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2ª Edição ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL 2016 DEPEN Departamento Penitenciário Nacional

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2ª Edição

ANUÁRIODO SISTEMA

PENITENCIÁRIO

FEDERAL 2016

DEPENDepartamento Penitenciário Nacional

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

PRESIDEnTE DA REPÚBLICA

MICHEL TEMER

MInISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURAnÇA PÚBLICA

MInISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURAnÇA PÚBLICA

TORQUATO LORENA JARDIM

SECRETáRIO-ExECUTIVO

JOSÉ LEVI MELLO DO AMARAL JÚNIOR

DEPARTAMEnTO PEnITEnCIáRIO nACIOnAL

DIRETOR-GERAL

JEFFERSON DE ALMEIDA

DIRETORA DO SISTEMA PEnITEnCIáRIO FEDERAL

CÍNTIA RANGEL ASSUMPÇÃO

DEPARTAMEnTO PEnITEnCIáRIO nACIOnALSetor Comercial Norte, Quadra 3, Bloco B

Brasília-DF 70.713-020Fone: (61) 2025-3987

e-mail: [email protected]

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2ª Edição

AnUáRIO DO SISTEMA

PEnITEnCIáRIO FEDERAL

2017

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FICHA TÉCnICA

COORDEnAÇãO ExECUTIVA

JOCEMARA RODRIGUES DA SILVA

JULIO CESAR BARRETO

SANDRO ABEL SOUZA BARRADAS

COLABORADORES

RODRIGO ALMEIDA MOREL

MARCELO STONA

NILTON SOARES DE AZEVEDO

CRISTIANO TAVARES TORQUATO

CAIO MORAES NUNES

VINÍCIUS NASCIMENTO BRASIL

GUSTAVO FERNANDO DE MELO BORBA

LOURENE MARIANO DA SILVA CARVALHO

CLANTON JEFFERSON DE OLIVEIRA MACHADO

LUIS RICARDO BRANDÃO RAMOS

RENOFRAN LIMA DE SOUSA

ANDRÉ LUIZ DO NASCIMENTO GUIMARÃES

PAULO HENRIQUE PAZ ROCHA

ANSELMO SOARES DA SILVA

JOSÉ ALFREDO ALCANTRA NETO

CARLA DOS SANTOS

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SUMáRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 51. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 62. DADOS GERAIS ............................................................................................................................. 8

2.1. População Carcerária No SPF ................................................................................................... 82.2. Movimentações de internos ....................................................................................................2.3. Facções no Sistema Penitenciário Federal ...............................................................................2.4. Assistência aos internos ...........................................................................................................2.5. Unidade Federativa de Origem ................................................................................................

3. PERFIL DOS CUSTODIADOS ........................................................................................................... 3.1. Metodologia .............................................................................................................................3.2. Faixa Etária ................................................................................................................................3.3. Naturalidade .............................................................................................................................3.4. Estado civil ................................................................................................................................3.5. Raça, cor ou etnia .....................................................................................................................3.6. Serviço militar ..........................................................................................................................3.7. Moradia ....................................................................................................................................

3.7.1. Localização ...............................................................................................................3.7.2. Condição ...................................................................................................................

3.8. Família ......................................................................................................................................

3.8.1. Situação civil dos pais ...............................................................................................3.8.4. Renda familiar ..........................................................................................................3.8.5. Quantidade de filhos ................................................................................................3.8.6. Quantidade de irmãos .............................................................................................

3.9. Religião ou crença ....................................................................................................................3.10. Auxílio Reclusão .....................................................................................................................3.11. Visitação ..................................................................................................................................3.12. Saúde física e mental .............................................................................................................

3.12.1. Doenças crônicas ...................................................................................................3.13.. Educação ...............................................................................................................................

3.13.1. Escolaridade ...........................................................................................................3.13.2. Abandono escolar ..................................................................................................3.13.3. Estudo em estabelecimentos prisionais .................................................................3.13.4. Capacidade e hábito de leitura ..............................................................................

3.13.5. Frequência da leitura .............................................................................................

3.14. Trabalho ..................................................................................................................................

3.14.1. Histórico profissional e profissionalização .............................................................

3.14.2. Atividade laboral nos estabelecimentos penais ....................................................

3.15. Tipo Penal ...............................................................................................................................

3.16. Histórico Criminal ...................................................................................................................

3.16.1. Primeiro crime praticado .......................................................................................

3.16.2. Aspectos gerais ......................................................................................................

3.17. Tempo de pena ......................................................................................................................

3.18. Situação processual ...............................................................................................................

3.19. Situação criminal ....................................................................................................................

3.20. Progressão de regime ............................................................................................................

3.21. Livramento condicional ..........................................................................................................

3.22. Motivos para inclusão no SPF .................................................................................................

4. LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS .....................................................................................................

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APRESEnTAÇãO

O surgimento do Sistema Penitenciário Federal (SPF) representa um marco de inovação em termos de gestão e políticas penitenciárias no Brasil, assim como a concepção de um paradigma irreversível que demonstra a capacidade do Estado em construir um modelo que difere da realidade de superlotação, déficit de infraestrutura e falta de recursos notadamente enfrentados pelo sistema prisional dos estados federativos.

O Sistema é uma resposta à capilarização do crime organizado que, através de seus membros, e principalmente lideranças, agem continuadamente de dentro das prisões estaduais promovendo a violência extramuros, o tráfico de drogas e de influência, de forma a atingir diretamente não apenas os diversos estratos sociais, como as próprias instituições públicas gerando instabilidade e insegurança.

Em obediência às Regras Mínimas das Nações Unidas sobre Tratamento de Prisioneiros, aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, à Lei de Execução Penal, às determinações da Lei nº 11.671/2008 e do Decreto nº 6.887/2009, que regulamentam o procedimento para inclusão de presos no SPF, as Penitenciárias Federais abrigam um perfil diferenciado de presos consistente em: líderes de organizações criminosas; responsáveis pela prática reiterada de crimes violentos ou com grave ameaça; causadores de distúrbios ou que sofram risco à integridade física no sistema penitenciário de origem; ou aqueles submetidos ao RDD.

As unidades federais são equipadas com tecnologia de ponta, dotadas de um sistema de vigilância e disciplina eficientes não havendo registros de fugas ou motins desde a inauguração da primeira penitenciária em junho de 2006 até os dias atuais.

Neste contexto, é imperioso ressaltar o importante papel dos Agentes Federais de Execução Penal, e Especialistas e Técnicos Federais em Assistências à Execução Penal, pois, além do treinamento diferenciado que os torna habilitados a exercer as atividades funcionais que lhe são atribuídas formam a matriz motora que principiou e mantém com dedicação e esforço o SPF.

Este anuário objetiva traçar um panorama detalhado de 2016 sobre o Sistema, através da apresentação de dados que registram as peculiaridades que o tornam referência para os estados, bem como delinear as características dos presos das Penitenciárias Federais.

Cíntia Rangel AssumpçãoDiretora do Sistema Penitenciário Federal

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Introdução

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1. InTRODUÇãO

O Sistema Penitenciário Federal é a materialização da regulamentação do art. 86, § 1º da Lei 7.210 de 11 de julho de 1984 – Lei de Execução Penal.

Esse Sistema foi concebido para ser um instrumento contributivo no contexto nacional da segurança pública, a partir do momento que isola os presos considerados mais perigosos do País. Isto significa que tal institucionalização veio ao encontro sociopolítico da intenção de combater a violência e o crime organizado por meio de uma execução penal diferenciada.

De acordo com o Decreto nº 6.049, de 27 de fevereiro de 2007, que aprovou o Regulamento Penitenciário Federal, os estabelecimentos penais federais têm por finalidade promover a execução administrativa das medidas restritivas de liberdade dos internos, provisórios ou condenados, cuja inclusão se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio preso e também abrigar presos, provisórios ou condenados, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, previsto no art. 1º da Lei no 10.792, de 1º de dezembro de 2003.

Cada Penitenciária Federal possui capacidade para abrigar 208 internos em celas individuais. Atualmente estão em funcionamento quatro Penitenciárias Federais - Catanduvas/PR, Campo Grande/MS, Mossoró/RN e Porto Velho/RO. A quinta Penitenciária Federal está construção, com previsão de conclusão das obras para 2017, e será localizada em Brasília/DF.

Outras cinco penitenciárias federais serão construídas, e se encontram em fase de definição de localidade e planejamento geral.

FIGURA 01. DISTRIBUIÇãO DAS PEnITEnCIáRIAS FEDERAIS nO PAíS.

PORTO VELHO/ROINAUGURAÇÃO: 06/2009

CAMPO GRANDE/MSINAUGURAÇÃO: 12/2006

CATANDUVAS/PRINAUGURAÇÃO: 06/2006

BRASÍLIA/DFEM CONSTRUÇÃO

MOSSORÓ/RNINAUGURAÇÃO: 07/2009

As Penitenciárias Federais têm um aparato tecnológico composto por equipamentos de segurança de última geração que garantem a plena segurança e vigilância local. Os equipamentos são controlados por corpo funcional próprio e altamente capacitado, formados por Agentes Federais de Execução Penal, Especialistas Federais em Assistência à Execução Penal e Técnicos Federais de Apoio à Execução Penal.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

2. DADOS GERAIS

2.1. POPULAÇãO CARCERáRIA nO SPFEm 2016 a população carcerária média no Sistema Penitenciário Federal foi de 438

internos. No final de dezembro, do mesmo ano, o número de internos era igual a 472.

Em 30 de junho de 2017 o SPF possuía 570 internos, distribuídos conforme mapa abaixo:

FIGURA 02. DISTRIBUIÇãO ATUAL DOS InTERnOS nAS PEnITEnCIáRIAS FEDERAIS.

Penitenciária Federal

em Mossoró/RN

127 presos

Penitenciária Federal

em Porto Velho/RO

150 presos

Penitenciária Federal

em Campo Grande/MS

143 presosPenitenciária Federal

em Catanduvas/PR

150 presos

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Dados Gerais

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2.2. MOVIMEnTAÇõES DE InTERnOS

PERFIL nECESSáRIO PARA InCLUSãO nO SPF

Um preso para ser incluído no Sistema Penitenciário Federal, deverá possuir um perfil específico, compatível com pelo menos uma das características relacionadas abaixo (art. 3º, do Decreto nº 6.877 de 2009):

I - Ter desempenhado função de liderança ou participado de forma relevante em organização criminosa;

II - Ter praticado crime que coloque em risco a sua integridade física no ambiente prisional de origem;

III - estar submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado - RDD;

IV - Ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça;

V - Ser réu colaborador ou delator premiado, desde que essa condição represente risco à sua integridade física no ambiente prisional de origem; ou

VI - Estar envolvido em incidentes de fuga, de violência ou de grave indisciplina no sistema prisional de origem.

O resumo do fluxo do processo para inclusão de presos no SPF é apresentado na figura abaixo:

FIGURA 03. FLUxO RESUMIDO DO PROCESSO DE InCLUSãO DE PRESOS nO SPF.

AutoridadeAdministrativa (UF)

Juiz de Origem (UF)Juiz Federal(Corregedor)

Análise dadocumentação

Análise do pedido deinclusão

Análise do pedido deinclusão

Elabora Parecer e indicaPenitenciária Federal

Deferido?Deferido?Não Não

Sim Sim

Requerimento inclusãoao Juiz de origem

Envia os autos para JuizCorregedorDecisão de InclusãoDecisão de inclusão

Decisão deindeferimento recebida

Envia decisão aoDEPEN

Decisão deindeferimento recebida

Decisão deindeferimento recebida

Fim doProcesso

Início doProcesso

DEPEN

Procedimentos deescolta

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

Considerando as movimentações de internos realizadas no ano de 2016, temos que foram realizadas 223 inclusões no SPF. No mesmo período 149 internos foram devolvidos às unidades federativas de origem.

Considerando as 223 inclusões realizadas em 2016, temos que as unidades federativas que mais tiveram internos recepcionados pelo SPF foram:

1. Rio de Janeiro (17,04% do total);

2. Rio Grande do Norte (16,14% do total);

3. Maranhão (10,31% do total).

Gráfico 01. inclusões realizadas por unidade federativa em 2016.

RJ

RN

MA

CE

RO

PE

AC

RJ

RR

PR

MT

AM

PA

RS

PB

SC

SP

GO

MS

DF

BA

17,04%

16,14%

10,31%

8,97%

7,17%

5,83%

5,83%

5,38%

4,93%

4,48%

3,59%

2,69%

1,79%

0,90%

0,90%

0,90%

0,90%

0,90%

0,45%

0,45%

0,45%

Em 2016 apenas 6 unidades federativas não tiveram internos incluídos no SPF, são elas:

• Alagoas;

• EspíritoSanto;

• MinasGerais;

• Piauí;

• Sergipe;

• Tocantins.

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Dados Gerais

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2.3. FACÇõES nO SISTEMA PEnITEnCIáRIO FEDERALConsiderando o total de internos do SPF que informaram pertencer a alguma facção ou a

grupo criminoso, temos que:

35,34% dos internos custodiados no SPF pertencem ao Primeiro Comando da Capital.

22,41% dos internos custodiados no SPF pertencem ao Comando Vermelho.

GRáFICO 02. REPRESEnTATIVIDADE DAS FACÇõES PRESEnTES nO SPF.

PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL

COMANDO VERMELHO

FAMÍLIA DO NORTE

BONDE DOS 13

SINDICADO RN

OKAIDA (AL QUAEDA)

BONDE DOS 40

PRIMEIRO GRUPO CATARINENSE

AMIGOS DOS AMIGOS

SINDICADO DO CRIME

TERCEIRO COMANDO PURO

BONDE DOS CACHOROS

LIGA DA JUSTIÇA

OUTROS

35,34%

22,41%

8,62%

5,60%

5,17%

4,53%

4,31%

3,02%

2,16%

1,51%

1,29%

1,29%

1,08%

3,66%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

2.4. ASSISTênCIA AOS InTERnOSAs assistências prestadas aos internos do Sistema Penitenciário Federal – SPF, são

realizadas em observância aos ditames do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos e da dignidade da pessoa humana, nos termos da Constituição Federal, Lei de Execução Penal, e Regulamento Penitenciário Federal.

Por ter a pessoa como objetivo principal de proteção, a concepção de política penitenciária que se tenta avançar se insere na inclusão do tratamento penitenciário como política de garantia dos direitos humanos, fator de redução de danos e minimização de vulnerabilidades decorrentes do sistema punitivo.

ASSISTÊNCIA À SAÚDE

A Assistência à Saúde, de caráter integral compreendendo ações preventivas, de cura e de reabilitação, envolvendo atendimento médico, de enfermagem, odontológico, farmacêutico, de psicologia e serviço social, é assegurada a todos os internos custodiados no Sistema Penitenciário Federal, de forma individualizada e em estrito cumprimento aos preceitos legais e éticos, nos termos do artigo 196 da Constituição Federal, e artigo 41, VII da Lei de Execução Penal.

Os serviços de saúde das Penitenciárias Federais estão equipados com consultórios médicos, odontológicos, psicológicos e de assistência social, bem como espaços adequados para enfermaria e farmácia, dispondo de material, instrumental e medicamentos necessários para proporcionar aos internos a devida assistência.

Com a finalidade de proporcionar a efetiva prestação do direito à saúde do interno o Governo Federal, por meio da Lei nº 11.907, de 02 de fevereiro de 2009, criou os seguintes cargos da área técnica, com atribuições voltadas às atividades de classificação e assistência material, educacional, social e à saúde do interno:

I) Especialistas em Assistência Penitenciária nas habilitações de Serviço Social, Pedagogia, Psicologia, Odontologia, Clínica Médica, Psiquiatria, Enfermagem, Farmácia, e Terapia Ocupacional.

II) Técnicos em Assistência Penitenciária, nas habilitações de Técnicos em Enfermagem e de Consultório Dentário.

Ao ingressar na Penitenciária Federal o interno é submetido à avaliação médica, por meio da realização de anamneses do seu estado físico e mental, diagnosticando também, doenças, especialmente infectocontagiosas, bem como é orientado à educação em saúde, utilizando-se do conceito em autocuidado.

São realizadas consultas periódicas para diagnosticar e tratar os internos portadores de doenças crônicas e abordar questões relacionadas às enfermidades, sinais e sintomas, possíveis complicações e como as prevenir, bem assim orientações relativas à dieta e tratamento medicamentoso. Quando os casos são de média e alta complexidade, os internos são escoltados para serem atendidos nas unidades de saúde mais próximas, visando prestação de serviço adequado ao caso (Artigo 14, § 2º da Lei 7.210/84).

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Dados Gerais

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Número de atendimentos médicos prestados aos internos, em 2016:

• 2.472 consultas médicas;

> 206 atendimentos em média por mês.

• 54,64%dosinternosutilizammedicamentosdeusocontínuo;

• 32,03%dosinternosfazemusodemedicamentosdeusocontrolado;

• 15,80%dosinternospossuemalgumtipodedeficiência.

Número de atendimentos odontológicos prestados aos internos, em 2016:

• 1.516 consultas odontológicas;

> 126 atendimentos em média por mês.

Número de atendimentos psicológicos prestados aos internos, em 2016:

• 803 atendimentos psicológicos;

> 66 atendimentos em média por mês.

Número de atendimentos psiquiátricos prestados aos internos, em 2016:

• 393 atendimentos psicológicos;

> 32 atendimentos em média por mês.

A assistência à saúde também se preocupa em atuar na prevenção ou ainda em diminuir as incidências de doenças prevalentes no sistema prisional.

Observando o aumento da demanda para atendimento odontológico devido a dor e hipersensibilidade entre custodiados, foi executada a pesquisa sobre a “Prevalência de ‘Lesões cervicais não cariosas’ (LCnCs) em internos custodiados na Penitenciária Federal em Porto Velho e sua relação com fatores etiológicos influenciados pelo aprisionamento”.

As LCNCs são lesões decorrentes da perda de tecido mineralizado na região cervical da coroa dentária e superfície radicular subjacente por meio de um processo não relacionado à cárie. Elas constituem o grupo de lesões de maior complexidade na clínica odontológica, especialmente no que se refere à identificação do agente etiológico, uma vez que sua etiologia é variada e multifatorial envolvendo dieta alimentar, manifestações psicológicas, hábitos de escovação, hábitos para funcionais e distúrbios gástricos. E estão inter-relacionadas ao quadro de hipersensibilidade dentária, causando dor e desconforto ao portador.

O caminho metodológico do estudo iniciou com uma pesquisa aplicada de natureza quantitativa, descritiva, bibliográfica e documental. A coleta de dados abrangeu uma amostra de 70 internos que estiveram custodiados nesta penitenciária no período de outubro de 2015 a março de 2016.

O estudo apontou uma prevalência alta (72,8%) de LCNC associada ao estado psicológico dos internos custodiados na PFPV, à presença de hábitos para funcionais, aos distúrbios de natureza gástrica e à escovação inadequada.

Em decorrência desta pesquisa, atualmente estuda-se a elaboração de uma cartilha para incentivar a correta escovação e a importância da dieta alimentar como meio preventivo, bem como minimizar os hábitos para funcionais.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

assistÊncia social

A Assistência Social prestada aos internos compreende a prestação de atendimento à família do interno, no que for pertinente à execução penal; o auxílio ao interno na obtenção de documentos, de benefícios sociais e outros que lhes forem de direito; o registro, no prontuário do interno, dos dados relativos a sua área de atuação; bem como, a promoção de atividades socioeducativas, recreativas e desportivas.

A prática de atividades de futebol, jogos de xadrez, dama e dominó é uma realidade no interior das Penitenciárias Federais desde a implantação do Sistema Penitenciário Federal em 2006.

Especificamente na Penitenciária Federal em Mossoró/RN, com vistas a atender a uma necessidade diagnosticada pela Unidade quanto à falta de práticas desportivas orientadas por profissionais da área de Educação Física, estabeleceu-se uma parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, a fim de viabilizar, de forma supervisionada, as seguintes atividades físicas: Futsal, Voleibol, Basquete e Ginástica Laboral, propiciando a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos internos participantes.

Ademais, visando garantir a efetividade do tratamento penitenciário em consonância com a defesa dos Direitos Humanos e à Lei de Execução Penal, também são desenvolvidos nas Penitenciárias Federais projetos culturais, tais como: Sarau Literário; Vivência Musical; Informe-se; Cinemateca; Cestaria; Xeque-Mate; Remição pela leitura, “Uma janela para o mundo” – Leitura nas prisões e Oficinas de Prevenção de DST’S/AIDS.

• Em2016foramrealizados4.004 atendimentos pelo Serviço Social do SPF.

Dentro da política assistencial nasceu o Projeto Visita Virtual interligado a Videoconferência judicial que tem como objetivo possibilitar o contato entre os presos custodiados no Sistema Penitenciário Federal e seus familiares e amigos por meio de visitas virtuais.

O Projeto é resultado de uma parceria entre o DEPEN e a Defensoria Pública da União motivada pela constatação de que cerca de 50% dos presos das Penitenciárias Federais não recebiam visitas sociais.  Além de ser um Direito, a visita contribui para a manutenção dos vínculos afetivos da pessoa privada de liberdade, cujo papel é central no processo de reintegração social do preso.

Para participar da visita virtual, os potenciais visitantes devem enviar à penitenciária federal ou a qualquer unidade da Defensoria Pública da União requerimento solicitando a visita e comprovação da relação existente com o custodiado. Na data determinada, o visitante deverá se dirigir à unidade da Defensoria Pública da União, na qual será estabelecido o contato virtual.

Os resultados do projeto mostram como a ação trouxe impactos positivos ao ambiente carcerário: redução das tensões no âmbito prisional; diminuição da probabilidade de existir aliciamento dos familiares por organizações criminosas, que financiam as visitas em troca de trabalhos ilícitos, além de garantir um direito previsto em lei.

O  Projeto Visita Virtual e Videoconferência Judicial recebeu o segundo lugar no 17º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal. O Concurso é organizado pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), com o intuito de premiar boas práticas na administração pública.

• Em2016,foramrealizadas924 visitas virtuais no SPF.

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Dados Gerais

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ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL

A prestação de Assistência Educacional no Sistema Penitenciário Federal, seja ela por meio da Educação Formal, Profissionalizante ou Não-Formal, visa à validação da escolarização do preso, bem como garantir ao apenado o direito ao conhecimento e ao crescimento pessoal para um bom retorno ao convívio social. Mesmo com a transferência do preso para outras unidades penais ou, eventual alvará de soltura, o aproveitamento das aulas é reconhecido pelo Ministério da Educação.

• Em2016,houveparticipaçãode207 internos do SPF em ações relacionadas à educação formal nos estabelecimentos penais federais.

O DEPEN, por meio da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal, em ação com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI do Ministério da Educação - MEC, foi possível inserir a pauta do Sistema Penitenciário Federal – SPF no rol da Política Nacional de Educação de Jovens e Adultos, tornando-o a 28ª Unidade da Federação no que tange a todas as ações educacionais do MEC. Dessa forma, está sendo incorporado em todos os programas existentes, tais como PRONATEC, ENEM, ENCCEJA, SISU, dentre outros.

Vale ainda, ressaltar que as Diretrizes Nacionais para a oferta de Educação de jovens e adultos em privação de liberdade nos estabelecimentos penais, aprovadas em 2010 pela Câmara Básica do Conselho Nacional de Educação (publicação da Resolução CNE nº 02/2010) e homologada pelo Ministro da Educação.

• Em 2016, ocorreram 3 participações de internos do SPF em cursos de graduação nos estabelecimentos penais federais.

O DEPEN, por meio de articulação com a CGRES/DIRPP/DEPEN e o MEC/SECADI e SETEC, tornou o SPF como mais uma unidade da federação na execução do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade – ENEM/PPL. Assim, cadastrou-se um representante de cada uma das 04 (quatro) Penitenciárias Federais junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, para a coordenação da aplicação das provas.

• Em2016,ocorreram96 participações de internos do SPF no Exame nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade nos estabelecimentos penais federais.

Ademais, houve um grande avanço no âmbito da educação prisional, por meio da Lei nº 12.433, de 29 de junho de 2011, que altera a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho.

O Projeto Remição pela Leitura, em execução desde 2009, abre a possibilidade de remição da pena do custodiado em regime fechado, associando a oferta da educação às ações complementares de fomento à leitura, atendendo a pressupostos de ordem objetiva e outros de ordem subjetiva. O projeto tem fundamento no disposto no artigo 126 da Lei nº 7.210 (Lei de Execução Penal), de 11 de julho de 1984, alterado pela Lei 12.433, de 29 de junho de 2011, concomitantemente com a Súmula 341 do Superior Tribunal de Justiça, com o Art. 3º, III da Resolução nº 02 do Conselho Nacional de Educação e com o Art. 3º, IV da Resolução Nº 03 do Conselho Nacional de política Criminal e Penitenciária. Visando a formalização do projeto, foi publicada a Portaria JF/DEPEN nº 276, de 20 de junho de 2012, a qual disciplina o referido projeto no âmbito do Sistema Penitenciário Federal.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

Vale destacar que o Projeto ganhou repercussão em nível nacional e internacional. Desde sua origem e divulgação, representantes de vários países a exemplo da China, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e França estiveram na Unidade Federal em Catanduvas/PR (onde nasceu o projeto) para conhecerem melhor o projeto e divulgarem a boa prática como um modelo positivo para os presídios de seus países. Além de vários Estados adotarem a iniciativa como proposta de ampliação para a assistência Educacional, no estado do Paraná a atividade foi tão exitosa que chegou a ser sancionada a Lei Estadual nº 17.329/2012, a qual institui o Projeto Remição pela Leitura, no âmbito dos Estabelecimentos penais do Estado do Paraná.

• Em 2016, foram elaboradas pelos internos do SPF 1.116 resenhas, relacionadas ao Projeto de Remição pela Leitura.

Ao longo dos anos, o DEPEN, em articulação com o Ministério da Educação e demais parceiros nos estados que contemplam as unidades prisionais, realiza cursos profissionalizantes em nível de iniciação e aperfeiçoamento técnico. Capazes de atender as demandas oriundas do Sistema Penitenciário Federal.

• Em2016, 70 internos do SPF participaram de cursos profissionalizantes nos estabelecimentos penais federais.

O Projeto Colorindo o Tempo apresenta como principal objetivo a promoção do exercício de colorir através de livros de desenhos específicos para o público adulto, atingindo não somente os internos escolarizados e mais jovens, como também os idosos e principalmente os não alfabetizados, pois a atividade não exige aptidões intelectuais e sim criatividade e interesse.

Dentre as atividades artísticas mais utilizadas na atualidade estão os livros de colorir para adultos. O exercício de colorir realizado com motivação e interesse pode provocar sensações de prazer e bem-estar e estimular a criatividade, além de produzir efeito calmante, sendo uma opção para aliviar o stress e fomentar a expressão não-verbal.

Os principais pontos positivos para promover essa atividade no ambiente prisional é que pode ser realizado de forma individual na própria cela do interno e minimizar os efeitos adversos da institucionalização, além de não interferir na segurança do Sistema e nem sobrecarregar a rotina dos servidores.

A prática da pintura passa a ser uma aliada forte para diminuir a ociosidade e seus efeitos negativos e, ganha maior conotação, quando se fala em resgate da cidadania de pessoas que estão privadas de liberdade.

A participação do interno ocorre de forma voluntária, sendo disponibilizado ao participante 01 (um) exemplar do livro a ser pintado e uma caixa de giz de cera, adquirido pelo Departamento Penitenciário Nacional.

Destaca-se que o projeto iniciou na Unidade de Porto Velho/RO em novembro de 2015, que até o momento conta com a participação de 85% dos internos daquela Unidade, e dada a boa receptividade do projeto, já foi elaborado o Termo de Referência para a aquisição de materiais objetivando a ampliação desta proposta às demais unidades penais federais.

O Projeto “De Olho no Futuro”, complementa a assistência educacional visa auxiliar na preparação das pessoas privadas de liberdade para o processo avaliativo do ENEM-PPL, na Penitenciária Federal de Mossoró. A ação educacional possibilitou a inserção do preso em uma atividade, que diminui o impacto do encarceramento, possibilita que o mesmo adquira conhecimento ou alargue e amplie sua perspectiva de futuro. Até o ano de 2016 os resultados do Enem eram aproveitados para além de sua finalidade precípua que é a de avaliar o desempenho

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Dados Gerais

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escolar e acadêmico ao fim do Ensino Médio, eram utilizados para fins de certificação de conclusão de Ensino Médio e o resultado obtido por cada participante poderia ser utilizado como mecanismo de acesso à Educação Superior.

Em 2016, a Penitenciária Federal de Mossoró possuía 54 custodiados com possibilidade de realizar o ENEM, destes 7 se recusaram participar do projeto, 1 não possuía a documentação necessária para a inscrição e 3 se recusaram a realizar a prova mesmo tendo participado da preparação durante todo ano. Assim, 43 participantes realizaram a prova (índice de 79,62%).

Tais resultados permitem a conclusão de que projetos como “De Olho no Futuro” possibilitou a aquisição de conhecimento e ampliou a perspectiva de futuro das pessoas privadas de liberdade, permitindo que possam escolher um novo caminho a ser trilhado.

O Projeto Cine Documentário é realizado, na penitenciária de Porto Velho, pela Divisão de Reabilitação com a finalidade de contribuir com a ressocialização, por meio do senso crítico com atividades de resgate de vínculos familiares, socioeducativos e culturais.

Mensalmente é oferecido filmes culturais para os presos que não estão cumprindo sanções disciplinares, nos termos da Portaria 147/2012. Cada participante ao final do filme faz uma resenha crítica sobre o tema. O projeto foi lançado com a perspectiva de se construir um processo educacional que permita a ressocialização e a aplicação prática do conhecimento formal aliada a formação ética e política dos participantes.

ASSISTÊNCIA MATERIAL

De acordo com o dispositivo legal que aprova o Manual de Assistências do Sistema Penitenciário Federa, portaria DISPF nº 11/2015, em seu artigo 1º declara que as assistências prestadas ao preso do sistema penitenciário federal consistem em ações destinadas a atender as suas necessidades básicas, conforme os mandamentos da lei de execução penal e afins, e ofertar oportunidades para melhorar a sua capacidade de reintegração na sociedade.

Conforme estabelecido em lei a assistência material consiste na oferta de alimentação, vestuário, roupas de cama, material de higiene pessoal e da cela, e outras porventura necessárias.

ALIMEnTAÇãO

A alimentação fornecida aos presos custodiados nas Penitenciárias Federais consiste no fornecimento de água potável, desjejum, almoço, jantar e ceia, atendendo aos critérios nutricionais para a manutenção da saúde e do vigor físico do preso, controlada por nutricionista, as refeições são preparadas de acordo com as normas básicas de higiene.

VESTUáRIO E ROUPAS DE CAMA E BAnHO OFERTADO AO PRESO

Ao ingressar na Penitenciária Federal o preso recebe um enxoval contendo: 02 calças de brim; 02 bermudas; 02 camisetas manga longa; 02 camisetas manga curta; 02 agasalhos de moletom; 02 calças de moletom; 02 cuecas; 02 toalhas de banho; 02 lençóis; 01 par de tênis; 01 par de sandálias; 02 pares de meias; 02 cobertores; 02 fronhas; 01 travesseiro; 01 colchão; 01 touca; 01 par de luvas; 01 casaco de lã.

Obs: O quantitativo dos itens do enxoval poderá ser alterado de acordo com as condições climáticas da região da Penitenciária Federal.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

MATERIAL DE HIGIEnE PESSOAL GARAnTIDO AO PRESO

Ao ingressar na Penitenciária Federal o preso recebe os seguintes materiais de higiene pessoal: 01 sabonete; 01 rolo de papel higiênico; 01 frasco de desodorante; 01 escova de dente; 01 tubo de creme dental; 01 porção de detergente; 01 pano de chão.

ASSISTênCIA JURíDICA

É assegurado aos presos custodiados no Sistema Penitenciário Federal – SPF, Assistência Jurídica integral, prestada por advogados constituídos e, aos presos sem recursos financeiros para constituir advogado, pela Defensoria Pública da União – DPU, conforme estabelece artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, e artigo 41, VII da Lei de Execução Penal.

A assistência consiste:  na orientação jurídica, acompanhamento da execução da pena do preso, prestação de informações, esclarecimentos, defesas judiciais e administrativas em todas as instâncias, dentre outros procedimentos jurídicos.

As Penitenciárias Federais proporcionam toda a infraestrutura necessária aos trabalhos dos Advogados constituídos e dos Defensores Públicos da União.

PROJETO VIDEOCOnFERênCIA JUDICIAL

O projeto foi idealizado junto a visita virtual que além de permitir o contato virtual do preso com familiares e amigos, viabilizou a realização de audiências judiciais por videoconferência. A possibilidade de utilizar esse recurso foi introduzida em nosso ordenamento jurídico pela Lei nº. 11.900, de 08 de janeiro de 2009, segundo a Lei, não cerceando ao preso o direito de defesa, a audiência judicial pode ser realizada por videoconferência excecionalmente, apenas se necessária a atender as seguintes finalidades:

I - Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;

II - Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;

III - Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;

IV - Responder à gravíssima questão de ordem pública.

Essa excepcionalidade é observada no Sistema Penitenciário Federal em razão da especificidade de sua função de custódia em regime de segurança máxima.  Além de contribuir para a segurança, a realização de audiências por videoconferência reduziu significativamente os gastos públicos com o deslocamento do preso.

• Em2016,386 videoconferências judiciais foram realizadas no âmbito do SPF;

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Dados Gerais

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ASSISTênCIA RELIGIOSA

A Assistência Religiosa, com liberdade de culto, é prestada regularmente aos internos das Penitenciárias Federais por meio de parceria com Instituições Religiosas, conforme determina o artigo 5º, inciso VI da Constituição Federal, e artigo 41, inciso VII da Lei de Execução Penal, com vistas à valorização da pessoa humana.

A religião busca incentivar a reintegração social e proporcionar a mudança de comportamento dos indivíduos privados de liberdade, essa vertente tem beneficiado a muitos dentro dos presídios, pois traz ao cotidiano dos detentos uma nova perspectiva de vida.

Nas Penitenciárias Federais é assegurada a atuação de representantes religiosos, com autorização para organizar serviços litúrgicos e fazer visita pastoral aos adeptos de sua religião.

É assegurado aos presos custodiados no Sistema Penitenciário Federal – SPF a posse de livros de ritos e práticas religiosas de suas crenças.

AÇãO InTERDISCIPLInAR

A Comissão Técnica de Classificação é constituída por profissionais de vários setores, de acordo com o dispositivo da lei nº 10.792/03 é a responsável pela classificação elaboração do programa individualizador da pena privativa de liberdade do preso.

Para se entender a tentativa de formalizar um novo Instrumento de Classificação e Individualização da Pena do Sistema Penitenciário Federal, é preciso saber que sua finalidade é orientar a individualização da execução penal por meio da análise dos antecedentes e personalidade, conforme previsão do artigo 5º da Lei de Execuções Penais.

Atualmente, para execução dos trabalhos, a comissão técnica de classificação das Penitenciárias Federais utiliza instrumentos específicos de cada profissional envolvido - entrevistas, exames, diagnósticos, visitas institucionais - e, após a análise, os dados são compilados em abas individualizadas localizadas em sistemas integrados denominado SIAPEN, entretanto, a gestão isolada dos dados nesse tipo específico de metodologia impedem a maior interação entre os setores de trabalho.

Almejando a análise interdisciplinar condizente com o perfil dos presos federais, idealiza-se a construção de um novo instrumento de classificação e individualização de pena que permita o inter-relacionamento dos dados multissetoriais.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

2.5. UnIDADE FEDERATIVA DE ORIGEMEm junho de 2017 o Rio de janeiro liderava o número de internos no SPF com 15,44% do

total, seguido pelos estados do Rio Grande do Norte, Acre e Ceará.

Apenas os estados de Tocantins, Espírito Santo e Sergipe não possuíam internos inclusos no Sistema Penitenciário Federal.

GRáFICO 03. REPRESEnTATIVIDADE DA ORIGEM DOS InTERnOS DO SPF, POR UnIDADE FEDERATIVA.

RJ

RN

AC

CE

PB

AM

PR

MS

PE

RR

MA

PA

RO

SC

SP

MT

GO

AL

RS

AP

BA

DF

PI

MG

17,04%

8,95%

7,72%

7,37%

6,84%

6,49%

6,49%

6,32%

5,61%

4,56%

4,04%

3,68%

3,51%

3,16%

3,16%

1,58%

1,05%

0,35%

0,88%

0,88%

0,88%

0,18%

0,70%

0,18%

Considerando as regiões de origem, temos o Nordeste como a que mais possui internos no SPF, representando 34,57% do total.

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Dados Gerais

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FIGURA 04. REPRESEnTATIVIDADE DA ORIGEM DOS InTERnOS DO SPF, POR REGIãO DO BRASIL.

26,82%

NORTE

34,57%

NORDESTE

9,30%

CENTRO-OESTE

18,78%

SUDESTE

10,53%

SUL

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3. PERFIL DOS CUSTODIADOS

3.1. METODOLOGIAO objetivo geral do presente trabalho é a captação de dados fidedignos para possibilitar a

comparação histórica, a análise evolutiva do perfil dos custodiados federais em questões políticas-assistenciais. Especificamente, objetiva-se permitir construção do perfil sociodemográfico dos custodiados federais de modo a permitir um comparativo com outras fontes de pesquisa, possibilitar a aprimoração de políticas assistenciais aos custodiados e a atualização do Anuário do Sistema Penitenciário Federal.

A pesquisa foi desenvolvida respeitando cronogramas, responsabilidades legais e custos reduzidos. A primeira etapa constituiu a elaboração do Plano de Pesquisa que utilizou dois procedimentos metodológicos:

a. análise das informações do banco de dados do SIAPEN; e

b. dados obtidos em entrevistas com os custodiados, fundamentado em um questionário fechado atrelado aos objetivos da pesquisa.

Nesta fase, foram construídos os instrumentos de coleta de dados, que previram espaços para diálogos (respostas subjetivas, onde o pesquisado pôde, livremente, dar respostas e/ou sugestões), além de questões para a avaliação dos serviços prestados pelos servidores e para a coleta voluntária de dados sociodemográficos dos custodiados.

Dois formulários foram elaborados com base em pesquisas anteriores. Posteriormente, foi submetido à revisão dos especialistas de todas as unidades penitenciárias federais.

Os conteúdos das questões dos formulários anteriores foram respeitados a fim de se apurar a evolução/involução das características dos custodiados federais. Contudo, havendo a necessidade de se adequar às particularidades do universo empírico, foram alterados ou incluídos alguns questionamentos administrativos e de natureza político-assistencial.

Desta forma, foram elaborados dois formulários: um voltado para as questões administrativas e outro direcionado para a população carcerária.

O formulário administrativo continha questões sobre recursos materiais (5 itens), recursos humanos (5 itens), serviços de assistências (61 itens) e de segurança e proteção (19 itens) das unidades penitenciárias federais, e foi direcionado e preenchido por servidores.

O outro formulário foi estruturado com perguntas de múltiplas alternativas, organizadas em torno de eixos relacionados às condições gerais de acolhimento da população considerada: Política de Assistência Social (27 itens, dentre os quais foram colhidos dados sobre a origem, etnia, faixa etária, religião, família, documentos e estrutura familiar); Política de Assistência Educacional (13 itens sobre freqüência, escolaridade, capacidade de leitura e de calcular operações matemáticas); Política Penitenciária (15 itens abordando a forma de inclusão, período no SPF, representação judicial e situação processual judicial e administrativo-disciplinar); Política de Saúde (24 itens a respeito de enfermidades crônicas, de deficiência física, necessidade de prótese, uso anterior de substancias ilícitas, tentativa de suicídio e sobre saúde mental).

Convém mencionar, que a pesquisa não foi acompanhada por estatístico, logo, é desprovida de valor probatório. Almejando a manutenção da confiabilidade das informações, foram adotados os seguintes cuidados:

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Perfil dos Custodiados

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• Paraaspessoasprivadasdeliberdade,foigarantidoosigilo,apossibilidadedenão participar da pesquisa e da faculdade de não preencher questões que não se sentissem confortáveis;

• Para os servidores públicos (que possuem a obrigação legal de fornecerinformações verídicas, sob pena de incorrer no tipo do artigo 299 do Código Penal), foram orientados a colher os dados em sistemas oficiais, a relatar inconsistências no sistema, a aplicar o questionário na sala de aula e a dar atenção especial aos internos analfabetos.

• Paraos coordenadoresdapesquisa, foideferidoumprazoestendidoparaacolheita das informações, preenchimento do gabarito e envio;

• Inserção de “perguntas de confirmação” para verificar fidedignidades dasrespostas às perguntas primárias e secundárias.

Adotou-se ainda um sistema de concatenação, a fim de eliminar erros de compreensão e/ou de preenchimento.

Em face da heterogeneidade da população pesquisada, considerou-se o cenário de 50%; estipulou-se a margem de erro de 1%; o Nível de confiança de 80%; e o limite amostral de 362 pesquisados, no universo populacional de 396 custodiados.

A coleta de dados foi realizada pelos chefes das seções de reabilitações, lotados em cada uma das Penitenciárias Federais. Foram escolhidos por serem servidores públicos, com acesso ao sistema oficial de dados e desfrutam do respeito dos pesquisados.

As informações coletadas foram reduzidas em gabaritos e encaminhadas para a Coordenação Geral de Assistências Penitenciárias, no Distrito Federal. Onde foram compiladas, comparadas e, pelo presente, publicadas.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.2. FAIxA ETáRIAA faixa etária predominante no Sistema Penitenciário Federal está entre os 28 e 39

anos, representando 63,01% do total.

Gráfico 04. faixa etária dos internos do spf.

Entre 18 e 22 anos

Entre 23 e 27 anos

Entre 28 e 33 anos

Entre 34 e 39 anos

Entre 40 e 44 anos

Entre 45 e 49 anos

50 anos ou mais

1,02%

7,40%

28,83%

34,18%

11,73%

10,71%

6,12%

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Perfil dos Custodiados

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3.3. nATURALIDADEConsiderando o local de nascimento dos internos, temos no SPF que a maioria corresponde

ao estado do Rio de Janeiro, representando 24,16% do total.

Mato Grosso do Sul e Amazonas aparecem em seguida com 9,40%, cada unidade.

GRáFICO 05. POPULAÇãO CARCERáRIA POR nATURALIDADE.

24,16%

9,40%

9,40%

9,05%

8,39%

7,38%

7,38%

7,05%

6,04%

5,70%

5,37%

4,36%

3,69%

3,36%

2,35%

2,01%

RJ

MS

AM

MA

SP

RN

AC

PA

CE

PE

PR

PB

SC

RO

BA

RO

RS

GO

PI

MG

SE

MT

DF

ES

AM

AL

TO

1,68%

1,68%

1,34%

1,34%

0,67%

0,67%

0,67%

0,34%

0,34%

0,34%

0,00%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.4. ESTADO CIVILSobre o estado civil dos internos do SPF, temos que 14.29% são solteiros.

A maturidade etária pode estar relacionada ao alto índice de união estável (42,34%) e de casados (38,70%).

GRáFICO 06. ESTADO CIVIL DA POPULAÇãO CARCERáRIA.

Divorciado

1,56%

União Estável /

Amasiado

1,56%

Separado

2,86%

Solteiro

14,29%

Casado

38,70%

Segundo o Censo 2010, a população brasileira negra, considerando pretos e pardos, corresponde a 50,70% do total, e a população branca corresponde a 47,70%.

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Perfil dos Custodiados

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3.5. RAÇA, COR OU ETnIAO formulário aplicado aos internos, para este item, considerou entre as opções possíveis

a amarela, a indígena, a parda, a preta, e a branca. As regras aplicadas nesta pesquisa, seguem o sistema classificatório do IBGE. No tratamento dos dados os pardos e pretos foram considerados como pertencentes à categoria denominada Negra.

Em relação à raça, cor ou etnia, no SPF a maioria é negra dos internos (pardos e pretos), correspondendo a 66,75%. Os brancos representam 30,93%.

Gráfico 07. raça, cor ou etnia da população carcerária.

Negra(Pardos e Pretos)

66,75%

Branca

30,93%

Amarela

1,55%

Indígena

0,77%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

Dos três custodiados que se autodeclararam indígenas, apenas um informou o grupo indígena a que pertencia – Wapixana (o segundo maior grupo indígena de Roraima).

Comparando com os dados de 2015, observa-se que na medida em que houve uma redução de brancos (de 35,69% em 2015 para 30,93% em 2016), houve o aumento de pardos (de 49,24% para 56,19% em 2016), as demais etnias permaneceram praticamente estáveis.

GRáFICO 08. RAÇA, COR OU ETnIA DA POPULAÇãO CARCERáRIA - COMPARATIVO.

Indígena

Amarela

Pardo

Branca

Preta

0,40%

0,40%

0,40%

0,40%

Brasil (2010)

2015

2016

0,40%

1,54%

1,54%

1,54%

1,54%

1,54%

0,77%

0,77%

0,77%

0,77%

0,77%

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Perfil dos Custodiados

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3.6. SERVIÇO MILITAR12,57% dos internos custodiados no SPF informaram que prestaram o serviço militar

obrigatório.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 143, estabelece que o Serviço Militar seja obrigatório nos termos da Lei.

GRáFICO 09. SERVIÇO MILITAR OBRIGATóRIO.

Não

87,43%

Sim

12,57%

Examinando a parcela que serviu as forças militares, 95,65% se alistaram no exército.

GRáFICO 10. SERVIÇO MILITAR OBRIGATóRIO - FORÇAS MILITARES.

Exército

95,66%

Aeronáutica

2,17%

Marinha

2,17%

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3.7. MORADIA

3.7.1.LOCALIzAÇãO

12,63% dos internos informaram que, ao longo da vida, residiram por mais tempo na zona rural.

Segundo o último Censo Demográfico do IBGE, a população brasileira vive majoritariamente na zona urbana (84,35% - 15,65% na zona rural), em residências próprias 73,50%. Enquanto que 36,33% são alugadas e 6,43% emprestadas).

GRáFICO 11. LOCALIzAÇãO DE MORADIA.

Zona Rural

12,63%

Zona Urbana

87,37%

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Perfil dos Custodiados

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3.7.2.COnDIÇãO

52,08% dos internos informaram que viviam em residência própria antes de serem presos.

GRáFICO 12. COnDIÇãO DE MORADIA.

Invasão

0,52%Cedida

8,07%Alugada

39,32%

Própria

52,08%

3.8. FAMíLIA

3.8.1. SITUAÇãO CIVIL DOS PAIS

33,34% dos internos informaram, quanto à situação civil, que os pais são separados ou divorciados.

GRáFICO 13. SITUAÇãO CIVIL DOS PAIS.

Casado

23,51%

Solteiro

7,14%

Pais Mortos

10,42%

Viúvo

21,43%

Divorciado

7,74%

Separado

25,60%

União Estável /

Amassado

4,12%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.8.2. RELACIOnAMEnTO EnTRE OS PAIS

62,06% dos internos consideraram, quando aplicável, o relacionamento entre seus pais como bom ou ótimo.

19,24% dos internos consideraram a relação entre seus pais como ruim ou péssima.

GRáFICO 14. RELACIOnAMEnTO EnTRE OS PAIS.

Ótimo37,40%

Bom24,66%

Regular18,70%

Ruim8,67%

Péssimo10,57%

3.8.3. RELACIOnAMEnTO COM OS PAIS

83,77% dos internos do SPF consideraram a relação com seus pais como boa ou ótima.

5,24% dos internos consideraram a relação com seus pais como ruim ou péssima.

GRáFICO 15. RELACIOnAMEnTO COM OS PAIS.

Ruim2,36%

Péssimo2,88%

Ótimo53,14%

Bom30,63%

Regular10,99%

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Perfil dos Custodiados

35

3.8.4. REnDA FAMILIAR

4,76% dos internos informaram que possuem renda familiar superior a dez salários mínimos.

Ocorreu uma significativa ampliação em 2016 quanto ao percentual de presos que possuem renda familiar abaixo de 1 salário mínimo. Passou de 31,36% para 52,70%.

GRáFICO 16. REnDA FAMILIAR DOS InTERnOS.

MAIOR QUE 10 SALÁRIOS MÍNIMOS

ENTRE 5 e 10 SALÁRIOS MÍNIMOS

ENTRE 1 e 5 SALÁRIOS MÍNIMOS

MENOR QUE 1 SALÁRIO MÍNIMO

2015: 7,53%

2015: 6,36%

2015: 31,36%

2016: 4,76%

2016: 14,60%

2016: 27,94%

2015: 54,66%

2016: 52,70%

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36

ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.8.5. QUAnTIDADE DE FILHOS

92,09% dos internos do SPF informaram possuir um ou mais filhos.

79,80% da população brasileira possui pelo menos um filho, segundo dados registrados pelo Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

GRáFICO 17. QUAnTIDADE DE FILHOS.

Cinco ou mais

19,39%

Nenhum

7,91%

Um

19,67%

Dois

18,88%Três

18,11%

Quatro

16,07%

3.8.6. QUAnTIDADE DE IRMãOS

55,65% dos internos do SPF informaram possuir quatro ou mais irmãos na família.

GRáFICO 18. QUAnTIDADE DE IRMãOS.

6 ou mais

31,68%

1 Irmão

11,57%

2 Irmãos

15,70%

3 Irmãos

17,08%

4 Irmãos

15,98%

4 Irmãos

7,99%

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Perfil dos Custodiados

37

3.9. RELIGIãO OU CREnÇA32,56% dos internos informaram que são evangélicos.

5,64% dos internos do SPF não possuem nenhuma religião.

O  censo demográfico  realizado em 2010, pelo IBGE, apontou que 64,60% dos brasileiros são católicos, e 22,20% são evangélicos.

GRáFICO 19. RELIGIãO OU CREnÇA.

CANDOMBLÉ

MUÇULMANA

ESPÍRITA

EVANGÉLICO

CATÓLICO

NÃO TENHO RELIGIÃO, MAS CREIO EM DEUS

NÃO TENHO RELIGIÃO

22,41%

8,62%

5,60%

5,17%

4,53%

4,53%

4,31%

Para aqueles que disseram acreditar em um Deus, foi indagado sobre a necessidade individual da prática religiosa. Na qual 62,99% afirmaram praticar a religião, e desta parcela de entrevistados, a maioria (70,40%) informou que praticavam os ritos de sua religião antes de ser preso.

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38

ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

GRáFICO 20. PRáTICA DA RELIGIãO.

Começaram a

praticar quando

foi preso

29,60%

Já praticava,

antes de

ser preso

70,40%

Considerando a parcela dos entrevistados que informaram não praticar os ritos de sua religião, a maioria (65,65%) tem interesse em começar a praticá-los.

GRáFICO 21. InTERESSE nA PRáTICA DA RELIGIãO.

Não prática, mas

quer praticar

65,65%

Não prática, e nem

tem interesse

em praticar

34,35%

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Perfil dos Custodiados

39

3.10. AUxíLIO RECLUSãOIndagados se seus dependentes recebiam o auxílio reclusão, 82,32% revelaram que não

recebem; 8,33% confirmaram o recebimento e 9,34% não souberam ou não quiseram responder.

Em agosto de 2012, a Previdência Social pagou o auxílio a 46.753 dependentes de presos, em todo o País.  Isso representa 8,50% do total de presos estaduais, considerando a população carcerária do período.

GRáFICO 22. RECEBIMEnTO DE AUxíLIO RECLUSãO.

Sim, eles recebem

8,33%

Não souberam /

quiseram responder

9,34%

Não recebem

82,32%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.11. VISITAÇãO50,31% dos internos informaram receber visitas sociais ou intimas.

Dentre os que informaram receber visitas, temos que 22,60% recebem visitas virtuais.

31,09% dos internos disseram não receber visitas, sendo que a principal razão alegada, em 35,68% dos casos, foi a longa distância em que os familiares se encontram.

GRáFICO 23. RECEBIMEnTO DE VISITAS.

Virtual

22,60%

Íntima

34,62%

Social

42,79%

GRáFICO 24. RAzãO PARA nãO RECEBER VISITAS.

Di�culdade

Financeira

44,72%

Outro

10,55%

Distância

35,68%

Falta de

Documentos

9,05%

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Perfil dos Custodiados

41

3.12. SAÚDE FíSICA E MEnTAL

3.12.1. DOEnÇAS CRônICAS

43,05% dos internos informaram que são acometidos por algum tipo de doença crônica. Sendo as principais informadas pelos custodiados:

GRáFICO 25. SAÚDE FíSICA E MEnTAL – DOEnÇAS CRônICAS.

DEPRESSÃO

HIPERTENSÃO ARTERIAL

DIÁBETES

TUBERCULOSE

DOENÇAS DE PELE

AIDS

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

HEPATITE

OUTRO(S)

MAIS DE 1 RESPOSTA

17,09%

24,68%

1,90%

0,63%

6,96%

1,27%

2,53%

1,27%

15,82%

27,85%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.12. SAÚDE FíSICA E MEnTAL

3.12.2. USO DE MEDICAMEnTOS

54,64% dos custodiados informaram que utilizam medicação de uso contínuo. Deste total, 64,35% informaram que o uso ocorreu após a inclusão no Sistema Federal.

GRáFICO 26. SAÚDE FíSICA E MEnTAL – MEDICAMEnTOS DE USO COnTínUO.

Anterior a inclusão no

Sistema Federal

35,65%

Posterior a inclusão no

Sistema Federal

64,35%

32,03% informaram fazer uso de medicamentos controlados. Deste total, 51,00% informaram que o uso ocorreu após a inclusão no Sistema Federal.

GRáFICO 27. SAÚDE FíSICA E MEnTAL – MEDICAMEnTOS DE USO COnTROLADO.A

Posterior a inclusão no

Sistema Federal

51%

Anterior a inclusão no

Sistema Federal

49%

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Perfil dos Custodiados

43

3.12.3. USO DE DROGAS

61,21% responderam que faziam uso de substancias ilícitas antes de serem transferidos para o SPF.

15,57% deste total disse sentir sintomas relacionados à abstinência.

GRáFICO 28. USO DE DROGAS AnTES DO SPF.

Não

22,69%

Sim,

apenas drogas

16,09%

Sim, drogas

lícitas e ilícitas

61,21%

GRáFICO 29. USO DE DROGAS AnTES DO SPF – TIPOS DE DROGAS.

Apenas maconha

Apenas cocaína

Apenas crack

Usou 2 ou substâncias ilícitas

Usou 4 ou mais substâncias ilícitas

14,68%

2,39%

1,02%

33,79%

27,30%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.12.4. TEnTATIVA DE SUICíDIO

9,21% dos internos do SPF informaram que já tentaram cometer suicídio ao longo da vida. O levantamento considerou todas as fases da vida do interno, inclusive as anteriores à prisão.

GRáFICO 30. TEnTATIVA DE SUICíDIO.

Não

90,79%

Sim

9,21%

9,60% da população brasileira é analfabeta, segundo dados registrados pelo Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

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Perfil dos Custodiados

45

3.13. EDUCAÇãO

3.13.1.ESCOLARIDADE

No Brasil, a educação formal é um direito de todos os cidadãos, independentemente de estar preso ou não. Nos sistemas penitenciários, o educador congrega outro papel importante: auxiliar no processo de desenvolvimento humano, propiciando conhecimentos e oportunidades para a participação na vida civil.

Os sistemas penitenciários brasileiros possuem 514 escolas com turmas da educação básica. O Sistema Federal possui 04 escolas, localizadas em cada uma das penitenciárias federais, sob a responsabilidade de 01 pedagoga.

A pesquisa apontou que 96,55% dos presos federais já frequentaram uma escola antes de serem preso. Destes, 88,19% indicaram ter frequentado a escola pública enquanto que 3,57% escolas privadas e 8,24% escolas públicas e privadas.

Dos 3,45% que não frequentaram nenhuma escola, 23,08% informaram que sabem ler; 30,77% sabem ler e fazer contas e 46,15% afirmaram saber ler, escrever e fazer contas. Ninguém assinalou ser analfabeto.

GRáFICO 31. ESCOLARIDADE DOS InTERnOS DO SPF.

1ª Série do Ensino Fundamental

2ª Série do Ensino Fundamental

3ª Série do Ensino Fundamental

4ª Série do Ensino Fundamental

5ª Série do Ensino Fundamental

6ª Série do Ensino Fundamental

7ª Série do Ensino Fundamental

8ª Série do Ensino Fundamental

1º ano do Ensino Médio

2º ano do Ensino Médio

3º ano do Ensino Médio

Ens. Superior Incompleto

Ens. Superior Completo

2,84%

1,55%

4,39%

5,94%

18,60%

7,75%

8,79%

12,14%

13,44%

5,43%

10,59%

5,43%

3,10%

Na comparação com a pesquisa anterior, percebe-se que houve a redução de analfabetos (de 2,81% para 0), e aumento percentual da escolaridade superior (o incompleto, de 3,13% para 5,43%; e do completo, de 2,50% para 3,10%).

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46

ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

O resultado apresentado pode ser justificado pelos projetos desenvolvidos pelo setor educacional das unidades. Dentre eles o da “Remição pela Leitura” (que fomenta o hábito da leitura), o “De Olho no Futuro” (que prepara o custodiado para a realização do ENEM), e o fortalecimento do “Brasil Alfabetizado”, parceria com Ministério da Educação (que visa à eliminação do analfabetismo no Brasil).

3.13.2. ABAnDOnO ESCOLAR

51,37% dos internos informaram que abandonaram os estudos em razão da necessidade de trabalhar.

66,94%, dos internos deixaram de estudar há mais de 10 anos.

GRáFICO 32. RAzãO POR TER InTERROMPIDO OS ESTUDOS.

Morava longe da escola

Para Trabalhar

Entrou para o crime

Foi preso

Outro motivo

Não teve interesse emcontinuar

7,29%

2,43%

51,37%

12,46%

13,37%

13,07%

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Perfil dos Custodiados

47

GRáFICO 33. TEMPO SEM ESTUDAR.

De 01 a 05 anos

16,67%

De 06 a 10 anos

16,40%

Há mais de 10 anos

66,94%

3.13.3. ESTUDO EM ESTABELECIMEnTOS PRISIOnAIS

Estudar dentro dos sistemas penitenciários foi uma realidade para 74,33% dos custodiados federais. Deste total, temos que 26,10% vieram a estudar somente no Sistema Federal.

Dentre os que não estudaram em outros presídios, temos que 81,40% alegaram como razão a falta de oportunidade, enquanto que para 18,60% foi a falta de interesse.

GRáFICO 34. ESTUDO EM OUTROS PRESíDIOS.

Sistema

Estadual

41,77%

Sistema

Federal

26,10%

Sistema Estadual

e Federal

32,13%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.13.4. CAPACIDADE E HáBITO DE LEITURA

39,59% dos internos consideraram como “boa” a sua capacidade de leitura. Quanto à capacidade de escrita e de operações matemáticas, foi apontada em sua maioria como boa ou regular.

30,13% informaram que passaram a se interessar pela leitura após a inclusão no SPF.

GRáFICO 35. CAPACIDADE DE LEITURA, ESCRITA E OPERAÇõES MATEMáTICAS.

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

LEITURA: 33,93%

LEITURA: 39,59%

LEITURA: 23,39%

LEITURA: 2,31%

LEITURA: 0,77%

ESCRITA: 15,72%

ESCRITA: 36,08%

ESCRITA: 36,08%

ESCRITA: 9,54%

ESCRITA: 2,58%

OPERAÇÕES: 11,92%

OPERAÇÕES: 36,27%

OPERAÇÕES: 36,27%

OPERAÇÕES: 9,84%

OPERAÇÕES: 5,70%

A 4º edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo IBOPE e encomendada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), apontou que o brasileiro lê em média 4,96 livros por ano.

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Perfil dos Custodiados

49

3.13.5. FREQUênCIA DA LEITURA

82,32% dos internos do SPF informaram que leem mais de 10 livros por ano.

GRáFICO 36. FREQUênCIA DE LEITURA DE LIVROS.

6 a 10 livros / ano

10,77%

2 a 5 livros / ano

5,25%

10 ou mais livros / ano

82,32%

1 livro / ano

1,66%

A 4º edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo IBOPE e encomendada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), apontou que o brasileiro lê em média 4,96 livros por ano.

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.14. TRABALHO

3.14.1. HISTóRICO PROFISSIOnAL E PROFISSIOnALIzAÇãO

30,23% dos internos do SPF informaram que eram autônomos antes da primeira prisão.

No início dos atos delitivos, 81,07% dos presos informaram que se encontravam exercendo alguma atividade laboral ou educativa na época do primeiro delito.

31,43% informaram já ter concluído algum curso profissionalizante. 8,86% informaram que iniciaram o curso, mas não concluíram.

Quanto à participação em algum curso técnico, a maioria (73,54 %), afirmou nunca ter participado de um; 7,52% indicou que “iniciou, mas não terminou” e 18,94% assinalou que concluiu pelo menos um curso.

GRáFICO 37. ATIVIDADE PROFISSIOnAL AnTES DE SER PRESO PELA PRIMEIRA VEz.

Estudante

Autônomo

Empregado

Outro(s)

Desempregado

Não responderam

22,03%

30,23%

28,83%

34,18%

18,93%

11,58%

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Perfil dos Custodiados

51

3.14.2. ATIVIDADE LABORAL nOS ESTABELECIMEnTOS PEnAIS

38,86% dos internos do SPF informaram nunca terem trabalhado em estabelecimentos penais.

Dentre os que já trabalharam, temos que 91,56% alegou ter trabalhado apenas em estabelecimentos penais estaduais.

Estabelecimento Penal Estadual 91,56%

Estabelecimento Penal Federal 3,56%

Estabelecimento Estadual e Federal 4,89%

GRáFICO 38. TRABALHO EM ESTABELECIMEnTOS PEnAIS.

Não

38,86%

Sim

61,14%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.15. TIPO PEnAL41,18% do total de crimes cometidos pelos internos custodiados no SPF estão

relacionados ao tráfico de drogas e ao roubo. Foram consideradas as tipificações tanto dos internos já condenados, quanto daqueles que aguardam julgamento.

GRáFICO 39. REPRESEnTATIVIDADE POR TIPO DE CRIME PRATICADO PELOS InTERnOS DO SPF.

Trá�co de drogas

Roubo

Porte ilegal de armas

Homicídio

Formação de quadrilha ou bando

Furto

Falsidade ideológica

Latrocínio

Sequestro

Receptação

Falsi�cação de documentos

Outros(s)

Lesão Corporal

22,09%

19,09%

15,13%

13,81%

8,64%

3,84%

3,24%

3,12%

3,12%

2,52%

2,28%

1,80%

1,32%

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Perfil dos Custodiados

53

3.16. HISTóRICO CRIMInAL

3.16.1. PRIMEIRO CRIME PRATICADO

38,07% dos internos do SPF informaram que ainda eram menores de idade quando praticaram o primeiro delito.

19,94% dos internos informaram que o roubo foi o seu primeiro crime praticado.

GRáFICO 40. IDADE AO PRATICAR PRIMEIRO DELITO.

Menos de 12 anos

Entre 13 e 17 anos

Entre 18 e 24 anos

Entre 25 e 29 anos

Entre 30 e 40 anos

Mais de 40 anos

5,97%

32,10%

44,60%

10,51%

5,11%

1,70%

GRáFICO 41. PRIMEIRO CRIME PRATICADO.

Furto

Latrocínio

Porte ilegal de armas

Estupro

Homicídio

Lesão corporal

Receptação

Roubo

Trá�co de drogas

Formação de quadrilha ou bando

Outro(s)

2 ou mais delitos

17,60%

1,76%

5,57%

0,29%

9,97%

4,40%

4,11%

19,94%

14,96%

1,76%

0,59%

19,06%

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ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.16.2. ASPECTOS GERAIS

Quando questionados sobre a infância que tiveram, 41,38% informaram que tiveram uma infância normal (nem feliz, nem triste), ao passo que 13,79% afirmaram que a infância foi violenta.

GRáFICO 42. InFânCIA DOS InTERnOS.

Não lembro

5,04%

Normal / Comum

41,38%

Violenta / Sofrida /

Traumatizante

13,79%

Triste / Solitária /

Depressiva

12,47%

Feliz

27,32%

36,57% não cumpriram nenhuma medida socioeducativa. Dentre os que cumpriram, 47,06% foram punidos com a medida de internação.

GRáFICO 43. CUMPRIMEnTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA.

Internação

47,06%

Advertência

23,53%

Mais de 1 medida

sócio-educativa

17,65%

Semiliberdade

1,18%

Prestação de

serviço

10,59%

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Perfil dos Custodiados

55

3.17. TEMPO DE PEnA76,61% dos internos dos Sistema Penitenciário Federal informaram possuir um total de

penas superior a 15 anos.

GRáFICO 44. TEMPO TOTAL DE PEnA.

até 4 anos

mais de 4 até 8 anos

mais de 8 até 15 anos

mais de 15 até 20 anos

mais de 20 até 30 anos

mais de 30 até 50 anos

mais de 50 até 100 anos

mais de 100 anos

2,63%

4,97%

15,79%

34,62%

23,10%

22,51%

11,70%

4,68%

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56

ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

31,58% dos internos informaram que estão presos há mais de 10 anos, considerando presídios estaduais e federais.

GRáFICO 45. TEMPO PRESO EM PRESíDIOS ESTADUAIS E FEDERAIS.

Menos de 1 ano

7,35%

Entre 1 e 3 anos

18,42%

Entre 4 e 6 anos

26,84%

Entre 7 e 9 anos

15,79%

10 anos ou mais

31,58%

18,51% dos internos informaram que estão presos no SPF há mais de 4 anos.

GRáFICO 46. TEMPO PRESO EM PRESíDIOS FEDERAIS.

Até 1 ano

49,10%

Entre 1 e 2 anos

17,22%

Entre 2 e 4 anos

15,17%

Mais de 4 anos

18,51%

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Perfil dos Custodiados

57

3.18. SITUAÇãO PROCESSUAL10,82% dos internos do SPF informaram que são apenas provisórios.

3,17% disseram desconhecer sua situação processual.

GRáFICO 47. PRESO COnDEnADO OU PROVISóRIO.

Provisório e

Condenado

30,08%

Não sabe

3,17% Provisório

10,82%

Condenado

55,98%

Estudos, não oficiais, apontam que a reincidência criminal no Brasil equivale a 70,00%.

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58

ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

3.19. SITUAÇãO CRIMInAL69,94% dos internos do SPF informaram que são reincidentes.

GRáFICO 48. SITUAÇãO CRIMInAL.

Primário

35,06%

Reincidente

64,94%

3.20. PROGRESSãO DE REGIME49,69% dos internos condenados informaram que já cumpriram todos os requisitos

para terem direito à progressão de regime.

GRáFICO 49. CUMPRIMEnTO DOS REQUISITOS PARA A PROGRESSãO DE REGIME.

Sim

49,69%

Não Sabem

19,88%

Não

30,43%

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Perfil dos Custodiados

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3.21. LIVRAMEnTO COnDICIOnAL20,19% dos internos condenados informaram que já cumpriram todos os requisitos

para terem direito ao livramento condicional.

GRáFICO 50. CUMPRIMEnTO DOS REQUISITOS PARA O LIVRAMEnTO COnDICIOnAL.

Sim

20,19%

Não Sabem

21,45%

Não

58,36%

3.22. MOTIVOS PARA InCLUSãO nO SPF51,96% dos internos custodiados no SPF informaram desconhecer as razões que

levaram a sua inclusão no SPF.

GRáFICO 51. MOTIVAÇãO PARA TRAnSFERênCIA AO SPF.

Outro(s)

Participação em facção criminosa

Participação em rebelião

Tentativa de fuga de presídio estadual

Não Sabe

16,48%

21,51%

2,51%

7,54%

51,96%

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60

ANUÁRIO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL

4. LISTA DE FIGURAS E GRáFICOS

Figura 01. Distribuição das Penitenciárias Federais no país.

Figura 02. Distribuição atual dos internos nas Penitenciárias Federais.

Figura 03. Fluxo resumido do processo de inclusão de presos no SPF.

Figura 04. Representatividade da origem dos internos do SPF, por região do Brasil.

Gráfico 01. Inclusões realizadas por Unidade Federativa em 2016.

Gráfico 02. Representatividade das facções presentes no SPF.

Gráfico 03. Representatividade da origem dos internos do SPF, por Unidade Federativa.

Gráfico 04. Faixa etária dos internos do SPF.

Gráfico 05. População carcerária por naturalidade.

Gráfico 06. Estado civil da população carcerária.

Gráfico 07. Raça, cor ou etnia da população carcerária.

Gráfico 08. Raça, cor ou etnia da população carcerária - Comparativo

Gráfico 09. Serviço militar obrigatório.

Gráfico 10. Serviço militar obrigatório – Forças militares.

Gráfico 11. Localização de moradia.

Gráfico 12. Condição de moradia.

Gráfico 13. Situação civil dos pais.

Gráfico 14. Relacionamento entre os pais.

Gráfico 15. Relacionamento com os pais.

Gráfico 16. Renda familiar dos internos.

Gráfico 17. Quantidade de filhos.

Gráfico 18. Quantidade de irmãos.

Gráfico 19. Religião ou crença.

Gráfico 20. Prática da religião.

Gráfico 21. Interesse na prática da religião.

Gráfico 22. Recebimento de auxílio reclusão.

Gráfico 23. Recebimento de visitas.

Gráfico 24. Razão para não receber visitas.

Gráfico 25. Saúde física e mental – Doenças crônicas.

Gráfico 26. Saúde física e mental – Medicamentos de uso contínuo.

Gráfico 27. Saúde física e mental – Medicamentos de uso controlado.

Gráfico 28. Uso de drogas antes do SPF.

Gráfico 29. Uso de drogas antes do SPF – Tipos de drogas.

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Lista de Figuras e Gráficos

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Gráfico 30. Tentativa de suicídio.

Gráfico 31. Escolaridade dos internos do SPF.

Gráfico 32. Razão por ter interrompido os estudos.

Gráfico 33. Tempo sem estudar.

Gráfico 34. Estudo em outros presídios.

Gráfico 35. Capacidade de leitura, escrita e operações matemáticas.

Gráfico 36. Frequência de leitura de livros.

Gráfico 37. Atividade profissional antes de ser preso pela primeira vez.

Gráfico 38. Trabalho em estabelecimentos penais.

Gráfico 39. Representatividade por tipo de crime praticado pelos internos do SPF.

Gráfico 40. Idade ao praticar primeiro delito.

Gráfico 41. Primeiro crime praticado.

Gráfico 42. Infância dos internos.

Gráfico 43. Cumprimento de medida socioeducativa.

Gráfico 44. Tempo total de pena.

Gráfico 45. Tempo preso em presídios estaduais e federais.

Gráfico 46. Tempo preso em presídios federais.

Gráfico 47. Preso condenado ou provisório.

Gráfico 48. Situação criminal.

Gráfico 49. Cumprimento dos requisitos para a progressão de regime.

Gráfico 50. Cumprimento dos requisitos para o livramento condicional.

Gráfico 51. Motivação para transferência ao SPF.

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MINISTÉRIO DA

JUSTIÇA E CIDADANIADEPARTAMENTO

PENITENCIÁRIO NACIONAL