávelaocanteirodeobras.
5.2.Qualidadedoar 5.2.1 [2]Planodetestesepré-operacionaldosistemadearcondicionado.
5.2.2 [2][3]Monitoramentointernoeexternodoconfortoolfativo.Esteiteméaplicávelaocanteirodeobras.
5.2.3 [3]MonitoramentointernoecontroleinternoeexternodoCO2.
5.2.4 [3]Planodemanutençãodosistemadearcondicionado.
5.3.Higrotérmico 5.3.1 [3]Monitoramentoecontroledaumidade. 5.4.Acessibilidade 5..4.1 [1][2][3]Projetoeinstalação.
158
6.Integração
6.1.GestãodosStakeholders–
relacionamentocomacomunidade
6.1.1 [0][1][2][3][4]Identificarassinergiasdoempreendimentocomaspartesinteressadas.
6.1.2 [2][3]Elaboraçãodeplanoparainstalaçãoeoperaçãodesinalizaçõesorientativasparaotráfegolocaledosprocedimentosdesegurançaparaentradaesaídadepedestresedeveículos.
6.1.3 [1]Estudodoimpactoviárioe,seforocaso,acompensação.
6.1.4 [1][2][3]Promoverousodotransportepúblico,transportepormeiodefontesrenováveisdeenergiaeousodebicicletas,disponibilizandoparaistovestiários.
6.1.5 [0][1][2][3]Identificarorecebimentoedarrespostaàscomunicaçõesdaspartesinteressadasaolongodociclodevidadoempreendimento.Monitoraredirecionarocontatoparaaárearesponsável
159
6.2.GestãodeProjetos 6.2.1 [1][2][3][4]GestãodeProjetos-Definiroprocessodeplanejamentoeexecuçãodoempreendimentodeformaageriroprazo,custo,qualidadeesustentabilidade-Identificarosrecursosdisponíveis:organogramaearelaçãodasatividadesecompetênciasrequeridasparaosprofissionaisenvolvidos-DefiniroRepresentantedaDireçãoparaaCertificaçãodaSustentabilidade-Ferramentadecolaboraçãoparagestãodeprojetos-FluxodosProcessos-ControledeDocumentos-MonitoramentoeAnálisesCríticas-Nãoconformidade,açãocorretivaeaçãopreventiva
[1][2][3]SistemadeGestãoAmbiental
6.2.2 [1][2][3][4]Conscientizaçãoeformalizaçãodocompromissodosprestadoresdeserviçoquantoaosrequisitosaplicáveisdacertificação.
6.2.3 [1][2][3]Comissionamentodasutilidades
6.3.Integraçãocomooperador 6.3.1 [1][2]Integraçãocomopossíveladministradordoedifíciodesdeafasedeconcepçãoeprojetodoedifício
6.3.2 [3]EntregadoManualdoAdministradorcomcapítuloreferenteàsustentabilidadedoedifícioeàcertificaçãoNRE-Poli
6.3.3 [3]Programadeeducaçãoeconscientizaçãodosfuncionáriossobreasustentabilidadedoedifícioeseuentorno,bemcomo,sobreousoracionaldaágua,doconsumodeenergiaelétrica,reduçãodoconsumodosrecursosnaturais.Afrequênciadestetreinamentodevesersuficienteenecessáriaparaqueosfuncionáriosabsorvamotema.
6.3.4 [3]ORDdeveráparticipardoGrupoTécnicodaSustentabilidade.
160
6.4.Integraçãocomosusuários 6.4.1 [3]EntregadoManualdoProprietárioeGuiadoUsuáriocomcapítuloreferenteàsustentabilidadedoedifícioeàcertificaçãoNRE-Poli..
6.4.2 [3]Programadeeducaçãoeconscientizaçãodosusuáriossobreasustentabilidadedoedifícioeseuentorno,bemcomo,sobreousoracionaldaágua,doconsumodeenergiaelétrica,reduçãodoconsumodosrecursosnaturais.
6.4.3 [3]Instalarmonitores/displaysnoselevadoresetotemnohalldoedifíciocomointuitodeconscientizaropúblicointernoeexternosobreassuntosrelacionadosàsustentabilidade,àcertificaçãoeaosatributosdoedifício.
[3]Disponibilizarinformaçõesealertasdoconsumodousuárioremotamente.
[3]Disponibilizarinfraestruturaedisplaysnaunidadeprivativaparadivulgaçãododesempenhoprivativo.Possibilitarousodamesmaprogramaçãoutilizadanocondomínioparaconscientizaropúblicointernoeexternosobreassuntosrelacionadoàsustentabilidade,àcertificaçãoeaosatributosdoedifício.
LegendaEstágiodociclodevidaemqueseencontraoedifício[0]EscolhadoTerreno[1]ConcepçãoeProjeto[2]LançamentoeObra[3]Uso[4]RevitalizaçãoOsdadosfornecidosparaoNRE-PoliserãomantidosemsigilonaPlataformadeMonitoramentoOperacional.ONRE-PoliirácompilartodososdadosdoPMOdosEdifíciosdeEscritóriosCorporativoscertificadosparacriarBENCHMARKSdodesempenhodestesegmentodemercado.Observações:(1*)OBENCHMARKdoCUSTODECONDOMÍNIO–CRITÉRIODEDESEMPENHO3.1.5-serádefinidonamedidaemquehouverdadossuficientesdosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOScomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC.EnquantonãohouverindicadoresprópriosdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC–aavaliaçãosedarápelolevantamentodeamostraapartirdedadosdisponíveisnomercado,comoporexemplo:Buildings,JLL,CBRichardEllisetc.Talamostraserádivididaem4faixasdevaloresparapoderclassificarodesempenhodoedifício,conformecritérioabaixo:1a.FaixadeMenordevalor–OedifícionestabandaseráconsideradocomodesempenhoDiamante2a.Faixadevalor–OsedifíciosnestafaixaserãoclassificadoscomoSafira3a.Faixadevalor–OsedifíciosnestafaixaserãoclassificadoscomoEsmeralda4a.Faixadevalor–Estafaixaserádesprezada,poisrepresentamedifícioscomosvaloresmaiselevadosdomercadodeEdifíciosdeEscritóriosCorporativos.
161
(2*)OBENCHMARKdoDESEMPENHOENERGÉTICO–CRITÉRIODEDESEMPENHO3.2.2-serádefinidonamedidaemquehouverdadossuficientesdosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOScomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC.EnquantonãohouverindicadoresdedesempenhoprópriosdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC–aavaliaçãosedarápormeiodoDesempenhoEnergéticoOperacionalemEdificações(DEO)desenvolvidopeloCTEnergiadoConselhoBrasileirodeConstruçãoSustentável.Considerandoque:
i. EDIFÍCIODEESCRITÓRIOCORPORATIVOcomboapráticasustentávelénaordemde17%maiseficientequeumedifíciotípico,conformeCBCS(2015,p.102);ii. Combaseem60edifíciosamericanoscertificadospeloLEED,KATS(2003,p.19)demonstrouqueosedifíciosdeescritóriosmaissustentáveisquandocomparadosaosedifíciosdeescritórios
convencionaissãoemmédiade25%a30%maiseficientesemenergiaelétrica.iii. Aliteraturarecorrentesitaqueodesempenhodoedifíciomaissustentávelpodeseraté30%maiseficienteemrelaçãoaoedifíciotípico.
Oindicadordedesempenhoenergéticasedarádaseguinteforma:
1a.Faixa–Diamante-superiora30%deeficiênciaemrelaçãoaoedifíciotípicopropostopeloCBCS(2015),emkWh/m2/ano2a.Faixa–Safira–entre17%e30%deeficiênciaemrelaçãoaoedifíciotípicopropostopeloCBCS(2015),emkWh/m2/ano3a.Faixa–Esmeralda–entre0%e16,9%deeficiênciaemrelaçãoaoedifíciotípicopropostopeloCBCS(2015),emkWh/m2/ano(3*)Atemperaturaserámedidadaestaçãometeorológicainstaladanoedifício,casoodadonãoestejadisponívelporalgumafalha,odadopoderásercompiladoporinformaçõesdeedifíciospróximosouatémesmodebasesmeteorológicasoficiais.(4*)OBENCHMARKdoDESEMPENHOENERGÉTICO–CRITÉRIODEDESEMPENHO3.3.1.-serádefinidonamedidaemquehouverdadossuficientesdosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOScomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC.EnquantonãohouverindicadoresdedesempenhoprópriosdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC–aavaliaçãosedarápormeiodareduçãodenoconsumodeáguapotáveldoedifício,considerandopráticascorrentesdedimensionamento.Considerandoque:
i. OestudorealizadopeloUS-EPA;DWR(1997),combasenomonitoramentode741consumidorescomerciaisamericanosporumperíodode12meses,entre1994e1995,constatouqueousomaiseficientedaáguapodereduziroseuconsumoemaproximadamente22%.Quandoseanalisamos17edifíciosdeescritóriosmaiseficientesareduçãomédiaédecercade28%.
ii. OSeloProcelEdificaçõesbonificaalgumasações,dentreelasousoracionaldaágua,desdequeproporcioneumaeconomiamínimade40%noconsumoanualdeáguadoedifício,utilizandopráticascorrentesdedimensionamento.
iii. OestudodecasorealizadoporBARBOSA(2013)demonstraqueumedifíciocomcertificaçãoLeedPlatinumdesenvolvidonoBrasilreduzoconsumodeáguapotávelem38%emrelaçãoàBaselinedaUnitedStatesEnvironmentalProtectionAgency(EPA);
iv. Apossibilidadedereduçãode60%noconsumodeáguapotávelemumedifíciocomcertificaçãoLeedGold,demonstradonoCapítulo6.2.2–ConsumodeÁgua;v. AspráticasrecorrentesdedimensionamentopodemsermodeladaspelaNBR-5626–InstalaçãoPredialdeÁguaFria-eporEPA(2012).
OindicadordeDESEMPENHODOSRECURSOSHÍDRICOSsedarádaseguinteforma:
1a.Faixa–DIAMANTE-superiora40%doconsumodeáguapotável,considerandopráticascorrentesdedimensionamento;2a.Faixa–SAFIRA–entre30%e39,9%doconsumodeáguapotável,considerandopráticascorrentesdedimensionamento;3a.Faixa–ESMERALDA–entre20%e29,9%doconsumodeáguapotável,considerandopráticascorrentesdedimensionamento.
Empreendimento
[0] [1] [2] [3] [4] Esmeralda Safira Diamante Esmeralda Safira DiamantePeso
AtributoNota DSA
1.Ambiental 23,1% 23,1% -1.1Terreno 6,9% - 6,9% -
1.1.1.1 [0] [1] 100% 2,5% -1.1.1.2 [1] 100% 1,0% -1.1.1.3 [1] 100% 1,0% -1.1.1.4 [1] 100% 1,0% -1.1.2.1 [1] 100% 0,7% -1.1.2.2 [1] 100% 0,7% -
1.2.Materiais 2,7% - 2,0% -1.2.1.1 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.2.1.2 [1] [3] 100% 0,1% -1.2.1.3 [2] [3] 100% 0,1% -1.2.1.4 [1] [2] [3] 25% 25% 50% 0,7% -1.2.1.5 [1] 100% 0,7% -1.2.1.6 [1] [2] [3] [4] 100% 0,1% -1.2.1.7 [1] [4] 100% 0,1% -1.2.1.8 [1] [3] 100% 0,1% -1.2.2.1 [2] [3] 100% 0,5% -1.2.2.2 [2] [3] 100% 0,2% -
1.3.GestãodosRecursoshídricos 3,4% - 3,4% -1.3.1.1 [1] [2] [3] 100% 1,1% -1.3.1.2 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.3.1.3 [1] [2] [3] 100% 0,3% -
1.3.2.ReaproveitamentodeÁguasCinzas 1.3.2.1 [1] [3] 100% 0,7% - 0,7% - -1.3.3.1 [1] [2] [3] 100% 0,6% -1.3.3.2 [1] [2] [3] 100% 0,4% -
1.4.GestãodaEnergia 4,5% - 4,5% -1.4.1.1 [1] [3] 100% 0,1% -1.4.1.2 [1] [3] 100% 1,0% -1.4.1.3 [1] [3] 100% 0,1% -1.4.1.4 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.4.1.5 [1] [3] 100% 0,7% -1.4.2.1 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.4.2.2 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.4.2.3 [1] [3] 25% 25% 50% 0,5% -1.4.2.4 [1] [3] 25% 75% 1,8% -
1.5.GestãodosResíduosSólidos 1,9% - 1,9% -1.5.1.1 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.5.1.2 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.5.1.3 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.5.1.4 [1] [2] [3] 100% 0,4% -1.5.1.5 [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -
1.5.1.GestãodeResíduosSólidos 1,9% - -
1.4.1.MonitoramentoeControledoConsumodeEnergia 2,0% - -
1.4.2.SistemasEconomizadores 2,5% - -
1.3.1.ConsumoracionaldeÁguaPotável 1,7% - -
1.3.3.AproveitamentodeÁguasPluviais 1,0% - -
1.2.1.Seleçãodemateriais 2,0% - -
1.2.2.Recebimentodemateriais 0,7% - -
1.1.1.AnálisedaLocalização 5,5% - -
1.1.2.AnáliseAmbiental 1,4% - -
Atributos ItemCiclodeVida PesodoCritério NotadoCritério
PesodoCritério
DSCAtributo
Empreendimento
[0] [1] [2] [3] [4] Esmeralda Safira Diamante Esmeralda Safira DiamantePeso
AtributoNota DSA
Atributos ItemCiclodeVida PesodoCritério NotadoCritério
PesodoCritério
DSCAtributo
1.5.1.6 [2] 100% 0,3% -
1.6GestãodeRuídos 1,8% -1.6.1.1 [1] 100% 0,9% -1.6.1.2 [2] [3] 100% 0,9% -
-1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência 1,9% -1.7.1PlanosdeEmergênciaeContingência 1.7.1.1 [1] [2] [3] 100% 1,9% - 1,9% - -
2.Social 8,0% 8,0% -2.1.Priorizarotrabalholocal 2.1.1 [1] [2] [3] 25% 75% 3,8% - 3,8% - -2.2.EducaçãoambientaleProgramadealfabetizaçãodosfuncionários 2.1.2 [1] [2] [3] 25% 25% 50% 4,2% - 4,2% - -
3.Econômico 28,3% 28,3% -3.1.1 [1] 100% 1,0% -3.1.2 [1] [2] 100% 1,0% -3.1.3 [1] 100% 1,0% -3.1.4 [3] 100% 1,0% -3.1.5 [1] [3] 25% 25% 50% 11,6% -3.2.1 [1] [3] 100% 3,6% -3.2.2 [1] [3] 25% 25% 50% 3,6% -3.3.1 [1] [3] 100% 1,5% -3.3.2 [1] [3] 25% 25% 50% 4,0% -
4.Legal 12,8% 12,8% -4.1.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -4.1.2 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -4.1.3 [2] [3] 100% 0,3% -4.1.4 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -4.1.5 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,7% -4.2.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,1% -4.2.2 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,1% -4.3.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,4% -4.3.2 [2] [3] [4] 100% 1,0% -4.3.3 [2] [3] [4] 100% 1,0% -
4.4.CombateaInformalidadeeSonegaçãoFiscal 4.4.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 2,3% - 2,3% - -4.5.1 [2] [3] [4] 100% 1,0% -4.5.2 [2] [3] [4] 100% 1,0% -4.5.3 [2] [3] [4] 100% 1,0% -
5.AmbienteConstruído 15,5% 15,5% -5.1.Acústica 5.1.1 [2] [3] 100% 3,6% - 3,6% - -
5.2.1 [2] 100% 0,9% -5.2.2 [2] [3] 100% 0,9% -5.2.3 [3] 100% 0,9% -5.2.4 [3] 100% 0,9% -
5.3.Higrotémico 5.3.1 [3] 100% 4,4% - 4,4% - -
4.5Saúdeesegurançadosfuncionários 3,0% - -
5.2.Qualidadedoar 3,6% - -
4.2.GestãodasLeis,normaserequisitossubscritos 2,2% - -
4.3.GestãodeDocumentosLegais 3,4% - -
3.3.DesempenhodosRecursosHídricos 5,5% - -
4.1.GestãodeAspectoseImpactosAmbientais 1,9% - -
3.1.DesempenhoOperacional 15,6% - -
3.2.DesempenhoEnergético 7,2% - -
1.5.1.GestãodeResíduosSólidos 1,9% - -
1.6.1GestãodeRuídos 1,8% - -
Empreendimento
[0] [1] [2] [3] [4] Esmeralda Safira Diamante Esmeralda Safira DiamantePeso
AtributoNota DSA
Atributos ItemCiclodeVida PesodoCritério NotadoCritério
PesodoCritério
DSCAtributo
5.4.Acessibilidade 5.4.1 [1] [2] [3] 100% 3,9% - 3,9% - -
6.Integração 12,3% 12,3% -6.1.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,0% -6.1.2 [1] 100% 0,5% -6.1.3 [1] [2] [3] 100% 0,5% -6.1.4 [0] [1] [2] [3] 100% 0,5% -6.2.1 [1] [2] [3] [4] 50% 50% 1,3% -6.2.2 [1] [2] [3] [4] 100% 0,5% -6.2.3 [1] [2] [3] 100% 1,3% -6.3.1 [1] [2] 100% 0,5% -6.3.2 [3] 100% 0,5% -6.3.3 [3] 100% 0,5% -6.3.4 [3] 100% 1,5% -6.4.1 [3] 100% 0,5% -6.4.2 [3] 100% 1,1% -6.4.3 [3] 25% 25% 50% 2,1% -
DesempenhodaSustentabilidadedoEmpreendimento 100,0% 100% -
6.3.IntegraçãocomoOperador 3,0% - -
6.4.IntegraçãocomosUsuários 3,7% - -
6.1.Gestãodosstakeholders-relacionamentocomacomunidade 2,5% - -
6.2.GestãodeProjetos(empreendimento) 3,1% - -
167
ANEXO3 ASETAPASPARAAPLICAÇÃODOAHP
Estruturaçãodosobjetivos,critériosealternativas
Estruturarumproblemahierarquicamentesignificadividi-loemumasériedeníveisde
atributos,deformaquecadaatributoindividualmentecomponhaumpequenogrupode
atributos do mesmo nível, todos eles relacionados a um atributo único no nível
imediatamentesuperior.Então,oproblemadedecisãopodeserdescritograficamente
na formade umahierarquia de atributos, emque, partindo-se do topo, no nívelmais
estratégico,estejaadecisãoasertomada(objetivoprincipal),enosníveisintermediário
e de base, respectivamente, estejam os critérios e as alternativas, que deverão ser
classificados dentre atributos do mesmo nível e conforme o grau de importância
percebidopelos(s)decisor(es).
Os elementos básicos que compõem a estrutura hierárquica do método AHP são
formadospeloobjetivoprincipal, critériose as alternativas. Iniciando-sepeloobjetivo
principal,quedeveserbemdefinidoehierarquizadoemapenasumnível.Oscritérios
podem ser compostos por vários itens e ainda podem estar encadeados em níveis,
desdobrando-senamedidaemquedesceparabase.Noúltimoníveldahierarquia,após
oúltimoníveldoscritérios,estãoasalternativasaseremordenadaspelométodoAHP,
asquaisdevemestaremumúniconívelhierárquico.
ElementosbásicosdeumaestruturahierárquicadométodoAHP
SegundoSAATY(1990,p.9),atarefamaisimportantenaanálisededecisãoéaescolha
dos fatores relevantes para a decisão. No AHP, organizam-se estes fatores numa
estruturahierarquizada,começandocomoobjetivoglobaledescendoparaoscritérios,
Alterna(vas
Critérios
Obje(voPrincipal Obje(vo
Critério1
Critério1.1
A1.1.1
A1.1…
A1.1.n
Critério1…
A1...
Critério1.n
A1.n
Critério2
Critério2.1
A2.1.1
Critério2.2
A2.2.1
A2.2…
A2.2.n
168
sub-critérios, e em sucessivos níveis até as alternativas. O estruturador do problema
deveincluirdetalhesrelevantescomo:
i. Representar o problema domodomais realista possível, mas até um limite que
permitasentirasmudançasdevalorouestadodoselementos;
ii. Considerarocontextodoproblema;
iii. Identificarosfatoresouatributosqueafetamasolução;
iv. Identificarosparticipantesrelacionadoscomoproblema.
Determinaçãodosjulgamentoscomparativos
Acomparaçãoentreosatributossópoderáocorrernomesmoníveldehierarquia,aos
pares,iniciandocomoscritérioseemseguidapelasalternativas.
Critériosparanível1
Critériosparanível2
AlternativasJulgamentocomparativonoNíveldosCritériosedasAlternativas
Para um conjunto de alternativas, definido como C1, C2, ..., Cn, com julgamentos
quantificadosdosparesCi,Cj,representadosporumamatriznxn.Oselementosaijsão
definidospelasseguintesregras:
Regra1:Seaij=1/aji,aijdiferentede0.
Critério 1 Critério 2 Critério 3Critério 1 1Critério 2 1Critério 3 1
Critério 1.1 Critério 1.2 Critério 1.3Critério 1.1 1Critério 1.2 1Critério 1.3 1
Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3Alternativa 1 1Alternativa 2 1Alternativa 3 1
169
Regra2:SeCiéjulgadocomodeigualimportânciaemrelaçãoàCj,entãoaij=1,aji=1;e
portantoaii=1paratodo1.
AssimamatrizAteráaseguinteforma:
MatrizA:JulgamentodosAtributos
Determinarasprioridadesrelativas
Apósojulgamentocomparativoparacadanível,énecessáriodeterminarasprioridades
relativasdospesosdosfatoresdedecisão.Paraisso,bastaconverteraescaladevalores
em peso, de acordo com seu percentual de importância, conforme demonstrado na
tabela abaixo (colunas “d”, “e” e “f”). A média dos pesos possibilita identificar as
ponderaçõesdosfatoresdedecisão.
DeterminaçãodaMatrizdeComparaçãoParitáriaparaasalternativas
Consistênciadoresultado
Paratestaraconsistência,éprecisodeterminaroVetordosPesos,queéoresultadoda
multiplicaçãodaMatrizAcomoVetorPrioridadeRelativa.
1 1/a2 1/ana2 1 1/bnan bn 1
A =
a b c d e f g
Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3 Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3PrioridadeRelativa
(PR)
1 Alt. 1 a1 b1 c1 a1/a4 b1/b4 c1/c4 PR1 = média (d1:f1)
2 Alt. 2 a2 b2 c2 a2/a4 b2/b4 c2/c4 PR2 = média (d2:f2)
3 Alt. 3 a3 b3 c3 a3/a4 b3/b4 c3/c4 PR3 = média (d3:f3)
4 Total Σ(a1:a3) Σ(b1:b3) Σ(c1:c3) 1 1 1 1
a b c g h
Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3PrioridadeRelativa
(PR)
Vetor Pesos(VP)
1 Alt. 1 a1 b1 c1 PR 1 VP1
2 Alt. 2 a2 b2 c2 X PR 2 = VP2
3 Alt. 3 a3 b3 c3 PR 3 VP3
170
VetorPesos
Posteriormente,énecessáriocalcularoVetorConsistênciadadopelarazãoentreoVetor
PesoseoVetorPrioridadeRelativa.
EQ(1)VetorConsistência
Aestimativadomaiorautovalorλmax.damatrizparitáriaéobtidapelamédiaaritmética
doselementosdoVetorConsistência.
𝜆!"# =(𝑉𝐶! + 𝑉𝐶! +⋯+ 𝑉𝐶!)
𝑛 EQMaiorAutovetor
Oíndicedeconsistênciaédadopelafórmula:
1max−−
=η
ηλCI EQ(3)ÍndicedeConsistência
Ondeηéonúmerodecritériosconsiderados.Paraη=2,oíndiceédesnecessário,pois
nãoocorreainconsistênciadamatriz.
ATaxadeConsistênciaCRéobtidapelafórmula:
ACICICR = EQ(4)TaxadeConsistência
Onde ACI é o Índice de Consistência referente a um grande número de comparações
paritárias efetuadas, ou seja é o resultado da média de CI em relação a um grande
número dematrizesA aleatórias. O valor de ACI depende do número de critérios de
decisão(η=3)eédadoconformetabela:
η 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15ACI 0,52 0,89 1,11 1,25 1,35 1,40 1,45 1,49 1,51 1,54 1,56 1,57 1,58Fonte:MORITA(1998)ValoresdoÍndicedeConsistência(ACI)
VC1 = (VP1 / PR1)
VC = VC2 = (VP2 / PR2)
VC3 = (VP3 / PR3)
171
Para CR menor ou igual a 0,10 é normalmente considerada aceitável, por ser uma
situação próxima à situação λmax = η, em que a matriz A de comparação pareada é
totalmente consistente. Por essemotivo, quando o valor de CR for superior a 0,10, a
matrizdecomparaçãoparitáriaoriginaldeveserreavaliada.
Classificaçãodasalternativasdedecisão
Aquintaetapaéocálculodeobtençãodasprioridadesconsolidadasdasalternativas,ou
seja,aclassificaçãofinaldasalternativasordenadasrelativamenteaoobjetivoglobal.
Classificaçãofinaldasalternativas
Critério 1 Critério 2 Critério 3Prioridade Relativa
(PR)
Classificação(PrioridadeComposta)
1 Alt. 1 c11 c21 c31 PR1 A1
2 Alt. 2 c12 c22 c32 x PR2 = A2
3 Alt. 3 c13 c23 c33 PR3 A3
172
ANEXO4 PARTICIPANTESDAPESQUISADAMATRIZDEATRIBUTOS
Participante EmpresaAdrianaRodrigo USPAlessandroLucianodeLima CetipAlexandreFioratti SonyAndreaPadilha JLLArthurCursino USPCibeleRomani ArupDianaCsillag USPEdwardBorgstein MitsidiErikaFerrazdeCampos CBCSFabioMartins JLLGersonRodrigues BuildingsGláuciaEstherSato BariguiJulioRings CBRELuisFernandoCinielloBueno RocontecMarciaMenezes CTEMarcosAlves RealtyCorpPaolaTorneriPorto VBIPauloCasoni JllPedroMallmannSaldanha TabetPrisciladeFrançaPinheiroGorino GafisaRicardoVasconcelos IguatemiSimoneVictorino SibelcoWagnerOliveira CTE