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- II - GRUPEH GRUPO PARACELSUS DE ESTUDOS HOMEOPÁTICOS INSTITUTO MINEIRO DE HOMEOPATIA ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES DA CRUZ 1999 BELO HORIZONTE – MG – BRASIL [email protected] [email protected] [email protected]

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GRUPEH

GRUPO PARACELSUS DE ESTUDOS HOMEOPÁTICOS INSTITUTO MINEIRO DE HOMEOPATIA

ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES DA CRUZ

1999 BELO HORIZONTE – MG – BRASIL

[email protected] [email protected]

[email protected]

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C9571 Cruz, Antônio Carlos Gonçalves da, 1999 A lei da auto-patogenesia / Antônio Carlos Gonçalves da Cruz.

Belo Horizonte: Instituto Mineiro de Homeopatia, 1999. 66p. ilust.

1. Homeopatia – Experimentação. 2. Auto-patogenesia. 3.Natureza - Lei Fisiopatogênica. 4. Signatura Semelhante. 5. Virtude curativa. 6. Virtude – Ampliação da Consciência. I. Grupo Paracelsus de Estudos Homeopáticos. II. Título.

190.195 CDD: 571.9 615.532

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APRESENTAÇÃO

Movimentos de caráter experimental têm surgido , nos últimos anos, em núcleos

homeopáticos comprometidos com a formação de especialistas e com a produção do conhecimento homeopático. Foi o que se deu no Instituto Mineiro de Homeopatia, neste caso, entretanto, desde os idos de 1988. Constituiu-se então o Curso de Formação de Especialistas e Docentes (CED) objetivando a formação de colaboradores docentes e o treinamento de experimentadores, utilizando, para tal propósito, elementos selecionados, egressos do Curso de Especialização do referido Instituto.

Pois bem, o presente trabalho representa o aprendizado do autor junto a este grupo seleto de experimentadores.

Foram dez anos de reflexão sobre os quefazeres da Patogenesia. Muitas leituras e releituras foram feitas pelo autor, sobre os protocolos e propostas,

na sua maioria, elaboradas por veneráveis teóricos do conhecimento homeopático, mas destituídas da observação experimental.

O autor, assim, percorre caminho diverso, aprendendo com a Experiência. Ouve a sugestão mais cara do Mestre de Meissen e opta pela Auto-experimentação.

Muitos mitos e preconceitos sobre a Patogenesia, tais como freqüentes lesões orgânicas limitantes, sintomas irreversíveis e outros, foram se desmoronando pela força da regularidade da Experiência.

Estudos atentos do Organom e a observação repetida dos fenômenos sintomatológicos levaram o autor a separar os sintomas patogenésicos em duas categorias fundamentais para o entendimento da Patogenesia a saber, a Perturbação do Estado de Saúde (PES) e o Estado Mórbido Idiossincrásico (EMI). Outro mito, não menos importante, também é investigado e destituído de fundamento: a necessidade do experimentador hipersensível, bastando a atentividade do experimentador sobre as modalidades dos seus próprios sintomas disponibilizados, isto é, o modo de pensar e de sentir.

Além disso, o autor observa que o tempo de duração da prova de um medicamento não necessita ir além do tempo de duração de uma infecção natural aguda, pois o período desde o contágio até o término da influência dinâmica artificial se assemelha àquelas infecções.

Acreditamos que este trabalho refaz o caminho percorrido por Hahnemann e seus colaboradores desde os albores da Homeopatia, reinterpreta parágrafos do Organon, aparentemente contraditórios, e traz contribuições valiosas à episteme homeopática.

Aluízio de Assis AbreuCoordenador do Curso de Formação de Especialistas e

Docentes em Homeopatia – CED-IMH.

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PREFÁCIO

“Dê-me um fato e derrubarei todas as teorias que se contrapõem a ele”René Descartes

Na história do pensamento humano, a realidade inquestionável dos fatos foi

suficientemente forte para desfazer todas as vãs teorias que os contradiziam. A resistência natural daqueles que não queriam ver, para não cair em contradição consigo mesmos, não pôde deter a marcha da verdade. A realidade sempre falou por si mesma, desafiando todos os pensamentos contrários, em todas as épocas. E as teorias que não encontraram seu sustento na realidade dos fatos, depositaram na ruína as suas inutilidades e sucumbiram, junto com seus defensores, sem deixar traços na História. Graças a isso o progresso humano se faz, motivado por indivíduos que desafiam as teorias sem fundamentos, baseados na realidade fenomênica.

A auto-patogenesia é um desses fatos que se evidenciam por si mesmos. Negá-la, seria negar a base fenomenológica na qual se baseia a Homeopatia. Faltava-nos, no entanto, um roteiro seguro para a sua inclusão nos postulados da pesquisa científica. Faltava-nos alguém que examinasse o fato e extraísse dele as leis que norteiam a sua trajetória. Ao longo de muitos anos uma equipe de estudos do Instituto Mineiro de Homeopatia dedicou-se à pesquisa deste fenômeno. Acompanhávamos o seu trabalho, com grande interesse, guardando a certeza de que a seriedade do mesmo terminaria por produzir frutos condizentes com a sua capacidade. Eis-nos, agora, em mãos, com o fino extrato desta pesquisa minuciosa e rica, como exemplo do que pode conseguir a observação criteriosa da natureza e suas leis.

Encontrar a expressão de uma lei que norteia a trajetória de um fenômeno, significa não somente levantar um véu sob os seus mistérios, mas, sobretudo, a possibilidade de extrair dele resultados de expressão utilitária no mundo prático. Eis a importância deste trabalho, ao desvendar, com clareza, os princípios que norteiam a realização das patogenesias. Em base a ele, estamos agora diante de um novo paradigma, capaz de proporcionar uma nova orientação na prática da Homeopatia. Eis o seu imenso valor que será medido pelas gerações futuras, que verão nele a realidade de um fato inquestionável. Aqueles que tiverem a audácia de negá-lo, correrão o risco de ruírem a si, pois estarão corroendo o próprio edifício em que se sustentam na Homeopatia. Tornando a patogenesia um fato de comprovação prática e passível de experimentação, permitindo a sua repetição em qualquer época e sob quaisquer circunstâncias, enquadram-na nos postulados científicos de nossa época, de modo que ela não poderá mais ser simplesmente ignorada.

E, curiosamente, constatamos que estava tudo dito em Hahnemann, mas precisávamos de alguém que nos abrisse os olhos e nos apontasse o caminho com clareza,

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rompendo a natural inércia de nosso pensamento. Aparentemente nos era muito mais fácil consultar o resultado das pesquisas alheias do que realizá-las por nós mesmos. E, como buscamos sempre o caminho mais cômodo, que nem sempre é o mais seguro, apoiamos nossa prática naquelas mentes brilhantes que souberam traduzir a estranha linguagem patogenética para a nossa realidade clínica, tornando-a aparentemente de fácil aplicação, embora sujeita a muitos desacertos. Acomodamo-nos assim, preguiçosamente, nos livros de matérias médicas clínicas, evadindo-nos daquelas fontes confusas, extensas e prolixas que são as patogenesias. Suas linguagens repetitivas e enfadonhas, sempre desafiaram a persistência do estudioso mais atento e dedicado. Mesmo aqueles, no entanto, que se aventuravam no seu estudo, sempre o fizeram com a aplicação de metodologias próprias que nunca falaram uma linguagem comum a todo homeopata, abrindo divergências inconciliáveis em nosso meio. Não que devamos abandonar toda matéria médica clínica, acumulada até hoje em nossas bibliotecas homeopáticas, cujo valor não se questiona. Não que devamos deixar de haurir os benefícios das interpretações individuais das patogenesias, e nem abandonar de vez a tentativa de compreendê-las por nós mesmos, segundo um modelo determinado. É forçoso, porém, reconhecer com justa consideração, que se tratarão sempre de interpretações individuais e passíveis de questionamentos, guardando limites em suas aplicações. Na prática da auto-patogenesia, no entanto, encontraremos um caminho seguro para a comprovação das matérias médicas clínicas e das interpretações individuais dos estudos das matérias médicas puras. Testaremos em nós mesmos as informações alheias e nada será comparável à nossa própria observação e às sensações despertadas em nosso próprio sensotropismo. Deste ponto de vista, aproveitando o brilhantismo da exposição neste trabalho, poderíamos considerar a existência de três tipos de profissionais da Homeopatia: os de terceira classe, aqueles que se valem apenas das informações veiculadas pelas matérias médicas clínicas. Os de segunda classe, aqueles que, com coragem, se aventuram no entendimento das patogenesias e delas retiram o material para a sua própria aplicação clínica. E finalmente, os de primeira classe, aqueles que, não satisfeitos com as experiências alheias, experimentam em si mesmos os efeitos dos medicamentos, obtendo informações na própria fonte do fato fenomênico. Estes registram em seu próprio organismo sensório os efeitos das substâncias e os aprendem do modo mais seguro possível. É inquestionável que estes últimos, exercendo uma Homeopatia de primeira classe, estariam muito mais próximos dos postulados hahnemannianos e mais predispostos aos acertos desta medicina essencial.

Quanto tempo despendemos aventando hipóteses sobre os medicamentos, que nunca puderam ser aplicadas, pois nunca encontrávamos pacientes que se lhes correspondessem! O paciente continuava expressando sua linguagem real e inquestionável, distante de nossas mesas de estudos. A auto-patogenesia é um caminho seguro para se chegar a um real entendimento do medicamento e, sobretudo, aproximá-lo de nosso paciente, pois expressando-se dentro da maior realidade possível, fala-nos no próprio idioma de suas sensações. Outrora, ainda, acreditávamos que o fenômeno patogenético somente se aplicava a seletas pessoas, ditas hipersensíveis e somente à elas poderia ser aplicado. Este estudo, brilhantemente desmistifica-nos esta estranha inferência que obstaculizou o progresso dos experimentos homeopáticos por muito tempo.

Toda teoria é um conhecimento especulativo independente de sua aplicação. Só na prática pode-se esperar os seus resultados, se ela de fato for condizente com a realidade fenomênica em estudo. A auto-patogenesia, no entanto, já nasceu como um modelo experimental e não meramente especulativo. Pressupõe resultados práticos imediatos, que é

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o escopo de toda teoria. Com ela nossas intermináveis interpretações pessoais se dissiparão na medida em que, seguindo seus postulados, pudermos sentir o fenômeno de forma equivalente em nós mesmos. Nada haverá a ser discutido e nada mais existirá que excite nossas divergências no exercício da Homeopatia. E um caminho seguro se delineará aos nossos olhos, ávidos de concórdias e verdades.

Afeitos à nossa natural rejeição ao que é novo, certamente nos debruçaremos em seus postulados, na esperança de encontrar as falhas que desmistifiquem o trabalho, apenas para alimentar a orgulhosa pretensão de possuir a verdade junto ao nosso pensamento e não do lado alheio. Antes de tudo, porém, temos a obrigação de testar a auto-patogenesia em nós mesmos e averiguar os seus resultados em nossa prática. Somente assim poderemos interrogar a sua veracidade, permitindo-nos negá-la.

Aproximemos nosso intelecto e nosso sentimento deste trabalho com sede de aprender e sobretudo, experimentemo-lo. Nossa prática se modificará e nossos pacientes serão os primeiros a nos agradecer, pois estaremos muito mais próximos de lhes compreender a linguagem individual da enfermidade, porque a teremos vivenciado em nós mesmos. Com certeza nos transmutaremos, no espírito hahnemanniano, em homeopatas de primeira classe e executaremos da melhor forma possível a tarefa que a vida nos pede.

Gilson Teixeira Freire

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AGRADECIMENTOS

À Carla Maria, esposa querida e conforto divino para o meu coração. Aos filhos amoráveis, esperanças de um mundo fraterno e feliz, na pessoa de Carlos Estêvão. Aos familiares, anônimos e solidários, pacientes incentivadores de minha caminhada, na lembrança de meus pais. Aos amigos de ideais e de trabalho na pessoa de Gilson Teixeira Freire. Às dificuldades e necessidades do dia a dia. Às Auto-patogenesias.

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DEDICADO ao amor entre os Homens.

Sem o entusiasmo e dedicação dos integrantes do CED as principais discussões e conclusões deste trabalho não teriam sido apresentadas no 54º Congresso da Liga Médica Homeopática Internacional

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SUMÁRIO 01 Apresentação .............................................................................. III

02 Prefácio ...................................................................................... IV

01 Introdução ................................................................................ 11

02 Material e Método .................................................................... 15

03 Resultados ................................................................................ 22

04 Discussão ................................................................................. 38

05 Conclusões ............................................................................... 61

06 Referências Bibliográficas ....................................................... 64

07 Medicamentos Experimentados ............................................... 66

08 Provadores ................................................................................ 67

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ILUSTRAÇÕES

01 Tabela-01 17 02 Tabela-02 23 03 Tabela-03-A 24 04 Tabela-03-B 25 05 Tabela-03-C 26 06 Tabela-03-D 27 07 Tabela-03-E 28 08 DEM-I 29 09 DEM-II 29 10 DEM-III 29 11 DEM-III-Act-sp. 29 12 DEM-III-Brom. 30 13 DEM-IV 30 14 DEM-V 30 15 DEM-VI 31 16 DEM-VII 32 17 DEM-VIII 32 18 DEM-IX 33 19 DEM-X 33 20 DEM-XI 34 21 DEM-XII 34 22 DEM-XIII 34 23 DEM-XIV 35 24 DEM-XV 35 25 DEM-XVI 35 26 DEM-XVII – Tabela-04 36 27 DEM-XVIII 37 28 DEM-XIX 37 29 DEM-XX 22 30 DEM-XXI 37 31 DEM-XXII 37 32 Medicamentos Experimentados 66 33 Provadores 67

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho é, antes de tudo, mais uma reafirmação da opção do CED e do GRUPEH pelo aprendizado com Hahnemann. É um dever partilhar as riquezas de um tesouro encontrado, depois de muita procura, com a maravilhosa constatação de que quanto mais era ele procurado fora mais dele se distanciava, com a feliz descoberta de que ele sempre se ocultou nas paisagens internas do próprio aventureiro, de onde nunca saiu e nem sairá jamais. Uma espécie de indestrutível tesouro cujos talentos são apropriados a abundante multiplicação.

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O Grupo Paracelsus de Estudos Homeopáticos, GRUPEH, presentemente se estabelece em meio às atividades do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia, CED, que por sua vez é um grupo de estudos que desenvolve seus trabalhos no Instituto Mineiro de Homeopatia, IMH. O IMH existe desde o ano de 1985, apesar de sua vida social ter começado em 1986. O CED existe desde 1988 e o GRUPEH desde 1998. Os estudos aqui apresentados são reflexões trabalhadas em dez anos. Elas foram motivadas pela vontade de se aprender com Hahnemann sobre a arte de auxílio à cura das enfermidades e conservação da saúde das pessoas. Por isso o interesse grupal recaiu sobre a valorização dos procedimentos experimentais homeopáticos com destaque natural pela experimentação dos efeitos puros dos medicamentos, para aprendizado de suas virtudes curativas. Quarenta medicamentos foram experimentados pelo grupo, de 1989 a 1999. Paralelamente, cultivou-se o interesse por estudos das Matérias Médicas Puras e Clínicas. Por fim, a valorização da Experiência Clínica não ficou em segundo plano e foi alvo de constantes cuidados. Tais reflexões são ainda apresentadas para a apreciação dos estudiosos e sistematizadores do conhecimento homeopático. Elas constituem um despretensioso ensaio sobre Auto-patogenesia como manifestação regular da Lei Fisiopatogênica da Natureza que, ao revelar virtudes curativas, diretamente ou com recursos de signatura semelhante, promove auto-conhecimento e ampliação da consciência de virtude do provador. Para o CED, no início de suas atividades, Hahnemann se situava tibiamente em referências históricas e básicas da Homeopatia. Muitos de seus ensinamentos eram obscura e confusamente trabalhados no grupo que, imaturamente, dormitava na escassez do

conhecimento experimental. Modernos arrazoados de autores influentes competiam com as instruções hahnemannianas pela alma pueril do grupo. Frágil e acanhada a princípio, suportando com sacrifícios as impressões das altissonantes novidades intelectuais, tão atraentes como canto de sereias, essa alma optou pelo aprendizado com a Experiência e com a Natureza. Quando Hahnemann tornou-se a meta a ser alcançada surgiu o GRUPEH. Compreendeu-se, afinal, que a lei da Auto-patogenesia é o excelente método de revelação de virtudes curativas. O provador, em serviço de Auto-patogenesia, disponibiliza seu particular psiquismo, peculiar modo de sentir e individual roteiro existencial para o trabalho de revelação da prova que, desse modo, comporta-se como uma lei. Se muitos vícios de pensamento não fossem gradualmente silenciados, imprudentes expansões teóricas toldariam a razão do grupo e para ele se perderiam os ensinamentos admiráveis de Hahnemann. Felizmente as experimentações clarearam caminhos velados, repletos de caprichos e obscuridades individuais. O ardente desejo de compreensão dos fundamentos de fácil, simples e racional entendimento da Homeopatia absorveram o CED. Desejou-se compreender, com Hahnemann, seus ensinamentos a respeito do elemento de certeza situado nos alicerces da Arte. A opção se fez pela valorização de leis naturais como a Lei Fisiopatogênica da Natureza. Aquele médico admirável tornou-se homeopata pelos cuidados com a Experiência. A luz da Natureza o conduziu como caminho para ser imitado, com liberdade e simplicidade. O serviço com a Natureza o promoveu em humanidade, sem conveniências. Com a Experiência ele ensinou ao médico a se auto-promover, em aprendizado de amor e respeito aos Homens(12).

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O Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do Instituto Mineiro de Homeopatia, CED, tem desenvolvido os seus trabalhos valorizando os procedimentos experimentais homeopáticos de produção de conhecimento. Essas atividades, em meio a estudos regulares da obra hahnemanniana e de Matéria Médica e em meio à valorização de Experiência Clínica homeopática, sempre se basearam em exercícios patogenésicos de capacitação homeopática.

Aproveitando-se a atividade do CED na experimentação de substâncias medicinais, desde Bromium, a primeira, em 1989, até Abrotanum, a vigésima sexta, em 1997, com vistas à assimilação progressiva dos postulados patogenésicos hahnemannianos, estruturou-se o Grupo Paracelsus de Estudos Homeopáticos – GRUPEH, em 1998, com a finalidade maior de se estudar Auto-patogenesias: a melhor e mais confiável maneira de se provar medicamentos. A partir de então, durante o ano de 1998, mais doze provas foram realizadas. Nesse ano de 1999 até o momento provou-se ainda dois medicamentos.

Ao longo desses anos a Experiência permitiu progressiva assimilação de sugestões de Hahnemann para a realização de Patogenesias e de Auto-patogenesias. Através de regulares atividades docentes, de permanentes reflexões e de debates sobre Patogenesia, incluindo a criação e investimento em um espaço para estudo do assunto em nove Jornadas Docentes anuais, o grupo atingiu serena maturidade e estabilidade, valorizando a simplicidade e a racionalidade da proposta hahnemanniana para Auto-patogenesia.

Os fundadores do CED se formaram homeopatas em ambientes doutrinários sem nenhuma exercício patogenésico. De um lado se projetava a monumental referência hanhemanniana para o exercício das experimentações e da Auto-patogenesia e de outro a não menos

monumental obra de habilidosos pensadores e terapeutas, quase todos exegetas e reformistas do pensamento de Hahnemann. As marcantes influências vieram de muitos autores, nacionais e estrangeiros, desse e do século passado, contemporâneos de formação ou não, veneráveis muitas vezes, todos queridos e dedicados homeopatas, fermentadores das luzes vitalistas da Arte Médica de tratar os enfermos. Raros, entretanto, se dedicaram a valorizar experimentalmente a Patogenesia.

Onde pairavam os legados experimentais de Hahnemann e de B. Mure? Por que, estranhamente, habilidosos pensadores e terapeutas homeopatas discursavam e ainda discursam sobre Patogenesia exibindo mãos vazias da prática patogenésica? Com suas mentes reformistas apontam um problema aqui, um perigo ali, uma inconveniência acolá, uma confusão de Hahnemann nesse ponto, um lamentável equívoco naquele outro, um zelo de maquiagem científica em quase tudo, contribuindo para inibir, ou proteger (quem sabe?), o desenvolvimento das iniciativas experimentais patogenésicas. Elas deveriam ser a linguagem universal dos homeopatas. Ao menos para se compreender a mensagem de Hahnemann.

Por que, estranhamente, os homeopatas de todas as tendências e de todos os cantos, de todas as línguas e de todos os tempos, antes mesmo de demonstrarem completa assimilação do discurso hahnemanniano, se aplicam ( nos aplicamos) a discordar aqui, a reparar ali, cada um se obrigando a erigir um sistema próprio para explicar acertos e fracassos, preencher lacunas e aperfeiçoar a Arte? Mas onde demonstramos conhecer com a Experiência e com a Natureza? Por que a pertinaz preferência pelos sistemas dogmáticos tão numerosos e, possivelmente, tão temporários e falazes? Mas, mais estranho ainda, por que a grande facilidade para se confeccionar receitas de Patogenesias para os homeopatas, como se a experiência

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patogenésica fosse expediente inquestionavelmente adotado por eles (por nós)?

No Brasil, poucos homeopatas, poucos por muita generosidade, fazem da experimentação dos efeitos puros dos medicamentos a sua principal atividade. Quanta luz se disponibilizaria para o terapeuta se ao menos uma parcela mais significativa de homeopatas provasse medicamentos, por amor à humanidade, para auto-crescimento e auto-tratamento, para uso de certeza do recurso medicamentoso de auxílio? E quanto à experimentação de medicamentos, seguiriam os homeopatas as doutas e prolixas cabeças dos reformistas hanemannianos ou seguiriam Hahnemann, o mais dedicado instrutor do aprendizado com a Experiência?

Pois bem, a velada visão do CED, com certeza muito mais antes do que hoje, se perturbava, por um lado, com o discurso positivista maquiado de verdades científicas e, por outro, com a penetrante influência dos reformistas hahnemannianos.

Em atendimento ao convite de Hahnemann, aplicou-se ao estudo regular dos ensinamentos do Organon e do conteúdo dos parágrafos 141 e 145 da sexta edição. O começo se deu com muitas e infundadas obscuridades. Mas, progressivamente, ficou de lado o injustificável medo de provar os medicamentos. Vieram progressos no aprendizado sobre a enfermidade coletiva da raça humana, sobre o poder que as influências dinâmicas, não materiais, têm em alterar o estado de saúde das pessoas, sobre a importância do regime de vida e sobre o serviço com a Natureza em atitude de auxílio ou de ajuda à auto-cura.

Os estudos grupais se identificaram com a promoção do médico enquanto homeopata e auxiliar da Natureza.

Com Hahnemann, os medicamentos são provados em aprendizado de amor à humanidade, em auto-promoção de saúde, com auto-conhecimento, para obtenção de compreensão de certeza. Aprende-se a não ser nocivo valorizando-se o que é digno de ser curado no enfermo, com o recurso indispensável da refinada observação. Com Hahnemann, prova-se medicamentos em aprendizado com a Experiência e com a Natureza.

Não se pretende aqui levantar qualquer reparo à contribuição hahnemanniana para o entendimento do processo experimental de promover conhecimento.

Se a leitura desses arrazoados despertar na alma simples e confiante do estudioso qualquer inquietação em sua convicção de seguidor de Hahnemann, pede-se permissão para que se perceba o Instrutor de Meissen como amorável pastor da humanidade, em atividade missionária nos domínios da Medicina, sob forte influência hipocrática, promovendo o entendimento em ambiente hostil e obscuro da alma humana. Nada se pretende acrescentar ao que se pode compreender com o Sentimento e com a Experiência. Hahnemann fala a uns em síntese e a outros analiticamente. Em síntese, ele próprio confirma sua liberdade e contribui para libertar consciências. Em análise, ele se dispõe a caminhar um pouco mais com seus tutelados, mesmo que esse ou aquele constrangimento lance sombras sobre sua condição de notável instrutor e sábio. Hahnemann se desdobra em promover terreno para se desincumbir de sua semeadura. Se, ainda assim, a leitura ferir convicções, aqui ou ali, pede-se que ela seja relegada ao esquecimento com sinceros pedidos de desculpas pelas eventuais aflições dinamizadas por ela.

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MATERIAL E MÉTODO

Recorreu-se à observação da Experiência e da Natureza como método de obtenção de conhecimento. Também a Hipocrates, Paracelsus e Hahnemann porque se notabilizaram com esse recurso de aprendizado. Seus ensinamentos foram utilizados como instrumentos auxiliares para a elaboração das reflexões.

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Os dados colhidos da Experiência procederam de Auto-patogenesias, de estudos de Matéria Médica Pura e Clínica e de valorização da Experiência Clínica. Eles foram usados em modificações dos roteiros de provas, ao longo do tempo.

O provador Ab sugeriu, para referência grupal, que as Matérias Médicas fossem classificadas em Primárias, Secundárias e Terciárias. As Primárias são aquelas que o provador constrói a partir de sua própria Experiência. As Secundárias são as que o grupo constrói, a partir dos registros de seus integrantes, em dinâmica de reunião das provas individuais e de discussão das mesmas, admitindo-se alterações nos seus registros primários, incluindo debates sobre Experiência Clínica positiva. As Terciárias são as Matérias Médicas Puras e Clínicas, clássicas ou não, que não permitem ao estudante dialogar com o provador, que não está disponível para lhe responder dúvidas sobre a compreensão da mensagem experimental do medicamento.

Quarenta experimentações foram feitas pelos provadores do CED, de novembro de 1989 a abril de 1999. Essas provas foram desenvolvidas em grupo.

Os medicamentos foram obtidos de duas farmácias, B e V, através do empenho e dedicação de suas farmacêuticas, que têm sido pessoas da mais digna e alta confiabilidade, profissional e humana (Tab 01). O Dr. Carlos de Lima Melo, incansável divulgador da Homeopatia e amante do aprendizado com a Experiência Clínica, também auxiliou muito na obtenção de alguns deles. Vinte e seis medicamentos foram provados de 1989 a 1997. As provas se deram em ambiente relativamente concomitante de estudo grupal das Matérias Médicas Terciárias disponíveis sobre os medicamentos experimentados. Entretanto, esse paralelismo, nessa fase, apesar de ter sido constante, nem sempre ocorreu. Matérias Médicas Terciárias de muitos outros medicamentos foram também examinadas. Alguns desses

medicamentos já eram conhecidos dos provadores antes de serem estudados através de suas provas, mas a maioria não e, quando já conhecidos, o conhecimento sobre eles era considerado superficial. Dez dessas provas, T, foram utilizadas em abrangentes estudos de matéria médica que se constituíram em teses de conclusão de Curso de Formação de Docente e de Especialista em Homeopatia ( Tab 01). O primeiro protocolo experimental utilizado pelo CED elegeu o medicamento Bromium para ser provado. Foi aconselhado que cada um dos quatro provadores provasse inicialmente um glóbulo número sete de sacarose da 30aCH, pela manhã, em dias consecutivos. Ele seguiria um roteiro α, em caso de manifestação de sintomas, ou um β se não produzisse sintomas. Com o advento de sintomas, preferencialmente, o provador deveria suspender o uso de glóbulos e era essa a orientação α1. Ele poderia ainda continuar usando glóbulos depois do aparecimento de sintomas, desde que o desejasse. Caso os sintomas fossem considerados mentais ele deveria suspender, não só a tomada de glóbulos da 30aCH, mas a prova também, depois que os sintomas cessassem suas manifestações em roteiro protocolar α2. Era facultado ao provador, entretanto, continuar a prova, mesmo tendo revelado sintoma considerado mental. Segundo o roteiro α1, tendo esperado pelo fim da vigência dos sintomas, o provador deveria ainda aguardar mais sete dias livre de sintomas, para passar à fase seguinte, usando a 50a.dinamização CH. Com a 50aCH o provador deveria se comportar do mesmo modo, em roteiro α2 ou α1 e poderia, neste último caso, passar à 100aCH, caso manifestasse sintomas. Em roteiro β, depois de vinte e um dias provando medicamento, sem manifestar sintomas, o provador era aconselhado a usar a 12aCH. Continuando o roteiro β, ele deveria passar para a 6aCH. Caso denunciasse a presença de sintomas ele deveria optar pelo roteiro α e dar seqüência à prova.

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- II -

TABELA–01 Relação seqüencial dos medicamentos experimentados mostrando as potências CH que foram utilizadas, os provadores, o período e duração das provas. “V” e “B” foram as farmácias que forneceram ou auxiliaram na obtenção da medicação. O material assinalado com “t” foi aproveitado para elaboração de teses de conclusão de Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia.

MEDICAMENTO

POTÊNCIAS

PROVADORES

PERÍODO

DURAÇÃO

FONTE

USO EM TESE

01

Brom.

12ª, 30ª, 50ª

Ab, Aj, Cr, Tf

07/11/89 a 30/04/90

25s

V

02 Zinc. 6ª, 12ª, 30ª, 50ª, 100ª Ab, Aj, Cr, Tf 17/05/90 a 15/08/90 13s V t

03 Plb. 30ª, 50ª, 100ª Ab, Aj, Cr 31/08/90 a 21/09/90 3s,1d V t 04 Merc. 6ª, 12ª, 30ª, 50ª, 100ª Ab, Aj, Cr, Ro, Si 28/03/91 a 30/05/91 9s,1d V t 05 Ars. 6ª, 12ª, 30ª, 50ª Ab, Aj, Cr, Ro, Si 20/05/91 a 21/08/91 9s V t 06 Alum. 6ª, 12ª, 30ª, 50ª Ab, Cr, Ro, Si 27/08/91 a 14/10/91 7s V t 07 Sel. 6ª, 30ª, 50ª Ab, Aj, Cr, Ro 25/12/91 a 14/03/92 14s, 2d V 08 Graph. 12ª, 30ª, 50ª Ab, Aj, Cr 08/05/92 a 30/08/92 16s, 3d V t 09 Borx. 6ª, 12ª, 30ª, 50ª, 100ª Aj, Co, Cr, Dn, Eg, Rb 14/10/92 a 01/03/93 20s V t 10 Cob. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cr, Dn 08/03/93 a 15/06/93 14s, 2d V 11 Nicc-met. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cr, Dn, Ol, Zn 05/08/93 a 03/09/93 4s, 2d V 12 Lith-c. 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cr, Ol, Pr 10/02/94 a 20/05/94 10s V 13 Iod. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cq, Cr, Me, Ol, Pr 25/05/94 a 17/08/ 94 12s, 1d V t 14 Arg-met. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cq, Cr, Pr, Ol 19/08/94 a 06/12/94 15s, 5d V t 15 Tell. 7ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cr, Ol 06/01/95 a 30/04/95 16s, 3d V 16 Calad. 12ª, 30ª Ab, Aj, Cr, Me 09/05/95 a 06/06/95 4s, 1d V 17 Mang-ac. 6ª, 12ª, 30ª Aj, Be, Co, Cr, Fe, Me, Ol, Pi, Pr 05/12/95 a 22/04/96 19s, 6d V t 18 Thal-met. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Ba, Be, Cr, Co, Pi 16/05/96 a 24/06/96 5s, 5d V 19 Vanad. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Ba, Be, Co, Cr, Fe, Pi 19/08/96 a 20/09/96 4s, 5d V 20 Titan. 6ª, 12ª, 30ª Ab, Ba, Be, Cr, Pi 08/10/96 a 09/11/96 4s, 5d V 21 Act-sp. 12ª Ba, Cr, Fr 25/03/97 a 31/03/97 1s V 22 Guaj. 1ª, 30ª Ab, Aj, Be, Cr 01/04/97 a 08/05/97 5s, 3d V 23 Calc-s. 4ª, 6ª, 12ª, 30ª Aj, Ba, Be, Co, Cr, Fe, Fr 09/05/97 a 24/06/97 6s, 5d V 24 Calc-f. 9ªD, 5ª, 6ª, 30ª Ab, Aj, Ba, Be, Co, Cr, Fr 02/07/97 a 26/07/97 3s, 4d V 25 Kalm. 3ª, 6ª, 30ª Ab, Aj, Ba, Be, Co, Cr, Fr 07/08/97 a 07/09/97 4s, 4d V 26 Abrot. 1ª, 12ª, 30ª Ab, Co, Cr, Fe, Fr 15/09/97 a 15/10/97 4s, 3d V 27 Ant-met. 30ª Ab, Aj, Ba, Be, Co, Cr, La, Lo, Pr, Sr 26/01/98 a 09/02/98 2s, 1d B 28 Tung-met. 1ª, 12ª, 30ª Ab, Aj, Co, Cr, Fe, Fr, La, Lo, Pe, Pi, Pr 10/02/98 a 11/03/98 4s, 2d V 29 Tant-met. 30ª Ab, Ba, Co, Cr, Cs, Lo, Pe, Pi, 12/03/98 a 30/03/98 2s, 5d V 30 Thor-met. 30ª Ba, Be, Co, Cr, Fe, Lo, Pi, Pr 31/03/98 a 04/05/98 5s, 1d V 31 Mag-met. 30ª Ab, Be, Co, Cr, Fr, La, Lo, Pi, Pr 05/05/98 a 02/06/98 4s, 1d B 32 Lith-met. 30ª Ab, Cr, Lo, Pr 14/07/98 a 05/08/98 3s, 2d B 33 Irid-met. 30ª Ab, Aj, Be, Cr, Lo, Pi, Pr 03/06/98 a 13/07/98 5s, 6d B 34 Zirc-met. 30ª Ba, Be, Cr, La, Lo, Pr 06/08/98 a 07/09/98 4s, 5d B 35 Col-met. 30ª Ab, Ba, Be, Co, Cr, Lo 08/09/98 a 05/10/98 4s B 36 Bor-met. 30ª Be, Cr, Lo, Pr 06/10/98 a 02/11/98 4s B 37 Gal-met. 30ª Ab, Aj, Be, Cr, Fe, Lo, Pr 03/11/98 a 30/11/98 3s, 6d B 38 Rhodi. 30ª Aj, Be, Co, Cr, Fe, Lo, Pr 04/12/98 a 15/01/99 6s, 4d V 39 Guaj. X e Y Ab, , Ba, Be, Ca, Co, Cr, Pr, Vi 27/01/99 a 30/03/99 9s V 40 Moly-met. 30ª Ab, Aj, Ba, Be, , Co, Cr, Fe, Fr, La, Pe, Pi, Pr 02/04/99 a 27/04/99 3s, 5d TOTAL 322s, 4d

OBS.: 1) Para este trabalho nem todos os registros das provas de Guaj.(39ª) e de Moly-met. (40ª) foram utilizados. “X” assinala a condição da 30ª diluição centesimal preparada sem sucussões. “Y” é o mesmo que 30ª CH. 2) V = Homeopatia Vitae; B = Farmácia Homeopática Bezerra de Menezes.

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- II -

O intervalo era de sete dias entre o uso de uma e outra potência na mesma prova, depois de cessados os sintomas, e de vinte e um dias para passar a outra prova, depois da cessação dos sintomas, considerando-se dois medicamentos distintos. Os glóbulos eram acondicionados em frascos escuros, de vidro, protegidos de cheiros, de umidade e de sol. O registro dos sintomas foi feito pelos próprios provadores e as reuniões semanais de estudos foram disponibilizadas para eventuais discussões de problemas. O provador deveria valorizar os sonhos como material a ser registrado e deveria se abster de julgar os sintomas, se patogenésicos ou não. Ele deveria anotá-los todos. Mesmo que lhe fossem familiares. Se ocorresse alguma condição especial, como gravidez, influência de susto, de grande alegria, de pesar, ou outra, bem como de mudança de hábito, como variações importantes em alimentação, sono, vestuário, moradia, ou outra, ela deveria ser registrada. Durante a prova, o desaparecimento de sintomas familiares foi considerado material digno de ser anotado. Optou-se pelo uso de glóbulos e não pelo uso de gotas por comodidade de manipulação do medicamento, tendo-se em vista a obtenção de um grau suficiente de pequenez da dose. Em 1991, o protocolo recomendava o uso sublingual inicial de dose única constituída de um ou dois glóbulos número sete, antes de se usar uma dose de dois ou três desses glóbulos várias vezes ao dia, por quatorze dias ou até a produção de sintomas. Sugeriu-se a possibilidade de algum provador, voluntariamente, provar a terceira CH ou mesmo potências mais baixas, decimais até, se o caso fosse o de uma substância atóxica em seu estado natural. O intervalo entre uma e outra experimentação passaria agora a ser de quatorze dias. A experimentação de uma substância considerada poderia ser feita com ou sem quaisquer conhecimentos de

suas características ou peculiaridades, bem como de quaisquer referências patogenésicas a ela atribuídas. Do provador era esperado controle do próprio processo emocional como condição de saúde para participar da experimentação. A partir de 1993, o provador era aconselhado a manter o uso dos glóbulos mesmo que surgisse sintoma, desde que ele o tolerasse. Considerou-se importante aconselhar despreocupação quanto a formulações de quesitos especiais para registro de modalidades. Passou-se a recomendar o uso das 30aCH, 12aCH e 6aCH, nessa ordem, invariavelmente, para todos os provadores, inicialmente em dose de dois glóbulos em única tomada e, se fosse o caso, de quatro a seis vezes ao dia, desde que não houvesse inicial produção de sintomas. O medicamento deveria ser veiculado em glóbulos número sete, em vidro de dez gramas repleto dos glóbulos de sacarose, embebidos duas vezes com três gotas em cada embebição. A partir de meados de 1996, recomendou-se redobrada atenção às fugazes e suaves alterações sensoriais de ocorrência precoce. Passou-se a provar o medicamento por até vinte e um dias, em quatro semanas de prova. Optou-se por um período de um mês de observação por imitação do que habitualmente ocorre em infecções simples naturais, que em média não passam de um mês, desde o contágio até o seu término. Comparou-se a influência dinâmica artificial medicamentosa a uma doença natural contagiosa simples, com um curso semelhante ao de uma gripe, por exemplo. Para a experimentação, tanto quanto possível, seriam disponibilizadas a 30aCH, a 6aCH, a 3aCH, a 2aCH ou a 1aCH, de modo que cada provador fizesse uso sublingual de dois glóbulos, de quatro a seis vezes ao dia, por até sete dias, considerando-se uma dinamização em particular, sempre a partir da 30aCH em

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um período de até vinte e um dias de uso do medicamento. Se houvesse produção de sintomas desapareceria a necessidade de se passar para outra dinamização e, se fosse tolerável, o provador poderia prolongar o uso dos glóbulos ao longo das três semanas.

Em 1997, aconselhou-se o provador, enquanto terapeuta, a acompanhar diariamente os pacientes medicados, anotando-se os sintomas que surgissem após o uso da medicação, durante uma ou duas semanas, quanto possível, para exercício e ampliação da capacidade de observar e para registro de eventuais percepções patogenésicas, agora na terapêutica também. Ao longo desse ano, recomendou-se ainda a valorização das Patogenesias, estudadas em Matérias Médicas Puras Terciárias, como instrumentos de revelação, de modo que elas pudessem ser abordadas mais com sentimento do que intelectualmente, quando solicitou-se que menos ênfase fosse dada a métodos racionais de estudo de matéria médica. Finalmente, em 1997, para estudo de medicamentos e valorização do fenômeno patogenésico na terapêutica, aconselhou-se atenção aos casos que encerrassem, minimamente, o registro de uma evolução característica de “Primeira Prescrição” segundo a Lição XXXVI de Filosofia Homeopática de J.T.Kent.

Em 1998, doze provas foram feitas. O trabalho de experimentação passou a ser coordenado em atmosfera mais reflexiva do GRUPEH. Nesta fase nenhuma informação esteve disponível para o grupo sobre as propriedades medicinais das substâncias provadas. Os provadores continuaram sabendo o que estavam provando.

Não se usou placebo e nem se valorizou como positiva a condição de cego nas provas do CED e do GRUPEH.

Em 1998, aconselhou-se como suficiente o uso da 30aCH, preferencialmente em uma única dose sublingual de um glóbulo número sete no

primeiro dia e um período de observação de até um mês.

O provador foi orientado a ter atenção especial a eventuais mudanças em seu psiquismo, modo de pensar e de sentir, quanto ao que se convencionou chamar de Mudança Reativa - MR. A mesma atenção recaiu sobre os Sonhos- PES-S. O experimentador que exibisse Mudança Reativa ou manifestasse Sonhos deveria questionar se algum elemento desses quadros, sendo cultivado e aperfeiçoado por ele em sua vida, poderia se tornar fator de auto-promoção humana (para ele próprio). Também deveria observar se a experimentação lhe proporcionava alguma sensação de bem estar.

Muito mais enfática se fez a orientação para o provador aplicar na clínica o medicamento, com a similaridade que sua própria prova lhe proporcionasse, na condição de Patogenesia reveladora, através dos sentidos, do conhecimento necessário e suficiente para a eleição de homeopaticidade.

Em 1998, nenhum resultado de prova foi sistematicamente discutido.

Nenhum provador necessitou deixar de fazer ou abandonar a prova por eventual adoecimento.

Nenhum provador necessitou deixar de provar ou abandonar a experimentação por necessitar de algum eventual tratamento, desde que o uso terapêutico de algum medicamento homeopático fosse feito razoavelmente distante do momento inicial da prova. Tais interferências nas provas deveriam ser evitadas mas, se necessárias, não deveriam impedir que elas se realizassem e, nesse caso, deveriam ser registradas.

Também se permitiu a realização de outra e segunda prova de medicamento no mês destinado à primeira prova, por um ou outro provador, por iniciativa própria, depois da segunda semana da primeira prova, uma vez esgotada a fase de maior produção de sintomas da experimentação anterior.

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O princípio geral adotado para embasar essas orientações foi o que determina o comportamento que duas ou mais influências têm ao competirem pelo mesmo organismo: a mais forte suprime ou destrói a mais fraca.

Também adotou-se o princípio geral de que o medicamento homeopático dinamizado e suficientemente potente é mais forte influência sobre o organismo que as demais influências naturais.

As ocorrências e vivências do provador continuaram a ser valorizadas, dispensando-se quaisquer julgamentos das mesmas.

Posteriormente, um integrante do grupo de provadores passou, ele próprio, a dinamizar a substância da prova, tendo o provador Cr dinamizado Rhodium metallicum da 6aCH à 30CH, com cem sucussões braçais nas diluições centesimais de uma gota da solução em noventa e nove gotas de álcool 96 graus GL.

De um modo geral o provador participou de freqüentes reflexões sobre as influências benéficas das experimentações em seu estado de saúde. Em 1999, o grupo de provadores, na condição de cego, se dispôs a experimentar Guajacum officinale, como Substância X e Y, sem uso de placebo. A escolha do medicamento foi feita por uma farmacêutica que o revelou ao final da prova. Enquanto Substância X, Guajacum officinale foi disponibilizado para uso, diluído, sem ser sucussionado, em diluições centesimais até a trigésima, preparado por farmacêutica que atendeu pedido do coordenador e provador Vi para esta prova . Enquanto Substância Y, Guajacum officinale foi disponibilizado em 30aCH, preparado pelo provador Cr hahnemannianamente com cem sucussões braçais por diluição centesimal. Esta prova se deu em nove semanas: um mês para uso da Substância X ou Y e outro mês, o subseqüente, para uso da Substância Y ou X, conforme o que foi usado no primeiro mês. No mês de abril provou-se Molybdenium metallicum 30aCH, que foi

dinamizado a partir da 6aCH pelo provador Cr. Em 1999, o provador foi recomendado, desde que necessário, a fazer diário de suas vivências marcantes e registrar as manifestações de seu próprio psiquismo para disponibilizá-las como registro de prova.

Os sintomas foram registrados e avaliados sem preocupação em setorizá-los como mentais, dos olhos, do estômago, da bexiga, etc. Todos os sintomas foram avaliados na condição de totalidade e de representantes da unidade do indivíduo.

Para o presente trabalho considerou-se duas qualidades de manifestação dos sintomas. Uma, de Perturbação de Estado de Saúde – PES e outra, de Estado Mórbido Idiossincrásico - EMI. Evidentemente que EMI é um sintoma PES, porém muito mais assemelhado a uma entidade clínica mórbida, que se distancia de um estado de perturbação sensorial facilmente tolerável para se constituir em limitação para o provador, de grau leve – EMI-L, de grau moderado EMI-M e de grau intenso – EMI-I. As PES, que embora fossem linguagens apropriadas a disfunções de determinados setores do organismo, foram consideradas EMI quando tornaram-se linguagem de outras partes para os quais eram estranhas. Os sintomas foram divididos, segundo manifestações de Vigília e Sono e manifestações de Sonhos, em Perturbações Sensoriais – PS e em Sonhos –S, respectivamente.. Os sintomas foram classificados em Estados Antigos – EA, modificados ou não, e em Mudanças Reativas – MR. Os sintomas EA são estados familiares ao provador e foram marcados como Estados Antigos – EA se anteriores a quaisquer participações em Patogenesias, em Estados Antigos Patogenésicos – EA p, que são estados familiares ao provador mas que produzidos em Patogenesias e Estados Antigos Patogenésicos Comuns - EApc, que são estados familiares ao provador, comumente produzidos por ele em

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experimentações, modificados ou não. A condição MR do sintoma serve para identificar aquele sintoma que convive com mudança de atitude ou de comportamento do provador. O estado MR foi identificado como de Observação Própria – MR op - ou como de Observação de Terceiros – MR ot. Além disso, se o sintoma foi identificado depois de sua manifestação, por expediente de revisão, ele foi marcado como Leitura do Próprio Psiquismo e recebeu o sinal LPP. Todos os sintomas foram avaliados quanto à condição essencial de semelhança entre eles, recebendo no caso de positividade de semelhança a marca SS, de Signatura Semelhante. Essa marca também foi usada para marcar sintomas de mesma signatura manifestados em outras matérias médicas. O sintoma SS ainda foi avaliado em sua condição patogenésica reveladora e marcado com o símbolo ACV se demonstrou Ampliação de Consciência de Virtude. Os sintomas foram estudados segundo o dia e período de sua manifestação, segundo o seu provador e a potência do medicamento usada. Se houve Efeito Curativo o sintoma foi marcado com EC. Se ocorreu a oportunidade de uso terapêutico do medicamento, com resultado capaz de contribuir para ampliação de seu entendimento, a prova foi assinalada com RT, de Resultado Terapêutico, e se houve Resultado Terapêutico Curativo com RTC. Se o sintoma apareceu repetido, de forma positiva, negativa ou alterada, ele foi marcado com SR. As provas também foram assinaladas com PES, EMI, PES>EMI e EMI>PES, se os sintomas registrados foram todos eles PES, todos eles EMI, se foram PES em sua maioria e se foram EMI em sua maioria, respectivamente. Os estudos concomitantes de Matéria Médica Terciária incluíram ou não os medicamentos experimentados e, até 1997, exploraram de forma marcante recursos metodológicos racionais de estudo das Patogenesias. Os estudos se dividiram

em estudos Grupais ou Individuais de Matéria Médica Terciária, para posterior apresentação ao grupo ou para outros fins. De 1997 em diante, eles continuaram a ser feitos mas com menor exploração de recursos metodológicos racionais, buscando-se percepção com mais sentimento da qualidade reveladora das Patogenesias. Nenhum mapa individual de sintomas foi necessário e indispensável para integrar ou confirmar o provador na experimentação.

Nenhum exame médico ou avaliação homeopática do candidato a provador foi necessário para permitir que ele provasse medicamentos. Em nenhuma vez se lançou mão de recursos laboratoriais como índice de avaliação de saúde dos provadores.

Nenhuma restrição a idade foi feita ao provador para participar de provas. O provador assinou termo concordando em participar das provas e em que declarou estar ciente das repercussões de uma experimentação homeopática, com esses critérios, em sua saúde. O provador sempre foi entusiasmado a ter uma postura íntima de confiança, de auto-promoção e facilitadora da produção de sintomas. Sempre foi, inclusive, entusiasmado a orar e a pedir ao Senhor da Vida que pudesse manifestar sintomas como forma de favorecer a humanidade enferma.

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RESULTADOS

DEM-XX

Segundo Tab. 02 - Percentual de provas com Signatura Semelhante SS e com Ampliação

de Consciência de Virtude: ACV.

97,5%

de Provas com SS

80%

de Provas com ACV

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TABELA-02 Relação seqüencial de provas com respectivas durações mostrando a produção de sintomas PES: Perturbação de Estado de Saúde; EMI: Estado Mórbido Idiossincrático; S: Sonho; EC: Efeito Curativo; MR: Mudança Reativa; EA: Estado Antigo patogenésico (p) ou patogenésico comum (pc); SS: Signatura Semelhante e ACV: Ampliação de Consciência de Virtude.

SS ACV

MEDICAMENTOS

DURA-ÇÃO

PES

TOTAL

EMI

TOTAL

SONHO TOTAL

EC

TOTAL

MR

TOTAL

EA

(EAp EApc)

PES-PS

EMI

PES-S

PES-PS

PES-S

01 Brom. 25s 81 4 4 0 1 10 15 1 1 02 Zinc. 13s 36 0 11 1 8 5 9 11 2 10 03 Plb. 3s, 1d 10 0 5 1 3 1 6 3 1 04 Merc. 9s, 1d 88 0 18 1 10 5 9 5 3 05 Ars. 9s 35 0 9 0 2 1 3 10 6 5 06 Alum. 7s 35 0 4 0 6 4 10 1 1 2 07 Sel. 14s 2d 71 5 13 0 6 3 1 3 1 08 Graph. 16s, 3d 20 1 5 0 2 2 5 2 3 2 09 Borx. 20s 57 1 18 0 17 2 1 9 10 Cob. 14s, 2d 50 1 15 0 0 11 3 10 1 5 11 Nicc-met. 4s, 2d 71 11 17 0 27 6 5 11 3 12 Lith-c. 10s 30 6 4 0 8 2 13 Iod. 12s, 1d 49 0 7 1 2 0 42 7 4 1 14 Arg-met. 15s, 5d 124 1 10 0 7 2 12 5 1 2 15 Tell. 16s, 3d 36 3 1 2 3 1 7 1 1 16 Calad. 4s,1d 120 3 9 1 13 9 5 1 4 17 Mang-ac. 19s, 6d 195 11 44 4 25 8 21 10 17 19 18 Thal-met. 5s, 5d 38 2 13 1 10 1 19 Vanad. 4s, 5d 74 9 15 0 23 4 4 4 2 1 20 Titan. 4s, 5d 56 2 11 1 13 2 1 1 21 Act-sp. 1s 5 1 0 1 2 0 1 22 Guaj. 5s, 3d 23 2 3 1 4 0 9 23 Calc-s. 6s, 5d 22 3 1 1 10 1 2 24 Calc-f. 3s, 4d 39 1 8 0 3 4 3 2 25 Kalm. 4s, 4d 43 1 5 0 11 0 2 26 Abrot. 4s, 3d 23 2 7 0 7 5 1 1 27 Ant-met. 2s, 1d 49 1 15 1 5 0 4 9 1 1 28 Tung-met. 4s, 2d 46 1 6 0 1 2 21 1 4 1 1 29 Tant-met. 2s, 5d 30 0 16 0 1 1 3 12 1 1 30 Thor-met. 5s, 1d 55 3 12 0 6 8 3 7 2 31 Mag-met. 4s, 1d 57 1 14 2 6 5 8 14 1 32 Lith-met. 3s, 2d 44 0 5 1 7 4 8 7 2 33 Irid-met. 5s, 6d 12 2 2 0 9 0 2 2 1 34 Zirc-met. 4s, 5d 42 0 6 2 4 2 11 4 2 35 Col-met. 4s 20 0 6 2 2 6 2 3 2 36 Bor-met. 4s 65 0 10 1 4 6 34 8 1 1 37 Gal-met. 3s, 6d 34 2 9 0 3 7 9 1 8 38 Rhodi. 6s, 4d 56 1 4 0 8 13 15 5 3 39 Guaj. 9s 175 14 51 6 12 9 28 1 20 6 2 40 Moly-met. 3s, 5d 168 9 56 4 20 21 51 5 51 6 2

TOTAl

322s, 4d

2.284

104

468

35

317

173

371

11

251

136

65

%

62,40%

95,65%

4,35%

19,60%

1,47%

13,27%

7,24%

15,54%

0,46%

10,51%

5,70%

2,72%

OBS.: 62,40% é o percentual de tempo produtivo (total das durações das provas em relação ao tempo disponibilizado para as mesmas de 07/11/1989 a 27/04/1999). Os demais percentuais foram calculados segundo o total 2.388 de sintomas de todas as provas.

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- II -

TABELA–03-A Contagem da produção semanal de sintomas PES: Perturbação do Estado de Saúde e EMI: Estado Mórbido Idiossincrásico.

SEM. 2ª

SEM. 3ª

SEM. 4ª

SEM. 5ª

SEM.

MEDICAMENTO

S

DURAÇÃ

O PES EMI PES EMI PES EMI PES EMI PES EMI

01 Brom. 25s 15 02 33 01 05 0 12 0 15 01 02 Zinc. 13s 07 0 01 0 04 0 02 0 0 0 03 Plb. 3s, 1d 03 0 01 0 02 0 0 0 -------- -------- 04 Merc. 9s, 1d 18 03 18 0 02 01 0 0 04 01 05 Ars. 9s 04 0 10 0 02 0 0 0 0 0 06 Alum. 7s 08 0 02 0 03 0 0 0 06 0 07 Sel. 14s 2d 22 0 22 0 01 01 03 0 07 01 08 Graph. 16s, 3d 10 01 04 0 07 0 02 0 0 0 09 Borx. 20s 24 0 06 0 05 0 0 0 0 0 10 Cob. 14s, 2d 41 01 05 0 01 0 0 0 0 0 11 Nicc-met. 4s, 2d 49 03 20 08 02 0 0 0 0 0 12 Lith-c. 10s 10 03 04 03 06 01 05 01 02 0 13 Iod. 12s, 1d 10 0 07 01 0 0 0 0 0 0 14 Arg-met. 15s, 5d 23 0 17 0 05 0 02 01 01 0 15 Tell. 16s, 3d 19 01 08 02 06 0 0 0 01 0 16 Calad. 4s,1d 115 03 06 0 01 0 0 01 0 0 17 Mang-ac. 19s, 6d 127 09 55 02 10 0 02 01 02 0 18 Thal-met. 5s, 5d 22 01 03 01 0 0 0 0 0 0 19 Vanad. 4s, 5d 68 09 02 0 0 0 0 0 0 0 20 Titan. 4s, 5d 60 01 02 0 0 0 0 0 0 0 21 Act-sp. 1s 04 03 -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- 22 Guaj. 5s, 3d 27 02 01 0 0 0 0 0 0 0 23 Calc-s. 6s, 5d 21 02 0 0 0 0 0 0 0 0 24 Calc-f. 3s, 4d 34 0 04 0 01 01 0 0 -------- -------- 25 Kalm. 4s, 4d 36 01 07 0 0 0 0 0 0 0 26 Abrot. 4s, 3d 14 03 02 0 0 0 0 0 0 0 27 Ant-met. 2s, 1d 49 01 10 0 0 0 0 0 -------- -------- 28 Tung-met. 4s, 2d 33 0 01 0 0 0 0 0 0 0 29 Tant-met. 2s, 5d 23 0 5 0 0 0 -------- -------- -------- -------- 30 Thor-met. 5s, 1d 33 01 20 02 0 0 0 0 0 0 31 Mag-met. 4s, 1d 20 01 05 0 0 0 0 0 0 0 32 Lith-met. 3s, 2d 05 0 06 02 02 0 0 0 -------- -------- 33 Irid-met. 5s, 6d 36 0 06 0 0 0 0 0 0 0 34 Zirc-met. 4s, 5d 34 0 03 0 02 0 0 0 0 0 35 Col-met. 4s 10 01 04 01 04 0 0 0 -------- -------- 36 Bor-met. 4s 32 0 23 0 09 0 0 0 -------- -------- 37 Gal-met. 3s, 6d 29 02 05 0 0 0 0 0 0 0 38 Rhodi. 6s, 4d 25 0 07 0 07 0 02 0 0 0 39 Guaj. 9s 98 07 40 04 21 05 10 05 02 03 40 Moly-met. 3s, 5d 83 04 61 04 17 02 0 0 -------- --------

TOTAL

PES = 1940 EMI = 122

322s, 4d

1301

65

436

31

125

11

40

9

38

6

OBS.: Para essa contagem somente foram utilizados os registros de provas que assinalaram os sintomas segundo o dia em que foram produzidos.

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- II -

TABELA-03-B

Contagem da produção semanal de sintomas SS: Signatura Semelhante, incluindo os ACV: Ampliação de Consciência de Virtude que são SS especiais.

1ª SEM.

2ª SEM.

3ª SEM.

4ª SEM.

5ª SEM.

MEDICAMENTO

S

Duração ACV SS ACV SS ACV SS ACV SS ACV SS

01 Brom. 25s 01 02 01 10 0 0 0 01 0 03 02 Zinc. 13s 05 07 01 01 03 04 02 02 0 0 03 Plb. 3s, 1d 01 02 0 0 0 0 0 0 -------- -------- 04 Merc. 9s, 1d 01 04 0 03 0 0 0 0 0 0 05 Ars. 9s 0 0 03 02 0 0 0 0 0 0 06 Alum. 7s 0 02 0 0 01 01 0 0 0 01 07 Sel. 14s 2d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 03 08 Graph. 16s, 3d 03 01 0 0 01 01 01 0 0 0 09 Borx. 20s 0 08 0 02 0 0 0 0 0 0 10 Cob. 14s, 2d 04 10 01 02 01 01 0 0 0 0 11 Nicc-met. 4s, 2d 02 12 01 02 0 01 0 0 0 0 12 Lith-c. 10s 0 0 0 0 0 0 0 0 01 0 13 Iod. 12s, 1d 01 06 0 0 0 0 0 0 0 0 14 Arg-met. 15s, 5d 0 02 01 04 0 01 0 0 0 0 15 Tell. 16s, 3d 0 06 0 0 0 02 0 0 0 01 16 Calad. 4s,1d 03 04 0 0 0 0 0 0 0 0 17 Mang-ac. 19s, 6d 12 12 13 04 0 01 0 0 01 01 18 Thal-met. 5s, 5d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 19 Vanad. 4s, 5d 02 05 01 0 0 0 0 0 0 0 20 Titan. 4s, 5d 02 01 0 0 0 0 0 0 0 0 21 Act-sp. 1s 0 01 -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- 22 Guaj. 5s, 3d 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 23 Calc-s. 6s, 5d 01 02 0 0 0 0 0 0 0 0 24 Calc-f. 3s, 4d 0 05 0 0 0 0 0 0 -------- -------- 25 Kalm. 4s, 4d 0 02 0 0 0 0 0 0 0 0 26 Abrot. 4s, 3d 02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 27 Ant-met. 2s, 1d 02 15 0 04 0 0 0 0 -------- ------- 28 Tung-met. 4s, 2d 02 15 0 01 0 0 0 0 0 0 29 Tant-met. 2s, 5d 01 09 01 03 0 0 --------- --------- --------- --------- 30 Thor-met. 5s, 1d 02 08 0 01 0 0 0 0 0 0 31 Mag-met. 4s, 1d 01 15 0 01 0 0 0 0 0 0 32 Lith-met. 3s, 2d 0 01 0 03 01 02 0 0 -------- -------- 33 Irid-met. 5s, 6d 01 12 0 02 0 0 0 0 0 0 34 Zirc-met. 4s, 5d 02 10 0 01 0 01 0 0 0 0 35 Col-met. 4s 01 01 0 02 01 01 0 0 -------- -------- 36 Bor-met. 4s 03 22 0 15 0 07 0 0 -------- -------- 37 Gal-met. 3s, 6d 0 15 0 02 0 0 0 0 0 0 38 Rhodi. 6s, 4d 0 12 0 04 02 02 0 01 0 0 39 Guaj. 9s 05 36 02 15 02 11 0 0 0 0 40 Moly-met. 3s, 5d 06 61 0 31 01 17 0 0 -------- --------

TOTAL

ACV = 78 SS = 383

322s, 4d

36

203

25

115

13

52

3

4

1

9

OBS.: Para essa contagem somente foram utilizados os registros de provas que assinalaram os sintomas segundo o dia em que foram produzidos.

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- II -

TABELA-03-C

Contagem da produção semanal de sintomas EC : Efeito Curativo e MR : Mudança Reativa

1ª SEM.

2ª SEM.

3ª SEM.

4ª SEM.

5ª SEM.

MEDICAMENTOS

Duração

EC MR EC MR EC MR EC MR EC MR

01 Brom. 25s 0 01 0 0 0 0 0 0 0 0 02 Zinc. 13s 0 0 01 01 0 0 0 0 0 0 03 Plb. 3s, 1d 01 02 0 0 0 0 0 0 -------- -------- 04 Merc. 9s, 1d 01 0 0 02 0 0 0 0 0 0 05 Ars. 9s 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 06 Alum. 7s 0 03 0 01 0 0 0 0 0 01 07 Sel. 14s 2d 0 02 0 02 0 0 0 01 0 0 08 Graph. 16s, 3d 0 01 0 0 0 0 0 01 0 0 09 Borx. 20s 0 03 0 01 0 03 0 0 0 0 10 Cob. 14s, 2d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 Nicc-met. 4s, 2d 0 22 0 08 0 01 0 0 0 0 12 Lith- c. 10s 0 03 0 03 0 02 0 0 0 0 13 Iod. 12s, 1d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14 Arg-met. 15s, 5d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 Tell. 16s, 3d 0 03 0 0 0 0 0 0 0 0 16 Calad. 4s,1d 01 03 0 0 0 0 0 0 0 0 17 Mang-ac. 19s, 6d 01 12 02 13 0 0 0 0 0 0 18 Thal-met. 5s, 5d 0 02 0 01 0 0 0 0 0 0 19 Vanad. 4s, 5d 0 22 0 0 0 0 0 0 0 0 20 Titan. 4s, 5d 01 12 0 0 0 0 0 0 0 0 21 Act-sp. 1s 01 02 -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- 22 Guaj. 5s, 3d 0 04 0 0 0 0 0 0 0 0 23 Calc-s. 6s, 5d 0 09 01 0 0 0 0 0 0 0 24 Calc-f. 3s, 4d 0 03 0 0 0 0 0 0 -------- -------- 25 Kalm. 4s, 4d 0 10 0 01 0 0 0 0 0 0 26 Abrot. 4s, 3d 0 04 0 0 0 0 0 0 0 0 27 Ant-met. 2s, 1d 0 03 01 02 0 0 0 0 -------- -------- 28 Tung-met. 4s, 2d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 Tant-met. 2s, 5d 0 0 0 0 0 0 -------- -------- -------- -------- 30 Thor-met. 5s, 1d 0 03 0 03 0 0 0 0 0 0 31 Mag-met. 4s, 1d 02 04 01 01 0 0 0 0 0 0 32 Lith-met. 3s, 2d 0 0 01 0 0 0 0 0 -------- -------- 33 Irid-met. 5s, 6d 0 08 0 01 0 0 0 0 0 0 34 Zirc-met. 4s, 5d 01 06 01 01 0 01 0 0 0 0 35 Col-met. 4s 02 01 0 0 0 01 0 0 -------- -------- 36 Bor-met. 4s 01 01 0 01 0 02 0 0 -------- -------- 37 Gal-met. 3s, 6d 0 03 0 0 0 0 0 0 0 0 38 Rhodi. 6s, 4d 0 0 0 0 0 02 0 0 0 0 39 Guaj. 9s 02 08 02 01 0 01 0 0 0 0 40 Moly-met. 3s, 5d 02 10 01 10 0 01 0 0 -------- --------

TOTAL EC = 27 MR = 277

322s, 4d

16

180

11

53

0

14

0

2

0

1

OBS.: Para essa contagem somente foram utilizados os registros de provas que assinalaram os sintomas segundo o dia em que foram produzidos.

26

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- II -

TABELA-03-D Contagem da produção semanal de PES–S: Sonhos e de SR: Sintomas Repetidos.

1ª SEM.

2ª SEM.

3ª SEM.

4ª SEM.

5ª SEM.

MEDICAMENTOS

DURAÇÃO PES-S SR PES-S SR PES-S SR PES-S SR PES-S SR

01 Brom. 25s 01 01 03 0 0 0 0 0 0 0 02 Zinc. 13s 06 0 0 0 03 0 01 0 0 0 03 Plb. 3s, 1d 01 0 01 0 02 0 0 0 -------- -------- 04 Merc. 9s, 1d 08 05 05 01 0 0 0 0 0 0 05 Ars. 9s 0 0 02 0 0 0 0 0 0 0 06 Alum. 7s 0 0 02 0 0 0 0 0 0 0 07 Sel. 14s 2d 02 02 0 01 0 0 01 0 04 0 08 Graph. 16s, 3d 01 0 0 0 03 0 0 0 0 0 09 Borx. 20s 11 01 03 01 01 0 0 0 0 0 10 Cob. 14s, 2d 11 09 04 02 0 01 0 0 0 0 11 Nicc-met. 4s, 2d 11 08 02 03 01 0 0 0 0 0 12 Lith-c. 10s 01 01 03 0 0 0 0 0 0 0 13 Iod. 12s, 1d 02 0 01 0 0 0 0 0 0 0 14 Arg-met. 15s, 5d 04 0 02 0 0 0 01 0 0 0 15 Tell. 16s, 3d 02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 Calad. 4s,1d 08 02 02 01 0 0 0 0 0 0 17 Mang-ac. 19s, 6d 16 09 05 07 0 01 0 0 01 0 18 Thal-met. 5s, 5d 09 0 01 0 0 0 0 0 0 0 19 Vanad. 4s, 5d 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 Titan. 4s, 5d 08 0 0 0 0 0 0 0 0 0 21 Act-sp. 1s 0 0 -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- 22 Guaj. 5s, 3d 04 0 0 0 0 0 0 0 0 0 23 Calc-s. 6s, 5d 01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 24 Calc-f. 3s, 4d 06 0 0 0 0 0 0 0 -------- -------- 25 Kalm. 4s, 4d 05 03 0 0 0 0 0 0 0 0 26 Abrot. 4s, 3d 08 0 0 0 0 0 0 0 0 0 27 Ant-met. 2s, 1d 17 02 02 01 0 0 0 0 -------- -------- 28 Tung-met. 4s, 2d 06 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 Tant-met. 2s, 5d 10 01 03 0 0 0 -------- -------- -------- -------- 30 Thor-met. 5s, 1d 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 31 Mag-met. 4s, 1d 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 32 Lith-met. 3s, 2d 0 0 02 0 0 0 0 0 33 Irid-met. 5s, 6d 10 0 01 0 0 0 0 0 0 0 34 Zirc-met. 4s, 5d 05 0 0 0 01 0 0 0 0 0 35 Col-met. 4s 04 0 01 0 01 0 0 0 -------- -------- 36 Bor-met. 4s 05 0 03 01 02 0 0 0 -------- -------- 37 Gal-met. 3s, 6d 07 01 01 0 0 0 0 0 0 0 38 Rhodi. 6s, 4d 04 0 01 0 02 0 01 0 0 0 39 Guaj. 9s 24 06 16 0 09 0 04 0 01 0 40 Moly-met. 3s, 5d 31 07 22 01 05 01 0 0 -------- --------

TOTAL PES-S = 417 SR = 79

322s, 4d

285

57

88

19

30

03

08

00

06

00

OBS.: Para essa contagem somente foram utilizados os registros de provas que assinalaram os sintomas segundo o dia em que foram produzidos.

27

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- II -

TABELA–03-E Contagem semanal dos sintomas EA: Estados Antigos

1ª SEM.

2ª SEM.

3ª SEM.

4ª SEM.

5ª SEM.

MEDICAMENTOS

DURAÇÃO EA EA EA EA EA

01

Brom.

25s 05

03

0

0

0 02 Zinc. 13s 0 0 0 01 0

03 Plb. 3s, 1d 0 0 0 0 ----------

04 Merc. 9s, 1d 02 02 01 0 0 05 Ars. 9s 0 0 0 0 0 06 Alum. 7s 02 01 01 0 0 07 Sel. 14s 2d 01 02 0 0 0 08 Graph. 16s, 3d 01 0 0 0 0 09 Borx. 20s 02 0 0 0 0 10 Cob. 14s, 2d 11 0 0 0 0 11 Nicc-met. 4s, 2d 05 01 01 0 0 12 Lith-c. 10s 01 01 0 0 0 13 Iod. 12s, 1d 0 0 0 0 0 14 Arg-met. 15s, 5d 01 01 0 0 0 15 Tell. 16s, 3d 02 0 01 0 0 16 Calad. 4s,1d 07 01 0 0 0 17 Mang-ac. 19s, 6d 08 0 0 0 0 18 Thal-met. 5s, 5d 01 0 0 0 0 19 Vanad. 4s, 5d 04 0 0 0 0 20 Titan. 4s, 5d 02 0 0 0 0 21 Act-sp. 1s 0 ---------- ---------- ---------- ----------

22 Guaj. 5s, 3d 0 0 0 0 0 23 Calc-s. 6s, 5d 0 01 0 0 0 24 Calc-f. 3s, 4d 03 0 02 0 ----------

25 Kalm. 4s, 4d 0 0 0 0 0 26 Abrot. 4s, 3d 05 0 0 0 0 27 Ant-met. 2s, 1d 0 0 0 0 ---------- 28 Tung-met. 4s, 2d 01 0 0 ---------- ----------

29 Tant-met. 2s, 5d 01 0 0 0 0 30 Thor-met. 5s, 1d 07 01 0 0 0 31 Mag-met. 4s, 1d 05 0 0 0 0 32 Lith-met. 3s, 2d 0 0 0 0 ----------

33 Irid-met. 5s, 6d 03 0 0 0 0 34 Zirc-met. 4s, 5d 02 0 0 0 0 35 Col-met. 4s 06 0 01 0 ---------- 36 Bor-met. 4s 03 01 02 0 ----------

37 Gal-met. 3s, 6d 06 01 0 0 0 38 Rhodi. 6s, 4d 03 01 01 0 0 39 Guaj. 9s 05 02 02 01 01 40 Moly-met. 3s, 5d 07 05 05 0 ----------

TOTAL EA = 157

322s, 4d

113

24

17

2

1

OBS: Para essa contagem somente foram utilizados os registros de provas que assinalavam os sintomas segundo o dia em que foram produzidos.

28

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- II -

0

2

4

6

8

10

12

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25

Du ração e m Se manas

de

Pro

va

s

Em 3516 dias foram realizadas 40 provas grupais de medicamentos, de sete de novembro de 1989 a 27 de abril de 1999. O tempo considerado produtivo foi de 2258 dias, equivalente a 64,2% do tempo disponibilizado ( DemI).

DEM- 1

Segundo Tab. 02 Tempo disponibilizado para as provas e tempo produtivo: total de duração das provas.

As provas que duraram de 4 a 5

semanas, por iniciativa protocolar, corresponderam a 57,9% das provas de três a seis semanas, que se deram principalmente depois de meados de 1996, e a 27,5% de todas as provas (DemII).

DEM-II Segundo Tab. 02 27,50% das provas duraram

entre 4 e 5 semanas. 57,9% das provas de 3 a 6 semanas duraram entre 4 e 5 semanas

95,65% dos sintomas foram classificados como PES, 4,35% como EMI (DemIII).

DEM-III Segundo Tab. 02 Comparação entre sintomas PES: Perturbação

de Estado de Saúde e EMI: Estado Mórbido Idiossincrásico

DEM-III-Act-sp. Segundo Tab. 02 Comparação entre sintomas PES e EMI na

prova de Actea spicata

Os sonhos S foram 19,60% dos

sintomas e 20,50% dos PES. Os sintomas PES-PS se constituíram em 79,50% dos PES (Dem IV).

2284

104

-112

388

888

1388

1888

2388

PES EMI

To

tal

de S

into

mas

27,50%

de provas de 4 a

5 semanas

Total de Provas

1

5

0

1

2

3

4

5

6

PES EMI

To

tal

de

Sin

tom

as

3516

2258

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Tempo Disponibilizado Tempo Produtivo

Dia

s

64,2%

57,9%

de provas de 4 a 5 semanas em

provas de 3 a 6 semanas

Total 2.388 de Sintomas

EMI

4,35%

PES

95,65%

Total de Sintomas da Prova Act-sp.

16,70%

83,30% PES

E M I

29

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- II -

DEM-III-Brom. Segundo Tab. 02

Comparação entre sintomas PES e EMI na prova de Brom.

DEM-IV Segundo Tab. 02

Estudo comparativo entre a freqüência dos sintomas PES-S: Sonhos; PES-PS: Perturbações Sensoriais da vigília e

sono e EMI: Estados Mórbidos Idiossincrásicos.

DEM-IV (Continuação) Segundo Tab. 02

Estudo comparativo entre a freqüência dos sintomas PES-S: Sonhos; PES-PS: Perturbações Sensoriais da vigília e

sono e EMI: Estados Mórbidos Idiossincrásicos.

DEM-V Segundo Tab.-02

Estudo comparativo entre a freqüência dos sintomas EC: Efeito Curativo; MR: Mudança Reativa e EA: Estado Antigo

Total de Sintomas da prova Brom.

EM I

4,7%

PES

95,3%

SONHOS=

468

-112

388

888

1388

1888

2388

PES-S

To

tal

de S

into

mas

Total de Sintomas

19,60%

4,35%

76,05%

PES-S

EM I

PES-PS

Sonhos

468

-216

284

784

1284

1784

2284

To

tal de S

into

mas P

ES

Total de Sintomas PES

20,50%

79,50%

PES-S

PES-PS

4

81

-5

5

15

25

35

45

55

65

75

85

PES EMI

Tota

l d

e s

into

mas

2388

35

1,46%

0

100

200

300

400

500

EC

Tot

al d

e S

into

mas

MR

301

12,60%

-112

388

888

1388

1888

2388

To

tal

de

Sin

tom

as

EA

173

7,24%

-112

388

888

1388

1888

2388

Tota

l de

Sint

omas

30

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- II -

Os sintomas EC, EA e MR foram, respectivamente, 1,46%, 7,24% e 12,60% dos sintomas (DemV).

26,50% dos sintomas foram estudados na qualidade de reveladores indiretos da virtude curativa, como sintomas de Signatura Semelhante-SS. Eles foram avaliados em 27,23% dos PES-PS (DemVI).

DEM-VI Segundo Tab. 02

Estudo dos Sintomas SS: Signatura Semelhante segundo o total de sintomas e o total de sintomas PES:

Perturbação do Estado de Saúde

Em provas do último ano esse percentual apareceu como 47,42%.

53,63% dos sintomas Sonhos foram SS e 10,57% dos EMI foram SS(Dem.VII).

85% das provas revelaram SS em (DemXI).

Os ACV ocorreram em 5,69% do total dos sintomas ( Dem.VIII), em 31,75% dos SS Tab 02), em 5,95% dos PES-PS, em 13,90% dos PES-S (Dem IX) e em 80% das provas (Dem XX). 55% das provas manifestaram ACV em Sonhos ( Dem XXI). O percentual de ACV cresceu de 17,7 para 25% da primeira para a terceira semana ( Dem XIV).

Tomados conjuntamente, os sintomas EC, MR e SS constituíram um índice M E S que representou 37,22% dos sintomas (DemX).

95% das provas revelaram sintomas no primeiro dia (DemXI).

10% das provas revelaram EMI no primeiro dia (DemXII).

53,10% dos sintomas foram produzidos na primeira semana e 25,40% na segunda (DemXIII).

53,00% dos SS foram produzidos na primeira semana.

Os sintomas MR e EC se manifestaram mais densamente nas duas primeiras semanas ( DemXV).

71,8% dos EA foram encontrados na primeira semana (Dem XIX).

Na contagem semanal a relação média de SR/SS foi de 21 (±4)% (DemXVI).40% das provas revelaram SR ( Dem XXIII).

Os Sonhos apareceram mais freqüentemente nas duas primeiras semanas. 39,65% dos SS estiveram em sonhos. 53,63% dos Sonhos revelaram SS (Dem XVIII).

97,5% das provas revelaram SS (Dem XX). 85% das provas revelaram SS em sonhos.

Total de Sintomas

73,50%

26,50%

de SS

Outros

Total de Sintomas PES

27,23%

72,77%

de SS

Outro

s

SS

633

26,50%

-112

388

888

1388

1888

2388

Tota

l de

Sint

omas

SS

633

-216

284

784

1284

1784

2284

To

tal

de

Sin

tom

as

P

ES

31

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- II -

DEM-VII Segundo Tab. 02

Estudo comparativo entre os sintomas SS: Signatura Semelhante,

PES-S: Sonhos e EMI: Estado Mórbido Idiossincrásico

DEM-VIII Segundo Tab. 02

Estudo dos sintomas ACV: Ampliação da Consciência de Virtude, segundo o total de sintomas e os sintomas

PES: Perturbação do Estado de Saúde.

SS

11

-16

4

24

44

64

84

104

To

tal

de

EM

I

136

-216

284

784

1284

1784

2284

ACV

To

tal

de P

ES

Total de PES

6,00%

de ACV em PES

1365,69%

-112

388

888

1388

1888

2388

ACV

Tota

l d

e S

into

ma

s

SS

251

53,63%

-32

68

168

268

368

468

To

tal

dos

Son

hos

Total de EM I

10,57% de SS em EMI

Total de PES-S

53,63%de SS

em PES-S

5,69% de

ACV

Total de Sintomas

32

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- II -

DEM-IX Segundo Tab. 02

Estudo da relação entre os sintomas ACV: Ampliação da Consciência de Virtude, os sintomas PES: Perturbação do Estado de Saúde e os sintomas PES-S: Sonhos. Os sintomas ACV-S são

os ACV produzidos em sonhos.

DEM-X Segundo Tab. 02

Estudo do índice MES: Melhora do Estado de Saúde segundo o total de sintomas. (MES=EC+ MR +SS)EC: Efeito Curativo;

MR: Mudança Reativa; SS: Signatura Semelhante

5,95%

de ACV em total de PES

1365,95%

-216

284

784

1284

1784

2284

ACV

Tota

l d

e S

in

to

ma

s P

ES

37,22%

MES EM TOTAL

DE SINTOMAS

37,22%

889

-112

388

888

1388

1888

2388

MES

To

tal

de S

into

mas

65

13,90%

-32

68

168

268

368

468

ACV - S

To

tal

de

So

nh

os

35

304

550

-111

89

289

489

689

889

EC MR SS

Tota

l M

ES

Total de M E S

34,19%

2,16%

61,88%

EC

MR

SS

Total de Sintomas PES-S

13,90%ACV-S

33

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- II -

DEM-XI Contagem Semanal –Seg. Tab. 03-B

Provas que demonstraram sintomas no primeiro dia.

DEM-XII Contagem Semanal Segundo Tab. 03-B

Estudo da Produção de Sintomas do 1º dia

DEM-XIII Segundo Tab. 03-A Estudo da produção semanal

de sintomas PES: Perturbação do Estado de Saúde e EMI: Estado Mórbido Idiossincrásico.

38

0

10

20

30

40

Total de Provas que demostraram sintomas no 1º dia

To

ta

l d

e P

ro

va

s

95%

Provas que demonstraram sintomas no 1º dia

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ACV - 1º dia SS - 1º dia MR - 1º dia EC - 1º dia

To

tal

de P

rova

s

37,50%

7,50%

20%

53%

ACV - 1º dia

SS - 1º dia

MR - 1º dia

EC -1 º dia

4

3895%

10%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

PES EMINo 1º dia

To

tal

de P

rov

as

1301

125

31

436

65 11 40 9 38 6

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

PES EMI PES EMI PES EMI PES EMI PES EMI

1ª SEM. 2ª SEM. 3ª SEM. 4ª SEM. 5ª SEM

SIN

TO

MA

S

E M I / SEMANA

25,40%

53,10%

9,20%

4,90%

7,40%

1ª Sem.

2ª Sem.

3ª Sem.

4ª Sem.

5ª Sem.

PES / SEMANA2,00%2,10%

6,50%

22,50%

67,10% 1ª Sem.

2ª Sem.

3ª Sem.

4ª Sem. 5ª Sem.

SINTOMAS / SEMANA

2,14%

66,25%

2,38%

6,60%

22,65%

1ª Sem.

2ª Sem.

3ª Sem.

4ª Sem5ª Sem.

34

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- II -

DEM-XIV Segundo Tab. 03-B Estudo da produção semanal de

sintomas SS: Signatura Semelhante, incluindo os ACV: Ampliação de Consciência de Virtude que são SS especiais.

DEM-XV

Seg. Tab. 03-C Estudo da produção semanal de MR: Mudança Reativa e EC: Efeito Curativo

DEM-XVI Seg. Tab. 03-B e Tab. 03-D – Relação entre

SR: Sintoma Repetido e SS : Signatura Semelhante SR / SS= 0,21 (79 / 370 = 0,21)

203

36

115

25

52

134 3 9 1

25,0

% d

os S

S

1,00

%

13,5

0%

21,

00%

dos

SS30

,00%

17,7

0% d

os S

S

53,0

0%

75%

dos

SS

2,30

%

1,00

% d

os S

S

-17

33

83

133

183

233

283

333

383

SS ACV SS ACV SS ACV SS ACV SS ACV

1ª Sem 2ª Sem. 3ª Sem. 4ª Sem. 5ª Sem.

Tot

al S

S

2062

13,58

% do SS

9,84%

sinto

mas

2,5% si

ntomas

52

115

20353

,00%do

s SS

5,58%

sinto

mas

30,03

% do SS

2,76%

sinto

mas

72,15

% dos S

R

3,80%

do SR

0,15%

sintom

as

24,5%

do SR

0,92%

sinto

mas

57

193

0

50

100

150

200

250

300

1ª Sem.(SS, SR) 2ª Sem. (SS, SR) 3ª Sem. (SS, SR)

180

65%

53

19, 1

0%

14

5,1

0%

2

0,7

0%

1

0,3

6%

-23

27

77

127

177

227

277

MR

1 2 3 4 5

1ª Sem. 2ª Sem. 3ª Sem. 4ª Sem. 5ª Sem.

16

59

%

11

41

%

-3

2

7

12

17

22

27

EC

1ª Sem. 2ª Sem.

78

20,30%

-7

71

149

227

305

383

ACVTo

tal

de

Sin

tom

as

SS

d

e

co

nta

ge

m s

em

an

al

201

136

65

10,27%21,40%31,75%

0

50

100

150

200

250

ACV ACV (PES-P S) ACV (P ES-S)

Tota

l Ger

al d

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ntom

as S

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g. T

AB

.-02

35

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- II -

DEM – XVII

TABELA -04

EVOLUÇÃO DE SIGNATURA SEMELHANTE

PRESENÇA PERCENTUAL DE SS EM 13 DAS 14 ÚLTIMAS PROVAS

SS

N ª DE PROVA VALOR NUMÉRICO PERCENTUAL

TOTAL DE SINTOMAS

27 13 26,00 50

28 26 55,32 47

29 15 50,00 30

30 10 17,24 58

31 22 37,92 58

32 15 34,09 44

37 04 28,57 14

34 15 35,71 42

35 05 25,00 20

36 42 64,62 65

32 18 50,00 36

38 20 35,09 57

40 107 59,78 179

Total

312

47,42

658

Relação SS/Total segundo: 01- Tab.-04 = 47,42% 02: Em Bromium ( 1ª prova ) = 18,82% 03: Total de Sintomas = 26,51 % OBS: 1- Não foi feita discussão grupal para identificação de SS na prova nº 39 até a data deste trabalho. 2- A Signatura Semelhante tende a aumentar nas provas em serviço de Auto-patogenesias.

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- II -

DEM-XVIII

Segundo Tab. 02 e 03-D – Estudo dos Sonhos e sua produção de Signatura Semelhante: SS

DEM-XIX Segundo Tab. 03-E – Estudo dos sintomas

EA: Estado Antigo, segundo contagem semanal Índice Geral de EA / Sintomas = 0,072

Índice DEM XIX – EA / Sintomas = 0,076

DEM-XXI Segundo Tab. 02 Presença de Signatura Semelhante: SS e de Ampliação de Consciência de Virtude: ACV em Sonhos

DEM- XXII Seg. Tab. 03-D – Percentual de provas (40%) que revelaram SR: Sintoma Repetido. Comparar com percentual de provas (97,5%)

que revelaram SS: Signatura Semelhante. (DEM-XX)

85%

de Provas com SS em Sonhos

55%

de Provas com ACV em Sonhos

40%

SR em 40% das Provas

1 2 3 4 5 6

285

68,3

%

88

21,1

%

30

7,2

%

8

2,0

%

5

1,4

%

-33

17

67

117

167

217

267

317

367

417S

onhos

em

conta

gem

se

manal

1 2 3 4 5 6

1ª Sem. 2ª Sem. 3ª Sem. 4ª Sem 5ª Sem..

SONHOS

1 2 3 4

113

71,8%

24

15,3%

17

11%

2

1,2%

-3

17

37

57

77

97

117

137

157

EA

1 2 3 4

1ª Sem. 2ª Sem. 3ª Sem 4ª Sem..

25153,63% dos sonhos c/ SS

-32

18

68

118

168

218

268

318

368

418

468

Tot

al

de

Son

ho S

egun

do T

AB

.-02

1 2

SS em Sonhos

251

39,65% de

SS estão em

Sonhos

-67

33

133

233

333

433

533

633

SS

G

era

l S

eg

. T

ab

.02

1 2Sonhos

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- II -

DISCUSSÃO

O aprendizado com a Experiência é sabedoria que se expande, multiplicando possibilidades de expressão como uma semente faz sua árvore. Encontra correspondência no aprendizado com a observação da Natureza.

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- II -

1 – Observação da Experiência Em 9 anos e seis meses de tempo

disponibilizado para provas grupais no CED o tempo produtivo foi de 64,2%. Considerando-se o último ano, este percentual foi de 90% refletindo evolução na capacidade de aproveitamento do tempo disponibilizado. Isso se deu às custas da redução do intervalo entre uma e outra prova e também da simplificação do protocolo. Maior ou menor valorização do diário de expressões do psiquismo e do modo de sentir do provador interferem em proporção direta na apreciação do tempo produtivo. O número de provas anuais cresceu progressivamente até doze em 1998, uma por mês. A partir de meados de 1996, passou-se a considerar que uma influência patogenésica dinâmica poderia ter a duração aproximada a de um susto, como influência, para a maioria das pessoas. Ou como a de uma doença miasmática aguda, como o sarampo. De fato, de um modo geral, as provas revelaram uma população de sintomas mais numerosa, senão inteiramente presente, nas primeira, segunda e terceira semanas de experimentação ( Dem XIII).

Não há grandes dificuldades na valorização de sintomas de uma segunda prova, depois de uma primeira da qual se distancie alguns dias pois, depois de passado o período de maior produtividade de sintomas, já em fase de esgotamento da influência dinâmica do primeiro medicamento, a influência do segundo, mais forte, supera a influência do primeiro, anulando-a ou modificando-lhe a residual produção. Mesmo que o provador entre em uma segunda prova com sintoma iniciado em prova anterior e ainda em atividade. Nesse caso, no segundo experimento, em período de esgotamento da influência do primeiro medicamento, não há dificuldades para valorização das modalidades. A modificação do quadro passa a expressar o valor do sintoma. Sobretudo se tal sintoma for um EA. E em serviço de Auto-patogenesia todo sintoma tende a ser um

EA. No modo de pensar e no modo de sentir do provador é que residem, de fato, os elementos de signatura da virtude, indicadores da vocação de remédio do medicamento. Então, nesse caso, já que o sintoma tende a ser um EA, a importância maior recai sobre aquilo que o modifica ou que tende a modificá-lo.

Não fosse assim não seria possível, segundo novo status morbi, antidotar uma má evolução clínica com o quadro em movimento (modificação do quadro). Por isso, por exemplo, é possível distinguir em uma pessoa gripada, sintomas decorrentes de um susto pelo qual ela tenha passado (modificação do quadro). A má evolução está para a gripe e para a atividade da primeira prova assim como o susto está para a influência imaterial da nova virtude medicamentosa, tanto no antidotismo como na segunda prova. Até porque, em serviço auto-curativo, sintomas de representação física são drenadores na evolução da enfermidade total e fundamentalmente imaterial, razão pela qual uma enfermidade, nesse ponto evolutivo, é mais susceptível de ser modificada pela influência de uma virtude. A situação é como a de uma doença aguda que, em geral, pode ser curada mais facilmente, com uma ou poucas doses apropriadas do medicamento homeopático. É como, ainda, a da corporeidade (que está para a “gripe”) em sua relação com o contexto espiritual (que está para a “virtude medicamentosa”)no ser enfermo. De fato, em estágio de puro espírito (que está para a virtude ou verdadeira saúde) não há corporeidade (que está para a enfermidade drenadora).

Em geral, um susto não suprime por longo período uma gripe. Uma pessoa, quase sempre, não deixa de manifestar gripe, a não ser por muito pouco tempo, para evoluir o susto como influência mais forte e voltar a manifestar uma gripe simples, evoluindo-a do ponto interrompido pelo susto, somente depois que ele se esgota. Nessa situação a gripe se modifica pelo susto, depois de fugazmente

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reprimida, e continua sua trajetória impregnada temporariamente por novos e diferentes sintomas: os atribuídos ao susto. E, se sua atividade não estiver terminando, desse modo evoluirá até que a influência aguda do susto se esgote. O susto, como influência mais potente que a gripe, porém de duração mais fugaz, consegue se impor à evolução da gripe. Do mesmo modo como age a virtude positiva (que está para o“susto”) impondo-se sobre a atividade da enfermidade natural (que está para a “gripe”). Do mesmo modo como, a princípio, a semente da virtude viceja em meio à enfermidade drenadora através de modificações reativas de comportamento, que depois se confirmam como mudanças favoráveis de atitude. Do mesmo modo como aparecem sintomas drenadores que depois se confirmam como superficialização da enfermidade na evolução curativa. Do mesmo modo como surgem os sintomas novos, idiossincrásicos, sob influência do medicamento dinâmico, pedindo outra leitura de similitude através da consideração do novo status morbi(15).

Influências que competem por um mesmo organismo enfermo reprimem ou destroem a enfermidade, desde que dessemelhantes ou semelhantes a sua totalidade sintomática representativa, respectivamente. Antes, modificam-lhe a expressão natural nesse processo. A modificação dos sintomas caminham para a cura da enfermidade se há promoção da semelhança. Caso contrário, em regime de dessemelhança, adultera-se a linguagem natural da enfermidade, enquanto age a influência diferente. Nesse caso, a expressão sintomática torna-se complexa, uma espécie de terceira doença, cujos sintomas não correspondem mais à exata representação da enfermidade natural. Se a influência dessemelhante não for afastada, o auxílio à cura que para a doença natural é certo, deixa de ser racional para a arte médica homeopática.

Nem todo sintoma em um organismo enfermo submetido à ação de

influências dessemelhantes é representativo da enfermidade natural. Daí a necessidade de racionalidade para o tratamento, a fim de que a cura, caso ocorra, não se dê a esmo.

O provador hahnemanniano “sensível, de hábitos moderados e amante da verdade”* está para o enfermo cuja vitalidade é boa e que não apresenta destruição de órgão vital. Assim como sintomas de uma doença artificial medicamentosa (patogenésica) correspondem a sintomas artificiais devidos a uma influência dessemelhante que modifica e/ou reprime a doença natural do enfermo, tornando-a complexa.

Assim como a doença complexa é incurável racionalmente pela arte, pedindo que se anule o obstáculo à cura racional afastando-se a influência dessemelhante, a enfermidade aguda patogenésica se cura afastando-se do provador a causa excitante de perturbação de saúde. Para que sejam suaves as modificações do estado de saúde e discretos os acidentes mórbidos idiossincrásicos, a dose do medicamento deve ser “moderada até um certo ponto” pelas razões sintetizadas no parágrafo 137 da sexta edição do Organon.

Um provador pode ter sua saúde modificada por diferentes influências que, então, se tornam agentes medicamentosos. Quando a influência dinâmica medicamentosa for a de uma substância, ela prevalece sobre as demais por um certo tempo e, desde o contágio inicial, conforme a Lei Fisiopatogênica da Natureza, diminui em intensidade até se esgotar, se a prova for feita com os cuidados recomendados no parágrafo 137 da sexta edição do Organon. Entretanto, se o provador dinamizar essa influência medicamentosa com Ampliação de Consciência de Virtude e auto-promoção de saúde, ela não só dura mais tempo como também torna o provador instrumento de contágio dinâmico para outros indivíduos, como um propagador de virtudes. Esse

* Parágrafo 137. Organon da Medicina, sexta edição

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processo é a alquimia de promoção do bom. O contágio da virtude é comparável ao contágio de doenças. O segundo se deve ao primeiro, cuja potência é muito mais penetrante.

Assim como o provador se beneficia em serviço experimental de Auto-Patogenesias, o enfermo se beneficia com sua doença natural em serviço da auto-cura. Uma vez que o provador melhora a si mesmo em atitude de auto-promoção com a prova, de modo semelhante o enfermo expande méritos de cura se amplia auto-conhecimento, favorecendo-se com a enfermidade natural.

Assim como o estado de saúde natural do provador e suas operações orgânicas prevalece sobre a ação patogenésica da substância, o processo de cura deve ser considerado soberano sobre a influência dinâmica do medicamento. O médico deve, então, se conscientizar sobre eventuais modificações da enfermidade em sentido curativo e se elas estiverem presentes, mesmo que ele reconheça novos relevos sintomáticos, ele não deve interferir porque sua arte é serviço de auxílio a cura. Em movimento de cura não há pedido de ajuda da natureza individual do enfermo. O processo de cura pede respeito e não deve ser modificado por influências outras que não a do exercício da virtude colocada em questão pela enfermidade natural.

Um provador tende a disponibilizar seu psiquismo e modo de sentir para a produção de Auto-patogenesias em serviço experimental, com auto-promoção e melhora de saúde. Desse modo, seus sintomas são colhidos como se um diário fosse confeccionado. O provador observa que sua produção tende a ser fortemente impregnada de sintomas EA que se modificam conforme cada prova. Ele sente e sabe que algo familiar existe no sintoma disponibilizado. Nesse contexto residem os fundamentos da Psicologia Experimental. Em serviço de Auto-patogenesia o provador se capacita em observação da totalidade peculiar representativa de uma

enfermidade e, em exercício clínico, ele se convence da fidedignidade reveladora da prova. Bem, do universo sensorial do provador o medicamento fala de sua vocação de remédio, em processo de produção de sintomas auto-semelhantes. Essa doença artificial, produzida com os cuidados recomendados por Hahnemann, não necessita de tratamento com efeitos dinâmicos de substâncias medicamentosas. Além disso, em processo terapêutico curativo, se sintomas surgirem sugerindo a existência de novo status morbi, o médico deve se lembrar que, se está havendo cura, o novo status não é da doença e sim da saúde e deve aguardar sem interferir. Tais sintomas não são representativos da doença natural do enfermo. São representativos de doença artificial como o são os patogenésicos.

Porque a virtude foi criada perfeita, a movimentação do trabalho curativo, de retorno à harmonia, prevalece sobre a inércia do vício da virtude. Tanto no enfermo, que através do conjunto de sintomas delineia o caminho de auxílio a cura, quanto no indivíduo saudável, que é capaz de conservar sua saúde, recobrando-a depois de eventual e temporariamente alterada. O processo de cura é então soberano. Tanto em relação ao processo de mudança do estado de saúde e seus acidentes (sintomas) quanto em relação a eventuais mudanças de medicamentos que o médico faz em regime de auxílio a cura, segundo as necessidades do estado de saúde. O trabalho de auto-cura, a cura, é soberano sobre a ação de um agente medicinal considerado e pode perfeitamente ser auxiliado por mais de um medicamento, um por vez de forma racional, sem que se altere ou deixe de existir. Além do mais esse trabalho faz muito com muito pouco de auxílio(19).

Os sintomas de maior valor nos experimentos estudados apareceram precocemente. Do modo como eles foram feitos e observados esses sintomas foram PES e não EMI e apareceram mais nas duas primeiras semanas. Depois a presença

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deles entrou em declínio e, na quarta semana, quase não apresentou mais expressividade. Esse comportamento foi geral (DemXIII). Então os sintomas EMI e os quadros clínicos mórbidos, considerados drenadores e tardios, de potência menor, devem ser considerados mais em suas modalidades ou modificações. A expressividade deles muda mais facilmente. De uma para outra prova, uma nova influência, com potência mais forte, reprime ou destrói a ação da anterior (primeira) e modifica o sintoma auto-semelhante que, integrante do terreno do provador, foi apenas colocado em vigência pelo primeiro medicamento. Mesmo porque os EMI, apesar da condição de representantes de menor expressividade da virtude, podem aparecer precocemente em função de constituições particulares, idiossincrásicas, dos provadores. De modo semelhante, antes de se considerar um sintoma EMI como precocemente produzido em uma prova, melhor e mais prudente é se contar como sintomas as suas modificações, porque ele pode ser ou decorrência drenadora da doença natural crônica do provador “saudável” ou decorrência drenadora de uma doença aguda artificial anterior. De qualquer modo ele não deve ser excluído.

A expressividade dos sintomas PES é maior que a dos EMI. Eles são a voz da virtude em ação e melhor representam a expressividade de sua potência.

Assim, não é necessário excluir do serviço de Auto-patogenesias o provador que se torna “enfermo”. Com bom senso essa questão se resolve, caso a caso.

A classificação de sintomas em PES-PS, EMI-PS e EMI-L em poucas ocasiões gerou algumas dificuldades que foram contornadas quando se observou que o sinal EMI recaiu sobre aquelas condições que, assemelhadas a entidades clínicas, limitaram a atividade dos provadores e foram mal suportadas. Mas mesmo que bem suportadas foram condições que limitaram o provador em seu dia a dia. Por outro lado o sinal PES-PS recaiu sobre

aquelas condições que, mesmo intensas, mas suportáveis e não limitantes, representaram linguagem correspondente ao setor do organismo que se manifestava. Assim, por esse critério, sensação de náusea ou vômito, em “estômago”, quase sempre recebeu o sinal PES-PS. Náusea e vômito é linguagem compatível com “estômago”, nem sempre mórbida mas, em muitas circunstâncias, expressões próprias do estômago que trabalham em regime eficaz de compensação de saúde. Receberia o sinal EMI se fosse de difícil suportabilidade e limitante das atividades do provador ou se fosse sentida no “ovário”, por exemplo.

A partir de meados de 1996, as provas passaram a adotar mais vezes o tempo médio de 4 semanas e meia ou um mês, por orientação protocolar, em aprendizado com a Natureza. Com isso 47,5% de todas as provas foram feitas nos limites desse tempo. A prova que mais durou foi a primeira, quando a experiência do grupo era mínima. A que menos durou, a 21a, foi feita em uma semana ( DemII). Contudo, tanto uma quanto outra produziram elementos que, aplicados na clínica e nos estudos da Matéria Médica Terciária, revelaram-se úteis para eleição de homeopaticidade.

Os sintomas PES foram largamente mais presentes (95,65%) que os sintomas EMI (4,35%), em geral e em cada prova em particular (DemIII). Considerando o 116º parágrafo da 6ª edição do Organon, aqueles correspondem ao primeiro grupo de sintomas e esses ao terceiro. Nas manifestações de cada provador, em geral e em particular em cada prova, os sintomas PES também foram mais prevalentes que os sintomas EMI. Mesmo contando-se como EMI aqueles sintomas PES-PS duvidosos.

Os Sonhos, que apareceram mais freqüentemente nas duas primeiras semanas, contribuíram com significativa parcela de 19,60% dos sintomas. Ou seja, em cada cinco sintomas um deles foi Sonho ( Dem IV). 53, 63% revelaram SS

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(DemVII). Neles, o percentual de manifestação de ACV foi dilatado de 5,69 para 13,90% (DemIX). Então, contribuíram para melhorar a percepção de virtudes que, através deles, se manifestaram mais abundantemente. Os Sonhos são instrumentos de revelação de virtudes. 55% das provas revelaram ACV em Sonhos.

A ocorrência de EC foi da ordem de 1,46%, em quase seis anos de aproveitamento de tempo experimental, o que muito claramente demonstra a inutilidade de se tentar curar testando-se medicamentos a esmo e a necessidade de critérios racionais que otimizem a escolha de medicamentos com vocação de remédio para um caso em particular. Esse percentual simboliza essa obscuridade. Por outro lado simboliza também aquelas curas que são pretendidas a partir de movimentos de melhora parcial, localizadas e temporárias, qualidades desses EC, que geralmente não têm expressão da totalidade do indivíduo e mais se assemelham às expressões de paliação. São desprovidos de prévia agravação. Muito diversa é a reflexão quando os EC são levados em conta conjuntamente com outros índices de beneficiamento da saúde do provador, como os MR, EA e SS, considerando-se o serviço de Auto-patogenesias como um todo e não uma prova em particular. A presença deles também demonstra que provadores existem que podem participar das provas mesmo com manifestações mórbidas naturais em atividade (DemV).

Mudanças reativas - MR apareceram mais vezes que os EC, em 12,60% do total dos sintomas. Sinalizam movimento de qualidade não só no sentido de provável manifestação de sintoma patogenésico de certeza mas também no sentido de beneficiação da saúde do provador, agora como um todo, desde níveis profundos do sentir. Como se viu, são correlatos patogenésicos das Mudanças de Atitude na terapêutica.

Os EA foram contados 173 vezes, em 7,24% dos sintomas. São representantes patogenésicos dos Sintomas Antigos que retornam na terapêutica bem sucedida, quando da superficialização da enfermidade (DemV). Os sintomas estudados como EA, os familiares ao provador como Estados Antigos, nem sempre foram registrados. Muitas vezes estiveram presentes mas sobre eles pairaram preconceitos do provador, mesmo com a recomendação de se anotar, sem julgamentos. Classificados como EA, EA p e como EA pc foram úteis para se avaliar o movimento salutar do serviço de Auto-patogenesias. Em serviço de Auto-patogenesias os sintomas disponibilizados tendem a ser EA.

Ao índice de Melhora de Estado de Saúde – MES não se somou convenientemente a parcela de EA. Nas contagens, um mesmo sintoma podia ser contado mais de uma vez falseando avaliações quantitativas. Como um mesmo sintoma podia ser classificado como EC, EA,MR ou SS ele podia ser contado mais de uma vez. A contagem seletiva dos EA não foi feita nesse trabalho. Mesmo sem eles o índice M E S foi 37,22% do total de sintomas. Concorreram para esse índice, em cerca de 95%, os SS e os MR (DemX). Na clínica observou-se que MR, como semente de Mudança de Atitude e SS, como revelação indireta de virtude, de fato, são guias prognósticos de alta hierarquia no trabalho de auto-cura e de conquista de altos fins existenciais com auto-conhecimento. Com o índice MES obtido, entendeu-se que o serviço de Auto-patogenesias ensejou oportunidade de beneficiamento da saúde do provador através de 37,22% de sua disponibilização patogenésica. Entretanto, considerando-se que, consciente e voluntariamente, o provador pode se auto-promover com reforma de hábitos e de valores éticos, segundo a virtude sugerida ou ampliada em sua consciência, 37,22% de índice MES, como exuberante semente, muito facilmente pode se desenvolver e gerar

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benefícios variáveis, ampliados, segundo cada provador, em serviço de auto-cura.

Cerca de ¼ de todos os sintomas foram SS que surgiram em 97,5% das provas (DemXX). 53,63% dos Sonhos foram SS. 31,75% dos SS foram ACV. 53% dos sintomas do primeiro dia foram SS que, na maioria, ocorreram nas duas primeiras semanas. Em regime de adoecimento artificial e de aprendizado é indispensável que o médico se deixe afetar pela virtude ao passo que, em serviço de auxílio à cura, de auto-promoção e de influenciação positiva, é indispensável que o médico cultive a virtude naturalmente.

40% das provas revelaram SR (DemXXII). Os ACV são sintomas SS especiais de vez que revelam diretamente a virtude e foram 5,69% dos sintomas. 32 de 40 provas manifestaram ACV (DemXX). Eles devem ser tomados por revelação e compreendidos com sentimento, evitando-se racionalizá-los (DemVIII). Em Sonhos o percentual de manifestação de ACV foi dilatado para 13,90% (Dem.XIX).

A presença de SS em Sonhos, PES-S, revelou a importância dos Sonhos em Auto-patogenesias (Dem.VII). Por extensão, a capacidade de sonhar pode ser valorizada prognosticamente, à semelhança da tão útil e já conhecida valorização prognóstica dos processos resolutivos em Sonhos. Em Sonhos, 85% das provas manifestaram SS e 55% delas revelaram ACV. Por tropismo orgânico, por distúrbio sensorial ou por leitura da modalidade os sintomas EMI contribuíram para 10,57% dos SS (Dem.VII). 95% de todas as provas, já no primeiro dia, demonstraram sintomas (DemXI). O primeiro dia revelou comportamento semelhante ao comportamento geral das provas, segundo a classificação adotada para os sintomas. A precocidade das manifestações e sua importância para valorização dos sintomas como patogenésicos puderam ser avaliadas também na 21ª prova grupal, de

uma semana de duração, bem assim em provas individuais, como de Sabal serrulata e de Petroleum, que não foram aqui consideradas. Importância maior tem sido dada, no momento, à Matéria Médica Primária, de vez que nela reside conhecimento de certeza, compreendido com sentimento. Além do mais, para sua elaboração, o provador se auto-promove em serviço de observação e de auto-beneficiamento de saúde, com auto-conhecimento. Em seguida, a importância tem recaído sobre a Matéria Médica Secundária, grupal, que permite que o provador formule questionamentos a seu grupo sobre pontos duvidosos ou insuficientes para a sua compreensão, mais racional agora, do medicamento experimentado. Essa Matéria Médica enseja contato fácil e direto entre os provadores. Esse ambiente facilitador de compreensão tem a grande vantagem de inibir a produção de métodos individuais para entendimento racional do método patogenésico. Enquanto o aprendizado com as provas tende a ser método universal de compreensão, os métodos individuais e particulares tendem a ser sectaristas. A terceira instância de valorização das Matérias Médicas identifica o estudioso isolado do ambiente da experiência, seja por circunstâncias físicas ou culturais, seja por impedimentos temporais.

Freqüentemente, no primeiro e segundo dias de prova os sintomas já se fizeram sentir. Em um número razoável de vezes eles apareceram nas primeiras horas. Quase sempre eles foram mais presentes na primeira semana, mas nas primeira e segunda semanas, tomadas em conjunto, eles sempre foram mais freqüentes. Esse comportamento se repetiu em geral e em cada prova em particular (DemXIII). Repetiu-se ainda na produção atribuída a cada potência, quando do uso de potências diferentes na experimentação de um mesmo

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medicamento, mesmo naquelas que foram feitas com variação de doses. A constatação de sintomas com SS e com ACV freqüentemente mantiveram também comportamento semelhante: quando presentes foram mais prevalentes nas duas primeiras semanas (DemXIV).

Quando se considera o regime de disponibilização do modo de sentir e do psiquismo o provador relata e descreve em diário o que se passa com ele. Desse modo ele inicia o registro de auto-observações como sintomas produzidos pela experimentação. Em tais registros configura-se uma espécie confiável de precocidade de produção de sintomas. Esses sintomas muitas vezes têm a qualidade de EA e são PES-PS. Necessariamente não tem características de manifestações novas, inusitadas, nunca antes sentidas pelo provador. Freqüentemente não são EMI. Entretanto, quando se avalia toda a produção do provador, em regime de elaboração de Matéria Médica Primária, e quando se avalia a produção dos provadores do grupo, em regime de elaboração de Matéria Médica Secundária, fica evidente a confiável contribuição dessa disponibilização, tornada, desse modo, produção precoce. Esse processo de auto-observação e registro amplia a produtividade do provador que se habilita e se capacita ao longo de vários exercícios experimentais, tornando mais refinada a identificação das modalidades e modificações de seus sintomas EA. Ele então acrescenta a esse material os acidentes ou relevos naturais de sua existência bem como aqueles registros notáveis que lhe parecem novidade ou evidente modificação de seu estado de saúde, de aparência mórbida ou não, sem se descuidar de seus sonhos, e obtém a totalidade de sua produção. Se o provador se compenetrar de que o serviço de Auto-patogenesia o torna patrimônio da Humanidade ele não deixa de disponibilizar seu psiquismo e modo de sentir para a prova. Desse modo, não há

prejuízo para a revelação direta ou indireta da virtude curativa do medicamento porque o provador nem julga a qualidade dos sintomas nem se perturba em ter que encontrá-los, como se eles necessariamente tivessem que ser estranhos ao que lhe é familiar. Não é útil julgar se o sintoma é ou não é novo, se é ou não é intenso. Nem é necessário qualquer outro julgamento. O provador não precisa procurar sintomas em seu psiquismo. Em regime de prova o psiquismo do provador é, em si mesmo, a desejada produção. Evidentemente, que estados mórbidos naturais desenvolvidos pelos provadores também se tornam disponibilizados para a prova. Com os cuidados recomendados por Hahnemann, uma Auto-patogenesia, em regime de amor à Humanidade, distancia-se da produção de estados mórbidos. Entretanto, se eles acontecem, mais freqüentemente ocorrem em razão de modificações naturais no estado de saúde do provador. Menos freqüentemente são quadros mórbidos artificiais devidos à experimentação. De todos os modos devem ser aproveitados como se fossem produzidos pela influência dinâmica medicamentosa.

Nenhum provador passou a padecer de algum sofrimento que fosse atribuído às Patogenesias e em poucas vezes um provador abandonou a prova por sofrimento intolerável. (Aj em Guaj., Be em Calad., Co em Ant-met., Pi em Mang-ac., Me em Calad. e em Mang-ac. e Ma em Merc. ). Houve depoimentos sobre melhorias de estado de saúde dos provadores. Foram benefícios relacionados a manifestações de quadros antigos que se tornaram mais leves e suportáveis. O provador Cr, que não tem se submetido a outros tratamentos, era acometido de intensos processos clínicos de sinusites, com acentuado comprometimento do estado geral e capacidade laborativa. Hoje, poucas e suaves são as crises, que se limitam a fases congestivas facilmente suportáveis, afebris, seguidas de completa drenagem catarral dos seios paranasais. O provador Fe, a partir da prova de

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Tungstenium metallicum, em que vivenciou significativa Mudança Reativa de comportamento-MR, com profunda revisão sobre seus valores existenciais, incluindo Ampliação de Consciência de Virtude – ACV, relata que, em cada nova experimentação, com o que vivencia em sintomas, encontra favorecimentos auxilares para se auto-promover, melhorando seu estado de saúde. O provador Be, em suas observações na prova de Guajacum officinale de 1999, agradeceu à prova a oportunidade de ter participado dela, pelas repercussões favoráveis em seu estado de saúde. O provador Co, durante a prova de Molybdenium metallicum de 1999, relatou, alegremente, Mudança Reativa de comportamento- MR, incluindo em seu exemplo Ampliação de Consciência de Virtude-ACV. Muitas ainda foram as ocasiões que, na forma de sintomas, foram assinaladas com ACV, MR, SS ( Signatura Semelhante) ou EC (Efeito Curativo). De fato, aconteceram numerosas ocorrências de bem estar, mas também benefícios mais duradouros em estado de saúde. Em duas vezes, dois distintos provadores, em situações diferentes de quadros clínicos agudos, em 1998, modificaram as suas expressões de saúde com o exercício da prova. Esses provadores preferiram se submeter à prova a se tratarem e obtiveram melhora clínica (Ba e Fe ). Três provadores têm se submetido a regular tratamento homeopático ( Ba, Co, Fe). De um modo geral, não se fez restrição ao provador quanto ao uso de meios medicamentosos terapêuticos, homeopáticos ou não. Pediu-se, entretanto, relatos das intervenções e de seus resultados, curativos ou de alteração do estado de saúde. As intervenções homeopáticas, nem sempre relatadas, quando registradas, foram anotadas como provas individuais ( Cr com Ferrum metallicum, Petroleum e com Actea Spicata). Em 1988, o provador Co passou a se tratar homeopaticamente porque desenvolveu sintomatologia nova que até então nunca tivera. Também o

mesmo provador, ao longo de 1997 e de 1998, vem se submetendo a intervenções de TRVP (Terapia Regressiva de Vivências Passadas). Em 1999, o provador Fe, além de seu tratamento homeopático, recebeu bem sucedido tratamento convencional para engravidar

Quatro provadores experimentaram medicamentos estando grávidas, Pr em 1994 ( Lith-c. e Iod.), La em 1998 e 1999( Bor-met., Gal-met., Guaj. e Moly-met.), Ba em 1999(Guaj. e Moly-met.) e Fe em 1999 ( Moly-met.).

Situações distintas foram, por um lado, a de provadores que participaram eventualmente de uma prova ou de poucas e, de outro, a daqueles que provaram em espírito de serviço. Observou-se nítido progresso nos sucessivos registros e auto- observações. Em geral, inicialmente, o provador direcionou suas expectativas para a produção de sintomas EMI. Pouco a pouco, entretanto, ele se compenetrou de que a produção patogenésica está domiciliada nas manifestações de seu próprio psiquismo, em seu próprio modo de pensar e de sentir. Ele se convenceu da utilidade das anotações de suas vivências que são feitas como se faz anotações em diário. Esse comportamento evolutivo individual apresentou as mesmas características da evolução do comportamento grupal no serviço de Experimentação.

A valorização do sintoma disponibilizado pelo provador a partir de seu próprio psiquismo e de seu modo de sentir, que o anota como se confeccionasse um diário, é a vertente mais exuberante de sintomas, infelizmente ainda, tão menosprezada por incabíveis exigências técnicas e por injustificáveis preconceitos(9).

Também houve mudanças no uso de potências e de doses, evoluindo-se de uma fase inicial de uso das 6aCH, 12aCH, 30aCH, 50aCH e 100aCH, preferencialmente a partir da 30aCH, para o uso sublingual da 30aCH, em 1998, em dose única de um glóbulo número sete.

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Inicialmente, as doses foram usadas várias vezes ao dia por vários dias. Perseguia-se mais a produção de Estados Mórbidos Idiossincrásicos – EMI. De fato, poucas foram as vezes em que eles ocorreram. A presença de sintomas PES foi muito mais marcante, identificados no modo de pensar e de sentir habituais do provador e em sonhos. Essa realidade foi geral. Em cada prova em particular e no comportamento geral de cada provador a constatação foi a mesma: a produção PES foi significativamente superior à produção EMI. Ou seja, as Perturbações de Estado de Saúde poucas vezes se desenvolveram ao ponto de se apresentarem como Estados Mórbidos Idiossincrásicos. Optou-se pela 30aCH por recomendação hahnemanniana.

Sempre foi facultado aos provadores o expediente de completo acesso ao material experimentado, sem restrições de informações. Acreditou-se que tal ação facilitasse a expressão da Patogenesia, como é o caso da dieta e do regime de vida, que também são influências facilitadoras. Por sinal, o provador foi até recomendado a pedir a Deus que pudesse ser instrumento de revelação patogenésica do sintoma, através da perturbação de seu próprio estado de saúde. A intenção sempre foi a de facilitar a produção de sintomas pelo experimentador.

Nunca houve a preocupação quanto à produção intencional de um resultado falso positivo. Ora, com as intenções hahnemannianas sobre a experimentação dos efeitos puros dos medicamentos na alteração do estado de saúde do provador, esse tipo de desonestidade não tem lugar. Bem, se à honestidade do provador coubesse alguma reserva, quanto à imitação ou reprodução de sintomas já bem relacionados com o medicamento da re-experimentação, o provador deixaria de acrescentar alguma utilidade ao processo, mas não o prejudicaria. É que o saldo maior é a virtude, o fundamento da Arte. Em caso de

uma autêntica Patogenesia, quando nem se conhece para que fins terapêuticos homeopáticos serve uma substância medicinal, que validade teria a falsidade do provador? Além do mais, ao tempo e à vida sempre coube a reserva do mérito de cada um. A atitude de vigilância convém mais quando o movimento é de auto-vigilância. Como a prova terapêutica da produção experimental é o mais valoroso destino da Patogenesia, fica bem claro que nenhuma falsidade do provador será capaz de macular o incorruptível trabalho de auto-cura individual. Mais ainda, o melhor recurso de estudo do medicamento é a Auto-patogenesia. Ora, fica evidente que, fora do ambiente de Auto-patogenesia, não há melhor qualificação do sintoma que sua condição de Signatura Semelhante e até mesmo de Sintoma Repetido, combinada à positividade terapêutica, mesmo que não curativa em determinada ocasião. Se a construção depende do alicerce, melhor é confiar do que desconfiar. Melhor é animar e agradecer a contribuição do que exigir e perder valores.

A certeza do conhecimento, que é expressão da verdade, não está no juízo do técnico que não sente. Está no sentimento do provador. Ele a adquire sentindo e vivendo, sob a influência dinâmica do medicamento.

Se o provador é o próprio médico homeopata que deseja conhecer e se auto-promover, por que razão ele trairia a si mesmo?

Por outro lado, há aprendizado experimental também, como o demonstra a evolução de desempenho dos provadores. Começa-se tibiamente, em fase em que a necessidade de confirmação com um companheiro é muito grande. Como se a verdade da revelação individual do provador iniciante dependesse da confirmação do provador ao lado. Esse comportamento é tão notável nessa fase que muitas vezes o provador se comporta como se seu papel fosse o de provar o medicamento e de entregar os resultados

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para o coordenador do grupo de experimentação, sem ao menos guardar originais de seu diário de experimentação, sem ao menos testar na clínica o conhecimento que a Patogenia lhe revelou.

Hahnemann provou e testou na clínica. Ele valorizou a repetição de sintomas quando pôde, entretanto valorizou mais o conhecimento de certeza identificado a partir de suaves e notáveis registros em seu próprio modo de pensar e de sentir(13,14,15).

A troca de informações de resultados, a não ser em períodos fugazes, nunca foi expediente regular do grupo durante as provas. Em 1998, propositalmente, ela não aconteceu, porque a pesquisa se interessou pelo desenvolvimento e confirmação da segurança do provador como terapeuta, a partir de sua auto- observação em regime de Auto-patogenesia. O próprio grupo viu demonstrada a realidade da Auto-patogenesia na Jornada Docente de 1998. Nesse encontro evoluções terapêuticas de qualidade foram demonstradas com recursos de Matéria Médica Primária, sem prévias discussões grupais. Percebeu-se então, mais facilmente, que Auto-patogenesia não é simplesmente recurso de experimentação em que o provador é o próprio médico. Muito mais do que isso, é processo experimental de excelência para se obter conhecimento de certeza sobre os efeitos puros dos medicamentos, com auto-beneficiamento na saúde(15).

O que correntemente se prezou foi uma obstinada avaliação dos resultados clínicos. O aproveitamento dos casos clínicos para uso da produção patogenésica individual e grupal e para aplicação dos resultados de estudos de Matéria Médica Terciária sempre foi considerado fundamental para exercício das habilidades de observação do provador(11).

Até 1997, a valorização dos resultados terapêuticos levou em conta a utilização de uma Matéria Médica Terciária, mista, baseada em informações habitualmente disponíveis para o

homeopata, a partir de referência bibliográfica clássica, como a sugerida pela Associação Médica Homeopática Brasileira, AMHB, para os Cursos de Formação de Especialistas em Homeopatia. Até essa ocasião, o integrante do grupo associou o conhecimento experimental produzido nas provas do CED às informações disponíveis de Matéria Médica Terciária. Invariavelmente se confirmou nas Matérias Médicas Secundárias, em estudos comparativos através da leitura de signatura, as revelações patogenésicas já registradas nas Terciárias. As provas eram realizadas até então com medicamentos já conhecidos, com maior ou menor profundidade, em seus efeitos puros. As Patogenesias passaram a ser mais observadas como reveladoras da signatura do medicamento. Passaram a ser melhor consideradas como método mais apropriado de estudo de medicamento e do adoecimento. Menos importância passaram a ter os métodos individuais de estudo de Matéria Médica Terciária. As Patogenesias passaram a ser mais sentidas(8). A tendência crescente foi valorizar a Patogenesia em síntese e em sua habilidade reveladora de conhecimento, em signatura. Agindo desse modo, o trabalho de observação clínica ganhou renovada expressão porque ficou muito mais nítida a sua utilidade como elemento de ampliação de entendimento das revelações patogenésicas.

A partir de 1998, os estudos passaram a ser feitos, prioritariamente, com material relativa ou absolutamente desconhecido em seus efeitos patogenésicos. Os resultados das provas passaram a ser mais valorizados e sentidos em suas benéficas interferências no estado de saúde dos provadores, na promoção das habilidades de observação dos mesmos e na melhoria da qualificação homeopática do médico. O provador, a partir das alterações de seu próprio estado de saúde, passou a reconhecer, inequivocamente e com mais clareza, compreensão de certeza

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para o uso terapêutico de doenças dinâmicas artificiais. Ao longo desse ano, relativamente às doze provas a que o grupo se submeteu, sem outras referências de Matéria Médica Terciária, sem aproveitamento de outras Experiências Clínicas disponíveis em nosso meio e sem estudos prévios da matéria médica produzida pelo próprio grupo, os provadores tiveram a grata satisfação de se promoverem como homeopatas, conhecendo a partir dos sentidos. Melhor se valorizou a Patogenesia como instrumento revelador de virtude curativa do medicamento(14). Estudou-se a Patogenesia com mais sentimento a partir de então, como instrumento de revelação, para além de uma compreensão racional. Melhor se percebeu o enfermo com os sentidos. Ficou muito mais claro que o melhor processo de conhecimento para o provador nasce dele próprio, em aprendizado com a Experiência.

O trabalho de direção de experimentação foi de coordenação do processo e de aprendizado experimental.

A realidade grupal do CED se delineou, de um lado, em clima híbrido de práticas homeopáticas e não homeopáticas e, de outro, com práticas homeopáticas mais reflexivas e constantes. Desde 1989 os protocolos experimentais sofreram progressivas modificações, visando contemplar as características do CED. Três de seus quatro integrantes iniciais foram presenças constantes nas experimentações. O provador Tf participou das duas primeiras provas e depois passou a se dedicar a outras frentes de trabalho genuinamente homeopático, tendo se destacado por sua honorável condição humana, em trajetória individual muito útil a reflexões sobre um conveniente perfil médico, recomendável a todo homeopata. A composição do grupo, a partir dos quatro integrantes iniciais, dois preceptores e dois cursandos, evoluiu para a atual, com onze preceptores, dos quais dez se tornaram assíduos e refinados provadores, nove dentre estes com sua capacitação

patogenésica desenvolvida pelos trabalhos experimentais do próprio grupo. O provador Tf não tem sido provador de medicamentos desde sua última participação na prova de Zincum metallicum e outro integrante do CED, o provador Vi, cuja integração mais participativa passou a ser desenvolvida a partir de 1998, apesar de ser provador de medicamentos, não tem ainda feito provas grupais no CED, exceção feita para sua participação na prova de Guajacum officinale de 1999, que ele próprio coordenou. A esse número de provadores se somou a equipe de cursandos do CED, atualmente com cinco discentes. Os alunos do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia sempre puderam participar das Patogenesias do grupo e, de um modo geral, o fizeram de fato. Participaram como convidados os provadores Dn em Borax veneta, Cobaltum metallicum e Niccolum metallicum, Eg em Borax veneta, Zn em Niccolum metallicum e Vi em Guajacum officinale como substância X e Y, inclusive coordenando a experimentação. Os convidados Dn e Zn foram ex-alunos do Curso de Formação de Especialistas em Homeopatia do IMH. Eg é farmacêutica homeopata. Sete ex-alunos do CED interromperam seus vínculos com a programação, dentre os quais três participaram como provadores em algumas provas. Outros sete ex-alunos do CED concluíram seus cursos mas não se integraram ao grupo, sendo que dois deles não participaram nenhuma vez como provadores. Oito ex-alunos permaneceram como integrantes do grupo de provadores e têm contribuído significativamente para a evolução do CED. Atualmente cinco discentes se encontram engajados e participando das provas.

A experimentação de Guajacum officinale , em 1999, acabou por se tornar a primeira repetição grupal de prova. Anteriormente, em 1990, o provador Cr já havia reexperimentado Bromium e Plumbum metallicum e depois, em 1996, o

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mesmo provador repetiu prova de Manganum aceticum.

A prova de Guajacum officinale, de

1999, reuniu os provadores em expediente de convocação que foi diferente do até então usado. No grupo, o provador sempre participou de acordo com critérios pessoais, sem obrigatoriedade, embora sempre fosse motivado.

O uso dos glóbulos foi considerado satisfatório. Eles ensejaram a utilização de doses mais moderadas. Em geral, seis ou oito gotas foram necessárias para completa embebição de 20g de glóbulos de sacarose número sete, com aproximadamente 200 glóbulos. Esses glóbulos foram utilizados na maioria das provas. Nas experimentações 38 e 40, quinze glóbulos foram embebidos uma única vez com duas gotas de medicamento e um desses glóbulos é que foi provado em dose única.

Quando o provador em tratamento homeopático provou medicamento, o sintoma foi disponibilizado para avaliação prognóstica e patogenésica. Uma pessoa gripada pode perfeitamente se assustar sem que sua gripe desapareça. Ela pode, com algum discernimento, perceber sintomas novos e relacionados ao susto (que está para a “enfermidade artificial patogenésica”) e distingui-los dos da gripe (que está para a “enfermidade natural sob influência do remédio”). Esse critério foi utilizado para aproveitamento da disponibilização do provador.

Os dados obtidos com essas provas foram avaliados segundo o que puderam informar sobre tendências ou comportamento das Patogenesias. Também foram valorizados para utilização na terapêutica. Por exemplo: com os cuidados como foram feitas, as Patogenesias tendem a revelar sintomas com grande exuberância e positividade nas três primeiras semanas, a partir do primeiro dia. Não quer dizer que em outras semanas elas não os revelem. Se a finalidade primordial da experimentação é revelar o conhecimento de certeza, então aprendeu-se que em um

mês ela é capaz de fazê-lo muito bem. Ora, como influência dinâmica de medicamento é assunto comum à Terapêutica e à Patogenesia, então um mês, em geral, é tempo bem satisfatório para se avaliar eventuais modificações no estado de saúde dos portadores de enfermidades crônicas submetidos a tratamento homeopático.

Fatos aparentemente estranhos foram observados clinicamente mais de uma vez. Fatos que foram compreendidos segundo a Lei Fisiopatogênica da Natureza. Foi, por exemplo, o caso de uma paciente que retornou surpresa relatando que duas de suas sobrinhas, domiciliadas em segundo e terceiro endereços diferentes, sem que houvesse contato físico entre elas, experimentaram sintomas muito semelhantes aos dela, que por sua vez foram atribuídos a manifestações de dose forte. Relacionou-se a essas observações registro de que, em exercício de experimentação com alunos do Curso de Especialização, um provador usou placebo e manifestou efeito curativo em MR, bem como produção evidente de Signatura Semelhante, possivelmente até com EMI. Exemplos assim são mais numerosos(6). Pois bem, tomados como integrantes de um só organismo, como quando se toma a humanidade psórica por um indivíduo, os experimentadores de uma prova, sob a influência dinâmica e coletiva do medicamento, trocam entre si influências de mesma signatura. Até mesmo mais dinamizadas, portanto mais potentes, quando há vivência de ACV. Por compreensão semelhante se sabe que a córnea de um tuberculoso pulmonar não é menos tuberculosa que o pulmão lesado ou a unha do sujeito que faz uma tuberculose pulmonar por se encontrar enfermo. Cada provador é membro do organismo de experimentadores de uma prova, submetidos à Lei Fisiopatogênica da Natureza e a contágio dinâmico. Aplicando-se compreensão semelhante, ainda se pode entender que, se o médico se auto-promove, ele contribui para melhorar a saúde dos seus pacientes; que um

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eficiente modo de harmonizar terceiros é o modo da auto-harmonização; que, com Hipocrates, a virtude que conserva a saúde (a própria) e que auxilia a cura (do enfermo) é virtude dinamizada e ampliada pela vivência do próprio médico(5). Compreende-se assim que, com Hipocrates, o ambiente médico não foi de ignorância da terapêutica medicamentosa, alegando-se que naquele estágio da medicina não se conhecia, como hoje se conhece, virtudes curativas de substâncias medicinais (o que pode ser um engano). Foi de exercício da Arte com excelente recurso medicamentoso alternativo, o do serviço com a Natureza em regime de vida virtuosa(4,5,6,19).

2 – Observação da Natureza e

aprendizado com Hipocrates, Paracelsus e Hahnemann(9)

Essa etapa de discussão foi

desenvolvida com comentários @, em base a ensinamentos hahnemannianos. Considerou-se “alteração do estado de saúde” diferentemente de “estado mórbido e conjunto de sintomas artificiais”. (ver parágrafo 141).

Segue-se abaixo a transcrição total

ou parcial de alguns parágrafos da sexta edição do Organon, para facilitar a consulta. Referências a eles, para fins de comparação, encontram-se assinaladas com “¢”, por exemplo: ¢ §212.

§25 Todavia, o único oráculo infalível da arte

de curar, a experiência pura*, ensina, em todos os experimentos criteriosos, que realmente aquele medicamento que provou ser capaz de produzir em sua atuação sobre organismos humanos sadios, a maior parte dos sintomas semelhantes aos que se encontram nos casos de doença a serem curados, em doses adequadamente potencializadas e reduzidas, também remove, de maneira rápida, radical e duradoura, a totalidade dos sintomas desse estado mórbido, isto é, toda a doença em curso, transformando-a em saúde e que todo medicamento cura, sem exceção, as doenças cujos sintomas mais se assemelham aos seus, não deixando de curar nenhuma delas. * (não transcrito). (Itálico do trabalho).

§108 ... toda potência curativa dos medicamentos reside exclusivamente em seu poder de alterar o estado de saúde do Homem, o que se depreende da observação desse estado.

§109 Fui o primeiro a escolher esse caminho com uma perseverança que só pôde nascer e ser mantida através da perfeita convicção desta grande verdade tão benéfica aos Homens, a de que somente através do emprego homeopático dos medicamentos* é possível a cura certa para as doenças dos Homens**.

* É impossível que além do puro método homeopático possa haver ainda um outro melhor e verdadeiro para curar as doenças dinâmicas (isto é, todas não cirúrgicas) tanto quanto é impossível traçar mais do que uma linha reta entre dois pontos dados. Como deve estar longe dos fundamentos da Homeopatia aquele que presume haver outros modos de curar além dela, exercendo-a sem o cuidado suficiente; quão poucas curas homeopáticas bem motivadas ele deve ter visto ou lido e, por outro lado, quão pouco deve ter ponderado sobre a falta de fundamento dos procedimentos alopáticos nas doenças ou se informado sobre seus resultados tão maus e muitas vezes até espantosos efeitos, colocando com frívola indiferença, a única verdadeira arte de curar no mesmo plano que os métodos nocivos ou pretendendo que estes sejam irmãos do método homeopático, sem o qual não podem passar! Que os meus conscienciosos seguidores, os legítimos, puros homeopatas, com seus tratamentos afortunados que quase nunca falham, possam ensinar algo melhor. Itálico do trabalho. ** (Não transcrito).

§ 111... nas alterações mórbidas que produzem no organismo humano, as substâncias medicamentosas agem conforme leis naturais definidas e imutáveis em virtude das quais são capazes de produzir sintomas mórbidos seguros e confiáveis, cada um de acordo com seu caráter peculiar.

§ 116 Alguns sintomas são produzidos pelos medicamentos com maior freqüência, isto é, em muitos organismos; alguns mais raramente ou em poucas pessoas e outros somente em pouquíssimos organismos sadios.

§117 Fazem parte destes últimos as chamadas idiossincrasias, que são entendidas como constituições físicas particulares, as quais, embora sejam sadias sob outros aspectos, possuem uma tendência a desenvolver um estado mais ou menos mórbido mediante certas coisas que, em muitas outras pessoas não parecem produzir a mínima impressão ou mudança.*

Contudo, tal ausência de impressão em algumas pessoas é apenas aparente. Visto que, para produzir essas alterações, assim como todas as demais alterações mórbidas no estado de saúde do Homem são necessárias tanto a força inerente à substância agente quanto a disposição da “Dynamis”(princípio vital) em se deixar afetar, os processos mórbidos evidentes nas

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assim chamadas idiossincrasias não podem ser atribuídos somente a essas constituições peculiares mas devem também ser imputados às coisas que os provocam, nas quais reside, do mesmo modo, o poder de causar impressões no organismo humano, embora somente um pequeno número de constituições sadias tenda a se deixar levar por elas a um estado mórbido tão evidente. O fato de que tais agentes, ao serem empregados como meios de cura prestam efetiva ajuda a todas as pessoas doentes em seus sintomas mórbidos semelhantes àqueles produzidos por eles próprios (embora, aparentemente, somente nas pessoas chamadas idiossincrásicas) demonstra que tais potências causam impressão em todos os organismos **. (* e ** não transcritos).

§134 Todas as forças externas, principalmente os medicamentos, possuem a propriedade de produzir no estado de saúde do organismo vivo um tipo especial de alteração; porém, nem todos os sintomas peculiares de um medicamento se manifestam em uma única pessoa e nem todos ao mesmo tempo ou no mesmo experimento, mas em algumas pessoas ocorrem alguns deles num determinado momento; outros, novamente, num segundo e terceiro experimento, sendo que, em outras pessoas, surge especialmente esse ou aquele sintoma, mas de tal modo que, provavelmente, alguns que se revelam na quarta, quinta, oitava, décima pessoa etc., já haviam ocorrido na segunda, sexta, nona pessoa e assim por diante; além disso, podem não se repetir na mesma hora.

§136 Embora, como já foi dito, um medicamento que é experimentado em pessoas sadias não possa manifestar em uma só, todos as alterações que é capaz de produzir no estado de saúde, somente atuando desse modo em diversas e diferentes pessoas com variadas constituições físicas e psíquicas, existe, ainda assim, a tendência de produzir em todo Homem todos esses sintoma ( § 110), segundo uma eterna e imutável lei da natureza, graças à qual o medicamento põe em atividade todos os seus efeitos ___ mesmo aqueles raramente produzidos por ele no organismo sadio ___ em todo e qualquer indivíduo ao qual é administrado para tratar um estado mórbido de distúrbios semelhantes: mesmo na dose mínima, ele, então, silenciosamente, provoca no doente, quando homeopaticamente escolhido, um estado artificial muito próximo à doença natural, o qual, de maneira rápida e duradoura ( homeopática), o liberta e o cura de seu mal original.

§138 Todos os distúrbios, fenômenos e mudanças no estado de saúde dos experimentadores durante o período de ação de um medicamento ( no caso de terem sido observadas as condições acima [§124 –127] para um bom e puro experimento) derivam-se unicamente deste medicamento e devem ser considerados e registrados como pertencentes especialmente a ele, como seus sintomas, mesmo que o

experimentador houvesse observado em si próprio, muito tempo antes, a aparição espontânea de fenômenos semelhantes. A reaparição dos mesmos durante o experimento do medicamento somente demonstra que tal indivíduo, em virtude de sua constituição particular, apresenta uma predisposição especial para ter os sintomas nele despertados. No presente caso, isto ocorre devido ao medicamento; enquanto o medicamento potente ingerido está dominando todo seu estado de saúde, os sintomas, então, não se apresentam espontaneamente, mas são produzidos pelo mesmo.

§ 141 Porém, os melhores experimentos dos efeitos puros dos medicamentos simples, na alteração do estado de saúde humana e dos estados mórbidos e sintomas artificiais que eles podem produzir no indivíduo sadio, são aqueles que o próprio médico sadio, sem preconceitos, criterioso e sensível, realizar em si mesmo, com toda a prudência e cuidados que lhe foram ensinados. (ver § 137, §265, §271). Ele sabe, com toda a certeza, o que ele percebeu em si mesmo.* * Essas auto - experimentações feitas pelo médico também possuem para ele outras vantagens inestimáveis. Em primeiro lugar, torna-se para ele um fato indiscutível a grande verdade de que o efeito medicamentoso de todos os medicamentos do qual depende seu poder curativo reside nas alterações de saúde que sofreu em virtude dos medicamentos experimentados e pelo próprio estado mórbido causado pelos medicamentos. Além disso, através dessas observações notáveis realizadas em si mesmo ele se torna, de um lado, apto a compreender suas próprias sensações, seu modo de pensar, seu tipo de psiquismo (o fundamento de toda verdadeira sabedoria: (γνωϑισεαυτον); por outro que não pode faltar a qualquer médico, ele aprende a ser um observador. Todas as observações que fazemos nos outros não apresentam tanto interesse como aquelas que efetuamos em nós próprios. Aquele que observa os outros deve sempre temer que o experimentador não diga o que exatamente sente ou que não descreva suas sensações nos termos mais apropriados. Sempre fica a dúvida se não foi enganado, pelo menos em parte. Esse obstáculo ao conhecimento da verdade, que jamais pode ser removido completamente em nossas pesquisas dos sintomas mórbidos artificiais, provocados em outras pessoas pela ingestão de medicamentos desaparecem por completo nas auto - experimentações. Aquele que experimenta em si mesmo sabe com certeza o que sentiu e cada experimento é um novo estímulo à investigação das forças de outros medicamentos. Assim, torna-se cada vez mais hábil na arte de observar, arte de tão grande importância para o médico, quando ele continuamente observa a si mesmo, em quem pode confiar e que nunca o enganará. Isso ele o fará com tanto mais cuidado ao observar que tais experimentos realizados em si mesmo lhe prometem um conhecimento do verdadeiro valor e importância dos instrumentos para a cura, que geralmente são escassos.

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Ele não deve imaginar que tais ligeiras indisposições causadas pela ingestão de medicamentos com o fim de experimentá-los podem ser de alguma forma prejudiciais à saúde. A experiência ensina, ao contrário, que o organismo do experimentador, mediante esses freqüentes ataques à sua saúde, torna-se ainda mais apto a repelir todas as influências externas hostis à sua constituição física e todos os agentes morbíficos nocivos mediante esses experimentos moderados nele realizados com medicamentos. Sua saúde se torna mais inalterável, tornando-se mais robusta, como o demonstram todas as experiências . (O texto em itálico e o sublinhado são inclusões do trabalho).

§ 145 * No início ( há cerca de 40 anos) fui o único a fazer da experimentação das forças medicamentosas puras a mais importante de minhas atividades. Desde então, tenho sido apoiado nisso por alguns jovens que realizaram experimentos em si mesmos, cujas observações examinei acuradamente; a seguir, alguns experimentos genuínos desse tipo foram realizados por outras poucas pessoas. Portanto, em relação à cura, quanto não poderá ser alcançado no âmbito global do infinito território das doenças quando vários observadores rigorosos e idôneos tiverem se tornado merecedores do engrandecimento desses únicos e legítimos ensinamentos sobre substâncias medicamentosas, mediante cuidadosas auto - experimentações! A atividade terapêutica, então, aproximar-se-á, no que tange a fidedignidade, das ciências matemáticas. § 181 Não se objete que os distúrbios agora surgidos e os novos sintomas dessa doença ocorram por conta do medicamento que acabou de ser usado. Tais distúrbios provêm dele*; são, porém, apenas certos sintomas cujo aparecimento essa doença também já era capaz de produzir por si nesse organismo e que o medicamento ___ na qualidade de auto-produtor de sintomas semelhantes ___ somente atraiu e fez aparecer. Em uma palavra, tem-se que considerar tudo o que agora, seguramente, passou a ser o conjunto característico de sintomas como pertencente à própria doença, como o verdadeiro estado atual e tratá-lo, futuramente, de acordo com ele. ( * não transcrito).

Desenvolvimento @01 Os melhores experimentos

dos efeitos puros dos medicamentos simples são aqueles realizados com os cuidados estabelecidos no uso da dose mínima, enquanto potência medicamentosa ou medicamento dinamizado, preferencialmente pelo próprio médico, em regime de Auto-experimentação. A certeza em relação aos efeitos se

estabelece a partir do que o médico percebe em si mesmo. Através dessas notáveis observações que o médico realiza em si mesmo ele se torna apto a compreender-se, promovendo-se em auto-conhecimento e aprende a ser um observador.

@02 Essa certeza é de importância fundamental para o exercício simples e racional, de fundamentos nitidamente compreensíveis e de fidedignidade comparável a das ciências matemáticas, da arte de curar com substâncias medicinais. (§2, §145),(14).

@03 O exercício de auto-promoção do médico é condição de habilitação na arte médica hipocrática de curar. Através dela, com auto-conhecimento, o fundamento de toda verdadeira sabedoria, o médico deve se capacitar para encontrar em si mesmo o recurso de auxílio ao enfermo em seu auto- serviço de cura. Ele deve dispensar de si mesmo, em regime de semelhança com as necessidades do enfermo, a influência imaterial capaz de servir a Physis do enfermo, de acordo com a Natureza, sem a intermediação do fármaco. Para tal ele se capacita servindo a Natureza com regime de vida apropriado à manifestação da virtude que no enfermo se encontra impedida de se manifestar equilibradamente. Tal o esplendor da medicina hipocrática. Aquela mesma exemplificada por Pedro que, abraçando o paralítico, advertia-o de que não detinha substância com que tratá-lo, nem das mais preciosas, se por ventura pudessem existir umas mais preciosas que outras. Ouro nem prata detinha o apóstolo. Mas, o que tinha de fato, isso ele dava, em abraço, auxiliando aquele enfermo a se curar de sua paralisia. Pedro deu realmente daquilo que tinha, do que usufruía de sua condição humana, presente mas nem sempre em atividade em todo e qualquer Homem(1).

@04 Os experimentos dos efeitos puros dos medicamentos simples alteram sempre o estado de saúde humana e

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eventualmente promovem estados mórbidos e sintomas artificiais.

@05 A alteração do estado de saúde do provador é o elemento que sempre aparece ( ¢ § 212) e que, com sua presença regular, permite a observação da Lei Fisiopatogênica da Natureza ( § 11,§ 269). Ela se estabelece em ambiente de disponibilidade do provador que, com seu universo sensorial, passa a conhecer a qualidade de auto-produção de sintomas semelhantes do medicamento em questão. ( ¢§ 181, ¢§138).

@06 Tudo o que se passa é manifestação da natureza individual do provador e da sua condição habitual de saúde. Ela está apenas sutilmente alterada, a serviço de auto-conhecimento na compreensão do efeito puro do medicamento simples, conhecimento esse de certeza, revelado pela luz da Natureza através da Experiência (10). Nesse processo reside a scientia da Experimentação.

@07 Desse modo a Auto-experimentação se liberta dos domínios da técnica, o que pode ser conveniente. O provador consciencioso e de espírito elevado conhece com certeza, em atitude de auto-observação, a mais essencial e útil informação, em regime de síntese e de signatura, para auxiliar o serviço de auto-cura da natureza individual do enfermo em seu ofício particular.

@08 Com esse fiel instrumento e com a Experiência Clínica o provador vai construindo sua própria matéria médica, com conhecimento de certeza. Se ele amplia suas possibilidades avaliando procedimentos do gênero de outros provadores igualmente comprometidos com o sofrimento da raça humana, ele pode ainda clarear sua auto-compreensão. Mediante esse artifício ele alcança condições de auxiliar a auto-cura com auto-observações em seu psiquismo e sua própria capacidade de sentir. E se auto-promove em auto-conhecimento.

@09 Beneficiando-se por se livrar progressivamente do vício de produzir

sistemas teóricos explicativos, de falso conhecimento, com que justifica seu intervencionismo mas com o qual coopera para dinamizar a Psora e agravar a doença da humanidade, o médico também, progressivamente, em se auto-promovendo em auto-conhecimento, se habilita ao modo hipocrático de exercício da arte: o mais excelente de todos os modos.

@10 O médico aprende a observar e a servir a Natureza, libertando-se da pretensão de submeter a natureza individual do enfermo a suas quimeras. Ele aprende a confirmar e promover a ordem da Physis.

@11 É através da Lei Fisiopatogênica da Natureza que “o amor cobre a multidão dos males”, que “um pouco de fermento leveda a massa toda”, que “onde dois ou mais se reunirem em meu nome também ali estarei Eu”(1). Ela preside o contágio e estabelece que a causa continua no efeito. Agindo, faz com que a semente produza sua árvore. Semente do mal ou semente do bem, de vez que a lei é neutra. Por seu intermédio a Psora se dinamizou até os dias de hoje, de uma forma simples para a multifacetária e complexa forma atual. Com ela o médico semeia para com ela o enfermo colher, trinta, sessenta ou cem por um, segundo a árvore que conseguir produzir.

@12 Em Auto-experimentações, torna-se para o médico um fato indiscutível a grande verdade de que o efeito medicamentoso de todo medicamento, em que reside o seu poder curativo, se estabelece nas alterações de saúde que sofre em virtude do medicamento experimentado ( § 108). Mas se estabelece também nos eventuais estados mórbidos causados pelo mesmo medicamento experimentado.

@13 Como nem sempre aparecem, tais estados mórbidos e sintomas artificiais devem ser assimilados e compreendidos pelo provador, em espírito elevado, segundo o conjunto característico dos sintomas, como contribuição da sua natureza individual ao processo de auto-

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revelação. A pretensão de torná-los referencial permanente para o exercício da auto-experimentação faz o processo libertador da Experientia mergulhar nos domínios de técnicas e controles do conhecimento, como experimentum ou Experiência a esmo. Ao se perseguir repetições, lidando-se com normas de rígido controle, afasta-se dos domínios da scientia da Experientia que é um processo individual de auto-revelação do oculto que existe em cada um dos Homens de toda a Humanidade.

@14 A Experiência sem scientia é experimentum, Experiência a esmo. Se domiciliada equivocadamente no contexto da produção mórbida idiossincrásica torna-se susceptível de se reger por normas estranhas ao processo patogenésico de revelação. A elaboração e desenvolvimento de tais normas produz um clima apropriado para o surgimento de sistemas conjecturais como uma espécie de saber dogmático e sectarista. Produz ainda a estruturação de áreas de domínio intelectual, onde o que é moral permanece subjugado à ética. (Ética essa que reinventa maneiras de continuar em sua inércia, apegada ao obstinado intervencionismo médico, que encontra na imposição de resultados a ensandecida pretensão de curar no Homem, desde fora, material e fragmentariamente, o que nele se estabelece desde dentro, espiritual e unitariamente).

@15 O experimentum, também revelador de conhecimento porque é Experiência, tende a se aprisionar perigosa e inconvenientemente sob o domínio de técnicas caprichosas. Esse domínio impõe ao Homem prejuízos, maiores ou menores, de acordo com o Homem que dele se utiliza, na medida em que nega a auto-suficiência hipocrática no serviço de auxílio a auto-cura. Tal ambiente fermenta uma desenfreada corrida hipertrófica de a tudo se experimentar e re-experimentar, segundo o momento e segundo esse ou aquele método ou protocolo. Conserva-se e se promove no médico, ainda mais, a

ilusão de que a cura depende dele, em irrefletida postura de ditar o que convém à Natureza em geral e à natureza individual do enfermo em particular.

@16 O médico continua resistente a se auto-promover e melhorar o seu próprio estado de saúde para influenciar na melhoria de seu paciente, desde dentro, em regime de auto-cura. Ele escuta ainda, ironicamente, como desafio: “Médico, cura-te a ti mesmo”. Permanece sem atender a esse mandato amoroso da Natureza que pede seja escutada servilmente: “Oh Médico, primeiro confirma em ti mesmo o serviço natural de auto-cura”.

@17 Os eventuais estados mórbidos produzidos pela experimentação de medicamentos, porque se prestam a observações mais ou menos evidentes, quase sempre objetivas, freqüentemente sofrem desvios de sua posição natural de ocorrência eventual e irregular. Nesse caso tendem, através de manobras técnicas caprichosas, com seus respectivos mecanismos de controle, a ocupar o relevo das alterações do estado de saúde, sempre presentes e notáveis, embora sutis. Desse modo, também se deixa de melhor compreender uma doença como uma virtude viciada. No serviço com a Natureza reside o que é moral. Se o controle do experimentum se afasta desse contexto para servir o Homem que conjectura, a técnica que dele resulta é transitória, seu benefício acanhado e ingentes são os esforços feitos para sustentá-la.

@18 Auto-patogenesia não é simploriamente exercício de experimentação feito por médico, nem processo técnico alternativo de se experimentar a esmo. É o procedimento de eleição com que pode contar o médico para ter certeza de que os melhores efeitos da experimentação de um medicamento são os que ele percebe em si mesmo. Efeitos sempre presentes como alteração do estado de saúde mas nem sempre presentes como conjuntos de sintomas artificiais ou estados mórbidos idiossincrásicos

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@19 Essa condição de excelência, como demonstra a Experiência, independentemente das mutilações técnicas que mais valorizam registros de repetição nas experimentações, de modo algum desmerece, como demonstra a Experiência também, todo o conhecimento produzido pelas experimentações. Tais como são, todas as experimentações devem ser preservadas, de vez que o conhecimento é produzido pelo serviço com a Natureza.

@20 Auto-patogenesia não é o mais adequado procedimento experimental destinado a produzir estados mórbidos idiossincrásicos e a ser padronizado por regras invariáveis.

@21 Como se faz Auto-patogenesia? Os cuidados para a sua realização são os mesmos recomendados por Hahnemann, que dela se ocupou mais para exaltar seus benefícios do que para metodizá-la. Suficiente e melhor é que Auto-patogenesia seja feita com os cuidados recomendados por Hahnemann (§137, §265, §271). Quaisquer modificações nesses cuidados não são necessárias para que a lei se cumpra. A produção de conhecimento se baseia nas manifestações que afloram do psiquismo e do modo de pensar do provador pelo contágio dinâmico com o agente experimental auto-produtor de sintoma semelhante. É conveniente que o médico reflita se a modificação de seu regime de vida em base a tais manifestações pode contribuir para desenvolvimento de sua consciência e conseqüente promoção de sua condição humana. Se o provador se convencer afirmativamente dessa possibilidade, terá então a certeza sobre o conhecimento experimental, deduzido excelentemente da própria prova. Terá esse suficiente recurso de verdade para dialogar com a natureza individual do enfermo, em serviço auxiliar de cura. É suficiente que a Auto-experimentação seja feita com espírito de serviço. Uma vez realizada, ela deve ser aplicada na clínica sem preconceitos.

@22 Se o medicamento for homeopático para o caso e se houver a susceptibilidade do mérito do enfermo, respeitados os cuidados terapêuticos recomendados (§3), com certeza a virtude latente e semelhante, morbidamente desvirtuada, o digno de ser curado, será efetivamente dinamizada. A partir daí o serviço de auto-cura da natureza individual, expressando-se até o momento pelo conjunto característico dos sintomas, ampliar-se-á ao ponto do mérito, como uma semente faz sua árvore, de modo certo, rápido, suave e duradouro. Assim, o médico cumpre seu papel de auxiliar da cura e de ministro da Natureza que, por si mesma, faz o que convém.

@23 Auto-patogenesia é o melhor processo para se atingir a excelência do expediente experimental revelador das virtudes curativas dos medicamentos, desde a Experiência em si mesma. É alternativa para obtenção da excelência do conhecimento deduzida da bem sucedida Experiência terapêutica. Na dinâmica dos processos técnicos experimentais esse último recurso não pode faltar . Se as possibilidades de conhecimento se submeterem ao torvelinho da bateia protocolar, na árdua garimpagem técnica do que pode ser conhecimento útil deduzido da valorização dos estados mórbidos, a prova terapêutica não pode faltar.

@24 Auto-patogenesia proporciona ainda ao provador as vantagens inestimáveis preclaramente enunciadas no §141.

@25 Qualquer médico, onde quer que esteja, pode se desenvolver no serviço de Auto-patogenesia. Não somente pode, como lhe é recomendado. Ele não deve se deixar impressionar por políticas técnicas de grupos e de instituições, quaisquer que elas sejam, deixando de ser um seguidor de Hahnemann.

@26 O serviço de Auto-patogenesias, segundo suas conveniências, deve contar com o suporte das trocas de Experiências. O provador, porém, deve se

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compenetrar de que a revelação do conhecimento é um processo de descobrimento do que há de oculto nele mesmo. Nem outro provador e nem outro meio externo qualquer lhe revelará tão bem o conhecimento suficiente. Esse suporte pode ter a utilidade de adestrar o médico no processo de auto-observação. Ele deve se compenetrar de que se disponibiliza como universo sensorial para refletir a alteração de seu estado de saúde e, eventualmente, para a produção de estados mórbidos ou conjuntos de sintomas artificiais. Quando não ocorre a revelação direta da virtude em ampliação de sua consciência, a revelação dela através de signaturas semelhantes é suficiente para o conhecimento de certeza.

@27 Contribuindo para o auto-conhecimento, o serviço de Auto-patogenesias permite que o provador melhore seu estado de saúde, consistindo, portanto, em serviço auxiliar de auto-tratamento. O provador também se beneficia quanto a melhora da capacidade de conservação de seu estado de saúde. Em serviço de Auto-patogenesias exercita-se a vitalidade e a capacidade da natureza orgânica de recuperar o equilíbrio dinâmico, temporariamente alterado pela influência dinâmica medicamentosa.

@28 Hahnemann afirma que em geral são escassos os instrumentos para a cura e que a Auto-patogenesia promete ao provador um conhecimento do verdadeiro valor e importância desses instrumentos. Estaria tal escassez circunscrita ao seu tempo?

@29 De fato, os de ocorrência natural são pouco abundantes. De fato, também, devem ser rarefeitos os instrumentos de auxílio à cura particular porque a natureza individual, em seu trabalho de auto-cura, não pede muito. Em particular, ela se dirige ao médico que a observa pedindo aquilo com que ele pode concorrer para secundá-la em seu trabalho. O médico facilita o processo deixando-se conhecer pela natureza individual do paciente por atitude de acolhida e de

serviço. Com conhecimento da realidade desse médico, a Natureza permite que lhe sejam revelados, de modo que esteja ao seu alcance conhecer, aqueles sinais, que não são muitos, acessíveis através de conhecimento experimental ( ¢§ 228).

@30 O médico auxilia em atitude de serviço porque a Natureza faz muito com pouco que recebe. Como uma árvore que sai de uma semente a Natureza opera a árvore – benefício da semente – auxílio. Quase tudo se processa pelo trabalho da Natureza. Ao médico cabe o serviço – semente através da certeza de auxiliar homeopaticamente. Nisso consiste a simplicidade, o entendimento fácil e a certeza da arte homeopática de auxiliar a auto-cura*¹. Dinamizada e homeopática para o caso, a virtude medicamentosa latente se desenvolve e continua seu trabalho dinâmico porque a natureza individual a confirma em si mesma. Como auto-produtor de sintoma semelhante, o medicamento se torna remédio para o caso particular porque dinamiza ou atraí o conjunto de sintomas semelhantes presentes naquela natureza individual. São sintomas latentes naturais com que a individualidade pode receber o medicamento*². Eles se constituem em virtude natural latente com signatura própria que, em ambiente de mérito, acolhe a potência medicamentosa semelhante e por ela se dinamiza por contágio e se torna “curédio” para o caso, como uma semente faz sua árvore. Mérito se alcança com regime de vida (¢§208,¢§215, ¢§252). Desse processo não tem conhecimento o médico: de como o estado de saúde de outrem se altera em processo de cura, como uma semente faz sua árvore. Também não tem conhecimento o médico de como a semente da enfermidade de outrem faz sua árvore mórbida. Por isso não se pede muito ao médico. Mais se pede a ele que melhore seu próprio estado de saúde mediante regime conveniente de vida do que se apetreche em abundante “arsenal” terapêutico*³. Em geral eles são escassos, não só para um caso em

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particular como para os casos todos de doenças particulares da raça humana. A particular natureza individual do médico é que fará a diferença. Nesses domínios, ou ponto “A”, se encontra o verdadeiro médico hipocrático, ministro eficiente da Natureza, forjado mais pelo fogo da Experiência do que pelas outorgas sociais, dispensador de bens imateriais e inesgotáveis, conhecedor da Physis. No ponto oposto “C” se encontra o médico que se vangloria de si mesmo, por tudo o que transitoriamente é capaz de deter, perplexo diante das obscuridades que o assombram, que fere e agrava o sofrimento pretextando aliviar dores, apavorado quase sempre diante de sua parcial visão da enfermidade. No ponto intermediário “B” situam-se os discípulos de Hahnemann que se deixam resgatar do ponto “C”, em marcha para o ponto “A”, aprendendo a imaterialidade da doença e sua totalidade na conduta necessitada de regime de vida saudável, em contexto de humanidade. *¹¢§25,¢§109; *²¢§ 155, ¢§156; *³¢§192,¢§194. @31 A partir de sua experiência em Auto-patogenesia o médico homeopata deve se reorganizar para o exercício da arte no que tange a aplicação do medicamento mais homeopático para um caso considerado, no momento adequado. Esse processo deve ser o seu recurso de eleição para a escolha do medicamento na arte de auxiliar a natureza individual em seu serviço de auto-cura, a fim de que ele tenha certeza de, por um lado, não ser nocivo e de, por outro, auxiliar. Esse deve ser seu método preferencial de estudo.

@32 Importância de relevo, porém de menor fidedignidade, deve ser conferida também ao meio de obtenção de conhecimento da virtude medicamentosa deduzida de hétero-estudos mas que considerem a Patogenesia como expediente revelador de conhecimento, seja de antigos registros patogenésicos, seja de experimentações cuja qualidade seja controlada por técnicas mais ou menos

particulares, seja de valorização de Experiência Clínica.

@33 Métodos de estudo de Matéria Médica devem ser considerados métodos de estudo dos registros do método de obter conhecimento: a experimentação. São métodos aplicados ao método primordial que quase sempre refletem particularidades daqueles que os proclamam. Eles agradam a uns mas não comunicam a todos e são desprovidos dos atributos reveladores das Patogenesias. Deveriam consistir em lentes de aumento para o observador ampliar sua capacidade de observação, mas não deveriam criar compreensões.

@34 Convém que as Patogenesias sejam estudadas com sentimento e não com racionalidade. Elas comunicam motivos da ordem sensorial. Por isso mesmo as doenças naturais devem ser compreendidas com sentimento pelo observador.

@35 As alterações no estado de saúde do provador, sempre presentes nas experimentações em doses infinitesimais de medicamentos, se observam nas próprias sensações, modo de pensar e no psiquismo do provador, em vigília ou em sono e sonhos, independentemente das circunstâncias em que ele se encontre, eventualmente apenas modificadas por elas, de vez que não há influência mais poderosa que a do medicamento dinamizado a alterar o estado de saúde do provador (§138, ¢§212).

@36 Em Auto – experimentação o provador conhece com a revelação do que está oculto em si mesmo, a partir de si mesmo, sob a influência do medicamento auto-produtor de sintoma semelhante, disponibilizando suas próprias sensações, seu modo de pensar e seu tipo de psiquismo em alterações do seu estado de saúde, como lei, podendo também apresentar estados mórbidos e sintomas artificiais, mas nem sempre.

@37 Os estados mórbidos e os sintomas artificiais que podem ser produzidos em Auto – experimentações

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realizadas com os cuidados recomendados por Hahnemann não contribuem para qualificar o processo como uma lei. Eles nem sempre aparecem e nem necessariamente são reproduzidos em novas provas com o mesmo medicamento. Entretanto, desde que surjam, são impregnados pela signatura do medicamento, o sinal da virtude que opera o serviço de auto-cura pelo trabalho dos sintomas da doença natural.

@38 Como sempre aparecem, as alterações do estado de saúde do provador em experimentações de medicamentos conferem ao procedimento caráter de lei. Embora nem sempre apareçam do mesmo modo em vários observadores, trazem sempre o sinal característico como signatura: o motivo capaz de dinamizar a virtude latente e auxiliar o processo de auto-cura como uma semente faz uma árvore correspondente. Tais alterações do estado de saúde residem nas próprias sensações do provador, em seu modo de pensar e em seu psiquismo. (§134)

@39 Como contágio artificial e agudo, a influência medicamentosa deve durar o que dura em média as doenças contagiosas agudas e naturais mais simples. E a penetração da influência na alteração do estado de saúde decresce progressivamente até se desfazer por completo, conforme o que se observa em Natureza. (¢§11,§130).

@40 O médico deve auxiliar a cura através do que sente mas não através do que elabora intelectualmente em quiméricos arrazoados.

@41 A ampliação ou clareamento da consciência da virtude latente, ao longo de bem sucedido tratamento homeopático do enfermo, se reveste da mesma característica: o medicamento somente o atrai e faz aparecer, o que a doença também é capaz de produzir por si nesse organismo, em conveniente regime de vida.

@42 O medicamento em seu estado de força medicamentosa pura, como auto-produtor de sintoma semelhante,

produz alteração do estado de saúde, com ou sem produção do estado mórbido artificial. Ele evoca um conjunto característico de sintomas, ou um estado alterado de saúde característico, (¢§181,¢§212), que os elementos da raça humana todos têm, em latência, como têm todos eles os sinais latentes de todas as doenças da raça. Têm-nos em signatura (conjunto α). Todos os Homens sofrem psoricamente, de modos distintos em qualidade e em quantidade, segundo as peculiares constituições individuais de cada um. Enquanto substância, como tóxico ou veneno, o medicamento também assinala a susceptibilidade de espécie, promovendo característica enfermidade artificial. Porém, nesse caso, mais é ativo na promoção do estado artificial, impondo a perturbação ao organismo e menos evoca da totalidade psórica do organismo o conjunto característico de sintomas, (conjunto α), antes latente e agora provisoriamente vigente pela ação da Patogenesia.

@43 Por outro lado, em um tratamento homeopático bem sucedido, o medicamento eficiente em seu auxílio atrai e desperta de sua condição latente aquele estado ou condição semelhante (conjunto α). Agora, dinamizado, o estado natural α potencializa sua atividade auto – curativa, em trabalho reorganizador. No insucesso terapêutico a influência dinâmica do medicamento não se confirma como remédio para a ocasião por ser incapaz de dinamizar o estado natural de doença: ou por não ser homeopático ou , apesar de semelhante, por ser insuficientemente penetrante e potente para dinamizar a doença natural, com a condição da presença do mérito de auxílio. Se a potência medicamentosa for imperfeitamente semelhante, se houver mérito, a doença natural, enquanto pedido dinamizado de auxilio, seguirá agindo, mais desenvolvido agora, com novo Status morbi.

@44 Nas ocasiões em que na linguagem da enfermidade natural for

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possível reconhecer novo Status morbi o diálogo com a natureza individual revelará pedido de novo auxílio em uma segunda influência dinâmica. Também sinalizará prognosticamente que a doença crônica poderá ser curada rapidamente com o auxílio da arte, sendo susceptível de ser dinamizada por uma influência medicamentosa mais semelhante à signatura da virtude latente e um regime de vida apropriado, não sendo sua evolução uma evolução forçosa mas uma evolução de fortuna(5).

@45 Na ausência do mérito de auxílio, a potência homeopática mais semelhante também não dinamizará a virtude latente como doença, chamando a atenção do hipocrático para o concurso do regime de vida (¢§252). @46 No diálogo com a natureza individual, a agravação homeopática, respeitados os cuidados terapêuticos recomendados ( §3), revela a gratidão da natureza individual ao serviço de auxílio, sinalizando que o mérito de ajuda, proclamado nos sintomas naturais característicos, pode ser satisfeito dali por diante e que é então necessário não interferir mais, até que, eventualmente, outro pedido seja feito.

@47 Nas realizações verdadeiras do mundo interno, os universos estranhos e externos colaboram com muito pouco, apenas e suficientemente com provisória dinamização, porém com não menos profunda e penetrante influência. Como um ímã comunica dinamicamente e de forma provisória sua influência a uma barra de ferro; como a experiência dos apóstolos na Transfiguração de Jesus no monte Tabor(1). Se a natureza individual pede com a linguagem dos sintomas, a intensificação dessa linguagem, em clima verdadeiramente homeopático, é expressão de amorosa acolhida que sinaliza ao médico elemento de certeza quanto à eficiência de seu auxílio. É sinal seguro de que a Natureza potencializará a ajuda - semente em árvore – benefício.

@48 Do mesmo modo como uma barra de ferro natural não se dinamiza nem com outra barra de ferro natural, nem com outra substância qualquer, mas com um ímã, natural ou artificial, à distância, do mesmo modo como as águas oceânicas se dinamizam pelo luar e não com outra águas marítimas e nem com outra qualquer influência, cada individualidade mórbida se dinamiza por influências estranhas e específicas, imaterialmente semelhantes, que podem ser melhor conhecidas, com certeza, através das alterações do estado de saúde e dos eventuais estados mórbidos produzidos nos processos de Auto – experimentações.

@49 Considerando que tudo pode ser provado patogenesicamente, não parece de difícil entendimento pressupor que cada item do universo possa ser um medicamento particular, sempre necessário para o uso de cada homeopata, como se diante de cada atendimento ele houvesse que dispor do conhecimento de um Matéria Médica que tudo considerasse patogenesicamente? Se a consideração não fosse de difícil entendimento e nem absurda e se por outro lado ela fosse racional, então o que pudesse parecer experimentação a esmo seria o mais nobre trabalho de experimentação. Mas felizmente não é. Como também não é o mais nobre trabalho de experimentação fazê-lo em todas as raças e constituições e todas as idades, nem em cada experimentação e nem em todas, nem de modo a se obter todos os possíveis estados mórbidos que cada medicamento e todos os medicamentos pudessem produzir. Esse roteiro seria também um roteiro de experimentação a esmo.

@50 A scientia da Patogenesia reside exatamente na Auto – experimentação que disponibiliza a cada homeopata a utilização de sua própria Matéria Médica e aceleração de seu desenvolvimento em direção à uma particular condição hipocrática de ministro da Natureza.

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CONCLUSÕES

A Auto-patogenesia comporta-se como lei.

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Conclui-se que Auto-patogenesia: é o modo preferencial de se realizar

Patogenesias, como procedimento revelador das virtudes curativas de um medicamento;

revela a vocação de remédio de um medicamento;

é o melhor processo pelo qual o provador revela a virtude que, em latência, permanece oculta nele próprio, disponibilizando-se, enquanto sistema universal, para conhecer conforme sua Experiência;

é aprendizado da habilidade de observar;

é a scientia do experimentum; é a experientia; consiste no método de conhecer a

signatura do medicamento; é a experientia que condiciona o

homeopata a se aproximar, com excelente grau de certeza, da homeopaticidade necessária à aplicação da arte medicamentosa de tratar os enfermos;

é recurso de promoção do homeopata cuja capacitação se relaciona diretamente com seu envolvimento em ambiente de serviço;

revelando a signatura do medicamento, consistindo-se em método de excelência do procedimento experimental, insere-se no contexto do conhecimento sem intermediações, exato, valorizando a Patogenesia em terreno diverso do da técnica quando ela tenta se impor sem compreensão da lei;

é recurso de auto-promoção em auto-conhecimento e de melhoria do estado de saúde;

é base experimental da Psicologia. A Auto-patogenesia comporta-se

como lei. A valorização da Lei

Fisiopatogênica da Natureza é elemento facilitador da compreensão dos fundamentos da Auto-patogenesia e da Arte em bases de fácil, simples e racional entendimento. O trabalho confirma as orientações

do parágrafo 141 da sexta edição do Organon.

A revelação de virtudes curativas acontece a partir do próprio provador, tanto para seu serviço terapêutico como para auto-beneficiamento de sua saúde.

Através do próprio psiquismo do provador revela-se para ele a compreensão da virtude viciada na enfermidade. O processo é de ampliação da consciência de virtude e de valorização de auto-conhecimento.

Os sintomas de ampliação da consciência de virtude são os mais úteis na clínica, tanto para aplicação dos medicamentos, quanto para a consideração de regime de vida.

Compreende-se que, por um lado, essencialmente, a enfermidade é o vício da virtude, cuja expressão de totalidade se manifesta com repetitiva signatura semelhante e que, por outro, fundamentalmente, a cura é serviço individual e imaterial de harmonização da virtude.

Correspondendo a aprendizado com a observação da Natureza, o aprendizado com a Experiência é sabedoria que se expande, multiplicando possibilidades de expressão como uma semente faz sua árvore.

Por fim, como não é provável que esse trabalho se repita com as mesmas características e passos evolutivos, é aconselhável observá-lo com relativa independência dos dados que vão nele registrados. Sua dinâmica é também muito curiosa. Certamente, melhores experiência e amadurecimento no trato com as provas, sobretudo na fase que se desenvolveu ao longo dos sete primeiros anos, produziriam informações que mudariam os registros coletados. Houve nítida mudança de comportamento patogenésico do grupo nos dois últimos anos. A busca da simplicidade operacional e uma maior intimidade com o fenômeno patogenésico produziram frutos sazonados que repercutiram no perfil das provas. Portanto, a apreciação do comportamento do grupo, segundo as

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mudanças que demonstrou ao longo desses dez anos, é valioso material de reflexão, possibilitando interessante apreciação do sentido em que se deram e em que ainda se dão os ajustes dessa caminhada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1-A BÍBLIA DE JERUSALEM. Ed. Paulinas, 1973. São Paulo. Brasil. 2-ABREU, A. A. Plumbum metallicum. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1990. 3-ANDRADE JUNIOR, M. Zincum metallicum. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1990. 4-BAETA, M. E. R. Abordagem da Enfermidade em Hahnemann, Paracelsus e Hipocrates. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1998. 5-BEIER, M. O Símile Hipocrático. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH Belo Horizonte, 1997. 6-Comissão de Pesquisa da AMHB. Matheus Marim (org).Brosimum gaudichaudii. Experimentação pura. Ed. Organon. 1998. SP. 7-COSTA, N. M. Argentum metallicum. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1994. 8-CRUZ, A. C. G. A torcida na signatura de Allium cepa. Trabalho apresentado no Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH 9-CRUZ, A. C. G. Auto-patogenesia. Publicação no Curso de Aperfeiçoamento do CED- IMH em março 1999. 10-DIAS, S. C. F. O Símile Paracelsista. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1997. 11-GRUPEH. Apontamentos de reuniões. Grupo Paracelsus de Estudos Homeopáticos. 12-HAEL, R. Samuel Hahnemann: His Life & Work. Translated into English by Marie L. Wheeler. New Delhi, Índia, B.Jain Publishers Pvt. Ltda, 1992. Vol I e II. 13-HAHNEMANN, S. Doctrina y Tratamiento Homeopático de las Enfermidades Crónicas. Editorial Albatros. Buenos Aires. 1983. 14-HAHNEMANN, S. Escritos Menores. Editorial Nova Época Ltda. 1991. 15-HAHNEMANN, S. Organon da Arte de Curar. Tradução da 6o ed. Alemã por Edméa Marturano Villela e Izao Carneiro Soares. 6a .Ed. Ribeirão Preto, Robe Editorial.IHFL. 1996.(b)

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16- JORNADAS DOCENTES DO CED-IMH. Apontamentos das. Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. 17-MENDES, P. C. Manganum aceticum. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1996. 18-MURE, B. Patogenesia Brasileira. Copyright 1999 da 1a Ed. pela Editora Roca Ltda. 19-NUNES, E. P. Abordagens do Tratamento Medicamentoso Hahnemanniano conforme Hipocrates e Paracelsus. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1998. 20-OLIVEIRA, M. S. Iodium. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1994. 21-RIBEIRO, M. L. Graphytes. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1993. 22-ROCHA, E. M. S. Mercurius solubilis. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1991. 23-ROCHA, R. S. Q. Arsenicum album. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1991. 24-SANTOS, C. P. Borax veneta. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1995. 25-SILVA, M. A . Alumina. Compreensão Psicodinâmica. Tese apresentada como conclusão do Curso de Formação de Especialistas e Docentes em Homeopatia do IMH. Belo Horizonte, 1991.

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MEDICAMENTOS EXPERIMENTADOS

ABREVIATURAS

NOMES

01 Brom. Bromium 02 Zinc. Zincum metallicum 03 Plb. Plumbum metallicum 04 Merc. Mercurius solubilis 05 Ars. Arsenicum album 06 Alum. Alumina 07 Sel. Selenium metallicum 08 Graph. Graphites 09 Borx. Borax veneta 10 Cob. Cobaltum metallicum 11 Nicc-met. Niccolum metallicum 12 Lith-c. Lithium carbonicum 13 Iod. Iodium 14 Arg-met. Argentum metallicum 15 Tell. Tellurium metallicum 16 Calad. Caladium seguinum 17 Mang-ac. Manganum aceticum 18 Thal-met. Thallium metallicum 19 Vanad. Vanadium metallicum 20 Titan. Titanium metallicum 21 Act-sp. Actea spicata 22 Guaj. Guajacum officinale 23 Calc-s. Calcarea sulphurica 24 Calc-f. Calcarea fluorica 25 Kalm. Kalmia latifolia 26 Abrot. Abrotanum 27 Ant-met. Antimonium metallicum 28 Tung-met. Tungstenium metallicum 29 Tant-met. Tantalum metallicum 30 Thor-met. Thorium metallicum 31 Mag-met. Magnesium metallicum 32 Lith-met. Lithium metallicum 33 Irid-met. Iridium metallicum 34 Zirc-met. Zirconium metallicum 35 Col-met. Columbium metallicum 36 Bor-met. Borium metallicum 37 Gal-met. Gallium metallicum 38 Rhodi. Rhodium metallicum 39 Guaj. Guajacum officinale 40 Moly-met. Molybdenium metallicum

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PROVADORES

ABREVIATURAS

NOMES

01 Ab Aluizio de Assis Abreu

02 Aj Moacir de Andrade Júnior

03 Ba Maria Eugenia Rodrigues Baeta

04 Be Mônica Beier

05 Ca Ricardo Ramos de Carvalho

06 Co Narciza Maria Costa

07 Cq Maria Helena Cerqueira

08 Cr Antônio Carlos Gonçalves da Cruz

09 Cs Margareth do Rosário Oliveira Costa

10 Dn Márcio Antônio Diniz

11 Eg Iracema de Castro Engler

12 Fé Soraya Cássia Ferreira Dias

13 Fr Marcelo Friedlaender

14 La Lucilene Maria Lara

15 Lo Carlos Vieira Lopes

16 Ma Maria Aparecida Silva

17 Me Paula de Castro Mendes

18 Ol Magna Sueli de Oliveira

19 Pe Soraida Pereira Peixoto

20 Pi Elaine Pimentel Nunes

21 Pr Claudia Prass Santos

22 Rb Maria Leonor de Barros Ribeiro

23 Rs Rosa Sueli Quirino Rocha

24 As Francisco Rodrigues de Sales

25 Tf Gilson Teixeira Freire

26 Vi Gilberto Ribeiro Vieira

27 Zn Henrique Zarnowski

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