antônio gonçalves dias power point para apresentar

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Antônio Gonçalves Dias 1° Geração - Nacionalista-Indianista Antônio Gonçalves Dias nasceu a 1 de agosto de 1823, nos arredores de Caxias, no Maranhão. Filho de português e mestiça, após a morte do pai é mandado pela madrasta, em 1838, a Coimbra para estudar Direito. Ao longo do curso, participa do grupo de poetas medievalistas que se reunia em torno do periódico O Trovador”. Formado em 1844, retorna ao Maranhão e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, que lhe inspiraria mais tarde o poema” Ainda uma vez- adeus!”. Em 1847, já no Rio de Janeiro, publica os primeiros cantos e dedica-se ao magistério (professor de Latim e História do Brasil no colégio Pedro II), e ao Jornalismo (redator da revista Guanabara). É incumbido de missões de estudos ao Norte e à Europa. Faleceu de regresso ao Brasil em 31 de Janeiro de 1864, quando o navio em que viajava, o “Ville de Boulogne”, naufragou nas costas do Maranhão. Além dos primeiros cantos, deixou: Leonor de Mendonça, teatro (1847), segundos cantos e Sextilhas de Freis Antão (1848), últimos Cantos (1851), Os Timbiras (1857), Dicionário da Língua Tupi (1858), Obras Póstumas (6 vols., 1868-1869).

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Literatura Portuguesa. Antonio Gonçalves Dias.

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Page 1: Antônio gonçalves dias power point para apresentar

Antônio Gonçalves Dias 1° Geração - Nacionalista-Indianista

Antônio Gonçalves Dias nasceu a 1 de agosto de 1823, nos arredores de Caxias, no Maranhão. Filho de português e mestiça, após a morte do pai é mandado

pela madrasta, em 1838, a Coimbra para estudar Direito. Ao longo do curso, participa do grupo de poetas medievalistas que se reunia em torno do

periódico “O Trovador”. Formado em 1844, retorna ao Maranhão e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, que lhe inspiraria mais tarde o poema” Ainda uma vez­ –

adeus!”.

Em 1847, já no Rio de Janeiro, publica os primeiros cantos e dedica-se ao magistério (professor de Latim e História do Brasil no colégio Pedro II), e ao

Jornalismo (redator da revista Guanabara).

É incumbido de missões de estudos ao Norte e à Europa. Faleceu de regresso ao Brasil em 31 de Janeiro de 1864, quando o navio em que viajava, o “Ville de

Boulogne”, naufragou nas costas do Maranhão. Além dos primeiros cantos, deixou: Leonor de Mendonça, teatro (1847), segundos cantos e Sextilhas de Freis Antão

(1848), últimos Cantos (1851), Os Timbiras (1857), Dicionário da Língua Tupi (1858), Obras Póstumas (6 vols., 1868-1869).

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Dias

• Gonçalves Dias foi o primeiro poeta autenticamente brasileiro, na sensibilidade e na temática, e das mais altas vozes do lirismo Brasileiro. A ele se deve a entrada pela primeira vez em uma literatura realmente Brasileira e Nacional. Destacou-se na poesia lírico-amorosa, indianista e nacionalista. A temática principal de seus poemas era a valorização das maravilhas da natureza pátria, na qual o índio ocupou seu lugar de destaque, tendo como influência as ideias de Rousseau, com o mito do “Bom Selvagem”.

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Romance Indianista

• No romance indianista, o índio era o foco da literatura, pois era considerada uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos.

• Soube manejar com habilidade numerosos ritmos, vários tipos de versos e diversas formas de composição. Já no lirismo sentimental conseguiu não apenas descrever com eloquência os encantos da mulher amada, mas também particularizar um modo de ver a natureza em profundidade, tratar os dissabores da vida, dos sofrimentos e da morte, bem como traduzir o gosto e o sentimento da solidão.

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Temática

• Sua obra poética, lírica ou épica, enquadrou-se na temática americana , isto é, de incorporação dos assuntos e paisagens brasileiros na literatura nacional, fazendo-a voltar-se para a terra natal, marcando assim a independência em relação a Portugal. Ao lado da natureza local, recorreu aos temas em torno do indígena, o homem americano primitivo, tomado como o protótipo de brasileiro, desenvolvendo, com José de Alencar na ficção, o movimento do “Indianismo”, que conferiu caráter nacional à literatura brasileira.

• Ele sempre procura ajustar a métrica, sem a obsessão de rimas ao assunto, numa sintonia perfeita entre forma e conteúdo. Na sua poesia, destaca-se a musicalidade, como se vê, por exemplo, no ritmo de “Seus olhos”, que se associa bem à ideia de inocência e pureza:

Page 5: Antônio gonçalves dias power point para apresentar

Seus Olhos

• Oh! rouvre tes grands yeux,dont la paupiére tremble,Tes yeux pleins de langueur;

• Leur regard est si beau quand nous sommes

ensemble!• Rouvre-les; ce regard

manque à ma vie, il semble

• Que tu fermes ton coeur.

— Turquety

• “Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

• De vivo luzir.São meigos

infantes, gentis, engraçados

• Brincando a sorrir.”

• Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

Têm meiga expressão,• Mais doce que a brisa, - mais doce que o nauta

De noite cantando, Quebrando a solidão.

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Por outro lado, nos “hinos” à natureza, como se vê, por

exemplo, em “A tarde”, usa um verso mais lento

caudaloso, com descrição dos movimentos da natureza

magistralmente captados enquanto

cores, sons, perfumes, a passagem para a ideia de

Deus .

“Oh tarde, oh bela tarde, oh meus amores,

Mãe da meditação, meu doce encanto!

Os rogos da minha alma enfim ouviste,

E grato refrigério vens trazer-lhe

No teu remansear prenhe de enlevos!”

Page 7: Antônio gonçalves dias power point para apresentar

Principais características

• O culto e exaltação da natureza, vista quase sempre como reflexo de Deus;

• tendência para a solidão, em contato com a natureza, longe da sociedade;

• o derramamento lírico, em que o poeta extravasa as emoções e sentimentos de forma livre e espontânea;

• a necessidade de perpassar a produção poética do sentimento cristão e religioso;

• a metrificação variada e livre, sem o rigor formalista da poesia clássica.

• Palavras de sabor arcaico, que ocorrem com alguma frequência: soidão(solidão); i (aí); al (algo); imigo (inimigo); pego (pélago), mi (mim), frauta(flauta), imo (íntimo)

• Repetição de palavras que reforça a ideia que se quer transmitir:

• O uso frequente de reticências e interjeições como recurso que expressa bem os estados da alma.

Comparação, como nesta passagem de “Quadras da minha vida”:

“Minha alma é como a flor que pende murcha;

Page 8: Antônio gonçalves dias power point para apresentar

Obras

• Primeiros cantos - Poesia -Canção do Exílio; o canto do guerreiro; o canto do piaga

; o canto do índio Caxias; deprecação.• Segundos cantos- poesia- a virgem; solidão; Hinos, sextilha do Frei Antão

• Últimos cantos- I Jucá pirama-poema

• Leonor de Mendonça, teatro, 1847;

• Ainda uma vez – Adeus” in Cantos’’. poema

• Seus olhos

• Os timbiras poesia - (inacabados) 1857

• Dicionário da língua tupi ,1858

Ainda Uma Vez - Adeus, poema;

• Seus Olhos, poema;

• Canto de Morte, poesia;

• Meu Anjo, Escuta, poema;

• Olhos Verdes, poema;

• O Canto do Guerreiro, poema;

• O Canto do Índio, poema;

• Se Te Amo, Não Sei, poema.

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Prólogo

• Prólogo- Primeiros Cantos

• “Dei o nome de Primeiros Cantos às poesias que agora publico, porque espero que não serão as últimas.

• Muitas delas não têm uniformidade nas estrofes, porque menosprezo regras de mera convenção; adotei todos os ritmos da metrificação portuguesa, e usei deles como me pareceram quadrar melhor com o que eu pretendia exprimir.

• Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente o pensamento que me vem de improviso, e as ideias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano – aspecto enfim da natureza.

• “O Público o julgará; tanto melhor se ele o despreza, porque o Autor interessa em acabar com essa vida desgraçada, que se diz de Poeta.”

Rio de Janeiro, julho de 1846.

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Poesias Americanas

Em “Poesias Americanas”, o autor

valoriza a terra e índio local.

Canção do exílio

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Continuação

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar - sozinho, à noite -

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

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I Juca Pirama

IV

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Canto da Morte

• Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi:Sou filho das selvas,Nas selvas cresci;Guerreiros, descendoDa tribo tupi.

• Da tribo pujante,Que agora anda errantePor fado inconstanteGuerreiros, nasci;Sou bravo, sou forte,Sou filho do Norte;Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi.

• Já vi cruas brigas,De tribos inimigas,E as duras fadigasDa guerra provei;Nas ondas mendacesSenti pelas facesOs silvos fugacesDos ventos que amei.

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Continuação

• Aos golpes do inimigo,

Meu último amigo,

Sem lar, sem abrigo

Caiu junto a mi!

Com plácido rosto,

Sereno e composto,

O acerbo desgosto

Comigo sofri.

• Meu pai a meu lado

Já cego e quebrado,

De penas ralado,

Firmava-se em mi:

Nós ambos, mesquinhos,

Por ínvios caminhos,

Cobertos d’espinhos

Chegamos aqui!

• Então, forasteiro,

Caí prisioneiro

De um troço guerreiro

Com que me encontrei:

O cru dessossego

Do pai fraco e cego,

Enquanto não chego

Qual seja, - dizei!

• Eu era o seu guia

Na noite sombria,

A só alegria

Que Deus lhe deixou:

Em mim se apoiava,

Em mim se firmava,

Em mim descansava,

Que filho lhe sou.

• Ao velho coitado

De penas ralado,

Já cego e quebrado,

Que resta? - Morrer.

Enquanto descreve

O giro tão breve

Da vida que teve,

Deixai-me viver!