antropologia e poder

27
Ordem, Juízes e Julgamentos José Manuel de Sacadura Rocha Capítulo 6

Upload: roberta-dallagasperina

Post on 02-Jul-2015

878 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Antropologia e Poder

Ordem, Juízes e Julgamentos

José Manuel de Sacadura Rocha

Capítulo 6

Page 2: Antropologia e Poder

• -Sociedades simples possuem Leis

e Ordem;

• -Pela falta de estrutura jurídica

normativa formal,outras instituições

farão o papel de polícia e juízes;

Duda

Page 3: Antropologia e Poder

• - Famílias não aparecem formatadas da mesma maneira que na nossa sociedade;

• -Controle da família simples acumula dupla função,educar e sancionar de forma espontânea os desvios e conduta,sanção e punição são espontâneas,que é usada em sociedades complexas também,como

a nossa.

Duda

Page 4: Antropologia e Poder

- Se após sanções impostas pela família,o

má comportamento continuar,esse

comportamento é atribuído a doença,a

espíritos ruins,então entra em ação o

Feiticeiro,curandeiro.

Duda

Page 5: Antropologia e Poder

• Comunidade é chamada para a exercer seu poder legal quando está diante de situações que envolvem o destino e sobrevivência de todos(direito público),neste caso,existe um Conselho de anciãos ou sábios,os mais velhos ou os chefes de famílias,esse órgãos decide decisões mais severas como punições,locomoção de toda comunidade pra outro habitat,negociações com outras comunidades,e o que fazer com pessoas q persistem nos desvios de conduta,que os “espíritos não querem abandonar”

Duda

Page 6: Antropologia e Poder

-sanções são restaurativas e

o direito não é repressivo,

característica que

Durkheim chamou de

Direito Repressivo:

visa educar, no sentido de possibilitar a

ressociabilização do indivíduo Duda

Page 7: Antropologia e Poder

Capítulo 7

Antropologia e Poder:

Desdobramentos

José Manuel de Sacadura Rocha

Page 8: Antropologia e Poder

• As sociedades primárias são grupos humanos sem poder e sem Estado, mas não necessariamente sem práticas políticas, contestam todas as formas de concentração e exacerbamento de poder.

• Política: conjunto de atividades humanas planejadas e integradas culturalmente cujo objetivo é a regulação do poder.

Page 9: Antropologia e Poder

Modos como as sociedades primárias (como a Praxis por exemplo) faziam para que não

ocorresse concentração de poder em Um - Único e também evitar a existência de um

Estado:

Sem a existência de um terceiro e exteriormente à comunidade,ou sem Estado. E também no âmbito da política, ou entre as atividades sociais do grupo que visam a sua sobrevivência material e espiritual, e que obrigatoriamente envolvem a todos, essas atividades estejam propositadamente diluídas de forma a impossibilitar o surgimento de um “governante” que concentre o poder.

Page 10: Antropologia e Poder

• Mesmo que algumas atividades necessitassem de algum poder coercitivo como no caso da educação das crianças,planejamento das atividades, de rituais, festas. Logo esse poder é imediatamente banido da sociedade.

• A única exterioridade aceitável é a Mãe Natureza. Assim impera uma autoridade advinda do prestigio holístico e místico do feiticeiro, ou da “generosidade” do chefe.

Page 11: Antropologia e Poder

• Separação entre autoridade e poder parte das premissas filosóficas tradicionais, as quais nos mostra que poder é a violência institucionalizada que torna-se necessária para o convívio social.

• Por isso, não estranhamos a violência do Estado e achamos natural que o fazer político seja impregnado de estratégias não éticas e violentas. O problema não é o poder em si mesmo, mas as condições e os princípios em que se baseia seu exercício.

Page 12: Antropologia e Poder

• Nas sociedades mais simples a noção de poder é quase nula;

• Nas sociedades mais complexas a noção de poder começa a fazer sentido maior;

• Nas sociedades modernas industriais, o poder já é sinônimo de violência.

Page 13: Antropologia e Poder

7.1 PODER E VIOLÊNCIA EM HANNAH ARENT 

• Seu pensamento faz parte da visão da filosofia antropológica do direito;

Seu pensamento tem alicerce em dois conceitos:

* a separação entre poder e violência; e

* a ocupação do espaço público.

 

• Autoridade e poder se completam e se opõem autoritarismo e a violência;

Beta

Page 14: Antropologia e Poder

Participação no espaço público:

• * PARTICIPAÇÃO – autoridade,legitimidade, poder, democracia (liberdade coletiva passível).

*de forma pró-ativa – os homens retiram a essência da legitimidade da autoridade que designa o poder como forma política do existir humano.

• *OMISSÃO – autoritarismo, legalidade residual, violência, totalitarismo (fim do pensamento).

* de forma reativa, omissiva, corresponde um vácuo de poder, ao mesmo tempo a negação da própria “condição humana” e a condição para o totalitarismo, forma extrema de ilegalidade, arbítrio, e “banalização do mal”. Beta

Page 15: Antropologia e Poder

• O que leva o homem, ser racional, a construir sua existência humana como supérflua e a perpetrar o terror como forma banal do mal?

• O século XX provou a verdadeira face oculta do homem, eles estão prontos à total perversão e bestialidade contra a própria espécie, e de nada valem a razão para que certas condições sócio políticas se apresentem;

Todo engenho humano se coloca a favor da destruição;

• A soberania é realmente o poder no meio do caos como estado de exceção. 

Beta

Page 16: Antropologia e Poder

• O fracasso da atividade filosófica, do pensamento singular e subjetivo do homem

moderno, é o fracasso da razão.

• O homem que não pensa consigo mesmo não tem uma moral, não pode ser ético,

nem ser livre, não pode respeitar a si mesmo e, assim, não pode respeitar o

próximo e aceitar a opção do semelhante.

• Nesse esvaziamento do ser-para-si, banaliza o outro, reduz a existência humana a quase nada, não distingue o bem do mal, o certo do errado, e deixa-se levar aos paradoxos da bestialidade.

Beta

Page 17: Antropologia e Poder

• Eichmann (general nazista administrador e encarregado da logística dos campos de concentração) foi julgado em Israel e disse:

• “Se, no estrito cumprimento demeu dever, tivesse de enviar meu pai e minha mãe para

um campo de concentração, não teria dúvidas em fazê-lo”.

• É essa mentalidade que se mostra totalmente despida de valores, com um vazio de pensar consigo mesma.

Beta

Page 18: Antropologia e Poder

• Conforme Sócrates, o homem que

pensa sobre sua condição no universo

e na existência cotidiana

necessariamente estará preparado

para evitar os apelos da imoralidade e

as pressões do mal disfarçado da

humanidade.Beta

Page 19: Antropologia e Poder

7.2 A resistência das sociedades primárias• Nas sociedades primárias situações de banalização

do mal estão vedadas por duas razões básicas:

• MAGIA: harmoniza os homens com a natureza• PODER: reforça a reciprocidade coletiva

Rebatendo a idéia de moralidade aos homens, de que “não se faz ao outro o que não se tolera para si mesmo”

Tendo em vista o pensamento de que:

Se não tenho consciência do certo para mim, não posso tê-la para com os outros, e vice-versa.

Beta

Page 20: Antropologia e Poder

• O conversar com as potencialidades

naturais já é um conversar consigo mesmo

sob a orientação dessa mesma

potencialidade existente em si.

 

• Assim a racionalidade não se transforma

em instrumento e simples técnica.Beta

Page 21: Antropologia e Poder

• Se de um lado essas sociedades primevas

criaram mecanismos para destruir excedentes

produtivo, impossibilitando mais valia (festas,

valorização da doação), a divisão do trabalho

social e a distribuição da responsabilidade no

educar e punir se restringiram a instituições

sociais primárias, basicamente as famílias,

conselhos tribais e a própria comunidade.Beta

Page 22: Antropologia e Poder

• Para essas sociedades o Eu é uma produção pessoal mediada pelo coletivo para o coletivo ao invés de ser uma concepção coletiva voltada à mística valorização do interesse personalíssimo.

• Uma opção ética de verdade.

Beta

Page 23: Antropologia e Poder

• Ao final, pode existir poder em sociedades primárias, um poder que advém da autoridade participativa da coletividade.

 

• “O verdadeiro sentido de direito é preservar essa solidão, esse conversar e essa reconversão dentro de si, ou seja, o

sagrado e inalienável direito humano de ser livre na sua condição coletiva, na sua

limitação como ser coletivo e poder ser e agir segundo suas próprias convicções”.

Beta

Page 24: Antropologia e Poder

Nas sociedades primárias não existem:

–Prisões;

–Hospícios;

–Instituições de reabilitação;

–Tribunais;

nem nenhum outro poder suficiente para julgar ou condenar se a coletividade assim não o desejar.

Beta

Page 25: Antropologia e Poder

• O comportamento indesejado é trabalhado como doença, e a doença é tratada como

crime;

• Toda justiça é restaurativa e a maioria sanções é espontânea.

• A filosofia não cristalizou pensamentos de poder ilegítimos, e a política continua fundida nas opções reais dos agentes

sociais pelo convívio coletivo.Beta

Page 26: Antropologia e Poder

• O direito das sociedades técnico-industriais modernas deve refletir sobre estas condições simples do existir humano. 

“O direito à solidão, à introspecção, ao isolamento deve prevalecer sobre a

comédia mediática televisiva da hipocrisia alienante geral: desta condição nasce a

possibilidade de evitarem-se a banalização do mal e o sentimento

supérfluo da vida humana”

Beta

Page 27: Antropologia e Poder

Roberta

Géssica

Eduarda

Franciele

Sociologia e Antropologia do Direto 2011.