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WILSON SABURO HONDA “Certificação da Sustentabilidade de Edifícios de Escritórios Corporativos no Brasil” Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia. São Paulo 2016

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WILSON SABURO HONDA

“Certificação da Sustentabilidade de

Edifícios de Escritórios Corporativos no Brasil”

Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia.

São Paulo

2016

WILSON SABURO HONDA

“Certificação da Sustentabilidade de

Edifícios de Escritórios Corporativos no Brasil”

Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia.

Área de Concentração: Engenharia de Construção Civil e Urbana Orientador:

Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr.

São Paulo

2016

Esteexemplarfoirevisadoealteradoemrelaçãoàversãooriginal,sobresponsabilidade

únicadoautorecomaanuênciadeseuorientador.

SãoPaulo,04demaiode2016.

Assinaturadoautor: _________________________________________________

Assinaturadoorientador: _________________________________________________

Catalogação-na-publicação

Honda, Wilson Saburo Certificação da Sustentabilidade de Edifícios de Escritórios Corporativos no

Brasil / W. S. Honda -- versão corr. -- São Paulo, 2016. 172 p.

Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Departamento de Engenharia de Construção Civil.

1.Construção Civil 2.Edifícios de Escritórios 3.Sustentabilidade I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Construção Civil II.t.

i

ÀminhaesposaElianaeaosmeusfilhosMarianaeMatheuspeloapoio,paciênciaeinspiraçãoparaarealizaçãodessesonho.Aosmeuspaiseirmãos,grandesincentivadoresemtodasasetapasdaminhavida.

ii

AGRADECIMENTOS

AoProfessorDr.JoãodaRochaLimaJrpelailuminadaorientação,constanteestímuloeensinamentosvaliososparaodesenvolvimentodessa tese,aosprofessoresDra.ElianeMonettieDr.CláudioTavaresdeAlencarpelosconhecimentostransmitidos.ÀTakaokapeloincentivoeaoportunidadeparaarealizaçãodestetrabalho,emespecialaosamigosMarceloVespoliTakaoka,TherezinhaVespoliTakaoka,MariaTeresaVespoliTakaoka, Douglas Tevis, Sandra Regina Rampinelli, Denis de Almeida Corazza eHenriqueJunInoue.Aos amigos Mauro Shiraishi Moraes, Kátia Satiko Shiraishi Moraes, Carlos EduardoTakeshi Saiki e Luciane Hirota pelo apoio, incentivo e compreensão na importânciadesteprojeto.AosamigosAntonioCarlosdeAbreuSodré,PaolaTorneriPortoeGláuciaEstherSatopelasrecomendaçõeseconstantescobrançasparaaconclusãodestetrabalho.Aosprofissionaisquetransmitiramconhecimentosfundamentais,especialmenteparaosamigos Ricardo Vasconcelos, Diana Csillag, Marcia Menezes e Clarissa Turra quecompartilharamasdificuldadeseosdesafiosdaconstruçãomaissustentáveis.

iii

Tudooquesomoséresultadodenossospensamentos.Buda

iv

RESUMO

Ocrescimentoindustrial,comercialedeserviçostrazparaassociedadesmaisevoluídas

uma série de benefícios, como o desenvolvimento econômico e o crescimento

populacional, aliados a maiores oportunidades de emprego e renda. Entretanto, pela

falta de uma consciência mais apurada sobre os possíveis impactos negativos desse

ritmoaceleradodecrescimento,acaba-severificandoumasériedeproblemassociaise,

sobretudo,ambientais.Emrazãodisso,nasúltimasdécadas,constata-seapreocupação

dealgunssetoresdasociedadenabuscadodesenvolvimentofundamentadoempráticas

maissustentáveis.

Isso não tem sido diferente no setor da construção civil. A preocupação com a

sustentabilidadenosempreendimentosétemaefocodediversoseventos,tantonomeio

acadêmico,comonoprofissionalegovernamental.

Particularmente, o segmento demercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS tem

sido alvo de pressãopara o uso de práticasmais sustentáveis em todo o seu ciclo de

vida. Para aferir a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, muitas

empresas do setor buscam certificações de origem estrangeira, que possuem certas

limitaçõesemsuaaplicabilidadenoBrasil,asquaissãodiscutidasnessetrabalho.

Neste contexto, essa tese visa à construção da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE

EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSnoBrasil,queéoportunaenecessáriaparatratar

das condições de contorno e de realidade nacional. Para isso, foram realizados:

[i] levantamento do estado da arte deste tema; [ii] entrevistas com formadores de

opinião; [iii] visitas em EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS relevantes para as

arbitragens iniciais; [iv] construção do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO; [v] testes de

validação, calibragem e atualizações do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO; [vi] rotinas para

emissãodaQUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADOdoedifício.

A CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS no Brasil

seráoferecidapeloNúcleodeRealEstatedaEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSão

Paulo, assim comoocorre como Sistemade Certificação daQualidade deEdifícios de

EscritóriosnoBrasil.

v

ABSTRACT

Theindustrial,commercialandservicegrowthprovidedthedevelopedsocietieswithmany

benefits, such as the economic development and the population increase, along with

greater work and income opportunities. However, due to the lack of a better

understanding about any possible negative impacts the fast growth pace createdmany

socialandenvironmentalissues.Becauseofthat,inthelastyears,therehasbeenagreater

concernofafewsocietygroupsaimingatusingmoresustainablepractices.

Thecivilconstructionsegmenthasbeennodifferent.Theconcernwithsustainability isa

primary topic of several corporate events, either academically, professionally and

governmentally.

Especially theOfficeBuildingsmarkethasbeena target for theuseofmore sustainable

practices,bothinitsdesign,project,implementation,operationandrevitalization.Inorder

to measure the sustainability of Office Buildings, many companies seek for foreign

certificates,withspecificlimitationsasfortheiruseinBrazil,whichwillbedetailedinthis

paper.

Inthiscontext,thisThesisaimsatdesigningasystemfortheSUSTAINABILITYCERTIFICATEOF

OFFICESBUILDINGS inBrazil, convenientandneeded to treat thenational conditions.That

required:[i]abibliographicalresearchonthetopic;[ii]interviewswithinfluentpeoplein

therealestatesegment;[iii]visitstorelevantOFFICESBUILDINGSfortheinitialarbitrations;

[iv]building theCLASSIFICATIONSYSTEM; [v] setting theprocedures, rulesandroutine,with

validationtestsforCLASSIFICATIONSYSTEM;[vi]routineforQualificationandCertificate.

TheSUSTAINABILITYCERTIFICATEOFOFFICESBUILDINGSinBrazilwillbeofferedbytheNúcleode

Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, as well as with the

CertificationSystemofOfficeBuildingQualityinBrazil.

vi

SUMÁRIO

RESUMO__________________________________________________________________________________________IVABSTRACT________________________________________________________________________________________VSUMÁRIO__________________________________________________________________________________________VIFIGURAS________________________________________________________________________________________VIIIGRÁFICOS_________________________________________________________________________________________IXTABELAS__________________________________________________________________________________________XEQUAÇÕES________________________________________________________________________________________XIANEXOS__________________________________________________________________________________________XIIABREVIATURASESIGLAS________________________________________________________________________XIII1 INTRODUÇÃO_________________________________________________________________________________11.1 Justificativa.......................................................................................................................................................11.2 MetaseResultados.........................................................................................................................................41.3 LimitaçãodoTema.........................................................................................................................................61.4 Oportunidades.................................................................................................................................................71.5 Objetivos............................................................................................................................................................71.6 Metodologia......................................................................................................................................................81.7 Organizaçãodatese.....................................................................................................................................10

2 DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL__________________________________________________________153 OMERCADODEREALESTATE______________________________________________________________213.1 CulturaConstrutiva......................................................................................................................................213.1.1 OPatamardaQualidade.............................................................................................................................................223.1.2 EuforianoMercadodeRealEstate.........................................................................................................................243.1.3 PatamardaSustentabilidade....................................................................................................................................29

3.2 AnálisedoCiclodeVida..............................................................................................................................313.2.1 AnálisedoCustodoCiclodeVida............................................................................................................................32

3.3 BuildingInformationModeling(BIM)...................................................................................................333.4 DesempenhodosMateriaisedosEmpreendimentos......................................................................38

4 CONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL__________________________________________________________424.1 BottomLine:Ambiental..............................................................................................................................424.1.1 Energia................................................................................................................................................................................424.1.2 Água......................................................................................................................................................................................464.1.3 Materiais.............................................................................................................................................................................484.1.3.1 SeleçãodeMateriais.............................................................................................................................................494.1.3.1.1 MadeiraLegal_____________________________________________________________________________50

4.1.3.2 Transporte,RecebimentoeArmazenamentodeMateriais.................................................................514.1.4 ResíduosSólidos...............................................................................................................................................................524.1.5 Clima.....................................................................................................................................................................................53

4.2 BottomLine:Social.......................................................................................................................................544.3 BottomLine:Econômico.............................................................................................................................554.3.1 OsCustosdeImplantaçãodaConstruçãoMaisSustentável........................................................................564.3.2 AsDespesasOperacionaisdaConstruçãoMaisSustentável........................................................................584.3.3 OsPreçosdeLocaçãodeEdifíciosdeEscritóriosMaisSustentáveis........................................................66

vii

4.4 Desempenho:Legal......................................................................................................................................704.5 Desempenho:Conforto...............................................................................................................................714.6 Desempenho:Integração............................................................................................................................724.7 Iniciativas........................................................................................................................................................734.7.1 ConselhoBrasileirodeConstruçãoSustentável................................................................................................734.7.2 SeloCasaAzul...................................................................................................................................................................774.7.3 ProcelEdificaçõesePBEemEdificações..............................................................................................................77

5 CERTIFICAÇÕESAMBIENTAISPARAEEC ____________________________________________________815.1 EstadoAtualnoBrasil.................................................................................................................................815.2 Leed...................................................................................................................................................................835.3 Aqua...................................................................................................................................................................845.4 LimitaçõesdasCertificaçõesAmbientais.............................................................................................85

6 REFERENCIAISDASUSTENTABILIDADEDEEEC______________________________________________876.1 DesempenhodosEdifíciosdeEscritóriosCorporativos..................................................................876.2 PerformancedosEdifíciosdeEscritóriosCorporativosnoCicloOperacional........................906.2.1 PopulaçãoeveículosdoiTowerConsumodeEnergiaElétrica..................................................................936.2.2 ConsumodeÁgua............................................................................................................................................................96

6.3 ReferenciaisdaSustentabilidadeparaEEC.........................................................................................997 CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC_______________________________________________1017.1 SistemaparaClassificação......................................................................................................................1027.1.1 MatrizdeAtributos.....................................................................................................................................................1037.1.1.1 MetodologiadaMatrizdeAtributos...........................................................................................................1037.1.1.2 1aFase-Piloto......................................................................................................................................................1047.1.1.2.1 EstruturaçãodoProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOS___________________________________1057.1.1.2.2 Seleçãodeparticipantes________________________________________________________________1057.1.1.2.3 JulgamentodoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS_____________________________________1067.1.1.2.4 Interpretaçãodosresultados___________________________________________________________1097.1.1.2.5 ProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada_____________________________________110

7.1.1.3 1aAnáliseCrítica.................................................................................................................................................1107.1.1.4 2aFase–Definitivo.............................................................................................................................................1117.1.1.4.1 EstruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS__________________________________________________1117.1.1.4.2 Seleçãodosparticipantes_______________________________________________________________1147.1.1.4.2.1 PerfildosParticipantes___________________________________________________________114

7.1.1.4.3 JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS____________________________________________________1177.1.1.4.4 InterpretaçãodosResultados __________________________________________________________1187.1.1.4.5 MATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada____________________________________________________118

7.1.1.5 2aAnáliseCrítica.................................................................................................................................................1217.1.2 ClassificaçãodosEdifícios........................................................................................................................................1227.1.2.1 AferiçãodaEscaladeClassificação.............................................................................................................125

7.1.3 ComitêdeClassificação.............................................................................................................................................1267.2 QualificaçãoeCertificado.......................................................................................................................1287.3 AtualizaçõesdoSistemaparaClassificação......................................................................................1287.4 ValidadedaQualificaçãoedoCertificado.........................................................................................131

8 CONSIDERAÇÕESFINAIS____________________________________________________________________1339 REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS____________________________________________________________13510ANEXOS____________________________________________________________________________________144

viii

FIGURAS

Figura1Metodologiadatese......................................................................................................................................................8Figura2Tema:MercadodeRealEstate.............................................................................................................................11Figura3Tema:ConstruçãoMaisSustentável..................................................................................................................12Figura4Tema:CertificaçõesAmbientais...........................................................................................................................12Figura5Tema:ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC...........................................................................................13Figura6Tema:CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC.............................................................................................14Figura7IPD–ProcessoTradicionalXProcessoIntegrado.......................................................................................36Figura8CurvadeMacLeamy..................................................................................................................................................37Figura9Desempenhoaolongodotempo..........................................................................................................................40Figura10Desempenhodoempreendimentoaolongodasuavidaútil................................................................41Figura11Consumodeenergiaporregiões.......................................................................................................................88Figura12EstruturaparaaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC....................................................................102Figura13CoredaMATRIZDEATRIBUTOS............................................................................................................................103Figura14EtapasparaelaboraçãoevalidaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS...........................................................104

ix

GRÁFICOS

Gráfico1-PopulaçãoBrasileira:urbanaerural............................................................................................................16Gráfico2-ExpansãodoCréditoImobiliáriocomfundingdapoupança..............................................................24Gráfico3-DescolamentodoINCC-DIemrelaçãoaoIPCA.........................................................................................27Gráfico4-EvoluçãodoIFIX,IMOBeIBOVESPA..............................................................................................................28Gráfico5-Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizenergéticabrasileira...............................................42Gráfico6-Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizdeenergiaelétricabrasileira..............................43Gráfico7-EmissõesdeCO2percapita.................................................................................................................................54Gráfico8-IncrementodecustoparaaimplantaçãodeumEdifícioMaisSustentável.................................58Gráfico9-DespesadeCondomínio.......................................................................................................................................62Gráfico10-Contasdeconsumodasáreascomuns–BlocosAeB..........................................................................63Gráfico11-ContasdeConsumodasÁreasComuns–BlocosCeD.........................................................................64Gráfico12-Contasdecondomínioajustadopormeiodeparâmetros–BlocosAeB...................................65Gráfico13-Contasdeconsumo–BlocosCeD................................................................................................................66Gráfico14-PreçosdeLocaçãodosEdifíciosdeEscritóriosnaCidadedeSãoPaulo.....................................70Gráfico15-PopulaçãoetaxadeocupaçãodoiTower.................................................................................................92Gráfico16 -Consumodeenergiaelétricadasáreascomunsedosistemadearcondicionado

privativodoiTower.......................................................................................................................................................94Gráfico17-ConsumodeEnergiaeTemperaturadoiTower....................................................................................95Gráfico18-ConsumodeáguatotaldoiTower................................................................................................................96Gráfico19-DesempenhonoConsumodeÁguaporABLdoiTower......................................................................97Gráfico20-DesempenhonoConsumodeÁguapelapopulaçãodoiTower.......................................................98Gráfico21-TaxadeConsumodeÁguaPotáveledeÁguadeReúsodoiTower...............................................99GRÁFICO22-EscalaparacomparaçãodosATRIBUTOS.................................................................................................109Gráfico23-Tempodeexperiênciaprofissionaldosparticipantesdapesquisa.............................................115Gráfico24-Cargosdosparticipantesdapesquisa.....................................................................................................116Gráfico25-Escolaridadedosparticipantes..................................................................................................................116Gráfico26-Formaçãodosparticipantes........................................................................................................................117Gráfico27-NíveldosCritériosAHP-AtributosHierarquizados..........................................................................119

x

TABELAS

Tabela1CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosAeB......................................................................62Tabela2CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosCeD......................................................................63Tabela3ParâmetrosparaconversãonoProtótipodeEmpreendimento...........................................................65Tabela4PreçosdeLocaçãonaCidadedeSãoPaulo....................................................................................................69Tabela5MATRIZDEATRIBUTOS:ATRIBUTOS;CRITÉRIOSdeAPLICAÇÃO,AVALIAÇÃOeMONITORAMENTO............113Tabela6MatrizdeAtributosHierarquizados...............................................................................................................120Tabela7ImportânciadosAtributos,percebidapelosparticipantes..................................................................121TABELA8ESCALADENOTA...........................................................................................................................................................122Tabela9NotadoAtributo......................................................................................................................................................123Tabela10DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício..........................................................................................123TABELA11ESCALADECLASSIFICAÇÃO........................................................................................................................................125Tabela12AferiçãodaEscaladeClassificação..............................................................................................................126

xi

EQUAÇÕES

EQ(1)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaTotalpelaABL.................................................................95EQ(2)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaABL.......................................................................95EQ(3)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaPopulaçãoFixa...............................................96EQ(4)-DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricadaÁreaComum.............................................................96EQ(5)-DesempenhodoConsumodeáguaporABL......................................................................................................97EQ(6)-DesempenhodoConsumodeáguapelapopulação.......................................................................................97EQ(7)-NotadoAtributo........................................................................................................................................................123EQ(8)-DesempenhodaSustentabilidadedoAtributo..............................................................................................124EQ(9)-DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício................................................................................................124

xii

ANEXOS

ANEXO1MatrizdeAtributos–AtributoseCritériosdeDesempenho.................................................................145ANEXO2PesosdosCritériosdeDesempenho.................................................................................................................163ANEXO3AsEtapasparaAplicaçãodoAHP....................................................................................................................167ANEXO4ParticipantesdaPesquisadaMatrizdeAtributos....................................................................................172

xiii

ABREVIATURAS E SIGLAS

ABL ÁreaBrutaLocávelACCV AnálisedoCustodoCiclodeVidaACV AnálisedoCiclodeVidaACV-m AvaliaçãodoCiclodeVidamodularAHP AnalyticHierarchyProcessAQUA AltaQualidadeAmbientalANEEL AgênciaNacionaldeEnergiaElétricaAnvisa AgênciaNacionaldeVigilânciaSanitáriaATRIBUTOS AtributosMaisSustentáveisBaseline LinhadeBaseBENCKMARKS IndicadoresdeDesempenhoOperacionalBIM BuildingInformationModelingBM&F-Bovespa BolsadeValores,MercadoriaseFuturosdeSãoPauloBMS BuildingManagementSystemBRICS Brasil,Rússia,Índia,ChinaeÁfricadoSulCaixa CaixaEconômicaFederalCBCS ConselhoBrasileirodeConstruçãoSustentávelCDURP CompanhiadeDesenvolvimentoUrbanodaRegiãodoPortodoRiode

JaneiroCerflor CertificaçãoFlorestalCLT ConsolidaçãodasLeisdeTrabalhoCTEnergia ComitêTemáticodeEnergiadoCBCSCTMateriais ComitêTemáticodeMateriaisdoCBCSCONAMA ConselhoRegionaldoMeioAmbienteDelphi MétodoDelphiDGNB DeutscheGesellschaftfurNachhaltigesBauenDOF DocumentodeOrigemFlorestalECO’92 ConferênciadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbienteeDesenvolvimentoEEC EDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSENCE EtiquetaNacionaldeConservaçãodeEnergiaERE EmpresasdeRealEstatequeatuamnosegmentodeempreendimentos

paravendaDEO DesempenhoEnergéticoOperacionaldoCBCSDSE DesempenhodaSustentabilidadedoEdifícioFSC ForestStewardshipCouncilGEE GasesdeEfeitoEstufaGEPE-RES GrupodeEnsino,PesquisaeExtensãoUniversitária–RealEstateHIS HabitaçõesdeInteresseSocialHQE HauteQualitéEnvironnementaleIBGE InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatísticaIFIX ÍndicedeFundosdeInvestimentosImobiliáriosdaBM&FBOVESPAIMOB ÍndiceBM&FBOVESPAImobiliárioINCC-DI ÍndiceNacionaldeCustodaConstruçãodoMercado–Disponibilidade

InternaINMETRO InstitutoNacionaldeMetrologia,QualidadeeTecnologiaIPCA ÍndiceNacionaldePreçosaoConsumidorAmploISO InternacionalOrganizationofStandardization

xiv

IPO InitialPublicOffering–OfertaPúblicadeAçõesLCA LifeCicleAnalisysLCCA LifeCostCycleAnalysisLEED LeadershipinEnergyandEnvironmentalDesignNRE-POLI NúcleodeRealEstatedaEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPauloOMS OrganizaçãoMundialdaSaúdeONS OperadorNacionaldoSistemaONU OrganizaçãodasNaçõesUnidasOscip OrganizaçãodaSociedadeCivildeInteressePúblicoPBE ProgramaBrasileirodeEtiquetagemPBQP-H ProgramaBrasileirodeQualidadeeProdutividadenoHabitatPIB ProdutoInternoBrutoPMO PlataformadeMonitoramentoOperacionalPMOC PlanodeManutençãoeOperaçãoeControlePNUMA ProgramadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbientePOLI-USP EscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPauloPROCELEDIFICAOUPROCELEDIFICAÇÕES ProgramaNacionaldeEficiênciaEnergéticaemEdificações

PRÓ-ÁLCOOL ProgramaNacionaldoÁlcoolQAI QualidadedoArInternoRD REPRESENTANTEDADIREÇÃOROD ResultadoOperacionalDisponívelSabesp CompanhiadeSaneamentoBásicodoEstadodeSãoPauloSGE SistemasdeGerenciamentodosEmpreendimentosSGA SistemadeGestãoAdministrativaSIMD SistemadeIntegraçãodeMídiaDigitalSistemaDOF SistemaDocumentodeOrigemFlorestalSmartGrid SistemadeRedesInteligentesSmartMeter TecnologiasdeMediçãoInteligenteSushi SustainableSocialHousingInitiativeVGV VolumeGeraldeVendasVOC CompostoOrgânicoVolátilVolumeMorto VolumeabaixodacaptaçãodasbombasdoSistemaCantareiraUN UnitedNationsUNEP UnitedNationsEnvironmentProgrammeUSP UniversidadedeSãoPaulo

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

As discussões sobre a sustentabilidade no mercado imobiliário têm mobilizado sua

cadeiacomoumtodo,tantonomeioacadêmicoeprofissionalcomonogovernamental,

envolvendo desde projetistas, fornecedores, distribuidores, comerciantes, prestadores

de serviços, construtores, concessionárias, universidades, governos, instituições não

governamentaisatéusuários.

O conhecimento de toda a cadeia é ramificado pela multidisciplinaridade dos

profissionais envolvidos. Isso porque a sustentabilidade tem relevância em diversas

dimensões que abordam, no mínimo, aspectos relacionados às questões sociais,

ambientaiseeconômicas(TrippleBottomLine).

Neste ambiente de conhecimento multidisciplinar, em agosto de 2007, algumas

lideranças empresariais, pesquisadores, consultores, profissionais atuantes e

formadoresdeopiniãoarticularamaconstituiçãodoConselhoBrasileirodeConstrução

Sustentável(CBCS),comoobjetivodecontribuirparaapromoçãododesenvolvimento

sustentávelpormeiodageraçãoedisseminaçãodoconhecimentoedamobilizaçãoda

cadeiaprodutivadaconstruçãocivil.

Para o Comitê de Avaliação de Sustentabilidade (2009) do CBCS, os sistemas de

avaliação e, quando pertinente, certificação ambiental, ou de sustentabilidade de

empreendimentos, têmporobjetivodefinir e estruturar categoriasdepreocupações e

requisitos, indicadores e critérios de desempenho que permitam avaliar se um dado

empreendimento, ao longo do seu ciclo de vida, responde à agenda ambiental e de

sustentabilidadedeumdadolocal,emumdadomomento.

As mudanças na Linha de Base (Baseline) para desempenho mínimo aceitável da

sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS (EEC) só ocorrem com

alteraçõesnasdemandasdomercado,quepodemserclassificadascomo:

2

i. DEMANDAS VOLUNTÁRIAS: O mercado impõe pressão sobre o referencial da

qualidade da sustentabilidade de um produto para a sua inserção, que,

consequentemente,alteraaBaselinerelacionadaaumdeterminadoaspecto,local

emomento.

ii. DEMANDASCOMPULSÓRIAS:Estãorelacionadasàsalteraçõeslegaisnodesempenho

mínimo, sejam no âmbito federal, estadual ou municipal, na forma de leis,

decretos,portarias,normasetc.

O desempenho sob a ótica da sustentabilidade de empreendimentos ao longo do seu

ciclo de vida, ou seja, desde a aquisição do terreno, concepção, projeto, implantação,

operaçãoatéasuarevitalização,étemaefocodediversoseventoseseminários,tanto

nomeioacadêmicoeprofissionalcomonogovernamental.

SegundodadosdoBalançoEnergéticoNacional,EPE(2013),osedifíciosconsomem40%

da energia elétrica produzida no Brasil. Diante desta importância no consumo de

energiaelétrica, esse temaédinamicamentedebatidonoprimeiro, segundoe terceiro

setor,abrindooportunidadesparaimplementarsistemasetécnicasmaiseficientespara

reduçãodoconsumodeenergia.

Particularmente, omercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS tem sido alvo de

pressãoparaousodepráticasmaissustentáveisemtodooseuciclodevida.Paraaferir

a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, grande parte das

incorporadoras atuantes no setor busca certificações de origem estrangeira, que

possuemcertaslimitaçõesparaaaplicabilidadenocontextobrasileiro.

AsduasprincipaiscertificaçõesquemaissedestacamnoBrasilsão:

i. LeadershipinEnergyandEnvironmentalDesign(Leed):métododesenvolvido

nosEUA,presentedesde2005noBrasil.Aprimeiracertificaçãonopaísocorreu

em2007;

ii. AltaQualidadeAmbiental(Aqua):origináriodométodofrancêsHauteQualité

Environnementale (HQE), foi lançado em 2008 no Brasil e sua primeira

certificaçãoocorreuem2009.

3

Essascertificaçõesambientaisavaliamdiferentestipologiasdeempreendimentos,sejam

imobiliáriosoudebaseimobiliária,desderesidênciasebairrosresidenciaisatéhotéis,

shoppingcenters,centrosdeconvenções,escolaseescritórioscomerciais.

Destaca-se amaior demanda por certificações nomercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOS

CORPORATIVOS. Isso se deve ao fato de que diversas empresas preocupam-se com a

sustentabilidade de suas operações e, principalmente, com as estratégias de seus

negócios,razãopelaqualbuscamseinstalaremempreendimentosmaissustentáveis.

Outras iniciativas indutorasdaavaliaçãodasustentabilidadeemempreendimentosno

paísestãoemdesenvolvimento,taiscomo:

i. EtiquetaNacionaldeConservaçãodeEnergia(ENCE),doProgramaNacional

deEficiênciaEnergéticaemEdificações(PROCELEDIFICA):instituídaem2003,

promove o uso racional da energia elétrica em edificações, incentivando a

conservaçãoeousoeficientedosrecursosnaturais,comointuitodereduziros

desperdícioseosimpactosnomeioambiente.OPROCELEDIFICAtemporobjetivo

desenvolveratividadesparaadivulgaçãoeoestímuloàaplicaçãodosconceitos

deeficiênciaenergéticaemedificações,apoiaraviabilizaçãodaLeideEficiência

Energética (10.295/2001)e contribuir comaexpansãodeste conceitono setor

deedificações, reduzindoos custosoperacionaisnaconstruçãoeutilizaçãodos

imóveis.

ii. SELOCASAAZUL, daCaixaEconômica Federal: lançadoemjunhode2010,visa

reconhecere incentivarpráticasde sustentabilidade, sendoum instrumentode

classificaçãosocioambientaldeprojetosdeempreendimentoshabitacionaisque

busca reconhecer os empreendimentos que adotam soluções mais eficientes

aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à manutenção das edificações,

objetivando o uso racional de recursos naturais e a melhoria da qualidade da

habitaçãoedeseuentorno.OSELOCASAAZULseaplicaatodosostiposdeprojetos

deempreendimentoshabitacionaisapresentadosàCaixaEconômicaFederalpara

financiamentoounosprogramasderepasse.

iii. COMITÊDEAVALIAÇÃODESUSTENTABILIDADEdoCBCS:temcomoobjetivocontribuir

paraodesenvolvimentoeavalorizaçãodeferramentasdeavaliaçãodeprodutos

eempreendimentosalinhadascomascaracterísticasenecessidadesbrasileiras.

4

O alcance atual destes sistemas para classificação da sustentabilidade de EDIFÍCIOS DE

ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSnoBrasilaindaépequenoegeograficamenteconcentradonas

cidadesdeSãoPauloeRiodeJaneiro.

Diantedocenárioapresentado,odesenvolvimentodaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE

DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS (CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC), por

entidade reconhecida nacionalmente, como o Núcleo de Real Estate da Escola

Politécnica da USP (NRE-POLI), permitirá avaliar adequadamente a qualidade dos

Atributos Mais Sustentáveis (ATRIBUTOS) no empreendimento, podendo se tornar um

referencialparaempreendedores,corretores,projetistas,construtoreseusuários.

O NRE-POLI possui notória experiência na prestação de serviços à comunidade,

orientadaparaaeconomiaeosnegóciosnoâmbitodorealestate.Onúcleodestaca-se

peloseudesenvolvimentoeevoluçãocontínuapormeiodosestudosepesquisasdeseu

grupodeprofessoresepesquisadoresemprogramasdepós-graduação,possibilitando

sinergiaentreosetoracadêmicoeoprofissional.

Em 2004, o NRE-POLI desenvolveu um Sistema para Classificação da Qualidade de

EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS. Até setembro de 2015, este sistema tinha 58

edifícios certificados, representando mais de 700.000 m² de área privativa. Ele não

penetra na questão da sustentabilidade, e será, de certa forma, complementado com

estetrabalho.

1.2 METASERESULTADOS

ACERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EECpossibilitaráclassificaroestadodoedifícioem

relaçãoaoseuDESEMPENHODASUSTENTABILIDADEDOEDIFÍCIO(DSE),pormeiodaavaliação

da qualidade dos ATRIBUTOS que encontram-se no empreendimento, conforme um

conjuntodeprocedimentos,regrasecritériosestabelecidosnoSISTEMADECLASSIFICAÇÃO,

apresentadasnoCapítulo7, tendoemvistaatenderàsnecessidadesdosusuários,dos

operadores, dos empreendedores e da comunidade ao longo do ciclo de vida do

empreendimento.

As necessidades do usuário e dos operadores estão mais associadas ao conforto do

ambienteconstruídoedodesempenhooperacionaldoempreendimento,poisesperam

5

obter mais eficiência e menor despesa de condomínio em relação aos edifícios

convencionais, até porque estas características podem ser diferenciais na decisão do

usuárionaescolhadoimóvel.

Asnecessidadesdosempreendedoresestãorelacionadasaodesempenhomercadológico

do edifício frente aos empreendimentos que disputam o mesmo nicho de mercado.

Certamente,osempreendedorespoderãoinduzirouaomenosprovocarosprojetistase

osconstrutoresaadotarsoluçõesepráticasmaissustentáveisnosentidodetornarseu

produtomaiscompetitivo.

Asnecessidadesdoentornodoedifício,sejanaescaladobairrooudainfluênciadoseu

impacto nomundo, bem como as restrições e exigências legais, foram aqui colocadas

comonecessidadesdacomunidade.

A CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC pode trazer sistemas complementares para o

mercadodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS:

i. a construção da PLATAFORMA DO MONITORAMENTO OPERACIONAL (PMO) que

utilizarátecnologiasdemediçãointeligenteparacoletaretransmitirosdados

operacionais 1 dos EECs com CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC, e,

posteriormente,armazena-losemambientecloudcomputing.;

ii. osdadosoperacionais,capturadospelaPMO,serãotratadosestatisticamente

paraaconstruçãodosindicadoresdedesempenhooperacionaldestenichode

mercado (BENCHMARKS), que serãodisponibilizados aomercadopormeiodo

NRE-POLI, semcomprometerosigiloesegurançadosdadosdecadaedifício

certificado;

iii. os edifícios certificados deverão dispor de monitores ou de painéis no(s)

elevador(es) ou no(s) hall(s) da(s) área(s) comum(ns), onde serão

conectados comoSISTEMADEINTEGRAÇÃODEMÍDIADIGITAL (SIMD), controlado

pelo NRE-POLI, que transmitirá matérias relacionadas ao desempenho do

edifício em relação às práticas usuais do mercado de EEC, bem como,

disponibilizar conteúdo e notícias relacionadas à sustentabilidade no

ambiente do real estate. O objetivo do SIMD é impactar e conscientizar os

1Osdadosoperacionaispodemser:consumodeenergia,deágua, fluxodepessoasfixasedeflutuantes,fluxodeveículosfixosedevisitantes,dadosmeteorológicosetc.

6

usuários, os visitantes e os operadores da importância de se criar um

ambientemaisparticipativoesustentávelnociclooperacionaldoedifício.

iv. formar o GRUPOTÉCNICO, composto por profissionais domercado de EECs e

membros do NRE-POLI, cujo objetivo é promover a disseminação do

conhecimentododesempenhooperacionaledasustentabilidadedomercado

deEECs,apartirdosdadosdaPMO,dosBENCHMARKSedaprópriaexperiência

dos membros participantes do GRUPO TÉCNICO, assunto que é discutido no

Capítulo7.1.2,

v. aPMO,osBENCHMARKS,SIMDeoGRUPOTÉCNICOsãosistemascomplementares

da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC, que possibilitarão aos

empreendedores, construtores, projetistas, operadores e usuários

perceberem commaior acuidade o ambiente mais sustentável ao longo do

ciclodevidadoempreendimento,sejanaconcepção, implantação,usoeaté

nasuareadequação;

1.3 LIMITAÇÃODOTEMA

Aspossíveislimitaçõesdessatesesão:

i. a CERTIFICAÇÃODA SUSTENTABILIDADE–EEC é inadequada para classificar outra

tipologia de empreendimento (hotel, shopping center, edifício residencial,

edifícioescolaretc.).Issoporqueoreferencialdasustentabilidadedoedifício

empregado nas análises está relacionado ao uso na sua operação, que não

pode se confundir com aspectos próprios de outros tipos de

empreendimento. No entanto, nada impede que este trabalho seja uma

referência na construção de outros sistemas para classificação de outras

tipologiasdeempreendimentosnoBrasil;

ii. a MATRIZ DE ATRIBUTOS foi construída com base em pesquisa bibliográfica,

avaliaçãoevalidaçãoemedifíciosjáemoperação,semexceção,entretodosos

participantesdapesquisa, a fimdehierarquizarosATRIBUTOS,maspodeser

queelanãoabranjatodososrequisitosestabelecidosempráticasrecorrentes,

normaseleisdeumadeterminadalocalização;

7

iii. o SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO necessitará de atualizações quando ocorrerem

mudançasnaBaselinedodesempenhodasustentabilidadedeEEC,sejamelas

voluntáriasoucompulsórias;

iv. no início da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC, alguns BENCHMARKS não

estarãodisponíveiscomoreferênciadosCritériosdeDesempenho, sejapela

inexistênciaouinsuficiênciadedadosdeedifícioscertificadospeloNRE-POLI,

requerendoousodeinformaçõesnacionaiseinternacionaisforadoambiente

donúcleo.

1.4 OPORTUNIDADES

Este trabalho poderá ser um referencial para a construção de novos sistemas para

classificaçãodasustentabilidadeemoutrastipologiasdeempreendimentosnoBrasil.

Com isso será possível criar outras Plataformas de Monitoramento Operacional,

Benchmarksdodesempenhooperacional,SistemasdeIntegraçãodeMídiaDigitalpara

outras tipologias de empreendimentos imobiliários ou de base imobiliária, o que

auxiliaráempreendedores,projetistas, construtores,operadoreseusuários, em todoo

ciclodevidadoempreendimento.

1.5 OBJETIVOS

OobjetivodessatesededoutoradoéaconstruçãodaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-

EEC.Paraisso,foirealizadoolevantamentodoestadodaartedestetema,alémdevisitas

epesquisasparaidentificarodesempenhodeEECrelevanteparaasarbitragensiniciais

daMATRIZDEATRIBUTOS.

AMATRIZDEATRIBUTOSfoiavaliadaporprofissionaisdestesegmentodemercado,como

objetivo de hierarquizar os ATRIBUTOSmais importantes na decisão do usuário em se

instalaremumEECmaissustentável.

Além disso, foram elaborados procedimentos, regras, critérios, testes de validação,

calibragem,atualizações,mecanismosparareciclagemeaprimoramentodoSISTEMAPARA

CLASSIFICAÇÃO. Ao final desse processo, foram definidas as rotinas para emissão e

validadedaQUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADO.

8

A CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC será oferecida pelo NRE-POLI, assim como

ocorrecomoSistemadeCertificaçãodaQualidadedeEdifíciosdeEscritóriosnoBrasil.

1.6 METODOLOGIA

Ametodologiadepesquisadapresenteteseestáestruturadaemtrêsetapas,conforme

apresentadonaFigura1-Metodologiadatese.

Fonte:AutorFigura1 Metodologiadatese

Conhecimento*Prévio* Condições*de*Contorno* Obje6vos*

***Etapa*(i)*

***Etapa*(ii)*

***Estado*da*Arte*Mercado*de*Real*Estate*

Construção*civil*mais*sustentável**Cer6ficações*da*sustentabilidade*de*EEC*existentes*

Metodologia*do*Sistema*de*Classificação*da*Avaliação*da*Sustentabilidade*de*EEC*

Referenciais*da*sustentabilidade*de*EEC*

***Etapa*(iii)*!!!Cer%ficação!da!Sustentabilidade!5!EEC!!!!!!

Sistema*para*Classificação*

Procedimentos,*regras*e*ro6nas*para*as*atualizações*do*Sistema*para*Classificação*e*

critérios*para*emissão*e*validade*da*Qualificação*e*do*Cer6ficado*

Entrevistas*e*visitas*em*EEC*

Comitê!de!Classificação!

Classificação!dos!Edi9cios!

Matriz!de!Atributos!

9

Na Etapa (i), foram estudados os elementos que permitiram agregar o conhecimento

prévio, a apreensão e a uniformização dos termos e conceitos acerca do tema,

contemplandoaspráticasmaissustentáveiseassuaslimitações,aplicadasnosetorda

construção civil, mais especificamente no segmento de mercado de EDIFÍCIOS DE

ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS. Partindo deste conhecimento prévio do tema foi possível

identificarascondiçõesdecontornoedetalharcommaiorprofundidadeosobjetivosda

pesquisa.

NaEtapa(ii)foilevantadooestadodaartedomercadoderealestate,daconstruçãocivil

maissustentáveledascertificaçõesambientaisdeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

Esses levantamentos foram feitos pormeio de dados coletados em artigos publicados

em journals ou eventos científicos, monografias, dissertações e teses, bem como com

formadoresde opiniãoque atuamno ambientedasdiscussõesda sustentabilidadeno

setor da construção civil e dos profissionais ligados ao segmento de EDIFÍCIO DE

ESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

Nessa etapa, evidenciou-se a abrangência do tema em nívelmundial, o que impôs a

necessidade de se trabalhar com publicações nacionais e estrangeiras. Entretanto, a

bibliografiaestrangeiraapresentacertas limitaçõesemfunçãodeeventuaisdiferenças

regionais,comoemaspectoslegaiseculturais,naconcepçãodeimpactoambientalenas

característicasmercadológicas.

É importante ressaltar que o Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da

UniversidadedeSãoPaulo (NRE-POLI),disponibiliza trabalhosacadêmicosna linhade

pesquisa de empreendimentos imobiliários e de base imobiliária, na qual estuda o

planejamento, os padrões de qualidade e os indicadores da qualidade dos

empreendimentos,segundoosvetoresmercadológico,financeiro,econômicoederiscos.

Deste modo, as fontes de dados utilizadas alinhadas com os preceitos gerais e as

doutrinaspreconizadaspeloNRE-POLI,comumaanálisecriteriosa,afimdeobterbase

bibliográficaparaodesenvolvimentodotema.

Posteriormente ao levantamento do estado da arte, foram realizadas entrevistas com

formadoresdeopiniãodeste segmentodemercado imobiliário e visitas aEDIFÍCIOSde

10

ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS relevantes para as arbitragens iniciais e identificação dos

ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC.

NaEtapa(iii),oSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOfoiestruturadodeformaaconteraMATRIZDE

ATRIBUTOS,aCLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOSeoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO.

A MATRIZ DE ATRIBUTOS é composta pelos ATRIBUTOS e pelos CRITÉRIOS de APLICAÇÃO,

AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO e DESEMPENHO. Esta composição visa abranger as

necessidadesdosusuários, dos operadores, dos empreendedores e da comunidade ao

longodociclodevidadoempreendimento.

Foinecessárioestudarametodologiamaisadequadaparao julgamentodosATRIBUTOS

comos formadoresdeopiniãoatuantesnestenichodemercado.Emsituaçõesemque

não há disponibilidade de dados históricos ou técnicos adequados, destacam-se o

MétodoDelphieoAnalyticHierarchyProcess(AHP).Comoresultadodestapesquisa,foi

possível hierarquizar e ponderar, segundo o grau de importância percebido pelos

participantes,osATRIBUTOSmais importantesnadecisãodousuárioemse instalarem

umEECcompráticasmaissustentáveis.

Paralelamente,foramdefinidososprocedimentos,regrasecritériosdaCLASSIFICAÇÃODOS

EDIFÍCIOSedoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,bemcomooscritériosparaemissãoevalidadeda

QUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADO.

Por fim, foi realizada a aferição e calibragem da CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS, com a

aplicação do sistema nos edifícios identificados no levantamento de campo como os

maisconceituadoscompráticassustentáveis.

A CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC no Brasil será oferecida pelo NRE-POLI, assim

comojáéfeitoparaoSISTEMADECERTIFICAÇÃODAQUALIDADEDEEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSNO

BRASIL.

1.7 ORGANIZAÇÃODATESE

O presente trabalho está organizado em 5 (cinco) principais temas, igualmente

apresentadosdoCapítulo3aoCapítulo6,asaber:

• 1OTEMA–CAPÍTULO3:MercadodeRealEstate;

11

• 2OTEMA–CAPÍTULO4:ConstruçãoMaisSustentável;

• 3OTEMA–CAPÍTULO5:CertificaçõesAmbientaisdeEEC;

• 4OTEMA–CAPÍTULO6:ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC;

• 5OTEMA–CAPÍTULO7:CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC.

No1oTema–Mercadoderealestate,discutem-seaculturaconstrutivaeaevoluçãodo

mercadoderealestateaolongodasúltimasdécadas,permitindocompreenderoestágio

atual, as perspectivas futuras e as condições de contorno do setor à luz da realidade

brasileira.

Figura2 Tema:MercadodeRealEstate

Para identificaroestágioatual, asperspectivas futurase as condiçõesde contornoda

construção mais sustentável no Brasil, é necessário compreender a interação e a

dinâmicadomercadoderealestatecomosaspectosambientais,sociais,econômicose

legais, além de verificar as principais iniciativas existentes para a adoção de práticas

maissustentáveis,assuntosdiscutidosno2oTema-ConstruçãoMaisSustentável.

Processo

1.CulturaConstrutiva2.EvoluçãodoSetor

Resultado

Estágioatual,perspectivasfuturasecondiçõesdecontorno`

MercadodeRealEstate

12

Figura3 Tema:ConstruçãoMaisSustentável

Comaidentificaçãodoestágioatual,asperspectivasfuturaseascondiçõesdecontorno

dosetordaconstruçãociviledaconstruçãomaissustentávelbrasileira,pode-setraçar

um paralelo com as certificações ambientais de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS

existentesnoBrasile identificaras limitaçõesdestascertificações,assuntosdiscutidos

no3oTema–CertificaçõesAmbientaisdeEEC.

Figura4 Tema:CertificaçõesAmbientais

Para o 4o Tema – Referenciais da Sustentabilidade de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

CORPORATIVOS, dadas as limitações das certificações ambientais de EEC existentes no

Brasil, foi necessário identificar o real desempenho dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

CORPORATIVOS,afimdeestabelecerosBENCHMARKSdodesempenhooperacionalparaeste

nichodemercado.Apartirdisso,pôde-seconstruiraMATRIZDEATRIBUTOSquepossibilita

avaliarodesempenhodasustentabilidadedeEEC.

Processo1.MercadodeRealEstate2.AspectosAmbientais,Sociais,EconômicoseLegais3.Iniciativas

Resultado

Estágioatual,perspectivasfuturasecondiçõesdecontorno

Processo

1.ConstruçãoMaisSustentável2.Certi�icaçõesambientaisparaEECexistentesnoBrasil

Resultado

Limitaçõesdascerti�icaçõesambienaisparaEECexistentesnoBrasil

ConstruçãoMaisSustentável

CertificaçõesAmbientaisdeEEC

13

Figura5 Tema:ReferenciaisdaSustentabilidadedeEEC

Por fim, no 5o Tema – CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC,aMATRIZDEATRIBUTOS foi

julgadaporformadoresdeopiniãoatuantesnosegmentodeEEC,peloMétodoAHP,que

resultou na hierarquização e ponderação, segundo o grau de importância percebido

pelos participantes da pesquisa, dos ATRIBUTOS mais relevantes para a avaliação da

sustentabilidadedeEEC.

Posteriormente, foram apresentados o SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO e os critérios da

QUALIFICAÇÃO,doCERTIFICADOedasatualizaçõesdopróprioSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO.

Emseguida,foirealizadaaaferiçãofinaldoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,comaaplicação

do sistemanos edifícios conceituados compráticasmais sustentáveis identificadosno

levantamentodecampo.

Ao final deste trabalho são apresentadas as conclusões, limitações e recomendações

sobre a CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC, além de as possibilidades para futuros

estudos.

Processo

1.Limitaçõesdascerti�icaçõesambientais2.DesempenhodosEEC

Resultados

MatrizdeAtributosIndicadoresebenchmarksdasustentabilidadedeEEC

ReferenciaisdaSustentabilidade

deEEC

14

Figura6 Tema:CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC

Processo

1.MatrizdeAtributos

Resultados

1.SistemaparaClassi�icação2.Quali�icaçãoeCerti�icado3.AtualizaçõesdoSistema

CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–

EEC

15

2 DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL

Orápidocrescimentoindustrial,comercialedeserviçostrouxeparaassociedadesmais

evoluídas o desenvolvimento econômico e o crescimento populacional, esse último

causado,emgrandeparte,peloêxodorural,vinculadoàsoportunidadesdeempregoe

melhorqualidadedevida.

Segundoo InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE),em1940,apopulação

brasileira era de aproximadamente 41 milhões de habitantes, sendo

predominantemente rural, em torno de 28 milhões de pessoas (69% da população)

vivendonocampoeapenascercade13milhõesdepessoas(31%dapopulação)vivendo

noscentrosurbanos.

Estecenário inverteu-seapartirdo finaldadécadade1960.Épossívelconstatar,que

entreasdécadasde1940e2010,apopulaçãocresceumais360%,passandoparamais

de 190milhões de habitantes, tornando-se predominantemente urbana, com cerca de

160milhõesdepessoas(84%dapopulação)vivendonascidadesecercade30milhões

depessoas(16%dapopulação)vivendonocampo.

Esta dinâmica de desenvolvimento econômico e do crescimento da população urbana

causou algumas transformações nos centros urbanos. Surgiram novas centralidades,

comcentrosdenegóciosligadosaatividadescomerciais,deserviçoseculturais,ecom

aglomeraçãoderecursoshumanosaltamentequalificadosecapacitados.

Para CARLOS (2001), a centralidade surge a partir de uma nova capacidade de

concentração.Elaécriadademododiferenciadoeemrelaçãoamomentosdistintosda

vida.Elaseoriginaemfunçãodasnecessidadesdeproduçãodelugaresdentrodalógica

devalordetroca.

16

Fonte:IBGEGráfico1- PopulaçãoBrasileira:urbanaerural

Os centros de negócios concentram cada vezmais empreendimentos que visama dar

suporte às atividades comerciais e de serviços, como edifícios de escritórios

corporativos,centrosdeconvenções,hotéis,shoppingcentersetc.

Noentanto,nemsempreodesenvolvimentourbanotrouxeprogressoebenefícios.Em

diversascidades,quenãoestavamestruturadasparaoritmodecrescimentoacelerado

dapopulaçãocomovivenciadonasúltimasdécadas,aqualidadedevidadapopulação

urbanaacabousendocomprometida,poisascidadesviramseagravardeficiênciasem

setores como saúde, educação, transporte, segurança e habitação. Além disso, os

problemasambientaisverificadosnoscentrosurbanos,comoaspoluiçõesdoar,dosolo,

daáguaesonora,causamdanosàfaunaeàflora,bemcomoàsaúdeeaobem-estarda

população.

A falta de uma consciência mais apurada sobre os possíveis impactos negativos do

desenvolvimento urbano gerou uma série de problemas sociais e, sobretudo,

ambientais,comconsumocadavezmaiordosrecursosnaturais.

Com a crise do petróleo na década de 1970, a sociedade constatou que os recursos

naturaiseramlimitadosepoderiamsetornarcadavezmaisescassosemaiscaros.Isso

28## 33## 39## 41## 39## 36## 32## 30##13##

19##

31##

52##

80##

111##

138##

161##

0%#

20%#

40%#

60%#

80%#

100%#

0##

40##

80##

120##

160##

200##

1.940## 1.950## 1.960## 1.970## 1.980## 1.991## 2.000## 2.010##

Percen

tual#da#Po

pulação#

Popu

lação#Brasileira

,#em#m

ilhõe

s#

População#Rural# População#Urbana# %#Rural# %#Urbano#

17

difundiu a necessidade de procurar alternativas aos combustíveis fósseis e soluções

maiseficientesparaousodaenergia.

NoBrasil,porexemplo,foidesenvolvidopeloGovernoFederaloProgramaNacionaldo

Álcool(PRÓ-ÁLCOOL)parasubstituir,emparte,ademandadagasolina,quepossuimatriz

fóssil,porálcool,produzidoapartirdacana-de-açúcar,queéumafonterenovável.

Nos últimos anos, verifica-se cada vez mais a preocupação de alguns setores da

sociedade em buscar o desenvolvimento com práticas mais sustentáveis. Este

comportamento é discutido mundialmente, inclusive no âmbito da Organização das

NaçõesUnidas(ONU).

AsprimeirasdiscussõessobreoconceitodesustentabilidadesurgiramnaConferência

InternacionaldasNaçõesUnidassobreoAmbienteHumano(UnitedNationsConference

ontheHumanEnvironment),realizadaem1972,emEstocolmo.Osprincipaisresultados

foram aDeclaração sobre oAmbienteHumano e a criação do PNUMA (Programadas

NaçõesUnidasparaoMeioAmbiente).

O conceito de sustentabilidade está relacionado ao equilíbrio dos aspectos sociais,

ambientaiseeconômicos,eésintetizadopelaexpressãoTripleBottomLine.AComissão

MundialsobreAmbienteeDesenvolvimento(TheWorldComissiononEnvironmentand

Development) publicou, em 1987, o relatório intitulado “Nosso Futuro Comum”,

conhecido como RelatórioBruntland, BRUNTLAND (1987). Este relatório apresenta a

definição de desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento que atende as

necessidadesdasgeraçõesatuaissemcomprometeracapacidadedeasgeraçõesfuturas

atenderemassuasprópriasnecessidades.

Como bem disse CSILLAG (2007, p. 2), a preocupação com o meio ambiente e a

sustentabilidade não se trata de modismo. As sociedades ditas “mais evoluídas”

utilizaram maciçamente os recursos naturais existentes, sem avaliar os possíveis

impactos negativos, tudo em prol do desenvolvimento econômico e urbano. Este

processotrouxediversosproblemasambientais,detiposeintensidadesdiferentes,que

ameaçamaexistênciadoserhumanonaTerra.

Para o CBCS (2013, p.1), trabalhar a sustentabilidade no setor da construção civil

significa também desenvolver produtos adequados aos usos a que serão submetidos,

18

queproporcionemaoserhumanoumambientesaudável,confortável,seguro,confiável

eduráveleque,portanto,atendamàsnecessidadeseanseiosdasociedadecomrelação

àqualidadedevida.Durantesuautilização,osprodutosdevemproporcionarfacilidade

demanutençãoeeconomiadegastos.Avidadeumprodutodeveserprolongadae,no

términode suautilidade, apossibilidadede reúsodosmateriais e componentese sua

corretadestinaçãodevemestarprevistos.

Para ilustrar as oportunidades da economia verde, TAKAOKA et al (2013, pp. 1 - 2)

demonstram que, em 2006, o consumo de energia elétrica do ambiente urbano no

mundo foi de 56.169 mboe (barris de petróleo equivalente). Em 2013, a cotação do

barril de petróleo era de US$ 100, deste modo o consumo de energia elétrica do

ambienteurbanonomundorepresentaaordemdeUS$5,6trilhões.Usandoaenergiade

modo mais eficiente por meio da adoção das tecnologias atualmente disponíveis no

mercado,estima-sequesejapossível reduziroconsumoempelomenos30%,ouseja,

emtornodeUS$1,6trilhão2.

Tendoemvista,queem2006,adívidadaGréciaerasuperiora€$224bilhões3,quase

US$300bilhões4,épossívelafirmarqueaoportunidadedaeconomiaverde,apenascom

relaçãoaoconsumodeenergiaelétrica,representoumaisde5dívidasdaGrécia.

Diantedessecontexto,novosfundosecarteirasdeinvestimentossurgiramparaaplicar

em empresas que desenvolvem produtos, processos e sistemas mais eficientes e

sustentáveis. Em detrimento da diversificação financeira em papéis de empresas

alinhadas com esta filosofia, surgiramnovos indicadores de desempenho corporativo,

comoporexemplo:

i. Dow Jones Sustainability Indices: criado em1999naBolsadeNovaYork, é a

maiorreferênciaparainvestidoresacompanharemodesempenhodasaçõesdas

2Emnovembrode2015,a cotaçãodobarrildepetróleo foideUS$45,assimoconsumodeenergianoambienteurbanonomundototalizaomontantetotaldeUS$2,5trilhões,comumpotencialdeeconomiadeUS$750bilhões.3DadosdoEurostat,disponívelem:<https://www.google.com.br/publicdata/explore?ds=ds22a34krhq5p_&ctype=l&met_y=gd_mio_eur&hl=pt&dl=pt#!ctype=l&strail=false&bcs=d&nselm=h&met_y=gd_mio_eur&scale_y=lin&ind_y=false&rdim=country_group&idim=country:el&idim=country_group:non-eu&ifdim=country_group&hl=pt&dl=pt&ind=false>4em dezembro de 2006, €$ 1 era equivalente a US$ 1,3323, dados do portal brasil, disponível em:<https://www.portalbrasil.net/indices_euro_dolar.htm>

19

principaisempresasdomundoemtermosdecritérioseconômicos,ambientaise

sociais.

ii. Ethical Indices FTSE-Good: criado na Bolsa de Londres, possui o objetivo de

medir o desempenho das empresas que atendem aos padrões de

responsabilidadecorporativaglobalmentereconhecidos.

iii. Principles for Responsible Investment (PRI): criado em 2003 pela ONU, é

formadoporinvestidoresinstitucionais,gestoresdeinvestimentoseprovedores

deserviço.Emabrilde2012,osparticipantesdoPRIadministravammaisdeUS$

30trilhõesemativosdeinvestimentossustentáveis.

NoBrasil,existemduas iniciativasnaBM&F-Bovespa(BolsadeValores,Mercadoriase

FuturosdeSãoPaulo):

i. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): iniciado em 2005, foi criado

para ser um referencial para os investimentos socialmente responsáveis, de

forma a possibilitar a análise da performance das empresas listadas naBM&F-

Bovespa sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência

econômica,equilíbrioambiental,justiçasocialegovernançacorporativa.

ii. ÍndiceCarbonoEficiente (ICO2):criadoem2010,oindicadorécompostopor

algumas companhiasparticipantesdo IBr-X-50 (50ações selecionadas entre as

mais negociadas na BM&F-Bovespa5, que adotam práticas transparentes com

relaçãoàemissãodegasesdeefeitoestufa(GEE).

Diantedestenovocontextoeordemmundial,osetordaconstruçãocivilnoBrasilvem

semobilizandoerefletindosobreosseusprodutoseprocessos,poiséumadascadeias

maisimportantesdopaís,querepresentamaisde8%doPIBnacionalegera6,1%dos

empregos6,maséumdossetoresquemaisimpactamnegativamenteomeioambiente.

JOHNetal(2007,p.6)citamqueosetordeconstruçãodeedificaçõeschegaaconsumir

até75%dosrecursosextraídosdanatureza,comoagravantedeamaiorpartedestes

recursosnãoserrenovável.Aprodução,o transporteeousodemateriaiscontribuem

5O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 açõesselecionadasentreasmaisnegociadasnaBM&FBOVESPAemtermosdeliquidez,ponderadasnacarteirapelovalordemercadodasaçõesdisponíveisànegociação.6DadoscompiladosdoIBGEem2009pelaFGV(2011,p.82)

20

paraapoluiçãoglobal,bemcomoasemissõesdegasesdeefeitoestufaedepoluentesdo

ambienteexternodeedificações.

SegundoSOUZA;DEANA (2007,p. 7), a cadeiaprodutivada construçãoé responsável

pelo consumo de 14% a 50% dos recursos naturais extraídos no planeta. No Japão,

responde por 50% dos materiais circulantes na economia, e nos EUA, relaciona-se a

75%dosmateriais.

SINDUSCON-MG; SENAI-MG (2008) estimamque a geraçãode resíduosda construção

civilsitua-seemtornode450kg/habitante/ano,variandonaturalmentedeacordocom

acidadeecomaoscilaçãodaeconomia.

Aoperaçãodeedifíciosconsomecercade40%daenergiaelétricaproduzidanoBrasil,

segundoestudorealizadopelaEPE(2013).

Diantedessecenário,osetordaconstruçãocivilpassaporintensareflexãoemudança

de paradigmas, no sentido de buscar o uso mais racional, eficiente e de maior

desempenho de materiais e sistemas construtivos, visando reduzir os impactos

negativos e potencializar os impactos positivos nomeio ambiente e na sociedade, de

formaequilibradacomaexpectativaderesultadoseconômicosdestesetor.

21

3 OMERCADODEREALESTATE

3.1 CULTURACONSTRUTIVA

A busca pelo usomais racional, eficiente e demelhor desempenho demateriais e de

sistemasconstrutivosdevelevaremcontaoaspectoculturaldecadaregião,poiscada

localidadepossuicaracterísticasculturaisúnicasedistintas.

Amaioriadasconstruçõesbrasileirasseassemelhamuitocomasconstruçõeseuropeias,

especialmente devido à influência dos artesões portugueses e espanhóis que para cá

vieramcomoimigrantesedisseminaramseuscostumes,hábitosepreferências.

Emboraexistasimilaridadeentreessasconstruções,ossistemasconstrutivoseuropeus

evoluíram significativamente em relação às construções convencionais brasileiras, e

hoje são dotados de maior sistematização e racionalização nos processos, além de

operaremcommãodeobramaisqualificada.

SOUZA (2012, p. 95) relata que a Europa equacionou a questão da qualidade da

construção e dos materiais há um bom tempo, privilegiando as fases de projeto e o

planejamento. Lá, a preocupação com o meio ambiente e também com os custos de

operação,manutençãoeracionalizaçãodoconsumodeenergiaedeáguaémaisantiga.

Em todaaEuropa,principalmentenaFrança, a legislaçãoe asnormasde confortodo

usuário, especialmente as relacionadas ao ruído urbano e ao conforto acústico nas

edificações são rigorosas, comdefiniçãode limitesdeníveisde ruídodeumaunidade

paraaoutra,deumambienteparaoutro.

NosEUA,ascaracterísticasdasconstruçõessãodiversasdaseuropeiasebrasileiras.Lá

sãomaisaplicadossistemasconstrutivospré-fabricados,comoporexemplo:steelframe,

wood frame, dry-wall etc. Estes sistemas construtivos, aliados à organização, ao

planejamento, ao detalhamento dos projetos e àmão de obra qualificada, contribuem

paramaiorracionalização,agilidadeevelocidadenaexecuçãodasobras.

Nas capitais dosEstadosbrasileiros, constata-seumgrandenúmerode empresasque

adotamsistemasconstrutivosmaiseficientes.Masaindapersisteafragilidadenagestão

22

operacional das obras, com mão de obra desqualificada e falta de planejamento

adequadoparaaimplantaçãodeempreendimentos.

Alémdisso,aconcentraçãoeaqualidadedosprestadoresdeserviçosespecializadosna

Região Metropolitana de São Paulo são dificilmente encontradas em outras regiões,

comoporexemplo,nasregiõesNorteeNordestedopaís.Logo,asdiferençasnacultura

construtivanãose limitamàescaladecontinentesoupaíses,elastambémocorremde

formadiversaemdiferentesregiõesdeumpaís.

3.1.1 OPATAMARDAQUALIDADE

Omercadoderealestatesofreutransformações,algumaspositivas,outrasnão,aolongo

das últimas décadas, influenciando a cultura construtiva na qualidade, na

sustentabilidadeenabuscadainovaçãopormeiodasempresasqueatuamnosetor.

Antesdaúltimadécada,devidoaodescontroleda inflação, vivenciadonasdécadasde

1980 e início de 1990, o resultado de muitas empresas vinha de suas aplicações no

mercadofinanceiro,razãodadespreocupaçãocomagestãooperacional,quegeroubaixa

competitividadeebaixaqualidadedosprodutoseserviços.

Nadécadade1990,aestabilizaçãodaeconomia,ocontroledainflação,aglobalizaçãoe

ocódigodedefesadoconsumidorgeraramumambientemaiscompetitivoemdiversos

mercados. Constatou-se um avanço na gestão administrativa e operacional nas

empresas que atuavam no setor da construção civil, muitas das quais buscaram a

certificaçãoISO9001–GestãodaQualidade–parapadronizarecontrolarseusprodutos

eprocessos, tendoemvistaareduçãodecustose, consequentemente,obtermelhores

resultadosnosseusempreendimentos.

Segundo dados do International Organization of Standardization (ISO), até 2009, o

númerodeempresascomacertificaçãoISO9001–GestãodaQualidade–ultrapassava

1.000.000(ummilhão)emtodoomundo.

ComoressaltouSOUZA(2012,p.20),acompetitividade,quenãoeraimportante,passou

aseressencialnosetordaconstruçãocivil.Asempresaslíderesnomercadoequenão

incorporaram as novas práticas de gestão da qualidade de seus produtos e processos

decaíram,easempresasqueperceberamosnovosparadigmastornaram-seemergentes.

23

Segundo citações correntes, sem sustentação, o setor da construção civil chegou a

registrar perdas equivalentes a 30% em desperdícios de materiais e retrabalhos,

motivadas pela falta de planejamento adequado e pela baixa qualidade dos próprios

materiaiseserviços,queoneravamoscustoseampliavamoprazodasobras.

Tais perdas – desperdícios e retrabalhos - aumentam o consumo demateriais, o que

consequentemente impacta na redução dos recursos naturais e no desempenho do

negócio.

Paramelhorarestecenário,oGovernoFederalinstituiu,em1998,oProgramaBrasileiro

de Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional, hoje com conceito mais

amplo, conhecido comoProgramaBrasileirodeQualidade eProdutividadenoHabitat

(PBQP-H),contribuindofundamentalmenteparaamelhoriadaqualidadedohabitatea

modernizaçãoprodutivadosetordaconstruçãocivil.

Oreferencialdaqualidadedeummaterialdependeexclusivamentedofimaqueelese

destina. Logo, a especificação inadequadadomaterialmais resistente e/oudemelhor

acabamento,semadevidanecessidade,podetambémserconsideradodesperdício.

OCBCS (2013,p. 4) ressaltaquenãoexistematerial bomoumaterial ruim,mas, sim,

material adequado ao fim a que se destina. Para essa análise, deve-se considerar

formalidade, qualidade, durabilidade em uso, desempenho acústico, desempenho

térmico, confiabilidade, facilidade de uso e de manutenção, entre outras exigências

específicasàsuaaplicação.Esempreatenderàsegurança,àsnecessidadeseaosanseios

daquelesqueirãoutilizar,operaremanteromaterial.

Oconsumodemateriaisimpactadiretamentenareduçãodosrecursosnaturais, logoo

desperdícionãoaparente,emfunçãodeinadequadaespecificaçãodeusodemateriais,

impactanegativamentenomeioambiente.

Pode-sedizerqueaGestãodaQualidadefoiaprimeiraevoluçãonopatamardosetorda

construção civil (Baseline–Qualidade). Muitas empresas que não acompanharam esta

transformaçãodeixaramdesercompetitivasouatédeixaramdeexistir.

24

3.1.2 EUFORIANOMERCADODEREALESTATE

Em2005, iniciou-seo ciclode crescimentoexponencialdadisponibilidadeeofertade

crédito imobiliário, com funding da poupança, não apenas para financiamento à

produção,comotambémparaaaquisiçãodeimóvelnovoouusado.

Fonte:ABECIP,AGUIAR(2015)Gráfico2- ExpansãodoCréditoImobiliáriocomfundingdapoupança

Apartirde2005, algumasEmpresasdeRealEstate (ERE)queatuamnosegmentode

empreendimentos para venda elaboraram planos de negócios fundamentados

exclusivamente no indicador Volume Geral de Vendas (VGV), e abriram o capital na

BM&F-Bovespa, por meio de Oferta Pública de Ações – Initial Public Offering (IPO),

captando mais de R$ 25,4 bilhões no período compreendido entre 2005 e 2007, em

moeda de maio de 2015, atualizada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Amplo(IPCA).

A busca por mais VGV pelas ERE foi motivada pela disponibilidade de recursos

financeiros para aquisição de terrenos, pela possibilidade de alavancagem dos seus

negócios,utilizandofinanciamentoàprodução,epelademandapelaaquisiçãodenovas

unidades.

1,7 1,9 1,5 1,7 2,1 1,7 1,8 1,9 1,8 2,2 3,04,9

9,3

18,3

30,034,0

56,2

79,982,8

109,2112,9

75,6

0

20

40

60

80

100

120

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

R$Bilh

ões,valoresnom

inais

25

A velocidade de vendas e a liquidez dos imóveis no mercado nacional eram altas e

causavam euforia entre os compradores e as ERE. Foi muito comum ver

empreendimentossendovendidosnomomentodolançamento.

Em 2008, o Brasil obteve o investment grade por agências de classificação de risco,

proporcionando maior evidência no cenário internacional, atraindo maior volume de

investimentosestrangeiros,empartederivadosparaomercadoderealestate.

Em setembro de 2008, foi desencadeada a crise financeira imposta pelos títulos com

fundamentoemcréditossub-primenosEUA,apartirdaquebradeinstituiçõesdecrédito

queconcediamempréstimoshipotecáriosdealtorisco,arrastandooutrosbancosparaa

situação de insolvência e repercutindo fortemente nas bolsas de valores de todo o

mundo.

AsERElistadasnaBovespaforamatingidasfortementeporestacrise.Mas,jánoinício

de2009,asatividadeseconômicasnopaíspareciamestaremrecuperação,eomercado

derealestatevislumbrouumaperspectivaderecuperação.

Assim comooBrasil, outrospaíses emdesenvolvimento apresentaramperspectivade

recuperação econômica.Os investidores internacionais passarama apreciar commais

atençãonaçõesemdesenvolvimento,vislumbrandoumnovocontextoea importância

destespaísesnodesenvolvimentodaeconomiamundial.

Diantedeste cenário,Brasil,Rússia, Índia, China e,maisposteriormente,ÁfricadoSul

(BRICS) se uniram para discutir e alinhar estratégias políticas e econômicas para

cooperaçãomútua.

OBrasilsurge,então,comoumadasprincipaisvitrinesparainvestimentointernacional.

Recursosfinanceirosvultososeminfraestruturaforaminternadosparaaexploraçãodo

pré-sal, e os eventos da Copa doMundode 2014 e dasOlimpíadas de 2016 serviram

paracolocaraeconomiabrasileiranarotadeanálisedeinvestidoresestrangeiros.

Nesteambientedesucessodevendas,asEREelaboraramplanosdenegóciosemquese

evidenciavamumacorridapelaexpansãogeográficaeadiversificaçãonossegmentosde

mercado,voltadotantoparasegmentosdealtarenda,comoparaosdemaisbaixarenda,

aímotivadospeloprogramaMinhaCasaMinhaVida.

26

Todavia, o resultado da implementação dessas estratégias se demonstrou frágil, pois

faltoucompreendermelhoraculturaconstrutivalocal,assimcomoimplantarSistemas

deGerenciamento dos Empreendimentos (SGE), suportados por um eficaz Sistemade

Gestão Administrativa (SGA), com ênfase no controle adequado nas finanças

corporativas.

A fragilidade do SGE das ERE era perceptível, fosse pela falta de planejamento e

detalhamentodosprojetos,fossepelabaixaprodutividade,qualidadeecompetitividade

das empresas. Assim, muitas vezes, as incertezas do custo da obra pelas ERE eram

indexadaseembarcadasnaformaçãodopreçodosprodutos,elevandoopreçodeoferta

dosimóveis.

Com isso, ainda faltou mão de obra qualificada para o desenvolvimento dos

empreendimentos,resultandonaelevaçãodoscustosdemãodeobraenapromoçãode

pessoas desqualificadas nomercado de trabalho, baixando a qualidade dos produtos,

serviçoseprocessos.

Alémdisso,ospreçosdeaquisiçãodosterrenosedosmateriaisdeconstruçãocivilpara

aproduçãodasobrastambémseelevaramporefeitoespeculativo.

EssaselevaçõesdepreçospodemserconstatadaspelodescolamentodoÍndiceNacional

deCustodaConstruçãodoMercado–DisponibilidadeInterna(INCC-DI)emrelaçãoao

IPCA, justamente a partir de 2003, ano emque se constata uma inflexãona oferta de

créditoimobiliário.Odescolamentoentreabril/2003eabril/2015foidemaisque70%.

ROCHALIMAJR(2012,p.2)expõetodaafragilidadedodesempenhodasaçõesdasERE,

que foram precificadas sob a imposição de parâmetros operacionais totalmente

equivocadosàépocadosIPOs.Ovalordasações,apósumprimeirocicloespeculativo,se

posicionou em um patamar inferior e, desse patamar, o setor vem acompanhando a

tendência do Ibovespa desde então. Algumas companhias não tiveram nemmesmo a

capacidadedequeomercado,passadaaeuforiadepartida,levantasseospreçosacima

dovalorarbitradonosIPOs,desvalorizando-serecorrentemente.

27

Fonte:IBGEeFGVGráfico3- DescolamentodoINCC-DIemrelaçãoaoIPCA

Salientaainda,ROCHALIMAJR(2012,p.10)queosistemadeapropriação,noconceito

deusaracurvadecustosdeprodução,mostrounopassado(até2010,paraamaioria

das empresas) resultados muito acima do que os empreendimentos estavam

produzindo, demodoque a compensaçãodos lucros exagerados aparecena formade

prejuízoadiante.Quandosechegouaotérminodosempreendimentos(grandecicloem

2006/2007 se encerrando em2011), ou por força de pressão de auditores, custos de

empreendimentossefecharamacimadoquevinhaservindodeapuraçãoderesultados

ouorçamentosparacompletarobrasforamrevistos,provocandoascompensaçõescom

osexcessospresentesembalançosanteriores,queresultaramnoregistrodeprejuízos.

Neste cenário,não restadúvidadequealgumasempresas ficaramabaixodaBaseline-

Qualidade,causandonãoapenasaperdadaqualidadeeprodutividade,mastambéma

reduçãodasmargensdelucro,quegerouperdasparaalgumasincorporadoras.

Mas, se houve descolamento dos preços, com quem ficou a valorização dos imóveis?

Certamente, com quem adquiriu/investiu em imóveis a partir daquelemomento. Isso

pode ser ilustrado a partir da evolução do Índice de Fundos de Investimentos

0%#

15%#

30%#

45%#

60%#

75%#

90%#

#100##

#150##

#200##

#250##

#300##

#350##

#400##

jan/00#

jan/01#

jan/02#

jan/03#

jan/04#

jan/05#

jan/06#

jan/07#

jan/08#

jan/09#

jan/10#

jan/11#

jan/12#

jan/13#

jan/14#

jan/15#

Descolamento# INCC/DI=100#EM#JAN/00# IPCA=100#EM#JAN/00#

28

Imobiliários da BM&F-BOVESPA (IFIX)7, que acumula valorização de mais de 40%

desde dezembro de 2010, quando o índice foi criado e da depreciação do Índice

BM&FBOVESPA Imobiliário (IMOB)8, que acumula perdas em torno de 60%, desde

dezembrode2010.

Fonte:BM&FBOVESPAGráfico4- EvoluçãodoIFIX,IMOBeIBOVESPA

As ERE devem rever suas estratégias de negócios baseadas em outros fundamentos

econômicos e operacionais, além de voltar a dar importância à localização dos

empreendimentos,culturaconstrutiva,qualidade,sustentabilidadeeeficiência.Exige-se

foconaanálisedaqualidadedoinvestimentodoprodutoaserdesenvolvido,semdeixar

aspreocupaçõescominovaçãoparaganhodecompetitividade.

Este período vivenciado pelas ERE poderia ter sido de grande aprendizado, inclusive

paraelevaropatamardomercado.Mas,oqueseconstataéqueasempresasbuscaram7OIFIXtemporobjetivomediraperformancedeumacarteiracompostaporcotasdefundosimobiliáriosque são listados para negociação nos ambientes administrados pela BM&FBOVESPA. Essas cotas sãoselecionadasporsualiquidezeponderadasnascarteirasporseuvalordemercadototal(númerototaldecotasemitidasmultiplicadoporsuaúltimacotaçãoemmercado).8 O IMOB tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado acionário, medindo ocomportamento das ações das empresas representativas dos setores da atividade imobiliáriacompreendidos por construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis. As açõescomponentessãoselecionadasporsualiquidez,esãoponderadasnascarteiraspelovalordemercadodasaçõesdisponíveisànegociação.

-

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

dez-07

mar-08

jun-08

set-08

dez-08

mar-09

jun-09

set-09

dez-09

mar-10

jun-10

set-10

dez-10

mar-11

jun-11

set-11

dez-11

mar-12

jun-12

set-12

dez-12

mar-13

jun-13

set-13

dez-13

mar-14

jun-14

set-14

dez-14

mar-15

jun-15

set-15

dez-15

IMOB IFIX Ibovespa

IndexaçãoIMOB=IFIX=1.000emdezembrode2010

29

estratégiasequivocadasdediversificaçãosem,muitasvezes,analisaradequadamenteos

fundamentos econômicos e operacionais, tanto dos empreendimentos como de seus

sistemasdedecisãoegestão,noSGEounoSGA.

3.1.3 PATAMARDASUSTENTABILIDADE

Mas nem tudo foi avassalador neste período. O setor da construção, que por muito

tempoconviveucoma informalidade, começouaverificarmudançaspositivasnaárea

social,comamaiorofertadeempregosnoregimedaConsolidaçãodasLeisdeTrabalho

(CLT),devidoàestabilizaçãoeaocrescimentodaeconomia,aofortalecimentodosetor

com a expansão de crédito e à maior disponibilidade de recursos para o mercado

imobiliárioedeinfraestrutura.

Além disso, as ERE listadas na BM&F-Bovespa se aprofundaram em práticas de

transparência e de governança corporativa que contribuíram para a redução da

sonegaçãofiscal.

PesquisarealizadapelaFVGapudNAKAMURA(2012,p.29)demonstraque,em2009,as

construtorasformalmenteconstituídasrepresentaram65%doPIBsetorial,sendo35%

édecorrentedaautoconstrução.

A redução da informalidade e da sonegação fiscal promove a arrecadação de tributos

paraaplicaçãoemáreasesetoresessenciaisparaasociedade,comosaúde,educaçãoe

mobilidade.

Ainda nos anos 2000, consolidou-se a implantação de empreendimentos que foram

desenvolvidostendoemvistaapromoçãodosrecursosnaturaisexistentesnoterreno,

bem como a redução dos impactos ambientais causados durante a implantação e

operação do empreendimento. Isso se deu em função da demanda cada vezmaior da

sociedadeedasempresasquesepreocupamcomosimpactosnegativosqueosetorda

construçãocivilpodecausarnomeioambiente.

Poroutrolado,verifica-sequeafaltadeplanejamentoedeinvestimentosemgeraçãode

energianoBrasil causoua crisede fornecimento edistribuiçãode energia elétricade

2001e2002,bemcomooriscoatualdemaisumcolapso.

30

Amesmasituaçãodefaltadeplanejamentoeinvestimentosocorrenoabastecimentoe

distribuição de água potável nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de

Janeiro, que vivenciam o esgotamento de suas reservas operacionais, apelando para

medidas emergenciais paliativas para utilização do “volumemorto” das suas reservas

hídricas.

Diante desse quadro, parte da população busca o uso mais eficiente e racional do

consumo de energia elétrica e de água potável, o que aumenta a procura por

empreendimentosqueadotemsoluçõesepráticasmaissustentáveisnessesaspectos.

As ERE perceberam esta demanda e começaram a buscar certificações para atestar a

sustentabilidadedosempreendimentos, indoaoencontrodasexigênciasdasociedade.

As principais certificações ambientais existentes no Brasil são o Leed e o Aqua, mas

outras certificações ambientais também estão presentes no país, ainda que de forma

incipiente,comooBreeameoDeutscheGesellschaftfurNachhaltigesBauen(DGNB).

Alémdascertificaçõesambientais,existeacertificaçãodeSistemadeGestãoAmbiental

ISO14001.SegundodadosdaISO,até2009,onúmerodeempresascomacertificação

ISO14001–SistemadeGestãoAmbiental–ultrapassava200milemtodoomundo.

Existem iniciativas nacionais, ainda de forma voluntária, indutoras da avaliação da

sustentabilidadeemempreendimentonopaís:[i]EtiquetaNacionaldeConservaçãode

Energia(ENCE)edoProgramaNacionaldeEficiênciaEnergéticaemEdificações(Procel

Edifica/ProcelEdificações);[ii]SeloAzul,daCaixaEconômicaFederal;[iii]Comitêde

AvaliaçãodeSustentabilidadedoCBCS.

Esta preocupação com os aspectos ambientais, sociais e econômicos é a segunda

mudançadepatamarnomercadoderealestate,Baseline-Sustentabilidade.Certamente,

assim como ocorreu com aBaseline–Qualidade,muitas empresas que não aderirem a

estanovafase,deixarãodeserapreciadaspelasociedadee/oupassarãoaterprodutos

inadequados e com baixa competitividade, colocando em risco sua própria

sobrevivência.

O caminhopercorridopelas empresas que atuamnomercadode realestate,ao longo

das últimas décadas, foi de certa forma desorientado: ocorreram muitas crises e

surgiramdificuldades,mastambémseexaltaramoportunidades.

31

Aolongodasúltimasdécadas,foiperceptívelqueasempresasevoluíramnasBaselines

QualidadeeSustentabilidade,maselasdevemestarlimitadasnisso,precisamestarmais

conscientesdaimportânciadoprocessodoprojeto,planejamentoedesempenho,sejano

ambientedoSGEcomotambémnoSGA.

Sob este enfoque, são discutidas abaixo: [i] Análise do Ciclo de Vida; [ii] Building

InformationModeling(BIM),[iii]DesempenhodosEmpreendimentos.

3.2 ANÁLISEDOCICLODEVIDA

AmetodologiadeAnálisedoCiclodeVida(ACV)éamaneiramaisobjetivaparaavaliar

os impactos ambientais dos materiais e sistemas construtivos. Ela é baseada na

quantificaçãodetodososfluxosdematériaedeenergiaestabelecidosporcadaproduto

aolongodoseuciclodevida,ouseja,dasuaorigemaoseufim.

Aperspectivafuturaédequetodososfabricantes,prestadoresdeserviço,construtoras

e incorporadoras forneçamas informações necessárias para que se possammensurar

efetivamente os impactos ambientais causados no desenvolvimento de obras de

construçãocivil.

A utilização da ACV parece ser evidente, pois trata de todas as etapas ligadas a um

produto,desdeaextraçãodesuasmatérias-primasatésuadisposiçãofinal.Noentanto,

conforme disse SILVA (2003, p. 193), não há dados nacionais sobre a ACV e é

inconsistenteavaliarimpactosdemateriaisbrasileiroscombaseemdadosestrangeiros.

Porestarazão,deve-secompreenderociclodevidadoedifíciodeformasistêmica.

NoBrasil,ametodologiaACVaindaéincipienteepoucodifundida.Noentanto,verifica-

se cada vez mais o interesse e a publicação de inventários de CO2 por parte de

construtoras e incorporadoras, tais como: Camargo Correa Desenvolvimento

Imobiliário, Cyrela, Even, Odebrecht Realizações, Racional Engenharia, Rossi, Stan e

Tecnisa.

Aindaquesejalimitadaaociclodeimplantação,ecomointuitodesuplementaranorma

ABNTNBR ISO14067:2007, a iniciativa realizada pelo SINDUSCON-SP (2013) propõe

umguiametodológicoparaInventáriosdeEmissõesdeGasesdeEfeitoEstufa(GEE)na

construção civil – setor edificações – para que as construtoras e incorporadoras

32

elaboreminventáriospormeiodeummodelopadrão.Issopermiteacomparaçãoentre

osinventárioseproporcionatrocadeexperiênciaseaçõesparareduçãodeGEE.

Além disso, destaca-se a publicação de balanços de CO2 por parte das principais

cimenteirasbrasileiras.Caberessaltarquea indústriadecimentonoBrasiléumadas

que apresenta menores emissões de CO2 no mundo e, por esta razão, torna-se

estratégicaparaasempresasquetrabalhamnosetordaconstruçãocivilpelopotencial

demitigaçãodoimpactopormeiodaaplicaçãomaiseficientedocimento.

Nestecontexto,umadas iniciativasmais importantesrealizadasnoBrasiléo trabalho

coordenado pelo CBCS no Projeto ACV Modular de Blocos de Concreto, que busca

exploraropotencialdemitigaçãopormeiodeaplicaçãomaiseficientedocimento,tendo

emvistaocontroledoprocessocomoferramentadecomunicaçãocomconsumidorese

porassociaçõessetoriais.

Vislumbra-se no futuro que as informações da Análise do Ciclo de Vida estejam

disponíveis na Building Information Modeling (BIM), de tal forma que possibilite

mensurar quantitativamente e qualitativamente os impactos ambientais, sociais e

econômicosdeumdeterminadoprodutoouempreendimentoaolongodesuavidaútil.

3.2.1 ANÁLISEDOCUSTODOCICLODEVIDA

Avaliar o desempenho econômico é aparentemente mais simples do que avaliar o

desempenhoambiental,devidoàsuacomplexidadeeàquantidadedevariáveisaserem

arbitradas,sobreasquaismuitasvezes,comoocorreregularmentenoBrasil,inexistem

ou,simplesmente,faltamindicadoresquesustentemestasarbitragens.

A metodologia mais utilizada para avaliar o desempenho econômico do

empreendimentoéaAnálisedoCustodoCiclodeVida(ACCV)–LifeCostCycleAnalysis

(LCCA),queécompreendidapelaanálisedosgastosqueincorremdesdeaconcepção,os

projetos, as obras, a manutenção, até os upgrades previstos para manter a Baseline

Qualidadeesperadaduranteavidaútildoempreendimento.

A ACCV permite avaliar o desempenho econômico das possíveis alternativas

construtivaseoperacionaisnodesenvolvimentodeempreendimentos.

33

Para HELGESON; LIPPIATT (2009, p. 392), a integração da ACCV e da ACV permite

avaliar de modo eficiente o desempenho ambiental e econômico das possíveis

alternativasdeprojetoparadesenvolvimentodeumempreendimento.

LIPPIATTI (1999, p. 453-454) argumenta que o resultado da análise integrada da

performance ambiental e econômica, pormeio daACV e daACCV, deve ser simples e

interpretado em escala linear, sendo em três vetores de análise: [i] ambiental; [ii]

econômica;[iii]global.Issopermitemensurarcommaioracuidadeosresultadosesuas

possíveisdistorções,quemuitasvezespodemlevaraconclusõesprecipitadas,devidoao

conhecimentopopularpré-existentedeumdeterminadoproduto/modelo.

3.3 BUILDINGINFORMATIONMODELING(BIM)

NoBrasil,aBIMéconhecidacomoMODELAGEMDAINFORMAÇÃODACONSTRUÇÃO,sendouma

tecnologia que vem se desenvolvendo significativamente no setor da construção civil

porproporcionarumamodelagemmaisprecisa, sejacom informaçõesgeométricasou

de dados relevantes para suportar as necessidades ao longo do ciclo de vida do

empreendimento,desdesuaconcepção,projeto,implantação,operaçãoereciclagem.

Segundo EASTMAN et al (2008, p. 1), quando implantada apropriadamente, a BIM

facilitaamaiorintegraçãodosprocessosdeprojetoedeimplantação,queresultamem

maiorqualidadedosempreendimentos,menorcustoereduçãodosprazosdeprojeto.

As vantagens e os benefícios na implantação da BIM, para os profissionais e para as

empresas que atuam no setor da construção civil, são discutidos por vários autores,

comoEASTMANetal(2008),ELVIN(2007),KYMMELL(2008)eJERNIGAN(2008).

ABIMdespertaointeressedeprofissionaiseempresasdediversosnichosdemercado

do setor da construção civil, inclusive paramodelar e desenvolver empreendimentos

mais sustentáveis, conceituados para reduzir o consumo dos recursos naturais,

promover uma melhor qualidade de vida aos usuários e maior integração com a

comunidadedoseuentorno.

KRYGIEL; NIES (2008) apresentam projetos mais sustentáveis que utilizaram a

tecnologiaBIMparaasuamodelagemeconstrução.

34

AlémdaaplicabilidadedatecnologiaBIMparaodesenvolvimentodeempreendimentos

imobiliários ou de base imobiliária, a BIM pode ser utilizada para a modelagem da

informação dos projetos, do planejamento, das construções e do gerenciamento das

cidadesaolongodetodooseuciclodevida.Constata-sequeestaaplicaçãoécadavez

maior,conformeverificadoemBERSANI(2011),PHILBRICK;SIMIONE(2011),SANTOS

etal(2003),DELVECCHIO;WEST;PRETTYMAN(2011),SAMMARCO(2010).

AtecnologiaBIMparaainfraestruturaproporcionarecursosvisuaisem3Dquefacilitam

a leitura e a interpretação de projetos urbanísticos, otimizando a adoção de políticas

públicas.Asvantagensparaosprincipaiselementosdestacadeiasão:

i. paraosplanejadores,aBIMparainfraestruturapermiteaanáliseeaotimização

dos projetos ao longo de todo seu ciclo de vida, sem que os mesmos estejam

prontos, pois, com a modelagem de informações de múltiplas fontes 9 e a

colaboração de diversos especialistas, pode-se aumentar a qualidade dos

projetos,bemcomoreduziroscustoseosriscosenvolvidos.

ii. Para os projetistas e construtores, a BIM para infraestrutura permite a

compatibilizaçãodosprojetosdeformaprecisa,reduzindoerroseretrabalhosde

serviços e potencializando a qualidade das instalações e dos sistemas

construtivos.

iii. Paraosusuários,osmoradoreseacomunidade,umprojetocommaisqualidade,

mais conforto, maior segurança e com maior controle do uso dos recursos

financeirospúblicosproporcionamaiorsatisfaçãoetransparência.

No Brasil, a tecnologia BIM parece que vem se consolidando cada vezmais. Enquete

realizadapelaEDITORAPINI(2013)demonstraquemaisde90%dos588participantes

pretendemutilizaratecnologiaematécincoanos.

A exigência do uso da BIM pelo mercado da construção civil ainda é baixa,

despreocupando os profissionais que atuam no setor quanto à adoção imediata da

tecnologia. No entanto, já existe a percepção demelhoria da qualidade e aumento da

produtividadedosprofissionaise/ouempresasqueautilizam.

9As principais fontes de dados podem ser: [i] dados vetoriais (quadras, lotes, edificações, limites, riosetc.);[ii]ortofotos;[iii]modelodigitaldoterreno;[iv]modelodeprojetos(edificações,rodovias,metrosetc.);[v]laserscanning.

35

Porestarazão,verifica-seaadoçãodestatecnologiaemlicitaçõesdeobraspúblicaspara

desenvolvimento de projetos. A primeira a ter este tipo de licitação foi realizadapela

Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS) para a elaboração do projeto executivo e a

construçãodaUnidadeOperacionaldaBaciadeSantos–ASededoPré-Sal–,comcerca

de25milm2deáreaconstruída,emSantos–SP.

Emfevereirode2011,aCompanhiadeDesenvolvimentoUrbanodaRegiãodoPortodo

Riode Janeiro(CDURP) tambémrealizouuma licitaçãoparaelaboraçãodeestudosde

viabilidadeem terrenosnaÁreadeEspecial InteresseUrbanísticodoPortodoRiode

Janeiro,pormeiodatecnologiaBIM.

A tecnologiaBIMnãoparaporaí,SAMMARCO(2010)citaousodesta tecnologiapara

realizar o geomarketing dos produtos imobiliários, tais como: análise do mercado,

market share, análise dos atributos de localização, análise dos produtos competitivos,

attractor analysis, área de influência do empreendimento, mapas temáticos e routing

analysis(trajetos,isócronas,proximidadeetc.).

Diante desta gama de opções de uso da BIM, surgiu a metodologia Integrate Project

Delivery (IPD) – Implementação Integrada de Empreendimentos – para integrar de

formaotimizadaosprincipais stakeholders deumempreendimento, pormeiodeuma

tecnologiacolaborativa.

Segundo AIA-CALIFORNIA (2007, p.5), a IPD possui enfoque na implementação de

empreendimentosqueintegrempessoas,sistemas,estruturasdenegócioepráticas,em

umprocessocolaborativoqueaproveitatalentosepercepçõesdetodososparticipantes

parareduziroscustoseotimizarosresultadosdetodasasfasesdeprojeto,fabricaçãoe

construção.

Alémdisso,aintegraçãopodeenvolvertodoociclodevidadoempreendimento,desdea

escolhadoterreno,concepção,projeto,implantação,operaçãoerevitalização.

A IPD promove o processo integrado para a realização de um empreendimento, pois

antecipaaparticipaçãodealgunsdosprincipaisstakeholders,taiscomoórgãospúblicos,

arquitetos, projetistas, construtoras, empreiteiras e o gestor da operação, de forma

conectadacomadinâmicadoincorporador,conformeilustradonaFigura7.

36

Oprocesso integradootimizaa gestãodeprojetos,melhoraaqualidadee amitigação

dos riscos e possibilita maior controle sobre o prazo e o resultado econômico do

empreendimento.

ProcessoTradicionalOquê?

Como? Quem? Realização

Terreno EstudoPreliminar Anteprojeto Projeto Documentaçãoparaconstrução Licenças/Alvarás Implantação Operação

ÓrgãosPúblicos

Incorporador

Arquiteto

Projetistas

Construtora

Empreiteiros

Gestor

Usuários

ProcessoIntegradoOquê?

Quem? Como?

Realização

Terreno Concepção CritériosdeProjeto

DetalhamentodoProjeto

Documentaçãopara

ImplementaçãoLicenças/Alvarás Implantação Operação

ÓrgãosPúblicos

Incorporador

Arquiteto

Projetistas

Construtora

Empreiteiros

Gestor

Usuários

Fonte:AIA–CALIFORNIA(2007),modificadopeloautorFigura7 IPD–ProcessoTradicionalXProcessoIntegrado

A Figura 8 ilustra claramente que as decisões para o desenvolvimento do

empreendimentosãoantecipadasnoprocesso integrado,sendomaiseficazesemenos

onerosasnaeventualidadedemudançasnoescopodoprojeto.

37

ProcessoTradicional EstudoPreliminar Anteprojeto Projeto Documentospara

ConstruçãoLicenças/Alvarás Implantação

ProcessoIntegrado Concepção CritériosdeProjeto

DetalhamentodoProjeto

DocumentosparaImplantação

Licenças/Alvarás Implantação

Fonte:AIA–NATIONAL;CALIFORNIA(2007)Figura8 CurvadeMacLeamy

JRADRE; JALAEI (2013)defendema integraçãodametodologiadaAnálisedoCiclode

Vida do empreendimento e da BIM para o desenvolvimento de edifícios mais

sustentáveis. Na prática, a integração pode auxiliar na avaliação de atributos nas

certificações ambientais existentes e apurar o custo ao longo do ciclo de vida do

empreendimento.Aintegraçãoapresentadaaindaélimitadaàsinformaçõesebancode

dados existentes nomercado,mas não engloba a totalidadedos atributos necessários

para avaliação completa do empreendimento. Porém, já se apresenta como uma

perspectiva simples, intuitiva e fácil deutilizar, queotimizaoprazo e realiza cálculos

rapidamente.

AperspectivaparaousodaBIMedaACV,comovistaatéaquiéamplaepodesercada

vezmaisdifundidanoBrasil,promovendoumavisãosistêmicaparaagestãodeprojetos

e a implantação de iniciativas mais sustentáveis para o desenvolvimento de

empreendimentos.

1

24

31

1

2

4

31

Possibilidadedemudanças

Impactonocustodevidoasmudanças

TomadadedecisõesnoProcessoTradicional

TomadadedecisõesnoProcessoIntegrado

38

Aintegraçãocomosprincipaisstakeholderspromovemaiordinâmicaparadisseminação

do conhecimento das melhores práticas da construção sustentável, além de

proporcionar um ambiente de eficiência e inovação para o desenvolvimento de

empreendimentosimobiliáriosedebaseimobiliária.

Nessaperspectiva,aparticipaçãoantecipadadosoperadoreseintegraçãodosusuários

deEECssetornanecessáriaeéumadaspropostasdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-

EECaserapresentadanoCapítulo7.

3.4 DESEMPENHODOSMATERIAISEDOSEMPREENDIMENTOS

A NBR 15575 – Desempenho de Edificações Habitacionais –, publicada em 19 de

fevereiro de 2013, entrou emvigor em19 de julho de 2013, e é a normaque obteve

maiornúmerodeparticipantesemComissõesdeEstudosdenormastécnicasnoBrasil,

sendo composta por representantes da cadeia produtiva e de instituições públicas e

privadas.

Além de ser um dos referenciais da qualidade10para o desempenho11, eficiência e

durabilidadedasedificaçõeshabitacionais,aNBR15575delimitaasresponsabilidadese

condições de contorno dosplayers demercado: [i] fornecedores de insumo,material,

componente e/ou sistema; [ii] projetistas; [iii] construtores e incorporadores; [iv]

usuários.

10A ABNTNBR 15575 – Norma de Desempenho – aplica-se a edificações habitacionais unifamiliares ecoletivas,algunscritériossãoespecíficosparaedifícioscomatécincopavimentos,enãoabrangetodosossistemas construtivos da edificação, ficando limitado aos sistemas: [i] estruturais; [ii] de piso; [iii] devedaçõesverticaisinternaseexternas;[iv]decoberturas;[iv]hidrossanitários.As instalações elétricas fazem parte de um conjunto mais amplo de normas, não sendo portanto,contempladosnaABNTNBR15575.Anormanãoseaplicaa:[i]obrasjáconcluídas/construçõespré-existentes;[ii]obrasemandamentonadata da entrada em vigor da norma; [iii] Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data daentradaemvigordanorma;[iv]obrasdereformas;[v]retrofitdeedifícios;[vi]edificaçõesprovisórias.11A NBR 15575 estabelece o desempenho por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios(quantitativosoupremissas) emétodosdeavaliação, osquaispermitemamensuração claraquantoaoseuatendimento.

39

Asucumbênciadadaaosincorporadores,construtores,projetistaseusuáriospreenche

claramente as lacunas da responsabilidade de cada um destes, antes vistas como

“nebulosas”.

As prefeituras não possuem a atribuição de verificar se os projetos de construção

atendemos requisitosdasnormas técnicas.ComobemcolocouCBIC (2013,p.227), a

verificaçãoquantoaoatendimentodosrequisitosdaABNTNBR15575seráfeitapelos

interessados–proprietários,usuários,consumidoresdeummodogeral–epoderáser

necessária sua comprovação, a qualquer momento futuro, em caso de dúvida ou

discussãosobreaqualidadedaconstruçãoeocumprimentodeobrigaçõesparaapurar

responsabilidades,sejanotocanteaosprojetos,sejaquantoàqualidadedeexecuçãoda

construção.Daíaimportânciademanteremarquivo,duranteosprazosdevidaútil,os

projetos,contratos,atasdedecisõesedemaisdocumentosreferentesàobra.

Os EECS são projetados e desenvolvidos para atender à demanda crescente das

atividades comerciais, industriais e de serviços.O desenvolvimento desta tipologia de

empreendimento ocorre de maneira aparentemente lógica, repetindo-se os padrões

mais aceitos pelo mercado. Contudo, esta sistemática limita o ambiente para

desenvolvimentodetecnologiasinovadoras.

Desta forma, o mercado acaba criando novos padrões de desempenho dos EEC. O

desempenhomínimodosEECpodeserdefinidoporleis,decretos,normastécnicase/ou

por requisitossubscritos12.Estepadrãomínimopodeseralteradocompulsoriamente,

ouseja,émotivadoemfunçãodemaioresrestriçõesemleis,decretos,normastécnicas

e/ourequisitossubscritos.

Osprincipais fatoresquecomprometemnegativamenteodesempenhodosEDIFÍCIOSDE

ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSnociclooperacionalsão:[i]comissionamentoinadequado;[ii]

manutenção inadequada; [iii] baixo investimento em modernização - upgrade – do

edifício.

Ocomissionamentoéumaetapaquevisaaverificarseasutilidadesestãoinstaladase

calibradasdeacordocomasespecificaçõesdeprojeto.Sendoassim,oenvolvimentoda

12Entende-se como requisitos subscritos, os acordos, cooperações e/ou firmado comos stakeholders –partesinteressadas-deumempreendimento.

40

incorporadora,construtora,instaladora,projetistaseespecialistasnocomissionamento

éessencial,mastorna-semaisinteressante,quandoépossível,aparticipaçãodaequipe

deoperaçãoedosfuturosusuáriosdoedifício,poisestesúltimossãoosqueutilizarãoos

sistemas.

Os investimentos emmodernização, por serem gastos operacionais,muitas vezes são

interpretados comosendo investimentoemmanutenção.Noentanto, os conceitos são

distintos: a manutenção é primordial para manter a gestão operacional nos níveis

estabelecidosnaBaselinedoempreendimento,enquantoqueamodernização-upgrade-

refere-seàmelhoriadodesempenhodoempreendimento.

ConformeilustradonaFigura9–Desempenhoaolongodotempo–aseguir,avidaútil

do empreendimento pode ser comprometida se não ocorrer amanutenção adequada

desdeaentregadoempreendimento.

Caso o empreendimento não receba investimentos paramodernização -upgrade - de

suas instalações, sistemas e/ou infraestrutura, com o passar do tempo, a Baseline

definida na sua concepção e/ou no desenvolvimento dos projetos pode sofrer

prematuramenteaobsolescênciamercadológica.

Fonte:ABNTNBR15575Figura9 Desempenhoaolongodotempo

Aobsolescênciamercadológicapodeocorrerpor:

Desempenho

Desempenho

Requerido

Vidaútilsemmanutenção

Vidaútildeprojeto(manutençãoobrigatóriapelousuário)

T0 Tf1 Tf2

Manutençãodesdeaentrega

Tempo

41

i. Iniciativas Voluntárias: o mercado pode definir novos patamares de

desempenho em função de inovações em instalações, sistemas e/ou

infraestruturadosedifícios;

ii. Iniciativas Compulsórias: quandoodesempenhodoempreendimentoestá

abaixo do patamar mínimo de desempenho induzido por leis, decretos,

normastécnicase/ouporrequisitossubscritos.

As alterações nos padrões de desempenho, seja por iniciativas voluntárias ou por

iniciativas compulsórias, sofrem influência da cultura e da localização do

empreendimento.

Assim, as questões culturais e de localização são pontos sensíveis pelos quais são

algumasdaslimitaçõesdoscertificadosdeorigemestrangeira.

A Figura 10 ilustra a necessidade de se realizar os upgrades para manter a Baseline

esperadadoempreendimento,casoosinvestimentosemupgradesnãosejamrealizados,

oedifíciopoderesultarnoprecoceestadodeobsolescênciamercadológica,amedidaem

que surgem novas iniciativas compulsórias para o desempenho mínimo legal para o

mercadodeEECs.

Fonte:AutorFigura10 Desempenhodoempreendimentoaolongodasuavidaútil

Vidaú'ldoedi+ciosemupgrade Vidaú'ldoedi+ciocomupgrade

inves&men

to

tempo

Patamar3

Patamar2

Patamar1

Patamarn

Desempenhomínimolegal

Baselinedoempreendimento

Upgrade1

Upgrade2

Upgrade3

Upgraden

Possívelpontodeobsolescênciamercadológica

42

4 CONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL

4.1 BOTTOMLINE:AMBIENTAL

4.1.1 ENERGIA

O Brasil vem reduzindo gradativamente ao longo dos anos a participação de energia

renovávelnasuamatrizenergética,mas,mesmoassim,elaéumadasmaiselevadasno

mundo.Em2012,chegouasermais3(três)vezesmaiorqueamédiamundial,quefoi

de13,2%,conformedemonstradonoGráfico5.

Fonte:EmpresadePesquisaEnergéticaDadoscompiladosàpartirdeEPE(2013);EPE(2014);EPE(2015)Gráfico5- Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizenergéticabrasileira

Sob o enfoque na matriz de energia elétrica, em 2012 a participação da energia

renovávelnoBrasilfoide88,9%,essepercentualémuitosuperioramédiamundialde

21,2%,conformedemonstradonoGráfico6.

8,5%

8,1%

8,0%

13,2%

13,0%

13,2%

39,4%

40,4%

42,4%

44,0%

91,5%

91,9%

92,0%

86,8%

87,0%

86,8%

60,6%

59,6%

57,6%

56,0%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

OCDE2012

OCDE2011

OCDE2010

Mundo2012

Mundo2011

Mundo2010

Brasil2014

Brasil2013

Brasil2012

Brasil2011

Renováveis NãoRenováveis

43

Fonte:EmpresadePesquisaEnergéticaDadoscompiladosàpartirdeEPE(2013);EPE(2014);EPE(2015)Gráfico6- Participaçãodaenergiarenovávelnamatrizdeenergiaelétricabrasileira

A energia é um dos principais temas discutidos no ambiente da sustentabilidade no

setor da construção civil, pois, o setor consumiu cerca de 40%da energia produzida,

conformeEPE(2013).

Dada esta proporcionalidade, o setor da construção civil passa a receber atenção de

todosossetores(governo,mercadoeinstituiçõesnãogovernamentais),tendoemvistaa

obtençãodemaioreficiênciaeageraçãodeinovações.

Umadasprincipais inovaçõesquesurgiramnaáreadeenergia,aplicadasnasredesde

transmissãoedistribuiçãodeenergiaelétrica,foioSistemadeRedesInteligentes(Smart

Grid). Por meio desse sistema, com a implantação de sensores e equipamentos de

comunicação,épossívelmonitorarinstantaneamenteoqueocorrenarede.

Alémdisso,noSmartGrid épossível incorporaramicrogeraçãodeenergiapelospró-

consumidores13,deformaaproporcionarmaioreficiência,fomentarousodeenergias

maisrenováveiseamelhorianaqualidadedaprestaçãodeserviçosenainterfacecomo

consumidor.

13Consumidoresquealémdeconsumirpodemgerarenergiaelétrica.

19,7%

18,1%

18,1%

21,2%

20,3%

19,7%

74,6%

78,3%

88,9%

84,5%

80,3%

81,9%

81,9%

78,8%

79,7%

80,3%

25,4%

21,7%

11,1%

15,5%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

OCDE2012

OCDE2011

OCDE2010

Mundo2012

Mundo2011

Mundo2010

Brasil2014

Brasil2013

Brasil2012

Brasil2011

Renovável NãoRenovável

44

ExisteminiciativassobreSmartGridemdiversospaíses,masnemsemprepossuemas

mesmas propostas e objetivos para adoção da tecnologia a ser empregada, pois cada

paíspossuinecessidadesematrizenergéticadistintas.Sãoexemplosdisso:

i. Europa:Objetivodeincorporarenergiarenovávelnasuamatrizenergética,que

éemgrandepartedefontefóssil,principalresponsávelpelasemissõesdegases

deefeitoestufa;

ii. EUA:Buscareduziroconsumodeenergianohoráriodepicoe,assimcomona

Europa,introduzirenergiarenovávelemsuamatrizenergética;

iii. Brasil: Visa principalmente a melhorar a qualidade dos serviços prestados e

coibirasperdasnãotécnicas,ouseja,furtosdeenergia,querepresentamperdas

de 23 tWh por ano, equivalentes a R$ 7,3 bilhões, segundo VIDINICH; NERY

(2009,p.15).

Em2012,aenergiaelétricageradapelasusinashidrelétricasrepresentacercade70%

damatrizelétricadopaís,segundoEPE(2013).Ocorreque,comoasusinashidrelétricas

sãoaltamentedependentesdovolumedeáguaarmazenadaemseusreservatórios,em

períodos de seca pode ocorrer o desequilíbrio na distribuição de energia elétrica em

todooterritórionacional.

NoBrasil, amaior criseenergéticadecorrentedestedesequilíbriono fornecimentode

energia elétrica ocorreu em 2001 e 2002, conhecida como a Crise do Apagão, que

culminoueminterrupçõeseatémesmoblecautesnadistribuiçãodeenergiaelétricaem

diversasregiõesdopaís,decorrentesde:

i. faltadeplanejamentoedeinvestimentosemgeraçãodeenergiaelétrica;

ii. aumento do consumo de energia devido ao crescimento populacional,

aumentodaproduçãoindustrialecrescimentodasatividadescomerciaisede

serviços.

Neste cenário, existia a possibilidade do racionamento forçado, principalmente nas

grandescidades,quepoderiamproduzirperdasinestimáveisparaaeconomiabrasileira.

Porém, o governo federal optou pelo amplo programa de racionamento de energia

elétricaenvolvendoeintegrandotodaapopulaçãobrasileira.

45

Foramcriadasmetasdeconsumoparatodasasresidências,estabelecendopenalidades

paraosquenãoconseguissematingirestameta.Alémdisso,houveoaumentodatarifa

deenergiaelétrica.

Deimediato,sobreoriscodeumambientedecolapso,amaioriadapopulaçãobrasileira

aderiuaesteprogramaebuscousoluçõesparaaeconomiaemaioreficiênciaenergética

em suas residências, como por exemplo a troca de lâmpadas incandescentes por

lâmpadasfluorescentes,quesãomaiseconômicas,eficientesedemaiordurabilidade.

Na época, origináriodaBolívia, abundante e debaixo custo, o gásnatural foi utilizado

comofontealternativadeenergia,sejanosetorindustrial,comercialedeserviços,como

também,oresidencial.

A integração e aderência de toda a população nacional foi fundamental para o

programademetas,comistoopaíssuperouaCrisedoApagãosemcortesforçadosno

racionamentodaenergiaelétrica.

SurgiunoBrasilumaquebradeparadigma,poisfoi instauradoumambienteemquea

populaçãobuscasoluçõesmaiseficientesparareduziroconsumodeenergiaelétrica.

Contudo, a falta de planejamento e de investimentos e atrasos para implantação de

novashidrelétricas,tornounecessáriaaimplantaçãodeusinastermoelétricas,movidas

agás,carvãoeóleocombustível,queimpactammaisnegativamenteomeioambientee

possuemmaiorcustooperacionalsecomparadascomasusinashidrelétricas.

Em 2014 e 2015, em decorrência da precipitação pluviométrica abaixo da média

histórica, o nível de operação dos reservatórios encontrava-se baixo, requerendo o

acionamentocontínuodasusinastermoelétricas.

O custo operacional para geração de energia elétrica aumentou em decorrência do

acionamentodasusinastermoelétricas.Assim,ogovernofederalcrioumaisumencargo,

denominado Sistema de Bandeiras Tarifárias14, cujo propósito é buscar o equilíbrio

14OSistemadeBandeirasTarifáriasédivididoem3faixas:

46

econômico em decorrência do acionamento das usinas termoelétricas, que entrou em

vigoremjaneirode2015.

O acionamento de cada bandeira tarifaria será sinalizado pela Agência Nacional de

EnergiaElétrica(ANEEL),deacordocominformaçõesprestadaspeloOperadorNacional

doSistema(ONS),conformeacapacidadedegeraçãodeenergiaelétricadopaís.

TendoemvistaqueosEECsconsomemcercade40%detodaenergiaelétricaproduzida

no país, se torna necessária a promoção da eficiência energética neste segmento de

mercado.Nesse sentido, o INMETRO (2010) avalia a eficiência energética de edifícios

comerciais, de serviços e públicos, conforme seja o desempenho de projeto da

envoltória,dosistemadeiluminaçãoedosistemadecondicionamentodear.

Requereraeficiêncianossistemasdearcondicionadosetornaobrigatória,poiscoma

reduçãodos custosdeprodução ede implantaçãodos sistemasde ar-condicionado, a

solução adotada nas décadas de 1980 , 1990 e 2000 para o conforto térmico dos

edifícios de escritórios, que privilegiavam o design e deixavam em segundo plano as

soluçõespassivasparaventilaçãoeiluminação,passouaseropróprioar-condicionado.

EstacondiçãoelevaocustooperacionalevainacontramãodosconceitosdosEDIFÍCIOS

DEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSMAIS SUSTENTÁVEIS, que partem da premissa de possuírem

maior investimentonociclode implantaçãoe,emcontrapartida,menorcustonociclo

operacional.

4.1.2 ÁGUA

CBCS (2009) cita que o setor da construção civil é responsável por boa parte do

consumo de água potável nomundo. Em áreas urbanizadas o consumo é de cerca de

50%daáguapotávelfornecidapotávelfornecidaàregião,podendochegara84%,como

ocorrenacidadedeVitória–ES.

i. Bandeira Verde: possui condições favoráveis de geração de energia. Logo, a tarifa não incidiránenhumacréscimoepartedeumpatamarmaisbaixoqueatarifacalculadapelametodologiaatual;ii. Bandeira Amarela: possui condições menos favoráveis de geração de energia. A tarifa sofreráacréscimodeR$2,50paracada100kWhconsumidos;iii. BandeiraVermelha:condiçõesmaiscustosasdegeração.AtarifasofreacréscimodeR$4,50paracada100kWhconsumidos.Osvaloresapresentadossãodenovembrode2015

47

O setor da construção civil ganha importância para promover o usomais eficiente e

racionaldoconsumodeáguapotável,namedidaemqueelaéindutoranainstalaçãoe

readequaçãodasinstalaçõeshidráulicasdecasas,edifícioseobrasdeinfraestrutura.

Somentenosetordeabastecimentodeáguaexistegrandeoportunidadedeeconomiade

águapotável.Apenasparailustrarestadimensão,asperdasmédiaspeloabastecimento

deáguanoBrasilsãoemtornode37%,algunsestadosoíndiceésuperiora50%,jána

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) representam na

ordemde30%deperdas,masnoJapão,referênciamundialnoassunto,asperdasestão

naordemde3%,dadosapresentadospelaSABESP(2014,p.35).

Além da questão da oportunidade de economia, se torna necessária a promoção da

reduçãodoconsumoeusoracionaldeáguaemdecorrênciadoaparenteesgotamento

das reservas hídricas, seja em função do aumento do consumo decorrente do

crescimentopopulacional,quemuitasvezescrescedesordenadamenteeocupaasáreas

de mananciais, removendo as áreas de preservação permanente e contaminando as

reservas hídricas, como também o risco de baixas precipitações pluviométricas, que

podemnãoreporovolumenecessárioparaatendimentodademanda.

O Estado de São Paulo vivenciou em 2014 e 2015 numa das maiores crises no

abastecimentodeáguapotável,queculminounautilizaçãodepartedovolumetécnico

doSistemaCantareira–abaixodacaptaçãodasbombas-(VolumeMorto).

ProgramademetadeconsumofoiintroduzidopeloGovernodoEstadodeSãoPaulopor

meio da Sabesp. A adesão expressiva da população evitou o colapso no sistema de

abastecimentonoperíododemenorprecipitaçãopluviométrica.Aparticipaçãodeparte

expressiva da população foi devido ao programa de conscientização realizado não

apenas pela Sabesp, mas também por diversos meios de comunicação e de pessoas

formadorasdeopinião,naqualapopulaçãofoiconstantementeimpactadapelasmídias

impressa,eletrônica,onlineetc.

Várias famílias aderiram ao apelo e buscaram o usomais eficiente e racional para o

consumo de água potável e promoveram a instalação de sistemas para coleta de

efluentes.

48

Aindaquenãohajaconsolidaçãoepadronizaçãodossistemasparacoletadeefluentes,

informação destacada pelo CBCS (2014), é notória a evolução e utilização destes

sistemasparausomaiseficienteeracionaldaágua.

Assim como vivenciado na Crise do Apagão, a integração e a conscientização da

população foi mais uma vez crucial para superar os problemas de abastecimento de

águanoEstadodeSãoPaulo.

Nota-se mais uma quebra de paradigma, pois foi instaurado um ambiente em que a

populaçãobuscasoluçõesmaiseficienteseracionaisparaoconsumodeágua.

4.1.3 MATERIAIS

Conformejámencionadoanteriormente,aconstruçãodeedificaçõeschegaaconsumir

até 75% dos recursos extraídos da natureza, sendo que na sua maior parte não são

recursosrenováveis.

Logo, a seleção e especificação demateriais adequados para o uso são fundamentais

para minimizar a emissão de poluentes, reduzir os impactos negativos e, sobretudo,

potencializarosimpactospositivossobreomeioambiente.

Conforme dito anteriormente, o referencial da qualidade de um material depende

exclusivamentedofimaqueelesedestina.Aespecificaçãodomaterialmaisresistente

e/ou de melhor acabamento, sem a devida necessidade, pode ser considerada

desperdícionãoaparente.

Diante deste contexto, a seleção de materiais, tema a ser debatido a seguir, é

fundamental para reduzir os impactos negativos que possam ser causados ao meio

ambiente.

49

4.1.3.1 SELEÇÃODEMATERIAIS

Aseleçãodemateriaiséumprocessofundamentalparaasustentabilidadenasempresas

e,principalmente,nosempreendimentos.Aparentemente,éumprocessorelativamente

simples,masquenapráticanãoocorre,poisprocedimentose/oucritériossimplesnão

sãodevidamenteaplicadosparaaseleçãodemateriaisecontrataçãodefornecedores,o

queprejudicaaevoluçãodacadeiadefornecedoresdosetor.

Diante deste cenário, o Comitê Temático de Materiais (CT MATERIAIS) do CBCS

desenvolveuaFerramentaSeisPassos15paraauxiliarosprojetistas,empreendedorese

usuáriosnaseleçãodosfornecedoresedosmateriaisqueserãoutilizadosnasobras.As

etapassugeridassão:

i. Verificaçãodaformalidadedaempresafabricanteefornecedora;

ii. Verificaçãodalicençaambiental;

iii. Verificaçãodasquestõessociais;

iv. Qualidadeenormastécnicasdoproduto;

v. Consultaroperfilderesponsabilidadesocioambientaldaempresa;

vi. Identificaraexistênciadepropagandaenganosa.

ANBR15575–NormadeDesempenho -delimitaos referenciaisdaqualidadeparao

desempenho das edificações habitacionais, as responsabilidades e as condições de

contorno dos players de mercado: [i] fornecedores de insumo, material, componente

e/ousistema;[ii]projetistas;[iii]construtoreseincorporadores;[iv]usuários.

A seleção de materiais deve levar em conta a sua durabilidade, assunto abordado n

Capítulo8.2.2.3-DesempenhodosMateriaisedosEmpreendimentos-,e,sepossível,a

AnálisedoCiclodeVida(ACV).

Cuidado redobrado deve ser dado às matérias-primas e aos produtos utilizados no

processo de fabricação dos materiais, pois muitas empresas utilizam materiais e

processos inadequados, que muitas vezes não são aparentes, ao adquirir um

determinadoproduto, como é o casodoCompostoOrgânicoVolátil (VOC), agregados,

madeiraetc.

15Disponívelem:http://www.cbcs.org.br/selecaoem6passos/

50

Logo, torna-se fundamental verificar a procedência legal dos materiais utilizados no

processodefabricaçãodosprodutosadquiridos.

4.1.3.1.1 MadeiraLegal

O setor da construção civil utiliza madeira em sua cadeia produtiva desde a

infraestrutura, as fundações e a cobertura, até o acabamento interno das edificações.

Embora haja uma rigorosa legislação para a supressão e o comércio demadeira, boa

partedamadeirautilizadanaconstruçãociviltemprocedênciaduvidosae/ouilegal.

Para controlar a origem da Madeira Legal, foi desenvolvido pelo Governo Federal o

SistemaDocumentodeOrigemFlorestal(SistemaDOF),umaferramentaeletrônicaque

integra os documentos de transporte florestal, federal e estaduais, com o objetivo de

monitorarecontrolaraexploração,atransformação,acomercialização,otransporteeo

armazenamentodosrecursosflorestais.

Embora O SISTEMA DOF tenha contribuído para a redução da exploração ilegal da

madeira,aindaseverificaocomércioilegaldemadeiranovarejo,emquemuitasvezes

pode-seconstataraproximidadese/ouatémesmoamisturadosestoquesdamadeira

legalcomamadeirailegal.

Uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio

Ambiente, promove o Cadmadeira, que é um cadastro estadual das empresas que

comercializamMadeiraLegal,noqualaempresaqueestiverhabilitadapoderárequerer

o SeloMadeira Legal, que dentre outras obrigatoriedades, exige a disponibilização do

arquivodasnotasfiscaisrecebidas,comseusrespectivosDOFs,procedimentoestequeé

umtantoquantoburocrático.

EstacondiçãopoderiaserotimizadasehouvesseobrigatoriedadededescreverosDOFs

nas notas fiscais eletrônicas emitidas pelo comércio. As prefeituras poderiam

disponibilizar essas informaçõespara oGovernodoEstado, que, por sua vez, poderia

compatibilizardemaneiramaisprática,ecommaiorvelocidadenoprocessamentodos

dados,paraidentificarcommaisagilidadeaspossíveisirregularidades.

51

Além daMadeira Legal, existe aMadeira Certificada, que é uma importante iniciativa

paraatestaraorigemdamadeiraedisseminaromanejomaissustentáveldasflorestas

nativase/oudereflorestamento.

As duas principais certificações são o Forest Stewardship Council (FSC), entidade

internacional,eaCertificaçãoFlorestal (Cerflor),parceriaentreaSociedadeBrasileira

deSilviculturaeaABNT.

OusodaMadeiraCertificadapossuialgumaslimitações,destacadasaseguir:

i. Acadeiaprodutivadamadeiracertificadaparaosetordaconstruçãocivilé

limitadaapoucosfornecedoreseprestadoresdeserviços;

ii. Baixa disponibilidade nos estoques do comércio varejista, mesmo nos

principaismercadosconsumidores;

iii. O custo da madeira certificada é em torno de 30% superior ao custo da

madeiralegal;

iv. As madeiras certificadas possuem a obrigatoriedade de informar que são

certificadasnanotafiscal,masnãoháobrigatoriedadedeinformaroDOF.

v. Um estabelecimento comercial pode vender madeira legal e madeira

certificada.

Além de identificar a madeira adquirida diretamente para o empreendimento,

recomenda-severificareexigiraprocedênciadosprodutosqueutilizamindiretamente

a madeira no processo produtivo e/ou logístico. No caso da indústria cerâmica, ela

utilizamaisde51%delenhaemsuamatrizenergética,segundodadosdeEPE(2013).

4.1.3.2 TRANSPORTE,RECEBIMENTOEARMAZENAMENTODEMATERIAIS

As etapas de transporte, recebimento e armazenamento de materiais são tão

importantes quanto a etapa de seleção e aquisição de materiais, pois podem

comprometerousodomaterial.

Asemissõesdefumaçadosveículosdetransportedemateriaisdevemestardentrodos

limites legais, pois além de poluir o meio ambiente, os veículos inadequados e

descalibrados podem comprometer a imagem associada ao empreendimento e ao

empreendedor.

52

4.1.4 RESÍDUOSSÓLIDOS

Conformevistoanteriormente,osetordaconstruçãociviléoprincipalresponsávelpelo

consumodosrecursosnaturais,bemcomopelageraçãoderesíduossólidos.

Por várias décadas, inexistiu a preocupação com a gestão de resíduos sólidos na

construçãocivilbrasileira,mesmoemumcenárionoqualocorriamperdaseconômicas

equivalentesa30%emdesperdíciosdemateriaiseretrabalhos16.

Apenasem2003entrouemvigoraCONAMA307,resoluçãoqueestabelecediretrizes,

critérioseprocedimentosparaagestãoderesíduossólidosdaconstruçãocivil.Segundo

estaresolução,osgeradoresderesíduosdaconstruçãocivildevemserosresponsáveis

pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de

estruturasedeestradas,bemcomoporaquelesresultantesdaremoçãodavegetaçãoe

escavaçãodesolos.

O Conselho Regional doMeio Ambiente (CONAMA), pormeio da Resolução CONAMA

307,de2002,estabelecequeosplanosdegerenciamentoderesíduosdaconstruçãocivil

deverão contemplar as etapas: [i] caracterização; [ii] triagem; [iii] acondicionamento;

[iv]transporte;[v]destinação.

Os resíduosdaconstruçãocivil, apósa triagem,deverãoserdestinadosconformeseja

suaclassificaçãonoCONAMA307de2002,descritaaseguir:

i. ClasseA-sãoosresíduosutilizáveisourecicláveiscomoagregado;

ii. ClasseB–sãoosresíduosrecicláveisparaoutrasdestinações;

iii. Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente atrativas que permitam a sua

reciclagemourecuperação;

iv. ClasseD–sãoosresíduosperigososdoprocessodeconstrução.

A destinação dos resíduos deve atender ao Manifesto de Transporte de Resíduos,

estabelecido no Processo n° 02001.000597/2004-40, de 8 de agosto de 2002, do

CONAMA,quedispõesobreoTransporteInterestadualdeResíduosPerigosos.

16Segundoinformaçõescorrentesesemsustentaçãotécnica.

53

ANBR10004:2004estabelece critériospara classificaçãodos resíduos sólidosquanto

aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, de forma que possam ser

gerenciadosadequadamente.Osresíduossãoclassificadosem:

i. ClasseI–Perigosos;

ii. ClasseII–Nãoperigosos

§ ClasseII-A–Nãoinertes

§ ClasseII-B–Inertes

ANBR12.235estabeleceoarmazenamentodosresíduossólidosperigosos–ClasseI–

deformaaprotegerasaúdepúblicaeomeioambiente.

4.1.5 CLIMA

Segundo BARBIRATO et al (2011), o clima é o resultado dinâmico de fatores globais

(radiação solar, latitude, altitude, regime dos ventos, massas de água e terra), locais

(topografia e revestimento do solo) e de elementos (temperatura do ar, umidade,

radiação,ventos,nebulosidade,precipitações).

Em função desta gama de variáveis, existe uma infinidade de padrões. Logo, a

construção mais sustentável não deve ser modelada ou padronizada

internacionalmente,poiseladevelevaremconsideraçãooclima,aculturaeosaspectos

ambientais,sociaiseeconômicosdecadaregião.

Mais uma vez, não faz sentido a existência de uma certificação que afira a

sustentabilidadedeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSemqualquerlugardoplaneta.

SegundoEPE(2013),asemissõesdeCO2percapitanoBrasilestãoentreasmenoresdo

mundo,conformedemonstradonoGráfico7.

54

Fonte:EPE(2013)Gráfico7- EmissõesdeCO2percapita

4.2 BOTTOMLINE:SOCIAL

A construção deHabitações de Interesse Social (HIS) é umprograma social realizado

pelos governos das três esferas (federal, estadual e municipal) para tentar reduzir o

déficithabitacionaldemaisde5milhõesdeunidadesnoBrasil,segundoFJP;CEI(2012).

Ao investir neste programa adequadamente em sinergia com os stakeholders, os

governospromovemoportunidades, comodemonstradonoSustainableSocialHousing

Initiative(ProjetoSushi),projetodesenvolvidopeloProgramadasNaçõesUnidasparao

MeioAmbiente(PNUMA)-UnitedNationsEnvironmentProgramme(UNEP)–,comapoio

daUniãoEuropeiae,comoumdeseusexecutores,oCBCS.Asprincipaisoportunidades

apontadaspeloProjetoSushisãopara:

i. governo: menos gasto com saúde, mais produtividade dos trabalhadores,

melhorcapacidadedeapreenderdascriançasetc.;

ii. setordaconstruçãocivil:oportunidadesdenegócios,empregosverdesetc.;

iii. sociedade:geraçãoderiqueza,menospoluiçãoetc.;

iv. agentes financeiros: novas oportunidade de financiar, melhores garantias,

evitarobsolescênciaprematuradahabitaçãoetc.;

17,3

7,3

5,4

2,0 2,20

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

EUA-2010 UniãoEuropeia-2010

China-2010 Brasil-2010 Brasil-2012

tCO2/ha

b

55

v. famílias:maiorqualidadedevida.

Investirnosetordaconstruçãocivil temsua importânciasocialnoBrasil,poisosetor

gerou mais de 8% dos empregos no Brasil em 2011 e sua participação do valor

adicionado bruto representa na ordem de 35%, segundo informações tabuladas pela

CBIC(2015).

O setor da construção civil vem se transformando ao longo dos anos, criando mais

oportunidades de emprego e renda para população, como também o aumento da

arrecadação de tributos e impostos para aplicação em setores essenciais para a

sociedade:saúde,educaçãoemobilidade.

Mas, recursos aplicados na saúde e na educação são insuficientes para atender as

necessidades da população. Assim, diversas empresas do setor da construção civil

oferecem planos de saúde e programas de alfabetização para promover a melhor

qualidadedevidaevalorizaçãodeseusfuncionários.

4.3 BOTTOMLINE:ECONÔMICO

Aaplicaçãodepráticasmaissustentáveispressupõequeoedifícioterámenorgastode

manutenção e operação, causará menor impacto negativo e, com o intuito de

potencializar os impactos positivos no meio ambiente, usará materiais e sistemas

construtivosmaiseficientes,quevisemreduziroconsumodosrecursosnaturais.

O segmento de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS tem sido alvo de pressão não

apenasda sociedade,mas tambémde algumas empresas alinhadas compráticasmais

sustentáveis, quebuscam instalar suasoperaçõesnesta tipologiade empreendimento.

Deste modo, para atender a esta demanda e à necessidade deste público, os

empreendedoresdevemreveraspráticassustentáveisadotadasdeformasistêmicatodo

o ciclo de vida do empreendimento, desde sua concepção, projeto, implantação e

operação,atéasuarevitalização.

VERONEZI(2004,p.5)relataqueavisãoinicialdeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS

como sendo apenas a estrutura física de suporte foi substituída pelo conceito de

ambiente adequado ao desenvolvimento de novos negócios e parte integrante destes.

Sobesseenfoque,énecessárioquetaisedifíciosacompanhemasevoluçõestecnológicas,

56

demateriais construtivos, de conceitos arquitetônicos e de estruturas organizacionais

dotrabalho,bemcomoosmovimentosdoscentrosdenegóciosdentrodamalhaurbana,

paraquepossamatenderdamelhorformaaseusocupantes.

Diantedessecontexto,osegmentodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSpassaporum

momento de evolução tecnológica, no qual é necessário quebrar paradigmas, buscar

sistemasconstrutivosemateriaismaiseficientesparaociclodeimplantação,tendoem

vista minimizar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos nomeio

ambiente.

4.3.1 OSCUSTOSDEIMPLANTAÇÃODACONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL

Oscustosdeimplantaçãodeumedifíciodeescritórioconceituadocomaspráticasmais

sustentáveissãomaioresemrelaçãoaosedifíciosdeescritóriosconvencionais,situação

esta que conduz o empreendedor a ummaior nível de exposição ao final do ciclo de

implantação.

ALENCAR(2009)citaofatodeque,“paraaquelequeexploraosedifíciosdeescritórios

sustentáveis,oResultadoOperacionalDisponível(RODi)médiogeradopelalocaçãodos

seus espaços poderá ter mais substância, mesmo se os preços de locação forem

mantidosnosníveisdospreçosmédiosdomercadodeedifíciosconvencionais.Portanto,

opatamardeatratividadeparao investimentoemedifíciosdeescritóriossustentáveis

tem vínculo direto, justamente, com a relação entre o incremento de custos de

implantação, que eleva o nível de exposição do empreendedor ao final do ciclo de

implantaçãodoedifício, ea respectivacontrapartidapotencialde incrementodeRODi

noseuciclodeoperação”.

Consequentemente, o incremento de RODi no ciclo de operação gera mais valia ao

edifíciodeescritóriomaissustentável.EssaconstataçãofoifeitaporHUIetal(2015,p.

298)emedifíciosdeescritórioscomcertificaçãoambientalemShanghai,China.

Mas, quanto seria o percentual de incremento de custo para a implantação de um

empreendimentomaissustentável?Édifícilprecisarisso,poisocustovariaconformeo

patamardedesempenhodasustentabilidadedoedifício.Porsuavez,odesempenhoda

sustentabilidade do edifício depende diretamente do meio em que o edifício será

57

inserido,poisvariadeacordocomasnecessidadesdosfuturosusuários,dasexigências

legais, da interação com os stakeholders e da leitura destas variáveis feita pelo

empreendedorparaodesenvolvimentodeempreendimentos.

Entretanto,emmercadosmaisevoluídos,comoéocasodonorte-americano,podem-se

obteralgunsdadosrelevantes,afimdedaradimensãodoincrementodecustoparaa

implantaçãodeumedifíciodeescritóriomaissustentável.

KATS(2003,p.14-18)analisou33empreendimentos,sendo25edifíciosdeescritóriose

8 edifícios escolares, todos coma certificaçãoLeadership inEnergyandEnvironmental

Design (Leed), concluídos ou comprevisão de conclusão entre 1994 e 2004 nos EUA.

Estes projetos foram selecionados porque possuíam os custos de implantação na

concepção em que foram desenvolvidos, ou seja, mais sustentáveis e na condição de

projetosconvencionaisalternativos.

Paraessaanálise,ocustomédiodeumedifíciomaissustentávelécercade2%maiordo

queodeumedifícioconvencional.DependendodacategoriaLeedemqueéclassificado

oedifício,ocustomédiodeimplantaçãopodevariarentre0,66%e6,5%.

Destaca-se que, com o passar do tempo, o custo de implantação de um edifício de

escritório mais sustentável tende a diminuir a partir da experiência e do

desenvolvimento do empreendedor no segmento de mercado, comparativamente aos

seusprojetospioneiros.Alémdisso,omercadoé livre,competitivoedinâmico,epode

criarcondiçõesparaodesenvolvimentodeprodutosinovadorescomnovastecnologias,

capazes de reduzir significativamente o custo de implantação e de operação de um

edifício.

58

Gráfico8- IncrementodecustoparaaimplantaçãodeumEdifícioMaisSustentável

IssopodeserobservadonamodelagemrealizadaporREHM;ADE(2013)-pormeioda

metodologianãoparamétricadeWilcoxon,em17edifíciosmaissustentáveislocalizados

naNovaZelândia-queevidenciouquenemsempreocustodeimplantaçãodeedifícios

deescritóriosmaissustentáveisémaiselevadoemrelaçãoaosedifíciosconvencionais.

Ainda que os custos de implantação sejam maiores nos edifícios de escritórios mais

sustentáveis,aaplicaçãodepráticasmaissustentáveispressupõequeosedifíciosterão

menor gasto de manutenção e despesa no ciclo de operação, além de causar menor

impactonegativo.Alémdisso,essaspráticastemointuitodepotencializarosimpactos

positivos no meio ambiente, com o uso de materiais e sistemas construtivos mais

eficientes,quevisemreduziroconsumodosrecursosnaturais.

4.3.2 ASDESPESASOPERACIONAISDACONSTRUÇÃOMAISSUSTENTÁVEL

Aestratégiadeobtermenorgastodeoperação,utilizadapordiversasempresas,como

intuito de alcançarmaior resultado financeiro, pode estar equivocada, principalmente

nestemomentodereflexãodopensamentosistêmico.

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

Cer.ficado Silver Gold Pla.num

Incrementodecusto Média

Fonte:USGB,CapitaleAnalysisapudKats(2003)

59

Todasasatividades,sejamelasdeserviçosoudeaquisiçãodemateriaiseequipamentos,

devem estar contempladas em um orçamento detalhado, pois é pré-requisito para a

realização da gestão operacional de qualquer edifício, sendo crucial paramanter sua

performanceesuasustentabilidade.Aprematuradeterioraçãoeousoacimadolimite

recomendadopara as facilities dos edifícios de escritórios podem causar insatisfações

aosusuáriose,consequentemente,reduçãonasreceitasdelocação,LAI(2009,p.415).

Para os edifícios de escritórios mais sustentáveis, o componente vital é a integração

entreosempreendedores,construtores,projetistas,operadoreseusuários,de formaa

promover o conhecimento e, consequentemente, melhorar a performance no ciclo

operacionaldoedifício.Noentanto,integrareconscientizarosusuáriosdosedifíciosde

escritóriosmaissustentáveiséumabarreiraqueexistenaAustrália,comotambémno

restodomundo,JAILANIetal(2015,p.391).

Além disso, a falta de integração dos usuários com os gestores dos edifícios de

escritóriosfazcomqueaquelesnãoreconheçamosresultadosobtidosnaperformance

doedifício.Porestemotivo,osinquilinosnãodemonstramomenorinteresseempagar

maior valorde locação.A análise efetuadapor JONES (2008) com28 gestores, em17

edifíciosdeescritóriosconvencionaisemHongKong, comprovaqueaperformancedo

budgetdocondomínionãoestácorrelacionadacomopreçodelocação.

Adicionalmente,muitas empresasquebuscam instalar suasoperações emedifíciosde

escritóriosmais sustentáveis, aindaquenão reconheçamosdiferenciais competitivos,

pelomenosemumprimeiromomento, tambémnãoestãodispostasapagarmaispor

isso,queentraemconflito comasexpectativasdoempreendedor,que teveummaior

níveldeexposiçãoaofinaldociclodeimplantaçãoeesperaobtermaiorRODi.

Desse modo, para atender a esta demanda e à necessidade deste público, os

empreendedores devem rever de forma sistêmica todo o ciclo de vida do

empreendimento, desde sua concepção, projeto, implantação e operação, até a sua

readequação,comoobjetivonãoapenasdepromoverosaspectosambientaisesociais

do empreendimento, como também de demonstrar e promover as vantagens

econômicasparaousuário.

60

Com base em 60 edifícios americanos certificados pelo LEED, KATS (2003, p.19)

demonstrou algumas vantagens dos edifícios de escritóriosmais sustentáveis quando

comparadosaosedifíciosdeescritóriosconvencionais,asaber:

i. emmédia,25%a30%maiseficientesemenergiaelétrica;

ii. caracterizadosporbaixopicodeenergia;

iii. maissuscetíveisdegerarenergiarenovávelnolocal;

iv. temmaiorprobabilidadedeadquirirenergiageradaporfontesrenováveis.

Estudo realizadopeloUS-EPA;DWR(1997),que teve comobaseomonitoramentode

741consumidores comerciaisamericanos,porumperíodode12meses, entre1994e

1995, constatou que o uso mais eficiente da água pode reduzir o seu consumo em

aproximadamente 22%. Quando se analisam os 17 edifícios de escritórios mais

eficientes,areduçãomédiaédecercade28%.

NoBrasil,obterosdadosdeconsumodosedifíciosdeescritóriosédifícil,sejapormeio

de concessionárias de energia elétrica, seja companhias de abastecimento de água e

esgoto,quepreservamosigilodas informaçõesdosconsumidores.Alémdisso,nãohá

um padrão de cobrança do consumo de energia elétrica e de água junto às

administradoras de edifícios de escritórios, dificultando a comparação direta entre os

edifícios.

Diantedestacircunstância,foirealizadaumapesquisaem2010,comvaloresatualizados

peloIPCA,emmoedadesetembrode2015, juntoàsadministradorasdecondomínioe

aosempreendedoresde7edifíciosdeescritórios,classificadosentreAeAAA,sendo5

convencionaise2maissustentáveis,todoscomocupaçãomultiusuárioeemoperação.A

pesquisademonstrouqueasdespesasdecondomíniodosedifíciosdeescritóriospodem

variarsignificativamentedeumempreendimentoparaoutro-videTabela1eGráfico9.

Evidentemente, por se tratar de uma pesquisa de caráter qualitativo, não houve a

preocupaçãodesefazerumlevantamentoestatísticorepresentativodocomportamento

do mercado de edifícios de escritórios, realizando-se apenas uma amostra por

conveniência–métododeamostragemnãoprobabilístico.Ouseja,foiunicamenteuma

consultaaumgrupolimitadoeseletodeprofissionaisquepossueminformaçõessobrea

operaçãodeumoumaisedifíciosdeescritórios.

61

Além disso, existe a limitação na formação das despesas de condomínio, que não

apresentamumpadrãodecobrançanascontasdeconsumonosedifíciosdeescritórios

pesquisados.

Amediçãoindividualizadaéacobrançamaisjustanascontasdeconsumo,àmedidaque

o usuário paga o que efetivamente consumir, ao passo que na medição coletiva o

consumototaldoedifícioérateadoentretodososusuários,mesmoqueumusuárionão

tenha consumido no período da cobrança. O mesmo ocorre para o sistema de ar-

condicionadocentral,emqueascontasdeconsumodosistemaderesfriamento,queé

coletivo,sãorateadasportodososusuários.

Emboraapresenteaslimitaçõesdescritasacima,,aamostrade7edifíciosdeescritórios

possibilitaidentificaralgunsdadosinteressantes(Gráfico9e10),taiscomo:

i. aosepararasamostrasemdoisblocos,BlocoA(dosedifíciosdeescritórios

mais sustentáveis) e Bloco B (dos edifícios de escritórios convencionais), e

desprezar o Edifício 7, em função de seu valor ser substancialmentemaior

frenteaosdemais,verifica-sequeocustodocondomíniomédiodoBlocoAé

aproximadamente48%menorqueodoBlocoB.

ii. amenor diferença da despesa de condomínio encontrada na amostra entre

umedifíciodeescritóriomaissustentáveleoconvencionaléentreoEdifício2

eoEdifício3,emqueadiferençachegaacercade33%.

iii. desprezando o Edifício 7, a maior diferença da despesa de condomínio

encontrada é entre o Edifício 1 e o Edifício 6, diferença que chega a

aproximadamente59%.

iv. as contasmensaisde consumodoBlocoA, sãoemmédia,75%menoresdo

queoconsumomédiodoBlocoB.

v. amenordiferençaentreascontasdeconsumodecondomíniodeumedifício

de escritório mais sustentável e um convencional é entre o Edifício 1 e o

Edifício4,quechegaaser60%inferior.

vi. amaior diferença entre as contas de consumo das áreas comuns é entre o

Edifício2eoEdifício7,estadiferençachegaaser83%menor.

vii. verifica-se que a despesa de condomínio, demonstrada no Gráfico 9, não

possuiproporçãodireta comas contasde consumo, conformeoGráfico10.

62

Issosedeveemfunçãoàvariaçãodeoutrascontasquecompõemasdespesas

docondomínio,taiscomosegurança,manutençãoegestãoadministrativa.

Edifício CaracterísticaÁreaBruta

Locável(ABL)m2

Mediçãode

Água

MediçãodeEnergia

SistemadeArCondicionado

CustoMensaldoCondomínio

(R$/m2deABL)baseSet/2015

1 MaisSustentável 41.350 Individual Individual Individual 10,112 MaisSustentável 60.145 Coletiva Individual Individual 13,403 Convencional 8.160 Coletiva Individual Central 20,124 Convencional 7.770 Coletiva Individual Central 21,815 Convencional 17.683 Coletiva Individual Central 23,746 Convencional 6.885 Coletiva Individual Central 24,787 Convencional 14.980 Coletiva Individual Central 41,87Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutorTabela1 CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosAeB

Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutorGráfico9- DespesadeCondomínio

10,11

13,40

20,1121,82

23,74 24,77

41,87

11,76

22,78

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1 2 3 4 5 6 7

R$/m

2/mês(b

aseset/2015)

Edi9cios

CustodoCondomínio MédiadoBloco

BLOCOA

BLOCOB

48%

63

Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutorGráfico10- Contasdeconsumodasáreascomuns–BlocosAeB

LevantamentorealizadopelaCushman&Wakefieldem6edifíciosdeescritório, todos

naconcepçãomultiusuário,apresentadoispadrõesdegastosnascontasdeconsumo.O

Bloco C apresenta custo mensal de 4,52 / (R$/m2 de ABL), enquanto que o Bloco D

apresentacustomensalde11,14(R$/m2deABL).

AosepararasamostrasemdoisBlocos,CeD,ecompararcomoBlocoA(edifíciosde

escritórios mais sustentáveis), verificamos que os edifícios de escritórios mais

sustentáveis são entre 65% e 86% mais econômicos que os edifícios de escritórios

convencionais.

Edifício CaracterísticaÁreaBruta

Locável(ABL)m2

Mediçãode

Água

MediçãodeEnergia

SistemadeArCondicionado

CustoMensaldoCondomínio

(R$/m2deABL)baseSet/2015

8 Convencional 24.522 Coletivo Individual Central 3,829 Convencional 16.793 Coletivo Individual Self 4,2310 Convencional 22.755 Coletivo Individual Central 5,5111 Convencional 29.576 Coletivo Individual Central 10,6512 Convencional 10.916 Coletivo Individual Central 10,9113 Convencional 51.858 Coletivo Individual Central 11,85

Fonte:Cushman&WakefieldTabela2 CaracterísticasdosEdifíciosdeEscritórios–BlocosCeD

1,61 1,51

5,82

4,09

9,00

5,90

10,44

1,56

6,20

0

3

5

8

10

13

1 2 3 4 5 6 7

R$/m

2/mês(b

aseSet/2015)

Edi8cios

ContasdeConsumoÁreasComuns

MédiadoBloco

BLOCOA

BLOCOB

BLOCOA

BLOCOB

75%

64

Fonte:Cushman&Wakefield.Gráfico11- ContasdeConsumodasÁreasComuns–BlocosCeD

Pelosdadosapresentados,pode-seconcluirqueocustodocondomíniodeumedifíciode

escritório mais sustentável é menor em relação a um edifício de escritórios

convencional. No entanto, conforme descrito anteriormente, existe uma limitação na

comparaçãodiretaentreestas tipologiasdeempreendimentos imobiliários,emfunção

das diferenças de concepção e projeto destes edifícios, que caracterizam formas de

cobrançadecontasdeconsumodiferentes.

Diante desse dilema, para medir o desempenho de um edifício de escritórios mais

sustentável frente ao edifício de escritórios convencional, foi necessário ajustar por

meiodeparâmetrososedifíciosdeescritóriosmaissustentáveis,deformaquetivessem

as mesmas características dos edifícios de escritórios convencionais, utilizando os

índicesparamétricosdaTabela3.

Com o ajuste de parâmetros os EECs mais sustentáveis possuem medição de água

coletiva, energia elétrica individualizada e ar-condicionado coletivo. As características

dascontasdemanutençãoedegestãoadministrativanãoserãoconsideradas,poissão

fatores mais específicos do empreendimento, e, conforme visto anteriormente, não

possuemrelaçãodiretacomascontasdeconsumo.

3,824,23

5,51

10,65 10,92

11,85

4,52

11,14

0

3

5

8

10

13

8 9 10 11 12 13

R$/m

2/mês(b

aseSet.2015)

Edi9cios

ContasdeConsumo

MédiadasContasdeConsumo

BLOCOC

BLOCOD

65

CaracterísticadoProtótipo Padrão

Parâmetros*áreaprivativa+áreacomum

áreaprivativa**

ConsumodeÁgua Coletivo 1,98 1,84Ar-Condicionado Coletivo 2,88 -Fonte:Umuarama,DaikineAutor*emR$deSet./2015**nocasodoEdifício1,oconsumodeáguadaáreacomumjáestavanadespesacondominial.Tabela3 ParâmetrosparaconversãonoProtótipodeEmpreendimento

Fonte:Odebrecht,Iguatemi,UmuaramaeAutoresGráfico12- Contasdecondomínioajustadopormeiodeparâmetros–BlocosAeB

Considerandoestesparâmetros,amédiamensaldascontasdecondomíniodosedifícios

deescritóriosmaissustentáveisédeR$15,56/m2deABL,31%menorqueascontas

dosedifíciosdeescritóriosconvencionais.

Aocompararascontasdeconsumo,verifica-sequeoscustosmensaisdealgunsedifícios

deescritóriosconvencionaispossuemdesempenhonosmesmospatamaresdosedifícios

de escritórios mais sustentáveis. Mas a diferença entre o edifício de escritórios mais

sustentável e o edifício de escritórios convencional pode atingir até 51%, diferença

verificadaentreoBlocoAeoBlocoD.

Diantedoexposto,parecemserevidentesosbenefícioseosdesempenhosdosedifícios

deescritóriosmaissustentáveisparaosusuáriosemrelaçãoaosedifíciosdeescritórios

convencionais.Porém,osedifíciosdeescritóriossãorealmentemaisatrativosdemodoa

gerarmaiorRODieatenderaexpectativadoempreendedor?Paraverificarestaquestão

10,1113,40

20,11 21,82 23,74 24,77

41,87

1,842,88 2,88

15,56

22,61

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1 2 3 4 5 6 7

R$/m

2/mês(b

aseSet/.2015)

Edi9cios

Condomínio ParâmetroÁgua

Parâmetroar-condicionado Médiaajustadapormeiodeparâmetros

BLOCOA

BLOCOB

31%

66

é necessário compreender os preços de locação praticados no mercado, que são

discutidosnaseçãoseguinte.

Fonte:Cushman&WakefieldGráfico13- Contasdeconsumo–BlocosCeD

4.3.3 OSPREÇOSDELOCAÇÃODEEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSMAISSUSTENTÁVEIS

Adecisãodaescolhadoedifíciodeescritóriosparaa instalaçãodasoperaçõesdeuma

empresa não é apenas centrada nos atributos de localização, preço e qualidade. A

sustentabilidade começa a ganhar importância para as empresas, seja em função da

associação da sua imagem corporativa sobre a responsabilidade ambiental e social,

como também, na questão econômica, em função da menor despesa de condomínio,

discutidanaseçãoanterior.

Para comprovar esta evidência, LEVY; PETERSON (2015) realizaram entrevistas

qualitativas com 13 gestores de empresas, que mudaram para edifícios mais

sustentáveis no Central Business District, Auckland, Nova Zelândia. A importância da

sustentabilidadefoipercebidanomomentodadecisãodaescolhadoimóvel,sendoum

dos atributos que influenciaram na escolha do imóvel: localização, flexibilidade,

despesas operacionais, necessidades das instalações, marketing, sustentabilidade do

edifícioeatratividadefinanceira.

3,824,23

5,51

10,65 10,92

11,85

4,52

11,14

5,36

0

3

5

8

10

13

8 9 10 11 12 13

R$/m

2/mês(b

aseSet.2015)

Edi;cios

ContasdeConsumo

MédiadasContasdeConsumo

MédiadosEdi:ciosMaisSustentáveis-BlocoA

BLOCOC

BLOCOD

67

A demanda cada vez maior por edifícios de escritórios mais sustentáveis é nítida,

evidente,eumatendênciamundial.Ocrescimentodademandanestenichodemercado

possibilita inferir a premissa de que os edifícios de escritóriosmais sustentáveis são

maisatrativosparaoempreendedor.

Paracorroborarcomesteraciocínio,HUIetal(2015)aplicaramametodologiadopreço

hedônico em 59 edifícios em Shanghai, na China. Estes autores identificaram que os

edifícios com certificação Leed são 12% mais valorizados em relação aos que não

possuemacertificação.

Noentanto,avalorizaçãomencionadaporHUIetal(2015)podeserinsuficienteparaa

atratividade do empreendedor. BROTMAN (2014) realizou uma modelagem para

analisaraqualidadedo investimentoemedifíciosdeescritórioscomcertificaçãoLeed

Gold,emPittsburgheSt.Louis,EUA.Aanálisedesensibilidadedaeconomiadeenergia

durante o ciclo de operação em até 35% não foi suficiente para demonstrar a

atratividadedoinvestimentoparaoempreendedor,quefoiarbitradanumataxade12%

aoano.

Emalgunsmercados,comoodeSidney,naAustrália,osinquilinosnãoestãodispostosa

pagar um prêmio ao locador em função da eficiência energética, conforme

demonstraramGABE;REHN(2014)pelametodologiadepreçohedôniconoscontratos

de locação.Ospreçosde locaçãoestãomaisassociadosaoandar, localização, trânsito,

mercado,qualidadeeinclusão/exclusãopelopagamentodasdespesasdecondomíniodo

edifício.

NaSuíçatambémnãotemsidodiferente.Aorealizarametodologiadepreçohedônico

em 2.453 imóveis residenciais, com 36 indicadores de sustentabilidade, FEIGE et al

(2013) identificaram que a eficiência energética tem impacto negativo no preço de

locaçãodos imóveis. Issopodeservisto comosendoumaparticularidadedomercado

suíço, onde no preço de locação está incluído o consumode energia elétrica, assim, a

conta de energia elétrica é de responsabilidade do proprietário do imóvel. Logo, o

proprietáriodeumedifíciodemenoreficiênciaenergéticapodecobrarmaiorpreçode

locaçãoparacobrirestaineficiência.

68

Para analisar o patamar de preços de locação nomercado de edifícios de escritórios

maissustentáveisnoBrasil,foramrealizadosestudosapartirdosdadosdeedifíciosde

escritórios em operação no Município de São Paulo – Estado de São Paulo – Brasil,

fornecidospelaBuildings,emmarçode2015.

Foiextraídaumaamostracom73edifíciosdeescritórios,quecontinhainformaçõesdos

imóveis, como preço pedido de locação, taxa de condomínio, Imposto Predial e

TerritorialUrbano(IPTU),vacânciaetempodeoperaçãodoedifíciodeescritório.Desta

amostra, 15 edifícios de escritórios possuem certificação Leed e 58 edifícios de

escritóriosforamconsideradosconvencionais.

Paraesteestudo,valemasmesmas limitaçõesdapesquisaanteriormenteapresentada

pelosautores:

i. a pesquisa é tratada qualitativamente, ou seja, é uma amostra por

conveniência,métododeamostragemnãoprobabilístico;

ii. aanálisedasdespesasdecondomíniodomercadodeedifíciosdeescritórios

fica comprometida, em função das limitações na forma de cobrança e

concepçãodeprojeto,jádiscutidasanteriormente.

Constata-se,emtodasaslocalizações,queastaxasdevacânciasãomenoresnosedifícios

deescritóriosmaissustentáveis,exceçõesfeitasparaasregiõesdaPaulistaedaBerrini,

onde os edifícios de escritórios tinham pouco tempo de operação no momento da

pesquisa, ou seja, o período entre a entrega do edifício e omomento da pesquisa foi

insuficienteparacomercializarosespaçosdisponíveisparalocação,queresultounuma

baixaocupação.

Ospreçosmédiosdelocaçãodosedifíciosdeescritóriosmaissustentáveissãomaiores

doqueosdeedifíciosdeescritóriosconvencionais.ExceçãofeitaparaaPaulista,ondeo

únicoedifíciodeescritóriosmaissustentávelpossuipoucomaisde6mesesdeoperação

eapresentaelevadataxadevacância.

Desconsiderando a região da Paulista, o preço médio de locação dos edifícios de

escritóriosmaissustentáveispodeserentrede10%e45%maisvalorizadoemrelação

aosedifíciosdeescritóriosconvencionais,considerandoanáliselocal.Seanalisarmoso

mercadodacidadedeSãoPaulo,avalorizaçãopodeserapenasde9%.

69

Fonte:Buildings;GBC-Brasil;tabulaçõesespeciaisdoautorBase:Set/2015Tabela4 PreçosdeLocaçãonaCidadedeSãoPaulo

As empresas que se instalam em edifícios de escritórios na cidade de São Paulo,

aparentamaceitar pagarumpoucomaisporestaremumambientemaissustentável.

Cabeaoempreendedorrealizaraanálisedaqualidadedoinvestimentoparaconstatarse

o acréscimo de RODi gerado pelos atributos mais sustentáveis é suficiente para a

atratividadedoinvestimento.

Item Localização Tipo Edifícios de Escritórios

Preço MédioLocação

DespesaCondomínio

Convencional 13 100 20 Certificação 1 119 23

Prêmio 19%

Convencional 12 146 25 Certificação 1 192 33

Prêmio 32%

Convencional 7 106 24 Certificação

Convencional 1 104 27 Certificação 2 119 24

Prêmio 15%

Convencional 1 102 18 Certificação 1 130 12

Prêmio 28%

Convencional 7 62 18 Certificação 3 90 22

Prêmio 45%

Convencional 4 132 23 Certificação 1 124 19

Prêmio -6%

Convencional 4 80 18 Certificação 1 88 15

Prêmio 10%

Convencional 9 108 17 Certificação 5 120 19

Prêmio 11%

Convencional 58 108 21 Certificação 15 117 21

Prêmio 9%

Todos 73 110 21

Média

Berrini

Faria Lima

Itaim Bibi

Marginal

Marginal Norte

Marginal Sul

Verbo Divino

Vila Olímpia

8

9

6

7 Paulista

1

2

3

4

5

TxVacância

Tempo de Operação

(anos)

25% 11 32% 1

13% 12 7% 2

25% 12

31% 19 24% 1

27% 18 21% 7

49% 15 34% 3

18% 5 69% 1

21% 14 9% 2

21% 7 13% 5

22% 11 23% 3

22% 10

70

Fonte:Buildings;GBC-Brasil;tabulaçõesespeciaisdoautorBase:Set/2015Gráfico14- PreçosdeLocaçãodosEdifíciosdeEscritóriosnaCidadedeSãoPaulo

4.4 DESEMPENHO:LEGAL

Entende-se que o atendimento aos aspectos legais, seja na forma de leis, normas,

decretos, em qualquer esfera, tanto na federal, estadual como tambémmunicipal, é o

mínimonecessárioparaodesenvolvimentodeempreendimentosimobiliários.

Acordos e contrapartidas negociadas em função dos possíveis impactos negativos do

desenvolvimento de empreendimentos com órgãos públicos, empresas, instituições e

comunidadessãoconsideradosrequisitossubscritosedevemcontroladosao longodo

desenvolvimentodoempreendimento.

Ospaísespreocupadoscomumdesenvolvimentomaissustentável,procuraramlegislar

sobreamatérianosentidodecriarmecanismospararegularasdiscussõesrealizadasno

âmbitointernacional,porestarazão,asdiscussõesnoambientedaUnitedNations(UN)-

Organização das Nações Unidas (ONU) - por meio do United Nations Environment

70

82

101106

112 114 116

130

149

90 88

119 120 119130

124

192

62

80

100

108104

102

132 146

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

0 10 20 30 40 50 60 70 80

R$/m

2de

ABL,b

aseSet/2015

Edi7ciosdeEscritórios

Cer/ficado

Convencional

MédiadaRegião

MédiadosEECsCer/ficados

MédiadosEECconvencionais

71

Programme(UNEP)-ProgramadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbiente(PNUMA)-é

igualmenteimportanteparaodesenvolvimentodeempreendimentos.

Ser mais sustentável é ir além do mínimo imposto, o desenvolvimento de

empreendimentosdevepromover amelhoria contínua e inovaçãonosprocessospara

proporcionar mais impactos positivos, tendo em vista a melhor qualidade de vida e

equilíbriocomanatureza.

4.5 DESEMPENHO:CONFORTO

OconfortodoambienteconstruídonosEECSganhouimportânciaapartirdomomento

emqueaspessoascomeçaramapassarváriashorasdodiaemumúnicoambiente.A

pessoasquecomeçaramatrabalharemambientesfechadosnosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOS

apresentaramalgunssintomasnosolhos,viasaéreas,pele,dordecabeçaecansaço.

Váriosestudos foramrealizadospara identificarascausasdestessintomas, sendoque

foram em consequência da proliferação demicro-organismos, decorrentes da falta de

manutenção do ar condicionado, e/ou por poluentes que são produzidos dentro dos

EECs pormateriais de construção e/ou de limpeza baseados em solventes orgânicos.

Além disso, constatou-se a deficiência na iluminação, ventilação e temperatura dos

EdifíciosdeEscritórios.

Em meados da década de 1970, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu na

“SíndromedosEdifíciosDoentes”–SickBuildingSyndrome-ostrêsfatoresbásicosdos

quais a Qualidade do Ar Interno (QAI) depende: emissão de poluentes (interior dos

ambientes); infiltraçãodepoluentes(pormeiodoambienteexterior);acumulaçãodos

poluentes no interior dos ambientes (devido à pouca ventilação e à baixa taxa de

renovaçãodoar).

A temperatura, a umidade e o índice de renovação do ar também devem ser

consideradoscomofatoresinfluenciadoresdaQAI.

Na maioria dos EECs as unidades privativas necessitam ser climatizadas para

proporcionar um ambiente mais confortável para os seus usuários. Assim torna-se

necessáriomanutençãopreventivaecorretivadosistemadearcondicionado,demodoa

controlaratemperatura,aumidade,aremoçãodeparticuladosearenovaçãodoar.

72

Uma maneira de monitorar a QAI é a instalação de equipamentos de medição e

monitoramentodeindicadores,taiscomo:[i]temperatura;[ii]umidade;[iii]CO2.

Portaria3.523,de28deagostode1998,doMinistériodaSaúde,quecontémoPlanode

Manutenção e Operação e Controle (PMOC), voltado para todas as instalações com

sistemasdear-condicionadoacimade5TRs.

Resolução 9, de 16 de janeiro de 2003, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa), que regulamenta padrões, valores, parâmetros, normas e procedimentos

necessários à garantia da boa qualidade do ar interior, inclusive de temperatura,

umidade,velocidade,taxaderenovaçãoegraudepureza.

A NBR 15848:2010, para sistemas de ar condicionado e ventilação, prevê os

procedimentos e requisitos às atividades de construção, reformas, operação e

manutenção das instalações de ar-condicionado – sistemas centrais unitários, contém

parte3dedicadaaoassunto.

4.6 DESEMPENHO:INTEGRAÇÃO

CBCS (2015, p. 28) cita que alguns edifícios, principalmente os mais modernos, são

equipados com um Building Management System (BMS) que permite a gestão da

automaçãopredialemonitoramentodetalhado,quepossibilitarealizaranálisescríticas

dosconsumos.Àsvezeséutilizadoumsoftwaredegestãodeenergiapararegistraro

históricodedemandaeconsumohorário,diário,semanal,mensaleanual.Noentanto,

foiconstatadoqueasimplesexistênciadosoftwareoudoBMSnãoindicaqueeleesteja

sendousadodefatoparafazerasanálisescríticaseorientarbuscaspormelhorias.

De fato,omelhor sistemadeautomaçãonãogaranteamelhorperformancenagestão

operacional do edifício, pois muitas vezes o operador não foi integrado no ciclo de

concepção e projeto do empreendimento e, tão pouco, recebeu informações e

treinamentos adequados para a realização da análise crítica sobre a performance do

edifício.

Em sua pesquisa de campo, CBCS (2015) revela que foram encontrados casos de

edifícioscompresençadeBMSetecnologiasdemediçãointeligente(SmartMeter),mas

os dispositivos demedição não estavam programados para atuar em conjunto com o

73

sistema de automação, e, na prática, não eram utilizados. Essa situação leva a um

desconhecimento do consumo de cada locatário, e a uma forma de rateio que não é

baseada em consumos reais, mas sim, em fatores imprecisos como o histórico de

consumo.

Aanálisecríticadaperformancedoedifíciopodesermelhorrealizadaseooperador

doedifícioforintegradodesdeociclodeconcepçãoeprojetodoempreendimento,

debatendo e compartilhando conhecimentos para proporcionar a maior eficiência na

gestãooperacional.

Os BENCKMARKS do desempenho operacional dos EECs com CERTIFICAÇÃO DA

SUSTENTABILIDADE–EEC - proporcionam ao operador identificar com maior acuidade o

real desempenho do edifício em relação aos demais empreendimentos, com

similaridadeconstrutivas,semelhançadatipologia,da localizaçãoe,eventualmente,de

alguns equipamentos instalados, como por exemplo a central de processamento de

dados assunto abordado no Capítulo 6.1 – Desempenho dos Edifícios de Escritórios

Corporativos.

4.7 INICIATIVAS

4.7.1 CONSELHOBRASILEIRODECONSTRUÇÃOSUSTENTÁVEL

Criadaemagostode2007,oCBCSéumaOrganizaçãodaSociedadeCivilde Interesse

Público (OSCIP) que tem por objetivo contribuir para a geração e difusão de

conhecimentoedeboaspráticasdesustentabilidadenaconstruçãocivil. Asprincipais

açõespráticasdoCBCSsão:

i. Promoverainovação;

ii. Integrarosetordaconstruçãoaosdemaissetoresdasociedade;

iii. Formarredesdeparceirosestratégicos;

iv. Elaborardiretrizes,orientaçõeseferramentasparaosetor;

v. Discutirpolíticaspúblicasesetoriais;

74

vi. Coordenarsoluçõeseaçõesintersetoriaiscomobjetivodeotimizarousode

recursos naturais, sociais e econômicos, reduzir os efeitos negativos da

atividadedeconstruçãocivilemaximizarseusefeitosbenéficos,visandoum

ambientemaissaudáveleumasociedademaisequilibrada.

OCBCSse inter-relacionacomosetor financeiro,ogoverno,aacademiaeasociedade

civil,alémdeserelacionarcomimportantesorganizaçõesnacionaiseinternacionaisque

sededicamnospilaresdasustentabilidade–TRIPLEBOTTOMLINE.

Em vista do seu inter-relacionamento, o CBCS encontra-se em um ambiente neutro e

propícioparadesenvolveratividadesquediscutemasustentabilidade,como:simpósios,

comitêstemáticos,seminários,oficinas,cursoseprojetos.

OCBCSpossuioitocomitêstemáticos,asaber:

i. Água: aborda o uso racional e indicadores de consumo de água; a

conservação e reuso de água; a gestão da demanda e da oferta de água; o

saneamentobásicoeossistemasprediaisdeágua;aeducaçãoambientalpara

ousodaágua.

ii. Avaliação da Sustentabilidade: trata das boas práticas na avaliação de

produtos,projetoseprocessos;daavaliaçãodesustentabilidadecomrelação

àrealidadebrasileira;daelaboraçãoedaimplementaçãodabasededadose

decomoestabasepodesetransformareminformaçõeseconhecimentospara

alimentaratividadesdepesquisaeinovação.

iii. Econômico e Financeiro: discute as formas de estimular, por meio das

instituições financeiras, as boas práticas de sustentabilidade no setor da

construção civil; a identificação de riscos não econômicos do setor

imobiliário,principalmente,osriscosambientais,ossociaiseosdemercado.

iv. Energia: abrange a eficiência energética em edificações; a educação

ambientalaoconsumidor;aetiquetagemdeníveldeeficiênciaenergéticade

edificações do Inmetro-Procel; a Norma de Desempenho – NBR 15.575; o

benchmarkingdeenergiaoperacionaldeedificações.

v. Gerenciamento de Riscos: discute as intervenções em espaços territoriais

especialmente protegidos; a ocupação e gerenciamento de áreas

contaminadas;apoluiçãosonora;aproteçãoàpaisagemebenstombados;a

75

saúdeeasegurançanoambientedetrabalho;oarmazenamentoeomanuseio

de produtos perigosos/controlados e o gerenciamento de resíduos da

construçãocivil.

vi. Materiais: abrange o diagnóstico de práticas sustentáveis na indústria de

materiais e componentes; a inovação em materiais de construção civil; o

desenvolvimento da infraestrutura para elaboração de Análise do Ciclo de

Vida Simplificada como ferramenta de projeto e gestão na cadeia da

construção.

vii. Projeto: discute o sistema de aquecimento de água por energia solar nas

novas edificações do Município de São Paulo - regulamentação da Lei nº

14.459; a análise crítica do ProgramaMinha CasaMinha Vida; a Norma de

Desempenho-levantamentodosaspectosjurídicosrelacionadosaosprojetos;

Habitaçãode InteresseSocial Sustentável; a avaliaçãodoManualdeEscopo

paraContrataçãodeEmpreendimentosSustentáveis.

viii. Urbano:abordaasquestõesdascidadescompactaseeficientes;aslegislações

ambientaiseurbanísticas;ainformalidadeurbana.

DentreostrabalhosdesenvolvidospeloCBCSdestacam-se:

i. Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável: Evento anual realizado

desde 2008 pelo CBCS. Abrange temas nacionais e internacionais sobre a

sustentabilidadenosetordaconstruçãocivil.

ii. Ferramenta Seis Passos: desenvolvidopeloCTdeMateriais doCBCS, esta

ferramenta auxilia projetistas, empreendedores e usuários na seleção dos

fornecedores e dos materiais que serão utilizados nas obras. Os assuntos

abordados são: formalidade, legalidade, qualidade, social, socioambiental e

propagandaenganosa.

iii. Sustainable Social Housing Initiative (SUSHI): é um projeto desenvolvido

pelaUnitedNationsEnvironmentProgramme (UNEP/PNUMA)paraoestudo

de práticas de construção sustentável no mundo, e foca em Habitações de

InteresseSocial(HIS)emdoispaísesemdesenvolvimento:TailândiaeBrasil.

NoBrasil,oprogramaécoordenadopeloCBCS

iv. Condutas de Sustentabilidade: Resultado da parceria entre Secovi-SP e

CBCS, a publicação apresenta um conjunto de conceitos relacionados à

76

sustentabilidade,comenfoqueparaacadeiadosetor imobiliárioresidencial

doEstadodeSãoPaulo.

v. Avaliação do Ciclo de Vida modular (ACV-m): É a plataforma de

informações com indicadores da sustentabilidade de materiais, produtos e

componentes para auxiliar profissionais e consumidores na tomada de

decisão.

vi. AspectosdaConstruçãoSustentávelnoBrasil:OCBCS,juntamentecomo

Ministério do Meio Ambiente e o PNUMA, desenvolveu um estudo sobre

construção sustentável noBrasil para servir de orientaçãopara uma futura

políticanacionaldepromoçãodaconstruçãosustentável.

vii. Benchmarking / Desempenho Energético Operacional em Edificações:

Comitê Temático de Energia (CT ENERGIA) está desenvolvendo uma

ferramentaparacoletaesistematizaçãodedadosquepermiteacomparação

doconsumoenergéticonafasedeoperaçãodeedificações,dentretipologias

comcaracterísticaseusossemelhantes.

Particularmente,obenchmarkingdoCTEnergiaadotouumaestratégiaquepormeiode

reuniõesregularescomosfiliadosdoCBCS,convidadosespeciaiseoutrosstakeholders,

umfórumdediscussãoedesenvolvimentodeconhecimentonestaárea.Ametodologia

paradesenvolvimentodebenchmarkseoformatopadrãoparapublicaçãodosmesmos

foramdesenvolvidosnoâmbitodeste fórum,epublicadospeloCBCSpara livreacesso

dosfiliados.

Dentro deste ambiente colaborativo e de integração que o NRE-Poli promoverá a

reuniãodoGRUPOTÉCNICOparadiscussão,desenvolvimentoedifusãodoconhecimento

adquiridonasustentabilidadedosEdifíciosdeEscritóriosCorporativos.

OGRUPOTÉCNICOserácompostoporpelomenosummembrodoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,

REPRESENTANTESDADIREÇÃO(RDs)dosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSclassificados

comoDIAMANTE e convidadosquepossamenriquecer a reunião, assuntos regradosno

Capítulo7.3–AtualizaçãodoSistemaparaClassificação.

77

O CBCS (2015) salienta que os resultado do Desempenho Energético Operacional no

Brasil,coordenadopeloCTEnergia,servirãocomobaseparaprogramasvoluntáriosde

eficiênciaemedifíciosexistentesetambémparaaelaboraçãodeumprogramanacional

nestaárea.

4.7.2 SELOCASAAZUL

O SELOCASAAZUL é uma certificação voluntária criada em 2010 pela Caixa Econômica

Federal (CAIXA) para classificação socioambiental de projetos de empreendimentos

habitacionais, como intuitode reconhecer os empreendimentosque adotam soluções

mais eficientes aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à manutenção das

edificações,objetivandoincentivarousoracionalderecursosnaturaiseamelhoriada

qualidadedahabitaçãoedeseuentorno.

OSELOCASAAZULpossui53indicadores,entreobrigatóriose facultativos,sendoqueos

níveisdegraduaçãosãoBRONZE,PRATAeOURO.AcertificaçãoBRONZEdeveráatenderos

19 (dezenove) critérios obrigatórios; a certificação PRATA deverá atender os critérios

obrigatóriosemaisoutros6(seis)critériosdelivreescolha;eacertificaçãoOUROdeverá

atenderalémdosrequisitosobrigatóriosmais12(doze)critériosdelivreescolha.

Além dos critérios estabelecidos pelo SELO CASA AZUL, a certificação BRONZE será

concedida somente aos empreendimentos cujo valor de avaliação da unidade

habitacional não ultrapassar os limites estabelecidos neste programa, que varia

conformesualocalidade.Casoaunidadehabitacionalsupereoslimitesestabelecidos,o

empreendimentodeveráseenquadrar,nomínimo,nacertificaçãoPRATA.

SegundoRevistaGreenBuilding (2014), atédezembrode2013,oitoempreendimentos

foramcertificados,totalizando3.820unidades.

4.7.3 PROCELEDIFICAÇÕESEPBEEMEDIFICAÇÕES

Em1984,oInstituoNacionaldeMetrologia,QualidadeeTecnologia(INMETRO)iniciou

programas de avaliação da conformidade do desempenho, com a finalidade de

contribuirparaaracionalizaçãodousodaenergianoBrasilpormeiodaprestaçãode

78

informações sobre a eficiência energética de alguns equipamentos disponíveis no

mercadonacional.

Inicialmente voltado para o setor automotivo, por causa das crises do petróleo da

décadade70,oprojeto foiredirecionado,ampliadoesetornouoProgramaBrasileiro

deEtiquetagem(PBE).Atualmente,oPBEécompostopor38programasdeavaliaçãoda

conformidade,quecontemplamdesdeaetiquetagemdeprodutosdalinhabranca,como

fogões,refrigeradoresearcondicionadosatéosveículoseasedificações.

Em 2003, o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel) e a

EletrobráscriaramoProcelemEdificações(ProcelEdifica),atualmentedenominadopor

SeloProcelEdificações,eatuadeformaconjuntacomosMinistériosdeMinaseEnergia,

oMinistériodasCidades,asuniversidades,oscentrosdepesquisaeentidadesdasáreas

governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da

construçãocivil.

O Selo Procel Edificações tem por objetivo principal identificar as edificações que

apresentem os melhores níveis de eficiência energética em uma dada categoria,

motivandoomercadoconsumidoraadquirireutilizarprodutosmaiseficientes.

Esse objetivo é cumprido de duas maneiras: por meio da afixação do Selo Procel

Edificações em todas as edificações, projetadas ou construídas, demodo a orientar o

consumidor no ato da compra, e por meio de sua página na internet

<www.procelinfo.com.br>, que é atualizada periodicamente, indicando os produtos

contempladoscomoSeloProcelEdificações.

Alémdaeficiênciaenergética,oProcelpodeexigircritériosadicionaisparaaconcessão

do Selo Procel Edificações, de forma a garantir o melhor desempenho energético do

imóvele/ouatenderarequisitosambientais.

AparceriaentreoINMETROeEletrobrás/ProcelEdificacriouoProgramadeBrasileiro

deEtiquetagememEdificações(PBEEdifica)parapromoveraeficiênciaenergéticaem

edificações.

79

O Selo Procel Edificações direciona a análise dos edifícios em relação aos melhores

índices de eficiência energética e que atendam a requisitos ambientais,

preferencialmenteintegrantesdoPBE,classificando-osemníveisquevãode“A”até“E”.

PROCEL;ELETROBRÁS(2015)sitaquecasojulguenecessário,oProcelpodeconcedero

SeloProcelEdificaçõesaumacategoriaquenãosejacontempladopeloPBE,desdeque

istosejaobjetodeajusteprévioentreoProceleasentidadesdeclasse.

OSeloProcelEdificaçõeséconcedidonafasedeprojetoeapósaconclusãodaobra.Nos

edifícios comerciais e de serviços públicos são avaliados três sistemas: envoltória,

iluminaçãoearcondicionado.Nosedifícios residenciais sãoavaliadosaenvoltóriaeo

sistemadeaquecimentodeágua,alémdossistemaspresentesnasáreascomuns.

Adicionalmente,oSeloProcelEdificaçõespossibilitabonificaralgumasações,taiscomo:

sistemas ou fontes renováveis de energia, sistemas de cogeração e sistemas e

equipamentosqueracionalizemousodaágua.

Nocasodousoracionaldaágua,osistemadeveproporcionarumaeconomiamínimade

40% no consumo anual de água do edifício, considerando práticas correntes de

dimensionamento.

Os projetos podem ser avaliados pelo método prescritivo ou por simulação

computacional,enquantooedifícioconstruídodeveseravaliadopormeiodeinspeçãoin

loco.

BORGSTEIN (2014, p. 33) relata que as experiências do Programa Brasileira de

Etiquetagemmostramqueemqualquerprogramavoluntáriodeetiquetagem(tantode

edifíciosquantodeequipamentoseletrônicos),umníveldedesempenhoabaixodonível

“A”émuitomalvisto,eataxadeadesãoaoprogramacaidrasticamentequandonãoé

possívelatingirfacilmenteomelhorníveldedesempenho.

CBCS(2015,p.15)mencionaqueoPBEEdificaéuminstrumentoquepodefuturamente

funcionarcomoumindutormassivodeeficiênciaenergética,casoseuregimepasseaser

compulsório e índices mínimos sejam estabelecidos. Ainda assim, há um grande

potencialparaumaumentodaeficiênciaenergéticaemedificaçõesexistentes,quenãoé

atingidoporesteformato.Nestecaso,aferramentamaisadequadaseriaaadoçãodeum

80

processo de certificação de Desempenho Energético Operacional (DEO), como uma

ferramentadeinformaçãoaousuário,comparandoousorealdaenergianasedificações

combenchmarksdeconsumoquerepresentemamédiadomercado.parei

Tendoemvista,aimportânciadosindicadoresdorealdesempenhodomercadodeEEC,

essa tese apresenta como sistema complementar a construção da PLATAFORMA DO

MONITORAMENTOOPERACIONAL (PMO), que utilizará tecnologias demedição inteligente

para coletar e transmitir os dados operacionais 17 dos EECs com Certificação da

Sustentabilidade-EEC e, posteriormente, armazena-los em ambiente cloud computing,

controladopeloNRE-POLI,conformeCapítulo7.

Osdados capturados e armazenadospelaPMO serão tratados estatisticamentepara a

construção dos Benchmarks do desempenho de EECs. Esta informação será

disponibilizada ao mercado por meio do NRE-POLI, sem comprometer o sigilo e a

segurançadosdadosdecadaedifíciocertificado.

Com o passar do tempo, será possível construir os BENCHMARKS em detrimento às

diversastipologiaselocalizaçõesdomercadodeEEC.

17Os dados operacionais podem ser consume de energia elétrica, de água, fluxo de pessoas fixas e deflutuantes,fluxodeveículosfixosedevisitantes,dadosmeteorológicosetc.

81

5 CERTIFICAÇÕESAMBIENTAISPARAEEC

5.1 ESTADOATUALNOBRASIL

Para aferir a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, os

empreendedores buscam certificações para atestar a sustentabilidade do

empreendimento. Isto vai no encontro de algumas empresas que buscam

empreendimentos com práticas mais sustentáveis com certificação por instituição

reconhecida.

Odesenvolvimentodasprimeirascertificaçõessobreaavaliaçãoambientaldeedifícios

surgiunadécadade1990paracumprimentodasmetaslocaisestabelecidasnaECO’92,

ConferênciadasNaçõesUnidasparaoMeioAmbiente e oDesenvolvimento, realizada

entreosdias3e14dejunhode1992noRiodeJaneiro–Brasil.

Esta conferência consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu

paraamaisamplaconscientizaçãodequeosprincipaisdanosaomeioambienteforam

causados essencialmente pelos países desenvolvidos. Concomitantemente, foi

constatada a necessidade dos países em desenvolvimento receberem fácil acesso aos

recursosfinanceirosetecnológicosparaseuprópriodesenvolvimentosustentável.

A partir da ECO’92, alguns países comprometeram-se a adotar diretrizes para o

desenvolvimento sustentável. Uma destas diretrizes diz respeito à Agenda 21, um

programadeaçãoparatodososdomíniosdodesenvolvimentoemseusdiversosníveis.

Nestaconferênciaforamestabelecidososprincípiosglobais,paraquecadaregião,país

ou estado definisse seus próprios parâmetros baseados em suas necessidades e

característicaslocais.

Isto impulsionou ainda mais a discussão em nível mundial sobre as questões de

sustentabilidadeemdiversasáreasdeconhecimento,dentreasquaissedestacaosetor

daconstruçãocivil.

Logo,diversospaísesdaEuropa,alémdosEstadosUnidos,Canadá,Austrália,HongKong

e Japão desenvolveram métodos de avaliação da sustentabilidade em edifícios.

82

Entretanto, estes métodos concentram basicamente a dimensão ambiental da

sustentabilidadeepossuemcertaslimitaçõesparasuaaplicabilidadenoBrasil.

NãoháimpedimentoslegaisparaautilizaçãodestessistemasnoBrasil.Entretanto,nem

sempreosatributosavaliadossãoosmaisrecomendadosparaoBrasil,poisosmesmos

são baseados em normas e práticas estrangeiras, que são ligadas a características

específicas de cada país, tais como: recursos naturais, clima, economia, cultura,

conhecimento, desenvolvimento tecnológico, subsídio governamental, restrições legais

etc.

Os sistemasde certificaçãoexistentes concentram-senadimensãoambientaldevidoà

natureza da agenda da sustentabilidade nos países desenvolvidos. O viés ambiental é

sustentadopelanecessidadederecuperarosdanoscausadosaosrecursosnaturaisem

função do desenvolvimento econômico acelerado ocorrido por décadas nos países

desenvolvidos.

SILVA (2003,p.193)expõequeao contráriodos contextosdeorigem,os sistemasde

avaliação são apropriados e vêm experimentando alto grau de sucesso, mas são

inadequadosparaoBrasilporque:

i. oqueosmétodosavaliaméinsuficiente:todosdetêm-senaavaliaçãoambientale

ositensambientaisnãonecessariamenterefletemaagendabrasileira;

ii. aformacomoestesmétodosavaliaméinapropriadaparaoBrasil:

a. objetivando prover resultados aderentes ao contexto de avaliação é

necessáriodefinirlocalmenteumcritériodeponderação;e

b. nãohádadosnacionaissobreaAnálisedoCiclodeVidaeéinconsistente

avaliarimpactosdemateriaisbrasileiroscombaseemdadosestrangeiros.

iii. Oquantosedeveatingiremcadamétodoédefinidopelasinergiadefatorescomo

tecnologias e produtos disponíveis em cada mercado, práticas construtivas e

normasvigentes,que,juntos,delineiamníveisdereferênciaemetasquemudam

deumcontextoparaooutro.

O alcance atual destes sistemas de certificação no Brasil ainda é limitado e

geograficamente concentrado nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de

Janeiro,masconstata-seocrescentemercadoemoutraslocalidadesdopaís.

83

AsprincipaiscertificaçõesverdesexistentesnoBrasilsãooLeedeoAqua,masoutras

certificaçõesverdesestãonopaísdeformaincipiente,taiscomo:oBreeameoDeutsche

Gesellschaft furNachhaltigesBauen (DGNB). Por esta razão, somente o Leed e o Aqua

foramabordadosmaisadiante.

Existem iniciativas nacionais, ainda de forma voluntária, indutoras da avaliação da

sustentabilidade em empreendimento no país que estão em desenvolvimento: [i]

Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) do Programa Nacional de

EficiênciaEnergéticaemEdificações(ProcelEdifica);[ii]SeloAzul,daCaixaEconômica

Federal;[iii]ComitêdeAvaliaçãodeSustentabilidadedoCBCS.

Diantedocenárioapresentado,odesenvolvimentodaCertificaçãodaSustentabilidade–

EEC por entidade reconhecida nacionalmente, como o NRE-POLI, que avalie

adequadamenteseusATRIBUTOS,diantedascondiçõesdecontornoerealidadebrasileira,

pode-se tornar um referencial para empreendedores, corretores, projetistas,

construtores,usuáriosecomunidade.

5.2 LEED

OLeadership inEnergyandEnvironmentalDesign (Leed) é uma certificação ambiental

criada pelo U.S. Green Building Council e coordenada localmente pelo Green Building

CouncilBrasil.

OLeedé aprincipal certificadoraambientaldoBrasil, segundoRevistaGreenBuilding

(2014),dos836empreendimentosqueforamsubmetidosaavaliaçãoapenas136foram

certificados.

Atualmente, o Leed está na versão 3, envolve o atendimento de oito pré-requisitos

obrigatóriosparaqueoprojetodoedifíciosejacertificado.Aavaliaçãoéfeitapormeio

de pontos, em um total de 110. Há quatro PATAMARES DE DESEMPENHO, que variam

conformeapontuaçãoobtida:

i. CERTIFICADO:entre40e49pontos;

ii. SILVER:entre50e59pontos;

iii. GOLD:entre60e79pontos;

iv. PLATINUM:apartirde80pontos.

84

Emnovembrode2013foilançadaaversão4doLeed,quetrazadequaçõesdeprocesso

eatualizaçõestécnicas.Asduasversõescoexistiramaté30demaiode2015,apartirde

1dejunhoapenasaversão4doLeedestarádisponível.

AcertificaçãoLeedaindalimita-seaodesempenhoesperadodoprojetoeobra.Nãohá

continuidadedomonitoramentodoedifícioprontoeoperandonacertificaçãoCoreand

Shell.

5.3 AQUA

O Processo de Alta Qualidade Ambiental (Aqua) foi desenvolvido com base na

certificaçãofrancesaDémarcheHQE,coordenadonoBrasilpelaFundaçãoVanzolini.

NoReferencial Técnico do Processo Aqua, o empreendimento é avaliado nas fases de

programa, concepção (projeto), realização (implantação) e operação e uso, com

certificadosemitidosemcadafase.

OAquaéasegundamaiorcertificadoranoBrasil,segundoRevistaGreenBuilding(2014)

atédezembrode2013,153empreendimentos foramavaliadosna fasedeprogramae

concepção,sendo27certificadosnafasederealizaçãoeoperaçãoemuso.Fonte:Revista

GreenBuilding(2014)

Acertificaçãoéestruturadaemdoissubsistemas:

i. SistemadeGestãodoEmpreendimento:Estabeleceascaracterísticasmínimas

do sistema de gestão a ser implantado pelo empreendedor, de maneira a

organizar o empreendimento, permitindo coordenar os esforços de todos os

envolvidos;

ii. Qualidade Ambiental do Edifício: Possui 14 categorias para avaliar o

desempenhodoempreendimento,sobopontodevistadasustentabilidade.Cada

categoriasesubdivideemoutrassubcategorias,que,porsuavez,sãocompostas

dealgunsrequisitos.Parareceberacertificação,oempreendimentoprecisater,

nomínimo,trêscategoriasavaliadascomoexcelentesequatrocomosuperiores.

OAquaenfatizaanecessidadedoempreendedorsepreocuparcomaGestãodeProjetos

doempreendimento.

85

RODRIGO (2011, p. 147) identificou, nos seus estudos de caso, que o Processo Aqua

proporciona:

i. Flexibilidade para atender aos requisitos da certificação, baseados em

justificativasquedevemsersuportadasporcálculoseargumentostécnicos.

ii. Processo Aqua gera análise e discussões em toda equipe que participa do

empreendimento,quemotivaabuscapormelhoressoluções;

iii. Alinguagemdoreferencialéacadêmicae,naprática,difícildecompreender.

A flexibilidade de argumentação do Aqua permite que o projetista exploremais seus

conhecimentos,quedevemsertecnicamenteembasados,promovendodiscussõeseque

podemgerarinovações.

RODRIGO (2011, p. 165) afirma que, embora seja visto comoummétodo adequado à

realidade brasileira, é sabido que a adaptação do Processo Aqua se deu de forma

incipiente até omomento. É preciso ummaior investimento em pesquisas nos temas

relacionadosacadaumadas14categorias.E,ainda,pesquisasdeavaliçãopós-ocupação

querelacionemaprodutividadedosfuncionárioscomasestratégiasparaamelhoriadas

condições de trabalho, decorrentes de processos de certificação de edifícios

sustentáveis.

5.4 LIMITAÇÕESDASCERTIFICAÇÕESAMBIENTAIS

As certificações existentes são baseadas pelo desempenho potencial de projeto e

construção, não havendo efetiva avaliação do desempenho no ciclo operacional dos

EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOCORPORATIVOS.

Muitas vezes, o desempenho potencial de projeto e construção é muito aquém do

desempenhoefetivonociclooperacionaldosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS,esta

diferençadedesempenhoéconhecidacomoPerformanceGap.

NoBrasil,nãoháobrigatoriedadelegalparadisponibilizarindicadoresdodesempenho

operacional, principalmente relacionado aos consumo de energia e água dos EEC

implantadosnoBrasil.

86

Neste contexto, a inexistência de indicadores do desempenho operacional impede, de

formamaisobjetivaepragmática,aanáliseeopotencialparamelhoriadeumedifício

frente aos outros empreendimentos de mesma tipologia, localização e com o padrão

similardeusuários.

AsprincipaislimitaçõesdascertificaçõesdasustentabilidadeexistentesnoBrasilsão:

i. não exigência controle dos documentos legais e quanto ao grau de

atendimento dos mesmos, seja na forma de leis, normas ou requisitos

subscritosdosaspectosambientaisesociais;

ii. a avaliação é realizada apenas pelo desempenho esperado na ciclo de

concepção/projeto e obra. Não há efetiva avaliação do desempenho

operacional do edifício, tampouco os benchmarks de desempenho

operacional;

iii. adimensãoeconômicaélimitada,nãoháregistrododesempenhoeconômico

doedifício;

iv. nãoháobrigatoriedadedocomissionamentodasinstalações;

v. baixa integração com os operadores na gestão do condomínio e,

principalmente,dosusuáriosdoedifício.

87

6 REFERENCIAISDASUSTENTABILIDADEDEEEC

6.1 DESEMPENHODOSEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS

Conforme já discorrido anteriormente, as mudanças na Baseline para desempenho

mínimo aceitável da sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS só

ocorrem com alterações nas demandas do mercado, sejam elas voluntárias ou

compulsórias.

Noentanto,apercepçãodemudançanaBaselinedevesermaisdinâmica,desfocadade

decisões baseadas na sensibilidade dos órgãos públicos, projetistas, construtores,

empreendedoreseusuários,poiselapodeestarbaseadaemdecisões ingênuasou,até

mesmo,tardias.

Neste sentido, o Comitê Temático de Energia do CBCS coordena o projeto DEO, que

desenvolve conhecimento, indicadores e técnicas para a avaliação e melhoria do

desempenhoenergéticodeedificaçõesnafasedeuso.

O DEO busca compreender a diferença entre o consumo projetado em edifícios,

estimado na fase de projeto, e o medido na fase de operação. Dentre os trabalhos

realizado no DEO destaca-se o desenvolvimento de uma ferramenta de coleta e

sistematização de dados que permite a comparação do consumo energético no ciclo

operacional do edifício. Os dados são fornecidos voluntariamente por proprietários e

gestoresdestesedifícios.Asatividades iniciaisconcentram-seemagênciasbancáriase

deEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOS.

SegundoCBCS (2015), asprincipaisdificuldadesencontradaspeloCTEnergianoDEO

paraamontagemdobenchmarksão:

i. Definiçãodeáreacomumeprivativa;

ii. Taxadevacância;

iii. Mediçãoinadequadaparaaferiçãodoconsumosetorizado;

iv. Usosfinaisdistintos;

v. Diferençasnodesempenhoentreedifíciosmonousuáriosemultiusuários;

88

vi. Distorçãogeradapelosdatacenters.

Além destas dificuldades, o consumo de energia elétrica pode variar conforme a

localidade,emfunçãodazonaclimáticanaqualestáinseridooedifício.

Fonte:CTEnergiadoCBCSFigura11 Consumodeenergiaporregiões

O CBCS levantou dados demais de 430 escritórios demédio e grande porte. Destes,

apenas 249 poderiam ser considerados como EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS,

sendo que 95 edifícios disponibilizaram dados para consumo das áreas comuns, 157

edifícios forneceram dados de consumo total, destes últimos, apenas 3 edifícios

possuíamoconsumodasáreasprivativasecomunsseparadamente.

Dessa amostra, oito edifícios foram vistoriados para detalhamento de suas

características, tipologia, localização, sistemas e equipamentos instalados, o que

possibilitoucompararodesempenhodecadaedifício,emrelaçãoàsdespesascomunse

privativas. Ao final do processo, obteve-se a equação do benchmark do consumo

energético anual e, alémdisso, demonstrou o desempenho do edifício típico e da boa

prática.

89

Este estudo realizado pelo CBCS (2015) representa um grande avanço na literatura

brasileira para avaliação da performance energética do mercado de EDIFÍCIOS DE

ESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

ACERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC–pretendeavançaraindamaissobreotrabalho

realizadopeloCBCS(2015),pormeiodomonitoramentodosindicadoresemrealtime,

permitindonãoapenasidentificaraperformanceanual,masconstatarasazonalidadeao

longodoano,emdetrimentodasvariaçõesclimáticas,bemcomoaperformancediária,

detectandoospadrõesdeconsumonohoráriodepontaeforadeponta.

OsBENCHMARKS daCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC - permitirão aosoperadores

dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS ter maior acuidade para dimensionar a

demandaasercontratadajuntoàsconcessionáriasdeenergiaelétrica.

A base dos indicadores e BENCHMARKS é constituída por informações disponibilizadas

pelos empreendedores no ciclo de projeto e de implantação do edifício, sendo

complementadas frequentemente com dados do ciclo de operação fornecidos pelos

operadoresdosedifíciosdeescritóriosquepossuemaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–

ECC.Estesdadossão:

i. característicasetipologiadoedifício;

ii. consumodeenergiaelétricasetorizadonasáreasprivativasecomuns;

iii. consumodeáguadasáreasprivativasecomuns;

iv. dadosmeteorológicos;

v. fluxosdepessoasfixaseflutuantes;

vi. despesasdecondomínio;

vii. taxadevacância;

viii. preçomédiodelocaçãoemR$/m2.

Do item i até o iv, as informações serão transmitidas por meio de cloud computing.

Todososdadosserãopreservadosparamanterosigilodainformaçãodecadaedifício,

conformedescritonoCapítulo7.3.

90

OsindicadoreseosBENCHMARKSaseremdisponibilizadospeloNRE-POLIdemonstrarãoa

média da performance do mercado de EECS, de acordo com suas características,

tipologia, localização, sistemas e equipamentos instalados. Nesta condição, os

operadoreseusuáriospoderãoanalisarodesempenhodoedifíciofrenteaomercadode

EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

À medida que os operadores e usuários tenham acesso às informações sobre a

performance do edifício, melhor será a integração e promoção de ações e de ideias

inovadoras, tendo em vista a sustentabilidade no ciclo operacional do edifício. A

divulgação da performance do edifício e de outras informações relevantes para

promoverasustentabilidadepodeserrealizadapormeiodosmonitoresinstaladosnos

elevadoreseno(s)totem(ns)digital(is)no(s)hall(s)doedifício.

HálimitaçõesparaaaplicaçãoimediatadosBENCHMARKSdaperformancedaCERTIFICAÇÃO

DASUSTENTABILIDADE–EEC–,poisnoinícionãohaverádadossuficientesparaformá-los.

Destaforma,nafaseinicialdeavaliação,aCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC–terá

como primeira Baseline do desempenho energético o trabalho realizado pelo CBCS

(2015),conformedetalhadonoAnexo1.

6.2 PERFORMANCE DOS EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS NO CICLOOPERACIONAL

Anecessidadede criar indicadores eBENCHMARKS naCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–

EECsurgiudadificuldadeemseobterdadosoperacionaisjuntosaosadministradoresde

EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, seja devido à indisponibilidade de tempo e de

recursosparacoletaetransmissãodasinformações,comotambémpelanecessidadede

semanterosigilodestasinformações.

Em um mundo cada vez mais colaborativo, tais informações deveriam ser

disponibilizadas para omeio acadêmico e profissional, a fim de promover soluções e

91

ideias inovadorasquevisemaomelhordesempenhonociclooperacionaldosEDIFÍCIOS

DEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

Parailustrarestadificuldadeemseobtertaisdados,oautorcontatou20operadoresde

EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, dos quais 12 administravam empreendimentos

certificadospeloLeede8administravamempreendimentosconvencionaisclassificados

comoAAA18.Noentanto,apenasumgestordemonstrouinteresseedisponibilidadepara

fornecer os dados de consumo do iTower, classificado como de tipologia AAA,

certificadoLeedGoldeélocalizadoemAlphaville,MunicípiodeBarueri,EstadodeSão

Paulo,Brasil.

Os dados apresentados a seguir referem-se ao edifício iTower. Embora seja único, as

informações possibilitam estudar quais são os dados relevantes para a criação de

BENCHMARKSdedesempenhooperacionaldeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

AsprincipaiscaracterísticasdoiTowersão:

Ø lajestipode1.563m2privativos;

Ø pé-direitode2,80m;

Ø centrodeconvenções;

Ø heliponto;

Ø umavagaparacada30m2privativos;

Ø sistemadesegurança;

Ø reaproveitamentodeágua.

Ociclooperacionaldoedifícioteveinícioemnovembrode2011.Emoutubrode2015,a

taxa de ocupação era demais de 66%, compopulação fixa de 2.675pessoas,mais de

7.000 pessoas flutuantes e um fluxo de veículos superior a 22.000 unidades referido

mês.

18SegundocritériosdoSistemaparaClassificaçãodaQualidadedeEdifíciosdeEscritóriosdoNúcleodeRealEstate.

92

Fonte:AutorGráfico15- PopulaçãoetaxadeocupaçãodoiTower

Fonte:Autor*Ofluxodeautomóveiscomeçouasermedidoemjulhode2013.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

jan-12

abr-12

jul-1

2

out-12

jan-13

abr-13

jul-1

3

out-13

jan-14

abr-14

jul-1

4

out-14

jan-15

abr-15

jul-1

5

out-15

jan-16

TaxadeOcupa

ção

Popu

lação

Fixa Flutuante TaxadeOcupação

5.000

7.500

10.000

12.500

15.000

17.500

20.000

22.500

25.000

27.500

30.000

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

jan-12

abr-12

jul-1

2

out-12

jan-13

abr-13

jul-1

3

out-13

jan-14

abr-14

jul-1

4

out-14

jan-15

abr-15

jul-1

5

out-15

jan-16

Veículosporm

ês

Popu

lação

Fixa Flutuante Automóveis

93

6.2.1 POPULAÇÃOEVEÍCULOSDOITOWERCONSUMODEENERGIAELÉTRICA

Aenergiaelétricamedidarefere-seàalimentaçãodasáreascomunsedosistemadear

condicionadoprivativo.Osistemademonitoramentoemediçãodeenergiaelétrica foi

iniciadoemabrilde2013,situaçãoquepermitiurealizarumlevantamentohistóricodo

consumoemrelaçãoàocupaçãodoedifício.

Constata-se claramente, no Gráfico 17, que desde o início domonitoramento omaior

consumodeenergiaelétricaocorreuduasvezesemmarço,motivadopeloacionamento

do ar condicionado em função do calor do verão brasileiro. A temperatura média e

máximaémaioremdezembro, janeiroe fevereiro,masoconsumodeenergiaelétrica

nestes meses é menor em relação a março. Isso é motivado pela concentração de

feriados no período e pelo fato de muitas pessoas que trabalham nas empresas

instaladasnoedifíciotiraremfériasnessaépoca,reduzindoconsequentementeousode

arcondicionado,comotambémdeoutrosequipamentoseinstalações.

Poroutrolado,oconsumodeenergiaelétricanoperíododeinvernoébemmelhorem

relação às outras estações do ano, como pode ser visto no Gráfico 17. Em agosto de

2013, a taxa de ocupação era de 22% e o consumo de energia era algo em torno de

100.000kWh,emjunhode2015,ataxadeocupaçãodobroupara44%,masoconsumo

deenergiaelétricanesteperíodosubiuapenas10%(110.000kWh).

A temperatura média entre 17 e 21oC mantém um padrão de consumo de energia

elétricaentre100.000e110.000kWh/mês.Nestafaixadetemperatura,oacionamento

dosistemadearcondicionadoéminimizado,sendoquasedesnecessário.

94

Fonte:AutorGráfico16- Consumo de energia elétrica das áreas comuns e do sistema de arcondicionadoprivativodoiTower

Logo, o desempenho do consumo de energia elétrica dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

CORPORATIVOSnãoé constante e varia conformea sazonalidade.Alémdisso, em função

das particularidades físicas, de localização e gestão operacional de cada

empreendimento, é necessário criar indicadores em razão de algumas variáveis que

retratam estas particularidades. Para isso foram selecionados as variáveis Área Bruta

Locável(ABL)eÁreaComum(AC).

99.931

167.265

103.851

198.036

109.540

195.768

137.058

0

30.000

60.000

90.000

120.000

150.000

180.000

210.000

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

jan-12

abr-12

jul-1

2

out-12

jan-13

abr-13

jul-1

3

out-13

jan-14

abr-14

jul-1

4

out-14

jan-15

abr-15

jul-1

5

out-15

jan-16

kWh/mês

TxdeOcupa

ção

TxdeOcupação ConsumodeEnergia MédiaConsumodeEnergia

95

Fonte:INMET19;CIIAGRO20;AutorGráfico17- ConsumodeEnergiaeTemperaturadoiTower

Assim, os indicadores do desempenho do Consumo de Energia Elétrica são definidos

por:

𝐷𝐶𝐸𝐸!"#$% =𝐶𝐸𝐸!"#$%𝐴𝐵𝐿

EQ(1)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaTotalpelaABL

Onde:CEETotal:ConsumodeenergiaelétricatotalABL:ÁreaBrutaLocável

𝐷𝐶𝐸𝐸!"!!"# =𝐶𝐸𝐸!"𝐴𝐵𝐿

EQ(2)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaABL

Onde:CEEAr-ABL:ConsumodeenergiaelétricadosistemadearcondicionadoABL:ÁreaBrutaLocável

19Disponívelemhttp://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep20Disponívelemhttp://www.ciiagro.sp.gov.br/ciiagroonline/Quadros/QTmedPeriodo.asp

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

5

10

15

20

25

30

jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16

kWh/mês

Tempe

raturaM

édia

Temperatura ConsumoEnergia MédiadoConsumo

96

𝐷𝐶𝐸𝐸!"!!" =𝐶𝐸𝐸!"𝑝𝑓

EQ(3)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricaArpelaPopulaçãoFixa

Onde:CEEAr-p:Consumodeenergiaelétricadosistemadearcondicionadopf:populaçãofixa

𝐷𝐶𝐸𝐸!" =𝐶𝐸𝐸!"𝐴𝐶

EQ(4)- DesempenhodoConsumodeEnergiaElétricadaÁreaComum

Onde:CEEAC:ConsumodeenergiaelétricadaáreacomumAC:ÁreaComum

6.2.2 CONSUMODEÁGUA

Oconsumodeáguadoedifícioéproporcionalàsuaocupação.Porenvolveroconsumo

dasáreasprivativase comuns,quantomaioraocupação,maioréo consumodeágua,

conformedemonstradonoGráfico19–Consumodeáguatotal.

Fonte:Autor*emmaioenovembrode2015oconsumodeáguapotávelaumentoudevidoàlimpezadacaixad’águanessesmeses.Gráfico18- ConsumodeáguatotaldoiTower

-

200

400

600

800

1.000

1.200

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

jan-12

abr-12

jul-1

2

out-12

jan-13

abr-13

jul-1

3

out-13

jan-14

abr-14

jul-1

4

out-14

jan-15

abr-15

jul-1

5

out-15

jan-16

consum

oem

m3/mês

TxdeOcupação

Total

Potável

Reúso

97

O Desempenho do Consumo de Água por ABL (DCAabl) é um indicador da razão do

consumototaldeáguapelaÁreaBrutaLocáveldoedifícioeéexpressopor:

𝐷𝐶𝐴!"# =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎

𝐴𝐵𝐿 EQ(5)- DesempenhodoConsumodeáguaporABL

Oconsumodeáguanoiníciodaocupaçãodoempreendimentoéaltamenteafetadopelo

consumo nas áreas comuns do edifício, chegando a índice superior a 200

litros/ABL/mês, mas quando a taxa de ocupação atinge 65%, o DCAabl fica em um

patamardeconsumomédiode28litros/ABL/mês,conformeGráfico20.

Fonte:AutorGráfico19- DesempenhonoConsumodeÁguaporABLdoiTower

ODesempenho do Consumo de Água pela População (DCApopulação) é um indicador da

razãodoconsumototaldeáguapelapopulaçãodoedifícioeéexpressopor:

𝐷𝐶𝐴!"!#$%çã! =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎

𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 EQ(6)- DesempenhodoConsumodeáguapelapopulação

55

28

-

50

100

150

200

250

0%

20%

40%

60%

80%

100%

jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16

Consum

ode

Água(litros/ABL/m

ês)

TxdeOcupa

ção

TxdeOcupação ConsumodeÁgua

MédiadoConsumo MédiaAjustadaa65%TxOc

98

O𝐷𝐶𝐴!"!#$%çã!éaltamenteafetadonoiníciodaoperação,emfunçãodovolumedeágua

consumidonas áreas comuns.Amédia comocupaçãoacimade65% fica em tornode

282litros/pessoa/mês,conformeGráfico21.

Fonte:AutorGráfico20- DesempenhonoConsumodeÁguapelapopulaçãodoiTower

OiTowerpossuiumsistemadetratamentodeefluentes,queéreaproveitadoparafins

nãonobres,comoporexemplodescargasanitária,irrigaçãoparajardinsetc.

AnalisandooGráfico22,verifica-sequeoconsumototaldeáguaéestratificadaemcerca

de40%paraconsumodeáguapotávelecercade60%refere-seàutilizaçãodeáguade

reúso.

784

282

-

1.000

2.000

3.000

4.000

-

1.000

2.000

3.000

4.000

jan-12

abr-12

jul-1

2

out-12

jan-13

abr-13

jul-1

3

out-13

jan-14

abr-14

jul-1

4

out-14

jan-15

abr-15

jul-1

5

out-15

Consum

ode

Água(litros/pop

ulação

/m

ês)

Popu

laçãoFixa

PopulaçãoFixa ConsumodeÁgua

MédiadoConsumo MédiaAjustada-65%TxOc

99

Fonte:AutorGráfico21- TaxadeConsumodeÁguaPotáveledeÁguadeReúsodoiTower

6.3 REFERENCIAISDASUSTENTABILIDADEPARAEEC

OsReferenciaisdaSustentabilidadedevemestarapoiadasnospilaresfundamentaisda

sustentabilidade-TrippleBottomLine-,ouseja,devemlevaremconsideraçãoostemas

ambientais,sociaiseeconômicos.

Noentanto,cada localidade,sejaelanaescaladecidade,regiãometropolitana,estado,

país ou bloco econômico, possui necessidades, anseios, expectativas, condições

econômicas, riquezas naturais, infraestrutura, cultura, educação e dinâmicas próprias.

Poressemotivo, alémdoTrippleBottomLine, osReferenciaisdaSustentabilidade são

ancoradosnospatamaresdedesempenhobaseadosnascondiçõesdecontornodecada

localidade,asaber:

i. Legal:Esteéopatamardedesempenhomínimoesperadopeloempreendimento,

ouseja,agarantiadequeoempreendimentofoidesenvolvidoatendendoàsleis,

normaserequisitossubscritos;

ii. Ambiente Construído: Define critérios para o conforto e acessibilidade dos

usuários;

40%

60%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

nov-11

jan-12

mar-12

mai-12

jul-1

2set-12

nov-12

jan-13

mar-13

mai-13

jul-1

3set-13

nov-13

jan-14

mar-14

mai-14

jul-1

4set-14

nov-14

jan-15

mar-15

mai-15

jul-1

5set-15

nov-15

jan-16

Tx.ÁguaPotável Tx.ÁguadeReúso

MédiaÁguaPotável MédiaÁguadeReúso

100

iii. Integração: Estabelece as integrações dos stakeholders, principalmente dos

usuárioseoperadoresdoedifício,aolongodociclodevidadoempreendimento.

Umcomponentevitalparaosucessodasustentabilidadenosedifíciosdeescritórioséa

integração entre projetistas, operadores e usuários, de forma a promover o

conhecimentoe,consequentemente,melhoraraperformancenociclooperacional.

JAMES(2015,p.391)constatouqueexisteumabarreiraparaintegrarosusuárioscom

aspráticasmaissustentáveisdisponíveisnosedifícios,quesãoverificadasnãoapenas

naAustrália,masemtodoomundo,poisinexisteumacomunicaçãoefetivadaspráticas

maissustentáveisutilizadasnaoperaçãodoedifíciosparacomosseususuários.

101

7 CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC

A CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC possibilita classificar o edifício em relação ao

seudesempenhoquantoa sustentabilidade,pormeioda avaliaçãodeumconjuntode

procedimentos,regrasecritérios,sendoestruturadaemtrêsetapas:

i. SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO:Possibilitaclassificaroedifícioemrelaçãoaoseu

DESEMPENHODASUSTENTABILIDADEDOEDIFÍCIO (DSE), pormeio da avaliação da

qualidade dos ATRIBUTOS do empreendimento, conforme estabelecido nos

procedimentos,regrasecritérios.Sejanacondiçãodedesempenhopotencial,

a ser demonstrado na fase de projeto e de obras, seja também, na situação

prontoparaouso.;

ii. QUALIFICAÇÃO: O empreendimento será analisado conforme desempenho

potencial estabelecido no projeto e/ou nas obras. Desde que atendidos os

requisitosdestaetapa,oNRE-POLIpoderáemitirumparecerdaQUALIFICAÇÃO

doedifício,noqualatestaqueoempreendimentoestáaptoparaprosseguir

comaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC.;

iii. CERTIFICADO: O NRE-POLI poderá emitir o parecer da CERTIFICAÇÃO DA

SUSTENTABILIDADE–EEC, que atesta o desempenho obtido conforme sua

classificação no SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO na condição do empreendimento

prontoparaouso.

Para regrar a atualização e validade dessas etapas, é necessário manter mecanismos

para reciclagem e aprimoramento do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, assim como, rotinas

paravalidaçãoecalibragemdaCLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS.

102

CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADEDEEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS

Fonte:AutorFigura12 EstruturaparaaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC

7.1 SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO

O SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC segue a mesma

estrutura do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO do Sistema de Certificação da Qualidade de

Edifícios de Escritórios no Brasil desenvolvido e oferecido pelo NRE-POLI, sendo

estruturadopor:

i. MATRIZDEATRIBUTOS:A avaliação da sustentabilidade do edifício émedida por

meiododesempenhodosATRIBUTOSdoedifícioemrelaçãoaopontodevistado

usuário,considerandooseumomentodedecisãoemseinstalaremumEDIFÍCIO

DEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSMAISSUSTENTÁVEL;

ii. CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS:Aclassificaçãododesempenhodoedifícioémedida

numaescala,queestabeleceospatamaresdedesempenho(CATEGORIAS);

iii. COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO: É formado por membros do NRE-POLI, que emitem

parecersobreodesempenhodoedifícioanalisado.

SistemaparaClassi�icação

Quali�icação

Certi�icação

Atualizações

Mecanismosparareciclagem

eaprimoramento

Rotinasparavalidação

103

7.1.1 MATRIZDEATRIBUTOS

AMATRIZDEATRIBUTOSrefleteaspráticasmaissustentáveisadotadasaolongodociclode

vidadosEEC,sendoapoiadanosReferenciaisdaSustentabilidade.

Fonte:AutorFigura13 CoredaMATRIZDEATRIBUTOS

AMATRIZDEATRIBUTOSécompostapor:

i. ATRIBUTOS: representam os aspectos mais relevantes, úteis e aplicáveis de

acordo com as melhores práticas da construção mais sustentável para o

mercadodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS;

ii. CRITÉRIOS: o desempenho dos ATRIBUTOS é medido conforme o grau de

atendimentoaosCRITÉRIOSdeAPLICAÇÃO,daAVALIAÇÃO,doMONITORAMENTOedo

DESEMPENHO(CRITÉRIOS).

7.1.1.1 METODOLOGIADAMATRIZDEATRIBUTOS

A metodologia para estruturar a MATRIZ DE ATRIBUTOS e estabelecer o grau de

importância dosATRIBUTOS que a compõemé composta por duas fases, sendo que, ao

finaldecadaumaérealizadaaanálisecrítica,conformeFigura14.

Ambien

tal

Social

Econ

ômico

DesempenhoLegal

AmbienteConstruído

Integração

104

A 1a Fase (PILOTO) foi destinada para teste e validação do processo para estruturar a

MATRIZ DE ATRIBUTOS e validar a metodologia para hierarquizar os ATRIBUTOS que a

compõem.

Ao finalda1aFase,aprimeiraANÁLISECRÍTICA foirealizadaparacompreender,validar,

aferireidentificarospontosdemelhoriaparaaestruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOSea

metodologiaparahierarquizarosATRIBUTOSqueacompõem.

Com as validações da estruturação da MATRIZ DE ATRIBUTOS e da metodologia para

hierarquizar os ATRIBUTOS, a 2a Fase consistiu em aplicar em maior número de

participantes, a fim de hierarquizar os ATRIBUTOS mais importantes na decisão dos

usuáriosemseinstalaremumEECcompráticasmaissustentáveis.

Fonte:AutorFigura14 EtapasparaelaboraçãoevalidaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS

7.1.1.2 1AFASE-PILOTO

O PILOTO destinou-se à compreensão, teste e validação do processo para validar a

estruturadaMATRIZDEATRIBUTOSeahierarquiadosATRIBUTOSqueacompõem.Estafase

foicompostapelasseguintesetapas:

Estruturação*da*Matriz*de*Atributos! Seleção*de*Especialistas* Julgamento*da*Matriz*de*

Atributos*Interpretação*dos*

Resultados*Protó>po*da*Matriz*de*Atributos*Hierarquizada*

Análise*Crí>ca*da*Matriz*de*Atributos*e*método*

de*julgamento*

Aferições*da*Matriz*de*Atributos*e*método*de*

julgamento*Seleção*de*Especialistas* Julgamento*da*Matriz*de*

Atributos*Interpretação*dos*

Resultados*Matriz*de*Atributos*

Hierarquizada*

Aferição*e*Calibragem*da*Matriz*de*Atributos*

Matriz*de*Atributos*

1a!Fase'!Piloto!

2a!Fase!

105

i. EstruturaçãodoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS;

ii. Seleçãodeparticipantes;

iii. JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS;

iv. Interpretaçãodosresultados;

v. PROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOShierarquizada.

7.1.1.2.1 EstruturaçãodoProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOS

O PROTÓTIPODAMATRIZ DEATRIBUTOS foi inicialmente estruturado com base na revisão

bibliográfica realizada em literatura nacional e internacional, tanto em artigos

publicados em journals, eventos científicos, dissertações e teses, assim como em

manuaisdereferênciadascertificaçõesambientaisexistentesnomercadobrasileiro.

Toda esta pesquisa objetivou identificar as melhores práticas da construção mais

sustentávelnosegmentodomercadodeEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSemnível

nacional.

Além disso, foi realizada pesquisa de campo em empreendimentos e entrevistas com

profissionaisparaobteropiniõesprevalentesnomeioespecializadoparaidentificarse

tais práticas são realmente úteis e aplicáveis aos empreendimentos relevantes deste

segmentodomercadoimobiliário.

A estrutura do PROTÓTIPO daMATRIZDEATRIBUTOS segue as recomendações doMétodo

AnaliticHierarchyProcess(AHP),ouseja,elaéformadapeloObjetivoPrincipal,Critérios

e Alternativas. AMATRIZDEATRIBUTOSé demonstrada e debatida na 2a Fase - Capítulo

7.1.1.4.1–EstruturaçãodaMatrizdeAtributos.

AsvalidaçõesdaestruturadoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOSedametodologiapara

hierarquizar os ATRIBUTOS que a compõem foram realizadas por profissionais que

possuem expertise no segmento demercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSe

amploconhecimentonotemadaconstruçãomaissustentável.

7.1.1.2.2 Seleçãodeparticipantes

Nestafaseparticiparam7(sete)profissionaiscomexpertisenomercadodeEDIFÍCIOSDE

ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, que testaram a aplicabilidade do processo para validar a

106

estrutura do PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS e a metodologia para hierarquizar os

ATRIBUTOSqueacompõem.

Por se tratar de um PILOTO, não houve preocupação estatística quanto ao número de

participantes, pois o intuito era exclusivamente qualitativo para teste e validação do

processo.

Os participantes foram selecionados em função do conhecimento e da experiência

profissional no mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS e dos temas

relacionados à prática da construção mais sustentável ao longo do ciclo de vida do

empreendimento,desdeociclodeconcepção,projeto, implantação,operaçãoatéasua

revitalização.

Ocontatoinicialcomosparticipantesfoipessoal,portelefoneoupore-mail.Naocasião,

foiinformadooobjetivodapesquisa,ametodologiaparajulgamentodosATRIBUTOSea

importância da participação de profissionais que atuam neste segmento de mercado

imobiliárioparamaiorincrementodedadosevolumedeinformações.

7.1.1.2.3 JulgamentodoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS

O julgamento para hierarquizar os ATRIBUTOS que compõem o PROTÓTIPODAMATRIZDE

ATRIBUTOS necessitou de ampla pesquisa bibliográfica sobre o tema, pois inexistem

dadoshistóricosou técnicosparaavaliaçãoeponderaçãodosATRIBUTOS.Emsituações

comoesta,destacam-seoMétodoDelphi(Delphi)eoAHP.

O Delphi propõe que os especialistas avaliem qualitativamente cada ATRIBUTO. Os

resultados dessas avaliações deverão ser representados estatisticamente e devem ser

reenviados, inclusivecomeventuaissugestõesemodificações,paranovaavaliaçãodos

participantes. Essa rotina deverá se repetir até que se obtenha o maior consenso

possíveldeopiniõesacercadotema.

ParaMATTAR(2001,p.68),asmaioresvantagensdoDelphiestãonasimplicidadede

suaaplicaçãoenafacilidadequeproporcionaparatabulação,análiseeinterpretação.Se

o questionário for bem construído e devidamente testado, os participantes não terão

dificuldades em respondê-los, e poucas orientações serão suficientes para instruí-los.

Comoasopçõesderespostassãopadronizadas,estemétodopodeserpré-codificado,o

107

quevemafacilitaroprocessodedigitaçãoeprocessamentodedados,tantoemtermos

de rapidez e economia, quanto em termos de precisão. Outro fator que deve ser

consideradocomopositivoéobaixocustoparaaplicação,poisosquestionáriospodem

serdistribuídospormeiodainternet.

As desvantagens da metodologia Delphi estão associadas à dependência dos

participantes de responderem aos questionários e disporemdo dado solicitado. Além

disso,dependendode comoosquestionários foremelaborados, ametodologiapoderá

influenciarnasrespostasdosparticipantes.Istosignificaqueessasrespostaspodemser

uniformes, ou seja, todos osATRIBUTOS testados podem ser considerados importantes,

tornandoinconclusivaahierarquiadoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS.

No AHP, os participantes avaliam a importância dos ATRIBUTOS qualitativa e

quantitativamenteaospares,ouseja,umemrelaçãoaooutro,pormeiodeumaescala

de notas. Posteriormente, o ATRIBUTO testado é hierarquizado em relação aos demais.

Por essa razão, essa ferramenta tem sido empregada em situações como decisões

estratégicas, definições de prioridades, avaliação de custos e benefícios, alocação de

recursos,medidadedesempenho,pesquisademercado,resoluçãodeconflitosetc.

Assim como o Delphi, as principais vantagens do AHP estão relacionadas à sua

simplicidade e diversidade de uso. Como a entrevista a ser realizada com os

participantes depende da assistência do pesquisador, seja presencial ou por video

conference, por meio de aplicativos facilmente encontrados na internet, tais como

Hangout,Skypeetc.,oprocessoémaisdinâmico,poisaavaliaçãoérealizadaemapenas

uma rodada e os participantes podem esclarecer eventuais dúvidas que porventura

apareçamaoresponderemosquestionáriosdiretamentecomopesquisador.

Cabe ressaltar que nem todos os participantes estão familiarizados com o video

conferencee,emalgunscasos,abaixavelocidadedebandadainternetpodeprejudicaro

andamentoeacompreensãodaentrevista.

AsdesvantagensdoAHPestãorelacionadasaodispêndiocomgastosdetransporte,caso

apesquisasejapresenciale,principalmente,àdisponibilidade(tempo)dopesquisadore

de cada um dos participantes. Além disso, o pesquisador não deve opinar sobre o

assunto,afimdeevitarsuainfluêncianasrespostasdosparticipantes.

108

Naprática,umnúmeroexcessivodeATRIBUTOSparaseremavaliadosnoAHPpodelevar

à inconsistência nos resultados, pois exige muita atenção do participante na sua

avaliação,alémdeserdesgastante.

ParajulgarosATRIBUTOSquecompõemoPROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS,optou-sepor

utilizar a Metodologia Delphi, motivado pelo baixo risco da hierarquia dos ATRIBUTOS

ficar uniforme, ou seja, existe pouca possibilidade de todos os ATRIBUTOS testados

possuírem a mesma ponderação e importância, o que poderia tornar inconclusiva a

hierarquia dosATRIBUTOS que compõemo PROTÓTIPODAMATRIZDEATRIBUTOS - situação

estaquepoderiaocorrernametodologiaDelphi.

A metodologia AHP é conhecida, amplamente difundida no meio acadêmico, e já foi

utilizada inclusivenoambientedoNúcleodeRealEstatedaEscolaPolitécnicadaUSP,

como por exemplo: HONDA (2008), GREGÓRIO; ROCHA LIMA JR. (2007) e RIBEIRO

(2005).Porestarazão,osdetalhesdametodologiaforamabordadosnoAnexo3.

Os elementos básicos que compõem a estrutura hierárquica daMETODOLOGIA AHP são

formadosporObjetivoPrincipal,CritérioseasAlternativas.

O Objetivo Principal do PROTÓTIPO é hierarquizar os ATRIBUTOS mais importantes na

decisão do usuário em se instalar em um EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS mais

sustentáveis.

OsparticipantesdapesquisadevemavaliarosATRIBUTOSsempresobopontodevistado

usuário, pois ele é grande motivador da demanda para o desenvolvimento desta

tipologiadeempreendimentoimobiliário.

Ousuário,nessecaso,édefinidocomoaquelequeparticipadadecisãodaempresaemse

instalaremumempreendimentomaissustentável.

Diversas literaturas, como SAATY (1980), SAATY (1990), MORITA (1998), SHIMIZU

(2001),RIBEIRO(2005)eGREGÓRIO;ROCHALIMAJR(2007),sugereme/ouaplicama

comparaçãoentreosatributosaospares,identificamapreferênciaporumdeterminado

atributoemrelaçãoaoutro,pormeiodeumaescaladereferênciaemnúmerosinteiros,

quepodemvariarentre1e9,sendo1apontuaçãomínima,igualmentepreferível,e9a

máxima,extremamentepreferível.

109

Porém,HONDA(2008,p.100)encontroudificuldadespráticasnaaplicaçãodessaescala

comos participantes da sua pesquisa. Verificou-se que os participantes tinhammaior

facilidade em comparar os atributos diretamente pelo peso, ou seja, eles preferiram

comparar os atributos aos pares e identificavam a preferência por um determinado

atributo em relação ao outro, atribuindo um peso maior para o atributo de maior

preferência. A somados pesos dos atributos em comparação deve ser sempre igual a

100%.

EmfunçãodapraticidadedojulgamentodosatributosapresentadaporHONDA(2008),

ficajustificadaacomparaçãoentreosatributosdiretamentepelosseuspesos,segundoa

escalaapresentadanoGráfico23abaixo.

Fonte:AutorGráfico22- EscalaparacomparaçãodosATRIBUTOS

7.1.1.2.4 Interpretaçãodosresultados

Não há regras para a interpretação dos resultados a partir dos julgamentos dos

ATRIBUTOSquecompõemaMATRIZDEATRIBUTOS.PorsetratardeumPILOTO,comapenas7

participantes,aanálisefoimaisnosentidoqualitativo,paraquepossarealizaranálises

estatísticasparaainterpretaçãodosresultados.

Nesta fase, verificou-se a possibilidade de que, mesmo com um número maior de

participantesprevistospara a2a Fase, as análises estatísticas gerassem incertezas, ou

seja,osresultadospoderiamestardispersos.

50%

60%

70%

80%

90%

50%

40%

30%

20%

10%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Igual

Poucomaisimportante

Maisimportante

Muitomaisimportante

Extremamenteimportante

110

7.1.1.2.5 ProtótipodaMATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada

ComaaplicaçãodaMETODOLOGIAAHP,foipossívelestabelecerograudeimportânciados

ATRIBUTOS mais importantes na decisão do usuário em se instalar em um EDIFÍCIO DE

ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSCOMPRÁTICASMAISSUSTENTÁVEIS.

AMetodologiaAHPatingiuseupropósitodemaneiraeficienteeeficaz,noentanto,como

mencionado anteriormente, há a limitação em relação à dispersão dos resultados,

questãoqueserádiscutidamaisadiante.

Porse tratardeumPILOTOpara testeevalidaçãodaMETODOLOGIAAHP,adiscussãoda

hierarquia dos ATRIBUTOS que compõem o PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS não foi

abordadanestetrabalho.

7.1.1.3 1AANÁLISECRÍTICA

Na1aAnáliseCrítica,pôde-seressaltarquetodososparticipantesda1aFasevalidarama

estrutura do PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS, que possibilita avaliar as melhores

práticasdaconstruçãomaissustentávelemEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS.

AcompreensãodoAHPfoiadequadaparaosparticipantes,vistoqueamaiorianãotinha

conhecimento prévio dametodologia. A apresentação dametodologia AHP e a escala

proposta para avaliação dos ATRIBUTOS, a serem discutidas no próximo subcapítulo,

foram essenciais para estabelecer o mesmo patamar de conhecimento entre os

participantes.

Ametodologia de pesquisa adotada tomava entre 40 e 60minutos dos participantes,

tempoconsideradoadequadopelosmesmos.

Algunssugerirama inclusãodaopiniãodepessoasque jáseencontraminstaladosem

EEC,sugestãoaceitaparaa2aFase.

Como limitação, fica registrada apenas a possibilidade da dispersão dos dados, já

discutidaanteriormente,.

111

Diantedestecenário,aaplicaçãodométododejulgamentodosATRIBUTOSquecompõem

o PROTÓTIPO DAMATRIZ DEATRIBUTOS atingiu adequadamente o propósito da 1a Fase –

Piloto,validandoaMETODOLOGIAAHPparaofimaquesedestinanestatese.

7.1.1.4 2AFASE–DEFINITIVO

A2aFasecontoucomaparticipaçãode24pessoasparahierarquizarosATRIBUTOSque

compõemaMATRIZDEATRIBUTOS.Asetapassãoexatamenteasmesmasda1afase:

i. EstruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS;

ii. Seleçãodeespecialistas;

iii. JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS;

iv. Interpretaçãodosresultados;

v. MATRIZDEATRIBUTOShierarquizada.

7.1.1.4.1 EstruturaçãodaMATRIZDEATRIBUTOS

Utilizado na 1a Fase, o PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS foi validado por todos os

participantesdapesquisa,queporconsideraramqueosATRIBUTOSrefletemaspráticas

maissustentáveisparaodesenvolvimentodeEEC.Porestarazão,oPROTÓTIPOpassaa

sermantido,semrestriçõeserevisõesparaa2aFase,comosendoaMATRIZDEATRIBUTOS.

AMATRIZDEATRIBUTOSfoiestruturadaconformeosReferenciaisdaSustentabilidadepara

EEC,descritosnoCapítulo6.3,queabrangemospilaresdasustentabilidadedoedifício

(TrippleBottomLine)eseuspatamaresdedesempenho.

AMATRIZDEATRIBUTOSéestruturadaapartirde6ATRIBUTOSprincipais:[i]ambiental;[ii]

social;[iii]econômico;[iv]legal;[v]ambienteconstruído;[vi]integração.AFigura13-

CoredaMATRIZDEATRIBUTOS–ilustraessaestrutura.

AsubdivisãodaMATRIZDEATRIBUTOSsegueasrecomendaçãodaMETODOLOGIAAHP,que

estabeleceelementosbásicosparaaestruturaçãohierárquica,discutidaanteriormente

noCapítulo7.1.1.2.3-JulgamentodoPROTÓTIPOdaMATRIZDEATRIBUTOS.

No Critério AMBIENTAL, foi necessário criar um sub-nível de critérios para que

posteriormente sejam apresentadas as alternativas. No sub-nível de critérios os

112

Atributossão: [i]TERRENO; [ii]MATERIAIS; [iii]GESTÃODOSRECURSOSHÍDRICOS; [iv]GESTÃO

DA ENERGIA; [v] GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS; [vi] GESTÃO DE RUÍDOS; [vii] PLANOS DE

EMERGÊNCIAECONTINGÊNCIA.

A localização é um aspecto primordial na decisão do usuário em se instalar em um

determinado imóvel, por esta razão, este tema está intrínseco no 1. AMBIENTAL; 1.1.

TERRENO;1.1.1.ANÁLISEDALOCALIZAÇÃO,que tratamdemaneiramaisamplaaanáliseda

localização, que propõe identificar os acessos, a infraestrutura, amenidades, serviços,

comérciosdisponíveisnaproximidadesdoempreendimentoetc.

Nos ATRIBUTOS Social, Econômico, Legal, Ambiente Construído e Integração não foi

necessáriaacriaçãodeoutrossub-níveisdecritérios.

113

Fonte:AutorTabela5 MATRIZ DE ATRIBUTOS: ATRIBUTOS; CRITÉRIOS de APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO eMONITORAMENTO

Atributos

CritériosparaAplicação

CritériosdeAvaliação

CritériosdeMonitoramento

CiclodeVida

[0]Escolhado

terreno

[1]Concepçãoe

Projeto

[2]Lançamento

eObra

[3]Uso

[4]Revitalização

1.Ambiental 1.1.Terreno

1.1.1.Análisedalocalização [0] [1] Registroeinspeção Documentostécnicos

1.1.2.AnáliseAmbiental [0] [1] Registroeinspeção Documentostécnicos

1.2.Materiais

1.2.1.SeleçãodeMateriais [1] [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.2.2.RecebimentodeMateriais [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.3.GestãodosRecursosHídricos

1.3.1.Consumoracionaldeáguapotável [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.3.2.Reaproveitamentodeáguascinzas [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.3.3.Aproveitamentodeáguaspluviais [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.4.GestãodaEnergia

1.4.1.Monitoramentoecontroledoconsumodeenergia [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

1.4.2.SistemasEconomizadores [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

1.5.GestãodosResíduosSólidos

1.5.1.Gestãoderesíduossólidos [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.6.GestãodeRuídos

1.6.1.Gestãoderuídos [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência

1.71.1Planosdeemergênciaecontingência [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

2.Social

2.1.Priorizarotrabalholocal [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

2.2.Educaçãoambientaleprogramadealfabetizaçãodosfuncionários [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

3.Econômico

3.1.Desempenhooperacional [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

3.2.Desempenhoenergético [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria

3.3.Desempenhodosrecursoshídricos [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria

4.Legal 4.1.Gestãodeaspectoseimpactosambientais [0] [1] [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicos

4.2.Gestãodasleis,normaserequisitossubscritos [0] [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

4.3.Gestãodosdocumentoslegais [0] [1] [2] [3] [4] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

4.4.Combateàinformalidadeesonegaçãofiscal [0] [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

4.5.Saúdeesegurançadosfuncionários [2] Registroeinspeção Documentostécnicos

5.AmbienteConstruído 5.1.ConfortoAcústico [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

5.2.Qualidadedoar [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria

5.3.Confortohigrotérmico [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos;telemetria

5.4.Acessibilidade [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

6.Integração

6.1.Inter-relacionamentocomacomunidade(stakeholders)

[0] [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicoselegais

6.2.Gestãodeprojetos(empreendimento)

[1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

6.3.Integraçãocomooperador [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

6.4.Integraçãocomousuário [1] [2] [3] Registroeinspeção Documentostécnicos

114

7.1.1.4.2 Seleçãodosparticipantes

Porsetratardeumapesquisamaisnoâmbitoqualitativo,nãofoiencontradanarevisão

bibliográficanenhumarecomendaçãoquantoaonúmerodeparticipantes.

Além disso, esta pesquisa não pretende fazer um levantamento estatístico

representativo da opinião de todos os especialistas que atuamno setor. Foi realizada

umaamostraporconveniência–métododeamostragemnãoprobabilístico,ouseja,foi

unicamenteumaconsultaaumgrupolimitadoeseletodeprofissionais,que,pormeio

dasuaexperiência,buscouprocurarograudeimportânciadosATRIBUTOS.

Alguns estudos sobre julgamento de atributos, que utilizaram a metodologia Delphi,

comoemVERONEZI(2004)ePASCALE(2005),citamqueamostrasquecontêmmaisde

50 participantes apresentam ineficiências de custos relacionadas ao tempo, e que

gruposcommenosde10participantesresultamemescassezquantoàgeraçãodeideias.

Ambasaspesquisastiveramcomoobjetivoaparticipaçãode50especialistas,esperando

chegaraofinaldoprocessocomaparticipaçãoefetivade30especialistas.

Partindodestesparâmetros,apresentepesquisacontoucomaparticipaçãoefetivade

24participantes,queporseuconhecimentoeexperiêncianestesegmentodemercado

puderamjulgarosATRIBUTOSquecompõemaMATRIZDEATRIBUTOS.

Osparticipantesdapesquisa foramcuidadosamenteselecionadospararepresentar,da

formamaisrealísticapossível,otematratado.Assim,atençãoespecialfoidadaaoperfil

dos especialistas, não apenas em função de se obter a qualidade da informação,mas

tambémpara identificar eventual divergência nos resultados em funçãode a algumas

característicasintrínsecasaumdeterminadoperfildeespecialistas.

7.1.1.4.2.1 PerfildosParticipantes

De um lado, salienta-se que o tempo de experiência profissional dos participantes é

muito importante para tratar o tema, pois pessoas muito jovens podem não dar

importânciasignificativaadeterminadosATRIBUTOSemfunçãodaprópriavivência.

Mas,poroutrolado,osmaisjovensestãomaissuscetíveisaintroduzirnovastecnologias

einovações,comotambématrabalharemumambientemaiscolaborativo.Onúmerode

115

participantescommenosde5anosdeexperiêncialimitou-seaduaspessoas,conforme

Gráfico24.

Fonte:AutorGráfico23- Tempodeexperiênciaprofissionaldosparticipantesdapesquisa

Demonstrado no Gráfico 25, a maior parte dos participantes (42% - 10 pessoas) é

formada por diretores de empresas, seguidos de consultores (21% - 5 pessoas),

coordenadores (17% - 4 pessoas), gerentes (12% - 3 pessoas), advogado (4% - 1

pessoas)epesquisador(4%-1pessoa).

1-5

6-10

11-15

16-20

Mais20

- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Expe

riênciaProfission

al-an

os

Par2cipantes

116

Fonte:AutorGráfico24- Cargosdosparticipantesdapesquisa

O Gráfico 26 apresenta que mais de 80% dos participantes possuem pós-graduação,

sendo29%latusensu,50%commestradoe4%comdoutorado.

Fonte:AutorGráfico25- Escolaridadedosparticipantes

Pesquisador,1,4%

Gerente,3,12%

Coordenador,5,21%

Consultor,5,21%

Diretor,10,42%

Graduação,4,17%

Pós-graduação,7,29%

Mestrado,12,50%

Doutorado,1,4%

117

Por se tratar de um segmento de mercado mais voltado à construção sustentável, a

formaçãodosparticipantesé,emsuamaioria,emengenhariacivil(29%)earquitetura

(21%), seguida por administração (13%) e engenheira elétrica (9%), conforme

detalhadonaGráfico27.

Fonte:AutorGráfico26- Formaçãodosparticipantes

7.1.1.4.3 JulgamentodaMATRIZDEATRIBUTOS

A METODOLOGIA AHP adotada na 1a Fase atendeu aos requisitos para hierarquizar os

ATRIBUTOS que compõem o PROTÓTIPO DA MATRIZ DE ATRIBUTOS. Por esta razão, ela foi

mantidana2aFase,comomesmoobjetivodefinidoanteriormente.

OobjetivodaMetodologiaAHPéhierarquizarosATRIBUTOSmaisimportantesnadecisão

dousuárioemseinstalaremumEDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOmaissustentável.

AnálisedeSistemas,1,4% Direito,1,4%

Economia,1,4%

Marke9ng,1,4%

GestãoAmbiental,1,4%

EngenhariaAmbiental,1,4%

EngenhariaElétrica,2,9%

Administração,3,13%

ArquiteturaeUrbanismo,5,

21%

EngenhariaCivil,7,29%

EngenhariaQuímica,1,4%

118

7.1.1.4.4 InterpretaçãodosResultados

Não há regras para a interpretação dos resultados no método AHP a partir dos

julgamentosrealizadospelosparticipantes.Alémdisso,estapesquisanãopretendefazer

um levantamento estatístico representativo da opinião de todos os especialistas que

atuamnosetor.Foirealizadaumaamostraporconveniência–métododeamostragem

nãoprobabilístico,ouseja,tratou-seunicamentedeumaconsultaaumgrupolimitadoe

seletodeprofissionais,que,pormeioda suaexperiência,buscou identificarograude

importânciadosATRIBUTOSmais importantesnadecisãodousuário emse instalar em

umEDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSmaissustentável.

Destemodo,porserumaamostraporconveniência,nãoserãodiscutidasasmedidasde

variaçãoestatística.

7.1.1.4.5 MATRIZDEATRIBUTOSHierarquizada

A MATRIZ DE ATRIBUTOS hierarquizada é apresentada segundo a percepção de 24

participantesdapesquisa sobreosATRIBUTOSmais importantesnadecisãodousuário

emseinstalaremumEDIFÍCIODEESCRITÓRIOCORPORATIVO.

Como os resultados dos pesos dos ATRIBUTOS apresentavam fração decimal

possivelmenteinfinita-númerosreais-,opesodecadaATRIBUTOfoiarredondadopara

umacasaapósavírgula.

Naavaliaçãodosparticipantesdapesquisa,oATRIBUTOmais importantenadecisãodo

usuárioemseinstalaremumEdifíciodeEscritórioCorporativoéoECONÔMICO,compeso

de28,3%,conformedemonstradonoGráfico27.

Issopareceserevidenteeestáalinhadopraticamentecomasestratégiasdenegóciosde

diversasempresas,preocupadascomodesempenhoeconômicodassuasoperações,que

tambémserefletemnasdespesascondominiaisdoedifício.

OsegundoATRIBUTOmaisimportanteéoAMBIENTAL,compesode23,1%,queincorpora

temas relacionados ao Terreno, Materiais, Gestão de Recursos Hídricos, Gestão de

Energia, Gestão dos Resíduos Sólidos, Gestão de Ruídos e Planos de Emergência e

Contingência.

119

Fonte:AutorGráfico27- NíveldosCritériosAHP-AtributosHierarquizados

NocasodoTerreno,ocritérioenvolveaspectosligadosàANÁLISEDELOCALIZAÇÃO,ouseja,

aimportânciafoidadaemfunçãodaavaliaçãodainfraestrutura,amenidades,serviços,

comérciosdisponíveisnasproximidadesdoedifício.

O ATRIBUTOAMBIENTECONSTRUÍDO é o terceiromais importante, com peso de 15,5%. A

sequênciaestábempragmáticaparaadecisãodousuárionaescolhadoedifícioparaa

instalação das operações da empresa. Assim, somente após definido o preço e a

localização é que o usuário irá estudar a qualidade do produto, demonstrado pelo

ATRIBUTOAMBIENTECONSTRUÍDO.

Continuandocomasequênciaobjetivadopontodevistadousuário,a importânciado

AtributoLegal,compesode12,8%,épercebidapelosusuáriosàmedidasãodefinidoso

preço,alocalizaçãoeoproduto.

EmumpatamardeimportânciasimilarestáoATRIBUTOINTEGRAÇÃO,compesode12,3%.

Muitosusuáriosdetectaramanecessidadedemelhor integraçãodas açõesdo edifício

comaspartesrelacionadas,acreditandoqueissocontribuiparamelhorperformancedo

edifício.

Porúltimo,mastambémnãomenosimportante,estáoATRIBUTOSOCIAL,compesode8%.

AimportânciadoATRIBUTOSOCIALnãofoiacentuada,poisnapercepçãodosparticipantes

28,3%

23,1%

15,5%

12,8%

12,3%

8,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Econômico

Ambiental

AmbienteConstruído

Legal

Integração

Social

120

as ações sociais não refletem diretamente no desempenho e performance do

empreendimento.

Fonte:AutorTabela6 MatrizdeAtributosHierarquizados

1.Ambiental1.1Terreno1.1.1.AnálisedaLocalização1.1.2.AnáliseAmbiental

1.2.Materiais1.2.1.Seleçãodemateriais1.2.2.Recebimentodemateriais

1.3.GestãodosRecursoshídricos1.3.1.ConsumoracionaldeÁguaPotável1.3.2.ReaproveitamentodeÁguasCinzas1.3.3.AproveitamentodeÁguasPluviais

1.4.GestãodaEnergia1.4.1.MonitoramentoeControledoConsumodeEnergia1.4.2.SistemasEconomizadores

1.5.GestãodosResíduosSólidos1.51.GestãodeResíduosSólidos

1.6GestãodeRuídos1.6.1GestãodeRuídos

1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência1.7.1PlanosdeEmergênciaeContingência

2.Social2.1.Priorizarotrabalholocal2.2.EducaçãoambientaleProgramadealfabetizaçãodosfuncionários

3.Econômico3.1.DesempenhoOperacional3.2.DesempenhoEnergético3.3.DesempenhodosRecursosHídricos

4.Legal4.1.GestãodeAspectoseImpactosAmbientais4.2.GestãodasLeis,normaserequisitossubscritos4.3.GestãodeDocumentosLegais4.4.CombateaInformalidadeeSonegaçãoFiscal4.5Saúdeesegurançadosfuncionários

5.AmbienteConstruído5.1.Acústica5.2.Qualidadedoar5.3.Higrotémico5.4.Acessibilidade

6.Integração6.1.Gestãodosstakeholders-relacionamentocomacomunidade6.2.GestãodeProjetos(empreendimento)6.3.IntegraçãocomoOperador6.4.IntegraçãocomosUsuários

23,1%6,9%5,5%1,4%

2,7%2,0%0,7%

3,4%1,7%0,7%1,0%

4,5%2,0%2,5%

1,9%

1,8%

1,9%

8,0%3,8%4,2%

28,3%15,6%7,2%5,5%

12,8%1,9%2,2%3,4%2,3%3,0%

15,5%3,6%3,6%4,4%3,9%

12,3%2,5%3,1%3,0%3,7%

121

Ao analisar os dados dos participantes, percebeu-se que 67% dos entrevistados

consideramqueoATRIBUTOmaisimportanteséoECONÔMICO,58%acreditamquesejao

AMBIENTALe50%acreditamquesejaoAMBIENTECONSTRUÍDO,conformedemonstradona

Tabela7.

ATRIBUTOSImportânciadosAtributos,percebidapelosparticipantes

1o 2o 3o 4o 5o 6o

1.Ambiental 21% 58% 17% 8% 0% 0%

2.Social 0% 0% 4% 0% 29% 67%

3.Econômico 67% 21% 0% 4% 4% 0%

4.Legal 4% 8% 17% 25% 29% 17%

5.AmbienteConstruído 4% 4% 50% 25% 13% 4%

6.Integração 4% 8% 13% 38% 25% 13%

Fonte:AutorTabela7 ImportânciadosAtributos,percebidapelosparticipantes

7.1.1.5 2AANÁLISECRÍTICA

Nasegundafase,participaram24(vinteequatro)profissionaisquepossuemexpertise

no mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS ou que vivenciaram ou

participaramdomomentodadecisãodaempresaemquetrabalhamemseinstalarem

umEDIFÍCIODEESCRITÓRIOSCORPORATIVOSmaissustentável.

Assimcomona1aANÁLISECRÍTICA,a2aAnáliseCríticareforçouqueaestruturadaMATRIZ

DE ATRIBUTOS reflete as boas práticas da construção mais sustentável, pois todos os

participantesdapesquisaconcordaramcomasuaestruturaesualógica.

AaplicaçãodametodologiaAHPpermitiuestabeleceraimportânciahierárquicadecada

ATRIBUTOquecompõeaMATRIZDEATRIBUTOS.Assim,aavaliaçãodasustentabilidadedo

edifício serámedidapormeiododesempenhode cadaATRIBUTOdopontodevistado

usuário, considerando o seu momento de decisão em se instalar em um EDIFÍCIO DE

ESCRITÓRIOSCORPORATIVOSMAISSUSTENTÁVEL.

122

7.1.2 CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS

A CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS é realizada por meio da avaliação de um conjunto de

procedimentos,regrasecritériosdoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,queserãoauditadaspor

um membro do NRE-POLI, que será o RELATOR e um dos membros do COMITÊ DA

CLASSIFICAÇÃO da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC, a ser discutida no próximo

capítulo.

ORELATORdeverásereunircomoREPRESENTANTEDADIREÇÃO(RD)doempreendimento

paraesclarecereprogramarasetapasdoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,sejaparaaanálise

dos registros ou para as inspeções necessárias para evidenciar o atendimento quanto

aos CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO e DESEMPENHO da MATRIZ DE

ATRIBUTOS,conformeTabela5eAnexo1.

CadaCRITÉRIODEDESEMPENHOdeveseravaliadopormeiodeumanota,quepodevariar

entre0e100,dependendodoseugraudeatendimento.

Asnotasentre0e100representam,respectivamente,aspontuaçõesmínimaemáxima

para o ATRIBUTO avaliado, enquanto que a nota 50 representa o valor exatamente na

escalacentral.

NocasoemquecabeapenasconstatarapresençaouaausênciadoATRIBUTOavaliado,a

notapodeseravaliadaapenasnosdoisextremos,ouseja,correspondea0ou100.

Em situações nas quais o CRITÉRIO DE DESEMPENHO avaliado represente atendimento

parcialaosCRITÉRIOS,arecomendaçãoéavaliá-loquantoaoseugraudeatendimento,em

escalade25pontos,conformeapresentadonaTabela8–EscaladeNota.

ATENDIMENTO NOTA

TOTAL 100PREDOMINANTE 75PARCIAL 50MÍNIMO 25AUSENTE 0Fonte:AutorTabela8 ESCALADENOTA

123

CadaCRITÉRIODEDESEMPENHOpossuiseupesoatribuídoemfunçãodasuaimportânciano

ATRIBUTOavaliado.AnotadoATRIBUTOéasomadaAVALIAÇÃODOCRITÉRIODEDESEMPENHO

(ACD), ou seja, é a soma dos resultados do produto entre o peso e a nota de cada

CRITÉRIODEDESEMPENHOdopróprioATRIBUTOavaliado.

CritériodeDesempenho

PesoCritério(PC)

NotaCritério(NC)

AvaliaçãodoCritérioDesempenho(ACD)

Critério(1) PC(1) NC(1) ACD(1)=PC(1)*NC(1)Critério(2) PC(2) NC(2) ACD(2)=PC(2)*NC(2)... ... .... ...Critério(n) PC(n) NC(n) ACD(n)=PC(n)*NC(n)

NotadoAtributo(NA)= 𝐴𝐷𝐶(!)

!

!!!

Fonte:AutorTabela9 NotadoAtributo

𝑁𝐴 = 𝐴𝐷𝐶!

!

!!!

EQ(7)- NotadoAtributo

Onde:

NA–NotadoAtributoADC–AvaliaçãodoCRITÉRIODEDESEMPENHOODESEMPENHODASUSTENTABILIDADEDOATRIBUTO (DSA) se darápormeiodoprodutodo

PESODOATRIBUTO(PA)edaNOTADOATRIBUTO(NA).

ODesempenhodaSustentabilidadedoEdifício(DSE)sedarápelasomadetodososDSA

daMATRIZDEATRIBUTOS.

ATRIBUTOS PesoAtributo(PA)

NotaAtributo(NA)

DesempenhodaSustentabilidadedoAtributo(DSA)

Atributo(1) PA(1) NA(1) DSA(1)=PA(1)*NA(1)Atributo(2) PA(2) NA(2) DSA(2)=PA(2)*NA(2)... ... .... ...Atributo(n) PA(n) NA(n) DSA(n)=PA(n)*NA(n)

DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício(DSE)= 𝐷𝑆𝐴(!)

!

!!!

Fonte:AutorTabela10 DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício

124

𝐷𝑆𝐴 = 𝑃𝐴! ∗ 𝑁𝐴!

!

!!!

EQ(8)- DesempenhodaSustentabilidadedoAtributo

Onde:

DSA–DesempenhodaSustentabilidadedoAtributoPA–PesodoAtributoNA–NotadoAtributo

𝐷𝑆𝐸 = 𝐷𝑆𝐴!

!

!!!

EQ(9)- DesempenhodaSustentabilidadedoEdifício

Onde:

DSE–DesempenhodaSustentabilidadedoEdifícioDSA–DesempenhodaSustentabilidadedoAtributoTendo em vista que os ATRIBUTOS LEGAIS são requisitos mínimos necessários para

atenderodesenvolvimentodeempreendimentosimobiliários,seemalgummomentoda

auditoriaoRELATORidentificarausênciaoufraudenosdocumentoslegaisestabelecidos

nos CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E DESEMPENHO, o processo da

CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECCéimediatamentesuspensoatéqueomesmoseja

efetivamenteesclarecido,sobapenadecancelamento.

ConformeapresentadonaTabela11,dependendodoresultadodoDSE,oedifíciopode

serclassificadoemumadastrêscategorias:

i. DIAMANTE:Edifícioquepossuiomaiselevadocompromissoeaderênciacoma

sustentabilidade,comousodemateriais,instalações,sistemaseserviçosque

proporcionam mais eficiência na operação e maior conforto aos usuários,

sempreprovocandoa inovaçãonosprodutoseprocessos, alémdebuscaro

treinamento e conscientizaçãodos stakeholders. Os edifíciosnesta categoria

possuemDSEapartirde91pontos.

ii. SAFIRA: Edifício que adota elevado compromisso e aderência com a

sustentabilidade,comousodemateriais,instalações,sistemaseserviçosque

proporcionammaiseficiêncianaoperaçãoemaiorconfortoaosusuários.Os

edifíciosnestacategoriapossuemDSEentre71e90pontos.

125

iii. ESMERALDA: Edifício que adota as práticas mais sustentáveis, com o uso de

materiais, instalações, sistemas e serviços que proporcionam eficiência na

operaçãoe confortoaosusuários.Osedifíciosnesta categoriapossuemDSE

entre60e70pontos.

CATEGORIADESEMPENHODASUSTENTABILIDADE

DOEDIFÍCIO

DIAMANTE 91e100

SAFIRA 71e90

ESMERALDA 60e71Fonte:AutorTabela11 ESCALADECLASSIFICAÇÃO

SeoedifícioobtiverDSEinferiora60pontos,significaqueomesmonãoseenquadrana

CLASSIFICAÇÃO, logo, o NRE-POLI não emitirá parecer ou qualquer certificado para o

edifícioemquestão.

7.1.2.1 AFERIÇÃODAESCALADECLASSIFICAÇÃO

AMATRIZDEATRIBUTOSfoiaferidapormeiodaaplicaçãodasistemáticadeavaliaçãodos

ATRIBUTOSem5edifíciosdeescritóriosconceituadoscomaspráticasmaissustentáveis.

Isso permitiu regrar e calibrar os CRITÉRIOS DEAPLICAÇÃO, AVALIAÇÃO,MONITORAMENTO e

DESEMPENHO da MATRIZ DE ATRIBUTOS para estabelecer a consistência do sistema para

avaliação.

Dos5edifíciosavaliados,3estavamlocalizadosnomesmoempreendimento,comdois

edifíciosemprocessodecertificaçãoLeedCore&Shell–Silver-eumcomprocessode

certificaçãoAqua,mascomamesmaconcepçãodeprojetoedesenvolvimento.Assim,a

análisedestesedifíciosfoireunidaemumúnicoempreendimento.

Para estes 3 empreendimentos, foi necessário realizar 4 cenários para a aferição da

ESCALADECLASSIFICAÇÃO,asaber:

126

i. Cenário 1: a avaliação dos edifícios foi realizada no statusquo, ou seja, no

estado em que realmente se encontra, sem considerar o ATRIBUTO 3 -

DESEMPENHOECONÔMICO;

ii. Cenário2:aavaliaçãodosedifíciosfoirealizadaconsiderandoatendimentoa

todos os ATRIBUTOS que possuem regulamentação legal obrigatória e

assumindoanotaESMERALDANOATRIBUTO3-DESEMPENHOECONÔMICO;

iii. Cenário3:aavaliaçãodosedifíciosfoirealizadaconsiderandoatendimentoa

todos os ATRIBUTOS que possuem regulamentação legal obrigatória e

assumindoanotaSAFIRANOATRIBUTO3-DESEMPENHOECONÔMICO;

iv. Cenário4:aavaliaçãodosedifíciosfoirealizadaconsiderandoatendimentoa

todos os ATRIBUTOS que possuem regulamentação legal obrigatória e

assumindoanotaDIAMANTENOATRIBUTO3-DESEMPENHOECONÔMICO.

Edifício CertificaçãoCenário(1)

statusquo

Cenário(2)

Esmeralda

Cenário(3)Safira

Cenário(4)

Diamante1 LeedCoreandShell–Gold 44 70 77 962 Aqua 40 67 74 923 LeedCoreandShell–Silver;Aqua 40 66 71 93

Fonte:AutorTabela12 AferiçãodaEscaladeClassificação

Diante do exposto, constata-se que a ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO proposta, atende aos

diversoscenários,conformedesempenhoesperado.

7.1.3 COMITÊDECLASSIFICAÇÃO

OCOMITÊDECLASSIFICAÇÃOéformadoporintegrantesdoNRE-POLI,noqualemiteparecer

sobre o posicionamento da entidade com relação àQUALIFICAÇÃO ou ao CERTIFICADO do

edifício em análise, segundo a CATEGORIA em que este edifício se encontre na

CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS e quanto ao atendimento aos procedimentos, regras e

critériosdoSISTEMAPARACERTIFICAÇÃO.

127

A integridade, a ética e a imparcialidade do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO devem seguir os

preceitos dasmelhores práticas e condutas adotadas em empresas e instituições, tais

como:GENERALELETRIC(2005)eTAKAOKA(2007).

Caso qualquer membro do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO detecte potencial de conflito de

interessenoedifícioemanálise,omesmodeverácomunicar imediatamenteosdemais

membros. Caberá aos demais integrantes do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO avaliarem este

potencial conflito e verificar a abstenção da opinião deste membro na avaliação do

edifício.

OCOMITÊDECLASSIFICAÇÃOdeverátransmitiraopiniãoprevalentedomercadosegundoo

SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, aceito pelos participantes da pesquisa, que avaliaram a

MATRIZDEATRIBUTOSehierarquizaramosATRIBUTOSqueacompõem.

Para cada análise de edifício de escritórios ummembro do COMITÊ DECLASSIFICAÇÃO é

nomeado como RELATOR DA CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC. O RELATOR deve

analisarosATRIBUTOSconformeosCRITÉRIOSparaAPLICAÇÃO,AVALIAÇÃO,MONITORAMENTOe

DESEMPENHO.

ORELATORdeveráaindaelaborarumRELATÓRIOTÉCNICOparaoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,

noqualdeveráconstaraindicaçãodacategoriadeclassificaçãodoedifícioemanálise.O

COMITÊDECLASSIFICAÇÃOdeveráemitirPARECERTÉCNICOsobreoposicionamentodoNRE-

POLIparaaQUALIFICAÇÃOouparaoCERTIFICADOdoedifícioemquestão.

Caso haja divergência de opiniões sobre a categoria de classificação, o COMITÊ DE

CLASSIFICAÇÃO deverá nomear umnovomembro –REVISOR –, distinto doRELATOR, para

emitirsuaopiniãonoRELATÓRIOTÉCNICOelaboradopeloRELATOR.

O COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO deverá se reunir novamente para analisar a opinião do

REVISOR.Naremotapossibilidadededivergênciadeopiniõesconstatadanos relatórios

elaborados pelo RELATOR e pelo REVISOR, o COMITÊDECLASSIFICAÇÃO deverá nomear um

segundorevisorparaanalisarasituação.

A convergênciadeopiniõesdeveprevalecereoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃOdeverá, enfim,

emitir parecer técnico final sobre o posicionamento do NRE-Poli para a emissão da

QUALIFICAÇÃOoudoCERTIFICADOdoedifícioemanálise.

128

7.2 QUALIFICAÇÃOECERTIFICADO

AQUALIFICAÇÃOouoCERTIFICADOdoedifíciopoderáseratestadapeloNRE-POLI,segundo

os critériosdo SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO edoparecerdoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO, que

estabelecem a inserção do edifício de acordo com a sua categoria estabelecida na

CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS.

Caso seja detectada a ausência ou fraude nos documentos legais estabelecidos nos

CRITÉRIOS DE MONITORAMENTO, o NRE-POLI poderá suspender temporariamente a

QUALIFICAÇÃOouoCERTIFICADOatéqueofatosejaesclarecido,sobpenadoprocessoser

cancelada.

Os CERTIFICADOS da QUALIFICAÇÃO e da CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE-EEC possuirão

prazosdevalidade,poisosmecanismosparareciclagemeaprimoramentoprevistosno

SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOpodemimpactardiretamentenaMATRIZDEATRIBUTOS,sejanos

ATRIBUTOS como também nos CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO e

DESEMPENHO.

ÉpermitidoousoparafinsdedivulgaçãocomercialedemarketingdaQUALIFICAÇÃOEDA

CERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC,desdequepreviamenteaprovadopeloNRE-POLI.

7.3 ATUALIZAÇÕESDOSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO

As atualizações e a validade do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO são definidas a partir do

comportamento do mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS e sua evolução

histórica.

Conforme visto anteriormente no Capítulo 3.1.1, o patamarmínimo da qualidade dos

empreendimentosimobiliáriossofremudançascomopassardotempo.Taismudanças

impactam diretamente no SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, o que motiva atualizações que

ocorrememduassituações:

i. Voluntária:Comaconstanteinovaçãoeevoluçãotecnológica,queinduzemo

desenvolvimentodenovosmétodosconstrutivosedoempregodemateriais

cada vez mais eficientes, verifica-se a necessidade frequente da revisão da

MATRIZDEATRIBUTOS.

129

ii. Compulsória: Surgimento de novas determinações legais que induzem à

necessidadederevisãodaMATRIZDEATRIBUTOS.

Cabe ressaltar que a CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–EEC prevê a construção da

PlataformadeMonitoramentoOperacional (PMO),queutilizará tecnologiademedição

inteligenteparacoletaretransmitirosdadosoperacionaisdoEECscomCertificaçãoda

Sustentabilidade-EEC,e,posteriormente,armazena-losemambientecloudcomputing.

AtransmissãodosdadosdeveráserrealizadapeloRDouporseupreposto,sendoqueo

sistema deverá conter log de acesso do usuário, demodo que sejam identificados no

mínimoousuário, localdeacesso(servidor),data,comandosrealizadose informações

transmitidas.

Estes dados poderão ser tratados estatisticamente para a construção dosBENCHMARKS,

cujo intuito é gerar informações sobre o desempenho operacional deste nicho de

mercado, sendo disponibilizados pelo NRE-POLI, sem comprometer o sigilo das

informaçõesdecadaedifíciocertificado.

Além do sigilo, este conjunto de dados deverá ser preservado com critérios de

segurança. O acesso deve ser restrito aos membros do COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO e a

armazenagem dos dados deve conter o log de acesso do usuário, de modo que se

identifiquenomínimoousuário,localdeacesso(servidor),dataecomandosrealizados.

Com o passar do tempo, será possível identificar as mudanças nos padrões de

desempenhooperacionaldestesegmentodemercadoemfunçãodasnovastecnologias,

novossistemasconstrutivoseatémesmodagestãooperacionalmaiseficiente.

OsedifícioscomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EECdeverãodispordemonitoresou

de painéis no(s) elevador(es) ou no(s) hall(s) das(s) área(s) comum(ns), onde serão

conectadoscomoSISTEMADEINTEGRAÇÃODEMÍDIADIGITAL(SIMD),controladopeloNRE-

POLI,que transmitirámatérias relacionadasaodesempenhodoedifício emrelaçãoàs

práticas usuais desse mercado de EEC, bem como, disponibilizar conteúdo e notícias

relacionadas à sustentabilidade no ambiente do real estate. O objetivo do SIMD é

impactareconscientizarosusuários,osvisitanteseosoperadoresdaimportânciadese

criarumambientemaisparticipativoesustentávelnociclooperacionaldoedifício.

130

Além do fornecimento dos dados, os RDS dos edifícios com a CERTIFICAÇÃO DA

SUSTENTABILIDADE–EEC na categoria DIAMANTE deverão participar periodicamente de

reuniões com outros RDs, aqui denominado GRUPO TÉCNICO, sempre coordenadas por

pelomenosummembrodoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO.

AaproximaçãocomosRDSdosedifícioscertificadoscomoDIAMANTE,pormeiodoGRUPO

TÉCNICO,promovemaiorinteraçãodosetorprivadocomoNRE-POLI,deformaapermitir

aampliaçãodasdiscussõesnãoapenasdosaspectosdeeficiêncianagestãooperacional,

mas também sobre as mudanças comportamentais dos usuários, desde identificar as

necessidadesdoindivíduoatéreconhecerasnecessidadesdasempresas.

Diantedestaperspectivadacoletadedadosedaaproximaçãocomasmelhorespráticas

daconstruçãosustentável,oSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOancora-sedemodoaestaromais

atualizadopossíveldentrodocenárionacional,inexistindoanecessidadedeformalizar

um prazo determinado para a atualização do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO, pois a

constataçãodemudançanaBaseline deste nichodemercadopode ser percebida com

maioracuidade.

As atualizaçõesno SISTEMAPARACLASSIFICAÇÃOpodemserdarde forma simplificadaou

maiscomplexa,comoqueconstamdarevisão:

i. MATRIZ DE ATRIBUTOS: de inserção ou eliminação dos ATRIBUTOS e alteração

nosCRITÉRIOSdeAPLICAÇÃO,AVALIAÇÃO,MONITORAMENTOedeDESEMPENHO;

ii. CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS: no peso hierárquico dos ATRIBUTOS, inclusão ou

exclusão de categorias de classificação, redefinição da escala para a

CLASSIFICAÇÃODOSEDIFÍCIOS;

iii. QUALIFICAÇÃO OU CERTIFICADO: modificar o prazo de validade e alteração na

rotinadeprorrogaçãodeprazodoCertificadodaQualificaçãoedofluxopara

revalidaçãodoCERTIFICADOdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC;

iv. ATUALIZAÇÕES: Alterações no processo de atualizações do SISTEMA PARA

CLASSIFICAÇÃO.

131

7.4 VALIDADEDAQUALIFICAÇÃOEDOCERTIFICADO

DiantedanecessidadedaatualizaçãodoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO,sejapormotivação

voluntáriaoucompulsória,conformevistonoCapítulo7.3,acima,estabelecerumprazo

devalidadeparaaQUALIFICAÇÃOeparaaCERTIFICAÇÃOsetornanecessárioàmedidaque

sãopercebidososnovospadrõesdedesempenhodosEECs.

Identificarereconhecerosnovospatamaresdedesempenhosãoalgunsdosdesafiosda

presenteCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EEC,masomonitoramentodealgunsdados

que será realizado nos edifícios certificados possibilitará criar BENCHMARKS do

desempenhooperacionaldeEECseperceberasmudanças.

Considerando que a implantação de EEC é normalmente realizada com prazo em 36

meses, a identificação demelhoria no desempenho na operação de EEC pormeio de

novosmateriaise sistemasconstrutivosseriaapenasconstatadaao finaldaconclusão

dasobraseiníciodasoperações,ouseja,decorridopelomenosoperíodode36meses.

Além disso, o reconhecimento de novos padrões arquitetônicos e estruturas

organizacionaisdasempresasocorremdemaneiraaparentemente lógica,repetindo-se

ospadrõesmaisaceitospelomercado.Destaforma,operíodode3(três)anosproposto

paraavalidadedaQUALIFICAÇÃOeCERTIFICAÇÃOésuficienteparareconhecerasmudanças

nospadrõesqueatingemdiretamenteodesempenhodoempreendimento.

Nestadiscussão,considera-seadequadooprazodevalidadepropostode3(três)anosa

partirdaemissãodaQUALIFICAÇÃOedoCERTIFICADOdoedifício.

OprazodevalidadedaQUALIFICAÇÃOedaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EECéde3

(três)anosapartirdasuadatadeemissão.

Na inexistência de atualização do SISTEMA PARA CLASSIFICAÇÃO depois da emissão da

QUALIFICAÇÃOdedeterminado edifício,o prazo de validade da QUALIFICAÇÃO poderá ser

prorrogado por nomáximo 3 (três) anos, desde que justificado e fundamentado para

análiseenovoparecerdoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO.

132

Comantecedênciade6 (seis)mesesdoprazode vencimentodoCERTIFICADO, oRDdo

edifício poderá requerer sua revalidação, bastando seguir a rotina do processo do

primeiroCERTIFICADO:

i. NomeaçãodoRELATOR,membrodoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO, para analisar os

ATRIBUTOS do edifício conforme os CRITÉRIOS para APLICAÇÃO, AVALIAÇÃO,

MONITORAMENTOeDESEMPENHO;

ii. Reunião entre o RELATOR e o RD do empreendimento para esclarecer e

programarasetapasdoSISTEMAPARACLASSIFICAÇÃO;

iii. ORELATORelaboraoRELATÓRIOTÉCNICOparaoCOMITÊDECLASSIFICAÇÃO,noqual

deverá constar a indicação da categoria de classificação do edifício em

análise;

iv. O COMITÊ DE CLASSIFICAÇÃO deverá elaborar PARECER TÉCNICO sobre o

posicionamentodoNRE-POLIparaacertificaçãodoedifício.

133

8 CONSIDERAÇÕESFINAIS

A construção civil é um dos setores que mais impactam o meio ambiente.

Particularmente, omercado de EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS tem sido alvo de

pressãoporpráticasmaissustentáveisemporpartededasempresasquesepreocupam

comasustentabilidadedesuasoperaçõesecomasestratégiasdeseusnegócios,razão

pelaqualbuscamseinstalaremempreendimentosmaissustentáveis.

Para aferir a sustentabilidade dos EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS CORPORATIVOS, os

empreendedores buscam certificações ambientais de origem estrangeira. Logo, a

diversidadedemétodosdeavaliaçãodasustentabilidadedespertagrandeinteressede

toda a cadeia do segmento de EEC, sejam empreendedores, corretores, projetistas,

construtores,usuárioseatéacomunidade,emtodoociclodevidadoempreendimento.

ApropostadaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–EDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOS é

inovadora,poisalémdeclassificaroedifícioconformeoDESEMPENHODASUSTENTABILIDADE

DO EDIFÍCIO, por meio da avaliação da qualidade dos ATRIBUTOS MAIS SUSTENTÁVEIS do

edifício, pode trazer sistemas complementares com o objetivo de disseminar o

conhecimentodaspráticasmaissustentáveisparatodaacadeiadestenichodemercado:

Ø a PLATAFORMA DE MONITORAMENTO OPERACIONAL permitirá armazenar os dados

operacionaisdosedifícioscomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE-EEC;

Ø comopassardo tempo, serápossível construir osBENCHMARKS dodesempenho

operacionaldeEEC,proporcionandomaioracuidadenapercepçãodasmudanças

daBaseline.;

Ø oSISTEMADEINTEGRAÇÃODEMÍDIADIGITALpodetransmitirmatériasrelacionadasao

desempenhodoedifícioemrelaçãoàspráticasusuaisdomercadodeEEC, bem

como, disponibilizar conteúdo e notícias relacionadas à sustentabilidade no

ambientedorealestate.Oobjetivoéodeimpactaredeconscientizarosusuários,

os visitantes e os operadores da importância de se criar um ambiente mais

participativoesustentávelnociclooperacionaldoedifício.

Ø oNRE-POLI podepromover a integraçãoentreomeio acadêmico eprofissional

pormeiodasreuniõesdoGRUPOTÉCNICO,nasquaisserãodebatidasasmelhores

134

práticas da construção sustentável no mercado de EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

CORPORATIVOS.

Dentro deste ambiente de integração, conscientização e busca incessante por mais

eficiência, inovação e sustentabilidade em todo o ciclo de vida do edifício é que a

CERTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE–ECC encontra o seu desafio de contribuir para um

mundocadavezmelhoremaissustentável.

Esse trabalho poderá ser um referencial para a construção de novos sistemas para

classificação da sustentabilidade em outras tipologias de empreendimentos no Brasil.

Associado a isso, poderá trazer novas Plataformas de Monitoramento Operacional,

novosBenchmarksdodesempenhooperacional,SistemasdeIntegraçãodeMídiaDigital

paraoutras tipologiasdeempreendimentos imobiliáriosoudebase imobiliária, oque

auxiliaráosempreendedores,projetistas,construtores,operadoreseusuários.

135

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PEDROSA, L.; Arantes, O. K.; GONÇALVES, O. M.; ITACARAMBI, P.; LISBOA, P. M.;

BIDERMAN,R.; SOUZA,R. de.; LAMBERTS,R.; FREITAS,U.;AGOPYAN,V.; JOHN,V.M.;

HACHICH,V.F.

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p.15.

144

10 ANEXOS

145

ANEXO1 MATRIZDEATRIBUTOS–ATRIBUTOSECRITÉRIOSDEDESEMPENHO

146

ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho

Item Esmeralda Safira Diamante1.Ambiental

1.1.Terreno

1.1.1.AnálisedaLocalização 1.1.1.1 [0][1]Identificarosacessos,ainfraestrutura,amenidades,serviços,comérciosdisponíveisnasproximidadesdoempreendimento.

1.1.1.2 [1]Realizarvistoriaseelaborarrelatóriotécnicosobreascondiçõesdasedificaçõesnoentorno.

1.1.1.3 [1]Localizareidentificaraspossíveisinterferênciascomasinstalaçõesdeenergiaelétrica,drenagem,água,esgoto,gás,telefonia,internetetc.

1.1.1.4 [1]Identificarascotasdealagamento:[i]máximomaximorum;[ii]tempoderecorrênciade100anos;[iii]tempoderecorrência1.000anos;tempoderecorrênciade10.000anos.

1.1.2.AnáliseAmbiental 1.1.2.1 [1]AAnáliseAmbientaldoTerrenodeveráserelaboradaporespecialistanafasedeconcepçãodoempreendimento,naqualdeveconter:-Aanálisedeveráconternomínimoestudosobreosrecursoshídricos,fauna,flora,estudodoclima(soleventos)eestudodosoloesubsolo;-Identificarosriscosambientaisesuamitigação.

1.1.2.2 [1]Identificareintegrarosatributosambientaisexistentesnolocalcomosprojetos

147

ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho

Item Esmeralda Safira Diamante1.2.Materiais

1.2.1.SeleçãodeMateriais 1.2.1.1 [1][2][3]Selecionar,preferencialmente,materiaisquepossuambaixaemissãodeVOCdosmateriaisempregadosnoempreendimento(CompostoOrgânicoVolátil).

1.2.1.2 [1][3]Especificaçãoecontroledavidaútildosmateriais,equipamentosedoempreendimento.

1.2.1.3 [2][3]Verificaçãodalicençadeoperaçãoe/ouorigemdomaterialcombustívelparaproduçãodosmateriaisaseremadquiridosnoempreendimento.Como,porexemplo,materialutilizadonosfornosparaproduçãodetijolosetelhascerâmicas.

1.2.1.4 [1][2][3]Especificaçãoeaquisiçãodiretaouindiretademadeiralegalprovenientedeáreasdevidamentelicenciadas.

[1][2][3]Especificareadquirirportas,preferencialmente,commadeiracertificada.

[1][2][3]Especificareadquirir,preferencialmente,madeirascertificadas,diretaouindiretamenteemtodaaobra.

1.2.1.5 [1]Quandopossível,elaborarrelatóriodeACV-Simplificado:-Consumodeenergia;-Consumodeágua;-Consumodematérias-primas;-Geraçãoderesíduos;-EmissãodeCO2.

1.2.1.6 [1][2][3][4]Identificareespecificarosmateriaisquepodemserutilizadosequeestejamdisponíveisnoterreno,taiscomo:agregados,rocha,areia,madeira,águaetc.Verificaraslicençasnecessáriasparaofimaquesedestina.

1.2.1.7 [1][4]Identificareespecificarosmateriaisquepodemserreaproveitados.

1.2.1.8 [1][3]Especificareutilizargásrefrigerantedosistemadearcondicionadoquetenhamenorimpactoambiental,principalmentesobrelacionadoaoaquecimentoglobal.

148

ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho

Item Esmeralda Safira Diamante1.2.2.RecebimentodeMateriais 1.2.2.1 [2][3]Estabelecerprocedimentosecritérios

derecebimento,armazenamentoetransporteparacadaprodutorecebido.

1.2.2.2 [2][3]MonitoraraemissãodefumaçadosveículosdeentregademateriaispormeiodaescaladeRingelmann.Casoaemissãoestejasuperioràemissãopermitida,comunicareinfluenciaramanutençãodoveículodosprestadoresdeserviço

1.3.GestãodeRecursosHídricos

1.3.1.ConsumoRacionaldeÁguaPotável 1.3.1.1 [1][2][3]Especificaçãoeinstalaçãodedispositivoseconomizadoresdeágua,taiscomo:baciasdeduplofluxo;torneirasdefechamentoautomático;torneirasde¼devolta;restritoresdevazão;torneirascomaeradores.

1.3.1.2 [1][2][3]Verificarapossibilidadedecaptardemaneirasustentávelaáguadolençolfreáticonosubsolodeformaapromoveroaproveitamentodomesmo.

1.3.1.3 [1][2][3]Verificarapossibilidadedecaptardemaneirasustentávelaáguasubterrâneapormeiodepoçoscaipira,artesianosesemi-artesianos.

1.3.2.ReaproveitamentodeÁguasCinzas 1.3.2.1 [1][3]Quandopossível,especificareutilizarembaciasanitária,irrigaçãodejardins,lavagemdepisosetc.

1.3.3.ReaproveitamentodeÁguasPluviais

1.3.3.1 [1][2][3]Quandopossível,especificareutilizarembaciasanitária,irrigaçãodejardins,lavagemdepisos.Esteiteméaplicávelnocanteirodeobras.

1.3.3.2 [1][2][3]Semprequepossível,promovereespecificareinstalardispositivosparaaretençãodeágua.Esteiteméaplicávelnocanteirodeobras.

149

ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho

Item Esmeralda Safira Diamante1.4.GestãodaEnergia

1.4.1.MonitoramentoeControledoConsumodeEnergia

1.4.1.1 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodosistemadeautomação(buildingmanagementsystem).

1.4.1.2 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodemediçãodoconsumodeenergiaelétricaconforme:1.ÁreasComuns1.1.Iluminação1.2Tomadas1.3Ventilaçãopararenovaçãodoar1.4Consumodosistemadearcondicionado1.5Exaustãodo(s)subsolo(s)1.6Elevador(es)1.7.Arcondicionado(compressoreseventiladores)1.8Bombeamentodeágua2.ÁreasPrivativas;2.1.Iluminação2.2.Tomadas2.3.Arcondicionado(condensadoreseevaporadores)2.4CentraldeProcessamentodeDados

1.4.1.3 [1][3]Planoparaprogramaçãodaativaçãodailuminação,exaustores,ventiladoresnasáreascomuns.

1.4.1.4 [1][2][3]Quandoaplicável,especificaçãoemonitoramentodoconsumodeoutrasfontesalternativasdeenergia.

1.4.1.5 [1][3]Especificaçãodocontrolededemanda(horáriodeponta)deenergiaelétricadoedifício

150

ATRIBUTOSCritériosdeDesempenho

Item Esmeralda Safira Diamante1.4.2.SistemasEconomizadores 1.4.2.1 [1][2][3]Especificaçãoeinstalaçãode

lumináriasmaiseficientes.Esteiteméaplicávelnocanteirodeobras.

1.4.2.2 [1][2][3]Quandopossível,especificaçãoeinstalaçãodesensoresdepresença.

1.4.2.3 [1][3]Quandopossível,especificaçãoeinstalaçãodeelevadorescomsistemaantecipadodechamada

[1][3]Quandopossível,regeneradordeenergiaelétricanoselevadores.

[1][3]Quandopossível,especificareinstalarinversoresdefrequênciaparaelevadores,exaustores,ventiladoreseescadaseesteirasrolantes.

1.4.2.4 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodeoutrasfontesdeenergiaelétricaparaatenderademandacomumeprivativa.

[1][3]Especificaçãoeinstalação/captaçãodefontesdeenergiaelétricalimpa.

1.5.GestãodosResíduosSólidos

1.5.1.GestãodosResíduosSólidos 1.5.1.1 [1][2][3]Definiratribuiçõeseresponsabilidadesparaoscolaboradoresnagestãoderesíduos.

1.5.1.2 [1][2][3]Especificar,identificar,quantificareinstalarasformasdeacondicionamentoinicialadequadasparaasfontesgeradoras.

1.5.1.3 [1][2][3]Especificar,identificar,quantificareinstalarasformasdeacondicionamentofinaladequadasepromoverareciclagem

1.5.1.4 [1][2][3]Elaborarecontrolararemoçãoedestinaçãodosresíduosemlocaisdevidamentelicenciadosparaofimaquesedestina,comidentificaçãodovolumederesíduodestinadocomseurespectivoromaneio.

1.5.1.5 [1][2][3][4]Promoverasegregaçãoereciclagem.

1.5.1.6 [2]Instalaçãodelavabica,lavarodaseproteçãonascaçambadoscaminhõesparaminimizarapoeira.

151

1.6.GestãodeRuídos

1.6.1.1 [1]Mediçãoemapeamentodosruídosantesdaimplantaçãodoempreendimento

1.6.1.2 [2][3]Monitorarosruídoscausadosnoempreendimentocomperiodicidadeadequada.Darprovidênciasquandoolimitelegalforrompido.

1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência

1.7.1.PlanosdeEmergênciaeContingência

1.7.1.1 [1][2][3]Elaboraçãoeimplementaçãodeumplanocomrespostaapotenciaissituaçõesdeemergênciase/ouacidentesquepossamterimpactonomeioambiente.Oplanodevedestacarosresponsáveiseamaneiradeidentificaraemergência,osrecursosnecessáriosparacombatê-laseoplanodecomunicaçãointernaeexterna.Realizarsimulaçõesparaverificaraefetividadedoplano

152

2.Social

2.1.Priorizarotrabalholocal 2.1.1 [3]Disponibilizarofluxodepessoasfixaseflutuantesdoedifício,comdadosnãosigilos,comoidade,sexo,residência,meiodetransporteutilizado,empresaemquetrabalhaouquevisitaetc.EstesdadosserãoutilizadosparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.

[1][2][3]Promovereincentivarjuntoaosprestadoresdeserviçoacontrataçãodeprofissionaisqueresidemnasproximidadesdoempreendimento.

2.2.Educaçãoambientaleprogramadealfabetizaçãodefuncionários

2.1.2 [1][2][3]Promoveraeducaçãoeconscientizaçãoambientalparaopúblicointerno

[2]Quandoaplicável,promoveraalfabetizaçãodosfuncionários

[1][2][3]Promoveraeducaçãoeconscientizaçãoambientalparaopúblicoexterno

153

3.Econômico

3.1.Desempenhooperacional 3.1.1 [1]AnálisedoCustodoCiclodeVidadoempreendimento

3.1.2 [1]OrçamentodocondomínioestimadoemR$/m2au

3.1.3 [3]DisponibilizaradespesamensaldocondomínioparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.

3.1.4 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodepluviômetroetermômetrocomtelemetria,informaçõesquedeverãoserdisponibilizadasparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.

3.1.5 [1][3]CustoPrevistoeRealdocondomínioematé(1*)R$/2au

[1][3]CustoPrevistoeRealdocondomínioematé(1*)R$/2au

[1][3]CustoPrevistoeRealdocondomínioematé(1*)R$/2au

154

3.2.Desempenhoenergético 3.2.1 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodemedidoresdeconsumodeenergiadasáreascomunseprivativas,informaçõesquedeverãoserdisponibilizadasparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.

3.2.2 [1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeenergiaelétricaematé(2*)kWhmês/m2*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante;-temperatura(3*)

[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeenergiaelétricaematé(2*)kWhmês/m2*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante;-temperatura(3*)

[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeenergiaelétricaematé(2*)kWhmês/m2*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante;-temperatura(3*)

3.3.Desempenhodosrecursoshídricos 3.3.1 [1][3]Especificaçãoeinstalaçãodemedidoresdeconsumo,informaçõesquedeverãoserdisponibilizadasparaaformaçãodosindicadoresdeDesempenhoMercadológicoedaSustentabilidadedeEECdoNRE-Poli.AsinformaçõesdevemsertransmitidasnoformatopadrãoestabelecidopeloNRE-Poli.

3.3.2 [1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeáguaematé(4*)m3/m2deau*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante-temperaturamédia(3*)

[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeáguaematé(4*)m3/m2deau*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante-temperaturamédia(3*)

[1][3]Desempenhoprevistoerealdoconsumodeáguaematé(4*)m3/m2deau*Odesempenhodeveráserestabelecidoconforme:-consumototaldoedifício;-consumodasáreascomuns;-consumodasáreaprivativas;-taxadeocupação;-populaçãofixaeflutuante-temperaturamédia(3*)

155

4.Legal

4.1.Gestãodeaspectoseimpactosambientais.

4.1.1 [0][1][2][3][4]Identificarosaspectoseosimpactosambientaisparacadaatividadeesituaçãoquepossaocorreraolongodociclodevidadoempreendimento,determinandoosriscos,suamitigaçãoeseumonitoramento

4.1.2 [0][1][2][3][4]Mapeamentoemonitoramentodosriscosambientaisconformeestágionociclodevidaemqueseencontraoempreendimento

4.1.3 [2][3]Elaborareimplementarprocedimentosparaprevenção,monitoramentoecontroledapoluição.

4.1.4 [0][1][2][3][4]RelatóriodeinspeçãoambientalrealizadoporespecialistanaáreaambientalemperiodicidadesuficienteenecessáriaparamitigarriscosambientaisprevistosnoFormuláriodeAvaliaçãodeAspectoseImpactosAmbientais

4.1.5 [0][1][2][3][4]RelatóriodeinspeçãoambientalrealizadoporjuristaemperiodicidadesuficienteenecessáriaparamitigarriscosambientaisprevistosnoFormuláriodeAvaliaçãodeAspectoseImpactosAmbientais

4.2.Gestãodasleis,normaserequisitossubscritos

4.2.1 [0][1][2][3][4]Identificarasleis,normaserequisitossubscritosaplicáveisparaosaspectosambientaisaolongodociclodevidadoempreendimento,determinandoosresponsáveisparaaverificação,atendimentoe,eventualmente,osplanosdeação.

4.2.2 [0][1][2][3][4]Relatóriodeinspeçãoambientalrealizadoporjuristaemperiodicidadesuficienteenecessárianolocaldoempreendimentoparaconstataroatendimentoaocritério4.2.1

156

4.3.Gestãodedocumentoslegais 4.3.1 [0][1][2][3][4]Identificarecontrolaravalidadedosdocumentoslegaisnecessáriosparaodesenvolvimentodoempreendimento,taiscomo:licenças,outorgas,alvarás,habite-se,requisitossubscritosetc.

4.3.2 [2][3][4]Controledaslicençasdosdestinatáriosderesíduossólidos

4.3.3 [2][3][4]Controledelicençasedeorigemdemateriaisindiretamenteempregadosnasobras,taiscomo:materiaisutilizadosparaaqueimadetijolosetelhascerâmicas

4.4.Combateàinformalidadeeàsonegaçãofiscal

4.4.1 [0][1][2][3][4]Contratarprestadoresdeserviçosefornecedoresdevidamenteformalizadoselegalizados.Todososfuncionáriosdeverãotervínculoempregatíciolegal.Banirempresasqueexplorammãodeobrainfantilemantémcondiçõesdetrabalhoinadequadas.

4.5.Saúdeesegurançadosfuncionários 4.5.1 [2][3][4]Planodetrabalhovisandoàsaúdeeàsegurançadosfuncionários

4.5.2 [2][3][4]PCMSOePCMAT

4.5.3 [2][3][4]Relatóriodeinspeçãorealizadoporprofissionalespecializadonasaúdeesegurançadotrabalhador.

157

5.AmbienteConstruído

5.1.Acústica 5.1.1 [2][3]Monitoramentodoconfortoacústico.Esteitemdistingue-sedomonitoramentodoruído.Esteiteméaplicávelaocanteirodeobras.

5.2.Qualidadedoar 5.2.1 [2]Planodetestesepré-operacionaldosistemadearcondicionado.

5.2.2 [2][3]Monitoramentointernoeexternodoconfortoolfativo.Esteiteméaplicávelaocanteirodeobras.

5.2.3 [3]MonitoramentointernoecontroleinternoeexternodoCO2.

5.2.4 [3]Planodemanutençãodosistemadearcondicionado.

5.3.Higrotérmico 5.3.1 [3]Monitoramentoecontroledaumidade. 5.4.Acessibilidade 5..4.1 [1][2][3]Projetoeinstalação.

158

6.Integração

6.1.GestãodosStakeholders–

relacionamentocomacomunidade

6.1.1 [0][1][2][3][4]Identificarassinergiasdoempreendimentocomaspartesinteressadas.

6.1.2 [2][3]Elaboraçãodeplanoparainstalaçãoeoperaçãodesinalizaçõesorientativasparaotráfegolocaledosprocedimentosdesegurançaparaentradaesaídadepedestresedeveículos.

6.1.3 [1]Estudodoimpactoviárioe,seforocaso,acompensação.

6.1.4 [1][2][3]Promoverousodotransportepúblico,transportepormeiodefontesrenováveisdeenergiaeousodebicicletas,disponibilizandoparaistovestiários.

6.1.5 [0][1][2][3]Identificarorecebimentoedarrespostaàscomunicaçõesdaspartesinteressadasaolongodociclodevidadoempreendimento.Monitoraredirecionarocontatoparaaárearesponsável

159

6.2.GestãodeProjetos 6.2.1 [1][2][3][4]GestãodeProjetos-Definiroprocessodeplanejamentoeexecuçãodoempreendimentodeformaageriroprazo,custo,qualidadeesustentabilidade-Identificarosrecursosdisponíveis:organogramaearelaçãodasatividadesecompetênciasrequeridasparaosprofissionaisenvolvidos-DefiniroRepresentantedaDireçãoparaaCertificaçãodaSustentabilidade-Ferramentadecolaboraçãoparagestãodeprojetos-FluxodosProcessos-ControledeDocumentos-MonitoramentoeAnálisesCríticas-Nãoconformidade,açãocorretivaeaçãopreventiva

[1][2][3]SistemadeGestãoAmbiental

6.2.2 [1][2][3][4]Conscientizaçãoeformalizaçãodocompromissodosprestadoresdeserviçoquantoaosrequisitosaplicáveisdacertificação.

6.2.3 [1][2][3]Comissionamentodasutilidades

6.3.Integraçãocomooperador 6.3.1 [1][2]Integraçãocomopossíveladministradordoedifíciodesdeafasedeconcepçãoeprojetodoedifício

6.3.2 [3]EntregadoManualdoAdministradorcomcapítuloreferenteàsustentabilidadedoedifícioeàcertificaçãoNRE-Poli

6.3.3 [3]Programadeeducaçãoeconscientizaçãodosfuncionáriossobreasustentabilidadedoedifícioeseuentorno,bemcomo,sobreousoracionaldaágua,doconsumodeenergiaelétrica,reduçãodoconsumodosrecursosnaturais.Afrequênciadestetreinamentodevesersuficienteenecessáriaparaqueosfuncionáriosabsorvamotema.

6.3.4 [3]ORDdeveráparticipardoGrupoTécnicodaSustentabilidade.

160

6.4.Integraçãocomosusuários 6.4.1 [3]EntregadoManualdoProprietárioeGuiadoUsuáriocomcapítuloreferenteàsustentabilidadedoedifícioeàcertificaçãoNRE-Poli..

6.4.2 [3]Programadeeducaçãoeconscientizaçãodosusuáriossobreasustentabilidadedoedifícioeseuentorno,bemcomo,sobreousoracionaldaágua,doconsumodeenergiaelétrica,reduçãodoconsumodosrecursosnaturais.

6.4.3 [3]Instalarmonitores/displaysnoselevadoresetotemnohalldoedifíciocomointuitodeconscientizaropúblicointernoeexternosobreassuntosrelacionadosàsustentabilidade,àcertificaçãoeaosatributosdoedifício.

[3]Disponibilizarinformaçõesealertasdoconsumodousuárioremotamente.

[3]Disponibilizarinfraestruturaedisplaysnaunidadeprivativaparadivulgaçãododesempenhoprivativo.Possibilitarousodamesmaprogramaçãoutilizadanocondomínioparaconscientizaropúblicointernoeexternosobreassuntosrelacionadoàsustentabilidade,àcertificaçãoeaosatributosdoedifício.

LegendaEstágiodociclodevidaemqueseencontraoedifício[0]EscolhadoTerreno[1]ConcepçãoeProjeto[2]LançamentoeObra[3]Uso[4]RevitalizaçãoOsdadosfornecidosparaoNRE-PoliserãomantidosemsigilonaPlataformadeMonitoramentoOperacional.ONRE-PoliirácompilartodososdadosdoPMOdosEdifíciosdeEscritóriosCorporativoscertificadosparacriarBENCHMARKSdodesempenhodestesegmentodemercado.Observações:(1*)OBENCHMARKdoCUSTODECONDOMÍNIO–CRITÉRIODEDESEMPENHO3.1.5-serádefinidonamedidaemquehouverdadossuficientesdosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOScomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC.EnquantonãohouverindicadoresprópriosdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC–aavaliaçãosedarápelolevantamentodeamostraapartirdedadosdisponíveisnomercado,comoporexemplo:Buildings,JLL,CBRichardEllisetc.Talamostraserádivididaem4faixasdevaloresparapoderclassificarodesempenhodoedifício,conformecritérioabaixo:1a.FaixadeMenordevalor–OedifícionestabandaseráconsideradocomodesempenhoDiamante2a.Faixadevalor–OsedifíciosnestafaixaserãoclassificadoscomoSafira3a.Faixadevalor–OsedifíciosnestafaixaserãoclassificadoscomoEsmeralda4a.Faixadevalor–Estafaixaserádesprezada,poisrepresentamedifícioscomosvaloresmaiselevadosdomercadodeEdifíciosdeEscritóriosCorporativos.

161

(2*)OBENCHMARKdoDESEMPENHOENERGÉTICO–CRITÉRIODEDESEMPENHO3.2.2-serádefinidonamedidaemquehouverdadossuficientesdosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOScomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC.EnquantonãohouverindicadoresdedesempenhoprópriosdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC–aavaliaçãosedarápormeiodoDesempenhoEnergéticoOperacionalemEdificações(DEO)desenvolvidopeloCTEnergiadoConselhoBrasileirodeConstruçãoSustentável.Considerandoque:

i. EDIFÍCIODEESCRITÓRIOCORPORATIVOcomboapráticasustentávelénaordemde17%maiseficientequeumedifíciotípico,conformeCBCS(2015,p.102);ii. Combaseem60edifíciosamericanoscertificadospeloLEED,KATS(2003,p.19)demonstrouqueosedifíciosdeescritóriosmaissustentáveisquandocomparadosaosedifíciosdeescritórios

convencionaissãoemmédiade25%a30%maiseficientesemenergiaelétrica.iii. Aliteraturarecorrentesitaqueodesempenhodoedifíciomaissustentávelpodeseraté30%maiseficienteemrelaçãoaoedifíciotípico.

Oindicadordedesempenhoenergéticasedarádaseguinteforma:

1a.Faixa–Diamante-superiora30%deeficiênciaemrelaçãoaoedifíciotípicopropostopeloCBCS(2015),emkWh/m2/ano2a.Faixa–Safira–entre17%e30%deeficiênciaemrelaçãoaoedifíciotípicopropostopeloCBCS(2015),emkWh/m2/ano3a.Faixa–Esmeralda–entre0%e16,9%deeficiênciaemrelaçãoaoedifíciotípicopropostopeloCBCS(2015),emkWh/m2/ano(3*)Atemperaturaserámedidadaestaçãometeorológicainstaladanoedifício,casoodadonãoestejadisponívelporalgumafalha,odadopoderásercompiladoporinformaçõesdeedifíciospróximosouatémesmodebasesmeteorológicasoficiais.(4*)OBENCHMARKdoDESEMPENHOENERGÉTICO–CRITÉRIODEDESEMPENHO3.3.1.-serádefinidonamedidaemquehouverdadossuficientesdosEDIFÍCIOSDEESCRITÓRIOSCORPORATIVOScomaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC.EnquantonãohouverindicadoresdedesempenhoprópriosdaCERTIFICAÇÃODASUSTENTABILIDADE–ECC–aavaliaçãosedarápormeiodareduçãodenoconsumodeáguapotáveldoedifício,considerandopráticascorrentesdedimensionamento.Considerandoque:

i. OestudorealizadopeloUS-EPA;DWR(1997),combasenomonitoramentode741consumidorescomerciaisamericanosporumperíodode12meses,entre1994e1995,constatouqueousomaiseficientedaáguapodereduziroseuconsumoemaproximadamente22%.Quandoseanalisamos17edifíciosdeescritóriosmaiseficientesareduçãomédiaédecercade28%.

ii. OSeloProcelEdificaçõesbonificaalgumasações,dentreelasousoracionaldaágua,desdequeproporcioneumaeconomiamínimade40%noconsumoanualdeáguadoedifício,utilizandopráticascorrentesdedimensionamento.

iii. OestudodecasorealizadoporBARBOSA(2013)demonstraqueumedifíciocomcertificaçãoLeedPlatinumdesenvolvidonoBrasilreduzoconsumodeáguapotávelem38%emrelaçãoàBaselinedaUnitedStatesEnvironmentalProtectionAgency(EPA);

iv. Apossibilidadedereduçãode60%noconsumodeáguapotávelemumedifíciocomcertificaçãoLeedGold,demonstradonoCapítulo6.2.2–ConsumodeÁgua;v. AspráticasrecorrentesdedimensionamentopodemsermodeladaspelaNBR-5626–InstalaçãoPredialdeÁguaFria-eporEPA(2012).

OindicadordeDESEMPENHODOSRECURSOSHÍDRICOSsedarádaseguinteforma:

1a.Faixa–DIAMANTE-superiora40%doconsumodeáguapotável,considerandopráticascorrentesdedimensionamento;2a.Faixa–SAFIRA–entre30%e39,9%doconsumodeáguapotável,considerandopráticascorrentesdedimensionamento;3a.Faixa–ESMERALDA–entre20%e29,9%doconsumodeáguapotável,considerandopráticascorrentesdedimensionamento.

163

ANEXO2 PESOSDOSCRITÉRIOSDEDESEMPENHO

Empreendimento

[0] [1] [2] [3] [4] Esmeralda Safira Diamante Esmeralda Safira DiamantePeso

AtributoNota DSA

1.Ambiental 23,1% 23,1% -1.1Terreno 6,9% - 6,9% -

1.1.1.1 [0] [1] 100% 2,5% -1.1.1.2 [1] 100% 1,0% -1.1.1.3 [1] 100% 1,0% -1.1.1.4 [1] 100% 1,0% -1.1.2.1 [1] 100% 0,7% -1.1.2.2 [1] 100% 0,7% -

1.2.Materiais 2,7% - 2,0% -1.2.1.1 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.2.1.2 [1] [3] 100% 0,1% -1.2.1.3 [2] [3] 100% 0,1% -1.2.1.4 [1] [2] [3] 25% 25% 50% 0,7% -1.2.1.5 [1] 100% 0,7% -1.2.1.6 [1] [2] [3] [4] 100% 0,1% -1.2.1.7 [1] [4] 100% 0,1% -1.2.1.8 [1] [3] 100% 0,1% -1.2.2.1 [2] [3] 100% 0,5% -1.2.2.2 [2] [3] 100% 0,2% -

1.3.GestãodosRecursoshídricos 3,4% - 3,4% -1.3.1.1 [1] [2] [3] 100% 1,1% -1.3.1.2 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.3.1.3 [1] [2] [3] 100% 0,3% -

1.3.2.ReaproveitamentodeÁguasCinzas 1.3.2.1 [1] [3] 100% 0,7% - 0,7% - -1.3.3.1 [1] [2] [3] 100% 0,6% -1.3.3.2 [1] [2] [3] 100% 0,4% -

1.4.GestãodaEnergia 4,5% - 4,5% -1.4.1.1 [1] [3] 100% 0,1% -1.4.1.2 [1] [3] 100% 1,0% -1.4.1.3 [1] [3] 100% 0,1% -1.4.1.4 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.4.1.5 [1] [3] 100% 0,7% -1.4.2.1 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.4.2.2 [1] [2] [3] 100% 0,1% -1.4.2.3 [1] [3] 25% 25% 50% 0,5% -1.4.2.4 [1] [3] 25% 75% 1,8% -

1.5.GestãodosResíduosSólidos 1,9% - 1,9% -1.5.1.1 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.5.1.2 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.5.1.3 [1] [2] [3] 100% 0,3% -1.5.1.4 [1] [2] [3] 100% 0,4% -1.5.1.5 [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -

1.5.1.GestãodeResíduosSólidos 1,9% - -

1.4.1.MonitoramentoeControledoConsumodeEnergia 2,0% - -

1.4.2.SistemasEconomizadores 2,5% - -

1.3.1.ConsumoracionaldeÁguaPotável 1,7% - -

1.3.3.AproveitamentodeÁguasPluviais 1,0% - -

1.2.1.Seleçãodemateriais 2,0% - -

1.2.2.Recebimentodemateriais 0,7% - -

1.1.1.AnálisedaLocalização 5,5% - -

1.1.2.AnáliseAmbiental 1,4% - -

Atributos ItemCiclodeVida PesodoCritério NotadoCritério

PesodoCritério

DSCAtributo

Empreendimento

[0] [1] [2] [3] [4] Esmeralda Safira Diamante Esmeralda Safira DiamantePeso

AtributoNota DSA

Atributos ItemCiclodeVida PesodoCritério NotadoCritério

PesodoCritério

DSCAtributo

1.5.1.6 [2] 100% 0,3% -

1.6GestãodeRuídos 1,8% -1.6.1.1 [1] 100% 0,9% -1.6.1.2 [2] [3] 100% 0,9% -

-1.7.PlanosdeEmergênciaeContingência 1,9% -1.7.1PlanosdeEmergênciaeContingência 1.7.1.1 [1] [2] [3] 100% 1,9% - 1,9% - -

2.Social 8,0% 8,0% -2.1.Priorizarotrabalholocal 2.1.1 [1] [2] [3] 25% 75% 3,8% - 3,8% - -2.2.EducaçãoambientaleProgramadealfabetizaçãodosfuncionários 2.1.2 [1] [2] [3] 25% 25% 50% 4,2% - 4,2% - -

3.Econômico 28,3% 28,3% -3.1.1 [1] 100% 1,0% -3.1.2 [1] [2] 100% 1,0% -3.1.3 [1] 100% 1,0% -3.1.4 [3] 100% 1,0% -3.1.5 [1] [3] 25% 25% 50% 11,6% -3.2.1 [1] [3] 100% 3,6% -3.2.2 [1] [3] 25% 25% 50% 3,6% -3.3.1 [1] [3] 100% 1,5% -3.3.2 [1] [3] 25% 25% 50% 4,0% -

4.Legal 12,8% 12,8% -4.1.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -4.1.2 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -4.1.3 [2] [3] 100% 0,3% -4.1.4 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,3% -4.1.5 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 0,7% -4.2.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,1% -4.2.2 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,1% -4.3.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,4% -4.3.2 [2] [3] [4] 100% 1,0% -4.3.3 [2] [3] [4] 100% 1,0% -

4.4.CombateaInformalidadeeSonegaçãoFiscal 4.4.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 2,3% - 2,3% - -4.5.1 [2] [3] [4] 100% 1,0% -4.5.2 [2] [3] [4] 100% 1,0% -4.5.3 [2] [3] [4] 100% 1,0% -

5.AmbienteConstruído 15,5% 15,5% -5.1.Acústica 5.1.1 [2] [3] 100% 3,6% - 3,6% - -

5.2.1 [2] 100% 0,9% -5.2.2 [2] [3] 100% 0,9% -5.2.3 [3] 100% 0,9% -5.2.4 [3] 100% 0,9% -

5.3.Higrotémico 5.3.1 [3] 100% 4,4% - 4,4% - -

4.5Saúdeesegurançadosfuncionários 3,0% - -

5.2.Qualidadedoar 3,6% - -

4.2.GestãodasLeis,normaserequisitossubscritos 2,2% - -

4.3.GestãodeDocumentosLegais 3,4% - -

3.3.DesempenhodosRecursosHídricos 5,5% - -

4.1.GestãodeAspectoseImpactosAmbientais 1,9% - -

3.1.DesempenhoOperacional 15,6% - -

3.2.DesempenhoEnergético 7,2% - -

1.5.1.GestãodeResíduosSólidos 1,9% - -

1.6.1GestãodeRuídos 1,8% - -

Empreendimento

[0] [1] [2] [3] [4] Esmeralda Safira Diamante Esmeralda Safira DiamantePeso

AtributoNota DSA

Atributos ItemCiclodeVida PesodoCritério NotadoCritério

PesodoCritério

DSCAtributo

5.4.Acessibilidade 5.4.1 [1] [2] [3] 100% 3,9% - 3,9% - -

6.Integração 12,3% 12,3% -6.1.1 [0] [1] [2] [3] [4] 100% 1,0% -6.1.2 [1] 100% 0,5% -6.1.3 [1] [2] [3] 100% 0,5% -6.1.4 [0] [1] [2] [3] 100% 0,5% -6.2.1 [1] [2] [3] [4] 50% 50% 1,3% -6.2.2 [1] [2] [3] [4] 100% 0,5% -6.2.3 [1] [2] [3] 100% 1,3% -6.3.1 [1] [2] 100% 0,5% -6.3.2 [3] 100% 0,5% -6.3.3 [3] 100% 0,5% -6.3.4 [3] 100% 1,5% -6.4.1 [3] 100% 0,5% -6.4.2 [3] 100% 1,1% -6.4.3 [3] 25% 25% 50% 2,1% -

DesempenhodaSustentabilidadedoEmpreendimento 100,0% 100% -

6.3.IntegraçãocomoOperador 3,0% - -

6.4.IntegraçãocomosUsuários 3,7% - -

6.1.Gestãodosstakeholders-relacionamentocomacomunidade 2,5% - -

6.2.GestãodeProjetos(empreendimento) 3,1% - -

167

ANEXO3 ASETAPASPARAAPLICAÇÃODOAHP

Estruturaçãodosobjetivos,critériosealternativas

Estruturarumproblemahierarquicamentesignificadividi-loemumasériedeníveisde

atributos,deformaquecadaatributoindividualmentecomponhaumpequenogrupode

atributos do mesmo nível, todos eles relacionados a um atributo único no nível

imediatamentesuperior.Então,oproblemadedecisãopodeserdescritograficamente

na formade umahierarquia de atributos, emque, partindo-se do topo, no nívelmais

estratégico,estejaadecisãoasertomada(objetivoprincipal),enosníveisintermediário

e de base, respectivamente, estejam os critérios e as alternativas, que deverão ser

classificados dentre atributos do mesmo nível e conforme o grau de importância

percebidopelos(s)decisor(es).

Os elementos básicos que compõem a estrutura hierárquica do método AHP são

formadospeloobjetivoprincipal, critériose as alternativas. Iniciando-sepeloobjetivo

principal,quedeveserbemdefinidoehierarquizadoemapenasumnível.Oscritérios

podem ser compostos por vários itens e ainda podem estar encadeados em níveis,

desdobrando-senamedidaemquedesceparabase.Noúltimoníveldahierarquia,após

oúltimoníveldoscritérios,estãoasalternativasaseremordenadaspelométodoAHP,

asquaisdevemestaremumúniconívelhierárquico.

ElementosbásicosdeumaestruturahierárquicadométodoAHP

SegundoSAATY(1990,p.9),atarefamaisimportantenaanálisededecisãoéaescolha

dos fatores relevantes para a decisão. No AHP, organizam-se estes fatores numa

estruturahierarquizada,começandocomoobjetivoglobaledescendoparaoscritérios,

Alterna(vas

Critérios

Obje(voPrincipal Obje(vo

Critério1

Critério1.1

A1.1.1

A1.1…

A1.1.n

Critério1…

A1...

Critério1.n

A1.n

Critério2

Critério2.1

A2.1.1

Critério2.2

A2.2.1

A2.2…

A2.2.n

168

sub-critérios, e em sucessivos níveis até as alternativas. O estruturador do problema

deveincluirdetalhesrelevantescomo:

i. Representar o problema domodomais realista possível, mas até um limite que

permitasentirasmudançasdevalorouestadodoselementos;

ii. Considerarocontextodoproblema;

iii. Identificarosfatoresouatributosqueafetamasolução;

iv. Identificarosparticipantesrelacionadoscomoproblema.

Determinaçãodosjulgamentoscomparativos

Acomparaçãoentreosatributossópoderáocorrernomesmoníveldehierarquia,aos

pares,iniciandocomoscritérioseemseguidapelasalternativas.

Critériosparanível1

Critériosparanível2

AlternativasJulgamentocomparativonoNíveldosCritériosedasAlternativas

Para um conjunto de alternativas, definido como C1, C2, ..., Cn, com julgamentos

quantificadosdosparesCi,Cj,representadosporumamatriznxn.Oselementosaijsão

definidospelasseguintesregras:

Regra1:Seaij=1/aji,aijdiferentede0.

Critério 1 Critério 2 Critério 3Critério 1 1Critério 2 1Critério 3 1

Critério 1.1 Critério 1.2 Critério 1.3Critério 1.1 1Critério 1.2 1Critério 1.3 1

Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3Alternativa 1 1Alternativa 2 1Alternativa 3 1

169

Regra2:SeCiéjulgadocomodeigualimportânciaemrelaçãoàCj,entãoaij=1,aji=1;e

portantoaii=1paratodo1.

AssimamatrizAteráaseguinteforma:

MatrizA:JulgamentodosAtributos

Determinarasprioridadesrelativas

Apósojulgamentocomparativoparacadanível,énecessáriodeterminarasprioridades

relativasdospesosdosfatoresdedecisão.Paraisso,bastaconverteraescaladevalores

em peso, de acordo com seu percentual de importância, conforme demonstrado na

tabela abaixo (colunas “d”, “e” e “f”). A média dos pesos possibilita identificar as

ponderaçõesdosfatoresdedecisão.

DeterminaçãodaMatrizdeComparaçãoParitáriaparaasalternativas

Consistênciadoresultado

Paratestaraconsistência,éprecisodeterminaroVetordosPesos,queéoresultadoda

multiplicaçãodaMatrizAcomoVetorPrioridadeRelativa.

1 1/a2 1/ana2 1 1/bnan bn 1

A =

a b c d e f g

Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3 Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3PrioridadeRelativa

(PR)

1 Alt. 1 a1 b1 c1 a1/a4 b1/b4 c1/c4 PR1 = média (d1:f1)

2 Alt. 2 a2 b2 c2 a2/a4 b2/b4 c2/c4 PR2 = média (d2:f2)

3 Alt. 3 a3 b3 c3 a3/a4 b3/b4 c3/c4 PR3 = média (d3:f3)

4 Total Σ(a1:a3) Σ(b1:b3) Σ(c1:c3) 1 1 1 1

a b c g h

Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3PrioridadeRelativa

(PR)

Vetor Pesos(VP)

1 Alt. 1 a1 b1 c1 PR 1 VP1

2 Alt. 2 a2 b2 c2 X PR 2 = VP2

3 Alt. 3 a3 b3 c3 PR 3 VP3

170

VetorPesos

Posteriormente,énecessáriocalcularoVetorConsistênciadadopelarazãoentreoVetor

PesoseoVetorPrioridadeRelativa.

EQ(1)VetorConsistência

Aestimativadomaiorautovalorλmax.damatrizparitáriaéobtidapelamédiaaritmética

doselementosdoVetorConsistência.

𝜆!"# =(𝑉𝐶! + 𝑉𝐶! +⋯+ 𝑉𝐶!)

𝑛 EQMaiorAutovetor

Oíndicedeconsistênciaédadopelafórmula:

1max−−

ηλCI EQ(3)ÍndicedeConsistência

Ondeηéonúmerodecritériosconsiderados.Paraη=2,oíndiceédesnecessário,pois

nãoocorreainconsistênciadamatriz.

ATaxadeConsistênciaCRéobtidapelafórmula:

ACICICR = EQ(4)TaxadeConsistência

Onde ACI é o Índice de Consistência referente a um grande número de comparações

paritárias efetuadas, ou seja é o resultado da média de CI em relação a um grande

número dematrizesA aleatórias. O valor de ACI depende do número de critérios de

decisão(η=3)eédadoconformetabela:

η 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15ACI 0,52 0,89 1,11 1,25 1,35 1,40 1,45 1,49 1,51 1,54 1,56 1,57 1,58Fonte:MORITA(1998)ValoresdoÍndicedeConsistência(ACI)

VC1 = (VP1 / PR1)

VC = VC2 = (VP2 / PR2)

VC3 = (VP3 / PR3)

171

Para CR menor ou igual a 0,10 é normalmente considerada aceitável, por ser uma

situação próxima à situação λmax = η, em que a matriz A de comparação pareada é

totalmente consistente. Por essemotivo, quando o valor de CR for superior a 0,10, a

matrizdecomparaçãoparitáriaoriginaldeveserreavaliada.

Classificaçãodasalternativasdedecisão

Aquintaetapaéocálculodeobtençãodasprioridadesconsolidadasdasalternativas,ou

seja,aclassificaçãofinaldasalternativasordenadasrelativamenteaoobjetivoglobal.

Classificaçãofinaldasalternativas

Critério 1 Critério 2 Critério 3Prioridade Relativa

(PR)

Classificação(PrioridadeComposta)

1 Alt. 1 c11 c21 c31 PR1 A1

2 Alt. 2 c12 c22 c32 x PR2 = A2

3 Alt. 3 c13 c23 c33 PR3 A3

172

ANEXO4 PARTICIPANTESDAPESQUISADAMATRIZDEATRIBUTOS

Participante EmpresaAdrianaRodrigo USPAlessandroLucianodeLima CetipAlexandreFioratti SonyAndreaPadilha JLLArthurCursino USPCibeleRomani ArupDianaCsillag USPEdwardBorgstein MitsidiErikaFerrazdeCampos CBCSFabioMartins JLLGersonRodrigues BuildingsGláuciaEstherSato BariguiJulioRings CBRELuisFernandoCinielloBueno RocontecMarciaMenezes CTEMarcosAlves RealtyCorpPaolaTorneriPorto VBIPauloCasoni JllPedroMallmannSaldanha TabetPrisciladeFrançaPinheiroGorino GafisaRicardoVasconcelos IguatemiSimoneVictorino SibelcoWagnerOliveira CTE