antígona circuncidada

3
1. A circuncisão e seus efeitos A circuncisão feminina consiste na remoção total ou parcial da genitália externa da mulher. Apesar de condenada pelos direitos humanos e pela comunidade internacional, a prática ainda é bastante difundida em partes da Ásia e no continente africano, com mais incidência na área próxima ao leito do Rio Nilo e na África Subsaariana 1 . Apesar de essa prática ser parte integrante de diversas culturas, não há consenso sobre a motivação principal para sua execução. Entre os motivos mais frequentes apontados estão a coerção exercida pela tradição de viés religioso, a valorização da mulher perante o pagamento de um possível dote e a tentativa de garantir a castidade feminina e a feminilidade até o casamento pela supressão do apetite sexual. O procedimento, que não possui embasamento científico ou benefícios de saúde comprovados, é realizado, geralmente, assim que as mulheres atingem a puberdade, entretanto pode se estender para qualquer idade. (EL-GIBALY et al, 2002; ABD-ELLAH et al, 2011) Tomando-se o Egito contemporâneo como estudo de caso, é possível observar que, mesmo com frequentes ações de conscientização por parte de organizações de saúde internacionais e divulgação midiática advinda do Estado, a população egípcia resiste ao desaparecimento da mutilação feminina. De acordo com pesquisa feita pela Demographic and Health Surveys no ano de 2013, a vontade da aceitação social pode, por muitas vezes, suplantar os riscos à saúde de quem se submete à prática, que incluem infecção, cicatrização inelástica, inchaço e infertilidade, entre outros. Sendo assim, a mutilação genital feminina ainda é um procedimento muito realizado, embora tenha sofrido proibição

Upload: mayk-gomes

Post on 13-Nov-2015

212 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Transcrição de Antígona para um contexto moderno.

TRANSCRIPT

1. A circunciso e seus efeitos

A circunciso feminina consiste na remoo total ou parcial da genitlia externa da mulher. Apesar de condenada pelos direitos humanos e pela comunidade internacional, a prtica ainda bastante difundida em partes da sia e no continente africano, com mais incidncia na rea prxima ao leito do Rio Nilo e na frica Subsaariana1.Apesar de essa prtica ser parte integrante de diversas culturas, no h consenso sobre a motivao principal para sua execuo. Entre os motivos mais frequentes apontados esto a coero exercida pela tradio de vis religioso, a valorizao da mulher perante o pagamento de um possvel dote e a tentativa de garantir a castidade feminina e a feminilidade at o casamento pela supresso do apetite sexual. O procedimento, que no possui embasamento cientfico ou benefcios de sade comprovados, realizado, geralmente, assim que as mulheres atingem a puberdade, entretanto pode se estender para qualquer idade. (EL-GIBALY et al, 2002; ABD-ELLAH et al, 2011)Tomando-se o Egito contemporneo como estudo de caso, possvel observar que, mesmo com frequentes aes de conscientizao por parte de organizaes de sade internacionais e divulgao miditica advinda do Estado, a populao egpcia resiste ao desaparecimento da mutilao feminina. De acordo com pesquisa feita pela Demographic and Health Surveys no ano de 2013, a vontade da aceitao social pode, por muitas vezes, suplantar os riscos sade de quem se submete prtica, que incluem infeco, cicatrizao inelstica, inchao e infertilidade, entre outros. Sendo assim, a mutilao genital feminina ainda um procedimento muito realizado, embora tenha sofrido proibio pela lei do pas em dois mil e sete. Nesse ano, a operao levou a morte uma adolescente por hemorragia, o que estimulou a discusso sobre e a consequente criminalizao da tcnica. O debate sobre a mutilao no Egito existe desde a dcada de 1950 e, embora o Ministrio da Sade egpcio tenha publicado em 1959 um decreto que proibia a execuo do procedimento sem expressa autorizao mdica, pouco foi feito at o incio do Sculo XXI. (CLARK et al, 2002)

2. Antgona

3. Antgona circuncidada4. Referncias bibliogrficas

CHELALA, C. Egypt takes decisive stance against female genital mutilation. The Lancet, Londres, v. 315, p. 120, 10 jan. 1998. RICH, V. Egypt against female circumcision. The Lancet, Londres, v.344, p. 1146, 22 out. 1994.EL-GIBALY, O.; IBRAHIM, B.; MENSCH, B.; CLARK, W.. The decline of female circumcision in Egypt: evidence and interpretation. Social Science & Medicine, Nova Iorque, v. 54, p. 205220, 2002.RASHEED, S.; ABD-ELLAH, A.; YOUSEF, F.. Female genital mutilation in Upper Egypt in the new millennium. International Journal of Gynecology and Obstetrics, Cairo, v. 144, p. 47-50, 22 mar. 2011.DEMOGRAPHIC AND HEALTH SURVEYS. Female Genital Cutting: The Interpretation of Recent DHS Data. Disponvel em: http://dhsprogram.com/pubs/pdf/CR33/CR33.pdf. Acesso em: 22 de abr. 2015.

Apoiadores dizem que a muitlaao e um ato cultural e religioso, no importa o que e decidido pelo governo.A maioria das enfermeiras a favor, organizaes de sade esto alertando quanto aos riscos disso e estao tentando acabar, egito quer que seja feito em hospitais licenciados e por mdicos 94 reconhecida pela perpetuao e banida em 96, governo usou a mdia pra organizar discusses e educar a populao sobre as repercusses do problema ARTHUR2Meninas do permetro urbando no acreditam na obrigatoriedade da prtica, as elites urbanas MAYK1