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    Antonio Gramsci: SocialistaRevolucionrio

    Chris Harman

    Junho de 1977

    T

    r i$ o n t eT r a d uH T)ireito de Re%rodu"#o:A cpia ou distribuio deste documento livre e indefinidamente garantid

    *ndice

    +ntrodu"#o, rimeiro erodo de )istor"#o, erodo -!urocomunista. de )istor"#o-+nsurrecionismo.-,%erarismo.-!s%ontanesmo.-/asismo., Argumento CentralAm0iguidades nas $ormula"es de Gramsci

    R2ssia3 +tlia e ,cidenteAs (imita"es de Gramsci

    +ntrodu"#o

    Antnio Gramscimorreu no dia !" de abril de #$%".

    &ua morte foi conse'()ncia de anos de maus*tratos naspris+es de ,ussolini. No obstante- de algum modo sofreu

    mais adversidades depois de sua morte- pela distoro desuas ideias por parte de pessoas cuas posi+es nada tin/am

    http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i1http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i2http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i3http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i4http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i5http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i6http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i7http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i8http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i9http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i10http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i11http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/m/mussolini.htmhttp://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i1http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i2http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i3http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i4http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i5http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i6http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i7http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i8http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i9http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i10http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#i11http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/m/mussolini.htm
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    a ver com seus princ0pios socialistas revolucion1rios.Gramscifoi um revolucion1rio profissional desde #$#2 at suamorte. Durante todo este per0odo insistiu sempre nanecessidade de uma transformao revolucion1ria da

    sociedade atravs da derrota do 3stado capitalista.Foi isto 'ue o impulsionou a atuar como ornalista em

    v1rios ornais socialistas- na primeira lin/a da'ueles 'uee4igiam do 5artido &ocialista 6taliano uma atuaorevolucion1ria na luta contra o capitalismo e contra a guerra-entre os anos de #$#2 a #$#7. 6sto o levou ao centro domovimento dos consel/os de f1brica de 8urim em #$#$ e#$!9. 6sto o levou a sair do 5artido &ocialista 6taliano em

    #$!# para fundar um 5artido :omunista revolucion1rioaut)ntico. 6sto o levou a dirigir este partido de #$!; a #$!2.3- finalmente- o condu os famosos :adernos do:1rcere > desenvolver suas prprias ideias sobre a sociedadeitaliana- a estratgia e a t1tica da luta pelo poder estatal- aconstruo do partido revolucion1rio e da imprensarevolucion1ria. 3le esperava 'ue a'uelas anota+es pudessemproporcionar alguma auda a outros 'ue tivessem os mesmos

    obetivos revolucion1rios. ,as- seus escritos foramapropriados por a'ueles 'ue 'ueriam transformar o mar4ismoem uma 1rea de estudo acad)mica e no revolucion1ria.

    6sto foi poss0vel inicialmente por causa da sistem1ticadistoro das ideias de Gramscireali

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    #. Apagar as refer)ncias a v1rios mar4istas> ordiga- 8rotsE- inclusive osa Lu4emburgo> 'ueeram apresentados como HfascistasI por 8ogliattina'uelapocaJ

    !. cultar o fato de 'ue Gramsci/avia rompido com a lin/apol0tica do 5:6 em #$%#J

    %. Apresentar a vida privada de Gramscicomo se estivessebaseada em um casamento perfeito- Hum mito Ktil parafa

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    3m #$%#- o irmo de Gramscio visitou napriso. Gramscil/e contou /aver recusado a pol0ticaestalinista ultra*es'uerdista do H8erceiro 5er0odoI'ue 8ogliatti- por sua parte- estava implementando.

    ?8ogliatti/avia e4pulsado tr)s membros do :omit) :entralpor terem se oposto a esta lin/a pol0tica- e ele mesmo- sob opseudnimo de 3rcoli- estava a frente do grupo 'ue defendiaa pol0tica do H8erceiro 5er0odoI contra as cr0ticas feitaspor8rotsE@. irmo de Gramscisentiu*se atemori

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    tempo- Gramscitornara*se uma figura mais long0n'ua emenos perigosa para eles. 5orm- sobretudo- o obetivo erainaugurar um novo per0odo de distoro das ideiasde Gramsci. 5:6 estava dando o primeiro passo para a

    ruptura dos partidos comunistas ocidentais em relao a,oscou- o 'ue seria c/amado mais tarde deHeurocomunismoI.

    3m princ0pios dos anos 29 o 5:6 comeou a se afastar de,oscou. &eus l0deres son/avam em ser readmitidos nogoverno burgu)s italiano- de onde foram e4pulsos em #$;".5ara atingir esta meta tentaram mostrar aos partidosburgueses 'ue 1 no dependiam do Mremlin. 8ogliatti- um

    dos principais colaboradores de &talinnos anos %9- tornou*seum de seus principais cr0ticos depois de #$2.

    A mudana na lin/a pol0tica levou a amargas disputas comos defensores de &talinem n0vel internacional- e com osestalinistas do prprio 5:6. 3ra uma batal/a em duas frentesCafirmar a independ)ncia do partido em relao aos /erdeirosde &talinno Mremlin- alm de provar 'ue um governo com aparticipao do 5:6 no significaria uma mudana dr1stica nam1'uina do 3stado. A cr0tica anteriormente censuradade Gramscia &talintornou*se uma arma da primeira frente. 3uma distoro das ideias de Gramscisobre o 3stado foi Ktilpara a segunda.

    De patrono do estalinismo italiano- Gramscipassourapidamente a ser o patrono do eurocomunismo. &uas ideiasforam invocadas para ustificar o Hcompromisso /istricoI do5:6 com a democracia crist. Na Gr retan/a a direitaintelectual do 5artido :omunista ritnico adotou Gramsci.:/egou a ser citado para ustificar a pol0tica salarial dogovernoP?;@

    A estrela do eurocomunismo logo minguou. 5orm- ainterpretao de Gramscifomentada por este movimentocontinua vivaC divulgada por revistas como ,ar4ism 8oda-em uma torrente aparentemente intermin1vel de trabal/osacad)micos?@- e cada ve< mais como parte da terminologia/abitual da intelectualidade de es'uerda do 5artido

    8rabal/ista?2@.

    http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/t/togliatti_palmiro.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#tr4http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#tr5http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#tr6http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/t/togliatti_palmiro.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/stalin.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#tr4http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/g/gramsci.htmhttp://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#tr5http://www.marxists.org/portugues/harman/1977/06/gramsci.htm#tr6
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    3ntretanto- /1 poucos pensadores mar4istas cuo esp0ritodemonstrasse tanta discrepncia com o do reformismo comoo de Gramsci. &uas ideias se basearam em no+es 'ue /oeem dia o reformismo despre

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    dirigidos por &errati > os c/amados ma4imalistas > 'ueutili

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    No surpreendente 'ue ainda 'ue esteam entre asmel/ores an1lises feitas por Gramsci- as 8eses de Lon foramum de seus Kltimos escritos acess0veis.

    A /ostilidade de Gramsciao reformismo refletia um claroentendimento da necessidade da insurreio armada.&egundo as 8eses de LonC

    HA derrota do proletariado revolucion1rioneste per0odo decisivo ?#$#$*!9@ deveu*se adefici)ncias pol0ticas- organi

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    -,%erarismo.

    5ara Gramsci- a c/ave da luta pelo poder era a classeoper1riaJ os trabal/adores de carne e osso 'ue labutavam

    nas f1bricas de 8urim- no os m0ticos e ideali

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    transformao social e no o protagonistaconsciente e inteligente da revoluoI?#2@.

    No partido devem caber intelectuais e camponeses- masC

    H preciso recusar vigorosamente comocontrarrevolucion1ria 'ual'uer concepo 'uefaa do partido uma Hs0nteseI de elementos/eterog)neos- em ve< de sustentar- semnen/uma concesso desse tipo- 'ue umaparte do proletariadoJ 'ue o proletariadodeve imprimir nisso a marca de sua prpriaorgani

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    reali

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    A 1rea mais acabada do pensamento de Gramsciconcerne= luta para desenvolver uma consci)ncia revolucion1ria naclasse oper1ria.

    5arte da insist)ncia de 'ue a classe oper1ria no pode sertreinada mecanicamente para a luta- como se fosse ume4rcito. &ua disciplina depende de sua consci)ncia. 3 esta-por sua ve

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    como um rgo da luta dos trabal/adores na f1brica-iniciando*se- eventualmente- em torno de alguma 'uestoaparentemente insignificante. 5or e4emplo- a ocupao semi*insurrecional de setembro de #$!9 foi provocada pelo

    fracasso das negocia+es entre o sindicato e o patronatosobre o acordo salarial nacional dos metalKrgicos?!%@. sovietetin/a 'ue se desenvolver como uma organi

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    indagao 0ntima 'ue eles e4perimentavamCH:omo podemos nos libertar :omo podemosvoltar a ser ns mesmosI 5or'ue seusartigos no eram estruturas frias e

    intelectuais- e sim 'ue brotavam de nossasdiscuss+es com os mel/ores oper1riosJelaboravam os verdadeiros sentimentos-metas e pai4+es da classe oper1ria de 8urim-os 'uais ns mesmos /av0amos provocado eposto = prova. 5or'ue seus artigos eram-praticamente- um Htomar notaI dos eventosreais- vistos como momentos de um processode liberao interior e de auto*e4presso por

    parte da classe oper1ria. 3is a0 por'ue ostrabal/adores adoravam o LTrdine Nuovo- ecomo sua ideia c/egou a ser formadaII?!@.

    Buando Gramsciescreveu essas lin/as em #$!9 ainda eramembro do 5artido &ocialista. Foi somente mais tarde-durante o mesmo ano- depois da derrota das ocupa+es- 'ueviu a necessidade de romper com o reformismo e formar umpartido revolucion1rio /omog)neo. &eus escritos sobre os

    consel/os de f1brica- portanto- carecem de 'ual'uerdiscusso e4pl0cita da noo de como um partidorevolucion1rio deve trabal/ar neles. ,as- esses escritosenfati

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    desenvolve em si e para si mesmo- e o 'ualas massas /o de alcanar 'uando suasituao sea favor1vel e a ondarevolucion1ria /aa c/egado a seu ponto

    m14imoI?!2@

    .:onstruir o partido revolucion1rio no uma 'uesto de

    inculcar ideias nos trabal/adores atravs de propagandaabstrata. 8ampouco uma 'uesto de esperar at 'ue ostrabal/adores atuem- impulsionados pelos efeitos da criseeconmica. 8rata*se de se relacionar com 'ual'uer lutaespontnea- parcial- e tentar generali

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    analisar a fonte desta obstruo- locali

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    muita fre'u)ncia a defende desde o ponto devista id)ntico ao do propriet1rioI?%#@.

    Depois da traio de #$!9- Gramsciconvenceu*se

    plenamente do papel contrarrevolucion1rio da direosindical.

    HA greve geral de 8urim e do 5iamontec/ocou contra a sabotagem e a resist)nciadas organi

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    incapacidade de &errati-ordigae 8ascapara oferecer taldireo aos movimentos espontneos de oper1rios ecamponesesC

    Hcorre 'uase sempre 'ue um movimentoHespontneoI das classes subalternas Qostrabal/adores e camponesesR coincide comum movimento reacion1rio da direita daclasse dominante- e ambos por motivosconcomitantesC por e4emplo- uma criseeconmica determina descontentamento nasclasses subalternas e movimentosespontneos de massas- por uma parte- e-

    por outra- determina compls dos gruposreacion1rios- 'ue se aproveitam da debilidadeobetiva do governo para tentar golpes deestado. 3ntre as causas eficientes destesgolpes /1 'ue incluir a renKncia dos gruposrespons1veis Qo 5artido &ocialistaR a dar umadireo consciente dos movimentosespontneos para convert)*los- assim- emum fator pol0tico positivoI. Qo grifo meu-

    :VR?%;@

    .3videntemente- Gramscino era um HoperaristaI-

    Hespontane0staI ou HbasistaI propriamente dito- no sentido demenospre

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    sindicatos- as igreas- os meios de comunicao. aparel/orepressivo do 3stado apenas uma dentre as muitas defesasda sociedade capitalista.

    Depreende*se disto 'ue a luta c/ave para osrevolucion1rios no um ata'ue direto contra o poderestatal- e sim uma luta pelo dom0nio ideolgico- por a'uilo'ue Gramscic/ama de H/egemoniaI. A /egemonia secon'uista atravs de um processo prolongado por muitosanos- e e4ige paci)ncia e sacrif0cios ilimitados por parte daclasse oper1ria. 3m particular- a classe trabal/adora podeconstituir*se Hcontra*/egemnicaI somente con'uistando asprincipais se+es da intelectualidade e as classes 'ue esta

    representa- por causa do papel decisivo 'ue desempen/am aomanear os aparel/os de dominao ideolgica. 5araconseguir isto- a classe trabal/adora tem 'ue estar disposta asacrificar seus interesses econmicos imediatos. 3 en'uantono /aa reali

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    HA mesma reduo /1 'ue praticar na arte ena ci)ncia da pol0tica- pelo menos pelo 'uefa< aos 3stados mais adiantados- nos 'uais aHsociedade civilI tornou*se uma estrutura

    muito comple4a e resistente aos Hata'uesIcatastrficos do elemento econmicoimediato ?crises- depress+es etc.@I?%2@.

    Kltimo e4emplo vitorioso da aplicao da guerra demovimento- ou sea- de um ata'ue frontal contra o 3stado- foia evoluo de utubro de #$#"C

    H5arece*me 'ue 6lic/ QL)ninR... /aviacompreendido 'ue era necess1rio passar daguerra de movimento- vitoriosamenteaplicada no riente no ano de #"- = guerrade posio ou de trinc/eira- 'ue era a Knicaposs0vel no cidenteI?%"@.

    A base para esta mudana na estratgia se assentava nasdiferentes estruturas sociais da Kssia c

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    #7;7 da Hevoluo 5ermanenteIQ,ar4adotou este slogan depois da revoluode #7;7R alargada e superada na ci)nciapol0tica mediante a frmula da H/egemonia

    civilI?%$@

    .As formula+es de Gramscino devem ser aceitas

    acriticamente- como mostrarei mais adiante. 5orm- primeirodeve estar claro 'ue no permitem- de modo algum-conclus+es reformistas.

    3m primeiro lugar- a guerra de posio uma guerra. No colaborao de classes- como vem praticando atualmente o5artido :omunista 6taliano. despre

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    Knica como Hatividade pol0tica ?manobra@ cua finalidade desmascarar os partidos e grupos c/amados prolet1rios erevolucion1rios 'ue t)m uma base de massasI?;%@. A t1tica seadota com respeito =s Hforma+es intermedi1rias 'ue o

    5artido :omunista combate- como obst1culos para apreparao revolucion1ria do proletariadoI?;;@.

    3m terceiro lugar- a batal/a pela /egemonia no simplesmente uma batal/a ideolgica. W certo'ue Gramscirecusa continuamente a opinio de 'ue adeteriorao das condi+es econmicas dos trabal/adoresleva automaticamente = consci)ncia revolucion1ria. Destacaeste ponto por'ue nos :adernos do :1rcere o 'ue interessa

    refutar as teses estalinistas do H8erceiro 5er0odoI 'uesustentavam 'ue a crise mundial por si s levaria = revoluomundial. GramsciHforou o argumentoI para contra*arrestaresta deformao mecanicista do mar4ismo.

    5orm Gramscinunca nega o papel determinante daeconomia na vida pol0tica. Assim- 'uando

    Hpode*se e4cluir 'ue as crises econmicasimediatas produ

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    revolucion1rio nas lutas econmicas dos trabal/adores eranecess1ria- para l/es arrancar da influ)ncia reformista.

    H5or isso /1 'ue e4istir uma luta consciente e

    preparada para fa

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    e /istoricamente efica

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    tomar a Knica ao 'ue podia romper o dom0nio da reao edo catolicismo no sulC a luta para dividir as grandespropriedades entre os camponeses. 5or'ue via a luta pela/egemonia como uma luta puramente intelectual- o 5artido

    da Ao no conseguiu aproveitar a situao.HA incapacidade de resolver o problemaagr1rio levou = 'uase impossibilidade deresolver o problema do clericalismoI?9@.

    A classe trabal/adora pode ter 'ue fa

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    um per0odo no 'ual a Hguerra de posioI cumpre um papeldominante- Gramscifala de um Helemento HparcialI demovimentoI?%@- e di< 'ue a Hguerra de movimentoI cumpreHmais uma funo t1tica 'ue uma funo estratgicaI?;@.

    3m outras palavrasC na maior parte do tempo- osrevolucion1rios se ocupam da luta ideolgica- usando a t1ticada frente Knica em lutas parciais para tomar a direo dasmos dos reformistas. Ainda /1 momentos peridicos deviolenta confrontao- nos 'uais um dos lados tenta romperas trinc/eiras do outro por meio de um ata'ue frontal. Ainsurreio armada seguia sendo- para Gramsci- como dei4ouclaro nas conversas 'ue teve na priso- Ho momento decisivo

    da lutaI.A )nfase na Hguerra de posioI nos :adernos do :1rcere

    deve se situar em seu conte4to /istrico. W uma met1foracua inteno a de dei4ar definitivamente clara uma 'uestopol0tica concretaC a vontade revolucion1ria de uns poucosmil/ares de revolucion1rios em um momento de crise no criaas condi+es para uma insurreio e4itosa. 3stas condi+est)m 'ue ser preparadas por um longo processo deinterveno pol0tica e luta ideolgica. 5ensar de outro modo-com fi

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    Am0iguidades nas $ormula"es de Gramsci

    Bual'uer met1fora- to sueita a interpreta+es errneascomo a distino gramsciana entre a Hguerra de posioI e a

    Hguerra de manobraI deve- ela mesma- estar aberta = cr0tica.5err Anderson- em um interessante ensaio- assinalou 'ue asmet1foras de Gramscienvolvem uma srie de ambiguidades econtradi+es- um Hdesli

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    3stendamos a met1fora de GramsciC a guerra de posiomilitar torna*se obsoleta e perigosa com o descobrimento deuma nova arma 'ue pode derrubar as defesas advers1rias-como no caso dos tan'ues no final da 5rimeira Guerra

    ,undial ?ainda 'ue no fossem utili

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    contra os ata'ues dirigidos por osa Lu4emburgo= direoreformista do &5D em #$#!@?2@.

    R2ssia3 +tlia e ,cidente

    A 6t1lia tomada por Gramscicomo o prottipo desociedade na 'ual necess1ria a Hguerra de posioI. ,as a6t1lia nos anos !9 e %9 deste sculo estava longe de ser umat0pica sociedade capitalista avanada. A'uilo'ue Gramsciconsidera caracter0stico da Hsociedade civilI > aigrea- as associa+es culturais e pol0ticas urbanas- osmKltiplos partidos burgueses e pe'ueno*burgueses- ainflu)ncia de Hintelectuais funcionaisI- tais como professores-

    advogados e sacerdotes > parece /oe um fenmeno /istricotransitrio- sintom1tico do atraso da 6t1lia dos anos !9 e %9-da preponderncia numrica do campesinato- dolumpemproletariado e da pe'uena burguesia. 6nclusive asassocia+es pol0ticas e culturais urbanas tendem a declinarem importncia nas sociedades capitalistas mais avanadas.

    Na Gr retan/a- bem como nos outros pa0ses capitalistasavanados- o per0odo de ps*guerra se v) caracteri os advogados-professores- sacerdotes- mdicos > dei4aram de desempen/arum papel c/ave na formao local da opinio pKblica.

    capitalismo avanado leva a uma centrali

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    comunicao de massas- enfra'ueceram o interesse emoutras atividades de la

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    As (imita"es de Gramsci

    As limita+es inerentes ao pensamento de Gramscisedevem =s condi+es em 'ue viveu e escreveu. No caso dos

    :adernos do :1rcere- estas limita+es assentam a base paraa distoro de suas ideias.

    A primeira e mais bvia limitao era a de 'ue o 3stadofascista l/e vigiava noite e dia- e lia cada palavra 'ueescrevia. 5ara evitar a censura da priso tin/a 'ue ser vago'uando se referia a alguns dos mais relevantes conceitos domar4ismo. 8in/a 'ue usar uma linguagem amb0gua esopiana'ue ocultava seus reais pensamentos- no somente de seus

    carcereiros- mas tambm fre'uentemente de seus leitoresmar4istas e- =s ve a produo de bens para o mercado > 'uepode se desenvolver dentro da sociedade feudal- a burguesiapode utili

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    Alm disso- Gramscino podia escrever abertamentesobre a insurreio armada. 3sta lacuna nos :adernos do:1rcere deu a seus supostos seguidores a possibilidade deignorar a dura realidade do poder estatal 'ue

    mantin/a Gramscisob suas garras.5orm- Gramscitin/a outras limita+es- no somente

    f0sicas. 5renderam*no ustamente 'uando &talinestavaampliando seu dom0nio sobre a Kssia. &ua incapacidade paracompreender plenamente este processo marcou seupensamento mais profundamente do 'ue pode parecer =primeira vista.

    Gramscideclarou seu apoio ao bloco &talin[uE/arinformado em #$!. 5arece /aver aceito a tentativade construo do Hsocialismo em um s pa0sI atravs deconcess+es a camponeses- como parte de uma Hguerra deposioI em n0vel internacional. Assim- identificava a oposiode 8rotsEcom respeito ao Hsocialismo em um s pa0sI comuma recusa ultra*es'uerdista da frente Knica- ainda 'uesoubesse bem 'ue 8rotsE/avia sido um dos principaisrespons1veis pela t1tica da frente Knica.

    Gramsci- como vimos- era muito consciente e muito cr0ticoem face do sufocante burocratismo estalinista. ,as seu aceiteda verso buE/arinista*estalinista ?#$!*!7@ do Hsocialismoem um s pa0sI l/e impediu de entender os fracassospercebidos na Kssia. 3screveu nos :adernos do :1rcereC

    HA Hguerra de posioI e4ige enormessacrif0cios por parte de infinitas massas depessoas. De modo 'ue necess1ria uma

    concentrao sem precedentes de/egemonia- e da0- um governo maisHintervencionistaI- 'ue tome a ofensivacontra os opositores...I?29@.

    5orm- esta meia desculpa para as tend)ncias totalit1rias seguida por uma citao de ,ar4- como modo deadvert)nciaC

    HUma resist)ncia muito prolongada em umcampo sitiado desmorali

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    mesma. 6mplica sofrimento- fadiga- perda dedescanso- doena e presso cont0nua- no doagudo perigo 'ue modera- mas sim do perigocrnico 'ue destriI.

    Gramsciparece 'uerer- ao mesmo tempo- criticar esteestado de coisas e di

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    e4aminar as condi+es econmicas 'ue poderiam fa

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    ignorar a defici)ncia dosCadernos- defici)ncia esta 'ue surgede sua falta de concreo. Ainda 'ue ten/am umdiscernimento penetrante- no se igualam = grande